#15 FEVEREIRO 2019
SMA R T POR TUGA L
BERNARDO VILLA
NOVIDADES HONDA CR-V / ENSAIOS MERCEDES E 300 D STATION, KIA PROCEED, JAGUAR I-PACE, FORD FOCUS SW, AUDI A6 / MERCADO RENTING CONTINUA A CRESCER
O FUTURO ENQUANTO MARCA ELÉTRICA
WLTP
AUMENTOS OBRIGAM A REVER ESCOLHAS
GRANDLAND X
ÁS DE TRUNFO
OPEL CHEGA AO SEGMENTO DA MODA COM OPÇÃO CHEIA ARGUMENTOS
NOVO
RENAULT CLIO
NOVO MERCEDES CLASSE B UM PATAMAR ACIMA TODOS OS DETALHES E PREÇOS
#15 FEVEREIRO 2019
PEUGEOT 508 SW CHEGA NO VERÃO 1.5 DIESEL DE 130 CV ESTILO DESPORTIVO
SUMÁRIO
#15 NOVOS MODELOS
6 Peugeot 508 SW 10 Mercedes Classe B 12 Honda CR-V 14 Renault Clio – 5.ª geração
FEVEREIRO 2019
CARRO DO MÊS
40 Opel Grandland X 1.5 Turbo D
DESTAQUE
16 Fiscalidade 2019 e o WLTP
34 smart
PERSPETIVA
22 Renting mais popular em 2018 ENSAIOS
38 smart EQ fortwo 50 Mercedes E 300 d Station 54 Kia ProCeed 1.0 T-GDI COMERCIAIS
72 VW e-Crafter 76 Mercedes Vito Tourer 78 Opel Zafira renovado
30 Beltrão Coelho ENSAIO
60 Audi A6 40 TDI
GUIÁMOS NESTA EDIÇÃO
38 smart EQ fortwo / 40 Opel Grandland X 1.5 Turbo D / 46 Peugeot 508 1.5 BlueHDI / 50 Mercedes E 300 d Station / 54 Kia ProCeed 1.0 T-GDI / 56 Ford Focus 1.5 Ecoblue SW / 62 Jaguar I-Pace / 64 VW Arteon 2.0 TDI / 68 Nissan Navara 2.3 dCi / 72 VW e-Crafter FEVEREIRO 2019 TURBO FROTAS
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EDITORIAL
TIROS NOS PÉS
A
Não seria grave se esse alarmismo não fosse puramente especulativo; se não revelasse uma dose de ignorância face áquilo que a indústria está a fazer para contornar o boicote político que a Europa está a fazer àquela que é a única tecnologia que domina e que é, reconhecidamente, a energeticamente e ambientalmente mais eficaz
importância do que dizemos é diretamente proporcional aos cargos que desempenhamos. Mais, ainda, há um determinado tipo de afirmações que, pelas consequências potenciais, apenas podem ser proferidas quando solidamente suportadas. Não foi o caso da entrevista dada pelo Ministro do Ambiente e da Transição Energética ao “Jornal de Negócios”. Em vários momentos, João Pedro Matos Fernandes dá a ideia de estar no café a emitir as suas opiniões para um grupo de amigos, parecendo ignorar por completo o seu impacto para um conjunto de setores que tudo o que não precisa é de controvérsia e teses apocalíticas. Matos Fernandes pode até achar que o melhor do Mundo são os carros elétricos mas não deve esquecer-se que, em Portugal, são poucos (muito poucos) os que os querem. E por duas razões: porque a tecnologia ainda não dá resposta cabal às necessidades das pessoas e porque os sucessivos governos (incluindo o seu) têm feito muito pouco da parte que lhes cabe. Dizer que “há poucos países na Europa” onde os incentivos são superiores aos praticados em Portugal é mais um testemunho de falta de rigor ou desconhecimento. Eslovénia (7500€), Irlanda (5000€), Roménia (10.000€) são apenas alguns países com economias não muito diferentes das nossas, onde os apoios são superiores aos 2250€ praticados em Portugal. Já para não falar da Alemanha (4000€), do Reino Unido (4700€), Suécia (4800€) ou França (6000€, a que acrescem 4000€ caso seja entregue para abate um diesel com mais de 12 anos). Como se não bastasse, ao contrário de Portugal, nesses países os benefícios fiscais adicionais não são exclusivos para as empresas. Alheio às consequências para o comércio, para as empresas e para o setor automóvel em geral, o Ministro vaticina que dentro de quatro anos um automóvel com motor diesel praticamente não vai ter valor comercial. Não seria grave se esse alarmismo não fosse puramente especulativo; se não revelasse uma dose de ignorância face áquilo que a indústria está a fazer para contornar o boicote político que a Europa está a fazer àquela que é a única tecnologia que domina e que é, reconhecidamente, a energeticamente e ambientalmente mais eficaz. Mas deixaremos esta discussão para outra ocasião. O que aqui cabe perguntar ao Ministro Matos Fernandes é o que está a fazer para que o elétrico ou a gasolina substituam o diesel. No primeiro caso já demos a resposta. Quanto ao desejado advento dos motores a gasolina importa saber porque é que, para uma empresa, o IVA do gasóleo (bem como a manutenção e reparação) é dedutível e o mesmo não acontece com os carros a gasolina? Enfim, há quem goste de dar tiros nos pés!
JÚLIO SANTOS DIRETOR
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PROPRIEDADE E EDITORA TERRA DE LETRAS COMUNICAÇÃO LDA NPC 508735246 CAPITAL SOCIAL 10 000€ CRC CASCAIS SEDE, REDAÇÃO, PUBLICIDADE E ADMINISTRAÇÃO AV. DAS OLAIAS, 19 A, RINCHOA 2635-542 MEM MARTINS TELEFONES 211 919 875/6/ FAX 211 919 874 E-MAIL: TURBO@TURBO.PT DIRETOR JÚLIO SANTOS juliosantos@turbo.pt EDITOR CHEFE SÉRGIO VEIGA sergioveiga@turbo.pt DIRETOR ADJUNTO
ANTÓNIO AMORIM antonioamorim@turbo.pt EDITOR DE ENSAIOS
MARCO ANTÓNIO marcoantonio@turbo.pt REDAÇÃO NUNO FATELA nunofatela@turbo.pt RICARDO MACHADO ricardomachado@turbo.pt COORDENADORA COMERCIAL
ALEXANDRA LI CHING alexandraliching@turbo.pt COORDENADOR DE ARTE E INFOGRAFIA JORGE CORTES jorgecortes@turbo.pt FOTOGRAFIA JOSÉ BISPO josebispo@turbo.pt SECRETARIADO DE REDAÇÃO secretariado@turbo.pt PARCERIAS
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NOVOS MODELOS
PEUGEOT 508 SW
LINDA E REQUINTADA A nova carrinha da Peugeot tem muita tecnologia, um design que marca a diferença para os adversários e proporciona elevado grau de conforto. Esta versão mais familiar do 508 tem tudo para agradar e colocar-se à mesa de muitos negócios, quando chegar ao mercado... lá mais para o verão TEXTO MARCO ANTÓNIO
A
pesar do crescente interesse pelos SUV, as carrinhas continuam a ser procuradas por quem pretende conciliar versatilidade e comportamento dinâmico igual ao de uma berlina. Não é por acaso que, depois de uma certa estagnação, o mercado das carrinhas voltou a crescer... E se a sua utilização não oferece a mesma capacidade de evasão de um SUV, em contrapartida garante outros prazeres. Neste caso, os “designers” da Peugeot, pegando nos traços da berlina e no conceito “shooting break”, criaram uma das propostas mais bonitas deste segmento, prevendo-se que no futuro haja uma versão mais radical, como sucedia na geração anterior (RXH). Desse exercício resultou uma silhueta mais baixa e um desempenho aerodinâmico melhorado. Ainda que esta solução, usada por outras marcas diminua a capacidade da mala, na carrinha Peugeot a redução foi de apenas 30 litros em relação à antecessora. Mesmo assim, com os atuais 530 litros, a 508 SW consegue posicionar-se na média das suas concorrentes mais generalistas, superando as propostas das marcas “premium”, como a Audi A4 Avant, a BMW Série 3 Touring ou a Mercedes Classe C Station. Mas se a capacidade da mala desceu, o acesso melhorou com a redução da altura e com a abertura elétrica do portão traseiro, quer com a chave, quer com a passagem do pé por baixo do para choques traseiro. Para o diretor da dinâmica de veículos, Yann Bonny, um dos pressupostos da conceção desta versão familiar era que ela proporcionasse uma experiência de condução estimulante, daí que todas as soluções técnicas tenham a mesma origem, a berlina. A receita passa por manter a mesma distância entre eixos, um bom isolamento do chassis, uma arquitetura do eixo traseiro tipo multilink e um amortecimento pilotado, conforme a versão. Ao mesmo tempo houve uma preocupação enorme em reduzir o peso e a resistência aerodinâmica. A identidade desta carrinha passa por detalhes únicos e, por isso, seguindo o exemplo da berlina, quebra com alguns conceitos tradicionais como a ausência de moldura nas portas, detalhe que realça uma silhueta mais musculada, ao mesmo tempo que limita a superfície vidrada. A parte traseira apresenta, a faixa horizontal em preto brilhante enquadrada pelas luzes Full LED tridimensionais herdadas
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NOVIDADES
PEUGEOT 508 SW
da berlina e que geram um apontamento que vinca bem o seu aspeto mais radical, enquanto as duas saídas de escape espelham a escolha dos motores. Aqui há propostas para todos os gostos, desde a motorização 1.6 Puretech com 180 cv e 225 cv até, nada mais nada menos, que três opções Diesel: 1.5 BlueHDi de 130 cv com ou sem caixa automática de 8 velocidades, e o 2.0 BlueHDi de 160 cv e 180 cv, ambos com a mesma transmissão automática. Qualquer destes motores cumpre já as futuras regras ambientais a partir de 2020. Estão igualmente previstas versões híbridas, agora com função “plug-in”. O motor 1.6 PureTEch recebe, para o efeito, um sistema combinado alternador/motor de arranque, bem como um sistema de refrigeração específico. A bateria com 11,8 kWh de capacidade garante uma autonomia elétrica de 40 km (WLTP). A potência combinada é, neste caso, de 225 cv e, ao contrário do 3008 e 5008, não está prevista nenhuma versão Hybrid4. Nessa versão com tração total o trem traseiro de braços múltiplos está equipado com um inversor, um motor elétrico de 110 cv e um redutor para ativar as 4 ro-
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MALA
530 – 1780 litros
MOTOR
1.5 BlueHDI de 130 cv
PREÇO
A PARTIR DE 37.500 €
QUANDO? NO VERÃO
das motrizes. A integração daquele sistema não tem impacto na habitabilidade. A modularidade passa pelo rebatimento rápido das duas metades assimétricas do banco traseiro através de um acionamento de dois comandos, acessíveis de ambos os lados da bagageira. O resultado é um piso praticamente plano e um volume de carga que chega aos 1780 litros. No interior, conta com a mais recente tecnologia i-Cockpit, ao mesmo tempo que foi dada atenção aos pormenores e detalhes, não admirando por isso que nesta geração tenham sido corrigidos alguns aspetos práticos como a criação de pequenos espaços de arrumação no habitáculo. Enquanto isso o teto de abrir panorâmico, com uma ampla superfície vidrada, confere ao interior um ambiente mais acolhedor. Em termos de segurança destaque para o sistema de visão noturna, entre outras ajudas comuns aos cinco níveis de equipamento (Active, Business Line, Allure, GT Line e GT). Com preços que oscilam entre os 37.500 e os 54.000 euros, a oferta é vasta e diversificada. A chegada do 508 SW ao mercado português está marcada para o verão de 2019. /
NOVOS MODELOS
MERCEDES CLASSE B
DO GERAL AO PARTICULAR
A estrutura partilhada com o Classe A torna o novo Mercedes Classe B num dos monovolumes mais eficazes e seguros do momento, tal como a sua aparência mais dinâmica parece indicar TEXTO ANTÓNIO AMORIM
P
ara conceberem esta terceira geração do Classe B os responsáveis da Mercedes-Benz perguntaram aos clientes do modelo anterior o que queriam ver melhorado na renovação do modelo. A resposta foi: “Uma aparência mais dinâmica”. Foi assim que Demetrios Reisner, gestor de produto do Mercedes Classe B, arrancou para este projeto de uma nova geração que continuasse monovolume, mas que se aproximasse da rejuvenescida imagem de todos os Mercedes, em especial do modelo que lhe serve de base, o Classe A. Optou, então, por uma maior distância entre eixos, projeções mais reduzidas, uma linha do tejadilho ligeiramente descendente e rodas maiores, tor-
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nando o carro mais desportivo. De caminho, conseguiu o melhor cx da classe, de 0,24. Um número assombroso para um carro com este formato e altura. O Classe B é 12,2 cm mais alto que o A e ganhou superfície vidrada em relação ao modelo anterior. O pilar B recuou quatro centímetros, a linha de cintura baixou 5 mm e tudo isto resulta em mais luz interior. A plataforma é a mesma do Classe A e daqui resultou também um ganho de 3 cm na distância entre eixos, com vantagens para o espaço habitável e estabilidade dinâmica do carro. Como é apanágio deste tipo de veículos, o acesso ao habitáculo é especialmente amplo e fácil devido ao tamanho das portas e respetivos ângulos de abertura, enquanto a posição de con-
dução é a habitual num monovolume, sendo bastante mais elevada e vertical. A partir de meados deste ano, quando ficarem disponíveis os bancos da fila de trás deslizantes (em 14 cm), o espaço de bagagem variará entre os 455 e os 705 litros. Nessa fase, o banco do acompanhante também passará a poder rebater-se, o que facilitará imenso o transporte de objetos muito longos. TECNOLOGIA DE ELEIÇÃO O elemento tecnológico mais marcante neste habitáculo é o sistema multimédia MBUX, herdado do Classe A e com inteligência artificial. O controlo do sistema pode ser feito de três formas: através dos ecrãs e botões da consola ou volante, através do controlo por voz
OUTRO MUNDO! O novo Classe B deu enorme salto qualitativo a todos os níveis, da dinâmica à habitabilidade, passando pelo riquíssimo conteúdo tecnológico
“olá Mercedes” e pelos comandos por gestos. A solução mais vanguardista é o Intelligent Energizing Control que, para além de modular o ambiente interior com intervenção na climatização, áudio e luz ambiente, também vai alterando subtilmente o apoio das costas, de forma a evitar o cansaço nas viagens mais longas. Há depois evoluções importantes nos sistemas de ajuda à condução, que tornam este carro num dos mais seguros e fáceis de utilizar do mercado. No capítulo da navegação fica disponível em opção a função de Realidade Aumentada, que projeta indicações direcionais muito claras sobre a imagem da estrada que surge no ecrã central, por exemplo, com uma seta indicadora de qual a saída da rotunda a seguir. Também melhorou o programador de ve-
locidade ativo com função direcional, que agora é mais rigoroso na forma como segue as linhas da estrada. Está equipado com a função de para-arranca automático nas filas e também faz a mudança de faixa, bastando ligar o pisca. O programador de velocidade também funciona em uníssono com a navegação, reagindo às variações do percurso, por exemplo, à aproximação a uma curva ou mesmo a uma rotunda, reduzindo a velocidade no momento, para a retomar logo a seguir. Com o crescimento da distância entre eixos em 30 mm e da via dianteira em 15 mm, o novo B é estável e seguro, com uma notória diferença de amortecimento entre o modo de condução Comfort e o Sport, o que permite adaptar o
comportamento do carro aos desejos do condutor e restantes ocupantes. Na fase de lançamento teremos disponíveis em Portugal o B 180 d, com o motor 1.5 de 116 cv (4,4 l/100 km) a começar nos 33 mil euros, preço comparável ao da versão de acesso a gasolina, que será o B 200, este equipado com o motor de 1,4 litros e 163 cv, para uma média de consumo anunciada de 5,4 l/100 km. Acima destes teremos o motor Diesel de 2,0 litros na sua primeira aplicação transversal, a debitar 150 cv (4,5 l/100) no B 200 d, ou 190 cv (com o mesmo consumo) no B 220 d. Todos estes motores estarão disponíveis com a nova caixa automática de oito velocidades e dupla embraiagem 8G DCT. A única exceção é o B200 que pode receber uma caixa manual de seis relações. /
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NOVOS MODELOS
HONDA CR-V HYBRID
GERAÇÃO HÍBRIDA Acabada de chegar ao mercado nacional, a quinta geração do Honda CR-V estreia uma motorização híbrida. Usa o motor térmico quase exclusivamente como gerador e promete consumos de 5,3 l/100 km TEXTO RICARDO MACHADO
resente no segmento dos crossover compactos desde 1995, quando o conceito ainda dava os primeiros passos e estava longe de ser moda, o Honda CR-V entra agora na quinta geração. Um salto evolutivo importante, com a estreia de uma nova plataforma, reforço do conforto, melhoria da conetividade e uma nova motorização híbrida. Embora mantenha os 4,60 m de comprimento, a nova plataforma aumenta a distância entre eixos em 30 mm, ampliando o espaço disponível para as pernas dos passageiros da fila traseira. O reforço do conforto reflete-se na capacidade da mala, que baixa dos 561 para os 497 litros. Um pouco menos nas versões de sete lugares.
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O interior segue as linhas da anterior geração, com a organização funcional dos espaços e uma montagem irrepreensível a desculpar a qualidade média de alguns materiais. A posição de condução elevada beneficia de pilares A mais finos em 10 mm para melhorar a visibilidade. O painel de instrumentos digital pode ser complementado com um “head-up display”, enquanto ao lado, no centro do tablier, o ecrã tátil espelha o conteúdo dos smartphones. SEM CAIXA Ao contrário do CR-V a gasolina, que herda o motor 1.5 do Civic com 173 cv nas versões de caixa manual e 193 cv com caixa CVT, o CR-V Hybrid não tem seletor de caixa. No seu lugar encontram-se
botões correspondentes às posições tradicionais das transmissões automáticas, P, R, N, D. Isto acontece porque o híbrido não tem caixa. O sistema i-MMD da Honda utiliza um motor 2.0 a gasolina com ciclo Atkinson e 143 cv para acionar um motor gerador elétrico. Este, tem como finalidade alimentar o motor elétrico de propulsão, com 181 cv e 315 Nm de binário desde a primeira rotação. A eletricidade excedente ou proveniente da travagem regenerativa é armazenada numa bateria de 1 kWh, capaz de garantir cerca de dois quilómetros de autonomia sem emissões. Pensado de raiz para promover a máxima eficiência energética, o sistema i-MMD não exclui a ligação direta entre o motor 2.0 i-VTEC e as rodas. Esta acontece apenas entre os 80 km/h e os 120
PATILHAS O volante tem patilhas para percorrer os quatro patamares de travagem regenerativa do motor elétrico. Há mais espaço para os passageiros da fila traseira
km/h, intervalo em que a eficiência da gasolina é superior. A ligação é feita por uma embraiagem, dispensando caixa de velocidades. Há apenas uma relação redutora e a relação final do diferencial. O escape foi afinado para disfarçar a sonoridade caraterística de um motor a trabalhar “sem caixa”, mas o resultado é muito parecido com as transmissões CVT da concorrência. SEMPRE ELÉTRICO Esta caraterística só se nota em acelerações mais contundentes. Conduzido com tranquilidade, o CR-V justifica o investimento em materiais específicos de isolamento para esta versão híbrida. Mal se ouve o motor térmico e a condução é totalmente elétrica. Um ícone no ecrã do fluxo de energia, um dos muitos disponíveis no painel de instrumentos digital, indica quando o motor
térmico está ligado às rodas. Quase nunca. É preciso ir no intervalo de velocidade especificado e tratar o acelerador com muita delicadeza. Dos 120 km/h até à intervenção do limitador de velocidade, aos 180 km/h, volta a ser movido apenas pelo motor elétrico. Esta vai ser a primeira versão da quinta geração do CR-V a circular em solo nacional, com um preço de 38.500 €. A versão de tração integral, utiliza um motor elétrico para acionar o eixo traseiro, como na motorização a gasolina, vai estar disponível apenas por encomenda. E deve pagar classe 2 nas portagens, ao contrário das versões com tração dianteira. O motor 1.5 a gasolina vai chegar no final de fevereiro, com preços a partir dos 32.900 € para a tração dianteira e 37.250 € para o tração integral. A variante de sete lugares e tração dianteira custará 39.500 €. /
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NOVOS MODELOS
RENAULT CLIO
CAVAR DIFERENÇAS Tentando alargar (ainda mais) o fosso para os adversários, a Renault evoluiu a quinta geração do Clio na imagem exterior e revolucionou o interior com um “upgrade” nos materiais, tecnologias e ergonomia TEXTO NUNO FATELA
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odelo mais vendido pela Renault em Portugal, o Clio é também a referência do segmento B na Europa. E, mesmo com vendas crescentes nos últimos anos, a marca antecipa-se aos adversários e introduz a quinta geração deste ícone, também um sucesso nas frotas empresariais e rent-a-cars. Para tal, junta evolução no exterior e revolução no habitáculo. EVOLUÇÃO A Renault afirma que “o exterior do Clio IV conquistou os nossos clientes e continua a conven-
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cê-los hoje em dia”. Por isso as linhas existentes são apenas aprimoradas nesta quinta geração, com os novos frisos no capot, a remeter o olhar para o símbolo na grelha mais larga, a comprová-lo. Nas laterais, o visual moderno é conferido por outras soluções criativas, como os cromados em redor dos vidros e no friso inferior, e os puxadores das portas posteriores camuflados no prolongamento das janelas. Além disso, como sofisticação é uma das palavras de ordem do Clio V, surge de origem com luzes LED em toda a gama. As hipóteses de personalização são também reforçadas, com opção entre onze cores e mais três packs exteriores.
10’’+ 9’’
Maior combinação de ecrãs no segmento B
391 L
Bagageira, a que se juntam 26 litros de arrumação a bordo
LED
Iluminação LED em toda a gama.
REVOLUÇÃO A bordo é evidente o corte com o passado, com a Renault apostada em fazer do habitáculo do Clio a referência entre os utilitários. A digitalização tem forte impacto nesta matéria, com ecrãs de 9,3’’ no infotainment (em posição vertical e ligeiramente inclinado, como no Espace) e de 10’’ para a instrumentação, onde podem ser visualizadas informações de navegação e outros dados em diversos grafismos. Outra grande preocupação esteve na ergonomia. Neste campo temos novidades como uma consola central mais elevada e com a alavanca da caixa mais curta, facilitando a utilização. Falando de facilidades, elas são também concedidas pelo “piano” de botões por baixo do ecrã central para aceder a várias funcões, e os controlos de ar condicionado adicionados, em detrimento do recurso ao ecrã para controlar a climatização. O terceiro grande pilar no desenvolvimento do Clio foi para a qualidade percecionada, através do “upgrade” dos materiais e eliminação dos plásticos duros do campo de visão,
substituídos por tecidos suaves. E será possível escolher entre oito decorações diferentes. Referência ainda para a forma como, apesar de ter ficado 14 mm (4,048 m) mais curto no exterior e 30 mm mais baixo (1,440 m), o Clio aumenta a habitabilidade. Um dos segredos é a plataforma CMF-B, ajudando a garantir 391 litros numa bagageira com dois níveis. Outro segredo está nos bancos, com uma base maior e formas mais envolventes, onde a estrutura mais fi na ajuda a garantir 26 mm adicionais no espaço para as pernas, atrás. VERSÃO HÍBRIDA Com a estreia do Clio V em público marcada para março, no salão de Genebra, e a chegada ao mercado no fi nal do primeiro semestre, ainda são escassas as informações sobre a mecânica. Mas foi confi rmada a eletrificação do líder de vendas no mercado nacional, através da tecnologia E-Tech Hybrid. Além disso, está garantida na gama a substituição do GT Line pelo novo nível RS Line, e ainda o Clio Initiale Paris. /
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DESTAQUE
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WLTP TROUXE MESMO AUMENTOS A tabela de redução de CO2 introduzida no Orçamento de Estado para atenuar o impacto do WLTP não impediu aumentos nos preços dos automóveis. As marcas estão a adaptar-se, ajustando versões e equipamentos disponibilizados para manterem ofertas atrativas TEXTO PAULO MARMÉ
A
entrada em vigor do ciclo WLTP de medição de emissões de CO2 fez com que os valores declarados aumentassem, apesar de se tratar dos mesmos veículos. Para atenuar o impacto nos preços, o Governo aplicou uma redução ao CO2 das viaturas com homologação WLTP, para apurar a componente ambiental da Tabela A do ISV. Essa redução no CO2 vai de 5% para os modelos mais poluentes (CO2 acima de 195 g/ km para viaturas a gasolina e superior a 160 g/ km para os Diesel) até aos 24% para veículos de menor CO2 (até 99 g/km para os gasolina e até 79 g/km para os Diesel). Mas essa medida mitigadora, supostamente para garantir uma neutralidade fiscal, não foi suficiente para os preços ficarem como estavam. Lembra a Associação Automóvel de Portugal (ACAP) que o WLTP induziu um aumento médio de emissões de CO2 em 30% e as tabelas de redução que o Executivo aprovou ficaram abaixo dessa baliza, o que levou a que modelos de segmento médio tenham tido subidas superiores a 1500 euros. Com base em cálculos preliminares, Pedro Pessoa, diretor comercial da LeasePlan, refere que o WLTP terá levado a uma subida “do PVP em quase todos os segmentos”, com o maior aumento a incidir “nos utilitários Diesel”. “O único que poderá ter uma diminuição do PVP é o segmento médio familiar Diesel premium”. Nuno Mendonça, diretor geral de marketing e vendas da Mercedes-Benz, refere que há duas situações: as viaturas acima dos 160 g/km que estão no escalão cuja percentagem de desconto aplicado ao CO2 é de apenas 5%, foram penalizadas; e as viaturas abaixo de 160 g/km de CO2, que podem chegar a ter um desconto de
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24%, chegam “em alguns casos até a ter uma melhoria no preço final”. “Há um aumento generalizado das emissões declaradas”, afirma a Renault, líder do mercado, acrescentando: “Tendo apenas em consideração os motores que se mantêm, no nosso caso, os motores Diesel são mais penalizados que os de gasolina e, percentualmente, os maiores impactos no PVP sentem-se nos modelos de gama mais baixa”. Na BMW, cujo peso das vendas a profissionais ronda 60%, o impacto do WLTP no PVP dos seus modelos foi, em média, de 2,5%. Todas as marcas fizeram o “trabalho de casa”, introduzindo em 2017 e 2018, motorizações mais “eco” para se prepararem para a norma WLTP que aí vinha, para que o choque de preços fosse menor. A Renault renovou uma parte importante dos motores, estando estes novos propulsores já em comercialização ou em vias de o serem durante o 1.º quadrimestre de 2019. “A nossa política sempre foi a de oferecer no mercado português todas as motorizações disponíveis no portfolio do grupo”, refere Ricardo Oliveira, diretor de comunicação da marca francesa. A Mercedes-Benz é outra marca que procurou que o PVP das suas viaturas ficasse estável face à anterior norma NEDC, declara Nuno Mendonça: “Os nossos modelos que são fiscalmente em termos de CO2 mais otimizados são os últimos que temos lançado. É o caso do novo Classe A que vem com o 180 D a gasóleo que nunca foi homologado como NEDC”. Ainda assim, a Mercedes-Benz, que tem 50% das suas vendas para frotas, assume estar a procurar adaptar a configuração das viaturas em função das novas regras: “É um trabalho que passa pelo seguinte – termos um Classe E
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DESTAQUE
FISCALIDADE 2019
A GESTORA DE FROTAS ARVAL ADVERTE PARA O CENÁRIO DO WLTP “ALTERAR OS MODELOS, VERSÕES E O TIPO DE VIATURA DE CADA UTILIZADOR, EM FUNÇÃO DO TIPO DE UTILIZAÇÃO”. AUMENTANDO, POR EXEMPLO, O APELO POR MODELOS MAIS “VERDES”
com um pacote AMG que, em vez de ter um teto de abrir que pode representar duas gramas de CO2 pelo maior peso e o levaria a estar acima das 160 g/km, retirar esse item do pack e passar a apresentá-lo com nível Avantgarde com uma jante menor. Essa alteração coloca o veículo com 158 g/km, o suficiente para reduzir o preço em três ou quatro mil euros”, exemplifica Nuno Mendonça. ALTERAÇÃO DE VERSÕES ESCOLHIDAS A gestora de frotas Arval adverte para o cenário do WLTP “alterar os modelos, versões e o tipo de viatura de cada utilizador, em função do tipo de utilização”, diz João Soromenho, diretor comercial. Nesse contexto, o WLTP e o enfoque posto na eficiência de combustível tem reforçado o apelo por modelos mais “verdes” junto das empresas na escolha das frotas. A BMW diz que entre os seus modelos/ versões “ponta-de-lança” para frotas estão os seus PHEV e os plug-in da Mini. Também na “linha da frente” estão o BMW i3, as edições 4Business da Mini, além dos modelos de entrada de gama BMW. Na Mercedes-Benz, o Classe A, o mais forte da marca para frotas, ganhará um trunfo em junho, pois a nova geração do modelo vai conseguir estar para grandes frotas dentro do 1.º escalão de TA (até 25.000 €), com a intro-
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dução da caixa manual no 160d. Em termos de versões à medida das frotas, a MercedesBenz terá uma gama de novos plug-in diesel este ano: “Temos um Classe E (Limousine ou Station) plug-in diesel para frotas. Já vem de fábrica com esse perfil, com o pacote a incluir pintura metalizada, navegação, caixa automática e vários equipamentos assentes na gama Avantgarde em que a viatura para grandes frotas fica a 49.990 euros”. A estimativa da marca é que o Classe C também conquiste maior peso nas frotas, a partir de julho com os plug-in diesel. Tendo em conta o WLTP, a Arval diz que tem trabalhado com os seus clientes “no sentido de introduzir nas frotas, viaturas mais ‘amigas’ do ambiente, ajudando a elevar a opção pelas energias alternativas”. “Podemos verificar uma subida gradual de vendas das viaturas também a gasolina, além do aumento acentuado de elétricos, híbridos e Plug In”, reforça João Soromenho. A Renault opta por não mencionar quais os modelos/versões que tem desenhados à medida das frotas, insistindo que toda a oferta “está disponível para todos os tipos de clientes”. “O que tentamos sempre é responder às necessidades e exigências de todos os clientes usado as melhores soluções na oferta disponível. O WLTP não fará mudar esta política”. /
EMPRESAS QUEREM SABER
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anto a LeasePlan como a Arval têm informado os seus clientes sobre o WLTP, sensibilizando-os para “um novo paradigma no mercado automóvel, apoiando-os, através de estudos de TCO, de apresentação de propostas de viaturas com opção de energias alternativas”, diz João Soromenho, da Arval. Do lado da LeasePlan foi preparado “um e-book com vista a clarificar o WLTP e os respetivos impactos nas frotas e, nas sessões que organizámos para os nossos clientes, abordámos este tema e o respetivo impacto no ISV e IUC”, diz o diretor comercial da LeasePlan, Pedro Pessoa.
DESTAQUE
IVA
OS PROFISSIONAIS LIBERAIS E EMPRESAS PODEM DEDUZIR O IVA PAGO NA AQUISIÇÃO NO CASO DE SEREM VIATURAS DE MERCADORIAS
5%
VALOR PAGO POR UM HÍBRIDO PLUG-IN NO 1.º ESCALÃO DE TRIBUTAÇÃO AUTÓNOMA
FISCALIDADE 2 35%
VALOR MÁXIMO DE TRIBUTAÇÃO AUTÓNOMA QUE UM AUTOMÓVEL PAGA, SE CUSTAR MAIS DE 35.000 EUROS
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10%
PERCENTAGEM DE TRIBUTAÇÃO AUTÓNOMA PAGA NO 1.º ESCALÃO, POR VIATURAS QUE CUSTEM MENOS DE 25.000 EUROS
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AS VIATURAS ELÉTRICAS ESTÃO ISENTAS DE TRIBUTAÇÃO AUTÓNOMA. INDEPENDENTEMENTE DO SEU VALOR DE AQUISIÇÃO
2019 27,5%
VALOR DE TRIBUTAÇÃO AUTÓNOMA EXIGIDA A VIATURAS DE EMPRESA ENTRE 25.000 E 35.000 EUROS
O COLABORADOR PAGA Apesar de não terem aumentado, as elevadas taxas de tributação autónoma estão a levar algumas empresas a alterar o modo de atribuição de viatura de serviço, passando o ónus fiscal para o IRS do colaborador TEXTO PAULO MARMÉ
A
liviado foi como o setor se sentiu, viatura é inferior ao imposto que a empresa ao ver cair por terra a proposta de pagaria por ter esse encargo com o carro”, diz aumento da Tributação Autónoma Teresa Schwalbach que deixa claro que para os (TA) – que iria passar as taxas de 10 colaboradores, esta alteração representa um aupara 15% no 1.º escalão até 25.000 mento de encargos. E exemplifica: “Segundo o € e de 35 para 37,5% no 3.º escalão, das viaturas aci- artigo 24.º, n.º 5 do Código do IRS, ‘quando se ma de 35.000 €). O diretor comercial da Arval, João tratar da atribuição do uso de viatura automóSoromenho, saúda o retrocesso, pois um aumento vel pela entidade patronal, o rendimento anual “teria um impacto muito negativo nas empresas que corresponde ao produto de 0,75% do seu valor de mercado, reportado a 1 de janeiro do ano em usam as viaturas para a sua atividade”. “Este facto passa pela gestão de expectativas, que causa, pelo número de meses de utilização da acabou por ser positiva. Mas a expectativa real das mesma”. Para este efeito, nos termos do n.º 7 marcas era que os patamares fossem atualizados e do mesmo artigo, considera-se, como valor de que a carga fiscal fosse reduzida”, aponta a BMW. mercado, o que corresponder à diferença enOu seja, mesmo sem ter havido aumento da TA, as tre o valor de aquisição e o produto desse valor taxas são já muito penalizadoras para as empresas. pelo coeficiente de desvalorização acumulada, “Seria um erro tremendo fazer qualquer agrava- constante da tabela aprovada pela Portaria nº mento, pois teria um efeito oposto ao pretendido, 383/2003, de 14 de maio. “Vamos assumir uma empresa que com a redução da receita fiscal”, diz adquire, em janeiro, um ligeiro de Pedro Pessoa, diretor comercial da passageiros novo por 30.000 euLeasePlan. “Independentemente da ros e cuja utilização pessoal seja carga fiscal, o renting continua a ter objeto de acordo escrito com o vantagens, pois a TA incide sobre os trabalhador. No ano 1, o rendicustos da utilização do veículo. Como mento, na esfera do trabalhador, no renting a amortização é menor que corresponderá a 30.000 € * 0,75% nos contratos de financiamento habi* 12 = 2700 €. Ou seja, o trabalhatuais, a base sobre a qual incide o cálculo da TA é inferior”. dor terá um rendimento acrescido de 2700 €, considerado como renA especialista em questões de direidimento do trabalho dependente to fiscal Teresa Pala Schwalbach, da TERESA PALA SCHWALBACH, (categoria A). No ano 2, o valor de Sérvulo & Associados, explica que a FISCALISTA mercado da viatura já será inferior. TA atingiu um patamar tão alto que “AS EMPRESAS Segundo a Portaria, a viatura soas empresas começam a ajustar-se. COMEÇAM A ALTERAR A frerá uma desvalorização anual de “Para haver uma tributação no IRS, o SUA PRÁTICA 20%. Assim, o seu valor de mercacódigo deste imposto exige que exista PARA NÃO do corresponderá a 24.000 €. O um acordo escrito entre colaborador PAGAREM e empresa, o que quase nunca existe, rendimento na esfera do trabaTANTA TA”. ainda que a viatura seja usada em clalhador, assumindo que a viatura ro benefício pessoal também”. Nesse é usada todo o ano, corresponderá a 24.000 € * 0,75% * 12 = 2160 sentido, “assiste-se, de forma cada vez mais evidente, às empresas a defenderem-se do pa- €”, refere esta especialista que esclarece: “É gamento desse extra em sede de IRC, optando por uma prática que está a começar a observar-se”. celebrar um acordo formal com os colaboradores Outra forma que as empresas estão a encontrar em que se define a alocação de um automóvel aos para mitigar o elevado valor das taxas de TA está funcionários, levando a que os encargos recaiam na na opção por veículos elétricos ou híbridos plug-in, com menores taxas de TA, podendo ainda esfera do trabalhador e não da empresa”. deduzir os 23% do IVA. “A dedutibilidade do COMO SE CONTABILIZA O AUTOMÓVEL IVA pressupõe o uso da viatura no âmbito da EM SEDE DE IRS atividade da empresa, pois, caso contrário, a A empresa “deixa de pagar TA sobre os encargos Autoridade Tributária pode questionar tal deda viatura e o IRS que esse colaborador paga pela dução”, adverte a fiscalista. /
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O ESTADO DO MERCADO
OLHAR PARA 2019, A PARTIR DE 2018
RENTING VOLTOU A CRESCER Mantendo a tendência iniciada em 2016, o mercado do Renting voltou a crescer em 2018 e assim continuará este ano, segundo esperam os principais agentes do setor. Assim se cumpram alguns requisitos essenciais, como a estabilidade fiscal
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mbora os números finais não estejam ainda fechados, tudo indica que, em 2018, “a frota automóvel gerida pelas empresas de Renting tenha voltado a crescer de forma expressiva” – de acordo com os dados avançados por Paulo Pinheiro, Presidente da ALF (Associação Portuguesa de Factoring, Leasing e Renting), que não tem dúvidas de que, cada vez mais, os portugueses estão a aderir à fórmula que “privilegia a utilização em detrimento da posse”. O crescimento do mercado, correspondendo à perceção cada vez mais generalizada das vantagens do Renting por parte de pequenas, médias e grandes empresas, é um dos dados positivos referidos pelos principais “players” deste mercado, ouvidos relativamente aos aspetos mais marcantes de 2018 e às expetativas para o ano em curso. Gonçalo Cruz, responsável pelo CVO (Corporate Vehicle Observatory) da Arval refere, no plano interno, a implementação de uma “nova forma de Renting que tem subjacente ideias e ferramentas inovadoras para gerir viaturas e condutores”. Neste último caso, destaca o desenvolvimento de uma aplicação para
uso pelos condutores no final de um Renting. “Fazendo uso das novas tecnologias, eliminámos o estigma e os receios que clientes tinham relativos à incerteza do que acontece quando devolvem as viaturas, permitindo-nos passar para o condutor, com total confiança, a possibilidade de serem os próprios a dizerem-nos o estado das viaturas. Se existirem danos que o condutor assinala, ele conhece, nesse instante, se tem custo e qual o valor”. WLTP FACTOR DE INSTABILIDADE Gonçalo Cruz refere, igualmente, a importância do lançamento do canal de Private Renting, através da parceria com o BPI. “Com estes dois exemplos, a procura do Renting Arval teve, em 2018, um crescimento substancial e, consequentemente, a empresa registou um crescimento orgânico a todos os níveis”. Ainda assim, a Arval, como de resto todo o setor, teve de lidar com o clima de incerteza gerado pela perspetiva de agravamento dos escalões de Tributação Autónoma e, principalmente, com todo o processo de preparação para a entrada em vigor do novo regulamento WLTP”. Um processo sobre o qual Manuel de Sousa,
PEDRO PESSOA LEASEPLAN “Nas grandes empresas, que eram a base de sustentação das frotas em Renting, os ajustamentos de frota e a maior racionalização na atribuição dos veículos teve um impacto muito significativo que ainda não cessou”
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O ESTADO DO MERCADO
Diretor Geral da ALD Automotive, não tem dúvidas de que “trouxe instabilidade ao mercado de frotas, com a necessidade de testar individualmente as diversas combinações de motor, caixa de velocidades, carroçaria e equipamentos, gerando milhares de resultados possíveis em termos de CO2”. “A gestão das soluções automóveis existentes, através de modelos descontinuados, modelos por homologar e uma base de dados de produto infindável em termos de CO2, provocou algumas dificuldades na apresentação de soluções aos nossos clientes”. Ainda a respeito do novo regulamento relativo à medição de consumos e emissões, Pedro Pessoa, Diretor Comercial da Leaseplan Portugal, acrescenta que as dificuldades geradas decorreram, não apenas da “falta de clareza em relação à posição de cada marca automóvel, mas também da forma como o Governo tratou este tema em termos de timings de implementação e matéria fiscal”. Por fim, este responsável da Leaseplan recorda os desafios colocados pela nova norma de contabilização dos alugueres (IFRS 16). “Embora só aplicável em 2019, tornou evidente a necessidade de termos informação de apoio preparada para esclarecer todas as dúvidas e questões dos nossos clientes. Por este motivo, no decorrer de 2018, desenvolvemos um ‘white paper’ sobre o impacto da IFRS 16 na contabilização dos alugueres, tendo sido realizadas duas sessões
MANUEL SOUSA ALD “A gestão das soluções automóveis existentes, através de modelos descontinuados, por homologar e uma base de dados de produto infindável em termos de CO2, provocou algumas dificuldades na apresentação de soluções aos nossos clientes”
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de esclarecimento a clientes sobre este tema, em parceria com a Deloitte”. MARGEM PARA CRESCER Ainda assim, todos concordam que 2018 foi mais um ano de consolidação deste setor, depois da crise de 2011/2015 e da recuperação encetada em 2016 e reforçada em 2017. Olhando para o futuro, aquilo que mais destacam são as oportunidades geradas pelo novo paradigma da mobilidade que está a chegar também às empresas. E que obriga os operadores a ajustamentos significativos. O presidente da ALF recorda que “a quebra apenas ocorreu nos anos de 2011 e 2012 sendo que, subsequentemente, veio a recuperar continuamente e em 2016 já se havia retornado a uma produção pré-crise”. Paulo Pinheiro salienta, no entanto, que muito mais do que um mero regresso à “normalidade”, o Renting vive uma fase de transformação, fruto não só de um novo paradigma de mobilidade, mas também da chamada “revolução tecnológica”, que tem contribuído para alargar a base de clientes desta solução. Neste sentido, “o Renting tem crescido sobretudo entre pequenas e médias empresas e particulares e tem ampla margem de manobra para continuar a crescer de forma sustentada nos próximos anos”. Um otimismo que, para o Diretor Geral da ALD Automotive, não está isento de desafios, já que 2019 será “um ano de crescimento para
frotas de energias mistas e mais responsáveis”, o que terá como consequência o “aumento das questões colocadas pelos clientes sobre as novas motorizações e alternativas existentes”. Manuel de Sousa dá um exemplo: “Apesar do ‘Total Cost of Ownership’ (TCO) de um veículo diesel ser normalmente mais vantajoso, face ao de um veículo elétrico, com a adição dos sistemas de despoluição, imposto sobre veículos e AdBlue, teremos num futuro próximo um cenário em que o TCO de um veículo a gasóleo poderá estar ao nível do TCO de um veículo elétrico, híbrido ou a gasolina”. Outro desafio que evoca é o da “aceitação destes novos serviços de mobilidade alternativa que nem sempre é fácil e imediata”. “Existe algum trabalho de sensibilização e evolução que tem de ser feito. Da nossa parte, o lançamento recente do Energy website mostra que estamos preparados, que temos um leque de novos serviços para oferecer e que estamos aptos a responder aos novos desafios de mobilidade”. Já Pedro Pessoa, da Leaseplan, garante que apesar dos bons ventos da economia, “nas grandes empresas, que eram a base de sustentação das frotas em Renting, os ajustamentos de frota e a maior racionalização na atribuição dos veículos, teve um impacto muito significativo que ainda não cessou. Por outro lado, a conquista de novas tipologias de clientes, sobretudo PME e Particulares, que já reconhecem as vantagens do Renting enquanto conceito
de mobilidade a custo fi xo, teve também um contributo positivo. Por este motivo, acreditamos que a tendência da conversão do Leasing e da compra direta em opções de Renting vai continuar a crescer em 2019”. Apesar de alguma incerteza quanto à evolução da economia e das vendas de automóveis, também a Arval acredita que o Renting continuará a evoluir favoravelmente, mas Gonçalo Cruz recomenda prudência nas previsões. “Olhar o mercado e a economia de forma pragmática, para que a nossa atividade esteja ajustada sem otimismos, tem sido um exercício que a Arval sabe fazer muito bem e, utilizamos esta nossa competência para ajudar os nossos clientes, na medida em que a frota automóvel representa, para a maioria das empresas, um custo considerável. Foi nesse sentido que, no período da crise, o foco da Arval foi muito mais naquilo que podíamos fazer para responder às necessidades dos clientes. Dessa forma, mantemos hoje a confiança dos nossos clientes e parceiros”. ESTABILIDADE FISCAL É ESSENCIAL Prevenir os efeitos da tempestade quando os ventos sopram de feição é o conselho sábio dos marinheiros experientes que também aqui se aplica. E, na verdade, ninguém tem dúvi-
GONÇALO CRUZ ARVAL “Esta instabilidade não condiciona a necessidade de mobilidade dos negócios e das pessoas nas empresas mas, claramente, o fator fiscal tem cada vez mais peso de decisão na análise de custos”
das de que os ventos favoráveis não vão durar para sempre. A este respeito um dos receios que todos partilham é o da estabilidade fiscal. Os efeitos nefastos causados pelas mexidas nas tabelas de Tributação Autónoma (matéria que só caiu na votação final do OE-2019) e o atabalhoamento do novo regulamento WLTP que ainda perdura, só vieram lançar maior incerteza quanto à persistência de uma paz fiscal duradoura, fundamental em todos os setores da economia. Como recorda o presidente da ALF, “os agentes tornam-se mais cautelosos na hora de investir. O setor do Renting não é exceção, sofrendo com a tendência de retração nas renovações de frotas ou na diminuição das gamas das viaturas adquiridas, que surgem sempre quando aumenta a incerteza fiscal”. Tanto mais que, como recorda o Diretor Comercial da Leaseplan, “a carga fiscal sobre o automóvel já é de tal forma pesada, que seria um erro tremendo fazer qualquer agravamento face à situação atual. Aliás, poderia inclusivamente ter um efeito oposto ao pretendido, com a redução da respetiva receita fiscal”. Pedro Pessoa recorda, contudo, que “independentemente da carga fiscal, o Renting continua a ter vantagens fiscais, uma vez que a
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Tributação Autónoma incide sobre os custos decorrentes da utilização com o veículo. Como a amortização é menor, a base sobre a qual incide o cálculo da TA é inferior”. Ainda sobre a questão fiscal e sobre o “apetite” que os sucessivos governos têm evidenciado para introduzir alterações aos diferentes regimes, Gonçalo Cruz garante que este “é um exercício crónico para as empresas, que devem considerar provisões nos seus orçamentos para eventuais aumentos de impostos nas suas frotas”. Segundo este responsável da Arval, “esta instabilidade não condiciona a necessidade de mobilidade dos negócios e das pessoas nas empresas mas, claramente, o fator fiscal tem cada vez mais peso de decisão na análise de custos”. E nessa análise de custos a temática das novas fontes de energia e, consequentemente, a nova tipologia das frotas, assume uma importância cada vez maior, como salienta o Diretor Geral da ALD Automotive, que não tem dúvidas de que “as políticas de viaturas terão que se ajustar a este novo paradigma. Ao contrário do passado, deve fundamentar-se a seleção da viatura em função do comportamento de utilização. A análise do Total Cost Mobility assume importância vital numa escolha racional e eficiente, sendo que nas frotas poderão coexistir diferentes soluções de propulsão”. Já Paulo Pinheiro, presidente da ALF, salienta que também neste caso o Renting tem desempenhado um papel fundamental ao “permitir às empresas fazerem as primeiras experiências com este tipo de veículos a custos controlados, dado que ainda persistem algumas questões, nomeadamente a duração das baterias, a distribuição e disponibilidade dos pontos de carregamento, o custo da manutenção e reparação e a desvalorização dos veículos, que têm vindo a ser paulatinamente solucionadas pelo franco desenvolvimento tecnológico”. ACONSELHAMENTO É FUNDAMENTAL Dúvidas que não impedem que as empresas estejam muito mais despertas para aquilo que eram, até aqui, as “soluções alternativas”. Pedro Pessoa, da Leaseplan, chama a atenção para o facto de “a procura de soluções mais sustentáveis ser uma realidade já hoje” e lamenta que a oferta seja ainda limitada, enquanto Gonçalo Cruz, da Arval acredita que “a exigência das metas ambientais e a sua consequência financeira para os construtores automóveis vai tornar mais sustentável o investimento na eficiência dos motores convencionais. Vamos por isso assistir à tendência para uma oferta de modelos cada vez mais diversificada em termos de motorização e tecnologia. A transição energética continuará a ser gradual e, acreditamos também que as políticas de sustentabilidade social sejam um fator de motivação para muitas empresas iniciarem ou introduzirem nas
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PAULO PINHEIRO ALF “O Renting tem crescido, sobretudo, entre pequenas e médias empresas e particulares e tem ampla margem de manobra para continuar a crescer de forma sustentada nos próximos anos”
suas frotas viaturas que permitam reduzir a sua pegada de carbono”. Esta crescente consciencialização, que crescerá na mesma proporção da oferta de produtos e soluções por parte dos construtores de automóveis, terá associadas diversas vantagens para as empresas, mas não deixará de potenciar dúvidas e tornar mais importante o papel dos operadores, com vista a auxiliarem os seus clientes a escolher as soluções mais convenientes para cada empresa. E, dentro dela, para cada tipologia de utilização. Uma preocupação essencial da ALD Automotive. “Cedo percebemos que poderíamos apoiar os nossos clientes numa escolha consciente e adaptada, através do lançamento da plataforma de consultoria digital: https://energy.aldautomotive.pt. Nesta plataforma cada condutor poderá conhecer o
seu perfil de utilização, as melhores soluções de acordo com o seu perfil, as possibilidades existentes em energias alternativas e ainda quais os benefícios destas mesmas energias”, explica-nos Manuel de Sousa. Três das principais empresas deste setor, bem como a associação que as representa, mostram-se, assim, confiantes quanto ao futuro, um otimismo cimentado na forma positiva como arrancou o ano de 2019 que, no caso da Arval, foi marcado pelo início de uma nova parceria com a Opel Financial Services e o BNP Paribas Personal Finance. “A nova oferta de Renting da Opel em todo o País, será comercializada através da marca Free2Move Lease do Grupo PSA para empresas e através da marca Opel Renting para o mercado particular”, explicou-nos Gonçalo Cruz. /
REPORTAGEM
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MERCEDES-BENZ PORTUGAL COM RESULTADOS HISTÓRICOS
NA CRISTA DA ONDA Nunca, em 30 anos, a Mercedes-Benz Portugal conseguiu resultados tão bons como em 2018, em que se estabeleceu como a terceira marca mais vendida entre os ligeiros de passageiros! E a dinâmica passou para 2019 com ambicioso plano de lançamentos TEXTO SÉRGIO VEIGA
A
O EQC, PRIMEIRO AUTOMÓVEL ELÉTRICO, SERÁ O GRANDE LANÇAMENTO DE 2019 QUE TAMBÉM CONHECERÁ O NOVO CLA, O A LIMOUSINE E O CLASSE E HÍBRIDO DIESEL «PLUG-IN» DESDE... 49.990 € PARA GRANDES FROTAS!
Mercedes-Benz está a comemorar o 30.º aniversário da sua presença em Portugal e com uma pujança como nunca teve em três décadas! Aproveitando os resultados recorde de 2018, tem já em curso um ano de 2019 pleno de novos lançamentos, alguns dos quais bem interessantes para o mercado das frotas. A começar pela nova tecnologia híbrida “plug-in” com motores diesel, mecânica exclusiva da marca da estrela, que junta os 54 km de autonomia elétrica aos baixos consumos do motor diesel. A estreia acontece já neste início do ano no Classe E – 306 cv no total, consumo de 1,7 l/100 km e emissões de CO2 de 38 g/km! –, com a versão E 300 de. Uma variante concebida especialmente para empresas que, no caso de grandes frotas, poderá ficar pelo imbatível preço de 49.990 €… Esta mesma mecânica “plug-in” diesel chegará ao Classe C em julho, enquanto em outubro haverá um GLE 350 de. Em paralelo continuarão as versões híbridas “plug-in” a gasolina apenas com a sigla “e”. Neste arranque de 2019, outro lançamento que pode interessar às empresas é o do Classe A Limousine, a mais recente carroçaria da “família A”, a oferecer mais espaço no habitáculo e maior bagageira por um acrescento de 1250 €, face às versões equivalentes do A de dois volumes. Esta é a forma como a Mercedes-Benz Portugal quer aproveitar a dinâmica vencedora com que terminou um 2018 memorável para a sua história de trinta anos, em que foi a terceira marca mais vendida a nível nacional entre os ligeiros de passageiros (16.464 unidades vendidas, 7,2% de quota de mercado, números nunca alcançados!), além de liderar o mercado de pesados, com 17,53% de quota de mercado. Nos ligeiros, uma boa parte da explicação está na excelente prestação do Classe A (35% das vendas) – a nova geração só foi lançada em Maio e ainda atingiu as 3124 unidades - e do que a marca considera a Classe B, composta pelo Classe B propriamente dito (em fim de vida), mais os CLA e o GLA (20%). NOVIDADES ABSOLUTAS: EQC E GLB! O seu CEO, Pierre-Emmanuel Chartier, destacou ainda outros aspetos que considerou positivos: como o aumento de 36% nas vendas de modelos AMG (205 unidades); os mais de cin-
co mil automóveis usados vendidos sob a “etiqueta” MB Certified; o crescimento dos seus serviços de assistência, com 138.274 unidades assistidas (+9,8%) e aumento de 4% na taxa de retenção de clientes; a elevada taxa de financiamento usado na compra dos seus carros, com 56% nos Mercedes e 68% nos smart; e a 3.ª posição no inquérito nacional de reputação de marca da estrela (atrás da Olá e Nestlé), bem à frente dos restantes construtores automóveis. E prometeu: “O ano de 2019 será bem excitante, com uma dúzia de novos produtos!”. Entre os quais se inclui o aparecimento da terceira marca da Mercedes (além da própria e da AMG), a EQ, com o primeiro modelo puramente elétrico, o EQC. Aguardado com enorme expetativa, o primeiro elemento da família EQ chegará no segundo semestre ao nosso mercado. Com a sua forma de SUV, conta com dois motores elétricos que somam 300 kW (408 cv), anunciando uma autonomia de 400 km no ciclo WLTP (consumo de 22,2 kWh/100 km) e 180 km/h de velocidade máxima. Será um dos pontos altos dos lançamentos da Mercedes para este ano… mas há muito mais, inclusive o lançamento de mais um SUV! Coloquemos, contudo, “ordem na casa” e comecemos pelo que se segue e que é, a 16 de fevereiro, o lançamento nacional do novo Classe B, com motorização diesel e caixa automática. Versão manual, mais em conta, só em junho, um mês antes de aparecer o muito esperado, pelas frotas, A 160d de caixa manual! Para março é esperado o “facelift” do GLE que terá uma opção que o transforma num veículo de sete lugares. Em maio chegará o novo CLA (o CLA Shooting Brake fica para setembro), com motores 1.5 diesel de 116 cv e o 1.3 a gasolina de 163 cv. O “facelift” dos GLC e GLC Coupé estarão disponíveis em junho e já com o recente diesel de dois litros e 194 cv, chegando uma variante “plug-in” a gasolina em outubro. No mês seguinte, grande novidade: confirma-se o lançamento de um GLB, para encaixar entre o GLA e o GLC, mas com uma particularidade, apesar das dimensões compactas, terá sete lugares de série! E assim a Mercedes espera construir um ano tão positivo como foi 2018, apesar dos constrangimentos colocados pelos aumentos dos preços nesta mudança para o ciclo WLTP. Novidades não lhe vão faltar! /
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CLIENTE
ANA CANTINHO – DIRETORA-GERAL BELTRÃO COELHO
“FROTA ELÉTRICA É MAIS FAVORÁVEL” Quase toda a frota da Beltrão Coelho passou a ser constituída por veículos elétricos, numa opção que é economicamente mais favorável para a empresa, quer a nível de custos de utilização, quer em termos fiscais TEXTO CARLOS MOURA PEDRO FOTOS JOSÉ BISPO
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“TÍNHAMOS OUTRA OPÇÃO A COMBUSTÃO E A DIFERENÇA NO VALOR DA RENDA MENSAL ERA POUCO SIGNIFICATIVA, MAS A TRIBUTAÇÃO AUTÓNOMA VEIO ALTERAR TODA A EQUAÇÃO”
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specializada em soluções de impressão e representante da Xerox em Portugal para toda a zona a sul de Coimbra, a Beltrão Coelho renovou quase toda a sua frota automóvel com veículos elétricos, tendo adquirido 17 Renault ZOE, num investimento de aproximadamente 300 mil euros. A empresa dispõe ainda de três automóveis Toyota Yaris Hybrid e três Peugeot 208 diesel que se destinam a assegurar as deslocações nas zonas onde a solução elétrica ainda levanta constrangimentos operacionais. A frota desta empresa com sete décadas no mercado destina-se a apoiar os serviços de assistência técnica e comerciais. “Não temos automóveis de função para diretores ou chefias, mas sim para quem necessita deles para trabalhar”, afirma Ana Cantinho, diretora-geral da Beltrão Coelho, adiantando que se trata de uma “ferramenta de trabalho”, designadamente para os vinte técnicos da empresa. “Além disso, todos os nossos carros são iguais, seja para quem for”, acrescenta a responsável. “Como diretora-geral tenho uma viatura que é igual à do técnico”, refere, salientando que essa é uma política de frota adotada há cerca de quatro anos. “Anteriormente havia alguma diferenciação com viaturas Peugeot 308 e 208, mas a introdução da tributação autónoma obrigou-nos a rever a nossa política de frota. Agora todos os nossos veículos pertencem ao segmento B”, explica a diretora-geral da Beltrão Coelho, sublinhando que essa é a solução “economicamente mais
“TIVEMOS DE OPTAR POR UMA SOLUÇÃO PRIVADA DE CARREGAMENTO PORQUE NÃO É FÁCIL CARREGAR NA REDE PÚBLICA, UMA VEZ QUE OS POSTOS, OU NÃO FUNCIONAM, OU ESTÃO SEMPRE OCUPADOS”
vantajosa” para a empresa. “Como se destina a uma utilização quotidiana, um veículo citadino é sempre uma melhor opção do que, por exemplo, uma carrinha. Mesmo para os técnicos, esta tipologia de veículo também se enquadra perfeitamente. Se for necessário levar uma peça ou outra de substituição para intervenção num equipamento, a sua dimensão é reduzida”. Além da tributação autónoma, os custos de utilização, o conforto e a qualidade são os critérios mais relevantes que a empresa leva em conta no seu plano de investimento para renovação de frota. “Quem está um dia inteiro dentro de um carro não pode sentir-se desconfortável. Nesse aspeto, a Peugeot tem sido uma marca de confiança nos últimos 12 anos porque os seus carros sempre foram muito fiáveis e confortáveis”, esclarece Ana Cantinho. Na mais recente aquisição, a Beltrão Coelho decidiu apostar em veículos elétricos e a escolha recaiu no Renault ZOE, equipado com a bateria de 41 kWh. “A nível pessoal, estava com vontade para mudar para o elétrico por motivos ambientais e económicos”, afirma a diretora-geral da empresa. “Experimentei o Renault ZOE e gostei muito. Achei-o muito confortável, silencioso e economicamente muito favorável. Como não sabemos bem qual vai ser o futuro dos veículos a combustão, em especial os diesel, e se vai continuar a ser permitida a sua entrada nas cidades, considerámos que seria uma alternativa interessante mudar para uma solução cem por cento elétrica, atendendo a que a maioria da nossa utilização é urbana”. Nesta opção também
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CLIENTE
BELTRÃO COELHO
“ANALISAREMOS A EXPERIÊNCIA. O CUSTO DE UTILIZAÇÃO DO ELÉTRICO DEVERÁ SER INFERIOR, MAS AINDA NÃO TEMOS HISTÓRICO PARA O CONFIRMAR. MAS O FUTURO ESTARÁ NO ELÉTRICO”
foram decisivos os benefícios fiscais aos veículos elétricos como a dedução do IVA e a tributação autónoma. “Tínhamos em cima da mesa outra opção a combustão e a diferença no valor da renda mensal era pouco significativa, mas a tributação autónoma alterou toda a equação a favor do elétrico”, justifica, adiantando que os valores que se têm de pagar ao Estado pela utilização das viaturas “são muito pesados para a empresa no final do ano”. Outra vantagem é a isenção do pagamento de estacionamento pelos veículos elétricos com dístico verde na cidade de Lisboa. “Desde que a zona onde temos a nossa sede passou a estar coberta pela EMEL, os nossos custos com estacionamento mais do que duplicaram”, refere Ana Cantinho. Em termos operacionais, a autonomia do Renault ZOE de 41 kWh cumpre as necessidades da empresa. “Em média, os nossos veículos percorrem diariamente entre 70 e 100 km. Nalguns casos nem chegam a fazer isso porque temos muitos clientes no centro de Lisboa e uma utilização em ambiente urbano é sempre mais favorável para uma viatura elétrica”. Para serviços que envolvam deslocações para fora da Grande Lisboa, designadamente Coimbra, Évora ou Algarve, a Beltrão Coelho dispõe dos tais Toyota Yaris Hybrid e Peugeot 208 diesel. DE RENTING PARA O LEASING Para apoiar o carregamento da frota elétrica, a empresa investiu na aquisição de cinco “wall-boxes” para as suas instalações, incluindo uma com uma potência de 22 kW e as restantes quatro com potência de 7,4 kW. “O objetivo é permitir o carregamento das viaturas dos técnicos e dos
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23 20.000 KM 3 ANOS 300.000 € VEÍCULOS NA FROTA
MÉDIA ANUAL
FINANCIAMENTO
CUSTO DA FROTA ELÉTRICA
comerciais durante a manhã”, explica a diretora-geral da Beltrão Coelho. “Tivemos de optar por uma solução privada de carregamento porque não é fácil carregar na rede pública, os postos ou não funcionam ou estão sempre ocupados. Temos de aproveitar as manhãs para ir carregando as baterias dos automóveis, fazendo cargas intermédias para não ser necessário esperar quatro horas para recuperar a capacidade total”. Nas residências de alguns colaboradores que vivem mais longe da sede – e sempre que é possível – a empresa também está a instalar pontos de carregamento para compensar a autonomia perdida nas deslocações casa-trabalho. A mudança para a frota elétrica também acarretou uma alteração na opção de financiamento destes veículos, que se traduziu na substituição do renting pelo leasing e por uma diminuição da
duração dos contratos de quatro para três anos. Os veículos de combustão continuam a ter contratos de renting, sendo o seu prazo também de três anos. “A diferença de opções reside na interpretação do tratamento fiscal”, afirma Ana Cantinho, diretora-geral da Beltrão Coelho. “O Código do IVA diz que um veículo elétrico está isento de IVA em caso de locação operacional ou financeira. A minha interpretação é que se trata de uma locação operacional, mas o nosso contabilista considera que é financeira. Pedimos um esclarecimento às Finanças, mas a resposta não chegou em tempo útil. Pelo seguro, optámos pelo leasing destas viaturas. Em termos de renda mensal, os valores para um contrato de leasing ou de renting são muito semelhantes”. A diminuição do prazo dos contratos deve-se à necessidade da empresa de se proteger face à evolução tecnológica: “Não sabemos o que será o futuro e quatro anos parece-nos um horizonte demasiado longínquo pelo que reduzimos a duração do prazo para três anos”, explica Ana Cantinho. O mesmo princípio se aplicou às baterias dos veículos elétricos, que têm contrato de aluguer mensal, enquanto as viaturas dispõem de contratos de manutenção. Toda a frota da empresa é gerida internamente. A dimensão não deverá ter grandes oscilações a curto e médio prazo. No futuro, a empresa admite voltar a investir em veículos elétricos. “Vamos analisar esta experiência. Segundo as nossas contas, o custo de utilização do elétrico deverá ser inferior, mas ainda não temos histórico para o confirmar. Penso, no entanto, que o futuro estará no elétrico”, conclui a responsável da Beltrão Coelho. /
FROTA
BERNARDO VILLA, DIRETOR DE VENDAS E MARKETING DA SMART
ELETRIFICAÇÃO É ESTÍMULO PARA A SMART Portugal e as empresas nacionais adoram a smart. Prova disso é o facto de a marca alemã ter no nosso país a maior quota de mercado a nível mundial! Em ano de “migração” para marca 100% elétrica, os resultados alcançados são muito estimulantes, como nos salienta Bernardo Villa, Diretor de Vendas e Marketing da smart em Portugal.
E
m 2018 a smart teve em Portugal o seu melhor ano de sempre, com 3205 unidades vendidas, a que corresponde uma quota de mercado de 1,4%, “a maior a nível mundial”, como salienta Bernardo Villa. O Diretor de Vendas e Marketing da smart em Portugal refere que 11% das vendas (347 unidades) foram elétricas, o que constitui um estimulo no caminho que a marca está a fazer para se tornar 100% elétrica. “Estamos em sintonia com o crescimento verificado ao nível dos modelos elétricos em Portugal, pelo que acreditamos que esta alteração será natural para os clientes”. A decisão de tornar a smart 100% elétrica foi anunciada há um ano. Tomariam hoje a mesma decisão? A atitude dos clientes é encorajadora a esse respeito? Sim, sem dúvida. A smart é uma marca que desde o primeiro momento está preparada para a eletrificação; foi esse o nosso ponto de partida em 1998. Acreditamos que hoje, com a tecnologia e o “mindset” correto, é a melhor altura para a smart encarar o seu destino e ser a primeira marca a converter totalmente o seu portfólio em modelos 100% elétricos.
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Como correu, em 2018, esta transição em Portugal, comparativamente a processos semelhantes registados na Europa? Fomos mais ou menos renitentes? Como referi, a smart nasceu como um conceito muito à frente do seu tempo – ser uma marca 100% elétrica. Este movimento, há muito esperado, sobretudo na Europa, foi comunicado em Setembro 2017 no decorrer do IAA e desde logo aceite por todos os países em que a marca é comercializada. Desde então, como é do conhecimento público, vários foram os movimentos da sociedade para a adoção e desenvolvimento das infraestruturas que viabilizassem a mobilidade elétrica. Portugal não é exceção, muito pelo contrário, pois desde 2010 que o país se tem vindo a preparar para esta mudança de paradigma, sobretudo em ambiente urbano.
“A SMART NASCEU COMO UM CONCEITO MUITO À FRENTE DO SEU TEMPO – SER UMA MARCA 100% ELÉTRICA”
MOTORES A COMBUSTÃO AINDA EM 2019 Quantos smart elétricos foram vendidos em 2018?. Admitindo a manutenção destes números a marca seria viável? E a rede? Comercializámos em 2018 um total de 3205 unidades, das quais 347 unidades foram modelos elétricos. Ou seja, 11%
das nossas vendas já foram elétricas. Estamos ainda numa fase de “rump-up”, quer de produção, quer de vendas, mas 2019 será ainda um ano com motores a combustão. A partir de 2020, esperamos um ajuste em termos do volume de vendas, para logo de seguida voltarmos aos números que registamos no momento. A manutenção de um smart elétrico é muito menos exigente. Isto traduz-se numa dupla perda para a rede. Como vão lidar com isso? Tal como referi na resposta anterior, 2019 será ainda um ano de motores a combustão, o
que vem complementar o efeito que as vendas dos últimos anos têm tido ao nível do parque circulante, prevendo-se que a atividade oficinal não seja afetada num futuro próximo. Paralelamente estamos a desenvolver, e a focar-nos, cada vez mais na prestação de novos serviços que vão ao encontro das expetativas e necessidades dos clientes com viaturas elétricas. O smart electric ainda tem um preço elevado mesmo para algumas empresas. Estão a estudar algum mecanismo de incentivo?
Por exemplo, financeiro ou um mecanismo de renting mais favorável? O smart EQ fortwo é a viatura mais bem preparada para o desafio da mobilidade do futuro nas principais metrópoles. Por 22.600 € euros (sem incentivo financeiro) e um nível de equipamento comparável ao dos motores a combustão mais vendidos no mercado nacional (smart fortwo coupe 90cv, linha passion), o smart EQ fortwo é apenas 6000 € mais caro. Se a esta diferença deduzirmos o incentivo financeiro de 2250€, benefícios fiscais que o governo manteve para 2019 e os vários incentivos locais, como por exemplo,
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FROTA
SMART PORTUGAL
o não pagamento de estacionamento público na cidade de Lisboa, rapidamente provamos que a diferença no investimento inicial não só será alcançada num curto espaço de tempo, como o smart elétrico se tornará bastante mais económico numa utilização diária urbana. VALORES RESIDUAIS NÃO PREOCUPAM As gestoras de frotas estão recetivas a esta alteração? Ou seja, os valores residuais (e as rendas) dos elétricos ainda são um problema. Como pensam contorná-lo? Da experiência que temos, não esperamos para os modelos smart EQ fortwo e forfour alterações substanciais de valor residual. Muito pelo contrário! A mobilidade elétrica está ainda numa fase inicial e, face a todas as previsões de restrições à circulação de motores a combustão nas principais cidades do Mundo, pensamos que rapidamente será a única solução de mobilidade urbana. Assim sendo, não vemos por que razão os VR terão de ser infe-
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riores. Por outro lado os modelos smart EQ fortwo e forfour têm uma garantia da bateria de oito anos ou 100.000 km, valores que cobrem perfeitamente o normal ciclo de trocas de uma aquisição em renting.
“O SMART ELÉTRICO TORNA-SE BASTANTE MAIS ECONÓMICO NUMA UTILIZAÇÃO DIÁRIA URBANA”
Os canais próprios da MB Portugal terão um peso crescente na satisfação das necessidades dos clientes? Os mecanismos financeiros internos serão cada vez mais importantes? Como é natural, e como tem vindo a acontecer ao longo dos últimos anos, as financeiras das marcas têm efetuado um enorme trabalho em termos de desenvolvimento de novas soluções e serviços de valor acrescentado que permitam dar ao cliente produtos financeiros ajustados às suas necessidades. Em relação à smart, atualmente, 68% das nossas vendas são financiadas pela Mercedes-Benz Financiamento, pelo que, naturalmente, esse será um caminho que continuaremos a desenvolver. /
ENSAIO
SMART EQ FORTWO
O ESPECIALISTA DA SELVA URBANA Rápido, ágil e pequenino, o smart EQ fortwo tem muitas qualidades para servir uma frota que opere numa área metropolitana, com baixos custos de utilização e autonomia suficiente para o dia-a-dia TEXTO SÉRGIO VEIGA
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uma altura em que “chovem” modelos elétricos de grande porte e com autonomias de 400 km, há quem ache que este é o único que faz realmente sentido como “emissões zero”. Não seremos tão radicais, mas o smart fortwo nasceu para ser elétrico e só faltava que a tecnologia evoluísse para que o pequenote assumisse, finalmente, o seu… desígnio. Nesta nova geração, tudo se encaixou na perfeição e o smart fortwo elétrico até teve direito à “insígnia” EQ que, na Daimler, passou a designar tudo o que se move sem emissões. E este EQ fortwo mexe-se bem, ágil e geniquento, desafiante até no trânsito citadino. Quando queremos manobrar rapidamente no aperto
SMART EQ FORTWO PASSION
TCO
CUSTO TOTAL DE PROPRIEDADE
PVP VR DEP MAN € ENERGIA UTILIZ
22.495 € 9898 € 12.597 € 1191 € 13.788 € (17,24 €)
PVP – Preço de Venda ao Público. Não inclui negociação da marca / VR – Valor residual / DEP – Depreciação / MAN – Custos com manutenção programada (exclui pneus) / COM – Custos com combustível / UTILZ – Custo total de utilização para a totalidade do contrato (entre parêntesis, custo por 100 km). Todos os valores em Euros para a duração considerada (4 anos / 80 mil km)
FINANCIAMENTO
EQUIPAMENTO
RENDA - 481 € 4 anos/80 000 km INCLUI Manutenção; Seguro; Assistência em Viagem; Substituição de Pneus ilimitada; Veículo de Substituição; IUC. Valor inclui IVA Contrato Arval
Assistentes ativo de travagem, de vento lateral e de arranque em subidas; Controlo da pressão dos pneus; Cruise control; Airbag de joelhos condutor; Volante multifunções; Computador de bordo; AC automático; Cabo de carregamento para wallbox e bolsa; Carregador de bordo de 4,6 kW; Jantes em liga leve (15’’); Sistema áudio smart com AUX/USB, Bluetooth e áudio streaming.
TÉCNICA PREÇO 22.495 € // MOTOR ELÉTRICO; 82 CV // BINÁRIO 160 NM // TRANSMISSÃO AUTO. 1 VEL. // BATERIA 17,6 KWH // PESO 1085 KG // COMP./LARG./ALT. 2,69/1,66/1,56 M // DIST. ENTRE EIXOS 1,87 M // MALA 230 L // DESEMPENHO 11,5 S 0-100 KM/H; 130 KM/H VEL. MÁX // CONSUMO 13 (13,6*) KWH/100 KM // AUTONOMIA 160 (130*) KM // EMISSÕES CO2 0 G/KM // IUC 0 €
AGILIDADE / CUSTOS DE UTILIZAÇÃO PREÇO / USO LIMITADO
*As nossas medições
MOTOR ELÉTRICO 82 CV
11,5 S
13 KWH
0 G/KM
0-100 KM/H
100 KM
CLASSE A
0€ IUC
VISUAL O EQ fortwo das fotos é uma versão Brabus com acabamentos nightsky, mais rica em detalhes, mas considerámos para efeitos de teste o nível Passion, mais acessível e mais adequado para as frotas
da urbe há dois dados do EQ fortwo que fazem toda a diferença: 4,9 s dos 0 a 60 km/h e 6,95 m de diâmetro de viragem entre passeios! Este último será comum a todos os fortwo, pelo facto de a mecânica estar colocada atrás. No caso deste EQ falamos de um motor elétrico de potência máxima de 60 kW (equivalente a 82 cv) e 160 Nm, mais a bateria de iões de lítio com 96 células e 17,6 kWh de capacidade. Colocada atrás dos bancos e no “chão”, o que baixa o centro de gravidade deste fortwo, ajudando-o nas curvas. De série, o EQ fortwo tem um carregador de bordo de 4,6 kW que garante uma carga de 10 a 80% da bateria (é este o “mindset” de utilização de um elétrico) em 3,5 horas numa “wallbox” ou posto público ou em 6 horas numa tomada doméstica. Com a função Eco ligada e uma condução tranquila – sem “pisar ovos”, mas sem acelerações bruscas – obtivemos uma autonomia real de 130 km, suficiente para muitos dos percursos diários em cidade. E com um conforto e um prazer na resposta ao acelerador que os outros smart não conseguem proporcionar. É claro que o smart EQ fortwo não é barato. Os smart fortwo não são baratos, em função
das suas limitações e especificidades, muito menos seria a versão elétrica. Numa comparação absoluta, pelo preço deste EQ fortwo há já muitos familiares médios no mercado… Mas a questão não pode ser vista dessa forma simplista, pois o smart EQ fortwo é uma “ferramenta” específica, quase um especialista na “selva urbana” em que os carros viajam, maioritariamente, com um ou dois ocupantes, em percursos curtos e espaços poluídos e “sobrepovoados”. Não é este o cenário típico de uma frota de comerciais ou técnicos que operem numa grande urbe e zonas limítrofes? Por fim, há o decisivo cálculo de custos… Sim, o investimento inicial é elevado (embora haja incentivos fiscais à compra de elétricos) e a renda mensal para um “renting” a 4 anos/80.000 km, segundo dados da Arval, é alta. Mas os custos de utilização (17,24 €/100 km) são incrivelmente baixos, há diversos benefícios fiscais, nomeadamente na Tributação Autónoma, e são já vários os concelhos em que os veículos elétricos não pagam estacionamento. Argumentos que tornam o smart EQ fortwo numa interessante hipótese para frotas que operem em áreas metropolitanas. /
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CARRO DO MÊS
OPEL GRANDLAND X 1.5 TURBO D
O SUV QUE FALTAVA O concorrido segmento dos SUV conta com mais um membro, o Opel Grandland X que, pela alteração que o Governo introduziu no tarifário das portagens, passou a pagar classe 1 com Via Verde. E, assim, o maior SUV da Opel pôde apresentar-se na “luta” com todos os argumentos! TEXTO MARCO ANTÓNIO FOTOGRAFIA JOSÉ BISPO
4 CIL.
11,3 S
4,2
110 G/KM
DIESEL
0-100 KM/H
L/100 KM
CLASSE C
130 CV
146,79 € IUC
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CARRO DO MÊS
OPEL GRANDLAND X 1.5 TURBO D
A
alteração à cobrança de portagens que incluiu o Grandland X na classe 1 (com Via Verde) fez com que a Opel decidisse lançar em Portugal o seu maior SUV, um ano depois de ter chegado aos outros mercados europeus, contribuindo para que, juntamente com o Mokka X e o Crossland X, a marca alemã seja a mais vendida no segmento dos SUV na Europa! Esta é uma boa notícia, não só para os clientes particulares como para as empresas que começam a mostrar interesse por este tipo de veículos, em troca de propostas mais conservadoras que normalmente marcam a agenda dos quadros médios. Agora que este modelo pode usufruir da tarifa mínima nas autoestradas, é natural que o interesse renasça. O mesmo se passa com o Mokka X que nunca teve grande sucesso em Portugal pelas mesmas razões. A passagem a Classe 1 é uma boa notícia, embora continue a ser incompreensível que carros por terem mais de 1,10 metros de altura ao eixo da frente tenham de utilizar este subterfúgio para conseguirem ultrapassar uma lei que, para ser justa, devia permitir a passagem a classe 1 sem a necessidade de Via Verde...
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TURBO FROTAS FEVEREIRO 2019
ESPAÇOSO Assentando sobre uma plataforma já (re)conhecida, o SUV maior da Opel tem um habitáculo desafogado que permite o transporte de cinco adultos em boas condições de conforto, nomeadamente os três do banco traseiro
UMA BOA PARCERIA À semelhança do Crossland X, o novo SUV da Opel é fruto das sinergias entre a Opel e o Grupo PSA , até antes do processo de aquisição que teve como protagonista o português Carlos Tavares, CEO do grupo francês. Os últimos resultados operacionais da marca alemã são já o resultado da sua gestão e de uma estratégia que passa por uma redução negociada de postos de trabalho e por uma partilha sistemática de elementos e processos de fabrico e compras comuns.
Independentemente da política comum adotada o Grandland X mantém a identidade da marca alemã pela manutenção de um conjunto de valores e sistemas. Isso não invalida que o seu aspeto tenha algumas parecenças com o Peugeot 3008 com o qualdivide boa parte de elementos e órgãos mecânicos. A primeira partilha é da plataforma que, sendo elemento estruturante, é um dos elementos mais caros de um automóvel, juntamente com o motor. Não admira, pois, que a plataforma EMP2
OPEL GRANDLAND X 1.5 TURBO D
TCO
FINANCIAMENTO
EQUIPAMENTO
RENDA - 409 € 4 anos/80 000 km INCLUI Manutenção; Seguro; Assistência em Viagem; Substituição de Pneus ilimitada; Veículo de Substituição; IUC. Valor inclui IVA Contrato Arval
ESP Plus; Monitorização da pressão dos pneus; HSA; Alerta de cansaço do condutor, de colisão e de faixa com correção automática; Travagem de emergência; Reconhecimento dos sinais de trânsito; Sensores de luz e chuva; IntelliLink; Cruise Control; Sensores de estacionamento traseiros; Kit de reparação de pneus Opções: Faróis de LED AFL (1200 €); Bancos a couro e tecido (400 €); Vidros traseiros escurecidos (200 €).
CUSTO TOTAL DE PROPRIEDADE
PVP VR DEP MAN € COMB. UTILIZ
32 546 € 13 018 € (40%) 19 528 € 3 021 € 4 287 26 836€ (33,55 €)
PVP – Preço de Venda ao Público. Não inclui negociação da marca / VR – Valor residual / DEP – Depreciação / MAN – Custos com manutenção programada (exclui pneus) / COM – Custos com combustível / UTILZ – Custo total de utilização para a totalidade do contrato (entre parêntesis, custo por 100 km). Todos os valores em Euros para a duração considerada (4 anos / 80 mil km)
TÉCNICA PREÇO 32.546 € // MOTOR Gasóleo; 4 cil.; 1499 C.C.; 130 CV; 3750 RPM // RELAÇÃO PESO/POTÊNCIA 11 KG/CV // TRANSMISSÃO Manual de 6 velocidades // PESO 1435 KG // COMP./LARG./ALT. 4,47/1,85/1,60 M // DIST. ENTRE EIXOS 2,67 M // MALA 514-1652 L // DESEMPENHO 11,3 S 0-100 KM/H; 195 KM/H VEL. MÁX. // CONSUMO 4,2 (6,5*) L/100 km // EMISSÕES CO2 110 G/KM (Classe C) // IUC 146,79 €
MOTOR / MALA / CLASSE 1
ESTILO INTERIOR CONSERVADOR / KIT DE REPARAÇÃO DO PNEU
*As nossas medições
INTELLILINK Bem enquadrado no tablier, é neste ecrã que se comandam um sem número de funções e sistema
CAIXA MANUAL A versão ensaida tinha caixa manual de seis velocidades, de utilização suave e a ajudar a controlar os consumos
FEVEREIRO 2019 TURBO FROTAS
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CARRO DO MÊS
OPEL GRANDLAND X 1.5 TURBO D
BOA ARRUMAÇÃO De acesso fácil, a mala tem uma generosa capacidade de 515 litros que pode chegar a gigantescos 1652 l. O desempenho do Grandland X Turbo D permite viagens confortáveis, com um rolar suave e um motor que consegue consumos bem interessantes
seja usada por muitos modelos da Peugeot, Citroën e DS. A modularidade desta plataforma faz prever que, à semelhança da Peugeot com o 5008, também a Opel venha a ampliar a lotação até aos sete lugares. Como acontece com muitos SUV desta classe, o Opel Grandland X também não contempla a opção da tração às quatro rodas. Em vez disso oferece a opção de um sistema (grip control) que melhora as capacidades de tração em terrenos de baixa aderência como neve, areia ou lama, usando para isso obrigatoriamente pneus mistos. Se pensarmos que a maioria dos utilizadores de SUV poucas ou nenhumas vezes se aventuram por caminhos mais radicais, faz sentido esta decisão de não dotar o Grandland X de tração às quatro rodas, pois isso, além de aumentar o peso, iria onerar o preço final. Neste caso, a maior altura ao solo, os razoáveis ângulos de ataque, saída e ventral e a adaptação da tração às condições de aderência dão e sobram para eventuais “aventuras”, conforme pudemos comprovar neste ensaio do mês. MOTOR SUPER ECONÓMICO Outra partilha relevante é a do motor 1.5 Turbo Diesel, a última realização no domínio do Diesel do Grupo PSA. À semelhança do que constatámos noutros modelos, esta motorização carateriza-se essencialmente pelo seu baixo consumo, emissões reduzidas e por um funcionamento muito suave e progressivo, ainda
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TURBO FROTAS FEVEREIRO 2019
que no interior o ruído marque presença. Que pode ser atenuada com a transmissão automática de 8 velocidades da Aisin que não só tem um escalonamento potenciador das características deste motor Diesel, como possui uma gestão eletrónica mais apurada. Para além de suavizar o funcionamento do motor e, consequentemente, reduzir o ruído no interior, a transmissão automática tem, neste caso, a vantagem de potenciar algumas prestações como as recuperações e, dessa forma, reduzir os consumos em certas circunstâncias. Oficialmente a diferença é de 4,1 l/100 km para a versão manual para 4,2 l/100 km da versão automática, o que contribui para um custo de combustível da ordem dos 4287 € para uma duração do contrato de 4 anos e 80.000 km. Este motor de 130 cv (que substitui o anterior 1.6 litro de 120 cv) é, para já, a opção Diesel disponível. A outra é o motor 1.2 Puretech de 3 cilindros a gasolina e com a mesma potência, mas não com o mesmo desempenho, por não ter um binário tão elevado. Ainda que esteja afinado para trabalhar com mais eficácia na redução dos consumos e das emissões por via de um aumento da pressão de injeção (250 bar), a verdade é que gasta um pouco mais. Mesmo assim, pode ser uma opção a considerar por ser 3 mil euros mais barato. Mais tarde estão previstas outras versões, nomeadamente uma versão híbrida “plug-in” com tração às quatro rodas, pela colocação do motor elétrico no eixo traseiro.
NEGÓCIO INTERESSANTE Mesmo com todas estas sinergias a Opel esforçou-se por diferenciar o GrandlandX do 3008. Esteticamente, nos materiais e nos conteúdos. Isso é visível ao entrarmos no habitáculo e percecionamos uma qualidade superior e um “design” mais conservador. Desde logo o volante que tem um tamanho normal, ao mesmo tempo que a instrumentação segue o esquema tradicional, sem que isso signifique que o Opel abdica da digitalização concentrada no sistema IntelliLink, a que podemos aceder a partir do ecrã colocado no topo e a meio do tablier. A habitabilidade é ampla, por isso acolhe bem cinco passageiros adultos e a mala tem um tamanho generoso de 515 litros (1652 litros se rebatermos os bancos) e um acesso fácil. O teto panorâmico é uma das opções disponíveis, o que confere ao interior maior luminosidade. Rápido nas reações o Opel GrandlandX com este motor mostrou ser a opção certa para quem percorre muitos quilómetros, ainda que um contrato de 4 anos e 80.000 km – com uma renda mensal de 409 €, segundo contrato da Arval– limite sempre essa possibilidade... Com um preço de venda ao público de 32.546 €, a desvalorização ao fim do tempo do contrato considerado é de 19.528 €, o que dá um valor residual que ultrapassa ligeiramente os 13 mil euros, enquanto os custos de manutenção se situam nos 3000 € e os de utilização nos 33,55 €/100 km, valor considerado razoável. /
ENSAIO
PEUGEOT 508 1.5 BLUEHDI
A ESCOLHA CERTA Quando pensamos que já não há mais imaginação para fazer carros diferentes, eis que somos surpreendidos pela Peugeot, ao criar um 508 radicalmente diferente do seu antecessor. O novo motor 1.5 BlueHDi de 130 cv cai, neste caso, como uma luva ao posicionar-se na perfeição no negócio das frotas TEXTO MARCO ANTÓNIO
E
ste é o último motor Diesel que o Grupo PSA irá fazer, segundo anunciou a própria empresa. Certo é que o seu desempenho é muito bom, quer do ponto de vista dinâmico, quer sob a perspetiva ambiental. Para além de reduzir significativamente os óxidos de nitrogénio, os baixos consumos diminuem o CO2 e as partículas são quase todas incineradas por um filtro de partículas mais eficaz. O resultado é tão bom que este 1.5 BlueHDI cumpre já a futura regra ambiental prevista para 2020. Não admira que, além do 508, muitos outros modelos, nomeadamente da Opel (como o Grandland X das páginas anteriores) usem a mesma motorização que substituiu o anterior 1.6 BlueHDi de 120 cv. O baixo nível de consumos reduz, não só a fatura energética com custos de combustível da ordem dos 3973 euros ao fim de 80 mil quilómetros, como diminui os custos de utilização (TCO), enquanto as emissões de CO2 baixam os custos da componente ambiental. Este é um fator que torna esta opção bastante atrativa para o negócio das frotas, em que o preço de venda é naturalmente negociável e abaixo dos 35 mil euros propostos como preço de venda ao público, beneficiando por essa circunstância a tributação autónoma a pagar. Mas o novo 508 atrai por outros aspetos e um deles é uma silhueta que torna a sua presença muito forte, capaz de seduzir uma faixa de clientes que, muitas vezes, por uma questão de estatuto preferem os modelos “premium”. O impacto que o novo 508 causa junto das pessoas traduz bem esse sentimento e também esse posicionamento próximo de Audi A4, do BMW Série 3 ou do Mercedes Classe C.
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A sua forma que combina o estilo berlina e coupé, não sendo inédita resulta bem, daí os vários elementos que o diferenciam de uma berlina clássica como a zona traseira mais inclinada, a ausência de molduras nas portas ou uma assinatura luminosa única à frente e atrás, onde os faróis de LED marcam a sua presença. Estas inovações fizeram com que, ao contrário do que é habitual, as dimensões exteriores sejam mais pequenas que as do antecessor. Sabendo que o estilo é uma das grandes motivações de compra, a Peugeot acertou em cheio, à semelhança do que aconteceu no passado com o 407 Coupé ou mais recentemente com o RCZ. Mais pequeno não significa mais acanhado no interior, onde a marca francesa tentou não afetar muito a habitabilidade, usando para isso vários truques, como o desenho diferente dos bancos, enquanto a mala até melhorou um pouco a sua capacidade (487 litros) e a acessibilidade, pela existência da quinta porta. Mas se a acessibilidade à mala melhorou, o mesmo não se passa em relação aos lugares traseiros devido à forte inclinação da carroçaria junto do pilar C. Uma inclinação que afeta igualmente a visibilidade que fica reduzida ao mínimo com três pessoas atrás, obrigando-nos a socorrer de todas as ajudas existentes para superar a perda de visão. E se as versões mais caras contemplam a câmara de marcha atrás, esta versão mais económica só tinha sensores de estacionamento. O ambiente a bordo é outro fator valorizado pelo estilo e por um vasto conjunto de equipamento como a última geração do sistema i-cockpit, aqui mais completo e personalizado. Assim, ao lado da instrumentação digital, nasceu um ecrã tátil com alguns atalhos diretos num desenho
4 CIL.
9,7 S
3,8 L
101 G/KM
DIESEL
0-100 KM/H
100 KM
CLASSE A
130 CV
146,79 € IUC
NOVA GERAÇÃO I-COCKPIT Mantendo o volante mais pequeno e a instrumentação elevada, a nova geração do i-Cockpit introduz mais funções e um funcionamento mais intuitivo
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ENSAIO
PEUGEOT 508 1.5 BLUEHDI
A IMPORTÂNCIA DO ESTILO O design do novo 508 é o seu principal cartão de visita. Um cartão de visita complementado por outros dados importantes como sejam o equipamento, uma gama de motores em que se destaca este 1.5 BlueHDi e muita tecnologia digital
PEUGEOT 508 1.5 BLUEHDI
TCO
FINANCIAMENTO
EQUIPAMENTO
CUSTO TOTAL DE PROPRIEDADE
PVP VR DEP MAN € COMB. UTILIZ
35 292 € 16 234 € 19 058 € 1 401 € 3 973 € 24 432 € (30,5€)
PVP – Preço de venda ao público. Não inclui negociação da marca / VR – Valor Residual / DEP – Depreciação / MAN – Custos de manutenção programada (exclui pneus) / COM – Custos com combustível / UTILZ – Custo total de utilização para a totalidade do contrato (entre parêntesis, custo por 100 km). Todos os valores em euros para a duração considerada (4 anos / 80 mil quilómetros)
RENDA - 465 € 4 anos/80 000 km INCLUI Manutenção; Seguro; Assistência em Viagem; Substituição de Pneus ilimitada; Veículo de Substituição; IUC. Valor inclui IVA Contrato Arval
Série: Airbags laterais; Airbags de cortina; Sistema de navegação; Sensores de parqueamento à frente e atrás; Sensores de chuva e luz; Bluetooth; Cx. man. de 6 vel.; Cruise Control; LED; Acesso mãos livres; i cockpit Opções: Pack Drive Assist/ Safety; Teto de abrir
TÉCNICA PREÇO 35 292 € // MOTOR 4 cil.; 1499 c.c.; 130 CV; 3750 rpm // RELAÇÃO PESO/POTÊNCIA 10,8 KG/CV // TRANSMISSÃO Manual de velocidades // PESO 1415 KG // COMP./LARG./ALT. 4,75/1,84/1,40 M // DIST. ENTRE EIXOS 2,79 M // MALA 487 - 1537 L //DESEMPENHO 9,7 S 0-100 KM/H; 235 KM/H VEL. MÁX. // CONSUMO 3,8 (5*) L/100 KM // EMISSÕES CO2 101 G/KM // IUC 146,79 € *As nossas medições
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ESTILO / EQUIPAMENTO
VISIBILIDADE/ ACESSIBILIDADE
tipo teclas de piano, a várias funções como o sistema de navegação, climatização, rádio ou telefone. Num plano inferior surge o comando da caixa manual de seis velocidades com o punho em alumínio (a caixa automática de oito velocidades é opção a ter em conta), juntamente com o travão elétrico e o botão que permite mudar o modo de condução do mais económico ao mais desportivo. Embora a versão 2.0 BlueHDi de 160 cv também seja opção a ter em conta neste competitivo mercado das empresas, não tem o mesmo argumento deste 1.5 BlueHDi de 130 cv cujo diferencial de preço ainda é significativo. Para além de outras variáveis importantes neste negócio, como o IUC ou os custos globais de utilização, mas conhecido por TCO e que, nesta caso, se situam nos 24.432 euros para o prazo escolhido (4 anos e 80.000 km), ou seja, uma média de 30,54 €/100 km. Os custos de manutenção são também mais reduzidos e situam-se nos 1401 euros, enquanto a renda mensal proposta pela Arval para o mesmo período de tempo é de 465 euros. Em resumo, a nova geração do Peugeot 508 promete revolucionar e introduzir uma nova dinâmica, num segmento dominado pela Audi, BMW e Mercedes que fazem valer os seus argumentos no mercado das empresas, onde a marca francesa quer agora entrar em força. /
NAS BANCAS
O GUIA INDISPENSÁVEL PARA QUEM VAI COMPRAR CARRO
ENSAIO
MERCEDES E 300 D STATION
QUANDO A EXCELÊNCIA NÃO BASTA Mesmo que chegada da versão híbrida plug-in do bloco turbodiesel de 2.0 litros retire espaço à Mercedes E 300 d Station não restam dúvidas de que estamos perante uma das melhores propostas entre as carrinhas de prestígio TEXTO JÚLIO SANTOS
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TURBO FROTAS FEVEREIRO 2019
Q
u a ndo condu z i mos a Mercedes E Station 300 d, equipada com a nova versão de 245 cv do motor turbodiesel de 2.0 litros, já sabíamos que estávamos perante um automóvel com qualidades insuspeitas mas que não iria ter vida fácil. Tudo por culpa da chegada da versão “eletrificada” deste mesmo bloco de quatro cilindros que reúne um conjunto insuperável de argumentos: a potência sobe para 306 cv, o binário alcança uns impressionantes 700 Nm e o consumo combinado (oficial) cai de 6.0 litros aos 100 km para 1,6 litros, nos primeiros 100 km, ou seja, considerando que é possível percorrer os anunciados 50 km em modo elétrico. Além disso, este 300 de custa o mesmo da versão 300 d (72 mil euros) e as empresas gozam de benefícios fiscais que devem ser ponderados.
MERCEDES E 300 D STATION
TCO
FINANCIAMENTO
EQUIPAMENTO
RENDA - 935 € 4 anos/80.000km INCLUI Manutenção; Seguro; Assistência em Viagem; Substituição de Pneus ilimitada; Veículo de Substituição; IUC. Valor inclui IVA Contrato Arval
Linha Design AMG (2237€) Dois assentos adicionais na bagageira (1906€) Pack Estacionamento Remoto (1845€) Ar condicionado Sistema de navegação Cruise control Linha design Interior AMG Jantes 20 polegadas Suspensão Agility Control Active Brake Assist Assistente de Ângulo Morto
CUSTO TOTAL DE PROPRIEDADE
PVP VR DEP MAN € COMB. UTILIZ
73 895 € 32 514 € 41 381 € 2858 € 5437 € 49 677 € (62,10)
PVP – Preço de Venda ao Público. Não inclui negociação da marca / VR – Valor residual / DEP – Depreciação / MAN – Custos com manutenção programada (exclui pneus) / COM – Custos com combustível / UTILIZ – Custo total de utilização para a totalidade do contrato (entre parêntesis, custo por 100 km). Todos os valores em Euros para a duração considerada (4 anos / 80 mil km)
TÉCNICA PREÇO 73 895 € // MOTOR 245CV // BINÁRIO 500 NM // TRANSMISSÃO Traseira Auto 9 vel. // PESO 1755 KG // COMP./LARG./ALT 4,93/1,85/1,48 M // DISTÂNCIA ENTRE EIXOS 2,93 M // MALA 610 L // DESEMPENHO 6,2 S 0-100 KM/H; 250 KM/H VEL MAX // CONSUMO 6,0 l/100 KM // EMISSÕES 156 G/KM // IUC 258.78 €
CONFORTO/ IMAGEM QUALIDADE
PREÇO
Mesmo perante argumentos tão tentadores, decidimos ensaiar esta E 300 d que estreia a primeira evolução do bloco de quatro cilindros de 194 cv, com menos de dois anos. E não demos o tempo por mal empregue. Trata-se de um motor repleto de atributos que permite a esta carrinha expressar-se de forma convincente naquilo que é mais importante para os utilizadores potenciais. No caso das empresas, destaque para os custos de utilização que estão entre os melhores, com um TCO mensal de 1035 euros, favorecido pelos reduzidos custos de manutenção e pelo valor residual bastante elevado (44% no final de um contrato de 48 meses e 80 mil km) que é consequência da forte valorização no mercado de usados. Não menos importante, à imagem premium de referência, sublinhada pela linha de design AMG (2340€) que comporta as ponteiras de escape específicas e as jantes de 20 polegadas,
FEVEREIRO 2019 TURBO FROTAS
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ENSAIO
MERCEDES E 300D
ELEGÂNCIA Mesmo que seja a menos recente das carrinhas premium a Mercedes E Station conserva uma imagem soberba e um conjunto de características imbatíveis
4 CILINDROS
6,2 S
6.0 L
156 G/KM
2.0 LITROS
0-100 KM/H
100 KM
CLASSE E
245 CV
258.78 € IUC
junta-se o interior que concilia de maneira exemplar elegância, qualidade, espaço, conforto e todas as tecnologias de última geração, destinadas a potenciar a segurança, a dinâmica e o bem-estar a bordo para todos os ocupantes. De série, contamos com alguns dispositivos importantes e que muitas vezes são remetidos para a lista de opcionais, como o sistema de navegação Garmin Map Pilot, Active Parking Assist, ou sistema Android Auto ou Apple Car Play, com as principais funções a poderem ser operadas diretamente a partir do volante ou através dos dois ecrãs policromáticos de grandes dimensões perfeitamente integrados num design interior caracterizado pelo bom gosto. Ainda no que diz respeito ao equipamento, o apoio à condução é assegurado pelo cruise-control adaptativo, a que se junta o Active Brake
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TURBO FROTAS FEVEREIRO 2019
Assist, que nos avisa da aproximação perigosa a um obstáculo, podendo mesmo travar de forma automática, bem como o sistema que deteta a presença de outro veículo no chamado ângulo-morto. Quanto aos apreciadores de uma condução mais dinâmica têm ao dispor as patilhas no volante para comandar a caixa de velocidades automática, a suspensão Agility Control, com uma afi nação mais fi rme, e o sistema que permite escolher de entre quatro modos de condução, privilegiando o conforto ou uma atitude mais dinâmica. Em qualquer dos casos, a afinação do chassis é exemplar, fazendo esquecer as dimensões (quase cinco metros de comprimento) e o peso desta carrinha que tem como prioridade responder às necessidades da família mas que nos desafia a explorar as capacidades deste
motor que apresenta uma suavidade de funcionamento e uma linearidade na resposta que, face ao preço, nos faz “esquecer” a nobreza do anterior V6. Tanto quanto o aumento da potência (de 194 para 245 cv) e do binário (de 400 Nm para 500 Nm) é de enaltecer o trabalho da caixa automática de nove velocidades que foi revista para explorar ainda melhor as capacidades desta evolução do motor de 2.0 litros apresentado há dois anos. As subidas de regime são ainda mais fulgurantes mas ainda mais expressiva é a forma como conseguimos manter um rimo de viagem elevado. Além da condução entusiasmante e relaxada, saem a ganhar os consumos: 7.1 litros por cada 100 km, um valor surpreendente e que também explica os já reduzidos custos de utilização desta Mercedes E 300 d Station. /
ENSAIO
3 CIL.
11,1 S
5,3 L
127 G/KM
GASOLINA
0-100 KM/H
100 KM
CLASSE C
120 CV
102,81 € IUC
KIA PROCEED SW 1.0 T-GDI GT LINE
ÚNICA DA CLASSE
Quando pensamos que já vimos tudo enganamo-nos! A Kia continua a surpreender o mercado com produtos novos: o mais recente é o ProCeed, uma carrinha ao estilo de “shooting brake”, a primeira do género nas marcas ditas generalistas... TEXTO MARCO ANTÓNIO
P
ode dizer-se que, com esta nova carrinha, a Kia alarga a oferta, meses depois de ter lançado a Ceed SW que, entre outras virtudes, tem a maior mala do seu segmento com 625 litros de capacidade. No caso do ProCeed, com a sua forma de “shooting break”, a mala não é tão grande mas, mesmo assim, surpreende com 594 litros. Acrescem ao estilo e à funcionalidade os baixos custos de utilização e uma qualidade que começa a “fazer cócegas” aos modelos alemães. O ProCeed oferece mais capacidade de carga que muitas carrinhas compactas convencionais e até mesmo que muitas carrinhas de classes superiores, com a vantagem adicional de juntar o design diferente a uma condução agra-
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TURBO FROTAS FEVEREIRO 2019
dável. Para isso contribuem fatores como uma afinação da suspensão própria, capaz de lhe conferir um caráter único, razão pela qual o seu comportamento está ao nível de outras realizações como a Mercedes CLA, “shooting brake” prestes a ser renovada. Dos motores disponíveis escolhemos para este primeiro contacto o 1.0 T-GDI de 120 cv por as suas capacidades superarem todas as expetativas, numa altura em que os motores a gasolina começam a ser mais procurados que os Diesel. Representam bons negócios para particulares e empresas que encontram neste pequeno motor de 3 cilindros razões para se aproximarem dos custos de utilização do 1.6 CRDI de 136 cv, a começar pelos consumos, que não andam muito longe dos do Diesel.
A garantia de 7 anos ou 150.000 km é outra vantagem significativa, pois aumenta consideravelmente a confiança dos clientes e valida uma evolução da qualidade e da fiabilidade que é hoje valor indiscutível de uma das marcas com maior portfólio e muitas inovações: de uma das gamas mais completas de SUV até novas formas de energia, passando por exercícios de estilo como o Stinger. Impressionante também é o aumento da qualidade, a sensação de robustez e os equipamentos. Neste capítulo, o destaque vai para o ecrã central de oito polegadas, o mais completo em termos de funções. Uma qualidade de construção que otimiza o conforto acústico através de uma excelente insonorização. O apuramento é tão grande que mal se sente o funcionamento do motor de 3 cilindros
INTERIOR DESPORTIVO O interior do ProCEEd tem algumas diferenças, como os bancos desportivos ou os pedais em aluminio. Quanto ao resto é igual à carrinha SW. O motor 1.0 de três cilindros é um dos melhores da sua classe
de injeção direta, seja ao ralenti, ao acelerarar, ou ainda nos regimes transitórios durante as passagens de caixa. Para esta versão ainda não existe a possibilidade da caixa automática de dupla embraiagem. Também as vibrações no comando da caixa e no volante simplesmente desapareceram, enquanto a reação do motor é muito rápida. Fácil de manusear, o escalonamento da caixa manual de seis velocidades mostrou ser o mais correto para as características do binário que atinge o seu ponto mais alto nos 172 Nm para se manter constante entre as 1500 e as 4000 rpm, fator que contribui para um aumento do prazer de condução e para consumos da mesma ordem de grandeza do Diesel. O Kia ProCeed mantém a arquitetura da suspensão da versão SW(MacPherson à frente e multilink atrás) mas tem afinação mais firme com o objetivo de melhorar o comportamento dinâmico, com destaque para a direção que ganhou precisão na definição das trajetórias. Do ponto de vista aerodinâmico, a Kia soube mitigar bem o ruído, graças à nova silhueta, agora muito mais fluida e atraente. Sem concorrentes ,esta é uma oferta única e bem equipada. Nesta fase de lançamento, a versão a gasolina mais barata custa pouco mais de 30 mil euros e a mais cara pouco mais de 41 mil euros. Nos motores Diesel o leque vai desde os 36 mil euros até aos 38 mil euros. /
KIA CEED SW 1.0 T-GDI GT LINE
EQUIPAMENTO Série: Sistema de navegação; Alarme; Sensores de estacionamento traseiro; Sensores de luz e chuva; Internet; Controlo da pressão dos pneus; Assistente de faixa de rodagem; Aviso de colisão; AC automático; Acesso mãos livres; Bluetooth; Cruise Control ativo. Opções: Teto de abrir panorâmico (950 €); Pintura metalizada (390 €); Pack ADAS (800 €)
TÉCNICA PREÇO 30.890 € // MOTOR Gasolina; 3 cil.; 1582 C.C.; 120 cv; 88 KW / 6000 RPM // RELAÇÃO PESO/POTÊNCIA 11,3 KG/CV // TRANSMISSÃO Manual de 6 vel. // PESO 1360 KG // COMP./LARG./ALT. 4,60/1,80/1,42 M // DIST. ENTRE EIXOS 2,65 M // MALA 594 L // DESEMPENHO 11,1 S 0-100 KM/H; 190 KM/H VEL. MÁX. // CONSUMO 5,3 (6,2*) L/100 KM // EMISSÕES CO2 127 G/KM // IUC 102,81 €
DESIGN / CONFORTO / EQUIPAMENTO
KIT DE REPARAÇÃO / ESPAÇO TRASEIRO
*As nossas medições
FEVEREIRO 2019 TURBO FROTAS
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ENSAIO
4 CIL.
10,5 S
5,3 L
138 G/KM
DIESEL
0-100 KM/H
100 KM
CLASSE C (WLTP)
120 CV
146,79 € IUC
FORD FOCUS 1.5 ECOBLUE SW
ESPAÇOSA… E ESTILOSA Com o conforto da excelente caixa automática e a poupança do motor diesel, esta carrinha Ford Focus SW destacou-se pelo espaço do habitáculo, pela volumetria da bagageira e, claro, pela sedução das suas linhas TEXTO SÉRGIO VEIGA FOTOS JOSÉ BISPO
A
carrinha da nova geração do Ford Focus ganhou um visual atraente, em especial no nível ST Line das imagens deste ensaio, com muitos detalhes desportivos, incluindo jantes específicas. Mas a versão mais correta, quando se trata de frotas, será a Business, 1400 € mais barata mas, ainda assim, muito bem equipada. O Ford Focus SW destaca-se por uma volumosa bagageira, a passar os 600 litros e a atingir os 1653 litros pelo rebatimento dos bancos traseiros. A sua funcionalidade prossegue com um piso de carga plano e próximo do solo, facilitando as operações de carga. O habitáculo merece os elogios já dispensados à berlina, com bastante mais espaço para os ocupantes dos lugares traseiros
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TURBO FROTAS FEVEREIRO 2019
que, na carrinha, nem têm o problema da linha de tejadilho mais baixa que lhes pode complicar o acesso. A Ford deu visível salto qualitativo na construção do novo Focus, além de propor comandos mais simples, com menos botões e maior recurso ao ecrã central tátil. Esta versão diesel conta com o motor de 1,5 litros e 120 cv que se destaca, acima de tudo, pelo elevado binário (300 Nm) disponível relativamente cedo, embora numa estreita faixa de regime (1750-2250 rpm). O suficiente para ser bem aproveitado pela excelente caixa automática de 8 velocidades – com um prático comando rotativo em vez da habitual manete – que opera de forma rápida e suave, podendo também ser comandada nas patilhas por trás do volante. O conjunto mostrou-se “despachado” e até a con-
dizer com a “alma” bem dinâmica que transpira do chassis do Focus, mas tem o senão de ficar um pouco acima dos consumos que alguns dos seus concorrentes conseguem obter. Tratando-se de uma carrinha com bagageira volumosa, habitáculo espaçoso e bem equipado, condução descontraída pelo conjunto motor/ caixa ou dinâmica pelas capacidades do chassis, a renda mensal de 445 €, de acordo com o renting da Arval, nem é exagerado. Apesar de uma desvalorização elevada (valor residual de 40% após quatro anos), os custos totais de utilização ficam bastante em conta, fazendo desta carrinha Focus uma opção bastante interessante. E se, até ao final do mês de março, a Ford tem em vigor uma campanha que inclui 3200 € de desconto, além de oferecer mais 800 € em
ONDULAÇÕES A carroçaria do Ford Focus SW tem uma série de “nuances” que refletem a luz de diversas formas, conferindo-lhe um visual muito dinâmico. No interior, destaque para o prático comando rotativo da caixa automática
FORD FOCUS 1.5 ECOBLUE SW
TCO
CUSTO TOTAL DE PROPRIEDADE
PVP VR DEP MAN € COMB. UTILIZ
equipamento opcional à escolha, imagine-se as condições que não fará para frotas... Então, qual o maior problema da carrinha Focus diesel? É a carrinha Focus a gasolina, com o 1.0 EcoBoost de 125 cv e a mesma caixa automática… por cinco mil euros menos! Este é um dos propulsores que mais dores de cabeça causa aos diesel e, embora a gasolina não seja dedutível nas contas das empresas, ao contrário do gasóleo, há mesmo que fazer contas. Porque a diferença de preços entre o 1.5 diesel e o 1.0 a gasolina só é amortizada ao fim de mais de 300.000 km! Além de a versão 1.0 conseguir uma renda mais baixa que os 445 €/mês (pelo preço mais baixo), baixando os custos de utilização. A dificuldade está na escolha, entre duas propostas agradáveis e cheias de qualidades… é fazer contas. /
28.117 € 11.247 € 16.870 € 1460 € 3869 € 22.199 € (27,75 €)
PVP – Preço de Venda ao Público. Não inclui negociação da marca / VR – Valor residual / DEP – Depreciação / MAN – Custos com manutenção programada (exclui pneus) / COM – Custos com combustível / UTILZ – Custo total de utilização para a totalidade do contrato (entre parêntesis, custo por 100 km). Todos os valores em Euros para a duração considerada (4 anos / 80 mil km)
FINANCIAMENTO
EQUIPAMENTO
RENDA - 445 € 4 anos/80 000 km INCLUI Manutenção; Seguro; Assistência em Viagem; Substituição de Pneus ilimitada; Veículo de Substituição; IUC. Valor inclui IVA Contrato Arval
Série: Cruise control; Controlo da pressão dos pneus; Sensores de estacionamento; Travagem ativa com deteção de peões e ciclistas; Seletor giratório da caixa; AC automático; Computador de bordo; Ecrã central tátil a cores; Volante multifunções. Opções: Pintura metalizada (508 €); Sistema de nav. premium (305 €); Abertura da bagageira mãos-livres e chave “keyless” (508 €)
TÉCNICA PREÇO 30.924 € (VERSÃO CX. AUTO) // MOTOR DIESEL, 4 CIL, 1499 CC, 120 CV // BINÁRIO 300 NM // TRANSMISSÃO AUTO. 8 VEL. // PESO 1454 KG // COMP./LARG./ALT. 4,67/1,82/1,47 M // DIST. ENTRE EIXOS 2,70 M // MALA 608 – 1653 L // DESEMPENHO 10,5 S 0-100 KM/H; 191 KM/H VEL. MÁX // CONSUMO 4,7 (6,4*) L/100 KM // EMISSÕES CO2 138 G/KM (WLTP) // IUC 146,79 €
BAGAGEIRA / DINÂMICA
CONSUMO / DESVALORIZAÇÃO
*As nossas medições
FEVEREIRO 2019 TURBO FROTAS
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ENSAIO BMW X2 SDRIVE 18D
ESCOLHA SIMPÁTICA Com o X2, a BMW conseguiu o objetivo de enriquecer a sua gama de SUV compactos, ao introduzir um conceito mais desportivo nestes carros de aspeto mais radical e aventureiro! Na prática, é um X1 para quem prefere um SUV ligeiramente mais pequeno dinâmico TEXTO MARCO ANTÓNIO
N
ão querendo parecer um pensamento recorrente, a verdade é que o potencial de crescimento do segmento dos SUV parece não conhecer limites, seja ao nível do cliente particular ou ao nível das frotas. O seu crescimento deve-se, sobretudo, a uma fórmula mágica que tornam o comportamento de um SUV cada vez mais parecido com o de uma berlina ou de uma carrinha. O BMW X2 é um bom exemplo disso, ao apresentar uma dimensão mais compacta que o X1, embora herde a mesma plataforma e órgãos mecânicos. Desta vez escolhemos o 18d, e como no meio é que está a virtude é surpreendente como o seu comportamento supera todas as expetativas, graças aos 150 cv desta versão apenas com tração à frente (sDrive) e caixa manual de seis velocidades. Com custos de utilização relativamente baixos
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TURBO FROTAS FEVEREIRO 2019
(34,43 euros/100 km) o X2 goza ainda de uma boa valorização ao fim dos 4 anos e 80 mil quilómetros, ao passar dos 45 mil euros do preço inicialmente proposto para os 24 mil euros, um tributo que o coloca bem posicionado face aos seus concorrentes mais diretos (Range Rover Evoque, Audi Q3, Jaguar E-Pace, Mercedes GLA e Volvo XC 40). Apesar das suas dimensões mais reduzidas e de ter uma menor habitabilidade que o X1, o X2 não deixa de ser uma escolha familiar graças a uma inteligente organização do interior em que os bancos traseiros mais elevados minimizam a perda de espaço para as pernas . Este está em linha com a média, beneficiando de um túnel central pouco volumoso. O que não chega para fazer do assento do meio um lugar confortável ou recomendado para adultos durante os trajetos mais prolongados. As linhas mais compac-
tas também não o impedem de oferecer uma boa acessibilidade. As portas têm ângulos de abertura generosos e os bancos estão alinhados com a entrada. No conforto, essa sensação tão apreciada como difícil de quantificar, nesta versão específica equipada com a suspensão desportiva M sai penalizada. Para minimizar essa sensação resultante da suspensão ser 10 milímetros mais baixa, temos muitas vezes de recorrer ao modo Comfort do sistema i Drive. O motor 2 litros, neste caso com 150 cv, é um velho conhecido da casa. Respira bem nos médios regimes e está bem isolado pelo que não se sente muito a sua presença dentro do habitáculo, o que não deixa de ser uma qualidade relevante, dado estar associado à caixa manual de seis velocidades e não à transmissão automática de 8 velocidades, opção que recomendamos. Para um SUV de 1575 kg e 150 cv, o X2 mostra-
-se surpreendentemente ágil. Mesmo sem tração total (x Drive) o comportamento mostrou sempre grande equilíbrio. Para isso contribui o centro de gravidade mais baixo que, nos trajetos com mais curvas, ajuda na gestão da distribuição do peso que começa por ser igual nos dois eixos e das muitas ajudas ativas disponíveis, com destaque para o controlo de tração. No limite, a frente escorrega, uma reação que só não é mais previsível e antecipável, porque a direção, apesar de rápida e direta, não é muito informativa. Esta não é uma opção barata, no entanto é a escolha mais inteligente ao custar quase menos 10 mil euros que a versão 20d. A garantia não vai para além do mínimo obrigatório mas, nas revisões, os custos são mitigados pela oferta de uma manutenção gratuita durante 5 anos ou 100 mil km. O consumo real de 6,1 l/100 km não andou muito longe do valor anunciado (4,5 l/100 km). /
4 CIL.
9,3 S
4,5 L
119 G/KM
GASÓLEO
0-100 KM/H
100 KM
CLASSE C
150 CV
224,33 € IUC
BMW X2 SDRIVE 18D
TCO
CUSTO TOTAL DE PROPRIEDADE
PVP VR DEP MAN € COMB. UTILIZ
45 495 € 24 112 € 21 383 € 1 455 € 4705 € 27 542 (34,43)
PVP – Preço de Venda ao Público. Não inclui negociação da marca / VR – Valor residual / DEP – Depreciação / MAN – Custos com manutenção programada (exclui pneus) / COM – Custos com combustível / UTILZ – Custo total de utilização para a totalidade do contrato (entre parêntesis, custo por 100 km). Todos os valores em Euros para a duração considerada (4 anos / 80 mil km)
FINANCIAMENTO
RENDA - 691 € 4 anos/ 80 000 km INCLUI - Manutenção, Pneus Ilimitados; Viatura de substituição ilimitada; Seguro; Assistência em viagem; IUC Valor com IVA Contrato da Arval
EQUIPAMENTO Série: Luzes diurnas LED; ; Sensor de chuva e luz; ACl; USB; Bluetooth; Head up display; BMW Service Inclusive 5 anos/100 000 km; Faróis traseiros LED. Opções: Teto de abrir panorâmico (1065 €); Sistema de som Hi-Fi (247 €); Navegação Plus (2439 €); Versão desportiva M; Direção desportiva variável; Câmara traseira; Navegação (1593 €)
TÉCNICA PREÇO 45 495 € // MOTOR GASÓLEO; 4 CIL.; 1995 C.C.; 150 CV; 4000 RPM // RELAÇÃO PESO/POTÊNCIA 10,5 KG/ CV // TRANSMISSÃO MANUAL DE 5 VEL. // PESO 1575 KG COMP./LARG./ALT. 4,36/1,82/1,52 M // DIST. ENTRE EIXOS 2,76 M // MALA 470-1355 L // DESEMPENHO 9,3 S 0-100 KM/H; 207 KM/H VEL. MÁX. // CONSUMO 4,5 (6,1*) L/100 KM // EMISSÕES CO2 119 G/KM (CLASSE C) // IUC 224,33 €
COMPORTAMENTO/ IMAGEM/QUALIDADE
PREÇO/ EQUIPAMENTO DE SÉRIE
*As nossas medições
FEVEREIRO 2019 TURBO FROTAS
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ENSAIO
AUDI A6 40 TDI
UMA BOA COMBINAÇÃO No segmento das grandes berlinas, a nova geração do Audi A6 limousine promete conquistar as preferências dos quadros superiores. Para quem não precisa da versão mais familiar (Avant), esta pode ser a opção acertada TEXTO MARCO ANTÓNIO FOTOS VASCO ESTRELADO
L
ançada no mercado nacional ao mesmo tempo que a versão Avant, a limousine do A6 herda as mesmas especificações, exceto na capacidade da mala e na versatilidade do habitáculo. Segue um estilo menos conservador que a anterior geração, na senda de realizações recentes. Uma estratégia abrangente que vai do pequeno Audi A1, cuja segunda geração chegou recentemente ao mercado, até ao Audi A8, a quem o A6 vai buscar toda a sua tecnologia, com destaque para a digitalização e sistema de infotainment. Como já revelámos aquando da abordagem feita à carrinha, o representante da Audi em Portugal (SIVA) pretende que esta versão tenha o mesmo protagonismo comercial que a versão mais familiar, invertendo a tendência dos últimos anos em
60
TURBO FROTAS FEVEREIRO 2019
que a versão Avant era a mais vendida. Se esse objetivo é alcançável não sabemos... O que sabemos é que, do estilo aos conteúdos, esta versão limousine tem os argumentos necessários para alcançar essa meta, desde logo porque é mais barata. No entanto, pelos valores fornecidos pela FleetData tem um valor residual mais pequeno, logo tem maior desvalorização ao fim de 4 anos e 80 mil quilómetros! Os custos de manutenção são obviamente os mesmos, mas os custos com o combustível são ligeiramente inferiores. Tudo isto somado dá uma custo global de utilização (TCO) que se situa nos 41.337 euros (contra 36.494 euros da Avant) o que dá uma média de 51,67 euros por 100 km (45,62 euros da Avant). Estes são números importantes na hora de decidir o negócio, ainda que, no caso de uma frota, estes valores se possam alterar.
Acreditamos também que a versão 40 TDI será a versão mais procurada pelo equilíbrio demonstrado ao longo dos vários testes realizados em que, entre muitas tecnologias, voltamos a destacar as que têm como preocupação essencial reduzir os consumos. É o caso da solução “Mild Hybrid”, ajuda elétrica que reduz até 0,7 l/100 km o consumo, logo, os custos globais de utilização. Uma poupança que se reflete nos valores reais que, mesmo com a norma WLTP, não deixam de ser superiores aos 4,5 l/100 km. Sem preocupações conseguimos uma média de 6,1 l/100 km, mesmo assim um valor muito bom, tendo em conta as capacidades dinâmicas do motor 2 litros de 204 cv associado à transmissão STronic de 7 velocidades. Na era da digitalização, o A6 é um dos modelos que apresenta soluções mais avançadas pelo
RECONHECIMENTO DA ESCRITA Uma função interessante é a possibilidade de escrevermos uma instrução no painel digital inferior. Esta é uma ajuda a juntar a muitas outras como o comando por voz
AUDI A6 40 TDI
TCO
FINANCIAMENTO
EQUIPAMENTO
RENDA - 1054 € 4 anos/ 80.000 km INCLUI - Manutenção, Pneus Ilimitados; Viatura de substituição ilimitada; Seguro; Assistência em viagem; IUC Valor com IVA Contrato da Arval
Série: Faróis LED; Sensor de luz e chuva; Audi connect; Start-Stop com recuperação de energia; Audi Drive Select; Assistente de máximos; Ecrã central duplo tátil; Audi Pre Sense Front; Suspensão dinâmica; Opções: Pack Advance; Pack City ; Pack exterior S line; Reconhecimento de sinais de trânsito; Suspensão pneumática adaptável
CUSTO TOTAL DE PROPRIEDADE
PVP VR DEP MAN € COMB. UTILIZ
59 942 € 25 176 € 34 766 € 1865 € 4705 € 41 337 € (51,67)
PVP – Preço de Venda ao Público. Não inclui negociação da marca / VR – Valor residual / DEP – Depreciação / MAN – Custos com manutenção programada (exclui pneus) / COM – Custos com combustível / UTILIZ – Custo total de utilização para a totalidade do contrato (entre parêntesis, custo por 100 km). Todos os valores em Euros para a duração considerada (4 anos / 80 mil km)
TÉCNICA PREÇO 59 950 € // MOTOR GASÓLEO; 4 CIL. EM LINHA; 1968 C.C.; 204 CV; 3750-4200 RPM // RELAÇÃO PESO/POTÊNCIA 8,4 KG/CV // TRANSMISSÃO AUTO. DE 7 VEL. // PESO 1720 KG // COMP./LARG./ALT. 4,93/1,88/1,45 M // DIST. ENTRE EIXOS 2,92 M // MALA 530 L // DESEMPENHO 8,1 S 0-100 KM/H; 246 KM/H VEL. MÁX. // CONSUMO 4,5 (6,1*) L/100 // EMISSÕES CO2 117 G/KM (CLASSE C) // IUC 221,7 €
CONSUMOS/ EMISSÕES/ CONFORTO EQUIPAMENTO DE SÉRIE / CAPACIDADE DA MALA
*As nossas medições
4 CIL.
8,1 S
4,5 L
117 G/KM
GASÓLEO
0-100 KM/H
100 KM
CLASSE C
204 CV
221,7 € IUC
que a quase totalidade dos comandos estão integrados nos dois ecrãs que servem de base ao funcionamento do sistema MMI agora com “feedback” háptico e acústico, duas ajudas que tornam o seu manuseamento mais intuitivo, a par da possibilidade das instruções, por exemplo, para encontrarmos uma morada no GPS, poder ser escrita no ecrã situado na parte inferior, ao meio da consola. Interessante é também a possibilidade da criação de uma rede wi-fi para todos os ocupantes. Estas mordomias são instrumentos cada vez mais apreciados, quer pelos quadros das empresas mais novos como pelos gestores seniores de uma era mais analógica, mas que vê nestes “gadgets” um acesso mais fácil ao mundo digital que hoje domina a vida de cada um de nós. Embora o Audi A6 não tenha um perfil desportivo, o sistema “Drive Select” consegue dar esse cunho no modo sport, ao alterar a reação do motor, da caixa automática e da direção que passa a ter um “feeling” mais reativo. Nesse caso, as melhores prestações alcançadas beneficiam de uma construção mais leve, graças à utilização intensa do alumínio e outros materiais igualmente leves. Mesmo sem tração total, o A6 continua a ser uma referência em termos do comportamento dinâmico, uma preocupação constante na conceção desta nova geração de modelos da marca. No panorama das marcas premium o Audi A6 tem, naturalmente, como concorrentes o Série 5 da BMW e o Classe E da Mercedes. Recentemente a Volvo surgiu também com uma proposta interessante, o S90. /
FEVEREIRO 2019 TURBO FROTAS
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ENSAIO
JAGUAR I-PACE
LUXO SILENCIOSO Elegante e espaçoso, o I-Pace coloca a Jaguar na vanguarda dos automóveis elétricos puros. É confortável, rápido e tem boa autonomia. O único problema é o tempo que demora a carregar a bateria de 90 kWh TEXTO RICARDO MACHADO FOTOS LUIS VIEGAS
N
um mundo acelerado, com o ritmo marcado pelo tom das notificações e toques do smartphone, o silêncio e a tranquilidade assumem o estatuto de bens de luxo. Um luxo só possível nas deslocações quotidianas se estas forem efetuadas a bordo de um automóvel elétrico do segmento superior, como o Jaguar I-Pace. E se, muito importante, ativar o modo de avião do smartphone. Caso contrário, vai continuar ligado ao mundo e em grande velocidade. Um dos automóveis tecnologicamente mais avançados do segmento, o Jaguar I-Pace está em contacto permanente com a internet. Para além da integração total com o smartphone e da possibilidade de criar um hotspot wifi 4G, acessível a um máximo de oito aparelhos em
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TURBO FROTAS FEVEREIRO 2019
simultâneo, o Jaguar elétrico atualiza automaticamente o software sem necessidade de passar por um concessionário. Basta ter ligação à rede. Antecipando um futuro totalmente conectado, o I-Pace pode comunicar com uma “casa inteligente” e, a partir do ecrã da consola, permite até controlar as luzes da casa, as fechaduras das portas e demais funções acessíveis através do HomeLink Connect. Isolado das interferências externas, o habitáculo do I-Pace funciona como um casulo, protegendo os ocupantes das agressões exteriores. Não se ouve nada. Os motores elétricos de 200 cv, um em cada eixo, são tão silenciosos como eficientes a colocar os 696 Nm de binário no chão. O I-Pace dispara até aos 100 km/h em 4,8 segundos e tem a velocidade limitada aos 200 km/h.
PROBLEMA DE AUTONOMIA A bateria de 90 kWh, instalada entre os eixos para equilibrar a distribuição de peso e baixar o centro de gravidade, não queima combustível, mas gasta eletricidade e esse é o calcanhar de Aquiles do I-Pace. Tendo acesso a um carregador rápido de 100 kW, bastam 40 minutos para carregar a bateria dos zero aos 80% ou um quarto de hora para acrescentar 100 km à autonomia. A “wall box” da Jaguar eleva para 10 horas o tempo necessário para carregar os mesmos 80% da bateria. Dependendo da capacidade, os postos da Mobi.e podem igualar este tempo ou prolongá-lo para além das 20 horas. Seguramente um aspeto a considerar na decisão de incluir um Jaguar I-Pace na frota. Traz benefícios fiscais como a isenção de IUC e ISV, mas obriga a
JAGUAR I-PACE
FINANCIAMENTO
TCO
CUSTO TOTAL DE PROPRIEDADE
PVP VR DEP MAN € COMB. UTILIZ
80 417 € 33 775 € 46 642 € 2059 € 0€ 48 701 € (60,88 €)
PVP – Preço de Venda ao Público. Não inclui negociação da marca / VR – Valor residual / DEP – Depreciação / MAN – Custos com manutenção programada (exclui pneus) / COM – Custos com combustível / UTILZ – Custo total de utilização para a totalidade do contrato (entre parêntesis, custo por 100 km). Todos os valores em Euros para a duração considerada (4 anos / 80 mil km)
RENDA - 1229 € 4 anos/80.000km INCLUI - Manutenção, Pneus Ilimitados; Viatura de substituição ilimitada; Seguro; Assistência em viagem; IUC Valor com IVA Contrato da Arval
EQUIPAMENTO Painel de instrumentos digital Sistema de som Meridian 380 W; Retrovisores com anti-encadeamento; Volante desportivo em pele; Faróis LED Sensores de estacionamento Bancos desportivos
TÉCNICA PREÇO 80.417 € // MOTOR 2 X 200 CV // BINÁRIO 696 NM // TRANSMISSÃO INTEGRAL 1 VEL. // PESO 2208 KG // COMP./LARG./ALT 4,68/1,90/1,57 M // DISTÂNCIA ENTRE EIXOS 3 M // MALA 656/27 L // DESEMPENHO 4,8 S 0-100 KM/H; 200 KM/H VEL MAX // CONSUMO 22,6 KWH // EMISSÕES 0 G/KM // IUC 0 €
CONFORTO / AUTONOMIA / PRESTAÇÕES CALIBRAÇÃO ACELERADOR
*As nossas medições
MOTORES ELÉTRICOS 400 CV
que a empresa, o colaborador ou ambos tenham acesso a um carregador. Muito dependentes da utilização, os 480 km da autonomia anunciada só acompanham a realidade se a condução for maioritariamente realizada em ambiente urbano. A autoestrada é a maior inimiga da autonomia dos automóveis elétricos, com o I-Pace a baixar para cerca de metade do valor anunciado. No nosso circuito de consumos normal, o I-Pace registou uma média de 22,6 kWh, correspondentes a cerca de 400 km de autonomia. Sem as despesas normalmente associadas aos consumos de combustível e com uma manutenção mais simples que a dos motores térmicos e caixas de velocidade tradicionais, o I-Pace é um investimento seguro na frota da empresa. Desvaloriza apenas 42% num contrato de 48 meses e 80.000 km, mas é preciso ter atenção aos pneus. Trocar os Continental PremiumContact 6 255/40 R22 não é barato... a não ser que se trate de um contrato de renting como o da Arval que apresentamos e que inclui os pneus. Como todos os automóveis elétricos, o I-Pace conduz-se como um carro de caixa automática. Os botões para as posições tradicionais das transmissões automáticas (P, R, N, D) estão muito bem disfarçados na consola central. As enormes jantes de 22 polegadas não gostam de piso degradado, transmitindo vibrações indesejadas a um interior, de outra forma, confortável. Há quatro bons lugares, mais um de emergência ao meio, e 656 litros de mala. /
4,8 S 0-100 KM/H
22,6 KWH 100 KM
0 G/KM CLASSE A
0€ IUC
FEVEREIRO 2019 TURBO FROTAS
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ENSAIO
VW ARTEON 2.0 TDI (150 CV)
AMBICIOSO COM ARGUMENTOS Aquilo que legitima a ambição é o conjunto de argumentos apresentados. Tecnologia, imagem forte, qualidade e economia – traços fortes do VW Arteon que assim justifica as metas traçadas pela marca. Ainda mais no caso das vendas empresariais TEXTO JÚLIO SANTOS
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TURBO FROTAS FEVEREIRO 2019
J
á aqui ensaiámos o Volkswagen Arteon mas, desta vez, colocámos ao topo de gama da marca alemã um desafio que apenas está a altura dos melhores: utilizámos uma unidade com mais de 20 mil quilómetros, a maior parte dos quais cumpridos em situação de teste. Ou seja, um quarto daquele que é, em geral, o período de vida útil numa empresa estava já cumprido, tendo passado por diversas “mãos”… quase sempre impiedosas. Intocável na elegância, ditada pela configuração de cinco portas, pela grelha dianteira cujo design integra os faróis LED, e pela forma subtil como o tejadilho desce até ao portão traseiro, a carroçaria irradia a solidez que caracteriza a
4 CIL.
9,1 S
4,5 L
116 G/KM
DIESEL
0-100 KM/H
100 KM
CLASSE B
150 CV
224,33 € IUC
Volkswagen. O mesmo se passa no interior cujo rigor de construção e qualidade dos materiais se expressam na ausência total de ruídos e na preservação de uma aparência imaculada. Os revestimentos em couro e alcantara e as aplicações em alumínio emprestam uma atmosfera ao mesmo tempo sofisticada e informal, um toque premium e simultaneamente desportivo, que não é fácil de conseguir num automóvel com quase 4,9 metros de comprimento e 1,9 metros de largura. Habitáculo premium Dimensões que são muito bem aproveitadas para oferecer aos ocupantes amplo espaço e muito conforto, “reforçado” pelo desenho
perfeito dos bancos, pelo espaço amplo para os ocupantes do assento traseiro e, também, pela quantidade de equipamentos de última geração à nossa disposição. O condutor, por exemplo, pode contar com ajudas muito importantes, como o Lane Assist (manutenção da faixa de rodagem), Cruise Control, faróis de acionamento automático, câmara de visão traseira de auxílio ao estacionamento, Front Assist (que nos avisa da aproximação perigosa a um obstáculo, com função de travagem autónoma de emergência para evitar uma colisão), além de um vasto conjunto de outros dispositivos, como o sistema de navegação que surge no ecrã central de grandes dimensões ou, em alternativa, mesmo em frente do condutor, no
caso de optarmos pela instrumentação digital. Disponível com um amplo leque de motorizações, o VW Arteon tem no bloco TDi de 2.0 litros, com 150 cv, um “embaixador” ambicioso para o segmento das vendas profissionais. Pelas razões já apontadas e pelas capacidades deste motor com provas dadas ao nível da dinâmica e da economia, com consumos que, em viagem, conseguimos conter ao redor dos cinco litros por cada centena de quilómetros, aumentado em cerca de um litro num trajeto misto que inclua cidade. Estes valores ajudam a explicar os baixos custos de utilização que determinam um custo de propriedade que é referência neste segmento. Tanto mais que as despesas com a manutenção são igualmente
FEVEREIRO 2019 TURBO FROTAS
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ENSAIO
VW ARTEON 2.0 TDI (150 CV)
EXECUTIVA Viajar no VW Arteon é quase “voar” em classe executiva, pelo requinte e a qualidade dos materiais. Mas, ao mesmo tempo, a berlina-coupé consegue seduzir pelo seu lado desportivo
baixos, como é francamente boa a valorização em usado, o que se traduz numa depreciação reduzida. No plano das contas que as empresas têm necessariamente que fazer, destaque, ainda, para a renda mensal de 636€ (com Iva), valor praticado pela Arval para um contrato de 48 meses/80.000 km que inclui já manutenção, seguro, carro de substituição e assistência em viagem (ver ficha). Proposta incontornável para uma empresa, o VW Arteon vai, porém, mais longe ao aliar aos aspetos racionais uma dinâmica de condução cativante. Os 150 cv de potência e o binário de 340 Nm (logo às 1750 rpm) são muito bem explorados pela caixa automática de dupla embraiagem, com sete relações que se destaca pela suavidade de funcionamento. Ainda assim, trata-se de um conjunto definido, sobretudo, para os regimes baixos e intermédios, com retomas de regime muito boas, mas que nas rotações superiores não consegue, naturalmente, exibir a mesma vivacidade da variante de 190 cv. Em síntese, o Arteon 2.0 TDI de 150 cv reúne o conjunto de atributos mais valorizado pelas empresas (imagem premium, conforto, economia de utilização) e proporciona um elevado prazer de condução, nomeadamente em viagem, mostrando apenas limitações (naturais) quando lhe pedimos… mais do que é admissível! /
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TURBO FROTAS FEVEREIRO 2019
VW ARTEON 2.0 TDI (150 CV)
TCO
FINANCIAMENTO
EQUIPAMENTO
RENDA - 636 € 4 anos/ 80 000 km INCLUI: Manutenção; Seguro; Assistência em Viagem; Substituição de Pneus ilimitada; Veículo de Substituição; IUC. Valor inclui IVA Contrato Arval
Lane Assist, Light Assist. ar condicionado Climatronic, bancos dianteiros desportivos, controlo automático de distância, câmara multifunções, detetor de fadiga, retrovisores exteriores elétricos, monitorização da pressão dos pneus, rádio “Composition Media”, sensor de chuva e luz, sensores de estacionamento dianteiros e traseiros, sistema Front Assist, com sistema de travagem de emergência em cidade
CUSTO TOTAL DE PROPRIEDADE
PVP VR DEP MAN € COMB. UTILIZ
44 140 € 20 304 € 23 836 € 1 670 € 4350 € 29 656€ (37,07)
PVP – Preço de Venda ao Público. Não inclui negociação da marca / VR – Valor residual / DEP – Depreciação / MAN – Custos com manutenção programada (exclui pneus) / COM – Custos com combustível / UTILZ – Custo total de utilização para a totalidade do contrato (entre parêntesis, custo por 100 km). Todos os valores em Euros para a duração considerada (4 anos / 80 mil km)
TÉCNICA PREÇO 44.140 € // MOTOR 4 CILIN. // 1968 C.C. // 150 CV; TRANSMISSÃO DSG 7 VEL // PESO 1643 KG // COMP./ LARG./ALT. 4,86/1,87/1,45 M // DIST. ENTRE EIXOS 2,83 M; MALA 563 L // DESEMPENHO 9,1 S 0-100 KM/H // VEL. MÁX 220 KM/H CONSUMO 4,5 L/100 KM // EMISSÕES CO2 116 G/ KM (CLASSE B) // IUC 224,33 € *As nossas medições
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ENSAIO
4 CIL.
10,8 S
6,9 L
183 G/KM
DIESEL
0-100 KM/H
100 KM
CLASSE C
190 CV
58,78 € IUC
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TURBO FROTAS FEVEREIRO 2019
NISSAN NAVARA CABINA DUPLA 2.3 DCI (190 CV) N-GUARD
CAVALO DE TIRO Seja para trabalhar no duro ou para usar numa viagem de lazer, não há melhor que uma pick-up como esta. O conforto, equipamento e versatilidade chegam a surpreender TEXTO ANTÓNIO AMORIM
E
sta versão N-Guard da Nissan Navara é uma série especial baseada na versão Tekna. Distingue-se pelos pormenores de embelezamento a preto na grelha frontal, faróis de nevoeiro, retrovisores, puxadores das portas e para-choques traseiro. As jantes de liga leve de 18 polegadas em preto também são exclusivas, calçadas com pneus 255/60. Está disponível em três cores exteriores (este cinzento, preto metálico e branco Storm) e recebe, no habitáculo, o teto de abrir de série, bancos em pele (parcial) de novo formato e costuras contrastantes em amarelo. Também integram a lista de equipamento N-Guard os faróis LED com nivelamento, as câmaras a 360 graus, o sensor de estacionamento traseiro e os bancos dianteiros aquecidos, tendo o do condutor regulações elétricas. Há depois um conjunto de equipamentos de série que nivelam este “cavalo de tiro” com os carros familiares mais completos. É o caso do sistema de navegação e Bluetooth integrados no ecrã central, do alerta de colisão, do programador de velocidade e de outras mordomias, como a climatização automática dupla, o sistema áudio de qualidade e o completo computador de bordo. O ecrã central é demasiado pequeno para o que é hoje considerado normal e o volante só tem regulação em altura, mas pouco mais há a criticar neste habitáculo, revestido a plástico rijo, sim, mas acolhedor, silencioso e com espaço suficiente em todas as direções. Trata-se de um veículo bem recheado e extremamente sólido, que custa 44.560 euros nesta versão de cinco lugares. Não é barato, mas até se pode adquirir por 37 mil, que é quanto custa a versão Business, apenas com um banco atrás. Em troca, recebe-se este pujante motor turbodiesel 2.3 dCi na sua versão mais potente, a debitar mais 30 cv que a versão normal, graças à presença de um segundo turbo. São 190 cv às
3750 rpm e uns massivos 450 Nm de binário máximo, disponíveis entre as 1500 e as 2500 rpm, ou seja, praticamente a todo o momento, pois raramente é necessário puxar acima das 3500 rpm, e muito menos até às 4500 rpm do “redline” para se fazer aquilo que se pretende. Isto significa que qualquer ultrapassagem é uma brincadeira, seja a subir ou a descer, e a sexta é uma mudança de força, que chega para tudo em estrada aberta ou autoestrada, onde a faixa da esquerda não mete medo nenhum, nem à Navara nem aos ouvidos dos ocupantes. MULTIBRAÇO Por se tratar de uma versão de cabina dupla, esta Navara também tem direito à mais sofisticada suspensão da gama, com um eixo traseiro multibraço com molas helicoidais, em vez do eixo rígido com molas de lâminas que encontramos nas versões chassis-cabina e King Cab. O amortecimento e a tração ganham outro refinamento. Uma curva feita depressa nunca é divertida, mas faz-se… depressa. A frente demora a apontar, mas vai lá com desembaraço e não há adornamento significativo da carroçaria. A eletrónica ajuda sempre, com o controlo de tração a acender com frequência nas acelerações em curva, porque o motor tem binário e a traseira é leve, a não ser que se encha o habitáculo e a caixa traseira com os 1029 kg de carga útil disponível. As passagens de caixa, fáceis mas lentas devido ao seletor, resultam num suave solavanco, tal como os buracos mais fundos da estrada. São os efeitos de um veículo extremamente sólido, defendido por um chassis separado da carroçaria mas com rodas pesadas e, portanto, muito peso não suspenso. Não há diferencial central e, a não ser que a liguemos, a tração é apenas traseira numa situação normal. Mas basta rodar o botão para a posição 4x4, mesmo em andamento, e a força bruta do motor passa a repartir-se pelos quatro cantos de forma eficaz.
FEVEREIRO 2019 TURBO FROTAS
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ENSAIO
NISSAN NAVARA 2.3 DCI N-GUARD
OFF ROAD Capaz de uma inclinação lateral de 49o, a Navara trepa gradientes de 30o e tem os seguintes ângulos TT: ataque: 32o ; saída: 25o ; ventral: 22,2o . A distância mínima ao solo é de 22,2 cm
NISSAN NAVARA 2.3 DCI N-GUARD
EQUIPAMENTO
Isto se quisermos devorar a trialeira com alguma pressa porque, se rodarmos mais uma posição, para ligarmos as redutoras, a velocidade é substituída pela força e a N-Guard passa a trepar lentamente a mais íngreme e esburacada ravina, com uma macieza digna da realeza. Descê-la com nobreza e velocidade controlada também é fácil. Basta carregar no botão do controlo de descidas. A tração integral, a caixa com redutoras, o controlo de descidas, o autoblocante traseiro e a excelente articulação de eixos estão sempre ali disponíveis para nos ajudar. E se, no meio de tanta aventura, os consumos forem importantes, então registe os 6,9 litros aos 100 km como valor anunciado, os 9 litros como realistas e os dez como o valor mais que provável. /
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TURBO FROTAS FEVEREIRO 2019
Série: Cruise control; HDC; Redutoras; Comp. bordo; Clim. Auto dual zone; AEB (sistema anti-colisão frontal); Chave inteligente+botão de ignição; Navegação 3D; NissanConnect; Faróis LED auto; Câmara 360o; Sens. estacion. traseiros; Jantes 18’’; Aplicações em preto; Teto panorâmico; Estofos em couro parcial; Regul. elétrica do banco do condutor; Lava-faróis
TÉCNICA PREÇO: 44 560€ (VERSÃO BASE) // MOTOR: 4 CIL. TURBODIESEL; 2298 CC; 190 CV/3750 RPM // BINÁRIO: 450 NM/1500-2500 RPM // TRANSMISSÃO: INTEGRAL COM REDUTORAS, MANUAL 6 VEL. // CAIXA DE CARGA (COMP/ LARG/ALT.): 1,54/1,56/47,4 M // DESEMPENHO: 10,8 S 0-100 KM/H; 180 KM/H VEL. MÁX. // CONSUMO: 6,9 L/100 KM EMISSÕES DE CO2: 167 G/KM // IUC: 258,78€ *As nossas medições
MOTOR / EQUIPAMENTO / DESEMPENHO EM TT PESO / CONSUMO / MANOBRABILIDADE
E D I Ç Ã O
E S P E C I A L
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JÁ NAS BANCAS
ENSAIO
VOLKSWAGEN E-CRAFTER FURGÃO 35 L3H3
ESTREIA EM GRANDE Os baixos custos de utilização são o principal argumento do primeiro comercial elétrico da Volkswagen, que foi projetado para distribuição e oferece uma autonomia real de 140 km TEXTO CARLOS MOURA PEDRO FOTOS JOSÉ BISPO
C
om base na variante de tração dianteira do Crafter, a Volkswagen Veículos Comerciais desenvolveu uma versão elétrica para operações de distribuição urbana que já se encontra disponível. O Volkswagen e-Crafter recebeu a mesma cadeia cinemática do e-Golf, incluindo o motor elétrico EEM85, que desenvolve uma potência máxima de 100 kW (136 cv) e um binário de 260 Nm, e transmissão automática de uma velocidade, adaptada para responder às exigências de capacidade de carga de um comercial. A bateria de iões de lítio com capacidade de 35,8 kWh também veio do Volkswagen e-Golf e, no
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TURBO FROTAS FEVEREIRO 2019
e-Crafter, apresenta autonomia anunciada de 173 km em ciclo NEDC (New European Driving Cycle). Os estudos da marca indicaram que aquela autonomia era suficiente para a esmagadora maioria das operações de distribuição urbana nas chamadas entregas de “última milha”. Cerca de 55% dos percursos diários têm entre 70 a 75 quilómetros, com 50 a 100 paragens, e cerca de 85% da utilização é efetuada em ambiente urbano. É também por esse motivo que a velocidade máxima está limitada eletronicamente a 90 km/h, para não comprometer a autonomia. O tempo de carregamento total da bateria varia em função do tipo de carregador: AC de 2,3 kW (tomada doméstica), 17 horas; AC de 7,2 kW,
5h20m. O modo de carga rápida num posto de 40 kW, possibilita a recuperação de até 80% cento da capacidade da bateria em cerca de 45 minutos. QUASE IGUAL Exteriormente poucas são as diferenças entre as versões elétrica e de combustão do Crafter, com exceção da inserção cromada em tom azul com a designação e-Crafter no lado esquerdo da grelha dianteira. As dimensões exteriores dos derivativos de chassis médio e teto alto (L3H3) são semelhantes, isto é, um comprimento de 5,98 metros e altura de 2,59 metros, enquanto o compartimento de carga disponibiliza um volume útil de 10,7 m3, permitindo o transporte de quatro europaletes.
A utilização do chassis da variante de tração integral (AllMotion) permitiu aumentar ligeiramente a altura ao solo para possibilitar a instalação das baterias por baixo do piso da carroçaria, mantendo-se inalterado o compartimento de carga, que, no caso da unidade ensaiada, apresenta uma capacidade de 998 kg. O acesso ao compartimento de carga é assegurado por uma porta deslizante no lado direito, com pega de entrada, ou por duas portas traseiras de batente, que abrem num ângulo de 270º. A zona de carga possui iluminação interior com quatro pontos LED, dez olhais para fixação da mercadoria. A unidade ensaiada tinha revestimento do piso e das paredes laterais em madeira, que é opção. A cabina também poucas alterações sofreu relativamente à versão equivalente de combustão interna. A qualidade de construção está acima da média para o segmento, assim como os materiais utilizados. A principal alteração foi efetuada no painel de instrumentos, com a adoção
de um mostrador específico em substituição do conta-rotações que indica os diferentes modos de funcionamento elétrico (Charge, Economy e Power), enquanto o indicador do nível de combustível passou a exibir o nível de carga da bateria. O computador de bordo também passa a fornecer a informação relativa à autonomia e ao consumo de energia (médio e instantâneo). Na consola central, uma alavanca permite selecionar os modos de condução do veículo (P, R, N e D). Em termos de equipamento, o e-Crafter oferece, de série, alguns dispositivos opcionais na variante de combustão como os retrovisores com regulação elétrica e aquecimento, degrau traseiro integrado no pára-choques, banco do condutor “Comfort Plus” com regulação elétrica, faróis de nevoeiro com luz de curva, câmara de estacionamento traseira, sistema de assistência de permanência na faixa de rodagem, luzes de condução diurna com ativação automática de faróis, assistente de colisão frontal “Front Assist”, com função de tra-
vagem autónoma, sensores de proximidade das zonas laterais e traseiras do veículo. No que se refere à condução, revelou-se bastante agradável, graças ao binário imediato disponibilizado pelo motor elétrico, que proporciona uma aceleração rápida, especialmente nos primeiros 60 metros, graças à transmissão automática de uma velocidade, sem interrupção de tração. A combinação da tração dianteira e das baterias localizadas sob o piso junto ao eixo traseiro garante uma distribuição equilibrada do peso, traduzindo-se num comportamento dinâmico bastante estável e previsível, mesmo em vazio. A autonomia real verificada no ensaio, realizado sob temperaturas relativamente baixas (mas positivas), foi de 144 quilómetros. CUSTOS DE UTILIZAÇÃO Para os operadores de transporte, um dos grandes argumentos do Volkswagen e-Crafter consiste nos custos de utilização que permitem compen-
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ENSAIO
VOLKSWAGEN E-CRAFTER FURGÃO 35 L3H3
136 CV
POTÊNCIA MÁXIMA
998 KG CARGA ÚTIL
3,67 €
CUSTO/100 KM
sar um custo de investimento inicial significativamente mais elevado face à versão equivalente a gasóleo. Para o mesmo nível de equipamento, o Volkswagen eCrafter L3H3 está disponível por 77.900 €, enquanto o Volkswagen Crafter L3H3 2.0 TDI de 140 cv custa 41.109 €. Por outro lado, o consumo verificado durante o ensaio de 23,6 kWh/100 km traduz-se num custo de 3,67 euros por cada cem quilómetros percorridos, com base na tarifa de baixa tensão normal da EDP Comercial. Este valor é equivalente a 2,81 euros de gasóleo e ainda pode ser mais favorável se a empresa tiver uma tarifa bi-horária e efetuar o carregamento nas horas de vazio. Comparativamente, com o Crafter L3H3 2.0 TDI de 140 cv conseguimos um consumo médio de 8,1 l/100 km, o que se traduz num custo médio de 10,56 euros por cem quilómetros. Assim, apenas pela diferença de custos de aquisição “versus” custos de energia para percursos anuais de 100 mil quilómetros são necessários cerca de 5,4 anos para recuperar o acréscimo de investimento. Que diminuem se forem levados em conta outros custos como o AdBlue a cada 15 mil quilómetros ou a manutenção mais simples e…económica! Para empresas ligadas à distribuição urbana ou às entregas “de última milha” que pretendam diminuir a fatura mensal com combustível, assim como a sua pegada de carbono, o e-Crafter poderá ser uma solução interessante. Até porque a autonomia real de 140 quilómetros está longe de ser um constrangimento para a maioria das operações em meio urbano. /
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TURBO FROTAS FEVEREIRO 2019
VOLKSWAGEN E-CRAFTER FURGÃO 35 L3H3
EQUIPAMENTO Luzes delimitadoras laterais, retrovisores exteriores com regulação elétrica e desembaciador, assistente ventos laterais e de arranque em subida, ESP e ABS, faróis dianteiros em LED com luzes diurnas, banco do condutor ComfortPlus, banco duplo passageiro com compartimento de arrumação, ar condicionado “Climatronic”, assistente de manutenção na faixa
TÉCNICA PREÇO 77.900€ // MOTOR ELÉTRICO; 100 KW (136 CV) // BINÁRIO 290 NM // TRANSMISSÃO DIANTEIRA; 1 VEL AUTO // PESO 2502 KG // COMP./LARG./ALT 5,98/2,04/2,59 M // CONSUMO 21,5 KWH/100 KM (23,6 KWH/100 KM*) // EMISSÕES 0 G/KM // IUC 0,00€ *As nossas medições
MOTOR ELÉTRICO 136 CV
21,5 KWH 100 KM
CONDUÇÃO / CARGA ÚTIL
PREÇO / CONSUMO
0 G/KM 0€ IUC
COMERCIAIS
4 CIL. DIESEL
163 CV
6,6 L 100 KM
153 G/KM 258,78 € IUC
MERCEDES-BENZ VITO TOURER SELECT STANDARD 116 CDI AUTO
COMBINAÇÃO DE SUCESSO O Vito Tourer é uma das estrelas do transporte de passageiros, graças à boa imagem de marca, à fiabilidade, ao conforto e aos baixos custos de utilização TEXTO CARLOS MOURA PEDRO
C
erca de metade das vendas do Mercedes-Benz Vito em Portugal são relativas a versões de transporte de passageiros, denominadas Tourer, permitindo à marca ser uma das principais protagonistas deste subsegmento, com uma taxa de penetração de mercado de 35%. Esta tipologia de viatura está vocacionada para atividades tão diversas como serviços de turismo, transporte regular especializado (incluindo coletivo de crianças e escolar), táxi, entre outros. O rent-a-car é outro setor que tem necessidade deste tipo de viaturas para alugueres com e sem condutor, em especial equipadas com caixa de velocidades automática. Em função do tipo de aplicação, o Vito Tourer é proposto nas linhas de equipamento Base, Pro e Select. Esta última, que corresponde à unida-
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TURBO FROTAS FEVEREIRO 2019
de ensaiada, é a mais requintada e luxuosa, distinguindo-se exteriormente pelo para-choques na cor da carroçaria e as jantes em liga leve. O interior também oferece uma apresentação mais cuidada, com bancos conforto de três lugares nas primeira e segunda filas, que incluem apoios de braços, encostos e apoios de cabeça. O sistema de calhas permite alterar a posição dos bancos, que contam com fecho rápido para uma maior segurança. A última fila de três lugares é rebatível, permitindo aumentar o volume útil da bagageira de 0,99 m3 para 1,22 m3. O acesso aos lugares traseiros é efetuado por uma porta lateral deslizante de dimensões generosas, com abertura manual ou elétrica (opção). Totalmente forrado, o interior não apresenta qualquer chapa à vista. A perceção de qualidade a bordo é reforçada pelo Pack Cromado interior, com aplicações no painel de instrumentos e re-
163 CV
POTÊNCIA MÁXIMA
9
LOTAÇÃO MÁXIMA
990 L
MALA COM 9 LUGARES
vestimento das portas, e pelo Pack Iluminação. O ar condicionado automático ajuda a manter o interior climatizado, contribuindo para o bem-estar dos ocupantes, Por sua vez, o condutor também beneficia de um ambiente agradável. A regulação do banco individual multifunções e da coluna da direção permite a obtenção de uma correta posição de condução, enquanto o volante multifunções com computador de bordo e o painel de instrumentos com visor de alta qualidade permitem aceder às informações e controlar as funções do veículo. A dotação de série inclui ainda faróis automáticos e sensor de chuva. CAIXA AUTOMÁTICA OPCIONAL No capítulo mecânico, uma das propostas assenta na motorização diesel de 2143 cc, que desenvolve uma potência de 163 cv e um binário de 380 Nm, entre as 1400 e as 2400 rpm. A tração é assegurada pelas rodas traseiras e a transmissão por uma caixa automática 7G-TRONIC PLUS (pena que seja opcional) que proporciona uma condução muito agradável, quer nas acelerações, quer nas recuperações. A boa combinação entre o motor e a transmissão reflete-se positivamente no consumo de combustível, sendo possível obter valores abaixo de 7,5 l/100 km em autoestrada. No final de um ensaio que envolveu trajetos em cidade, autoestrada e estrada nacional, o computador de bordo indicava um valor bastante interessante de 6,9 l/100 km num veículo que pesa, em vazio, cerca de duas toneladas. Será de referir que a unidade ensaiada também contava, de série, com o pack BlueEfficiency que inclui sistema start-stop, contribuindo para a otimização dos custos totais de utilização. Destaque ainda para o comportamento da suspensão, que apresenta uma regulação de amortecimento para assegurar o máximo conforto aos ocupantes, absorvendo com bastante eficácia as irregularidades do piso. No que se refere ao preço de venda ao público, o Mercedes-Benz Vito Select Standard 116 CDI é proposto a partir de 63.109 euros, com IVA incluído. Como a unidade ensaiada vinha carregada de opcionais - vidros traseiros escurecidos, porta lateral elétrica, volante em pele, ar condicionado na traseira, rádio Audio 15 com sistema de navegação Becker, sistema de parqueamento ativo, bancos em pele sintética, caixa automática de sete velocidades – o preço final aumenta para os 70.808 euros. A imagem de marca, a qualidade de construção, o comportamento dinâmico e os consumos ajudam a explicar o sucesso do Vito Tourer junto dos operadores de transporte, não obstante um preço final relativamente elevado, o que também se reflete numa renda mensal de 902,75 euros para quatro anos ou 80 mil quilómetros, segundo uma simulação da Mercedes-Benz Financiamento. /
TRANSPORTADOR A boa qualidade de construção e até o requinte de alguns dos materiais usados, mais o generoso espaço disponível fazem deste Mercedes Vito Tourer uma boa opção para o transporte turístico pelo seu nível de conforto
MERCEDES-BENZ VITO TOURER SELECT STANDARD 116 CDI AUTO
FINANCIAMENTO
EQUIPAMENTO
RENDA – 902,75 € 4 anos / 80.000 km Valor inclui IVA. Contrato Mercedes-Benz Financiamento
Ar condicionado automático, volante multifunções, painel de instrumentos Highline, sensor de chuva, faróis automáticos, retrovisores exteriores elétricos com desembaciador, airbag dianteiro duplo, sidebag para condutor, assistente de vento lateral, sistema de assistência no arranque e sistema Attention Assist, Pack BlueEfficiency com Start-Stop
TÉCNICA PREÇO 70.808€ // MOTOR 4 CIL.; 2143 CC; 163 CV; 3800 RPM BINÁRIO 380 NM // TRANSMISSÃO Traseira; 7 VEL Auto // PESO 2016 KG // COMP./LARG./ALT. 5,14/1,98/1,91 M // CONSUMO 6,6 L/100 KM (6,9 L/100 KM*) // EMISSÕES CO2 153 G/KM // IUC 258,78 €
QUALIDADE / CONSUMOS
*As nossas medições
PREÇO / OPCIONAIS
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COMERCIAIS
OPEL ZAFIRA LIFE
A REINVENÇÃO As sinergias no seio do Grupo PSA permitiram à Opel ‘reinventar’ o conceito do Zafira, naquela que é numa nova abordagem para o segmento dos veículos multi-usos TEXTO CARLOS MOURA PEDRO
H
á cerca de duas décadas, a Opel lançou a primeira geração do Zafira, dando origem ao segmento dos monovolumes compactos com lotação até sete lugares. Com o decorrer dos tempos, a popularidade daquele tipo de viaturas caiu drasticamente entre os consumidores europeus, cujas preferências vão agora para viaturas do tipo SUV ou Crossover. Atenta a esta realidade, a marca alemã decidiu ‘reinventar’ o Zafira que, na sua quarta geração, adota a configuração de um MPV (multi-purpose vehicle) e a designação Zafira Life.
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Desenvolvido com base na plataforma EMP2 do Grupo PSA, partilha o conceito de veículo de passageiros “multilugares” com os modelos Peugeot Traveller e Citroën Spacetourer, oferecendo um nível de equipamento e conforto ao nível de um ligeiro de passageiros, além de uma versatilidade, modularidade e espaço interior de um monovolume. O Zafira Life será proposto em três comprimentos de carroçaria, abrangendo igual número de segmentos: 4,60 m, 4,95 m e 5,30 m. A variante curta tem menos 10 cm que o atual Zafira, enquanto variante maior é 65 cm mais longa, aproximando-se das dimensões do Vivaro Combi
atual. A maior parte das versões terá uma altura total inferior a 1,90 metros, garantindo o acesso à maioria dos parques de estacionamento subterrâneos. A variante mais curta do Zafira Life insere-se no segmento dos monovolumes compactos, mas é mais espaçosa, sobretudo para as pernas. Entre outros argumentos, destaque para o diâmetro de viragem de apenas 11,3 metros, o comportamento dinâmico ágil e as duas portas laterais deslizantes com comando elétrico e sensor de pé, idêntico ao presente nas bagageiras das carrinhas Astra Sports Tourer e Insignia Sports Tourer.
3
VARIANTES
4,95 M VERSÃO MÉDIA
9
LUGARES
Os Zafira Life médio e longo foram prolongados em 35 centímetros na distância entre-eixos, proporcionando ainda mais espaço para as pernas aos ocupantes das filas traseiras, tornando a versão média num concorrente dos monovolumes do segmento D. Por sua vez, o Zafira Life Longo também apresenta uma distância entre eixos de 3 ,28 metros e uma bagageira com uma capacidade de 4500 litros, ao nível dos grandes monovolumes. MODULARIDADE E VERSATILIDADE A versatilidade interior é um dos argumentos dos monovolumes e o Zafira Life não é exceção. Forrados a couro, os bancos estão montados em calhas de alumínio para possibilitar regulações amplas em todas as versões. As diferentes con-
figurações permitem cinco, seis, sete ou oito bancos individuais. O rebatimento das costas do assento dianteiro do passageiro liberta espaço para acomodar objetos com comprimentos superiores a 3,5 metros. O nível de equipamento mais luxuoso, denominado “Lounge”, será proposto nas variantes de distância entre-eixos longa e incluirá bancos dianteiros com massagem e aquecimento e, quatro assentos traseiros forrados a couro, com largura de 48 centímetros. Estes bancos podem ser rodados, permitindo transformar o MPV da Opel numa “sala de estar” espaçosa e acolhedora. A mesa ao centro é amovível, libertando espaço para pequenos objetos. Para carregar dispositivos móveis estão disponíveis tomadas de 230 V.
A segurança activa e passiva também está presente no Zafira Life, que conta com os mais avançados sistemas de assistência à condução. A parte dianteira do veículo está monitorizada por uma câmara e um radar. O sistema consegue reconhecer peões e acionar a travagem de emergência a velocidades até 30 km/h. O MPV da Opel também recebe um “head-up display” policromático que apresenta a velocidade, a distância para o veículo da frente e as indicações de navegação. Apresentado em janeiro no Salão de Bruxelas, o Zafira Life poderá ser encomendado nos próximos meses, estando previstas as primeiras entregas para o início do segundo semestre. A gama será ainda reforçada com uma versão 4x4, desenvolvida pela Dangel e, em 2021, surgirá a variante elétrica. /
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EM MOVIMENTO
NOTÍCIAS
MOBILIDADE ELÉTRICA
PORTUGAL SOBE NO RANKING DO LEASEPLAN EV READINESS
P
ortugal é um dos países mais bem preparados para a mobilidade elétrica, segundo refere o estudo LeasePlan EV Readiness Index 2019, com base numa análise abrangente efetuada em 22 países europeus e relativa à transição para a mobilidade elétrica. O índice baseia-se em quatro fatores: maturidade do mercado de veículos elétricos, maturidade da infraestrutura de carregamento, incentivos governamentais e experiência da LeasePlan com veículos elétricos em cada país. O nosso país ocupa a oitava posição no estudo, com um total de 5487 veículos matriculados, o que corresponde a 0,5% por mil habitantes, enquanto a quota de mercado se situa nos 3,1%.
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Em 2018, foram vendidos 2805 veículos, o que corresponde a 51 por cento do parque circulante deste tipo de viaturas. Relativamente à maturidade da infraestrutura de carregamento, Portugal tem um total de 1980 postos divididos por 741 localizações. Como seria de esperar, a Noruega ocupa o primeiro lugar do ranking do LeasePlan EV Readiness Index 2019, seguindo-se a Holanda, a Suécia e a Áustria. Em comparação com o ano passado, todos os 22 países demonstraram uma melhor preparação para os veículos elétricos, principalmente devido ao aumento da oferta de novos modelos, com autonomias mais longas e melhores infraestruturas de carregamento. A Finlândia foi o país que mais subiu na clas-
sificação da LeasePlan (sete lugares), seguindo-se a Alemanha (quatro lugares) e Portugal (quatro lugares), o que se deveu a uma melhoria na infraestrutura de carregamento, a um aumento da percentagem de matrículas de veículos elétricos e a incentivos governamentais mais atraentes. A quota de mercado dos veículos elétricos está agora nos 3,1 por cento em Portugal, 5,1 por cento na Holanda, 5,2 por cento na Finlândia e 7,6 por cento na Suécia, enquanto a Noruega continua a ser o líder indiscutível, com os veículos elétricos a representarem 53% de todos os veículos matriculados! A Holanda tem a maior rede pública de pontos de carregamentos disponíveis (83.196), seguida da Alemanha (37.405) e da França (34.558).
OF
ARVAL
NOVO CEO E CHAIRMAN
A
lain Van Groenendael foi nomeado “chairman” e CEO da Arval, substituindo o anterior responsável máximo da gestora de frotas do BNP Paribas, Phillipe Bismute, por ter atingido a idade de reforma. Anteriormente, Alain Gronenendael integrou do conselho de administração e diretor executivo adjunto do BNP Paribas Personal Finance, tendo sido nomeado presidente em 2015. Além disso, também foi membro dos Comités de Gestão dos Serviços Financeiros Internacionais e da Banca de Retalho no Grupo BNP Paribas, tendo assumido um papel de liderança no desenvolvimento internacional do grupo, formando
várias parcerias estratégicas na área de serviços financeiros, de veículos e distribuição, tendo incentivado a transformação digital da empresa. Entre novembro
de 2017 e junho de 2018 ocupou o cargo de presidente do conselho de administração da Opel Vauxhall Finance.
ALD AUTOMOTIVE
NOVA FROTA ELÉTRICA DA CÂMARA DE LISBOA ALD Automotive foi a escolhida pela A parceira Câmara Municipal de Quando adaptado à dimensão da população, os três principais países são agora a Holanda (4,8 postos de carregamento por 1.000 habitantes), a Noruega (4,5) e o Luxemburgo (1,9). A Áustria, a Irlanda, a Alemanha e a Holanda obtiveram a maior pontuação no que se refere aos apoios governamentais paos veículos elétricos, incluindo subsídios de compra, benefícios fiscais de registo, benefícios de imposto de propriedade, benefícios fiscais para empresas e benefícios no IVA. Este relatório foi divulgado antes do Fórum Económico Mundial, em Davos. /
Lisboa para apoiar a substituição de 160 automóveis da sua frota operacional de ligeiros de passageiros por veículos elétricos Renault ZOE. A substituição da totalidade das viaturas municipais que circulam diariamente na capital é uma das medidas definidas pela autarquia para reforçar os compromissos assumidos na área da eficiência energética, permitindo reduzir a pegada de carbono. “O facto de a Câmara Municipal de Lisboa colocar a frota automóvel no cen-
tro da sua estratégia de mobilidade sustentável, confiando na ALD Automotive para a transição energética de 160 veículos, deixa-nos muito orgulhosos”, comentou Nuno Jacinto, diretor comercial da gestora de frotas ligada à Société Générale.
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EM MOVIMENTO
NOTÍCIAS
MERCEDES-BENZ
CAMIÕES ATEGO PARA HERTZ
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OPEL VIVARO
TERCEIRA GERAÇÃO
A
Opel vai introduzir no mercado a terceira geração do comercial de dimensões médias, Vivaro, que estará disponível para encomendas a partir do segundo semestre. Pela primeira vez na sua história, este modelo não foi desenvolvido em parceria com a Renault, mas sim com o Grupo PSA, partilhando a plataforma EMP2 com o Peugeot Expert e o Citroën Jumpy. Isto significa que a gama também será proposta, pela primeira vez, em três comprimentos de carroçaria, em vez de apenas dois: 4,6 metros, 4,95 metros e 5,3 metros. Outra novidade é a disponibilização de uma única altura de teto, com 1,9 metros na maior parte variantes, permitindo o acesso a parques de estacionamento subterrâneos, nomeadamente de centros comerciais, para cargas e descargas.
FREE2MOVE LEASE EM PORTUGAL O Grupo PSA lançou o Free2Move Lease em Portugal, com o objetivo de disponibilizar as melhores soluções de renting aos
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A oferta do novo Vivaro compreende quatro modelos base: furgão de mercadorias, “crew-cab” de seis lugares, chassis-cabina e uma Combi de passageiros. O novo furgão da Opel vai oferecer um volume útil de carga máximo que atinge os 6,6 m3 e uma capacidade de carga de 1400 kg, isto é, mais 200 kg do que no modelo atual. O mesmo se aplica à capacidade de reboque, que aumenta 500 kg, para um total de 2500 kg. O acesso ao compartimento de carga é garantido pela grande abertura traseira e pelas portas laterais. Estas últimas podem ter, pela primeira vez neste modelo, comando elétrico com abertura automática, recorrendo a sensores de pé. O novo Vivaro consegue transportar objetos longos até 4,02 metros, utilizando a abertura FlexCargo sob o banco do passageiro da frente. /
clientes empresariais, concentrando as sinergias e competências das marcas Peugeot, Citroën, DS Automobiles e Opel. A nova oferta irá incorporar gradualmente novos serviços, especialmente através de veículos conectados e digitais, programas de manutenção das redes oficiais das marcas, seguros, gestão de sinistros, assistência rodoviária, viaturas de substituição, gestão pró-ativa dos contratos.
Hertz Car Hire recebeu um total de 542 camiões de distribuição Mercedes-Benz Atego, que se destinam à sua frota de aluguer na Alemanha, incluindo veículos com peso bruto de 7,5 toneladas e 15 toneladas. Os camiões possuem caixas de carga especiais que foram concebidas pelas empresas Saxas e Junge. Com a mais recente entrega, a empresa de aluguer de viaturas passou a contar com mais de 1200 veículos Mercedes-Benz no segmento acima das 7,5 toneladas. O Mercedes-Benz Atego de 15 toneladas é o primeiro modelo de um segmento novo introduzido pela Hertz na sua frota. E a aposta até foi significativa: 102 unidades! Os restantes veículos destinam-se a renovação de frota. A Hertz Car Hire optou por uma solução de financiamento em leasing através do Mercedes-Benz Bank.
ALIANÇA ENTRE FORD E VOLKSWAGEN A Ford e a Volkswagen anunciaram o estabelecimento de uma aliança global para a obtenção de significativas economias de escala e aumentos de eficiência, Através da aliança, a Ford irá projetar e construir pick-ups médias para ambas as companhias, que deverão chegar ao mercado, o mais tardar, em 2022. Igualmente para ambas as entidades,
a Ford pretende ainda projetar e construir veículos comerciais de grandes dimensões destinados a clientes europeus, enquanto a Volkswagen pretende desenvolver e construir um veículo comercial citadino.
#15 FEVEREIRO 2019
SMA R T POR TUGA L
BERNARDO VILLA
NOVIDADES HONDA CR-V / ENSAIOS MERCEDES E 300 D STATION, KIA PROCEED, JAGUAR I-PACE, FORD FOCUS SW, AUDI A6 / MERCADO RENTING CONTINUA A CRESCER
O FUTURO ENQUANTO MARCA ELÉTRICA
WLTP
AUMENTOS OBRIGAM A REVER ESCOLHAS
GRANDLAND X
ÁS DE TRUNFO
OPEL CHEGA AO SEGMENTO DA MODA COM OPÇÃO CHEIA ARGUMENTOS
NOVO
RENAULT CLIO
NOVO MERCEDES CLASSE B UM PATAMAR ACIMA TODOS OS DETALHES E PREÇOS
#15 FEVEREIRO 2019
PEUGEOT 508 SW CHEGA NO VERÃO 1.5 DIESEL DE 130 CV ESTILO DESPORTIVO