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2,90€ (CONT.)
IN AS
#87 MAR./ABR. 2021
ENTREVISTA
RPL CLIMA
ENTRADA NO TECDOC E NO TECCAT “FOI UM PASSO GIGANTESCO”
A COMUNICAÇÃO DIGITAL NA PANDEMIA E AS NOVIDADES DO SECTOR
LUBRIFICANTES CLIMATIZAÇÃO AUTOMÓVEL
APOIOS ÀASSOCIAÇÕES RETOMA EXIGEM MEDIDAS ESPECÍFICAS PARA O SECTOR
PRIMAVERA TRAZ NOVAS OPORTUNIDADES DE NEGÓCIO
ARVAL CENTER
GESTORA DE FROTAS LANÇA REDE DE OFICINAS
PNEUS CONETADOS
EXPLORAR AS INFORMAÇÕES QUE SÓ OS PNEUS CAPTAM
profissional
SUMÁRIO #87 / MARÇO/ABRIL 2021
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DESTAQUE
RPL Clima: A referência nacional na climatização
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ATUALIDADE
SCR Twin-Dosing: dose dupla de sustentabilidade
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ATUALIDADE
Apoios à retoma: Sector exige medidas específicas
ATUALIDADE
Arval Center: Rede de oficinas Arval chega a Portugal
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DOSSIER
Lubrificantes: Pandemia trouxe nova forma de comunicar
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ESPECIALISTA
Climatização: Primavera é oportunidade de negócio
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FORMAÇÃO
ISCTE: Marketing relacional e os segredos da fidelização de clientes
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ATUALIDADE Estudo da Mobinov e Compete 2020 mostra a força do cluster automóvel
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TÉCNICA Todas as técnicas e materiais para reparar o habitáculo
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TÉCNICA Pneus conectados revelam o seu potencial
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MARÇO/ABRIL 2021 TURBO OFICINA
EDITORIAL
IMPULSIONAR O SECTOR M
ais de 1.000 milhões de euros de investimento em 2019, cerca de 90.000 postos de trabalho diretos, e 200.000 se contarmos com os indiretos, e um peso de 3% no PIB nacional. Se havia dúvidas sobre a importância do sector automóvel nacional, os números apresentados pelo Secretário de Estado da Economia, Dr. João Neves, na introdução do Webinar da Mobinov e do Compete 2020 sobre o Cluster Automóvel em Portugal são bem expressivos. Relevante também é a necessidade de, pela dimensão do sector, criar medidas específicas que fortaleçam ainda este motor da economia. Disso mesmo deram conta à Turbo Oficina os responsáveis máximos da DPAI/ACAP, ANECRA e AFIA. Com o esperado retomar de uma relativa normalidade é necessário continuar a impulsionar esta área tão importante da economia. Como a Turbo Oficina tem vindo a demonstrar, as empresas do sector têm força, estímulo e capacidade de inovação para tal, por isso só se pode esperar que o governo crie as condições para as tornar cada vez mais competitivas a nível internacional. Falando precisamente da internacionalização das empresas nacionais, não podemos deixar de assinalar o importante feito que a RPL Clima alcançou com a RPL Quality, que se tornou uma das
profissional
PROPRIEDADE E EDITORA TERRA DE LETRAS COMUNICAÇÃO UNIPESSOAL LDA NPC508735246 CAPITAL SOCIAL 10 000 € CRC CASCAIS
poucas marcas nacionais a figurar no TecDoc e no TecCat. Na entrevista que abre esta edição ficam bem patentes dois dos atributos que se destacam no aftermarket nacional; a visão estratégica e o foco na qualidade, características que valorizam o aftermarket Made In Portugal dentro e fora de portas. Não posso deixar de assinalar que neste mês de abril se celebram nove anos do lançamento da Turbo Oficina. Eu, que entrei para a redação da Turbo um ano mais tarde, tive oportunidade de acompanhar de perto a evolução de um projeto que quer continuar a crescer consigo, tanto na edição que chega a milhares de empresas como através do nosso site e redes sociais, onde também procuramos dar a conhecer o que se melhor se faz no após-venda nacional e internacional. Como tal, não posso deixar de agradecer aos excelentes profissionais (jornalistas, fotógrafos, paginadores e responsáveis comerciais) que durante estes anos ajudaram a engrandecer a Turbo Oficina. E, claro, um enorme agradecimento para si, que nos lê desde 2012, porque os nossos leitores são o combustível (seja com gasolina, gasóleo ou eletricidade) que nos move para fazer o melhor a cada dia. Um muito obrigado por nos acompanhar e ajudar a fazer da Turbo Oficina uma referência na informação especializada de qualidade para o aftermarket nacional.
NUNO FATELA E D ITO R CHE FE
TURBO OFICINA MARÇO/ABRIL 2021
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DESTAQUE
RPL CLIMA
“ENTRAR NO TECDOC E NO TECCAT FOI UM PASSO GIGANTESCO” Com a marca própria RPL Quality, a RPL Clima é uma das poucas empresas nacionais presentes nas maiores plataformas de identificação de peças do planeta. Assinalando que a especialização e a qualidade são bandeiras da empresa, o Diretor-Geral da RPL, Rui Lopes, destaca também a importância de trabalhar apenas com profissionais e oficinas especializadas e recorda que "são 21 anos de know-how nos sistemas de ar condicionado, e isso é complicado de apagar do Google…” Texto Nuno Fatela
A
RPL Clima é uma das empresas especializadas em ar condicionado mais conhecidas do aftermarket nacional, estando sempre pronta para ajudar a encontrar o componente ou a peça indicada para cada reparação na área da climatização. Representante dos maiores fabricantes de componentes do sistema de ar condicionado no mundo, a SANDEN, a Delphi e a Denso, a firma algarvia tem sido também reconhecida pelo sucesso da sua marca própria, a RPL Quality. A excelência da marca da RPL foi agora novamente comprovada com a entrada no TecDoc e no TecCat, as maiores plataformas do mundo de identificação online de componentes. Um feito alcançado por poucas companhias nacionais e que para o Diretor-Geral da RPL Clima, Rui Lopes, apenas foi possível devido ao esforço da empresa para garantir máxima qualidade em todos os equipamentos que comercializa. Fundada há 21 anos, quando mais ninguém anteviu o ‘boom’ dos sistemas de ar condicionado, a RPL Clima tem hoje um portefólio alargado de componen-
TURBO OFICINA MARÇO/ABRIL 2021
tes para este sistema que ganha cada vez mais peso nas reparações dos automóveis. Porque, ao contrário do ano 2000, agora praticamente todos os automóveis surgem de origem com ar condicionado, o que é uma excelente notícia para a RPL Clima... A RPL Clima está a assinalar 21 anos, ao longo dos quais se tornou uma referência no ar condicionado automóvel. O que motivou o Rui Lopes e o seu sócio, o Rui Pedro, a fundarem a RPL Clima? O que existia há 21 anos era venda de equipamentos completos e não peças de substituição. Na altura trabalhávamos numa companhia que era um concessionário de venda de camiões MAN e tinha também a vertente de peças para ar condicionado. Foi aí que aprendemos todo o know-how para lançarmos a RPL Clima. A RPL tem um percurso em que criou o seu espaço, fomos os principais inovadores na venda de peças de ar condicionado para automóvel, camião, máquinas de obras e máquinas agrícolas em Portugal. O nosso salto aconteceu muito porque, quero ressalvar isto, não estávamos contentes com a 6
Para o Diretor Geral da RPL Clima, "entrar no TecDoc e no TecCat foi um passo gigantesco, é um orgulho imenso e acho que vai fazer toda a diferença"
situação que existia. O velho provérbio diz que “quem está mal muda-se” e foi por aí. Como analisa o percurso efetuado pela RPL Clima ao longo dos últimos 21 anos e a evolução da empresa? Foi um percurso ascendente, começámos com duas pessoas e hoje temos dez colaboradores à nossa responsabilidade. Crescemos em Ferreiras, com uma loja de 80 m2 e quatro anos depois passámos para Vilamoura com dois armazéns, cada um com 150 m2. E passados doze anos mudámos para outro armazém, também na zona industrial de Vilamoura, já com 1200 m2. Tem sido um projeto em crescendo. Que momentos considera mais marcantes na história da empresa? Há vários momentos importantes, mas vou destacar o último, alcançado há dois meses, com a presença da marca própria, RPL Quality, nas duas maiores plataformas do mundo de identificação de peças, o TecDoc e o TecCat. Foi um passo gigantesco, são muito poucas as empresas portuguesas a estar presentes no TecDoc, é um orgulho imenso 7
MARÇO/ABRIL 2021 TURBO OFICINA
DESTAQUE
Com um crescimento constante ao longo de 21 anos de atividade, a RPL Clima começou com um espaço de 80 m2 e tem hoje um armazém com 1200 m2
Rui Lopes explica que " há clientes que só trabalham produto original. É Sanden, é Denso ou é Delphi"
e acho que vai fazer toda a diferença. Deixa-nos muito contentes. Essa presença no TecDoc e TecCat aumenta a visibilidade da RPL Clima e traz mais reconhecimento… Os players cada vez mais estão a juntar-se. Deixou de ser um mercado nacional para ser um mercado ibérico. E nós cá estamos, de forma humilde e competente, agarrados aos nossos valores de não vender a qualquer preço, e, claro, com a bandeira da RPL Quality a dar-nos uma vantagem. O mundo é cada vez mais global e aberto a tudo e a todos. Nós já entramos nesse comboio há algum tempo e este passo foi realmente fantástico. E já começa a surtir efeitos, tanto a nível nacional como lá fora. A própria evolução do automóvel, com a expansão dos sistemas de ar condicionado, tem jogado a favor da RPL Clima, enquanto especialista nesta área? Foi aí que estivemos dez anos à frente, começou a ser um hábito os carros virem com ar condicionado. Esses carros vão ter problemas no amanhã, e foi aí que a RPL apareceu. No ano 2000 existiam outras companhias no mercado para quem 90% do negócio era venda de equipamentos. Nós pen-
TURBO OFICINA MARÇO/ABRIL 2021
sámos ao contrário. Vamos arranjar os componentes desses equipamentos, porque no futuro vai haver desgaste e avariar. E, como existe nas outras peças, vai haver uma empresa especializada na área do ar condicionado que vai ter essa peça que a própria origem ainda não tem. E o que significa ser representante das maiores referências mundiais nos componentes para ar condicionado? A RPL é representante em Portugal dos três maiores fabricantes de compressores, a Sanden, a Denso e a Delphi. Vender um compressor da Sanden que vem equipado num Audi, e que é idêntico ao original, é vender qualidade. Nós sempre nos agarrámos à qualidade, e ser representante nacional dos três maiores fabricantes do mundo de compressores é uma excelente bandeira. Até porque há clientes que só trabalham produto original. É Sanden, é Denso ou é Delphi, não querem cópias. Qual o feedback dos clientes relativamente à presença dessas marcas no portefólio da RPL? Os clientes também nos têm dado indicações no sentido de nunca deixar 8
de trabalhar a marca própria original. Há clientes para diversas bolsas, e alguns só querem original, porque perante o cliente deles também só vendem o equipamento original e com garantias do serviço bem feito. É uma mais-valia no nosso portefólio. E onde se encaixa no mercado a marca própria, a RPL Quality? Sempre abraçámos o primeiro equipamento, e não foi a qualquer preço e qualquer custo que começámos também com marcas brancas. Foram visitadas fábricas e certificámo-nos de que as peças da RPL Quality tinham qualidade. A peça original é sempre a peça original, mas podemos ombrear-nos com os players que já estão no mercado com peças de qualidade e que não nos causem chatices. Quando sentimos que há algo que não funciona em determinada família ou marca preferimos não comercializar. Qual a divisão do volume de negócios entre vendas de equipamento original e da RPL Quality? Penso que anda nos 50-50, mas antigamente a estimativa era de 80 ou 90% para as marcas originais. A marca ori-
“OS ELÉTRICOS PRECISAM DE AR CONDICIONADO COMO DE PÃO PARA A BOCA”
ginal foi perdendo um pouco o espaço nas vendas globais, mas penso que a nível de faturação andamos nos 50-50. Mais uma prova da importância da RPL Quality… Sem dúvida. Não fomos os primeiros a fazê-lo porque não quisemos aparecer a qualquer preço e a qualquer custo, o que poderia causar uma má imagem ao mercado. Eu tive de fazer algumas viagens, nomeadamente à Ásia, para visitar as fábricas e perceber o que estávamos a querer trabalhar no futuro. E quando nos sentimos confortáveis lançámos com força e com determinação a RPL Quality. Está no mercado e já muitas pessoas preferem a nossa marca, o que nos deixa orgulhosos.
A chegada dos elétricos convence ainda mais Rui Lopes que tomou a decisão certa ao lançar uma empresa especializada na climatização automóvel em Portugal. “Eu sempre disse que a RPL Clima estava no mercado certo. Em primeiro lugar porque 99% dos carros vêm com ar condicionado, deixou de ser um luxo para ser uma necessidade de conforto e de segurança. E agora os carros elétricos precisam de ar condicionado como de pão para a boca. Sem as baterias refrigeradas os carros não andam, e costumo dizer que tenho negócio garantido para os próximos anos. O responsável pela especialista em AC auto explica que, com os sistemas atuais, “as baterias são arrefecidas pelo ar condicionado. Os carros elétricos dispõem de dois evaporadores, um para enviar ar fresco para o habitáculo e outro para as baterias, onde o ar condicionado tem de manter as baterias a determinada temperatura. O nosso entrevistado destaca também a expansão de um dos componentes deste sistema, o compressor elétrico. “Não vamos vender as baterias, mas vamos vender os condensadores, os evaporadores, os tubos ou os compressores elétricos. Estamos a receber continuamente informação dos principais fabricantes relativamente aos produtos de compressores elétricos. Este ano já vamos ter um pouco mais de abertura e conseguir ter uma gama mais alargada de compressores elétricos. Estava um pouco vedado à origem, o que é normal nos primeiros quatro ou cinco anos. Mas, tendo esta informação privilegiada, vamos ter um leque mais alargado de compressores elétricos”, promete Rui Lopes.
Rui Lopes afirma que " a especialização da RPL Clima é ar condicionado, com compressores elétricos ou de correia não fazemos tenções nenhumas de ir para outras áreas"
Quais os produtos com mais sucesso junto dos clientes? Que componentes e produtos têm mais procura? O corpo humano vive com o coração e os pulmões, e nós no ar condicionado não conseguimos viver sem um compressor e um condensador. São os dois componentes mais vendáveis, representam mais de 50% do volume de vendas, o resto são acessórios, peças em que também estamos na primeira linha. 9
MARÇO/ABRIL 2021 TURBO OFICINA
DESTAQUE
"O corpo humano vive com o coração e os pulmões e nós no ar condicionado não conseguimos viver sem um compressor e um condensador"
E como funcionou a gama de higiene para a Covid-19 lançada pela RPL Clima? Foi aquele boom e acabámos por entrar também. E foi um boom que caiu logo redondamente e eu disse “decididamente este não é o meu caminho”. Agora quando se trata de desinfeção de carros, de condutas… esse circuito sempre existiu antes da pandemia, agora veio-se reforçar mais um pouco. Os clientes normais continuaram sempre a comprar, o que apareceu foram mais clientes a comprar um spray para higienização do habitáculo e outros produtos. Verificaram que com o tempo compensaria, porque o cliente sente que o habitáculo tem o ar mais puro e agradável. O conhecimento especializado é algo que distingue RPL Clima dos outros players no mercado, explica Rui Lopes. Enfatizando a importância de também as oficinas e os seus profissionais terem conhecimento específico relativamente aos sistemas de ar condicionado, o Diretor-Geral da empresa destaca a importância da formação, porque ela “significa que eu estou a vender um compressor e não estou a vender problemas” para as oficinas… O mercado tem hoje um conhecimento mais especializado do sistema de ar condicionado? Os clientes cada vez estão mais formados para fazer um bom serviço, e lucramos com isso. Há várias oficinas agregadas a redes ou casa de peças que, mesmo obrigados a comprar uma determinada quantidade de produto a uma casa, não prescindem dos produtos da RPL Clima. Tudo o que seja clima é aqui que vêm falar, onde se sentem acarinhados e onde damos um acom-
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A RPL Clima assinalou em janeiro 21 anos de atividade no sector do ar condicionado
panhamento técnico e temos a peça certa. Telefonam quando mais ninguém tem, e nós temos. Faz a diferença para os profissionais saberem que encontram um interlocutor especializado do outro lado para os apoiar? Dentro de uma oficina o tempo é dinheiro. E num minuto, com uma chamada normal, sabemos qual é a peça. E eles também se sentem confortáveis, porque a RPL Clima é rápida, não falha, tem preço competitivo e garantia de que o serviço está entregue amanhã. Não vale a pena complicar, é RPL e ponto final. É esta especialização que distingue a RPL Clima dos outros players no mercado? Há uma coisa que é incontornável e que é a especialização. São 21 anos de know-how desta área, e isto é complicado de apagar do Google. E há mais de cinco anos consecutivos que a RPL Clima fatura mais de 2.000.000€ anuais no mercado nacional e 500.000€ em 10
exportação, independentemente da entrada dos grandes players no mercado. E acho que isso deve querer dizer qualquer coisa… A formação é outra aposta da RPL. Qual a importância destes cursos? Ter os clientes preparados para substituir um compressor significa que eu estou a vender-lhe um compressor e não lhe estou a vender problemas. Que exista cada vez mais formação. Isto para qualquer empresa, não só para a RPL Clima. Há excelentes companhias que dão formação, e ainda bem. O que nós queremos é que o cliente esteja cada vez mais informado e saiba distinguir a diferença entre uma boa peça e outra que depois avaria. Ainda bem que os clientes estão cada vez mais bem formados, isto é uma vantagem para a RPL Clima. Com a pandemia nota-se que as áreas relacionadas com o digital tem sido uma grande aposta da RPL Clima… Renovámos completamente as plataformas da RPL Clima e da RPL Au-
tomotive Parts, a plataforma para exportação que temos em espanhol e inglês. Também comunicamos por WhatsApp… é uma mais-valia e funciona muito bem com alguns clientes, que apenas enviam a fotografia de uma matrícula, da peça ou das entradas dos tubos. Temos também o chat no site e há pessoas que já se habituaram a ir por ali. Procuramos ir de encontro às necessidades dos vários clientes, comunicamos por Facebook, por Instagram, por LinkedIn, enviamos também newsletters mensais a todos os clientes. A parte digital já é uma parte adquirida da RPL Clima. E as vendas feitas pela internet representam já uma parte relevante do volume de negócios? É relevante, mas ainda não é o suficiente. Temos de dar tempo ao tempo e acho que vai atingir os números que queremos num futuro muito próximo. Eu acho que quem não estiver no digital vai estar “encostado” nos próximos anos.
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GARANTIA DA RPL CLIMA É “CASO ÚNICO EM PORTUGAL” Para as empresas de peças um dos temas mais sensíveis, e que pode dar origem a mais fricções no relacionamento com clientes, prende-se com as garantias. Rui Lopes destaca que a RPL Clima tem “um departamento específico e um serviço único, com um telefone direcionado e uma pessoa online só para as questões de tratamento de garantias, que dá uma resposta ao cliente em 24/48 horas. É caso único em Portugal”. Os procedimentos adotados exigem que o componente ou peça seja enviado para verificação pela RPL Clima. Segundo Rui Lopes, a maioria dos clientes “percebe que faz sentido e diz ‘envio o compressor, verifiquem o que se consegue fazer e ele depois segue novamente’. Isto acontece com outras famílias de componentes no mercado, e o ar condicionado não vai fugir à regra”. No entanto recorda também que continua a existir “o cliente à antiga, habituado a dizer 'manda-me outro que eu quero aqui uma coisa nova' ”. Para o Diretor-Geral da RPL Clima isto já não faz sentido, porque “tem de existir um 50-50, não pode ser 100% de prejuízo para o vendedor, hoje é impossível fazer isso. Não há margens nem suporte técnico que diga que o problema está na peça, as fábricas mandam cada vez mais relatórios dos testes. Não podemos estar sempre a dizer que o problema está na peça, e 99% das vezes o problema não está na peça, está no resto. Os clientes que não percebam e não queiram trabalhar neste sistema vão ter dificuldade em trabalhar com a RPL Clima, vai ser difícil crescermos juntos.”
NOTÍCIAS
N ACIONAIS
bilstein group eleito o melhor pela Temot O bilstein group foi distinguido pela Temot como o melhor fornecedor na área de “cadeia de distribuição”. Karsten Schüssler-Bilstein, o Group Managing Director do bilstein group, comentou a distinção e refere que o prémio “é a confirmação do nosso trabalho, mas também a motivação para continuarmos focados naquilo que é o mais importante para os nossos clientes: um elevado nível de disponibilidade, uma extensa gama de produto e um apoio personalizado”.
Racing Mania integra CGA Localizada em Penacova, a Racing Mania é a mais recente oficina a integrar a rede CGA Car Service. Equipada com tecnologia e equipamentos de ponta, área exclusiva para a reparação de turbos e injectores e um pavilhão dedicado às reparações de veículos pesados, foi destacado “que a Racing Mania faz agora parte da maior rede oficinal da Península Ibérica, a CGA Car Service, pela mão da estreita parceria entre a Auto Delta e a Auto Aval”.
TURBO OFICINA MARÇO/ABRIL 2021
E XPOME CÂ NICA 2021
Salão nacional do aftermarket confirmado de 15 a 17 de outubro
F
oram anunciadas as datas da grande reunião do após-venda nacional, com a Expomecânica, depois de apontar para os dias 23 e 25 de outubro, a antecipar o evento para os dias 15 a 17 de outubro. Os organizadores afirmam que esta é uma data que agrada porque, além de garantir a realização em 12
2021 da grande reunião do após-venda nacional, também “oferece um intervalo confortável para a Automechanika de Frankfurt”, agendada entre 14 e 18 de setembro. Além disso, a mudança de datas garante a realização do evento entre sexta-feira e domingo, como habitual, e permite aumentar os dias para montagem e desmontagem dos
CARF reforça zonas de distribuição Como indicado na entrevista concedida à Turbo Oficina na última edição, a CARF continua a trabalhar no sentido de fechar a cobertura de Portugal Continental. E com esse objetivo em vista relevou a expansão das suas área de atividade, reforçando a cobertura desde 5 de abril nas zonas de Abrantes, Sardoal, Constância,
espaços pelos expositores, "tirando pressão a todos os envolvidos nesta área tão sensível". A organização afirma que “com a evolução sanitária e o processo de vacinação em curso, acreditamos haver condições para a realização da Feira", e, novamente, com a adesão em força das empresas do sector. Estão anunciados mais de 250 expositores e 700 marcas nacionais e internacionais na Expomecânica 2021, que vão ocupar os pavilhões 2, 3, 4 e 5 da Exponor. Além das áreas de exposição, estão previstas diversas atividades, onde se destacam os Jogos Mecânicos, da DPAI/ACAP, o concurso para Melhor Mecatrónico e o Challenge Oficinas. Mas os grandes atrativos desta celebração do após-venda nacional são a promoção dos produtos e serviços, a apresentação de novas tendências, oportunidade para impulsionar as vendas e parcerias, fortalecer a imagem e presença das marcas no mercado e, claro, o relacionamento direto entre os players do aftermarket nacional. Lá nos encontraremos…
Cantanhede, Mealhada, Montemor-o-Novo, Figueira da Foz, Mira, Penacova, Poiares e Lousã nos serviços das 13h e 19h. Além disso, Arganil, Coja e Miranda do Corvo são agora abrangidas pelos serviços CARF das 19h. Os potenciais interessados nestes serviços podem entrar em contacto com a Distribuidora através das suas plataformas digitais.
Inicialmente prevista para maio, a Expomecânica foi adiada para depois do Verão, mas a organização acredita que agora estão reunidas todas as condições para a realização do evento
Novos Separ LFK disponíveis A Imprefil anunciou a chegada ao mercado ibérico dos novos filtros de combustível separadores de água da Separ com a tecnologia LFK. Estes são filtros coalescentes que, graças a esta inovação conseguem uma separação da água de 95%, destacandose ainda a presença do recipiente transparente que permite verificar com 13
maior facilidade o nível de água existente. Com área de elemento filtrante ampliada, a Imprefil refere também a facilidade de instalação dos novos filtros e refere ainda a simplicidade na substituição do elemento filtrante como duas das vantagens oferecidas pelos Separ LFK, que estão disponíveis tanto para veículos ligeiros como para maquinaria industrial.
MARÇO/ABRIL 2021 TURBO OFICINA
NOTÍCIAS
N ACIONAIS
V E L AS DE IGN IÇÃO
NGK lança novas referências F oram relevados pela NGK seis novas velas de ignição, destinadas a modelos da Honda, Ford, Mitsubishi, Suzuki e Subaru, todas elas já disponíveis no TecDoc. Cinco destas novidades destinam-se à família Laser Iridium (ILZKAR7B11, DILZKR7A11G, DIFFR5E11, DILKAR7G11GS e ILZKR6F11), a que se junta a nova LTR6A-10 para a gama Yellow Box. A
nova gama permite intervenções em mais de 475.000 veículos do mercado atual, mas a NGK Spark Plug antevê que os seis novos “heróis da ignição” vão ter aplicabilidade num total de 670.000 automóveis em 2023. Este é mais um passo na expansão da oferta da especialista em ignição, que promete continuar a crescer a sua gama ao longo dos próximos anos.
DT OFERECE NOVA INFORMAÇÃO ESPECIALIZADA No sentido de apoiar os profissionais nas suas reparações, a Diesel Technic apresentou um conjunto de dicas especializadas para a reparação do interruptor da coluna de direção. A marca explica que antes de iniciar a operação, deve-se garantir que “as conexões de aterramento e dos cabos, bem como os fusíveis, estejam em perfeitas condições e que não sejam a causa real
da falha”. Depois, antes de iniciar a intervenção também é necessário garantir que a bateria está desligada e que as rodas estão na posição correta. Depois os passos a seguir são relativamente simples, devendo-se “remover a unidade de airbag, o volante e a carcaça da coluna de direção, e depois reinstalar tudo na ordem inversa desta sequência de desmontagem”.
Chegou a nova Alcar Tech 600 Foi apresentada a nova máquina de diagnóstico Alcar Tech 600, que é anunciada como a “máquina TPMS mais rápida e líder no mercado”. Considerada uma ferramenta de alto desempenho e que facilita a utilização diária, entre as suas características destacam-se as ligações por Bluetooth e Wi-Fi, o carregamento wireless e o ecrã de 2,8’’. Além disso, ele apresenta melhorias na navegação de menu intuitiva, atualizações em tempo real via WIFI, multi-programação de 4 sensores e no f«diagnóstico TPMS por via de análise OBD.
BRAGALIS INCLUI A TALOSA NO PORTEFÓLIO Foi anunciado pela Bragalis a inclusão da marca de produtos de suspensão e direção Talosa no seu catálogo, alargando a oferta de componentes de elevada qualidade para os seus parceiros. Destacando a fiabilidade e garantias de segurança para os veículos, é destacada a ampla oferta de peças da empresa com mais de 60 anos de atividade, que apresenta mais de 12000 referências nas quais fica patente a especialização e elevado desenvolvimento tecnológico dos componentes disponibilizados aos clientes.
TURBO OFICINA MARÇO/ABRIL 2021
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ZF com novo kit reparador do atuador
BASF
Fornece Fit4Paint A linha própria de produtos relacionados com pintura (PRP) da marca BMW, a Fit4Paint, conta agora com a BASF como fornecedor exclusivo. Este acordo, com a duração de dois anos,
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permite, entre outras valências, “solicitar serviços de pintura e produtos relacionados com pintura a um único fornecedor, das mãos de especialistas da divisão de revestimentos da BASF”.
Procurando tornar mais rápida e baratas as reparações dos travões de estacionamento elétricos, ao evitar a reparação total da pinça de travão EPB, foi lançado pela ZF Aftermarket um novo kit reparador do atuador. Este novo produto contempla o atuador elétrico, dois parafusos de fixação e uma anilha e pode ser equipado numa vasta gama de modelos da Audi, BMW, Jaguar, Seat, Skoda e VW, aumentando a oferta da TRW e da ZF para os travões de estacionamento elétricos.
NOTÍCIAS
INT E RN ACIONAIS
Fuchs inaugura novas instalações
R E ST R I Ç Õ E S NA PRODU ÇÃO
Falta de chips está para durar A lém de lidar com uma pandemia, os fabricantes automóveis e de componentes começaram 2021 com um novo desafio para resolverem, causado pela falta de chips para as unidades de controlo e outros componentes dos veículos. Com este problema a causar dificuldades no fabrico, levando mesmo marcas a adiar entregas ou a fornecer aos clientes veículos sem alguns dos sistemas não-essenciais ativados, este é um problema tem também afetado outras áreas da indústria, como a produção de smartphones, computadores e outros dispositivos eletrónicos.
A questão tem mesmo causado intervenções dos governos junto dos maiores fabricantes asiáticos de chips, a Taiwan Semiconductor Manufacturing e a Samsung Electronics, mas aparentemente o problema está para durar. Destaca-se, entre os vários comentários feitos a esta situação, a análise de Nikolai Setzer, CEO da Continental, que veio recentemente avisar para a possibilidade dos constrangimentos na indústria automóvel se prolongarem, alertando que a falta de chips deve continuar a arrastar-se por vários meses.
KIA renova acordo com a TOTAL
MAHLE ANUNCIA SAÍDA DO CEO Jorg Stratmann e o Grupo Mahle anunciaram um acordo para a saída deste responsável das funções de CEO e Presidente do Conselho de Administração da empresa. No consórcio germânico desde 2008 e com as funções de Diretor Executivo desde fevereiro de 2018, Stratmann será substituído interinamente por Michael Frick (na foto), que ocupava o cargo de CFO. Agradecendo os 13 anos de trabalho do anterior CEO, que deixou funções a 31 de março, o grupo Mahle anunciou que o sucessor de Stratmann será anunciado no momento considerado mais oportuno pela empresa.
TURBO OFICINA MARÇO/ABRIL 2021
Foi inaugurada no final de abril a nova unidade de produção do Grupo Fuchs, situada no centro de Kaiserslautern e que fica dedicado à produção de poliuireia e outras massas lubrificantes especiais. Resultado de um investimento de 25 milhões de euros, esta nova instalação tem uma área total de 2000 m2 e, segundo o CEO da empresa, Stefan Fuchs, vai permitir “ampliar a nossa capacidade de produção de massas lubrificantes de poliureia de forma significativa. Assim, podemos dar resposta rápidas às necessidades dos clientes e fornecer massas lubrificantes de poliureia à medida”.
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Foi anunciada a terceira extensão do acordo de parceria entre a Total e a Kia, prolongando até 2026 fornecimento de lubrificantes aos veículos da marca coreana. Este novo acordo de cooperação vem alargar a ligação entre as duas empresas, já que passa a contemplar a hipótese do fornecimento pela Total de óleos destinados a veículos elétricos e novas soluções de mobilidade sustentável da marca coreana.
NOTÍCIAS
PE S ADOS
Grupo TII é campeão digital
I LUM I N A Ç ÃO
OSRAM destaca iluminação auxiliar para camiões V eja mais longe, conduza com maior segurança e proteja a sua carga. Este foi o mote da Osram para dar a conhecer aos motoristas de pesados e ao aftermarket a sua vasta gama de produtos LED destinados a aumentar a iluminação exterior dos camiões. A especialista em iluminação refere que os produtos das gamas Multifuncional, Funcional, Slim e Valor, instaladas para os perfis de foco, ampla e combinada, permitem obter soluções para as diversas necessidades de iluminação destas viaturas, oferecendo mais visibilidade e segurança tanto de noite como nas desafiantes condições do início e fim do dia. E esta melhoria na segurança estende-se ao condutor, já que o perfil luminoso da gama LED foi pensado para minimizar a fadiga ocular sentida pelos profissionais do volante.
A estas características de segurança juntam-se ainda os benefícios obtidos pela elevada robustez e vida útil das luzes, graças aos materiais usados no seu fabrico e lentes de policarbonato resistentes. A OSRAM destaca ainda o impacto no design, indicando que a iluminação LED Driving, compatíveis com a ECE, “adicionam um toque inteligente que realça o estilo”. A marca de iluminação recorda ainda que, em conjunto com os produtos OSRAM para o exterior, estão também disponíveis várias soluções para a iluminação interior, com as luzes de leitura LED ONYX COPILOT L-37 (para ligação fixa) e ONYX COPILOT USB (para conexão USB) a garantirem uma iluminação eficaz e sem encandeamento, de alta durabilidade e com a opção para o controlo individual de cada foco de luz.
DUNLOP E GOODYEAR OFERECEM DESCONTOS Foi anunciada uma campanha de descontos, até ao final de maio, para a aquisição de pneus para pesados da Dunlop e da Goodyear. Com esta campanha, a especialista em pneumáticos garante um reembolso entre 10€ e 25€ na na aquisi-
ção e montagem de pneus através da rede TruckForce. Para obter estes benefícios os clientes devem, após o serviço, fazer o registo das suas vendas através da plataforma MyGoodyear.eu, apresentando os comprovativos das suas compras. 17
A revista Focus Money, após analisar mais de 13.000 companhias na Alemanha, colocou o Grupo TII como um dos dez “Digital Champions” de 2021. Este é o segundo ano consecutivo em que o consórcio que integra a Schuerle, Kamag, Nicolas e Tiger é distinguido por esta publicação, após uma análise centrada nas áreas de digitalização, tecnologia e inovação. Assinalando a renovação da distinção no cenário de pandemia, o Grupo TII afirma que ele demonstra a resiliência da empresa aos efeitos da Covid-19 na sua atividade.
Metalcaucho lança linha para camiões Procurando expandir a sua atividade no sector do aftermarket automóvel, a Metalcaucho anunciou o lançamento de uma gama de tubos, tampões e outros produtos destinados a várias marcas de camiões, autocarros e até tratores. Com um catálogo de 213 referências, a Metalcaucho afirma que os seus produtos estão homologados para veículos pesados da Astra, DAF, ERF, Irisbus, Iveco, John Deere, MAN, MercedesBenz, Neoplan, Renault Trucks, Scania, Setra e da Volvo.
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TECNOLOGIA TWIN-DOSING
DOSE DUPLA DE SUSTENTABILIDADE O novo sistema “twin-dosing” da VW com dois redutores catalíticos selectivos (SCR) chega ao novo Volkswagen Golf TDI. Permitindo aumentar em 80% a eficácia no tratamento do NOx, esta pode ser uma das tecnologias a prolongar a vida dos Diesel no mercado Texto Nuno Fatela
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Diesel são considerados, de forma generalizada, os principais culpados pela poluição no sector automóvel. Esta situação, para que muito contribui o escândalo do Dieselgate, tem tido um efeito perverso, já que, embora com emissões de micropartículas e NOx mais elevadas, os motores a gasóleo emitem, em média, menos 15% de CO2 que os equivalentes a gasolina. Isto significa que existe potencial para os Diesel até serem mais eficazes a nível ambiental, desde que equipados com as tecnologias apropriadas. Tendo em conta que o dióxido de carbono não é o seu principal problema, o tratamento das emissões de NOx é um desafio que é preciso resolver com urgência para os motores Diesel manterem a sua competitividade. Uma das mais recentes soluções com eficácia reconhecida nesta área é o sistema da Volkswagen de dosagem dupla “twin-dosing” de Adblue ao longo do sistema de escape. A tecnologia surgiu com o Passat 2.0 TDI EVO de 2019 mas agora, com a sua introdução no novo Golf TDI (inclusive no desportivo Golf GTD), a marca alemã veio revelar mais detalhes do funcionamento deste sistema, afirmando que ele aumenta em 80% a eficácia no tratamento dos óxidos de azoto nos veículos Diesel. INTRODUZIDO UM SEGUNDO SCR O problema do tratamento do NOx prende-se com a garantia de que gases de escape chegam aos redutores catalíticos seletivos com a temperatura em que os SCR são mais eficazes no seu tratamento, entre os 220º e os 350º Celsius. No momento do arranque isto foi solucionado, por exemplo através de sistemas que conseguem aumentar a temperatura dos gases de escape logo no motor durante a sua fase de arranque. Dessa forma eles
chegam ao SCR colocado imediatamente antes do filtro de partículas nas condições ideais para este fazer o seu trabalho. O problema residia, portanto, quando o motor trabalha em regimes mais altos ou nas viagens mais longas. Algo que acontece, por exemplo, na condução em autoestrada ou com rotações mais altas, ao guiar em estradas de montanha ou quando se usa o reboque. Nestes casos a temperatura dos gases à saída do motor, muitas vezes acima dos 500º centigrados, significa que eles estão demasiado quentes para um SCR muito perto da origem operar com máxima eficácia no tratamento do NOx. A solução encontrada foi colocar um segundo redutor catalítico mais a montante no sistema, já por baixo da carroçaria. E passar também a fazer uma injeção dupla de AdBlue, usando para isso o SCR que esteja no intervalo ótimo de funcionamento. A colocação deste redutor catalítico mais distante do motor significa que os gases saídos do motor Diesel EA288 Evo da Volkswagen têm tempo de arrefecer para o intervalo entre os 220º e 350º Celsius antes de passarem pelo processo químico que, através da amónia no Adblue, transforma o NOx em vapor de água e azoto.
O segundo SCR mais longe do motor permite que os gases arrefeçam para o intervalo ótimo de tratamento do NOx
SENSORES MONITORIZAM O FUNCIONAMENTO Essenciais para este sistema de dupla dosagem são os vários sensores colocados ao longo do sistema de escape. Serão a sonda lambda e os sensores de NOx e do filtro de partículas a recolher as informações sobre a temperatura e composição dos gases para, através da unidade de controlo, escolher o melhor momento para injetar o Adblue no escape. Ao analisar estes dados, o sistema opta por fazer a injeção do Adblue mais cedo, no primeiro SCR, ou com um intervalo maior que permita aos gases arrefecerem, no segundo SCR. E tudo isto sem que o automóvel passe a consumir mais Adblue. Com a introdução deste sistema a VW afirma que os seus motores, pelo aumento de 80% na eficácia de tratamento no NOx, conseguem ficar até muito abaixo dos limites de emissões Euro 6d na Europa. Mantendo os baixos níveis de CO2 e reduzindo o volume de NOx que sai do tubo de escape, o Diesel poderá seguramente manter a sua vitalidade por mais uns bons anos. Isto são, sem dúvida, boas notícias para as oficinas que têm nos Diesel, e nas suas exigências de intervenções mais frequentes que os modelos a gasolina e elétricos, uma importante fonte de trabalho e de receita.
Com emissões de CO2 mais baixas que os gasolina, resolver os problemas relacionados com o tratamento do NOx pode prolongar a vida dos Diesel no mercado
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OPINIÃO
TECNOLOGIA: O COMBUSTÍVEL DAS PRÓXIMAS DÉCADAS O aftermarket está numa revolução, onde o reforço da especialização das oficinas é um passo essencial para assegurar um futuro mais positivo. Por isso, a aposta na tecnologia assume uma importância vital para todas as empresas Texto Fernando Amaral*
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As oficinas lidam agora com novas rotin
É
claro para todos que vivemos na era da revolução 4.0. Todas as tendências conhecidas, ou até mesmo o momento presente de qualquer área de negócio, têm a tecnologia como suporte básico de vida. Sistemas de informação e telecomunicações são o ‘combustível’ atual e das próximas décadas. Há anos que, no Sendys Group, falamos deste impacto no aftermarket automóvel. É fundamental que o setor compreenda o caminho irreversível que estamos a trilhar para, de forma gradual, mas sustentada e célere, se adaptar, inovar, criar fatores diferenciadores face ao seu concorrente e surpreender o cliente, antecipando as suas necessidades. Em minha opinião, não se podem ignorar evidências. Às que elenquei abreviadamente atrás, há uma outra
Otimizar o fluxo de trabalho e reduzir o tempo e recursos desperdiçados são vantagens que a transição digital oferece às empresas do aftermarket 21
setorial que está à vista de todos: a indústria automóvel é, tecnologicamente, das mais disruptivas e das que mais acelera na introdução de sistemas de informação. Todos nos lembramos do exponencial crescimento tecnológico que os automóveis tiveram nos últimos dez anos. Aliás, segundo um estudo da consultora PwC, em 2025 (daqui a pouco mais de três anos!) haverá mais de 470 milhões de veículos conectados nas estradas. Já hoje, conectividade, níveis crescentes de automação, tecnologia de ajuda à condução ou mobilidade híbrida e elétrica, fazem parte do dia-a-dia das empresas ligadas ao aftermarket automóvel. Oficinas ou retalhistas de peças para veículos assumem atualmente um papel de importância crescente na transição que a indústria tem vindo a sofrer.
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Acelerar a transição digital é essencial, até porque todos os estudos apontam para um crescimento exponencial dos veículos conetados
UMA EVOLUÇÃO A DUAS VELOCIDADES Mas, estão as oficinas a seguir o exemplo e a tomarem medidas para digitalizar os seus negócios ou até mesmo adotarem uma estratégia de transformação digital? A minha experiência no terreno diz-me que há uma evolução positiva, mas a duas velocidades. Há empresas que despertaram para a necessidade de digitalizar processos não produtivos e time consuming no primeiro confinamento. Nestes casos, apenas como resposta conjuntural a uma necessidade premente, imposta por uma condicionante externa não controlável. Tipicamente, foram adotadas soluções de trabalho à distância para funções administrativas e feita a digitalização de processos indispensáveis para que o home office fosse uma realidade. Em alguns casos, isso foi a porta de entrada para o aprofundamento da digitalização da organização. Depois há outras empresas, sobretudo redes de oficinas e outras empresas mais cientes das atuais e futuras exigências do mercado, que ainda antes da crise que estamos a viver de-
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senvolveram uma estratégia clara de fazer uma completa transformação digital dos seus negócios. São estas que, aliando sistemas de informação, redes de comunicações e formação cabal dos seus quadros, estão alinhadas com o caminho que as insígnias automóveis estão a trilhar: tornar preponderantemente digital o que, até agora, era totalmente analógico. Mas, mais que este importante aspeto, trata-se de colocar a tecnologia ao serviço da otimização de processos, melhoria de serviço ao cliente e, com isto, gerar melhores resultados no final do ano fiscal. No fim de contas, o que qualquer empresário almeja. AGIR JÁ É ESSENCIAL O futuro é hoje. A reparação requer tecnologia de suporte, o fornecimento de peças exige infraestrutura de gestão logística eficaz e eficiente, a oficina necessita de processos otimizados e sem falhas, e o cliente exige o here and now em agendamentos, contacto multicanal, informação clara e detalhada anytime, anywhere, on any device e perder 22
o menos tempo possível na interação com a oficina. A chave para tudo isto? A infraestrutura tecnológica. A conectividade e as novas soluções baseadas em tecnologia de informação têm o potencial de otimizar o fluxo de trabalho na oficina, ao mesmo tempo que permitem economizar tempo e outros recursos de forma muito significativa. Possuir soluções integradas e automatizadas de gestão da oficina que conduzam a uma simplificação de processos, com acesso à informação em tempo real e em qualquer ponto do mundo, que personalizem e criem eficiência no contacto com o cliente, interfaces com soluções de referência (como ligação a marcas e fabricantes, Via Verde, MB Way e outras) ou um portal de oficina no qual se ofereça uma experiência de referência ao cliente, estão hoje ao alcance de todas as oficinas. O caminho que se está a trilhar é assim irreversível. Urge agora dotar o setor oficinal em Portugal com o novo combustível: a tecnologia. *Chairman Sendys Group
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SETOR AUTOMÓVEL PENALIZADO
ASSOCIAÇÕES REIVINDICAM APOIOS ESPECÍFICOS Um ano após o início da pandemia do Covid-19, a Turbo Oficina foi ouvir as associações do setor para saber se os apoios criados pelo Governo foram suficientes para colmatar as necessidades das empresas. O entendimento geral é que estas medidas foram positivas, mas insuficientes para as necessidades específicas do setor automóvel Texto David Espanca
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As associações afirmam que os apoios criados pelo governo foram um importante auxílio, mas deviam ter sido complementados com medidas específicas para o sector automóvel
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ssim que foi declarado o primeiro período de quarentena, as associações do setor automóvel e do aftermarket intensificaram os contactos com o Governo para que fossem criadas medidas extraordinárias de apoio às empresas, ajustadas às suas necessidades específicas e suscetíveis de minimizar o impacto da crise que se instalou a nível mundial e que obrigou à paralisação de muitas das atividades. Uma das primeiras medidas implementadas foi o Protocolo Sanitário para o Sector Automóvel, uma iniciativa levada a cabo pela ACAP - Associação Automóvel de Portugal, ANECRA - Associação Nacional das Empresas do Comércio e da Reparação Automóvel e ARAN - Associação Nacional do Ramo Automóvel. Este documento garantia o cumprimento das normas sanitárias nos estabelecimentos das empresas suas associadas, e assegurava que eram locais seguros para os colaboradores, fornecedores e clientes. O “lay-off” simplificado terá sido, segundo indicadores obtidos pela Divisão do Pós-venda Automó25
vel Independente da ACAP (DPAI/ACAP), o apoio mais utilizado pelos associados. Como relembra o seu presidente, Joaquim Candeias, “outros apoios viriam a ser consagrados, embora nem sempre na exata medida e alcance pretendidos pela ACAP, tais como a flexibilização de pagamentos das obrigações fiscais, as linhas de crédito, as moratórias e os apoios específicos para as micro e pequenas empresas”. Também a ARAN é da opinião que “o Governo olhou sempre para os apoios de uma forma transversal a todas as empresas, mais do que propriamente setor a setor. Pela sua dimensão, o mercado automóvel merecia um plano específico e foi aí que [o governo] falhou claramente”, explica Rodrigo Ferreira da Silva, presidente desta entidade. Um dos apoios sugeridos foi o aumento da percentagem de dedução, em sede de IRS, do IVA suportado com as despesas de manutenção e reparação de veículos, de 15% para 30% durante 2021. Outra medida defendida pela ARAN seria “a exclusão, em sede da tributação autónoma, dos encargos suportados pelas empresas com manutenção e reparação de automóveis”. Estas propostas, defende Rodrigo Ferreira da Silva, teriam um “impacto direto na tesouraria das empresas”, além de “estimularem o consumo e, por consequência, a obtenção de receita fiscal”, podendo ainda vir a “combater, mesmo que indiretamente, a crescente economia paralela no setor automóvel”. ACAP PREPONDERANTE NAS NEGOCIAÇÕES O Presidente da DPAI, Joaquim Candeias, explica que “o contacto permanente com o Executivo permitiu, em alguns casos, o ajustamento do quadro de apoios às empresas. A título de exemplo, podemos referir o apoio extraordinário à redução da atividade económica dos sócios-gerentes”, nomeadamente a atualização do valor de faturação comunicada através do E-factura para 80.000€. O responsável da DPAI/ACAP sublinha ainda que a linha de apoio à tesouraria foi igualmente considerada insuficiente. Além da alteração dos respetivos critérios de acesso à linha de apoio à tesouraria, a ACAP reclama ainda que o reajustamento do IVA nos serviços oficinais. E explica que ele poderia igualmente incentivar o efetivo cumprimento das obrigações fiscais e, assim, “evitar a deterioração dos fatores de competitividade das empresas, através do crescimento de práticas de economia 'informal', lesivas da concorrência”. Além das medidas de cariz financeiro, destaca-se ainda na intervenção da ACAP a esfera da comunicação, concretamente para transmitir confiança aos clientes que se deslocavam às oficinas. E, nesse sentido, a ACAP lançou também o Selo “Estabelecimento Seguro”, disponibilizando-o
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AFIA: APOIOS EVITARAM DESPEDIMENTOS MASSIVOS Com a produção automóvel na União Europeia a cair 24% em 2020, o que significa menos 4,2 milhões de veículos fabricados, “a indústria portuguesa de componentes automóveis diminuiu o volume de negócios em 12,6%, para os 10,4 mil milhões de euros”, avança Adão Ferreira, secretário-geral da AFIA - Associação de Fabricantes para a Indústria Automóvel. Em termos de pessoal ao serviço, dos 61 mil em 2019 passou-se para os 60 mil, em 2020. A AFIA considera que os apoios do Governo, nomeadamente o “lay-off” simplificado (numa primeira fase), o apoio à retoma progressiva (numa fase posterior), incentivo extraordinário à normalização da atividade empresarial, linhas de crédito, moratórias, “permitiram atenuar e evitar despedimentos massivos, numa indústria de mão-de-obra qualificada com formação permanente dos seus colaboradores”, refere o responsável máximo da associação. Adão Silva considera necessário que se exista agora “um trabalho conjunto e o compromisso do Governo com o setor, para restabelecer os níveis pré-crise”. Tendo em conta o próximo Plano Europeu de Recuperação e Resiliência, a AFIA entende que o setor automóvel deve ser contemplado com “uma dotação financeira significativa”, propondo um “apoio ao investimento através do lançamento de programas que permitam a participação da indústria automóvel nacional em novos projetos, ligados a soluções tecnológicas compaginadas com os novos veículos automóveis; a reconversão das soluções energéticas e introdução de conceitos da indústria 4.0; o financiamento através de subvenção; e a consolidação da autonomia financeira das empresas”.
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A AFIA considera que parte do montante da "bazuca europeia" de apoio à economia deve ser canalizado para o apoio à indústria portuguesa de componentes automóveis
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gratuitamente aos seus associados, iniciativa que a ANECRA aderiu lançando, mais tarde, uma versão “premium” da mesma. Joaquim Candeias explica ainda que a ACAP apresentou recentemente diversas medidas à Ministra do Trabalho. O foco destas propostas estava tanto nos trabalhadores seniores, aumentando a sua qualificação, como na atração de jovens com perfis direcionados para as áreas onde existe escassez no sector, ajudando também ao seu rejuvenescimento. Sure ainda o pedido ao governo que adapte ao período de crise o regime dos contratos a termo, e o reforço dos apoios aos jovens à procura do primeiro emprego e aos desempregados de longa duração. Um inquérito realizado pela DPAI/ACAP, sobre o impacto da pandemia na evolução do negócio do pós-venda, revelou que 80% das empresas recorreram às medidas de apoio, “destacando-se, em primeiro lugar, o recurso ao 'lay-off' simplificado parcial, seguido das moratórias para pagamento de impostos, financiamento através de linhas de crédito Covid-19 e, em último lugar, o recurso ao 'lay-off' total”. Salienta-se, ainda que quase ¼ das empresas referiram a possibilidade de recurso a linhas de crédito adicionais. No caso da ARAN, Rodrigo Ferreira da Silva refere que a maior dificuldade dos seus associados no acesso aos apoios foi “no processo de transição dos antigos para os novos, nomeadamente em termos de compatibilidades entre ambos”. Resumindo, conclui o responsável, “o 'lay-off', o apoio à retoma e o apoio às rendas, foram complicados de perceber onde começava um, acabava o outro e se posicionava o último”.
PLANO DE DESCONFINAMENTO
OS APOIOS AO SETOR O Governo apresentou recentemente os novos apoios ao emprego e economia que constam do Plano de Desconfinamento. Estas medidas juntam-se às que foram criadas através do Programa Apoiar, que no início deste ano foram atualizadas e continuam em vigor. Veja o que mudou e conheça os apoios a que as oficinas podem recorrer
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MEDIDAS FISCAIS IVA trimestral: entrega em 3 ou 6 prestações sem juros, relativo aos meses de fevereiro e maio; todas as empresas e trabalhadores independentes; IVA mensal: entrega em 3 ou 6 prestações sem juros de janeiro a junho; micro-empresas com quebra de faturação de 25% (2020 em relação a 2019); alargamento em fevereiro a todas as PME; alargamento de março a junho a PME com quebras de faturação de 25% (2020 em relação a 2019); entrega em 3 ou 6 prestações sem juros de março a junho; Retenções na fonte de IRS e IRC: PME com quebras de faturação superior a 25% (2020 em relação a 2019);
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As medidas de apoio à economia dividem-se entre incentivos fiscais, ajuda para obter financiamento e mediidas para fomentar a criação de emprego
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. Pagamento por conta de IRC: todas as PME, . . .
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entrega em 3 prestações do 1.º e 2.º PPC, relativos a julho e setembro; as microempresas podem limitar em 50% o 2.º PPC (e fazer regularização no 3.º PPC); Autoliquidação de IRC: todas as PME, entrega em 4 prestações, entre maio e agosto; mínimo de 25% no primeiro mês (maio); Processos de execução fiscal em vigor: suspensão dos processos de execução fiscal até 31 de março de 2021; criados planos prestacionais de dívidas; planos prestacionais automáticos (1.ª prestação só é devida a partir de abril); Novas medidas complementares: período de carência de 2 meses para o pagamento de planos prestacionais; planos prestacionais já em
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curso podem agora incluir dívidas relativas ao período entre janeiro e março; alargamento dos planos, incluindo automáticos, feitos na fase de cobrança voluntária a outros tributos; Moratórias de Crédito: a adesão à moratória pública volta a ser possível até 31 de março de 2021; as empresas que aderiram à moratória pública até 30 de setembro de 2020 podem beneficiar da suspensão do pagamento das prestações entre o momento em que a moratória foi solicitada e o dia 30 de setembro de 2021; caso não se encontrasse a beneficiar da moratória pública a 1 de outubro de 2021, relativamente a algum contrato de crédito, a empresa pode solicitar a sua aplicação junto da instituição mutuante até ao dia 31 de março de 2021; para as adesões posteriores a 1 janeiro de 2021, a moratória não poderá vigorar por um período total superior a nove meses.
Adão Silva, da AFIA, Rodrigo Ferreira da Silva, da ARAN, e Joaquim Candeias, da DPAI/ACAP, consideram que a importância do sector automóvel para a economia nacional exige a criação de medidas específicas de apoio
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EMPREGO Apoio à Retoma Progressiva (ARP): prorrogação até setembro de 2021; Lay-off simplificado: alargamento a sócios-gerentes; alargamento a empresas afetadas por interrupção de cadeias de abastecimento, suspensão ou cancelamento de encomendas ou situações em que mais de metade da faturação no ano anterior tenha sido efetuada a atividades atualmente sujeitas ao dever de encerramento; Novo Incentivo à Normalização: empregadores aderentes a “lay-off” ou ARP no 1º trimestre 2021 (2 SMN por posto de trabalho para requerimentos até maio; 1 SMN por posto de trabalho para requerimentos entre junho e agosto; apoio variável, redução de 50% das contribuições sociais por 2 meses); empregador pode beneficiar do apoio durante 3 meses e aceder ao ARP sem
apoio a reforço Recursos Humanos MARESS até dezembro 2021; prorrogação programa de testagem preventiva em lares até junho 2021.
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Entre as medidas de apoio ao sector, destaca-se o selo Estabelecimento Seguro, que foi importante para transmitir confiança aos clientes que visitam as oficinas
EMPRESAS Expansão do Programa Apoiar: reabertura das candidaturas pelo período de uma semana até ao fim de março; aumento dos limites máximos de apoio em 50%, para as empresas com quebra de faturação superior a 50%, com efeito retroativo (os novos limites são de 5.000€ para 7.500€ para os Empresários em Nome Individual inseridos no regime de contabilidade simplificada; de 12.500€ para 18.750€ para microempresas; de 68.750€ para 103.125€ para pequenas empresas; e de 168.750€ para 253.125€ para médias empresas); Apoiar Rendas: alargamento a contratos de cedência de exploração; candidaturas a partir de 25 de março de 2021; Apoiar Rendas e Apoiar + Simples: alargamento a Empresários em Nome Individual em regime de contabilidade simplificada e sem trabalhadores a cargo; candidaturas a partir de 25 de março de 2021; Linhas de crédito já existentes: prorrogação, por 9 meses, dos períodos de carência; automática para setores mais afetados.
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necessidade de devolução (com direito a 1 SMN por trabalhador); Apoio simplificado às empresas: empregadores abrangidos pelo Apoio simplificado no 1º semestre 2021 que se mantenham em situação de crise empresarial em junho 2021 e que não tenham beneficiado de “lay-off” ou ARP em 2021; apoio adicional de 1 SMN adicional por posto de trabalho no 3º trimestre 2021; Apoio à contratação: ativar.pt, novo aviso aberto até 30 junho; PRR - compromisso emprego sustentável (contrato permanente; apoio direto de montante fixo com majoração de 25% para jovens, 35% pessoas com deficiência, 25% para contratos com remuneração superior a 2 SM35% género sub-representado; redução 50% contribuições sociais; Reforço para o setor social: reforço da linha de financiamento específica para o Setor Social e Solidário 227 milhões de euros (prorrogação até dezembro 2021); prorrogação programa
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E D I Ç Ã O
E S P E C I A L
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MODELOS EM ANÁLISE
ELÉTRICOS HÍBRIDOS GASOLINA DIESEL
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NAS BANCAS A 6 DE MAIO
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ARVAL CENTER
LANÇADA A REDE DE OFICINAS ARVAL A Arval, empresa global de renting e gestão de frotas, lançou a sua rede de parceiros oficinais no nosso país, os Arval Center. A Gocarmat e a Corauto foram as duas primeiras aderentes, mas a gestora de frotas tem planos para alargar a sua rede de centros de referência para serviços de manutenção e reparação
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Texto Osvaldo Pires
ara conseguir oferecer um serviço mais personalizado e exclusivo aos seus clientes em Portugal, a Arval lançou no início desde ano a sua rede de parceiros oficiais no sector da reparação e manutenção, a Arval Center. O objetivo é contar com um conjunto de oficinas referenciadas e estrategicamente localizadas que ofereçam um serviço premium aos veículos da gestora de frotas. Para isso estes espaços vão passar a ter áreas próprias,
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preferência nas marcações e outras características diferenciadoras. As razões para esta aposta foram apresentadas pela Diretora de Operações da Arval Portugal, Susana Alves, que começou por explicar que “o nosso condutor deve sentir que está a ser acompanhado pela Arval diretamente nesta rede de oficinas, com todos serviços diferenciados inerentes e com uma qualidade de reparação superior, que vá de encontro ao nível de serviço estabelecido contratualmente”. E, como tal, “a qualidade 30
da nossa rede de oficinas é diferenciadora pelo foco na experiência e na mobilidade do condutor”. Susana Alves recorda que este conceito nasceu e alcançou grande sucesso na filial italiana do Grupo Arval, onde já existem 1250 oficinas associadas. E agora o objetivo é garantir que “esta boa prática começa a ser generalizada pelos vários países, como Portugal, porque a experiência em Itália mostrou que este é um passo importante para sermos reconhecidos pelos nossos clientes e condutores como uma empresa que presta um serviço de elevada qualidade no aluguer operacional”. Questionada sobre os requisitos que as oficinas devem preencher para integrar a Arval Center, Susana Alves indica que “a rede vai distinguir-se pelo uso da nossa marca na receção, sala de espera e no parque de estacionamento dedicado e devidamente identificado para os condutores Arval”. Mas, além da identidade visual, haverá também “prioridade no diagnóstico e reparação dos nossos veículos. Nomeadamente, o agendamento de serviços deverá ser efetuado para os 5 dias seguintes ao pedido do mesmo” e há um acompanhamento próximo para garantir que são cumpridos “níveis de serviço específicos, como por exemplo, menos de 5% das reparações com reclamação, 90% das reclamações respondidas no prazo de 5 dias, veículo de substituição disponível na oficina e o serviço de entrega e recolha do veículo nas instalações ou morada do cliente, assim como o respeito pelos critérios corporativos de Responsabilidade Social”. Estas oficinas devem também estar capacitadas para intervenções em veículos eletrificados, porque, para a Arval, “com a crescente mudança na composição da nossa frota para os veículos elétricos e híbridos é muito importante que toda a nossa rede preferencial esteja apta a reparar e a fazer a manutenção dos mesmos, dispondo de todos os meios técnicos e humanos”. O serviço prestado pela oficina é no final avaliado pelo condutor, o que permite à Arval ter uma real perceção da opinião do mesmo”, destaca Susana Alves, enfatizando que este é mais um momento chave do modo de atuação dos Arval Center. No futuro, a Arval prevê também ter no seu dispositivo próprio de telemática, o Arval Active Link, uma funcionalidade que envia alertas sobre o estado da viatura para reconhecer antecipadamente avarias. Esta será a principal ferramenta a utilizar futuramente pelos clientes para o agendamento de serviços em oficina, o que permitirá gerir de forma mais proactiva todas as intervenções na frota do Grupo. ARVAL CENTER TEM PLANOS DE EXPANSÃO A Gocarmat, parceiro que integra a rede preferencial da gestora de frotas há dois anos e demonstrou um grande interesse em trabalhar com o Grupo, foi a primeira oficina a aderir à rede Arval Center em Portugal. Desde o início isso deu
origem a uma forte parceria, na qual se verificou que os clientes aderiam ao conceito Arval Center e ficavam satisfeitos com o tratamento preferencial. Assim, foi possível validar este projeto para Portugal e expandir a rede. Em janeiro a Arval passou também a contar com uma segunda oficina na sua rede, a Corauto, com sede no Prior Velho, Lisboa. E estão já a ser encetadas conversações com outras duas oficinas com vista à sua adesão, já que a Arval planeia acrescentar ainda este ano dois parceiros na região do Porto à sua rede preferencial. Dessa forma, passará a integrar um total de quatro oficinas identificadas com a marca Arval Center, existindo planos para alargar a rede com mais três oficinas durante o próximo ano. CONDIÇÕES DE ADESÃO À REDE ARVAL CENTER A Arval coloca diversas condições para as oficinas acederem à rede oficial de reparadoras dos veículos das suas frotas.Os requisitos exigidos para ser um Arval Center incluem: . Fazer parte da rede preferencial Arval há mais de 2 anos, o que confirma que a qualidade de serviço oficinal e de atendimento são superiores e constantes durante este período, cumprindo os níveis de serviço estabelecidos; . Ter uma localização privilegiada, no que diz respeito aos acessos, proximidade de clientes e cumprimento do plano estratégico de cobertura nacional da Arval; . Estar aptas a fazer reparações de colisão, pintura e manutenção preventiva e corretiva, incluindo a capacidade para reparar veículos elétricos e híbridos; . Prestar todos os serviços adicionais competentes a um Arval Service, com receção, sala de espera e parque dedicado aos seus condutores; dar prioridade no diagnóstico e na reparação dos veículos da marca, sobre os quais o agendamento de serviços deverá ser efetuado para os 5 dias seguintes ao pedido do mesmo; ter veículo de substituição disponível na oficina, e ter um serviço de entrega e recolha do veículo nas instalações ou morada do cliente; . Cumprir níveis de serviço específicos, nomeadamente menos de 5% das reparações com reclamação, 90% das reclamações respondidas no prazo máximo de 5 dias e estar no Top 50% do inquérito de satisfação aos seus condutores. . Não podem usar nenhuma outra marca concorrente da Arval, embora possam efetuar serviços a veículos de outras gestoras de frotas.
Para Susana Alves, Diretora de Operações da gestora de frotas, num Arval Center "o condutor deve sentir que está a ser acompanhado diretamente pela Arval"
Os Arval Center estão aptos a fazer reparações de colisão, pintura, serviços de manutenção preventiva e corretiva, e a reparar veículos híbridos e elétricos
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ATUALIDADE GO CA R M AT
PARCERIA COM MAIS-VALIAS
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Gocarmat afirma-se como um parceiro de excelência da Arval. Como primeira oficina Arval Center do país, a aposta incide na formação dos seus colaboradores e na aquisição de ferramentas tecnológicas para estar na vanguarda e acompanhar a evolução dos veículos e do mercado. Vasco Sousa, Sócio-Gerente da Gocarmat, considera que “é uma grande honra e privilégio para a Gocarmat ser o primeiro parceiro Arval Center em Portugal”. A parceria com a gestora de frotas para o desenvolvimento do Arval Center foi um desafio muito importante para esta rede de oficinas, e dá-lhe a oportunidade de consolidar a sua visão empresarial, que visa alcançar uma projeção nacional. Questionado sobre os principais benefícios que a adesão da Gocarmat à rede de parceiros Arval Center oferece, Vasco Sousa começa por referir que “para a consolidação da nossa marca, é sem dúvida um grande benefício, bem como o facto de sermos reconhecidos como um parceiro de referência na manutenção automóvel para particulares e empresas”. O responsável pela rede oficinal acrescenta que “através desta parceria com a Arval Portugal, que é uma referência nacional e internacional, o Arval Center permite-nos estar junto dos clientes na manutenção e colisão e, de uma forma muito segura, no apoio técnico a todo o tipo de intervenções que o aluguer operacional exige. Rapidamente queremos ter uma posição de destaque neste segmento de mercado”. Cumprindo os requisitos de adesão, a Gocarmat oferece em Carnaxide um serviço de qualidade premium. E conta com uma sala de espera exclusiva e lugares de estacionamento claramente identificados para o Arval Center, que são os mais próximos da local de atendimento.
A sala de espera e o parque exclusivo para clientes do Arval Center estão já disponíveis na Gocarmat de Carnaxide
EVOLUÇÃO NA OFERTA Com o arranque desta parceria, a Gocarmat continuará a efetuar um forte investimento tecnológico em ferramentas que lhe permitam estar na vanguarda das necessidades atuais e futuras. Neste momento a oficina já intervém em carros híbridos e elétricos, mas com o desenvolvimento
“A Gocarmat, em conjunto com a Arval, pretende ser uma referência no sector.” TURBO OFICINA MARÇO/ABRIL 2021
Os logos da Arval estão claramente visíveis nas intalações da GoCarmat
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do projeto Arval Center decidiu reforçar a aposta na área da eletrificação. Para isso, a Gocarmat proporcionou ações de formação para todos os colaboradores na área da mecânica, que depois serão alargadas a toda a rede. Na vertente tecnológica, a rede de oficinas parceiras da Arval prevê ainda a inclusão de serviços de manutenção preditiva para o diagnóstico dos veículos. Os serviços prestados pela Gocarmat têm como premissa a qualidade máxima, algo agora reforçado com a adesão à rede Arval Center para responder aos requisitos de um serviço de excelência preconizado pela Arval Portugal, que se norteia igualmente pela excelência nos serviços prestados e no atendimento aos clientes. Desta forma, a Gocarmat afirma que, em conjunto com a Arval, pretende ser uma referência no sector, mostrando-se ainda disponível para estudar novas soluções que tragam inovação e mais vantagens para os clientes dos Arval Center.
DOSSIÊ
OS EFEITOS DA CRISE PANDÉMICA NO SETOR
TRANSFORMAÇÃO DIGITAL Em 2020, o setor dos lubrificantes teve uma quebra de 11% em termos de volume, mais sentida nos veículos ligeiros. A crise implicou uma reestruturação das empresas, e o relacionamento com os clientes foi assegurado pelos meios de comunicação digitais. Apesar de tudo, é com bastante otimismo que os “players” vêm os próximos tempos, enquanto se espera por melhores dias! Texto David Espanca
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pandemia do Covid-19 veio alterar profundamente o mundo em que vivemos, e Portugal não escapa à regra. O impacto na nossa economia trouxe efeitos imediatos na diminuição da atividade e do negócio do “aftermarket”. Ao longo de um ano, desde que o Estado de Emergência foi declarado, houve um reaprender de como estar na vida e as próprias empresas tiveram de se readaptar e encontrar novas formas de estar no mercado, para fazer face a todas as transformações que ocorreram. Uma das principais alterações que a pandemia provocou foi a massificação da utilização da vertente digital dentro das empresas. Hoje, pode-se
Mesmo com a redução da mobilidade em 2020, a maioria das empresas de lubrificantes conseguiram terminar o ano com resultados positivos
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afirmar que a utilização destas tecnologias vem esbater barreiras, encurtar distâncias e melhorar o serviço prestado. Um bom exemplo disso são as ações de formação por via digital, de forma a manter atualizados os clientes das novidades que vão sendo lançadas. Mas o principal fator beneficiado foi mesmo a expansão das formas de comunicação com os clientes, seja por telefone, videoconferência, mensagem ou pelas redes sociais. Sofia Ribeiro, da Galp, enfatiza essa mudança, explicando que “a crise pandémica veio revelar a importância do relacionamento, da parceria e da confiança na relação cliente/fornecedor”. Na Fuchs Lubrificantes, por exemplo, o foco principal foi a saúde dos colaboradores, tendo sido adotado o teletrabalho sempre que possível. Depois, segundo Filipe Peralta, gestor de produto automotive da marca, “desenvolvemos várias ações de formação por via digital para atualizar informação e para que os colaboradores da área comercial pudessem transmitir novas informações ao mercado”. Com o consumo a aumentar a partir de maio do ano passado, a Lubrigrupo, que representa a marca Mobil em Portugal, ainda conseguiu terminar o ano de forma satisfatória. Durante esse período, Rui Pereira, 'automotive sales manager', explica que foram tomadas várias medidas, destacando “a formação da força comercial da nossa rede de distribuição e a realização de campanhas promocionais em produtos chave e de fidelização, com oferta de material de 'merchandise' Mobil, que foram levadas às oficinas através dos nossos distribuidores”. Na Motul o enfoque foi colocado em transmitir confiança, seriedade e apoio aos seus clientes. Ferran Carreras, diretor-geral da Motul Ibérica, adianta que a empresa lançou cursos de formação “online” sobre os principais aspetos dos lubrificantes para o setor automóvel, disponibilizando ainda a assistência técnica por telefone e por e-mail a todos os profissionais. “Acreditamos que fizemos tudo o que estava ao nosso alcance para enfrentar este ano difícil e estamos muito satisfeitos com os resultados”, remata o responsável. SETOR COM QUEBRA DE 11% A verdade é que, segundo os dados da DGEG – Direção-Geral de Energia e Geologia, o mercado dos lubrificantes sofreu uma quebra de volume de 11% em 2020, face ao ano anterior. No que toca aos lubrificantes de motor para veículos ligeiros registou-se uma queda de 14% em relação a 2019, e nos lubrificantes para pesados a descida foi de 9%. De forma a minimizar o impacto desta quebra, Catarina Ramalho Bastos, “marketing and customer service manager” da Spinerg, que representa a
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As novas formas de relacionamento com os clientes e parceiros, especialmente tirando partido dos novos formatos de comunicação digital, foi uma lição aprendida com a pandemia e que tem trazido benefícios para as empresas Shell em Portugal, explica que “demos robustez aos nossos programas para as oficinas, nomeadamente o Programa de Fidelização e o Programa das Oficinas Shell Helix Premium, criámos uma campanha de promoção das Oficinas de Bairro, inserimos no nosso portefólio produtos relacionados com a higienização, criámos novas embalagens em tipologias mais flexíveis para evitar a criação de 'stock', e respondemos sempre a pe-
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didos específicos dos nossos clientes para situações de dinamização do seu negócio”. Já Narciso Figueiredo, “sales manager” Portugal da Petronas Lubricants International, refere que o impacto da pandemia “tem-se refletido na forma como nos relacionamos com os nossos clientes, digitalizando as relações a 100%”. Por outro lado, continua, “a nível do mercado, o que mais nos afetou foi o facto de muitas empresas terem cessado a sua atividade durante os primeiros meses da pandemia, ou terem optado pelo 'smart working'”. Na Petronas, as medidas tomadas internamente foram o trabalho remoto, que já estava a ser implementado anteriormente como forma de 'smart working', e o ajuste dos turnos dos operadores na fábrica em Espanha, para cumprir as medidas de segurança. A pandemia da Covid-19 também teve impacto a vários níveis na atividade da Repsol, “desde logo, na forma de trabalho, com as nossas pessoas em primeiro lugar, pelo que reforçamos as normas de segurança e proteção”, avança João Vasques, responsável em Portugal pelos negócios de lubrificantes, asfaltos e especialidades da petrolífera. De salientar ainda que “estamos a ultimar um
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novo pesquisador 'on-line', com todas as fichas técnicas de produtos, que possibilitará um melhor interface com os clientes”, remata. O IMPORTANTE PAPEL DAS OFICINAS É do senso comum a importância que o óleo do motor assume no funcionamento de uma viatura, e é aí também que entram em cena outros “players” do mercado. Nomeadamente as oficinas, com um papel de grande valor na informação e formação aos clientes das principais características das suas gamas e os benefícios que eles oferecem. Os produtos lubrificantes com maior penetração nas oficinas são, sem dúvida, os óleos de motor. É por isso também que muitas das empresas adotam determinadas estratégias para cativar os seus clientes profissionais, as oficinas. Por exemplo, Filipe Peralta, da Fuchs, explica que, com a nomenclatura das gamas Titan Pro e Titan Flex, “podemos fornecer produtos para oficinas especializadas de uma só marca, com os produtos Titan Pro, resultando o seu nome de aplicações profissionais. Ou seja, são produtos com uma só aprovação para uma determinada marca. Se tivermos uma oficina multimarca, os nossos
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A recomendação OEM dos fabricantes automóveis é um trunfo que as empresas de lubrificantes destacam nos seus produtos "premium"
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produtos da gama Titan Flex são os que devem ser utilizados, pois têm uma grande quantidade de aprovações das principais marcas dos maiores mercados mundiais, podendo cobrir mais de 50% do mercado nacional com um só produto”. Idêntico argumento utiliza Rui Pereira para a presença dos óleos Mobil nas oficinas, destacando o Mobil 1 e Mobil Super. A primeira “é a marca líder mundial de óleo de motor sintético, que oferece um desempenho superior nas condições mais extremas e é recomendado por mais OEMs do que qualquer outra marca de lubrificante”. Já o Mobil Super, “foi projetado para oferecer proteção e prolongar a vida útil do motor, mantendo os veículos na estrada por mais tempo”. Todavia, aquele que tem mais sucesso, explica, “é o Mobil 1 ESP 5W-30, por ser capaz de proporcionar uma performance, proteção e economia em combustível excecionais que, combinado com todas as suas aprovações, o tornam no melhor lubrificante no mercado”. Também a Galp “dispõe de vários lubrificantes, em particular da Linha Galp Formula (vocacionada para motores de veículos ligeiros), com grande penetração junto das oficinas”, avança Sofia Ribeiro. Os lubrificantes, relembra, “são desenvol-
A criação de linhas diferenciadas de produtos para as oficinas são uma estratégia adotada por várias empresas de lubrificantes vidos para cumprir as especificações e requisitos exigidos pelas marcas e, dependendo da tipologia da oficina, temos produtos distintos com maior penetração”. A gestora da Galp esclarece que “o sucesso dos nossos produtos deve-se à aposta da Galp na qualidade, desenvolvimento e inovação, e do enfoque no cliente como centro do nosso eixo de atuação”. Destaca, por isso, os lubrificantes Galp Formula LS Longlife III 5W30; Galp Formula LS FE 0W30; Galp Formula LS R5W30; Galp Formula LS FE P 5W30; Galp Formula LS 5W30; Galp Formula LS FE 5W30; e Galp Formula Energy 5W40. Segundo a “marketing and customer service manager” da Spinerg, “o mercado começa a demonstrar de forma mais expressiva a mudança de produtos 10W para 5W e, por esse motivo, o Helix Ultra ECT C3 5W30 está a ganhar maior protago-
nismo, já que é um produto muito completo em termos de especificações e aprovações”. Por outro lado, a gama de lubrificantes Repsol Elite para veículos ligeiros “é a que tem maior taxa de penetração nos nossos clientes de oficinas, por se tratarem de produtos desenvolvidos para cumprir as exigências das aprovações dos fabricantes automóveis. Alguns dos nossos produtos são também adequados para quem procura uma solução polivalente, em que o mesmo lubrificante cumpre diversas homologações dos principais fabricantes”, aponta o responsável da marca, João Vasques. O diretor-geral da Motul Ibérica refere que “todas as nossas gamas, especialmente as de maior qualidade, tanto para automóveis como para motociclos, têm uma grande aceitação e penetração no mercado oficinal português”. Ferran Carreras explica que “a qualidade e amplitude da gama dos nossos lubrificantes sintéticos cobrem todas as necessidades da frota circulante em Portugal”. Já Narciso Figueiredo esclarece que os produtos da Petronas que têm uma maior penetração nas oficinas “são os de alta viscosidade, tanto em veículos ligeiros como pesados, pois cobrem as necessidades da frota em circulação com base na sua idade média”. O ‘sales manager’ explica que a empresa aposta nos produtos com viscosidades mais baixas, pois acredita que “a sua procura irá aumentar gradualmente e terão uma maior penetração no mercado, à medida que a idade da frota em circulação diminui”. Além disso destaca que “estamos mesmo a desenvolver produtos inovadores para veículos híbridos e elétricos”. 39
O Mobil 1, refere a marca, "é recomendado por mais OEM's que qualquer outra marca de lubrificantes"
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OTIMISMO PARA O FUTURO Com a descida de volume de negócio para os lubrificantes em 2020, o impacto da pandemia também se refletiu nas empresas. Mas nem tudo foi mau. Sofia Ribeiro, gestora de lubrificantes da Galp Ramo Auto, adianta que a empresa, apesar de afetada, “no que aos lubrificantes diz respeito, o impacto foi reduzido, mantendo as vendas em 2020 e até aumentando a quota de mercado”. Ferran Carreras, da Motul Ibérica, acredita que “fizemos tudo o que estava ao nosso alcance para enfrentar este ano difícil e estamos muito satisfeitos com os resultados. Percebemos que os nossos clientes estão satisfeitos com as decisões que implementamos e a confiança que depositam no Projeto Motul estimula-nos a continuar a lutar por melhores condições a médio e longo prazo”. Por outro lado, de acordo com João Vasques, no ano transato a Repsol, “liderou a venda de lubrificantes na Península Ibérica, com uma quota de 19% em Portugal e de 25% em Espanha”. A petrolífera vendeu 193 mil toneladas de lubrificantes, o que representa um crescimento de 40% face a 2015, alavancado, essencialmente, pela capacidade internacional. No que diz respeito à Petronas, Narciso Figueiredo refere que “em 2020 conseguimos manter o desempenho de 2019”. Este facto demonstra que, mesmo com a redução da mobilidade provocada pela pandemia, “crescemos no setor dos lubrificantes e, além disso, a estimativa de crescimento que temos para 2021 é de 5%. Assim sen-
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do, podemos considerar que combatemos com sucesso os impactos desta pandemia”, conclui o “sales manager”. Idêntica posição é defendida pela Fuchs que, segundo Filipe Peralta, “mantém o seu objetivo de crescimento para o ano de 2021, através da conquista de quota de mercado. O foco do grupo no setor dos lubrificantes e a proximidade que temos com os nossos clientes potenciaram vendas, permite-nos crescer em tempos de crise pandémica e reforçar a nossa relevância no negócio 'aftermarket' em Portugal”. Quanto à Mobil, este ano irá continuar o seu programa de ações, definido no ano passado, a par de outras novidades. Rui Pereira explica que, “embora o mercado continue bastante retraído e a retoma vá ainda demorar vários meses, temos a ambição de manter um crescimento na razão dos dois dígitos”. Catarina Ramalho Bastos perspetiva que 2021 será um ano de recuperação para a Spinerg: “Definimos uma estratégia para podermos alcançar os volumes de 2019. É certo que o confinamento que estamos a viver não tem permitido crescer na magnitude de que gostaríamos, mas estamos certos que iremos alcançar o nosso 'target' no final do ano.” Apesar de se viverem tempos conturbados, a verdade é que o mercado reagiu de uma forma positiva à crise pandémica, disponibilizando ferramentas de trabalho para que todos os operadores pudessem continuar a desenvolver as suas atividades. Não da forma que todos gostaríamos, mas daquela que neste momento é a possível... 40
A Respol apostou no lançamento da nova gama EV-Fluids, destinada a veículos eletrificados e já com diversos produtos disponíveis
Novos produtos em destaque Mesmo com a pandemia instalada, as empresas apostaram no lançamento de novos produtos. Mas prepare-se, porque vão surgir mais novidades...
Fuchs
Nos óleos de motor foram lançados o Titan GT1 FLEX 5 SAE 0W-20, com uma classe de viscosidade inovadora, e o Titan GT1 PRO RN17 SAE 5W-30. Para caixas de velocidades CVT surgiram o Titan CVTF FLEX e o CVTF PRO 236.20. Entretanto, a Fuchs prepara mais novidades, nomeadamente, o Titan TCF 1, para caixas de transferência com embraiagem em banho de óleo; o Titan ATF 6400, um óleo de performance premium para transmissões automáticas; e o novo óleo de motor Titan GT1 FLEX 3 SAE 5W-40, também de performance premium com a tecnologia XTL.
Lubrigrupo (Mobil)
No início de 2020 foi lançado o Mobil Super 3000 Formula RN 5W-30, óleo de motor sintético de elevado desempenho e baixo teor de cinzas. Destaque também a extensão da oferta das embalagens “bag-in-box”, ajudando as oficinas a reduzir custos e desperdícios. Atentos à tendência do mercado e às oportunidades em canais emergentes, a Mobil já desenvolveu a sua oferta para veículos elétricos. Nesta fase os acordos são somente para os enchimentos iniciais, porém, esperam que sejam introduzidos no mercado no início de 2022.
Motul Ibérica
A Motul atualizou e expandiu as gamas 8100, para satisfazer as normas dos fabricantes de automóveis, e a linha de produtos Specific através do lançamento dos óleos 2290 5W30 e 2312 0W-30. Recentemente, surgiu também um novo óleo para travões, o RBF 700. Com o crescimento das caixas de velocidades automáticas, a Motul apostar no desenvolvimento de uma gama de lubrificantes específica que possa cobrir o mercado ibérico a este nível. 41
Galp
Em 2020, destacaram-se os novos óleos 100% sintéticos Galp Formula LS FE RN17 0W20 e Galp Formula LS RN17 5W30, com tecnologia de aditivação com baixo teor em cinzas sulfatadas, fósforo e enxofre, apropriados para motores com filtros de partículas e veículos com sistema SCR-NOx.
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Petronas
A última novidade da empresa foi o relançamento da gama Petronas Urania, reformulada com a tecnologia “strongtech”, concebida para manter as suas características durante mais tempo. Entretanto, a empresa prepara mais relançamentos.
Repsol
A última novidade é a gama Repsol EV-FLUIDS, com o Complex Synth Grease (massa sintética de longa duração), Battery Thermal Fluid (fluido dielétrico biodegradável), Coolant Antifreeze (50%, fluido refrigerante), Drive ATF (lubrificante de baixa viscosidade), e Brake Fluid DOT 5.1 (fluido para travões hidráulicos). A Repsol Lubrificantes preparar também o lançamento de novas gamas para motores de veículos ligeiros e pesados.
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Spinerg (Shell)
Uma das grandes novidades é a neutralidade de carbono dos produtos 42
premium da gama Shell Helix. Assim, a empresa vai introduzir no mercado português produtos lubrificantes que incorporam a mesma tecnologia “gas to liquids”, uma nova forma de abordar o “aftermarket”, “completamente pioneira no nosso País, que permitirá às oficinas que utilizem produtos Shell Helix Ultra 0W diferenciarem-se no mercado e contribuírem de forma ativa e tangível para a redução das emissões de carbono”, explica Catarina Ramalho Bastos, “marketing and customer service manager”.
TÉCNICA
GARAGEM DA LAPA
CONFINAMENTO … A OPORTUNIDADE! A pandemia reduziu a mobilidade das pessoas, mas o desconfinamento pode significar uma boa oportunidade de negócio para as oficinas, porque os carros pararam de circular mas não deixaram de consumir energia Texto António Costa Gerente Garagem da Lapa e Engenheiro
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a nossa
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O Mesmo com os automóveis parados, diversos sistemas de conforto e de segurança continuaram a consumir energia, com consequências para a vida útil da bateria
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confinamento deixou muitos automóveis imobilizados durante dias, semanas e até meses. Apesar de parados, o que efetivamente é mau para o negócio, por não percorrerem quilómetros e não terem o desgaste normal, estes veículos podem ser uma oportunidade. Não podemos esquecer que apesar do ano ter passado "a voar”, as horas efetivamente passaram. Um dos aspetos mais relevantes é a gestão da energia a bordo. Sendo a bateria a única fonte de energia no momento de arranque, independentemente do tipo de propulsão – mesmo as motorizações híbridas ou elétricas possuem uma unidade de 12V para alimentar todas as ECU – se este componente falhar a viatura não funcionará. Aproveito e deixo uma dica para quem necessitar de dar um encosto de bateria…devemos sempre respeitar a sequência de ligar os cabos: Positivo da bateria “morta” – positivo da bateria “boa” – negativo da bateria “boa” – negativo da bateria “morta” ou outro ponto de massa. Para retirar os cabos realize a sequência inversa, evitando assim que os picos de corrente possam danificar algo. Apesar da viatura estar imobilizada, regista-se sempre um consumo de energia, especialmente no modo de hibernação. Isso acontece pois existe a necessidade de corrente para manter algumas funções essenciais, como memórias eletrónicas, alarme, relógio, definições multimédia, entre outas que apesar dos consumos baixos, reduzem a vida útil da bateria. Escolher uma bateria pode parecer fácil, mas com a evolução tecnológica, torna-se cada vez mais difícil essa operação. Primeiro é fundamental identificar a qual o tipo de construção da bateria: se as normais, do tipo húmido para os automóveis convencionais, se as EFB (Enhanced Flooded Battery) constituídas por um eletrólito e placas especificas que permitem um carregamento mais rápido, adequada para veículos com sistemas Start-Stop simples, e, por fim, as mais evoluídas AGM (Absorbent Glass Mat) constituídas por “fibra de vidro” e ideais para viaturas com start--stop e que aproveitam as travagens para colocar mais carga no alternador e recarregar a bateria. A correta identificação da bateria depende de vários fatores como dimensões, tipo de construção e características técnicas como potência de arranque e capacidade de energia. Todos são elementos fundamentais para que os sistemas funcionem corretamente. A tecnologia de start-stop, além de exigir uma frequente solicitação
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TÉCNICA
de energia, obriga a bateria a suportar diversos sistemas de conforto como o rádio, a navegação, a ventilação, etc. E que outros sistemas de segurança como as luzes, câmaras, sensores de estacionamento, etc, estejam também a consumir energia proveniente única e exclusivamente da bateria sem que ela esteja a ser alimentada. Atendendo a todos estes fatores, a importância da escolha correta da bateria é fundamental, não só para colocar o motor em funcionamento, seja ele a gasolina ou elétrico, mas igualmente para a segurança e conforto do veículo. Caso opte por
Respeitar a sequência correta na ligação dos cabos para dar um encosto de bateria evita picos de corrente que podem vir a causar danos
Saber identificar a bateria indicada para o veículo vai prevenir problemas e avarias que podem resultar na sua substituição prematura TURBO OFICINA MARÇO/ABRIL 2021
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uma bateria de características inferiores corre o risco de que alguns sistemas fiquem débeis e de se registarem avarias, culminando numa substituição prematura. Tendo em conta a importância da bateria, após a substituição física é importante registar na unidade de controlo a nova fonte de energia. Já há diversos construtores que solicitam o registo da nova bateria através de um código, que se encontra normalmente no topo das mesmas ou, caso não se consiga, introduzindo as suas características. Esta informação vai ajudar à unidade principal gerir a energia de forma mais eficiente e garantir, sobretudo, estabilidade a todas as ECUs. Depois de substituirmos uma bateria devemos sempre colocar a máquina de diagnostico e verificar se existem erros. Tenha especial atenção aos modelos da Audi, Seat, Volkswagen, BMW, Mercedes para proceder ao respetivo registo. Esta ação não pode ser descurada sob pena de sistemas como o Start-Stop deixarem de funcionar ou codificar erros “fantasma” nas outras unidades. Explique ao seu cliente a importância da bateria e certamente que ele compreenderá o serviço que lhe está a prestar, assim como o seu valor.
ESPECIAL
SISTEMAS DE CLIMATIZAÇÃO: A HORA DAS OFICINAS
RENOVAR O AR PURIFICAR O AMBIENTE Chegou a época em que os clientes prestam mais atenção aos filtros de habitáculo e ao ar condicionado, e as oficinas devem explicar-lhes a importância de manter estes sistemas em perfeitas condições para assegurar a qualidade do ar que circula no interior do automóvel
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Primavera é a altura do ano em que os sistemas de climatização das viaturas assumem particular importância, face às necessidades habituais de mudanças de filtros numa época em que proliferam as alergias aos pólenes e as poeiras andam no ar. Mas, também, porque se
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Texto David Espanca
aproximam os meses de calor e, com o aumento da utilização do ar condicionado, muitos condutores sentem um odor desagradável quando ligam a climatização depois de muitos meses sem recorrer a este circuito de circulação do ar. Este cheiro estranho é um alerta para a necessidade de mudar os componentes de filtragem, algo que 48
motiva a visita ao mecânico. Por todos estes fatores, estamos na estação do ano em que as oficinas assumem um papel fundamental no serviço que prestam aos seus clientes nesta área, informando-os que é fulcral efetuar uma manutenção regular do sistema de ar condicionado. Mas é igualmente essencial explicar aos clientes a im-
A Bosch lançou um serviço de aluguer de equipamentos de carga do ar condicionado, uma solução com tendência para crescer em 2021
rio, a consciência que os proprietários ganharam para a necessidade de filtrar o ar que entra nas suas viaturas causa um aumento da procura. A verdade é que, pelo menos no aftermarket, os indicadores são positivos e há uma relativa estabilidade, com algumas das empresas do sector a reportarem até um aumento nas suas vendas.
portância de fazer a verificação dos tão eficazes filtros de habitáculo, alertando-os da necessidade da sua substituição quando eles perdem a eficácia de 99% que apresentam na purificação do ar a bordo dos automóveis. E neste “novo normal” a necessidade de garantir a filtragem do ar que entra nas viaturas também ganhou maior im-
portância, por causa da Covid-19. Verifica-se que a pandemia acabou por ter dois efeitos, que rivalizam entre si, no mercado dos filtros de habitáculo. Por um lado, a quebra da produção automóvel (que atingiu os 24% na Europa) significou uma retração do volume de negócio para quem fornece diretamente os fabricantes. Em sentido contrá49
CHEGOU O MOMENTO DE ATACAR O MERCADO Estamos, como referido, na altura mais indicada para a renovação dos filtros de habitáculo, pois começou a fase de maior polinização, com os picos dos fenos. Algo que significa para muitas pessoas problemas com alergias. Mas até agosto os pólenes continuam na atmosfera e é preciso precaver o interior do veículo, para purificar o seu ambiente e minimizar os efeitos destas partículas no sistema respiratório. Com uma eficácia de 99%, os filtros de habitáculo devem ser trocados a cada 15.000km ou anualmente, para garantir que o sistema de climatização funciona de modo adequado. Um filtro obs-
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ESPECIAL
truído aumenta os seus danos quanto mais tempo ele permanecer na viatura, porque maior será a acumulação de bactérias, reduzindo o fluxo de ar puro e aumentando o risco de que partículas indesejadas cheguem ao habitáculo. A obstrução dos filtros tem também consequências nos restantes componentes do circuito de ar, obrigando-os a maior esforço que acelera o seu desgaste e pode tornar necessária uma substituição prematura. Existem alguns sinais que anunciam a necessidade de trocar o filtro de habitáculo. Além do mais habitual, o odor desagradável no interior da viatura,
O bilstein group registou um aumento de 48% nas vendas de filtros de habitáculo em 2020
MUDANÇA DE COR NO ÓLEO DO COMPRESSOR - CONHEÇA OS MOTIVOS O compressor é considerado o “coração” do sistema de ar condicionado, e pertence ao conjunto de elementos essenciais deste circuito juntamente com o condensador, o evaporador e a válvula de expansão. Por isso é necessário garantir que ele está a funcionar em perfeitas condições. Responsável por fazer circular o gás no sistema, ele tem a função de comprimir o gás recebido em baixa pressão e libertá-lo em alta pressão, e uma das suas necessidades básicas é uma boa lubrificação. Afinal, como na maioria dos componentes mecânicos, o óleo reduz o desgaste, protege e assegura o bom movimento das peças. À imagem do óleo de motor, também no caso do compressor a existência de óleo mais escuro significa que há impurezas no lubrificante.Como esta situação pode colocar em causa o funcionamento deste componente e, por consequência de todo o sistema de ar condicionado, a RPL Clima explicou-nos quais os motivos mais comuns para que ocorra a mudança da cor ou desgaste do óleo: • Falta de lubrificação, ou quantidade incorreta tendo em conta a recomendada pelo fabricante do compressor. • Circuito contaminado, já que a presença de humidade permite que o óleo contaminado circule e perca as suas características principais. Ao circular livremente pelo resto do circuito vai danificar o compressor, levando à avaria do ar condicionado. • Entupimentos no circuito, porque uma carga excessiva de óleo pode entupir o condensador, a válvula de expansão, ou bloquear o compressor. • Falta de ventilação ou ventilação incorreta no radiador AC (condensador) que geram sobreaquecimento no seu interior. • Periféricos do circuito AC com anomalia, que obrigam o compressor a trabalhar excessivamente e por vezes sem desligar. Qualquer uma destas situações pode significar problemas graves no futuro e reparações mais dispendiosas. Por isso, caso o óleo do compressor esteja escuro, deve encontrar logo a origem do problema e procurar resolve-lo. A RPL Clima conclui que "cabe agora às oficinas abanar um pouco o mercado, encorajando os seus clientes a adotarem as devidas medidas para a correta manutenção deste equipamentos. O setor do "aftermarket" agradecerá, com certeza!".
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também os vidros embaciarem facilmente e o mau funcionamento do ar condicionado ou do sistema de ventilação. Atualmente dominam o mercado dois tipos de filtros de habitáculo: os normais, mais acessíveis; e os de carvão ativado, mais dispendiosos mas também mais eficazes já que este material consegue absorver vários contaminantes que circulam no ar. Para patamares ainda mais elevados na qualidade de ar existem os filtros de alta eficácia HEPA (High Efficiency Particulate Air), os melhores para prevenir a entrada de partículas mas com preços que ainda afastam muitos consumidores. Também as intervenções ao ar condicionado nas oficinas tem vindo a ganhar maior importância, já que estes sistemas estão cada vez mais estandardizados nos veículos. Como recorda Rui Lopes, Diretor-Geral da RPL Clima, “hoje em dia já se usa o ar condicionado de forma mais prolongada ao longo do ano, já não está a ser tão sazonal. Hoje já está garantido que se liga o A/C nos carros entre oito e nove meses”. E nos filtros de habitáculo, Hélder Lopes, Diretor Comercial da MANN-HUMMEL em Portugal, justifica a maior procura na Primavera precisamente “pela maior utilização do ar condicionado a partir desta altura. O utilizador da viatura, ao ligar mais o A/C, por vezes sente o desconforto dos cheiros e recorre à substituição do filtro de habitáculo”. Uma análise que entronca na visão da Delphi, que considera que continua a haver um aumento da procura durante os me-
ses mais quentes. E, como tal,os seus responsáveis informaram-nos que o trabalho de preparação nesta área de negócio começa em setembro/outubro para receber as encomendas dos seus clientes na parte inicial do ano e assim garantir que “os distribuidores tenham disponíveis os seus pedidos antes do início do aumento da procura das oficinas e dos consumidores finais, entre maio e agosto”. MERCADO AMADURECIDO É opinião consensual que o setor do ar condicionado, onde se incluem os filtros de habitáculo, se encontra numa fase de maior atividade, e que por isso os próximos meses serão fundamentais no crescimento das vendas deste tipo de produtos. É certo que começa agora um período de maior procura deste tipo de equipamentos e/ou produtos, mas de uma forma geral, António Gonçalves, diretor-geral da Goncalteam, acredita que este setor "está maduro e praticamente não existem surpresas de maior, tanto ao nível de fornecedores como de produtos ou conceitos". Carlos Silva, diretor de vendas e marketing da Krautli, é da mesma opinião, acrescentando ainda que se verifica "um aumento do consumo de componentes" face à maior utilização destes sistemas. Mas é a partir da Primavera que os dados mostram que há maior propensão para a aquisição de equipamentos de ar condicionado: "Uma parte dos nossos
TECNOLOGIAS DE FILTRAGEM USADAS NA PANDEMIA No caso da MANN+HUMMEL, a pandemia trouxe a oportunidade de diversificar as sua áreas de intervenção e demonstrar como a sua vasta especialização em filtragem pode ser aplicada além das próprias viaturas. A investir nas “Ciências da Vida e do Ambiente” há mais de 10 anos, a especialista em filtragem aplicou a sua experiência em filtração automóvel em outros campos. Hélder Pereira, Diretor Comercial para Portugal da empresa que em 2021 está a celebrar 80 anos destaca "os novos purificadores de ar antivírus, produto que começaremos a comercializar em Espanha e Portugal a partir de 2021, além das colunas de filtração (cubos filtrantes)". Mas, ainda mais importante no cenário da pandemia, este responsavel da MANN+HUMMEL recorda ainda que "usámos a nossa experiência em filtração para ajudar durante a pandemia, nomeadamente no fabrico e fornecimento de respiradores e máscaras purificadoras de ar".
A Delphi e a MANN+HUMMEL confirmam que há um aumento da procura nesta área durante a Primavera 51
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ESPECIAL
parceiros opta para adquirir um equipamento novo de recarga de ar condicionado, já que a demanda é superior por parte dos seus clientes”, afirma Nuno Caetano, da Helder Máquinas. Para que as oficinas não tenham capacidade para fazer investimentos avultados na aquisição de equipamentos, a Bosch lançou uma campanha de "renting", disponibilizando para o efeito tecnologia de ponta. Aliás, "o aluguer de máquinas para oficinas será uma tendência crescente em 2021", explica Silvia Sauer, ‘product specialist diagnostics hardware, software and services Europe Middle East’ da companhia germânica, destacando esta alternativa muito mais acessível e, por isso, mais tentadora para um grande número de empresas. No caso da RPL Clima, é destacado também o sucesso obtido em 2020 com um novo produto que foi lançado. Rui Lopes explica que surgiu um "novo kit detetor de fugas por azoto, que permite detetar fugas a um baixo custo, porque o ano passado o gás chegou a estar a um preço exorbitante. E não fazia sentido nenhum as pessoas trabalharem à antiga, a usar o gás para detetar as fugas, o que era prejudicial para a atmosfera, enquanto o azoto não tem qualquer impacto. Em vez de usar o gás a um preço altíssimo usam o azoto a um preço baixíssimo”.
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EMPRESAS DE AR CONDICIONADO RESPONDERAM BEM À PANDEMIA Hoje em dia, as oficinas procuram equipamentos que sejam fiáveis e que apresentem resultados comprovados. Acrescente-se ainda que, em contexto pandémico, existe uma preocupação generalizada em garantir ambientes limpos e saudáveis livres de bactérias nocivas. Algo que representa uma nova oportunidade de negócio, pela maior procura de soluções de higienização dos veículos, seja em equipamentos ou em "sprays" de desinfestação dos circuitos de ventilação dos veículos. Como acontece com praticamente todo o mercado, também as empresas deste setor sentiram os efeitos da pandemia, tal como avança António Gonçalves: "Rapidamente nos reorganizamos e a partir dai começamos a recuperar para valores 'interessantes' dado as circunstâncias e, neste momento, devido aos processos adquiridos nesta pandemia prevemos alcançar as novas metas e objetivos previstos para 2021."
Ao passar pelas várias camadas do filtro, o ar é purificado antes de entrar no habitáculo
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A RPL Clima destaca que 2020 foi um ano muito positivo para a empresa, que continuou a sua rota de crescimento. Recordando que nos últimos anos “tem havido tanta crise, tantos pontapés que nós vamos percebendo qual é o melhor caminho a seguir”. Rui Lopes afirmou ainda à Turbo Oficina que, mesmo no desafiante contexto da pandemia, a RPL Clima conseguiu crescer no mercado ao longo do último ano. E que atualmente já começam a sentir-se também os efeitos da entrada da RPL Quality no TecDoc e no TecCat. Já o coordenador comercial da Helder Máquinas, Igor Patrício, revela que "a nossa estratégia para este ano passa por manter o mesmo grau de qualidade dos produtos e serviços que distribuímos aos nossos parceiros e desse modo retomar o ritmo de crescimento". Apesar da Krautli ter atingido um resultado superior à quebra verificada no setor do "aftermarket" em 2020, para este ano Carlos Silva não antecipa que o mercado possa crescer, pelo que "manter o negócio é certamente a prioridade de todos os atores. Todavia se o mercado tiver uma retoma, estaremos preparados para responder", antecipa este responsável. FILTROS DE HABITÁCULO: LIMPAR O AR TODO O ANO O filtro de habitáculo tem um papel fundamental no sistema do ar condicionado, já que purifica o ar que entra na viatura. Mas estes filtros têm uma capacidade finita de retenção dos elementos poluentes do ar, exigindo uma substituição regularpara assegurar que a sua eficácia não fica comprometida. Exemplificando os vários elementos que um filtro de habitáculo consegue reter, a Delphi recorda que “os nossos filtros de cabine incorporam um material não tecido de alto desempenho que remove perto de 100% dos poluentes nocivos, incluindo poeira, pólen, bactérias, partículas de gases
Garantir que as partículas nocivas são bloqueadas pelos filtros de habitáculo ganhou ainda maior relevo durante a pandemia
de escape e resíduos de desgaste de pneus e pastilhas de freio, entre outros”. Um bom exemplo da altíssima eficácia dos filtros de habitáculo. O aumento da procura dos filtros de habitáculo nesta altura do ano fica a dever-se sobretudo à maior utilização de ar condicionado pelos condutores. Pela sua importância para a saúde de todos os ocupantes, ele deverá ser substituído no momento da revisão (seja em que época do ano for) juntamente com as restantes intervenções programadas. Para veículos com menor utilização, as oficinas devem explicar aos clientes a necessidade de mudar este componente com uma periodicidade anual, para não comprometer a sua eficácia. Relativamente à performance no "aftermarket", o mercado dos filtros de habitáculo tem vindo a crescer e neste momento pode-se afirmar que está amadurecido e que a sazonalidade vai desaparecendo. Filipa Pereira, 'marketing coordinator' do bilstein group, explica que "à semelhança do que aconteceu em 2019, o terceiro trimestre de 2020 foi aquele onde se registou uma venda mais acentuada de filtros de habitáculo". Em termos comparativos, prossegue, "o terceiro trimestre de 2020 registou um aumento de vendas de 70,34%. De um modo geral, as
vendas de filtros de habitáculo registaram uma subida de 47,98% em 2020, em comparação com o ano transato". MERCADO COM TENDÊNCIA PARA RECUPERAR Há confiança de que os próximos tempos serão positivos na filtragem de ar para o habitáculo. Como explica a Delphi, “o trabalho está em andamento para tentar voltar à normalidade como antes da pandemia”. Embora reconheça que “continua a haver alguma incerteza“, a empresa tem confiança que, com as medidas para controlo e erradicação da pandemia, “o mercado vai recuperar e voltar aos níveis de 2019 conforme voltarmos ao normal”.
As empresas de referência no mercado dos filtros de habitáculo confiam na sua recuperação 53
Um indicador positivo para o sector é que os analistas de mercado automóvel prevêem que a área dos filtros de habitáculo tenha um crescimento ao longo dos próximos anos. Segundo a Mordor Intelligence, entre 2020 e 2025 haverá uma evolução positiva de 6,37% a nível global, liderado pela subida das vendas no mercado asiático, mas igualmente com tendência de crescimento nas regiões da Europa e Estados Unidos. Só na América do Norte a Markets and Markets, outra analista, prevê um aumento no volume de negócios de 2200 milhões de dólares na primeira metade desta década. Ou seja, as perspetivas para a área de filtragem são positivas, com os indicadores estatísticos a preverem que a recuperação neste sector do após-venda comece a ganhar expressão precisamente no primeiro semestre deste ano. Neste crescimento também há que destacar o papel ativo que oficinas devem ter no aconselhamento aos seus clientes dos componentes indicados a substituir. E nos filtros de habitáculo é de extrema relevância que a indicação de substituição venha do próprio mecânico, que, mediante a explicação acerca das vantagens e benefícios, aconselhe o condutor a manter este sistema em perfeitas condições.
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PUBLIRREPORTAGEM
MOTUL CAR CARE
DEVOLVA O ASPETO ORIGINAL Nascida para devolver ao automóvel o aspeto que tinha quando saiu da linha de produção, a gama Motul Car Care protege o aspeto original ao veículo e protege-o contra todas as agressões que o podem danificar. Descubra melhores os produtos e os acessórios para o tratamento de todas as superfícies – a gama Motul Car Care
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anter um carro como novo é um desafio, já que os elementos naturais, os danos associados ao desgaste e outros eventos inesperados podem deteriorar as várias superfícies e materiais do exterior e do habitáculo. Para garantir que o automóvel recupera o seu aspeto original nasceu a gama Motul Car Care, composta por uma família de produtos especialmente desenvolvidos para restaurar e proteger causados pela idade e pela utilização da viatura. Criados após um exaustivo processo de pesquisa e desenvolvimento, para garantir a sua compatibilidade e máxima eficácia em todas as superfícies, a Motul Car Care oferece soluções indicadas para cada elemento da viatura e faz o carro brilhar como quando era novo.
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UM EXTERIOR SEDUTOR Restaurar e proteger o exterior é uma das tarefas mais desafiantes quando se trata da limpeza automóvel, e para isso a Motul oferece uma gama de sete produtos adaptados para as diversas superfícies. Na limpeza geral surge o Champô Auto, um detergente concentrado que elimina qualquer sujidade e os resíduos que se acumulam na carroçaria, vidros e secção dianteira. Com uma acão de secagem rápida, evitando o surgimento de manchas e outras imperfeições depois da lavagem, este é o produto mais indicado para a lavagem de todas as superfícies. Depois da limpeza geral, os cuidados com a imagem exterior devem ser reforçados com a gama específica para exteriores Motul Car Care. Esta a forma mais indicada de recuperar o bri54
lho de um automóvel, como se tivesse acabado de sair da fábrica. E nada alcança a eficácia do Motul Brilho Express, um desengordurante a seco que dá nova vida às cores da pintura e previne danos futuros, graças à sua camada exterior de proteção que repele os resíduos. Para um esplendor idêntico nos vidros, exteriores e interiores, a solução ideal é o Limpa-Vidros Motul Car Care, que garante um brilhante acabamento sem qualquer vestígio da secagem. Igual apelo estético ganham as jantes com o Limpa-Jantes, que tem uma fórmula única pensada para dissolver os resíduos de óleo e gordura acumulados. Também neste caso a gama Motul Care não se limita a eliminar toda a sujidade, ele previne que voltem a aparecer graças a uma capa protetora que prolonga o aspeto revitalizado das jantes. Especialmente indicado para a Primavera e o Verão é o Motul Car Care Remove-Insetos, com que desaparece qualquer resíduo orgânico que causa danos na pintura. Sendo este um dos principais desafios na limpeza dos exteriores, a Motul torna muito mais fácil a remoção destes resíduos e ajuda também a recuperar o brilho original. Sabendo que nada desvaloriza a imagem de um carro como os riscos na carroçaria, também há solução para este problema: o Elimina-Arranhões. Esta pasta de polimento com partículas microabrasivas elimina todas as pequenas imperfeições na pintura e devolve à carroçaria a imagem original, uniformizando a cor de todas as superfícies. Depois de recuperar totalmente o apelo estético do automóvel, todos os condutores vão querer desfilar o visual rejuvenescido da sua viatura. Nesse momento nada é pior que ficar parado ao lado da estrada com um furo. Para evitar isso a melhor opção é ter sempre consigo o Repara-Furos Motul, um aerossol que tem a mesma eficácia superior em pneus com câmara de ar e tubeless. Garantindo o tamponamento dos furos, devolve totalmente a pressão a pneus até 16’’, garantindo que pode fazer uma condução segura até à oficina para resolver este imprevisto.
A Motul Car Care tem as soluções mais indicadas para todas as superfícies do automóvel
mas a gama Motul Car Care também tem resposta para todos estes danos e imperfeições que surgem com o desgaste e danos dos materiais. Com o Limpa-Plásticos os tabliers, portas e outros plásticos da viatura vão recuperar o brilho original, que se prolongará com uma película de revestimento que previne futuros danos. Além disso, depois de usar este produto torna-se ainda mais agradável entrar a bordo do automóvel, porque a fórmula única desenvolvida pela Motul emana ainda uma fragrância extremamente agradável ao habitáculo. Mas há outras superfícies a tratar, e os produtos Limpa-Tapecarias e Limpa-Estofos de Pele Motul eliminam manchas dos bancos, volantes e outros locais. O primeiro é um produto de limpeza especialmente criado para eliminar as manchas dos têxteis, a que se junta o creme mais indicado para o tratamento das peles e couros, com uma fórmula que inclui óleos vegetais e detergente de coco com vitamina E, todos os elementos que necessita para recuperar o apelo original destes materiais. Além de desaparecerem os danos causados pela fricção, riscos e outros
UM INTERIOR PERFEITO Cuidar do interior do automóvel apresenta desafios distintos às oficinas,
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estragos associados ao uso normal da viatura, esta fórmula foi ainda pensada para os eventos mais imprevistos, oferecendo uma capa protetora contra derrames de líquidos que danificam as peles do automóvel. Por fim em associação a estes produtos deve ainda reforçar o apelo do habitáculo com o Neutralizador de Odores Motul, que faz desaparecer os incómodos cheiros causados pela humidade, mofo, tabaco, comida e ao viajar com animais a bordo. Se depois de usar os produtos da gama Motul Car Care já é um prazer entrar a bordo do automóvel, este é o toque final que faz a diferença nos cuidados com o automóvel. OS MATERIAIS MAIS INDICADOS Todas as oficinas sabem que ter as ferramentas e utensílios mais indicados para trabalhar é meio-caminho andado para fazer um trabalho perfeito. Com isto em mente, foram também incluídos na gama Motul Car Care os melhores acessórios para a limpeza automóvel. Para alcançar todo o esplendor que só as fórmulas de limpeza e proteção da Motul garantem, estão disponíveis a esponja-jumbo, luva de lavagem de algodão, escova limpa-jantes e os melhores panos microfibra para carroçarias, vidros e plásticos do mercado. Cada um deles foi pensado para extrair todo o potencial da gama Motul Car Care, permitindo elevar para novos patamares a limpeza e proteção do exterior e interior do veículo. Se pretende oferecer o melhor tratamento de todas as superfícies, a resposta é só uma: Motul Car Care é sinónimo de carro como novo!
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TÉCNICA
A NOVA ETAPA DA FILTRAGEM
EVOLUÇÃO DO FILTRO DE HABITÁCULO O ano de 2020 fica na história por muitos motivos: pandemia, crise, confinamento, etc. Todos estes conceitos ressoarão na nossa cabeça durante algum tempo. Mas outro conceito que chegou para ficar é o da importância da qualidade do ar, tanto em espaços fechados como nos espaços abertos. A MANN+HUMMEL Ibérica, líder mundial no setor da filtragem, tem claro que em 2021 terá início a nova era da filtragem e explicou como será introduzida uma nova etapa no processo de filtragem do ar
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Texto MANN+HUMMEL IBÉRICA
istoricamente, a MANN + HUMMEL é conhecida pelas suas soluções de filtragem nos setores automóvel, de veículos industriais e da indústria. Mas, desde o início de 2018, a empresa também se envolveu no setor da filtragem de ar e água, com o objetivo de aplicar a sua ampla
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experiência nestes setores. De facto, à medida que evoluímos e progredimos em muitos aspetos da vida, também surgem novas ameaças que devemos aprender a combater. Este ano enfrentámos uma das maiores ameaças que colocou em perigo a vida de muitas pessoas, e esta ameaça chegou através do ar. 56
EVOLUÇÃO DO FILTRO DE HABITÁCULO EM FUNÇÃO DAS AMEAÇAS DO EXTERIOR Assim, a filtragem do ar assume agora mais importância do que nunca. É por isso que estamos a entrar na nova era da filtragem. Para o entendermos melhor, vamos rever a evolução do filtro de habitáculo, desde que era ape-
1ª camada de filtragem de partículas
2ª camada de carvão ativado Premium
3ª Camada com impregnação biofuncional
perfície de cerca de 1000 m2. Os gases nocivos e de odor desagradável, como o dióxido de enxofre ou o ozono, por exemplo, são absorvidos ficando retidos no interior de cada grão de carvão ativado.
1. camada de filtragem de partículas O meio filtrante de alta eficácia elimina o pólen, resíduos de combustão dos Diesel e as partículas em suspensão a
2. a camada de carvão ativado Premium Elimina os odores, gases nocivos e ozono 3. a Camada com impregnação biofuncional Cobertura biofuncional à base de polifenóis naturais para a retenção de alergénicos
nas mais um filtro do automóvel até se tornar, hoje em dia, num sistema de segurança tão importante para os ocupantes como são o airbag e o cinto de segurança. Filtros de uma etapa "CU": filtros pensados para a retenção de partículas sólidas O primeiro filtro de habitáculo que apareceu no mercado foi desenvolvido tendo em vista a separação e retenção de partículas sólidas como o pólen, o pó da rua, ou procedentes do desgaste dos travões, das embraiagens, dos pneus, etc. Neste tipo de filtros, compostos por uma única etapa de filtragem, são utilizados meios filtrantes sintéticos que realizam a sua função de separação de acordo com os conhecidos princípios de filtragem em profundidade: pressão, impacto e difusão. As partículas no ar fluem através do filtro ficando retidas nas finas fibras do meio filtrante. Com o objetivo de se cumprirem as exigências de uma maior finura de filtragem, mantendo em simultâneo, uma reduzida perda de carga, os meios fil-
trantes sintéticos são carregados electrostaticamente. Além disso, possuem uma ampla capacidade de retenção de pó. Para isso, eles contam com uma estrutura em gradiente: na face orientada para a entrada de ar sujo, as fibras formam uma camada com uma trama mais aberta, realizando uma função de separação prévia das partículas mais grossas; e na zona mais profunda do filtro, uma camada de fibras ultrafinas ocupa-se da separação das partículas mais minúsculas. Filtros de duas camadas "CUK": filtros pensados para a retenção de gases e odores Estes filtros são desenvolvidos para assumir a função de separação de gases e odores. Assim, basicamente, trata-se de um filtro de partículas de uma etapa ao qual é adicionada uma camada de carvão ativado. O carvão ativado é uma substância altamente porosa e com uma estrutura parecida à de uma esponja, o que lhe proporciona uma superfície total extremamente ampla. Assim, um grama de carvão ativado representa uma su57
Filtro de 3 camadas FreciousPlus: filtros pensados para a separação de alergénios Nos últimos anos, foi acrescentado um novo requisito para os filtros de habitáculo: a separação de alergénios. Para se conseguir este efeito, adiciona-se aos tipos de filtro referidos anteriormente, uma terceira camada com um revestimento especial biofuncional à base de polifenóis, que combina os efeitos antialérgico e antimicrobiano e é especialmente importante para proteger a saúde dos ocupantes do veículo. Visto que os polifenóis são produtos naturais, eles podem ser decompostos pelos microrganismos e, nas condições adequadas, provocar o crescimento de esporos de mofo que se libertam no ar. Para evitar que estes processos naturais ocorram, os filtros de habitáculo que contêm polifenóis, devem estar equipados com um escudo biocida, que evita a sua decomposição e, portanto, a passagem de bactérias e mofos para o habitáculo. FreciousSmart: filtros pensados para reduzir o consumo de energia e produzir ar limpo Um dos maiores desafios para a mobilidade elétrica é aumentar a autonomia dos veículos. As baterias perdem energia através da climatização e da limpeza do ar, tanto do que entra nos veículos como do que se encontra no interior dos mesmos. Contudo, o aumento da poluição do ar em todo
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TÉCNICA
Evitar a entrada no habitáculo de partículas finas como as emitidas pelos automóveis é essencial para os filtros de habitáculo atuais
o mundo faz com que a filtragem adequada seja essencial para proteger os ocupantes dos veículos contra a poluição do ar e o pó fino. Assim, os fabricantes procuram conceitos que exijam uma pequena quantidade de energia e, ao mesmo tempo, possam proporcionar ar limpo aos ocupantes dos veículos. Um dos sistemas que facilita isso é o FreciousSmart da MANN+HUMMEL: um sistema inteligente que funciona principalmente no sistema de ar condicionado no modo de recirculação. Como resultado, o consumo de energia diminui e a vida útil dos elementos do filtro prolonga-se.
tante dos sistemas de segurança. Um automóvel conta com múltiplos dispositivos de proteção, mas os airbags e os cintos de segurança são dois dos principais elementos que nos protegem em caso de acidente. No entanto, frequentemente esquecemo-nos das ameaças invisíveis para a condução: alergénios, gases tóxicos, fungos, bactérias, vírus… e este ano, estas ameaças assumem mais importância do que nunca nas nossas vidas. Um filtro de habitáculo de alto rendimento impede que as "visitas indesejadas" entrem no interior do veículo, e daí sigam para os pulmões. O sistema de climatização do veículo atua como um aspirador, fazendo com que a concentração de gases de escape, contaminantes e alergénios no interior do habitáculo seja cinco vezes maior que no ar exterior. A única barreira, e a mais importante, entre esta nuvem de contaminantes e os passageiros do veículo é o filtro de habitáculo do sistema de ventilação. Os filtros com 100% de qualidade de equipamento original, como o Frecious Plus, melhoram a qualidade do ar, graças às suas três camadas diferenciadas.
Hoje em dia, o filtro de habitáculo é mais importante do que nunca Os veículos mais avançados têm entre as suas prioridades a inovação cons-
O que mais podemos fazer para melhorar a qualidade do ar? Esta nova etapa da filtragem exige ações que permitam separar aquilo
Combater as ameaças invisíveis para a saúde dos ocupantes é uma tarefa a cargo dos filtros de habitáculo
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que é útil daquilo que é nocivo e assim tentar melhorar a qualidade do ar e ajudar a travar o aquecimento global. As cidades, a nível mundial, lutam contra a poluição do ar e contra as elevadas concentrações de partículas finas e de dióxido de nitrogénio (NO2), visto que grande parte dos cidadãos padecem dos efeitos da sobrecarga destas partículas que se encontram no ar. Outra das soluções para conseguir melhorar a qualidade do ar nas cidades que a MANN+HUMMEL partilhou passa pelo desenvolvimento de um sistema de cubos de filtragem nos pontos de maior concentração de trânsito. Estes cubos são capazes de reter mais de 80% do dióxido de nitrogénio e das partículas finas do ar aspirado, permitindo assim que se respire um ar mais limpo. Os denominados "Filter Cubes" (cubos de filtragem) são instalados de forma modular e podem ser configurados em função das necessidades, seja exclusivamente para partículas finas ou, com a variante de filtro combinado, também para reduzir o NO2. Este ano, uma correta filtragem em espaços abertos e fechados será mais importante do que nunca, e a MANN+HUMMEL mostrou-nos que , com as suas inovações, pretende liderar esta nova etapa da filtragem.
SERVIÇO VE CERTIFIED CZ
CERTIFICADO DE QUALIDADE PARA ELÉTRICOS O Centro Zaragoza tem disponível o Serviço VE Certified CZ. Esta certificação comprova a capacidade para reparações em veículos elétricos e também pode ser obtida pelas oficinas portuguesas
C
om mais de 20 anos a certificar as oficinas em Portugal, e com o seu selo de qualidade “Certificação de Oficinas CZ” atribuído a mais de 100 centros de reparação, o Centro Zaragoza tem agora disponível para os clientes nacionais o novo Serviço VE Certified CZ, que avaliza a capacidade para intervenções em motorizações eletrificadas. Este é um selo de qualidade que distingue os locais aptos a resolver avarias e outros problemas com os novos tipos de motorização. Segundo explicaram os responsáveis pelo Centro Zaragoza, esta certificação “identifica as oficinas que têm consciência do risco que acarreta, para os seus operadores e clientes, o manuseio da tecnologia de alta tensão implantada em veículos elétricos e híbridos, e que estão preparadas para o seu manuseio”. Dessa forma a entidade faz o “reconhecimento e a diferenciação das oficinas que não hesitam em acompanhar a evolução dos veículos e querem demonstrar que são capazes de prestar os serviços associados à sua reparação”. E, como tal, asseguram maior grau de confiança e garantia de segurança nas viaturas elétricas e híbridas, ajudando também à diferenciação das oficinas “capazes de gerenciar a propulsão do futuro, ampliando assim o nível de serviços oferecidos”. Três patamares de especialização O Serviço VE Certified CZ tem três níveis de certificação. O Centro Zaragoza explica que o primeiro patamar integra “as oficinas qualificadas para a realização de qualquer trabalho não eletrotécnico”. Para intervenções mais espe-
Texto Nuno Fatela
cializadas o segundo nível reconhece os “centros de reparação capacitados para realizar qualquer tipo de trabalho que exija o isolamento do circuito de alta tensão do veículo”, enquanto o patamar mais elevado do VE Certified CZ “destina-se exclusivamente a oficinas treinadas para realizar qualquer reparo de alta tensão no veículo, como, por exemplo, falhas no sistema eletrônico de potência, reparo de bateria, substituição de célula, etc.”. Para obter a certificação e atingir qualquer um destes níveis, as oficinas devem cumprir diversos requisitos. Entre as exigências impostas pelo centro de certificação espanhol destacam-se o treino PRL (Prevenção de Riscos Laborais) e no manuseamento seguro destas viaturas e a formação especializada em motores elétricos, armazenamento de energia e eletrónica de potência e a experiência nas intervenções ao nível dos elementos de alta tensão dos veículos elétricos. Mas, além disso, 59
os centros de reparação devem também assegurar que contam com “ferramentas, equipamentos de oficina e EPI adequados ao manuseamento do VE a efectuar, e de acordo com o nível de certificação solicitado” e ainda cumprir várias exigências ao nível dos aspetos administrativos. As oficinas interessadas em obter este selo de qualidade apenas precisam de fazer a sua inscrição através do site oficial www.centro-zaragoza.com para requisitarem a certificação do Serviço VE Certified CZ. O processo conta com cinco passos, que após a inscrição online inclui a soliticação da certificação, registo no sistema CZ e o preencimento online do questionário da auditoria. Por fim, com base nas informações fornecidas é feita a avaliação pelos técnicos do Centro Zaragoza, que, confirmando que as oficinas cumprem os requisitos, confere-lhes o direito a ostentar nos seus espaços o certificado de especialização VE Certified CZ.
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ESPECIALISTA
PROGRAMA AVANÇADO ACAP/ ISCTE
A IMPORTÂNCIA DO SERVIÇO NO MARKETING RELACIONAL A relação com os clientes será um dos segredos para o sucesso das empresas, e o marketing relacional assume papel de destaque nessa estratégia, como poderá descobrir no segundo módulo do Programa Avançado de Gestão para Profissionais do Pós-Venda Automóvel do ISCTE Executive Education e ACAP Texto Hélia Gonçalves Pereira*
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Atualmente as pessoas desconfiam das marcas e colocam a sua confiança nos seus pares. Por isso, clientes contentes e fidelizados são hoje os melhores embaixadores que uma oficina pode ter, transmitindo essa experiência positiva à sua rede de contactos
É
cada vez mais crítico para as organizações garantir relações de longo prazo com os seus clientes. A capacidade de atração de novos clientes é limitada, pelo que ter consumidores satisfeitos que confiam na organização, e dimensões como a fidelização, tornaram-se críticas para garantir posições competitivas sustentáveis. Além disso, a fidelização está ancorada em dimensões de carácter emocional – o cliente “acredita” na proposta de valor que é veiculada pela marca. Por isso, e como sua consequência, clientes que decidem que querem continuar a relacionar-se com uma marca são, por “inerência”, seus embaixadores naturais e tornaram-se na ferramenta de comunicação potencialmente mais eficaz de que uma or-
ganização pode beneficiar, mas que é, ao mesmo tempo, incontrolável por estas mesmas empresas. Falamos do papel da recomendação. Clientes satisfeitos, que confiam, que se envolvem e que se tornam clientes fiéis tendem a recomendar positivamente essa experiência aos seus pares. Num contexto em que o digital ganhou uma presença constante na nossa vida, esta partilha penetra nos “holofotes” e “megafones” digitais e ganha uma dimensão que ações de comunicação convencionais dificilmente atingem. Até porque hoje os clientes tendem a desconfiar do que é veiculado pelas marcas, consideram que estas têm objetivos de caráter comercial e que, naturalmente, nenhuma marca dirá mal de si própria. E passaram a confiar muito mais no que é veiculado pelos seus 61
pares – indivíduos que, como nós, viveram uma experiência semelhante e, com o seu testemunho autónomo e independente, nos apoiam a tomar decisões. AS EMPRESAS DEVEM CONHECER AS NECESSIDADES DOS CLIENTES É neste contexto de maior poder por parte do cliente que o marketing de serviços ganha uma relevância nunca antes vivida pelas marcas. Mesmo aquelas que vendem produto, “puro e duro”, realçam vantagens competitivas pela capacidade de garantir um nível de serviço efetivamente diferenciador. Hoje ninguém vai repetidamente a uma pastelaria beber um café de manhã apenas porque este tem um bom sabor e um agradável aroma. É necessário garantir outras dimensões. Um
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ESPECIALISTA
O marketing relacional abrange diversas áreas, desde a comunicação com o cliente ao próprio ambiente da oficina
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atendimento agradável e um ambiente acolhedor, moderno ou tradicional, mas que vá ao encontro do perfil do cliente, e um processo igualmente em linha com o tipo de necessidade, estímulo e motivação que levou o indivíduo a escolher aquele local para beber o seu café. Um adulto maduro e ativo vai valorizar que saibam o seu nome rapidamente e que o tratem com respeito e empatia num espaço adequado (ao seu modo de olhar para o “adequado”). Mas, também, que rapidamente seja memorizado o tipo de café que mais aprecia (perguntas como curto, cheio, pingado… deixam de existir, pois o colaborador sabe exatamente o que o cliente quer). Isto torna o processo adequado para alguém que não tem tempo a perder. Já um idoso que se desloque à mesma pastelaria espera que lhe ofereçam tempo. Tempo para ser ouvido, tempo para conversar, para ouvir, para ficar sentado apenas a observar. Tempo para não ter que gerir tempo. E, aqui, o mesmo colaborador terá que adaptar o seu nível de atendimento e o processo a um cliente que, tendo a mesma necessidade – beber um café – precisa dos serviços adicionais atrás mencionados e que vão ter, para este idoso, um valor intangível, dificilmente mensurável,
Conhecer o perfil do cliente e adaptar-se às suas necessidades ajuda a criar um relacionamento e à sua fidelização mas que, se bem trabalhados, levam ao resultado pretendido – o regresso desta pessoa, provavelmente numa base diária. E ambos os clientes, por razões diferentes, tornaram-se fiéis. IMPACTAR O CLIENTE NO APÓS-VENDA Num setor totalmente diferente, também os serviços pós-venda na indústria automóvel vivem da capacidade de oferecer aos seus clientes experiências impactantes, que terão que ser diferentes em função do seu tipo de necessidade e, mais uma vez, do seu perfil. Hoje, estamos perante um cliente mais formado e informado. Com níveis de literacia tecnológica que lhe conferem o poder de escolher de forma muito mais rápida e, se assim o entender, mais pensada e ponderada. Ao mesmo tempo, as opções de escolha são enormes. A competitividade aumentou
muito. Sobreviverão as empresas que ofereçam um produto de qualidade ao nível das expetativas, com capacidade de inovação, em que o papel da marca pode ser importante (ou não); com uma estratégia de preço adequada; uma distribuição com circuitos e estratégias que permitam chegar ao cliente certo no momento pretendido; um plano de comunicação que sirva os interesses da organização e consiga chegar à cabeça e ao coração do cliente. TUDO CONTA PARA A EXPERIÊNCIA DO CLIENTE Para além de todos estes aspetos, o marketing de serviços obriga, hoje, a ter outros cuidados e diferentes olhares. Em termos de comunicação, acredito que olhar para dentro será determinante. O capital humano é fundamental para garantir objetivos que potenciem o alinhamento entre as pessoas e a estratégia organizacional. A comunicação interna adequada, no momento certo e com a mensagem correta, será mais um fator crítico de sucesso. Penso que este poderia ser um ponto de partida e de fecho desta reflexão. Pensar nas pessoas e para as pessoas. Portanto, o papel do colaborador é hoje, em grande parte dos casos, a diferença entre ser-se bem ou mal sucedido. Entre garantir uma experiência que se quer repetir ou apenas esquecer. O nível de atendimento, aliado à qualidade do serviço levará o cliente a voltar (ou não). 63
O ambiente do estabelecimento não pode ter a imagem de há algumas décadas atrás – locais cinzentos, pouco organizados, com objetivos meramente funcionais. Hoje é fundamental que o cliente se sinta bem enquanto lá estiver. Que, à medida da área de atividade de que estamos a falar, seja um espaço de conforto. E, para isso, é preciso pensar o espaço. Deixar os padrões de há apenas alguns anos atrás onde o pensamento estava no produto e não no serviço. Onde produto era algo tangível recebido numa troca – Hoje produto é tudo, tangível e intangível, favorável e desfavorável (atenção ao mau serviço), recebido numa troca. E hoje o cliente volta por causa da qualidade do produto mas também, em larga medida, pelo nível de serviço que encontrou e a capacidade de obter soluções no tempo certo para a sua necessidade específica, que pode ser bem diferente da que tinha ontem ou terá no futuro. De tudo isto se fala e debate no módulo de marketing de serviços do Programa Avançado de Gestão para Profissionais do Pós-venda Automóvel, onde encontramos momentos de partilha relevante para que, numa lógica de aprendizagem conjunta, seja possível a todos os participantes terem uma melhor, porque diferente, orientação para o mercado e para o cliente. * Professora de Marketing, PhD, ISCTE Executive Education
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ATUALIDADE
CLUSTER AUTOMÓVEL EM PORTUGAL
O MOTOR DA ECONOMIA PODE ACELERAR NO PÓS-PANDEMIA O webinar da Mobinov com o Compete 2020 para caracterizar e apresentar o peso do Cluster Automóvel em Portugal mostra que a pandemia teve efeitos negativos na atividade. Mas cada crise representa também uma oportunidade, e os planos de recuperação nacional e internacionais podem abrir novas portas para potenciar ainda mais este sector que é vital para a economia nacional Texto Nuno Fatela
O
sector automóvel é um dos mais importantes para a economia nacional, e os últimos dados e análise relativamente a esta área de atividade evidenciam ainda mais o seu peso. Essa apresentação foi feita no Webinar "Caracterização do Cluster Automóvel" realizado pela Mobinov e o Compete 2020, no dia 6 de abril, que abordou a importância e a evolução deste sector em Portugal. O evento juntou os responsáveis das duas entidades e contou com a presença do Secretário de Estado-Adjunto da Economia, Dr. João Neves, e do Secretário de Estado na Inovação, Dr. Eurico Brilhante Dias, para dar um panorama geral do impacto e do valor acrescentado que o Cluster gera na economia. Recordando também quais os efeitos que a pandemia teve nesta área de atividade, o webinar permitiu ainda olhar para o futuro, identificando áreas com imenso potencial para crescer no período pós-pandemia.
o país. Começando por elencar vários dos dados estatísticos e números mais relevantes da indústria automóvel nacional (que pode ver em pormenor no quadro da página 67), este membro do Executivo afirmou que eles “dão uma ideia muito forte e expressiva daquilo que é o peso do sector”. Recordando que a pandemia teve os seus efeitos, mas que “isso é um traço característico da profunda depressão que resulta
UM SECTOR VITAL A introdução deste evento, a cargo do Secretário de Estado Adjunto da Economia, João Neves, veio enfatizar o relevo que o Cluster Automóvel tem para
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da crise sanitária”, e não um efeito isolado sobre o automóvel, recordou que a evolução recente permitiu colocar o país no “quadro de honra da fabricação na Europa, à beira dos 10 primeiros lugares”, destacando também a diversidade na fabricação de componentes, onde a eletrificação começa a ganhar cada vez mais expressão na atividade. João Neves considerou que estes dados demonstram que “as empresas re-
Além da internacionalização do sector, também se destaca a captação para Portugal de hubs tecnológicos de várias marcas
conhecem em Portugal capacidade para a afirmação dos projetos empresariais que têm para desenvolver”, e recordou que este é um sector com atividade histórica. Mas, destacando o cariz inovador do Cluster Automóvel, afirma que “à volta da tradição conseguimos construir soluções muito interessantes”. Algo que, além dos reflexos na economia, também tem vindo a ter impacto “na qualidade da mão de obra, com níveis de qualificação e de enquadramento que são mais fortes que na média da indústria transformadora, o que mostra bem o nível de processos associados à atividade do Cluster”. E enfatiza que esta é uma área onde Portugal se destaca a nível internacional, já que a elevada especialização contribui para que a produção tenha sempre um diferencial positivo na produtividade, “mesmo nas empresas internacionais instaladas em Portugal”. E confirma aquilo que já é bem conhecido sobre o sector automóvel, celebrando como ele é “claramente um dos Clusters que, no contexto da transformação da crise no início da última década”, emergiu com mais força no que concerne à especialização produtiva em solo luso. Mas o Secretário de Estado Adjunto da Economia não quis deixar de evidenciar
os dois grandes desafios que o Cluster atravessa, a eletrificação e a digitalização. Por isso considersa necessário que o sector consiga acompanhar as tendências disruptivas que a nível internacional afetam o automóvel. Explicando que “estamos numa fase de mutação tecnológica”, João Neves veio ainda salientar que o potencial de inovação do sector em Portugal pode não apenas atrair mais investimento direto, mas também ser aproveitado “em outras formas de mobilidade, nomeadamente na indústria de componentes”, em que o know-how deste cluster pode expandir a sua influência para outros meios de transporte. Em conclusão, antevê que “vão haver alterações tão profundas que podem determinar formas de estruturação do cluster distintas das que temos hoje”. UM FAROL PARA A INOVAÇÃO O Presidente do Mobinov, professor Nuno Mangas, focou a sua análise no posicionamento atual e futuro do sector. Começando por assinalar o impacto transversal e “a relevância do Cluster no contexto da economia, ao nível das exportações, do investimento, do emprego e do valor acrescentado bruto que o estudo evidencia”, optou por fo65
car três elementos-chave na sua análise, começando por destacar a multiplicidade de empresas, em que as de maior dimensão têm uma “dinâmica de catalisar todo o sector”, algo depois aproveitado por um conjunto diverso de companhias nos componentes, moldes e outras atividades que contribuem para o enorme peso que as 1100 empresas do Cluster têm para o país. No seguimento referiu a “relação virtuosa entre o investimento direto estrangeiro e as empresas com uma matriz nacional”, que permite novas lógicas de inovação. Algo em que tem influência o que designa como “ecossistema de conhecimento” onde as empresas se relacionam com universidades, centros tecnológicos e outros polos de investigação. E não deixou de salientar que esta inovação e especialização tem “um efeito indutor de contágio positivo perante outros sectores industriais e empresas, transferindo as suas boas práticas”. O Presidente do Mobinov destacou ainda que“o programa operacional de competitividade e internacionalização têm um objetivo muto claro de aumentar o potencial exportador e o valor acrescentado” dos produtos nacionais. E terminou com o anúncio de que “vão abrir as candidaturas para projetos conjuntos de apoio à internacionalização e, apesar de estarmos num momento de transição entre quadros comunitários, há ainda vários apoios substanciais para apoio a investimento empresarial, para que ele possa acompanhar as dinâmicas deste Cluster”. PANDEMIA TEVE FORTE IMPACTO Nélson Fontainhas, da Deloitte, apresentou os números da Caracterização do Cluster Automóvel, e na sua análise
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ATUALIDADE referiu pontos positivos como o efeito multiplicador que o Cluster Automóvel tem na valorização do tecido económico do país. E também como a elevada especialização tem impacto no nível de conhecimento e de remuneração das empresas e dos seus trabalhadores, até porque “a fileira automóvel é muito exigente” em áreas como o ambiente, segurança, normas legais e no nível de investimento para acompanhar a sua evolução. E refere que “toda esta exigência é passada pela indústria para os seus fornecedores que, ao terem de cumprir um conjunto de normas, vão também melhorar a sua qualidade e o que conseguem fornecer a outros sectores de atividade”. Mas este estudo, que vem atualizar os números de uma primeira análise de 2017 e que inclui dados finais e outros ainda provisórios relativamente a 2020, revela que “há um impacto muito forte da pandemia”, sentido principalmente ao nível dos investimentos. Mas onde se destaca, apesar da quebra nos indicadores económicos, a capacidade de retenção do emprego. Algo que considera muito relevante para o futuro, já que isso permitiu manter o nível de qualificação médio da força laboral”. Além disso, a Deloitte conclui que “há alguns danos perenes e que é preciso olhar com cuidado para fortalecer um sector que é tão importante para a nossa economia”. CRISES SÃO TAMBÉM OPORTUNIDADES Em continuidade com esta análise aos efeitos da Covid-19 no Cluster Automóvel, como fica claro pela quebra de 21% (3050 milhões de euros) no volume de negócios e pela redução de 550 milhões de euros no investimento, surgiu a intervenção do Secretário de Estado da Internacionalização, Eurico Brilhante Dias, que aponta soluções para a indústria recuperar e até evoluir no pós-pandemia. Partindo de “uma base de preocupação” pelos efeitos da disrupção na mobilidade e a digitalização num sector fortemente internacionalizado e que atrai investimento direto estrangeiro, este membro do governo recorda que “o sector automóvel continua a ser central do ponto de vista do desenvolvimento industrial” de Portugal. Mas “o futuro é duplamente desafiante”, pela transição nas motorizações e na digitalização, e Eurico Brilhante Dias
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Pela sua elevada especialização, os funcionários das empresas do Cluster Automóvel têm uma remuneração superior em 30% ao salário médio da indústria transformadora em Portugal
considera que o Cluster deve olhar para o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) e “aproveitar este contexto muito particular em que o investimento é necessário para recuperar, mas também para que a Europa, no seu conjunto, seja mais resiliente”. Embora tenha assinalado que fora do espaço comunitário há outros mercados a explorar, como os Estados Unidos, México e China, o Secretário de Estado afirma que devem ser criadas condições para as empresas nacionais aproveitarem as oportunidades geradas pelos PPR de outros países europeus. “Há apostas no sector automóvel que implicam consórcios e I&D, e as empresas portuguesas devem procurar apoio”, considerando que “temos oportunidade de procura e de internacionalizar as nossas atividades num momento de forte aposta da U.E. neste sector”. E, como tal, conclui que “é caso para dizer que se por um lado temos a perfeita noção de que há oportunidades para empre66
sas estrangeiras em Portugal, há também para nós essa oportunidade que não podemos desperdiçar”. Considerando que o Cluster Automóvel pode também crescer captando investimento estrangeiro, mas que “há oportunidades que primeiro devemos conhecer e depois criar uma intelligence eficaz” para as aproveitar, considera que as empresas internacionais encontram em Portugal condições ótimas para a sua instalação. E destaca que “esse investimento vem à procura de uma característica que temos em Portugal e que exploramos com eficácia: recursos humanos qualificados, com capacidade de adaptação a operações com uma base e origem cultural diferente, e a enorme flexibilidade linguística que nos países do Sul da Europa continua a distinguir-nos”. E explica ainda que isso “tem-nos dado uma enorme capacidade de atração e de estar posicionados na cadeia de valor de desenvolvimento da indústria
O CLUSTER AUTOMÓVEL EM NÚMEROS Nélson Fontainhas, da Delloite, foi responsável por apresentar os dados atualizados do estudo sobre o Cluster Automóvel em Portugal, oferecendo um imagem muito clara da sua importância para o país.
. 3% do PIB em 2019, gerando uma riqueza de 6400 milhões de euros
. 15.900 milhões de euros de volume de negócios em 2019, mas com uma queda de 21% em 2020 para os 12.550 milhões
. 87000 empregos diretos nas 1100 empresas do Cluster (quebra de 4% em 2020)
. 200.000 empregos diretos e indiretos nas 5000 empresas associadas ao cluster
. 30% Os salários das empresas do cluster são quase 1/3 mais elevados que a média da indústria transformadora
. 1000 milhões de euros de investimento em 2019, que cairam para 550 milhões em 2020
. 400 Projetos integrados no programa Compete 2020
. 5.900 milhões de euros de volume de automóvel captando operações que acrescentam mais valor e nos permitem melhor remuneração de capital e do trabalho”. Emprego esse que, não deixou de assinalar, se manteve estável durante a pandemia (quebra de apenas 3000 empregos diretos), algo que pode agora ser fulcral para acelerar a recuperação e revitalização das empresas. Como tal, o Secretário de Estado da Internacionalização afirmou a necessidade de nos próximos anos “estar de forma organizada a fazer a promoção das nossas competências junto das principais cadeias de valor das OEM’s na Europa e outros destinos sinalizados, e olhar do ponto de vista das oportunidades para estes novos instrumentos nos vão dar”. O Webinar da Mobinov e Compete 2020 com a Caracterização do Cluster Automóvel terminou com uma mensagem de confiança para o sector, sendo explicado que “vivemos momentos de desafio, mas também de oportunidade para crescermos”.
negócios em 2019 (7,4% do PIB)
Seja de forma direta ou através da incorporação nos modelos fabricados em Portugal, 99% da produção no sector automóvel tem como destino a exportação
. 14% de taxa de crescimento médio do volume de negócios
. 3850 milhões de euros de valor acrescentado bruto em 2019, com queda para os 3.050 milhões em 2020
. 9,2% de crescimento médio do valor acrescentado bruto
. 99% para exportação, de forma direta ou através da sua incorporação nos automóveis fabricados em Portugal
. 30% de crescimento das exportações entre 2016 e 2019
. 28% de volume total de exportação de bens transacionáveis de Portugal
. 30% de capacitação da indústria transformadora em Portugal
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TÉCNICA
HABITÁCULO
REPARAÇÃO DE INTERIORES DE VEÍCULOS Os principais acessórios internos de um veículo são o painel de instrumentos e os bancos, quando se trata do tamanho, complexidade de substituição e preço. Eles dispõem, de igual modo, de diferentes acessórios eletrónicos e guarnições, entre outros elementos Texto Federico Carrera Salvador
A
prática generalizada, quando estas peças apresentam danos, é proceder à substituição, operação que implica custos consideráveis, tanto económicos como ecológicos, para além da complexidade, sobretudo no caso do painel de instrumentos. Como alternativa à substituição, existem técnicas, materiais e produtos de reparação que se podem utilizar para reparar os referidos danos. TIPOS DE DANOS As causas principais paras danos que ocorrem nos elementos interiores de um veículo são a utilização contínua ou inadequada, o vandalismo e, naturalmente, a ocorrência de sinistros. A conceção, métodos de fabrico e materiais utilizados nestes elementos do habitáculo são diferentes. Os materiais podem ser os plásticos, têxteis, couros, madeiras, etc. E os danos reparáveis mais frequentes são deformações, riscos superficiais, ruturas, queimaduras, cortes, rasgões, etc. Abordamos em seguida os produtos e métodos de trabalho para a sua reparação. PRODUTOS Antes de começar a intervenção, é necessário conhecer os principais pro-
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dutos para a reparação dos elementos interiores, assim como as suas instruções de utilização: Produtos de limpeza A limpeza deve ser realizada com toalhitas de limpeza e um produto de limpeza que não seja agressivo, de modo a não danificar os materiais. Adesivos Os adesivos de poliuretano e epóxi, por norma bicomponentes, polimerizam devido a uma reação química entre os dois componentes, pelo que o processo de polimerização é muito mais rápido. Os cianoacrilatos são adesivos reativos que permitem uma aderência resistente sobre diferentes substratos. São os materiais utilizados com maior frequência, porque existe uma grande variedade dos mesmos. Utilizam-se especialmente na reparação de pequenas ruturas, riscos superficiais, união de patilhas, enchimento por falta de material, etc. Os "Hotmelt" ou adesivos térmicos são materiais sólidos à temperatura ambiente. Existem várias composições químicas com propriedades diferentes. Neste caso, utilizam-se em pasta ou pó. É necessário fazer com que atinjam uma temperatura na ordem dos 68
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TÉCNICA
Merecem destaque, como equipamentos específicos de trabalho nestes processos, a miniplaca de aquecimento e o aerógrafo. 150-1800C. Uma vez aplicados, solidificam em poucos segundos e são utilizados para reparar e unir couro, plásticos, material têxtil, vinil, etc. O silicone é um polímero orgânico, que é fornecido como bicomponente para este tipo de reparações. Tem baixa energia superficial, não apresentando geralmente uma boa aderência, e é utilizado apenas para realizar reproduções de estrias ou texturas.
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Texturantes São produtos concebidos para aplicar sobre as superfícies reparadas e conseguir uma textura com um acabamento similar ao original. São fornecidos em aerossol com dois bicos de aplicação (fino e grosso) ou em grandes quantidades para aplicar com pistola aerográfica. Tintas Para a reprodução da cor são utilizadas tintas especiais. São compatíveis com os diferentes materiais e produtos, a fim de penetrarem nos mesmos, sendo garantida uma perfeita aderência e elasticidade. Estas tintas proporcionam um acabamento acetinado standard. Caso se pretenda um acabamento mate, aplica-se um matificante que reduz o brilho. Produtos auxiliares Cargas: talco, partículas de alumínio e grafite, misturadas com os adesivos acrílicos. São utilizadas como reforço, dando resistência mecânica e consistência à reparação. 70
Produtos desmoldantes São substâncias que permitem eliminar a aderência sobre as superfícies em que se aplicam, facilitando, deste modo, a reprodução de estrias na reparação. Produtos de polimento Pastas de diferente granulometria utilizadas para polir e obter brilho nas superfícies. Merecem destaque, como equipamentos específicos de trabalho nestes processos, a miniplaca de aquecimento e o aerógrafo. MÉTODOS DE REPARAÇÃO Uma vez conhecidos os materiais, os produtos e o equipamento necessário para a reparação dos elementos interiores do veículo, resta apenas determinar o método de trabalho a seguir. Reparação de vinil e couro A técnica de reparação a utilizar em peças de vinil e couro, como painéis de instrumentos, painéis das portas, bancos, guarnições, etc., é baseada nos princípios gerais de aplicação de adesivos, embora com certas parti-
Aplicação da cor com aerógrafo, que evita pulverizar o interior do veículo
cularidades relacionadas com o tipo de material a reparar e com os tipos de danos. A adequada combinação entre materiais e processos de trabalho faz com que seja possível a recuperação destes elementos, devolvendo-lhes as características estruturais e estéticas originais.
SUSTENTABILIDADE Além de garantir uma solução mais económica para os clientes, os benefícios para o ambiente são outra vantagem quando se opta pela reparação, em detrimento da substituição dos componentes e dos materiais do habitáculo. Qualquer processo de reparação evita a reciclagem e o fabrico do elemento que o vai substituir, indo ao encontro do pacote de Economia Circular adotado pela Comissão Europeia em dezembro de 2015 e do Pacto Verde, de dezembro de 2019, o que é essencial para contribuir para a transformação da economia europeia numa economia sustentável até 2050. Dentro do Plano de Ação europeu, o plástico é um dos setores prioritários para se conseguir essa alteração social e industrial.
Processo de trabalho A preparação das superfícies, como passo prévio à fase de reparação, consiste na moldagem da zona, em eliminar o material deteriorado, as tensões da zona e em realizar um bisel para aumentar a superfície de contacto. Esta preparação pode ser realizada por meios mecânicos, mediante lâminas, fresas e discos abrasivos, e também através da aplicação de calor com o maçarico de ar quente para eliminar tensões. Para a limpeza da zona deve ser utilizado um dissolvente que não ataque o substrato e deve-se aguardar a completa evaporação do mesmo, antes da aplicação do adesivo. 71
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TÉCNICA
Para a reprodução das estrias obtém-se previamente uma reprodução invertida das estrias, sobre uma zona não danificada da peça, com o negativo da textura. Efetua-se a mistura do adesivo, adicionando a quantidade necessária para preencher a falta de material, e conseguir uma flexibilidade de acordo com a peça a reparar. Coloca-se a reprodução das estrias impregnada de produto desmoldante sobre o adesivo. Uma vez seco, retira-se com facilidade. A operação de acabamento compreende o retoque dos rebordos.
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A tonalidade adequada é conseguida através da combinação das cores básicas adequadas, e a sua aplicação realiza-se com aerógrafo, para não pulverizar o interior do veículo. São aplicadas várias demãos, realizando um perfeito esbatimento sobre a zona reparada. Reparação de veludo Os danos que surgem em estofos têxteis costumam ser queimaduras ou rasgos. Os materiais para fazer face a estas reparações são adesivos térmicos (Hotmelt) e partículas de veludo de diferentes cores. 72
A reparação do rasgo requer o corte de um pedaço de tecido com um diâmetro duas vezes superior ao da rutura. Este tecido introduz-se no orifício do dano e centra-se, em jeito de reforço interno. O adesivo térmico é aplicado de forma a preencher o dano e também a penetrar no tecido. Coloca-se a placa quente em cima do dano, interpondo uma folha de teflon para evitar a deterioração do veludo. O calor gerado pela placa aquece o adesivo em pó, desencadeando uma reação que transforma o pó em líquido fundido. Posteriormente, interpõe-se
Reparação de acessórios
Antes e depois da reparação do volante de madeira
Placa quente sobre o dano
um pedaço de aço, que acelera o arrefecimento do mesmo. A reparação de uma queimadura superficial consiste em preencher a falta de material. Para isso, mistura-se adesivo térmico em pó com partículas de veludo da mesma cor que os estofos, e preenche-se a queimadura. Em seguida, utiliza-se a placa de aquecimento da mesma forma que no caso do rasgo. Por último, aplicam-se partículas de veludo sobre o dano e aquecem-se com a placa de aquecimento para fundir de novo o adesivo, favorecendo a união das partículas. Para uniformizar toda a 73
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TÉCNICA
zona reparada aplica-se uma fina camada de adesivo e, seguidamente, espalham-se as partículas de veludo por toda a zona. Por último, faz-se a escovagem de toda a zona.
Antes e depois da reparação do tablier
Reparação de acessórios O interior do veículo é constituído por diversos acessórios que, em função do material de que são feitos, da geometria, do tipo e da localização do dano, levam a que se proceda de diversas formas. O mais habitual é a utilização de adesivos, mas não existe um tipo de reparação genérica.
A reparação de um navegador GPS com riscos superficiais consiste em eliminar os mesmos, utilizando produtos de polimento. Começa-se com os produtos de corte rápido ou mais abrasivo, para eliminar de forma rápida os riscos. Seguidamente, procede-se ao abrilhantamento e à limpeza final para lhe devolver a aparência original.
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Os acessórios de madeira com riscos e falta de material podem ser facilmente reparados. Utilizando lixa de grão fino eliminam-se os riscos superficiais e, em seguida, aplica-se um adesivo transparente para preencher a falta de material. Após se lixar o excesso de adesivo, aplica-se verniz com brilho ou mate. Desta forma, recupera-se a transparência e o aspeto de origem. Durante os processos de reparação há que ter em conta a segurança, sendo necessária a proteção com luvas, máscara adequada e óculos de segurança.
TÉCNICA
A RELEVÂNCIA DOS PNEUS NA CONETIVIDADE
PNEUS CONECTADOS: UMA SOLUÇÃO COM GRANDE POTENCIAL Até ao momento a monitorização da pressão é a área onde a conetividade dos pneus assume maior relevância, já que os sistemas ADAS ainda ignoram a imensa quantidade de informação que eles podem proporcionar. Com benefícios a diferentes níveis, como a segurança, manutenção e até nas sensações ao volante, os pneus conectados são uma área de grande potencial e os fabricantes já desenvolvem diversas soluções neste campo Texto Nuno Fatela
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nicos elementos do automóvel em contacto com asfalto, os pneus têm um papel fulcral na segurança rodoviária. Mas hoje em dia os sistemas ADAS continuam a apostar nas informações obtidas por radares, lasers, sistemas de controlo de estabilidade e outros sensores para obter informações sobre o comportamento da viatura e do estado da via, ignorando aquele que é, efetivamente, o único componente que “sente a estrada”. Mas os pneus podem ter um papel essencial na redução da sinistralidade, desde que os dados por eles recolhidos sejam utilizados pelos sistemas de monitorização do veículo para adaptar o seu comportamento. A solução passa, portanto, pela expansão da conetividade dos pneus. Hoje em dia o único grande exemplo de conetividade dos pneumáticos passa pelo TPMS, o sistema de monitorização da pressão dos pneus que surge equipado em todos os automóveis novos. Este é, efetivamente, um exemplo de conetividade, em que os sensores detetam quando os pneus estão com uma pressão desajustada e alertam o condutor para o problema através do veículo. Este é, portanto, o único sistema de conetivida-
de dos pneus que está a ser utilizado de forma generalizada nos veículos. A ETRMA, a Associação Europeia de Fabricantes de Pneus, não tem dúvidas sobre o potencial dos pneumáticos nesta área. E no estudo de 2019 “Tyres as a Service” já referia que “os fabricantes podem processar dados gerados no veículo para oferecer em tempo real serviços de diagnóstico e prognóstico ligados ao comportamento dos pneus com grande exatidão, precisão e qualidade”. Afirmando que estes dados podem também auxiliar outros elementos do automóvel, destacam-se os benefícios ao nível da segurança, da gestão das infraestruturas, da manutenção preditiva e também na otimização das frotas de veículos. Os fabricantes reconhecem bem esta necessidade. Por exemplo, a Brigdestone revelou na CES 2020 um pneu inteligente já capaz de comunicar com os sistemas ADAS, focado em três tarefas: “sentir, sincronizar, agir”. O objetivo passa precisamente por garantir que o pneu sente a estrada, sincroniza-se com os ADAS para eles terem acesso à informação e depois possam agir de forma a otimizar o comportamento do pneu e do próprio 77
Os pneus são o único ponto de contacto do veículo com a estrada, mas continua a ser ignorado o vasto manancial de informações que eles podem fornecer a vários sistemas de controlo do veículo
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TÉCNICA
automóvel. Este processo em três passos serve de base para os pneus conectados, e comporta benefícios em diversas áreas. COMUNICAR MAIS SEGURANÇA Embora as estatísticas apontem regularmente para outras causas mais diretas (excesso de velocidade, álcool, más condições da via…) para os acidentes, é impossível negar que pneus em bom estado podem evitar ou minimizar as situações de perigo. Seja pela maior capacidade de travagem, o escoamento da água no asfalto ou maior aderência, garantir que “os sapatos” que o carro calça estão em condições são exemplos da importância de manter as borrachas em boas condições. Como tal, a segurança na condução é, provavelmente, a área onde a conetividade dos pn eus pode assumir maior relevância, pela sua capacidade para detetar e informar rapidamente e com máxima eficácia informações sobre as condições da estrada e dos próprios pneus. Um bom exemplo desta capacidade é o Pirelli Cyber Tyre, com ligação 5G (mais rápida) já equipado de origem no McLaren Artura. Os sensores equipados no pneu analisam características intrínsecas, como a sua quilometragem e a carga dinâmica, mas também deteta e comunica às infraestruturas as condições da via, minimizando os riscos
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O McLaren Artura faz a estreia da nova geração de pneus conectados da Pirelli
As informações dos pneus conetados podem ser fulcrais para os sistemas de segurança ADAS 78
de aquaplanagem, derrapagens no gelo e outros potenciais perigos. As vantagens de um sistema como este surgem em duas vertentes. Em primeiro lugar, no próprio automóvel que deteta os perigos, adaptando os sistemas de segurança e o comportamento do carro para potenciais situações de perda de controlo. Mas, pela capacidade de partilhar dados em tempo real através das ligações 5G, ao enviar estas informações da via para as infraestruturas pode garantir que elas são partilhadas com outros automóveis e com as próprias equipas de manutenção das vias, reduzindo e ajudando a eliminar estes fatores de risco na condução. GARANTIR O BOM ESTADO DOS PNEUS Como referido, pneus em bom estado são essenciais para a segurança rodoviária. E os sensores podem também ajudar neste campo, detetando potenciais falhas ou desgaste excessivo nos pneus para os comunicar ao próprio automóvel e, se os condutores desejarem, também à sua oficina, para que eles agendem a substituição dos mesmos. Ajudar na manutenção dos pneus é outro exemplo das vantagens da conetividade, como as tecnologias ContiSense e ContiConnect da Continental demonstram. Mais uma vez, apenas pela introdu-
ção de sensores na borracha ficam automaticamente acessíveis diversas informações sobre a condição da estrada e dos pneus, numa solução pensada para otimizar as frotas de automóveis. Os dois sistemas aqui referidos atuam de forma complementar. O ContiSense assume a primeira parte do trabalho, com os sensores a obterem dados como a profundidade do piso, pressão, temperatura dos pneus e potenciais problemas com rasgões ou furos, em conjunto com informações sobre o asfalto. Depois o ContiSense monitoriza remotamente os dados de todos os pneus das viaturas da frota, permitindo assim reduzir potenciais situações de perigo e tempos de paragem nas oficinas para a manutenção. Embora este sistema tenha sido pensado essencialmente para a gestão de frotas, prevendo um futuro em que o condutor e o proprietário do veículo possam ser duas pessoas totalmente diferentes, a manutenção preditiva, ainda para mais quando efetuada de forma remota, tem um grande potencial em diversas áreas. No caso da pressão correta, a Continental recorda que ela aumenta a durabilidade do pneu em 7500km e reduz os consumos em 3% ao longo da sua vida útil. Basta pensar em todos os outros ganhos obtidos com a manutenção de uma temperatura correta, uma boa profundidade dos pneus e em outras áreas para se perceber como a conetividade dos pneus pode também aqui garantir múltiplas vantagens.
CONETIVIDADE DÁ CARTAS NAS PISTAS Um bom exemplo da elevada quantidade de dados que um pneu já consegue fornecer hoje em dia é o Michelin Track Connect, uma solução da marca para os entusiastas da condução em circuito. Através de sensores nos pneus, uma box para transmitir dados e um software de análise o “piloto” pode saber qual a pressão exata e a temperatura dos pneus, para que ataque a pista com os pneus nas melhores condições possíveis e com mais confiança. Depois são fornecidas indicações sobre a melhor temperatura e pressão de acordo com as condições do veículo e da pista. Uma solução que pode, portanto, ser futuramente usada para adaptar os sistemas de segurança e o comportamento de todos os veículos, aumentando a sua aderência e, consequentemente, a segurança nas estradas.
PARA QUANDO A SUA IMPLEMENTAÇÃO? Quando se fala de pneus conectados, pode-se dizer que todas as tecnologias necessárias à sua implementação já existem. Já foram desenvolvidos pneus com sensores, protocolos de comunicação nos automóveis e também os softwares para os ADAS atuarem no controlo da viatura. Falta portanto, trabalhar para funcionarem em conjunto. Uma situação que, como surge em destaque nos projetos de investigação de pneus conectados de diferentes fabricantes, pode ser impulsionada pelos carros não-tripulados. A condução autónoma pode ser a revolução que também vai aumentar a necessidade destas informações obtidas pelos pneumáticos. Afinal, no futuro não haverá um condutor para ver a estrada e analisar as suas condições, e a pessoa ao volante pode não ser mais o proprietário da viatura. Com estas duas condicionantes, analisar a via e também o estado dos pneus tornará essencial a introdução de sistemas de comunicação a partir das próprias borrachas do carro. Porque está demonstrado que a conetividade dos pneus oferece múltiplas vantagens para os sistemas ADAS e para das infraestruturas rodoviárias. Será preciso esperar que os carros se conduzam sozinhos para os pneus conectados mostrarem todo o seu potencial ou chegará esta (r)evolução mais cedo? 79
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PNE U S
S ÃO JO SÉ PNE U S
Celebra 55 anos
N
o dia 28 de março a São José Pneus, com sede em Cantanhede e uma das maiores na distribuição de pneus na Península Ibérica, celebrou mais um aniversário Corria o ano de 1966 quando José Abrantes Aniceto fundou uma das empresas que, progressivamente, se tornou referência na distribuição de pneus na Península Ibérica. Batizada como José Aniceto & Irmão, a companhia atravessou os grandes desafios colocados durante o século XX e neste novo milénio “continua a apoiar a e a caminhar ao lado dos seus clientes”, enfatiza a firma na comunicação com que assinala mais uma data histórica. Numa história feita de evolução constante, como o novo símbolo que assinala o 55º aniversário pretende demonstrar, e onde o sucesso fica patente nos 40 milhões de euros faturados, foram recentemente inauguradas novas instalações com uma área total de 54000m2, em Cantanhede, num espaço moderno e que contempla 20000 m2 de armazém, com 6000 racks e 17 cais de entrada e saída de pneumáticos. Esta expansão permitiu à São José Pneus, que tem também centros logísticos estrategicamente localizados em Beja, Faro e Madrid, alcançar a área total de armazenamen-
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to para 28000 m2, o que permite manter um stock permanente de 130.000 pneumáticos, garantindo assim uma oferta diversificada para atender às necessidades dos seus clientes. Agora que celebra os seus 55 anos, a São José Pneus continua o seu trilho de sucesso e revelou um passo que reforça a sustentabilidade da sua atividade. Para reduzir a sua pegada ecológica, a distribuidora de pneus anunciou a instalação de 474 painéis fotovoltaicos nas suas instalações, com uma capacidade de 182 kW de potência. Além do benefício económico, obtido pela redução de 24000 nas faturas de eletricidade, destaca-se principalmente a redução de 130 toneladas de CO2 emitidos anualmente na sua atividade. Com esta inauguração no mês em que celebra 55 anos de atividade, a São José Pneus demonstra que o legado de um passado de sucesso pode ser aliado a uma visão de futuro, já que esta eletricidade gerada a partir do sol beneficia o ambiente de duas formas. Além de reduzir as emissões de CO2 da distribuidora, ela garante também a capacidade de produzir pneus recauchutados apenas com recurso à energia fotovoltaica, reforçando ainda mais os benefícios para o ambiente da reutilização destas borrachas. 80
M A BO R
Assinala 75.o aniversário A mais famosa marca nacional de pneus está a celebrar 75 anos de uma vida repleta de momentos marcantes e onde ajudou a transformar a atividade da produção de componentes e peças para automóveis e também outras áreas da economia nacional. Foi no norte do país, em Lousado, que no dia 6 de abril de 1946 saiu das fábricas da Mabor o primeiro pneu da marca, cujo nome presta homenagem a Maria Fernandes Borges. Foi o início do percurso de uma empresa que nos anos 50 supera 1 milhão de pneus produzidos e que hoje em dia já colocou mais de 350 milhões de pneumáticos no mercado. Além de ser uma referência entre as marcas de pneus, a Mabor marcou também a vida dos portugueses em outros sectores. Destacam-se o desporto automóvel, onde esteve presente deste a década de 50 e onde a sua notoriedade atingiu novos patamares nos anos 70 e 80 com o troféu Mabor, uma das provas do nacional de ralies. Mas também graças às várias campanhas de publicidade, sendo mesmo referida por algumas fontes como a responsável pelas pri-
meiras placas de publicidade exterior expostas em território nacional. Estes são dois exemplos de que para Portugal a importância da Mabor vai muito para além do marcante papel que desempenha como fabricante de pneumáticos. Este valor da marca nacional de pneumáticos foi também reconhecido internacionalmente, especialmente a partir dos anos 90 quando a Continental adquiriu a empresa, numa primeira fase através de uma joint-venture em 1990 e tornando-se proprietária a 100% a partir de 1992. Este investimento da gigante alemã foi importante para o alargamento das instalações em Lousado, hoje com uma área sete vezes superior à original e capacidade para fabricar 20.000 pneus por dia. Atualmente a Mabor continua a representar um papel importante na indústria nacional e especialmente no sector automóvel, contando para isso com equipas altamente especializadas e formadas que continuam a desenvolver produtos que ganharam notoriedade não apenas para o mercado português mas também além-fronteiras.
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Apollo Vredestein nomeia novos responsáveis A Apollo Vresdestein reorganizou a sua equipa de gestão e nomeou Domenico Gatti como novo responsável pela área do Sudoeste Europeu, que integra Portugal, Espanha, França e Itália. O novo responsável conta com uma vasta experiência obtida também na passagem pela Prometeon, Pirelli e FinTyre Group, e mostrouse “entusiasmado por enfrentar este novo desafio e implementar algumas mudanças estruturais fundamentais, que melhorarão a nossa eficiência e eficácia nesta importante região, fortalecendo as nossas oportunidades de crescimento estratégico”. Foram efetuadas outras alterações na estrutura da Apollo Vredestein, que indicou Ludovic Billot, antigo gestor nacional de Portugal e Espanha, como líder na nova divisão de apoio ao cliente. Esta unidade entra em funções a 1 de maio e estará localizada em Barcelona, e tem como objetivos “maximizar a qualidade, a consistência e a velocidade de resposta para os clientes da Apollo Vredestein em todo o sudoeste europeu da empresa”. As alterações na cadeia de comando da empresa para o território nacional ficam completas com a entrada de Simone Casetta para o cargo de gesto de vendas para Portugal e Espanha.
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PNE U S
ADAC destaca durabilidade dos pneus Goodyear
MI C HE L I N
Chegou o novo Michelin Sport EV
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Michelin lança este mês no mercado o seu novo pneu desenvolvido para pneus elétricos, o Sport EV, que surge como equipamento original no Tesla Model X, que será lançado na Europa no segundo semestre do ano. Este é um pneumático com características especiais, já que garante menor ruído no rolamento e outros benefícios para os veículos de emissões 0. Entre as características destacadas pela marca gaulesa ganham relevo a maior resistência ao desgaste, para lidar com o peso superior dos veículos elétricos devido às baterias, a capacidade para aumentar até 60km a autonomia destes automóveis, e o a melhoria na estabilidade e precisão em curva graças à maior rigidez, com incremento da eficácia tanto em piso seco como molhado.
Para estas melhorias alcançadas no Michelin Sport EV foi importante a experiência obtida pela marca ao longo de seis temporadas na Fórmula E. Isso permitiu desenvolver uma nova borracha de alta rigidez com tecnologia Eletric Grip Compound, utilizada na zona central da banda de rolamento. Desenvolvidos para viaturas com menor impacto ambiental, essa preocupação com a sustentabilidade fica também patente no fabrico dos novos Michelin Sport EV, também eles nascidos de um processo neutro ao nível do CO2, já que todas as emissões originadas na produção e logística de transporte são compensadas pela marca. Dessa forma o Michelin Sport EV pode ser definido como um pneu de emissões 0 para veículos de emissões 0.
VA LO R P N E U
NEXTLAP DESTACA PROJETOS INOVADORES Lançado no último ano pela Valorpneu, a Genan e a Beta-i, o projeto Next Lap procurou encontrar soluções inovadoras para a reciclagem dos compostos dos pneus em fim de vida, nomeadamente os granulados e pós de borracha, os aços e os têxteis. E agora foram revelados os projetos que se destacaram com as soluções mais inovadoras e que oferecem mais benefícios. Destacadando-se pelas utilizações para os pneumáticos em fim de vida, nas áreas de Moda e Desporto e Segurança Rodoviária, foram reconhecidas foram a Aloft, Arduro, Citeve, Critical Polymers,
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Greenrail, Hanger, Pavnext, Rubber Link, Ruconbar, Saferup, Space Blue Limited, Tintex, Van Dyck e Veso Green Composites, que agora vão trabalhar com entidades parceiras da Next Lap em projetos-piloto para a implementação das suas soluções para a reintegração na economia dos componentes reciclados dos pneus. Falta agora apenas completar o derradeiro passo do NextLap, que em maio vai apresentar os projetos com mais viabilidade para dar nova vida aos pneus em fim de vida. 82
No mais recente teste da ADAC, clube automóvel de referência na Europa, os pneus da Goodyear sobressaíram pela elevada quilometragem percorrida. Nesta análise aos compostos das principais marcas de pneumáticos, com as medidas 205/55 R16, o Goodyear Efficient Grip 2 ficou no primeiro posto. E, afirma a empresa, os resultados mostram que ele consegue cumprir uma “quilometragem que foi mais do dobro" de algumas marcas rivais. Além disso, sobressaíram também as características de segurança, com o Efficient Grip 2 a garantir as distâncias de travagem mais curtas tanto em piso seco como molhado.
Kuhmo sobe na satisfação dos clientes O estudo da JD Power à satisfação dos clientes no mercado americano relativamente aos pneumáticos revela uma melhoria de 4,8% na avaliação da Kuhmo, que a coloca no terceiro lugar do pódio. A marca destaca as notas elevadas que obteve em categorias como o desgaste, tração, manobrabilidade e na aparência dos pneus e diz que o simbolismo deste resultado vai muito além das fronteiras dos Estados Unidos.