Turbo Oficina 88

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PÁ G

IN AS

2,90€ (CONT.)

#88 MAI./JUN. 2021

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O REGRESSO DOS SALÕES PROFISSIONAIS EXPOMECÂNICA AUTOMECHANIKA MOTORTEC AUTOPROMOTEC

VALORPNEU FAZ BALANÇO RECAUCHUTAGEM É UMA APOSTA

DOSSIER VEÍCULOS ELÉTRICOS

REDES OFICINAIS

BATERIAS, REPARAÇÃO E CONVERSÃO

PHILIPPE COLPRON

ZF REVELA PLANOS PARA O FUTURO

PANDEMIA TROUXE DESAFIOS, MAS EXPANSÃO É O OBJETIVO



profissional

SUMÁRIO #88 / MAIO/JUNHO 2021

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PROTAGONISTA

ARAN – Apoiar os associados é a missão da Associação, que realiza o evento do 80º aniversário em julho

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ATUALIDADE

Lukoil – Krautli torna-se representante da marca premium de lubrificantes

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ATUALIDADE

Salões do Aftermarket – Regresso dos grandes eventos está cada vez mais próximo

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ESPECIAL

Oficinas para Elétricos – Marcas e redes apostam na reparação; EVolution mostra mestria nas conversões

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DOSSIER

Redes Oficinais – As novas soluções encontradas na pandemia e os planos para o futuro

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ENTREVISTA

Philippe Colpron – ZF quer ajudar as oficinas a preparar-se para os desafios no aftermarket

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TÉCNICA

Centro Zaragoza – Medir o tempo e eficiência para melhorar o serviço e rentabilidade na pintura

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TÉCNICA

Cesvimap – As vantagens da digitalização do processo de pintura

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ESPECIALISTA

Valorpneu – Balanço de 2020 traz indicadores positivos na recauchutagem

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EDITORIAL

profissional

28 MESES E 18 DIAS DE UMA LONGA ESPERA… Q

uando em outubro se abrirem as portas da Expomecânica 2021 terão passado mais de dois anos sobre o último grande salão internacional do aftermarket, a Motortec de 2019. Mais precisamente, longos 28 meses e 18 dias… Este interregno, que ninguém poderia imaginar, impulsionou novas formas de comunicar. Mas, como enfatizam os responsáveis da Expomecânica, Motortec, Autopromotec e Automechanika, veio também mostrar a importância da interação direta, pois nenhum evento digital pode substituir o contacto físico. As empresas compreenderam o adiamento dos salões e mostram agora “muitas ganas” em participar, fazendo até pressão para a abertura das inscrições para os eventos em 2022.

Comunicar e preparar o futuro foi algo que as redes oficinais fizeram nos últimos meses, com um sucesso demonstrado pelos projetos de expansão que anunciam. E, falando de expansão, como ignorar a necessidade de aumentar a oferta na reparação e manutenção dos veículos elétricos? Nesta edição fomos também conhecer os projetos das marcas, da redes oficinais e da EVolution que, numa visão ainda mais abrangente da eletrificação, aposta na conversão de modelos de combustão, com projetos como um jipe UMM e um clássico Buick de 1922. E se até para os veículos mais antigos os elétricos parecem ser o futuro, para as oficinas é fulcral preparar-se para as oportunidades que as novas motorizações vão proporcionar.

NUNO FATELA E D ITO R CHE FE

PROPRIEDADE E EDITORA TERRA DE LETRAS COMUNICAÇÃO UNIPESSOAL LDA NPC508735246 CAPITAL SOCIAL 10 000 € CRC CASCAIS SEDE DE REDAÇÃO E PUBLICIDADE AV. DAS OLAIAS, 19 A 2635-542 RINCHOA E-MAIL oficina@turbo.pt ADMINISTRAÇÃO AV. DAS OLAIAS, 19 A 2635-542 RINCHOA E-MAIL oficina@turbo.pt DIRETOR JÚLIO SANTOS juliosantos@turbo.pt EDITOR CHEFE NUNO FATELA oficina@turbo.pt REDAÇÃO CARLOS MOURA PEDRO carlosmoura@turbo.pt RESPONSÁVEL TÉCNICO MARCO ANTÓNIO marcoantonio@turbo.pt COORDENADOR COMERCIAL ALEXANDRA LI CHING alexandraliching@turbo.pt COORDENADOR DE ARTE E INFOGRAFIA JORGE CORTES jorgecortes@turbo.pt SECRETARIADO DE REDAÇÃO secretariado@turbo.pt COLABORADORES DAVID ESPANCA PARCERIAS CENTRO ZARAGOZA CESVIMAP GARAGEM DA LAPA IMPRESSÃO LIDERGRAF | SUSTAINABLE PRINTING RUA DO GALHANO, N.O 15 4480-089 VILA DO CONDE, PORTUGAL lidergraf@lidergraf.pt DISTRIBUIÇÃO VASP-MLP, MEDIA LOGISTICS PARK, QUINTA DO GRANJAL-VENDA SECA 2739-511 AGUALVA CACÉM TEL. 214 337 000 contactcenter@vasp.pt GESTÃO DE ASSINATURAS VASP PREMIUM, TEL. 214 337 036, FAX 214 326 009, assinaturas@vasp.pt TIRAGEM 7000 EXEMPLARES REGISTO ERC N.O 127205 DEPÓSITO LEGAL: 342282/12 INTERDITA A REPRODUÇÃO, MESMO QUE PARCIAL, DE TEXTOS, FOTOGRAFIAS OU ILUSTRAÇÕES SOB QUAISQUER MEIOS E PARA QUAISQUER FINS, INCLUSIVE COMERCIAIS

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PROTAGONISTA

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ARAN – ASSOCIAÇÃO NACIONAL DO RAMO AUTOMÓVEL

APOIAR OS ASSOCIADOS HOJE E SEMPRE! Associação sem fins lucrativos de utilidade pública, a ARAN representa os interesses legítimos de diversas atividades ligadas ao setor automóvel, com enfoque especial na reparação e manutenção. Passados 80 anos sobre a sua fundação, tem como objetivo principal fomentar o espírito de solidariedade e apoio recíproco entre as empresas associadas Texto David Espanca

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ssinalou-se em 2020 o 80º aniversário da ARAN (Associação Nacional do Ramo Automóvel), mas com o ano marcado pela pandemia as celebrações tiveram de ser adiadas para 2021. Agora que se aproxima a data do grande evento de celebração da associação, a Turbo Oficina entrevistou o responsável máximo da ARAN, mas também recorda agora os principais momentos da história da entidade, olhando ainda para o que está a ser preparado para o futuro. E Rodrigo Ferreira da Silva, presidente da associação, assinala que, neste período de progressivo desconfinamento depois dos piores momentos da pandemia, o grande objetivo passa por garantir o necessário apoio ao relançamento do sector. OITO DÉCADAS DE HISTÓRIA A ARAN foi constituída em 1940 como Grémio das Oficinas do Norte e de inscrição obrigatória, em abril/maio, na Rua de Santa Catarina, na cidade do Porto. Na altura, as marcas de automóveis estavam próximas deste local, em ruas como a Gonçalo Cristóvão e Fernandes Tomás. Surgida para acompanhar o início do setor automóvel em Portugal, quando as primeiras empresas começaram a comercializar e a reparar veículos, nessa altura os grémios eram associações onde as pessoas partilhavam as preocupações e havia regulamentação de acesso à atividade. A inscri7

ção era obrigatória e por região. Ainda não existia, portanto, a figura de associação. Ao longo dos 80 anos de atividade, a ARAN foi-se adaptando às necessidades e desafios, crescendo e evoluindo de acordo com as alterações do setor. Inicialmente criada como uma associação da região do Porto, foi estendendo a abrangência da sua atuação ao território nacional e às regiões autónomas. Mas ainda hoje mantém sede no Porto. Em simultâneo também alargou a sua área de abrangência e de serviços. Inicialmente nasceu com o enfoque nas oficinas e hoje em dia, para além da reparação e manutenção automóvel (a mais representativa com 54,6%), atua ainda nas áreas do comércio automóvel (27,6%), no comércio de componentes (3,8%), nos serviços de pronto-socorro (4,4%), indústria (9%) eainda nos parques e garagens (0,6%). Entre as principais preocupações, a ARAN destaca os requisitos legais, a concorrência desleal, as seguradoras (direitos do consumidor; relação seguradora-oficina), o acesso a dados técnicos, o novo regulamento (Block Exemption) e a carga fiscal como desafios com que é necessário lidar. FORMAR PARA QUALIFICAR PROFISSIONAIS A ARAN não esquece ainda a importância de áreas como a qualificação dos recursos humanos, as tabelas de preços das seguradoras, a legislação laboral e técnica, os requisitos ambientais, a ele-

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PROTAGONISTA

MARCOS HISTÓRICOS 1940 – Grémio das Oficinas de Reparação de Automóveis e Indústrias Anexas do Norte A ARAN nasceu a 29 de maio de 1940, sob a designação Grémio das Oficinas de Reparação de Automóveis e Indústrias Anexas do Norte, através do alvará que aprova os seus estatutos, área geográfica e âmbito de atividade, emitido pelo Subsecretário de Estado e Previdência Social. 1948 – Integração de novos ramos A partir de 1948 passou a integrar os ramos de garagens, estações de serviços, do fabrico de carroçarias e de acessórios para automóveis. 1975 – Associação do Ramo Automóvel do Norte Foi no ano de 1975 que o Grémio das Oficinas de Reparação de Automóveis, Garagens e Indústrias Anexas do Norte deu lugar à Associação do Ramo Automóvel do Norte, mantendo o mesmo âmbito territorial e de atividade. 1988 – Integração de novas atividades Em 1988 foi alargado o leque de atividades, que passou a incluir o comércio de retalho de automóveis novos e usados, atrelados, caravanas e motociclos. Foram abrangidos também o comércio de retalho de pneus, peças, componentes e acessórios. trificação do parque automóvel, o apoio à exportação e a representação dos interesses dos seus associados. Na formação a Associação tem certificação da DGERT – Direção-Geral do Emprego e das Relações de Trabalho - para Línguas e Literaturas Estrangeiras, Marketing e Publicidade, Direito, Serviços de Transportes, Tecnologia de Proteção do Ambiente e Segurança e Higiene no Trabalho. Quanto à formação técnica disponibiliza condições especiais no CEPRA - Centro de Formação Profissional da Reparação Automóvel – e está certificada pelo IMT - Instituto da Mobilidade e dos Transportes para a formação de C.A.M. (Certificado de Aptidão de Motorista). No que diz respeito aos momentos mais marcantes, destaca-se a altura em que a ARAN, depois do 25 de abril, deixou de ser um grémio e foi criada a associação como hoje a conheçemos, assim como o momento histórico do reconhecimento da ARAN como entidade de utilidade pública. A par, foi ainda muito relevante a extensão da sua atuação de âmbito regional para nacional, bem como das áreas de atuação, abrangendo a representatividade de todos os setores. Num balanço destes 80 anos de atividade, a entidade conclui que “podemos considerar que todos os anos tiveram pontos altos, com a promoção de diversas iniciativas legislativas para defender o setor, tendo sempre na base um trabalho contínuo e em prol da representação do setor com muitos congressos e iniciativas.

1994 – Abrangência nacional e mudança de designação No ano de 1994 a Associação, estando atenta à evolução do associativismo do setor automóvel, adquiriu âmbito nacional passando a designar-se ARAN – Associação Nacional do Ramo Automóvel com representação de todas as atividades do setor automóvel, preparando-se para atuar em cada uma das áreas através da criação de uma divisão dotada de órgãos e funções estatutárias próprios. 2002 – Regime de Gestão Empresarial O ano de 2002 marca a transição para um regime de gestão empresarial, com forte empenho e atenção ao desenvolvimento do setor, criando mais-valias para as empresas associadas conseguirem uma diferenciação na área da gestão. 2008 – Estatuto de pessoa coletiva de utilidade pública A 26 de fevereiro de 2008 foi atribuído à ARAN o estatuto de Pessoa Coletiva de Utilidade Pública, uma distinção «que comprova o relevo da atuação da associação e demonstra o seu papel no prosseguimento de fins com utilidade geral para todas as entidades que representa. 2020 – 80 anos e combate à pandemia No último ano a ARAN assinalou 80 anos desde a sua fundação e o relevo da sua atividade esteve novamente em destaque, ao trabalhar em conjunto com outras associações do sector automóvel para minimizar o impacto da pandemia da Covid-19 na atividade das empresas.

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CONFERÊNCIA 80 ANOS ARAN

“REPENSAR O FUTURO DO SETOR AUTOMÓVEL” A ARAN comemorou o seu 80º aniversário em 2020, mas devido às restrições causadas pela Covid-19 ao longo de todo o ano, a celebração desta data importante foi adiada para 2021. E o evento central destas comemorações está marcado para o próximo dia 9 de julho, data em que se realiza a conferência “Repensar o Futuro do Setor Automóvel”, O evento irá decorrer ao longo de todo o dia no Sheraton Porto Hotel & Spa, com um custo de inscrição de 90€ para associados ARAN e de 120€ para os restantes participantes, e contará com diversos painéis para analisar a realidade do sector. Do plano de trabalho conta a discussão, na Sala Apollo, de temas como “Repensar o negócio automóvel”, “Usados - A procura da rentabilidade” e, com particular interesse para o sector do aftermarket, “Após -Venda: Estamos preparados para os desafios?”. Para cada um dos painéis de debate a ARAN promete contar com a presença de oradores influentes que seguramente vão enriquecer ainda mais estes debates centrados no futuro do automóvel em Portugal.

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PROTAGONISTA

RO D R I G O F E R R E I R A DA S ILVA, PRE S IDE N T E DA A R A N

ASSOCIAÇÃO RENOVADA APÓS 80 ANOS DE HISTÓRIA

Com 80 anos dedicados a servir o setor automóvel, a ARAN teve sempre como base de atuação prestar um serviço de excelência aos seus associados. Rodrigo Ferreira da Silva é o rosto visível desta entidade, que após este período conturbado tornou-se mais corporativista e interventiva no mercado nacional, apostando em áreas como a digitalização, a comunicação e a formação Texto David Espanca

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odrigo Ferreira da Silva é há pouco mais de dois anos Presidente da direção da ARAN – Associação Nacional do Ramo Automóvel, entidade sediada no Porto. Um período que fica marcado pela pandemia o que obrigou a uma reorganização na forma de atuar, atrasando a evolução do setor e condicionando diversas estratégicas e planos. Neste novo mandato que iniciou há três meses, o dirigente revela que "não haverá um único e específico desafio, mas sim vários desafios, que juntos podem ser grandes", ressalvando que um dos principais problemas que o setor atravessa "é a excessiva carga fiscal". Qee balanço faz daos 80 anos da ARAN? Um balanço muito positivo. Ao longo de 80 anos a ARAN não perdeu a sua autenticidade, seguindo a linha orientadora da sua estratégia e missão que tem vindo a cumprir juntos dos seus associados. Durante oito décadas foi desenvolvido muito trabalho em prol do setor. A história da ARAN é muito prestigiante. Existe um forte orgulho das raízes e do legado e do trabalho promovido pelos anteriores presidentes e equipas, mas que não deve condicionar o futuro. No presente estamos focados em preparar os alicerces para o futuro.

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A pandemia condicionou o aniversário em 2020. Está previsto algum evento ou iniciativa para o novo ano? Sim, estamos neste momento a organizar a conferência de celebração dos 80 anos da ARAN, que não pôde ser realizada no ano da comemoração devido aos condicionamentos impostos pela situação de pandemia. O lema da conferência, no próximo dia 9 de julho, será pensar o futuro de forma não restrita, pois sabemos que há muitos preconceitos condicionados ao que vai ser o futuro. Acreditamos que deve ser feito um esforço de acrescentar e fazer melhor, não ficando condicionados. Devemos pensar no futuro de forma descomprometida, pois assim teremos uma visão mais clara e conseguiremos preparar o futuro e a evolução de forma mais eficiente. A pandemia trouxe uma nova forma de estar no mercado. Como agiu a ARAN neste período? A pandemia veio alterar a perceção que as preocupações do setor que são importantes, como a elevada carga fiscal, deixaram de ser urgentes. No enquadramento da pandemia foi urgente atuar de imediato e desenvolver ações de apoio para associados, nomeadamente a disponibilização de máscaras e desinfetantes para que o serviço 10

Segundo o Presidente da ARAN, uma das consequências que a pandemia teve foi passar para segundo plano algumas das principais preocupações que o o sector tinha anteriormente


continuasse a ser realizado e as oficinas não encerrassem. A ARAN atuou para fazer face a essa necessidade imediata e procurou fábricas nacionais que deram resposta, alterando e adaptando a sua produção, como foi o caso de uma fábrica de tintas que produziu desinfetantes. A par dessa atuação mais imediata, a ARAN suspendeu as quotas durante o primeiro estado de emergência. Procurando dar estabilidade e segurança aos seus associados, foi disponibilizando diariamente informações sobre os lay-off, partilhando decisões do Ministério da Economia, indicações de como deveriam ser promovidas as boas práticas, não só ao nível da higiene, como das exigências ao nível do trabalho. A ARAN negociou com o Governo o protocolo, juntamente com outras instituições, para que o setor automóvel pudesse reabrir no início de maio, após a primeira fase do desconfinamento. No âmbito do acordo estabelecido com outras instituições, foi desenvolvido um dístico da empresa segura, que pudesse confirmar que os associados estavam preparados para receber os seus clientes garantindo as condições de segurança. Estas foram algumas das questões urgentes que tivemos de tratar e que, obviamente, não estavam planeadas.

O que foi feito em prol dos associados da ARAN durante a pandemia? Além das medidas já referidas, foi reforçado o apoio jurídico. Tanto para as empresas analisarem com mais conhecimento as condições de lay-off como para responder às exigências desse enquadramento. A ARAN teve de reforçar a proximidade aos seus associados num momento de incerteza e demasiada informação, de decisões e normas a seguir, da necessidade das medidas que passariam a ser obrigatórias para o regresso ao acolhimento ao público, associada ao desconhecimento da evolução e do futuro.

Rodrigo Ferreira da Silva foi reconduzido há três meses na liderança da ARAN

Para a ARAN o maior desafio continuará a ser defender que, "mais do que nunca, este é o momento de apoiar a economia nacional" 11

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PROTAGONISTA

Quais são os principais desafios que se colocam à ARAN e aos seus associados? O crescimento do setor está a ser anémico e deve encarado com bastante preocupação, pois a retoma tem sido fraca e há muitas incertezas. As empresas continuam com muitas dificuldades e os consumidores estão a perder poder de compra. A pandemia enfraqueceu várias áreas mas, em contraponto, acelerou a revolução digital, surgindo como uma oportunidade de reinvenção e reavaliação. Está previsto que nos próximos cinco anos 37% das vendas passem a ser feitas via online. Outro desafio será a maior aposta em veículos elétricos, enquadrado no Plano Nacional de Energia e Clima. Portugal está numa ótima posição a nível de utilização de carros elétricos na Europa, mas é necessário investir numa política nacional, alinhada com o crescimento da quota dos carros elétricos. Estima-se que dentro de cinco anos, 30% dos carros vendidos sejam elétricos. As empresas necessitam estar preparadas, para terem capacidade de investir no futuro. Importa salientar que falta investimento em infraestrutura para que o parque elétrico possa crescer. A infraestrutura não deve andar a reboque da procura. Pelo contrário, deve incentivar e permitir o seu crescimento.

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A digitalização das oficinas é um dos desafios em que a ARAN pretende apoiar os seus associados

No que diz respeito à ARAN, o maior desafio continuará a se r defender que, mais do que nunca, este é o momen to de apoiar a economia nacional, sensibilizando e apelando ao Governo e restantes entidades competentes, na procura das melhores soluções, no sentido de proteger a economia nacional e todos os que dela dependem. Ou seja, toda a população portuguesa. Que medidas consideram essenciais para o sector automóvel e que não foram contempladas no último Orçamento de Estado? A ARAN considera que o Governo deveria ter incluído cinco medidas estratégicas no Orçamento de Estado, que foram propostas pela ARAN visando a implementação de uma estratégia integrada de retoma do setor automóvel, capaz de impulsionar a retoma económica e a recuperação deste setor no atual enquadramento económico. O pacote de medidas proposto era fortemente vantajoso para potenciar a retoma económica do setor, atenuando os efeitos da crise nas empresas e potenciando a sua competitividade, estimulando uma recuperação gradual da economia. Está em causa a sobrevivência do setor automóvel composto por diferentes tipologias de empresas, desde as maiores exportadoras, às PME, a

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A ARAN alerta que o crescimento do sector automóvel está a ser anémico e essa realidade deve ser combatida junto do governo e restantes autoridades competentes que, mais do que nunca, este é o momento de apoiar a economia nacional.

microempresas e ENI. E este é um setor promotor de emprego, tão importante em diversas regiões nacionais. Face à redução da tributação dos carros usados importados, a ARAN apelou também ao Governo a redução do ISV, bem como o incentivo ao registo profissional de revendedores usados. Estas são duas medidas das estratégicas propostas pela ARAN ao Governo, importantes para impulsionar a retoma económica, dado que fortaleceriam a tesouraria das empresas, apoiariam a renovação do parque automóvel e atenuariam o impacto da quebra da receita fiscal (ISV e IVA). A criação de um registo profissional de revendedores de veículos automóveis seria ainda outra medida fundamental para o combate à evasão fiscal e potenciaria a criação de uma base estatística fidedigna referente ao comércio de automóveis usados em Portugal. Nos veículos elétricos há necessidade de que as empresas tenham capacidade de investir no futuro. Importa salientar que falta investimento em infraestrutura para que o parque elétrico possa crescer. A infraestrutura não deve andar a reboque da procura. Pelo contrário, deve incentivar e permitir o seu crescimento. No que diz respeito à ARAN, o maior desafio continuará a ser defender

Com a formação em foco na atuação da ARAN, Rodrigo Ferreira da Silva afirma que é em áreas tradicionais, como pintura e chapa, que existe mais falta de mão de obra

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FORMAÇÃO: ÁREA ESTRATÉGICA A mão-de-obra especializada é uma carência nas oficinas. O que tem sido feito para colmatar essa lacuna? E a formação dada é suficiente? A formação tem sido uma área estratégica da ARAN, na qual continuaremos a investir para aumentar as competências dos nossos associados, atualização em diferentes áreas, adaptação a tendências e novas legislações, potenciando uma maior eficiência na resposta à evolução do mercado e das suas necessidades e desafios. No que diz respeito especificamente às carências da mão-de-obra especializada diria que depende das áreas. Temos conhecimento que há pouca mão de obra na área de pintores e chapeiros porque tem vindo a diminuir o interesse dos jovens por estas áreas. Em sentido contrário, não há falta de mão-de-obra nas áreas mais tecnológicas. Quais os principais projetos e linhas de orientação para o futuro? Neste novo mandato que iniciei não haverá um único e específico desafio, mas sim vários desafios, que juntos podem ser grandes. A ARAN representa várias frentes e áreas e cada uma tem os seus desafios. De forma generalista, o projeto deste mandato será continuar a valorizar o trabalho da associação junto das entidades competentes, sejam institutos, Governo ou outras organizações. Um trabalho constante e permanente, que nunca estará concluído. Sentimos a dificuldade de sermos uma instituição nacional com sede no Porto, o que exige um esforço extra, um empenho acrescido para conseguirmos passar as preocupações que temos de um setor em rápida mudança e com várias ameaças à sobrevivência das empresas, dos postos de trabalho e à rentabilidade dos investimentos. Existe ainda o desafio permanente de motivar a equipa a fazer mais e melhor, avaliar os problemas do associado e das diversas entidades. Se pensarmos de forma macroeconómica, há problemas que se evidenciam depois da pandemia, como a carga fiscal excessiva.

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NOTÍCIAS

N ACIONAIS

Bosch mostra os benefícios da formação MTM A Medida do Tempo do Método (MTM), é um modelo de análise ao tempo previsto para cada tarefa, e pode otimizar o funcionamento das empresas. Agora a Bosch anunciou os benefícios da aplicação desta metodologia, indicando que a sua formação MTM permite aumentar em 35% a produtividade no sector industrial, com potencial para atingir os 60% quando “implementada em paralelo com as soluções para melhoria no sistema de produção e digitalização dos processos de produção e logística”. Explicando que o MTM pode ser usado em firmas de qualquer dimensão, porque o foco está nas tarefas efetuadas pelos humanos em ambiente laboral, esta formação começa com uma fase de aprendizagem pela observação (“aprender a ver”), seguida da tranmissão de conhecimentos para otimizar as operações, complementada pelo acompanhamento de funcionários e equipas. Depois, com recurso a diversos indicadores, são aferidos os ganhos obtidos em áreas como a eficiência e produtividade com as modificações nos procedimentos habituais. A formação MTM da Bosch tem uma duração de 40 horas e pode ser ministrada em grupos com até 10 formandos.

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A X ALTA

Pintura é fator decisivo na compra do carro

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Axalta é uma das principais fornecedoras de tintas líquidas e em pó a nível mundial e, fruto dessa presença global, consegue oferecer uma noção clara da importância que o tom da viatura tem para os condutores. E segundo o Axalta Automotive Color Preferences 2021 Consumer Survey, que foi revelado recentemente e analisa a importância da pintura na compra do automóvel, a cor é um fator-chave na escolha para 88% dos condutores. Esta investigação, efetuada em quatro grandes mercados, vem revelar ainda outros dados significativos, como o facto de 33% dos inquiridos considerar mesmo a hipótese de optar por outra marca automóvel caso a cor pretendida não esteja disponível no modelo pretendido. Depois da invasão das pinturas bi-tom nos últimos anos, outra conclusão importante do estudo é que elas apenas são escolha preferencial para 20% dos clientes, com 80% a continuar a pre14

ferir os automóveis com apenas uma cor. Já relativamente aos acabamentos, as preferências dividem-se, com 52% a inclinar-se para os de alto brilho, enquanto os acabamentos mate seduzem mais os restantes 48%. Procurando já antecipar as futuras preferências dos clientes com este estudo, a Axalta descobriu que o preto é a cor mais escohida, sendo a opção para ¼ dos veículos. Depois, em ordem descendente, os clientes optam pelo azul, vermelho, cinzento e o branco. A escolha da pintura do automóvel é muito mais que uma simples decisão feito no momento da compra, e Nancy Lockhart, Global Color Manager, Mobility Coatings na Axalta, afirma que a psicologia da cor revela muitas vezes traços da personalidade de quem decide. E considera que "aquilo que é interessante é que a elegância, a estabilidade e a positividade foram as características de cor predominantes pretendidas pelos entrevistados.”.


NGK alerta para perigo das velas falsificadas Colocando ênfase no risco das velas falsificadas para os automóveis, a NGK Spark Plug alertou para os malefícios de falhas catastróficas que estes componentes de baixa qualidade podem causar no motor. E oferece diversos exemplos dos riscos associados à contrafação deste componente, identificando problemas como "a vela de ignição sobreaquecer e derreter, ou uma parte do isolador de cerâmica partir-se e entrar na câmara de combustão”. Para evitar estes perigos a NGK Spark Plug deixou conselhos que ajudam as oficinas a evitar as falsificações. A primeira coisa a fazer é desconfiar de produtos que surgem com preços excessivamente reduzidos, adquirindo apenas os componentes através dos canais oficiais. A que se segue uma inspeção minuciosa quando se recebem as encomendas, verificando o estado do isolador, elétrodo central e lateral, a zona de peneiramento e vedação, a parte da ranhura C e o próprio logo da marca, garantindo que apresenta a qualidade do equipamento original. A NGK Spark Plus partihou ainda procedimentos simples para aferir a qualidade, como o teste do risco, a efetuar com um objeto afiado “na parte hexagonal da vela de ignição, o que irá revelar sua verdadeira composição”. 15

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NOTÍCIAS

N ACIONAIS

bilstein group presente no C.P. Novas Energias M OT U L

Completa a gama de óleos para transmissão C om o lançamento do novo HIGH-TORQUE DCTF, um “lubrificante 100% sintético de alto rendimento especialmente concebido para carros de corrida, carros preparados e carros desportivos de alta potência equipados com uma transmissão de dupla embraiagem (DCT) de alto desempenho”, a Motul anuncia que fica agora completa a sua oferta de óleos para transmissão. A empresa destaca a utilização de uma nova fórmula e garante que, entre os vários benefícios oferecidos, o HIGH-TORQUE DCFT permite alcançar o “nível de fricção adequado para motores de alta potência e para transferir a potência máxima para as rodas com uma sensação de passagem suave e sem interrupção do binário”. Desta forma fica completo o catálogo de lubrificantes para transmissão

da Motul, que cobre uma grande parte das especificações das caixas de velocidades automáticas de fabricantes como o Grupo VAG GROUP, BMW, FCA, Mercedes-Benz e outras transmissões fabricadas pela ZF, tais como MULTI DCTF, ATF VI, MULTI ATF, ATF 236.14 ou 236.15 e MULTI CVTF. Recordando que a substituição do óleo de transmissão deve ser efetuada a cada quatro anos ou 100.000km percorridos, a Motul explica que esse é um procedimento que não deve ser descurado para evitar consequências da “acumulação de sujidade a partir dos materiais de fricção, o envelhecimento natural causado pelo trabalho a altas temperaturas e a inevitável acumulação de partículas metálicas de desgaste, que, apesar do filtro, dificultam o funcionamento ótimo do óleo”.

Está de regresso a competição automóvel nacional dedicada aos veículos ecológicos, o rebatizado Campeonato de Portugal de Novas Energias, que conta com o patrocínio do bilstein group à equipa de Rodolfo Serrano e Andreia Serrano. Nestas provas destinadas apenas a modelos 100% elétricos será possível ver, na decoração do Tesla Model 3 desta dupla. os logos da febi, SWAG e Blue Print, enfatizando a forma como o bilstein group está atento às novas soluções de mobilidade, acompanhando a sua evolução do mercado com a introdução no portefólio das suas marcas de novas peças e componentes específicos para estes veículos.

TECALLIANCE LANÇA NOVO RMI ONLINE Está já disponível para acesso pela internet o novo portal da TecAlliance para oficinas, o RMI Online, que pretende oferecer de forma mais simples e direta “acesso direto aos dados de reparação e manutenção completos e conformes com as indicações dos fabricantes da TecRMI”. Afirmando que esta nova plataforma foi desenvolvida desde origem a pensar nas necessidades dos mecânicos, a especialista em gestão de dados afirma que no renovado espaço será possível obter os “dados técnicos para todos os atuais fabricantes de veículos nas áreas de reparação, mecânica, manutenção e diagnóstico”, o que significa o suporte completo para as oficinas no seu processo de data intelligence (agendamento, preparação, aceitação, diagnóstico, reparação e devolução do veículo).

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EXIDE PREMIUM CARBON BOOST 2.0 MAIS AMIGA DO AMBIENTE Está já disponível em Portugal a nova bateria premium mais eco-friendly da Exide, a Carbon Boost 2.0, que apresenta um novo design dominado pelos tons negros e incorpora novos componentes reciclados na sua conceção. Segundo explica a especialista em baterias, o novo componente “apresenta uma tampa de segurança à prova de derramamento e faísca com corta-chamas duplo, proporcionando o mesmo nível de segurança superior”, a que junta um menor impacto para o ambiente. Isso advém do Carbon Boost 2.0, a aplicação de aditivos de carbono, que permite cargas mais rápidas, para um estado médio da bateria mais elevado,

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Sonax renova presença digital

o que reduz o risco de avarias e prolonga a suas vida útil. Segundo explica ainda a empresa, a nova Exide Premium Carbon Boost 2.0 “foi projectada para suportar temperaturas extremas, equipamentos eléctricos que consomem muita energia e condução urbana intensiva”.

A Krautli anunciou que já estão disponível o novo site da Sonax para Portugal, que pretende tornar mais fácil, rápida e intuitiva a pesquisa da oferta da marca. Para maior apoio aos profissionais, no novo site estão também acessíveis informações sobre a aplicação passo-apasso de cada produto, em conjunto com vídeos onde os Master Trainer da SONAX ensinam a fazer a aplicação correta desses produtos.


NOTÍCIAS

N ACIONAIS

Chegou o novo Champion 5W-30

TOTA L E N E R G I E S

Total muda de nome A Total mudou o seu nome e passa agora a designar-se TotalEnergies, numa alteração que visa “incorporar na sua identidade a transformação estratégia para uma empresa multi-energética”. Com a mudança acompanhada também de uma nova identidade visual, o CEO Patrick Pouyanné afirma que estas alterações mostram que “a nossa ambição é sermos um dos principais atores da transição energética a nível mundial. Razão pela qual a Total se transforma e se torna TotalEnergies”. Dessa forma, tanto a designação como o novo símbolo agora apresen-

tados procuram dar maior relevo ao empenho da empresa no desenvolvimento de “energia cada vez mais acessível, limpa, fiável e ao alcance do maior número de pessoas possível”, em conjunto com a redução do impacto ambiental da sua atividade. Com a pretensão de atingir a neutralidade carbónica em 2050, a TotalEnergies ambiciona até ao final desta década alcançar já uma redução de 40% nas suas emissões de CO2, preparando para isso um investimento de 60 mil milhões de euros em energias renováveis ao longo dos próximos anos.

LUB R I F I CA N T E S

Novidades na gama Mobil Super 3000 F oi anunciado pelo Lubrigrupo a adição ao portefólio da família Mobil Super 3000 da nova Formula OV 0W-20, compatível com veículos a gasolina e Diesel que exigem um grau de viscosidade SAE 0W-20. Esta nova proposta conta com a homologação Opel OV 040 1547, a aprovação MB 229.71 e as recomendações da Jaguar Land Rover STJLT.03.5006 e GM dexosD, bem como a norma ACEA C5. Entre as características do novo Mobil Super 3000 Formula OV 0W-20 o Lubrigrupo destaca as avançadas soluções para potenciar a economia de combustível, proteção dos sistemas de tratamento de gases, melhor limpeza do motor e benefícios no arranque a frio do veículo.

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Os lubrificantes Champion não param de evoluir, e foi agora desvendado o novo OEM SPECIFIC 5W30 C3 LL III, que resulta da otimização do anterior 5W30 LL III. Segundo explica a Champion, este novo lubrificante é a resposta perfeita para lidar com os efeitos dos novos filtros de partículas nos motores Diesel e gasolina modernos, protegendoos e reduzindo as consequências do aumento da temperatura e pressão no motor, que provocam situações como a pré-ignição a baixa velocidade. O novo Champion OEM SPECIFIC 5W30 C3 LL III tem as aprovações MB 229.52, ACEA C3, VW 504.00/507.00 (aprovação oficial) e BMW LONGLIFE-04 (aprovação oficial), e o seu desenvolvimento focou-se precisamente na especificação C3 da ACEA para os OEM germânicos, sendo concebido para cumprir os requisitos “LongLife III” do Grupo VAG. A baixa viscosidade é uma das característicaschave do novo 5W30 C3 LL III, bem como as melhorias ao nível da estabilidade oxidativa e opacote avançado de aditivos para maior durabilidade e proteção do motor.


NOTÍCIAS

INT E RN ACIONAIS

SC H A E F F L E R

Jens Schüler vai liderar aftermarket

A

pós 20 anos na Schaeffler, Michael Söndig irá aposentar-se e passar o testemunho como CEO da divisão de aftermarket da empresa a Jens Schüler, que entrará em funções de forma efetiva a partir do início do próximo ano. Ficando assim ao leme de um dos sectores mais importantes da firma, que representou um total de 1640 milhões de euros de receitas em 2020, Schüler irá trazer para o cargo de Diretor Exe-

cutivo a sua vasta experiência em áreas como a digitalização e estratégia, essenciais para acompanhar a evolução do sector. O novo CEO faz parte dos quadros da Schaeffler desde 2003 e já ocupou posições como a de Presidente da divisão de Aftermarket na América do Norte, para que foi nomeado em 2014. Nos últimos três anos liderou o departamento de Vendas e Marketing Global da divisão aftermarket.

BORGWARNER ADQUIRE AKASOL Procurando expandir a sua presença e especialização na área da eletrificação, a BorgWarner anunciou a aquisição de 89,08% das acções da empresa Akasol, especialista em soluções eletrificadas e packs de baterias para veículos comerciais e pesados. Tendo como objetivo aumentar as suas receitas nesta área das novas motorizações em 45% até 2030, como parte do projeto ‘Charging Forward’, a BorgWarner investiu 640 milhões de euros para “capitalizar no que será o mercado em forte crescimento dos packs de baterias para veículos elétricos”. E assim torna-se agora proprietária da empresa que fabrica os três packs de baterias que equipam o Mercedes eCi-

taro e apresenta na lista de clientes a MAN, ZF, Continental, Ford e Siemens. 19

Após-Venda com tendência de crescimento até 2026 Um estudo focado nas perspetivas de crescimento do aftermarket mundial, que foi efetuado pela Global Industry Analyst, deixa indicadores positivos para o sector, estimando uma traxa média de crescimento anual de 3,1% nas receitas até 2026. E refere que um dos segmentos a impulsionar esta subida são os pneus, a crescer 3,6%. Segundo os dados obtidos, as receitas do sector vão passar dos 463.000 milhões de euros em 2020 para um montante de 556.000 milhões de euros dentro de cinco anos, numa evolução positiva influênciada por mercados como a China, e a América do Norte. Para a Europa as previsões apontam para uma taxa de crescimento mais baixa, e a estimativa de uma receita de 131.000 milhões de euros em 2026 a nível continental fica pouco acima dos 126 mil mihões previstos para só para a China.

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ATUALIDADE

LUBRIFICANTES

KRAUTLI APOSTA NA LUKOIL A Krautli tornou-se representante oficial da marca de lubrificantes Lukoil em Portugal, apostando nos seus produtos premium e na oferta transversal a todos os sectores para expandir a sua oferta no mercado nacional

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Texto Nuno Fatela

da sua cadeia de distribuição. Isso representa uma vantagem em relação a vários rivais, já que aprotege de problemas que possam surgir na logística. Embora esta possa parecer uma questão “acessória”, na verdade ela torna-se bastante premente, já que é referido que esta independência da Lukoil também significa menores oscilações de preços, o que confere às oficinas maior previsibilidade nos gastos a efetuar.

Krautli regressou aos eventos físicos, e logo com o anúncio da representação da marca de lubrificantes Lukoil para Portugal. Expandindo assim a sua oferta, a empresa afirma que “2021 é claramente o ano de lançamento da Lukoil em Portugal”, e garante no seu portefólio uma marca com uma oferta alargada e para todas as necessidades de uma oficina, onde surgem lubrificantes para ligeiros, pesados e agrícolas, e ainda óleos de transmissão. A Lukoil apresenta-se como uma marca de lubrificantes premium com produtos certificados OEM e OES, a que junta outras vantagens. Fundada em 1991 na Rússia, a empresa tem controlo de todo o processo de fabrico dos seus lubrificantes, já que faz a exploração de reservas (é a empresa privada com maior volume de reservas petrolíferas e responsável por 2% da produção de petróleo a nível mundial) e também a refinação de produtos. A Lukoil é, aliás, a 5ª maior empresa mundial de lubrificantes ao nível do volume, e conta com três fábricas na Europa para ter total autonomia

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ESPECIALIZAÇÃO OEM Uma das características mais destacadas na apresentação da Lukoil foi a aposta na pesquisa e desenvolvimento de produtos, de forma a assegurar uma qualidade premium dos seus lubrificantes. E isso é comprovado pelos números, já que a nova marca da Krautli conta com 1200 homologações OEM, tendo para isso apostado em inovações como o uso de novas tecnologias moleculares para obter melhorias em áreas como a proteção, fiabilidade e eficiência de consumos dos automóveis. 20


KRAUTLI

LUKOIL DEMONSTRA ADN DE CRESCIMENTO Carlos Silva, Diretor de Vendas e Marketing da Krautli, e o novo responsável da divisão de lubrificantes e produtos químicos da empresa, Carlos Rosado, evidenciaram as vantagens de trabalhar com a Lukoil. E destacam as 1200 homologações OEM e o controlo de toda a cadeia de produção e distribuição, como dois bons motivos para convencer os clientes a optar pela marca recém-chegada a solo nacional. O que representa para a Krautli a integração da Lukoil? Representa um investimento importante na diversificação da nossa oferta de lubrificantes e que nos permite alargar o leque de opções para os clientes. Temos a nossa marca estrela há vários anos, a Valvoline, e uma outra opção dentro das marcas premium com a Lukoil, como complemento à nossa oferta. Isso permite tornar mais forte a nossa posição. Em que segmento se posiciona a Lukoil? É o mais ou menos o mesmo da Valvoline, um segmento premium, e a Lukoil é um fornecedor de primeiro equipamento posicionado nesse segmento. Temos uma rede de distribuidores especialistas nos lubrificantes, e o objetivo é usar essa rede para potenciar a nossa parceria com eles. E criando também algumas sinergias, dentro de dinâmicas a estratégias próprias de cada marca. O lançamento da Lukoil é uma demonstração da vitalidade da Krautli no mercado? Sem dúvida, isso faz parte do nosso ADN que é sempre de crescimento. Temos uma forte orientação para acrescentar valores dentro do portefólio de marcas que comercializamos e sentíamos que era importante colocar à disposição dos nossos clientes mais uma marca. Que características destaca na Lukoil? O facto de ser uma marca relativamente jovem, sem a expressão de outras marcas como a Valvoline com 150 anos de existência, mas com um potencial muito grande. Até porque 70% a 80% das bases utlizadas na produção da Lukoil são próprias da marca, que tem os negócios de refinarias e exploração do crude. E isso permite que possam controlar a cadeia de valor, o que é um argumento bastante forte. E também a presença que tem no primeiro equipamento, onde tem mais de 1200 aprovações OEM, o que, evidentemente, cria uma dimensão e um envolvimento tecnológico que é a vanguarda dos lubrificantes também. Há expetativas ao nível de vendas? O objetivo não é ganhar quota de mercado, é fazer um trabalho de desenvolvimento da marca e colocá-la no top of mind dos especialistas em lubrificantes. E depois, paulatinamente, irmos aumentando a nossa quota de mercado dentro do que é a nossa especialização dos lubrificantes. Há um trabalho a ser feito, uma preparação por ser uma marca desconhecida. Estamos a criar uma base de formação e a mostrar quais são as vantagens de trabalhar uma marca como a Lukoil.

QUATRO GRANDES FAMÍLIAS DE PRODUTOS A oferta da Lukoil para Portugal fica dividida em quatro grandes famílias, onde o principal destaque vai para a gama Genesis, de lubrificantes para motores e transmissões de veículos ligeiros de passageiros. Um dos produtos de referência é mesmo o Genesis Special, um lubrificante 100% sintético para motores a gasolina e Diesel, pensado para aumentar a eficiência e também otimizar o comportamento do automóvel. Surgem ainda em foco os produtos Transmission, com estes lubrificantes de transmissão a apresentarem aditivos de última geração para minimizar a oxidação e fricção dos componentes. Para os veículos pesados a Lukoil aposta na gama Avantgarde, que inclui os produtos Avantgarde Professional, uma gama de reconhecida qualidade já que é a escolha OEM de várias marcas e também a opção de diversas oficinas. Juntam-se ainda nas famílias de produtos as gamas Agri, para veículos agrícolas, e Industry, que contempla lubrificantes para indústria e massas. Além de produtos premium, a Lukoil também procura oferecer soluções diversificadas para as oficinas relativamente ao volume das embalagens. E destaca-se neste campo, além das habituais soluções com capacidade para 5L, 20L e 50L, a possibilidade de serem futuramente incorporadas na oferta as embalagens Bag-In-Box de 20L mais amigas do ambiente, com os produtos em vácuo para garantir a preservação das suas características. A apresentação da Lukoil em Portugal foi acompanhada da formação das equipas de vendas da Krautli sobre as vantagens da nova marca de lubrificantes. Como tal, os novos produtos estão já disponíveis para as oficinas, que podem falar com as equipas da Krautli para conhecer todas as vantagens e os preços da nova marca. 21

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WOLF LUBRIFICANTS

EXCELÊNCIA NA LUBRIFICAÇÃO DAS TRANSMISSÕES Com a expansão das transmissões automáticas é essencial garantir soluções de lubrificação de excelência para este componente. A resposta é a vasta gama de lubrificantes ATF Wolf Lubrificants, que garante soluções de nível superior para todas as tecnologias utilizadas pelos fabricantes

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ntre as tendências que estão a transformar o automóvel uma das principais é o recurso àstransmissões automáticas. Esta mudança, impulsionada pela necessidade de baixar emissões mas também pela evolução tecnológica das caixas de velocidades, tem sido acompanhada pela implementação de soluções de lubrificação mais avançadas pela Wolf Lubrificants, que tira partido de décadas de experiência na lubrificação de motores para garantir soluções especializadas para as transmissões automáticas. O resultado desta aposta é uma gama completa de produtos premium e compatível com as várias tecnologias atualmente utilizadas, para garantir às oficinas as melhores e mais personalizadas opções para a manutenção e reparação deste componente. UTILIZAR O ÓLEO CORRETO É ESSENCIAL Um dos principais erros cometidos nas intervenções em caixas de velocidades é pensar que um lubrificante serve todas as necessidades, o que pode dar origem a problemas no futuro. A escolha do lubrificante de transmissão correto é fulcral para garantir que o cliente não regressa mais cedo à oficina devido a problemas no funciona-

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mento da transmissão ou, pior ainda, para a complexa e dispendiosa missão de substituir este componente. É, portanto, essencial a utilização de lubrificantes desenvolvidos especificamente para cada tecnologia, algo que a Wolf Lubrificants proporciona com uma vasta gama desenvolvida com os mais altos standards de qualidade e com eficácia testada e comprovada nas transmissão dos modelos de todas as marcas. Dessa forma as oficinas têm soluções polivalentes e que cumprem com os mais altos padrões de exigência, assegurando uma boa lubrificação, que a potência é transmitida com maior eficácia e menos perdas, maior eficiência nos consumos e a proteção de cada peça que faz parte da transmissão, para uma condução suave e mais agradável. SOLUÇÕES PARA TODAS AS TRANSMISSÕES Garantir um ATF (Automatic Transmission Fluid) compatível com a tecnologia da transmissão utilizada é obrigatório para o bom desempenho do veículo. Reconhecendo essa necessidade, a Wolf Lubrificants continua a desenvolver soluções de qualidade superior, compatíveis com todos os fabricantes e que garantem às oficinas os melhores produtos. O resultado é a garantia 22

de que, seja qual for o veículo, haverá sempre uma solução perfeita na gama Wolf Lubrificants. TRANSMISSÃO AUTOMÁTICA ESCALONADA São as mais utilizadas pela Mercedes, BMW e Ford em Portugal, com vendas que continuam a crescer. E desde os sistemas mais antigos, de quatro estágios, até aos mais recentes com 9 estágios, a Wolf Lubrificants garante lubrificantes homologados e desenvolvidos para extrair todos os benefícios destas transmissões. O exemplo máximo desta especialização é o Wolf OfficialTech ATF 96, compatível com todos os modelos da Mercedes com homologação MB 236.17, equipados com a transmissão 9G-Tronic da série W9A700, e também retrocompatível com a homologação MB 236.16. Esta é uma solução de reconhecida e comprovada qualidade, perfeita para uma superior lubrificação, como acontece também com a WOLF ECOTECH MULTI VEHICLE ATF FE, de aplicação transversal em veícuos de marcas americanas, europeias e asiáticas. Esta é uma solução pensada mesmo para os modelos mais recentes, criada para responder às necessidades das transmissões com conversor de binário que cada vez mais são utili-


Garantir um ATF compatível com a tecnologia da transmissão utilizada é obrigatório para o bom desempenho do veículo zadas nos SUV. Por isso, seja qual for a transmissão escalonada, seguramente há um lubrificante Wolf especificamente desenvolvido para ela. TRANSMISSÕES CVT Tornadas famosas pelos fabricantes asiáticos, mas também usadas por várias marcas europeias, a utilização de cintas ou correntes em muitas transmissões contínuas exigem um óleo apto para corresponder às suas características específicas. A resposta é o Wolf Ecotech CVT Fluid, um versátil lubrificante sintético que pode ser utilizado em praticamente todos os modelos com caixas CVT, garantindo-lhes o melhor comportamento

e salvaguardando a vida útil dos seus componentes. CAIXAS DE DUPLA EMBRAIAGEM Consideradas uma das soluções mais avançadas neste campo, já que garantem mais eficiência e a máxima suavidade nas passagens de caixa, a complexidade destas transmissões exige que os óleos tenham a máxima qualidade e a capacidade para responder às suas necessidades específicas. Foi com este foco que surgiu o Wolf Ecotech DSG Fluid, homologado para as caixas DSG do Grupo VW e compatível com os sistemas implementados pelos restantes fabricantes no mercado automóvel europeu, como as DCT de seis velocidades. O resultado é um lubrificante que confere máxima suavidade no movimento dos componentes, essencial para o prazer de condução, e que mesmo com maior solicitação da transmissão garante o mais elevado patamar de proteção para todas as peças. Não admira, portanto, que os diversos fabricantes reconheçam a qualidade para as suas caixas de velocidades do Wolf Ecotech DSG, homologado para as Chrysler Powershift, Ford Powershift, Mitsubishi TC-SST, Volvo Powershift, BMW Drivelogic de 7 velocidades e, obviamente, as DSG do Grupo Volkswagen. 23

CUIDAR DA TRANSMISSÃO É CUIDAR DO AUTOMÓVEL Por se tratar de um compomente vital do grupo motriz, cumprir os intervalos de substituição do ATF é fulcral para um bom funcionamento do automóvel. O habitual é a substituição do lubrificante da transmissão a cada 60.000km, mas as oficinas devem ter em conta que o tipo de utilização e as cargas dos automóveis podem obrigar a outros intervalos de drenagem. Seja qual for o momento de renovação do ATF, a Wolf Lubrificants recorda que é necessário cumprir alguns procedimentos, que começam por enxaguar totalmente a transmissão, para que o óleo antigo seja completamente removido. Depois de garantir que não resta qualquer resíduo em locais como o conversor de binário e no circuito do óleo, o que pode comprometer a performance e capacidade de lubrificação do novo fluido, é essencial o recurso a uma máquina profissional ATF para colocar o volume exato exigido por cada transmissão. E, além disso, não se esqueça, recorra aos lubrificantes de transmissão da Wolf específicos para cada veículo, para garantir os mais altos padrões de qualidade e a proteção de todos os componentes do sistema.

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ATUALIDADE

SALÕES DO AFTERMARKET

REGRESSO DOS GRANDES EVENTOS ESTÁ A CAUSAR ENTUSIASMO Depois de uma prolongada ausência, que os eventos online tentaram minimizar, as empresas estão com muitas ganas de participar nos grandes salões do aftermarket. E os responsáveis da Expomecânica, da Automechanika, da Motortec e da Autopromotec convergem numa opinião – o digital nunca poderá substituir o contacto direto Texto Nuno Fatela

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Por muitos eventos digitais que sejam realizados, nenhum deles consegue substituir a natureza única dos grandes salões internacionais

O

dia 26 de maio de 2019 assinalou o final da edição desse ano da Motortec. Nesse momento seguramente ninguém pensava que passariam 27 meses e 19 dias para voltar a abrir portas uma grande feira do após-venda na Europa, no dia 14 de setembro, com a Automechanika Digital Plus. Numa análise mais precisa, a ausência durará 28 meses e 18 dias, até 15 de outubro, quando a abertura da Expomecânica 2021 na Exponor coloca fim a esta longa travessia no deserto. Mas ‘o ano de todos os salões’ será 2022. Em abril a Motortec regressa, entre os dias 20 e 23, e após três anos de ausência, a Autopromotec volta a abrir portas de 25 e 28 de maio. E quem poderia ainda imaginar no dia 15 de setembro de 2018 que apenas quatro anos mais tarde, a 14 de setembro de 2022, multidões voltariam a rumar até Frankfurt para a Automechanika?

Estes foram anos duros, em que o digital procurou colmatar a ausência de contacto físico. Mas a aparente distância mínima nos ecrãs estará sempre a milhas dos benefícios do contacto físico nas feiras. Algo comprovado pelo entusiasmo em redor das datas já anunciadas, como nos revelaram os responsáveis pela organização das quatro grandes feiras, afirmando que há muitas ganaspara este regresso. ENTRE ADIAMENTOS E MARCAÇÕES… Os cancelamentos em 2020 e 2021 obrigaram os organizadores a reagir e encontrar novas datas. José Manuel Costa, Diretor-Geral da Expomecânica, recorda que “adiámos em 2020 de abril para junho, depois para maio de 2021 e no início deste ano percebeu-se claramente que não havia hipótese”. Também em Espanha foi necessário procurar o momento ideal para retornar. Nessa perspetiva, “dois fatores levaram-nos a alterar as datas: o confinamento a nível mundial por causa da Covid, e as datas da Automechanika em Frankfurt. Normalmente realiza-se em anos pares mas foi adiada para 2021, e ia coincidir com a Motortec. Como isso não era conveniente, decidimos mover a nossa feira para 2022”, explica Francisco Javier Sandino, Gerente-Comercial da Motortec. Mas a pandemia acabou por trocar as voltas aos planos e “depois a Automechanika voltou a alterar as datas, e vai acabar por acontecer no mesmo ano”, acrescenta Javier Sandino. O Diretor da Automechanika Frankfurt, Olaf Musshoff, explica que “decidimos adiar o evento principal para 2022, e este ano estamos a oferecer a Automechanika Digital Plus, em que vamos focar na parte digital para atingir as audiências internacionais”. Também é longa a ausência da Autopromotec, que será realizada um ano

"Já estamos a notar um grande interesse na nossa exposição”

RENZO SERVADEI AUTOPROMOTEC

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depois das datas previstas. Uma decisão que Renzo Servadei, CEO do salão italiano justifica, afirmando que “temos uma visão muito clara sobre a necessidade dos nossos expositores planearem atempadamente a sua participação numa grande feira internacional, e ficou claro para nós que 2022 seria um ano de recuperação”. CONTACTO PERMANENTE COM AS EMPRESAS Os sucessivos adiamentos poderiam causar dano, algo que não aconteceu com os salões do aftermarket porque houve compreensão por parte das empresas. Javier Sandino recorda que em Espanha “todos entenderam que as restrições de mobilidade dificultariam muito e a situação económica também convidava a uma contenção de gastos. Foi uma decisão que tomámos entre todos”. Também em Portugal a organização esteve “sempre a falar com os mesmos clientes. Desde que adiámos a feira uma vez, já falámos com a maioria pelo menos três vezes. Eles têm sido inexcedíveis na compreensão e, sobretudo, no aspeto da confiança. Mesmo neste ano difícil estão dispostos a apostar, porque acreditam que somos capazes de levar a bom porto esta edição, que é a mais difícil de todas”. Em Itália também houve consenso, porque “não faria sentido realizar uma feira internacional num momento em que os visitantes não podem marcar presença”. Algo que não diminuiu o interesse pela Autopromotec, e Renzo Servadei avança que “as primeiras inscrições dão-nos razão, já que estamos a notar um grande interesse”. Apoio total foi igualmente realidade em Frankfurt, onde Olaf Musshoff expõe que existe “feedback 100% positivo sobre a nossa decisão de adiar a Automechanika para 2022. Foi 100% positivo porque todos esperam que no próximo ano seja diferente”. VACINAÇÃO PERMITE ‘DESCONFINAR’ OS SALÕES Apesar do regresso, nada será como antes. José Manuel Costa antevê que “esta será uma edição da Expomecânica como nenhuma. Nenhuma feira feita este ano ou no próximo será igual ao que já se fez até hoje”. E assinala a importância da vacinação, algo que o seu homólogo transalpino também faz.

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ATUALIDADE O CEO da feira realizada em Bolonha analisa que “numa perspetiva nacional, toda a população deve estar vacinada no final do Verão e, tanto quanto sabemos, nos outros países da União Europeia, nos Estados Unidos e em outros importantes players internacionais existe o mesmo objetivo. Nos próximos meses também o resto do mundo terá oportunidade de aceder à vacinação em massa”, uma condição essencial para aquilo que se pode designar de desconfinamento dos salões internacionais do aftermarket.. Mesmo alertando de que “as coisas mudam muito rapidamente”, no olhar do Diretor da Automechanika “vemos desenvolvimentos muito positivos na Europa, uma tendência positiva com um aumento da vacinação e uma possibilidade um pouco maior de viajar”, essencial para que o investimento das empresas tenha retorno ao nível dos visitantes. Em Espanha a sensação é idêntica, com esperança nos efeitos positivos da imunidade de grupo, e o Diretor Comercial da Motortec diz que “a nossa perceção e a dos clientes é que vamos poder realizar uma grande edição”. E o interesse é tanto que em Espanha, quase a um ano do evento “temos até pressão por parte dos expositores para que comecemos já as inscrições [entretanto abertas]. As pessoas estão com muitas ganas de feiras”. MUDANÇAS EXIGEM BOM SENSO Javier Sandino, para explicar o que podemos esperar no regresso dos grandes salões, recorre a uma curiosa comparação com “os atentados de 11 de Setembro. Mudaram a forma como podemos ir num voo e são medidas que já ficaram para sempre. Aqui creio que será algo idêntico”. Ainda assim, com a imunização das populações espera que se possam suavizar as regras, nomeadamente no uso obrigatório de máscara e nas limitações de assistência. Renzo Servadei também está convicto numa melhoria para o próximo ano. E, como “a situação está a melhorar rapidamente, antevemos uma exposição muito parecida à de 2019". Mais próxima no calendário, a Automechanika Digital Plus exige outros cuidados, e as distâncias de segurança são uma das preocupações elencadas por Olaf Musshoff , que destaca soluções como “o lounge adicional, para ter mais espaço para encontros e conversas”.

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As empresas compreenderam as razões do adiamento e estão a aderir em força às novas datas escolhidas pelas organizações

Tanto na Alemanha como em Portugal se acredita que em 2021 os expositores e visitantes vão desempenhar papel essencial na segurança da feira. “Acredito que será possível realizar o evento”, diz o Diretor da Automechanika, prosseguindo que “apenas precisamos de usar o cérebro e agir como aprendemos nos últimos quinze meses, seguindo o mesmo padrão de comportamento e obedecendo às regras". Também para José Manuel Costa “o primeiro objetivo é realizar a feira em segurança, porque a segurança das pessoas está acima de tudo”. Mas, refere, “temos de apelar à boa vontade de todos, porque do ponto de vista logístico e operacional pode ser um pouco diferente”. NOVIDADES REGRESSAM COM AS FEIRAS A distância entre eventos, mesmo que indesejada, pode significar mais novi26

dades e estreias. A Autopromotec espera que isso aconteça , porque “será a primeira oportunidade para mostrar uma grande quantidade de inovações estudadas e produzidas nestes três anos”. Também já para outubro se esperam novidades na Expomecânica. “É também a nossa expetativa, não seria uma boa feira ou uma boa presença sem novidades”. O Diretor-Geral do evento acredita, portanto, que “as empresas se estão a guardar até porque o segredo é a alma do negócios”. A Motortec também não tem dúvidas que “as feiras são o fórum natural onde se apresentam as novidades. Quando fazemos uma feira, as empresas esforçam-se em apresentar as suas novidades com muito mais força do que fariam em situações normais”. Javier Sandino elenca razões, referindo que “as pessoas vão com uma mentalidade muito mais aberta e precisamente à procura dessas novidades” e que, pela atenção mediática, “é o melhor momento do ano para conseguir mais repercussão”. Renzo Sarvadei complementa esta visão, explicando que “esta é uma oportunidade para mostrarem as inovações mais recentes, desenvolvidas durante os longos me-


"Fui à Kikai na quinta-feira passada e estava a ver milhares de crachás a dizer Expomecânica 2020. É tudo para deitar fora, não sobra nada daquilo.” JOSÉ MANUEL COSTA EXPOMECÂNICA

ses de pandemia. A procura e a oferta estão ansiosas por se encontrarem novamente”. DIGITALIZAÇÃO PROLONGA IMPACTO DOS SALÕES A Automechanika, que este ano confirma a forte aposta nas novas soluções de comunicação e interação com a edição Digital Plus, esteve ativa online durante a pandemia. Dos vários eventos realizados, destaca que “a antevisão foi muito bem aceite e tivemos um feedback muito bom. Houve diferentes workshops, sessões de treino e debates com um retorno muito positivo dos organizadores e visitantes”. E o Diretor do evento de Frankfurt faz um balanço positivo por ver a Automechanika, parceiros de imprensa e a indústria “todos juntos para promover e apoiar as oficinas”. Efetivamente, “se há algo que tirámos de positivo desta pandemia a nível mundial é a digitalização”, afirma o Diretor Comercial da Motortec. Para isso será lançado o “Motortec Live Connect, uma forma de criar comunidade para funcionar ao nível de contactos B2B todo o ano, acompanhado de um grande cartaz de atividades

formativas e informativas sobre as temáticas com mais interesse para o sector. Estamos a trabalhar internamente e antes do Verão já estaremos em condições de a apresentar”. Intenso é também o calendário de atividades em Itália. A Autopromotec desenvolveu “um conjunto de iniciativas nacionais e internacionais. Criámos ‘A testa alta’, uma série de conversas em direto no Facebook com informações operacionais sobre como gerir o negócio durante a pandemia, e numa perspetiva internacional realizámos a Futurmotive, que fez uma análise à evolução tecnológica no sector”. E destaca no fim de junho “o Motorsport Next, organizado com a Anfia-Motorsport para dar visibilidade a um nicho muito importante que é a parte B2B da indústria do desporto automóvel”. Também em Portugal há um reforço da digitalização na próxima Expomecânica. E José Manuel Costa explica que “na plataforma que vamos colocar live dentro de pouco tempo uma das possibilidades é transmitir conferências no seu stand virtual”. Ela também servirá para a promoção, porque “vai ter a possibilidade de partilhar catálogos, vídeos de formação e produtos”. A ideia passa ainda por oferecer também, como idealizam os restantes salões internacionais, “uma solução de matchmaking que vai permitir encontros de negócios antes, durante e depois da feira”. 27

NADA PODE SUBSTITUIR O CONTACTO DIRETO Estas ferramentas digitais enriquecem os eventos, mas o Diretor-Geral da Expomecânica olha para elas “muito mais como um complemento. Não têm a função de substituir a feira”. A Motortec tem uma interpretação idêntica, mas espera que elas “permitam aquecer o ambiente, para as pessoas se aperceberem do que está a ser preparado. Tenho a certeza de que, para quem ainda tenha dúvidas, será um aliciante e um incentivo para acabar por vir”. Há uma visão partilhada pela Expomecânica, Motortec, Autopromotec e Automechanika: os eventos digitais nunca serão capazes de substituir os salões do após-venda. Olaf Musshoff explica que “obviamente pode-se ver uma ferramenta ou equipamento no site, mas ainda é preciso sentir, tocar e ter uma conversa pessoal com o fornecedor para perceber realmente os detalhes de cada produto”. E por isso diz que “é muito claro: os eventos digitais não podem substituir os eventos físicos. É algo que aprendemos e um feedback muito claro que recebemos de todos os nossos clientes. É uma boa adição, mas não um substituto.” Considerando que os eventos digitais “foram apreciados como momentos importantes para treinar”, Renzo Sarvadei diz que “o nosso sentimento é que nunca poderão substituir os eventos físicos onde, juntamente com os lançamentos tecnológicos, se pode sentir o entusiasmo com as relações comerciais”. O desejo de estar com outras pessoas nas feiras também já se sente em Espanha e, até pela pressão sentida para abrir as inscrições, Javier Sandino repara que “as pessoas estão com muitas ganas de feiras”. Também em Portugal o digital é visto como uma adição importante. Mas José Manuel Costa reforça que “se alguma dúvida pairou na minha mente relativamente à importância de uma feira, deixei de a ter quando voltei a ligar aos clientes. As pessoas querem ver gente, sentir o calor humano”. Embora reconhecendo que existe ainda quem tenha receios em participar, diz que “temos sentido nos contactos que há gente com muitas ganas de sair”. E resume numa frase o papel fulcral das feiras, no extremo oposto à realidade que a Covid impôs: “A feira é isso mesmo, é um encontro de pessoas”.

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ATUALIDADE EXPOMECÂNICA

José Manuel Costa

A Kikai Eventos tem fortes ambições de manter para na Expomecânica 2021 o plano de expansão previsto para 2020, auementando 50% a área de exposição. E José Manuel Costa afirma que existe uma grande entusiasmo das empresas com o regresso da principal evento nacional do aftermarket

Poderá haver mais visitantes que em 2019? Vai ser uma edição mais difícil. Mesmo se as regras não forem muito apertadas por força da vacinação, pelo contacto que temos com os clientes não tenho a menor dúvida que teremos menos gente que o normal. Porque há muitas pessoas que não estarão confortáveis para estar em espaços fechados. Por outro lado, haverá muita gente que também está, e temos sentido isso nos contactos, com muitas ganas de sair, de ver gente, de dar apertos de mão e beijinhos... Porque a feira é isso mesmo, é um encontro de pessoas. O que a Covid fez foi precisamente o oposto, houve um profundo desencontro entre as pessoas para quem a feira era, em última análise, o local central de encontro.

Diretor-Geral Expomecânica

O que podemos esperar da Expomecânica 2021? Pelos contactos que já tivemos, se a situação pandémica se mantiver a este nível, com o desconfinar da economia e o impulso na mobilidade, nunca a feira em 2021 será menor que a da edição de 2019. E há sérias possibilidades de ter uma feira muito parecida com aquela que tínhamos para 2020. Ou seja, um crescimento de 50%, naquela altura a Expomecânica passaria de 16.000 m2 para 24.000 m2. Isso é ainda uma possibilidade e, neste momento, eu diria bastante forte. Que antevisão nos pode dar e quais serão os principais destaques? Temos três ou quatro aspetos que destaco. Pelas confirmações, as principais empresas portuguesas dos vários sectores vão marcar presença, por outro lado acredito que será a feira mais internacional de todas, já temos 10 países representados. O facto de ser a única feira prevista também pode trazer visitantes e atenuar as dificuldades que a pandemia trouxe. E o factor novidade, e sermos a única feira há muito tempo, acredito que estaremos muito próximos dos números de 2019. Sinto mesmo que as pessoas estão animadas e com vontade de fazer a feira. Podemos esperar um aumento em relação a 2019? Julgo que sim, tivemos 254 expositores e acredito que vamos ultrapassar esse número. Pelas nossas ligações, e o facto de não haver Motortec, seremos a única feira do sector realizada em 2021.

Existe uma janela de oportunidade enorme, especialmente a nível ibérico, tanto do expositor como do visitante. Temos a expetativa de, se as condições sanitárias o permitirem, ter um bom número de expositores e visitantes espanhóis, dada a ausência de uma feira do sector há algum tempo.

A Expomecânica regressa à Exponor entre os dias 15 e 17 de outubro de 2021

Que soluções encontraram para manter o contacto com os clientes? Nunca, em momento algum perdemos o contacto com os nossos clientes. Fomos sempre cumprimentando, ligando para saber como estavam ou para falar sobre o adiamento da feira e saber a opinião deles. O que nunca fizemos foram eventos online, palestras, uma feira digital, mas isso tem a ver com o nosso ADN e com aquilo que são as nossas parcerias. Quando olhamos à nossa volta e todos os nossos parceiros estão a organizar eventos, o que poderíamos fazer? Concorrer com os nossos parceiros? Preferimos que nessa hora fossem eles a aparecer e nós fizéssemos o nosso trabalho de organizar a feira, manter o contacto com os nossos clientes e dar informações àqueles que precisavam. Qual vão complementar a edição física da Expomecânica com a presença digital? Estamos a preparar uma solução de matchmaking que vai permitir encontros de negócios antes, durante e depois da feira, e estivemos a trabalhar numa plataforma. É uma ideia que já vinha de trás, e na plataforma que temos idealizada, e que vamos colocar live dentro de pouco tempo, uma das possibilidades é transmitir no stand virtual uma conferência que está a dar. Quem aderir à plataforma vai ter a possibilidade de partilhar catálogos, vídeos de formação, produtos, e quem tenha interesse no streaming pode transmitir a conferência que esteja a dar do ExpoTalks ou no Demotec. Vamos disponibilizar isso tudo aos nossos clientes já este ano. Essa plataforma permite ter uma quantidade brutal de informação para disponibilizar ao cliente. Com a diferença de o poder fazer antes, durante e depois da feira.

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AUTOMECHANIKA

Olaf Musshoff

O principal salão do aftermarket optou, para 2021, por ter um evento híbrido designado Automechanika Digital Plus, onde tem como objetivo juntar o melhor de dois mundos: permitir o contacto direto a quem tiver hipótese de estar em Frankfurt e a presença digital aos outros visitantes e expositores

Diretor Automechanika Frankfurt

Quais as expetativas para o regresso da Automechanika? Para este ano decidimos utilizar um modelo diferente para a Automechanika, porque não esperamos uma afluência suficiente de visitantes estrangeiros. Decidimos adiar o evento principal para 2022 e para este ano estamos a oferecer o que designámos como Automechanika Digital Plus, em que nos vamos focar na plataforma digital para atingir as audiências internacionais. Em adição a isso, vamos ter um evento físico aqui em Frankfurt mas com uma dimensão diferente, complementada com novos conceitos. Esperamos visitantes num formato híbrido. Aqui em Frankfurt maioritariamente da Europa, porque esperamos que seja possível viajar dentro da Europa, mas digitalmente para a vertente internacional.

De 14 a 16 de setembro de2021 Frakfurt vai acolher a Automechanika Digital Plus

já abrimos os registos na nossa plataforma e nas próximas semanas devemos ter uma imagem mais clara sobre a procura e quantas empresas estão realmente interessadas em participar. Este evento digital servirá também de teste para futuras soluções a implementar na Automechanika já em 2022? Sim, claramente. Decidimos já no último ano que devíamos ter uma edição digital do evento, fosse em 2021 ou 2022. E estamos convencidos de que adicionar uma plataforma digital ao evento físico vai aumentar a audiência. O objetivo é que os participantes digitais, que nunca vieram a Frankfurt, possam participar digitalmente. Por exemplo, uma oficina pequena na Autrália ou na Tailândia, que nunca visitaria Frankfurt, mas para quem é importante ver o que se passa na Automechanika. É uma boa oportunidade para eles fazerem parte, é um potencial grupo de clientes e vamos usar a plataforma este ano também para perceber o que está a correr bem.

O evento vai ocupar o mesmo espaço? Será mais pequeno, tenho quase certeza disso. Em Frankfurt, teremos stands mais pequenos e com menos participantes, e queremos facilitar ao máximo a participação. Para isso estamos a oferecer uma solução “Plug-and-Play” em que temos duas soluções de espaços predefinidos e os expositores apenas precisam de escolher entre 24 ou 48 m2. Tudo será preparado por nós e apenas precisam de vir e trazer o seu material e participar. Mas será totalmente diferente da Automechanika tradicional, será menos internacional. Com a mesma qualidade, porque o nosso objetivo é sempre oferecer os mais altos padrões de qualidade, mas não terá a mesma dimensão aqui em Frankfurt.

Quais são os destaques deste evento híbrido que se realiza em 2021? Vamos dar um programa de formação, com a Automechanika Academy, com eventos que serão gravados e transmitidos também na plataforma. Para os expositores híbridos será uma excelente ocasião de estar aqui em Frankfurt, algo que todos precisamos. Isso é muito claro e todos aqueles com quem falamos dizem o mesmo: nós queremos e precisamos de encontros em pessoa e de interação direta com os nossos consumidores. É algo que oferecemos e conseguimos extrair o lado positivo desta plataforma digital também para organizar a interação direta através de chats, videochamadas e outras possibilidades das empresas exporem os produtos na plataforma. E de oferecer oportunidades de matchmaking entre oferta e procura. Isto será um dos destaques da parte digital.

Qual a reação dos clientes ao adiamento da Automechanika e àcriação da Automechanika Digital Plus ainda em 2021? Temos feedback 100% positivo da decisão de adiar a Automechanika para 2022, porque todos esperam que no próximo ano seja diferente. E também temos um feedback muito positivo sobre a Automechanika Digital Plus mas, como podem imaginar, não é de 100%. Temos empresas que dizem que precisam um grande espaço e de muitos clientes internacionais, e há uma percentagem que em princípio não vai estar. Isso não é um problema, porque não esperávamos que todos participassem, mas também temos muitas empresas a indicar que pretendem participar como expositores híbridos e aproveitar a oportunidade digital. É um feedback misto e 29

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ATUALIDADE MOTORTEC

Depois do adiamento da Motortec em Madrid para 2022, a organização do evento sente “que as pessoas estão já com muitas ganas de feira”. E promete que, graças à ditigalização, esta será a edição mais acessível e duradoura da história Francisco Javier Sandino Gerente-Comercial da Motortec, Madrid

O que levou a adiar a Motortec para 2022 e será para manter o calendário em anos pares? Tínhamos prevista a Motortec para 2021 mas dois fatores levaram-nos a alterar as datas: o confinamento a nível mundial por causa da Covid, o que significa que tudo teve de parar, e em segundo lugar as datas da Automechanika em Frankfurt, que normalmente se realiza em anos pares. Estava prevista para 2020 e devido à pandemia foi adiada para 2021, e nesse caso ia coincidir com a Motortec. Como isso não era conveniente, porque são duas feiras importantes no mesmo ano, decidimos mover a nossa feira para 2022. Depois a Automechanika voltou a alterar as datas e vai acabar por acontecer no mesmo ano que a Motortec. Mas a última edição foi em 2019 e já são três anos até 2022, e por isso todas as associações e empresas do sector já têm muitas ganas e pediram-nos para manter as datas. Mas no futuro o ano o objetivo é voltar aos anos ímpares, para não coincidir com a Automechanika a partir de 2025. Então teremos Motortec em 2022, 2024 e 2025? Vamos ter em 2022 e 2025. E em 2024 teremos uma edição de transição. Depende sempre da adesão do sector, mas em 2022 teremos a primeira edição presencial, que é importante para o sector do após-venda. Logo vamos reunir com o comité organizador e ver como fazer a transição.

Nota-se que as empresas têm muitas ganas de estar fisicamente com os clientes? Sim, porque as feiras são o fórum natural onde se apresentam as novidades. As empresas esforçam-se em apresentar as suas novidades com muito mais força do que fariam em situações normais, porque sabem as pessoas vão à feira com uma mentalidade muito mais aberta e precisamente à procura dessas novidades. Estão mais receptivas,, é o melhor momento do ano para conseguir mais repercussão. Além disso, na Motortec temos uma galeria de inovação que premeia os produtos por categoria e empresa, e temos uma entrega que logo reconhece as melhores novidades apresentadas. E isso tem repercussão mediática nos meios de comunicação social e, por isso, é o melhor veículo para tudo aquilo que uma empresa tem para apresentar. A IFEMA volta a acolher a Motortec entre os dias 20 e 23 de abril de 2022

Que nos pode já avançar sobre a Motortec 2022? Tendo como premissa as datas, normalmente seria em março, mas ao mudar de ano fomos um pouco mais para a frente, e e será de 20 a 23 de abril. Vamos fazer nos pavilhões 5, 7, 8, 9 e 10, são menos pavilhões mas maiores, com uma superfície máxima de 90.000 m2, mais 10.000 m2. A ideia é fazer uma distribuição dos sectores que facilite a visita, porque não fica tão fragmentado. E, para facilitar a exposição, implementámos mais modalidades de exposição, com mais categorias e design de stands. E incorporamos uma parte digital, que antes não existia e que tem o nome de Motortec Live Connect e que é uma forma de criar comunidade, para que funcione ao nível de contactos B2B todo o ano. E tudo isso será acompanhado de um grande cartaz de atividades formativas e informativas sobre as temáticas com mais interesse para o sector. Estamos a trabalhar internamente para a preparação do lançamento e antes do Verão já estaremos em condições de apresentar.

O adiamento para 2022 pode ser importante para garantir maior afluência? Sim, porque há mais segurança e o que vai afetar o sector é a falta de mobilidade. E qualquer medida que vá nesse sentido, e facilite a participação dos expositores e visitantes, vai ter sempre uma repercussão muito positiva. Depois do cancelamento da última edição, as empresas estão já a aderir à Motortec 2022? Temos até pressão por parte dos expositores para que comecemos já as inscrições para 2022 [entretanto já abertas pela organização]. As pessoas estão com muitas ganas de feiras. E mesmo quando dissemos que íamos coincidir no mesmo ano com Frankfurt os expositores disseram que para eles era igual. Já tinham um plano de atividades muito importante e esperam por um evento para poder arrancar.

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Por isso esperamos ter uma edição pelo menos igual à de 2019, e reservámos mais infraestruturas. Quase 90.000 m2, mais 10.000 m2, já a contar que o interesse demonstrado se reflita ao nível de ocupação. Considerando que já se começa a recuperar a mobilidade, e os números da pandemia começaram a melhorar, há ganas de voltar a ter um nível de atividade como antes. Por isso, as perspetivas para a Motortec 2022 são boas.

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AUTOPROMOTEC

Adiada para o próximo ano, a feira de aftermarket italiana, realizada em Bolonha, espera que o maior hiato entre feiras possa significar que um número maior de novidades para serem apresentadas na Autopromotec 2022 Renzo Servadei CEO Autopromotec

Depois do incremento das plataformas digitais com a Covid, há novas soluções preparadas? Acreditamos que a presença física vai voltar a ganhar importância, mas não vamos deitar fora a experiência obtida com as novas ferramentas digitais. Por isso, identificámos algumas apropriadas para conetar os nossos expositores com os clientes que não possam marcar presença.

O que levou a Autopromotec a adiar a edição de 2021 para 2022? No dia 8 de julho de 2020 anunciámos o adiamento do evento de maio de 2021 para os dias 25 a 28 de maio de 2022. Tomámos esta decisão porque temos uma visão muito clara sobre a necessidade dos nossos expositores planearem atempadamente a sua participação numa grande feira internacional, e ficou claro para nós que 2022 seria um ano de recuperação. As primeiras inscrições dão-nos razão, já que estamos a notar um grande interesse na nossa exposição.

Que medidas tomaram para manter o contacto com os expositores e visitantes habituais? Partindo do ponto de que a base da Autopromotec são as associações de comércio, as atividades dessas entidades continuaram de forma digital. Ao mesmo tempo desenvolvemos um conjunto de iniciativas nacionais e internacionais. Num dos casos “A testa alta”, uma série de conversas em direto no Facebook dando informações operacionais sobre como gerir o negócio durante a pandemia; numa perspetiva internacional realizámos a Futurmotive em cooperação com a ITA (Agência de Comércio de Itália) que fez uma análise à evolução tecnológica no sector. Brevemente haverá o Mission Restart e, também dar visibilidade a um nicho muito importante que é a parte B2B da indústria do desporto automóvel, o Motorsport Next organizado com a Anfia-Motorsport.

Porque optaram pelo adiamento? A Autopromotec é uma grande feira internacional e, por isso, além da grande notícia da recuperação para o final de 2021, a grande questão é que não é fácil viajar pelo mundo. Em alguns dos casos até é proibido. Na nossa opinião não faria sentido, para uma feira internacional, ser realizada num momento em que os visitantes internacionais não podem marcar presença. O que Podemos esperar da AutoPromotec 2022? A Autopromotec será o primeiro grande evento físico desde 2019, por isso será a primeira oportunidade para mostrar uma grande quantidade de inovações estudadas e produzidas. Estes três anos, vendo além do período de confinamento, foram extremamente importantes para os desenvolvimentos tecnológicos do veículo e, subsequentemente, de equipamentos e componentes, cujos desenvolvimentos seguem ao mesmo ritmo.

Pelos contactos com os expositores habituais, prevê um aumento de participantes em 2022? O nosso objetivo é confirmar os números da edição de 2019, mesmo que atualmente já tenhamos demonstrações de interesse das empresas que estão a abordar a nossa feira pela primeira vez, mesmo de países distantes.

Após três anos de interregno, a Autopromotec regressa entre 25 e 28 de maio de 2022

O que podemos esperar do Motorsport Next, no final de junho? Estamos habituados a olhar para o desporto motorizado como um momento de enorme paixão: de facto, por trás de tudo isto estão importantes relações comerciais, tanto dentro do sector – marcado por uma série de subfornecedores extremamente especializados em todos os componentes de carros e motas de competição – e na forma de interesses transversais. Por exemplo, a pesquisa e desenvolvimento de materiais no desporto pode ser muito útil em outros campos como a biomedicina ou a defesa. Que feedback têm tido dos eventos digitais já realizados? Foi positivo, esses eventos foram apreciados como momentos importantes para treinar a forma de contacto durante a pandemia. O nosso sentimento por trás, no entanto, é que os eventos digitais nunca poderão substituir os eventos físicos onde, juntamente com os lançamentos tecnológicos, se pode sentir a experiência e o entusiasmo com as relações comerciais em todas as suas facetas.

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PREMIUM SHOP DT SPARE PARTS

OS MELHORES PRODUTOS E OS MELHORES PRÉMIOS

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Ter os melhores produtos e ainda garantir prémios e ofertas com a escolha das soluções mais qualificadas para manutenção e reparação? A resposta é só uma: a Premium Shop da DT Spare Parts

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ESPECIAL EV

ESPECIAL VEÍCULOS ELÉTRICOS

CORRIDA AO OURO NOS ELÉTRICOS Com o contínuo crescimento das vendas, também as oficinas olham com atenção para a oportunidade de negócio que os veículos eletrificados representam. O investimento inicial poderá ser avultado, mas as perspetivas para o futuro mostram indicadores positivos Texto Nuno Fatela

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om a União Europeia apostada em atingir a neutralidade carbónica até 2050, a eletrificação dos transportes continuará a ganhar tração. Embora ainda não sejam a principal opção na generalidade dos países, a verdade é que os elétricos e híbridos há muito superaram a definição de “nicho de mercado”. Só em 2020, segundo os dados da UVE (Associação de Utilizadores de Veículos Elétricos), a quota de viaturas elétricas ascendeu a 5,9% das vendas, a que se junta um número ainda mais expressivo de híbridos comercializados. Esta expansão, com uma subida de 55,3% nas vendas dos modelos 100% isentos de emissões durante o último ano, pode não ter um reflexo imediato, porque as garantias das baterias são habitualmente de 8 anos. Mas existe já um parque automóvel considerável de veículos elétricos e híbridos com mais idade e que são uma oportunidade de

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negócio. Para isso, há que preparar a oficina para esta nova realidade. UM INVESTIMENTO IMPORTANTE EM EQUIPAMENTOS E ESPAÇOS Uma oficina apta a reparar veículos elétricos tem necessidades específicas. Uma das mais evidentes é a utilização de ferramentas isoladaspara trabalhar alta tensão, com preços online desde 250€ para uma caixa de ferramentas até montantes bem mais elevados. Pela necessidade de isolar e proteger os espaços de trabalho há igualmente necessidade de restringir o acesso ao espaço de trabalho na remoção de baterias e outros componentes, com recurso a baias, cones, fitas e ainda a opção por tapetes isoladores. E deve-se, adicionalmente, contemplar a criação de uma área específica para trabalhar em alta tensão, que deve ficar inacessível durante estas operações e que, para isso, deve ser construída de raiz. Além disso, há equipamentos específicos, desde o mais simples megaohmi34

metro para avaliar a tensão, com preços que podem ser de apenas 25€, até máquinas com um custo mais elevado e que custam milhares de euros. Um bom exemplo, que a Turbo Oficina teve oportunidade de ver em funcionamento na visita ao primeiro espaço de reparação de baterias da Renault Portugal, é o balanceador que permite equalizar a carga de todos os módulos da bateria. Deve-se ainda ter maior atenção com alguns equipamentos transversais a todas as oficinas, mas que exigem cuidados na escolha para facilitar o trabalho com elétricos. Um bom exemplo são os elevadores, que devem ser de topo para permitir usar um segundo elevador, específico para as baterias, sob o veículo. Na lista de compras entra ainda o equipamento de proteção individual. Isto inclui luvas e óculos específicos, que podem custar facilmente mais 300€, as botas por valores que rondam os 90€ e ainda todo um fato específico que pode significar mais uma conta de 400€. A estas salvaguardas para


Além da manutenção e da reparação, a conversão de veículos de combustão para elétricos representa outra oportunidade de negócio para as oficinas

Restrições aos modelos a combustão vão impulsionar os elétricos. As oficinas devem acompanhar esta tendência os mecânicos junta-se ainda aquele equipamento que nunca se pretende usar, e que serve para intervir se ocorrer uma eletrocussão. Nestes casos, para evitar agravar as consequências de qualquer acidente, deve existir uma vara de resgate, que podem facilmente custar para cima de 150€, e ainda equipamento de primeiros socorros que pode mesmo incluir o desfibrilhador.

FORMAÇÃO E CERTIFICAÇÃO É ESSENCIAL Garantir a capacidade da equipa para trabalhar com veículos elétricos é outra exigência. Normalmente a formação especializada divide-se em três níveis, de acordo com os níveis de tensão em que os mecânicos estão aptos a trabalhar, e que permitem uma abordagem cada vez mais aprofundada às baterias, permitindo trabalhar até mesmo nos seus pormenores mais ínfimos. Felizmente nesta área a oferta é extensa. As redes de oficina têm, em entrevistas à Turbo Oficina, confirmado que a formação das equipas nesta área é uma das suas maiores apostas. Além disso, também há várias entidades formativas aptas a transmitir estes conhecimentos. A EVolution, que foi o primeiro centro de reparação especializado para elétricos em Portugal, é um bom exemplo disso, bem como o Centro Zaragoza, parceiro da Turbo Oficina e que na última edição ex35

plicou as vantagens do seu programa VE Certified CZ. Um momento em que destacou como esta distinção é o "reconhecimento e a diferenciação das oficinas que não hesitam em acompanhar a evolução dos veículos e querem demonstrar que são capazes de prestar os serviços associados à sua reparação”. Também as universidades e politécnicos estão atentos a esta realidade, e já existe uma vasta oferta formativa neste campo em vários locais do país. Carlos Jesus, Diretor-Geral da EVolution, disse à Turbo Oficina que esta é uma excelente notícia, porque “os alunos já vêm com um nível de preparação muito grande. Pelo menos têm os conhecimentos teóricos e, em muitas faculdades, também os conhecimentos práticos”. Também por esse motivo tem sido estreitada a ligação entre os mundos do ensino e do trabalho, com a incorporação destes estudantes, numa primeira fase em estágios e, depois, com contratos de efetivos.

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ESPECIAL EV

A formação das equipas e o investimento em material específico são requisitos essenciais para trabalhar com veículos elétricos

Também os fornecedores de componentes elétricos, que em muitos casos já são as mesmas empresas de referência que para as restantes peças, têm investido com força na formação para veículos elétricos. Uma opção que, ao permitir alargar o espectro de pessoas e oficinas preparadas para trabalhar com veículos elétricos, também terá seguramente um retorno futuro nas suas vendas para estas famílias de componentes. OPORTUNIDADES DE NEGÓCIO E FIDELIZAÇÃO A diferenciação positiva do reconhecimento de uma oficina como apta a reparar veículos eletrificados é uma excelente oportunidade de negócio. Por um lado, para quem já visitava a oficina quando conduzia veículos com motor de combustão, permite manter o cliente fidelizado. A este público- alvo junta-se a oportunidade de captar novos clientes que, pela incapacidade do mecânico habitual para reparar os seus novos veículos, precisam de um centro especializado onde se possam deslocar para esse fim. Mas as oportunidades não se ficam por aqui. Além da simples assistência e reparação, outra oportunidade que a

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EVolution nos deu a conhecer é a conversão de veículos de combustão para elétricos. Algo que exige um conhecimento mais alargado e maior experiência na reparação, bem como uma equipa altamente especializada. Mas no caso da oficina gerida por Carlos Jesus já representa um interessante volume de 40 automóveis convertidos por ano. Embora tudo isto sejam boas notícias, não podemos ignorar uma realidade. A reparação de veículos elétricos vai gerar menos receitas. Há menos componentes a necessitar de manutenção, e ela normalmente limita-se a consumíveis associados ao sistema de travagem, filtros de habitáculo, escovas e pouco mais. E, por isso, a ausência de

um volume de clientes aliciante para assistência significa que o investimento na transformação da oficina não irá compensar. A não ser que a reparação, com remunerações bem mais aliciantes, esteja também contemplada no projeto da oficina. No caso dos híbridos a realidade é inversa. Por um lado, mantêm-se todos os componentes do motor de combustão, a que se juntam os novos relativos à parte elétrica. O que permite aumentar o leque de possíveis trabalhos. E, é preciso assinalar ainda, com o peso superior destes veículos o desgaste de alguns consumíveis pode acelerar-se e significar uma visita mais frequente ao mecânico.

Os players do sector procuram posicionar-se neste mercado com estratégias diferentes mas um objetivo comum: captar e fidelizar os condutores dos veículos híbridos e elétricos 36


Fica claro que o investimento para uma oficina receber veículos elétricos e híbridos é avultado, mas pode originar um bom retorno no futuro. Por isso, de diferentes formas e com soluções distintas, todos os players procuram posicionar-se para responder às necessidades futuras dos clientes. As marcas, como nos mostra a Renault, procuram trazer para o nosso país soluções para a reparação das baterias, reduzindo o tempo de reparação e conseguindo um índice mais alto de satisfação dos seus clientes. As redes de oficina, como a LD Auto, ganhando competências para oferecer serviços para híbridos e elétricos. E centros especializados como a EVolution já expandem a sua intervenção para novos campos, convertendo veículos como um jipe UMM, uma limousine e até um Buick de 1922. A corrida ao ouro na reparação de elétricos já arrancou, agora é uma questão de cada oficina decidir como se pretende posicionar neste novo mundo de oportunidades…

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ESPECIAL EV

OFICINAS LD AUTO

REPARAR VEÍCULOS ELÉTRICOS: UMA APOSTA SEGURA As oficinas LD Auto disponibilizam aos seus clientes desde 2017 o serviço de reparação e manutenção em veículos elétricos, numa clara intenção de apostar num setor como o da mobilidade ecológica. Mas a rede de oficinas recorda que este é um serviço que requer cuidados especiais, tanto nas ferramentas utilizadas como no vestuário dos mecânicos Texto David Espanca

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que passam pela LD Auto. E são destacadas as vantagens para os clientes nos custos de manutenção, menores do que um movido a combustão interna, sobretudo pelos seus benefícios da travagem regenerativa, bem como pela menor quantidade de componentes móveis e de fluidos.

A LD Auto trabalha com elétricos desde 2017 e já tem capacidade para fazer a reconstrução de baterias, a mais onerosa intervenção neste tipo de veículos

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ntegradas no Grupo Leiridiesel, as oficinas LD Auto pertencem à rede Bosch Car Service, beneficiando de todo o “know how” da marca alemã. E há quatro anos que integraram na sua atividade a reparação e manutenção de veículos eletrificados, apostando naquilo que será o futuro do setor automóvel. Este serviço é realizado, segundo Flávio Relva, responsável pela Investigação & Desenvolvimento do Grupo, “por técnicos certificados que recorrem aos equipamentos de diagnóstico e segurança específicos para estas intervenções, com a qualidade e garantia LD Auto”. O interlocutor frisa ainda que se trata de “um serviço multimarca, que garante o cumprimento dos requisitos impostos pelos fabricantes automóveis”. As oficinas efetuam trabalhos ao nível da manutenção programada, reparação dos componentes mecânicos e elétricos da viatura e ainda intervenções em baterias de alta tensão. Existem, no entanto, algumas diferenças para o serviço nas restantes viaturas

FERRAMENTAS E EQUIPAMENTOS COM CUIDADOS ESPECIAIS De uma forma geral, ao nível de equipamentos para intervir nas viaturas elétricos e híbridos os requisitos são idênticos aos das viaturas convencionais. Mas com a adição de “ferramentas e equipamentos de proteção individual, é necessário que eles sejam isolados eletricamente para alta tensão e que isolem a zona de intervenção na viatura”, refere Flávio Relva. Relativamente aos serviços disponíveis, para além de todos os componentes comuns aos automóveis normais, a LD Auto apresenta soluções de reparação e reconstrução de baterias, tendo em conta que se trata da parte mais dispendiosa de um veículo elétrico. Normalmente, as baterias de alta tensão não necessitam de manutenção periódica, mas, como se trata do componente responsável pela energia para a propulsão do veículo, é de extrema importância assegurar o seu correto funcionamento. Como as baterias tendem a tornar-se menos eficientes com o passar do tempo, é recomendável a sua intervenção apenas quando o veículo exibe a mensagem de erro ou apresenta um comportamento anómalo. Esta operação consiste na substituição por uma bateria nova, ou no teste e substituição das células individuais ou módulos internos da bateria. FORMAR PARA QUALIFICAR Para colmatar a lacuna da falta de mão-de-obra qualificada, a rede de oficinas recorre “à qualificação, através da formação, das equipas atuais”, adianta aquele responsável, que entende ser “suficiente no que se refere à intervenção técnica na viatura”. Contudo, prossegue, “existe alguma resistência ao nível da consciencialização para proteção individual do técnico, sendo, por vezes, difícil incutir a necessidade de utilização de equipamentos de proteção individual e equipamentos de proteção da zona de intervenção à viatura”. De referir que a segurança dos mecâni39

"Ainda existe alguma resistência ao nível da consciencialização para a proteção individual do técnico" cos deve ser redobrada, pois a tensão elétrica destas viaturas pode causar danos graves na saúde dos mesmos. Assim, não se deve tocar em elementos nus de uma instalação elétrica, nem puxar pelos cabos alimentadores dos circuitos para os desligar. É fulcral verificar se os isolamentos estão em bom estado e não danificar o isolamento dos fios e cablagens. Daí que a formação do operador e a utilização de equipamento de proteção individual são fundamentais, tais como luvas isoladas classe 0, certificadas para um ano de utilização, botas de segurança com a certificação da norma SP3, não podendo ter qualquer componente metálico, e as sola e biqueira deverão ser construídas em kevlar ou outro material não condutor. Ainda no âmbito da segurança do operador, os óculos/viseiras são necessários para prevenir arcos elétricos e compostos químicos da bateria, devendo ter proteção antiembaciamento. O Grupo Leiridiesel é composto por 12 oficinas, em território nacional e ilhas, contando com cerca de 130 trabalhadores, tendo atingido um volume de vendas próximo dos 10 milhões de euros, em 2020. E em todas as oficinas disponibiliza serviços de manutenção e intervenção multimarca, sendo especialistas na reparação de sistemas de injeção diesel e gasolina, turbocompressores, caixas de velocidades e filtros de partículas, a que junta a aposta nas intervenções em baterias de alta tensão para viaturas elétricas. Mais recentemente, expandindo as suas áreas de especialização. as oficinas LD Auto de Lisboa e Leiria passaram a apresentar também uma gama completa de serviços de pneus e calibração de câmaras do sistema ADAS, mantendo-se assim a par das principais evoluções tecnológicas do sector automóvel.

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CENTRO DE REPARAÇÃO DE BATERIAS RENAULT

RENAULT REPARA AS SUAS BATERIAS EM PORTUGAL Foi inaugurado no final do último ano o primeiro centro de reparação de baterias da Renault em Portugal. Garantindo um serviço mais rápido, ao evitar o transporte destes componentes para o estrangeiro, destacam-se a preocupação com a segurança e a garantia de uma resposta especializada neste novo espaço especializado do Renault Retail Group Texto: Nuno Fatela

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Há várias soluções mas a grande preocupação é garantir que não há contacto exterior”.

As ferramentas isoladas são uma exigência para os trabalhos em alta tensão no Centro de Baterias da Renault

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om cada vez mais elétricos a circular, e durante mais anos, as reparações das baterias começam a tornar-se uma questão relevante para as marcas. Mas, tratando-se de um componente de alto risco, são exigidos conhecimentos e espaços específicos para as intervenções, algo em que a Renault aposta com o seu primeiro Centro de Reparação de Baterias em Portugal. Este espaço foi inaugurado no final de 2020 e tem uma área dedicada e bem demarcada nas novas instalações da concessão da Renault Loures, que assim se tornou referência nacional na intervenção para elétricos da marca do losango. Luís Gonçalves, diretor da Renault Loures, explica-nos que o novo Centro de Reparação de Baterias “insere-se numa estratégia de futuro, porque todos os novos modelos que a Renault vai lançar serão eletrificados, a 100%

ou parcialmente, e havia a necessidade de fazer uma aposta para o futuro”. Recordando que anteriormente, para resolver problemas com as baterias, era necessário enviar os veículos para Madrid ou mesmo até França, afirma que a grande vantagem deste novo espaço é “a qualidade de serviço para o cliente. Antes a bateria tinha de ser transportada para outro país, e o tempo de resposta era muito mais alargado. O facto de estarmos agora com esse serviço em Portugal fez com que o tempo de resposta fosse muito mais rápido, diminuímos esse tempo para metade”. A edificação do centro de reparação de baterias colocou problemas específicos à marca, e Luís Gonçalves refere que o maior desafio foi “garantir a segurança do espaço, isolá-lo. Há várias soluções para isso, em Portugal temos esta proteção em gradeamento, por exemplo em Madrid optou-se por colocar um espaço fechado em vidro. 41

INTERVENÇÃO SEGUE PROCEDIMENTOS ESPECÍFICOS Também a utilização dos Equipamentos de Proteção Individual e a adoção de procedimentos de segurança distitntos são questões relevantes para estas intervenções. E o responsável da Secção de Oficina da Renault Loures, João Carvalho, explica que a tarefa de proteger a equipa “acaba por ser um conjunto. Temos ferramentas específicas para carros elétricos e os mecânicos são preparados na formação em segurança, por causa da alta tensão. E uma das questões é que quando o carro está no elevador cria-se uma zona envolvente limitada, para que ninguém possa entrar”. João Carvalho enfatiza que “todo o equipamento não tem nada a ver com o que é utilizado pelo resto da equipa. Têm um fato específico, que não é usado pelos outros mecânicos, os sapatos são também específicos, tem de estar com o visor e as luvas são isolantes. Um mecânico normal com aquelas luvas não consegue trabalhar num motor, não vai ter a sensibilidade. Há uma série de equipamento de proteção individual usados exclusivamente quando se está nas baterias”, com complemento “até a nível de primeiros socorros, preparados para atuar de outra forma”. Responsável por reparar todas as baterias de elétricos e híbridos da Renault Retail Group em Portugal, o trabalho para o novo centro especializado começa nas diversas concessões espalhadas por todo o país. O responsável pela secção de mecânica explica que “o processo começa numa concessão que, quando chega a determinado nível, não pode avançar mais com a reparação. Depois o carro é transportado de reboque para cá, é protegido e é feita a abertura de uma nova obra”. Começa então o trabalho diferenciado para veículos eletrificados, em que o automóvel é “transportado para a área de reparação para híbridos e elétricos. Todo o espaço em redor desse elevador é limitado com uma corrente vermelha, para ninguém entrar lá dentro e começa o trabalho de remoção da bateria”. Nesse momentos, o carro é colocado no elevador para o Nuno começar o

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ESPECIAL EV

Nuno Fernandes exemplifica a atualização dos módulos da bateria, a utilização do balanceador e um dos procedimentos de segurança habituais

trabalho. A bateria é transportada para aquela zona e é feita a desmontagem da mesma até se chegar aos componentes que é necessário substituir, ou calibrar. E depois é montado novamente, num processo normal”. TRABALHO APENAS PARA MECÂNICOS ESPECIALIZADOS O Nuno referido pelo responsável da área de mecânica trata-se de Nuno Fernandes, o mecânico com o mais alto nível de qualificação para a reparação de veículos elétricos na Renault Portugal. Único membro da equipa com capacidade para os mais minuciosos e especializados trabalhos de reparação de baterias, esse conhecimento foi

sendo adquirido desde 2012 quando, convidado para a primeira formação da marca em Portugal para esta área, não hesitou em aceitar a oportunidade de obter esta especialização. E esta certificação é algo muito valorizado pela Renault Loures, com o Diretor da concessão a explicar que “há uma formação verde, laranja e vermelha. Esta gradação de cores tem a ver com o conhecimento que se vai adquirindo em termos de manuseamento das baterias e de capacidade para atuar em determinados componentes da bateria. O Nuno é o técnico que tem a mais elevada, vermelha, o que significa que está efetivamente capacitado para trabalhar no mais ínfimo porme-

MARCA OPTA PELO TRANSPORTE DO VEÍCULO

Uma das questões mais importantes no funcionamento deste espaço centralizado a nível nacional para a reparação das baterias da marca prende-se com o transporte. Luís Gonçalves, Diretor da Renault Loures, recorda que “se for [transportada] a bateria, tem de vir num sarcófago. É um material considerado de risco, e tem de vir por um transportador que esteja licenciado para o transporte de matérias perigosas. Há o sarcófago e não pode ser qualquer transportador, tem de ser capaz de transportar matérias perigosas”. Referindo que neste caso “a logística é muito mais complexa e acaba por ser mais demorado”, este responsável da Renault Loures explica que, por esse motivo, a opção passou “nesta altura por ter em Portugal o transporte dentro do carro, feito por um transportador” ficando à responsabilidade da Renault Loures a tarefa de remoção da bateria do veículo quando ele chega ao Centro de Reparação especializado.

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nor da bateria, onde o perigo é mais elevado”. Para reforçar a diferença e o relevo desta formação mais aprofundada, Luís Gonçalves dá como exemplo as reparações nos híbridos, explicando que “alguns técnicos especialistas de elétricos, que são vários espalhados pelo país, podem ir até uma parte da bateria. Podem retirar a proteção e ir até uma parte, mas a partir daí só quem tiver a certificação vermelha é que poderá efetivamente atuar”. O que significa, portanto, que o veículo terá de ser transportado para o Centro de Reparação de Baterias da Renault Portugal. Chegou então o momento de Nuno Fernandes nos demonstrar alguns dos principais equipamentos utilizados e os trabalhos frequentemente efetuados no espaço reservado para intervenções em baterias. Começando por colocar o fato e equipamento específico, e adotando procedimentos como soprar para o interior das luvas de forma a aferir a sua estanquicidade, Nuno começa por explicar que após as baterias serem removidas dos automóveis apenas ao chegarem a este espaço isolado começam a ser alvo de intervenção. O processo começa com a remoção da proteção que isola os componentes, e que explica porque a corrosão não é um problema identificado nos vários órgãos que compõem o pack de baterias Renault. Então é efetuado o diagnóstico para encontrar o problema concreto de cada veículo, sendo normalmente a substituição de módulos que perdem a capacidade, diminuindo a capacidade total da bateria, a reparação mais frequente.


gam-nos pelo processo normal do Grupo Renault. À semelhança dos outros componentes, otimizámos e utilizamos o mesmo processo”. O mesmo acontece com os componentes removidos dos veículos. O mecânico mais especializado na Renault Portugal para intervenções em veículos elétricos refere que, quando tem necessidade de retirar módulos de viaturas, eles são armazenados num compartimento específico e depois, quando o volume já justifica, se recorre novamente à rede logística Renault responsável pelo tratamento das baterias em fim de vida.

Neste caso mais usual, além das várias ferramentas específicas, isoladas, para fazer as intervenções, destacam-se dois equipamentos. Em primeiro lugar o megaohmímetro, que permite avaliar o nível de tensão em cada um dos módulos para confirmar a origem do problema. Depois de encontrar o módulo com defeito, entra em ação o balanceador. Nuno Fernandes explica que esta é a máquina responsável, aquando da substituição de um módulo, de garantir que a voltagem do novo componente é colocada ao mesmo nível dos restantes módulos que permanecem na bateria. Referindo ainda que este procedimento pode levar algumas horas, dependendo sempre do nível que se pretende alcançar, Nuno Fernandes adiciona que ele é essencial para garantir que no futuro a ba-

teria fica totalmente reparada e pode ser novamente colocada no interior da viatura. E demonstrou ainda como, após a substituição, se efetua a atualização das informações da viatura, para garantir que estão corretamente identificados todos os módulos que compõem a bateria. Para isso, existe no espaço isolado do centro de reparação um computador dedicado à introdução destas informações. APROVEITAR A CADEIA LOGÍSTICA DA RENAULT O procedimento de receção dos módulos de substituição e restantes componentes a utilizar é totalmente integrado na logística da Renault. Luís Gonçalves refere que o procedimento passa “pelo centro logístico da Renault. Encomendamos as peças à fábrica e elas che-

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INTERVIR EM ELÉTRICOS É CADA VEZ MAIS SIMPLES João Carvalho, responsável pela Secção de Oficina da Renault Loures, explica que um dos principais desafios na reparação dos elétricos “é ser sempre uma incógnita. O processo vem quase totalmente preparado, mas quando se abre a bateria pode ser algo diferente”. Até porque, se o problema não estiver localizado na bateria (Nuno Fernandes recorda que por vezes, quando surge na máquina de diagnóstico a indicação de falha na bateria, o problema pode ter outras origens), a reparação será diferente. E já pode ser feito na área comum de mecânica, em vez do espaço isolado para reparação das baterias. Com as viaturas que são enviadas para o Centro de Baterias Renault Portugal a apresentarem uma idade média de cinco anos (ainda dentro da garantia de oito anos concedida pela marca), o responsável pela oficina da Renault em Loures explica que o tempo de reparação “é sempre caso-a-caso, há casos em que se for preciso começa de manhã e ao final do dia está pronta a bateria. Temos é um timing, que é o transporte do carro vir e depois a disponibilidade do espaço. Depende do volume de trabalho e se há peças logo disponíveis para a substituição, por vezes é algo mais complexo e precisamos de outras peças para substituir, e por vezes podem não estar os componentes logo disponíveis. Em média, uma semana com tudo a correr bem entre desmontagem, reparação e montagem, o processo fica concluído”, estando o veículo novamente de volta à concessão de origem e pronto para entregar ao seu proprietário.

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EVOLUTION

APOSTA NA CONVERSÃO PARA VEÍCULOS ELÉTRICOS Transformar veículos de combustão em elétricos é uma das oportunidades para as oficinas especializadas na reparação de veículos elétricos, como a EVolution, que já converteu um UMM, um Lincoln de 1922 e até limousines Texto Nuno Fatela

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manutenção e reparação de veículos elétricos tem cada vez maior procura, o que representa uma oportunidade de negócio para as oficinas. Mas para quem tenha ainda maior expertise nestas novas motorizações, outra oportunidade de negócio é a conversão de automóveis com motores de combustão para veículos elétricos. Esta é uma das apostas da EVolution, que em 2017 surgiu como o primeiro centro em Portugal especializado de reparação e baterias de veículos elétricos. Carlos Jesus, Diretor-Geral da EVolution, recorda que desde que experimentou um veículo elétrico “tive a certeza absoluta de que eles eram o futuro”. E se isto é cada vez mais uma realidade nos carros novos, o mesmo acontece com “aqueles carros que temos e passado alguns anos são uma fonte de problemas, mas em que há interesse em mantê-los utilizáveis sem perderem a sua originalidade”. Por ano são convertidas cerca de 40 viaturas na EVolution, que, no momento da entrevista, está a terminar os trabalhos num UMM. Este jipe mostra-nos um dos motivos válidos para transformar um veículo para elétrico, porque “não tem grande valor colecionável, mas tem um valor sentimental para muitos. E convertendo para elétrico

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o cliente pode continuar a usar o carro, quando a mim de uma forma muito melhor”, afirma Carlos Jesus. Outro projeto em preparação é o do Buick de 1922, que será “o carro mais antigo a ser convertido no mundo”. Mas há outros bons exemplos da perícia deste centro especializado, como “a conversão de uma limousine Lincoln para híbrido Plug-In. O projeto está em curso, acredito que dentro de dois meses estará concluído e é uma conversão muito interessante”. TRÊS SOLUÇÕES PARA OS CLIENTES Carlos Jesus explica que as conversões de veículos se dividem entre três tipos, começando por distinguir “conversões à medida, em que a originalidade não é grande preocupação e fazemos uma conversão à medida do cliente, respeitando todas as normas técnicas”. Um bom exemplo disso é o britânico Reliant Scimitar, o primeiro automóvel em que a empresa eliminou o motor de combustão. Surgem depois os clássicos, em que uma das premissas é manter a originalidade. Por exemplo, não é adicionado qualquer display digital. “Tentamos dar utilização aos manómetros”, explica o Diretor-Geral da EVolution. Esta foi também a opção da oficina no projeto do UMM, em que a conversão permitiu colocar os dados da autono44

O Buick de 1922 é o projeto atual da EVolution, que na conversão do UMM conseguiu atingir as seguintes especificações: Motor: 90 kW e 250 Nm Bateria: 40 kWh Carregador: 6,6 kW Vel. Max.: 140 km/h Autonomia: 200km


HOMOLOGAÇÃO TEM REGRAS IGUAIS PARA TODA A EUROPA Uma das principais questões na conversão de automóveis prende-se com a homologação dos mesmos para a condução em estradas públicas. Carlos Jesus considera que esta “é uma questão importante, porque toda a gente diz que em Portugal não se consegue homologar, isto e aquilo… As regras da homologação são iguais em toda a União Europeia, o projeto que tem de dar entrada em Portugal é exatamente igual ao que tem de dar entrada na Alemanha ou qualquer outro país”. O Diretor-Geral da EVolution considera, no entanto, que “em Portugal é muito demorado ter uma homologação, não por vontade dos técnicos mas porque o conjunto de fatores é muito mais demorado”. E afirma que “é necessário, acima de tudo, cumprir com as regras técnicas todas que estão definidas e que não são poucas. São 65 páginas, as mesmas que para um automóvel novo”. Instado a explicar algumas dessas obrigações, Carlos Jesus dá exemplos como “o carregamento das fichas e coisas tão básicas, como passagem dos cabos, a identificação, a cor... não se pode depois querer fazer uma homologação se não cumprimos com todas as regras”. E EVolution faz, por isso, questão de “cumprir com todas as regras de A a Z, tanto as regras elétricas como mecânicas, dinâmicas. O que entregamos no IMT é um projeto completo”. Mas o seu responsável reconhece, no entanto, que “infelizmente demora algum tempo até que o IMT consiga emitir uma homologação”. De referir ainda que cada automóvel convertido pela EVolution tem garantia de cinco anos para a bateria e mais dois anos para os restantes componentes.

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mia da bateria no manómetro do combustível, numa opção, sem dúvida, revestida de grande simbolismo. Surge depois “uma terceira área, que é a da competição”. Como foi feito num Audi TT que, a par do Buick antigo, é o carro que mais prazer deu converter a Carlos Jesus. Mas a escolha divide opiniões, e a equipa formada por Orlando Branco, Henrique Paquete e Jorge Lúcio, que trabalhava no icónico jipe durante a entrevista, “se calhar diz o UMM”. E há muitas opções para escolher, porque o portefólio de conversões da EVolution não se limita dos automóveis, tendo feito Tuk-Tuks, autocarros e até “dois barcos. Agora temos mais dois, e um deles é um speedboat”. PROCESSO 100% PERSONALIZADO Entre os trabalhos de conversão, Carlos Jesus afirma que “é mais complexo um híbrido, porque temos de gerir dois motores. O de tração elétrica e o de combustão, que vai funcionar como gerador”. Algo que coloca vários desafios, como “perceber a capacidade da bateria e qual a potência que preciso no motor, qual a tensão com que vou tra-

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Jorge Lúcio trabalha no UMM sob o olhar de Henrique Paquete, que faz na EVolution o estágio do CTesP em Veículos Elétricos do Politécnico de Setúbal

Os equipamentos de proteção são fulcrais para os trabalhos em alta tensão durante as conversões

balhar e a rotação que preciso do motor de combustão para, com o gerador, ser capaz de gerar carga para as baterias e andar”. Por esse motivo, antes de apostar nos híbridos, “primeiro solidificámos conhecimento dos elétricos”. O procedimento para converter a motorização começa com a demonstração de interesse do cliente, o que permite à EVolution perceber “qual a autonomia, potência do motor, binário e outros requisitos técnicos pretendidos”. Segue-se depois a análise ao espaço, peso e outras características do automóvel, num processo “completamente personalizado, só assim é que faz sentido”. A empresa recusa-se a usar kits, considerando que “não é esse o caminho, porque pode ser mais barato mas vai custar sempre muito dinheiro. Já que o cliente vai investir, tem de ser exatamente como ele quiser”. Exatamente como ele quiser, mas sempre “garantindo que o carro, no final, cumpre as regras de segurança e pode ser homologado”. A importância do estudo personalizado, em que “existe um projeto elétrico e outro mecânico” tem impacto no trabalho posterior. Carlos Jesus específica “o projeto do motor, calculado para as forças e binário que os motores debi-

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tam. Estamos a falar de motores elétricos que podem facilmente ter 15.000 ou 20.000 rotações, nenhum motor de combustão está preparado para isso. E consequentemente, nenhum apoio de motor está preparado para isso. Nós fazemos isso, e depois a acoplagem do motor à caixa, e daí começa o processo de assemblagem”. TEMPO DA CONVERSÃO DEPENDE DE CADA PROJETO A conversão do UMM surgiu num período complicado, porque devido à pandemia as entregas estiveram suspensas e forçaram a “sete ou oito meses a aguardar o motor”. Excluindo esse período, todo o processo “foram quatro a cinco meses. Foi um projeto que tivemos de desenvolver de raiz”. Mas caso esta oficina já tenha trabalhado na conversão de um modelo igual ao que um novo cliente pretenda, o tempo é menor. O Diretor-Geral deste espaço explica que “vamos ter agora um outro UMM e esse carro diria que deve demorar um mês, no máximo. Porque já temos o projeto”. Os motores usados nas conversões vêm, principalmente, de automóveis que sofreram colisões. “Um carro que bate e vai para a sucata, se tem um mo46

tor que está em excelente estado não faz sentido não aproveitar, ainda para mais num motor que vai durar a vida toda”. E afirma que com esta solução “o cliente fica mais bem servido, porque se um dia mais tarde tiver um problema elétrico já fora da garantia é mais simples encontrar um motor desse carro, porque é de um modelo mais comum”. Como a EVolution está apta a trabalhar com diversos propulsores, a escolha do melhor motor para cada conversão depende, na fase de análise, “de vários fatores, como espaço ou binário” das opções disponíveis. Já os componentes da motorização de combustão que são retirados podem ter dois destinos. Nos clássicos a oficina reúne os componentes para entregar e “podemos mandar fazer um expositor para o cliente os guardar”, enquanto nos restantes casos “os clientes levam os motores e decidem o que querem fazer com eles. Diria que na maior parte dos casos vão vendê-los”. UMM FOI UM PROJETO COMPLEXO O Diretor-Geral da EVolution não tem dúvidas que “em termos tecnológicos o UMM teve alguma complexidade, porque mantivemos tração integral. E tem três blocos de baterias interligadas,


EVOLUTION PRETENDE CRIAR UM ECO BUSINESS CENTER

para conseguir ter a distribuição do peso pelo chassis, diria mesmo que foi o mais complexo”. O resultado final foi, mantendo totalmente inalterado o aspeto original, um aumento de peso somente de 50kg, enquanto a potência jipe nacional subiu para 90kW. Agora a empresa foca-se em outro projeto igualmente ambicioso, preparando a conversão para elétrico de um Buick clássico. Carlos Jesus explica que “este carro de 1922 é o mais antigo a ser convertido no mundo”, e por isso exige cuidados especiais para manter totalmente inalterado o seu apelo intemporal. Como nestas conversões um dos objetivos e não mexer no habitáculo, ao contrário do que acontece na generalidade dos modelos convertidos pela EVolution, “não vamos colocar displays, o que fazemos é converter de digital para analógico para conseguir por os ponteiros a funcionar e dar a indicação de que precisamos”. Outra especificidade da conversão de automóveis mais antigos é que, pela sua importância histórica, “após fazer a conversão, a qualquer momento o cliente pode decidir voltar para trás e consegue, desde que tenha as peças todas, reverter a conversão. Ele pode, mas acho que não vai querer”.

A oficina especializada em elétricos prepara uma nova casa e o seu responsável explica que “vamos abrir as maiores instalações do país dedicadas à reparação, com uma área de desenvolvimento de produto”. E confidencia ainda que “as novas instalações farão parte de um conceito diferente, o objetivo é criar um Eco Business Center. Vamos ter o produto e a aplicação. Vamos ter painéis solares com armazenamento em baterias aproveitadas de automóveis, terá um hub de carregamento rápido e super-rápido”. Para este projeto também foi importante a crescente procura por elétricos no mercado. Carlos Jesus considera que, como o próprio nome da empresa indica, “a evolução tem sido boa”. E explica que a empresa está “focada naquilo que as oficinas da marca não podem fazer, porque seguem procedimentos internacionais, definidos para todas as oficinas, de substituição - se tem uma avaria, substitui por um novo, esteja ou não na garantia”. Por sua vez, a EVolution “repara, vai à fonte do problema e resolve-o. Muitas vezes com valores que são basicamente o do trabalho”. O que representa uma imensa vantagem para o cliente, que quase sempre acaba por pagar menos “70% a 80% do que pagaria na marca”. Outra aposta da EVolution está na rede de franchisados, a quem o objetivo é transmitir a experiência e conhecimento acumulados. Para isso é garantido “o acompanhamento todo, desde o projeto do espaço à ajuda na preparação da oficina. Damos uma indicação das ferramentas que são precisas e o franchisado procura-as nos seus fornecedores. Não pretendemos vender ferramentas, nós vendemos o conhecimento”. Conhecimento também passado na “formação a mais de 300 oficinas. E já demos formação a empresas de reboques, a bombeiros, à Polícia Judiciária… Formação orientada e, se for pedida, formação específica”.

Carlos Jesus considera que, pela complexidade relacionada com o peso e a manutenção da tração integral, o UMM foi o projeto mais complexo de conversão até ao momento

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DOSSIÊ

AS REDES OFICINAIS NA ERA COVID-19

APOSTAR NA COMUNICAÇÃO, FORMAÇÃO E DIGITALIZAÇÃO A pandemia veio trazer uma nova realidade ao Mundo e para as redes oficinais trouxe também alterações no seu funcionamento, onde se destacam as novas formas de comunicação com o cliente e mercado. Veio ainda acelerar o processo de digitalização das empresas e trazer novas ferramentas de trabalho, como a formação online Texto David Espanca

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ais de um ano depois de ter sido decretado o Estado de Emergência, em virtude da pandemia do Covid-19, as empresas continuam obrigadas a adaptar-se a novas realidades. E, apesar de terem sido consideradas atividades essenciais, as redes oficinais também se viram forçadas a mudar a sua atuação neste cenário tão distinto. A Turbo Oficina falou com cinco das principais redes de oficinas em Portugal e ficou a saber como elas se adaptaram ao "novo normal" e como agora, que se espera um progressivo regresso ao verdadeiro normal, elas olham para o futuro.

A Vulco considera que as oficinas e os clientes conseguiram "adaptar-se da melhor forma possível à realidade que a pandemia nos impôs"

ADAPTAR -SE À NOVA REALIDADE No caso da Bosch Car Service, as alterações decorrentes da pandemia centraram-se sobretudo nas campanhas de comunicação, "que implementámos em fases diferentes, nomeadamente, no pré-confinamento, durante o confinamento e no pós-confinamento, com mensagens adaptadas a cada uma das situações e também de forma a nos adaptarmos às necessidades de cada cliente em cada momento específico", explica Eva Moreno, Channel Marketing Manager da empresa. Solange Ochoa, Diretora da Rede de Oficinas do Grupo CGA, considera que a maior mudança foi na mentalidade porque "a importância de desfrutar de uma boa saúde foi colocada acima de tudo", o que levou a marca a colocar "a segurança das nossas oficinas e do nosso pessoal em primeiro lugar". Com esse objetivo em mente, foram adaptados serviços como "a formação nas modalidades virtuais, para que as oficinas não percam a oportunidade de continuar a alargar conhecimentos nas diferentes áreas técnicas e comerciais", lembra a responsável da rede CGA. Uma outra novidade foi a incorporação de "uma nova figura de coordenador de rede. Já são três, entre Espanha e Portugal, para implementar o contacto direto entre as oficinas e a sede". E a CGA, refere a Diretora da Rede de Oficinas do grupo, está convencida de que "esta medida será muito bem recebida pelos clientes, pois reflete a nossa preocupação em continuar a avançar na direção certa".

na Roady, destacam-se os "serviços ajustados à nova realidade, como a higienização de condutas e a pré-inspeção, com a verificação de alguns sistemas de segurança, para que, quando os portugueses regressassem às suas rotinas, pudesse ser feito um 'check-up' generalizado aos veículos". Este ano, essa oferta foi reforçada com a deslocação ao centro de inspeção incluída, para oferecer um serviço mais completo, simplificando o dia-a-dia dos clientes, minimizando as suas deslocações e evitando ainda o contacto e o tempo de espera desnecessários. O 'novo normal' tem sido bem aceite pelos clientes, "havendo espaço para propostas de novos serviços adaptados às necessidades de cada um", analisa a responsável. E mesmo em pandemia, a Roady ganhou novos importantes clientes/parceiros como a Finlog e gestão das frotas da AFFIDEA. Já Margarita Acuñas, diretora de Retail da Goodyear Iberia, que detém as oficinas Vulco, explica que, enquanto Grupo, "propusemos uma série de recomendações à rede "que incluíam propostas específicas, tais como a implementação e promoção do pagamento com cartão, uma medida que já está em curso na maior parte da rede". Além disso, continua, "muitas das nossas oficinas aproveitaram a situação para implementar um sistema de marcação obrigatória, algo a que muitos clientes não estavam habituados, mas que as circunstâncias tornaram necessário". Tanto os clientes como as oficinas "adaptaram-se da melhor forma possível à realidade que a pandemia nos impôs", remata a responsável. O Diretor de Franquia da EuroMaster, Vitor Soares, afirma mesmo que a empresa “foi uma das muitas organizações que teve que se reinventar e ir ao encontro das necessidades dos seus clientes”. E enumera algumas das novas propostas com valor acrescentado para o cliente que foram introduzidas, como o Master Recolha & Entrega, que define como um “serviço bastante simples e facilitador, pois o veículo é recolhido na morada indicada pelo cliente, os serviços são realizados e o veículo devolvido ao cliente devidamente higienizado”, com

OFERECER NOVOS SERVIÇOS Já a Roady, pela voz da sua administradora em Portugal, Estelle Pereira, recorda em primeiro lugar "o ajuste de procedimentos nos nossos centros para garantir o cumprimento de todas as condições de segurança". Assim, foi dada uma maior prioridade às marcações, para minimizar o tempo e número de clientes nas salas de espera. Para manter relações de confiança com os clientes foi igualmente importante ter ofertas adaptadas aos vários cenários que já se verificaram desde março de 2020.Entre as mudanças registadas 49

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DOSSIÊ vantagens como a maior comodidade e menores perdas de tempo para os clientes. Outra opção que ganhou relevo foi a higienização por ozono, que surgiu precisamente como resposta às preocupações de segurança sanitária dos clientes durante a pandemia. Na Bosch as campanhas centraram-se na troca ou revisão da bateria nos casos em que o veículo esteve muito tempo parado; revisão com ozono (higienização da viatura) após a realização de manutenção; avaliações PRE_ITV (nos veículos parados muito tempo); oferta e promoção do serviço de recolha e entrega da viatura em local escolhido pelo cliente, para que não necessitasse de se deslocar à oficina; e a troca de bateria no local (nos casos em que o veículo não funciona por ter estado muito tempo parado). Esta rede promoveu ainda a solicitação de agendamento prévio por parte do utilizador à oficina, através da plataforma de pedidos de agendamento e orçamento MyBoschCarService, passando a ministrar cursos de formação técnica e empresarial direcionados para a rede de oficinas em formato digital (online).

Na Bosch uma das soluções usadas durante a pandemia foi a formação técnica online

A Roady apostou no reforço da comunicação digital e lançou 12 campanhas exclusivamente nos meios online

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COMUNICAR, COMUNICAR, COMUNICAR... Se a comunicação já era uma importante ferramenta de trabalho para as redes oficinais, a situação pandémica potenciou a necessidade de estar em contacto, direta ou indiretamente, com os clientes. E foi isso mesmo que fizeram estas entidades, através de campanhas de marketing, desenvolvimento das redes sociais, criação de novas funcionalidades online e uma grande aposta na era da digitalização. Vitor Soares coloca ênfase no peso que as novas formas de comunicação ganharam na EuroMaster, afirmando que “a digitalização como nova forma de comunicação das oficinas é um fator chave para a sua sobrevivência”, anunciando que “estamos já a trabalhar em soluções que nos permitem fazer um seguimento mais próximo do nosso cliente e do seu veículo. É importante conseguir construir relações de confiança e fidelizar os clientes através da proximidade”. E enfatiza que “também as redes sociais se tornaram durante a pandemia um canal de comunicação ainda mais importante”, permi-



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tindo em conjunto com o agendamento online “estar próximos do cliente, à distância de um clique”. Para Solange Ochoa é evidente que esta questão se tornou mais relevante do que nunca, e a CGA desenvolveu para a oficina "uma importante ferramenta de comunicação, tanto para melhorar a interação com a sede através de um painel de usuário, onde os serviços oferecidos pela rede são geridos, novidades técnicas, formação, etc., como para implementar a comunicação com os clientes, uma vez que, no novo site, estes podem pedir marcações diretamente com a oficina em que estão interessados, abrindo um canal de comunicação que ainda não tinha sido explorado". Outra novidade na forja é "o lançamento da app móvel da Rede de Oficinas CGA, que irá contribuir para a implementação, nos sentidos acima referidos, da comunicação com as oficinas", adianta a diretora da rede. A adaptação à esta realidade trouxe também novas formas de comunicação na Roady e, já este ano, "duplicámos as nossas campanhas promocionais, com 12 versões exclusivamente divulgadas online", clarifica Estelle Pereira. E refere que a rede "está a reforçar toda a nossa comunicação

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O DESAFIO DA CONECTIVIDADE Um novo desafio para as oficinas começa a tomar forma, alerta Eva Moreno, Chanel Marketing Manager da Bosch Car Service. “Não podemos esquecer que o futuro do automóvel será também conectado, com os carros ligados ao seu condutor, mas também a outros automóveis, infraestruturas e com as oficinas. E isto traduz-se em novas oportunidades". Esta responsável da rede oficinal do gigante empresarial germânico antevê que nos próximos anos “a quantidade de dados gerada por um veículo vai aumentar exponencialmente, e a conexão permitirá que o diagnóstico do automóvel tenha início antes mesmo deste passar pela oficina”. Tudo isto dará lugar, segundo a responsável, "a novos serviços que as oficinas vão poder prestar, como por exemplo uma manutenção preventiva". Para tirar partido desta oportunidade, no futuro a oficina "deve fortalecer-se como prestadora de serviços, colocar o foco no cliente e não tanto na reparação. Mas, para conhecer melhor os seus clientes e tomar decisões mais ágeis, é fundamental apostar nas ferramentas de gestão de dados, que permitem às oficinas o contacto direto com os seus clientes". É necessário recordar igualmente que esta oportunidade surge também como um desafio, porque automóvel conectado será mais complexo tecnicamente. Por isso, Eva Moreno adianta que "precisamos de ferramentas que proporcionem o acesso ao conhecimento e à experiência de milhares de técnicos e oficinas, ou necessitamos de conectar os equipamentos das nossas oficinas para melhorar a eficiência dos seus processos".

no digital, especialmente nas redes sociais, com uma tendência de crescimento da nossa comunidade online muito positiva". Ao nível da televisão, a aposta foi para um filme “que pretendeu mostrar de forma divertida que a Roady está presente na vida dos seus atuais ou futuros clientes, com propostas ajustadas e transparentes". Por outro lado, também os clientes estão cada vez mais informados e exigentes, procurando obter muito mais informação antes de tomar uma decisão. No que à Vulco diz respeito, "ao nível das ferramentas e formas de comunicação para os clientes, a nossa estratégia tem sido reforçar a presença e atividade em todos os canais com que já trabalhamos: site e redes sociais", refere Margarita Acuñas. A diretora de Retail explica também que "as oficinas estão atentas a essas novas necessidades e adaptam-se às circunstâncias, procurando estar nos canais que as aproximam do cliente, como, por exemplo, o WhatsApp". Na Bosch Car Service, a comunicação já era uma área bastante explorada, mas perante este contexto "assumiu ainda uma maior importância, o que nos fez apostar em determinadas ações", afirma a 53

Marketing Manager da rede. E Eva Moreno exemplifica com a "implementação das nossas ferramentas de comunicação interna com a rede (app Bosch Talks); desenvolvimento e implementação da app do pedido de agendamento prévio e consulta de orçamento (plataforma MyBoschCarService); gestão da digitalização das nossas oficinas, nomeadamente, das fichas de negócios na Internet (Google myBusiness, Facebook, Yahoo...); contratação de ferramentas que controlam e gerem as avaliações dos nosso clientes na internet ( reviews); e implementação do Programa de Gestão de Oficina próprio para garantir a comunicação interconectada entre os diversos intervenientes do mercado (distribuidor-Bosch-oficina)". OPORTUNIDADE PARA A FORMAÇÃO Na pandemia a formação dos profissionais ganhou maior relevo, sobretudo através de ações online, com uma constante adaptação às necessidades dos clientes. Em tempos de confinamento, lembra Estelle Pereira, "além da nossa formação ter sido ajustada para versões online, de e-learning, reforçámos também a nossa aposta no grande

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DOSSIÊ projeto da insígnia, uma proposta de serviço multimarca, em constante desenvolvimento com os parceiros e as marcas de origem, para obtermos uma formação, nível de informação e equipamentos que permitam prestar o melhor serviço às novas viaturas dos nossos clientes, mais evoluídas tecnologicamente". Para a Roady o foco principal é o cliente, e por isso afirma trabalhar diariamente no sentido de melhorar a sua experiência em loja. Dando ênfase a este relacionamento nas suas ações de formação, esta rede frisa que "estamos constantemente a apostar em formações de atendimento e na evolução do nosso conceito de loja, para que a experiência física nos pontos de venda seja cada vez melhor". Existiram também algumas mudanças na forma de passar os conhecimentos às equipas da CGA, assinala Solange Ochoa. "A primeira mudança que ocorreu na formação foi a irrupção da vertente virtual, mantendo sempre a qualidade das formações presenciais mas facilitando aos profissionais a atualização das novidades técnicas de uma forma segura". E as principais ilações que se podem tirar é que "esta fórmula veio para ficar, pois ela é complementar à formação presencial, atingindo áreas onde antes era muito difícil oferecer cursos presenciais", explica a responsável da CGA. A formação ao nível da gestão da oficina foi também priorizada, acrescentando que se trata de "uma ferramenta fundamental para que as oficinas compreendam a necessidade de prestar atenção às suas empresas e trabalhar para tirar o máximo partido das suas oficinas". E adverte que "a formação comercial é frequentemente esque-

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A CGA Car Service procura oferecer às suas oficinas "valor nos eixos fundamentais de formação, informação e comunicação"

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“O CAMINHO É A DIGITALIZAÇÃO E A CONETIVIDADE” Raquel Marinho lidera a Comissão de Serviços de Mobilidade da DPAI-ACAP, que dá voz a quase 700 oficinas integradas em 12 redes oficinais, embora recorde que “representa as oficinas independentes, quer façam parte Raquel Marinhode uma rede oficinal ou não”. Mas Comissão Especializada de Serviços de Mobilidade da reconhece que “as redes têm uma DPAI-ACAP forte expressão pois, estando agrupadas por organizações que as representam, mais facilmente se mobilizam e chegam à Comissão”. Considerando que em Março de 2021 “criou-se um ambiente de tensão à nossa volta que superava qualquer bom thriller de ficção” , afirma que na DPAI “trabalhámos arduamente”. O motivo é claro, pois “era preciso manter as oficinas em funcionamento. As oficinas prestam um serviço essencial para assegurar a mobilidade da sociedade”, sendo fulcral que mantivessem as portas abertas. E assinala a“enorme dedicação da Comissão. Antes do primeiro Estado de Emergência já nos tínhamos antecipado", com um documento posteriormente englobado no Protocolo Sanitário do Sector Automóvel. Mais tarde surgiu ainda o Selo Estabelecimento Seguro, adotado também pela ACAP e ANECRA. Relativamente ao impacto da Covid-19, confirma que “houve oficinas que já se encontravam numa posição de fragilidade e a pandemia veio provocar a cessação da atividade”. Mas Raquel Marinho considera que, na maioria dos casos, “após a fase inicial de choque as oficinas entraram em recuperação”, embora com ritmos de evolução distintos. Já sobre os efeitos na rentabilidade das empresas, considera que “sofreram menos aquelas onde há uma proximidade com o cliente e

cida e, quando surgem crises de qualquer tipo, é imprescindível que as oficinas mantenham as suas empresas saudáveis". A Bosch Car Service não foge à regra, e também apostou na formação online: "Adaptámo-nos ao mercado e à situação que estávamos a viver, e às necessidades dos nossos clientes. As áreas com maior procura estão relacionadas com os veículos elétricos, híbridos ou sistemas ADAS para o automóvel, no que diz respeito a formação técnica". Eva Moreno complementa que "na formação empresarial, também as áreas digitais registaram uma elevada procura, nomeadamente a gestão RRSS da oficina, gestão da app de pedido de agendamento e gestão da presença online, e os cursos relativos ao RGPD (proteção de dados)". Também a Vulco assinala como a distância física causada pela pandemia deu um impulso à formação online. E considera que "se há algo a que devemos agradecer na pandemia é que mudou a nossa predisposição para a formação online.

um maior nível de fidelização". E ressalva que a tecnologia permite hoje “estar em contacto e manter uma relação de proximidade com o cliente prescindindo da sua presença física”. Mas nos momentos de contacto direto continua a ser “fundamental que todas as oficinas respeitem o protocolo sanitário”, para que seja passada “uma mensagem positiva e de responsabilidade do nosso sector”. E reforça que o cumprimento das medidas do protocolo “é uma realidade muito séria que cabe a todas as oficinas”. PROMOVETR RELAÇÕES DE PROXIMIDADE Raquel Marinho refere que um dos principais desafios para as oficinas será manter o contacto próximo aos clientes, tanto nas formas tradicionais como “através de meios eletrónicos que proporcionam uma enorme comodidade”. E para isso devem "tirar o melhor partido das tecnologias à sua disposição”. A responsável pela Comissão de Serviços de Mobilidade enfatiza a importância desta questão e avisa que “há muitas oficinas que ainda estão em negação e não sabem, por exemplo, qual a sua reputação online”. Mas hoje, mesmo para os incógnitos digitais, “verem o seu nome na web não é uma escolha que dependa de si”, devendo por isso “estar presente de forma ativa e monitorizar o que se passa a seu respeito” no mundo online. Em conclusão, Raquel Marinho prevê que “as oficinas que melhor e mais rápido se digitalizarem terão mais chances de sucesso. Com ou sem pandemia, o caminho é o da digitalização e da conetividade”. E as oficinas devem reconhecer que o online “é um enorme desafio e, ao mesmo tempo, uma enorme oportunidade para quem se adaptar e tirar partido disso, fazendo das tecnologias fortes aliados do negócio. Não existe futuro fora desta realidade”.

Também aproveitámos esta tendência", adianta Margarita Acuñas. E assinala ainda que para uma rede de oficinas que está presente num espaço territorial tão vasto, " poder oferecer a melhor formação a todas as nossas oficinas, sem termos de nos deslocar, é uma verdadeira satisfação". Já este ano a Goodyear Iberia lançou a plataforma de formação E-Vulco, onde as oficinas podem aceder a cursos e formações online com especialistas. Segundo a responsável entrevistada, "a plataforma está a ter uma grande receção, visto que são temas atuais, como, por exemplo, os regulamentos da nova etiquetagem europeia de pneus". PREPARAR O FUTURO A pandemia trouxe uma nova visão à atividade das redes oficinais mas as tendências não mudaram, e o futuro do automóvel passa pela eletrificação. Embora os Diesel e gasolina ainda estejam para durar, cada vez mais oficinas se preparam para receber nos seus espaços veículos elétricos. 55

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DOSSIÊ Vitor Soares explica que “as novas tecnologias estão a ‘empurrar’ muitas oficinas” para as redes, e recorda ainda que elas “têm crescido rapidamente nos últimos anos e as perspectivas são de reforço do seu peso no panorama geral das oficinas” Preparando o futuro, o Diretor de Franquia da EuroMaster explica ainda que “tendo em conta a importância e as suas necessidades atuais na manutenção, terminamos esta semana uma formação de Híbridos e Elétricos Inicial, que abordou as diferentes tecnologias destes veículos” Considerando que os conhecimentos são essenciais para “os formandos ficaram capazes de operar em segurança nestes veículos”, explica que “assistimos a muitos desafios da evolução automóvel, como híbridos, elétricos e carros inteligentes, o que incentiva em muito a formação nessa área”. A responsável da CGA Solange Ochoa defende que as redes de oficinas são uma garantia para a sobrevivência destas empresas, "uma vez que fornecemos valor nos eixos fundamentais de formação, informação e comunicação", elementos fundamentais em matérias de novos desenvolvimentos no mercado automóvel e “para implementar a sua presença global graças à notoriedade proporcionada por uma imagem comum". E adiciona que atualmente "os planos de formação do Grupo CGA

EXPANSÃO É OBJETIVO PARA O FUTURO Aumentar o número de oficinas é o objetivo das redes oficinais, e podem-se, esperar novidades ao longo dos próximos meses...

do mês de junho, o novo centro-auto Roady em Sines". A rede está otimista quanto ao futuro e acredita que vai conseguir recuperar a performance dos centros-auto, "oferecendo um serviço seguro a todos os nossos clientes".

BOSCH CAR SERVICE SPAIN & PORTUGAL • A comemorar o seu 100º aniversário, a Bosch tem mais de 600 oficinas em Espanha e supera as 140 em Portugal. E revela que continua empenhada na expansão da rede, com prtensões de aumentar o número de oficinas aderentes à Bosch Car Service.

VULCO • Com 300 oficinas Vulco na Península Ibérica, 40 delas em Portugal, há perspetiva de que nos próximos meses de Verão "o automóvel seja o veículo de eleição, pelo que se espera um recomeço da atividade, que permita voltar a fechar o ano com bons resultados", adianta Margarita Acuñas. O facto dos veículos pesados terem estado em atividade torna a situação distinta, o que "permitiu um aumento do volume de negócios" nesta área em 2020.

GRUPO CGA • Antes da pandemia, a rede em Portugal tinha 61 oficinas Auto Delta e Davasa. E mesmo neste período difícil, a número subiu para 82 oficinas (76 com a imagem da CGA Car Service e 6 da Multioficina. O objetivo é "atingir 115 oficinas emblemáticas até ao final do ano. E será lançado um novo projeto no âmbito da rede de oficinas CGA que ajudará a fidelizar os melhores clientes dos nossos parceiros".

EUROMASTER • Em 2020 "a rede Euromaster conseguiu crescer e hoje contamos com mais de 80 centros de serviço". Mas Joaquim Vitor-Soares alerta que esta rede quer ir mais longe e "o objetivo de 2021 é chegar a locais onde ainda não temos presença, nomeadamente no interior do país, para termos uma cobertura nacional não só no litoral mas também na zona interior".

ROADY PORTUGAL • A Roady contabiliza 33 centros-auto em Portugal, "onde os preços baixos, a rapidez, a conveniência e qualidade são privilegiadas", refere Estelle Pereira. Está previsto, ainda este ano, a abertura de dois novos centros, um deles " já para o final

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incluem tópicos relacionados com os veículos de motores alternativos. No entanto, estamos também a trabalhar para desenvolver um plano muito mais avançado em novas tecnologias". E ao nível das infraestruturas serão necessários pontos de carregamento para estes veículos, "pelo que é nossa obrigação, como sede, informar, formar e facilitar o acesso das oficinas a estes produtos para que tenham as suas instalações prontas". Para Estelle Pereira, o futuro das redes dos centros-auto do Roady passa por vários eixos de desenvolvimento, apostando no "aumento da rentabilidade; na eficiência dos nossos técnicos e de todos os serviços disponíveis; no ecommerce/ marketplace; na evolução do conceito de loja; dar continuidade ao desenvolvimento dos nossos serviços; e ter presente a importância de que cada vez mais marcamos presença no meio digital, estando mais acessíveis ao cliente e disponibilizando nessas mesmas plataformas os mais diversos serviços, ofertas e vantagens, como o cartão de fidelidade, entre outros". Atualmente, o automóvel elétrico é aquele que gera menos negócios nas oficinas, pelo que, segundo Eva Moreno, da Bosch Car Service, o mais importante é o desenvolvimento que vai ocorrer no veículo híbrido, que mantém um motor de com-

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bustão. E considera também que "devemos estar preparados para esse futuro, e a resposta passa pela formação. Nos últimos meses formámos mais de 300 oficinas em Espanha e mais de 100 em Portugal nestas tecnologias". Na opinião de Margarita Acuñas, "a tendência para o futuro das oficinas é a digitalização e todas as novidades que chegarem terão origem aí, como aplicativos móveis, faturas eletrónicas, entre outras". E a Vulco também está atenta às tendências no setor automóvel, pelo que tem nas suas oficinas "ações de formação para responder à procura específica de carros elétricos e híbridos". Para as oficinas o futuro é já, e as redes garantem o suporte perfeito para quem pretende apostar na formação das equipas, na implementação de novas soluções digitais e em novas abordagens aos clientes para alcançar o sucesso. Para atingir estas premissas as redes oficinais mostram também ter de momento estratégias bem delineadas e posicionam-se para tirar partido da retoma económica, mas mantendo sempre como foco primordial a satisfação do cliente. Com vista a esse objetivo, todas demonstram fazer um trabalho constante no sentido de melhorar os seus processos e capacidades técnicas, para dotar as suas redes com serviços de excelência.

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ESPECIALISTA

PHILIPPE COLPRON, RESPONSÁVEL DIVISÃO AFTERMARKET ZF

TEMOS ORGULHO NAS FORTES MARCAS QUE TEMOS Philippe Colpron, novo responsável pela divisão de aftermarket da ZF foi protagonista do evento “Next Generation Aftermarket”, onde revelou aos jornalistas portugueses a visão do gigante do após-venda para o futuro Texto Nuno Fatela

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ecorreu a 26 de maio o evento inicial das “Conversas sobre o Aftermarket” da ZF, que permitiu um primeiro contacto, por videoconferência, com o homem que lidera a divisão de aftermarket da empresa, Philippe Colpron. No cargo desde janeiro de 2021, este executivo expôs os principais desafios que o após-venda enfrentará nos próximos anos, assinalando o impacto da evolução tecnológica e potencial disruptivo das motorizações alternativas, conetividade, condução autónoma e digitalização. Ficou também claro que a ZF está preparada para acompanhar as mudanças que vão afetar OES, distribuidores, operadores, oficinas e frotas, num futuro onde o e-commerce ganha expressão. A empresa germânica considera, por isso, obrigatório atuar em diversas áreas, e enumera fatores essenciais para o sucesso no futuro como o foco nos clientes, proximidade e garantia de apoio técnico, uma logística de topo, soluções holísticas num conceito ‘one-stop shop’ que ofereça todos os produtos e acompanhe a evolução tecnológica e digitalização, abertura a novas parcerias e, por fim, simplificação dos processo. E Philippe Colpron revelou nas ZF pretende apoiar o aftermarket nesta transição. Como descreve o cenário atual do aftermarket hoje? Estamos a meio de uma enorme transformação, e o aftermarket global está a mudar em diversas frentes. O CASE (conectados, autónomos, partilhados e elétricos) vai transformar a próxima geração da mobilidade, e basta ver o número de elétricos registados globalmente a casa dia para se perceber que está a acontecer já hoje. Quando olhamos com maior foco para o cenário do aftermarket, vemos complexidade e uma dinâmica de rápida evolução em toda a cadeia de valor. As mudanças nas expetativas e comportamentos dos consumidores e a crescente importância das frotas exigem novos serviços. A rápida expansão do do software tem impacto nos serviços necessários e requer conhecimento técnico, que deve ser desenvolvido e usado já. E está a mudar a forma como as oficinas encomendam as peças. Olhando mais para a frente, os canais online serão provavelmente

integrados na nossa cadeia de calor do aftermarket. A ZF quer acompanhar os seus parceiros durante esta transformação e assegurar que, juntos, estamos preparados para os desafios que aí vêm.´ O que é necessário para ter sucesso no aftermarket do futuro? Empresas diferentes vêm de realidades diferentes e vão ter prioridades diferentes. Olhando para as tendências gerais, devemos considerar os seguintes pontos: • Não podemos negar que a transformação está a acontecer e devemos olhar para ela como uma oportunidade. Para isso devemos estar ligados aos clientes e atentos à evolução das suas necessidades; • Trabalhamos num ecossistema complexo e que se tornará ainda mais. Devemos explorar novas parcerias, estamos a entrar numa era em que a colaboração será chave para o sucesso; • O digital vai estar em todo o lado, e permitir uma experiência melhor

"Haverá mais mudanças nos próximos anos do que tivemos nas últimas décadas" anteriores"

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para os consumidores, capacitar a mobilidade inteligente e melhorar a cadeia de valor do aftermarket. Aprender como navegar neste novo mundo será crucial; • Interagir em diversos canais de comunicação. Temos de evoluir a nossa capacidade para esse ambiente com diversas soluções, mantendo o princípio da satisfação do cliente, mas reforçando a cooperação com os parceiros; • Somos responsáveis pela sustentabilidade, e devemos fazer parte da solução para um aftermarket ecológico e sustentável; • A quantidade de novas tecnologias a bordo está a crescer muito rapidamente e as funcionalidades de condução autónoma a chegar. Devemos preparar-nos antecipadamente para assegurar que o nosso modelo de negócio está preparado para o futuro. Qual a influência nas oficinas da crescente complexidade dos veículos e introdução de novas tecnologias? Temos de apoiar as oficinas com acesso à informação, formação e apoio online, e soluções de diagnóstico ou software. Isso também significa que os mecânicos devem ser capazes de procurar novos tipos de componentes com a mesma rapidez e conveniência. Podemos antecipar uma mudança na procura, com erosão dos volumes em alguns produtos tradicionais enquanto temos de estar preparados para responder nas novas tecnologias. A ZF Aftermarket tem como foco principal apoiar os mecânicos e oficinas nesta

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ESPECIALISTA A ZF promete continuar a alargar o seu portefólio de produtos para apoiar as estratégias de crescimernto das oficinas

evolução, por exemplo com conceitos como o ZF [pro]Tech, uma abordagem holística que inclui as informações técnicas em conjunto com formação e ferramentas online relevantes. Acreditamos também na colaboração entre vários campos de especialização para lidar com esta complexidade. E a transformação não vai ocorrer apenas na tecnologia, precisamos reconhecer a evolução nos processos de decisão dos proprietários dos veículos e o seu impacto nos processos de compra e serviços. De qualquer maneira, estar antecipadamente preparado para novos modelos de negócio será uma vantagem para apoiar a nova geração da mobilidade. A digitalização será um importante fator de mudança? Vivemos num mundo em que tudo está a ser digitalizado e o aftermarket vai sofrer com isso de diferentes ângulos. Podemos pensar no e-commerce e até como os veículos estão a ficar totalmente conectados. Mas vai além disso, na otimização dos fluxos logísticos e como as ferramentas usadas nas oficinas são cada vez mais baseadas em softwares. Isto ganha maior importância na forma como tudo será interligado, e o impacto que terá no ecossistema do aftermarket. Por isso, acredito que estamos a entrar numa nova era de parcerias, onde o acesso à informação e os interfaces nas clouds serão prioritários para as empresas. Por outro lado, isto cria a oportunidade de oferecer novo tipo de produtos e soluções aos nossos clientes, com

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rápido retorno dos investimento. Um exemplo é a aplicação TrailerFit, que permite às frotas partilhar com o mecânico, de forma segura, automática e confidencial, dados de diagnósticos remotos. O acesso aos dados continuará a ser um dos principais tópicos, para desenvolver soluções de reparação e manutenção que evoluem para algoritmos mais evoluídos que minimizem as avarias e permitam serviços com valor acrescentado. Tornar-se digital será essencial para maximizar esse valor para os clientes. E internamente isso permitirá melhorias radicais na qualidade e simplificidade dos processos. Como será a experiência centrada no cliente? Estamos a habituar-nos à forma como a experiência do cliente é continuamente simplificada, por exemplo nas compras online. Devemos esforçar-nos para garantir essa mesma simplicidade, conveniência e confiança quando precisam reparar o veículo. É habitual falar dos canais online, mas o fator humano e as alterações na cadeia de fornecimento são também cruciais. Devemos responder rapidamente ao aumento das expetativas dos clientes,

"O impressionante na ZF é a vasta oferta de tecnologias e soluções" 60

dando mais poder aos seus interlocutores diretos e antecipando as suas necessidades futuras. Nas soluções “one stop shop”como é que a ZF se afirma como líder? O que é impressionante ao olhar para a ZF é a vasta oferta de tecnologias e soluções, dos produtos mais tradicionais aos mais complexos. Para ligeiros de passageiros mas também nos comerciais, em particular depois da fusão com a WABCO. Temos uma equipa com 9000 pessoas a nível global e uma rede que inclui mais de 10000 parceiros empenhada em garantir relações de longa duração com os clientes, ao oferecer-lhes as soluções que precisam. Mas queremos também desenvolver formas de aumentar a eficiência, automação e conveniência para os nossos clientes. Seja através de produtos e serviços como, também, com soluções digitais e de conetividade que apoiem a operação dos nossos clientes. Como a rápida evolução das tecnologias estamos igualmente empenhados em trazer para as oficinas o nível de especialização correto, através de um portefólio alargado de formações. Esses serviços só são possíveis através de cooperação que temos com a distribuição e a rede de serviços. Por isso, queremos continuar a aumentar o portefólio, para apoiar as oficinas nas suas estratégias de crescimento. Estamos orgulhosos das fortes marcas que temos, ZF, Lemförder, Sachs, TRW, e Wabco, que representam qualidade OE e inovação tecnológica.



TÉCNICA

GARAGEM DA LAPA

SERÁ QUE OS “MECÂNICOS” TÊM DE SE TRANSFORMAR EM ELETRICISTAS?! As vendas de híbridos continuam a crescer, mas irá isto mudar o papel do mecânico? Talvez não, até porque na manutenção há muitos cuidados habituais dos veículos de combustão que continuam a ser necessários… Texto António Costa Gerente Garagem da Lapa e Engenheiro

A

s vendas dos veículos com motor a gasolina ou Diesel, mas contemplando a ajuda elétrica, está a aumentar significativamente. Os veículos híbridos e os híbridos plug-in aliam a tecnologia dos motores de combustão, que tão bem conhecemos, à “nova” realidade da eletrificação. No ano passado, e vivendo-se

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uma situação pandémica, 22% dos automóveis comercializados tinham um motor elétrico ligado à transmissão, e já este ano as vendas de híbridos Plug-In registaram um aumento de 60% no primeiro trimestre, em comparação ao período homólogo. Esta realidade vai permitir às nossas estruturas, muitas delas multimarca, manter os níveis de rentabilidade das manutenções con-

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vencionais e também permite adquirir competências na parte elétrica. Acredito que esta será uma fase de transição durante alguns anos até termos os veículos 100% elétricos como principal matéria-prima nas redes de reparação/manutenção auto multimarca. Apesar das vendas no global serem ainda residuais, em Maio deste ano já 24% dos veículos saídos dos con-


a nossa

Oficina

Desde o início do ano existem novos procedimentos para a inspeção de veículos eletrificados

cessionários tinham pelo menos um motor elétrico a bordo… e a verdade é que nos grandes centros urbanos existem cada vez mais veículos com este tipo de motorização em circulação. Sabendo que uma tecnologia nova, especialmente a dos 100% elétricos, vive essencialmente dos concessionários das marcas oficiais, especialmente até ao fim da garantia (apesar de sabermos que se a revisão for realizada segundo o plano de manutenção do construtor, mantém-se a garantia de fábrica), a verdade é que, nos últimos 5 anos, as vendas dos elétricos têm subido exponencialmente e, por consequência, começam a aparecer nas redes de assistência e manutenção multimarca. DIFERENTES, MAS COM NECESSIDADES IDÊNTICAS A manutenção de um veículo elétrico é muito idêntica à dos veículos a combustão ou híbridos/PHEV. Assim, começando pela baía do motor temos que verificar o nível de refrigerante afeto ao motor elétrico, o líquido dos travões e também pode ser necessário verificar a valvulina do motor elétrico/transmissão. Na parte das rodas deveremos verificar o estado dos discos de travão e pastilhas, assim como os componentes de suspensão (braços, amortecedores, molas, sinoblocos). No cubo da roda existem atenção os foles de transmissão e os componentes relacionados com a direção, como as ponteiras. Um aspeto

importante para o após-venda é que os veículos elétricos são por norma bastante mais pesados, daí o desgaste dos pneus poder ser mais acentuado. Isso torna essencial o alinhamento de direção, pois o mínimo desvio, dadas as massas envolvidas, poderá inutilizar um pneu rapidamente. Passando para o interior, a substituição do filtro de habitáculo deve de ser realizada a cada ano. Em complemento ao plano de manutenção temos ainda oportunidade de realizar serviços de carregamento de ar condicionado, a focagem de faróis, verificação das escovas, entre outros aspetos. Caso cumpram com a listagem ante-

Com o progressivo aumento das vendas de elétricos e híbridos, surgem cada vez mais automóveis eletrificados para assistência e manutenção nas oficinas 63

rior poderíamos dizer que o veículo está pronto e apto para passar na inspeção. Contudo, desde o início do ano a legislação contempla ações especificas para os veículos elétricos, híbridos e híbridos plug-in. PREPARAR A INSPEÇÃO DOS ELÉTRICOS E HÍBRIDOS O Anexo X visa a inspeção e garantir o bom funcionamento e segurança de componentes da parte elétrica. Por exemplo, as baterias de tração e a sua proteção devem estar em bom estado, podendo gerar anomalia do tipo 2. Outros elementos como sistema de arrefecimento de baterias (em muitos híbridos o arrefecimento provém do ar do interior da viatura – atenção as conduta e as tomadas de ar), inspeção da cablagem do automóvel, desde a ligação da bateria ao motor elétrico, e passa por outros componentes como o conversor/inversor, climatização, inspeção dos pontos de massa, verificação do estado de equipamentos elétricos e eletrónicos diversos do circuito de alta tensão, dispositivo anti-arranque com o cabo de carregamento ligado e a proteção da tomada de carregamento, assim como o próprio cabo de carregamento deteriorado. Podemos, portanto, concluir que os veículos elétricos permitiram manter o trabalho de mecânicos, se nos mantivermos na base da manutenção, pois a parte de reparação será muito mais exigente! Este é um tema que vamos abordar numa próxima crónica…

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TÉCNICA

OTIMIZAÇÃO COM A ANÁLISE E CONTROLO DOS TEMPOS

MAIOR EFICIÊNCIA E PRODUTIVIDADE NA OFICINA A melhoria da eficiência e da produtividade são dois dos objetivos principais das oficinas de chapa e pintura para aumentar a rentabilidade e assim assegurar a continuidade do negócio. Tendo em conta a delicada situação económica atual, a grande competitividade do mercado e as exigências técnicas e de serviço por parte do cliente, as oficinas devem realizar uma adequada e rigorosa gestão dos tempos Texto:Pilar Santos

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á já algum tempo que se incluiu o termo "KPI" na melhoria e controlo da gestão da oficina. A sigla KPI resulta do inglês "Key Performance Indicator", cujo significado em português será Indicador Chave de Desempenho. Os KPI são, portanto, indicadores baseados em valores obtidos do desempenho da oficina que permitem medir, analisar e controlar a situação e o progresso da mesma segundo a evolução destes dados, com o objetivo de detetar pontos de

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melhoria e tomar decisões. Os sistemas de gestão facilitam a tarefa de obtenção destes valores para a análise e controlo por parte da gerência da oficina. Há que ter em conta que os KPI devem ser específicos, mensuráveis, alcançáveis, relevantes e temporários. Pode-se, portanto, afirmar que os KPI são ferramentas de gestão que permitem medir, avaliar e quantificar os resultados, ajudando a oficina a ter uma visão clara da sua situação e tomar decisões para a melhoria dos processos.

Eficiência e produtividade são fatores -chave na análise dos KPI da oficina

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Os programa de gestão ajudam a planificar o trabalho

O índice da produtividade da oficina deve situar-se entre os 85% e os 90%

PRODUTIVIDADE A produtividade também é um indicador relevante e calcula-se dividindo as horas reais trabalhadas (horas produtivas) pelas horas disponíveis, ou seja, total de horas estabelecidas por acordo que um operário deve estar no seu posto de trabalho, mais as possíveis horas extra, e multiplicando o valor por 100 para se obter uma percentagem.

Da lista dos KPI cruciais para a gestão da oficina encontram-se, entre outros, a eficiência e a produtividade. Para se alcançar o objetivo da melhoria destes valores nas oficinas será preciso saber como se calculam e quantificá-los, para analisar a situação inicial. Porque, para podermos melhorar algo, devemos saber em primeiro lugar a situação em que nos encontramos. EFICIÊNCIA A eficiência é um fator crucial para a oficina. Pode-se calcular matematicamente dividindo o total de horas de trabalho vendidas (horas faturadas) pelo total das horas reais trabalhadas (horas produtivas) e multiplicando o valor por 100 para se obter uma percentagem. Eficiência =

Horas Faturadas Horas Produtivas

X 100

O valor obtido deve rondar 120%. Este cálculo pode ser para a oficina em geral, específico para as diferentes áreas ou efetuado por operário.

Produtividade =

Horas Produtivas Horas Disponíveis

X 100

Este índice deve rondar os 85-90% e indica a proporção entre o tempo investido em trabalhos que são faturados em relação às horas presenciais. Ambos os valores exigem que a oficina disponha de um sistema de picagem para controlar as horas produtivas de cada um dos técnicos. Baixos valores destes índices podem dever-se a vários problemas: trabalhos não faturados por erro, baixo nível de entradas na oficina, repetições de trabalhos por erros, baixa qualificação dos operários, falta de formação ou de motivação, equipamentos e/ou instalações inadequadas ou manutenção incorreta das mesmas, fraca organização da oficina, distribuição errada da oficina ou falta de espaço. A melhoria destes dois KPI exige uma análise de todos os processos de trabalho por parte da oficina, não só dos trabalhos de reparação. Dessa forma torna-se possível agilizar os processos e detetar tempos mortos ou de espe65

ra, assim como os congestionamentos que podem ocorrer em determinadas áreas, como nas cabinas de pintura ou entre as áreas de carroçaria e pintura. Nos tempos mortos ou de espera também se incluem os tempos resultantes da falta de peças de substituição, produtos ou ferramentas, ajudando a identificar problemas na cadeia logística. Melhorar os índices de eficiência e produtividade na oficina e, em especial, na área de pintura, permite aumentar a sua rentabilidade. Por isso é recomendável a realização das seguintes ações: DISPOR DE UM SISTEMA DE GESTÃO INFORMATIZADO Para se poder realizar a medição, a análise e o controlo dos aspetos cruciais do negócio de forma simples é fundamental contar com um programa de gestão da oficina. Estes programas ajudam também a simplificar tarefas, como a gestão da produção, a contabilidade (orçamentos, faturas, guias de remessa), o controlo da assiduidade e das horas de produção, as relações com os clientes, etc., otimizando os recursos disponíveis da oficina. DISPOR DE FERRAMENTAS DE AVALIAÇÃO O conhecimento das ferramentas de avaliação e a utilização das mesmas ajudarão as oficinas na elaboração de orçamentos e na relação das mesmas com as companhias seguradoras. Também é importante conhecer os critérios na utilização das tabelas de reparação e pintura. Estas ferramentas

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TÉCNICA Usar o espectrofotómetro garante maior precisão na escolha da cor

Os produtos de alta eficiência reduzem o tempo nas cabinas de pintura

podem estar integradas nos sistemas de gestão da própria oficina. ADEQUADA DISTRIBUIÇÃO E ORGANIZAÇÃO DA OFICINA Uma adequada distribuição e organização da oficina permitirá o desenvolvimento da atividade nas melhores condições possíveis para se conseguir uma boa qualidade e rentabilidade. Uma má distribuição e organização implica maiores tempos mortos: de movimento de veículos; de espera de ferramentas, produtos ou peças de substituição; de repetições de trabalhos por contaminação entre zonas,

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etc. Para uma boa organização, deve realizar-se uma correta planificação e controlo dos recursos disponíveis. MANTER UMA CORRETA MANUTENÇÃO DAS INSTALAÇÕES Uma correta manutenção das instalações evitará avarias e defeitos que possam provocar atrasos na atividade e na entrega de veículos. Por exemplo, entre os problemas a evitar está uma má manutenção dos filtros na cabina de pintura, que implica uma maior presença de manchas de sujidade no acabamento, o que se traduz em maiores tempos de polimento. 66

DISPOR DE TECNOLOGIA ATUAL PARA A ATIVIDADE Num mercado tão competitivo como o das oficinas é necessário estar a par dos avanços tecnológicos, tanto os incluídos nos veículos e podem afetar os processos de reparação, como nos equipamentos e ferramentas que se desenvolvem para a melhoria dos processos ou para a redução dos tempos e/ou consumos energéticos ou de material. Por exemplo, o espetrofotómetro é uma ferramenta de cor já existente em muitas oficinas e que facilita a pesquisa da fórmula de cor mais ajustada.


A satisfação do cliente é o objetivo final

UTILIZAR PRODUTOS DE ALTA EFICIÊNCIA Hoje em dia, os fabricantes desenvolvem produtos que visam reduzir os tempos de permanência do veículo na oficina, reduzindo os tempos do processo, por exemplo, com tintas de aplicação rápida e de secagem muito rápida. A sua utilização acelera a execução dos trabalhos contribui para a redução dos "engarrafamentos" em áreas como as cabinas de pintura.

PADRONIZAÇÃO DOS PROCESSOS É recomendável a implementação de processos de qualidade padronizados para que todo o pessoal realize as tarefas do mesmo modo e de forma eficiente e correta. Por exemplo, utilizar um processo de lixamento de quatro passos ou estabelecer o tamanho de grão adequado em cada um dos passos de lixamento nos processos de pintura, levará a processos de lixamento mais produtivos, eficazes e com melhores acabamentos.

PESSOAL QUALIFICADO E MOTIVADO A falta de formação gera defeitos ou erros que implicam repetições ou aumentam os tempos dos processos. Por isso, é importante contar com pessoal qualificado e proporcionar-lhe a formação necessária para o desenvolvimento do trabalho de forma eficiente. Por outro lado, as pessoas necessitam sentir que são apreciadas e valorizadas, e que os seus esforços são suficientemente reconhecidos. Por isso, é importante contar com pessoal motivado, de forma a que se sinta envolvido e identificado com a organização, para que consiga um alto rendimento e produtividade, além de realizar um trabalho de alta qualidade e com uma mentalidade de melhoria constante.

EFICIÊNCIA SEM REDUZIR A QUALIDADE DO TRABALHO Uns valores elevados de eficiência, ou seja, horas faturadas relativamente às produtivas, não se devem conseguir através de uma redução na qualidade do processo, visto que isso terá repercussão direta na satisfação do cliente. OTIMIZAR A UTILIZAÇÃO DA CABINA Uma grande parte das reparações das oficinas passam pela cabina de pintura, pelo que esta condiciona a produtividade da oficina. Para analisar a utilização da cabina ou cabinas de pintura pode-se calcular outro KPI, o ciclo da cabina, cujo valor se obtém através da seguinte equação: n.o cabinas X Horas Oficina/dia Ciclo da cabina n.o veículos pintados/dia

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Estima-se que uma cabina convencional permite a pintura de até 5 veículos ao longo de uma jornada de 8 horas, pelo que se obtém um ciclo de cabina de 1,6 horas. Este ciclo inclui os tempos de entrada do veículo e preparação, aplicação da pintura, evaporação, secagem e saída do veículo. Se o valor do ciclo de cabina for superior, poderão ser tomadas medidas para otimizar a utilização da mesma, como utilizar cada ciclo de cabina ao máximo (agrupando num mesmo ciclo várias ordens de trabalho ou a pintura em simultâneo da carroçaria e das respetivas peças desmontadas), realizar uma boa planificação da utilização sem interrupções ao longo da jornada, mascarar na medida do possível fora da cabina enquanto esta está ocupada com outro veículo, utilizar produtos de rápida aplicação e secagem, atualizar a cabina (chama direta, recirculação do ar de saída) ou, inclusivamente, montar na oficina uma zona de Reparação Rápida da Carroçaria para pequenas reparações onde se realize também a aplicação da pintura de acabamento. DAR PRIORIDADE À SATISFAÇÃO DO CLIENTE Um cliente satisfeito regressa à oficina e, graças ao "boca a boca", gerar novos clientes. Assim, devemos saber aquilo que os clientes mais valorizam e conseguir desse modo aumentar a clientela e a fidelização da mesma. Em geral, os aspetos que os clientes mais valorizam são: a confiança, a qualidade, a rapidez e o custo. Outros serviços valorizados são: automóvel de substituição, pontualidade, marcação prévia, atendimento ao cliente, limpeza exterior e interior do veículo na entrega, recolha/entrega no domicílio/trabalho, promoções ou cartão de fidelização por consumo. Os inquéritos de satisfação do cliente podem ajudar a oficina a ter uma visão mais clara dos objetivos nos quais se deve focar. O objetivo final de todas estas medidas é melhorar a produtividade e a eficiência da oficina, para que se traduzam em menores tempos de permanência dos veículos na oficina (tempo de ciclo), ampliar o número de clientes e permitir uma maior satisfação dos mesmos, conseguir maior rentabilidade, com mais receitas e melhores resultados para a oficina.

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REPARAÇÃO

APOSTA DOS FABRICANTES DE TINTA

ECOSSISTEMA DIGITAL NA ÁREA DE PINTURA Obter com precisão a cor para a pintura do automóvel é uma tarefa cada vez mais simples, graças à digitalização do ecossistema de pintura Texto Andrés Jiménez García

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uma oficina de pintura dos anos 80 e início dos anos 90 podíamos encontrar o pintor a procurar entre as famosas microfichas de acetato, os códigos, os elementos básicos e as fórmulas de cor necessárias para poder pintar os automóveis. Umas pequenas amostras de cor, não muito precisas, eram as únicas ferramentas disponíveis para igular as cores. Hoje em dia, esta foto é muito diferente. O ecossistema do pintor e da pintura é completamente digital. Nos finais dos anos 90 as oficinas começaram a utilizar as chamadas "cartas de cor aplicadas à pistola", nas quais a informação sobre colorimetria e como obter a perfeita à cor do veícu-


Cartas de cor

• Pesquisa de cor com espetrofotómetro

lo era muito mais precisa.Atualmente, os fabricantes apostam na utilização do espetrofotómetro, equipamento mais avançado, tecnológico e sobretudo, mais preciso na obtenção da cor.

• DIGITALIZAÇÃO DE UMA OFICINA Dirigir uma oficina de forma rentável exige, para além da oferta de um trabalho de qualidade, a otimização dos processos. Portanto, será necessário manter um controlo preciso de cada um dos aspetos do negócio e, desta forma, conseguir obter margens de lucro aceitáveis. A digitalização da oficina permite a ligação simultânea de todos os atores que intervêm numa reparação de pintura. • Rececionista. Abre uma ordem de re-

paração, inicia a avaliação da pintura e recolhe o código de cor do veículo, entre outras funções. Área de peças de substituição: Procede à realização do pedido das peças necessárias. Pintor: Mede a cor com o espetrofotómetro, que passará automaticamente para a zona de misturas para a elaboração da mesma e ajuste, se necessário, e que, após passar pela balança eletrónica, é etiquetada e carregada na respetiva OR. Área de administração: Executa a elaboração da fatura, carrega o valor das peças de substituição, o custo da tinta que passou pela balança, etc. Gerente: Verifica os resultados disponibilizados através dos registos dos trabalhadores, reunidos nos KPI de gestão, com o objetivo de conhecer a produtividade, a eficiência e a rentabilidade do negócio para tomar decisões.

NOVOS PROGRAMAS DE GESTÃO DE PINTURA Os primeiros a iniciar a digitalização foram os pintores com os programas para facilitar a pesquisa, seleção e formulação da variante de cor, e as diferen69

tes misturas dos produtos utilizados numa reparação de pintura (aparelhos, catalisadores, diluentes...). Hoje em dia, estes programas desempenham muitas outras funções, alargando a sua utilização a outros intervenientes da oficina, criando um ecossistema digital que permite conseguir a máxima eficiência e rentabilidade. Centrando-nos na área de pintura destacam-se as características seguintes: Pesquisa da cor e utilização do espetrofotómetro através de Wi-Fi A ligação destes equipamentos à Internet e o armazenamento na "nuvem" proporcionam atualizações diárias das fórmulas, permitindo ao pintor a pesquisa de cores com maior número de

A digitalização da oficina liga todos os intervenientes numa reparação de pintura MAIO/JUNHO 2021 TURBO OFICINA


REPARAÇÃO

O ecossistema digital da área de pintura deve integrar todos os momentos da reparação, desde a receção do cliente até à análise posterior da produtividade, eficiência e rentabilidade

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Os fabricantes apostam na utilização do espetrofotómetro, o equipamento mais preciso para a obtenção da cor

variantes e mais atualizadas. Os pintores contam com os novos espetrofotómetros digitais, os quais, em combinação com os programas e a "nuvem", oferecem a possibilidade de aceder a mais de 200 000 fórmulas de cor. Os novos espetrofotómetros, muito mais precisos, permitem obter o código, as fórmulas, a refletância das cores, etc., além de possibilitarem a formulação automática de certas cores e a retificação e melhoria na tarefa de igualar uma cor já lida. Também o software permitiu digitalizar as bibliotecas de cor, como as cores mais frequentes da oficina, as suas variantes e as chamadas fórmulas pessoais ou retocadas para cada veículo. Maior precisão na elaboração das misturas A correta realização das misturas de tinta é de extrema importância para o pintor, visto que afetará diretamente a consecução da cor, mas também proporcionará importantes dados para a gestão da oficina, permitindo obter um amplo conjunto de relatórios que monitorizam os custos por Ordem de Reparação, a utilização de materiais, a eficiência nas misturas, etc. Principais vantagens: • Realização de misturas com maior precisão através do cálculo de volume.

• Informação dos compostos orgânicos voláteis (VOC, na sigla em inglês) por mistura. • Realização de misturas dos aparelhos e primários, da cor e do verniz. • Seleção da peça do veículo a pintar, e configuração do número de camadas para uma cobertura total ou parcial. • Criação de uma linha de mistura onde, com uma rápida visualização, é possível analisar as misturas realizadas e as pendentes, e se pode utilizar diretamente uma mistura preparada ou guardá-la em existências. • Possibilidade de realizar recálculos das misturas. Acesso às fichas técnicas e fichas de segurança dos produtos. (TDS e MSDS) A partir destes programas, o pintor pode aceder à consulta das fichas téc70


Aplicação de uma cor tricamada

Digitalização na pesquisa da cor

nicas de todos os produtos (TDS, na sigla em inglês), e rever os processos de trabalho específicos: pintura de plásticos, acabamentos tricamada, esbatimento, etc. De igual forma, poderão ser revistas as folhas de segurança dos materiais (MSDS, na sigla em inglês).

Gestão de trabalhos e controlo de custos por OR Permite procurar, criar, modificar e eliminar os trabalhos de pintura, através da utilização de diferentes comandos: • Estado da reparação. • Nome do cliente. 71

• • • •

Marca, modelo e cor do veículo. Linha de pintura. Companhia seguradora. Número VIN, matrícula, etc. Pode-se criar um modelo de custos, onde se irá acrescentando o custo dos materiais de pintura .

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REPARAÇÃO

KPI da área de pintura

Gestão de stock Permite a gestão do stock da máquina de misturas, ou seja, dos elementos básicos de cor, assim como dos vernizes, endurecedores, diluentes, etc., para que não ocorra a falta de existências durante na preparação da pintura. Realiza-se o pedido de elementos básicos de pintura aos diferentes fornecedores através de inventários automatizados. Algo feito, por exemplo com base nas quantidades mínimas pretendidas, que se criam, online ou por correio eletrónico, notificando, por sua vez, todas as partes implicadas: armazém, pintores, gerente, contabilidade, etc. Caso a oficina disponha de uma zona de armazém com todos os produtos relacionados com a pintura, também se pode realizar um controlo dos "acessórios de pintura" que intervêm na reparação.

vez, a que possua o programa Tempos e Materiais de Pintura CESVIMAP. Através desta tripla ligação, a oficina obterá toda a informação da avaliação de pintura, tanto as horas de mão de obra, como os gramas dos materiais de pintura (aparelho/primário, cor e verniz). Pode ser um sistema baseado na nuvem, sem a realização de cópias de segurança dos dados guardados, fácil de configurar e de gerir, e que não exige uma manutenção constante.

Ligação a um Sistema de Gestão da Oficina (DMS, na sigla em inglês) Com o objetivo de melhorar a eficiência da oficina, podem-se ligar as O.R. ao atual Sistema de Gestão de cada oficina (DMS), e assim obter-se uma visão completa de todos os indicadores cruciais do negócio (KPI). O programa de pintura pode ser ligado ao DMS habitual da oficina e, por sua

Criação de relatórios Podem ser gerados relatórios classificáveis em diferentes categorias: • Relatório sobre os operários de pintura: Podem realizar-se análises por operário, para reunir toda a informação sobre a rentabilidade nas misturas realizadas, o controlo de consumos e custos, as existências disponíveis, ou sobre os resíduos gerados ou o des-

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• •

perdício de tinta, ao existir reelaborações adicionais de pintura, etc. Relatórios para chefes de oficina ou de área: Permitirá a gestão de utilizadores, equipas ou grupos de trabalho, com uma maior transparência sobre as funções e as responsabilidades das equipas. Relatórios de gestão: realização de relatórios detalhados, através de análises comparativas para a melhoria da rentabilidade da secção de pintura e do resto da oficina, visualizando indicadores cruciais de rendimento, "KPI", de um modo muito intuitivo. A digitalização da oficina de pintura também nos apresenta outras características relevantes: Software atualizável diariamente e 100% online. Multiplataforma, o que permite a instalação e utilização em qualquer 73

dispositivo informático: PC, tablets, portáteis, smartphones, etc. • Interface única, tátil e muito fácil de utilizar. • Descarga automática das atualizações das fórmulas, quando estão disponíveis. • A oficina poderá solicitar assistência técnica à distância em tempo real. O fabricante liga-se remotamente ao computador da oficina para solucionar a incidência. CONCLUSÕES A digitalização da gestão da cor e da pintura chegou às oficinas para ficar. As oficinas são verdadeiras empresas de serviços. Para que isto aconteça, os novos programas de pintura e a digitalização de todo este ecossistema ajudarão as oficinas no controlo e gestão de todos os aspetos importantes que afetam a área de pintura.

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ESPECIALISTA

RELATÓRIO DE ATIVIDADES VALORPNEU 2020

RECAUCHUTAGEM DE PNEUS GANHA RELEVO A Valorpneu apresentou recentemente o relatório anual de atividades de 2020, ano marcado pela pandemia do Covid-19 e pelo “esforço considerável” em assegurar a organização e gestão do Sistema Integrado de Gestão de Pneus Usados (SGPU). Algo que não impediu que se registasse uma diminuição de 7,8% na recolha e tratamento de pneus usados. Para 2021 continua a aposta na reciclagem dos pneus e desenvolvimento de novas aplicações, assim como uma maior promoção da recauchutagem de pneus Texto David Espanca

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Os dados de 2020 indicam uma quebra na venda de pneus novos, que também teve consequências diretas na quantidade de pneus reciclados

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e acordo com dados divulgados pela Valorpneu no seu relatório anual, no último ano foram colocadas no mercado nacional 84.433 toneladas de pneus, o que significa um decréscimo de 13,8% face a 2019, resultando em 67.095 toneladas de pneus usados gerados. As estatísticas indicam que também na recolha e tratamento de pneus usados houve uma quebra de 7,8% relativamente ao ano anterior, traduzindo-se no processamento de 74.515 toneladas, das quais 64.410 foram recolhidas e tratadas no âmbito das obrigações da Valorpneu e outras 10.105 toneladas recolhidas voluntariamente. Em relação às operações de tratamento dos pneus, a reciclagem foi a principal opção para 43.500 toneladas de pneus usados, enquanto 26.836 toneladas foram enviadas para a valorização energética. De salientar ainda que foram recauchutadas 2.440 toneladas de pneus usados, um aumento de 13,6% quando comparado com o ano anterior. Tal como sucedeu em 2019, no ano

passado foi necessário encaminhar os pneus usados para fora do território nacional, “face aos constrangimentos sentidos internamente”, explica a Valorpneu, que assegurou a continuação do contrato estabelecido com a unidade industrial Tinna Rubber and Infrastructure Limited (TRIL) no encaminhamento de pneus usados provenientes dos centros de receção. Em 2020 é de destacar igualmente a participação da entidade gestora na consulta pública do diploma da gestão de resíduos, que entrará em vigor em 1 de julho de 2021, pelo Decreto-Lei n.º 102-D/2020, de 10 de outubro e que inclui a legistação relativa ao fluxo de pneus usados. NEXTLAP DINAMIZA ECONOMIA CIRCULAR Com o objetivo de desenvolver novas aplicações para os materiais resultantes do processo de reciclagem dos pneus em fim de vida, nomeadamente granulados e pós de borracha, têxteis e aço, para que estes possam voltar a ser integrados na indústria como ma75

téria-prima na produção de novos produtos, a Valorpneu e a Genan juntaram-se à Beta-i, parceiro de inovação, para desenvolver o programa NEXTLAP. A iniciativa, que teve duração de nove meses, contou com parcerias de renome para o desenvolvimento de um total de 40 projetos-piloto que se destacaram como os mais inovadores. Destes, foram selecionadas 10 soluções para a utilização de têxtil e borracha nas áreas de moda, desporto e segurança rodoviária, tendo sido recentemente dadas a conhecer as novas aplicações obtidas para dar segunda vida à borracha e outros componentes dos pneus em fim de vida. Em novembro do ano passado decorreu o 18.º Encontro Anual da Rede Valorpneu, pela primeira vez realizado num formato digital dada a situação pandémica do Covid-19. Neste fórum foram abordadas várias temáticas como o balanço da atividade da Valorpneu e perspetivas para o futuro, o contributo da indústria automóvel para uma mobilidade mais sustentável, as novas diretrizes comunitárias a nível europeu so-

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ATIVIDADES DESENVOLVIDAS EM 2020 • Divulgação do relatório da Valorpneu e dos resultados de 2019; • Promoção da campanha “E os seus pneus estão para as curvas?”; • Reforço da campanha “E os seus pneus estão para as curvas?" junto de um público mais especializado; • Promoção de ação de sensibilização no terreno, patrocinando ações TT; • Divulgação da “webletter” Valorpneu com informação atual acerca do setor dos pneus e da atividade do SGPU; • Atualização contínua do site institucional da Valorpneu; • Organização e/ou participação em iniciativas do setor de pneus e veículos, nomeadamente websites, newsletters, redes sociais, publicações e espaço de intervenção cedidos pela ACAP (World Shopper 2020 e e-learning comerciantes), prémio Fleet Service Automotive, Prémio Auto 2020 do Observador e na publicação “Alta Roda”; • Patrocínio e participação em eventos dirigidos às camadas mais jovens; • Atualização do vídeo formativo sobre cumprimento das obrigações dos produtores; • Emissão de certificados Valorpneu atestando o cumprimento das obrigações dos produtores; • 18.0 Encontro da rede Valorpneu – primeiro digital; • Sinalização da rede de centros de receção; • Divulgação de boas práticas de gestão, utilização e de manutenção de pneus na rede SGPU; • Promoção da produção sustentável e recauchutagem de pneus; • Participação em campanhas promovidas por produtores sobre boas práticas de utilização e manutenção de pneus; • Ação de sensibilização dirigida aos consumidores e distribuidores – “Como cuidar do seu pneu” (ação substituída pelo reforço de outras ações, dada a impossibilidade de realização presencial); - Participação em iniciativas do setor do ambiente particularmente nas que promovam os materiais reciclados de pneus; • Ação de promoção para a utilização de produtos reciclados de pneus (não realizada por requerer contacto pessoal e concretização física. Diferida para 2021); • Promoção da recauchutagem nos meios de comunicação; • Lançamento do microsite "Recauchutagem" (desenvolvido no final de 2019).

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bre os resíduos e os desafios do Pacto Ecológico Europeu (PEE). Já no que diz respeito à recauchutagem de pneus, a Valorpneu lançou uma ferramenta de comunicação “online”, nomeadamente, um microsite sobre este tipo de pneus, com o objetivo de desmistificar os estigmas que ainda existem a este nível. Segundo a Valorpneu, verificou-se uma diminuição de 7,9% no quantitativo de pneus recauchutados em Portugal, tendo sido recauchutados um total de 10.571 toneladas: “Esta diminuição deve-se, provavelmente, e à semelhança de outros setores da economia, à limitação de deslocações devido à Covid-19, com consequências na redução do uso de pneus e atividades dos operadores”. Em termos de distribuição geográfica, em Portugal Continental foram recauchutados 10.294 toneladas, a que se junta mais 73 e 204 toneladas nas Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira, respetivamente (representando 0,7 % e 1,9% dos pneus recauchutados). 76

Em 2020 atingiuse um total de 1972 produtores aderentes ao SGPU, o que representou um crescuimento de 6,9% em relação a 2019


Do peso total da recauchutagem, 43,1% corresponde a pneus não nominativos, traduzindo-se num total de 4.561 toneladas de pneus que foram recauchutados. Deste valor global, há 2.440 toneladas correspondem a carcaças nacionais valorizadas no âmbito do SGPU. Já na análise ao tipo de veículos que equipavam estes pneus, constata-se que a categoria de pesados é a mais representativa, com uma percentagem de 82,9% no total de pneus recauchutados. A entidade deu também continuidade à diferenciação das prestações financeiras relativas aos pneus recauchutados colocados no mercado que são fabricados a nível nacional, que continuaram a beneficiar da não aplicação do Ecovalor. E ressalva que “esta bonificação consubstanciou-se num rendimento de Ecovalor não obtido de 355 mil euros, ao qual se juntou o incentivo à triagem de pneus para preparação para reutilização atribuído aos centros de receção, no montante de 16 mil euros”.

ESTUDOS MELHORAM SGPU No seguimento do estudo de marketing desenvolvido pela consultora GFK, no âmbito do Circuito Portugal Valorpneu 2019, foram implementados novos critérios de seleção nos concursos destinados aos centros de receção. O objetivo, de acordo com a entidade gestora, passou por “integrar novos centros de receção em zonas onde a geração de pneus usados é superior à capacidade de armazenamento instalada”. No seguimento da revisão dos critérios e do concurso realizado, o SGPU contou com a celebração de novos contratos e formação de sete novos espaços em Portugal Continental, um registo considerável entre os 10 centros que entraram em funcionamento no ano passado. No âmbito da realização de projetos para a melhoria do SGPU, a consultora 3drivers realizou um estudo de avaliação dos “free-riders” e diferenciação dos pequenos produtores de pneus em Portugal, que visou, segundo a Valor77

-pneu, “quantificar o fenómeno e definir medidas para o combater através da ação no SGPU e num contexto mais alargado”. No final de 2020, o número de produtores aderentes ao SGPU era de 1972, um aumento de 6,9% quando comparado com o ano transato, correspondentes a mais 127 empresas que transferiram para a Valorpneu a responsabilidade pela gestão dos pneus. Ao analisar o fluxo de pneus colocados no mercado nacional, constata-se um total de 7.253.056 pneus, que equivalem 84.433 toneladas. Por categoria, os veículos ligeiros de passageiros/turismo representam a maior fatia, com quase 40 mil toneladas. A longa distância vêm os pesados com 20,87 mil toneladas, os comerciais com 7,49 mil toneladas e os 4x4 "on/off road" com 4,35 mil toneladas. Quanto ao tipo de pneus, 68.663 toneladas correspondem a pneus de substituição, 13.017 toneladas a pneus que equipam veículos novos e veículos im-

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ESPECIALISTA

portados usados e, ainda 2.877 toneladas a pneus recauchutados não nominativos fabricados e vendidos. Durante o ano de 2020, foram gerados 6.741.249 pneus em fim de vida, correspondentes a 67.095 toneladas, uma diminuição de 11,5%, face a 2019, do número de pneus usados gerados e um decréscimo de 10,7% do peso de pneus usados gerados. Numa análise ao tipo de categoria, os veículos ligeiros de passageiros/turismo asseguram a maior parte, com 33,29 mil toneladas. Depois, vêm os pesados com 17,48 mil toneladas, os comerciais com 5,11 mil toneladas e os 4x4 "on/off road" com 3,2 mil toneladas. Do total de pneus usados gerados, 57.770 toneladas são provenientes da substituição por pneus novos ou em segunda mão; 2.409 toneladas com origem na substituição por pneus recauchutados não nominativos em Portugal; e ainda 6.916 toneladas oriundas de veículos em fim de vida. Feitas as contas, os pneus colocados no mercado superaram em 25,8% o número de pneus usados gerados, o que ficou a dever-se, não só ao desgaste do pneu durante a sua vida útil, mas também ao facto da introdução de veículos no mercado nacional ser superior aos dos veículos em fim de vida.

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Em 2020 foram colocados no mercado nacional um total de 7.2 milhões de pneus e foram gerados 6,7 milhões de pneus em fim de vida

PROJETOS PARA 2021 Durante este ano, a Valorpneu vai continuar “a implementação de práticas de promoção da hierarquia das operações de gestão de resíduos, identificando e selecionando os destinos mais favoráveis, que promovam a proteção do ambiente e minimizem os impactes ambientais”, explica a entidade. Para isso continuará a aposta num serviço de qualidade aos produtores e utilizadores do SGPU e a atenção às necessidades dos utilizadores da rede de centros de receção. A valorização de pneus continuará a ser assegurada através de operações de preparação para reutilização (recauchutagem e reutilização meio piso), reciclagem e de valorização energética. No âmbito da reciclagem, a Valorpneu vai “procurar assegurar o fornecimento dos atuais recicladores de acordo com 78

o aumento da sua capacidade, mas procurará soluções externas sempre que não exista a possibilidade de resposta a nível do mercado interno”. E os incentivo financeiro vão permanecer como um mecanismo que visa aumentar a triagem dos pneus usados e o seu encaminhamento para destinos de recauchutagem e/ou reutilização meio piso. Para 2021, prevê-se ainda o desenvolvimento de um conjunto de atividades de sensibilização, comunicação e educação, e de investigação e desenvolvimento. Com este conjunto de iniciativas será promovida a prevenção e a avaliação de novas soluções de tratamento de pneus usados e de aplicações de materiais daí resultantes, com ações de sensibilização para diversos públicos-alvo em toda a cadeia de valor, perspetivando a conversão para uma economia cada vez mais circular.



NOTÍCIAS

PNE U S

Félix de Costa é o novo embaixador da Goodyear António Félix da Costa, vencedor da última época da Fórmula E e também 2º classificado entre os LMP2 nas 24H de Le Mans de 2020, foi anunciado como o novo embaixador da Goodyear. Fornecedora exclusiva de pneus a esta classe do Mundial de Resistência, a Goodyear espera que a associação ao piloto nacional "permita aos adeptos dos desportos motorizados estarem mais envolvidos e terem acesso a mais conteúdos a partir dos canais do piloto e da marca”, estando a criar vários suportes multimédia exclusivos com o piloto para o seu site e redes sociais. Félix da Costa, que venceu as 8H de Portimão na estreia como embaixador da Goodyear, destacou o legado da marca na competição automóvel, e afirma que esta função "permite-me representar uma empresa com uma verdadeira herança nos desportos motorizados. É um momento empolgante, tanto para mim como para os meus fãs".

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GOODYE AR SIG HTLINE

Pneus conectados são aposta para entregas

A

eficiência dos transportes em ambiente citadino está no centro das preocupações para a redução das emissões, e isso exige uma abordagem abrangente que inclua todas as categorias de automóveis e cenários de condução. A Goodyear deu agora a sua contribuição para minimizar o impacto de um dos 80

principais desafios atuais, as “last mile delivery”, que representam o derradeiro momento das entregas, normalmente a cargo de veículos comerciais. Para reduzir o impacto destes automóveis, a marca americana laçou agora o que designa como a primeira solução inteligente de pneus para comerciais ligeiros, a Goodyear Slightline.


São José Recauchutagem lança novo site A celebrar o seu 55.0 anivesário, a São José Pneus lançou um novo site e página online específicospara a área de recauchutagem. A empresa nacional explica que “atua na reconstrução de pneus com a tecnologia de recauchutagem a frio, tanto com a aplicação de piso em anel como com a aplicação de piso em banda”, e destaca nas novas moradas online a área dedicada aos ‘Produtos’. A São José Pneus explica que nesta secção, através das

Tirando partido da conetividade, esta nova linha otimiza a manutenção preditiva, com foco na supervisão do estado dos pneus e redução dos tempos de imobilização das viaturas. Para essa função os Sightline daGoodyear utilizam “sensores com algoritmos baseados na cloud, para comunicar com os operadores de frotas em tempo real”. Chris Helsel, Vice-Presidente Sénior e Diretor de Tecnologia da marca, afirma que “a Goodyear SightLine elimina o mistério da compreensão dos pneus, e proporciona uma visão proactiva da mobilidade, para comunicar quando os pneus necessitam de manutenção ou de ser substituídos". Para o futuro fica a promessa de pneus ainda mais evoluídos, com a transmissão de informações sobre as condições da estrada, que a especialista em pneumáticos considera fulcral para apoiar a implementação da condução autónoma.

opções de personalização da procura, fica simplificada a escolha dos pneus recauchutados para os clientes. E afirma que, por isso, este é um “serviço verdadeiramente inovador no mercado”. Além do portefólio de produtos que, recorda a empresa, são sujeitos a rigorosos testes de qualidade, no novo site da São José Reacuchutagem também é possível saber mais informações sobre esta alternativa mais económica e sustentável para a substituição de pneumáticos.

Chegam as novas jantes OZ Evoluzione WRC

Ao enviar informações captadas pelos sensores, os Goodyear Sightline viabilizam a manutenção preditiva dos comerciais ligeiros

A Q&F Lda, empresa que representa a OZ em Portugal, anunciou o lançamento de um novo modelo de jante, a Evoluzione WRC. Como o próprio nome indica, esta adição à gama pretende seduzir os fás dos rallies, e apresenta-se com um tampão central com um anel em vermelho anodizado a sobressair na cor branca, que lhe 81

confere um ar desportivo. Já disponível na Q&F Lda, a nova OZ Evoluzione WRC surge com diversas larguras e diâmetros de 18’’ a 20’’.

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PNE U S

Maioria dos condutores verifica pneus antes das férias

C O N T I N ENTAL

Destaca-se nos pneus para elétricos O desenvolvimento de pneumáticos para veículos elétricos pela Continental tem acompanhado a evolução destas motorizações no mercado. Agora a empresa germânica destaca os reflexos dessa aposta na escolha dos seus produtos como equipamento OEM pelas marcas. E destaca que atualmente fornece seis dos dez fabricantes com maior volume de vendas de modelos de emissões 0, e equipa mais oito dos quinze veículos elétricos mais comercializados na Europa. Afirmando que as marcas de automóveis confiam no elevado know-how tecnológico das suas propostas para equipar os seus veículos elétricos, como acontece com automóveis como o Tesla Model 3 e o Volkswagen ID3, a especialista em pneumáticos refere

que “estão agora disponíveis modelos 100% elétricos em quase todos os segmentos, e cada tipo de carroçaria precisa de configurações específicas”. Por isso, considera que não pode existir apenas uma opção para todas as viaturas elétricas e recorda que desenvolve soluções específicas para cada categoria de veículos de emissões 0, desde os mais pequenos citadinos até aos SUV de maior porte. O resultado é uma ampla oferta de produtos OEM ou de substituição, onde se destacam propostas como os Continental EcoContact 6, que reduzem a resistência de rolamento dos pneus até 20%, e tecnologias como a ContiSilent, que atua na redução dos ruídos e vibrações e bordo destes silenciosos automóveis.

NOVA ETIQUETA DOS PNEUS AINDA NÃO É CONHECIDA Em maio deste ano entraram em vigor novas regras para a apresentação das informações dos pneumáticos aos clientes. Mas, segundo apurou a Apollo Vredestein em Espanha, mais de metade dos condutores ainda

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não foi informado dos novos dados. 57% dos inquiridos não recebeu qualquer informação sobre os pneumáticos

que iria comprar, apesar de maioria reconhecer que ficar a saber dados sobre ruído e eficiência teria influência no momento de escolher as novas borrachas para o seu automóvel. 82

Um estudo realizado em solo britânico revela que ¾ dos condutores verifica sempre o estado dos pneus no Verão, antes das viagens mais longas nesta época de férias. A maioria opta por analisar os pneus diretamente, mas também há quem prefira pedir ajuda a outro familiar ou conhecido com mais sabedoria na matéria para o ajudar na análise. E embora metade das pessoas apenas vá verificar os pneus mesmo na véspera de se fazer à estrada, já 27% observa a sua condição com pelo menos uma semana de antecedência.

Calendário Pirelli está de regresso

A Pirelli é reconhecida em todo o mundo pelos seus pneumáticos, mas também o seu icónico calendário lhe tem trazido fama planetária. E depois de se perder das datas em 2020, o Calendário Pirelli está de volta, com a curiosidade da nova edição ser fotografada por Bryan Adams, que além dos dotes como cantor tem uma conhecida paixão (e talento) para a fotografia.




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