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N.º 21 | Fevereiro 2014 | 2,2€
É um dos componentes mais caros nos automóveis modernos. Como está o aftermarket a responder à crescente procura? Fique a par das várias soluções disponíveis para a sua reparação, manutenção, limpeza ou substituição. publicidade
Pneus As alterações que o setor vive nas palavras de quem nele trabalha diariamente Protagonista Carlos Esteves faz uma radiografia do momento atual da Berner e do setor oficinal em Portugal GPL As questões técnicas que podem ajudar os instaladores Peças Usadas Duas formas distintas de comprar peças online com a Netpeças e a Telepeças
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sumário N.º 21 | fevereiro 2014
PROPRIEDADE E EDITORA TERRA DE LETRAS COMUNICAÇÃO UNIPESSOAL LDA NPC508735246 CAPITAL SOCIAL 5000 € CRC CASCAIS SEDE, REDAÇÃO, PUBLICIDADE E ADMINISTRAÇÃO AV. TOMÁS RIBEIRO 129, EDIFÍCIO QUINTA DO JAMOR, SALA 11, 2790-466 QUEIJAS TELEFONES 211 919 875/6/7/8 FAX 211 919 874 E-MAIL OFICINA@TURBO.PT DIRETOR JÚLIO SANTOS juliosantos@turbo.pt DIRETOR ADJUNTO ANTÓNIO AMORIM antonioamorim@turbo.pt
dossier Filtros de partículas P.38
EDITOR-CHEFE CLÁUDIO DELICADO claudiodelicado@turbo.pt
É um componente que se está a generalizar, mas ainda é muito dispendioso. O aftermarket apresenta já várias soluções para manutenção, reparação e mesmo para substituição. Saiba quais num guia completo.
RESPONSÁVEL TÉCNICO MARCO ANTÓNIO marcoantonio@turbo.pt REDAÇÃO ANDRÉ BETTENCOURT RODRIGUES andrerodrigues@turbo.pt MIGUEL GOMES miguelgomes@turbo.pt PAULO HOMEM paulohomem@turbo.pt RICARDO MACHADO ricardomachado@turbo.pt DIRETORA COMERCIAL ANABELA MACHADO anabelamachado@turbo.pt EDITOR DE ARTE E INFOGRAFIA RICARDO SANTOS ricardosantos@turbo.pt
5 Radar
PROTAGONISTA
Telepeças. P.52 Net Peças. P.54 Opinião Inforap. P.56
Carlos Esteves - Berner. P.6
6 REPARAÇÃO
REVISÃO
GPL. P.58 Passo a passo: desmontagem de puxadores. P.64 Técnico Responde: Anticongelante Febi. P.66 Chaves de desmontagem Würth. P.68 Manutenção Opel insignia Sports Tourer. P.70
Novidades do mercado. P.12
PAGINAÇÃO LÍGIA PINTO ligiapinto@turbo.pt FOTOGRAFIA JOSÉ BISPO josebispo@turbo.pt SECRETARIADO DE REDAÇÃO SUZY MARTINS suzymartins@turbo.pt COLABORADORES FERNANDO CARVALHO GUILLERMO DE LLERA JOÃO ALMEIDA JORGE LIZARDO NEVES MANUEL GAMEIRO MIGUEL ASCENSÃO PARCERIAS CENTRO ZARAGOZA CESVIMAP 4FLEET TTT - TECHNICAL TRAINING TEAM IMPRESSÃO JORGE FERNANDES, LDA RUA QUINTA CONDE DE MASCARENHAS, 9 2820-652 CHARNECA DA CAPARICA DISTRIBUIÇÃO VASP-MLP, MEDIA LOGISTICS PARK, QUINTA DO GRANJAL-VENDA SECA 2739-511 AGUALVA CACÉM TEL. 214 337 000 contactcenter@vasp.pt GESTÃO DE ASSINATURAS VASP PREMIUM, TEL. 214 337 036, FAX 214 326 009, assinaturas@vasp.pt TIRAGEM 10 000 EXEMPLARES REGISTO NA ERC COM O N.º 126 195 DEPÓSITO LEGAL N.º 342282/12 ISSN N.º 2182-5777 INTERDITA A REPRODUÇÃO, MESMO QUE PARCIAL, DE TEXTOS, FOTOGRAFIAS OU ILUSTRAÇÕES SOB QUAISQUER MEIOS E PARA QUAISQUER FINS, INCLUSIVE COMERCIAIS
ESPECIALISTA
MF Pinto. P.22 Entreposto Logística. P.24 Entrevista Autocrew. P.26 Inside Motor. P.30 Entrevista António Jacinto - Roady. P.32 Laps. P.34 Renault. P.36
8 PNEUS
Radiografia do mercado. P.72 Vulco. P.78 Tirso Pneus. P.80
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OPINIÃO
RAIO X
Comercial do Mês - Fiat Fiorino. P.46 Novos sistemas de iluminação. P.48 Caixas de dupla embraiagem Continental. P.50 Fornecedores do Citroën C4 Picasso. P.51
Consultório jurídico. P.82
ESTA EDIÇÃO É OFERECIDA PELOS NOSSOS ANUNCIANTES GATES RODAPÉ CAPA
MS MOTOR PÁGINA 19
CARF PÁGINA 43
TURBO OFICINA PESADOS PÁGINA 71
CONTINENTAL PÁGINA 2
FEBI PÁGINA 21
INTERSCAPE PÁGINA 45
TIRESUR PÁGINA 75
JAPANPARTS PÁGINA 5
SIDAT PÁGINA 27
TRW PÁGINA 57
BMW PÁGINA 83
LIQUIMOLY PÁGINA 11
BLUEPRINT PÁGINA 29
DIANOVA PÁGINA 61
PETRONAS PÁGINA 84
AUTODELTA PÁGINA 15
RPL PÁGINA 37
CESVIMAP PÁGINA 63
FUCHS PÁGINA 17
AMBIMOTORS PÁGINA 41
DISPNAL PÁGINA 69
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EDITORIAL Ataque (sério) às partículas
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velocidade a que os automóveis e a tecnologia evoluem é avassaladora. E se, em muitos dos componentes e peças do automóvel, as margens têm diminuído, graças à muita concorrência e à generalização da oferta das várias marcas (das originais às equivalentes e marcas brancas), vão sempre surgindo novas oportunidades. E agora são os componentes ligados ao ambiente que ganham terreno. O facto de serem componentes muito técnicos faz com que o seu preço seja elevado. É o caso dos filtros de partículas que não têm ainda tanto tempo de mercado para que estejam já numa fase madura e isso faz com que existam também muitos problemas relacionados com a sua utilização, o que resulta em mais visitas à oficina e serviços mais caros. O natural delay do aftermarket em relação a novos componentes foi rapidamente ultrapassado e no trabalho especial que publicamos nesta edição mostramos várias alternativas antes da substituição, que passam também por prevenir antes de ter que remediar. Ainda assim, já existem alternativas às peças originais e, ainda que tenham preços mais simpáticos, continuam a ser componentes caros. Por isso, para as empresas que se lançam neste tipo de produtos é essencial que tenham formação. Todos sabemos que quanto mais um cliente tem que pagar por uma reparação, mais exigente é. Não é um tipo de serviço que resulte por tentativas. O mercado é tão apetecível que surgem até opções de retirar o filtro de partículas, divulgadas abertamente na internet. É algo difícil de entender uma vez que são componentes obrigatórios nas especificações dos modelos que o têm, além de ser uma atitude eticamente difícil de defender, também por razões ambientais, onde as marcas (tanto OEM como aftermarket) gastam milhões em pesquisa e desenvolvimento. Não é difícil imaginar o que aconteceria se todos os carros mais modernos optassem por retirar (ou desconectar) o filtro de partículas. E isto vai continuar a acontecer até que os centros de inspeção estejam atentos e atuem sobre estes carros aos quais é retirado o filtro de partículas. Como preferimos as boas práticas, damos destaque aos que as seguem num trabalho muito completo sobre todas as soluções no mercado, com a certeza de que este é um componente que representa uma boa oportunidade de negócio à medida que o parque se vá modernizando.
O mercado é tão apetecível que surgem até opções de retirar o filtro de partículas, divulgadas abertamente na internet. Esta é uma solução difícil de justificar, por questões técnicas do carro mas também pela vertente ambiental que é posta em causa
Cláudio Delicado Editor-CHEFE claudiodelicado@turbo.pt
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Carlos Esteves. “As pessoas hoje trabalham o dobro para os mesmos resultados” Carlos Esteves é o diretor-geral da Berner Portugal. Subiu a pulso, com muito trabalho mas acumula tanta experiência no setor e na área comercial que tem ideias muito bem sustentadas sobre o mercado. Foi esse know-how que ajudou a que a filial da empresa alemã ultrapassasse estes últimos anos de crise sem abanar. TEXTO cláudio delicado FOTOS JOSÉ BISPO
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arlos Esteves é um homem muito dedicado ao trabalho. Sabe muito do negócio e a sua experiência é vasta, tanto em termos de produto como na vertente comercial, que ainda hoje gosta de pôr em prática. Gere mais de 200 pessoas, que vivem completamente viradas para objetivos. Cumprimenta toda a gente que se cruza com ele nas instalações de Tires e sabe que o seu sucesso vive muito das pessoas. É a cara da Berner em Portugal. Como definiria hoje a Berner em Portugal? A Berner está a cobrir o país rigorosamente todo, incluindo Açores e Madeira, com vendas diretas com vendedores, no ramo auto e construção. Não estamos totalmente segmentados como queríamos em 2008, devido às fortes alterações do mercado. Temos, neste momento, 160 vendedores nas duas divisões e a nossa aposta nos últimos anos tem sido o multicanal de vendas. Além das lojas de assistência que temos em Tires, no Algarve e na Maia, os call centers funcionam agora de forma pró-ativa, com gente nossa a vender ao telefone. Demos um
grande passo em Dezembro, com a criação da loja online. É muito interessante que um cliente, seja habitual ou um novo cliente, possa comprar 24 horas por dia. Querem chegar ao cliente final com esta loja online? É natural que surjam alguns porque é uma plataforma aberta a qualquer cliente, ainda que tenha quantidades mínimas de compra. Mas esse não é o nosso objetivo. O nosso core business é o setor profissional. O conceito tradicional de vendas fica ameaçado pelos novos canais de vendas? Não. O nosso ano começa em Abril e teremos mais penetração no mercado, com espaço para a entrada de alguns vendedores. Eles vão ser sempre o centro do negócio. Queremos que o vendedor saiba que mesmo que o seu cliente compre através de outros canais, a comissão é sua. A loja online acaba por ser também um braço extensivo do vendedor a partir das 6 da tarde. Que análise faz do setor automóvel nestes 28 anos de Berner? O negócio com produtos Berner tem 28 anos (18 como Berner Portugal). Ao fim
destes anos todos já vi muita coisa. Primeiro tínhamos um mercado pouco evoluído tecnicamente com recursos humanos muito bons; depois, na reviravolta da entrada para a Comunidade Europeia, passámos a ter técnicos especializados, com muito investimento na formação e na compra de equipamento. O setor equipou-se, de facto, mas as pessoas começaram a não ter capacidade para dar conta dos leasings e rentabilizar o material que compraram. Houve muita pressão para se equiparem e endividarem. A maior parte começou a sofrer a concorrência das organizações mais capacitadas financeiramente e os últimos anos mostraram que havia espaço para serviços rápidos multimarca baseados no tecido existente. Os pneus foram à frente mas depois generalizou-se. Como o mercado começou outra vez a viver de usados, os carros começaram a ser cada vez mais antigos, depois de termos estados quase na frente na idade média do parque automóvel. Atualmente a Europa está toda envelhecida, há lugar para voltar a trabalhar com aquele amigo em que as fevereiro 2014
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pessoas confiam para resolver os problemas dos seus carros. Por diversos motivos, principalmente o financeiro, as pessoas reconhecem no profissional que sempre trabalhou o interlocutor para lhe fazer o trabalho. Para mim isto não é um retrocesso. Na Berner continuamos a ter o cliente C, cliente pequeno, que tem trabalho. Há clientes desses que repararam mais motores no último ano do que nos cinco anteriores. O mercado está a dar uma cambalhota. Mesmo com bons profissionais e oficinas equipadas, não faltou a parte da gestão? Sim, e faltou também pensar no amanhã. Era fácil montar uma oficina e equipá-la toda, mas as pessoas tiveram que se empenhar para o fazer. Hoje, pela nossa proximidade com os clientes, vemos as dores de alguns deles. Nas insolvências e leilões vê-se que equipamento não falta e mão-de-obra também não, mas o peso dos encargos obrigou muitos a fecharem portas. Por tudo isto acredita que o mercado daqui para a frente será mais profissional? Hoje as pessoas são outras, são gerações mais novas que já se habituaram à situação financeira do país. É muito complicado que um banco dê um empréstimo para alguém arrancar com um negócio. Dizem que há x dinheiro para emprestar às pequenas e médias empresas mas não é verdade. Por isso, é preciso aproveitar a capacidade instalada que existe no mercado. É com relativa facilidade que se arranjam instalações e se compram equipamentos que estão parados. Isso vai levar à transformação do setor? Começa a ver-se um número crescente de empresas que abrem com menos pessoal e menos investimento porque aproveitam o parque instalado que existe. Não é possível voltar aos comportamentos antigos, com a forte pressão dos bancos. Foi uma loucura. A Berner conseguiu passar ao lado disso porque
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não vendemos a prestações, temos uma operação mais real. Essa política fez com que ultrapassem melhor a crise? Isso e outra coisa muito importante que o mercado sabe: Temos grandes contas, com operadores de primeira, mas nenhuma empresa tem mais do 1 ou 2% da nossa faturação. Não estamos dependentes de nenhuma grande conta porque trabalhamos com todos. Chegámos até aqui porque temos milhares de clientes e de contas ativas. O ano de 2013 foi mais tranquilo do que o anterior? Está a ser. Foi um ano de estabilização por baixo. Hoje as pessoas trabalham o dobro para os mesmos resultados. Isto também é uma forma de piorar o nível e muitas empresas não estavam preparadas para andar às migalhas e não aguentaram. Quem se centrar só no negócio médio-alto não aguenta. A falta de poder de compra dos consumidores mexeu muito com o mercado… Sem dúvida. Hoje há vários carros das famílias parados porque a manutenção é incomportável. Por isso, muitas delas mantêm apenas um carro e já não vão à marca, também porque o carro já está fora da garantia. Procuram o mecânico que foi
Durante este ano vamos ter espaço para contratar alguns vendedores Porque eles são e vão continuar a ser sempre o centro do nosso negócio.
despedido mas trabalha sozinho ou em associação com outro. Na Berner sabemos onde está cada pessoa. Estes técnicos vêemse, de repente, sem emprego e não podem ficar sem fazer nada. Estas pessoas juntam-se com outras de outra concessão e abrem um negócio para recomeçar devagar, porque têm os clientes. E não estamos a falar do “biscateiro”. MERCADO A MUDAR Como é a divisão dos clientes Berner neste momento? Estamos atentos a tudo. Mesmo nas redes estamos muito bem implantados. Já tínhamos aquelas oficinas como clientes. Tirando um fenómeno como a Midas que cria oficinas de raiz, as outras são oficinas que já existiam e ficam com a insígnia da rede. Temos que ser parceiros das insígnias mas já eramos individualmente das oficinas. Estamos a trabalhar com todas as redes. A maior quebra está nos concessionários de marca, nas oficinas independentes ou nas redes? Nos concessionários das marcas. São as grandes casas com muito pessoal, grande investimento mobiliário que estão a sofrer mais, a fechar instalações e a juntar outras. Têm fechado muitas concessões e esse processo ainda não acabou. O que podemos esperar da Berner este ano? Tentamos através destes canais todos consolidar os resultados de 2013 que são positivos e deixar que toda a estrutura de vendas possa fazer o seu melhor através de incentivos para que possamos crescer. Isto tem muito a ver com o fator individual dos vendedores e o seu empenho porque 80% do nosso trabalho é suor de vendas. Não e apetecível onde não têm tanta presença de vendedores terem algumas associações com casas de peças?
PERFIL Carlos Esteves nasceu no Bairro dos Atores, em Lisboa, há 60 anos, é casado e tem um filho. Fez o curso comercial e num “acidente de percurso”, como diz, começou a trabalhar na JB Fernandes no dia 10 de Agosto de 1969, pouco antes de completar 16 anos. Os estudos seguiram, mas à noite. Fez incursões para técnico de contas mas nunca chegou a acabar. Trabalhou na JB Fernandes até aos 29 anos, e essa foi uma grande escola para o seu futuro. Foi então para a Würth onde ficou três anos. Saiu de lá com um amigo e fundaram a Abraçoflex, em 1985. Nos primeiros tempos abdicou do ordenado para conseguir pôr a empresa a andar e a partir de 1987 passaram a representar a Berner em exclusivo para Portugal. O negócio da Berner representava 80% de todo o negócio e, em 1995, a Berner quis vir para Portugal. Acedeu a vender a empresa e ficou como diretor-geral, até hoje.
Temos alguma revenda pontual de um artigo, mas não de todo o catálogo. Atualmente temos um parceiro que está a trabalhar connosco nos Açores e está a correr muito bem. Quando temos alguém a revender temos que ter muito cuidado com o que é feito com o produto, porque para o cliente, se há algum problema, mesmo que não seja nosso, é o produto que não tem qualidade. Podíamos ir atrás de mais faturação, mas corríamos o risco de perder o controlo e isso não queremos. Temos que ser nós a defender o nosso produto. É isso que nos dá força. A Berner Portugal vai servir de plataforma para os países africanos? Tenho essa responsabilidade nos países de língua portuguesa, tanto em África como no Brasil. O ano de 2014 vai trazer novidades no sentido das parcerias nesses países de expressão portuguesa. É preciso ir com muita
calma. O nosso mercado é em Portugal, independentemente da forma como esteja e não caio nessa ideia de que o que está a dar é Angola. Recentemente criaram a plataforma iPad para os vendedores. Em que medida isso ajudou o vosso negócio? Acima de tudo trouxe-nos uma organização do trabalho muito interessante. Hoje à meia-noite o meu vendedor da Ilha Terceira está completamente atualizado com as mesmas ferramentas do vendedor do Estoril. Tenho toda a gente com as mesmas campanhas, ações e listagens num toque de iPad. Foi um dos grandes contributos para a produtividade. Mas ainda há clientes que gostam de ver o catálogo em papel, o que se torna complicado porque fica rapidamente desatualizado graças à constante atualização e novos produtos. Tentamos que as pessoas usem o nosso catálogo online.
Atualmente tem três lojas.. Eu não lhe chamo lojas, são pontos de assistência ao cliente. Não são lojas abertas ao público. Há alguma perspetiva de alargar essa rede? Sou conservador nesses aspeto. Tenhome segurado porque acredito muito na necessidade de ir a casa do cliente, mas podíamos ter mais noutras zonas. Mas vejo muita coisa a abrir e fechar e isso tem custos imediatos importantes e também custos de imagem. E isso não quero. Prefiro apostar nos vendedores e não ter mais lojas. É mais importante a loja online, que funciona 24 horas por dia. Quais as principiais linhas de produto que vendem em Portugal? A filial portuguesa é muito forte no produto químico e temos uma das quotas mais altas na fixação, química, manutenção, limpeza e lubrificação. São famílias de produtos muito importantes e têm muita imagem juntamente com máquinas e ferramentas, que tem funcionado muito bem. Ultrapassou mesmo todas as expectativas graças à qualidade e ao preço. Por exemplo, a nossa chave de fendas custa metade do preço de outra com a mesma qualidade. Mas estas são vendas diferentes, têm que ser ativas. Ninguém vem cá porque partiu uma chave. É quando o vendedor vai ao cliente que vende no momento. Mas a fixação é a génese do nosso negócio e só não tem maior importância em valor porque o preço unitário é cada vez mais baixo. LEIS NÃO AJUDAM A Berner tem atualmente 226 trabalhadores. As leis laborais ajudam ou dificultam o vosso negócio? Esse é um dos grandes problemas em Portugal, a par da situação económica. Vivemos uma mentira há 40 anos e não posso escolher ficar com os melhores enquanto eles
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são os melhores. Tenho que ficar com pessoas que não produzem ou não cumprem, porque é mais fácil fechar a empresa e mandar toda a gente para a rua do que despedir uma pessoa. E isso mexe muito com a economia do país. A Europa tem um conjunto de regras que prejudica a própria Europa na concorrência com o resto do mundo. É fundamental que o mercado de trabalho funcione de uma forma livre, onde os melhores têm todas as oportunidades e os piores têm que fazer tudo para ser melhores. É uma vergonha termos pessoas com grandes capacidades a sobreviver com subsídios em casa porque estamos a proteger outros que não têm qualidade e não cumprem. E isso acontece porque entre o trabalhador e o empregador há uma terceira entidade que se mete, que é o Estado e não defende a economia do país. A liberalização do mercado de trabalho de que tanto se fala é mentira. Noutros países mais avançados quando o trabalhador não cumpre vai embora e a sua vaga é preenchida por outro. Esse que saiu vai encaixar-se noutra empresa onde tem mais afinidades ou está mais adaptado. Aqui uma pessoa entra para uma empresa, é integrado no quadro e o patrão nunca mais o pode despedir. O emprego não roda. E atenção porque não falo em fugir ao contrato, pagamos a indemnização e pronto, resolve-se. Como tem afetado o vosso negócio a nova lei das guias eletrónicas de transporte? A lei limitou o transporte das pequenas encomendas nos nossos carros por causa das guias. Como se andássemos a fugir aos impostos. Estragou-nos a vida. Tínhamos a urgência e o pequeno pacote, a amostra, que era levada pelos carros dos vendedores. Somos o único país a par da Turquia com estas autorizações eletrónicas das finanças. Há camiões à espera meia-hora para ter uma autorização para levar uma encomenda. Como temos o autocolante a dizer Berner
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revistam-nos o carro todo e se tiver uma chave de fendas tenho que ter uma guia. Sempre tivemos guias de transporte e não podemos fugir aos impostos. Nem é por causa do fisco, é por regra e imposição do grupo. Isto é uma loucura e o vendedor vendia mais e prestava melhor serviço ao cliente. A partir de Outubro acabaram com isso. É isso que vai diminuir a economia paralela, quando até 100 mil euros declarados as empresas estão isentas? Basta não faturar 200 mil euros e a empresa pode ter apenas uma guia manual. Os alvos são os que cumprem. Hoje o grande segredo do negócio passa pelo stock? O nosso cliente quer mais encomendas, de menor valor e entregues just in time. Esses mínimos podiam ser feitos se o vendedor pudesse levar as pequenas entregas. É inconcebível fazê-lo para mais de 100 vendedores. Isso minorava os custos e permitia que os clientes comprassem menos de cada vez. Qual o papel da formação na Berner? Temos cerca de 8000 referências e isso faz com que a formação seja fundamental. Nós não roubamos ninguém à concorrência porque gostamos de formar de raiz, mas vêm-nos buscar muita gente. São 3000 a 4000 euros que poupam porque aqui há muita formação. O que podemos esperar da Berner nos próximos anos? O nosso plano a três anos prevê voltar devagar à nossa segmentação. Vamos tentar também perceber como vamos aumentar a força de vendas e acordo com um aspeto que é muito importante no nosso país que é a demografia. Há uma concentração cada vez maior nas grandes cidades. Temos que analisar e reorganizar o trabalho, com visitas dos vendedores que são fundamentais, mas com esses clientes em zonas mais remotas a poderem usar mais a loja online. Faturação sem resultados para nós é impensável.
DE CORPO INTEIRO
É um apaixonado por automóveis? Sou, enquanto máquinas, não tanto no que diz respeito à sua posse. É intuitivo ou gosta de pensar a fundo nas suas decisões? As duas coisas. Sou bem assessorado. Costuma decidir sozinho ou acompanhado? Normalmente em colégio, mas depois a decisão final é minha. É viciado no trabalho? Bastante. Foi toda uma vida de dedicação. Consegue não levar trabalho para casa? A internet está connosco em todo lado e é sempre possível ir adiantado qualquer coisa. Mas o que faço mais é pensar e pôr ideias no papel. Como é um dia normal para si? Tenho dias pouco normais porque somos muito afetados pelos acontecimentos e posso ter que reagir a alguma urgência que aconteça. Não tenho rotina. Aqui chego depois do ginásio, por volta das 9h30 e saio às 9 da noite. Segue a política ou divorciou-se dela? Sou obrigado a isso porque interfere com a atividade de toda a empresa. Gosta de futebol? Gosto e vou com alguma regularidade ao estádio ver o Sporting. O que gosta de fazer nos tempos livres? Andar de bicicleta pela marginal e pegar no barco e ir para o mar. É o meu grande escape. O que mais aprecia num colaborador? É a verdade, ainda primeiro que a dedicação e mesmo a frontalidade. Tem um lema de vida? Não faço aos outros o que não gosto que me façam a mim.
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Leatronic. Sistema de proteção auto por satélite A Leatronic, Lda. e a já conhecida marca europeia líder na segurança automóvel GT Alarm, lançaram em Janeiro no mercado nacional mais uma inovação tecnológica de vanguarda. Chama-se GT998T Personal e é um conceito do tipo “Faça você mesmo”.
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GT998T Personal é um completo equipamento para localização auto em tempo real, que permite ter todo o controlo na palma da mão, usando para tal um telemóvel através de SMS, aplicação ou web. Uma gama de instruções, que enviadas para o localizador, permitem interagir com o sistema obtendo, por exemplo, a localização atual, permitindo imobilizar o motor à distância, ativar a proteção de estacionamento, controlo de velocidade, função de SOS, entre outras funções e personalizações possíveis. Em caso de alerta ou da presença de uma anomalia como corte de fios e/ou sabotagem do sistema eletrónico ou alarme por movimento indevido do veículo, recebe-
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se um SMS e/ou e-mail mencionando a situação que gerou o alerta, bem como, a sua geolocalização. Esta solução possui ainda informação por voz ou “beeps” dos radares fixos em toda a Europa. Este serviço é gratuito nos primeiros 6 meses de utilização. O GT998T funciona por consumo, por isso para qualquer interação por SMS são deduzidos 1000 créditos e por cada interação realizada por web ou APP, são apenas deduzidos 100 créditos. É fornecido com 300 comandos gratuitos válidos por 2 anos para poder tirar-se desde logo o máximo partido do localizador. A partir do 2º ano, terá que se fazer um carregamento de 30 000 créditos que são
válidos por 2 anos e o custo por comando é de €0,13. A localização em tempo real com indicações (cidade, rua, hora, velocidade, …), são válidas para toda a Europa sem qualquer custo adicional. Homologado pelas principais marcas de automóveis, é seguramente o localizador com as dimensões mais reduzidas (menor que um pacote de cigarros) e mais fiel do mercado com antenas GPS/GSM e Cartão SIM incorporados, tendo um preço de 450 euros. Para interagir com o localizador, procure para iPhone/iPad no iTunes a APP “GTSATSYSTEM”, tendo igualmente um acesso web que pode ser utilizado por qualquer Smartphone no endereço http://m.gtsat.it.
Besa. Apresenta novo Besa Wet
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Besa, a marca da Bernardo Ecenarro, acaba de lançar o novo aparelho húmido sobre húmido. Trata-se de um produto desenhado para otimizar o processo de pintura na oficina de carroçaria, o que permite aplicar o revestimento de cor em apenas 15 minutos, sem lixar, melhorando assim a produtividade na oficina por reduzir os tempos de uso da cabina de pintura. De fácil aplicação e aspeto brilhante e suave, este produto deteta pequenas impurezas antes da aplicação de acabamento. Este produto está disponível em cinza médio e vem em embalagem de 4 litros, aumentando a já extensa gama de produtos para a área auto desta marca.
Glasurit. Novo primário expresso cinzento escuro
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Glasurit desenvolveu um novo primário aparelho expresso como solução rápida para pequenas lixagens até ao substrato ou reparação de pequenos danos. O Glasurit 183-90 1K Primário Aparelho Expresso cinzento escuro está disponível num formato pronto a ser utilizado, em lata com pulverizador. Está sempre por perto, seca rapidamente e oferece uma boa qualidade de acabamento e uma boa protecção anti-corrosão. Refira-se que o novo primário aparelho expresso é um complemento ao testado e comprovado Glasurit 183-70 1K Primário Aparelho Expresso cinzento claro.
Bombóleo. Novas soluções BorgWarner para reparação de turbos
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Krautli. Distribui direção e suspensão da Ruville
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o seguimento da consolidação do seu portfólio na área da mecânica bem como do desenvolvimento da parceria com a marca alemã Ruville, a Krautli Portugal celebrou um acordo com esta empresa para a distribuição do seu programa de produtos de direcção e suspensão no mercado português. O programa, com cerca de 4000 referências, é dos mais completos do mercado com uma cobertura superior a 90% do parque circulante. Todos os produtos são fabricados com qualidade OE e têm 2 anos de garantia. Para identificação fácil e rápida das referências está também disponível o catálogo electrónico do fabricante em http://toc.ruville.de, que é atualizado permanentemente e permite uma pesquisa à semelhança dos catálogos electrónicos TecDoc e TECCAT, onde os produtos Ruville também estão presentes.
xiste uma nova solução para a reconstrução de muitos turbocompressores BV39 e BV43 VTG da BorgWarner . Como os veículos que utilizam estes turbos já têm uma idade algo avançada, o mercado cada vez mais pede soluções para a reparação dos mesmos. Até agora a reconstrução fiável de um Turbo VTG era recomendada só com a utilização do sofisticado e dispendioso equipamento de calibração utilizado nas fábricas. No entanto, a abordagem que a marca fez para superar os obstáculos técnicos, proporciona uma solução que permite fazer a respetiva reparação dos Turbos BorgWarner VTG. Está disponível um kit de ferramentas específico para a desmontagem e
montagem destes cores de geometria variável. O kit é constituído por 4 chaves com tamanhos diferentes, e concebidas de acordo com as regras do fabricante BorgWarner (desenho, materiais e especificação do acabamento).
Festool. Mais vantagens no programa Quality System Partner
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programa de colaboração Quality System Partner, dinamizado pela Festool automotive systems, começa 2014 com novidades as oficinas de reparação automóvel. Às oito vantagens exclusivas oferecidas até agora, como a assessoria personalizada ou a garantia total para todos os equipamentos da marca, a Festool automotive systems acrescenta o acesso a promoções exclusivas e a oferta de condições de compra preferenciais. O objetivo do fabricante
alemão de soluções de sistema é continuar a ajudar as oficinas a estar sempre atualizados no que diz respeito à redução de custos, economia de materiais e melhora da rentabilidade. Refira-se que para ser sócio Quality System Partner e beneficiar-se das vantagens exclusivas do programa, existe apenas uma condição: a oficina de reparação automóvel tem de utilizar o processo de lixagem em 4 passos, que consiste na combinação das lixadoras, acessórios e abrasivos. fevereiro 2014
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Fuchs. Nova aprovação Ford
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Würth Online World. Lança nova solução de hardwareop
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WOW – Würth Online World, empresa do Grupo Würth lançou para o mercado português a grande novidade em temos de hardware para diagnóstico automóvel, a nova solução IQ 330. Este tablet em simultâneo com o Snooper+ criam uma máquina de diagnóstico altamente inovadora e com grande mobilidade. Com classe de proteção IP54 (protegido contra água e pó), com um ecrã TFT táctil de 9.7” e Dockingstation, este novo equipamento completa as opções disponíveis de diagnóstico automóvel apresentado pela WOW, bem como o inovador SRC – Serviço Receção a Clientes. Com a apresentação deste novo equipamento, a WOW Portugal passa a disponibilizar para os seus Clientes duas versões de hardware: o IQ150 e o IQ330. Ambos os equipamentos funcionam com o mesmo e mais avançado Software de Diagnóstico WOW.
Ford introduziu recentemente novas aprovações de óleo do motor, nomeadamente a aprovação WSSM2C913-D, levando a que Fuchs tenha sentido a necessidade de complementar o seu já vasto portefólio de produtos. O processo de desenvolvimento para a provação Ford WSS-M2C913-D foi concluída pela Fuchs com êxito, colocando agora à disposição do mercado um produto que cumpre oficialmente essa aprovação e que pode ser recomendado para utilização em concessionários e oficinas independentes. Estamos a referir-nos ao novo TITAN SuperSyn F Eco-DT SAE 5W-30, desenvolvido especificamente para as exigências da aprovação Ford WSSM2C913-D, requerida nos novos motores Diesel “DuraTorq”.
Rino. Auto R&S adere à rede
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Rino celebrou recentemente a integração de mais uma oficina na sua rede nacional, desta feita, a Auto R&S, Lda, uma casa com história na Amadora, fundada em 1969. Paulo Jorge, Fernando Vieira e Luís Marques são os três sócios desta oficina, que em 2001 adquiriram a mesma, depois de um período de encerramento. Todos eles já tinham ligação ao sector automóvel e às oficinas, mas devido à boa localização das instalações da Auto R&S (bem no centro da cidade da Amadora) e às excelentes condições estruturais, decidiram investir nesta oficina. Conscientes da importância de estar integrados numa rede, os sócios da Auto R&S, optaram pela Rino porque “foi aquela que nos ofereceu melhores garantias, não só pelo ponto de vista comercial, com acesso rápido a peças e a preços muito
interessantes, mas acima de tudo pelo ponto de vista técnico, facilitando o acesso a ferramentas de orçamentação e dados muito úteis para a nossa atividade”, refere Fernando Vieira da Auto R&S. Sendo uma tradicional oficina, a Auto R&S faz particamente todo o tipo de serviços de mecânica, pneus e de chapa. “Entendemos que é este o rumo que uma oficina independente deve seguir. Aliar o conceito de proximidade ao cliente às vantagens de estar numa rede, permite-nos servir melhor o cliente”, conclui Fernando Vieira.
Petronas. Intensifica parceria com a AMG
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evolução da forte parceria técnica entre a Petronas e a Mercedes AMG Petronas Formula One Team nas pistas, bem como a estreita relação comercial com a Mercedes-AMG no que diz respeito ao primeiro enchimento de lubrificantes na fábrica, atingiu recentemente um novo e importante nível de colaboração: o fornecimento do óleo de motor Petronas Syntium 7000 para a produção da nova série de motores de 4 cilindros da Mercedes-Benz A 45 AMG e do Mercedes-Benz CLA 45 AMG. Nos termos do novo acordo, todos os motores AMG M133 produzidos em
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Kölleda, Alemanha são lubrificados com óleo de motor Petronas Syntium, sendo o motor 2.0L turbo desenvolvido para ter o melhor desempenho com Petronas
Syntium 7000 – o mesmo lubrificante formulado para satisfazer as exigências mesmo nas condições mais rigorosas, como a Formula 1.
Mastersensor. BURY lança novos modelos
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BURY Technologies é o maior fabricante mundial de kits mãos-livres e berços para telemóveis e equipa a maior parte das marcas alemãs construtoras de automóveis, como é o caso da BMW, AUDI, Volkswagen, Mercedes, Porshe e Bentley. Atualmente com novos modelos, a marca pretende abranger um maior leque de clientes, desde quem procura apenas uma solução prática e económica, ao que é fã da mais alta tecnologia e procura uma necessidade especial. Os novos produtos da BURY são o EsayTouchPRO, o CC9058 e o CC9068. Todos eles se destinam a facilitar o uso do telemóvel no automóvel, tendo ainda uma série de funcionalidades úteis que facilitam a experiência das comunicações no habitáculo, com destaque para a qualidade de som, que é fundamental para que o utilizador se sinta confortável em comunicar sem desviar a sua atenção da estrada. Mais informações sobre os novos produtos BURY em www.bury.com, que em Portugal é representada e distribuída pela Mastersensor.
Meyle. Acrescento da gama para Grupo VW
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á estão disponíveis mais 10 itens da Meyle-HD ao nível de braços de suspensão para veículos do Grupo Volkswagen (Audi, Seat, Skoda e VW). Segundo a Wulf Gaertner Autoparts AG o crescimento desta gama de produtos permite às oficinas expandir a sua carteira de clientes oferecendo reparações com qualidade HD para um sempre crescente número de aplicações. Com um novo design e um tipo de borracha optimizado, os braços MEYLE-HD são projetados para durar muito mais tempo que os seus equivalentes OE. O fabricante, com sede em Hamburgo, oferece uma garantia de quatro anos nos seus braços de suspensão para Volkswagen.
Leaseplan. Com maior controlo nos serviços oficinais
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LeasePlan vai reforçar o serviço de controlo de qualidade de fornecedores, através de uma avaliação integrada feita por entidades certificadas, com o objectivo de prestar um serviço cada vez mais eficaz e personalizado aos seus Clientes. A análise das intervenções aos automóveis será feita de forma aleatória, sendo o Condutor avisado, de imediato, que o automóvel irá ser submetido a uma ação de controlo de qualidade antes da respectiva recolha.
Estas verificações assentam nos seguintes tópicos: aferir a qualidade da reparação, verificar se foram efectuados os procedimentos correctos e certificação final. Em caso de reprovação no controlo de qualidade, o automóvel não será entregue ao Condutor e a situação será acompanhada pela LeasePlan no âmbito do processo de ocorrências negativas ao fornecedor. Nestes casos, será atribuído um veículo de substituição sem qualquer custo para o Cliente ou Condutor.
22 REVISÃO FOI NOTÍCIA QUE... … a Federal-Mogul anunciou a aquisição do negócio de componentes de chassis da Affinia. Esta empresa fornece clientes do mercado de reposição dos Estados Unidos com linhas de produtos de chassis. A transação está ainda sujeito a aprovação final das autoridades. … a maior rede de internet de vendas de pneus online, a Delticom, registou em 2013 mais de um milhão de novos clientes. Pela primeira vez na história da empresa mais de meio milhão repetiram a compra nesta casa de pneus virtual. … a Carhost está a abrir novos horizontes ao nível dos serviços, ao decidir lançar um novo conceito de produto no mercado do restauro auto multimarca, especialmente nos famosos 4x4 Landa Rover Defender. A empresa disponibiliza também peças para todos os utilizadores deste tipo de veículos. … a KYB Europa construiu uma fábrica de molas situada en Chrudim na República Checa, a cerca de 15 kms da fábrica que a KYB tem em Padurbice. Esta nova fábrica foi construída para apoiar a crescente procura de molas KYB K-Flex na Europa e na Ásia. … a Monroe foi dos poucos fornecedores que, no ano passado, tiveram a determinação de investir na marca com novas peças. Foram adicionados à gama cerca de 400 novos componentes. … a Macos passou a disponibilizar para o mercado oficinal um aditivo que faz a limpeza do Filtro de Partículas, o JLM DPF Cleaner, evitando desse modo a deterioração desse componente e prolongando a vida útil do mesmo. … a Hella, com o objetivo de diversificar a sua linha de produtos para as oficinas, lançou recentemente uma nova linha de pintura para veículos pesados, denominada Valspar Industrial Mix (VIM). Com esta nova linha, a Hella passa a oferecer um serviço de repintura completo para qualquer tipo de veículo, seja turismo ou pesado, completando a sua oferta de soluções de pintura com sistema e produtos que garantem um gasto mínimo e reduzem os tempos de trabalho. … a EMM possui um novo sistema de codificação dos pulverizadores. Como antes da aplicação da pintura é sempre necessário preparar a superfície, o que exige uma limpeza perfeita para evitar a sua contaminação, a EMM lançou as garrafas de pulverização com um código de cores único, da marca Colad. … a rede “A Oficina” promovida pela Create Business e dinamizada pela sua rede de retalho, continua a crescer, agora com mais duas novas oficinas. A APL Expresso promoveu mais duas oficinas da rede, desta vez no Forte da Casa em Alverca e em Castanheira do Ribatejo
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DDS Auto. Amplia armazém e aumenta disponibilidade de stock
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antendo a sua estratégia de consolidação e crescimento sustentado, a DDS, em Dezembro de 2013, procedeu à conclusão do 2º piso do seu armazém, aumentando consideravelmente a sua área de armazenagem. Com este aumento pretende a empresa de Valongo ampliar os stocks já existentes e introduzir novos produtos e novas marcas, disponibilizando dessa forma mais serviço ao cliente. “Este investimento visa continuar a satisfazer cada vez melhor, e de forma mais eficaz e eficiente, as necessidades dos seus clientes”, refere Diamantino Sousa, gerente da empresa. Segundo este responsável da empresa, “ a DDS continua a querer ser merecedora da preferência e escolha dos seus clientes. Porque acreditamos que 2014 pode ser
Federal- Mogul. Acordo para adquirir divisão de fricção da Honeywell
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Federal-Mogul anunciou que as suas filiais europeias chegaram a um acordo de compra definitiva para adquirir parte dos ativos dos negócios de fricção para travagem automóvel e industrial da Honeywell, incluindo duas fábricas recentemente implementadas, uma na China e outra na Roménia. A Honeywell Friction tem a sua sede em Glinde, na Alemanha, e conta com 2000 funcionários em todo o mundo. A transação está sujeita à aprovação das autoridades reguladoras e outras partes interessadas no acordo. As partes esperam finalizar a transação durante o segundo semestre de 2014. A incorporação da Honeywell fricção vai fortalecer a experiência tecnológica da Federal-Mogul com uma melhoria da capacidade e poder de produção. A combinação de ambas as empresas vai oferecer vantagens aos clientes, tanto de primeiro equipamento como de aftermarket. A Federal-Mogul fornece uma ampla gama de componentes de travagem tanto para ligeiros como para pesados, no primeiro equipamento e no mercado de reposição, com marcas como a Ferodo, NECTO, Duron e Wagner.
melhor que 2013, trabalhamos diariamente para que esse sonho seja uma realidade”.
Monroe. NOVAS ferramentas de diagnóstico de suspensão e direção
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Monroe lançou algumas novas ferramentas que vão ajudar a diagnosticar os mais recentes sistemas de direção e suspensão. O Monroe Steering & Suspension Tool (KSWI01), é uma ferramenta que permite de uma maneira rápida e fácil verificar o desgaste dos componentes de direção e suspensão. Esta ferramenta inovadora permite que uma pessoa possa articular a roda para verificar o desgaste dos componentes de suspensão, quando não em carga. A Tenneco oferece também uma extensa biblioteca de livre acesso (Monroe® e-Learning Modules) com módulos de formação interativos que apresentam informações técnicas vitais, diagramas, imagens, vídeos e outros recursos em módulos facilmente compreensível, estando tudo disponível através do site da Monroe. com.
CEPRA/ENI. Assinam protocolo de colaboração
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CEPRA (Centro de Formação Profissional da Reparação Automóvel) e a Sintética, representante da ENI em Portugal, assinaram um protocolo de colaboração. “A parceria que celebramos com a Sintética, é muito importante para a nossa comunidade aprendente, uma vez que esta empresa tem preocupações com as questões da formação e em apoiar entidades que se dedicam à formação profissional”, referiu António Caldeira, diretor do CEPRA. A formalização desta parceria é o culminar de uma série de iniciativas que o CEPRA desenvolveu recentemente, nas quais a Sintética marcou presença ativa com a marca ENI. “Se antes deste protocolo já existiu a capacidade de juntar esforços e vontades, agora com a assinatura do mesmo, existirão muito mais oportunidades para aprofundar a nossa relação”, comentou António Caldeira, acrescentando que “o facto de a ENI estar a associada às novas tecnologias, à alta competição e possuir uma forte componente de investigação, permite-nos estar próximo de uma entidade que para os nossos jovens em formação é muito importante”. No âmbito da assinatura deste protocolo
a Sintética vai disponibilizar no plano formativo uma série de meios, de dados e de informação que possibilitaram que a formação esteja o mais próximo possível da realidade do mercado empregador. A Sintética irá também estabelecer prémios para os melhores jovens em formação, possibilitando-lhes o acesso a outros níveis de formação junto da alta competição e dos centros de investigação e desenvolvimento da ENI.
“Temos um conjunto de informação técnica e dados muito atualizada e de extrema importância, que é crucial para todos aqueles que se encontram em formação no CEPRA”, referiu José Nunes, Adminsitrador da Sintética. Este protocolo incidirá, para já, na formação inicial do CEPRA, mas existe vontade e disponibilidade das partes para alargar o seu âmbito a outras iniciativas.
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NGK. Novas velas de incandescência para o aftermarket
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NGK produziu novas velas de incandescência para os motores diesel destinadas ao aftermarket, com cobertura nas marcas Mitsubishi, Renault e Dacia e com a qualidade do Equipamento Original. A gama de velas de incandescência da NGK é muito completa e sempre que o inverno está à porta a marca tenta ao máximo corresponder às exigências do mercado. Muito recentemente a NGK lançou no mercado de reposição as novas velas de incandescência CZ251 (D -Power 76) e Y1035AS (D -Power 77). Ambas garantem um arranque a frio muito fiável em poucos segundos, nomeadamente nesta época de baixas temperaturas. O CZ251 (D -Power 76 ) é uma vela de incandescência cerâmica que vem do equipamento de origem, equipando diversos motores da Mitsubishi, enquanto o Y1035AS (D -Power 77), é uma vela metálica, desenvolvida para a Renault, nomeadamente para o motor diesel 1.5 Dci.
Liqui Moly. Faz o maior investiMENTO de sempre
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fabricante alemão de óleos para motores e aditivos Liqui Moly prossegue o seu caminho de crescimento. Até 2015, a empresa aplicará cerca de 20 milhões de euros em desenvolvimento e produção, o maior programa de investimento da história desta empresa. No que toca à produção de óleos, a capacidade de laboratório será duplicada. Além disso, será instalada toda uma nova linha de depósitos, que permitirá aumentar a capacidade de produção e flexibilizar os processos. A Liqui Moly irá também investir na produção especializada de lubrificantes sendo das poucas empresas que ainda dispõe da sua própria unidade de produção. Os investimentos no negócio dos lubrificantes totalizam 17 milhões de euros. Serão também investidos 2,5 milhões de euros na produção de aditivos, nomeadamente numa nova unidade de enchimento com capacidade de resposta para picos de produção. Este investimento total de cerca de 20 milhões de euros surge no seguimento do parque de depósitos que a Liqui Moly construiu há dois anos, com um custo de 12 milhões de euros.
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EMM. Apresenta luvas para trabalhar com tintas e solventes
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EMM está empenhada em desenvolver produtos que correspondam cada vez mais às necessidades dos seus clientes, sobretudo na área oficinal e no que ao setor da repintura e colisão diz respeito. Como novidade mais recente, com a marca Colad, a EMM apresentou as luvas de borracha nitrílica, mais grossas e de cor cinzenta, que combinam proteção extra e conforto adicional. As características distintivas destas luvas são a superior resistência à ruptura (extra forte mas também super flexível), os pulsos longos (300 milímetros) e superfície texturizada para uma melhor aderência extra. Estas luvas estão isentas de talco, silicones ou látex, para evitar a irritação da pele ou alergias, sendo destinadas essencialmente ao trabalho com tintas e solventes.
Blue Print. Promoção de kits de embraiagem para oficinas
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Blue Print, por motivo do seu 10º Aniversário em Portugal, está a oferecer a todos os mecânicos e oficinas profissionais, a oportunidade de ganharem cartões ‘Dá Valor’ de 5€. Para ganhar os cartões oferta, os mecânicos apenas terão que comprar Kits de Embraiagem Blue Print no seu distribuidor habitual, e registar as suas compras no site da promoção (www.blue-print.com/promo). Por cada Kit de Embraiagem que comprarem e registarem no site, ganharão 5€ em cartão ‘Dá Valor’. Tudo isto sem sorteio! A promoção decorre de janeiro a março de 2014. Visite o site da promoção para se registar, e consultar todos os detalhes e condições da campanha da Blue Print. Os cartões ‘Dá Valor’ são válidos em mais em
mais de 1.100 lojas, em Portugal e Espanha: Continente, Worten, Worten Mobile, Sport Zone, Zippy Kidstore, MO, GeoStar, Well´s e Book.it. Como é normal neste tipo de promoções, quantos mais Kits de Embraiagem comprar, mais pode ganhar.
Valvoline. Gama reforçada com Synpower Xtreme
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Krautli Portugal, representante da marca Valvoline, anunciou que já se encontra disponível a nova gama de produtos Synpower Xtreme. Com a crescente necessidade de exceder as normas necessárias para fazer face as exigências dos fabricantes auto, fruto de um alargamento dos períodos de revisão associados a crise instalada no mercado europeu, a Valvoline lança esta nova gama. Esta nova gama permite um nível de desempenho mais elevados e garantem os
níveis de aprovação mais recentes ACEA 2010, superando assim as exigências dos fabricantes em cerca de 70%, o consumo de combustível sofre uma redução três vezes superior as normas ACEA C3 standard, a capacidade detergente e dispersante desta gama de produtos foi igualmente melhorada em 25% face as mesmas normas. Numa fase inicial a gama conta com seis produtos que garantem uma cobertura na ordem dos 95% do parque circulante com exigências low saps.
TRW. A estratégia para o sucesso no mercado pós-venda
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TRW Automotive Aftermarket, através de uma série de vídeos curtos, que suportam a sua mais recente campanha de comunicação “Corner Module”, faz diversas revelações importantes que explicam como a companhia, tradicionalmente conhecida como o fornecedor de peças para sistemas de travagem, está agora a conduzir o mercado independente de pós-venda global (IAM), com firmeza, para o sucesso. Os primeiros dois vídeos lançados online, analisam como a TRW - enquanto líder global no design e fabrico de sistemas de segurança e um dos principais fornecedores de equipamento original (OE) - está a definir os padrões para os sistemas de direção & suspensão (S&S) no IAM, de forma a alcançar um sucesso inigualável. Para assistir aos vídeos, aceda ao seguinte link: https://www.trwaftermarket.com/ CornerModuleTV.
Motul. Novo site já disponível
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ual o lubrificante recomendado para cada veiculo? A Motul dá-lhe a resposta, com o novo site que acaba de apresentar ao mercado, onde poderá recolher muita informação técnica. Desde Janeiro de 2014 a Motul disponibiliza um novo site com novas e melhores funcionalidades, entre as mais relevantes destacam-se: - Novo Assessor de lubrificantes com mais veículos, maior numero total de recomendações por veiculo e quilometrarem recomendada. - Assessor de lubrificantes agora para veículos clássicos, barcos, maquinaria estacionaria, equipamentos de minas, máquinas industriais e ainda mais viaturas pesadas, entre outros. - Possibilidade de passar a PDF a recomendação automaticamente com toda a informação. - Foto do produto imediata e acesso a fichas técnicas e de segurança modo mais intuitivo. - Nova zona de Fãs, com a possibilidade de fazer dowload de diversos posters, screensavers, etc. Basta aceder a www.motul.com, selecionar o idioma “Português” e pesquisar em “Que Produto – Assessor de Lubrificantes”.
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Classic Expo. Aberto a diversos setores incluindo o das peças
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Classic Expo Internacional do Ribatejo vai decorrer de 13 a 14 de Setembro de 2014 no Centro nacional de Exposições em Santarém - CNEMA. Esta exposição que tem como tema de fundo os clássicos, embora os veículos novos, as peças também estejam no âmbito da exposição, será aberta a uma enorme conjunto de atividades que irão ocupar os mais de 10.000m2. Paralelamente vai decorrer um motorshow, aberto a diversas modalidades (Popcross, Drift, Pericia, Karting, Super especial, Motocross, Trial vintage, Rali, Rallycross, Kartcross, Air show e Extreme Trial), sendo
todas estas atividades gratuitas para os pilotos (profissionais e amadores), que compareçam com a sua viatura e abertas a clássicos e não clássicos desportivos. Existirá espaços gratuitos para clubes nacionais e internacionais, tanto para stands como para estacionamento, e encontros dentro do espaço de exposição. A feira estará aberta ao público das 10 às 22 horas e o bilhete para um dia terá um preço de 6 euros. A Eni Lubrificantes (Sintética) e o representante local da BMW são já parceiros deste evento. Mais informações em www. classicexpo.com.
Metelli. Expande gama de componentes de travão
KYB. premiada pelo GAI
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KYB Europe foi galardoada como “fornecedor do ano” pelo Group Auto International. Nos últimos anos, a KYB ganhou em quase todas as categorias, o que é considerado por esta empresa como um grande êxito. A reconhecida empresa de amortecedores e molas colabora com os sócios do Group Auto há muitos anos e durante esse tempo demonstrou a sua eficácia no desenvolvimento do negócio com todos eles. A KYB é um dos principais fornecedores de amortecedores a nível mundial. Um em cada quatro veículos que se fabricam no mundo
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montam originalmente amortecedores KYB. Para além de amortecedores, a KYB fornece na Europa um completo programa de molas de suspensão e kits de montagem de amortecedores para o mercado independente.
Motor Service. Novidades na Kolbenschmidt e Pierburg
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MS Motor Service anunciou um novo acrescento de gama para as suas marcas Kolbenschmidt e Pierburg. Na generalidade os produtos destas duas marcas passam a ter novas referências, alargando a cobertura de mercado. Porém, uma das mais importantes novidades, são os novos packs individuais, que a Kolbenschmidt tem para os segmentos, isto é, passa a disponibilizar este produto de forma individual, passando a existir um número de identificação para cada pack individual. A mesma lógica vai ser também aplicadA aos
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pistons e linhas de cilindros, permitindo dessa forma adquirir unitariamente estes componentes, em função das necessidades de reparação.
Metelli aumentou a sua gama de componentes de travão, com a introdução do disco de travão com rolamento integrado, que foi especialmente concebido para o eixo traseiro de veículos franceses. Este novo produto é o resultado da montagem de um disco de travão, um rolamento e uma série de acessórios, incluindo o anel de sensor de ABS. A sua característica distintiva é o rolamento integrado, composto por um par de rolos cónicos inseridos no orifício de montagem do disco de travão, que o fixa ao cubo de roda. O disco de travão com rolamento integrado é um produto único e altamente tecnológico, que não pode ser desmontado e cujas partes não podem ser substituídas. Em caso de desgaste excessivo, a peça tem que ser substituída na sua totalidade. Os modelos de discos de travão com rolamento integrado desenhados pela Metelli podem ser instalados no eixo traseiro dos seguintes veículos: Renault Clio, Scenic, Modus, Grand Scenic, Laguna, Velsatis, Espace, Citroën C4, Peugeot 207 e 307/308.
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MF Pinto. Serviço completo nos turbos
A MF Pinto oferece hoje um serviço completo ao nível dos turbos. Disponibiliza novos e recondicionados, marcas de referência e ainda equipamentos, tendo recentemente lançado novidades nesta área. TEXTO Paulo Homem
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om o seu foco nos turbos e nos sistemas de injeção diesel, a MF Pinto dedica-se, desde 2004, à importação e distribuição deste material. Se no passado os sistemas de injeção diesel tinham uma maior expressão no negócio da MF Pinto, atualmente os turbos equilibraram a balança. “É um mercado que ainda irá crescer mais na próxima década e que tem vindo a ganhar cada vez mais expressão no nosso negócio” diz Jorge Costa Pinto, administrador da empresa. A empresa distribuiu em exclusivo a KTS (Kawasaki Turbo Systems), uma marca da Malásia, que possui turbos completos (em marca branca), e que lançou recentemente compressores para aplicações específicas, sendo esta uma das novidades nesta marca. Para além desta comercializa ainda os turbos das marcas Garret, KKK, Schwitzer, IHI, Mitsubishi e Holset. Possui também turbos recondicionados, um serviço que
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é feito por uma empresa associada à MF Pinto. Nos sistemas de injeção diesel a empresa de Sintra comercializa bombas injetoras novas e recondicionadas, peças para reparação de bombas injectoras, medidores de massa de ar, porta injetores e injetores de marcas de referência, das marcas Bosch, Delphi, Zexel, Denso e Stanadyne, sendo distribuidor para Portugal da Star Diesel e exclusivo da Firad Diesel. ampla gama Mellet Porém, uma das marcas de referência da MF Pinto, na área dos turbos, é a Mellet, que possui uma gama muito ampla de peças e componentes para a reconstrução deste componente. Trata-se de um produto que tem vindo a ganhar cada vez mais expressão no negócio da MF Pinto, sendo que “cada vez mais existe uma tendência para reparação de turbos face à aquisição do novo”, assegura Jorge Costa Pinto, dizendo que “as condições de mercado levaram também a essa opção pela reparação, pois tem custos mais baixos para o cliente final”.
No entender do responsável da MF Pinto, também a própria Mellet, da qual é representante exclusiva em Portugal, percebeu no início de 2000 que existia esta lacuna no mercado e lançou uma gama de produtos para reparação de todo o tipo de turbos (de geometria variável), sendo atualmente líder na Europa para este tipo de produto. Com a tendência crescente para a reparação de turbos, a MF Pinto compreendeu também que passavam a existir outras oportunidades de negócio. Foi assim que surgiu em 2012 a representação exclusiva para Portugal da CIMAT, uma marca de equipamentos de equilíbrio de turbos. “Todos os clientes que nos compravam as peças de reparação adquiriam os equipamentos noutros operadores. Agora podemos oferecer um serviço completo que vai das peças de reparação aos equipamentos, prestando nós toda a formação e acompanhamento técnico”, refere Jorge Costa Pinto, que se mostra muito satisfeito com os resultados comerciais obtidos com esta representação.
Nova marca Muito recentemente a MF Pinto lançou um novo equipamento (min-Flow), da marca inglesa G3 Concepts, que afina a geometria dos turbos. É um equipamento fundamental para todos os operadores que façam reparação, que faz a afinação da geometria do turbo com alta precisão, fazendo a medição do mecanismo VGT e verificando se o mesmo está de acordo com os parâmetros dos turbos OEM. “Muitos operadores só conseguem fazer afinação se tiverem muita experiência nisso. Com este equipamento, existe uma certificação técnica de que o turbo tem a geometria afinada, não existindo hipóteses de erro”, explica Jorge Costa Pinto, adiantando ainda que “este equipamento garante a qualidade da reparação, evitando reclamações, melhorando por isso a qualidade do serviço prestado ao cliente”. Depois de um ano particularmente positivo no entender dos seus responsáveis, a MF Pinto está preparada para um 2014 ainda
mais desafiante e com novas apostas. Para esta empresa que importa e distribui sistemas de injeção diesel e turbos, a avaliação de 2013 é muito positiva “pois foi um ano de conquista de novos mercados, depois da bem sucedida presença na Automechanika de Frankfurt em 2012”, refere Jorge Costa Pinto, administrador da empresa, adiantando que “o sentido em 2014 vai ser a exportação, estando já prevista a presença em Frankfurt novamente este ano como expositor, pois consideramos que ficou muito mercado por explorar”. A visita a muitas outras feiras mundiais do setor, assim como a procura de novas oportunidades um pouco por todo o mundo, fazem parte da estratégia da MF Pinto. Refira-se que a exportação, que representava 30% em 2012 passou quase para 49% do negócio global da empresa portuguesa. Mesmo com os turbos a ganharem relevância no negócio da empresa, a maior fatia de exportação (quase 98%) diz respeito aos sistemas diesel.
Parcerias A MF Pinto nomeou, através da marca Mellet, alguns distribuidores preferenciais. Não tendo como política desenvolver acordos com redes de oficinas, o certo é que algumas gestoras de frotas fazem parte dos acordos da MF Pinto. “Para as gestoras o preço é fundamental. O custo do preço dos turbos OEM é muito alto face ao mesmo turbo que a MF Pinto comercializa”, afirma Jorge Costa Pinto explicando que, em algumas marcas de automóveis, a diferença entre turbo OEM e aftermarket (do mesmo construtor) pode chegar a mais de 50%.
Contactos MF Pinto Administrador Jorge Costa Pinto Telefone 214 251 740 Website www.mfpinto.com
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Entreposto Logística. Aposta no negócio do recondicionamento
Quando ficam prontos os veículos são auditados aleatoriamente por uma entidade independente e é isso que atesta a qualidade do trabalho e do produto final
Nas instalações de Setúbal os buy-back saem como novos e prontos a entrar novamente no circuito comercial. O Entreposto passa a ter uma oficina altamente especializada. TEXTO Cláudio Delicado fotos José Bispo
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as instalações do Entreposto Logística, em Setúbal, há carros por todo o lado. É esse o centro do negócio há várias décadas. É verdade que já lá vai o tempo em que era uma linha de montagem da Datsun, nos anos 70, mas além de todo o apoio que a empresa dá aos modelos novos, agora entra num novo mercado: o do recondicionamento de buy-backs, o que encaixa na política de diversificação de negócio da empresa. A localização das instalações continua a ser uma mais-valia. “Criámos esta nova unidade para ir ao encontro da necessidade e da insistência dos clientes para que tivéssemos este tipo de serviço.
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Havendo já clientes interessados é mais fácil iniciar uma atividade”, explica José Domingos, responsável de desenvolvimento de negócio. Os clientes-alvo deste serviço são as marcas, os frotistas e os rent-a-car. O investimento total vai ficar abaixo dos 60 mil euros. Restam algumas adaptações para que esteja concluído este processo. Esta divisão começou a trabalhar oficialmente no início do ano e a visita da TURBO OFICINA marca o arranque da divulgação deste serviço. “O objetivo é fechar este ano com 500 veículos. Neste momento temos já 300 garantidos. Em velocidade de cruzeiro temos que conseguir três veículos por dia. Depois só aumentando
a capacidade para ir mais longe”, explica José Domingos, que acrescenta: “Como este tipo de serviços tem picos ao longo do ano, não é rentável se não tivermos vários clientes. Temos que garantir uma atividade mais plana ao longo do ano”. ANTES E DEPOIS “O que fazemos é agarrar num veículo devolvido para rent-a-car ou frotistas e prepará-lo ou para entregar às locadoras ou para o mercado de segunda mão. O nosso objetivo é colocar o carro como novo”, sublinha José Domingos. Isto porque todos os carros têm mazelas normais do uso, especialmente
nos que chegam dos rent-a-car. Dentro da nave de 1200 m2 (que pode crescer até aos 6500 m2) há uma espécie de linha de montagem onde decorre todo o trabalho: “Desde os pequenos retoques de chapa, mossas, ou uma pintura que pode ser geral. Fazemos também tudo o que está ligado a revisões, testes de máquinas, revisões, filtros, óleos, pastilhas de travão, etc. Depois pode haver coisas mais específicas para as quais estamos preparados. Há lavagem e reparação de estofos e interiores com cortes ou arranhões que reparamos, mudamos pneus… Todo esse trabalho é feito aqui”. E dá alguns exemplos enquanto explica o processo: “Há carros que chegam num estado irrepreensível e há outros num estado deplorável, mas um carro em condições normais neste tipo de atividade, demora cerca de dois ou três dias para ficar em perfeitas condições”. É o que os oito trabalhadores, entre orçamentistas, mecânicos, bate-chapas e pintores estão a fazer enquanto fazemos a visita. Numa das duas estufas estão também peças a secar, depois de pintadas. NÃO HÁ STOCK DE PEÇAS Esta divisão funciona como uma oficina normal. Quando os carros chegam é feito um diagnóstico e um orçamento para cada um deles. Depois as marcas aprovam e, além de pagarem o trabalho, fornecem também as peças. “Não temos stock de peças, mas apenas de consumíveis. No caso de um frotista é igual e depois de aprovado o orçamento é feito o pedido de peças à marca”, explica José Domingos. Neste momento trabalham apenas com peças originais. Só trabalhamos com peças aftermarket, “se for um carro fora da garantia, mas isso depende sempre da decisão do cliente”. Aqui não há um grande armazém de peças porque não há qualquer pedido de peças que não estejam alocadas a um determinado carro. No que é negociado diretamente pelo Entreposto, existem alguns contratos, como no caso das tintas, com a Spies Hecker, que permite que tenham um stock para fazer a composição de cada tom que é necessário ou, no caso dos lubrificantes, com a Galp, que tem uma gama que permite respeitar todas as especificações das marcas. “Usamos sinergias
Os carros intervencionados são totalmente “descascados” ao nível da carroçaria, ficando sem para-choques, borrachas, puxadores, faróis, etc para que o trabalho fique impecável. Existem duas estufas de pintura
de grupo e beneficiamos do que é negociado pela central de compras. Compramos a um fornecedor através dos contratos de grupo, o que garante melhores preços pelo volume”, acrescenta o responsável da divisão. No caso dos pneus, são também encomendados às marcas e fazem parte do orçamento. “Mas estamos preparados, se for necessário, para recorrer aos contratos do grupo e essa é a grande vantagem. No dia em que for necessário recorrer à compra direta podemos fazê-lo com as mesmas condições do nosso retalho”. Tudo vai depender dos novos clientes e das suas exigências. Nesta altura, esta divisão não trabalha diretamente com o retalho do Entreposto. Trabalham de forma independente e “só poderá haver alguma parceria mais próxima, sobretudo, nos veículos que resultam de vendas, os carros que são dados à troca e têm que ser preparados para venda. Essa poderá ser uma situação que pode acontecer no futuro, mas nunca para serviços isolados num só carro”. Estão preparados para todos os clientes, dos ligeiros aos furgões, ficando de fora apenas os pesados. O objetivo do Entreposto é que quando o carro sai das suas instalações a marca saiba que está em condições irrepreensíveis. Por exemplo, um dos seus clientes neste serviço, a Hyundai, dá 5 anos de garantia e muitos dos carros que chegam para recondicionamento têm menos de dois anos, o que quer dizer que ainda têm, pelo menos três anos de garantia pela frente. “É, por isso, preciso garantir que estão em perfeitas condições”, explica José Domingos. Atualmente são três os clientes: além da Hyundai, contam-se também a Seat e a Nissan e esta divisão tem poder para certificar e passar as garantias.
Contactos entreposto logística Responsável josé domingos Telefone 265 729 858 website www.entrepostologistica.pt
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Miguel Gavilanes e Mónica Alves no Centro Técnico Robert Bosch, em Lisboa
Autocrew. Continuar a crescer Lançada no final de 2012 em Portugal, a Autocrew conta com 13 oficinas e uma série de interessados dispostos a fazer parte da nova rede da Bosch. Em entrevista à TURBO OFICINA, Miguel Gavilanes e Mónica Alves falam sobre a atual fase da empresa e as características de um projeto que quer chegar às 100 oficinas em 2015. TEXTO andré bettencourt rodrigues
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fotos josé bispo
m fenómeno com cada vez mais adeptos no nosso país, as redes de oficinas multimarca assumem-se como uma forma de contornar a crise por parte de pequenos empresários que querem salvar o seu negócio ou simplesmente dar o próximo passo na consolidação das suas receitas. Nunca, como agora, foi tão importante inovar para crescer. Nesse sentido, a ajuda dada pelas redes de oficinas tem-se assumido como preciosa pelo apoio que prestam em áreas como a consultoria, comunicação, assistência técnica ou criação de novos serviços. Pelo peso natural que ocupa no mercado e a sua relevância para o setor, a Bosch não poderia manter-se à margem desta equação. A prova do seu peso é visível no sucesso da Bosch Car Service — um conceito já maduro e comprovado por força da sua antiguidade, mas também começa a fazer-se sentir na Autocrew, uma nova rede destinada a um público-alvo diferente. Um ano após o seu lançamento, a TURBO OFICINA falou com os principais
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responsáveis da marca em Portugal, Miguel Gavilanes (responsável pelos conceitos oficinais da Bosch na Península Ibérica) e Mónica Alves (gestora da rede Autocrew), sobre o atual momento de uma empresa repleta de ambição. Que balanço fazem da implementação da rede? Mónica Alves: Bastante positivo. Tínhamos estabelecido como objetivo 20 oficinas e estamos dentro das expectativas. Temos tido uma grande aceitação por parte dos nossos parceiros, não só de quem já trabalhava connosco por intermédio dos programas de certificação Bosch Injection Sytem e Bosch Braking System, mas também de novos clientes que não estavam ainda ligados à Bosch. Neste momento temos 13 oficinas Autocrew, cinco em processo de abertura próxima e uma série de candidatos em análise. Que sinergias existem entre a Autocrew e a Bosch Car Service (BCS) quanto aos serviços e vantagens oferecidos? Miguel Gavilanes: Apesar de ambas
representarem um conceito de serviço integrado que oferece um tipo de apoio às oficinas, não costumamos fazer comparações. Pela sua presença em Portugal, superior a uma década, o conceito BCS tem já um nível de maturidade no mercado que não pode ser equiparado, além do seu diferente posicionamento. Mas em ambos os casos oferecemos um apoio bastante completo que contempla a promoção da marca e do cliente. O surgimento da rede Autocrew preenche uma lacuna que detetamos no mercado para dar o apoio técnico, empresarial e de marca com a qualidade da Bosch a outro tipo de oficinas, dando-lhes as ferramentas para que pudessem desenvolver o seu dia-a-dia. Como fabricante, temos a responsabilidade de dar uma cobertura global ao mercado. É por isso que temos estes diferentes conceitos para chegar de uma forma diferenciada ao cliente, tendo sempre em conta as carências específicas de cada oficina. Cada conceito responde a uma necessidade concreta.
O que diferencia cada parceiro? MG: Quando falamos de BCS, estamos a falar não só do cliente final, mas também de frotas, com capacidades administrativas e de gestão diferentes. Na Autocrew falamos de oficinas que se encontram mais próximas do cliente final, sem a dimensão mais nacional que temos na área BCS. A qualidade de serviço deve ser igual em ambas – é esse o nosso compromisso de marca –, mas o enfoque depende do que o cliente quer. Do que ele identificou como necessidade. Nas oficinas que pertencem à rede BCS, existe um apoio na comunicação da rede perante o potencial cliente, enquanto na Autocrew o enfoque é feito sobretudo no proprietário e em diagnosticar e solucionar as suas necessidades ao nível de equipamentos, marketing, etc. Damos todas as ferramentas para que os aderentes tenham o que é necessário para se promoverem localmente. MA: O nosso compromisso é o de que as redes Bosch possam oferecer uma qualidade de serviço elevada, seja BCS, seja Autocrew, porque a qualidade técnica é importante, mas a de serviço também. Apostamos não só nesse conhecimento, que é transmitido pelos nossos técnicos certificados Bosch, mas também na questão do programa de qualidade da gestão de serviço, válido para ambas as redes. Qual é o target do conceito Autocrew? Segmento médio?
50 a 60 oficinas é o objetivo da Autocrew para 2014
MG: Na questão do serviço, depende muito da própria oficina e do serviço que pode/quer oferecer. A base é a reparação do automóvel e a partir daí pode haver uma série de serviços de valor acrescentado. Se calhar a BCS oferece mais valor porque tem alguns componentes comerciais adicionais face à Autocrew. Mas entre ambas não há diferença na base técnica.
Que carências costumam detetar? MA: Penso que a questão técnica é comum a qualquer parceiro e quem melhor do que a Bosch, que é o principal fabricante de peças automóveis, para dar esse apoio. Esse é o pilar fundamental. Depois, a promoção como marca e como oficina, a melhor forma de darem a conhecer o seu serviço. São estes problemas que
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ESPECIALISTA APOIO COMPLETO Apesar da profusão de redes em Portugal, Miguel Gavilanes acredita que os únicos conceitos que podem funcionar estarão voltados para a oficina e para o cliente. “Foram lançadas muitas redes no passado, mas eram conceitos de fidelização que se calhar não davam um apoio tão completo à oficina para ser competitiva no mercado como hoje acontece”. O responsável acredita ainda que os conceitos “faça você mesmo” terá poucas repercussões no mercado, uma vez que o automóvel é cada vez mais evoluído “tecnicamente e tecnologicamente”, o que significa que os clientes deste serviço apenas poderão fazer uma manutenção muito básica. “A participação do “do it yourself”, tanto em Portugal, como em Espanha, é baixa. Por uma questão de segurança e qualidade, não acredito que seja algo que irá crescer nos próximos anos”.
“As oficinas portuguesas deram-se conta de que ou estão num grupo, acompanhadas por um parceiro forte, ou cada dia será mais difícil concorrer com a atual oferta de reparação automóvel”, afirma Miguel Gavilanes
tentamos resolver com o nosso programa de gestão da qualidade. O que procuram da parte dos vossos associados/parceiros? MG: Pertencer a uma rede significa, em primeiro lugar, aceitar as regras do jogo. O que procuramos como fabricante é ter do nosso lado boas oficinas, competitivas, que possam gerar negócio e manter as suas empresas. Se conseguem manter a sua empresa, conseguem ser bons clientes para o nosso distribuidor e bons clientes para a Bosch. Sem boas oficinas no mercado, a cadeia de valor não funciona. Porquê tanto tempo para lançar a Autocrew em Portugal? MG: O conceito Autocrew foi adquirido pela Bosch em 2009, está presente em mais de 14 países europeus e conta com mais de 700 oficinas pelo mundo. Temos um projeto de expansão em diversos países e detetamos que, em Portugal, havia uma baixa participação das oficinas nas redes que existem no mercado. Estamos a falar de cinco a sete por cento, enquanto em Espanha esse valor é de 28 por cento e em França perto dos 50 por cento. Essa internacionalização traz vantagens para os aderentes portugueses no que à garantia internacional diz respeito?
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MA: Por enquanto, não. Mas todos beneficiam de uma estratégia comum e da experiência dos outros países. Eventualmente iremos integrar esse tipo de serviços no futuro. O contrato de adesão das oficinas aderentes é de franquia? MA: Sim, mas não é um franchising puro. É cobrado um valor fixo anual que pode ser liquidado trimestralmente para favorecer os nossos parceiros. Essa prestação traz vantagens à oficina em áreas como a formação, comunicação, marketing e gestão de qualidade serviço, através de auditorias, cliente-mistério e acesso a material técnico privilegiado. Fornecemos ainda toda a questão da imagem corporativa, exterior e interior; uniformes de serviço, impressos comerciais e estacionário. Não costumamos falar em valores porque estes dependem muito da condição da oficina, da qualidade que tem e do nível de intervenção necessária. Umas estão muito equipadas, outras necessitam de complementar o que já têm com alguns equipamentos que nós exigimos como mínimos. Depois, há aquelas que precisam de fazer uma reestruturação do seu próprio espaço físico e outras em que não há essa necessidade. MG: A mentalidade dos nossos conceitos é sempre tentar adaptar ou utilizar o que a oficina já tem para oferecer o serviço. Não queremos que
a oficina mude totalmente, como se calhar outros conceitos de marca onde tudo é mais homogéneo em termos de instalações. O que queremos é adaptar o que já existe aos requisitos mínimos. O mercado português percebe a diferenciação entre as duas redes? MG: Acho que nós fizemos um grande esforço para explicar abertamente o nosso conceito, tanto aos nossos parceiros — os distribuidores, que são uma peça fundamental no desenvolvimento dos nossos conceitos — como às oficinas BCS. O distribuidor percebe perfeitamente, sabe detetar no mercado que tipo de oficinas angariar para cada conceito, e as oficinas BCS sabem efetivamente quais são as diferenças de posicionamento. Daí nunca termos tido pedidos para trocar um conceito por outro. Agora temos a sorte de ter três tipos de conceitos — duas redes e um programa de certificação técnica — que nos permitem estar mais perto do mercado. Quais foram as vossas dores de crescimento em Portugal? MA: A crise e o medo de perda de autonomia por parte do proprietário, que penso ser comum a todas as redes. Claro que existem regras, uma rede assim o exige, mas tudo fica mais fácil a partir do momento em que ele percebe as vantagens do conceito e é demonstrado claramente que há um respeito muito grande pela sua posição no mercado. Qual o objetivo para 2014? MA: Queremos alargar a rede para 50 a 60 oficinas este ano e esperamos ultrapassar as 100 em 2015. Sabemos que é um objetivo ambicioso, mas não queremos abrir só por abrir. A nossa seleção é e continuará a ser criteriosa.
Contactos AutoCrew Responsável mónica alves e.mail monica.alves@pt.bosch.com tel. 21 850 0000 / 21 850 0073
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Inside Motor. 100 horas para montar este kit A Inside Motor é uma tradicional oficina de mecânica, que tem como sócios dois “aficionados” dos ralis, ambos com um longo historial e conhecimento desta disciplina. Em finais de 2013 adquiriram um Peugeot 208 R2 às peças que demoraram 100 horas a montar.
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TEXTO Paulo Homem
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grande a paixão pelos ralis dos sócios Joaquim Batalha e Vitor Calisto. O primeiro é responsável técnico da Inside Motor, tendo já passado pela competição da Fiat, o segundo é médico e piloto de ralis há três décadas. Na Inside Motor o foco está na manutenção e reparação dos carros do dia a dia, tendo a oficina todos os meios técnicos e know-how quanto baste para efetuar qualquer serviço em qualquer carro, cumprindo mesmo revisões em garantia. É uma oficina moderna, funcional e que recorre a todos os meios tecnológicos (software de diagnóstico, plataforma de dados, etc) para desempenhar a sua atividade. A competição sempre esteve no ADN da empresa, que em 2013 pretendeu ir bastante mais além do que tradicionalmente fazia, que era dar assistência no terreno e manutenção na oficina, evoluindo para a montagem / construção de um carro de ralis. “Era um sonho antigo”, diz Vítor Calisto, que se envolveu neste projeto de cabeça criando assim, com Joaquim Batalha, uma verdadeira equipa de ralis, que em 2014 vai disputar o Campeonato Nacional de Ralis, com o piloto Gil Antunes. O carro escolhido foi um Peugeot 208 R2, desenvolvido pela Peugeot Sport para clientes, que chegou às instalações da Inside Motor às peças. Aqui ficam alguns momentos e pormenores da montagem deste carro. Motor e caixa de velocidades Estes dois componentes fazem parte do kit e já vêm totalmente armados e prontos a montar no carro. O motor é do especialista francês
Sodemo, enquanto a caixa é também da empresa especializada em caixa de velocidades de competição, a Sadev. O motor cumpre 2.500 km enquanto a caixa faz 2.000 km (em competição), tendo qualquer destes elementos ser revisto pelos seus fabricantes. Inside Motor O número não engana: 99% do Peugeot 208 R2 foi montado na Inside Motor. Até a carroçaria que vem “crua” é pintada por um pintor que trabalha com a empresa, sendo que o único serviço que é feito realmente fora é a “flocagem”
Contactos Inside Motor Responsável Joaquim Batalha Telefone 219 810 624 e.MAIL batalha@insidemotor.com Website www.insidemotor.com
do tablier (é um processo de forragem que dá um melhor aspeto a este componente), por uma empresa de Leiria. Ao todo, a Inside Motor demorou 100 horas a montar o 208 R2, que é abaixo do tempo indicado pela Peugeot Sport. Assim que se tenha número de cliente na Peugeot Sport, qualquer equipa que tenha um Peugeot de ralis (seja 208 ou outro) pode encomendar peças através deste website www.peugeotsport-store.com. Trata-se de um autêntico catálogo de peças, onde se pode fazer o download de todas as peças do Peugeot 208 R2 bem como as instruções de montagem. O manual técnico do 208 possui 190 páginas, com uma média de 20 referências. Só o kit para os espelhos retrovisores são 14 referências, sendo que cada uma vem num pequeno saco com o respetivo número de referência. Manutenção Como carro de competição que é, o Peugeot 208 R2 tem junto com o manual técnico um plano de manutenção. Em cada componente sujeito a desgaste existe informação de quando o mesmo deve ser substituído. Se o plano for cumprido, evita-se que o veículo avarie por fadigada do material. Formas de aquisição Existem três formas de adquirir um Peugeot 208 R2. A primeira é ter um 208 de estrada e adquirir o kit (que vem com todas as peças de competição e uma coque), que custa 37.500 euros. A segunda é comprar todo o kit de peças, isto é, o carro chega todo às peças (47.500 euros), e a terceira é adquirir o carro totalmente montado (57.500 euros).
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Roady. “Vamos investir muito na expansão da rede em Portugal e França” António Jancinto é o novo responsável pela Roady a nível internacional e um dos objetivos é beneficiar ainda mais da localização junto aos supermercados do grupo. O Roady tem cada vez maior reconhecimento do público. TEXTO CLÁUDIO DELICADO
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ntónio Jacinto é o primeiro português a assumir a presidência do Conselho de Administração da Roady a nível internacional. Com uma rede de 156 centros (31 em Portugal e 125 em França) os desafios são muitos e a aposta do Grupo Os Mosqueteiros nos Centros-Auto vai ser grande nos próximos anos. Em entrevista à TURBO OFICINA o novo responsável máximo explica os seus planos. Assumiu recentemente a presidência do Conselho de Administração do Roady a nível internacional. O que representa para si este novo desafio? Esta nomeação representa o reconhecimento do excelente trabalho que toda a equipa Roady tem vindo a concretizar em Portugal, sobretudo neste último ano, que foi particularmente difícil. Portugal serve de exemplo para a Roady? O facto de ser o primeiro português – e o primeiro europeu fora da região de França – a assumir este cargo é não só um motivo de orgulho como uma responsabilidade acrescida. E isso apenas mostra que o excelente trabalho que temos vindo a desenvolver em Portugal é reconhecido, internacionalmente, pelo restante Conselho de Administração. Durante os últimos anos, conseguimos construir uma insígnia forte e competitiva e posicioná-la junto dos consumidores, fidelizando clientes que, hoje, vêm o centro-auto Roady como “a sua oficina”. E isto é um bom exemplo para qualquer mercado.
Ao ritmo a que a tecnologia automóvel evolui, é obrigatório estar atualizado para viabilizar um serviço com qualidade
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Como define o Grupo Roady a nível internacional? O Roady é a insígnia do Grupo Os Mosqueteiros dedicada ao setor automóvel. Funciona como uma oficina de reparação e manutenção e, também, como loja de equipamento, peças e produtos auto. Como todas as outras insígnias dos Mosqueteiros, o Roady privilegia os preços baixos, a rapidez, o profissionalismo e qualidade dos serviços, a conveniência e o atendimento personalizado – fatores
que podem ser encontrados em todos os nossos Centros-auto. Para além disto, esta insígnia distingue-se, ainda, pela sua localização no Mercado dos Mosqueteiros, junto ao Intermarché e, por isso, beneficia da proximidade e permite criar sinergias que vão ao encontro dos interesses dos consumidores (por exemplo, podem ir às compras enquanto deixam o carro no Roady para uma reparação). Quais os seus grandes desafios neste novo cargo?
Para além de uma responsabilidade acrescida que este cargo determina, o maior desafio é conseguir alinhar estratégias entre Portugal e França, aproveitando o know-how de cada mercado para benefício de todos. O maior objetivo do Roady é ser capaz de responder, de forma mais completa possível, às necessidades e interesses dos clientes, que estão mais exigentes e procuram, cada vez mais, a melhor relação qualidade/preço. E acredito que, ao unir esforços e ao criar sinergias entre França e Portugal, estamos a ir ao encontro dessas mesmas necessidades, uma vez que seremos capazes de oferecer preços mais competitivos. Qual o caminho que a rede deve seguir para crescer? Novos serviços? Aposta em serviços mais complexos? O Roady tem ambições muito concretas. O principal objetivo passa pelo desenvolvimento, não só através da expansão da nossa rede, mas também graças a uma oferta ainda mais competitiva, capaz de responder aos interesses e necessidades dos nossos clientes. Outras apostas para que a rede possa crescer passarão, necessariamente, pelo investimento crescente na formação dos nossos colaboradores e na ampliação de parcerias com outras entidades do setor.
Quais os planos de expansão tanto em Portugal? Quer entrar em novos países? Como já disse, o nosso plano de desenvolvimento da insígnia/marca é bastante ambicioso. Após alguns anos em que a preocupação foi a redefinição da nossa rede, entrámos nos últimos tempos numa fase em que o objetivo central foi a consolidação dessa mesma rede. Aliás, só assim ficámos em condições de agora elaborar um plano de expansão o mais ajustado possível à tendência do mercado. Será esse o próximo passo. em portugal Como correu o ano de 2013 para a Roady em Portugal? Diria que foi um ano “desafiante”, tendo em conta a conjuntura económica, mas um ano que se revelou positivo no final. Percebemos uma clara mudança no comportamento do cliente que se tornou mais exigente e “racional”. Procura segurança e qualidade no serviço, mas procura cada vez mais o preço baixo e rapidez. Foi, por isso, um desafio conseguir corresponder a estas expectativas garantindo a mesma qualidade de serviço. A crise afetou muito a expansão? Não, mas fez com que a análise dos projetos tenha sido mais meticulosa, uma vez que estão envolvidos investimentos muito avultados. Cumpriram as expetativas que tinham no início do ano? Ultrapassámos as previsões. A tendência do mercado foi de regressão, mas, para nós, os resultados superaram as expectativas, pois invertemos a tendência e finalizámos o ano com progressão e resultados positivos. Quantas oficinas esperam abrir? No que diz respeito ao mercado português, o que está programado é atingir os 60 pontos de venda até 2020. Qual a aposta estratégica para 2014? A qualidade do serviço, os preços competitivos e o aconselhamento técnico especializado estão no topo das prioridades do Roady para 2014. A profissionalização é, também, outro fator muito importante. Ao ritmo a que a tecnologia automóvel evolui, é obrigatório estar atualizado para viabilizar um serviço com qualidade, oferecendo assim o melhor e mais adequado serviço a todos os veículos, incluindo os veículos de última geração. Vamos apostar também na melhoria contínua da qualidade de serviço, a par da abertura prevista de novos Centros em 2014. Como é que se explica o facto da quota de mercado das redes de oficinas no geral ser ainda tão baixa em Portugal? Na altura em que estas redes de oficinas começaram a surgir em Portugal, o mercado já estava ocupado pelas marcas de fabricante que detinham a informação técnica necessária à reparação das viaturas
e cuja única concorrência eram as chamadas garagens de bairro. Foi, por isso, um processo moroso, que passou, não só pelo acesso à informação técnica por parte dos profissionais destas redes de oficinas, como, também, por ganhar a confiança do consumidor que estava fidelizado às oficinas dos fabricantes ou às garagens de bairro. O facto da quota de mercado ser baixa mostra que existe ainda espaço de manobra para o crescimento da nossa rede. Quais as principais dificuldades na expansão das redes no mercado nacional? O mercado português não é extenso, em termos geográficos, e além disso encontra-se muitíssimo concentrado nos grandes centros urbanos, como são os casos de Lisboa e Porto. O Roady encarou esta realidade como uma oportunidade e tem vindo a posicionar os seus Centros-auto nos médios centros urbanos. No entanto, importa referir que, apesar de o país viver uma crise no setor imobiliário, a abertura de novos Centros-auto – aquisição de terrenos, obras de construção, etc – continua a envolver investimentos muito elevados. Isto para além de o acesso ao financiamento estar ainda muito dificultado. O facto de ser uma rede associada a uma cadeia de supermercados é uma maisvalia? É, claramente, uma vantagem competitiva, pois contamos com todo o apoio de uma estrutura organizacional, enquanto, em simultâneo, cada ponto de venda pode ser gerido autonomamente (pelo próprio
o maior desafio é conseguir alinhar estratégias entre Portugal e França, aproveitando o know-how de cada mercado. gerente). Isto faz com que exista um maior empenho na gestão da loja, possibilitando, assim, que sejam equacionadas e desenvolvidas as necessidades específicas de cada localidade. Numa altura economicamente difícil ter a possibilidade de criar o seu próprio negócio, não sozinho, mas apoiado por um grupo internacional é uma perspectiva bastante aliciante, pelo que, desde já, lanço o desafio a todos os que queiram integrar este projecto que nos contactem.
Contactos roady Administrador antónio jacinto Telefone 249 880 300 Website www.roady.pt
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Laps. Movido a tecnologia
HERTZ HCP 5D Amplificador de 5 canais com 1500w de potência.
Alarme com sirene autoalimentada, sensores de estacionamento programáveis, sistema de localização sem mensalidades e processador de áudio fazem parte do pacote tecnológico deste carro de demonstração que para além de ser movido a combustível é também movido a tecnologia. O que a Laps propõe é um conjunto de soluções ao nível do som, da segurança e do conforto, que tornam este veículo um espelho da atual realidade de toda a eletrónica de aftermarket que se poderá montar em qualquer veículo. TEXTO Paulo Homem
Módulo de Vidros 2980 Módulo de complemento ao alarme que garante o fecho automático dos vidros elétricos quando é fechado o carro.
ETLOC Sistema de localização e anticarjacking livre de mensalidades. Com dimensões pequenas que permitem escondê-lo facilmente no carro onde só o condutor sabe onde está. O recetor GSM está incorporado tornando a instalação muito mais simples uma vez que só sai um cabo para a antena GPS. É instalado um botão de pânico que envia um SMS pré-estabelecido pelo proprietário do veículo para 5 números à sua escolha.
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Alarme Cobra 4625 Alarme com sirene autoalimentada e wireless a funcionar com os comandos de origem do carro. Sendo um alarme COBRA, se detetar a saída de dois sinais [o sinal do comando e um sinal para duplicar/ roubo], automaticamente cria uma nova codificação – função código dinâmico antiscaner.
Bit Ten D Processador de áudio
HSK 165 Kit de colunas de duas vias composto por: tweeter, woofer e crossover debitando 250w de potência.
Cada instalação é uma instalação e os sistemas de som comportam-se de forma diferente em cada carro. Os processadores de áudio são uma ferramenta indispensável para tirar o máximo partido do equipamento de som na acústica do carro. Ao contrário de outras marcas a afinação é totalmente controlada pelo dono do carro ao seu gosto pessoal.
DRC ligado ao Bit Ten D Concluídas as afinações no computador, o DRC permite fazer ajustes pontuais sem ter de recorrer novamente ao computador.
HERTZ EBX F25.5 caixa de subwoofer Subwoofer desenhado como resposta às instalações em espaços confinados ou para quando não queremos prejudicar muito espaço na mala. Independentemente das suas pequenas dimensões, debita 900w de potência.
COBRA PARKMASTER F394 Sensores de estacionamento frontais Embora instalados em aftermarket estão integrados com o sistema de origem Fiat. Este novo modelo desenvolvido pela COBRA permite a programação (via computador pelo SIRIUS II) das distâncias de alarme (zonas verde, amarela, vermelha) podendo ser instalados lateralmente permitindo assim uma maior segurança/precisão nas manobras. Com a ligação ao odómetro do veículo estes sensores passam a ser acionados automaticamente a velocidades abaixo dos 10km/h
CONECTION FSK 700 cablagem Qualquer instalação precisa de uma cablagem ótica. Os cabos Conection garantem a melhor condução do som pela cablagem até aos terminais. O kit FSK 700 com 5,2 m de cabo de corrente com fusível para a bateria, 1m cabo terra, 5,2m de cabo para remoto, 10m de cabo de coluna, 4,5m de RCA e um split de 1,5m com todos os anéis e terminais necessários ligaram os componentes de som de toda esta instalação.
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Renault.“Negócio de peças é extremamente importante” A Renault diz que o ano de 2013 foi muito bom para o negócio das peças. Em 2014 vai manter a mesma estratégia e dinamizar uma série de iniciativas com vista a promover este negócio também para as oficinas independentes. TEXTO paulo homem
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ais de 50% das peças originais Renault / Dacia são consumidas nas oficinas da própria rede oficial da marca em Portugal. Quer isto dizer que o negócio para as oficinas independentes assume também uma grande importância para a marca, que disponibiliza ainda a marca Motrio, para veículos com mais de 5 anos. A TURBO OFICINA foi falar com Pedro Capote, atual Responsável de Marketing Peças e Serviços da Renault, que tem a responsabilidade de dinamizar todo o negócio de peças Renault, Dacia e Motrio.
Como está estruturada a divisão de peças originais? Existe apenas um responsável para Renault e Dacia? Sim. No entanto, a estratégia, a política de preços e a animação comercial são independentes. Qual a importância do negócio das peças de origem para as marcas que representam? Naturalmente que é de extrema importância. O parque automóvel Renault e Dacia em Portugal é de mais de 500.000 automóveis. O fornecimento das peças adequadas a este parque é da nossa responsabilidade e, claro está, a nossa vontade. A venda de peças para o mercado independente é um importante negócio. O que representa? Representa mais uma forma de explorar o potencial que temos. Porque sabemos que não temos 100% dos nossos clientes fidelizados às nossas oficinas, exploramos a venda de peças para o mercado independente que dá resposta a muitos clientes que preferem uma solução alternativa aos concessionários. Quais são as formas de escoamento das peças originais? Existe apenas uma forma de comercialização das peças originais, que é a através da rede de concessionários da Renault e Dacia.
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Gama Motrio
Que meios utilizam os concessionários para vender as peças às oficinas independentes? Os concessionários têm equipas de vendedores, dispositivos logísticos e planos de campanhas próprios que utilizam para dinamizar este canal de vendas, vulgo, atividade grossista que inclui a venda a oficinas independentes e retalhistas de peças. Quanto é que representa o mercado das oficinas independentes ao nível das peças de origem? Isto é, vendem-se mais peças para os independentes do que aquelas que são “consumidas” no pós-venda oficial? Vendem-se muito mais peças no pós-venda oficial. Este continua a ser o canal mais importante de venda com mais de 50% de peso e pensamos que assim se manterá. Dispõem de alguma gama de peças não originais? Dispomos da gama MOTRIO. São peças com a qualidade Renault mas que se adequam perfeitamente a quem procura uma alternativa à peça de origem. Como é que esse negócio de peças não originais é gerido, relativamente ao das peças originais?
Contactos Renault Portugal Responsável Pedro Capote Website www.renault.pt
É gerido da mesma forma. A gama Motrio deverá responder à expectativa do cliente que pretende uma solução alternativa. A gestão tem de ser feita de acordo com vários pressupostos que respondem à expectativa que uma gama destas tem junto do cliente. Que gamas de produto têm nesta marca de peças não original? É uma gama vasta que cobre as principais famílias ligadas à manutenção e desgaste, nomeadamente, óleo, baterias, filtros, escovas, pastilhas, kits distribuição. Os pneus são uma linha com bastante sucesso nas nossas vendas fruto da sua relação preço/ qualidade. A quem se destinam estas peças não originais? Ao pós-venda oficial e às oficinais independentes? A ambos. A essência da gama é responder com uma gama alternativa que funciona para viaturas com mais de 5 anos. Não existe uma canibalização da venda face à peça de origem mas sim uma conquista. Acha que as peças originais estão cada vez mais equilibradas em termos de preços com as peças de aftermarket? Sem dúvida. Este tem sido um dos grandes desafios do nosso negócio. Os efeitos práticos deste esforço são a boa performance das nossas vendas Que medidas vão tomar no decorrer de 2014 para promover as vossas peças originais e as não originais junto dos clientes?
Para além das peças de origem Renault e Dacia, a Renault disponibiliza as peças Motrio, que mais não é do que uma gama alternativa para veículos com mais de cinco anos, embora com o selo de qualidade da marca francesa. Esta gama, que foi lançada em Portugal em 1998, depressa teve uma enorme aceitação, sendo mesmo um dos mercados que melhor acolheu esta oferta, pois a mesma não se destinava só a veículos da marca Renault, sendo produtos para o multimarca. A oferta de produtos Motrio é muito universal incluindo os produtos universais (baterias, óleos de motor, liquido de refrigeração, escovas limpa-vidros, líquidos lava-vidros), os produtos de manutenção corrente (pastilhas, discos de travão, kits de travagem, filtros, velas, correias, produtos de climatização) e os produtos mais técnicos (linha de escape, amortecedores, bombas de água, radiadores, compressores, motores, alternadores, kits de rolamentos, entre outros). A gama de pneus Motrio, lançada em 2010, tem conhecido um grande sucesso já que o espetro dimensional é muito abrangente. Atualmente, as peças Motrio cobrem quase a totalidade do parque circulante Renault com mais de 5 anos, tendo também uma boa cobertura do parque circulante das restante marcas de automóveis.
O plano de marketing está definido e assentará na fórmula que está a ter sucesso em 2013. Os formatos são variados, dependendo do tipo de cliente, do canal de venda, nomeadamente campanhas rádio, CRM e My Renault. Às nossas campanhas, somamos a excelente dinâmica comercial que a nossa rede de concessionários tem tido e que promove também as suas ações locais tais como os encontros Clientes Oficina, Dias do Cliente, etc. Logisticamente como funciona o negócio de peças? Temos um armazém central em Lisboa que abastece a nossa rede de concessionários diariamente. É partir destes, que têm também o seu próprio esquema logístico montado, que são distribuídas as peças às oficinas independentes.
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Filtro de partículas. Soluções para todas as bolsas Desde que se tornou obrigatória a sua montagem de série nos automóveis, em 2009, os filtros partículas são atualmente um componente que começa cada vez mais a aparecer no aftermarket. Neste artigo ficará com uma ideia completa das soluções que existem para manutenção, reparação, limpeza ou simples aquisição de filtros de partículas.
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filtro de partículas é um componente dispendioso. Quando aparece o aviso no painel de bordo pode não ser muito bom sinal, embora o tipo de avaria possa até nem ser muito grave. Muitas vezes a simples limpeza, com aditivos ou através de equipamentos de ultra sons, poderá resolver o problema do carro do cliente, porém, quando a avaria é mais grave existem opções de reparação / reconstrução ou então a compra de um novo, seja de origem, seja de aftermarket. Depois do artigo técnico que a TURBO OFICINA publicou recentemente sobre a tecnologia dos filtros de partículas, nesta edição abordamos o tema pelo ponto de vista da oferta que está disponível atualmente no mercado para limpar, reparar ou simplesmente substituir este componente, uma ajuda importante para as oficinas.
Mercado Como em muitos outros componentes do aftermarket também nos filtros de partículas não existem muito dados nem informações.
Interescape A Interescape propõe ao mercado uma solução de limpeza do filtro de partículas. Segundo a empresa trata-se de um inovador serviço, que utiliza tecnologia de ponta, única em Portugal. O processo utilizado pela Interescape usa vários equipamentos especialmente desenvolvidos para a limpeza de filtros de partículas diesel e não equipamentos adaptados para esse fim. De acordo com a Interescape, nenhum outro processo no mercado atualmente certifica o processo de limpeza do filtro como aquele que a empresa disponibiliza. Assim, através da impressão de um comprovativo do estado do filtro de partículas antes e depois da limpeza, a Interescape afirma que o processo de limpeza que utiliza garante novamente a
Não é um componente que os grossistas e retalhistas de peças trabalhem intensamente, pela exigência de capital que é necessária e pelas implicações técnicas que acarreta, mas muitos operadores que sempre estiveram ligados ao setor dos escapes e catalisadores, oferecem já soluções de aftermarket. No entanto, é opinião generalizada destes operadores que é um mercado em franco crescimento (acima de dois dígitos ao ano) e com muitas oportunidades por explorar. É também por isso que têm vindo a aparecer no mercado inúmeras soluções de limpeza (através de aditivos), que rapidamente ganharam inúmeros adeptos pela eficácia dos produtos e pela simplicidade de limpeza. O que também tem crescido muito é a limpeza por equipamentos de ultra sons, que tal como os aditivos, não resolvem todos os problemas, mas que dão resposta, no entender de alguns operadores e oficinas contactadas, à grande maioria dos problemas de limpeza dos filtros de partículas. Outra solução que tem ganho
representatividade são os filtros de partículas usados. Muitos dos Centros de Abate de veículos em fim de vida já disponibilizam nas suas lojas de vendas de peças usadas o filtro de partículas e, segundo alguns operadores, a procura tem vindo a crescer. Como sempre acontece em qualquer oportunidade de negócio têm também aparecido soluções de resolução da avaria do filtro de partículas através de métodos menos aconselháveis (do ponto de vista do cliente). A “anulação” da função deste componente (tecnicamente ou por via eletrónica), não só altera as características de funcionamento do automóvel, como leva o automobilista a incorrer em incumprimento fiscal, já que a legislação atual de Imposto Automóvel incide também sobre a componente ambiental (onde o filtro de partículas assume papel fundamental). Já se fala também que os centros de inspeção poderão no futuro inspecionar a presença (física e funcional) do filtro de partículas, pelo que a sua “anulação” pode não ser a melhor solução para o dono do automóvel.
eficiência do filtro, na maior parte dos casos a 98%. Todos os filtros limpos pela Interescape têm uma garantia de 12 meses. Junto com a fatura do serviço a empresa disponibiliza o documento com o valor da contra pressão do
filtro antes e após limpeza, para confirmação da eficiência da limpeza. Para além da limpeza dos filtros de partículas, a Interescape disponibiliza ainda componentes novos de aftermarket das marcas Walker, AS, Imasaf e Eberspacher. A Interescape faz ainda a reparação dos filtros originais, pela substituição do elemento filtrante por um novo com as mesmas características do original, usando como matéria-prima o Carbeto de Silício (SIC) em vez da Cordierite. Website: www.filtroparticulas.com
WüRTH A Würth disponibiliza dois produtos distintos para a manutenção dos filtros de partículas. fevereiro 2014
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d dossier O primeiro, já conhecido do mercado, é um produto que limpa este componente e repara a avaria por entupimento de partículas sólidas. Ajuda também a que a regeneração do filtro de partículas seja mais fácil e rápida. O poder de limpeza deste produto elimina os resíduos acumulados no filtro, bem como solta e remove sedimentos de carbono. Possui uma formulação não agressiva, permite a evaporação sem deixar resíduos, é não inflamável, neutro e é livre de metais. A aplicação deste produto permite que a limpeza seja feita sem desmontagem do DPF, tendo sido testado e aprovado pela TÜV. Recentemente a Würth lançou um novo produto de tratamento do filtro de partículas, sendo o mesmo diluído no gasóleo através do depósito de combustível. Este produto mantém a temperatura da fuligem em valores ótimos de trabalho, melhora o funcionamento do motor evitando o entupimento do filtro de partículas, reduzindo de forma drástica a emissão de partículas. Com este produto, a regeneração, segundo a Würth, é 10 vezes mais rápida, sendo considerado como um produto ideal para utilizar como prevenção de possíveis problemas neste componente que normalmente são provocados por interrupções de regeneração. Website: www.wurth.pt
SINTÉTICA A JLM é uma multinacional holandesa especializada em produtos Diesel, sendo a sua gama composta por produtos direcionados para a manutenção e limpeza dos filtros de partículas. Para a manutenção das características originais e do correto funcionamento dos DPF existem os seguintes produtos: JLM Diesel DPF ReGen Plus: Aditivo de combustível contendo um aditivo orgânicometálico que funciona como catalisador do processo de regeneração do DPF (fuligem). Este produto baixa a temperatura de
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combustão necessária para a queima das partículas acumuladas no DPF e diminui o tempo necessário para o processo de regeneração do DPF. Está concebido para uso regular de modo a manter qualquer tipo de DPF nas suas melhores condições. JLM Diesel Extreme Clean: Um verdadeiro aditivo “tudo em um” para o sistema de combustível que trata a maioria dos depósitos comuns, localizados nos injetores, válvulas, câmaras de combustão e DPF, incrementando o número de cetano do combustível, tendo como resultado o restauro das performances e consumos de combustível. Contém ainda um aditivo orgânico-metálico que funciona como catalisador do processo de regeneração do DPF. JLM Pat Fluid: Um dos tipos de filtros de partículas existentes no mercado necessita de um aditivo catalítico no diesel – FAP, como em modelos das marcas Peugeot, Citroën, Ford, Volvo e Mazda. O JLM Pat Fluid é uma solução universal para todos os veículos comercializados a partir de 2001 que equipem com este tipo de DPF. Para a limpeza dos DPF, a JLM apresenta as seguintes soluções: JLM DPF Cleaner: Aditivo de combustível para a limpeza dos DPF no seu primeiro estágio de obstrução, atua em simultâneo de dois modos distintos: Primeiro, durante o processo de combustão catalisa a fuligem que se vai depositar DPF, baixando a temperatura necessária para a sua posterior regeneração. Em segundo, aumenta a temperatura final da combustão o que provoca um aumento da temperatura dos gases de escape, aumentando a temperatura no interior do DPF, fazendo uma limpeza completa deste. JLM Diesel DPF Cleaning Kit: Kit de limpeza do DPF em dois estágios: uma limpeza profunda e uma lavagem final. Ambos os fluidos são aplicados por uma pistola pressurizada através de um aplicador que pode ser cónico ou rígido, aplicado diretamente no interior do DPF. Website: www.jlm-sintetica.pt
Dados técnicos Atualmente todas as paltaformas de dados técnicos possuem muita informação sobre filtros de partículas. Por exemplo, o Autodata disponibiliza informação dos procedimentos, para o caso de o processo de regeneração não iniciar, e dos procedimentos necessários para manter o sistema em boas condições de funcionamento. Mas o mais importante no Autodata é a informação sobre todas as fases do processo para que a regeneração ocorra em boas condições e, no caso de falhar, saber ou entender o motivo que levou a essa falha, para que a oficina independente multimarca o corrija. O TecDoc também apresenta no seu catálogo mais de doze marcas de filtros de partículas (Bosal, BM Catalysts, HJS, Veneporte, Walker, Delphi, Dinex, Eberspacher, EEC, Febi, MTS, Klarius, QH, entre outras). Nesta plataforma, a informação sobre as referências dos filtros de partículas, devem ser pesquisadas em “Sistema de Escape” e “Filtro de fuligem/partículas”. A HaynesPro (ex-Vivid) através da sua plataforma Workshop Data incorporou um novo Manual de Reparação. Designado “filtros partículas dos diesel (FAP / DPF)”, este manual tem instruções de remoção e instalação, procedimentos precisos para ações como a regeneração forçada e atesto do aditivo e ainda ajuste de binário.
TRW Desde Abril de 2012 que a TRW comercializa para o mercado português os filtros de partículas para aftermarket da Delphi. Os filtros de partículas da Delphi são totalmente novos e são oferecidos em diversas configurações, com ou sem catalisador, tendo já uma boa cobertura de mercado. Além de totalmente novos, todos os DPF’s da Delphi são fabricados em Carbeto de Silício (SiC). O Carbeto de Silício apresenta um ponto de fusão de cerca 2700 ºC, um valor bastante superior ao dos filtros fabricados em Cordierita (1200 ºC). Devido ao ponto
de fusão relativamente baixo dos filtros fabricados em Cordierita, a Delphi utiliza DPF’s em Silício, mesmo que o original seja em Cordierita. Refira-se que a TRW tem também disponível para o mercado um produto regenerador do filtro de partículas da marca Wynns´s. Tratase de um produto para profissionais, muito eficaz, que regenera o filtro enquanto conduz e sem necessidade de o limpar manualmente ou desmontar a peça do veículo. Website: www.trwaftermarket.com
Bombóleo A Bombóleo comercializa os equipamentos de ultra-sons da Tierra Tech, que são também muito utilizados para a limpeza dos filtros de partículas. A limpeza por ultra-sons é o resultado da
introdução de ondas de ultra-som na água, através de uma série de transdutores. Estas ondas são transmitidas a todo o tanque de limpeza, provocando uma série de implosões dentro da água, um fenómeno conhecido como cavitação. Estas implosões provocam o rompimento da estrutura molecular das partículas, obtendo-se uma limpeza uniforme nas peças, inclusive nos orifícios e canais internos em contacto com a água, difíceis de limpar por métodos tradicionais. A Tierra Tech tem disponíveis em vários modelos de várias dimensões e capacidades. Webiste: www.tierratech.com/PT/home
Catflex A Catflex é uma empresa que se dedica à comercialização de sistemas de escapes e
derivados, disponibilizando também filtros de partículas. Para além da marca Walker, fruto do acordo de comercialização com a Tenneco, a Catflex, disponibiliza uma gama muito completa de filtros de partículas da marca italiana MTS. Estes estão certificados e encontram-se no TecDoc. www.catflex.net
Imporfase O Grupo Escapecar, através das suas empresas, é um dos especialistas em sistemas de escape com mais anos do mercado, tendo disponível para o mercado diversas abordagens aos filtros de partículas. Para além de disponibilizar filtros novos, das marca Walker e BM Catalysts, e efetuar a reconstrução, a Imporfase disponibiliza também a limpeza deste componente, através de uma tecnologia própria, que diz ser única em Portugal. Através desta tecnologia, a Imporfase garante uma eficiência de limpeza de 99% do filtro de partículas, num processo que não danifica o próprio componente. Uma
d dossier
das vantagens deste processo de limpeza é o baixo custo do mesmo. Website: www.grupoescapcar.com
XENUM A EBi Automotive disponibiliza os produtos Xenum In&Out e DPF Pro, ambos para limpeza dos filtros de partículas. O In & Out Cleaner é um produto profissional de última geração com um campo de ação dupla em motores Diesel: 1. Tecnologia Xenum NexgenTM atuará como combustível catalítico e oxidará os depósitos de carbono no sistema de escape removendo-os por completo. Irá limpar os filtros de partículas Diesel (DPF), catalisadores, assim como a turbina do turbo e a sua geometria variável. Baixa a temperatura necessária para a regeneração ideal de 700ºC para 400ºC e repõem uma camada de Cerium nas superfícies do miolo catalítico. 2. Limpa ativamente o sistema de injecção utilizando agentes detergentes que proporcionam uma eficácia sem igual. Irá limpar e eliminar os depósitos de todo o sistema de combustível, isto é, depósito e bomba alimentadora, bomba de alta pressão e controlador, régua de injeção e injetores. O Xenum DPF Pro é equivalente ao produto In&Out mas sem pacote de aditivação para limpeza do sistema de injecção sendo mais acessível. Também está disponível o Aditivo X, também ele um produto idêntico ao Xenum In&Out para limpar o FAP, catalisador e turbo mas não limpa o sistema de combustível (injetores, bomba, etc), sendo assim uma opção mais económica. Website: www.ebi.pt
ESCAPE FORTE A Escape Forte, empresa sediada na Maia e com instalações também em Vila do Conde, pioneira na reparação e reconstrução de filtros de partículas e catalisadores,
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Antes da reparação
apresenta aos seus clientes e parceiros um leque de serviços acompanhados de apoio técnico e garantia de serviço. Reparação - A Escape Forte desenvolveu uma técnica específica para o recondicionamento e reparação dos Catalisadores/FAP/DPF, devolvendo aos mesmos as caraterísticas originais, utilizando uma solução focada no componente a reparar, adaptando a mesma à viatura em questão. Os diversos componentes são testados e medidos antes e após a reparação, garantindo desta forma um baixo número de reclamações e uma credibilidade do serviço. Reconstrução - Por diversos motivos, e sendo um componente de desgaste, caso o Catalisador/FAP/DPF não apresente condições de reparação, a Escape Forte apresenta soluções de reconstrução para quase todas a referências. Respeitando as normas do construtor, onde todas as leituras são consideradas, a Escape Forte soluciona as dificuldades de reparação com a substituição de componentes com características idênticas às originais. A Escape Forte prima pela qualidade e garantia de serviço, tendo um centro que se dedica exclusivamente à reparação e reconstrução de elementos ligados aos sistemas anti poluição, nomeadamente filtros de partículas. Um serviço onde a qualidade e o preço estão associados, na qual a peça original é reinstalada na viatura com uma garantia mínima de 24 meses. Acompanhado de todo o serviço, a Escape Forte disponibiliza ainda aos seus parceiros protocolos de instalação e reset para todos os sistemas. Os quatro anos de experiência permitem à empresa criar uma base de dados, reunindo protocolos para todas as viaturas. Website: www.escapeforte.com
Pós reparação
FEIRAMAQ Particularmente dispendioso devido aos materiais de que é feito e da tecnologia que integra, o filtro de partículas tem um custo de substituição importante no mercado de troca. Antes de considerar a sua substituição, agora é possível proceder à sua de limpeza profunda. É o que propõe a Ecotec oferecendo uma solução de limpeza muito eficaz. Bem conhecido dos profissionais da reparação automóvel como dos pesados, a Ecotec concebe, fabrica e comercializa há muitos anos, uma infinidade de tratamentos químicos e consumíveis úteis para os profissionais do setor automóvel. O especialista francês, inovador neste novo mercado das soluções de renovação de FAP, apresenta aos mecânicos uma verdadeira alternativa à substituição longa e dispendiosa desta peça. O FAP-NET (ref. 1105) e o RINCE-NET (ref. 1106) são ambos produtos desenvolvidos para levar a uma profunda decapagem do filtro, dependendo do nível de sujidade da mesma. Quando a colmatagem do filtro de partículas é denunciada pelo dispositivo de gestão do motor (em geral acende uma luz no computador de bordo), o nível de colmatagem pode ser bem diferente. Por esta razão, a Ecotec previu com a sua fórmula
FAP-NET dois modos de operação distintos. Um que consiste em injetar o produto, sem desmontar o FAP, pelos tubos do sensor de pressão. O outro, mais radical, que consiste em injetar o produto diretamente à entrada do FAP previamente removido do veículo. A injeção do produto faz-se com a ajuda de uma pistola também disponível no catálogo da marca sob a referência 8080. A operação de limpeza ao FAP tem uma duração de 45 minutos a 1 hora dependendo do automóvel. Website: www.feiramaq.pt
DUNIMEX A Dunimex disponibiliza uma máquina de limpeza por ultra-sons, concebida para limpeza de filtros de partículas, descarbonização de turbos, injetores, coletores, cabeças de motor, etc. Esta máquina permite uma limpeza eficaz dos filtros de partículas em conjunto com o produto Decarb Filter para emersão do filtro em estágio durante 3 a 4 horas. Passada a fase de lavagem com água e dois componentes de limpeza (detergente + potenciador) na DuniClean, à temperatura de 70o, em apenas duas horas fazem o resto deixando o filtro como novo, poupando assim um valor bastante pesado na substituição do mesmo. Na limpeza da cabeças de motor, válvulas, pistons, coletores, bombas injetoras,
E preços?
injetores permite uma limpeza eficaz em apenas 20 minutos deixando-os como novos. Esta máquina toda fabricada em aço inox, conta com uma plataforma pneumática de oscilação das peças em modo automático de lavagem, filtragem do banho com programação automática para menor contaminação e maior duração do mesmo, separador de óleos ou tanque decantador com varrimento superior do banho para retirar todo o tipo de gordura existente na parte superior banho, tem um ecrã touch screen onde se pode ajustar facilmente o tempo de lavagem, temperatura, filtração, varrimento do banho, subida e descida. Esta máquina está disponível em várias dimensões. A mais vendida para oficinas e retificadoras de motores são a DuniClean 180 litros plataforma de 750 x 750, DuniClean 300 litros plataforma de 900 x 700 e DuniClean
Por pouco mais de 80 euros já se consegue mandar efetuar uma limpeza do filtro de partículas numa máquina de ultra-sons. Em função do tipo de aditivo, também por valores semelhantes a oficina pode limpar este componente. Uma reparação/reconstrução terá obviamente valores um pouco mais elevados. Dificilmente se consegue valores a baixo dos 250 euros, embora o valor dependa do estado do componente. Se for comprado usado, numa loja de peças de um centro de abate, o filtro de partículas terá um preço entre os 100 e os 350 euros, embora a média de um valor de um filtro de partículas usado seja de 200 euros. No aftermarket conseguem-se valores a partir dos 370 euros, por exemplo para o motor 1.5 dCi da Renault. Para o motor 1.3 CDTi da Opel o valor do filtro de partículas no aftermarket deverá rondar os 550 euros. Existe ainda a opção pelo equipamento original, que no melhor dos casos pratica preços quase sempre duas vezes superior, em média, às marcas credenciadas de aftermarket.
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d dossier 400 litros plataforma de 1100 x 700. Website: www.dunimex.com
LIQUI MOLY O produto de limpeza de filtros de partículas diesel da Liqui Moly constitui um serviço adicional para oficinas. Assim, estas podem oferecer aos seus clientes uma alternativa económica à troca de um filtro de partículas diesel obstruído. Sobretudo em veículos utilizados para trajetos curtos, o filtro de partículas diesel pode ficar precocemente obstruído. Pelo facto de um filtro novo custar alguns milhares de euros, valeria a pena poder limpá-lo manualmente. Por este motivo a Liqui Moly desenvolveu o seu produto de limpeza de partículas diesel. A utilização do produto não requer a desmontagem do filtro de partículas. Basta remover o sensor de pressão ou de temperatura do sistema de escape. A sonda é introduzida na abertura e o líquido de limpeza é diretamente pulverizado no filtro de partículas. As substâncias do produto dissolvem a fuligem acumulada. Após o produto de limpeza, num segundo passo, é pulverizado um líquido para a lavagem. Este distribui a fuligem dissolvida no filtro, a fim de facilitar a queima posterior. Ao fim de 30 a 60 minutos, o veículo está pronto a descer da plataforma elevatória. Depois é necessário apenas ativar a regeneração para queimar a fuligem dissolvida durante o processo. A desobstrução do filtro está concluída. Com esta limpeza, segundo a Liqui Moly, as oficinas oferecem uma mais-valia aos seus clientes, ajudando-os a evitar custos elevados. Refira-se que a Associação Americana de Mercado Pós-Venda AIA premiou o limpador de filtros de partículas diesel da Liqui Moly como o “Best New Product” (melhor produto novo). Website: www.liqui-moly.pt
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RPL CLIMA A empresa algarvia disponibiliza um pequeno equipamento da Errecom para limpeza de filtro de partículas, o Kit DPF Flush. Aqui fica a explicação da preparação e instruções para uso deste equipamento / produto: 1. Instalar um engate rápido compatível com o sistema de ar comprimido da oficina à válvula esfera do tanque do Kit DPF Flush. 2. Desapertar o tubo de imersão hexagonal do tanque (2). 3. Encher o tanque com máx. 750 ml (25,3 oz) de líquido. 4. Aparafusar o tubo de imersão hexagonal ao tanque (2) . 5. Fechar a válvula esfera do tanque (1). 6. Ajustar a pressão do sistema de ar comprimido à max. 7 bar (101,5 psi). 7. Conectar o Kit DPF Flush ao sistema de ar comprimido da oficina. 8. Abrir progressivamente e vagarosamente a válvula esfera do tanque (1). Instruções para uso: 1. Posicionar o veículo em cima do elevador e levantá-lo. 2. Esperar que o sistema de escape arrefeça completamente. 3. Identificar e remover o sensor de pressão do DPF-FAP. 4. Avaliar a sonda apropriada para usar (rígida (3) ou flexível (4)) e instalá-la na pistola do kit de limpeza (5) DPF-FAP. 5. Encher o tanque do kit de limpeza DPF-FAP (6) com o líquido de lavagem e pulverizar o produto (esvaziar completamente o tanque) na direção da saída dos fumos de escape do veículo e esperar 40 minutos.
6. Encher o tanque do kit de limpeza DPF-FAP (6) com o líquido de enxágue e pulverizar o produto (esvaziar completamente o tanque) na direção da saída dos fumos de escape do veículo. 7. Seguir a pulverização do ar na direção da saída dos fumos de escape do veículo por pelo menos 3 minutos. 8. Instalar o sensor de pressão do DPF-FAP. 9. Baixar o elevador e empurrar o veículo para fora da oficina. 10. Acender o motor do veículo em marcha lenta durante 20 minutos e efetuar a regeneração forçada do DPF-FAP. Website: www.rplclima.com
WALKER A Tenneco é o fornecedor líder mundial dos fabricantes de equipamento Original, tendo desde 2008 introduzido no aftermarket os filtros de partículas com qualidade OE. Fabricados segundo as exigências dos fabricantes (a Walker está presente nas principais marcas de automóveis) a gama de aftermarket cumpre também todas as exigências técnicas que este tipo de produto requer. Todos os filtros de partículas Walker são homologados. Destaque para o novo DPF EVO S, com mais de 50 referências que cobrem mais de 1.500 modelos de automóveis, sendo recomendado para carros que circulem em ambiente urbano. Website: www.walker-eu.com
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Fiat Fiorino. Voltado para a cidade Com apenas 3,8 metros de comprimento, o Fiat Fiorino é um dos comerciais mais compactos do mercado. Ideal para a cidade, o tamanho reduzido esconde um portão traseiro com 2,8 m3 de volume útil e 660 kg de carga. TEXTO André Bettencourt Rodrigues FOTOS José Bispo
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á imaginou um furgão suficientemente compacto para serpentear o trânsito citadino, mas, ao mesmo tempo, apto a transportar toda a carga que necessita de forma rápida, cómoda e segura? Bom, o sonho pode muito bem vir a ser realidade se passar a ver o Fiat Fiorino com outros olhos. Dos furgões mais pequenos que já passaram pelas nossas mãos, o comercial mais compacto da casa italiana é a prova de que com pouco se pode ir muito longe. O habitáculo leva apenas duas pessoas e a carroçaria esconde uma porta de correr
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na lateral e uma porta de dois batentes (40/60) na traseira. Esta tem uma abertura até 180 graus para facilitar o carregamento de objetos e permite uma aberta máxima de 1140 mm de comprimento e 1060 mm de altura. Já o limiar de carga está a menos de 53 cm do solo para tornar mais fáceis as operações de carga e descarga. Se tudo isto não fosse já suficiente, vai ainda gostar de saber que a Fiorino oferece, como opção, duas portas laterais deslizantes para a sua comodidade e que pode transportar objetos com um máximo de 2,49 m com o banco do passageiro rebatido (1,52 m na configuração normal). Neste caso, o volume de carga sobe de 2,5 m3
para 2,8 m 3 graças ao fundo totalmente plano. BONS ARGUMENTOS A gama de motores é composta por uma unidade Diesel 1.3 Multijet de 75 CV e um motor de 1.4 litros de dupla alimentação gasolina/gás natural que eleva a potência para 77 CV e reduz os custos do combustível e a fatura ambiental. Conduzimos a primeira e ficámos impressionados com a sua capacidade de resposta nos baixos regimes, com o binário máximo de 190 Nm a estar disponível logo a partir das 1500 rpm. Embora a Fiat anuncie uma média de 4,3 litros para este modelo, o consumo final
Se optar pelo motor Diesel MultiJet beneficia de intervalos de manutenção programada de 35.000 km, poupando tempo e dinheiro. A Fiorino tem uma caixa automática, rádio leitor de CD ou MP3 e sistema Bluetooth como opcionais. Os quatro aibargs são de série A agilidade é uma das suas grandes características
Ficha técnica Fiat Fiorino DIMENSÕES C/L/A: 3,86 m; 1,71 m; 1,72 m Carga: 610 a 660 KG Volume Útil: 2,5/2,8 m3 Motor: 1.3 Multijet 75 CV Consumo: 4,3 l/100 km (113 g/KM) Velocidade máxima: 157 km/h Binário: 190 Nm a 1500 rpm
de 5,8 litros, atingido sem qualquer tipo de preocupação em efetuar uma condução ecológica, acabou por ser outra surpresa. Ainda ao volante, descobrimos que o pisar é confortável graças à suspensão relativamente macia, mas que a posição de condução podia ser melhor apesar da possibilidade de regular o volante em profundidade e altura. Os comandos fáceis de identificar e bem posicionados compensam a pobreza dos materiais interiores, num desenho cinzento, mas prático para as características de trabalho do modelo. A quantidade de espaços de arrumação é razoável para um veículo destas dimensões, embora no lugar do porta-luvas esteja uma prateleira exposta
aos olhares dos mais curiosos. Os bancos são confortáveis e há espaço de sobra para os condutores mais altos, mas os pés e as pernas de quem vai sentado no lugar do condutor deveriam viajar mais desafogados. Com 3,8 m de comprimento, 1,7 m de largura e 1,7 m de altura, cedo se percebe que a cidade é o habitat natural do Fiorino. Para a percorrer sem sobressaltos, o furgão da Fiat tem um diâmetro de viragem de apenas 9,95 m que lhe garante grande maneabilidade. O ESP e o ABS estão ali para protegê-lo, mas a Fiat oferece outros equipamentos como um limitador de velocidade especialmente desenvolvido para frotas e para esta versão Diesel de 75 CV. Este permite fixar a velocidade máxima do Fiorino
num de quatro possíveis valores, permitindo uma condução mais responsável com menor consumo de combustível. Com dimensões compactas e muitas soluções práticas, o elegante Fiorino distingue-se pelo seu preço acessível e intervalos de manutenção programada. O modelo que conduzimos está disponível a partir de 16.136 euros, do qual pode subtrair 3,017 euros de IVA. Já o IUC é de 132 euros. Para a primeira revisão, ao fim de 35 000km, a Fiat aponta um valor de 147.60 euros s/IVA e eventuais descontos. Nela está incluída a substituição do filtro de óleo (14,33€), filtro de ar (24,87€), a mudança do óleo (70,40€) e a mão-de-obra (38€). fevereiro 2014
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Novos sistemas de iluminação. Matrix e ILS A iluminação do automóvel tem sido uma das áreas que mais desenvolvimento teve nos últimos anos. TEXTO Marco António
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asta lembrarmo-nos dos velhos carros dos anos oitenta ou até mais antigos para percebermos que a evolução foi enorme. Desde os faróis biflux até aos LEDs passando pelo halogéneo e os xénon a história tem progredido muito rapidamente até chegar aos sistemas mais inteligentes que, para além de gastarem muito menos energia têm a vantagem de adaptarem o fluxo luminoso às condições do trânsito sem que o condutor intervenha ou que os máximos ofusquem os outros condutores. Os sistemas mais evoluídos são os da Audi (Faróis de matriz de LED) e o da Mercedes (ILS – Intelligent Light System) ainda que outras marcas como a Volvo e a Opel tenham apresentado recentemente sistemas de iluminação inteligentes semelhantes, sendo o da Opel também desenvolvido pela Hella, pelo que o principio de funcionamento é o mesmo da Audi, ainda que não esteja a ser utilizado por nenhum modelo da marca alemã.
Reduzir os acidentes Se consideramos que metade dos acidentes resulta de deficiências na perceção visual e que aproximadamente 25 por cento ocorrem à noite, facilmente percebemos a importância que os sistemas de iluminação têm na mitigação dos acidentes. Escolhida como a melhor tecnologia do ano pela Turbo, os faróis Matrix LED da Audi, desenvolvidos pela Hella, fez a sua estreia na nova geração do A8. Esta solução proporciona uma luminosidade que ilumina sempre a estrada de forma otimizada, sem encadear os restantes veículos. Para que isso aconteça, a tecnologia Matrix divide as luzes de máximos de grande alcance dos faróis LED em numerosos feixes individuais, através de pequenos díodos que trabalham em conjunto com as lentes ou refletores ligados em série. Comandado por uma unidade de controlo e com uma gestão totalmente eletrónica, os respetivos feixes são ativados e desativados enquanto a sua intensidade luminosa varia de acordo com as circunstâncias. Tal significa que fornecem sempre a melhor iluminação com a máxima precisão conseguindo o máximo de rendimento possível da luz sem a necessidade de um mecanismo de articulação como
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acontece no sistema ILS utilizado pela Mercedes que tem também o mesmo efeito. Gestão totalmente eletrónica Para além de uma câmara multifuncional que deteta os faróis de outros veículos até um máximo de oito e também outros objetos, cada farol do sistema Matrix é composto por 25 díodos (agrupados de 5 em 5) para as luzes de máximos, dispostos em grupos de cinco por refletor. Quando o comando de luz é definido como “automático” e estão ligadas as luzes de “máximos”, o sistema é ativado a partir dos 30 km/h em estrada ou auto-estrada e de 60 km/h em percursos urbanos. Em função do que é detetado assim as luzes de máximos em LED se dividem em unidades individuais, de forma a criar zonas de iluminação seletiva ligando e desligando
os díodos ou variando a sua intensidade numa combinação que pode chegar quase a um bilião de configurações diferentes. Uma caraterísticas deste tipo de iluminação é a grande qualidade da luz graças a um brilho cristalino especial, inclusive de dia. Quando a câmara multifuncional deteta os veículos em sentido contrário, os faróis Matrix LED reduzem a intensidade das luzes de máximos. O sistema funciona com uma precisão tão grande que apaga a luz que brilha diretamente sobre os veículos que se aproximam ou que precedem o carro, continuando a iluminar com grande intensidade todas as outras zonas entre ou ao lado do veículo. Quanto mais próximos estivermos de um veículo, mais LEDs são desativados ou é reduzida a sua intensidade. Quando terminada essa situação, as
Sistema Matrix LED do Audi A8
Área iluminada Área com iluminação esbatida
Luzes de baixo alcance
Área coberta pela câmara frontal que reconhece o tráfego e os veículos que seguem à nossa frente
luzes de máximos retomam em frações de milissegundos a sua luminosidade total ligando as seções que tinham sido anteriormente desligadas. A luz que o condutor vê é brilhante, homogénea e muito mais eficaz do que a produzida por sistemas mecânicos. Ligados ao GPS Este sistema tem ainda a particularidade de ser o primeiro no mundo em que o controlo das luzes se baseia nos dados do sistema de navegação quando previamente definimos um trajeto no sistema de navegação MMI. Este lê o desenho da estrada de forma a antecipar a reação dos faróis. Essa função tem a vantagem de iluminar melhor a trajetória de uma curva. Outra função associado a este sistema e também ao ILS da Mercedes é a visão noturna que deteta a presença de peões ou animais.
Este sistema, já estreado em modelos anteriores mas agora aperfeiçoado, quando deteta uma pessoa numa zona considerada crítica à frente do veículo, os faróis emitem flashes sucessivos e dirigidos para o peão entretanto detetado, alertando, ao mesmo tempo, quer o peão quer o condutor. De referir que estes sistemas ao utilizarem apenas díodos (LED) gastam metade da energia da energia dos faróis de xénon. Mas atenção porque a Audi vai estrear na 24 Horas de Le Mans um sistema de iluminação por raios laser que, para além de ter muito mais alcance (500 metros), consome ainda menos energia que os LEDs. Inteligente e mecânico O sistema LED Intelligent Light System (ILS) utilizado pelo novo Classe S da Mercedes
As luzes de curva transferem a parte mais brilhante do feixe de luz para o interior da curva
e desenvolvido pela Automotive Lighting, também só utiliza LEDs. Apesar da sua gestão não ser tão complexa quanto o sistema da Audi, o seu efeito é o mesmo graças à utilização de uma nova câmara multifuncional estéreo que ao ler com maior precisão a imagem que vê à sua frente elabora um algoritmo que controla um sistema mecânico integrado no módulo do farol e que de acordo com alguns parâmetros oferece cinco opções de iluminação. O coração do sistema é formado por dois módulos de LEDs instalados nos faróis frontais. Com a ajuda de um motor elétrico os módulos podem girar até 15º sobre o seu eixo e emitir um feixe de luz de forma precisa. A passagem da luz por lentes óticas faz com que a iluminação atinja diferentes tipos de distribuição e alcance. Este sistema equipa outros modelos da marca mas só o Classe S tem faróis LED. fevereiro 2014
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Continental. 10 anos de dupla embraiagem Hoje comum nos automóveis modernos, a transmissão automática de dupla embraiagem é uma realidade apenas possível graças aos alemães da Continental. TEXTO andré bettencourt rodrigues
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avanço tecnológico é feito de pioneiros, de homens e mulheres que não tiveram medo de pensar de contrariar tendências, arriscar e, na maioria das vezes, ir contra à corrente. O caso das transmissões automáticas de dupla embraiagem enquadra-se nesta categoria, por ter ido contra a política dominante no setor e por ter democratizado a tecnologia a um conjunto de novos clientes ávidos por emoções fortes. Afinal, ao longo da história do automóvel, nem sempre as palavras “caixa automática” e “condução desportiva” estiveram em sintonia. Sim, era um conceito prático para quem andava na cidade. Para aqueles que tinham dificuldade em conduzir. Ou simplesmente para os que se encontravam numa fase da vida em que o conforto e o descanso ao volante se assumiam como prioridades. Mas alguma vez imaginaríamos conduzir automóveis com mais de 300 CV de potência com passagens de caixa tão rápidas e precisas, despidas de soluços, como hoje acontece? Rudolf Stark, responsável pela unidade de negócio de transmissão, revela que tudo começou ainda nos anos 90: “Trabalhamos neste conceito desde o final de 1990 e utilizámos a nossa experiência em melhorar cada vez mais o conceito da transmissão automática. Isso permitiu-nos apresentar em 2003 um salto verdadeiramente importante nesta tecnologia que resultou na primeira DCT do mercado”. A DCT ou “double clutch transmission” – transmissão de dupla embraiagem – representa hoje um enorme mercado no mundo do comércio e aftermarket automóvel e só da fábrica da Continental, em Nuremberga, saíram cerca de dois milhões de unidades para mercados tão distintos como a Europa ou a Ásia. Desde o seu lançamento, a marca alemã foi atualizando a sua descoberta com novos desenvolvimentos de registo. Tornou-se no primeiro fabricante a oferecer uma unidade de controlo totalmente integrada na primeira caixa automática de seis velocidades e dupla embraiagem banhada a óleo, a “Volkswagen DQ250”, mais conhecida por “DSG” e
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utilizada em vários modelos do construtor alemão, como o Golf ou Passat. Depois, subiu mais um patamar e passou a oferecer, a partir de 2007, uma unidade de controlo para a primeira versão a seco deste tipo de caixa, agora de sete velocidades. Não tardou muito e estava a revelar o Getrag DCT, um módulo eletromecânico que tornava as passagens de caixa ainda mais rápidas e precisas. Normalmente duas embraiagens multidisco, embebidas com fluido da transmissão, são utilizadas neste tipo de tecnologia. O fluido arrefece a embraiagem e lubrifica os discos, enquanto a embraiagem a seco dispensa este fluido, daí ser normalmente utilizada em motores cujo binário não ultrapasse os 250 Nm, uma vez que é mais difícil dissipar o calor emitido em níveis de binários mais
elevados e numa condução mais desportiva. Apesar do seu inegável sucesso, a Continental não descansa e continua a investir na evolução desta tecnologia, com a fábrica de Nuremberga, na Alemanha, a assumirse como centro de desenvolvimento. Cada módulo utiliza cerca de 100 semicondutores, em conjunto com muitos outros sensores e componentes mecatrónicos. Estes são conectados por fios dourados e apresentam uma espessura três vezes mais fina do que um cabelo humano. Como não é possível concluir o processo manualmente, a Continental investiu em maquinaria capaz de realizar mais de 100 etapas por segundo. As fábricas localizadas na Roménia, México, China e Coreia que compõem a rede global, utilizam o mesmo processo de fabrico.
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A segunda geração do C4 Picasso representa o primeiro modelo da Citroën que cumpre as normas de emissões Euro 6, graças à nova geração de motores BlueHDi com catalisador seletivo, desenvolvido pela Faurecia. Graças a ele as emissões de NOx são reduzidas em 90%
Nota: Se é um fornecedor e tem alguma questão ou quer a sua informação incluída nestas radiografias, contacte James Clark através do e-mail james.clark@ihs.com ou visite www.supplierbusiness.com
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face aos motores Euro 5 da marca. O novo Picasso é também 140 quilos mais leve do que o seu antecessor, também graças à Plastic Omnium, que contribuiu com o piso da baageira, 40% mais leve. O C4 Picasso é produzido na fábrica espanhola de Vigo.
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CITROËN C4 PICASSO. QUEM FAZ O QUê?
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Telepeças. Negócio online A Telepeças tornou-se um dos portais de referência em Portugal sempre que o tema são peças usadas. A empresa apresentou alguns interessantes dados de 2013 e falou do futuro que vai ser de mudança.
Do inquérito realizado, constata-se que a maior parte dos pedidos são efectuados por profissionais do ramo automóvel. O setor oficinal é o maior grupo, totalizando acima dos 35000 pedidos durante este ano.
Em 2013 a TelePeças recebeu um total de 52 161 pedidos de peças. Constata-se uma média mensal acima dos 4000 pedidos.
TEXTO paulo homem
A
plataforma Telepeças disponibiliza aos seus utilizadores um serviço de pesquisa e anúncio de peças auto usadas. É uma empresa que fornece um serviço através de uma plataforma online onde os seus clientes podem verificar o stock das peças em tempo real ou enviar um pedido de peças à rede de anunciantes desta plataforma, recebendo orçamentos, mantendo sempre a conversação telefónica ou escrita com os anunciantes, de uma forma simples e transparente, optando pelo fornecedor que mais lhe convém. A Telepeças nunca interfere na negociação bem como não recebe qualquer tipo de comissão. A negociação é sempre feita entre as partes envolvidas no processo, comprador versus
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vendedor. É este o conceito da Telepeças. Aos profissionais registados é cobrada uma anuidade ou mensalidade (dependendo da tipologia de utilizador) pela utilização de um conjunto de serviços disponibilizado pela plataforma. Os restantes utilizadores (particulares ou clientes não registados) podem também efetuar pedidos de peças, através da parte pública do site, efetuando um pedido sem compromisso a toda a rede de anunciantes Telepeças no valor de 0.60€ (mais IVA).
NESTE SERVIÇO online os clientes podem ver o stock das peças em tempo real ou enviar um pedido de peças à rede de anunciantes desta plataforma.
Parcerias Desde o seu início que a Telepeças tem como lema ouvir e analisar as preocupações dos seus clientes. Nesse sentido tem vindo a fechar algumas parcerias em diferentes áreas de negócio. Uma delas é com a mk-IS, que desenvolveu o software ATENA, que é uma solução de gestão para centros VFV (viaturas em fim de vida) que abrange todas as fases do processo de abate, até o desmantelamento e alocação das peças nas prateleiras devidamente etiquetadas para venda. Os clientes que utilizam o software ATENA têm a garantia de stocks atualizados na plataforma Telepeças, devido à sincronização existente entre as aplicações. É um software que está em constante desenvolvimento, acompanhando todas as
TRÊS PERGUNTAS Luís Moreira Telepeças
67% de todas as solicitações obtiveram resposta nas primeiras 24h e na sua maioria recebem uma ou mais propostas por cada pedido efectuado. Fica ao critério de quem compra analisar as propostas e condições, fazendo uma compra transparente.
As peças usadas são uma solução válida para as oficinas? São uma solução anticrise? As peças usadas originais são uma solução inteligente para a reparação automóvel, do ponto de vista financeiro bem como da qualidade das peças, se não vejamos: No que diz respeito aos proveitos financeiros, as peças vendidas são, em média, 50% a 70% mais baratas que as peças originais novas. Em relação à qualidade das peças, temos que separar as peças de muito desgaste das que tem pouco desgaste. Neste sentido, as peças mecânicas e elétricas, que por norma estão sujeitas a um maior desgaste e que por sua vez são mais difíceis de avaliar visualmente, carecendo muitas vezes de testes para as validar. Os compradores terão também que ter em consideração a quilometragem das viaturas, sendo sempre aconselhável o acompanhamento na compra por parte do profissional que vai reparar a viatura, que estará mais habilitado a verificar todos os aspetos técnicos relevantes. Os interiores e as peças de chaparia são muito mais fáceis de analisar e na sua grande maioria são peças de pouco desgaste, onde os padrões de qualidade são similares às peças novas, neste tipo de peças é fácil verificar visualmente o seu estado. Podemos concluir que optar pela compra deste tipo de produto, é mais económico, ecológico, mantendo um excelente nível de qualidade.
Qual tem sido a evolução do negócio de peças usadas nos últimos anos? Ao longo de muitos anos as peças usadas eram opção para um segmento de pessoas com menos recursos. Temos verificado que, nos últimos anos, como consequência da crise e maior consciência ecológica, o acréscimo na reutilização dos materiais. Este segmento de negócio foi crescendo e chegou a todas as camadas sociais, passando a ser uma solução global sem vergonha e sem preconceitos, o que obrigou as antigas sucatas a sofrerem alterações significativas nas suas estruturas internas e a valorizar o seu produto junto dos clientes, concorrendo de igual para igual com as peças novas, sendo uma opção válida na hora de optar.
“Algumas das novas funcionalidades foram sugeridas pelos seus utilizadores aquando do inquérito realizado em Junho de 2013”, refere Luís Moreira, da Telepeças, acrescentando que “para a ano de 2014 estimamos um aumento muito significativo, na ordem dos 30%, fruto da simplicidade de utilização da nova plataforma e dos novos serviços que esta vai proporcionar”. Desta nova plataforma destacam-se algumas alterações que são consideradas pela empresa como uma mais-valia para os seus utilizadores. Em primeiro lugar, um layout totalmente novo e moderno (área pública e área reservada), adaptável aos vários formatos de monitor (monitor, tablets, smartphones). Outro dos destaques é que o acesso direto ao pedido de peças (área publica) é mais fácil e intuitivo. Aliás, na generalidade o interface desta plataforma será muito mais intuitivo.
Para os clientes profissionais, a área reservada aparecerá com muitas melhorias ao nível da gestão do correio interno, com a possibilidade de colocar fotografias e preços das peças, entre outras informações.
Qual o balanço que faz da atividade da Telepeças? No mercado desde Maio de 2007, a Telepeças tem vindo a superar todas as expectativas, no que diz respeito às adesões aos nossos serviços, bem como pelo número de solicitações de peças usadas (profissionais ou particulares), terminando o ano de 2013 com mais de 52 000 pedidos de peças usadas à nossa rede, o que representa em média 1 pedido de peças a cada 2 minutos, sendo ainda que 67% dos pedidos tem respostas nas primeiras 24h.
Em 2013 a TelePeças recebeu um total de 52 161 pedidos de peças. Constata-se uma média mensal acima dos 4000 pedidos.
imposições legais, bem como as necessidades dos clientes. Nos transportes foi negociada uma tabela de preços, considerada muito vantajosa pela Telepeças, para as expedições efetuadas pelos clientes. Ao nível da formação, a empresa tem apostado na realização de workshops com temáticas bastantes distintas como a motivação empresarial, vendas, gestão, etc., em parceria com a empresa Make winners. Nova plataforma Como forma de aumentar a qualidade dos seus serviços, a Telepeças apresenta em fevereiro, uma nova versão da plataforma, com melhorias e acréscimo de funcionalidades que otimizam a busca de peças auto usadas e a sua utilização para os clientes registados.
Contactos Telepeças Responsável Luís Moreira E.mail geral@telepecas.com Website www.telepecas.pt
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Net Peças. Balcão de peças à distância de um clique O Net Peças pretende ser um novo canal de venda de peças usadas, que coloca online cliente (oficina) e vendedor (centro de abate). Este esquema de negócio B2B é terrivelmente simples e tem tudo para resultar. TEXTO Paulo Homem
O
que podem fazer dois jovens recémlicenciados em engenharia, Luís Vieira e Pedro Torres, com conhecimentos e formação na área da informática e uma forte vontade empreendedora? Emigrar? Não. Apostaram no desenvolvimento de uma plataforma de comércio de peças usadas online que funciona como se fosse um balcão virtual mas que também se pode assemelhar a um leilão invertido de peças usadas. Após meses de desenvolvimento e de divulgação do projeto “in loco” em cerca de 20 centros de abate, em dezembro passado apresentaram o Net Peças.
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“o risco é zero para quem se quiser registar nesta plataforma, passando assim a ter mais um canal de vendas sem custos”.
Funcionamento Nesta plataforma qualquer oficina e qualquer centro de abate podem registar-se sem qualquer custo. A forma como o negócio se desenvolve é muito simples. Uma oficina que tenha necessidade de uma peça ou de um componente usado, coloca no Net Peças (através de um intuitivo formulário auto guiado) o seu pedido, ao qual pode adicionar alguma nota informativa ou mesmo uma foto. O mesmo ficará visível para todos os centros de abate que estejam registados na plataforma, juntamente com todos os outros pedidos ativos. Os que tiverem a peça solicitada, colocam no Net Peças a disponibilidade e preço da mesma ( juntamente com alguma
Como nasceu o Net Peças O primeiro projeto online até nem foi na área das peças, mas depressa foi abandonado para dar lugar ao Net Peças. Luís Vieira conta que a ideia do Net Peças surgiu após uma conversa com João Vasconcelos, diretor da Encubadora de Empresas em Lisboa, que após uma longa conversa com Luís Vieira sobre automóveis, clássicos e peças, levou o jovem empreendedor a lembrar-se de uma dificuldade que teve para encontrar peças na internet para o sistema de iluminação de um carro. Bastou a viagem de regresso ao Porto de comboio para a ideia do Net Peças ganhar forma. Apresenta a ideia a Pedro Torres e depressa os dois se lançaram de cabeça, tronco e membros neste projeto, que conheceu a luz do dia em dezembro de 2013.
informação adicional caso necessário) e a oficina recebe online todas as propostas. A partir desse momento optará por aquela que mais lhe convier em função do critério que entender (poderá ser o preço mais baixo ou outro). Assim que a oficina confirmar a aquisição da peça, a plataforma gera automaticamente uma referência multibanco para a peça ser paga, onde está incluído o valor da peça e a comissão da Net Peças. Assim que seja confirmado o pagamento da peça pela oficina, o centro de abate reserva a peça e a empresa transportadora recebe a informação para levantar a peça no centro de abate e entregá-la na oficina. “Nós asseguramos o pagamento da peça, que será entregue no prazo máximo de 48 horas, ou então em 24 horas se o pagamento for feito até às 12 horas”, refere Luís Vieira, co-fundador do Net Peças, reconhecendo que “somos nós que assumimos o risco do transporte da peça, mas a distribuição é feita pelos CTT Expresso, com quem elaboramos um protocolo. Essa informação, sobre o envio da peça, passa também a estar disponível na plataforma para consulta”. Vantagens Depressa a Net Peças angariou mais de 40 centros de abate e mais de 80 oficinas, mas no final de janeiro esses números já foram largamente superados. “A aceitação, quer das oficinas quer dos centros de abate, tem sido muito positiva, até porque para eles o risco é zero”, refere Luís Vieira, adiantando que
“qualquer oficina, desde que registada, pode pedir orçamento a partir desta plataforma sem compromisso e sem qualquer custo de utilização”. Outra vantagem para as oficinas são os planos (de comissões) propostos pela Net Peças, que estão disponíveis para consulta no próprio site. Existe um plano sem custos (com comissões mais altas) ou planos com um custo mensal associado (e comissões mais baixas). Em função dos volumes de compras de peças usadas, cada oficina pode facilmente estudar o plano que melhor rentabilidade de trás. “Estamos a ouvir os nossos clientes e as suas sugestões, por isso é natural que os planos possam ser ajustados no futuro”, afirma Luís Vieira. Credibilidade Naturalmente que muitas questões se podem levantar sobre os centros de abate e sobre as oficinas que integram esta plataforma, já que o registo é gratuito, mas isso é algo que também está resolvido. Todas as novas entradas de oficinas e centros de abate na base dados da Net Peças são confirmados (exige, por exemplo, o NIF da atividade) pelos responsáveis desta plataforma, que garantem que apenas profissionais do setor estão registados nesta plataforma. “Queremos ter confiança com quem se regista nesta plataforma até porque temos que garantir a credibilidade da mesma. Tudo tem funcionado muito bem e já começamos a ter um histórico de que quem começou a comprar voltou já a fazê-lo várias vezes”, explica Luís
Vieira, reforçando a ideia de que “o risco é zero para quem se quiser registar nesta plataforma, passando assim a ter mais um canal de vendas sem custos”. Para já é o momento de Luís Vieira e Pedro Torres pensarem no presente, e apesar de sonharem e terem ideias para o desenvolvimento desta plataforma no futuro, querem acima de tudo ser empreendedores e, pelo menos, inovar já conseguiram.
Contactos Net Peças Responsáveis: Luís Vieira / Pedro Torres E.mail: luis.vieira@netpecas.pt Website: www.netpecas.pt
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opinião
As oficinas independentes face às tecnologias de informação
Com base no nosso trabalho comercial realizado junto de oficinas independentes, podemos afirmar que não estamos perante um quadro de desinvestimento face às tecnologias de informação, explica Dario Alves da Inforap neste artigo de opinião.
E
xistem realidades muito distintas neste setor, quer do ponto de vista da dimensão, quer do ponto de vista da situação económica e financeira. A contração do consumo gerou uma quebra significativa na venda de veículos automóveis, como se pode observar no gráfico.
Esta tendência reflete-se em todo o setor automóvel, tendo um efeito contrário na venda de peças e acessórios, como se pode constatar no gráfico abaixo.
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O negócio da manutenção e reparação tem vindo a crescer, a um ritmo semelhante ao verificado no setor das peças.
Este fenómeno é fácil de compreender. As pessoas não deixaram de andar de automóvel de uma forma geral, modificaram sim os hábitos de consumo, adiando a data de substituição do carro, o que acaba por se refletir em maiores gastos na oficina. Por outro lado, verificou-se alguma preferência pelos serviços das oficinas independentes, supostamente mais
com maior ou menor dificuldade no mercado, este período de crise coloca o tema da gestão em primeiro plano em todas as empresas.
económicas, em prejuízo da oficina de marca. Independentemente de estarem perante maior ou menor dificuldade no mercado, este período de crise coloca o tema da gestão em primeiro plano em todas as empresas. É tempo de pensar a organização, os recursos e os métodos de trabalho, tendo em vista maior eficiência e rentabilidade. É neste contexto que os sistemas de informação adquirem um papel preponderante para se atingirem esses objetivos. Uma grande parte dos responsáveis e chefes de oficina, detêm hoje essa consciência, estando recetivos a ofertas de tecnologias de informação que incorporem valor para o negócio. Nestas alturas de crise, as falhas na organização e perdas operacionais são menos perdoadas. Os trabalhos repetitivos são mais percecionados e menos tolerados. Este quadro revela-se recetivo à adoção de soluções que ultrapassem estas dificuldades e disfunções, mesmo implicando alguns investimentos. A forma de fazer face à crise passa forçosamente pelo aumento de eficiência. Dificilmente se consegue esse objetivo sem um software de gestão oficinal, integrado com catálogo de peças (p/ ex: TecDoc) e uma ferramenta de orçamentação (p/ex: GTMotive). Apesar de muitas oficinas estarem recetivas a fazer investimentos para melhorarem o seu desempenho, estão igualmente mais exigentes relativamente aos produtos e serviços apresentados e com expetativas de custos tão baixos quanto possível. Qualidade e baixo preço nas tecnologias de informação, é muitas vezes uma equação difícil para os fornecedores, mas revela-se uma tendência de mercado. A oferta de serviços de alojamento e de software de gestão em regime de subscrição mensal, permite que qualquer oficina tenha acesso a soluções utilizadas por grandes organizações, sem investimentos, em hardware e software. Pelo lado da necessidade de informação de gestão e pelo lado da oferta competitiva de soluções, é nossa convicção que muitas oficinas independentes, estão em fase de estudo ou mesmo de investimento em tecnologias de informação.
6 REPARAÇÃO
PARCERIA
A todo o gás. Veículos propulsionados por gás de petróleo liquefeito A utilização de gás em viaturas particulares, quer seja na variante de Gás de Petróleo Liquefeito – GPL (de utilização mais comum), comercialmente designado por autogás, ou Gás Natural Comprimido – GNC, é cada vez mais real no nosso país. Em países como a Itália ou Alemanha este combustível já é importante há muitos anos.
TEXTO Juan Rodriguez Garcia
O
principal motivo de sucesso do gás a nível europeu deve-se ao facto de, em comparação com os restantes carburantes, custar quase metade. Assim, conduzir um veículo com motor a gás constitui uma séria alternativa face ao contínuo aumento de preço dos combustíveis tradicionais (gasóleo e
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gasolina), para além de outras vantagens técnicas e ambientais. Marcas como a Audi, Dacia, Fiat, Ford, Mercedes-Benz, Opel, Renault, Seat, Skoda, Subaru ou Volkswagen têm versões a Gás Natural Comprimido e Gás de Petróleo Liquefeito em alguns dos seus modelos. Quase todos se caraterizam, em geral, por
incorporar dois sistemas de alimentação, gás e gasolina. Basta mudar de combustível ao simples premir de um botão, ou o próprio veículo fá-lo automaticamente ao detetar um nível baixo de qualquer um deles, aumentando assim a autonomia (evitando o problema de se ficar sem combustível e não encontrar uma estação de serviço com gás).
O enchimento nunca ultrapassa os 85% da quantidade do depósito para evitar sobrepressões por um aumento de temperatura.
Também é possível modificar um veículo para que passe a funcionar com estes combustíveis, mantendo ao mesmo tempo o sistema de alimentação original, que alternará a utilização de um ou outro combustível, à escolha do condutor. Esta transformação é possível com qualquer motor a gasolina, sem implicar nenhuma alteração ao motor. Em Portugal o tipo de gás mais utilizado como combustível para automóveis é o Gás de Petróleo Liquefeito (GPL), sendo também este o que reúne maior número de postos de abastecimento, a tal ponto que o território nacional se pode considerar hoje devidamente coberto, de forma a satisfazer o uso quotidiano de uma viatura bifuel (GPL+gasolina). Circulam atualmente em Portugal cerca de 40 mil viaturas a GPL. O GPL é uma mistura de gás propano (C3H8) e butano (C4H10). A proporção de ambos os gases varia em função do país e do tipo de veículo. Quanto mais quente for a região onde é utilizado, mais elevada será a proporção de butano. Esta relação variável da mistura é necessária para evitar a denominada “congelação” no evaporadorredutor quando o frio é mais intenso. O GPL tem, normalmente, uma composição volumétrica de 30% de propano e 70% de butano. As condições da mistura GPL propano (C3H8) – butano (C4H10) para utilização como carburante estão definidas a nível europeu pela norma UNE EN 589.
Botão para troca de combustível
Conjunto funcional para adaptação de veículo a gás
Injetores
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reparação
Interruptor do gás
Unidade eletrónica de GPL
Unidade de controlo de gasolina
Filtro de ar
sdfgsdfdsf
Injetor de GPL
Sonda Lambda
Injetor de gasolina Catalisador de três vias Saída de gás
Cilindro
sdfgsdfdsf Eletroválvulade passagem do gás Evaporador-redutor Retorno de gás
Depósito de GPl
O GPL é obtido por destilação do petróleo e por evaporação nas jazidas do gás natural húmido. Os motores a GPL têm potência e rendimento parecidos com os dos seus equivalentes a gasolina, mas diferem nos sistemas de armazenamento e alimentação de combustível. O GPL encontra-se no estado gasoso à pressão atmosférica, mas liquefaz-se quando submetido a uma pressão relativamente baixa (cerca de 8 bar). É armazenado no veículo em estado líquido, embora a sua combustão no motor se faça no estado gasoso. Funcionamento e componentes do sistema GPL Para abastecer o depósito utiliza-se uma válvula colocada na lateral do veículo. O combustível armazena-se no estado líquido nos depósitos de GPL e daí é conduzido, na fase líquida, ao evaporador-redutor de pressão. À entrada do evaporador-redutor está instalada uma válvula eletromagnética de corte de GPL e, à saída, um filtro de gás. O evaporador-redutor dispõe, no seu
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A potência e o rendimento dos carros a gás são parecidos com os equivalentes a gasolina
Componentes do sistema GPL
interior, de uma série de câmaras onde se realizam diversas funções que permitem regular, vaporizar e dosear o gás que é aspirado pelo motor do veículo. O GPL chega na fase líquida ao evaporador-redutor, onde passa à fase gasosa, modo no qual se introduz através dos injetores em cada um dos coletores de admissão dos cilindros do motor, para a sua combustão. A permanente vaporização do líquido consegue-se mantendo o interior do evaporador-redutor quente. Para isso, faz-se circular no seu interior o fluido de refrigeração do motor. A unidade de mistura é um componente constituído, principalmente, por um difusor e um suporte de difusor instalados nos veículos de injeção no coletor de admissão, antes da válvula de borboleta. A sua função é dosear a quantidade de gás e de ar que devem misturar-se para uma correta combustão do motor. Em alguns sistemas esta unidade está integrada no conjunto evaporador-redutor. O sistema permite o uso indistinto de um ou outro carburante, acionando simplesmente o botão colocado no tablier do veículo e a qualquer velocidade, sem que seja necessário
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reparação Os veículos a GPL são similares aos de gasolina, com diferentes sistemas de armazenamento e alimentação de combustíveis parar o motor. O arranque é sempre feito com gasolina e muda automaticamente para GPL a uma determinada temperatura do motor, geralmente aos 40oºC. Os requisitos de segurança do depósito de GPL são muito elevados e devem suportar o impacto de um veículo em caso de acidente. Incorpora também uma válvula de segurança de escape de pressão, para o caso de sofrer um aquecimento. O reabastecimento faz-se no estado líquido, de forma semelhante a outro combustível (pode encher-se sem que seja necessário estar vazio). Liga-se a mangueira de abastecimento de GPL à válvula lateral do veículo por via de um sistema de acoplamento rápido e totalmente estanque. Inclui dois sistemas de segurança: uma dupla válvula antirretorno, que evita a saída do gás quando se liga o bocal e uma electroválvula, que permite a passagem do gás até ao depósito no processo de reabastecimento e a sua saída no modo de funcionamento. O enchimento nunca ultrapassa os 85% da quantidade do depósito – ao atingir esta percentagem a eletroválvula fecha-se automaticamente para evitar sobrepressões por um aumento de temperatura.
Evaporador-redutor
Reabastecimento de combustível
Depósito de GPL e electroválvula de entrada e saída do gás
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Caraterísticas do sistema de GPL Um sistema de alimentação de combustível GPL apresenta as seguintes vantagens: Funcionamento suave, boas acelerações e motor mais elástico, por não existir detonação; Atualmente não há perda de potência. Maior vida útil do motor e menor manutenção; Combustível mais barato e seguro contra incêndios em caso de acidente, devido á robustez do depósito. O consumo é mais elevado, mas economicamente compensa; Manutenção do óleo lubrificante do motor limpo por mais tempo, devido à ausência de depósitos carbónicos; Ambientalmente, as emissões contaminantes de NOx, CO, HC e partículas são inferiores às dos carburantes convencionais (gasóleo e gasolina), e de CO2 inferiores às da gasolina e semelhantes às do gasóleo; A distribuição do GPL em Portugal já abrange todo o território, com 282 postos de abastecimento. As marcas de automóveis também começam a incluir nas suas gamas veículos com sistemas de GPL montados de origem.
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Passo a passo. Desmontagem de um puxador da porta Uma operação muito comum na oficina de reparação de automóveis é a desmontagem do puxador da porta, um trabalho simples em que, geralmente, em modelos atuais, não é necessárias a desmontagem do revestimento interior da porta e que permite realizar uma pintura correta da mesma. PARCERIA
1 - Separar ligeiramente a borracha interior da porta
3- Desenroscar completamente o parafuso de segurança
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2- Retirar a proteção adesiva e as tampas que protegem os parafusos
4- Desenroscar até soltar o parafuso limitador ou batente
5- Pressionar o parafuso para libertar o canhão
7- Puxar ligeiramente o puxador e retirar o canhão com uma chave de téflon
9- Rodar o puxador para extrai-lo completamente
6- Extrair a tampa do canhão com uma chave de téflon
8- Deslocar ligeiramente para trás o puxador para libertar a parte posterior
10- Retirar a base de borracha da zona de ancoragem do puxador, fazendo-o deslizar para a frente.
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Mais do que um mero anticongelante Refrigerante
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s exigências da maioria dos proprietários de veículos em relação ao líquido do sistema de arrefecimento do motor são muito simples. Basta-lhes que não congele no inverno e não sobreaqueça nos meses de verão. No entanto, os requisitos de um refrigerante para um motor moderno são elevadíssimos, pois até os motores de grande volume de produção estão a tornar-se mais leves, mais compactos e mais eficientes, com os seus componentes a suportarem temperaturas cada vez mais elevadas. O maior uso de materiais como alumínio, magnésio e plásticos também implica uma melhor proteção contra o desgaste devido à maior necessidade de dissipação de calor durante a condução. Esta é uma das principais tarefas do refrigerante, mas não a única.
Proteção contra congelamento e sobreaquecimento Quase todos os refrigerantes (concentrados) são constituídos por cerca de 90% de glicol e 10% de aditivos (também conhecidos como inibidores, no caso do anticongelante). Os aditivos são suplementos que afetam as propriedades anticongelantes. Os refrigerantes de automóvel são uma mistura de água com anticongelante. A relação de mistura ideal é de 1:1, o que equivale a uma proteção anticongelamento de -36oC. A máxima proteção anticongelante de cerca de -52oC obtém-se com uma mistura de aproximadamente 2:1 (anticongelante:água). A figura 3 mostra a resistência ao congelamento da mistura de água com anticongelante como uma função do rácio. Atenção: Nunca utilize anticongelante puro não diluído, pois este congelará em torno dos 16oº negativos e também dissipará mal o calor. A água tem uma condutividade térmica que é aproximadamente quatro vezes superior à do glicol. Mais água na mistura resulta, portanto, num melhor arrefecimento. Anticongelante puro reduz a eficiência do arrefecimento em cerca de 50%,
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Líquido
Película lubrificante
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Folga isolante Vedante rotativo Vedante rotativo
Vedante estacionário
Refrigerante
vedante estacionário
Zona de evaporação Fluxo Lado do ar
Figura 1 - Fluxo desejável da bomba de água
Figura 2
comparado com uma mistura de 1:1. Para além de baixar a temperatura de congelamento o glicol também contribui para o aumento do ponto de ebulição, o que protege o motor nos meses mais quentes. Com uma mistura de água e anticongelante de 1:1 o ponto de fervura ronda os 107oºC, o que garante ao sistema de arrefecimento uma enorme margem de eficiência. Atestar com água da torneira ou água destilada? A ideia de que deve ser utilizada água destilada no sistema de arrefecimento do motor é um preconceito que vem do passado, quando o anticongelante continha fosfatos. Estes fosfatos não eram compatíveis com os minerais da água da torneira. Dica: Agora que os anticongelantes já não contêm fosfatos, não há razão para não se utilizar água da torneira normal. Só nos casos em que a água da torneira seja muito “dura” é que pode ser utilizada uma mistura de água da torneira com água destilada. A vantagem principal da utilização de água
destilada é que esta não contém minerais que possam depositar-se no motor. No entanto, como hoje já é possível combinar anticongelantes modernos com água mais “dura”, este problema já não se coloca. Em comparação, a desvantagem da água destilada é que esta tem um valor de pH inferior ao da água da torneira. A água destilada pura atinge um pH de 7.0. A água da torneira tem valores ligeiramente alcalinos, frequentemente em torno dos 7.5-8.0. O refrigerante do motor deve ser ligeiramente alcalino em todos os casos (pH superior a 7) e nunca deve ser ácido (pH inferior a 7), caso contrário as juntas serão atacadas. É por este motivo que se juntam aditivos que eliminam os ácidos e garantem que o anticongelante permaneça alcalino. Os ácidos têm mais possibilidades de se formar se for utilizada apenas água destilada de pH reduzido. O resultado é que as substâncias ativas do anticongelante que combatem esses ácidos se desgastam mais depressa, o que pode encurtar a vida útil do líquido anticongelante. Assim, as pequenas quantidades de minerais existentes na água da torneira são de pouca importância quando comparados com o fraco pH da água destilada. Lubrificação do sistema de arrefecimento O líquido refrigerante também tem propriedades lubrificantes, o que permite que este seja utilizado para lubrificar componentes do sistema de arrefecimento (como a bomba de água,
COM O APOIO DE
o termóstato, válvulas de aquecimento). Isto é especialmente importante para o vedante mecânico da bomba de água, que se gastaria em pouco tempo sem a ação do anticongelante (ver figura 1). Constante lubrificação e arrefecimento são necessários para garantir que o vedante da bomba de água funcione perfeitamente ao longo de toda a sua vida útil. Um pequeno fluxo de refrigerante a passar pelo vedante é garantia disso mesmo. Este fluxo, que encontra o seu caminho entre o vedante rotativo e o estacionário, é muito pequeno e pode até evaporar na bomba. Ainda assim, consegue penetrar no espaço livre entre o vedante mecânico e escapar-se pelo orifício de drenagem. O fabricante aplica este dreno, o que não constitui qualquer razão para reclamação. Se, ainda assim, for utilizado um refrigerante inferior, a borracha do vedante rotativo e do estacionário friccionam-se sem a película protetora do refrigerante. Isto provoca calor de fricção que pode destruir o vedante da bomba de água. Proteção anti-corrosão Os inibidores do anticongelante também protegem contra a corrosão e cavitação, para além de prevenirem a formação de depósitos e espumas. O silicato é um aditivo de excelentes propriedades anticorrosivas. Se a relação de mistura entre anticongelante e água for mal calculada, o nível de proteção dos inibidores também pode ser muito baixo. Pode conduzir à corrosão por todo o sistema de arrefecimento (ver figura 2). Neste caso, a ferrugem, os resíduos metálicos e a sujidade pode destruir as superfícies do vedante da bomba. Como resultado, a vedação do rolamento da bomba de água já não fica garantido. Dica: É recomendável que se limpe e lave o circuito de refrigeração sempre que se substitui o líquido de arrefecimento. Nunca reutilize o refrigerante drenado, pois trata-se de um resíduo perigoso. Anticongelante da febi bilstein: A salvo do clima e da corrosão
DIFERENÇAS NOS ANTICONGELANTES febi
cor
guia vag
proporção silicato mg/l
proporção glicerol
01089
azul
g 11
500-680
0
comentário
02374
amarelo
g 11
500-680
0
01381
vermelho
g 12
0
0
19400
roxo
g 12+
0
0
SUBStituído no G12++ = febi 37400
37400
roxo
g 12++
400-500
0
SUBStituído no G13 = febi 38200
38200
roxo
g 13
400-500
20
design atual
O silicato é agora um aditivo indispensável, devido ao aumento dos requisitos de compatibilidade de materiais, à proteção anticorrosão, ao aumento dos intervalos de revisão e á utilização de materiais mais leves na construção dos veículos. Ainda assim, a proporção nos novos anticongelantes foi reduzida, em comparação com os líquidos mais antigos, de cor azul (cf. febi 01089) e amarela (cf. febi 02374). Apesar disso, alguns fabricantes, como a BMW e a Mercedes, ainda utilizam anticongelantes com elevada proporção de silicato. Entre os anticongelantes disponibilizados pela febi bilstein há três que não diferem na cor relativamente aos seus predecessores. Os três anticongelantes são de cor púrpura e por isso visualmente idênticos (febi 19400, febi 37400 e febi 38 200) têm MEG (monoetileno glicol) como base mas exibem diferenças na percentagem de aditivos (ver tabela). O anticongelante na sua atual versão consiste, aproximadamente, em 70% de glicol, 20% de glicerol e 10% de aditivos. O glicerol tem propriedades similares às do glicol mas é mais amigo do ambiente e exige menos gasto de energia na sua produção. A proteção contra a corrosão e a compatibilidade material foram melhoradas através de aditivos. Misturas A regra básica consiste em tomar atenção à cor do anticongelante utilizado na viatura e utilizar sempre líquido da mesma cor.
Apesar disto, todos os anticongelantes da febi podem misturar-se uns com os outros. A única exceção é o refrigerante vermelho (febi 01381) que NÃO PODE misturar-se com o azul (febi 01089) e o amarelo (febi 02374). Intervalos de assistência O anticongelante tem um prazo de vida útil. Há inibidores que sofrem desgaste com o tempo. Em resultado disso, o líquido perde a sua proteção anticorrosão e anticongelante, assim como o efeito lubrificante e a condutividade térmica. Também podem surgir depósitos de detritos e espumas. A durabilidade do refrigerante depende da sua qualidade e da limpeza do circuito de refrigeração no seu todo. O desgaste é particularmente intenso se ocorrerem fugas ou se os gases de escape penetrarem no sistema de arrefecimento (devido a defeitos na junta da cabeça do motor, por exemplo). É aconselhável verificar regularmente o refrigerante e substituí-lo se necessário. Dica: É imperativo seguir as instruções do fabricante no que diz respeito às especificações, intervalos de assistência e percentagens de mistura. É aconselhável utilizar componentes de qualidade confirmada pela febi bilstein. Toda a gama pode ser consultada em www.febi-parts.com. A gama de produtos febi faz parte do grupo bilstein, a casa-mãe das marcas SWAG e Blue Print. Saiba mais em www.bilsteingroup. com.
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TURBO OFICINA
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reparação
Análise. Conjunto de chaves de desmontagem da Würth Um equipamento muito útil na secção de carroçaria de uma oficina são as chaves de desmontagem. Permitem desmontar os revestimentos interiores, molduras ou juntas, sem danificar a pintura nem estragar ou marcas as peças a desmontar. O conjunto de chaves de desmontagem da Würth inclui uma grande diversidade de chaves com diferentes formas e comprimentos para facilitar os trabalhos de carroçaria, tais como a extração de componentes de carroçaria do automóvel. PARCERIA TEXTO Luis Casajús
O
conjunto de chaves de desmontagem da Würth permite desmontar peças, revestimentos, molduras ou embelezadores da carroçaria sem as danificar, evitando a sua substituição ao mesmo tempo que previnem danos desnecessários na pintura que poderiam ser provocados no caso de serem usadas os tradicionais chaves-defendas planas. Estas chaves não danificam plásticos, nem pinturas e permitem trabalhar em zonas pequenas e de difícil acesso, por exemplo, em interiores de portas, revestimentos, interiores de motor, etc.
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Os revestimentos das portas e dos pilares estão ancorados à carroçaria por diferentes tipos de grampos e clips de fixação e com estas diferentes chaves de desmontagem é possível separar os revestimentos e os seus grampos, na maior parte dos casos sem os danificar. Alguns exemplos da utilização destas ferramentas: desmontagem de molduras de portas e pára-choques; desmontagem de frisos; desmontagem de borrachas à volta da porta; desmontagem das borrachas à volta dos vidros;
desmontagem de embelezadores exteriores como frisos cromados; desmontagem de logotipos; desmontagem de grelhas de para-choques; desmontagem de spoilers; desmontagem de frisos de moldura dos faróis de nevoeiro; desmontagem de encaixes de vidros; desmontagem de molduras dos encaixes do teto; desmontagem de piscas laterais; desmontagem de luzes de terceiro stop com pino de ancoragem;
Estas chaves não danificam plásticos, nem pinturas e permitem trabalhar em zonas de difícil acesso como interiores de portas. desmontagem de frisos junto à tampa da mala; desmontagem de ligações do limpa párabrisas; desmontagem de revestimentos de pilares e estribos; desmontagem de revestimento de portas; extração de grampos de sujeição (de pára-choques, de revestimentos interiores, etc);
desmontagem da consola central, porta-luvas, painel de instrumentos e tablier; desmontagem da luz de cortesia interior no teto. O conjunto de chaves de desmontagem da Würth inclui várias chaves distintas, com diferentes larguras, comprimentos, espessuras e formas, desenhadas para se adaptarem à peça que é preciso intervencionar. Além disso, vêm
num prático estojo de lona para que sejam guardadas de forma perfeita. Conclusão Nos testes realizados no Centro Zaragoza obtiveram-se ótimos resultados em relação à utilização do conjunto de chaves de desmontagem da Würth, destacando-se pela diversidade de chaves e pelo elevado número de peças que ajudam a desmontar.
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reparação
PLANO DE MANUTENÇÃO PROGRAMADA Marca, Modelo e Versão Prazo/ Quilometragem Características Veículo
OPEINS0372A: Opel Insignia Sports Tourer 2.0 CDTI 140 Selection 5p S/S 48/120000
Potência (cv)
140
Cilindrada (cc)
1956
EuroNCap CO2 104 Transmissão Manual Caixa de Velocidades
6 velocidades
Carroçaria Carrinha
Manutenção. Opel Insignia Sports Tourer É uma das carrinhas mais procuradas atualmente em Portugal, também pela crise, que afasta mais compradores das marcas premium. PARCERIA
A
carrinha Insignia foi recentemente renovada e assume-se como uma das opções familiares mais fortes do mercado, não só para os particulares como também para as frotas. A proposta mais equilibrada e mais ajustada ao mercado nacional monta o motor 2.0 CDTI de 140 CV. Falta saber quanto custa a manutenção programada durante 48 meses ou 120 mil quilómetros. A fatia mais pesada da manutenção passa pelos pneus, que representam um valor de 2130,08 euros. Esta versão monta pneus 215/60R 16V e, num total de 10 unidades para o plano de manutenção, o custo é de 1983,48 euros. A este valor é preciso somar 76,60 euros de 10 equilibragens, 25 euros para uma dezena de válvulas e 45 euros para os três alinhamentos de direção fruto das trocas de pneus no eixo dianteiro. Na segunda parcela da manutenção vêm as peças de desgaste, com um total de 1909,24 euros. As quatro pastilhas da frente são o item mais oneroso, com um total de 594,64
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euros. Seguem-se os discos da frente (252,66 euros) e os de trás (248,04 euros). As quatro escovas limpa para-brisas gastas ao longo dos 48 meses representam 239,04 euros na fatura. Já as duas pastilhas de trás têm um custo de 223,30 euros. A estes valores juntam-se mais algumas parcelas, nomeadamente a das revisões, com um custo total de 901,88 euros. As quatro trocas de óleo representam 360,72 euros, sendo que a carrinha Insignia usa óleo especial e tem um cárter com capacidade para 4,5 litros. À troca de óleo estão, naturalmente, associados os filtros de óleo, que representam 96,20 euros. Ainda no campo dos filtros, a Insignia gasta duas unidades dos restantes filtros: pólen (72,80 euros), combustível (59,80 euros) e ar (52,10 euros). A mão-de-obra representa 260,26 euros para um total de 7,7 horas. Contas feitas, o custo total da manutenção programada é de 5544,41 euros, o que representa um valor de 4,62 euros por cada 100 quilómetros percorridos.
Valor N.º Substituições
Revisões
901,88 €
Mão-de-Obra
260,26 €
[7,7]
Óleo
360,72 €
[4]
Capacidade do carter (litros)
4,5
Tipo de óleo
Especial
Filtro de Óleo
96,20 €
[4]
Filtro de Ar
52,10 €
[2]
Filtro de Pólen
72,80 €
[2]
Filtro de Combustível
59,80 €
[2]
Velas
- €
[0]
Desgaste
1.909,24 €
Escovas Limpa Para Brisas Frente
239,04 €
Escovas Limpa Para Brisas Tras
30,26 €
[2]
Pastilhas Frente
594,64 €
[4]
Pastilhas Tras
223,30 €
[2]
Discos Frente
252,66 €
[1]
Discos Tras
248,04 €
[1]
Liquido de Travão
33,80 €
[2]
Correia Distribuição
187,50 €
[1]
Embraiagem
- €
[0]
Carga Ar Condicionado
100,00 €
[1]
Escape
- €
[0]
Bateria
- €
[0]
Amortecedor Frente
- €
[0]
Amortecedor Tras
- €
[0]
Bomba Agua
- €
[0]
Filtro Particulas
- €
[0]
Tarefas Extra
- €
[0]
Avarias
- €
[0]
Eléctricas
- €
[0]
Total
- €
[0]
Pneus
2.130,08 €
Pneus Frente
215/60R16V
Pneus Trás
215/60R16V
Pneus
1.983,48 €
Alinhamento de Direcção
45,00 €
[3]
Equilibragem
76,60 €
[10]
Válvula
25,00 €
[10]
Outros
603,31 €
IPO
27,00 €
Inflação
576,31 €
Ajustes
- €
Custos de Manutenção
Total
5.544,51 €
/100 kms
4,62 €
Combustível
- €
[4]
[10]
* Valores sem iva
8 pneus
Análise. Radiografia ao mercado dos pneus Falámos com distribuidores e marcas para perceber como correu o ano de 2013, quais as grandes alterações no mercado e as oportunidades para 2014. TEXTO Cláudio Delicado
O
negócio dos pneus tem sofrido grandes alterações, sendo a crise uma das principais causas. Isso fez com que mais cedo do que os outros setores as oficinas se juntassem em rede e, mais recentemente, começassem a alargar os seus serviços para além dos pneus, não só para garantirem mais negócio, clientes e… mais venda de pneus, o seu verdadeiro negócio. Mas desde o último semestre do ano passado que o mercado mostra uma grande vitalidade, com muitas novidades ao nível da distribuição também. Falámos com os principais distribuidores e com as marcas para que nos ajudassem a fazer uma radiografia ao setor. Para Luís Aniceto, da S. José, “o negócio
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dos pneus, a exemplo de outros, passa por uma fase de adaptação aos novos tempos da economia, com um mercado que caiu nos últimos anos, criando a necessidade das empresas fazerem ajustamentos internos nas suas estruturas para adaptação a esta nova realidade”. Manuel Félix, da Eurotyre, vai mais longe: “o paradigma mudou bastante, e as maiores alterações que temos assistido foram as adaptações das tradicionais casas de pneus para um novo modelo de negócio que está muito para além a substituição de pneus.” Por outro lado, acrescenta, “há um crescente aumento de players no mercado de revenda de pneus, onde cada um procura satisfazer os clientes da melhor forma, com serviço, com disponibilidade ou preço.” Já para Manuela Valente, da Dispnal, o negócio
de pneus alterou-se ao nível do tipo de vendas. “Atualmente uma grande percentagem das vendas são através de plataformas B2B, existe uma necessidade de disponibilidade imediata, uma vez que raramente se efetuam compras para stock e houve também uma alteração quanto às medidas mais vendidas.”. Outra das alterações mais recentes, acrescenta, foi a introdução da etiqueta europeia, “que permite aos clientes comparar os vários tipos de pneus disponíveis em cada marca optando pela melhor escolha dentro de várias variáveis.” Já para a Tiresur, nas palavras de Aldo Machado, “a qualidade do serviço prestado, a disponibilidade de stocks em tempo útil e a evolução tecnológica ocorrida” destacam-se como alterações significativas nos últimos anos. A Aguesport é uma empresa recente e
“o caso das entregas 4 e 6 vezes ao dia é uma aberração. Os distribuidores estão a criar custos que não sei se osirão conseguir suportar por mais tempo.” Pedro Conceição, Aguesport não tem termo de comparação com a última década, mas Pedro Conceição diz que “o que mudou foi a entrada no mercado de marcas budget (orientais) com mais força via distribuidores, representando uma fatia cada vez mais importante do mercado. As grandes companhias concentram-se cada vez mais nas suas redes e libertam caminho para os distribuidores.” Com todas estas alterações a acontecerem num ano ainda difícil em termos de situação financeira do país, a única forma das empresas se adaptarem é “acompanhar a evolução ‘natural’ e tentando promover soluções inovadoras sempre que possível”, explica Aldo Machado, da Tiresur. Manuel Félix vai no mesmo sentido e diz que na Eurotyre a preocupação passa por “estarem atentos às necessidades dos clientes. Durante as visitas dos nossos comerciais às empresas, gostamos escutar o que estes têm para nos dizer, identificar falhas que, uma vez resolvidas, melhoram todo o processo de comercialização. Estamos convictos que este negócio, tal como outros, serão os pequenos detalhes que nos farão diferentes e que são determinantes na hora da escolha do fornecedor.” Ouvir o cliente e usar as novas tecnologias é uma tendência comum. Manuela Valente, explica que a Dispnal “teve a necessidade de se adaptar às novas tecnologias, tanto a nível das vendas B2B, como a divulgação de informação através de plataformas digitais. Surgiu também uma maior necessidade de capacidade e diversidade de stock.” Luís Aniceto, da S. José, explica que a forma de vingar no mercado atual é “continuar a
oferecer a mais ampla e vasta gama de pneus do mercado, que vai muito além dos pneus de turismo, SUV e comerciais. Estamos também nos pneus de camião, e todo o tipo de pneus fora de estrada, como a gama de pneus de jardim e golf, pneus de Quad moto 4, de agricultura, empilhador, industriais, Eng. civil, etc” E o segredo, acrescenta, é o stock, com uma grande variedade de dimensões, que cobrem todas as necessidades do mercado, e nas mais variadas marcas e preços, desde as marcas premiun até às marcas Budget. “Os nossos clientes habituaram-se a encontrar na S. José as respostas a todas as suas necessidades”. Além disso, uma forma de contornar a crise interna foi internacionalizar o negócio. “A S. José percorre desde 2012 o caminho da internacionalização, principalmente com a entrada no mercado de Espanha, numa operação que tem sido de grande sucesso, e, mesmo havendo muito caminho para percorrer, neste momento, a presença da nossa empresa é uma realidade notada no país vizinho.” AS NOVAS REDES Uma das tendências do mercado passa pelas novas redes ligadas aos pneus. Para a Tiresur esta “é uma evolução natural no conceito de prestação de serviço dedicado ao cliente, projetando a maximização do serviço e dos resultados dos clientes.” Para a Dispnal, “as novas redes poderão representar uma oportunidade como novos clientes mas, por sua vez, irão prejudicar a dita ‘casa de pneus’, uma vez que o mercado está a emagrecer”. Nenhuma das empresas se mostra surpreendida com esta nova dinâmica. “As redes são um fenómeno que era expectável e a tendência será aumentarem a sua força”, analisa Pedro Conceição, da Aguesport, que acrescenta: “Acredito nas redes suportadas pelas companhias, mas não estou muito convencido do sucesso das redes independentes (a não ser as multinacionais). Com isto não quero dizer que os independentes vão acabar, longe disso, terão é que se adaptar
TIRESUR
3 000 000
unidades de pneus de ligeiros vendidos em 2013 em Portugal
10%
Crescimento na globalidade em 2013, suportado nos pneus Budget e Quality
14” e 17”
Medidas de pneus mais vendidas em 2013: 175/65R14, 195/65R15, 205/55R16, 225/45R17
e ser muito mais dinâmicos pois não terão o apoio das companhias”. Para a Eurotyre “é imperativo que os estabelecimentos se modernizem e todas estas redes vieram trazer, à sua maneira, um contributo fundamental para que o negócio se torne cada vez mais profissional.” Para a S. José, “o aparecimento de novas redes é fruto destes tempos mais difíceis, em que as redes procuram tirar partido do clima de alguma incerteza que as empresas de pneus enfrentam e em que estas procuram, ao aderir às redes, que essa adesão lhes vá trazer mais segurança e clientes para dentro das suas casas. Curiosamente, este movimento das redes tinha aparecido há muitos anos, mas então com um objetivo diferente, mais no sentido de melhorar as condições de compra. Esse objetivo tornou-se menos importante, com o aparecimento de distribuidores como a S. José, que, sem obrigações nem vínculos, deu a possibilidade às casas de pneus de comprar qualquer marca nas melhores condições.” Apesar desta tendência, Luís Aniceto não tem dúvidas que “vão continuar a haver postos de pneus independentes, bem equipados, que continuam a pautar a sua atuação por um enorme carisma e profissionalismo, e que, por certo, vão continuar a ter êxito no futuro.” A IMPORTÂNCIA DO RENTING Mas se as redes mostram cada vez mais vitalidade também ao nível dos clientes aconteceram algumas mudanças. E as frotas ganham maior peso, na opinião de Aldo Machado: “A diversidade de soluções apresentadas pelas empresas financeiras (nomeadamente através do renting) aumentou significativamente a quota de mercado das
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82 pneus movimentação importante e necessária.” Para Luís Aniceto “é normal em qualquer mercado haver reajustes nas representações das marcas, com o desaparecimento de umas empresas e o aparecimento de outras, que naturalmente se propõem a fazer um trabalho melhor do que as anteriores. É um sinal de vitalidade dos mercados.” Manuela Valente tem algumas dúvidas sobre esta vitalidade do mercado: “Poderá não ser um sinal de vitalidade do mercado, mas sim o inverso. O ano de 2013 serviu de exemplo, dado que em Portugal foi possível constatar estas alterações. Isto porque foi um ano muito difícil para todos os mercados, mas mesmo assim foi possível constatar o aparecimento de novas empresas e marcas com preços atrativos. Mas em 2014, iremos verificar que este assunto ditará novas alterações ainda muito mais complexas com a entrada da Índia. Apesar da crise que atravessa o mercado português, todos tentaremos encontrar soluções viáveis para manter o nível de vendas sustentável.” frotas fator que, muitas vezes, leva a que se realizem negócios menos “racionais” e que desvalorizam o valor acrescentado das oficinas e do mercado da distribuição”. Manuela Valente tem a mesma opinião: “Devido á instabilidade que existe no ramo automóvel, surgiu a necessidade de algumas empresas se adaptarem ao mercado. Desta forma, foram surgindo novos clientes, como as empresas de leasing/renting (frotas) e as oficinas independentes”. Já no sentido inverso, “as casas de pneus tiveram a necessidade de colocar pequenos serviços de mecânica para combater a crise do setor.” Apesar das alterações ao nível de novos clientes, Manuel Félix afirma que “no final, serão sempre os mesmos.” E Luís Aniceto vai pelo mesmo caminho: “Temos como clientes todo o tipo de empresas que comercializam pneus, desde a tradicional loja independente, como os aderentes a redes, concessionários e oficinas de mecânica, etc.”. As casas de pneus acabaram por se ver “obrigadas” a oferecer alguns serviços rápidos para chamar mais clientes. É um meio de vender mais pneus? “Os serviços de mecânica, principalmente a mecânica rápida, são hoje uma vertente de negócio que é normal encontrar numa casa de pneus. Dizemos vertente de negócio, porque é assim que deve ser encarado, e não como uma forma de vender mais pneus”, defende Luís Aniceto, da S. José. Já para Manuel Félix, da Eurotyre, “essa foi uma forma das casas de pneus proporcionarem um serviço holístico, uma vez que a mecânica poderá proporcionar a estes estabelecimentos mais uma forma de rentabilização de pessoas, espaços e equipamentos.” Também para Manuela Valente, da Dispnal “o aparecimento do serviço de mecânica nas casas de pneus foi, sem dúvida, uma das soluções encontradas para combater a crise e rentabilizar as empresas, com mais este complemento”. E,
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acrescenta, esse passo acabou por ser natural, porque “algumas das casas de pneus tinham as condições necessárias e, em muitas situações, um serviço de mecânica como uma revisão leva também à venda de dois ou quatro pneus”. Para Aldo Machado, da Tiresur, o principal motivo prende-se com outro fator, “nomeadamente no que se refere à diversificação e maximização dos recursos disponíveis e, em casos específicos, à ‘libertação’ da total dependência do pneu como único fator de sustentabilidade do negócio.” Pedro Conceição, da Aguesport, olha para o futuro e diz que “o negócio de pneus puro, ou seja, casas de pneus que só vendem pneus terá um futuro limitado. É importante que se adaptem e comecem a vender outro tipo de serviços que contribuam para aumentar a rentabilidade. As oficinas de mecânica já há algum tempo começaram a montar pneus e as casas de pneus tem que fazer o inverso, é inevitável.” NOVAS REPRESENTAÇÕES Nos últimos meses têm sido algumas as movimentações no mercado, também ao nível de novas representações e novas marcas que chegam. E isso, diz Pedro Conceição, “é um claro sinal da vitalidade dos distribuidores e também um sinal que as marcas a nível mundial perceberam que entregar as suas marcas aos grandes ‘brokers’ europeus não as fez crescer e decidiram dar mais condições a operadores locais que desenvolvem as marcas e no final acabam por vender mais. Veja-se o caso da Kumho.” Aldo Machado acrescenta que este “é também um sinal de que os fabricantes olham para o mercado português com muita atenção. Note-se que em 2013 não encerrou qualquer player com relevo no mercado, tendo até surgido novos distribuidores. É, portanto, um mercado em (r) evolução”. Manuel Félix explica que esta é “uma
MÚLTIPLAS ENTREGAS A própria evolução da distribuição fez com que os operadores aumentassem o número de entregas. Como é que isso influencia o próprio negócio? “É do conhecimento geral que a Eurotyre é a única empresa no mercado nacional a proporcionar 6 entregas diárias para clientes dentro da Grande Lisboa. Para muitos clientes este serviço é fundamental, uma vez que fazem do nosso armazém o seu armazém, já que recebem a mercadoria em 90 minutos”, explica Manuel Félix. Manuela Valente, da Dispnal, acredita que “o formato de entregas 4 a 6 vezes ao dia influencia o negócio de qualquer empresa, até porque cada vez mais se vê a compra com o formato ‘imediato’, ou seja, o cliente precisa de pneus para ‘já’. A empresa que dispõe deste formato tem a hipótese de responder mais rápido às necessidades do cliente, mas isso também depende sem da sua localização geográfica e dos custos inerentes. Por exemplo, no nosso caso, os clientes situados num raio de mais ou menos 30 a 40 km, dependendo do tipo de pedido, beneficiam de entregas efetuadas diretamente pelas nossas viaturas.” Para a Tiresur, esta evolução é vista “de forma muito positiva para a valorização dos operadores/distribuidores junto do cliente, tornando-os peças influentes no negócio”. Já para Luís Aniceto, da S. José, “as entregas de varias vezes ao dia, nas grandes cidades, são anunciadas por alguns distribuidores que procuram chamar sobre si a atenção, como fator de possível de diferenciação. Com o natural aumento do número de distribuidores que também o vai fazer, vai sendo desvalorizado, podendo eventualmente acontecer, que, como em outras áreas de negócio, as vantagens não superem as desvantagens”. Crítico acerca desta estratégia é Pedro
Conceição, da Aguesport: “Penso que o caso das entregas 4 e 6 vezes ao dia é uma aberração. Os distribuidores estão a criar custos que não sei se os irão conseguir suportar por mais tempo. As farmácias não entregam 6 vezes ao dia e falamos de medicamentos. Obviamente que os distribuidores vieram trazer mais eficiência na logística o que permitiu que as casas de pneus possam trabalhar com stocks mais reduzidos (principalmente em alta gama), mas nem oito nem oitenta.” NOVAS OPORTUNIDADES Para 2014 esperam-se algumas novidades oportunidades no setor do pneus. Isto apesar de, de acordo com Manuela Valente, “não surgirem tantas oportunidades como gostaríamos, mas todas as empresas do setor devem estar preparadas para abraçar novas oportunidades e projetos.” Aldo Machado diz que “com um ambiente económico mais positivo, acreditamos que a influência (bastante negativa) do mercado dos pneus usados se reduzirá significativamente e constituirá uma verdadeira oportunidade para o mercado de distribuição e para os nossos clientes.” Já para Pedro Conceição, “as oportunidades na distribuição são as marcas que poderão ser desenvolvidas pelos distribuidores e lhes irão trazer outro estatuto.” No ano
os 20 mais vendidos
passado a Aguesport vendeu 140 000 unidades de pneus de ligeiros. Enquanto na Eurotyre a promessa é a de estarem atentos ao mercado, para a S. José, “num mercado dinâmico como o dos pneus, as oportunidades estão sempre a surgir, havendo necessidade das empresas estarem atentas e terem a flexibilidade de dar a melhor resposta a novos desafios.”
pirelli
continental
1 205/55R16 CAR V
1 205/55Rl6 V
2 175/65R14 CAR T
2 175/65RI 4 T
3 195/65R15 CAR H
3 195/65Rl 5 H
4 225/45R17 CAR WYZ
4 l65/65RI 4 T
5 165/65R14 CAR T
5 185/60R14 H
6 185/60R14 CAR H
6 185/65R15 T
7 185/65R15 CAR T
7 165/70R13 T
8 165/70R13 CAR T
8 185/60R15 H
9 185/60R15 CAR H
9 195/60RI 5 H
10 195/60R15 CAR H
IO 195/50RI 5 V
11 195/50R15 CAR V
11 225/45RI 7 Y
12 195/70R15 VAN SUMMER
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13 195/65R15 CAR T
13 195/65R15 T
14 155/70R13 CAR T
14 155/70R13 T
15 175/70R13 CAR T
15 175/70R13 T
16 205/50R17 CAR V
16 205/50R17 V
17 165/70R14 CAR T
17 165/70R14 T
18 205/55R16 CAR H
18 205/55R16 H
19 205/55R16 CAR WYZ
19 205/55R1 6 W
20 205/55R16 XL CAR V
20 205/55RI 6 V XL
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O que pensam as marcas? Análise do mercado em 2013 De acordo com dados da Continental para o mercado português no geral, o mercado total de pneus cresceu, em 2013, na ordem dos 12%. O maior crescimento deu-se no segmento UHP (Ultra High Performance), representado por pneus com jante superior a 17 polegadas. Foi um crescimento na ordem dos 20% em 2013. Nos últimos 3 anos assistiu-se a uma duplicação de vendas neste segmento, uma tendência que se irá manter nos próximos tempos. Outro indicador importante relativo ao ano de 2013 é o crescimento das vendas de pneus para veículos comerciais, que assinala a recuperação económica de um país, já que revela a disponibilidade das empresas para investir e realizar negócio, movimentando mercadorias.
S
erá que a visão das marcas é muito diferente? Continental, Pirelli e Yokohama responderam às nossas perguntas. Para a Pirelli, “a crise económica que afetou a Europa e trouxe o aumento da pressão sobre os preços de todos os intervenientes no setor, reduzindo as margens de lucro, fez com que as oficinas tivessem que diversificar as suas ofertas de serviços, a fim de manter a rentabilidade. O pneu, embora rentável, não é fonte de rendimento suficiente para manter as estruturas de negócios atuais”, diz Arantxa Miró. Já para Ricardo Martins, da Continental “o mercado de pneus está cada vez mais dinâmico, global e também mais competitivo. O que também teve um efeito de seleção natural: os operadores menos preparados enfrentam e vão continuar a enfrentar grandes dificuldades para sobreviverem. Como consequência da crise económica, as pessoas deslocam-se cada vez menos, para além de que os problemas financeiros proporcionaram a entrada de pneus usados no mercado de substituição. No entanto, o consumidor está também cada vez mais atento ao comportamento e, principalmente, à segurança do seu veículo”. Para responder às mudanças do mercado, a Continental iniciou em 2012 a sua Rede de Agentes Recomendados, “um conceito direcionado para o cliente com a tónica no ‘respeito’ pela ‘individualidade’ de cada um dos nossos parceiros.” Em Janeiro de 2014 conta já com 90 parceiros. “Este ano a nossa estratégia está centrada essencialmente no desenvolvimento e consolidação dos atuais parceiros, com um crescimento residual”, acrescenta Ricardo Martins. Victor Cañizares, da Yokohama, refere que “o aumento de 14,9% na procura em comparação com 2012, no segmento de PCR (turismo, 4x4
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e VAN), foi maior do que o esperado no início de 2013. Ignorando as possíveis exportações existentes e imputadas a estes dados, devemos dizer que as marcas budget têm sido as grandes protagonistas. A crise está a afetar a sociedade e esta está a responder de forma lógica procurando produtos substitutos para as primeiras marcas. O preço tem sido um factor chave na tomada de decisões.” Por isso quando lhe pedimos para enumerar as principais alterações de mercado refere: “O consumidor final estende a vida útil dos pneus até ao extremo e uma vez tomada a decisão de trocar os pneus o preço é tido como o fator principal; o canal procura melhoria da tesouraria através da redução de custos e do armazenamento; o produtor reduz custos e preços para adaptar-se às necessidades do mercado; toda a cadeia de valor procura eficiência e eficácia; por último, o aumento da procura em unidades e não em valor”. No que diz respeito às novas redes ligadas aos pneus, a Continental explica que isso “possibilita, acima de tudo, a prestação de um serviço mais eficaz, mais profissional e com mais qualidade, muito centrada na satisfação na captação e fidelização do consumidor final. Efetivamente as redes permitem enfrentar melhor os novos desafios que se vão colocando. Estar associado a uma rede traz um conjunto de vantagens ao parceiro, e que vai desde a partilha de informação de mercado, até à própria imagem gráfica, que lhes permite ter um maior poder de comunicação e projeção perante o consumidor final. Na Continental acreditamos que uma parte importante do volume de negócios do retalho irá passar pelas redes.” Para a Pirelli, “ estamos a assistir a um processo de agrupamento de oficinas, que utilizam estas estruturas como apoio para fortalecer
a sua presença no mercado e lidar com as alterações que estão a ocorrer. Em qualquer caso, observamos a permanência de alguns independentes que preferem manter a sua posição e desenvolvem um estilo de gestão flexível.” Nas marcas não há dúvidas de que o aparecimento de se incentivar o serviço de mecânica nas casas de pneus foi a forma encontrada de vender mais pneus. “Obviamente que sim. Ao oferecer serviços adicionais aos pneus atrai mais clientes, aumentando a probabilidade de vender pneus”, explica Arantxa Miro, da Pirelli. Ricardo Martins, da Continental, diz que “os retalhistas de pneus vêem também a necessidade de fazer esta mudança. Houve necessidade de investir no aperfeiçoamento de uma oferta integrada de qualidade que aumente o volume de clientes ao final do mês e que em simultâneo os fidelize. O consumidor hoje pode no mesmo local efetuar todas as operações necessárias à manutenção do seu automóvel. As exigências do mercado obrigam a uma diversificação dos serviços e produtos como forma de fidelizar o consumidor final.” Para a Continental, que vendeu cerca de 3,6 milhões de pneus em Portugal no ano passado, existem várias oportunidades a explorar durante este ano de 2014: “Uma delas é a diversificação no tipo de serviços prestados. As redes de pneus já fazem de uma forma regular intervenções na área da mecânica e dos sistemas de travagem do veículo, por exemplo. Outra oportunidade é a diferenciação pela forma de comunicar”. A Yokohama diz que “a chave do sucesso será desenvolver uma relação de confiança entre todos os intervenientes na cadeia de valor: o consumidor final - canal - produtor.”
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pneus
Vulco. Formação e profissionalização O ciclo de maturação e desenvolvimento da rede Vulco em Portugal entrou numa nova fase. O foco está na profissionalização total da rede em termos de serviços automóveis por via da formação, mantendo a especialização em pneus. TEXTO PAULO HOMEM
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tualmente a rede Vulco incorpora 36 centros auto, com uma cobertura geográfica bastante ampla em termos nacionais, embora com especial referência para os distritos de Lisboa, Porto e Leiria. Nos serviços tem existido um reforço do conceito da rede, com forte especialização em pneus mas também na mecânica rápida e na manutenção auto, sendo este um dos focos onde tem havido um maior investimento, como se comprova pelo serviço Revisão Oficial. “Pela experiência de outros mercados, nomeadamente em Espanha, onde o conceito Vulco está mais desenvolvido, assim que foi implementado em Portugal foi logo numa perspetiva de pneus e serviços”, começa por referir Filipe Amaro, coordenador da rede Vulco desde novembro de 2013, adiantando que “se olharmos para o facto
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de a quilometragem média estar a diminuir e para a realidade de que o número de idas à oficina por parte do consumidor também é menor, é necessário que quando o cliente lá se desloque possa aceder a todo o tipo de serviços que um automóvel necessite”. Um dos fortes investimentos para dotar a rede especialista em pneus também em serviços de mecânica, foi recorrer à formação. “Não foi apenas o investimento da rede mas dos próprios retalhistas, que também eles estão sensíveis para estas questões e já solicitam formação para as áreas onde estão mais carenciados dela”, explica Filipe Amaro, que reconhece que “a constante mutação do mercado automóvel leva-nos a apostar na formação com os nossos parceiros e formação interna”. Revisão Oficial Um dos problemas de qualquer rede é o estágio de desenvolvimento em que os diferentes aderentes se encontram. É
por isso que entre todos os aderentes da rede Vulco, apenas 13 se encontram neste momento no projeto Revisão Oficial, que este operador lançou em 2012. São oficinas que tiveram formação específica, têm equipamentos adequados (diagnóstico, por exemplo), utilizam bases de dados técnicas, pessoal qualificado, cumprem as recomendações do fabricante de automóveis e utilizam peças de origem (ou de fabricantes de peças originais que estão no aftermarket). “Utilizar peças de origem é um dos fatores diferenciadores deste projeto, mas temos também o carimbo da Revisão Oficial que dá a garantia de que foram cumpridos os requisitos do fabricante do automóvel”, afirma Filipe Amaro que adianta que a ”perspectiva é criar cada vez melhores condições para que os aderentes à rede Vulco possam evoluir ainda mais neste conceito. Vamos continuar a investir nele e fazer com que mais associados da rede Vulco adiram a esta conceito, mas para alguns deles já é uma prática concorrente”.
Nova APP para o consumidor Recentemente a rede Vulco lançou para smartphones uma APP na qual os consumidores podem saber muitas informações sobre a rede, nomeadamente localizações, promoções, etc. Mas esta APP tem outra funcionalidade pouco vulgar, pois permite ao consumidor saber o nível de pressão dos pneus do seus carro, como saber quando deve mudar o lubrificante, pagar o seguro ou saber quais os postos de combustível mais próximos. ” Será cada vez mais importante para nós estas aplicações, pois funcionam numa lógica de aconselhamento ao cliente e esse é bom para a Vulco”, refere Filipe Amaro.
Para garantir a qualidade do serviço de Revisão Oficial, um dos parceiros Vulco é a CAN (Cometil Automotive Network), que garante as peças (por intermédio da Santogal), a assistência técnica e a formação, enquanto ao nível dos dados e informação técnica, existe um acordo estratégico com a Autodata, a nível ibérico. Existe ainda mais um fornecedor homologado pela Vulco (fora do contexto do projeto Rede Oficial), que é a Sonicel. Wurth e Berner são igualmente fornecedores homologados, assim como a Cometil, nos equipamentos oficinais. Novidades 2014 Um dos projetos para 2014 é o desenvolvimento dos “planos de manutenção” ajustados ao desenvolvimento do mercado automóvel e das necessidades dos clientes. São planos que permitam uma melhor compreensão por parte do consumidor dos mesmos tornando-se, por isso, mais atrativos. Outra novidade na rede Vulco é a disponibilização de uma plataforma (que já está desenvolvida) que tem como finalidade
Filipe Amaro Retail Coordinator Portugal da Vulco
a criação de sites B2C para o associado, onde “ele possa divulgar os seus serviços e desenvolver as suas campanhas particulares em função da região em que se encontra”, afirma o coordenador da rede Vulco. A Vulco disponibiliza também uma linha de produtos de manutenção de marca própria, com destaque para os lubrificantes, baterias e anti-congelante. “São produtos com uma excelente relação qualidade / preço, que permitem reforçar a nossa imagem no mercado e ajudar os nossos associados numa perspetiva de diferenciação”, explica Filipe Amaro. Objetivos Para crescer de forma sustentada a rede Vulco vai continuar a apostar em duas áreas: gerar negócio para os associados e a profissionalização da rede. “Os acordos com coletivos e o desenvolvimento de campanhas que atraiam o cliente são apostas muito fortes que vamos dinamizar cada vez mais”, refere a Filipe Amaro, que explica que a profissionalização da rede e da qualidade de serviço não é um chavão mas é “algo que para nós é crucial. O investimento que já fizemos e vamos fazer na Qual é atualmente o conceito da rede Vulco? Somos uma rede especializada em pneus e serviços mecânica rápida. Trabalhamos numa perspetiva multiserviço de forma a que quando um veículo entre nas nossas instalações possamos dar resposta a todas as suas necessidades. Toda a rede está preparada para desenvolver o serviço de Revisão Oficial? Que meios técnicos utilizam para poder fazer a Revisão Oficial? O projeto Revisão Oficial tem vindo a ser desenvolvido e implementado em colaboração com a CAN (Cometil Automotive Network). Este projeto envolve 13 associados, dos quais parte já estão aptos a prestar este serviço e os restantes em processo de certificação . A nossa aposta futura será a extensão a outros membros da rede. Os centros Vulco já habilitados a realizar este serviço passaram por todo um processo de preparação e formação, dispõem de uma ampla base de dados técnicos e tecnologias de diagnóstico colocando à disposição dos clientes a Revisão Oficial com total qualidade e sem perder a garantia do fabricante.
formação e na informação, está a capacitar a rede de forma efetiva para ter um serviço com mais qualidade e mais ajustado às necessidades do mercado e do cliente”. A rede Vulco está totalmente integrada dentro da rede 4Fleet, estando por isso afeta aos acordos que a Goodyear / Dunlop tem com frotas e gestoras de frotas. “Vamos em 2014 continuar a informar estes parceiros das frotas que podemos oferecer, na rede Vulco, um serviço integral, não apenas de pneus, pois já temos um número de centros geograficamente bem distribuídas que podem fazer todo o tipo de serviço”, explica o mesmo responsável. Sobre o aumento quantitativo da rede Vulco, Filipe Amaro não estabelece qualquer meta ou objetivo, considerando que a aposta está orientada para a profissionalização da rede.
Contactos Rede Vulco Coordenador Filipe Amaro Telefone 210 349 000 Website www.vulco.pt
Como estão as relações da Vulco com as frotas? A rede Vulco apoia os acordos com frotas (ligeiros e pesados), seja a nível central ou de iniciativa individual de cada associado. Continuamos focados em estar próximos das frotas, oferecendo cobertura geográfica da rede (ibérica), diferentes tipologias de serviços e apoio técnico. Considera que as casas de pneus só têm um caminho a seguir, que é integrarem-se em redes organizadas? Ou ainda há espaço para se manterem independentes? Naturalmente haverá espaço para operadores independentes no mercado, porém nos últimos anos temos assistido a um crescimento das redes (integração de operadores independentes em redes) e acredito que esta tendência se irá manter no futuro. Face às crescentes exigências dos clientes finais as redes através da sua estrutura, dimensão e implementação proporcionam soluções diferenciadoras para satisfazer essas necessidades.
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Tirso Pneus / Confortauto. Projeto integrado A Tirso Pneus tem vindo a dinamizar uma forte renovação do seu negócio de pneus, alicerçando a sua estratégia nos pneus Hankook e na rede Confortauto Hankook Masters. Algo está a mudar. TEXTO PAULO HOMEM
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entrada na Hankook no mercado europeu, produzindo pneus neste continente, motivou uma profunda alteração no setor dos pneus. A Hankook passou a ser a segunda marca mais vendida no importantíssimo mercado alemão, é equipamento de origem de marcas como a Mercedes (até ao Classe S), BMW (em todos os carros com motor até 2.0 litros), Ford e Renault, entre outras. É também a marca que mais cresce em equipamento de origem em todo o mundo,
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estando preparada para entrar no top5 dos construtores mundiais de pneus. O patrocínio qo Campeonato Alemão de Turismo (DTM) e da Liga Europa ao nível do Futebol tem ajudado muito à visibilidade da marca coreana que, de modo a reforçar ainda mais esta sua estratégia de implementação a nível global, vai investir em duas novas fábricas até 2016. A Hankook está historicamente associada à Tirso Pneus, empresa que pertence ao universo do Grupo Soledad, que tem vindo
também ele a dinamizar fortemente a presença desta marca coreana de pneus na Península Ibérica. Todo este forte investimento da Hankook na sua marca e nos seus produtos tem sido “ouro sobre azul” para a Tirso Pneus que tem agarrado esta oportunidade com as duas mãos. “A Hankook é, neste momento, a bandeira da Tirso Pneus. É a marca em que estamos a apostar fortemente”, refere Paulo Santos, Administrador da Tirso Pneus, acrescentando que “estamos a falar de uma marca Premium, que dispõe de uma gama muito completa para turismo, comercial, 4x4 e pesados, mas com um preço mais competitivo que qualquer outra marca premium”. No entender do responsável da Tirso Pneus, o facto de os pneus Hankook serem também fabricados na Europa (neste caso na Hungria) é uma enorme mais-valia. “Os clientes não gostam de ver a sigla “made in china” associada a produtos Premium. Sendo a produção feita na Europa, isso traduz-se numa melhor aceitação do produto por parte
Logística Tirso Pneus
dos clientes, mas também logisticamente, permite-nos ter uma resposta muito mais rápida em termos de disponibilidade de produto”, diz Paulo Santos. A oferta da Tirso Pneus é muito abrangente quer em termos de marca quer de gamas de produtos. Para além de outras marcas Premium, a Tirso Pneus disponibiliza em exclusivo para Portugal a marca chinesa Aeolus para o segmento Budget, um produto com especial enfoque no preço. Confortauto A Associação Confortauto começou a ser dinamizada em Portugal pela Tirso Pneus há mais de 6 anos (embora já exista em Espanha desde 1996) aparecendo desde logo a imagem da Hankook associada a esta rede. O conceito desenvolveu-se de uma forma diferente quando, em Maio de 2011, nasceu o projeto Confortauto Hankook Masters em Espanha e Portugal. Por definição, este projeto foi desenhado para oferecer um serviço moderno e personalizado, no qual combina a experiência das oficinas Confortauto e a experiência em pneus Premium de Hankook. “O projeto Confortauto Hankook Masters
“A Hankook é, neste momento, a bandeira da Tirso Pneus. tem uma gama completa e é a marca em que estamos a apostar fortemente”
é a profissionalização da rede Confortauto em todos os âmbitos, com programas do ponto de vista quantitativo e qualitativo, que não funcionam um sem o outro” refere Paulo Santos, explicando que “quem cumpre estes programas tem grandes vantagens, mesmo do ponto de vista financeiro, e alguns associados já notaram isso mesmo”. Sem querer especificar os programas quantitativos e qualitativos, o Administrador da Tirso Pneus, revela que “os que vestem a camisola e cumprem com estes programas, atingem uma certificação de qualidade de acordo com os requisitos de Hankook”. Após um ano de implementação no nosso país, neste momento já existem 20 associados em Portugal a beneficiar do programa Confortauto Hankook Masters, “que já foram auditados pela própria Hankook e que cumprem os requisitos”, revela Paulo Santos, estando neste momento mais 10 em fase de preparação. Com cerca 70 associados a utilizar a insígnia Confortauto Hankook Masters, para o Administrador da Tirso Pneus, não existem objetivos definidos no que diz respeito ao número de centros para este ano. “Queremos crescer qualitativamente em produto e em serviço. É esse o nosso único objetivo”, assegura Paulo Santos. Do ponto de vista ibérico, a Confortauto Hankook Masters já está disponível em mais de 700 centros em Espanha e Portugal. Tal como qualquer moderna rede, também os Confortauto Hankook Masters evoluíram todos para os serviços de mecânica automóvel, profissionalizando-se ainda mais na área dos pneus. “A Conforauto Hankook Masters é a rede de oficinas independentes da Hankook especializadas em pneus Premium”, conclui Paulo Santos.
A Tirso Pneus possui o armazém central em Santo Tirso, com quase 7.000 m2, estando também em Lisboa (desde 2009) com um armazém de 3.000 m2, onde possui um enorme stock de pneus de ligeiros e também pesados. “Temos um nível de serviço muito bom e uma resposta muito rápida. Raramente recorremos aos armazéns do Grupo Soledad em Espanha para satisfazer alguma necessidade, pois conseguimos ter em Portugal uma oferta muito diversificada e completa”, refere Paulo Santos. Se a bandeira em termos de produto é a marca Hankook, na Tirso Pneus existem também muitas outras marcas de pneus, onde se incluem algumas Premium, mas também algumas representações exclusivas. É o caso da marca Aeolus, um produto oriundo da China com aceitável argumento preço/qualidade, que recentemente estendeu a sua gama de pneus para veículos ligeiros. Em exclusivo para a rede Confortauto Hankook Masters, a Tirso Pneus passou a disponibilizar muito recentemente um produto de altas prestações, com a designação Sfhera (fabricado pela Nexen). “Temos uma oferta muito abrangente e diversificada em marcas e medidas, que garante um alargado leque de escolha em marcas, medidas e preços ao cliente”, assegura Paulo Santos.
Contactos Tirso Pneus Responsável Paulo Santos Telefone 229 699 480 Website www.tirsopneus.com /
www.confortauto.pt
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O opinião
Garantia em peças usadas ou reconstruídas Sendo uma prática corrente, o recurso à utilização de peças usadas ou reconstruídas nas reparações automóveis, esta solução traz consigo o problema sensível do prazo e abrangência da garantia que é dada ao consumidor.
miguel ramos ascenção advogado
Todos os meses abordaremos neste espaço assuntos de natureza jurídica que julgamos relevantes para a atividade da reparação e manutenção. Se tiver dúvidas ou situações específicas, por favor envie-nos um email para: oficina@turbo.pt indicando que se trata de um pedido de esclarecimento de natureza jurídica.
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O
recurso à utilização de peças usadas ou reconstruídas na reparação automóvel não afasta a obrigatoriedade legal de concessão de um período de garantia sobre as mesmas. Dispõe a lei, através do Decreto Lei 67/200, com a sua redacção actual (Lei das Garantias), que as peças usadas são cobertas por um período de garantia de 2 anos, o qual pode ser reduzido para um ano, por meio de acordo entre as partes nesse sentido. Qualquer acordo entre as partes que determine um período de garantia mais curto ou até o afastamento da garantia é nulo, não tendo qualquer validade, aplicando-se nesse caso o regime legal referido que confere à peça usada 2 anos de garantia. É muito importante ter em atenção que o regime estabelecido pela Lei das Garantias apenas se aplica às relações de consumo em que, de uma parte está um profissional e de outra um consumidor, entendendo-se por consumidor todo aquele a quem, por um profissional, sejam fornecidos bens, prestados serviços ou transmitidos direitos destinados a um uso não profissional, mas antes a um uso pessoal, familiar ou doméstico. Verificando-se durante o período da garantia a existência de um defeito e perante a falta de conformidade da peça usada, o consumidor tem, à sua escolha, o direito à reparação, à substituição, à redução adequada do preço
ou à resolução do contrato, devendo a conformidade ser reposta sem encargos para o consumidor. Convém referir que, para que o consumidor possa usufruir deste direito, deve guardar todos os documentos relativos à entrega do automóvel para reparação e do seu levantamento após a mesma, devendo aquando do levantamento, exigir além da fatura a discriminação de todas as peças que foram utilizadas na reparação. Nesta circunstância, e para exercer algum destes direitos, o consumidor deve comunicar ao vendedor o defeito num prazo de dois meses, contados da data em que o detetou, devendo fazê-lo, preferencialmente através de carta registada com aviso de recepção ou por outra forma pela qual se consiga demonstrar que, dentro daquele prazo, denunciou a existência do defeito. Denunciado o defeito e acionada a garantia, no que respeita à reparação, esta deve ser realizada gratuitamente, ou seja, sem encargos (incluindo, designadamente, as despesas de transportes, de mão-de-obra e material) dentro do prazo máximo de 30 dias e sem grave inconveniente para o consumidor. Avarias ou problemas resultantes da má instalação do bem também estão cobertos pela garantia, quando a instalação estiver incluída no contrato de compra e venda e tiver sido feita pelo vendedor ou sob sua responsabilidade.