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N.º 27 | AGOSTO 2014 | 2,2€
O SEGREDO PARA ESTAR SEMPRE INFORMADO FORNECEDORES OS 50 MAIORES DA EUROPA PROTAGONISTA NUNO TOMÉ FALA DA AKZONOBEL E DA REPINTURA EM PORTUGAL CARROÇARIA AS CARACTERÍSTICAS DA REPARAÇÃO DO ALUMÍNIO
Ambas as partes estão dependentes uma da outra e podem beneficiar de uma relação mais próxima. As seguradoras são cada vez mais um parceiro e, para isso, lançam produtos que podem garantir mais negócio à oficina. Saiba quais
OFICINAS E SEGURADORAS CADA VEZ MAIS PRÓXIMAS
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sumário N.º 27 | AGOSTO 2014
PROPRIEDADE E EDITORA TERRA DE LETRAS COMUNICAÇÃO UNIPESSOAL LDA NPC508735246 CAPITAL SOCIAL 5000 € CRC CASCAIS SEDE, REDAÇÃO, PUBLICIDADE E ADMINISTRAÇÃO AV. TOMÁS RIBEIRO 129, EDIFÍCIO QUINTA DO JAMOR, SALA 11, 2790-466 QUEIJAS TELEFONES 211 919 875/6/7/8 FAX 211 919 874 E-MAIL OFICINA@TURBO.PT DIRETOR JÚLIO SANTOS juliosantos@turbo.pt
dossier Seguradoras P.34
DIRETOR ADJUNTO ANTÓNIO AMORIM antonioamorim@turbo.pt
As seguradoras e as oficinas estão “condenadas” a trabalhar em parceria. E se a relação nem sempre foi fácil têm sido dados passos para uma relação mais próxima e, acima de tudo, com mais negócio.
EDITOR-CHEFE CLÁUDIO DELICADO claudiodelicado@turbo.pt RESPONSÁVEL TÉCNICO MARCO ANTÓNIO marcoantonio@turbo.pt REDAÇÃO ANDRÉ BETTENCOURT RODRIGUES andrerodrigues@turbo.pt MIGUEL GOMES miguelgomes@turbo.pt PAULO HOMEM paulohomem@turbo.pt RICARDO MACHADO ricardomachado@turbo.pt
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PROTAGONISTA
Radar
Nuno Tomé - AkzoNobel. P.6
Top50 fornecedores na Europa. P.54 Espogama. P.56
DIRETORA COMERCIAL ANABELA MACHADO anabelamachado@turbo.pt EDITOR DE ARTE E INFOGRAFIA RICARDO SANTOS ricardosantos@turbo.pt
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REVISÃO
REPARAÇÃO
Novidades do mercado. P.12
Reparar o alumínio. P.58 Truques para desmontar direções. P.62 Motor de arranque. P.66 Turbos Melett. P.68 Fiabilidade Opel Astra. P.70 Manutenção Audi Q3. P.71 Pintura: zonas de preparação. P.72
PAGINAÇÃO LÍGIA PINTO ligiapinto@turbo.pt FOTOGRAFIA JOSÉ BISPO josebispo@turbo.pt SECRETARIADO DE REDAÇÃO SUZY MARTINS suzymartins@turbo.pt COLABORADORES FERNANDO CARVALHO GUILLERMO DE LLERA JOÃO ALMEIDA JORGE LIZARDO NEVES MANUEL GAMEIRO MIGUEL ASCENSÃO PARCERIAS CENTRO ZARAGOZA CESVIMAP 4FLEET TTT - TECHNICAL TRAINING TEAM IMPRESSÃO JORGE FERNANDES, LDA RUA QUINTA CONDE DE MASCARENHAS, 9 2820-652 CHARNECA DA CAPARICA
ESPECIALISTA
Liqui Moly. P.22 Ford Motorcraft. P.24 TopCar. P.26 Lubrigrupo. P.30 MSCar. P.32
8 PNEUS
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Chaveca & Janeira. P.76 Think4Action. P.78 Pneuport. P.80
RAIO X
Comercial do Mês - Mercedes Classe V. P.46 Fornecedores do BMW Série 2. P.48 Novo turbocompressor Mini. P.50 Ensaio de Longa Duração. P.52
TIRAGEM 10 000 EXEMPLARES REGISTO NA ERC COM O N.º 126 195 DEPÓSITO LEGAL N.º 342282/12 ISSN N.º 2182-5777 INTERDITA A REPRODUÇÃO, MESMO QUE PARCIAL, DE TEXTOS, FOTOGRAFIAS OU ILUSTRAÇÕES SOB QUAISQUER MEIOS E PARA QUAISQUER FINS, INCLUSIVE COMERCIAIS
OPINIÃO
Consultório jurídico. P.82
DISTRIBUIÇÃO VASP-MLP, MEDIA LOGISTICS PARK, QUINTA DO GRANJAL-VENDA SECA 2739-511 AGUALVA CACÉM TEL. 214 337 000 contactcenter@vasp.pt GESTÃO DE ASSINATURAS VASP PREMIUM, TEL. 214 337 036, FAX 214 326 009, assinaturas@vasp.pt
O
ESTA EDIÇÃO É OFERECIDA PELOS NOSSOS ANUNCIANTES
CONTINENTAL VERSO DE CAPA JAPANPARTS PÁG 5 LIQUI MOLY PÁG 11 FUCHS PÁG 13 MS MOTOR PÁG 15 CHAVECA & JANEIRA PÁG 17
TEXA PÁG 19 MEYLE PÁG 21 AUTO DELTA PÁG 23 EMMETEC PÁG 25 APVGN PÁG 27 BLUE PRINT PÁG 29
FEBI PÁG 35 TRW PÁG 49 MOBIL PÁG 51 CENTRO ZARAGOZA PÁG 53 AMBIMOTORS PÁG 57 CARF PÁG 61
VALVOLINE PÁG 67 RPL CLIMA PÁG 73 TURBO OFICINA SITE PÁG 75 EXPOMECÂNICA PÁG 79 CESVIMAP PÁG 83 ALPINE PÁG 84
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EDITORIAL Uma relação nem sempre fácil
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relação entre seguradoras e oficinas nem sempre foi fácil. Continua, em alguns casos, a não ser. Mas os últimos anos mostraram uma aproximação cada vez maior e a crise fez também com que as oficinas ficassem mais dependentes das seguradoras e de fazer parte da suas redes de parceiros, que garantem mais trabalho e, essencialmente mais negócio. O dilema, muitas vezes, é que as oficinas vêem-se obrigadas a fazer investimentos para pertencerem a essas redes: em formação, em recursos humanos e equipamentos, além de precisarem cada vez mais de investir também na requalificação e melhoramento das suas instalações e até na disponibilidade de carros de cortesia para os clientes que chegam através das seguradoras. Isso, associado à procura das seguradoras por uma relação preço/qualidade ótima, com uma diminuição das margens para a oficina, coloca importantes desafios às oficinas. Em especial o desafio de perceberem o seu próprio negócio, de o estudarem e de apostarem forte na gestão. As seguradoras estão abertas a ouvir e só um gestor de oficina bem informado é capaz de rebater argumentos, de conseguir melhores condições e de defender o seu ponto de vista. É esta relação que, através da profissionalização das oficinas e também da especialização das seguradoras com departamentos auto melhor preparados e mais próximos no terreno, está a dar cada vez mais frutos, com produtos específicos para garantir mais negócio às oficinas, mesmo que o preço a pagar seja abdicar de alguma margem de lucro. Hoje, mais do que nunca, é preciso perceber que as oficinas precisam tanto das seguradoras como as seguradoras das oficinas. É importante caminhar num sentido em que ambas saiam a ganhar desta relação.
Hoje, mais do que nunca, é preciso perceber que as oficinas precisam tanto das seguradoras como as seguradoras das oficinas.
Certamente já ouviu falar no Dia do Aftermarket. Será o grande evento da Turbo Oficina e algo inédito na aftermarket em Portugal. Estamos a trabalhar afincadamente nisso e depois de ouvirmos vários parceiros chegamos, em conjunto, à conclusão que o melhor para dar ao evento a visibilidade que ele precisa e merece seria adiar por alguns meses o Dia do Aftermarket. Isto porque serão muitos os eventos do setor a acontecer com poucas semanas de intervalo, entre eventos públicos e outros privados das marcas. Pedimoslhe que partilhe connosco o nosso entusiasmo mas aguarde mais uns meses. Em breve anunciaremos a nova data, que será no primeiro semestre de 2015 e, até lá, vamos continuar a promover o evento junto das oficinas, o nosso público-alvo. Até lá somos media partners da Expomecânica, que terá lugar no primeiro fim-de-semana de outubro, na Exponor, no Porto. Estamos a preparar uma presença marcante. Entretanto, se for o caso, aproveite as férias para retemperar forças para mais um ano desafiante.
Cláudio Delicado EDITOR-CHEFE claudiodelicado@turbo.pt
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Nuno Tomé. “Inovação e formação são os pilares da nossa imagem”
É essa a estratégia mundial da AkzoNobel, um dos gigantes da repintura automóvel. Apesar da crise no mercado nacional, Nuno Tomé bate-se todos os dias por estes valores mesmo quando alguns concorrentes seguem uma política de não cumprir a legislação ambiental e de se focarem só no preço. TEXTO CLÁUDIO DELICADO
FOTOS JOSÉ BISPO
O
responsável de vendas da AkzoNobel viveu sempre rodeado de tintas. Conhece bem o mercado. Fez um percurso notável até chegar ao cargo que tem hoje, num mercado de repintura cada vez mais difícil e com margens cada vez mais apertadas. A concorrência é forte e nem sempre muito leal, em especial porque hoje o preço é bem mais importante do que devia. Nuno Tomé faz uma radiografia ao setor da repintura e fala das três marcas que tem hoje em Portugal: Sikkens, Lesonal e Dynacoat. Orgulha-se de ter uma quota de mercado “muito interessante” e gere uma equipa de oito pessoas, com um carinho muito especial pelo centro de formação, onde nos faz uma visita guiada. O primeiro semestre está encerrado. Como correu para a AkzoNobel? O nosso objetivo foi cumprido tendo em conta os condicionalismos vigentes no mercado. Alguns dados indicam que o setor está em crescimento, mas pela nossa experiência isso não é verdade. Continua a haver oficinas sem trabalho, continua a ser um trabalho com carros cada vez mais
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velhos e os clientes procuram cada vez mais, infelizmente, o produto low cost. As coisas tornam-se muito complicadas porque cada vez se vendem produtos mais baratos e isso não é rentável para nós, para os distribuidores, nem mesmo para as oficinas no médio prazo. O preço é hoje demasiado relevante? Sim, é relevante mas não devia ser o fator principal. A AkzoNobel tem apostado numa parceria com os seus clientes na prestação de serviços assente na mudança de alguns processos da reparação. Seguir o caminho do preço é desvalorizar o setor e colocar em perigo todos os intervenientes na sua sustentabilidade a curto prazo. A crise tem ajudado à diminuição dos preços e ao aparecimento de marcas mais baratas. Eu entendo que uma pessoa que ganhe o ordenado mínimo nacional não tenha capacidade de pagar uma repintura em que se usa a gama completa de produtos de topo. São necessários materiais mais económicos mas estamos a cometer um erro ao tentar generalizar isso para todas as oficinas, o que vai ser fatal no futuro.
As oficinas não fazem contas? Se chegar a uma oficina e perguntar porque leva um determinado preço/hora, a maior parte das oficinas pequenas não sabe responder. Têm aquele preço porque o vizinho do lado leva 20 euros e ele tem que levar 19, porque senão fica sem trabalho. Não fazem contas se é rentável e a única preocupação é ter dinheiro ao final do mês para pagar aos empregados e ver se sobra algum. Mas fazer contas a sério, faz-se pouco. Nota alguma diferença entre as oficinas independentes e as que se associaram em rede? As que estão associadas em rede têm a
AS OFICINAS QUE ESTÃO ASSOCIADAS EM REDE TÊM A POSSIBILIDADE DE TER MAIS TRABALHO PELOS ACORDOS QUE TÊM, MAS TENHO MUITAS DÚVIDAS QUE SEJAM AS MAIS RENTÁVEIS
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possibilidade de ter mais trabalho pelos acordos que têm. Mas tenho muitas dúvidas que sejam as mais rentáveis porque ter muito trabalho não é sinal de ganhar dinheiro. Estes acordos com os grandes fornecedores de serviço obrigam a dar grandes condições que, em muitos casos, as contas ao final do mês mostram que trabalham para manter a oficina. Mas a tendência não é que as redes continuem a crescer? Não sei! No mercado holandês, por exemplo, visitei uma união de 65 oficinas multimarca em que montaram uma central de compras independentes, onde compram tudo. E essas oficinas fazem contratos e só compram a esses fornecedores. Isso funciona lá porque há uma cultura muito diferente do sul da Europa. Aqui existem vários projetos e várias marcas tentaram fazer associações de oficinas, mas já vi muitas nascerem e morrerem. O português tem muita dificuldade em associar-se nesta área. Vêem-se pinturas gerais a 400 euros quando há 10 anos se pintava por 1500 euros.
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O consumidor final ganha pela questão financeira mas perde pela qualidade. TRÊS MARCAS EM PORTUGAL Como é que uma marca premium como a Sikkens se posiciona num mercado que está neste estado? A ideia é perceber as necessidades do cliente. Há clientes para Sikkens, para Lesonal e para a Dynacoat. Temos que perceber as necessidades do cliente e enquadramos a marca. Como posiciona as três marcas para o mercado? A Sikkens é a marca Premium mais conhecida do grupo Akzo Nobel e posiciona-se em todo o tipo de oficinas. A AkzoNobel decidiu internacionalmente colocar a Lesonal ao nível da Sikkens, tendo como base praticamente todas as aprovações de marcas de automóveis que tem a Sikkens. A Dynacoat é a nossa linha para os produtos com um nível de preço mais baixo e foi uma necessidade do mercado. Mas não é difícil de posicionar a Lesonal
e a Sikkens por serem marcas hoje tão niveladas? A Lesonal tem as homologações técnicas de praticamente todos os fabricantes automóveis. Gerir esta questão nem sempre é fácil. Os nossos distribuidores têm as três marcas e têm que ser eles a distinguir o que o cliente precisa. A nossa marca ex-libris é sempre a Sikkens. Mas mesmo em tecnologia, a Lesonal está a receber todo o know-how que a Sikkens recebe. No futuro, as marcas vão-se igualar e vão seguir caminhos diferentes.A Sikkens e a Lesonal são as marcas Premium do Grupo AkzoNobel. Como tem sido o comportamento da Dynacoat em Portugal? A Dyna em Portugal só tem um produto, para responder a uma necessidade provocada pela concorrência das marcas mais pequenas que vendem vernizes a preços muito reduzidos. A nossa rede de distribuição teve necessidade de ter um verniz a um preço mais económico. Fomos ao portefólio da AkzoNobel e lançámos um verniz com a qualidade necessária a um preço mais económico.
PERFIL Nuno Andrade Tomé é um homem das tintas. Hoje tem 42 anos, mas entrou no ramo aos 18 anos porque o sogro tinha uma oficina. Começou a trabalhar num distibuidor de tintas em Alverca - Timpeças -, onde aprendeu o que era uma tinta para repintura. Passou depois por um distribuidor pequeno no Catujal - Tinitintas - e foi para a Tintauto onde esteve 10 anos e adquiriu a experiência comercial. Em 2004, recebeu um convite da AkzoNobel para assumir um projeto de instalar a delegação direta no Carregado. Em 2009 foi convidado para ser responsável de vendas em Portugal da Akzo Nobel, até agora. Nuno Tomé é casado e tem dois filhos, um com 13 e outro com 16 anos.
AS OFICINAS PEQUENAS DISCUTEM PREÇOS E NÃO PROCESSOS DE REPARAÇÃO E MUDAM DE FORNECEDOR POR UM CÊNTIMO, INFELIZMENTE À PROCURA DE DISTRIBUIDORES Como está a vossa rede de distribuição atual? Temos 22 distribuidores diretos e indiretos. Temos neste momento uma necessidade e estamos à procura de distribuidores para os distritos de Viana do Castelo, Santarém e Castelo Branco. A rede de distribuição tem bom produto para vender? Como maior empresa de tintas a nível mundial, temos sempre a inovação como prioridade. Deixo dois exemplos de produtos / sistemas únicos no mercado mundial:
Temos um sistema de pintura base-água completo Sikkens - aparelho WB, tinta WB e verniz WB. Temos o verniz Autoclear Exclusive Sikkens que é auto-curável. Quando exposto à luz solar, o verniz autorregenera-se e todos os pequenos danos desaparecem. Há margem para o mercado da repintura crescer em Portugal? O mercado português é pequeno e não tem por onde crescer. Cada vez somos menos habitantes e espera-se que o número baixe dos 10 milhões, o que será um problema para o país e também para as oficinas, que terão cada vez menos trabalho. Qual a grande mudança que nota no setor da repintura em Portugal ao longo dos 24 anos que leva de experiência? Em 24 anos mudou tudo. Quando comecei os clientes eram fiéis e gastavam toda a linha de produtos. Hoje se contam pelos dedos das mãos as oficinas que trabalham com todo o sistema da mesma marca, seja ela qual for. E infelizmente isso mata qualquer processo que tenha sido desenvolvido
pelos fabricantes, comprometendo todas as garantias. Se há a utilização de um produto de outra marca não nos podemos responsabilizar. Corremos o risco de perder um cliente, mas não podemos assumir um risco que não é nosso e pôr em causa a imagem da Sikkens/Lesonal. A escolha dos produtos para a repintura pode trazer riscos para as oficinas? Como já tinha referido, as oficinas deviam escolher o melhor processo de repintura dentro da marca que trabalham. Assim podem assegurar a qualidade que estão a vender ao seu cliente. Infelizmente, isto não acontece e escolhem os produtos pelo preço sem saber se são quimicamente compativeis. Isso põe em causa também um investimento grande que as marcas premium fazem em serviços e também em formação. É verdade, mas a AkzoNobel continuará a investir anualmente cerca do 3% da sua faturação em desenvolver novos produtos, serviços, formação e novas ferramentas de cor para apoiar todos os seus clintes a nível mundial. Mas também houve coisas positivas nos últimos anos? As oficinas apetrecharam-se com novos e inovadores equipamentos de repintura, programas de gestão de oficina, etc. Hoje a formação é parte integrante do funcionamento de uma oficina e alguns empresários mais jovens conseguiram trazer conceitos inovadores para o mercado de repintura. Era importante que quem lida com o cliente nas oficinas tivesse uma vertente também mais comercial para vender produtos mais caros, mas com melhores resultados? O próprio dono da oficina tem muitas dificuldades em vender este tipo de produtos mais caros aos seus clientes. E podiam sair a ganhar porque ofereciam um trabalho com melhor qualidade aos seus clientes, sem
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reclamações e com margens superiores. Se fossem um pouco mais comerciais, explicando ao cliente a diferença, podiam ganhar mais dinheiro, mesmo que seja preciso perder mais 10 minutos a explicar. É verdade que o cliente vem sempre à procura do preço mais barato, mas aí é que era importante entrar a veia mais comercial de quem está à frente da oficina. A vertente comercial também entra aqui no vosso centro de formação? No nosso centro de formação no Carregado temos programados anualmente cursos de vendas para as oficinas e para os nossos distribuidores. A AkzoNobel sempre apostou muito em formação, é uma exigência a nível internacional. Já sente que são as próprias oficinas que procuram a formação? Eles entendem e sabem que é obrigatória a formação. Muitas vezes a dificuldade de dispensarem os pintores para estarem aqui dois dias é muito complicado. Fazemos muitos cursos mas podíamos fazer muitos mais se houvesse maior disponibilidade. Ainda se vê muito como um custo e não como um investimento. Só as oficinas melhor preparadas percebem a importância real e como podem rentabilizar a formação. OS DESAFIOS E O AMBIENTE Quais são os grandes desafios hoje nas tintas? São as cores especiais? Uma das formas de os fabricantes venderem os carros mais económicos é colocarem cores mais atrativas e estas cores são caras de reproduzir na repintura, porque levam pigmentos e corantes especiais que são mais caros. O cliente final não aceita que esta repintura seja mais cara, porque ninguém o alertou quando comprou o carro. É uma realidade cada vez mais comum porque há
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A AKZONOBEL É UMA MARCA INOVADORA EM NOVAS TECNOLOGIAS cada vez mais cores deste género com custos adicionais. Os processos de pintura também têm evoluído muito. Os tempos de secagem são um bom exemplo disso? Trabalhamos muito para tornar os processos mais rentáveis para as oficinas. A tecnologia não vai parar. Há 30 anos para pintar um carro demorava-se uma semana, hoje numa manhã o carro está pintado, se for utilizado um processo rápido. Os produtos são mais caros mas conseguiu-se reduzir substancialmente os tempos e os gastos energéticos. A questão ambiental é hoje muito importante mas também ambígua… Essa é uma questão que fica muito bem no papel, e digo isto com alguma tristeza, porque cumprimos todas as regras, mas nem todos o fazem. Muitas marcas estão a vender produtos que não cumprem a legislação VOC. Passámos da tecnologia de tintas solvente para água e neste momento está a haver inversão para tintas solvente nas oficinas, não cumprindo a lei. Muitos usam o argumento de tintas para indústria, que não são. Há algumas lacunas na lei VOC que têm sido aproveitadas. Estamos a ser penalizados. Qual a solução? Mais fiscalização no mercado.
É um apaixonado por automóveis? Gosto de automóveis, em especial os clássicos. Visita com regularidade as oficinas? Sim, mas a minha função comercial está ligada à visita aos distribuidores e grandes contas. Visitas regulares às oficinas são feitas pela minha equipa técnica/comercial. Anda sempre na estrada. Quantos quilómetros faz por ano? 70 mil quilómetros por ano. É uma pessoa de decisão fácil? Sim, julgo que sim. Costuma decidir sozinho? Não, normalmente quando são decisões que afetam toda a equipa, todos dão o seu parecer. É viciado no trabalho? Infelizmente posso dizer que sim, o telemóvel não pára de tocar. Mas pelo menos optei por não ter o e-mail no telemóvel. De facto, é difícil desligar do ritmo diário. Como é um dia normal para si? Eu nunca sei o que vai ser cada dia. Todos os dias são uma surpresa. O mercado é que manda. O que gosta de fazer nos tempos livres? Tento dar o máximo de atenção possível aos meus dois filhos e à minha esposa. Durante a semana é complicado, mas ao fim-desemana tento compensar. Tem algum hobby? O S.L.Benfica! Sou adepto de ir ao estádio. Gosto de cinema e algumas peças de teatro de revista. O que mais aprecia num colaborador? O espírito de equipa e novas ideias. Tem um lema de vida? Neste momento o meu lema de vida é ver os meus filhos crescerem.
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Tenneco. Apresenta plataforma TADIS para as oficinas A Tenneco apresentou um completo sistema de informação digital de última geração, que designou por TADIS, que oferece acesso rápido e fácil para a mais recente informação de diagnóstico, vídeos técnicos, reparação e produtos relacionados com o controlo de condução do veículo e sistemas de controle de emissões.
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acesso ao novo Sistema Técnico Digital de Informação Avançada (TADIS) está disponível gratuitamente para qualquer oficina automóvel, retalhistas / grossistas de peças, docentes de escolas técnicas, estudantes, jornalistas ou consumidores. O TADIS V2.0 já está disponível no idioma Inglês, através do site http:// ta.tenneco-emea.info/technical.php. Uma versão mais extensa da nova poderosa ferramenta, disponível em Inglês, Francês, Espanhol, Português, Holandês, Alemão, Dinamarquês, Sueco, Norueguês, Lituano, Polaco, Russo, Grego, Croata, Búlgaro e Italiano, será lançada no segundo semestre de 2014. “O TADIS representa mais um importante investimento em suporte técnico e formação para os clientes da Tenneco”, disse Alex Gelbcke, vice-presidente e Gerente Geral da Tenneco Aftermarket EMEA. “Ao aumentar o acesso à mais recente informação de diagnóstico, reparação e produtos, estamos a ajudar os nossos clientes e consumidores de forma
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mais proativa a efetivamente gerenciar o processo de reparação de veículos”. Com uma arquitetura multiplataforma compatível com computadores conectados à web, computadores portáteis, dispositivos móveis e sistemas operacionais, o TADIS oferece informações técnicas projetadas para cada um dos vários níveis de utilizadores, desde profissionais de oficina altamente qualificados até aos proprietários de veículos. O conteúdo disponível inclui dados técnicos; módulos de aprendizagem via web interativos e altamente avançados; mais de 125 vídeos técnicos; dicas de instalação e de diagnóstico; instruções que abrangem o uso de ferramentas e equipamentos de diagnóstico; informações detalhadas sobre gamas de produto das marcas da Tenneco, Monroe e Walker; catálogos eletrónicos e muito mais. O sistema será atualizado numa base contínua para permanecer atual com as tecnologias modernas dos veículos. “Não há nenhum outro recurso desta escala disponível no mercado de reposição”, disse Gelbcke. “Ao eliminar barreiras
à informação técnica, estamos a ajudar os nossos clientes a expandir as suas capacidades de diagnóstico e reparação, aumentando consideravelmente a produtividade dos seus negócios e, acima de tudo, a executar reparações de alta qualidade em praticamente qualquer modelo de veículo.” Apesar deste recurso, o TADIS permite ao usuário analisar ao detalhar qualquer tópico disponível com apenas três cliques do rato. O sistema possui mais de 16,000 links para fotos técnicas, animações em 3D, diagramas de sistema, slides, artigos de diagnóstico e outros importantes recursos. A introdução do TADIS reforça a liderança da Tenneco na formação e suporte pósvenda a profissionais e consumidores de todos os níveis de experiência. A empresa também realiza o roadshow anual de ensino técnico “Tenneco On Tour”, que possui camiões que foram convertidos em centros de aprendizagem móvel de última geração, focados em controlos avançados de condução, direção e suspensão e tecnologias de controlo de emissões.
GFK. EVOLUÇÃO DAS VENDAS DE PNEUS E DOS PREÇOS
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uma parceria estabelecida entre a GFK e a TURBO OFICINA vamos passar a editar regularmente os dados bimestrais das vendas (unicamente em Portugal) de pneus para veículos ligeiros
(passageiros, comerciais e 4x4) e por segmentos de pneus, bem como a evolução dos preços em Euros também para cada um dos segmentos de pneus (Premium, Medium e Budget).
VENDAS EM % POR TIPO DE PNEU Abril 2013 - Maio 2013
Junho 2013 - Julho 2013
Ago. 2013 - Set. 2013
Out. 2013 - Nov. 2013
Dez. 2013 - Jan. 2014
Fev. 2014 - Mar. 2014
Abril 2014 - Maio 2014
LIGEIROS
88,3
89,2
88,5
87,6
89,3
88,7
88,6
COMERCIAIS
7,9
7,3
7,9
8,2
6,9
7,4
8,1
4X4
3,8
3,5
3,6
4,2
3,8
3,9
3,3
Fev. 2014 - Mar. 2014
Abril 2014 - Maio 2014
VENDAS EM % POR SEGMENTO Abril 2013 - Maio 2013
Junho 2013 - Julho 2013
Ago. 2013 - Set. 2013
Out. 2013 - Nov. 2013
Dez. 2013 - Jan. 2014
MARCAS PREMIUM
48,9
47,5
47,7
47,9
46,6
46,8
46,4
MARCAS QUALITY
15,8
15,8
16,6
17,0
16,3
16,5
16,5
MARCAS BUDGET
35,3
36,7
35,7
35,1
37,1
36,7
37,1
Fev. 2014 - Mar. 2014
Abril 2014 - Maio 2014
PREÇO MÉDIO EM EUROS Abril 2013 - Maio 2013
Junho 2013 - Julho 2013
Ago. 2013 - Set. 2013
Out. 2013 - Nov. 2013
Dez. 2013 - Jan. 2014
TOTAL
81,6
79,5
78,8
78,1
78,5
78,0
77,3
MARCAS PREMIUM
105,4
102,9
100,1
100,6
101,3
101,5
100,2
MARCAS QUALITY
70,4
68,8
69,1
67,5
69,6
67,0
68,0
MARCAS BUDGET
53,7
53,9
54,7
52,3
53,6
52,8
52,7
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BLUE PRINT. NOVAS ESCOVAS
A
Blue Print relançou e melhorou a sua gama de escovas limpa para-brisas convencionais com a introdução de 14 referências para utilização em mais de 450 aplicações em populares modelos de veículos japoneses e coreanos. Esta nova e melhorada gama vem substituir as anteriores escovas convencionais da oferta da Blue Print, e são um complemento para a existente gama de escovas híbridas que foram lançadas em 2012. A Blue Print introduziu ainda um novo esquema de composição de referências para as escovas convencionais, que apresenta agora as medidas das escovas em polegadas e milímetros, para além do estilo de escova e fixação - exemplo AD20HC500 – escova convencional (C) com fixação de gancho (H) e com uma medida de 500 milímetros/20 polegadas - simplificando assim o trabalho dos clientes que podem agora efetuar o pedido utilizando como referência as características da escova antiga.
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REVISÃO SANDIA STAND. TRÊS NOVAS AUTO CHECK CENTER
A
Sandia Stand anunciou em julho a chegada de mais oficinas independentes que se associaram ao conceito oficinal ACC – Auto Check Center, promovido no âmbito da sua integração no Grupo Create Business. Os três novos parceiros ACC – Auto Check Center são Vítor Anastácio, em São Bartolomeu de Messines; Cavaco e Pina, em Loulé; e Ouriagro em Ourique, que se juntam à Oficina Internacional em Barão S. Miguel (Vila do Bispo). São agora 4 as oficinas ACC Auto Check Center no Sul do país dinamizados pela Sandia Stand. Refira-se que a ACC – Auto Check Center é uma rede desenvolvida pela Create Business.
Caetano Parts. Muda para instalações em Gaia
A
Caetano Parts Porto já está a operar nas suas novas instalações em Gaia, que substituíram as instalações que existiam na Zona Industrial do Porto. Esta mudança “vai permitir criar, a muito curto prazo, condições para prestar um melhor serviço ao cliente, quer ao balcão, quer no atendimento telefónico, através das melhorias operacionais que as novas instalações vêm
introduzir”, refere Ricardo Soares, Diretor de Operações da Caetano Parts. Todos os contactos da Caetano Parts serão mantidos, nomeadamente os números diretos de cada marca, e-mails, bem como o némero geral de atendimento (226 190 620). As novas instalações estão situadas na Av. Vasco da Gama, 780, junto à sede do Grupo Salvador Caetano , em Vila Nova de Gaia.
EXPOMECÂNICA. MAIS PRESENÇAS CONFIRMADAS
A
primeira edição da Expomecânica vai decorrer na Exponor entre os dias 3 e 5 de outubro. Neste momento são já muitas as empresas que confirmaram a sua presença neste salão de aftermarket, a saber: A Rectificadora de Guimarães A. Vieira Altaroda Bombóleo Cetrus Conversa de Mãos Coperol Domingos & Morgado Equiassiste Escape Forte Eurotax Eurotyre Extrasecurity
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Grupo Nors (Express Glass / Axial, AS Parts, ONEDRIVE, TopCar Hélder Máquinas e Ferramentas Inforap Infortrónica Instituto Politécnico de Leiria Intermaco Ivepeças Kiyuauto Japopeças Leatronic/GT Alarm Lusilectra Mastergás MasterSensor Maxolit MGM RPL Clima Rubber Vulk Simecor Sofrapa Soleco Sousa dos Radiadores Sparkes & Sparkes Telepeças Tuga dos Pneus Vieira & Freitas
METELLI. CATÁLOGOS DE BOMBAS DE ÁGUA RENOVADOS
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grupo Metelli continua a ampliar a sua gama de produtos, com a sua linha cada vez mais abrangente de bombas de água para as marcas Metelli, Graf e KWP, ao apresentar o novo catálogo para este tipo de produto. O novo catálogo da empresa contém 95 novos códigos de referência para bombas de água e 6 para kits de distribuição de bombas de água, num total de 865 bombas de água e 71 kits de distribuição de bombas de água. A Metelli cobre 91% do parque automóvel existente, entre ligeiros e comerciais ligeiros.
PETRONAS. RENOVADA PARCERIA COM A MERCEDES NA FÓRMULA 1
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Mercedes AMG Petronas Formula One Team anunciou a extensão a longo prazo do atual acordo de parceria com a Petronas, que remonta a 2010, quando a equipa voltou à grelha de partida da Fórmula Um. Esta parceria tecnológica tem sido complementada com uma estratégica aliança comercial com a Mercedes-Benz, alargando a relação das pistas para as estradas. A tecnologia de ponta desenvolvida na Formula Um conduz à criação de lubrificantes topo de gama para carros de passageiros, incluindo modelos da AMG.
Pirelli. Novas homologações de pneus
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ó em 2014 a Pirelli já concretizou mais de vinte novas homologações, como equipamento original para alguns dos mais prestigiados fabricantes de veículos. O P Zero é o modelo “estrela” em número de homologações em 2014, com oito novas medidas para veículos desportivos de referência, como o Ferrari California, Maserati Ghibli, Lamborghini Huracán, o Mercedes CLA Night Edition e ainda o classe A. Em 2014, o Cinturato P7 obteu as homologações como equipamento original para os novos Mercedes Classe C e Volvo V40 com dimensões diferentes. Por fim, a gama Pirelli destinada aos SUV de luxo e Todo-o-Terreno, também recebeu este reconhecimento por parte dos mais prestigiados fabricantes, através da homologação do Scorpion Verde Allseason nas dimensões para o Land Rover Freelander e Audi Q3, e do Scorpion Verde, com 3 dimensões para o Mercedes ML e para o BMW X5.
NET PEÇAS. EVOLUÇÃO CONTINUA
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plataforma de venda de peças usados Net Peças continua a evoluir de mês para mês. Os dados respeitantes ao primeiros cinco meses do 2014, mostram o crescente número de oficinas “aderentes” e de casas de peças. Aqui ficam os dados disponíveis até maio de 2014: PUBLICIDADE
Oficinas - Total: 497 Oficinas - Melhor Cliente (Total de Compras): 17 Casas de Peças - Total: 73 Pedidos - Total: 923 Pedidos - Peça Mais Pedida: Motor(es) Motor Completo ou Não Propostas - Total: 778
Vendas - Total: 109 Vendas - Total Transaccionado: € 15 781,63 Vendas - Peça Mais Barata: € 11,91 - Manipulo Vendas (Porta Passageiro) - Mercedes-Benz 190 (W201) 2.0 D 72Cv Vendas - Peça Mais Cara: € 1 402,45 - Motor Completo com Acessórios - VW Caddy III 2007 - 2.0 SDI 70cv
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REVISÃO
Gates. Ferramenta de lavagem Power Clean
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Gates acrescentou uma nova ferramenta especializada à sua gama de produtos: a ferramenta de lavagem Power Clean para uma limpeza em profundidade do sistema de refrigeração dos automóveis. A ferramenta de lavagem Power Clean remove depósitos acumulados de borras de óleo e incrustações através de “golpes de aríete”, sem que seja necessário utilizar produtos químicos agressivos ou solventes. Limpa radiadores, permutadores de calor, tubos e blocos de motor, mantém a integridade do sistema e garante a cobertura de garantia das peças de substituição, incluindo bombas de água e termóstatos. A ferramenta utiliza a tecnologia pulsátil para
assegurar uma lavagem completa e profunda do sistema, e eliminar os problemas que os técnicos enfrentam quando, ao longo do tempo, os protetores no líquido de refrigeração se esgotam, perdem a sua eficácia e o líquido de refrigeração pode ficar contaminado com vestígios de óleo, sujidade e outras partículas prejudiciais. Um conjunto completo de ponteiras e conetores permitem utilizar a ferramenta de lavagem Power Clean em gargalos de radiador, blocos de motor e tubos do radiador do aquecedor. O processo da ferramenta permite que a água seja pressurizada com ar, de forma a limpar profundamente os cantos e as fendas, removendo os resíduos mais entranhados.
AUTODATA. 115 NOVOS PLANOS DE REVISÃO
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plataforma Autodata incorporou recentemente uma série de atualizações e de novidades que são continuamente adicionadas à mesma, permitindo às oficinas trabalhar tanto com novos modelos de automóveis como com os mais antigos. Durante o mês de julho a atualização Autodata Online adicionou 82 novos modelos, com destaque para os seguintes: BMW série 3 Gran Turismo (F34), Ford Transit Connect (’14), BMW série 4 Coupé (F32), Mercedes-Benz Sprinter (906), Volkswagen Golf VII Variant (BA5) (13-), Ford Grand Tourneo Connect (’14), Opel Insignia, Ford Tourneo Connect (’14), Opel Movano-B, entre outros. Também foram introduzidos 115 novos
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TURBO OFICINA
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AGOSTO 2014
UFI FILTERS. DIVULGA NOVIDADES PARA A AUTOMECHANIKA
O planos de revisão, tendo sido atualizados 257, onde sobressaem o BMW série 5 (F10/11), Citroën C4 Aircross, Ford Grand Tourneo Connect (’14), Ford Tourneo Connect (’14), Ford Transit Connect (’14), Peugeot 4008, Peugeot Bipper, Peugeot Boxer III, BMW série 3 Gran Turismo (F34) e BMW série 4 Coupé (F32).
CROMAX. LATAS RENOVADAS PARA CORANTES DE VERNIZES COLORIDOS Cromax acaba de introduzir latas de 125ml mais práticas para sete corantes de vernizes coloridos para cores de carros OEM. Os corantes, utilizados em cores especiais de carros OEM, como por exemplo a Renault com o efeito rouge flamme (AM55), a Ford com o efeito candy blue (AM25) e a Alfa Romeo com o efeito rosso competizione
A ferramenta de lavagem Power Clean da Gates oferece aos técnicos uma forma alternativa de cuidar devidamente do sistema de refrigeração de qualquer marca e modelo de veículo, reduzindo assim as reclamações de garantia e as reparações.
(AM725), podem ser utilizados sobre qualquer qualidade de tinta, incluindo Base Bicamada Cromax e Base Bicamada Cromax Pro. Para obter mais informações sobre estes corantes envernizados, visite o site www. cromax.com/eu ou contacte a Impoeste – ditribuidor oficial Cromax em Portugal (www.impoeste.pt)
Grupo UFI Filters vai apresentar na Automechanika as suas principais novidades, nomeadamente a ampliação de gama relativamente à edição anterior. São 550 novas referências nas duas marcas Aftermarket UFI Filters e Sofima Filtri, entre as quais mais de 400 são para o segmento de automóveis ligeiros e as restantes para veículos pesados. Entre as novidades mais importantes destacam-se os diferentes sistemas de filtragem fornecidos ao equipamento original OE, entre os quais se encontra o sistema completo de filtragem de óleo projetado pela equipa técnica da UFI em colaboração com a VM Motori para o novo Maserati Ghibli. Será apresentado também o filtro completo de gasóleo fornecido como equipamento original OE ao Grupo Nissan-Renault para os novos SUV, o Koleos, Qashqai, Qashqai+2 e X-Trail nas motorizações 2.0 e 1.5 dCi e também na versão 4×4. Todas as novidades vão estar presentes no novo Catálogo 2014-2015 que será apresentado na feira, com um aspeto gráfico e um desenho estrutural completamente revistos, sempre em consonância com a contínua evolução do mercado Aftermarket
Politécnico de Setúbal. Lança Pós-Graduação em elétricos e híbridos
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Instituto Politécnico de Setúbal (IPS) vai iniciar, a partir de outubro de 2014, uma nova pós-graduação em Motorização de Veículos Elétricos e Híbridos, que pretende dotar os profissionais das empresas nacionais com as competências necessárias para uma evolução na cadeia de valor da indústria automóvel, de acordo com as principais tendências e exigências da mobilidade sustentável. Esta formação foi concebida em parceria com a Volkswagen Autoeuropa, que contribuiu para a identificação das principais competências críticas a desenvolver nos estudantes tendo em vista uma formação técnica que responda às verdadeiras necessidades da indústria e o CEIIA – Centro de Excelência para a Inovação da Indústria Automóvel, contando também com a participação de outros parceiros, a nível empresarial e académico. A pós-graduação será ministrada em PUBLICIDADE
horário pós-laboral, na Escola Superior de Tecnologia de Setúbal (ESTSetúbal/IPS), com a participação de diversas instituições de ensino superior nacionais e de empresas com competências na área da mobilidade elétrica.
DOGA PARTS. TRÊS NOVIDADES NA AUTOMECHANIKA
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Doga Parts vai apresentar na Automechanika Frankfurt 2014, a renovação do seu amplo programa de amortecedores de mala, o novo programa de eletroventiladores e ainda a atualização da gama de escovas para aplicação industrial Optima Pro. O renovado programa de amortecedores de mala (e capot) para automóveis, é composto por um amplo catálogo com mais de 2.000 referências e mais de 6.000 aplicações, é uma das novidades da empresa. A segunda novidade é a atualização do programa de eletroventiladores. Existem novas referências especificamente para veículos de turismo, assim como uma nova gama de electroventiladores universais. A terceira grande novidade é a atualização do conhecido programa de escovas limpa pára-brisas para uso industrial (veículos pesados e afins). No novo webiste da empresa em www. dogaparts.es, poderá ficar a conhecer estas e outras informações.
22 REVISÃO FOI NOTÍCIA QUE... ... a Gonçalteam passou a representar em Portugal a Dino Paoli, uma empresa de pistolas, muito utilizada pelos mais exigentes profissionais no desporto motorizado. ... a Krautli Portugal lançou no mercado a marca EyeSystem que inclui um programa completo de Câmaras e Monitores de Vigilância e Marcha atrás para aplicações Auto. ... a Axalta Coating Systems anunciou que a Mazda Europa renovou as suas aprovações para as três marcas globais de repintura da Axalta – Cromax, Spies Hecker e Standox. O acordo é válido por mais dois anos. … a TRW Automotive Aftermarket anunciou a nomeação de Neil Fryer como diretor global técnico e de marketing da divisão de peças e acessórios (aftermarket). Passados 15 anos, Neil, um profissional bem conhecido e com experiência no setor, voltou a juntar-se à empresa em junho de 2014. … a Peçamodovar apresentou um catálogo com peças e acessórios para pick-up e máquinas agrícolas. A edição deste ano também já está disponível também site da Peçamodovar em www.peçamodovar.pt. … A rede de oficinas Midas continua a expandir-se, destacando-se a mais recente abertura da unidade de Queluz, junto ao um importante pólo empresarial. A mais recente oficina Midas, está localizada na Rua Consiglieri Pedroso, em Queluz de Baixo. … a NGK ampliou a sua gama com 86 novos tipos de sondas e vai também aumentar a sua gama de bobinas de ignição ainda este ano. A marca anunciou ainda que está a trabalhar no lançamento de uma nova categoria de sensor exclusiva, composto exclusivamente por peças de primeiro equipamento. … a oficina Auto Alexandre aderiu ao projeto da Rino, e no passado dia 14 de julho apresentou-se aos seus clientes com a imagem da rede. Esta é mais uma oficina que se junta a esta rede, sendo especialista nas áreas de mecânica geral; eletricidade; pneus, climatização, diagnóstico, chapa e pintura. ... A ZF fez uma proposta de aquisição da TRW Automotive. A informação foi confirmada por ambos os gigantes, mas nenhuma decisão está tomada. A marca americana diz apenas que está a analisar. Caso esta aquisição se concretizasse a nova empresa teria uma faturação anual de 40 biliões de dólares, o que a colocaria no segundo lugar do top de fornecedores mundiais, ultrapassando a Denso e ficando atrás da Robert Bosch. ... A Newcar continua a sua estratégia de expansão e consolidação, onde se destaca a melhoria da cobertura da cidade de Lisboa. Recentemente a rede abriu centros em Albufeira, Guarda, Lisboa – Norte e Cascais / Trajouce.
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Meyle. Pensar nas oficinas na Automechanika
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a Automechanika deste ano, a Wulf Gaertner Autoparts vai exibir as mais recentes adições à sua gama de peças Premium da marca MEYLE-HD. A empresa vai mostrar uma seleção de novas aplicações do grupo em produtos de travagem, incluindo os discos MEYLE Platinium. Fornecidos em conjuntos prontos a montar que incluem, na maioria dos casos, os parafusos de fixação, esta solução foi projetada pela própria empresa. Outro foco na exposição deste ano será o aumento constante e significativo da gama de material para viaturas comerciais. Como ponto alto, a presença e testemunho da experiência da Wulf Gaertner Autoparts AG, um camião de competição patrocinado pela MEYLE e a respetiva equipa, darão as boas vindas aos visitantes em frente do Hall-5.
Outro tópico do stand da Wulf Gaertner Autoparts será a gama MEYLE de soluções de serviço, projetadas para ajudar os profissionais a simplificar processos, tais como os kits completos MEYLE de mudança de óleo da caixa de velocidades, para mais de 2.800 aplicações de veículos equipados com as caixas de velocidades mais populares.
MBML. NOVO DISTRIBUIDOR DA BARDAHL
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MBML Solutions iniciou há dois meses a distribuição da Bardahl, conhecida marca americana de lubrificantes e aditivos. Para assinalar este novo passo da empresa portuguesa conhecida pela solução Motorcheckup, nada melhor do que trazer até Sintra o embaixador da Bardahl, Al Young (ao centro na foto), conhecido campeão americano de Drag Racing, e o seu Plymouth Roadrunner de 1973, com um motor de 5,6 litros e 350 CV (450 CV com nitro). Young está a fazer uma viagem pela Europa, com a mulher, a promover a marca e está a usar todos os produtos da Bardahl (o que faz há 40), nomeadamente óleo de motor, óleo de travões, aditivos de óleo e combustível, líquido de radiador, sprays de limpeza, spray multifunções, limpa para brisas especial contra insetos, lava mãos, etc. Desde Junho já fez 9600 quilómetros, numa viagem que chegará aos 12500 quilómetros, passando por
15 países diferentes. As vendas da Bardahl já arrancaram há dois meses e das 5000 referências que a marca americana vende na Europa, 100 já cá estão. O catálogo vai aumentar progressivamente, como explica Nuno Garoupa, country sales manager da MBML Solutions. Para crescer a empresa está também à procura de distribuidores por todo o país. Para mais informações envie um e-mail para comercial@mbml-solutions.pt
ANECRA. DE ACORDO COM O REGRESSO DO “ABATE”
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ANECRA saúda a proposta de retoma do Sistema de Incentivos ao Abate de Veículos em Fim de Vida, mantendo-se no entanto apreensiva face a um aumento natural do gasóleo, de acordo com as propostas enquadradas no âmbito dos trabalhos da Comissão para a Reforma da Fiscalidade Verde. Na verdade, a ANECRA sempre defendeu e defende de forma expressa a urgente reposição do Incentivo ao Abate de Veículos em Fim de Vida, tendente à dinamização do
mercado automóvel, ao rejuvenescimento do parque, à salvaguarda do ambiente e à promoção da segurança rodoviária. A medida apresentada sugere pela primeira vez, tal como preconizado pela Associação, a diversificação de valores de incentivo, em função do combustível da viatura a adquirir. Neste aspeto merece particular atenção a necessidade de apoio ao GPL, não só para veículos novos, mas também para a instalação de sistemas em viaturas em circulação.
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REVISÃO
Federal-Mogul. Completa compra da divisão de fricção da Honeywell
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TRW. PRIMEIRO ÓLEO DE TRAVÕES PARA TODAS AS TEMPERATURAS DE TRAVAGEM
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TRW está a levar os óleos de travões para outro patamar com a introdução do ‘TRW Ultra DOT 5.1 ESP’, disponibilizando o primeiro óleo de travões cientificamente projetado para todas as temperaturas, capaz de satisfazer as mais recentes necessidades de uma tecnologia de travagem complexa (ESP). “Os veículos estão cada vez mais complexos e muitos estão equipados com sistemas de condução dinâmica, incluindo programas eletrónicos de estabilidade (ESP),” explicou a Gestora de Produto de Travões de Tambor e de Componentes Hidráulicos da TRW, Barbara Koerfer, dizendo que “a tecnologia ESP exige que o óleo dos travões reaja mais rapidamente aos sensores do sistema para evitar a derrapagem e maximizar a funcionalidade do sistema.” O óleo dos travões contaminado é a principal causa de falhas de travões. Este influencia diretamente a vida útil dos componentes no sistema de travagem e indiretamente, a sensação do pedal e a taxa de desgaste dos vedantes. A TRW recomenda que o óleo dos travões seja testado todos os anos e trocado pelo menos a cada dois anos (todos os anos para os sistemas onde o DOT 3 é utilizado).
ERRATA Na edição 26 da TURBO OFICINA no Especial “Encontros do Aftermarket” em determinada altura do texto refere (erradamente) que a Infortrónica representa a Alidata. Na realidade a Infortrónica representa a plataforma Autodata. Na secção Revisão, na notícia da Alpine (novos sistemas multimédia com navegação) a foto não corresponde aos produtos noticiados. A foto correta é esta a que aqui se encontra.
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Federal-Mogul anunciou que a sua área de negócio Motorparts completou a anunciada aquisição de ativos da divisão de materiais de fricção da empresa Honeywell, que tem sede em Glinde (Alemanha) e fábricas na Roménia e na China. “A aquisição da divisão de Fricção da Honeywell reforça substancialmente as capacidades de produção e engenharia da oferta atual de travagem a nível mundial da marca Motorparts da Federal-Mogul”, explicou Daniel Ninivaggi, co-CEO da Federal-Mogul e CEO do negócio
Motorparts. “Esta aquisição permitenos acelerar a nossa estratégia a longo prazo de melhorar as nossas principais linhas de produtos de travagem com uma presença global competitiva e tecnologia líder de mercado. Reforça também a nossa liderança de mercado tanto no segmento de primeiro equipamento como no pós-venda, especialmente na Europa e Ásia” afirmou o mesmo responsável.
Hankook. Fornecedor de equipamento original da Mini e Mercedes
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Hankook foi escolhida pela BMW para ser fornecedor de pneus ao primeiro equipamento da nova geração Mini, alargando uma parceria que já vem desde 2001. Este acordo foi assinado para jantes de 15, 16 e 17 polegadas. Todos os pneus são fornecidos diretamente para as linhas de montagem da Mini a partir da fábrica da Hankook na Hungria. Esta carteira alargada de pneus de equipamento original reforça a relação entre a Hankook e o Grupo BMW. Além
da Mini, os pneus Hankook são já instalados como equipamento original em cinco outros modelos da marca alemã: Séries 1, 3, 4, 5 e X5. A Hankook está também entre os fornecedores de primeiro equipamento escolhidas pela Mercedes para o seu novo Classe C, para jantes de 17 polegadas, através do Ventus S1 Evo2, que estará disponível em formato convencional e também para utilização runflat.
CONTITECH. NOVO PRODUTO NA AUTOMECHANIKA 2014
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ContiTech Power Transmission Group vai apresentar na Automechanika (que se realiza de 16 a 20 de setembro em Frankfurt) uma novidade: kits para a tomada de força auxiliar com correias trapezoidais e tensores. Adicionalmente, a ContiTech expande de forma consistente a sua linha de componentes de acionamentos por correias. As bombas de água incluídas nos kits de correias dentadas, cuja linha foi recentemente expandida, destacam-se pela qualidade típica da ContiTech, que também se faz notar nos
tensores, nas polias TSD e nos conjuntos de montagem. Os clientes beneficiam dos vastos serviços de assistência técnica e dos conhecimentos desta empresa especialista em matéria de acionamentos, e recebem tudo de um só fornecedor. Além disso, os visitantes podem testar no stand uma aplicação nova para smartphones, que disponibiliza dados gerais e técnicos dos artigos. Através desta aplicação, as oficinas podem facilmente consultar informações necessárias relativamente aos produtos.
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ESPECIALISTA
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Liqui Moly. Nova formação demonstrativa
A melhor forma de comercializar um produto é demonstrá-lo. Para isso é preciso informar os clientes e, sobretudo, formá-los por forma a que a venda não se torne só comercial mas também técnica. É isto que a Liqui Moly está a fazer. TEXTO E FOTOS PAULO HOMEM
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pressão comercial que existe cada vez mais nos negócios entre os fornecedores e os grossistas / retalhistas de peças, leva muitas vezes a que a escolha do produto recaia sobretudo no preço em vez de sobressair por via dos argumentos técnicos. Consciente que os produtos que comercializa têm uma forte componente técnica, a Liqui
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Moly tem vindo a dinamizar uma série de formações em parceria com os seus clientes (diretos e indiretos). É intenção da marca fazer formações cada vez mais diferenciadoras, em que existe também uma componente lúdica, mas é importante saber que esforço tem sido feito pela Liqui Moly para dinamizar a componente formativa. Sadhna Monteiro, Diretora de Marketing da
Liqui Moly em Portugal, explica: “temos vindo a investir numa equipa técnica / comercial cada vez mais forte. Sempre que um novo técnico entra na Liqui Moly e assim que passa a estar no terreno preparado para dar formação aos clientes, o que temos feito é iniciar o processo para integrar mais um novo técnico. Temos feito um forte investimento nos recursos humanos a este nível”.
CONTACTOS LIQUI MOLY RESPONSÁVEL SADHNA MONTEIRO TELEFONE 219 250 732 E-MAIL sadhna.monteiro@liqui-moly.pt INTERNET www.liqui-moly.pt
telefone, o que é certamente uma mais-valia para os profissionais do ramo automóvel.
Neste momento a Liqui Moly possui quatro técnico / comerciais, o que representa uma aposta muito forte na divulgação dos produtos da marca. No último ano e meio a Liqui Moly aumentou substancialmente as formações e, sobretudo, as demonstrações práticas, o que se traduziu desde logo em mais-valias para os parceiros da empresa, como refere Sadhna Monteiro: “a partir do momento em que se realizaram as formações, o retalho e as oficinas passaram a realizar encomendas muito mais direcionadas, isto é, passaram a saber muito melhor o que precisavam e tinham que encomendar”. TEÓRICA E PRÁTICA Apesar de estar a dar importantes passos na área formativa, a responsável de Marketing da Liqui Moly diz que ainda existe alguma falta de profissionalismo no aftermarket em Portugal sobre este tema. “Existe ainda uma herança do passado que é necessário quebrar”, diz Sadhna Monteiro, argumentando que a evolução dos lubrificantes e aditivos foi muito grande e as coisas já não se fazem mais como se faziam no passado e, por isso, “só dando formação técnica / teórica e dando conhecimento ao cliente é que ele vai poder decidir sobre o produto que deve escolher para cada aplicação”. PUBLICIDADE
Para além desta base técnica / teórica, tem sido fundamental efetuar as demonstrações práticas na casa do cliente, isto é, em ambiente da oficina. É precisamente isto que a Liqui Moly tem forçado e incentivado bastante os seus clientes grossistas a fazer, em parceria com a equipa técnica que a marca alemã já dispõe em Portugal. “De demonstrações mensais passamos atualmente para demonstrações semanais”, garante Sadhna Monteiro, reforçando que “tem sido muito positivo e motivador o feedback que temos recebidos dos nossos parceiros a estas nossas iniciativas”. MAIS FERRAMENTAS Não é só na formação “in-loco” e nas demonstrações que a Liqui Moly está a apostar. Atualmente a empresa dispõe de outras ferramentas que complementam essas acções. Uma delas é o canal Liqui Moly no Youtube onde estão todos os vídeos de demonstração de todos os produtos (óleos e aditivos). Para além disso, o site da Liqui Moly tem o guia de óleos e estão disponíveis as fichas técnicas dos produtos para os clientes, que as podem descarregar diretamente desta plataforma. Os próprios técnicos da Liqui Moly podem também responder a qualquer dúvida via
INOVAR Apesar da formação modelo ser em ambiente de sala ou de oficina (no caso de uma demonstração), a Liqui Moly tentou inovar um pouco mais. Através de uma parceria com a First Drive e com o Autódromo do Estoril, tem vindo a desenvolver novas formações e demonstrações num ambiente de competição. Mantendo a sua formação tradicional, o formato da formação que a Liqui Moly está a desenvolver no Autódromo do Estoril varia em função do tipo de parceiro, podendo a mesma envolver mais ou menos recursos e outro tipo de iniciativas (test-drive, por exemplo) de modo “a envolvermos o cliente num outro tipo de ambiente, neste caso ligado à competição e a performance, que também tem muito a ver com a Liqui Moly”, afirma Sadhna Monteiro. MANTER A ESTRATÉGIA As vendas Liqui Moly em Portugal são feitas diretamente através dos seus vários parceiros, como são exemplo a Auto Delta, a Bragalis, a Centrauto, a Sofrapa ou a Soulima e é através deles que a Liqui Moly depois fornece todo o apoio de formação e de marketing às oficinas (e também aos retalhistas). “É uma estratégia que queremos manter pois os grossistas com quem trabalhamos têm uma abrangência nacional. De qualquer forma estamos a ouvir o mercado e a perceber onde teremos mais oportunidades e nichos de poder chegar ao cliente”, refere Sadhna Monteiro, explicando também que estão “a abordar novos mercados, nomeadamente na área dos veículos pesados e da indústria. Ainda não temos parceiros nestas áreas mas estamos a trabalhar nesse sentido”.
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Ford. Programa Motorcraft é a novidade no pós-venda Serviços de manutenção a preços competitivos com a qualidade Ford. É assim que a marca posiciona o novo programa Ford Motorcraft que lançou muito recentemente através da sua rede pós-venda.
TEXTO PAULO HOMEM
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envelhecimento do parque automóvel tem levado a que se dinamizem outro tipo de oportunidades ao nível do pósvenda oficial das marcas de automóveis. Não se trata apenas de fidelizar os clientes, mas sim de levar a que esses mesmos clientes continuem (ou passem) a levar os seus carros ( já fora da garantia) às oficinas dessa marca, mas propondo-lhes serviços oficinais - com mão-de-obra qualificada – a preços mais baixos do que aqueles que eram praticados num passado recente. A Ford foi uma das marcas que seguiu uma estratégia própria de preços fechados / tudo incluído, aliado ao Desafio Preço Baixo, na qual os clientes sabem à partida o que irão pagar. Porém, o passo mais recente desta estratégia é o novo programa Ford Motorcraft, uma nova
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linha de produtos e serviços pós-venda mais acessíveis, mantendo os tradicionais padrões de qualidade da marca. Trata-se de uma estratégia europeia e que irá sendo implementada progressivamente nos diferentes mercados, incluíndo Portugal, estando neste momento a ser dinamizada na rede Ford. Toda a gama de serviços Ford Motorcraft tem a garantia do melhor preço, com o compromisso de devolução da diferença, no caso de o cliente encontrar o mesmo serviço a um preço mais baixo, ou de três vezes a diferença no caso dos pneus da gama Ford Motorcraft. A Ford
selecciona uma marca concreta para cada medida, mantendo a qualidade Ford, mas a preços competitivos. PILARES DO PROGRAMA MOTORCRAFT São quatro os pilares fundamentais que sustentam o programa Ford Motorcarft, a saber:
CONTACTOS FORD TELEFONE 808 200 556 E.MAIL infopt@ford.com WEBSITE www.fordservice.pt
TRÊS PERGUNTAS A PEDRO PAULA PINTO RESPONSÁVEL PÓS-VENDA Os produtos e peças Motorcraft estão apenas disponíveis para o pós-venda oficial da marca Ford, ou poderão também ser comercializados às oficinas independentes? No que concerne a peças, estas são já normalmente vendidas ao exterior, pelo que nada muda. Apenas os serviços terão necessariamente que ser efetuados na rede oficial Ford.
1 Serviço Ford Motorcraft: manutenção para veículos ligeiros de passageiros com mais de 3 anos, apenas com um preço – 99 euros – que inclui a mudança de óleo, filtro de óleo, filtro de ar, revisão em 14 pontos, mão-de-obra e IVA; 2 IPO Ford Motorcraft: custo e deslocação gratuitos. Inclui pré-inspecção e check-up eletrónico em 67 pontos para identificação de possíveis problemas. Os clientes devem obter o respectivo voucher no site www.fordservice.pt; 3 Pneus Ford Motorcraft: selecção de pneus em 9 medidas diferentes a preços muito competitivos (Desafio Preço Baixo – se o cliente encontrar mais barato, a Ford devolve PUBLICIDADE
o triplo da diferença). Inclui pneu, montagem, equilibragem, válvula, Ecovalor e IVA; 4 Operações Ford Motorcraft: destinadas a 3 grupos de veículos – Ka, Fiesta, Fusion e B-MAX; Focus e C-MAX; Kuga, Mondeo, S-MAX e Galaxy. Preços ‘tudo incluído’ – mão-de-obra e IVA. As principais operações contemplam serviços de higienização do sistema de ar condicionado, escovas limpa pára-brisas, óleo de travões, pastilhas de travões dianteiros, amortecedores dianteiros e baterias. Ao longo do tempo, serão incorporados novos produtos e serviços no programa Ford Motorcarft, destinados aos veículos mais antigos.
A estratégia do programa Motorcraft é incluir mais linhas de produto nos próximos anos? Iremos assistir ao longo do tempo à incorporação de novos produtos e serviços destinados aos veículos mais antigos, isto é, todos os veículos com 3 anos ou mais. A Ford continua a desenvolver o programa Parts Plus? Quais foram as mais recentes inovações deste programa? O programa Parts Plus continua, sendo destinado a um número específico de concessionários com standards específicos. Este programa teve recentemente uma evolução na sua imagem que serve de base à decoração dos veículos de distribuição de peças e que vai ao encontro da imagem Motorcraft.
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Europremium 2014. E as oficinas vencedoras são... As três melhores oficinas da rede TopCar em 2013-2014 já receberam o prémio e a gestão da rede promete novidades e mais vantagens já este ano. TEXTO CLÁUDIO DELICADO EM MADRID
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omo já vem sendo tradição, a TopCar elegeu as três melhores oficinas da rede e levou-as a Madrid à gala Europremium, que junta a rede portuguesa e a espanhola Euro Taller, ambas do Group Auto Union Ibérica. As oficinas de Barcelos, Fogueteiro e Leça da Palmeira trouxeram o prémio para casa e a TURBO OFICINA esteve lá para assistir à cerimónia. E, para este ano, há novidades para tornar a TopCar mais forte. “Estamos a transpor para a TopCar um conceito do Group Auto Unión Iberica que se chama GNM. É uma plataforma web, que permite uma flexibilidade de se aceder em qualquer local com uma ligação à internet e permite dinamizar e consultar toda a comunicação interna da rede por parte dos parceiro. Seja no que diz respeito a campanhas, resultados, protocolos, etc. Há uma plataforma fechada de comunicação entre toda a rede que permite também fazer a gestão dos microsites de cada oficina ou fazer campanhas locais”, explica Marco Silva, gestor da rede TopCar. Além disso, acrescenta o responsável, “vamos ter também a capacidade de acoplar uma solução de envio de SMS para clientes, em que as oficinas vão poder enviar
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mensagens personalizadas atavés dessa plataforma com custos unitários muito baixos graças à escala que a rede tem”. Tanto o GNM como esta função de CRM estarão a funcionar em breve e vêm complementar a plataforma que revolucionou a forma de trabalha na rede, o ARMIN. “Lançámos o ARMIN no segundo semestre do ano passado e agora estamos em todas as oficinas associadas à ONEDRIVE, que tem cerca de 80% da rede TopCar. A plataforma está em velocidade de cruzeiro e a sua grande mais-valia é que permite numa única janela ter todas as ferramentas necessárias e que estavam dispersas. Permite, por exemplo, fazer toda a identificação da peça, ter acesso a esquemas gráficos e dados técnicos, preço
Marco Silva, gestor da Rede TopCar
de custo e PVP das peças, correspondências e equivalências às peças de origem, tempos de mão-de-obra, permite encomendar a peça online, ver os stocks e saber imediatamente quando se vai receber a peça. A oficina, de forma autónoma, consegue uma grande eficiência e é muito dinheiro poupado em tempo e também em erros evitados. O ARMIN tem também uma ferramenta de orçamentação por trás que permite saber protocolos de revisão de fabricantes, tempários e construir na hora o orçamento. É uma vantagem competitiva tremenda”, explica Marco Silva. Em Espanha, o ARMIN tem já módulos de gestão oficinal e faturação, algo que deverá chegar à versão portuguesa a médio prazo. O gestor da rede avança que um dos objetivos para este ano passa também por “garantir acordos com impacto mais direto na faturação das oficinas no curto prazo. Este percurso que temos feito conseguiu maior notoriedade da rede junto de clientes B2B e queremos capitalizar isso com mais acordos com gestoras de frotas e seguradoras”. As grandes seguradoras têm já as suas redes de oficinas recomendadas e a TopCar, com apenas três anos, tem feito um caminho para mostrar a sua competência. Por exemplo, na
área da colisão tem como parceiro o Centro Zaragoza, um selo de garantia. Por isso, boa parte das oficinas TopCar estão a conseguir entrar nas redes de oficinas recomendadas pelas seguradoras. Neste momento a rede tem mais de 30 acordos estabelecidos em várias áreas, não só de negócio direto como indireto para garantir preços mais apelativos para as oficinas em vários serviços. Um desses acordos que tem sido muito importante para o crescimento do volume de negócios da rede é com a Cofidis, que permite crédito até 60 meses (os primeiros 12 meses sem juros). “É uma grande vantagem para a oficina porque permite oferecer um serviço diferenciador ao cliente até 60 meses. Se o cliente quiser pagar em 12 vezes sem juros a oficina tem um custo simbólico com esse crédito mas transfere toda a responsabilidade para a financeira e permite um cash-flow imediato, porque com a aprovação do financiamento a oficina, em 48 horas, tem o dinheiro na conta, por vezes, ainda antes de entregar o carro ao cliente”, exemplifica Marco Silva. Na perspetiva do cliente, pode executar um serviço e ter uma solução de pagamento faseado. Neste momento, o valor médio financiado é de 1400 euros, “bem acima do que inicialmente prevíamos. Isto tem a ver com o facto dos PUBLICIDADE
TOPCAR BARCELOS MÁRIO PINHEIRO
Mário Pinheiro, da TopCar Barcelos (a oficina chama-se também Mario Pinheiro), não escondeu “a surpresa quando recebeu a notícia, mas também o orgulho de estar presente”. E se ali estava, é porque a oficina mereceu. “Tenho 100% de assiduidade nas formações e isso contribuiu para este prémio. Para nós é uma coisa fundamental e é um investimento porque perdemos dois dias, mas vamos recuperar esse investimento rapidamente com o que aprendemos e aplicamos. A equipa tem agora mais capacidade para trabalhar. Antes já fazia formações mas não tinham a qualidade que têm estas. Antigamente fazíamos formações para cumprir calendário, hoje só com ela é que conseguimos estar sempre atualizados, o que é fundamental hoje no negócio.” A TopCar Barcelos aderiu à rede há dois anos. Porquê? “Apresentaram-me este projeto e o investimento não foi muito elevado. Além disso puseram-me à-vontade para poder desistir se assim quisesse. Desde que mudamos a imagem e aderimos à rede notei bastantes clientes novos a chegar”. Entre as maiores vantagens, Mário Pinheiro destaca: “Além da formação, temos o crédito para reparações, uma central de apoio em caso de avarias mais complicadas e dados técnicos para as viaturas. Além disso, o crédito é uma
vantagem, mas não é muito usado na minha zona, mais rural”. Um dos pontos que o responsável da TopCar de Barcelos sugere é a necessidade de mais acordos com seguradoras, fundamentais para o negócio de colisão e pintura. Numa radiografia ao negócio, Mário Pinheiro analisa: “Os carros andam menos, os intervalos de manutenção são mais longos, há menos manutenção e reparação, mas os clientes são hoje mais exigentes e informados.”
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ESPECIALISTA TOPCAR FOGUETEIRO NUNO MATEUS
clientes adiarem a manutenção e acabam por ter que gastar mais em reparação”, analisa o gestor da TopCar. O perfil do cliente que está a comprar o financiamento neste momento é classe média porque precisa do veículo para o dia-a-dia mas não tem capacidade financeira para dispor de um montante alto de uma só vez, apesar de ter capacidade para pagar de forma faseada. A taxa de aprovação de créditos ronda os 75%, um valor muito alto. OFICINAS VENCEDORAS Estes são alguns dos meios e dos argumentos que as oficinas da TopCar têm à sua disposição e, das 45 que existem atualmente (o ano deve fechar com 55), três venceram o prémio deste ano para melhor oficina – TopCar de Barcelos, do Fogueteiro e de Ponte de Lima. Quais os critérios? Marco Silva explica. “Este ano convergimos para o que é a filosofia de avaliação do Eurotaller, através de um plano de auditorias que eles têm na rede. A partir deste ano teremos todas as condições para fazer as auditorias às oficinas da rede TopCar exatamente como a Eurotaller faz em Espanha. A avaliação é feita com um fator de ponderação das principais áreas e que são os 4 pilares do conceito: formação (é avaliado o grau de assiduidade em função das valências que cada uma tem e qualquer uma das vencedoras está acima dos 85%); informação (avaliada a utilização do centro de assistência da rede, sendo que os números de utilizações e contactos telefónicos estão disponíveis para toda a rede; imagem (avaliado o cumprimento de todos os elementos de imagem corporativa na oficina); e marketing, com a avaliação da performance das campanhas promocionais feitas ao longo do ano (para esta edição contaram as campanhas com a SKF e a Monroe) e também a utilização do financiamento para os clientes.
CONTACTOS TOPCAR GESTOR DE REDE MARCO SILVA TELEFONE 918 100 177 E.MAIL marcsilva@asparts.pt INTERNET www.topcar.com.pt
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Nuno Mateus é responsável pela TopCar Fogueiteiro (Divi Auto Center) e aderiu à rede há um ano. Por isso, este prémio “foi uma agradável surpresa”. Acrescenta que “acaba por ser a resposta e o reconhecimento do trabalho que nos é exigido. Atingimos esses objetivos, implementamos toda a imagem da rede e cumprimos os requisitos de formação”. Sobre as razões da adesão à rede, Nuno Mateus não tem dúvidas: “Sentimos uma grande necessidade de usufruirmos de partilha de conhecimento técnico, marketing e consolidação de novos negócios, nomeadamente com a introdução de novas tecnologias que eram uma falha na nossa oficina até então como oficina mais tradicional. Era difícil continuarmos sozinhos e o facto de estarmos associados a uma rede ibérica é aliciante”. Uma das grandes vantagens, sublinha o responsável de oficina da margem sul, “é ter acesso a uma base de dados onde existem já uma série de situações como avarias e dicas que nos ajudam no dia-a-dia, tal como o centro de assistência técnica”. Nuno Mateus toca num ponto que, para ele, é também importante quando se pertence a uma rede. “Acabamos por trabalhar também, na margem sul, em parceria com outras TopCar, porque há oficinas que trabalham determinadas valências e outras não e acabamos por nos ajudar uns aos outros”. O responsável da TopCar Fogueteiro garante que o investimento feito para entrar é facilmente rentabilizado e fala de algumas ferramentas
importantes que a rede põe à disposição dos parceiros. “O crédito em parceria com a Cofidis ajudou muito o negócio. Em termos de volume fomos os que fizemos mais valor até Maio e sem essa ferramenta muitas reparações não se faziam ou não se fariam por esses valores. O crédito facilita a reparação mas também outros serviços adicionais que não são tão urgentes mas que os clientes acabam por fazer porque praticamente não encarecem a prestação”.
TOPCAR LEÇA DA PALMEIRA PAULO CUNHA
A Leçacar foi a segunda oficina a aderir à rede. Porquê? Paulo Cunha lembra que “uma pessoa do grupo fez-nos uma boa apresentação e explicou o que seria a rede e que ia ser diferente. Estava noutra rede concorrente e, de facto, a diferença é enorme, quer no apoio, quer nas vantagens”. O responsável da oficina de Leça da Palmeira acrescenta: “A diferença na atividade que a rede proporciona, os acordos e as vantagens, a formação, o portal online onde podemos fazer identificação e pedido das peças, o acordo com o crédito da Cofidis... são grandes apoios que temos”. E há algo que é muito valorizado também por Paulo Cunha. “O centro de assistência é muito importante porque quando há uma dúvida não podemos ficar à espera de uma resposta de um dia para o outro. Tem que ser na hora”. Uma das vantagens que este responsável sublinha é o facto de ser possível aproveitar os equipamentos e ferramentas que a oficina já tem, não obrigando a um grande esforço financeiro inicial”. Para Paulo Cunha este prémio “é o reconhecimento do bom aproveitamento que fazemos das vantagens que a rede nos proporciona”. Este responsável sublinha também a plataforma ARMIN que, entre outras coisas, “ajuda a evitar erros e faz
com que se ganhe tempo e com que tenha um armazém infindável de mercadoria aqui, sempre à minha disposição, com um custo zero”. Uma das sugestões que Paulo Cunha tinha já está a acontecer nesta altura e diz respeito ao esforço da TopCar para dinamizar a notoriedade, com publicidade, redes sociais e eventos.
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Lubrigrupo. A nova força de um nome A Lubrigrupo tem vindo a apostar de forma consistente nos lubrificantes Mobil. Atualmente possui um centro logístico e lançou recentemente novas linhas de produtos. TEXTO PAULO HOMEM
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m 2010 a Lubrigrupo assinava o primeiro contrato de distribuição dos lubrificantes Mobil para Portugal. Constituída por um conjunto de distribuidores (atualmente são seis), a Lubrigrupo atingiu uma fase de expansão e maturidade, que aliás foi reconhecida pela Mobil, não só com a renovação do contrato em 2012, mas também através da atribuição de prémios como distribuidora dos produtos desta reconhecida marca de lubrificantes. Já teve um diretor geral, mas atualmente tem três administradores. Marco Pacheco, na área comercial, Pedro Ferreira, responsável pela logística e Rui Paulo, que assume a parte administrativa e novas tecnologias, sendo constituída por seis distribuidores (Lubrigrupo, Autoprogresso Pombal, Lubrinordeste, Maia Marques, Mobilub e SDL). “O que esta nova liderança consegue trazer é que passamos a estar mais em cima do negócio. De qualquer forma, a Lubrigrupo é constituída por empresas com muitos anos de experiência no mercado da lubrificação, pelo que podemos colocar a nossa experiência ao serviço da empresa, com a responsabilidade de o fazer
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não localmente mas sim numa perspetiva de distribuição nacional”, afirma Rui Paulo. A empresa trabalha para todos os setores, seja ao nível dos lubrificantes para veículos ligeiros, seja pesados, como têm ainda o setor industrial como estratégico para a sua atividade. Naturalmente, os lubrificantes para veículos ligeiros são os de maior volume na Lubrigrupo, embora o setor industrial tenha conhecido um forte crescimento e o setor dos pesados é onde existe mais dificuldade, acima de tudo por ser um lubrificante de alta tecnologia e que, por isso, é mais dispendioso no momento da compra. Para além das vendas pelo canal direto, com comerciais da própria Lubrigrupo, toda a restante presença no mercado é feita pelos distribuidores que a integram. Excetuando o Algarve, onde a empresa está a desenvolver esforços para nomear um distribuidor, os lubrificantes Mobil estão presentes em todo o país. “A nossa estratégia é privilegiar a venda através dos nossos comerciais. No total temos 25 vendedores no terreno a trabalhar a Mobil, o que julgo ser uma das maiores e mais
CONTRAFAÇÃO É PREOCUPAÇÃO Dos diversos temas abordados nesta reportagem, o da contrafação dos lubrificantes não deixou de estar em cima da mesma. Diz Rui Paulo, administrador da Lubrigrupo que “é preciso ter muita atenção a este tema. Os clientes finais devem estar atentos assim como os clientes oficinais. É um problema que toca de perto as grandes marcas, como a Mobil. Temos visto certas situações evidentes no mercado, que estão identificadas, e o que temos feito é avisar a marca, mas as autoridades nada fazem pois não têm meios”. Importações paralelas de lubrificantes com pouca qualidade, em latas originais, têm sido “detetadas no mercado e é urgente que as marcas tomem medidas urgentemente. Começa a ser um flagelo”, alerta o responsável da Lubrigrupo.
experientes equipas que existem em Portugal a trabalhar lubrificantes”, refere Rui Paulo. APOIO TÉCNICO Estando a Mobil associada a uma forte componente tecnológica dos seus produtos, naturalmente que a Lubrigrupo dispõe de um responsável técnico, que funciona como “o primeiro suporte técnico que é diariamente solicitado pelos nossos clientes e que também desenvolve toda a formação, ao qual se junta todo o imenso suporte técnico da própria Mobil que é, de facto, muito grande”, assegura o administrador da Lubrigrupo. Através do site da Lubrigrupo estão disponíveis as fichas técnicas de produto e de segurança, mas existem muitos outros suportes que a própria Mobil disponibiliza, que “nos permite vender não apenas um lubrificante mas uma solução de lubrificação. É isso que nos diferencia no mercado”, explica Rui Paulo. LOGÍSTICA Ligados que estão através de uma plataforma web, os distribuidores Mobil podem saber a qualquer momento o stock disponível, fazendo
encomendas diretas que, de seguida, são expedidas para a sede de cada distribuidor (ou para os clientes do canal direto). Essa logística em Portugal é garantida através de um armazém central que se encontra em Pombal (projeto iniciado em 2013) que, por sua vez, é abastecido através do armazém central em França. O armazém da Lubrigrupo possui cerca de 2.600 m2 de área, tendo um stock avaliado em quase 400 mil euros, maioritariamente de produto para ligeiros e comerciais. Para além dos lubrificantes Mobil, a Lubrigrupo disponibiliza também lubrificantes de marca própria. Trata-se de um lubrificante que já existe na empresa desde a sua fundação, que é trabalhada pela Lubrigrupo como “uma marca de combate, com preços mais agressivos, estando disponíveis apenas algumas referências, para dar ao cliente uma solução global cobrindo necessidades muito específicas, onde não é necessário um lubrificante de topo”, explica Rui Paulo. INVESTIMENTOS Estando a fazer esforços no sentido de promover a marca Mobil, a Lubrigrupo vai
também continuar a investir em ações de maior proximidade com os seus clientes e ainda reforçar o stock de produtos. A Lubrigrupo já trabalha para a renovação do contrato de distribuição com a Mobil em 2015, depois de “termos tido dois prémios da marca, o que revela que estamos a fazer um bom trabalho”, refere Rui Paulo. A principal novidade de momento acaba por ser a introdução da linha de produtos Car Care da Mobil (anti congelantes, óleos de travões, lubrificantes específicos, entre outros), passando a Lubrigrupo a ser o distribuidor oficial para Portugal.
CONTACTOS LUBRIGRUPO ADMINISTRADOR RUI PAULO TELEFONE 232 470 607 E-MAIL geral@lubrigrupo.pt INTERNET www.lubrigrupo.pt
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MSCAR. Cada vez mais um fornecedor global O maior retalhista automóvel do Algarve, a MSCAR, tem vindo a introduzir importantes novidades no seu negócio pós-venda e de peças. A adaptação às condições de mercado levaram a novos e desenvolvimentos estratégicos.
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MSCAR é uma empresa do Grupo Marques da Silva, entidade que representa no Algarve 17 marcas de Automóveis (Abarth, Alfa Romeo, Fiat, Fiat Professional, Lancia, Iveco, Isuzu, Jeep, Kia, Honda, Seat, Opel, Chevrolet e ainda as marcas Suzuki, Chrysler e Dodge na área dos serviços após Venda), destacando-se a mais recente entrada, a Peugeot. Por inerência da sua atividade disponibiliza também as peças originais das marcas que representa aos clientes das oficinas independentes.
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“Não existe no Algarve nenhum concessionário que tenha uma venda externa tão ativa como a nossa” começa por dizer Filipa Silva, responsável pelo controlo de gestão de peças da MSCAR. Para suportar esta ideia, a mesma responsável considera que a MSCAR tem uma organização muito forte e sólida ao nível das peças. Para além dos armazéns de peças em Faro e Portimão (este mais recente), ambos com balcões de atendimento ao cliente, a MSCAR tem dois vendedores no terreno e dois distribuidores de peças ( juntamente
com alguma distribuição subcontratada), disponibilizando ainda um call-center de peças com três pessoas, exclusivamente dedicadas aos clientes profissionais. No total a operação de peças da MSCAR é desenvolvida por uma equipa com cerca de 20 pessoas, que conseguem disponibilizar ao mercado oficinal entregas bi-diárias (no Algarve) e diárias (em algumas zonas do Alentejo). AFTERMARKET Para além das peças origens das 17 marcas que representa, a MSCAR desenvolveu ainda uma
SÃO DIVERSOS OS PARCEIROS DE NEGÓCIO DA MSCAR AO NÍVEL DAS PEÇAS DE AFTERMARKET, ALGUNS DELES ATÉ CONCORRENTES NO MERCADO
Nas instalações de Faro (onde se encontra a venda e pós-venda) a MSCAR tem o armazém central de peças
nova estratégia na área das peças aftermarket. A empresa iniciou a comercialização de peças de aftermarket não apenas para o abastecimento das suas próprias oficinas (oficinas MSService), mas também para passar a dispor de uma oferta global e complementar de todo o tipo de peças (sejam originais ou não). “Reconhecemos que as peças aftermarket não são o nosso core business em termos de vendas externas, mas a nossa estratégia tem passado pelo conceito de fornecedor global de peças”, afirma Fátima Eusébio, administradora da MSCAR, explicando que “sempre que uma oficina independente nos solicitar um pedido ou um orçamento de peças, nós temos a capacidade de lhe dar todas as possibilidades em termos de peças, até de pneus e de lubrificantes”. São diversos os parceiros de negócio da MSCAR ao nível das peças de aftermarket, alguns deles até concorrentes no mercado, mas Fátima Eusébio desvaloriza essa situação, assegurando que “temos acordos com fornecedores nas peças de aftermarket, como também eles beneficiam da nossa oferta em termos de peças originais. Como disse, o nosso core business são as peças originais, embora tenhamos com objetivo sermos fornecedores globais”. Mas a MSCAR não se ficou só pelas peças. Ao nível dos pneus a empresa fez também um acordo com a Pirelli. Nas oficinas da MSCAR são prestados serviços de pneus num projeto interno, que a administradora da empresa considera que tem tido um desenvolvimento muito interessante. Existe também uma oferta muito consistente em lubrificantes. Por via de um acordo com a Galp, a MSCAR disponibiliza também para os clientes das oficinas independentes os seus lubrificantes, sempre na lógica de ser um fornecedor global.
Refira-se que neste momento 30% do negócio de peças da MSCAR é feito nos independentes. MSSERVICE Uma estratégia que a MSCAR já desenvolve há alguns anos passa pelo desenvolvimento do pós-venda multimarca. “Internamente já desenvolvemos serviços multimarca quer ao nível da mecânica quer da colisão há vários anos, mas esta prática levou ao desenvolvimento do conceito MSService”, revela Fátima Eusébio. Para já, apenas em Vila Real de Santo António a MSCAR dispõe de um centro de reparação multimarca com imagem MSService, porém, em termos práticos esse mesmo conceito de reparação multimarca é também extensível às restantes oficinas de Faro e Portimão. “Queremos passar para o cliente final a mensagem, de forma assumida, de que temos um conjunto de oficinas multimarca vocacionadas para a reparação de todo o tipo de veículos com mais idade, pois na prática já o fazemos há alguns anos”, afirma a mesma responsável. Neste conceito MSService os preços em termos de assistência e mão-de-obra são diferenciados face ao pós-venda oficial. “Temos que acompanhar a realidade do mercado, numa altura em que o parque automóvel português envelheceu bastante e em que há menos poder de compra por parte dos clientes”, explica Fátima Eusébio, dizendo que “temos tido muito sucesso com este conceito MSService para os clientes de frotas e empresas”. Não é para já intenção da MSCAR desenvolver a rede de oficinas multimarca MSService para unidades com imagem própria, mas é um conceito em que a empresa vai continuar a apostar como forma de fidelizar os seus clientes.
As recentes instalações de Portimão
A aposta em peças de aftermarket teve também muito a ver com a estratégia interna ao nível dos serviços de manutenção multimarca, sendo um forma de poder fidelizar os clientes. Assim, paralelamente, em 2011, a MSCAR iniciou um projeto relacionado com extensões de garantia, que segundo Fátima Eusébio “foi muito bem sucedido e permitiu que muitos clientes se mantenham por mais anos na nossa empresa, após os seus veículos terem terminado o período de garantia”. ONLINE Para muito breve está o lançamento de um novo site profissional para o negócio das peças. Através do site desta empresa, os clientes profissionais da MSCAR poderão ter acesso a uma plataforma de peças online, onde estará disponível todo o stock de peças que esta empresa disponibiliza para as oficinas independentes podendo, no momento, o cliente fazer a encomenda e saber o seu histórico, tendo ainda muitas outras funcionalidades. “Será uma ferramenta muito importante, que nos permitirá estreitar relações comerciais com os nossos clientes profissionais e estar cada vez mais próximo deles e das suas necessidades”, explica Filipa Silva, concluindo que “este será mais um importante passo na nossa estratégia como fornecedor global de peças”.
CONTACTOS MSCAR ADMINISTRADORA FÁTIMA EUSÉBIO PEÇAS FILIPA SILVA TELEFONE 707 289 707 E.MAIL geral@mscar.pt INTERNET www.mscar.pt
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Seguradoras. Trabalhar em parceria com as oficinas As seguradoras estão a criar cada vez mais serviços, soluções e oferta para os seus clientes finais que, no reverso da medalha, garantem mais negócio para as oficinas. Neste dossier mostramos-lhe novas parcerias que lhe podem trazer vantagens. TEXTO CLÁUDIO DELICADO
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crise financeira trouxe uma diminuição do consumo e isso notou-se, naturalmente, também no negócio das oficinas. Muitas não conseguiram sobreviver porque, na sua maioria, não estavam preparadas para lidar com um mercado que, fruto da diminuição do trabalho, se tornou bem mais exigente. As oficinas que tinham o cliente individual como principal fonte de receita foram as que tiveram mais dificuldade. Por isso, hoje, são fundamentais as parcerias com as seguradoras, que são muito exigentes na escolha das oficinas que recomendam e que aceitam na sua rede. Isso levou a que as oficinas tivessem que se profissionalizar rapidamente para poderem responder a estes requisitos. E essas, que o quiseram e conseguiram fazer, têm hoje mais negócio.
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Do lado das seguradoras o negócio passou a ser visto também com maior profissionalismo e, sobretudo, com maior proximidade. Isso levou a que gestores especializados e equipas próprias andem constantemente no terreno não só a zelar pelo nível de qualidade que vendem aos seus clientes, mas também à procura de novas oportunidades. Foi nesse sentido que fizemos este dossier, juntando uma série de novidades, de parcerias e de novos produtos criados por algumas das principais seguradoras que vão gerar mais negócio para as oficinas. Entre centros de atendimento personalizado de seguradoras numa rede de oficinas preferencial, a novos seguros que as próprias oficinas podem vender, mas também a parcerias e novos produtos, há oficinas que já estão a beneficiar desta aproximação com as
seguradoras. Deste trabalho sai também uma conclusão: as seguradoras querem trabalhar lado a lado com as oficinas, não estando em campos opostos. Esta relação terá sempre direitos e deveres de cada um dos parceiros, mas disso ninguém pode fugir.
LEIA MAIS NESTE DOSSIER Centros Help a Car - Fidelidade Pág. 36 Seguro Proteção Mecânica - Europ Assistance Pág 38 Solução Móvel Urbana - Axa Assistance Pág. 40 Pacote Motorpack - Mapfre Warranty Pág. 42 Centros Liberty Auto - Liberty Seguros Pág. 44
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Fidelidade. Maior proximidade nas oficinas com o Help a Car Com um investimento de 100 mil euros a Fidelidade criou 27 centros de excelência de regularização de sinistros por todo o país. Em 2013, estes 27 centros representaram 8 milhões de faturação e este conceito vai continuar a crescer. TEXTO CLÁUDIO DELICADO
FOTOS JOSÉ BISPO
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Fidelidade está a apostar forte numa presença mais próxima e diferenciada nas oficinas. O objetivo é facilitar a vida dos clientes finais mas, pelo caminho, garante também mais negócio para as oficinas Help a Car e ajuda-as a ganhar notoriedade junto dos clientes. Visitámos um dos 27 centros, na Caetano Auto de Sintra, onde Bruno Ferreira nos explicou o conceito e os upgrades previstos para breve. “O objetivo da Fidelidade é procurar sempre as melhores soluções para poder integrar no serviço que presta ao cliente. O conceito Help a Car surge porque percebemos que havia uma oportunidade de servirmos ainda melhor os nossos clientes. Quisemos criar um processo mais rápido na resolução de sinistros”, explica o responsável do Departamento de Gestão de Prestadores Auto da Fidelidade. Apesar de já hoje existir um exigente enquadramento legal relativamente aos prazos de regularização de sinistros, ainda assim, o que a Fidelidade se compromete com os centros Help a Car é tratar de todo o processo num único local (a oficina) em 30 minutos. “No mesmo local conseguimos receber o cliente de forma personalizada, onde este pode trazer uma participação que já preencheu ou pode preencher aqui com a colaboração do rececionista. Quem faz o atendimento são colaboradores da oficina mas estão formados para poderem acompanhar a abertura do sinistro. Todos os dados são carregados no nosso portal web e temos uma equipa que acompanha todos os serviços Help a Car em tempo real e validam a informação. Se estiver
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tudo conforme é prontamente agendada a peritagem e, ao fim de 30 minutos, o cliente leva um carro de cortesia e sabe que o seu carro vai ser reparado. Este processo pode (e deve) ser também acompanhado pelos mediadores , uma vez que são parte integrante deste conceito”. Este é um processo desenvolvido para sinistros com 2 viaturas sem danos corporais. Aqui gerem-se sinistros mais simples, que representam cerca de 90% dos sinistros totais. Em 2013, a Fidelidade pagou cerca de 8 milhões de euros de faturação às oficinas Help a car, o que correspondeu a perto de 11.000 reparações. De referir que o investimento neste projeto foi de 100 mil euros. Em termos de objetivos, “inicialmente queríamos ter um Help a Car por distrito, e isso já está cumprido”, sublinha Bruno Ferreira, que acrescenta: “Agora estamos a afinar o nosso modelo porque há distritos e concelhos onde, pela dimensão e número de sinistros, justifica-se termos mais do que um centro. Por exemplo, no distrito de Lisboa já temos três. O objetivo para este ano é inaugurar cinco Help a Car, sendo que o de Évora já está a funcionar e vamos ainda inaugurar centros em Santarém, Guimarães, Faro e Setúbal”. Mas continua a haver oportunidades para mais oficinas? “Vamos estar sempre atentos a necessidades específicas, mas o objetivo não é ter uma rede muito grande no Help a Car. Mantemos a funcionar, em paralelo, a nossa rede de oficinas parceiras, muitas delas há muitos anos, que seguem os mesmos critérios de qualidade”.
OPORTUNIDADE PARA AS OFICINAS Este conceito pode funcionar em qualquer oficina, sendo que os critérios são os de qualidade que a Fidelidade impõe aos seus parceiros. Na rede Help a Car existem, neste momento, oficinas “autorizadas” de marca, mas também oficinas independentes multimarca. “Qualquer Help a Car tem que estar habilitado a reparar um carro de qualquer marca, sem prejuízo de ser ou não, um reparador autorizado. A intenção é termos a capacidade de num único local podermos receber qualquer carro”, explica Bruno Ferreira. Por isso, “qualquer oficina que nos aborde para saber se pode fazer parte desta rede tem uma resposta. O que temos feito sempre é tentar perceber as condições e características de cada oficina e ver se
CONTACTOS FIDELIDADE RESP. PRESTADORES AUTO BRUNO MILITÃO FERREIRA TELEFONE 217 200 040 E-MAIL bruno.militao.ferreira@fidelidade.pt INTERNET www.fidelidade.pt
ENTREVISTA A RICARDO LOPES DIRETOR COORDENADOR DA CAETANO COLISÃO
se enquadram nos requisitos do conceito, nomeadamente em termos de localização”. Em relação às peças utilizadas nas reparações, há casos como o da Caetano Auto, onde previamente ficou acordado que seriam aplicadas peças originais, obtendo no entanto a seguradora a respetiva contrapartida comercial, garantindo-se desta forma que o prestador se mantém competitivo no preço. Existem, todavia, outros centros Help a Car onde são utilizadas nas reparações tanto peças de qualidade equivalente como originais. “O que efetivamente preconizamos é que as reparações sejam sempre efetuadas com as peças adequadas, tendo em vista a melhor qualidade do serviço bem como o melhor preço do mercado”, explica Bruno Ferreira. Quanto ao processo de angariar as oficinas para este projeto há sempre alguma desconfiança inicial mas “depois de apresentarmos o projeto e mostrarmos que este é um projeto ganhador para todos foi mais fácil e o facto de sermos líderes de mercado é uma vantagem. Estes projetos fazem também o caminho de mudar um pouco a mentalidade face ao que acontecia antes, das oficinas ao mediador e cliente final”.
Este novo serviço vem ainda ajudar a tornar mais próxima a relação entre oficinas e seguradoras que nem sempre foi fácil. “O processo entre seguradoras e oficinas não tem que ser necessariamente difícil pois não estamos em campos opostos. Podemos trabalhar em conjunto para uma solução em que quem ganha é o cliente. Tem sido esse o nosso foco”, explica Bruno Ferreira. Por isso, há dois pontos que estão a ser testados, sendo que um deles é uma tendência cada vez mais real: as teleperitagens, que servem para agilizar ainda mais o processo. “Temos dois grandes projetos que queremos associar ao Help a Car. Um deles tem a ver com poder fazerse uma peritagem remota, o que trará agilidade ao processo, permitindo que no tal período de 30 minutos tudo fique resolvido, incluindo a peritagem. Mas esse será um processo sempre validado remotamente pela empresa de peritagens do Grupo. O segundo projeto passa por criar horários diferenciados e estamos a avaliar com a rede essa possibilidade. Nos meios urbanos o fator tempo é determinante e queremos oferecer um serviço até horas mais tardias e ao sábado de manhã”.
O que representa esta parceria para a Caetano Auto? A Fidelidade é um dos nossos principais parceiros na área da colisão, tendo nós 25 centros multimarca no país inteiro, capazes de dar resposta à qualidade exigida pela Fidelidade. O peso das seguradoras sempre foi grande no negócio de uma oficina de colisão e hoje as parcerias são fundamentais. Este centro Help a Car abriu em 2012. Que balanço faz? É um projeto que quebra algumas barreiras no mercado e garante-nos uma aproximação à rede Fidelidade. Estamos diferenciados dentro da rede e esse é o principal benefício para nós. Sabemos que estes processos demoram a amadurecer mas, a prazo, confiamos que isso traduzir-se-á em retorno para o negócio. O crescimento verificado após a implementação deste conceito nesta unidade, na casa dos dois dígitos, é significativo, não obstante que tal não se deva exclusivamente a esse fator. Além disso, para nós é importante perceber que o feedback dos nossos clientes tem sido sempre muito positivo. Esta parceria, que já existe aqui em Sintra foi alargada também a Viana do Castelo e Santarém e estamos em abertura de mais três centros – Faro, Setúbal e Guimarães. A relação entre oficina e seguradora sai também reforçada? Vem ajudar e a prova de que a relação foi facilitada e melhorada ao longo dos anos é exatamente o aparecimento destes projetos. Há um caminho que foi percorrido, há um avanço na organização mútua na gestão de sinistros. Houve muito trabalho feito nas seguradoras, em prol do cliente, com uma redução drástica dos custos de reparação média para as seguradoras o que terá, julgo eu, contribuído para baixar também o custo dos prémios para os clientes. Estas relações, potencialmente tensas, tendem a ser facilitadas pela grande transparência por que nos pautamos na forma de estar nas parcerias. Estão disponíveis para colaborar num processo de teleperitagens? É interessante, acarreta uma responsabilidade grande para as duas partes e tem que basearse em muita confiança e transparência. Nós já o fazemos com outros parceiros, mas a Fidelidade tem tido uma estratégia diferente. É um caminho natural.
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Europ Assistance. Novo seguro de proteção mecânica A Europ Assistance acaba de lançar em Portugal um novo seguro de proteção mecânica. Comercializado apenas através do canal internet, as oficinas Bosch Car Service são o parceiro que esta empresa de assistência escolheu para avançar com este seguro. TEXTO PAULO HOMEM
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Europ Assistance, companhia de seguros de capital português, dedicase à assistência, sendo a assistência em viagem o seu negócio principal. A evolução da sua atividade (tal como outras empresas no mercado) deu-se ao nível do ramo de proteção jurídica, muito associada aos seguros de assistência, mas também nas perdas pecuniárias diversas, ramo em que se enquadram as garantias automóveis. Dessa forma, a Europ Assistance disponibiliza no mercado uma gama imensa de serviços, nomeadamente garantias, extensões de garantia, contratos de manutenção, entre outros, tendo como clientes principais as seguradoras, bancos, empresas de retalho automóvel, gestoras de frotas, entre outras. Sendo um empresa muito orientada para o B2B (negócio entre empresas), que tem também
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alguma componente B2C (entre empresa e particular), a Europ Assistance entrou agora também no C2C (negócio entre particulares), lançando o Seguro de Proteção Mecânica. “Avaliando o crescimento das vendas de automóveis entre particulares através da internet, detetamos uma oportunidade na qual poderiam ser comercializadas garantias entre particulares”, começa por explicar Nuno Sobral, Diretor Comercial da Europ Assistance, adiantando que “é uma forma de os particulares poderem oferecer uma garantia para o carro que estão a vender a outro particular”. Em termos de conceito, o Seguro de Proteção Mecânica é um seguro que garante as avarias mecânicas para automóveis usados, vendidos entre particulares, que já não beneficiam da garantia do fabricante ou do vendedor. É também uma forma de um particular, ao vender
o seu carro, o querer valorizar adicionando-lhe uma garantia mecânica. O particular pode subscrever este seguro por um período mínimo 3 meses, sendo extensível até 12 meses de garantia, pelo valor mensal de 9,91€ (impostos incluídos), sendo que parte do valor pode ser pago pelo comprador se quiser estender essa garantia pelo período remanescente até ao limite de 12 meses. A única forma de subscrição deste seguro é através de um website específico (no qual se encontram também todas as condições gerais), tendo ainda um suporte telefónico. PARCERIA Para dinamizar o Seguro de Proteção Mecânica, a Europ Assistance precisava de um parceiro oficinal, que no fundo pudesse garantir que o veículo que vai ser vendido pelo particular está em condições de usufruir de uma garantia.
ESTA PARCERIA COM A EUROPE ASSISTANCE VAI PERMITIR DINAMIZAR E TRAZER MAIS NEGÓCIO PARA OS ADERENTES DA BOSCH CAR SERVICE
CONTACTOS EUROP ASSISTANCE DIRETOR COMERCIAL NUNO SOBRAL TELEFONE 213 801 795 E-MAIL depgarantiasauto@eap.pt INTERNET www.europ-assistance.pt Raquel Marinho, da Bosch Car Service e Nuno Sobral, da Europ Assistance
Dessa forma, o parceiro oficinal escolhido para este seguro da Europ Assistance foi a Bosch Car Service. “Desafiamos a Bosch Car Service a entrar neste desafio, sendo uma parte fundamental de todo este projeto pela sua abrangência nacional e por prestar serviços para a multimarca”, esclarece Nuno Sobral. Será esta rede que vai garantir que o veículo está em condições técnicas, antes de ativar a garantia, isto no caso de o automóvel não ter feito a manutenção há menos de seis meses de acordo com as normas do fabricante. Assim que inicie o processo no website é lhe indicada uma oficina Bosch Car Service, para num determinado dia e a uma determinada hora o particular se dirigir com o veículo, que será submetido a uma vistoria, ficando depois aprovado ou não, para que o seguro de garantia seja ativado.
A vistoria técnica é feita segundo um check list previamente definido entre a Europ Assistance e a Bosch Car Service, tendo um custo definido (29,9 euros), mas existem limites mínimos para que um veículo possa ter um Seguro de Proteção Mecânica, como ser um veículo ligeiro até 3.000 cc ou 200 CV de potência, ter até 10 anos de idade ou 150.000km na contratação da garantia, ter no máximo 15 anos de idade para permanência na cobertura, ser um veículo com matrícula portuguesa e dispor de um seguro obrigatório de responsabilidade civil automóvel. Os componentes mecânicos cobertos por este seguro incidem especificamente no motor, caixa de velocidades, peças mecânicas, diferencial, turbo compressor (válido apenas para viaturas diesel), mão-de-obra, estando ainda incluída, como não podia deixar de ser, a assistência em viagem.
Do lado da Bosch Car Service, que já tem uma parceria com a Europe Assistance há vários anos, este novo projeto vai permitir dinamizar e trazer mais negócio para os aderentes. Não só as vistorias têm um valor definido, como é proposto ao cliente a reparação caso o mesmo não passe por algum motivo técnico nessa mesma vistoria. “Para além de termos uma rede bem distribuída geograficamente, o nosso serviço de apoio ao cliente acaba por fazer a diferença no âmbito desta parceria, na medida em que este serviço está centralizado, funcionando como um interlocutor único para toda a nossa rede, facilitando muito o agendamento das vistorias”, refere Raquel Marinho, Trade Marketeer da Bosch Car Service, explicando que “a Bosch não vai comercializar este produto de garantia, apenas irá intervir na sua área de competência, que é a componente técnica”.
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AXA Assistance. Rapidez na resposta A AXA Assistance disponibiliza o Serviço Móvel Urbano dentro dos serviços de assistência automóvel. A empresa desenvolveu ainda outros projetos internos, assegurando maior capacidade técnica.
TEXTO PAULO HOMEM
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s serviços de assistência na área automóvel são muito representativos dentro da AXA Assistance. O conceito é muito simples, passa por prestar assistência na estrada a qualquer veículo que tenha um problema que o impeça de prosseguir viagem. Através de um call-center a pessoa liga para a AXA Assistance que, de imediato, disponibiliza um meio adequado para prestar a assistência. O que está na génese deste serviço é a gestão de um conjunto de prestadores de serviços, que estão associados a este tipo de intervenção, garantido que um desses prestadores de serviço vai ao local para resolver o problema do
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cliente (seja particular, empresa ou marca de automóvel). ACORDOS Em teoria, qualquer prestador de serviços na área automóvel pode trabalhar com a AXA Assistance, embora a empresa tenha desenvolvido uma série de acordos preferenciais que qualificam esses mesmos prestadores, por forma a garantir não só as melhores condições de comerciais, mas também uma completa cobertura geográfica e o melhor serviço do mercado. Um dos principais prestadores de serviço são as empresas de reboques, sendo que muitas
delas não se limitam a apenas rebocar o carro, mas também a poder intervir mecanicamente no local (no caso de uma avaria menor). “Uma das competências fundamentais neste processo de assistência em viagem, quando o carro tem uma pane, passa por conseguirmos dar autonomia ao carro para que ele possa prosseguir viagem. Muitas vezes são coisas muito simples, como uma bateria ou um tubo, pelo que os nossos prestadores de serviços não têm apenas a valência de rebocar o carro mas têm também uma valência técnica”, refere Miguel Pinto, director da rede de prestadores e projectos na AXA Assistance. Com esta intervenção mecânica nos
automóveis, a AXA Assistance consegue garantir que o cliente prossegue viagem e fica, mais satisfeito, representando ainda uma custo menor nos serviços disponibilizados. SMU Como a prioridade passou a ser precisamente a resolução técnica do problema do automóvel no local, a AXA Assistance acabou por lançar o Serviço Móvel Urbano, ao qual está afeta uma equipa técnica e meios próprios (com carros de desempanagem) que está disponível na zona da grande Lisboa. “O serviço foi evoluindo ao ponto de atualmente só termos carros de desempanagem, que não fazem reboque”, afirma Miguel Pinto, dizendo que “o sucesso deste serviço tem sido enorme, sendo que a maioria das avarias são resolvidas já no local, tendo o cliente a possibilidade de prosseguir viagem”. Um dos processos que pode levar ao sucesso deste serviço, é a correta identificação e avaliação da avaria. É um processo que começa precisamente na chamada telefónica do cliente, seguindo-se um processo de triagem interna que permite identificar, com grande grau de certeza qual é o problema com o automóvel. “Em caso de avaria, utilizamos um sistema de triagem técnica, que no final dita se o veículo pode ser desempanado ou não no local”, explica Miguel Pinto. A partir daí, um técnico da AXA Assistance desloca-se ao local onde o automóvel está avariado, utilizando o equipamento necessário para resolver o problema, assegurando em
96% das vezes que o mesmo veículo fica em condições de circular novamente (só no serviço SMU). Ao abrigo deste Serviço Móvel Urbano, a AXA Assistance faz cerca de 10.000 intervenções por ano. Refira-se também como curiosidade, que do total dos veículos avariados em todo o país, com contrato com a empresa, a AXA Assistance assegura que 30% dos mesmos são desempanados no local (existe sempre uma grande percentagem de acidentados e de avarias graves que têm que ser sempre rebocados).
CONTACTOS AXA ASSISTANCE DIRETOR DA REDE DE PRESTADORES E PROJETOS
MIGUEL PINTO TELEFONE 213 102 402 E-MAIL webassist@ip-assistance.com INTERNET www.ip-assistance.pt
“Também formamos, treinamos e orientamos a nossa rede de prestadores de serviço a desenvolver essas competências e a implementar meios semelhantes aos que utilizamos no SMU, para prestar este mesmo tipo de serviço noutros locais do país”, refere Miguel Pinto. Aberturas de carros, furos nos pneus, trocas de combustível, troca de baterias (que podem vender e disponibilizar no momento da intervenção), fusíveis, entre outros, são algumas da competências técnicas que o SMU pode disponibilizar aos clientes, embora os problemas com os veículos estejam já muito tipificados pela AXA Assistance (por exemplo, 60% dos problemas nos veículos que assiste são de origem elétrica). Atualmente na AXA Assistance existe um departamento técnico (que decorre da experiência tida com o SMU), que resulta de uma evolução nas competências técnicas nesta área automóvel, que levou a empresa a intervir noutro tipo de serviços, como é o caso das extensões de garantia em que “estamos aptos a dialogar com as oficinas em relação à validação dos orçamentos” refere o responsável. Outra grande aposta da AXA Assistance passa pela venda do seguro de pneu, sendo que é o departamento técnico que faz a análise e peritagem sobre o estado do pneu seguro . Diga-se que este seguro de pneu é comercializado através de retalhistas de pneus, fabricantes ou por qualquer outra entidade que venda pneus, sendo um produto que se encontra em franco crescimento.
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Mapfre Warranty. Mais um negócio para a oficina A Mapfre Warranty comercializa o Motorpack, que tem por objetivo minimizar as perdas financeiras em caso de uma avaria inesperada do veículo. As oficinas podem também comercializar este produto. TEXTO PAULO HOMEM
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estinado ao cliente final, o European Motorpack pode ser comercializado também por um conjunto de mediadores, entre os quais as oficinas ou outras entidades que estejam relacionadas com o comércio e reparação automóvel. Este produto da Mapfre Warranty consiste em quatro seguros, que vão desde a extensão de garantia para veículos novos e garantia mecânica para veículos usados, passando por um seguro de pneus para veículos novos até ao veículo de substituição. “O Motorpack é um produto muito interessante para as oficinas, pois quem o comercializa é comissionado pela venda por valores muito interessantes, o que resulta em mais uma fonte de rendimento”, começa por explicar Jorge Fernandes, Diretor Comercial da Mapfre Warranty, acrescentando que “apenas as oficinas com as quais existe uma relação de confiança poderão comercializar este produto”. Um destes quatro seguros (garantia mecânica para veículos usados) está muito orientado para a cobertura do risco económico causado por problemas mecânicos que um determinado veículo possa vir a ter após o seu cliente o subscrever. Neste produto, existe um primeiro escalão (para veículos com menos de 130.000 kms a gasolina ou 150.000 kms a diesel e menos de 7 anos à data de venda) que permite uma cobertura à maioria dos componentes que integram o motor, turbo compressor, caixa de velocidades manual e automática, caixa de transferências, diferencial, sistema de arrefecimento, transmissão, suspensão, sistema de alimentação, instrumentos de bordo, sistema de travagem, embraiagem, sistema de direção e climatização. Num segundo escalão (para veículos com menos de 200.000 kms a gasolina ou 230.000 kms a diesel e menos de 10 anos à data de venda) mantêm-se praticamente os órgãos
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mecânicos cobertos, embora o número de componentes seja menor. Num terceiro escalão (para veículos com menos de 250.000 kms a gasolina ou a diesel e menos de 14 anos à data de venda), apenas o motor, a caixa de velocidades manual e o diferencial, apenas em alguns componentes, são alvo de cobertura por esta garantia mecânica. “Este produto tem a facilidade de poder ser pago trimestral, semestral ou anualmente, mas o encargo estará em média entre os 300 e os 400 euros/ano, já incluindo a comissão da oficina”, revela Jorge Fernandes, acrescentando que “uma oficina que tenha um rececionista minimamente proativo poderá tirar muito proveito deste produto”. Por cada anuidade do contrato, que pode ser de 12, 24 ou 26 meses, a Mapfre garante um limite de cobertura de 3.500 euros (com IVA incluído). Existe ainda uma franquia nas peças de 20%, mas a mão-de-obra é suportada na totalidade pela Mapfre. Se a extensão de garantia para veículos novos é um seguro muito formatado para quem vende veículos novos, também acontece o mesmo para o seguro de pneus, que apenas pode ser acionado no momento da aquisição da viatura como novo. Este seguro não funciona para pneus novos que tenham sido substituídos num carro usado. Também interessante para as oficinas poderá ser o seguro viatura de substituição. Nesta cobertura de veículo de substituição (nos casos em que o segurado se vê privado do uso
O MOTORPACK É UM PRODUTO DA MAPFRE WARRANTY QUE É COMERCIALIZADO PELA REDE DE MEDIADORES, ENTRE OS QUAIS SE ENCONTRAM OFICINAS
CONTACTOS MAPFRE WARRANTY DIRETOR COMERCIAL JORGE FERNANDES TELEFONE 213 231 410 E-MAIL garantia.comercial@mapfre.com INTERNET www.mapfre-warranty.pt/
do seu veículo por acidente ou avaria) é-lhe fornecido um outro veículo de substituição com cilindrada até 1.200 cc. Diga-se que o Motorpack é um produto que já existe há seis anos, que a Mapfre Warranty vai continuar a comercializar e a dinamizar através das sua rede de mediadores, entre os quais se incluem oficinas selecionadas pela própria empresa. OUTROS ACORDOS E PRODUTOS Na área automotive da Mapfre Warranty existe ainda um acordo estabelecido há mais de 8 anos com a rede Bosch Car Service, no qual “encaminhamos os nossos clientes (que tenham produtos de garantia) para essa rede, embora seja apenas uma recomendação e não uma exclusividade, já que o cliente pode levar o carro onde lhe for mais conveniente”, refere Jorge Fernandes, dizendo que “também trabalhamos com muitas outras oficinas independentes. Também ao abrigo da assistência em viagem que muitos destes seguros incluem, temos uma grande panóplia de prestadores de serviços em vários setores de atividade”. Outro produto que a empresa comercializa, sendo um dos mais importantes no portfólio da mesma na área automotive, é o produto de Garantia B2B, dirigido aos profissionais de venda de automóveis, trabalhando a Mapfre Warranty com diversas marcas de automóveis, grupos de retalho automóvel e comerciantes de automóveis usados. Trata-se de um produto que poderá ser também comercializado pelo pós-venda das marcas no sentido de prolongar a garantia do automóvel. Nas garantias de usados, o ex-libris da Mapfre Warranty são os 3 níveis de cobertura Red, Green e Blue. “De alguma forma estes produtos são também interessantes para as oficinas, pois permitem fidelizar o cliente no âmbito das revisões que têm que fazer ao abrigo da garantia”, conclui Jorge Fernandes.
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Liberty Seguros. Negócios à vista Aumentar o volume de vendas é o desejo de qualquer oficina independente ou rede de oficinas. Paulo Duarte Ferreira, responsável pela gestão de fornecedores da Liberty, explica de que forma os Centros Liberty Auto contribuem para rentabilizar o negócio dos operadores de colisão, manutenção e pintura. TEXTO ANDRÉ BETTENCOURT RODRIGUES
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relação entre as oficinas e as seguradoras nem sempre foi fácil, mas há quem diga que está a mudar. Paulo Duarte Ferreira, responsável pela gestão de fornecedores da Liberty, explica que as aplicações como o Audatex, o Eurotax e a GT Estimate, utilizadas não só pelas oficinas,
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mas também pelas empresas de leasing, vieram facilitar a orçamentação: “Têm agora uma referência e um preço, bem como as horas do fabricante para substituição ou reparação daquela peça. O diálogo que existe está assim reduzido a dois técnicos — o orçamentista e o perito, que terão de chegar a um acordo”.
OUTROS TEMPOS Paulo Duarte Ferreira refere que as oficinas olham hoje para as seguradoras como uma forma de potenciar o negócio, referindo as vantagens de se tornarem num Centro Liberty Auto (CLA) — espaços que concentram numa única estrutura os serviços de participação,
estes agentes oficinas independentes ou redes de oficinas? “Temos as duas situações. Antigamente havia mais a questão da oficina ser representante de uma marca e não tinha multimarcas, mas hoje quase todas as oficinas que possam ser representantes de uma marca fazem também multimarca. Nós trabalhamos com vários grupos, como a Auto Industrial, a MCoutinho e a sucursal Citroën, mas também com várias oficinas independentes. No entanto, procuramos que os nossos parceiros sejam sempre, por norma, representantes de mais do que uma marca de forma a que o leque seja o mais abrangente possível a nível de viaturas sinistradas. PARCERIA Ao contrário de outros modelos de negócio, tornar-se num CLA não implica o pagamento de um valor mensal ou custos com a sinalética e exploração da imagem da Liberty: “É uma relação de parceria em que ambas as partes ganham. Nós damos encaminhamento e volume de negócio à oficina e esta dá-nos contrapartidas por isso. É necessário que a oficina nos mereça confiança e credibilidade porque nós só emprestamos a nossa marca a parceiros que se alinhem connosco nestas características”. Existem, no entanto, outras prioridades: “Embora o cliente tenha direito a uma viatura de substituição que é fornecida pela oficina nas suas instalações, a reparação é para nós uma prioridade fundamental. É importante que o cliente deixe o carro sabendo que este vai estar reparado ao fim de três/ quatro dias, que é o tempo médio de uma reparação. Ter um serviço de reboque gratuito é igualmente importante”. Investir na relação com as seguradoras é uma
peritagem e reparação associados a um sinistro automóvel, poupando tempo e reduzindo os processos burocráticos. Em 30 minutos, o cliente percorre todos os trâmites de um sinistro automóvel, com a seguradora a responsabilizar-se ainda pela cedência de um veículo de substituição, independentemente do tipo de cobertura: “Infelizmente, devido à crise instalada, a manutenção tem ficado para trás e também a própria colisão. Se forem danos que não afetem a segurança do carro, as pessoas deixam andar”, indica Paulo Duarte Ferreira. “Começam a ver-se cada vez mais carros com batidas e riscos, e cada vez mais são as seguradoras que vão enchendo os centros de colisão das oficinas. “Neste momento, mais de 85 por cento de reparações feitas em oficinas são carros enviados pelas seguradoras através do seguro obrigatório que têm”. Iniciado em Março de 2008, em Lisboa, o conceito CLA conta hoje com 17 centros e prepara-se para abrir o 18º em Setúbal. O crescimento prova a recetividade do mercado perante serviços de comodidade que concentram tudo numa área, mas serão
CONTACTOS LIBERTY SEGUROS RESP. GESTÃO FORNECEDORES: PAULO D. FERREIRA RESP. CLA: BERNARDO MÁRQUEZ E-MAIL paulo-david.ferreira@libertyseguros.pt E-MAIL: bernardo.marquez@libertyseguros.pt INTERNET www.libertyseguros.pt
boa forma de aumentar o volume de negócio da oficina, sobretudo porque é uma forma de garantir serviço. Mas não é fácil conseguir um acordo se tiver parceiros exigentes como a Liberty. Paulo Duarte Ferreira explica que as oficinas que fazem parte dos CLA pertenciam anteriormente ao que a empresa designa por ROR (rede de oficinas recomendadas). “As ROR abrangem um leque onde verificámos que havia necessidade de existirem oficinas devido a uma elevada sinistralidade. Podemos ter muitas apólices numa determinada zona ou localidade, mas o que nos interessa é a sinistralidade. É o que vai dar o volume de negócio a essa oficina. Neste caso, fomos buscar aquelas oficinas das zonas onde tínhamos mais sinistralidade e além delas serem já ROR tornaram-se também num CLA”. Por aqui se percebe que o conceito CLA não pretende acabar com o negócio de ninguém e daí o cuidado na localização de cada centro. Mas para atingir este estatuto necessita obrigatoriamente de representar as três áreas de serviço: manutenção, colisão e pintura.
Os centros CLA iniciaram-se a 27 Março de 2008, com a abertura do primeiro espaço, em Lisboa. Em 2014, a Liberty prepara-se para inaugurar, em Setúbal, o 18º centro
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Mercedes Classe V. Transporte de luxo Se precisa de transportar funcionários, clientes ou mesmo a família este é o transporte que todos vão querer. Conforto, luxo e um motor à altura. Bem-vindos a bordo. TEXTO CLÁUDIO DELICADO
FOTOS JOSÉ BISPO
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ste mês trazemos-lhe uma proposta diferente. Porque apesar de grande parte do trabalho se fazer com furgões e pequenos comerciais, há empresas que têm necessidade de transportar funcionários ou clientes. Até porque a Classe V é também vendida pela divisão de comerciais da Mercedes. Por isso, temos uma proposta de luxo que vai impressionar qualquer passageiro, mas o condutor também não tem razões de queixa, porque esta nova Classe V é muito fácil e agradável de conduzir. É o primeiro modelo que nasceu, garante a marca, como monovolume e não como uma derivação de um furgão para
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passageiros. Substitui o Viano e lá mais para o final do ano chega a nova geração Vito. Para tentar distanciar o Classe V de um furgão a Mercedes dotou-o das tecnologias mais recentes, muitas delas presentes nos mais luxuosos modelos da marca, materiais de elevada qualidade, boa montagem e um tablier muito parecido com o do Classe C. Até o design se distancia dos furgões e aproxima-se da gama de ligeiros. Na verdade, temos todos os luxos à disposição e para quem está habituado a conduzir furgões, vai notar a diferença. São dois os motores disponíveis: 220 CDI, com 163 CV e 250 BlueTEC, com 190 CV
FICHA TÉCNICA MERCEDES CLASSE V250 BLUETEC DIMENSÕES: C/L/A: 5,14/1,92/1,88 M MOTOR: 2143 CC BLUETEC 190 CV ÀS 3800 RPM BINÁRIO: 440 NM ENTRE AS 1400 E AS 2400 RPM CONSUMO: 6 L/100 KM / 157 G/KM DE CO2 VEL. MÁX.: 206 KM/H
(a partir de 2015 com versão 4Matic). Este último substitui o anterior 3.0 V6 Diesel (224 CV) que estava presente no Viano, reduzindo ligeiramente a potência mas com uma poupança de 2,4 l/100 km de
Noexterior, estão disponíveis jantes de 16 a 19 polegadas e no interior espaço e conforto não faltam. Este motor 250 BlueTEC conta também com Adblue (foto da direita), para ajudar a reduzir as emissões
combustível gasto (o novo motor promete um consumo médio de 6l/100 km e 157 g/ km de CO2). A promessa é forte, mas na realidade nunca conseguimos atingir esse consumo, sendo mais seguro contar com valores ligeiramente acima dos 7 l/100 km, valor que tem tendência a subir quando levamos lotação completa. Muito equilibrado, ao volante parece, de facto um monovolume, com um comportamento dinâmico que não merece crítica para um carro deste tamanho e massa, conseguindo mesmo uma aerodinâmica assinalável, com 0,31 Cx. A suspensão passa a contar com eixo multilink com barra estabilizadora atrás, que torna a condução mais ágil. Para melhorar esta faceta, está ainda disponível o Agility Control, como opcional que permite ajustar o amortecimento da suspensão e também o comportamento da caixa, sendo possível escolher entre o modo económico, em que a desmultiplicação da caixa automática se faz muito cedo, tentando baixar ao máximo o consumo. Temos depois o confort e o sport, que puxa por todas as capacidades do motor 250 CDI BlueTEC, com 190 CV. A caixa 7G-Tronic está muito bem adaptada (de série no 250 BlueTEC) a ter que movimentar esta massa de automóvel (2075 kg) e parece-nos a melhor opção estando, no entanto, disponíveis versões com caixa manual de seis velocidades para a versão 220 CDI. Um dos pontos que afeta o conforto é o ruído e a Mercedes fez um excelente trabalho de insonorização mesmo a velocidades mais altas. A única coisa que perturba o conforto acústico é o ruído do motor, demasiado audível quando se puxa mais por ele. Curioso que mesmo a velocidades altas também a estabilidade, mesmo com vento forte, é de bom nível já que está disponível o Crosswind Assist (assistente de vento cruzado), que estabiliza a Classe V quando há ventos laterais fortes e com rajadas. E não podemos deixar de destacar o facto do Classe V ter sistema de estacionamento automático. O condutor só controla os pedais, que o
sistema faz o resto. E funciona, mesmo num carro com 5,14 metros de comprimento. Mas a verdade é que os melhores lugares são mesmo os traseiros, onde é possível viajar de forma muito confortável, com todos os luxos, privacidade e tecnologia. A versão base vem com sete lugares (2+2+3), mas há várias configurações possíveis consoante as necessidades (no máximo pode ter oito lugares - 2+3+3) e todos os bancos são sempre individuais contando, de série, com uma mesa central flexível para dar apoio aos passageiros da segunda fila. As portas podem ser elétricas para maior conforto (como era o caso desta unidade). Destaque ainda para o sistema de calhas com fixação simples para a segunda e terceira filas de bancos que permite jogar com o muito espaço disponível, ora para beneficiar a segunda ou terceira filas ou aumentar a capacidade da bagageira. Os bancos podem ser colocados em qualquer posição ao longo destes carris (que tem uma longitude de 1,8 metros) e os dois da segunda fila podem rodar 180 graus para ficarem virados para os passageiros da terceira fila. A inclinação das costas pode também ser alterada individualmente. Os bancos podem ser retirados do interior, uma operação pouco apetecível pelo peso de cada banco. O portão da bagageira é uma peça única com 119 centímetros de altura e 125 centímetros de largura. É pesado mas para ajudar é possível escolher a versão elétrica, em que basta carregar no botão junto à matrícula ou na chave. Para ajudar, em especial em sítios mais apertados, é possível abrir apenas o óculo da bagageira para aceder ao interior, que é dividido por um “balcão” que permite guardar objetos mais leves na zona superior, podendo suportar cargas até 50 quilos. Vamos a preços: esta Classe V, com o nível de equipamento Avantgarde (com um bom recheio) tem um preço de 62.400 euros. Depois, é preciso ir somando os extras na calculadora e a lista é grande, para que seja personalizado ao gosto e necessidade de cada um.
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ILLUSTRATION: ANITA KAPOOR
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Mini. O que torna os novos turbos tão especiais? A resposta parece simples: alumínio. Mas para construir um turbocompressor integralmente neste material a Continental teve que ultrapassar vários desafios.
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nova geração do Mini estreia as mecânicas de três cilindros desenvolvidas pela BMW com 1,5 litros. Estas mecânicas supõem um grande avanço no rendimento e também nos consumos, mas para conseguir que estes motores de desenho modular alcancem os compromissos de eficiência e prestações exigidos, foram muitas as inovações implementadas. Uma delas foi o turbocompressor desenvolvido pela Continental, o primeiro da sua classe que consegue oferecer um ponto de inflexão nos sistemas de sobrealimentação. A Continental, apesar de não ter uma história longa nos turbocompressores, soube posicionar-se rapidamente entre os principais fabricantes. O seu papel como fornecedor da Mini é de grande importância, já que a Continental se converteu no primeiro fabricante a levar à produção um
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turbocompressor fabricado integralmente em alumínio. E isto não é nada fácil já que este elemento tem todos os ingredientes para evitar o uso de qualquer material que não resista a temperaturas muito elevadas (entre 800 e 1000 ºC) e uma elevada resistência ao esforço devido às suas condições de funcionamento. Mas a Continental conseguiu um bom resultado no desenvolvimento de um turbocompressor de alumínio, que no seu interior conta com um sistema de tubagens que permitem conectarse com o sistema de refrigeração de água do motor. A redução de temperatura traz vantagens ao eliminar focos de calor que comprometem o funcionamento de outros sistemas como o catalisador ou o filtro de partículas. Tal como acontece na competição, a refrigeração dos turbocompressores
responde às necessidades de reduzir peso ao usar materiais mais leves, ao mesmo tempo que permite garantir condições de funcionamento menos agressivas. O turbocompressor da Continental forma um único corpo com o coletor de escape, que também passa a ser refrigerado. Esta peça única contém tubagens internas que arrefecem o coletor e a turbina de gases de escape, conseguindo que a temperatura máxima não vá além dos 350 °C no interior e 120 °C no exterior do corpo. Recorrendo ao uso do alumínio para a construção do turbocompressor, a poupança de peso atinge 30% face a um turbocompressor de características idênticas, mas construído em aço. Graças a isso, os Mini equipados com motor 1.5 de três cilindros turbo conseguem uma redução de peso de 1,2 quilos.
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Ensaio de longa duração. Avaliação positiva Antes da revisão dos 45 mil quilómetros percorridos, o Clio Sport Tourer voltou a Coimbra para repetir alguns testes onde demonstrou estar em forma.
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ara além da análise diária que as diferentes pessoas envolvidas fazem, há um conjunto de dados recolhidos a bordo em tempo real por um sistema de aquisição de dados que nos ajudam a caraterizar a condução de cada um dos condutores e tipificar com rigor eventuais problemas. Além de alguns ruídos, especialmente na zona da mala onde existem já algumas mazelas, não há registo de outras anomalias, à exceção do regresso do ruído da caixa de velocidades quando reduzimos de 6ª para 5ª velocidade.
EM FORMA Entretanto o Clio Sport Tourer esteve novamente em Coimbra onde a ADAI repetiu os testes de conforto acústico avaliando o ruído e a influência das vibrações no bemestar a bordo.
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Uma vez que as condições climatéricas podem influenciar os resultados tentámos que essas condições não se alterassem muito nomeadamente a velocidade do vento. Para medir a pressão acústica no interior do habitáculo foi usado novamente um simulador cabeça/torso da Bruel, instalado no lugar do passageiro da frente onde captou o ruído através de microfones localizados na zona correspondente à entrada do canal auditivo a fim de reproduzir melhor todo o ruído ao redor do passageiro. O sinal captado por cada um dos microfones foi depois condicionado por um amplificador e convertido para formato digital (24 bits a 48 KHz) para, em seguida, ser gravado no disco do computador utilizando o software de gravação e edição de audio. Entretanto, para registar o sinal
correspondente à vibração foi utilizado um medidor específico e um acelerómetro triaxial instalado no banco traseiro. Como da primeira vez, a equipa da ADAI optou por realizar a aquisição dos dados em modo de gravação contínua, durante todo o ensaio, tendo sido assinalado o início de cada teste. Estes tiveram uma duração nominal de 30 segundos. Inicialmente, com o veículo ainda parado, foi dado início simultâneo à gravação áudio e de vibração, para maior facilidade de sincronização durante a fase correspondente ao processamento dos dados. A medição do ruído do motor foi feita a diferentes rotações por minuto, atuando no pedal do acelerador até se obter um regime de rotações fixo e estável durante a duração de cada teste. De seguida, com o veículo em andamento e seguindo a mesma metodologia de sinalização do início de cada teste, foram realizados vários testes em condições estáveis de velocidade, rotação do motor e qualidade do piso. O percurso e os locais de medição foram os mesmos utilizados durante os dois ensaios. Uma vez terminado o ensaio procedeu-se então ao processamento dos dados recolhidos através de uma segmentação da gravação áudio para termos uma análise ainda mais fina dos resultados. Em relação ao primeiro ensaio a diferença de ruído em toda a gama de rotações é sempre inferior a 2 dB. Quanto às vibrações em andamento, os valores médios de vibração obtidos nos dois ensaios foram iguais a 0,47 m.s-2. Os valores do desvio padrão correspondentes às leituras efetuadas durante o primeiro e o segundo ensaio foram, respetivamente, de 0,08m.s-2 e de 0,09 m.s-2. Todos os níveis de vibração relativos aos ensaios efetuados em estrada de asfalto, encontram-se contidos numa faixa entre 0,33 m.s-2 e 0,67 m.s-2. Donde se conclui que em relação às vibrações, não foi possível identificar uma tendência de variação com a velocidade, ou mesmo que esta esteja associada a uma degradação significativa do sistema de suspensão e amortecimento do Renault Clio Sport Tourer 1.5 DCi de 90 CV.
5 RADAR
Fornecedores. Os 50 maiores da Europa O Automotive News faz todos os anos o ranking dos principais fornecedores de todo o mundo. Entre eles está a lista dos 50 mais importantes no mercado europeu. A Bosch mantém o primeiro lugar. TEXTO CLÁUDIO DELICADO
O
s fornecedores globais estão totalmente focados em desenvolver tecnologia que responda às necessidades de cortar o peso dos carros, conectá-los à Internet e aumentar a quilometragem entre manutenções. A Ásia continua a ser um mercado em expansão, o mercado norte-americano está mais forte e o pior cenário, no momento, continua a ser na Europa. Mostramos-lhe a lista dos principais fornecedores no Velho Continente, onde os grandes são cada vez maiores. Quando falamos de alta tecnologia aplicada, por exemplo, a turbos, airbags ou transmissões, os construtores automóveis
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TURBO OFICINA
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AGOSTO 2014
preferem os grandes fornecedores e quanto maiores, melhor. Basta ver quem são os que têm maior volume de negócio no ranking fornecido pelo Automotive News, referente aos dados de 2013. Mas há uma área do automóvel que (ainda) contraria esta tendência, a dos acabamentos interiores. É um segmento altamente fragmentado, em especial porque os construtores automóveis resistem a encomendar um interior completo a um mesmo fornecedor. Isso faz com que fornecedores mais pequenos lutem ao cêntimo por fornecer, por exemplo, o portaluvas a um determinado modelo de uma
marca. Mas este segmento está a organizarse e é aqui que possivelmente vamos ver grandes alterações nos próximos anos, com grandes grupos a subirem consideravelmente no ranking. Basta dizer, por exemplo, que está formada uma joint-venture entre a Yanfeng e a Johnson Controls, a Faurecia está a apostar forte neste segmento e o Grupo IAC, depois da aquisição de outras 16 pequenas empresas do setor, também está na corrida. Por isso, não será de estranhar que continuem as aquisições dos grandes fornecedores a outros mais pequenos e que face às disparidades não vão conseguir aguentar a pressão.
TOP 50 FORNECEDORES EUROPEUS DE PRIMEIRO EQUIPAMENTO EM 2013
Mas a revolução está também a acontecer nos fornecedores mais ligados às tecnologias da condução semiautónoma e autónoma. Hoje já é comum, mesmo em modelos de gama mais baixa, ver a generalização de sistemas de alerta de colisão, de ângulo morto, de mudança involuntária de faixa, cruise control ativo, estacionamento automático. E quem ganha com isto são os mega-fornecedores com uma forte capacidade de investimento, como a Bosch, a TRW, a Denso, a Continental ou a Delphi, qualquer um deles na lista dos fornecedores de topo do ranking que lhe apresentamos e todos eles com uma forte aposta no desenvolvimento de câmaras, radares e sensores.
Total vendas na Europa 2013 (em milhões de dólares)
Ranking Europa 2013
Ranking Global 2013
1
1
Robert Bosch GmbH
21,297 e
2
4
Continental AG
16,415 fe
3
3
Magna International Inc.
4
7
5
9
6
Total vendas na Europa 2012 (em milhões de dólares)
Ranking Europa 2012
Ranking Global 2012
19,129 e
1
1
16,400 fe
2
3
14,094
12,171
4
4
Faurecia
12,933
12,600
3
7
ZF Friedrichshafen AG
11,852 f
10,929 f
5
9
8
Johnson Controls Inc.
9,845 f
10,582 fe
6
6
7
16
BASF SE
7,164
7,637
7
14
8
14
Valeo SA
6,833 e
6,536 e
8
15
9
11
TRW Automotive Holdings Corp .
6,620 e
6,010
10
13
10
10
l ear Corp.
6,169
5,098
11
11
11
13
Delp hi Automotive
6,051 e
6,011
9
12
12
28
Magneti Marelli SpA
4,911 f
4,583 f
13
31
13
27
Gestamp Automocion SA
4,755
4,939
12
25
14
24
Schaelfler AG
4,572 e
4,288 e
19
21
15
26
Benteler Automobiltechnik GmbH
4,323 e
4,433 e
14
24
16
2
Denso Corp.
4,212 fe
3,762 fe
16
2
17
22
Mahle GmbH
3,998 f
2,762 f
21
30
18
32
BorgWarner Inc.
3,570
3,592
17
29
19
36
HELLA KGaA Hueck & Co.
3,551 fe
3,773 f
15
33
20
38
Brose Fahneugteile GmbH
3,429
3,351
18
39
21
53
Dnexlmaier Group
3,264 e
2,559 e
25
64
22
37
Plastic Omnium Co.
3,064
2,625
24
40
23
30
GKN
2,926
2,446
27
34
24
19
Aatoliv Inc.
2,905
2,645
23
22
25
6
Hyundai Mobis
2,640 f
2,391 f
28
8
26
40
Samvardhana Matherson Group
2,592 f
1,482 f
-
-
27
55
Eberspaecher Gruppe GmbH
2,561 e
2,4 71 e
26
55
28
59
KSPG AG
2,353 e
1,705 e
38
79
29
56
LeoniAG
2,300 fe
2,254 fe
29
54
30
31
Visteon Corp.
2, 232
2,195
30
32
31
5
Aisin Seiki Co.
2, 224 fe
2,858 f e
20
5
32
42
lAC Group
2,184
2,021
33
45
33
61
Honeywell
2,059
1,973
34
60
Empresa
34
50
Federal-MogulCorp.
2,058 e
2,107 e
31
50
35
57
Grupo Antolin
2,030
2,031 f e
32
56
36
34
Dana Holding Corp .
1,963
1,806
36
26
37
58
Webasto SE
1,548 f
1,508 f
39
61
38
17
JTEKT Corp.
1,476 f
1,371 f
42
18
39
93
Georg Fischer Aut omotive AG
1,406
1,177
50
-
40
48
Nemak
1,405
1,132
-
52
41
52
Goodyear Tire & Rubber Co.
1,400 e
1,720 e
37
50
42
72
leopold Kostal GmbH
1,396
1,341
44
81
43
63
Tl Aut omotive
1,312 e
1,200 e
47
63
44
44
Takata C orp.
1,307 f
1,405 f
41
44
45
81
TrelleborgVibracoustic
1, 298 e
1,200 e
47
87
46
25
Cummins Inc.
1, 264
1,354 e
43
20
47
75
CIE Automotive SA
1,147
1,117
-
83
48
78
lnfineon Technologies AG
1,133 e
1,063 e
-
78
49
67
Cooper-Standard Aut omotive
1,082 fe
1,008 fe
50
65
Bayer Materi a iScience AG
1,069 e
1,191 e
-
69
49
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e - estimativa; f - ano fiscal; fe - estimativa no ano fiscal
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TURBO OFICINA
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radar
Espogama / GT Motive. Ser independente não significa estar só A Espogama é um importante e dinâmico distribuidor de peças automóveis, que opera na região do Litoral Norte e Alto Minho, que tem dinamizado uma série de iniciativas no aftermarket. Recentemente apresentou um projeto de apoio às oficinas, designado por “Espoescudo”. TEXTO PAULO HOMEM
A
Espogama continua a ser uma referência no retalho de peças de automóveis em Portugal. A empresa percebeu há muito tempo que a única forma de continuar a crescer e evoluir no futuro é dar às oficinas suas clientes um conjunto de ferramentas que lhe permita também a elas modernizarem e adaptarem-se aos tempos atuais e futuros. Para além das suas instalações estarem adaptadas à atividade que desempenha, com um espaço de armazém com mais de 500 m2 (e de possuir uma logística moderna, com distribuição própria com rotas semanais definidas, mas também recorrendo aos transportadores logísticos para efetuar as entregas das peças ao seus clientes), a Espogama sempre primou pela diferenciação. Por exemplo, em termos tecnológicos, a empresa desenvolveu uma base de dados com as informações das peças de aftermarket que comercializa e respetivas compatibilidades com as peças OEM, que permite facilitar a consulta e compra das peças e componentes
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TURBO OFICINA
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auto através de uma plataforma de comércio eletrónico, garantindo entregas para todo o país. APOIO ÀS OFICINAS No início de 2014, a Espogama apresentou aos seus clientes o projeto “Espoescudo”. O conceito principal deste projeto é “desenvolver para continuar”. O “Espoescudo” é um projeto de apoio ao desenvolvimento das empresas de reparação automóvel que visa dotar as oficinas de ferramentas tecnológicas fundamentais de forma a incentivar a modernização das mesmas. Com um objetivo em mente, que se pode traduzir pela expressão “ser independente não significa estar só”, a Espogama considera que, face ao crescimento das redes de oficinas e o aparecimento de grandes grupos no retalho de peças, o objetivo principal deste projeto consiste em criar parceiros sólidos e reais em que as oficinas, embora independentes, criem sinergias para concorrerem com players organizados e de grande dimensão.
Exemplo das sinergias que resultam deste tipo de parcerias foi a assinatura de um acordo com a empresa GT Motive, que é uma companhia dedicada ao desenvolvimento de soluções de gestão de sinistros, manutenções e avarias para o setor automóvel. As suas soluções proporcionam a tecnologia que permite obter os melhores resultados e restabelecer a normalidade no dia-a-dia depois de um acidente ou de uma avaria no veículo. As soluções da GT Motive permitem de forma simples e inovadora, modular e configurar os processos de gestão adaptando-os às necessidades específicas de cada um dos seus clientes. Trata-se de uma ferramenta de orçamentação com uma das melhores bases de dados de peças no setor das ferramentas de orçamentação a operar em Portugal, que permite às oficinas elaborar orçamentos de colisão (chapa e pintura), mecânica, manutenção e eletromecânica. A mais valia que a GT Motive consegue trazer para este projeto é a possibilidade que a
empresa oferece de simplificar e melhorar as trocas de informação utilizando plataformas colaborativas na nuvem, que ligam todos os atores do processo, gerando eficiência, qualidade e poupança. É exatamente este módulo que permite a comunicação entre a oficina independente e a Espogama. Trabalhando desta forma, consegue-se ainda, acautelar erros de identificação de peças, o que evita transtornos minimizando as sempre indesejáveis devoluções para a oficina e para a Espogama. Hoje em dia já não basta à oficina ter as portas abertas para atrair clientes, é fundamental que disponham de ferramentas que permitam “segurar” o cliente no momento. A receção é o local mais importante da oficina pois é a base de comunicação com o cliente. É necessário transformar todas as necessidades do cliente em negócios concretizáveis para as oficinas. Para que existam negócios é necessário o acordo sobre o serviço e o custo do mesmo e, por essa razão, torna-se vital para as oficinas deterem uma ferramenta de orçamentação, que no caso é o GT Estimate. Este projeto encontra-se a ser dinamizado no terreno pela gerente da Espogama, Carminda Catarino e pelo Sales Account Norte da GT Motive, Paulo Teixeira. Neste sentido, o projeto já avançou com algumas oficinas e recentemente foi PUBLICIDADE
administrada uma formação no CEPRA – Porto com diversas oficinas (7 DCAR, Irmãos Dourado, Lima & Lima, Oficina Auto – Carlos Alberto e A. Ferreira, Rui Faria Auto, Litopintura, Auto Chapinhas, Culizende – Reparação Auto, Auto SM Furtado, CA Fonseca), levada a cabo pelo coordenador da GT Motive Portugal, Júlio Arnaut. Esta formação consistiu na utilização da ferramenta GT Estimate e respetiva comunicação entre as oficinas e a Espogama. Também foi dado enfoque à importância das oficinas em adotarem o conceito de receção ativa utilizando para tal a ferramenta – GT Estimate.
CONTACTOS ESPOGAMA GERENTE CARMINDA CATARINO TELEFONE 253 965 895 E-MAIL compras@espogama.pt INTERNET www.espogama.pt GT MOTIVE COORDENADOR PORTUGAL JÚLIO ARNAUT TELEFONE 217 230 734 E-MAIL julio.arnaut@gtmotive.pt INTERNET www.gtmotive.com
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PARCERIA
REPARAÇÃO
Alumínio. Porque é reparado de forma diferente? O alumínio é o segundo material metálico mais usado na indústria automóvel e a cada dia vai ganhando terreno ao aço. Já são muitos os modelos de veículos que incorporam alguns dos seus painéis exteriores em alumínio e já não é assim tão raro surgirem alguns com a carroçaria fabricada integralmente neste material, que precisa de um tratamento especial na oficina.
TEXTO JUAN SALVADOR MONTES HERNANDÉZ
O
lhando para os 50 modelos mais vendidos chega-se à conclusão que, aproximadamente, por cada 20 painéis de aço a reparar um é de alumínio. O profissional da oficina, habituado à reparação dos painéis de aço, no momento de reparar um painel de alumínio, é inevitável que se pergunte… Porque se repara de forma diferente? A resposta encontramo-la nas características
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TURBO OFICINA
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e propriedades do alumínio e as suas ligas que, em alguns casos, são muito distintas das de aço. Daí que o comportamento deste material face aos diversos tratamentos mecânicos, térmicos e termomecânicos que se aplicam nos processos de reparação seja diferente. O chapista deve conhecer as propriedades deste material e as suas diferenças em relação ao aço, para adaptar as técnicas de reparação do aço, que já conhece, ao alumínio. MAIS LEVE O alumínio é um material muito leve, pesa três vezes menos que o aço, o que contribui
para reduzir o peso do veículo, melhorar o consumo de energia e aumentar a capacidade de carga. Esta característica não influencia tanto na reparação como no benefício na produção. FORTE CONTRA A CORROSÃO Paradoxalmente, o alumínio em contacto com o oxigénio do ar oxida antes do aço. Apesar disso, é mais resistente, já que, ao contrário do aço, o óxido de alumínio não é poroso, pelo que, criada uma capa superficial, o processo é interrompido e não ataca o resto do material. Pelo contrário, o óxido de aço é muito poroso e, uma vez iniciado o processo, não
Posicionamento da pistola
Soldadura do perno
bocal
Corrosão galvânica
perno
Soldadura de pregos
peça
para, chegando, aos poucos, a destruir todo o material. Esta característica não afeta o processo de reparação; apesar disso, existe outro tipo de corrosão, a galvânica, que deve ser tida em conta. O alumínio é uma material suscetível de ser afetado pela corrosão galvânica em contacto com o aço. Por isso, é necessário que as ferramentas de trabalho para este material sejam de uso exclusivo. Ou seja, não devem ser usados também para reparar aço e viceversa. Deste modo, evita-se que partículas do material que se tenham desprendido de uma reparação anterior com esta ferramenta num painel de aço possam ficar incrustadas num painel de alumínio, com o consequente risco de um foco de corrosão. Em muitos casos, as ferramentas para trabalhar a chapa de alumínio identificamse com uma cor determinada para o seu uso exclusivo neste material e não levar a enganos. TRATAMENTO DELICADO A resistência mecânica do alumínio puro não é muito elevada. No entanto, uma vez ligado com outros elementos e mediante tratamentos térmicos, podem obter-se níveis de resistência muito maiores. A menor resistência do alumínio faz com que a aplicação de esforços sobre estes, na reparação da chapa, seja mais delicada do que sobre o aço. Por isso, se não está perfeitamente controlada e se não realiza de uma forma mais suave, podem provocarse maiores deformações do que as que se pretendia corrigir. POUCA ELASTICIDADE A elasticidade do alumínio é menor do que a do aço. Tem menor tendência a recuperar a sua forma original quando desaparece a força que provocou a deformação, dando lugar a um comportamento relativamente quebradiço do material. Perante esta característica, o trabalho de reparação da chapa no alumínio frio pode provocar a aparição de fissuras com maior facilidade do que no aço. Um ligeiro aquecimento prévio da zona a reparar, a 150-160 graus, com um
maçarico diminui o risco de fissuras e torna o alumínio mais maleável. É também esta a razão pela qual o estiramento da carroçaria de alumínio numa bancada é muito limitado. As ferramentas de bancadas que disponibilizam alguns
APROXIMADAMENTE POR CADA 20 PAINÉIS DE AÇO A REPARAR, HOJE EM DIA, UM É DE ALUMÍNIO AGOSTO 2014
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TURBO OFICINA
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reparação
Incorreto
Correto Trabalho sobre a chapa de alumínio
Material necessário para o trabalho de chaparia
fabricantes de veículos de alumínio usam-se para realizar medições e como suporte ou molde, no caso de ter que substituir uma peça estrutural.
retirar rodando ou puxando, vai produzir-se buraco.
madeira, muito menos agressivos que os outros
BLOQUEIA O CALOR O alumínio apresenta uma excelente condutividade térmica, quatro vezes superior à do aço. Esta característica tem um inconveniente nos processos de soldadura e nos tratamentos térmicos, obrigando a um maior aporte de energia para uma mesma espessura, com o objetivo de contrariar as perdas de calor. Outro ponto que influencia nos processos de reparação, na hora de aplicar tratamentos térmicos, é que o alumínio não apresenta mudança de cor com o aumento da temperatura. Por isso, para poder controlar a temperatura ao realizar um tratamento térmico sobre a chapa de alumínio, é necessário usar um indicador térmico.
EQUIPAMENTOS PARA A APLICAÇÃO DE TRATAMENTOS TÉRMICOS Os equipamentos para a aplicação dos tratametos térmicos são os mesmos utilizados para a reparação da chapa de aço. Neste caso, utiliza-se o eléctrodo de cobre para a correção de estiramentos e de deformações pontuais. Aplicam-se os aquecimentos necessários, arrefecendo-se depois com uma esponja humedecida para acentuar o efeito desejado. Não se aconselha o uso do eléctrodo de carbono, devido ao pouco aquecimento que produz e às marcas que deixa na superfície.
NÃO É MUITO DURO O alumínio é um material macio. Ou seja, deixa-se penetrar facilmente por outro mais duro, podendo aparecer marcas superficiais se a ferramenta que se usa não está num estado perfeito. A superfície de contacto da ferramenta com o alumínio deve manterse perfeitamente polida para evitar o aparecimento de marcas sobre a peça que se está a reparar. BOM CONDUTOR A sua resistência elétrica é muito baixa. É um bom condutor da corrente elétrica, aproximadamente 64% da condutividade do cobre. Esta característica, muito interessante para a indústria elétrica, supõe uma desvantagem para a reparação. O facto da resistência elétrica do alumínio ser quatro vezes inferior à do aço condiciona os processos de soldadura por resistência e os de soldadura de parafusos e anilhas para trabalhar com martelos de inércia. A reparação em chapa de aço das zonas sem acesso, como um estribo ou um pilar, realiza-se fácil e rapidamente mediante a soldadura de anilhas e tração com o martelo de inércia. No alumínio, o fundamento da técnica de reparação é o mesmo que no aço: apesar disso, não podem utilizar-se os equipamentos convencionais de soldadura, são necessários equipamentos específicos, de ignição por arco piloto ou por descarga de condensadores, e apenas se podem soldar peças com uma forma de cabeça especial, com terminação em ponta. Esta não é a única diferença. No processo de chapa de aço, uma vez realizada por tração, a anilha solta-se da superfície facilmente, realizando uma pequena torção. No perno do alumínio, é preciso cortá-lo, analisar e rever o resto, com uma radial, já que a soldadura penetra tanto que se tentamos
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TURBO OFICINA
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FERRAMENTAS PARA A REPARAÇÃO DE PAINÉIS DE ALUMÍNIO As ferramentas para reparar mossas e recuperar painéis de alumíno não diferem, no geral, das utilizadas tradicionalmente pelo chapista: martelos e limas, alicates, tenazes e marretas. Por outro lado, existem algumas ferramentas e equipamentos especialmente desenhados para este fim. Alem do martelo convencional de aço, também se usam outros com as cabeças contruídas com materiais mais suaves do que o aço, como o próprio alumínio e materiais plásticos, como teflon e nylon. Assim, reduzse o risco de deixar marcas no alumínio. Também se usam marretas de madeira, borracha ou nylon, as quais, ao disporem uma superfície de trabalho mais ampla e com menos massa, diminuem os esforços pontuais sobre o alumínio. Há martelos convencionais de aço e também de
AS DIFERENÇAS NA REPARAÇÃO SÃO MOTIVADAS PELAS PROPRIEDADES DO ALUMÍNIO
TRATAMENTO MECÂNICO DA CHAPA Quando se realiza uma reparação de um painel com tas e martelo é necessário bater, sempre que possível, com o martelo fora do tas, caso contrário pode dar-se um sobre estiramento do material com facilidade. Com o tas exerce-se pressão na parte inferior do painel e dá-se a pancada com o martelo na parte superior. Desta forma, está a produzir-se um efeito de alavanca entre o martelo e o tas, que ajudará a reparar o painel. Se for necessário bater diretamente sobre o tas através do alumínio, é necessário ter grandes cuidados. O mesmo efeito é conseguido em deformações mais amplas, se se bater com uma lima sobre as zonas altas, compensando com o tas nas zonas baixas. Além disso, com uma lima cobrem-se de uma vez dois pontos altos, facilitando o trabalho. As ferramentas para a reparação do alumínio têm que selecionar-se de acordo com o tamanho, o peso e a forma adequados. O tamanho e o peso influenciam na quantidade de energia que é necessário aplicar, enquanto a geometria da ferramenta dependerá da geometria do painel a reparar. BASES PARA A REPARAÇÃO DO ALUMÍNIO Os princípios de reparação de deformações em painéis de alumínio são, basicamente, os
mesmos que regem a reparação de painéis de aço. As únicas diferenças são motivadas pelas propriedades do alumínio. Por isso, para alcançar resultados satisfatórios, é fundamental ter presente: A aplicação de qualquer esforço sobre o alumínio é mais critico que sobre o aço, devido à sua menor resistência. Deve realizar-se com cuidado pois qualquer esforço descontrolado pode provocar maiores deformações do que as que se pretendem corrigir. Bater diretamente com o martelo sobre as ferramentas provocam um enorme esforço PUBLICIDADE
de compressão do alumínio, que terá como resultado o seu estiramento. Este efeito é mais habitual do que no aço, por ser menos resistente. O alívio de tensões com ferramentas mais rijas pode provocar estiramentos pontuais. O trabalho a frio no alumínio pode ocasionar fissuras. Aplicar um aquecimento prévio diminui o risco de que se abram essas fissuras e torna mais fácil a moldagem da peça. Se o painel apresenta uma superfície plana, as superfícieis de trabalho do tas e do martelo devem ter, também eles, uma
superfície plana para evitar marcas e sobre estiramentos. Se a superfície do painel apresenta uma certa curvatura, este não poderá ser trabalhado com ferramentas de superfície plana, sendo necessário selecionar um tas com uma curvatura na sua superfície maior do que a do próprio painel. Outra técnica que se pode usar, dependendo do tipo de dano, é interpor entre o martelo e o alumínio uma alavanca com uma superfície mais ou menos ampla. Assim, ao dar um golpe com o martelo sobre a alavanca, a força do impacto é repartida por uma zona mais ampla, evitando-se esforços pontuais.
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reparação
Direções. Truques de desmonategem No artigo anterior vimos como recondicionar uma direção assistida hidráulica TRW. Desta vez vemos os truques para desmontar qualquer direção, independentemente da marca. TEXTO CARLOS PANZIERI
A
qualidade de uma direção assistida recondicionada depende principalmente dos seguintes fatores: 1 A habilidade do operador. 2 A qualidade dos componentes que se substituem. 3 O rigor com que se realizam os testes em banco. Fidel Pardo Cebriàn (fig.01) que trabalha neste setor há 36 anos, atual dono da Tecno
Dorpa e consultor técnico da EMMETEC, ajuda-nos a aprofundar este tema. LIMPEZA Limpar sempre na perfeição as direções numa máquina de lavagem com diluente a alta temperatura. A gasolina não deve utilizar-se porque é tóxica, embora tenha a vantagem de deixar a peça perfeitamente seca porque evapora rapidamente, permitindo repintá-la com mais facilidade.
TORNO Quando se utiliza um torno tradicional: 1 Aconselha-se a colocar entre as maxilas e o corpo da direção uns calços em alumínio. 2 Não apertar a direção na zona de movimento do piston, caso contrário corre-se o risco de ovalizar sem possibilidade de arranjo. 3 Na haste deve apenas agarrar-se na zona da cremalheira, nunca na zona mais
ROLAMENTO
GUARDA PÓ
REDUTOR SEGMENTOS RETENTOR ANILHAS PISTON
HASTE
RETENTOR DA MANGA DE EIXO O-RING DA MANGA DE EIXO FREIO SEGMENTO DO PISTON
RETENTOR ROLAMENTO
O-RIG DO PISTON MANGA DE EIXO BRAÇADEIRA BRAÇADEIRA
BRAÇO BRAÇO
FOLE
TUBO DE LIGAÇÃO FOLE
Esquema da direção assistida. Para a recondicionar corretamente há que substituir todos os componentes indicados a vermelho: os dois retentores e os quatro segmentos do distribuidor, os dois retentores da carcaça, o o-ring e o segmento do piston, o o-ring do casquilho da carcaça, foles e tubo que os ligam. A substituição dos componentes que aparecem a azul depende do seu estado: rolamento do distribuidor, pinhão e cremalheira, anilhas dos tubos, casquilho da carcaça, braços, braçadeiras e anilhas.
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1 Fidel Pardo Cebrián viaja por todo o mundo para explicar as técnicas e transmitir a sua experiência na resolução de problemas nas direções assistidas. 2 Z-12001 - Torno manual. Graças aos dentes nunca perde aderência, mas devido ao reduzido braço, nunca danifica a carcaça. 3 Z-12000 - Torno pneumático. Em relação ao anterior, permite poupar tempo por evitar o constante aperto e desaperto da peça. Pode girar sobre si mesmo. 4 Anilhas USIT normais ou reforçadas. Lamentavelmente são de usar e deitar fora, mas asseguram uma selagem perfeita 5 Dobrador Z-26000: quem recondiciona direções hidráulicas sabe quantas chegam com os tubos dobrados, deformados ou mesmo cortados. Fará sentido perder tempo e oportunidades de trabalho por um motivo tão fútil? 6 Distribuidor TRW desmontável tirando simplesmente o freio
lisa, senão podem provocar-se riscos e irregularidades que irão danificar o retentor. O verdadeiro profissional preferirá seguramente utilizar um torno especial para direções, como o modelo EMMETEC Z-12001 do tipo manual (imagem 02) ou o Z-12000, do tipo pneumático (imagem 03) que não podem danificar a carcaça da direção em nenhuma circunstância, e como podem girar em torno do próprio eixo, evitam a sucessiva montagem e desmontagem, reduzindo os tempos de trabalho. TUBOS DE ÓLEO Devem desmontar-se nos seguintes casos: 1 Se o óleo extraído continha depósitos, pois estes podem ficar nos tubos. 2 Se, como no caso das direções Koyo, o alojamento do distribuidor está aparafusado à carcaça. Neste caso, para extrair o distribuidor e os seus retentores, não há outro remédio. Antes de desmontá-los, indicar sempre a sua posição original, caso contrário correse o risco de se lhes trocar as posições na remontagem. Substituir sempre as anilhas de cobre pois têm de trabalhar em pré-carga e uma vez desmontadas ficam obsoletas. Se não se encontrarem anilhas tipo USIT (imagem 04), devem substituir-se por outras do mesmo tipo.
É também obrigatório mudar os tubos caso estejam danificados, para o que se aconselha o uso do dobrador Z-26000 (imagem 05). ALOJAMENTO DO DISTRIBUIDOR Pode ser de três tipos diferentes: 1 Estar fundido com a carcaça (TRW); abre-se tirando o freio (imagem 06) 2 Desmontável (Koyo): para desmontar há que tirar os parafusos que o fixam à carcaça e os tubos do óleo (imagem 07) 3 Nos VW Golf IV e nos Skoda Octavia e outros veículos, há uma anilha selada que é preciso tirar e substituir da seguinte forma: a-desmontar o alojamento do distribuidor da carcaça b-utilizando a ferramenta especial Z-20019 (imagem 08), colocá-lo no torno c-eliminar o rebite d-tirar a anilha e-enroscar o alojamento com um macho de aço super-rápido da série Z-09150/Z-09153 (desde 28 a 48mm – imagem 09) f-fechar com uma anilha enroscada (para detalhes, consultar o catálogo EMMETEC que tem dezenas). Pode ocorrer que o alojamento do distribuidor esteja muito desgastado onde roça contra os quatro segmentos de teflon, o que deixa escapar o óleo, diminuindo o
rendimento da direção. Para resolver este problema (mas apenas nas direções TRW), pode-se retificar o pinhão reduzindo o comprimento da engrenagem helicoidal 2mm (imagem 10); desta forma o ponto de contacto do rolamento muda ligeiramente, permitindo que os segmentos trabalhem numa superfície sem desgaste. Geralmente, depois de remover o rolamento do distribuidor, há que tirar também o seu casquilho. Há casos em que em vez de um casquilho está lá um rolamento de agulhas muito difícil de tirar, aconselhando-se então o uso do extrator Z-09004 (imagem 11). Quando se montam os tubos da bomba da direção, há que ter cuidado para não trocar a adução com a descarga, o que submeteria o retentor do distribuidor a uma pressão excessiva, com o risco de ser expelido do próprio alojamento. Em caso de dúvidas, para não cometer erros, convém lembrar que o tubo de adução deve ligar-se à direção através de uma junta a meio das outras duas tomadas que ligam o alojamento do distribuidor com a carcaça, enquanto o tubo de descarga do óleo é ligado na tomada que sobra. PERNO DO DISTRIBUIDOR Pode ser de dois tipos (imagem 12): 1 Raiado. Neste caso não acarreta dificuldades.
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7 Dsitribuidor Koyo. Para o abrir há que desmontar os dois parafusos que o ligam á carcaça e depois intervir internamente. 8 Para extrair o retentor do Volkswagen Golf IV e do Skoda Octavia, há que separar o alojamento da carcaça e, com o utensílio Z-20019, colocá-lo no torno onde se elimina facilmente o cravado. 9 Rebite de aço super-rápido para realizar a rosca nos alojamentos do distribuidor do Volkswagen Golf IV e Skoda Octavia. 10 Distribuidor TRW. Se o alojamento estiver gasto onde os segmentos se apoiam, pode rodar-se a engrenagem helicoidal uns 2,0mm rebaixando o ponto de apoio e levando assim a que os segmentos trabalhem em superfícies novas. 11 Mini extrator Z-09004, para extrair rolamentos de agulhas (muito delicados) e alguns retentores do distribuidor muito resistentes. 12 Extremidade dos distribuidores. À esquerda um TRW que não necessita de muitos cuidados. á direita um Koyo que deve ser montado exatamente na posição original em relação á cremalheira para que o volante não fique torcido. 13 Introdutor do retentor do distribuidor. Protege o lábio do retentor 14 O casquilho deslizante elimina a folga entre a cremalheira e a engrenagem helocoidal do distribuidor. Em caso de folga o ruído está garantido! 15 O casquilho deslizante em meia-lua: deve substituir-se sempre. 16 Vedante do tipo 6. A cinzento o núcleo em aço harmónico. a rosa a parte de borracha que isola internamente sobre a haste e externamente sobre dois diâmetros distintos. A azul a mola que aperta o lábio sobre a haste, em violeta o back-ring que veda mesmo a altas pressões.
2 Liso com boca. Neste caso há que desmontar o distribuidor na mesma posição em que se encontrava em relação à cremalheira. De outra forma, quando se montar a direção no carro, o volante ficará desfasado em relação ao distribuidor. Para evitar este problema proceder da seguinte forma. Antes de desmontar: Deixar os braços da direção no seu lugar Empurrar a haste até que o braço mais distante do distribuidor entre em contacto com a carcaça Nesta posição, marcar com um cinzel a posição do perno do distribuidor em relação ao alojamento do próprio distribuidor Ao voltar a montar: Enroscar os braços à cremalheira Com o braço mais distante do distribuidor encostado à carcaça,
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instalar o distribuidor no seu alojamento respeitando a posição original. Quando se substitui o retentor do pinhão, há que ter muito cuidado em não o roçar contra os dentes da cremalheira. Para evitar problemas, aconselha-se calçar os retentores com o introdutor cónico de aço inoxidável da série EMMETEC Z-09400/Z-09405 (imagem 13). TAMPÃO DO CASQUILHO DESLIZANTE Se estiver cravado, ter muito cuidado e: 1 enroscar, passar o macho de aço super-rápido ou uma lima para roscas e desenroscar 2 ou eliminar o rebite com uma rebarbadora, desenroscar e limpar com uma lima CASQUILHO DESLIZANTE DA CREMALHEIRA Pode ser de dois tipos diferentes: 1 piston com concavidade (imagem 14) Se estiver em perfeitas condições pode
deixar-se no seu lugar. Caso contrário, especialmente se estiver ovalizado: a – Substituí-lo se se tiver uma peça de substituição b – caso não exista peça de substituição, criar um alojamento para um o-ring que possa mantê-lo no seu lugar evitando vibrações e choques internos, para quem não haja ruídos , sobretudo na estrada em mau estado 2 Calço (imagem 15). Neste caso deve sempre substituir-se por um novo. Os dois tipos de casquilhos deslizantes devem substituir-se sempre que se retifica a haste, passando-a a um diâmetro inferior. Neste caso a EMMETEC propõe uma gama completa de peças de substituição especiais. Quando se volta a montar, colocar sempre um pouco de massa de lítio, enroscar o tampão até ao fundo, desenroscálo um quarto de volta e verificar se a fricção inicial está correta utilizando um torquímetro, como se explica a seguir.
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17 Retentor do tipo 7. Repare-se como externamente o vedante atua apenas sobre um lábio. A qualidade do retentor baseia-se no aço do núcleo que deve estar em condições de deformar-se elasticamente milhões de vezes e na borracha que deve ser extremamente resistente a altas e baixas temperaturas, aos elementos químicos, ao desgaste: à luz, ao ozono… Desconfie de produtos low-cost: a diferença em termos de rendimento é enorme mas em termos de preço é mínima. 18 Mini extrator EMMETEC Z-09004 para rolamentos de agulhas e retentores mais difíceis de tirar. 19 SOS oil-seal. O antigo sistema para proteger o retentor da carcaça ao montar a cremalheira. 20 Com os introdutores ultra finos EMMETEC da série Z-09560 o trabalho é mais rápido, menor e sem risco de que vestígios de papel entrem na carcaça. 21 O introdutor Z-09700 para introduzir os retentores na carcaça com precisão e rapidez.
CASQUILHO PORTA-RETENTORES Pode estar fixo à carcaça de várias formas: 1 Com a anilha elástica no estilo da TRW: a- Extraí-la começando sempre pela parte onde está cortada b- Remontá-la começando sempre pelo lado que está dobrado sobre si mesmo, e deixando que o casquilho sobressaia 1mm da carcaça; assim, girando com dois alicates, o casquilho assentará no seu lugar. c – Com a anilha enroscada, se selada, há que ter cuidado para não danificar a rosca. Tirar os retentores e o-rings com o utensílio da série Z-20001 ou Z-20007 descritos anteriormente. Se no interior do casquilho principal houver um casquilho deslizante, substituí-lo por um novo. RETENTOR DA CARCAÇA Os retentores da carcaça podem pertencer às famílias 0, 1, 2, 3, 4 e 12, mas sobretudo às 6 e 7 que são as que incluem o back-ring e por isso podem suportar elevadas pressões (imagens 16 e 17). Provavelmente a extração deste retentor é a fase mais delicada porque se corre o risco de riscar internamente a carcaça. Para evitar este problema aconselha-se vivamente o uso de um extrator específico para este tipo de retentor (imagem 18). Ao introduzir a cremalheira pelo retentor, há que protegê-la para não danificar este último, e para o fazer há duas técnicas diferentes:
1 envolver a cremalheira com papel especial como o Z-09510 (imagem 19). Este sistema é utilizado cada vez menos, pois algum pedaço de papel se pode rasgar, soltar e acabar em alguma válvula ou sobre o perfil de selagem de um retentor. 2 Cobrir a cremalheira com um introdutor ultrafino da série Z-09560
(imagem 20), que oferece um introdutor específico para cada diâmetro de cremalheira. Este sistema é atualmente o mais prático e seguro e o mais aconselhado. MONTAGEM DO RETENTOR DA CARCAÇA Calçar o retentor num introdutor do tipo Z-09700 (imagem 21). 1 Introduzi-lo no seu alojamento no interior da carcaça 2 Bater o utensílio ligeiramente mas com firmeza, com um martelo de PVC ou borracha PISTON Lamentavelmente pode acontecer que uma mesma direção seja produzida com pistons com diferentes alojamentos para o o-ring e a anilha de teflon, pelo que os componentes de um kit podem revelar-se inúteis. É portanto evidente que ter um pequeno armazenamento de o-rings de todos os tipos e segmentos de teflon é essencial para enfrentar qualquer imprevisto (imagem 22). Para mais informações sobre bancos de teste, ferramentas, peças de substituição e truques do ofício, consulte o sítio de internet www.emmetec.com.
Na falta de um o-ring ou de um segmento de teflon idênticos ao original pode adotar-se um o-ring mais fino e um segmento mais espesso, ou vice-versa, mas é necessário ter um armazenamento com todas as referências, não apenas alguns kits.
Especialista em peças de reposição, ferramentas e bancos de provas para a revisão e construção de direções hidráulicas, elétricas, bombas e amortecedores.
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Motor de arranque. Princípios de funcionamento PARCERIA
Mesmo sendo um órgão comum para a maioria dos técnicos que trabalham em oficinas há aspetos que têm que estar sempre presentes no dia-a-dia. Saiba quais. TEXTO FERNANDO CARVALHO* * SÓCIO-GERENTE TTT – TECHNICAL TRAINING TEAM
O
motor de arranque é conhecido transversalmente por todos os técnicos que intervêm na manutenção ou reparação do automóvel, pelo menos como ele é hoje utilizado, sendo que pela tecnologia apresentada já por alguns modelos (e algo que já vimos no passado) em breve será apenas utilizado nos clássicos. Dada esta familiaridade com o órgão em questão, importa abordar aspetos que, embora estejam presentes no nosso dia-a-dia, não os conhecemos e são determinantes para efeitos de diagnóstico. Os motores de arranque utilizados pela esmagadora maioria dos fabricantes de automóveis ligeiros, dividem-se em 2 famílias: ligação em série e ligação em paralelo. Se para a maioria aparentemente serão iguais, na prática têm princípios de funcionamento bastante diferentes e ensaio e diagnóstico também obrigatoriamente diferente, apesar de manterem o mesmo tipo de alimentação, o mesmo tipo de bobine de chamada e seu funcionamento, bem como o mesmo tipo de “Bendix” e também a sua forma de funcionar. MOTOR DE ARRANQUE “TIPO SÉRIE” A grande maioria de motores utilizados para arranque, têm este tipo de ligação (aliás este tipo de ligação só se aplica normalmente para esta função). As bobines indutoras estão em série com o induzido através de um ou dois pares de escovas. Tem um grande binário de arranque mas bastante instável com a carga aplicada. Daí que por vezes sentimos o motor de arranque com grandes dificuldades na rotação do motor de combustão e de repente passa para uma muito maior rotação sem causa aparente.
Estas suas características obrigam a cuidados no ensaio: Nunca alimentar o motor de arranque e fazê-lo girar sem carga aplicada, pois corre-se o risco de o motor girar a uma rotação bastante acima da preconizada e deteriorar os casquilhos de apoio e até destruir-se.
PRATICAMENTE TODOS OS MOTORES ELÉTRICOS DE CORRENTE CONTÍNUA UTLIZADOS NO AUTOMÓVEL SÃO COM LIGAÇÃO EM PARALELO
MOTOR DE ARRANQUE “TIPO PARALELO” Praticamente todos os motores elétricos de corrente contínua utlizados no automóvel são com ligação em paralelo. O motor de arranque com ligação em paralelo começou por aparecer nos veículos japoneses e ganhou adeptos. Com fraco binário de arranque mas muito estável na sua rotação em função da carga, torna-se numa boa opção tecnológica se associada a uma desmultiplicação por carretos de modo a aumentar o binário de arranque. Com a indução por ímanes permanentes e o induzido apoiado em rolamentos, é reduzida
a probabilidade de avaria e aumentada a durabilidade. Não sendo assim problemático o ensaio em vazio.
Aspeto de um motor de arranque
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BOBINE DE CHAMADA Grande parte das avarias associadas ao motor de arranque, são da responsabilidade da bobine de chamada. Esta bobine ou conjunto de bobines é um órgão com um funcionamento um pouco mais complexo do que aquele que aparenta. Para além de ter a função de relé de modo a reduzir substancialmente a corrente de chave durante o arranque, o núcleo da bobine no seu movimento vence a força da mola interna e aciona a forquilha que provoca o engrenamento do Bendix no volante do motor (após desativação da bobine, a mola provoca o recuo e o respetivo desengrenamento). Uma avaria no Bendix não é de difícil diagnóstico. O motor de arranque roda mas não faz girar o motor de combustão. Em vez
GRANDE PARTE DAS AVARIAS ASSOCIADAS AO MOTOR DE ARRANQUE, SÃO DA RESPONSABILIDADE DA BOBINE DE CHAMADA
disso ouvimos uma rotação acima da normal por parte do motor de arranque. Referimos que estamos em presença de um conjunto de bobines. De fato são duas: bobine de atracamento e bobine de retenção. Vencer a força da mola interna, engrenar o bendix e provocar o início da rotação do motor de arranque necessita de bastante corrente. Corrente essa que pode ser reduzida substancialmente durante o resto da rotação do motor de arranque. Assim, as bobines são alimentadas pela chave. A bobine de atracação faz o fecho do circuito através das indutoras, das escovas e do induzido para a massa. Com o circuito fechado a bobine cria campo magnético e força para atrair o núcleo que fecha os contactos de potência, colocando o terminal das indutoras (e final da bobine de atracação) ao mesmo potencial da chave e por consequência desliga a bobine de atracação (os seus dois terminais ficam ao mesmo potencial). Após desativada a bobine de atracação (a maior consumidora), a bobine de retenção, que faz o fecho do circuito diretamente à massa, faz a sua função e, apesar de necessitar de menos corrente (de resistência mais elevada), tem a força necessária para segurar o núcleo no seu interior. Com o circuito da bobine de atracação interrompido por corte de uma espira da bobine ou isolamento das escovas, não haverá atracação apesar de aparentemente existir continuidade em todo o circuito (uma pancada no motor de arranque poderá resolver momentaneamente o problema se se tratar de mau contacto nas escovas). Com o circuito da bobine de retenção interrompido, vamos ter um ruído de liga e desliga de elevada frequência e volume. Enquanto a chave estiver ativada no arranque, a bobine de atracação vai atrair o núcleo e fechar os contactos para na fração de segundo seguinte se auto desligar e voltar a repetir o ciclo. PUBLICIDADE
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reparação
Melett. A importância das reparações de turbocompressores Enquanto fornecedor de peças de alta qualidade para o mercado de turbocompressores de reposição, a Melett Ltd está num mercado que tem assistido a mudanças significativas nos últimos 5 a 10 anos. Recorrer a especialistas qualificados nas reparações de turbocompressores é hoje mais importante que nunca. TEXTO IAN WARHURST CEO DA MELETT
A
s oficinas estão cada vez mais atentas aos turbocompressores e aos problemas associados a estes. Por esse motivo, os turbocompressores e a reparação de turbocompressores são temas que estão na agenda do dia. MERCADO DE TURBOCOMPRESSORES DE REPOSIÇÃO A indústria de reparação de turbocompressores é um mercado global bem estabelecido, que remonta à década de 60 e que esteve sobretudo ligado à reparação de turbos de veículos comerciais de grandes dimensões até ao final dos anos 90, com a comercialização em
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massa dos novos motores diesel com injecção common-rail. O aumento da oferta de turbos para automóveis de passageiros e a tendência de redução das dimensões para atender às normas de controlo de emissões, levaram a que muitos veículos estejam atualmente equipados com turbos. As tendências no mercado de turbocompressores de reposição acompanharam o movimento do mercado de turbos originais, cerca de quatro anos antes. Isto significa que o crescimento ocorrido na indústria de turbos de origem no início dos anos 2000 se estendeu já completamente ao mercado de turbos de reposição, o que
resultou num aumento significativo do volume de reparações e da atividade geral na indústria de reparação de turbos. MUDANÇAS NO MERCADO Esta indústria é um caso interessante. Tal como no caso das oficinas, existe uma geração de reparadores de turbocompressores da velha guarda, que estão no setor desde as décadas de 70 e 80. A indústria passou por 10 anos de grande crescimento; um dos riscos de um mercado que passa por um crescimento tão rápido é tornar-se apetecível para muitos. Assistimos de momento a um mercado
com graus variados de competências – desde reparadores mais antigos, com vasta experiência e boa qualificação, até principiantes que entram no mercado independentemente de terem ou não equipamento adequado, que praticam preços mais baixos e com acentuadas diferenças de opinião acerca da reparação de turbos. Outro aspecto muito evidente tem sido a mudança assinalável no mercado de fornecedores de peças e um enorme acréscimo de fabricantes chineses, o que resultou no aumento da oferta de peças de qualidade inferior. O QUE ESTÁ DENTRO DO SEU TURBO? Um turbocompressor completo é composto essencialmente pelo core e frequentemente por um conjunto de alhetas de geometria variável, e ainda pelo caracol de admissão, caracol de escape e atuador. Habitualmente, os fabricantes de turbos de reposição desmontam o turbocompressor e o core, examinando todos os componentes individuais, substituindo-os sempre que necessário e instalando kits de reparação (casquilho, axial, porta segmentos, segmento de escape e segmento de admissão). Da mesma forma que uma roda precisa de ser reequilibrada depois de ser trocado o pneu, também o core precisa de ser reequilibrado. O core atinge normalmente velocidades até 230.000 rpm. Consequentemente, o nível de precisão do equilíbrio é extremamente elevado e deve ser feito em equipamento especializado. O equilíbrio incorreto do core irá resultar em assobio e rutura da película de óleo, causando a avaria prematura do casquilho. Devido às elevadas velocidades de rotação, o nível de precisão no fabrico de peças de substituição para turbos é extremamente alto. Normalmente, as peças são fabricadas com intervalos de tolerância de cerca de 2 mícrons. A utilização de peças de reposição de qualidade inferior, com menor tolerância às condições extremas em que o turbocompressor deve funcionar, pode também levar a avarias prematuras e até a potenciais danos no motor. Para além do acima referido, aquando da reparação de um turbo de geometria variável, este deve ser montado e calibrado para garantir uma correta afinação da geometria, o que requer uma calibragem precisa do atuador, igualmente por recurso a equipamento especializado. Os turbocompressores modernos usados em motores de menor tamanho são mais frágeis e, na eventualidade de uma avaria durante o funcionamento, os danos podem ser irreparáveis, sendo necessário substituir todas as peças principais. Em consequência, tem aumentado junto dos fabricantes a procura de core prontos a utilizar, pré-equilibrados.
ACERCA DA MELETT
A reparação de um turbo é um trabalho altamente qualificado e requer o uso de equipamentos especializados e de peças de substituição de alta precisão
A Melett, empresa britânica que assenta em fortes princípios de engenharia, é fornecedora de kits de substituição, de core equilibrados e peças individuais para a indústria profissional de reparação de turbos. Com uma equipa de técnicos altamente qualificados, a Melett é reconhecida como parceiro fornecedor fiável e de qualidade pelos reparadores de turbos, desde pequenas oficinas a grandes fábricas de recondicionamento de turbos. Três vezes vencedora do prestigiado prémio britânico Queen’s Award for Enterprise em 2006, 2009 e 2014, a Melett fornece atualmente os core e peças de reparação a recondicionadores de turbos em mais de 100 países por todo o mundo. A sua gama abrangente permite o recondicionamento, manutenção e reparação de modelos de turbos originalmente fabricados pela Garrett, Holset (Cummins Turbo Technologies), Borg Warner (Schwitzer & 3K), MHI (Mitsubishi), Komatsu, Toyota, IHI e Hitachi. Refira-se que a Melett (www.melett.pt) é representada em Portugal pela M.F. Pinto (www.mfpinto.com).
IMPACTO NO MERCADO A disponibilidade de core pré-equilibrados e o aumento da procura por turbocompressores tem levado a que muitas novas empresas abram oficinas de reparação de turbos. Algumas destas empresas não têm acesso ao equipamento correto nem a experiência necessária no trabalho com turbos, o que pode originar um desempenho inferior dos turbos. Uma incorreta montagem ou equilíbrio de um turbo pode causar uma falha prematura do mesmo e pode também ter um impacto sobre o desempenho do motor, o que pode levar a um aumento nos retornos da garantia. Outro ponto a assinalar é que também os fabricantes de baixo custo se aperceberam deste aumento de procura, pelo que o mercado se encontra agora inundado por produtos inferiores, o que representa um decréscimo de qualidade. O QUE DEVE PROCURAR? É importante compreender que um turbocompressor é um produto de engenharia de precisão. A reparação de um turbo é um trabalho altamente qualificado e requer o uso de equipamentos especializados e de peças de substituição de alta precisão. Quando for escolher o seu especialista em reparação de turbos, assegure-se de que ele tem o equipamento certo e o conhecimento necessário, que usa peças de alta qualidade e que tem um entendimento profundo da construção de turbos - uma coisa é certa, quando se trata de turbos e peças de reposição, recebemos exactamente na medida do que pagamos.
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Fiabilidade. Opel Astra Modelo com consideráveis resultados comerciais, o Opel Astra e, designadamente a carrinha 1.3 CDTI, continua a ser um produto apetecível no mercado de usados. A Dekra dá-lhe boa nota de avaliação. PARCERIA
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Opel Astra é um carro com um longo historial, mas os modelos produzidos entre 2004 e 2010, a terceira geração, afiguram-se uma escolha equilibrada num alargado leque de oferta. Uma carrinha de 2006, com motor diesel 1.3 (90 CV), e nível Enjoy que custava 22 220€ vale hoje cerca de 7 300€. Sem historial de grandes problemas de origem, o Astra é aceite como um automóvel bem construído, interior revestido com materiais de qualidade e um nível de equipamento considerável logo a partir da versão base, o nível Enjoy. A relação preço/ qualidade contou sempre, aliás, como argumento forte do produto. Nesta geração, um dos defeitos apontados é a falta de espaços para arrumação no habitáculo, pormenor que a marca se encarregou de minimizar na geração atual. Habitabilidade razoável, conforto muito alemão, com suspensões firmes, ambiente simpático a bordo. A mala não é referencial, mas os 505 litros de capacidade
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e a versatilidade permitida pelo rebatimento assimétrico do banco traseiro, facilitam as coisas, a exemplo do que sucede com a altura acertada do plano de carga As motorizações são variadas, mas os diesel continuam a ser os mais apetecidos. A oferta começou por contemplar os 17 CDTI (100 cv e mais tarde 125 cv) e o 1.9 CDTI (versões de 120 e 150 CV). A chegada do 1.3 CDTI de 90 CV (origem Fiat) veio dar um empurrão forte nas vendas e o Astra ganhou com ele a opção mais popular. Em termos dinâmicos é, de um modo geral, um automóvel eficaz, bem comportado em curva. Os motores impressionam sempre mais pela potência do que pelo binário e os consumos não surpreendem. A Dekra, empresa alemã especializada nas análises para o setor automóvel, classifica-o como um modelo de performance geral. Na compra de um usado, sublinha, devem merecer atenção discos e pastilhas dos travões, mesmo em carros com pouca quilometragem. Os pontos fracos
ÍNDICE DEKRA DEFEITOS DE MONTAGEM
MÉDIA SEG.
OPEL ASTRA
CHASSIS/DIREÇÃO
10.8
14.2
MOTOR/AMBIENTE
10.6
7.7
CARROÇARIA/ESTRUTURA/INTERIOR
2.6
1.8
SISTEMA DE TRAVAGEM
14.9
13.4
PARTE ELÉTRICA/ELETRÓNICA/LUZES
27.9
19.1
DEFEITOS NÃO RELEVANTES
66%
68.6%
PEQUENOS DEFEITOS
15.4%
14.1%
DEFEITOS CONSIDERÁVEIS
18.6%
17.3%
AVALIAÇÃO GERAL
Os resultados apresentados refletem as conclusões principais de um estudo sobre a fiabilidade das diferentes marcas e modelos que a Dekra Internacional realiza todos os anos em diversos mercados europeus
assinalados são ao nível de chassis e direção. A empresa aconselha a procurar eventuais perdas de óleo e a ver com atenção, juntas, ponteiras e molas da suspensão. Nas oito notas de avaliação da Dekra, só uma regista números vermelhos: chassis/ direção.
Manutenção. Audi Q3 2.0 TDI Os SUV foram-se tornando cada vez mais pequenos e este é o mais compacto da Audi, num segmento em crescimento. Quanto custa a sua manutenção programada?
PLANO DE MANUTENÇÃO PROGRAMADA MARCA, MODELO E VERSÃO PRAZO/ QUILOMETRAGEM CARACTERÍSTICAS VEÍCULO
AUD-Q30014A: AUDI Q3 2.0 TDI 140 BUSINESS LINE 5P 48/120000
POTÊNCIA (CV)
140
CILINDRADA (CC)
1968
EURONCAP CO2 137 TRANSMISSÃO MANUAL CAIXA DE VELOCIDADES
6 VELOCIDADES
CARROÇARIA TODO-O-TERRENO VALOR N.º SUBSTITUIÇÕES
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ste mês analisamos os custos de manutenção do mais pequeno SUV da Audi, o Q3, na sua versão mais interessante para o mercado nacional: a 2.0 TDI, neste caso com 140 CV. O Q3 está num dos segmentos da moda e alia isso a um carro compacto e fácil de utilizar no dia-a-dia. Mas quando custa durante 120 mil quilómetros? A fatia maior da manutenção vai, claramente, para os pneus que, no caso, são de medida 235/55R17W. Dez unidades correspondem a 2312,65 euros para pneus premium das marcas recomendadas pela Audi. A este valor é preciso juntar 76,60 euros das 10 equilibragens, 45 euros dos 3 alinhamentos de direção e 25 euros para as 10 válvulas. Na lista de despesas segue-se o material de desgaste, com um total de 1473,34 euros. As pastilhas da frente (4 unidades) representam 554,58 euros nesta fatura, seguindo-se as escovas limpa para-brisas da frente (220,98 euros), os discos da frente (208,89 euros),
as pastilhas de trás (194,27 euros), os discos de trás (150,03 euros) e as escovas limpa para-brisas traseiras (44,59 euros). É importante não esquecer o carregamento do ar condicionado, num total de 100 euros. As revisões são responsáveis por acrescentar 929,56 euros à fatura. O óleo é especial e, naturalmente, o mais dispendioso, com quatro trocas, cada uma delas a gastar quatro litros. Ao todo, para o lubrificante são 513,76 euros, a que é preciso juntar 42,72 euros de filtros de óleo. Ainda no campo dos filtros, a soma conta ainda com 89,48 euros para filtros de pólen, 34,74 euros para filtros de combustível e 20,27 euros para filtros de ar. A mão-de-obra para tudo isto representa 228,59 euros, num total de 5,6 horas. Contas feitas, a manutenção programada para o Audi Q3 para 48 meses oi 120 mil quilómetros tem um custo de 5456,29 euros, o que pressupõe que a cada 100 km que este SUV percorre gasta 4,55 euros em manutenção.
REVISÕES
929,56 €
MÃO-DE-OBRA
228,59 €
[5,6]
ÓLEO
513,76 €
[4]
CAPACIDADE DO CARTER (LITROS)
4
TIPO DE ÓLEO
ESPECIAL
FILTRO DE ÓLEO
42,72 €
FILTRO DE AR
20,27 €
[1]
FILTRO DE PÓLEN
89,48 €
[4]
FILTRO DE COMBUSTÍVEL
34,74 €
[1]
VELAS
- €
[0]
[4]
DESGASTE
1.473,34 €
ESCOVAS LIMPA PARA BRISAS FRENTE
220,98 €
ESCOVAS LIMPA PARA BRISAS TRAS
44,59 €
[2]
PASTILHAS FRENTE
554,58 €
[4]
PASTILHAS TRAS
194,27 €
[2]
DISCOS FRENTE
208,89 €
[1]
DISCOS TRAS
150,03 €
[1]
LIQUIDO DE TRAVÃO
- €
[0] [0]
[4]
EMBRAIAGEM
- €
CARGA AR CONDICIONADO
100,00 €
[1]
ESCAPE
- €
[0]
BATERIA
- €
[0]
AMORTECEDOR FRENTE
- €
[0] [0]
AMORTECEDOR TRAS
- €
BOMBA AGUA
- €
[0]
FILTRO PARTICULAS
- €
[0]
TAREFAS EXTRA
- €
[0]
AVARIAS
- €
[0]
ELÉCTRICAS
- €
[0]
TOTAL
- €
[0]
PNEUS
2.459,25 €
PNEUS FRENTE
235/55R17W
PNEUS TRÁS
235/55R17W
PNEUS
2.312,65 €
ALINHAMENTO DE DIRECÇÃO
45,00 €
[10] [3]
EQUILIBRAGEM
76,60 €
[10]
VÁLVULA
25,00 €
[10]
OUTROS
594,14 €
IPO
27,00 €
INFLAÇÃO
567,14 €
AJUSTES
- €
CUSTOS DE MANUTENÇÃO TOTAL
5.456,29 €
/100 KMS
4,55 €
COMBUSTÍVEL * VALORES SEM IVA
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reparação PARCERIA
Pintura. Equipamento na zona de preparação Em busca do cenário perfeito: instalações bem desenhadas e equipadas para um trabalho produtivo. TEXTO PILAR SANTOS ESPÍ
A
zona de preparação de pintura é a área da oficina desenhada para a realização de trabalhos de máscara, lixagem e aplicação das pinturas de fundo: primário, massas e aparelhos, ou seja, aquelas operações destinadas à preparação da superfície para a aplicação da pintura de acabamento. Um bom desenho desta zona, com o equipamento, ferramentas e produtos adequados juntamente com pessoal competente e motivado, são os elementoschave para conseguir otimizar esta zona de trabalho. Os processos de pintura podem dividir-se em duas etapas: pintura de preparação e pintura de acabamento. A primeira tem como objetivos proteger a chapa da oxidação, nivelar a superfície e preparar a mesma para a aplicação do acabamento. Para um bom resultado de pintura é tão importante a pintura de preparação como a de acabamento, apesar de esta última ser a
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que se vê depois do trabalho concluído e, por isso, a única que é valorizada pelo cliente. Apesar disso, sem uma boa base não se consegue um bom acabamento. As operações que se realizam na zona de preparação representam a maior parte do processo completo de pintura, sobretudo no caso de peças reparadas. Para realizar estas operações de uma forma eficiente e adequada, as instalações devem ser bem desenhadas e dotadas dos equipamentos, ferramentas e produtos que procurem otimizar os consumos de materiais, diminuir o consumo energético, agilizar as operações e reduzir os tempos não produtivos como repetições, tempos de secagem e mobilizações desnecessárias. Para um trabalho eficiente e rentável na zona de preparação de pintura, a oficina tem aos seu dispor as seguintes instalações, equipamentos e ferramentas.
PLANOS ASPIRANTES O objetivo dos planos aspirantes é apanhar o pó gerado nas operações de lixagem e as névoas produzidas na pulverização dos primários e aparelhos aplicados. Desta forma, consegue-se um ambiente mais limpo que beneficia tanto o operário como a limpeza geral da oficina. A aspiração realiza-se através de um grupo extrator através de um piso com uma grade, ficando as partículas sólidas retidas no filtro que se situa por baixo do piso. Estas “mantas filtrantes” devem ser renovadas com regularidade para evitar um mau funcionamento do plano aspirante e uma difícil circulação do ar.
Para uma maior eficácia de funcionamento, sobretudo no que diz respeito à aplicação de primários e aparelhos, as zonas de preparação costumam contar, além disso, com um plenum de impulsão, com o objetivo de conseguir uma melhor circulação de ar, com um fluxo vertical similar ao da cabina de pintura. Os planos aspirantes podem contar com um motor (grupo motoventilador de extração) ou dois motores (extração e impulsão) e podem incorporar cortinas a toda a volta que isolam as operações e facilitam a extração e impulsão. FERRAMENTAS DE LIXAGEM A lixagem é uma das operações básicas nos processos de pintura. Os seus objetivos são, por um lado, favorecer a aderência da camada de tinta seguinte e, por outro lado, nivelar a superfície para eliminar irregularidades. O processo de lixagem consome uma parte importante do tempo total do processo de pintura, pelo que qualquer melhoria na sua realização se repercute muito favoravelmente na diminuição dos tempos de mão-de-obra. Os aspetos a considerar nas ferramentas de lixagem são: Usar o diâmetro de órbita adequado. As lixadoras de órbita rotativa maior (5 mm) são usadas para trabalhos mais agressivos e rápidos enquanto as de menor diâmetro (3 mm) se utilizam em trabalhos mais suaves e finos. As lixadoras com sistema de aspiração conseguem um maior aproveitamento das lixas, aumentando a sua vida útil e permitem trabalhar num ambiente mais livre de pó. Estes sistemas são móveis para facilitar a deslocação à volta do veículo. Procurar ferramentas com baixo consumo energético e pouca manutenção. Escolha do prato adequado. Um prato rígido é usado para trabalhar o perfil da superfície, para dar forma; contudo, os pratos mais macios adaptam-se à superfície. Adequar a velocidade de trabalho ao processo de lixagem. No caso de lixadoras pneumáticas, deve contar-se com o fornecimento adequado de ar comprimido. Devem estar disponíveis as ferramentas suficientes de lixagem e adequarem-se ao PUBLICIDADE
trabalho de lixagem que se realize, quer se trate de zonas planas ou curvas, de acordo com o que se está a lixar e a superfície a intervencionar.
FERRAMENTAS PARA A APLICAÇÃO DE PINTURA DE PREPARAÇÃO As tintas aplicadas na zona de preparação são primários, massa e aparelhos e, no caso de dispor de zonas de reparação ou carroçaria rápida (planos aspirantes com extração e impulsão e separação mediante cortinas ou paredes) também se realiza a aplicação de tintas de acabamento com algumas limitações. A preparação e aplicação das massas realiza-se com espátulas se bem que, adicionalmente, existam ferramentas como os doseadores ou as pistolas de extrusão específicas, que garantem a correta proporção da mistura, evitando problemas tanto por excesso de catalisador (sangrados) como por defeito (falta de endurecimento). As pistolas usam o produto já misturado e homogéneo,
poupando tempo ao operário e reduzindo a quantidade de ar na mistura graças ao seu bico, o que diminui a formação de poros no material aplicado. Estas pistolas são muito úteis quando é necessário usar massa em superfícies grandes, evitando-se tempos de preparação para cada mistura. A aplicação dos aparelhos e primários realiza-se com pistolas aerográficas, devendo controlar-se os parâmetros de aplicação de acordo com as recomendações do fabricante do produto e de acordo com a pistola usada. Deve estar disponível um bom fornecimento de ar (limpo e com caudal suficiente), controlar a pressão, a distância e velocidade de aplicação, o diâmetro do bico, a quantidade de tinta e ventiladores aplicados. Além disso, deverá adequar-se a aplicação (parâmetros) consoante se trate de um aparelho lixável ou não; se se aplica o produto com uma pistola de gravidade, de sucção ou de pressão, tecnologia HVLP ou híbrida; se uma epóxi se aplica como promotor de aderência ou como primário; se se trata de uma massa para aplicar à pistola; se é uma base para plásticos, etc. É importante garantir uma boa manutenção destas pistolas, realizando a sua limpeza depois de cada uso e de forma mais exaustiva em curtos espaços de tempo (consoante a utilização) para mantê-las em bom estado e para que funcionem corretamente. Para
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reparação diferentes equipamentos: manual e portátil, para a zona de preparação ou para a cabina. Com uma presença muito menor na oficina, também se pode falar dos equipamentos de secagem mediante radiação ultravioleta, usados para a secagem de certas massas e aparelhos e destinado a pequenas reparações.
Lixadora com sistema de aspiração
EQUIPAMENTOS DE SECAGEM Os equipamentos mais usados para agilizar a secagem na zona de preparação são os infravermelhos, que garantem uma secagem de dentro para fora mediante radiação infravermelha de onda curta e reduzem os tempos de secagem dos primários, massas e aparelhos. O mais habitual é contar com equipamentos móveis com rodas, sendo também possível a sua colocação em carris ou pontes aéreas, que não ocupam espaço no chão da oficina.
Com estes equipamentos é importante respeitar os tempos de evaporação das tintas, a distância ao suporte e o tempo de secagem. Podem incorporar melhorias como sensores de temperatura e distância, sistema de refrigeração das lâmpadas, possibilidade de incluir programas para os diferentes produtos, desenhos mais ergonómicos para a sua colocação, ou elementos para aumentar a reflexão e diminuir o consumo. Também existem outros equipamentos de secagem que usam a tecnologia Drytronic, da Symach, que emitem ondas eletromagnéticas que penetram diretamente na molécula da tinta, conseguindo reduzir os tempos totais de secagem até 80% e com um baixo consumo de energia (precisam de eletricidade, ar comprimido e gás metano ou GPL). Esta tecnologia está disponível em
Equipamento de infravermelhos
Carro de apoio para mascarar
realizar pinturas parciais, esbatidos com o verniz ou pintura de peças pequenas recomenda-se que tenha uma pistola de retoques. São mais pequenas, gastam menos ar e tinta, são mais manejáveis e precisam de uma área de trabalho menor.
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FERRAMENTAS AUXILIARES PARA OS PROCESSOS DE MÁSCARA Os processos de máscara têm como objetivo proteger as zonas ou peças do veículo não implicadas na reparação para evitar que se pulverizem com tinta ou se danifiquem durante o processo de lixagem da superfície. Para realizar estas máscaras de forma rápida e efetiva deve dispor-se de uma série de carros móveis com material para mascarar. Este material deve ser adequado a cada operação e facilitar o trabalho de máscara, tanto na sua colocação como na sua retirada. OUTROS EQUIPAMENTOS Além dos equipamentos e ferramentas apresentados nestas páginas, na zona de preparação encontramos também cavaletes para a colocação das peças, mangueiras para a ligação dos equipamentos, conexões e fornecimento elétrico e de ar comprimido (com os filtros correspondentes), ferramentas para o polimento, equipamentos e instalações de segurança, pistolas de sopro, iluminação adequada, ferramentas para os processos de limpeza, etc.
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pneus
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Chaveca & Janeira. Dar aquilo que o mercado procura Grossista e simultaneamente retalhista, a Chaveca & Janeira é uma das mais importantes “casas” de pneus que existem em Portugal. A nova bandeira desta empresa no mercado grossista é a marca de pneus Kingrun. TEXTO PAULO HOMEM
P
ara a Chaveca & Janeira os pneus não são uma moda, são uma tradição que já vem de longe. A empresa nasceu em 1957 e esteve muitos anos ligada (até aos anos 80) ao negócio da recauchutagem, o que proporcionou à empresa um contacto muito direto com o retalho de pneus. Dessa forma, a empresa diversificou a sua atividade para duas áreas distintas mas complementares. Por um lado, a atividade dos postos de retalho, detendo hoje três
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unidades de pneus e serviços abertos ao público, em S. Brás de Alportel (sede), Faro e Portimão tendo, por outro lado, a distribuição de pneus, num negócio de revenda para clientes profissionais. A certificação da empresa em 2008, segundo a norma ISO 9001, foi também uma ajuda importante na dinamização da Chaveca & Janeira para conseguir entrar em mais alguns clientes que exigiam que a empresa estivesse certificada.
DISTRIBUIÇÃO A Chaveca & Janeira disponibiliza para os seus clientes profissionais um imenso stock de pneus numa grande diversidade de marcas, incluindo marcas Premium. A variedade também é grande e a empresa disponibiliza pneus para veículos ligeiros, comerciais, pesados, 4x4, SUV, agrícolas e até motos. Sendo atualmente um distribuidor nacional de pneus (embora com forte presença no Algarve e no Alentejo), uma das grandes
apostas que permitiu à empresa crescer neste negócio foram as vendas online (www. chaveca-janeira.pt), num projeto já lançado em 2008 e que rapidamente se tornou numa ferramenta fundamental da empresa para os seus clientes profissionais. “Esta ferramenta deu um impulso nas nossas vendas, mas é também uma ferramenta que nos exige estar sempre atentos ao mercado pela dinâmica que existe ao nível dos preços”, explica Rui Chaveca, administrador da Chaveca & Janeira. Esta ferramenta online representa já 28% das vendas em volume da Chaveca & Janeira, mas a tendência tem sido de crescimento da importância da mesma nas vendas da empresa. Neste momento a Chaveca & Janeira dispõe de três comerciais no terreno, que fazem vendas e prospeção de mercado, tendo distribuição e entrega própria, mas também sub-contratada de modo a que o cliente, “que atualmente já não faz stock, possa ter entregas no próprio dia”, refere Rui Chaveca. KINGRUN Uma das grandes apostas da Chaveca & Janeira é a marca de pneus Kingrun, que corresponde a uma necessidade que a empresa tem vindo a sentir cada vez mais no mercado. “O mercado alterou-se significativamente. A
crise é grande, muitas empresas passam por dificuldades ou fecham e, quer as empresas, quer as pessoas querem produtos mais económicos pois têm um menor poder de compra. Algumas frotas e mesmo alguns rent-a-car pedem cada vez mais pneus económicos”, começa por explicar Rui Chaveca, administrador da Chaveca & Janeira, em relação à aposta numa marca menos conhecida. Depois de visitar diversas fábricas de pneus na Ásia, “algumas delas muito avançadas do ponto de vista tecnológico, mesmo em relação a muitas fábricas europeias”, Rui Chaveca decidiu apostar naquela que é agora uma das principais bandeiras da empresa, a marca Kingrun. “Estamos perfeitamente seguros da escolha que fizemos, pois os pneus são construídos seguindo todas as normas europeias e os mais modernos processos de fabrico, o que resulta em pneus com muita qualidade e com um design muito interessante”, afirma Rui Chaveca. A oferta Kingrun (lê-se King Run), que está disponível desde março passado, abrange pneus para veículos ligeiros, comerciais e 4x4 (muito virado para SUV). “O nosso objetivo é fazer crescer esta marca para outros níveis de disponibilidade de stock, tendo em armazém mais de 10.000 pneus”, refere o mesmo responsável, explicando que o produtor (a Shandong Transtone Tyre Co., Ltd.) produz por
dia mais de 80.000 pneus, estando interessada também no desenvolvimento do mercado europeu, embora a sua presença seja muito forte na África, Asia, Médio Oriente e Oceânia. O posicionamento da Kingrun na oferta global da Chaveca & Janeira é preço, numa oferta que Rui Chaveca considera estar cada vez mais bipolarizada: “Os pneus premium têm vindo a ajustar os seus preços, deixando de haver mercado para as marcas quality, que estão a desaparecer. Por outro lado, os pneus budget têm ganho cada vez mais mercado, daí esta nossa aposta na Kingrun, mas mantendo toda a oferta premium que nos caracteriza”. Apesar de ser uma aposta relativamente recente ao nível da distribuição, a marca Kingrun já começou a dar os seus frutos, levando Rui Chaveca a considerar que “o ano de 2014 está a correr melhor do que 2013. Analisando os meses mais recentes as vendas em unidades subiram, o que é já um efeito da nossa aposta na Kingrun”, avalia o administrador da empresa.
CONTACTOS CHAVECA & JANEIRA ADMINISTRADOR RUI CHAVECA TELEFONE 289 840 840 E.MAIL info@chaveca-janeira.pt WEBSITE www.chaveca-janeira.pt
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Think4Action. Endereçar a troca de pneus Inicialmente lançado para promover os serviços de revisão nas oficinas Midas, a Think4Action deu um passo em frente, fazendo com que o CarLink agora sugira diretamente ao cliente a mudança de pneus. TEXTO PAULO HOMEM
A
través da solução CarLink, a Think4Action já dinamiza há mais de dois anos os serviços de manutenção da rede Midas diretamente aos clientes. Através do mesmo método e utilizando a mesma plataforma tecnológica (ver caixa), a Think4Action está a dinamizar agora, numa parceria entre a Midas e a Goodyear, uma promoção específica de pneus Goodyear ou Fulda. Assim, consoante a medida dos pneus do veículo e o estado dos mesmos é aconselhada especificamente para cada automóvel a troca dos pneus e o preço específico (por pneu) dessa mudança. “É a primeira vez que se faz uma campanha em que se endereça a troca de pneus”, refere Jorge
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Antunes, Managing Partner da Think4Action, acrescentando que “a grande inovação é que esta venda é proposta diretamente ao cliente em função da medida dos pneus do seu carro e não através de catálogos, de folhetos, de outdoors ou de promoções genéricas”. Nesta mesma folha que é deixada junto ao carro do cliente, é-lhe sugerida a revisão (o que já era feito até agora) em simultâneo com a sugestão de troca de pneus. Para além do valor do serviço de manutenção, existe um segundo valor unitário sugerido para a troca dos pneus, valor este que inclui todos os serviços associados (montagem, equilibragem, etc). Para dinamizar este serviço é sempre feita a medição do rasto do pneu (com medidores fornecidos pela Goodyear), dado esse que é introduzido no sistema de informação
que, de forma automática, decide se faz um recomendação ou uma sugestão de mudança de pneus. “O mote que está por trás desta campanha é a segurança. Neste caso, a Midas ajuda os condutores a melhorarem a segurança dos seus veículos através da sugestão da intervenção nos pneus no caso de ser necessário”, refere Jorge Antunes, acrescentando que “mesmo que o cliente não pretenda efetuar a troca de pneus, tem já uma sugestão específica para o seu carro,
CONTACTOS THINK4ACTION RESPONSÁVEL JORGE ANTUNES TELEFONE 211 931 280 WEBSITE www.think4action.com
THINK4ACTION E CARLINK Na edição nº 24 da TURBO OFICINA, foi editado um artigo no qual explicamos o conceito da solução CarLink, que tem sido desenvolvido pela Think4Action. Porém, o CarLink consiste num equipamento de recolha de dados que gere e interliga diversos sistemas de informação (planos de manutenção de viaturas, preçários de serviços oficinais que incluem mão-de-obra e peças, etc), permitindo a um operador munido com uma impressora portátil, fazer uma simulação de um orçamento de manutenção para cada automóvel que está estacionado na rua. Uma pequena folha (dentro de um invólucro plástico) é colado na viatura, onde está impresso o plano de manutenção sugerido para essa viatura e os custos inerentes, entre outras recomendações e sugestões. O automobilista que vê esse invólucro plástico no seu carro poderá, se entender, dirigir-se à oficina (neste caso é só a Midas) e efetuar o serviço de manutenção pelo valor que consta nessa folha. A novidade agora, é que nessa mesma folha, é também sugerida a troca de pneus (isto no caso de o carro precisar de mudar de pneus).
quer em termos de preço quer do local onde poderá trocar os pneus”. Dependendo do veículo, da sua idade e da medida dos pneus, a sugestão que é dada inclui apenas pneus Goodyear ou Fulda, sendo mais uma vez o próprio sistema de informação que gere essa situação. “O que se pretende promover também é que o nosso cliente, neste caso a Midas, disponibiliza o serviço de manutenção mas também um serviço de pneus a preços competitivos”, explica Jorge Antunes. No futuro, a aplicação deste conceito de promoção e venda poderá eventualmente ser aplicada a outro tipo de serviços para além da manutenção e da troca de pneus, mas Jorge Antunes diz que “poderá não ser rentável em certos serviços, por serem de baixo valor. Contudo, como mensagem ou como complemento de uma ação de promoção da manutenção ou de troca de pneus, sem dúvida que poderão ser promovidos outros serviços desde que se consiga uma personalização dos mesmos. Aliás, já fazemos algumas campanhas com o aviso para a necessidade de fazer a inspeção do automóvel”. INTERNACIONALIZAÇÃO Tendo Portugal um parque automóvel tão pequeno face a outros mercados europeus, mas sendo o mercado oficinal tão competitivo, o conceito desenvolvido pela Think4Action poderá vir a ser desenvolvido, naturalmente, noutros mercados. A empresa já está diretamente em Espanha, tendo parceiros em França e Itália, estando a iniciar a atividade, para já, pelo mercado de seguros, podendo depois evoluir também para a área dos serviços automóvel.
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pneus
Pneuport. Novo conceito de parceiros A Pneuport é a mais antiga cooperativa de retalhistas de pneus que existe em Portugal, reunindo 64 cooperantes. A atravessar uma nova fase da sua história, esta cooperativa acaba de lançar no mercado o conceito de “Parceiro Pneuport”. TEXTO PAULO HOMEM
N
ão se pode falar para já de uma nova Pneuport. Estão, de facto, a ser dados passos nesse sentido e um deles foi a contratação de Rui Silva para Diretor Comercial, profissional com larga experiência na área dos pneus. Sintonizado que está com a administração da Pneuport, Rui Silva explica o presente e o futuro desta rede de retalhistas. Qual é o projeto que o Rui Silva traz para a Pneuport? O que me foi pedido foi que desenvolvesse a área comercial na Pneuport, profissionalizada tal como ela deve ser entendida dentro de uma organização. Pretendemos, por isso, dinamizar a área comercial e fazer com que a Pneuport ganhe outra dimensão junto dos cooperadores e dos fornecedores. Conto
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também com o trabalho de toda a equipa da Pneuport, que já está na organização há pelo menos mais de 15 anos. Qual é a necessidade da Pneuport neste momento? Precisamos de estar muito mais próximo dos cooperadores, dando-lhes todo o apoio para que eles se possam desenvolver, num contexto de grandes dificuldades que existem no mercado e de grande concorrência. Temos, contudo, que aproveitar a grande união que existe entre os cooperantes, pois isso é um ponto forte a nosso favor. O facto de a Pneuport ser uma cooperativa não colide um pouco com a necessária agressividade comercial? Não, de modo algum. O código cooperativo
tem mais a ver com as obrigações da cooperativa para com o cooperador e viceversa. Existe uma consciência de que a ação comercial exige um conjunto de autonomias que têm a ver com decisões que têm de ser tomadas rapidamente. Algumas questões estão ultrapassadas e outras serão aprovadas no futuro. Toda a experiência comercial que possuo, assim como o conhecimento que tenho na área de gestão das organizações por onde passei, serão também utilizadas pela Pneuport, para desenvolvermos aquilo a que nos propomos. Como olha para o momento atual da Pneuport? A organização, durante 25 anos, soube fazer uma gestão rigorosa e coerente, conseguindo-se alicerçar e criar laços fortes
A NOVIDADE É O “PARCEIRO PNEUPORT” A Pneuport lançou no mercado o novo conceito de “Parceiro Pneuport”. Através deste projeto o retalhista de pneus poderá aderir à rede Pneuport, durante um determinado período de carência e de acordo com determinadas regras. Durante um período máximo de dois anos, momento a partir do qual integrará (ou não) de pleno direito a Pneuport, o retalhista terá oportunidade de trabalhar com esta cooperativa, percebendo como a mesma funciona e como poderá tirar benefícios dessa relação, para depois optar (ou não) em livre consciência e pela força da experiência, pela continuidade na rede. Desta forma, “evitam-se as exigências iniciais de incorporar uma rede (que são muitas vezes um obstáculo à adesão), mas é uma forma do retalhista se aperceber de como trabalha a Pneuport e depois poder optar se a pretende integrar”, afirma Rui Silva, acrescentando: “julgo que é um projeto muito interessante, até pela forma como pretendemos vir a dinamizar os pontos de venda”.
no mercado, crescendo muito na região de Lisboa, com o que isso tem de bom e de menos bom. Passo a explicar: a presença em Lisboa é obviamente uma mais-valia, porque é na capital onde se reúne o volume mais importante do nosso parque automóvel, no entanto necessitamos de mais pontos distribuídos geograficamente por todas as capitais de distrito. Concretizando, quais são os novos objetivos da Pneuport? Queremos estreitar relações com os fornecedores, no sentido de ter as melhores
CONTACTOS PNEUPORT DIRETOR COMERCIAL RUI SILVA TELEFONE 217 937 681 E-MAIL geral@pneuport.pt INTERNET www.pneuport.pt
propostas no mercado, de forma a gerar maior competitividade nos pontos de venda. E quando falamos em melhores propostas não passam somente pelo preço… Pretendemos estar mais próximo dos pontos de venda, detetando os pontos fortes e pontos fracos dos mesmos, para os ajudar a evoluir. Apesar de ao nível dos serviços rápidos a rede Pneuport já se encontrar num patamar interessante, temos que entrar de uma forma mais desinibida nos serviços rápidos. Vamos trabalhar muito ao nível da formação e aproveitar muitos dos bons fornecedores que já temos e trabalhar mais com eles nesta área aproveitando aquilo que eles têm para nos fornecer. Também poderemos vir a trabalhar com novos fornecedores ou até deixar de trabalhar com outros, mas vamos gerir isso caso a caso, analisando sempre as mais-valias que eles possam aportar à nossa organização. Qual a situação da rede Pneuport atualmente e o que é que está perspetivado para o futuro?
Queremos ter mais pontos de venda e diversificar mais a nossa presença a nível nacional, tanto no norte, como no centro ou no sul. Não estamos numa situação de fobia e de querer crescer a qualquer custo, pois isso pode-nos penalizar em muitas outras coisas. Mas estamos a trabalhar para fazer crescer sustentadamente a nossa rede com muito rigor. A Pneuport tem, no mercado, condições extraordinárias de adesão, temos excelentes parcerias com alguns fornecedores, possuímos marcas de representação exclusiva, temos know-how e vamos lançar um novo conceito que é o “Parceiro Pneuport”. Que outras iniciativas vão ser dinamizadas, neste caso para o exterior da organização? Estamos a desenvolver os micro-sites de cada cooperador para que eles possam potenciar o seu negócio, vamos dinamizar campanhas nacionais com incidência local, utilizando por exemplo o pneu Sportiva que é uma marca de representação exclusiva da Pneuport, fabricada pela Continental. O importante é aumentar o volume para sustentar também o aumento de notoriedade que pretendemos, sem ser excessivo nos investimentos. Nessa lógica, queremos dinamizar uma plataforma B2C, mas temos outras ideias bem concretas daquilo que pretendemos fazer. AGOSTO 2014
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O opinião
Garantia e defeito de fabrico de peças e acessórios O exercício dos direitos do consumidor no âmbito da Garantia e a responsabilidade emergente de produtos com defeitos é frequentemente geradora de litígios que nem sempre são de solução fácil e que, para serem convenientemente tratados, precisam de uma atenção e de um formalismo especial.
V MIGUEL RAMOS ASCENÇÃO ADVOGADO
Todos os meses abordaremos neste espaço assuntos de natureza jurídica que julgamos relevantes para a atividade da reparação e manutenção. Se tiver dúvidas ou situações específicas, por favor envie-nos um email para: oficina@turbo.pt indicando que se trata de um pedido de esclarecimento de natureza jurídica.
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erificando-se a existência um defeito, temos de ver antes do mais se o produto ou peça ainda está dentro do período de garantia ou não. O actual regime das garantias é regulado pelo DL 67/2003, de 8 de Abril (Lei das Garantias) que transpôs para o nosso ordenamento jurídico a Directiva 1999/44/CE, directiva esta que pretendeu uniformizar para todos os países da União Europeia o regime aplicável à venda de bens de consumo. É importante ter em atenção que o regime estabelecido pela Lei das Garantias apenas se aplica às relações de consumo em que, de uma parte está um profissional e de outra um consumidor, entendendo-se por consumidor todo aquele a quem, por um profissional, sejam fornecidos bens, prestados serviços ou transmitidos direitos destinados a um uso não profissional, mas antes a um uso pessoal, familiar ou doméstico. Os bens móveis, nos termos da legislação aplicáveis, tem um período mínimo de garantia de 2 anos, podendo este prazo ser mais longo mediante acordo entre as partes ou concedendo o fabricante da peça um período mais extenso. A garantia é exercível sempre que houver desconformidade entre o bem vendido e as características que o comprador legitimamente esperava que ele tivesse, ou seja, haverá desconformidade sempre que (i) o bem comprado tenha algum defeito, não tendo as qualidades apresentadas e que dele se esperam, quando (ii) não for adequado ao fim específico para que o comprador o tenha adquirido (como por exemplo um produto à prova de água que não seja estanque), quando (iii) não for adequado para a utilização que geralmente lhe é dada (por exemplo, um óleo que não lubrifique); quando (iv) não tenha as qualidades habituais do mesmo tipo de bens ou cuja qualidade e características não estejam de acordo com a promoção publicitária ou
com as indicações do seu rótulo, quando (v) haja incorrecções na montagem e, muito importante, tratam-se também de desconformidades as situações em que se verifica a má instalação do bem ou peça pelo vendedor ou quando esta seja instalada sob a sua responsabilidade. Nos termos do Art. 5º-A do Dec. Lei 67/2003 o defeito/desconformidade do produto, deve ser denunciado/a dentro do período coberto pela garantia no prazo máximo de 2 meses contados a partir do momento em que o consumidor tenha tomado conhecimento do defeito, sob pena de, não o fazendo o seu direito caducar. Feita a denúncia, e não se resolvendo o problema, terá depois 2 anos (limitado pelo período de validade da garantia) para intentar a acção judicial competente. Regime diferente é aquele que se destina a exercer a responsabilidade civil do produtor, através do qual se pretende o ressarcimento de danos sofridos em consequência da introdução no mercado de produto com defeito. Nestes casos, e sendo o tema mais complexo, aconselha-se uma cautela extrema, tendo sempre em atenção que o ónus da prova da existência do defeito, assim como dos danos que dele decorrem, impendem sobre o consumidor. Aconselha-se, pois, vivamente que, tanto quanto possível, se preserve o bem ou peça alegadamente defeituosa para que, sendo o caso, a mesma possa ser sujeita a uma perícia que determine a existência desse mesmo defeito, sob pena de, não o fazendo, se tornar praticamente impossível a demonstração da existência do defeito, comprometendo dessa forma a viabilidade de uma eventual acção judicial contra o produtor da peça defeituosa. No âmbito deste regime é preciso ter em atenção que o processo judicial tendente à efectivação da responsabilidade do produtor, deve ser proposto no prazo máximo de 3 anos contados do conhecimento do defeito.