ID: 49616896
07-09-2013 | Fugas
Tiragem: 45304
Pág: 20
País: Portugal
Cores: Cor
Period.: Semanal
Área: 26,89 x 30,49 cm²
Âmbito: Informação Geral
Corte: 1 de 3
Dormir Monte da Lua
O Algarve do campo à beira da praia
Para além dos seis quartos, o Monte da Lua está repleto de recantos que convidam ao descanso. Há sofás, espreguiçadeiras e camas de rede, mas também muita relva para nos deitarmos
Tratam-nos nas palminhas — como esquecer a limonada fresquinha assim que chegamos e o luxo que é não ter horas para o pequeno-almoço? Temos piscina, natureza que nunca mais acaba e um sossego que não parece deste mundo. Apenas seis quartos fazem toda a diferença numa guest-house, acreditam os proprietários. Cláudia Carvalho (texto) e Vítor Cid (fotos)
H
á coisas que por vezes achamos que só vemos nos filmes — por cá, se calhar mais nas novelas. Chegar ao Algarve quando o calor mais aperta e sermos recebidos assim que estacionamos o carro, depois de uma viagem de pouco mais de duas horas, por uma senhora simpática de bandeja na mão com uma limonada fresca é como se nos tivessem lido os pensamentos. É que nem tempo tivemos para pedir alguma coisa. Não foi preciso. E o melhor é que isto acontece num lugar que em tudo nos faz lembrar um oásis no deserto. Quase nos questionamos se estamos mesmo no Algarve e em pleno Verão, mas sim, é verdade. Não nos enganámos. Em Lisboa virámos para Sul em direcção a Faro, passámos por Estoi e seguimos então as várias indicações que nos levam para o Monte da Lua. Chegámos até a ver o mar mas foi para a serra que virámos. Entrámos numa estrada de terra batida, passámos algumas casas e só depois disso, ao fundo de tudo, encontrámos esta guest-house que abriu no início deste ano. Da estrada não vemos nada para o interior mas percebemos que é grande, reservada e longe o suficiente do mundo. O portão roxo por onde passamos esconde uma mansão que logo nos conquista o olho, quer pelos seus muitos espaços verdes, quer pela piscina, como mesmo pela própria casa. Antes de
vermos os quartos – existem apenas seis –, somos convidados a conhecer o espaço, repleto de zonas de descanso. Há espreguiçadeiras, sofás e camas de rede, mas também muita relva para nos deitarmos. E o espaço é tão grande que mesmo com seis quartos é quase certo que conseguimos estar sozinhos. Não é por acaso que o Monte da Lua se promove como o Algarve mais calmo. Esta não é uma casa de praia mas uma casa de campo em plena comunhão com a natureza. De dia ouvimos as cigarras e procuramos os pássaros, à noite ouvimos os grilos e vemos as estrelas. Mas se quisermos dar uns mergulhos a praia também não está longe, ou não estivesse esta casa a poucos quilómetros do Parque Natural da Ria Formosa. Em Olhão, a cinco minutos de carro, apanha-se o barco para as ilhas de Faro, da Culatra ou da Armona. De Faro, não
muito mais longe, vai-se para a ilha do Farol ou para a Deserta – a nossa preferida. Se quisermos andar um bocadinho mais temos Santa Luzia, logo às portas de Tavira, onde há um barco que faz a ligação à praia da Terra Estreita – também experimentámos e recomendamos. “Estamos a viver um período de grande pressão e aquilo que notamos é que as pessoas procuram passar um fim-de-semana ou umas férias tranquilas, longe da confusão do dia-a-dia. É verdade que já existem muitas casas assim mas não com este conceito – mais do que termos um lugar sossegado, queremos oferecer às pessoas o requinte do campo a minutos da praia”, diz à Fugas o proprietário Carlos Gonçalves, para quem este tipo de turismo já existe muito no Alentejo e no Norte do país mas não no Algarve. “Unidades como esta com apenas seis quartos praticamente