«Algarve é o turismo em Portugal»

Page 1

França é um destino estratégico para as exportações portuguesas

Nº 143 › Mensal › Agosto 2014 › 2.20# (IVA incluído)

Maria da Conceição Martins Diretora da Queen Elizabeth’s School

João Figueiredo CEO da Intellysys

José Bessa Maia Ex-Secretário das Relações Internacionais do Governo do Ceará

Algarve é o turismo em Portugal Desidério Silva, Presidente da Região de Turismo do Algarve, sublinha que a região continua a constituir o principal destino no turismo em Portugal, que está a apostar em novos mercados emissores, e pretende desenvolver o potencial do Algarve para ter turismo todo oAgosto ano. 2014 | País €conómico › 1


› Head

Ficha Técnica

Editorial

Propriedade Economipress – Edição de Publicações e Marketing, Lda.

Sócios com mais de 10% do capital social › Jorge Manuel Alegria

Contribuinte 506 047 415

Director › Jorge Gonçalves Alegria

Conselho Editorial: › Bracinha Vieira › Frederico Nascimento › Joanaz de Melo › João Bárbara › João Fermisson › Lemos Ferreira › Mónica Martins › Olímpio Lourenço › Rui Pestana › Vitória Soares

Redacção › Manuel Gonçalves › Valdemar Bonacho › Jorge Alegria

Fotografia › Rui Rocha Reis

Grafismo & Paginação › António Afonso

Departamento Comercial › Valdemar Bonacho (Director)

Direccção Administrativa e Financeira › Ana Leal Alegria (Directora)

Serviços Externos › António Emanuel

Morada Avenida 5 de Outubro, nº11 – 1º Dto. 2900-311 Setúbal

Telefone 26 554 65 53

Fax 26 554 65 58

Site www.paiseconomico.eu

e-mail paiseconomicopt@gmail.com

Delegação no Brasil Jean Valério Av. Romualdo Galvão, 773 - Tirol - Ed. Sfax - Sala 806 CEP: 59020-400 Natal - RGN - Brasil Tel: 005584 3201.6613

e-mail acarta@acarta.com.br

Pré-impressão e Impressão Lisgráfica Rua Consiglieri Pedroso, 90 Queluz de Baixo 2730-053 Barcarena

Tiragem 30.000 exemplares

Depósito legal 223820/06

Distribuição Logista Portugal Distribuição de Publicações, SA Ed. Logista – Expansão da Área Ind. do Passil Lote 1-A – Palhavã – 2890 Alcochete Inscrição no I.C.S. nº 124043

2 › País €conómico | Agosto 2014

A União Europeia não é tudo No editorial da edição de Julho criticámos a desistência do Primeiro-Ministro Pedro Passos Coelho em deslocar-se ao Brasil para assistir ao jogo entre Portugal e a Alemanha em Salvador da Bahia, aproveitando essa oportunidade para estreitar o relacionamento com as autoridades governamentais brasileiras. A derrota de Portugal dentro da CPLP a respeito da entrada da Guiné Equatorial na organização dos países de língua portuguesa, é deveras revelador não apenas da inépcia da diplomacia portuguesa (quando não até algum conivência nos últimos cinco ou seis anos) no caso, mas revela sobretudo a imensa desvalorização recente do relacionamento do país com os países de língua portuguesa. A diplomacia portuguesa está hoje praticamente transformada numa agência comercial de promoção económica do país e das nossas empresas, e se este papel é assaz positivo, é preciso dizê-lo e sublinhá-lo, não chega para mostrar os mais amplos objetivos estratégicos do país na relação com os restantes países que falam português. Portugal sempre foi um país universalista e de dimensão universalista. Não pode encerrar os seus mais amplos desígnios apenas numa parte do mundo, nem poderá olhar para o seu relacionamento com qualquer parte do mundo estritamente sob a esfera económica ou financeira. Parece-nos de forma indiscutível que a visão do atual Primeiro-Ministro encara como única prioridade da relação externa de Portugal apenas a relação com a União Europeia, e mesmo esta muito centrada na sua dimensão financeira, ou seja, no quanto é que Portugal poderá ganhar em termos de apoios financeiros ao nosso país. É importante, mas é pouco para um país com tradição e ambição universalista como é Portugal. É também importante a afirmação de valores e de princípios, porque eles são perenes para um país na cena diplomática internacional, mas importa também revelar pragmatismo e realismo. Pois muito bem, se a Guiné Equatorial entrou na CPLP, o que poderá efetivamente Portugal ganhar com essa entrada, ou a entrada desse país servirá sobretudo e apenas para que países como o Brasil e Angola ganhem protagonismo, posições e negócios em Malabo? Onde fica a posição e o ganho de Portugal? Alguém do governo português acautelou isso? Ou alguém pensou nisso? Ainda vamos a tempo? Oxalá! Jorge Gonçalves Alegria

Agosto 2014 | País €conómico › 3


Índice Grande Entrevista Desidério da Silva é o Presidente da Região de Turismo do Algarve, organismo com a responsabilidade de promover o turismo algarvio, um setor chave para a sustentabilidade económica e social da mais ao sul do território português. O antigo autarca de Albufeira é um profundo conhecedor da sua região e um ardente defensor das suas virtualidades e potencialidade do Algarve enquanto motor para a economia turística de Portugal. O presidente da RTA pretende aumentar o esforço promocional, sobretudo em países que possam alargar a base dos mercados emissores para o Algarve, como é o mercado russo, mas sublinha que a região terá de continuar a apostar forte nos mercados tradicionais, que estão aliás a crescer novamente.

pág. 22 a 27

Ainda nesta edição…

20 20 21 28 28 28 29 36 45 45 46

Grande Plano

Setor metalúrgico e matelomecânico melhora resultados Novas soluções de cortiça para os vinhos Portos de Sines e de Setúbal continuam a melhorar resultados Ceará trará missão empresarial a Portugal Câmara Portuguesa da Bahia estreita relações em Portugal Digisfera esteve na Copa do Mundo BNI Europa começou atividade em Junho Osvaldo Matos com sucessos no Brasil e Angola Rádio Alfa aglutina diáspora portuguesa em França Mecachrome investe na indústria aeronáutica em Setúbal A França é um país de oportunidades

4 › País €conómico | Agosto 2014

A reabilitação urbana é uma das prioridades para a regeneração do nosso país, assim como para a revitalização, modernização e sustentabilidade de muitas das cidades portuguesas, particularmente nos seus centros históricos. Nesta edição damos destaque a dois exemplos importantes nas cidades do Porto e de Lisboa, mas não quisemos também deixar de mostrar oportunidades existentes na área da construção, como acontecerá brevemente na Arábia Saudita com a construção de onze novas cidades desportivas, sucedendo a um primeiro estádio construído em Jeddah, onde participou uma conhecida empresa portuguesa.

pág. 06 a 19

Agosto 2014 | País €conómico › 5


› GRANDE PLANO PortoBaixa

Marca de vanguarda na Gestão Imobiliária Criada há quatro anos atrás fruto da vontade e determinação de um grupo de investidores portuenses que há muito acreditam e operam na reabilitação urbana da Cidade Invicta, a PortoBaixa assume-se como uma marca acreditada a crescer dia-a-dia no mercado da Gestão Imobiliária. Em entrevista que concederam à País €conómico, Pedro Soares e José Teixeira, ambos gestores da PortoBaixa não escondem a sua satisfação por terem abraçado este projeto inovador e de vanguarda na Gestão Imobiliária, e deixam bem claro que se orgulham do que fazem e que sua realização pessoal está na PortoBaixa.

L

Texto › VALDEMAR BONACHO

ogo após a marcação desta entrevista com Pedro Soares e José Teixeira, gestores da PortoBaixa, que decorreu na sede da empresa na Rua da Cedofeita, 342, em pleno Centro Histórico do Porto, e em que também participou Jorge Garcia Pereira, arquiteto e parceiro da PortoBaixa, algo de muito forte rodeou as expectativas dos jornalistas da P€, até porque estava em causa conhecer um projeto que pretende contribuir para uma vitalidade diferente à área mais antiga do Porto, classificada como Património Cultural da Humanidade desde 1996. Dizer desde já que o Centro Histórico do Porto corresponde ao tecido urbano marcado pelas origens medievais da cidade e que inclui territórios situados nas freguesias da Sé, de São Nicolau, da Vitória e de Miragaia, conjunto urbano que se apoia no velho casco medieval e que proporciona a todos os que o visitam uma imagem de coerência e de homogeneidade e que para muitos constitui, como nos lembrou o Jorge Garcia Pereira, «um exemplar único de uma paisagem urbana dotada de identidade, forte carácter e qualidade estética». Portanto, não nos espanta que seja hoje em dia uma zona muito respeitada e cobiçada por inúmeros investidores portugueses e estrangeiros que vêm nela o sítio

6 › País €conómico | Agosto 2014

| FOTOGRAFIA › RUI ROCHA REIS

ideal para viverem ou mesmo instalarem os seus negócios. Orgulho no que faz A PortoBaixa já adquiriu ao longo dos seus quatro anos de vida um vastíssimo número de imóveis situados em locais nobres da cidade do Porto, em pleno Centro Histórico, a maior parte deles prédios antigos e em estado adiantado de degradação, que são recuperados pelas equipas técnicas e profissionais da PortoBaixa e colocados à venda no mercado. «Aqui na PortoBaixa orgulhamo-nos do que fazemos», disse Pedro Soares, que não escondeu a sua felicidade por pertencer a este grupo de trabalho. «A nossa realização pessoal está na PortoBaixa, e aqui cada um faz aquilo que mais gosta», reforçou por sua vez José Teixeira que nos diria, a título de informação, que este é um mercado em contra ciclo. «Temos imensa gente interessada nos nossos imóveis e muitas são as vezes (acontece com frequência) em que somos nós a escolhermos o cliente que pretendemos, tamanha é a procura». Pedro Soares não esconde que existe na PortoBaixa uma ligação muito estreita com o investidor, com o promotor e com o admirador. «Repartimos o nosso know-how, a nossa experiência e até o nosso sentimento profissional com o nosso cliente. Isto para

que tudo resulte em pleno para as partes envolvidas. O nosso cliente tem a tendência para procurar algo que não encontra com facilidade no mercado, e quem procura um imóvel no Centro Histórico não está à procura de grandes áreas, está à procura de um espaço agradável e confortável. Na PortoBaixa estamos atentos a esta situação e prontos a ajudar o cliente a encontrar o que deseja». Ir ao encontro dos desejos do cliente A PortoBaixa é uma empresa excelentemente organizada que reúne cinco arquitetos, engenheiros, cinco investidores permanentes e três empreiteiros. «Todos aqui se entregam com paixão à evolução do projeto, isto para que possamos oferecer o melhor ao cliente. É uma entrega que vem desde a conceção e que se prolonga no desenvolvimento da obra. Tudo é levado ao pormenor, com muito rigor, sem descurar a traça original do edifício. Os nossos arquitetos estão muito atentos e prontos a ajudar nas ideias criadas pelos nossos clientes. É este espírito que nos distingue e é desta forma que queremos cimentar o percurso da PortoBaixa. Queremos prestar um serviço de excelência, que cative o cliente e o faça voltar um dia», referiu José Teixeira.

Agosto 2014 | País €conómico › 7


› GRANDE PLANO

Tratando-se de imóveis muito antigos que por vezes implicam o envolvimento de dezenas de herdeiros, pôr à venda imóveis nestas condições não é tarefa fácil. José Teixeira recordou que a PortoBaixa tem-se deparado com situações do género muito complexas. «Muitos destes imóveis chegam a ter 30, 40, 50 ou mais herdeiros, e desbloquear uma situação como esta

8 › País €conómico | Agosto 2014

não é nada fácil. Também neste aspecto a PortoBaixa tem feito a diferença, porque é um profundo conhecedor do mercado, com pessoas habituadas a lidarem com estas situações e que com mais facilidade as desbloqueiam. Temos um caso recente que envolveu 92 herdeiros, e tudo foi por nós resolvido», referiu José Teixeira, sem esquecer que estas são situações que

exigem muita subtileza. Preciosa foi também a ajuda que nos deu nesta entrevista o arquiteto Jorge Garcia Pereira nos esclarecimentos sobre o trabalho de recuperação que a PortoBaixa leva a cabo nestes edifícios. «É uma intervenção levada ao pormenor, que por vezes vai muito além da recuperação e cujo resultado final confirma o respeito pelo edifício original». ‹

Agosto 2014 | País €conómico › 9


› GRANDE PLANO

Monterg Construções reforça posição na reabilitação urbana em Lisboa

Grupo Jetclass valoriza talento português e promove-se no Médio Oriente

Jetclass distingui criadores portugueses

A

Jetclass, empresa portuguesa de design e conceção de mobiliário de luxo, localizada no concelho de Valongo, norte de Portugal, em conjunto com a Escola Superior de Artes e Design de Matosinhos (ESAD), distingui no início de Julho, os vencedores do concurso lançado no início de Janeiro deste ano, e que pretendia desafiar os estudantes da instituição de ensino superior a darem azo à sua imaginação e a criarem projetos novos que depois seriam produzidos pela própria Jetclass. Segundo apurou a País €conómico, o vencedor do concurso, eleito pelo júri Jetclass e ESAD, foi Manuel Vasco, com a sua criação Jager. Já Ana Santos, com a criação da peça Heiwa, alcançou o segundo lugar. O autor da obra vencedora, para além de ver a sua peça tornar-se realidade com o auxílio da Jetclass, auferiu ainda um prémio pecuniário. A segunda classificada terá a oportunidade de realizar um estágio remunerado na empresa de mobiliário.

10 › País €conómico | Agosto 2014

No entanto, a presença nas grandes feiras internacionais constitui um marco constante na estratégia de expansão da marca Jetclass no mundo, e no final de Setembro (28 a 30), a empresa vai estar no Hotel Show Dubai, onde apresentará a sua nova marca Snip, marca especialmente concebida para a hotelaria de alta qualidade. Segundo Agostinho Moreira, administrador da Jetclass, a marca Snip apresentará um padrão de design meticuloso, moderno e luxuoso, e contempla nas suas coleções a melhor oferta para o ramo hoteleiro. Ainda segundo o gestor, as coleções apresentarão uma «denotada polivalência, poderão ainda ser personalizadas e reinterpretadas conforme as pretensões de cada cliente, adaptando-se às várias situações pretendidas, mas nunca descurando a exigência do design e da grande qualidade». O Dubai e toda a região do Golfo Arábico está em forte expansão hoteleira, e a Jetclass vai mostrar que pretende ser um player à altura da expansão que se verifica nessa parte do mundo. ‹

Carteira de encomendas eleva-se a 9 milhões de euros

A Monterg Construções, empresa com sede em Leiria, confirmou à País €conómico que possui obras em curso, além de outras recentemente adjudicas na cidade de Lisboa, que elevam a carteira de encomendas da empresa na capital para cerca de nove milhões de euros. A empresa liderada por António Lopes Pinto, depois de ter finalizado uma importante obra de reabilitação no antigo Cinema Europa, localizado no emblemático bairro de Campo de Ourique, em Lisboa, recebeu recentemente um novo conjunto de adjudicações de obras de recuperação e valorização urbana. Segundo confirmou o gestor, essas obras compreendem uma moradia na zona do Restelo, três obras no Príncipe Real, e uma outra na rua Luciano Cordeiro. No seu conjunto global, essas obras em Lisboa elevam-se a cerca de nove milhões de euros, reforçando assim importância da reabilitação urbana no portfólio de construção da Monterg, independentemente da empresa leiriense possuir também outras obras noutras partes do país. ‹

Agosto 2014 | País €conómico › 11


› Head

12 › País €conómico | Agosto 2014

Agosto 2014 | País €conómico › 13


› GRANDE PLANO Depois da cidade desportiva em Jeddah, Arábia Saudita vai construir outras onze cidades desportivas no Reino de Abdullah Al-Saud

Oportunidades estratégicas para as construtoras mundiais Depois da portuguesa Martifer ter participado na construção da cidade desportiva inaugurada no início de Maio deste ano, na cidade de Jeddah, por ordem do Rei da Arábia Saudita, Abdullah Bin Abdel-Aziz al-Saud, o país vai erguer outras novas onze cidades desportivas em vários pontos do reino, onde em cada um delas será construído um estádio com capacidade para 45 mil espetadores, além de infraestruturas desportivas complementares. Segundo os responsáveis sauditas, este investimento que é realizado através da empresa saudita Aramco, conhecida pela sua intervenção nas áreas do petróleo e do gás no país e em vários pontos do mundo, constituirá uma oportunidade para empresas de construção de todo o mundo, como aconteceu no caso da cidade desportiva de Jeddah, onde a participação da Martifer foi recentemente elogiada em entrevista à País €conómico por Mohammed Bin Saud Al-Saud, subsecretário de Estado dos Negócios Estrangeiros da Arábia Saudita.

N

Texto › JORGE Alegria

o seguimento da inauguração da Cidade Desportiva em Jeddah (na parte ocidental o país), o Rei Abdullah Bin Abdel-Aziz al-Saud ordenou que a Aramco avançasse com um novo pacote global de construção de onze novas cidades desportivas em vários pontos da Arábia Saudita, prosseguindo o objetivo de promover e incentivar a prática desportiva pela juventude saudita. Na ordem emitida pelo soberano saudita foi indicado que cada uma dessas novas cidades desportivas deveria contemplar um estádio de futebol com capacidade para 45 mil pessoas, dentro dos mais modernos standards internacionais, como já aconteceu aliás no muito elogiado estádio, integrado na cidade desportiva King Abdullah, inaugurada em Maio na cidade de Jeddah. Os onze novos estádios, segundo notícia recente publicada na Gazeta Saudita, vão ser construídos ao longo dos próximos seis anos nas províncias de Medina, Al-Qassim, Província Oriental, Asir, Tabuk, Hail, Região da Fronteira Norte, Jazan, Najran, Baha e Al-Jouf. De referir que

14 › País €conómico | Agosto 2014

neste momento existem 23 estádios de futebol no Reino da Arábia Saudita, pelo que os novos onze estádios aumentarão em praticamente 50% a capacidade de espaços para a prática do futebol e de outros desportos no país. Segundo informações veiculadas pela imprensa saudita, os responsáveis pelo planeamento destes novos estádios terão como modelo justamente o estádio inaugurado em Jeddah, considerado dos mais modernos do mundo. Segundo os responsáveis sauditas a construção das onze novas cidades desportivas constituirá igualmente uma grande oportunidade para as empresas de construção e de fornecimentos de materiais diversas, tanto da própria Arábia Saudita, como para todas as empresas internacionais que queiram ou possam participar este grande empreendimento. Recordamos um excerto da entrevista concedida em Maio à País €conómico pelo subsecretário de Estado dos Negócios Estrangeiros da Arábia Saudita, Mohammed Bin Saud Al-Saud,

onde referia que «temos uma opinião muito boa sobre a capacidade das empresas portuguesas. Ainda há poucos dias foi inaugurada uma nova cidade desportiva no meu país, com um grau de modernismo ao mais alto nível mundial, talvez mesmo do que os estádios que foram recentemente construídos no Brasil. Sabe quem construiu essa nova cidade desportiva? Uma empresa portuguesa (n.d.r. a Martifer), que ao contrário de outras empresas de várias partes do mundo assegurou o cumprimento dos prazos e entregou essa infraestrutura desportiva dentro do prazo acordado». Estas novas onze cidades desportivas na Arábia Saudita poderão constituir dessa forma uma boa oportunidade, não apenas para a própria Martifer Construções Metálicas, mas igualmente para várias outras empresas portuguesas, tanto da área da própria construção, assim como outras de várias áreas de atividade económico, nomeadamente fornecedoras de materiais, empresas de ar-

quitetura, engenharia, entre outras fornecedoras de outros bens e serviços. De referir que a cidade desportiva Rei Abdullah comportou um estádio de futebol com capacidade para 60.241 lugares, mas que integra igualmente um pavilhão para a prática de várias atividades desportivas, com capacidade para dois mil espetadores, uma pista de atletismo, onde possui uma arquibancada com capacidade para mil espetadores, acrescentando-se também uma mesquita e uma área de estacionamento para 45 mil viaturas. Refira-se, ainda a respeito da presença da Martifer na Arábia Saudita, que além da construção da cobertura metálica do estádio King Abdullah, a empresa liderada por Carlos Martins também participou na construção do Distrito Financeiro King Abdullah, localizado em Riad, capital do país, tendo a empresa portuguesa a responsabilidade a construção de várias fachadas e revestimentos dos edifícios integrantes numa área total de 50.000 metros quadrados deste projeto. ‹

Agosto 2014 | País €conómico › 15


› GRANDE PLANO 100DOMUS

Um modelo inovador de trabalhar o mercado imobiliário Com uma média de 35 a 40 Imóveis vendidos por mês, mais de 90 por cento dos quais derivados do mercado reabilitado, a 100DOMUS é uma marca sonante no ramo da mediação imobiliária. Em entrevista concedida à País €conómico, Pedro Soares e José Teixeira, gestores da 100DOMUS, afirmam que inebriados pela alma Portuense e pela beleza do seu edificado, «temos como principal propósito revitalizar esta cidade,

A

fazendo com que as pessoas queiram vir viver connosco no centro do Porto». Texto › VALDEMAR BONACHO | FOTOGRAFIA › RUI ROCHA REIS

100DOMUS iniciou a sua atividade em Agosto de 2013 e o trabalho até agora por si desenvolvido é deveras animador. No entender de José Teixeira grande parte do sucesso alcançado pela 100DOMUS neste primeiro ano de vida fica a dever-se (em especial) à qualidade e experiências das pessoas que fazem parte do seu staff e que diariamente dão o seu contributo a este projeto. «Temos colaboradores capazes de fazer a venda do imóvel, mas também acompanhar de perto as necessidades do cliente ao longo de todo o processo», refere, para lembrar também que ele e o sócio José Teixeira possuem um vasto know-how na área da promoção imobiliária. Ser inovador no mercado imobiliário Reconhecendo sem rodeios que a 100DOMUS está no bom caminho ao ter sabido criar um modelo inovador de trabalhar o mercado imobiliário, Pedro Soares diz que todo este esforço foi realizado com o propósito de pôr à disposição dos seus clientes um serviço de excelência. «A nossa originalidade começa quando iniciamos o processo de venda de um imóvel. O nosso serviço passa, também, pelo acompanhamento, o que não é habitual acontecer numa imobiliária dita normal. Para essas imobiliárias a relação com o cliente termi-

16 › País €conómico | Agosto 2014

na logo após a assinatura do contrato de promessa de compra e venda, mas com a 100DOMUS não é assim: Após a assinatura do contrato de promessa, fazemos questão de acompanhar com regularidade o nosso cliente, prestando-lhe toda a ajuda que necessite», esclarece o jovem empresário portuense. José Teixeira intervém para dar uma achega importante. «A 100DOMUS é um projeto que já ultrapassou as nossas expectativas e esse crescimento tem muito a ver com o valor da nossa equipa de profissionais que se preocupam diariamente em terem informação sobre o processo de recuperação urbana, que é uma das bases fundamentais para nos impormos neste mercado e termos sucesso». A 100DOMUS tem uma ligação umbilical com a PortoBaixa e ambas as marcas operam, embora de modo diferente, no nicho de mercado da reabilitação urbana na cidade do Porto. Como mediadora imobiliária que é a 100DOMUS coloca quase diariamente no mercado uma oferta imobiliária vasta e ambiciosa que cativa imensos interessados portugueses e estrangeiros. No entender de Pedro Soares, a criação da 100DOMUS teve a sua razão de ser. «Criarmos a 100DOMUS constituiu uma oportunidade muito grande. Tínhamos

muitos clientes nossos que nos pediam para lhes fazermos toda a parte de gestão dos seus empreendimentos. E depois, como em tudo na vida, o grande problema era escoarmos o produto. A maneira que considerámos mais adequada para dar solução a esta questão passou pela criação de uma empresa de mediação imobiliária. Isto porque nós não tínhamos no mercado empresas que trabalhassem o mercado da reabilitação urbana e hoje em dia cerca de 90 por cento dos imóveis vendidos pela 100DOMUS derivam deste mercado». A importância do cliente na 100DOMUS Na 100DOMUS a relação com o cliente é um fator de grande importância. E Pedro Soares faz questão de sublinhar isso mesmo. «Logo no primeiro momento em que o cliente nos contacta, o nosso objetivo é conhecermos profundamente as suas pretensões. Tentamos saber quanto pretende investir, que local deseja, que tipo de construção procura e até os pormenores sobre os acabamentos do imóvel que deseja. Cabe ao cliente fornecer-nos todos estes elementos, pois desta forma abreviaremos ao máximo o período da operação, que da nossa parte ficará concluída após a assinatura da escritura, embora estejamos à disposição

Agosto 2014 | País €conómico › 17


› GRANDE PLANO

do cliente para os esclarecimentos que necessitar após aquela data». Embora opere no mercado da mediação imobiliária há apenas um ano, a 100DOMUS já é uma referência no mercado imobiliário da Cidade Invicta, possuindo neste momento lojas na Rua Cedofeita (onde está localizada a sede da empresa), Rua Alexandre Braga (próximo do carismático Mercado do Bolhão) e Rua das Flores. «Temos em todas elas profissionais altamente qualificados que garantem um

18 › País €conómico | Agosto 2014

atendimento personalizado», refere José Teixeira, sublinhando que a preservação desta parte histórica da cidade do Porto é uma preocupação constante dos que trabalham na 100DOMUS e na PortoBaixa. Na verdade são mais de vinte os profissionais que trabalham nas três lojas da 100DOMUS distribuídas pelo Centro Histórico do Porto, gente jovem, empenhada na carreira e todos eles beneficiam de formação contínua e adequada. São pessoas que abraçaram esta atividade há muitos anos, gente muito experiente, apta a po-

der esclarecer o cliente em questões relacionadas com o desenvolvimento e tipo de obra que estão a ser realizados, incluindo mesmo esclarecimentos sobre o tipo de produtos que foram utilizados. Esta proximidade é vantajosa e tem dado os seus frutos», salientou Pedro Soares, que acredita que esta equipa de profissionais pode vir a crescer num futuro próximo. «A 100DOMUS está a crescer dia-a-dia e quer contar sempre com os melhores profissionais, para de igual modo servir os seus clientes». ‹

Agosto 2014 | País €conómico › 19


› NOTÍCIAS

› A ABRIR

Subindo na Pirâmide

Mapril Baptista

Gilberto Jordan É o novo Chaiman da Urban Land Institute (ULI) Portugal, um organismo a que já tinha presidido numa ocasião anterior. O novo presidente deste organismo no nosso país dirige O Belas Club de Campo e em conjunto com o seu pais (André Jordan) foram os grandes criadores da Quinta do Lago, tendo posteriormente estado associados à revitalização da zona de Vilamoura, no Algarve. ‹

Exportações dos setores metalúrgico e metalomecânico atingem valores record nos primeiros cinco meses do ano

União Europeia absorveu 70% das exportações do setor Cláudio Pontes O Chef do Restaurante Aviz, no Hotel Aviz, em Lisboa, foi convidado para estar no Hotel Timor em Díli, durante a recente Cimeira dos Chefes de Estado da CPLP. O carismático e renomado Chef português distinguiu-se pelos pratos requintados que confeccionou para os líderes dos diversos países de língua oficial portuguesa que estiveram na cimeira que ocorreu pela primeira vez na capital timorense. ‹

No mês de Maio, os setores metalúrgico e metalomecânico português exportaram 1.266 milhões de euros, elevando a fasquia dos primeiros cinco meses do ano para o valor global de 5.672 milhões de euros, um aumento de 4% acima do registado no período homólogo do ano transacto. Cerca de 71% do valor exportado foi para os países da União Europeia, com destaque para as exportações para Espanha, Alemanha, França e Reino Unido. A AIMMAP, uma das principais associações nacionais do setor, sublinhou numa nota à imprensa que perante os resultados já obtidos nestes primeiros cinco meses do corrente ano, “reforça-se a convicção de que as vendas do setor serão em 2014 as melhores de sempre, representando já hoje um terço das vendas de toda a indústria transformadora nacional”. Segundo declarações recentes do vice-presidente da AIMMAP, Rafael Campos Pereira, é estimada que as exportações do setor metalúrgico e metalomecânico atinjam na globalidade do ano possam ultrapassar os 13 mil milhões de euros. ‹

Cortiça e vinho numa aliança eterna Raquel Rebelo É a nova Senior Consultant da Milestone Consulting, empresa portuguesa que se dedica à prestação de serviços e consultoria de TI. A contratação surge com o objetivo de reforçar a área de Entreprise Performance Management & Business Intelligence da empresa. A nova consultora terá a responsabilidade a gestão da relação com os clientes, a criação de oportunidades de negócio e o desenvolvimento da oferta da empresa. ‹

20 › País €conómico | Agosto 2014

Dois vinhos da Ervideira, uma adega localizada no concelho de Reguengos de Monsaraz, foram os primeiros a utilizar um novo sistema inovador resultante de uma parceria com a dupla Corticeira Amorim/Owens-Illinois. O nosso sistema designa-se por Helix, e tinha sido apresentado durante a Vinexpo, a principal feira mundial do setor vinícola. O alvo do novo sistema serão os vinhos de alta rotação, com preços de venda ao público entre os cinco e os dez anos, que movimentam perto de cinco mil milhões de garrafas. Apesar de inicialmente utilizada pela Ervideira, o Helix está já a ser testado em mais 58 caves em vários países do mundo. A Corticeira Amorim não divulgou exatamente o investimento realizado na solução Helix, mas destacou que este projeto absorveu “parte substancial” do orçamento de cinco a seis milhões de euros destinado á área da investigação e desenvolvimento. ‹

Porto de Sines cresce nos contentores Nos primeiros seis meses de 2014, o movimento de contentores no Porto de Sines cresceu 41%, tendo atingido os 596.474 TEU, sendo que esse crescimento intensificou-se nos meses de Abril, Maio e Junho, sempre com movimentos acima dos 100.000 TEU mensais. Relativamente ao movimento geral de mercadorias, e refletindo bastante a paragem técnica de dois meses e meio da Refinaria de Sines, que afetou as exportações de produtos refinados através do Porto de Sines, ainda assim, a principal unidade portuária do país exportou globalmente 17.364.576 toneladas, apenas menos 0,3% do que em igual período do ano passado. De referir que os destinos fora da União Europeia cresceram mais do que as exportações para a EU. Aliás, as exportações feitas através de Sines aumentaram 5%, comparativamente às importações que regrediram 3%. Os principais produtos exportados pelo Porto de Sines foram sobretudo os refinados, pedras e cerâmicas, o gás natural, pasta e papel, carvão, peças e maquinaria, produtos alimentares, propileno e mesclas. Nos primeiros seis meses deste ano passaram pelo Porto de Sines 965 navios. ‹

O Presidente da Les Dauphins acaba de ser escolhido para Adjunto (Vice-Presidente da Câmara) do Presidente da Câmara Municipal de Pomponne, a cidade francesa próxima de Paris onde vive. Nascido em Portugal, mas desde cedo demandou terras francesas na procura de sucesso de vida, o empresário tem uma fábrica em cacia, no concelho de Aveiro, e foi no ano passado distinguido pelo Presidente da República Portuguesa com o Prémio Cotec na área do Empreendorismo e Inovação. ‹

Américo Amorim No momento em que comemorou 80 anos, o empresário continua a mostrar uma enorme vontade de evoluir, e a sua Corticeira Amorim lançou um novo produto a nível internacional (mas começou por Portugal) para a área do vinho, mostrado que é possível evoluir mesmo em área maduras como acontece na relação entre o vinho e a cortiça. A sua própria quinta no Douro também dá mostras de consolidação e de produzir vinhos cada vez mais apreciados em Portugal e no Mundo. ‹

Porto de Setúbal também cresce O Porto de Setúbal movimentou mais de 4 milhões de toneladas no primeiro semestre de 2014. Segundo um comunicado emanado pela APSS, a carga geral movimentou no porto sadino um total de 2,3 milhões de toneladas, um acréscimo de 24% face ao período homólogo, enquanto na área dos granéis sólidos, o movimento atingiu 1,7 milhões de toneladas, um aumento superior a 26%. O movimento nos terminais roll-on Roll-off também aumento 20% face aos primeiros seis meses do ano transacto, tendo este ano atingido as 78 mil viaturas. Ainda segundo a APSS, é de realçar que em termos de mercadorias individualmente consideradas, a primazia foi atingida pelo cimento, com o movimento de um milhão de toneladas, seguindo-se o clínquer, com 581 mil toneladas, os produtos metalúrgicos, com 578 mil toneladas, e dos adubos, com 284 mil toneladas. ‹

José Lomba O Ex-Cônsul de Portugal em Salvador da Bahia realizou um excelente trabalho na divulgação da cultura portuguesa no estado da Bahia, mas esteve sempre igualmente muito ativo em abrir portas e em acompanhar a entrada das empresas portuguesas naquele mercado do nordeste brasileiro. Um trabalho amplamente reconhecido pela própria Câmara de Comércio Portuguesa na Bahia e pelos meios empresariais portugueses no Brasil. ‹

Agosto 2014 | País €conómico › 21


› GRANDE ENTREVISTA Desidério Silva, Presidente do Turismo do Algarve, categórico

«Queremos que a imagem e a marca Algarve sejam reforçadas» Em entrevista que concedeu à País €conómico o presidente do Turismo do Algarve congratula-se com os resultados dos principais indicadores (hóspedes, dormidas, proveitos e taxas de ocupação) conseguidos por esta região turística em 2013. O destaque foi para os proveitos globais nos estabelecimentos hoteleiros e neste contexto o Algarve foi a região do país com mais proveitos, tendo faturado 609 milhões de euros, ou seja, mais 4 por cento que em 2012. Desidério Silva reconhece que estamos perante resultados muito animadores, mas mesmo assim pretende muito mais para a sua região. «Foram registos muito interessantes e muito significativos, mas esperamos e trabalhamos para que em 2014 esses valores sejam equiparados ou até superiores aos obtidos em 2013», referiu, para sublinhar ainda que «Estamos na presença do melhor destino europeu para passar férias e neste momento os indicadores de que dispomos apontam para que venhamos a ter um ano de turismo no Algarve ainda melhor que o ano anterior. Mas o que nos interessa é que a imagem e a marca Algarve sejam reforçadas, que a taxa de ocupação passe dos 50 para os 65 ou 70 por cento. E é com esses objetivos que trabalhamos todos os dias», sublinha o presidente do Turismo do Algarve.

O

Texto › VALDEMAR BONACHO

s anos de 2011 e 2012 foram de grandes dificuldades para o turismo do Algarve. O presidente do Turismo do Algarve lembra isso mesmo nesta entrevista à P€, mas faz questão de deixar bem claro que 2013 em termos turísticos não podia ter encerrado da melhor maneira para esta região do país, com resultados muito estimulantes que podem antever uma expectativa otimista para 2014. «O ano turístico de 2014 está alinhado no sucesso real do ano anterior e todos esperamos que no final deste ano tenhamos registos muito equivalentes ou até superiores aos registados no Algarve em 2013, com subidas nos principais indicadores (hóspedes, dormidas, proveitos e taxas de ocupação). Por exemplo, os números

22 › País €conómico | Agosto 2014

| FOTOGRAFIA › Rui Rocha Reis e cedidas pela RTA

de 2013 dizem-nos que em relação aos proveitos globais nos estabelecimentos hoteleiros, o Algarve foi a região do país com mais proveitos, tendo faturado 609 milhões de euros (+4% do que em 2012). Foram registos muito interessantes e muito significativos, mas esperamos e trabalhamos para que em 2014 esses valores sejam equivalentes ou até superiores aos obtidos em 2013», referiu Desidério Silva, para a este propósito lembrar que neste momento os indicadores apontam para isso mesmo, «agora o que nos interessa é sustentar cada vez mais estes indicadores para que não sejam situações conjunturais mas que sejam, sim, situações estruturais», avisou o presidente do Turismo do Algarve que não deseja de modo nenhum que «daqui a dois, três ou quatro

anos estejamos dependentes daquilo que vai acontecer nos outros países: na África e por aí fora ». Ter oferta durante todo o ano Na opinião de Desidério Silva «esta sustentabilização faz-se credibilizando o destino, faz-se com o reforço da qualidade, estruturando os produtos, tendo mais oferta de complementaridade em relação ao que é o nosso forte: o Sol e a Praia. São essencialmente estas as ações que teremos de levar a cabo ou seja ter um Algarve que possa ter uma oferta durante todo o ano e não apenas durante três ou quatro meses, e trabalhar muito para que o verão em termos daquilo que são ofertas não comece em Junho mas sim a partir de Março, e que permaneça até final de Outubro ou

Agosto 2014 | País €conómico › 23


› GRANDE ENTREVISTA este seja um ano onde se confirme e se consolide estes valores, e que seja o reinicio de uma estabilidade e de uma sustentabilidade que notar-se-ão ao longo dos próximos anos.

Novembro de modo a que tenhamos aqui um número cada vez maior de visitantes fora da época considerada época alta». Será que o presidente do Turismo do Algarve está à espera que 2014 seja um ano de grande intensidade turística? «Eu espero que 2014 seja melhor do que 2013

em todos os indicadores que já aqui referi. Estamos em Julho e aquilo que já foi o registo de reservas confirmadas através das cadeias hoteleiras e dos agentes do setor leva-nos a acreditar que 2014 vai ser um ano muito interessante para o turismo do Algarve. Mas – como já disse – espero é

Melhores destinos da Europa em praia e golfe O Algarve foi eleito o melhor destino de praia da Europa pela segunda vez consecutiva nos World Travel Award (Óscares da Indústria Turística) e Desidério Silva não esconde a sua satisfação por esta distinção. «Este facto enche-nos de orgulho, como orgulhosos ficamos também por o Algarve ter sido eleito em 2014 o destino de eleição do golfe na Europa. Estes são prémios de craveira mundial, que estão identificados em função de um conjunto de critérios e de fatores e que não deixam de ser dois momentos importantes. Portanto, agora o que há a fazer é saber consolidar esses destinos referenciados como

dos melhores da Europa e do Mundo e ao mesmo tempo a todos os agentes do setor que têm responsabilidades nessas áreas (identidades desde as públicas às privadas), pede-se uma responsabilidade acrescida para que a atribuição destes dois prémios possa vir a acontecer nos próximos anos», desejou o presidente do Turismo do Algarve. A propósito convirá referir que ao nível dos melhores greens, num conjunto de 205 em todo o mundo, em Portugal situam-se dez desses greens estando cinco destes estão localizados no Algarve. Isto segundo a conceituada revista “Golf Digest”. «Isto significa o reforço, a qualidade e o conhecimento daqueles que são os principais responsáveis pela implementação destes espaços e estes não são prémios que sejam atribuídos de ânimo leve mas sim em função da categoria, da qualidade e dos serviços neles prestados», sublinhou o presidente do Turismo do Algarve. Vinda de turistas russos ao Algarve Aquando da visita do ministro António Pires de Lima à Rússia, em Novembro de 2013, este membro do governo adiantou que alguns dos maiores operadores turísticos russos preparavam-se para trazer ao Algarve cerca de 30 mil turistas russos. Colocada esta questão a Desidério Silva, este esclareceu: «Tratou-se inicialmente de uma negociação que o Turismo de Portugal fez com a

“Tours Russia” e também com a “Natalie-Tours”, mas esta vinda de turistas russos a Portugal não aconteceu ainda porque perante os graves acontecimentos que envolvem neste momento a Rússia e a Ucrânia, a “Tours Rússia” pediu para que fosse suspensa esta operação em 2014 e que ela passasse para 2015, caso as condições melhorem. É evidente que para o Algarve esta será também uma excelente notícia, e eu como presidente do Turismo do Algarve fico contente com ela. Mas é bom que se diga que estes 30 mil turistas

russos são uma vinda em três anos e não num ano só. Mesmo assim termos aqui 10 mil turistas por ano é uma boa notícia. Esperemos é que a conjuntura naquela parte da Europa se reorganize para que a vinda destes turistas russos se concretize. A “Natalie-Tours” está a trazer também alguns turistas russos ao Algarve, não tantos como se esperaríamos e desejaríamos devido ao conflito de que já fizemos referência. Como sabemos, a Rússia e a Ucrânia tinham uma relação muito estreita e aquilo que hoje afecta um país também afecta o outro», esclareceu Desidério Silva. Alemães estão a voltar em força Satisfeito está também o presidente do Turismo do Algarve com o regresso em força de turistas alemães. «Desde o ano passado que houve algum reforço do mercado alemão, o ano passado cresceu acima dos dois dígitos e este ano também estamos a contar com o acréscimo na vinda ao Algarve de turistas alemães. São bons sinais e bons indicadores porque o mercado alemão é muito forte e é um mercado que a nós nos interessa muito particularmen-

24 › País €conómico | Agosto 2014

Agosto 2014 | País €conómico › 25


› GRANDE ENTREVISTA

te. E a partir do momento em que eles começaram a regressar, nós temos de fazer tudo o que estiver ao nosso alcance para os segurar no contexto da fidelização, porque o mais importante muitas das vezes é, além de queremos mais turistas, mais receitas e procurar mercados, a consolidação e o reforço dessa mesma fidelização,

26 › País €conómico | Agosto 2014

nomeadamente daqueles turistas que já estão habituados ao destino ou que pelo menos o conhecem e querem continuar por cá», destacou o presidente do Turismo do Algarve. Mas nesta entrevista à P€, Desidério Silva não se esqueceria o contributo dado pelos portugueses ao turismo algarvio, e

teve para com eles palavras de reconhecimento. «Não nos esquecemos que temos 4 milhões de dormidas provenientes de portugueses, ou seja, 37 por cento do nosso mercado é português. É uma fatia considerável. Há regiões do país onde as percentagens são grandes, mas o número é pequeno. Nós estamos aqui a falar de um universo entre 14 a 15 milhões de dormidas onde o mercado nacional significa 4 milhões. Apostamos cada vez mais no mercado português, que é um mercado de proximidade, temos feito algumas ações junto das agências de viagens, já fizemos inclusivamente alguns Road Show em Portugal e também em Espanha, porque agora no âmbito da nova lei nós temos a responsabilidade do mercado interno alargado. Espanha felizmente já no ano passado recuperou e este ano continua a recuperar daquilo que foi um ano muito complicado em 2012, e aqui há sinais evidentes de que neste contexto de proximidade temos de valorizar muito o mercado interno e o mercado português», reconheceu Desidério Silva, presidente do Turismo do Algarve.

Marina de Vilamoura e Zoomarine Para valorizar ainda mais a imagem turística do Algarve, registamos com agrado duas notas que são sempre positivas. A Marina de Vilamoura foi eleita em Março a melhor do país nos prémios Publituris instituídos pelo Portugal Trade Awards 2014, e o Parque Aquático Zoomarine, em Albufeira, foi considerado no seu género o 7º melhor da Europa. «Quer a Marina de Vilamoura, quer o Zoomarine são há muito infra-estruturas de referência e de excelência. O Zoomarine é dos melhores parques aquáticos da Europa e do Mundo e com as valências que nele foram introduzidas este ano, ainda mais qualificado está para receber em termos de qualidade e de serviço as dezenas de milhares de visitantes, e a Marina de Vilamoura pela capacidade que tem em receber o número de iates e o número de embarcações que ali passam durante todo o ano, e pelas infra-estruturas que tem, merece claramente ser referenciada de igual modo. São ambas infra-estruturas do melhor que existe em todo o mundo»,

evidenciou o presidente do Turismo do Algarve, para a este propósito acrescentar ainda que o Algarve só tem de se orgulhar destes investimentos e destes investidores. As prioridades do Turismo do Algarve Era a vez de perguntar a Desidério Silva quais tinham sido as linhas orientadoras que havia escolhido para este seu primeiro mandato à frente do Turismo do Algarve. E a resposta foi pronta. «O Algarve é uma região que tem funcionado muito em termos daquilo que tem sido a imagem da praia e do golfe, que são dois fatores que nós queremos ver reforçados. Mas o facto é que há aqui vários Algarves: há um Algarve da complementaridade, há um Algarve da diversidade e há um Algarve que não pode ser sustentável só com a praia e o golfe, porque é preciso levar em conta que neste aspeto há muitos destinos concorrentes. E nós temos aqui uma capacidade hoteleira muito grande na região que não é só com praia e golfe que ela se preenche. E essas com-

plementaridades, aquilo que é no fundo a identidade da região está muito diversificada pela terra, pelo barrocal, pelos cocktails da Costa Vicentina, do Baixo Guadiana. Perante todo este cenário a minha preocupação foi falar com os municípios, falar com os agentes do setor, com as empresas que trabalham com estes produtos, para reorganizarmos toda a oferta que existe: desde a oferta cultural, património, gastronomia, desportos, turismo natureza, e fazer isto em pacotes integrados de maneira a que sejam complementares. Sabemos que esta diversidade é enorme, agora para potenciar esta diversidade há que reorganizar e estruturar todas estas potencialidades. É isso que estamos a fazer com todos os parceiros do setor. O que me interessa em termos objetivos é que a imagem e a marca Algarve sejam reforçadas, que a taxa de ocupação anual deixe de ser 50 por cento e passe para 65 ou 70 por cento, porque temos condições para isso e ao mesmo tempo temos oferta e temos qualidade em todas as áreas», finalizou Desidério Silva o timoneiro do Turismo do Algarve. ‹

Agosto 2014 | País €conómico › 27


› LUSOFONIA › Brasil

Ceará trás missão empresarial a Portugal Entre os dias 15 a 23 de Novembro, a Câmara de Comércio Brasil-Portugal no Ceará (CBPCE) vai trazer uma missão empresarial a Portugal, designada Missão e Encontro de Negócios Ceará-Portugal 2014, que visitará as cidades de Lisboa, Aveiro, Porto e Viseu. A Missão já tem a programação concretizada, tendo como alto a cidade de Lisboa, onde os participantes vão participar em encontros com a Câmara de Comércio e Indústria Portuguesa, a Aicep e também visitarão o evento “Portugal Exportador”. Entretanto, o início da missão terá a cidade do Porto por palco, onde os membros da missão terão um encontro com a AEP – Associação Empresarial Portuguesa. Depois os empresários cearenses e luso-cearenses seguirão para visitas a vários municípios nos distritos de Aveiro e de Viseu, zonas onde deverão ser realizadas várias rodadas de negócios e outras ações de “business network”. Segundo José Maria Zannochi, presidente da Câmara de Comércio Brasil-Portugal no Ceará, a missão pretende divulgar as potencialidades do Ceará, bem como as diversas oportunidades de investimento e de realização de negócios naquele estado do nordeste brasileiro, um dos mais próximos da Europa e cuja capital (Fortaleza) possui uma ligação aérea diária com Lisboa. ‹

Banco BNI Europa começou atividade O Banco BNI Europa iniciou a sua atividade no passado dia 16 de Julho, data em que passou a disponibilizar serviços de banca corporativa e banca privada, os dois segmentos em que especializa a sua atividade. O Banco BNI Europa nasce precisamente para desenvolver uma atividade bancária que privilegia as relações comerciais entre Portugal e Angola. A sede da nova instituição financeira é em Lisboa. Segundo Mário Palhares, fundador do banco e presidente do Conselho de Administração, «o crescimento e consolidação do Banco BNI levou-nos a tomar a decisão natural de nos internacionalizarmos e fizemo-lo através do Banco BNI Europa, potenciando sinergias que apoiam uma gestão personalizada de ativos e património, e que reforçam as já muito significativas transações comerciais entre Portugal e Angola”. ‹

Prefeita de São Francisco do Conde faleceu Rilza Valentim, Prefeita (Presidente da Câmara Municipal na terminologia portuguesa) de São Francisco do Conde, cidade baiana a quase uma centena de quilómetros de Salvador, faleceu no final de Julho, deixando consternados todos os que a conheciam. Rilza Valentim tinha excelentes relações com a Câmara de Comércio Brasil-Portugal na Bahia, particularmente com o presidente António Coradinho, bem como com o diretor Manuel Rodrigues. A Prefeita estava igualmente a prestar um forte apoio à instalação da empresa portuguesa Cabena no seu município, acreditando no potencial de crescimento da relação entre São Francisco do Conde e Portugal. O Governador Jaques Wagner, líder do governo baiano, lamentou o falecimento da prefeita, creditando-lhe o mérito de ter obtido para a sua cidade a instalação da Universidade da Integração Internacional Afrobrasileira (Unilab). ‹

Digisfera na Copa do Mundo A empresa portuguesa Digisfera, especializada em imagens panorâmicas em alta definição e desenvolvimento de software para a área da fotografia, esteve presente no recente Mundial de Futebol realizado no Brasil, com vários projetos realizados para a FIFA e para a Hyundai. A fotografia gigapixel do jogo entre a Alemanha e a Argentina, foi criada pela Digisfera, que efetuou a pós-produção das 300 fotografias recolhidas no Estádio do Maracanã e aplicou o sistema PanoTag que permite que os espetadores se identifiquem na fotografia através das redes sociais. Por outro lado, a Digisfera lançou recentemente em parceria com a Direção-Geral do Património Cultural, o 360 TourLisbon, que é uma extensa visita virtual interactiva à cidade e Lisboa, disponível num mini-dvd que está embutido num postal convencional. Em Maio apresentou uma comunicação sobre a empresa no Congresso da IVRPA – International VR Photografhy Association, que decorreu em Las Vegas. ‹

28 › País €conómico | Agosto 2014

Agosto 2014 | País €conómico › 29


› lusofonia

Goa é o elo perdido da lusofonia

T

ive há pouco a oportunidade de viajar a Goa a trabalho. Fui com curiosidade e ansiedade por conhecer o que restou do antigo “Estado da Índia” portuguesa. Situada na costa do mar da Arábia, a 400 km a sul de Mumbai, Goa é o menor dos estados indianos em superfície (3,7 mil km2) e o quarto menor em população (1,5 milhão de habitantes), mas é o mais rico em PIB per capita no País (€ 2.350 em 2012). As suas principais cidades são Vasco da Gama, Pangim, Margão e Mapuçá. Belas e cálidas praias e resorts de padrão internacional movimentam a economia local com milhares de turistas estrangeiros a cada ano. A partir de 1510, Goa tornou-se a capital do império português na Ásia. Com a catequese, inúmeros habitantes locais foram convertidos ao cristianismo, tendo alguns dos missionários jesuítas que lá pregaram alcançado fama universal, dentre eles São Francisco Xavier (1506-1552), o chamado “apóstolo das Índias”, por ter exercido a sua atividade missionária não só em Goa, mas também noutros pontos da Índia, China e Japão. Hoje 26% dos goeses são cristãos, um dos mais altos percentuais na Índia. No que tange à ação educacional, em Goa foram erguidas, no período português, inúmeras escolas, faculdades e institutos profissionais e técnicos. Grandes vultos das letras portuguesas, como Luís Vaz de Camões, Garcia de Orta e Manuel Maria Barbosa du Bocage, ali redigiram parte das suas obras. A decadência do seu porto no século XVII foi consequência das derrotas militares dos portugueses para a Companhia Holandesa das Índias Orientais, tornando o Brasil e, depois, no século XIX, as colónias africanas, o principal foco económico de Portugal. Durante o domínio britânico na Índia, muitos habitantes de Goa emi-

30 › País €conómico | Agosto 2014

Texto › José nelson bessa maia

*

graram para Mumbai, Calcutá, Puna e Karachi. O isolamento de Goa diminuiu com a construção de ferrovias a partir de 1881, mas a emigração em busca de melhores oportunidades aumentou. Em 1842, foi fundada a Escola Médico-Cirúrgica de Goa, que formou médicos que viriam a exercer sua profissão em todo o império colonial português. Em 1900, Goa teve seu primeiro jornal bilingue gujarati-português. No contexto da descolonização, após os ingleses terem deixado a Índia (1947) e os franceses se retirado de Pondicherry

(1954), o governo português de Salazar, recusou-se a negociar com a Índia. Por essa razão, em 19/12/1961, tropas indianas com 40.000 soldados ocuparam Goa, encontrando pouca resistência. À época, o Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU) considerou uma resolução que condenava a invasão, o que foi vetado pela então União Soviética. Portugal apenas reconheceu a anexação indiana, em 1974,

após a queda da ditadura salazarista, com a chamada Revolução dos Cravos. Mesmo com a política oficial indiana de desestimular o resgate do passado lusófono, a herança arquitetónica portuguesa é forte, com suas belíssimas igrejas, como a Sé Catedral de Santa Catarina, a Basílica do Bom Jesus e as Igrejas de São Francisco de Assis e da Imaculada Conceição, e diversos conventos e palácios episcopais bem preservados, tudo convertido em Património da Humanidade pela Unesco. No entanto, eu me decepcionei ao perceber que o idioma português só é falado hoje por poucas pessoas e, assim mesmo, com certo receio, como eu mesmo pude constatar. Mas ainda se pode ouvir e falar o idioma de Camões no velho Clube Nacional, na Rua Dr. RS, na Velha Goa, um lugar simples de convivência e que organiza eventos como o Carnaval. Lá se pode conversar com o presidente do Clube, Tony Dias, figura de destaque na cidade, e/ou com o secretário Jorge Mascarenhas. Ambos são goeses fluentes em português, que era o idioma oficial até 1961. Os mais velhos ainda falam português, mas às vezes têm certa “vergonha” de fazê-lo. Hoje, só é oferecido como matéria optativa nas escolas. Os territórios de Damão e Diu, desde o início, e mais tarde também Dadrá e Nagar-Aveli, ficaram ligados a Goa, sob o nome de Estado da Índia Portuguesa, ligados não só pela administração, com centro em Goa, mas também por outros vínculos, porém separados por cerca de 700 e 1.500 km. Logo após a anexação pela Índia, esses territórios estiveram ainda ligados a Goa, porém, quando esta se tornou um estado da República indiana, Damão e Diu passaram a ser administrados diretamente pelo Governo Central da Índia, sob o nome Union Territory Of Daman & Diu.

Já Dadrá e Nagar-Aveli, integrados alguns anos antes na Índia (1954), formam um território à parte. Ao contrário de Macau, o ex-território português na China, re-incoporado por aquele país, em 1999, após intensas negociações, e onde o resgate das tradições e heranças portuguesas são hoje valorizadas pelas autoridades chinesas, Goa sofreu um lamentável processo deliberado de extirpação de suas heranças portuguesas e de quase extinção do idioma lusitano, uma política equivocada do Estado indiano que fez quebrar um elo importante da Lusofonia no mundo. (*) José Nelson Bessa Maia é economista e ex-assessor internacional do governo do estado do Ceará no Brasil.

Cronologia da presença portuguesa em Goa

1510 › Ocupação portuguesa de Goa por Afonso de Albuquerque 1535 › Diu adquirido por Portugal 1588 › Damão adquirido por Portugal 1779 › Dadrá e Nagar-Aveli adquirido por Portugal 1802/1813 › breve ocupação britânica 1946 - Província ultramarina de Portugal sob o nome de Estado da Índia Portuguesa 1954 › Dadrá e Nagar-Aveli tomados pela Índia 1961 › Goa, Damão e Diu tomados pela Índia 1974 › Incorporação reconhecida por Portugal

LIVRO SOBRE SEIS SÉCULOS DOS BESSA É LANÇADO EM SÃO PAULO, BRASIL No último dia 25 de maio, foi lançado no Lojão do Brás, em São Paulo, Brasil, o livro “Seis Séculos da Família Bessa: linhagens brasileiras”, de autoria do economista brasileiro José Nelson Bessa Maia, doutor em Relações Internacionais, servidor de carreira do Ministério de Finanças do Brasil, ex-secretário internacional do governo do estado do Ceará, e um grande entusiasta das relações Brasil-Portugal. O autor é sócio da Associação Brasileira de Pesquisadores de História e Genealogia (ASBRAP). Publicada pela editora brasileira Expressão Gráfica, a volumosa e vistosa obra tem 900 páginas distribuídas em dois volumes, 2.400 fotografias e 122 árvores de costado. Quase 7.000 pessoas têm seus nomes listados, 200 das quais de cidadania Portuguesa. O segundo capítulo do livro aborda a origem remota dos Bessa em Castela e Portugal no século XIV, com instigante análise histórica. O capítulo 3, por seu turno, trata de forma detalhada dos fatores que levavam à emigração Portuguesa para o Brasil nos séculos XVII e XVIII. Um capítulo especial trata dos Bessa Portugueses na atualidade, com ênfase na família da notável escritora Agustina Bessa-Luís. O autor esteve em Portugal diversas vezes fazendo investigações genealógicas no Arquivo Distrital do Porto e na Torre do Tombo em Lisboa. O último capítulo exibe uma coletânea de 99 biografias de pessoas de sobrenome Bessa de grande destaque, entre os quais vários Portugueses. O livro custa R$ 100,00 (cerca de € 31, acrescido dos gastos postais), não está à venda em Portugal, mas pode ser encomendado diretamente com o próprio autor pelo e-mail: nbessamaia@ gmail.com. ‹

Agosto 2014 | País €conómico › 31


› EMPRESARIADO João Figueiredo, Executive CEO da INTELLYSYS

«Queremos ser «Top 10» mundial no nosso setor com enfoque na Aeronáutica» Há seis anos presente num mercado tão específico como o estudo, projeto, fabrico, montagem e assistência técnica pós venda de instalações de tratamento de superfície e pintura para a indústria em geral, operando ainda aos níveis das instalações de meio ambiente, robótica, energia, automação industrial e projetos especiais, a Intellysys, com sede em Borralha, Águeda, pretende focalizar a sua atividade na Europa, fortalecer os dos sites de fabricação que possui no Brasil e no México e tornar possível a entrada da empresa no mercado dos EUA. Em entrevista que concedeu à País €conómico, João Figueiredo, Executive CEO da Intellysys, sublinha que «a nossa meta é tornarmo-nos num dos 10 players mundiais neste setor com enfoque na Aeronáutica». Texto › VALDEMAR BONACHO

Que razões aponta para justificar o cres-

|

FOTOGRAFIA › RUI ROCHA REIS

cimento considerável da Intellysys, uma

Qualidade com profissionalismo e compromisso!

empresa que baseia a sua atividade em

Apesar de jovem, a Intellysys quer ter

conceitos de excelência e disponibilida-

uma posição de grande destaque no

de, pondo em primeiro lugar o rigoroso

mercado externo e hoje está presente

cumprimento das expectativas dos seus

em uma dúzia de países e tem suporte

muitos clientes?

comercial em mais catorze mercados.

A Intellysys nasceu de uma vontade forte de fazer mais e melhor no setor de Tratamento de Superfície, Pintura & Soluções Industriais. Norteamos a empresa para a excelência, cultivando o capital humano, rigoroso cumprimento de prazo e fortalecendo o binómio Qualidade vs Preço. As principais razões de crescimento são certamente: a coesão e qualidade da equipa Intellysys, a ambição e ousadia na conquista de mercados internacionais, soluções inovadoras e rentáveis para os nossos clientes, Diferenciação pela Confiança – Somos realmente aquilo que dizemos e fazemos, a aposta forte na Qualidade do Serviço Após Venda e sobretudo, porque o mercado acredita que a Intellysys é

Além disso dispõe de sites de fabricação

Rússia e Ucrânia. Estes dois países já são uma realidade com negócios efectuados, sendo que o Dubai é um mercado em lenta progressão, mas com bastante oportunidade e avidez de tecnologia e qualidade. Quanto a Angola, é um mercado em pleno crescimento, com necessidades qualitativas mais baixas.

no Brasil e no México. A nível de mercado

Numa empresa como a Intellysys, que

externo, quais são as verdadeiras aspi-

em devido tempo soube munir-se de fer-

rações da Intellysys para os próximos

ramentas essenciais para melhor poder

dez anos? Que novos mercados tem a

enfrentar sustentadamente os desafios

empresa em preparação neste momen-

da competitividade, cá dentro e lá fora,

to? Angola e Dubai estão para breve e

casos da ISO 9001, ISO 14001, IDI 4457

em força?

e a OSHAS que está a implementar, que

A Intellysys pretende focalizar a sua atividade na Europa, fortalecer os dois sites de fabricação no Brasil e no México e tornar possível a entrada da empresa no mercado dos EUA. A nossa meta é tornarmo-nos num dos 10 players mundiais neste setor com enfoque na Aeronáutica. Como novos mercados a Intellysys prepara-se para “atacar” a Polónia, Cazaquistão, Qatar,

significado tem as PESSOAS que no dia-

32 › País €conómico | Agosto 2014

-a-dia contribuem para o seu engrandecimento? Vê nestas PESSOAS a trave mestra desta sustentabilidade?

Sem dúvida. Na qualidade do nosso capital humano está a Qualidade da Intellysys. São as pessoas que constroem as Soluções para os nossos clientes. Somos uma empresa de pessoas para Pessoas, com uma

Agosto 2014 | País €conómico › 33


› EMPRESARIADO

equipa jovem, focada e empenhada no Sucesso e Excelência. Nesta altura a Intellysys promove um ambiente de reflexão, aprendizagem e reforço do empowerment para que os resultados desta equipa sejam ainda melhores. São eles os pilares fortes desta organização, condenada ao sucesso!

como é o caso da LAGOS – podem consti-

que determinou a vossa entrada no Chi-

tuir uma boa solução ou uma boa ajuda?

le, um mercado em pleno crescimento na

A Intellysys tem sabido preservar essas

América do Sul, muito prometedor e mui-

parcerias? E tenciona criar outras?

to bem organizado?

tecnológico. E saber assegurar, construir

A Intellysys tem realmente sabido segurar, amadurecer e cultivar relações de qualidade entre parceiros. A LAGOS é sem dúvida o nosso principal parceiro, mas temos outras mais que são a base da nossa Network de parcerias, sem as quais poderíamos crescer sustentadamente! O nosso conceito de empresa é essencialmente baseado em desenvolvimento de know-how e parcerias, por isso este é o nosso ADN.

e consolidar uma boa retaguarda finan-

Foi o facto de estarem presentes no Bra-

ceira. Neste sentido, as boas parcerias –

sil através da Intellysys Internacional

Atentos à inovação e desenvolvimento tecnológico Para crescer sustentadamente é preciso disponibilidade para aprender, estar atento à inovação e ao desenvolvimento

34 › País €conómico | Agosto 2014

Chile – o mais europeu dos países da América Latina Não só a nossa presença no Brasil, como também no México. O Chile é sem dúvida o mais europeu dos países latino-americanos, um país de valores e de oportunidades que tencionamos atender com as nossas Soluções. Refira-se a outras prioridades da Intellysys a nível internacional e avance com uma perspectiva sobre o futuro do mercado nacional para a vossa empresa. É prioridade da Intellysys o reforço da estrutura com capital humano profissional, estruturar e aumentar os recursos financeiros e aumentar a cota de mercado quer nacional quer ao nível internacional, nos países onde estamos presentes. Essencialmente a nossa aposta é sermos conhecidos como uma empresa idónea, cumpridora, na vanguarda da tecnologia e comprometida com os resultados. Somos já líderes nacionais e queremos estar entre os dez primeiros players mundiais num prazo de dez anos. A nossa perspectiva é que no mercado nacional a evolução seja feita por Soluções avançadas, tecno-

logicamente evoluídas com performances que permitam às empresas nossas clientes produzir mais, melhor e com custos controlados. Ao nível internacional, parece-nos que a América do Sul será um pólo motor da economia global, sendo que os Estados Unidos da América continuaram a desempenhar um papel fulcral na mesma. Assim, a Intellysys lê a evolução e por isso estará presente nestas latitudes. Paralelamente parece-me que num horizonte de 10 anos, países como Angola, Moçambique, África do Sul, Qatar, Dubai, Bielorrússia, Rússia, Polónia, Cazaquistão, Ucrânia serão também países em franco crescimento e a constituírem uma oportunidade para a Intellysys.

tames internacionais. Ainda muito re-

cional. É o lugar certo para a realização

É quase um hábito corrente para a Inte-

centemente o senhor este presente em

ou perspectiva de bons negócios?

llysys estar presente em grandes cer-

Estugarda numa grande montra interna-

O mercado alemão é em dúvida o lugar certo. A nossa penetração é lenta e sustentada, sendo que a presença física de um técnico-comercial em Dusseldorf é um fator positivo, que serve as condições planeadas de crescimento neste mercado! Brasil é trampolim dele mesmo A presença da Intellysys no Brasil e no México pode ser vista como um trampolim para conquistar outros mercados naquela zona do Globo?

Pode, mas não é essa a nossa intenção. Estamos no Brasil para atender o mercado brasileiro, que é um mercado de 205 milhões de habitantes e que está em crescimento. Mas é um mercado que depois da realização do Mundial de Futebol e Jogos Olímpicos, tem de ser muito analisado por nós. De qualquer forma não nos parece que o Brasil possa entrar em recessão, pensamos que o Brasil possa cair um pouco em termos de expectativas. Acho mesmo que há muito gente a vislumbrar este cenário futuro em relação ao Brasil e, por isso, penso que tem de existir algum cuidado. O Brasil é um mercado continental, maior do que o mercado europeu, mas não é competitivo ao ponto de nós podermos afirmar que fabricando no Brasil podemos atender o México, Peru, Chile e outros mercados próximos. Será um trampolim se os clientes o aceitarem. O Brasil é sim um trampolim para ele próprio. ‹

Agosto 2014 | País €conómico › 35


› EMPRESARIADO Nuno Gil da Silva, Administrador da Osvaldo Matos, destaca a importância das apostas realizadas no Brasil e Angola, a que se seguirá no próximo ano Moçambique

Internacionalização e inovação são as nossas principais apostas

Fundada há 55 anos pelo seu avô (Osvaldo Araújo de Guimarães e Matos), em Vila Nova de Gaia, Nuno Gil da Silva, Administrador da Osvaldo Matos, SA, chegou recentemente do Brasil, um dos principais mercados para onde a empresa nortenha se internacionalizou. Outro foi Angola, onde regista um importante crescimento nas vendas. Moçambique será o próximo passo, o que acontecerá no próximo ano. Todavia, segundo o responsável da Osvaldo Matos, «apesar de 78% das nossas vendas em 2013 já terem sido obtidas no exterior, queremos manter e desenvolver o nosso centro de competências em Portugal, nomeadamente em termos de criação, desenvolvimento e inovação de produtos e soluções», sublinhou Nuno Gil da Silva, admitindo ainda uma possível expansão da área de produção que a empresa possui em Madalena (concelho de Vila Nova de Gaia).

O

Texto › JORGE Alegria

svaldo Araújo de Guimarães e Matos fundou no já longínquo ano de 1959 a empresa Osvaldo Matos, que se viria a constituir como uma das principais empresas portuguesas na área da iluminação, com uma forte e prestigiada presença no mercado nacional, mas igualmente desde o início da presente década quando avançou com a constituição da Osvaldo Matos Brasil, e posteriormente com a entrada em Angola. Segundo Nuno Gil da Silva, Administrador da Osvaldo Matos, SA, que representa já a terceira geração na empresa com sede em Vila Nova de Gaia, a história da empresa fundada pelo seu avô «é uma história de prestígio e que nos orgulha de sobremaneira, com uma conquista de posição importante no mercado português, sobretudo pela relação que desde cedo estabeleceu com alguns dos mais prestigiados arquitetos portugueses, nomeadamente

36 › País €conómico | Agosto 2014

| FOTOGRAFIA › Rui Rocha Reis e cedidas pela Osvaldo Matos os que estão ligados à designada Escola de Arquitetura do Porto, como são os casos dos arquitetos Álvaro Siza Vieira e Eduardo Souto de Moura, mas igualmente à nossa reiterada capacidade de adaptação a novas circunstâncias e de resolução dos problemas dos nossos clientes». Entretanto, apesar desse percurso de registo, onde se inclui o facto da Osvaldo Matos ter passado a partir dos anos 80 a representar em Portugal algumas das mais conceituadas marcas de iluminação internacionais, como a italiana iGuzzini, quando a terceira geração da família chegou ao comando dos destinos da empresa decidiu que se afigurava a necessidade de modernizar a Osvaldo Matos, capacitá-la ainda mais na sua relação com os clientes e na consequente capacidade de com eles interagir na apresentação de soluções inovadoras, assim como deveria enveredar pelo caminho da internacionalização. No

fundo, como sublinha Nuno Gil da Silva, «precisávamos de dotar a empresa dos recursos adequados: pessoas, máquinas, tecnologias, processos e sistemas, para competir eficazmente neste novo mundo globalizado». Um primeiro vetor estratégico, sublinha o gestor, passou por reforçar as equipas de trabalho na Osvaldo Matos, desenvolvendo equipas multi-disciplinares capazes de responderem aos desafios cada vez mais complexos que os clientes lançavam à empresa. Depois, em consequência do crescimento dos trabalhos conquistados no mercado nacional e o início do processo de internacionalização, a empresa constatou que as antigas instalações da sua sede (que ainda se mantém) no centro de Vila Nova de Gaia já não comportavam necessidades de aumento da capacidade de produção, absolutamente necessária para suportar o

Agosto 2014 | País €conómico › 37


› EMPRESARIADO Obras marcantes em Portugal Entretanto, o Administrador da Osvaldo Matos, SA, convidado pelo jornalista a elencar algumas das principais obras em Portugal onde a empresa marcou uma presença significativa, e sem querer ser exaustivo, destacou a intervenção completa no Estádio Axa, em Braga, «onde estivemos no projeto desde a sua concepção até à sua conclusão», mas também naFundação de Serralves, no novo Hospital da Cuf (junto à estrada da Circunvalação), Hotel Porto Palácio, Hotel Intercontinental, no Edifício da Alfândega, no Porto, nos Centros Comerciais da Sonae Sierra e nos Dolce Vita, no Hotel Palace de Vidago ou no Hotel Troia Resort, na Fundação Champalimaud, ou ainda em obras emblemáticas construídas no ano passado como foram o Terminal de Cruzeiros do Porto de Leixões ou o PT Data Center, na cidade da Covilhã. No entanto, depois de tomada a decisão, no ano de 2010 veio a concretizar-se efetivamente o primeiro passo na internacionalização da empresa com a criação da Osvaldo Matos Brasil.

Templo de Salomão

Arena Luanda

crescimento em Portugal e nos mercados brasileiro e angolano. Então, a solução passou por construir instalações novas na zona da Madalena, igualmente localizada no concelho de Gaia, mas num espaço mais apropriado

Estádio Municipal em Braga

38 › País €conómico | Agosto 2014

para a construção de uma nave de produção, o que veio a ocorrer e «assim conseguirmos dar resposta ao crescimento das solicitações dos nossos clientes, com naturais consequências no crescimento da empresa», realçou Nuno Gil da Silva.

Capacidade produtiva vai nascer no Brasil A estratégia da empresa brasileira passou numa primeira fase por acompanhar empresas ou arquitetos portuguesas com obras no Brasil, além de procurar naturalmente clientes brasileiros não relacionados com Portugal. Nuno Gil da Silva destacou o fato da escolha do Brasil ter acontecido porque constituía um mercado com enorme potencial, «mas igualmente porque o estado da arte nesta área da iluminação ainda não atingia os padrões de qualidade e desenvolvimento da Europa, e que nós dominamos». Um dos primeiros projectos, recorda, foi a intervenção no Museu Iberê Camargo, em Porto Alegre, capital do estado do Rio Grande do Sul, um projeto desenhado por Siza Vieira. A empresa participou também em vários projetos ligados a centros comerciais, alguns ligados à Sonae Sierra, além de estar presente em dois aeroportos, o novo aeroporto em Natal no estado

do Rio Grande do Norte e o novo aeroporto de Brasília. Tem também vários edifícios de escritórios e hotéis no seu currículo, designadamente o Copacabana Palace no Rio de Janeiro e o Tivoli Mofarrej em São Paulo. No entanto, a realização do Campeonato Mundial de Futebol que este ano ocorreu no Brasil constituiu uma enorme oportunidade para a empresa estar igualmente presente nesta nova geração de estádios brasileiros. A Osvaldo Matos esteve presente na área da iluminação em quatro estádios utilizados na Copa do Mundo: o Arena de São Paulo, o Arena das Dunas em Natal, o Arena Pernambuco em Recife, incluindo o estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro, onde se realizou a final do torneio. Está ainda a intervir no novo estádio do Palmeiras, na cidade de São Paulo, atualmente em construção. Todavia, se o conjunto referido de obras já atestam a capacidade e a aceitação da Osvaldo Matos Brasil como entidade capaz de prestar serviço e projeto em grandes empreendimentos, Nuno Gil da Silva nesta entrevista à País €conómico enfatizou a intervenção da empresa em todo o projeto de iluminação do Templo de Salomão, inaugurado pela Igreja Universal do Reino de Deus no último dia de Julho, em São Paulo, e que é o maior templo religioso - inaugurado este ano - em todo o mundo. Aproxima-se agora o passo seguinte na estratégia de crescimento e sustentabilidade da empresa no Brasil. «Como sabe, a fiscalidade no Brasil é complexa e pesada,

Hospital da Cuf no Porto

e que onera sobretudo as importações de muitos produtos, entre os quais aqueles que exportamos. Ora, se ficarmos pela atual situação, nunca sairemos de uma posição de player de nicho, por muito importante que ele seja. Então, faz parte da nossa estratégia para o Brasil avançar ainda este ano com a instalação de uma unidade de produção local, podendo assim desenvolver a atividade no país e apostar no crescimento, num mercado com grande margem de evolução, competindo com a indústria local», enfatiza o gestor. Já em Angola, a empresa verificou a dificuldade que estava a ter em responder às muitas solicitações de empresários portugueses com investimentos neste país africano, pelo fato essencial de não estar presente no país. Desse modo, decidiu também avançar para esse mercado, em 2012.Para crescer, estudam agora a abertura de um showroom na cidade de Luanda. «A decisão não poderia ter sido mais acertada, pois o nosso crescimento no mercado angolano tem sido muito bom, com a empresa a estar presente em grandes projectos de referência naquele país, como são o Arena de Luanda (onde decorreu o último campeonato do mundo de Hóquei em Patins), o edifício do Banco Nacional de Angola, a Assembleia Nacional, o Museu da Ciência e Tecnologia, a Cidade Financeira, o Condomínio de Mapunda, em Luanda, ou o Aeroporto de Benguela. Aliás, estamos sistematicamente a rever em alta as nossas estimativas de vendas no país, que têm sido muito positivas».

Estádio Maracanã

Para 2015 deverá arrancar o terceiro processo de internacionalização da Osvaldo Matos, desta vez em Moçambique. «É um mercado com boas possibilidades. Além de querermos atuar no país, certamente que não deixaremos de olhar igualmente para alguns dos países vizinhos de Moçambique, com natural destaque para a África do Sul», realça Nuno Gil da Silva. Por outro lado, para além destes mercados onde a empresa marca presença com um processo sistemático de internacionalização, a Osvaldo Matos exportou produtos e desenvolveu projectos em países como a Coreia do Sul, Taiwan, Suíça, Bélgica, Itália, Holanda, França, Espanha, «mas queremos naturalmente atingir outros mercados externos de uma forma mais consistente». Isso poderá pressupor algum novo investimento industrial no futuro, interrogámos? Nuno Gil da Silva admite essa possibilidade como quase incontornável, e até refere que a empresa está a olhar para áreas adjacentes à atual unidade produtiva de modo a poder expandi-la no futuro. Um futuro que terá sempre o seu centro de competências e orientação estratégica em Portugal, assegura Nuno Gil da Silva, pois se é verdade que participamos naquilo a que designamos por “triângulo virtuoso”, constituído por Portugal, Angola e Brasil, não deixa também de ser verdade que, estando em Portugal, estamos mais próximos de centros de competências e de conhecimento com que hoje nos relacionamos, sobretudo na Alemanha e Áustria e Itália, pelo que faz todo o sentido continuarmos a centrar as nossas forças em Portugal, sem prejuízo da nossa aposta igualmente com todo o vigor na internacionalização, com o destaque natural, como referi, no Brasil, Angola e Moçambique», finaliza Nuno Gil da Silva. ‹

Agosto 2014 | País €conómico › 39


› EDUCAÇÃO Maria da Conceição de Oliveira Martins, Diretora da Queen Elizabeth’s School

«É uma grande honra prosseguir o trabalho iniciado por Denise Lester» Maria da Conceição Oliveira Martins é desde 1995 membro da Direção Colegial da Queen Elizabeth’s School e foi eleita em Abril de 2013 Presidente do Conselho de Administração da Fundação Denise Lester. Em entrevista que concedeu à País €conómico reconhece que tem nas suas mãos a grande responsabilidade de dar continuidade à obra iniciada pela fundadora desta escola Margareth Denise Eillen Lester, cidadã britânica que em Novembro de 1935 fundou a Queen Elizabeth’s School, tendo esta mais tarde, em 1965, instituído uma fundação privada de utilidade pública com o seu nome, para dar continuidade à sua obra. «Conheci Denise Lester como antiga aluna e vejo como uma missão honrosa e de grande responsabilidade prosseguir o trabalho levado a cabo por ela e pelo anterior Presidente do Conselho de Administração, Sr. Dr. Joaquim Pedro de Oliveira Martins, que desde o desaparecimento de Denise Lester ficou à frente dos

É

destinos da Fundação Denise Lester e da Queen Elizabeth’s School». Texto › JORGE Alegria | FOTOGRAFIA › CEDIDA PELO QES

quase impossível falar-se da Queen Elizabeth’s School esquecendo o nome de Margareth Denise Eillen Lester, cidadã britânica que fundou esta escola em Novembro de 1935 e que em Fevereiro de 1965 instituiu uma fundação com o seu nome para administrar superiormente aquele estabelecimento de ensino, do qual a referida Fundação é proprietária desde o falecimento de Denise Lester em 18 de Junho de 1982. Em entrevista que concedeu à País €conómico, Maria da Conceição de Oliveira Martins, que é membro da Direção Colegial da Queen Elizabeth’s School e Presidente do Conselho de Administração da Fundação Denise Lester, fez questão de enaltecer o orgulho que sente em pertencer a esta família alargada formada pela comunidade educativa da Queen Elizabeth’s School e por lhe caber a missão de dar continuidade à obra iniciada por Denise Lester. «É um orgulho muito grande poder contribuir para a continuidade do serviço educativo de qualidade

40 › País €conómico | Agosto 2014

prestado por esta Escola há 78 anos», garantiu a diretora da Queen Elizabeth’s School, que aproveitou para recordar a figura de Denise Lester. «Desde muito jovem que Denise Lester sofria de uma doença degenerativa do foro circulatório que a levou à amputação dos membros inferiores, mas isso nunca a impediu de levar a sua Escola por diante. A Queen Elizabeth’s School começou como uma escola inglesa para crianças portuguesas onde o ensino era bilingue, sendo os seus alunos preparados para fazerem os exames oficiais nas escolas públicas portuguesas. Em 1935, quando entrou em atividade, a escola começou com três alunos, número que chegou aos trezentos alunos, em vida de Miss Denise Lester, estando hoje inscritos cerca de 400 alunos, distribuídos pela Creche, Pré-Escolar e 1º Ciclo do Ensino Básico», referiu Maria da Conceição de Oliveira Martins, lembrando que os ideários de Denise Lester têm sempre acompanhado o projeto educativo da Queen Elizabeth’s School.

«São ideários que respeitamos e que constam do projeto educativo da Escola, embora ao longo dos anos tenhamos vindo a adaptá-los à atual realidade educativa e às diretrizes emanadas pelo Ministério da Educação Português, uma vez que se tem vindo a assistir a uma maior regulação do Ensino Particular e Cooperativo como serviço público. Em 1965, Miss Denise Lester fez uma doação em vida deste estabelecimento de ensino a uma fundação privada criada propositadamente com o seu nome, devido ao facto de ter sido submetida nesse ano a uma intervenção cirúrgica de extrema gravidade, da qual poderia vir a não sobreviver. A escola deixou de ser sua propriedade a partir do momento em que a Fundação Denise Lester foi reconhecida por Despacho de Sua Excelência o Ministro da Educação Nacional, de dia 18 de fevereiro de 1965, como tendo personalidade jurídica e com a publicação dos seus Estatutos em Diário do Governo, de dia 26 de fevereiro de 1965.

Agosto 2014 | País €conómico › 41


› EDUCAÇÃO gem de uma segunda língua em idade precoce é benéfica em termos cognitivos e que os alunos expostos a esta realidade têm melhor desempenho do que as crianças monolíngues em tarefas mais complexas que exijam maior flexibilidade mental e revelam uma maior facilidade de aplicação do seu saber a situações concretas, segundo estudos nas áreas das neurociências e linguística».

Até à presente data, a Fundação Denise Lester teve três presidentes: Miss Denise Lester (de 1965 a junho de 1982), a sua instituidora; Sr. Dr. Joaquim Pedro de Oliveira Martins (de julho de 1982 a dezembro de 2011), eleito por unanimidade pelo Conselho de Administração na qualidade de Presidente, o qual foi vogal do Conselho de Administração de maio de 1975 a junho de 1982, tendo sido também um dos primeiros alunos do colégio; e agora fui eu eleita Presidente pelo Conselho de Administração por unanimidade depois de ter assumido interinamente essas funções após o fatal acidente de viação de que foi vítima o anterior Presidente do Conselho de Administração, também fui antiga aluna desta escola e vogal do Conselho de Administração desde abril de 1992 até abril de 2013», resumiu Maria da Conceição de Oliveira Martins, referindo também que esta Escola sempre se orgulhou dos seus alunos, alguns dos quais ocupam hoje posições de relevo na vida pública. Entre outros ilustres antigos alunos, o anterior Presidente da República de Portugal Jorge Sampaio foi aluno deste estabelecimento de ensino. «A maioria dos antigos alunos guardam muito boas recordações desta escola, sendo muitos dos alunos filhos e netos de antigos alunos, bem como alguns dos professores antigos alunos também, o que se reflete na continuidade da cultura de Escola e ideais definidos por Miss Lester», sublinha a diretora da Queen Elizabeth’s School, para dizer também que a própria Denise Lester sempre afirmou que alunos,

42 › País €conómico | Agosto 2014

antigos alunos, professores, colaboradores e encarregados de educação deste estabelecimento de ensino deveriam fazer parte de uma grande família denominada Queen Elizabeth’s School e os laços criados nesta instituição permanecer pela vida fora. Aprender línguas em idade precoce A Queen Elizabeth’s School é um estabelecimento de ensino com valência de berçário, creche, educação pré-escolar e do 1º ciclo e, sendo assim, os alunos começam desde tenra idade a aprendizagem de uma segunda língua de uma forma intuitiva e natural em contexto bilingue, sendo que a abertura do berçário (um dos dois projetos anunciados para o ano letivo de 2014/2015) vem dar mais consistência à implementação do currículo integrado bilingue. Segundo Maria da Conceição de Oliveira Martins, há dois projetos primordiais para o próximo ano: «A abertura de uma sala de berçário com lotação para quatro bebés, de uma sala de creche heterogénea dos 12 aos 36 meses com lotação para dezasseis crianças e a implementação de um currículo bilingue integrado, português-inglês, recorrendo uma nova abordagem no ensino de línguas estrangeiras no âmbito da Aprendizagem Integrada de Línguas e Conteúdos (AILC) /Content Language Integrated Learning (CLIL)», anunciou a diretora da Queen Elizabeth’s School e Presidente da Fundação Denise Lester, para sublinhar que «a aprendiza-

Cambridge International School A Queen Elizabeth’s School foi oficialmente designada como Cambridge International School e Cambridge Primary School do Programa Internacional de Educação da Universidade de Cambridge em 2013. No próximo ano letivo as disciplinas de Matemática e Ciências serão lecionadas através de uma segunda língua - o inglês, recorrendo a materiais didáticos autênticos utilizados nas escolas inglesas deste grupo etário e os alunos serão avaliados pelos Cambridge Primary Progression Tests e Cambridge Primary Checkpoint, continuando no entanto a ser realizados os exames de inglês dos Young Learners English Tests, os quais também são reconhecidos pelo Programa Educativo Internacional Primário da Universidade de Cambridge (www.cie.org.uk). Quanto à educação pré-escolar e ao primeiro ciclo do ensino básico continuaremos a seguir as orientações curriculares e programas do Ministério da Educação e Ciência português, atendendo a que esta escola foi concebida de raiz como uma escola inglesa para crianças portuguesas cujos Pais ou Encarregados de Educação desejam uma educação inglesa coextensiva com a educação portuguesa, procurando sempre acompanhar os programas de ensino vigentes em instituições de ensino britânicas do mesmo nível etário, tendo sempre em atenção as limitações da carga horária para o ensino desta segunda língua. A nível extra-curricular a Queen Elizabeth’s School oferece um variado tipo de atividades como sejam: Ballet, Iniciação a alguns instrumentos musi-

cais, Natação, Karaté, Futebol, Ténis, Psicomotricidade e os Clubes de Inglês para alunos e antigos alunos. Nestes Clubes de Inglês os alunos colocam em prática os seus conhecimentos nesta segunda língua através do desenvolvimento de projetos e de um portfólio de trabalhos, realizando no final do ano letivo os Integrated Skills in English do Trinity College London, uma vez que a Queen Elizabeth’s School foi o primeiro centro de exames do Trinity College London em Lisboa (2010), e os exames do First Certificate in English da Cambridge University. É de mencionar que ao longo do ano letivo são realizadas muitas atividades educativas, que fazem parte das tradições desta Escola e que alguns antigos alunos, sabendo da data da sua realização através do site da Queen Elizabeth’s School, fazem questão de estar presentes. Muitas destas atividades fazem parte da própria cultura da Queen Elizabeth’s School e desde sempre são incutidas nos alunos, porque são tradições britânicas, nomeadamente: a comemoração do dia do “Guy Fawkes”,

do “Remembrance Day”, do “St. George’s Day“, do “Sports Day”, a realização do “Nativity Play” cuja apresentação é sempre acompanhada pelos “Christmas Carols”, uma peça de Natal da autoria de Miss Denise Lester que é representada em inglês pelos alunos do 4º ano para os respetivos pais e encarregados de educação, sendo nessa mesma peça teatral interpretados pelos alunos cânticos natalícios tradicionais ingleses. Desde sempre a Queen Elizabeth’s School tem vindo a preparar os alunos, cujas famílias assim o pretendam, para a Celebração da Primeira Comunhão e dos Sacramentos de Iniciação à Vida Cristã «uma vez que Denise Lester era muito católica», sendo a educação para os valores e a sensibilização para iniciativas de solidariedade social parte integrante do projeto educativo desta Escola. A nossa entrevistada falou também da importância da aprendizagem da língua inglesa. «Nós damos tanta relevância à aprendizagem da língua inglesa como à da língua mãe portuguesa, felizmente

os bons resultados no desempenho dos “Young Learners English Testes” da Cambridge University e nos “Integrated Skills in English” do Trinity College London levaram-nos a apostar na implementação do Programa Primário Internacional de Educação da Universidade de Cambridge e no desenvolvimento de um modelo integrado de ensino bilingue, o qual constitui uma mais-valia e um factor de diferenciação para os alunos desta escola que vão passar a ter um currículo considerado de excelência a nível internacional em complementariedade com o currículo nacional», sublinhou Maria da Conceição de Oliveira Martins, diretora da Queen Elizabeth’s School, um estabelecimento de ensino que tem um Corpo Docente formado por cerca de 40 pessoas e cujos alunos finalistas do 4º ano realizam, no final do ano letivo, uma viagem a Londres com a duração de uma semana, organizada por esta escola em colaboração com uma “English Summer School” acreditada pelo British Council, e cuja finalidade é o contacto com a cultura inglesa. ‹

Agosto 2014 | País €conómico › 43


NOTÍCIAS

Família Lopes congrega comunidade portuguesa em França

Rádio Alfa juntou grandes nomes da música portuguesa CARLOS VINHAS PEREIRA *

Portugal está na moda em França

P

ortugal está na moda em França, assim atesta o aumento de turistas franceses que visitaram o nosso país no último ano (+14%). A tendência de crescimento mantém-se nesta primeira metade de 2014. Portugal está na moda em França, percebido pelo interesse dos reformados franceses em prosseguirem os seus projetos de vida em terras lusas, alertados para o clima soalheiro, a diversidade geográfica, o poder de compra, a aprazibilidade do quotidiano e, último, mas não menos importante, o dispositivo fiscal de residente não habitual que permite, sob observância de uma exoneração de 10 anos sobre os rendimentos auferidos nos países de origem. Portugal está na moda em França, incitado pelos media franceses que nunca antes tinham dedicado e debitado tanto interesse pela oferta do nosso país, pelos nossos costumes, pela forma como estamos a atravessar o período de crise, pela partilha de artigos com os países mais avançados da Europa, por comparações positivas com os mesmos. Portugal está na moda em França, junto dos investidores, os especulativos que reconhecem o rigor com que os compromissos são assumidos e a capacidade que o país apresenta de dar a volta a um contexto económico adverso, os produtivos por despertarem para as oportunidades de negócios existentes em vários setores de atividade. Portugal está na moda em França junto dos jovens empreendedores franceses que procuram iniciar as suas produções, aproveitando uma relação preço-qualidade-proximidade-celeridade, que lhes permita concretizar e desenvolver as suas ideias de negócio e os seus produtos. É necessário acolher todos estes atores, estima-los, oferecer qualidade, competitividade e sobretudo garantir perenidade, que a moda por si só não confere. Se Portugal está, como tive a oportunidade de referir

44 › País €conómico | Agosto 2014

umas poucas vezes, na moda em França, o contrário parece estar longe de acontecer. A Europa no geral e a França em particular estão longe, neste momento de representar uma prioridade de internacionalização para as empresas portuguesas (desconte-se o sector da construção, que por razões de proximidade geográfica e contexto ibérico, é de certa forma inevitável). Gastronomicamente falando, as empresas portuguesas do sector têm dificuldades de penetração na grande distribuição e no retalho especializado. OS DOP portugueses são desconhecidos dos franceses. Deficiente estratégia de promoção junto de um mercado cosmopolita que conta com 65 milhões de consumidores. Em termos de marcas, identificáveis por parte dos franceses, temos um longo percurso a percorrer em termos de reconhecimento. Se aqui podemos conceder o fato de o mercado ser extremamente concorrencial e o esforço de comunicação para desenvolver uma marca em França é bastante elevado, o mesmo não é tão exigente no que respeita ao desenvolvimento de plataformas de aquisição de produtos via online. As que o mercado português internamente já conhece, esquecem que há mundo e consumidores além-fronteiras e que não são necessariamente lusófonos. Há pois muito por fazer por terras gaulesas, é certo que não têm o exotismo de outras paragens, onde o crescimento é muito rapidamente conseguido (alguma das vezes por falta de concorrência), mas onde provavelmente conseguiria aliar, de uma forma sólida, moda e perenidade para a sua empresa. É Doutorado em Ciências de Gestão pela Universidade de Paris Dauphine na qual leciona a cadeira de gestão financeira. Presidente da Câmara de Comércio e Indústria Franco-Portuguesa desde 2006, e Diretor Geral da companhia de seguros Fidelidade em França.

A cidade de Créteil, nos arredores de Paris, recebeu no passado dia 15 de Junho, mais uma grande festa promovida pela Rádio Alfa, a estação emissora de língua portuguesa em França, fundada e dirigida pela família liderada por Armando Lopes, um dos mais conhecidos empresários portugueses com uma rica história com mais de quatro décadas em território francês. Já na sua vigésima quinta edição, a festa anual da Rádio Alfa juntou mais de vinte mil portugueses e luso-descendentes que habitam em França, com natural destaque para a grande região parisiense. Na edição deste ano, o maior destaque foi naturalmente para a atuação do cantor português Tony Carreira, ele próprio com fortes ligações à diáspora portuguesa em terras gaulesas, mas igualmente com Fernando Correia Marques, Triolopes, MK Dance, Canções de Portugal, entre outros. O Comendador Armando Lopes, presidente da Rádio Alfa, além de líder do grupo empresarial SFB, e do clube de futebol local Créteil Lusitanos (que atua na segunda divisão do futebol francês), agradeceu a presença de todos e destacou a importância da união e do espírito de comunhão entre a comunidade portuguesa residente em França. ‹

Lima Smith adquire posição em empresa francesa A Lima Smith, lda., que produz vinhos em três quintas situadas nas margens do rio Douro, no norte de Portugal, acaba de expandir o seu negócio para a região francesa da Borgonha, adquirindo uma posição na Maison Champy, o mais antigo négociant da Borgonha. Os proprietários da empresa portuguesa, respectivamente, o brasileiro Marcelo Lima e o britânico Tony Smith, que detém as quintas durienses Covela, Boavista e Tecedeiras, decidiram internacionalizar a sua atividade e adquirir uma posição na Maison Champy, empresa maioritariamente detida pelo empresário gaulês Pierre Beuchet. Fundada em 1720, a Champy possui no presente um portfólio invejável de vinhos, incluindo Grands Crus e Premiers Crus, de Mersault a Montrachet. A maioria das vinhas Champy estão localizadas na Côte de Beaune. Segundo Marcelo Lima, «nós temos uma paixão pelo melhor vinho e, depois de termos sido premiados pelo nosso trabalho em Covela, direccionamo-nos para a França e para a Borgonha. Estamos honrados em fazer parte da Maison Champy». ‹

Mecachrome Aeronáutica instala-se no BlueBiz

Lowendalmasai comemora 7 anos em Portugal

A Mecachrome Aeronáutica, filial portuguesa da multinacional Mecachrome, com origem em França, instalou-se no BlueBiz Global Parques – Parque Empresarial da Península de Setúbal, e que é gerido pela Aicep Global Parques. Esta entidade levou a cabo algumas obras de adaptação do espaço standard às necessidades apresentadas pelo cliente face à especificidade da sua atividade. A filial portuguesa da Mecachrome produzirá em Setúbal peças de chapa metálicas para aeroestruturas, iniciando a atividade com 7 trabalhadores, número que deverá crescer mais tarde para 22 pessoas. A produção destina-se à exportação para a unidade do grupo em França e representa um investimento de cerca de um milhão de euros. ‹

A Lowendalmasai, empresa pioneira na consultoria de optimização e gestão de custos, celebrou sete anos de presença em Portugal. Fundada em França, a consultora empresa cerca de 400 pessoas em todo o mundo, e está presente em Portugal desde 2007. No início tinha apenas três clientes no nosso país, mas presentemente já fornece apoio a mais de quarenta clientes em Portugal. Segundo a empresa, os resultados dos últimos sete anos refletem-se num investimento total conseguido por parte das empresas de 65 milhões de euros, dos quais cerca de 33 milhões em benefícios diretos para as diferentes empresas. ‹

Agosto 2014 | País €conómico › 45


› internacionalização A Recuperação da França abre oportunidades à exportação em 2014

Crédito y Caución

*

A França, um dos principais mercados de exportação portuguesa, protagonizará uma nova recuperação ao nível do crescimento em 2014 e 2015, impulsionada em grande medida pela melhoria do seu mercado interno.

F

rança, um dos principais mercados da exportação portuguesa, protagonizará uma nova recuperação do crescimento em 2014 e 2015. Depois de um aumento moderado de 0,3% em 2013, a Crédito y Caución prevê que o PIB da França aumente 0,9% em 2014 e 1,3% em 2015, impulsionado pela melhoria do consumo privado, dos investimentos, do setor industrial e das exportações. A confiança dos consumidores caiu acentuadamente desde 2012 até ao primeiro semestre de 2013, devido à debilidade das perspetivas económicas, das subidas de impostos que desencorajaram as despesas relativas ao consumo, e ao crescimento do desemprego. Desde então, a confiança dos consumidores aumentou num ambiente de melhoria da economia. O consumo privado, que sempre contribuiu em grande medida para o crescimento económico francês, crescerá 0,8% em 2014 e 1,1% e, 2015, abrindo novas oportunidades para as empresas portuguesas. A produção industrial francesa, que diminuiu 1,1% face ao período homólogo em 2013, deu mostras de recuperação nos últimos meses. A confiança empresarial foi recuperada novamente desde o segundo semestre de 2013. O prognóstico para a produção industrial é que cresça 1% este ano e 1,7% em 2015. Embora este seja um indicador positivo, depois de dois anos de contração da produção industrial, esta recuperação ficará limitada devido às quedas de 2012 e 2013. Os investimentos voltaram a ser recuperados no quarto trimestre de 2013, depois de sofrerem diminuições em todos os trimestres trimestrais desde o início de 2012. A incerteza económica sobre a regulação dos encargos fiscais e contribuições sociais para as empresas, para além das baixas margens de benefícios, levaram muitas empresas francesas a paralisar os seus investimentos. As previsões para o investimento empresarial em 2014 foram revistas em alta em todos os meses, desde Janeiro, situando-se atualmente, num modesto aumento de 1,1%. Para 2015 prevê-se um aumento notável de 2,4%. O crescimento das exportações vai manter-se moderado. Depois do crescimento do ano passado de 0,8%, espera-se que alcancem 1,8% em 2014 e 3,2% em 2015. A França viu a sua competitividade internacional debilitada, bem como a sua participação no total das exportações mundiais, sendo que a sua participação no total das exportações mundiais caiu em um terço desde 2002.

46 › País €conómico | Agosto 2014

Voltará a França a não cumprir com Maastricht? A crise de crédito em 2008, as posteriores medidas de estímulo do Governo e a modesta recuperação, geraram um aumento pronunciado da dívida pública nos últimos anos: desde 67% do PIB em 2008 até 94% em 2013. O défice público em 2013 foi reduzido apenas em 4,3%, não cumprindo com o objetivo de 4,1%. De acordo com a Cour de Comptes, a instituição máxima de fiscalização da França, no ano passado, quatro quintos da consolidação das finanças públicas deveram-se às subidas de impostos, em vez dos cortes nos gastos. No final de Abril de 2014, o parlamento francês concordou cortar 50.000 milhões de euros em despesa pública com o objetivo de financiar uma diminuição da pressão fiscal das empresas. Em princípio, o Governo francês fixou como objetivo um défice de 3% em 2015 para cumprir o limite de défice de Maastricht. No entanto, mesmo considerando as medidas do novo orçamento, a Comissão Europeia prevê que o défice orçamental diminua até cerca de 3,9% do PUB em 2014 e 3,4% do PIB em 2015. Esta seria a terceira vez em sete anos que a França não cumpre com os objetivos de défice da União Europeia, que inicialmente se comprometeu a manter. A situação das insolvências Depois de experimentar crescimentos anuais desde 2007 até 2009, o número de insolvências empresariais diminuiu em 2010 e 2011, em 5% e 1%, respetivamente. Não obstante, devido à estagnação da economia francesa em 2012 e 2013, as insolvências voltaram a aumentar em 2,4%. Tendo em vista a recuperação económica moderada prevista, a Crédito y Caución espera uma melhoria da situação das insolvências em 2014. Contudo, o número atual de insolvências de empresas excede em mais de 20% o de 2007. 2013 não foi um ano positivo para o setor da construção em frança. A previsão da Crédito y Caución é que esta atividade mantenha a sua autonomia em 2014. Os principais atores pressionam os subcontratados, ao mesmo tempo que cresce a concorrência das empresas italianas, espanholas e portuguesas, devido à sua pretensão de aumentar a sua quota de mercado em frança, para compensar as perdas sofridas nos seus mercados nacionais. O financiamento é um motivo de preocupação importante para as construtoras francesas, depois de dois anos de resultados deficientes e uma procura escassa. O

comportamento de pagamentos do setor foi mau durante os últimos dois anos. A construção tem a proporção mais elevada no número total de insolvências empresariais da França, em cerca de 30%. Em 2013, o número de insolvências foi muito elevado, quase tanto como em 2009, no momento mais difícil da crise de crédito. Os setores mais afetados são o da construção e carpintaria, os quais se viram prejudicados pela queda da construção de casas novas. Não prevemos que as insolvências da construção se mantenham mais este ano, mas vão manter os seus níveis elevados. A alimentação continua a beneficiar da sua reputação em produtos como os vinhos, os champanhes e queijos, e pode atribuir-se algumas marcas genuinamente mundiais na indústria alimentar. Contudo, a maioria das 13.000 empresas alimentares francesas são pequenas: 75% delas tem menos de 20 empregados. Até agora, o setor demonstrou uma grande capacidade de recuperação, mas a conjuntura do mercado verificou-se muito difícil, como consequência das flutuações de preços das matérias-primas

e das relações tensas entre as empresas agroalimentares e as principais cadeias retalhistas. Simultaneamente, os consumidores ficaram mais sensíveis aos preços, devido aos débeis resultados económicos e ao maior desemprego. Uma vez que as empresas enfrentam custos de produção crescentes, diminuíram as margens brutas. Por conseguinte, é frequente que as empresas alimentares francesas não possam investir o suficiente, e isso produz um efeito adverso na sua competitividade relativamente a outras empresas alimentares europeias. Diante destes desafios, a indústria encontra-se a desenvolver uma estratégia de reorganização e concentração mediante diversas fusões e alianças, especialmente nos setores de lacticínios e carne. O objetivo é que as empresas alcancem a dimensão crítica necessária para fortalecer o seu poder de negociação com os distribuidores, fomentar as suas vendas a nível internacional e concentrar-se na sua atividade principal ou em menos segmentos. Texto de análise da evolução da economia francesa, elaborado pela consultora Crédito y Caución

Agosto 2014 | País €conómico › 47


› ECONOMIA IBÉRICA

EDITORIAL Foram muitos os sacrifícios mas parece que, a pouco e pouco, a economia espanhola começa a recuperar. O Fundo Monetário Internacional dobrou a sua previsão de crescimento para Espanha, que passou de 0,6% para 1,2% no ano 2014 e de 0,8% para 1,6% no ano 2015. São bons augúrios, é verdade, embora insuficientes. Insuficientes porque a redução do défice, da dívida pública e, principalmente, a da taxa de desemprego, irão acontecer a um ritmo muito lento. Insuficientes face ao aumento de produtividade necessário para concorrer nos mercados internacionais. Insuficientes pela falta de reformas na Administração Pública. O trabalho de casa ainda deve ser concluído para ultrapassar a fasquia da taxa de Andaluzia

crescimento de 2%, única forma de reduzir o desemprego de maneira expressiva. Como é habitual, podem dirigir as suas perguntas para lisboa@avinalabogados. com IMPOSTOS NA COMPRA E VENDA DE IMÓVEIS EM ESPANHA (I) A compra de imóveis está a experimentar em Espanha, como em Portugal, uma ligeira retoma. De acordo com as estatísticas oferecidas pela Ordem de Notários em Espanha, o número de aquisições aumentou 1,4% no período Maio 2013/ Maio 2104, embora com uma descida no preço de 4,5%. As melhores expectativas da economia, bem como alguns incentivos (programa

Baleares

Golden Visa), estão a aliciar os compradores. Qualquer comprador terá em atenção, naturalmente, os custos associados à operação e, com especial relevância, o imposto municipal sobre as transmissões onerosas de imóveis. Porém, em Espanha a taxa não é única para todo o país, mas depende das regiões (“comunidades autónomas”). Para efeitos de comparação apresentamos as taxas atualmente em vigor, embora podem existir situações particulares para determinados de tipos de habitação (por exemplo, habitação protegida ou para família numerosa). ‹ Antonio Viñal Menéndez-Ponte Antonio Viñal & Co. Abogados. Lisboa lisboa@avinalabogados.com Estremadura

PREÇO DE VENDA (€)

TAXA (%)

PREÇO DE VENDA (€)

TAXA (%)

PREÇO DE VENDA (€)

TAXA (%)

0 – 400.000

8

0 – 400.000

8

0 – 360.000

8

400.000,01 – 700.000

9

400.000,01 – 600.000

9

360.000,01 – 600.000

9

Mais de 700.000,01

10

Mais de 600.000,01

10

Mais de 600.000,01

11

Astúrias

Castela La Mancha

PREÇO DE VENDA (€)

TAXA (%)

0 – 300.000

8

300.000,01 – 500.000

9

Mais de 500.000,01

10

Taxa fixa

Taxa fixa Galiza

Taxa fixa

Taxa fixa

8 (%)

Taxa fixa

10 (%)

8 (%)

COMÉRCIO ELETRÓNICO: RECORDE DE FATURAÇÃO O comércio eletrónico atingiu no terceiro trimestre de 2013 uma faturação de 3.291 milhões de euros, que supõe um incremento de 21,7% relativamente ao ano 2012. Neste período foram registadas 46,5 milhões de operações e o maior número foi derivado da compra e venda de música, livros, jornais e papelaria, seguido de agências de viagens e operadores turísticos e publicidade. II.- APOIOS E SUBVENÇÕES MICROCRÉDITOS – BONIFICAÇÃO DE CUSTOS DO FINANCIAMENTO DAS MICROEMPRESAS TITULARES DE EMPRÉSTIMOS INFERIORES A 25.000 € COM FUNDOS ICO 2014

Taxa fixa

10 (%)

Taxa fixa

8 (%)

DATA

10 - 14 SETEMBRO 6,5 (%)

País Basco 7 (%)

Taxa fixa

Taxa fixa

7 (%)

Taxa fixa

10 – 14 SETEMBRO 12 – 14 SETEMBRO

Valência 6 (%)

10 (%)

19 – 21 SETEMBRO

I.- GALIZA E EURO-REGIÃO GALIZA-NORTE DE PORTUGAL

22 – 24 SETEMBRO

PRIMEIRO FORO DO EMPREGO DA EURO-REGIÃO No passado dia 1 de Julho celebrou-se em Tui o primeiro “Job Day” da Euro-região Galiza-Norte de Portugal organizado pelo Agrupamento Europeu de Cooperação Territorial (AECT). Foram realizadas 45 contratações no setor do metal, aproximadamente 50% de

24 – 28 SETEMBRO

48 › País €conómico | Agosto 2014

APOIO FINANCEIRO ÀS PMES – BONIFICAÇÃO DE CUSTOS DO FINANCIAMENTO DE EMPRÉSTIMOS SUPERIORES A 25.000 € COM FUNDOS ICO 2014 PRAZO: Até 20 de Novembro de 2014 OBJETIVO: Bonificação dos custos financeiros das pequenas e médias empresas da Galiza titulares de empréstimos ICO superiores a 25.000 €. BENEFICIÁRIOS: Pmes que tenham formalizado uma operação de empréstimo ICO por um valor superior a 25.000 €. VALOR DA AJUDA: Será a bonificação na taxa de juro nominal das operações do empréstimo. RE-SOLVE 2014 – APOIO AO ACCESO A FINANCIAMENTO OPERATIVO (ATIVO CORRENTE) PRAZO: Até 30 de Outubro de 2014 OBJETIVO: Facilitar o acesso ao financiamento às pequenas e médias empresas do seu ativo corrente. BENEFICIÁRIOS: Pequenas e médias empresas. VALOR DA AJUDA: Consistirá num reaval do IGAPE durante a vigência da operação do empréstimo, em garantia de 25 % do risco assumido pelo SGR. ‹

EVENTOS E FEIRAS

10 – 14 SETEMBRO Taxa fixa

PRAZO: Até 20 de Novembro de 2014 OBJETIVO: Bonificação dos custos financeiros das microempresas da Galiza titulares de empréstimos ICO inferiores ou iguais a 25.000 €. BENEFICIÁRIOS: Empresários em nome individual e microempresas que tenham menos 10 trabalhadores e um volume de negócio anual que não supere os 2 milhões de euros. VALOR DA AJUDA: Será a bonificação na taxa de juro nominal das operações do empréstimo.

7 (%)

Navarra

Madrid

Castela e Leão

Taxa fixa

INSTITUTO GALEGO DE PROMOCIÓN ECONÓMICA: INVESTIMENTO EM PROJETOS DE NEGÓCIOS O Instituto Galego de Promoción Económica (IGAPE) investirá 13 milhões de euros em 55 projetos de negócios para potenciar a dinamização económica, angariar investimento estrangeiro e facilitar a saída para o exterior das empresas galegas. Com este investimento será possível manter 4.200 empregos na Galiza.

Murcia

La Rioja

Cantábria Taxa fixa

8 (%)

Catalunha

Canárias 6,5 (%)

Aragão

A GALIZA E PORTUGAL: PROTOCOLO MÉDICO COMUM No passado mês de Junho, a Comunidade de Trabalho Galiza-Norte de Portugal assinou um protocolo de colaboração através do qual os cidadãos da Euro-região poderão receber atendimento médico dentro do território da Euro-região. No protocolo assinado também foi estabelecido um programa médico comum para previr doenças e promover a saúde.

empresas galegas e o resto de Portugal. No encontro também se debateu sobre as empresas como motor de crescimento, o mercado laboral transfronteiriço na Euro-região Galiza-Norte de Portugal e o financiamento comunitário.

25 – 27 SETEMBRO 26 – 29 SETEMBRO

EVENTO

LUGAR

BISUTEX (segunda edição) (Salão internacional da bijuteria e complementos) IBERJOYA (segunda edição) (Salão internacional da joalharia, prataria, relojoaria e indústrias afins) INTERGIFT (segunda edição) (Salão internacional do presente) MOMAD METRÓPOLIS (segunda edição) Salão internacional do têxtil, calçado e complementos TERMATALIA (Feira internacional do turismo termal)

Madrid

SEAFOOD BARCELONA

Barcelona

Salão NÁUTICO INTERNACIONAL DE BARCELONA (Salão náutico internacional) EUROFRUIT (Salão internacional da fruta doce) EXPOHOGAR OTOÑO (Salão internacional do presente e artigos para o lar)

Madrid Madrid

Madrid Orense

Barcelona Lérida Barcelona

Agosto 2014 | País €conómico › 49


› A FECHAR

Alentejo Litoral apresentou Plano Estratégico de Desenvolvimento A Comunidade Intermunicipal do Alentejo Litoral (CIMAL) apresentou, em cerimónia nas Ruínas Romanas de Miróbriga, em Santiago do Cacém, o Plano Estratégico de Desenvolvimento do Alentejo Litoral (PEDAL) 2014-2020. O documento pretende definir a estratégia de desenvolvimento para o território, incluindo a identificação das iniciativas estruturantes para o período 2014-2020, tendo em consideração as especificidades das orientações e regras definidas a nível nacional e comunitário para o próximo período de programação estrutural. O plano aponta para o aproveitamento e desenvolvimento dos eixos estratégicos como sejam a construção e afirmação do produto turístico regional, a afirmação do pólo económico de Sines, a valorização dos recursos endógenos e o acesso físico, funcional e virtual. Álvaro Beijinha, presidente da Câmara de Santiago do Cacém, referiu na ocasião que o Alentejo Litoral «tem potencial para se

afirmar como uma referência económica e turística no contexto nacional», enquanto António Costa da Silva, vogal do Inalen-

tejo, sublinhou que o Alentejo Litoral «é um dos locais onde facilmente se identifica uma estratégia de desenvolvimento». ‹

Garland abre em Marrocos Pais do Amaral A Garland abriu um novo escritório em Casablanca (Marrocos). A representação do grupo surge em regime de joint-venture com o grupo francês Naxco Shipping, tendo formado no âmbito dessa parceria a empresa GarlandNaxco Logistics Maroc. Da equipa escolhida para o escritório de Casablanca faz parte um trabalhador português, que tem como principal missão dar apoio aos clientes portugueses que operam no mercado marroquino. Depois de Casablanca, o grupo pretende instalar-se também na cidade de Tanger. ‹

III Encontro de Reitores no Rio de Janeiro A Universia, a maior rede de universidades de língua hispânica e portuguesa, celebrou o III Encontro Internacional de Reitores, que decorreu na cidade do Rio de Janeiro, Brasil. Na “Cidade Maravilhosa” estiveram reitores de mais de 1.200 universidades, tendo tido a oportunidade de dialogarem sobre os desafios das universidades no mundo de hoje, assim como o papel da universidade ibero-americana no mundo contemporâneo. Portugal esteve representado por uma comitiva de 20 participantes, entre os quais 14 reitores de universidades e institutos politécnicos nacionais. ‹

50 › País €conómico | Agosto 2014

quer comprar a TAP

O empresário português Miguel Pais do Amaral declarou em entrevista ao Dinheiro Vivo, que pretende a breve prazo apresentar uma proposta para a aquisição da totalidade do capital da TAP, atualmente integralmente detido pelo Estado português. O atual líder do The Edge Group referiu que em conjunto com o empresário norte-americano Frank Lorenzo (antigo acionista da Continental Aielines), apresentará «uma proposta enquanto promotor de um consórcio financeiro e o objetivo desse consórcio financeiro não é vender a companhia daqui a três ou quatro anos», sublinhou. Aliás, segundo Pais do Amaral referiu na mesma entrevista, «a nossa estratégia é simples: manter a estratégia da empresa, pois achamos que o presidente da TAP, Fernando Pinto, tem feito um bom trabalho e tem anos à frente para continuar a fazê-lo. E. obviamente, para que essa estratégia seja bem-sucedida, o hub de Lisboa é absolutamente estratégico». ‹

Agosto 2014 | País €conómico › 51


› Head

52 › País €conómico | Agosto 2014


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.