Paraísos longe da multidão

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VISÃO 7 JULHO 2016

07-07-2016

Tiragem: 93360

Pág: 38

País: Portugal

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Period.: Semanal

Área: 17,70 x 23,50 cm²

Âmbito: Interesse Geral

Corte: 1 de 15


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07-07-2016

Tiragem: 93360

Pág: 39

País: Portugal

Cores: Cor

Period.: Semanal

Área: 17,70 x 23,50 cm²

Âmbito: Interesse Geral

Corte: 2 de 15

PARAÍSOS BEM LONGE DAS MULTIDÕES

VIAJÁMOS DO MINHO AO ALGARVE, PELO INTERIOR, À PROCURA DE LUGARES DE SONHO. FIZEMOS MAIS DE 2 500 QUILÓMETROS, SEMPRE COM UM SORRISO NA CARA E COM A ÁGUA COMO MOTE. QUEM DIZ QUE FÉRIAS DEVEM RIMAR COM PRAIAS NUNCA ANDOU POR ONDE TIVEMOS A SORTE DE ANDAR ROSA ROELA

MARCOS BORGA

Fisgas de Ermelo

1

Freixo de Espada à Cinta

2 3 Castelo Mendo Lousã

4

Mora

5

A banhos Não há calor que resista nas cascatas de Fisgas de Ermelo

Odemira

Alcoutim

6

7


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07-07-2016

Tiragem: 93360

Pág: 40

País: Portugal

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Área: 17,70 x 23,50 cm²

Âmbito: Interesse Geral

Corte: 3 de 15

Bilhó

Mondim de Basto 04 N3

Parque Natural do Alvão

Fisgas de Ermelo

Rio Tâmega

1 FISGAS DE ERMELO

UM BARULHINHO BOM

NO PARQUE NATURAL DO ALVÃO EXISTEM UMAS CASCATAS BOAS PARA VISTAS E BANHOS DE LAGOA este ritmo vamos demorar uma eternidade a chegar ao miradouro das Fisgas de Ermelo, pensei à terceira vez que encostei o carro numa berma para o Marcos tirar mais umas fotografias. Mas não faz mal, decidi logo a seguir. Para quem vai a conduzir também é um prazer poder parar de vez em quando e olhar em volta demoradamente. Ultrapassado o túnel do Marão (e aqui o verbo é quase abusivo porque ele percorre-se suavemente, não tem nem uma das curvas da serra), a estrada em direção a Mondim de Basto é linda, acinzentada pelos pedregulhos de granito. O Obélix seria feliz aqui. Estamos perto da hora do almoço e o calor é tanto que não se ouve uma ave cantar. Os carros são raros, as cabras procuram as sombras e as vacas pastam nas bermas como se estivessem na Índia; o pastor deve ter adormecido debaixo de uma árvore. Deixamos para trás a placa a indicar Ermelo e seguimos para as fisgas, nome delicioso para uma das maiores quedas de água de Portugal “e uma das maiores da Europa fora da Escandinávia e dos Alpes”, lerá quem espreitar a Wikipédia. Não andamos à procura de locais bons para o Guinness, mas bastou terem-nos dito que é de abrir a boca de espanto e pouco visitadas durante a semana para querermos conhecê-la. A estrada é sempre a subir até que, a 3,8 km de Ermelo, chega-

A DICAS DE VIAGEM IDEAL PARA

Famílias com crianças aventureiras e já capazes de caminhar sobre pedras escorregadias q.b. VER À VOLTA

As duas lagoas na estrada para Vila Real e o parque de Pedras Salgadas, a 32 km de Chaves ONDE FICAR

Parque de Pedras Salgadas, Bornes de Aguiar, Tel. 259 437 140 PROXIMIDADE

As Fisgas de Ermelo ficam a cerca de 20 km de Mondim de Basto, a 100 km do Porto e a 400 km de Lisboa

Pedras Salgadas O parque tem cerca de 100 hectares (nem todos visitáveis), um grande lago e edifícios que nos levam a viajar no tempo

mos a um miradouro natural com uma vista direta para a cascata. Primeira surpresa: ela desce aos saltos, por socalcos. Segunda: tem menos água do que esperávamos. O rio Olo, que há de desaguar no Tâmega, nasce lá em cima na serra do Alvão, e por esta altura do ano corre rápido por ali abaixo, mas já secou um bom bocado. Nem por isso as fisgas arrancam menos Ós! a quem as vê pela primeira vez entre placas de xisto e blocos de granito, percebemos ao

dar com dois casais que acabaram de largar os carros e param junto a um painel explicativo. Por aqui há lobos e águias-reais, carvalhais, vacas maronesas, granito e manchas de xisto, leem Fernanda e Tony, que vieram de Lousada com a cascata na mira. A paragem de Jeanne e Martin é mais curta. Franceses pela primeira vez de férias em Portugal, os dois engenheiros civis não apanham quase nada de português; uma olhadela no mapa e siga para o miradouro. Estão de ténis bons para caminhadas, reparamos, quando olham com inveja os montes à volta (“Dali a vista deve ser excelente”, aponta ela) antes de se colocarem a jeito para uma selfie com a cascata como cenário. O caminho só pode ser em dire-


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07-07-2016

Tiragem: 93360

Pág: 41

País: Portugal

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Área: 17,70 x 23,50 cm²

Âmbito: Interesse Geral

Corte: 4 de 15

Paisagem 'top' Os franceses Martin e Jeanne começaram por fotografar a cascata ao longe, e só depois foram até às lagoas de cima

Deixamos para trás Ermelo e seguimos para as fisgas, nome delicioso de uma das maiores quedas de água de Portugal ção a umas das “piocas”, as lagoas que se formam acima e abaixo de onde estamos. As de cima obrigam a uns valentes quilómetros a pé, arriscamos antes de concluirmos que bastará voltar para trás, virar para a direita depois do parque das merendas e novamente à direita,

para cima. Deixa-se o carro num estacionamento e depois são 600 metros a descer, metade deles no meio de pedras soltas. Chegamos e, Ah!, o paraíso pode ser isto? Pode, se a ideia de paraíso forem pequenas lagoas de água surpreendentemente morna, gran-

des placas de xisto aquecidas ao sol, árvores a toda a volta e um rio que corre montanha abaixo com um barulhinho bom. Morgane, a segunda francesa do dia, tem 19 anos e uma frase para adjetivar o sítio que um amigo português escolheu para ela e a amiga fecharem as férias: “Isto é top!” Os três estudam em Paris, passaram agora para o segundo ano de Técnicas de Comércio, contará. Amarante é uma bela cidade para descansar mas tinham de ser as fisgas a marcar os seus dias em Portugal. Bebemos água diretamente do rio antes de virarmos costas à tentação de ficarmos por ali entre banhos e uma sesta à sombra de um dos pedregulhos equilibrados nas margens. Queremos passar pelo vale à beira de Bilhó, que nos disseram ser um sossego, mas fazemos uma paragem técnica no Café Bartolomeu e acabamos por seguir a sugestão de Olinda, a dona, e seguir logo em direção a Vila Real. O calor faz-nos preguiçosos. Deixamos para outra viagem uma ida à Senhora da Graça e metemo-nos à estrada onde há duas grandes lagoas bonitas de se ver. É ir com atenção porque não estão identificadas. Damos por uma delas, a “grande”, meio-camuflada no mato, antes de surgir entre o arvoredo o restaurante A Cabana, uma casa de madeira com alguma coisa de Hansel & Gretel. Há quase quarenta anos, Gina e Florindo tiveram o sonho de começar uma coisa a dois, e essa coisa resultou. Estava a ser construída a barragem de Lamas do Olo, o alcatrão ainda nem chegava ali, mas eles já contavam que os trabalhadores seriam os seus primeiros clientes. A lareira acesa e o que saía e sai da cozinha (agora por encomenda) – cabrito assado, truta recheada e vitela lá de casa – foram sempre uns bons chamarizes. Ficaríamos ali para petiscar não fosse estarmos decididos a passar o final de tarde no parque de Pedras Salgadas, uns bons hectares de verde-fresco com cheiro de outras épocas. Pode-se escrever que vale a pena nem que seja só para ver o casino que nunca chegou a ser.


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07-07-2016

Foz do Sabor

N22 0

Mazouco

N325

Parque Natural do Douro Internacional Rio Douro

Freixo de Espada à Cinta

2 N22

Penedo Durão N221

PORTUGAL

ESPANHA

2 FREIXO DE ESPADA À CINTA

POR ESPELHOS DE ÁGUA

DA FOZ DO SABOR AO DOURO INTERNACIONAL, UMA VIAGEM ENTRE PESCADORES E GRAVURAS RUPESTRES cordamos com o nascer do sol para olharmos a Foz do Sabor às 6 e 45 da manhã. Só é cedo para meninos da cidade, já sabíamos antes de encontrarmos um pescador a encostar o seu barco à margem, o balde cheio de barbos. Tínhamos dormido em Moncorvo e queríamos ver o Douro Internacional do alto do miradouro de Penedo Durão, mas como não passar primeiro pelo vizinho Sabor, ali feito espelho de água? O velho Ramiro tem um apelido adequado à região – Relha é uma peça de ferro que reforça externamente as rodas dos carros de bois –, mas tem sobretudo paciência para explicar a uns citadinos o que é isso de deixar a rede de véspera para a levantar de madrugada. Quando conhecermos a sua mulher, dali a um bocado de conversa, ficaremos a saber que paciência é virtude que lhe sobra. A saúde de Ausenda dá-lhe que fazer. “Se não fosse ele eu morria à fome”, diz ela, de olhos no peixe, embrulhado numa serapilheira, que será comido ao meio-dia. Ouvem-se chocalhos ao longe quando regressamos ao carro. Próxima paragem: o miradouro Penedo Durão, cuja vista o escriba de serviço no guia Portugal Inesquecível, que a VISÃO publicou em fascículos, em 2008, decidiu que merecia o adjetivo “esmagador”. De Freixo de Espada à Cinta (“a vila mais manuelina de Portugal”, a pedir uma visita demorada), basta apanhar a estrada em direção a Ligares/Poiares e seguir as indicações.

A DICAS DE VIAGEM IDEAL PARA

Quem gosta de paisagem, passeios de barco, aves e arqueologia VER À VOLTA

O Miradouro do Penedo Durão e o Cavalinho do Mazouco ONDE FICAR

Moradias do Douro Internacional, praia da Congida, Freixo de Espada à Cinta, Tel. 279 653 018 PROXIMIDADE

Freixo de Espada à Cinta situa-se a 288 km do Porto e a 443 km de Lisboa

Pelos rios A vista panorâmica do topo do Penedo Durão só é comparável com o passeio de barco que parte da praia fluvial da Congida, no Douro

Tiragem: 93360

Pág: 42

País: Portugal

Cores: Cor

Period.: Semanal

Área: 17,70 x 23,50 cm²

Âmbito: Interesse Geral

Corte: 5 de 15


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07-07-2016

Tiragem: 93360

Pág: 43

País: Portugal

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Área: 17,70 x 23,50 cm²

Âmbito: Interesse Geral

Corte: 6 de 15

No barco, o guia há de apontar o voo dos grifos, os ninhos de cegonha-preta, a mancha de lódão-bastardo

Sorrimos ao estacionar o carro porque lemos numa pedra “Dilma 1987”. Mas por essa altura Rousseff era secretária Municipal da Fazenda, não acreditamos que tenha sido ela a riscá-la. Depois foi impossível resistir a experimentar o balancé feito de troncos de madeira, descer os vários patamares e desviar os olhos do paredão da barragem espanhola de Saucelle, por gostarmos mais dos socalcos, das vinhas, do Douro. Visto de cima, o rio apetece, mas ainda apetecerá mais quando

embarcarmos no Douro Internacional, na companhia de cinquenta elementos da “GNR verde” (SEPNA) que nessa manhã saem do cais junto à praia fluvial da Congida para verem de perto a bicheza que protegem. De 15 de julho a 31 de agosto, o barco parte dali duas vezes por dia para um passeio ao longo das Arribas do Douro, pela mão da Sociedade Transfronteiriça Congida-La Barca, em que participam a Câmara de Freixo de Espada à Cinta e o vizinho Ayuntamiento de Vilvestre.

Ramiro e o cavalinho O dia começa com as histórias do velho pescador da Foz do Sabor e termina junto à gravura rupestre perto da aldeia de Mazouco

Às 9 e pouco da manhã, é mais um rio a parecer um espelho quando encontramos Alfredo Corredeira entretido a pescar à linha na Congida. Reformado de uma vida de trabalho no Ministério da Defesa, em Lisboa, já se deixou da caça por causa das dores de costas, mas aos 83 anos é campeão a apanhar carpas, mesmo sem o seu barquinho. Antigamente havia boga e escalo; veio o lúcio e quase só sobreviveram as carpas. “Elas gostam de tudo o que é farináceo”, ensina Alfredo, nessa manhã a usar massinha de cotovelo como engodo e elas a caírem, às de quilos. Nas suas costas estão umas casas encaixadas no monte, com uma vista soberba para a água (as Moradias do Douro Internacional, até há pouco exploradas pela Câmara), um café e uma piscina municipal limpinha. Em tempos também havia sempre tendas, proibidas e bem, dizemos nós, mal proibidas, diz o nosso homem, que preferia ver a praia mais animada. No barco, Edson Pereira, o guia, há de apontar o voo dos grifos, os ninhos de cegonha-preta, a mancha de lódão-bastardo, a cabra tão solitária como um pinheiro isolado que nasceu na margem portuguesa. Será também ele a falar-nos do Cavalinho de Mazouco, uma gravura rupestre do final do Paleolítico Superior, descoberta em 1982, perto da aldeia com o mesmo nome. O carro marca 40 graus quando nos despedimos da região depois de a vermos. Foram dois minutos a descer em direção à margem direita da ribeira de Albagueira, a menos de 1 800 metros do Douro, e lá estava ela numa parede de xisto lisinha. Um desenho com 62 cm, tão pequeno e afinal tão grande.


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07-07-2016

Tiragem: 93360

Pág: 44

País: Portugal

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Period.: Semanal

Área: 17,70 x 23,50 cm²

Âmbito: Interesse Geral

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Almeida

Rio Coa Vilar Formoso

A25

Castelo Mendo

PORTUGAL

ESPANHA

3 CASTELO MENDO

CALMA NA ALDEIA QUANDO AS EXCURSÕES SE VÃO EMBORA, É HORA DE COMEÇAR A EXPLORAR

ara chegar a esta aldeia histórica do concelho de Almeida, a um pulo de terras de Espanha, é preciso passar por outros lugares de nomes ainda mais estranhos. Se duvida, lembre-se de que Ade, Monteperobolso e Mesquitela são as três aldeias que com ela fazem parte de uma união de freguesias. No Censos de 2011, Castelo Mendo tinha 87 pessoas a morar. Na tarde em que lá passámos, estivemos com duas delas: Maria da Conceição Martinho, dona de uma loja de souvenires quase sempre fechada, e uma sua amiga, Florinda. Mas, logo à entrada, vimos dois casais de franceses, cada um com a sua autocaravana estacionada do lado de fora da muralha. Para visitar o burgo sem tropeçar em multidões, é preciso chegar depois de terem partido as camionetas de excursões. Às 6 da tarde, corre uma aragem, ouve-se o sino da igreja tocar o Avé Maria de Fátima sem vozes em fundo e será quase certo que Maria da Conceição estará sentada à sombra da sua loja D. Sancho, a ver se ainda alguém subirá em direção ao que resta do castelo. A aldeia parece ainda mais bonita sem vivalma. As gentes estarão a trabalhar nas hortas ou na área de serviço mais próxima, diz Florinda, e as crianças (“Meia dúzia?”) ainda não regressaram do ATL. Não há fregueses para o café, que por isso está fechado, como acabou por não haver para as três

P IDEAL PARA

Quem gosta de História e de banhos de água doce VER À VOLTA

A praça-forte de Almeida e a praia fluvial de Rapoula do Côa ONDE FICAR

Casa do Corro, Castelo Mendo, Tel. 916 237 914 PROXIMIDADE

Castelo Mendo situa-se a 40 km da Guarda, a 295 km do Porto e a 380 km de Lisboa

NÉLSON ANDRADE

DICAS DE VIAGEM

A dois tempos Depois de um mergulho no século XIII, sabe bem ir até à praia fluvial de Rapoulas do Coa, a apenas 27 km de distância

tabernas e a mercearia de outros tempos. Sobram umas casas de banho, impecáveis, pensadas para quem aqui vem e se delicia com as portas pintadas de lilás, os detalhes esculpidos no granito, as flores nas ruas. Aline e Jean-Claude Beaucé saíram de Rennes há um mês e queimam agora os últimos dias em Portugal com mais uma aldeia, um jogo

de Scrabble e umas gargalhadas a dois. Ele é filho de agricultor e não resistiu a encher um pequeno alguidar com água para dar de beber às cabras que pastam à entrada de Castelo Mendo. Já não é desta que vão a Rapoula do Côa, meia hora de caminho, e nem sabem o que perdem – nunca devem ter estado numa praia fluvial onde as trutas pedem para ser apanhadas.


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07-07-2016

Tiragem: 93360

Pág: 46

País: Portugal

Cores: Cor

Period.: Semanal

Área: 17,70 x 23,50 cm²

Âmbito: Interesse Geral

Corte: 8 de 15

Lousã N342

N23

6

Talasnal

Águas gélidas É preciso alguma coragem para tomar banho na praia natural junto ao castelo e à ermida de Nossa Senhora da Piedade

Vaqueirinho

4 LOUSÃ

NOS CAMINHOS DO XISTO

VALE BEM A PENA VISITAR AS ALDEIAS SERRANAS, FIGUREM OU NÃO NA ROTA TURÍSTICA OFICIAL

DICAS DE VIAGEM IDEAL PARA

Quem gosta de fazer caminhadas e andar de bicicleta de montanha VER À VOLTA

Além do Talasnal, aconselha-se uma visita a Vaqueirinho e Cerdeira ONDE FICAR

Palácio da Lousã Boutique Hotel, Rua Viscondessa do Espinhal, Tel. 239 990 800 PROXIMIDADE

A Lousã situa-se a 40 km de Coimbra, a 200 km do Porto e a 220 km de Lisboa

á passa das nove da noite quando vemos Talasnal numa curva da estrada. Ao longe e a esta hora, a aldeia nem parece de xisto – as luzes amarelas dão-lhe um ar quente, quase de fogo (lagarto, lagarto, lagarto!), e ela fica belíssima. Da Lousã até ao Talasnal são apenas 18 quilómetros mas o caminho é feito de curvas e contracurvas tão apertadas que, na manhã seguinte, havemos de demorar quase meia hora a lá chegar. Em chegando e estacionando o carro à entrada, junto à fonte, apetece perguntar “A aldeia é a sério ou a brincar?”, coisa que perguntamos a Edna e Pedro, logo a eles, que um dia se apaixonaram ao ponto de decidirem comprar uma casa em ruínas, reconstruí-la e ali passarem uns dias, sempre à semana porque ao sábado e domingo “é terrível”. É terrível porque Talasnal faz parte da Rota das Aldeias de Xisto, uma aposta turística que atrai multidões, e porque, além de estar bem recuperada, tem dois restaurantes (o Ti Lena e o Retalhinhos), um bar (O Curral), a Lojinha da Ti Filipa e quatro casas que podem ser arrendadas. “Ao fim de semana passam por aqui milhares de pes-

J

soas”, exagera compreensivelmente Paulo, o único habitante a tempo inteiro, nessa manhã a caminho do Tribunal da Lousã para servir de testemunha numa quezília de vizinhos. Apanhamos Edna e Pedro a habituarem-se à nova casa, ainda com móveis por montar mas sem ponta de stresse. A manhã está boa para uma caminhada de 2,5 km até à piscina natural do Castelo, lá em baixo, na Lousã; os puzzles caríssimos do IKEA (a piada é do Ricardo Araújo Pereira) podem esperar. Conversaremos, por isso, serra abaixo, com eles a contarem


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07-07-2016

Tiragem: 93360

Pág: 47

País: Portugal

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Period.: Semanal

Área: 17,70 x 23,50 cm²

Âmbito: Interesse Geral

Corte: 9 de 15

Contrastes Talasnal (em cima) parece uma aldeia-museu, enquanto Vaqueirinho se mantém como sempre foi – só mudaram os habitantes

Uma das caminhadas serra abaixo leva-nos até à praia natural da Lousã, junto ao castelo que moram em Caldas da Rainha e aproveitam todos os momentos livres para virem à serra. Se Talasnal é uma delícia, a vizinha Vaqueirinho, que não faz parte da rota oficial, ainda nos encanta mais. Será uma questão de gosto e discutível, por isso embora lá apresentar argumentos: – É uma aldeia parada no tempo, sem plaquinhas coloridas nem magotes de turistas;

– Os caminhos são de pedras polidas e placas de xisto, com musgo entre elas; – Tem um bar chamado O Fim do Mundo, nome herdado do filme que João Mário Grilo ali rodou, em 1993; – E é lá que mora há 36 anos António, um hippie que encontramos de vassoura na mão para a aldeia andar limpa como ele gosta. “A minha aldeia está de origem”, dirá António, com orgulho, já no

largo da entrada, o do bar, que um dia foi atapetado de xisto pelos habitantes cansados de tropeçarem por ali fora. Segundo ele, nas outras aldeias é pouco o respeito pela pedra, o que diz quase tudo o que pensa delas. “O Talasnal é só turismo. Metem lá muito cimento, muita placa. E, ao fim de semana, parece o Bairro Alto.” No Vaqueirinho, existe uma associação de aldeia, onde os quatro habitantes permanentes e os que só aparecem nas férias tomam as decisões importantes. “Convivemos uns com os outros, não somos nenhuns bichos”, ri-se António, que ganha a vida como faz-tudo. Todos têm água canalizada, eletricidade, televisão; nenhum tem telefone ou internet. Para irem à Lousã, onde se abastecem num dos quatro grandes supermercados, gastam duas horas a pé. Nos dias de maior calor, António desce a serra a pensar que um dia também há de aproveitar a ida à vila para dar um mergulho na praia fluvial natural na ribeira de S. João, junto ao castelo e à ermida de Nossa Senhora da Piedade. Mas a água é tão gelada que arrepia sempre caminho.


ID: 65184125

07-07-2016

Tiragem: 93360

Pág: 48

País: Portugal

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Period.: Semanal

Área: 17,70 x 23,50 cm²

Âmbito: Interesse Geral

Corte: 10 de 15

N2

Cabeção

Fluviário de Mora

Mora

N25

1

Praia fluvial do Gameiro É difícil resistir aos mergulhos na ribeira do Raia. Mesmo ao lado há um café com esplanada e parque infantil

Ribeira da Seda

5 MORA

PASSEIOS ENTRE RIBEIRAS

GLAMPING, ATIVIDADES AQUÁTICAS, PRAIA FLUVIAL E CAMINHADAS, TUDO NUM RAIO DE POUCOS QUILÓMETROS difícil não sonhar com água quando se atravessam campos amarelos sem uma árvore e o termómetro do carro paralisou nos 37 graus. “Está uma abafadura!”, diria um alentejano, uma “calma” tal que queremos chegar depressa ao aquaturismo Azenhas da Seda, a 20 km de Mora. A palavra

É

acabada em “ismo” antes do nome diz quase tudo, mas acrescente-se que a casa de Inês Ferreira e Luís Lucas está virada para uma pequena praia na ribeira da Seda, praia essa que os levou a deixarem Lisboa e a investirem nas atividades aquáticas no Alentejo. Inês era designer numa agência de publicidade e Luís já estava

ligado ao turismo-aventura quando decidiu fazer a ribeira da Seda em modo sobrevivência, só com uma canoa e um quilo de arroz. Pelo caminho, apaixonou-se por um pequeno areal e não demorou nada a envolver a namorada na sua nova paixão. Comprado o terreno, os dois perceberam logo que não queriam apenas passar ali os fins de semana – aquele era o local ideal para ele apostar nas atividades aquáticas e ela, de Tomar, poder concretizar a sua vontade de regressar ao campo e tornar-se free lancer. Recuperaram, então, uma casa e uma azenha, montaram as infraestruturas para conseguirem receber dezenas de participantes nas atividades que Luís organiza e, há três


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07-07-2016

Tiragem: 93360

Pág: 49

País: Portugal

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Period.: Semanal

Área: 17,70 x 23,50 cm²

Âmbito: Interesse Geral

Corte: 11 de 15

DICAS DE VIAGEM IDEAL PARA

Famílias que gostam de desportos de água e natureza VER À VOLTA

Parque Ecológico do Gameiro, Fluviário de Mora, Santuário de Nossa Senhora de Brotas, Capela de São Dinis (em Pavia) ONDE FICAR

Azenhas da Seda, Moinho do Arieira, Pavia, Tel. 266 448 036

Natureza Ao final do dia, sabe bem percorrer o passadiço do Gameiro, depois de se espreitarem as lontras no Fluviário de Mora

PROXIMIDADE

D.R.

Mora situa-se a 60 km de Évora, a 112 km de Lisboa e a 310 km do Porto

Nas Azenhas da Seda, Inês Ferreira e o marido montaram sete tendas, a maioria com vista para a ribeira

verões, acrescentaram o glamping ao projeto. São sete tendas, a maioria perto da água. Catorze pessoas, no máximo, a dormirem ali – mas só se fizerem pelo menos uma atividade, lembra Inês. O objetivo, neste aquaturismo que tem como assinatura “Alentejo em estado líquido”, é levar toda a gente a molhar os pés e a gostar. A lista é apetitosa. Quem experimentar o hidrospeed habilita-se a flutuar rio rápido abaixo, com a ajuda de uma prancha especial e barbatanas. A atividade hike & swim junta percursos pedestres ribeirinhos à natação em águas calmas. O aquapedestre é uma atividade de soft-canyoning “à descoberta de ribeiras rochosas com rápidos e pequenas cascatas”, lê-se no site. A canoagem down river faz-se por entre

antigas azenhas onde a ribeira acelera em pequenos rápidos com algumas passagens de açudes. E há mais – é espreitar em azenhasdaseda.com. Não chegamos a pôr o pé na água ali, apesar de o calor não ter abrandado com o andar das horas. Muito perto fica o Fluviário de Mora e uma praia fluvial do Parque Ecológico do Gameiro, de onde parte um percurso pedestre quase sempre junto à ribeira do Raia. A caminhada começa num passadiço de madeira com 1,5 km de comprimento, pontuado por placas com informação sobre a fauna e a flora da zona; os 4 km seguintes são por um trilho de terra, com subidas e descidas. Sabe bem percorrer parte do passadiço e depois voltar para trás já na ideia de um mergulho. Quem disse que é preciso sofrer para apreciar a natureza?


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07-07-2016

Colos

Cercal

Tiragem: 93360

Pág: 50

País: Portugal

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Period.: Semanal

Área: 17,70 x 23,50 cm²

Âmbito: Interesse Geral

Corte: 12 de 15

3

N26

Relíquias N120

N123

Barragem de Santa Clara

Odemira

6 ODEMIRA

UM OUTRO ALENTEJO

A BARRAGEM DE SANTA CLARA PODE SER O INÍCIO DE UMAS FÉRIAS FEITAS DAS COISAS MAIS SIMPLES ntes de embarcarmos na lancha de Pedro Félix já lêramos que a albufeira da Barragem de Santa Clara, no rio Mira, cobre uma área de 1 986 hectares, quase dois mil campos de futebol (como se alguém conseguisse imaginá-los seguidos). Mas só quando estamos algures entre ilhas e reentrâncias e o ouvimos dizer “Isto é uma coisa aqui perdida no meio do Alentejo” é que nos cai a ficha: estamos longe de tudo, que maravilha. Água e verde por todos os lados, uma casa aqui, outra ali, cavalos de chocalho ao pescoço, um saxofone em dueto com um acordeão. Não fosse o guia de pesca ao achigã conhecer melhor esta barragem do que a sua própria casa e não saberíamos de que terra éramos. “Conheço cada pedra, cada árvore, não preciso de GPS”, descansa-nos Pedro, depois de dar mais uma volta só para passar à frente da propriedade onde um francês mantém cangurus. A manhã vai a meio, entrámos na água pouco depois das 9 horas e os bichos teimam em não se mostrar. Não faz mal, era só mais uma curiosidade. Por aqui há lontras e javalis. Há sossego porque se proíbe tudo o que é rebocável. E há água transparente e a 26 graus, um caldinho bom para banhos. Mas Pedro olha para a barragem e só pensa em passeios de caiaque e dias de pesca. Depois de muitos anos na competição, o nosso cicerone criou a

A DICAS DE VIAGEM IDEAL PARA

Quem gosta de calma, pesca e passeios a cavalo VER À VOLTA

Ponte romana de Santa Clara e Necrópole de S. Martinho das Amoreiras (na estrada para Corte Malhão) ONDE FICAR

Dias Distintos, Herdade da Nora, Colos, Tel. 917 816 239 PROXIMIDADE

A Barragem de Santa Clara situa-se a 36 km de Odemira, 234 km de Lisboa e a 625 km do Porto

Sossego Ter o prazer de, no mesmo dia, riscar as águas da albufeira de Santa Clara e visitar o Monte d'Avó, no Cercal

empresa Sul Pesca e acompanha clientes na pesca, sobretudo franceses. “Nem param para comer ou beber”, conta. “Tenho um casal que vem cá há quatro anos. No verão passado, estiveram doze dias consecutivos dentro de água. Eu já não podia ver o barco.” Quando não está na Barragem de Santa Clara, Pedro está nuns

lagos ali próximos onde pesca e liberta sem parança (tem uma parceria com o proprietário), já nos explicara Isabel Brito Ramos, dona do turismo rural Dias Distintos, em Colos, onde chegámos ao pôr do Sol. Tínhamos passado primeiro pelo Figueirinha Ecoturismo, perto de Relíquias, por causa do qual Paula Silva e Alexandre Coutinho,


ID: 65184125

07-07-2016

Tiragem: 93360

Pág: 51

País: Portugal

Cores: Cor

Period.: Semanal

Área: 17,70 x 23,50 cm²

Âmbito: Interesse Geral

Corte: 13 de 15

Água e verde por todos os lados, uma casa aqui, outra ali, cavalos de chocalho ao pescoço, um saxofone em dueto com um acordeão Pelas suas mãos Sempre que a horta lhe dá descanso, José António Saraiva dedica-se a fazer cadeiras, bancos e tachinhos de cortiça. É um artesão, e com orgulho. Mas não o convidem para ir a feiras enquanto não tratarem de alcatroar a estrada até sua casa, na Ribeira do Seissal

ex-jornalistas, largaram a cidade, e ficáramos a invejar os hóspedes da enorme tenda montada junto à piscina biológica. Todos os dias, Isabel senta-se de frente para a piscina infinita e o céu alaranjado. É assim desde que fechou a loja de móveis e decoração que tinha no Cercal, a 17 km dali, e fez 18 quartos numa

propriedade da família. “Têm de vir aqui, é lindo”, instara. Só depois nos falara nos passeios pela barragem e em dois artesãos, a holandesa Helena Loermans, com ateliê de tecelagem em Odemira, e o português José António Saraiva, mestre a trabalhar a cortiça, na sua casa em Ribeira do Seissal. “Vão gostar de os conhecer”, garantira.

A viver em Odemira há 25 anos, depois de ter trocado a histologia (estudo dos tecidos de animais e plantas) pelos teares, Helena encontra-se com facilidade na rua Alexandre Herculano, onde uns guarda-sóis forrados com desperdício da indústria têxtil dão nas vistas. Encontrar José António não é tão fácil. Vale-nos a ajuda de uma vizinha que manda passar “a cabina de espera [a paragem da camioneta]” e virar à direita na terra batida. Recebe-nos no meio de pedaços de cortiça, orgulhoso das cadeiras e tachos que lhe levam dezenas de horas de trabalho. Só não venha a Câmara convidá-lo para participar em feiras – enquanto o alcatrão ali não chegar, nada feito. O litoral dista meia hora de carro e sentimo-nos no fim do mundo? Que nada, dirá Meike Valk. Há uns dias, a holandesa recebeu no Monte d'Avó, um turismo rural e centro hípico a 1,5 km do Cercal, uns americanos que lhe explicaram, pragmáticos: a zona está a uma hora e meia de Lisboa, Sintra, Évora e Lagos. E longe da confusão.


ID: 65184125

07-07-2016

Tiragem: 93360

Pág: 52

País: Portugal

Cores: Cor

Period.: Semanal

Área: 17,70 x 23,50 cm²

Âmbito: Interesse Geral

Corte: 14 de 15

Rio Guadiana N122

Alcoutim PORTUGAL

Sanlúcar de Guadiana

ESPANHA

DICAS DE VIAGEM IDEAL PARA

Quem gosta de desportos náuticos e história VER À VOLTA

Mértola, villa romana do Montinho das Laranjeiras e Posto Escolar de Santa Justa ONDE FICAR

Pousada da Juventude, Alcoutim, Tel. 281 546 004 PROXIMIDADE

Alcoutim situa-se a 37 km de Castro Marim, 300 km de Lisboa e 540 km do Porto

7 ALCOUTIM

ALDEIAS SEM FRONTEIRAS

SE LHE DISSEREM QUE UMA DESCIDA DE SLIDE LHE GARANTE QUASE MAIS UMA HORA DE VIDA VAI, RESISTIR A EXPERIMENTAR? Slide De Sanlúcar do Guadiana são 720 metros sempre a descer até Alcoutim, onde chegamos 59 minutos antes de partirmos – cortesia da diferença horária entre Portugal e Espanha

ecidimos terminar a brincar com o tempo e a culpa é de David Jarman, o inglês radicado em Espanha há dez anos que se lembrou de montar um slide transfronteiriço entre Sanlúcar de Guadiana e Alcoutim. São 720 metros sobre o casario espanhol e o rio, 50 segundos sempre a deslizar que nem dão tempo para cantar o antigo hino dos contrabandistas que põe “daqui ninguém arredou” a rimar com “sendo homem como eu sou”.

D

“Preparem-se para chegar 59 minutos antes de saírem”, anuncia o dono da Limite Zero a dois amigos ingleses que vieram de Isla Canela, ao lado de Ayamonte, para poderem fazer uma viagem no tempo por 17 euros. “Aaaaaaaaaaaaa!” gritarão, a curtir a vista. David acredita que o slide contribuiu para animar Sanlúcar. “Isto era tipo aldeia do Faroeste: fechavam as portadas quando viam um turista”, compara. “Agora, sempre está menos adormecida.” A €1 a passagem de barco, tudo o que ani-

ma Sanlúcar anima Alcoutim, que em meados deste mês vê regressar a Música na Praça (às quartas-feiras), mas pouco mais tem para oferecer aos visitantes além dos passeios pelo Guadiana. Do Riverside Tavern, vemos como, do lado de Espanha, a empresa Guadiana Xtremme leva gente a voar sobre a água num Flyboard. Quase conseguimos ouvir-lhes as gargalhadas, enquanto despachamos omeletas de queijo servidas pelo inglês Julian – “Scott, como o segundo homem a chegar ao Polo Sul, depois do Amundsen” –, a estrear-se como empregado de mesa. A referência faz sentido quando Julian conta que ele e a mulher são cientistas polares. Há um ano e meio, decidiram navegar pelo mundo com as duas filhas pequenas, e agora preparam-se para passar mais um ano letivo a dormir no veleiro em Sanlúcar. Talvez tenham, então, tempo para levar as miúdas até Santa Justa, a caminho de Martinlongo, onde se regressa aos anos 50 numa antiga escola primária. Duas filas de carteiras, fotografias de Salazar e Américo Tomás, quadro de ardósia e eis-nos a fazer mais uma viagem no tempo, esse grande escultor. rruela@visao.impresa.pt


ID: 65184125

07-07-2016

Tiragem: 93360

Pág: 1

País: Portugal

Cores: Cor

Period.: Semanal

Área: 17,70 x 23,50 cm²

Âmbito: Interesse Geral

Corte: 15 de 15

PARAÍSOS LONGE DA MULTIDÃO

Grande viagem pelas paisagens belas e tranquilas do interior de Portugal, com cascatas, lagoas, trilhos selvagens e aldeias renovadas. Sempre junto à água

Praia fluvial da Congida, no rio Douro, em Freixo de Espada à Cinta


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