Opinião: Algarve é só turismo? Não, mas também sim

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ID: 54748110

09-07-2014 | Imobiliário

Tiragem: 34442

Pág: 2

País: Portugal

Cores: Cor

Period.: Semanal

Área: 13,47 x 24,10 cm²

Âmbito: Informação Geral

Corte: 1 de 1

Algarve é só turismo? Não, mas também sim

E

xiste um velho cliché que diz que “Algarve é só turismo”. Usada e repetida vezes sem conta, a expressão encerra em si uma imagem algo redutora de uma região que tem vastíssimos recurDesidério sos naturais e patrimoniais. Silva Não obstante o preconceito da afirmação, há que admitir que graças ao impacto do turismo na economia regional, a generalidade dos recursos e investimentos acabam por ter algum tipo de ligação ou aproveitamento para fins turísticos. Assim, hoje assume-se que (por exemplo) reabilitar algumas igrejas, ainda que servindo o seu propósito de culto, poderá também valorizar a oferta turística; que preservar determinado espaço verde, denotando a preocupação ambiental e ecológica, contribui também para atrair determinado tipo de turista; que o setor imobiliário, servindo os interesses dos residentes de determinada região, ainda Quando apresentamos poderá contribuir para o destino a operadores fidelizar fluxos turísticos e sobretudo turísticos, ou a base companhias aéreas, (...) alargar da procura. a questão da segunda Pegando nesta última referesidência e da visita rência, creio a familiares e amigos ser um excelenfaz agora parte te exemplo das sinergias que do conjunto de podem criar argumentos invocados se entre setores. De fato, o pressuposto de que se somos uma boa região para visitar, também o seremos para aqui se viver (ou investir) é bastante óbvio e faz todo o sentido. Talvez por isso e quebrando alguns preconceitos, o Plano Estratégico Nacional de Turismo (PENT) assume hoje o turismo residencial como um produto turístico a considerar. Creio ser desnecessário recordar de forma exaustiva os sobejamente conhecidos atributos que carate-

rizam a região enquanto destino turístico: beleza e diversidade das suas praias, clima aprazível, diversidade de paisagens e cenários, riqueza gastronómica, hospitalidade das suas gentes, qualidade dos seus campos de golfe… Isto apenas para referir alguns. Se estes argumentos são válidos para promover um destino turístico (para convidar as pessoas a visitarem-nos e conhecerem-nos), não servem igualmente um bom destino para se viver, ou investir? O mote está lançado e o turismo tem vindo a encontrar aqui um outro elemento para alavancar o setor (e contribuir, de forma inversa, para dinamizar outras atividades económicas, como o da construção civil e imobiliária). Quando apresentamos o destino a operadores turísticos e sobretudo companhias aéreas, na tentativa de captar novas operações para o Algarve, a questão da segunda residência e da visita a familiares e amigos faz agora parte do conjunto de argumentos invocados. Não obstante a crise que ainda persiste (embora os resultados sejam cada vez mais animadores), o mercado parece estar a reagir, não ficando indiferente ao conjunto de incentivos que têm vindo a ser apresentados, tais como os Golden Visa, ou os benefícios fiscais para reformados não residentes. Esta visão global da nossa economia, em que todas as atividades dão o seu contributo, será o único caminho possível para sairmos deste momento menos fácil e nos afirmarmos de forma decisiva neste espaço económico tão competitivo. Neste cenário, o Algarve prontifica-se a participar ativamente neste processo, com o turismo na vanguarda dos setores que dinamizam a economia, alavancando todo um outro conjunto de atividades de forma conjugada, com a componente residencial a assumir uma clara preponderância. Presidente da Região de Turismo do Algarve


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