EstratĂŠgia TurĂstica da Bahia O Terceiro Salto 2007 I 2016
EstratĂŠgia TurĂstica da Bahia O Terceiro Salto 2007 I 2016
Secretaria do Estado da Bahia Salvador, Bahia 2011
Governo do Estado da Bahia Jaques Wagner Governador Secretaria de Turismo Antonio Carlos Marcial Tramm Secretário Empresa de Turismo da Bahia Emília Salvador Silva Presidente Superintendência de Investimentos em Polos Turísticos Clarissa Maria de Azevedo Amaral Superintendente
Superintendência de Serviços Turísticos Rita de Cássia Magalhães Superintendente
Estratégia Turística da Bahia : O Terceiro Salto 2007-2016 © Copyright 2011, Secretaria de Turismo / Superintendência de Investimentos em Polos Turísticos - SUINVEST Equipe Técnica Clarissa Maria de Azevedo Amaral – Superintendente Érico Pina Mendonça Júnior – Assessor Técnico Inez Maria Amor Dantas Garrido – Assessora Técnica Reinaldo Moreira Dantas – Assessor Técnico Planejamento editorial e edição Superintendência de Investimentos em Polos Turísticos- Suinvest Revisão Tânia Feitosa Fotografias Arquivo Setur-Bahiatursa Projeto gráfico e editoração eletrônica Silmara Menezes Impressão Qualigraf
B135
Bahia. Secretaria de Turismo. Superintendência de Investimentos em Polos Turísticos - Suinvest. Estratégia Turística da Bahia : O Terceiro Salto 2007-2016 / Secretaria de Turismo. - Salvador : Setur, 2011. 100p. : il. ISBN: 978-85-64209-01-5 1. Turismo. 2. Turismo - Bahia. 3. Política Pública. 4. Planejamento. 5. Administração. I. Título
CDD. 338.47918142
Secretaria de Turismo do Estado da Bahia Avenida Tancredo Neves, 776 Bloco B, 8° andar – Pituba. Cep: 41. 820-020 Tel: (71) 3116-4151 e-mail: gab@turismo.ba.gov.br Salvador - Bahia
SUMÁRIO 9
INTRODUÇÃO
90 XXXI Jogos Olímpicos – Rio 2016
14 O TURISMO NO MUNDO
92 CONCLUSÃO
16 O TURISMO NO BRASIL
95 REFERÊNCIAS
16 17 18 20 21 23 23
96 APÊNDICE
Planejamento e Gestão O PTN 2011-2014 Diagnóstico do Turismo no Brasil Cenários e Projeções Condições Externas Condições Internas Turismo no Brasil 2011-2014
27 O TURISMO NA BAHIA 29 29 32 47
Fluxo Turístico Análise Comparativa do Destino Turístico Bahia Nova Geografia Turística Diagnóstico do Turismo Baiano
55 FUNDAMENTOS PARA A ESTRATÉGIA 55 Composição da Estratégia 56 DIRETRIZES ESTRATÉGICAS 56 Eixo Estratégico Inovação 69 Eixo Estratégico Qualificação dos Serviços e do Destino 72 Eixo Estratégico Integração Econômica 75 PROMOÇÃO E MARKETING DA BAHIA 76 78 78 80 81 81
Captação de Eventos Promoção Nacional Promoção Internacional Publicidade Relacionamento com a Imprensa Comunicação Dirigida
82 PROGRAMAS TRANSVERSAIS AOS EIXOS ESTRATÉGICOS 82 Programa de Regionalização 82 Programa de Gestão Participativa 84 Programa de Turismo Sustentável 86 PROGRAMAS ESPECIAIS 86 Copa do Mundo da FIFA Brasil 2014
APRESENTAÇÃO O Terceiro Salto do turismo na Bahia O desenvolvimento do turismo na Bahia pode ser dividido
três eixos que se constituem, juntamente com o
em três fases distintas, marcadas por ações específicas,
tradicional tripé: Meio Ambiente, Social e Econômico, nas
que o ex-secretário Domingos Leonelli denominou de
bases que fundamentam o conceito de sustentabilidade
“saltos”. O Primeiro Salto ocorreu entre 1934 e 1969, e se
no turismo. Esses três eixos correspondem também às
caracterizou pela construção da identidade turístico-
necessidades de sustentabilidade e desenvolvimento
cultural. A formação, no imaginário popular, da terra da
para o turismo baiano: atuar nas deficiências da qualidade
magia, do encanto e do povo hospitaleiro, com foco na
dos serviços e da mão de obra, na necessidade de novos
cidade de Salvador.
produtos turísticos e integrar os parques hoteleiros às economias regionais do seu entorno.
O que se chama de Segundo Salto acontece entre 1970 e 2006, iniciando-se com o primeiro documento focado no
Este Terceiro Salto significa também posicionar a Bahia
planejamento para o turismo, elaborado por Rômulo
diante de um novo quadro de competição em que ela está
Almeida, seguido da implantação de infraestrutura de
inserida.Novos destinos concorrentes colocam-se for-
transporte, saneamento e comunicação, de parques
temente nos mercados nacional e internacional, fatores
hoteleiros e da promoção turística da Bahia em nível
que reforçam a necessidade constante de inovação, da
internacional, já ampliada em dez polos turísticos.
qualidade e da integração do produto turístico baiano à economia.
A partir de 2007, inicia-se o que aqui se denomina de Terceiro Salto, o salto da qualidade, da inovação e da integração econômica. Ou seja, a convergência desses
Antonio Carlos Tramm Secretário de Turismo
Baía de Todos-os-Santos - Salvador
Estratégia Turística da Bahia O Terceiro Salto
empreendedorismo das populações locais, representa também importante foco de atuação da SETUR e a Bahiatursa. Para que o turismo atinja seus objetivos, a SETUR e a Bahiatursa têm conduzido o seu processo de desenvolvimento a partir de parâmetros que envolvem os governos em suas três esferas, o setor privado, o terceiro setor e as comunidades receptoras.
Farol da Barra - Salvador
Os papéis desses diferentes atores sociais estão
1. INTRODUÇÃO
distribuídos da seguinte forma:
O Plano Estratégico de Turismo da Bahia – 2007-2016
Os governos - local, regional e nacional
visa propor as ações governamentais do setor a uma nova realidade propiciada pelas transformações profundas que
· Gerar desenvolvimento econômico e social;
ocorreram no Brasil no período 2003-2010, e que também atingem a Bahia.
· Contribuir para a melhoria do IDH baiano;
Na Bahia, o fluxo de turistas cresceu e diversificou-se na
· Incrementar a arrecadação e circulação de renda;
sua composição. Ainda sob a égide de um estado mágico,
· Projetar o local como destino turístico sustentável e
habitado por pessoas encantadas e encantadoras, fruto da
competitivo;
miscigenação do índio nativo, do branco europeu e do negro africano, a Bahia vem se destacando no cenário
· Aumentar a competitividade do destino Bahia;
nacional e internacional como destino preferencial dos · Proteger o patrimônio natural e cultural;
brasileiros e um dos principais objetos de desejo do visitante estrangeiro, como demonstram pesquisa Vox
· Investir diretamente, ou através parcerias, com o setor
Populi/Mtur e matérias publicadas no The New York Times
privado, na educação, na qualificação profissional, saúde,
e The Guardian, em 2010.
segurança e infraestrutura pública necessária ao desenvolvimento turístico;
Em 2007, com a criação da Secretaria de Turismo – SETUR, nova estrutura governamental vinculada
· Garantir a segurança jurídica com legislação clara,
exclusivamente ao setor de turismo, Empresa de Turismo
assegurando novos investimentos que valorizem a
da Bahia S.A. – Bahiatursa, o Governo do Estado projetou
sustentabilidade nas suas três vertentes;
para a atividade turística, através da formulação de políticas públicas, a sua importância na redução das
· Atuar sinergicamente com o setor privado e o terceiro
desigualdades sociais e regionais, promovendo a
setor na governança dos destinos turísticos;
inclusão social e gerando mais emprego e renda para a população. A capacidade do turismo em gerar novas
· Estimular maior integração do turismo à economia
oportunidades de negócios, através da atração de
regional, maximizando o potencial da cadeia produtiva do
empreendimentos privados e do fortalecimento do
turismo.
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Estratégia Turística da Bahia O Terceiro Salto
? Integrar-se a um processo de educação e capacitação
O Setor Privado
para assegurar sua ascensão socioeconômica a partir das ? Investir em novos produtos turísticos e oportunidades de
oportunidades de emprego e renda geradas pelo turismo;
negócios; ? Participar nos processos de tomada de decisão;
? Atuar diretamente ou em parceria com o poder público
? Beneficiar-se da característica do turismo como uma
na capacitação de recursos humanos;
cultura de paz para universalizar sua própria vida cultural, ? Viabilizar economicamente a implantação de novas
importando e exportando conhecimentos.
infraestruturas; Alcançando o quarto ano desta gestão, a Bahia já apresenta ? Garantir a existência de atrativos em quantidade e
resultados das novas políticas públicas formuladas e dos
qualidade, identificados com o destino Bahia e integrados
investimentos realizados, tanto públicos quanto privados,
às populações locais;
garantindo a primeira colocação no ranking dos destinos mais desejados do país. A Bahia se consolida no cenário
? Atuar na promoção dos produtos turísticos, assegurando
nacional e internacional não só pela sua diversidade
sua conexão com as características diferenciais do destino;
turística como também pela crescente oferta de ? Atuar sinergicamente com o setor público e o terceiro
infraestrutura de alto padrão.
setor na governança dos destinos turísticos. A desconcentração da atividade turística do litoral em ? Aproveitar o potencial de compra de produtos e serviços
direção ao interior tem possibilitado o aumento da
da atividade turística para desenvolver empreendimentos
permanência do turista no Estado, principalmente dos
ligados à produção associada ao turismo.
visitantes de outros países, cujo número médio de pernoites cresceu de 3,8 para 5,8 dias, segundo dados
O Terceiro Setor
revelados pela pesquisa realizada pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas – FIPE (2008-2009).
? Atuar junto às comunidades receptoras, ao setor público
e privado no sentido de garantir a valorização e a
A promoção do São João como evento turístico e a atração
preservação cultural e ambiental dos destinos;
do GP Bahia de Stock Car são exemplos de ações que vêm minimizando os efeitos da sazonalidade, proporcionando
? Estruturar ações educacionais de forma direta ou em
demanda turística nos períodos de baixa estação.
parceria com o setor público e privado, visando à melhoria socioeconômica das populações envolvidas na atividade
O fortalecimento da inserção do turismo na matriz
turística;
econômica da Bahia, portanto, já é uma realidade facilmente verificada pelo montante de recursos que está
? Atuar sinergicamente com o setor público e privado na
sendo aplicado pela iniciativa privada em todo o Estado.
governança dos destinos turísticos.
Esses investimentos, além de qualificarem os destinos, A Comunidade
incrementam as economias locais e regionais e permitem a geração de trabalho e renda para as populações do
? Assegurar o respeito aos seus direitos e à valorização da
entorno.
sua cultura e tradições;
10
Estratégia Turística da Bahia O Terceiro Salto
O desempenho verificado na atração de investimentos vem
No tocante às necessidades de diversificação da sua
confirmar a eficiência das políticas públicas e o acerto das
oferta, a Bahia investe também em infraestruturas públicas
estratégias adotadas para garantir à Bahia a condição de
que dotem seus destinos de uma melhor qualidade
principal destino de lazer do país.
urbanística e ambiental, oferecendo assim maior eficiência em temas de saneamento, urbanização e
Para isso, a SETUR e a Bahiatursa vêm trabalhando de
acessibilidade rodoviária e aérea, além da preservação do
forma integrada, articulando a implantação de políticas
seu acervo arquitetônico, herança da sua rica história. Para
públicas com a promoção e divulgação do destino Bahia,
isto, vem contando com recursos de fontes de
dentro de três grandes eixos estratégicos: inovação,
financiamento, a exemplo do Prodetur Nordeste, do
qualificação dos serviços e do destino e integração
Prodetur Nacional e da Caixa Econômica Federal, dentre
econômica, que se constituem na base da nova política de
outras.
Governo, conforme estabelece o Plano Plurianual do Governo do Estado PPA 2008–2011.
Na outra ponta, visando à melhoria do atendimento aos visitantes, investe-se no Sistema Integrado de Informação
Um dos objetivos dessa política é incrementar a
Turística, que reúne os serviços de atendimento ao turista
participação do turismo no Produto Interno Bruto estadual,
nos níveis presencial, eletrônico (telefônico) e online,
tornando a Bahia destino modelo e preferencial no cenário
através do Serviço de Atendimento ao Turista – SAT, do
nacional e internacional, com práticas sustentáveis,
Disque Bahia Turismo, do Portal de Internet,
aproveitando e valorizando a diversidade do Estado. Este
www.bahia.com.br e de outros instrumentos digitais. O
novo marco conceitual parte de estudos técnicos
Disque Bahia Turismo é hoje o maior call center de turismo
realizados, que apontaram a necessidade de um novo
do país, onde o turista, ou qualquer morador local, pode
salto, enfatizando a inovação de produtos turísticos, a
obter, em português, inglês e espanhol, informações
qualidade desses produtos e dos serviços e a sua maior
turísticas e a programação cultural e religiosa dos
integração à economia do Estado, estruturando a cadeia
municípios turísticos do Estado.
produtiva do turismo em território baiano. O Serviço de Atendimento ao Turista - SAT vai além de um Esses três eixos passaram a ser entendidos como uma
balcão informativo, pois, no modelo já implantado, o
necessidade e não apenas como uma simples opção,
visitante, além de receber informações turísticas sobre os
sendo trabalhados conjuntamente na decisão de novos
destinos da Bahia através de mapas e folheteria, pode
investimentos em infraestrutura, na atração de
também usar serviços de Internet, ter acesso a vídeos e
investimentos, na política de qualificação da mão de obra e
receber informações sobre voos, embarques e
na promoção e divulgação do destino.
programação cultural.
Para agregar inovação ao turismo baiano, o Governo do
É um serviço bem mais completo que os tradicionais
Estado vem investindo em novos produtos, segmentos e
postos de informações e funciona de forma interligada ao
serviços, a exemplo do Turismo Étnico, do Enoturismo, do
Disque Bahia Turismo. Três unidades estão em operação,
Turismo Náutico e do Turismo Rural. A intenção é poder
uma no Pelourinho, outra na Estrada do Coco, no
oferecer novas opções de atrações e de roteiros turísticos,
município de Lauro de Freitas, e a terceira na Praia do
além de ampliar a interiorização das ações de turismo.
Forte.
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Estratégia Turística da Bahia O Terceiro Salto
Serviço de Atendimento ao Turista (SAT) - Lauro de Freitas
No eixo da qualificação, a Bahia vem atuando em duas
qualidade nos serviços, aliada à inovação dos produtos
vertentes: na atração e qualificação do fluxo de turistas e
ofertados – não adianta oferecer novos produtos e
na capacitação profissional e empresarial dos serviços
serviços sem um bom padrão de qualidade desta oferta,
turísticos. No primeiro caso, o objetivo é atingir um
ao mesmo tempo em que somente a boa prestação de
patamar mais elevado na permanência do turista, do seu
serviço não garante nem desperta o desejo de viagem ou
índice de gasto médio e na sua satisfação da experiência
de retorno ao destino. Novos produtos e novos serviços
vivida no destino, gerando, por conseguinte, um efeito
necessitam fortemente do aumento da qualidade dos
SAT - Praia do Forte
serviços, e produtos já existentes ampliam a diversidade.
multiplicador na economia baiana. Esta ação passa ainda pela atração de investimentos turísticos que correspondam a essa nova segmentação da demanda, ou seja, ampliar a oferta de hotéis mais sofisticados, marinas, campos de golfe e estruturar produtos culturais que permitam ao visitante viver novas e enriquecedoras experiências. Na área de capacitação profissional e empresarial, a SETUR vem fortalecendo a formação e qualificação de profissionais e empresários. Qualificação e Inovação são conceitos indissociáveis quando se trabalha na linha da economia da experiência,quando o desejo de conhecer e vivenciar novas culturas traz consigo a necessidade da
Investimento em qualificação profissional
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Estratégia Turística da Bahia O Terceiro Salto
Com relação à integração do produto turístico à economia
vistos como “ativos” do turismo e não como uma barreira
baiana, as ações estratégicas estão direcionadas a integrar
ao seu desenvolvimento. O poder público necessita ser
os grandes parques hoteleiros com a economia da região
claro, preciso e rápido nas suas decisões para que os
na qual estão localizados. Este processo tem início com o
empresários possam, por sua vez, decidir sobre os
fomento à ampliação da produção e comercialização de
investimentos, incorporando-os aos ativos existentes que
insumos e materiais, antes importados de centros
representam diferenciais competitivos da Bahia no
localizados fora da Bahia. A palavra de ordem é formar uma
mercado turístico nacional e internacional.
rede produtiva nas zonas turísticas e no entorno dos O bom senso deve prevalecer tanto no setor público quanto
parques hoteleiros da região, incluindo desde a
no setor privado. Os bons empresários também entendem
disponibilidade local de recursos humanos para
que a preservação do patrimônio natural e cultural é um
construção, manutenção e operação dos empreendi-
bom negócio. Importante atuar no sentido de que todos,
mentos, passando pela oferta local de produtos para os
setor público, privado e terceiro setor entendam e
empreendimentos turísticos, desde materiais para
incorporem em suas atitudes que o que é moderno hoje
construção, móveis e decoração, até as cestas de
será histórico amanhã e o que foi moderno ontem é
consumo (alimentos, artesanato e outros itens regionais).
histórico hoje. Imagine-se o Elevador Lacerda há um Os parques hoteleiros, alguns gigantescos como o de
século. Tudo diz respeito a outra dimensão da economia da
Porto Seguro, encontram-se completamente desco-
cultura que vai além da produção de livros e filmes. Trata-
nectados da economia de suas regiões. Ou seja, importam
se não só de preservar, como também desenvolver a
tudo que precisam, e os benefícios econômicos do
arquitetura e a natureza, tendo a cultura vendo nisso um
turismo para o Estado da Bahia limitam-se àqueles itens
bom negócio para garantir a sua sustentabilidade.
que são gerados diretamente nos hotéis, restaurantes e Quanto ao meio ambiente, tornam-se necessárias ações
áreas de entretenimento.
que visem à conscientização da importância do turismo Passo importante para o enfrentamento desta lacuna é
sustentável que ajude a “desarmar” eventuais
adquirir um conhecimento científico e real sobre a
preconceitos de técnicos e ambientalistas e, por outro
dimensão efetiva desse consumo. Para isso, uma pesquisa
lado, possuir regras claras que definam o arcabouço legal
de amostragem foi realizada na Praia do Forte, em 2009,
para o processo de licenciamento ambiental dos
mensurando, de forma aproximada e aleatória, a demanda
empreendimentos. Pelo lado dos investidores, reforçar o
dos produtos e serviços e detectando a origem de suas
entendimento de que quanto mais integrados aos fatores
compras. Importante para a Bahia incorporar nesta
da sustentabilidade, como a preservação do meio
Estratégia a atração de empresas, cooperativas e
ambiente e a integração com as comunidades locais, eles
profissionais capazes de produzir em território baiano, na
estarão caminhando na direção da realização de um bom
medida do possível, os bens demandados.
negócio. Essa postura, longe de afugentar, irá atrair cada vez mais investidores.
Outros fatores que dizem respeito à integração econômica são o Meio Ambiente e o Patrimônio Histórico. A
Em síntese, esses são os conceitos que norteiam esta
preservação do patrimônio histórico e arquitetônico da
Estratégia Turística da Bahia, que se considera vigente para
Bahia, tal como as suas belezas naturais, precisam ser
o período de 2007 a 2016.
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Estratégia Turística da Bahia O Terceiro Salto
O TURISMO NO MUNDO
A previsão da OMT é a de que o número de chegadas internacionais alcance a cifra de 1,6 bilhões de viajantes
O atual momento da economia mundial está conduzindo
no ano 2020. Deste número, 1,2 bilhão serão resultantes
os países que tradicionalmente ocupam um melhor
de fluxos intrarregionais e 378 milhões de viajantes de
posicionamento econômico no panorama global a um
longa distância (long-haul). Quanto aos maiores destinos
período de transformação resultante da crise financeira
receptores previstos, sobressai o continente europeu,
deflagrada no período 2007- 2008. A quebra sucessiva de
com 717 milhões de chegadas. As regiões mais maduras,
bancos, o aumento das taxas de desemprego e a
Europa e Américas, antecipam apresentar crescimento
contração da liquidez nas economias ricas criaram
menos acentuado; embora a Europa permaneça com a
instabilidade no mundo inteiro. Ultrapassada a fase de
maior fatia do mercado, ela sofrerá um declínio de 60%
grande turbulência, prevê-se um retorno gradativo à
(1995) para 46%, em 2020. Vale ressaltar ainda o grande
trajetória de crescimento equilibrado e de aumento nos
crescimento da região do Pacífico e Ásia Oriental que se
fluxos comercial e de capital.
sobressai perante as demais regiões, com uma taxa média
O Plano Nacional de Turismo PNT 2011-2014, em sua
anual de crescimento da ordem de 6,5%, conforme
análise do ambiente econômico internacional, considera
observa-se na tabela abaixo:
uma perspectiva de recuperação gradual em relação à atividade econômica mundial. O documento produzido pela Organização Mundial de Turismo – OMT, intitulado “Tourism 2020 Vision”, defende a ideia de que apesar das oscilações nas taxas de crescimento do turismo nos últimos anos, a previsão de longo prazo se mantém a mesma prevista originalmente. A experiência tem demonstrado que, em curto prazo, períodos de crescimento mais acentuado (1995, 1996 e 2000) são alternados por períodos de crescimento reduzido (2001 a
A OMT considera ainda para o cenário 2020 que as
2003). Diante desta premissa, apesar do crescimento até
viagens de longo curso crescerão mais velozmente a uma
o ano 2000 ter estado acima da estimativa da previsão da
taxa média de 5,4% ao ano, considerando-se o período
OMT, neste documento espera-se que a atual curva
1995-2020, enquanto as viagens intrarregionais
descendente seja compensada a médio e longo prazo,
crescerão 3,8%.
como demonstrado no gráfico abaixo: Outro documento que comenta aspectos das tendências do turismo no mundo é o “Relatório Deloitte Hospitality 2015”(www.deloitte.co.uk/hospitality2015), onde, dentre outros aspectos, considera que haverá uma entrada de novos consumidores oriundos do crescimento da classe média em grandes mercados emergentes e alimentadores como China e Índia (apenas neste são 50 milhões de potenciais turistas).
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Estratégia Turística da Bahia O Terceiro Salto
Investimentos Hoteleiros passaram a focar o turismo interno e de massa, a exemplo dos Budget e dos Mid Market abaixo. Como consequência destes novos mercados surgem oportunidades para destinos de massa investirem mais fortemente em hotéis de bandeira focados no mid market e budget para o mercado doméstico, em detrimento à ênfase dada aos luxury na década 1995-2005. Considera ainda a possibilidade de maior risco em investimentos em hotéis upscale em função de uma superoferta neste segmento. Hotel Mid Market - Dubai
Outro aspecto comentado no relatório refere-se à necessidade de o setor investir cada vez mais em P&D para conhecer os desejos e necessidades de seus consumidores, sobretudo pelo fato de que historicamente o setor turístico investe muito pouco quando comparado a outros segmentos da economia. Por fim, indica ainda a tendência de que as empresas aéreas low cost irão expandir suas rotas para long haul no período 2010-2015.
Hotel Mid Market - Estónia
Hotel Budget , Guildford - Inglaterra
15
Estratégia Turística da Bahia O Terceiro Salto
O TURISMO NO BRASIL
turismo. O legado, porém, deve ultrapassar a promoção dos atrativos turísticos nacionais, bem como a melhoria
Considera-se nesta análise os dados e informações
da infraestrutura e a qualidade dos serviços turísticos.
contidos no Plano Nacional de Turismo – PNT 2011-
Para tanto, é preciso criar as condições necessárias para
2014, onde se constata que o Brasil tem registrado
que tais eventos sejam capazes de consolidar o Brasil
crescimentos do Produto Interno Bruto superiores aos
como um dos principais destinos turísticos mundiais.
observados em níveis mundiais, a partir de uma combinação positiva entre inflação controlada, redução
Os recursos privados a serem investidos nas cidades-
da taxa de juros e balança de pagamentos equilibrada. A
sede da Copa do Mundo da FIFA Brasil 2014™ são da
perspectiva do Banco Central para o período pós-crise é
ordem de R$333 milhões, os investimentos municipais
de reaquecimento, alimentado não só pelo consumo
serão de R$1,48 bilhões, os estaduais de R$3,99 bilhões,
interno, mas também pela retomada dos investimentos.
e os federais de R$11,36 bilhões, totalizando mais de R$ 17,17 bilhões, segundo o PNT.
Dos países afetados pela crise financeira internacional, o
Planejamento e Gestão do Turismo Nacional
Brasil foi um dos últimos a entrar em recessão e um dos primeiros a superá-la. Para muitos especialistas, a crise
A ação do Ministério do Turismo no fortalecimento de um
no Brasil durou apenas seis meses e foi o grande teste de
modelo de gestão descentralizado e compartilhado vem
estresse da economia nacional, que vinha se
fomentando a estruturação de uma rede em prol do
comportando de forma adequada a partir da execução do
turismo em todo o território nacional, envolvendo o poder
Plano Real.
público nas três esferas de governo, a iniciativa privada e Destaca-se ainda que o aumento dos investimentos,
o terceiro setor. Esse modelo, iniciado em 2003, foi
principalmente em infraestrutura, do Programa de
regulamentado com a aprovação da Lei do Turismo (Lei nº
Aceleração do Crescimento, previsto para os próximos
11.771/2008) que instituiu o Sistema Nacional de
anos, além daqueles decorrentes dos compromissos
Turismo. Este sistema é formado por um núcleo
assumidos pelo país para a realização da Copa do Mundo
estratégico de âmbito nacional composto pelo Ministério
de Futebol FIFA 2014, além de atenderem às crescentes
do Turismo, pelo Conselho Nacional de Turismo – CNT e
demandas do mercado interno, impactarão de forma
pelo Fórum Nacional de Secretários e Dirigentes
positiva na competitividade brasileira.
Estaduais de Turismo – Fornatur, e por uma rede de gestão descentralizada composta pelas Instâncias de
O PNT confirma o fato de que a escolha do Brasil para
Governança Macrorregionais, os Órgãos Estaduais de
sediar a Copa do Mundo de 2014, assim como a Copa das
Turismo, os Fóruns e Conselhos Estaduais de Turismo, as
Confederações em 2013, e a realização das Olimpíadas
Instâncias de Governança Regionais, os Órgãos
no Rio de Janeiro em 2016, são grandes desafios e
Municipais de Turismo e os Colegiados Municipais de
oportunidades excepcionais para o desenvolvimento do
Turismo. Este universo de agentes relacionados ao tu-
turismo brasileiro. Trata-se dos maiores eventos
rismo tem promovido a realização de diversos fóruns de
esportivos do mundo, com forte apelo midiático e
discussão e deliberação sobre a Política Nacional do
significativa capacidade de geração de emprego e renda
Turismo e seus desdobramentos, nas diferentes escalas
para os setores envolvidos direta e indiretamente em sua
territoriais do país.
realização, principalmente àqueles vinculados ao
16
Estratégia Turística da Bahia O Terceiro Salto
Este contingente, em seu conjunto, envolve cerca de
principais destinos turísticos do mundo. Para isso, os
1.400 representantes diretos com 12.000 indiretos,
órgãos nacionais de turismo têm investido no
vinculados às instituições públicas e entidades privadas
fortalecimento do turismo interno, na sua promoção
relacionadas ao turismo em todo o país. Esses atores vêm
como fator de desenvolvimento regional. No acesso de
percebendo seus espaços de discussão e participação no
segmentos como o dos aposentados, trabalhadores e
processo de gestão do desenvolvimento da atividade,
estudantes, a pacotes de viagens em condições
cada vez mais ampliado e fortalecido em todo o território
facilitadas, na qualificação profissional do setor, na
nacional.
geração de emprego e renda e na promoção do Brasil no exterior, além de investimento na infraestrutura turística
Contribui para isso os programas de regionalização do
que vem sendo executado em consonância com o Plano
turismo através de seus fóruns que promovem a
de Aceleração do Crescimento (PAC).
participação de todos os atores, e do programa de descentralização da gestão, implantado nos 65 destinos
Os investimentos do PAC estão concentrados em três
indutores do turismo internacional através da criação dos
eixos: infraestrutura logística (construção e ampliação de
seus Grupos Gestores, com componentes dos setores
rodovias, ferrovias, portos, aeroportos e hidrovias);
público, privado, representantes da sociedade civil
infraestrutura energética (geração e transmissão de
organizada e acadêmica. Estes grupos vêm descen-
energia elétrica; produção e exploração de petróleo, gás
tralizando a gestão e incorporando no seu processo atores
natural e combustíveis renováveis); e infraestrutura social
que até então se encontravam desvinculados e
urbana (saneamento, eletrificação, habitação, metrôs,
descomprometidos com o aumento da competitividade
trens urbanos e infraestrutura hídrica).
do turismo brasileiro em seus respectivos municípios e
O PNT 2011-2014
entorno.
A mais recente versão do Plano Nacional de Turismo está
A Política Nacional de Turismo, adotada em 2003 e
estruturada em três partes principais: Diagnóstico,
reconfirmada nas edições do Plano Nacional de Turismo
Cenários / Projeções, e Proposições.
2007-2010 e 2011-2014, parte da premissa de que o turismo é uma atividade indutora de desenvolvimento e de
A Secretaria de Turismo da Bahia entende que a
geração de emprego e renda. Constitui-se, portanto, em
elaboração deste Plano Estratégico 2007-2016 para a
elemento importante de inclusão social, que pode ser
Bahia visa também a fortalecer uma atuação alinhada com
estabelecido em duas vias: a da produção, por meio da
as diretrizes do PNT, elaborado de forma participativa,
criação de postos de trabalho, ocupação e renda, e a do
“como a expressão de um fórum democrático e
consumo, com a atração de turistas para o mercado
representativo, com a função de garantir a continuidade
interno.
das conquistas obtidas e buscar o aprofundamento das políticas e programas para o desenvolvimento turístico do
Nesse sentido, o PNT 2007-2010 concentrou as ações do
Brasil”, segundo palavras do Ministro, proferidas na
Ministério do Turismo (MTur) e do Instituto Brasileiro de
apresentação do documento, que, para maior
Turismo (Embratur) em duas vertentes: a expansão do
entendimento, se resume a seguir.
mercado interno, com ênfase na função social da atividade, e a consolidação do Brasil como um dos
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Estratégia Turística da Bahia O Terceiro Salto
Diagnóstico do Turismo no Brasil
A captação de eventos internacionais como a Copa do Mundo 2014 e Olimpíadas 2016 criou uma forte
Num ambiente econômico pautado por sucessivas
expectativa de que essas datas se transformem em
transformações retorna-se gradativamente a uma
marcos importantes no que diz respeito à maior
estabilidade com tendências de aumento nos fluxos
visibilidade que o país terá ao longo dos próximos anos,
internacionais para o Brasil. Em nível nacional, o Brasil
que proporcionará um forte incremento no fluxo de
vem registrando crescimento do seu PIB com a
turistas, melhoria da infraestrutura pública e privada e
perspectiva de retorno do crescimento da economia a
maior qualificação da mão de obra envolvida nas
patamares observados antes da crise financeira mundial.
atividades relacionadas com o turismo. Apoiado nessa política, o turismo do Brasil vem mantendo, nos últimos anos, um crescimento constante, acima da média mundial. Números recentemente divulgados pelo MTur e Embratur confirmam o acerto da estratégia de consolidação da expansão do turismo interno, sem desconsiderar a importância da atração de turistas estrangeiros, pois é o turismo doméstico que propicia, por meio de ganhos de competitividade, a musculatura necessária para a inserção da oferta turística nacional no mercado internacional. De acordo com as análises da Organização Mundial do Turismo, o turismo interno é, em média, dez vezes maior que o volume de turismo internacional. De acordo com a pesquisa sobre o mercado doméstico, esse índice é bem
Desembarque no Aeroporto de Salvador
maior para o Brasil, o que aponta para uma perspectiva de consolidação da atividade no país, oportunizando a A forte correlação do turismo com a atividade econômica
melhoria da qualidade dos serviços prestados e
em geral não chegou, entretanto, a gerar um grande
contribuindo para o desenvolvimento equilibrado do
impacto nas viagens domésticas realizadas, que saíram
conjunto da economia.
de 138,7 milhões, em 2005, para 175,44 milhões, em 2009, num crescimento constante ao longo do período.
Segundo ainda a análise do PNT, o ambiente econômico e
Por outro lado, tal fato não ocorreu com relação ao
o turismo também são impactados de forma significativa
mercado internacional, onde, para o mesmo período, o
pelas melhorias sociais que vêm sendo registradas nos
número de chegadas de turistas ao país saiu de 5,36
últimos anos. Cerca de 31 milhões de brasileiros
milhões, em 2005, para 4,8 milhões, em 2009, retratando
ascenderam de classe social entre os anos de 2003 e
o forte impacto da crise financeira nos países europeus e
2008, sendo que 19,4 milhões deixaram a classe E (que
América do Norte, principais mercados emissores para o
traça a linha da pobreza no país) e 1,5 milhão migraram da
Brasil.
classe D para classes superiores.
18
Estratégia Turística da Bahia O Terceiro Salto
Com isso, nesse período, ocorreu uma queda acumulada
Vale destacar que, com relação ao fator distância, a
de 43% na classe E. No mesmo período, a classe AB
tendência à regionalização do mercado internacional,
(grupo com renda domiciliar mais elevada, superior a
com a formação de blocos econômicos, tem resultado
R$4.807,00) ganhou 6 milhões de pessoas, totalizando
em um expressivo incremento do turismo intrarregional,
19,4 milhões em 2008.
com a supressão de barreiras geográficas e alfandegárias, permitindo a livre circulação de turistas e beneficiando as
As viagens domésticas no Brasil vêm crescendo nos
viagens de menor distância/duração, entre os países
últimos anos. Os números apresentam uma expansão de
desenvolvidos que integram os principais blocos
12,5% de 2005 a 2007, quando foram realizadas em torno
econômicos, reforçando a vantagem comparativa e
de 156 milhões de viagens domésticas.Considerando a
competitiva destes em relação aos países receptores
taxa de permanência média de 8,5 dias, conforme aferida
menos desenvolvidos, localizados, em sua maioria, no
pela pesquisa amostral domiciliar, foram gerados 1,33
hemisfério sul.
bilhões de pernoites no ano de 2007, em todo o país. Entretanto, ainda que o fator distância explique o declínio Ainda de acordo com a referida pesquisa, o gasto médio
do número de turistas estrangeiros no Brasil, é necessário
por dia, realizado pelos turistas, foi de R$58,60 em 2007,
assinalar que importantes emissores da América do Sul
o que permite estimar um montante de R$ 9,14 bilhões
vêm perdendo posição relativa na distribuição do fluxo
mobilizados pelo mercado do turismo doméstico no
internacional, em que pese a curta distância que os
Brasil naquele ano.No contexto dos fluxos turísticos
separa do Brasil, podendo-se associar esse fraco
internacionais, enquanto no primeiro semestre de 2008
desempenho às condições adversas que já há algum
houve um crescimento de 5% na chegada de turistas, no
tempo enfrentam as economias desses países. Em maior
segundo semestre houve uma redução de 1%.
ou menor medida, esses pontos críticos tiveram rebatimento em todos os polos turísticos do país, apesar
Em 2009, a chegada de turistas internacionais declinou
das medidas que vêm sendo adotadas pelo governo
10% no primeiro trimestre, 7% no segundo trimestre, 2%
federal.
no terceiro trimestre, tendo apresentado um crescimento de 2% no último trimestre do ano. Segundo a OMT, a
Nos últimos três anos, o crescimento do fluxo de turistas
previsão para 2010 é de crescimento da ordem de 3 a 4%.
estrangeiros vem crescendo de forma continuada, mas
O fenômeno é decorrente de alguns fatores que, ao longo
em baixos percentuais. Em 2007, o número de visitantes
dos anos de 2005 a 2009, mostraram-se ainda mais
estrangeiros cresceu apenas 0,17% em relação a 2006. O
determinantes para o refluxo do turismo internacional.
mesmo ocorreu em 2008, cuja variação foi de 0,48% em
Dentre eles, encontram-se: o alto custo das viagens, em
relação a 2006 e de 0,65%%, em relação a 2007, como
decorrência da grande distância dos principais mercados
mostra o Quadro 1.
emissores; a imagem negativa do país no exterior, vinculada à violência urbana, assaltos e desmatamentos;
Q uadro 1 T uristas inte rnacionais por via de ace sso
a precariedade dos investimentos em promoção e na construção/melhoria da infraestrutura turística; a inexistência de uma política de incentivo a voos regulares
A no
Aé rea
Marítim a
Te rre stre
Fluvial
To tal
2006
*
*
*
*
5.017.251
-
2007
3.746 .594
84.952
1.15 0.119
44 .169
5.025.834
0,17
2008
3.691 .240
70.091
1.24 8.508
40 .260
5.050.099
0,48
Fonte : MT ur- Em bratur * Em 2006 a Emb ra tu r n ão aferiu o n ú me ro d e t u ris ta s, s eg un d o a s vias d e ac es so .
e charters.
19
Var (% )
Estratégia Turística da Bahia O Terceiro Salto
Fonte : DPF e EMBRATUR
A procedência dos turistas também não se modificou. Os
passageiros em voos internacionais embarcados/de-
principais países emissores continuaram a ser Argentina,
sembarcados nos aeroportos brasileiros. Esses dados
Estados Unidos, Portugal, Itália e Chile, conforme se
confirmam o crescimento dos fluxos de viajantes, muito
observa no Quadro 2, acima.
embora se tenha que considerar que, com a valorização do Real perante o Dólar e o Euro, há um forte incremento
O número de desembarques de passageiros nos voos
na saída de brasileiros em viagens ao exterior.
nacionais, registrado pelos aeroportos brasileiros, já
Cenários e Projeções
aponta uma franca recuperação, constatando-se um crescimento de 22,93% quando se compara o número de
O PNT 2011-2014 parte do princípio de que a elaboração
passageiros embarcados/desembarcados em voos
de cenários é uma das principais ferramentas auxiliares no
nacionais no total acumulado no ano, usando-se como
processo de planejamento e definição de estratégias.
referência o mês de agosto de 2009 e o mesmo período de
Considera a análise do passado e do presente dos
2010; a INFRAERO registrou o número de 72.095.885 em
principais eventos econômicos e não-econômicos para
2009 e o volume de 88.630.547 passageiros em 2010.
reduzir as incertezas em relação ao futuro. Entretanto,
Usando-se também o mesmo período para comparação,
ressalta tratar-se de um exercício na tentativa de “previsão
observa-se um crescimento de 21,15% no número de
de incertezas”.
20
Estratégia Turística da Bahia O Terceiro Salto
Dentre as várias metodologias existentes (Lógica Indutiva,
para impulsionar o setor de turismo. No entanto, o PNT
Impacto de Tendências, Impactos Cruzados e Godet), o
indica a existência de alguns fatores que podem inibir o
PNT 2011-2014 optou por utilizar a combinação entre os
ritmo de crescimento da economia mundial em um período
métodos de Análise Lógica Indutiva e Análise de Impacto
pós-crise e, consequentemente, da economia brasileira.
de Tendências na construção dos cenários do turismo
Cita, como exemplo, um possível aumento na taxa de juros
2011-2014, por serem considerados os mais adequados
dos Estados Unidos, o que pode reduzir a capacidade de
para o conjunto de informações disponíveis.
expansão da economia mundial e afetar negativamente a economia dos países emergentes como o Brasil.
Assim, utilizando os conceitos de crescimento do turismo e de competitividade turística, e combinando as hipóteses
No que tange à economia nacional, o PNT avalia que a
alternativas para um conjunto de incertezas críticas
continuidade das políticas macroeconômicas tem
externas e internas, foram desenhados três diferentes
demonstrado o compromisso do país em relação à
cenários para o turismo brasileiro nos próximos quatro
responsabilidade fiscal, estabilidade monetária e câmbio
anos.
flutuante. A valorização da moeda nacional tem favorecido a expansão das importações brasileiras, fator que tem sido
O primeiro cenário combina condições externas e internas
considerado positivo para o país, uma vez que cerca de
favoráveis, cujo resultado é o crescimento acelerado do
70% das compras externas está diretamente vinculada à
turismo, com ganhos de competitividade turística. O
indústria, correspondendo à compra de matérias-primas e
segundo cenário combina condições externas e internas
máquinas para a modernização do parque industrial. No
moderadamente favoráveis; o resultado é o crescimento
entanto, essa valorização do Real vem afetando de maneira
moderado do turismo, com pequenos ganhos de
negativa o saldo da conta turismo da balança de
competitividade turística. E, por último, o terceiro cenário,
pagamentos, uma vez que a entrada de divisas é menos
que combina as condições externas e internas
sensível à variação na taxa de câmbio do que as despesas.
desfavoráveis, cujo resultado é o crescimento inercial, com - Dimensão Política
problemas de competitividade. Para a construção dos cenários para o turismo no Brasil no período 2011 a 2014 o
A influência das políticas públicas tem se mostrado
PNT elencou uma série de premissas que impactam o
fundamental para o desenvolvimento do turismo, uma vez
desenvolvimento do setor.
que a atividade turística necessita direta e indiretamente da Condições Externas
estrutura institucional do Estado e da infraestrutura pública para garantir melhores resultados em termos de geração de
- Dimensão Econômica
lucro para as empresas, emprego e renda para a economia.
O turismo é um setor econômico dinâmico, globalizado e
O PNT ressalta ainda que o crescimento econômico
fortemente influenciado por diversas variáveis, tais como,
sustentável depende da estabilidade política, que poderá
o nível de renda per capita, taxa de câmbio, crescimento da
possibilitar a continuidade nas reformas estruturais,
economia mundial, nível de crédito, taxa de juros, dentre
criando melhores condições para atrair investimentos para
outras. A retomada do crescimento da economia mundial
a economia em geral e para o setor de turismo em
após a crise iniciada em 2008 deverá possibilitar uma
particular. Desta forma, para essa dimensão, foram
expansão da economia nacional, o que será fundamental
avaliadas as premissas a seguir:
21
Estratégia Turística da Bahia O Terceiro Salto
? Transição democrática e madura 2010/2011;
econômicas atuais contribuem para a continuidade desse quadro. Neste contexto, o PNT avalia as seguintes
? Ambiente de estabilidade de regras para incentivar o
premissas para o período 2011-2014:
investimento na economia brasileira; ? Manutenção dos programas de transferência de renda; ? Ampliação da geração de postos de trabalho (formais e
informais); ? Redução das desigualdades regionais; ? Redução dos níveis de pobreza; ? Oferta de vagas para qualificação profissional. ? Execução dos programas de investimentos em
- Dimensão Ambiental
infraestrutura, com vistas à realização da Copa do Mundo de Futebol FIFA em 2014 e dos XXXI Jogos Olímpicos Rio
O agravamento dos problemas climáticos em nível
2016;
mundial aumentou a discussão sobre as estratégias que deverão ser adotadas para garantir a sustentabilidade do
?. Realização de investimentos públicos acompanhando
turismo nacional, essencial na preservação dos
o desenvolvimento do setor privado;
ecossistemas, uma vez que muitas de suas atividades acontecem em ambientes ecologicamente frágeis. Além
? Consolidação do Brasil como liderança econômica e
disso, a utilização de práticas sustentáveis, além de
política na América do Sul.
representar, em longo prazo, economia de recursos,
- Dimensão Social
contribui para a preservação do atrativo turístico.
O turismo pode ser considerado importante ferramenta
Para essa dimensão, foram avaliadas as seguintes
de desenvolvimento social, uma vez que age como
premissas:
catalisador do desenvolvimento de outras atividades
? Ampliação das políticas de proteção ambiental;
econômicas em seu entorno e contribui para a qualidade de vida da população. Outro fato que merece ser
? Maior conscientização sobre as consequências do
destacado é a capacidade do turismo no processo de
aquecimento global;
inclusão social em regiões com poucas alternativas de ? Maior utilização de práticas sustentáveis pelas
desenvolvimento. Segundo o PNT, os programas sociais
empresas do setor;
executados nos últimos anos no país têm contribuído para a redução do trabalho infantil, a ascensão
? Maior compreensão do turismo como forma de
socioeconômica das classes mais pobres e a
sustentabilidade econômica da proteção ambiental;
dinamização de economias locais. O aumento da classe média tem efeitos sobre o consumo interno, inclusive de
? Valorização do turismo sustentável.
serviços e produtos turísticos. As condições macro-
22
Estratégia Turística da Bahia O Terceiro Salto
Condições Internas
? Ampliação da qualificação da mão de obra em toda a
cadeia produtiva do turismo; - Estrutura de Mercado ? Expansão e renovação da oferta hoteleira.
O aumento da competição deve dominar o cenário das - Governança e Investimentos Públicos
empresas do setor de turismo nos próximos anos. A concretização dos investimentos públicos para a Copa do
A manutenção da política específica para o setor de turismo,
Mundo de Futebol FIFA 2014 e para os XXXI Jogos
executada através do Ministério do Turismo, deverá afetar
Olímpicos Rio 2016 vão consolidar a confiança dos
positivamente a dinâmica do processo de desenvolvimento
investidores privados, que serão estimulados a ampliarem
turístico. O Plano Nacional de Turismo, lançado em 2003 e
seus investimentos. Ainda segundo o PNT, a ocorrência de
atualizado em 2007, definiu as diretrizes do planejamento
novos atores no mercado promoverá uma concorrência por
da atividade, destacando a sua relevância na geração de
preço e qualidade. Novos arranjos comerciais devem ser
divisas, emprego, renda e inclusão social.
observados, devido ao interesse de grandes grupos estrangeiros no mercado brasileiro, o que poderá promover
O Programa de Regionalização do Turismo tem contribuído
mudanças na estrutura de mercado tradicional observadas
para o processo de desenvolvimento do turismo brasileiro e
no Brasil.
deve continuar a orientar as ações de estruturação da oferta turística. Os 65 destinos indutores poderão estar sujeitos à
Este contexto sinaliza para a necessidade de melhoria de
análise, conforme desempenho do seu índice de
gestão, governança corporativa e investimentos em
competitividade, de forma a estimular a qualificação do
tecnologia. A Internet tende a se consolidar como canal de
produto turístico brasileiro. Os investimentos do Programa
vendas, a partir da demanda do mercado consumidor, que
de Desenvolvimento do Turismo, Prodetur Nacional,
possuirá um papel cada vez mais ativo e independente. Para
deverão suprir algumas necessidades atuais para o
o quadriênio 2011-2014 foram avaliadas as seguintes
desenvolvimento turístico dos estados habilitados a
premissas:
participar do programa. ? Crescimento do setor turístico;
Turismo no Brasil 2011 - 2014
? Aumento do papel da Internet como canal de
Em paralelo, os megaeventos esportivos que possuem uma
comercialização dos serviços turísticos;
grande influência na atividade turística deverão demandar
? Nível de exigência dos turistas, buscando melhor relação
uma nova linha de prioridade de ação para o setor público.
custo-benefício;
Esses megaeventos serão responsáveis por uma oportunidade sem precedentes em termos de cooperação
? Tendência à concentração de mercado como ameaça às
institucional, tanto entre gestores públicos quanto na
pequenas e médias empresas;
integração público-privada. Para essa dimensão, foram avaliadas as seguintes premissas:
? Investimentos em gestão, inovação e tecnologia para
aumentar a produtividade das empresas da cadeia produtiva
? Mobilização e cooperação entre poder público e iniciativa
do turismo;
privada para a realização da Copa do Mundo de Futebol FIFA 2014 e dos XXXI Jogos Olímpicos Rio 2016;
23
Estratégia Turística da Bahia O Terceiro Salto
? Garantia dos investimentos, das três esferas de governo,
? Ampliação dos investimentos em hotelaria, realizados
para viabilizar a infraestrutura necessária à Copa do Mundo
por grupos nacionais e internacionais;
de Futebol FIFA™ 2014 e aos XXXI Jogos Olímpicos Rio ? Ampliação da capacidade de investimento nas empresas
2016;
aéreas nacionais, com o aumento da participação do ? A ação interministerial para a realização de investimentos
capital estrangeiro;
ligados, direta e indiretamente, ao turismo, para a ? Ampliação dos investimentos privados nos destinos
TM
realização da Copa do Mundo de Futebol FIFA 2014 e dos
turísticos;
XXXI Jogos Olímpicos Rio 2016;
? Qualificação dos tomadores de crédito.
? Manutenção e aceleração dos programas de
investimentos em infraestrutura;
Acesso e Mobilidade
? Estímulo aos processos de participação e
Uma das principais limitações para o desenvolvimento do
descentralização das políticas públicas de turismo e
turismo brasileiro diz respeito às questões de acesso e
fortalecimento das instâncias de governança;
mobilidade urbana. Desta forma, o PNT indica que o desenvolvimento do turismo no país está condicionado a
? Monitoramento e avaliação do Plano Nacional de
uma mudança na regulamentação e regulação do
Turismo;
transporte aéreo internacional para o Brasil, ao crescimento ? Fortalecimento político-institucional da gestão pública
do número de voos internacionais, à melhoria na
do turismo em âmbito nacional, estadual e municipal;
regulamentação e regulação do transporte aéreo doméstico e à melhor e maior integração da malha aeroviária e das
? Apoio do Congresso Nacional ao setor de turismo;
condições das vias de acesso terrestres e aquaviárias.
? Implementação efetiva da Lei Geral do Turismo.
Em relação à infraestrutura, diversos investimentos relacionados à mobilidade urbana e à acessibilidade aérea,
Investimentos Privados
terrestre e aquaviária serão realizados, para permitir a A estabilidade econômica e a manutenção das regras são
realização da Copa em 2014, quando são esperados cerca
fatores fundamentais para a ampliação dos investimentos
de 500 mil turistas internacionais, apenas no mês de
privados no turismo brasileiro. O setor de turismo também
realização do evento. O país terá uma substancial melhoria
possui particularidades quanto ao financiamento e
em termos de logística de transporte, o que será
adequação das linhas de financiamento existentes. Para o
extremamente positivo para o turismo. Para essa dimensão,
quadriênio 2011-2014, foram avaliadas as seguintes
foram avaliadas as seguintes premissas:
premissas: ? Execução do PAC da mobilidade urbana para a Copa do ? Adequação e ampliação das linhas de financiamento
Mundo de Futebol FIFA 2014;
para o turismo (prazo, taxas e garantias), com vistas à ? Ampliação e melhoria da infraestrutura aeroportuária e da
realização da Copa do Mundo de Futebol FIFA 2014 e dos
capacidade de atendimento dos principais terminais
XXXI Jogos Olímpicos Rio 2016;
aéreos do país;
24
Estratégia Turística da Bahia O Terceiro Salto
? Ampliação do número de voos internacionais para o
dade de acesso ao crédito. Isso terá impacto nas viagens
Brasil;
de norte-americanos e europeus ao Brasil, um destino de longa distância e com custo ainda elevado. Os fluxos de
? Ampliação da oferta de assentos e destinos pelo
turismo internacional devem se intensificar com origem
transporte aéreo doméstico;
nos BRICS, principalmente China e Índia, alavancados por mútuos interesses comerciais. Adicionalmente, o
? Melhoria da integração da malha aeroviária doméstica;
Brasil terá um reforço espontâneo de exposição na mídia ? Capacidade das empresas aéreas brasileiras em aten-
por conta da realização da Copa do Mundo de Futebol
der à demanda futura;
FIFA 2014 e dos XXXI Jogos Olímpicos Rio 2016. Estes eventos poderão também incentivar o aumento das
? Fortalecimento da aviação regional;
viagens oriundas dos países vizinhos ao Brasil, reforçando o fluxo turístico intrarregional.
? Melhoria das vias de acesso (terrestres e aquaviárias)
aos destinos turísticos;
No que se refere à atração de turistas internacionais para o Brasil, o PNT, para o quadriênio 2011-2014, avalia as
? Melhoria da sinalização turística urbana e rodoviária;
seguintes premissas: ? Gestão estratégica da informação relativa à logística de
? Visibilidade ampliada do Brasil na mídia internacional,
transportes para o turismo.
ao sediar os megaeventos Jogos Militares, Rio+20, Turismo Internacional
Copa das Confederações, Copa do Mundo de Futebol FIFA 2014 e XXXI Jogos Olímpicos Rio 2016;
De acordo com a análise do PNT, os principais destinos emissores dentre os países desenvolvidos ainda sofrerão
? Flexibilização dos acordos bilaterais com relação à
com os impactos da crise econômica, principalmente
entrada de estrangeiros no país;
pela elevação dos índices de desemprego e da dificul-
Desembarque no Aeroporto de Salvador
25
Estratégia Turística da Bahia O Terceiro Salto
? Facilitação dos processos de emissão de vistos;
? Aumento do número de viagens domésticas;
? Modelo operacional verticalizado para operadoras
? Melhoria da qualidade dos produtos e destinos
internacionais na comercialização do destino Brasil, sem
turísticos;
integração com atores locais; ? Consolidação dos produtos turísticos regionais. ? Maior participação dos países em desenvolvimento no
Considerando-se este panorama traçado pelo Ministério
mercado global de turismo;
do Turismo através do seu documento de planejamento ? Consolidação do Mercosul como principal mercado
para o quadriênio 2011-2014, o Estado da Bahia, com
para o Brasil;
base no diagnóstico da situação da atividade no momento atual, parte para a sua definição estratégica 2011-2016,
? Fortalecimento da estratégia de promoção do Brasil no
atualizando os dados e as ações empreendidas no
exterior;
período 2007-2010.
? Consolidação do Brasil como destino para eventos
internacionais. Turismo Doméstico O mercado turístico doméstico tem crescido exponencialmente, sustentando a demanda em mo-mentos em que a conjuntura externa apresentou-se desfavorável. Desta forma, esse mercado consumidor vem ganhando relevância, alvo tanto de ações comerciais da iniciativa privada como de políticas públicas. Para essa dimensão, o PNT avalia as seguintes premissas: ? Inclusão de novos mercados consumidores para o setor
de turismo; ? Maior participação do turismo na cesta de consumo
das famílias;
Desembarque doméstico - Aeroporto de Salvador
26
Estratégia Turística da Bahia O Terceiro Salto
O TURISMO NA BAHIA
(PRODETUR-BA), incluindo ações em obras de infraestrutura básica, de qualificação dos recursos
Diante dos cenários e premissas elencados no capítulo
humanos, de marketing de incentivo ao empresário para a
anterior pelo Plano Nacional de Turismo, a Secretaria de
implantação de negócios turísticos, dentre outras.
Turismo da Bahia, na elaboração deste Plano Estratégico 2007-2016, busca ampliar e fortalecer o alinhamento da
Importante ressaltar que nessa avaliação diagnóstica do
sua política de governo com aquela emanada pelo
turismo na Bahia observa-se que o Governo do Estado
Ministério do Turismo. Entende, desta forma, que a
tem sido o protagonista dessa atividade na Bahia, seja
definição dos seus três eixos estratégicos, ou seja,
pela iniciativa de sempre conceber planos estratégicos,
Inovação do Produto, Qualificação dos Destinos e
seja pelo apoio às iniciativas empresariais, ou até mesmo
Serviços e Integração Econômica, acham-se
por ter assumido atribuições que, em momentos de
estreitamente vinculados ao plano elaborado em nível
expectativa racional, seriam naturalmente de
federal.
incumbência do empresariado. Entretanto, os primeiros sinais de rompimento desse modelo inicia-se em 2003,
Buscando-se um resgate histórico do desenvolvimento
quando foi elaborado o plano estratégico denominado
turístico do Estado da Bahia, reporta-se ao ano de 1970,
“Século XXI – Consolidação do Turismo”; nele, a
quando o Conselho de Desenvolvimento do Recôncavo
Secretaria da Cultura e Turismo, àquela época, trouxe a
(CONDER) elaborou o 1º plano estratégico denominado
expectativa de uma nova divisão de responsabilidades
Plano de Turismo do Recôncavo e, em 1979, quando foi
entre governo, empresários e a sociedade civil, e de
elaborado o segundo documento, com foco numa
maior interatividade no meio empresarial.
estratégia executada por intermédio do programa denominado Caminhos da Bahia, que contemplava a
A elaboração deste documento parte do principio de que
construção e gerenciamento de hotéis e pousadas em
a atividade turística na Bahia representa uma política de
potenciais destinos baianos, ações promocionais e
Estado, e não de Governo, por isso esse resgate histórico
capacitação de recursos humanos.
é necessário para o melhor entendimento da proposta desta nova versão do plano estratégico, que se denomina
Dando prosseguimento a essa avaliação histórica, para o
de “O Terceiro Salto”, agregando-se às experiências
período 1991 – 2002, o governo elaborou outro plano
acumuladas em todos os períodos anteriores, uma nova
denominado Estratégia Turística da Bahia, ancorado no
visão de 2010 para o horizonte de 2016.
Programa de Desenvolvimento Turístico da Bahia
Hotel Iberostar - Praia do Forte
27
Estratégia Turística da Bahia O Terceiro Salto
Justificando essa terminologia, caracteriza-se de forma sintética as fases anteriores do turismo na Bahia, da seguinte forma: 1º Salto – até 1970 • Construção da identidade turística cultural. • Este período contou com uma atividade turística baseada, sobretudo, naquilo que a música de Caymmi e a
Centro de Convenções de Ilhéus
literatura de Jorge Amado colocavam no imaginário das pessoas. A ação do Governo restringia-se praticamente à promoção e à organização de eventos.
Centro de Convenções de Porto Seguro
Ileaiye - Carnaval de Salvador
2º Salto - 1970 – 2006 • Planejamento, infraestrutura, internacionalização da
Hotel Vila Gallé - Guarajuba
marca Bahia, construção dos Centros de Convenções (Salvador, Ilhéus e Porto Seguro) e expansão dos parques hoteleiros. • Expansão do turismo para dez zonas turísticas, atração de novos investimentos, operação do Programa de Desenvolvimento Turístico do Nordeste – PRODETUR NE, que propiciou o avanço na implantação das infraestruturas públicas nas regiões turísticas beneficiadas pelo programa. Hotel Iberostar - Praia do Forte
28
Estratégia Turística da Bahia O Terceiro Salto
Fluxo Turístico
domésticos, que representam 96,1% do total, e 5.026.000 de turistas internacionais, que representam
A Bahia registrou em 2008 um fluxo global de 9.052.000
3,9% do fluxo total.
(nove milhões e cinquenta e dois mil turistas), que
Análise comparativa do destino turístico Bahia
corresponde a 7% do fluxo total de turistas e 10,2% do fluxo internacional do Brasil. Desse total, 8.538.000
Diversos aspectos compõem o imaginário do turista que
(94,3%) são turistas domésticos, que compreende o
deseja visitar a Bahia. A pesquisa FIPE indicou ainda que
número de visitantes de outros estados do país e também
a maior parte dos consumidores, na verdade, é motivado
o de baianos que viajam dentro do próprio território. O
por um conjunto de aspectos inseparáveis. Não se viaja
número de visitantes estrangeiros representa 5,7% do
para a Bahia apenas por conta de um único elemento, por
fluxo global ou, em número absoluto, 514 mil pessoas.
mais importante que seja. Dentre os aspectos mais O percentual do fluxo turístico internacional da Bahia
citados daqueles que atraem turistas para a Bahia, estão
sobre o número total de turistas acompanha o nacional.
as praias (37%), a beleza de uma maneira geral (26%), a
Em 2008, o Brasil registrou um fluxo total, de
cultura e a história (17%), o Carnaval e outras festas (9%),
128.505.000 turistas, sendo 123.479.000 de turistas
o povo (5%), a natureza (3%) e a gastronomia (3%).
Gráfico 3 : Por que sonha em viajar para a Bahia?
Natureza 3%
Gastronomia 3%
Povo 5% Carnaval e outras festas 9%
Carnaval 2010 - Salvador
Praias 37%
Cultura e história 17%
Beleza 26%
29
Estratégia Turística da Bahia O Terceiro Salto
Contribuindo positivamente para alavancar a Bahia no
côncavo, além de outras localizadas na Chapada Dia-
mercado turístico, podem-se enumerar os seguintes
mantina, Costas do Dendê, Cacau e Baleias;
aspectos: • Diversidade cultural representada pela música, lite• A Bahia possui um portifólio de 27 destinos turísticos
ratura, artes plásticas, gastronomia, religiosidade, com
diferenciados na suas características de oferta ao
forte influência da cultura afro-brasileira;
mercado: Salvador, Imbassaí, Praia do Forte, Costa do • Concentração em um único estado brasileiro de cinco
Sauípe, Mangue Seco, Itaparica, Cachoeira, Morro de
biomas distintos: Mata Atlântica, Caatinga, Cerrado, Cos-
São Paulo, Boipeba, Maraú/Barra Grande, Ilhéus, Itacaré,
teiro e Marinho;
Canavieiras, Una/Comandatuba, Porto Seguro, Arraial d'Ajuda, Trancoso, Santa Cruz Cabrália, Abrolhos, Prado,
• Existência de festas populares que na Bahia se
Juazeiro, Lençóis, Rio de Contas, Mucugê,
reproduzem em grandes dimensões: Carnaval e São
Palmeiras/Vale do Capão, Jacobina e Vale do Jiquiriçá;
João; e, no segmento religioso, a romaria a Bom Jesus da Lapa;
• 1.200 km de costa atlântica localizada no centro do litoral brasileiro e abrigando a primeira e a terceira
• Oferta de produtos distribuídos em segmentos, além
maiores baías do país, respectivamente a Baía de Todos-
de “sol e praia”: Histórico-Cultural, Étnico-Afro, GLS,
os-Santos e a de Camamu;
Golfe, Náutico, Ecoturismo, Negócios, Religioso, Esportivo, Enoturismo, Rural e outros.
? Rico acervo do patrimônio histórico arquitetônico
colonial em sua capital, Salvador, e cidades do Re-
Praia do Espelho - Trancoso
30
Estratégia Turística da Bahia O Terceiro Salto
Complementando esta análise, a Fundação Getulio
necessidade de implementação das ações referentes às
Vargas (FGV) vem realizando Estudo de Competitividade
dimensões acima discriminadas e já definidas pelos seus
nos anos de 2008 a 2011 nos cinco destinos indutores
respectivos grupos gestores. Entretanto, no caso de Porto
definidos pelo MTur no Estado (Salvador, Porto Seguro,
Seguro, por tratar-se de um destino mais maduro, seus
Mata de São João, Lençóis e Maraú). Os seus resultados
índices situam-se acima de todos os referenciais de
estão referenciados nas 13 dimensões (Infraestrutura
Brasil (52,0), não capitais (46,7) e macrorregião
Geral, Acesso, Serviços e Equipamentos Turísticos,
Nordeste (48,9).
Atrativos Turísticos, Marketing, Políticas Públicas, Cooperação Regional, Monitoramento, Economia Local, Capacidade Empresarial, Aspectos Sociais, Aspectos Ambientais e Aspectos Culturais) e 60 variáveis de competitividade do turismo elencadas por aquela Instituição. Elevador Lacerda - Salvador
Arraial d’Ajuda
Com base nas informações coletadas, a FGV atribui pontos às perguntas e pesos às variáveis, gerando notas de 0 a 100 para cada dimensão. Também utiliza um Passarela do Álcool - Porto Seguro
conjunto de pesos na ponderação das dimensões que, por sua vez, resultou em um índice global de competitividade do destino. Analisadas as variáveis, alcança-se um valor que representa o grau de competitividade do destino avaliado. Neste aspecto, a cidade de Salvador, principal destino turístico do Estado, alcançou em 2009 um índice total de 73,8, que a coloca em posição acima das médias das capitais (59,3) e da macrorregião Nordeste (48,9) onde se insere. Com relação aos demais destinos baianos que compõem o grupo dos 65 destinos elencados pelo MTur, atinge-se índices menores que Salvador, o que demonstra a
Praia do Espelho - Porto Seguro
31
Estratégia Turística da Bahia O Terceiro Salto
Vale do São Francisco São Francisco River Valley
Lagos e Canyons do São Francisco São Francisco Lakes and Canyons
Caminhos
do Sertão
Pathways to the Sertão
Costa dos Coqueiros
Chapada Diamantina
Caminhos do Oeste
Coconut Coast
Chapada Diamantina
Western Bahia
Baía de Todos-os-Santos All Saints’ Bay
Costa do Dendê
Caminhos do
Jiquiriçá
Dendê Coast
Pathways to Jiquiriçá
Caminhos do Sudoeste Southwestern Bahia
Zonas Turísticas - Bahia/Brasil Costa dos Coqueiros
Caminhos do Jiquiriçá
Baía de Todos-os-Santos
Vale do São Francisco
Costa do Dendê
Lagos e Canyons do São Francisco
Costa do Cacau
Caminhos do Oeste
Costa do Descobrimento
Caminhos do Sertão
Costa das Baleias
Caminhos do Sudoeste
Costa do Cacau Cocoa Coast
Costa do Descobrimento Discovery Coast
Costa das Baleias Whale Coast
Chapada Diamantina
Nova Geografia Turística
Baía de Todos-os-Santos
Partindo-se do princípio de que a descentralização
Principal portão de entrada para o turista que visita a
territorial do turismo propicia desenvolvimento
Bahia, essa zona turística envolve a capital do Estado,
socioeconômico de regiões deprimidas economica-
Salvador, além dos municípios de Aratuípe, Cachoeira,
mente, a revisão do zoneamento turístico da Bahia foi
Candeias, Itaparica, Jaguaripe, Madre de Deus,
realizada partindo-se do inventário das potencialidades
Maragojipe, Muniz Ferreira, Muritiba, Nazaré, Salinas da
turísticas dentre os 417 municípios baianos. Como
Margarida, Santo Amaro, São Félix, São Francisco do
resultado, o mapa turístico da Bahia passou a contar com
Conde, Saubara e Vera Cruz.
13 zonas turísticas que incorporam 156 municípios, conforme desenho a seguir e listagem dos municípios disponibilizada no Apêndice deste documento. A vastidão territorial e a imensa diversidade de cenários, tradições culturais e outros atrativos que configuram o território baiano estão contemplados nas zonas turísticas, cada uma delas recebendo a denominação característica de sua principal identidade física ou temática. Essa multiplicidade de atrativos propicia ao visitante, e também ao investidor, uma variada gama de opções, favorecendo o aumento da permanência média e da taxa de retorno dos visitantes.
Forte de São Marcelo - Salvador
32
Estratégia Turística da Bahia O Terceiro Salto
Regata Aratu - Maragojipe
Ilha de Bom Jesus dos Passos Convento Ordem Terceira - Cachoeira
Rica em tradições e festas populares, a Baía de Todos-osSantos é um verdadeiro caldeirão cultural que combina, de maneira singular, elementos afro-brasileiros, europeus e indígenas. Gastronomia, música, teatro e vasto patrimônio histórico são algumas das atrações dessa zona turística, que abriga também belezas naturais, como ilhas cobertas de vegetação nativa e manguezais preservados. A própria Baía, que empresta o nome ao Estado, destaca-se como elemento de integração e acesso, oferecendo excelentes condições de navegação e lazer.
Mariscada
A Baía de Todos-os-Santos é atendida pelo Aeroporto Internacional de Salvador, o quinto maior do país, com mais de 7 milhões de embarques e desembarques em 2009, e por um aeroporto para aviões de pequeno porte, em Itaparica. Possui um porto marítimo para passageiros, em Salvador, e terminais para a ligação de ferries-boats entre Salvador e Itaparica. Conta também com serviços regulares de transporte rodoviário. Esta zona turística é foco principal do projeto piloto de desenvolvimento do turismo Artesanato - Marogojipinho
náutico em execução pela SETUR e MTur.
33
Estratégia Turística da Bahia O Terceiro Salto
Costa dos Coqueiros Formada por municípios localizados ao norte da capital baiana (Camaçari, Conde, Entre Rios, Esplanada, Itanagra, Jandaíra, Lauro de Freitas e Mata de São João), a Costa dos Coqueiros é uma das zonas turísticas mais procuradas do Estado, abrigando destinos conhecidos como Guarajuba, Itacimirim, Praia do Forte, Imbassaí, Hotel Vila Gallé - Guarajuba
Costa do Sauípe e Mangue Seco. Atendida pelo Aeroporto Internacional de Salvador e pela Estrada do Coco e Linha Verde, a Costa dos Coqueiros possui fácil acesso, sendo servida por diversas opções de voos. Conta com suprimento de energia elétrica, água potável, saneamento e telecomunicações, e vem atraindo empreendimentos hoteleiros de alto padrão, sobretudo resorts de bandeiras internacionais que já disponibilizam dois campos de golfe de 18 buracos, com perspectivas
Hotel Grand Palladium - Imbassaí
de novos empreendimentos que irão transformar esta zona no principal destino de golfe no país. Em suas pequenas vilas praianas encontram-se pousadas, restaurantes, lojas e outros serviços de apoio ao turismo. Além dos vastos coqueirais que adornam seus quase 200 quilômetros de litoral, a Costa dos Coqueiros é rica em paisagens deslumbrantes, emolduradas por rios, lagoas, pequenas cachoeiras e manguezais, formando um rico e diversificado ecossistema. Hotel Iberostar - Praia do Forte
Restaurante Japonês - Praia do Forte
Vila da Praia do Forte
34
Estratégia Turística da Bahia O Terceiro Salto
Península de Maraú - Camamu
Costa do Dendê Localizada ao sul de Salvador, em área contígua à Baía de Todos-os-Santos, a Costa do Dendê é composta pelos municípios de Cairu, Camamu, Igrapiúna, Ituberá, Maraú, Nilo Peçanha, Presidente Tancredo Neves, Taperoá e Valença. Como o próprio nome sugere, aqui se concentra a cultura do dendê, palmeira que dá origem a um dos ingredientes mais simbólicos da culinária baiana — o azeite de dendê. Devido ao seu litoral recortado onde se sobressai a Baía de Camamu, a Costa do Dendê apresenta condições ideais para a prática de uma variedade de atividades náuticas direcionadas ao lazer e ao esporte.
Morro de São Paulo - Cairu
Repleta de praias desertas, arquipélagos, relíquias do patrimônio histórico e pequenos povoados, a região preserva paisagens naturais intocadas, além de significativas manifestações folclóricas, produção artesanal e variada gastronomia relacionada principalmente aos frutos do mar. Entre os cenários naturais, destacam-se mais de 100 km de praias, três grandes ilhas e a península de Maraú, entre a baía e o Oceano Atlântico. O Aeroporto de Valença permite a operação de aeronaves tipo Boeing-737, existindo, ainda, pistas de pouso para monomotores em Morro de São Paulo e na península de Maraú. Outras modalidades de transporte como o rodoviário e o marítimo são também oferecidos com regularidade na região, que conta, em diversas localidades, com serviços de energia elétrica, água potável, saneamento e telecomunicações. Barra Grande - Península de Maraú
35
Estratégia Turística da Bahia O Terceiro Salto
Costa do Cacau
região. Além de 200 km de praias de areias claras e águas mornas, o cenário da região é complementado por rios,
Compreendendo os municípios de Canavieiras, Ilhéus,
lagoas, cachoeiras e cavernas. Preserva, também,
Itabuna, Itacaré, Pau Brasil, Santa Luzia, Una e Uruçuca,
tradições populares diferenciadas. Os aeroportos de
essa região tornou-se mundialmente famosa por
Ilhéus e Comandatuba (particular) têm capacidade para
intermédio das histórias de amor e aventura contadas por
receber aeronaves do tipo Boeing-737, e o de Canavieiras
Jorge Amado.
permite a operação de aviões de pequeno porte.
Praia da Engenhoca - Itacaré
A região conta ainda com o Porto Marítimo de Ilhéus e com rodovias pavimentadas que atendem a diversas localidades vizinhas. São oferecidos serviços regulares de energia elétrica, água potável, saneamento e telecomunicações.
Ilha de Comandatuba - Una
Produtora do fruto que dá origem ao chocolate, a Costa do Cacau, que por longo período se destacou pela riqueza e prosperidade, ainda hoje abriga considerável patrimônio arquitetônico dos tempos áureos da lavoura cacaueira. O modelo de exploração do cacau — que utilizava a vegetação nativa para fornecer sombra aos cacauais — contribuiu também para a preservação de significativos remanescentes de Mata Atlântica, hoje inseridos em diversas unidades de conservação ambiental criadas na
Aeroporto de Ilhéus
36
Estratégia Turística da Bahia O Terceiro Salto
Costa do Descobrimento Considerada berço da história e civilização brasileiras, a Costa do Descobrimento — formada pelos municípios de Belmonte, Eunápolis, Itabela, Porto Seguro e Santa Cruz Cabrália — oferece um conjunto inigualável de atrativos históricos e naturais. Segundo maior destino turístico do Estado, possui a mais extensa rede hoteleira da Bahia. A
Reserva Jaqueira - Porto Seguro
região abriga preservado conjunto histórico-arquitetônico que remonta aos primórdios da história do Brasil,
Hotel Terra Vista - Trancoso
além de ecossistemas e paisagens des-lumbrantes, dentre as quais se destacam praias, falésias, manguezais, rios e remanescentes de Mata Atlântica. Nessa região, encontram-se três parques nacionais - o do Descobrimento, o do Monte Pascoal e o do Pau Brasil - além de áreas de proteção ambiental e reservas indígenas. O artesanato indígena e tradições como o reisado, os bailes pastoris, a puxada do mastro e os mandus são elementos preservados da rica e diversificada cultura local. A Costa do Descobrimento possui um aeroporto internacional, localizado em Porto Seguro, além de rodovias pavimentadas que ligam as principais localidades da região e permitem a oferta regular de serviços de transporte aéreo e rodoviário. É abastecida de energia elétrica, água potável, saneamento e telecomunicações, em diversas localidades. Centro Histórico - Porto Seguro Recife de Fora - Porto Seguro
Aeroporto de Porto Seguro
37
Estratégia Turística da Bahia O Terceiro Salto
Costa das Baleias
abastecimento de água — e o Museu Ecológico Franz Krajcberg, um espaço cultural que se localiza em Nova Viçosa. A Costa das Baleias dispõe de infraestrutura básica que inclui aeroportos em Caravelas e Teixeira de Freitas (para aeronaves de pequeno porte), rodovias, serviços de energia elétrica, abastecimento de água e telecomunicações, além de empresas que atendem ao turismo náutico e ao ecoturismo.
Arquipélago de Abrolhos
Composta pelos municípios de Alcobaça, Caravelas, Itamaraju, Mucuri, Nova Viçosa, Prado e Teixeira de Freitas, a Costa das Baleias tem como principal atração turística o fenômeno anual de migração das baleias jubarte, que pode ser observado no Parque Nacional Marinho de Abrolhos.
Ilha Redonda - Abrolhos
A esse belo espetáculo, aliam-se a extensa e diversa
Casas da Marinha, Ilha de Santa Bárbara - Abrolhos
geografia submarina da região, ideal para a prática do mergulho e de outros esportes náuticos, além de outras unidades de conservação terrestres e de tradições folclóricas de influência portuguesa. A região conta ainda com outros atrativos, como o Parque Nacional do Descobrimento, a Barra do Cahy — local onde a esquadra de Cabral fez o seu primeiro desembarque para
Farol de Abrolhos
38
Estratégia Turística da Bahia O Terceiro Salto
Chapada Diamantina
O cenário dessa região, mundialmente famosa por sua rica biodiversidade, é formado por paisagens de relevo montanhoso, quedas d'água, lagos subterrâneos, além de um grande número de nascentes, corredeiras, cânions e cavernas que a tornam um excelente local para a prática do turismo de aventura, esportes radicais e do turismo ecológico. Sua principal atração é o Parque Nacional da Chapada Diamantina. É atendida pelo Aeroporto de Lençóis, com capacidade
Três Morros - Palmeiras
para a operação de aeronaves do porte de um BoeingDividida em quatro circuitos — Chapada Norte
737, e cortada por rodovias pavimentadas até as
(municípios de Andorinha, Bonito, Caém, Campo
principais áreas naturais. Possui serviços regulares de
Formoso, Jacobina, Jaguarari, Miguel Calmon, Morro do
transporte aéreo e rodoviário e serviços de energia
Chapéu, Ourolândia, Piritiba, Saúde, Senhor do Bonfim,
elétrica, água potável e telecomunicações, em diversas
Utinga e Wagner); Circuito do Ouro (Abaíra, Érico
localidades.
Cardoso, Iramaia, Jussiape, Livramento de Nossa Senhora, Paramirim, Piatã, Rio de Contas, Rio do Pires e Souto Soares); Circuito do Diamante (Andaraí, Ibicoara, Iraquara, Itaetê, Lençóis, Mucugê, Nova Redenção, Palmeiras e Seabra); e Chapada Velha (Barra do Mendes, Brotas de Macaúbas, Central, Gentio do Ouro, Ipupiara e Xique-Xique) — a Chapada Diamantina é a mais extensa zona turística da Bahia. Localizados na região central da Bahia, os municípios compreendidos nesses circuitos têm a sua história relacionada a momentos importantes da vida nacional, como a exploração do garimpo do ouro e diamantes nos séculos XVII, XVIII e XIX.
Poço Encantado - Iraquara Centro Histórico - Lençóis
Cachoeira Véu da Noiva - Itaitú
39
Estratégia Turística da Bahia O Terceiro Salto
Pela sua dimensão, a Zona Turística da Chapada Diamantina está subdividida em quatro Circuitos: - Circuito do Diamante Tem como principais atrativos o rico patrimônio histórico, o Parque Nacional da Chapada Diamantina, o Vale do Capão, além das relíquias dos tempos de opulência do garimpo de diamantes, cachoeiras e rios. Principal destino: Lençóis. - Circuito do Ouro Abriga grande diversidade de atrativos naturais, históricos e culturais, como cachoeiras, piscinas naturais, corredeiras, cavernas calcárias e pinturas rupestres. Destaque para a Gruta da Mangabeira. Principal destino: Rio de Contas. - Circuito da Chapada Norte
Cachoeira do Payayás - Saúde
Possui geografia peculiar, com grutas, cachoeiras e rios protegidos por unidades de conservação, além de sítios
- Circuito da Chapada Velha
arqueológicos, tradições culturais e gastronomia típica regional. Pela sua altitude mais elevada, apresenta baixas
Além de atrativos naturais, a região preserva
temperaturas. Principais destinos: Jacobina e Morro do
características históricas e costumes que se manifestam
Chapéu.
nas festas regionais tradicionais. Principal destino: Gentio do Ouro.
Morro do Pai Inácio - Palmeiras
40
Estratégia Turística da Bahia O Terceiro Salto
Vale do São Francisco
instalações. Outro importante atrativo é a maior represa do mundo, conhecida como Lago do Sobradinho, com um
Caracterizada pela influência do Rio São Francisco, essa
espelho de água de 4 mil quilômetros quadrados e
zona turística é formada pelos municípios de Casa Nova,
capacidade de armazenamento de 34 bilhões de metros
Curaçá, Juazeiro, Remanso e Sobradinho, tendo como
cúbicos de água oriunda do Rio São Francisco. As
principais atrativos o Enoturismo e as atividades ligadas à
condições naturais favoráveis incentivaram a prática de
pesca e aos esportes náuticos em geral, e as usinas
esportes náuticos, especialmente vela, hobbie-cat, laser,
hidrelétricas que compõem parte do conjunto de produção
windesurfe e jet-ski. A pesca do surubim é outra atividade
energética da CHESF.
de lazer que atrai pescadores amadores e profissionais, além de ser uma importante atividade econômica.
A região, além de possuir o maior rebanho de caprinos de todo o Brasil, vive um período de desenvolvimento
A infraestrutura básica do Vale do São Francisco inclui o
baseado na irrigação, que trouxe, entre outros benefícios,
aeroporto de Petrolina (cidade pernambucana separada
as videiras, que produzem vinhos de qualidade
da baiana Juazeiro pelo Rio São Francisco), rodovias e
reconhecida internacionalmente, com a particularidade de
ser-viços de energia elétrica, saneamento e te-
produzir duas safras de uvas por ano. A SETUR considera
lecomunicações.
importante o desenvolvimento do segmento do Enoturismo nessa região, promovendo a visitação de vinícolas que colocam a região em condições de oferecer este atrativo em pleno sertão brasileiro. Um dos produtores locais é a Vinícola Ouro Verde, pertencente ao Miolo Wine Group, localizada no município de Casa Nova a, aproximadamente, 60 km de Juazeiro, que, em 2008, inaugurou um complexo Enoturístico aberto à visitação, compreendendo cantina, cave subterrânea e sala de degustação, dentre outras
Rio São Francisco - Juazeiro
Lago do Sobradinho - Sobradinho
41
Estratégia Turística da Bahia O Terceiro Salto
Canyons e Lagos do São Francisco Abrangendo os municípios de Abaré, Glória, Paulo Afonso, Rodelas e Santa Brígida, dentre os principais atrativos desta zona turística merecem destaque o maior cânion natural navegável do mundo, com paredões de mais de cem metros de altura, represas e usinas hidrelétricas. A esses atrativos somam-se características fisiográficas que permitem a prática de diferentes modalidades de esportes radicais (rapel, canyoning, tirolesa, bungie-jump e base-jump, asa-delta e escaladas, entre outros), os quais vêm gerando um fluxo turístico significativo para a região.
Mirante - Cachoeira de São Francisco
formam a cachoeira foram represadas, e, em épocas programadas, as comportas da barragem são abertas, num espetáculo de impressionante beleza. A infraestrutura básica dos Canyons e Lagos do São
Rio São Francisco - Paulo Afonso
Francisco inclui o aeroporto de Paulo Afonso, rodovias e serviços de energia elétrica, saneamento e teleco-
O Complexo da Companhia Hidrelétrica do São
municações.
Francisco—CHESF é um dos grandes atrativos do município de Paulo Afonso, mas não o único. O visitante ainda pode passear de catamarã pelo cânion do São Francisco e visitar um museu a céu aberto, com mais de 100 sítios arqueológicos de pinturas rupestres datadas de 9 mil anos. Outro atrativo é a Cachoeira de Paulo Afonso, formada por diversas quedas de água que se espalham pelas rochas de granito, recortada em plataformas assemelhando-se a imensos degraus, onde se destaca o Véu de Noiva. Vale ressaltar que, com a construção das usinas, as águas que
Cânions São Francisco - Xingó
42
Estratégia Turística da Bahia O Terceiro Salto
Caminhos do Oeste
A essas características, soma-se um potencial turístico que se revela na presença de serras, cachoeiras,
Localizada ao oeste do Rio São Francisco, essa região é
cavernas, rios com corredeiras e praias fluviais,
composta por dois circuitos – o Rio Grande (Barra,
favorecendo o desenvolvimento do segmento de natureza
Barreiras, Formosa do Rio Preto, Luis Eduardo
em suas diferentes modalidades.
Magalhães, Riachão das Neves, Santa Rita de Cássia e São Desidério), e o circuito do Rio Corrente (Bom Jesus
Conta com aeroportos em Barreiras e Bom Jesus da Lapa,
da Lapa, Correntina, Ibotirama, Santana, Santa Maria da
uma extensa malha rodoviária ligando as principais
Vitória e São Félix do Coribe). Considerada atrativa por
localidades da região com as capitais Salvador e Brasília,
suas paisagens características do cerrado, essa zona
além de serviços de energia elétrica, saneamento e
turística vem apresentando expressivo crescimento
telecomunicações.
econômico, impulsionado por avanços sensíveis em seu segmento agroindustrial, notadamente a produção de
Cachoeira do Redondo - Barreiras
grãos. É considerada também uma das mais ricas em recursos hídricos do Nordeste do Brasil, com destaque para os rios Branco, Corrente, de Ondas e Grande.
Igreja Matriz - Monte Santo
Cachoeira Acaba Vida - Barreiras
Rio Corrente - Correntina
43
Estratégia Turística da Bahia O Terceiro Salto
Caminhos do Jiquiriçá Localizada a cerca de 150 km a oeste de Salvador, essa zona turística é dividida em dois circuitos: Vale do Jiquiriçá (Amargosa, Cravolândia, Elísio Medrado, Itiruçu, Jiquiriçá, Laje, Milagres, Santa Inês, São Miguel das Matas e Ubaíra), e Recôncavo Sul (Castro Alves, Conceição do Almeida, Cruz das Almas, Dom Macedo Costa, Itatim, Santa Terezinha, Santo Antônio de Jesus, São Felipe e Varzedo). Contando com belas cachoeiras, rios, serras, flora e fauna exuberantes, esta zona turística desperta o interesse de visitantes que buscam contato com a natureza, seja para simples contemplação, seja para a prática de esportes de natureza, como cavalgadas, trekking, canoagem e pesca. São importantes atrativos, ainda, o patrimônio históricocultural, o rico artesanato da região e o turismo rural. A região possui rodovias pavimentadas interligando suas principais localidades, além de serviços regulares de transporte rodoviário, energia elétrica, água potável e Catedral Nossa Srª. do Bom Conselho - Amargosa
telecomunicações. Praça Lourival Monte - Amargosa
44
Estratégia Turística da Bahia O Terceiro Salto
Igreja Matriz Nossa Srª. da Conceição e Santíssimo Coração de Deus - Monte Santo
Caminhos do Sertão Abrangendo os municípios de Araci, Banzaê, Candeal, Canudos, Cipó, Euclides da Cunha, Feira de Santana, Itapicuru, Monte Santo, Nova Soure, Ribeira do Pombal, Serrinha, Teofilândia, Tucano e Uauá, essa zona turística tem forte vocação para o turismo religioso e históricocultural, notadamente nos municípios de Monte Santo e Canudos, que foram palco de um movimento social liderado por Antônio Conselheiro — episódio que culminou com a chamada “Guerra de Canudos”, cuja importância histórica motivou a criação do Parque Histórico de Canudos. O termalismo é outro forte atrativo da região, especialmente em Cipó e Tucano, onde estão localizadas duas estâncias hidrominerais. A região possui acessos pavimentados entre as principais localidades, além de serviços regulares de transporte rodoviário, energia elétrica, água potável e telecomunicações.
Entrada do Parque
Parque Estadual de Canudos
Parque Histórico de Canudos
Caldas do Jorro - Tucano
45
Estratégia Turística da Bahia O Terceiro Salto
Caminhos do Sudoeste
Iguaí
A mais nova zona turística do Estado da Bahia já desponta com a adesão dos municípios de Iguaí e Vitória da Conquista e a expectativa de um crescimento significativo em um futuro breve. Existem atrativos naturais em toda a região como rios, cachoeiras, grutas e serras, além de parques municipais e áreas de preservação ambiental que colaboram para um turismo sustentável e ecológico. Já é sede de eventos de relevância como o Festival de Inverno (música brasileira), São João e exposições agropecuárias. Mantém uma gastronomia regional diferenciada e
Cachoeira - Iguaí
manifestações culturais que remetem à formação ibérica e afrodescendente, como folguedos populares, ternos de
estaduais e federais, além de uma oferta significativa de
reis e bumba-meu-boi. Situada estrategicamente entre
serviços turísticos, como agências de viagens e de
as Zonas Turísticas da Chapada Diamantina e da Costa do
receptivo, hotelaria qualificada, hotéis-fazenda, na zona
Cacau, tem uma boa infraestrutura de acesso, com ae-
rural, bares e restaurantes.
roporto regional servido por voos diários, e rodovias Festival de Inverno - Vitória da Conquista
46
Estratégia Turística da Bahia O Terceiro Salto
Diagnóstico do Turismo Baiano
Quanto à ocupação, os assalariados são predominantes entre os turistas que visitam o Estado da Bahia,
Em 2008 o Governo do Estado da Bahia contratou a FIPE
representando 37,2%. Profissionais liberais / autônomos
para detalhar a caracterização do turismo no Estado. Esse
(21,7%) e estudantes (10,9%) também representam uma
trabalho foi realizado através de 16 mil entrevistas diretas
parcela importante da demanda.
junto aos turistas domésticos e internacionais em visita às regiões turísticas baianas. As entrevistas foram
Principal Ocupação Profissional (em %)
realizadas em sete momentos, ao longo do ano, buscando
Ocupação Profissional
Total
abranger os diversos movimentos sazonais do turismo no
Assalariado
37,2
Profissional Liberal / Autônomo
21,7
Estado, inclusive nas épocas de festas juninas, festas
Estudante
10,9
religiosas e Carnaval.
Empresário
8,1
A seguir são apresentados os resultados do perfil dos
Aposentado / Pensionista
4,6
Do Lar
3,7
Desempregado
1,7
Mercado Informal
turistas, a caracterização de suas viagens e suas opiniões sobre os destinos visitados no Estado da Bahia com base nesta pesquisa.
1,2
Outros
11,0
Total
100,0
Fonte: Pesquisa de Caracterização e Dimensionamento do Turismo Receptivo na Bahia 2009- Total com eventos
Perfil dos Turistas A renda média mensal individual dos turistas que viHá uma predominância do gênero masculino (56,3%)
sitaram a Bahia, indicada na pesquisa, foi de R$ 3.357,06.
entre os turistas do Estado da Bahia. A média etária é de Características das viagens
36,2 anos, destacando-se as faixas etárias de 25 a 31 anos (24,7%) e 32 a 40 anos (21,2%). Há uma pequena
Nota-se claramente na pesquisa uma grande incidência
participação de turistas na faixa dos 60 anos ou mais, que
de viagens motivadas por lazer, somando 37,2% do total.
demonstra a necessidade de uma atuação mais focada
Negócios ou trabalho (18,5%), vista a amigos e parentes
nessa faixa populacional que tem, normalmente, um
(16,8%) e festas juninas (16,7%) também tiveram inci-
poder aquisitivo de bom padrão e maior disponibilidade
dências bastante expressivas.
de tempo para viagens em períodos de baixa estação. Quanto ao grau de instrução, a pesquisa evidencia que a
Principal Motivação da Viagem (em %)*
grande maioria dos visitantes do Estado possui de nível
Motivações
Total
médio completo (46,2%) a superior completo (40,0%).
Lazer
37,2
Faix a E tária (em % )*
Negócios ou trabalho
18,5
Visitar amigos e parentes
16,8
Festas Juninas
16,7
Fai xa Etária
Tot al
Saúde
16 a 24
1 9, 7
Eventos Religiosos
2,3
25 a 31
2 4, 7
Intercâmbio / Estudos
1,8
32 a 40
2 1, 2
Carnaval
1,5
41 a 50
2 0, 1
Congressos / Feiras ou convenções
1,1
51 a 59
8 ,8
6 0 anos ou m ais
5 ,5
To tal
10 0 ,0
Méd ia (e m ano s)
3 6, 2
Outros
0,6
Total
100,0
Fonte: Pesquisa de Caracterização e Dimensionamento do Turismo Receptivo na Bahia 2009- Total com eventos.
Fonte: Pesquisa de Caracterização e Dimensionamento do Turismo Receptivo na Bahia 2009- Total com eventos
47
3,6
Estratégia Turística da Bahia O Terceiro Salto
Quanto aos motivos relacionados ao lazer, sobressaem os
O índice demonstra também a importância de trabalhar os
atrativos naturais como principais interesses da maior
roteiros integrados para aumentar a taxa de permanência
parte dos turistas em viagem a lazer, representando mais
média do turista na Bahia.
de 82% desse total. Este resultado demonstra a O quadro abaixo apresenta as principais localidades
necessidade de maiores investimentos em atrativos
mencionadas pelos turistas que visitaram ou pretendiam
culturais que se constituem em forte componente do
visitar outros lugares da Bahia.
produto Bahia, sem, no entanto, representarem ainda fator indutor de viagens.
Outras cidades da Bahia que visitou e visitará (em %)*
Principal Interessea Lazer (em%)* Interesse
Nome
Total
Total
Salvador
8,7
Porto Seguro
3,3
Atrativos naturais
82,2
Itacaré
2,7
Patrimônio cultural
5,0
Ilhéus
1,9
4,9
Morro de São Paulo
1,4
Camaçari
1,3
Ecoturismo Diversão noturna
4,5
Feira de Santana
1,2
Turismoétnico-afro
0,9
Cairu
1,0
Esportes
0,4
Praia do Forte
1,0
Itabuna
1,0
Compras pessoais
0,3
Outros (215 municípios)
16,6
Outros
1,8
Total
40,1
Total
*Dados referentes somente às etapas tradicionais Fonte: Pesquisa de Caracterização e Dimensionamento do Turismo Receptivo na Bahia 2009 – Total com eventos
100,0
*Dados referentes somente às etapas tradicionais Fonte: Pesquisa de Caracterização e Dimensionamento do Turismo Receptivo na Bahia 2009 – Total com eventos
Quanto aos meios de transporte utilizados nos A média de permanência dos turistas que visitam a Bahia
deslocamentos, o rodoviário através de ônibus de linha
é de 5,8 pernoites, destacando-se as classes de 1 ou 2
(35,2%), seguido por automóvel próprio (20,6%), são os
pernoites (31,4%) e de 3 ou 4 pernoites (31,0%).
meios de transporte mais utilizados pelos visitantes da Bahia, seguidos por voo regular (17,6%) e transporte
Permanência Média (em %) Classes de Pernoites
hidroviário (12,1%). Total
1 ou 2 Pernoites
31,4
3 ou 4 Pernoites
31,0
5 a 7 Pernoites
21,9
8 a 15 Pernoites
11,1
16 Pernoites ou mais Total Média (em pernoites)
Principal Meio de Transporte na Viagem (em %)
4,7 100,0 5,8
*Dados referentes somente às etapas tradicionais Fonte: Pesquisa de Caracterização e Dimensionamento do Turismo Receptivo na Bahia 2009 – Total com eventos
Meio de Transporte
Total
Ônibus de linha
35,2
Automóvel próprio
20,6
Voo regular
17,6
Transporte hidroviário
12,1
Ônibus fretado
2,8
Voo charter / fretado
2,7
Automóvel alugado
1,2
Motos
0,1
Outros
7,7
maioria dos turistas não visitou ou não tinha pretensão de
Total
100,0
visitar outras cidades do Estado durante a viagem,
*Dados referentes somente às etapas tradicionais Fonte: Pesquisa de Caracterização e Dimensionamento do Turismo Receptivo na Bahia 2009 – Total com eventos
Este índice de estada na Bahia evidencia que a grande
representando 73,7% dos entrevistados na pesquisa.
48
Estratégia Turística da Bahia O Terceiro Salto
Se Propaganda, Principal Veículo de
Os meios de hospedagem prevalecentes são a casa de
Influência na Decisão (em %)
amigos e parentes, representando 42,4% do total. Hotel
Veículo de Propaganda
Total
(21,6%) e pousada (18,1%) também têm incidências
Internet
50,1
bastante significativas. Estes números são decorrentes
Revista
21,1
Televisão
15,5
dos fluxos internos onde a visita a parentes e amigos
Folheto
4,4
representa um alto índice de motivação de viagens.
Outdoor
2,6
Jornal
2,3
Principal Meio de Hospedagem na Viagem (em %)
Rádio
1,4
Cartaz ou Pôster
0,02
Meio de Hospedagem
Total
Outros
2,5
Casa de amigos e parentes
42,4
Total
100,0
Hotel
21,6
Pousada
18,1
Fonte: Pesquisa de Caracterização e Dimensionamento do Turismo Receptivo na Bahia 2009 - Total com eventos
Imovel alugado
4,2
Imovel próprio
3,7
Resort
3,1
Camping
1,4
que os seus serviços são pouco utilizados pelos turistas.
Albergue
1,3
Pensão / Hospedaria
0,7
Meio de hospedagem é o item mais consultado (12,4%),
Flat / Apart
0,6
enquanto transporte é o item mais comprado via Internet
Rancharia
0,0
Outros
2,8
(7,9%). O gasto médio total realizado pelos turistas da
Total
100,0
importância da Internet na decisão de viagem, observa-se
Bahia na localidade visitada é de R$ 854,99.
Fonte: Pesquisa de Car acterizaçã o e Dimensionamento do Turismo Receptivo na Bahia 2009 - Tota l com eventos Serviços de Internet (em %)* Serviços Pacote
Observa-se pela pesquisa que 45,0% dos turistas da Bahia
Consultou
Rese rvou
Comprou
Não
6,7
1,4
2,1
91,6 87,2
Transporte
8,9
4,1
7,9
são influenciados na sua decisão de viagem por
Hospe dagem
12,4
4,8
4,2
84,1
Aluguel de Ve ículos
2,4
0,4
0,6
96,4
comentários de amigos e parentes e que 39,1% já
Atrativos e Passeios
6,8
0,3
0,5
92,0
Outros
0,9
0,1
0,1
97,8
conheciam o local ou evento, demonstrando assim uma
* Dados Refere ntes a s Etapas Tra dicionais, Ca rna val e Eve ntos Religiosos Fonte: Pesquisa de Ca racterização e D imensionamento do Turismo Re ceptivo na Bahia 2009 - Tota l c om eve ntos
ainda baixa taxa de visitantes que decidem a viagem a partir de outros agentes de promoção.
O gasto per capita é de R$ 254,70 e o gasto per capita dia é de R$ 43,78. O valor informado na pesquisa Brasil, em
Se Lazer ou Eventos, Principal Fator de Influência (em %)
2007, indica um valor de R$ 58,60/per capita/dia como o
Fator de Influência
Total
Comentários de amigos e parentes
45,0
Já conhecia o local / evento
gasto médio do turista doméstico no Brasil, portanto
39,1
acima do valor registrado na Bahia, o que indica a
Propaganda
7,2
Agência de Viagens
3,5
necessidade de maiores investimentos em qualificação do
Estande em evento
0,0
Outros
5,3
Total
100,0
produto para atrair um público mais exigente e com maior potencial de gasto.
Fonte: Pesquisa de Car acterizaçã o e Dimensionamento do Turismo Receptivo na Bahia 2009 - Tota l com eventos
Gasto Médio no Local (em R$) Gasto Médio
Total
Quanto aos meios utilizados para a decisão da viagem,
Gasto Médio
854,99
nota-se claramente a importância da Internet como veículo
Gasto Médio per capita Gasto médio per capita dia
254,70 43,78
de propaganda do Estado da Bahia. Entretanto, apesar da
Fonte: Pesquisa de Ca racterização e Dimensionamento do Turismo Receptivo na Bahia 2009 - Tota l com eventos
49
Estratégia Turística da Bahia O Terceiro Salto
Opiniões sobre o destino turístico visitado Avaliação Geral (em %) Muito Bom Bom Ruim Muito Ruim Positiva Negativa
Itens Avaliados Hospitalidade / Povo
(1)
(2)
(3)
(4)
54,5
42,3 2,5
0,7
(1)+(2) (3)+(4) 96,8
3,2
Informações turísticas
19,7
60,1 15,8
4,5
79,8
20,2
Guias de turismo
24,2
59,5 13,4
2,9
83,7
16,3
Meios de hospedagem
38,4
54,2 6,1
1,3
92,7
7,3
Bares / Restaurantes
28,2
64,0 6,5
1,3
92,2
7,8
Comércio / Compras
20,3
67,5 11,2
0,9
87,9
12,1
Comunicações
12,2
69,4 13,6
4,7
81,6
18,4
Sinalização urbana / Turística
8,2
63,9 21,4
6,5
72,1
27,9
Segurança pública
9,1
62,8 21,4
6,7
71,9
28,1
Limpeza pública
10,2
55,4 24,5
9,9
65,5
34,5
Terminal rodoviário
7,1
64,2 16,8
12,0
71,2
28,8
Fonte: Pesquisa Caracterização e Dimensionamento do Turismo Receptivo na Bahia 2009 - Total com eventos
Nota-se que a maior parte dos itens de infraestrutura e
à avaliação do Carnaval da Bahia foram considerados
serviços turísticos foi bem avaliada por grande parte dos
bons ou muito bons pela grande maioria dos turistas que
turistas, com destaque à hospitalidade/povo, meios de
participaram dos mesmos, com destaque para animação
hospedagem e bares/restaurantes, considerados bons ou
(99,0%), ritmos/musicalidade (97,8%), trios elétricos
muito bons por mais de 90% dos visitantes. Esta tabela
(97,6%) e bandas (97,5%). Embora não seja pre-do-
evidencia a necessidade de ampliar os investimentos,
minante, vale a pena destacar que os itens com maiores
principalmente em Limpeza Pública, por parte dos
incidência de avaliações negativas foram a
municípios visitados, seguidos por Terminal Rodoviário,
higiene/limpeza dos alimentos e bebidas (39,6%) e os
Segurança Pública e Sinalização Urbana/Turística. Quanto
espaços dos eventos (19,1%).
Avaliação Carnaval (em %) Muito Bom Bom Ruim Muito Ruim Positiva Negativa
Itens Avaliados
(1)
(2)
(3)
(4)
(1)+(2) (3)+(4)
Animação
67,1
31,9 0,8
0,2
99,0
1,0
Arquibancada
28,4
61,5 9,0
1,1
89,9
10,1
Blocos
53,2
43,2 3,3
0,3
96,4
3,6
Camarotes
59,2
35,5 3,8
1,5
94,7
5,3
Decoração
34,1
55,1 7,8
2,9
89,3
10,7
Espaço
26,4
54,6 15,1
3,9
80,9
19,1
Fantasias / Abadás
31,2
59,6 8,4
0,8
90,8
9,2
Higiene / Limpeza (alimentos e bebidas)
12,8
47,6 27,7
11,9
60,4
39,6
Participação popular
50,3
45,9 3,1
0,7
96,2
3,8
Ritmos / Musicalidade
66,1
31,7 1,7
0,5
97,8
2,2
Trios elétricos
66,6
31,0 2,2
0,2
97,6
2,4
Bandas
64,6
32,9 2,2
0,3
97,5
2,5
Clubes / Espaços privados
51,8
43,0 3,9
1,2
94,9
5,1
Fonte: Pesquisa Caracteri zação e Di mensionamento do Turismo Receptivo na Bahi a 2009 - Total com eventos
50
Estratégia Turística da Bahia O Terceiro Salto
Avaliação Eventos Juninos (em %) Muito Bom Bom Ruim Muito Ruim Positiva Negativa
Itens Avaliados
(1)
(2)
(3)
(4)
Decoração
34,3
60,2 4,2
1,3
(1)+(2) (3)+(4) 94,5
Espaço
27,5
62,8 7,9
1,8
90,3
9,7
Qualidade do som
24,4
64,9 8,8
1,9
89,3
10,7
Iluminação do evento
24,0
69,4 5,8
0,8
93,4
6,6
Organização
21,8
66,4 9,7
2,1
88,1
11,9
Animação
30,5
59,2 8,6
1,7
89,7
10,3
5,5
Atrações musicais tradicionais
19,3
64,3 13,0
3,4
83,6
16,4
Atrações musicais eletrônicas
15,6
63,7 16,4
4,3
79,3
20,7
Barracas de comidas típicas
19,3
63,5 13,4
3,7
82,9
17,1
Concurso de quadrilha
20,6
64,3 11,0
4,1
84,9
15,1
Programação religiosa
20,1
63,9 12,3
3,8
83,9
16,1
Trança - fitas
11,4
71,7 11,1
5,7
83,1
16,9
Trio de forró
23,7
70,1 5,1
1,0
93,9
6,1
Show de espadas
33,0
41,8 8,5
16,7
74,8
25,2
Fonte: Pesquisa Caracterização e Dimensionamento do Turismo Receptivo na Bahia 2009 - Total com eventos
Avaliação Eventos Religiosos (em %) Muito Bom Bom Ruim Muito Ruim Positiva Negativa
Itens Avaliados
(1)
(2)
(3)
(4)
(1)+(2) (3)+(4)
Decoração
5,6
91,7 2,7
0,0
97,3
2,7
Espaço
5,7
88,6 5,0
0,7
94,4
5,6
Iluminação
3,9
92,2 3,8
0,2
96,1
3,9
Programação Religiosa
34,2
63,4 2,1
0,3
97,6
2,4
Animação Paralela
21,3
65,9 12,4
0,5
87,1
12,9
Fonte: Pesquisa Ca racterização e Dimensionamento do Turismo Receptivo na Bahia 2009 - Total com eventos
Expectativa da Viagem(em %)
Todos os itens foram considerados bons ou muito bons pela grande maioria dos participantes, destacando-se decoração (94,5%), trio de forró (93,9%) e iluminação do evento (93,4%). Todos os itens dos eventos religiosos foram consi-
Expectativa
Total
Superou / Está Melhor Correspondeu / Permanece Igual Decepcionou / Está Pior Não sabe
36,9 46,6 10,5 6,0
Total
100,0
Fonte: Pesquisa de Caracterização e Dimensionamento Receptivo na Bahia 2009 - Total com eventos.
derados bons ou muito bons por pelo menos 87% dos turistas que participaram dos mesmos, com destaque para a programação religiosa (97,6%) e decoração
Intenção de Retorno à Localidade (em %)*
(97,3%). A maior parte dos turistas da Bahia teve suas
Intenção de Retorno
expectativas correspondidas (46,6%) ou superadas
Sim
92,6
(36,9%), totalizando mais de 83% do total. Observa-se
Não Não sabe
4,0 3,4
nitidamente a intenção de retorno para todas as
Total
100,0
Fonte: Pesquisa de Caracterização e Dimensionamento Receptivo na Bahia 2009 - Total com eventos.
localidades da Bahia pela maioria dos turistas do Estado, representando 92,6% do total.
51
Estratégia Turística da Bahia O Terceiro Salto
A pesquisa também detectou que mais de 94% dos Participação das regiões turísticas no fluxo turístico receptor doméstico da Bahia
visitantes recomendariam o local visitado a outras pessoas.
Região Turística
%
Fluxo Turístico Receptor Doméstico por Zona Turística
Baía de Todos-os-Santos Caminhos do Oeste
35,1 7,0
O fluxo turístico para a Bahia distribui-se nas suas 13
Caminhos do Sertão Chapada Diamantina
5,1 1,5
Costa das Baleias Costa do Cacau
5,0 3,8
Costa do Dendê Costa do Descobrimento
1,9 10,8
de entrada do Estado.
Costa dos Coqueiros Lagos do São Fransisco
5,3 1,3
Pela dimensão dos seus fluxos turísticos receptores, além
Vale do Jiquiriçá Nenhuma
0,4 22,8
Total
100,0
zonas turísticas conforme o gráfico informa. Observa-se que a grande concentração (35%) está na ZT Baía de Todos-os-Santos, sobretudo em razão da localização nesta zona da capita, Salvador, principal atrativo e portão
de Salvador, a cidade de Porto Seguro permite estimativa desagregada; desta forma, a capital baiana atrai 28,8% do
Fonte: Pesquisa de Caracterização e Dimensionamento Receptivo na Bahia 2009 - Total com eventos.
fluxo turístico doméstico com destino ao Estado, enquanto Porto Seguro responde por 10,8% desse total.
Fluxo turístico doméstico por regiões turísticas Fluxo turístico receptor doméstico por regiões turísticas
Nenhuma 23% Baía de Todos os Santos Baía de Todos os Santos 35% Vale do Jiquiriçá 0,4%
Caminhos do Oeste Caminhos do Sertão Chapada Diamantina Costa das Baleias
Lagos do São Francisco 1%
Costa do Cacau
Costa dos Coqueiros 5%
Costa do Dendê Costa do Descobrimento Costa dos Coqueiros Lagos do São Francisco
Costa do Descobrimento 11%
Caminhos do Oeste 7%
Costa do Dendê 2% Costa do Cacau 4% Costa das Baleias 5%
Caminhos do Sertão 5% Chapada Diamantina 2%
52
Vale do Jiquiriçá Nenhuma
Estratégia Turística da Bahia O Terceiro Salto
Importância do Turismo na Economia Baiana Embora ainda não se disponha de uma metodologia eficaz para avaliação do impacto do turismo na economia baiana, estima-se uma participação do turismo no PIB estadual em torno dos 6% (base em 2005). No Estado da Bahia, o setor emprega diretamente 90.000 trabalhadores e dispõe de um parque hoteleiro de aproximadamente 72.000 quartos e 194.000 leitos. Apesar do impacto estimado de 6%, percebe-se ainda uma importante lacuna a ser preenchida, que é o fomento à capacidade do turismo em impactar positivamente outros setores da economia baiana associados a essa atividade, a exemplo de hortifruticultura, fabricação e comercialização de móveis, bebidas, gêneros alimentícios em geral, roupa de cama e mesa, artesanato, dentre outros, fortalecendo, ,desta forma, a economia local a partir de uma maior integração da cadeia produtiva do turismo. Por esta razão, essa integração representa um dos eixos desta estratégia. Produção de cachaça no interior da Bahia
Feira do Caxixi - Nazaré
53
Estratégia Turística da Bahia O Terceiro Salto
Visão de Futuro
Quanto aos temas relacionados ao Meio Ambiente, ressalte-se a necessidade crescente de proteção dos
O turismo na Bahia será referência nacional e
principais ativos paisagísticos, indutores de visitação, e a
internacional pela qualidade dos produtos e serviços
garantia de uma legislação eficaz e ao mesmo tempo
oferecidos aos visitantes, capaz de interagir com os
transparente o suficiente para não afastar aqueles que
demais setores da economia estadual, assegurando a
pretendem investir em equipamentos turísticos que vão
inclusão das comunidades locais, protegendo o
gerar emprego e renda, além de reforçar a inovação e
patrimônio natural e cultural, para garantir a prática de um
requalificação do produto Bahia.
modelo de desenvolvimento sustentável. A Segurança Pública garante a tranquilidade e integridade física daqueles que nos visitam. Nos aspectos referentes às áreas de Indústria, Comércio e Agricultura, estas se relacionam à necessidade da integração econômica que vai fortalecer os resultados do turismo a partir da ampliação da sua produção associada na Bahia. Por fim, aqueles vinculados à infraestrutura, educação e trabalho garantem a mobilidade e a qualidade de vida além da educação e capacitação das populações dos destinos turísticos. Disk Bahia Turismo Turistas no Porto de Salvador
54
Estratégia Turística da Bahia O Terceiro Salto
FUNDAMENTOS PARA A ESTRATÉGIA
baseados nos processos de gestão participativa, que promovam uma cada vez maior transparência
A base da Estratégia Turística que se denomina “O
administrativa e descentralização das decisões
Terceiro Salto” do turismo baiano está na convergência
relacionadas à atividade turística.
de três eixos fundamentais: Inovação do Produto Turístico, Qualificação dos Destinos e dos Serviços e
A necessidade de ampliar os benefícios do turismo às
Integração Econômica.
comunidades receptoras, atuando como atividade promotora de inclusão social e redução da pobreza, também se constitui em princípio a ser perseguido pelo Governo da Bahia na sua estratégia de desenvolvimento turístico. Para atingir esses objetivos, o Governo da Bahia entende que, através da interiorização da atividade, realizada de forma planejada em regiões de alto potencial para o turismo, estará promovendo cada vez mais geração de emprego e renda para a Bahia e reduzindo os fluxos migratórios para regiões mais densamente povoadas.
A convergência desses três eixos constitui-se num Principais Premissas
reforço ao conceito de sustentabilidade do turismo, complementando, desta forma, os critérios tradicionais
A transversalidade das ações do Governo em prol do
adotados da Proteção ao Meio Ambiente, da Inserção das
desenvolvimento turístico é uma premissa essencial ao
Comunidades no processo de desenvolvimento turístico
sucesso de implementação de qualquer estratégia
e da ampliação dos resultados econômicos para o setor
relacionada a esta atividade. Este fato se deve à
público e privado, direta e indiretamente envolvidos com
multissetorialidade do turismo que, para que se
a atividade turística. Por outro lado, esses três eixos
obtenham resultados concretos, requer a participação e
correspondem as três grandes lacunas do turismo na
interação de diversos setores governamentais. Entende-
Bahia: deficiências na qualidade dos serviços,
se, dentre as áreas de governo que necessitam interagir,
necessidade de novos produtos turísticos e a existência
aquelas vinculadas à Segurança Pública, Cultura e Meio
de parques hoteleiros desvinculados da economia
Ambiente, como também pelas de Infraestrutura,
regional.
Trabalho, Esportes, Educação, Indústria, Comércio e Agricultura.
Composição da Estratégia
Vale um registro especial à atividade da promoção cultural no Estado pela sua capacidade de promover
Princípios Norteadores
experiências positivas nos visitantes atraídos à Bahia pela A garantia da sustentabilidade pretendida pelo Governo
sua rica diversidade cultural. Fato semelhante ocorre
da Bahia está intimamente associada a procedimentos de
com as atividades esportivas geradoras de fluxo turístico
consolidação de novos modelos de governança
para o Estado.
55
Estratégia Turística da Bahia O Terceiro Salto
DIRETRIZES ESTRATÉGICAS
eventos técnico-científicos que reúnem um número expressivo de participantes.
As diretrizes aqui apresentadas estão embasadas na - Projeto São João da Bahia
territorialidade, espaço físico onde ocorre o fenômeno turístico, e nos modelos de governança, que vão
Em 2008, a SETUR e a Bahiatursa resolveram investir na
assegurar a visão no prisma das diretrizes traçadas
promoção do São João como um novo produto turístico.
através dos eixos. Os programas que perpassam os três
As edições posteriores de 2009 e 2010 representaram a
eixos são: da Regionalização, da Gestão Participativa e do
consolidação deste já importante produto do portifólio do
Turismo Sustentável.
turismo baiano. Os resultados foram expressivos para as
Eixo Estratégico Inovação
duas semanas de festas realizadas em Salvador – na tradicional e atraente área do Centro Histórico – e nas
Dentro do eixo estratégico Inovação, a SETUR tem em
cidades que são os principais portões de entrada de
curso três programas:
turistas para o Estado. Além disso, a SETUR e a Bahiatursa realizaram convênios com cerca de duzentos municípios
Programa de Desenvolvimento de Novos Produtos
baianos para apoio à realização dos festejos, com O Programa de Desenvolvimento de Novos Produtos tem
resultados expressivos, constatados pelo saldo positivo
por finalidade a criação, formatação e gestão de novos
obtido pela iniciativa privada envolvida nesse segmento
produtos turísticos com vistas a estabelecer um
econômico.
calendário turístico para a Bahia, acrescentando novas alternativas de oferta e demanda turística ao já consolidado calendário cultural do Estado. A proposta de promover eventos especiais nos períodos considerados de baixa estação atende ainda a uma reivindicação do trade para minimizar os efeitos da sazonalidade em seus respectivos negócios. Nesse contexto já estão inseridos os eventos “São João da Bahia” e o “Espicha Verão – Praia 24 horas”, além do “GP Bahia de Stock Car”, que se constituem em oportunidades de geração de emprego e renda para o trade turístico, empregados do setor e para a população local de forma geral. O foco principal dessas ações visa inserir a Bahia como opção de visitação em períodos de baixo fluxo, interiorizar a oferta turística, fomentar a geração de emprego e renda e oferecer nível de excelência no atendimento ao turista, inclusive com a customização de alguns serviços, a exemplo daqueles vinculados a
Projeto São João da Bahia - Pelourinho,Salvador
56
Estratégia Turística da Bahia O Terceiro Salto
- Projeto Espicha Verão
Nacional. Pesquisa de satisfação realizada pela SETUR durante o evento apontou um índice de satisfação do
Palco flutuante - Praia do Porto da Barra, Salvador
público de 95%. - GP Bahia de Stock Car – Turismo Esportivo O Turismo Esportivo apresenta-se como mais um vetor de inovação da Bahia. Iniciativa vitoriosa, como a criação do GP Bahia de Stock Car, que gerou cerca de três mil empregos em cada edição de 2009 e 2010, e que tem garantido contratualmente que será realizado na Bahia até 2014.
Praia 24h
Além da Stock Car, Salvador sedia outros importantes eventos esportivos ao longo do ano, como campeonatos de surf e de mountain bike. Outros destinos da Bahia, a exemplo da Chapada Diamantina e dos Cânions do São Francisco, também são palcos frequentes de eventos de esporte de aventura, como a canoagem.
O “Espicha Verão – Praia 24 Horas” lançado pela SETUR e a Bahiatursa, em 2008, tem como principal objetivo a atração de turistas e o prolongamento da sua permanência na Bahia, após o Carnaval. Além disso, o projeto fomenta a cadeia produtiva do turismo, através da geração de negócios, emprego e renda, e ajuda a promover talentos artísticos locais, agregando, desta forma, novos valores à produção cultural baiana.
GP de Stock Car
Concebido originalmente para cobrir as lacunas do calendário “encurtado” de festejos populares do verão 2008, tendo em vista o Carnaval em determinados anos ocorrer no início do mês de fevereiro, o “Espicha Verão – Praia 24 Horas” obteve sucesso crescente nas edições posteriores de 2009 e 2010. No ano de 2009, o projeto chegou ao interior, com edições nas cidades de Ilhéus, Porto Seguro, Lençóis e Itacaré. O modelo turísticocultural do evento, voltado para o foco no visitante e no trade turístico, além do ineditismo e sucesso do projeto, Campeonato de Surf - Itacaré
rendeu à Bahiatursa o Prêmio Top de Marketing da ADVB
57
Estratégia Turística da Bahia O Terceiro Salto
- Bahia Mostra Bahia / Salão Estadual de Turismo
dos destinos baianos no mercado interno, que tem em Salvador seu principal emissor.
O projeto Bahia Mostra Bahia representa uma Programa de Desenvolvimento de Novos Roteiros
oportunidade para os destinos turísticos apresentarem e comercializarem seus produtos (artesanato, culinária e
Ainda no Eixo Estratégico Inovação, a SETUR e a
cultura) e serviços (hospedagem, passeios). A
Bahiatursa estão elaborando novos roteiros turísticos,
promoção, realizada em parceria com o SEBRAE, tem os
priorizando ações de interiorização, entendendo que
seguintes objetivos: incrementar o fluxo turístico intra-
cada vez mais as pessoas buscam satisfazer seus
Bahia; promover os diversos destinos baianos em
interesses específicos em viagens de lazer: seja a
Salvador; gerar espaço na mídia para os produtos
apreciação de sítios históricos, roteiros musicais ou
turísticos baianos; promover o intercâmbio comercial
mesmo curtir a viagem com pessoas da sua faixa etária. A
entre as agências de turismo de Salvador e as agências de
Bahia oferece diversos roteiros, segmentados por
receptivo dos diversos destinos da Bahia; e propiciar aos
categorias, a exemplo de roteiros Históricos, da Melhor
gestores das Zonas Turísticas e trade local a oportunidade
Idade, Musicais, Infantis e para Jovens.
de apresentarem seus destinos e comercializarem seus produtos. Em 2009, foram realizadas três edições do
Em parceria com o Programa de Regionalização do MTur
Bahia Mostra Bahia: Costa dos Coqueiros (17 de
e o Instituto de Desenvolvimento Sustentável do Baixo
dezembro de 2008 a 17 de janeiro de 2009); Baía de
Sul da Bahia (IDES), os órgãos governamentais já
Todos-os-Santos (4 de fevereiro a 8 de março); e Vale do
começaram a articular e implantar novos roteiros
São Francisco (15 a 17 de outubro).
agroecoturísticos nos municípios de Ituberá, Nilo Peçanha e Igrapiúna, todos localizados na ZT Costa do
A partir de 2011 este evento passará a integrar o
Dendê. Outro exemplo é o da Rota da Independência, que
calendário anual, quando se transformará no Salão
alia o conhecimento sobre a história da Bahia à cultura
Estadual de Turismo, oportunidade em que, além de
peculiar do Recôncavo Baiano.
propiciar a comercialização de produtos turísticos junto às operadoras, permitirá também uma maior divulgação
Renda de Bilro - Produção Artesanal
58
Estratégia Turística da Bahia O Terceiro Salto
Programa de Desenvolvimento de Novos Segmentos
A Bahia se destaca com um grande e variado estoque de recursos naturais favoráveis às práticas recreativas do lazer náutico. O Estado detém a maior extensão de litoral
Característica essencial à Inovação é a ação de fortalecer
do Brasil e ainda desfruta de duas grandes baías, mais que
segmentos importantes da atividade turística que
propícias ao turismo e aos esportes náuticos. A Baía de
encontram na Bahia as bases necessárias para a sua
Todos-os-Santos, em especial, e a Baía de Camamu, mais
transformação de potencial em produto efetivo.
ao Sul, constituem-se baías de lazer comparáveis às melhores do mundo, com características que as colocam
- Turismo Náutico
entre os espaços mais privilegiados do turismo náutico na O turismo náutico envolve uma série de atividades
costa sul-americana.
socioeconômicas e se caracteriza pela utilização de embarcações náuticas com a finalidade de movimentação
Ciente desse potencial, a SETUR firmou convênio com o
turística. Os turistas com embarcações próprias são os
Ministério do Turismo para elaborar o Plano Estratégico
que mais gastam com alimentação, compras, passeio e
do Turismo Náutico na Baía de Todos-os-Santos, com o
lazer, de um modo geral. Também geram postos de
objetivo principal de transformar essa região na porta de
trabalho ao contratar serviços de embarcação e
entrada do turismo náutico internacional para o Brasil. O
marinheiros. A operação de empreendimento náutico
plano foi concluído e publicado em 2010, encontrando-
envolve diversas respon-sabilidades e questões
se agora a SETUR incumbida da sua implementação. A
administrativas, tais como, segurança, acesso, plano de
parceria com o MTur
emergência, resgate de barcos, terminais de passageiros,
dobramento, a implantação do Centro de Excelência
coordenação de competições, regatas e festividades,
Náutica, que irá capacitar a mão de obra necessária para
manutenção, seguros, treinamento de marinheiros,
receber e trabalhar nos barcos que já existem e naqueles
escola de velas e outros ofícios náuticos, previsão do
que passarão a navegar pela Bahia.
tempo, tábuas de marés, etc.
Regata Aratu - Maragojipe, Baía de Todos-os-Santos
59
pretende gerar, como des-
Estratégia Turística da Bahia O Terceiro Salto
As regatas internacionais são outro nicho de atuação no
que embarcam e desembarcam a opção de ampliar a sua
turismo náutico, de enorme significado para a Bahia.
estada na Bahia através de roteiros complementares aos
Salvador já é ponto de passagem, ou destino final, de
cruzeiros marítimos.
diversas regatas, há mais de uma década, a exemplo da A indústria de cruzeiros marítimos, segundo o relatório da
Jacques Vabre, Rallye Les Îles du Soleil, Clipper, Hong
Deloitte Hospitality 2015, crescerá 25% no período 2010-
Kong Challenge, Transat 6.50 Charente Maritime, dentre
2015, agregando em 2015 mais 4,5 milhões de
outras.
passageiros, com referência ao volume atual. O Caribe A pesca esportiva é outro significativo ramo para o
continuará sendo o principal destino mundial desta
desenvolvimento náutico, sendo que esta atividade pede
atividade; entretanto, novos portos irão surgir no mercado
uma atenção especial na busca pela sustentabilidade do
de cruzeiros para atender, principalmente, os mercados
segmento. De acordo com o plano elaborado, no Brasil a
de origem norte-americana, com 13,1 milhões de
pesca esportiva conta com aproximadamente 10 milhões
passageiros, seguido pela Europa, com 4,4 milhões de
de praticantes e uma forte presença de produtos
passageiros, sendo 1/3 da Grã-Bretanha.
estrangeiros, principalmente frutos da queda nos preços Segundo a ABREMAR (Associação Brasileira de
dos equipamentos, que, entre 1997 e 1998, registraram
Representantes de Empresas Marítimas) os 20 navios
uma redução média de 30%.
que virão ao Brasil para a temporada de cruzeiros 2010O turismo náutico em embarcações alugadas (moda-
2011 representam 10% da frota atual em operação no
lidade de charter) vem se popularizando nos últimos anos
mundo, que é de 200 transatlânticos. Dados da
e atraindo uma camada da população de poder aquisitivo
ABREMAR revelam ainda que nos últimos 10 anos foram
mais baixo, que não teria condições de comprar seu
construídos 118 navios e mais 26 serão entregues até
próprio barco. Os gastos deste segmento concentram-se
2012. Esses navios conduziram uma média anual de 13,4
nos serviços oferecidos do destino, já que na maioria das
milhões de turistas, sendo 716.900 (5,35%) na costa
vezes eles pernoitam no barco.
brasileira.
Outros importantes segmentos vinculados à atividade
Como se pode observar no Quadro abaixo, o volume de
náutica mereceram atenção especial do plano através de
passageiros que circulou no Porto de Salvador atingiu no
ações focadas em novos investimentos nos seguintes
verão 2009/2010 o expressivo número de 292.030
serviços: construção de marinas, implantação de
turistas, em 143 atracações, demonstrando o potencial
estações náuticas, escolas e centros de prática para
baiano nessa atividade.
mergulho, windsurfe, remo e cruzeiros marítimos. NÚ M ERO DE PASS AGE IRO S E ATRAC AÇÕ ES D E CRU ZE IRO S MARÍTIM O S Po rto de Salvado r
Neste último item, o objetivo é o de transformar a cidade de Salvador numa importante base para a indústria de cruzeiros marítimos, através da oferta de infraestutura adequada para as operações de embarque e desembarque no porto de Salvador. Esta modalidade oferece ainda a oportunidade de ampliar as vantagens
Tem por ad a
A tracação
Passageiros
200 3/20 04 200 4/20 05 200 5/20 06 200 6/20 07 200 7/20 08 200 8/20 09 200 9/20 10
71 57 71 86 94 1 04 1 43
52 .0 42 54 .8 10 70 .7 15 11 5.54 8 10 5.19 9 21 3.06 4 29 2.03 0
Fonte: SINDETUR, 2010
econômicas da atividade pelo fato de permitir aos turistas
60
Estratégia Turística da Bahia O Terceiro Salto
Orixás
- Turismo Étnico (Afro e Indígena) A Bahia foi o primeiro estado brasileiro a estruturar o segmento do turismo étnico através de projeto apresentado ao Ministério do Turismo em 2007. Esta vertente do turismo étnico-afro parte da compreensão da ancestralidade do povo baiano, sua mistura de raças e de culturas, que se traduz hoje pela inigualável musicalidade, alegria e simpatia do baiano. O Estado vem atraindo o interesse da população norte-americana afrodescendente, que encontra na Bahia não apenas um viés ainda preservado de suas raízes, mas também do europeu e asiático, que se interessam por história e cultura.
Neste segmento vale destacar ainda a divulgação do Turismo Étnico em eventos internacionais como o Festival Hollywood on the Beach, o 40º Festival de Música e Herança Africana de New Orleans, Brasil Fest Atlanta 2010 e o National Black Arts Festival, em Atlanta nos Estados Unidos; bem como o apoio a eventos nacionais e locais, como o VIII Encontro Cultural e Internacional de Capoeira Mangangá e a Festa da Irmandade da Boa Morte, em Cachoeira. Ainda na linha de fortalecimento desse segmento, foi criado um calendário específico de turismo étnico e elaborados roteiros integrados de turismo étnico na Bahia, Pernambuco e Alagoas. Olodum - Bloco de matriz africana Receptivo em reserva indígena - Porto Seguro
No caso do mercado norte-americano, este segmento é considerado como a principal motivação de viagem, razão do crescimento daquele mercado para Salvador, como confirma a pesquisa FIPE, onde os Estados Unidos assumem o primeiro lugar no ranking de países emissores de turistas para a Bahia, facilitado pela operação do voo direto e diário Miami-Salvador da American Airlines, iniciado em novembro de 2008.
61
Estratégia Turística da Bahia O Terceiro Salto
- Capoeira da Bahia
- Turismo GLS
A capoeira está presente em mais de 150 países, através
Pesquisas mostram que o segmento GLS é um dos mais
de grupos com aulas ministradas em grande parte por
promissores para o turismo. É um público que viaja em
capoeiristas baianos, que funcionam como embaixadores
média quatro vezes ao ano, com uma taxa de permanência
culturais da Bahia. Essas academias, escolas e grupos de
maior e gasto médio cerca de 30% superior ao registrado
capoeira realizam encontros anuais na Bahia, com
nos demais segmentos. Cerca de US$ 54 bilhões são
duração média de sete dias. Nesses encontros, mestres
movimentados anualmente pelo segmento nos Estados
das academias do exterior retornam às suas academias de
Unidos. No Brasil, embora ainda não se disponha de
origem, trazendo consigo seus novos discípulos, ávidos
estatísticas precisas, percebe-se que há cada vez mais
pelo conhecimento das raízes da capoeira, para qualificar
operadoras especializadas nesse mercado, embaladas
e incrementar seu aprendizado, gerando assim um fluxo
por sua crescente profissionalização.
turístico focado nesta atividade. Atenta a esse novo movimento do mercado, para o qual o Ministério do Turismo identifica Salvador – juntamente com as cidades do Rio de Janeiro, Florianópolis e São Paulo – como um destino potencial, a SETUR e a Bahiatursa estão empreendendo ações no sentido de tornar a Bahia o principal polo turístico gay-friendly do Brasil. A partir da parceria firmada com o Grupo Gay da Bahia – Grupo de Capoeira Ginga Mundo
GGB, foram estabelecidas algumas ações positivas, como a capacitação para qualidade no atendimento ao público
Esses turistas, adeptos da capoeira, costumam ter uma
GLS, cuja turma piloto atendeu a 44 pessoas, entre
estada média de 15 dias em Salvador e posteriormente
taxistas, funcionários de hotéis e restaurantes, e outro
propagam e multiplicam o conhecimento adquirido.
formatado para agentes da Delegacia de Proteção ao
Nesse sentido, para conhecer esta demanda, a SETUR
Turista.
realizou um mapeamento completo dos grupos de A Bahiatursa elaborou um roteiro específico para esse
capoeira nos âmbitos estadual, nacional e internacional.
segmento, para ser operacionalizado pelas agências de
Paralelamente, vem empreendendo ações para instalação
viagens em Salvador, com guias credenciados e
do Escritório Internacional da Capoeira e Turismo, que
capacitados no segmento GLS.
funcionará em Salvador, no Forte de Santo Antônio. Além do Carmo, denominado
Forte da Capoeira, com o
Ações promocionais voltadas ao público GLS foram
objetivo estabelecer um canal permanente entre as
realizadas pela Bahiatursa nas cidades norte-americanas
academias, associações, grupos e escolas de capoeira e
de São Francisco, Nova York e Miami, tendo como
o trade turístico da Bahia, qualificando e garantindo
parceiras a International Gay & Lesbian Travel Association
instrumentos de comunicação e promoção que viabilizem
– IGLTA, a American Airlines e a operadora Prime Travel.
as operações turísticas como forma de estímulo ao turismo étnico-afro no Estado.
62
Estratégia Turística da Bahia O Terceiro Salto
- Turismo Religioso
Na capital, além das igrejas tradicionais como a do Nosso Senhor do Bonfim, o ponto de grande atratividade de
No interior do Estado, os destaques são a Festa de Nossa
turistas é o Memorial de Irmã Dulce. Em janeiro deste ano,
Senhora da Boa Morte, em Cachoeira; Festa de Nosso
o Vaticano concedeu a Irmã Dulce o título de Venerável
Senhor Bom Jesus, em Bom Jesus da Lapa; Romaria de
Dulce, ato este que demonstra a possível beatificação da
Canudos, em Canudos; e a Romaria da Serra de Piquaraçá,
freira. Desde aquele período foi identificado um
em Monte Santo. Juntas, essas festas são responsáveis
significativo aumento no número de visitantes ao Memorial
pela atração de aproximadamente 1,5 milhão de turistas.
Irmã Dulce.
Vale ainda ressaltar que somente a Festa da Boa Morte, pelos seus aspectos étnicos, recebe visitantes
Aliado ao turismo étnico, o turismo religioso se desenvolve
estrangeiros, principalmente dos Estados Unidos.
de forma complementar, já que um dos principais elementos da cultura religiosa baiana é o sincretismo. Além dos períodos festivos que ocorrem no verão, onde se
Festa da Boa Morte - Cachoeira
destaca a tradicional “Lavagem do Bonfim”, a Bahia conta com seus famosos terreiros de Candomblé que recebem inúmeros visitantes, adeptos ou não da religião de origem africana, atuando como excepcional fator de atração pelo que representam na cultura e religiosidade baiana.
Cortejos de baianas na Lavagem do Bonfim - Salvador
63
Estratégia Turística da Bahia O Terceiro Salto
- Enoturismo
- Turismo Rural
As ações focadas no desenvolvimento do enoturismo na
Os investimentos realizados pela SETUR e a Bahiatursa no
região do Vale do São Francisco foram iniciadas em
segmento turismo rural integram-se às ações do Comitê
outubro de 2008, a partir da inauguração do receptivo da
Gestor e Câmara Técnica do Turismo Rural do Estado da
Vinícola Ouro Verde, no município de Casa Nova.
Bahia. Em parceria com o SEBRAE, INCRA, Empresa
Diversas ações promocionais e de sensibilização foram
Baiana de Desenvolvimento Agrícola - EBDA e a
realizadas na região, muitas em parceria com o SEBRAE,
ABATTUR, a SETUR vem promovendo visitas técnicas às
com as vinícolas e o apoio do trade local. Além disso, a
propriedades de turismo rural instaladas no Recôncavo
SETUR e a Bahiatursa vêm atuando de forma integrada
Baiano. Foram também instalados Grupos de Trabalho,
com o estado de Pernambuco, empreendendo esforços
com a participação da SETUR, para criação do Estatuto da
para a consolidação do Enoturismo que, inclusive, já
Câmara de Turismo Rural, definição dos indicadores de
resultou na publicação do Roteiro Integrado Águas e
desempenho das ações da Câmara e organização do
Vinhos do São Francisco.
Seminário Estadual de Turismo Rural.
Sede da Fazenda Ouro Verde - Casa Nova
Parrerais dominam a paisagem na região
Hotel Fazenda Colibri - Amargosa
Fazenda Progresso - Ibicoara
Vinícola Ouro Verde - Casa Nova
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Estratégia Turística da Bahia O Terceiro Salto
- Programa de Desenvolvimento de Novos Serviços
local a prestação dos serviços mais procurados pelos visitantes. O Disque Bahia Turismo - DBT, o maior call
Além dos produtos que integram o eixo de Inovação, há
center de turismo do país, oferece ao turista informações
uma preocupação da SETUR, em sua ação estratégica, em
por telefone durante 24 horas, em três idiomas, enquanto
inovar nos serviços prestados ao turista, visando ampliar a
no nível digital, o portal www.bahia.com.br e os sites
tipologia da informação, facilitando o seu acesso através
institucionais da SETUR e da Bahiatursa possibilitam o
do uso da Internet. Os projetos que compõem esse
fornecimento de informações a distância. O Sistema
programa são os seguintes:
Integrado possibilita a alimentação de informações por todos os atendentes dos postos, SATs e do DBT, além de
- Sistema Integrado de Informação Turística
unificar e padronizar a informação armazenada no portal e Depois de implantar em 2007 e 2008 o Serviço de
nos sites institucionais.
Atendimento ao Turista – SAT e o Disque Bahia Turismo, e reformular o Portal de Internet, a SETUR e a Bahiatursa lançaram o Sistema Integrado de Informações Turísticas, que visa oferecer um atendimento amplo ao turista que visita a Bahia, abrangendo os níveis presencial, eletrônico e digital. Atuando de forma integrada, o sistema fornece informações sobre acessos, hotéis, bares e restaurantes, além de indicadores e estatísticas dos 156 municípios turísticos do Estado. O sistema atende ainda à demanda por informações acadêmicas, solicitadas por estudantes, professores e pesquisadores da área. No nível presencial, estão à disposição dos visitantes quatro postos de informação na capital e oito no interior, além das unidades do SAT, que concentram em um só
Serviço de Atendimento ao Turista - Pelourinho, Salvador
Disque Bahia Turismo, a maior Call Center de Turismo do Brasil
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Estratégia Turística da Bahia O Terceiro Salto
- Serviço de Atendimento ao Turista - SAT
O serviço, que dispõe de informações em português, inglês e espanhol, ajuda os turistas na sua localização
O Serviço de Atendimento ao Turista – SAT é um novo
geográfica e no acesso aos meios de transporte para
conceito de atendimento, que tem como objetivo a
deslocamentos, dentro e fora do Estado. Oferece também
ampliação e inovação dos serviços oferecidos nos Postos
informações dos 156 municípios das 13 regiões
de Informações Turísticas, garantindo uma prestação de
turísticas.
serviços de receptivo de excelência. O SAT funciona como um balcão informativo, onde o turista pode obter informações turísticas sobre os destinos da Bahia, mapas e folheteria. É um serviço bem mais completo que os postos de informação e funciona de forma interligada ao Disque Bahia Turismo. - Postos de Informações Turísticas No contexto da política de relacionamento com o turista, inserem-se também os postos de informações presenciais na capital e no interior. O desempenho na área de informações ao turista demonstra a importância desses equipamentos para o atendimento e o relacionamento direto com o turista. Os postos atualmente em operação estão localizados no Aeroporto Internacional de Salvador, no Pelourinho e na Estação Rodoviária de Salvador. A Bahiatursa pretende ampliar esta ação reativando em convênio com as Prefeituras Municipais a implantação e operação de 23
SAT - Aeroporto
postos de informações turísticas no Estado. - Disque Bahia Turismo O Disque Bahia Turismo é um serviço oferecido pela SETUR e a Bahiatursa com a finalidade de auxiliar o turista a conhecer, através de ligação telefônica, as alternativas para desfrutar de todos os prazeres de que o Estado dispõe. O visitante pode obter diversas informações, a exemplo de hotéis, restaurantes, programação de cinema, teatro, shows, festas populares e ainda telefones e endereços de farmácias, hospitais e outros serviços de saúde e órgãos de segurança pública. SAT - Praia do Forte
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Estratégia Turística da Bahia O Terceiro Salto
- Portal de Internet
forma mais precisa, as informações desejadas. Desenvolvido em linguagem de fácil assimilação, o portal
Roteiros, hotéis, horários de voos, eventos, informações
possui um grande volume de informações nos idiomas
turísticas e acadêmicas, tudo isso está disponível,
português, inglês e espanhol. Conta também com novos
diretamente ou através de links, no portal
recursos multimídia em áudio, slides e fotografias. No
www.bahia.com.br. O novo portal oficial de turismo da
interior do material jornalístico disponibilizado é possível
Bahia funciona como centro aglomerador e distribuidor de
visualizar galerias fotográficas do Flickr, entrevistas
conteúdo vinculado ao turismo da Bahia. Trata-se, na
sonoras, apresentações em PowerPoint e vídeos. Essas
verdade, de um instrumento de informação, comunicação
ferramentas têm como objetivo melhorar a acessibilidade
e marketing, com foco total nos seus públicos diversos –
do internauta comum e também facilitar o trabalho da
população local, turistas nacionais e internacionais,
imprensa convencional e especializada.
investidores, estudantes, pesquisadores e comunidades - Sites Institucionais
específicas - que oferece um manancial grande de informações de fácil e rápido acesso.
Diferente do portal www.bahia.com.br , que tem como finalidade principal a promoção da Bahia como destino turístico, os sites institucionais da SETUR (www.turismo.ba.gov.br) e da Bahiatursa (www.bahiatursa.ba.gov.br) são permanentemente revistos e alimentados para oferecer aos seus públicos informações da esfera governamental, baseadas no conceito de comunicação pública.
Portal de Internet: www.bahia.com.br
Ele atua como ponto de partida para busca de informações de diversos tipos e congrega 24 subsites de conteúdos próprios e específicos, agrupados por zonas turísticas, temas, segmentos e serviços, que estão dentro do domínio da SETUR e da Bahiatursa. Os dados estão organizados sob a forma de informações sobre as fontes Site institucional: www.turismo.ba.gov.br
de informações (metadados), que visam garantir que os mecanismos de busca possam oferecer ao usuário, de
67
Estratégia Turística da Bahia O Terceiro Salto
- Sites temporários
São exemplos os hotsites: www.saojoaobahia.com.br, www.caranaval.bahia.com.br e www.espichaverao.com.br . - Redes Sociais Para atrair a atenção do público para os instrumentos de informação, a SETUR e a Bahiatursa utilizam, como ferramenta de marketing, a inclusão dos espaços virtuais nos principais sites de relacionamento, como Orkut, Twitter, MySpace, Facebook e Flickr. Essas redes sociais têm se mostrado importantes indicadores do interesse do público, possibilitando o direcionamento e a segmentação cada vez maior da difusão de informações. Além disso, vem sendo utilizado um sistema de newsletter, que possibilita ao usuário receber boletins
Hotsite Carnaval
informativos sobre o segmento turístico do seu interesse. Para segmentar e dar mais visibilidade a produtos turísticos, como o São João da Bahia, o Carnaval e o Espicha Verão, a SETUR e a Bahiatursa optaram por criar hot sites (sites temporários) específicos, que podem ser acessados diretamente ou através do portal www.bahia.com.br. Trata-se de uma estratégia que visa possibilitar um relacionamento direto com o público interessado pelo produto e também com os órgãos de imprensa, uma vez que nesses ambientes são disponibilizadas notícias e fotografias de alta resolução.
Página Turismo Bahia no Flicker
Hotsite São João da Bahia
Página Turismo Bahia no Twitter
68
Estratégia Turística da Bahia O Terceiro Salto
Eixo Estratégico Qualificação dos Serviços e do Destino
dois projetos, dirigidos a públicos específicos: - Projeto de Qualificação Profissional e Empresarial
Este segundo eixo possui três vertentes de atuação: a primeira está relacionada à atração de fluxos de turistas
Até 2007 os investimentos nessa área eram inferiores a
com maior poder aquisitivo, com foco na qualificação,
500 mil reais por ano. Entre 2007 e 2010 cerca de 20
ampliando assim o índice de gasto médio do turista,
milhões de reais foram destinados à qualificação
produzindo um maior efeito multiplicador. Este objetivo
profissional e empresarial, o que significa uma
tem a ver com a segunda vertente, que é a atração de
decuplicação dos investimentos no setor. Através do
investimentos turísticos mais sofisticados, a exemplo de
Prodetur Nordeste II, a SETUR vem atuando em ações de
hotéis de alto padrão, pousadas de charme, marinas,
qualificação profissional e empresarial, contando com o
campos de golfe e outros atrativos vinculados a esse
SEBRAE para a execução desse projeto. Esta vertente do
segmento.
programa corresponde à modalidade Formação de Gestores do Turismo e tem como finalidade capacitar os
A terceira vertente relaciona-se à capacitação pro-
empresários para tornar a Bahia um destino turístico
fissional e empresarial dos serviços turísticos e visa
altamente competitivo, diferenciado, capaz de adotar
melhorar a qualidade dos serviços turísticos através da
novas ferramentas que vão influir no gerenciamento dos
oferta de cursos voltados à capacitação profissional e
empreendimentos e, consequentemente, na qualidade
empreendedorismo, promovendo uma maior empre-
dos serviços turísticos oferecidos.
gabilidade e geração de renda às populações locais dos destinos turísticos. Neste eixo, são desenvolvidos quatro
A SETUR vem realizando seminários Turismo Com
programas:
Qualidade, focados em segmentos específicos, tais como: A&B, meios de hospedagem, agências de viagens
Programa de Qualificação dos Serviços Turísticos
e transportes/operadoras de turismo, além de trabalhos concentrados, como na área do Pelourinho e Santo
O Programa de Qualificação dos Serviços Turísticos,
Antônio Além do Carmo, considerando sua importância
desenvolvido pela SETUR, tem por objetivo a capacitação
estratégica para o turismo baiano.
dos recursos humanos envolvidos nessa atividade, valorizando a cultura do turismo para os destinos
Qualificação profissional
turísticos do Estado. As atividades realizadas buscam também enfatizar a importância das ações e a contribuição da comunidade para tornar o destino mais competitivo, diferenciado e propulsor de desenvolvimento econômico e social. O programa é desenvolvido através de duas fontes de financiamento: Programa de Desenvolvimento do Turismo - Fortalecimento das Zonas Turísticas – Prodetur Nordeste II, Prodetur Nacional e o Programa de Qualidade dos Serviços Turísticos – Qualificação Profissional e Empresarial do Mtur.O Programa de grande peso na inclusão social, abrange
69
Estratégia Turística da Bahia O Terceiro Salto
Outra ação desse projeto é o Clube da Excelência do
identificação de iniciativas empreendedoras para
Turismo, que contempla a promoção através grupos de
orientação do setor de turismo étnico-afro baiano. Este
empreendedores e gestores de negócios turísticos, que,
projeto tem como público alvo, adultos e
em encontros temáticos quinzenais, com quatro horas de
afrodescendentes que atuam em áreas da cadeia produtiva
duração, discutem temas como liderança, gestão de
do turismo, especialmente do turismo étnico-afro.
pessoas, legislação trabalhista, gestão de processos,
Olá! Turista
gestão financeira, marketing, responsabilidade social, empresarial, dentre outros assuntos vinculados à
O projeto Olá! Turista, desenvolvido pelo Ministério do
qualidade de serviços.
Turismo em parceria com a Fundação Roberto Marinho, tem a finalidade de capacitar 80 mil pessoas em todo o
- Projetos de Qualificação Especial
Brasil para a Copa de 2014, através da oferta de cursos de inglês ou espanhol online, para quem trabalha diretamente no atendimento ao turista. A Bahia, juntamente com o Rio de Janeiro, é piloto deste projeto. Guias e Monitores do Carnaval O projeto Guias e Monitores do Carnaval tem o objetivo de qualificar e estruturar o serviço de receptivo na cidade de Abrange vários projetos de caráter especial com foco na
Salvador, através do treinamento e contratação de
qualidade de serviços: “Bahia é Muito Mais Verão”,
profissionais capazes de fornecer informações seguras e
“Turismo Étnico-afro”, “Projeto Olá! Turista” e “Guias do
precisas sobre o destino Bahia, durante o período do
Carnaval”.
Carnaval, agregando informações específicas sobre o seu funcionamento - acessos, programação, serviços
Bahia é Muito Mais Verão
públicos de saúde e segurança, dentre outras. Além de ampliar o número de profissionais no atendimento
O projeto beneficia 12 municípios e abrange cursos
presencial e via call center, a SETUR e a Bahiatursa
voltados para polícia turística, taxistas, monitores
estenderam o serviço para os municípios de Ilhéus e Porto
turísticos, donos e funcionários de barracas de praia,
Seguro e instrumentalizaram os profissionais com
bares e restaurantes, baianas do acarajé, motoristas e
ferramentas de comunicação, como rádio-escuta e
cobradores de ônibus, ambulantes, frentistas de postos de
celulares.
combustível e pessoas que trabalham em operadoras de eventos (segurança, caixa, barman, apoio). Turismo Étnico-afro Este projeto tem por objetivo realizar pesquisa de demanda e promover a qualificação de profissionais e empresários da região do Recôncavo Baiano, com foco no turismo étnico-afro, no mercado de trabalho e na
70
Estratégia Turística da Bahia O Terceiro Salto
Programa de Cadastramento e Fiscalização
identificar os problemas, para possibilitar ações que qualifiquem os destinos turísticos baianos.
A fiscalização e controle de qualidade dos equipamentos e serviços turísticos é também uma das atribuições da
Este projeto pretende a futura implantação de um
SETUR e da Bahiatursa, conforme estabelece convênio
Observatório Econômico de Turismo, como um espaço
firmado pelos órgãos estaduais com o MTur. Essas ações
virtual (www.observatoriodeturismobahia.com.br) que
são realizadas, periodicamente, em todo o Estado, junto
vai oferecer informações de mercado atualizadas,
às agências de viagem e turismo, operadoras,
baseando-se em análise de séries históricas e da
transportadoras turísticas, meios de hospedagem,
previsão de tendências socioeconômicas, subsidiando,
empresas organizadoras de eventos, guias de turismo e
desta forma, a gestão pública e privada da atividade
turismólogos.
turística no Estado.
O Programa contempla três atividades distintas: Censo
Trará ainda análises e comparações do movimento de
Turístico, Cadastramento de Equipamentos Turísticos e a
embarques e desembarques dos aeroportos, ocupação
Fiscalização dos Serviços Turísticos.
hoteleira e comentários sobre editoriais e matérias da imprensa nacional e internacional sobre turismo. Além
Programa de Qualificação do Destino Bahia
disso, contará com uma biblioteca virtual, onde poderão ser encontrados artigos, monografias, dissertações e
O programa de Qualificação do Destino Bahia tem a
teses sobre o turismo na Bahia e assuntos correlatos.
finalidade de qualificar o turismo baiano, elevando-o a um novo patamar de competitividade, através da
- Projeto de Atração de Investimentos Privados
mensuração da atividade e do fornecimento de informações ao mercado para a atração de investimentos
Tem o objetivo de desenvolver atividades relacionadas à
privados em áreas turísticas. Este programa envolve dois
captação de investimentos privados para o incremento do
grandes projetos: Projeto de Pesquisas e Estudos
setor de turismo, através da participação em eventos
Econômicos e o Projeto de Atração de Investimentos
nacionais e internacionais; onde são divulgadas as
Privados.
oportunidades de investimento no Estado, além do receptivo a investidores, orientando-os quanto às
- Projeto de Pesquisas e Estudos Econômicos
necessidades prévias à implantação de seu negócio. O projeto inclui ainda a divulgação do potencial turístico do
Tem a finalidade de levantar informações e indicadores
estado em publicações especializadas.
estatísticos que subsidiem os investidores na decisão de instalar equipamentos turísticos na Bahia. Além de
Vale ressaltar que neste projeto estão envolvidos todos os
contratar pesquisas de turismo receptivo e de atração de
aportes de investimentos, desde as médias e pequenas
fluxo a institutos de pesquisas reconhecidos nacional e
empresas até os grandes empreendimentos, pela sua
internacionalmente, a SETUR seguirá investindo em
importância estratégica em “ancorar” um novo destino e
pesquisas próprias de avaliação da qualidade dos
induzir a geração de micros e pequenos negócios
produtos e serviços e dos índices de satisfação do
turísticos, que, por conseguinte, representam também
público que comparece aos eventos e utiliza os serviços
um forte efeito multiplicador.
turísticos na Bahia. Essas sondagens têm por finalidade
71
Estratégia Turística da Bahia O Terceiro Salto
Programa de Implantação de Infraestrutura Turística
· Saneamento (abastecimento de água, esgotamento
As participações da SETUR nas intervenções em
· Transporte (acessos rodoviário, marítimo e aéreo);
sanitário e coleta/tratamento de resíduos sólidos);
infraestrutura pública têm papel importante para a · Sinalização turística.
definição da qualidade dos destinos turísticos baianos, vinculadas a propiciar melhores condições de vida às
- Prodetur Nordeste II
populações residentes nessas áreas. Os recursos desse programa são provenientes do Ministério do Turismo,
O Prodetur NE II/BA, voltado para a melhoria das
agentes de financiamento nacional e internacional,
condições institucionais e de infraestrutura para a
emendas parlamentares, Orçamento Geral da União e do
expansão e a qualificação da atividade turística no Estado
Tesouro Estadual e estão voltados para o fortalecimento
da Bahia, encontra-se em sua fase final. Os recursos do
do turismo no Estado.
programa, no entanto, não se mostraram suficientes para atender às demandas da SETUR, e a sua ampliação está ocorrendo através da identificação de outras fontes de financiamento e parcerias que possam contribuir na melhoria da infraestrutura turística da Bahia. - Prodetur Nacional A Bahia está participando do Prodetur Nacional onde, em sua Carta-consulta, prioriza a zona turística Baía de Todos-os-Santos, tendo como propósito principal a preparação dessa região para o desenvolvimento de diversos segmentos do turismo e sua consolidação como destino competitivo no mercado nacional e internacional.
Eixo Estratégico Integração Econômica Igreja Rosário dos Pretos - Salvador
O programa base deste eixo estratégico é o Programa de Integração Econômica que visa incentivar a produção
As infraestruturas podem ser agrupadas conforme suas
associada ao turismo a partir de arranjos produtivos
características e contribuição ao processo de desen-
compatíveis com a vocação regional, fortalecendo a
volvimento turístico da Bahia:
atividade do turismo na matriz econômica do Estado. Este programa abrange três grandes projetos: Projeto de
· Implantação e requalificação de equipamentos
Pesquisa da Produção Associada ao Turismo, Projeto de
turísticos;
Desenvolvimento da Cadeia Produtiva do Turismo e Projeto de Fomento aos Arranjos Produtivos Locais.
· Recuperação do patrimônio físico-cultural;
Todos com foco na geração de emprego e distribuição da · Urbanização de áreas turísticas;
renda gerada pela atividade turística.
72
Estratégia Turística da Bahia O Terceiro Salto
É prática vigente na atividade econômica do turismo no
investimentos públicos e privados para as regiões. A
Estado, sobretudo nos grandes hotéis e naqueles
pesquisa tem como objetivo principal realizar um
localizados fora da capital, a aquisição de grande parte
diagnóstico da estrutura da oferta dos bens e serviços
dos insumos, materiais e equipamentos fora do Estado da
turísticos e da produção local de 11 Polos Turísticos do
Bahia. Este plano tem como meta criar as condições
Estado. Esse diagnóstico será feito através do
necessárias ao fortalecimento de uma rede produtiva nas
dimensionamento e análise das principais características
zonas turísticas e no entorno dos parques hoteleiros da
dos equipamentos e empreendimentos turísticos
região, incluindo desde o fornecimento de recursos
existentes.
humanos qualificados para construção, manutenção e operação dos empreendimentos, passando pela oferta local de produtos para os empreendimentos turísticos, até materiais para construção, móveis e decoração, cestas de consumo (alimentos, artesanato e outros itens regionais). Como praticamente todas as ações da SETUR, aquelas executadas nesse eixo são transversais e integradas a outras secretarias do Governo: Indústria e Comércio, Agricultura, Educação, Cultura, além do SEBRAE,
Artesanato de Palha - Canudos
Desenbahia e BNB que são parceiros essenciais para atingir os objetivos. Há também uma transversalidade interna atrelada às ações relacionadas aos outros eixos do
No caso específico dos meios de hospedagem, será feito
Terceiro Salto. O enoturismo, desenvolvido na zona
também um diagnóstico da estrutura e dimensão do
turística do São Francisco, é um exemplo: um novo
conjunto de insumos e de outros meios de produção
produto que já nasce associado à produção, no caso de
consumidos por essa atividade, com identificação da
uvas e vinho. No turismo étnico, outro exemplo, com o
localidade dos seus fornecedores diretos. Como se trata
estímulo à produção artesanal e semi-industrial, design e
de uma pesquisa inédita para o setor de turismo no Brasil,
moda.
a SETUR realizou uma amostra-piloto na localidade de Praia do Forte, município de Mata de São João. Essa
Projeto de Pesquisa da Produção Associada ao Turismo
amostra foi realizada com vistas a subsidiar a elaboração do Termo de Referência para contratação de empresa especializada que realizará uma pesquisa mais
Consta deste projeto a realização de Pesquisa da Cesta de
abrangente e num universo maior, alcançando as onze
Consumo nos destinos turísticos e da produção local
zonas turísticas da Bahia. O resultado dessa pesquisa-
(Produção Associada ao Turismo) que é o passo inicial
piloto já indicou a urgência desse projeto, uma vez que
para gerar subsídios à articulação dos órgãos
apontou elementos de grande impacto econômico,
governamentais para apoio à implantação de
como, por exemplo, a compra em outros estados da
empreendimentos privados mais integrados às
quase totalidade dos frutos do mar consumidos nos
economias locais, além de gerar informações aos
hotéis daquela localidade.
diversos órgãos governamentais para a atração de
73
Estratégia Turística da Bahia O Terceiro Salto
Projeto de Desenvolvimento da Cadeia Produtiva
A proposta visa alcançar três grandes objetivos: fortalecer a participação do turismo na matriz econômica do Estado;
Nas palavras de Porter (1991, p. 33-44) a cadeia de
incluir a população local no sistema de geração de
valores ou cadeia produtiva pode ser entendida como
riqueza proporcionado pelo turismo; e incentivar a
“[...] um sistema de atividades interdependentes, [...]
implantação de empreendimentos privados mais
uma reunião de atividades que são executadas para
integrados às economias locais.
projetar, produzir, comercializar, entregar e sustentar seu produto”. Ela ocorre tanto no âmbito da empresa como no
Este projeto promove ainda a articulação entre os agentes
âmbito de um setor, representada por um conjunto de
econômicos, políticos e sociais, localizados num mesmo
empresas. A ideia de cadeia de valor (value chain)
território, mas que ainda não apresentam vínculos
proposta por Porter pretende ser “uma forma sistemática
consistentes de articulação, interação, cooperação e
para exame de todas as atividades executadas por uma
aprendizagem. Nessa articulação estão incluídas
empresa e a forma como elas interagem e criam, em
empresas produtoras de bens e serviços finais,
maior ou menor grau, as vantagens competitivas”.
fornecedores de insumos e equipamentos, prestadores de serviços, comerciantes, clientes e também outras
Com este conceito, o projeto visa incentivar a produção
instituições públicas e privadas, voltadas para a formação
regional associada ao turismo e o desenvolvimento de
e treinamento de recursos humanos, pesquisa,
negócios nos diversos municípios das zonas turísticas,
desenvolvimento e engenharia, além de promoção e
proporcionando o crescimento das oportunidades de
financiamento.
emprego e a geração de renda, a partir de processos produtivos que sejam compatíveis com a vocação
Cabe assinalar que esta é também uma diretriz proposta
regional. A proposta é fomentar toda produção associada
pelo Ministério do Turismo, por entender que o turismo se
ao setor de turismo, com vista a alcançar três grandes
constitui em importante vetor de desenvolvimento
objetivos: inserir o turismo na matriz econômica do
socioeconômico. Diversas iniciativas de organização e
Estado; incluir a população local no sistema de geração
articulação da produção em Arranjos Produtivos Locais
de riqueza proporcionado pelo turismo; e implantar
(APLs) têm sido realizadas na Bahia, sendo algumas
empreendimentos privados mais integrados às eco-
relacionadas ao turismo. O fortalecimento de APLs de
nomias locais.
Turismo na Zona Turística Baía de Todos-os-Santos, associado às demais ações previstas no âmbito do
Projeto de Fomento aos Arranjos Produtivos Locais
Prodetur Nacional, contribuirá para a melhoria da qualidade dos produtos e serviços turísticos dessa
Este projeto visa incentivar a produção regional em itens
região, como também ampliar e diversificar a base
que tenham associação com a atividade do turismo,
produtiva local. Essa diversificação, além de atender às
desenvolvendo novos negócios nos diversos municípios
demandas do turismo, também suprirá a população
das zonas turísticas, proporcionando o crescimento das
residente, oferecendo produtos e serviços antes
oportunidades de emprego, fomentando o empreen-
inexistentes na área.
dedorismo e a geração de renda, a partir de processos produtivos que sejam compatíveis com a vocação regional.
74
Estratégia Turística da Bahia O Terceiro Salto
PROMOÇÃO E MARKETING DA BAHIA
a determinadas motivações de viagem, demonstram ser fatores decisivos de influência sobre a demanda.
Este é um capítulo essencial no desenvolvimento da estratégia que vem sendo trabalhada pela SETUR,
A configuração territorial já consolidada da divisão do
principalmente através da Bahiatursa, pois representa a
Estado em Zonas Turísticas permite uma maior
forma e o processo de comunicação e marketing para a
visibilidade mercadológica, na medida em que amplia o
atração de fluxos turísticos para o Estado. Este papel,
leque de opções de produtos e roteiros e permite uma
historicamente, vem sendo realizado pela Empresa de
identificação facilitada, possibilitando a descentralização
Turismo da Bahia S.A. - Bahiatursa, órgão responsável
e diversificação da oferta existente.
pela promoção do turismo baiano, atuando de forma As ações de divulgação e promoção do turismo na Bahia
sincronizada com os princípios definidos pelo Governo
continuarão a ser pautadas também considerando a
do Estado e a EMBRATUR, na sua macro política turística
segmentação psicológica e comportamental, através do
e dentro do novo marco conceitual desta Estratégia,
posicionamento específico, para o qual se tem o
estruturada pelas características de qualidade, inovação
mapeamento de motivações de viagem que influenciam a
e integração econômica, cuja aplicação tem, entre
decisão de compra das pessoas por um determinado
outros, o objetivo de consolidar o posicionamento de
destino turístico: Sol & Praia, História & Cultura,
destaque da Bahia no competitivo e dinâmico cenário do
Ecoturismo, Esporte & Aventura, Negócios & Eventos,
turismo nacional e internacional.
Turismo Rural, Turismo Náutico,Turismo Étnico, Turismo Ações promocionais junto aos principais polos
de Pesca, Turismo de Saúde, Turismo GLS, Turismo
emissores articulam-se com a comunicação voltados,
Religioso, dentre outros.
ambos, para os setores profissionais e o público final. Assim, vêm sendo criadas campanhas e peças promocionais inovadoras, com o olhar voltado a novos produtos e novos públicos, buscando explorar fortemente a diversidade turística da Bahia , valorizando a preservação de suas tradições, seu patrimônio cultural e natural, ao tempo em que destaca novos produtos e novos serviços. A estratégia promocional adotada está refletida e percebida no selo promocional utilizado em todas as incursões de promoção regional, nacional e internacional: Bahia é muito mais! Desta forma, as ações promocionais, nos mais diversos mercados, estão pautadas no vetor estratégico de exploração da diversidade de opções e destinos que a Bahia oferece, baseadas nos critérios de segmentação geográfica, psicológica e comportamental que, somadas
Pelourinho - Salvador
75
Estratégia Turística da Bahia O Terceiro Salto
Nos temas de marketing do produto Bahia, a estratégia
carnavalescos que em outros produtos disponibilizados
indica ainda a importância de sintonia estratégica a partir
pelo destino.
de indicadores de cenários futuros, associados, por
Captação de Eventos
exemplo, ao crescimento dos baby-boomers dos mercados estáveis como Estados Unidos e Europa, que
O turismo de negócios e eventos constitui-se em um
hoje se encontram na faixa 45-65 anos de idade, dispondo
importante fator corretivo da questão da sazonalidade
de uma maior quantidade de tempo livre dedicado a
sofrida pelos destinos turísticos. Além disso, os eventos
viagens com foco em destinos e produtos associados à
têm uma comprovada eficácia na ação de divulgar e
qualidade de vida que enfatizem o sonho da eterna
consolidar a imagem das cidades-sede onde se realizam,
juventude.
apresentando um efeito multiplicador extremamente favorável para as mesmas. As ações de captação de
A segmentação dos produtos ofertados, bem como a
eventos são realizadas em parceria com os Convention
definição da estratégia do marketing a ser adotada para
Bureaux de Salvador, Costa dos Coqueiros, Porto Seguro e
cada segmento, tende também a ser cada vez mais
Ilhéus.
orientada a segmentos de faixa etária. Como exemplo, investir-se em mídia com foco na Geração Y (menos de 30
O Governo do Estado administra, através da Bahiatursa,
anos) como mercado-alvo, poderá fidelizar clientes ao
espaços imprescindíveis ao desenvolvimento do
longo de mais tempo, desde que se inove em produtos
segmento do turismo de negócios e eventos: Centro de
com foco em interesses que possam também atrair os
Convenções da Bahia (Salvador), Centro de Convenções
demais segmentos. A seguir, na tabela abaixo, apresenta-
Luís Eduardo Magalhães (Ilhéus) e Centro Cultural e de
se esta segmentação de acordo com nomenclatura usada
Eventos do Descobrimento (Porto Seguro). Embora os
para cada faixa etária, considerando-se um horizonte de
indicadores dos últimos anos para a realização de eventos
cinco anos, 2010-2015.
nos centros geridos pela Bahiatursa apresentem números significativos que apontam para o crescimento do setor,
A diversidade de destinos que a Bahia possui permite
os dados operacionais não acompanham exatamente este
também uma estratégia de foco em destinos específicos
cenário. O efeito do tempo, a necessidade de
para uma determinada faixa etária, como já ocorre, por
modernização das instalações e serviços, a política
exemplo, com os jovens estudantes que acorrem a Porto Seguro nos períodos de feriados prolongados.
tarifária e a difícil logística para gerenciamento dos
Fato
centros por um órgão público, representam entraves
semelhante acontece no Carnaval de Salvador que atrai
importantes a resultados economicamente viáveis.
um determinado segmento mais interessado nos blocos
Centro de Convenções - Ilhéus
IDADE S SEGMENTOS DE G ERAÇÃO
2010
2015
Maduros
>65
> 70
Baby Boomers
45-64
51-69
Geração X
30-44
37-50
Geração Y
<30
< 36
Fonte: Deloitte Research. 2009
76
Estratégia Turística da Bahia O Terceiro Salto
Centro Cultural e de Eventos - Porto Seguro
Diante disso, a Bahiatursa, com o objetivo de identificar o modelo mais adequado para a gestão de tais equipamentos a partir de estudo contratado a empresa de consultoria, já iniciou um processo de terceirização da sua administração, como saída mais viável para otimizar o uso e os resultados comerciais dos três centros. Neste sentido, algumas ações já foram empreendidas, tais como a realização de cinco audiências públicas – três em Salvador, uma em Porto Seguro e uma em Ilhéus – para discussão com os segmentos interessados, visando à definição das características que irão compor os termos de referência dos respectivos editais. Com relação especificamente ao Centro de Convenções da Bahia, importantes intervenções físicas foram realizadas no sentido de promover a requalificação desse equipamento. Tais intervenções envolveram reformas em diversos pontos, modernização dos serviços oferecidos e
Pavilhão de feiras e eventos - Centro de Convenções, Salvador
de equipamentos instalados.
Centro de Convenções - Salvador
77
Estratégia Turística da Bahia O Terceiro Salto
Promoção Nacional
capacitar também os vendedores e os gerentes de Desenvolvimento de Produtos das Operadoras, que,
No que se refere à promoção nacional, a Bahiatursa vem
quando treinados, e com maior especialização do produto
desenvolvendo um trabalho baseado num amplo
Bahia, têm mais condições para formatação de pacotes
relacionamento institucional com todos os repre-
turísticos para a Bahia, incrementando as vendas.
sentantes do trade turístico nacional, instituições
Promoção Internacional
turísticas, empresas aéreas, operadores turísticos, agentes de viagens, empresas de viagens e incentivos,
No mercado internacional, a presença da Bahia em
organizadores e promotores de eventos, hoteleiros e
significativos espaços de promoção e comercialização de
demais prestadores de serviços turísticos.
produtos turísticos gera oportunidades de promoção do destino Bahia, onde o público participante é formado por profissionais, empresas operadoras e companhias aéreas. Esta presença nos eventos é resultante, em muitas oportunidades, de parcerias com a EMBRATUR, companhias aéreas, principalmente aquelas que operam voos internacionais em cidades baianas, dentre outros. O
ABAV - Rio de Janeiro
Além da participação nos tradicionais eventos de calendário, como ABAV, Salão Nacional de Turismo, Festival de Turismo de Gramado dentre outros, uma ferramenta de promoção e capacitação do destino Bahia, se destaca: a realização de workshops nos principais mercados emissores de turistas para a Bahia, denominados Ponto de Encontro Bahia, é encarada na sua
Expo Itália Real Estate - Milão, Itália
estratégia como ação resultante de parcerias estabelecidas com companhias aéreas voltadas para o
Programa de Promoção Internacional do Destino Bahia
público profissional – agentes, operadores, hoteleiros –,
está priorizando a diversificação da oferta turística, com
além da imprensa, que, ao associar-se a representantes
foco na exclusividade, hospitalidade, diversidade natural
do trade local, possibilita a otimização de redes de
e cultural, como as manifestações culturais, as festas
relacionamento, e, como consequência, a realização de
populares, a música etc., possibilitando a viabilização
novos negócios. Outro aspecto positivo dessa estratégia é
das economias locais, resgatando as várias formas das
o desenvolvimento de pontos de venda mais eficientes,
culturas e dos seus importantes valores intangíveis, além
pois a metodologia desse formato de workshop permite
de estimular a participação efetiva das comunidades.
78
Estratégia Turística da Bahia O Terceiro Salto
? Promover a capacitação da cadeia de distribuição;
Nesta linha de ação, os objetivos específicos são os seguintes:
? Desenvolver parcerias com os setores público e privado; ? Aumentar a competitividade do destino Bahia, captando
? Promover a participação do trade turístico nas decisões
turistas de maior poder de gasto e, consequentemente,
de apoio às promoções.
ampliando a receita proveniente da atividade;
É importante ressaltar que essas estratégias englobam
? Desenvolver ações para a captação e a ampliação de
atividades que têm forte vinculação com a dimensão
voos regulares e charters ;
cultural, com o patrimônio natural, incluindo bens ? Ter como referência as diferenças culturais, a
públicos materiais e imateriais, e que estão fortemente
diversidade natural do destino Bahia, para o desen-
vinculadas aos valores e elementos que representam a
volvimento de novos projetos, roteiros turísticos,
identidade de cada região ou localidade da Bahia. Tanto os
publicidade e relações públicas;
elementos da gastronomia, da hospitalidade, do artesanato, das festas populares, quanto as demais
? Valorizar a realização de parcerias público-privadas,
expressões da identidade cultural local estão sendo
nacionais e internacionais, contribuindo para a melhoria
fortemente valorizados na promoção dos destinos
da qualidade dos processos de atendimento e da
turísticos internacionais. Essas características são a
realização das ações promocionais.
essência da imagem da Bahia, que tem no turismo uma das melhores oportunidades de fazer com que a sua
O Programa de Promoção Internacional do Destino Bahia
identidade cultural seja agregadora de valor aos produtos
está sendo desenvolvido em conformidade com o modelo
e serviços.
adotado pela EMBRATUR, onde o primeiro passo é o de harmonizar a estratégia da Bahiatursa aos compromissos
Os mercados prioritários para as ações promocionais
com o Plano Aquarela, priorizando as seguintes ações:
internacionais estão ajustados àqueles que representam os principais emissores de fluxo, segundo pesquisa FIPE
? Inovar nas técnicas de promoção, publicidade e relações
de 2008: EUA, França, Itália, Portugal, Alemanha,
públicas;
Espanha, Argentina, Inglaterra, Chile e Suíça. ? Atuar efetivamente para viabilizar o acesso internacional
Elemento importante nas decisões estratégicas de
ao destino Bahia;
promoção vincula-se à existência de ligações aéreas em ? Diversificar a oferta turística;
operação e aquelas outras que a Bahia necessita desenvolver através da captação de voos charters e
?Apoiar os eventos culturais e de outros segmentos de
regulares. A Bahia recebe (novembro de 2010) cerca de
interesse turístico;
trinta voos semanais regulares e outros charters, procedentes de diferentes mercados, como EUA, França,
?Inserir a identidade cultural nos projetos e ações
Alemanha, Argentina, Chile, Itália, Portugal e Espanha.
promocionais;
Nos períodos de alta estação – especialmente durante o ? Ampliar e disponibilizar as informações sobre o destino
verão – a quantidade de aeronaves se multiplica, com a
Bahia ;
chegada dos voos charters de temporada.
79
Estratégia Turística da Bahia O Terceiro Salto
Publicidade A comunicação de peças promocionais para uso profissional e a mídia destinada ao público final convergem em temas centrais cujos títulos “Viver Bahia”, “Bahia é muito mais!” e “Viaje pelo mundo chamado Bahia”, compõem os principais eixos de propaganda da Bahia. Faz também parte desta estratégia a ampliação dos serviços para trabalhar a comunicação de forma tridimensional, ou seja: interno-administrativo, institucional e mercadológico, integrando todos os
Site de Verão 2011
serviços de comunicação – Assessoria de Imprensa, Publicidade e Propaganda, Relações Públicas, Publicações, Pesquisas e Comunicação Digital - da SETUR e da Bahiatursa, dentro de diretrizes e políticas estabelecidas no Planejamento Estratégico de Comunicação. Porém, a proposta é que o eixo central da comunicação esteja na Comunicação Mediada por Computador e Internet.
Revista Viver Bahia
Anúncio de Revista
A SETUR e a Bahiatursa seguirão investindo em novos produtos de comunicação, como newsletters dirigidos a públicos específicos, publicações mais adequadas às necessidades de promoção da Bahia, elaboração da Revista Viver Bahia, totalmente redigida e editada pelo setor interno de Comunicação, além da manutenção do Portal de Turismo, o www.bahia.com.br, que tem como foco principal a oferta de informações diferenciadas, serviços online e interatividade com os públicos da área de turismo.
Newsletter Stock Car
80
Newsletter Verão 2010
Estratégia Turística da Bahia O Terceiro Salto
Comunicação Dirigida
Estudo da Deloitte indica a existência de 1,5 bilhão de usuários conectados na Internet, o que a consolida como
No que se refere à comunicação, a SETUR atua no apoio à
importante ferramenta de marketing. Web sites como
realização de eventos comemorativos, como o Dia da
TripAdvisor serão cada vez mais utilizados pelos
Baiana, Dia do Hoteleiro, Dia do Agente de Viagem,
consumidores e pelos ofertantes de produtos, estes com a
produzindo newsletters direcionadas a públicos
perspectiva também de usar as informações como
específicos, tanto interno quanto externo.
feedback para ajustes nos seus negócios. Ressalta ainda que redes como Facebook e Twitter crescerão cada vez mais como forma de pesquisa pré-viagem, pois um em cada cinco viajantes já se utiliza dessas formas de pesquisa antes da decisão de viajar.
Relacionamento com a imprensa Constitui-se em importante estratégia da divulgação do produto Bahia a publicação de matérias específicas que E-mail Marketing
apresentem as diversas alternativas oferecidas pela Bahia ao mercado. Com este objetivo, a SETUR e a Bahiatursa promovem a realização de press trips, visitas técnicas de jornalistas, que geram oportunidades de aproximação e conhecimento desses formadores de opinião, aos atrativos e serviços turísticos oferecidos pela Bahia. Os resultados dessas ações são avaliados a partir do aumento do número de matérias veiculadas sobre a Bahia,
Site Stock Car Bahia
do aumento das vendas de pacotes turísticos, consolidando assim a Bahiatursa ao seu papel de órgão
A Bahiatursa, nesta estratégia, atua ainda no planejamento
oficial de promoção do turismo do Estado.
e operacionalização das ações de receptivos especiais, desenvolvidos em resposta a demandas de apoio apresentadas por congressos e em eventos especiais realizados ou apoiados pela Bahiatursa. Folhetos, vídeos, campanhas publicitárias, voltados para eventos específicos e de forma coordenada com as operadoras locais, nacionais e internacionais, têm apresentado bons resultados e representam uma tendência estratégica a ser ampliada. Os novos produtos como a Stock Car e o Espicha Verão foram grandemente beneficiados com a veiculação simultânea de anúncios institucionais e com propaganda veiculada pelos promotores, patrocinadores ou interessados nos eventos.
Sala de Imprensa no Carnaval de Salvador
81
Estratégia Turística da Bahia O Terceiro Salto
PROGRAMAS TRANSVERSAIS AOS EIXOS ESTRATÉGICOS
partir da inclusão de um maior número de municípios no
Além dos programas e projetos tratados neste documento
A Bahiatursa, como interlocutora do PRT – Roteiros do
existem outros três programas que são transversais aos
Brasil, no âmbito estadual, busca consolidar sua posição
eixos apresentados nesta estratégia, e se traduzem em
como parceira institucional, através da articulação,
programas que tratam da Regionalização, da Gestão
implementação e execução dos módulos operacionais:
Participativa e do Turismo Sustentável.
Sensibilização, Mobilização, Institucionalização das
processo de desenvolvimento turístico da Bahia.
Instâncias de Governança Regionais, Elaboração de um
Programa de Regionalização
Plano Estratégico de Desenvolvimento, Implementação
Tem o objetivo de integrar territorialmente os produtos
do Plano Estratégico, Promoção e Comercialização dos
turísticos ofertados ao mercado, promovendo a sua
Produtos Turísticos, Roteirização Turística, Sistema de
integração e a participação das instâncias de governança
Informações Turísticas e Sistema de Monitoria e
do turismo nas decisões políticas e governamentais.
Avaliação do Programa, nas regiões turísticas do Estado.
Como mencionado, este programa envolve os três eixos
Programa de Gestão Participativa
da estratégia: Inovação, Qualificação dos Serviços/Destinos e Integração Econômica.
A proposta de gestão descentralizada contida no PNT 2007-2010 e reforçada no PNT 2011-2014 vem
Estes objetivos estão vinculados às necessidades de
fomentando a consolidação de uma rede de entidades e
conferir mais qualidade ao produto turístico; de
instituições, em todo o território nacional, envolvendo o
diversificar a oferta turística; de estruturar os destinos
poder público nas três esferas de governo, a iniciativa
turísticos; de ampliar e qualificar o mercado de trabalho;
privada e o terceiro setor.
de aumentar a inserção competitiva do produto Bahia, ampliando o seu consumo no mercado nacional e
Esse universo de agentes relacionados ao turismo tem
internacional; de aumentar a taxa de permanência e do
promovido a realização de diversos fóruns de discussão e
gasto médio do turista.
deliberação sobre a Política Nacional do Turismo e seus desdobramentos, nas diferentes escalas territoriais do
As atividades deste programa estão relacionadas à
país. Através do Conselho Nacional de Turismo, do Fórum
Sensibilização e Mobilização dos atores dessas Regiões
Nacional de Secretários e Dirigentes Estaduais de
Turísticas – Estudo de Competitividade dos Destinos
Turismo e dos Fóruns e Conselhos Estaduais de Turismo
Indutores, Roteirização Turística – Apoio na construção
nas 27 Unidades da Federação, representantes de
dos roteiros junto aos atores envolvidos, Oficinas de
diversas instituições brasileiras vêm participando desse
fortalecimento das instâncias de governança e reuniões
processo da gestão descentralizada.
dos Conselhos dos Polos, acompanhamento do Projeto SIGEOR e formatação do roteiro integrado de Turismo
Algumas questões relevantes que vão definir as ações
Étnico Bahia, Pernambuco e Alagoas. Esses são
deste programa na Bahia dizem respeito à necessidade do
exemplos de atividades que visam fortalecer o conceito
envolvimento das comunidades na proteção ambiental
de que o turismo, ocorrendo de forma estruturada nas
dos seus ativos naturais e de sua cultura, tangível e
regiões, vai ampliar o seu benefício socioeconômico, a
intangível.
82
Estratégia Turística da Bahia O Terceiro Salto
A proposta é a de fomentar a tomada local de decisões
periódicas e parcerias, onde são definidas as
relativas a esses temas, através de instituições
responsabilidades e identificado o papel a ser
estruturadas e capacitadas, que sejam representativas das
desempenhado por cada um dos participantes.
comunidades locais na área de influência, além da Fórum Estadual de Turismo da Bahia
participação de membros da comunidade que possam servir como defensores de questões de seu interesse.
Instância criada com o objetivo de descentralizar as ações
Trata-se da democratização de oportunidades e be-
definidas na Política Nacional de Turismo e ordenar as
nefícios e a configuração de um novo modelo de
demandas dos estados e municípios. Na Bahia, é
implantação de projetos, centrados em co-respon-
composto por membros indicados e eleitos do Poder
sabilidade, organização e participação comunitária,
Público Federal, Estadual e Municipal, Comunidade
aprofundando e valorizando a arquitetura institucional da
Científica, Setor Privado e Terceiro Setor, em um total de
gestão descentralizada do turismo, implantada pelo
80 titulares e 38 suplentes, o que indica uma forte
Governo Federal. O fortalecimento da gestão dos mu-
presença do setor do turismo.
nicípios turísticos do Estado é uma outra ação importante que se alinha tanto à regionalização como à interiorização, visto que um município, com a sua gestão fortalecida (nos âmbitos operacional, organizacional e de sustentabilidade), tem maior possibilidade de se articular junto aos parceiros governamentais e não-governamentais a favor do desenvolvimento do turismo sustentável local e na criação de roteiros competitivos. A SETUR vem coordenando trabalhos com vistas a implantar em municípios pilotos do Estado o Sistema de Gestão Municipal do Turismo, que prevê a implementação do Plano de Fortalecimento Municipal para a
O Fórum Estadual, presidido pelo Secretário de Turismo,
Gestão do Turismo e do Patrimônio Natural e Cultural –
constitui-se num poderoso instrumento de participação,
PMGT, que, por sua vez, está inserido nos procedimentos
acompanhamento e controle social das atividades
de execução do Prodetur/NE II.
governamentais no turismo, bem como instância de
O fortalecimento das Instâncias Regionais de Governança
validação e articulação do turismo da Bahia, comum às
do Turismo deve-se às ações de continuidade do MTur,
instâncias federais de governança na área. Os temas que
através do órgão oficial de Turismo – Bahiatursa como
vêm sendo discutidos versam sobre a articulação do
interlocutora do PRT no Estado. Hoje se percebe
turismo com os setores da segurança pública, combate à
amadurecimento e comprometimento dessas instâncias,
exploração sexual de crianças e adolescentes, turismo
no que tange às discussão e parcerias do setor público,
para a terceira idade, qualificação profissional e
privado e terceiro setor na execução das propostas e
empresarial, terceirização dos Centros de Convenções,
projetos para a sustentabilidade do turismo nas regiões.
dentre outros que necessitam de articulação
Outro fator de sucesso observado são as reuniões
interinstitucional para que possam promover o ganho de competitividade que a SETUR busca na sua estratégia.
83
Estratégia Turística da Bahia O Terceiro Salto
? Conselho de Turismo Lagos e Cânions do São Fran-
Conselhos dos Polos Turísticos
cisco. Outro importante espaço de discussão e exercício de um
Programa de Turismo Sustentável
modelo de gestão participativa se constitui nos Conselhos dos Polos Turísticos, onde a participação alia-
O terceiro programa transversal desta estratégia
se à co-responsabilidade entre a sociedade civil
representa a síntese daquilo que se busca alcançar, ou
organizada, trade turístico e governos federal, estadual e
seja, a criação e operacionalização de modelos
municipal. Estas estruturas de governança contam com a
diferenciados de desenvolvimento turístico, firmemente
participação média de 35 titulares e 25 suplentes em cada
embasados no conceito da sustentabilidade social,
Conselho, onde exercem atividades de planejamento,
econômica e ambiental.
deliberação e viabilização das ações que têm como foco o desenvolvimento do turismo sustentável nos municípios
Juntar aos clássicos predicados de preço, qualidade,
integrantes dessas regiões, inclusive apoiando e
marca e localização, a sustentabilidade entrará cada vez
acompanhando a execução das ações do Prodetur NE II.
mais forte como item para tomada de decisão na escolha do destino/produto. A percepção da marca tem sido mais
Os Conselhos e Câmaras que operam na Bahia são os
frequentemente influenciada pela experiência do que pe-
seguintes:
lo produto; entretanto, as marcas focadas no estilo de vida ? Conselho do Polo do Descobrimento (Câmara Técnica
e no selo verde são aquelas com tendência a serem cada
de Turismo Costa das Baleias e Câmera de Turismo da
vez mais percebidas pelo mercado.
Costa do Descobrimento) O turismo acontece em um determinado espaço ? Conselho do Polo Litoral Sul: (Câmara Técnica de
geográfico, o principal objetivo do consumo turístico.
Turismo Costa do Cacau e Câmara de Turismo da Costa do
Dentre esses espaços geográficos, os diferenciais
Dendê)
oferecidos pela natureza, costumes, cultura, arquitetura, gastronomia, hábitos, podem ter a capacidade de atrair
? Conselho do Polo Chapada Diamantina (Câmara
visitantes e com isso atender às necessidades dos turistas
Técnica do Circuito do Diamante)
para as regiões receptoras. Neste caso, é o consumidor que se desloca para o produto a ser consumido.
? Conselho do Polo de Turismo Salvador e Entorno (Câmara Técnica de Turismo Costa dos Coqueiros e
A proteção e a conservação ambiental, a valorização dos
Câmara de Turismo Baía de Todos-os-Santos)
costumes locais e o respeito às comunidade receptoras
? Câmara Técnica Turismo Vale do São Francisco
vão garantir a sustentabilidade da atividade, e, para que
? Conselho de Turismo Caminhos do Oeste (Câmara
participação do Estado como interlocutor e agente
Técnica de Turismo do Circuito Rio Corrente e Câmara
formador das estruturas de governança local que, em
Técnica de Turismo do Circuito do Rio Grande)
última instância, deverão ser assumidas e geridas pelas
esses objetivos sejam atendidos, é imprescindível a
comunidades locais, com a participação dos
? Conselho de Turismo Caminhos do Sertão
empreendedores e do terceiro setor, valorizando a prática do planejamento da atividade turística.
? Conselho de Turismo Caminhos do Jiquiriçá
84
Estratégia Turística da Bahia O Terceiro Salto
Desta forma, podem estar assegurados os benefícios da
Importante ainda ressaltar que essa participação contribui
atividade turística como agente contribuidor para a
para a melhoria da qualidade social, ambiental e
preservação da fauna e da flora, aperfeiçoando o processo
econômica dos projetos, que são fundamentais para o
de planejamento e o gerenciamento ambiental,
sucesso dos empreendimentos focados no turismo
incrementando novas fontes de renda e garantindo a
sustentável.
realização de atividade econômica, inclusive naquelas legalmente protegidas. Turistas e comunidades pouco conscientizadas, aliadas a uma frágil estrutura de governança, costumam ocasionar um subaproveitamento do potencial turístico, normalmente relacionado à baixa participação dos habitantes locais e à divulgação inadequada do destino. Na Bahia, essa interação entre turismo e meio ambiente está marcada pela contribuição da área de turismo à implantação de mais de dez Áreas de Proteção Ambiental em locais de interesse turístico, todas dispondo de zoneamento e plano de manejo. A participação efetiva e frequente dos seus representantes nos conselhos gestores dessas APAs facilita a compreensão dos projetos turísticos que são
APA, Seringueiras - Ituberá
apresentados para obtenção de anuência com outros conselheiros, informa e esclarece aos demais participantes a importância dos projetos turísticos na construção da economia sustentável. Também facilitam a relação empresarial para elaboração dos estudos de restrição ambiental, impacto ambiental, localização em áreas de proteção ambiental, dentre outras ações. Em 2009, a Secretaria de Turismo passou a participar do
APA do Pratigi
Conselho Estadual do Meio Ambiente – CEPRAM, o que
Pratigi
tem contribuído para agilizar o processo de licenciamento de empreendimentos turísticos com o acompanhamento realizado desde a entrada do pedido de licenciamento, no Instituto de Meio Ambiente, até a concessão das licenças. Além disso, o convívio com outros conselheiros tem contribuído para a quebra de preconceitos sobre a ação do turismo no meio ambiente e a sua sustentabilidade.
85
Estratégia Turística da Bahia O Terceiro Salto
PROGRAMAS ESPECIAIS
estrangeiros, que projetam uma receita turística para o Estado de cerca de R$ 1 bilhão, nos dois meses
Complementando este arcabouço da Estratégia Turística
analisados.
da Bahia para o período 2007-2016, definiu-se reservar um capítulo especial à realização no Brasil de dois
Nas questões referentes à atividade turística, a Secretaria
importantes megaeventos esportivos, a Copa do Mundo
de Turismo e a Bahiatursa estão trabalhando em quatro
FIFA 2014, antecipada pela Copa das Confederações em
vertentes: infraestrutura pública, investimentos privados,
2012, e os Jogos Olímpicos de 2016, ambos repre-
qualificação dos serviços turísticos e ações de marketing
sentando oportunidades que promoverão uma grande
e promoção.
visibilidade na mídia internacional ao país em seus Infraestrutura Pública
diversos aspectos, bem como uma oportunidade de se estruturar o seu potencial e produtos turístico-culturais
Para atender de forma mais eficaz a realização da Copa do
representados, sobretudo, pelas suas singularidades.
Mundo da FIFA Brasil 2014™ algumas intervenções em infraestrutura necessitam ser realizadas. Num primeiro
Outro aspecto importante resultante da realização desses
momento, essa vertente está priorizando as ações de
eventos é a melhoria da infraestrutura pública, prin-
implantação de infraestrutura turística em Salvador e em
cipalmente nos temas relacionados a transportes
toda a extensão da zona turística da Baía de Todos-os-
públicos e mobilidade urbana, na implantação de novas
Santos e Costa dos Coqueiros, em função da proximidade
arenas esportivas e na ampliação da oferta de
desses destinos com a capital baiana, uma das sedes da
equipamentos privados voltados para hospedagem, lazer
Copa.
e entretenimento. Desta forma, os ganhos para a atividade turística se constituirão numa fantástica oportunidade de
Podem-se citar como exemplos de intervenções que
promoção internacional, mas também em um valioso
devem ser priorizadas: a conclusão das obras de
legado pela realização desses eventos no Brasil.
requalificação da Feira de São Joaquim, ampliação das ações de revitalização do Centro Histórico de Salvador e a
Copa do Mundo da FIFA Brasil 2014
urbanização da praça e da área de entorno da Basílica do As ações previstas no âmbito do Estado da Bahia para a
N.S. do Bonfim.
sua preparação como uma das sedes da Copa do Mundo Como reforço ao desenvolvimento do turismo, a SETUR,
da FIFA Brasil 2014™vinculam-se a uma Secretaria
através do Programa Prodetur Nacional, promove no
Especial que, em articulação com os diversos órgãos dos
período 2011-2014 a implementação das ações previstas
governos municipal, estadual e federal, assume o
no recém-elaborado Planejamento Estratégico de Tu-
planejamento e coordenação das atividades necessárias à
rismo Náutico na Baía de Todos-os-Santos, além de
sua realização.
outras intervenções em infraestrutura. Estas infraestruSegundo projeções da SETUR, com base nos
turas, além de atenderem às necessidades da Copa do
prognósticos do MTur e FIPE para a Copa do Mundo 2014,
Mundo 2014, se constituirão em ações com potencial de
a capital baiana deverá receber nos meses de junho e
desencadear a atração de novos inves-timentos privados
julho de 2014 um fluxo de aproximadamente 800 mil
e melhoria de qualidade de vida para as populações
turistas, distribuídos em 80% nacionais e 20%
locais.
86
Estratégia Turística da Bahia O Terceiro Salto
- Nova Arena da Fonte Nova
com assentos cobertos, 45 mil cadeiras regulares, 93 camarotes, restaurante panorâmico com vista para o
Referência especial faz-se à construção da nova Fonte
estádio e para o Dique do Tororó, com 1.275 m² e 1.971
Nova, principal palco da Copa 2014 na cidade de
vagas de estacionamento. Sua estrutura abrigará também
Salvador, com previsão de conclusão das obras para
o Museu do Futebol, Fun Shop, Business Lounge, sala de
dezembro de 2012, com condições de atender à Copa das
imprensa, 31 quiosques, 11 elevadores e 58 sanitários.
Confederações, prevista para 2013. - Estruturas de Transporte Salvador foi a primeira das cidades-sede a lançar o edital de licitação, em 15 de outubro de 2009, e anunciado em
Neste segmento, o Estado da Bahia está programando a
dezembro do mesmo ano um consórcio de empresas
realização das ações a seguir discriminadas que se
privadas como ganhador da licitação, a quem cabe
constituirão em melhorias nos aspectos relacionados à
também administrar a Nova Fonte Nova, em regime de
mobilidade dos turistas e da população local.
concessão, no modelo Parceria Público-Privada (PPP), - Ampliação do Terminal de Passageiros e implantação da
por 35 anos. A estimativa de investimentos é de R$ 600
segunda pista do Aeroporto Internacional de Salvador;
milhões, sendo que R$ 400 milhões serão tomados pelo Estado junto ao BNDES, e os recursos complementares
- Dragagem nos terminais adjacentes aos armazéns 1,2 e
serão captados de outras instituições empresariais e do
3 do Porto de Salvador para possibilitar ampliar a ca-
próprio consórcio.
pacidade de ancoragem de transatlânticos;
A capacidade do estádio para a Copa será de 50.433
- Articulação das estações do Metrô com as áreas
lugares, onde o setor VIP tem 880 assentos, os camarotes
hoteleiras e praças de esporte, através de ônibus e vans;
têm 1.127 assentos e a imprensa ocupará 3.950 cadeiras (durante a Copa do Mundo), assim a capacidade,
- Ampliação das marinas e outras estruturas de apoio à
descontando-se VIP e imprensa, é de 44.476 lugares,
atividade náutica;
onde 3.157 são assentos de hospitalidade. - Implantação em Salvador de uma Base de Charters O projeto arquitetônico da Fonte Nova preservará o
Marítimos;
formato de ferradura, em três níveis de arquibancadas - Extensão da duplicação da Linha Verde (Estrada BA-001 de ligação de Salvador com a Costa dos Coqueiros) da Praia do Forte até o município de Esplanada; - Articulação com a iniciativa privada para a garantia de transporte rodoviário intermunicipal de qualidade ligando Aeroporto / Costa dos Coqueiros / Centro de Salvador / Municípios do Recôncavo; - Articular com órgãos das prefeituras de Salvador e das cidades do entorno da capital para fortalecer a Foto: Nova Fonte Nova, investimento estimado em R$ 591 milhões.
fiscalização de serviços de transporte;
87
Estratégia Turística da Bahia O Terceiro Salto
- Implantar os trechos rodoviários que vão permitir a
nos equipamentos existentes e não na construção de
complementação da via de contorno da Baía de Todos-os-
novas unidades, haja vista a oferta ser em número
Santos, como alternativa ao sistema ferry-boat existente
suficiente para atender à demanda gerada pela Copa do
para acesso à Ilha de Itaparica, região do Recôncavo e a
Mundo da FIFA Brasil 2014™, entretanto é necessário
Costa do Dendê.
acelerar essas ações de retrofit dos meios de hospedagem, sobretudo daqueles localizados em
- Melhoria dos sistemas de sinalização turística e de
Salvador, em operação a mais tempo quando
estradas para Salvador e cidades do entorno.
comparados aos equipamentos da Costa dos Coqueiros, por exemplo.
Investimentos Privados
- Equipamentos de Lazer e Entretenimento
Nessa vertente, a SETUR está atuando em dois nichos: na atração de empreendimentos privados qualificados para o
A cidade de Salvador e os destinos localizados na Costa
Estado e no apoio e articulação junto aos órgãos
dos Coqueiros e Baía de Todos-os-Santos serão objeto de
financiadores para abertura de linhas especiais para
ações focadas na ampliação da oferta de equipamentos
ampliação e requalificação dos empreendimentos já
de lazer e entretenimento, visando oferecer alternativas a
implantados. Estas ações visam requalificar a oferta
vários segmentos de público. Isso propicia o aumento da
existente e ampliar com novos produtos a serem
receita através de maior permanência do turista.
oferecidos ao público visitante durante o período da Copa, posicionando assim o destino como previsto nos
Durante a realização dos jogos da Copa do Mundo da FIFA
eixos estratégicos da Inovação e Qualificação.
Brasil 2014™ serão implantados dez “Fan Parks”, sendo cinco em Salvador (Aeroclube Plaza Show, Praça Castro
- Infraestrutura Hoteleira
Alves, Bairro das Cajazeiras, Península de Itapagipe e Periperi) e cinco em localidades turísticas do Estado
A cidade de Salvador dispõe de 408 meios de
(Praia do Forte, Porto Seguro, Ilhéus/Itacaré, Morro de
hospedagem, 15.215 quartos e 34.792 leitos, segundo
São Paulo e Lençóis). A criação da Cidade da Música
levantamento da Bahiatursa em março de 2008. Nas
também propiciará a expansão da oferta de eventos neste
cidades ao longo da Costa dos Coqueiros, devido à
segmento e compõe importante ação desta estratégia
proximidade com a capital, acrescentam-se mais 15 mil
turística, constituindo-se em mais um fun park.
leitos que poderão ser utilizados para hospedagem durante a Copa do Mundo. Ademais se registra a existência de 12 mil leitos em projeto ou construção até 2014. No geral, portanto, a oferta de leitos poderá alcançar um total de 61.792 unidades para 2014. Ressalte-se ainda a existência de mais 26 mil apartamentos hoteleiros em planejamento, que, parte deles, poderá estar concluída antes da Copa se os investimentos forem concretizados. A visão do setor hoteleiro é a de trabalhar em ações voltadas a melhorias
Praça Castro Alves
88
Estratégia Turística da Bahia O Terceiro Salto
Qualificação dos Serviços Turísticos
Ações de Marketing e Promoção
Para que os investimentos realizados em função da Copa
O foco inicial dessas ações está dirigido aos principais
2014 tenham o máximo de retorno, é preciso assegurar
mercados nacionais e internacionais emissores de turistas
que os milhões de turistas que vêm ao Brasil transformem-
para a Bahia, que tenham voo direto para o mercado sul-
se em multiplicadores das experiências positivas
americano, em função da proximidade, e em especial para
vivenciadas. A busca permanente pela excelência em
os países que mantêm laços culturais com a Bahia, como é
serviços é, portanto, o grande desafio para a Copa de 2014.
o caso de Portugal e Espanha, cuja população de
O Ministério do Turismo vem realizando programas como o
descendentes de imigrantes é significativa. Quando
“Bem Receber Copa”, que tem como objetivo capacitar o
ficarem definidos os países que participarão da Copa do
setor de turismo para atingir padrões internacionais de
Mundo da FIFA Brasil 2014™, as ações de marketing e
qualidade nos serviços turísticos, focando em pessoas,
promoção também serão direcionadas a esses mercados,
empresas e destinos; e o “Olá!Turista”, este oferecendo
inclusive ampliando a realização de “presstrips” e
gratuitamente cursos de inglês e espanhol pela Internet.
“famtours” para jornalistas especializados em turismo e esportes, além das operadoras dos países participantes da
Por sua vez, a SETUR, em consonância com as ações do
Copa.
Ministério do Turismo e com as exigências da FIFA para a Copa de 2014, vem desenvolvendo e criando Projetos/Programas que visam garantir que o Estado da Bahia estará eficientemente preparado para sediar este megaevento. Um desses Programas é o “Boas-Vindas Copa do Mundo FIFA Brasil 2014”, que além de qualificar os profissionais de turismo em línguas estrangeiras, com foco introdutório sobre a Copa do Mundo, sua organização e seu legado para o Brasil, tem ainda um conteúdo que permite que profissionais como garçons, cozinheiros, recepcionistas, camareiras, caixas e artesãos adquiram conhecimento, numa carga horária de 200 horas, sobre
Na área nacional, a ação de capacitação dos agentes de
Qualidade no Atendimento, Ética Profissional, Equidade,
viagem do destino Bahia será utilizada de forma mais
Turismo Sustentável, conhecimentos específicos de cada
intensa no período pré-Copa. A Bahiatursa realizará
área, conhecimentos complementares básicos como
periodicamente o workshop Ponto de Encontro Bahia, com
Inglês e Informática. A meta é qualificar 4.300
a participação do público especializado, onde serão
profissionais.
disponibilizados aos agentes e operadores de diversas cidades do país informações qualificadas sobre acessos,
Em paralelo à Qualificação Profissional, o Estado
atrativos turísticos, meios de hospedagens, etc.
desenvolve o Programa de Qualificação Empresarial, com a expectativa de atender 660 micros, pequenas e médias
Na área internacional, a estratégia de capacitação e
empresas, dotando-as de novas ferramentas gerenciais
promoção do destino é o Festival Gastronômico, já
que contribuirão para a sua maior integração econômica
utilizada com sucesso e que será intensificada para a Copa
com a atividade turística.
2014.
89
Estratégia Turística da Bahia O Terceiro Salto
Essa atividade é realizada em parceira com o trade local
? Interiorização das Ações de Turismo - Fortalecer as
de cada país, onde o evento será realizado, onde o agente
ações de interiorização em função dos principais
e o operador têm a oportunidade, em um ambiente
mercados emissores e aqueles que só serão conhecidos
descontraído, de conhecer mais sobre o destino,
quando os países participantes da Copa estiverem
degustando da sua culinária, vivenciando elementos da
definidos. Essa ação terá como objetivo investir no
cultura e recebendo informações qualificadas sobre a
aumento da permanência do turista no Estado, oferecendo
Bahia.
ainda opções de roteiros adequados ao perfil dos visitantes que estarão distribuídos nas diversas cidades-
Em especial para a Copa de 2014, a Bahiatursa criou,
sede da Copa no país, atraindo-os em roteiros de visita à
juntamente com o Rio de Janeiro e Amazonas, o Roteiro
Bahia.
Integrado Rio/Bahia/Amazonas, que proporciona uma facilidade extra ao mercado internacional, ofertando três
? Requalificação do Centro Histórico de Salvador –
aspectos peculiares e distintos do destino Brasil. É o
Através da valorização dos monumentos, intervenções
primeiro roteiro integrado para a Copa 2014, onde serão
públicas em infraestrutura e incentivo ao setor privado
criados pacotes especiais contemplando esses três
para novos investimentos que possam gerar interesse de
estados.
visitação, oferta de serviços de transporte turístico específico, estabelecimento de circuitos turísticos
Considerando que entre um jogo e outro da Copa de 2014
culturais e históricos integrados às principais
disponibiliza-se em média cinco dias de intervalo para
concentrações hoteleiras e facilidades oferecidas aos
uma mesma seleção, outros dois roteiros importantes
visitantes dos cruzeiros marítimos que estarão em maior
estão sendo estruturados: o Bahia Regional, com outros
número, durante a Copa, visitando os pontos turísticos da
estados do Nordeste, articulado com a CTI Nordeste, e o
região.
Roteiro Bahia, que incentivará os turistas a circularem
XXXI Jogos Olímpicos – Rio 2016
pelos destinos baianos, desfrutando dos seus atrativos. Para esse último torna-se necessário uma reformulação
Como continuidade à realização da Copa 2014, as ações
da abrangência da malha aérea regional.
que estão previstas na estratégia focada naquele evento O material promocional específico para a Copa 2014 será
serão também replicadas, em muitos aspectos, para atrair
elaborado em consonância com as definições dos
turistas internacionais que demandarão a cidade do Rio de
segmentos e mercados a serem trabalhados, conhecidos
Janeiro, sede dos Jogos Olímpicos no ano de 2016.
a partir dos sorteios dos países e suas respectivas subsedes. Além das quatro vertentes acima discriminadas (Investimentos Públicos, Investimentos Privados, Qualificação dos Serviços Turísticos e Ações de Marketing e Promoção), duas outras ações pontuais serão objeto de intervenção da SETUR, de forma direta e articulada com outros órgãos de Governo, com vistas à realização da Copa do Mundo da FIFA Brasil 2014™:
90
Estratégia Turística da Bahia O Terceiro Salto
Os Jogos Olímpicos de 2016, segundo previsão do
de a Bahia ser o berço desta hoje internacional prática
Ministério do Turismo, deverão promover a entrada de um
desportiva.
número de turistas estrangeiros no Brasil em 10% a 15% A Bahia foi escolhida uma das quatro sub-sedes para
superior ao do ano anterior, 2015, o que transforma este
receber os torneios de futebol, dividindo a respon-
evento numa oportunidade para a Bahia aumentar o seu
sabilidade para os jogos feminino e masculino com as
fluxo internacional a partir de uma estratégia de
cidades de Belo Horizonte, Brasília e São Paulo, além do
marketing, promoção e comercialização, associada ao
Rio Janeiro, que abrigará a decisão do ouro olímpico nas
destino Rio de Janeiro, cidade-sede das Olimpíadas.
modalidades. Nos aspectos referentes ao marketing e à publicidade da O cumprimento das exigências do Comitê Olímpico
Bahia, entende-se que a utilização da mídia digital será,
Internacional (COI) foi dado com a aprovação da Lei
de forma mais intensa, importante ferramenta para a Bahia
11.472, pela Assembleia Legislativa do Estado,
promover os seus destinos. Por conseguinte, estruturar e
garantindo itens relacionados às demandas do COI, como
alimentar constantemente os seus portais na Internet com
a proteção da marca das Olimpíadas a ser comercializada
conteúdos adequados aos interesses da demanda gerada
durante o evento e a adequação da cidade ao fluxo de
pelos jogos olímpicos, sobretudo enfatizando aspectos
veículos e pessoas.
peculiares da cultura baiana, associada, quando possível, a eventos de caráter esportivo, será uma ação estratégica
Entre as condições que fundamentaram a escolha de
a ser perseguida nos períodos que antecedem a realização
Salvador pelo Comitê Olímpico Brasileiro, está a
dos jogos. Neste aspecto, a capoeira surge como um
infraestrutura a ser herdada com a Copa de 2014 e a
importante elemento de atração, exatamente pelo fato de
possibilidade de abrigar a Copa das Confederações em
associar estas duas externalidades - esporte e cultura, e
2013.
91
Estratégia Turística da Bahia O Terceiro Salto
CONCLUSÃO
• Criar uma política de incentivo ao empreendedorismo para o pequeno e médio investidor na área de turismo,
O cumprimento desta Estratégia Turística da Bahia, segundo
fortalecendo a sua integração econômica;
quadriênio do Terceiro Salto do Turismo da Bahia, está condicionado à concretização da transversalidade que
• Trabalhar na criação de Arranjos Produtivos Locais que
percorre os diversos segmentos institucionais do Governo
permitam a integração dos grandes parques hoteleiros com
do Estado. Necessário reconhecer o turismo como um vetor
a economia da região na qual estão localizados;
econômico capaz de gerar emprego e renda numa • Implantar novos equipamentos turísticos e qualificar os
velocidade maior e com custos menores que muitas outras
existentes visando atrair novos visitantes e mantê-los por
atividades. Para isso, no entanto, é indispensável a
mais tempo na Bahia, reduzindo ao mínimo os efeitos
articulação interinstitucional acima referida.
negativos da sazonalidade; Internamente e com o objetivo de fortalecer as ações • Articular as diretrizes e políticas públicas relacionadas a
institucionais, está em curso um plano de revisão estrutural-
alguns segmentos turísticos, a exemplo do turismo náutico,
administrativo da Secretaria de Turismo e da Bahiatursa,
rural, étnico e cultural;
visando à agilidade necessária desses organismos para atender aos requisitos que irão consolidar a Bahia na visão
• Investir em programas de capacitação de mão de obra,
de tornar-se o primeiro destino turístico de lazer do país.
ampliando as oportunidades de emprego e garantindo a
Essa reestruturação deverá, também, atender às novas
qualidade dos serviços ofertados;
responsabilidades ligadas à regulação e fiscalização do setor definidos pela Lei Geral do Turismo, sancionada pela
• Fomentar a estruturação e capacitação da gestão pública
Presidência da República, em 2009. Com objetivos e metas
dos municípios turísticos;
estabelecidas no plano de ação do turismo, a SETUR tem • Criar ou fortalecer as instâncias colegiadas executivas nas
como prioridades para o período 2011-2016 a solidificação
regiões turísticas para permitir a maximização dos
da atividade turística na matriz econômica do Estado,
resultados dos programas e investimentos turísticos,
materializado a partir das suas políticas públicas e de um
incentivando ações consorciadas;
importante marco regulatório pela aprovação da Lei Estadual de Turismo, em fase de discussão com o trade e organismos
• Melhorar a acessibilidade e mobilidade de pessoas com
interessados nessa atividade.
deficiência e da Terceira Idade;
Abrangendo os grandes temas a serem trabalhados de forma
• Inserir o turismo na matriz curricular das escolas públicas.
a atender aos interesses da atividade turística, esta Estratégia Outras questões relevantes relacionam-se a temas
destacaria os seguintes:
ambientais e de preservação do patrimônio cultural baiano • Melhorar a qualidade da Segurança Pública nos destinos
quanto à necessidade do envolvimento das comunidades
turísticos;
receptoras para fomentar a tomada local de decisões nesses temas, ou seja, liderança e participação de membros da
• Melhorar as infraestruturas rodoviária, aeroportuária e
comunidade que possam servir como defensores de
hidroviária que dificultam ações de interiorização e a
questões de seu interesse.
integração dos municípios;
92
Estratégia Turística da Bahia O Terceiro Salto
Por fim, mas não menos importante, é a democratização
uma maior visibilidade para a Bahia no mercado
de oportunidades e benefícios através da configuração de
internacional.
modelos de governança para implantação de projetos • Numa perspectiva de médio e longo prazo, dar atenção
centrados em co-responsabilidade, organização e
especial a novos mercados emissores, como o
participação empresarial e comunitária, aprofundando e
escandinavo e o chinês.
valorizando a arquitetura institucional da gestão descentralizada do turismo, implantada pelo Governo Federal. As perspectivas decorrentes desta nova estratégia podem ser assim resumidas: • O fortalecimento dos novos destinos baianos a partir da descentralização territorial do turismo, propiciando o desenvolvimento socioeconômico de regiões deprimidas economicamente; • A estruturação do turismo náutico diversificando a oferta turística existente, inovando na oferta de produtos e alavancando novos investimentos; • A consolidação do destino turístico Bahia no mercado internacional tradicional: Europa, EUA, Argentina ,Chile e a abertura de novos mercados internacionais, principalmente os emissores sul-americanos, a exemplo da Colômbia, Venezuela, Peru e Equador; • O incremento no uso das redes sociais, mídia e comunicação digital na promoção do destino Bahia; • A atração qualificada de novos investimentos e melhoria dos equipamentos turísticos existentes; • O incremento do número de voos para os destinos baianos, sobretudo Salvador, Porto Seguro, Ilhéus e Lençóis, principais portões de entrada aérea no Estado; • A transformação da Copa do Mundo da FIFA Brasil 2014™ e os XXXI Jogos Olímpicos - Rio 2016 em oportunidades de viabilizar a melhoria da qualidade da infraestrutura e serviços do turismo baiano, assegurando
93
Estratégia Turística da Bahia O Terceiro Salto
REFERÊNCIAS - Plano Nacional do Turismo 2011-2014; MTur, 2010 - Caracterização e Dimensionamento do Turismo Receptivo na Bahia – FIPE, 2009 - Anuário Estatístico do Turismo, Ministério do Turismo, 2010 - Plano Estratégico do Turismo Náutico na Baía de Todos-os-Santos, SETUR, 2010 - Relatório Deloitte Hospitality 2015 (www.deloitte.co.uk/hospitality2015) - PORTER, Michael. Vantagem Competitiva: criando e sustentando um desempenho superior. Rio de Janeiro: Campus, 1991. - Sites: www.travelodge.co.uk ; www.channels.nl ; www.worldsitehotels.com .
95
Estratégia Turística da Bahia O Terceiro Salto
APÊNDICE Lista das Regiões Turísticas do Estado da Bahia e seus respectivos Municípios 2010
Regiões
Baía de Todos-os-Santos
Chapada Diamantina
Municípios
1. Aratuípe 2. Cachoeira 3. Candeias 4. Itaparica 5. Jaguaripe 6. Madre de Deus 7. Maragojipe 8. Muniz Ferreira 9. Muritiba 10. Nazaré 11. Salinas da Margarida 12. Salvador 13. Santo Amaro 14. São Félix 15. São Francisco do Conde 16. Saubara 17. Vera Cruz
Circuito da Chapada Norte 1. Andorinha 2. Bonito 3. Caém 4. Campo Formoso 5. Jacobina 6. Jaguarari 7. Miguel Calmon 8. Morro do Chapéu 9. Ourolândia 10. Pindubaçu 11. Piritiba 12. Saúde 13. Senhor do Bonfim 14. Utinga 15. Wagner
96
Estratégia Turística da Bahia O Terceiro Salto
Regiões
Chapada Diamantina
Municípios
Circuito do Diamante 1. Andaraí 2. Ibicoara 3. Iraquara 4. Itaetê 5. Lençóis 6. Mucugê 7. Nova Redenção 8. Palmeiras 9. Seabra Circuito do Ouro 1. Abaíra 2. Érico Cardoso 3. Iramaia 4. Jussiape 5. Livramento de N. Senhora 6. Paramirim 7. Piatã 8. Rio de Contas 9. Rio do Pires 10. Souto Soares Chapada Velha 1. Barra do Mendes 2. Brotas de Macaúbas 3. Central 4. Gentio do Ouro 5. Ipupiara 6. Xique-Xique
Costa das Baleias
1. Alcobaça 2. Caravelas 3. Itamaraju 4. Mucuri 5. Nova Viçosa 6. Prado 7. Teixeira de Freitas
Costa do Cacau
1. Canavieiras 2. Ilhéus 3. Itabuna 4. Itacaré 5. Pau Brasil 6. Santa Luzia 7. Una 8. Uruçuca
97
Estratégia Turística da Bahia O Terceiro Salto
Regiões
Costa dos Coqueiros
Costa do Dendê
Costa do Descobrimento
Caminhos do Jiquiriçá
Municípios 1. Camaçari 2. Conde 3. Entre Rios 4. Esplanada 5. Itanagra 6. Jandaíra 7. Lauro de Freitas 8. Mata de São João 1. Cairu 2. Camamu 3. Igrapiúna 4. Ituberá 5. Maraú 6. Nilo Peçanha 7. Presidente Tancredo Neves 8. Taperoá 9. Valença 1. Belmonte 2. Eunápolis 3. Itabela 4. Porto Seguro 5. Santa Cruz Cabrália Circuito do Vale do Jiquiriçá 1. Amargosa 2. Cravolândia 3. Elísio Medrado 4. Itiruçu 5. Jiquiriçá 6. Laje 7. Milagres 8. Mutuípe; 9. Santa Inês; 10. São Miguel das Matas 11. Ubaíra Circuito Recôncavo Sul 1. Castro Alves 2. Conceição do Almeida 3. Cruz das Almas 4. Dom Macedo Costa 5. Itatim 6. Santa Terezinha 7. Santo Antônio de Jesus 8. São Felipe 9. Varzedo
98
Estratégia Turística da Bahia O Terceiro Salto
Regiões
Caminhos do Oeste
Caminhos do Sertão
Lagos e Canyons do São Francisco
Municípios Circuito do Rio Grande 1. Barra 2. Barreiras 3. Formosa do Rio Preto 4. Luis Eduardo Magalhães 5. Riachão das Neves 6. Santa Rita de Cássia 7. São Desidério Circuito do Rio Corrente 1. Bom Jesus da Lapa 2. Correntina 3. Ibotirama 4. Santana 5. Santa Maria da Vitória 6. São Félix do Coribe 1. Araci 2. Banzaê 3. Candeal 4. Canudos 5. Cipó 6. Euclides da Cunha 7. Feira de Santana 8. Itapicuru 9. Monte Santo 10. Nova Soure 11. Ribeira do Pombal 12. Serrinha 13. Teofilândia 14. Tucano 15. Uauá 1. Abaré 2. Glória 3. Paulo Afonso 4. Rodelas 5. Santa Brígida
Vale do São Francisco
1. Casa Nova 2. Curaçá 3. Juazeiro 4. Remanso 5. Sobradinho
Caminhos do Sudoeste
1. Iguaí 2. Vitória da Conquista
99
Livro editado pela Secretaria de Turismo do Estado Tiragem: 1.000 exemplares ImpressĂŁo e acabamento: GrĂĄfica Qualigraf Salvador, janeiro de 2011
Sistema Integrado de Informações Turísticas Disk Bahia Turismo: (71) 3103 3103 www.bahia.com.br www.turismo.ba.gov.br