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PELO PAÍS: Gil, 'imortal' da ABL
GIL É ELETIO 'IMORTAL' DA ABL
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Cantor e compositor é o terceiro nome oriundoda música a ocupar uma vaga na instituição
do_ Rio foto_ Irakerly
O cantor, compositor, instrumentista — e poeta — Gilberto Gil foi eleito em 11 de novembro para a Academia Brasileira de Letras (ABL). Poucos dias depois da escolha da atriz Fernanda Montenegro para outra das vagas abertas, a instituição deu ao baiano radicado no Rio de Janeiro a cadeira que pertenceu ao jornalista Murilo Melo Filho, morto ano passado, e que tem como patrono Joaquim Manoel de Macedo.
A disputa foi entre Gil e o poeta e compositor maranhense Salgado Maranhão, ambos associados à UBC, com 21 votos para um dos mais conhecidos artistas da música brasileira em todo o mundo, Prêmio UBC 2017, e 7 para o criador de grandes obras, como “Diamante Bruto” (sucesso na voz de Alcione) e “A Flor da Magia” (cantada por Elba Ramalho), entre dezenas de outras. Também concorrendo, o escritor e crítico Ricardo Daunt não teve votos.
Representantes de movimentos pela igualdade racial no país celebraram a decisão final entre dois negros, Gil e Maranhão; atualmente, entre todos os 36 membros da ABL (as quatro cadeiras restantes estão vagas), o único não branco é o professor e pesquisador Domício Proença Filho — que, entre 2015 e 2016, foi presidente da instituição, o primeiro afro-descendente desde o seu fundador Machado de Assis a ocupar o cargo.
ACADEMIA POP
Nos últimos anos, a ABL tem experimentado uma tímida porém consistente guinada para o pop, com a eleição de pensadores e criadores oriundos de universos criativos cada vez mais diversos. Geraldo Carneiro foi o primeiro compositor (em 2016), seguido pelo associado Antonio Cicero (em 2017). Cacá Diegues (cinema) e Fernanda Montenegro (artes cênicas) são outros exemplos de “imortais” de fora dos tradicionais eixos da Academia: literatura, filosofia, história, direito, jornalismo, economia e crítica de arte.
Na época da sua eleição, Antonio Cicero resumiu assim a relação entre música e literatura: “A primeira poesia que se conhece, a da Grécia clássica, era musicada. A própria expressão ‘lírica’ vem, é claro, de ‘lira’. Os primeiros poetas não escreviam seus poemas; eles os cantavam. Isso volta a ser reconhecido.”
LEIA MAIS A repercussão da eleição de Gil ubc.vc/2ZhWBoU