Ufpbemrevista 08

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UFPB

Ano 1I . NĂşmero 8 - Agosto 2014

Pesquisa em carcinicultura pode tornar UFPB referĂŞncia no Nordeste


Administração Reitora: Margareth De Fátima Formiga Melo Diniz Vice-Reitor:

Sumário 4 • Processo de elaboração do novo Estatuto da Instituição é iniciado

Eduardo Ramalho Rabenhorst Pró-Reitoria de Administração (PRA): Zelma Glebya Pró-Reitoria de Assistência e Promoção ao Estudante (PRAPE): Thompson de Oliveira Pró-Reitoria de Extensão e Assuntos Comunitários (PRAC): Orlando Vilar Pró-Reitoria de Gestão de Pessoas (PROGEP): Francisco Ramalho Pró-Reitoria de Graduação (PRG):

6 • Sods organiza arquivos antigos da Instituição 7 • Pesquisa do professor Juan Cortez recebe prêmio de Excelência e Qualidade Brasil 8 • CARCINICULTURA - Pesquisador estuda estágios de crescimento dos camarões 11 • Greve dos Servidores atrasa cadastramento de Residência e Restaurante Universitários 12 • CAVN comemora 90 anos 14 • CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS Unidade de Produção de Álcool e Cachaça está abandonado há cerca de 10 anos 17 • Arroz Vermelho - Cereal é destaque em pesquisa

Ariane Sá Pró-Reitoria de Planejamento (PROPLAN): Marcelo Sobral Pró-Reitoria de Pós Graduação (PRPG): Isac de Medeiros Prefeitura Universitária (PU):

18 • EXTENSÃO - “UFPB na Sua Escola” aproxima estudantes do ensino médio do conhecimento universitário 20 • Pesquisa avalia bicicleta como meio de transporte no campus 22 • RESTAURANTE UNIVERSITÁRIO - Reforma empreendida não afeta atendimento aos estudantes

Sérgio Alonso Superintêndencia de

24 • INSTALAÇÕES - Cuidados e prevenção minimizam problemas com as chuvas

Tecnologia da Informação (STI): Pedro Jácome

26 • Instituição mantém liderança nacional no PROEXT 2015

Equipe UFPB em Revista

Derval Golzio Editor

Luan Matias Redator/Estagiário

Peter Shelton Redator/Estagiário

FOTO CAPA Luan Matias CONTATO ufpbemrevista@gmail.com facebook.com/ufpbemrevista UFPB em revista está vinculada a Assessoria de Comunicação da Universidade Federal da Paraíba.

Wallyson Costa Redator/Estagiário

Romulo Jefferson Redator/Estagiário

Thales Lima Projeto Gráfico e Diagramação

João Pessoa - PB Agosto - 2014


Editorial Se alguém procurar a definição de ‘estatuinte’ no dicionário Aurélio, Houaiss ou Michaelis não vai encontrar. No Dicionário Informal, estatuinte é “aquilo que que leva a pessoa responsável por gerir uma instituição a governar de forma democrática”. Estatuinte é um processo de (re) elaboração do Estatuto de uma instituição. Ou seja, o processo estatuinte é para reformar ou elaborar um novo estatuto. Todos concordam que o Estatuto da Universidade Federal da Paraíba está bastante defasado e precisa ser atualizado. No entanto, apesar de ser uma demanda histórica, seguidos Reitorados não aceitaram o desafio. O tema sempre fez parte da carta programa de candidatos, mas depois da eleição ficava no esquecimento. Não é esse o caso da atual gestão. No início de 2013, a Reitora Margareth Diniz nomeou uma Comissão de Estudos, sob a presidência da Professora Ana Montoia (DCS), e em junho de 2014 foi nomeada uma Comissão Executiva, sob a presidência do Professor Gustavo Tavares da Silva (DH), para elaborar uma proposta de texto inicial e uma metodologia. A missão da Comissão Executiva é sistematizar as demandas da comunidade universitária de acordo com os princípios da nova administração pública. Para auxiliar o processo, a Comissão criou uma página no sítio da UFPB (www.ufpb.br/estatuto) para estabelecer uma comunicação aberta com a comunidade universitária. No processo de construção da metodologia, duas estratégias foram cogitadas. A primeira, uma estatuinte baseada no modelo tradicional de representação que elege delegados dentro de uma estrutura piramidal baseada em regras de proporcionalidade. Nesse modelo, a ideia consiste em criar um espaço de participação ‘exclusivo’ dos ‘delegados estatuintes’. No entanto, a representação ‘delegativa’ apresenta alguns problemas. Trata-se de um modelo cuja ‘matemática social’, com seus esquemas de proporcionalidade, não assegura o melhor resultado. O fato de ser ‘exclusiva’, numa instituição como a UFPB, já tem um problema conceitual no seu nascedouro. A estratégia adotada pela Reitoria é mais ‘inclusiva’ e respeita o empoderamento dos atores que compõem a instituição. O objetivo é incluir o maior número de pessoas no processo e tratar todos (professores, técnicos administrativos e estudantes) como iguais, como representantes da instituição. O modelo é descentralizado, participativo e respeita a autonomia dos Centros e setores que podem decidir sobre a organização. Algumas inquietações sobre o processo surgiram e isso é perfeitamente normal num ambiente acadêmico democrático. Toda mudança provoca reações: do conservadorismo em defesa do status quo, passando pela incompreensão dos que não querem ou preferem não entender, culminando com o reconhecimento dos que percebem o momento histórico como uma novidade capaz de contribuir para uma instituição que produza melhores resultados. Nesse sentido, toda a comunidade universitária é conclamada a participar do processo que é uma construção coletiva. Participe!

Comissão Executiva da Estatuinte


Reportagem e Foto: Luan Matias

Processo de elaboração do novo Estatuto da Instituição é iniciado Reivindicação de décadas, sempre relembrada nas campanhas eleitorais para Reitor, finalmente será colocada em prática. No último dia 06/08 a Assembléia Universitária deu início ao processo de reforma do estatuto da UFPB. A proposta é elaborá-lo de maneira democrática, buscando atender às necessidades atuais da Instituição através da participação de alunos, professores e funcionários.

so de maneira transparente. A Universidade precisa avançar na contemporaneidade, em tudo o que se diz respeito a ensino, pesquisa e avanços tecnológicos”, declarou. É importante salientar que no ano de 2002, época do desmembramento responsável pela criação da Universidade Federal de Campina Grande, alterações pontuais foram feitas, mas nada comparado ao trabalho iniciado agora.

A mesa da Assembléia, presidida pela Reitora Margareth Diniz, contou com a presença do Vice-Reitor, Eduardo Rabenhorst; do Procurador Geral, Carlos Mangueira; do Coordenador da SODS, Severino Oliveira, além de todos os Pró-Reitores da Universidade. Representantes de todos os setores da comunidade acadêmica estiveram presentes e puderam fazer considerações a respeito da estatuinte.

Renan Herbert, Presidente do Diretório Central dos Estudantes (DCE), apoiou a iniciativa, embora tenha cobrado aos discentes maior interesse no processo. Já José Rômulo Batista, vice-presidente do Sintespb, representou os servidores técnicos administrativos da Universidade e criticou o fato de algumas propostas terem sido previamente elaboradas e só depois colocadas à disposição para ajustes, o que não permitiria chamar a assembléia de estatuinte. Jaldes Reis, presidente da Associação dos Docentes da Universidade Federal (Adufpb), criticou a “colcha de retalhos” vinda dos tempos de ditadura, referindo-se ao Estatuto.

Segundo a Reitora Margareth Diniz, embora existam resistências, a reforma se faz necessária. “O Estatuto se encontra defasado, pois vem da década de 1960, ainda em tempos de ditadura militar. Várias universidade do Brasil já o fizeram e, como foi uma proposta de campanha, estamos iniciando o proces4

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O Vice-Reitor, Eduardo Rabenhorst, preferiu


focar no consenso existente entre os representantes dos segmentos da comunidade universitária, pelo menos no que se diz respeito a necessidade de grandes mudanças no Estatuto da UFPB e, embora relute em utilizar a expressão “estatuinte”, crê não haver necessidade de simplesmente combater o termo e dar a essa luta ares de heroísmo. “Precisamos transformar o evento administrativo em uma oportunidade para refletir academicamente sobre os rumos da UFPB. O cenário que se aproxima, independente do resul-

tado eleitoral, é de dificuldade financeira para as universidades públicas”, alertou. O processo de reforma do estatuto teve início no ano de 2013, quando foi elaborada uma Comissão de Estudos. Oito reuniões ocorreram e geraram um relatório, que foi entregue ao Conselho Universitário (Consuni). Posteriormente a Reitora designou uma Comissão Executiva, presidida pelo Professor Gustavo Tavares, com a finalidade de elaborar o processo, que deve ser baseado na experiência de outras grandes universidades e nas sugestões da Comissão de Estudos.

Calendário de atividades da reformulação do estatuto da UFPB: Realização da Primeira Assembleia Universitária Estatuinte

06/08/2014

Discussão sobre a primeira versão do novo Estatuto

07/08/2014 a 02/10/2014

Fim de prazo para apresentação de propostas modificativas - V. 1

02/10/2014

Elaboração da segunda versão do novo Estatuto

02/10/2014 a 16/10/2014

Realização da Segunda Assembleia Universitária Estatuinte

16/10/2014

Discussão sobre a segunda versão do novo Estatuto

16/10/2014 a 20/11/2014

Fim de prazo para apresentação de propostas modificativas - V. 2

20/11/2014

Sistematização das propostas e elaboração da versão Final do Estatuto.

20/11/2014 a 11/12/2014

Realização da Terceira Assembleia Universitária Estatuinte

11/12/2014

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Reportagem e Foto: Luan Matias

Sods organiza arquivos antigos da Instituição A Secretaria dos Órgãos Deliberativos da Administração Superior (Sods) está realizando um Trabalho cansativo, minucioso e extremamente desafiador: atualizar e validar antigos documentos, há anos obsoletos. Mais de 220 resoluções foram enviadas ao ex-Reitor, Rômulo Polari, para que essas pendências sejam assinadas e regularizadas. A intenção é superar esta etapa no mais breve espaço de tempo possível, para então iniciar o processo de digitalização dos documentos. Para entender a importância do trabalho desenvolvido sob coordenação do professor Severino Francisco de Oliveira, é preciso ter conhecimento de que todas as decisões tomadas na Universidade são normatizadas através de resoluções. O início do trabalho envolveu a contratação de estagiários e uma mobilização intensa dos funcionários do setor. “Ter todas essas resoluções em formato digital também irá requerer especialistas na área, mas terá um resultado inestimável em termos de conservação e funcionamento do setor”, explicou. 6

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A SODS é o setor de apoio administrativo aos colegiados que compõem a estrutura político-administrativa e didático-científica da Universidade. É nela onde são arquivadas todas as decisões tomadas na Instituição: criação e desmembramentos de cursos, departamentos e centros, aquisição de patrimônio e orçamentos, além de todos os processos de interesse da comunidade estudantil e estatutos de regimento da universidade. Todas essas ações são normatizadas através de resoluções e muitas delas estão perdidas em situação irregular. Segundo Severino Francisco, essas resoluções de regime interno, amparadas por leis federais, visam melhorar o funcionamento das atividades da Universidade, e para isso é necessário um controle meticuloso desses instrumentos de normatização. Esse é um cuidado que não vinha sendo tomado e estava atrapalhando o desenvolvimento das atividades da Secretaria. “Muitos documentos de anos anteriores não foram encontrados ou não estavam assinados. Isso não só os invalida, mas também pode acarretar diversos problemas”, concluiu Oliveira.


Reportagem: Peter Shelton Foto: Jessica Azevedo

Pesquisa do professor Juan Cortez recebe prêmio de Excelência e Qualidade Brasil

Foto: gasolimp.com.br

Internacional de Tecnologias Limpas.

Projeto Gasolimp em pleno funcionamento

O professor Juan Carlos Viña Cortez, do departamento de Psicologia da UFPB e mestre em Desenvolvimento e Meio Ambiente, recebeu da Associação Brasileira de Liderança, em São Paulo, a Menção Honrosa dos profissionais no Prêmio Excelência e Qualidade Brasil, pelas atividades desenvolvidas no campo da pesquisa para reaproveitamento dos resíduos da gasolina, o Gasolimp. Esta é a segunda premiação de Cortez, que em 2010 havia recebido a menção honrosa no Seminário

Desenvolvido há 10 anos, a ideia do Gasolimp tem como base o uso de uma espuma biodegradável feita a partir de fibras naturais de celulose que absorve as gotas de gasolina ao longo de 30 dias e depois é reaproveitada como gerador de energia. “Após absorver o combustível durante esse período, a espuma é triturada, compactada e encaminhada para usinas e olarias como resíduo co-gerador, substituindo o carvão natural” explica o pesquisador. Segundo o professor Juan Carlos, o projeto surgiu da constatação do desperdício do resíduo de gasolina nos postos: “A ideia surgiu quando observei o derrame de algumas gotas de gasolina na flanela e na roupa do frentista. Ao longo do dia, cada bomba desperdiça até 150 ml de combustível. Esse gotejamento pode prejudicar a saúde dos trabalhadores e o meio ambiente a longo prazo.” A pesquisa ainda constatou que esses resíduos

possuem compostos químicos tóxicos que provocam problemas respiratórios e até pode afetar até mesmo o sistema nervoso central dos frentistas. Juan Carlos ressalta ainda que o projeto promoveu muitas discussões nas políticas de geração de energia, devido ao teor de combustão que esse resíduo tem e o impacto ao meio ambiente. “Temos uma legislação que ainda tenta se adequar às novas tecnologias que evitam impactos ao meio ambiente. Apenas 3% de todos os resíduos são aproveitados no Brasil, vamos precisar de outras alternativas” relata Viña Cortez.

Juan Cortez recebe prêmio através da Reitora Margareth Diniz

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É uma linha de pesquisa que não avançou muito e estamos tentando contribuir para o seu desenvolvimento (Marino Almeida)

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Reportagem: Wallyson Costa Fotos: Luan Matias

CARCINICULTURA

Pesquisador estuda estágios de crescimento dos camarões A carcinicultura de água doce (criação e produção de camarões em viveiros) é um ramo em expansão na região do Brejo, e se aproveita da consolidação da criação de peixes (piscicultura) para se estabelecer, já que as duas culturas compartilham as mesmas ferramentas de produção. Esse também é o objeto da pesquisa desenvolvida no Campus III da UFPB pelo pro-

fessor Marino Almeida. Almeida conta que seu trabalho inicialmente era pautado na carcinicultura de água salgada, e a partir da chegada ao campus de Bananeiras percebeu a necessidade de estudo do camarão de água doce “É uma linha de pesquisa que não avançou muito e estamos tentando contribuir para o seu desenvolvimento”. Até a década de 1980, a carci-


Com crescimento das larvas, camarões chegam a pessar mais de 100g

nicultura de água doce era mais popular no Brasil, mas perdeu espaço para a marinha. No entanto, há alguns anos, a carcinicultura marinha sofreu com crises de produção causadas por enfermidades em regiões líderes de cultivo, como o Rio Grande do Norte. É neste cenário que o camarão de água doce leva vantagem por ser mais resistente. A pesquisa realizada atualmen-

te em Bananeiras é relacionada ao ciclo de muda dos camarões. Marino explica que esse estudo é importante pois “como eles são crustáceos com esqueleto externo, periodicamente precisam se desfazer do esqueleto para poder promover o crescimento e depois refazê-lo. Isso promove uma série de mudanças fisiológicas nos animais. A mais evidente no ponto de vista de cultivo, é

o animal parar de se alimentar em certos períodos”. A dosagem alimentar nos períodos em que o crustáceo deixa de alimentar-se tem impacto de mercado relevante, pois o produtor antecipando-se a essa característica evita colocar ração em demasia, minimizando ou erradicando perdas financeiras e deterioração da área. Até o ano de 2013, ainda traUFPB em revista

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balhando com o camarão de água salgada, o estudo se pautou na atividade enzimática dos animais e foi feito em parceria com laboratório da UFPE. Esse ano, o foco tem sido o camarão de água doce. No momento, a equipe está na primeira fase do estudo, sendo feito mapeamento de todos os estágios de crescimento dos camarões, com um

trabalho de histologia, observação e microscopia. Após os estudos serem finalizados e o animal atingir o crescimento máximo, os camarões cultivados no campus de Bananeiras ficam à disposição para a venda no posto com essa finalidade, no interior do próprio campus. A atividade não tem fins lucrativos e por isso os ho-

Laboratório de Carcinicultura de Água Doce, após equipado, será referência no Nordeste

téis e até a população da cidade aproveitam a ocasião para adquirir camarão a preços módicos. O dinheiro recebido é depositado pelo Guia de Recolhimento da União (GRU) que retorna para a Universidade. Além disso, os camarões são fornecidos para aulas dos cursos de Ciências Agrárias, Agroindústria, para pesquisas.

uma sala de aula que comporta 60 alunos e que pode ser utilizada tanto para cursos da própria Universidade como para cursos de extensão para a comunidade. Na área de pesquisa temos dois laboratórios, um destinado a parte de análise da água e outro destinado a experimentos em aquários”.

O pesquisador salienta que o Laboratório terá porte único no Nordeste para fins de produção de O professor Marino Almeida revela que só não se larvas, e que a próxima etapa é conseguir apoio da tem um avanço maior na carcinicultura de água doce Universidade, de órgãos como Sebrae e Ministério da por falta da oferta de larvas, e que existem poucos Pesca para equipá-lo e ter uma atuação significativa laboratórios que as produzem no Brasil. O projeto no âmbito regional. do Laboratório de Carcinicultura de Água Doce foi elaborado por Marino em 2009 e irá funcionar tam- Recursos bém na produção dessas larvas. A estrutura contará Recentemente a prefeitura de Bananeiras recebeu com o galpão de larvicultura, pavilhão de maturação, uma verba de aproximadamente 15 milhões de reais reprodução e de desova, processos que compõem to- junto ao Ministério da Pesca para investimento na das as etapas da larvicultura. A estrutura está em fase cadeia produtiva da piscicultura na cidade. Marino final de construção e quando pronta, contará com revela que esse investimento pode trazer benefícios cerca de 650 m² de área construída. para as atividades ligadas ao mercado da carcinicul-

Laboratório

Almeida revela que no laboratório serão realizadas tura de água doce e para a formação especializada de atividades de ensino, pesquisa e extensão. “Temos mão de obra para ambas culturas de cultivo.

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Foto: Rômulo Jefferson Reportagem: Wallyson Costa

Greve dos Servidores atrasa cadastramento de Residência e Restaurante Universitários As atividades de cadastramento e recadastramento dos serviços de assistência ao estudante (Residência e Restaurante Universitário) iniciaram-se tardiamente no período 2014.1. De acordo com a professora Hilzeth Pessôa, Coordenadora de Assistência e Promoção Estudantil, o atraso no início das atividades se deu por causa da greve dos servidores técnico-administrativos, que impossibilitou a realização da avaliação socioeconômica dos alunos, feita exclusivamente pelas assistentes sociais da Pró Reitoria de Assistência Estudantil (Prape).

Promoção Estudantil (Coape), foi dividida entre a sua própria sala, no 1º andar da Reitoria, que atendeu alunos ainda não cadastrados, e o auditório da Prefeitura Universitária, que atendeu recadastramentos.

Nas últimas semanas do período letivo ainda era possível observar filas sendo formadas por retardatários nos corredores da Reitoria para cadastramento do Restaurante e da Residência Universitária. A seleção realizada pela Coordenadoria de Assistência e

passam a ter acesso aos benefícios concedidos pela Prape. “A nossa responsabilidade está em realizar periodicamente uma verificação dos beneficiários com atualização dos dados e apenas alunos cadastrados e selecionados têm acesso garantido”.

Atualmente o Restaurante Universitário passa por reformas, em que um dos salões que atende os alunos está completamente parado. A Coordenadora de Assistência Estudantil revela que as reformas eram esperadas e que nenhum aluno deixará de ser comtemplado por falta de estrutura. Ela pontifica que o A partir da volta às atividades dos servidores, a se- RU já conta com um novo salão funcionando, que leção iniciou-se e as listas de comensais referentes ao dará conta de todos os comensais, prestando a sua Restaurante Universitário começaram a ser divulga- finalidade. das a partir do dia 28 de julho. A primeira lista, reA seleção feita pelas assistentes sociais da Prape tem ferente a alunos com iniciais de A à D, contemplou como propósito filtrar apenas alunos carentes para os alunos a partir do dia 30 de julho. Já a última, re- os programas de assistência da UFPB. Hilzeth Pesferente aos alunos com iniciais de N à Z, foi liberada sôa explica que a seleção é realizada através de edital no dia 17 de agosto, três dias antes do fim do período público com exigência de documentos comprobaletivo, e contemplou os alunos a partir do dia 19. tórios, e uma vez dentro dos parâmetros os alunos

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Reportagem e Fotos: Wallyson Costa

CAVN comemora 90 anos O auditório do Campus III da Universidade Federal da Paraíba foi palco de sessão especial da Câmara de Vereadores de Bananeiras, no dia 22 de julho, como parte da série de homenagens ao Colégio Agrícola Vidal de Negreiros (CAVN), que em setembro completa 90 anos de existência. Na ocasião estavam presentes o prefeito da cidade, Douglas Lucena, o presidente da Câmara de Vereadores, Ramon Moreira, a diretora do Campus III, Terezinha Domiciano, além de outras autoridades, alunos, ex-alunos, exdiretores e seus familiares. De acordo com Terezinha Domiciano as homenagens ao CAVN “representam um resgate de toda história desenvolvida no Campus III da UFPB, um resgate não só do Colégio mas de toda a região, e do avanço das várias atividades de ensino, pesquisa e extensão que a Universidade e o CAVN tem orgulho de desenvolver, tendo assim posto no mercado tantas pessoas e profissionais de sucesso”. Um dos proponentes da so12

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lenidade, Ramon Moreira, ressalta a importância do Colégio Agrícola para a história de Bananeiras e da região. Ele relata que a Instituição chegou a cidade impulsionada pela grandeza da sua produção agrícola, sendo a maior produtora de café na Paraíba e segunda maior do Nordeste em meados do século XIX, e que atualmente continua como mola propulsora de desenvolvimento educacional, social, econômico e intelectual do município. As comemorações iniciaramse em maio com a oficina “Rodada de conversa: CAVN - 90 anos de história” que contou com a participação do poeta Oliveira de Panelas e o Sociólogo José de Souza. Na oficina, ex-diretores, alunos e servidores idealizaram a montagem do cordel “CAVN – sementeira de sonhos e esperanças” que contará a história do Colégio. As comemorações continuarão durante os próximos meses, chegando ao ápice entre os dias 5 e 7 de setembro, sendo o dia 7 o dia de aniversário do CVAN.

(acim.) Cartaz da sessão solene da Câmara dos Vereadores. (a dir.) Campus III, Bananeiras.

História O senhor Manoel Luiz Silva, aluno do Colégio Agrícola Vidal de Negreiros entre 1963 e 1965, e com conhecimento histórico sobre as várias etapas pelas quais passou a Instituição, faz parte da equipe que idealizou as festividades, sendo o responsável pelo resgate de arquivos importantes da história do CAVN, e também pela organização do memorial que mostra uma linha do tempo histórica do Colégio Agrícola. Manoel Luiz relata várias mudanças nesse grande período de tempo em que o CAVN funciona. Segundo ele a principio existiam apenas três prédios: um


pavilhão de aulas, um administrativo, e um dormitório para os alunos. Ele também revela que o Colégio dispunha apenas do Curso Técnico Agrícola, e com o passar dos anos foram criados outros como o de Agroindústria e Aquicultura. Luiz salienta que o CAVN sempre foi referência, e que na época em que estudava, alunos de várias partes do Brasil ficavam internos na cidade de Bananeiras. “Alunos que moravam na proximidade viviam no regime de externado já os que moravam em locais mais distantes ficavam internos, tínhamos alunos do Rio Grande do Sul, descendentes de japoneses de Santa Catarina,

alunos do Ceará. Antigamente víamos mais pela escassez de escolas, hoje em dia não tanto, mas há alguns casos”. O colégio agrícola foi a base do Campus III da UFPB. Construído a partir de 1920, começou a receber alunos em 1923, e a funcionar em 1924. Oséias Almeida Neto, outro ex-aluno, que estudou de 1962 à 1967, revela que a escola era administrada pelo Ministério da Agricultura através da Superintendência do Ensino Agrícola e Veterinário. Já em 1964 ficou na responsabilidade do Ministério da Educação, com administração a cargo da UFPB. Importante também em cunho social para a região, o CAVN re-

cebia no chamado Patronato de Classe Rural, menores entre 10 e 15 anos desvalidos ou filhos de lavradores que residiam na zona rural. Já o Patronato de Classe Urbana recebia órfãos, filhos de pais pobres residentes em centros urbanos, todos eles com autorização judiciária ou da Diretoria Geral do Serviço de Povoamento. Hoje, o CAVN conta com cursos Técnicos nas áreas de Agropecuária, Agroindústria e Aquicultura além de turmas do Pronatec. Junto com o CCHSA, que oferece cursos de Graduação e Pós-Graduação, Bacharelado e Licenciatura em várias áreas, constituem o Campus III da Universidade Federal da Paraíba.

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Reportagem e Fotos: Luan Matias

CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

Unidade de Produção de Álcool e Cachaça está abandonado há cerca de 10 anos

Descaso A cidade de Areia, localizada na microrregião do Brejo paraibano, é conhecida por suas belezas naturais, clima agradável e pelas muitas riquezas históricas e culturais. Outra de suas marcas é o cultivo e processamento de cana de açúcar, prática tradicional em toda a região. Dados do Governo do Estado apontam para 28 engenhos ativos no município, que não apenas produzem aguardante e rapadura, mas mantém uma tradição secular. O campus II da Universidade Federal da Paraíba, sede do Centro de Ciências Agrárias, é um dos principais patrimônios da cidade e mantém uma profunda relação com as atividades culturais desenvolvidas na região. Apesar disso, a Unidade de Produção de Álcool e Cachaça, um dos principais meios de ligação entre a Instituição e os produtores do município, está atualmente inativa, em uma história de descaso com o patrimônio público e desperdício financeiro.

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A seis quilômetros da sede do Campus II está a Unidade de Produção de Álcool e Cachaça, de propriedade da UFPB. Patrimônio atualmente pouco conhecido pela comunidade universitária e pela população, já gerou inúmeros benefícios para o CCA e para a cidade de Areia. A Equipe da UFPB em Revista esteve no local, para conhecer de perto a situação e tentar compreender os motivos que levaram a paralisação das atividades. Já na área externa da unidade, localizada em uma área predomi-


Foto: Derval Golzio

Estrutura abandonada teria capacidade de ser a terceira maior produtora de álcool e cachaça do estado

nantemente rural e afastada do centro da cidade, é possível notar o abandono. As paredes sujas e a vegetação que invade a construção denunciam a falta de cuidado. Na antiga fábrica é possível constatar que a estrutura é consideravelmente grande. Balança para pesagem de caminhões, maquinário imponente, alambiques e salas específicas para cada processo da produção de álcool e cachaça. O equipamento é capaz de produzir de 200 a 300 mil litros de caldo por ano. Em plena atividade, seria a terceira maior produtora do gênero no estado. Mas, para compreender os

motivos que levaram ao abandono de uma estrutura com tanto potencial, é preciso voltar no tempo. O professor Normando Filho, do Departamento de Solos e Engenharia Rural e atual responsável pelo local, conta que as atividades foram iniciadas no início da década de 80 e visavam servir de suporte aos pequenos produtores locais. Com o falecimento do gestor da Unidade e a falta de um encaixe na estrutura da universidade para que o local não dependesse da figura de uma única pessoa, a produção de etanol e cachaça foi interrompida e toda a unidade ficou inutilizada.

No ano de 2010 surgiu uma alternativa que incentivaria a revitalização da unidade: a elaboração do Curso Superior de Tecnologia em Produção Sucroalcooleira da UFPB. A graduação foi de fato criada, mas acabou destinada ao campus de João Pessoa, não só abrindo mão da estrutura de equipamentos e professores do Centro de Ciências Agrárias, mas desconsiderando a tradição da cidade de Areia nas atividades desta área. É importante destacar que a revitalização Unidade de Produção de Álcool e Cachaça certamente custaria caro, embora, se bem UFPB em revista

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Vegetação invade área da Unidade de Produção de Álcool e Cachaça

elaborada, teria retorno financeiro e acadêmico garantidos. Especialistas orçaram, só para a reestruturação da parte elétrica, um gasto de 49 mil reais. Ainda assim, grande parte dos materiais podem ser reaproveitados. Os alambiques envelheceram, mas podem ser higienizados. Já a caldeira precisará ser totalmente revisada, pois o mal funcionamento poderia acarretar em sérios riscos. Ainda segundo o professor Normando, o abandono do local se deve também a um projeto mal elaborado. “A morte do gestor certamente acelerou o fechamento da unidade, mas com a proposta que tinha, estava fadada ao fracasso mais cedo ou mais tarde. Com a visão única de assistir aos pequenos produtores locais, em pouco tempo o que aprenderam seria levado para as suas produtoras, e a cooperativa teria um prazo de validade”, contou. 16

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O desafio não é apenas restaurar o local, mas torná-lo viável. Uma possível solução seria a criação de um laboratório de apoio na unidade, o que auxiliaria tanto produtores quanto alunos. Outra possibilidade reside em estabelecer parcerias entre a UFPB e fontes de financiamento de pesquisas. Temas como Análise Sensorial, fermentação e os diversos derivados da cana de açúcar poderiam ser estudados no local. Além disso, muitos proprietários de pequenos engenhos têm problemas com rendimento por não produzirem de maneira correta, e com esse suporte poderiam ser orientados a otimizar sua produção, aprendendo a evitar desperdícios e a desenvolverem todas as etapas do processo. São varias possibilidades para

Equipamentos sofrem ação do tempo

a revitalização da Unidade de Produção de Álcool e Cachaça. Maiores ainda são os benefícios acadêmicos, sociais e econômicos consequentes de um futuro e bem planejado funcionamento do local. Ensino, pesquisa e extensão podem ser contemplados nessa estrutura que, independente de qualquer problema de elaboração e execução, é patrimônio da UFPB.


Reportagem: Rômulo Jefferson Foto: Wallyson Costa

Arroz Vermelho

Cereal é destaque em pesquisa Pesquisa desenvolvida no Centro de Ciências Agrárias (CCA), no campus II, em Areia, estuda as características e aplicações do arroz vermelho na alimentação humana. Comumente encontrado na região do Vale do Piancó, o cereal desperta interesse em movimentos como o Slow Food (comida lenta) e já chega a ser exportado para outros países em virtude de sua composição orgânica e a alta valorização na gastronomia. Alguns trabalhos de conclusão de curso e também extensão já foram realizados utilizando o arroz vermelho. Entre os aspectos estudados estão as características físicas, como o tamanho do grão e o formato. Além das características químicas, como valor nutritivo, a experimentação e a procura por novas formas de utilização do arroz. Um dos fatores importantes de sua composição é que o arroz vermelho não possui glúten e por isso já foram desenvolvidos pratos que o utilizam como base de sua preparação, como pães, panquecas, croquetes e até pudins. Entre as características de composição do arroz, a pesquisa já conseguiu demonstrar que ele é um produto rico em fibras que auxiliam na digestão e apresenta substâncias antioxidantes importantes para a diminuição dos radicais livres no organismo. Além de

minerais, proteínas (em torno de 10%) e vitaminas do complexo B. A coordenadora dos estudos sobre o arroz vermelho, professora Márcia Roseane, ressalta que a alta concentração de nutrientes presentes se dá em virtude do tipo de polimento, que não é total, pois o cereal é consumido com pequenos vestígios da casca que o protege e isso também é o que determina a coloração do arroz. Em virtude do seu processamento, predominantemente rudimentar, já que o arroz passa por apenas uma máquina, chamada de despolpadeira, ele tornase um alimento que tem um valor nutricional maior do que o chamado arroz branco (totalmente polido). Mas, além disso, o que chama atenção para esse tipo de arroz é a maneira como ele é preparado, com leite, o que o deixa com uma consistência mais homogênea e ganha destaque na alta gastronomia regional. Recentemente, o movimento Slow Food, movimento que teve origem na Itália e ganha adeptos no mundo inteiro se contrapondo ao Fast Food (comida rápida), entrou em contato com produtores do arroz para inserí-lo no cardápio e, estes, que se encontram na região de Aparecida, Guarabira e Bananeiras já foram convidados para visitar a sede da organização. UFPB em revista

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Reportagem: Rômulo Jefferson Fotos: Divulgação

EXTENSÃO “UFPB na Sua Escola” aproxima estudantes do ensino médio do conhecimento universitário O projeto de extensão “UFPB na sua Escola: A ciência em suas mãos” promove ações de interação em escolas da rede pública de João Pessoa com o objetivo de aproximar o conhecimento científico desenvolvido na Universidade. Voltado para diversas áreas de aprendizagem, o projeto contribui com experiências científico-sociais que se direcionam principalmente para estudantes de ensino médio e na qualificação de professores da edução básica. Coordenado pela professora Cláudia de Figueiredo Braga, 18

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UFPB na sua Escola se divide em quatro subprojetos: Conhecendo mais ciência, desenvolvido através do Centro de Ciências Exatas e da Natureza (CCEN) em parceria com os departamentos de Química, Biologia Molecular, Sistemática e Ecologia; o Mata atlântica na Paraíba pelo departamento de Geociências; Tecnologia animada, que conta com apoio do Centro de Tecnologia (CT) sendo desenvolvido no departamento de Mídias Digitais e Oficinas de apoio psicopedagógico na aprendizagem das ciências,

com o curso de Psicopedagogia e Letras, todos eles com várias atividades inclusas, como minicursos e visitas. Ao todo são ofertadas 12 oficinas e atividades para as escolas Liceu Paraibano, Olivina Olívia, Professora Liliosa de Paiva Leite, Presidente Médici, Rodrigo Otávio e o Colégio da Polícia Militar. As inscrições para as atividades são realizadas através de contato com as escolas, a partir de calendário e número de vagas predefinidos e não há qualquer custo para os estudantes participantes, já que toda a estrutura


necessária é disponibilizada pela Universidade.

Uma outra característica do projeto é que além de preparar o futuro estudante universitário desde a educação básica, colocando-o em contato com atividades que envolvem a pesquisa científica, mas também que auxiliam na aprendizagem, os próprios estudantes da Universidade também são beneficiados porque atuam como monitores dessas atividades, o que ajuda a ganhar prática profissional necessária à sua formação.

Além de atividades para estudantes, o projeto também promove ações voltadas aos professores das escolas participantes. Para Cláudia Braga, a participação deles é importante porque esses educadores estarão inseridos numa prática pedagógica diferente da que é realizada na educação básica e também estarão participando da pesquisa da Universidade. Na visão da coordenadora, levar o conhecimento ao professor dessas escolas é de funPara mais informações acesse a página no damental importância porque eles atuam como Facebook (Ufpb na Sua Escola) ou envie email “difusores da informação” e podem despertar nos para ufpbnasuaescola@gmail.com estudantes o interesse pela pesquisa, desde cedo.

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Reportagem e Foto: Rômulo Jefferson

Pesquisa avalia bicicleta como meio de transporte no campus

A gente tem que entender que a universidade é um campo de experimentação e também de exemplo para o município (Caroline Cevada)

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Estudo da viabilidade do uso da bicicleta como meio de locomoção dentro do campus e, consequentemente, fora dos muros da UFPB para aqueles que residem nas áreas próximas, como o bairro dos Bancários e Castelo Branco, está sendo desenvolvido pela mestranda de arquitetura, Caroline Cevada, através do Laboratório de Acessibilidade (Lacesse). O projeto, que se encontra na fase de entrevistas, tenta identificar aqueles que já são usuários da bicicleta, os que têm mas não utilizam e ainda, pessoas que poderiam vir a utilizar caso houvessem ações para melhorar a infraestrutura necessária. Dentre os dados que já foram coletados na pesquisa, a maioria dos usuários de bicicleta no campus são funcionários e estudantes. Os dados extraídos a partir da aplicação da entrevista destes usuários apontam que os principais motivos para o uso da bicicleta seria a falta da habilitação ou impossibilidade de adquirir veículo, e o baixo salário. Indagados sobre as condições do uso dentro do campus, eles avaliam a Universidade como um

bom local para o uso, tendo em vista as ruas planificadas e a baixa velocidade dos carros. Para a pesquisadora, o uso da bicicleta é uma forma de diminuir os problemas causados pela superlotação dos estacionamentos da UFPB, mas reconhece que, na prática, a falta de infraestrutura adequada dificulta a utilização da bicicleta como meio de transpor-


te. “Por não ter essa estrutura os ciclistas precisam disputar espaço com carros nas ruas e pedestres nas calçadas, então isso dificulta”. Outro entrave que deve ser considerado para a utilização da bicicleta é a falta de banheiros com chuveiros disponíveis no campus, considerando o clima predominantemente quente da cidade. Mesmo assim, entre

aqueles que já utilizam a bicicleta indagados na pesquisa, as condições são consideradas boas quando considerados fatores climáticos e topográficos. Caroline Cevada explica que a Prefeitura Universitária se mostrou interessada em um estudo que comprove a eficácia da utilização da bicicleta como meio de transporte no campus e na cria-

ção dessa estrutura. Sobre as condições que teriam que ser criadas fora do campus para que as pessoas pudessem chegar até a UFPB, a pesquisadora conclui: “A gente tem que entender que a universidade é um campo de experimentação e também de exemplo para o município, então, começar essa ação em algum lugar influenciaria medidas nesse sentido”. UFPB em revista

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Assumimos em novembro de 2012 quando (o RU) já deveria completar um ano do seu funcionamento. A professora Margareth já assumiu o compromisso de ir a Brasília conseguir financiamento para retomarmos a obra (Antônio Luiz)

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Reforma nas dependências do RU estão em ritmo acelerado e sua conclusão beneficiará milhares de estudantes do Campus I

Reportagem e Fotos: Wallyson Costa

RESTAURANTE UNIVERSITÁRIO

Reforma empreendida não afeta atendimento aos estudantes O Restaurante Universitário passa por reformas na cozinha e um dos salões desde meados do mês de julho. Prevista pela administração da UFPB, a reforma foi agilizada por determinação da vigilância sanitária, que impôs mudanças estruturais como instalação de telas e vidros para proteção dos alimentos, e reformas no teto. Durante os melhoramentos o atendimento é feito em outros dois salões, e uma empresa é responsável por produzir e dispor a alimentação para os comensais da Instituição.

De acordo com o professor Antônio Luiz, Superintendente do Restaurante Universitário, a reforma não poderia ocorrer ao mesmo tempo que as refeições eram produzidas, o que ocasionou o fechamento do salão 01 e da cozinha por seis meses. “A vigilância sanitária notificou que o RU não poderia funcionar do jeito que estava. O problema é estrutural e se arrasta há muitos anos. Chegou ao ponto em que não havia mais condições de trabalhar. É importante dizer que todo o nosso pessoal está de acordo com as normas


da vigilância, mas o prédio em si apresenta problemas”. O Superintendente relata que o funcionamento continua normalmente, mesmo durante as reformas, pois recentemente foi inaugurado o salão 03, que agora, em conjunto com o salão 02, é suficiente não só para bolsistas e residentes, mas para todos os comensais. Antônio conta que a empresa demorou algum tempo para a entrega do salão que já estava pronto e dependia da liberação para que as máquinas lavadoras fossem instaladas. Após a entrega realizada, as máquinas estão em funcionamento no local de forma provisória até que o salão que está em reformas, local ideal para que elas funcionem, volte a dispor

de suas atividades normais. A partir da normalização do atendimento, a administração lançou a novidade do tempo extra da fila. Os alunos que anteriormente começavam a compor a fila a partir das 11h e a interrompia às 13h, passam a ser atendidos das 10h30 às 13h30. A iniciativa de ampliar o tempo de atendimento visa dar um maior espaçamento dos usuários entre os horários, fazendo com que a fila ande mais rápido. Luiz ressalta que, também, durante esse período de obras, o RU não sofrerá com os problemas registrados no ano passado, como o de abastecimento da caldeira. “Os alimentos estão sendo preparados fora da UFPB, e no próximo ano, quando a cozinha voltar a funcionar esses problemas já estarão resolvidos”, salienta.

Novas Instalações Antônio Luiz revela esforços para retomada da construção do novo Restaurante Universitário, obra abandonada desde 2011. “Assumimos em novembro de 2012 quando já deveria completar um ano do seu funcionamento. A professora Margareth já assumiu o compromisso de ir a Brasília conseguir financiamento para retomarmos a obra”. O sistema implantando nesse novo RU, seria o que já funciona em todo o Brasil, onde uma empresa que trabalha dentro do restaurante de forma terceirizada gera toda a produção. Além dos comensais gratuitos, esse projeto ainda comtemplaria professores, servidores, e alunos não carentes, que pagariam taxas diárias pelas refeições.

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Reportagem e Foto: Peter Shelton

INSTALAÇÕES

Cuidados e prevenção minimizam problemas com as chuvas O período de chuvas, compreendido entre o final de março e fim do mês de agosto, tem sido um sério problema para vários centros do Campus I da UFPB. As principais reclamações se referem às infiltrações e alagamentos que ocorrem em salas de aula, laboratórios e outros ambientes da Instituição. Entre os prédios mais atingidos estão os que foram construídos nos últimos anos, dentro do programa de expansão e reestruturação das universidades, o Reuni. Um dos centros mais atingidos por transtornos recorrentes das chuvas é o Centro de Ciências da Saúde. No prédio da direção 24

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de centro, o problema é vísivel: o reboco está caindo e quando a chuva é forte, a infiltração, já existente, piora. Ainda são verificados problemas semelhantes em várias salas dos departamentos de Fisioterapia, Morfologia, Fisiologia e Patologia. João Euclides Fernandes, vice-diretor do CCS, reconhece que esses problemas são antigos, mas existe um esforço para resolver estes problemas: “Quando verificamos esses problemas, comunicamos à Prefeitura Universitária, que sempre está de prontidão para sanar os transtornos causados nesse período. Entretanto, além da manutenção dos

setores atingidos, temos ainda alguns projetos de reforma dos prédios atingidos.” Por sua vez, o CCHLA enfrentou alguns empecilhos neste período chuvoso. Segundo a diretora Mônica Nóbrega, uma forte infiltração atingiu os prédios mais novos do centro, em especial um prédio ainda em construção, que já foi resolvido diretamente com o construtor. Uma iniciativa que vem sendo efetuada pela direção do CCHLA é a realização da manutenção preventiva para evitar maior problemas: “Quando chega o período de chuvas, temos muitos problemas, pois as folhas caem


João Euclides Fernandes, vice-diretor do CCS, reconhece que esses problemas são antigos, mas existe um esforço para resolver estes problemas

nas telhas e entopem os canos. Recorremos sempre a prefeitura, mas esse ano fizemos diferente, os procuramos para realização de manutenção preventiva e enfrentamos menos problemas esse ano” declarou a diretora. Outros centros enfrentam dificuldades semelhantes. Um exemplo disso é o CCM (Centro de Ciências Médicas), que apesar de contar com um prédio novo registrou infiltrações no auditório, como afirmou o diretor Eduardo Sérgio: “Em relação às chuvas, tivemos em alguns problemas de infiltração no prédio do CCM, que é recente. Foram identificados alguns problemas estruturais após as chuvas. A resposta para o centro foi rápido A prefeitura veio, fez uma avaliação, e está sanando os problemas nas estruturas físicas.”

nas calhas e foi necessário refazer o telhamento de algumas salas do bloco principal. Apesar das dificuldades, a equipe da prefeitura tem conseguido acompanhar a demanda do centro. No CCTA (Centro de Comunicação, Turismo e Artes), existiram alguns problemas nos telhados do centro, como declarou o diretor David Fernandes: “Tivemos pequenos problemas durante o período das chuvas, ocasionado pelo acúmulo de folhas no telhado. Mas fomos prontamente atendidos pela Prefeitura Universitária.”

Segundo Robson Antão, vice-diretor CCJ (Centro de Ciências Jurídicas), o centro registrou alguns vazamentos em algumas salas e na administração do centro. Mas, a prefeitura já concluiu a maior parte dos serviços. Já segundo AntôSegundo o diretor Wilson Ara- nio Vivela, do CT (Centro de Tecgão, o Centro de Educação apre- nologia), os principais problemas sentou problemas de vazamento se referem às coberturas dos pré-

dios mais novos, que mal foram construídos e necessitam de uma reforma. Por se localizar em uma região de Mata Atlântica as folhas desprendem, entopem drenos e podem provocar alagamentos. Segundo Reinaldo Muribeca, chefe da divisão de manutenção e conservação de imóveis, é comum que ocorram problemas na cobertura dos prédios nessa época do ano. “Os problemas são maiores em prédios recentes, alguns possuem o dreno problemático. Muitos dos prédios possuem uma certa dificuldade de limpeza. Mas fazemos todos os reparos necessários sempre que solicitados.” declarou. Procurados pela reportagem da UFPB em Revista, a direção do CCSA (Centro de Ciências Sociais Aplicadas) e do CCEN (Centro de Ciências Exatas e da Natureza) não se pronunciaram até o fechamento da edição. UFPB em revista

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Reportagem: Peter Shelton Foto: Divulgação

Instituição mantém liderança nacional no PROEXT 2015 A UFPB manteve a sua posição de destaque como a universidade com maior número de propostas de Programas e Projetos de Extensão (Proext 2015) aprovadas no Brasil. O número de propostas continuou sendo ampliado: em 2013 foram 60, em 2014, 70 e em 2015 o número subiu para 76. O professor Dailton Laceda, coordenador de projeto popular, ressaltou a importância desse resultado: “continuamos como destaque nacional no mais importante edital de extensão. Ampliamos o número de propostas classificadas, ampliamos os recursos conquistados no último ano de 4 para mais de 5 milhões de reais.” Em 2013, o Proext passou por mudanças na forma de seleção de projetos de extensão. Antes de ir para o Ministério da Educação, a proposta passa por uma pré-seleção interna, no âmbito das próprias Instituições de Ensino Superior (IES). Dailton Lacerda explica que uma nova metodologia foi adotada desde 2013, com a inclusão de uma pré-seleção interna. “Isso não era feito anteriormente, toda a seleção tem

Apesar dos notórios avanços na área, o professor Lacerda reconhece as limitações na política pública de extensões universitárias. “Não existe uma política consistente em relação as extensões. Embora haja uma tentativa de mudar isso com avanços como Proext, que são um dos editais mais importantes na área. Nós esperamos que isso seja uma oportunidade para que a extensão assuma uma posição de relevância, articulada realmente, sem ser fragmentada, sem que sejam ações isoladas de ensino e pesquisa. Se tivessemos uma politica ainda mais consistente a partir do próprio Mec, estariamos com ela ainda mais avançada” declarou.

Resultados 2015

Resultados 2013

Resultados 2014

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regras específicas que precisam ser respeitadas. Após a pré-seleção interna, os projetos e programas aprovados seguem para o MEC”. Ele ainda lembra que, havendo sobra de vagas em uma das 20 linhas de extensão, a Coordenação de Extensão sugere que os autores de propostas que não foram pré-selecionadas internamente possam reorientar suas propostas para entrar naquela linha.

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