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Ano 1I . Número 6 - Abril 2014

Projeto Fórmula Pesquisa na área automotiva chega à final de evento nacional


Editorial A percepção de que a Universidade possui vida própria, com um grau acentuado de pesquisadores e extensionistas atuando, independente do que fazem ou deixem fazer os seus gestores, é algo apreciável. Isso porque, nas vivências atuais, a efetivação de compromissos é cada vez menos intensa na esfera política. Independente da natureza da carta de intenções que é levada a apreciação para escolha de dirigentes o ceticismo é sempre companhia inevitável. Uma quantidade importante de professores pesquisadores atua na busca de soluções de problemas, sejam eles de ordem social, ambiental, no campo da saúde, da produção de alimentos, na renovação e aperfeiçoamento de tecnologias, na melhora efetiva da educação. Para estes pesquisadores, se os gestores das IES não atrapalham, já ajudam muito. No geral, esses professores se dedicam a entender e aperfeiçoar as relações entre os homens e as mais variadas áreas de vivência e de atuação, sem que o jogo da política possa interferir. Os exemplos estão bem próximos de todos nós. A comunidade acadêmica muitas vezes passa ao largo dos que fazem ou estudam estes pesquisadores. Mas seus trabalhos são apreciados e reconhecidos pela importância que possuem, seja pelas agências de fomento ou por iniciativas que envolvem algumas empresas de caráter privado que perceberam as universidades como possibilidades de aperfeiçoamento de produtos e serviços. No caso específico da UFPB, é importante destacar os trabalhos desenvolvidos por alguns professores da Instituição, pelas atividades de pesquisa desenvolvidas. A publicação UFPB em Revista ressalta, nessa edição, os trabalhos dos pesquisadores Koje Mishina, do Departamento de Engenharia Mecânica, que desenvolve e constrói veículo do tipo Fórmula, e que chegou pela primeira vez à fase final da competição nacional da SAE –Associação da Engrenharia da Mobilidade – e da professora Edna Ursulino, do curso de Agronomia no Campus II (Areia), que estuda o desenvolvimento de sementes da Quixabeira, planta nativa da caatinga ameaçada de extinção. São trabalhos, de natureza bastante diversa, que dignificam a categoria e ampliam as possibilidades de abrangência das pesquisas realizadas nas universidades. Como eles, uma quantidade significativa de pesquisadores operava na UFPB sem que seus trabalhos sejam divulgados ou reconhecidos. Divulgar o que fazem e com que finalidades é parte constituinte da publicação UFPB em Revista. Sobretudo num universo em que, até então, valorizava-se muito mais as atuações dos gestores.


Administração Reitora:

Sumário

Margareth De Fátima Formiga Melo Diniz Vice-Reitor: Eduardo Ramalho Rabenhorst Pró-Reitoria de Administração (PRA): Clivaldo Silva

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Uso controverso da área do Campus III preocupa diretora

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Ameaça de extinção Quixabeira é estudada no campus de Areia

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Cirurgias bariátricas são retomadas no HU com a chegada da Ebserh

Pró-Reitoria de Assistência e Promoção ao Estudante (PRAPE):

Thompson de Oliveira

Orlando Vilar

Departamento de Engenharia Mecânica Projeto Fórmula chega à fase final de competição

Pró-Reitoria de Gestão de Pessoas (PROGEP):

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Pró-Reitoria de Extensão e Assuntos Comunitários (PRAC):

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Francisco Ramalho Pró-Reitoria de Graduação (PRG): Ariane Sá Pró-Reitoria de Planejamento (PROPLAN):

Feira Agroecológica Associação de Produtores e Prefeitura decidem por mudança de localização

17 Escola de educação básica enfrenta problemas

Pró-Reitoria de Pós Graduação (PRPG):

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Uso dos espaços de circulação e estacionamento gera debate na web

Isac de Medeiros

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Centro de Informática Início em Mangabeira acontece em 2014.2 após ameaça de não iniciar semestre letivo

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Manual publicado na UFPB ensinava como identificar comunistas

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Fórum Universitário 2014 Evento aborda 50 anos do Golpe Militar no país

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Pró-Reitoria de Administração realiza mais de 6 mil empenhos

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Novidades nas modalidades de intercâmbio oferecidas pela UFPB

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Farmácia Escola Inconsistência em CNPJ paralisa venda de medicamentos

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Pró-Reitoria de Administração implanta sistema eletrônico

Marcelo Sobral

Prefeitura Universitária (PU): Sérgio Alonso Núcleo de Tecnologia da Informação (NTI): Pedro Jácome

Expediente Editor Derval Golzio Redatores/Estagiários Luan Matias Peter Shelton Rômulo Jefferson Wallyson Costa PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO Thales Lima Foto capa Wallyson Costa CONTATO ufpbemrevista@gmail.com facebook.com/ufpbemrevista UFPB em revista está vinculada a Assessoria de Comunicação da Universidade Federal da Paraíba. João Pessoa - PB Abril - 2014

32 Estudante consegue financiamento coletivo 34

Fórum de Atualização Cultura indígena em discussão

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Museu do Brejo carece de coordenação

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Universidade retoma obras


Reportagem: Wallyson Costa Fotos: Rômulo Jefferson

Uso controverso da área do Campus III preocupa diretora Por: Wallyson Costa

Terezinha Martins, diretora do CCHSA

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No ano em que o Colégio Agrícola Vidal de Negreiros, considerado pedra fundamental do CCHSA, situado no município de Bananeiras, completa 90 anos de vida, o Campus III passa por controversa utilização dos seus espaços físicos. O primeiro uso questionável dos espaços do Centro é bem antigo e diz respeito às invasões de terrenos da Instituição por moradores e integrantes do corpo de funcionários. O segundo uso controverso das áreas do CCHSA está diretamente relacionado às entradas para condomínio residencial horizontal privado e para Hotel de Luxo que margeiam a área do Campus.

fins de semana.

Ambas as situações comprometem a segurança do das instalações da Universidade pelo fato de não haver um sistema eficiente de identificação de quem entra e sai dos espaços acadêmicos, além de comprometer parte da estrutura pavimentada de acesso, com o uso frenético de automóveis, sobretudo nos

Estes assuntos foram tema da entrevista, realizada dia 31 de março, com a diretora do Campus III, Teresinha Domiciano Dantas Martins. Ela recebeu a equipe da UFPB em Revista e falou sobre questões que envolvem o CCHSA e que está relatado na entrevista.

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Outro registro que chama atenção e já provoca discussão entre o segmento dos estudantes e a administração do Centro é a ocupação dos imóveis de propriedade da Instituição que são ocupados por professores, a preços módicos (que variam entre 15 e 40 Reais) e infinitamente inferiores aos registrados no mercado das cidades circunvizinhas. Os estudantes reivindicam mais espaços nestas residências e enfrentam resistência dos docentes e funcionários que ocupam as casas do Campus.


Entrada de condomínios e hotel feita dentro do Campus

UemR - Quantos Professores existem aqui no CCHSA? São todos retidos? Diretora - 136 professores. Existem um ou dois que não são retidos. UemR - Qual o número de estudantes? Diretora - Eu poderia passar essa quantidade melhor por e-mail. (não foi passada) UemR - Qual o número de funcionários? Diretora - São 137 funcionários. Já dá pra perceber a relação entre professores e funcionários a partir daí. Temos muito poucos funcionários. Existem laboratórios fechados por falta de funcionários. Nós estamos em uma área agrária, com ambientes e laboratórios de áreas muito distintas e

espalhadas, e essa área necessita de um fator de correção. Inclusive isso tem sido uma constante solicitação minha ao Reitorado. UemR - Nós caminhamos pelo campus e a impressão é que é um lugar bem cuidado e bonito. Vocês enfrentam algum problema? Diretora - Vários. Inclusive esse mesmo que citei, do número de técnicos administrativos. A quantidade é muito pequena em relação à necessidade. Na última reunião do Conselho Universitário (Consuni) pontifiquei a questão das aposentadorias ocorridas no ano passado que não foram repostas, porque a maioria delas era de cargos em extinção, e se fosse outro tipo de caso teria que haver um concurso para reposição desse quadro. Então, para mim esse

é um dos nossos grandes problemas, a quantidade de servidores, e também de terceirizados. Então, o que parece estar muito bonito e arrumado, na verdade não está do jeito que pretendemos. Temos uma área nova de expansão, e todo o Centro, na questão da reestruturação do Reuni, passou a ser construído da parte de cima do campus, pois era uma área de conflito e a Universidade estava perdendo terreno para a população, que vinha invadindo a Instituição. Na época, em uma comissão do Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI) junto ao Reuni, mostramos a importância que tinha a recuperação dessa área. Incialmente foi muito difícil, mas hoje está valendo a pena, pois estamos crescendo. Já tem cerca de dez prédios, e em estilo novo, UFPB em revista

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diferente dessa aqui de baixo, que é em estilo barroco e mais antigo. Agora, três cursos que já estavam sobrecarregados passarão para esses novos prédios, mas pra isso o que nós mais precisamos é de gente, de funcionários para abrir, fazer limpeza etc. O Colégio Agrícola Vidal de Negreiros, que foi o início desse centro, completa esse ano 90 anos, e temos prédios aqui dessa época, que precisam de um grau de manutenção muito grande, e não temos gente suficiente para fazer essa manutenção aqui. UemR - Não seria o caso de, por exemplo, tentar junto ao ministério da cultura conseguir verba, já que são prédios tão antigos, que fazem parte de um período da construção civil hoje já bastante castigado pelo tempo. Existe a possibilidade de um projeto desse tipo? Diretora - Existe. Mas os editais que eles abrem, normalmente não contemplam prédios que estão dentro das instituições públicas. Já tivemos até ideias de buscar isso aí. Agora já fizemos a recuperação da casa do diretor, com a preocupação de sempre manter a arquitetura e a estrutura, tem outro prédio de sala de aula que estamos terminando de recuperar também. Já o casarão, que deu origem ao centro, foi transformado em memorial. UemR - A matriz orçamentária 6

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do centro é suficiente? Diretora - Não. Principalmente na questão de obras permanentes, não é suficiente. O centro aumentou nesses últimos anos quase 70% da área construída, e em virtude desse aumento há a necessidade de compras de equipamentos para atender aos demais cursos. UemR - A administração implantou recentemente, no ano passado, seu primeiro ano de gestão, o programa Universidade Participativa. O CCHSA na matriz orçamentária tinha um valor de 270 mil reais e recebeu, através do Universidade Participativa, o dobro. Como a Senhora vê esse programa? Diretora - Eu acho importante o Universidade Participativa, por-

que se permite que toda a comunidade emita sua opinião. Entretanto, aqui no nosso centro, nós temos um PDI muito participativo, onde, nesse PDI, discutimos com todos os segmentos, quais as metas para todos os segmentos universitários, obviamente respeitando aquilo que está estabelecido nas avaliações e nos sinais. Então pegamos a parte de infraestrutura, acadêmica, extensão, pesquisa, gestão etc. Então, como a gente já discute bem aquilo ali, quando terminamos, já está claro o que a comunidade deseja. Pelo fato de sermos unidade gestora temos mais facilidade de andamento com os processos. Os recursos do Reuni, por exemplo, não devolvemos um centavo. UemR - Uma das questões que


preocupam na Universidade é a segurança. Conversamos com uma professora ainda há pouco, e ela disse que no ano passado, houve um roubo de equipamento do ambiente dela. Inclusive, ela disse que era equipamento pessoal que ela utilizava para trabalhar, mas que também existiram roubos às salas vizinhas que eram da Universidade. Esse problema de segurança, para um campus como o de Bananeiras, é mais complicado? Diretora - Sim, talvez até mais complicado que para os outros. Nossa área aqui é grande, que pega tanto a parte de baixo quanto a parte da primeira e da segunda chã. Então quando nós entramos aqui, ao longo do tempo, esse espaço da primeira chã, a mais de vinte anos ninguém teve a preocupação de manter as cercas divisórias, e também a questão de funcionários, a área foi deixando de ser utilizada, e a comunidade começou a ter diferentes tipos de ações dentro da Universidade. Nós temos aqui um centro totalmente aberto, que tem entrada para vários condomínios, entrada para hotel, para outras cidades, e fora essa área da segunda chã que é totalmente aberta. Então o nosso campus é totalmente vulnerável a qualquer tipo de ação. No PDI de 2009, consideramos que era necessário fazer a retomada dessas áreas da Universidade. Foi feito o

Outdoor de empreendimentos instalados no Campus

muro da primeira chã completo, e desde o ano passado estamos tendo o cuidado de fechar tudo o que é possível fechar. Uma entrada de condomínio foi fechada. Fica difícil até a empresa terceirizada ter algum tipo de ação mais efetiva. O que precisamos é de um plano de segurança para o centro, que temos pedido a prefeitura universitária. Com essa empresa nova de segurança, ocorreram várias mudanças, inclusive com retirada de um posto de segurança, e um formato completamente diferente de trabalhar. Desde então a gente vem solicitando da magnífica reitora e do prefeito da Universidade, pois a segurança aqui piorou. A nova empresa mudou para pior, e já falei isso para o próprio dono da empresa, em reunião que tivemos. Devido a essa piora na segurança, mês passado registramos um assalto à mão armada dentro do

campus: o vigilante foi amarrado, e tomaram a arma dele. A empresa colocou funcionários que não estavam devidamente treinados para o cargo. Tivemos até o caso de um vigilante trazendo mulheres para dentro do campus em seu horário de trabalho, e eu imediatamente pedi a retirada desse vigilante. Chamamos uma empresa para fazer um levantamento de um sistema de câmeras para ser implantado, estamos fazendo um orçamento para colocar em licitação. UemR - A Senhora mencionou um ponto que vou tocar, que são essas entradas privadas a partir do campus, são duas entradas, pelo que vi. Se se estabelece a identificação nos carros, isso não facilitaria? Por exemplo, se o centro resolve colocar um adesivo nos carros dos professores, funcionários e alunos, e quem não tivesse, teria que parar e se UFPB em revista

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identificar, e ao parar, relatar o porquê de entrar. Isso seria uma forma inibidora dessas pessoas entrarem no campus. Eu percebo que as empresas, (construtoras, e hoteleiras), no caso do hotel, não fazem uma entrada mais fácil para se aproveitar de um espaço público.

calçamento e do arruamento, não é a prefeitura que paga, é a Universidade.

Diretora - É, e você veja aí a responsabilidade dos gestores, de quem está tomando conta aqui do patrimônio. Como podemos nos responsabilizar por um espaço totalmente aberto dessa natureza? Então quanto eu entrei, eles já existiam. Um deles mandamos fechar, e o procurador foi bem claro em mostrar, se tem outro espaço, as pessoas tem que utilizar esse outro espaço.

Diretora - Eu não sei, não tenho conhecimento desse processo, que é de tempos atrás. Até pedi para uma pessoa verificar isso, mas essa questão de identificação, de adesivos tem que estar dentro de um plano de segurança. O que a empresa disse foi, que a Universidade, dentro do edital, não pediu plano de segurança para a empresa, e se não foi pedido acho que eles se sentem no direito de não querer fazer.

UemR - Por que não se põe em prática então, fechando as outras entradas? Diretora - Esses outros, por serem questões muito antigas. Tem até aí uma questão legal da prefeitura. Parece que a prefeitura colocou como abertura de uma rua, e por isso não pode ser fechada. Mas o que precisa fazer é uma reunião com a prefeitura universitária e sentarmos e planejarmos o que é melhor para a segurança. Por que as pessoas querem entrar e sair dos condomínios. UemR - A questão é, não se sabe se as pessoas vão entrar nos condomínios ou qual sua real intenção. Se ocorrer um desgaste do 8

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Diretora - É verdade. Existem vários processos. UemR - E outra coisa, a prefeitura não pode dizer que é rua e a Universidade tem que abrir.

E o que é mais grave aqui, é que temos um colégio agrícola com crianças e adolescentes, o que é um agravante. UemR - Outra questão que a Senhora abordou era o uso indevido dos espaços do campus, a senhora falou da chã mais nova que foi aberta. Ouvi falar que existem funcionários que ocupam espaços aqui dentro do campus. Isso procede?

houve essas invasões, e existe um dos processos que diz que existia um servidor que estava comercializando esses terrenos, mas nunca vi esse processo e não sei da finalidade dele, nunca chegou pra mim. UemR - É que nos chegou a informação que ainda hoje um funcionário ocupa 0,7 hectare de terra aqui dentro. Diretora - Eu não sei lhe dizer, sinceramente, não sei lhe dar essa informação.

Diretora - Eu não sei dizer. Não tenho conhecimento.

UemR - E que inclusive faz parte do sindicato dos funcionários.

UemR - Mas já ouviu falar?

Diretora - Com toda certeza não sei lhe dar essa informação, porque como eu falei, nunca che-

Diretora - De hoje não, desde que cheguei aqui que se diz que


dos envolvidos. UemR - Quantas residências para professores existem no campus? Diretora - Existe uma residência feminina coletiva, uma masculina coletiva, e três residências individuais, e que abrigam famílias. Ainda existe a casa do diretor do centro, e do diretor do colégio. UemR - A senhora tem ideia do valor que os professores e funcionários pagam pelas residências? Diretora - Não, Eles pagam diretamente a prefeitura e vem no contracheque. Nova área construida no Campus de Bananeiras

gou aqui esse processo. Inclusive na reunião do Consuni, a professora Margareth disse que esse processo estava vindo já pra definir pra fazer a desocupação. Tudo que sei é que na época do professor Polari esse processo chegou e foi determinado no sentido de desocupação desse terreno, e na época a própria prefeitura universitária, e o prefeito, ao saber desse processo, entrou com um documento para pedir uma contrapartida para resolver a situação das pessoas elencadas no processo. Esse processo tramitou e foi dado novo prazo, e o prefeito não atendeu o prazo. Quando eu assumi e o prefeito de Solânea assumiu, chegou um documento

dizendo sobre essas questões da desocupação dos terrenos, e o prefeito atual de Solânea foi lá comigo e com o professor Eustáquio, ex-diretor do CCHSA, e a magnifica reitora onde tivemos uma reunião, e ele mostrou interesse em resolver a questão, e começou a elaborar soluções para o problema. Na última sexta feira, a professora Margareth nos comunicou que esse processo tinha chegado e falou que tinha sido dado um ultimato para que fosse resolvido. Eu não vi o processo então não posso afirmar o que eu não sei, mas a prefeitura, na época fez um levantamento, de todas as casas e das pessoas que moravam, eles devem saber com certeza o nome

UemR - Professora, eu soube que os professores e servidores pagam 15 reais para morar nessas residências. Isso procede? Diretora - Não sei. Quem tem essa informação é a prefeitura. UemR - Não seria ideal que os professores pagassem o preço de mercado para morar nessas casas? Bom até mesmo para a Universidade já que teria um recurso a mais, contando até que os professores e funcionários não pagam água ou luz. Diretora - Como eu falei, aqui tem 90 anos, então no formato que foi feito aqui no centro se justificava isso. Essas casas são todas antigas, e ao longo do tempo, foi dada prioridade a morar nessas casas, os servidores que tinham uma UFPB em revista

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atividade mais direta com as atividades do Centro, tipo manejador de animais, que precisaria acordar de madrugada, um motorista, um cuidador de alunos, que tem que estar sempre a postos, e sempre foi dada prioridade a isso historicamente. Na gestão antes de professor Eustáquio, começou a acontecer que todo mundo queria uma casa pra morar, e sempre que aparecia uma vaga havia uma comissão que tinha representantes de todos os segmentos onde, baseado em critérios, se avaliava e definia quem assumia as residências. O pagamento começou em certa época, direto a prefeitura via contracheque e o recurso realmente não retorna para o Centro. Quando nós entramos, e havendo a necessidade de residência, nós fizemos o seguinte: a partir das casas que forem desocupando nós vamos organizando para permitir que alunos morem. Foram desocupadas duas residências ano passado, e elas foram adaptadas, reorganizadas, reconstruídas. Colocamos 11 alunos em uma casa onde morava um funcionário, e onde morava uma professora colocamos mais oito alunos, sempre tudo bem adequado e com infraestrutura. Existem casas aí que não merecem nem ser reformadas de tão ruins que estão as condições. Existe uma discussão no Conselho de 10

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Centro, onde os alunos vieram reivindicar. E eles vieram com uma lista de quem deveria sair e quem deveria entrar. Explicamos que não poderia ser dessa forma. A gente tem que abrir uma comissão e discutir, analisar os critérios, e foi elaborada essa comissão para definir esses critérios. Na próxima reunião do conselho já teremos o relatório desses critérios. Fora isso, existe uma resolução rolando dentro do Consuni da questão permissionária dentro da Universidade e eu acho que tem que contemplar essa questão da residência, inclusive com reajuste de valor, como você citou. UemR - Quantas residências existem em Bananeiras? Diretora - Existem 19 residências, de diferentes tamanhos e diferentes capacidades. Algumas só para alunos da escola agrícola, com crianças e adolescentes, e as demais para os alunos dos cursos

superiores. Ao todo moram cerca de 800 alunos nas residências, e a demanda é bem maior, sendo que o perfil da maioria dos alunos que vem para aqui são de estudantes carentes. UemR - É verdade que aqui existem plantações que servem para o restaurante universitário? Diretora - É verdade. Antigamente já foi mais, quando era o colégio agrícola em tempos anteriores, o próprio aluno do colégio era o trabalhador, e ele produzia tudo. Hoje nem tanto, os alunos só trabalham nas aulas práticas, e apenas o excedente nas aulas vai pra o restaurante. Deixando claro que não é o foco nosso a produção dos alunos para o restaurante, apenas que os alunos tenham o conhecimento. O que sobra também vai para o posto de venda, onde é vendido para a comunidade interna, esse recurso vai para a GRU e depois

Acesso para vila e para condominio de luxo compromete segurança do Campus


volta como recurso. Ano passado, por exemplo, a ordenhadeira eletrônica foi comprada com o recurso do posto de venda, o que deu quase 90 mil reais, e este ano temos a meta de comprar um carro refrigerado para atender o próprio posto de vendas. UemR - Se tivesse maquinário ajudaria a produção? Diretora - Acho que a questão não é essa. A questão é: teria funcionário para dar conta dessa produção com maquinário? Porque os alunos fariam apenas as suas aulas praticas. E quem iria manter depois disso?

Nosso objetivo agora é regulamentar todos os laboratórios para que a gente possa receber o cie, aquele código fiscal, para que possamos vender para a comunidade externa como um produto diferenciado, que sabemos que é. Mas sempre focando que o nosso objetivo não é apenas esse, e o que é vendido é apenas o excedente. UemR - Muito obrigado professora, se quiser acrescentar algo fique à vontade. Diretora - O que a gente tem de acrescentar, é que o nosso Centro vai completar esse ano 90 anos, e aqui tem um cunho social muito

grande, pelo fato de atender as comunidades carentes, principalmente regionais, e pra isso tem que ter um olhar diferenciado, tanto o ensino básico ao nível superior e a pós-graduação. Nós estamos estrategicamente em uma área privilegiada e precisamos de mais apoio para que possamos desenvolver melhor as atividades que desenvolvemos, principalmente da prefeitura universitária. Não por falta de querer deles, talvez também não tenham pessoal suficiente para isso. Além disso, existem a questão dos funcionários, e nós precisamos ampliar e expandir.

Presidente do Sintespb/Campus III desconhece ocupação ilegal O presidente do Sintesp/UFPB em Bananeiras, Manoel dos Anjos, disse desconhecer uso de terrenos pertencentes à Instituição por integrantes da Comunidade universitária. Como morador gratuito de uma das residências pertencentes ao Campus de Bananeiras, Manoel dos Anjos afirmou que “tem um pessoal que vive a 40, 80 anos aqui (em terreno da Universidade). Tem uma rua que tem calçamento, tem as casas, tem energia, tem água e esse pessoal mora nessa área a uns 40 50 80 anos. É uma rua onde os carros passam de Solânea para o sítio e que dá acesso a outra cidade também”.

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Reportagem e Foto: Rômulo Jefferson

Ameaça de extinção

Quixabeira é estudada no campus de Areia Para chegar a esses resultados, a professora e os estudantes que também participam do projeto desenvolvem diversas etapas fundamentais para a validade de suas conclusões. Eles precisam seguir um manual que contém todas as regras e instruções para o teste de germinação, como embalagens, ambientes de armazenamento, luminosidade. Isso é fundamental porque qualquer espécie para ser comercializada precisa ter o resultado do teste de pureza e germinação, justamente o que o projeto busca estabelecer agora.

Edna Ursulino em ambiente de realização de pesquisa

A Quixabeira, planta nativa da caatinga, é uma das espécies ameaçadas de extinção constantes na lista do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama), e está sendo estudada pelo projeto de pesquisa coordenado por Edna Ursulino, professora do curso de Agronomia no Campus II (Areia). O trabalho consiste na produção de mudas que são, posteriormente, submetidas a diversas condições de temperatura e solo para determinar quais delas são mais favoráveis ao desenvolvimento da planta. Os integrantes do projeto, que já estudam sementes e produção de mudas desde 2006, agora dedicam-se mais especificamente ao desenvolvimento da Quixabeira. A partir das análises, os estudos até agora já conseguiram identificar que a temperatura de 30º e o substrato de vermiculita (papel especial próprio para germinação feita em laboratório, que ao ser usado na umidade não se dissolve), são as condições ideais para o desenvolvimento da espécie. 12

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Edna explica que estabelecer outros parâmetros para a quixabeira é o foco do projeto: “Por mais nativa que seja, devido a diversidade genética não teve um melhoramento, porque a gente vê sementes de tamanhos diferentes com germinação diferente, vigor diferente e não tem um protocolo para avaliar a germinação das sementes dessas espécies. E por conta disso é que a gente tenta estabelecer”. A próxima parte do projeto é a fenologia, para determinar em que época a planta aflora e o período de colheita dos frutos. Esses testes são feitos em um período de três a quatro anos por conta das mudanças climáticas que ocorrem com o tempo. “Então tem um ano que flora mais cedo, noutro mais tarde. Por isso a gente vai justamente buscar entender o período em que realmente os frutos estão prontos para serem colhidos,” explica. O projeto das sementes também ganha raízes em outros locais, à medida que os estudantes de Areia vão para outras regiões como Sul e Sudeste para continuar seus estudos. Segundo eles, aproveitando que esses locais já tem pesquisadores que estudam as espécies nativas do Nordeste, fica fácil levar e conseguir estudar as sementes da caatinga.


Reportagem: Rômulo Jefferson Foto: Wallyson Costa

Cirurgias bariátricas são retomadas no HU com a chegada da Ebserh quase um ano, encontram-se encaixotados nos corredores do HU porque não existe local apropriado para instalação. Segundo Arnaldo Correia, as obras de construção das salas que irão abrigar os equipamentos já foram iniciadas e a previsão é que seja finalizada em maio deste ano.

Arnaldo Medeiros superintendente do Hospital Universitário

Após passar por uma crise com falta de equipamentos, funcionários e capital, o Hospital Universitário Lauro Wanderley (HULW), começa a ser reestruturado. A retomada das cirurgias de média e alta complexidade, são os primeiros resultados de um novo modelo de gestão proposto pela Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh). Entre as cirurgias que voltaram a ser realizadas no HU está a Bariátrica, procedimento cada vez mais utilizado para tratar os pacientes com obesidade mórbida

(no Estado da Paraíba somam cerca de 76 mil pessoas). O número de cirurgias Bariátricas realizadas no Hospital ainda é tímido, duas por semana e, segundo o superintendente Arnaldo Correia de Medeiros, que assumiu o cargo em 23 de dezembro passado, é preciso aumentar essa capacidade, além de viabilizar a retomada de outros procedimentos que foram interrompidos. Um outro transtorno que deve ser resolvido em breve está relacionado aos equipamentos de diagnóstico por imagem que, há

Também está previsto um concurso público com mais de 800 vagas para cargos ligados não só à área de saúde, mas também para a administrativa, entre outras. O processo encontra-se em fase de licitação pública, onde empresas especializadas na realização das provas apresentarão suas propostas e, após escolha o edital deverá ser divulgado. A convocação dos aprovados no concurso marcará o início das operações da Ebserh no Hospital Universitário. Arnaldo Correia explica que o modelo de gestão empregado no HU atualmente já é o tipo de gestão da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares, mas juridicamente o processo de implantação da nova gestão ainda está em andamento. Para o superintendente, ainda serão feitos muitos avanços e melhorias, e em breve o Lauro Wanderley deverá voltar a ser referência no Estado. UFPB em revista

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Reportagem: Rômulo Jefferson Fotos: Wallyson Costa

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECÂNICA

Projeto Fórmula chega à fase final de competição

O grupo de pesquisa Fórmula SAE (Associação de Engenharia da Mobilidade) do Departamento de Engenharia Mecânica, que desenvolve e constrói veículo do tipo Fómula, chegou pela primeira vez à fase final da competição nacional da SAE que ocorreu em Piracicaba, São Paulo. Das 31 equipes que participaram apenas 11 conseguiram concluir as provas da competição, entre elas o grupo da UFPB. O Fórmula SAE é projeto inter14

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nacional que começou nos Estados Unidos e depois chegou ao Brasil, especificamente na UFPB a partir de 2008. O Fórmula baseia-se na criação e construção de um veículo de corrida tipo fórmula, levando em consideração uma série de etapas. A primeira delas, constitui-se de um relatório técnico que descreve a produção do carro. Depois vem a fase de construção, e por fim, os testes práticos com o veículo, que vai desde frenagem até aceleração.

Em 2010, a equipe que conta com quase 30 pessoas, chegou a levar um protótipo para a competição, mas não conseguiu correr. Em 2013 esse mesmo carro, agora modificado, foi levado novamente e conseguiu participar das provas dinâmicas. Por regra, o mesmo carro não pode ser levado mais de duas vezes para competição, por isso esse ano a equipe já está com um projeto para levar um carro totalmente novo.


estão abertas vagas para estudantes de marketing e administração participarem do Projeto. Até agora já integram a equipe estudantes de Engenharia Mecânica, Elétrica e de Materiais. O coordenador do Fórmula, Koje Mishina, ressalta a importância da multidisciplinaridade do projeto e as modificações na competição: “Esse é um projeto voltado mesmo para os estudantes, então essa questão de eles estarem anualmente alterando o regulamento é para que o aluno possa fazer modificações. Na verdade aí surgem inovações tecnológicas, sempre aliando ao custo benefício. Porque não adianta você chegar lá com a melhor proposta e ser inviável economicamente para colocar aquilo no mercado”. Novidades

Competição A competição em si sempre acontece no mês de novembro, mas já a partir de setembro começa a parte de entrega de relatórios com informações sobre o design e os custos do veículo. A competição simula uma apresentação de um produto para uma empresa real de um carro fórmula para pilotos não-profissionais, mas para produção em larga escala. Este ano a competição traz inclusa a parte de marketing, que simula a forma como a equipe venderia o produto para essa empresa, por isso

Os estudantes Max Millian, Marcelo Morsch, Rhaian José e Caio Cézar, alguns dos integrantes do Fórmula SAE, descrevem as modificações que deverão ser feitas no carro (que já chega a um custo

de aproximadamente R$ 100 mil). O Projeto conta com patrocínio da UFPB, através da reitoria que tem uma parceria para apoiar os projetos do departamento, Ford, Ciser, Altec, Senai, Starrett, Dassault e CD Adapter. A prioridade para equipe este ano é diminuir significativamente o tamanho do carro. Eles explicam que isso é importante para melhorar a dirigibilidade do veículo, assim como a diminuição de peso, o que irá aumentar a sua velocidade final ou a aceleração. Uma outra novidade é a adaptação de um passador de marcha automático: “até então a gente tinha um passador manual na maneta, que é semelhante ao que a gente tem nos carros convencionais hoje em dia. E agora a gente desenvolve um passador que fica atrás do volante, semelhante ao que existe na Fórmula 1”, disse um dos integrantes do projeto. A suspensão do veículo também será alterada para ajudar a diminuir o tamanho do carro.

Integrantes do Fórmula SAE.

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Reportagem e Foto: Rômulo Jefferson

FEIRA AGROECOLÓGICA

Associação de Produtores e Prefeitura decidem por mudança de localização A feirinha que acontece todas as sextas-feiras por trás do Restaurante Universitário (RU), mudará em breve de localização e ocorrerá no espaço compreendido entre o prédio do Diretório Central dos Estudantes (DCE) e a capela. A mudança deverá se efetivar no 2º semestre do ano e a decisão de transferir a localização da feira se deu após várias reuniões entre a Associação de Produtores, a Prefeitura Universitária (PU) e a administração central. Segundo o professor Flávio Lúcio, as principais razões para a mudança de localização da feira são a necessidade de fornecer um espaço mais amplo aos vendedores e o acesso próximo ao estacionamento para os consumidores, e também atender a requisição da PU, que usará o local para a criação de um novo estacionamento. Representante da Associação de Produtores, Lui16

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zinho, um dos fundadores da feira, conta que ela chegou à UFPB em 2002 e já funcionou no estacionamento da biblioteca central, em frente ao centro de vivência e até agora localiza-se por trás do RU. Ele comenta ainda sobre a importância da feirinha, já que ela serve também como objeto de estudo para diversos estudantes e professores da Instituição. A feira Agroecológica conta com aproximadamente 40 famílias que fazem parte da associação de produtores, sendo em torno de 30 as que estão presentes na feira toda semana. Luizinho explica que eles são produtores familiares das cidades de Sapé, Conde, Cruz do Espírito Santo e João Pessoa. Segundo ele, a proposta para a mudança de localização da feira foi bem recebida pela associação, mas salienta que ela só se efetivará se a Prefeitura Universitária cumprir algumas exigências, como o restante da pavimentação do terreno próximo ao DCE.


Reportagem: Peter Shelton Foto: Rômulo Jefferson

Escola de educação básica enfrenta problemas Apesar de funcionar há 24 anos, a Escola de Educação Básica enfrenta vários problemas. Herbência Cruz, coordenadora da Escola de Educação Básica da UFPB, afirmou que a escola era inicialmente uma creche, mas que devido à demanda, passou a atender um maior número de crianças e a estrutura não acompanhou a ampliação “ O que era uma creche, virou uma escola de educação básica atendendo crianças de 2 a 10 anos, indo da creche até o 5º ano do ensino fundamental. Como funciona desde 1990, contamos com o mesmo quadro de funcionários. Não houve nenhuma renovação e os que estão lecionando, estão se aposentando”. Além da falta de renovação do quadro de professores da escola-creche, ainda existem outras reclamações, como a falta de um refeitório para servir a merenda escolar ou de um laboratório de informática. Segundo a coordenadora, a Prefeitura Universitária está viabilizando soluções para a Escola de Educação Básica: ““A Prefeitura Universitária nos auxilia muito, queremos viabilizar a construção de um re-

feitório, a construção de uma quadra poliesportiva, uma biblioteca e laboratório de informática, além da reativação do espaço lúdico e a contratação de novos professores, entre eles para Educação Física e Língua Estrangeira.” Apesar disso, a escola funciona nos dois turnos e oferece uma estrutura razoável para os alunos: “A escola dispõe de salas de aula, área externa para atividades recreativas, secretária, sala de assistência social, coordenação e secretária” afirma a coordenadora. Ainda segundo a coordenadora, para ter acesso à Escola de Educação Básica da UFPB, é necessário ser filho de um integrante da comunidade acadêmica ou morar em bairros circuvizinhos, como os Bancários, Timbó e o Castelo Branco. Além disso é necessário ter em mãos: as cópias do cartão de vacina atualizado, da certidão de nascimento, comprovante de renda dos pais e comprovante de residência. Se caso o aluno vier de outra escola, é necessário o histórico escolar juntamente com o documento de transferência.

Creche conta com espaço de lazer para crianças

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Reportagem: Rômulo Jefferson Fotos: Retiradas da web

Uso dos espaços de circulação e estacionamento gera debate na web A falta de educação e até mesmo cidadania de alguns motoristas que estacionam na UFPB tem causado diversos transtornos à comunidade e as discussões já ganham as redes sociais. As situações são as mais diversas, desde vagas destinadas a idosos e portadores de deficiência sendo usadas irregularmente, até motoristas que chegam a fechar com o carro a entrada e saída dos estacionamentos. Em uma das discussões sobre dois carros (que não tiveram as placas divulgadas), que obstruíram a entrada e saída do estacionamento da Central de Aulas, é possível entender o tamanho do problema que estas atitudes causam. Os comentários acalorados de alguns usuários na rede social demonstram bem a indignação da comunidade com a situação. Muitos falam em furar pneus, arrancar para-choques e até arrombar os veículos. “Não terei pena de acabar o pára-choque de um 18

UFPB em revista

dos dois imbecis caso isso aconteça comigo,” comenta um dos usuários do Facebook sobre os automóveis estacionados irregularmente. Em outro comentário, o usuário descreve os prejuízos e transtornos causados pelos proprietários que estacionam em lugares inadequados e provocam congestionamentos e atrasos na entrada e saída dos espaços: “já vi um Civic novinho, branco, ficar arranhado porque não dava pra passar um carro grande e a caminhonete foi sem pensar duas vezes. Não vou mentir, achei bom”. A falta de fiscalização por parte da Instituição e o aumento do número da frota de veículos privados tem intensificado sobremaneira os transtornos decorrentes da prática de estacionar em locais proibidos ou inadequados. Segundo o prefeito univesitário, Sérgio Alonso, ainda este ano deverá ser aprovada, pelo Conselho Universitário (Consuni), uma resolução que permita a fiscalização e a punição de irregularidades no uso do estacionamento da UFPB.


Outras medidas também estão sendo tomadas para melhorar os estacionamentos: as vagas estão sendo remarcadas e também serão criadas novas vagas verticais, começando pelo Centro de Ciências Exatas e da Natureza (CCEN) e Centro de Ciências da Saúde (CCS). A decisão de verticalizar os novos estacionamentos se dá para proteger a mata atlântica que cerca o campus. Há também a opção de utilizar um estacionamento que pertence à UFPB, situado próximo as paradas de ônibus do CCHLA.Também está prevista uma campanha de educação e conscientização dos motoristas sobre a importância do cumprimento das leis de trânsito dentro do Campus. Veículo do Centro de Energias Alternativas e Renovaveis (CEAR) estaciona em vaga reservada para deficientes.

Ameaça! O uso inadequado dos espaços de estacionamento no interior da UFPB por parte de alguns proprietários de veículos, além de provocar transtornos e revolta aos condutores que precisam fazer o deslocamento nas ruas do Campus I, já geraram ameaças à estudantes. Ao ser flagrado por alunos que fotografavam para uma disciplina, estacionando numa vaga destinada a pessoas portadoras de deficiência, o motorista do Chevrolet (Corsa Classic), placa KHN – 0597 (Recife), que se apresentou como professor da Universidade, ameaçou quebrar as câmeras “na cabeça dos estudantes” e depois tentou atropelá-los. O caso ocorreu no fim de 2013 e até hoje o motorista do Corsa não foi

punido assim como também não foi possível confirmar a informação de que o mesmo seria professor da Instituição.

UFPB em revista

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Reportagem e Foto: Wallyson Costa

CENTRO DE INFORMÁTICA

Início em Mangabeira acontece em 2014.2 após ameaça de não iniciar semestre letivo O Centro de informática da UFPB passa por dificuldades de infraestrutura no seu novo prédio, localizado na Unidade Acadêmica de Mangabeira. As instalações, foram entregues sem a necessária, já que na área não existe esgotamento sanitário, estrutura de fossa séptica. Além disso, todo o projeto foi construído sem aterramento elétrico e sem outras partes importantes, como o sistema para controle de incêndios e de pára raios. 20

UFPB em revista

De acordo com o professor Guido Lemos, Diretor do Centro de Informática, as falhas na construção são normais, e foram percebidas e notificadas no começo do ano passado. “Como em toda obra, há falhas. Qualquer pessoa que faz uma reforma em casa, em certa hora percebe que se esqueceu de instalar uma tomada. Isso acontece. Um ano antes da obra terminar fomos fazer um checklist e percebemos essa falha. No campus I temos esgotamento sanitário

e lá não tem. Depois disso fizemos a devida solicitação de construção à Reitoria”, afirmou. Outro problema que o CI enfrentará, é que, mesmo com a mudança para a unidade de Mangabeira, os cursos ainda precisarão contar com professores dos departamentos de matemática, estatística e física, que funcionam no campus I/Castelo Branco. Guido revela resistência desses departamentos, que declaram situação de sobrecarga. “A matemática,


disciplinas, tem que ter professor e ponto”. Lemos revela que os professores ligados aos departamentos do CI terão o mesmo problema, tendo que fazer esse percurso. “Nós oferecemos quase 40 turmas para outros cursos, de todas as engenharias. Também temos disciplinas no CCEN, e da mesma forma que eles terão que ir pra lá, nós teremos que vir para cá dar aula. Estamos a apenas cinco quilômetros, então creio que não haverá nenhum problema. Outra coisa é que o professor também precisará de um espaço para atender os alunos e orientá-los. Porque não adianta apenas dar a aula e voltar para o campus I. Os alunos precisam de acompanhamento, essa é a minha posição”.

Professor Guido Lemos

principalmente. Colocaram isso de maneira clara e formal. Comunicaram aos coordenadores dos cursos, e foi comunicado à pró -reitora de graduação. Também já fizemos reuniões para equacionar isso. O que temos que ver é que o aluno tem direito a assistir as

O impasse, que ocorre também devido à distância entre as unidades, se tornou real devido à impossibilidade do CI construir seu prédio no Castelo Branco. Lemos relata que existiu a oportunidade de construção em um espaço ao lado do NTI, mas a área tinha problema de cabeamento de fibra e rede de esgotos. Outra opção era uma área pró-

xima ao CCHLA, e o problema foi que a área fez parte de uma permuta da Universidade com o Governo do Estado, em troca da área onde hoje funciona o colégio Olivina Olivia, só que o projeto não se concluiu e a escritura não está em nome da Universidade, impossibilitando dessa forma, que o Ministério da Educação (MEC) liberasse a construção. Desde então, o Centro de Informática funciona em um prédio cedido pelo CCEN, utilizado para sede da direção de centro e da coordenação dos cursos. No início do centro no campus I, o bacharelado em computação funcionava com cerca de 300 alunos, 25 professores e 10 funcionários. Agora, funcionam três cursos de graduação, um curso de pós-graduação, além de que em 2014.1e outro curso de pós-graduação se iniciará. Somando estudantes funcionários e professores, em 2014.1, o CI contará com em torno de 800 pessoas. Guido revela previsão de que no futuro próximo o Centro de Informática irá contar com cerca de 1400 pessoas dentre funcionários, alunos e professores. O Diretor do CI também demonstra preocupação na qualidade do ensino, pesquisa e extensão desenvolvidos no Centro, para o futuro próximo. “Existe a questão: não dispor as disciplinas, ou dispor de maneira precária? Pensando de modo otimista, necessita-se UFPB em revista

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Entrada do prédio do CI em Mangabeira.

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de 90 dias para que uma nova licitação seja feita e uma construtora ganhe, e a partir daí comece a construir a fossa. Além de outra licitação para o aterramento e também para o pára raios. Os coordenadores dos cursos estão trabalhando junto à pró-reitora de graduação e acreditamos que será possível oferecer o 2014.1 (semestre) aqui. Contamos com a resolução do problema para 2014.2, e se não conseguirmos, se tornará um caos”.

gerou como fruto ali o CESAR - Centro de Estudos e Sistemas Avançados do Recife, e também foi uma base para o Porto Digital. Então, tem ali 300 milhões de reais que se fatura por ano em Pernambuco por consequência do Centro de Informática. A nossa meta em longo prazo é fazer algo semelhante, fizemos já a expansão com número de professores e naturalmente esse processo de encubar empresas e atraí-las para trabalhar, aqui, aumenta”.

Guido ainda revela planos para expansão do Centro, além de interação econômica e social com a sociedade. “A gente vê o Centro de Informática de Pernambuco, que

Ainda de acordo com Guido, uma das coisas que é imprescindível para isso é espaço físico. Ele salienta que o campus de Mangabeira tem o espaço necessário para

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essa expansão. “Nós podemos convidar uma empresa para montar um laboratório de pesquisa, e negociar um espaço que fica cedido por um período para construção e utilização desse centro de pesquisa. Esse foi um dos principais motivos de termos aceitado a mudança para Mangabeira”. Para resolução do problema, a direção do CI junto aos representantes dos centros acadêmicos e os coordenadores dos cursos, tem se reunido com a reitora e sua equipe de 15 em 15 dias para verificar e acompanhar o andamento das soluções para os problemas do centro, dessa forma, todos esperam desenvolvimento nas iniciativas para resolução do caso.


DEPARTAMENTO DE MATEMÁTICA

Ci desconsiderou logística de locomoção 15h e em Mangabeira das 15 às 17h, o tempo de deslocamento pode gerar uma perda de pelo menos 15 minutos, sem que seja levado em consideração as possibilidades de congestionamentos, bastante comuns para a área. Tanto professores quanto alunos seriam enormemente prejudicados: os professores do Departamento de Matemática, por estarem submetidos a um stress quase diário para tentar minimizar as perdas de tempo provocadas pelos congestionamentos frequentes no trajeto. Os alunos também teriam prejuízos de grande consequencia em função da dimunuição dos conteúdos, já que, o tempo de deslocamento não teria como ser reposto de maneira consequente.

Everaldo de Medeiros, chefe do Departamento de Matemática

O professor Everaldo de Medeiros, chefe do Departamento de Matemática (DM), alega que o problema entre os professores do departamento que dirige e o Centro de Informática vem desde o planejamento de criação do CI, que, segundo ele, não levou em conta a logística de locomoção e sobrecarga dos professores. Ele afirma que “se designarmos um professor pra ir pra lá, ninguém quer. Porque primeiro, os professores tem todas as suas atividades aqui, e a gente também não trabalha apenas com dar aulas, tem questão de pesquisa, e acompanhamento dos alunos”. É importante ressaltar que o deslocamento de professores, do Campus I (Castelo Branco) para Mangabeira ocasiona alguns contratempos em relação ao tempo. De fato, se o professor tem aulas no Departamento de Matemática, por exemplo, de 13 às

O Chefe do Departamento de Matemática afirma que recebeu uma solicitação da direção do Centro de Informática para que as aulas do período 2014.1 fossem ministradas já em Mangabeira. Segundo Evaldo de Medeiros a solicitação não pode ser atendida pela indisponibilidade de ceder os professores de forma permanente ao Centro. “Na verdade nós não temos condições porque a demanda inicial deles seria de 24 disciplinas, o que demandaria oito professores para ir pra lá. Tirar esses professores do Departamento de Matemática hoje é totalmente impossível”, declara. Medeiros ainda revela um dado curioso. Ele relata que 15 anos atrás, o Departamento de Matemática contava com 54 professores em seu quadro, e após a expansão do Reuni, onde foram criados muitos cursos e a demanda de turmas aumentou, se percebeu que o quadro de professores havia diminuído. Hoje o DM conta com 47 professores. O Chefe de Departamento calcula que, na atualidade, o Centro de Informática tem um impacto de nove disciplinas ao Departamento, impacto menor do que seria em Mangabeira, pois eles conseguem espalhar os alunos em turmas com vários cursos, não precisando criar turmas especificas para os cursos do CI.

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Reportagem: Rômulo Jefferson Imagens: Recortes de Originais

Manual publicado na UFPB ensinava como identificar comunistas Passados 50 anos do golpe militar de 1964 que instalou uma ditadura de 21 anos no Brasil, o livro “Como eles agem”, impresso pela Editora Universitária da UFPB, em 1973, sob o reitorado de Humberto Carneiro da Cunha Nóbrega, constitui-se como um manual para identificar subversivos e comunistas. A publicação, de autoria da Divisão de Segurança e Informações, tem 26 páginas que discorrem sobre a atuação do comunismo dentro das universidades e também na cultura e religião. Os jornais estudantis, muitas vezes produzidos pelo Diretório 24

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Central dos Estudantes (DCE), eram vistos pelo regime militar como uma ameaça. Essas publicações, segundo o livro, eram “vulneráveis à infiltrações ideológicas comunistas, que sob forma sutil ou direta, aborda temas que provocam a polêmica, o descontentamento, a conduta negativa.” “Como eles agem’’ aborda que os assuntos considerados negativos para o regime eram escolhidos para “realizar uma intoxicação progressiva dos universitários.” Dentre os temas citados é interessante notar que alguns deles foram colocados entre aspas na pu-

blicação, numa clara tentativa de negar a veracidade dos fatos. Um deles é a própria ditadura militar citada pelas publicações estudantis, fato que o livro classifica como “campanha demagógica.” Um outro ponto tratado entre aspas no livro é o vestibular funil, que permitia a inscrição de muitos estudantes e oferecia poucas oportunidades de ingresso à universidade. Outros assuntos que eram amplamente abordados pelo jornais estudantis eram o desemprego, o alto custo de vida, as verbas reduzidas para educação e saúde, o ensino no nível superior, exceden-


tes, bolsas de estudo, trabalho, alimentação e manutenção; ensino pago, uso das unidades de ensino como fábricas, o Decreto de Lei477. De acordo com a publicação os jornais eram distribuídos “astuciosamente” em eventos festivos e semanas de estudos. No livro, também há considerações dando conta que as ameaças ao regime militar estavam não só entre os estudantes, mas também entre os professores das instituições. Considerados grandes influenciadores do comunismo pelos militares, na visão dos idealizadores do livreto, os docentes preferiam cargos de chefe de departamento, diretor e reitor pela proximidade que essas funções têm com os estudantes. De acordo com ‘‘Como eles agem’’, os professores escolhiam temas diferentes das suas disciplinas para “provocar distorções, as mais variadas, nos conceitos morais, políticos e sociais ora vigentes no país.” Da mesma forma que ocorria na educação, o apoio ao comunismo, de acordo com a publicação, também se dava na cultura através do cinema, teatro, música. Para os militares, “a exploração do sexo, da pornografia e do erotismo,” se alinhavam com os ideias comunistas para promover a subversão da sociedade. No cinema, a publicação cita os cineastas Glauber Rocha e Rui Guerra, “discípulos e seguidores de Jean Luc Godard,

conhecido nos meios cinematográficos como ‘o professor que ensina as fórmulas de fazer politicamente o cinema político.’” Os militares acusam grupos artísticos, do teatro, de disseminar o ideal comunista através de suas peças, valendo-se de temas com caráter sexual como em Oh, Calcutá e Hair, peças que segundo os militares promoviam a decadência moral da sociedade. O Grupo Teatro Oficina Sociedade Civil Ltda, de São Paulo, é citado porque incluia temas regionais nas apresentações por todo o país e depois

fazia uma peça resumo, em São Paulo, sobre o que foi observado pelas caravanas. A peça 25 anos depois, de Pedro Viana, apresentada no Teatro Chileno, foi uma das peças apresentadas no exterior com o intuito de “apresentar fatos distorcidos sobre o Brasil, versando sobre torturas, espancamentos e assassinatos nas prisões brasileiras.” A Música Popular Brasileira (MPB) era tida pelos militares

como promotora de mensagens subversivas de maneira subliminar. Outra forma de protestar contra a ditadura, segundos os autores do livreto, se dava na composição de músicas que os autores já sabiam que iriam ser proibidas pela censura ou teriam partes censuradas, a exemplo de Partido Alto, também de Chico Buarque. Ainda segundo os idealizadores de Como eles agem as manifestações contra a ditadura ocorriam, mais efetivamente, em datas e eventos importantes no país, com o objetivo de enfraquecer e desa-

fiar o regime militar. Cientes disso, a publicação traz um calendário com as datas que, provavelmente, seriam escolhidas para “agitações” e outro com informações sobre os eventos comunistas. Entre as datas apontadas para possíveis manifestações estavam, por exemplo, o “4 de Abril, Dia de Luta contra a Otan” e o Aniversário do fim da Segunda Guerra Mundial, em 8 de Maio.

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Reportagem: Wallyson Costa Foto: Derval Golzio

Elisabete Teixeira e Assis Lemos durante o Fórum

Fórum Universitário 2014

Evento aborda 50 anos do Golpe Militar no país O tema do primeiro Fórum Universitário de 2014 foi “Os 50 anos do golpe Militar de 64”, e contou com a presença do cineasta Vladimir Carvalho. Em mesa redonda, ocorrida em dez de março no auditório 412 do Centro de Ciências Humanas Letras e Artes (CCHLA), Carvalho discutiu aspectos do filme “Cabra Marcado Para Morrer”, de 1985, com a presença de Elisabete Teixeira, viúva do agricultor e líder das Ligas Camponesas no Estado da Paraíba, João Pedro Teixeira, e de Assis Lemos, deputado estadual cassado pós Golpe Militar. Ainda no evento, prestou homenagem ao seu amigo, e diretor do filme, Eduardo Coutinho, falecido recentemente. De acordo com Iedo Fontes, organizador do Fórum, a escolha de Vladimir Carvalho ocorreu por conhecer a realidade da Paraíba e por estar gravando um filme sobre o massacre ocorrido na cidade de Mari em 1962. “É um marco importante para a Universidade abrir o Fórum este ano com a presença de um cineasta, quando estamos lamentavelmente completando os 50 anos do golpe 26

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militar, um período negro da história do Brasil”, afirma. Iedo relata que a agenda de convidados a participar do Fórum Universitário para o resto de 2014 já está sendo programada. Ele revela ainda, a ida à Brasília no mês de março para intermediar a vinda do Ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “Quem intermediará a visita será o paraibano Lindberg Farias, senador e candidato a governador do Rio de Janeiro. Lula deverá receber o título de Doutor Honoris Causa pela UFPB entre abril e maio deste ano”, projeta Fontes O coordenador do Fórum Universitário revelou que pretende, ainda para o decorrer de 2014 fazer um debate com os presidenciáveis e com os candidatos ao Governo da Paraíba. Para Fontes, esta será uma tarefa difícil por conta do período de campanha apertado. Caso não seja possível, “tentaremos trazer pelo menos os candidatos a vice presidente”. Iedo acredita que a possibilidade de debate entre os candidatos ao governo do estado é mais factível e já pensa em entrar em contato para incluí-los na agenda do evento.


Reportagem: Wallyson Costa

Pró-Reitoria de Administração realiza mais de 6 mil empenhos No ano de 2013, a Pró Reitoria de Administração da UFPB (PRA), atingiu a marca de mais de seis mil empenhos realizados, dentre materiais de consumo e equipamentos adquiridos. Os recursos, que são recebidos do Governo Federal, e coordenados em forma de orçamento pela Pró Reitoria de Planejamento (Proplan), equivalem a cerca de 10 milhões de reais investidos na Universidade. Também em 2013, ocorreu que, pela primeira vez, a UFPB notificou uma empresa por não entregar mercadoria licitada. Embora em anos anteriores existissem várias ocasiões onde as mercadorias não eram entregues, as empresas nunca foram notificadas. A Pró Reitora de Administração, Zelma Glebya, relata que, agora, se a empresa não entrega a mercadoria, é devidamente notificada, e é seguida uma série de etapas até puni-la de fato. Zelma revela que “desde a primeira notificação vem ocorrendo outras, tanto é que agora, o nível de mercadorias que tem sido entregues corretamente aumentou, e isso é reflexo dessa nova medida.” Ela conta que, em caso de notificação por não entregar o equipamento licitado ou entregar a mer-

cadoria sem que seja levada em consideração a correção dos apectos do produto, a empresa poderá ser impossibilitada de futuros pregões/licitações. “Uma das etapas é você descredenciar a empresa junto ao Siafi, onde ela é impossibilitada de transitar negociação com qualquer órgão público”, pondera. Glebya explica que, levando em conta esse orçamento são feitas as dotações orçamentárias, e quando ocorrem os pregões, podem ser realizados os empenhos. A PRA, engloba, além do setor de compras, o protocolo, almoxarifado, patrimônio, arquivo geral, licitação,

serviços, e toda a contabilidade da UFPB. Vários desses setores trabalham em conjunto dentro do processo de empenho. Quando é realizado o empenho, a empresa recebe a notificação e prazo em dias para poder entregar a mercadoria. Em caso de material de consumo, o almoxarifado manda a nota fiscal diretamente para a PRA, já em caso de material permanente, vai para o patrimônio, onde é tombado. Após uma série de controles, é dada a autorização ao setor financeiro e só assim a empresa recebe pela compra.

Recursos do Tesouro DESCRICÃO DOTAÇÃO FINAL EXECUTADO SALDO % DE EXECUÇÃO

PESSOAL

CUSTEIO

CAPITAL

TOTAL

941.689.415,00

139.907.867,00

36.681.975,00

1.118.279.257,00

919.647.624,11 22.041.790,89

127.833.255,53 12.074.611,47

33.539.660,60 3.142.314,40

1.081.020.540,24 37.258.716,76

0,98

0,91

0,91

0,97

PESSOAL

CUSTEIO

CAPITAL

TOTAL

6.282996,00.

3.103.162,00

9.386.158,00

Recursos Próprios DESCRICÃO DOTAÇÃO FINAL EXECUTADO SALDO % DE EXECUÇÃO

2.135.027,79

2.088.497,01

4.223.524,80

4.147.968,21

1.014.664,99

5.162.633,20

0,34

0,67

0,45

UFPB em revista

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Reportagem: Luan Matias Foto: Baixaki

Novidades nas modalidades de intercâmbio oferecidas pela UFPB

Portugal é o principal destino dos intercambistas da UFPB. A Universidade de Coimbra(foto) recebeu 15 estudantes em 2013

Ter contato com um sistema educacional diferente, desenvolver um segundo idioma, aprofundar-se em determinada área de conhecimento ou simplesmente uma nova experiência de vida. Por motivos diversos, a demanda de brasileiros interessados em fazer intercâmbio cultural cresce a cada ano. E para os alunos da UFPB em busca de oportunidades para estudar no exterior, 2014 chega com novidades nas modalidades oferecidas pela instituição. Desde o último ano desenvolvendo ações que visam melhor assistir os interessados em complementar sua formação acadêmica fora do país, a Assessoria 28

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para Assuntos Internacionais oferece várias formas de acesso a um intercâmbio. Com antigos convênios renovados e novas parcerias firmadas, atualmente a UFPB conta, por todo o mundo, com cerca de 40 instituições efetivamente aptas a receber seus alunos. Uma das principais novidades para este ano acontece na principal modalidade de intercâmbio da universidade, o PROMOBI - Programa de Mobilidade Internacional. A partir de 2014 os classificados são distribuídos em duas chamadas, com uma acontecendo em cada semestre. A medida visa solucionar um antigo problema, responsável por gerar um con-


bendo ao aluno escolher o que melhor se adeque as suas necessidades. No total, o PROMOBI atendeu, entre alunos enviados ao exterior e estrangeiros recebidos, cerca de 170 alunos. Uma dúvida recorrente entre os candidatos diz respeito ao aproveitamento das atividades realizadas durante o intercâmbio na grade curricular de suas graduações. Sobre isso, o professor José Antônio explica que, para serem utilizadas como disciplinas regulares, é necessário o coordenador do curso aprovar, após uma análise dos conteúdos estudados, a dispensa da matéria equivalente. Caso não aconteça a aprovação, é possível incluí-las como atividade extracurricular. Além do PROMOBI, há outras modalidades de intercâmbio em funcionamento. Duas delas são promovidas pelo Banco Santander: o Programa de Bolsas Ibero-Americanas e o Fórmula - este também atende aos alunos de pós-graduação. Para os interessados em cursar mestrado ou doutorado no exterior, uma ótima opção é o programa Erasmus Mundus, financiado pela União Européia e que engloba universidades parceiras da UFPB.

flito entre períodos letivos: a diferença entre os calendários acadêmicos de Brasil e Europa, principal destino dos intercambistas da UFPB. Segundo o professor José Antônio, coordenador da Assessoria para Assuntos Internacionais, o processo seletivo continuará acontecendo uma única vez ao ano, mas os classificados serão divididos em dois semestres. “A nossa proposta é possibilitar um melhor planejamento por parte dos aprovados e evitar a necessidade de antecipar os cursos para voltar a tempo do início de um novo período letivo”. A duração dos intercâmbios pode ser de seis meses ou um ano, ca-

Pré-requisitos para candidatar-se ao PROMOBI: Estar regularmente matriculado na UFPB; CRE superior a 5,0; Ter mínimo 40% e no máximo 90% da grade curricular cursada; Conhecimento da língua do país - o nível de conhecimento é cobrado pela universidade anfitriã.

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Reportagem e Foto: Rômulo Jefferson

FARMÁCIA ESCOLA

Inconsistência em CNPJ paralisa venda de medicamentos A Universidade é, além de um centro de ensino e aprendizagem, um local que oferece uma série de serviços à população, como bancos e correios. Entre eles está a Farmácia Escola, que desde o final de 2013 teve a venda de medicamentos suspensa na tentativa de corrigir irregularidade no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ), ocorrida ainda na gestão Polari. O problema ocorreu depois que a administração resolveu submeter a farmácia diretamente à reitoria, antes ligada à Fundação de Apoio à Pesquisa e à Extensão (Funape), sem trocar no entanto o CNPJ que existia em nome de um professor. Na prática a Farmácia Escola estava funcionando como se fosse privada, já que a dispensa e compra de medicamentos era feita a partir do CNPJ de uma pessoa física e não da Universidade. A decisão de suspender a venda de me-

dicamentos ocorreu após várias reuniões entre o Departamento do Curso de Farmácia e a Reitoria, que também cancelou o último pregão para compra dos medicamentos. Atenção à saúde e estágio A Farmácia Escola sedia também um projeto de extensão que realiza atendimento e acompanhamento de alguns pacientes, e mesmo com a suspensão da venda de medicamentos o serviço continua em funcionamento. Segundo a chefe da farmácia Cleina Maria, qualquer pessoa pode participar do programa, bastando apenas ir até o local. Entre os serviços está a verificação de pressão sanguínea, controle de diabetes e orientações a cerca de medicamentos. Outra função é a disponibilização de um campo de estágio dentro da Universidade para os estudantes do curso de farmácia. Para a professora de estágio vivência, Maria Ladjane Sodré, esses estagiários estão sendo prejudicados, já que a dispensação de medicamentos está suspensa e ela é parte essencial do exercício da profissão. A expectativa é que até o final do primeiro semestre a situação esteja normalizada.


Reportagem: Wallyson Costa

Pró-reitoria de administração implanta sistema de protocolo eletrônico Sistema que entrou em funcionamento no final de 2013 visa agilizar o andamento dos processos e desburocratizar o serviço de protocolo na Instituição. O Sistema Integrado de Patrimônio, Administração e Contratos (Sipac), faz parte do conjunto de sistemas comprado da UFRN há dois anos, que ainda conta com outros módulos que já haviam sido implantados, como o Sistema Integrado de Gestão de Atividades Acadêmicas (SIGAA). O novo sistema, que já se encontra em pleno funcionamento, mostra em tempo real a tramitação dos processos, e permite que os despachos sejam feitos pela própria interface, o que agiliza seu seguimento. De acordo com Zelma Glebya, Pró-Reitora de Administração, o intuito é extinguir a tramitação de processos em papel, passando todos a circular digitalmente. Zelma explica que esse sistema exige que todas as unidades, sejam pró-reitorias ou centros, tenham um fluxo de processo. “Esse fluxo estará na página do sistema, e em cada etapa que o processo se movimentar, qualquer pessoa, e principalmente a pessoa que entrou com o processo, fica sabendo de todas as etapas, até a finalização. Quem é aluno ou professor por muitas vezes não sabe como iniciar um processo, agora isso vai ficar disponível para todos”.

Para acessar a página visite: sistemas.ufpb.br/public/jsp/portal.jsf

A Pró-Reitora ainda cita que o sistema antigo, que não funcionava em tempo real, era centralizado, e todos os processos entravam via Protocolo Geral. Já o atual, é descentralizado, habilita várias pessoas a acompanharem o processo, e elimina a etapa de entrada via Protocolo Geral, que atualmente funciona apenas para entrada externa, de pessoas não diretamente ligadas a UFPB. UFPB em revista

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Reportagem: Luan Matias Imagens: Divulgação

Estudante consegue financiamento coletivo para publicar história em quadrinho

Uma menina vítima de bullying na escola, um imigrante chinês e um mendigo contador de histórias. O que estes distintos personagens podem ter em comum além do fato de residirem em João Pessoa? Os três fazem parte de “Café”, primeiro álbum do quadrinista e estudante de Mídias Digitais, Gabriel Jardim. O lançamento da obra foi viabilizado por meio de investimentos coletivos feitos através do sistema Crowdfunding, na internet. A primeira ideia do quadrinista era conseguir algum incentivo público destinado a produção cultural, o que não foi possível. Gabriel então conheceu o sistema conhecido como Crowdfunding - financiamento de multidão em português, responsável por possibilitar investimentos coletivos a produções independentes. Desta forma, um alvo financeiro foi definido. Como o investimento funciona com uma data limite estipulada, o valor deveria ser alcançado até o dia 5 de março. A meta foi superada 10 dias antes do prazo final e surpreendeu o jovem artista. “Além do apoio de amigos, muita gente deconhecida me ajudou; al32

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guns com incentivo financeiro e outros divulgando o projeto em sites e blogs. Ter alcançado o valor foi motivo de euforia e alivio ”, conta.

çado superou a meta estipulada, alguns investidores ganharão recompensas extras. A ideia é ter tudo pronto e devidamente entregue até o mês de maio.

Foram arrecadados R$ 15.161, vindos de 201 colaboradores que terão um retorno de acordo com o valor investido. Por exemplo: quem doou R$ 20,00 ganha o quadrinho em formato PDF e tem o seu nome impresso na página de agradecimentos. Já quem investiu R$ 50,00 recebe em casa uma versão impressa e posters de capas alternativas produzidas por artistas convidados pelo autor.

Com a experiência adquirida na primeira história em quadrinho , Gabriel já idealiza a próxima produção, que promete cruzar fronteiras e tratar de Jazz, o consagrado estilo musical norte-americano. “A ideia é lançar o segundo trabalho através de uma editora, o que facilitaria questões de divulgação, distribuição e me permitiria focar exclusivamente na história”, adianta.

Gabriel foi o idealizador da história e teve em uma amiga, a estudante de Biblioteconomia Candice Lopes, uma espécie de editora, responsável por conselhos e os primeiros feedbacks. Desde os 15 anos estudando sobre o tema, o jovem artista enxerga em “Café” o primeiro passo para alcançar o sonho de infância: trabalhar com histórias em quadrinhos. “Eu desenho por necessidade, preciso fazer isso todos os dias. Viver de quadrinhos no Brasil é muito difícil e este é apenas o meu primeiro contato com o público. Tudo ainda é muito novo”, relata. Ao ingressar na graduação em Mídias Digitais, Gabriel Jardim viu nas disciplinas do curso um subsídio importante para o desenvolvimento das histórias e a evolução das suas produções. E o ambiente acadêmico foi decisivo para a produção de “Café”. O quadrinho é resultado de um entendimento adquirido na universidade, local onde colegas e amigos produzem constantemente novos conteúdos. Até então desenhando de maneira avulsa, o jovem compreendeu a necessidade de um material sério e com propósito definido. A pós-produção de Café já teve inicio. O arquivo para impressão em breve estará na gráfica e o material será de alta qualidade. As recompensas já estão em fase de elaboração e logo serão enviadas para as residencias dos colaboradores. Como o valor alcan-

Algumas páginas da publicação já foram disponibilizadas na web

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Reportagem: Luan Matias Foto: Régis Sousa

FÓRUM DE ATUALIZAÇÃO

Cultura indígena em discussão E esta não foi uma ação isolada ou meramente casual. A Universidade Federal da Paraíba é historicamente uma instituição comprometida com as causas do seu povo, em especial os menos favorecidos. É o que conta a professora Wilma Martins de Mendonça, do Departamento de Letras Clássicas e Vernáculas e coordenadora local da organização Séculos Indígenas. “A UFPB é uma das universidades brasileiras mais envolvidas com o seu povo. Foi assim na luta por terra das Ligas Camponesas e tem sido assim na nossa luta pelo resgate da história do Brasil”.

Reitora Margareth, criança Tabajara e Álvaro Tukano

“Um povo que não conhece a sua história está condenado a repeti-la.” A famosa frase, de autoria até hoje discutida, esteve no centro das discussões do Fórum de Atualização sobre Culturas Indígenas. Visando subsidiar de maneira teórica e reflexiva educadores, estudantes universitários, pesquisadores e demais interessados no tema, o evento aconteceu na estação Cabo Branco e contou com palestras, debates, oficinas e em paralelo com a exposição de arte Séculos Indígenas no Brasil, que estará em destaque até o final do mês de abril. Este foi o quinto módulo do fórum, que teve outras três edições em Brasília e uma no Rio de Janeiro, todas realizadas pela Séculos Indígenas, instituição sem fins lucrativos e com duas décadas de atividades dedicadas a diversidade étnica no Brasil. A UFPB foi uma das grandes responsáveis pela realização do evento na cidade de João Pessoa. 34

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O Núcleo de Cidadania e Direitos Humanos (NDCH/CCHLA) é o principal meio pelo qual a UFPB tem desenvolvido ações em prol das minorias e movimentos sociais. Fundado há cerca de 25 anos, o NDCH é representante da instituição na Comissão Estadual da Verdade e tem sido um local de apoio e encontro entre professores e alunos, que através de debates e pesquisas estão trabalhando em busca da consolidação da cidadania e direitos de indígenas, mulheres, negros, camponeses e demais grupos historicamente oprimidos. Além disso, o núcleo conta com o Mestrado em Direitos Humanos, Cidadania e Políticas Públicas. A reitora Margareth Diniz esteve presente no Fórum de Atualização Sobre Culturas Indígenas e tem apoiado de maneira decisiva as ações do NDCH. “No ofício da Universidade Federal da Paraíba está tratar de ensino, pesquisa e extensão. No contexto de tudo isso, tratamos efetivamente dos Direitos Humanos e políticas públicas sociais. O fórum foi um fato marcante, histórico e importante também para a nossa instituição, que tem realizado várias ações em prol dos historicamente mais necessitados de atenção”, contou.


Reportagem e Fotos: Derval Golzio

Museu do Brejo carece de coordenação O Museu do Brejo, composto pela Casa Grande e pelo ambiente destinado ao maquinário dos engenhos (moinho de cana e alambiques) está sem coordenação desde agosto de 2013. De acordo com o diretor do Centro de Ciências Agrárias, Djail Santos, “a nossa realidade é que estamos sem a coordenação do Museu. Nós tínhamos dois funcionários terceirizados e depois que a Fundação José Américo apresentou problemas, os contratos terceirizados foram encerrados. Encaminhamos expediente a reitora, mas nada foi resolvido ainda”. Ainda segundo o diretor do Campus de Areia, o problema da falta de funcionários afeta também o Teatro Minerva, que é do Governo do Estado mas está cedido sob regime de comodato à UFPB e é administrado pelo Centro de Ciências Agrárias. “Para resolver o problema do Teatro nós tivemos recentemente um encontro com o professor Orlando Vilar (Pró-Reitor para Assuntos Comunitários) que nos garantiu ter conseguido um professor do Campus I, da área de teatro, para ser responsável pela programação e o ideal é que esta programação seja constante, com eventos ao longo do ano” Dajail esclarece que a solução para o Teatro Minerva, como a acertada com a Prac para com o Museu, ainda não existe. “Não temos nenhuma definição. Estamos tentando junto ao corpo docente e de funcionário daqui – se não houver contratação de pessoal especiali-

zado por parte da Universidade – a possibilidade de desenvolver a atividade”, pondera Santos. Ele enfatiza que as limitações oriundas de um corpo de funcionários técnicos administrativos reduzido e os impedimentos com o desvio de função, são complicadores. O quantitativo de funcionários aposentados nos últimos três anos, segundo Djail Santos, não teve reposição. “É um problema sério que limita a nossa capacidade de atuação: primeiro para atender a expansão que foi gerada com o Projeto Reuni; e, segundo, em ampliar a nossa capacidade de ação no entorno da Universidade. Nós partimos de dois cursos de graduação até 2005, (quando foi criado o curso de Ciências Biológicas em nível de bacharelado e a licenciatura); em 2008, o de Medicina Veterinária e em 2011 mais dois outros cursos de bacharelado e licenciatura em Química. Hoje temos sete cursos. Ampliamos a inserção dos jovens das cidades do entorno de Areia com os cursos de licenciatura”, pondera o diretor do Campus II. Ele disse ainda que o problema da ausência de reposição das aposentadorias se dá em virtude, na maioria dos casos, da extinção dos quadros de servidores dos níveis A e B, que no caso do Campus de Areia se configura, por exemplo, como auxiliar de agropecuária, das funções de apoio em campo. “Considerando que nós temos quatro fazendas, mais de 600 hectares de área, e não haver a reposição nem mesmo com terceirizados, dificulta”, conclui Djail. UFPB em revista

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Reportagem: Peter Shelton Fotos: Rômulo Jefferson

Universidade retoma obras paralisadas Como parte do projeto de reestruturação da universidade, a reitoria decidiu retomar as obras que estavam paralisadas. Entre elas, estão a construção do prédio do Nepem (Núcleo de Pesquisas e Materiais), o Centro de Arte e Cultura e a ampliação do Restaurante Universitário. Segundo o engenheiro Francisco Pereira Jr., coordenador de infra-estrutura do Reuni, quase todas as obras foram reiniciadas e inúmeros fatores atrasaram ou paralisaram as obras.

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Gustavo Tavares, responsável pela supervisão das obras do Reuni, reconhece que essas obras possuem alguns problemas em seu planejamento pela ausência de projetos complementares: “Essas obras foram construídas com o projeto básico, que contava com apenas com o projeto arquitetônico. Então quando se faziam os projetos complementares, o custo subia e se fazia necessário a solicitação de aditivos, o que atrasava a obra.”


Ainda segundo Tavares, a ideia é modificar o modo como são feitas os projetos da instituição: “A gestão da professora Margareth Diniz vai mudar completamente o modo como são feitas as licitações. A ideia é exigir o projeto completo, com tudo o que será necessário. Com isso você tem uma realidade mais próxima do custo efetivo da obra e evita mais atrasos. Além dos problemas relativos a ausência dos projetos complementares, outras pendências contribuem para o atraso em boa parte das obras da UFPB. “As obras do Nepem, o Bloco D do Centro de Educação e a ampliação do Restaurante Universitário foram paralisadas após a recisão do contrato com a empresa vencedora da licitação, que não vinha cumprindo os prazos e exigências contratuais.” O coordenador de infraestrutura declarou que a obra do Nepem foi reiniciada através de um contrato emergencial, firmado em função da necessidade de abrigar um microscópio de varredura. A previsão de entrega do prédio é de 180 dias. Para dar continuidade as obras do bloco D do Centro de Educação, a opção foi feita pela contratação do segundo colocado da licitação, que aceitou retomar a obra em dezembro de 2013 e há alguns dias recomeçou os trabalhos na construção.

As construcoes que estavam paralizadas sao reativadas.

O Centro de Arte e Cultura, situado ao lado do prédio da reitoria está com as obras em andamento. Ele teve a sua construção paralisada durante 60 dias para a verificação da montagem da laje de cobertura. Segundo o engenheiro Francisco, “a UFPB solicitou a paralisação da obra para verificar a construção da cobertura, pois não havia esse detalhamento no projeto. Então a empresa responsável fez este detalhamento e a obra já foi retomada desde o começo do ano.” Já a ampliação do Restaurante Universitário, que também estava paralisada, Francisco Pereira afirmou que o projeto precisou ser readequado para atender a necessidades de acessibilidade, que não estavam contempladas no projeto

original. A Universidade deverá abrir uma nova licitação e a previsão é de que a obra seja reiniciada ainda no primeiro semestre de 2014. Outra obra que deverá ter sua finalização em curto espaço de tempo é a do Campus de Santa Rita. A obra se encontra em estado avançado, faltando apenas o término da construção da cobertura do auditório. “O auditório deveria estar pronto”, ponderou Francisco Pereira. Ele justifica a não conclusão da obra devido ao atraso na entrega das telhas termo acústicas. “As demais obras estão concluídas e prontas para funcionamento. Inclusive o prédio conta com toda a infraestrutura necessária, inclusive com Internet e Energia Elétrica”, garante. UFPB em revista

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