Boletim Epidemiológico
Dia Mundial da Saúde Segurança Alimentar Gripe Época 2014/2015 Ébola Plano de Contingência Sarampo Orientações para Vacinação Doenças Declaração Obrigatória Jan-Abr 2015 Alerta Doenças Transmissíveis
Unidade de Saúde Pública Ano 4, Nº 2, Abr 2015
Dia Mundial da Saúde Segurança Alimentar
A Organização Mundial da Saúde (OMS) escolheu o tema da Segurança Alimentar para o Dia Mundial da Saúde de modo a alertar os governos, agricultores, fabricantes, comerciantes, profissionais de saúde bem como os consumidores, para a importância da segurança alimentar. Contabiliza-se que, anualmente, morrem em todo o mundo, cerca de 2 milhões de pessoas devido ao consumo de alimentos contaminados. De fato, as toxi-infecções alimentares continuam a constituir um problema importante de saúde pública, em especial nos grupos mais vulneráveis, como as crianças e os idosos. Considera-se que os produtos de origem animal (como os ovos caseiros, leite cru, carne, peixe e marisco) devem merecer grande atenção no armazenamento e na preparação. Também as toxinas, presentes naturalmente em algumas espécies de cogumelos ou por contaminação em moluscos/bivalves e cereais, e a poluição dos alimentos com metais pesados são riscos para a saúde da população. Assim, a OMS definiu orientações para a manipulação e preparação dos alimentos As cinco chaves para uma alimentação mais segura, que divulgamos em anexo para conhecimento e melhor aconselhamento dos utentes dos cuidados de saúde. Dado o impacte da segurança alimentar na saúde das populações, a Unidade de Saúde Pública (USP) de Matosinhos implementa a nível concelhio programas e projetos que visam a melhoria das condições higiosanitárias dos estabelecimentos e indústria do ramo alimentar, estabelecimentos de ensino e lares de idosos. Também atua ao nível da sanidade internacional, através da promoção dos requisitos internacionais de segurança alimentar em navios, em particular de cruzeiro.
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A USP agradece que os casos de intoxicação de origem alimentar nos sejam comunicados através dos contatos de emergência.
Ébola Plano de Contingência A Direção-Geral da Saúde (DGS) criou um Plano de Contingência Nacional do Setor da Saúde para a Doença por Vírus Ébola que prevê as principais linhas estratégicas face a esta emergência de saúde pública. Neste plano pode consultar várias medidas e procedimentos já implementados e respetivos protocolos de atuação. Consulte aqui.
Doenças de Declaração Obrigatória Matosinhos, Jan—Abr 2015
Doença Tuberculose
Doenças Transmissíveis Ameaças para a Saúde Pública relacionadas com doenças infeciosas:
N.º de casos notificados 16
Parotidite Epidémica
5
Hepatite B
3
Sífilis Não Congénita
3
VIH
3
Doença Invasiva Meningocócica
2
Outras
7
Total
Alerta
39
Ébola: Até ao dia 24 de março estão reportados 24.962 casos confirmados, com 10.353 mortes. 46% dos casos são provenientes das regiões de Forecariah (Guiné-Conacry) e Kambia (Serra Leoa). MERS CoV: Entre abril de 2012 e março de 2015, 1.110 casos foram reportados a nível mundial, com 456 mortes. Até à data, todos os casos ocorreram ou tiveram relação epidemiológica com a região do Médio Oriente. Sarampo: No último mês foram declarados surtos em Berlim, Suécia e Croácia, na Região Europeia, além dos observados na Sérvia, Kyrgystão, EUA, Canadá, Brasil, Etiópia e RD Congo. Poliomielite: Desde o início do ano de 2015 foram reportados 21 novos casos de poliomielite vírus selvagem, provenientes do Paquistão e do Afeganistão. Contato da USP para alerta: 917920292 / 220914690(1) Interno: 8690/8691 E-mail: usp@ulsm.min-saude.pt
Boletim Epidemiológico Unidade de Saúde Pública Ano 4, Nº 2, Abr 2015
7/4 Dia Mundial da Saúde Segurança Alimentar Gripe Época 2014/2015 Ébola Plano de Contingência Sarampo Orientações para Vacinação Doenças Declaração Obrigatória Jan-Abr 2015 Alerta Doenças Transmissíveis
Gripe Época 2014/2015 A síndrome gripal é uma doença caracterizada por início súbito de febre, mal-estar, debilidade, prostração, cefaleia, mialgias ou dores generalizadas e de sintomas respiratórios como tosse, odinofagia ou inflamação da mucosa nasal ou faríngea e dificuldade respiratória. Tem um comportamento sazonal, tendo maior incidência nos meses mais frios do ano. Portugal está dotado de um Sistema Nacional de Vigilância da Gripe, que inclui uma rede de médicos-sentinela, laboratórios e serviços hospitalares. Este Sistema detectou, na época gripal 2014/2015, uma incidência de casos superior a do ano anterior, com pico na 4ª semana de 2015, com 148 casos por 100.000 habitantes. A partir da semana 8 a atividade gripal manteve-se em atividade basal, tendo sido considerado o fim do período epidémico na semana 12 deste ano. Esta época gripal teve a duração de cerca de 10 semanas. Foram admitidos em Unidades de Cuidados Intensivos 88 doentes com gripe, 80% destes tinha doença crónica subjacente e apenas 15,8% estavam vacinados contra a gripe. A maioria dos vírus influenza do subtipo A(H3) detectados apresentou estirpes diferentes da estirpe vacinal 2014/2015. O vírus da gripe tipo B foi o predominante nas amostras colhidas. Durante o período epidémico da gripe, circularam simultaneamente com o vírus influenza outros vírus respiratórios, mas este manteve-se o mais frequentemente detetado nos casos de síndroma gripal. Quanto às taxas de mortalidade por todas as causas verificou-se um período de excesso de óbitos, entre a semana 1 e a semana 9 de 2015, com 4890 óbitos acima do esperado. Ainda que não seja possível atribuir o aumento dos óbitos observado a nenhuma causa específica, este pode estar associado ao frio extremo, ao aumento da incidência de infeções respiratórias agudas e à atividade gripal. Salienta-se que na ULS Matosinhos a cobertura vacinal nos maiores de 65 anos foi de apenas 44,8%, até à semana 13 de 2015.
Sarampo Orientações para Vacinação Têm ocorrido surtos de sarampo em vários países do continente europeu, e estes são frequentes em África e na Ásia. Portugal está, segundo a DGS e o European Centre for Diseases Prevention and Control, em elevado risco de importação de casos desta doença. Assim, recomenda-se a adoção urgente de medidas de prevenção pelos serviços de saúde. Deve ser verificado o estado vacinal dos profissionais de saúde com contato direto com doentes e incentivando a vacinação daqueles que se não encontrem incorretamente imunizados e não possuam história credível de doença. A vacinação deve ainda ser verificada e reforçada nos viajantes internacionais, independentemente da duração da viagem e preferencialmente 4 a 6 semanas antes da partida. Relembra-se que se consideram protegidos contra o sarampo as pessoas que têm antecedentes de doença ou que possuem: Duas doses de vacina contra o sarampo (VASPR), se idade inferior a 18 anos; Uma dose de vacina contra o sarampo (VAS ou VASPR), se idade igual ou superior a 18 anos; Profissionais de saúde - duas doses de vacina contra o sarampo (VAS ou VASPR). Estas medidas têm sido implementadas na Consulta do Viajante do Porto de Leixões e no ACeS, sendo que no último ano foram imunizados 120 e 138 adultos, respetivamente. Para mais informação consulte a Norma n.º 006/2013, da DGS, relativa ao Programa Nacional de Eliminação do Sarampo.