NEWSLETTER Unidade de Saúde Pública de Matosinhos Ano 1, Nº 1, Agosto 2015
Ondas de Calor Como se proteger? Moluscos e bivalves Consumir minimizando o risco. Afogamentos Uma importante causa de morte.
Ondas de Calor Como se proteger e como proteger os seus? De 15 de maio a 30 de setembro passa a estar vigente o plano de contingência para as Ondas de Calor. Estas elevações de temperatura podem levar ao agravamento de doenças crónicas ou, até, à morte, dependendo o seu impacte da duração e magnitude do período de calor, da altura do ano em que ocorre, do comportamento da população durante estes eventos e da resposta dos serviços de saúde. É considerada população de risco: as crianças nos primeiros anos de vida; os portadores de doenças crónicas; pessoas com 65 ou mais anos; grávidas; insuficientes renais e pessoas isoladas e em situação de carência económica e social
Para a prevenção dos efeitos do calor intenso recomenda-se as seguintes medidas:
aumentar a ingestão de água e fazer “refeições leves” e frequentes;
evitar a exposição direta ao sol (entre as 11-17h) e a permanência em viaturas expostas ao calor;
permanecer diariamente 2-3 h num ambiente fresco no período de maior calor;
tomar duche de água tépida;
arrefecer a habitação com ar condicionado, manter as persianas/portadas corridas e o ar circulante, usar pouca roupa de cama;
vestir roupas que evitem a exposição direta da pele ao sol e que sejam largas, leves e frescas.
Usar chapéu (preferencialmente de abas largas) e óculos com proteção UVA e UVB;
aplicar protetor solar com índice de proteção elevado (mínimo 30) e renovar frequentemente.
Moluscos e bivalves Consumir minimizando o risco Em Portugal, a produção, pesca e apanha de bivalves são atividades importantes no litoral e em várias zonas estuarino lagunares. É também frequente na época balnear os banhistas efetuarem a captura recreativa destas espécies para consumo. Contudo existem perigos para a Saúde! Os bivalves alimentam-se filtrando grandes volumes de água para obterem nutrientes e oxigénio e, como consequência, podem ser vetores de diversos agentes nocivos, como contaminantes químicos (mercúrio, cádmio e chumbo) e contaminantes biológicos (bactérias, vírus e toxinas produzidas por microalgas). De modo a reduzir o risco para a Saúde Pública associado ao consumo de bivalves, o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) efetua análises periódicas no Laboratório Nacional de Referência de Biotoxinas Marinhas para pesquisa de biotoxinas marinhas (DSP-toxinas que provocam intoxicação diarreica, ASP-toxinas que provocam intoxicação amnésica e PSP-toxinas que provocam intoxicação paralisante). Os resultados são publicados na sua página de internet (www.impa.pt/pt/pt/pescas/bivalves). Em simultâneo, é efetuada a identificação e contagem de microalgas tóxicas, produtoras de biotoxinas, em amostras de águas, realizada no Laboratório de Fitoplânton. Quando são detetados níveis de biotoxinas acima do permitido, o IPMA desencadeia a interdição da apanha e comercialização dos bivalves dessa ZDP (zona de produção). O gráfico 1 apresenta a frequência das interdições totais e parciais de captura na costa Litoral de Matosinhos em 2014. Os meses mais críticos foram junho, julho, setembro, outubro, novembro e janeiro. Apenas os meses de março e abril não tiveram quaisquer interdições.
Gráfico 1
A Unidade de Saúde Pública de Matosinhos tem reunido esforços no sentido de alertar a população, informando e sensibilizando os nadadores salvadores e proprietários dos apoios de praia, assim como os profissionais de saúde da Unidade Local de Saúde de Matosinhos, para ficarem alerta aos sintomas dos utentes que recorrem aos serviços de saúde.
Afogamentos Uma importante causa de morte De acordo com a OMS todos os anos morrem cerca de 372 000 pessoas por afogamento. Esta é a terceira principal causa de morte em crianças abaixo dos 15 anos. Em Portugal, no ano de 2013, mais de cento e dez pessoas perderam a vida por afogamento. Mais de um terço destas mortes ocorreu nos meses de junho, julho e agosto, como é habitual praticamente todos os anos. Destas, 14% tinham até 24 anos e até esta idade os afogamentos representam a segunda causa de morte a seguir aos acidentes rodoviários. Metade das mortes em crianças dos 0 aos 4 anos, em Portugal no ano de 2012, são por afogamento, sendo nesta faixa etária as piscinas, tanques e poços os principais locais onde estes ocorrem. A gravidade dos afogamentos não se restringe aos casos que resultam em morte, uma vez que as pessoas hospitalizadas na sequência de afogamentos têm, muitas vezes, prognóstico reservado. Em Portugal, a Associação para a Promoção da Segurança Infantil (APSI) estima que, para cada criança que morre afogada, 2 a 3 sejam internadas na sequência de um afogamento. A DGS apresenta uma campanha de prevenção do afogamento e alerta: Quer seja em praias, rios, ribeiras, lagoas, tanques, poços ou piscinas, as mortes por afogamento podem ser evitadas sendo a prevenção essencial (DGS, 24 de junho de 2014) Conheça aqui as medidas de prevenção dos afogamentos.
Coordenador USP: Jaime Baptista Autoria: Carla Pimentel, Emanuel Valpaços, Fátima Sousa, Luís Guedes, Miguel Maia, Nuno Rodrigues, Sérgio Sousa, Teresa Cardoso, Teresa Leão