RP em Ação 2012 Categoria 04 – Redação em Relações Públicas IV Textos produzidos para Revista Imagem RP
1. Nome completo do(s) alunos que participam concorrendo com os textos que produziram para o revista ImagemRP comemorativa aos 40 anos do curso de Comunicação Social da Unisinos:
Aline Lima Deon /1123337
Débora Regina Nunes de Oliveira/ 1106586
Tainá Bücker/ 1221806
Rodrigo de Campos Portal/ 1143183
Cristiano Luíz Eschberger/ 597349
Débora Dias da Silva/ 1018784
Danilo Adriano Marinho/ 1230007
Camila Mengue Luz /1032865
Bruna Ferreira Schneider/ 1140577
2. Título do trabalho: Revista IMAGEM RP 3. Nome completo do professor:Tânia Silva de Almeida/0309285 4. Disciplina:Redação em Relações Públicas IV 5. Apresentação: a disciplina de Redação em Relações Públicas IV busca estimular no aluno as competências necessárias ao planejamento de uma publicação institucional, a saber: visão analítica e criatividade. Ao contatar uma instituição para então buscarem informações que embasem o projeto editorial e a produção de textos, os alunos vivenciam as etapas necessárias ao diagnóstico, concepção, planejamento e produção uma peça de comunicação institucional. Assim como, aprendem a lidar com as dificuldades inerentes a este tipo de trabalho. Destacam-se ainda como pontos de atenção da disciplina: - Avaliar estratégias, políticas e linguagens para atender as necessidades comunicacionais do objeto em questão para a sua produção dentro das perspectivas organizacionais. - Promover relações para a produção e/ou contratação de serviços jornalísticos. Como resultado disso, tem-se a entrega de dois produtos no semestre: um informativo quatro páginas, formato A4, voltado a alunos do terceiro ano do ensino médio (cliente
externo) e outro à comunidade acadêmica de determinado (cliente interno) curso de gradução da Unisinos. Em 2012-1, a turma dividiu-se em dois grupos, tendo sido produzidos dois informativos e uma revista para o curso de Relações Públicas, a Imagem RP, comemorativa aos 40 anos do curso de Comunicação Social da Unisinos. Os informativos foram: Inovação RP para divulgação do curso de Relações Públicas em EAd da Unisinos, e o Antenado para alunos do terceiro ano do ensino médio do Colégio Concórdia, de São Leopoldo. 6. Títulos inscritos: 6.1. A paticipação da mídia na construção da democracia de Danilo Marinho e Rodrigo Portal 6.2. Cultura como marketing estratégico de Aline Lima Deon 6.3. Educação e comunicação: um antigo caso de amor de Débora Oliveira e Tainá Bücker 6.4. O avanço das tecnologias e as mídias sociais como ferramenta estratégica de Camila Luz 6.5. Tendências da comunicação de Cristiano Eschberger e Bruna Schneider 7. Relação das matérias na íntegra: CATEGORIA 04 – REDAÇÃO EM RELAÇÕES PÚBLICAS IV – 2012-A REVISTA IMAGEM RP Profa Ms Tânia Almeida A participação da mídia na construção da democracia Por Danilo Marinho (1230007) e Rodrigo Portal (1143183)
As modificações que o campo da comunicação sofreu ao longo desses 40 anos nos oferece subsídios para refletirmos sobre qual é a relação da mídia na construção da democracia. O desenvolvimento tecnológico e a democratização do país são algumas das mudanças que observamos nesses anos.
A partir da década de 1980, quando o país se libertou de um longo período de cerceamento de expressão e constituiu democraticamente as eleições diretas, a sociedade começou a exigir do poder público políticas que contemplassem novos campos ou movimentos sociais, como preservação do meio ambiente, direito de igualdade de gênero e redução da carga horária de trabalho.
Na década de 1990, em decorrência do alargamento da participação social, o acesso à informação permitiu à sociedade civil organizada (Organizações Não-Governamentais -ONG’s, movimentos sociais, por exemplo) uma maior intervenção na política brasileira.
Para se ter uma ideia, estima-se que no Brasil existam 338 mil organizações sem fins lucrativos. Esse dado é resultado de uma pesquisa realizada em 2005 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística–IBGE, Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada - IPEA, Associação Brasileira de Organizações Não Governamentais – ABONG e Grupo de Institutos, Fundações e Empresas – GIFE.
Entretanto, a Associação Brasileira de Organizações Não Governamentais –ABONG afirma que precisar a quantidade de organizações da sociedade civil é um equívoco e contesta esse número. Segundo a entidade, a pesquisa evidencia uma heterogeneidade do associativismo brasileiro e, nesse sentido, argumenta que esse universo é amplo e complexo, considerando que esse número é inferior. “Esses conceitos são políticos, sem rebatimento jurídico e esse universo amplo engloba também essas organizações, mas não se limita as mesmas”, declara.
Independente da discussão sobre os conceitos de ONG, o número crescente dessas organizações da sociedade civil salienta o quanto se fortaleceram. A partir disso, as pressões exercidas pela sociedade civil organizada tiveram como alvo também as mídias, no intuito de levantar o debate sobre a visibilidade de determinados temas sociais: gênero, raça, reforma agrária, entre outros.
Tecnologia e impacto na participação política O Fórum Social Mundial, iniciado em 2001 em Porto Alegre, é um exemplo de sucesso de um evento que reúne debates democráticos, troca de experiências e articulação de vários movimentos sociais de diferentes áreas. Uma idéia que já ganhou o mundo reunindo uma pluralidade e diversidade de pessoas engajadas em combater o neoliberalismo e o domínio do capital.
As mobilizações sociais que acompanhamos pelos veículos de comunicação atualmente, como o Occupy Wall Street, O Movimento dos Indignados, A Marcha das Vadias, são reflexo de uma série de ações resultantes do desenvolvimento sócio-político que a sociedade e suas instituições protagonizaram. Nisso, a mídia tem um papel fundamental na construção da cidadania.
Um exemplo recente e de uma importância histórica foi a Primavera Árabe. Em uma região onde a censura e o totalitarismo reinavam absolutos, pessoas cansadas desta realidade e com algo a dizer encontraram nas redes sociais o canal perfeito para mobilizar e expandir sua revolta. Iniciada no dia 17 de dezembro de 2010, a chamada Primavera Árabe já derrubou três chefes de Estado: o presidente da Tunísia, Zine El Abidine Bem Ali, que fugiu para a Arábia Saudita; o presidente do Egito Hosni Mubarak, que renunciou em fevereiro de 2011, terminando seu mandato de 30 anos, e o presidente da Líbia Muammar Kadhafi, que foi capturado por rebeldes no dia 20 de outubro de 2011, torturado e morto com um tiro na cabeça. E outros países da região continuam com seus protestos e revoltas sempre apoiados nas redes sociais.
Segundo Célia Severo, Coordenadora do Programa Tecnologias Sociais para Empreendimentos Solidários – Tecnosociais/Unisinos, “as mudanças do consumo de informação sobre política acompanharam, nas últimas décadas, as mudanças culturais e tecnológicas da sociedade, uma vez que, com a internet e as mídias sociais, por exemplo, o interesse público por estas questões se tornou maior”. Contudo, os riscos de cada vez mais as informações estarem comprometidas aumenta: “É preciso levar em conta também, a agilidade com que estas circulam e a globalização dos acontecimentos, permitindo que, quase que instantaneamente, os fatos políticos de qualquer parte do mundo sejam conhecidos e disseminados, gerando consequências quase que imediatas em outros pontos do planeta”, completa Severo.
Apesar de acompanharmos o crescente desenvolvimento do consumo de informações disponibilizadas na web, no Brasil, dados do Anuário de Estatísticas do Ministério da Cultura, em 2008, comprovaram que grande parte da população consome informações pela televisão. Segundo o Percentual de Demanda Por Equipamento do Anuário, 90% da população demandam da televisão as mais variadas informações, enquanto que o rádio e a internet têm 62% e 29% simultaneamente.
Com o objetivo de saber como o brasileiro consome informação, recentemente, a Pesquisa sobre o Hábito de Leitura do Brasileiro, realizada pela Secretaria de Comunicação da Presidência da República apontou que a televisão é assistida por 96,6% da população. Aqui já se constata um aumento do consumo em relação ao ano de 2008. Embora haja predomínio da televisão, há exceções como ocorre com Severo que faz uso de outros meios: “minha forma de obter informações sobre política é através da mídia impressa, eletrônica e todos os demais meios de
comunicação disponíveis, considerando, entretanto, a confiabilidade da fonte, a possibilidade de contraponto entre os aspectos apresentados e a ideologia de quem as apresenta”.
Em quatro décadas, o curso de Comunicação Social da Unisinos acompanhou passagens importantes a começar pelo período da ditadura militar, passando depois pela democratização do país, com as eleições diretas em 1989. O surgimento da internet na década de 90 e sua consolidação nos anos 2000 marcaram também sua história, assim como
o cotidiano de
comunidades,organizações e profissionais da área.
No ano em que completa 40 anos, o curso de Comunicação Social da Unisinos revela o desenvolvimento de uma sociedade, questionando, refletindo e formando profissionais cujo comprometimento ético leva em conta o aspecto social da comunicação.
Saiba mais: O tema também gera pesquisas no Programa de Pós-graduação em Ciências da Comunicação da Universidade. Confira alguns trabalhos e pesquisas realizadas disponíveis na Biblioteca de Teses e Dissertações da Unisinos (http://bdtd.unisinos.br/tde_busca/index.php)
- Nas veias do Jornalismo, a política: Resistência à ditadura no Informação Elaborada por: Eloísa Joseane da Cunha Klein Orientadora: Dra. ChristaLiselote Berger Kuschick Link: http://bdtd.unisinos.br/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=594
- Táticas lúdicos-midiáticas no ativismo político contemporâneo Elaborada por: Érico Gonçalves de Assis Dissertação de Mestrado Orientador Prof. Dr. Fabrício Lopes da Silveira Link: http://bdtd.unisinos.br/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=96 Secretaria do Programa de Pós-Graduação em Comunicação Fone: +55 (51) 3590 8450 ou (51) 3590 8132 E-mail: poscom@unisinos.br Horário de atendimento: de segunda à sexta-feira, das 8h às 22h. Local: Sala 3A 200 (Centro de Ciências da Comunicação)
CATEGORIA 04 – REDAÇÃO EM RELAÇÕES PÚBLICAS IV – 2012-A REVISTA IMAGEM RP Profa Ms Tânia Almeida Cultura como marketing estratégico Por Aline Lima Deon/1123337 As manifestações culturais, a exemplo da dança, teatro, cinema, música, não se restringem apenas à demonstração artística, meramente contemplativa. São também uma forma de expressão e de disseminação de conteúdo. Ao longo das últimas décadas, o investimento em cultura deixou de ser a contratação da bandinha para a festa de fim de ano dos funcionários para se tornar um projeto estratégico. Atentas a esse potencial comunicativo as empresas passaram a visar essa área como um instrumento de marketing. No ano de 2011, a revista Marketing Cultural Online fez uma pesquisa em 39 segmentos culturais diferentes. Desse número apenas quatro não tiveram uma empresa privada como patrocinadora do evento. O valor aplicado por grandes estatais durante o ano passado, via incentivo fiscal, girou em torno de R$ 250 milhões. A Petrobrás, em 2010, foi uma das maiores fontes de recursos privados no país. A empresa destinou uma verba de R$ 52 milhões no Programa Petrobras Cultural que contemplou 149 projetos de 18 estados. Grandes empresas estão escolhendo o marketing cultural como ação de comunicação com o consumidor. Os profissionais de comunicação dentro das empresas estão percebendo o ganho de imagem institucional, a agregação de valor à marca, os benefícios fiscais, além de reforçar o papel social da empresa e da personificação da mesma. Estão se dedicando especialmente aos segmentos de música, audiovisual (cinema/vídeo), patrimônio histórico e cultural, artes cênicas e produção editorial. Uma pesquisa realizada pelo Ministério da Cultura mostrou a importância da criação e do funcionamento das leis voltadas ao setor (Lei de incentivo à cultura e Lei de incentivo fiscal) – falando a nível federal, estadual e municipal – para o crescimento dos patrocínios das empresas a projetos culturais. Quem ganha é a empresa Os investimentos em projetos culturais claramente podem trazer mais retorno à empresa do que a publicidade convencional porque atualmente o mercado está saturado dessa publicidade. A busca por formas de comunicação que atraiam um público consumidor diferenciado e exigente aumenta, o que torna os projetos culturais uma ferramenta com grande potencial, já que é uma forma ágil e eficiente de atingi-lo.
Um exemplo desse tipo de investimento é o do Banco Bradesco com o Cirque Du Soleil – Saltimbanco, um dos espetáculos mais comentados no país e no mundo. O Bradesco, em 1997, passou por uma transformação da logomarca e juntamente com esse processo a empresa se dedicou a segmentação e adequação de produtos e serviços com especialização para grandes públicos e suas necessidades e exigências. Luca Cavalcanti assumiu em 2005 a diretoria de marketing do Bradesco e iniciou o posicionamento de banco completo. Para ele, cada vez mais as pessoas escolhem a mídia que desejam e não querem ter sua programação interrompida. Vendo o entretenimento como um forte aliado, foi estabelecida a parceria entre o banco e o circo, em 2006, com o patrocínio do primeiro espetáculo no Brasil. Características como inovação e criatividade, associadas ao Cirque Du Soleil, foram emprestadas à marca Bradesco por intermédio desta parceria. O circo inovou, abolindo o uso de animais em seus espetáculos. Já o Bradesco inovou com o uso da internet. Resultados dessa iniciativa foram identificados na análise feita pela consultoria BrandAnalytics, que apontou o Bradesco como uma das 10 marcas mais lembradas pelo consumidor, e o comercial Cirque Du Soleil entre os 10 comerciais preferidos pelo público por dois meses consecutivos. Reflexo nas graduações Ao longo dos anos, com o reconhecimento da importância estratégica do investimento em cultura, o campo da comunicação também percebeu a importância e o grande potencial dessa área como uma ferramenta comunicacional. Com isto, as instituições de ensino começaram a considerar o tema na configuração da grade curricular tanto na graduação como na pósgraduação, a exemplo da Universidade Federal do Rio Grande do Sul que oferece a disciplina de Gestão Cultural no curso de Comunicação Social. Esse campo de trabalho acabou por despertar o interesse da área de Relações Públicas, que reúne condições para pensar, elaborar e gerenciar projetos culturais. Os profissionais e empresários estão notando cada vez mais que os investimentos na estratégia da marca não precisam limitar-se à assessoria de imprensa ou aos esforços em publicidade e propaganda. O patrocínio cultural - seja em projetos próprios ou de terceiros – contribui para construir imagem de marca e criar relacionamento com o consumidor. Apesar do cenário promissor, há avaliações mais cautelosas. “Mesmo com a grande oferta e até mesmo procura por formação na área cultural, ainda é muito baixo o número de profissionais que atuam neste campo”, declara a assistente de produção artística, Carolina Parmegiani. Mesmo com as leis de incentivo aumentarem significantemente a existência de eventos e projetos culturais, os atuantes na área não atingem a marca esperada, avalia. “Talvez
em decorrência da baixa remuneração e dos prazos longos para pagamento dos serviços” acrescenta. Considerando as quatro últimas décadas, se observa que – de meados da década de 90 para cá – os investimentos na área cultural aqueceram não apenas o mercado de produção cultural em si, mas também o setor de comunicação. A necessidade de qualificar as iniciativas exige profissionais capacitados a conceber projetos, captar e gerenciar recursos, o que obriga os cursos de comunicação a disponibilizar em suas grades curriculares disciplinas voltadas ao tema.
CATEGORIA 04 – REDAÇÃO EM RELAÇÕES PÚBLICAS IV – 2012-A REVISTA IMAGEM RP Profa Ms Tânia Almeida Educação e comunicação:um antigo caso de amor Por Débora Regina Nunes de Oliveira/ 1106586 e Tainá Bücker/ 1221806
A educação é tão antiga quanto a própria humanidade. É parte constituinte de um dos primeiros tentáculos da própria sobrevivência do homem. Através da educação, o ser humano é subsidiado a se adaptar ao meio-ambiente, criando condições para a aquisição e desenvolvimento de conhecimentos, valores e atitudes favoráveis a essa adaptação. E neste entremeio podemos falar da comunicação. Não só como meio, mas também como fim. Comunicação em seu papel de também educar, uma vez que faz circular não apenas a informação pela informação, mas sim conceitos, ideias sobre os mais diversos temas: família, sucesso, juventude, entre outros. O consumo de informação e a forma como as pessoas veem e se colocam no mundo apontam educação e comunicação como áreas que dialogam no processo de construção do conhecimento. Percebendo este fator como essencial para uma boa formação, torna-se necessário que a escola compreenda o que está acontecendo nos meios midiáticos, e assim estabeleça uma relação com tal realidade na sala de aula. Discutir assuntos pertinentes e de interesse dos alunos colabora para que, criticamente, sejam percebidos os aspectos positivos e negativos das abordagens mencionadas sobre cada tema. A década de 70 foi marcada pelo surgimento de um novo conceito dessa ligação, denominado Educomunicação. Essa prática comporta uma linha de pesquisa que estuda a interface entre as duas áreas. Propõe novos tipos de aprendizagem, através de recursos tecnológicos e novas relações na comunicação, a fim de torná-las mais democráticas, igualitárias e menos hierarquizadas. O principal foco é apoiar a capacidade de expressão das pessoas e grupos,
para que não exista hierarquia alguma na forma de transmitir o conhecimento, o que ocorre na comunicação tradicional, onde o produtor define o conteúdo e o expectador apenas o consome. Essa linha de pesquisa integra um dos Grupos de Trabalho do Intercom (Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação) e visa estudar, por exemplo, o impacto das tecnologias na relação com o modo de ver, sentir e pensar dos grupos humanos que influenciam diferentes práticas sociais. Nessa mesma linha de raciocínio, a Assistente Social e Educadora da Unisinos, Marilene Maia, afirma que “a mídia constitui-se numa ferramenta potencializadora de informação da cultura do povo, cultura que oportuniza a aproximação com a realidade, que pode ser de manutenção ou de mudança”. É através dos meios de comunicação que se disseminam os avanços, as grandes ideias e invenções, descobertas através das mãos de educadores que norteiam as Escolas, as Universidades, as ONGs, os Institutos e os mais diversos meios que podemos imaginar. Tanto na educação como na comunicação, o modelo emissor-receptor foi questionado ao longo das décadas. Afinal, educando e educador também trocam conhecimentos, e não existe educação sem comunicação e vice-versa. A educação deve exercitar a reflexão por parte dos indivíduos de modo a instigar a formação de opiniões críticas e transformadoras, com espaço para que os alunos não se limitem a repetir simplesmente o conhecimento transmitido, mas sim para que participem assiduamente deste processo de comunicação a partir de suas próprias conclusões. A educadora ainda ressalta que “para aproveitarmos a mídia com sua potência transformadora e afirmadora de um protagonismo cidadão e garantidora da vida portadora de dignidade e de justiça, entendo indispensável a clareza de propósitos e valores dos profissionaise das instituições que nelas atuam”.
Ler o mundo para poder transformá-lo A frase do educador e escritor Paulo Freire, conhecido por suas críticas ao método tradicional de ensino, onde o professor é visto como detentor absoluto do saber, demarca outro olhar sobre o papel da educação. Educar para a consciência caracterizava sua proposta pedagógica e apontava a importância da conscientização do aluno e da prática de estímulos para a formação de opinião. Sua ênfase assinalava a necessidade de provocar a curiosidade e o espírito investigativo do educando para assim transformá-lo no sujeito de sua própria história. De acordo com seu pensamento era necessário viabilizar a construção para a formação crítica, permitindo que o aluno construísse análises mais abrangentes, percebendo inclusive a importância de respeitar as mais variadas opiniões, fossem elas semelhantes ou contrárias as suas.
O homem é um ser comunicativo e aprendeu a se comunicar através da educação. É a educação que faz o homem enquanto ser humano. O que ele desenvolve a partir dos seus aprendizados é percebido através da ciência, da cultura, das tecnologias, etc. O produto da educação é combustível para a comunicação. Para mostrar, para divulgar, para informar qualquer coisa, antes de tudo é preciso ser. É preciso ter conteúdos que motivem as pessoas a assistirem televisão, ouvirem rádio, consumirem algo através da publicidade ou participarem de algum evento para aprimorar o conhecimento em determinada área. A comunicação, por sua vez, tem papel importante no processo de midiatização, já que para termos uma sociedade informada ela precisa ter conteúdos relevantes que possam ser compartilhados e disseminados nos meios de comunicação. Paulo Freire já dizia “a educação não transforma o mundo, ela muda pessoas e as pessoas é que transformam o mundo”. Logo, transformar o mundo para melhor é desafio também para os profissionais de comunicação. Comunicadores e educadores possuem um papel social que implica contribuir para a construção de uma sociedade capaz de fazer suas próprias interpretações. Enfim, uma sociedade que seja senhora de suas ideias e não apenas aceite as informações tais como elas se apresentam através dos meios de comunicação. A mídia contribui para a formação de opinião. No entanto, a educação possibilita à sociedade um saber crítico que deve ir além daquilo que chega até o receptor das mensagens. Espera-se que o cidadão - apropriado de suas experiências de vida e de acordo com a construção do seu próprio saber - conteste, interaja e saiba filtrar o que é de seu interesse dentro das inúmeras informações diárias que recebe dos mais diversos meios e possa, assim, avançar no mundo e na sociedade em que vive.
CATEGORIA 04 – REDAÇÃO EM RELAÇÕES PÚBLICAS IV – 2012-A REVISTA IMAGEM RP Profa Ms Tânia Almeida O avanço das tecnologias e as mídias sociais como ferramenta estratégica Por Camila Mengue Luz /1032865 O curso de Comunicação Social da Unisinos foi criado há 40 anos, sendo que a regulamentação das profissões ocorreu na década de 60: Publicidade e Propaganda em 1965, Relações Públicas em 1967, e Jornalismo em 1968. Ao longo da sua história, o curso teve que se adaptar à contínua evolução do campo da Comunicação. No inicio, havia o predomínio dos jornais, das revistas e do rádio. Nesta última década, o uso da internet e das Redes Sociais tem sido a principal aliada dos Relações Públicas para a construção de uma imagem institucional e canal de relacionamento com o cliente.
Na década de 70, as disciplinas do Curso eram em sua maioria, direcionadas aos meios de comunicação impressos e via rádio. Com a popularização da TV no país, houve a necessidade de aperfeiçoar o currículo e preparar os futuros comunicadores para lidarem com este meio. Somente nos anos 80 os computadores começaram a fazer parte dos escritórios e das casas dos Brasileiros, e na década de 90, a internet. Somente nesta última década é que a internet e as redes Sociais começaram a ser usadas por uma parcela significativa da população, tornando-se assim uma ótima ferramenta para a comunicação e relacionamento com os clientes. Apesar da contínua adaptação das disciplinas do curso ao decorrer das décadas, a essência da grade curricular continua sendo a mesma: formar profissionais para pensar estrategicamente. De acordo com a coordenadora do curso de Relações Públicas da Unisinos, Erica Hiwatashi, para um profissional de Comunicação se tornar um estrategista, é necessário expandir o conhecimento para áreas como sociologia, filosofia e história. “Um profissional que possui conhecimentos gerais, tem mais embasamento para desenvolver diferentes ações de comunicação e escolher a melhor forma para se comunicar com os diversos públicos”, salienta a coordenadora.
A internet Em cerca de quatro anos, de outubro de 2007 a setembro de 2011, o percentual de brasileiros com acesso à rede mundial de computadores subiu de 27% para 48%, aproximadamente 80 milhões de pessoas conectadas. Mesmo com um alto crescimento, nos últimos anos, o uso da internet ainda é uma estratégia que exige um estudo prévio do público alvo, pois o perfil dos usuários costuma seguir um padrão. De acordo com o site de notícias Gemind, nas classes A e B, formadas por pessoas com maior poder aquisitivo, o índice de acessos é de 84%, bem acima da média nacional de 47%. A classe C aumentou de 31% para 43%, e as classes D e E subiram de apenas 8% para 17%. Desta forma, utilizar a internet como meio de comunicação com as classes D e E pode não ser uma boa estratégia, devido ao baixo número de pessoas conectadas. De acordo com a própria pesquisa, as redes sociais ficam em primeiro lugar nas páginas mais acessadas com 61% da preferência. Em segundo, estão os sites de pesquisas (48%), seguidos dos e-mails e sites de notícias (34%). Com base nesses dados, as empresas estão cada vez mais motivadas a criarem um perfil institucional nas redes de relacionamento. Porém, no mercado brasileiro, é raro encontrar mão de obra especializada neste ramo ainda em expansão. De acordo com Vanessa Souza, sócia da empresa Contato Mídias Sociais, especializada em gerenciamento de mídias, com o aumento da demanda, houve também o aumento da concorrência de mercado especializado. “Quando decidimos montar a empresa tínhamos dois concorrentes no mercado do RS, hoje em dia temos um em cada esquina.”
A empresária formada em Relações Públicas pela Unisinos e pós-graduada em marketing Estratégico, acredita que o Relações Públicas está muito bem capacitado para atuar nas redes sociais “o Relações Públicas está apto para lidar com os diferentes públicos, para gerenciar situações de crise e desenvolver projetos, porém para nossa equipe estar completa precisamos de uma comunicação integrada com profissionais de Publicidade, Letras e Jornalismo”, finaliza Vanessa. Mesmo que a internet seja uma ferramenta estratégica de comunicação em crescimento, e a mais utilizada pelos jovens, ainda assim, menos da metade da população não possui acesso a este meio. A inclusão digital é uma questão a ser debatida no Brasil e necessita de uma atenção especial, para que todos tenham as mesmas oportunidades para buscar a informação.
CATEGORIA 04 – REDAÇÃO EM RELAÇÕES PÚBLICAS IV – 2012-A REVISTA IMAGEM RP Profa Ms Tânia Almeida Tendências da Comunicação Por Cristiano Eschberger (597349) e Bruna Schneider (1140577) ”O cliente pode ter o carro da cor que quiser, contanto que seja preto”. A famosa frase proclamada por Henry Ford quanto à escolha da cor dos veículos que os consumidores poderiam adquirir, representa uma forma de gestão própria do início do século XX. A principal ideia deste modelo de gestão era produzir uma grande quantidade com baixo custo. No caso dos carros, a tinta preta era a que demorava menos a secar, dando maior rapidez à produção de veículos. Nos dias de hoje, essa filosofia pode não ser a mais indicada em função da alta competitividade, pois se você não satisfizer a expectativa do consumidor, alguém o fará. A globalização é, sem dúvida, um fator preponderante na competitividade imposta às empresas. Talvez sua face mais visível com relação à comunicação possa ser sentida com a chegada da internet, por volta da década de 90, em que todos passaram a ter acesso às informações que acontecem no mundo, de forma instantânea. Assim, as tendências antes ditadas pela imprensa local – controladas por uma quantidade limitada de pessoas – agora se originam dos mais diversos locais do mundo, onde talvez a única barreira encontrada seja a diversidade linguística. Esta rapidez nas informações traz consigo a necessidade das empresas acompanharem a evolução tecnológica para manterem um produto de boa qualidade. Mas num mundo onde diversas empresas seguem à risca os padrões de qualidade, onde está o diferencial que incidirá no
processo de decisão de compra do consumidor? Talvez a resposta esteja na construção e gerenciamento da imagem institucional. Além de oferecer um produto de boa qualidade, as empresas precisam convencer o consumidor de sua preocupação com o meio ambiente, que possuem valores éticos agregados, construindo assim uma imagem positiva perante a sociedade. A nova tendência de redes sociais faz com que os valores, no que tange a imagem das empresas, sejam cada vez mais transparentes mediante seus públicos. Uma empresa com uma imagem bem posicionada pode até mesmo vender um produto que causa malefícios, como o caso da Souza Cruz, fabricantemde cigarros. Para se manter competitiva, não adianta falar bem do cigarro, pois não existem argumentos. É necessário tornar-se uma empresa que investe em projetos e ações que visam trazer o bem à sociedade, funcionando como uma contrapartida aos impactos gerados pelo consumo do produto. O processo institucional inerente às organizações tem três conceitos fundamentais: a identidade, a imagem e a reputação. A identidade é o que individualiza e faz única a organização, através de ações corporativas que a materializam e dão forma à organização. Esta forma gerada é a imagem da organização, é imaterial e composta pela percepção das pessoas. É sempre desejável que esta imagem seja positiva, é o que diz o Mestre em Relações Públicas Lauro d’Ávila, “todos queremos ser bem vistos, admirados, bem recebidos e acreditados”. Ou seja, a imagem positiva perante os públicos da organização torna-se vital, trazendo confiança para suas relações. Quando esta se consolida e se mantém por tempo considerável, atravessando décadas, se pode afirmar que conquistou sua reputação. A preocupação com temas como marca, imagem, responsabilidade social e outros relacionados, é característica do que a área da comunicação, especialmente com ênfase mercadológica, vivenciou na década de 90. O país realizou eleições diretas em 1989, elegendo Fernando Collor que abriu o mercado brasileiro aos produtos importados. Somou- se isso a criação do Código de Defesa do Consumidor, com a Lei Nº 8.078, de 11 de setembro de 1990, dando mais força ao cidadão que passou a ter seus direitos reconhecidos e protegidos. Em meados dessa mesma década, a responsabilidade social começou a povoar o ambiente de algumas empresas preocupadas com sua imagem e relacionamento com comunidades, consumidores e acionistas. Ao longo dos 40 anos de comunicação da Unisinos, pode-se notar a preocupação em manter seu currículo atualizado através das reformulações ao longo do tempo, conforme o mercado vem exigindo. Assim como Ford esteve à frente de sua época, a comunicação da Unisinos busca formar profissionais com capacidade de diagnosticar as dificuldades, produzindo soluções eficazes para as organizações.
CATEGORIA 04 – REDAÇÃO EM RELAÇÕES PÚBLICAS IV – 2012-A REVISTA IMAGEM RP Profa Ms Tânia Almeida
Um pouco de história Por Débora Dias da Silva/ 1018784
40 anos do curso de Comunicação Social na Unisinos: O funcionamento da Unisinos foi autorizado em 1969 e a inauguração do campus foi oficializada em 1974. A primeira turma do curso de Comunicação Social foi inaugurada em 1972. Hoje a Unisinos inova com a implantação do primeiro curso em EaD de Relações Públicas no país.
Primeira transmissão de TV em cores no Brasil: Em 1970, aconteceu a primeira transmissão de TV em cores no Brasil (Copa do Mundo do México), em caráter experimental, somente para um público seleto, dividindo a população entre os que possuíam TV a cores e os que não possuíam o aparelho.
Surgimento do primeiro vírus de computador: Em 1971, surgiu o primeiro vírus de computador, denominado The Creeper, que enviava a seguinte mensagem “Sou o Creeper, pegue-me se for capaz”. Esse vírus não prejudicava o funcionamento do computador, e por ser muito antigo não foi repassado através da rede. Em 1990, havia cerca de 1.300 vírus conhecidos. Hoje, há mais de 200 milhões.
Criação do Conar e a Autorregulamentação da Publicidade Brasileira: O Código Brasileiro de Autorregulamentação nasceu no final dos anos 70 com a função de zelar pela liberdade de expressão comercial e defender os interesses das partes envolvidas no mercado publicitário, inclusive os do consumidor. Depois de implantado o Código, foi criado o Conar (Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária), uma ONG com o objetivo de fazer valer o Código Brasileiro de Autorregulamentação Publicitária.
POP (Prêmio Opinião Pública): reconhecimento do Relações Públicas: Em 1980, aconteceu a primeira edição do Prêmio Opinião Pública-POP, uma iniciativa do Conrerp 2ª Região - SP/PR. No decorrer desses 30 anos de premiações, o POP já contemplou cerca de 270
cases
em
diversas
categorias:
Comunicação
Interna,
Internacionais,Relações Públicas e Sustentabilidade, entre outros.
Relações
Públicas
Nascimento do marketing político no Brasil: Em 1989, ocorreu a primeira eleição direta para Presidência da República após a ditadura. Fernando Collor de Mello, eleito presidente, destacou-se por sua campanha, tornando-se um case de marketing eleitoral.
Jornalismo 3.0: a nova forma de comunicar-se: Hoje a produção de conteúdo deixou de ser privilégio dos jornalistas e empresas de comunicação. Com a facilidade de acesso à informação e publicação na web, os usuários passaram a participar, comentar e interagir. A fonte começou também a produzir conteúdos. Os blogs são os principais exemplos.