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RAFAEL ÓLIKA
UNIFATOS
Jornal Laboratório elaborado pelo 3º ano do Curso de Jornalismo da Univel - ano XV - edição 82- Dezembro 2016
Inclusão atrás das grades leva a recuperação de presos MAIARA COELHO
MAIARA COELHO
A Penitenciária Industrial de Cascavel é referência no Estado em ações de inclusão a detentos. São atividades profissionais, educacionais e culturais que envolvem os detentos com o propósito de ofertar a recuperçaão e facilitar a volta deles para a sociedade. Págs. 8, 9, 10, 11 e 12
Págs. 13 e 14
Págs. 3, 4 e 5
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Opinião
Editorial Um privilégio que muitos não parecem apreciar, pois as casas pelo Brasil possuem cercas, muros, grades,
câmeras,
alarmes
e
outros.
Muitos
brasileiros não se sentem seguros ao saírem de suas residências, uma vez que a segurança no País é precária. A
Síria
está
em
guerra:
256.124
pessoas
morreram entre março de 2011 e dezembro de 2015, de acordo com o Observatório de Direitos Humanos da Síria. No Brasil, entre janeiro de 2011 e dezembro de 2015, 278.839 pessoas morreram, segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública. A ressocialização de presos é uma questão muito
polêmica
Artigo
Racismo institucional
e
delicada
na
sociedade
brasileira. Os Direitos Humanos a defendem, mas a ala conservadora não dão boas-vindas. As penitenciárias por todo o Brasil são calamitosas, pois estão superlotadas, condições desumanas e prejudicam os que ali cumprem suas detenções, uma vez que saem pior do que entraram. Conseguir um emprego para ter uma vida digna é um problema grande, uma vez que o passado deles os condenam. Muitos voltam para a vida do crime, são presos, são libertados e outra vez caem no crime. As leis para inseri-los na sociedade, não são cumpridas, pois o preconceito é muito grande. Então, em um ano de crise, se para trabalhadores que nunca foram presos está difícil arranjar emprego, imagine para quem passou meses ou anos nas celas! Os relatos dos detentos, que estão retomando estudos e fazendo cursos para quando saírem da cadeia é uma comoção a parte. Muitos retomaram os estudos na esperança de ter um futuro melhor quando o sol não mais nascer quadrado. Todos merecem uma segunda chance, pois apesar de todo o mal que cometeram segundo a lei, eles pagaram pelo crime cometido e devem merecer reconstruir suas vidas.
Embora poucos admitam, o racismo ainda está
acreditam que a cor da pele influencia na vida
enraizado em nossa sociedade. Frases espontâneas,
profissional. Eles ganham 37% menos que os
olhares estranhos e argumentos implícitos no nosso
brancos, de acordo com o Dieese (Departamento
dia a dia. Isso ficou bastante evidente em uma
Intersindical
propaganda institucional do Governo do Paraná
Socioeconômicos). Já uma recente encomendada
divulgada nas redes sociais, que vem causando
pela Folha de São Paulo aponta que apenas 18%
grande repercussão em todo o País.
dos cargos de chefia são ocupados por negros. E
O tema do vídeo de um minuto é o Racismo
de
Estatística
e
Estudos
eles são os mais desempregados: cerca de 60%.
Institucional. Esse termo foi usado inicialmente
As empresas e grandes organizações contam
por ativistas americanos do grupo Pantera Negra.
com profissionais capacitados e responsáveis
O vídeo começa mostrando uma experiência feita
em diversas áreas que contribuem para o seu
com profissionais de Recursos Humanos. Eles
crescimento. Por isso são grandes corporações.
foram separados em dois grupos, onde realizaram
Mesmas
um teste de imagem. Para o grupo I foi mostrado
mesmas experiências. Digno seria o tratamento
imagens
igualitário, independentemente da sua crença,
de
pessoas
brancas
em
atividades
cotidianas e os participantes teriam que dizer o
capacidades,
mesmos
cargos
e
as
raça, cultura, etnia e orientação sexual.
que veem na foto instantaneamente. Para o grupo
No momento em que começarmos a respeitar
II foram mostradas as mesmas imagens, mas com
as pessoas como a nós, todas essas porcentagens
pessoas negras. As interpretações são positivas
terão diminuído substancialmente e não será mais
para as pessoas brancas, já os negros não são tão
necessário utilizá-las. Somos todos diferentes e
bem vistos pelos entrevistados.
estranho seria se tivéssemos um padrão definido
A definição de Racismo Institucional é “a falha
na humanidade. Afinal, parece tão óbvio, mas
coletiva de uma organização em prover um serviço
ainda rejeitamos os grupos minoritários, que em
apropriado e profissional às pessoas por causa de
sua diferença marca sua importância.
sua cor, cultura ou origem étnica”. Isso aconteceu
Tão contraditório é ver uma civilização que
no fim da década de 60. No Brasil, em 2005,
valoriza tanto o singular – o exclusivo – rejeitar o
foi lançado o Programa de Combate ao Racismo
outro pelas suas particularidades: uns mais altos,
Institucional e vejam quanto tempo demorou para
outros mais baixos; uns mais gordos, outros mais
começarmos a debater sobre o assunto.
magros; uns com cabelo liso, outros com cabelos
O presidente mais conhecido e poderoso do mundo é negro: Barack Obama. O homem mais
encaracolados. Somos Humanos e isso deveria bastar.
rápido do mundo também: Usain Bolt. Um dos
Falar alto sobre esse racismo existente é
melhores na Fórmula 1 é negro: Lewis Hamilton.
necessário, embora seja dolorido. “O que me
O melhor do futebol de todos os tempos é negro
preocupa não é o grito dos maus. É o silêncio dos
e brasileiro: Pelé. A lista é enorme, assim como o
bons” (Martin Luther King, 1929-1968)
preconceito. De acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), 82,6% dos negros
Kelly Rocha, acadêmica do 3º ano de Jornalismo
Caros leitores, Para produção das próximas edições contamos com a sua colaboração. Sugestões de pautas, reportagens e até promoções de festas podem ser encaminhadas ao nosso e-mail: unifatos@univel.br Se você tiver alguma sugestão ou está desenvolvendo algum projeto acadêmico, entre em contato conosco para que possamos mostrar o seu trabalho. Ótima leitura!!!
Leitor
Quem somos Univel (União Educacional de Cascavel) - Faculdade de Ciências Sociais Aplicadas de Cascavel. Avenida Tito Muffato, 2317 - Bairro Santa Cruz. CEP: 85.806-080 - Cascavel - Paraná. Telefone: (45) 3036-3636. Diretora Geral: Viviane Silva. Unifatos. Jornal laboratório elaborado na disciplina de Técnicas de Reportagem, Entrevista e Pesquisa III do curso de Jornalismo. Coordenadora: Patrícia Duarte. Professor orientador: Josimar Bagatoli. Acadêmicos (textos e fotos): Aline Gabriela Redel, Beatriz Ebbing, Bruno Rodrigo, Felipe Barossi, Gabriel Turatto, Ismael Elias, Kauane Oliveira, Kelly Rocha, Keslyn Oliveira, Laura Siqueira, Maiara Coelho, Michelli Lazzeri, Natielle Kaiomi, Paulo Eduardo, Rafael Ólika, Tamitsa Sendoski, Tatiane Thomazini, Thaíz Bourscheidt. Diagramação: Michelli Lazzeri/Josimar Bagatoli. Projeto gráfico: Josimar Bagatoli. Tiragem: 1 mil exemplares. Impressão: Jornal O Paraná. E-mail para contato: unifatos@univel.br
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CIDADANIA
As habitações precárias se tornaram um problema significativo em Cascavel MAIARA COELHO
Moradia: sorte, direito ou prioridade?
Casa da Rosilene, improvisada pela Defesa Civil desde 2013
M
orar. Pela definição do dicionário, o verbo
Grande parte delas se conhecem desde muito
seu rumo. Na humilde casa, ao fundo do terreno
tem como principais significados residir em
tempo. São diversas histórias que se cruzam com
moram o casal. Quando a equipe de reportagem
algum lugar , habitar, viver. Porém o que
uma única coisa em comum, o direito de morar, a
chegou ao local, notamos a construção na parte
casa própria e a realização do seu sonho.
da frente, pedimos para conhecer. “É um espaço
mais assusta é a diferenciação das moradias e as disparidades entre as histórias e suas condições, seja ela econômica, social ou cultural.
Dona Sebastiana Galan, 54, é dona de casa.
pequeno, dois quartos, sala e cozinha juntas e um
Recebeu nossa equipe de reportagem com um
banheiro. Meu marido construiu sozinho, estamos
Pelo artigo 6º da Constituição Federal do Brasil
sorriso no rosto e uma simpatia e timidez que
finalizando conforme podemos, mas é para alugar
de 1988, diz que é direito social a moradia, mas
se contrastavam ao mesmo tempo. Residente no
e aumentar o nosso dinheirinho no fim do mês”,
será que ela é digna e de qualidade a todos os
bairro 14 de novembro há mais de 30 anos. São
pontua a dona de casa.
brasileiros?
três décadas de uma vida em um mesmo endereço.
Momentos mais tardes a senhora nos leva para
Lá, a simples senhora junto de seu marido, José
conhecer seu cantinho, conforme ela mesmo chama
Galan, 58 criaram seus filhos.
carinhosamente o lar da família. Se emociona ao
O bairro 14 de Novembro, localizado na região sul de Cascavel é rodeado por vários outros, como o Quebec, Santa Felicidade e Guarujá. Lá
O tempo passou, a vida seguiu seu destino. Cada
contar dos filhos, principalmente do caçula da
várias famílias moram umas próximas das outras.
membro da sua prole montou sua família e seguiu
família, Mateus, 21 que casou há um tempo e foi contemplado em um sorteio com uma residência do programa do Governo Federal, Minha Casa Minha Vida. A carinhosa e atenciosa mãe experiente nos chama para sentar na varanda da casa ainda em construção. “Casa para mim é tudo, paguei aluguel por muito tempo. Quando conseguimos construir nosso cantinho foi a realização de um sonho. Claro que a estrutura física é importante, mas a união da família, o lar, o amor, é bem mais importante que uma parede de tijolos”, finaliza emocionada. Antes de seguirmos, pedimos para Sebastiana se poderíamos conversar com seu filho, contemplado pelo
‘Minha
Casa,
Minha
Vida’. Atenciosa
e
preocupada faz uma ligação, explicando toda A alternativa de moradia para as pessoas carentes é a ocupação de terrenos periféricos de grandes cidades, onde o valor é baixo
a situação para sua jovem nora, Luana 18. Nos despedimos, agradecemos a atenção e vamos embora com uma frase de mãe “Vão com Deus, se cuidem”.
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ALUGUEL DE RISCO
auxiliar de cozinha explica que mora sozinha
o chão. “Embaixo da pia da cozinha, na sala, há
Algumas quadras a frente, entre subidas e
com os três filhos (4, 9 e 12 anos) e que precisa
grandes rachaduras e buracos no chão. Ele corre
descidas iríamos encontrar o caçula dos Galan,
apertar
passar
o risco de desabar, mas é a nossa casa. Não temos
no entanto, conhecemos Danielle Mendes, ou
necessidade. “Pago aluguel aqui, cerca de R$
condições de arrumar, o dono dela tampouco.
todo
o
orçamento
para
não
melhor, os seus filhos, em uma
250,00 por mês. Vocês estão
pequena
vendo, não é uma casa adequada,
íngreme.
casa,
em
Pedimos
um
terreno
para
que
pudéssemos conversar, a mãe ainda tímida e com um possível medo ao dar seu depoimento a uma pouco experiente, equipe de reportagem veio ao nosso encontro e abriu o portão. “Mora aqui?”,
com
quantas
pergunta
a
pessoas
repórter.
Não tem as mínimas condições de viver aqui, além de tudo é muito perigoso, a todos Rosilene Pacheco, dona de casa
A
Precisamos correr esse risco”, conta preocupada. Danielle explica que também foi sorteada para
penso em melhorar a situação
habitar os novos empreendimentos do ‘Minha Casa,
e
Minha Vida’, só está aguardando que a chamem
dar
uma
melhor
qualidade
de vida aos meus filhos, porém
para efetivação dos documentos.
é o que consigo pagar. É isso,
olhos da chefe de família, a perspectiva do futuro
É visível nos
ou passamos fome por falta de
e melhoria de vida. “O importante mesmo é que
dinheiro”, explica.
tenhamos saúde e fé para continuar. Conseguimos
A jovem mãe conta que a
tudo aos poucos. Não dá para desanimar e nem
estrutura interna da casa está com
se acomodar, três vidas dependem de mim e não
sérios problemas, principalmente
posso fraquejar”, pontua.
As moradias precárias, como as favelas, são acompanhadas pela ausência de infraestrutura
O descaso do poder público Alguns passos caminhados ao sair da casa de Danielle,
pequeno, tudo que eu tenho é empilhado, colocado nas e o dinheiro que tinha, era gasto com remédios. Com isso
uma casa humilde, construída com pedaços de madeira,
paredes para poder se locomover. Não tem as mínimas invadimos um terreno em uma área de risco e eles [Defesa
estes não foram selecionados com cuidado para manter
condições de viver aqui, além de tudo é muito perigoso, Civil] nos jogou aqui. Cada dia é uma nova surpresa, não
sua uniformidade. Além da casa ser improvisada, a poeira
a todos”, diz.
e pedras soltas de uma rua de chão acompanha a realidade
Voltamos ao lugar que para a família é considerada a
da família de Rosilene Pacheco. Quando perguntamos
sabemos o que pode acontecer”, conta emocionada. Ainda com lágrimas nos olhos, mesmo que tímidas a caírem ela desabafa. “Estou fazendo essa limpeza dos
com quantas pessoas ela morava, a resposta veio
em que vivem há três anos. Rosilene explica que quando baldes de tinta para vendê-los para ter o dinheiro para ter
repentina e assustaria a qualquer pessoa que pudesse
chove alaga toda a casa, o chão estraga e sempre perdem o que comer a noite. Todos os dias é um malabarismo, com
ver o tamanho da casa. Quatro crianças, Rosilene e o
partes dos seus pertences e que quase sempre há riscos de tudo. Me inscrevi no Minha Casa, Minha Vida, não consegui
marido dividiam o espaço de três cômodos.
curto-circuitos por conta da energia elétrica ser de forma nada, tanta gente que tem condições, não passam fome,
“Três crianças dormem naquela cama de casal
irregular. “Faz três anos que a Defesa Civil nos deixou ganham as casas e nós nessa situação. Do jeito que está,
(apontada por ela), na outra dorme eu, meu marido e
aqui, anteriormente morávamos de aluguel, mas não
o Derick de seis meses. Vocês estão vendo, é muito
tínhamos como pagar, pois entrei em depressão pós-parto los assim”.
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MINHA SORTE MINHA VIDA Comovidos com a história de Rosilene, seguimos
jovem. Já Mateus conta que antes de tudo dentro da
até chegar na casa de Mateus Galan, o caçula de
sua futura casa, o que não poderá faltar são os
dona Sebastiana, a primeira personagem dessa
principais sentimentos de um lar, de uma família
história. Notamos que o bom humor é de família. O
unida. “Saúde e harmonia no lar são o principal,
jovem nos recebe e conta que ficou muito contente
o resto a gente conquista. Teremos um filho e ele
quando ele e a esposa conseguiram ser sorteados
aumentará ainda mais nossa alegria”, finaliza o pai
para ter sua casa própria, segundo ele, um sonho
de primeira viagem.
foi realizado. Luana Ribeiro, grávida de dois meses nos esperava
Seguimos caminho para redigir essa reportagem. Subimos duas quadras na chamada Rua da Amizade,
na sala de estar da pequena casa de três cômodos do
por ironia ou não, há duas realidades completamente
casal. Mateus nos acompanha e sentamos no sofá e
distintas, antes da pavimentação asfáltica casas
falamos das perspectivas do futuro. “Eu quero poder
bastante humildes e improvisadas, após o asfalto,
dar um melhor futuro ao meu filho, quero um bom
casas com maior segurança, esteticamente mais
emprego e cursar minha faculdade. Penso em ser
bonitas e confortáveis.
advogada ou fisioterapeuta, quero ajudar as outras pessoas, assim como elas me ajudam”, explica a
Reportagem:
Maiara Coelho e Camila Juviak
O CONTRASTE Em uma grande casa azul de esquina (Rua da Amizade com Souza Naves – Sul), mora Sandra Nogueira com o marido. 10 cômodos abrigam a história do casal. Uma realidade completamente diferente do que encontramos na casa de Danielle, Rosilene e Mateus. A segurança, o conforto, são outros. “Ter sua própria casa já é uma dádiva, aliás ter um teto para morar. O certo seria que todos tivéssemos as mesmas oportunidades, as mesmas condições. Mas o importante é a saúde, união dentro de uma casa”, conta Sandra.
Ao andar pelo bairro, é comum encontrar casas que correm risco de desabar.
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GRAVIDEZ NA GRADUAÇÃO
Conheça histórias de acadêmicas que ficaram grávidas e tiveram que lidar com essa mudança na vida durante o ensino superior
O desafio da graduação durante a gravidez
Geovana Tortato planejou a gravidez e agora tem que manter as atividades da faculdade com a chegada do primeiro filho
M
ulheres
que
sempre
a
Ela teve o apoio dos professores e colegas para que
esse contato. “Eu pretendo conversar quando acabar
independência profissional e uma carreira
conseguisse manter-se firme na rotina de estudos. “Foi
o semestre, para ver como a gente vai se organizar,
promissora
muito bacana, meus colegas me ajudavam, quando
porque ano que vem eu tenho estágio, e não sei se poderei fazer já que vou interromper na metade”.
enfrentam
sonharam outro
com
dilema
na uma
eu precisava faltar eles falavam para o professor e
etapa importante na concretização do idealizado: a
me passavam os conteúdos. Os professores foram
gravidez. Nem sempre desejada naquele momento,
bem acessíveis, fizeram tudo o que podia para me
a gestação tende a interromper o que foi organizado
auxiliar, ainda mais agora com as provas”.
formação
desde
a
no
ensino
infância,
superior,
em
considerada
brincadeiras
estimuladas
Embora para Geovana tudo tenha sido planejado,
por pais e amigos ou durante a
outras
mulheres
adolescência, quando muitos já
passar
pela
definem sua meta profissional ao
formação no ensino superior. Quando
encerrar o Ensino Médio. Geovana Tortato, 24, acadêmica de Jornalismo, está grávida há oito meses e planejou a gravidez. “Eu sempre quis ser mãe e mesmo na
Eu sempre quis ser mãe e mesmo na faculdade planejei que poderia conciliar as duas coisas
faculdade planejei que poderia conciliar as duas coisas”. Com o tempo foram aparecendo
Geovana Tortato, acadêmica de jornalismo
não
gravidez
LEGISLAÇÃO PARA ESTUDANTES Nem
sempre
as
mamães
de
primeira
viagem
sabem, mas a legislação ampara quem está estudando
pretendiam
e engravidou. A partir do oitavo mês de gestação, a
durante
estudante tem direito a receber todas atividades por
a
três meses em casa.
a gestação passa a ser uma surpresa
Em casos excepcionais, devidamente comprovados
neste momento da vida, nem tudo é
mediante atestado médico, poderá ser aumentado
tão simples.
o período de repouso, antes e depois do parto. Em
Hellen Tavares, 23, acadêmica de Psicologia, está grávida há dois
qualquer caso, é assegurado às estudantes o direito à prestação dos exames finais.
meses e ao descobrir que seria mãe
A secretária geral da Univel, Aletéia Sonda, relata
ficou espantada. “Foi assustador, eu
que a instituição ampara as gestantes por lei no período
nunca imaginei. Tanto que me cuidava
da licença maternidade. “A aluna grávida fica afastada
ao máximo”. Mas teve o apoio da
das atividades presenciais, mas pode fazê-las em casa.
a minha gravidez tive poucos problemas. No começo
família. “Eles reagiram muito bem. Como foram os
Então, encaminhamos um aviso para os professores e eles
sentia enjoos, a barriga começa a crescer, as pessoas
primeiros a saber, todos ficaram felizes”.
devem mantê-la informada. O correto é elas fazerem as
alguns obstáculos. “Durante toda
ficavam me olhando. Quem não me conhece acha que
Mesmo grávida, Hellen não vai desistir da graduação.
avaliações quando vencer a licença maternidade”.
“Desistir não, mas acredito que a gravidez vai atrapalhar
Durante todo o período de faltas, a acadêmica
Geovana sabia das dificuldades que enfrentaria
um pouco. Já estou passando mal, com enjoos, muito
recebe abono e quando retorna faz as provas. Em
durante a graduação, mas estava disposta a enfrentá-
sono e sem vontade de fazer nada e agora no início já
muitos casos, a desistência ocorre e o sonho da
las. “Agora no fim da gravidez é o mais difícil, começa
está me prejudicando. Quando os meses avançarem vou
formação fica para o futuro. “Isso acontece, conversei
a cansar muito, então tive que aprender a conciliar
me incomodar mais. Eu não pretendo parar, mas eu não
com uma aluna recentemente que acabou de descobrir
tudo com meu trabalho, minha casa, meu marido e
sei como será daqui para frente”.
que está grávida e está com complicações e não vai
eu engravidei sem querer”.
a faculdade. Foi uma fase complicada, mas como eu determinei que conseguiria, deu tudo certo”.
A acadêmica
ainda
não
conversou
com
os
professores e com a instituição, mas pretende ter
conseguir assistir mais as aulas e teve que trancar a matrícula”, explica Aletéia.
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GRAVIDEZ NA GRADUAÇÃO
e também com as limitações físicas da mulher
Rotina necessita de acompanhamento para evitar depressão D
iante do imprevisto ou da primeira gravidez a saída é uma orientação profissional. Saber lidar com as experiências iniciais e também
com esta dificuldade de incluir nos planos profissionais a chegada do filho. A psicóloga Katieli Kiçula Constança aconselha uma psicoterapia.
“Esse tratamento tem o objetivo
principal de melhorar a qualidade de vida da pessoa. Vai ajudá-la a entender esse novo contexto e essas mudanças que a gravidez gera”. Katieli destaca que essas alterações na vida de uma jovem podem desencadear uma depressão pósparto. “A gravidez surpresa vem com um peso maior para quem não está preparada. Pode provocar mais tristeza, impaciência, estresse e ansiedade. Diferente de quando você planeja, já vai se organizando em alguns sentidos, como financeiramente, saúde e o psicológico também”. Os sintomas depressivos surgem ainda durante a gestação.
“O nascimento da criança é um ‘gatilho’
para agravar ainda mais essa situação, podendo descobrir no primeiro mês, ou também até quase um ano depois a depressão, porque se torna tudo novo nessa adaptação. Mudanças na rotina, hábitos, horários, atividades, mudam o corpo da mulher”. Além disso, ela afirma que a gravidez não impede a jovem de cursar uma graduação, mas que dificulta essa fase da vida. “A gravidez não necessariamente inviabiliza que a mulher continue uma faculdade, mas ela pode dificultar. Se a gravidez for planejada, ela provavelmente vai pensar nessa situação de conciliar os estudos com a maternidade. Mesmo se não for planejada, ela pode continuar estudando, terá que arrumar suportes para que auxiliem nessa continuidade”. A dificuldade pode aparecer nas peculiaridades do curso e também com as limitações físicas da mulher. “Se for muito prático há fatores que têm que ponderar. Além disso, sem a interação com os professores e colegas fica mais difícil aprender”, finaliza Katieli.
Reportagem: Laura Siqueira e Paulo Eduardo
8 | UNIFATOS ENTRE GRADES A Penitenciária Industrial de Cascavel é base para uma nova chance para os que estão em regime fechado
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descrita a PIC (Penitenciária Industrial de Cascavel). Inaugurada em 22 de fevereiro
de 2002, é um complexo prisional de regime fechado destinado a detentos do sexo masculino, além de ser uma prisão é também uma base de ressocialização ao detento que busca uma nova chance e oportunidades que o mundo oferece. Devido ao bom comportamento em diversas prisões do Paraná, o detendo chega ao complexo prisional da PIC, sabendo que vem para trabalhar, estudar e se preparar para logo cumprir sua pena e visando voltar para o meio social. A base de ressocialização do detento requer a recuperação de sua autoestima, com isso a remissão de pena e o incentivo ao trabalho entram como base a possibilidade de voltar a sociedade. A oportunidade dessa ressocialização do detento é desenvolvida por meio do estímulo do Estado e do complexo prisional. Sendo uma penitenciária onde se presa pela educação, trabalho e saúde, tanto física como mental, é referência no Brasil pela filosofia lá implementada, desde a sua criação e até os dias de hoje.
PIC COMO MODELO Atualmente sua capacidade é de 360 encarcerados, sendo que todos os detentos trabalham em diversas áreas seja, dentro da carceragem quanto fora, em trabalhos externos. “Uma das nossas filosofias da PIC é a ressocialização dos detentos mediante ao trabalho, ou seja, nós trabalhamos paralelamente com um juiz para que esse preso possa ter a oportunidade de trabalhar
Penitenciária oferece uma biblioteca ampla para os presos
lá fora e aqui dentro, amparado pela Lei de execução penal, que traz ao detento o benefício de redução de pena”, explica o diretor da PIC, Valdecir Glalik.
Penitenciária oferece uma biblioteca ampla para os presos
O ensino também é uma tática importante de incentivo à leitura por remissão de pena e a oportunidade de fazer o Enem (Exame nacional de ensino médio). “Estamos conquistando um grande espaço com o Enem, cerca de 100 detentos do nosso complexo tem a oportunidade de fazer o exame e quem sabe ingressar no ensino superior”, relata o diretor. Outra filosofia para a ressocialização do detento são os projetos desenvolvidos, como por exemplo a panificação, a
Condenados têm a oportunidade de concluir o ensino
música e a pintura de quadros. “Nossos projetos estão sendo possível através do esforço dos funcionários da carceragem, e a compreensão dos presos que sabem que esses projetos estão sendo ao seu favor”, comenta ainda o diretor.
Reportagem: Ismael Elias
Oficina de artes musicais é disponibilizada aos detentos que sentem a música como parte da vida
Detentos trabalham na horta da PIC, que serve para consumo interno e externo
FOTOS: KAUANE OLIVEIRA
U
ma penitenciária diferente, assim pode ser
Detentos têm a chance de ressocialização
UNIFATOS | 9
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KAUANE OLIVEIRA
NATAL ESPETACULAR
Homens que expressam os seus sentimentos em arranjos natalinos
Detentos realizam decoração natalina
Big Band PIC transforma sonho em realidade Era uma sexta-feira à tarde quando entramos no complexo penal da Penitenciária Industrial de Cascavel, da rua mesmo era possível ouvir sons de emoção transplantados em acordes musicais, seguidos esse som encantador até uma sala onde se fazia esquecer do mundo lá fora. Uma sala ampla e bem equipada para ensaios individuais e em grupos, com sonorização e instrumentos musicais de uma verdadeira orquestra, é neste local onde acontece a magia, que por sinal emociona qualquer um que está trabalhando, estudando ou até mesmo na correria do seu dia a dia na penitenciária. Em mais de uma década de existência a PIC se tornou um refúgio para muitos detentos que escolhem o recomeço. Além da oportunidade profissional que os condenados recebem por intermédio do Estado e de empresas vinculadas e da chance de retomar os estudos, desde o ensino fundamental
O
cenário encantador do “Natal Espetacular” de
alizar esse grande projeto nós fizemos um convênio com
Cascavel ilumina o fim de ano da população,
a PIC e nós estamos trazendo os detentos para que eles
e enquanto os detentos da PIC trabalham aqui
participem desse trabalho, na montagem e na elabo-
na preparação deste momento inesquecível, deixam de
ração”, afirma Edgar Bueno.
presente aos seus familiares essa linda homenagem, e a
Durante a visita aos pontos, ainda no trabalho de
saudade, que se torna ainda maior onde a tradição toma
montagem, encontramos o detento L. S. M. da PIC que fez
rumos diferentes.
questão de expressar o seu sentimento nesse momento
E você sabe de onde surge toda a beleza que encan-
que é tão esperado por ele em todos os anos. “A gente
ta crianças e adultos todos os anos? Toda a montagem
está arrumando, não só para a nossa família, mas princi-
das decorações natalinas da cidade é de responsabili-
palmente para as crianças”, relata L. S. M.
dade dos detentos da Penitenciária Industrial de Cas-
O presente para esses homens é visto no olhar de
cavel. Nesse ano foram escolhidos dois pontos para a
cada um que se encanta pela linda homenagem de natal
localização da decoração natalina, na catedral, como
que Cascavel recebe, além da esperança em viver tudo
de costume, e no Lago Municipal.
isso do outro lado, e quem sabe, já no próximo ano.
Segundo o prefeito da cidade é essencial a partici-
“O sentimento de não estar participando agora desse
pação dos detentos nesse acontecimento anual. “O nos-
momento especial é a esperança que de no outro na-
so projeto é para fazer um natal lindo e maravilhoso
tal, se Deus quiser, a gente vai estar participando com a
defronte à catedral, e o mais importante, que para re-
família”, explica L. S. M.
até a formação superior, os homens encarcerados recebem de presente oficinas que podem mudar os rumos dos seus pensamentos. Nessa penitenciária o sonho de qualquer um pode se tornar real, basta comprometimento e força de vontade. Por isso, através da música foi criada a orquestra “Big Band PIC” que é regida por um maestro que é agente penitenciário e concluída por detentos que sentem em si a emoção de transformar os seus sentimentos em arranjos musicais. A participação dos detentos na oficina de música garante redução de pena além de apresentações internas e externas, fazendo com que a emoção tome conta do som que se pode ouvir até do lado de fora da penitenciária durante os ensaios. O detento que está na oficina de música há mais tempo nos conta o seu sentimento diante à gratidão pela música. “Como já dizia o poeta cantor: a música mexe com a alma das pessoas. E isso é verdade, porque na prática o projeto de música aqui da PIC
FOTOS: KAUANE OLIVEIRA
mudou a personalidade de muitos de muitos conhecidos que tive”, relata J.F.P. A esperança que acontece em cada oficina expressa a gratidão desses homens, que ao ser inseridos em um ambiente como a PIC recebem apoio do Estado, juntamente com a própria penitenciária, para assim acontecer a ressocialização por diversas maneiras possíveis, desde a retomada ao ensino até mesmo a profissionalização, por meio de diversos campos de trabalho e também oficinas e cursos.
Reportagem: Kauane Oliveira
Projeto de música garante oportunidade aos detentos da PIC de profissionalização e lazer
10 | UNIFATOS ENTREVISTA
CASCAVEL, DEZEMBRO DE 2016. www.univel.br/_unifatos
Acompanhe depoimentos de quem esta em uma penitenciária de regime fechado
A voz de quem está atras das grades
KAUANE OLIVEIRA
RELATO DE UM CRIME G.D. está detido na Penitenciária Industrial de Cascavel e aguarda julgamento pelo crime que cometeu. Como processo de ressocialização ao detento, a PIC já proporcionou para ele o curso de panificação e a retomada nos estudos, visando proporcionar uma profissão para quando a liberdade chegar. “Eu fui casado por 21 anos, tive duas filhas e mudei o destino de nossas vidas. Depois de muitos anos de casado, fui abandonado pela mulher que eu amei a vida toda, mesmo ouvindo boatos de mentiras e traições, entramos em desacordo e ela saiu de casa. Foi muito difícil para mim, pois, por mais que os outros falavam de nossas vidas, eu queria era ficar com ela”. “Nasci e me criei no sítio, não sabia nem o que era mulher direito. Ela era da cidade, já andava com namorado e sabia mais das coisas, até mesmo me enganou que era virgem, e eu acreditei. Casei com ela
“Não aguentava viver sem ela. Ela era a minha vida, sem ela não tinha sentido algum viver”
e com tantas mentiras e fofocas de que ela me traia, eu comecei a beber”. “Foi no dia primeiro de setembro de 2015, que eu acabei com a família que tinha. Não aguentava viver sem ela. Ela era a minha vida, sem ela não tinha
ela pulou em mim, o tiro pegou em sua mão. Foi
contam foram três tiros que a matou, eu fui leva-
sentido algum viver. Então fui atrás de minha mulher
neste momento que perdi a cabeça, com o sangue
do ao hospital e hoje estou aqui, preso. Não há um
para conversar, meu plano era de acabar com minha
nas mãos dela e o nervosismo, atirei outras vezes
dia que não sinto arrependimento pelo que fiz. Eu
vida na frente dela, mas deu tudo errado. Coloquei
nela e por último tentei tirar a própria vida”.
destruí tudo o que mais amava. Perdi minhas filhas
o revólver na cabeça e quando fui puxar o gatilho,
“Não me lembro de muita coisa, mas pelo que me
e matei a única mulher que amei em toda a vida”.
KAUANE OLIVEIRA
CULPADO OU INOCENTE? O diabético de 70 anos está preso há três anos e sete meses, acusado pela filha de sua mulher, e condenado, por estupro. “Tenho cinco filhos e eles não acreditam no que aconteceu comigo, pois nunca tive problemas com a justiça. Fui embora para Santa Catarina para se livrar das invenções dessa menina, pois ela não aceitava o meu relacionamento com a mãe dela, motivo para que inventasse essa história. Quando menos esperava a prisão me pegou de surpresa. Minha família ficou em choque, ninguém acreditava no que havia acontecido. Minha esposa sempre permaneceu ao meu lado, tanto que, nosso casamento foi realizado aqui dentro da penitenciária”. “Na PIC eu conquistei o que chamo de ‘liberdade’, conquistei o direito de seguir em frente, pois aqui o pessoal é muito bom, todos nos tratam com respeito em qualquer situação. Vou pagar a minha pena, não devo, mas vou pagar pelo que fui condenado”.
“Meu coração ainda não está em paz, mesmo sendo bem tratado aqui na PIC eu sonho com a liberdade”
“Quando bate a tristeza é preciso esconder ela, a gente dá uma contornada na situação, é preciso ter fé em Deus para suportar. Meu coração ainda não está em paz, mesmo sendo bem tratado aqui na PIC eu sonho com a liberdade, pois não é fácil, eu sempre
outro lugar para viver com minha esposa”.
trabalhei e lutei pelas minhas coisas e ao sair daqui
“O crime não compensa. Jamais! Você não tem noção
vou viver minha vida longe de tudo e todos, buscar
do que é a vida aqui dentro, é sofrido viver trancado sem
poder desfrutar da liberdade. Ao sair daqui quero me dedicar a minha esposa, aproveitar os minutos que Deus dá para nós, e tentar esquecer tudo o que passou”.
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PROJETOS
Projetos de incentivo a ressocialização de detentos é o diferencial na PIC FOTOS: KAUANE OLIVEIRA
Entre grades também existe conhecimento e respeito A
Penitenciária Industrial de Cascavel tem seu
quais os alunos participam com a produção de
diferencial no trabalho, uma oportunidade
pinturas, artesanatos em geral.
de transformar o comportamento e a vida de
O desempenho dos detentos na PIC é
detentos, preparando-os para o mercado de trabalho
considerado produtivo, devido ao grau de
externo, com projetos que buscam aproveitar a ocio-
maturidade e interesse no conteúdo, o
sidade existente no sistema prisional.
respeito demonstrado em sala de aula
A PIC possui projetos de inserção no mercado
é outro diferencial, isso devido ao
de trabalho, em parceria com empresas públicas,
tratamento também dispensado á
privadas, Senai (Serviço Nacional de Aprendizagem
eles, com todo respeito e atenção
Industrial) e Ceebja (Centro Estadual de educação
que qualquer pessoa necessita.
Básica para Jovens e Adultos). As indústrias que estão
“É muito gratificante o valor que
instaladas na PIC atendem cerca de 80 presos da uni-
eles dão ao professor”, conta a di-
dade, os quais trabalham em escala de quatro horas,
retora do Ceebja da PIC, Silmara de
com benefícios salariais e remissão da pena a cada
Souza.
três dias trabalhados. A panificação é um projeto voltado para a
“O
nosso
olhar
para
o
pre-
so é o mesmo olhar de um aluno lá fora,
profissionalização do detento. Com uma estrutura
independente do crime que ele cometeu,
composta por fornos, cilindros, exaustores, estufa,
para nós ele é aluno”, afirma Silmara. Palavras que
mesas de preparação, entre outros equipamentos, a
resultam em centenas de estudantes da PIC com
panificadora da PIC detém de tudo o que é necessário
históricos de excelentes notas no Enem (Exame Na-
para a produção de pães e massas.
cional do Ensino Médio), alunos que iniciaram a fase
Em parceria com o Conselho da Comunidade e Sen-
de alfabetização na PIC e concluíram o ensino médio,
ai, cursos profissionalizantes de panificação, são ofere-
assim como alunos que já conquistaram vagas para
cidos aos detentos. “Os presos desta unidade prisional
cursar o ensino superior.
têm total qualificação para exercer a profissão, sendo
Atualmente são 32 professores e administrativos
certificado para isso”, afirma o idealizador do proje-
que atuam no Ceebja da PIC, que para trabalhar
to, Leandro Okaso. Outro fato de grande relevância
na unidade além de concurso público, passam por
é a destinação dos pães produzidos diariamente, “A
processo de seleção, análise da ficha funcional,
produção diária é destinada aos presos desta unidade
avaliações psicológicas e até mesmo criminalmente.
penal, presos custodiados na Penitenciária Estadual
Outro projeto é o “Remissão pela Leitura”, uma
de Cascavel (PEC), Unioeste (Universidade Estadual
biblioteca instalada na unidade prisional com mais de
do Oeste do Paraná) e Uopeccan (Hospital do Câncer
seis mil exemplares, inclusive coleções recentes. Os
de Cascavel)”, relata Leandro.
detentos podem passar pela biblioteca aos sábados
A inclusão dos detentos na educação é diária, a PIC
para retirar o livro escolhido e usufruir da leitura du-
conta com uma unidade do Ceebja instalada dentro
rante a semana. Esse incentivo à leitura, além de ser
da unidade prisional. Os alunos frequentam as aulas
um passatempo, proporciona a ampliação do conhe-
por disciplina, inclusive por EAD (ensino a distância)
cimento, além de ser um passo adiante no caminho
que são atividades monitoradas no cubículo. Um tra-
para a liberdade com a remissão de pena.
balho de destaque é o incentivo à cultura e arte, nos
Presos têm o direito de terminar os estudos e chegar a graduação dentro da PIC
PIC,
o
diretor
Valdecir
Glalik
esclarece
os
mo-
tivos pelo qual é preciso acreditar na mudança do sistema prisional. “Eu acredito nessa forma de administração, para mostrar realmente o que pode ser uma penitenciária, a visão que se tem é de presos atrás de grades, gritando feito animais, aqui o respeito é mútuo, inclusive entre eles”, explana o diretor.
Reportagem: Tatiane Thomazini
Diante de todos os projetos desenvolvidos na
Pães fabricados por detentos da PIC na panificadora do complexo penal
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FOTOS: KAUANE OLIVEIRA
OPORTUNIDADE
A filosofia usada na PIC garante ao detento o direito de trabalhar em área externa
Disciplina garante o direito de trabalhar
R
eintegrar uma pessoa ao convívio social, àquele
detento. Apesar de viver em regime fechado é necessário
que optou por condutas reprováveis a sociedade,
manter os direitos fundamentais do detento, afim de
não é tarefa fácil. O sistem penitenciário bra-
que, ele volte ao convívio social de forma estável. O tra-
sileiro é taxado de um local inseguro, em que os presos
balho realizado na PIC mostra que essa realidade é difer-
permanecem ociosos em busca do retorno ao mundo do
ente. “Temos uma unidade prisional que é referência no
crime. Na PIC reintegrar o preso é um desafio diário.
Brasil e com isso, um resultado melhor para a sociedade.
A segurança interna é feita por agentes de disci-
O dinheiro público é bem investido e notamos que existe
plina e recursos modernos, com portões automatiza-
um grau de reincidência menor entre os presos que saem
dos, monitoramento com câmeras de vídeo, sistema
da PIC e os presos que saem de outras unidades”, diz o
de alarme e detectores de metal. A principal arma
Presidente da Comissão dos Direitos Humanos da OAB,
usada no relacionamento da PIC é o respeito mútuo
Jefferson Makyama.
entre os detentos, agentes, direção e visitantes.
O que surpreende na PIC é a sensação de liber-
“O respeito entre o agente penitenciário e o pre-
dade proporcionada aos detentos, eles atuam em
so é mutuo, desde que o preso cumpra as normas,
trabalhos internos e externos, sem acompanhamento
que são os diretos e deveres que ele têm”, afirma o
integral de agentes. O resultado da filosofia usada se
chefe de segurança da PIC, Sebastião Monteiro.
reflete na disciplina, é o que dá ao detento o direi-
Ao ser inserido em um ambiente desconhecido,
to de trabalhar e assim ter a remissão da pena. “É
o indivíduo necessita adaptar-se a um novo mundo
uma oportunidade que a maioria tem, desde que se
para conseguir manter-se nele, independente de
enquadre no perfil. Se tiver bom comportamento, re-
qual for a condição. Por isso, ao chegar na PIC o de-
speito e seguir as normas exigidas pela direção vai
tento passa por uma triagem e avaliação psicológi-
para a rua trabalhar”, comenta o detento, E. L. D. C,
ca, após esse atendimento é esclarecido como será
que cumpre pena por tráfico.
o processo dentro da penitenciária durante o cum-
Para o diretor da PIC, o diferencial da penitenciária
primento da pena. “Nós esclarecemos no momento
em relação às outras unidades, é dar a maior oportuni-
inicial todas dúvidas que o preso tem em relação a
dade aos presos em questão de trabalho e ensino, mas
conduta. No sentido de maturidade mental a gente
que é uma característica da unidade e não da adminis-
contribui no nível de explicação do que o comporta-
tração. “Foi um trabalho desenvolvido através de vári-
mento dele pode causar para ele mesmo”, afirma a
as gestões, e nós demos continuidade. Não é a questão
psicóloga da PIC, Adriana Garbin.
de um diretor que tomou atitude de uma hora para
A maioria do sistema penitenciário brasileiro, não consegue promover de forma precisa a reinserção do
Almoço dos agentes penitenciários da PIC é feito por detentos em uma cozinha do complexo
outra e transformou a PIC, é um serviço que vêm sendo feito ao longo do tempo”, explica Valdecir Glalik.
Presos trabalham fora da penitenciária após conquistarem confiança da administração da PIC Reportagem: Rafael Ólika
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ESPORTE
O rodeio é um dos eventos que mais cresce no Brasil, competidores fazem desta vida uma arte e arena torna-se um palco
Vida de peão exige determinação, coragem e amor à profissão
peão de rodeio é aquele atleta que monta
MAIARA COELHO
O
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no animal, normalmente um touro, de preferência com maior grau de dificuldade
para os competidores. O primeiro critério fundamental de julgamento é o tempo. Ao contrário do que muitos pensam, o objetivo do competidor é ficar apenas oito segundos sobre o animal, e não o máximo possível. Após o tempo ser alcançado, dispara-se um alerta (buzina ou campainha) para que o peão abandone a montaria. Se o juiz entender que o competidor demorou a descer da montaria, pode desclassificar o competidor. Outros quesitos também eliminam o peão, por exemplo, demorar a sair do brete (lugar onde se colocam os animais); bater a mão de equilíbrio no touro, no próprio corpo ou na cerca; prender a espora na corda da montaria; e usar qualquer equipamento ou objeto que coloque em risco a integridade física do animal. O competidor tem o direito de trocar de touro caso o animal tenha se apresentado abaixo do esperado e, se na soma total, a nota for baixa. Se
o
touro
cair,
ou acontecer algo que prejudique a montaria, o peão tem outra chance de
participar
da
prova. Para o
juiz
a
nota,
Já quebrei cinco ossos e fiquei com dois braços deslocados
A grande final do Bruttus Rodeio Show marcou o encerramento da 37ª Exposição Feira Agropecuária, Industrial e Comercial de Cascavel
Joselei Veneroski, competidor
avalia,
separadamente,
o
Além de muita coragem, o profissional dessa área
todos os dias, minha família sempre viaja junto
desempenho do touro e do competidor, sendo 50%
deve ser determinado e bem esclarecido quanto as
comigo, já perdi as contas de quantos campeonatos
para cada. A pontuação vai de 0 a 100 pontos. Com
suas metas e amar sua profissão, até porque se trata
participei”.
os touros, observam-se cinco quesitos: intensidade,
de uma prática de alto risco que constantemente
já se machucou várias vezes durante as montarias,
pulo, giro, coice e grau de dificuldade. No caso do
gera fraturas e ossos quebrados colocando a vida dos
inclusive participou do rodeio em Cascavel com uma
peão, leva-se em consideração o domínio sobre os
praticantes em jogo.
das pernas quebradas.
quesitos citados e se o atleta está bem posicionado e com estilo.
O competidor em touros relata que
Há 11 anos o cascavelense Cesar Ramasko, 26,
Não são todos os atletas que conseguem viver
está na profissão. “Costumo montar praticamente
apenas do rodeio. “Graças a Deus consigo viver exclusivamente da minha profissão, já conquistei mais de 25 prêmios e pretendo viver disso”, destaca o competidor que ficou em 6° lugar no final da Bruttus Rodeio Show realizado na expovel. Já Claudio Junior, 19, ainda não consegue viver exclusivamente de rodeios, até porque está no seu primeiro ano de profissão. O atleta recebeu o quinto prêmio de sua carreira no rodeio de Cascavel. O atleta é de Esperança Nova- PR e sonha em viver apenas das competições em touros. O competidor Joselei Antonio Veneroski, 29, da cidade de Braganey, participa de campeonato há mais de 10 anos. “Ganhei duas motos e várias premiações e dinheiro, dá pra viver apenas de campeonatos sim, mas eu tenho uma segunda profissão para garantir uma renda melhor para a minha família”, relata o profissional.
A competição, contou com a participação de 30 peões
Bruttus rodeio show é uma empresa profissional do mundo dos rodeios, da cidade de Corbélia- PR
Reportagem:
Maiara Coelho
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Na montaria em touros, o grande campeão foi Cassiano Vieira dos Santos, de Pérola, que foi acompanhado no pódio por Anírio Costa Júnior (Toledo) Vale arriscar tudo, até a própria segurança, para alcançar o sonho de ser campeão nas arenas de rodeio.
sua única fonte de renda, existem os problemas. “Para
pronto para montar em um animal adulto, começando
“Existem várias dificuldades na vida de um peão, principalmente ficar longe da família, mas geralmente
por que enfrentamos, as vezes vamos em alguns
minha esposa viaja comigo; também já quebrei cinco
campeonatos que não tem lugar nem pra
ossos e fiquei com dois braços deslocados, mas nunca
dormir”, relata Anirio.
Para Anirio Junior, 31, os peões ainda sofrem preconceito, pois não são reconhecidos como atletas.
depois
em
força física, exigindo assim uma
que enfrentamos
algumas dicas para quem deseja se tornar um
peão
de
rodeio.
Primeiramente
é
maior resistência e preparo. “Então assim como no futebol,
necessário método praticar. “Geralmente
é necessário muito treinamento
“Já conquistei 12 motos e 1 carro, além de prêmios em dinheiro e graças a Deus consigo viver apenas dessa
e
último possui um maior grau de
A viagem é uma das
vou desistir dessa profissão, amo o que faço”, destaca o atleta.
cavalos
touros”, conta Joselei. Este
e habilidade para que peão
Anirio Junior Competidor
pais, então inicialmente, os treinos são feitos
saia do nível amador para o
com animais de médio porte como ovelhas e
ESPORTE RECONHECIDO POR LEI FEDERAL O rodeio no Brasil é uma atividade esportiva regulamentada pela lei federal nº10519, desde 2002. A partir de então, a lei que ficou conhecida como “Lei do Rodeio” instituiu normas gerais relativas ao esporte rodeio. Já o profissional envolvido no rodeio além de ser reconhecido por lei também ganhou direitos que já eram seguidos por grandes rodeios. A atividade passou a ter que seguir várias regras que envolvem também os bons tratos aos animais. O peão de rodeio passou a ser considerado um atleta profissional em 2001. A Lei nº 10.220 regulamenta a profissão de peão e estabelece que o contrato com a entidade pública ou privada deve conter a forma de remuneração, prêmios,
gratificações,
obrigatoriamente.
A
entre
entidade
outros que
requisitos
contratar
o
profissional também será obrigada a fazer o seguro de vida e de acidentes. Se houver morte ou casos de invalidez permanente, o valor da indenização deve ser, no mínimo, de R$ 100 mil. A apólice de seguro também deve compreender o ressarcimento de todas as despesas médicas e hospitalares decorrentes de eventuais acidentes que o peão sofra no trabalho.
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EM OBRAS
Cai número de acidentes na construção civil em Cascavel
Construtores acima dos 40 anos são as maiores vítimas de acidente
E
mbora
sejam
obrigatórios
os
EPIs
baixa adesão de jovens a profissão.
(Equipamentos de Proteção Individual) são
Nos últimos dois anos foram registrados em
ignorados em construções urbanas. É comum
Cascavel seis óbitos na construção civil, mortes que
perceber irregularidades em obras em Cascavel,
poderiam ser evitadas caso fossem respeitadas as
considerada polo da economia regional, um canteiro
regras de segurança. “Sempre fazemos treinamentos
de edificações.
para que os funcionários tenham consciência de que
O uso de capacetes, cintos e telas de proteção faz muita diferença quando está em jogo a vida
devem usar o EPI”, comenta Otto Roberto Basílio, técnico de segurança do trabalho.
de trabalhadores. Um levantamento recente do
Ano passado 15 homens sofreram algum tipo
Sintrivel (Sindicato dos Trabalhadores na Indústria
de acidente de trabalho na cidade e já neste ano
da Construção Civil de Cascavel e Região) revela o
foram onze. A preocupação com a vida no ambiente
perfil das vítimas mais susceptíveis a acidentes em
do trabalho deve ser tanto do trabalhador, quanto
ambientes de trabalho.
do empregador. Davi Dias que trabalha na construção civil há mais
- embora toda experiência -, são os que mais se
de 20 anos já se acidentou durante o expediente.
envolvem em casos graves no canteiro de obras.
“Já cai de andaime e me machuquei gravemente,
Existem duas explicações mais lógicas para que
depois disto não fico mais sem usar os equipamentos
os acidentes ocorram com frequência nessa faixa
obrigatórios”.
etária: o excesso de confiança dos trabalhadores – considerado uma armadilha pelos especialistas – e a
Reportagem:
Gabriel
FOTO: TAMITSA SENDOSKI
Os homens, com mais de 40 anos de idade,
Turatto
Precaução A precaução deveria fazer parte do dia a dia de quem trabalha na construção civil. Aos poucos, com a insistência de técnicos, há uma mudança de comportamento. Os dados comprovam isso. Em
Cascavel
em
2015
foram 41 acidentes e neste ano foram até o momento 26.
“O
melhor
modo
de
prevenção aos acidentes de trabalho é com o uso dos EPIs. Com a conscientização dos
funcionários
monitoramento
e
com
dentro
o
das
construções civis é possível evitar Roberto
fatalidades” Leal
afirma
Americano,
presidente do Sintrivel. Pedreiro durante seu serviço utilizando os equipamentos necessários para a prevenção de acidentes
16 | UNIFATOS
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Giro Universitário
Marcia Ângela de Barros do 1º ano de Ciências Contábeis atualizando trabalhos
MUDANÇAS NA UNIVEL Nada melhor para comemorar os 20 anos de uma história de sucesso proporcionando aos colaboradores, professores e alunos, um espaço melhor e com mais comodidade. Por isso, toda a estrutura do prédio administrativo encontrase em obras. O projeto arquitetônico foi redesenhado, trazendo uma cara nova para a faculdade, um contraste da tradição desses 20 anos, mesclada com inovação e a realidade dos tempos atuais. De acordo com o diretor administrativo da Univel, Lucas Renato Silva, em comemoração aos 20 anos, a instituição passou por um reposicionamento da marca, reestilizou seu logotipo e está revitalizando a estrutura administrativa, a fachada e o estacionamento. “São 20 anos de muito trabalho, luta e sucesso. É um orgulho para nós que todos os nossos cursos sejam reconhecidos pelo MEC com conceitos positivos, a grande maioria, são conceitos ótimos e, por sermos a única instituição de Cascavel que não tem notas consideradas “vermelhas” pelo Ministério da Educação. Por isso, todas as melhorias que estamos promovendo é para adequarmos a fachada e o espaço administrativo com a qualidade de ensino que entregamos em sala de aula”, destacou. OBRA Os espaços internos, modernos e ergonômicos foram projetados para oferecer melhores condições de trabalho aos colaboradores e, dar mais conforto, comodidade e otimizar o atendimento aos alunos e a comunidade em geral. “O motivo principal dessa reestruturação é termos melhores espaços de trabalho, de atendimento aos alunos, como também, espaços para as pesquisas dos professores em tempo integral. Além disso, o novo espaço de trabalho vai proporcionar o aumento da interação dos professores com os coordenadores. Pois, as coordenações e a sala dos professores ficarão juntas, melhorando o fluxo de trabalho e a comunicação entre eles”.
Flávia Araújo, atendente da biblioteca organizando os livros nas prateleiras
Jardel Back do 2º ano do curso de TADs
BIBLIOTECA DIGITAL A biblioteca virtual Pearson, considerada uma das principais plataformas digital de livros do seguimento universitário do Brasil, com mais de 150 anos de mercado, agora passou a ser disponibilizada pela Univel. A plataforma permite, também, a integração com outros acervos da biblioteca tradicional, facilitando as buscas. Além disso, a biblioteca virtual é uma ferramenta de entretenimento, já que conta com alguns títulos de literatura e interesse geral que abrange a Educação Básica, Ensino Superior e Profissional.
Hoje são mais de quatro mil títulos de mais de 40 diferentes áreas do conhecimento disponibilizadas na plataforma da Pearson, tais como: administração, marketing, engenharia, direito, letras, economia, computação, educação, medicina, enfermagem, psiquiatria, gastronomia, turismo e outras. Além disso, a Pearson entrega soluções completas que atingem todo o ciclo educacional, da educação infantil à vida adulta.
O sistema de busca na Pearson permite também, localizar número de página, termo e palavras no livro ou em todo o acervo da biblioteca virtual, assim como, título e autor. Ainda é possível imprimir até 50% das páginas de um livro, por meio da compra de créditos de impressão ou comprar os títulos com descontos de até 50%. O pagamento pode ser feito por meio de cartão de crédito ou boleto bancário.