Paratletas posam para ensaio sensual e rompem com o preconceito
UNIFATOS
Jornal Laboratório elaborado pelo 3º ano do Curso de Jornalismo da Univel - ano XV - edição 77 - Julho 2016
MAIARA COELHO
Página 16
ARQUIVO
FOTOS: ARQUIVO PESSOAL
Álbum
Mordomia
Mimados pelos donos, animais de estimação recebem até tratamento contra estresse LAURA SIQUEIRA
Págs 14 e 15
Olímpiadas
Tocha passa por Cascavel Págs 7, 8 e 9
PROFISSIONAIS LUTAM PARA SALVAR VIDAS Sem amparo adequado na infraestrutura, profissionais que atendem na rede de urgência e emergência na região Oeste do Paraná enfrentam diariamente dificuldades para cumprir com a maior meta: salvar vidas. Faltam leitos hospitalares do Sistema Único de Saúde e recursos para manter um dos mais eficientes serviços médicos, o Samu (Serviço Móvel de Urgência e Emergência). Municípios têm arcado com a maior parte das despesas o profissionais recorrem ao recurso “vaga zero” para garantir vaga em hospitais particulares. Págs. 3, 4 e 5
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Opinião
Editorial
Neste ano o Corpo de Bombeiros completou 42 anos de atuação. Cascavel recebeu o Grupamento no dia 11 de abril de 1974, com a criação do Fundo Municipal de Estruturação do Corpo de Bombeiros. A ideia era atuar de modo provisório até dezembro do mesmo ano. Devido ao crescimento econômico do Estado, em Maio de 1985, o Decreto Estadual nº 5.404 regulamentou a 4ª Seção de Combate a Incêndio como 4º Grupamento de Incêndio (GI), ampliando sua área de abrangência e sua estrutura. Uma corporação formada por exemplares profissionais que têm como missão salvar vidas, pondo em risco a própria sobrevivência. As dificuldades na atividade diária são limitadoras do serviço de bem comum. Os desafios enfrentados pelos bombeiros são inúmeros, entretanto estão sempre prontos para atuar em ocorrências das mais diversas áreas. Os atendimentos são direcionados aos traumas, acidentes de trânsito, quedas, incêndios, ferimentos e casos especializados. Durante o curso de formação, os militares recebem instruções de como agir nas situações adversas que enfrentarão. Para facilitar o trabalho e o transporte de vítimas, o helicóptero de resgate que tem base m Cascavel foi disponibilizado há dois anos e meio pelo governo do Estado. Para complementar o serviço de urgência e emergência, Cascavel conta também como Samu (Serviço Móvel de Urgência). Médicos capacitados que estão prontos 24 horas para chegar onde a vítima está, com aparato de ambulâncias e demais profissionais, como socorristas preparados. Embora já tenha reiterado sua importância, este enfrenta a limitação financeira e infraestrutura regional para dar conta de tantos pacientes encaminhados diariamente. Faltam leitos para a internação em UTIs (Unidades de Terapia Intensiva). Em consequência da falta de repasses do Governo Federal e Estadual para manutenção dos atendimentos, em 2015 a dívida chegou a R$ 1,5 milhão do Consamu (Consórcio Intermunicipal Samu Oeste), que mantém o Samu na região. Problemas como esses ameaçam a sobrevivência do serviço e a extinção dos atendimentos seria um retrocesso significante para saúde pública.
“
A vida é melhor para aqueles que fazem o possível para ter o melhor.
”
John Wooden, jogador e treinador de basquete
A era da falsa felicidade Sinceramente, depois do politicamente correto, a coisa que mais odeio é a falsa felicidade que todos temos que aparentar ultimamente. E acredito até que aparentar ser feliz quando não se está, é algo que está diretamente ligado ao politicamente correto. Então aí começa a incoerência. Meu Facebook parece um paraíso onde os perfis são perfeitos, as pessoas divertidíssimas, as melhores festas, os melhores amigos, as melhores famílias, os melhores empregos, os melhores namoros, as melhores viagens… Hoje em dia, ou a pessoa é muito feliz e bem sucedida, ou está no outro lado da questão, é o infeliz derrotado. Não temos mais pessoas normais que digam que estão tristes e chateadas uma vez ou outra, que se assumam cansadas com a vida de vez em quando. Aliás, no twitter temos. Mas no Facebook as pessoas podem estar detonadas por dentro, mas nas fotos estão sempre rindo com alguns desconhecidos. Fotos agarrados(as) com a(o) namorada(a) felizes, sorrindo, enquanto brigam por trás da câmera. Não sou contra dizer que estão felizes. Só que saturar com fotos e declarações que demostram felicidade extrema, dizendo o quanto estão bem, é coisa de quem não está feliz e quer acreditar que está. Sou totalmente contra essa “indústria da felicidade” que faz um campeonato de quem tem mais amigos, de quem viaja mais, de quem brinda mais, de quem é mais feliz com seu(sua) parceiro(a).
Artigo É tanta felicidade aparente que isso impõe uma culpa imensa de não estarmos extremamente feliz. Aí, se não estivermos atentos, sem sentir, entramos na “bola de neve da felicidade” e começamos a tirar fotos rindo para colocarmos na internet. A gente começa a escrever textos fofos pra dizer o quanto estamos de bem com a vida. Porque é mais fácil sustentar essa falsa felicidade na internet, do que para as pessoas que convivem conosco. Mesmo sendo mais difícil manter a falsa felicidade no cotidiano, somos praticamente forçados a mostrar que estamos bem, porque a pessoa triste fica totalmente isolada, como se tivesse uma doença contagiosa. Como se tristeza fosse uma condição de alguns. E todos, todos mesmo tem seus dias, semanas, meses que estão muito, mas muito triste. Ninguém gosta de quem fica se lamentando o tempo todo. Mas o oposto também irrita. Pessoas que querem parecer que tem uma vida fantástica. Ela pode achar que tem uma vida maravilhosa, melhor para ela! Mas não esquecer que quem está do lado de cá e tem inteligência para analisar, sabe que ninguém é tão alegre e satisfeito o tempo todo. Às vezes dividir um pouco de suas fraquezas e insegurança é um ato de generosidade com os outros e de honestidade consigo mesmo. Maiara Coelho, acadêmica do 3º ano de Jornalismo.
Caros leitores, Para produção das próximas edições contamos com a sua colaboração. Sugestões de pautas, reportagens e até promoções de festas podem ser encaminhadas ao nosso e-mail: unifatos@univel.br Se você tiver alguma sugestão ou está desenvolvendo algum projeto acadêmico, entre em contato conosco para que possamos mostrar o seu trabalho. Ótima leitura!!!
Leitor
Quem somos Univel (União Educacional de Cascavel) - Faculdade de Ciências Sociais Aplicadas de Cascavel. Avenida Tito Muffato, 2317 - Bairro Santa Cruz. CEP: 85.806-080 - Cascavel - Paraná. Telefone: (45) 3036-3636. Diretora Geral: Viviane Silva. Unifatos. Jornal laboratório elaborado na disciplina de Técnicas de Reportagem, Entrevista e Pesquisa III do curso de Jornalismo. Coordenadora: Patrícia Duarte. Professor orientador: Josimar Bagatoli. Acadêmicos (textos e fotos): Aline Gabriela Redel, Beatriz Ebbing, Bruno Rodrigo, Felipe Barossi, Gabriel Turatto, Ismael Elias, Kauane Oliveira, Kelly Rocha, Keslyn Oliveira, Laura Siqueira, Maiara Coelho, Michelli Lazzeri, Natielle Kaiomi, Paulo Eduardo, Rafael Ólika, Tamitsa Sendoski, Tatiane Thomazini, Thaíz Bourscheidt. Diagramação: Kauane Oliveira e Michelli Lazzeri. Projeto gráfico: Josimar Bagatoli. Tiragem: 1 mil exemplares. Impressão: Jornal O Paraná. E-mail para contato: unifatos@univel.br
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SAÚDE
Eficiência e agilidade garantem o sucesso de procedimentos médicos, que devido a gravidade devem ser feitos rapidamente
Salva-vidas enfrentam desafios para atendimentos de urgência
P
ara salvar vidas requer coragem e determinação. E é isso que os militares do Corpo de Bombeiros enfrentam no dia a dia. Ao contrário do que muitas pessoas pensam, o bombeiro não vive só de apagar o fogo. Mas atua em diversas áreas e estão a todo o momento de prontidão, para ajudar em acidentes de trânsito e domésticos e resgates de pessoas em situações de risco, tudo isso em um trabalho constante realizado com muito esforço. A cada dia novos desafios são enfrentados, novas ocorrências como traumas, acidentes de trânsito, quedas, ferimentos e inúmeros casos que necessitam de atendimento especializado. Para um profissional da área, é necessário estar sempre de prontidão para todos os tipos de chamado. Algumas ocorrências têm riscos altos
para os bombeiros, conforme explica a tenente do Corpo de Bombeiros de Cascavel, Marcela Schwendler. “Enfrentamos muitos riscos, mas a ocorrência que mais exige do bombeiro é de combate a incêndio, pois existem muitos riscos e isso mexe com o psicológico do profissional”, relata a militar. Durante o curso de formação, os militares recebem instruções de como se portar em situações adversas. “Nossa função é procurar transparecer a calma ao paciente. Claro, somos seres humanos, mas nosso treinamento é, em função disto, tentar sempre passar a tranquilidade”, diz Marcela. O caráter militar não deve mostrar a emoção. “Não é que somos frios. Temos sentimentos, mas não podemos deixar que eles invadam nosso espaço de trabalho”, enfatiza Marcela.
Ferramentas A profissão de salva-vidas prioriza sempre o atendimento as vítimas. Algumas ferramentas são usadas para facilitar o trabalho, como por exemplo, o helicóptero que foi disponibilizado pelo governo do Estado há dois anos e meio, e tem sua base em Cas-
cavel. Segundo o diretor técnico do Consamu (Consórcio Intermunicipal Samu Oeste), Rodrigo Nicácio, o helicóptero é uma ferramenta importante no resgate e transporte de pacientes. “O helicóptero tem sido o divisor de águas na região, pelo fato de podermos
fazer o transporte rápido”, afirma Rodrigo. Com essa ferramenta, o Estado gasta cerca de R$ 300 mil por mês. O custo é recompensado pelas vidas salvas. “Além de facilitar nosso trabalho com o transporte de vítimas e pacientes, ele traz um imenso retorno para a população. Já completamos a marca de 700voos para salvar vidas, e ele está disponível para atendimento na região”, comenta o médico. Há dois anos e oito meses como condutor socorrista do Samu, Sandro Gouveia, diz que é muito gratificante ajudar as pessoas, mesmo que ele não as conheça. “Não importa a cor da pele, se é rico ou pobre. Vou com a mesma disposição, pois penso que poderia ser um parente meu”, enfatiza Sandro. Segundo o condutor, antes de chegar ao local da ocorrência, ele precisa levar a equipe em segurança e chegar o mais rápido possível, sem fazer novas vítimas, porém com algumas dificuldades comuns no dia a dia. “A dificuldade que enfrento é o trânsito. Muitas pessoas não abrem espaço para a ambulância passar, já outras não sabem o que fazer e ficam ali paradas”, reclama o motorista.
Reportagem: Ismael Elias e Rafael Ólika
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Socorristas colocam em prática o que aprenderam em cursos
Condutor e enfermeira realizam parto dentro de ambulância
A
quanto parecia. “No meio do caminho ela começou a sentir contrações. Nisso a enfermeira pediu para ir mais rápido, pois o bebê podia nascer no meio do caminho. Detalhe: eu e a enfermeira nunca tínhamos feito um parto, ai o frio na barriga era inevitável [risos]. Quase chegando ao Hospital Universitário de Cascavel a enfermeira pediu para parar a ambulância, porque o bebê estava quase nascendo, só deu tempo de pegar o material de parto, que o bebe nasceu. Esse dia foi uma emoção inexplicável, apesar do friozinho na barriga conseguimos colocar em pratica o que aprendemos nos cursos”, relata o motorista.
ARQUIVO
rotina estressante dos profissionais do Samu é repleta de histórias chocantes e em muitos casos comoventes. Sandro Gouveia, condutor socorrista há dois anos e oito meses, relembra um caso específico. “Foi em uma madrugada de sábado para domingo, eu e a enfermeira fomos até Juvinópolis, pois gestante de 26 anos estava com dores na barriga. Chegando na casa dela, colocamos ela na ambulância, verificamos os orgãos vitais dela e logo voltamos para Cascavel”, conta o motorista. A viagem até o hospital não seria tão tranquila
Hospital Universitário é referência para emergência e urgência
Cidades pagam caro por serviço O Ministério da Saúde lançou em 2003 a Política Nacional de Urgência e Emergência com o intuito de estruturar e organizar a rede de urgência e emergência no País. No Oeste do Paraná surgiu então o Consamu (Consórcio Intermunicipal Samu Oeste), que abrange 43 municípios consorciados. Atualmente, tem como presidente o prefeito de Cascavel, Edgar Bueno. O objetivo do consórcio é melhorar o atendimento móvel de urgência, pois as equipes médicas que atuam no Consamu contam com a agilidade do transporte aéreo e ambulâncias completamente equipadas, além da motolância, que comporta todos os equipamentos necessários para um salvamento. Os municípios que fazem parte do consórcio pagam 65% do valor total de manutenção do atendimento. No entanto, cada cidade deveria pagar no máximo 25% do valor, sendo responsabilidade do Governo Federal arcar com 50% dos custos e 25% do Governo Estadual. Nas cidades onde têm bases que possuem ambu-
lância, o custo é de R$ 1,39 por habitante. Onde não tem base, o custo é de R$ 1,06 por habitante. O valor varia conforme o número de habitantes. “Hoje 16 cidades pagam R$ 1,39 e as outras pagam R$ 1,06. O pagamento é proporcional ao número de habitantes, e quem tem ambulância paga mais por que usa mais”, esclarece Rodrigo, médico regulador. Nesse caso, quem fica responsável pela cobrança por pessoa é a prefeitura. O Consamu recebe também, o custeio do governo Federal e Estadual. O valor repassado pelos órgãos consta na legislação e varia conforme o tipo de ambulância. “Uma ambulância que vai o médico, a União repassa em média R$ 49 mil por mês, e onde não vai médico são repassados R$ 16 mil. Para a motolância são repassados mensalmente R$ 8 mil. “Juntando os repasses dos governos municipal, estadual e federal, nós geramos um caixa para manter a operação funcionando”, explica Rodrigo.
Dívidas Apesar da importância do atendimento médico de urgência, o Consamu enfrenta dificuldades financeiras que ameaçam a sobrevivência do serviço. Devido a falta de repasses do governo Federal e Estadual para manutenção dos atendimentos, em 2015, a dívida chegou a R$ 1,5 milhão e por pouco o consórcio não teve os serviços extintos. Para que isso não ocorresse, as prefeituras consorciadas assumiram parte dos gastos para garantir a continuidade do consórcio. Mesmo assim, algumas prefeituras não cumprem com o acordo, mas continuam recebendo atendimento. “É muito complicado esse atraso dos municípios, inclusive tem duas cidades que não contribuem desde 2014 e os atendimentos continuam sendo prestados. Nós não omitimos o atendimento para quem não paga”, afirma Rodrigo. Ainda segundo o médico, esses atrasos tem gerado cada vez mais dívidas para o consórcio, pois eles não conseguem alguns impostos, que acarretam juros muito fortes em cima, e isso gera uma inadimplência cada vez maior. As cidades devedoras podem até perder a certidão negativa de débito. “Essas cidades perdem a condição que elas têm para receber dinheiro de outras fontes. Isso gera um problema financeiro para todo mundo”, ressalta o médico.
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ENTRE A CRUZ E A ESPADA
Profissionais precisam recorrer a “vaga zero” para salvar vidas
Médicos enfrentam falta de leitos do SUS durante prestação de socorro
U
m problema que é realidade do agrupamento salvavidas é a dificuldade de leitos para atendimentos médicos. “Nós fazemos o processo de atendimento ao paciente, só que não tem local para colocá-lo, não tem hospital com condições de receber esse paciente”, lamenta Rodrigo Nicácio, médico regulatr do Consamu. Quando não têm vagas nas unidades hospitalares, públicos e privados em Cascavel, hospitais da região recebem os pacientes. “Nossa referência é o Hospital Universitário, só que ele está trabalhando com mais gente do que sua capacidade, isso faz com que pacientes precisem ir para hospitais da região, ou fiquem mais tempo do que o necessário na UPA [Unidade de Pronto Atendimento]”, afirma o médico. Para amenizar essas situações, existe um dispositivo na legislação desde o ano de 2002, que regulamenta a situação do Samu, e garante ao paciente que precisa de
atendimento hospitalar, encaminhamento aos cuidados médicos mesmo na ausência de vagas. Contudo, essa medida tem sido frequente pelo problema da falta de infraestrutura para comportar vítimas nos hospitais e ambulatórios do Oeste do Paraná. Essa medida provisória virou uma medida permanente. “Nós temos determinado a vaga zero todos os dias. Com essa medida até hospitais privados atendem à solicitação do dispositivo. Nos últimos seis meses foram determinadas 374 solicitações do dispositivo vaga zero”, explica Rodrigo. Ainda segundo o médico, em muitos casos que é determinada a vaga zero, a equipe empresta maca, respirador, monitor cardíaco e oxímetro, para que a vida do paciente seja mantida, já que os
hospitais não tem os equipamentos suficientes. “Ao determinar a vaga zero, nós temos plena consciência que estamos mandando o paciente para um hospital que não tem espaço físico para ele. A gente monta um verdadeiro quebra - cabeças no nosso dia a dia para acomodar todos os pacientes conforme a gravidade do seu atendimento. Para garantir em última estância que um enfermo grave seja atendido em um ambiente hospitalar”, afirma o médico.
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“Arraiá pra lá de bom” Professores, alunos e os colaboradores deixaram tudo muito especial com uma decoração típica e aquele atendimento que você já conhece, tudo para contagiar a volta às aulas da moçada
Teve também fotocabine pra registar os melhores momentos, touro mecânico e show com a dupla Barreto e Campo Grande que animaram a noite fria que fazia no câmpus
Os alunos de Gastronomia participaram da venda dos quitutes juninos para arrecadação de valores para o evento de conclusão de curso
Giro Universitário
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Evento mobilizou milhares de cascavelenses
LAURA SIQUEIRA
OLIMPÍADAS
Cascavel recebe Tocha Olímpica em grande estilo A
chama que traz o espírito olímpico ao
sente em um momento histórico para todos os
tar, Exército, Esportes, os patrocinadores e outros
Brasil foi recebida com grande prestígio
brasileiros. “É uma honra muito grande, porque
envolvidos. Cascavel está de parabéns por ter sido
pelos cascavelenses. É ela que anuncia
mostramos para todo o Brasil o potencial que a
escolhida como cidade de celebração, mostrando
as 42 modalidades Olímpicas, durante 19 dias de
nossa cidade tem. Ser escolhido para receber a
a importância que ela tem no cenário nacional”.
competição – de 5 a 21 de agosto, com 306 provas
tocha em Cascavel, para nós é motivo de orgu-
que valerão medalhas: 136 femininas, 161 mascu-
lho”, diz o prefeito Edgar Bueno.
Para Faust é uma emoção muito grande estar a frente desse evento de grande porte e que se emocio-
linas e nove mistas. Sob aplausos e vaias ao mes-
Desde julho do ano passado, quando Cascavel
nou vendo a alegria dos condutores da tocha. “Na reu-
mo tempo, a tocha olímpica fez Cascavel, Oeste
foi informada pelo Comitê Olímpico que seria
nião com os condutores eu vi a importância de esta-
do Paraná, entrar na rota competitiva que une o
uma das cidades que receberiam a tocha olímpi-
rem levando a tocha, e aquilo me marcou, ainda mais
mundo todo.
ca, já começaram os trabalhos.
com a oportunidade que o prefeito me deu de estar
do País em Índice de Desenvolvimento Humano,
Faust relata que a organização do evento envolveu
com grande potencial econômico e se fez pre-
quase todo o Município. “Participaram Polícia Mili-
EXTINTOR Em Cascavel, a passagem da tocha olímpica também foi marcada por protestos,
participando nesse período grandioso do esporte”. Reportagem: Kauane Oliveira, Laura Siqueira e Paulo Eduardo
KAUANE OLIVEIRA
O secretário de Esporte e Lazer Wanderley
DIVULGAÇÃO
A cidade de 64 anos está entre as melhores
a s s i m c o m o e m t o d o o Pa í s . D a n i e l F e r r e i ra usou um extintor para tentar apagar a chama logo na partida do revezamento, q u e e r a c o n d u z i d a p o r Pe d r o M u f f a t o e m f r e n t e à Pr a ç a I t á l i a . A t e n t a t i v a f o i f r u s trada e o rapaz detido. Só depois de três dias na cadeia ele foi solto por determinação judicial, sem ter que pagar a fiança
KAUANE OLIVEIRA
arbitrada em R$1,5 mil.
SEGURANÇA Um forte esquema de segurança foi montado para passagem da tocha Olímpica. No Paraná, os policiais militares estiveram envolvidos na proteção ao evento. Motivo de orgulho para o capitão Roberto Tavares, oficial de comunicação do 6º BPM (Batalhão de Polícia de Militar), já que é um momento histórico e que demonstra a capacidade do trabalho dos servidores públicos. “É uma satisfação, não só marcar presença, mas também ajudar com a organização. A Olimpíada não é política, tem diversos fatores, mas o que fica para nós é esse espírito olímpico que é muito importante”.
Polícia Militar esteve presente no evento realizado em frente a Prefeitura Municipal
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População vai as ruas ver o fogo olímpico Emoção para os condutores da tocha centivos aos jovens atletas, que sonham com uma chance no esporte. O professor e atleta de Xadrez, Silas Pereira, 18 anos, afirma que a princípio ficou preocupado devido as obras que estão sendo realizadas na cidade. “Não imaginava que nos teríamos condições de receber a passagem da tocha em nossa cidade, por conta das reformas do PDI [Programa de desenvolvimento integrado”. Mas após a realização do evento, ficou surpreso com a organização. “Foi um momento muito importante e que com certeza ficará na memória de todos”. Reportagem: Tamitsa Sendoski e Kelly Rocha KAUANE OLIVEIRA
Milhares de pessoas estiveram presentes no percurso que se iniciou na Praça Itália, passando pelo Teatro Municipal, Praça do Migrante, e terminando no Paço Cívico. Nas ruas, a população se mostrou ansiosa e emocionada. É o caso de Edilia Alberti. A aposentada de 76 anos exalta a conquista e comemora junto aos familiares. “Nunca imaginei ver uma coisa bonita dessas. Esse evento é bem legal para a cidade, somos uma metrópole”, conta. A expectativa era grande nas áreas de concentração marcadas para o revezamento da tocha olímpica. Crianças atentas a qualquer movimentação e famílias inteiras saíram de casa para participar de alguma maneira deste momento histórico. O evento também foi atraente para os vendedores ambulantes, que aproveitaram a oportunidade e expuseram seus produtos. A carioca Rosana Mariana, 41, mora na cidade há um ano e meio e sempre está presente nos eventos que acontecem na cidade. A estudante e empresária ressalta a importância de um acontecimento deste porte. “O evento é importante por que traz visibilidade para a cidade”. A passagem da Tocha Olímpica também traz in-
Tocha olímpica foi esperada por muitos em frente à Prefeitura Municipal
Imprensa faz cobertura da passagem da tocha no jornal estadual. Então tivemos que pedir carona pra um cara na rua, que nos levou de carro, foi uma loucura. Mas apesar da correria conseguimos entrar ao vivo em dois minutos e deu tudo certo”. Com a sensação de dever cumprido, a repórter da RPC Globo, Anna Flavia Nunes, fez a cobertura do evento ao vivo e tudo saiu como o esperado. “Nós fizemos um planejamento de equipe. Queríamos mostrar o momento exato da tocha percorrendo por Cascavel, e conseguimos levar as imagens aos telespectadores, até mesmo o imprevisto que teve do homem que tentou apagar a tocha”, conta. Apesar de tudo ter saído conforme o esperado, algumas dificuldades também afetaram a equipe. De acordo com Anna Flavia, alguns equipamentos falharam, o que é absolutamente normal em um momento de tantos imprevistos. “A maior dificuldade que enfrentamos foi o caso dos equipamentos que tivemos alguns problemas, porém conseguimos nos adequar e nada interrompeu a transmissão”, explica. Reportagem: Maiara Coelho e Michelli Lazzeri
MAIARA COELHO E MICHELLI LAZZERI
MAIARA COELHO E MICHELLI LAZZERI
A tocha olímpica, que simboliza as Olímpiadas Rio 2016, passou pela cidade de Cascavel e atraiu flashes, câmeras cinematográficas e microfones. Uma cobertura completa dos meios de comunicação de toda região que levaram para todo País a imagem do Oeste do Paraná. Os profissionais da imprensa suaram a camisa literalmente para acompanhar o revezamento do fogo olímpico durante os oito quilômetros de corrida em Cascavel. Escalada para fazer a cobertura, a repórter Rebeca Branco, da Ric Record, egressa da Univel, pesquisou sobre as olimpíadas e como tem sido a passagem da tocha nas outras cidades. Mas a preparação teve que ser tanto psicológica, quanto física, porque é muita correria e muito estresse no evento. “Nossa equipe acompanhou a tocha desde o início, lógico que nesse trajeto uma parte estava de carro, outra parte andando e outra correndo. Mas apesar do estresse foi muito bom participar de um evento histórico do País”, relata Rebeca, que também passou por um fato inusitado durante o trabalho: tudo para levar a notícia aos telespectadores da emissora. “Nós perdemos um cinegrafista que estava o carro, e precisávamos chegar a um ponto para entrar ao vivo
Equipe da RPC em transmissão ao vivo da passagem da tocha olímpica por Cascavel
Repórteres da RIC TV em trabalho na noite da passagem da tocha
Em Cascavel foram 36 os privilegiados em conduzir o fogo das Olimpíadas. O primeiro a receber a tocha olímpica foi o empresário e piloto de automobilismo Pedro Muffato, que no dia 29 de junho – dia do evento -, completou 76 anos. “Já tive tantas emoções, mas nada supera este momento, este dia, é uma coisa que Deus planejou, no dia do meu aniversário estar carregando esta Tocha, acho que isso não aconteceu para ninguém no mundo. Para mim este é o dia mais feliz da minha vida”, diz Muffato. Bombeiro e canoísta, Roberto Maehler foi um dos condutores indicados pela cidade. Ele conquistou três medalhas em Jogos Pan-americanos na canoagem, dentre elas, a de ouro no Rio 2007; além de medalha de ouro e prata nos Jogos Sul-americanos Medellín 2010. “Espero que a chama Olímpica toque o coração dos brasileiros e que todos sintam essa energia do esporte. Acredito que esporte transforma vidas, assim como mudou a minha”. A Tocha seguiu pela Avenida Brasil, Rua Barão do Cerro Azul, Rua São Paulo, Rua Souza Naves, Rua Rio de Janeiro, Rua Duque de Caxias, Rua Santa Catarina, Rua Castro Alves, Avenida Brasil até a Prefeitura. A Chama fez rápidas paradas no Teatro Municipal, onde o grupo de Taiko se apresentou e na Praça do Migrante, onde teve apresentações de capoeira e skate. Após, seguiu para a Prefeitura de Cascavel, onde em frente foi realizado o evento celebração, com diversas atrações, brindes, shows e o acendimento da Pira. A atleta paranaense de ginástica rítmica Nicole Müller foi a última condutora e acendeu a pira de celebração no palco em frente ao Paço Municipal. Nicole participou dos Jogos Pan-Americanos Rio de Janeiro 2007 e conquistou três medalhas de ouro. Também competiu nos Jogos Olímpicos Pequim 2008. “É muito emocionante, uma sensação indescritível, conduzir este símbolo que representa tanto para os atletas. Já participei de uma edição dos Jogos Olímpicos e agora estou revivendo essa emoção”. Foram condutores da tocha: Pedro Muffato, Margarete Terluk, Michel Mandotti, Ariel Linhares de Oliveira, Dartel de Lima, Katehryne Graupner, Solange Perdoncini, João Zacarquim Siqueira, Raquel Tolotti, Eduarda Martins, Ademir Rodrigo Santos, Jainy Klemann, Raquel Wammes, Angélica Kvieczynski, Daiane Gesteira, Vera de Lima, Ezequiel Schlichting, Paulo Costa, Claudeir Pereira da Silva, Adriano Fiori, Jean Zini, Antonio Chaves, Jhulia Sbardelotto, Alexandre de Lara, Fábio Pierobon, Lucyelenn Zanchettin, Rubens Costa, Midrian Oliveira, Claudiomar Vieira, Gilce da Silva, Jorge Machado, Adriano Igerski, Kamila Cristina Silva, Carlos Silva, Roberto Maehler e Nicole Müller.
UNIFATOS | 9
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História A Chama Olímpica é um dos símbolos dos Jogos Olímpicos, e evoca a lenda de Prometeu que teria roubado o fogo de Zeus para o entregar aos mortais. Durante a celebração dos Jogos Olímpicos antigos, em Olímpia, mantinha-se aceso um fogo que ardia enquanto durassem as competições. Esta tradição foi reintroduzida nos Jogos Olímpicos de Verão de 1928. Nos Jogos Olímpicos de Verão de 1936, pela primeira vez ocorreu uma estafeta de atletas para transportar uma tocha com a chama, desde as ruínas do templo de Hera em Olímpia até ao Estádio Olímpico de Berlim, como uma maneira de promover a ideologia Nazista.
Mascotes Os mascotes de 2016 são inspirados na fauna e flora brasileiras, com influências variadas de cultura pop, elementos da animação e de personagens de videogame. São uma espécie de embaixadores dos Jogos e têm o papel de disseminar as mensagens do evento e os valores dos movimentos Olímpico e Paralímpico para os diversos públicos, especialmente o infanto-juvenil.
Vinícius e Tom Os nomes dos mascotes das Olimpíadas foram escolhidos após votação no programa Fantástico, na Globo. Vinícius e Tom venceram a disputa com 44% dos 323.327 votos. Oba e Eba ficaram logo atrás com 38% dos votos. E Tiba Tuque e Esquindim tiveram 18% da preferência do público. A escolha homenageia os músicos Vinicius de Moraes e Tom Jobim. Vinícius é o nome do mascote olímpico. E Tom, o paralímpico. Os dois foram expoentes da Bossa Nova, movimento que fez todo mundo conhecer e cantar as belezas do Rio, e são autores de Garota de Ipanema, uma das canções mais tocadas do mundo.
Zeus Na antiguidade, o fogo era considerado sagrado por muitos povos, incluindo os gregos, que tinham uma lenda segundo a qual o fogo teria sido entregue aos mortais por Prometeus que o roubara de Zeus. Devido à importância do fogo, em muitos templos eram mantidas chamas acesas permanentemente. Este era o caso do templo de Héstia na cidade de Olímpia. Segundo se sabe, a tradição de manter um fogo aceso durante os Jogos Olímpicos remonta à antiguidade, quando se efetuavam sacrifícios a Zeus. Nessas cerimônias, os sacerdotes acendiam uma tocha e o atleta que vencesse uma corrida até ao local onde se encontravam os sacerdotes teria o privilégio de transportar a tocha para acender o altar do sacrifício.
10 | UNIFATOS SOCIAL
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Diversas formas de ajuda são disponibilizadas, porém restam aos indivíduos aceitarem
Entidades oferecem alternativas para resgate de moradores de rua M
endigo, escória, pobre, sem-teto. Pa-
pulação de Rua e o Albergue Noturno André
“Não gosto de ficar muito tempo num lugar”.
rece cruel e desumano, mas é a rea-
Luiz. A Casa Pop é um local de passagem, onde
Ele é de São Paulo e está abrigado no Alber-
lidade. Esses são alguns dos adjetivos
o indivíduo pode permanecer por um período
gue André Luiz, mas já quer ir embora. Paulo
pelos quais os sem-teto são denominados. E
até que consiga achar alguma forma de em-
esteve em Cascavel em outros anos, ficou no
com as baixas nas temperaturas – muito mais
prego ou retornar a sua cidade de origem. O
abrigo e voltou para as ruas.
rigorosas este ano - eles se tornam mais vulne-
Centro Pop oferece alimentação, higiene e ofi-
ráveis e vão à procura de segurança, respeito e
cinas de artesanato para ajudá-los na obten-
amor: valores ausentes nas ruas, encontrados
ção de renda, porém o aten-
Ao chegar aos locais de
de sobra nos abrigos.
dimento é das 8h até as 17h e
acolhimento, os moradores de
Carlos Antônio Rodrigues da Silva, 75, não
os desabrigados não repousam
tem onde morar. Ele veio de Erechim, no Rio
lá. Já o Albergue Noturno re-
Grande do Sul, e está nas ruas de Cascavel só
cebe moradores de rua e pes-
de passagem. “Depois que eu perdi meu pai e
soas de passagem pela cidade
a minha mãe, fiquei na rua”, relata. Mas vi-
que estão sem local para dor-
ver nas ruas deixa-o exposto a muitos perigos.
mir, além de oferecer roupas
Além do frio, Carlos conta que já foi assaltado
e calçados de doações. É uma
e agredido. “As pessoas chamam a polícia e
entidade privada mantida pela
mandam eu sair de onde estou”.
Sociedade Espírita André Luiz.
TRATAMENTO
Depois que eu perdi meus pais, fiquei na rua e as pessoas chamam a polícia e mandam eu sair de onde estou
rua contam com uma equipe
Carlos Rodrigues, morador de rua
parados para a isso e a dupla
de trabalho de rede que os auxiliam na recuperação. “Trabalhamos a assistência social, a saúde e a educação. Também junto a Agência do Trabalhador. Temos técnicos prepsicossocial, ou seja, um assis-
Como a maioria dos moradores de rua, Car-
De acordo com a secretá-
tente social ou um psicólogo
los tem familiares, dentre eles um filho, po-
ria de Assistência Social de
que faz o recebimento dessas
rém não recebe ajuda. “Eles não quiseram me
Cascavel, Inês de Paula, de 70 a 100 pesso-
ajudar. Às vezes é melhor depender de um es-
as, em média, são atendidas pelas entidades
Um dos primeiros passos após o resgate
tranho do que da família”, lamenta.
pessoas”, conta Inês de Paula.
diariamente. Para que ocorra o resgate há
desses cidadãos é o documento civil (muitos
Os motivos mais comuns que levam esses cida-
um serviço de abordagem social que vai ao
deles não possuem nenhuma documentação).
dãos a irem parar nas ruas são diversos: desilusão
encontro desses indivíduos e ofereça opções
Isso é feito de acordo com os direitos sociais
familiar ou amorosa, perda da família, situação
para saída das ruas. “Trabalhamos com o con-
com base na Constituição Federal. Então é ad-
econômica, falta de estrutura e uso de drogas.
vencimento, não podemos obrigar
quirida a carteira de trabalho, RG e CPF.
Para trabalhar no resgate dos moradores de rua, em Cascavel há três opções: a Casa de
morador
de rua a sair da situação, pois como todo cidadão ele tem o direito de ir e vir,” afirma.
No Centro Pop existem educadores sociais 24 horas por dia, que fazem ronda de dia e
Passagem para População em Situação de Rua,
Paulo Cezar, 58, é um dos moradores de
após às 17 h permanecem de sobreaviso, aten-
o Centro de Referência Especializado para Po-
rua que não fica muito tempo em abrigos.
dendo denúncias por telefone e retirando os cidadãos das ruas quando necessário. A coor-
FOTOS: KELLY ROCHA E TAMITSA SENDOSKI
denadora do Centro Pop, Maria Marly de Paula afirma que é um processo contínuo, mas que possuem restrições para que esse indivíduo permaneça no local. “Conseguimos levar eles, inclusive alcoolizados, mas depois temos regras a seguir. Eles não podem usar drogas e possuímos horários organizados para tudo”. FAMILIARES Maria Marly conta que é necessário fazer contato com os familiares - se houver - desses moradores com o intuito de retorná-los a suas famílias. “O processo é lento porque temos o cadastro dos indivíduos, mas nem sempre sabemos de onde vem. Procuramos os familiares por meio de redes sociais e em algumas situações conseguimos fazer o retorno deles”. A orientação é de que as pessoas não sejam preconceituosas, mas aprendam a conviver, além ajudar os moradores de rua. Segundo Inês de Paula, é necessário sempre trabalhar a conscientização, pois são seres humanos acima de tudo. “A assistência social é uma política da promoção humana. Então não enxergamos cor, raça, classe social. Temos que fazer com
Albergue ameaça fechar por falta de dinheiro para se manter
que a pessoa saia daquela situação de vulnerabilidade em que ela se encontra”, finaliza.
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NADA DE ESMOLAS Ajudar com esmolas as pessoas em situação de rua nem sempre é a melhor saída. Pelo contrário, pode ser a permanência deles em uma situação desumana. Para a secretária de Assistência Social, Inês de Paula, a esmola impossibilita que eles vejam outros horizontes. “Tem que mostrar pra ele que tem que ter um trabalho digno, de carteira registrada pra que consiga locar um imóvel, construir uma nova família”, sugere. Muitos moradores de rua acabam usando o dinheiro para consumo de drogas. Por isso, outra opção é procurar ajuda para que ele deixe essa situação. “O meio correto é ligar para o número 156, para que, pelos serviços de abordagem, façamos o resgate do indivíduo. Também temos a parceria com a Policia Militar
Casa Pop O Centro de Referência Especializado para População de Rua – Centro Pop – desenvolve o Serviço de Abordagem Social e atende a população em situação de rua, das 8h até às 17h. Também oferece alimentação, higiene e cursos de artesanato.
Sobre a Centro Pop ONG O albergue é uma das alternativas para as pessoas em situação de rua e está em funcionamento desde 1973. O local começou como trabalho filantrópico até que um convênio com a Prefeitura de Cascavel tornou-o um trabalho profissional de ressocialização e cuidado para essas pessoas. Possui capacidade para abrigar 50 pessoas.
Albergue Noturno André Luiz A Casa de Passagem para População em Situação de Rua – Casa Pop – é um Serviço de Acolhimento Institucional para pessoas de ambos os sexos, com a finalidade de oferecer acolhimento provisório e promover atividades de reinserção social.
para que os convençamos dos serviços que nós temos”, afirma a secretária.O principal problema encontrado na hora de resgatar esses ci-
moradores possuem problemas com drogas,
Ainda existem aquelas pessoas que querem fi-
dadãos é a vontade de a pessoa em querer sair
sejam lícitas ou ilícitas, e, por isso, acabam
car em situação de rua e têm aqueles que não
da situação em que se encontra. Muitos desses
voltando a situação inicial, tendo recaídas.
esperam receber algum tipo de serviço.
DIFICULDADE
Despesas elevadas com servidores podem inviabilizar atendimento em Cascavel
Albergue cogita fechar por falta de recursos S
em verbas, o Albergue André Luiz, no Parque São Paulo, em Cascavel, cogita encerrar o atendimento à população
em situação de rua. A psicóloga Fabiane Fauth Ferreira conta que a capacidade de atendimento do local é para 50 pessoas, porém esse número já chegou a 80, e atualmente, em média, 60 pessoas estão abrigadas. Ao todo, trabalham no local 12 pessoas, incluindo a psicóloga, um assistente social, três educadores diurnos e um noturno. A manutenção da equipe representa um custo elevado, mesmo com doações.
A Prefeitura paga despesas de água, luz, telefone e alimentação. Já outros gastos como hora-extra, adicional noturno e encargos sociais, que variam entre R$ 7 mil e R$ 10 mil por mês, são pagos pelo albergue por meio de promoções e bazares. “É bem frustrante [realizar eventos para arrecadação de dinheiro], pois as pessoas ainda tem preconceito. Então a gente não consegue verba para manter o local. Estamos tentando algumas parcerias, pedindo para algumas pessoas nos ajudarem”, conta Fabiane Fauth Ferreira. A psicóloga relata ainda que em períodos de frio o número de frequentadores aumenta. Por isso, são necessários mais funcionários, porém o valor arrecadado não supre
Entidades promovem atividades de reintegração social para pessoas em situação de rua
essa necessidade. O público atendido pelo albergue inclui
presentem perigos para os demais colaborado-
ceu em Recife e seus pais já são falecidos. A
idosos em situação de abandono, usuários
res e abrigados. Há ainda aqueles residentes
única pessoa com quem ele tinha contato era
de droga, que, por problemas de saúde, não
que não possuem outra alternativa e depen-
a filha. “Eu tinha contato com ela, mas mu-
conseguem se manter. Pessoas de outros esta-
dem exclusivamente do albergue.
dou de onde morava. Não tenho pai nem mãe,
dos à procura de trabalho também são abri-
Daniel Manoel dos Santos, 56, é um dos
só tenho duas irmãs que querem que eu more
gados até conseguirem estabilização, além de
abrigados. Um problema no coração fez com
com elas. Mas eu tenho um problema, não gos-
parentes de doentes internados no Hospital
que ficasse no abrigo, pois sem poder traba-
to da casa dos outros. O único lugar que me
Universitário, entre outros, desde que não re-
lhar, tem dificuldades em se manter. Ele nas-
cabe é a casa dos meus pais, onde fui criado”.
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Do comércio para casa, alternativas que aquecerão a estação
Que cara tem o inverno? O
s amantes do inverno comemoram contrar um ambiente quentinho e agraneste mês as temperaturas mais dável como o próprio lar, costumam babaixas do ano. Com a vinda do frio ter papo sobre a família, amigos e claro, aumenta também a diversificatudo isso é feito com toques tradicionais ção de comportamentos, vestuários e até de sua cidade natal. “Eu vim do interior mesmo as opções de lazer. Nair Zimmer é de Santa Catarina. Lá temos o costume a prova de que o inverno é um arsenal de diário de tomar um chimarrão no fim da culturas e tradições. Com 59 anos, e natural tarde e comer uns bolinhos ou cuca. Eu de Romelândia , Santa Catarina, ela dedica costumo sempre fazer ou um bolinho de tempo as atividades do lar, que vão muito polvilho, ou uma cuca pra agradar meus além da organização da casa para a família. convidados e amigos, pois além de se senEla encontrou um jeito de tir aquecido no inverno, unir as pessoas nesta esgostamos mesmo é de nos tação com uma peça posentir satisfeitos”, explipularmente aquecedora: ca ela sobre a satisfação o fogão a lenha. “Quando que tem em receber as eu comprei o fogão penpessoas em seu lar. sava apenas em aquecer Os familiares a mim e meus familiares, de da anfitriã também se que corriqueiramente me sentem muito acolhidos e visitavam para tomar um felizes com a atitude rechimarrão e comer uns ceptiva de Nair. Lina Tombolinhos. Contudo, algumalieh, de 24 anos é uma mas vizinhas começaram das filhas dela, e conta Nair Zimmer, 59 anos a vir me visitar com maior que gosta muito de após frequência, e uma foi conum longo dia de trabalho vidando a outra, que foi chegar a casa e se conforconvidando a outra”, comenta ela sobre tar a beira do fogão a lenha. “Para mim é como essa prática a aproximou ainda mais um momento de relaxamento, consigo desde pessoas da sua região. cansar e estar ao lado dos meus familiares Os vizinhos que frequentam a casa da e amigos. Isso me faz muito feliz, revigora Nair geralmente voltam, pois além de enas minhas energias”. FOTOS: DIVULGAÇÃO
Quando eu comprei o fogão pensava apenas em aquecer a mim e meus familiares, que corriqueiramente me visitavam para tomar um chimarrão e comer bolinhos
Bar quente, chope gelado As casas noturnas de Cascavel têm investido nas grandes atrações para atrair os adeptos de uma boa música mesmo com as mais baixas sensações térmicas. Waldir Hoach é relações públicas no Hooligans Pub e comenta que nem mesmo a queda nas temperaturas tem afastado os frequentadores. “A casa tem investido em grandes shows, como Lobão, Supercombo e Velhas Virgens, por exemplo. Isso tem motivado ainda mais a presença do pessoal, mesmo com frio a casa continua cheia”. O “pub” abre nas quintas-feiras, sextas-feiras e sábados e é reconhecido por apresentar rock, pop, reggae e ter inspirações nos tradicionais pubs ingleses e irlandeses, contendo uma diversidade no cardápio de cervejas.
Restaurante também é lar doce lar Os bares e restaurantes também se preparam de maneira especial para recepcionar seus clientes nesta época do ano, e apostam em itens chaves desta estação: conforto e comodidade. Ana Claudia Zanella é uma das proprietárias da churrascaria Villa Zanella e comenta que o principal diferencial para atender os clientes nesta época do ano é fazer com que eles se sintam como se estivessem em sua própria casa. “Prezamos pelo bom atendimento e pela tradição e queremos que o quando o cliente estiver aqui se sinta como se estivesse em sua casa”. Ana afirma que mesmo a casa tendo as carnes como especialidade, eles buscam oferecer opções de vinhos e sopas, mas que nem por isso os pratos tradicionais são deixados de lado. “O bom atendimento faz com que o cliente fique satisfeito e volte mais vezes. Geralmente as pessoas procuram as sopas, mas nem por isso deixam de experimentar os outros pratos da casa”. Além disso, para quem deseja fugir das sopas no inverno, a região oferece opções de cantinas italinas que tem sido uma ótima pedida. Bruno Dizzioli é o representante do The Italian Grill e comenta que a diversidade e a qualidade do cardápio fazem toda a diferença para se destacar neste inverno. “Por sermos um restaurante italiano temos a característica de ser um lugar caloroso, e isso faz toda a diferença nesse friozinho. No inverno as pessoas geralmente buscam lugares intimistas e aconchegantes, por isso servimos massas e pratos quentes em geral como a tradicional macarronada além de uma boa opção de vinhos para combinar.”
Reportagem: Thaiz Bourscheidt e Natielle Kaiomi
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PROJETO
Iniciativa que recolhe animais abandonados é destaque em Cascavel
Cachorros Univel: uma ação que ajuda aqueles que não sabem pedir A
o caminhar pela cidade é notável a grande
Projeto Cachorros Univel. Idealizado em março
presença de indefesos animais de rua. Em
deste ano, já foram acolhidos e adotados cerca de
Cascavel
30 animais de rua.
duas
universitárias
abraçaram
necessidade”, conta Grando. Thor foi o primeiro acolhido pelo projeto. Um cãozinho abandonado que vivia nos corredores da
Os cães resgatados pelo projeto são encaminhados
faculdade. Ele estava muito machucado, e depois
acadêmicas de Direito, Vitoria Grando, 20, e
para tratamento veterinário, inclusive castração,
de muitas reclamações, dos próprios acadêmicos,
Vitória Paschoal, 21, são as idealizadoras do
muitos destes animais ficam dias internados nas
as meninas decidiram levá-lo ao veterinário. Na
clínicas para reabilitação. Logo após
viagem até a clínica a ideia surgiu. Então foi criada
o recolhimento dos animais, iniciam-
uma página nas redes sociais, que hoje conta
se as buscas por lares de adoção:
com quase três mil seguidores, com o objetivo
pessoas que se comprometam a dar
de espalhar a mensagem de ajuda aos animais.
continuidade aos cuidados iniciados
Os cachorrinhos que são resgatados não precisam
e, é claro, dar á eles o amor, carinho
estar dentro do câmpus da faculdade.
KAUANE OLIVEIRA
uma causa para ajudar cães abandonados. As
e atenção.
Os cachorros resgatados recebem todo cuidado
O brilho no olhar ao contar
necessário. “São retirados daqui e levados para um
cada caso e o envolvimento do
tratamento [se precisar], e logo em seguida a gente
início ao fim dos tratamentos
consegue alguns lares, temporários e definitivos, e isso
ficam
enquanto
sempre deu muito certo. Quando não conseguimos um
ouvimos como tudo começou.
lar, logo após o atendimento veterinário, nós deixamos
“Já faço esse trabalho há mais de
em um hotel, porque devolver para a rua não dá”,
três anos. Eu era uma protetora
afirma Paschoal. O projeto já conseguiu diversos
independente, e quando comecei
patrocinadores e em clínicas veterinárias tem até 50%
a cursar a faculdade vi que o
de desconto nos tratamentos.
explícitos
número de animais abandonados aqui é muito grande, e alguns até em uma situação de extrema
Zoonoses não oferece castração A castração é recomendada pelos especialistas
pela portaria 1.138/14 do Ministério da Saúde apenas
e em algumas cidades brasileiras o animal não pode
para casos de Zoonose, confirmados em uma área de risco
ser doado nem vendido sem estar castrado, mas em
epidemiológico”, explica Mariléia.
Cascavel essa realidade ainda não chegou, mesmo com a implantação do Centro de Zoonoses.
O procedimento de castração foi uma solução que a dona de casa Dominicia de Lurdes Sartori encontrou para
A gerente de Vigilância Ambiental de Cascavel,
a saúde dos seus gatinhos. A aposentada tem em casa um
Mariléia Renostro, diz que a castração de cães ou
casal de gatos, além de duas cadelinhas. A opção de castrar
gatos de rua ocorre somente em casos de risco de
somente os seus felinos se deu por conta da baixa-renda
transmissão de doenças aos humanos. “A Vigilância
da família, e mesmo com essa escolha a conta custou
Ambiental em Saúde atua na identificação de
caro e precisou ser parcelada. “A minha situação não é
fatores de risco ambientais que interferem na saúde
das melhores para gastar com os bichos, mas eu precisei
humana. Todos os serviços seguem políticas do SUS
mandar castrar se não daqui a pouco encheria essa casa de
[Sistema Único de Saúde], sendo assim, possui um
gatos”, desabafa Dominicia. As cadelas também precisam
processo de castração de animais de rua no Setor de
ser castradas, e, além disso, uma delas está com uma
Zoonoses, sendo esta uma das ações preconizadas
doença de pele, que sairá mais caro o tratamento.
Reportagem: Kauane Oliveira e Tatiane Thomazini
14 | UNIFATOS MIMADOS
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Ter um animal de estimação é muito mais do que dar água, comida e uma casinha possam descansar e dormir. No entanto, muitas
Cães e gatos: saiba como cuidar dos pets mais populares do mundo
pessoas têm o costume de deixar os animais de estimação dormirem em suas camas. O veterinário
Carlos
Bozio
também
destaca
que para dormir com os donos, os bichinhos precisam estar com a vacinação regular, visitas regulares ao médico veterinário, controle de parasitas e banhos em dia. Uma das maiores formas de amor pelo animal é garantir que ele seja castrado o mais cedo possível – a cirurgia é segura após os quatro meses de idade. A castração evita que as fêmeas entrem no cio, diminuindo muito
as
chances
delas
desenvolverem
tumores mamários e infecções uterinas. Para os machos, a cirurgia reduz a agressividade e a necessidade de marcar território com o xixi, além de evitar que fujam. Segundo Constança,
a a
psicóloga alegria,
Katieli a
Kiçula
confiança,
a
autoestima, a segurança, a responsabilidade e o companheirismo fazem parte dos principais benefícios psicológicos que um animal de estimação pode trazer ao ser humano. “Hoje
O
em
dia
é
muito
comum
vermos
pessoas
s cães e gatos sempre foram os animais
cães e os gatos trazem felicidade e carinho para
com vínculos fortes com os animais. O que
domésticos mais próximos dos seres
quem cuida deles, pedindo algo muito simples em
percebemos
é
que
essas
pessoas
muitas
humanos. Antes viviam apenas no quintal
troca: apenas amor e atenção! Mas os bichinhos
vezes encontram nos bichos uma companhia
das casas e geralmente morriam de velhice.
também precisam de cuidados básicos que o dono
despretensiosa e estes suprem a necessidade
Hoje eles dormem nas camas dos donos e sofrem
deve observar.
que nós humanos temos de relacionamento.”
Existem muitas doenças que podem vitimar os
Em geral, os benefícios que os animais
animais e como medidas preventivas existem as
trazem para uma criança são os mesmos dos
doenças que também acometem o ser humano, como
diabetes,
pressão
alta,
colesterol,
problemas renais e câncer. Alguns frequentam
vacinas. É importante consultar
adultos e idosos. “A questão
psicólogos e usam psicotrópicos para combater
um veterinário para saber quais
é que adultos tem seu tempo,
o estresse e a depressão. Outros são tratados
vacinas seu bichinho precisa
hoje em dia, mais conturbado.
como bebês, muitos se vestem de papai noel no
tomar e manter a carteirinha
natal, usam joias, roupinhas, ganham festinhas
dele em dia.
de aniversário entre outros mimos. Nossas escolhas, dizem muito a respeito da
Um bom dono deve estar consciente
que
animal
nossa vida, o envolvimento das crianças com os animais é mais intenso, vale a pena lembrar
de
avaliado periodicamente por
Como, por exemplo, pessoas que gostam mais de
um veterinário. “O médico
cachorros e pessoas que gostam mais de gatos.
veterinário é um profissional
Inclusive parece até que existe uma certa disputa
especializado
entre os apaixonados por esses bichinhos. Apesar
emergências e rotinas clínicas
dessa rivalidade saudável, cães e gatos seguem
dos bichinhos. Tendo tanta
na liderança, sendo os animais de estimação
importância para a vida animal quanto os
para os idosos, muitas vezes com pouco contato
mais populares em todo o planeta.
médicos para a vida humana”, destaca o médico
familiar), que encontram no pet a companhia,
veterinário Carlos Bozio. Exames preventivos
segurança,
de rotina, vacinações e atendimentos regulares
cuidados”, relata a psicóloga.
uma
casinha.
É
também
para
ser
inerentes a qualquer fase de
maioria delas serem feitas de forma inconsciente.
do que dar água, comida e
deve
Porém, esses benefícios são
nossa personalidade, justamente pelo fato de a
Ter um animal de estimação é muito mais
estimação
seu
O médico veterinário é um profissional especializado para atender emergências e rotinas clínicas dos bichinhos
atender
Carlos Bozio, médico veterinário
fazem parte da rotina do profissional.
que também a criança está em desenvolvimento e os estímulos proporcionados
por
um
cãozinho ou gatinho, ajuda-o em
seu
desenvolvimento
emocional e social, bem como
carinho,
e
responsabilidade
de
Os animais podem ajudar no tratamento de
desenvolver uma relação de
Muita gente prefere deixar os animais no
pessoas com doenças mentais. Estas relações
amor e companheirismo. Os
quintal e reservam um lugar para que eles
proporcionam afetividade e brincadeiras entre um e outro. “Ainda não me vi na necessidade de indicar animais para tratamento, mas tenho visto que além de cachorros e gatos, algumas instituições utilização de cavalos, por exemplo, não só para a relação física de contato, mais ate mesmo para exercícios de equilíbrio, desenvolvimento de força e comando”, lembra Katieli.
Reportagem: Maiara Coelho e Michelli Lazzeri
UNIFATOS | 15
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Adestramento
Da mesma forma que os pais podem cometer erros na educação de um filho, os donos de animais de estimação devem ficar atentos à criação de seus “pets”. Além disso, o status de membro da família também pode exigir que os cachorros sigam certos padrões de comportamento. Para isso, existem profissionais que oferecem ajuda na questão. É o caso do cascavelense Luiney Honório, que oferece curso de adestramento, comportamento e psicologia canina. O objetivo do curso é fazer com que o dono aprenda a forma correta de conduzir seu cão. O adestramento trabalha por meio do reforço positivo das ações corretas, evitando qualquer tipo de violência nos momentos em que o cão tenha uma atitude reprovável. “Os comandos básicos a serem ensinados são: ‘junto, senta, deita, fica e vêm’. Tudo isso de uma forma clara, objetiva e sem conflitos para o cachorro”, destaca Luiney. O curso pode ser individual ou em grupo. Esse tipo de adestramento, além de benéfico para o aprendizado dos cachorros, também influencia positivamente os seus donos, que aprendem a lidar com os pets de uma maneira mais calma e clara, gerando resultados cada vez melhores.
Fisioterapeuta divide o tempo do trabalho com o cuidado voluntário
Amor sem cobranças Com a mudança no comportamento em relação aos direitos dos animais, novas estratégias
o nome de Thor, de um paciente que não tinha tempo
recíproco. “Eles me ensinam muito e com esse
para cuidar do animal.
trabalho voluntário me tornei uma pessoa melhor.
de proteção, inclusive com o amparo legal. Dentro
Com o tempo, o relacionamento foi se tornando
Valorizo muito mais as coisas simples da vida”.
dessas maneiras, a criação de ONG (Organização
de “mãe e filho” e assim Viviane decidiu ser
Viviane se envolveu com a AMA após ter recebido
Não Governamental) talvez seja a mais importante
voluntária da ONG para ajudar os animais de rua.
um convite de uma cliente que já era voluntária.
delas e funciona com o propósito direcionado ao
Em 2016 se tornou presidente. Ela dedica todo o
O que os animais representam para ela? “Muito
cuidado e à defesa dos bichinhos.
o tempo livre para cuidar dos animais, oferecendo
amor, principalmente muita gratidão estar com
A fisioterapeuta e presidente da ONG AMA
muito amor e carinhos aos bichinhos. “Hoje vejo o
eles, isso é uma coisa que só quem tem sabe. Ao
(Amigos dos Melhores Amigos), Viviane Medeiros,
que não conseguia ver antes. Aonde eu vou meus
chegar em casa você pode estar desanimado ou
não tinha muito contato com animais. A paixão
olhos avistam um animal, e antes parecia que não.
estressado, mas quando você vê aquele bichinho
pelos cachorros despertou após a adoção de
Despertou em mim uma sensibilidade em perceber o
esperando como se você fosse a pessoa mais
Romeu, de apenas 45 dias de vida, da raça sharpei.
quanto eles precisam da nossa ajuda”.
importante do mundo com todo o amor para dar, é
Mais tarde ganhou um Bulldog Inglês, que ganhou
De acordo com ela, trabalhar com animais é muito
uma coisa única.”
Sobre a ONG Há quatro anos, a ONG AMA ajuda animais abandonados em Cafelândia. O serviço é feito por voluntários que atuam no cuidado de animais feridos e que são encontrados na rua, recolhendo e levando para o veterinário para que assim quando curados, possam encontrar um lar. Apesar de a população ajudar com doações, a maior dificuldade do grupo é a questão financeira, pois é preciso comprar ração e remédios, além de lugar para abrigá-los. Quem quiser ajudar, basta entrar em contato pelo perfil no Facebook: Ama Cafelândia.
Cães recebem cuidado especial, desde consulta médica até espaço para descansar a vontade
16 | UNIFATOS “Independente se a mulher é ou não deficiente ela sempre será linda”
DIVULGAÇÃO
ESPORTE
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Paratletas posam para book fotográfico S
eis mulheres e um desejo em comum: mostrar a imensamente a todos que ajudaram”. Emanoel Ansolin beleza feminina, de uma forma diferente de se ver, teve a missão de capturar as belas imagens. “Adorei a independente da condição física. Leticia Borges, ideia, nunca tinha feito algo parecido”. O fotógrafo ainda 27, Daniele de Carvalho 17, Fernanda Martins 17, ressalta que tem vontade de continuar com a proposta. Vanderléia Gimenes 35, Maria Olinda dos Santos 19 e Cintya Leticia contou com a ajuda das amigas e companheiras Oliveira 15 são paratletas, as meninas de time para continuar com a ideia. se conheceram por meio do esporte “A principio fiquei meio relutante, adaptado, na Atacar (Associação mas aceitei. Decidi participar para Toledense dos Atletas em Cadeiras todos verem que mesmo tendo alguma de Rodas). A associação conta com deficiência somos iguais, temos charme, duas modalidades esportivas, o HCR cada uma com sua beleza” afirma (Handebol em Cadeira de Rodas) e o Vanderléia. Mesmo que algumas ainda Badminton Adaptado. estivessem inseguras, Fernanda estava Cansada de sofrer com o preconceito, empolgada com a possibilidade de uma baixa autoestima e com os olhares nova experiência, “decidi participar desagradáveis, Leticia Borges decidiu por que nunca tirei fotos para um book, que era hora de virar o jogo. Ela recorda e para poder mostrar as pessoas que uma das situações decisivas para tomar independente se a mulher é ou não atitude. “Fui aceita como modelo deficiente ela sempre será linda”. para fazer algumas fotos para uma Com tamanho empenho e dedicação, Letícia Borges, cabelereira, mas quando ela viu que eu o resultado foi melhor do que o paratleta de 27 anos era deficiente ela não quis continuar, daí esperado. “Eu mesma não consegui surgiu à ideia do book” conta Leticia. acreditar que aquela era eu. Amei O book surgiu como um modo de mostrar a beleza e muito o resultado” acrescenta Daniela. A jovem paratleta o valor de cada mulher. Para tornar o sonho realidade, se divide entre os treinos de handebol, canoagem e as aulas Leticia buscou recursos e patrocinadores. “Conseguimos de catequese que leciona. “Meu dia a dia é tranquilo. Gosto as roupas, maquiagem e cabelo. Agradeço de sair com meus amigos e aproveitar”.
Fui aceita como modelo para fazer fotos para uma cabelereira, mas quando ela viu que eu era deficiente, ela não quis continuar, daí surgiu a ideia do book
O resultado não apareceu apenas nas fotos, depois do book finalizado a sensação era outra. “Sou uma nova pessoa” diz Fernanda. Reportagem: Keslyn Oliveira
15 minutos de fama O book ganhou repercussão nas redes sociais e em outras mídias. As meninas foram convidadas para fazer fotos sensuais e esportivas. “Amigos e família nos elogiaram, fomos sensações, tivemos nossos 15 minutos de fama”, conta Vanderléia que cursa o 3º semestre de Educação Física. São mulheres como elas que ressaltam a importância de aceitar cada pedacinho de si, compreendendo que todas as mulheres são belas independente da situação. “Todos têm algo bom para passar, não importa qual deficiência, cor, credo, se estamos aqui nesse mundo somos capazes de fazer coisas boas, não devemos nos entregar ou nos deixar vencer, não chegamos no limite, ainda podemos muito mais”, conclui Vanderléia.