PUA 5 - Portfólio Cabedelo 2019.1 - Turma A_01

Page 1

CABEDELO PARA UM NOVO PLANETA


CENTRO UNIVERSITÁRIO DE JOÃO PESSOA – UNIPÊ

CURSO DE GRADUAÇÃO EM ARQUITETURA E URBANISMO DISCIPLINA: PROJETO URBANO E AMBIENTAL V DOCENTES: CHRISTIANE NICOLAU, MARCO SUASSUNA E RUI ROCHA P9.A – 2019.1 DANIEL ROMANIUC DUÍLIO BRAGA LOUÍSE MOURA LUCAS MANGUEIRA

CABEDELO PARA UM NOVO PLANETA JOÃO PESSOA JUNHO/2019


INTRODUÇÃO

0m

500

1000

2000

A Cidade de Cabedelo foi o segundo núcleo de colonização da Paraíba, seu início foi datado em torno de 1585 ordenado pelo líder da capitania Martim Leitão. A cidade possui importantes bens históricos, dentre eles destacam-se as ruínas de Ao Mare, uma antiga igreja construída no início do século XVI, que catequizava índios na região, assim como o forte da Paraíba (Forte Velho), construído no fim do Século XVI, sua história foi marcada por diversas batalhas contra estrangeiros europeus, devido a elas, o forte já passou por reconstruções e reformas. Em meados do século XIX, o porto de Cabedelo, até então porto de pequenas cargas e passageiros, ganhou uma linha de ferro que ligava o porto do capim, porto comercial paraibano da época. Em 1935 o porto comercial foi migrado para Cabedelo e com isso o centro passou a se desenvolver e a ser ocupado. Já em 1980, foi-se criado os loteamentos de intermares e ponta de campina. Atualmente, ambos bairros são ocupados tanto pela sua localidade com as orlas e interesse turístico, assim como sua proximidade à cidade de João Pessoa. A economia da região está dividida em quatro áreas: as atividades institucionais/governamentais, lideradas por institutos como o IFPB e a prefeitura; prestação de serviços, com comércios locais e de grande porte, como Carajás; atividades turísticas, divididas em 2 áreas: a Área Leste com participação de sua orla e bares, e sua Oeste com o Rio Sanhauá e a praia de Jacaré, promovendo o pôr-do-sol e atividades portuárias. Assim, Cabedelo se configura como uma cidade de longa história, que possui pouca infraestrutura e economia que favorece apenas parcela da população.


PONTOS DE INTERESSE 1

2

FORTALEZA DE SANTA CATARINA 13

14

3 2

5 15 4

8

16

17

MERCADO PÚBLICO DE CABEDELO

19

9

18

1

6

4 TEATRO SANTA CATARINA

RUÍNAS DO AO MARE

7

FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS

6

20

10 21

7 11 22

LEGENDA 1 – FORTALEZA DE SANTA CATARINA 2 – MERCADO PÚBLICO 3 – CAMPUS IFPB 4 – TEATRO SANTA CATARINA 5 – PREFEITURA MUNICIPAL 6 – RUÍNAS DO AO MARE 7 – FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS DA PARAÍBA 8 – ESTAÇÃO FERROVIÁRIA DE CABEDELO 9 – ESTAÇÃO JARDIM MANGUINHOS 10 - ESTAÇÃO POÇO

11 – ESTAÇÃO JACARÉ 12 - ESTAÇÃO RENASCER 13 – USF PONTA DE MATOS 14 – PSF RENASCER II 15 – USF JOÃO ROBERTO B. DE SOUZA 16 – USF SIQUEIRA CAMPOS 17 - PSF CAMALAÚ 18 – PSF JARDINS 19 – USF LEONOR VIANA 20 – PSF RECANTO DO POÇO

21 – USF DE INTERMARES 22 – PSF JOÃO ROBERTO

12

0m

500

1000

2000

Com base nos dados coletados nas plataformas digitais – Google Earth, Google Maps, Jampa em Mapas – e nas visitas em campo, foram destacados alguns pontos da cidade considerados de grande influência para os fluxos e o funcionamento da cidade. Marcados em vermelho, há as estações ferroviárias, frequentadas por pessoas de menor faixa econômica, fazendo uso da ferrovia para ir de Cabedelo a João Pessoa, normalmente a trabalho. Em amarelo, nota-se os pontos de saúde e cuidados médicos – postos de saúde e unidades de saúde familiar existentes em Cabedelo. Em verde, há os pontos institucionais, pontos de serviço e pontos turísticos, considerados os maiores influenciadores do tráfego e do uso de cada área, como o mercado público de Cabedelo, a fortaleza de Santa Catarina e a Faculdade de Ciências Médicas, assim como o campus do IFPB.


DIAGNÓSTICO E DIRETRIZES Baseado em idas à campo, aulas ministradas na disciplina e nos textos passados, foi levantado um diagnóstico para a cidade de cabedelo, apresentando nos seguintes tópicos: • Falta de mobilidade entre partes oeste e leste (identificados pela falta de paradas de ônibus na parte oeste e pela pouca frequência de passarelas); • Falta de calçamento nas partes internas da cidade e de pouco interesse turístico (verificados tanto nas áreas “nobres” da cidade, como Ponta de Campina e Intermares, assim como na parte oeste); • Vazios urbanos e falta de equipamentos de estar e lazer na partes oeste (parte que possui equipamentos de grande porte, como Carajás e o ponto turístico da Praia de Jacaré). Com isso, pensou-se em diretrizes para melhorar a cidade, elas serão os guias para as proposições, sendo elas: • Investir na mobilidade entre oeste e leste da cidade; • Investir em modais de mobilidade limpos e acessíveis a população; • Estimular o adensamento na área deficitária (oeste), propondo infra estrutura, locais de permanência e pontos de mobilidade.


MOBILIDADE

0m

BR- 230 AV. OCEANO ATLÂNTICO

PARADAS DE ÔNIBUS

ROTA FLUVIAL

ESTAÇÕES FERROVIÁRIAS PASSARELAS NA RODOVIA BR - 230

VLT

CICLOVIAS PROPOSTAS

500

1000

2000

Utilizando as plataformas Google Earth, Jampa Bus e visita a campo, mapeou-se de forma aproximada os modais de mobilidade em Cabedelo: em linha tracejada preta está a BR-230, via de maior dimensão da cidade, liga o porto a João Pessoa e seu tráfego é intenso nos dia da semana. Em tracejada amarela está a rodovia av. Oceano Atlântico, via que começa na orla de intermares e liga o Bessa ao barrio , com tráfego mediano nos dias de semana, frequentemente usada por pessoas que moram em Intermares ou Ponta de Campina. Em vermelho está a linha do trem utilizada por pessoas de menor faixa econômica, muitos deles utilizam para vir de cabedelo de João Pessoa para trabalho, tendo suas paradas em pontos laranjas. Os pontos azuis são as paradas de ônibus, eles são utilizados por trabalhadores e estudantes que vão de cabedelo para João Pessoa, assim como por trabalhadores que se deslocam da área Oeste para parte Leste de Intermares, segundo a plataforma Jampa Bus, sua frequência é periódica, durando em média de meia hora entre ônibus. Para os pedestres, só localizamos uma passarela que liga a parte leste a oeste, sendo esta anexada a faculdade IESP. Já no transporte fluvial, marcado pelo tracejado azul, foi mapeada a rota que liga Cabedelo a Lucena, assim como Cabedelo a João Pessoa. O tráfego Cabedelo – Lucena acontece todos os dias, através de balsas, ou barcos, já para João Pessoa o tráfego ocorre com pouca intensidade, acontecendo somente em situações turísticas ou festivas.


MOBILIDADE

0m

BR- 230 AV. OCEANO ATLÂNTICO

PARADAS DE ÔNIBUS

ROTA FLUVIAL

ESTAÇÕES FERROVIÁRIAS PASSARELAS NA RODOVIA BR - 230

VLT

CICLOVIAS PROPOSTAS

500

1000

2000

Analisando esses dados coletados percebe-se que enquanto a parte leste da cidade, nos bairros de intermares e ponta de campina, são os únicos trechos que possuem paradas de ônibus fora da BR. Além disso, percebe-se que a via da av. Oceano Atlântico possui maior dimensão e melhor tratamento, concluindo que a parte leste, mais próxima de João Pessoa, possui melhor tratamento para rodovias. As demais formas de mobilidade servem para atender os trabalhadores e a demanda do porto, tentando aumentar a ligação entre Cabedelo e João Pessoa. Tentando minimizar esses aspectos e buscando estimular o uso da bicicleta, foi proposto a criação de ciclovias e passarelas ligando as áreas Oeste e Leste. As ciclovias propostas, marcadas em linhas vermelhas, seguem os alinhamentos das paradas do trem. Para ligá-las, propõe-se também a criação de passarelas, em azul claro. Já no centro de cabedelo, que possui um fluxo menos intenso e maior quantidade de vias secundárias, a ciclovia possui maior extensão e busca ligar os pontos de importância do centro, como IFPB, Prefeitura, Memorial dos bombeiros, postos de saúde e praia, propondo uma via rápida à atividades de cultura, trabalho, lazer e saúde. Devido a dimensão da parte oeste e pelos terrenos vazios da mesma, também foi proposto pontos de ônibus, marcados em amarelos, assim objetiva o estímulo de ocupação dessas áreas, já que a mobilidade estará próxima a elas, e a possibilidade de mobilidade para João Pessoa ou para outras áreas de distantes de cabedelo.


PRAÇAS EXISTENTES

0m

500

1000

2000

Durante diagnóstico sobre as fraquezas da cidade de cabedelo, notamos que a porção sudoeste da cidade tem poucas áreas direcionadas à atividades de lazer, área localizada a do lado esquerdo da BR, no sentido JP> Cabedelo, local onde não há tantos investimentos, o grupo constatou que há um maciço residencial habitado expressivo, e um número baixíssimo de áreas de interação para essa população. Propõe-se alocar praças em locais estratégicos, onde há mais movimentação para estimular as interações interpessoais entre os moradores do Lot. Oceania, Oceania VI, Lot. cidade recreio, na área do Poço, e também o bairro de jardim Camboinha, da cidade de Cabedelo.


PROPOSTAS

0m

500

1000

2000

As praças propostas serão ligadas por uma ciclovia que terá apoio de arborização e um sistema de iluminação pública e fará um circuito dos esportes, visando estimular o uso da cidade e a movimentação das pessoas nas ruas. Cada praça terá o intuito de estimular um esporte diferente, através da instalação de quadras específicas, como quadra de vôlei de praia, quadra de handball/futsal, etc. As áreas que apresentam mais equipamentos de lazer estão localizadas no centro, muitos próximas entre si e próximas à BR, o porto ou o mercado público. Com esta intervenção se espera incentivar os moradores a usar outras áreas da cidade e explorálas. As áreas onde se propõe a construção dessas praças são: • Na área do Poço, entre a Rua Senador Rui Carneiro e Rua Presidente João Pessoa, na mesma quadra da igreja Matriz Santa Rita de Cassia, pra atrair a atenção das pessoas que já a frequentam; • Na Rua das Orquídeas, bem perto do retorno da rodovia, próximo ao INORPEL Telecom; • Na Rua Maria de Oliveira Gomes, próxima à primeira praça; • Na Avenida Pôr-do-Sol, próximo à praia do Jacaré; • Na Rua Milton Macedo da Cruz, numa área vazia.


VAZIOS URBANOS

0m

500

1000

2000

Ao entrarmos com uma análise nas questões de vazios urbanos, é possível perceber que a cidade de Cabedelo apresenta um acentuado adensamento na região do centro, devido ao intenso comércio existente na área. Os vazios urbanos podem ser percebidos na região que faz conexão entre o centro da cidade com os demais bairros, situando-se próximo as áreas de preservação ou em zonas residenciais e comerciais, que ainda não se encontram em seu máximo aproveitamento, tornando assim, algum desses espaços, locais ociosos para a população. Inicialmente, seria fundamental para que estes espaços obtivessem um maior adensamento, apresentar como proposta novos locais de moradia e espaços de lazer, como praças e parques, que servirão tanto para o interesse público como turístico.


SITUAÇÃO ATUAL

MACROZONEAMENTO ZAPRE - ZONA DE ADENSAMENTO PRECÁRIO ZA - ZONA DE ADENSAMENTO ZAP - ZONA DE ADENSAMENTO PRIORITÁRIO ZANP - ZONA DE ADENSAMENTO NÃO PRIORITÁRIO

ZEP - ZONA ESPECIAL PORTUÁRIA

SITUAÇÃO PROPOSTA

0m

500

1000

2000

ZEPA - ZONA ESPECIAL DE PRESERVAÇÃO E PROTEÇÃO AMBIENTAL ZEPI - ZONA ESPECIAL DE PRESERVAÇÃO DE INTERMARES ATRAVÉS DE UMA ESTUDO DA SITUAÇÃO ATUAL DO MACROZONEAMENTO DA CIDADE DE CABEDELO, PODEMOS PERCEBER QUE OS VAZIOS URBANOS, JÁ ANALIZADOS ANTERIORMENTE, SE ENCONTRAM EM MAIOR CONCENTRAÇÃO NAS ZONAS DE ADENSAMENTO PRECÁRIO, TENDO AINDA ALGUNS SITUADOS EM ZONAS DE ADENSAMENTO NÃO PRIORITÁRIO. COM BASE NISSO, ENTRA-SE EM VIGOR UMA NOVA PROPOSTA DE MACROZONEAMENTO, ENVOLVENDO EM ESPECÍFICO AS ZONAS JÁ CITADAS, PARA QUE POSSA HAVER UM MAIOR ESTÍMULO DE ADENSAMENTO PARA ESSAS ÁREAS, VISANDO UMA MAIOR INFRA-ESTRUTURA, TRAZENDO PROPOSTA DE NOVOS PRÉDIOS, PRAÇAS ETC.


CONSIDERAÇÕES FINAIS O trabalho apresentado teve suas diretrizes baseadas nas visitas de campo, aulas ministradas na disciplina e propostas baseados no capítulo 5 do livro Cidades para um Pequeno Planeta, de Richard Rogers. Do mesmo, a maior inspiração veio de uma das diretrizes de uma Cidade para um Pequeno Planeta: “Uma cidade fácil, onde o âmbito público encoraje a comunidade à mobilidade, e onde a informação seja tocada tanto pessoalmente quanto eletronicamente.” (ROGERS, 2005. Pg.167) Logo, objetivando uma cidade fácil, foram produzidas propostas na escala da cidade em três pontos, o da mobilidade; estimulando a utilização dos modais já existentes, como o trem, e estimulando novos como a ciclovia e o ônibus em áreas que não existem, o das áreas de lazer e estar pública; buscando espaços em áreas que não existem praças e estimulando a prática de esportes da população, melhorando a saúde e democratizando os espaços público, e o do adensamento; estimulando a criação de novas construções em áreas urbanas não ocupadas, melhorando a infraestrutura do local e promovendo a distribuição populacional da cidade.


REFERĂŠNCIAS ROGERS, Richard; GUMUCHDJIAN, Philip. Cidades para um pequeno planeta. Barcelona: Editorial Gustavo Gili, 2005. https://www.brasildefato.com.br/2019/04/02/a-comunidade-do-porto-do-capim-e-a-sua-luta/ https://portalcabedelo.wordpress.com/2016/08/05/historia-de-cabedelo/ https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/dtbs/paraiba/cabedelo.pdf https://emais.estadao.com.br/noticias/casa-e-decoracao,por-uma-arquitetura-flexivel,70002765076


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.