Biblion #8 (PT)

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efem é ride

Eu tenho um sonho M artin L ut h er K ing , Jr . E d i to r a B i z â n c i o

p o r Pau l o S é r g i o G o mes

A vida de Martin Luther King Jr. confunde-se com a luta contra a discriminação racial, que experimentou ainda em tenra idade. Embora os pais tivessem transmitido valores exemplares de cidadania e dignidade, o sistema vigente onde vivia, no Sul dos Estados Unidos, reprimia a todo o custo a população Negra, e ele cedo se rebelou contra isso. As restrições eram uma obsessão das autoridades. “Em Atlanta, uma criança negra não podia ir a nenhum parque. Eu não pude frequentar as chamadas escolas para brancos. (…) Não podia entrar num restaurante para comer um hambúrguer ou tomar um café. Havia um ou dois cinemas para Negros…” Pensava consigo mesmo, “Um dia destes vou pôr o corpo onde tenho o espírito”. A formação de King deu-lhe oportunidade de evoluir a sua orientação intelectual, com alguns dos melhores professores, estudando correntes filosóficas, identificando-se com as teorias dos maiores líderes mundiais, preparando-se para uma função única na história da humanidade. 20 EDIÇÃO Nº8

Passou as férias de Natal de 1949 a ler Karl Marx, tentando perceber a atração que o comunismo exercia sobre tanta gente, mas foi por Gandhi que ficou fascinado ao escutar o testemunho do Dr. Mordecai Johnson, acabado de regressar de uma viagem à Índia, onde falou sobre essa figura notável, cuja abordagem pacífica ao amor e à não-violência veio a servir de exemplo para a reforma social que há tanto tempo procurava implementar. “Gandhi foi provavelmente a primeira pessoa da história a elevar a ética de Jesus acima da mera interação entre indivíduos, fazendo dela uma poderosa e eficaz força social em larga escala. O amor, para Gandhi, era um


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