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MÓDULO 1 DADOS NACIONAIS DE IRRIGAÇÃO
Neste primeiro módulo, vamos iniciar entendendo alguns importantes números sobre a irrigação no Brasil.
Um exemplo:
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Em 2019, a agricultura irrigada consumiu cerca de 940 mil litros de água por segundo ou 29,7 trilhões de litros no ano.
De acordo com dados recentes da Agência Nacional de Águas (ANA), a área irrigada no Brasil é de 8,2 milhões de hectares. Desse total, 74,5% utilizam águas de mananciais e 35% contam com fertirrigação, ou seja, com água de reuso. Lembrando que a fertirrigação é uma técnica de adubação que usa a água da irrigação para levar nutrientes ao solo.
Mas o setor deve crescer ainda mais no Brasil. Ainda conforme dados da ANA, em 2040 devemos atingir 12,4 milhões de hectares irrigados. Um aumento de mais de 51%.
Porém, esse aumento vai esbarrar em uma limitação de recursos hídricos. Apenas 22% de toda área agropecuária brasileira pode ser irrigada, o que representa 51 milhões de hectares.
Isso mostra que precisamos de um planejamento e gestão da água para que seja utilizada da melhor forma.
Já deu para entender que estamos falando de um setor gigante, se pensarmos que o Brasil é um dos principais produtores de alimentos do mundo. Afinal a irrigação é fundamental para a produção de alimentos.
Como o setor está organizado?
Hoje 92,2% da agricultura irrigada é do setor privado. Temos 28 polos nacionais de irrigação e eles somam 50% da área irrigada e 70% da demanda de água do setor. Mas como eles estão divididos?
Temos três grandes grupos nesses polos que estão espalhados pelo país: arroz irrigado, pivôs centrais e o grupo de outras tipologias.
Esses locais investem em tecnologia e como resultado têm ganho de produtividade. Isso porque a agricultura irrigada produz até três vezes mais do que uma cultura não irrigada, produzida no sequeiro.
E os benefícios são claros: a redução de custo, redução do impacto climático e aumento da estabilidade produtiva. Para ficar mais fácil de entender, veja como a cultura do arroz, do feijão e do trigo se comportam no cenário do sequeiro e no cenário da irrigação.
Diferenças de comportamento: sequeiro x irrigação
Iniciando pelo feijão: dados do IBGE e da Embrapa indicam que há um rendimento de 1290 quilos por hectare em sequeiro. Enquanto a mesma cultura de forma irrigada produz 2530 quilos por hectare, ou seja, o dobro.
Quando analisamos o trigo temos a expectativa de 2550 quilos por hectare no sequeiro e 4930 quilos por hectare com o uso de irrigação.
No arroz esse número é ainda maior! Estima-se a produção de 1970 quilos por hectare no sequeiro e 7240 quilos por hectare na cultura irrigada, um aumento de 3,7 vezes.
Voltando a usar 2019 como exemplo, destacamos que o valor da produção irrigada chegou a 55 milhões de reais no ano.
Agora saindo de 2019, vamos olhar para o futuro. Segundo a Agência Nacional das Águas, a agricultura irrigada deve crescer 76% até 2040.
Vamos entender como isso ocorre:
Em 2019 a composição de áreas irrigadas somou 8,19 milhões de hectares. Já em 2040 esse número deve ser de 12,24 milhões de hectares.
Olhando a imagem abaixo percebemos que a área de cana fertirrigada se manterá estável no período. O mesmo ocorre para o cultivo de arroz. Na cana irrigada haverá um leve aumento de áreas irrigadas, assim como no café.
O grande diferencial estará nas áreas equipadas com pivôs centrais, que irão aumentar em 2,06 milhões de hectares sua representação, passando de 27% da área irrigada em 2019 para 38% em 2040.
Por fim, as demais culturas e sistemas irão aumentar a representatividade para a obtenção da expectativa de áreas irrigadas para os próximos 20 anos.
Esse crescimento todo se dará de forma distribuída no país. Hoje temos uma distribuição onde 31% da irrigação fica no sudeste. 26% no sul do BrasiL, 22% no nordeste, 14% no centro-oeste e 6% no norte.
Quando olhamos para 2040, temos uma mudança nessas localidades.
O centro-oeste possui 45% do potencial efetivo. Já o sul conta com 31%, o sudeste com 19% e as regiões norte e nordeste com 2% cada.
Como podemos perceber, o maior potencial está no centro-oeste. Isso ocorre pelas condições de curto e médio prazo de solo, relevo e infraestrutura para receber irrigação. Tudo isso nos mostra o potencial que temos no Brasil para utilizar a irrigação e produzir ainda mais alimentos. No próximo módulo, vamos falar sobre a dinâmica da água no solo.
SAIBA MAIS:
Confira aqui o mapeamento completo da ANA e consulte mais informações sobre o panorama da irrigação no Brasil.