ANO 7 • nº 73 • fevereiro 2010 • Edição Brasileira
moda profissional
reportagem
beleza do futuro Cabelos e maquiagens em alta | pág. 42
Moda das ruas no hemisfério norte | pág. 12 Flores volumosas nas bolsas e calçados | pág. 18 Manequins e o poder da humanização | pág. 38 O melhor do vestuário de verão 2011 | pág. 64
ISSN 1808-6829
R$20,00
F/Coelho
A Vicunha, uma das maiores empresas da indústria têxtil mundial, produz o índigo e o brim que são utilizados pelas marcas mais importantes do universo da moda e que você aplaude nas passarelas dos desfiles do Brasil e do mundo. Acesse agora WWW.VIPREVIEW.COM.BR para saber as novidades do mundo fashion e conhecer a linha de produtos inovadores e modernos da coleção Vicunha.
VI
O D N A C I R FAB A D A O H M N U C
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nesta edição foto: © Agência Fotosite
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Capa: Desfile da Dior traz beauty inpirado nas divas dos anos 30 e 40, além de referências que adotam a boca marcada do make de Brigitte Bardot.
na capa
gente
12 VESTUÁRIO
08 é moda
Moda das ruas no hemisfério norte.
Looks comentados de Londres.
18 CALÇADOS & BOLSAS
10 paparazzi
Flores volumosas.
Os estilos de Maria Prata, Babi Xavier e Vitória Frate no Fashion Rio.
38 VISUAL DE LOJA
Manequins e o poder da humanização.
61 ESTILO
O ator Leonardo Miggiorin da Globo.
42 REPORTAGEM
Beleza: Cabelos e maquiagens que estarão em alta. 64 EDITORIAL DE MODA
O melhor do vestuário de verão 2011.
18
moda 20 Calçados report
Modelos de tiras.
61
curtas 06 Portal usefashion.com
26 radar internacional
Novo layout do portal e suas vantagens.
Leveza x Descontração. 07 dicas da redação 28 radar nacional
Hits do inverno x Miscelânea boa.
Exposição de Dieter Rams; Lançamentos dos 120 anos da Lanvin; As bolsas Louis Vuitton em comemoração ao Valentine’s Day.
30 MASCULINO
Calças encurtadas para o verão 2011. 34 INFANTIL Ombros em destaque. 38
37 INFANTIL report
Vulcanizados para os meninos.
57 campus
Craft Design; Concurso Abipti; II Prêmio Sebrae Minas Design; Beauty com Max Weber. 78 MEMÓRIA
120 anos da Lanvin.
expediente Diretor-Presidente Jorge Faccioni Diretora Alessandra Faccioni Diretora de RH Patrícia Santos Diretor de Negócios Wilson Neto Diretor de Redação Thomas Hartmann Diretora de Pesquisa Patrícia Souza Rodrigues
design 52
50 design
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Wash me; Luminária La Reina; Mamadeira fashion; Pôsteres minimalistas; Banco R540.
Núcleo de Pesquisa e Comunicação
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opinião 52 cultura
negócios 56 negócios
O sucesso dos clubes de compras de moda online.
Paris Photo. Por Eduardo Motta. 60 opinião
Editora-Chefe Journal Inêz Gularte (Mtb 7.775) Edição de Moda Eduardo Motta (consultoria) Redação Aline Ebert (Mtb 13.687), Fernanda Maciel (Mtb 13.399), Eduardo Pedroso e Juliana Wecki (assistentes) Projeto Gráfico Ingrid Scherdien Produção de Arte Ingrid Scherdien (design gráfico), Francine Virote (tratamento de imagens), Carine Hattge (revisão de imagens), Jucéli Silva e Vanessa Machado (web design) Equipe de Pesquisa Alexandra Duarte (coordenadora de pesquisa), Aline Romero (assistente de pesquisa), Nájua Saleh (assessora de pesquisa de moda), Kamila Hugentobler (assistente de pesquisa), Daiane Padilha, Daiane Silva, Francine Virote, Patrícia Hagemann, Renata Brosina e Thaís de Oliveira (classificação e tratamento de imagens) Consultores Angela Aronne (malharia retilínea e underwear), Daniel Bender (inovação), Eduardo Motta (vestuário feminino e masculino), Juliana Zanettini (beachwear e jeanswear), Paula Visoná (malharia circular), Renata Spiller (infantil, acessórios e underwear) e Vanessa Faccioni (visual de loja) Colaborou nesta edição Lu Catoira
Moda jeans: fantasia estética sem preconceito. Por Lu Catoira UseFashion Journal (ISSN 1808-6829) é uma publicação mensal do Sistema UseFashion de Informações Tiragem: 10.000 exemplares Impressão: Midia Gráfica - RBS
ao leitor A busca pela beleza infinita é intrínseca ao ser humano, especialmente às mulheres. Desde a Antiguidade, a humanidade faz uso de artifícios para obter um aspecto mais jovem. E de lá para cá, isso não mudou tanto assim. Desde o Egito, onde surgiram os primeiros indícios da maquiagem como conhecemos hoje, estamos em busca de truques, fórmulas e produtos que nos embelezem. Por isso, nesta edição, apresentamos o que estará em voga nos cabelos e nas maquiagens para as próximas temporadas, dicas de profissionais renomados, principais lançamentos em produtos e, ainda, um painel apontando como as megatendências Bem-Estar, Natural e Tecnologia e Emoção, propostas pela UseFashion, se desenvolvem nesta área. No Editorial de Moda, destacamos e analisamos o melhor do vestuário de verão 2011, evidenciando três estilos - natural, romântico e militar-, que chamaram atenção entre os muitos desfiles de Nova York, Londres, Milão e Paris. Ainda nesta edição as flores volumosas em Calçados & Bolsas; o manequim e o poder da
humanização na matéria de Visual de Loja; e em Negócios, o sucesso dos clubes de moda online. Confira também o estilo do ator global Leonardo Miggiorin, em Estilo; as calças curtas para o verão 2011, em Masculino; os ombros em evidência, em Infantil; os 120 anos da Lanvin, em Memória; e muito mais. Boa leitura e ótimos negócios!
Jorge Faccioni Diretor-Presidente
ERRATA: Na edição passada, na capa e no índice, publicamos o nome Lucas Neves. No entanto, o nome correto do estilista é Lucas Nascimento.
Vários dos conteúdos que abordamos nesta edição podem ser complementados no portal usefashion.com. Alguns são de acesso exclusivo para assinantes do portal. Ligue 0800 603 9000 e veja como acessar. Os textos dos colunistas e colaboradores são de responsabilidade dos mesmos e não representam necessariamente a opinião da empresa. Todos os produtos citados nesta edição são resultado de uma seleção jornalística e de consultoria especializada, sem nenhum caráter publicitário. Todas as matérias desta edição são de responsabilidade do Núcleo de Pesquisa e Comunicação da UseFashion. Proibida a reprodução, no todo ou em parte, sejam quais forem os meios empregados, sem a autorização por escrito do Sistema UseFashion de Informações.
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co n t e ú d o pa r a a s s i n a n t e s
Novo layout com pesquisa universal Por Aline Ebert foto: reprodução
Já acessou o www.usefashion.com agora em 2010? O portal ganhou uma versão Pro, com novo layout, uma poderosa busca universal, entre diversas outras atrações. Trata-se de um avanço para a pesquisa em quesitos como agilidade em encontrar informações tanto gerais quanto muito específicas. Entenda as melhorias nos principais itens que selecionamos a seguir: Busca universal Qualquer usuário logado pode buscar textos e imagens no cabeçalho de todas as páginas. De acordo com a palavra-chave digitada, retornará como resultado o conteúdo solicitado presente em todos os links do portal. As imagens mais recentes aparecem primeiro. Digite a palavrachave desejada e tecle enter. Cada segmento tem sua capa Malharia retilínea, Malharia circular e Jeans ganharam capas independentes. Antes, estes segmentos ficavam vinculados a Vestuário. Basta acessar pela Home. Todas as Tendências no menu superior Todo o pensamento de futuro da UseFashion foi agrupado no item “Tendências”, do menu superior. Ali estão “Megatendências”, “Tendências de Desfiles”, “Radar Vitrines”, “Report”, “Clipping” e “Tribos Urbanas”. Visual de Loja ganha destaque Antes vinculado à galeria de vitrines, o link “Visual de Loja” tem espaço cativo no menu superior. “Tendências de Desfiles” por semana de moda Veja o que de mais interessante aconteceu em cada uma das semanas de moda mais importantes do mundo. Conteúdo dividido por gênero e segmento.
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09 - Feninjer 09 - London Edge 11 - Premier Kids 12 - Première Vision Pluriel 18 - Semana de Moda de Nova York 15 - Margin 16 - Pure 18 - Milano Unica 24 - Semana de Moda de Londres 23 - Curve Expo NY 03/03 - Milano Moda Donna 02/03 - JA NY Winter Show
O novo layout possibilita que você salve imagens com melhor resolução. Ao final de cada Notícia, você pode avaliá-la e compartilhá-la em sites como Delicious, Google Bookmarks, Facebook, entre outros. Receitas Jeans, Fichas Técnicas e Receitas Infantis Além de continuarem em Notícias, agora estes conteúdos podem ser achados facilmente via busca universal. Digite a palavra-chave desejada e tecle enter. RSS disponível para sua atualização online RSS (Really Simple Syndication) é um jeito novo e prático de ficar informado. Com ele, você pode reunir informações de seus sites preferidos em uma única tela, e, como num programa de e-mail, ser avisado das novidades assim que elas são publicadas na internet. Os RSS da
UseFashion podem ser assinados pelo menu inferior, bem ao final da página, ou direto no link www.usefashion.com/Empresa/Rss.aspx. Os canais são: “Todo o conteúdo”, “Notícias”, “Tudo de Vestuário”, “Tudo de Jeans”, “Tudo de Calçados”, “Tudo de Acessórios”, “Tudo de Bolsas”, “Tudo de Feminino”, “Tudo de Masculino”, “Tudo de Infantil”. Você clica em um ou mais desejados, copia e cola o(s) link(s) da url no seu programa. Se não tiver um leitor de RSS, a UseFashion dá opções no mesmo link citado. Todo conteúdo disponível para impressão Todo o conteúdo que julgar importante para sua pesquisa agora poderá ser impresso. Entre no link desejado e acione Arquivo>Imprimir no seu navegador preferido.
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fotos: reprodução
fevereiro
calendário
Novidades em Notícias
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dicas
da redação Dieter Rams
foto: reprodução
Até o dia 7 de março, o Design Museum abriga a exposição “Less and more - The Design ethos of Dieter Rams”, que apresenta o trabalho desse designer industrial alemão que é um dos mais influentes do século 20. Diversos produtos desenvolvidos por ele, como rádios, equipamentos audiovisuais, calculadoras, tornaram peças fixas de museus. Segundo ele, há 10 princípios do bom design: 1 - Bom design é inovador; 2 - Bom design faz um produto ser útil; 3 - Bom design é estético; 4 - Bom design nos ajuda a entender um produto; 5 - Bom design é discreto; 6 - Bom design é honesto; 7 - Bom design é durável; 8 - Bom design se preocupa com os mínimos detalhes; 9 - Bom design se preocupa com o meio ambiente; 10 - Bom design é menos design. Confira em: designmuseum.org/ exhibitions/2009/2009-dieter-rams
fotos: reprodução
120 anos Ao longo de 2010, a Lanvin promoverá ações em comemoração aos seus 120 anos (veja mais em Memória, pág. 78). Entre as novidades, que vão desde cadernos, canetas até bonecas de porcelana, está a parceria com o serviço postal francês, na qual Alber Elbaz, estilista à frente da grife, desenhou dois selos comemorativos. Esses selos postais já estão à venda, assim como três corações de cerâmica para cartas de amor, nos correios da rue des Mathurin, em Paris, e no www.laposte.fr
Valentine´s Day
Outras novidades da marca: www.louisvuitton.com
foto: reprodução
Para comemorar o Valentine’s Day de 2010 (Dia dos Namorados nos países de língua inglesa, que é celebrado no dia 14 de fevereiro), a luxuosa grife Louis Vuitton lançou uma linha de bolsas. Ao total, são seis modelos diferentes com formato de bichinhos em patchwork e corrente dourada.
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O hairstyle é discreto e com toque vintage. Neste contexto, o make é leve e deixa toda atenção para o vestuário.
Casaco de pele passou de sofisticado para um casual refinado. Inúmeras mulheres percorrem as ruas com modelos de diversos comprimentos aliados a peças do day by day londrino. Na imagem, o modelo é médio e cria um equilíbrio com a saia justa.
Meia arrastão ganha bordados florais e entoa romantismo sutil, devido à personalidade do acessório. Algumas partes rasgadas, mantém confirmada a tendência que vem desde o verão.
Único adereço usado na produção, o broche remete à medalha militar e à monarquia inglesa, dando charme no visual final.
Com cores bem invernais, nesta produção, a bolsa de croco envernizado dá cor ao look geral.
Bota com cano e lingueta relaxada evidenciam a tendência para o inverno europeu. O shape é masculinizado, e normalmente faz conjugação com peças mais femininas.
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Chapéu fedora, conhecido por sua fama gângster, deixa o visual cheio de personalidade. O cabelo comprido dá charme ao conjunto.
Um dos pontos mais fortes para o clima frio é a harmonia da sobreposição de peças. Detalhes como golas e punhos aparentes são importantes combinações para não se criar um visual bagunçado.
A calça jeans levemente ajustada facilita o uso da bota e forma um conjunto atual. Além disso, o equilíbrio de modelagens é fato para o vestuário masculino. Portanto, cuidar para não estar tudo amplo demais é o ideal para homens desse estilo.
O xadrez, importante estampa para os londrinos, continua em voga e é alvo para o inverno europeu.
Bota com lingueta extra, que se sobrepõe à calça jeans, é regra para ala masculina. Observe o aspecto desgastado do couro, pois também se encaixa ao perfil contemporâneo do visual em geral.
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p ap ara z zi
Cintura marcada no Fashion Rio Por Nájua Saleh fotos: © Agên cia Fotosite
ta no Maria Pra nder ä sl u A desfile
Vitória Frate
no desfile C
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Na disputadíssima primeira fila da 16ª edição do Fashion Rio, um detalhe chamou atenção entre os looks das celebridades e fashionistas que circularam pelo evento: a cintura marcada. Maria Prata, no desfile da Ausländer, apostou no cinto dourado fino, tramado como destaque no look que prevaleceu a modelagem solta. Para destacar os babados da blusa com jabô, a apresentadora Babi Xavier optou pelo cinto largo com fivela em destaque, clicada aguardando o desfile de Victor Dzenk. Já na primeira fila do desfile da Cantão, a atriz Vitória Frate apostou no macaquinho e evidenciou a cintura com tiras do próprio tecido da peça. Vale lembrar que tais modelagens são alvo do inverno 2010 e do verão 2011, conforme desfiles internacionais selecionados e analisados pela UseFashion. Babi Xavier
no desfile V
ictor Dzenk
Grupo903
LIBERDADE CRIATIVA
COLIBRI COLEÇÃO VERÃO 2011
www.dalilatextil.com.br
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ve s t uário
p o n to d e v i s ta
A rua como ela é Por Eduardo motta
O escritor brasileiro Nelson Rodrigues é o autor de uma série de textos que ele chamou de “A vida como ela é”. Aproprio-me da ideia dele e faço uma adaptação para observar a moda que toma forma nas ruas do hemisfério norte nesta época de temperaturas baixas. Cada um escolhe o agasalho que mais gosta,
seja ele novinho em folha, adquirido entre os últimos lançamentos, ou aquele que atravessou incólume de uma temporada para a outra.
proporção e de equilíbrio de cores, bem longe das vitrines e sem a afetação dos desfiles que remotamente orientaram nossa escolha.
Esta edição reúne imagens cotidianas, típicas de quando saímos de casa para comprar algo, pagar contas, ou simplesmente bater perna pelas ruas, e somos flagrados exercitando a noção de
Ela concentra-se no agasalho, esta peça poderosa que cobre todas as outras, definindo o estilo e a composição final.
Londres
Milão
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fotos: UseFashion
Berlim
Berlim
Berlim
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Militares Como estilo, o militar é largamente anunciado para o verão 2011, contudo, esta é uma referência que nunca sai inteiramente de cena, o que é mais verdadeiro ainda no que diz respeito aos casacos. Os trench de lã com galoneiras, os abotoamentos cruzados, as golas amplas e os indispensáveis botões de metal não deixam dúvida de onde saiu a inspiração. Também não há distinção de época, com elementos que remetem a uniformes do século 17 em diante e extraídos de peças da Primeira e da Segunda Guerra Mundial. Sejam eles da marinha, do exército, ou mesmo de bombeiros, o que vale, além da estética inconfundível, é a funcionalidade destas peças feitas para enfrentar situações adversas.
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ve s t uário
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Nova York
Nova York
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esportivos Esta é outra linha de produtos que tem larga aceitação e transcende modismos. Sai a lã e entram os moletons, alguns com elastano e nylon, este último, em alguns casos, acolchoado. As jaquetas tipo bomber, com os punhos e barras feitos em sanfonados e com os bolsos enviesados, são extremamente confortáveis. Some a esta qualidade o colorido forte e a estamparia, e fica fácil entender por que a moda street adotou o esporte como balizador de coleções inteiras. Jaquetas secas em nylon macio, que protegem sem aumentar a silhueta, estão no extremo oposto dos acolchoados trazidos dos esportes de neve. Ambos funcionam muito bem e encontram adeptos ao redor do mundo.
Milão
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fotos: UseFashion
Londres
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Rockers Este é o território do couro, dos metais e da moda de rua por excelência. Um estilo de jaquetas, importado da rebeldia histórica para as bandas de rock, que aportou nas melhores vitrines. Já agradou apenas outsiders de plantão, mas hoje é peça obrigatória até mesmo para garotas bem-comportadas. Aos primeiros sinais de frio, é hora de resgatar ou adquirir uma perfecto, o modelo que tem zíper frontal enviesado, originalmente usado pelos motoqueiros. Ela favorece a silhueta enxuta, protege, esquenta e, antes de tudo, é uma peça associada à juventude, referência mais que cobiçada por usuários de todas as idades.
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p o n to d e v i s ta fotos: UseFashion
Londres
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comfort Entramos no departamento da malha retilínea e das texturas protetoras. Pulls que resolvem o look e agasalham em apenas uma peça. Enormes cachecóis de lã grossa e pontos soltos. Tecelagem rústica e peles variadas. Aqui, quem dá as cartas é o conforto e a tradição artesanal.
Bruxelas
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Londres
E ainda: estamparia folk em modelos acinturados, padronagens tradicionais ampliadas e modelagens do passado.
Bruxelas
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c alç ados e bol s a s
Valentino | MilĂŁo
Victor & Rolf | Paris
Victor & Rolf | Paris
Chanel | Paris
Chanel | Paris
Flores volumosas Bem mais que meros enfeites Ok. Que a primavera é a estação das flores, já estamos cansados de saber. Mas não é que, a cada temporada, os designers conseguem encontrar diferentes maneiras de trazer este símbolo tão forte da primavera-verão para suas coleções? O que chamou a atenção nas passarelas internacionais foi o formato volumoso das flores do próximo verão 2011. Às vezes, elas nem eram tão grandes, mas
Por Inêz Gularte
vinham numerosas, cobrindo boa parte do calçado, como nos modelos das marcas Valentino e Victor & Rolf. Outras vezes, aplicadas a calçados e bolsas, as flores extrapolavam os limites das construções, chegando, em alguns momentos, a se projetarem para além das peças. Também vinham carregadas de romantismo, mais discretas, mas nem por isso menos perceptíveis, como na Chanel.
Mais que um mero detalhe ou um simples enfeite, com estes formatos volumosos, elas tomaram conta dos modelos, ganhando importância na temporada. Não é para menos, já que a tendência Natural, proposta pela UseFashion para o verão 2011, já adiantava que os elementos da natureza estariam em alta, assim como seus aspectos e imperfeições. Em couro muito macio, renda, ou em outros materiais.
fotos: © Agência Fotosite
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c alç ados e bol s a s fotos: © Agência Fotosite
Chanel | Paris
Chanel | Paris
Valentino | Milão
Valentino | Milão
Valentino | Milão
Ermanno Scervino | Milão
c alç ados
report
A invasão das tiras Feminilidade à flor da pele
Por Kamila Hugentobler
fotos: © Agência Fotosite
Julian Macdonald | Londres
Rebecca Taylor | Nova York
Stella McCartney | Paris
Dior | Paris
Clássicas, as sandálias de tiras invadem as passarelas e confirmam tendência para o verão 2011. Amarradas, entrelaçadas, sobrepostas ou sob efeito de nós, as tiras estão presentes em várias construções. Podem ser mais largas, ou fininhas, mas sempre deixando parte dos pés à mostra, ora escondendo, ora revelando, em um jogo superfeminino. Apoiadas no sucesso das sandal boots, as sandálias de tiras atravessam o inverno 2010 e chegam aos modelos de verão 2011 em propostas diversas. Acompanhe alguns modelos e veja o conteúdo completo acessando o portal www.usefashion.com, em Report.
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aces sórios
Divinos e na moda Terços e crucifixos para eles e para elas Por Inêz Gularte consultoria: Renata spiller Há quem os use sempre, independente da moda. Talvez, por isso mesmo, símbolos religiosos ou amuletos de proteção, ligados a uma crença, ou à memória afetiva, volta e meia, invadam as passarelas do mundo como proposta de tendência. Sejam em medalhinhas, escapulários, terços, cruzes, estrelas, ou figas, o simbolismo ligado à fé e à proteção divina tem permeado a história da moda, por vezes, adquirindo outros significados. Entre os anos 1980 e 1990, por exemplo, Madonna praticamente não tirava do corpo os grandes crucifixos que viraram moda. Era quase impossível fotografá-la sem um. No auge de sua fase transgressora, ela dizia que gostava deles por que traziam sempre consigo um homem nu. Polêmicas à parte, hoje ela volta a ser vista em campanhas publicitárias, como na do verão 2011 da Dolce & Gabbana, em eventos, e mesmo nos bastidores, usando crucifixos mais delicados que os daquela época. Para a designer Mary Figueiredo Arantes, da Mary Design, as bijuterias e joias sacras são antes de tudo uma questão de religiosidade. Ela que foi criada ouvindo as missas pelo rádio, no Vale do Jequitinhonha, em Minas Gerais, conta que a religiosidade entrou cedo em sua vida. “Minha mãe era daquelas mulheres que, junto ao seio, levava um alfinete desmazelo preso ao sutiã com uma penca de medalhas de santos. Os joelhos tinham dois calos imensos de tanto rezar para os filhos”. Mary acredita que por este histórico familiar o tema religiosidade sempre tenha estado presente em suas criações. “A intenção é passar este espírito de fé que carrego dentro de mim”, diz. Não é à toa que uma de suas peças campeãs em vendas é o Mosquetão Santuário, chaveiro com medalhas e crucifixo. A peça está desde de sua primeira coleção em produção e continua vendendo muito bem, sendo considerada um clássico da marca.
A designer Beth Salles, que desenvolve marca própria e também é consultora da Avon para bijuterias, diz que os crucifixos serão usados em colares, como entremeios, pingentes, misturados a pedras, incrustados com strass, simplesmente esculpidos em metal ou acrílico, pintados em tons fortes ou banhados em ouro ou prata. Estarão presentes também nos brincos e até em cintos. “Tenho usado crucifixos desde o inverno passado, principalmente, no segmento da BethSalles-menina. Estou trabalhando vários modelos de crucifixo para este inverno, seja em colares misturados a cristais ou em brincos e pulseiras. Tenho recebido muitos pedidos deste tipo dos meus clientes, por isso decidi continuar a recriá-los”. “Ao usar um objeto carregado de valor protecional, estamos, na verdade, fazendo uma transferência da significância do objeto para nosso corpo, que se torna uma extensão, uma representação daquilo que se usa”. Mary admite que, algumas vezes, as pessoas nem sabem que estão levando para casa algo mais que um acessório: “Uma vez fiz um colar todo de fitas coloridas e alguns corações pendurados. Um destes corações era feito por freiras enclausuradas do convento de Jaboticatubas, sendo na verdade um Agnus Dei. Quem usava este colar nem tinha ideia de que lhe traria proteção”. Beth lembra que algumas pessoas adquirem a peça pelo seu significado, mas muitas usam para ficar de acordo com seu grupo, ou por influência de celebridades e artistas. “Nada melhor que estar na moda e ao mesmo tempo protegido, não é?” Ela comenta que o crucifixo sempre foi fruto de discussões e polêmicas, com uma simbologia muito forte, com conotação cristã ou não. “Zuzu Angel usou como uma forma de demonstrar seu protesto. Inúmeras pessoas acreditam que ele traz proteção e energia positiva. Outros, que simboliza os quatro elementos: ar, terra, fogo e
Mary Design
água. As cruzadas também usavam a cruz como símbolo, e assim por diante”. Já faz mesmo muito tempo que a devoção tem “virado moda”. Mary, que sempre usou o tema em suas criações comenta: “logo que comecei a fazer bijuterias, as pessoas, sabendo de minha fé, sempre que iam a lugares sagrados, traziam uma medalha para mim. Fui colocando todas em um courinho e a elas misturava outros talismãs que encontrava e bijus antigas interessantes. A partir daí, todos queriam a minha penca... Tive que inventar uma para comercializar”. Para ela esta moda tem tudo a ver com a sensação de insegurança que vivemos no mundo de hoje. “O medo tomou conta de tudo, daí o maior apelo às proteções”.
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Mary Design
Mary Design
Mary Design
Mary Design
Mary Design
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aces s贸rios
Christian Lacroix | alta-costura | inverno 2010
Giorgio Armani | Mil茫o
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fotos: © Agência Fotosite
Dolce & Gabbana | Milão
Dolce & Gabbana | Milão
Vivienne Westwood | Londres
Twenty8Twelve | Londres
Twenty8Twelve | Londres
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rad ar intern ac ion al v e r ão 2011
Leveza Para a temporada de calor, existem opções ideais para homens que transitam em ambientes em que não se pode dispensar inteiramente os estilos tradicionais. É uma boa oportunidade para as cores claras e para os acessórios de linhas leves.
Calvin Klein | Milão
CP Company | Milão
Trussardi | Milão
Cerruti | Paris
Ermenegildo Zegna | Milão
Louis Vuitton | Paris
Missoni | Milão
Salvatore Ferragamo | Milão
Dries Van Noten | Paris
Enrico Coveri | Milão
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Descontração Refresco para os pés, as sandálias fazem o gênero descontraído e vão muito bem com bolsões e mochilas. Contra o sol, os chapéus e óculos estilosos são imbatíveis, além de muito práticos.
Issey Miyake | Paris
Petar Petrov | Paris
Kenzo | Paris
Bottega Veneta | Milão
fotos: © Agência Fotosite
Ermenegildo Zegna | Milão
Versace | Milão
Louis Vuitton | Paris
Les Hommes | Milão
Hermès | Paris
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r ad ar n ac ion al i n v e r n o 2010
Hits do inverno Zíperes, botas, sandal boots, alças e franjas de corrente, adornos em metal e bijuterias pesadas são apenas alguns dos itens indispensáveis para o próximo inverno.
Monica Di Creddo
Cour’ art
Camila Klein
Legaspi Elisa Atheniense
Squadro
Patachou
Iódice Denim
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Miscelânea boa Dentro dos produtos, há espaço para misturar os diferentes estilos da estação. Que tal uma sapatilha clássica, à la Chanel, usada com uma bolsa cheia de rebites? Ou um peep toe com spikes e um colar facetado de inspiração dèco? A maneira de misturar é que faz o look ser único e novo.
Andréa Mader
Claudia Mourão
Santa Ephigênia
fotos produtos: UseFashion
Mara Mac
fotos desfiles: © Agência Fotosite
Studio TMLS
Alphorria Cult
Studio TMLS
Chouchou
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m a s c ulino
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foto: Š Agência Fotosite
Dunhill | Paris
De olho nas barras Estilistas ousam no detalhe para o verĂŁo 2011 Por Fernanda Maciel Consultoria: Eduardo Motta
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m a s c ulino
Na moda masculina, o detalhe faz toda a diferença. As mudanças são em doses homeopáticas, e, de tempos em tempos, alguma parte da modelagem se sobressai. E, é exatamente neste ponto, que a peça ganha modernidade e notoriedade. No que diz respeito às calças, há uma acentuada tendência por comprimentos mais curtos, notada ao longo das últimas estações, e que toma forma definida para o verão 2011. Como qualquer alteração de modelagem gera uma reação em cadeia, este é um sintoma que acaba resultando em outro. Era portanto inevitável que, devido à visibilidade, as atenções se voltassem para as barras das calças. Não deu outra. Elas tornaram-se foco para pequenas inovações que, de forma discreta, mas contundente, dão o tom da estação. A barra dobrada, que é associada à informalidade do jeanswear, é aposta da Vivienne Westwood, da Louis Vuitton e da Hermès. O movimento despretensioso é na verdade muito bem calculado no comprimento e, de quebra, valoriza enormemente o calçado. Todo o look passa a ser regulado pela confiança transmitida por este ar de improviso. A italiana Bottega Veneta incorporou alguns elementos militares e esportivos na coleção e adotou o elástico para franzir levemente a barra. Um recurso com ótimo resultado. O belga Dries Van Noten não se intimidou em utilizar martingales nas suas elegantes calças de alfaiataria. Enrico Coveri fez jeans com barras encurtadas, em contraponto com o sapato pesado e formal. Estes são apenas alguns exemplos, todos perfeitamente realizáveis. Como ponto importante da modelagem de verão, as barras encurtadas atraem o olhar dos compradores, favorecendo a venda de novos efeitos e soluções.
Vivienne Westwood | Milão
Hermès | Paris
Dries Van Noten | Paris
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fotos: © Agência Fotosite
Louis Vuitton | Paris
Bottega Veneta | Milão
Enrico Coveri | Milão
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in fant il fotos: reprodução
Atriz americana Joan Crawford, à esquerda
Ombros marcados Moda bem anos 1980 chega à roupa infantil Por Fernanda Maciel Consultoria: Renata Spiller Se na moda feminina grifes como Balenciaga, Givenchy, Marc Jacobs, Balmain e Iódice vêm mostrando propostas com ombros marcados desde o inverno 2009, agora é a vez das crianças. Para o verão 2011, o detalhe ganha evidência nas roupas das meninas com volumes obtidos pela construção de pregas, babados e modelagens diferenciadas. A Miss Blumarine destacou mangas curtas e arredondadas com delicados strass em que a letra B da grife foi aplicada. A jaqueta branca, peça-chave da temporada, foi o item escolhido pela grife Monnalisa para evidenciar ombros Nas capas da revista L’OFFICIEL os ombros marcados se destacam em 1946, 1980 e 2009
levemente marcados por pregas. A Miss Grant destacou o detalhe não apenas na jaqueta, mas também em boleros, utilizando babados para chamar a atenção. Embora as famosas ombreiras remetam imediatamente aos anos 1980, o volume localizado nos ombros não foi exclusividade dessa década. Nos anos 1930 e 1940, a moda também fez uso deste artifício. A estilista Elsa Schiaparelli vestiu estrelas do cinema, como Katherine Hepburn e Marlene Dietrich, apostando no excesso e na ostentação que os ombros amplos proporcionavam à silhueta feminina.
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fotos: Š Agência Fotosite
Miss Blumarine | Pitti Bimbo
Monnnalisa | Pitti Bimbo
Miss Grant | Pitti Bimbo
Miss Grant | Pitti Bimbo
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in fant il fotos: Š Agência Fotosite
Miss Grant | Pitti Bimbo
Miss Grant | Pitti Bimbo
Miss Grant | Pitti Bimbo
in fant il
report
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Vulcanizados: peça-chave para os meninos Por Renata Spiller fotos: © Agência Fotosite (desfiles) e UseFashion (vitrines)
Calvin Klein | Pitti Bimbo | verão 2011
Diesel | Pitti Bimbo | verão 2011
Sprit | Londres
Zara | Londres
Os tênis vulcanizados serão os protagonistas nos pés dos meninos tanto para o inverno 2010 quanto para o verão 2011. Atualmente, os modelos mais usados são da Converse All Star, que nunca deixou de estar na moda. Simples, porém supermodernos, surgem agora em novas versões, em que os detalhes se destacam. Por outro lado, as grifes Diesel e Calvin Klein apostaram no modelo básico, em cor lisa e sem detalhes aparentes como foi apresentado nos desfiles da Pitti Bimbo para o verão 2011. Em Londres, a vitrine da Spirit apresentou o vulcanizado com fechamento de velcro, e a Zara se inspirou no modelo brogue para os recortes e estampas na criação do seu tênis. Quer saber mais sobre os vulcanizados para o infantil? Acesse o portal www.usefashion.com no link Report.
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v i s ual de loja
Besni | Interlagos
O poder da humanização Manequins de loja despertam desejo simulando corpos e comunicando estilos Por Inêz Gularte
Pense em uma loja sem eles. Como consumidor, a primeira dificuldade que surge é imaginar como aquela roupa ficaria em você. E será que combinaria com a bolsa e o calçado que estão nos expositores? Mais que isso, será que teria seu estilo? Como lojista, seus questionamentos não seriam assim tão diferentes. Como fazer com que seu cliente veja o caimento perfeito e a combinação de cores da nova coleção? Como fazer com que ele se identifique com os
produtos que estão em destaque? Sim, é possível criar uma ambientação, chamar a atenção com expositores diferenciados, mas, ainda assim, o desafio de “humanizar” a coleção permanece. Os manequins são fundamentais neste papel. Simulando corpos humanos, eles permitem que o consumidor consiga ver o caimento, a modelagem, como as peças combinam entre si dispostas em seus devidos lugares. Calçados, bolsas, roupas e acessórios ganham “vida” quando
colocados nos manequins. “Eles transmitem ao consumidor o que chamamos de escala humana, ao mesmo tempo em que auxiliam na humanização do ponto de venda e amplificam a percepção de coordenação dos produtos, item chave de sucesso no modelo de vendas coordenadas por lifestyle”, explica o arquiteto Julio Takano, da Kawara | Takano, que desenvolve projetos de visual merchandising.
39 fotos: Kawahara | Takano/divulgação
Realistas ou abstratos Os manequins de loja podem ser classificados em dois grandes grupos: realistas e abstratos. “Os realistas são aqueles que se confundem com as pessoas. Eles imitam tons de pele, maquiagens e, normalmente, vêm com perucas, embora possam ser também com cabelos modelados. Os abstratos têm cabeças estilizadas, ou são sem cabeça, e em cores diversas. Eles expõem o produto em formas humanas, mas sem a intenção de criar a empatia dos realistas”, conta Octaviano Andrade, diretor comercial da Expo Manequins, empresa há 40 anos no mercado, que fabrica cerca de 30 mil manequins ao ano e tem, entre seus clientes, a DKNY. Existe também uma divisão mais específica, que os agrupa em formas (silhuetas), estilizados (caricaturas), tecnos (com apelo tecnológico), realistas (muito próximos da realidade) e tamanhos grandes (para gestantes ou medidas maiores). Ele explica que o determinante para a escolha de um manequim é o estilo e o público-alvo. “Uma marca com produtos clássicos exige manequins que se apresentem de forma clássica, estes podem ser estilizados ou realistas conforme o conceito da loja e da marca. Uma moda arrojada exige manequins com atitude, uma marca esportiva, manequins com ação, e assim por diante. O importante é buscar a adequação para que não haja discordância distraindo o cliente do produto e atrapalhando o resultado das vendas”. O mesmo acontece em relação às cores. “Como um item integrado ao marketing de cada loja, as cores, nos manequins, seguem a necessidade de explorar o espaço em que se encontram e destacar as coleções que vestem, precisando ser adequadas à necessidade de cada cliente”.
Cavalera | Oscar Freire
Para o arquiteto Julio Takano, no momento, o varejo está passando por uma fase de transição, saindo da supremacia dos manequins realistas e retomando a tendência das formas. “Os manequins realistas exigem manutenção de maquiagem, perucas e conhecimento profundo do universo gestual humano. Localizar excelentes profissionais está muito difícil e esta dificuldade gera novas tendências e soluções”. O diretor da Expor concorda que os manequins realistas, para serem plenamente aproveitados, pedem por maior cuidado no manuseio e na manutenção, necessitando de pessoal especializado. “Eles são feitos normalmente em plástico reforçado de fibra de vidro que permite mais detalhes, especialmente nos rostos. Já, os manequins abstratos são em resina plástica Plex T, inquebrável e reciclável. Em redes, onde normalmente o repositor vai vestir os manequins segundo uma grade determinada, os plásticos se destacam pela resistência, leveza e facilidade de uso, já que não necessitam de qualquer manutenção”. Mas, seja ele realista ou abstrato, o essencial em um manequim é, em primeiro lugar, vestir bem e vender a roupa da melhor forma possível. Segundo Octaviano, o manequim tem que ter corte, formas proporcionais, harmonia. “Manequins cabeçudos, ou pior, adultos com cabeças do tamanho das infantis, bustos ou quadris desproporcionais, criam vitrines bizarras onde a atenção sai da roupa para o manequim. Mesmo o varejo popular não deve ignorar isto. Outra coisa importante é saber de suas limitações. Não tem gente treinada? Então use o manequim plástico, pois não quebra, nem risca, não requer manutenção. Manequins descascados e lascados enviam uma mensagem ao cliente de que a mercadoria exposta também se deteriora rapidamente, pondo sua qualidade em dúvida”. Para Octaviano, ainda que realistas, a utilização dos manequins, atualmente, é fortemente lúdica. “É comum, não somente em vitrines, mas dentro das lojas, encontrar um grupo de manequins em atitudes similares, por exemplo, a de grupos de jovens, uns sentados, outros recostados, abraçados, recriando um ambiente familiar ao cliente, que se identifica com a ação e, é claro, com a moda exposta. É o manequim como criador de experiência, e não como estátua. Os resultados disso são, além de uma loja agradável e dinâmica, eficiência em vendas”.
Torra | Guarulhos
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v i s ual de loja
Euroshop
Realista
fotos: Acervo Kawahara | Takano/divulgação
Formas
Estilizado
Euroshop
Tecno
Euroshop
Abstrato
TNG | Center Norte
fotos: Kawahara | Takano/divulgação
Abstrato
Euroshop
Hering | Higienópolis
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fotos: divulgação
Bonequinhas de luxo Uma das pioneiras na arte de esculpir manequins é a Bonaveri, a mais antiga empresa italiana no ramo. Conhecida mundialmente pelo sucesso que faz entre as grandes grifes, a empresa colocou seu nome na história pela criatividade do seu trabalho e qualidade de seus manequins. Romano Bonaveri fundou a fábrica em 1950. Foi ele quem “deu vida” aos bonecos, em posições naturais e realistas, começando a construção de uma das mais conceituadas empresas do setor. No início, trabalhando com papel machê e pinturas à mão, a empresa criou manequins semelhantes aos astros do cinema. Em 1960, com o uso de materiais sintéticos, criou tipos individuais, emplacando com a linha jovem denominada Beat. Nos anos 1970, experimentou os tecidos texturizados, inovando nas possibilidades dos bustos. Na década de 1980, o “Couture Torso” ficou famoso por estar entre o moderno e o tracional, sendo considerado um modelo que não se limita a épocas. Um dos episódios que marca a história da Bonaveri é a sua participação na Euroshop de 1993. Em uma época de manequins com muito cabelo e maquiagem, a empresa italiana lançou modelos sem cabeça e arrebatou olhares no mundo todo. Também os modelos assinados por designers, projetados exclusivamente para determinadas grifes, e também aqueles de época estão entre os produtos da empresa. Em 2000, a Bonaveri comprou a mais antiga empresa suíça do setor, a Schläppi, reforçando a posição de preferência de seus produtos entre as mais importantes butiques de luxo do mundo.
Curiosidades Os primeiros manequins para a moda foram criados no século 19. Eles serviam de molde ao trabalho das costureiras e alfaiates. Eram feitos principalmente em madeira ou metal, forrados por algodão de tapeçaria sobre um pé de ferro. Até hoje são usados como a melhor maneira de verificar o caimento da roupa, simulando o corpo humano. Na busca de mais realismo para o uso nas lojas, vários materias foram testados. Primeiro, cabeça e membros foram feitos com parafina. Olhos de vidro, cabelos de verdade e maquiagem aumentavam a sensação de realidade. O problema é que a parafina derretia e o custo era alto. No início do século 20, vários artistas foram buscar alternativas próprias. Em 1920, Arthur Fraser, vitrinista, modelou seus manequins em papel machê e gesso, criando detalhamentos e imensos cenários para as vitrines. Em 1930, o gesso fez sucesso esculpindo dançarinas do charleston, a estética do momento. Mais tarde, foi a vez da celulose, uma espécie de plástico flexivel e brilhante, que criava formas mais naturais e permitia movimentos. O problema era a degradação rápida: o material ficava pegajoso depois de algum tempo. Hoje, os manequins são feitos de modernas fibras e resinas que permitem realismo, leveza e facilidade de manutenção.
Quem é quem? A Expor Manequins está lançando no mercado a tecnologia E-Models que permite a reprodução dos traços reais de uma pessoa em um manequim de loja. “A utilização de modelos de passarela para criar manequins já foi utilizada na Europa antes, no entanto, sempre com escultores, exigindo um alto custo e muito tempo para desenvolvimento. O pioneirismo do E-Models é utilizar a mais moderna tecnologia disponível para tornar viável o uso de modelos a custos e prazos reduzidos, permitindo, por exemplo, o uso combinado de um modelo na propaganda e o mesmo modelo na loja, reforçando a comunicação e os seus resultados”, explica Octaviano. Para o lançamento da tecnologia, a Expor fez manequins de Camila Trindade, vencedora do Brazil´s Next Top Model.
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repor tagem
Backstage Valentino | Paris
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Cabelos e maquiagens que estarão em voga Por inêz gularte e fernanda maciel
fotos desfiles e backstages: © Agência Fotosite
fotos referências: reprodução/divulgação
Não é de hoje que buscamos a perfeição. Desde a Antiguidade, a humanidade usa truques de beleza para parecer mais jovem. Os famosos banhos de Cleópatra, com leite de cabra para deixar a pele viçosa e mais branca, que o digam. De lá para cá, a preocupação parece não ter mudado tanto assim. O que avançou, e muito, foi a tecnologia envolvida nos processos de embelezamento. Cremes capazes de preencher rugas, bases que tratam a pele e protegem do sol, ao mesmo tempo em que escondem imperfeições, batons que hidratam e previnem rugas, além de colorir os lábios... Sem falar nos milagres da dermatologia e da medicina estética, com o botox, os pellings, entre outros. Pois, todas as temporadas, os artistas da beleza, cabeleireiros e maquiadores, levam para as passarelas do mundo suas propostas para as novas estações. Acompanhados de perto pela indústria cosmética, eles apresentam ao mundo como serão os estilos do futuro. Quais os cabelos, as maquiagens, as referências de beleza que vão guiar as novas estações. Nesta reportagem, apresentamos para você como as megatendências Bem-Estar, Natural e Tecnologia e Emoção, propostas pela UseFashion para o verão 2011, se desenvolvem na beleza. Mostramos também, um apanhado do que as passarelas de Nova York, Londres, Milão e Paris trouxeram em termos de cabelos e maquiagens. Em entrevista, conversamos sobre os cabelos de inverno com Wanderley Nunes, um dos hair stylists mais famosos do país, que comanda o Studio W. Para falar sobre a maquiagem de inverno, convidamos o maquiador da Natura, Marcos Costa, e a maquiadora sênior da M.A.C, Fabiana Gomes. Sobre as cores que vão estar em alta nos cabelos, falamos com Vivian Peuker, gerente de marketing da Niely. Você não pode deixar de conferir!
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repor tagem
Milagres através dos tempos Os primeiros registros de que se têm notícias sobre a maquiagem remontam há mais de 160 mil anos na África do Sul. Nossos ancestrais pintavam o corpo, com pigmentos retirados das rochas das cavernas. Mas, a maquiagem, com objetivo de corrigir imperfeições ou ressaltar qualidades, como conhecemos hoje, remonta ao Antigo Egito, em 3.100 a.C. O busto da Rainha Nefertiti, que ficou conhecida por sua beleza deslumbrante, foi encontrado no século 20 por arqueólogos e considerado o marco zero da maquiagem com fins estéticos. “Aumentar os olhos com delineador, corrigir as sobrancelhas, evidenciar os maxilares com blush e sombrear as pálpebras, para que a cor dos olhos se sobressaia, são truques muito mais antigos do que se pensa. Desde os primórdios da civilização, o ser humano tenta ir em busca de perfeição e, exatamente por isso, é obrigado a usar artifícios que lhe permitam esconder o que acha imperfeito”. A declaração é da historiadora Ana Carlota Vita, autora do livro História
da Maquiagem, da Cosmética e do Penteado. Ela explica que a maquiagem é a "persona" grega, a máscara usada no teatro. “Você fica como os outros verão você, diferente do que você é realmente. Por mais natural que seja a maquiagem de hoje, há sempre uma diferença entre um rosto lavado e um rosto maquiado”. A historiadora diz que as mulheres do passado eram menos radicais e se preocupavam mais com a pele do que com a forma física. Os rituais de beleza, até a década de 1960, eram quase todos voltados para a beleza do rosto, pescoço e dos braços. “Antes do evento Twiggy (a manequim inglesa que pesava 45 quilos e virou ícone dos jovens da época nas mãos de Mary Quant), as mulheres eram mais ‘substanciosas’. Hoje, por trás de uma ‘beleza natural’, estão horas de malhação na academia, sessões de massagem, laser, esfoliação, sem falar das dietas severas e algumas gotas de botox”.
Cabelos do inverno 2010 Wanderley Nunes, hair stylist conhecido por ser o preferido de muitas estrelas, em seu Studio W, diz que o importante é passar naturalidade. “Os desfiles conseguem dar à mulher uma visão da combinação das roupas e cabelos. Pessoas que usam muitas roupas escuras tendem ficar mais bonitas com cabelos claros. Roupas chamativas pedem cabelos mais básicos. Mulheres baixas que não gostam de saltos não ficam bem de cabelos muito compridos. Na moda, a mulher consegue ver que ela pode usar e o que ela pode negar. A moda é e sempre será a referência. No salão, o trabalho do profissional é passar à cliente o que combina com ela”.
UseFashion: Quais os cortes de cabelo que estarão em evidência no próximo inverno? Wanderley Nunes: Os curtos fizeram muito sucesso no verão e podem continuar nas cabeças das mulheres com a mesma atitude. Já para quem prefere outras tendências, os médios e longos devem ser repicados com movimento e desenvoltura, deixando o cabelo com o efeito afinado, o que alonga mais o rosto. O cuidado na frente deve ser com o repicado degradé, que não está mais na estação, a não ser que seja um repicado longo, que abre as expressões.
UF: Existe uma tonalidade que estará em destaque? WN: A tendência pede tons um pouco mais claros que os habituais para a época, pois devemos ficar atentos a mudanças bruscas nas fibras dos fios. Tudo tem que visar à naturalidade e preservar a saúde dos cabelos. Para esquentar os tons e criar versatilidade, sem deixar de lado a harmonia, o ideal é dourar os fios com tons caramelo, amendoado e mel. Além de ser uma tendência sofisticada, é uma estratégia saudável. Para mulheres que seguem tendências conceituais, os tons acobreados, ou o marrom mesclado com caramelo, são opções elegantes. UF: O que pode ser proposto no exterior, em termos de beleza, que não pega no Brasil? WN: A mulher brasileira gosta de se sentir sensual, com cabelos soltos e com movimento. Na Europa, por exemplo, os cabelos são mais curtos, espetados, engomados, cores mais fortes, isso não pega no Brasil, pois o clima é diferente, a moda é diferente. UF: Em termos de tratamentos, houve uma febre das escovas progressivas. O que deve “virar febre” entre as mulheres em 2010? WN: Os cabelos lisos sempre estarão em alta, porém a nova febre estará nos cabelos mais modelados e não chapados. O efeito bobes é uma grande aposta.
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Antes
Depois
A maquiagem feita através de um aparelho de ar comprimido chamado airbrush é a grande novidade em tempos de imagem digital. Substituindo os pincéis, o aparelho é uma pistola que utiliza ar comprimido para reforçar os efeitos da maquiagem, dar o efeito perfeito e natural ao rosto e fixar o make por mais tempo. O maquiador Cayo Lanza, do Studio W, do Shopping Iguatemi, em São Paulo, é um dos profissionais a trabalhar com a novidade. Ele conta que o efeito dura até 20 horas, mas alerta. “O domínio da técnica é importante. Tanto a distância quanto a quantidade aplicada pode deixar a maquiagem com um ar muito carregado, criando uma aparência envelhecida e até correndo o risco de trincar nas regiões das marcas de expressão”.
m.a.c “Vamos receber a Studio Moisture Tint, um hidratante tonalizado com FPS 15, que garante pele naturalmente hidratada, com viço e levemente tonalizada. Além disso, receberemos a mais que esperada máscara Studio Fix Lash, que define absurdamente os cílios e garante cobertura mais suave. A sombra em bastão, da coleção Warm and Cozy, mesmo antes de chegar ao Brasil, já está dando o que falar. Tem embalagem especialmente desenvolvida para coleção - é item de colecionador!” Fabiana Gomes, maquiadora Sênior da M.A.C
natura “Nos desfiles internacionais, foi uma onda danada de nudes”. Para Marcos Costa, maquiador da Natura, eles já fazem parte do make das mulheres e devem permanecer. “Mas aposto na volta incrível do olho preto vibrante. Sem esquecer dos cítricos, que aparecem de um jeito pontual na maquiagem da brasileira”. A Natura propõe sombras pretas, marrons, pérolas, nudes e nos tons cítricos como verde-limão e pink. “Eles são o contraponto do nosso inverno tropical.” Nos lábios, “vermelho-tomate, rosa, pink, cor de boca e um chocolate intenso vão colorir os lábios das brasileiras” aponta. Marcos Costa, maquiador da Natura
make do inverno 2010 Fabiana Gomes, maquiadora sênior da M.A.C, define a temporada como democrática, com tendências para todos os estilos. “A pele vem perfeitamente corrigida e acetinada, bocas vermelhas aparecem com força total e, em contrapartida, a boca nude vem se garantido como um clássico. Nos olhos, há predominância de tons terrosos, metálicos, cinzas e o hors concours – olho preto. A novidade é a sombra ganhando terreno fora dos olhos e partindo para as têmporas. As sobrancelhas ganham destaque especial, ou bem marcadas, ou apagadas”. Fabiana diz que, em muitos desfiles, a máscara cílios veio em segundo plano, com muita discrição, mas ela não acredita nesta tendência para o Brasil. Em seu entender, devemos fazer uma adaptação. “O que muda é a quantidade aplicada e o lugar. Podemos manter a máscara apenas nos cílios superiores deixando os inferiores nus”. Sobre as cores de sombras, ela conta que tons terrosos, cinzas, berinjela, verde-musgo e tons metálicos ganham força. As bocas vêm em escarlate, com variações de vermelho e vinho e, na contramão, o clássico nude. Mas a maquiadora alerta, “para o dia-a-dia (exceto, se o estilo comportar) uma boa opção é escolher um batom nude, com subtom quente, como rosa ou coral, para garantir que a boca não fique absolutamente apagada”. Fabiana diz que é bom guardar um lugarzinho para o gloss no centro dos lábios.
avon A Avon não trabalha com lançamentos futuros. Entre suas apostas para este verão 2010, a linha Color Trend traz o Duo de Sombras que ganha nova cartela. Outra novidade fica por conta da máscara Spectra Lash, que permite o controle do volume dos cílios. “A inovadora embalagem de Spectra Lash permite regular a quantidade do produto que sai no pincel, a partir de um dispositivo móvel com três níveis de movimento, localizado em sua base”. Juliana Barros, gerente de Maquiagem da Avon Brasil
niely “Para o próximo inverno, apostamos em cores quentes como vermelho e chocolate para contrastar com a pele mais pálida. A Niely usa a tecnologia do silicone e do filtro UV em sua coloração, para dar maior proteção aos fios. Além do tratamento Fixacor, para maior fixação e durabilidade da cor.” Vivian Peuker, gerente de marketing da Niely
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repor tagem
Por kamila hugentobler
As referências que vão guiar cabelos, maquiagem e cuidados com o corpo seguem as megatendências propostas pela UseFashion para a temporada. Acompanhe como cada uma delas se desenvolve.
Manter-se saudável, preservar suas características e formas naturais. Como estilo de vida, a busca por conservar-se bem e com saúde, priorizando o cuidado com o corpo de forma sadia. - Produtos orgânicos; - Fórmulas e comida naturais; - Slow food e vegetarianismo como estilo de vida.
Betty Jackson | Londres
Suco natural
Powder Blush M.A.C
A-Lab | Milão
Shampoo Orgânico de Cassis e Noni
Chloé | Paris
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A estética que busca naturalidade, mesmo de forma fake. A procura pela aparência saudável, através de recursos que, por vezes, fogem ao natural, denotando saúde sem sustentação real. O uso de ferramentas e artifícios para alcançar a sensibilidade através do belo. - Produtos com propriedades que disfarçam imperfeições; - Uso excessivo de artifícios que contornam os efeitos do tempo (massagens, cirurgias, cremes, botox, etc).
Campanha Louis Vuitton
Toxina Botulínica
Blush Terracotta Guerlain
Máscara facial à base de pó de ouro
Louis Vuitton | Paris
Dior | Paris
Interação. A comunicação, a expressão do seu “eu” através de uma máscara criada, diariamente, por meio de ferramentas que sustentam uma personalidade ou a busca incessante da mesma. - Cores, texturas, sobreposições; - Adornos, materiais tecnológicos; - Novidade e originalidade. Cílios postiços
John Galliano | Paris
Preenchimento facial
Givenchy | Paris
Cirurgias plásticas
Jean Paul Gaultier | Paris
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Estilo limpo, clean, com toques que passam traços marcantes do rosto feminino, preservando a naturalidade da sua própria expressão.
Carolina Herrera | Nova York
Stella McCartney | Paris
Cores contrastantes, matizes fortes. Destaque para o efeito opaco e para as cores alaranjadas, os tons terrosos escuros e os vermelhos.
Rebecca Taylor | Nova York
Basso & Brooke | Londres
Imponente, o olhar feminino se torna mais austero e sedutor. Cílios marcados e muita cor. Sombras opacas fidelizam o look high-tech, enquanto o preto enfatiza o estilo futurista ou glamouroso, de acordo com a proposta do look.
Vivienne Tam | Nova York
Osman Yousefzada | Londres
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O hit da vez é a trança que, em estilos variados, serve de apoio para looks arrojados. Com base suave e ar clássico, tranças longas e baixas são recebidas em cabelos lisos e encaracolados.
Miu Miu | Paris
Bora Asku | Londres
Vistos tanto em lisos quanto em crespos, os cabelos presos, bem ao estilo minimalista, estão em alta.
Angelo Marani | Milão
Salvatore Ferragamo | Milão
Trazendo a naturalidade do cabelo volumoso, algumas marcas rechaçam a perfeição da prancha alisadora e abdicam as infinitas horas em frente ao espelho.
Louis Vuitton | Paris
Vivienne Westwood | Paris
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de s ign
POR Carine Hattge e ingrid scherdien
"Wash Me" Escrever “lave-me” sobre um carro empoeirado é tentador e praticamente irresistível para as crianças. Essa situação serviu de inspiração para dez artistas que participaram do projeto “Wash Me”, realizado pelo Grupo BMW. Cada artista customizou um automóvel modelo Mini Cooper, produzindo verdadeiras obras de arte. Os resultados foram compilados em um livro com edição limitada de 2 mil cópias, mas que também pode ser baixado gratuitamente no site do projeto, que traz diversas imagens e mais informações. Acesse: www.washme.ch
Luminária La REINA O designer Federico Otero, do estúdio Otero Design, foi ganhador de prêmios na Hospitality Design Expo 2009, em Las Vegas, e também na Feira NeoCon® 2009, em Chicago, com a sua luminária La Reina. A concepção da luminária foi baseada nos efeitos de luz e sombras que uma árvore proporciona. Os recortes da estrutura proporcionam uma sensação de movimento gerando um efeito ótico em um espaço interior. A “Rainha” vem em dois tamanhos, com 60cm e 90cm de comprimento. Mais imagens em: www.otero-d.com
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fotos: divulgação e reprodução
Mamadeira Fashion Quem observar o produto pela primeira vez pode até ter uma sensação de estranhamento, mas a iiamo Go é realmente uma mamadeira. De forma não convencional, também é uma garrafa que aquece o leite, sem o uso de eletricidade. Projetada pelo famoso designer Karim Rashid, a iiamo é moldada com polipropileno e usa um sistema orgânico de aquecimento, feito de sal e água desidratada. A superfície brilhante e colorida e as formas inusitadas já são reconhecidas como estilo de Rashid. Conheça: www.karimrashid.com
Pôsteres minimalistas A paixão por seriados fez com que o diretor de arte inglês Exergian criasse diversos pôsteres com formas minimalistas e geométricas. Utilizando poucos símbolos, cada pôster remete a um seriado televisivo escolhido pelo diretor. O trabalho foi desenvolvido por conta própria, mas tem rendido uma boa repercussão para o profissional. Em seu site, é possível contatá-lo para adquirir o pôster de sua série preferida. Veja todos: www.exergian.com
Banco R540 Inspirados pela arquitetura da ponte estaiada Octávio Frias, em São Paulo, os designers Paulo Biacchi e Carolina Armellini, da Fetiche Design, desenvolveram o banco de balanço R540. Feito com espaguetes de PVC, o banco possui tramas em linhas retas que criam a ilusão de curvas. Através do tensionamento dos “cabos”, os designers chegaram ao raio de 540mm, por isso o nome do banco. O R540 também proporciona um leve balanço, causado pela instabilidade proposital dos dois anéis de metal cromado que fazem a estrutura. O produto ainda possui referência nostálgica, pois lembra as tramas das antigas cadeiras de varanda. Veja mais em www.fetichedesign.com.br
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c ul t ura
p o r E d ua r d o Mot ta
diversidade feminina A fotografia é uma técnica que não se separa da vinculação com a tecnologia e, muito menos, dos laços com o tempo atual que está diante das suas lentes. Entretanto, o principal recorte desta última edição da Paris Photo, que aconteceu no final de 2009, foi a produção islâmica. Logo percebi que ela entrava em contraste aberto com as imagens produzidas pelos fotógrafos do lado ocidental. Meu interesse era por retratos. De um lado, estavam personagens registradas em
muitos pixels e por sensibilidades realistas, como a da holandesa Rineke Dijkstra. De outro, reverberava o passado, com inconfundível sotaque étnico como pano de fundo e cada um retratado como uma extensão da cultura circundante. A dualidade inevitável foi se afunilando até restar apenas as imagens acima. A primeira é de Lalla Essaydi, fotógrafa interessada em investigar a mulher na cultura islâmica, que ela confronta com a representação feminina
paris photo
na pintura do século XIX. Lalla registra mulheres literalmente transformadas em suporte da cultura, nas quais a escrita é que inscreve as sutilezas e os conflitos da condição feminina em um ambiente de privilégios masculinos. Ela escreve: “a presença do homem define os espaços públicos, as ruas, os pontos de encontro. As mulheres estão confinadas aos espaços privados, à arquitetura doméstica.” A da direita é de Rita Barros que, por contingência e opção, está absoluta-
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fotos: parisphoto.com.fr/divulgação
Ela se atira de cabeça em temas da atualidade e experimenta as possibilidades dos comportamentos femininos urbanos contemporâneos. Nada mais significativo que sua produção de autorretratos. Como este da imagem, “The last Cigarrete”, em que a inscrição dela na cultura se dá pela subjetividade das pequenas decisões, no
caso parar de fumar, acionadas por um sujeito autônomo. Rita Barros aborda a condição feminina ocidental sem precisar explicitá-la. As duas são artistas de seu tempo, interessadas em registrá-lo e também em interferir nele. Curiosamente, a longa distância entre as culturas que ambas representam não se reflete nem no tempo - elas têm idades semelhantes -, nem na distância física entre seus países de origem. Rita é portuguesa, Lalla é marroquina. Uma pequena extensão de oceano separa o ambiente de onde uma e outra vieram ao mundo para serem iguais (mulheres e fotógrafas) e, ao mesmo tempo, tão diferentes.
foto: Pedro David/divulgação
mente inserida na cultura pop ocidental. Ela vive, há 21 anos, no lendário Chelsea Hotel, em Nova York, no quarto onde morou Arthur C. Clarke, escritor que teve a obra levada ao cinema em ‘2001: Uma odisséia no espaço’ e ‘2010: o ano em que faremos contato’. O trabalho de Rita é colado no presente.
Eduardo Motta é designer, consultor de moda da UseFashion, com formação em Artes Plásticas e autor do livro “O Calçado e a Moda no Brasil - Um Olhar Histórico”.
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Glorinha Paranaguá delicadeza em materiais rústicos e artesanais Por INÊZ GULARTE
Ela viajou o mundo, morou em Paris, em Viena, na Espanha, na Suécia, no Marrocos, no Kuwait e na Venezuela. Como embaixatriz, conheceu muitas culturas de perto e trouxe para suas criações toda a delicadeza do feito à mão. Seu acabamento primoroso e suas ideias originais acabaram conquistando mulheres mundo afora. Nos anos 1990, quando voltou de um período em Paris, abriu sua loja em Ipanema. Hoje, Glorinha Paranaguá vende seus produtos em multimarcas no Brasil e também no exterior. É possível encontrar sua grife na Barney’s, em Nova York; na Brown's, Liberty e Heidi Klein em Londres; na Czarina, em Monte Carlo; na Johnnie Brown's, em Palm Beach; e na Enny di Mônaco, em Atenas. Vencedora do prêmio Moda Brasil, na categoria Acessórios, em 2009, Glorinha conversou com a UseFashion sobre sua carreira.
UseFashion: Como começou o interesse por criar bolsas e acessórios? Glorinha Paranaguá: Sempre gostei, mas morei alguns anos em Paris e lá começou minha paixão. A mulher francesa repete a roupa e muda os acessórios para criar um novo look. Para elas, o calçado, a bolsa, o acessório tem muita importância mesmo. Percebendo isso, meu interesse cresceu. Vi que não adiantava usar um vestido novo em folha com um modelo de bolsa “caindo aos pedaços”. O acessório faz toda a diferença. UF: Você costuma trabalhar com matérias-primas naturais, como bambu e madeira. Uma tendência mundial. Como você escolhe os materiais que vai usar? GP: Na época em que comecei a trabalhar com estes materiais, isso ainda não era uma tendên-
cia, mas eu sempre gostei de artesanato. Com meu marido sendo diplomata, vivi e conheci a cultura de vários lugares do mundo. Sempre prestei muita atenção ao trabalho dos artesãos. UF: Existe alguma dificuldade em trabalhar com estes materiais? GP: Sim. Cada peça é uma peça. O processo exige um trabalho minucioso, artesanal. Às vezes um modelo passa por duas, três mãos antes de ficar pronto. Uma pessoa monta, outro faz o forro... Não é como trabalhar com o couro, por exemplo. Onde você corta os moldes e pode produzir em escala industrial. UF: Suas peças vendem não apenas no Brasil, mas também no exterior. A que você atribui esta grande aceitação do que produz?
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fotos: divulgação
GP: Os modelos que crio são meus, são diferentes. Também tem o fato de trabalhar apenas com material nacional. Isso faz diferença para os estrangeiros. Mas, claro, tudo é muito bem-feito, muito bem-acabado. Por isso faz sucesso. UF: Como é sua rotina de trabalho? GP: Eu acompanho cada detalhe da produção, vou todos os dias para a fábrica. Hoje minha nora, Nana Paranaguá, é meu braço direito. Ela que me ajuda em tudo. UF: Você tem um hobby?
GP: A moda nacional vai muito bem. Admiro muito o trabalho do Ronaldo Fraga. Ele sempre tem alguma coisa a dizer. UF: Pode adiantar um pouco do que está preparando para sua coleção de inverno? GP: Para a noite, cetim, estojos de madeira, osso, chifre, pingentes de seda que podem ser trocados de acordo com a roupa. Os pingentes já existem e vão continuar na coleção de inverno. Também teremos modelos em camurça, em crochê com couro e carteiras com botões de osso e de madeira.
GP: Sim. Adoro bordar. Faço sachês, almofadinhas, para dar de presente às minhas amigas.
UF: O que é mais importante em uma peça Glorinha Paranaguá?
UF: Como você vê a moda nacional hoje?
GP: Tem que ser muito bem-feita e com acabamento impecável.
UF: Um livro? GP: Gosto da coleção sobre cinema latinoamericano, escrita por Paulo Antônio Paranaguá, meu filho. Ele é jornalista do Le Monde, em Paris. UF: Um ídolo? GP: Yves Saint Laurent. UF: Um lugar no mundo? GP: Paris!
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negóc ios
a - Just - je Privalia
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BrandsClu
Clubes de compras online deslancham no Brasil Sites oferecem alternativa para liquidar o estoque e descontos generosos para clientes Por daniel bender O ano de 2009, provavelmente, foi o ano dos clubes de compras de moda no Brasil. Seja através de investidores estrangeiros ou de empreendedores bem-relacionados, eles cresceram bastante e estão rapidamente transformando a dinâmica da distribuição de moda ao oferecer produtos de marca, com preços competitivos, em promoções de pouca duração. Para os fabricantes, abrem-se novos canais de venda de pontas de estoque. O que é e como funcionam O modelo de negócio surgiu no início da década, na França, com o vente-privee.com que, só deslanchou mesmo, após a entrada de investidores de risco na empresa há poucos anos. O conceito é simples. O clube disponibiliza um canal de vendas eficiente para distribuidores ou fabricantes com estoque excedente para uma clientela cativa. No entanto, para manter a fideli-
dade e o interesse dos membros é preciso operar com preços bem abaixo do mercado. Em alguns casos, o vendedor envia os produtos aos clientes, diretamente da fábrica, sem sequer estocá-lo diretamente. Outra característica importante está nas vendas-evento. Nelas, divulgase para os participantes que, em determinados dias, será vendido determinado produto por certo preço. Os interessados precisam correr para comprar e contar com a sorte de achar o tamanho adequado. Vale lembrar que se trata de ponta de estoque, portanto, as grades geralmente estão incompletas. Os maiores clubes do país Lançado em 2006, na Espanha, o Privalia (falase Privália) chegou ao Brasil no início de 2009 com fôlego para investir em criação de cadastro. Com isso, o site liderado por André Shinohara, ex-Submarino e Phillips, conseguiu mais de 800
mil membros habilitados a comprar as cerca de 200 marcas associadas e obteve a liderança em visitação no país em 12 meses de operação. Fruto da união de capital estrangeiro com empreendedores brasileiros, o BrandsClub alega possuir um número maior de membros, 900 mil, e mais do que o dobro de marcas associadas, 500. “Os fabricantes devem considerar os clubes de compra como um canal alternativo de distribuição”, explica Paulo Humberg, CEO do BrandsClub e responsável pelo lançamento dos sites Shoptime e Lokau, entre outros. “Conseguimos vender grandes quantidades de produtos em pouco tempo”, afirma Humberg. É comum, entre os clubes de compras grandes, que um evento de 2 ou 3 dias (as ofertas têm tempo limitadíssimo) resulte na venda de 4 mil pares de calçados, por exemplo. Na opinião de Humberg, “para o fabricante é interessante ter um canal alternativo para gerar
fotos: divulgação
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“Tivemos um crescimento vertiginoso em 2009.” (Pierre-Emmanuel Joffre fundador do Coquelux)
“Conquistamos mais de 800 mil membros habilitados a comprar em 2009” (André Shinohara - CEO do Privalia)
“Vendemos grandes quantidades de produtos em pouco tempo.” (Paulo Humberg - CEO do BrandsClub)
caixa rapidamente”. Segundo ele, algumas marcas já direcionam parte de suas coleções mais atuais para a venda nos clubes. Aquela parte que eles percebem não vender tão bem quanto o esperado, claro. Luxo como foco Bastante concentrado no público de alta renda, o Coquelux não ostenta grandes números de membros, mas seu fundador, Pierre-Emmanuel Joffre, afirma conseguir vender a mesma quantidade de itens que os clubes maiores com uma base de membros 90% menor (portanto, entre 80 e 90 mil sócios). Entre os diferenciais, está a necessidade de receber convites de amigos para entrar (nos outros basta cadastrar-se) e o mix que não se limita à moda, mas abrange vários segmentos de luxo, como champanhe e relógios. Além de preços compatíveis com itens de luxo. De acordo com Joffre, o clube atingiu um crescimento vertiginoso em 2009. As vendas cresceram mais de 10 vezes e o objetivo para 2010 é continuar crescendo, mas, dessa vez, de forma menos ambiciosa. A meta do site é crescer “apenas” cinco vezes. Mercado em expansão O ano passado foi uma fase de consolidação
dos clubes de compras. Todos cresceram muito e de forma rápida. Segundo Humberg, do BrandsClub, essa rápida expansão provavelmente se deve ao atraso do mercado de moda online no Brasil. Enquanto que nos Estados Unidos é uma das categorias que mais vende, por aqui, a participação fica muito abaixo de eletrônicos, passagens e ingressos. No entanto, o crescimento de moda e acessórios é muito superior. Segundo dados do e-bit, as vendas da categoria cresceram 108%, em outubro de 2009, em comparação com o mesmo período do ano anterior. Enquanto isso, a média do mercado online egistra crescimento abaixo de 30%. Classes B e C são a nova fronteira Com o mercado de moda de luxo ocupado por dois concorrentes fortes, Coquelux e BrandsClub, está esquentando a corrida para conquistar as classes B e C. O BC Blue, que é uma extensão do BrandsClub, é um exemplo. “Acredito que o BC Blue possa ser considerado como uma iniciativa neste segmento, apesar de ser mais focado em marcas jovens”, conta Humberg. O Privalia também se coloca neste segmento, tanto devido aos produtos oferecidos quanto às marcas associadas. No mesmo mercado de ponta de estoque, mas não caracterizado como clu-
be, pois não precisa de cadastro prévio, o Outlet Online segue crescendo no vácuo dos grandes ao oferecer produtos de marcas conhecidas com descontos significativos. Riscos para o fabricante Logicamente, nem tudo são flores. Ao direcionar grandes quantidades de produtos para clubes de compras, os produtores de moda precisam estar cientes que pode haver um prejuízo para a marca e sua margem de lucro. Vender, nestes canais, um pequeno excedente por estação geralmente é uma boa alternativa para gerar caixa rapidamente. Porém, direcionar uma quantidade muito grande, pode indicar fragilidade na criação de moda e dificuldade de venda nos canais habituais. Clubes de compras de moda Privalia.com Brandsclub.com.br Coquelux.com.br Superexclusivo.com.br BCblue.com.br Outros citados OutletOnline.com.br Ebitempresa.com.br
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c am pu s
Craft Design Novidades em decoração Acontece, no final deste mês, a Craft Design, feira de negócios destinada a lojistas, arquitetos, decoradores, designers e estudantes das áreas afins. Conhecida por apresentar produtos inovadores, com aspectos funcionais e responsabilidade ambiental, a feira tem se firmado como um evento lançador de tendência, com a presença de novos talentos e também de nomes consagrados entre seus participantes. Com o objetivo de contribuir para a renovação do mercado, a Craft Design criou algumas ações. Entre elas, o Espaço +, uma plataforma de lançamento de novos designers que apresentam, pela primeira vez, as suas criações.
Jaya! by Sabrina Arine
Há também o Prêmio Craft Design – Objeto de Decoração. Com foco no “Melhor Objeto” o prêmio é dividido em duas categorias, profissional e estudantes, reconhecendo o trabalho de designers consagrados, e dando oportunidade e visibilidade a estudantes. O edital do 3º Prêmio Craft Design, que é organizado em parceria com o Instituto Meio, será lançado no dia de abertura da feira. Outra ação é o Craft Design Apóia, com o objetivo de facilitar o acesso ao mercado de decoração a grupos produtivos com baixa capacidade financeira. A organização cede um espaço na feira e fornece todo o suporte ao grupo apoiado.
Aluizio Figueiredo
O evento tem ainda o espaço Edição Limitada destinado a artistas plásticos e designers que produzem peças únicas ou pequenas séries. Uma oportunidade e tanto para quem precisa mostrar seu trabalho autoral.
Craft Design Quando: de 26 de fevereiro a 1º de março Horário: das 10h às 20h Local: Centro de Eventos São Luís (Rua Luís Coelho, 323 - Consolação - SP)
Bernardo Kraniansky
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Marilena G.
Bumer Ox
Maria Maria
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Concurso Abipti Nova identidade visual A participação no concurso que selecionará a nova identidade visual da Associação Brasileira de Instituições de Pesquisa Tecnológicas (Abipti) é aberta ao público em geral, tanto para pessoas físicas quanto pessoas jurídicas, sendo permitida a apresentação de mais de um trabalho por participante. O vencedor ganhará um prêmio de R$ 1 mil. A comissão julgadora levará em consideração os seguintes critérios: conceito, legibilidade, personalidade, contemporaneidade e pregnância.
As propostas deverão considerar a missão da Abipti: representar e promover a participação das instituições de pesquisa e desenvolvimento tecnológico no estabelecimento e na execução da política de desenvolvimento nacional. Além disso, devem contemplar os objetivos da associação, de acordo com o que está previsto no seu estatuto. Os interessados deverão preencher entregar as propostas na sede da Abipti, em Brasília, até o dia 1º de março de 2010, das 9h às 17h,
pessoalmente ou pelos Correios, via Sedex. O endereço para postagem é o seguinte: SCLN 109 Bloco C, salas 201 a 204, CEP: 70752-530.
Concurso ABIPTI Inscrições: Até 1º de março Informações:www.abipti.org.br
II Prêmio Sebrae Minas Design Inscrições abertas O Prêmio Sebrae Minas Design é uma oportunidade para estudantes e profissionais de design de todo o Brasil apresentarem projetos inovadores para micro e pequenas empresas. O objetivo do prêmio é estimular o desenvolvimento de produtos originais, funcionais e que contribuam para otimizar processos, economizar recursos, eliminar desperdícios e aumentar a competitividade de micro e pequenas empresas de Minas Gerais. Em sua 2ª edição, o concurso irá abranger
os seguintes setores econômicos: Ardósia (Papagaios/MG), Calçados (Nova Serrana/MG), Eletroeletrônicos (Santa Rita do Sapucaí/MG), Móveis (Ubá/MG), Resíduos da Construção Civil e Resíduos (ardósia, calçados, eletroeletrônicos e móveis). Os vencedores vão participar de uma mostra em Belo Horizonte, do catálogo do Prêmio, a ser distribuído pelo Sebrae para as empresas dos setores e municípios selecionados para esta edição, e também receberão certificado e troféu,
além de participarem de missão internacional organizada pelo Sebrae. A primeira edição do Prêmio, em 2008, teve mais de 120 projetos inscritos, 56 trabalhos finalistas e 12 vencedores.
Prêmio Sebrae Minas Design Inscrições: até 31 de março Informações: www.sebraemg.com.br
Beauty com Max Weber Make, hair e maquiagem básica A Escola São Paulo oferece uma oportunidade para quem deseja aprender técnicas de make hair e maquiagem básica. O curso é pautado na prática e vai abordar os seguintes conteúdos: análise e visualização do rosto e do cabelo para definição de materiais; como preparar a pele, os olhos e a boca utilizando efeitos de luz e sombra, entre outros. O curso é voltado para estudantes, profissionais e interessados das seguintes áreas: moda, beleza e entretenimento. Max Weber, que irá ministrar o curso é um
dos principais nomes do mercado nacional de beleza. O maquiador atua ao lado de fotógrafos renomados como Miro, J.R. Duran, Bob Wolfenson, Jacques Dequeker, Gui Paganini e Maurício Nahas. É responsável pela beleza de campanhas de marcas de moda como Zoomp, Forum, Cia. Marítima e Valisère, além de assinar o make&hair de diversos desfiles de moda. Max foi vencedor do 14° Prêmio Avon de Maquiagem e, em 2008, do Prêmio Moda Brasil na categoria hair stylist.
Curso Make Hair e Maquiagem básica Data: 26 e 27 fevereiro Horário: sexta: das 19h às 22h e sábado das 10h às 17h, Preço: R$ 520,00 Local: Escola São Paulo Rua Augusta, 2239 Informações e Reservas: (11) 3060.3636 www.escolasaopaulo.org
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opinião
Moda jeans fotos: divulgação
Fantasia estética sem preconceito Por Lu Catoira
Vestir um jeans é mais do que simplesmente vestir uma calça. É adotar uma identidade que transmite um estilo de vida. O jeans é um produto mágico que tem uma energia jovem, por isso não tem limites e transpõe todas as barreiras estéticas, de costumes e padrões da moda. Mesmo se usado simplesmente como uma roupa (sem qualquer apelo fashion) ele, com certeza, foi escolhido por ser um produto ‘que todos usam’, durável e descontraído. Vemos então que o jeans tem uma carga emocional inconsciente - o que é trabalhado pelo marketing das grifes para despertar o desejo pelo produto, tornando-o um ícone fashion.
Observando a indústria têxtil brasileira, verifica-se que ela é um dos expoentes na fabricação do jeans, inclusive, expondo e vendendo para o mercado internacional. Em termos de marca, já existiram muitas que surgiam como grifes de jeanswer dos anos 1980, como Dijon, Enéas Franco, Jeaneration, Staroup. Hoje, a Ellus, Forum, M.Officer, Gang, entre outras, ganham a mídia como marcas de jeanswear. As reflexões giram sobre uma
vestimenta surgida há mais de 150 anos, que sobrevive às efemeridades da moda. Afinal, o jeans, como o tecido, é indispensável em qualquer guarda-roupa. As observações sobre essas reflexões nos levam à comunicação. Nela, o mercado elabora, a mídia divulga e o consumidor se envolve nas fantasias estéticas sem qualquer preconceito.
Ele tem, em sua trajetória de sucesso, uma fórmula perfeita de ingredientes tangíveis (tecidos, formas e lavagens) e intangíveis (cultura, costumes) que perfazem a própria dinâmica do produto – e que parece não se esgotar nem na forma, nem na tecnologia. O jeans fez parte da evolução do vestuário no século 20 e, como um código, está tanto na consciência do indivíduo, que age racionalmente, quanto no inconsciente, através de ações instintivas. Ele parece provocar uma sensação tátil. O estudo sobre o jeans foi um desafio que exigiu muita pesquisa e foi feito em duas etapas. Da primeira resultou o livro “Jeans, a roupa que transcende a moda”, lançado em 2006, que analisa o jeans no sistema da moda. No final de 2009, um novo livro, “Moda jeans, fantasia estética sem preconceito”. Nele, o objetivo foi buscar os valores da cultura contemporânea e a fantasia estética que o jeans expressa. A linha do segundo livro é a observação do jeans na comunicação, desde a elaboração do produto jeans – que tem o foco no consumidor –, até as ações estratégicas das marcas, que geram o desejo de consumo.
* Lu Catoira é jornalista, produtora, professora e consultora de moda. Atua há 30 anos na área. Como jornalista, trabalhou em várias mídias, chegando a ser editora de moda das revistas Desfile e Pais e Filhos (de 1990 a 1997 - Bloch Editores). Na vida acadêmica, participou da criação e foi coordenadora do curso de Bacharelado em Design de Moda da Faculdade Senai-Cetiqt durante oito anos. Autora dos livros “Jeans, a roupa que transcende a moda” e “Moda jeans, fantasia sem preconceito”.
es t ilo
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LEONARDO MIGGIORIn O estilo do ator em 5 imagens selecionadas por ele Leonardo Miggiorin, o Flavinho de Viver a Vida, é apaixonado pelo universo das artes. Multimídia, ele respira arte, criação, cinema, teatro e música 24 horas por dia. No meio disso tudo, ainda precisa encontrar tempo para a faculdade de Psicologia, que teve que trancar devido à agenda de gravações.
fotos: divulgação
Miggiorin começou no teatro ainda adolescente, com 12 anos (hoje soma mais de 30 peças no currículo), e logo ganhou destaque na minissérie “Presença de Anita”, no papel de Zezinho. Na tevê, papéis marcantes: além de Zezinho, Shaolin, de “Senhora do Destino”, Rodrigo Andrade de Melo, em “Mulheres Apaixonadas” e Patrick, um estudante de teatro na minissérie “Som & Fúria”. No cinema, o ator estreou dois filmes: “Rinha” (que participou do festival de cinema latino-americano da HBO em Nova York)” interpretando Curly, um jovem aspirante a Playboy, e em “Mistéryos”, da produtora WG7BR, com o personagem Astolfo Dagoda. Como se não bastasse todo esse currículo, Leonardo descobriu outra paixão: a música. Ele é vocalista da banda Vista, na qual também faz algumas composições. Confira como ele definiu seu estilo:
e, Victorinox o, elegante Relógio da do, modern a e tic el fis e u so q ito é mu Acredito “Esse relógio nte, não é ostensivo. de o st o g e o usc orta is sempre b o mais imp ara mim, po s sem extravagâncias.” p ito fe er p seja , ma o e elegante ser sofisticad
Restaurante Skye O Skye é um rante/bar do Unique. tau res do ito mu to “Gos os amigos, ouvir rfeito para encontrar lugar sofisticado, pe incrível. É tamoferecer um cardápio boa música, além de ue proporcioeg o, mas sempre cons bém bastante badalad .” tes en nforto aos seus cli nar privacidade e co
CD Light Grena des do Incubus “O Incubus é a ba nda que mais me impactou nos últimos te mpos e a propos ta musical deles é bem pr óxima da que tem os para a banda Vista. In cubus é ótimo! É minha grande referência musical.”
Cafeteira da Nespresso “Adoro essa cafeteira porque ela me proporciona o prazer de receber meus familiares e amigos da melhor maneira possível, com um delicioso cafezinho.”
o anheiro ele banh io para b mar aqu d . to á o R ir / ra e o o v u d lh h a Espe ssoa o no c e d p n r ta e n u o a lq c n laro, e qua zes, é “Acho qu a boa música e, c novela, muitas ve m a tar.” u d n a o s c d e ouvin ravaçõ o para g h n s a te e te u n q Aliás, dura ica oportunidade ún a o h n a b
ves t uário
n at u r a l
Vestuá rio ve r ão 2011
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fotos: © Agência Fotosite
direção de pesquisa: patrícia souza rodrigues edição de moda: Eduardo Motta
Encorpando no horizonte, o verão do próximo ano já tem forma, cor e modelagem. Três estilos saltam aos olhos, entre os muitos desfiles que movimentaram os lançamentos em Nova York, Londres, Milão e Paris. Separamos um extrato fino do que se passou por lá, especialmente, para esta edição. Os estilos estão isolados entre si, como de fato acontece em muitos casos, e esta separação é ótima para a compreensão das características e sutilezas de cada um deles. Entretanto, é sempre bom ter em mente que, na prática, eles se misturam. E é aí que entra em cena a química da moda. Nela, o já existente emerge novo e desejável mais uma vez. Inspire-se e tenha a liberdade de desmontar o todo e recombinar as partes.
Natural A natureza não é uma moda passageira e atravessa estações como fonte de inspiração com a vitalidade de sempre. Uma boa expressão na moda é o look Calvin Klein, bruto e sofisticado na medida certa. Como o que está em questão é consciência ambiental, todo um estilo de vida acompanha esta tendência e ninguém melhor para representá-lo que Stella McCartney, uma das estilistas mais engajadas nas causas de sustentabilidade entre os criadores da atualidade.
Romântico O feminino atemporal, embebido em tons rosados de pele, rendas e laços. É da Fendi esta proposta vaporosa, meio lingerie, meio festa e, definitivamente, em dia com esta que é uma das tendências mais fortes da estação. A referência direta é com o Romantismo. Buscamos em uma pintura de Jean-Honoré Fragonard, do século XVIII, equilibrada entre inocência e sugestão erótica, como este estilo se insere na produção de moda atual. Com maior ou menor sutileza, dependendo da marca.
Militar Vem dos campos de batalha esta inspiração, mas fica longe de qualquer agressividade para guerrear, apenas como objeto de desejo nas melhores vitrines. O que define as escolhas, entre os elementos de referência, são os detalhes e soluções de senso utilitário. A Chloé é apenas uma das marcas que abraça a tendência e faz deste universo, originalmente masculino, um espetáculo da moda feminina. A imagem que acompanha o look é de uma das primeiras mulheres americanas alistadas nas forças armadas.
Stella McCartney Calvin Klein | Nova York
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m i lita r
rom â n ti co
v e r ão 2011
Young Woman Playing with a Dog, pintura do artista Jean-Honoré Fragonard Fendi | Milão
Militar americana Chloé | Paris
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Do despojado ao elaborado e precioso Nesta estação, a exuberância característica das referências étnicas cede espaço para a sutileza das texturas, a calma das superfícies foscas e dos tons neutros. Os têxteis, aparentemente rústicos, escondem com modéstia os avanços tecnológicos, exigidos ao longo do processo desenvolvido para se chegar aos materiais de aparência, toque e caimento perfeito. O estilo oscila entre dois pontos. Absolutamente econômico e limpo de um lado e glamouroso na outra ponta. A modelagem de soluções eficientes, mas discretas, se adapta, e lança mão de recursos elaborados. Sobre os tecidos crus, a pedraria e os fios brilhantes impõem um toque de luxo renovado.
n atu r a l
Bottega Veneta | Milão
Stella McCartney | Paris
Calvin Klein | Nova York
Marni | Milão
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v e r 達o 2011
Amanda Wakeley | Londres
Maurizio Pecoraro | Mil達o
Salvatore Ferragamo | Mil達o
Matthew Williamson | Londres
Chanel | Paris
Donna Karan | Nova York
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Entre a inocência e a malícia Não faltam os ingredientes esperados nesta receita de elementos femininos tão antiga quanto a própria moda: muita renda, suavidade, babadinhos e flores delicadas. A diferença fica por conta das proporções atualizadas, dos cortes secos, em contraste com os volteios das formas e dos fechamentos funcionais. Além disso, a modernidade impõe uma voltagem sexual que é só dela. A inocência cede lugar à sugestão erótica. Ressurgem as apimentadas pin-ups, do passado e do presente, e os corpetes, cintas-ligas e transparências em lugares provocantes.
rom â ntico
Blue Girl | Milão
Christopher Kane | Londres
Cynthia Steffe | Nova York
Marc Jacobs | Nova York
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v e r 達o 2011
Jean Paul Gaultier | Paris
Sophia Kokosalaki | Paris
Dior | Paris
Jean Paul Gaultier | Paris
Stella McCartney | Paris
Dior | Paris
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Do literal ao apenas sugerido Em princípio, o estilo parece pesado para uma estação que celebra a leveza em altas temperaturas e em poucos centímetros de tecido. Aos poucos, é que ele passa a fazer sentido, amenizado na forma, no peso dos têxteis e voltado para os detalhes decorativos e funcionais: dragonas, metais, bolsos com lapela, ajustes com passadores e cores típicas, predominando o cáqui e o verde-militar. Também nesta tendência, existe uma zona de passagem e é possível optar por modelos quase que tomados ao pé da letra, diretamente dos quartéis, como adaptações que diluem os elementos tratados apenas como memória de uma iconografia tão típica. Entram em cena, os camuflados transformados, encolhem-se as proporções, a cartela é expandida e, o que foi concebido para rapazes, vira coisa de menina.
m ilita r
Kenzo | Paris
Celine | Paris
Haider Ackermann | Paris
Balmain | Paris
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v e r ão 2011
Marc by Marc Jacobs | Nova York
Dsquared2 | Milão
Stella McCartney | Paris
Chloé | Paris
Kenzo | Paris
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ves t uário
O vestido fingido. Parece duas peças mas não é.
O vestido romântico/utilitário
O vestido evasê
peç as - ch av e
Rochas | Paris
Dries Van Noten | Paris
Cynthia Steffe | Nova York
Marc by Marc Jacobs | Nova York
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O short agora é chic
O short de cintura alta
A calça curta e reta
Matthew Williamson | Londres
O short de alfaiataria
Stella McCartney | Paris
O short balão
Valentino | Paris
Louise Goldin | Londres
Lela Rose | Nova York
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O macacão
A saia jeans com abertura frontal
A saia envelope
peç as - ch av e
Stella McCartney | Paris
A calça jeans comfort
Givenchy | Paris
Fendi | Milão
L.A.M.B | Nova York
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v e r ão 2011
O top regata e transparente
O top assimétrico e transparente
Cynthia Steffe | Nova York
Anne Valerie Hash | Paris
Detalhes
Marc Jacobs | Nova York
Babado armado
Alberta Ferreti | Milão
Apliques sobre transparência
Jil Sander | Milão
Moschino | Milão
O bolso com lapela O laço exagerado
Balenciaga | Paris
Recortes com materiais diferentes
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es ta m pa r i a
Listras irregulares
Prada | MilĂŁo
Marc by Marc Jacobs | Nova York
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v e r 達o 2011
Xadrez refrescante
Rapport optical
Christopher Kane | Londres
Floral neon
Givenchy | Paris
Rapport animal
Emporio Armani | Mil達o
Alexander McQueen | Paris
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memória
120 anos da Lanvin
rodu foto: rep
ção
foto: © Agência Fotosite
Por Juliana Zanettini
Jeanne L
Jeanne Lanvin nasceu em 1º de janeiro de 1867. Aos 22 anos, ela saiu da região da Bretanha francesa, no oeste da França, para a rua Faubourg Saint-Honoré, em Paris, onde começou a confeccionar vestidos, lingeries e chapéus. Embora tenha demonstrado desde cedo grande habilidade para a moda em geral, foi nas roupas para meninas que seu trabalho tornou-se conhecido. Isso porque ela criava lindos modelos para sua única filha e grande fonte de inspiração, Marguerite di Pietro, e logo seus vestidos conquistaram clientes ávidas por vestirem suas filhas com roupas iguais. A ligação entre as duas era tão grande que, em 1927, a estilista prestou uma homenagem à Marie-Blanche, como era carinhosamente chamada. Lanvin pediu ao gravurista Paul Iribe estilizar a imagem de uma mãe segurando a mão da filha no frasco do perfume Arpère, segunda fragrância da grife. Na época, Marie já tinha 30 anos.
anvin
Nos anos 1920, a estilista trabalhou principalmente em vestidos e chemises revestidos por bordados e miçangas. Suas roupas tinham uma linha arquitetônica de vanguarda para a época e uma delicadeza muito particular. Tecidos fluídos, acolchoados, rendas e lamês eram transformados em verdadeiras preciosidades nas mãos de Madame Lanvin. A estilista era fascinada por civilizações, sendo que, por diversas vezes, buscou inspiração no Egito, no norte da África, na Europa central e na América do Sul. À frente do seu tempo, Lanvin tornou-se uma grande mulher de negócios. Dividida em diversos ateliês, sua maison empregava cerca de 800 operárias entre vestuário, perfumaria, decoração e até uma fábrica de tintas. Lanvin morreu em 1946, aos 79 anos, e sua filha assumiu os negócios. De lá para cá, passaram pela direção criativa da Maison estilistas como Antonio Castillo, que deixou a casa para cuidar dos seus próprios negócios em 1962,
Alber Elbaz, atual estilista da marca
Jules François Crahay, que já tinha trabalhado com Nina Ricci, e um brasileiro, o estilista Ocimar Versolato. No ano de 2001, quem assumiu o posto criativo da Maison foi o marroquino Alber Elbaz. O estilista, que cresceu e estudou moda em Israel, foi o responsável por recuperar o fôlego da marca. Com bagagem adquirida pela passagem em ateliês como os de Geoffrey Beene, Yves Saint Laurent e Krizia, à frente da Lanvin, Elbaz caiu no gosto ao materializar um mundo de sonhos revestido por laços, texturas e volumes importantes. Brincando com o passado e o presente, até mesmo os tecidos populares são transformados em joias raras nas mãos dele. No ano de comemoração aos 120 anos da marca, Elbaz criou sete bonecas de porcelana em edição limitada, numa homenagem à madame Lanvin. Selos comemorativos para o serviço postal francês, artigos de papelaria e, até mesmo um globo de neve foram também desenvolvidos por ele para as comemorações.
Muito mais que inspiração
A UseFashion é a mais completa fonte de informações estratégicas sobre moda. Tudo que sua empresa precisa saber para inovar a cada dia, ampliar negócios e gerar lucros. Pesquisando no portal usefashion.com e no UseFashion Journal, a inspiração ganha cor, forma e valor. www.usefashion.com vendas@usefashion.com 0800 603 9000