Revista Reserva - #3

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ANO 02

SETEMBRO 2013

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SORRIDENTE RONY MEISLER

LOJAS RIO DE JANEIRO

Ipanema: Rua Maria Quitéria, 77 - loja F | Shopping Leblon - 1º piso Rio Sul - 2º piso | Fashion Mall - 2º piso | Village Mall - 2º piso

EDIÇÃO

BarraShopping - nível Lagoa | Rio Design Barra - 2º piso Downtown - bloco 5 loja 101D | Shopping Tijuca - 2º piso

ÉVANS QUEIRÓZ [diretor criativo] KAREN ARMAN [editora-chefe] ADRIANA OMENA [redatora e coordenadora editorial]

NITERÓI

Icaraí: Rua Cel. Moreira César, 228 - loja 109 | Plaza Shopping Niterói - 3º piso SÃO PAULO

PRODUÇÃO EXECUTIVA RICK YATES [gestor EVA] PALOMA TERRA [coordenadora de produção] GABRIELLA ADLER [assistente de produção]

Iguatemi - 2º piso | Market Place - 2º piso Pátio Higienópolis - piso Veiga Filho | Alphaville Iguatemi - piso Xingú Jardins - Rua Bela Cintra, 2149 | Shopping JK Iguatemi - 2º piso Morumbi Shopping - piso Lazer | Iguatemi Ribeirão Preto - 2º piso [em breve] Ribeirão Shopping - nível Califórnia [em breve]

VIVIAN FREITAS [assistente de produção] BELO HORIZONTE

ESTILO

Pátio Savassi - 2º piso | BH Shopping - piso Nova Lima Só Marcas - piso Térreo (outlet)

LISANDRO LANDELL [coordenador de estilo Reserva] PRISCILA BARCELOS [coordenadora de estilo EVA] MARIA CECÍLIA SAAD [coordenadora de estilo Mini]

BRASÍLIA

Park Shopping - 1º piso | Iguatemi Brasília - piso Térreo [em breve] SALVADOR

ARTE CARLOS DENISIESKI [coordenador de design] DIOGO ALBUQUERQUE [designer]

Salvador Shopping - 2º piso RECIFE

Shopping Recife - 5ª etapa - 1º piso [franquia]

CAIO JUNGER [designer] LUIZ GOMEZ [designer] RODRIGO CURI [designer]

GOIÂNIA

Flamboyant Shopping - 3º piso [franquia, em breve] BELÉM

PROJETO GRÁFICO AGÊNCIA RESERVA

Boulevard Belém - 3º piso [franquia, em breve] Você encontra RESERVA MINI nas lojas próprias da marca: Rio de Janeiro - Shopping Leblon (1º piso) e Shopping Tijuca (2º piso).

Tiragem 20.000 EXEMPLARES

São Paulo - Jardins - Rua Bela Cintra, 2149.

Periodicidade SEMESTRAL

Além disso, em todas as lojas Reserva das cidades do Rio e São Paulo

Jornalista responsável KAREN ARMAN MTB 21894

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IMPRENSA Multifato | Renata Reis e equipe multifato.com

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Josy Fischberg Jornalista e educadora, seu foco geralmente está em pessoas que a surpreendam. Crianças, segundo ela, são mestres nisso. E seus entrevistados nesta edição também… Desfoca de gente que é incapaz de se colocar no lugar dos outros.

Kim Courbet Foco na felicidade e desfoco de pequenos problemas. Esse é o Kim, dono do sorriso mais franco da Reserva. Já foi de tudo e hoje é curador de um super projeto de multimarcas que vem por aí. Nesta edição ele ataca de modelo sem vergonha. ALAN Rochlin Alan nem parece que tem só 21 aninhos, tamanho o talento e o profissionalismo do rapaz. À frente do time de Encantamento da Reserva, seu foco é... encantar pra realizar.

Luti Guedes Luiz Carlos é o querido Luti. Carioca, cursa Direito na PUC-Rio e é fundador da Lute Sem Fronteiras, ONG que batalha pela população ribeirinha do Marajó. Atualmente tem desfocado dele mesmo e direcionado seu foco para as pessoas.

André Miranda André está com a gente desde a Revista #1 (bom pra gente e pros leitores!), é jornalista e crítico de cinema. “Como todo jornalista e crítico de cinema, sou um sujeito cheio de verdades, mas adoro descobrir que estou errado.”

MARCELO MARIA Mago retocador das imagens da Reserva, Marcelão está à frente da MMaria Imagens. Seu foco? Um dia de cada vez.

Carla Biriba e Carol Bicudo Nossa amada dupla dinâmica da Bliss Me mais uma vez assina a beleza dos ensaios Reserva e Reserva Mini. O foco da Carla é buscar beleza no mundo e transmití-la no trabalho. Pra Carol, o foco é igualmente belo: viajar.

MARCELO OMENA Fotógrafo curioso e inquieto, Omena gosta de captar a simplicidade. Foco na objetiva é o seu lema.

DANIEL UEDA Nosso querido Ueda é mais uma vez o Stylist que assina o ensaio fotográfico de Eva. O foco dele? Família, amigos e trabalho, muito trabalho.

Michel Melamed Teatro, literatura, TV, música… Esse artista de peso joga nas onze. Convidado de honra desta edição, ele escreve pra seção Antissocial.

Fábio Seixas Diretor do Núcleo de Produção Audiovisual para Internet e Novas Mídias da Conspiração, Fábio realiza projetos pras maiores agências e marcas do mundo e já recebeu um bocado de prêmios por aí. Quando sobra tempo, leciona na Casa do Saber.

Pedro Loreto O carioca Pedro Loreto fotografa moda e portrait e, pra esta edição, clicou o ensaio de Eva. Além da fotografia digital, o cara tem um trabalho autoral incrível e roda o mundo com suas câmeras analógicas.

FERNANDO YOUNG Amigo e parceiro de longa data, Fê é fotógrafo de moda e publicidade e também ataca de diretor de fotografia pra cinema e TV. Nesta edição clicou todos os ensaios e anúncios. Seu foco hoje está dentro de casa, no filho José.

icing

Pedro Neschling Estreando na Revista Reserva, Pedro é ator, diretor, dramaturgo, carioca, flamenguista, DJ e gosta de tomar vinho branco no verão e tinto o ano todo.

Fred Tolipan Pedagogo, ator, diretor, iluminador. Adora professorar teatro e coordena a Escola e Ateliê Fred Tolipan. Seu foco está nas relações humanas e não nos contornos desfocados das sociedades.

Rita Fischer Maquiadora há nada menos que 20 anos, Rita é super requisitada pra editoriais de moda e publicidade no Brasil e na gringa. Nesta edição ela é responsável pela beleza do ensaio de Eva, a nossa marca feminina. Família e trabalho são seus focos.

ICING A partir desta edição, a nossa Revista terá uma tipografia “convidada”. Desta vez, focamos numa “letra de verdade”, com toda a irregularidade sincera e bela do ser humano.

TOM LAndell Do alto dos seus 5 anos, Tom atacou de modelo e entrevistado nesta edição. O foco do pequeno, filho do nosso coordenador de estilo Lee Landell, é brincar de ser feliz.


MODA, FOQUE! Mais uma vez a Reserva questiona modismos, tendências e a “necessidade” de ser vanguarda. Convidamos você a focar no ser humano e em como ele está se comunicando com o mundo através de atitudes, modo de vestir e de agir. p.10

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#OQVIMOS

#OQOUVIMOS

#OQFALAMOS

ENSAIO RESERVA Nossas sugestões de looks pra temporada Verão 2014 vêm de dois jeitos: no cabide e no corpo. Foque-se e/ou desfoque-se. p.24

ENSAIO MINI Pequenos grandes homens fazem uma festa na floresta e apresentam looks cheios de graça e estilo pra temporada Verão 2014. p.48 ENSAIO EVA Autêntica, real e camaleoa, Eva aposta num inusitado estilo tropical rocker. A coleção Verão 2014 combina boas doses de rebeldia com flores e felinos. p.84

SALA ESCURA Avaliação ou interpretação? O jornalista André Miranda fala sobre as tão polêmicas críticas de cinema. p.38

TEC & TAL Cadeira cativa desta seção, Rony Meisler fala de passado, presente e conta porquê vê a vida melhor no futuro. p.62

PAPO SUSTENTÁVEL A primeira vez a gente nunca esquece, já dizia aquele comercial. Luti Guedes conta como uma viagem à Amazônia se transformou na sua maior causa de vida. p.44

EM CENA, AÇÃo! Fred Tolipan assiste ao nosso desfile Moda, Foque! e se questiona: onde acaba o teatro e começa a vida? Ou será que é vice-versa? p.76

FAZENDO ARTE TV, cinema, livros, Youtube, Soundcloud. É a vez do conteúdo e Fábio Seixas conta porquê. p.58

PARTIU?! Alan Rochlin, do time de Encantamento da Reserva, conta suas aventuras em Israel, o berço da multicultura. p.80

RODA E AVISA Novos formatos, caminhos e possibilidades. Pedro Neschling escreve sobre o desafio de fazer televisão nos tempos modernos. p.61

ANTISSOCIAL Nada mais social que o antissocial. Não entendeu? Michel Melamed explica. p.101

GENTE DE PESO Claude, Carol e Thomas Troisgros numa entrevista deliciosa, mostram que são forno, fogão e coração. p.18

FACE A FACE Pra ver ou pra ouvir? Só escolher. Nosso Facebook tem arte pra encher os olhos e música pra encher os ouvidos. p.70

CAPA Cleber de Oliveira, funcionário número 1 e faz-tudo da Reserva (até se vestir de camelô pra capa desta edição) num perfil que vale um show. p.56

Quer que desenhe? O talentoso e premiado Rodrigo Calixto nos recebe em sua oficina de trabalho no Rio e fala sobre sua paixão pela madeira. p.72

PEQUENO GRANDE MINI Tom Landell, especialista em super-heróis, analisa o desfile Moda, Foque! e deixa o time de criativos da Reserva de boca aberta. p.59

SOLTA O VERBO Estrela da campanha de Verão 2014 de Eva, Natália Lage fala de tudo um pouco e conta como consegue ser tantas mulheres. p.82

Fora da casinha Diversão é solução sim. João Estrella, músico e empresário, e Marcus Majella, ator e humorista, falam sobre seus focos na vida e na carreira. p.64 Som na caixa A nossa música a gente inventa pra se distrair. Bernardo Pauleira e os Gatunos do Rocha mostram, com muito humor, que música é coisa séria. p.66

QUANTO + GENTE MELHOR Muito mais do que uma coluna social, uma coluna emocionalmente disponível. p.98 FANFARRONICES Pra rir tem que fazer rir, já dizia o ditado. E o nosso Facebook cumpre bem essa missão. p.100 INSPIRAGRAM Nossos seguidores no Instagram mostram que um bom foco vai muito além da lente de uma câmera de celular p.102

NEM CEGOS, NEM SURDOS E NEM MUDOS. ESTAMOS DE OLHOS, OUVIDOS E BOCAS BEM ABERTOS.


TERNO PRA QUEM Nテグ GOSTA DE TERNO


POR ÉVANS QUEIRÓZ


POR RONY MEISLER

Tenho 7 anos de idade. Nasci idealista e livre, de corpo e alma. Falo o que penso. Sempre acreditei que o status quo não é um padrão, mas uma seta apontada para um lugar comum e chato. Por isso sempre realizei meus sonhos sem afetações ou manias copiadas dos outros. Nunca fui roupa, sempre fui ideia. Não gosto da ironia, prefiro o deboche. Nunca me levei a sério, sempre tirei sarro de mim mesmo. Hoje sou feito por 500 seres humanos, 30 lojas próprias, 1200 lojas multimarcas, 6 marcas, 1 revista e 1 hamburgueria. Meu nome é Reserva e ando pelado porque essa é a minha melhor roupa. Ah! Qual é o meu clube? Pensou que eu não ia perguntar, né? O do sorriso. Moda, foque!


MODA, FOQUE!

FOTOS\ FERNANDO YOUNG MODELO\ TIAGO VIVAS STYLING\ LEE LANDELL MAKE\ CAROL BICUDO E CARLA BIRIBA (BLISS ME)


s.m. Geom. Ponto interior de algumas curvas de onde saem os raios vetores ou linv

foco


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ou linhas que determinam as figuras por eles formadas. Fig. Ponto para onde

convergem os raios da luz, depois de refratados em uma lente ou refletidos em um espelho. O ponto onde se vĂŞ a imagem de um objeto colocado diante de um espelho


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um espelho. Fogacho que se acende de noite para servir de guia aos

marinheiros. Fig. Ponto de reuni達o, sede princi



Medicina: sede principal de qualquer doença. Lugar de onde emana algo,

onde o ser

humano deve buscar a verdade. //

principal, centro de convergĂŞncia.


GENTE DE PESO

TRIO TROISGROS Não faz muito tempo, Claude Troisgros postou uma foto no Instagram com uma legenda bem curta: “TT Burger tá quase...”. Quem aparecia na imagem era Thomas, o filho mais velho, usando um curioso uniforme de chef com estampa de hambúrguer. No mesmo perfil, alguns dias antes, ele já havia publicado uma foto de um doce impecavelmente decorado. A legenda: “Bolo indiano preparado pela minha filha Carolina. Não é só bonito, é bbbbon...”. Assim mesmo, “bon”, com “n”, misturando francês com português. Se você fechar os olhos, dá até para ouvir o sotaque dele, não? Ali também já foram compartilhadas várias imagens de bastidores do seu programa de TV. O perfil de Claude na rede social não engana: a família Troisgros não para quieta. Thomas Troisgros, o do uniforme de hambúrguer, está abrindo uma hamburgueria em parceria com a Reserva. Mas nada parecido com o que já se viu por aí. O picles é de chuchu, o ketchup é de goiaba, o pão é de batata-doce, o queijo é minas meia cura, a carne é um blend de acém, fraldinha, mignon e gordura de picanha. A ideia era fazer algo genuinamente brasileiro. – O ketchup é mais doce, mas tem a mesma acidez que um de tomate. O picles de chuchu fica absurdamente crocante e leva cebola também. Nessa história, te conto que meu pai é a minha melhor cobaia nos testes do hambúrguer (risos). Só tive que atender a um pedido dele e vamos oferecer a troca do minas meia cura por gorgonzola para os clientes que quiserem. Mas é a única opção de mudança no sanduíche. Ele ama gorgonzola, fazer o quê? – brinca Thomas, que responde, junto com o pai, pela cozinha do Olympe, o restaurante que é o carro-chefe da família. A Reserva TT Burger está no antigo espaço da Reserva+, na Galeria River, no Arpoador, Rio. O “TT” do nome do empreendimento vem de Thomas Troisgros, seguindo a linha de alguns restaurantes do pai, que levam CT no início do nome (de Claude Troisgros). O uso de ingredientes tipicamente brasileiros onde menos se espera que sejam incorporados, aliás, parece ser uma marca da família. Claude começou a fazer isso ainda no final da década de 70, quando, já no Brasil, não tinha como viabilizar algumas receitas do chef francês que representava.

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CAROLINA, A FADA DOS BOLOS. Comandante do Atelier Troisgros, ela ainda faz bolos que são obras de arte.

– Essa minha quebra de padrão, naquela época, não foi por querer, não foi algo pensado. Eu precisava fazer as receitas e não encontrava alguns ingredientes. Fui, então, procurar produtos brasileiros que pudesse usar dentro de uma técnica de culinária francesa – explica Claude. Encontrou o maracujá, primeiro ingrediente a gerar uma espécie de encantamento imediato no chef. O Brasil tem daqueles bem grandes, enquanto lá fora só se encontram maracujás pequenos, roxos e ácidos. Hoje, mais de 30 anos depois, o produto que para ele é a carra do Brésil é o aipim. Porque tem “ramificações inacreditáveis”, podendo gerar um milhão de coisas diferentes: farinha, polvilho e por aí vai. Se tudo parece muito fácil para Claude na cozinha, saiba que na TV o apresentador do “Que Marravilha!”, do GNT, fica um


TEXTO\ JOSY FISCHBERG ILUSTRA\ RODRIGO CURI

CLAUDE, O PAI MARRAVILHA. Apaixonado pelos ingredientes brasileiros, ele é uma verdadeira paixão nacional.

THOMAS, O MAGO DA CARNE. À frente dA Reserva TT Burger, ele fez o pai de cobaia nos testes do hambúrguer.

pouquinho nervoso. Mas ninguém nem imagina porque ele não deixa transparecer, é de uma naturalidade incrível na frente das câmeras. O sujeito simplesmente arrebenta como apresentador. Começou, como ele mesmo explica, na cara de pau: – Um dia, deve fazer uns 7 anos, a Marluce (Dias, que foi diretora geral da Rede Globo) veio jantar no meu restaurante e eu perguntei como fazia para apresentar alguma coisa na TV. Eu já queria, mas não fazia ideia de como começar. Ela disse para eu ligar no dia seguinte para uma pessoa. Liguei, fiz um teste e foi! Depois de muito tempo descobri que a diretora que me atendeu – e que hoje é muito minha amiga – não estava com paciência para me receber. Pensou logo que um chef gordo e chato estava vindo importuná-la (risos). De gordo e chato ele realmente não tem nada. E passou a ser tão amado pelos telespectadores que recebe comentários assim em suas fotos do Instagram: “Claude, seu fofo! Quer casar comigo? Hahaha! Muito fã!!!”.

– A gente sempre achou que ele tinha carisma, que podia dar certo porque ele é muito espontâneo. Mas nunca imaginamos que seria esse estouro. Agora é livro, propaganda, evento: o mundo fica muito maior quando você aparece na TV, né? – avalia Carolina Troisgros, a filha coruja. Carrol, como o pai a chama, trabalha no Atelier Troisgros, o serviço de bufê da família. É ela quem cuida dos eventos. Mas, assim como Thomas, também voa por conta própria. Há pouco mais de dois meses começou a investir em bolos – lindos por sinal. E, como afirma Claude na foto que publicou no Instagram, vão muito além da beleza. – Fiz um curso sozinha mesmo, sem fazer muito alarde, e meti a mão na massa. Faço os bolos na minha casa e, de maio para cá, já foram umas 30 encomendas. Dá trabalho, mas eu estou amando – conta ela. Carol bem que tentou sair da tradição familiar da cozinha. Cursou publicidade, trabalhou em agência, mas não resistiu. E foi a melhor decisão que tomou, palavras da própria. Mesmo com as agendas tomadas, eles não se desgrudam. Quem os vê juntos, mesmo que em um compromisso profissional, como na sessão de fotos para esta edição, percebe que o foco da família Troisgros está na própria família. E no trabalho que tanto amam, claro. Não há explicação melhor para o sucesso – merecido – que fazem.


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SALA ESCURA

TEXTO\ ANDRÉ MIRANDA ILUSTRA\ LUIZ GOMES

FUNçÃO

crítica Uma pergunta muito comum que se faz para críticos de cinema em debates, palestras ou mesmo conversas informais é qual tipo de filme a gente mais gosta. E muitos críticos saem com a mesma resposta espertinha: “gosto de filme bom”. É como se houvesse duas categorias, a dos filmes bons e a dos filmes ruins. Como se fosse simples, matemático, definir qual filme se enquadra em cada uma, e o crítico fosse aquele que pudesse sintetizar sozinho o significado da qualidade. É lógico que não é assim que a coisa funciona. Por exemplo, a americana Pauline Kael (1919-2001) é considerada uma das maiores críticas de todos os tempos, sobretudo pelas mais de duas décadas em que colaborou com a revista New Yorker. Mas Pauline Kael não gostou de alguns filmes que, hoje, são considerados clássicos. Entre outras, são conhecidas suas críticas à “Laranja Mecânica” (“Estão dizendo que todo mundo é cruel, e que os heróis são tão cruéis quantos os vilões ou vão ser encarados como tolos”) e “Star Wars” (“É agradável em seus termos, mas também é exaustivo: como levar um bando de crianças para o circo”). Alguém, então, pode dizer que Pauline Kael foi uma péssima crítica em avaliar negativamente as obras de Stanley Kubrick e George Lucas. Que os diretores foram desrespeitados com avaliações injustas em publicações de massa. Ou que o público teve um desserviço ao receber a opinião de Pauline. A pergunta difícil de se responder é quem mais sai perdendo num “erro” de avaliação do crítico. Ele próprio, o artista ou o leitor?

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Há alguns anos, eu ouvi de uma produtora de um filme brasileiro a seguinte frase: “Você não gosta do Nordeste, não é?” A razão que motivou a frase foi uma avaliação que fiz, bastante crítica, quase ultrapassando a barreira do respeito. Nunca mudei minha opinião sobre o filme, mas aprendi que a melhor maneira de falar mal do trabalho dos outros é pensar se o artista vai conseguir te olhar sem querer te dar uma porrada na cara. E aprendi que uma crítica deve sempre deixar um caminho para a dúvida – talvez escondido numa vírgula, num ponto ou numa pequena contradição de ideias postas lado a lado propositadamente. É difícil explicar, mas eu fico extremamente satisfeito quando alguém lê uma crítica em que esculhambo um filme, mas ainda assim diz que ficou com vontade de assistir. Críticas não devem ser peremptórias, devem somente sugerir uma possibilidade de interpretação – claro que uma boa crítica é uma interpretação baseada num conhecimento adquirido durante a vida, o cara deve realmente se preparar para escrever aquilo, mas ainda assim é uma interpretação. A melhor conclusão sobre um filme quem chega é o sujeito que paga pelo ingresso. Por isso, voltando à pergunta lá do início, sobre qual tipo de filme o crítico gosta, este crítico aqui tem uma resposta bem menos precisa e, acredito, mais honesta. Eu gosto de filmes que me surpreendam.







PAPO SUSTENTÁVEL

TEXTO E FOTOS\ LUTI GUEDES

a primeira vez 44

A diferença entre a primeira vez e as outras é que a primeira nos faz querer que todas as outras aconteçam. A primeira vez que fui à Amazônia foi em 2009 e eu tinha 16 anos. Não faz tanto tempo assim… Fui quase como um turista, apesar de estar participando de um projeto missionário. Não sabia muito bem como eu, com 16 anos e todas as futilidades que me caracterizavam, poderia ajudar comunidades ribeirinhas no meio da Amazônia. Bom, ao menos boas fotos eu poderia tirar... Era o que eu achava. Assim cheguei em Belém, como um turista. Há quem chame Belém de Nova Iorque brasileira (pra raiva de muitos paulistas) por conta da chegada incrível de avião. Depois de sobrevoar parte da Amazônia, atravessamos o rio Guamá até pousarmos na cidade. É lindo - NY fica mesmo no chinelo. Em seguida, embarquei pro Marajó (norte do Pará) ainda como um turista. A viagem de barco, se o vôo tivesse deixado dúvidas, mostrava claramente onde eu estava. Definitivamente, não era em NY. Voltando pro Rio, no entanto, senti que não estava ansioso pra chegar em casa com a câmera cheia de boas lembranças a serem compartilhadas no Facebook. As fotos não bastavam e eu mesmo já estava longe daquele garoto-turista que embarcou. De 2009 pra cá, a Amazônia se tornou minha segunda casa, meu laboratório secreto, minha amante, meu trabalho, meu futuro. A Amazônia me tornou quem eu sou. Explico e rebobino. Em 2009, viajei pro Marajó participando de um projeto social da minha escola, no qual faríamos algumas visitas a comunidades ribeirinhas. Eu tinha só 16 anos e não imaginava o que vinha pela frente. Fui. Mas a Amazônia, meus amigos, não é pra iniciante. A realidade e a surrealidade daquela floresta encanta e apavora. Primeiro dei de cara com as paredes de árvores que cercavam o rio, depois com a colcha de retalhos de estrelas que nos cobria


Um pulo pro futuro: Anderson, 8 anos, morador da comunidade São Miguel.

à noite. No dia seguinte, senti na pele o sol de quem está perto da linha do Equador e olhei nos olhos de quem mora na floresta. Olhos de ressaca os meus, ressaca do balanço do barco na noite anterior. Nos deles, ressaca de uma vida inteira... Vi e vivi tanta coisa naquela viagem que ela foi perfeita no que tinha que ser – minha primeira vez na Amazônia. Já voltei mais de 10 vezes. Hoje trabalho em uma organização que fundei com meus amigos ribeirinhos, cuja missão é promover o desenvolvimento local de forma endógena. Nosso objetivo: transformar as supostas vítimas em agentes responsáveis pela mudança que tanto se quer. A Lute Sem Fronteiras, nome do projeto, alcança mais de 400 pessoas e atua em 3 linhas de frente: 1. Saúde, Alimentação e Moradia; 2. Educação e Cidadania; 3. Empreendedorismo Local Sustentável e Sustentabilidade. Quase o caviar do dicionário: ninguém nunca viu, nem comeu, só ouviu falar! Até hoje vou pra Amazônia aprender sobre isso. Aquela floresta, na contramão do nosso progresso modernista, é sustentável. Costumava ser, ao menos. Ainda não passei nessa matéria, mas certamente já aprendi algumas lições. De cara aprendi que o nosso progresso modernista é insustentável. Ao pé da letra mesmo: não se sustenta. É só olhar ao seu redor e reparar se tudo o que vira lixo caberá em todas as lixeiras que você vê, se é que você vê alguma. Já na Amazônia não há espaço pro conceito de inútil: tudo tem função o tempo todo! E o mais importante: sustentável é característica reflexiva – se é. Se é-se. Se é se... Ser sustentável é sustentar o que se é. Não é apontar o dedo e acusar. É fechar o olho e (re)pensar. Antes de ter a ver com o tempo no banho ou o destino do seu lixo, ser sustentável tem a ver com consciência e coerência. É preciso ter consciência de quem se é e de quem se quer ser. Depois é só ter coerência entre as duas coisas: a pessoa que você é hoje caminha pra quem você quer ser? A pessoa que você é hoje constrói o que quer? Um conceito chave pra entender sustentabilidade e aprimorar as ideias de quem se é, o que se quer e quem se quer ser, muito mais do que o de ecologia, é o de empatia. Empatia: capacidade de se colocar no lugar do outro! Assim é mais fácil se preocupar com o ribeirinho que você não vê, com o moleque de rua que te assusta sem querer, com o vizinho, com a mulher e até consigo mesmo. Só através da empatia conseguimos tornar importantes coisas que antes ignorávamos e essa é a mudança de que precisamos pro mundo finalmente voltar a se sustentar. Precisamos ser capazes de transformar o que ignoramos no que nos importa. É preciso ser o ribeirinho e o ribeirinho ser o único responsável pela mudança – porque a primeira mudança é a que faz a gente querer todas as outras.

Vale a pena conhecer o trabalho do Luti aqui: facebook.com/LuteSemFronteiras


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9463 POLO MINI BÁSICA MC

9682 MACACÃO MINI JEANS ÍNDIGO

9547 SWEATER MINI TRICÔ BICOLOR 9499 BERMUDA MINI CASUAL LISTRADO LINEN 8295 DRIVER MINI BICOLOR

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CAPA

TEXTO\ JOSY FISCHBERG FOTOS\ PATRICK SISTER [foto grande] e FERNANDO YOUNG

O número 1 Existe um cara que sabe tanto da Reserva quanto os próprios meninos que criaram a marca. Que conta em detalhes como era o estoque na época em que as peças eram vendidas apenas em multimarcas, como o pica-pau foi escolhido como símbolo da grife, como foi a inauguração da primeira loja, quais foram os perrengues do primeiro desfile no Fashion Rio... Ele é o primeiro funcionário da Reserva. Isso mesmo, o primeiro contratado. Seu nome é Cleber de Oliveira, mas podem chamá-lo de Clebinho.

As histórias do Clebinho e da Reserva se encontram em 2006. Um dia ele foi de terno e gravata para uma entrevista e deu de cara com um menino de calça jeans rasgada e um outro cabeludo de boné. Eram Rony Meisler e Fernando Sigal, os fundadores da marca, que se apertavam em um escritório mínimo em Copacabana. – Eu estava aflito atrás de um emprego. Encontrei dois camaradas muito mais novos que eu, moradores de bairros bem diferentes do lugar onde eu moro, usando roupas esquisitas. Eu não conhecia ninguém dessas bandas da cidade... E não é que, contrariando todas as expectativas, eles viraram meus irmãos? - brinca. Não, nenhuma expectativa foi contrariada. Dois cariocas típicos da Zona Sul, que estavam criando uma marca tipicamente carioca, encontraram um carioca típico da Zona Norte. Impossível não dar samba. Foi então que os três passaram a arregaçar as mangas juntos. Clebinho fazia de tudo: contava as peças e cuidava do estoque, efetuava pagamentos, entregava roupas nas multimarcas, passava as notas, ajudava na contabilidade. Dizia para a galera do seu bairro, Quintino, que trabalhava na Reserva. Ninguém nunca tinha ouvido falar. – Era engraçado. Às vezes eu estava na rua, fazendo algum pagamento, e o Rony e o Nandão me ligavam para eu largar tudo e ir para o samba com eles. Eu até ficava encucado, cheguei a dizer que estava preocupado com o futuro da empresa, que não dava para ser assim... – conta ele, às gargalhadas. Mas eu sempre acreditei que ia dar certo. Esses meninos são muito espertos! Sempre deu para perceber que eles tinham muita confiança no que falavam.

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Quem conversa com Clebinho também percebe confiança não só quando ele fala da Reserva, mas também ao tratar de moda, área em que nunca havia trabalhado. Quase todo o seu guarda-roupa é de peças da marca. Sua preferida é uma calça preta que está toda retalhada: – Detonei de tanto que já usei. Toda desbotada, a lingueta do bolso está até aparecendo (risos). Mas eu gosto dela assim! Uso com uma camisa de linho bem nova para dar um contraste, coloco um chinelão e um chapéu Panamá, tudo da Reserva, e faço o maior sucesso no samba. Clebinho é sambista de primeira e comanda o “samba de subúrbio”, uma roda que acontece sempre no terceiro sábado de cada mês em Oswaldo Cruz. Um de seus objetivos é abrir espaço para aqueles que ainda não tiveram chance de aparecer no cenário musical. É lá que uma das suas composições, “Shopping VM”, uma homenagem à Vila Mimosa (“centro de diversões masculinas”, como ele explica, rindo), é cantada por todos, sem exceção. – Se tem uma coisa que eu sei na vida é que o samba e a Reserva vão me acompanhar para sempre. Mesmo que eu faça muito sucesso como sambista um dia, não largo mais meus camaradas da moda. Tanto afeto por essa família da qual faz parte há sete anos talvez explique o sucesso que Clebinho fez na “barraquinha Reserva”. Era só um cenário montado para a foto que está na capa desta revista, com camisetas que nem são originais da marca, mas ele quase vendeu uma peça para uma senhora que passava. “Olha, dona, esta aqui não é reserva, é titular!”, mandou, com seu sorriso eterno. Clebinho, que continua como faz-tudo na Reserva, já pode se candidatar seriamente a vendedor da marca. – Ah, eu sou um camaleão. Já fui artesão, trabalhei em oficina mecânica, fui backing vocal, dançarino... Eu me diverti muito fazendo essa foto. Assim como me divirto há anos na Reserva. Existe um cara que todos os dias segue feliz da vida para o trabalho, pois sabe que tudo aquilo que encontra por lá faz parte da sua história. Seu nome é Cleber de Oliveira, mas podem chamá-lo de Clebinho.



FAZENDO ARTE

TEXTO\ FÁBIO SEIXAS ILUSTRA\ LUIZ GOMES

Fazemos qualquer negócio Desde que saí de agência e voltei para produtora, um dos assuntos que mais me intriga é a distribuição do conteúdo em geral. Filmes, música, literatura e, por que não, games. Diferente do passado, onde canais de TV, salas de cinema, livros impressos, rádio e consoles (Nintendo/Atari) eram as únicas opções, hoje contamos com centenas de soluções. Desde as mais conhecidas, como Vimeo e Youtube para vídeo e SoundClound para música, até outras mais personalizadas como: BandPage (www.bandpage.com) – plataforma de música para bandas; VHX (www.vhx.tv) – para filmmakers que querem vender e distribuir seu próprio conteúdo e OUYA – um console de game diferente, que foi lançado no KickStarter e arrecadou 8.5 milhões de dólares. Produtores de games independentes podem ter sua conta de desenvolvedor (assim como no iTunes) e ganhar dinheiro vendendo jogos. Fica claro, pelos negócios listados acima, que tem gente olhando (e faturando) com o mercado de distribuição de conteúdo. Os americanos estão com um mindset bem afinado sobre o tema (de conteúdo independente ou não), o que para os artistas e produtores abre uma nova possibilidade maravilhosa: criar sua própria audiência. Pra quem não viu e não conhece o case Amanda Palmer, a apresentação dela está no TED.com e é uma aula. Só para terem uma ideia, aproximadamente 25% dos livros vendidos na Amazon são de escritores independentes. Hoje, os casos de sucesso não são poucos quando falamos de produção de conteúdo dessa natureza. De todas as ferramentas, a mais bem sucedida para lançar projetos é o KickStarter. Pra quem tem curiosidade de saber quais são os projetos de sucesso, basta acessar kickstarter.com/help/stats. Lá você encontra informações do tipo: quase 50% dos projetos publicados foram financiados; as categorias mais bem sucedidas são música, arte e filme; 22 projetos captaram mais de 1 milhão de dólares; 28 dólares é a média de investimento por pessoa/projeto. Além do dinheiro, o mais importante para um projeto lançado no KickStarter é a audiência que você constrói com ele. Sendo bem claro: se o seu projeto consegue financiamento, isso significa que ele tem audiência e que é bom de verdade (pelo menos para o público pagante). E esse público deve ser cuidado com carinho, pois são os mesmos que vão apoiar seu futuro projeto e divulgar o atual. Afinal, quando falamos de audiência e visibilidade de conteúdo é melhor e mais poderoso conseguir 1 milhão de 50 mil apoiadores/entusiastas do que de uma pessoa só. Finalmente: não esqueçam as outras ferramentas como Facebook, website e e-mail marketing para exibir, distribuir conteúdo e construir público (que é seu e não de um projeto apenas). Monte sua base e ela estará sempre lá quando precisar. A Amanda Palmer conseguiu mais de 1 milhão de dólares de seus 25 mil fãs do Facebook. E o ImprovEverywhere viabilizou um longa com seus seguidores do Youtube. Tempos modernos.

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PEQUENO GRANDE MINI

Tom presentou a equipe de criacão da Reserva com croquis exclusivos do desfile, feitos por ele.

TEXTO\ ADRIANA OMENA ILUSTRA\ TOM LANDELL

no tom da moda Play! A animação é grande e Tom não controla sua ansiedade: “Começa! Começa!” O primeiro look já recebe um elogio: “Gostei do palhaço!”, refere-se à fantasia de pierrot pendurada no arco. Segue o desfile e surge a fantasia do Poderoso Chefão. Tom destaca a sofisticação: “Isso é roupa de casamento.” Nosso convidado cantarola um “papára, papára, papára”, da música Amigo, do Rei Roberto. Concluímos que a trilha também agradou. Nossa equipe de criação se alegra, mas vem a primeira crítica negativa para a roupa de prisioneiro 171: “Isso parece pijama.” A apreensão toma conta da sala. Tom solta mais uma, dessa vez direcionada a um modelo. Fica evidente a sua insatisfação com o excesso de “carão” nas semanas de moda: “Esse aí tá se achando!” Segue o show e Tom mostra toda a sua experiência em super-heróis quando reconhece um ícone das antigas, o Chapolin: “Já vi esse aí no Cartoon”. Chega o ponto alto do desfile na análise de Tom. Sua reação revela como é importante levar celebridades para as passarelas. Ele arregala os olhos e grita exultante: “O Homem de Ferro!!!” A partir daí, foi difícil manter a concentração no restante do show. Tom ficou mais interessado em reproduzir os movimentos do seu herói favorito. Finalmente ele faz seu último comentário quando vê a roupa de padre entrar ao som de “Jesus Cristo”: “Essa é a roupa de Deus.” Obrigado pelo seu tempo, Tom. Pra nós foi uma honra. Até o próximo desfile.

Tom é filho de Lee Landell, coordenador de Estilo da Reserva e pai coruja.

Na última edição do Fashion Rio, a Reserva apresentou sua coleção “Moda, Foque!” e mais uma vez sacudiu o “mundinho fashion”. O desfile, que trouxe além de roupas de verdade, fantasias de mentira, deu o que falar. Muitos acharam um absurdo, um despautério e até falta de respeito levar heróis pra passarela. Resolvemos então ouvir a opinião de uma autoridade no assunto. Pra comentar nosso desfile, convidamos Tom Noguchi Landell de Moura, 5 anos de idade dedicados à especialização em super-heróis.


PEQUENOS GRANDES HOMENS EM:

OS BATUTINHAS


Ano passado quando foi anunciado o vencedor do prestigioso prêmio da APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte) na categoria melhor programa de humor na TV muita gente ficou sem entender. O resultado era algo inédito na história da tradicional premiação entregue desde 1972 e até bem pouco tempo atrás completamente impensável. O laureado não foi um programa de TV aberta ou mesmo a cabo e sim um fenômeno da internet: o “Porta dos Fundos”.

O momento é único para quem trabalha no universo da televisão. Com o sucesso dessas novas propostas, velhas verdades estão sendo reescritas e novas fórmulas experimentadas. Aquilo que até outro dia era padrão e definitivo já não vale mais aos olhos de novos profissionais que buscam caminhos e formatos até ontem considerados imponderáveis. Numa competição voraz pela atenção da audiência em tantas frentes, mais do que nunca a qualidade passou a ser o diferencial.

Os impactos da cada vez mais acelerada revolução tecnológica são imensos na televisão. Há pouco mais de uma década, TV a cabo no Brasil era algo embrionário. Havia pouca, quase nenhuma, produção de conteúdo de dramaturgia nacional para esse segmento. Aliás, produção de conteúdo audiovisual em larga escala com qualidade técnica de exibição ainda era algo muito caro, quase inviável para pequenas e médias produtoras independentes. Quem sonhava em fazer dramaturgia para televisão no Brasil, sonhava em trabalhar para os grandes canais, vislumbrava o Eldorado nas novelas, não havia muita alternativa a isso. Agora o cenário mudou.

Se há alguns anos atrás trabalhar na TV significava estar sujeito a determinadas regras de um grupo restrito e algumas barreiras e mitos pareciam intransponíveis, hoje significa estar de frente a um novo campo de possibilidades e desafios que exigem preparo e dedicação, onde o talento se impõe ao status quo. É uma tsunami que estamos surfando sem saber onde vai dar, um terremoto de larga escala que segue abalando as antigas estruturas e nos liberta para um futuro mais democrático e instigante. E isso faz bem a todos, desde os grandes e tradicionais produtores até o garoto que começa a criar em casa seus vídeos para exibir no Youtube. Que assim seja.

Com o boom dos canais a cabo e as novas leis que os obrigam a preencher boa parte de sua grade com produções nacionais, há uma demanda imensa por programação. Com o avanço avassalador da tecnologia e facilidades para produção, um sem número de produtoras independentes e jovens (ou nem tão jovens) profissionais estão dispostos a agarrar essa oportunidade. Mais do que isso: a internet assumiu um novo papel na vida cotidiana das pessoas e muita gente, como a premiada galera do “Porta dos Fundos”, já nem cogita mais utilizar as plataformas de exibição tradicionais. Por que se ater a velhos veículos e suas antigas convenções quando há um mundo novo a ser desbravado e todo um novo público a ser conquistado de forma direta, sem interferência de um “patrão” ou interesses comerciais imediatos?

TEXTO\ PEDRO NESCHILING ILUSTRA\ LUIZ GOMES

RODA E AVISA

um novo tempo


TEC & TAL

a o v o p m e t o Há 3 meses meu pai chegou aos 60 anos de idade e me disse algo interessante. Ele se sente e se enxerga no espelho como um adolescente, apesar de ter a imagem de seu pai – meu avô – , aos 60, em sua memória, como a de um senhor idoso e debilitado, sobrevivente da 2ª Guerra Mundial. Isso não pode ser apenas a visão de um Babyboomer* otimista em relação à vida. Há algo na afirmação que me intriga profundamente. Resolvi não apenas investigar, como também me divertir tentando adivinhar como será a minha vida quando eu chegar à terceira idade. TEXTO\ RONY MEISLER ILUSTRA\ LUIZ GOMES

Li outro dia que em 2045 cerca de 1/3 da população do mundo terá 65 anos ou mais. E desde então tenho pensado sobre como a minha geração (nascida na década de 80) chegará à terceira idade. X’s** e Y’s*** envelhecidos. Um monte deles!! Acho que vai ser legal ser idoso. Porque quando éramos jovens era muito mais legal ser jovem. Boa parte daqueles que hoje chegam aos 70 anos chegou à maioridade tendo passado pelos fartos e permissivos anos 50, 60 e 70. Foram criados para o bom casamento, para a poupança eterna e para o trabalho público e cresceram em um habitat onde ser velho é aceitar o fato de que o destino é a incapacidade e a enfermidade. Eu acho que em 2045 não seremos velhinhos(as) caminhando por Copacabana com andadores ou enfermeiros(as), enquanto nosso carro comprado em 2015 mofa na garagem.

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Estaremos circulando pela cidade com um carro esportivo completamente equipado, vestiremos Reserva e tiraremos onda ao estacionar nas milhares de vagas disponíveis para pessoas da terceira idade. O transporte público, os shoppings, cinemas e restaurantes estarão totalmente preparados para receber nossas possantes e tecnológicas cadeiras de rodas Apple; o quase sexagenário Neymar será o garoto propaganda principal da Nike; as tipografias das embalagens e dos menus serão maiores e preparadas para nossas córneas; “Se Beber não Case” - e não os personagens da Disney - será o tema do McLanche Feliz; os lugares públicos terão mais bancos; os velcros substituirão os pequenos botões; as rádios substituirão os sertanejos universitários por clássicos do rock das décadas de 80 e 90 etc. Por quê? A evolução da medicina, do preparo físico, da cirurgia e do mercado cosmético farão com que sejamos setentões com corpinho e alma de quarenta. Aprendemos com os erros morais e cívicos da geração anterior e nossos filhos não serão filhos pobres de pais ricos, estarão crescidos e encaminhados profissionalmente na vida, brigando por um lugar ao sol, enquanto nós ... nós estaremos tomando sol. Financeiramente, além do que herdaremos de nossos falecidos pais (o que, levando em conta as circunstâncias de criação de riqueza contemporânea, deverá ser a maior transferência de renda da história), estaremos aproveitando os frutos de nossas enormes contribuições previdenciárias.

Além de sermos maioria, teremos a maior parte do dinheiro do mundo em nossas mãos e teremos aprendido com o passado a importância de se viver a vida que se deseja. Seremos ‘bons vivants’, e, por consequência, os maiores gastadores do mundo. Hoje reclama-se de falta de acesso. Hoje reclama-se de desrespeito. Os idosos de amanhã são como os adolescentes de hoje. O mundo capitalista contemporâneo está sempre se preparando para o novo rico. Tolinhos, num futuro breve deverão se adaptar porque serão obrigados a se preocuparem com os velhos ricos. Num mundo mais velho, por consequência (infelizmente) e não causa, tapetes vermelhos serão estendidos aos idosos. E haverá a quarta idade porque a terceira, hoje dos 60 ao fim da vida, deverá ser dividida em duas, porque certamente na média não morreremos mais aos 80 e sim aos 120. Citando outro recém-sexagenário, Lulu Santos: eu, definitivamente, vejo a vida melhor no futuro. Eu vejo a vida mais clara e farta, repleta de toda satisfação. Hoje o tempo voa, amor.

*

Babyboomers – Nascidos entre 1940 e 1960

** Geração X – Nascidos entre 1960 e 1980 *** Geração Y – Nascidos a partir de 1980


FORA DA CASINHA

TEXTO\ JOSY FISCHBERG ILUSTRA\ CAIO JUNGER

depois de johnny Ele se chama João Guilherme Estrella. Se você não ligou o nome à pessoa, um certo livro ou um certo filme podem ajudar. Já ouviu falar em “Meu nome não é Johnny”, que conta a história de um ex-usuário de drogas e traficante de classe média alta do Rio? Pois é, o próprio! Quer saber o que aconteceu na vida desse cara depois que subiram os créditos do longa-metragem? João hoje é empresário do Exalta Rei, a banda que começou como bloco de carnaval tocando sucessos de Roberto Carlos e que se apresentou ao vivo no último desfile da Reserva. Está montando uma banda/bloco com alguns amigos como Rodrigo Santos e Guto Goffi, do Barão Vermelho, George Israel, do Kid Abelha, Kadu Menezes, Lenhadores e Nani Dias, dos Britos. Dá palestras sobre drogas com frequência em instituições de ensino, empresas, centros de detenção para menores infratores, entre outros. Tem planos de gravar suas próprias músicas. Em vez de lançar o segundo álbum, João planeja ir soltando as canções aos poucos em mais de uma língua, possivelmente três. E ainda está captando recursos para a peça “Meu nome não é Johnny”. Ufa. Cansou só de ler? Ele não. Na época em que o livro com a sua história foi lançado, veio o filme quase ao mesmo tempo e também o seu disco. “Havia um interesse da mídia pelos três produtos juntos e separados. Foi uma loucura porque meu filho também nasceu nessa época, hoje ele tem 5 anos. Foi muito, mas foi show”. Fique de olho nele, vem coisa boa por aí. Mais sobre o João, antes e depois do Johnny, aqui: joaoestrella.com

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TEXTO\ ADRIANA OMENA FOTO\ JUNIOR MARQUES

sorria, meu bem Marcus Vicente Lemos Majella nasceu em Cabo Frio, RJ, e desde criança apresentava “sintomas” de artista. “Adorava o palco da escola. Tirava zero em matemática, ninguém queria ser do meu grupo nos trabalhos de química, mas arrasava nos eventos culturais.” Veio pro Rio e depois de tentar ingressar em algumas faculdades, resolveu focar na sua veia humorística e se rendeu às artes dramáticas. “Foi na CAL (escola de teatro) que conheci grandes amigos com quem trabalho até hoje, como o Paulo Gustavo e o Fábio Porchat.” O começo de carreira não foi só piada não: “Passei muito perrengue de grana e minha mãe era quem me salvava. Hoje, minha maior satisfação é ver a carinha de orgulho dela.” De lá pra cá foi ladeira acima. Marcus vive um impagável assistente de direção no programa “220V” e integra a turma do Porta dos Fundos, fenômeno do humor na internet e mania nacional. O cara ainda está no ar de segunda a sexta no “Vai que Cola”, do canal Multishow – série, com ares de teatro, que tem como palco uma pensão no subúrbio carioca. “A gravação foi uma jornada de 4 meses numa arena com plateia. 40 episódios e mais de 1.600 páginas de texto pra decorar!” Pra variar, Majella está ao lado de feras como Fernando Caruso e novamente o inseparável Paulo Gustavo. “Esse trabalho me transformou como pessoa e como ator” – conta. Este ano ele ainda dá as caras no filme “Mato sem Cachorro” de Pedro Amorim (estreia 4 de outubro nos cinemas) e filma o longa do Porta dos Fundos. O futuro é só alegria: em 2014 ele grava a quinta temporada de “220V” e possivelmente uma nova do “Vai que Cola”. “Também voltarei a fazer teatro. Sempre bom!” Ufa! Haja humor pra tanto trabalho. Risos. Pra ficar na cola do Majella, é só acessar facebook.com/marcusmajellaoficial


SOM NA CAIXA

TEXTOS\ ADRIANA OMENA FOTOS\ MARCELO OMENA

foco

na música

“Meu tesão é no processo”. Esse é Bernardo Pauleira, 32 anos, carioca, músico, produtor, empresário da Bolacha Discos e da Embolacha – plataforma de crowdfunding focada em artistas independentes. Bê é amigo da Reserva de longa data: produziu shows na Reserva + e foi DJ convidado no projeto Morro Acima, que sacudiu o Cantagalo no verão passado. Ninguém melhor do que ele pra tocar a produção musical do desfile Moda, Foque!: 2 bandas, 2 palcos, um repertório de 14 músicas de Roberto Carlos em 12 minutos de desfile, percorrendo canções do preto ao branco. “Foi um desafio imenso. Começamos pelo preto, com um Roberto que falava de revoluções, migramos pro azul romântico e terminamos no branco, com as mensagens filosóficas do Rei.” 2 meses de trabalho intenso com muitos tons de cor e música. O resultado não ficou só nas passarelas: “Quero montar um show com as músicas do desfile completas. Vai ser foda!” Bernardo produz nomes como Qinho, Lettuce e Botika e acaba de lançar um projeto que é a cara da geração 80. “Tenho um estúdio em casa e no tempo livre levo uma batida, brincando com as músicas que me marcaram pela vida”– conta Bê. A brincadeira rendeu mais de 50 gravações, com versões de INXS, Madonna, U2 e muitos outros. “As músicas que ninguém fez pra mim”, que ele assina com o pseudônimo de Willian Nerey, só tem classiqueira da melhor qualidade (ouça aqui: soundcloud.com/bolachadiscos/sets/willian-i-nerey-as-can-es-que). Perguntamos sobre a crise do mercado fonográfico e Bê dispara: “Crise é a do petróleo! Na música a gente se reinventa!” E pra terminar o papo, uma reflexão: “O importante é que os artistas foquem na música e não em si mesmos. Parece incoerente, mas as vezes o bom foco é o que dá uma dispersada.” Falou e disse. Já assistiu ao desfile Moda, Foque!? Chega mais: youtube.com/usereserva

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gatunaDa REUNIDA

Mário, Rodrigo, Dalessandro, Marcos, Felipe e Ana. Todos com o mesmo sobrenome incorporado há 3 anos: do Rocha. Os Gatunos do Rocha surgiram despretenciosamente, pra levar um som numa festa de amigos. “Banda que começa em festa só pode acabar em festa” – diz Rodrigo, o responsável por juntar todo mundo. O porquê do nome? Queriam uma pegada anos 60 e que remetesse à malandragem carioca, aos artistas da noite. O “do Rocha” veio pra arremetar, dando o toque de baile de subúrbio. A banda, que faz versões engraçadíssimas de músicas bem conhecidas do público, se apresenta com figurinos divertidos, no melhor estilo “meio expediente”: em cima paletó e gravata, embaixo bermuda e tênis. Mas os Gatunos também levam a diversão a sério. Se apresentam mensalmente no tradicional Levianos, no bairro da Lapa, no Rio. O próximo passo é a gravação de um DVD. Felipe explica: “Só vendo a gente ao vivo dá pra ter a experiência do que é o show e o DVD vai captar isso muito bem.” “Também tocamos onde os amigos e a diversão estão: de casamento a funeral” – conta Mário. O repertório vai de Wando, com direito a perucas e calcinhas na cabeça, a Zezé de Camargo em versão rock’n roll de “É o Amor”. O clima de baile contagia o público, que canta junto e ainda sobe ao palco pra participar da festa. “Nunca vi uma banda desconhecida ter fãs, mas nós temos as Gatunetes. E não são TV à cabo, a gente garante” – contam às gargalhadas. Brincadeiras a parte, os Gatunos estão super focados no próximo lançamento da banda: o Bailão dos Gatunos, projeto em parceria com a Reserva que vai trazer um DJ convidado pra tocar junto com os caras. Diversão é solução sim. Mais sobre os Gatunos e a agenda da banda em facebook.com/osgatunosdorocha




FACE A FACE

PLANETA FACEBOOK

Maurits Cornelis Escher Conhecido como o mestre da ilusão de ótica, o artista holandês teve suas obras exibidas no Brasil há 2 anos. Seus desenhos e gravuras são de pirar o cabeçote. Fonte da imagem: mcescher.com

Julian Beever Esse maluco cria desenhos tridimensionais usando giz. Isso mesmo, giz. Sua arte está espalhada pelas ruas do mundo. Técnica perfeita, uma dose de matemática e um resultado que é quase um deboche à realidade. Fonte da imagem: julianbeever.net

Oleg Shuplyak Mais um brincalhão talentoso pra nossa lista. Este ucraniano cria pinturas que distorcem nossa visão e percepcão. Suas obras têm sempre 2 interpretações diferentes. Parece mas não é: ilusão de ótica pura! Fonte das imagens: art.ber.te.ua

François Abélanet Pra criar esta obra de 1.500 m2, ele teve ajuda de 90 jardineiros! Uma perfeita ilusão tridimensional que recriou o Globo Terrestre a partir de grama. E o cara só levou 5 dias pra concluir! Fonte da imagem: francois-abelanet.com

Alexander Khokhlov e Valerya Kutsan A série “Beleza Estranha” é uma parceria entre o fotógrafo Khokhlov e a maquiadora Valerya. O projeto reúne fotos de modelos com pinturas faciais em PB. O resultado é lindo e intrigante. Fonte das imagens: alexanderkhokhlov.com

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Caetano Veloso: Alegria, Alegria Lançada em 67, a música é uma mistura de ironia, rebeldia e denúncia. Em cada verso, uma crítica clara ao abuso do poder e da violência militar, numa época em que o Brasil gritava por liberdade. migre.me/fcT23 | 368 mil views

U2: Sunday Bloody Sunday Conhecida pela batida militarista e guitarra dura, é uma das músicas mais políticas do U2. A letra narra o Domingo Sangrento em Derry, onde uma passeata civil foi violentamente reprimida. migre.me/fcVmz | 6,9 milhões de views

Gabriel, o Pensador: Até Quando? A música é um verdadeiro sacode na sociedade brasileira. Até quando você vai levando? Até quando vai ficar sem fazer nada? Questionamento com recado direto e reto. O clipe também marcou época e levou prêmio de melhor edição. migre.me/fP5aC | 491 mil views

Legião Urbana: Geração Coca-Cola A música foi composta na década de 80, quando os adolescentes só queriam saber do que vinha dos Estados Unidos. Renato Russo se apropriou da Coca-Cola, um dos maiores símbolos do capitalismo americano e mandou ver. migre.me/fcWOU | 150 mil views

Plastic Ono Band: Give Peace a Chance Lennon e Yoko Ono são os autores deste verdadeiro hino de paz e esperança. A música se tornou um símbolo do movimento anti-guerra na década de 70 e foi regravada diversas vezes, inclusive após o 11 de setembro. migre.me/fcXoJ | 4,7 milhões de views


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QUER QUE DESENHE?


caso de amor

TEXTO\ JOSY FISCHBERG FOTO\ MARCELO OMENA

Este texto poderia começar citando todos os prêmios que ele já ganhou – e foram muitos. Ou poderia discorrer sobre a sensibilidade de um sujeito de 33 anos que cria móveis e objetos que são verdadeiras obras de arte. Mas nada disso dá conta de explicar esta história e porque ela é tão especial. Vamos, então, pelo mais simples: Rodrigo Calixto ama madeira. Entender esse caso de amor é fácil, os motivos são vários. Por exemplo: quando Calixto entrou na faculdade (de Desenho Industrial, na PUC-Rio), havia um boom do plástico. Os colegas faziam projetos de liquidificadores e de carros, quase tudo difícil de ser concretizado. “Foi aí que eu pensei: e se eu quisesse fazer uma mesa? Isso só dependia de mim e da madeira. Comecei pelas coisas que tinha vontade de fazer, uns pufes, umas mesas de centro” – conta ele. A paixão não se explica só pela concretização instantânea dos sonhos. A madeira, como diz Calixto, sempre revela uma história, seja ela do plantio, da sua procedência, da sua espécie ou dos móveis e objetos para os quais foi usada. Ela também conta a história do Brasil. O nome do nosso país vem de uma madeira, o Pau-Brasil, algo que todos aprendemos na escola, mas pouco refletimos sobre. E a madeira faz parte da história do próprio Rodrigo Calixto: “Todo mundo na minha geração ou nas anteriores tem um pai, um tio ou alguém próximo cujo hobby é a marcenaria. Fazem uma cadeira aqui, um brinquedo ali. Meu pai é economista, mas também brincava disso. E eu brincava junto.” Duas décadas depois, Calixto começava a se tornar profissional naquilo que começou como brincadeira. No início da faculdade, ele juntou uma grana (parte com o que ganhou em concursos de design) e comprou algumas máquinas de um marceneiro que estava se aposentando. “Sabia que máquinas comprar, mas não sabia mexer em todas ainda. Lembro que tudo custou R$ 9.200, até guardei o recibo. Aluguei um espaço na Frei Caneca, no Centro do Rio, e meu pai me ajudou. Passei a ficar extremamente dividido entre faculdade e oficina. Ali era meu laboratório, eu experimentava o dia inteiro e foi assim que aprendi.” Aprendeu tanto que, se você procurar pelo rapaz hoje, vai encontrá-lo na sua Oficina Ethos, já em outro endereço também na região central do Rio. Quem passa pela calçada nem imagina o que eles produzem ali. Quem entra fica encantado. São banquetas, bancos, poltronas, balanços, gangorras, mesas, estantes, todos com um design e um acabamento incríveis. Tudo em madeira maciça. Algumas peças podem demorar até três meses para ficarem prontas, tamanho o trabalho. No meio disso tudo, existe uma biblioteca da madeira, a Xiloteca Brasilis, não por acaso a obra preferida de Calixto. A estrutura de acrílico tem 90 vãos, onde são colocados cubos feitos com madeiras diferentes do país, cada um com o nome de sua espécie gravado. A Xiloteca não vai completa para quem compra: a cada espécie de madeira que Calixto encontra, novos cubos são produzidos e enviados aos clientes que já possuem a estrutura. “Eu não tinha a dimensão dessa obra durante a sua criação, não sabia que mexeria tanto com a emoção das pessoas. Agora tem cliente que torce mesmo pela chegada de novas madeiras. Ligam, perguntam... É bem aquela história de que um objeto só ganha vida quando as pessoas interagem com ele. Um pedaço de pedra retirado do Muro de Berlim não é só um pedaço de pedra, sabe?” Se até hoje sua carteira de clientes só cresce e ele faz questão de saber para onde vão todas as peças que produz (isso é que é amor pelo que se faz!), na sua própria casa não tem nem armário. O que há de móveis produzidos por ele pararam lá por acaso. “Eu amo tudo o que eu faço, sou meu primeiro cliente. Se não gosto, nem produzo. Mas acho que a minha casa tem que estar aberta para móveis e objetos que os outros fazem, para que eu conviva sempre com outros olhares. É uma maneira de me oxigenar. É assim que eu vejo o mundo.“ O marceneiro de reflexões tão profundas também surpreende quando a gente pergunta o que ele acha de quebrar tantos padrões, como é sair do lugar comum. “Quando eu comecei o trabalho com a madeira, nunca me passou pela cabeça que estava fazendo algo diferente. Foi a maneira como fui criado pelos meus pais, foi a maneira como eu fui induzido a olhar o trabalho. Eu só sabia e só sei fazer assim. E eu amo o que faço.” Aqueles que veem de perto o que ele faz também passam a amar. É inevitável.

Apaixone-se pelo trabalho do Rodrigo em oficinaethos.com.br




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Desfile Reserva Moda, Foque! Verão 2014, Fashion Rio, maio de 2013.

EM CENA, AÇÃO!


TEXTO\ FRED TOLIPAN FOTO\ MARCELO OMENA

NO teatro ou na vida? A arte requer atitude!!! É um abismo cego… sem volta e de eco seco. Murmura, em silêncio opaco, o som de todas as almas. A arte. O duro, o seco e a forma. O EU. E o outro? Quando o outro se fez, criou-se o teatro. O diferente… o antagonista. O que pensa de outra maneira. O que cria. A sua imagem e semelhança? A transgressão!!! Seria transgredir pensar diferente? Pensar diferente poderia ofender? Por que algumas pessoas se ofedem tanto ao se depararem com uma opinião contrária? Vai ver, riem pouco de si mesmas. Me parece saudável que a diferença exista. O teatro promove a diferença. Um olhar subjetivo, que recorta o mundo em molduras, observando o único teatro palpável: a vida. Mas a vida nos inunda com seu cotidiano ríspido, alegre, enfadonho, previsível e palpável. A arte nos transborda com sua força, seu vigor e intensidade. Nestes momentos, gosto de lembrar do bom Nietzsche: a arte existe para que a verdade não nos destrua. Então, o que falta para vivermos a vida e não o cotidiano? Atitude!!! Estar vivo é fácil, mas viver é dificil. Viver implica. Desloca o indivíduo para o campo da afetividade e do sensível. O homem que manifesta seu olhar na arte promove momentos sinceros … do olho no olho, do toque de pele … das intensidades que a vida nos propõe. O lugar do estar. Não do ser ou não ser. Do estar no momento presente. Inteiro. Infinito enquanto dure. A vida nos apresenta personagens que observamos como retrato de uma época. Habitá-los de forma banal, faz a vida banal. O impulso natural do homem é criar. O teatro nos faz desenhar contornos em corpos turvos moldados pelo cotidiano. Mas de que teatro estamos falando? Eu defendo um teatro da comunicação. A arte comunica!!! O tangível e o intangível!!! O lúdico e o concreto!!! O homem se fez humano com a necessidade de se comunicar. De contar ao outro a sua história. Construída, dia a dia, com fragmentos de memórias que se apagam logo após o boa noite. Mas reiniciam com a vitalidade de ver a vida acontecer no hoje, no agora e com tudo o que ela pode oferecer. A vida e a arte. A arte e a vida. E os heróis viraram figuras em que projetamos nossos ideais inalcançaveis. Fantasmas do nosso querer. Queremos encontrar em nós as complexas existências, sensações legítimas, paixões violentas e muito mais. Resta a pergunta: na arte ou na vida, ou melhor, no teatro ou na vida? Nesse momento recorro ao meu fiel filósofo: a arte deve antes de tudo e em primeiro lugar embelezar a vida. Obrigado Nietzsche!!!


Nテグ ADIANTA NEM TENTAR...


NOVA POLO RESERVA: DETALHES MUITO GRANDES PRA ESQUECER.


PARTIU?!

NA

BAGAGEM, TEXTO E FOTOS\ ALAN ROCHLIN

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Alan e os camelos no deserto de Negev: “aprendizado e amigos pra toda a vida.”

“Israel?? Que diferente...bacana! Mas foi fazer o que lá?!” Essa é a reação mais típica depois que falo que passei um ano por aquelas bandas. Mas como judeu, essa era uma experiência que eu queria muito viver. Fui então pra Israel no ano de 2011 com mais de 170 jovens da América do Sul. Pra quê? Pra fazer um curso de formação de liderança, um super desafio. Em 12 meses que passaram voando, morei em 4 lugares diferentes. Comecei por Jerusalém, sem dúvida, o lugar mais multicultural em que já estive. Respeitando cada um de seus limites, a cidade velha (como é conhecida) é dividida por bairros de judeus, cristãos, muçulmanos e armênios. Em seguida me mudei para Tel-Aviv, quase um Rio de Janeiro israelense. Praia, noite agitada e vida cultural efervecente.

O país se articulava politicamente, rumo a uma das maiores reestruturações de sua história. O povo lutava por justiça social. Na principal avenida da cidade, milhares de barracas e muita gente nas ruas. Debates, shows e muita movimentação. Vivi tudo aquilo intensamente, tentando tirar onda com meu hebraico e posar de local. Risos. Na metade do programa fui pra Tibérias, uma cidadezinha ao norte do país. Meu foco por lá era ajudar os mais necessitados da forma que fosse possível. Cuidei de crianças carentes, pintei muros na rua, varri jardins abandonados e lavei pratos em pleno verão israelense (que é bem mais hot do que o nosso) #nãotavafácilpraningúem. Ralei um bocado, mas a gratidão era enorme. Ficava evidente como eu e meu grupo fazíamos diferença na vida daquelas pessoas. Em troca: cama, comida e roupa lavada. A bagagem voltou muito mais cheia do que foi. Experiências, aprendizados, muitos amigos pra vida toda e uma cultura encantadora. Partiu voltar?! Alan estuda Comunicação na PUC-Rio e integra o time de Encantamento da Reserva.


SOLTA O VERBO

TEXTO\ JOSY FISCHBERG FOTOS\ PEDRO LORETO

NATáLIA Natália Lage está fazendo tudo ao mesmo tempo agora: teatro, TV – como atriz e apresentadora – e cinema. Como se isso tudo não fosse suficiente, tem projetos para várias outras peças e ainda estrela, ao lado de outras mulheres, a campanha Verão 2014 da EVA. Tanto é que conseguimos nos encontrar só por Skype (santa tecnologia!). Mas, mesmo pela tela do computador, a moça surpreende muito. Não só pela quantidade de coisas que tem para contar, mas também pela profundidade com que aborda assuntos tão diversos. Aquelas imagens da Natália ainda pequenina na TV, definitivamente, são só boas lembranças do passado. Você disse, no vídeo da campanha da EVA, que, por ser atriz, “tem muita gente aí dentro”. Quem está aí dentro? Eu acho que me permito viver muitas coisas e as personagens que encarno também me trazem possibilidades. Elas são ficcionais, mas são de verdade. Se você leva um tapa na cara em cena, aquilo é ficção, mas é você quem leva o tapa. Se beija 30 homens em 30 trabalhos diferentes, a mesma coisa. Experiências que, talvez eu não tivesse na minha vida privada, eu tenho na profissional – e não dá para desvencilhar! Assim eu fiquei com muitas características diferentes. Eu não tenho um padrão definido, eu sou até meio contraditória (risos). Você está nos cinemas, com o filme “Vai que dá certo”; no teatro, com “Edukators”; e na TV, com “Tapas e Beijos”. Como faz isso tudo caber na agenda? Ainda tem o “Revista do Cinema Brasileiro”, que apresento na TV Brasil. Estou produzindo mais uma peça, estou com nome em outra... Não sei como me viro, mas sou apaixonada pelo trabalho, é o que me realiza. Mas é meio sazonal também. Tem épocas em que acontecem um monte de coisas, outras em que você fica parado. A verdade é que eu preciso aprender também a ficar parada, saber ter tempo livre. Eu fico livre dois dias e já acho que poderia estar fazendo alguma coisa.

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Dá tempo de ficar linda? Não... (risos) Eu estou precisando ir ao salão, fazer ginástica, jogar tênis, andar de bicicleta... Ainda peguei a maior gripe. E agora estou aproveitando a maquiagem que fiz no dia, já que gravei o “Revista” hoje, para a festinha de um amigo que tenho logo mais! Dá para ir aproveitando essas maquiagens? É uma boa, hein? Sim! A Lucilene (personagem em “Tapas & Beijos”), por exemplo, deu uma peruada em mim. Ela tem um cabelão enorme. Não estou com ele agora porque tive que tirar o megahair por uns dias para o cabelo descansar. Mas amanhã recoloco e vou levar 5 horas fazendo isso! Os personagens trazem essas coisas. Eu nunca teria cabelo cacheado e, de repente, eu tenho! Na última peça que eu fiz fiquei loira platinada, algo que eu não faria como uma “civil” (risos). Achei muito legal. De tudo o que faz, o que curte mais? Teatro, TV ou cinema? Teatro. Porque é uma cachaça. É difícil, cansativo, a gente se esfola, eu me quebro nos ensaios, você repete mil vezes, é pouco público, dá pouco dinheiro... E você não para! Tem uma coisa do “ao vivo” e do risco, é um perigo que eu gosto. Mas eu adoro cinema também porque eu gosto de assistir. O cinema tem um tempo de elaboração, é como se você fizesse um pouquinho de teatro com câmera. Tem ensaio, é uma obra fechada, tem começo, meio e fim. Já na TV o engraçado é que o personagem pode ir a qualquer lugar.

A Lucilene (personagem) me dá muito susto: pega um cara, pega dois, no final já pegou o programa inteiro (risos)! É difícil ser sensual na TV? Hoje eu lido bem melhor com isso. Na minha história, como eu cresci na TV, teve essa coisa de as pessoas verem uma menina se transformando em mulher. Tanto que eu dei uma engordada nesse tempo, acho que foi uma maneira de fugir desse lugar. Tinha medo de virar desejada, eu sempre fui mais reservada, nunca foi fácil fazer cena de sexo. Eu me fechei e hoje trato com mais naturalidade, já fiz cenas de sexo em filme. Porque tem sexo na vida, nudez na vida e, se isso for usado em um bom trabalho, se fizer sentido, vale. E com a Lucilene é mais fácil porque tem o humor. Você também ama poesia, certo? De onde vem isso? Eu sempre gostei, desde menina. As primeiras coisas que li, quando era adolescente, eram poemas. Fernando Pessoa, Manoel de Barros, Manuel Bandeira, Paulo Leminski, Cecília Meireles... A poesia tem um olhar meio melancólico sobre as coisas, existe uma introspecção e uma metáfora nela que são importantes para o trabalho de atriz. Ela dá a possibilidade de vermos símbolo nas coisas. O Mário Quintana é que dizia: “E nunca me perguntes o assunto de um poema: um poema sempre fala de outra coisa”. Conhecer os símbolos é muito importante: se você está em um cenário, uma cadeira nunca é só uma cadeira, um gesto que o ator faz nunca é gratuito.

a mil por hora Para além da poesia, conta aí o que você está ouvindo e lendo no momento. Ah, em termos de música, eu gosto dos velhos. Tom Waits, Van Morrison, Tim Maia. Mas a música do momento mesmo é a do Dirty Projectors, sou apaixonada, enlouquecida. Tem uns meninos de São Paulo, Moustache & Os Apaches, que eu também adoro. E gosto também de Vampire Weekend, White Stripes. João Gilberto sempre, curto um sambinha. É meio cafona dizer isso, mas eu sou eclética. Sou mesmo. Botou Timbalada eu danço (risos)! E, de livros, o do momento é o “1Q84”, do Haruki Murakami. Estou no segundo volume. Recomendo muito. No que você foca e no que não foca de jeito nenhum? Eu queria dizer que foco na minha saúde, mas agora meu foco é no trabalho. Não foco de jeito nenhum nas coisas que me fazem mal. Eu já sei quais são, já entendi. E fujo delas. Você disse lá no início que não tem um padrão, mas dá para saber qual foi a última vez que você quebrou um padrão? A minha relação com o corpo é um padrão que eu venho quebrando. Tenho aprendido a lidar com ele, a comer bem, a achar um exercício que gosto. Esse é um padrão que acho que quebrei. De outro lado, já fui mais melancólica, muito mais introvertida. De uns tempos para cá estou mais comunicativa, mais aberta e até mais diurna. Hoje eu quero mais coisas solares e alegres.


ENSAIO EVA

RAPTE-me, camaleoa FOTOS\ PEDRO LORETO MODELO\ MICHELLI PROVENSI STYLING\ DANIEL UEDA MAKE\ RITA FISCHER


0010051 CARDIGAN ARRASTÃO PAETÊ

0009979 REGATA RIB FOIL

0009589 SHORT I LOVE ROCK



0009785 BLUSA ALÇA ESPINHO 0009931 SAIA PLISSADA EST ONÇA 0010209 CINTO ANIMAL

0009940 CAMISA MANGA FRANJAS 0009936 PANTALONA CINTURA ALTA


0009582 CAMISA JEANS DELAVÊ 0009587 CALÇA WOODSTOCK


0009762 MACAQUINHO TROPICAL FARPADO 0009735 PULSEIRA TEM Q TER

0009942 REGATA CAVA GGT BORDADO 0010056 CALÇA COURO 0010174 PULSEIRA PRI

0009403 BLAZER MANGA TRANSPARÊNCIA 0009863 REGATA TOKIO 0009317 CALÇA ESCRITO NAS ESTRELAS


0010396 PERFECTO ARARAS COLOR 0009995 TSHIRT BASIC 0009554 SHORT SARJA COLOR


0009774 MACACテグ OVER SEDA 0009739 PULSEIRA SHIRRA


0009301 VESTIDO BURACOS DA VIDA TIGRE 0009730 PULSEIRA ZÍPER

0009954 REGATA LISTRA PEDRARIA 0009414 BLAZER MODERNINHO 0010373 SAIA ANIMAL 0010400 BOLSA ARY



0009348 TOP RENDA CLASSIC 0009803 PERFECTO BLANCHE 0009316 SHORT ESCRITO NAS ESTRELAS


0009363 BIQUINI LISTRA ASSIMÉTRICA




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QUANTO + GENTE MELHOR

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1 O coordenador de Estilo Lee Landell atento aos detalhes de cada look minutos antes do desfile Moda, Foque! 2 Évans Queiróz, diretor criativo da Reserva, comandando o ensaio Moda, Foque! no centro do Rio. 3 Chove, chuva! Ao final do ensaio pra esta edição, a foto com a chuva cenográfica vira uma festa. 4 Jayme Nigri, a gerente de Marketing Karen Arman e o Sorridente Rony Meisler num momento descontraído da nossa convenção de atacado. 5 Paloma Terra, coordenadora de produção e Kim Courbet, nosso modelo desta edição, na festa junina da nova sede Reserva.


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6 Rick Yates, gestor da marca Eva e sua banda Beligerantes, na passagem de som pouco antes do desfile Moda, Foque! 7 Kim e Lee preparam o modelo Tiago Vivas pra receber o polêmico arco do desfile. 8 Rick e suas Evas na convenção de atacado. 9 Energia total e vibração máxima antes de entrar na passarela do Fashion Rio. 10 Tom, estrela da campanha Reserva Mini e filho do orgulhoso Lee Landell, nos bastidores do ensaio pra temporada Verão 14. 11 O abraçaço de Évans e Rony depois do desfile. Missão dada é missão cumprida.

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FANFARRONICES

quanto RISO A nossa já tradicional seleção impagável do melhor (ou pior) do nosso humor facebookiano.

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FB.COM/USERESERVA

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FB.COM/USERESERVA

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NUNCA JULGUE O LIVRO PELA CAPA.

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PEGUE LEVE. MALHE A MENTE.

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AH, QUE BOM. TÁ FICANDO IGUALZINHO!

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QUE A FORÇA ESTEJA COM VOCÊ.

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NINGUÉM É DE FERRO. NEM ELE.

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CADERNO? NÃO, NÃO CONHEÇO.

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É JASON, VAI TER QUE ESPERAR…

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CHURRASQUEIRA É PROS FRACOS.

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CADA UM TEM A BARRIGA QUE MERECE.

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MAMADEIRA NÃO TEM IDADE.

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Garanta sua dose de humor diária. É só curtir a Reserva no Facebook: facebook.com/usereserva

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Nada mais social que o antissocial. Como a noite tem o dia, como João e petisco Maria, tudo começa no dois: seja o antes e o depois, seja o que quiser e o seu contrário. Quem nunca uma coisa e também seu oposto, que conheça o Mário.

Aí eu não tava aqui escrevendo, nem você lendo, sua linda, seu lindo, ainda indo. Daí não restaria nem ditado porque será muito pior só do que de si mesmo mal acompanhado. Entre o nada e a dor, um nadador e assim por adiante.

Isto dito, vamos ao que não interessa: o antiantissocial. Este não engulo. Se todo mundo quer festinha e na hora H quer I ou sumir do mapa; se toda gente brinda cicuta e bochecha uma gelada; se todo mundo é pop e bicho e se todo e qualquer e cada um somos luz e lixo; e, fundamentalmente, se eu poderia ficar aqui o dia inteirinho rimando feliz da vida, é porque tem certa graça até em pinicar ferida. O que dói mesmo é aquilo, que para além de tudo e nada, é contra ser à favor ou contra – aí acabou não rima fim.

Por isso digo mendigo e réptil repito: tudo mais antiantissocial que o antiantiantiantiantissocial. Mastigo a noite tempero o dia, degusto José e como Maria, nada começa no um: seja o que quiser e o seu contrário.

Porque o antiantissocial, não se engane, não é o social travestido. Se o social quer e o anti de jeito nenhum, o antianti – seja antiantissocial ou antiantidesportivo, antiAntígona, antiantílope ou antiantidepressivo – não quer é que os outros queiram ou não queiram, ex- a questão. Em outras palavras, sem palavras.

TEXTO\ MICHEL MELAMED ILUSTRA\ CARLOS DENISIESKI

Aí você está aqui escrevendo e eu lendo lento, rindo. Daí não restaria um ditador porque “antes só se au”, isto é: antecipadamente somente sob a condição de latir. E ao que isso quer se referir? Nada melhor que a dúvida, sem dúvida.

ANTISSOCIAL

Antiantissocial


INSPIRAGRAM

A pergunta era “qual é o seu foco?”. A turma do Instagram respondeu com imagens que realmente valem mais do que mil palavras.

Foco: pais e filhos

Foco: amor

Foco: paz

@danimjung

@jessicabarone

@jorgebadaue

Foco: fim de tarde

Foco: viagens

@luanbattista

@rafaelgome

Curto, logo existo. Contamos com o seu like! Siga a Reserva no Instagram: @usereserva

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