RIO CAMARAJIPE Conexões e espaço urbano por entre cursos d’água.
RIO CAMARAJIPE Conexões e espaço urbano por entre cursos d’água.
Vagner Damasceno Freitas de Cerqueira Trabalho Final de Graduação 2013.1
Universidade Federal da Bahia Faculdade de Arquitetura e Urbanismo Trabalho Final de Graduação Vagner Damasceno Freitas de Cerqueira Orientadora | Any Brito Leal Ivo Rua Caetano Moura | 121 | Federação | Salvador |Bahia CEP 40210-905 arqufba@ufba.br Salvador. 2013
SUMÁRIO
07 Introdução 09 O rio e seus mecanismos 15 Desenvolvimento das sociedades através dos cursos d’ água 17 Degradação dos cursos d’água no cenário urbano 20 Consciência ecológica nos espaços urbanos 22 Resgate dos sistema fluviais 25 A relação de Salvador com os recursos hídricos 28 O rio Camarajipe 34 Esgotamento Sanitário e drenagem urbana na cidade de Salvador 39 Plano de Recuperação da Bacia do Camarajipe 53 A escolha dos trechos 66 O projeto 74 Sistemas de Biorretenção 76 Vegetação 78 Materialização 79 Conclusão 81 Referências 83 Anexos
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INTRODUÇÃO
Esse trabalho é resultante da pesquisa elaborada para o Trabalho Final de Graduação, na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal da Bahia, em 2013. O TFG consiste na elaboração de um projeto de arquitetura ou urbanismo/desenho urbano que deverá abordar o tema escolhido, obrigatoriamente, relacionado às atribuições de um arquiteto urbanista. Isto posto, o estudante deverá escolher a abordagem temática, a intervenção, os objetivos e a metodologia a ser aplicada para justificar a proposta. O TFG é, então, a expressão de questionamentos com uma abordagem temporal de uma temática escolhida pelos anseios do próprio graduando. É diante das relações entre cidades e espaços naturais, do cenário internacional de intervenções urbanas e da insatisfação com as condições de nossa sociedade atual, que nasce o anseio pelo assunto abordado: a recuperação de rios urbanos. A proposta consiste em um parque linear ao longo do rio Camarajipe. Entende-se parque linear como um grande conector das relações humanas com a cidade, criando espaço para a acessibilidade e para o resgate de elementos naturais, recriando o meio ambiente urbano. Desse modo, o tema desenvolvido é a recuperação do Rio Camarajipe no traçado urbano da cidade de Salvador. Visto a multidisciplinariedade do tema, faz-se necessário uma abordagem sobre conceitos geomorfológicos, biológicos e ambientais para compreensão dos mecanismos dos corpos d’água e da sua
importância dentro do ambiente natural e urbano. Além disso, é necessário o entendimento da bacia hidrográfica do Camarajipe e do cenário urbano atual da cidade de Salvador. Assim, se propõem repensar e discutir a cidade através de seus cursos d’água.
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O RIO E SEUS MECANISMOS Ciclo hidrológico
A região circundante aos rios que apresenta declividade e possi-
tem de ir para algum lugar. Dessa forma, o volume permanece constante,
bilita o escoamento das águas, formada por conjunto de cursos d´água,
porém sofre alterações na qualidade e distribuição. Por esta razão, a água
é denominada de bacia hidrográfica. As características naturais de cada
é considerada como elemento renovável, mas finito. Sabe-se ainda que
bacia hidrográfica variam de acordo com as condições geográficas e cli-
da água existente na Terra, 97,5% é salgada, 2,493% é doce e encontra-se
máticas da região onde se encontra.
em geleiras e aquíferos e 0,007% é doce e apropriada para o consumo. 1
O percurso da água em uma bacia hidrográfica inicia-se com a
Dentro do ciclo hidrológico toda a água que chega à superfície
As alterações ocasionadas no solo geram profundos impactos
chuva ou o derretimento de camadas de gelo no topo das montanhas,
no ciclo hidrológico e, assim, na qualidade da água, no fluxo volumoso
ou até mesmo pela água que sobe à superfície oriunda dos lençóis freáti-
e no intervalo de tempo para escoamento e absorção natural. Em um
cos. A água entra em deslocamento pela superfície e atua como elemen-
ambiente natural a presença de folhas secas, rochas e vegetação contri-
to intempérico, gerando alterações de ordem física e química nas rochas,
buem para reter a água na superfície e tornam o processo de absorção e
transportando e depositando os sedimentos, o que produz as configura-
escoamento gradual; em um ambiente urbano as superfícies impermeá-
ções morfológicas de cada canal. Todo esse processo está diretamente
veis diminuem o tempo de absorção e escoamento, pois há uma menor
ligado às características do solo, a declividade do terreno e a velocidade
capacidade de retenção da água pelo solo, dessa forma, o volume de
do fluxo.
água escoada em áreas urbanas é muito maior e, conse quentemente,
a quantidade de águas subterrânea é menor, causando o encurtamento
Toda a água presente no planeta realiza um movimento cíclico na
atmosfera, na superfície e camadas subterrâneas da terra. Ao evaporar dos oceanos, lagos, rios, gelo, neve, solo, através da evapotrans piração dos vegetais e transpiração dos animais, o vapor d´água é transportado pela circulação atmosférica e, ao condensar, se precipita em forma de chuva, granizo ou neve, retornando à superfície onde há de ser absorvida pela terra e escoada até os rios, lagos e oceanos; esse movimento é
do ciclo hidrológico.
A água escoada é despejada nos corpos d’água com temperatu-
ras elevadas; a obstrução do fluxo de água subterrânea impede o funcionamento do mecanismo de regularização térmica, pois geralmente a água subterrânea é mais fria durante o verão e mais quente
denominado de ciclo hidrológico. 9
durante o inverno do que a temperatura na superfície. A supressão da de de sedimentos nos cursos d’água, acarreta na intensificação do provegetação ripária2 aumenta a superfície para maior incidência solar o cesso de assoreamento dos rios, o que causa danos aos ecossistemas enque pode elevar a temperatura da água entre 5ºC e 10ºC durantes os volvidos. períodos de chuvas. (DUBOSE, 1990, apud OTTO, 2004, p.20).
Através de atividades como a agricultura em zonas rurais, a qual
suprime a vegetação ripária, e a construção civil em áreas urbanas, a ação Ciclo dos sedimentos
antrópica acelera o processo de assoreamento dos corpos fluviais, o que
Quanto maior o escoamento em áreas urbanas, maior a quantida- por sua vez leva às alterações no habitat adequado para a vida aquática,
de de sedimentos e poluentes transportados para os cursos d’água. Em sufoca os ovos dos peixes, altera a profundidade do rio, o que dificulta a um ambiente natural o solo é erodido quando a água percorre a super- navegabilidade, e interfere nos processos de tratamento da água. fície terrestre até chegar a um corpo d’água como um rio, lago e oceano; parte dos sedimentos é interceptada pela vegetação e deformidades do terreno.
Em períodos de fortes tempestades, os sedimentos pesados são
carregados rio abaixo para os oceanos e lagos, enquanto sedimentos leves como a argila e o silte permanecem suspensos na água por um determinado período até o fluxo e a velocidade da água reduzirem. Sendo assim, sedimentam e são depositados nas cabeceiras, margens e áreas de várzeas tornando a área rica em nutrientes.
O movimento descrito anteriormente, de forma sucinta, é deno-
minado de ciclo dos sedimentos. É um fenômeno natural, complexo e importante para o funcionamento de vários ecossistemas. Uma disfunção nesse ciclo, como por exemplo, o acúmulo exacerbado da quantida10
1 Dados da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp). 2 Ripária é a palavra derivada do latim ripa, referindo-se às margens dos rios.
Cabeceiras
São regiões próximas as nascentes do rio. Contém uma enorme
diversidade macro e micro biótica . As espécies encontradas nas cabeceiras incluem fungos, algas, plantas, invertebrados, peixes, anfíbios, pássaros e mamíferos. Geralmente é uma região de desova, reabilitação, alimentação e zona de transição para algumas espécies. Esquema de Strahler explicitando a configuração de uma bacia hidrográfica e a classificação dos corpos d’água. Fonte: Ecological Riverfront Design: Restoring Rivers, Connecting communities. 2004
Por conta da relação existente entre a cabeceira e região circun-
dante, esta é uma área de grande concentração de matéria orgânica e nutrientes que servem de alimentos para a vida aquática ao longo do rio. Várzeas
É a faixa de terra constantemente inundada pelo rio em períodos
de cheia para que a água seja gradualmente absorvida pelo solo, contribuindo para reduzir a altura do nível do rio e reduzir a velocidade da água, também chamada de planície de inundação.
A vegetação ripária, por meio da captura do excesso de nitrogê-
nio e fósforo, auxilia o processo de filtragem evitando que poluentes atinjam o leito do curso d´água. Ademais, a presença de vegetação, tanto de pequeno quanto de grande porte, previne a erosão do solo e oferece sombra. A pesquisadora Maria Cecília B. Gorski assim descreve: Funcionamento do ciclo hidrológico. Fonte: Prêmio Jovem Cientista. Água : desafios da sociedade (kit pedagógico). 2013.
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A vegetação atua na qualidade ambiental como fator de renovação do oxigênio, amenizador do clima, gerador de sombreamento e umidade, pelo processo de evapotranspiração, coadjuvante no sistema de drenagem e na prevenção de inundações. Retém água, protege o solo contra lixiviação e erosão, além de proteger do assoreamento as margens dos rios, assegurando a filtragem de suas águas, e evitando a compactação do solo ao redor das nascentes. (GORSKI, 2010, p. 44)
A vegetação das margens dos cursos d´água cria um habitat adequado para diversas espécies de vertebrados, pois oferece alimento e funciona como zona de transição entre o ambiente aquático e o terrestre.
Não obstante, é comum em áreas urbanizadas a ocupação das
várzeas ou a construção de contenções para evitar inundações e privilegiar a capacidade construtiva das margens, tornando crescente a impermeabilização do solo, causando danos à saúde do rio e, em muitos casos, à própria infraestrutura urbana por conta das enchentes que persistem.
Componentes físicos do ecossistema fluvial. Fonte: Desenhos do autor adaptados de Maria C. B. Gorski, Rios e Cidades - ruptura e reconciliação. 2010.
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Zonas do ecossistema fluvial
O ecossistema varia ao longo dessa zona conforme a dimensão e locali-
zação, sendo ele um córrego ou uma planície de inundação. Consequen-
Os cursos d´água servem de habitat para diversos animais e plan-
tas, que consiste em três zonas: bentônica, aquática e terrestre.
temente, a fauna e flora são significantemente variadas, o que condiz
com a dinâmica do fluxo da matéria orgânica: como se move, como é
A zona bentônica é composta por insetos, protozoários e bacté-
rias adaptadas a esse meio, em geral, são organismos que rastejam, se
armazenado e consumido pelas comunidades biológicas. 3
prendem ou vivem enterrados no substrato do fundo dos rios. É a região
mais funda do corpo d´água, acima dela encontra-se a zona hyporheic,
oferta de matéria orgânica afetando o ciclo de vida no ambiente aquáti-
importante para a “recarga” do ecossistema fluvial, “... onde a água [...]
co.
entra por baixo do leito do canal e a condição hidráulica da água fica
entre aquelas das águas fluvial e subterrânea. Neste sentido, a zona
d´água, chamada de zona ripária. Fazem parte dessa zona as áreas de
“hyporheic” também é considerada com ecótono onde a água subterrâ-
pântano, banhados, bosques e demais regiões das bacias hidrográficas,
nea flui entre os ecossistemas terrestre e aquático.” (TAKAHASHI & OHTA,
assim como a fauna e flora relativa a cada ecossistema, que de modo in-
1999, apud KOBIYAMA, 2003, p.5).
tegrado corroboram para o equilíbrio ecológico dos corredores fluviais.
A supressão da vegetação ribeirinha gera um desequilíbrio na
A zona terrestre inicia-se a partir da região adjacente ao corpo
Nesta zona habitam alguns tipos de protozoários, insetos e bacté-
rias que fazem parte da ecologia do fundo do canal. O funcionamento da zona hyporheic é fragilizado quando, em rios urbanos, ocorre a remoção do substrato presente nessa região para instalação e manutenção das tubulações e infraestruturas urbanas.
A zona aquática envolve a região acima da hyporheic até a super-
fície do corpo d´água. “[...] É rica em fungos, bactérias, plânctons, insetos aquáticos, algas e outras plantas aquáticas e peixes. Fazem parte, também, algumas espécies de anfíbios, répteis, pequenos mamíferos e aves.” (MACBROOM, 1998, OTTO, 2004, p.152).
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Fonte: Desenhos do autor adaptados de Maria C. B. Gorski, Rios e Cidades - ruptura e reconciliação. 2010.
3 A dinâmica do fluxo de matéria orgânica é detalhada na Teoria do rio Contínuo desenvolvido por Robin Vannote et alli em 1980. Fonte: http://science.kennesaw.edu Acesso em Fev. 2013
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DESENVOLVIMENTO DAS SOCIEDADES ATRAVÉS DOS CURSOS D´ÁGUA
A água é representativa de valores socioculturais e fator de pro-
turística, ainda que estejam poluídos ou com suas características físicas
dução de bens de consumo e de produtos agrícolas. Por conta disso, sí-
alteradas.” (GORSKI, 2010, p. 35).
tios próximos a rios, córregos e riachos sempre foram atraentes para as-
sentamento de curta ou longa duração em função do grande potencial
rios perenes do mundo, por suas condições geológicas e climáticas do-
para produção de alimentos, consumo, energia, mineração, transporte
minantes, com grande extensão territorial, localizada na faixa mais úmida
de pessoas, de produtos comerciais e demarcação de território.
da terra, entre o trópico de Capricórnio e o Equador.”(REBOUÇAS, 2006
apud GORSKI, 2010, p. 33).
Muitas civilizações desenvolveram-se ao longo de recursos hídri-
Brasil “[...] é detentor de uma das mais extensas e ricas redes de
cos, como a egípcia, ao longo do Rio Nilo, greco-romana, junto à bacia
Mediterrânea e ao rio Tibre, cidades medievais europeias como Londres,
das com rios e córregos por meio de suas atividades cotidianas, como la-
às margens do Tâmisa ou Paris, ao longo do Rio Sena, dentre várias ou-
vagem de roupa, pesca, atividades extrativistas, ritos religiosos e diversas
tras. Os recursos hídricos também são motivo de conflitos internacionais
atividades de lazer.
como o caso das bacias do Tigre-Eufrates, disputados pela Turquia, Síria
e Iraque; ou as disputas entre Israel, Jordânia e Síria pelo uso das águas
suas formas, volumes, cores, movimentos, cheiros e sons. Estão em pro-
do rio Jordão. Fazem parte, também, das manifestações culturais nas
cesso dinâmico de comportamentos físicos, químicos e biológicos. Em
diversas sociedades, seja por meio da literatura, da música, da religião,
espaços urbanos, através da ação e reação com as práticas antrópicas,
filosofia, escultura ou cinema.
estabelecem interações socioeconômicas, culturais e significados estéti-
cos, emocionais e funcionais para a população.
No Brasil, algumas cidades nasceram em áreas próximas a corpos
Ainda no Brasil, pequenas populações ribeirinhas estão conecta-
Os cursos d´água possuem vínculo com a paisagem por entre
d´água como “exemplo a vila de São Paulo [...] estabelecida em um pro-
montório localizado entre os rios Tamanduateí e Anhangabaú, em sítio
de corredores fluviais no quadro de ordenamento do território”, afirma
próximo a outros dois rios, Pinheiros e Tietê.” (GORSKI, 2010, p. 34) Outras
que as paisagens fluviais são avaliadas e preferidas em função dos as-
“[...] cidades ribeirinhas de grande porte, como Blumenau, Recife, Cuiabá,
pectos: ecológicos, pelas diversidades de espécies vegetais e animais;
Manaus e Porto Alegre, têm nos seus rios um fator de vitalidade e atração
composição e integridade, pelas características formais como forte im-
Maria das Graças Saraiva, autora de “O rio como paisagem: gestão
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pressão visual, contrastes, texturas, variedade de apresentação da água; e elementos cognitivos como o simbolismo, legibilidade, complexidade e mistério. Outras questões, levantadas por diferentes autores, dizem respeito à valoração econômica atribuída ao uso do solo, potencial turístico e criação de empregos. Todavia, a desvalorização das paisagens ribeirinhas as transforma em elementos residuais no tecido urbano, verdadeiras feridas sujeitas a ocupações irregulares e desequilíbrios ambientais.
4 A Resolução nº01 de 16 de março de 2005, do Conselho Estadual de Recursos Hídricos (CONERH) 2005/2006 define como múltiplo os usos das águas, classificados em consuntivos, aquele que origina perdas entre o volume derivado e o que retorna ao curso d´água, e não consuntivos, que não originam perdas. 16
DEGRADAÇÃO DOS CURSOS D´ÁGUA NO CENÁRIO URBANO
A intensa urbanização, iniciada com a Revolução Industrial, asso-
o abastecimento da população. Segundo Rebouças:
ciada à falta de planejamento adequado, contribuíram para grandes alte-
As populações que se adensam em grandes cidades estão expostas à escassez quantitativa e qualitativa das águas. No Brasil, o saneamento urbano deficiente contribui para o lançamento de esgoto sem tratamento e deposição de lixo nos rios, que recebem, ainda , a contribuição de insumos químicos intensivamente empregados em áreas de desenvolvimento agrícola. A escassez qualitativa representa grande ameaça ao ambiente, à saúde pública e, em consequência, à economia. (REBOUÇAS, 2006, apud GORSKI,
rações das paisagens ribeirinhas e degradação dos sistemas fluviais.
No Brasil, o crescimento acelerado do setor industrial, após a dé-
cada de 1950, favoreceu um forte processo de urbanização que, conforme Gorski, já em meados do século XX, caracterizava-se por um cenário
2010, p. 52).
carente de investimentos em planejamento e infraestrutura, e sob a atuação de administrações ineficientes, acarretando em impactos e franca deterioração da água, solo, ar e vegetação.
Muitos são os problemas encontrados na relação entre o plane-
O aumento da demanda de usos múltiplos4 dos recursos hídri-
jamento do espaço urbano e os recursos hídricos, tais como a obstru-
cos, na ampliação da produção de alimentos e industrialização culminou
ção do escoamento, devido ao estreitamento dos canais para criação de
para a deterioração da água, representando hoje um problema que afe-
obras de trânsito, a criação de taludes em estradas, a deposição de lixo
ta, principalmente, a saúde pública. Atualmente, “[...] nos países em de-
e sedimentos nos rios. A supressão da vegetação ripária aliada à imper-
senvolvimento [...] 80% das doenças e 33% das mortes” (DOWBOR, 2005,
meabilização da superfície, resultando em volume crescente de água de
apud GORSKI, 2010, p. 52), as quais atingem particularmente a popula-
escoamento superficial, o que, por sua vez, associados aos projetos de
ção infantil, são decorrentes desse problema.
drenagem inadequados e tecnologicamente atrasados, não englobam e
nem simulam os ciclo naturais, mostrando-se insustentáveis.
A água é um elemento renovável, porém finito, e conforme o ciclo
hidrológico, toda a água que cai na superfície tem de ir para algum lugar. Entretanto, mesmo que seu volume continue constante, há variações na qualidade e distribuição devido às interferências antrópicas. O tratamento de esgotos não ocorre na mesma proporção que o aumento do consumo, obrigando os municípios a buscarem mananciais mais distantes para
Em resumo, o impacto da ação antrópica de contaminação das bacias hidrográficas, afetando águas superficiais e também subterrâneas, dá-se tanto por vias diretas - poluição por despejo de efluentes doméstico, agroindustrial e industrial -, quanto por vias indiretas - remoção de florestas ripárias, construção mal planejada de usinas hidrelétricas, uso e ocupação inadequados do solo ao longo dos cursos d´água, ou poluição difusa, gerada em grande parte 17
pelos deflúvios contaminados provenientes das áreas urbanas e áreas de agricultura -, causas significativas e fontes de degradação dos rios, lagos e estuários. (GORSKI, 2010, p. 65)
O vínculo e a consciência por parte da população perante finitude e importância da água é um fator relevante para a valoração, preservação ou recuperação de mananciais e cursos d´água dentro do espaço urbano. (GORSKI, 2010, p. 35)
É bastante comum, em cidades de médio e grande porte, a prática
de medidas pontuais como a canalização dos cursos d´água, alterando a morfologia dos sistemas fluviais e aumentando a incidência de inundações, causando a morte da biodiversidade, eliminação dos meandros, aumento da velocidade da água, da erosão e assoreamento, sendo assim, causa a instabilidade do canal e desqualificação da água.
O crescimento urbano e dos projetos de cunho rodoviarista subs-
tituíram o potencial cênico e de drenagem das paisagens ribeirinhas por uma mais rígida, artificial e menos mutável, onde é constante a presença de contenções de concreto, taludes e avenidas para circulação de automóveis, e a escala humana não é contemplada, o que pode ser visto em muitas cidades brasileiras.
Essas interferências causaram a depreciação dos valores cultu-
rais dos rios, anteriormente de grande relevância para a sociedade nas diversas manifestações culturais. O que se tem hoje é um sentimento saudosista e nostálgico, em outros casos, o esquecimento ou desconhecimento dos recursos hídricos existentes na cidade. Ademais, a presença do mau cheiro, da sensação de obstáculo à mobilidade e da ameaça de inundação é uma constante. 18
Impactos em corpos fluviais retificados e canalizados
Fonte: Desenhos do autor adaptados de Maria C. B. Gorski, Rios e Cidades - ruptura e reconciliação. 2010.
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CONSCIÊNCIA ECOLÓGICA NOS ESPAÇOS URBANOS
A consciência ecológica sobre os cursos d´água e os espaços ur-
das sociedades. Ao final do século XX a preocupação com as questões
banos é fruto do higienismo ocorrido na Europa ao longo dos séculos XIX
ambientais toma força em forma de movimentações da sociedade mun-
e XX. Os avanços tecnológicos e oportunidades de emprego durante a
dial, como as Conferências sobre o Meio Ambiente em 1972, que resul-
Revolução Industrial culminaram nas explosões populacionais das cida-
taram no Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma),
des europeias. As estruturas herdadas das antigas cidades da Idade Mé-
cujo objetivo era gerenciar as iniciativas de proteção ambiental, a I Con-
dia, com ruas densas, estreitas, abafadas e tortuosas, combinadas com o
ferência das Nações Unidas realizada em 1977, que resultou no Plano de
novo modo de vida trazido pela industrialização deram origem a inúme-
Ação de Mar del Plata, discutindo os problemas que ameaçavam os re-
ros problemas de salubridade, fluidez do tráfego e estéticos, tornando
cursos hídricos.
intolerável a vida das classes operárias e, a partir de certo momento, a
vida da classe burguesa.
sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento, cujo resultado foi o relató-
De modo geral, os estudos voltados para solucionar a problemá-
rio divulgado em 1987, chamado de Nosso Futuro Comum ou Relatório
tica das cidades recaíram sobre intervenções técnicas no meio urbano,
de Brutland. Esse documento apresenta o conceito de desenvolvimento
denominados de higienistas e sanitaristas. O alargamento das vias, a ele-
sustentável, o atendimento às necessidades do presente sem compro-
vação dos edifícios, a reestruturação dos lotes, o desenvolvimento dos
meter as demandas das futuras gerações. A II Conferência do Meio Am-
sistemas de drenagem e esgoto, a limpeza das ruas, o desenvolvimento
biente, ocorrida em 1992 no Rio de Janeiro, concebe cinco importantes
paisagístico, fizeram parte de uma nova concepção de ver e viver a cida-
documentos com a participação de 178 nações. Foram eles a Conven-
de. A abertura de espaços públicos em cidades populosas era visto como
ção sobre Mudanças Climáticas, Convenção sobre Diversidade Biológica,
um meio de promover a saúde e a qualidade de vida da população.
Princípios para Manejo e Conservação de Florestas, Declaração do Rio e
a Agenda 21. Este último possui o mais completo capítulo sobre recursos
Desde meados do século XIX a concepção acerca da relação entre
natureza e espaços urbanos vem evoluindo em forma de estudos, documentos, projetos, intervenções urbanas e alterações comportamentais 20
Em 1983, o III Encontro Mundial da ONU, cria a Comissão Mundial
hídricos.
Várias outras conferências foram realizadas externando as preo-
cupações com os recursos hídricos e a recuperação de corpos d´água. Entretanto, assim como as questões levantadas pela Agenda 21, resultaram em poucos efeitos, visto que a problemática com a água é, frequentemente, uma crise de governabilidade.
Conforme a Política Nacional de Recursos Hídricos no Brasil, a
água é um bem de domínio público, dotada de valor econômico, que deve ser assegurada à atual e às futuras gerações a necessária disponibilidade, em padrões de qualidade adequados aos respectivos usos. A água, indispensável à vida, é também um recurso muito complexo dentro do ambiente urbano e sua qualidade aponta o grau de saúde de seus habitantes, em consequência, o nível de desenvolvimento do país.
21
RESGATE DOS SISTEMAS FLUVIAIS
As propostas atuais de intervenção em cursos d´água, dentro do
visando recriar um ecossistema natural sem restabelecer a condição ori-
ambiente urbano, visam a valorização social, econômica e ecológica dos
ginal, pré-impacto do curso d´água.
espaços envoltórios ao rio, promovem a qualidade de vida da população5
e estimulam o senso de comunidade. O ambiente urbano quando bem
d´água e do entorno, e tem como foco a valorização geral das proprieda-
estruturado, pode simular funções ecológicas dos ciclos que envolvem o
des ecológicas, sociais, econômicas e estéticas.
ar, a água e o solo e, desse modo, criando uma simbiose entre a cidade e
a natureza.
intervenções em sistemas fluviais inseridos em áreas urbanizadas. São
Como forma de definir as diversas possibilidades de intervenções
crescentes os projetos que objetivam a recuperação dos rios, promoven-
para o resgate dos sistemas fluviais, os estudos desenvolvidos pela Ur-
do o crescimento da cidade com uma abordagem mais social e ecológi-
bem6 distinguem quatro classificações:
ca, a exemplo do rio Cheonggyencheon em Seoul, Coréia do Sul, o rio Los
Angeles nos Estados Unidos e o rio Piracicaba, São Paulo, Brasil.
Restauração – visa a restabelecer a condição primitiva do rio no
Recuperação – significa a melhoria do atual estado do curso
Entende-se que recuperação é o termo que melhor se adequa a
que tange às características físicas, químicas e biológicas. Um retorno de cunho funcional e estrutural ao estado pré-impacto.
Reabilitação – indica um processo que pode ser definido como
um retorno parcial das condições funcionais e/ou estruturais do estado original do rio, trazendo de volta o equilíbrio funcional. É um processo dedicado ao estado ecológico (biológico, hidro-morfológicos e físico-químicos), através de medidas estruturais e não estruturais. 22
Renaturalização – descrito como uma abordagem naturalística,
5 Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), saúde é o estado de completo bem-estar físico, mental e social e não somente a ausência de efermidades. Constituição da Organização Mundial de Saúde, 1946. 6 Urban River Basin Enhancement Methods (URBEM) é um programa da Comissão Européia que se dedica aos estudos das bacias hidrográficas urbanas. Desenvolveu através de pesquisas e práticas uma série de ferramentas para auxiliar os países no âmbito do tratamento de seus cursos d´água.
Rio Cheonggyencheon em Seoul, Coréia do Sul, antes e depois da intervenção.
Rio Los Angeles, Califórnia, Estados Unidos, antes e a proposta
Fonte: Autor desconhecido
Fonte: Los Angeles River Revitalization Master Plan, City of Los Angeles.
23
Rio Piracicaba, Piracicaba, Brasil. Fonte: http://www.ipplap.com.br/
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A RELAÇÃO DE SALVADOR COM OS RECURSOS HÍDRICOS
Salvador é uma cidade “[...] entrecortada e circundada por água,
com abundância de água em seu subsolo e com elevado índice pluviométrico” (SANTOS et alli 2010, p.11). Durante o século XX, o crescimento acelerado, sem correta ordenação do solo e incapaz de instalar uma infraestrutura urbana de qualidade, culminou em degradação ambiental e numa pobreza urbana, o que tornou a qualidade de vida precária e afetou diretamente os recursos hídricos do município.
As “bacias hidrográficas se formam desde o centro da cidade, nas
proximidades da falha de Salvador e separadas da Baía apenas por algumas dezenas de metros.“ (ESTUDO, p.08). Atualmente, conforme os levantamentos de dados do livro O Caminho das Águas em Salvador: Bacias Hidrográficas, Bairros e Fontes, Salvador é dividida em 12 bacias hidrográficas e 9 bacias de drenagem natural7: - Seixos-Barra/Cente- -Paraguari
Mapa hidrográfico de Salvador Fontes: Sistema Georeferenciado de Gestão Ambiental - INEMA
*Itapagipe
nário
-Passa Vaca
*Plataforma
- Camarajipe
-Pedras/Pituaçu
*São Tomé de Paripe
- Cobre
-Ilha de Maré
*Stella Maris
-Ipitanga
-Ilha dos Frades
*Vitória/Contorno
- Jaguaribe
*Amaralina/Pituba
*Ilha de Bom Jesus dos
-Lucaia
*Armação/Corsário
Passos
-Ondina
*Comércio
7 Bacia de Drenagem Natural é a região de topografia que não caracteriza uma bacia hidrográfica, podendo ocorrer veios d´água, o s quais não convergem para um único exutório. No caso de Salvador, a ausência de cursos d´água perenes foi um dos critérios para a definição das bacias de drenagem natural, conforme os estudos do livro O caminho das águas em Salvador: Bacias Hidrográficas, Bairros e Fontes. * Bacias de drenagem natural 25
O rio dos Seixos, localizado na Av. Centenário, o rio das Pedras,
no Imbuí, e o rio Lucaia, na Av. Vasco da Gama, foram os últimos a serem tamponados para obras de macrodrenagem. As obras realizadas sobre os dois primeiros transformaram os rios em espaços públicos utilizados Gráfico das áreas das bacias hidrograficas de Salvador
pelas comunidades locais, porém são de baixo valor ambiental à cidade.
Fontes: O Caminho das Águas em Salvador. 2010
As obras de macrodrenagem na Av. Vasco da Gama ratificam o
Salvador está localizada em uma faixa no planeta caracterizada
atraso tecnológico em que o projeto se insere. O tamponamento de par
como floresta tropical, quente úmido, sem estação seca definida, possui
te do Rio Lucaia dará espaço para a implantação do sistema de transpor-
um elevado índice pluviométrico, 1500 a 2000 mm/ano e são frequentes
te BRT com alterações do sistema viário e possíveis espaços de lazer para
as inundações em épocas de chuvas, consequência da impermeabiliza-
as comunidades vizinhas. Assim como as demais obras semelhantes na
ção das várzeas e estreitamentos dos canais.
cidade, tratam do mau cheiro, “aplicam” um paisagismo esteticista, valo-
rizam um projeto de cunho rodoviarista que agrada a uma maioria desin-
8
A rede de bacias hidrográficas do município passa pelo processo
de deterioração devido ao despejo de águas servidas e pelas ultrapas-
formada.
sadas técnicas de drenagem urbana, que contribuem para a poluição
difusa, incapacitando as bacias quanto às condições de balneabilidade,
Tripas e do Rio Camarajipe, que se caracterizam pela sua utilização como
piscosidade e potabilidade. Além disso, a retificação, o tamponamento
corpos receptores de esgoto sanitário da grande parcela das habitações
e a transformação dos cursos d´água em esgotos contribuíram imensa-
populares situadas ao longo dos rios. É nesse panorama que a pesquisa-
mente para a perda das referências imagéticas das bacias hidrográficas
dora Elisabete Santos, em entrevista ao jornal online G1, afirma:
Além desses casos anteriores, há ainda casos como os do Rio das
por grande parte da população.
A ausência de planejamento adequado confirma: “a resposta con-
vencional e de curto prazo é a canalização do trecho local do córrego, e, ao socorrer um bairro, penaliza o próximo à jusante.”(GORSKI, 2010, p. 55). 26
“Salvador não tem o que comemorar no dia da água. O quadro de comprometimento de nossas águas é muito grande por conta do lançamento de esgoto em nossos rios. Precisamos fazer muito mais em políticas públicas. [...] Precisamos urgentemente requalificar [...] nossos rios. Essa é a principal ação pública no que diz respeito às águas.”
Há ainda a questão que envolve a mobilidade urbana pouco re-
solvida na cidade e que não dialoga com a situação dos rios na cidade. A crise do transporte público em Salvador se dá devido a modelos gerenciais ultrapassados e políticas equivocadas do governo que estimulam a multiplicação do transporte individual e saturam o sistema viário da cidade. Vale ressaltar que os projetos de transportes coletivos desmantelam o sítio urbano como o caso do metrô sobre o Rio Campinas (ou Rio Bonocô) e o BRT sobre o Rio Lucaia. Simultaneamente, os pedestres
Rio dos Seixos - Barra. Antes e depois Fontes: http://riosdesalvador.blogspot.com.br/
e ciclistas continuam sem espaços adequados e confortáveis para o deslocamento, ou com espaços de lazer de baixo valor social, econômico e ecológico.
Contrários às propostas atuais de intervenção em cursos d´água
no cenário internacional, mais corredores viários se apropriam dos espaços ocupados pelos rios, apresentando-se como solução para acabar com os problemas de drenagem urbana e esconder as mazelas dos recursos hídricos do município.
Rio Lucaia- Vasco da Gama. Antes e depois Fontes: Acervo pessoal
8 Dados da Secretaria do Meio Ambiente (SEMA) do Governo do Estado da Bahia.
27
O RIO CAMARAJIPE
Percorrendo aproximadamente 14 km da nascente até a foz, o Rio
“Muito embora se tenha fixado a expressão Camarujipe ou Camurujipe para designar um rio que deságua na Mariquita, o tupinólogo baiano Frederico Edelweiss defendia a tese de que o nome deveria ser Camarajipe e não Camurujipe. Camurujipe vem de kamaru, que é robalo, mais y, que é água, mais pe, posposição que significa em/no. Ou seja, Camurujipe significa no rio dos robalos, o que não se aplica a um rio daquele porte, porque o kamuru é peixe grande que chega a medir um metro de comprimento. Por outro lado kamara traduz uma variedade de planta de cor vermelha, outrora existente ao longo das duas margens do referido rio. [...]” (RIO VERMELHO, 1988)
Camarajipe integra a terceira maior bacia de drenagem do município. A localização no miolo da cidade e sua posição norte-sul tornam o rio um corpo d´água de grande importância, pois seus afluentes drenam importantes vias de núcleos urbanos.
A Bacia do Camarajipe possui uma “[...] área de 35,877 km² (o que
corresponde a 11,62% do território municipal de Salvador)”. (SANTOS et alli, 2010, p. 81). “Com uma população de 668.871 habitantes, que corresponde a 27,3% da população de Salvador e densidade populacional
de 18.643,37 hab./km²” (IBGE, 2000, apud SANTOS et alli, 2010, p. 81) é
Boa Vista de São Caetano, Calabetão e Mata Escura, onde existem várias
considerada a mais populosa e, devido à consolidação do seu processo
represas, as quais funcionam para o controle de enchentes9 e serviam
de ocupação, já apresenta um ritmo de crescimento pequeno.
como abastecimento público entre o final do século XIX e meados do sé-
culo XX, como a exemplo da represa da Mata Escura, do Ladrão, Lobato/
O Rio Camarajipe possui esse nome devido a um arbusto de flo-
As nascentes encontram-se próximas a Pirajá, Marechal Doron,
res vistosas de matizes amarelo-vermelho, Lantanna câmara, que habi-
Campinas de Pirajá e a do Prata.
tava as margens do rio, conforme defende a Professora Consuelo Pondé
de Senna cuja afirmativa é baseada na etimologia da palavra defendida
Reis, onde recebe dois pequenos riachos pela margem direita, o primeiro
pelo tupinólogo Frederico Edelweiss:
vindo do Retiro e o segundo das imediações do Hospital Santa Terezi-
A partir do bairro do Retiro, o rio segue paralelamente à Av. Barros
nha, no bairro do Pau Miúdo. Na altura da Rótula do Abacaxi, recebe a contribuição de um dos principais afluentes: o Rio das Tripas, em estado degradado, o qual nasce na Barroquinha, no Centro Histórico, e segue grande parte de seu curso em galerias subterrâneas. 28
Naturalmente, o rio continuava o trajeto pelo vale hoje ocupado
Aproveitou-se o vale do Rio Pernambués para realizar a conexão com a
pela Av. Antônio Carlos Magalhães, recebendo contribuições de peque-
atual foz, entre o Parque do Costa Azul e o Jardim de Alah, antiga praia
nos afluentes oriundos do bairro de Brotas, e desembocando no bairro
do Chega Nego.
do Rio Vermelho, onde recebia a contribuição do último afluente, o Rio
Lucaia, proveniente do Dique do Tororó, pela Av. Vasco da Gama.
do rio, desenvolvido pela Companhia de Renovação Urbana de Salvador
Entretanto, o curso d´água sofreu um desvio, entre os anos de
(RENURB) a calha fora revestida em argamassa armada com exceção do
1950 e 1951, em razão de constantes enchentes nas zonas mais baixas
leito, o objetivo era manter a capacidade drenante do Camarajipe, con-
do Rio Vermelho, como pode ser confirmado pela entrevista concedida
trolando as inundações devido aos processos de assoreamento sofrido
por Diógenes Rebouças à Revista Rio Vermelho:
em decorrência das obras e ocupações em suas margens em anos ante-
Consta de 1980 o projeto de revestimento e retificação de trechos
riores. “O Camarajipe e o Lucaia são os dois únicos rios que correm no Rio Vermelho. O rio Lucaia sai do Dique, vai pela Vasco da Gama e ao chegar pelas imediações do Parque Cruz Aguiar, deságua no rio Camarajipe. O Camarajipe, por sua vez, nasce na Mata Escura e há mais de três décadas atrás desaguava todo ele na praia da Mariquita. Entre 1950 e 1951 o rio Camarajipe foi desviado bem em frente ao Iguatemi. Naquele ponto foi recomposto um divisor de águas que havia rompido, segundo raciocínio de técnicos especializados, em épocas remotas. Recomposto esse divisor, as águas nunca mais embrejaram e o rio ganhou maior velocidade. As águas vão até ali. Não mais caem na praia da Mariquita, deságuam no Chega Nego. Grande parte dos esgotos da cidade antes contaminavam as praias do Rio Vermelho, foram parar no Chega Nego. Apesar do desvio sofrido pelo rio, águas do Camarajipe continuam correndo para a Mariquita, graças somente aos pequenos afluentes que alimentam esse rio no trecho Iguatemi – Mariquita.” (RIO VERMELHO, 1988)
Dessa forma, o rio sofreu um desvio próximo ao Shopping Center Iguate mi, em virtude das obras de urbanização na área.
Foz do rio Camarajipe no bairro do Rio Vermelho. Data não identificada. Fontes: Arquivo Centro de Estudos de Arquitetura na Bahia
9 Conforme relatório Propostas de Enquadramento das Bacias Hidrográficas dos Rios Camurugipe, Pedras e Jaguaripe desenvolvido pelo Centro de Pesquisa e Desenvolvimento (CEPED) do governo da BAHIA em 1976. 29
península de itapagipe
marechal rondom
baía de todos os santos
CAB acesso norte/ retiro
parque de pituaçu
centro histórico iguatemi dique do tororó
barra
ondina
rd i Ja
parque da cidade
m
de
Al a
h
bacia hidrográfica
oceano atlântico
0km
1km
Delimitação cartográfica da Bacia do Camarajipe Fontes: O caminho das águas em Salvador, SANTOS et al, 2010. Imagem aérea Google Earth.
30
3km
Retificação de trechos do percurso para implantação das avenidas de vale
Trecho desviado no início da década de 50
Presença de meandros
Presença de vegetação nativa em alguns trechos à margem do rio
Fotos aérea de Salvador. Voo realizado em 1959.
Fonte: Base Cartográfica SICAR/RMS- Município de Salvador, 1959.
31
Captação de tempo seco Aumento da ocupação desordenada
Supressão da vegetação ripária e área de dunas
Aberturas de grandes avenidas
Supressão da vegetação ripária
Fotos aérea de Salvador. Voo realizado em 1976.
Fonte: Base Cartográfica SICAR/RMS- Município de Salvador, 1976.
32
Trecho paralelo à Av. Magalhães Neto com calha não revestida
Aumento desenfreado da ocupação desordenada
Revestimento da calha do rio com argamassa armada
Rio Campinas (Bonocô) maior parte do percurso canalizado
Rio das Tripas já poluído por dejetos e esgoto doméstico
Fotos aérea de Salvador. Voo realizado em 1989.
Fonte: Base Cartográfica SICAR/RMS- Município de Salvador, 1989
33
ESGOTAMENTO SANITÁRIO E DRENAGEM URBANA NA CIDADE DE SALVADOR
O crescimento populacional acelerado não contribuiu para im-
Teodoro Sampaio.” (LEMOS, 1976, p. 21)
plantação de um sistema adequado da rede de esgotos sanitários, desse
modo o rio Camarajipe, assim como o rio das Tripas, passou a servir de
1907, a situação não se modificara, havendo ainda muitas irregularida-
coletor de esgotos a céu aberto.
des nas ligações do esgotamento sanitário domiciliar com a rede pública,
Os primeiros projetos de um sistema de esgotamento dos despe-
situação ignorada pelo poder público. Mais à frente, em 1968, o plane-
jos domésticos para Salvador datam de 1907. Teodoro Sampaio, respon-
jamento geral do sistema de esgotos sanitários da cidade é retomado
sável pelo projeto, afirmou:
pelo consórcio Valter Sanches e Associados e Escritório Técnico Enaldo
Por relatos de Saturnino de Brito, desde a criação do projeto de
Cravo Peixoto, o qual, em suma, visava encaminhar os efluentes oriundos “Não se diga que a cidade de Salvador não tem esgoto; tem-nos, mas da pior espécie, sem sistema, sem plano, sem arte na construção dos condutos [...] Na cidade alta o rio das Tripas, afluente do Camurugipe com a linha de drenagem natural mais acentuada desta zona, serve hoje de coletor máximo, recebendo os excretos de todas as águas servidas de quatro freguesias das mais populosas da capital veiculando-as através da várzea, por entre capinzais até o rio principal. [...] com as águas imundas, negras, fétidas, é hoje o maior foco de infecção da cidade alta.”
A proposta de projeto fora revisada em 1916 pelo engenheiro
Baetes Neves, propondo um sistema do tipo separador absoluto. Uma década depois, o engenheiro Francisco Saturnino Rodrigues de Brito, grande difusor das ideias higienistas no Brasil e defensor do sistema de condução do esgoto e drenagem urbana por dutos exclusivos, foi, então, “[...] contratado para executar o projeto de remodelação e ampliação do serviço de abastecimento de água e terminação da rede de esgotos da cidade haja visto, existir até então 27 km de rede construída na época de 34
das redes de esgotos sanitários das bacias de contribuição a pontos de concentração, dando a eles o destino final adequado, assegurando a proteção sanitária das praias e águas litorâneas.
Pela última proposta, a cidade é dividida em 14 bacias de contri-
buição de esgoto sanitários, coincidentes com as bacias hidrográficas. Os esgotos seriam destinados à estação de tratamento no Rio Vermelho, sendo que os esgotos da Cidade Baixa, encaminhados através de recalque para o divisor de águas com a Cidade Alta, seriam despejados nas cabeceiras no interceptor do Camarajipe, cujo vale então passaria a ser o coletor tronco que transportaria os esgotos de quase toda a cidade para a Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) no Rio Vermelho.
Em 1971, o governo federal através do Plano Nacional de Sanea-
mento (Planasa) criou a Empresa Baiana de Águas e Saneamento S.A (Embasa). A concessionária se tornou responsável pelo desenvolvimento
de projetos, execução e ampliação do sistema de abastecimento de águas e esgotamento sanitário do estado da Bahia.
No final do século XX a construção das barragens Joanes II, Ipi-
tanga III, Pedra do Cavalo e Santa Helena, a instalações das adutoras e estações de tratamento da água contribuíram para aumentar o abastecimento de água na Baía de Todos os Santos.
O Governo do Estado, através da Embasa, é responsável pelo de-
senvolvimento do programa de saneamento ambiental, denominado Bahia Azul. O programa foi criado com apoio financeiro internacional,
1940
1970
1980
2006
federal e estadual, representando, assim, o maior conjunto de obras e ações na área de saneamento e meio ambiente. Foram previstos pelo programa a ampliação dos sistemas de abastecimento de água, solução para a coleta e disposição de resíduos sólidos, controle da poluição industrial na Baía de Todos os Santos, recuperação de pavimentação de logradouros e áreas degradadas e implantação de programas educacionais. Através desse programa já foram criadas redes coletoras, interceptores, estações elevatórias e de tratamento em Salvador e na RMS.
Conforme entrevista concedida ao Jornal A Tarde pelo professor
titular, do Departamento de Engenharia Ambiental da UFBA, Luiz Rober-
Ocupação da cidade sobre as malha hidrográfica Fontes: Desenhos do autor. Adaptado de Ângela Gordilho “Limites do Habitar”.
to S. Moraes, o programa Bahia Azul não atingiu os objetivos traçados em tempo previsto desde a sua criação, soluções estruturantes como a criação de canais de macrodrenagem “resolveram” os problemas emer35
genciais relativos às inundações nos corredores viários, o que são insu-
Seco, localizado na Av. Antônio Carlos Magalhães, próximo ao Iguatemi,
ficientes para a solução da drenagem de águas pluviais. Além disso, as
e conduzidas para a Estação de Condicionamento Prévio na ETE, no Rio
medidas não solucionaram os problemas de saneamento básico, princi-
Vermelho. N essa estação são retirados materiais grosseiros e o material
palmente, nos bairros onde se concentram populações de baixa renda. O
arenoso é separado nos desarenadores e os finos retirados por peneiras
professor aponta que o problema engloba a ineficácia governamental e
rotativas, logo após o esgoto condicionado é lançado ao mar por meio
a falta de políticas educacionais nas áreas sanitária e ambiental.
do emissário submarino.
Dentre os objetivos do Bahia Azul, estava a ampliação da rede de
O Índice de Qualidade das Águas, exposto em O Caminho das
esgotamento de 26% em 1995 para 80% em um prazo de cinco anos.
Águas, apresenta-se como péssimo, ruim e o mais baixo do município. A
Entretanto, índice alcançado foi de 70% somente em 200910, quinze anos
elevada concentração de coliformes termotolerantes11, independente da
após o estabelecido. O projeto previa a despoluição dos rios Camarajipe
ocorrência de chuvas, aponta para o lançamento constante de esgoto no
e Lucaia, objetivo que não foi alcançado desde a implantação do progra-
leito do rio, violando os parâmetros estabelecidos pela Resolução CONA-
ma.
MA n.357/0512.
Atualmente, a situação do rio continua precária e bastante com-
A pesquisa também indica concentrações de Nitrogênio Total e
prometida, não obstante a implantação de “[...] cerca de 1380 km de rede
Fósforo Total maiores em períodos de chuva e nas regiões que recebem
coletora e executados 142.000 ligações intradomiciliar de esgoto, aten-
maiores contribuições de esgotos sanitários. A poluição difusa devido à
dendo a aproximadamente, 259.000 domicílios.” (SANTOS et alli, 2010, p.
proximidade a vias expressas é outro fator que deve ser ressaltado, visto
81) Ainda assim, a degradação é fomentada por outros problemas, tais
a “[...] proximidade do Rio com vias expressas como a BR-324, Av. San
como: desmatamento nas áreas de nascentes e margens, assoreamento,
Martin, Av. Barros Reis, Av. Heitor Dias, Av. Tancredo Neves, entre outras
uso inadequado do solo, impermeabilização, acúmulo de resíduos sóli-
que, pela ação da queima de combustíveis fósseis pelos automóveis [...]
dos e erosão, gerando impactos sociais, culturais e ambientais.
e emanação por vazamento ou escapes, pode ser uma fonte de poluição
ou de contaminação por Hidrocarbonetos Policíclicos Aromáticos-PAHs
Hoje, Salvador conta com dois emissários submarinos, localizados
no Rio Vermelho e na Boca do Rio. As águas do Camarajipe são desviadas em período de estiagem a partir da unidade de Captação de Tempo 36
[...]”. (SANTOS et alli, 2010, p. 87)
A degradação do Rio Camarajipe deixou como ferida no tecido ur-
bano um elemento ameaçador à saúde pública, principalmente em bairros mais carentes; um representantede obstáculo à mobilidade urbana, onde a constante do mau cheiro torna o parque do Costa Azul, a orla do Jardim de Alah e demais localidades próximas ao leito em locais desagradáveis , assim como, comprometem as praias do Jardim de Alah e Pituba, tornando-as impróprias para o uso com riscos à saúde. O caso aponta, ainda, para um desperdício do potencial paisagístico, como fonte educacional e de lazer para a sociedade, assim como para as potencialidades turísticas que a recuperação do curso d´água pode trazer como benefício
Vista da estação de tempo seco Fontes: Acervo do autor
para o município de Salvador. 10 Dados da pesquisa realizada pelo Instituto Trata Brasil, avaliando os serviços prestados de saneamento nas cidades com mais de 300 mil habitantes. A pesquisa foi divulgada pelo Ministério das Cidades e reúne informações dadas pelas empresas concessionárias. 11 Bactérias do tipo coliformes termotolerantes são indicadoras de presença de esgoto sanitário nas águas e, consequentemente, indicadores de patógenos sendo bastante utilizadas na monitorização da qualidade das águas.
Poluição presente no rio Fontes: Acervo do autor
12 A Resolução CONAMA n.357/05 classifica como águas doces classe 2, determinação onde se encaixa o rio Camarajipe, como águas que podem ser destinadas ao abastecimento para consumo humano, apos tratamento convencional; a proteção das comunidades aquáticas; a recreação de contato primário, tais como natação, esqui aquático e mergulho, conforme Resolução CONAMA nº 274, de 2000; a irrigação de hortaliças, plantas frutíferas e de parques, jardins, campos de esporte e lazer, com os quais o público possa vir a ter contato direto; e a aquicultura e a atividade de pesca. Estabelece ainda índices para a monitorização da qualidade das águas, sendo que os índices obtidos com a pesquisa realizada e publicada em O Caminho das Águas, as águas do rio Camarajipe ultrapassa todos os limites determinados pela resolução. 37
Índice de Qualidade da Água (IQA)
a marechal rondom 01
Excelente 79 < IQA ≤ 100
campinas de pirajá
boa vista de são caetano
granjas rurais presidente
b
02
são caetano
c
calabetão
jd. sto inácio
bom juá
curuzu liberdade lapinha
fazenda grande do retiro
santa mônica
mata escura j
retiro
04 resgate
pernambués saramandaia
07 h
brotas
i
Ruim
19 < IQA ≤ 36
Péssima
IQA ≤ 19
bacia hidrográfica rio e afluentes
08
cosme de farias
36 < IQA ≤ 51
a. Dique de Campinas b. Tanque do Cabrito c. Rio Azacá d. Represas da Mata Escura e do Prata e. Rio Calafates f. Rio das Tripas g. Rio Campinas (Rio Bonocô) h. Rio Lucaia i. Rio Pernambués j. Rio Camarajipe
são gonçalo
retiro
Regular
Bacia hidrogáfica do Camarajipe
pero
caixa pau d’água miúdo 10 baixa de santo macaúbas quintas cidade antônio 11 nova f vila nazaré matatu 05 laura centro saúde luiz histórico santo anselmo g 06 agostinho
51 < IQA ≤ 79
d
03 arraial do
e
Boa
stiep
caminho das árvores
rio e afluentes canalizados
j
0
pituba
costa azul
09
38
500
1500 m
Espacialização do índice de qualidade da água e afluentes do rio Camarajipe Fontes: O caminho das águas em Salvador, SANTOS et al, 2010. Imagem aérea Google Earth.
PLANO DE RECUPERAÇÃO DA BACIA DO CAMARAJIPE
A partir da leitura dos mapas conseguintes, nota-se que a Bacia
Camarajipe.
do Camarajipe possui grande potencial de conexão entre os espaços ur-
banos que compõem a cidade.
near e, consequentemente, todos os benefícios gerados por ele para a
população. Sendo assim, a proposta não será incorporada ao plano.
No mapa Sistema de transporte coletivo | sistema viário e hidrogra-
A proposição para a linha 2 torna inviável a criação do parque li-
fia foram levantados os planos de mobilidades e mapeadas as principais
rotas viárias da cidade. As grandes avenidas de vale, como a Av. Barros
fora suprimida, restando então algumas pequenas zonas como o vale da
Reis, Av. Heitor Dias, Av. Antônio Carlos Magalhães, Av. Bonocô e a Av.
Mata Escura, a Lagoa dos Pássaros e parte das Dunas de Armação.
Tancredo Neves acompanham leitos dos rios que compõem a bacia. Isto
posto, é evidente a impermeabilização das zonas de várzeas o que con-
Frades. O Parque do Jardim dos Namorados, o Jardim de Alah, o Dique
tribui para a instabilidade do curso d’água. Nota-se também, que o de-
do Tororó e o Parque Solar Boa Vista encontram-se nas proximidades da
senho dessas vias não leva em consideração a escala do pedestre, são
bacia. Entretanto, a ligação entre esses equipamentos não é claramente
barreiras que dificultam a locomoção e põem em risco os transeuntes.
visível, nem favorável ao pedestre.
No mesmo mapa é apresentado o plano de ciclovias, elaborado
Devido ao adensamento da área da bacia, a vegetação nativa
Fazem parte da poligonal o parque do Costa Azul e a Lagoa dos
A proposta do Parque Linear do Camarajipe servirá como inter-
pela CONDER, do programa Cidade Bicicleta. Em suma, o plano propõe a
locutor entre os equipamentos e áreas anteriormente citados. Ademais,
conexão da orla com regiões mais centrais, como o Iguatemi e a ligação
proporcionará o aumento de áreas verdes, criando rotas para a biodiver-
com o Acesso Norte. A proposta deve ser incorporada ao plano de recu-
sidade, fomentando o potencial paisagístico como mecanismo regula-
peração da bacia.
dor dos ciclos da água, do solo e do ar.
A expansão da linha 2, apresentado no projeto de referência da
SEDUR, propõe a continuidade do metrô aérea, partindo da Av. Bonocô até encontrar com o rio Camarajipe, por onde segue pela margem sul em nível com a Av. Antônio Carlos Magalhães em direção à Av. Luiz Viana Filho. São apresentadas na proposta, duas estações de parada sobre o rio 39
vias e avenidas
metro | trem
ciclovias
cursos d’água Mapa axonométrico sistema de transporte coletivo | sistema viário e hidrografia 40
Corredores de Transporte de Alta Capacidade Linha 1 Metrô- Lapa | Cajazeiras Linha em fase de implantação
Linha 2 Metrô - Bonocô | Mussurunga * SEDUR - Projeto de Referência - 2012
Linha de trem - Calçada | Plataforma Lei 7400/2008 - PDDU
Expansão da rede Lei 7400/2008 - PDDU
Corredores de Transporte Metropolitano est. CIA aeroporto
Linha urbana sobre pneus
baía de todos os santos
Vias e avenidas
-3
24
Ciclovias
cajazeiras
BR
plataforma
Lei 7400/2008 com alteraçõe da LEI 8.167/2012
marechal rondom
Programa Cidade Bicicleta - CONDER
aeroporto
mussurunga pau da lima
Cursos d’água da Bacia do Camarajipe
itapagipe
GEOBAHIA - INEMA itapuã
av . lu
rros av. b a Av. A CM
brotas
av. b o
pituaçu
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Bacia hidrográfica
ãe
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Estações
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via
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o
retiro
liberdade
centro antigo
Cursos d’água
GEOBAHIA - INEMA
ondina
av . ju
barra
ra c
ym ag
alh
oceano atlântico pituba
Sistema de transporte coletivo | sistema viário e hidrografia 0
1
3km
Fontes: Sistema Georeferenciado de Gestão Ambiental - INEMA Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano - Salvador - Lei 7400/2008 - Anexo 7- SAVAM Secretaria de Desenvolvimento Urbano SEDUR- www.sedur.ba.gov.br/metro/. Acesso em 01/08/2013. Projeto Cidade Bicicleta - CONDER
41
Parques e espaços abertos urbanizados lei 7400/08
Parques urbanos lei 7400/08
Área de proteção ambiental - APA´s lei 7400/08 lei 7400/08
Área de proteção de recursos naturais - APRN Área de proteção cultural e paisagística - APCP lei 7400/08
20
Bacia hidrográfica Cursos d’água
GEOBAHIA - INEMA
Cursos d’água da Bacia do Camarajipe GEOBAHIA - INEMA baía de todos os santos
18
19
15 14
17
12
11. Vale do Cascão e Cachoeirinha 1. Dique do Tororó 2. Parque Solar Boa Vista 12. Vale da Mata Escura e e do Rio do Prata 3. Parque Zoo-Botânico 4. Parque Joventino Silva 13. Parque Pituaçu 5. Jardim dos Namorados 14. Parque Socioambiental Canabrava 15. Jaguaribe 6. Parque do Costa Azul 16. Paque do Abaeté 7. Jardim de Alah 17. Parque das Dunas 8. Dunas de Armação 18. APA Joanes | Ipitanga 9. Lagoa dos Pássaros 19. Bacia do Cobre e Paraguari 10. Lagoa dos Frades 20. Parque da Lagoa da Paixão
16
11
13
11 1
9 2
6
4 3
42
5
10 8
oceano atlântico
7 0
1
3km
Hidrografia e áreas verdes da cidade de Salvador
Fontes: Sistema Georeferenciado de Gestão Ambiental - INEMA Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano - Salvador - Lei 7400/2008 - Anexo 7- SAVAM O caminho das águas em Salvador, SANTOS et al, 2010.
Calabetão
marechal rondom
Bom Juá
campinas de pirajá
boa vista de são caetano são caetano
granjas rurais presidente
Retiro | Av. Barros Reis
calabetão jd. sto inácio Resgate | Cabula
bom juá mata escura fazenda grande do retiro
curuzu liberdade
santa mônica
lapinha pero caixa d’água santo antônio
centro histórico
saúde
são gonçalo
Saramandaia | Pernambués
pau miúdo retiro
resgate
cidade nova
barbalho nazaré
Av. Antônio Carlos Magalhães
IAPI
baixa
ma-
arraial do retiro
matatu
vila laura
santo agostinho
luiz anselmo
Av. Tancredo Neves pernambués saramandaia
cosme de farias
Pituba | Costa Azul stiep
brota
Predominância de usos:
caminho das árvores
pituba
Residencial
Usos especiais
Comercial e serviços
Industrial
rio e afluentes rio e afluentes canalizados bacia hidrográfica
costa azul
0
500
1500m
Predominância de usos e formas de ocupação do solo. Fontes: O caminho das águas em Salvador, SANTOS et al, 2010. Imagem aérea Google Earth. 43
marechal rondom campinas de pirajá granjas rurais boa vista de presidente são caetano vargas são caetano calabetão jd. sto inácio bom juá mata escura
fazenda grande
liberdade
pero vaz
centro histórico 1 km 2 km 3 km
barbalho
nazaré matatu saúde
2 km
pau miúdo
baixa de quintas vila laura
santo agostinho
Centro Antigo
são gonçalo
Lei 3289/1983
Centro Municipal Retiro- Acesso Norte (CMR)
IAPI
caixa d’água santo antônio
3 km
santa mônic
lapinha
arraial do retiro
4 km
curuzu
cidade nova
luiz anselmo
Lei 7400/08 1 km
retiro
resgate
saramandaia
Centro Municipal Camarajipe (CMC)
3 km
bacia hidrográfica
2 km
rio e afluentes
pernambués
rio e afluentes canalizados
1 km
cosme de farias brotas
Lei 7400/08
4 km
caminho das árvores
stiep 0
500
1500 m
4 km
pituba costa azul 44
Centros Municipais e áreas de abrangências
Fontes: O caminho das águas em Salvador, SANTOS et al, 2010. Centro Antigo de Salvador - Plano de Reabilitação Participativo, 2010. Imagem aérea Google Earth.
De acordo com o art. 171 da Lei 7400/2008 - Plano Diretor de
Desenvolvimento Urbano (PDDU) da cidade de Salvador, os centros municipais são “ [...] zonas multifuncionais para as quais convergem e articulam-se os principais fluxos estruturadores do ambiente urbano[...]”. As diretrizes para os centros municipais do Camarajipe e Retiro-Acesso Norte são: “ Art. 173. São diretrizes para o Centro Municipal Camaragibe, CMC: I - manutenção da vitalidade econômica e da qualidade urbanística dos espaços que o integram, assegurando condições de infra-estrutura e locacionais adequadas para o desempenho das funções de centralidade, e preservando o valor do patrimônio imobiliário existente; II - elaboração de Plano Urbanístico para requalificação, desse Centro, obedecendo aos seguintes princípios: a) melhoria do padrão de desenho e do conforto urbano, fortalecendo as funções existentes, e promovendo a integração dos espaços; b) adequação dos espaços ao longo dos corredores que o integram para a circulação de veículos e pedestres, dotando-os de estacionamentos, de bicicletas, motocicletas, veículos particulares de passageiros e de aluguel, veículos de cargas e de outros serviços, observando sempre a prioridade ao pedestre e ao transporte coletivo, áreas verdes, equipamentos e mobiliário urbano; c) melhoria das condições de acessibilidade e circulação, favorecendo o deslocamento de pedestres e pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida, mediante a implantação de vias exclusivas e de meios adequados para a transposição de vias de grande fluxo de tráfego de veículos; d) ampliação e adequação dos espaços públicos, favorecendo a sociabilidade urbana; III - priorização dos meios de transporte coletivo para atendimento às grandes demandas existentes; IV - controle e ordenamento do comércio informal nos logradouros públicos, priorizando o bem estar e conforto para a circulação dos pedestres e a eliminação de conflitos com os fluxos viários. ”
“ Art. 174. São diretrizes para o Centro Municipal Retiro - Acesso Norte, CMR: I - estruturação da nova centralidade como espaço multifuncional, mediante a requalificação urbanística e a oferta de condições locacionais favoráveis a atividade econômica e também ao uso residencial; II - elaboração de Plano Urbanístico que contemple os espaços vazios existentes, considerando a implantação dos corredores de transporte de passageiros de alta capacidade e a localização das estações Acesso Norte e Retiro, que deverão atrair um grande número de pessoas para a área; III - incentivo à modificação dos padrões de uso e ocupação do solo no local, ampliando o potencial construtivo dos terrenos, de modo a adequar o uso do espaço às facilidades de infra-estrutura criadas pela implantação dos corredores de transporte; IV - melhoria das condições de acessibilidade, de circulação e estacionamento de veículos, qualificando os espaços para o usuário em geral, para os pedestres e pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida, em especial.”
45
A partir dos estudos mapeados anteriormente e da análise do
- Utilização de sistemas alternativos de drenagem como biova-
PDDU, foram traçadas princípios norteadores para o plano do rio Cama-
letas, jardins de chuva, tetos verdes e lagoas pluviais;
rajipe e, consequentemente, para o desenho urbano dos trechos apre-
- Implantação de estações para o tratamento dos excedentes
sentados nesse trabalho.
de água de chuva
Primeiro serão apresentados os princípios de projeto e posterior-
mente a divisão da bacia hidrográfica em trechos de intervenção acom-
- Implantação de sistema de esgoto do tipo separador absolu-
panhado da caracterização de cada trecho e diretrizes a serem aplicadas.
to; - Criação de políticas públicas para conscientizar e incentivar
1 - Recuperação da qualidade das águas do rio e das funções ecológicas,
a ligação das redes domésticas de esgoto com a rede pública,
reinserindo o rio na paisagem urbana e no cotidiano da população
assim como a fiscalização e manutenção;
- Proteger as fontes naturais: cabeceiras, águas subterrâneas e córregos; - Valorizar os aspectos naturais do rio; - Alargar a área de várzea do rio;
- Adequação do descarte e coleta de lixo; 2 - Conexões interbairros e equipamentos urbanos com o rio - Propor acessos ao rio através das edificações existentes a se-
- Manter o fluxo natural do rio através da recuperação de seus afluentes;
rem mantidas;
- Reduzir a velocidade da água através de uma ou da combinação de
- Vincular o rio à identidade dos bairros;
algumas medidas, como o armazenamento do excedente em bacias de
- Estabelecer conexões visuais e físicas com as áreas verdes, garantindo
retenção/infiltração ou a implantação de aquedutos para transporte dos
um corredor para a biodiversidade local e ampliação das áreas de pro-
excedentes em períodos de cheias, ou ainda o aumento do leito do rio
teções paisagísticas e naturais da cidade, como a Lagoa dos Pássaros, a
em alguns trechos;
Lagoa dos Frades, as Dunas de Armação, Jardim de Alah, Vale do Cascão
- Remoção das calhas de argamassa armada ao longo do trecho e onde
e Cachoeirinha, Vale da Mata Escura, Rio do Prata e Bacia do Prata e o
for possível;
Parque Lagoa da Paixão;
46
- Analisar a possibilidade de remoção das edificações com
- Associar os transportes públicos existentes e propostos à re-
usos contraditórios a manutenção e criação do parque linear,
cuperação do rio Camarajipe, de modo a interligar as demais
tais como fábricas, concessionárias de veículos e postos de
bacias hidrográficas a bacia do Camarajipe; 5- Valorização da qualidade de vida, segurança e saúde pública através
combustível; - Analisar a possibilidade de alteração dos usos nas margens do rio; 3- Potencializar os espaços verdes existentes ao longo do rio - Valorizar as áreas verdes e públicas ao longo do rio; - Recuperar a vegetação ripária e incorporar tratamento paisagístico agregando valor estético e funcional ao parque;
do espaço público - Criar equipamentos que estimulem a vida noturna; - Prevê equipamentos de apoio e espaços que possibilitem a prática educacional;
- Proporcionar barreiras acústicas através de uso da vegetação para ame-
- Incorporar elementos da arte pública ao longo do curso re-
nizar os ruídos gerados pelo tráfego viário;
vitalizado ou que retomem a memória dos percursos dos rios
4 - Acesso da população ao rio e alternativas de mobilidade
canalizados; - Resgatar a memória das fontes existentes;
- Tornar o rio uma alternativa de caminho verde e contínua; - Fomentar a rua como forma de acesso ao rio através de fai-
- Estimular o senso de comunidade ;
xas de pedestre, semáforos, arborização e adequação das calçadas;
- Espaços de descanso e contemplação;
- Propor sistema de ciclovia, considerando a proposta atual do programa Cidade Bicicleta, integrando através de um percurso prazeroso a orla com os bairros ribeirinhos e com toda a extensão do sistema fluvial do Camarajipe;
- Área potencial para instalação de equipamentos esportivos; - Área potencial para desenvolvimento de hortas urbanas e jardins comunitários. 47
1
2 2.1 2.2 3.1
3 7.2
7
9
7.1
áreas verdes e parques urbanos
9.1
4
bacia hidrográfica 5
rio e afluentes
8
rio e afluentes canalizados 0 6
1500 m
Divisão dos percursos fluviais em trechos de intervenção. Fonte: Imagem aérea Google Earth.
48
500
1
Trecho 1
2
2.1
Segue do Dique de Campinas até o encontro com a BR-324. Esse
trecho é caracterizado pelo rio estar inteiramente inserido dentro de uma ocupação urbana com predominância de uso residencial e algumas áreas com desenvolvimento do uso industrial, que se apresenta de for-
2.2 3
ma intensa ao lado leste da BR-324, nas regiões das Granjas Rurais – Presidente Vargas. O trecho passa pelo Dique de Campinas, manancial com 74.000 m² que contribui para a formação do Rio Camarajipe e Rio do Co-
3.1
4
5
6
7
bre. Nesse trecho o rio é circundado pelos bairros Marechal Rondon, Alto do Cabrito e Pirajá. Trecho 2 | 2.1 | 2.2
O trecho 2 é a continuação do corpo do rio Camarajipe. Segue
margeando à leste a rodovia BR-324, passando pelo bairro do Calabetão, onde encontra rio Azacá, que nasce no Jardim Santo Inácio e é um filete d’água que está muito poluído e deságua no Camarajipe.
7.1
7.2
Ao lado oeste do trecho 2 localiza-se o trecho 2.1 que é represen-
tado pelo bairro do Bom Juá, onde há também um dos afluentes do rio Camarajipe. A maior parte do rio está canalizada e convertida em canal
8 9
de esgoto. Antigamente a região era uma mata fechada com muitas árvores frutíferas, entre elas o juazeiro, o que deu o nome de origem ao bairro.
9.1
O trecho 2.2, a leste da BR-324, corresponde ao bairro da Mata Es49
cura, onde se encontram o Terreiro do Bate Folha, tombado pelo IPHAN
O 3.1 é formado pelo rio Calafates, afluente do Camarajipe, mar-
como patrimônio histórico do Brasil; a Lagoa do Prata e a Lagoa do Uru-
geado por bairros de densa ocupação como o Curuzu, Liberdade, Fazen-
bu. Nessa região existe ainda “[...] uma das últimas reservas naturais da
da Grande do Retiro e Santa Mônica. No Curuzu existiam diversas fontes
cidade, concentrando a maior densidade de vegetação nativa remanes-
dentre elas a Fonte do Frades. Na Liberdade a Fonte do Estica “[...] outro-
cente de Mata Atlântica.” (SANTOS et alli, 2010). Além disso, duas anti-
ra abasteceu toda a comunidade da região e hoje se encontra abando-
gas represas projetadas pelo Eng. Theodoro Sampaio encontram-se na
nada, cercada por lixo, sendo utilizada principalmente para lavagem de
região; a Represa da Mata Escura e a Represa do Prata, desativadas pela
carros” (SANTOS et alli, 2010). No bairro de Santa Mônica existe a Fonte
baixa vazão e poluição com esgotos sanitários e resíduos sólidos.
Conjunto Bahia, onde os moradores costumam engarrafar suas águas, consumidas como água mineral.
Trechos 3 | 3.1
A delimitação do segmento é definida pelo tipo de ocupação e
Trecho 4
usos do local. Às margens do rio foram implantadas concessionárias de
O percurso com início na estação do metrô Retiro/Acesso Norte e fim na
veículos, galpões, mercados e postos de combustível. Ao outro lado da
estação de transbordo da Av. ACM é marcado pela presença de vazios,
Av. Barros Reis, paralela ao rio Camarajipe, estão situados pontos comer-
áreas verdes, novos empreendimentos imobiliários e avenidas de fluxo
ciais e de serviços, prevalecendo lojas de conserto e acessórios para veí-
intenso. Há nas margens do rio a predominância do uso comercial e de
culos. Nas cotas mais altas, tanto a oeste quanto a leste do curso fluvial,
serviços, caracterizado pela forte presença de concessionárias de veícu-
encontram-se áreas com predominância de uso residencial, formado pelos bairros Arraial do Retiro, São Gonçalo, Resgate e Retiro a leste; IAPI, Pero Vaz, Pau Miúdo e Cidade Nova a oeste.
No trecho 3, o Camarajipe recebe contribuição do rio Calafates
“[...] que hoje está canalizado e seu curso segue sob a Av. San Martin.” (SANTOS et alli, 2010)
los e mercados. Na margem norte encontram-se equipamentos de uso especial, como a rodoviária e a sede do DETRAN e de área residencial como o bairro de Saramandaia, onde há uma nascente que irriga uma horta urbana e deságua no Camarajipe.
Paralelo ao leito do rio seguem as canaletas para tráfego de ôni-
bus e faixas de rolamento de fluxo intenso. Ainda nesse trecho estão situ50
adas a Unidade de Captação de Tempo Seco e a ligação com o rio Lucaia Trecho 7 | 7.1 | 7.2 Subdividido em 3 trechos devido a extensão desse afluente, o rio nas imediações do Shopping Iguatemi. das Tripas pode ser considerado um elemento importante na história da Trecho 5
cidade; é possível encontrá-lo em mapas de registros da fundação da ci-
Compreendido entre a estação de transbordo do Iguatemi, pas- dade. Nasce na Barroquinha, no Centro Histórico, e seu nome deriva da sando pela Av. Tancredo Neves, locais onde há uma forte concentração existência de um matadouro onde hoje se encontra a estação da Bar
de pedestre, nota-se a predominância do uso comercial e de serviços, roquinha. Os dejetos e sobras do abate de animais eram jogados no rio prevalecendo edificações empresariais e onde atualmente há uma forte das Tripas, que, não obstante esteja canalizado atualmente, encontra-se expansão do setor hoteleiro. Nas proximidades do rio estão localizados bastante poluído. A região do trecho 7 é marcada pelo forte comércio na Av. J. J. os bairros de Pernambués, pelo qual circula o rio Pernambués, e Caminho das Árvores, bairros com distintas ocupações, formações e classes sociais. Seabra e pelo Centro Histórico da cidade, onde é possível encontrar duas fontes de valor histórico; a Fonte Redenção do Pelourinho e a Fonte do O final desse percurso situa-se no início da Av. Prof. Magalhães Neto. Pereira. No bairro de Santo Antônio está localizada a Fonte do Baluarte, Trecho 6
tombada pelo Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia. Há
O trecho 6 segue do início da Av. Prof. Magalhães Neto até a foz ainda a Fonte dos Perdões, no Barbalho a qual se encontra “[...] em condido rio na praia do Jardim de Alah. Caracteriza-se por ter, paralelo ao leito, ções precárias, sem nenhum tipo de uso.” (SANTOS et alli, 2010)
A partir do trecho 7.1 o rio das Tripas recebe as águas oriundas a presença de uso comercial e serviços e uso residencial, marcado pelos bairros do STIEP, Costa Azul e Pituba. Há nesse trecho uma forte influên- de outra nascente vinda da Estrada da Rainha. O trecho pode ser caraccia das variações de maré que alteram o volume d’água e fluxo da cor- terizado pela presença de comércio as margens da Av. Heitor Dias e prerenteza. Além disso, a foz exala um forte odor e compromete as águas valência de uso residencial nas cotas mais altas. O trecho passa por reesdas praias do Jardim de Alah e Pituba. Nesse trecho o Camarajipe recebe truturação viária para a implantação da via Expressa Baía de Todos os a contribuição do córrego que passa pela Av. Miguel Navarro y Cañizares, Santos. também em estado de degradação.
No trecho 7.2 o rio segue curso canalizado em maior parte, somente a 51
céu aberto no encontro com o trecho 7.1. Está inserido em uma região
Trecho 9.0 | 9.1
com o uso residencial mais intensificado, rodeado pelos bairros de Ma-
caúbas, Caixa D’água e Baixa de Quintas.
tes, que fazem divisa como bairro do Resgate. Após as obras de desvio
Esses dois trechos referem-se ao rio Pernambués e suas nascen-
do Camarajipe, o Rio Pernambués passou a ser um afluente deste extenTrecho 8
so curso d’água. O rio segue curso margeando a Av. Luís Eduardo Ma-
Por esse percurso passa o rio Campinas ou rio Bonocô, canalizado
galhães, a Av. Luiz Viana Filho (Paralela), onde possui trecho canalizado,
e sobre o qual estão instaladas as estruturas do metrô. Segue curso pela
voltando a correr a céu aberto entre a Paralela e a Av. Tancredo Neves.
Av. Mario Leal Ferreira e tem como bairros lindeiros Cosme de Farias, Ma-
Logo após, passa canalizado sob o Salvador Shopping e deságua no rio
tatu e Brotas. O uso predominante é o de comércio e serviços e nas cotas
Camarajipe.
mais altas, o uso residencial.
No bairro de Brotas podem ser encontradas duas fontes “[...] a Fon-
te de Davi, situada em área particular e pouco conhecida da redondeza, e a Fonte do Terreiro Ilê Oyá Tununjá, utilizada para usos domésticos, consumo e rituais religiosos.” (SANTOS et alli, 2010).
Abaixo das estruturas do metrô foi criado um parque linear com
pista de cooper, ciclovia e alguns espaços com quiosques e parque infantil. Entretanto o mesmo não funciona por situar-se no canteiro entre as faixas de rolamento de grande tráfego e não possuir barreiras contra o intenso ruído, além de possuir poucos acessos seguros para o pedestre, tornando-se um espaço público inseguro e desagradável para o convívio social.
52
A ESCOLHA DOS TRECHOS
Após a divisão da bacia em trechos, foram eleitos três trechos (4,
Foram notadas algumas massas de vegetação ao longo do tre-
5 e 6) para estudo e proposição da intervenção. Para tanto, iniciou-se a
cho 4. Nos trechos 5 e 6 onde há intensa sedimentação devido ao desvio
proposta através do estudo de campo, levantando dados a respeito dos
do rio e a variação das marés, existem massas de vegetação ao longo do
ruídos, massas de vegetação existentes, fluxo de pessoas e composição
leito, que de acordo com Santos, caracteriza-se como macrófilas asso-
da paisagem.
ciadas a perfíton, organismos que vivem associados a vegetais e decom-
põem a matéria orgânica.
A partir do estudo de campo notou-se que é comum a dificul-
dade de locomoção ao longo dos três trechos. Mesmo assim, há uma grande quantidade de pessoas transitando por percursos opostos as margens, foram avistados ciclistas pelas avenidas e calçadas dos percursos. As margens do rio são de difícil acesso e locomoção principalmente nos trechos 4 e 6.
No trecho 4 não há acesso direto as margens, pois este é dificul-
tado pela larga Avenida Antônio Carlos Magalhães, mas notam-se caminhos naturais criados pelo movimento de pedestres, tanto em trechos sem calçamento (conexão Av. ACM e Rótula do Abacaxi) quanto nas margens do rio.
No trecho 5, é possível caminhar ao longo do percurso fluvial,
devido a recente urbanização da área do Salvador Shopping. Entretanto não é um caminho agradável, pois não há sombreamento, funcionando somente com acesso ao shopping.
No início do trecho 6 é impossível caminhar ao longo das mar-
gens, tendo em vista a ocupação surgida na região que não abre caminhos para o rio.
53
ANÁLISE DO TRECHO 4
Vegetação existente Gramíneas Áreas de reestruturação urbana Percursos criados pelos pedestres Dificuldade de travessia Asfalto Rio Camarajipe Nível de ruído 85 dB a 95 dB 75 dB ≥ 85dB Composição da paisagem
65dB ≥ 75dB
Fonte: Acervo pessoal
Som de pessoas
Medição dos ruídos feito in loco as 10:00 | 13.06.2013 Estudo de campo do trecho 4 escala gráfica 54
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C
C
C
C
F
C
C
C
C
C C
c
C
C
20
50
45
40
C
35
30
25
20
C
30
15
C
C
15
55
C
C
25
C
15
C
C C
C
C C
C
C
c
c C C
20
15
C C
C
F
20
F
c
Cc
C
C
C
c c
c
c
C
45
20
40
50
40
c
c
c
C C
50
C
c
C
C
C
c
c
c
C
c
C
c
c
C
40
c
c
c
C
C
c
C
15
10
15
15
15
40
c
C
40
10
R
R
C
C
C
C
C
20 C
40 35 30 25
20
C
c
c
C
25
50
45
40
50
45
45 40
30
C
C
c
50 45
35
c
C
30
35
30
30
C
C
C
C
C C
C
C
c
c
C
C
C
C
c
c
c
35
20
25
10
10 55
c
c
c
35 C
C
C
C
C
C
45
35
F
CC
C
C C
C
C
C
40
40
C
C
C
C
25
20
15
25
20
55
C
C
55
55
50
15
C
C
15
15
45
15
C
C
30 25
50
15
40
30
35
C
35
40
50
40
30
C
C
C
C C
C
C
c
c
35
50
30
45
C
4 35 0
C
C
35
C
15
C
30
30
CC CCC CC
30 35
25
20
25 20
25
15 10
20
15 20 25 30 35
15 10
25
20 15 20
15 F
FF
F
c
c C
15 20
10
C
15 15 20 25 30
CORPO DE BOMBEIROS 35
RODOVIÁRIA
40
NA
10
45
50
c
c
C
35
C C
C
10
60
C
40 45
55
30
C
10
50 C
C
CONCESSIONÁRIAS 40
50 45
35
50
10
40
30 25
15
C
45
30
CONCESSIONÁRIAS 35
25 C
10
30
25
35
40
45
C
15 20
10
C
10 C
10
C
10
R
R
C
C
25
30
20
35 0
C
C
C
MERCADO
C
25
45 C
DELEGACIA
30
C C
C
50
C
20
30
C
CONCESSIONÁRIAS
45
40
C
15 25
IGREJA
EMPRESARIAL
15
C
20
C
40
c
50
C
55
C
15
35
60
c
10
50
10
35
10
50
25
C
30
C
15
C
40
C
25
45
20
55
C
EDUCACIONAL F
C
C C
C
0
C
R
R
100
300
500
30
C
SHOPPING IGUATEMI
40
F
C
C
C C
C
15
C
57
C
ANÁLISE DO TRECHO 5
Vegetação existente Gramíneas Áreas de reestruturação urbana Percursos criados pelos pedestres Dificuldade de travessia Asfalto Rio Camarajipe Nível de ruído 85 dB a 95 dB 75 dB ≥ 85dB
Composição da paisagem Fonte: Acervo pessoal
65dB ≥ 75dB Som de pessoas Medição dos ruídos feito in loco as 12:00 | 13.06.2013 Estudo de Campo do trecho 5 escala gráfica
58
59
Não cadastrado 01 - 02 pavimentos 03 - 05 pavimentos 06 - 10 pavimentos 11 - 15 pavimentos 16 - 20 pavimentos 21- 25 pavimentos 26 - 30 pavimentos 31 - 35 pavimentos Cadastro de gabaritos das edficações lindeiras ao rio escala gráfica 60
61
15
ANÁLISE DO TRECHO 6
10
10
Vegetação existente
15
Gramíneas Áreas de reestruturação urbana Percursos criados pelos pedestres Dificuldade de travessia 5
Asfalto Rio Camarajipe Nível de ruído 85 dB a 95 dB 75 dB ≥ 85dB
Composição da paisagem Fonte: Acervo pessoal
65dB ≥ 75dB Som de pessoas Medição dos ruídos feito in loco as 10:00 | 18.06.2013 Estudo de campo do trecho 6 escala gráfica
62
40
40
10
15
10
5 20
10
40
5
20
5
10
15
25
20
10
30
30
25
15
20
20 15
20
15
10
C
15
15
R
R
C
C
c
c
10
15
20
C
C
35
10
30
20
20
10
20
20
15
C
C
20
C
15
20
25
30
25
20
20
25
30 35
20
30
15
35
40
25
10
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30
15
20
25
35
35
40
10
PEDRAS
30
40
25
30
30
20
25 5
20
R
15
R
10
20
25
C
20
20
25
10
25
C
F
25 20
15
F
C
30
5
PEDRAS
35
10
10
5
15 PEDRAS
30
20
25
30
30
20
20
15
15
C
20
C
5
15
45
25
15
R
R
R
CDELBA SUBESTAÆÇO
10
5 10
10
15
45
30
R
R
C
RUA
R DE A ARTHU 10
20
25
20
R
R
C
35
ZEVEDO
DO MACHA 10
35 40
10
25
15
20
45
63 PEDRAS
25
25
500 300 100 0
10 5
15
R
20
10
10
SO
35 10
10
15
10
A AG RM FES PRO AV.
O NET ES LHÂ
45
20
15
15
15
35
25
15
35
35
20
15 24
10
5
5
10 10 15
Não cadastrado 01 - 02 pavimentos 03 - 05 pavimentos 06 - 10 pavimentos 11 - 15 pavimentos 16 - 20 pavimentos 21- 25 pavimentos 26 - 30 pavimentos 31 - 35 pavimentos Cadastro de gabaritos das edficações lindeiras ao rio escala gráfica 64
0
5
25 35
40 30
35
20
45
15 15
45
15
40 45
10 30
35 30
15
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25
15
25
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20
10
15
20
15
10 R R
15
R
R
R
R
EMPRESARIAL RESIDENCIAL 15
20
20
15
24
25
10
20
15
10
20
15 20
RESIDENCIAL
EMPRESARIAL
5
R
10
R
5
20
20
C
10
C
10
HOSPITAL
5
10
RESIDENCIAL
10
15
5
10
CLUBE
10
RESIDENCIAL
CDELBA
SUBESTAÆÇO
SUBESTAÇÃO 5
EMPRESARIAL RESIDENCIAL
EDUCACIONAL
10
EDUCACIONAL
5
10
CONCESSIONÁRIA
RESIDENCIAL
10 5
10
CONCESSIONÁRIA
5
25
MERCADO
15
10
20
25
EMPRESARIAL
10
30
C
PARQUE DO COSTA AZUL C
C
C
10
C
10
30
15
20
25
20
10
15
15 20 R
15
15 R C C c c
15
10
5 15
35
10
10
10
5
20
20
C
10 15
C F
C
20
30
25
20
20
C
25
10
C
25
20
15
F
C
PEDRAS
15
PEDRAS
20
25
R R
30 30
15
35
15
20 25
20
25
30
10
30
40
20
35
20
20
30 25
30
20
15
35
25
30
PEDRAS
10
35
25
25 20
10
500
15
35
300
40
100
40
30
35
0
20
25
5
35
20
30
20
25
30 35 40
10
25
45
20
15
PEDRAS
25
65
O PROJETO
A ideia do parque é complementada pela adoção de medidas de
reestruturação urbana: habitação, transporte, equipamentos públicos e infraestruturas de coleta de esgoto e gestão dos recursos hídricos.
A espacialização da proposta dos trechos escolhidos (vide plantas
01| 02| 03 em anexo) utiliza-se da extensão longitudinal do parque para
O rio atualmente em conjunto com as avenidas se torna o corpo segregador entre as margens
criar um cenário favorável para um percurso pedonal, conectando equipamentos e áreas da cidade. Ao longo deste percurso são criados pólos de concentração voltados a atividades sociais e de lazer da população. Estes deverão ser amplos, dotados de mobiliário urbano adequado, arborizados e convidativos para a população.
Para isso, a água sempre será cenário e elemento de composição
da paisagem, que juntamente com um caminho arborizado, tornar-se-á atraente e confortável para atividades como uma caminhada, contemplação, descanso ou encontros sociais. Deverão ser previstos equipamentos
Conexões e facilidade de acesso às margens do rio
como bares, bancas de jornal, quiosques, postos policiais, alugueis e oficinas de bicicleta e outros, de modo a favorecer o uso cotidiano e tornar o local seguro para a população.
A partir do plano geral de intervenção dos três trechos, elegeu-se
o trecho 5 para aprofundamento da proposta de desenho urbano como maior compreensão dos espaços e equipamentos no entorno do rio Camarajipe. (Vide plantas 04 a10). Aqui, serão apresentadas as soluções pontuais do plano geral, desenvolvidas ao longo dos cursos. 66
Espaço agregador de pessoas, mobilidade mais fluída e maior contato com a água
20
25
20
40
35
C
C
Filtros naturais com vegetação aquática
30
C
C
15 10
10
TRECHO 4 Início do percurso
15
45 55
50
15
Arquibancadas e decks (Ex.: Recuperação Rio Rhodes, Lyon, França)
15
55
35
50
30
45
E AV
4 35 0
CM AA NID
30
25
AVEN I
DA B O
15 20 25 30 35
15
10
15 20
F
F F
c F
20 15
NOC Ô
c
10
15 20 25 30
Croqui de estudo do deck e dos filtros naturais
35 40
NA
45 50
45
50
C
C
C
Jardins comunitários
60
Sistema de biovaletas C C 35 para água Cde chuva 40 C
55
30
Croqui de estudo dos percursos e entrada da água tratada no rio
0
50
150
100 67
NA 10 10
10
10
Rodoviária e Estação intermodal (metrô e ônibus)
PRAÇA NEWTON RIQUE Nível superior passagem de pedestres
Rodoviária e Estação intermodal (metrô e ônibus) Restaurante Nível: 6,0m
Nível Inferior espaço de permanência
10
10
10
Nível da água: 5,0m
15
30 25
45
40
35
10
10 10
10
Espaço expositivo
10 10
R
Árvores existentes 10
C
Bicicletário CONTENÇÃO
CM IDA A AVEN 10
15
15
20
Elevador
25
40
IGREJA
ING PP
10
HO
10
ÃO
Rampa
ÃO D
EÇ
20
Quiosque/Café
PR
55
OJ
20
25
OS
25
30
35
NÇ
TE
SHOPPING IGUATEMI
55
25
15
10
15
40 45
C
N CO
C
50 10
50
Escada Acesso ao nível inferior
Elevador
15 20
40
15
30
20
30
Acesso ao Shopping Vitrines voltadas para a praça Nível:6.1m
25
10
Passarela em nível Nível: 9.2 m
20
Nível da via: 9.1 m 100
300
200 15
0
15
30
40
30
40
Fonte Nível: 7.38m
Fonte
Desnível em platôs 68
0
Croqui de estudo- escada de acesso a praça e jardim
50
100
150
TRECHO 5 Início do percurso
Arte urbana e esportes urbanos
Jardins filtrantes “wetlands”
Parede de escalada e rapel Decks para contemplação (Ex.: Recuperação Rio Rhodes, Lyon, França)
Croqui de estudo da parede de escalada e filtros
Ciclovia ao longo do rio 69
Cascatas para chegada de afluentes
TRECHO 5
(Ex.: Recuperação do rio Cheonggyecheon, Seoul, Coreia do Sul)
Croqui de estudo da relação com a água
Percursos ao longo do rio (Ex.: Recuperação do rio Cheonggyecheon, Seoul, Coreia do Sul)
Rua Cel. Almerindo Rehem - uso prioritário de pedestres (Ex.: Nyhavn, Copenhague. Time Square, NY)
70
TRECHO 5 - PERSPECTIVAS
Perspectiva da intervenção em frente ao Salvador Shopping
71
TRECHO 5 - PERSPECTIVAS
Perspectiva da intervenção - Decks de contemplação e fontes para oxigenação e efeito estético ao longo do curso.
72
15
PRO
PARQUE DO COSTA AZUL
C
10
C
C
DA ENI
C
N ÃES
LH
A AG M . F
C
C
5
ETO
TRECHO 6
AV
10
IDA EN AV 5 IO ÁV OT N MA
10
5
10
5
GA
5
IRA
BE
10
5
10 C
C
PEDRAS
10
PEDRAS
10
10
Hortas e pomares atividades educacionais
15
Substituição da calha de argamassa por platôs e jardins
R
R
c
c
Piscinas para banho e prática de natação (Ex.: Winterbaths, Copenhague)
10
C
C
Viveiro de plantas
50
0
150
100 73
5
SISTEMAS DE BIORRETENÇÃO
A proposta de recuperação prevê o uso de novas técnicas de dre-
nagem das águas pluviais como forma de manutenção da qualidade da água. A biorrentenção utiliza-se da atividade biológica de plantas e microorganismos removendo contaminações.
Os jardins de chuva, biovaletas e bacias de retenção auxiliam na
infiltração e retenção dos volumes de água precipitados. Sendo assim, reduzem a velocidade com que a água chega ao corpo fluvial , controlam a temperatura da água, recarregam os lençois freáticos e, no caso das
Jardim de Chuva em Portland- Estados Unidos Fonte: Acervo pessoal
bacias de retenção, podem ser aproveitadas para uso.
No caso de eventos de chuva que excedam a capacidade calcula-
da da estrutura projetada, o fluxo excendente é desviado para o sistema de drenagem de águas pluviais.
O conjunto dessas medidas também pode ser chamado de medi-
das de LID -Low Impact Development (Medidas de Baixo Impacto). Essas ações foram aplicadas com sucesso em cidades como Seattle e Portland, nos Estados Unidos da América.
Na cidade de Nanterre, França, o sistema de biorretenção fora
pensado para funcionar como estação de tratamento das águas do rio Sena. Esse sistema é chamados de jardins filtrantes e a técnica tem sido utilizada por empresas e cidades para limpar os efluentes gerados. Filtros Naturais ao longo do rio Fonte: Flussbad- Booklet
74
Bacia de retenção em Belo Horizonte, Brasil. Fonte: Programa DRENURBS. 2012.
Jardim Filtrante em Nanterre, França. Fonte: http://phytorestore.com/
75
VEGETAÇÃO
As vegetaçôes aqui apresentada são possíveis sugestões basea-
das na especificação original do paisagismo do Parque do Costa Azul, elaborada pelo paisagista José Tabacow. São acrescentadas possíveis vegetações aquáticas para utilização nos sistemas de biorretenção.
1
A lista apresentada serve somente como uma ilustração do extra2
to arbóreo, devendo ser realizado estudos com profissionais especializados para avaliação e escolha das espécies.
Assume-se na proposta a criação de um viveiro de plantas para
o cultivo das espécies que farão parte do parque. Pensa-se também na possibilidade de arborização da cidade através da instalação desse
3
equipamento, como centro de pesquisa e experimentações do extrato 4
arbóreo adequado as condições climáticas da região. São adotados jardins comunitários e pequenas hortas, de modo a fomentar a prática da jardinagem e o senso de comunidade, sendo possível também o uso em atividadades educacionais.
5 1 Lantana Camara 2 Syagrus coronata (licuri) 3 Acacia Seyal 4 Hibiscus tiliaceus 5 Scaevola sp 6 Plumeria rubra
76
6
7
13
18
8
14
19
10
9
15
16
20
11
17 7 Pachira aquatica 8 Begonia sempre-florens 9 Licania tomentosa 10 Coccos nucifera 11 Callophyllum brasiliensis 12 Plumeria alba 13 Allamanda cathartica 14 Cyperus giganteus 15 Polygonum hydropiperoides 16 Inga vera 17 Genipa americana 18 Alocasia macrorhiza 19 Anisea martinicensis 20 Turnera sp 77
MATERIALIZAÇÃO
MOBILIÁRIO URBANO 1 Pergolado metálico com trama em material reciclado de tetrapark 2 Bancos de concreto e madeira 3 Poste Girafa - Soneres
1
2
CONTENÇÕES 1 Contenção de concreto 2 Contenção de gabião para o leito do rio
PAVIMENTAÇÕES 1 Lajota de concreto pentagonal 2 Contenção de gabião para o leito do rio 3 Cascalho,/brita sobre solo compactado 4 Concreto lavado 5 Madeira 78
1
2
3
1
2
3
4
5
CONCLUSÃO
As ideias aqui apresentadas, mais do que respostas concretas, são
reflexos dos questionamentos oriundos no processo de aprendizagem durante a elaboração do TFG. São fruto das experiências vividas durante a formação acadêmica e um anseio por soluções em uma cidade tão controversa como Salvador.
Ao longo deste trabalho pode-se constatar que o tema envolve
diversas complexidades dentro do espaço urbano. A sua compreensão é intrínseca ao estudo da cidade em diversas escalas e dos vários atores que a envolvem.
O entendimento da água como bem precioso à vida, e necessá-
rio para nossas condições humanas, permeia as questões aqui citadas. O desafio apresentado teve como foco o resgate da qualidade do rio Camarajipe e, consequentemente, o resgate do contato das pessoas com os cursos d’água que entrecortam a cidade. Recuperando o curso do rio, recupera-se também o espaço do cidadão, sendo assim, resgata-se o principal papel de um centro urbano: cenário para o desenvolvimento das relações interpessoais.
79
80
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82
RELAÇÃO DE ANEXOS Plantas anexadas:
01 - BHC_Trecho 4 02 - BHC_Trecho 5 03- BHC_Trecho 6 04 - BCH_Trecho 5_planta 5.A 05 - BCH_Trecho 5_planta 5.B 06 - BCH_Trecho 5_planta 5.C 07 - BCH_Trecho 5_planta 5.D 08 - BCH_Trecho 5_planta 5.E 09 - BCH_Trecho 5_planta 5.F 10 - BCH_Trecho 5_cortes
83
0 45
10
C
55
10
C
50
40 45
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C
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C
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F
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10
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10
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C
50
ARQUIBANCADA
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40
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35
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CC
C
C
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C C
C C
C
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C
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30
C
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C
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C
C
c
faixa não edificante 15m- LOUOS
25
C
C
C
C C
CC
faixa não edificante Código Florestal 30m - LEI 12652/12
C
C
C
35
C
SARAMANDAIA
C
15 C
30
PERNAMBUÉS
25 20
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20
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25
20 15
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15
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35
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15 20 25 30
LOS MAG AL
45
IDA
JARDIM COMUNITÁRIO ANT ÔNI
10
50
OC
C
C
ÁREA DE REESTRUTURAÇÃO MODAL RODOVIÁRIA E ESTAÇÃO INTERMODAL (ÔNIBUS E METRÔ)
ARL OS M AGA L
HÃE
SEPARAÇÃO DA MATÉRIA SÓLIDA
10
S
10
40
MERGULHO VIÁRIO
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45
30
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50
35
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45
35
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30
C
C
35 40
C
CEMITÉRIO
C
C
ADO
N
10
E AV
10
ALIZ CAN
25
20
CÓR REG O
GRANDE CALÇADÃO E PONTE SOBRE O RIO
JARDIM FILTRANTE
C
15
30 25
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45
30
35
25 C
V NE
N TA A ID
10
C
S
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50
EMPRESARIAL
10
R
C
R
C 20
25
MERCADO
45
10
50
C 50
c
C
C
c
ELEVADOR
30
45
40
C
25
IGREJA PASSARELA EM NÍVEL COM A RUA - 9,20m
15
C
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50
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10
C
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C
55
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15
35
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C
15
SHOPPING IGUATEMI
40 C
25
45
C
20
55
C
C
C
C
R
C
C C
C
R
ÁREA DE REQUALIFICAÇÃO URBANA INCENTIVO DE NOVOS USOS (RESIDENCIAL| SERVIÇOS | EDUCACIONAL | COMERCIAL)
PRAÇA NEWTON RIQUE DESENVOLVIDA EM 2 NÍVEISNÍVEL SUPERIOR - 9,20m CONEXÃO IGUATEMI | IGREJA | NÍVEL INFERIOR
C C
C
15
C
C
30
F
40
CURSO F
C
FACULDADE DE ARQUITETURA E URBANISMO
30
C
10
C
C
VAGNER DAMASCENO F. DE CERQUEIRA ORIENTADORA | ANY BRITO LEAL IVO
10
DETRAN
15
DA A N
1 |2500
LELA -ACE S
VIA MARGINAL EXISTENTE A SER MANTIDA ACESSO AS EDIFICAÇÕES C
linha de metrô propoto
SETEMBRO | 2013
O-
55
20
C
20
ÂNE
60
25
40
C C C
PLANO GERAL DO PARQUE TRECHO 4
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AVEN I
C
C
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C
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C
C
C
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C
C
C
C
10
C
C
PARQUE LINEAR DO RIO CAMARAJIPE
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A
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AMP IN
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50 C
a demolir
C
C
01 10
10
RR LE
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10
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15
C
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4
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15 20 25 30 35
C
C
BACIA DE RETENÇÃO
25
UBT
15
35
jardim comunitário
C
C
C
EC
C
C
25
30
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C
C
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C
RÔ S
40 45
massas de15 vegetação existente
4 35 0
MET
C
C
C
15
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15
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30
F
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15
30
TR
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30
45
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C
35
JARDIM COMUNITÁRIO
50
C
C
C
c
35
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C
c
c
C
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15
C
C
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C
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2
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C C
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25
CIO
10
C
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30
20
C
20
55
15
C
35
15
C
PONTE AO NÍVEL DO RIO
C
C
C
C
C
25
30
C
C
30
25
C
C
C
c
C
C
C
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c
20
C
C
C
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30
C
C
C
c
C
C C C C C C C C C C C C C C C CC C C C C C C C C C
35
C
c
C
c
F
15
C
C
C
C
C
c
c
C
C
C
massas de vegetação implantada
RAMPA I:4,6%
c
C
C c
C C
C
cursos d’água C
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25
C
30
15 C
c
C
C
C
C
C
c
C
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C
25
C
FILTROS NATURAIS
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C
20
C
c ELEVADOR c C
c
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35
C
35
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C
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F
área de requalificação urbana
UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA
15
15
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C
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45
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15
C
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C
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C
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C
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C
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20
C
15
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40
C
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50
C
F
40
R
20
C
c
percurso C
LOJAS C C VITRINES VOLTADAS c c A PRAÇA c PARA c NÍVEL: 6,1m
C
15
R
NÍVEL ÁGUA: 5m
C
C
C
C
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40
40
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35 30 25
C
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10
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10 C
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C
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ciclovia
C
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c
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C
C
C
LEGENDA
C
ESPAÇO EXPOSITIVO
C
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35
CAFÉ | BAR 2
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C C
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C
C
C
C
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PERCURSO SOB VIADUTO
C
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C C
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C
CONTENÇÃO
55
55
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C
C C C C
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C
C
C
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BICICLETÁRIO 55
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C
c
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C
45
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C
C
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C
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C
C
C C
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35
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R
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C
C C
15
50 45 40
15
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C
35 40
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RESTAURANTE NÍVEL: 6,0m
25
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C
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C C
20
45 60 10
C
RODOVIÁRIA E 10 35 ESTAÇÃO INTERMODAL (ÔNIBUS E METRÔ)
50
25
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C
50 45
C
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E
C
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NORT
50
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C
PRAÇA NEWTON RIQUE - NÍVEL INFERIOR CONEXÃO RIO CAMARAJIPE | SHOPPING F| FESTAÇÃO | NÍVEL SUPERIOR
25
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c
10
45
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55
N
LEGENDA ciclovia percurso área de requalificação urbana
PERNAMBUÉS S LUÍ A NID
VIA
O
massas de vegetação implantada
ILH
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AVE
AVENIDA
METRÔ
TANCRE D
O NEVES
SUBTER
RÂNEO
- PARAL EL
massas de vegetação existente jardim comunitário
A-ACESS ON
ORTE
acessos
HOSPITAL
a demolir
O DO 5 HO 4 EC TR HO EC TR
DO
BOSQUE EXISTENTE
cursos d’água linha de metrô propoto
JARDINS FILTRANTES “WETLANDS”
PAREDE DE ESCALADA
faixa não edificante 15m- LOUOS
MERCADO FILTROS NATURAIS
HOSPITAL
AV E
NID AT AN
DECK ESCALONADO
ED
ON
EV
ES
PER
NA MB
UÉS
CR
faixa não edificante Código Florestal 30m - LEI 12652/12
PONTE AO NÍVEL DO RIO
RIO
STIEP
SHOPPING AL
AM E
EDIFÍCIO GARAGEM TÉRREO - SERVIÇOS E BICICLETÁRIO 3 PAVIMENTOS
AV E
N
ARQUIBANCADA
NI
DA
DECKS
TA N
CR
FACULDADE
ED
O
NE
VE
SS
ACESSO VEÍCULOS
RESTRUTURAÇÃO DAS VIAS | CALÇADA | VAGAS
PONTE NÍVEL DA RUA
DECKS
CAMINHO DAS ÁRVORES
NOVO ACESSO DE VEÍCULOS CENTRO DE MONITORAMENTO AMBIENTAL
COSTA AZUL
O CH
RE
O
I
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ÍCI
IN
O CH
RE
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5 6
PLANO GERAL DO PARQUE TRECHO 5
EXTENSÃO DO PARQUE RUA PRIORITÁRIA PARA PEDESTRES
VAGNER DAMASCENO F. DE CERQUEIRA ORIENTADORA | ANY BRITO LEAL IVO
ARQUIBANCADA
FACULDADE DE ARQUITETURA E URBANISMO
E AV
CASCATA
1 |2500
A AT D I
OR
SETEMBRO | 2013
V
PONTE EXISTENTE
AL VA D
02 10
S ES
PARQUE LINEAR DO RIO CAMARAJIPE
O
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DA S
UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA
O
ÍCI IN
ÍCI IN
PRAÇA DE ESPORTES URBANOS SKATE | LE PARKOUR | PATINS
N 30
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LEGENDA
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massas de vegetação implantada
10
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25
20
R
R
O
15
massas de vegetação existente
R
R R
R
G CÓRRE
10
15
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15
área de requalificação urbana
O ÍCI IN
30
AV. TANCREDO NE V E
PITUBA EMPRESARIAL 15
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15
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acessos
S
15
jardim comunitário
10 20
15 20
5 5
20
20
10
cursos d’água
10
R
R
PONTE PEDONAL
REQUALIFICAÇÃO HABITACIONAL E DO POSTO DE LAVAGEM DE CARROS
15
a demolir
10
EMPRESARIAL
C
C
linha de metrô propoto
10
HOSPITAL 10
RO
F. M AG A
15
JARDIM COMUNITÁRIO
ETO
10
5
INFRAESTRUTURA DE APOIO
DECKS
faixa não edificante 15m- LOUOS
10
10
5
CICLOVIA E CALÇADA PARA ACESSO ÀS EDIFICAÇÕES
faixa não edificante Código Florestal 30m - LEI 12652/12
ESCOLA HOTEL HOTEL
CLUBE
10
5
10
ESCOLA E BIBLIOTECA PÚBLICA
SN
CONTENÇÃO DE CONCRETO VIVEIRO DE PLANTAS PAREDE VERDE CASCATA HORTA E POMAR
ESCOLA
ESCOLA
ÃE
SUBESTAÇÃO COELBA
EMPRESARIAL
5
LH
PONTE PEDONAL EXISTENTE
5
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10
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DECKS
10
CASCATA
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H
30
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1 | 2500
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C
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COSTA AZUL 25
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10
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LAGOA DOS PÁSSAROS
FACULDADE DE ARQUITETURA E URBANISMO
C
C
C
PEDRAS
OCEANO ATLÂNTICO
PLANO GERAL DO PARQUE TRECHO 6
A
PASSARELA EXISTENTE
VAGNER DAMASCENO F. DE CERQUEIRA ORIENTADORA | ANY BRITO LEAL IVO
10
5
EIR PEDRAS
REQUALIFICALÇÃO DA LAGOA BACIA DE RETENÇÃO E INFILTRAÇÃO
PARQUE LINEAR DO RIO CAMARAJIPE
10
10
AB
10
UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA
5
VIO TÁ AO NID
03 10
15
15
E AV
DECK INCLINADO
SETEMBRO | 2013
C
C
C
10
BARRAGENS PISCINAS NATURAIS
25
30
5
10
PARQUE DO COSTA AZUL
DUTO SUBTERRÂNEO PARA PASSAGEM DO EXCENDENTE DE ÁGUA
25
15
10
MERCADO
C
C
PISCINAS SEMI-OLÍMPICA
N
PA= 10,20 ALT=+1,00
PA= 10,40 ALT=+1,20
lombada LEGENDA
BIOVALETA acesso de pedestres lanchonete e banheiros
13
e pequeno porte (copa de 4 a 5m)
.8 6
palmeira de grande porte (copa 4m e altura aprox. 15 m)
aprox. 8m) pequeno porte (copa 1,5m a altura 3 m)
ATIVIDADES CIRCENSES
PA= 10,40 ALT=+1,20
COS FRE IRE
PA= 10,40 ALT=+1,20
arquibancada de concreto
ACADEMIA AO AR LIVRE
QUADRAS POLIESPORTIVAS
jardim de chuva
RUA MAR
PA= 10,80 ALT=+1,60
e arbustos
RINGUE PA= 10,20 ALT=+1,00
5.00 2.39
PA= 10,20 ALT=+1,00
11.30
cascalho sobre
piso intertravado solo compactado compartilhado
PA= 7,20 ALT=-2,00
intertravado
lajota de concreto
PA= 9,70 ALT=+0,50
madeira
BOSQUE EXISTENTE
concreto lavado acabamento na cor vermelha
6
9.1
h: 30cm e h: 50cm projetor de luz embutido na parede ou piso
,00
%
SONERES com lamapda LED, h= 6m
pa
i: 5
A ram
para travessia
6.90
PA= +10,50 ALT=+1,30
JARDINS FILTRANTES- "WETLANDS"
i
lanchonete e banheiros
PLAYGROUND "LE PARKOUR"
pergolado
PA= 10,40 ALT=+2,00
en -s
cic
o tid
p du
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7.8% a i:
p
ram
PA= 7,16 ALT=-2,04
ID EN V A
jardim de chuva
m 30
-
2 2/1 65 12 I LE
pergolado
ES
A
D RE C AN
O
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T
PAREDE DE ESCALADA H= 12 m
JARDINS FILTRANTES- "WETLANDS"
PA= 9,20 ALT=+0,00
quiosque e banheiros
DECK ESCALONADO i: 6% 6 espelhos - h=18cm
PA= 7,50 ALT=-1,70
ponte de estrutura
PA= 6,50 ALT=-2,70
0
3.8
de madeira
mureta h:0.30m
jipe
camara
mureta h
7.79
7 5.7
:0.30m
3.72
0
2.4 o rio atual d curso
fonte
PA= 7,50 ALT=-1,70
8.40
pergolado
1 | 500
PLANTA BAIXA | TRECHO 5A ESPORTES URBANOS E JARDINS FILTRANTES
pa
m ra
B
VAGNER DAMASCENO F. DE CERQUEIRA ORIENTADORA | ANY BRITO LEAL IVO
T
ID EN V A
7% ,1 :3
SETEMBRO | 2013
04 10 PA= 7,16 ALT=-2,04
PARQUE LINEAR DO RIO CAMARAJIPE
S VE E N
UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA
A
AN
O ED R C
lombada
NA= 5,50
15.39
.99
17
barragem
0 2
3.8 .90
02
2.4
e drenagem pluvial
B
0
0
6.7
pedras
0.30m
mureta h:
2.802.0
2.5
pergolado
A
AV
ID EN
ES TO NEV U D O VIA RED NC TA
PA= 6,50 ALT=-2,70
30m - LEI 12652/12
ANC AVENIDA T
ES REDO NEV
FACULDADE DE ARQUITETURA E URBANISMO
31.62
.99
58 lanchonete e banheiros
barragem
pergolado
1.40 2.00 3.67
7
1.5
15.39
3.64
8
8.9 curso atual do rio camarajipe
PA= 7,00 ALT=-3,20
A PA= 8,20 ALT=-1,00
SISTEMA FILTRANTE COM
N skate "bowl bank"
PA= 10,20 ALT=+1,00
PA= 8,80 ALT=-0,40
PA= 10,40 ALT=+1,20
LEGENDA lombada
BIOVALETA
PA= 10,20 ALT=+1,00
lanchonete e banheiros
e pequeno porte (copa de 4 a 5m)
h: 1.50m
13 .8 6
palmeira de grande porte (copa 4m e altura aprox. 15 m)
aprox. 8m) pequeno porte (copa 1,5m a altura 3 m)
ESTACIONAMENTO SUPERMERCADO
ATIVIDADES CIRCENSES
PA= 10,40 ALT=+1,20
escadaria
IRE
e arbustos
COS FRE
PA= 10,40 ALT=+1,20
arquibancada de concreto
ACADEMIA AO AR LIVRE
QUADRAS POLIESPORTIVAS
RUA MAR
PA= 10,80 ALT=+1,60
jardim de chuva
5.00 2.39
PA= 10,20 ALT=+1,00
cascalho sobre solo compactado
11.30
PA= 7,20 ALT=-2,00
piso intertravado compartilhado
rreno
PA= 10,20 ALT=+1,00
intertravado
limite do te
RINGUE
lajota de concreto madeira concreto lavado acabamento na cor vermelha
9.1
SUPERMERCADO MAKRO
6
h: 30cm e h: 50cm projetor de luz embutido na parede ou piso SONERES com lamapda LED, h= 6m
5,6% rampa i:
PA= 10,10 ALT=+0,90
PA= 7,50 ALT=-1,70
mureta
ponte de estrutura
PA= 5,00 ALT=-4,20
de madeira
h:0.30m
rampa i:
2/12
6% PA= 7,20 ALT=-2,00
PA= 5,00 ALT=-4,20
ram
pa i:
6% PA= 8,20 ALT=-1,00 ram
pa i:5,6%
m ram rpo h:0.80 guarda co
2.99 2.2 1
1.40 2.00 3.67
i:6%
a ramp
SSO ACE
UE
ARQ
AO P
la sare
PA= 8,95 ALT=-0,25
rampa i:6% limite do terreno
15.12
SISTEMA FILTRANTE COM
o atu
1.77 PA= 5,00 ALT=-4,20
barragem
rampa i:6% guarda corpo h:0.80m
PA= 7,95 ALT=-1,25
rampa
i:3%
pas
PA= 9,20 ALT=0,00
PA= 9,95 ALT=+0,75 30m - LEI 12652/12
PA= 9,80 ALT=+0,60
curs
NA= 4,20
7.51
3.72
15.39
29.97 15.15
mureta h:0.30m
rampa i:6%
barragem
PA= 6,50 ALT=-2,70
barragem
3.51
mureta h :0.30m
al do
38.46
8.40
PA= 7,50 ALT=-1,70
6.14
PA= 6,50 ALT=-2,70
pa i
curs o atu
2.12 2.02
ponte de estrutura de madeira
i:5,6%
PA= 6,20 ALT=-3,00
3.75 3.69 2.40
rampa
JARDINS FILTRANTES- "WETLANDS"
rampa i:6%
1265
PA= 9,10 ALT=-0,00
al do
rio c
rio c
ama
ama
rajip e
:6%
1 | 500
SETEMBRO | 2013
rajip
e
FACULDADE DE ARQUITETURA E URBANISMO
guarda corpo h:0.80m
- LEI
AC PA ESS RQ O A UE O
30m
PLANTA BAIXA | TRECHO 5B ESPORTES URBANOS E JARDINS FILTRANTES
SALVADOR SHOPPING BUSINESS
VAGNER DAMASCENO F. DE CERQUEIRA ORIENTADORA | ANY BRITO LEAL IVO
TEND TUDO
PARQUE LINEAR DO RIO CAMARAJIPE
lombada
UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA
JARDINS FILTRANTES- "WETLANDS"
05 10
para travessia
N
SALVADOR SHOPPING BUSINESS
30m -L
EI 12 652/1 2
LEGENDA
i:6% PA= 7,20 ALT=-2,00
ram p
a i:6
PA= 5,00 ALT=-4,20
%
curs o
atua
atua l do
NA= 4,20
l do
rio c a
:6%
mar
rio c ama rajip
palmeira de grande porte (copa 4m e altura aprox. 15 m)
ajipe
e
PA= 9,20 ALT=0,00
limite do terreno
PA= 7,95 ALT=-1,25
2.12 2.02
rampa i:6% guarda corpo h:0.80m
mu re
rampa
aprox. 8m) pequeno porte (copa 1,5m a altura 3 m)
escada 25 espelhos h: 0.16 m
barragem
7.51
PA= 5,00 ALT=-4,20
pa i
15.12
SISTEMA FILTRANTE COM 1.77
38.46
curs o
mureta h:0.30m
e pequeno porte (copa de 4 a 5m)
PA= 8,20 ALT=-1,00 ram
AC PA ESS RQ O A UE O
de madeira
rampa
AC PA ESS RQ O A UE O
ponte de estrutura
PA= 5,00 ALT=-4,20
PA= 6,20 ALT=-3,00
3.75 3.69 2.40
guarda corpo h:0.80m
rampa i:6%
ta
PA= 9,10 ALT=-0,10 h:0
.30
m
i:3%
PA= 5,20 ALT = -4,00
mu
ret
AL
ah
:0
AM
.45
PA= 9,20 ALT=0,00
e arbustos
ED
AS
m
AL V
AD
pedras
OR
jardim de chuva
PA= 5,00 ALT = -4,20 PA= 9,10 ALT=-0,00
pergolado
cic l
ov ia-
do
cascalho sobre solo compactado
du plo
ov ia
30 m tid o
du p
m ur
lo
eta
intertravado
-L
EI
h:
0.4
deck de madeira
9
-s en
EMPRESARIAL
SALVADOR SHOPPING
nti
7.2
cic l
se
5m
65
lajota de concreto
2/1 2
madeira
2.4
0
PA= 9,20 ALT =0,00
12
7.3 1
fonte
o
ter
no
projetor de luz embutido na parede ou piso SONERES com lamapda LED, h= 6m
57
re
h: 30cm e h: 50cm
2.0 5
ite d
5.7 2
PA= 9,20 ALT =0,00
.33
lim
concreto lavado acabamento na cor vermelha
14
.26
| ALUGUEL DE BICILETAS) 3 PAVIMENTOS ( 360 VAGAS)
C NA= 4,10
4.2 6
ponte estaiada e piso de madeira
PA= 5,20 ALT = -4,00
7.3
4
FUNDACENTRO CENTRO REGIONAL DA BAHIA
m
ur eta
h: 0
mastro h: 11.25m
4.2
8
.30
m
2.4
0
ar qu
iba nc
jardim de chuva
ad
grade de ferro para
PA= 9,20 ALT=0,00
PA= 9,10 ALT=-0,10
pergolado
lim ite
do
ter
1 | 500
PA= 5,20 ALT = -4,00
SETEMBRO | 2013
EMPRESARIAL
06 10
a
re
a h: m 45 0.
O
LIM A
pedras
.48
elevador
mu
ret
ah
:0
.45
m
4
3.0
5
2.8 4
4.
33
15
.50
60
PA= 4,50 ALT = -4,70
8.0
C
PA= 5,00 ALT = -4,20 32
4.
elevador ex ist
cic l
ov ia
ter
-s
en ti
re
do
no
du p
lo
en ist ex
PA= 9,10 ALT =-0,10
dil
AV EN
te
PA= 9,20 ALT =0,00
7.4
6
gra
lombada
RE DO
NE VE S
10
PA= 9,20 ALT =0,00
ram
pa
il e
NC
PA= 9,20 ALT =0,00
NE VE S
xis t
TA
te
RE DO
en
ID
TA NC
ad
AV EN
gr
A
.59
ID
A
UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA
do
0
EMPRESARIAL
lim ite
3.0
RESIDENCIAL
en te
2.2
7
4.4
9
EMPRESARIAL
i:6
%
lombada pergolado
cic
lov
ia-
se
nti
do
d
VAGNER DAMASCENO F. DE CERQUEIRA ORIENTADORA | ANY BRITO LEAL IVO
OS
PLANTA BAIXA | TRECHO 5C
43 2.4 0 8.0 et
OR
ur
EMPRESARIAL
PA= 9,20 ALT =0,00
AM
m
EMPRESARIAL | RESIDENCIAL| APART-HOTEL
AL CE U
5.5 1
A
5.1 2
RU
.32
escada 25 espelhos h: 0.16 m
PARQUE LINEAR DO RIO CAMARAJIPE
no
FACULDADE DE ARQUITETURA E URBANISMO
EMPRESARIAL
43 2.4
8.0 0
PA= 9,20 ALT =0,00
OR
1
h: m 45 0.
OS O
a et
AM
ur m
CE U
5.5
AL
LIM A
5.1 2
RU A
N
.32
escada 25 espelhos h: 0.16 m
pedras
elevador
60 15 . .50 48
mu
ret a
h:
0.4 5m
SALVADOR SHOPPING
4.
33
PA= 4,50 ALT = -4,70
4
3.0
52 .84
LEGENDA
8.0
C
PA= 5,00 ALT = -4,20 elevador
e pequeno porte (copa de 4 a 5m)
RESIDENCIAL
o
ist en
cic lov ia
palmeira de grande porte (copa 4m e altura aprox. 15 m)
ex
lim ite d
te
2.2
7
4.4 9
32 4.
-s
ter
no
en ti
do d
up
aprox. 8m) pequeno porte (copa 1,5m a altura 3 m)
lo
7.5
6
re
en
EI
12 65 2/1
PA= 4,50 ALT = -4,70
7.4
6
gra
lombada
-L
2
3.0 0
xis t dil e
PA= 9,10 ALT =-0,10
30 m
NA = 4,0
deck de madeira
te
PA= 9,20 ALT =0,00
deck de madeira
NA = 3,8 PA= 9,20 ALT=0,00
.59
PA= 9,20 ALT =0,00
i:6 % PA= 8,20 ALT = -1,00 ram pa
pergolado
cic lov ia-
jardim de chuva
se n
de energia embutidos
AS
AL V
od
up
lo
i:6 %
pedras
cic
PA= 7,20 ALT = -2,00
mu
ret
ah
lov
ia-
nti d
od
:0
up
.45
ram
ac es ess ta o cio na m
en to
PA= 6,20 ALT = 3,00
i:6
%
RU
lajota de concreto
:0.
30
m
madeira
PA= 4,50 ALT = -4,70
concreto lavado acabamento na cor vermelha
13 .97
pa
m
32 ah
ram
PA= 5,00 ALT = -4,20
h: 30cm e h: 50cm projetor de luz embutido na parede ou piso
AA
jardim
EU
61 . 8.1 10 9
LC
AM
OR
LIM
A
11
pa s
O
SONERES com lamapda LED, h= 6m
.12
OS
la
h:0
2.9
mu ret
PA=9,10 ALT=-0,10
re
intertravado
2.9 7
:6%
sa
lo mu ret a
.30
pa i
FLAT
cascalho sobre solo compactado
se
m
grade de ferro para
pergolado
jardim de chuva
AD OR
PA= 9,20 ALT =0,00
tid
AM ED
2
lombada
e arbustos
AL
NA = 3,8
PA= 5,00 ALT = -4,20
4.5
gr ad il e xis t
ram pa
PA= 9,10 ALT=-0,10
.40
en te
10
PA= 9,20 ALT =0,00
12
balizadores
pedras
tac ion am en to
embutida
1 | 500
PA= 9,20 ALT = 0,00
la sare pas tente exis
SETEMBRO | 2013
PA= 5,00 ALT = -4,20
balizadores
07 10
2.3 9
PA= 10,00 ALT =+0,80
pergolado
BANCO DO BRASIL
EMPRESARIAL PA= 9,10 ALT = -0,10
EMPRESARIAL EMPRESARIAL
TA LE IC OC OT SM GA VA 10 VA GA S|
EMPRESARIAL
PLANTA BAIXA | TRECHO 5D PERCURSO SALVADOR SHOPPING
NE VE S
VAGNER DAMASCENO F. DE CERQUEIRA ORIENTADORA | ANY BRITO LEAL IVO
PA= 5,00 ALT = -4,20
19
DO
lo
NE
RE
PARQUE LINEAR DO RIO CAMARAJIPE
up
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NC
FACULDADE DE ARQUITETURA E URBANISMO
tid
2V
TA NC RE DO
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GA S|
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ia-
VA
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AV EN I
cic lov
EMPRESARIAL
EN
13
AV
UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA
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PA= 9,90 ALT =+0,70
.61
ac es ess ta o cio na m
en
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pergolado
N
.12
LIM A
9
12 .61
11
AM OR OS O
2.3
RESIDENCIAL PA= 5,00 ALT = -4,20 PA= 9,20 ALT = 0,00 pedras
LEGENDA
SALVADOR PRIME EMPRESARIAL| RESIDENCIAL cic lov
ia-
lov
EMPRESARIAL
ia-
se n
30
m
se
nti do
od
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26
52 /
8 .8
7 4.
24
PA= 5,00 ALT = -4,20
EI 1
du plo
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e pequeno porte (copa de 4 a 5m)
-L
7
2
palmeira de grande porte (copa 4m e altura aprox. 15 m)
12
aprox. 8m) pequeno porte (copa 1,5m a altura 3 m)
2.
pergolado
.69 36 .30 16
2
mu
4.9
D
ret
94
5.
NA= 3,70
ah
:0. 30
m
PA= 9,20 ALT = 0,00
fonte
ra pa m
EMPRESARIAL
PA= 9,10 ALT =-0,10
ACESSO AO PARQUE
5 ,2 i:2
e arbustos
%
PA= 9,10 ALT = -0,10
ciclovia- sentido duplo
ARQUIBANCADA 5 espelhos - h: 0.18 m
jardim de chuva
NE
PA= 4,80 ALT = -4,40
SP
-L
EI 1
VA GA
EMPRESARIAL
26
fonte
52
/1
LE TA
|2
cic lo
2
cascalho sobre solo compactado intertravado
pergolado
via
-s
OC IC
GA S
lajota de concreto
en
tid
EMPRESARIAL
o
OT
VA
|1 0V AG
AS M
13
PARQUE INFANTIL
PA= 5,70 ALT = -3,80
30
m
COQUEIRAL
quiosque e banheiros
limite do terreno
cic
du p
madeira
lo
concreto lavado acabamento na cor vermelha
D
GA S
h: 30cm e h: 50cm
19
VA
projetor de luz embutido na parede ou piso
PA= 6,80 ALT = -2,40
SONERES com lamapda LED, h= 6m
DISMEL RESIDENCIAL
EMPRESARIAL
.70 24
PA= 5,70 ALT = -3,50
pergolado
HOTEL ram
EMPRESARIAL
ram pa tido d up
lo
EMPRESARIAL ite
lim
TA
O
RECEITA FEDERAL
CENTRO DE MONITORAMENTO AMBIENTAL
deck de madeira
NE VE
S
PA= 5,00 ALT = -4,20
limite do terreno
EMPRESARIAL
rampa i:5%
terr eno do
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ite
A
2.51
6.99
5.24
1.97
lim
ID
NE VE S
6.65
1.63
eno terr
AV EN
54.33 16.13
2.45
do
10.76
AV EN ID
novo acesso a Av. Tancredo Neves
t i:5% sen pa viaram ciclo
EMPRESARIAL
ido lo
dup o
upl
od
ntid - se
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/12
jardim de chuva
652
I 12
- LE
quiosque e banheiros
cicl
30m
E
PLANTA BAIXA | TRECHO 5E
ANATEL
PA= 9,20 ALT = 0,00
ia- se n
VAGNER DAMASCENO F. DE CERQUEIRA ORIENTADORA | ANY BRITO LEAL IVO
PARQUE LINEAR DO RIO CAMARAJIPE
ciclov
FACULDADE DE ARQUITETURA E URBANISMO
i:6%
PA= 9,20 ALT = 0,00
UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA
%
pa ram
2,60 pa i:
14
ram
VA
G
AS
i:6%
CENTRAL
ponte para pedestres em
NC RE DO
1 | 500
08 10
i:6%
EMPRESARIAL EMPRESARIAL
A
SETEMBRO | 2013
pa
,30%
i:3 rampa
PA= 9,10 ALT = -0,10
MO AG AS 0V
N
19
VA GA S
|1
D
PA= 6,80 ALT = -2,40
DISMEL RESIDENCIAL 0
7 24.
PA= 5,70 ALT = -3,50
pergolado
HOTEL ram
LEGENDA
i:6% pa
rampa
e pequeno porte (copa de 4 a 5m)
i:3,30%
palmeira de grande porte (copa 4m e altura aprox. 15 m)
ram
PA= 9,10 ALT = -0,10
EMPRESARIAL
pa
EMPRESARIAL
i:6%
aprox. 8m) pequeno porte (copa 1,5m a altura 3 m)
CENTRAL
i:6% pa ra m
% 2,60 pa i: ram ponte para pedestres em
PA= 9,20 ALT = 0,00
ciclov ia- s
entid o
ANATEL
PA= 9,20 ALT = 0,00
e arbustos
duplo
jardim de chuva lim ite
6.65
5.24
1.63
cascalho sobre solo compactado
1.97
intertravado
o te rre
no
2.51
6.99
2.45
no rre
54.33 16.13
te do
10.76
rampa i:5%
PA= 5,00 ALT = -4,20
madeira
limite do terreno
ite d
CENTRO DE MONITORAMENTO AMBIENTAL
RECEITA FEDERAL
lim
EMPRESARIAL
lajota de concreto
deck de madeira
concreto lavado acabamento na cor vermelha
E
h: 30cm e h: 50cm
novo acesso a Av. Tancredo Neves
projetor de luz embutido na parede ou piso SONERES com lamapda LED, h= 6m
t i:5% sen pa viaram ciclo
EMPRESARIAL
ido
deck de madeira
1 | 500
i:5%
7 .1
13
SETEMBRO | 2013
pa
ram
o
09 10
upl od ntid
- se
/12
jardim de chuva
lo
dup
652
I 12 - LE
quiosque e banheiros
ovia cicl
30m
E
pergolado
TOK&STOK
33
38.
1.6
UNIQUE EVENTOS
13
0
2.5
5 4.1
te d
o te
rren
o
6
3
jardim de chuva
limi
5.2
ACESSO AO PARQUE
.57
1 2.0
5
NA= 3,20
PA= 9,80 ALT=+0,60
VAGNER DAMASCENO F. DE CERQUEIRA ORIENTADORA | ANY BRITO LEAL IVO
1
6 0.0
7 2.4
FACULDADE DE ARQUITETURA E URBANISMO
PA=5,70 ALT=-3,50
UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA
ESTACIONAMENTO 100 VAGAS 4 VAGAS PNE 21 VAGAS MOTOCICLETAS
PLANTA BAIXA | TRECHO 5F
/12
652
I 12
- LE
2.99
PARQUE LINEAR DO RIO CAMARAJIPE
30m
7.58
4 PA=+16,60 ALT=-7,40
1 7 1
8 PA=+7,16 ALT=-2,04
PA=+7,00 ALT=-3,20
3
2
PA=+5,25 ALT=-3,94
4
PA=+10,00 ALT=0,80
9
10 2
10
3
6
5
5
5 Deck inclinado em concreto lavado
1 Encosta 2 Drenagem
CORTE AA 1/250
2 Ciclovia - 2 metros 7 Pergolado
PA=+6,50 ALT=-2,70
6
7
9
8
9 PA=+6,50 ALT=-2,70
11
12
8 Sistema Filtrante concreto lavado
CORTE BB 1/250
concreto drenante 11 Ciclovia - 2 metros
10 Pergolado
4 Parede de escalada
4 Fonte
5
3
2
4
4
5
9 7
PA=+5,00 ALT=-4,20
PA=+4,50 ALT=-4,70
10
6 11
PA=+5,20 ALT=-4,00
7
PA=+4,80 ALT=-4,40
PA=+5,70 ALT=-3,50
2
3
7 Arquibancada
CORTE CC 1/250
9 Ponte estaiada
2 Jardim de chuva 3 Ciclovia - 2,40 metros
2 Ciclovia - 2,40 metros
CORTE DD 1/250
5 Rampa em concreto lavado
12 Salvador Shopping
3 1
2
5
PA=+9,20 ALT=0,00
4
4 PA=+5,00 ALT=-4,20
6
1 Centro de Monitoramento Ambiental solo compactado
PA=+9,20 ALT=0,00
4 PA=+6,70 ALT=-2,50
PA=+4,90 ALT=-4,30
8
5 Pergolado
1
1 | 250
PA=+9,20 ALT=0,00
1
12
SETEMBRO | 2013
6
6
PA=+9,20 ALT=0,00
10 Ciclovia - 2,40 metros
CORTES AA, BB, CC, DD, EE | TRECHO 5
PA=+9,20 ALT=0,00
PA=+5,70 ALT=-3,50
7
PA=+4,55 ALT=-4,65
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8
CORTE EE 1/250
VAGNER DAMASCENO F. DE CERQUEIRA ORIENTADORA | ANY BRITO LEAL IVO
4
FACULDADE DE ARQUITETURA E URBANISMO
3
PARQUE LINEAR DO RIO CAMARAJIPE
2
UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA
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10 10
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