![](https://static.isu.pub/fe/default-story-images/news.jpg?width=720&quality=85%2C50)
3 minute read
Introdução
5 Alimentação ................................................................................... 253 6 As refeições do colono ................................................................. 255 7 A casa do colono ........................................................................... 257 IX Esporte e Lazer ...................................................................................... 265 X O combate dos Maragatos ................................................................... 273 XI Mártir Albertina .................................................................................... 281 1 Ambiente familiar ......................................................................... 282 2 A trilha do martírio ...................................................................... 283 XII Hugo, o artista ....................................................................................... 289 XIII Cecília, a parteira .................................................................................. 295 Bibliografi a ............................................................................................. 301
Int duçã
Advertisement
No dia 13 de novembro de 1993 aconteceu a inauguração da Casa da Cultura. Foi um evento signifi cativo para aquele município, pois se trata de uma obra que visa preservar a memória dos homens e das mulheres que viveram e vivem na região que constitui o município de São Martinho.
O projeto foi uma iniciativa do executivo municipal. Pensava-se em montar um arquivo e um museu para preservar o legado cultural dos antepassados e identifi car as características específi cas da cultura local. Para a execução do projeto foram feitas muitas reuniões com a participação de representantes de diversos segmentos da sociedade que colaboraram com ideias e ajudaram na coleta de documentos históricos e objetos para o museu. No andar dos trabalhos, a comissão chegou à constatação de uma triste realidade: a história de São Martinho estava se perdendo. Da documentação escrita, pouca coisa restava. Os objetos antigos de maior valor histórico-cultural, tais como mobília e utensílios domésticos, haviam sido, na maior parte, descartados por serem considerados inúteis e sem valor ou vendidos para comerciantes de antiguidades de outras cidades. As pessoas idosas – importante fonte da história oral – fi lhos dos imigrantes ou que conviveram com os primeiros moradores, já haviam morrido e as gerações novas, por vários motivos, não demonstravam interesse pela preservação da identidade cultural transmitida de geração em geração.
Neste cenário surgiu a ideia de se escrever um livro que não só registrasse fatos do passado, mas que também se constituísse em guia de refl exão sobre a identidade étnico-cultural da população de São Martinho. Foram dois anos de pesquisa em arquivos e de muitas conversas e entrevistas com pessoas idosas de todas as comunidades do município. Em novembro de 1995 o livro estava pronto e foi publicado sob o título “Viver em São Martinho”. Em pouco tempo a edição se esgotou. Pensou-se logo numa segunda edição. Mas, reeditar um livro não é tarefa fácil, pois exige do autor novas pesquisas e rever posições que, para o leitor, podem
parecer contraditórias. A reedição é fruto de novas refl exões, novos olhares e novas interpretações dos documentos antigos no confronto com novas informações. Desde a primeira edição até agora novos documentos foram encontrados e muitas coisas aconteceram durante esses anos. Signifi cativas mudanças tornaram-se perceptíveis, sobretudo na economia e na educação. É tarefa do historiador perceber e analisar as mudanças e transformações pelas quais passa determinada sociedade num determinado período de tempo.
Os moradores de São Martinho sempre tiveram sua vida ligada à lavoura. A agricultura foi sempre sua principal atividade econômica e em torno da agricultara giravam suas preocupações do dia a dia. Sobrava-lhes pouco tempo para se dedicarem à atividades de natureza intelectual. Por isso, além dos registros ofi ciais como escrituras de terra, testamentos, registros de nascimento e de casamento, poucos documentos foram produzidos. Sua escassez foi o primeiro e maior obstáculo para a elaboração deste livro. A pesquisa consistiu em verdadeiro trabalho de garimpagem. Cada documento era como se fosse uma pepita de ouro a enriquecer os conhecimentos sobre a história de São Martinho e de sua gente.
O leitor se perguntará: donde procedem as informações não documentadas?
Na composição deste trabalho, foram feitas muitas entrevistas com descendentes dos pioneiros imigrantes. Algumas foram entrevistas formais com a fi nalidade específi ca de colher dados e informações. Outras foram conversas informais nas rodas de amigos ou visitas a famílias. Todas ajudaram, de uma ou de outra forma, a compreender a vivência cotidiana, o espírito, a mentalidade, as tradições, os costumes, enfi m, a alma do povo. Desde o primeiro contato com as pessoas em vista deste trabalho, percebeu-se logo a força da tradição oral e o agudo senso de memória histórica. Muitas entrevistas foram individuais. Outras em grupo de três ou mais pessoas ajudando-se mutuamente. Em caso de dúvida, eram feitas entrevistas em separado sobre o mesmo assunto.