Valor Local
Jornal Regional • Periodicidade Mensal • Director: Miguel António Rodrigues • Edição nº 26 • 19 Junho 2015 • Preço 1 cêntimo
De cabelos em pé com as operadoras Págs. 12, 13, 14 e 15
Colete Encarnado ADASE e PS de Benavente em à porta guerra de acusações
Pág. 3
Pág. 20
Aterro da Zubareia em Azambuja dá que falar
Pág. 2
Ambiente
2
Valor Local
Começaram os trabalhos para instalação de aterro na Quinta da Queijeira, Azambuja omeçaram as movimentações com levantamentos topográficos e abertura de valas tendo em vista a instalação de um aterro de resíduos não perigosos na Quinta da Queijeira, Azambuja, ou pelo menos as obras que lhe vão servir de apoio como instalações, o que poderá ser sinónimo de que em breve a empresa vai começar a sua laboração. O presidente da Câmara Municipal, ao Valor Local, Luís de Sousa, garante que as obras possuem todas as licenças e autorizações necessárias. “Passei esta sexta-feira, (dia 12 de junho) no local, e vi movimentações para a instalação dos esgotos no local em articulação com a Águas da Azambuja e Estradas de Portugal. Vão fazer a ligação dos esgotos ao edifício existente no local que será recuperado”. O autarca refere que a empresa possui todas as licenças da CCDR. A Câmara “apenas interveio no licenciamento da obra do edifício”, assegura. Sendo que os trabalhos deverão começar agora a bom ritmo. “Só contactaram a Câmara para afirmarem que vão dar início à obra, mas nada mais nos compete, e isso mesmo foi dito pelos nossos advogados. Vamos esperar agora que cumpram todas as normas ambientais e que sejam fiscalizados pelas entidades nesse sentido”. A Coligação Pelo Futuro da Nossa Terra, na última reunião de Câmara, quis saber se a Assembleia Municipal fez seguir pelo bom caminho as posições da
C
oposição sobre esta matéria, nomeadamente o facto de a instalação ter sido revogada em reunião de Câmara em 2013. Um processo repudiado pela oposição Recuperando as declarações dos vários protagonistas políticos ao nosso jornal em finais de 2013, e questionado acerca dos prejuízos ambientais para Azambuja, Luís de Sousa declinava essa possibilidade falando mesmo em benefício. “Os lixos ao invés de serem despejados nos pinhais ou nos eucaliptais poderão ali ser depositados e reciclados”. Por outro lado, a Câmara “tem possibilidade de entrar como sócia da empresa e receber cinco por cento dos lucros”. Para o presidente da Câmara, este poderá ser um “negócio interessante”. “Os senhores vereadores do PSD dizem que não, que o aterro causará muita poluição, e falam ainda da possibilidade de atravessamento das nossas vias de cinco camiões que, segundo as previsões, se deslocarão ao local todos os dias. Pergunto eu quantos camiões não passam nas nossas estradas diariamente” Em causa, estará ainda a possibilidade de criação de “15 a 20 postos de trabalho”. Para além disso, o que está idealizado “não coloca em causa a qualidade de vida de alguns moradores limítrofes, e ao fim de 15 anos de vida, o aterro será selado e criada uma bonita zona arborizada”. No entender do vereador Jorge
Entrada da Zubareia Lopes que apresentou a proposta de revogação, o projeto apresenta vários efeitos prejudiciais para o concelho, entre os quais, e conforme se pode ler na sua moção: “desqualifica o enquadramento ambiental e económico da Quinta de Vale de Fornos; põe em causa o bem-estar ambiental dos moradores da urbanização da Quinta da Marquesa; que está a pouco mais de 300 metros do local; desqualifica o desenvolvimento urbanístico da vila de Azambuja, que se transformará numa amálgama sem
dignidade; aumento da circulação, e pouco significativo arrecadar de receitas municipais com o negócio”. Por outro lado, o vereador da coligação salientava que a declaração para aterro de resíduos industriais não perigosos foi requerida numa primeira fase pela Zubareia, em 2008, e mais tarde surge a empresa Suma, ligada à recolha de resíduos e limpeza urbana, cujos acionistas são a Mota Engil e a Urbaser, que dá entrada ao processo, sendo que a proprietária do terreno é ainda
uma terceira empresa, a Leirimobil. Foram concedidas autorizações ambientais a uma das empresas quando há outras envolvidas, o que no entender do vereador torna o processo “pernicioso”. Já o vereador da CDU, David Mendes afirmava também ao Valor Local: “Há uma enorme falta de transparência em relação a tudo isto”. “O local em causa é muito arenoso, dado a muitas infiltrações, com possíveis envenenamentos de lençóis freáticos”. “Os resíduos industriais pe-
rigosos estão sujeitos a uma quantidade enorme de padrões de segurança. Qualquer deposição em aterro obedece a normas, enquanto este tipo de resíduos de que aqui se fala não têm essas normas, para além de que pode, eventualmente, dar-se uma mistura dos dois tipos de resíduos, se não houver uma fiscalização adequada”. Por outro lado considera frágil, o argumento de que não há outra unidade deste género na zona, quando existe uma entre Aveiras de Cima e Ota.
Quercus coloca Sugalidal em tribunal Sugalidal pretende ampliar as suas instalações na unidade de Benavente tendo em vista nomeadamente a criação de um parque de estacionamento com necessária alteração do Plano Diretor Municipal (PDM) e libertação de medidas preventivas. O projeto da empresa tem em linha de conta o volume de viaturas pesadas que se deslocam àquelas instalações, e a necessidade de obras nesse sentido, até porque os camiões estacionam em zona de terra batida sem condições. A Quercus levantou um processo em tribunal quanto às pretensões da empresa por considerar que em causa está a violação da área de Reserva Agrícola Nacional. Domingos Patacho, daquela as-
A
sociação ambientalista, ao Valor Local refere que este processo resulta de uma revisão parcial do PDM, em que se abriu uma exceção que não deveria ter acontecido – “Seria mais lógico aguardarse pela revisão do PDM na sua globalidade para se alterar o zonamento da Sugalidal em conformidade com a CCDR, o que acontece é que há dois processos para o mesmo território e isso é estranho”, refere, salvaguardando que “a Quercus nada tem contra a empresa”. “Não faz sentido fazer-se uma revisão à medida do interessado”. E refere as consequências ambientais – “a nível da impermeabilização de terrenos que deixam de estar disponíveis para sempre, sendo que
a explicação da empresa não está devidamente fundamentada sobre o que pretende fazer”. Estamos a falar de uma área de mais de 10 hectares, que ocupa RAN e também uma pequena parte de Reserva Ecológica Nacional. O presidente da Câmara Municipal de Benavente, Carlos Coutinho, não entende a postura da Quercus, e realça a importância “estratégica” da Sugalidal no concelho e na região. “Quem conhece a empresa, sabe que na altura da campanha do tomate, centenas de camiões encontram-se parqueados à volta do edifício, fizemos a suspensão parcial do PDM tendo por base as necessidades da Sugalidal na melhoria
daquele aspeto importante”. Carlos Coutinho acredita que todo o processo “é transparente e compreensível”. “Quem conhece a parcela em causa sabe que não há ali nenhuma área de cultivo, e que está afeta às instalações da fábrica, quer na parte da unidade de transformação, quer na parte de parque de estacionamento, e por isso não compreendemos a posição da Quercus”, adianta, e conclui- “Até porque estamos a falar de investimentos que recorreram a fundos comunitários e que carecem das autorizações finais para se implantarem no terreno”. O Valor Local tentou o contacto com a Sugalidal mas sem sucesso.
Empresa de transformação de tomate enfrenta oposição da Quercus
Valor Local
Ambiente
ADASE e PS de Benavente em guerra de acusações ¢
Sílvia Agostinho Associação para a Defesa Ambiental de Santo Estevão (ADASE) escreveu uma carta à Quercus e outra ao PS de Benavente a manifestar a sua discordância face às opiniões que as duas entidades têm emitido acerca da inclusão do Novo Aeroporto de Lisboa (NAL) no PDM de Benavente, ao contestarem a posição da Câmara de Benavente que para já prefere não o fazer. A ADASE concorda com o município, e fez saber isto mesmo junto do PS. Em resposta alguém alegadamente daquele partido enviou uma sms ao presidente da associação aconselhando-o a estar quieto porque também “tem telhados de vidro”. Na carta enviada ao Partido Socialista, Henrique Chaves, presidente da ADASE, faz eco das declarações recentes do presidente da ANA, Ponce Leão, que evidenciou que a “melhor solução passará por uma infraestrutura no Montijo”. Recorde-se que ao longo dos
A
anos, a associação tem-se manifestado frontalmente contra a construção do aeroporto no Campo de Tiro de Alcochete, Samora Correia. Na carta, o presidente da ADASE, atira culpas nesta decisão ao PS, que estava no poder, e ao que designa por “tralha socrática”. Diz ainda que ao longo de todo o processo, a NAER escondeu factos e mentiu “descaradamente aos membros da ADASE sobre a localização do NAL quando os recebeu”. Henrique Chaves fala da deslocalização das pistas do aeroporto em cerca de dois quilómetros para norte. “No tempo do PS no poder, emergiram interesses obscuros, altamente suspeitos”. Face ao recente comunicado do PS de Benavente em que acusa a Câmara de irregularidades por não colocar o aeroporto no PDM, a ADASE comenta que aquela concelhia socialista tem “uma lata infindável”. Sendo que “atacar a Câmara é neste caso colocar a cereja no topo do bolo da supre-
ma lata”, até porque “os sucessivos presidentes de Câmara têm sido competentíssimos e honestíssimos na defesa dos interesses ambientais e empresariais do concelho”. Em resposta a esta carta, alegadamente, alguém do PS enviou a mensagem de telemóvel que consta da foto, que o presidente da ADASE fez chegar ao nosso jornal, “chocado com o facto de ainda hoje se fazer política com este género de mensagens, que já não lembram a ninguém”. O Valor Local contactou Pedro Pereira do PS local que desvalorizou a mensagem de telemóvel, não assumindo que a autoria seja de alguém daquele partido, focando antes as suas críticas no facto de alguém que já foi ministro do PSD (Henrique Chaves) andar de braço dado com a Câmara CDU na matéria em causa, deixando no ar a ideia de que existirão cumplicidades que vão mais além do que meros pontos de vista em comum. “Será que a Câmara também não
lhe fez favores?”. Para além disso, refere que a ADASE é uma associação em nome próprio, e que não discute política com associações. “Não tenho qualquer comentário a fazer, a associação pode defender o que quiser, inclusivamente, a CDU, mas não estamos disponíveis para alimentar polémicas, até porque temos posto a nu muitos processos como o da Portucale e a teia de interesses construída com a Câmara. Há uma grande cumplicidade entre a autarquia CDU e os senhores do grande capital de Santo Estevão”. Quanto à Quercus, e citando o Valor Local numa das suas edições anteriores, Henrique Chaves diz ser “estranhíssimo que a Quercus ande a apresentar providências cautelares contra o município de Benavente, imiscuindo-se assim em questões de mero urbanismo alheias ao seu objeto e prejudicando gravemente o concelho”. Pedimos uma reação à Quercus que não nos respondeu.
3
Sociedade
4
Valor Local
Confagri arranca com campanha de prevenção do cancro da pele Confederação Nacional das Cooperativas Agrícolas e do Crédito Agrícola de Portugal (Confragri) vai associar-se a uma campanha de rastreio e sensibilização para a problemática do cancro da pele nos trabalhadores agrícolas. O protocolo foi assinado no dia 7 de junho, em Santarém, durante mais uma Feira Nacional da Agricultura. Francisco João Silva, presidente do conselho de administração do Crédito Agrícola, e secretário-geral da Confagri referiu que “nem sempre as pessoas que trabalham ao sol são lembradas quando se fala do cancro da pele, doença quase sempre associada aos veraneantes”. No terreno, a Confragri vai apoiar a tarefa de sensibilização, sinalização, ordenação estatística e posterior divulgação dos resultados apurados, em parceria com a Associação Portuguesa de Cancro Cutâneo, Sociedade Portuguesa de Medicina no Trabalho, e
A
a Lelo Pharma. “Este é um projeto inovador que nunca foi desenvolvido, e para tal a Confagri vai fazer uso da sua estrutura organizacional para levar a cabo várias iniciativas no país, sensibilizando os nossos associa-
dos com o empenho de todos para tornar esta uma iniciativa única e relevante”, referiu Francisco João Silva. António Picoto, da Associação Portuguesa de Cancro Cutâneo, deu conta da importância do ras-
treio cada vez mais cedo, pois todos os anos aparecem 12 mil novos casos, cerca de mil são melanomas. “Tenho um orgulho enorme nesta iniciativa, temos em perspetiva um trabalho pioneiro e agradeço à Confagri a disponibili-
Os vários parceiros envolvidos na ação
dade”. Por seu lado, José Cardoso Dias, da Sociedade Portuguesa de Medicina no Trabalho, referiu a título de exemplo que “há uma maior prevalência da taxa de cancro da pele nos mexicanos que trabalham nos Estados Unidos quando se compara com os que trabalham no seu país natal. Por praticarem a denominada siesta acabam por não se expor ao sol nas horas mais intensas”. Sendo por isso imperioso “que se reduza as horas de trabalho no pico da exposição solar” também em Portugal e para isso é necessário que trabalhadores e empregadores tomem medidas. Ainda assim, o nosso país. é dos poucos países europeus com uma lista de doenças profissionais mais completa – “Na Alemanha, por exemplo têm muita dificuldade em reconhecer a exposição aos ultravioletas nesta lista”. Nuno Braga, da Lelo Pharma, outra das parceiras, reforçou que a
missão da empresa no terreno será a de “elucidar as pessoas sobre a saúde da pele, e ir ao encontro dos doentes”, apoiando a nível financeiro e logístico a ação em causa. Manuel Gomes, presidente da Confagri, mostrou-se “bastante orgulhoso” com a iniciativa e referiu que só na fileira do leite, a que conhece melhor, “cerca de 100 mil pessoas encontram-se expostas ao sol todos os dias”. “Esta era uma lacuna que nos faltava cobrir, a da dermatologia, apostando em primeiro lugar na prevenção”. Será considerada uma amostra significativa entre os associados da Confagri que se submeterão ao rastreio de forma aleatória. Depois de reunida a informação sobre o seu estado de saúde a nível da pele, a mesma será divulgada através de publicação científica e nas reuniões da Confagri. A iniciativa vai para o terreno nos próximos tempos.
Percursos Pedestres “Do Montejunto ao Tejo” proposta de criação de uma rede de percursos pedestres com o nome “Do Montejunto ao Tejo” foi uma das vencedoras do Orçamento Participativo de Alenquer de 2014, tendo sido eleita por 333 pessoas. Tiago Pedro foi um dos proponentes e relata ao Valor Local que tudo começou após algumas atividades de montanhismo e de escalada. Na sua opinião, “Alenquer tem um potencial geográfico muito forte”, pela “heterogeneidade do seu território, pela proximidade em relação à Serra de Montejunto e à capital do país”. Por outro lado, entende que as freguesias têm um valor “muito forte ao nível da sua história, edi-
A
ficado urbano, e tradições seculares ou milenares”. Daí até à formalização da proposta foi um passo, com a ideia de uma rede de caminhos pedestres descentralizada englobando todas as 11 freguesias atuais. O projeto orçado em 44.035 euros prevê a criação de uma rota maior entre a fronteira de Alenquer com o concelho de Vila Franca de Xira e a fronteira de Alenquer com o Cadaval – ou seja da Vala do Carregado até às antenas do Montejunto. Em redor desta rota gravitarão outras rotas mais pequenas. O maior percurso tem 17 quilómetros e o mais pequeno 12. A totalidade dos caminhos pedestres já existe, e apenas se está à
espera que se volte a dar-lhes vida com sinalização adequada tendo em vista as futuras rotas visitáveis. “Cerca de 65 por cento da rede prevista será feita com caminhos já existentes”, elucida Tiago Pedro. A georreferenciação será feita em articulação com as juntas de freguesia, clubes e a Câmara Municipal de Alenquer. “O valor em princípio chegará pois destina-se a essa tarefa, bem como, à de aplicar as indicações através de setas e marcos”. O projeto prevê apenas a manutenção dos caminhos criados há muitos anos, e não contempla quaisquer novas construções. “Vão ser apenas colocadas mar-
cações no terreno no início de cada percurso, em madeira tratada, e nessa zona também haverá um painel explicativo, com um mapa a explicar o percurso, assim como os pontos de interesse quer a nível da fauna e flora, quer do ponto de vista histórico, no que toca a monumentos e quintas”, dá conta Tiago Pedro. Na sua opinião, este projeto reúne os ingredientes necessários para se tornar num sucesso, “porque as pessoas estão mais sensibilizadas para a questão da importância do exercício físico, mas também porque é uma atividade familiar. Sendo este um produto atrativo e apenas a meia hora de Lisboa pode significar uma forte
atração para pessoas de fora. E pode conseguir-se cruzar estas
atividades com outras que se desenrolam no concelho”
O percurso maior ligará a Serra de Montejunto à Vala do Carregado
Os pequenos empreendedores de Alenquer urante o ano letivo, as várias turmas do quarto ano do Agrupamento de Escolas Damião de Goes, em Alenquer, aprenderam uma palavra nova, que custa a pronunciar a qualquer criança com nove ou dez anos: empreendedorismo. Mas na prática aplicar este conceito pareceu fácil, pelo menos a julgar pela forma divertida e desenvolta com que apresentaram os seus projetos ou ideias de negócio durante a “Feira Final Ateliers Empreender Criança”, decorrida no dia 5 de junho, no Auditório Damião de Goes. Das pequenas cabecitas nasceram ideias tão boas como a da Casinha das Gomas; o produto
D
Alão Chaves (porta-chaves que recria um dos símbolos de Alenquer); o jogo Além Vou, ou “O Meu Tesouro”, que consiste em caixas de cartão ou de ovos vazias decoradas com papel de fantasia destinadas às jóias das mães. Mas também, e entre muitas outras ideias que desfilaram pelo Auditório Damião de Goes, as crianças apresentaram a nova sala “Party Games” da escola, onde agora podem brincar e jogar quando lá fora estiver a chover, e ainda a pequena “fábrica” do chocolate – “Alão Choc”. Todos os produtos obedeciam aos critérios da prospeção de mercado, definição de público-alvo, conceção e apresentação de protótipo, e cus-
to final ao consumidor. As ideias e os projetos apresentados materialmente para que todos os pudessem ver, receberam o aplauso dos responsáveis municipais, professores, pais e de Margarida Brito da Associação Industrial Portuguesa (AIP) que lançou o desafio ao município de Alenquer para promover o empreendedorismo junto dos alunos do 4º ano. Nesta “Feira Final Ateliers Empreender Criança” cerca de setenta alunos do quarto ano do ensino básico apresentaram, pois, as suas ideias de negócio e os protótipos dos seus produtos desenvolvidos no âmbito deste projeto.
Durante a feira, foi assinado um protocolo entre a AIP, a Câmara Municipal de Alenquer e o Agrupamento de Escolas Damião de Goes que visa o aumento do número de turmas a envolver no programa “Ateliers Empreender Criança”. Concebido e implementado pela AIP desde o ano letivo 2012/2013, os Ateliers Empreender Criança pretendem criar novos ambientes em sala de aula, para que os alunos possam exercitar a sua capacidade de imaginar as mudanças e assim desenvolverem, desde muito cedo, a capacidade de iniciativa, criatividade, liderança, responsabilidade em tudo o que empreenderem,
seja na vida académica e profissional como nos aspetos pes-
soais e sociais da vida quotidiana.
Apresentação de um dos projetos
Valor Local
Sociedade
5
João Garcia falou a alunos, no Cadaval famoso alpinista, de raízes cadavalenses, João Garcia, esteve recentemente na escola do Painho (Cadaval), para uma sessão explicativa da sua atividade a alunos do 1.º ciclo do concelho. O conhecido escalador português foi o décimo do mundo a alcançar o topo das 14 montanhas mais altas do planeta. Com efeito, João Garcia tornarse-ia o décimo alpinista do mundo a conseguir, a 17 de abril de 2010, alcançar a proeza de ter subido aos cumes das 14 montanhas mais altas do planeta (ou seja, com mais de oito mil metros), sem o auxílio de oxigénio artificial nem carregadores de altitude. Esta façanha teve por base o seu projeto “À Conquista dos Picos do Mundo”, que demorou 17 anos a concretizar. Na escola do Painho, João Garcia apresentou a sua expedição, realizada a 22 de maio de 2006, ao pico do Kanchenjunga (Himalaias), terceiro maciço rochoso de maior altitude e sétimo cume de mais de oito mil metros do seu currículo, uma conquista partilha-
O
da com o equatoriano Ivan Vallejo. «É uma expedição que gosto de mostrar, pois contou com muitas dificuldades. Daí que a recompensa, no final, fosse ainda mais valiosa», referiu na ocasião. «Antes de enfrentar o frio, os difíceis glaciares e a falta de oxigénio, há que passar pelos rebeldes maoistas, que só em troca de alguns milhares de rupias dão a necessária bênção para que a expedição prossiga», observa o célebre escalador. Considerando-a uma «excelente expedição», a dura prova do Kanchenjunga contou, logo ao início, com o adoecimento, por apendicite, de um seu colega português. «Decidi levá-lo para o hospital e abandonei a expedição. Depois, quando regressei à montanha, já tinha perdido aquele tempo de adaptação à altitude», nota. «Tive de escalar com um outro senhor da América do Sul, também muito experiente, e felizmente conseguimos chegar lá cima.» Foi no seu percurso de escuteiro, entre os 12 e os 16 anos, que
adaptação à subida por parte do organismo, que constitui um processo gradual entre um mês a mês e meio, para um escalador experiente. A «imprudente» conquista do Evereste
João Garcia junto a entidades João Garcia começou a desenvolver o fascínio por subir vertentes inclinadas. «Desde pequenino, comecei a tomar o gosto pelo planeamento; pela logística das minhas aventuras. E, na altura, tinha já uma grande qualidade – a paciência», conta. As dificuldades da altitude O frio é apontado por João Garcia como uma das maiores dificuldades da aventura, revelando
que a temperatura desce seis graus a cada mil metros de altitude. «Numa montanha de oito mil metros, se cá em baixo estiverem zero graus, lá em cima estão 48 graus negativos. Se cá em baixo estiverem uns confortáveis 20 graus positivos, lá em cima estão 28 negativos», observa. «A partir dos cerca de cinco mil metros, é o chamado nível das “neves eternas”, porque de inverno ou de verão nunca derretem.» A inexistência de água acima dos
cinco mil metros de altitude é outro constrangimento para os alpinistas. «Uma garrafa de água transforma-se, em duas horas, num bloco de gelo. Por isso, usamos um fogão para derreter a neve e o gelo, fabricando assim o líquido», adianta João Garcia, acrescentando que é preciso cerca de meia hora para liquefazer um litro de água. A ter em conta, numa escalada de grande altitude e sem recurso a oxigénio artificial, é o tempo de
Na memória do destemido aventureiro ficará para sempre registada, como a mais dolorosa do seu currículo, a emblemática subida, em 1999, ao topo do Evereste (Himalaias), montanha mais alta do mundo, onde, por alegada imprudência, viria a perder um colega de jornada. Ainda este mês de junho, João Garcia partiria, dentro de dias, para uma escalada, de 4,8 mil metros, no Monte Branco (Alpes), perspetivando seguir para a Índia no mês seguinte, desta feita para uma expedição de seis mil metros. Enquadradas na sua atual ocupação de acompanhamento a outros escaladores, este tipo de expedições acabam por constituir, para si, escaladas de treino.
“Asperger às Claras”: Tudo começou em Azambuja m 2012, Felismina Viana e Bruno Viana, mãe e filho, levaram a ação “Asperger às Claras” a todo o concelho de Azambuja, dando a conhecer nas escolas a Síndrome de Asperger através de uma dramatização levada a cabo por Bruno, portador desta síndrome, seguida de uma explicação sobre a mesma. Trata-se de uma manifestação no espetro do autismo, que tem vindo a suscitar cada vez mais curiosidade dos pais, professores e restante comunidade educativa dado que em quase todas as escolas há crianças au-
E
tistas em que nem sempre se sabe muito bem como lidar com as mesmas. Depois de Azambuja, Felismina e o filho têm sido presença mais ou menos assídua em programas de televisão em que se aborda este tema, e têm percorrido todo o país, em várias escolas, com as suas apresentações. Azambuja foi pioneira neste projeto em que fundamentalmente se procurou quebrar tabus e tornar os portadores da síndrome aceites e compreendidos. “Foi em Azambuja que o projeto ganhou consistência com idas mensais às escolas
do concelho, em que apresentámos ‘A Flauta Mágica’ de Mozart pelo Bruno”, lembra Felismina Viana. “Recordamos com muito carinho todo o envolvimento e apoio por parte da antiga vereadora da Educação, Ana Maria Ferreira, e da sua equipa, que desde a primeira hora acreditaram que seria importante esta parceria voluntária.” Muitos ficavam surpreendidos com “a capacidade de memorização do Bruno para os textos complicados. É algo que é muito difícil nesta síndrome.” Outro dos factos
surpreendentes relacionava-se com a expressividade que alcançava quando representava. “Percebiam que estas pessoas têm dificuldade de comunicação com o mundo, e que o fazem de uma forma particular”. Na sua opinião, “Azambuja significou sem dúvida a abertura de uma
grande porta”, tendo em conta também que o município faz parte da Rede Territorial Portuguesa das Cidades Educadoras. No total, mãe e filho totalizaram 75 sessões em todo o país. Passaram por todo o concelho de Azambuja, e depois Almada, Seixal, Setúbal, Bobadela, Sacavém, Alverca, Via-
Antigo Comandante da Cruz Vermelha de Aveiras de Cima é agora presidente da direção osé Torres é o novo presidente da direção da Cruz Vermelha de Aveiras de Cima. José Torres que foi comandante daquela casa durante 8 anos, sucede agora a Humberto Gomes, que liderou durante quase 20 anos a delegação em causa. Ao Valor Local, José Torres, de 57 anos, diz já ter sido indigitado para presidente, todavia prefere não se alongar em declarações até, pelo menos, ser definido o dia da tomada de posse que deverá ser em julho. José Torres herda algumas situações complicadas do passado daquela casa. A mais difícil de todas e que está a ser tratada pela direção nacional, está relacionada com as aplicações feitas nos fundos do antigo Banco Espirito Santo, e cujas verbas ainda estão “cativas” no “Banco Mau”. Contudo José Torres que refere não conhecer o processo a fundo, afirma que a Cruz Vermelha tem outros desafios pela frente. O novo presidente que não quis dar a conhecer ainda quais os nomes que vão compor a sua direção, salienta por outro lado que há questões tão ou mais importantes para o funcionamento da delegação do que a situação do BES. O novo responsável confirma que uma das prioridades será “encontrar soluções para que as viaturas da Cruz Vermelha deixem de estar estacionadas em vários pontos da vila e à frente de estabelecimentos comerciais”. Sobre este assunto, o novo comandante diz já ter soluções em carteira e que será esta uma das primeiras medidas que vai tomar. Também a aquisição de equipamentos individuais e a entrada de novos elemenO novo presidente tos serão prioridades da nova direção.
J
Mãe e filho contracenaram juntos em muitas escolas do país
longa, Ericeira Mafra, Marinha Grande, Malveira, Lisboa, Caldas da Rainha, Peniche, Guimarães, Vila Nova de Gaia, sem esquecer as ilhas dos Açores e da Madeira. Felismina Viana refere que não contou com qualquer apoio institucional nas viagens que efetuou e respetivas apresentações. “Levámos a cabo este projeto apenas com a nossa boa vontade, e daqueles que carinhosamente nos receberam, e agradeceram a nossa presença. Não tenho palavras suficientes para os afetos que tivemos.” Quanto a um regresso a Azambuja, confessa – “Gostamos sempre de regressar ao sítio onde fomos felizes. Os meninos já seriam outros. Mas só faria sentido em outros moldes, e quem sabe para outro tipo de população.”
Desporto
6
Valor Local
Falta pouco para a devolução do Campo das Pratas ao proprietário
Sport Lisboa e Cartaxo tenta salvar a todo o custo a formação direção do Sport Lisboa e Cartaxo ainda tem esperança numa reviravolta no processo que levará à entrega do Campo das Pratas ao seu proprietário que reclama a infraestrutura de volta, tendo em conta um longo processo começado pelo antigo presidente da autarquia, Paulo Caldas. O autarca prometeu uma indeminização de 500 mil euros se até ao final do contrato celebrado em 2007 com término em 2012 não alterasse o Plano Diretor Municipal de acordo com os interesses desse proprietário. Durante esses cinco anos, a autarquia pagar-lhe-ia uma renda mensal de 2500 euros, mas o pagamento foi interrompido no mandato de Paulo Varanda. Paulo Magro, do conselho fiscal do clube, conta ao Valor Local que tem fé numa solução, e que a coletividade optou por junto das cerca de 300 crianças e adolescentes inscritos no futebol do clube, bem
A
como, junto dos seus pais, por não mostrar excessiva preocupação com o facto. É que em risco poderão estar, embora a direção não o admita abertamente, alguns escalões. “Há aspetos que procurámos não empolar para tentarmos resolver as coisas com o advogado do proprietário”. O Sport Lisboa e Cartaxo possui 14 equipas, uma de veteranos, e 12 equipas de formação com futebol de 6; 7; 8; 9; sub -10; sub -11; três equipas de infantis; duas equipas de iniciados, duas de juniores e duas de juvenis, bem como uma de séniores, num total de 280 praticantes. Ainda este mês, o clube vai entregar a chave à Câmara para que a mesma seja devolvida ao proprietário. A atual comissão diretiva conta que entrou em funções há dois anos, e nessa altura as rendas estavam em atraso em 18 meses, e o processo já seguia as vias
judiciais. “O clube é alheio, não há contrato de arrendamento, e apenas usamos o Campo das Pratas emprestado pela Câmara”. Paulo Magro refere que tentou o diálogo com o proprietário “que ainda mostrou alguma abertura, que terminava sempre que conversava com o advogado”. “Tornaram-se irredutíveis!”, constata. Em tribunal tentou-se persuadir o proprietário com o facto de esta ser uma coletividade que promove a formação e o bem-estar dos jovens do concelho, com a apresentação das equipas que estão no campeonato nacional, entre outros aspetos. “O senhor Manuel ficou sensibilizado, tocou-se-lhe o coração, mas o advogado referiu que tem de defender o cliente e que este já há muitos anos que anda a ser prejudicado com este caso”. Em princípio, Manuel Marques, e ao que tudo indica, não terá um propósito para o Campo das Pra-
tas que se encontra em boas condições para a prática desportiva, tendo sido levadas a cabo benfeitorias no mesmo. Na altura da assinatura do contrato com Paulo Caldas, desejava a expropriação dos terrenos para urbanização, mas hoje quererá apenas, e no curto prazo, receber o que lhe é devido das rendas, respetivos juros e indeminização. Se ficar sem o Campo das Pratas, e ao seu dispor apenas o Estádio Municipal, a formação do clube “fica comprometida, como é óbvio”. “Às segundas, quartas, e sextas, os mais pequenos treinam aqui no estádio. Dispomos de um espaço alugado em Vila Nova de São Pedro às quintas-feiras, enquanto o Campo das Pratas está lotado todos os dias das seis da tarde às dez da noite”, refere. Se a questão não ficar resolvida “não haverá viabilidade”, embora recuse a ideia para já de que grande
Direção do clube estuda a melhor solução para o problema criado parte dos jovens terá de procurar um outro clube. “Sem querer abrir muito o jogo, talvez a solução possa passar por um aluguer a tempo inteiro do campo de Vila Nova de São Pedro”, concelho de Azambuja, que não é utilizado por outras equipas, salvo raras exceções. Mas ainda há a possibilidade de um terreno adjacente ao estádio para adaptação a campo pelado, “contudo as limitações financeiras da autarquia
tornam tal ideia difícil de colocar em prática”. “Não quisemos alarmar os pais, dizem-se por aí algumas verdades, mas também mentiras e preferimos ter alguma cautela. Para já vamos entregar a chave, depois tentaremos arranjar uma solução!”. A Câmara do Cartaxo já requereu o estatuto de utilidade pública para o Campo das Pratas, mas ainda não obteve resposta do Governo.
com apenas quatro anos de atletismo, já conseguiu chegar aos
degraus de pódio nas provas em que participa.
As vitórias da atleta Mária Santos ¢ Nuno Filipe em o mediatismo dos atletas dos grandes clubes, Mária Santos, uma jovem de 33 anos, das Quebradas, concelho de Azambuja, vai “percorrendo” quilómetros por essas estradas fora. Passaram apenas quatro anos, desde o momento, em que na sequência de um acidente de viação, trocou as idas ao ginásio pelas deslocações de fim de semana ao Jamor onde começou a fazer caminhadas e jogging. O bichinho da corrida entranhouse de tal forma nesta ex-bancária que passou a treinar diariamente, no início sozinha, mas mais tarde
S
integrando um grupo de treino. É com esse grupo, que em 2012 participa numa prova de apoio à Seleção Nacional. É a sua primeira prova, mas a partir daí não mais parou e provas como a Corrida do Tejo, a Marginal à noite, ou as corridas de Santo António e do Sporting, são algumas das competições que fazem parte do seu currículo, assim como, algumas são silvestres e meias maratonas. Mas o ponto alto da sua ainda curta carreira, foi a vitória a nível nacional na Wings For Life World Run (WFLWR) que é uma prova solidária com “uma enorme dimensão a nível mundial” e que a
levou à Austrália para disputar a prova a nível internacional. E diz-nos que nessa aventura internacional, apesar de devido a algumas lesões, não ter podido cumprir um programa de treinos apropriado, ficou muito satisfeita de ter conseguido concluir o seu desafio pessoal, que era chegar ao fim dos 30 quilómetros da prova. Apesar de alguns bons resultados que vai conseguindo, Mária Santos diz-nos que não pensa em competição, não tem equipa nem patrocínios e para ela corrida é apenas um hobbie, pois corre simplesmente pelo prazer que lhe dá,
tanto mais que se diz um pouco indisciplinada em termos de treino. Num tempo em que correr parece ser uma moda, Mária Santos diz que é muito mais do que isso. “Para além de ser uma forma barata de fazer desporto, trata-se de uma atividade que para além de proporcionar o convívio entre amigos e famílias, melhora a nossa saúde”. É assim pois, Mária Santos, uma mulher que ao fim de 11 anos na banca, resolve mudar de vida e dedicar-se a um projeto pessoal na área do desporto e terapia, uma mulher que sendo amadora e
Mária Santos festejando uma das suas vitórias pessoais
A “Volta” de volta a Vila Franca de Xira
¢ Miguel A. Rodrigues Volta a Portugal em bicicleta regressa a Vila Franca de Xira 39 anos, depois da última vez. O evento que terá um percurso de 132 quilómetros passará também por Arruda, Sobral e Alenquer. A cidade de Vila Franca de Xira vai voltar a receber uma etapa da mais importante prova velocipédica portuguesa quase 40 anos depois. A informação foi avançada em conferência de imprensa, realizada nos Paços do Concelho, onde se juntaram os dirigentes da federação de ciclismo, da empresa que realiza a prova, e do município de Vila Franca de Xira, que tem um passado no ciclismo nacional e regional - Há cerca de 20 anos realizava-se uma prova
A
no circuito do município, considerada bastante dura pelos atletas. Nesta apresentação, esteve também presente um antigo ciclista vilafranquense, Paulo Ferreira. Vila Franca recebe assim a nove de agosto – a última etapa, a décima desta prova, que ligará a cidade ribatejana a Lisboa. Ao todo serão percorridos 132,5 quilómetros no concelho de Vila Franca e concelhos limítrofes. Os derradeiros quilómetros serão concluídos em pleno coração alfacinha com um circuito de seis voltas. Todavia, esta não será a última vez que a “Volta” terá Vila Franca de Xira como cenário de fundo. A autarquia e a organização garantiram que a mesma vai passar por esta cidade ribatejana até 2017.
Para Alberto Mesquita, presidente da Câmara Municipal de Vila Franca de Xira, o regresso da Volta ao município é um contributo para o desenvolvimento económico e social da região. “A parceria que estabelecemos com a organização da Volta a Portugal é de grande importância para Vila Franca, na medida em que trazemos até ao nosso território uma das maiores manifestações desportivas do país”. Esta etapa passará ainda por Arruda dos Vinhos, Sobral de Monte Agraço e Alenquer, seguindo para Castanheira, e de novo Vila Franca de Xira em direção a Lisboa, através da Nacional 10. Esta será uma prova importante no panorama local e regional, e com um significado importante
para o concelho, 39 anos depois da última prova do ciclismo nacional em Vila Franca de Xira. A prova que teve como vencedores dois pesos pesados do ciclismo nacional era marcada por um percurso bastante duro, o que proporcionava que muitos corredores ficassem para trás. Era por isso um ponto-chave em que se fazia uma espécie de seleção natural dos mais fortes. A etapa vilafranquense ganha por Joaquim Agostinho em 1969 e 1970, e por Marco Chagas em 1976, último ano em que a Volta partiu do concelho ribatejano, era um “marco” do ciclismo nacional, isto a par com as provas locais que entretanto também deixaram de ser realizadas. Destaque igualmente para o grande prémio
de ciclismo do jornal “A Capital” que por várias vezes escolheu o
concelho de Vila Franca de Xira para uma das suas etapas.
A cidade volta a recuperar a ligação à Volta 39 anos depois
Valor Local
Negócios com Valor
7
Auto Escape do Cartaxo uma referência na região funcionar desde 1977, a “Auto Escape do Cartaxo” já faz parte da vida de muitos automóveis e dos respetivos donos. Carlos Meneses referencia esta como uma empresa familiar, onde labora todos os dias com o filho, e faz questão de salientar que o negócio abriu nos anos 70 com o seu sogro. À época a família procurava uma vida mais longe da confusão de Lisboa, já que o sogro era um dos sócios da antiga empresa Auto Escapes do Areeiro. Carlos Meneses refere que ainda hoje, mais de 30 anos passados, “temos muitos clientes que ainda são desse tempo, e que vêm tanto de Lisboa, como do Algarve, ou de outros pontos do país. São clientes que já estão fidelizados e que conhecem o nosso trabalho”. A empresa que aposta na qualidade dos materiais utilizados, tenta também colocar sempre em cima da mesa a “qualidade versus preço” e isso faz toda a diferença na hora de se comprar “quer um escape personalizado, quer um escape mais tradicional”. Todavia, e como muitos outros, este é um tipo de negócio que está
A
a sofrer com a crise. “Embora a crise não seja o principal inimigo, também faz diferença na vida das viaturas. A falta de manutenção e pedir-se ao mecânico para ‘remendar’ apenas o necessário para o carro passar na inspeção, é algo que acontece com frequência”. Carlos Meneses refere, igualmente, a concorrência desleal por parte das oficinas que não têm competência técnica para colocar escapes. O responsável salienta que muitas vezes, os proprietários dos automóveis procuram a “Auto Escape do Cartaxo” para pequenos ajustes e acertos que ficaram por fazer. Carlos Meneses lembra que a empresa ainda se dedica ao fabrico de escapes, nomeadamente, para carros clássicos, desportivos, de competição ou de todo o terreno. Mas há também aquela clientela que sabe bem o que quer e procura “um escape mais personalizado, com um trabalhar diferente, ou com um diâmetro dos tubos mais largos” enfatiza. Já quanto aos carros com escapes normais para o dia-a-dia normalmente a empresa “manda vir o material para isso”.
Com mais de 30 anos de experiência, a empresa passou por várias “revoluções tecnológicas”. O aparecimento dos catalisadores foi um dos marcos mais importantes no que toca a este setor. Esta é uma peça cara e “mais sensível às desafinações dos motores”, vinca Carlos Meneses que lembra que muitas vezes as pessoas não fazem as manutenções da melhor forma e nessas alturas “os catalisadores é que sofrem”, realça. O responsável diz, igualmente, que as novas gasolinas trouxeram novos desafios aos proprietários e também aos mecânicos. Carlos Meneses chama a atenção para o uso das “gasolinas de má qualidade” que, à posteriori, acabam por ter consequências tanto no rendimento dos motores como nos catalisadores. “Esta peça trabalha a 800 graus, e a partir do momento em que exista excesso de gasolina ou gasolina de má qualidade, essa temperatura é ultrapassada e acarreta problemas que não se notam no dia-a-dia. Mas mais tarde ou mais cedo os problemas aparecem no catalisador, a peça mais cara na exaustão do carro, algo que leva a um chumbo certo
na inspeção.” Para além dos escapes, a empresa dedica-se também aos “engates de reboque”. Uma lacuna sentida “na nossa zona”. A “Auto Escape do Cartaxo” passou a dedicar-se também a este segmento de forma homologada, já que as
novas regras ditam que todos os componentes dos engates têm de ser certificados. “Já não podem ser os serralheiros a fazê-los”, vinca, referindo o novo quadro aplicase apenas aos automóveis fabricados a partir de 1998. Carlos Meneses que é um apaixo-
nado pelos clássicos, possuindo vários BMW na sua garagem, é também um homem do automobilismo. O pouco tempo que tem passa-o muitas vezes nas provas, local onde se abstrai “dos problemas do dia-a-dia”. “Nem tenho tempo para pensar neles”, refere.
Carlos Meneses é um apaixonado pelos clássicos
Dossier: Águas
8
Valor Local
Oposição acusa Câmara de ser débil perante Águas da Azambuja ¢ Sílvia Agostinho Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos, pela terceira vez, voltou a remeter uma série de considerações quanto ao aditamento ao contrato entre a Águas da Azambuja e a Câmara de Azambuja, não dando ainda luz verde ao que está consignado no mesmo, pese embora os pareceres da entidade não possuírem caráter vinculativo. Continua a tornar-se cada vez mais difícil para as partes ver luz ao fundo do túnel neste processo que já se arrasta desde 2013. O último parecer da entidade foi emitido há poucas semanas, ao qual o Valor Local teve acesso, e faz notar praticamente a mesma ordem de razões dos anteriores. Face à demora e ao estado de coisas, a oposição exige mais pulso forte à autarquia nas negociações. Ouvimos os vereadores da oposição sobre o arrastar desta situação. David Mendes, da CDU, refere que “passado todo este tempo é estranho que o aditamento ao contrato continue a ser o mesmo”, pois “apenas foram introduzidas alterações por força da nova lei que saiu o que é grave”. Lamenta ainda que a Câmara não tenha fa-
A
lado com as forças de oposição. No que concerne à Taxa Interna de Rentabilidade (grosso modo os lucros da empresa) que a empresa prevê baixar de 12,65 por cento para 11,57 por cento, opina que neste campo “houve uma aceitação moral da TIR por parte da ERSAR”, “uma vez que já existe um enquadramento legal”, mas “isso não nos chega pois o parecer não aponta para uma redução significativa”, tendo em conta que “não é por um por cento que o quadro se altera significativamente”. David Mendes sugere que a TIR podia ir até aos sete por cento, dadas as dificuldades financeiras das famílias, em última análise. Neste cômputo “também não vejo a Câmara Municipal com nenhuma vontade de pressionar a empresa, e por isso vamos ter ‘guerra aberta’, por causa do Partido Socialista, que durante dois anos nunca falou connosco”. Refere que houve algumas reuniões em que a CDU participou na presença do restante executivo PS e empresa mas não foram além de alguns esclarecimentos sobre a atividade da mesma, nada de concreto sobre as negociações do contrato. “O PS tem sido muito débil nas
negociações, até porque se a Águas do Oeste baixar tarifas como se prevê, a Águas da Azambuja também terá de o fazer”, e aconselha a Câmara a falar com a oposição “caso contrário arriscase a um chumbo na Assembleia Municipal”. Também a Coligação Pelo Futuro da Nossa Terra, pela voz da vereadora Maria João Canilho tem dificuldades em perceber a atitude da Câmara PS: “Mais uma vez o parecer da ERSAR foi desfavorável às pretensões das Águas da Azambuja. Por isso, continuamos sem perceber porque a Câmara PS insiste em estar do lado da Águas de Azambuja e desta “negociata” que vai trazer aumentos significativos para as famílias e empresas do concelho de Azambuja, como é reconhecido no parecer da ERSAR.” “Vamos continuar, tal como desde o primeiro dia do nosso mandato, a ser muito exigentes no dossier das Águas”, refere. Sendo que “entre as Águas da Azambuja e as famílias e empresas do concelho de Azambuja não teremos hesitações ou dúvidas.” O presidente da Câmara, Luís de Sousa, referiu ao nosso jornal que
tendo em conta mais um parecer da ERSAR; que se está a preparar para realizar uma reunião extraordinária preparatória para a assembleia municipal. Já pediu um parecer jurídico e que perante um tema daquela importância é
necessário fazer ainda um compasso de espera. Luís de Sousa rejeita a ideia de que não tem colocado os vereadores da oposição ao corrente de toda a problemática, e adianta que se vai reunir com os mesmos para analisar
todo o dossier em breve. Rejeitando posições de força nesta matéria, diz continuar a ser um adepto do diálogo e da análise, sendo que a comissão de acompanhamento vai também pronunciar-se sobre os últimos acontecimentos.
Oposição entende que a TIR da empresa devia descer ainda mais
Valor Local
Eventos
9
Cinco toneladas de sardinha na Festa da Amizade em Benavente ¢
Laura Costa stá a chegar mais uma edição da Festa da Sardinha Assada que todos os anos a vila de Benavente acolhe. Nos dias 25, 26, e 27 de junho começa a 47ª edição desta festa que todos os anos espera bastantes visitantes. Segundo Pedro Rodrigues, secretário da Comissão de Festas, este ano a festa terá diversas novidades e acredita que isso terá repercussão no número de visitantes. Ao longo dos três dias de festa, haverão atividades tais como “encierro” de toiros, largadas de toiros, espetáculos musicais, tasquinhas, desfiles, provas de campinos, charanga pela rua, entre outras. Mas a festa não se fica por aqui: “As principais novidades que vamos ter nesta edi-
E
ção da Festa da Sardinha Assada ocorrem, sobretudo, ao longo de sábado, dia 26 de junho, pois teremos a presença do programa ‘Aqui Portugal’ da RTP1 no início da tarde, a abertura da ‘FunZon’ no Parque 25 de abril que consta numa zona com diversos insufláveis para adultos e crianças; e a presença de Herman José num espetáculo musical que vai decorrer à noite”, diz Pedro Rodrigues. Além disso, a partir de quinta-feira, dia 25 de junho, a festa contemplará espaços como as típicas tasquinhas, o espaço Volapié, e o espaço S5 à semelhança do ano anterior. Mas a diversão estende-se ainda à discoteca “Clube do Lago” com o “Páteo do Rio”. À semelhança do ano passado,
serão distribuídas cinco toneladas de sardinhas, dez mil pães e cinco mil litros de vinho pelas principais ruas da vila, ao longo da noite de sábado; e Pedro Rodrigues conta que “a distribuição é sem dúvida uma parte da festa difícil em termos de controlo, pois a comissão tenta adaptar a distribuição aos diferentes locais, e é igualmente difícil controlar o que cada pessoa leva”. Isto porque têm surgido críticas de que são sempre os mesmos a ficarem com as sardinhas. Os gastos feitos nesta edição rondam os 40 mil euros, no entanto, a comissão acredita que devido à forte aposta em termos de inovação, o número de visitantes vai ser superior ao dos anos anteriores.
Mais uma grande festa ribatejana a animar este Verão
Cervejas para todos os gostos em Azambuja á foi apresentado oficialmente o festival de Cerveja Artesanal de Azambuja. O AZBeer que acontece no Páteo do Valverde nos dias 3, 4 e 5 de julho, e que juntará algumas dezenas de cervejas artesanais nacionais e estrangeiras, num certame que se realiza pela primeira vez e que envolve os “amantes” desta bebida, cujo movimento tem crescido nos últimos anos em Portugal. Certos do sucesso desta iniciativa, os organizadores e alguns participantes falaram ao Valor Local, e ao vereador da Cultura da Câmara Municipal de Azambuja, entidade que apoia o festival, sobre o certame, na Cerveteca em Lisboa, no
J
início do mês de junho, Valter Nascimento, um dos membros da organização, destacou que o gosto pela bebida fabricada artesanalmente tem vindo a crescer, e que foi num grupo de amigos que se juntou para fabricar essa cerveja, que nasceu a ideia deste festival, que já tem um “primo” na Sertã, e que terá correspondido e ultrapassado as expectativas dos seus organizadores. Esta é uma iniciativa com vários tipos de cerveja à prova. Desde cervejas com cheiro a “nutella”, ou com gosto a azeitonas verdes, passando por outro tipo de experiências sensoriais, há quase de tudo e para todos os gostos neste
festival, onde os mestres cervejeiros, na sua maioria, ainda não vivem só do fabrico desta. António Amaral, vereador da Câmara Municipal de Azambuja, referiu que esta iniciativa inovadora “é bem-vinda a Azambuja”, salientando o empenho e a ajuda da autarquia na logística que envolve este certame. António Amaral que lembrou a existência da marca “Bolina”, cerveja artesanal com sede em Azambuja, vincou que a inovação e os aspetos ligados ao Turismo e à Economia estão sempre presentes na hora da autarquia apoiar algumas das iniciativas, fazendo votos para que tudo corra dentro das
expectativas, e se possível que as ultrapasse. Todavia este é um festival onde as bebidas alcoólicas estarão à livre disposição dos cidadãos, apelando, por isso, a organização, para que as cervejas sejam consumidas com moderação. Também nesse sentido, a organização conseguiu preços especiais para quem pretenda viajar de comboio, na linha de Sintra, Cascais, Sado ou Azambuja. Segundo Valter Nascimento, a organização conseguiu que os preços fossem fixos e por isso um passageiro que comprove que o seu destinou ou origem seja o AZBeer, viaja por apenas por dois euros.
Organização do festival
Noite de glamour na final da Rainha das Vindimas de Azambuja rlanda Lopes é a Rainha das Vindimas do Concelho de Azambuja 2015. A jovem de 20 anos que representa a União de Freguesias de Manique do Intendente, Vila Nova de São Pedro e Maçussa foi a vencedora deste certame cuja final teve lugar na noite do dia 12 em Azambuja e que pela primeira vez foi organizado pela Câmara Municipal. Nesta eleição, que teve a apresentação de Ana Bernardino e Jorge Blanco, houve também lugar ao espetáculo. Francisco Rei
O
cantou o fado, enquanto Bárbara Isidro, nos apresentou o Jazz. Na Dança de Salão, Miguel e Beatriz mostraram porque são bicampeões nacionais e tudo isto com a animação musical da Tintus Brass Band. O humor esse ficou a cargo do grupo de Teatro Contra Regra. Mas não foi apenas a rainha a ser premiada, Jessica Gaspar, de Aveiras de Cima, foi eleita como a primeira dama de honor e levou para casa o troféu simpatia, enquanto Beatriz Bronze de Azambuja, completou o pódio como segunda dama de honor
Para o Presidente da Câmara, Luís de Sousa, “este é um evento que faz todo o sentido existir em Azambuja, devido à importância que a produção vinícola do concelho tem no panorama nacional e espera que esta tenha sida a primeira de muitas edições.” Orlanda Lopes para além de ter sido coroada rainha recebeu também o troféu fotogenia. Está assim escolhida a mais bela das Vindimas, que vai a representar o município de Azambuja em Reguengos de Monsaraz, na edição nacional da Rainha das Vindimas.
As beldades do concelho de Azambuja
Cultura
10
Valor Local
Porto da Palha recebeu pela segunda vez Cruzeiro Religioso do Tejo ela segunda vez consecutiva o Cruzeiro Cultural e Religioso do Tejo atracou no Porto da Palha, na aldeia avieira do Lezirão, em Azambuja. A iniciativa que se constitui como um ato de fé dos pescadores do Tejo assentou arraiais por umas horas naquela emblemática aldeia avieira no feriado nacional de 10 de junho. A iniciativa que terminou em Oeiras, no passado dia 14 de junho, partiu de Vila Velha de Ródão e desceu o Tejo, num ritual que envolveu muitas embarcações e muitas cerimónias um pouco por todos os municípios ribeirinhos. Em Azambuja, o Cruzeiro em Honra da Nossa Senhora dos Avieiros e do Tejo, contou com uma moldura humana representativa nesta cerimónia religiosa. O clima de convívio entre os participantes e os fiéis que se deslocaram àquela aldeia avieira fez-se por isso notar. Para o novo pároco de Azambuja, Paulo Malicia, esta é uma cerimónia importante para as populações, e por isso o sacerdote destacou à nossa reportagem que “qualquer iniciativa que vise manter a tradição de um povo, seja de
P
caráter cultural ou religioso, significa investir no presente e no futuro”, reforçando que o povo “não pode viver sem ser capaz de preservar as suas tradições. Quando perdemos o fio condutor que vem do passado, perdemos o presente e o futuro”. Para o pároco, esta é uma iniciativa de salientar. E por isso “é com alegria que a recebo, pois mistura a tradição da cultura avieira e uma tradição muito própria de muitas comunidades de norte a sul do país que é o seu sentimento religioso”. Por outro lado, o vereador com o pelouro da Cultura, António Amaral, destaca o envolvimento do município na iniciativa. Para o vereador, a preservação desta cultura é importante para a comunidade e daí que pela segunda vez o município volte a investir na cerimónia. “Este é um povo com muita fé. A procissão é muito bonita e por isso também temos de estar de mãos dadas com este projeto da cultura avieira”. De um ano para o outro, o envolvimento do município foi melhorado na sua opinião. António Amaral destaca também a adesão da paróquia, da junta de Azambuja e
dos ranchos do concelho de Azambuja e do Cartaxo. Também Luís de Sousa, presidente da Câmara de Azambuja, referiu a importância desta iniciativa, deixando “escapar” que o município tem outros projetos neste setor, nomeadamente a criação das rotas avieiras, se o Varino vier a ser recuperado.
João Lobo, um dos organizadores deste Cruzeiro e membro da comunidade avieira local, destacou igualmente a importância da iniciativa para a fé dos mesmos. João Lobo, que ainda vive da pesca no Tejo, vinca que o apoio da Câmara de Azambuja tem sido importante. “Nunca nos queixámos do apoio da Câmara, nem da
A chegada da procissão ao Porto da Palha
junta de Azambuja”, fez questão de frisar. O pescador salienta que, neste momento, são sete os avieiros que vivem exclusivamente do peixe que dá o Tejo. João Lobo explica que as comunidades trabalham por lanços, e nesta altura são sete os que estão no Lezirão, no Porto da Palha.
“Há peixe para todos!” refere João Lobo que adianta: “Felizmente no Tejo fez-se um grande trabalho para despoluir, tivemos bastante quantidade de lampreia, sável, mas também alguma dificuldade no escoamento, porque infelizmente neste pais é difícil”. Contudo, o pescador afirma-se confiante no futuro da pesca no Tejo.
Valor Local
Cultura
11
Bizu Coolective, banda de Pontével afirma-se em festival internacional ão de Pontével, Cartaxo, e têm dado que falar. Os Bizu Coolective venceram recentemente o evento francês “Cirque et Fanfares Festival” realizado em Dole. A maior parte do grupo está junta desde 2009, na altura num outro projeto que acabou por dar origem aos Bizu Coolective, que existe desde o final de 2012. O elementos desta banda foram beber às suas experiências mais antigas em filarmónicas/fanfarras e cavalinhos para criar a sua música. “Acabou por ser este o nosso ponto de partida”, refere André Quitério ao Valor Local. O grupo faz uma abordagem em que mistura o funk old school, o hip hop instrumental e o afrobeat. “O nosso estilo musical centra-se menos na parte estética do género e mais na roupagem de brass band que lhe podemos conferir, esse acaba por ser o cunho que damos ao que fazemos, e é a forma pela qual somos reconhecidos”, sintetiza. Quanto a gravar discos, a banda refere que já gravou algumas maquetas, “mas sobretudo para uso próprio e pro-
S
moção, e sem a intenção de as comercializar, mas o dia em que vamos lançar um álbum está cada vez mais próximo”, acredita André Quitério. Na estrada, esta banda tem atuado em diversos locais: “Já pisámos vários palcos, tanto na nossa ‘casa’ (concelho do Cartaxo) que sempre nos recebe bem como fora. De entre vários concertos que demos, podemos referir os mais conhecidos, como a Festa do Avante, o torneio do Brass de Ferro (onde vencemos a primeira edição), o festival MED em Loulé no ano passado, o festival Heizetara no País Basco, e o Femuka em Segóvia, e agora esta vitoriosa temporada em Dole em França”, enumera o músico. A banda não tem dúvidas em reconhecer que pisar os diferentes palcos é sempre “uma experiência maravilhosa”. O público desta banda é variado, pois “os Bizu enquadram-se em vários ambientes e palcos. Tocamos tanto para crianças como para adultos. Temos sido sempre bastante bem recebidos.” A maioria dos elementos da ban-
da conjuga a atividade musical com outras profissões, tendo em conta “a falta de incentivos e oportunidades no geral para a área das artes”. Em maio deste ano arrebataram a vitória no festival internacional em França, e recorda a banda que: “foi uma experiência incrível”. “O ano passado já tínhamos tido a oportunidade de participar num festival do género, o Haizetara, que se realiza no País Basco. Mas de facto, a sensação de ganhar, de ser a banda favorita do público, e de poder partilhar a nossa música e energia, fruto de anos de trabalho com tanta gente é algo realmente impressionante e gratificante. Digamos que não poderia haver melhor desfecho para a nossa estadia em França, nem uma maior motivação para continuar o nosso trabalho”. Em Portugal existem algumas bandas que se aproximam do estilo dos Bizu Cooletive, sendo que o grupo tem dificuldades em enquadrar-se num género estanque: “Neste momento não podemos dizer que nos inserimos perfeitamente nas tradicionais fanfar-
A atuação em Dole, França ras de rua ou brass bands. Acabamos por nos autodefinir como ‘Electric Brass Band’ porque juntamos os elementos acústicos e a sonoridade de Fanfarra com o poder dos instrumentos elétricos como o baixo e a guitarra”. A banda tem recebido um forte apoio das entidades da sua terra natal, nomeadamente a Sociedade Filarmónica de Pontével que cede o seu espaço para sala de ensaios. “Tem sido a base dos Bizu nestes últimos anos e esta-
mos muito gratos por isso”. Sobre o facto deste género de música nem sempre chegar às massas, refere André Quitério que a explicação “se prende com o facto de os principais meios de comunicação darem mais ênfase aos habituais artistas e géneros musicais facilmente comercializáveis”. “Temos noção que o nosso estilo tende a ser inovador e que precisa, naturalmente, de algum tempo para ser aceite nesse meio. Por outro lado, existe tam-
bém alguma dificuldade da parte de tipos de projetos como o nosso em criar material de qualidade para divulgação. É sempre um processo que despende bastante dinheiro e tempo, e que se torna bastante árduo sem o apoio de uma marca ou editora que financie.” Para já concertos não faltam à banda que no dia 26 de julho vai estar a tocar no MEO Outjazz, no anfiteatro “Keil do Amaral” em Monsanto.
O regresso dos “Pizolizo” trinta anos depois oi na década de 80 que o grupo de Vila Franca de Xira, Pizolizo, deu os primeiros passos no mundo da música. O quarteto de Vila Franca foi projetado para a ribalta através do programa da Rádio Comercial “Grafonola Ideal” da autoria de Júlio Isidro. A banda que que semeou êxitos como” Bomba Nuclear, Não!” ou “Sangue No Meu Mundo”, chegou a atuar no Pavilhão Carlos Lopes em Lisboa, no Cinema Nimas, na Aula Magna, tendo sido uma das bandas na qual Júlio Isidro apostou também para atuar no programa de televisão “Febre de Sábado de Manhã”. Trinta anos depois, o grupo renasce com uma nova dinâmica, tentando preservar os sons do passado e enchendo os corações mais nostálgicos do “puro rock” dos anos 80. Da banda original, apenas o voca-
F
lista e baixista Mário Pimenta se mantém. Alfredo Zé (baixo), Carlos Peru (bateria) e Rui Manuel (guitarra) não entram nesta reedição. Foi numa noite quente deste mês, que o Valor Local assistiu a um ensaio desta banda, ali para os lados da Rondulha, Vila Franca de Xira, numa antiga cavalariça adaptada a sala de ensaios. Estes cavaleiros do rock que já ensaiam há dois anos, estão agora prontos para dar os passos necessários no caminho, agora mais difícil, da música nacional. A nova formação composta por Mário Pimenta (voz e baixo), David (bateria), Diogo (guitarra), Artur (guitarra), e João (teclado) prepara-se assim da para a conhecer as 15 músicas originais que compuseram para este arranque. Mário Pimenta destaca que tudo começou quando encontrou Artur Grácio que “não via há trinta e mui-
tos anos numa ida ao barbeiro”. Falaram e ambos decidiram reiniciar o projeto. Artur Grácio recorda que houve uma mútua vontade de voltar “à estrada” já que tocaram muitas vezes juntos noutras “aventuras musicais”. Depois deste encontro, entre o Mário, o Artur, e o Carlos Perú, que era um dos fundadores da banda, e um outro elemento, a banda ficou de novo reduzida, porque estes dois últimos decidiram partir para outros projetos. Num ápice, a banda ganha uma nova vida com a entrada do João, do David e do Diogo Tavares, este último músico profissional, e que tem dado uma nova dinâmica aos “Pizolizo”. Aliás este quinteto composto por várias gerações de músicos, com idades que vão dos 17 aos 54, assume-se como uma banda de verdadeiro rock. Sobre este assunto, Diogo Tavares enaltece as devidas
diferenças entre o Rock dos anos 80 e os dias de hoje. Se antes a droga e o álcool eram sinónimo de rock e música, hoje, esse é um conceito “ultrapassado”, vinca o músico que salienta existir uma nova consciência nos músicos em
relação a esse tipo de substâncias. Os Pizolizo que já têm concertos marcados para o estrangeiro, esperam poder apresentar-se primeiro em Portugal. Nesta altura a banda que ainda não definiu o valor para o cachet
Várias gerações integram a banda
está a preparar um videoclip da canção “Hora a Hora” escrita por Mário Pimenta que se assume como um dos letristas, e onde a música é feita por todos e sempre em português. Entrevista completa em www.valorlocal.pt
Destaque
12
Valor Local
De cabelos em pé com as operadoras ¢ Sílvia Agostinho m conjunto significativo de portugueses debate-se todos os dias com um sem número de queixas por parte das operadoras de telecomunicações. Durante o ano de 2014, foram reportados à Autoridade Nacional de Comunicações (ANACOM ) 81 mil problemas por parte dos utilizadores, sendo que 84,4 por cento dessas reclamações diziam respeito às operadoras de telecomunicações, mais 13,4 por cento do que no ano de 2013, com a NOS à cabeça. Entre as principais queixas, estão as relacionadas sobretudo com os famigerados períodos de fidelização das operadoras, que prendem os consumidores a contratos claramente insatisfatórios para quem paga seja pela deficiente qualidade dos níveis de serviço, sobretudo em zonas mais rurais, e a nossa região é pródiga neste tipo de queixas seja por alterações no contrato ao arrepio da vontade do consumidor. Ou ainda porque são deixadas promessas de ofertas que não chegam a ser cumpridas. Nos casos mais extremos, as operadoras não hesitam em levar a tribunal os cidadãos que de acordo com as mesmas entram em incumprimento de contrato ou deixam de pagar as mensalidades do
U
serviço. A advogada Inês Louro, com escritório na vila de Azambuja, refere que a insistência por parte da antiga TMN, grupo PT, chegou ao ponto de colocar um cliente seu em tribunal pela mesma ordem de razões por duas vezes. “A operadora perdeu o processo da primeira vez, e mesmo assim voltou a apresentar queixa contra esse cliente evocando os mesmos motivos. Aleguei litigância por máfé, e acabaram por desistir, perceberam que a coisa não lhes ia correr bem”. Esse cliente havia contratualizado um pacote de 500 minutos de telefone com a TMN que a dada altura aumentou à revelia do mesmo, o pacote para 1000 minutos, considerados desnecessários para o consumidor em causa. O cliente reclamou e pediu a extinção da fatura, algo que não foi aceite pela operadora que decidiu levar o caso até às últimas consequências, continuando a emitir, ainda, durante alguns meses faturação tendo em linha de conta os hipotéticos 1000 minutos. “A dada altura já pediam o pagamento das mensalidades por aquele valor e uma espécie de multa pelo que alegavam ser o incumprimento contratual do cliente, normalmente um valor absurdo, algo que a lei refere ser ilegal de
cobrar por parte das operadoras, salvo uma ou outra exceção, o que não era o caso”, refere Inês Louro. A advogada explicita que os casos com que lida e que envolvem as
operadoras nacionais, significam quase sempre “estarmos a lidar com “entidades sem rosto”. Os contornos rapidamente evoluem para a instauração de processos executivos, sem que a advogada
consiga mediar um conflito em condições, porque as empresas não estão interessadas nisso. “Começam a enviar cartas formatadas, escritas ou supostamente escritas por advogados, onde co-
Novos pacotes 3 em 1 não têm significado melhorias de serviço
locam o número de telefone do advogado, mas depois quando ligamos não conseguimos falar com esse colega, e não vamos além do senhor que está no atendimento das telecomunicações”,
Valor Local dá a conhecer e vai mais longe – “É frequente dizerem-me do outro lado da linha que a senhora doutora advogada que representa a operadora não está, peço os dados da advogada e não mos dão”, ilustra e conclui – “Isto é de um desrespeito enorme. Imagine que eu a acusava de alguma coisa, e depois quando quisesse justificarse eu não lhe dava hipótese ou mandava dizer que não estava”.
Este é um comportamento frequente, e “infelizmente há colegas meus que não se importam de servir-se para fazer este papel às operadoras”. Por vezes, e segundo o que conta, tenta arranjar um acordo entre o seu cliente e a operadora através dos advogados da mesma, “mas o que acontece é que não respondem dentro dos prazos, ou não respondem de todo, totalmen-
Destaque te ao contrário do que é norma corrente com outros colegas em outro tipo de processos”. A advogada alerta ainda para as denominadas injunções judiciais, enviadas pelo Balcão Nacional de Injunções, interpostas pelas operadoras, que muitos consumidores não dão importância mas que significam justamente que o caso já seguiu as vias judiciais. Neste caso, aconselha a que os visados
não deixem de cumprir os prazos para contestar, arrolar testemunhas, constituir mandatário e pagar taxa de justiça. “Por vezes, o que acontece é que as pessoas limitam-se a dar uma resposta e pouco mais, o que no caso é insuficiente pois significa que será levado a tribunal e tem obrigatoriamente de levar em linha de conta os procedimentos em causa”. Para provar que os casos que lhe
13 vêm parar às mãos quando relacionados com as operadoras são um verdadeiro quebra-cabeças, em que nunca se sabe quando o interlocutor vai tirar mais um coelho da cartola exemplifica – “Tive o caso de uma cliente da NOS que mudou de morada e não pagou as duas últimas faturas, mesmo depois de desativado o serviço, chegámos a acordo com a operadora com redução dos mon-
tantes, e com a minha cliente a cumprir o acordo, eis se não quando a minha colega advogada da NOS me refere que ainda tinha mais uma dívida da minha cliente, para além desta, fiquei doente”, recorda-se. “Deveriam ter-me dito logo de início para reajustar os acordos e os pagamentos, e como esta situação já tinha um caráter executivo, imediatamente eleva em muito os montantes a pagar”.
Aveiras de Baixo: a freguesia fora da rede uem passa ou vive na freguesia de Aveiras de Baixo, concelho de Azambuja, já se acostumou ao facto de ser muito difícil fazer um uso normal de um telemóvel ou navegar sem grandes dificuldades na internet. Nem a NOS nem a MEO têm conseguido suprimir as carências da população desta localidade. Os 1317 habitantes desta freguesia não valerão à partida o esforço e o trabalho das operadoras, que normalmente tendem a desvalorizar os pequenos núcleos populacionais. Carlos Valada, presidente da junta de freguesia de Aveiras de Baixo, refere que a rede TMN/PT é uma das que funciona, ainda assim, em melhores condições no que toca aos telefones. A Vodafone é a pior rede. Em Virtudes, as três operadoras funcionam mal, “inclusivamente há quem tenha aderido nesta localidade aos packs três
Q
em um da MEO e da ZON, e continuam a ter muitas dificuldades em conseguir telefonar dentro de casa”. Em Casais da Lagoa, “há menos problemas talvez porque as antenas situam-se relativamente próximas”, e porque “mora lá um antigo secretário de Estado naquela zona”, não tem dúvidas em salientar. No que toca à internet são frequentes as quebras de rede, inclusivamente na sede da junta esta não é uma vivência desconhecida. “Já mudámos os equipamentos e as redes, e mesmo assim ainda não conseguimos ter um serviço a 100 por cento”. A junta tem contratualizado um serviço com a PT, cujas melhorias passaram “ por um reforço do serviço e a aquisição de um aparelho para puxar o sinal”, que o deixaram mais satisfeito. Contudo e no cômputo geral da freguesia, para
aumento do sinal e das condições em geral de acesso à internet e telefone para os fregueses, e depois de contactadas as três operadoras, só recebeu resposta da Vodafone. “A NOS disse-nos que não era do interesse deles porque há pouca população; a MEO não respondeu, enquanto a Vodafone nos informou que até ao fim do mês de junho seríamos contactados pelo departamento de engenharia para virem visitar o local e fazer testes”. Em Aveiras de Baixo, as conversas acerca do deficiente serviço das telecomunicações constituem-se como um tema recorrente entre vizinhos, até porque “não se consegue ter TV por cabo, mas por parabólica, ou seja não dá para conseguirmos o acesso aos vários packs em conjunto.” José Gil, morador na localidade de Aveiras de Baixo, atende-nos o
telefone e imediatamente percebemos as dificuldades que iríamos ter para comunicar com este munícipe do concelho de Azambuja. Como já á hábito teve de se deslocar para uma zona mais favorável de sua casa, e conta que tem um contrato com a MEO que deixa muito a desejar. “Aderi ao M4O da Meo e estou pior do que antes”. “Tenho de vir para as janelas e para a rua falar ao telefone, o que é desagradável”. No serviço de internet como passou para o ADSL não tem especiais críticas – “Melhorou bastante, só a rede móvel é que é terrível”. Tem 3 telemóveis, internet e televisão englobados no pacote, e paga cerca de 90 euros, “para acabar por ficar mal servido”. “Estamos a falar de uma rede nacional paga pelos contribuintes, e nesta localidade temos uma completa miséria.” José Gil até dá o seguinte exemplo para
enfatizar a gravidade do caso de Aveiras de Baixo – “Temos uma mata dentro da freguesia que ainda tem alguma população, onde muitos vão praticar exercício físi-
co; imagine que alguém precisa de fazer um telefonema porque se está a sentir mal, o que pode ser possível, e não tem rede nenhuma. É aflitivo só de pensar”.
Carlos Valada teve de adquirir aparelho para melhorar internet na junta
Destaque
14
Valor Local
Um ano a pagar um serviço que não usufruíu aria reside no concelho de Vila Franca de Xira e teve uma experiência de má memória com a operadora MEO. Na sequência de um processo de divórcio, em 2012, Maria e José, o exmarido, abandonaram a casa onde viviam, e onde tinham um contrato com a MEO, a rondar cerca de 50 euros por mês. Quando foi viver sozinha para uma outra casa, decidiu que lhe seria mais vantajoso optar por um serviço da NOS, por ser uma zona com fibra.
M
“Fui contactada pela Zon, por um agente, e assinei contrato tendo em vista a minha atual residência. Esse funcionário deu-me um impresso para rescindir com a MEO que o mesmo encarregar-se ia de o direcionar para a concorrente”, conta, reforçando lhe ter sido dito que este era um procedimento normal entre operadoras. No seu caso como já havia ultrapassado em muito o período de fidelização com a MEO, estava à vontade. Exatamente um ano depois, dá
conta que a operadora MEO continuava a usar o débito bancário sobre a conta do ex-marido para pagamento da mensalidade – “Como ele trabalha no estrangeiro, acabou por não tomar muita atenção aos papéis do banco, até porque tem outros pagamentos a sair da conta em Portugal como seguros”. Maria refere que só se deu conta do que se passava porque ao fim de um ano a MEO contactou-a para que adquirisse uma pen de internet. Achou estranho, visto
que aparentemente já não tinha contrato. “Fiquei em estado de choque quando descobri que continuavam a debitar-me a mensalidade. Pelo que fiquei a saber o agente da NOS entregou os papéis à MEO, e estes instados por mim reconheceram que apenas uma única vez me tentaram contactar, possivelmente de número anónimo, pelo que não pude devolver a chamada. Se houvesse boa fé, isto não tinha chegado a este ponto. Puseram os papéis de
lado, e pouco se importaram em continuar a cobrar o serviço”, dá conta. Por fim refere que tentou uma solução in extremis: “Ainda quis negociar no sentido de regressar à MEO, mas só se ficasse sem pagar durante um ano, para ser de alguma forma recompensada, mas foi em vão”. Reclamou até onde pôde: “Argumentei que aquele dinheiro era da minha filha, porque o meu ex-marido estava lá fora, e que não havia direito a uma coisa
daquelas, mas sem efeito, estamos a falar de perto de 600 euros no total de um ano, o que já é muito”. A MEO respondeu-lhe que não podia garantir que não tivessem sido feitos consumos na antiga casa onde Maria morou, até porque tratava-se de um aluguer, e possivelmente teriam voltado a ser ocupada por outros inquilinos após o seu divórcio. “Uma absoluta falta de honestidade, é só o que posso dizer”, remata.
Cliente queixa-se de débito direto não autorizado eresa Ferreira, residente no Porto Alto, concelho de Benavente, também sabe o que é ter amargos de boca com as operadoras. O primeiro aconteceu com o seu pai, emigrado já há alguns anos, que contratualizou o serviço de uma pen da MEO para usar nos períodos em que permanecia em Portugal. “Foi acordado um preço fixo, contudo as faturas nunca traziam esse valor, que era sempre bastante superior”, dá conta. “Telefonei muitas vezes para a operadora para tentar averiguar, sendo que a dada altura estranhámos ainda mais os procedimentos da operadora, porque deixaram de enviar as fatura para casa, que começaram a ser cobradas por débito direto, e nós nem sabíamos como, porque não tínhamos dado autorização para isso nem assinámos nada”. Para tornar as coisas ainda mais bizarras, a operadora não só co-
T
meçou a levantar por débito direto uma verba que não tinha o valor da acordada inicialmente, como ainda por cima recorria a uma conta cujo titular não era o pai de Teresa Ferreira, pois tratava-se de uma conta conjunta de Teresa e da mãe, porque em tempos tinham aderido ao programa E-Escolas, relativo à irmã, para pagamento de uma mensalidade por débito direto a essa operadora. Fizeram um cruzamento de dados, através da morada, e não tiveram dúvidas em avançar com o débito direto. “Começámos a não receber as faturas, e o que indago disto tudo é que posso dar os dados de uma outra pessoa com alguma facilidade, e eu ficar sem pagar”, exemplifica. “Admito que façam cruzamento de dados, mas não deveriam fazê-lo sem consultar as pessoas, até porque apesar de podermos estar a falar de elementos da mesma família; não
DECO: 7500 queixas só este ano os primeiros cinco meses deste ano, a DECO recebeu 7500 queixas relativamente a problemas com a imposição da fidelização por parte das operadoras. Ana Sofia Ferreira, jurista da DECO, confirma ao Valor Local que este setor é o que regista mais reclamações. A contratação dos denominados pacotes de serviço, algo mais recente por parte das operadoras também tem suscitado uma assinalável quantidade de reclamações. Nos contratos de fidelização e a avaliar pelo que a nossa reportagem conseguiu apurar junto de advogados, a imposição de uma indemnização por parte das operadoras é normalmente “algo absurdo” porque “não conseguem provar como ficaram prejudicadas ao ponto de fazerem uso da possibilidade desse aparente direito”. Por outro lado, “assiste-se a refidelizações de contrato por via de alteração de algumas condições inicialmente previstas, o que faz com que volte tudo ao início nos dois anos de fidelização, extinguindo-se o tempo que contou até essa altura”, dá conta para ilustrar que reclamações quanto a estas práticas também não têm faltado, “e normalmente o cliente não é informado destas refidelizações”. Campanhas de descontos e ofertas de preços mais baixos anunciados e não cumpridos; e problemas com a portabilidade dos telefones são outras das queixas a juntar ao rol. Apesar de todas as queixas dos consumidores, a DECO elogia a postura das operadoras, pois sempre que esta associação tenta o diálogo “acabam por colaborar”. “Apesar das muitas reclamações de situações de desrespeito pelos direitos dos consumidores, os operadores reúnem-se connosco regularmente, tentando a DECO que se encontre uma solução”, e diz mesmo contra todas as previsões que “a taxa de sucesso nesta mediação é bastante elevada”.
N
sabemos que vínculos é que ainda mantêm, ou se partilham todos a mesma conta ou não”. Depois deste episódio, “a MEO continuou a enviar as faturas erradas, o meu pai não pagou, até que a empresa cortou o serviço. Finalmente pediram um valor que pagámos, mas só porque quisemos sanar o caso com o máximo de brevidade possível, pois não sabíamos que mais nos poderiam fazer, ou ameaçar”. Também com a NOS, Teresa Ferreira teve razões de queixa nomeadamente ao pedir a portabilidade de um número de telemóvel que teimou em chegar. “Este caso também se passou com o meu pai, que teve quase uma semana sem telefone. Após muitos telefonemas, conseguimos resolver, mas antes os operadores com quem falava atiravam a culpa para o utilizador, sacudindo a água do capote.” Em sua casa, esta cliente da NOS diz que as
queixas são constantes, desde ficar dias sem telefone, pagar para
ter direito a 100 megas de internet e não ter mais de 60, bem
como dificuldades por vezes em aceder aos menus da televisão”.
Teresa Ferreira já teve mais do que uma má experiência
Mário Frota critica frontalmente a ANACOM ário Frota da Associação Portuguesa do Direito do Consumo é um dos mais entendidos especialistas do país quando se fala em direitos dos consumidores. As queixas quanto à postura das empresas de telecomunicações têm merecido um olhar mais atento por parte do mesmo, nomeadamente, com “muitas ações de esclarecimento levadas a cabo em todo o país, porque as pessoas ainda são muito ignorantes dos seus direitos”. No que toca à ação da Autoridade Nacional de Comunicações (ANACOM), Mário Frota é um claro crítico desta entidade “que continua a dizer que não anda cá para tomar conta das reclamações dos consumidores, mas a lei quadro de 2012 vem dizer que a ANACOM tem o dever de defender o consumidor”, e mesmo assim “temos a informação de que quando esta entidade recebe as queixas dos consumidores e também da nossa associação, continua a dizer que não se ocupa das reclamações privadas, individuais, encaminhando as pessoas para os tribunais”. “A ANACOM tem a obrigação estrita de tudo fazer para que as pessoas e as empresas respeitem a lei, e a entidade reguladora tem a obrigação de perante os ilícitos levantar os autos necessários, caso contrário estão a negar justiça e a prevaricar as suas O especialista em direito do obrigações”. A ANACOM, em resposta ao nosso jornal, salienta que “verifica o cumpri- consumidor arrasa vários responsáveis mento da lei em todas as reclamações que recebe. Quando estas contêm a descrição de factos que indiciam o incumprimento de regras que cabe à ANACOM supervisionar, são investigadas, podendo resultar na aplicação de sanções aos prestadores infratores. Esta Autoridade não tem, porém, competências de mediação ou resolução dos conflitos individuais entre os utilizadores e os prestadores de serviços”. Já no que toca às ditas más práticas levadas a cabo pelas operadoras, destaca sobretudo as que implicam ameaças relacionadas com a colocação do nome do cliente “numa lista negra ou a imposição de uma caução para poder continuar a beneficiar dos serviços”. E dá a dica: “Os clientes têm hoje uma forma simples, eficaz, e a título gracioso para resolver os seus problemas recorrendo aos ´tribunais arbitrais necessários´ com taxas de justiça menores, ou ao tribunal arbitral de conflitos de consumo que funciona em Lisboa na Faculdade de Direito da Universidade Nova de Lisboa”. Sobretudo, “é necessário que a informação sobre os seus direitos chegue ao consumidor”, e neste capítulo não tem dúvidas de que se “têm fechado muitas portas”. “A rádio pública e a televisão pública têm a obrigação de transmitir essa informação, ainda hoje fiz diligências para sermos ouvidos.” Quanto às responsabilidades dos governantes nesta matéria, acentua o tom – “Estão-se positivamente nas tintas! E vão dando a ideia de que vivemos no melhor dos mundos, Tudo isso não passa de uma grande aldrabice”.
M
Valor Local
Destaque
15
Antiga operadora de call center fala dos bastidores osália trabalhou durante alguns anos numa das operadoras visadas nesta reportagem. Não quis dar a cara pois mesmo depois de findo o contrato assinou um acordo em que não pode revelar dados sobre a sua experiência ao serviço de uma dessas operadoras. Trabalhou numa linha de retenção de clientes, e relata que por si passaram muitos casos que depois eram encaminhados para o apoio técnico mas que “acabavam por morrer na praia” sem que o cliente fosse atendido. “Tinham a incumbência de ir insistindo nas primeiras 72 horas, mas isso acabava por não acontecer”. Por outro lado, a oferta de serviços nem sempre correspondia ao que o cliente esperava – “Propunha-se um pacote de internet em que já se sabia de antemão que a linha de telefone não conseguiria suportar esse serviço em condições, nomeadamente, isso aconteceu muito a dada altura. Prometia-se velocidade de megas e o cliente não conseguia mais do que alguns kapas”. Hoje reconhece que a operadora já tem mais algum cuidado na disponibiliza-
R
ção do serviço, observando primeiramente as condições dos locais em causa. Contudo, e “para calar o cliente continuam a oferecer mensalidades”. A falta de investimento nas condições técnicas é na opinião desta ex-operadora também um dos motivos para o avolumar das reclamações, pois “acumulavam cabos em demasia nas centrais, não fazendo caso de construir novas infraestruturas, de modo a permitir a melhoria dos serviços finais ao cliente”. Gerava-se assim “um clima de grande insatisfação, porque as pessoas sentiam que ninguém as atendia devidamente, que não conseguiam obter velocidade de internet ou outras benesses que se prometia, e no fim apenas se informava que havia uma sobrecarga nas infraestruturas e que não se podia fazer mais nada”. Conhecedora do mercado, e hoje afastada profissionalmente desta área não tem dúvidas em considerar que ao longo dos últimos anos “apareceram autênticos serviços de porcaria no mercado, autênticos embustes” e elenca em primeiro lugar o famigerado Kanguru, pen móvel da antiga Optimus, e
que durante muito tempo liderava o ranking das dores de cabeça dos usuários de internet. “Vendiam autenticamente a banha da cobra!” Casais De Baixo: Telefonar só na rua ou à janela Em pleno século XXI e quando somos bombardeados com as inovações das operadoras através da mais sofisticada publicidade, ainda há localidades a poucos quilómetros da capital do país que usufruem de uma qualidade de rede autenticamente da Idade da Pedra. É também este o caso da localidade de Casais de Baixo, outra das zonas críticas do concelho de Azambuja, quando se fala em telecomunicações. Sandra Saraiva Martins também tem tido dores de cabeça com a falta de rede móvel. Adquiriu um telemóvel TMN há cerca de 17 anos, tendo-lhe sido assegurado de que teria rede na sua área de residência, “mas na realidade isso não corresponde à verdade”, diz. “Durante vários anos fiz inúmeros telefonemas para a TMN a fazer a reclamação da falta de cobertura na minha residência e num raio de
cerca de três quilómetros. Respondiam que não estava previsto o reforço do sinal para esta área”, dá conta. Mais tarde aderiu ao pacote MEO 4O, tendo escrito uma carta para a MEO a expor a sua situação: “Tenho três cartões neste serviço, com chamadas e SMS ilimitados, mas não podemos usufruir deles. O meu marido tem um telemóvel da empresa MEO, somos quatro pessoas em casa e todos temos de ter um telemóvel da Vodafone para estarmos contactáveis na
nossa habitação.” Do outro lado, a MEO ao longo dos anos apenas tem vindo a reforçar que “não está previsto o aumento do sinal, e sugeriram que me deslocasse para uma área onde houvesse uma melhor cobertura de rede.”, constata indignada. “Com esta resposta resolvi enviar a reclamação e a cópia desta carta para a ANACOM, sendo que me responderam que as operadoras cumpriam os mínimos exigidos e por isso não havia nada a fazer”. Contudo, não deixa de referir que
nos últimos meses “a MEO melhorou a cobertura na minha área, contudo quando quero fazer chamadas tenho de vir para a rua e tentar encontrar rede ou ir para o terraço, o que com mau tempo não é nada agradável.” O Valor Local contactou as duas operadoras, não tendo obtido qualquer resposta da NOS, quanto à MEO ainda nos chegou a referir que responderiam às nossas questões mas até à hora de fecho desta edição nada nos foi enviado nesse sentido.
Rede móvel em Casais de Baixo deixa a desejar
Economia
16
Valor Local
Azambuja com dois milhões de euros para gastar em eficiência energética zambuja vai ficar com uma fatia de dois milhões e 89 mil euros no que toca aos fundos estruturais distribuídos pelo Alentejo 2020 definidos no âmbito da Comunidade Intermunicipal da Lezíria do Tejo (CIMLT) para aplicar em equipamentos destinados a melhorar a eficiência energética do município. Ao Valor Local, o presidente da Câmara, Luís de Sousa, assegura que o concelho não ficou prejudicado nem mal servido na distribuição destas verbas em comparação com outros da mesma dimensão geográfica e número de população pertencentes à comunidade. Ficaram incluídos os seguintes investimentos no que se refere à melhoria da eficiência energética no município: Escola Básica de Aveiras de Cima com uma verba de 800 mil euros com financiamento comunitário de 760 mil euros, mais 40 mil dos cofres da autarquia; Piscinas de Azambuja com 400 mil euros da União Europeia e 20 mil euros municipais. A iluminação pública do município recebe uma verba de 730 mil euros, 694 dos quais de financiamen-
A
to do quadro comunitário. A Câmara pretende ainda aplicar cerca de 300 mil euros de financiamento comunitário na área do turismo com a recuperação do varino, que Luís de Sousa reafirma ser possível, e a revitalização da Rota dos Mouchões/Escaroupim com início na Vala do Esteiro, junto à estação da CP, com limpeza da vala, requalificação, e espaço para atracamento do barco, como ponto de partida da rota para toda a Lezíria. O presidente da Câmara está confiante de que esta realidade será possível, e que pese embora o facto de a Rota dos Mouchões se ter revelado como deficitária no seu tempo, haverá, agora, motivos para acreditar que possa navegar em águas mais favoráveis, com mais turistas e entusiastas das paisagens ribeirinhas do Ribatejo. Ainda sem verba adjudicada está a criação de rotas e percursos pedestres, nomeadamente, a do Tejo, a da Lezíria e a das Aves, com a definição, por exemplo, de um percurso desde Azambuja à Praia do Tejo. A CIMLT encontrase ainda a estudar uma candidatura ao baixo carbono para todos os
municípios. A polémica do Centro Escolar de Aveiras de Cima Também em cima da mesa, está a construção de duas salas para os alunos da pré-primária em Aveiras de Cima. Neste capítulo, Luís de Sousa volta a desmentir os rumores que davam conta de que tinha deixado ir por água abaixo a construção do centro escolar naquela localidade, numa troca com o município de Benavente, desperdiçando dessa forma a última oportunidade de ouro para fazer a escola. O vereador da CDU, David Mendes, confrontou o presidente da Câmara numa das últimas reuniões quanto a este tema, voltando a lembrar que o centro escolar de Aveiras foi adjudicado já no anterior mandato aos fundos estruturais, tendo em conta que o atual não permite a construção de novas escolas de raiz. Contudo e de acordo com Luís de Sousa ainda havia a possibilidade de a CIMLT candidatar dois centros escolares, (embora sem certezas quanto à
sua aprovação), mas o autarca de Azambuja entendeu que não se justificava. “Ainda me desloquei à CCDR para se fazer o investimento de 1 milhão 600 mil euros para essa infraestrutura, mas cheguei à conclusão de que não valia a pena, pois não temos crianças suficientes na freguesia. E o que fazer depois com a infraestrutura que já lá existe? Deixá-la para as moscas? Até soube recentemente pela diretora da escola que neste
momento já há uma sala vaga. Temos de ser racionais nas nossas escolhas ”. Benavente vai então assumir uma candidatura, “mas não se sabe se poderá ou não ser aprovada”, diz o presidente da Câmara de Azambuja. Quanto à polémica dos 300 mil euros trocados com Benavente é perentório – “Isto não é o negócio do cigano, em que toma lá isto e dá cá aquilo. Os fundos estruturais foram negociados entre os
municípios de forma séria!” O presidente da Câmara refere que espera que as duas salas de aula tenham financiamento comunitário, mas se não for assim, a própria Câmara garante que conseguirá pagar as obras no valor de 100 mil euros com fundos próprios. Para além das obras elencadas acima, a Câmara não espera ver mais verbas atribuídas no âmbito dos fundos comunitários para já.
Luís de Sousa apresenta os projetos que couberam ao concelho no Alentejo 2020
BES está a pedir fortunas pelos terrenos da Zona Industrial de Aveiras de Cima A totalidade dos terrenos da zona industrial de Aveiras de Cima passaram, por fim, para as mãos do BES/Novo Banco, antes propriedade da empresa Tiner de António Varela que comprou a quase totalidade daqueles terrenos, num exercício que muitos qualificam como de pura especulação imobiliária quando o aeroporto e o TGV ainda estavam na linha de horizonte. Atualmente, e de acordo com Luís de Sousa, ao Valor Local, o banco está a pedir quantias muito avultadas aos interessados na aquisição de terrenos. “Pessoalmente já encaminhei três interessados em investir no concelho para o BES, que depois me informaram que o banco estava a pedir preços exorbitantes, e os
mesmos acabaram por deixar cair a ideia de cá investirem”, relata o presidente da Câmara que confirma que já chegou a receber seis interessados em investir no concelho, desde o início do seu mandato, mas que passado algum tempo acaba por não conseguir obter feed-back das suas ações, admite ainda que não chegam sequer a ter tempo de lhe pedir benesses como a diminuição de impostos municipais, face ao que o BES lhes pede. Nos tempos mais recentes falouse da possibilidade de uma fábrica de chinelos, e outra de óleos usados na zona industrial de Aveiras de Cima, e Luís de Sousa confirma – “O BES pediu muito dinheiro a esses investidores, e
eles foram-se logo embora, um deles estava até disposto a comprar um lote inteiro”. Por isso desabafa – “O BES tem que pensar muito bem no que anda a fazer, se continua a pedir muito, espanta toda a gente, a não ser que o próprio banco esteja interessado em plantar batatas naqueles terrenos”, ironiza.
teresse que já vem desde a década de 80. Luís de Sousa refere que o empresário esteve na Câmara de Azambuja “muito recen-
temente”. “Veio aqui durante cinco minutos só para dizer que ainda está em conversações com empresários estrangeiros, que a
Lusolândia ainda não morreu, e que também já tinha falado com o presidente da Câmara de Alenquer”.
Empresário da Lusolândia volta a dar um ar de sua graça Já é sabido que de vez em quando, o empresário António Domingos, que concebeu o projeto de um grande parque de diversões entre o concelho de Alenquer e o de Azambuja, regressa a estes concelhos para manter o seu in-
Terrenos em causa
Gabinete de Informação e Apoio à Empresa e ao Empreendedor é criado em Azambuja executivo municipal de Azambuja aprovou, numa das últimas sessões, uma proposta de celebração de protocolo entre a autarquia e a Associação de Comércio, Indústria e Serviços do Município de Azambuja (ACISMA) com vista à criação e gestão do Gabinete de Informação e Apoio à Empresa e ao Empreendedor
O
(GIAEE). Este gabinete terá como missão promover o empreendedorismo, a criação de emprego e a disponibilização de informação qualificada, assumindo-se como “plataforma de interface entre os empresários e os agentes locais e setoriais com influência na atividade económica, criando condições para
um ambiente de negócios competitivo e para o crescimento sustentado do emprego local com assumido ênfase no desenvolvimento da economia de proximidade como motor de desenvolvimento e de competitividade concelhia”, refere a autarquia em nota de imprensa. A criação do GIAEE vai permitir a
promoção do potencial económico do concelho de Azambuja para o ambiente empresarial; a captação de investimento económico, social e empresarial; a disponibilização de informação e apoio aos empresários e aos empreendedores – inseridos no atual ecossistema empresarial concelhio ou que demonstrem interesse em inte-
grar ou participar do mesmo – sobre incentivos, apoios e instrumentos de financiamento público ou privado da sua atividade, designadamente os resultantes do novo Quadro Comunitário; a recolha e sistematização de informação de suporte à atividade económica do concelho; a prestação de informações sobre os instrumen-
tos de apoio à criação, reestruturação e reconversão de empresas em diversas áreas: indústria, agricultura, comércio, serviços e outros; o apoio no relacionamento dos empresários e dos empreendedores junto das diversas entidades públicas e privadas, assumindo um papel ativo de parceiro nas relações interinstitucionais.
Valor Local
Festas das Gentes do Cartaxo
17
Festas das Gentes do Cartaxo cada vez mais com o cinto apertado ¢ ¢
Sílvia Agostinho Miguel A. Rodrigues cidade do Cartaxo recebe de 19 a 24 de junho mais uma edição das “Festas das Gentes do Cartaxo”. A iniciativa que está na 9ª edição vai decorrer num clima de austeridade local, com o município cartaxense em contenção e com a própria associação a fazer “das tripas coração” para levar a bom porto as festas de 2015.
A
De acordo com Fernando Custódio Borges, presidente da comissão administrativa das festas, o orçamento deste ano ronda os 15 mil euros, um valor que não tem sofrido alterações nos últimos anos, e que pelo andar da carruagem, promete ficar por mais alguns. Fernando Custódio vinca que as receitas da publicidade das festas têm decaído, ainda assim, vão valendo alguns patrocínios, como
são os casos do Crédito Agrícola do Cartaxo que patrocina um dos toiros, ou da própria junta de freguesia – única entidade que patrocina financeiramente os festejos. Feitas as contas, as “Gentes do Cartaxo” quase têm de pagar do próprio bolso para que os festejos não deem prejuízo, já que a Câmara do Cartaxo, apenas ajuda com mão-de-obra e a logística inerente ao certame.
Fernando Borges lamenta a falta de mais gente no associativismo
Aliás as festas das “Gentes do Cartaxo” são um certame organizado apenas por voluntários, conforme explica Fernando Borges. A associação que passa por uma crise diretiva, procura agora encontrar novos corpos dirigentes, para conseguir formar uma direção. O atual presidente da comissão administrativa que era até há bem pouco tempo presidente da assembleia geral da associação, destaca que “pegou na associação” pela “paixão” às festas da terra e que, à semelhança de outras coletividades do concelho do Cartaxo, também tem dificuldades em encontrar pessoas disponíveis para a causa. Por falar em causa, as Gentes do Cartaxo, procuram apoiar questões relacionadas com a solidariedade social. Um desígnio que até ao momento não conseguiu ser cumprido, já que existe dificuldades de ordem financeira para que a associação cumpra este objetivo maior. Todavia e enquanto isso não acontece, as “Gentes do Cartaxo” estão focadas nas festas da terra, que nos últimos anos, têm granjeado novos públicos e fomentado o aparecimento de várias tertúlias à volta do recinto das espe-
ras de toiros. Essa é aliás, uma das questões que mais cor tem trazido às festas do Cartaxo. Fernando Borges vinca que essas novas tertúlias compõem “o ramalhete” e que isso tem sido um fator dinamizador do certame.
As festas das “Gentes do Cartaxo” apostam como habitualmente este ano nas esperas de toiros, na mesa da tortura e na música, ao mesmo tempo, que algumas tasquinhas vão fazendo petiscos vários para os visitantes que passam pelo Cartaxo.
Opinião oão Franco, de 63 anos e habitante do Cartaxo, partilhou com o Valor Local a sua opinião em relação às Festas do Cartaxo que se aproximam. Esteve presente apenas na primeira edição desta festa anual pois gostava mais da Festa do Campino: “Os toiros vinham do campo pela estrada, o que tornava a entrada dos animais na cidade muito mais bonita, e nesta Festa já não é possível observar isso”. Um dos grandes problemas da cidade prende-se sobretudo com “questões financeiras mas também da própria vontade das pessoas”. Porque “sem dinheiro e vontade não há regalias” diz-nos João Franco. Para além disso, na sua opinião, uma das mais fortes características do Cartaxo prende-se com a circunstância de ser considerada “a Las Vegas do Ribatejo” o que cativava a atenção de forasteiros e, atualmente, o mesmo não se verifica.
J
Comerciantes com pouca fé nas festas Longe parecem ir os tempos em que o comércio do Cartaxo lucrava com o calendário da feira dos Santos ou das demais festas. Ouvimos alguns comerciantes das casas mais antigas da Rua Batalhoz que não atribuem grande importância às Festas das Gentes do Cartaxo no que respeita aos seus estabelecimentos.
Paulo Lambéria (Casa Brincheiro) – “Penso que as festas não têm grande repercussão no comércio, apesar de terem um impacto positivo no Cartaxo e no concelho. Contudo, vivemos em tempos de “omeletes sem ovos”, e sem dinheiro não podemos esperar muito das festas, que se desenrolam na parte debaixo da cidade, enquanto a zona comercial fica no lado oposto, e quando o comércio está fechado. O centro da cidade esteve demasiado tempo fechado ao trânsito, devido às obras do parque estacionamento, e os clientes desabituaram-se de vir a esta zona”.
Frederico Guedes (Drogaria Guedes) – “As festas não trazem grandes benefícios, para além de que com as obras, esta zona do comércio tradicional ficou completamente desprotegida e estagnada. Temos uma luta diária com poucos resultados. Cortaram uma estrada que dava acesso direto ao coração comercial da cidade, o que é o equivalente a apertarem-lhe o pescoço. Sou muito bairrista e ribatejano, e faço questão de participar nas festas, mas sou franco: Penso que, apenas, influenciam positivamente alguma restauração. Contudo, até tenho ouvido dizer que as próprias festas podem estar em risco, ou porque as pessoas não aderem ou porque não há poder de compra. A nossa terra está muitíssimo estagnada, e não estou a ser pessimista.”
Maria José (Século XVII) – “O fluxo de visitantes concentra-se sobretudo na parte debaixo da cidade. Quando a Feira dos Santos passava por aqui, saíamos mais beneficiados. Antigamente as senhoras vinham com os maridos ao Cartaxo, estes seguiam para as touradas e elas ficavam pela Rua Batalhoz a fazer compras. Com esta festa não tiramos quaisquer proveitos. As novas obras só prejudicaram. Deveriam ter construído o parque de estacionamento na zona da Praça de Touros. Foi teimosia e vaidade do antigo presidente. Sou apreciadora das festas, pelo facto de ser cartaxeira e ribatejana, mas já não tenho paciência para sair de casa e ver os touros a correr.”
Opinião
18
Audio-visuais e empresas concessionárias
á poucos anos atrás, respondendo a um apelo aflitivo da minha mãe, fui até casa dela tentar ligar-lhe a televisão que, segundo o telefonema que me fez, por mais botão que ela carregasse mantinha-se com o ecrã escuro como noite sem lua. Quando cheguei, estava ela agarrada ao telefone a bramar, já com aquela irritação sem freio que a velhice permite: “ Oh menina, o que têm as minhas primas a ver com a televisão?”. Espantado, pedi-lhe o telefone, encostei-o ao ouvido, e ouvi a voz impessoal duma gravação MEO: “Para assuntos de televisão, prima 1, para questões da sua conta, prima 2 e por aí fora até ao prima 9, se quiser falar com um assistente!” Percebi então a irritação da minha mãe com a inclusão das suas primas nesta disputa, e premi 9, porque queria falar com um assistente, ou melhor, pretendia, que, em linguagem pré-gravada, a gente não quer, pretende ou deseja, a gente não fala nem responde, só houve o que quer e o que não quer. E foi isso mesmo que aconteceu. Ouvi, enquanto me davam música, outra menina a dizer que a MEO era maravilhosa, que apenas por não sei quantos euros eu podia ter acesso a um sem número de canais, que nem a vida inteira me chegava para vêlos, mais internet e mais dois telefones portáteis. E tudo isto entrecortado de estimado cliente para
H
aqui e para ali. Depois, mais musica, minutos infindáveis de música, até que outra menina com voz de gravador veio avisar o estimado cliente que, devido à enorme afluência de chamadas, era melhor desligar e ligar mais tarde. Esta situação pôs-me à evidência vários fenómenos que caracterizam a vida moderna. Desde logo, a nossa dependência de audiovisuais, traduzida no desespero que
se apodera de cada um, como se apoderou da minha mãe, quando o televisor ou o telefone ou o computador entram em curto-circuito. Desespero só comparável à falta de água ou luz! Depois, evidenciam-nos como podemos estar à boca e ouvido de semear em qualquer parte do mundo. E nessa perspectiva constituem um enorme avanço para o progresso e bem- estar da Humanidade. Não acho que a prolifera-
ção e facilitação dos audio-visuais tenham contribuído para aumentar o isolamento das pessoas. As pessoas, salvo em caso de doença ou prisão, apenas se isolam voluntariamente. Pelo contrário, acho que os audio-visuais contribuíram em muito para mitigar a solidão! Parece então que tudo é maravilhoso na relação das pessoas com os audio-visuais. E em teoria é. Se não aparecessem pelo meio umas empresas que gerem os telefones,
Valor Local
as televisões e a internet e que têm uma óptica exclusiva de lucro, sem qualquer ligação com a sua finalidade social. Escusam de vir com histórias dos apoios ao Benfica e ao Sporting e a mega-concertos, que isso não tem nada a ver com intervenção social. A lógica do lucro dessas empresas, que já se estendeu a outras que têm um fim social, como a EDP e as companhias concessionárias, obriga-as a actuar do lado dos cus-
Joaquim António Ramos tos, porque do lado das receitas a concorrência não lhes dá margem de manobra. É por isso então que nós falamos para máquinas que nos falam. As máquinas não têm salário nem horário de trabalho. As máquinas só resolvem problemas para as quais foram pré-programadas, o que corresponde apenas a vinte ou trinta por cento dos problemas que temos com os nossos aparelhos. Por isso, na maior parte dos casos, ficamos como que perdidos no deserto, com o oásis audio-visual à vista, mas sem podermos alcançá-lo! Por isso que, enquanto o desenvolvimento dos audio-visuais contribui para melhorar a felicidade humana, as empresas que os gerem apostam em sentido diferente, desumanizam o seu serviço e tornam- no dificilmente acessível a uma grande parte da população. Há que pôr freio nestas empresas. Fazer com que estabeleçam uma relação humanizada com os seus utentes e contribuírem para mitigar a solidão afectiva que se apoderou da sociedade nos nossos dias.
Segredos da Justiça
O caso da divorciada casada que era viúva m 20 anos de advocacia enfrentei diversos desafios, mas poucos foram tão intrincados como o do caso que vou contar, que ocorreu há cerca de 8/9 anos,. Como é óbvio, os nomes são fictícios. A D. Maria e o Tio António casaram em Portugal e depois emigraram para França. O amor esvaíu-se e acabaram por divorciar-se num tribunal francês e de acordo com a lei francesa. Depois do divórcio, o Tio António regressou a Portugal, onde acabou por falecer. Por seu lado, a D. Maria reencontrou o amor e como mulher divorciada que era voltou a casar em França, desta feita com um cidadão gaulês, que vamos chamar de Pierre. Um dia a D. Maria veio a Portugal de férias e quis aproveitar para renovar o seu bilhete de
E
identidade. Quando foi à Conservatória do Registo Civil a D. Maria descobriu que era viúva e que qualquer renovação do seu documento de identificação teria de conter a menção do estado civil de viuvez – a D. Maria era viúva, viúva do seu primeiro marido, aquele de quem se tinha divorciado! A D .Maria não queria ser viúva (até porque estava bem casada com o francês Pierre) e foi por isso que o caso chegou às minhas mãos. Do ponto de vista jurídico, foi fácil identificar o problema que originou esta confusão de estados civis: o divórcio concretizado em França não produzia efeitos em Portugal, porque nem a D. Maria nem o Tio António tinham intentado uma acção especial de revisão e confirmação de sentença estrangeira, neste caso da sentença de di-
vórcio do tribunal francês. Deste problema resultou um segundo: sem a confirmação portuguesa da sentença francesa, os serviços do Registo Civil não podiam averbar o divórcio quer nos assentos de nascimento, quer no assento de casamento da D. Maria e do Tio António. Nos termos da lei portuguesa, esta acção especial tem de ser proposta junto do Tribunal da Relação competente e, no caso concreto, teria de ser apresentado pela D. Maria contra o Tio António. Mas, recorde-se, o Tio António já tinha morrido! Como poderia ele defender-se da acção intentada pela D. Maria? A esta pergunta todos os colegas a quem pedi opinião diziam-me: “Ponha a acção contra os herdeiros do Tio António!”. Nessa altura, eu respondia sempre: “Só há duas herdeiras, a D. Ma-
ria e a filha. E a D. Maria não pode ser Autora e Ré no mesmo pedido processual…”. Na réplica, apenas me garantiam que “Isto não tem solução”… Depois de estudar várias hipóteses (algumas bem absurdas), pesar prós e contras, defini uma estratégia processual de risco, mas que foi a única que me parecia viável. Assim, avancei com a acção especial de revisão e confirmação de sentença estrangeira, tendo como Autora a D. Maria e como Réu o falecido Tio António. Antes que o Tribunal da Relação fosse notificado que o Tio António já tinha morrido, dei conhecimento desse facto ao tribunal. De seguida, tal como tinha previsto, fui notificado para deduzir um incidente de habilitação de herdeiros (que é o meio processual próprio para chamar herdeiros a um proces-
António Jorge Lopes Advogado
so). No requerimento subsequente identifiquei as duas herdeiras do Tio António (a sua filha e a sua viúva) e “disparei” um conjunto de argumentos que procuravam demonstrar que a D. Maria não podia ser reconhecida como herdeira do Tio António, sob pena de ser Autora e Ré no mesmo pedido processual. A par desta linha de raciocícinio, apresentei uma segunda: se a acção fosse arquivada por causa da D. Maria não poder acumular a posição de Autora e Ré no mesmo pedido processual, então a D. Maria seria viúva em Portugal e casada em França, o que devirtuaria todo o espírito da lei. O Tribunal da Relação reconheceu o absurdo de toda a situação e julgou excepcionalmente que a D. Maria não podia ser herdeira do Tio António e que,
para efeitos deste processo, aquele apenas tinha uma herdeira – a sua filha, que não contestou a acção proposta. Uma vez que não existiu contestação da outra parte processual, o Tribunal da Relação confirmou a sentença francesa que decretou o divórcio da D. Maria e do Tio António. Em conformidade, os serviços do Registo Civil atualizaram os respetivos assentos de nascimento e de casamento. Foi um verdadeiro caso intrincado, mas hoje a D. Maria já tem um documento de identificação português com o estado civil de casada.
Valor Local
Opinião
19
Os gatos ou um amante de Gatos. Tenho dois Gatos de raça europeia em casa vindos da rua, já tive mais. Como disse adoro Gatos de quatro patas que são excelentes companheiros, amigos de quem os trata bem, sempre imprevisíveis, sempre sociáveis, sempre com a sua personalidade única. Escrevi Gatos com letra grande, não foi por acaso. Detesto gatos com letra pequena, nome vulgar para erros básicos previsíveis, evitáveis. Como disse tenho dois Gatos de rua em minha casa, dos que eu gosto. Detesto os incontáveis gatos da Câmara Municipal de Azambuja, nenhum deles vindo da rua, todos eles feitos em casa, ou seja, nas sucessivas decisões desastrosas que o Partido Socialista tomou ao longo de muitos, muitos anos e
S
que nos colocaram na situação financeira gravíssima em que nos encontramos. O Partido Socialista e as maiorias absolutas foram a génese da desgraça, são os únicos responsáveis e temos que lhes apontar o dedo e temos de os obrigar a assumir as suas responsabilidades. As várias histórias que têm vindo
ao de cima neste mandato não podem ser branqueadas. Os brutais aumentos da água propostos, num concelho que já paga das contas mais caras do país, informação da insuspeita DECO. O descalabro da EMIA em que terrenos que valiam milhões passam a valer uns meros milhares e condicionam de forma inaceitável
a capacidade de endividamento da Câmara. Não admira por isso que as contas municipais de 2014 tenham sido chumbadas na Assembleia Municipal de Azambuja. Finalmente este órgão autárquico de fiscalização brandiu o cartão vermelho. Finalmente a incompetência deste
executivo camarário teve a resposta que merecia, BASTA. BASTA de incompetência, de erros acumulados, de deixar andar com o argumento de que nada se pode fazer, quando há muito por fazer. BASTA que aqueles que hoje têm os destinos do concelho nas mãos só miem e se lamentem da herança que receberam, como se eles não tivessem tomado qualquer decisão nos últimos 12 anos. BASTA da falta de pudor daqueles que erigiram o Dr. Joaquim Ramos como o exemplo do “presidente perfeito” e que “cresceram” com ele, mas que hoje se esquecem desse passado bem recente e passam o tempo a acusar o “presidente perfeito” de tudo o que de mau tem acontecido à Câmara da Azambuja, procurando mascarar a sua própria incapacidade. Para nós a Política não é o jogo
António Godinho do vale-tudo. Sempre confrontámos o Dr. Joaquim Ramos com lealdade e frontalidade. O que se tem lido e ouvido contra o Dr. Joaquim Ramos por parte dos seus antigos apoiantes dá razão aquele dito popular que “com amigos assim não é preciso inimigos” e confirma que o PS local é um grande “saco de gatos”. É só isto que Partido Socialista de Azambuja tem para nos oferecer? PREFIRO OS MEUS GATOS.
A “ALV” e a “UTICA” pós um período de interregno, volto ao “convívio” dos nossos estimados leitores, versando mais um tema emergente, como habitualmente. Desta feita, vamos abordar a ALV, sigla que significa: Aprendizagem ao Longo da Vida. Entendo a ALV a partir de dois conceitos absolutamente básicos e que se articulam entre si; a) aprendizagem e b) vida. Porque naturalmente se refere à aprendizagem realizada por toda a pessoa, desde o nascimento até à morte, em qualquer idade e, em âmbitos formais, não formais e informais de aprendizagem, tais como: a família, a comunidade, o sistema escolar, o grupo de pares, os meios de informação/comunicação, o sistema político, a participação social, a formação/informação no trabalho, a própria leitura e mesmo a escrita, etc.. Na minha perspetiva existem duas fases na ALV (Aprendizagem ao Longo da Vida): a) a que se verifica ao longo da vida ativa (profissional); b) a que se verifica após a vida ativa (reforma). Para quem se encontra no mercado de trabalho, i.e., na vida ativa, aprender é a única opção, já que se trata de uma condição de sobrevivência e desenvolvimento pessoal. A constante evolução tecnológica, os rápidos ciclos de vida dos produtos e a transitoriedade da relação laboral (mudanças frequentes entre carreiras profissionais e funções), o aumento da eficiência nos mecanismos de difusão da informação e conhecimento, são fatores que torna mandatório a formação contínua. Sem esta, emergirá a estagnação e a obsolescência.
A
Consequentemente, a única via é, a da formação e desenvolvimento pessoal e profissional, contínuos, como garante da empregabilidade. Daqui se infere, duas prerrogativas: 1º. A aquisição de novos conhecimentos e capacidades, aumenta naturalmente, o valor do profissional no mercado de trabalho, o seu poder de negociação contratual, a sua segurança e autoconfiança e, consequentemente, a sua empregabilidade. A formação contínua deve ser transversal a todas as idades e profissões/funções; 2º. Para as organizações (empresas) e instituições, é uma mais-valia, pois são igualmente beneficiárias, devendo assumir que, a formação dos seus colaboradores é um investimento e não um custo, dado os incrementos que se verificam nos índices motivacionais, satisfatoriais e comportamentais emergentes, que vão contribuir de forma notória para o desenvolvimento das próprias organizações/instituições, através de mudanças organizacionais, de um melhor clima organizacional e mais proficiência na solução dos problemas e também no desenvolvimento de novos produtos (inovação), melhoria da produtividade, competitividade e empreendedorismo com reflexos na economia real. Também para aqueles que já não se encontram na vida ativa profissional (reformados), existem programas de Aprendizagem ao Logo da Vida (ALV) para seniores, ministrados em Universidades para a Terceira Idade, que teem como objetivo os seguintes pressupostos: a) O envelhecimento ativo e sau-
dável com a realização de atividades intelectualmente e socialmente estimulantes que melhorem a qualidade de vida da população sénior, proporcionandolhes o convívio, a socialização e aprendizagens, por forma a sentirem-se ainda úteis e capazes de interagirem em atividades sócio-culturais; b) Garantir que os conhecimentos básicos ministrados sirvam de elemento aculturador, proporcionando ao sénior, sem grande esforço, uma melhor perceção entre realidades distintas (o passado e o presente) que, se pretende, proporcionem um abrir de horizontes nos seus conhecimentos, quiçá, ainda muito úteis na sua interação social; c) Garantir que o modelo de aprendizagem que visa transmitir informação, seja um modelo de educação competencial (Maria G. L. C. Pinto, ALV, pág 42) baseado no conceito de “atualização do autoconhecimento que, visa uma melhor gestão da vida pessoal e social através da “reatualização dos conhecimentos” e a problematização do conhecimento de acordo com os contextos; d) Obviamente o modelo de aprendizagem não é um modelo de ensino escolar regular, i.e., seguem, por consequência, os princípios básicos do ensino não formal–competencial/participativo (segundo meu conceito). Não dando lugar a avaliação nem certificação das competências adquiridas. Naturalmente os alunos seniores não desejam ser avaliados porque já o foram ao longo das suas vidas e não pretendem continuar a sê-lo. Daqui o autor desta crónica inferir que se trata
de um modelo de ensino não formal-competencial/participativo (aquisição de conhecimento visando melhores competências com a natural participação dos discentes (alunos), através das suas vivências/experiências de vida e profissionais); e) Garantir oferta educativa, a mais abrangente possível, levando em linha de conta a envolvente sócio cultural, por forma a proporcionar uma panóplia de opções educativas do agrado da população-alvo (seniores). “O importante é saber, que é a própria pessoa quem aprende e que a vida dessa pessoa muda com e através da aprendizagem, seja qual for a idade em que se aprende”. Existem alguns mitos criados a propósito da pessoa idosa (Maria G. L. C. Pinto, ALV pág 54), a saber: Mito 1 – “As pessoas mais velhas não teem nada de válido
para dizer”; Mito 2 – “As Pessoas mais velhas esquecem-se das coisas e são demasiado lentas para aprenderem coisas novas”; Mito 3 – “As pessoas mais velhas apresentam problemas de mobilidade, veem mal são todas surdas”; Mito 4 – “As pessoas mais velhas vivem no passado e não gostam de mudar”; Mito 5 – “As pessoas mais velhas não estão interessadas em aprender” Todos estes mitos, que não passam disso mesmo, são facilmente “desmontáveis”. Contudo não cabe nesta crónica a sua dissecação, por exaustiva. Cumpre a vós, leitores seniores, provardes o contrário, inscrevendo-vos na UTICA. Graças à meritória iniciativa da Santa Casa da Misericórdia de Azambuja e ao apoio da Câmara Municipal, a população sénior vai
Augusto Moita ter no seu concelho a possibilidade de frequentar as unidades curriculares (disciplinas) que lhes aprouver, já no próximo ano letivo 2015/2016, na UTICA em Azambuja. UTICA, é um acrónimo que significa: Universidade para a Terceira Idade do Concelho de Azambuja. À SANTA CASA e aos promotores da UTICA, os meus parabéns pela iniciativa. Até à próxima crónica e boas leituras!
Colete Encarnado
20
Valor Local
Colete Encarnado entre a tradição e a inovação cidade de Vila Franca de Xira veste-se a preceito nos próximos dias 3, 4, e 5 de junho para mais uma edição do Colete Encarnado. Esta que é a festa maior de Vila Franca conta este ano com um ambicioso programa e com algumas novidades, numa ligação estreita entre a tradição e a necessidade de inovação. Desde logo a abertura do novo posto de turismo da cidade. O novo espaço que ficará situado no antigo Café Central promete não só trazer uma outra dinâmica àquela artéria da cidade, como dar uma nova vida ao antigo estabelecimento que desde que foi recuperado pelo município já conheceu diversos concessionários. Nesta edição, o Colete Encarnado volta a apostar nas tradições, mantendo o seu “carisma e tradição tauromáquica”. A edição de 2015 traz de novo a homenagem ao campino, as esperas de toiros
A
nas ruas da Cidade, e os grandes concertos. Destaque também para a os momentos de fado e sevilhanas como aperitivo para uma edição recheada de “afición”. Mas para além de tudo, são também a tertúlias que dão cor ao Colete Encarnado. Com 45 anos de vida, a Tertúlia “Companheiros do Balde” orgulhase de ser a mais antiga de Vila Franca de Xira com uma atividade contínua. José Batalha, o presidente desta que já é uma instituição importante, refere com orgulho todo o trabalho desempenhado por si e pelos seus pares na preservação das tradições. Ao longo de 45 anos já foram muitos os elementos que passaram pelos “Companheiros do Balde”,– “Um dia numa pescaria bebemos pelo balde porque não havia copos e ninguém queria beber pelo garrafão”, explica José Batalha: o surgimento do nome. E salienta o
companheirismo vivido na altura e que ainda hoje se sente na tertúlia mais antiga de Vila Franca de Xira. Aliás, foi esse mesmo almoço que deu origem à tertúlia. Nesse almoço conversaram e um mês depois a mesma estava erguida e a funcionar na cidade. José Batalha salienta ao Valor Local que tem existido uma renovação na associação, vincando que já são várias as gerações de aficionados que têm assegurado a continuidade do espaço. O futuro da tertúlia está por isso garantido, e vinca que Pedro Batalha, seu sobrinho, deverá pegar nas “rédeas” dos “Companheiros do Balde” mais à frente, mas sem precisar alguma data. José Batalha é crítico quanto ao atual estado do Colete Encarnado. O presidente dos “Companheiros do Balde” vinca a existência de algumas tradições que foram perdendo importância no certame.
José Batalha, tertuliano de Vila Franca Entre as tradições perdidas, destaca: “Quando os ranchos andavam pelas ruas, o comércio também era ajudado, vendiam-se umas águas e uns sumos, e era bom para a economia local”. José Batalha destaca também que, na sua opinião, a cidade tem perdido apoiantes da “Festa Brava”. O responsável vinca que muitas pessoas já não são de Vila Franca porque a cidade se tornou
num dormitório, e isso pesa no que toca à afición da “Festa Brava”. Por outro lado, refere que as tertúlias que apareceram nos últimos anos têm ajudado à festa. Os espaços vão trabalhando ao longo do ano. “Não são é cinquenta e tal como eles dizem, mas há uma dúzia delas que funciona bem!”, refere José Batalha que vinca o empreendedorismo das mesmas às
quais se juntam os “Companheiros do Balde” que têm iniciativas calendarizadas. É com orgulho que José Batalha destaca que no primeiro sábado de cada mês os “Companheiros do Balde” juntam-se para um almoço mensal. É uma tradição que decorre há 45 anos sem parar. “Temos sempre aqui muita gente nesse dia, inclusivamente amigos nossos”.
“Museu da Tauromaquia” que teima em sair do papel. “Termos aqui apenas a Casa Museu é pobre para a terra. Todos os toureiros deveriam estar representados, não só os de Vila Franca, mas também os de fora, que fize-
ram a história do nosso país”. Nesta exposição será apresentado um rico e diversificado espólio privado, entre trajes, fotos, troféus e cartazes, que documentam seis décadas de glória, num percurso feito de fé, coragem e desafios.
Homenagem a Mário Coelho antigo matador de toiros Mário Coelho vai ser homenageado nesta edição do Colete Encarnado de Vila Franca de Xira. O município vai expor algum do espólio de Mário Coelho no Celeiro da Patriarcal, naquela que pretende ser uma homenagem e um contributo para dar a conhecer a vida do “mestre” que encantou multidões com os seus dotes de toureio e elevou bem alto o concelho de Vila Franca de Xira. Mário Coelho, ao Valor Local, sa-
O
lienta que se sente honrado com a homenagem do município e destaca que este ano “completa 70 anos de toureiro profissional” e por isso esta homenagem que surge na sequência da Semana da Cultura Tauromáquica local vem na altura certa. Por outro lado, o antigo matador refere que aos 79 anos de vida, esta homenagem deixa-o sensibilizado, sobretudo porque vai ter o seu espólio na “maior sala de visitas de Vila Franca de Xira”.
O antigo toureiro destaca que das peças expostas, há objetos que o retratam a si, mas também outros toureiros, e por isso “esta exposição é boa para dar a conhecer a trajetória desses mesmos toureiros”, vincando que a mesma estará exposta até ao dia 11 de outubro. Ao todo são cerca de 900 peças, e todas com um valor importante. Contudo para o antigo “matador” são as fotos dos seus pais que mais o comovem. “Tive a sorte de
ter uns pais com uma grandeza fantástica, que me deram uma boa edução, o que é uma riqueza” e por isso “ver essas fotos nesta exposição é um grande orgulho, são recordações inolvidáveis da minha vida”, vincado que a mostra, contempla vários aspetos da sua vida profissional até ao adeus às arenas. Mário Coelho destaca, igualmente, as fotos das pessoas que o acompanharam na profissão e na sua vida pessoal. “Tenho muitas fotos de amigos”. Todavia e para além da exposição, têm lugar alguns colóquios “taurinos” onde estarão presentes “algumas personalidades de Espanha, e por isso há uma grande expetativa”. Mário Coelho que tem um espólio invejável considera que Vila Franca merece mais que, apenas, a sua casa museu. O antigo matador refere que o caminho terá de ser o
O toureiro considera uma prioridade o Museu da Tauromaquia
Valor Local
Acisma
21
GAAE - Uma decisão estratégica o dia 5 de Junho, por proposta da ACISMA, foi aprovado em sessão de Câmara um documento que pode considerar-se de alcance estratégico e de enorme relevância no futuro de médio e longo prazo do concelho de Azambuja. Trata-se do protocolo de criação de um Gabinete de Apoio à Atividade Económica. A criação deste Gabinete pode ajudar a resolver várias lacunas que, em termos de apoio à atividade económica e aos empresários, o concelho denotava. Desde logo permite, apesar da gestão executiva pertencer à ACISMA, ser – nos termos do protocolo – um instrumento ágil da própria Câmara Municipal na abordagem das reflexões que vão sendo necessárias em virtude dos desafios da Agenda 2020, mas igualmente potenciar uma maior aproximação entre a autarquia e o tecido empresarial no campo das iniciativas em torno de objetivos concretos. Contudo, a criação deste GAAE vai, pretende ir, bastante mais longe. Na verdade ele surge para colmatar um aspeto em que o concelho de Azambuja tinha ficado para trás no cotejo com alguns dos concelhos limítrofes que já possuem estruturas semelhantes (embora, como veremos adiante, de alcance menos abrangente…) e igualmente para provocar uma maior reflexão sobre as nossas debilidades e sobre as nossas potencialidades em termos do posicionamento económico-social compaginando tudo isso com a nossa competitividade num contexto regional. Até à criação deste Gabinete as iniciativas de fundo sobre essas matérias foram sempre casuísticas e/ou sem continuidade (um exemplo disso foi a pouca relevância dada ao Plano Mateus, mandado elaborar pelo anterior executivo camarário e que nunca foi discutido nos termos que merecia apesar de ter fi-
N
cado, nas suas conclusões, muito aquém daquilo que se pretendia…). E aqui não adianta apontar culpas… embora seja de reconhecer que a ACISMA – como já dissemos noutros fóruns – tem aqui especiais responsabilidades porque caber-lhe-ia provocar essa discussão e não o fez por falta de recursos mas também e sobretudo, por ter canalizado todos os escassos meios disponíveis para a formação profissional com prejuízo da sua intervenção nessa área que deveria ser a sua principal função...! O caminho que passamos a trilhar é outro até porque os desafios colocados pelo novo Quadro Comunitário a isso obrigam se quisermos evitar que o concelho de Azambuja desperdice mais esta oportunidade. A análise resultante de um olhar atento sobre o nosso tecido empresarial não admite dúvidas... se excluirmos algumas grandes empresas verificamos que estamos em presença de, fundamentalmente, micro e pequenas empresas com enormes dificuldades em aceder a um Quadro Comunitário exigente em termos da qualidade das candidaturas apresentadas. Neste capítulo o GAAE surge com a pretensão de ser inovador: fazendo apelo e dando prioridade a jovens técnicos de diferentes áreas do conhecimento que existem no concelho, o Gabinete pretende em matéria de apoios comunitários ou outros, ter uma atuação proativa identificando oportunidades, contactando as empresas ou empresários que no concelho tenham melhores condições e sensibilizando-os para potenciais candidaturas colocando à sua disposição o conhecimento para tal e sobretudo, numa segunda fase do projeto, o acompanhamento que se entenda necessário para assegurar o sucesso dos financiamentos obtidos, sendo, nesta vertente, verdadeiramente inovador em relação a outros gabinetes semelhantes. Um outro aspeto que merecerá atenção do GAAE, num horizonte temporal de médio prazo, será a constituição de um Conselho Consultivo em que terão assento a Câmara Municipal, personalidades de relevo em matéria social, económica e politica e sobretudo empresas e empresários da região, para dar consistência estratégica nas opções económicas e sociais que o futuro não deixará de colocar ao nosso concelho. Este protocolo tem ainda características inovadoras nos mecanismos relacionais entre uma instituição da sociedade civil e a autarquia estabelecendo processos de total transparência a todos os níveis nessa relação e mereceu, por isso, a aprovação unânime de todas as forças politicas. Tal como se disse nessa sessão camarária, a criação do GAAE não é, só por si, garantia de sucesso… mas a sua não criação ou o seu fracasso será um insucesso que este concelho não pode dar-se, neste momento, ao luxo de consentir. Em nome do futuro!
Editorial Valor Local, dois anos a crescer e a dar notícias ez dois anos no passado mês de abril que o projeto do Valor Local teve início. Na altura tínhamos a convicção de que ocuparíamos um espaço em aberto na nossa região e para tal foi vital a confiança da direção da ACISMA (Associação comércio, Industria e Serviços do Município de Azambuja) nesta iniciativa de meia dúzia de pessoas. Passados dois anos, é notório que o Valor Local encontrou o seu caminho, que tem vindo a galvanizar-se com precaução, pois os tempos não estão para aventuras descontroladas e todos devemos ter os pés bem assentes na terra na altura se de entrar por novos caminhos. Tem sido também esta a máxima deste jovem jornal, que tem tentado afirmar-se pela qualidade, e que modéstia à parte, se me permitem, tem conseguido. Todos os anos, o Valor Local tem dado provas do seu dinamismo, da sua criatividade e sobretudo da sua forma de estar. Precisávamos de um projeto na região onde estamos inseridos que apostasse no jornalismo puro e duro, e foi isso que nos propusémos fazer. O nosso jornalismo tem sido um dos pontos chaves do nosso modesto sucesso. Tem sido igualmente fruto de muito trabalho, numa altura em que os “pseudo-investigadoresopinadores” do facebook dão sempre mais que falar, e tentam fazer mossa no jornalismo, obrigado a apresentar factos e não mais do que isso. No Valor Local, acreditamos, e esse é o nosso compromisso que o jornalismo deve ser de proximidade e que as redes sociais devem e podem ser utilizadas como ferramentas apenas de pesquisa, e não substituem uma ida ao terreno, bem como uma boa reportagem. É por isso que os nossos conteúdos são 98% próprios com reportagens no terreno e com uma vasta abrangência. Todavia isso não significa que possamos estar em todo o lado, e talvez por isso a nossa seleção é sempre mais rigorosa, e tem-se em conta o peso da notícia e o interesse que tem para os nossos leitores espalhados por sete concelhos. Feito o balanço, é importante referir que o Valor Local continuará a manter uma forte presença online. Com um jornal mensal é difícil dar noticias que aconteceram um mês antes, por isso apostámos no site, no qual as atualizações são diárias; e onde muitos dos nossos leitores já se habituaram a ir. Mas a nossa presença na internet não se fica por aqui, porque o Valor Local tem também a componente vídeo com a gravação de muitas das nossas entrevistas. Vem isto a propósito da nossa transmissão das largadas de toiros da Feira de Maio em direto no nosso site. Como azambujense, foi algo que quis fazer pela cultura da minha terra, mas como jornalista foi algo que quis fazer para dar a conhecer as nossas tradições ao mundo, por um lado, e por outro, dar um pouco de “Ribatejo” aos emigrantes espalhados pelo mundo e que por uma ou outra razão não puderam assistir a uma feira emblemática. Esta transmissão foi um desafio superado em parte. Em parte porque as condições técnicas não permitiram melhor qualidade, e isso refletiu-se num trabalho onde a boa vontade prevaleceu, face ao amadorismo reconhecido por toda a equipa. Aliás este trabalho que teve o mérito de ser inovador só foi possível dado o incansável esforço do Nuno Vicente, do Pedro Fragoso e da Laura Costa. Pelas deficientes condições técnicas ficam apresentadas as nossas desculpas, mas para o ano, se tudo correr bem, já estaremos em condições de fazer as transmissões de forma diferente. Este foi mais um “marco” na história deste jovem jornal. Um jornal que tem muito ainda a caminhar em todos os setores. Um jornal que só é possível graças a todos os parceiros, colaboradores e leitores, que são de resto a nossa razão de existência, porque sem leitores não há jornais, e o Valor Local sabe disso. A todos obrigado. Miguel António Rodrigues
F
22
Personalidades
Valor Local
Valor Local Retratos da Nossa Terra
Instantâneos
Joaquim António … jardineiro m destes dias ao fim da tarde, Joaquim Ramos cujo único hobbie conhecido até ao momento era a pintura, foi “apanhado” pela foto do Valor Local a praticar “jardinagem” num canteiro no largo da igreja, local de resto onde reside. À nossa reportagem salientou que há algum tempo que cuidava dos canteiros à sua porta e que lamentava que “alguns vândalos” se ocupassem a estragar as flores por si plantadas. Aliás Joaquim Ramos suspirou que só ele cuidava dos canteiros. Porque terá suspirado? Terá Joaquim Ramos receio que a autarquia que já dirigiu se lembre de celebrar com ele um protocolo de manutenção de espaços verdes, deixando as juntas do município sem competências nesse setor?
U
23
Terra Velhinha Maria José Soares e Netos
Foto de Vitória Coelho publicada por Vitória Coelho, 2/4/15 Segundo Vitória Coelho “A Minha Querida Avó. Maria José Soares Nasceu em 25 Março 1886,e faleceu em 2 Abril de 1968.Ela era o meu porto seguro” Segundo Isabel Ancião “Lembro-me tão bem dela.”
Caldas o “Ranger” do Cartaxo aulo Caldas quase que se pode orgulhar de ter sido um verdadeiro “ranger” do Cartaxo nos tempos em que foi presidente da Câmara Municipal. Aliás, Caldas ficou na história como um dos presidentes que mais mudou de “vice” e vereadores no decurso de um mandato, marcado por verdadeiras “cavalgadas ou cavalarias altas” que ainda hoje estão na memória dos serviços financeiros da autarquia. Mas este é um aspeto do qual Paulo Caldas se orgulha, pelo menos a avaliar pelo seu novo look agora já assumido no seu facebook de “Ranger do Cartaxo” qual Chuck Norris descomprometido depois de dar “porrada” em muita gente….
P
Nos Campos de Azambuja há 60 Anos
Foto de Fernanda Apolinário e publicação por Miguel Ouro, 15/3/15 Segundo Miguel Ouro “ Nos Campos de Azambuja com a minha Tia Fernanda há 60 anos atrás.” Segundo Gabriel Ana “Minha mãe Maria Sequeira… Gosto Muito” Segundo Rosária Ouro “ Miguel está a tia Fernanda e o Tio Joel. Muito bonita esta foto.” Segundo Miguel Ouro “Ah pois está o Tio. Só agora vi…” Segundo José e Fernanda Mota “Qual é o Joel prima? Acho que também está a minha tia Felismina. Certo.” Segundo Rosária Ouro “ O meu irmão é o que está de boné acochado. A Felismina está na primeira fila.” Segundo José e Fernanda Mota “ Bem me parecia. Obrigada prima.”
Contributo da Família Rodrigues
Foto de Miguel António Rodrigues e publicação por Miguel António Rodrigues, 24/4/15 Segundo Susana e David “No barco as minhas avós Lucinda Jorge e Manuela Malvar, Argentina e marido, tia Adelaide e marido, tios Deolinda, Augusta e tio Quim.” Segundo Tina Amador “És o filho da Maria Augusta? Se sim dá-lhe um grande beijinho da minha parte!” Segundo Susana e David “ Não, sou o Neto da Lucinda e da Manuela…. Mas faço chegar o seu beijo à minha tia augusta.” Segundo Teresa Saraiva “ A minha avó está ali.”
Ficha técnica: Valor Local jornal de informação regional Administração: Quinta da Mina 2050-273 Azambuja
Redação: Travessa da Rainha, 6, Azambuja Telefones: 263 048 895 - 96 197 13 23 Correio eletrónico: valorlocal@valorlocal.pt Site: www.valorlocal.pt Propriedade e editor: Associação Comércio e Indústria do Município de Azambuja (ACISMA); Quinta da Mina 2050-273 Azambuja. NIPC 502 648 724 Diretor: Miguel António Rodrigues CP 3351- miguelrodrigues@valorlocal.pt Colaboradores: Sílvia Agostinho CO-1198 silvia-agostinho@valorlocal.pt, Vera Galamba CP 6781, José Machado Pereira, Daniel Claro, Rui Alves Veloso, Augusto Moita, Nuno Filipe Vicente multimedia@valorlocal.pt, Laura Costa lauracosta@valorlocal.pt Paginação, Grafismo e Montagem: Milton Almeida: paginacao@valorlocal.pt Fotografia: José Júlio Cachado Publicidade: Eduardo Jorge Correio eletrónico: eduardojorge@valorlocal.pt Telefone: 932 446 322 Serviços administrativos: ACISMA N.º de Registo ERC: 126362 Depósito legal: 359672/13 Impressão: Gráfica do Minho, Rua Cidade do Porto –Complexo Industrial Grunding, bloco 5, fracção D, 4710-306 Braga Tiragem média: 5000 exemplares
www.valorlocal.pt