Jornal Valor Local edição de janeiro 2023

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Jornal Regional • Periodicidade Mensal • Director: Miguel António Rodrigues • Edição nº 119 • 26 Janeiro 2023 • Preço 1 cêntimo PUB Rádio Valor Local - www.valorlocal.pt - Ouça em todo o lado PUB Entrevista da 10 a 13 Oposição acusa Câmara de Azambuja de dar aumento irrisório aos Grupos de Intervenção Permanente em tempos de inflação galopante Sociedade na 4 Barreira Soares, vereador do Chega em Vila Franca “Sei que vou ser presidente da Câmara nem que seja daqui a 20 anos” Política na 15 Valor Local SMAS de Vila Franca investem cerca de 2,5 milhões de euros em obras nas freguesias Dossier Águas na 14 Ana Infante, presidente do Conselho de Administração do HDS Hospital de Santarém vai contar com nova Unidade de Cuidados Intensivos num investimento de 5 milhões de euros

Azambuja ainda com 90 por cento de utentes sem médico de família

Azambuja continua com cerca de 90 por cento de utentes sem médico de família. Apenas a atual diretora da Unidade de Cuidados de Saúde Personalizados, Raquel Caetano, está nessa categoria, apesar de recentemente ter ingressado no centro de saúde de Azambuja a médica Regina Freitas, mas ainda sem lista de utentes atribuída, segundo Armando Martins, porta-voz do Movimento Cívico pela Saúde em Azambuja à Rádio Valor Local. O concelho conta com mais três médicos em regime de prestação de serviços que se deslocam alguns dias por semana ao centro de Saúde de Azambuja, extensões de Aveiras de Cima, e Manique do Intendente que agora também recebe os utentes de Alcoentre, enquanto as obras da extensão estão a decorrer até ao verão. A grande novidade pode estar para breve, dado que segundo o que apurámos, estará em perspetiva uma parceria com uma instituição particular de solidariedade social do concelho, que permitirá a contratação direta de clínicos e com isso poder estancar a falta de médicos no concelho.

A gravidade do estado atual de coisas é de tal forma premente que se esta solução não tiver pernas para andar, poderá culminar

na saída da diretora do centro de saúde, conforme a mesma já referiu a Armando Martins. “Sabemos que tem feito a pressão que pode, até a nível da manutenção do edifício do centro de saúde, onde já se notam algumas melhorias, embora o ar condicionado ainda não esteja a funcionar”. Segundo Armando Martins, este não tem visto grande evolução por parte da Câmara quanto a diligências na questão da falta de médicos. Desde o final do verão, que os utentes do concelho que não possuem médico de família têm de se deslocar a Benavente ou Póvoa de Santa Iria, mas Armando Martins não têm feedback quanto à forma como esse sistema esteja a ser assumido pela população – “Não há transporte para esses locais, pelo que considero que a grande maioria se precisar de ir a um médico provavelmente desloca-se ao Hospital de Vila Franca de Xira mesmo com a possibilidade de ficar à espera de consulta durante 10 ou 12 horas”.

Comissões de utentes dos quatro concelhos continuam a querer ser recebidas pelo primeiro-ministro e pelo Presidente da República

Em dezembro as comissões de utentes da saúde dos concelhos de Azambuja, Alenquer, Benavente e Vila Franca de Xira estiveram em S. Bento, na residência oficial do primeiro-ministro, onde entregaram 7579 postais assinados por utentes a exigir mais e melhores cuidados de saúde, em que a falta de médicos de família é a questão transversal a todos os municípios. Os movimentos aguardam por uma reunião com António Costa. Ainda no final do ano passado, foi feito o convite pessoalmente junto da Presidência da República para que Marcelo Rebelo de Sousa venha visitar in loco os centros de saúde da região, mas ainda não obtiveram resposta.

Os movimentos esperam respostas mais definitivas por parte da tutela durante este ano, face ao avolumar da situação com cada vez mais utentes sem médico de família. No próximo dia 28 de janeiro, as comissões de utentes de Alverca, Bom Sucesso e Arcena juntam-se num cordão humano a reivindicar melhores condições nos centros de saúde e mais clínicos para dar resposta à população. No total e na área dos quatro concelhos existem mais de 90 mil utentes sem médico de família atribuído.

Reuniões com ACES e ARS-LVT sem dados conclusivos

No contacto com Luís Pisco, o diretor da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo, Armando Martins, conta que este confessa-se inoperante para resolver o estado de coisas, tendo em conta que das vagas abertas no último concurso lançado não apareceram interessados em ingressar nas unidades do Carregado, Benavente e Azambuja. “O

próprio Luís Pisco numa conversa que teve comigo encorajou-nos a encontrar médicos e a fazer contactos. Fiquei a olhar para ele, porque essa é a sua função e não a nossa”.

As diferenças salariais continuam a ser a principal causa para que os médicos não estejam interessados em trabalhar nas unidades de cuidados de saúde personalizados por oposição às USF tipo B onde as diferenças salariais chegam aos quatro mil euros de diferença. Uma maior proliferação de oferta de saúde no privado na região de

Silvino Lúcio dá prenda de 250 mil euros aos bombeiros de Azambuja em dia de aniversário

ACâmara Municipal de Azambuja vai contribuir com um subsídio de 250 mil euros para que os bombeiros de Azambuja possam comprar um carro de desencarceramento. A notícia foi dada na cerimónia solene dos 91 anos dos bombeiros de Azambuja pelo presidente da autarquia, Silvino Lúcio. Esta era uma das prendas mais ansiadas pelos soldados da paz que há vários anos lutam para ter uma viatura em condições, já que a atual não oferece garantias de segurança. Silvino Lúcio sublinhou a importância deste subsídio, até pela necessidade de manter a operacionalidade da associação. O autarca enumerou algumas das empresas que ao abrigo da lei do mecenato já contribuíram para a aquisição da viatura, angariando mais de 170 mil euros, o que significa mais de metade do valor da viatura. Silvino Lúcio refere agora que o remanescente ficará a cargo da Câmara “cuja utilização fará a diferença entre a vida e a morte de qualquer ser humano”.

Esta era de facto uma prenda esperada, e até desesperada. Recentemente na Rádio Valor Local,

o presidente da direção Manuel Arraião e o comandante Ricardo Correia, lamentavam o facto de a viatura não ter sido entregue mais cedo. Os preços ultrapassaram o dobro do expectável, com a guerra na Ucrânia e a subida dos materiais.

Para Ricardo Correia, este veículo é quase “um canivete suíço” dada a complexidade de operações que pode significar, sendo igualmente

uma viatura que durará mais tempo que um dito carro de desencarceramento normal.

Nesta cerimónia, Manuel Arraião, aproveitou para lembrar esta e outras necessidades. O presidente da associação recordou a falta de instalações condignas para os bombeiros, dado que o atual quartel já se encontra ultrapassado. Algo que o presidente da Câmara, Silvino Lúcio, disse estar a par e

anunciou que a Câmara está agora a rever os projetos urbanísticos da denominada “Frente Urbana de Azambuja”, para que os terrenos possam ser reclassificados e o quartel possa ser edificado. No entanto, há muitos outros desafios a serem ultrapassados no futuro. A presidente do Conselho Fiscal, Conceição Maurício, aproveitou a presença das várias individualidades, nomeadamente das

Lisboa e Vale do Tejo também pesa na balança de forma preponderante quando chega a hora de os clínicos fazerem as suas opções.

Já quanto à atuação de Sofia Theriaga, diretora do Agrupamento de Centros de Saúde do Estuário do Tejo, Armando Martins caracterizaa como uma profissional esguia, “que procura fugir às questões”. “Os nossos movimentos têm colocado uma nova pressão junto daquela responsável que estará a tentar passar por tudo isto pelos intervalos dos pingos da chuva”.

estruturas nacionais dos bombeiros e da secretária de estado da Administração Interna, Patricia Gaspar, para recordar o tratamento que considera impróprio por parte destas entidades, mas sobretudo do Estado às associações de bombeiros. Os atrasos sucessivos nos pagamentos devidos aos bombeiros, entre outras questões, estiveram nos tópicos lançados pela presidente daquele órgão aos presentes.

Comandante dos bombeiros queixa-se da saída de operacionais para a logística de Azambuja

Há, no entanto, outros desafios que os bombeiros de Azambuja estão a tentar ultrapassar. Trata-se da necessidade de mais operacionais, mas cujos ordenados sofrem com uma forte concorrência das empresas de logística de Azambuja. Ricardo Correia, comandante dos bombeiros, destaca entre outras questões o facto de os bombeiros não poderem acompanhar os salários dessas indústrias, local para onde muitos operacionais es-

tão a ir, tendo em conta as condições oferecidas.

Dirigindo-se à secretária de Estado, Ricardo Correia referiu o facto de na corporação se pagar um pouco acima do ordenado mínimo nacional “o que não é digno”. “Estamos num sítio onde a atividade logística, nomeadamente, a de algumas empresas, compete diretamente com o corpo de bombeiros”. Patrícia Gaspar disse estar ao corrente das preocupações dos bombeiros de Azambuja. A governante diz não existirem soluções fáceis para os desafios atuais. “Não tenho aqui uma varinha mágica para percebermos como podemos evitar que a dificuldade que já existe se prolongue mais no tempo”, referiu Patrícia Gaspar que conhece bem o problema no que toca aos recursos humanos nestas casas.

“Sei que é cada vez mais difícil arranjar voluntários para os bombeiros e para as direções. Sei que não é fácil e se calhar até estamos perante uma raça em vias de extinção”, referiu, garantindo que todas as preocupações estão registadas pelo Governo.

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As comsisões rumaram a S.Bento para entregar postais de Natal ao primeiro-ministro Autarca deu a notícia na sessão solene de aniversário
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Oposição acusa Câmara de Azambuja de dar aumento irrisório aos Grupos de Intervenção Permanente em tempos de inflação galopante

ACâmara Municipal de Azambuja aprovou uma atualização salarial para o Grupo de Intervenção Permanente (GIP) dos Bombeiros Voluntários de Azambuja, e dos Bombeiros de Alcoentre, no valor de mais três mil 880 euros anuais do que aquilo que vigora atualmente, passando de 122 mil 220 para 126 mil euros, em reunião extraordinária. O grupo da Cruz Vermelha ficou de fora. Um valor que a oposição considera “irrisório” porque na prática e feitas as contas por mês o que cada operacional vai receber retirando subsídios, descontos, 13º e 14º meses “não vai além dos 30,92 euros num valor que não era aumentado desde 208, o que representa um aumento de 0,77 por cento por mês para cada elemento”. A proposta que foi a reunião de Câmara ordinária no dia 17 de janeiro foi chumbada para a corporação dos bombeiros da sede de concelho, porque pese embora a maioria socialista, os vereadores do PS, António José Matos e Ana Coelho tiveram de se ausentar da sala, o primeiro porque faz parte dos órgãos sociais da instituição, a segunda porque “vive maritalmente com o comandante dos bombeiros”, segundo adiantou o presidente da Câmara, num episódio à parte que também não deixou de gerar polémica com a oposição a reclamar a retirada de pelouros a Ana Coelho por considerar que tendo o pelouro da Proteção Civil está gerada uma incompatibilidade naquelas funções. A

maioria socialista reuniu-se extraordinariamente, no dia 23 de janeiro, fazendo representar-se por Firmino Morgado e Ana Sofia Marques, em substituição dos vereadores impedidos, para fazer passar a proposta.

Em declarações ao Valor Local, o vereador do PSD, Rui Corça, este refere que o protocolo que vigora há 12 anos apenas foi atualizado quatro vezes, ao contrário do que está escrito que prevê atualizações anuais que não foram encetadas. Aos dias de hoje e com a inflação em alta, esta proposta “não é dignificante para os sete operacionais que fazem parte da equipa afeta aos bombeiros de Azambuja, os outros sete em Alcoentre e três da Cruz Vermelha de Aveiras de Cima”. Os 17 elementos assegu-

ram o socorro no concelho. O autarca faz ainda outras contas para reduzir a proposta da Câmara a uma mão cheia de nada – “O salário mínimo nacional desde 2010 cresceu 60 por cento até 2023, ou seja, foi maior do que as atualizações de 40 por cento que a Câmara efetuou ao longo de 12 anos”, somando-se a isto a variação da inflação em 20 por cento e o aumento do custo de vida. Tal significa, no entender do autarca, que” esta proposta não está a acompanhar a evolução do quadro económico geral do país.” “Para atualizarmos verdadeiramente teríamos de aumentar 36,6 por cento este ano, e para além disso temos de equiparar os valores de Alcoentre e Aveiras de Cima a Azambuja que já tinham sido aprovados na

primeira reunião.” Isto daria cerca de 1700 euros por cada homem, “retirando daqui os encargos sociais, o 13º e 14º mês, e o subsídio de alimentação, indo ao encontro das necessárias atualizações salariais que não foram efetuadas ao longo dos anos”, elucida com o intuito de demonstrar que a verba não seria avultada, traduzindo-se à partida em 25 mil euros, por cada um dos últimos quatro anos sem aumento, cerca de 400 euros a mais por homem daquilo que a Câmara aprovou. Segundo apurámos a equipa do GIP encontra-se enquadrada no nível 6 da tabela remuneratória única da Administração Pública auferindo cada elemento 809,13 euros. Rui Corça pretende apresentar ainda esta sua proposta

Sala do Aluno e de Convívio inaugurada no Agrupamento de Escolas de Abrigada

Foi inaugurada a Sala de Convívio e do Aluno do Agrupamento de Escolas de Abrigada na passada terça-feira, dia 10 de janeiro. O projeto que foi um dos vencedores do Orçamento Participativo Jovem 2019/2020 da Câmara de Alenquer incidiu sobretudo no apetrechamento do espaço com equipamentos multimédia, jogos didáticos e mobiliário. Ao Valor Local, o presidente da Câmara Municipal de Alenquer, Pedro Folgado, focou que devido à pandemia houve algum atraso na conclusão deste projeto, que espera agora que seja usufruído da melhor forma pelos alunos do ensino básico daquele agrupamento. O autarca deixou votos de que “os materiais sejam preservados” pelos alunos.

numa próxima reunião de Câmara, sabendo de antemão que deverá sair reprovada dado que o executivo Silvino Lúcio não terá intenção de voltar atrás. O vereador refere ainda que já se encontra a tentar agendar reuniões com as forças de socorro do concelho para dar a conhecer a sua proposta, sendo que já tem uma reunião marcada com a Cruz Vermelha.

Já Inês Louro, do Chega, também votou contra a proposta socialista, acusando Silvino Lúcio de não saber responder se os valores “respeitavam apenas a ordenados ou se eram para pagar outros compromissos”. A vereadora entende “que deveria ser feito um protocolo sério com as corporações dos bombeiros e Cruz Vermelha, dado que isto não é uma atualização mas apenas um aumento que não acompanha a inflação”. Inês Louro refere que vai subscrever a proposta que Rui Corça apresentará. Nas redes sociais, o vereador António José Matos (PS) no espaço de tempo entre a primeira reunião em que a proposta foi chumbada, e a seguinte onde foi aprovada, acusou a oposição de estar a prejudicar os bombeiros de Azambuja. Inês Louro diz que sempre teve uma relação próxima com a associação, “tendo sido até galardoada com a medalha de gratidão dos bombeiros”, e por considera injustas as palavras do seu antigo camarada de partido. Já Rui Corça considera que o facto de um membro do executivo fazer parte de uma associação de bombeiros “é

mais um entrave do que uma ajuda, pois retira poder de reivindicação da corporação junto da Câmara”.

Silvino Lúcio, presidente da Câmara de Azambuja, começa logo por dizer, ouvido pelo Valor Local, que estranha a importância que Rui Corça está a dar aos bombeiros, “dado que nestes anos todos que já é vereador nunca o vi preocupado com eles”. O autarca dá conta que o ajuste encontrado foi decidido numa reunião com as diferentes corporações, tendo ficado assente “que se as condições financeiras o permitissem poderíamos aumentar o valor que agora foi decidido. Fica a porta aberta para um futuro próximo. Sendo que os bombeiros não são municipais e não há aqui obrigações estruturais da Câmara, apenas um protocolo que reconhecemos que não temos cumprido da melhor forma. O senhor vereador agora quer um valor bastante avolumado, mas se algum dia vier gerir a Câmara, ele que faça isso. Veremos como poderemos fazer um ajustamento mais real”. Questionado sobre o facto de não querer operacionalizar desde já uma atualização, evoca questões do orçamento municipal para este ano: “Até porque as Finanças vão-nos reter 2,7 milhões de euros que recebemos de um total de IMT de 2017, e como tal não posso estar a fazer futurologia. Quando chegarmos a meio do ano, logo veremos, porque quem está a gerir a Câmara é o Partido Socialista”, considera.

Santos e Pedro Guimarães que já não frequentam aquele estabelecimento escolar.

Os alunos ficaram satisfeitos com o espaço e nos discursos enfatizaram que podem agora desenvolver “outras tarefas”, estando em aberto a possibilidade de se candidatarem a novo Orçamento Participativo Jovem para que sejam adquiridos mais materiais. Luís Martins, diretor do Agrupamento de Escolas de Abrigada, enfatizou a importância de Empreendedorismo na formação dos jovens estudantes.

Em reunião de Câmara, o vereador do PSD, Nuno Miguel Henriques, focou a necessidade de a sala ser apetrechada com material mais diversificado bem como a presença de um funcionário

adstrito a esta ala.

Em 2023, o município tem a expectativa, segundo o município, de concretizar vários outros projetos relativos ao Orçamento Participativo de Alenquer, casos dos projetos “Encontro de gerações na EB de Casal das Eiras”, “Requalificação do espaço da antiga escola de Cabanas de Torres para ensino artístico”, “Criação de centro de apoio a idosos e a pessoas portadoras de deficiência (na antiga EB1 de Vila Verde dos Francos)”, “Espaço Multiusos de Santana da Carnota”, “Percorrendo o mercado de Merceana - requalificação do espaço do mercado de Merceana e circuito pedonal” e “Telheiros para o Centro Escolar do Carregado”.

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Já o vereador com o pelouro do Orçamento Participativo Jovem, Paulo Franco, lembrou que esta foi uma proposta dos jovens Ma- dalena Nascimento, Maria Gomes, Simão Almeida, Luís dos As verbas a atribuir ao socorro no concelho de Azambuja não eram atualizadas há vários anos e foram agora alvo de mais uma polémica O projeto fazia parte do Orçamento Participativo Jovem 2019-2020

Oposição acusa Câmara de Alenquer de grande trapalhada na obra da Escola Damião de Góis

As obras na Escola Secundária Damião de Góis que contemplam a construção de um edifício com seis salas de aula, sendo quatro delas de laboratório para o ensino da Biologia e Físico-Química entraram em indefinição. Recentemente, a empresa encarregue da empreitada, a CIP, Construção SA pediu uma indeminização à Câmara de Alenquer no valor de 48 mil euros, valor que pode subir de acordo com o empreiteiro, Nuno Teixeira, ouvido pelo Valor Local. (Na última edição impressa de dezembro do nosso jornal ouvido o vereador com o pelouro da Educação, Rui Costa, em inícios de dezembro, sobre o ponto de situação destas obras, este não adiantou qualquer informação acerca do imbróglio em que as mesmas já se encontravam mergulhadas – desde o dia três de novembro de 2022, altura em que o empreiteiro disse que não tinha condições para as prosseguir – dando a entender que a obra estaria bem encaminhada para ser inaugurada no início do próximo ano letivo). O histórico da insatisfação do empreiteiro com o município já remonta-

va há vários meses. Em causa questões de projeto que não foram, alegadamente, salvaguardadas pela empresa projetista, e opiniões diferentes sobre a boa continuidade dos trabalhos com o empreiteiro a queixar-se, a dada altura, que escasseavam as necessárias frentes de obra, a que se juntaram ainda mudanças na empresa de fiscalização que chegou a ser substituída por outra durante este processo.

A oposição acusa o município de, à semelhança de outros dossiers relacionados com obras em curso, de estar a gerir mal este processo, e com isso defraudar as expetativas “dos munícipes e desta comunidade escolar em particular”, sustentam Ernesto Ferreira (CDU) e Nuno Miguel Henriques (PSD) que têm expressado o facto de este caso estar a atingir proporções de uma “grande trapalhada”. “Está por explicar por que razão o empreiteiro parou porque supostamente não tinha no projeto as alterações que foram feitas a dada altura”, refere Ernesto Ferreira à nossa reportagem. Segundo o autarca, “este processo já está no mesmo patamar das

obras no mercado, que com sucessivas paragens vão custar, nesta altura, mais 200 mil euros porque não foram feitos os estudos necessários”, lembrando que numa fase inicial das obras “a oposição até foi acusada de estar a fazer ruído”. Para Ernesto Ferreira “a Câmara tem que tirar responsabilidades políticas disto tudo”. Em outubro o executivo e oposição estiveram de visita às obras na escola “que ainda se encontravam em esqueleto”.

Já Nuno Miguel Henriques, do PSD, lamenta o estado de coisas, porque “sucessivamente os vários professores me têm dado nota da falta que fazem estas novas salas de laboratório para o ensino no concelho”. O autarca dá conta que entende que no processo de execução de uma obra se proceda a revisões de preços e à junção de trabalhos a mais, mas não desta forma como está a acontecer com “esta e outras obras a decorrerem na área do município”, destacando que nesta empreitada em particular registam-se “inconformidades entre aquilo que é a informação técnica e a do município” e “isto não pode acontecer”, o

que denota “falta de capacidade de gestão dos dinheiros públicos”. “Obviamente que com a falta de planeamento que está subjacente a este caso, o empreiteiro desanimou e chegámos a este ponto. Não se pode andar constantemente a dizer que é preciso mais isto ou mais aquilo, e com isso confundir ainda mais as pessoas”, ilustra.

Tiago Pedro, vereador com o pelouro das obras, contextualiza que as equipas projetistas escolhidas que têm estado no centro da crítica possuem experiência em obras da Parque Escolar e tenta colocar água na fervura da polémica –“Sem querer normalizar o que está a acontecer também devo dizer que não está aqui em causa nenhum erro faraónico. São questões que na especialidade de uma obra acabaram por não se integrar, que não foram contabilizadas, e que dizem respeito a eletricidade, AVAC, canalizações”. Segundo o vereador, habitualmente “a Câmara faz uma revisão dos projetos que acaba por não ser exaustiva, como aconteceu neste caso em particular, possivelmente porque carece de legislação nes-

se sentido”, descreve, enfatizando que “com cerca de 10 obras a acontecer não temos técnicos suficientes no município para rever todos os projetos”. Já para contratar fora um serviço de revisão do projeto “pode chegar a 40 por cento do valor do mesmo, dado o trabalho exaustivo, mas sem garantias de que possam advir consequências para essas empresas, se o trabalho for mal realizado”. O vereador admite que o empreiteiro foi apontando questões relacionadas com o projeto que não estariam a correr bem e que foram comunicadas à fiscalização que “as terá minimizado ou não nos foi passando”, admite. Tiago Pedro acredita que “estas coisas são normais e sem grande impacto financeiro, que neste caso não deverá ultrapassar os 820 mil euros no cômputo geral do valor da obra, o que significará um desvio em relação ao valor inicial de 10 por cento”. Já quanto à indemnização pedida pelo empreiteiro “é algo que a lei prevê e se for o caso cá estaremos para a liquidar”. Ao Valor Local adianta ainda, ao contrário do que Rui Costa nos afiançara há mês e meio atrás,

que a obra e se tudo correr a contento, nas próximas semanas, apenas será inaugurada no início do segundo período do ano letivo 2023/2024 e não no início do ano letivo já em setembro.

Nuno Teixeira, responsável da CIP, Construção SA, ouvido pelo Valor Local refere que “está cooperante e a aguardar por um desenlace por parte da Câmara”. Sobre os incidentes relacionados com todo o projeto, e as sucessivas alterações prefere não tecer comentários remetendo-se ao que refere ser “o dever de sigilo profissional”, mas não deixou de garantir – “O problema não tem a ver connosco, mas com o dono da obra (o município) e outros intervenientes em todo o processo”.

“Quando os problemas estiverem resolvidos, retomaremos a obra”, dá a indicação adiantando que nesta altura do campeonato, o pedido de indeminização será seguramente “superior a 48 mil euros”.

A Câmara tem agora até ao mês de março para responder ao pedido de suspensão do empreiteiro que espera levar “a obra a bom porto se toda a gente estiver de boa-fé”.

Câmara de Arruda adere ao projeto “Maia”, inovador na Educação

ACâmara Municipal de Arruda dos Vinhos vai aderir ao projeto “Maia” - Monitorização, Acompanhamento e Investigação em Avaliação Pedagógica. Trata-se de uma iniciativa que tem como objetivo proporcionar ajuda aos professores e formadores.

Este é um projeto que tem vindo a desenvolver um conjunto de materiais de apoio à melhoria das práticas de ensino, aprendizagem e avaliação, os quais têm sido um recurso para formadores, professores e lideranças em diversos contextos.

Segundo Carlos Alves, vice-presidente da Câmara de Arruda dos Vinhos e vereador com a pasta da Educação, este projeto constitui-se numa mais valia para o concelho, sobretudo quando Arruda dos Vinhos apresenta índices de educa-

ção acima de outros municípios da região, o que se traduz também num indicador na atratividade de novos residentes.

De acordo com o autarca, o projeto “Maia” vem “caracterizar e influenciar um bocadinho o que é a educação no concelho”. Para Carlos Alves, “a preocupação do município vai no sentido de apresentarmos esta iniciativa como um momento capaz de descodificar o projeto”, sublinhando a necessidade de o entender e qual a sua influência na educação dos nossos jovens e crianças.

Ao Valor Local, Carlos Alves refere que a comunidade docente de Arruda dos Vinhos vê este projeto com bons olhos. O vice-presidente explica que “os professores são os agentes principais de todo este processo de evolução do ponto de

Cimpor cessou rebentamentos em A-dos-Melros, mas população aguarda por sismógrafos

A Cimpor cessou os rebentamentos junto a A-dos-Melros desde o dia 23 de dezembro. Recorde-se que mesmo depois da proibição por parte da Direção Geral de Energia e Geologia (DGEG), a empresa tinha continuado a efetuar esse tipo de prática de uso de explo-

sivos paredes meias com a pequena povoação da freguesia de Alverca/Sobralinho. Isso mesmo foi reportado à DGEG por parte da Associação para Salvarmos as Aldeias da Pedreira (ASAP). A associação pediu ainda uma reunião àquela entidade.

Segundo Julieta Carvalho da ASAP a população aguarda que sejam colocados sismógrafos na aldeia para medir os impactos dos rebentamentos por parte do Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC). Ao mesmo tempo a associação espera que seja efetuado um estu-

do para que os danos reportados nas habitações e estruturas edificadas, possam ser objeto de avaliação/estudo por entidade competente na área da geotecnia para avaliação das causas ou mecanismos envolvidos, designadamente: assentamentos diferenciais das fundações,

particularmente quando varia a capacidade de carga dos terrenos que as suportam (devido a heterogeneidades litológicas ou ao grau de saturação dos terrenos), variações sazonais de volume (ciclos de expansão / contração) dos materiais de construção (especialmente da ma-

vista educativo do nosso concelho para um projeto que está a ser implantado”.

Carlos Alves lembra que “tem de ser aberta essa discussão, reflexão e participação a todos” onde se inclui o agrupamento, os professores, encarregados de educação e associações de pais, e todos os agentes que contribuem para “termos uma educação de qualidade”. Para o dia 31 de janeiro, está já previsto um encontro com a participação do agrupamento Pêro de Alenquer. Trata-se de uma sessão de esclarecimento, com um agrupamento que já faz parte do projeto, onde vai estar o diretor nacional do “Maia”. Carlos Alves releva o facto de nesta sessão haver a possibilidade de partilha de experiências neste projeto, “com o concelho vizinho de Alenquer”.

deira quando presente), entre outros. Acrescenta ainda ser necessário um estudo sobre possíveis soluções que garantam a estabilidade da encosta sobranceira a À-dos-Melros, independentemente de existirem ou não trabalhos de extração na área designada por Casal A2.

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Carlos Alves sublinha o contributo de mais uma iniciativa que visa reforçar a Educação no concelho

Jovem cientista de Arruda integrou estudo pioneiro sobre o cancro da mama no homem

Patrícia Penedo integrou o leque de participantes na primeira edição do “Arruda tem Valor” decorrido em 2022. A jovem estudante do Mestrado de Análises Clínicas desenvolveu em conjunto com um grupo de colegas uma investigação que abarcou a incidência do cancro da mama no homem. A doença no sexo masculino representa uma percentagem inferior a um por cento de todos os casos de cancro de mama e o pico da idade dos pacientes é de 71 anos, mais 15 anos do que na mulher. Atualmente com 23 anos de idade, desenvolveu este trabalho no Centro de Estudos de Doenças Crónicas na Universidade Nova de Lisboa o qual incidiu sobre análise de genoma de um grupo de pacientes masculinos, com esta doença, diagnosticados e tratados no Instituto Português de Oncologia entre 1978 e 2018. Patrícia Penedo acredita que mesmo a nível internacional o estudo sobre a incidência do cancro da mama no homem se encontre insuficientemente estudada. Foi possível apurar para já numa primeira fase deste estudo que todos os resultados indicam o efeito protetor do gene XRCC1-194 na po-

pulação masculina. Patrícia Penedo explica que a alteração naquele gene, quer no homem, quer na mulher, “é possível verificar que no homem tem um efeito protetor, e por isso terá menos probabilidade de vir a desenvolver a doença, comparativamente com a mulher”.

A jovem licenciada em Bioquímica que veio viver para Arruda dos Vinhos aos nove anos, conta que a incidência do cancro da mama masculino encontra-se mal estudada, havendo uma grande carência de suporte bibliográfico que possa sustentar a apresentação

teórica sobre este tema.

A investigação do cancro em Portugal precisa de mais apoios na sua opinião, razão pela qual metade dos colegas do seu curso está a desenvolver trabalho no estrangeiro. Se quisesse continuar a fazer da investigação o seu projeto

de vida profissional não hesita em dizer que não teria outro remédio a não ser emigrar. “Lá fora valoriza-se de outra forma os jovens recém-licenciados na área das Ciências”.

Atualmente Patrícia Penedo está a trabalhar num laboratório de análises clínicas em Alverca e deixou para já a investigação em segundo plano. No âmbito do mestrado tem procurado “ganhar experiência neste ramo”. Faz a recolha do produto biológico, logo a partir das sete e meia da manhã, maioritariamente colheitas de sangue, seguindo-se as análises já da parte da tarde. Para trás fica por enquanto a ambição de trabalhar no domínio das ciências forenses no âmbito de um trabalho na Polícia Judiciária na área da genética. Já quanto à participação no “Arruda tem Valor” que envolveu dar a conhecer o trabalho de vários habitantes do concelho nos diversos níveis do Conhecimento que se dividiu por apresentações em escolas do concelho com palestras por parte de quem integrou este painel faz um balanço positivo. “Não sabia que existiam tantas pessoas de Arruda com projetos interessantes”. Entre os trabalhos dados

ASPEA aconselha limpezas regulares no Sorraia para controlar praga de jacintos

AAssociação Portuguesa de Educação Ambiental diz que tem estado atenta ao problema da invasão do rio Sorraia pelas plantas invasoras, os denominados jacintos de água. Uma praga cujo combate não parece ter fim à vista. Joaquim Ramos Pinto, presidente daquela associação, foca a questão na sensibilização ambiental e na prevenção como formas de ajudar a ultrapassar a realidade. No âmbito do projeto “Life Invasaqua” e do projeto “Rios” tem sido realizado um tra-

balho naquele âmbito. O tema da invasão de jacintos no Sorraia é recorrente. Em 2018 foi disponibilizada pelo Instituto de Conservação da Natureza e Florestas (ICNF) uma verba para efeitos de controle da praga tendo sido identificados oito troços entre Benavente e Coruche. Carlos Coutinho, presidente da autarquia, em reunião de Câmara, no ano passado, adiantou que a candidatura ultrapassaria os três milhões de euros para reparação das galerias ripícolas,

podas de árvores e criação de condições para que o rio possa ter navegabilidade ao longo dos 50 quilómetros do troço em causa, mas não adiantou até que ponto é que o município estará disponível para efetuar este investimento.

A ASPEA tem estado presente no concelho de Benavente em ações de sensibilização por ocasião do Dia Mundial dos Rios com a mobilização das escolas, a que se juntou a realização de um encontro ibérico com jovens

de escolas da Galiza, em que Benavente foi palco de partilha de experiências no âmbito do “Invasaqua”. A associação está a colaborar atualmente com duas universidades, Évora, e Múrcia em Espanha no sentido de serem facultados ao município de Benavente alguns materiais de comunicação em preparação no sentido de “se parar com o comércio de invasoras” mas também “a criação de um código de Aquacultura”. Segundo esta associação, o

combate às pragas de jacintos a que se assiste em vários cursos de água não deve passar apenas pela sua remoção técnica de que são exemplo variadas intervenções com maquinaria pesada não só no Sorraia mas também na Pateira de Fermentelos, Águeda, “mas antes por um envolvimento das comunidades e das associações. Manter uma regularidade na limpeza deverá ser o mote, porque a sua propagação acaba por ser muito rápida”. A associação tem ainda um pro-

Empresas ocuparam Escola Almeida Grandella em Tagarro sem pagar IMI durante quase 20 anos

a conhecer e para além do de Patrícia Penedo, a diversidade das exposições passou pelas áreas da Arqueologia, Design, Sociologia da Saúde, Arquitetura, entre outras.

A viver em Arruda dos Vinhos, desde a infância considera que o facto de ter frequentado o ensino no Externato João Alberto Faria, considerado um marco na Educação no concelho e na região, marcou também o seu percurso académico, pelo grau de exigência que confere junto dos alunos. “Vamos daqui com uma bagagem diferente para o ensino superior. Até na faculdade, a escola de Arruda é reconhecida, e sabem que o ensino praticado no externato é de qualidade. Acaba por ser muito giro ter esse feed-back”, refere. Também envolvida na comunidade, Patrícia Penedo que deseja continuar a viver em Arruda dos Vinhos é ainda presidente da Associação de Jovens de Arruda dos Vinhos. Entre as atividades desta associação está exatamente dar a conhecer o percurso académico de antigos estudantes do externato junto daqueles que se encontram a frequentá-lo nas áreas da Economia, Artes, entre outras.

jeto junto das escolas “Vamos cuidar do Planeta” em que o desafio passa por identificar uma problemática à escala local. No caso das aquáticas invasoras ser o tema escolhido “temos um conjunto de atividades e materiais disponibilizados com o apoio de especialistas e técnicos para que os jovens consolidem a informação científica sobre essa problemática em que o objetivo passa por elaborarem propostas de intervenção junto dos atores políticos locais”.

Ao

fim de 19 anos a Escola Almeida Grandella em Tagarro retorna à posse da Câmara de Azambuja. Na última sessão do executivo foi aprovada a extinção do direito de superfície num longo imbróglio que envolveu duas empresas que ocuparam o espaço ao longo de quase duas décadas. Inicialmente o imóvel foi concessionado à Nobre Gomes e Filhos SA, e depois à OceanThon- Investimentos Turísticos SA num processo que nem sempre foi cla-

ro. A primeira empresa terá celebrado uma transmissão do direito de superfície à segunda, mas sem que houvesse registo nas Finanças nem na Conservatória. As duas empresas nunca pagaram Imposto Municipal Sobre Imóveis (IMI) e a autarquia não viu a escritura celebrada entre ambas, que declararam insolvência no caso da Nobre Gomes e Filhos há 9 anos, e no que respeita à OceanThon – Investimentos Turísticos SA há oito anos.

Na última reunião de Câmara de Azambuja, os vereadores da oposição lamentaram o arrastar deste caso ao longo de quase duas décadas sem que o município tivesse fiscalizado todo este processo. Inês Louro, do Chega, lembrou que tinha sido celebrado um contrato que visava a ocupação da escola que é património arquitetónico do concelho por um período de 99 anos, o que na sua opinião “é demasiado tempo” e deve ser algo a evitar em “futuros contratos

deste género”. Lamentou ainda o facto de não existirem registos dos acordos celebrados entre as duas empresas quer na conservatória quer na Autoridade Tributária, a que acresce o facto de o município não ter recebido qualquer pagamento de IMI do edifício ao longo dos quase 20 anos do contrato. Já Rui Corça do PSD referiu que o caso “é demonstrativo do desleixo do município”. Silvino Lúcio, presidente da Câmara, que já fazia parte dos executivos so-

cialistas no início de todo o processo, deu a entender que este não era um tema que pudesse ser tratado por si naquela altura, mas por outros com competências naquele pelouro como o antigo e falecido presidente da Câmara de Azambuja, Joaquim Ramos, ou Marco Leal, vereador da Cultura à época. Silvino Lúcio enfatizou que o edifício passa agora para as mãos do município definitivamente.

Recorde-se que no mandato de

2017-2021, uma das empresas queria ser ressarcida pelas obras que ali realizou, contudo não terá levado a melhor. O espaço nunca conheceu qualquer tipo de movimento e durante muitos anos mais parecia abandonado. A dada altura nestes 19 anos, o blogue Estado Velho denunciou a existência de um anúncio na internet para cedência do espaço o que causou um grande burburinho naquela altura, com a Câmara a ser obrigada a intervir juridicamente.

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Patrícia Penedo dá conta das suas ambições de futuro

Café Versátil continua na impunidade, GNR não atua, e manda moradora arranjar um advogado

Ocafé Versátil, situado no Largo da Câmara, em Azambuja continua a gerar incómodos junto dos habitantes que residem na zona histórica da vila. Apesar de o estabelecimento possuir licença para funcionar aos fins de semana até às duas da manhã, a mesma respeita apenas ao funcionamento dentro de portas. Cerca de 90 por cento da atividade de serviço às mesas desenrola-se numa esplanada exterior, com todos os incómodos daí resultantes para os vizinhos do café. O proprietário do estabelecimento, segundo os habitantes ouvidos pela nossa reportagem, mas que não quiseram dar o nome por receio de represálias ou porque são vizinhos do estabelecimento ou porque trabalham no município, comete um “abuso grave” ao concentrar a sua atividade na rua para além das 23 horas, “com a Câmara e a GNR a continuarem de braços cruzados”. Segundo o que o Valor Local apurou a Câmara, ao passar uma das últimas licenças especiais de ruído, não terá tido em atenção que a mesma não especificava que a atividade só poderia ser realizada no seu interior. Ora o interior do estabelecimento é exíguo pelo que consideram, os cidadãos por nós contactados, que “oportunisticamente o proprietário não se coíbe de realizar festas na esplanada até altas horas” com todos os incómodos daí subjacentes. O Valor Local teve acesso a dois de vários emails enviados por populares identificados junto da GNR a denunciar a situação, mas sem muitos efeitos práticos até à data. Silvino Lúcio, presidente da Câmara de Azambuja, ouvido pelo Valor Local, demonstra que a esplanada não pode funcionar até às duas da manhã ou ter licenças especiais de ruído “para além das 23 horas”. No entender de Silvino Lúcio qualquer movimentação inerente ao funcionamento do estabelecimento no espaço exterior deve ser alvo de ação da GNR, que deve proceder

à necessária fiscalização. Contactada a GNR na madrugada de 13 para 14 de janeiro por uma moradora, data em que o ruído proveniente daquele local se prolongou até às 3h30, um dos militares de serviço desvalorizou o relato“Não tenho aqui o carro patrulha, e se há queixas a senhora que arranje um advogado! Para além de que quando aí vamos, eles calamse. Eu não posso tirar ninguém da via pública só porque a senhora quer!”. O Valor Local questionou o destacamento da GNR de Alenquer e as Relações Públicas do comando geral da GNR face a esta conduta, e ao que a população do centro histórico de Azambuja, classifica de inoperância da GNR, mas à data de fecho desta edição não recebemos qualquer resposta. Segundo os relatos apurados pelo nosso jornal, o café é frequentado em grande número por militares o que faz com que permaneça impune.

Silvino Lúcio acrescenta que a GNR não pode confundir que “a licença passada mesmo que não especifique se é ou não para o interior, que isso de per si possa ser motivo para que haja barulho cá fora e o estabelecimento continue

impune”. O autarca refere ainda que vai tentar ultrapassar esta questão com os proprietários do café, e decidir a bem do descanso da população. Os vereadores da oposição Rui Corça (PSD) e Inês Louro (Chega) já pediram para ter acesso à licença do estabelecimento, mas segundo os mesmos ainda não foi fornecida pelo município. O estabelecimento é ainda acusado pelos moradores de atra-

vés da sua atividade até altas horas da madrugada ser um fator de instabilidade e serem frequentes atos de vandalismo em viaturas parqueadas nas imediações. Um dos argumentos, segundo o proprietário junto dos habitantes, que se queixam diretamente ao mesmo, é que o serviço de mesas e a porta do estabelecimento são encerrados, contudo, e segundo nos é relatado, a esplanada não é desmontada, dando azo a que os clientes permaneçam no exterior. Recorde-se que o regulamento geral do ruído estabelecido no decreto-lei nº9/2007, no seu artigo 24º, aplica-se a atividades ruidosas permanentes ou temporárias que incluem neste caso o denominado “ruído de vizinhança”, sendo que estão proibidas em locais de edifícios de habitação aos sábados, domingos, feriados e dias úteis entre as 07h00 e as 23h00. Mesmo nos casos em que haja licença especial de ruído só pode ser emitida “em casos excecionais e devidamente justificados”. A população diz não compreender por que razão o município passa frequentemente essas mesmas licenças para efeitos de festas e convívios

no estabelecimento, “porque na Feira de Maio ainda percebemos que assim seja”, sabendo de antemão que os frequentadores vão concentrar-se no exterior. Silvino Lúcio confrontado com este facto, assegurou que vai rever todo o caso.

A lei diz ainda que se o ruído for proveniente de um estabelecimento (por exemplo, um café ou bar), podem ser tomadas medidas como a suspensão da atividade, encerramento preventivo do estabelecimento ou apreensão de equipamento por determinado período. O Valor Local contactou através de telefone o estabelecimento em causa, mas sem sucesso.

Também em Alenquer, GNR é acusada de não fazer cumprir a lei do ruído

No concelho de Alenquer, avolumam-se as queixas em torno de estabelecimentos que fecham mais tarde, geradores de concentração de pessoas na via pública. As queixas dizem respeito a estabelecimentos situados no Carregado e Alenquer. O tema foi alvo de

reunião de Câmara, e ao Valor Local, Pedro Folgado, presidente da autarquia, dá conta que atualmente os estabelecimentos inscrevemse através de uma plataforma onde registam o seu horário de funcionamento, que depois é afixado na porta, “sendo à posteriori alvo de uma fiscalização por parte da GNR que avalia a conformidade, mas já não passa pela Câmara”.

As queixas dos moradores em Alenquer respeitam ao ruído produzido pelos clientes, já depois do encerramento dos estabelecimentos, que continuam a conviver na rua pela madrugada fora. Pedro Folgado refere que o assunto é da alçada da guarda, e também neste concelho como no de Azambuja, que estão sob a jurisdição do mesmo destacamento, a resposta dos militares é em todo semelhante –A Câmara permite que os estabelecimentos funcionem até essas horas, escudando-se de responsabilidades. Pedro Folgado afirma-se exausto com as queixas dos moradores tendo em conta que a GNR supostamente não atua –“Os estabelecimentos podem ter um horário mais prolongado, mas para o interior, tudo o que se passa no exterior depois das 23h00 deve ser alvo de fiscalização e atuação por parte da GNR que não pode continuar a remeter as responsabilidades para o município”.

Um dos casos mais relatados diz respeito a uma hamburgueria existente no Cruzamento das 4 Estradas com hora de fecho às 02h00 mas para mudar o horário, Pedro Folgado refere que o processo ainda é moroso – “Temos de registar uma série de queixas, ouvir a associação comercial do concelho, e assim podermos atuar. Contudo numa primeira fase passa por essa plataforma, o que não impede a GNR de atuar no exterior depois das onze da noite”. Também sobre os casos registados em Alenquer questionámos a GNR mas não recebemos resposta.

Central Fotovoltaica de Triana é inaugurada a 31 de janeiro

AEurowind vai inaugurar, no dia 31 de janeiro, a Central Fotovoltaica de Triana no concelho de Alenquer numa cerimónia onde vai marcar presença Ana Cláudia Gouveia, a nova secretária de Estado da Energia e Clima. A Central Fotovoltaica de Triana foi a primeira a ser aprovada no concelho de Alenquer e está a cargo da Eurowind Energy S/AM, um grupo dinamarquês, que adquiriu o projeto a uma empresa que estava encarregue desta central numa fase inicial, a Hype-

rion Renewables, facto do qual demos conta em 2021. Com a capacidade total de 22 MW, esta Central está construída numa área de 33 hectares, composta por 40.741 paneis fotovoltaicos que terão uma produção estimada de cerca de 43.900 M, o equivalente ao consumo de aproximadamente 14 mil 100 famílias, e evitará a emissão de 19.135 toneladas de CO2 na atmosfera em comparação com a produção de eletricidade de fontes convencionais, pode ler-se no site da em-

presa. Este parque solar, segundo a empresa no seu site, está concluído há muito pouco tempo.

Este projeto a par do de Marmeleira é dos mais pequenos implantados no concelho no domínio das energias fotovoltaicas, mas possui aparentemente mais área de implantação de painéis. Com presença na Europa e Estados Unidos da América, a Eurowind detém mais de 700 MW de capacidade eólica e solar já em operação e gere ainda outros 800 MW de capacidade renovável de-

tida por terceiros.

O Valor Local solicitou uma entrevista junto da empresa em vésperas da inauguração que foi declinada.

Câmaras de Azambuja e Alenquer ainda não receberam verbas do fundo ambiental

O Valor Local adiantou em outubro do ano passado que o município de Azambuja receberia tendo em conta o decreto-lei nº 72/2022 2 milhões e 700 mil eu-

ros a partir de 1 de janeiro, mas segundo o presidente da Câmara, essa verba ainda não deu entrada nos cofres da autarquia, a qual respeita ao projeto de 200 megawatt da Torre Bela. O município apenas encaixou até à data 946 mil euros de taxas provenientes do projeto, que deverá arrancar em breve e cuja fase de construção deverá consistir em dois anos.

Já no município de Alenquer, a Central Solar Enfinity Carregado renderá 857 mil 250 euros para

os cofres daquele município. A central da Iberdrola que conheceu um longo processo, e que a dada altura abandonou a possibilidade de vir para o concelho de Azambuja, vai instalar-se no concelho de Alenquer e por uma potência de 61, 65 MW tal traduzir-se-á em 832 mil 275 euros. Já a Central de Triana com 22 MW traduzir-seá em 29 mil 700 euros e a da Marmeleira com 12,1 MW- 163 mil 500 euros. Verbas que segundo confirmámos ainda não foram recebidas por este município.

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Espaço no interior não chega para comportar o número de clientes que se concentram aos fins de semana no exterior Informação patente na frente da entrada do estabelecimento

quer mais apoios

Valor da nova obra do lar de Vale do Paraíso dispara em 40 por cento devido à inflação

Asair de uma pandemia, a Associação Nossa Senhora do Paraíso (ANSP), está agora a recuperar. Os últimos dois anos foram complicados, mas mesmo assim, José Eduardo Pereira, presidente da direção, considera que a “prova foi superada”. “Foram dois anos muito violentos, até mesmo para uma associação com as contas em ordem como a nossa, pesou muito na tesouraria. Abanou mesmo”, enfatiza. O desafio prende-se agora com o aumento de camas em lar que sofreu uma alteração de preços.

Em entrevista na Rádio Valor Local, o presidente da instituição passa em revista os tempos de pandemia, sustentando que a gestão tem sido feita ao cêntimo, recorda os apoios que existiram por parte também do município, mas sublinha que ninguém sabia lidar com a situação.

Os tempos foram complicados, mas superados, refere José Eduardo que enaltece o trabalho de todos na ANSP “em particular da diretora técnica, médicos, téc-

nicos e voluntários”. Por outro lado, o responsável recorda a compreensão das famílias, que em muitos casos não puderam visitar os seus familiares, mas, sublinha, que a situação foi ultrapassada com algumas parcerias, com algumas empresas.

Neste caso em específico, “foi possível criar uma estrutura para que os familiares se pudessem ver sem qualquer contacto direto,” e isso, refere José Eduardo Pereira, fez toda a diferença. Com a vertente do aumento do lar em perspetiva, financiado através

do programa PARES, a Associação Nossa Senhora do Paraíso, terá para breve mais camas e mais capacidade. José Eduardo Pereira lamenta ainda assim o tempo que demoram todos estes processos. O responsável sublinha que “existe burocracia a mais” e lamenta igualmente o aumento de preços que existiu durante a pandemia, acrescidos mais uma vez de aumentos agora por causa da guerra na Ucrânia. Os preços subiram, e agora o valor da obra disparou cerca de 40 por cento. Para acabar a obra, a associação precisa agora de mais 800 mil euros. José Eduardo Pereira conta com o apoio do município de Azambuja, mas também do mecenato e com as iniciativas que a associação e os seus voluntários se propõem fazer. Para José Eduardo, o regulamento de apoio às associações do município está desajustado. O responsável sublinha que “estas instituições subsituem o poder local e central” ao prestar um serviço, neste caso à terceira idade. Para

o presidente da ANSP “esta ferramenta de trabalho é importante, mas deve ser adaptada para ir de encontro à resposta social”.

Terceiro setor no concelho de Azambuja sofre com falta de mão de obra

No entanto o terceiro setor enfrenta em Azambuja um desafio importante, que sem a intervenção de novas políticas nesta área, será difícil ultrapassar. A falta de mão de obra é uma questão emergente, e nem o facto de Vale do Paraíso, primeiro local do país a receber refugiados da Ucrânia em 2022, foi positivo para essa matéria.

Segundo José Eduardo nenhuma das mulheres refugiadas ficou a residir na freguesia ou no concelho. O presidente da ANSP tinha esperança, que entre tantas que por ali passaram, alguém se quisesse fixar no município e por essa via, por exemplo, se integrasse na associação. A falta de mão de obra é gritante, refere José

Eduardo, que sublinha que mesmo pagando acima da média e atribuindo prémios aos trabalhadores, não se conseguem mais pessoas para este setor. Um problema nacional, mas também local, com outras instituições a padecer do mesmo, como por exemplo os Bombeiros de Azambuja, sendo que neste caso a logística é o principal concorrente.

Há no entanto e apesar dos pagamentos acima da média, outros problemas. José Eduardo esclarece que é um problema comum a outros setores que é o facto de se ter de trabalhar aos fins de semana.

Este é um assunto recorrente nos supermercados, e não só, pois também nestas associações trabalha-se 24 horas por dia, sete dias por semana, sem descanso. “É por isso uma dor de cabeça, criar turnos, mas pior ainda é conseguir pessoas disponíveis para abdicar dos fins de semana e feriados, mesmo a ganhar mais.” Ouca esta entrevista na íntegra em podcast em radiovalarlocal.com

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ANSP
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José Eduardo passa em revista as dificuldades da pandemia

Estabelecimento no Cartaxo prejudica moradores que acusam Câmara de inércia

Oproprietário de um estabelecimento na Avenida Mestre Cid no Cartaxo, que avançou nos últimos meses de 2021, com a colocação de uma estrutura na frente do edifício em causa está a prejudicar os moradores e a colocar a segurança dos que habitam o prédio em causa. Isto segundo a empresa que gere o condomínio que dá conta da insatisfação dos moradores, que acusam, a Câmara de “inércia”. Mauro Pinheiro, responsável da empresa de gestão de condomínios, acusa o município do Cartaxo de estar a desvalorizar o facto de a obra ter sido concretizada, nas suas palavras, sem ter obtido licença. Mauro Pinheiro diz mesmo que o proprietário do café, que decidiu construir uma esplanada, goza de privilégios por ser bem relacionado com elementos da autarquia.

Segundo Mauro Pinheiro, os condóminos do prédio fizeram queixa logo de início “porque aquilo não pode estar ali”. De acordo com uma troca de emails à qual tivemos acesso, entre a empresa de Mauro Pinheiro e o município, a

estrutura “já colocou em risco a segurança dos condóminos moradores na fração de cima” dadas algumas tentativas de assalto. “No primeiro andar reside uma idosa que ficou completamente em pânico, e que disse que já não queria lá viver”, dá conta o empresário, que acusa a Câmara do Cartaxo de deixar arrastar este processo. A proprietária do estabelecimento, que de momento tem permanecido encerrado, a qual não foi possível contactar por parte do Valor Local, avançou ainda com a colocação de caixas públicas e caixas de rede, “sem sequer pedir autorização ou informar o condomínio”. As obras efetuadas perfuraram a laje do edifício “com o objetivo de alterar a rede de esgotos do espaço em causa, sem licenciamento para o efeito, o que desde já requer a análise do comprometimento futuro da estrutura e as suas responsabilidades”. Ao Valor Local, Mauro Pinheiro adianta que o município não tem dado resposta consequente a este estado de coisas. “Os funcionários do município que estão a lidar com este caso, têm

fugido a resolver o assunto, e acabam por responder sucessivamente e há mais de um ano que o assunto está em análise técnica”, dá conta. O maior receio dos moradores relaciona-se com a iminente reabertura do espaço comercial, o que pode aumentar o sentimento

de insegurança, dado que nesta altura o estabelecimento sofreu obras e está a ser recheado com maquinaria industrial com vista ao seu funcionamento. Segundo Mauro Pinheiro, os abusos da proprietária do café não serão de hoje “porque em tempos furaram o

chão do estabelecimento para ligar uns tubos aos esgotos do prédio, que estão lá visíveis e apesar das queixas dos condóminos, a Câmara nunca fez nada”.

Contactado o município, é nos dito por fonte do mesmo, que “a obra está legal e se encontra licencia-

Casa do Povo de Manique espera ano de 2023 positivo

ACasa do Povo de Manique do Intendente, no concelho de Azambuja, conseguiu um ano de 2023 positivo, apesar da Covid. Segundo Pedro Moita, presidente da Instituição verificou-se uma recuperação na procura dos utentes “na reentrada em centro de dia e no serviço de apoio domiciliário”. Foi por isso “um bom ano, até do ponto de vista da nossa sustentabilidade financeira”. “As dificuldades não estão ainda ultrapassadas, acho que nenhuma IPSS vive sem elas. Mas estamos mais tranquilos, do que estaríamos aqui há alguns anos”, reflete.

Pedro Poita sublinha que a perspetiva para 2023 é positiva e destaca que o próprio orçamento da instituição “já inclui estas possibilidades e, portanto, será um ano favorável”.

A IPSS terá um ano importante, e segundo Pedro Moita continuará a

apostar nas atuais valências, seja no apoio domiciliário, seja em centro de dia na própria instituição.

ponsável sustenta que durante a pandemia, os utentes foram obrigados a permanecer em casa.

Ora isso fez disparar as ajudas domiciliárias “pois foi um serviço reforçado e com mais procura.

da”, sendo que se encontra em preparação “um relatório da fiscalização” à obra. Em entrevista ao Valor Local, o vice-presidente da autarquia, Pedro Reis, afiança que Mauro Pinheiro vai receber esse relatório.

Mauro Pinheiro estranha que assim seja, até porque a existir licenciamento teria de haver previamente uma ata emitida pelo condomínio a dar luz verde à obra pretendida. Ao Valor Local, o vice-presidente refere que “estamos a falar de espaço público” pelo que o condomínio não teria de ser ouvido. Contudo diz estar disponível para promover uma reunião entre Mauro Pinheiro e a proprietária do estabelecimento, até porque, refere, não lhe interessa que “os moradores saiam prejudicados”. Sobre a falta de resposta à empresa prefere não valorizar, e censura o tom do empresário, que acusa a Câmara de estar em conluio com o estabelecimento. “Penso que esse excesso de linguagem era escusado. Há várias formas de se resolver este problema. Só tem de existir bom senso”.

Ainda hoje o nosso forte é o apoio domiciliário, que é onde temos mais utentes”. Nesta altura o centro ainda se encontra a meio gás. Tem apenas oito utentes, mas segundo Pedro Moita, pois muitos deles não regressaram ao centro de dia. Preferiram continuar em casa, uns por medo da covid, outros por algum tipo de comodidade.

Há ainda neste capítulo, há utentes que por via da idade e das maleitas, “perderam autonomia” pois foram dois anos afastados de uma rotina diária, que também fez diferença, “e estes idosos acabaram por ir para lares de terceira idade, uma valência que a Casa do Povo não tem”.

Ainda assim, Pedro Moita refere que a Casa do Povo está a recuperar e coloca o acento tónico no futuro, já sem a pandemia e com os idosos, a regressarem à IPSS.

Bombeiros de Vila Franca organizam festa para comprar ambulância

Os Bombeiros de Vila Franca de Xira têm andado numa cruzada para conseguir verbas para adquirir uma ambulância de socorro. A servir uma população que ronda os 19 mil habitantes, os soldados da paz têm tentado renovar a frota, enquanto pretendem ter acesso a mais meios de socorro. Bernardino Lima, presidente da direção, diz ao Valor Lo-

cal, que a meta é conseguir cerca de 73 mil euros para adquirir a viatura, sendo que os valores disponíveis neste momento, ainda estão longe dos realmente necessários.

De acordo com o presidente da direção, a autarquia já disponibilizou um subsídio de cerca de 17 mil euros, faltando agora mais 53 mil euros.

Para angariar a verba, os bombeiros têm levado a cabo uma série de iniciativas, sendo que em cada uma delas, a associação consegue cerca de 1000 euros, valores que mesmo todos somados, não tranquilizam os voluntários por agora, até porque o prazo é apertado e Bernardino Lima espera conseguir a viatura até abril de 2023.

Entre as iniciativas, o presidente da direção destaca as presenças em eventos como são os casos da Feira de Outubro, vacadas, aulas de zumba, festas dos anos oitenta, como aquela que se vai repetir agora no salão nobre da associação no dia 4 de fevereiro pelas dez da noite.

Nesta altura ainda faltam cerca de 40 mil euros. Bernardino Lima

destaca a necessidade de a corporação ter meios disponíveis para a população “que nunca são demais”, esclarece o presidente da direção, que vê nesta ambulância um reforço significativo. No entanto, e embora existam algumas empresas que contribuem com base na lei do mecenato, Bernardino Lima, diz que são cada vez menos. “Quando uma

senhora nos diz que este ano só pode dar 2000 euros, porque estamos no fim do ano e já não há orçamento, eu até chorei”, porque refere o presidente, “são cada vez mais raras as empresas que têm este tipo de disponibilidade”. Ao Valor Local, o presidente da direção explica este afastamento com o encerramento de muitas empresas ao longo dos anos.

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O presidente vinca que a Casa do Povo chegou mesmo a reforçar a sua ação durante a covid. O res- Pedro Moita destaca que nem todos os idosos regressaram depois da pandemia Estabelecimento em causa tem suscitado polémica

Hospital de Santarém vai contar com nova Unidade de Cuidados Intensivos num investimento de 5 milhões de euros

Valor Local – Ana Infante está desde 2018 à frente do Conselho de Administração do Hospital Distrital de Santarém que serve os concelhos de Almeirim, Alpiarça, Chamusca, Santarém, Coruche, Cartaxo e Salvaterra de Magos. Do seu currículo fazem parte passagens por diversos conselhos de administração nos mais diferentes cargos. Esteve no Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental; Hospitais da Covilhã, Cascais, Pulido Valente entre outros. Como é que tem sido este desafio que já leva cinco anos tendo em conta os principais problemas que encontrou nesta unidade?

Ana Infante – A gestão hospitalar é um desafio muito exigente que requer grande disponibilidade, principalmente, num tempo de pandemia, e agora mais recentemente, numa altura de

guerra e de aumento da inflação é ainda mais desafiante, especialmente num hospital que não tinha uma grande cultura de ges-

tão.

O que é que a tutela lhe pediu, em específico, quando foi designada para o Hospital de

Santarém?

O anterior administrador estava lá há 20 anos e já não podia ser reconduzido. Não consegui dizer

que não a esse desafio, até porque já tinha dito que não algumas vezes (sorrisos). Quando cheguei deparei-me com uma si-

tuação grave que era o facto de o hospital não possuir fundos disponíveis para lançar procedimentos concursais da contratação pública. Tivemos de arranjar fundos até porque as obras do bloco operatório estavam paradas por causa dessa circunstância.

Como é que foi gerir o hospital em tempos de pandemia?

Foi ainda mais difícil. Os doentes entram-nos pela porta e temos de ter uma solução para lhes dar. Chegámos a ter 170 doentes internados na enfermaria e 19 numa unidade de cuidados intensivos o que para a nossa dimensão é muito, e mesmo assim ainda conseguimos ajudar outros da região de Lisboa que ainda estavam mais sobrelotados. Aprendemos ainda mais a trabalhar em equipa. O que notamos é que a especialidade da Medicina Interna ficou mais cansada e desgastada com a pandemia, porque é uma área cada vez exi-

10 Valor Local jornalvalorlocal.com Entrevista Janeiro 2023
Ana Infante, presidente do Conselho de Administração do HDS
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Sílvia Agostinho

Janeiro 2023 gente.

Refere que foi encontrar o hospital numa situação financeira difícil. Nos últimos anos tinha havido ecos de que a unidade funcionava mal. Também notou isso entre os utentes e os funcionários, a sensação de que o hospital gozava de má fama e era necessário arrumar a casa?

Não há hospitais fáceis e o cidadão é pouco tolerante em relação a um serviço público. Havia esse sentimento negativo entre a comunidade em relação ao hospital na sua capacidade de resposta de alguns serviços e na sua capacidade organizativa.

Penso que agora dá uma resposta muito melhor, diferenciámo-nos em muitos serviços, criámos especialidades, e temos uma nova cultura de gestão.

Pensa que os utentes também já têm essa perceção de que o serviço melhorou?

Sim, penso que os utentes têm essa noção. São muitos os elogios que recebemos. Quanto às críticas também as temos, e incidem geralmente sobre o serviço de urgência, nomeadamente, os tempos de espera ou eventuais falhas de comunicação entre os profissionais. Durante a pandemia e o facto de não ter havido visitas também motivou descontentamento.

Falemos agora de um dos te-

mas que percorre a atualidade da saúde no país: a implementação da rotatividade nos serviços de urgência de Obstetrícia, Ginecologia e serviço de partos. Como é que tem sido esta adaptação por parte do Hospital Distrital de Santarém? Até quando é que esta medida virá para ficar até porque as grávidas quererão ser atendidas, de preferência, no hospital da sua área de residência?

Há carência de médicos nesta área, embora não seja o caso do Hospital de Santarém. Temos

atualmente 20 obstetras e conseguimos assegurar as nossas urgências à exceção de períodos críticos ou de férias. No entanto esta medida que a direção executiva do Serviço Nacional de Saúde impõe durante o primeiro trimestre pretende dar uma resposta em rede face à falta de recursos. Nós trabalhamos em rede com o Centro Hospitalar do Médio Tejo e com o Centro Hospitalar do Oeste. Neste último fim-de-semana tivemos 19 partos em que estivemos a funcionar e a receber utentes daqueles hospitais, sendo que 10 eram

provenientes da área de influência dessas duas unidades. Foi exigente e duro, mas demos resposta às necessidades da população dos três hospitais.

O hospital de per si teria capacidade para assegurar as suas próprias urgências de obstetrícia sem necessidade desse apoio em rede.

Sim, mas a tutela entende que deve existir esse apoio, até porque nós em outras áreas somos deficitários como é o caso da Ortopedia e necessitamos do trabalho em rede. A direção executiva do SNS vai avaliar no final

do trimestre o funcionamento em rede desta urgência e decidirá se vai continuar ou não, mas não se prevê que haja mais recursos na Obstetrícia. No nosso caso, temos obstetras que se vão reformar e os novos não têm ficado no setor público.

O Hospital de Santarém tem procedido a algumas inovações como a criação de uma ferramenta que consegue informar as famílias dos utentes sobre o seu percurso clínico no internamento. De que forma este instrumento tem sido importante até porque uma das queixas, que temos muitas vezes, é que as famílias ficam sem feed-back quando os seus familiares são internados?

A pandemia obrigou-nos a ser criativos e como não havia visitas tínhamos de dar alguma informação aos familiares. Foi fácil de implementar, embora não seja a ideal, porque o preferível é o contacto do médico com o familiar, mas pelo menos demonstra que o utente está a ser acompanhado. Mas criámos ainda outras ferramentas como as videochamadas entre os utentes e os familiares.

No último ano o Hospital de Santarém adquiriu uma ressonância magnética de última geração. A este nível dos equipamentos há outros investi-

mentos que estejam a ser ponderados?

Como temos um orçamento deficitário como os demais hospitais, recorremos aos fundos comunitários. Estamos adstritos à CCDR-Alentejo e temos tido a sorte de os nossos projetos terem sido contemplados. Em 2022, investimos 1 milhão e 500 mil euros em equipamento médico. Só a ressonância foi dois milhões de euros em 2021. Adquirimos ecógrafos, telemetrias, torres de laparoscopia, microscópio para Oftalmologia, e este ano estamos a fazer o levantamento daquilo que ainda será necessário para concorrermos ao 2030 quando saírem os avisos. O Hospital de Santarém tem 40 anos, mas as sus instalações foram projetadas há 50 anos. Está esgotado naquilo que são as suas infraestruturas e a sua capacidade para as atuais necessidades. Tivemos de reformular a rede de águas, o posto de transformação de eletricidade, e estamos a fazer a pintura do hospital. A ampliação do hospital é possível?

Tivemos de ampliar para a área do jardim com a implementação de uma nova unidade de cuidados intensivos, investimento de cinco milhões de euros, que vai começar entretanto. O projeto está feito. Outra obra estruturante abrangida pelos fundos do

11 Valor Local jornalvalorlocal.com Entrevista
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Hospital de Santarém encontra-se obsoleto face às necessidades

Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) diz respeito à ampliação do departamento de Psiquiatria e Saúde Mental na sua vertente de ambulatório com a criação de um edifício próprio no valor de um milhão e 200 mil euros para as consultas dessas duas especialidades.

Temos duas especialidades que neste momento denotam algumas dificuldades. A Ortopedia apresenta falta de médicos, com apenas cinco médicos, quando seriam necessários mais de dez, sendo que desses cinco, três têm mais de 60 anos. Já na Medicina Interna, segundo o que apurámos, os profissionais estão a sofrer uma sobrecarga dada a falta de recursos humanos. Como é que está a lidar com esta realidade face ao défice nestas duas áreas tão importantes?

Sim, essas são duas especialidades críticas a par com a Anestesiologia, que carece de profissionais a nível do país. Temos uma grande carência a nível de ortopedistas. No último ano reformaram-se dois ortopedistas, outro rescindiu contrato. Atualmente temos esses cinco, o que torna difícil conseguirmos assegurar as urgências todos os dias. Recorremos como no caso de outros hospitais à contratação de prestadores de serviço. Temos trabalhado neste campo com os hospitais do Médio Tejo e de Vila Franca de Xira que nos fins de semana têm recebido os nossos utentes de Ortopedia quando estamos em contingência. Não estamos a receber politraumatizados nem urgentes com fratura exposta porque exigem mais recursos na Ortopedia. Este assunto já foi colocado à tutela para se perceber como nos podem ajudar. Tem sido muito difícil contratar porque o setor privado absorve muitos ortopedistas por causa dos seguros.

Recentemente o ministro da Saúde, Manuel Pizarro, anunciou que os hospitais vão poder contratar diretamente médicos especialistas. Esta é uma medida que pode atenuar o atual quadro de carência de médicos no hospital?

Pode, e estamos a aguardar com toda a expetativa que essa medida saia, para que nos permita outra autonomia sem estarmos dependentes das burocracias que temos atualmente. O senhor ministro também falou que serão valorizados, nesta medida, os hospitais periféricos com menos recursos. Vamos ver se o hospital de Santarém que fica a 80 quilómetros de Lisboa será contemplado nesses incentivos.

Se depois for mais fácil para si contratar mais ortopedistas por via dessa desburocratização, até que ponto é que sen-

tiremos de facto esse efeito prático, até tendo em conta que o Hospital de Santarém sofre já com uma certa concorrência do setor privado existente na cidade?

Atualmente os hospitais não têm autonomia para contratarem funcionários, seja pessoal médico, seja outro. Quando isso for possível, podemos fazer toda uma gestão de pessoal diferente, porque neste momento temos de pedir às várias tutelas para que nos autorizem contratar. Por vezes estamos mais de seis meses à espera. O que acontece é como não temos capacidade para aguardar tanto tempo recorremos a prestadores de serviços com um valor por hora superior à remuneração base, e quando vem a autorização das Finanças para a contratação, determinado clínico já não quer ser integrado no quadro porque lhe é mais vantajoso ficar num regime de prestação de serviços. Esta é uma realidade difícil de gerir porque acaba por não ser justo para o profissional do mapa de quadro auferir menos do que o prestador, que tanto pode estar no hospital como noutra instituição, e que nunca chega a vestir a camisola.

Até que ponto, o Hospital de Santarém tem-se ressentido com a concorrência do setor privado existente sobretudo no concelho, nomeadamente, o grupo CUF. Acaba esta concorrência por ser saudável ou por também atrapalhar o hospital.

Acaba por ser concorrencial, mas nós também temos vantagens e temos de ser criativos. Temos condições num hospital público que não existem num privado como a capacidade de investigação, de formação, a di-

versidade de doentes, o trabalho em equipa, enquanto no setor privado a remuneração base é superior e o médico não tem de fazer tantas urgências. Os médicos optam muito em termos daquilo que é o seu projeto de vida no momento. Temos conseguido captar alguns, mas nas duas especialidades onde somos mais deficitários, estamos a falar de urgências muito exigentes quer as de Ortopedia quer as de Medicina Interna.

Como é que se consegue aliciar um jovem médico que termine o seu internato para ficar num hospital do SNS em oposição a um outro tipo de conforto proporcionado por uma unidade privada?

Aliciando-o através de um projeto, com a criação, por exemplo, de centros de responsabilidade integrada (unidades intermédias de gestão dependentes dos conselhos de administração) em que conseguimos efetuar uma majoração dos pagamentos, ou ainda através de serviço de combate às listas de espera, fora do horário normal de trabalho, também com aumento de remuneração. De resto é como disse: existir um projeto, formação e vestirem a camisola do hospital.

Com isso é possível aproximar-se do privado em termos de remuneração?

Não, ainda não é possível no que respeita à remuneração base. O vencimento em horas extraordinárias é que vai compor o que aufere cada médico, que no serviço público ganha mal para as funções que desempenha.

Neste novo ano de 2023, chegaram ao Hospital de Santarém para cumprirem o seu internato 29 novos médicos, dos quais 22 de Formação Geral e

sete de Formação Específica nas áreas de Cirurgia Geral (dois), Pediatria (dois), Patologia Clínica (um), Cardiologia (um) e Ginecologia e Obstetrícia (um). Não recebeu médicos para a Medicina Interna?

Não tivemos nenhum médico do internato a concorrer nesta especialidade como de resto aconteceu também noutros hospitais do país.

Por algum motivo em especial?

Penso que o desgaste inerente à Medicina Interna é um dos motivos. É altamente exigente e a mais sacrificada nas urgências hospitalares. Outras especialidades como a Gastroenterologia, a Neurologia ou a Dermatologia foram-se autonomizando e deixaram de fazer urgências hospitalares. Hoje o doente é visto como um todo e cabe à Medicina Interna essa responsabilidade. No diálogo com o ministro da Saúde quais têm sido as suas principais reivindicações?

Temos falado da necessidade de os hospitais terem mais autonomia e poderem contratar autonomamente os seus profissionais, termos um orçamento compatível com os gastos tendo havido um reforço no final do ano. Giro um orçamento de 90 milhões anuais, em que 70 milhões são por histórico e os outros 20 milhões no cumprimento do contrato programa.

Pelo que sei, neste momento o hospital dispõe apenas de um gastroenterologista. Essa especialidade é essencial, mas é muito cativada pelo setor privado. O facto de termos apenas um médico dessa especialidade preocupa-nos e ainda ontem expus essa questão junto da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo

que os governos do país vão passando, mas a evolução é lenta?

Os problemas no SNS são recorrentes. Trabalho há 33 anos nesta causa pública, verifico que muitos dos problemas já foram falados muitas vezes. É preciso que haja coragem política para se mexer nalguns poderes estabelecidos, para mudar algumas coisas e ter atitude. É preciso contratar médicos, distribuí-los onde são necessários, e coragem para dizer a um interno que formámos, ao longo de seis anos, que não pode sair para o setor privado sem nenhuma contrapartida para quem o formou. Pensa que este ministro pode trazer algo mais do que a anterior ministra Marta Temido?

Estará pelo menos a tentar da mesma forma que a ministra também tentou e não será de somenos lembrar que ela governou em pandemia.

(ARS-LVT) questionando como é que nos podia ajudar no âmbito do trabalho em rede com outros hospitais, pelo menos nalgumas consultas, tendo em conta que no final do ano perdemos uma médica para o privado. Isso pode ser feito com a deslocação dos utentes a outras unidades?

Sim, ou através da deslocação de um médico ao Hospital de Santarém, o que seria o ideal. De facto, e segundo o portal SNS para o hospital de Santarém, ao dia de hoje, temos várias centenas de pessoas em lista de espera para consulta na Gastroenterologia pelo menos nos casos menos graves, mas já são números consideráveis. Por outro lado, é nos referido que no serviço de Medicina, nas enfermarias, temos doentes nos corredores, dado que esta ala está sobrecarregada Queria dizer que as nossas listas de espera não ultrapassam os nove meses à exceção da Dermatologia. Damos resposta a 500 mil habitantes. Estamos a consertar com os três dermatologistas que temos em horário reduzido no sentido ultrapassar a lista de 500 doentes à espera de consulta, com a programação desses atendimentos, aos sábados, em regime de atividade adicional. Em relação às enfermarias chegámos a ter 220 doentes internados em altura de grandes picos de afluência e foi preciso pedir um esforço acrescido à Medicina Interna. Foi um mal menor.

Como profissional deste setor há largos anos, em que fez parte de sucessivos conselhos de administração de vários hospitais, que apreciação é que faz do nosso SNS, em

Temos assistido a muitas queixas no Serviço Nacional de Saúde às queixas dos enfermeiros quanto à sobrecarga de trabalho, de que forma é que também tem estado atenta a esta realidade no Hospital de Santarém?

Em articulação com o nosso enfermeiro chefe tentamos sempre dar respostas aos seus anseios. Penso que é uma classe que se encontra estável no hospital de Santarém. Temos gerido os nossos enfermeiros em função das urgências, indo buscar profissionais a serviços menos sobrecarregados. Por vezes os senhores enfermeiros não gostam tanto, porque estão mais habituados a trabalhar nas suas equipas, mas têm colaborado e trabalhado muito bem em conjunto.

Em breve o hospital terá um novo diretor clínico, dado que o doutor Paulo Sintra se encontra demissionário.

Sim é verdade. Esse é um facto que já é passado, temos de nos focar no futuro. O atual diretor clínico apresentou a renúncia do seu cargo.

Termina o seu mandato no final deste ano. É sua intenção renovar o seu mandato à frente dos destinos deste hospital?

O meu desejo é dar continuidade até final deste ano aos projetos que temos em curso, nomeadamente, o gabinete médico legal, sendo o distrito de Santarém o único que não dispõe de uma estrutura deste tipo. Iniciámos as obras em janeiro e contamos ter a obra pronta no final deste ano. Era uma das minhas ambições. De resto, este conselho de administração quer dar continuidade aos nossos projetos na senda da diferenciação do Hospital de Santarém e da satisfação dos nossos utentes, porque críticas haverá sempre.

12 Valor Local jornalvalorlocal.com Entrevista Janeiro 2023
Ana Infante assumiu funções em 2018 em Santarém
13 Valor Local jornalvalorlocal.com Publicidade Janeiro 2023
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SMAS de Vila Franca investem cerca de 2,5 milhões de euros em obras nas freguesias

Os SMAS de Vila Franca de Xira vão investir cerca de 2,5 milhões de euros em obras de abastecimento e saneamento nas freguesias do concelho de Vila Franca de Xira durante o ano de 2023. Nesse sentido e tendo em conta este plano, a administração presidida por Vitor Moreira levou a cabo uma ronda por todas as freguesias durante a qual aproveitou para dar a conhecer a todos os executivos o seu plano para 2023, que compreende o lançamento dessas mesmas empreitadas, sendo que algumas delas só deverão ficar concluídas em 2024. De acordo com uma fonte da administração ouvida pelo Valor Local, estas obras visam a melhoria das condições de abastecimento de água e saneamento nas freguesias. Começando pela Castanheira do Ribatejo, o investimento para já chega aos 100 mil euros. Trata-se de uma ligação de água e saneamento a um lar de idosos, e representa até esta altura o investimento programado na freguesia, uma vez que pode vir a aumentar.

Já na freguesia de Vila Franca de Xira, está prevista a requalificação

e substituição das redes de água e saneamento em frente à escola Camilo Castelo Branco, com um valor a rondar os 300 mil euros. No entanto, este valor contempla igualmente a pavimentação da rua, e todas as obras inerentes. Na União de Freguesias de Alhandra, São João dos Montes e Calhandriz, as intervenções dos SMAS vão incidir sobre duas grandes obras. Em primeiro lugar na Rua Salvador Marques com uma requalificação nas redes de água e saneamento e também na

criação da rede pluvial, que até ao momento não existia, com uma estimativa de 220 mil euros. Ainda em Alhandra, os SMAS preveem gastar cerca de 320 mil euros na requalificação do bairro da Escusa, contemplando a rede de água, saneamento e pluvial.

Na freguesia de Alverca, os SMAS vão avançar para o Casal das Areias, com a requalificação, pavimentação integral e drenagem da rua, correspondendo a cerca de 150 mil euros. Ainda em Alverca, na zona do Bom Sucesso,

está prevista a requalificação da rede geral de saneamento e de água, na José Dias Coelho, com um valor de cerca de 450 mil euros.

Na freguesia da Póvoa e Forte da Casa, os SMAS de Vila Franca de Xira preparam-se para intervir em três locais. Na rua Padre Américo, as intervenções vão ser nas redes de água e saneamento, com um valor aproximado de 250 mil euros. Ainda na Póvoa, mais propriamente na Avenida das Salinas, os SMAS pretendem apostar no pro-

longamento do abastecimento de água, para criar redundância à futura urbanização “Vila Rio” que está agora a ser construída, com o valor aproximado de 50 mil euros.

Por fim, ainda nesta freguesia, os SMAS vão investir na rede de saneamento e pluvial na Rua Vieira da Silva, com um total de 200 mil euros.

A sul do concelho de Vila Franca de Xira, mais propriamente em Vialonga, os SMAS preparam-se para três intervenções, nomeada-

mente na Rua “RS” com uma execução da rede de águas, orçada em 50 mil euros.

Ainda em Vialonga, mas na Rua 28 de Setembro, os SMAS vão requalificar a rede de águas e saneamento, numa intervenção orçada em 200 mil euros. Finalmente neste plano de obras e ainda em Vialonga, surge a Estrada da Alfarrobeira, numa intervenção coordenada com a Câmara Municipal com o valor de 150 mil euros.

Estas rondas pelas freguesias, serviram também para apresentar o novo plano de comunicação dos SMAS, o qual contempla as freguesias como parceiras ativas para “a valorização da água e do saneamento para a sustentabilidade”, pode ler-se no site da empresa.

Nas reuniões existentes, os SMAS aproveitaram ainda para sensibilizar as juntas de freguesia, para que estas divulguem junto das famílias e empresas, a adesão à fatura eletrónica e ao débito direto, tendo sido simultaneamente promovida a campanha “Beba Água da Torneira” com a garantia de que a água que se bebe da torneira no concelho é segura.

14 Valor Local jornalvalorlocal.com Dossier Águas Janeiro 2023
Passagem da administração dos SMAS por Alhandra e Alverca onde foram dados a conhecer os investimentos

“Sei que vou ser presidente da Câmara nem que seja daqui a 20 anos”

Com um ano e pouco de mandato, o vereador do “Chega” na Câmara Municipal de Vila Franca de Xira, Barreira Soares faz um balanço positivo. Em entrevista à Rádio Valor Local, Barreira Soares, destaca que com os meios que tem ao dispor, consegue chegar às pessoas, e aos poucos tem conseguido levar os problemas que lhe apresentam a terem algum tipo de resolução. O vereador que conseguiu colocar o Chega na vereação nas últimas eleições tem dado nas vistas, e assume em exclusivo ao Valor Local que vai recandidatar-se nas eleições autárquicas de 2025, não escondendo que tem ambições de chegar a presidente de Câmara. Atualmente o Chega é quarta força política no município.

Barreira Soares sustenta que não tem ordenado do município, ao contrário do presidente da Câmara, Fernando Paulo Ferreira que considera que no contacto com a população chega a “ridicularizar as pessoas” no que toca à receção de algumas questões.

O vereador considera que o rumo do concelho está aquém das expetativas e que podia estar mais bem cotado. Barreira Soares refere, por exemplo, um estudo de uma empresa, a Bloom Consulting Portugal, em que Vila Franca é entre 18 municípios “o décimo sétimo mais atrativo para se fazerem negócios”, o que na sua opinião denota que o território do concelho

não é apelativo para os empresários. O mesmo estudo indica que o concelho no que toca à preferência das pessoas “para visitar está na décima terceira posição e para se viver na décima quarta”. Para Barreira Soares há falta de ambição do executivo e refere que, na sua opinião, “Vila Franca deveria estar sempre no Top 3, ou no Top 5”. O vereador sublinha que o estado de degradação de alguns edifícios, a falta de limpeza em determinados locais do concelho, acaba, na sua opinião, por ser um fator desmotivante e acusa a existência “de

quadros da Câmara que não querem viver em Vila Franca porque não há atratividade, e isto diz tudo. Não há casas, mas há lixos”.

Outra das questões prende-se com o excesso de burocracia no que toca aos licenciamentos para se morar em Vila Franca. “Como é que alguém pode querer viver em Vila Franca se quando se coloca um projeto na Câmara há que esperar uma média de dois anos”.

Salientando que, na sua opinião, a burocracia “é um entrave para que as pessoas queiram vir para o concelho”.

O vereador defende menos burocracia: “Vou conseguir provar se for presidente da Câmara que Vila Franca vai ter menos burocracia”.

Na Rádio Valor Local, Barreira Soares assume desde já a intenção de se recandidatar novamente nas próximas eleições autárquicas.

Barreira Soares não tem dúvidas: “Vou ser presidente de Vila Franca. Se não for desta pode ser daqui a dez, quinze ou 20 anos”, esclarece o vereador que assume que continuará a insistir no seu desejo de chegar ao cargo máximo na Câ-

mara de Vila Franca. Sobre alguns dos atuais problemas do concelho, Barreira Soares refere por exemplo que está a acompanhar a situação vivida pela população da localidade de A-dosMelros a contas com os rebentamentos da Cimpor. O vereador refere que tem ido com frequência ao local e já levou lá alguns deputados.

Barreira Soares sustenta que o “Chega” considera que a solução encontrada tem de ser ao contento de todos, nomeadamente, da população, mas também da Cimpor,

Pedro Ribeiro sai do gabinete do primeiro-ministro acusado em processo judicial

até porque a empresa fornece postos de trabalho, e algumas das pessoas afetadas, trabalham ou já trabalharam na empresa. Barreira Soares recorda também a necessidade se continuar a monitorizar a situação, algo que constava na proposta que diz ter apresentado e que está a ser agora seguida.

Na área da saúde, o “Chega” considera que a situação é dramática.

O vereador diz que é difícil captar profissionais para esta área no concelho, e refere ser importante dar condições. Aliás, segundo Barreira Soares, a falta de atratividade do concelho também está na origem da dificuldade em fixar médicos nas unidades de saúde locais.

O vereador diz que o “Chega” está a desenvolver uma proposta para ajudar na fixação de médicos para os centros de saúde, e sublinha que está de acordo com o deputado do “Chega” Pedro Frazão que à Rádio Valor Local defendeu que os médicos ligados ao exército, podem dar uma ajuda a colmatar a falta de médicos de família nos centros de saúde.

Já nas acessibilidades, Barreira Soares defende o fim das portagens em Alverca e Vila Franca de Xira. “É obrigatório que as portagens fiquem onde estão, no Carregado” defende Barreira Soares, indo ao encontro do presidente da Câmara Fernando Paulo Ferreira e da restante oposição.

Ouça a entrevista na íntegra em podcast em radiovalorlocal.com

Oantigo

presidente da Câmara do Cartaxo que estava em funções no gabinete do primeiroministro, António Costa, após ter perdido as eleições para o PSD em outubro de 2021, pediu, no passado dia 10 de janeiro, a demissão do cargo devido a um processo judicial em que é acusado pela Comissão Nacional de Eleições por violação dos deveres de neutralidade e imparcialidade. Em causa estará um comunicado de imprensa também difundido nas redes sociais emitido a pouco mais de dois meses das últimas eleições autárquicas. Tudo aconteceu quando teve uma reunião com a antiga ministra da Saúde, Marta Temido, e trouxe à partida notícias que poderiam dar-lhe vantagem enquanto candidato. Num esclarecimento enviado ao Valor Local, Pedro Ribeiro diz-se surpreendido, e que a transmissão de informação, resultante de

encontros com governantes ou outras entidades, à imprensa era habitual durante a sua atividade autárquica.

A Comissão Nacional de Eleições entendeu que o comunicado à imprensa emitido após a reunião com a titular da pasta, numa altura em que as eleições autárquicas já estavam marcadas, tinha conteúdo que seria suscetível de incumprir os deveres de neutralidade e imparcialidade perante a Lei Eleitoral dos Órgãos Autárquicos.

Pedro Ribeiro refere que a posição em que foi constituído arguido “derivou do desconhecimento que tinha de que a publicação da mencionada nota informativa era suscetível de incumprir a legislação em vigor.”

“Durante os oito anos em que exerci a presidência da Câmara Municipal atuei sempre com profundo respeito pelo cumprimento

dos direitos da oposição tendo, inclusive, terminado com a emissão do Boletim Municipal, instrumento

de comunicação dos municípios que muitas vezes é referido pelas oposições como um instrumento

de propaganda de quem está na presidência. Reforço: durante os oitos de Presidente da Câmara

Municipal do Cartaxo nunca foi produzido o boletim municipal ou qualquer instrumento de comunicação dessa natureza.”, adianta em sua defesa.

Pedro Ribeiro foi condenado a uma coima de 3600 euros a que acresce uma pena acessória de dois anos e nove meses sem poder exercer cargos públicos, o que na prática invalida que possa ter esperança de concorrer a qualquer mandato nas eleições autárquicas de 2025. Pedro Ribeiro adianta que vai recorrer da sentença. Ao Valor Local, referiu ainda que a procuradora do Ministério Público envolvida no julgamento é mulher do antigo vereador do PSD, Jorge Gaspar, que foi seu opositor político nas eleições de 2017, situação que no seu entender gera perplexidade. O antigo autarca está a preparar o recurso para o Tribunal da Relação.

15 Valor Local jornalvalorlocal.com Política Janeiro 2023
Vereador do Chega no Município de Vila Franca lança ambição para o futuro Na Rádio Valor Local, anunciou que vai querer encabeçar de novo a lista do Chega à Câmara em 2025 Encontro com Marta Temido foi divulgado numa altura em que segundo a lei não podia ser feito este tipo de propaganda

O que fazer com esta maioria?

Amaioria absoluta que o PS alcançou a 30 de janeiro de 2022 terá o seu aniversário em breve. Passado quase um ano depois de tão aclamada vitória parece que o Governo e o ciclo político que se iniciou a pouco mais de 12 meses encontra-se no fim da linha.

Para os mais críticos e cépticos, tal é resultado da sucessão de casos, noticias menos abonatórias e possíveis erros de casting. É de sublinhar que a crítica e o cepticismo mais cerrado vêm dos que nada apresentam, nada solucionam e nada propõem como alternativa! O seu mais do mesmo é sempre igual a zero.

Convém, também, referir que a reformulação do espaço político da Direita encontra-se em curso, ainda não terminou e ainda não esgotou todo o seu filão de protagonistas.

Essa reconfiguração ir-nos-á permitir percepcionar que projecto de poder têm, por outras palavras, que manobras desencadearão para o implementar, para o alcançar e fazer valer?

Na minha opinião os Socialistas e o PS deverão estar atentos a este novo desafio político. Será no plano dos actores políticos e das escolhas programáticas que tal se irá desenrolar.

Mais tarde, dentro dos partidos da Direita, dar-se-ão as necessárias e possíveis articulações instrumentais, para que estes se tornem o elemento-veículo para a concretização de um projecto de governação e poder.

No entanto, façamos a seguinte pergunta, ou seja, será que a ideia de um aparente esgotamento da actual solução governativa corresponde à verdade?

Em resposta, diria que mais do que não corresponder à realidade, que como sabemos, podendo ter muitas interpretações, pode ser desmentida, pelos factos, pela evidência da acção governa-

tiva.

Então o que importa fazer? Será que o que é evidente mente? Diria que sim, mas, também, diria que por detrás do pano que desce sobre o palco da vida politica de todos os dias, decorre uma outra peça, lê-se um outro texto, há o bulício dos bastidores! Acrescido a isso, às vezes, tudo é só cenografia, tudo é só coreografia! Para aclarar esta última ideia fa-

do as pessoas e as famílias, assim como as empresas, de modo, em conjunto conseguirmos ultrapassar este momento de crise energética e de aumento dos preços em virtude da situação de Guerra na Ucrânia.

Para além da espuma dos dias, não estará o Governo a dar condições para se efectuar de Norte a Sul do País a melhor execução possível do PRR (Plano de Recu-

de forma justa, ao impacto das alterações climáticas.

Nesse sentido, importa continuar a trilhar o caminho do desenvolvimento sustentável, envolvendo nessa senda o tecido económico, as autarquias locais e as organizações da sociedade civil.

Contudo, importa sublinhar que há um amplo apoio parlamentar ao Governo, consubstanciado numa maioria em diálogo com as

fíceis: foi assim com a crise pandémica e as respostas sanitárias no combate a esta, com a crise inflacionista que atravessamos no continente europeu, mas, também, é assim com os níveis históricos de desemprego, com o crescimento económico acima das expectativas, alavancado nas exportações que têm batido recordes, bem como na diminuição da dívida e do défice públicos.

ções com a oposição parlamentar, com os parceiros sociais, com a sociedade civil.

Todavia, não deixemos de nos lembrar que é, também, uma responsabilidade acrescida, alicerçada num mandato claro para cumprir um programa de acção sufragado pelo voto popular.

Mais ainda, uma maioria deve fazer, deve construir, deve avançar e deve ser a acção transformadora a favor da vida concreta das pessoas. Sem distorções da realidade, sem distrações pseudomediáticas, sem antecipar futuros inconcretizáveis!

Uma maioria para governar deve trazer em si um tempo de esperança, mantendo uma relação de confiança com as populações, deve cumprir o que prometeu, deve reforçar solidariedades, consolidar projectos mobilizadores, agregar pessoas e gerações distintas e diversas.

Acredito, que seja isso que os nossos concidadãos em Portugal e nas muitas Comunidades Portuguesas na Europa e no Mundo esperam.

çamos lá, o seguinte exercício: Há alguma alternativa credível à actual governação? Para além da politica dos casos e casinhos, que tanto agradam aos Populismos de Esquerda e de Direita, não estará o Governo a governar?

Basta recordar, as medidas aprovadas, em Orçamento de Estado, para contrariar a inflação, apoian-

peração e Resiliência), de modo, a que os nossos territórios se modernizem, mobilizando, de igual forma, seus principais agentes económicos e sociais?

Esta chamada para o futuro é para não deixarmos de acompanhar a transição energética, a transição digital e não deixarmos de mitigar e de nos adaptarmos,

oposições democráticas, umas vezes, divergindo, outras o contrário, convergindo em tomadas de posição que permitem construir soluções, ainda, mais sólidas para os problemas do País.

O Governo e o PS já provaram, ao longo destes 7 anos, ter a capacidade e a competência para superarem os momentos mais di-

Aliado a isto tudo, está, igualmente, a capacidade que se tem tido de apoiar os que mais precisam. Destaco, que uma maioria para governar não tem de ser um «rolo compressor» que avança contra tudo e contra todos, tem com certeza uma natureza instrumental no diálogo, no debate, na discussão e na concertação de posi-

Não, não nos habituamos dr. Costa

Um mês e meio em política parece uma eternidade, mas foi precisamente no dia 12 de dezembro que António Costa de uma entrevista á revista Visão com uma soberba e uma arrogância pouco compatível com os tempos difíceis em que vivemos e muito reveladora da sua faceta nestes tempos de governo de maioria absoluta. São particularmente chocantes a sua referência aos “casos e casinhos”, forma como classificou as sucessivas demissões e trapalhadas no seu governo bem como a forma arrogante com que se refere aos partidos da oposição , e aos portu-

gueses que neles confiaram o seu voto, com o majestático e impositivo – habituem-se. Pois é dr. António Costa, ai reside precisamente o maior problema da sua governação e dos resultados (ou da falta deles), que vamos verificando ao longo de quase 8 anos de governação, primeiro com os compagnons de route da extrema esquerda parlamentar e agora alicerçado numa maioria politica do PS, acrítica e obediente que se torna cúmplice do desastre da governação. Não dr. António Costa, não nos habituamos a um Pais que sistematicamente se vê ultrapas-

sado pelos países do Leste Europeu que aderiram recentemente á União Europeia e crescem muito mais do que nós. Não dr. António Costa, não nos habituamos a um Pais com uma inflação galopante, com as desculpas da guerra da Ucrânia, e em que a nossa vizinha Espanha regista números de 5,6% bem abaixo dos nossos 9,8%. Não dr. António Costa não nos habituamos a um Pais que desconsidera os seus Professores e Educadores que vêm adiados para as calendas todos os problemas (que não sendo recentes), não são resolvidos apesar de todas as pro-

messas, e confrontando o Pais e os pais com greves que duram sem fim á vista prejudicando irreversivelmente as aprendizagens já tao fustigadas pela pandemia dos últimos anos. Não dr. António Costa, não nos habituamos a um governo a desfaze-se na praça pública envolvido em “casos e casinhos” para usar uma expressão do próprio Primeiro- Ministro, com situações que deviam fazer corar de vergonha os próprios e o Grupo Parlamentar do PS que fala sempre na velha Ética Republicana. Não, dr. António Costa, não nos habituamos a um ex-ministro

irresponsável como foi Pedro Nuno Santos, que depois de promover uma nacionalização da TAP, ter despejado lá 3,2 mil milhões de euros dos portugueses ainda dá o aval, com a ligeireza que se conhece, a indemnizações milionárias de ex-administradores que poucos meses depois vão para o governo. Não dr. António Costa, não nos habituamos a um questionário pífio que inventou á pressa e que não passa de mais um expediente para alijar responsabilidades e pretendendo envolver outos protagonista em escolhas que são da sua inteira res-

Foi assim, quando se firmou o acordo de incidência parlamentar que fundou a “Gerigonça” e a maioria de esquerda na Assembleia da República, foi assim de 2019 a 2021 até à queda do Governo pela coligação negativa que então se formou da Esquerda à Direita.

Por fim, foi assim, que a actual maioria se formou aquando das últimas eleições legislativas e, no meu entender, é assim que deverá continuar cumprindo um mandato claro e inequívoco até ser, novamente, avaliada pelos Portugueses em 2026.

ponsabilidade. Não, dr. António Costa não nos habituamos ao descalabro dos serviços públicos particularmente nas áreas de Saúde e da Educação. Não dr. Costa não nos habituamos a isto e também não esquecemos que nos últimos 28 anos o PS governou 22. Não dr. Costa não nos esquecemos disto!!

16 Valor Local jornalvalorlocal.com Opinião Janeiro 2023
Paulo Afonso Lélio Lourenço

Valor Local celebra uma década de existência este ano

A assinalar 10 anos de existência, o Valor Local foi galardoado com a “Medalha de Gratidão” dos Bombeiros de Azambuja. Uma “condecoração” que para toda a equipa do Jornal e Rádio Valor Local, nos enche de orgulho, tanto mais que o nosso objetivo enquanto Órgão de Comunicação Social é estar perto das comunidades onde estamos inseridos, servindo da melhor forma e sem amarras. Esta homenagem serve de mote igualmente para traçarmos um breve balanço sobre a nossa atividade, focando-nos na necessidade de se manterem os atuais modos de financiamento suportados em publicidade, sendo que estamos certos em não onerar os nossos leitores com qualquer pagamento para terem acesso ao nosso jornal.

O Valor Local sai há dez anos de forma interrupta, assume-se como um jornal de Grande Reportagens, onde os temas fratu-

aprendizagem. Nascemos em crise, corria o ano de 2013, e sobrevivemos a ela e a uma pandemia, algo que não seria possí-

vel sem o apoio dos nossos parceiros comerciais que acreditaram no nosso projeto e que todos os meses, seja no jornal,

“Infeções respiratórias- Como agir?”

Estamos no Inverno, época forte em infeções respiratórias sejam virais ou bacterianas. Numa época de frio muitos são os sintomas que podemos sofrer, tais como dores de cabeça, dores musculares, febre ou tosse. Neste artigo, o foco vai ser a tosse. A tosse é um sintoma muito presente e, por vezes muito duradouro e que pode criar situações que impedem a realização das nossas atividades da vida diária (ex. trabalho, sono). Em primeiro lugar, a tosse é um mecanismo de defesa do nosso corpo. Através da tosse, o organismo expulsa microorganismos estranhos (ex. poeiras, pólens, areias, fumos, vírus, bactérias) que podem de alguma forma criar doença. É importante perceber que não existe apenas um tipo de tosse. A tosse pode ser produtiva (tem expectoração associada) ou irritativa (sem expectoração), muitas vezes apelidada de“tosse de cão”. É importante perceber e saber distinguir estes dois tipos de tosse, dado que ajuda a chegar ao diagnóstico.

Na maioria das vezes, a tosse está relacionada com uma causa infecciosa (ex. Gripe) e cede quando a infeção desaparece. Quando a tosse é persistente (com meses ou anos de duração), este sintoma torna-se um enorme incómodo e deve ser investigado. Algumas causas podem não estar diretamente relacionadas com o sistema respiratório em si. Dentro das possíveis causas de tosse persistente temos: alguns fármacos, asma, doença pulmonar obstrutiva crónica (DPOC), tabaco, refluxo gástrico, alergias, muco no nariz e

garganta ou cancro do pulmão.

Para alívio da tosse poderá realizar algumas medidas em casa,tais como : – dormir com a cabeça mais elevada, pois quando se dorme com a cabeça mais elevada a drenagem das secreções é mais fácil. Quando estamos deitados as secreções acumulam-se mais facilmente e criam mais tosse para as expulsar;

– beber muitos líquidos, pois as secreções ficam mais fluídas e são mais fáceis de expelir. Se as bebidas forem mais quentes ainda facilita mais a sua expulsão;

– fazer vapores, pois humidificam as secreções e acaba por ser uma forma de hidratar;

– deixar de fumar;

– evitar ambientes com poeiras, pólens, fumo;

– estudar possíveis alergias, pois estas também podem desencadear tosse

– evitar sestas prolongadas a seguir às refeições na posição de deitado, que podem piorar um refluxo existente Existem sinais de alerta que deve valorizar e falar com o seu médico. Tenha em atenção os seguintes sinais/sintomas:

– tosse persistente (mais de 3-4 semanas);

– a tosse é mais severa ou se piorou com o tempo;

– perda de peso inexplicável, ou seja, perda de peso que não tem a ver com mudanças alimentares ou exercício físico mais intenso;

– tosse com expectoração rosada;

seja na rádio, nos dão provas de confiança.

Saber que o nosso jornal chega às várias camadas da população, às várias faixas etárias em várias plataformas, deixa-nos confiantes que traçamos há dez anos o caminho certo.

O Valor Local é hoje um jornal de referência, e que mereceu no ano passado, palavras de incentivo por parte de Sua Excelência o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.

Estamos certos do caminho traçado, e que com a venda dos jornais regionais a cair, fizemos a melhor opção. O nosso jornal está desde o primeiro dia disponível de forma gratuita em todas as plataformas. No nosso site é possível descarregar gratuitamente a edição impressa e ler as notícias diárias, algo que vamos continuar a manter, rejeitando a criação de conteúdos premium pagos online.

O Valor Local continuará o seu

caminho. Em 2023, vamos assinalar o nosso aniversário em Alverca no mês de maio, integrado na nossa habitual iniciativa dedicada às escolas do primeiro ciclo: “Como Poupar Água e Proteger o Ambiente”, que será precedida, acreditamos que nas próximas semanas, da apresentação no nosso novo site, que será mais dinâmico, inclusivo e que integrará as nossas plataformas de rádio e vídeo de uma forma inovadora.

Acreditamos que o futuro se faz todos os dias, com trabalho, dedicação e paixão. Algo só possível tendo em conta a motivação que nos une às diversas comunidades onde estamos presentes.

A todos muito obrigado pela confiança.

– falta de ar; – cansaço fora do habitual; – febre e mal-estar, com calafrios; – dor ou dificuldade ao engolir; – azia ou sensação de queimadura no peito, sobretudo após as refeições.

Procurar soluções na internet ou outros meios de comunicação pode ser perigoso, pois nem todas as páginas escrevem informação fidedigna. Deve aconselhar-se junto do seu médico para o estudo da situação e que tipo de medidas deve tomar. Caso seja necessário, poderá ser encaminhado para a Pneumologia ou a Alergologia.

17 Valor Local jornalvalorlocal.com Opinião Janeiro 2023
rantes da nossa sociedade são o mote para o nosso trabalho, que nem sempre é fácil. Estes últimos dez anos foram de
Ficha técnica: Valor Local jornal de informação regional Propriedade e editor: Propriedade: Metáforas e Parábolas Lda – Comunicação Social e Publicidade • Gestão da empresa com 100 por cento de capital: Sílvia Alexandra Nunes Agostinho • NIPC 514 207 426 Sede, Sede do Editor, Redação e Administração: Rua Engenheiro Moniz da Maia, Centro Comercial Atrium , nº 68 Loja 17 2050-356 Azambuja Telefones: 263 048 895 • 263 106 981 • 96 197 13 23 • 93 561 23 38 Correio eletrónico: valorlocal@valorlocal.pt; comercial@valorlocal.pt Site: www.valorlocal.pt Diretor: Miguel António Rodrigues • CP 2273A • miguelrodrigues@valorlocal.pt Redação: Miguel António Rodrigues • CP 2273 A • miguelrodrigues@valorlocal.pt • 961 97 13 23 • Sílvia Agostinho • CP 6524 A • silvia-agostinho@valorlocal.pt • 934 09 67 83 Multimédia e projetos especiais: Nuno Filipe Vicente • Nuno Barrocas • multimédia@valorlocal.pt Colunistas: João Santos • Mário Frota • Lélio Lourenço • Rui Alves Veloso Paginação, Grafismo e Montagem: Milton Almeida • paginacao@valorlocal.pt Cartoons: Adão Conde Diretor Financeiro: Luís Plarigo Departamento comercial: Rui Ramos • comercial@valorlocal.pt Serviços Administrativos: Metaforas e Parabolas Lda - Comunicação Social e Publicidade N.º de Registo ERC: 126362 Depósito legal: 359672/13 Impressão: Gráfica do Minho, Rua Cidade do Porto –Complexo Industrial Grunding, bloco 5, fracção D, 4710-306 Braga Tiragem média: 8000 exemplares Estatuto Editorial encontra-se disponível na página da internet www.valorlocal.pt
Miguel António Rodrigues
“Valor Científico” é o nome de uma nova rubrica de literacia em saúde numa parceria entre o jornal Valor Local e o Hospital de Vila Franca de Xira
Raquel Armindo Médica Interna da Especialidade de Pneumologia
Valor Científico
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Descobertas arqueológicas em Arranhó impulsionam conhecimento sobre a Idade do Cobre

Arruda dos Vinhos pode tornarse ponto de paragem obrigatório na rota dos povoados históricos do Calcolítico. Um pouco à semelhança do que já acontece em Vila Nova de São Pedro, Azambuja, através do seu Castro, ou mesmo o Castro do Zambujal em Torres Vedras, datados de há cinco mil anos atrás, o equivalente à Idade do Cobre. A Câmara Municipal de Arruda promoveu, no dia 13 de janeiro, uma apresentação pública na coletividade de Arranhó, onde deu a conhecer os resultados das escavações no Forte do Paço e Moinho do Custódio, (este último sítio ainda não tinha sido explorado antes de 2010) com resultados que estão a animar a comunidade científica.

André Texugo, da equipa de arqueólogos composta, entre outros, por Ana Catarina Sousa (ambos do Centro de Arqueologia da Universidade de Lisboa) e Jorge Lopes, arqueólogo municipal, refere ao Valor Local que com recurso a tecnologia de ponta, como drones e o LIDAR – “Light detection and raging”, a denominada “luz fantástica” foi possível observar vestígios da ocupação do solo naqueles locais, apesar de vastamente cobertos por carrasco e outra vegetação, que vão ao encontro da existência de estruturas arqueológicas do Calcolítico em ambas as localizações descritas; “mas também romanas embora ainda sem certezas absolutas” no Forte do Paço- Obra Militar nº 12 das Linhas de Torres. Estão presentes ainda marcas da passagem das invasões napoleónicas neste local. Em ambos os locais foram detetadas formas de construção que remetem para estruturas muradas calcolíticas.

Os arqueólogos envolvidos estão entusiasmados dado que as descobertas, sobretudo no Moinho do Custódio, abrem novas perspetivas sobre a ocupação de um cabeço de forma organizada e contemporânea dos dois castros de Torres Vedras e Vila Nova de São Pedro, e mais recentemente a

Serra de Ota onde foi descoberto, em 2020, um dos maiores muros defensivos do Calcolítico, bem como o sítio da Pedra de Ouro também no concelho de Alenquer. “Trata-se de um novo cluster de sítios ainda muito pouco explorado. A Ota tem uma forte ligação com o Castro de Vila Nova de São Pedro até porque são vizinhos. Já o Forte do Paço e o Moinho do Custódio ficam num enclave e sem a mesma ligação com os demais. Contudo, trata-se de um novo povoado, mas partilham os mesmos costumes, e as mesmas formas de vida dos demais povos

da mesma época”. São dados, segundo André Texugo, esperados, mas agora consolidados, e sobretudo porque se intensificou a escavação arqueológica no Moinho do Paço. Já não era descoberto um sítio arqueológico desde os anos 80, dá conta. Um dos objetos que a equipa evidencia prende-se com um anel de coralina que resultou destas escavações datado do período romano na Península Ibérica (218 a 201 a.c) No âmbito daquilo que é o conhecimento do homem antigo através das várias civilizações que habitaram a Estremadura a preponde-

rância de sítios como Azambuja (Castro de Vila Nova de São Pedro), Torres Vedras (Castro do Zambujal), Oeiras (Povoado préhistórico de Leceia) e Mafra (Penedo do Lexim) “é de tal forma importante que tem ofuscado os demais”, consubstancia André Texugo, adiantando que “há outros locais com uma história das primeiras civilizações sedentárias, e com uma biografia” como é o caso agora em Arranhó. Abre-se agora o leque de outras possíveis evidências de estudo sobre os lugares pré-históricos, para além dos quatro locais assinalados. “Todos

estes sítios com cinco mil anos têm histórias e estratégias diversificadas”. As diferentes comunidades daqueles locais também se conectavam entre si e disso mesmo já deu conta o arqueólogo numa reportagem realizada na Serra de Ota pelo nosso jornal em 2020. “Conseguimos saber isso muitas vezes através da expressão artística, na mesma arquitetura, na cerâmica, na forma de ocupação dos sítios. É nítido que partilhavam ideias”.

Carlos Alves, vice-presidente da Câmara, que já renovou o prolongamento das escavações para

Ciclo cultural “Damião de Góis” em Alenquer

Em fevereiro, Alenquer promove mais um ciclo cultural para celebrar o 521.º aniversário sobre o nascimento de Damião de Góis, figura importante da história de Portugal e natural do concelho. De 1 a 28 de fevereiro, decorre mais um “Alenquer, Terra de Damião de

Góis”, no qual o município volta a dinamizar um conjunto de iniciativas para celebrar a vida e obra do humanista, considerado um dos grandes pensadores do seu tempo. Assim sendo, estão previstas várias dinâmicas, nomeadamente, envolvendo a comunidade escolar

do concelho. Da programação especial, fazem parte workshops, conferências, tertúlias, concertos, caminhadas, jantares e até uma feira do livro temática. Serão ainda dinamizadas visitas pelo museu com uma componente mais histórica.

“Queremos que seja uma programação de qualidade. É pensada para um público específico e temos de proporcionar pequenos momentos de qualidade a esse público. Teremos duas pessoas ligadas à academia, muito reconhecidas nessa matéria e que virão a

Alenquer partilhar conhecimento. Há ainda programas familiares e uma oferta musical diferenciada. É uma programação que pretende formar melhores cidadãos, na senda do que foi a vida de Damião de Góis e é nesse sentido que temos de continuar a dar passos”, refere

mais uma campanha realça a importância que este sítio possa vir a desempenhar, adiantando que está a ser desenvolvida sinalética e alguma cartografia com o registo em imagem daquilo que “ainda não estava feito”. “Temos ainda um caminho a percorrer neste estudo e com muito interesse porque a própria população acorreu em número muito significativo e com sentido de dar muita relevância ao que tínhamos para mostrar, porque estas questões também mexem com a autoestima local, dado temos ali um património que urge ser valorizado”.

Rui Costa, vereador da Cultura, citado em comunicado de imprensa.

O Museu Damião de Góis e das Vítimas da Inquisição foi inaugurado em 2017, precisamente no local adquirido pelo humanista para ser sepultado, no coração da sua terra-natal.

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Resultados da escavação foram dados a conhecer junto da população
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