Jornal Valor Local - Edição Outubro 2020

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Rádio Valor Local - www.valorlocal.pt - Ouça em todo o lado Jornal Regional • Periodicidade Mensal • Director: Miguel António Rodrigues • Edição nº 92 • 29 Outubro 2020 • Preço 1 cêntimo

Câmara de Azambuja e oposição apostam em vitória na secretaria para travar o aterro

Valor Local Azambuja, a caminho de ser o “El Dorado” da energia solar

Ambiente na 12

Virtudes continua a lutar pelos passes Sociedade na 2 a 40 euros

Tomás Leal, o pequeno guerreiro de Marinhais, precisa da ajuda da comunidade outra vez Sociedade na 4

Continua a polémica dos painéis fotovoltaicos no concelho Destaque da 14 à 18

Alenquer desconfia do FAM como tábua de salvação para acabar com concessão das águas Dossier: Águas na 24 PUB


2 Sociedade

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Virtudes continua a lutar pelos passes a 40 euros Inês Lourenço mais um dia normal em Virtudes, freguesia de Aveiras de Baixo, concelho de Azambuja. A aldeia que nos últimos anos tem assistido a um crescimento populacional arrisca-se a perder a batalha da desertificação porque continua a perder o comboio da mobilidade acessível para todos. Na estação, os passageiros da CP aguardam pelo comboio que os vai levar a localidades próximas como Vila Franca de Xira ou Azambuja, mas há também quem se desloque todos os dias para Lisboa. Há mais de um ano que Azambuja passou a beneficiar dos passes a 40 euros, esquecidos e excluídos ficaram os utentes de Virtudes. Foi este o sentimento que pudemos presenciar in loco no âmbito desta reportagem. Há quem não se conforme com esta “injustiça”. Em março de 2019 foi implementado o Programa de Apoio à Redução Tarifária (PART) dos transportes públicos que permitiu a criação do passe Navegante que cobre a Área Metropolitana de Lisboa (AML) por 40 euros mensais. Este programa nasceu da necessidade de combater o que se designou como condicionalismos negativos associados à mobilidade. O objetivo possuía uma componente ambiental de redução de emissão de gases de efeito de estufa, poluição atmosférica, ruído, consumo de energia, mas também social – viajar de forma mais barata e acessível às famílias Contudo, Virtudes, aldeia que tem conseguido combater fenómenos de desertificação por estar mesmo à beira da linha de caminhos de ferro e com isso conseguiu atrair habitantes, vê agora este crescimento popula-

Em Virtudes população desespera por conseguir os passes a 40 euros

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cional comprometido. Depois da luta de Azambuja para entrar no PART, o concelho passou a usufruir do navegante com o aumento de uma taxa de 0,50 cêntimos (dando um total de 40,50 euros). Mas a luta de Virtudes para usufruír também deste direito continua. Pertencendo ao concelho de Azambuja, que conta com quatro pontos de embarque - Vila Nova da Rainha, Espadanal da Azambuja, Azambuja e Virtudes -, apenas esta estação ficou excluída dos passes a 40 euros. Esta situação gera uma sensação de revolta entre os cidadãos que se sentem “injustiçados”, “excluídos” e “tristes”. Carla Machado, 34 anos, vive em Virtudes há menos de um mês e foi apanhada de surpresa quando soube que, para além dos 40,50 euros de Navegante, teria ainda de pagar 24,30 euros de passe entre Virtudes e Azambu-

ja. Todos os dias apanha o comboio até à Damaia para ir trabalhar e diz ter sido informada de que seria viável apanhar aquele transporte na estação de Virtudes usufruindo do Navegante, o que se revelou “uma mentira”. Glória Jesus, 56 anos, também vai todos os dias de comboio para a gare do Oriente trabalhar e diz que esta situação não é admissível, pertencendo Virtudes ao distrito de Lisboa e quando tem assistindo, ao longo dos anos, a um crescimento populacional. Quem também se sente indignada com esta exclusão é Madalena Rodrigues, 47 anos, que vive na localidade e todos os dias, inclusive ao fim de semana, apanha o comboio. Para sair no Espadanal de Azambuja tem de tirar o passe até Vila Nova da Rainha, custando-lhe 40 euros mensais (o mesmo que custaria, caso

houvesse Navegante para ir até Lisboa). Na opinião da cidadã que foi viver para a localidade em questão por estar bem servida de comboio, “devia existir um descontozinho”, pois os habitantes de Virtudes “também têm direito tal como os outros.” Por volta das 8h20 da manhã, a equipa do Valor Local cruzou-se ainda com Cristina Esteves, 53 anos, e Andreia Sofia, 44 anos. Ambas fazem o percurso Virtudes-Vila Franca de Xira e sentem-se indignadas com o facto de estarem excluídas dos passes a 40 euros. Andreia Sofia diz sentir-se ”triste e injustiçada” e diz levar, por vezes, o carro até Azambuja para contornar esta diferença de valores. Contudo, destaca que há quem não tenha possibilidades de fazer o mesmo. Afirma ainda que caso Virtudes passasse a fazer parte do Navegante, haveria mais pessoas a

apanharem o comboio na estação. Cristina Esteves concorda e diz pagar 39 euros mensais para o percurso Virtudes-Vila Franca de Xira. Diz que o Navegante facilitaria todos e que “há pessoas suficientes que justifiquem a inclusão”. Quando questionada sobre o que a Junta de Freguesia tem feito, lamenta que “tenham esquecido Virtudes”. Joaquim Soares, membro da Assembleia de Freguesia de Aveiras de Baixo, esteve presente na estação ao longo da reportagem e confirma o pagamento mensal de 64, 80 euros por parte da população de Virtudes, estando a uma distância muito curta de Azambuja e com o passe de 40,50 euros quase ali à mão de semear. Joaquim Soares diz que “Azambuja está entupida de carros”, porque muitas pessoas optam por levar o automóvel até à sede de concelho para contornar

PSD de Benavente acusa Câmara de falta de intervenção no canil municipal vereador do PSD na Câmara de Benavente, Ricardo Oliveira, alertou, na última reunião da autarquia para o que considera ser o mau funcionamento do canil municipal, isto tendo em conta que é da opinião que Carlos Coutinho, presidente da Câmara de Benavente, “tem tentado passar a imagem de que está tudo resolvido no canil quando não é assim”, nomeadamente, a não implementação do programa de captura e esterilização de gatos errantes como forma de controlar aquela população animal. Mas também evocou

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a estagnação no programa de atribuição de cheques veterinário a famílias carenciadas identificadas pelo município e o não cumprimento dos programas de voluntariado envolvendo as escolas do concelho. Há pontos que no seu entendimento necessitam de ser trabalhados “porque passados mais de dois anos as coisas não estão a funcionar” e “nada foi acatado neste domínio do que foi emanado por parte da assembleia municipal”. Carlos Coutinho, presidente da Câmara Municipal de Benaven-

te, repudiou as observações do autarca laranja, evocando que “dizer que nada se fez é redutor”. Coutinho adiantou que a autarquia vai contratar em breve um novo veterinário, sendo que o processo deverá estar concluído em breve. Saudou ainda as iniciativas da sociedade civil que tem colaborado com o canil – “São formas muito próximas de estar em sociedade num espírito de colaboração e de partilha e portanto rejeito que diga que se tenha faça tábua rasa das recomendações da Assembleia Municipal”.

Canil de Benavente precisa de ser melhorado segundo o PSD

o valor que se paga nas viagens de comboio. Se houvesse Navegante “haveria uma melhor distribuição das pessoas”. O membro da Assembleia diz que tem sido feita muita força nas assembleias municipais junto da Câmara Municipal de Azambuja e que as negociações com a AML ainda não estão fechadas. Afirma ainda que o Governo vai dispor de “cerca de 190 milhões de euros para simplificar o transporte de pessoas na zona da AML” devido à covid-19 e que Azambuja se encontra esperançosa que essa verba venha contribuir para o alargamento do passe até Virtudes. Quanto à possibilidade de a Câmara cobrir o valor extra pago pela população é, segundo Joaquim Soares, “uma espécie de última opção, e de plano B” mas não nega que está em cima da mesa. Já durante o tempo de negociações, a Câmara Municipal do Cartaxo conseguiu chegar a acordo com a AML e reduziu o valor da diferença de 33 euros mensais para 24,30 euros e, segundo o membro da Assembleia de Aveiras de Baixo, Virtudes está “à boleia da Câmara Municipal do Cartaxo”, usufruindo desta mais valia, mas não tendo entrado nas negociações porque o objetivo é “o custo zero” por assim dizer. Virtudes tem registado um aumento populacional e, segundo Joaquim Soares, conta agora com “cerca de 500 habitantes”, “em que cerca de 50 a 60 pessoas necessitam deste passe”. É com esperança que a população não desiste, assinando as petições necessárias, para que haja a inclusão num projeto que surgiu da necessidade de contrariar a exclusão social.


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Tomás Leal, o pequeno guerreiro de Marinhais, precisa da ajuda da comunidade outra vez como ganhar a lotaria mas ao contrário. Na roleta da genética, José Leal e a esposa tinham 25 por cento de probabilidades de terem filhos com cancro, e das duas vezes saiu-lhes a má sorte. Esta informação foi obtida depois de testes genéticos efetuados numa clínica espanhola, depois de os dois filhos do casal terem ficado doentes. Tomás Leal é um pequeno guerreiro, de Marinhais, que enfrenta nesta altura mais um tratamento para aquela doença maligna. Depois de ter sido diagnosticado e de ter superado com sucesso um cancro nos ossos, o osteossarcoma, um dos mais agressivos, vê-se agora com seis anos a lutar contra um cancro do pulmão. A irmã Marta, um pouco mais velha, com 10 anos, também teve um osteossarcoma numa perna aos seis anos, mas a evolução tem sido favorável. A família, mais uma vez, parte para a única solução possível: apelar à solidariedade de toda a comunidade de Salvaterra de Magos, da região e do país. São necessários 100 mil euros para o filho fazer o tratamento numa clínica em Espanha, embora parte dessa verba já tenha sido angariada, cerca de 70 mil euros até há poucos dias

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Tomás Leal

atrás. Em entrevista ao jornal e Rádio Valor Local, José Leal, pai de Tomás, diz que o sorriso dos seus dois filhos faz com que nunca baixe os braços. Das suas vezes levou os filhos para serem tratados numa clínica espanhola conceituada neste tipo de tratamentos na região de Navarra. “Cá em Portugal a única solução que me deram foi a amputação, mas nunca quis aceitar, procurei até ao limite das minhas forças uma cura para os meus filhos sem necessidade de eles ficarem sem os membros”. No tratamento da Marta foram angariados 90 mil euros, no primeiro tratamento do Tomás outros 90 mil euros, e desta vez são necessários mais 100 mil euros. No exame de rotina descobriu-se que o cancro estava agora alojado no pulmão. “Ainda há três meses estava tudo bem, eis que nos exames de agosto nos foi dada a má notícia”, refere José Leal que ainda acreditou que a criança podia ter um trajeto parecido com o da irmã que recuperou da doença sem recidivas, “mas infelizmente não há casos iguais”. À nossa entrevista José Leal diz que é muito raro um homem e uma mulher terem tanto “azar” na genética. “Houve até um médico que disse que esta era a primeira vez a que assistia a um osteossarcoma entre irmãos”. Tomás Leal já foi operado no sentido da retirada dos nódulos dos pulmões. Segue-se o processo da quimioterapia. A verba dos 100 mil euros contempla cirurgias, exames e quimioterapia. “Se não houvesse de todo uma solução se não a amputação quem eramos nós para questionar, mas quando temos aqui tão perto de nós, em Espanha, uma saída, tentámos ir por esse cami-

Família de José Leal continua a lutar todos os dias

nho”. Nesta altura e embora “Portugal tenha tratamentos para o cancro do pulmão, o historial do Tomás está em Espanha, e não convém andar a saltar de um lado para o outro”. Na anterior campanha, a família beneficiou de 50 mil euros por parte da causa da bebé Matilde, a criança que conseguiu angariar dois milhões de euros para um medicamento destinado a tratar uma doença rara, atrofia espinhal muscular. Mais tarde o Governo acabaria por financiar esse medicamento, e a verba conseguida pela família graças às dádivas dos portugueses tem sido distribuída por outras crianças à procura de uma cura nas mais variadas situações. Na página de Facebook da causa do Tomás Leal está bem patente

o apoio da comunidade. Um pouco por toda a região, mas principalmente no concelho de Salvaterra de Magos, pequenos comerciantes, particulares, e associações organizam eventos, fazem rifas, leilões online e tudo o que a imaginação consegue concretizar no objetivo de angariação das verbas que esta família necessita. Contudo, a pandemia trouxe um revés às intenções desta família, “porque os eventos acabaram”, e “no ano passado tivemos muita atividade por parte de coletividades e de grupos que nos ajudaram muito”, por isso “resta-nos as dádivas na conta bancária e continuar a apelar à solidariedade das pessoas”. Independentemente dessa contrariedade, “a clínica espanhola continua a fazer os tratamentos, e

mesmo assim os preços que foram estabelecidos são muito por baixo, não faturam todos os exames e tratamentos”, revela José Leal que considera que o caso das duas crianças “é também importante para o sucesso daquela clínica”. “É verdade que 100 mil euros é muito dinheiro, mas cá em Portugal os tratamentos se não fossem comparticipados pelo Estado seriam muito elevados e no fundo não deixam de ser pagos por todos nós”. Nos últimos anos, e desde que os filhos ficaram doentes, esta é uma ocupação a tempo inteiro – “Estou de assistência há quatro anos”, conta José Leal, guarda prisional de profissão – “No caso da Marta a recuperação foi muito lenta e difícil e quando pensávamos que estava tudo praticamen-

te sanado foi quando o Tomás ficou doente, e regressámos à estaca zero. A Marta ainda necessita de tratamentos em Espanha, o Tomás enfrenta mais uma batalha de modo que isto passou a ser algo a tempo inteiro”. A mulher de José Leal trabalha no concelho e vai conseguindo conciliar a profissão com os cuidados aos filhos “graças à compreensão do patrão”. O Tomás como é muito jovem “ainda não percebe completamente o que lhe está a acontecer, embora nem tudo seja novo porque assistiu ao problema da irmã. Procuramos viver um dia de cada vez sem nunca baixar os braços”. Quem desejar contribuir para esta causa o nib é o seguinte: PT50003507050001624813077

Câmara de Arruda dos Vinhos inaugura novo canil Câmara Municipal de Arruda dos Vinhos inaugurou, no passado dia quatro de outubro, o seu novo centro de recolha de animais. A obra que tem o nome do antigo veterinário municipal Dr. João António Bessa, fica situada fora dos limites urbanos da localidade, mas acessível à população. Segundo André Rijo, presidente da Câmara Municipal de Arruda dos Vinhos, o dia da inauguração foi escolhido, tendo em consideração o facto de ser o Dia Mundial dos Animais, sendo assim uma forma simbólica de prestar uma justa homenagem ao melhor amigo do ho-

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mem e também aos gato, já que o novo espaço conta com um gatil. André Rijo destacou o facto de as antigas instalações do canil, situadas junto aos estaleiros municipais, já não oferecerem qualquer tipo de condições, vincando que agora os animais passam a estar “numa espécie de hotel de cinco estrelas” tendo em conta as novas e modernas instalações construídas para o efeito. Este foi um edifício feito de raiz feito pelo município com um custo aproximado de 133 mil euros, sendo que 50 mil euros desta verba, corresponde a uma comparticipa-

ção do Estado. Alexandra Leitão, secretária de Estado da Modernização Administrativa, que representou o Governo nesta cerimónia, destacou a parceria importante estabelecida com as autarquias locais. Para ela, estas são fundamentais. A governante sublinhou que o novo espaço “comprova que os humanos sabem tratar dos mais frágeis Este centro de recolha tem treze boxes para cães, um gatil, salas de quarentena e espaços para os funcionários, além de que pode ser ampliado sem grandes custos.

Alexandra Leitão marcou presença no evento


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Câmara de Alenquer explica aos moradores projeto logístico para a Passinha Câmara Municipal de Alenquer recebeu os moradores da Passinha tendo em conta a construção do armazém de logística da empresa Santos e Vale que motivou a contestação de alguns moradores daquela zona do concelho. Na reunião, agendada por iniciativa do município, foram apresentadas as propostas dos Planos de Zonamento Industrial e dos Corredores Viários da zona industrial do eixo Carregado-Alenquer, previstos no futuro Plano Diretor Municipal. Numa zona estratégica junto ao maior nó rodoviário nacional, tem sido intensa a procura das empresas para se estabelecerem no local. A Câmara ressalva, em comunicado de imprensa, que tem sido preocupação deste executivo assegurar que esse crescimento se processa de uma forma ordenada e acompanhada de acessibilidades e de outras medidas passíveis de diminuir o impacte nas zonas urbanas envolventes”. Em relação ao licenciamento do armazém logístico, foi referido que em 2016 foi feito um pedido de informação prévia (PIP) para cons-

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trução de Fração A – Armazém de Distribuição e Fração B – Armazém de produtos secos, totalizando uma área de implantação de 15.000 m2 e uma área de construção de 15.800 m2, uma volumetria de 180.000 m3 e uma cércea de 12 metros. Tendo em conta as informações técnicas e o parecer favorável da CCDR-LVT de 12.01.2015, o Gabinete do PDM propôs deferir o PIP por a implantação acontecer em terreno industrial. Em reunião de câmara, realizada a 21 de março de 2016, PS, PSD e CDU votaram, por unanimidade, deferir a pretensão com as condições fixadas e indicadas nas informações técnicas prestadas num eventual pedido de licenciamento. A câmara deliberou também por unanimidade, em fase de licenciamento, a apresentação de um estudo de Tráfego e Acessibilidades que sustentasse o projeto de acessibilidades e que acautelasse alguns aspetos como o recuo suficiente do limite do prédio para criar condições de acessibilidade e mobilidade pedonal e algumas medidas que se julgassem necessárias

para diminuir o impacto nas zonas urbanas envolventes. Do ponto de vista dos melhoramentos à rede viária existente foi solicitado o alargamento da faixa, para 7 metros, no troço de circulação bidirecional na Rua do Sol Nascente, entre o entroncamento desta e o acesso proposto ao empreendimento, assim como o aumento do raio de curvatura, para 10 metros, entre a Rua dos Bons Amigos e a Rua do Sol Nascente; a construção de uma rotunda galgável de quatro ramos com um DCI de 24m para substituição da atual interseção da Rua dos Bons Amigos com a Rua dos Casais Novos e na interseção da Rua dos Bons Amigos com a Estrada da Torre; e a reformulação da sinalização vertical e horizontal de toda a zona envolvente. Entre os munícipes presentes, Jorge Conceição, mostrou-se desfavorável ao alargamento da zona industrial previsto no novo PDM e contra a construção daquela unidade logística, referindo que ambos não dignificam o território. Colocou a tónica na defesa da qualidade de vida das populações e na defesa da construção de uma via

Autarquia quer resolver possíveis constrangimentos de trânsito na Passinha

alternativa, mas, ao contrário da proposta da Câmara, que contempla uma via mais afastada da povoação, o munícipe defende uma via próxima à localidade do Passi-

nha, de maneira a salvaguardar as vinhas e o enquadramento paisagístico da Quinta da Telhada. A proposta defendida por Jorge Conceição assenta numa via pa-

ralela à Rua dos Bons Amigos, contígua ao edificado residencial do lado Este, que ligue as infraestruturas da empresa Santos e Vale - Logística Distribuição Transporte à rotunda que será construída na interseção da Rua dos Bons Amigos, com a Rua do Casal Machado e a Estrada do Banco de Portugal. O presidente do município, reforçou o compromisso da Câmara Municipal na procura de soluções que possam mitigar os impactes das atividades empresariais naquela área, designadamente o estudo da alternativa do traçado viário apresentado pelo munícipe em causa. Em jeito de conclusão, ficou acordado que Pedro Folgado comunicará de imediato aos responsáveis da empresa Santos e Vale - Logística Distribuição Transporte de que a autarquia fará uma fiscalização ativa e permanente à atividade da empresa, naquilo que são as suas competências, no sentido de monitorizar se o fluxo de tráfego desta corresponderá futuramente ao estipulado em sede de licenciamento.

CIMOESTE pede mais apoio ao Governo para os transportes públicos Comunidade Intermunicipal do Oeste, através de comunicado, alerta para a necessidade de o Governo reforçar o apoio no financiamento da política de transportes na região. Pelas suas especificidades dado o facto de esta região se situar paredes meias com a Área Metropolitana mas não beneficiar do passe a 40 euros, o esforço financeiro da comunidade intermunicipal acaba por ser evidente

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dados os fluxos de passageiros que partem diariamente rumo à capital. A Comunidade Intermunicipal do Oeste e os seus municípios, por força do quadro normativo em vigor que prevê compensações aos operadores de transportes essenciais, no âmbito da pandemia COVID-19, tem de compensar em 4 milhões de euros esses serviços segundo valores apurados tendo em consideração o

segundo semestre. “Estamos a aguardar pelo orçamento de Estado para aferirmos qual o valor que vai ser aportado para a nossa operação que é das maiores a seguir a Lisboa e Porto para este tipo de contexto”, refere ao Valor Local, Pedro Folgado. “É tão particular a situação do Oeste no contexto da presente politica pública que, de acordo com o relatório do Programa de Apoio à Redução Tarifária, esta

foi a região com maior taxa de execução em todo o território nacional, com cerca de 140 por cento”, evidencia o comunicado que adianta – “Estes números demonstram claramente o investimento que os municípios do Oeste fizeram nesta importante politica pública, em beneficio das famílias, dos trabalhadores ou dos estudantes, designadamente com a redução do valor dos seus passes, contribuindo, as-

sim, para aumentar o rendimento disponível dos cidadãos, para contribuir para a atratividade do território e para a sua coesão.” Segundo o relatório do Programa de Apoio à Redução Tarifária nos Transportes, apenas o Oeste, Terra de Trás os Montes e a Área Metropolitana do Porto, com 140 por cento, 110 por cento e 104 por cento, respetivamente, colocaram recursos financeiros próprios no programa

de redução tarifária, acima do definido no quadro legal. Sendo assim a região do Oeste, com todas as especificidades acima espelhadas, pretende agir junto do Governo, para os transportes públicos na região, permitindo assim que este objetivo seja concretizável, mas sem que, com isso, se atinjam níveis de financiamento incomportáveis para os municípios que a integram.

André Salema preocupado com a saída dos privados do Hospital de Vila Franca ndré Salema, presidente dos Bombeiros Voluntários de Azambuja em entrevista à Rádio Local, diz que a gestão e a organização atual do Hospital de Vila Franca de Xira proporciona pagamentos aos bombeiros a horas, contando que ainda se encontra no domínio privado. Afirma tratarse de uma “gestão extraordinária” que permite a resolução de problemas no próprio dia. Manuel Ferreira, médico de clínica geral há mais de 40 anos em Azambuja, também já revelou em entre-

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vista ao nosso jornal que os grupos privados proporcionaram resultados fantásticos ao hospital, que o Estado nunca conseguiria assegurar. É em maio de 2021 que chega ao fim o contrato do Grupo Mello com a passagem do Hospital de Vila Franca de Xira para o domínio público. É nessa altura que acaba também o contrato dos bombeiros de Azambuja que, atualmente, fornecem um serviço de permanência na instituição. Este serviço conta com um valor

extra que tem sido disponibilizado pelo grupo privado à frente da gestão e que tem proporcionado “uma nova qualidade de serviços aos utentes”. André Salema mostra-se reticente do regresso ao serviço público, sem saber “como vão ser as coisas no futuro e o que acontecerá ao contrato que têm”. Recorda ainda o que era o hospital antigo que gozava de má reputação. Apesar do medo do presidente dos bombeiros, mesmo enquanto utente, da instituição regredir

para o que era antes, se refletir também na opinião do médico Manuel Ferreira, que diz não ter grandes expectativas para a nova gestão pública, ambos concordam que as novas infraestruturas do atual hospital permitem que haja boas condições físicas. Resta aguardar para compreender o que o futuro reserva ao Hospital de Vila Franca de Xira cuja gestão será de novo entregue ao Estado em meados do próximo ano. Miguel António Rodrigues

André Salema


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José Braz abraça desafio da banda de Azambuja Miguel A.Rodrigues Sílvia Carvalho d’Almeida presidente da direcção no Centro Cultural Azambujense (CCA) há pouco tempo, mas já conta com cerca de 44 anos ininterruptos de associativismo. Afirma que “não percebe nada de música” e que o seu papel no CCA é apenas de gestor. Para ele o associativismo e as causas sociais “sempre lhe disseram muito” e esclarece que gosta do que faz, mas também que existem poucas pessoas disponíveis para este tipo de cargos, especialmente entre os mais jovens. Foi nos estúdios da Rádio Valor Local que José Braz falou do CCA, da recente mudança de maestro da banda, e da necessidade de diversificar e adequar a escolha das músicas que esta toca. À semelhança de outras entidades que promovem as actividades artísticas e culturais, o Centro Cultural Azambujense está também a passar por dificuldades

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José Braz devido à crise da covid-19. Com uma quebra nas receitas em cerca 90 por cento devido ao cancelamento das festas, dos arraiais e concertos, conta agora com a

ajuda da Câmara Municipal da Azambuja “para sobreviver”. Tal como nos diz José Braz, “existem despesas mensais que têm que ser pagas, tais como

renda, água, luz, e o maestro”. O que parece não ter mudado, é a vontade dos músicos que compõem a banda, de tocar.E vêm de vários locais da região. “Para

além da Azambuja, chegam-nos músicos de Aveiras de Cima, Porto Alto, Alcoentre, Tramagal, Ereira, Cartaxo, Vila Franca de Xira, devido à boa reputação da banda e à mudança de paradigma operada todos querem tocar no CCA”. E nem o vírus nem as restrições impostas pela DGS impediram que os ensaios se encontrem a decorrer. Todas as medidas de segurança estão a ser cumpridas. “Cada músico tem o seu instrumento e é responsável por ele. No final do ensaio pode leválo para casa ou deixá-lo no centro, sendo que neste caso há lugar a uma desinfeção prévia. Não há circulação de instrumentos.” Também relativamente ao distanciamento social há precaução. “Numa sala onde cabem habitualmente 150 pessoas, actualmente frequentam cerca de 25.” Mudança de Maestro e novas escolhas musicais Quando a direcção decidiu con-

tratar um novo maestro, nem todos estiveram de acordo. “Houve alguma relutância em aceitar a mudança. Não sei se é por sermos latinos ou é geral. Mesmo que às vezes essa mudança seja para melhor. Sem querer desprestigiar o maestro anterior, a direcção procurava algo diferente, e isso está a acontecer. Nem melhor nem pior, mas diferente”. Relativamente à alteração de paradigma quanto às escolhas musicais da banda, procura-se agora adequá-las ao tipo de público. “Se queremos prender o ouvinte, temos que escolher as músicas que ele gosta. Se formos para o norte, teremos que estudar que música é essa. Eu gosto de música clássica, mas se formos para o jardim urbano da Azambuja tocar só Beethoven ou Strauss, é claro que é bonito, é muito bom, mas se tocarmos um pasodoble, o público vibra muito mais. Temos que ser abrangentes, moldarmo-nos aos ouvintes. É quase como “discos pedidos”.”

Azambuja coloca freixos na Avenida das Palmeiras e quer zona de banhos na Casa Branca Câmara de Azambuja assinou, recentemente, um protocolo com o ministério do Ambiente com vista à requalificação do esteiro na zona ribeirinha e do Palácio das Obras Novas também junto ao Tejo. A novidade foi dada, em primeira mão, à Rádio Valor Local em entrevista ao vice-presidente da Câmara de Azambuja, Silvino Lúcio. A Administração da Região Hidrográfica do Tejo deu luz verde para essas obras. No passado, durante os mandatos do anterior presidente da autarquia, Joaquim Ramos, houve a tentativa de deixar as zonas ribeirinhas do concelho num estado de fruição mais condigno, mas constantes atos de vandalismo deitaram por terra esse esforço. Nesta altura, a autarquia faz de novo essa tentativa e pre-

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tende colocar junto ao palácio um espaço de mesas, papeleiras e bancos. A grande novidade é a substituição da avenida das palmeiras, dizimadas há meia dúzia de anos pela praga do escaravelho vermelho, por freixos. “Esta sim uma árvore associada à borda de água”, destaca Silvino Lúcio, referindo que “as palmeiras foram colocadas no local em causa como forma de ostentação de famílias abastadas à época”. Não escondendo que foram um símbolo de Azambuja, principalmente noutros tempos, o vereador do Ambiente diz que não faz sentido repovoar a avenida com aquela espécie de novo. Já na ligação do esteiro ao palácio “vamos fazer toda a limpeza do talude da Vala Real e criar um circuito pedonal, no fundo

Cenário desolador vai dar lugar a freixos

uma ciclovia, impedindo a circulação automóvel, de forma a criar uma conetividade da vila ao esteiro, e daí ao palácio, mas

mais à frente queremos fazer a ligação à praia da Casa Branca, com zona de banhos”. Esta é uma ambição que pode soar a

“déjà vu” (já antes vista) para muitos dado que é uma eterna promessa dos executivos, mas Silvino Lúcio garante que “já es-

tamos a monitorizar a água para criar essa zona de banhos”. “Estamos a trabalhar com um gabinete nesta matéria”. O autarca diz que todos “estes sonhos vão tornar-se uma realidade” porque a Câmara tem conseguido juntar verbas significativas provenientes dos impostos municipais, nomeadamente, sobre as transmissões onerosas de imóveis, o IMT, realizadas nos últimos anos por algumas grandes empresas estabelecidas no concelho. O autarca diz que são precisos dois mandatos para operar esta “revolução” na zona ribeirinha de Azambuja, isto porque “temos intervenções muito delicadas e que exigem uma ação mais forte das entidades do Estado nomeadamente na zona entre o palácio e a Praia da Casa Branca, devido ao assoreamento do Tejo”.

Zona Ribeirinha da Póvoa é cada vez mais procurada aproveitamento da frente do Rio Tejo, no concelho de Vila Franca de Xira, mais propriamente na Póvoa de Santa Iria, tem sido uma mais valia para o usufruto da população. Jorge Ribeiro, presidente da junta Póvoa – Forte, revelou à Rádio Valor Local que a população tem aderido em massa a este projeto que não para de

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crescer e receber novos adeptos, seja do espaço para lazer seja para praticar desporto. A localização é uma mais valia e tem sido “até muito procurada por outros autarcas para verem in loco o que temos ali”, refere Jorge Ribeiro, sustentando que o espaço acaba por servir de inspiração a outras terras. À Rádio Valor Local o autarca

sustenta que a ligação ao norte do concelho para terminar toda a frente de rio no concelho de Vila Franca e também a ligação a Lisboa serão fundamentais para a consolidação do projeto. Para breve a Câmara Municipal de Vila Franca de Xira tenciona ligar o passeio ribeirinho ao Parque das Nações e para isso já decorrem negociações com as

Câmaras de Loures e de Lisboa.Jorge Ribeiro fala num bom entendimento com ambas as autarquias sendo que com Lisboa já existem intenções em fazer a ligação aérea no rio Trancão. Na Póvoa, refere Jorge Ribeiro “vem muita gente de fora para utilizar aquele parque” o que representa “milhares de pessoas

todos os dias”. O autarca refere que aquele acaba por ser “um pulmão verde” depois do passado muito industrial, e do qual ainda existem resquícios na freguesia. “Felizmente de alguns anos a esta parte esse intento foi conseguido, aproveitando uma frente de rio absolutamente fantástica. Há quem diga que para a

prática de desportos náuticos, aquele espelho de água é dos melhores do país”. O local inclui a casa avieira e em breve terá o museu da indústria. Um desígnio para o qual o município de Vila Franca de Xira já tem projeto e que será construído numas instalações existentes na Póvoa de Santa Iria.


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Ateneu Artístico Vilafranquense tenta renascer das cinzas Miguel A. Rodrigues Sílvia Carvalho d’Almeida om uma nova direção desde 2007, o Ateneu Artístico Vilafranquense sofreu alterações profundas na sua organização e gestão. José Luís Ferreira, presidente da direção, e a vogal Cristina Mateus, revelaram à Rádio Valor Local que há três anos a coletividade encontrava-se num vazio diretivo. A direcção que cumpria funções terminou o seu mandato mas não se encontrava disponível para o renovar. Era necessário encontrar quem estivesse disposto a assumir a responsabilidade de formar uma nova direção. Antes de tomar posse, José Luís e a sua equipa estiveram durante um ano numa situação de gestão provisória. Segundo conta, “o Ateneu estava numa situação muito complicada, na iminência de fechar portas”, face ao acumular de dívidas bastante elevadas. Um dos problemas identificados prendia-se com o auditório, que tal como o director explica, “era um sorvedouro de recursos”. Foi necessário renovar processos de gestão, que permitiram encontrar “formas de o rentabilizar, a par com novas formas de financiamento que tiveram que ser encontradas”. Para José Luís, “foi um trabalho difícil, mas gostoso”, confessa. Cristina Mateus conta-nos a sua

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Uma das apostas da direção passou pela melhoria tecnológica do auditório. Foto Ateneu versão dos factos e do que encontrou - “A estrutura do auditório estava terminada mas faltavalhe uma licença de utilização, e uma série de pressupostos obrigatórios como iluminação e equipamento de luz e som, até porque estamos a falar de uma sala de 600 lugares, que é um dos melhores auditórios físicos do país, mas era impossível renta-

bilizar aquele espaço”, tendo em conta “a necessidade de ser autossustentável e ao mesmo tempo fonte de receita para financiar as actividades do Ateneu”. “Profissionalizaram-se equipas técnicas de som e de luz, pelo que toda a produção dos espectáculos é feita pelo Ateneu” que ficou, no final da intervenção, capacitado para receber qualquer tipo de

espectáculo. No final de janeiro deste ano, contava já com 54 reservas externas e 31 eventos próprios agendados. A Câmara Municipal de Vila Franca de Xira tem sido um “aliado fundamental”, tendo apoiado o esforço de requalificação do edifício, refere a direção. Mas o apoio e a empatia dos cidadãos tem sido igualmente fundamen-

tal, prova disso foi a eleição do projeto do Ateneu para receber 65 mil euros de apoio no âmbito do Orçamento Participativo da Câmara Municipal de Vila Franca de Xira. A banda é o cartão de visita do Ateneu, porém existem muitas outras actividades nas quais a direção convida os interessados a participar, tais como dança, pin-

tura, artes marciais e esgrima. Os associados pagam uma quotização mensal de dois euros. A escolha das actividades, segundo José Luís, é feita não com uma lógica de competição com outras entidades, mas numa procura de servir a população, e as suas necessidades. “Procurámos sobretudo ter disponível o que não há no concelho”.

Azambuja vai ter o primeiro laboratório do rio no sul do país Câmara de Azambuja vai instalar no Parque Ambiental de Aveiras de Baixo um laboratório de rio. O projeto visa a revitalização da ribeira de Aveiras de Cima que atravessa aquele espaço e que através de métodos naturais, será devolvida à comunidade para que assim usufrua daquele recurso. Este é o primeiro passo dado pela autarquia, que segundo Silvino Lúcio, vice-presidente da câ-

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mara de Azambuja, não será o único. O local é propriedade do Estado, mas está cedido à autarquia por um período de 30 anos. O autarca e o presidente do Município, Luís de Sousa, querem que o prazo seja alargado, ou que passe definitivamente para a Câmara, tendo em conta todos os investimentos que serão feitos no espaço. Segundo o responsável pelo pro-

jeto, o engenheiro da empresa vencedora do concurso, Pedro Teiga, a ribeira será devolvida à população. O projeto inclui espaço para os habituais alagamentos em tempo de inverno e o corte e controle de vegetação. Com este projeto, Azambuja terá o primeiro Laboratório de Rio funcional na zona sul do país, já que outro semelhante, implantado em Loures, está ainda a meio gás.

Projeto apresentado nos viveiros de Aveiras de Baixo

Fundação Antiga Casa Real de Samora Correia obrigada a devolver verbas à Câmara de Benavente Fundação Antiga Casa Real de Samora Correia vai ser obrigada a devolver ao município de Benavente o valor do apoio concedido durante três anos para a prática de atividades desportivas, nomeadamente, o basquetebol. Hélio Justino,

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vereador da Cultura, ao Valor Local referiu que aquela fundação não foi reconhecida como tal ao abrigo da lei dos censos às fundações, cujo despacho é de 2018. “Estávamos de boa fé até porque a única coisa que a lei exi-

ge do município para a atribuição de subsídios é o apuramento de dívidas ao Estado, às Finanças e à Segurança Social, e nessa componente não tinham quaisquer tipos de problemas”, adianta o vereador. Em 2018, a fundação viu-lhe re-

tirada pelo Estado o seu estatuto por incumprimento da lei, e isso “foi-nos omitido”. “Não estava ao alcance da Câmara saber essa informação acerca do estado da personalidade jurídica da fundação”. A entidade será notificada para devolução

da verba e “passados os prazos se isso não acontecer a Câmara avançará com uma ação judicial”, diz Carlos Coutinho, presidente da Câmara, que salvaguarda que “as verbas atribuídas foram efetivamente aplicadas nas ações para as quais

estavam destinadas, o basquetebol, até porque a equipa estava inscrita na federação distrital”. O Valor Local tentou o contacto com a fundação em causa, contudo o número de telefone associado encontra-se inativo.


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Lar de Vale do Paraíso aumenta a sua capacidade com novo projeto para mais camas Associação Nossa Senhora do Paraíso de Vale do Paraíso lançou, no início deste mês, a primeira pedra do novo edifício. Um espaço que vem aumentar em mais 35 camas a capacidade na região, uma vez que é uma necessidade constante. José Eduardo Pereira, presidente da direção, salientou a importância do aumento de camas, e que o novo edifício será uma mais valia tendo em conta a necessidade premente de toda a região. Para José Eduardo “tendo em conta o diagnóstico social, esta infraestrutura encaixa-se bem nas necessidades”. A carta social refere que “temos um défice acima das cem camas” salienta o responsável que sublinha que mesmo “com estas trinta e cinco camas, ficamos muito longe da resolução total desta necessidade”. O novo edifício vai cumprir a partir de agora novas regras, que impõem novas entradas e saídas diferenciadas do edifício.

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Lançamento da primeira pedra da nova estrutura residencial

José Eduardo salienta que o novo espaço terá cinco entradas, todas distintas para que não existam quaisquer cruzamentos entre áreas no futuro. Na cerimónia do lançamento da primeira pedra estiveram presentes várias entidades, embora a Covid-19 colocasse à partida uma série de regras de dis-

tanciamento social, os convidados não ultrapassaram a dezena. A deputada do PS na Assembleia da República, Vera Braz, que conhece bem aquela casa por motivos familiares, enalteceu o trabalho dos funcionários, salientando, igualmente,” o trabalho que tem vindo a ser desenvolvido até aqui, tendo

em conta o contexto da pandemia.” Também Luís de Sousa presidente da Camara de Azambuja, vincou por seu lado o trabalho que a direção do lar tem vindo a desenvolver, elevando a disponibilidade da autarquia até este projeto. José Eduardo avançou na Rá-

dio Valor Local que este é o primeiro projeto da região que será candidato ao programa PARES -Programa de Alargamento da Rede de Equipamentos Sociais. O presidente da ANSP sustenta que o projeto ainda se “encontra em papel” no entanto “sabendo que o nosso país lança candidaturas aos mais variados progra-

mas, desenvolvemos o projeto que submeteremos em candidatura através do programa PARES”, já em Novembro. O novo edifício que está orçado em um milhão e cem mil euros, ficará num terreno adquirido pela associação junto ao atual edifício”. A autarquia de Azambuja comprou um outro terreno que pretende aumentar o espaço disponível, visando o estacionamento e a parte paisagística do novo espaço nomeadamente no exterior. José Eduardo Pereira refere que a Segurança Social assegurará 75 por cento do valor do projeto, cabendo à instituição os outros 25 por cento. Neste contexto, o presidente da instituição diz que espera contar com o apoio da autarquia de Azambuja, sendo também essa a disponibilidade manifestada pelo presidente da Câmara Luis de Sousa “uma vez que Azambuja carece muito deste tipo de infra estrutura mais agora no momento em que vivemos.”

Barco Varino de Azambuja pode ser gerido por privados Câmara Municipal de Azambuja tem em plano a concessão a privados do Barco Varino “Vala Real”. A embarcação comprada no final dos anos 90 foi recentemente reparada, e devolvida às águas do Tejo, e custou aos cofres do município cerca de 100 mil euros, comparticipados pelo Turismo do Alentejo/Ribatejo. António José Matos, vereador com o pelouro do Turismo da Câmara Municipal de Azambuja, sustenta que a melhor forma de manter o barco em condições é mesmo “deixá-lo navegar”. A ideia é que o barco tenha o

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maior uso possível, no entanto tal concessão a acontecer, só será efetiva em 2021. O vereador sublinha que a gestão por um operador privado terá de ter regras bem definidas. “Ainda não temos essa possibilidade salvaguardada preto no branco”, refere o vereador que sublinha que a autarquia vai ter uma quota importante na utilização da embarcação. António José Matos sublinha que a embarcação será disponibilizada para as escolas ou para os passeios sénior só para dar dois exemplos. “Não vamos alienar totalmente,

pois teremos sempre uma quota parte nossa” salienta o vereador que assegura que o barco nunca sairá da propriedade do município. António Jose Matos refere que a concessão deverá começar no início de abril até outubro e depois para que o barco não volte a ter problemas, ou seja voltar a degradar-se, regressará aos estaleiros até ao ano seguinte. O “Vala Real” foi mandado construir pelo antigo presidente de Câmara João Benavente, e foi colocado a navegar em 1998, numa primeira viagem

que ligou o esteiro ao Tejo. Desde aí a embarcação fez parte de vários projetos, sendo a “Rota dos Mouchões” a mais emblemática. Agora o barco recuperado vai também retornar a essas viagens, de acordo com o vereador António José Matos e o presidente da Câmara de Azambuja, Luís de Sousa, ao Valor Local. O barco só estará disponível ao público em 2021, mas até lá efetuará várias visitas e passeios promocionais.

Miguel António Rodrigues

Em 2021 começará a navegar com regularidade nas águas do Tejo

Junta de Vila Franca quer dar nome de Mário Coelho a uma rua da freguesia Junta de Freguesia de Vila Franca de Xira quer homenagear o matador de toiros Mário Coelho, dando o seu nome a uma rua. No passado isso já aconteceu com o maestro José Júlio, também matador de toiros, no entanto a morte prematura devido à covid 19 de Mário Coelho

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impediu que a junta o fizesse ainda em vida. João Santos, presidente da Junta, salienta que este é um projeto que já existia e que “estava a articular com o próprio Mário Coelho”, assim como aconteceu com José Júlio, no entanto não foi possível.

O autarca diz esperar homenagear Mário Coelho antes do fim do mandato e nesse sentido explica em entrevista à Rádio Valor Local, que existem algumas ruas que podem vir a servir para esta homenagem, no entanto, as possibilidades não são centrais. João Santos salienta não ser

adepto de “eliminar património toponímico”, e por isso quando os bombeiros de Vila Franca mudaram a localização do quartel, fez sentido renomear a rua onde estava o edifício, atribuindo dessa forma o nome de José Júlio. Sem uma localização previamente defendida o presidente da jun-

ta diz preferir “aguardar pelo surgimento de artérias novas “em Vila Franca de Xira para o efeito. Existem no entanto algumas alternativas possíveis para uma homenagem mais imediata. O autarca revela que “temos três arruamentos em equação que estou a estudar com o David Sil-

va”. João Santos refere a existência de uma comissão para o efeito, sendo que aderiu a este grupo, o atual Provedor da Misericórdia de Vila Franca de Xira. Este é um grupo de trabalho que inclui personalidades da freguesia de Vila Franca de Xira.


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Alenquer

Green Lab com soluções para fora de portas da sede de concelho oi inaugurado em junho aquele que pretende vir a ser um laboratório vivo da descarbonização em Alenquer. Passados estes meses, o Valor Local foi conhecer o desenvolvimento dos diversos projetos associados a esta iniciativa. Partilha de bicicletas no espaço público, controle dos lugares de estacionamento através de um sistema inteligente junto à Chemina, e transporte público elétrico são apenas algumas das soluções apresentadas, algumas das quais já estão a ser equacionadas para outras partes do concelho. O projeto Green Lab é um laboratório vivo e que se pretende interativo, situado junto ao mercado de Alenquer, dotado de um espaço físico que funciona como unidade de apoio, a que se junta uma bicicleta e uma viatura elétrica na parte exterior como símbolos da revolução em matéria de mobilidade “eficiente e amiga do ambiente”, destaca Paulo Franco, vereador do Ambiente na Câmara Municipal de Alenquer. “O objetivo é que as pessoas vejam o potencial destes meios em comparação com os que normalmente utilizamos nas nossas deslocações”. A própria energia injetada no espaço Green Lab

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Paulo Franco falou das mais valias do projeto

acaba por ser gerada através de painéis fotovoltaicos numa lógica de consumo circular. O município apostou ainda no conceito de mobilidade urbana

inteligente que consiste no desenvolvimento de sistemas de mobilidade através de partilha de bicicleta e automóvel; e gestão do estacionamento público as-

sente numa estratégia de parqueamento inteligente, e por último o teste de um veículo de transporte público elétrico. Vão ser colocados postos de car-

regamento elétrico de veículos fora da vila de Alenquer que já conta com dois equipamentos daquele tipo, na zona da biblioteca e na do tribunal. “Estamos a

identificar essas localizações em outras zonas”. O estacionamento já é gratuito no interior da Vila Presépio para aquele tipo de veículos. A eficiência no uso da iluminação pública e eliminação de gastos considerados como supérfluos é outra das vertentes do projeto Green Lab, “através da substituição por lâmpadas led assente em metodologia com recurso a sensores que vai permitir determinar a presença de movimento de pessoas no raio dessa luminária”. Este processo já está a funcionar. No espaço de intervenção foram colocados sensores de medição da qualidade do ar, para avaliar o impacte das soluções implementadas. Estes sensores permitiram, por exemplo, confirmar a redução das partículas finas em 40% durante os dois meses de confinamento (março/abril), em comparação com o período homólogo do ano passado. “O objetivo passa por replicar algumas destas soluções noutras partes do nosso território, nomeadamente, no estacionamento inteligente”. Entre os parceiros do município está a Sociedade Portuguesa de Inovação, e o Instituto Superior Técnico.

Manuel Ferreira diz que há pelo menos 3000 pessoas sem médico de família Miguel A. Rodrigues Inês Lourenço anuel Ferreira é médico de clínica geral há 40 anos em Azambuja e vê agora uma segunda vaga da pandemia a agravar os problemas psicológicos e de dinâmica familiar da população. Segundo o médico, a quantidade de pessoas que estão a tomar antidepressivos aumentou desde há oito meses. As depressões têm sido, na sua opinião, uma consequência do isolamento que tem afetado em particular a terceira idade, principalmente, os idosos que se encontram institucionalizados e que têm, assim, as visitas limitadas. A grande falha apontada é a falta

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de resposta dos centros de saúde. Manuel Ferreira afirma que, legalmente, deveria existir um psicólogo clínico por centro de saúde e que tal não acontece. Para além disso, há a questão dos médicos de família que gera preocupação por parte do médico, ao ver que, agora, ainda mais do que antes, “há muitas limitações na disponibilidade” daquele tipo de clínicos. Em Azambuja, depois da reforma de dois dos principais médicos, Manuel Ferreira diz existirem pelo menos 3000 pessoas sem direito a este serviço de saúde.O médico de clínica geral recorda ainda quando o centro de saúde contava com 13 médicos que, inclusive, dispunha de um serviço de atendimento permanente. Atual-

mente, diz que os centros de saúde não proporcionam serviços básicos, como “dar pontos”. Estes casos simples são, assim, reencaminhados para o Hospital de Vila Franca de Xira o qual fica sobrecarregado. O problema principal apontado por Manuel Ferreira é exatamente a falta de capacidade de resposta dos centros de saúde que deveriam ser uma das primeiras linhas de defesa da população. O médico diz que as pessoas ligam para a linha de saúde 24 que por sua vez reencaminha o contacto telefónico para os centros de saúde, que não dispondo de recursos nem de meios técnicos ou humanos para dar resposta à quantidade de chamadas, não conseguem estabelecer contac-

to com as pessoas. Segundo Manuel Ferreira, se se exige que não haja consultas presenciais, “devem ser assegurados os contactos telefónicos”. “Para isso a solução deve passar por um maior investimento por parte do Estado nos funcionários”, declara.O médico defende, ainda, o uso de máscara na rua e está convicto que esta pandemia “acabará” antes do verão do próximo ano. Manuel Ferreira recorda que apesar do investimento na saúde ter aumentado, as despesas seguiram o mesmo caminho com o crescimento contínuo na população idosa em Portugal, o que deve ser tido em conta pelo Estado, de forma a que se consiga implementar melhorias nas respostas médicas.

Manuel Ferreira

Estrada de Virtudes requalificada estrada de terra batida que liga a entrada norte de Azambuja à aldeia de Virtudes na freguesia de Aveiras de Baixo

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vai ser finalmente alcatroada. O anúncio foi deixado pelo vicepresidente da Câmara de Azambuja à Rádio Valor Local. Esta

era uma ambição antiga da população e segundo o autarca será incluída, no percurso, uma ciclovia.

Segundo Silvino Lúcio “poderá não ficar totalmente pronta a nível da iluminação, mas grande parte da obra ficará concretizada

com a sua pavimentação”. A ideia é ligar a vila de Azambuja à Mata das Virtudes naquilo que é já um ponto de caminhadas e de

exercício físico para os habitantes do concelho. O autarca acredita que esta é mais uma forma de aproximação ao Tejo.


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Manuel Ferreira, do MOAA

“PS com desculpas de mau pagador pode pagar caro o erro do aterro de Azambuja” onhecido médico de Azambuja, Manuel Ferreira refere ter ficado sensibilizado com a causa do Movimento de Oposição ao Aterro de Azambuja que tem lutado desde o início do ano pelo fecho da unidade da MotaEngil no concelho e daí a sua adesão ao mesmo. “Quando soube de pessoas que tiveram de sair das suas casas e mudar de residência porque não suportavam o mau cheiro decidi que também tinha de fazer parte desta causa”. Por outro lado “tudo o que ali existe é errado tendo em conta a proximidade à vila de Azambuja”, que “roubou toda a qualidade de vida possível”. “Estamos a falar de um autêntico crime ambiental”, consubstancia. Por outro lado não deixa de apontar o dedo à gestão socialista da Câmara ao dizer que errou em todo o processo. Manuel Ferreira confessa que ficou admirado com a capacidade de mobilização da população para esta causa, “tendo em conta que esta terra raramente mobiliza as pessoas para os proble-

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Manuel Ferreira crítico da gestão socialista no caso do aterro de Azambuja mas que são comuns a todos”. Manuel Ferreira diz que a pedra de toque na luta pelo fecho do aterro deu-se nos inícios de fevereiro quando a população se concentrou em frente à Câmara

a pedir o encerramento da atividade daquela unidade e “dali não arredou pé durante duas horas”. Afirmando-se como independente do ponto de vista partidário nota que foi a partir dessa

altura “que os políticos perceberam que este assunto mexia mesmo com as pessoas, e penso que no meu caso pessoal nem esperavam que eu estivesse ali”, confidencia. Esse foi “o

dia do volte-face” na luta pelo fecho do aterro, considera. A Câmara Municipal de Azambuja enfrenta, atualmente, um contencioso com a Triaza, a empresa participada da Mota-Engil, e segundo Manuel Ferreira a opção pelo escritório de advogados de Rogério Alves por parte do município foi acertada. Contudo lembra que a atual força maioritária socialista na Câmara “tem culpas no cartório” pela vinda do aterro para Azambuja. Este é um “erro” que em política “paga-se caro”. Manuel Ferreira diz que as desculpas recentes do Partido Socialista neste processo são de mau pagador, embora não deixe de ser “simpático” que tenham “contratado esta firma de advogados para que se corrija o possível”. Manuel Ferreira vai mais longe – “Não conseguem limpar o que foi feito”. O Movimento de Oposição ao Aterro de Azambuja (MOAA) vai levar a cabo uma caminhada, no próximo dia sete de novembro, rumo àquela unidade situada na Nacional 3 gerida pela Triaza, participada da Mota-Engil. O

MOAA pede o encerramento da atividade do aterro e como tal convida a população a marcar presença neste evento que arranca da praça do município pelas 10h00 no dia em questão. Inicialmente a caminhada esteve agendada para meados de outubro, mas foi adiada devido ao anúncio da entrada do país no estado de calamidade, por 15 dias, ainda no âmbito da Covid19. O movimento espera agora levar a bom porto as suas intenções. Margarida Dotti também membro integrante do MOAA registou ao Jornal e Rádio Valor Local que a população estava a aderir bem à ideia de fazer uma caminhada e espera que esse sentimento não esmoreça até sete de novembro, apelando ainda à população para que participe massivamente no processo de consulta pública online para a renovação da licença ambiental da Triaza, e deixe o seu voto contra neste processo que pode ser consultado aqui: https://participa.pt/pt/consulta/triaza—tratamento-de-residuos-industriais-de-azambuja-sa PUB


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Triaza quer renovar licença ambiental mas não especifica tipos de resíduos nem quantidades stá em fase de consulta pública o processo de renovação da licença ambiental do aterro da Triaza, em Azambuja. Até dia 10 de novembro os interessados podem dar a sua posição sobre a unidade da Mota-Engil projetada para 16 hectares, na Quinta da Queijeira, composta por três células, para um total previsto de 852 mil toneladas de resíduos enterradas durante 17 anos. Os munícipes podem inscrever a sua opinião no site participa.pt e em carta endereçada à Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo (CCDR-LVT), entidade que vai decidir sobre a extensão da licença ambiental em causa. No processo de consulta estão vários documentos relacionados com o funcionamento do aterro quer do ponto de vista operacional, mas também ambiental e empresarial. O Valor Local questionou Rui Berkemeier, especialista

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Renovação da licença ambiental do aterro de Azambuja em consulta pública

em resíduos da Zero-Sistema Terrestre Sustentável, que adiantou que também será enviado um parecer por parte daquela associação num contributo para esta fase do processo de consulta pública. O ambientalista sublinha que é de estranhar que entre a documentação não figure a lista de resíduos com os códigos dos materiais que podem ser recebidos em aterro. Recorde-se que a Triaza pode re-

ceber centenas de diferentes tipos de resíduos inscritos na classe de industriais não perigosos e não existem especificações sobre esta matéria na documentação que está acessível no site. Ao que tudo indica e segundo apurámos a Triaza, de forma informal, terá confidenciado que não pretende vir a receber resíduos de amianto tendo em conta que o decreto lei183/2009 salva-

guarda a necessidade de uma célula em específico para que não exista contaminação em contacto com os biodegradáveis. A empresa prefere passar a rejeitar a entrada daquele tipo de resíduos face às exigências da lei, que apenas foram colocadas em prática e supervisionadas pela CCDR e Agência Portuguesa do Ambiente (APA), no decorrer de 2020, com aquele último organismo a emitir uma “Nota Técnica do Amianto” e que proporcionou um volte-face no setor neste aspeto. Ainda no aspeto da deposição de amianto, no processo de renovação da licença ambiental, a APA pede um esclarecimento quanto ao ponto da situação da implementação das condições de confinamento dos resíduos contendo amianto no aterro, com o envio do manual de exploração atualizado e a planta com a localização da deposição dos resíduos daquele tipo de material no interior da uni-

dade. Recentemente foi lançada uma petição por parte dos moradores de Azambuja para retirada do amianto do aterro, uma tarefa considerada pelo ambientalista como quase impossível – “Como é que se vai retirar o amianto do interior do aterro quando temos toneladas de lixo em cima?”, deixa a interrogação, adiantando que esse exercício até seria “perigoso” para quem esteja no local com uma retroescavadora mesmo com recurso à georeferenciação. Impensável. Uma coisa é quando estamos a retirar placas de amianto do telhado de uma escola outra é num aterro com a possibilidade de libertação de partículas, num ambiente com biogás, e andar à procura de amianto” ao melhor estilo “agulha num palheiro”. A Zero pretenderá contribuir no sentido de o aterro não voltar a receber resíduos orgânicos potenciadores de maus cheiros, e

“só nessa condição é que não nos vamos opor ao seu alargamento”. Não se querendo pronunciar sobre questões do ordenamento do território que envolvam o Plano Diretor Municipal “que são da esfera do município”, este aspeto dos resíduos biodegradáveis “é o mais importante”. “Vamos lá ver que licença é que a CDDR e a APA vão dar ao aterro”, refere, adiantando – “Já é tempo de se mudar o paradigma deste tipo de unidades, quando ficam perto das populações, até porque temos exemplos suficientes de aterros que correram mal porque não se teve em linha de conta uma série de condicionantes”. Rui Berkemeier lamenta que este tipo de projetos para consulta pública “careçam de elementos importantes como os resíduos e as quantidades previstas porque sem isso como é que nós avaliamos as intenções das empresas?”, interroga-se.

Câmara de Azambuja aposta em vitória na secretaria para travar o aterro Câmara Municipal de Azambuja está confiante que vai conseguir travar o aterro da Triaza através de uma vitória na secretaria tendo em conta um processo administrativo aprovado na última reunião do executivo baseado numa declaração de cadu-

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cidade da aprovação do projeto de arquitetura apresentado pela empresa para abertura da segunda célula. Conforme é sabido a Triaza deixou passar os prazos previstos no final do ano passado para levar a bom porto as suas intenções.

Em comunicado a Câmara diz que o processo por parte da Triaza não foi apresentado nem nos prazos nem nos termos, condições e calendarização requeridos para o efeito. Em reunião do executivo, socialistas e social democratas manifestaram o seu rego-

zijo por este passo que consideram ser fundamental para o encerramento da atividade do aterro. Rui Corça do PSD referiu mesmo que “a empresa pode conseguir a renovação da licença ambiental mas fica sem as licenças urbanísticas do município”. Mais

cético, o vereador David Mendes, da CDU, alertou – “Se a CCDR der a licença ambiental à Triaza como é que a Câmara fica? Por vezes quando damos demasiada publicidade às coisas e andamos a surfar a onda não nos devemos esquecer que há posições contrá-

rias que ainda não conhecemos”. Como é sabido, a empresa que gere o aterro colocou a Câmara em tribunal tendo em conta esta impossibilidade de abrir a segunda célula, pelo que se adivinha um dirimir de posições na justiça ainda sem fim à vista.

Presidente da junta de Ota: “Todos os dias somos brindados com um intenso cheiro a metano vindo do aterro” presidente da junta de freguesia de Ota, Diogo Carvalho, continua preocupado com o estado do aterro de Ota sendo que, ainda há muita informação que se desejaria apurar mas que ainda não foi possível, apesar da administração da Proresi ter facultado uma visita por parte da Assembleia Municipal de Alenquer no passado mês de julho. O destino dos lixiviados e o intenso gás a metano são alguns dos principais problemas da unidade no seu entender. O facto de Portugal ter abdicado de receber lixo do estrangeiro, desde o meio do ano até dezembro de 2020, fez diminuir a intensidade de tráfego de camiões na região com destino àquela unidade no concelho de Alenquer , mas também o mau cheiro intenso a resíduos como acontecia até há pouco tempo atrás, contudo a junta de freguesia assegura que não vai baixar os braços nesta luta. Em declarações à Radio Valor Lo-

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cal, Diogo Carvalho, saúda a atitude da empresa que tem permitido que a comissão de acompanhamento se desloque ao local, mas “há um sem número de melhorias que podiam ser introduzidas” por este aterro do grupo Blueotter. “Contudo há correções que já não vamos a tempo de as efetuar, nomeadamente, quanto à altimetria do aterro que foi ultrapassada porque passámos aqui uma fase de alguns anos em que o aterro não foi fiscalizado como deveria ter sido”. Nesta altura as células possuem uma altura acima de quatro a cinco metros acima do estabelecido, e “apenas daqui a nove ou dez anos por força do abatimento do solo é que voltaremos ao normal para o que estava previsto, ao ritmo de meio metro por ano”, contudo “o impacto visual está lá”. Uma das atividades que podia ser desenvolvida no aterro passaria pela queima de biogás “mas a empresa diz que não compensa financeiramente,

Tráfego e maus cheiros diminuíram desde que o país deixou de receber resíduos a meio do ano

Diogo Carvalho sendo certo que isso é problema deles e a freguesia não tem de sofrer com isso”. O cheiro a metano intenso é outro dos problemas. Sendo que o autarca sugere que “politicamente se tente parar com a receção de lixo orgânico que está na origem dos maus cheiros”. No dia da visita da comissão de ambiente da Assembleia Municipal de Alenquer foi dada a conhe-

cer a documentação existente por parte do operador que demonstrou aos eleitos que cumpre o que está na lei, “mas quanto a nós é pouco”, salvaguarda Diogo Carvalho que teme ainda “que estejam a ser libertados lixiviados para as linhas de água”. A contribuir para o estado de coisas “temos ainda o abandono descontrolado da antiga lixeira de Alenquer” paredes meias com o ater-

ro. “Temos ali uma convergência de valores complicados na zona de convergência entre o aterro e a antiga lixeira pelo que não conseguimos atribuir a uma parte ou à outra”. “A Câmara deixou ao abandono o local sem qualquer tipo de monitorização aquela lixeira e não sabemos se a autarquia pretende ou não fazer esse controle mas não há interesse nisso mas vamos esperar por melhores

dias porque essas análises são imprescindíveis”. Sobre os lixos de Itália, “a empresa vê aquilo como um negócio perfeitamente normal ressalvando que fazem análises aleatórias aos contentores. Não sabemos se manipulam ou não essas análises”.Com a suspensão dos movimentos de lixo internacional o tráfego de camiões “no interior da freguesia diminuiu em 90 por cento”, assegura. Esta questão da fiscalização do aterro de Ota já fez subir os ânimos entre o presidente da junta de Ota e o presidente da Câmara de Alenquer, Pedro Folgado, que partilham a mesma cor política, com o primeiro a acusar o segundo de pouca ação neste dossier. Diogo Carvalho diz que não sente constrangimentos políticos e refere que defende os interesses da freguesia e que não tem de ser “um cordeirinho” na política, “seja onde for e contra quem for com o devido respeito”.


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Valor Local

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Azambuja, a caminho de ser o “El Dorado” da energia solar Sílvia Agostinho al se conheceram os dois projetos de energia solar previstos para o concelho de Azambuja, no passado mês de setembro, que choveram polémicas um pouco de toda a parte. Conforme o Valor Local já deu conhecimento na sua edição passada, um deles diz respeito a um investimento da Iberdrola Renewables Portugal SA em Vila Nova da Rainha num total de investimento avaliado em 40 milhões de euros, a construir em 200 hectares de terreno. Pretende vir a dar emprego a 260 pessoas na sua fase de construção. No local junto à A1 estão previstos 152 mil 440 painéis solares. Já em Manique do Intendente, na Torre Bela, o projeto é de envergadura mundial, proposta das empresas CSRTB e da Aura Power Rio Maior previsto para uma área de 775 hectares, num investimento de 170 milhões de euros com a criação de 1000 postos de trabalho na fase de construção e 10 postos permanentes após esta fase. A central está prevista para a quinta na parte em que fica de frente para a Companhia Logística de Combustíveis prolongando-se até à entrada de Alcoentre para um total de 638 mil 400 painéis solares. A oposição PSD critica veementemente as duas possibilidades pois teme que Azambuja se possa tornar num El Dorado da energia fotovoltaica pelos piores motivos. Já a CDU espera por mais elementos para avaliar melhor os investimentos. O Valor Local esteve em Manique do Intendente onde a população parece estar pouco desperta para a possibilidade de ser instalado um megaparque na Torre Bela, um dos maiores do mundo em perspetiva. A maioria das pessoas com quem nos cruzámos até desconhece o facto. Algumas já ouviram falar mas não conseguem ter uma opinião concreta. Já Maria de Fátima, 60 anos, confessa que a notícia não lhe é estranha mas é perentória – “Não me aquece nem me arrefece”, contudo recorda que “dantes tudo estava melhor na Torre Bela quando todos lá entravam e aquilo era muito bonito”. Foi uma das habitantes de Manique do Intendente que trabalhou na quinta. “Agora não podemos lá ir, apenas vemos alguma coisa quando cortam os eucaliptos e se percebe que andam por lá uns veadinhos”. Maria de Fátima diz que a vinda dos painéis solares já é tema de conversa nos cafés de Manique mas que ainda não houve mui-

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tas explicações. “Não sinto que as pessoas estejam muito preocupadas com isso”. José Avelino, presidente da União de Freguesias de Manique do Intendente, Maçussa e Vila Nova de São Pedro, também confessa que os fregueses ainda não lhe fazem muitas perguntas sobre a possibilidade em causa. “Esse tema está a passar ao lado”. O autarca confessa que é preciso que seja dada mais informação por parte da Câmara Municipal de Azambuja. “Quanto a mim não vejo grandes problemas porque passa de termos uma paisagem com eucaliptos para outra com painéis solares”.

José Avelino diz que ao longo dos anos a população foi perdendo a ligação com a Torre Bela que já deixou de ser produtiva do ponto de vista agrícola, pelo que o investimento em perspetiva não terá um especial impacte, contudo considera que “a Câmara fez bem em retirar a proposta de votação na Assembleia Municipal para que no fim de contas as pessoas possam ficar melhor esclarecidas”. Já o presidente da Junta de Freguesia de Aveiras de Cima, António Torrão, cuja autarquia se situa na margem do local onde serão implantados os painéis fotovoltaicos também é da opinião

de que a questão merece mais esclarecimento e discussão. “Está tudo muito vago”, ilustra, ao mesmo tempo, que considera que a primeira fase deveria passar pelo estudo de impacte ambiental e só depois a declaração de interesse público municipal, para que não seja o município de Azambuja a ficar com a batata quente na mão. “Já passámos um cheque em branco no caso do aterro e penso que não se pode passar outro cheque em branco”, ilustra. Nos dois investimentos assistimos a constrangimentos de Reserva Agrícola Nacional e espaço florestal. Depois de em reu-

nião de Câmara, conforme destacámos na edição de setembro, ter sido conferida a declaração de interesse público municipal, o presidente da autarquia, Luís de Sousa, decidiu retirar a proposta de votação na sessão da assembleia municipal que se seguiu. Recuperando aqui o histórico dos dois projetos do qual demos conta na edição passada, recordamos que no caso do complexo que a Iberdrola quer construir em Vila Nova da Rainha o município pede para que a proposta seja aperfeiçoada com a indicação do número de postos de trabalho após a construção sendo

que é imperativo que a empresa fixe a sua sede no concelho. No caso do investimento para a Torre Bela os constrangimentos são maiores à partida pois também está previsto para espaço de Reserva Ecológica Nacional. No total este parque fotovoltaico pode produzir energia elétrica suficiente para abastecer anualmente uma cidade com 110 mil habitantes. A área é a equivalente a 775 campos de futebol, mas choca com o facto de aquele ser um território florestal, agrícola, rodeado por uma unidade de paisagem particular. O grande desafio será passar no crivo do estudo de impacte ambiental onde várias entidades podem pronunciar-se. Sendo o que o Valor Local apurou junto da associação ambientalista Zero, que a mesma não deixará de dar o seu contributo neste processo. Os solos da Torre Bela estão apenas previstos para uso agrícola admitindo-se outros usos como o habitacional, ou o turístico sendo que uma instalação deste tipo terá de reunir um largo consenso para ir em frente na fase do estudo de impacte ambiental, e quando submetido a entidades como a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo ou a Agência Portuguesa do Ambiente. Aquela localização está ainda sujeita a servidões como a conduta do Alviela, área de sobreiro e azinheira, linhas de água entre outras. O investimento a sul no concelho apresenta menos condicionantes, mais delimitado pela questão da proximidade à autoestrada e por estar integrado, se vir a luz do dia, em leito de cheia. Ambos os terrenos são propriedade de proprietários privados que os vão alugar aos grupos deste setor das energias alternativas. No caso da Quinta da Torre Bela os proprietários vão lucrar “neste arrendamento cerca de um milhão de euros por ano”, conta Rui Corça que manifesta - “É apetecível claro está!”. Rui Corça, vereador do PSD, considera que “a Quinta da Torre Bela vai desaparecer” e com esta aprovação “a Câmara abre um precedente para que outros se instalem no concelho”. “Vai nascer um sol artificial ali entre Aveiras e Alcoentre porque este projeto na Torre Bela ocupará 80 por cento da quinta”. Para o autarca o investimento em especial o do norte do concelho não vai trazer benefícios, porque “são 10 postos de trabalho, e não sabemos que taxas é que


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Outubro 2020 vamos ganhar com isto, sendo que mesmo após a conclusão e no que toca a impostos indiretos também vem muito pouco para o município”. Como tal “não nos podemos dar ao luxo de abrir uma porta desta dimensão”. O autarca diz que não está contra a produção de energias alternativas e amigas do ambiente “mas escusava de ser à custa do concelho de Azambuja”, elencando ainda a devastação

em perspetiva da “fauna e da flora”. “Infraestruturas deste tipo nos Estados Unidos e embora de pequena dimensão têm levado à morte de milhares de pássaros por ano”, junta. O impacto “só para dar alguns exemplos causará uma descaracterização do concelho e com consequências nas vinhas e nos pomares adjacentes bem como no Paul de Manique pela intensidade do calor produzido”. Por outro lado,

“este tipo de projetos não costumam ser implantados em zonas próximas de núcleos populacionais”. Segundo o autarca “na assembleia municipal tudo faremos para que os projetos sejam chumbados” e para que “Azambuja não seja agora o ‘El Dorado’ da energia solar pelos piores motivos”. Aos promotores “este investimento com cerca de 30 a 40 anos de vida útil pode render mil milhões de euros fazendo a

conta por baixo”. O projeto da Torre Bela quando a funcionar vai conseguir satisfazer 10 por cento da necessidade de energia solar do país produzida por fontes não poluentes, e como tal no entender da Câmara de Azambuja é bemvindo. Luís de Sousa, presidente da autarquia, ao Valor Local estranha a posição do vereador do PSD e refere que a procissão ainda agora vai no adro

Destaque 15 pois não faltarão pareceres das mais diversas entidades. Quanto aos benefícios ou prejuízos do projeto diz-se neutro – “No meu entender nem fico satisfeito nem insatisfeito se forem ambos para a frente”. Contudo refere que “não são conhecidas ilegalidades”, e portanto diz não compreender a aversão do PSD a estes projetos, sobretudo “quando é um partido de direita”. Luís de Sousa refere que

está a tentar perceber a experiência do município de Santarém neste campo, pois para aquele concelho está previsto um investimento semelhante mas para 330 hectares. O autarca refere que a sua maior preocupação são as taxas a pagar pela empresa “porque de resto nada mais me preocupa”, não havendo até à data dados quanto a previsões no arrecadar de receitas.

Entrevista a Simon Coulson, diretor da Aura Power Valor Local entrou em contacto com as duas empresas com intenções de concretizar os investimentos no concelho de Azambuja. Não obtivemos resposta por parte do investidor em Vila Nova da Rainha, contudo a Aura Power respondeu às nossas perguntas via email, através do seu diretor. No seu site esta empresa revela que está atualmente focada no desenvolvimento de um portfólio de cerca de 1 GWp de

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Simon Coulson

parques solares fotovoltaicos em Portugal, tendo garantido com sucesso 168 MW de capacidade de rede em leilões em julho de 2019. A Aura Power está atualmente a desenvolver parques solares no Canadá, Itália, Portugal, República da Irlanda, Espanha e Reino Unido. Valor Local – Por que razão escolheram a Torre Bela, no concelho de Azambuja, para desenvolverem o vosso projeto?

Simon Coulson - As questões técnicas bem como a estrutura da propriedade foram as premissas de base que levaram à escolha da Torre Bela. Os projetos em questão resultam do compromisso nacional do Acordo de Paris (2015), tendo Portugal assumido o desafio de atingir um balanço zero de emissões de gases com efeito de estufa até 2050 – materializado através do Roteiro para a Neutralidade Carbónica 2050. No âmbito do setor energético, também em 2019, é aprovado o Plano Nacional de Energia e Clima (PNEC) – que estabelece as metas de energias renováveis até 2030, estando previsto um crescimento acentuado do setor solar implementado através de leilões solares. O ano de 2019 foi marcado pelo primeiro leilão de capacidade solar fotovoltaica, no qual foram alocados 1 292 MW, com valores de tarifas recorde na Europa e no mundo. Com estes projetos o Governo prevê angariar cerca de 600 milhões para os consumidores ao longo de 15 anos. Estes projetos decorrentes dos leilões solares de 2019 assumiram um compromisso de venda de toda a energia produzida com um desconto superior a 48 por cento, em comparação com os preços de mercado. Valor Local- O vosso projeto já começou a suscitar alguma apreensão dado que estamos a falar numa estrutura massiva de painéis solares na Torre Bela. Há quem fale do impacto nas áreas agrícolas, vida animal, devastação de árvores. Como comenta? Sempre que acontecem mudanças no nosso quotidiano é normal

Descarbonização é palavra chave do Governo s metas que visam incluir as renováveis em larga escala no dia-a-dia dos portugueses são ambiciosas. Assim o Governo estipulou que até 2030, com base no pacote legislativo da União Europeia denominado “Energia Limpa para todos os Europeus”, as renováveis possam ter um peso de 47 por cento nos usos que fazemos da eletricidade no dia-a-dia. Nos transportes esse valor deverá ascender aos 30 por cento, por outro lado as emissões dos gases com efeito de estufa devem diminuir entre 35 a 55 por cento e a eficiência energética deverá chegar ao patamar dos 35 por cento. Portugal apresentou, à semelhança dos demais países europeus, junto da União Europeia o seu Plano Nacional Integrado de Energia e Clima (PNEC) para o horizonte 2030. Este plano visa o estabelecimento, pelos estados membros, de metas e objetivos em matéria de emissões de gases com efeito de estufa, energias renováveis, eficiência energética, segurança energética, mercado interno e investigação, inovação e competitividade, bem como uma abordagem clara para o alcance dos mesmos. Portugal prepara-se para cumprir o desafio para 2020, que passa por uma meta de 31,0 por cento de incorporação de renováveis no consumo de energia (a 5ª meta mais exigente da UE-28). Até 2030 pretende construir uma estratégia rumo à neutralidade carbónica baseada na energia renovável assente na eficiência energética.

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existirem dúvidas e receios. Em relação aos impactes esperados, a nossa central vai trazer uma nova realidade na utilização parcial do solo na Torre Bela que permitirá geração de energia limpa a preços reduzidos para todos, a preservação dos ecossistemas são uma obrigatoriedade nestes projetos. Reforça-se que o projeto está em fase de licenciamento ambiental e não foram identificados impactes relevantes na fauna, flora e clima local. A Agência Portuguesa do Ambiente, entidade responsável pelo licenciamento ambiental está a analisar em detalhe todos os estudos feitos para os projetos e avaliar os impactes e os benefícios destes projetos solares fotovoltaicos. Sugiro a consulta do Roteiro para a Neutralidade Carbónica 2050 para a recolha de dados científicos e estudos que comprovam os enormes benefícios das energias renová-

veis e a urgente necessidade de serem implementadas. Relativamente aos projetos em questão está estimada uma capacidade de produção aproximada de 500 000 000 kWh por ano de Energia Limpa que equivale a: As centrais solares evitarão 400.000 toneladas de CO2 através da produção de energia limpa. Produção de energia é equivalente ao consumo médio de 110.000 habitantes por ano. O presidente da Câmara Municipal de Azambuja, Luís de Sousa, deu a entender que para aprovar o projeto da Aura Power Rio Maior, tendo em conta este investimento no concelho de Azambuja, teriam de deslocalizar a vossa sede para o município azambujense, estão disponíveis para isso? Este tópico foi amplamente discutido com Executivo da Câmara Municipal da Azambuja e sempre fez parte do nosso compromisso

com a autarquia. Já se fala nas possíveis compensações da vossa empresa ao município de Azambuja. O presidente da Câmara disse que já está a falar com a Aura Power sobre isso mesmo. Que contrapartidas podemos esperar da vossa empresa para benefício dos habitantes do concelho de Azambuja? Os promotores responsáveis pelos projetos solares na Torre Bela, estão a desenvolver em conjunto com o executivo, estudos técnicos para a identificação de iniciativas relacionadas com a implementação de energias renováveis no município. É urgente a disseminação de informações sobre a importância das energias renováveis junto dos mais novos e por essa razão os promotores estão muito inclinados para projetos em parcerias com algumas escolas da região. PUB


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Contrapartidas são prato forte das negociações para ser dada luz verde para os dois projetos uís de Sousa considera que o município está a estudar o que pode negociar, sendo que em cima da mesa está a criação de uma cortina arbórea na 366 e minimiza, ainda, a questão da devastação florestal pois “em grande medida estamos a falar de eucaliptos que são árvores que pouco interessam por causa dos incêndios, e que sugam as linhas de água necessárias à prática agrícola”. Contudo no projeto pode ler-se que em causa estão também sobreiros, espécie protegida, mas não é adiantado o número de exemplares a deitar abaixo se a central for para a frente. Quanto a contrapartidas, o autarca refere que está a tentar beber da experiência de Santarém para tentar perceber até onde pode ir. “Não vale a pena estarmos a fazer desde já um filme de terror à volta disto, ou um teatro como o vereador Rui Corça quando foi para o Facebook da Câmara durante a última reunião. Nós no PS não somos ne-

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Será nesta zona de eucaliptos da quinta que será instalada a central fotovoltaica da Aura Power

nhuns patós que aqui andamos. Já viramos frangos há muito tempo”, conclui. Luís de Sousa adiantou que estão previstas reuniões com as empresas onde também deverão

estar deputados municipais para que se tirem as dúvidas. O autarca está confiante nas mais valias da instalação das duas centrais de painéis solares, e confessou que o que está em cima

da mesa a nível de compensações é interessante, citando a título de exemplo algumas ideias que já foram lançadas por ambas as empresas como 100 mil euros para as Instituições Parti-

culares de Solidariedade Social (IPSS), fornecimento de energia elétrica aos edifícios municipais com possibilidade de poupança na ordem dos 48 por cento, entre outras. O vereador do PSD,

Rui Corça, criticou o espírito do executivo socialistas que nesta negociação está à espera de ser “confortado com uns favores” em contraponto com o que deveria ser uma atitude de “protagonismo e de dianteira neste processo”. Já o vereador do Ambiente, Silvino Lúcio, aconselhou o vereador laranja a consultar a lei porque “como deveria saber a Câmara não pode pedir contrapartidas, têm de ser eles a apresentar os possíveis benefícios”. Já o vereador da CDU, David Mendes, adiantou que a Câmara deverá estudar melhor, no seu entender, os impactes ambientais e ecológicos das duas centrais, nomeadamente, os prejuízos que podem causar na agricultura, nas massas de água do Tejo entre outros fatores ambientais, se possível com consulta a especialistas daquelas áreas. Para o autarca também é importante que exista nem que seja uma estimativa, para já, das mais valias financeiras dos projetos para o concelho.

Zero desvaloriza possíveis impactes negativos Valor Local contactou as duas principais associações ambientalistas do país: A associação Quercus diz desconhecer o projeto e referiu que poderá falar do assunto em altura posterior quando já existir mais informação. Já a Zero- Sistema Terrestre Sustentável através do seu presidente, Francisco Ferreira, saúda este tipo de energia alternativa não po-

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luente “até porque Portugal é um dos maiores produtores de energia solar e com um grande potencial pois estamos a falar de uma fonte barata e amiga do ambiente”. O futuro passa por aqui até porque está na mira o fecho de centrais a carvão no país. A demanda por mais produção elétrica está na ordem do dia e como tal “a energia solar contribui

para a descarbonização” não obstante “alguns cuidados que têm de existir porque não devemos entrar em conflito com a necessidade de preservação de terrenos agrícolas ou de reserva ecológica”. “Alcatifar extensas áreas com centrais solares deve merecer grande ponderação”, conclui. Como tal a avaliação de impacte ambiental vai ser determinante

para este tipo de projetos com vários passos a dar. “É um requisito indispensável e no passado já tivemos centrais viabilizadas e outras que não foram aprovadas”. Uma avaliação “transparente e honesta é o que desejamos neste processo”. A Zero “quis identificar junto do Governo quais as áreas no território adequadas à implantação de cen-

trais solares, e com menos impacto no território, mas a nossa pretensão não foi aprovada”, lamenta Francisco Ferreira. Quanto ao facto de a central de Alcoentre estar prevista para uma zona próxima de núcleos populacionais, Francisco Ferreira diz que “não há problemas nenhuns no que diz respeito a impactes negativos para além do paisagístico”

mas “se essa é uma zona de bons solos agrícolas talvez não se justifique ser invadida por painéis solares”. Já no caso do famigerado caso de morte de aves pelos aparelhos fotovoltaicos em causa, o ambientalista diz que não é algo valorizável, embora esta seja uma questão na ordem do dia em todo o mundo quando falamos no impacto dos painéis solares.

Associação Portuguesa de Energias Renováveis quer mais simplificação no setor Associação Portuguesa de Energias Renováveis (APREN) dá conta que entre os principais desafios do setor está a necessidade de se simplificarem os processos de licenciamento em Portugal e implementação de um ponto único de contacto entre o promotor e as diferentes entidades administrativas, “de forma a evitar o cenário atual de longos períodos para finalizar um processo de licenciamento que onera e coloca em causa a viabilidade dos projetos”. Neste ponto, a APREN “vê positivamente as medidas elencadas no Relatório do Orçamento de Estado para 2021, que já prevê refor-

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ço de recursos humanos para algumas entidades.” No que respeita aos pequenos produtores e ao autoconsumo no entender da APREN “deverão ter acesso a processos simplificados e não poderão ser impostas obrigações desproporcionais, que coloquem em causa a sua competitividade em mercado”. É ainda essencial que seja criado um quadro regulatório e fiscal estável, sem a constante aplicação de medidas retroativas que se reflitam em novas taxas aos produtores, porque tal induz “risco acrescido aos projetos e imprevisibilidade, que por sua vez gera instabilidade na atratividade

do investimento, obrigando Portugal a pagar mais caro o custo do capital próprio e de terceiros.” Ainda neste campo, acrescentase a necessidade de trazer para este debate os municípios, “no sentido de harmonizar e definir procedimentos alinhados e com as mesmas regras e exigências, num processo colaborativo que promova também benefícios locais e coesão territorial”. Para a APREN, o modelo dos leilões de energia, que coloca grande parte dos desafios do lado das empresas, permite acima de tudo “um novo olhar sobre as renováveis mostrando que a energia verde é a opção certa

por todas as razões”. Trata-se de um instrumento que para aquela associação “convoca as empresas a serem cada vez mais competitivas e a assumirem os riscos, sem o respaldo do Estado, credibilizando o setor das Renováveis e protegendo desta forma os consumidores.” Mas há aspetos a melhorar na atribuição dos diferentes projetos no campo das renováveis, como “a introdução de critérios que valorizem projetos com maior geração de valor local e que apresentem garantias de execução e sustentabilidade, para garantirmos a maximização do contributo do setor renovável

para a recuperação económica”. Neste ponto, “há muito que se espera a implementação do designado balcão único, que mais uma vez o orçamento de estado 2021 é completamente omisso, tanto em menção como em investimento específico para os recursos necessários à implementação de uma plataforma única, que possa dar resposta à exigência da Diretiva das Renováveis que estipula um período máximo de 2 anos para o procedimento de licenciamento”. No que respeita à questão que já está na ordem do dia quanto à necessidade de reciclagem de painéis solares, a APREN diz

que atualmente já existem métodos eficazes para esse fim que asseguram “a reciclabilidade”, em aproximadamente 90 por cento dos materiais. Sublinha-se ainda que as legislações europeia e nacional já preveem a recolha e valorização dos painéis fotovoltaicos, introduzindo esquemas obrigatórios de reciclagem de painéis e inversores, baseados no princípio da “responsabilidade alargada do produtor,” segundo o qual as empresas que colocam os painéis em mercado nos Estados Membros são responsáveis pelo financiamento e gestão do fim de vida dos produtos.


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Investigador alerta para a necessidade de parques solares estarem equipados com tecnologia que diminua o impacte dos campos eletromagnéticos ainda uma área pouco estudada, e para alguns pode parecer mitologia, mas começa a ser produzida cada vez mais investigação acerca do impacte dos campos eletromagnéticos originados por aparelhos produtores de eletricidade que entram em conflito com a eletricidade do nosso próprio corpo. Eugénio Lopes é um investigador português a residir atualmente no Brasil, que é também engenheiro eletrotécnico. Publicou em 2014 o livro “Que futuro! Os Efeitos da Poluição Eletromagnética sobre a Saúde”. Quanto ao impacto concreto dos grandes campos de painéis solares sobre a saúde humana, ou dos painéis fotovoltaicos instalados em nossas casas, refere que são produtores de “corrente contínua que ainda está pouco estudada, e daí segue para um conversor que a converte em alternada”. Segundo o investigador a corrente contínua é altamente abundante em campos eletromagnéticos e “nociva para o nosso sistema celular”. Por isso a aposta na sua opi-

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nião não está relacionada com o abandono daquela energia re-

novável, mas na blindagem dos campos magnéticos, “mas

como o mercado é desconhecedor destes perigos não sabe o que está a adquirir”. Existe tecnologia para blindagem de campos magnéticos nomeadamente em parques solares “através dos cabos que conduzem a energia”, e explica – “Se os condutores dentro dos cabos que estão enterrados forem torcidos acabam por anular os efeitos perversos que aqui fala-

mos, as blindagens podem anular completamente esse problema se a ligação for feita à terra”. No fundo “há muita tecnologia disponível para se minimizar os impactes mas que não é usada em larga escala nos parques solares porque custa dinheiro”. A ciência só agora está a prestar atenção aos denominados eletrossensíveis, pessoas cujo

sistema imunológico reage a baixas ou altas frequências da tecnologia produzida via wireless, ou neste caso concreto, os campos eletromagnéticos provenientes destes aparelhos relacionados com as anergias alternativas, que representam segundo um estudo “cinco por cento da população mundial o que não é brincadeira nenhuma”.

EDP aposta em parque solar na Castanheira do Ribatejo ambém na região foi notícia o investimento da EDP Comercial neste caso numa fábrica de baterias da Exide para produção de energia elétrica na Castanheira do Ribatejo, concelho de Vila franca de Xira. Ao Valor Local, a EDP refere que este parque é o maior de Portugal até ao momento. “Este é um projeto muito importante para a EDP, quer pela dimensão do parque – uma central com 3,8MW, energia que seria suficiente para abastecer mais de duas mil casas -, quer pelo papel relevante que terá na transição energética da economia nacional, já que vai permitir evitar a emissão anual de 31 mil toneladas de CO2, o equivalente à plantação de cerca de um milhão de árvores”, diz a empresa. Este projeto, que se encontra em fase de conclusão e que deve entrar em produção ainda este ano, como previsto, vai permitir ainda uma poupança anual de 19 por cento na fatura de energia da Exide. A produção de energia solar descentralizada, como é o caso da central solar da fábrica da Exide, é uma das áreas de foco da EDP Comercial. A empresa tem outros projetos em desenvolvimento, nomeadamente a instalação noutra empresa nacional de uma central solar de 2MW para autoconsumo de energia.

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Eugénio Lopes

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Inês Ramos lança “Larguem-me a Cueca!” Inês Lourenço azambujense Inês Ramos lançou em maio o seu livro “Larguem-me a Cueca!”. Em entrevista à Rádio Valor Local, Inês Ramos justifica a escolha do título por ser uma expressão frequente no seu quotidiano, sinónima de “deixem-me na minha”. O livro escrito há cerca de um ano surge como a compilação de várias histórias verídicas passadas tanto em Azambuja como em Lisboa, mas admite que algumas partes foram um pouco fantasiadas. Este é também o resultado de conversas informais com amigos que incentivaram a autora a escrever a obra. Inês Ramos conta que sempre foi uma adepta da leitura e da escrita, sendo que a partilha de livros com o pai – Joaquim António Ramos – constituiu-se como uma forma de comunica-

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ção na sua educação. Destaca por isso a influência da figura paternal na publicação do livro. Foi também o pai quem efetuou a correção ortográfica. Joaquim Ramos tem várias obras publicadas e Inês Ramos recorda a importância que uma delas teve na sua vida, quando se encontrava internada no hospital sem poder receber visitas. Foi num contexto de saúde conturbado, depois do nascimento da filha, que Inês Ramos mudou a sua perspetiva perante as histórias que tinha escrito e guardado na gaveta. Para além de querer chegar à filha e dar-lhe a conhecer o seu humor, pensa também nos sobrinhos mais novos e no afilhado. Foi assim que, no outono de 2019, Inês Ramos enviou o seu livro para várias editoras, recebendo opiniões muito positivas e aliando-se à Chiado Editora, o

que a animou. Em maio lançou o livro que escreveu com o propósito de fazer as pessoas rirem-se e esquecerem os filtros sociais e, desde aí, o feedback tem chegado um pouco de todo o lado. À Rádio Valor Local recorda as opiniões dos amigos que riram com as histórias contadas, e recorda outras tantas que a incentivam a incluir numa segunda obra. Inês Ramos sempre pensou no livro como um ato único, mas dá agora um passo atrás e confessa, que dentro de um ano e meio, poderá voltar a escrever novas histórias, sempre com a vertente humorística que não dispensa. Para já, o seu livro está disponível em várias papelarias de Azambuja, Alcoentre e Aveiras de Cima. A venda nacional é feita através do Book, da FNAC, da Bertrand e da Chiado Editora.

Inês Ramos lança-se nas lides literárias

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20 Opinião

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Por linhas direitas

Outubro 2020 António Jorge Lopes*

Os donos disto tudo! as eleições regionais de 1996, os açoreanos decidiram que o PS tivesse mais votos nas urnas do que os outros partidos. Nessa altura, os eleitores também decidiram que o PS tivesse o mesmo número de deputados que o PSD na Assembleia Legislativa Regional. Um empate. Ao tempo, o PSD regional assumiu que iria fazer uma coligação com o CDS-Açores e assim formar governo, pois a soma dos deputados dos dois partidos garantia uma maioria parlamentar. Ao tempo, o socialista Jorge Sampaio, na qualidade de Presidente da República, decidiu que só daria posse a um governo regional chefiado pelo socialista Carlos César porque este tinha tido mais votos e recusou-se a empossar a solução PSD/CDS que conquistara a maioria na Assembleia Legislativa Regional. Uns anos depois, nas eleições legislativas de 2015, a coligação PSD/CDS liderada por Pedro Passos Coelho arrebanhou mais votos que o PS de António Costa, mas não conseguiu eleger deputados suficientes para uma maioria parlamentar. Ao tempo, o PS argumentou que só deveria formar governo quem tivesse uma maioria parlamentar, independentemente de quem ganhou as eleições nas urnas. Ao tempo, nasceu a “Geringonça”, porque a soma dos deputados do PSD e do CDS era inferior ao total dos deputados eleitos pelo PS, PCP, BE e PEV.

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Nas eleições regionais dos Açores deste domingo, o PS teve mais votos que os outros partidos, mas tem menos deputados que a soma dos deputados eleitos pelos vários partidos do centro-direita e da direita. Na altura em que escrevo estas linhas direitas, ainda não se sabe se haverá “a arte e o engenho” para construir uma coligação que viabilize um governo regional lide-

rado pelo PSD-Açores. Mas, um pouco por todo o lado, os políticos do PS e os comentadores do “sistema” têm feito questão de dizer que a única solução legítima de governo regional é aquela que for formada pelo partido mais votado, tenha ou não uma maioria parlamentar de suporte! De forma simplista, a História demonstra que para o PS a coerên-

cia não é um valor em si mesmo, o que interessa mesmo é conquistar o Poder, seja de que forma for. Se ganhar as eleições mas não tiver uma maioria parlamentar, o PS exige que se respeite o partido mais votado e que seja este a ser investido para formar governo. Se perder as eleições mas conseguir arregimentar aliados para

Parques solares, um negócio da China? stá instalada a polémica no Município de Azambuja, trata-se da eventual instalação de DOIS mega – Parques Solares, um dos quais numa ampla zona reservada para a agricultura do Alto Concelho. Antes de irmos aos detalhes e ao confronto das ideias vamos ao essencial: Para os projectos avançarem, e para lá das decisões das entidades nacionais que monitorizam, entre outras, o impacto ambiental, tem de haver alterações à legislação municipal. Assim, o que é que Azambuja ganha com a instalação destes Parques de Painéis solares? Os privados, promotores dos projectos ganham muito, muitos milhões. – Tudo bem, é bom que os privados tenham lucros nos seus projectos; é o lado positivo do capitalismo democrático.

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O governo fica bem na fotografia porque Portugal dá mais um passo na descarbonização energética. A dupla Costa & Costa esfrega as mãos de contente, ignorando que no geral estamos a dar passos maiores que a perna. Até a poderosa Alemanha prefere fazer todo o processo de forma gradual e paulatina, e vai reabrir uma central de carvão. Nós vamos fechar Sines …. Vamos ter energia um pouco mais limpa mas mais cara. Logo, os consumidores também pouco ganham … O Que é que Azambuja ganha? Postos de trabalho não ganha … prevê-se 10 postos de trabalho no Parque da Torre Bela, num investimento orçado em 170 milhões de euros. Ou seja, Azambuja nada ganha nesta frente. E pode - se tratar novamente mal

a Torre Bela, quinta massacrada desde 1975 quando foi invadida por trostskistas e amigos da liamba. Para trás ficou um tralho árduo agrícola desenvolvido por várias gerações da família LUPI. Julgar que o investidor vai deslocalizar a sua sede para Azambuja para aqui pagar impostos é uma utopia, que não é para levar a sério. Há uma solução, uma oportunidade, caso a opção seja perder a zona agrícola e viabilizar o projecto: O investidor deve indemnizar o município de forma significativa e este valor deve ser canalizado para a criação de um Fundo para desenvolvimento da ciência. Não é criar mais uns postos de trabalho na Câmara … é criar um fundo de investimento que através de parcerias público-privadas, com ligações à universida-

ter uma maioria parlamentar, o PS também exige que seja investido para formar governo. Para o Partido Socialista qualquer uma das soluções é uma boa solução, desde que no final do dia o governo seja socialista! É o Poder pelo Poder. Até porque coerência é coisa apenas para “meninos de coro”… Quem actua assim tem um conceito monopolista do Estado e do seu aparelho. Os familiares e amigos de personagens como o socialista Carlos César têm “ganhos de causa” com esta apropriação do aparelho do Estado. Mas a Democracia, a Transparência e a Participação Cívica vão enfraquecendo todos os dias. O PS foi importante para a implantação da Democracia em Portugal. Mas não é o dono da Democracia. Nem pode agir como se fosse o “dono disto tudo”. Os últimos anos, mercê de uma oposição titubeante e de uma sociedade civil cada vez mais dependente do Estado, têm revelado um Partido Socialista que se afirma por uma cultura partidária marcada pela intolerância e pela arrogância, com sérias dificuldades em lidar com quem pensa de maneira diferente, menosprezando assim a evidência de que qualquer sistema político democrático precisa de equilíbrios e de respirar. E é também neste quadro que temos de ver as recentes mudanças na Procuradoria-Geral da Re-

pública, no Banco de Portugal, no Tribunal de Contas, na Unidade Técnica Orçamental da Assembleia da República, etc. etc.. Recordo que, durante a I.ª República (1910-1926), o Partido Republicano Português de Afonso Costa também agiu com esta displicência e voracidade pelo aparelho de Estado. As consequências são conhecidas de todos… Quanto mais o “sistema” é tomado e absorvido por um partido político (seja ele qual for) mais rapidamente os eleitores descontentes e desiludidos “descarregam” o seu voto em soluções radicais ou extremistas, sejam elas da esquerda ou da direita. Aliás, o crescimento evidente do CHEGA mais não é do que a revolta contra os “donos disto tudo”. Cabe aos cidadãos moderados, muitos deles abstencionistas desesperançados, contribuirem para a edificação de soluções equilibradas que travem os “donos disto tudo” e tornem irrelevante os focos de radicalismo ou de extremismo. A Democracia é como uma flor: precisa de ser regada todos os dias. Porque sem Democracia, não há Liberdade.

Jorge Jacinto

de, fomente o conhecimento e o trabalho científico no concelho. Alguns dos nossos vizinhos têm institutos e universidades e até centros de excelência de desporto, veja-se Rio Maior e Caldas da Rainha… Nós podemos construir um centro de excelência de ciência. O actual poder do município, em particular os vereadores Silvino, António José Matos e Sílvia, deviam pensar nisto e trabalhar esta ideia com o líder da oposição Rui Corça, vereador bem preparado e conhecedor dos dossiers. Dotar o município de Azambuja de um Centro de Excelência de Ciência é uma oportunidade, do presente e de futuro, mais qualificação, mais esperança. Para grandes decisões um amplo consenso é aconselhável: Se tal ti-

vesse acontecido com o Aterro não teríamos o actual problema: porque não está em causa o aterro. Tecnologia necessária ao tratamento do lixo. Melhor que o enterrar. E daqui a 15 – 20 anos haverá outra tecnologia. O que está em causa é importarmos resíduos tóxicos de Itália, onde toda a zona de Nápoles já está infetada com amplos lucros para a Máfia napolitana, que também controla a mão-de-obra do Porto, entidade concessionada à China. Os parques solares não são, pelo contrário, poluentes, mas podem provocar danos ao Paúl de Manique, à Reserva Agrícola Nacional e ao espaço florestal. No entanto, não se deve negar para já esta hipótese tão acarinhada pelos privados. Há que

lembrar, todavia, que o interesse privado não se sobrepõe ao interesse público, colectivo. Assim sendo, e face a todos os interesses em jogo, caso se avance com os Parques Solares, faça-se com que Azambuja aposte de forma sustentada no desenvolvimento: aposte-se na Ciência. E o instrumento é a criação de um fundo que aposte na ciência, no todo, e não no interesse exclusivo de alguns, que por vezes nem cara mostram. Um FUNDO que nos traga Valor Acrescentado.


Valor Local

Outubro 2020

Ainda vamos a tempo erá que ainda vamos a tempo? Esta é a pergunta crucial que se coloca a todos aqueles que se preocupam com a evolução da vida na Terra. Desde a Revolução Industrial – digamos, de há duzentos anos para cá – que desenvolvimento tem sido sinónimo de crescimento económico, maior industrialização, uso crescente de formas de energia baseadas em combustíveis fósseis como o petróleo e o carvão, abandono dos campos e da agricultura gerador duma concentração populacional crescente à volta das grandes cidades, necessidades crescentes de consumo dos recursos naturais que a Terra oferece e que, tal como ela, são limitados. Até então, a história da humanidade tinha sido feita de equilíbrios sucessivos entre Homem e meio ambiente e, quando esse equilíbrio era quebrado, a Natureza encarregava-se de o repor. Nada me tira da cabeça que as grandes pestes que atingiram o Mundo ao longo da história não passaram de meios de que a Natureza se serviu para reequilibrar o homem e o seu ambiente : elas aconteceram exatamente quando a população ultrapassava, à luz das tecnologias que se conheciam então, a capacidade do nosso planeta para satisfazer as necessidades humanos

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ao nível de recursos. Também é verdade que o crescimento da população mundial se fazia a um ritmo brando : desde o início da história do homem apenas em 1800 se atingiu mil milhões de habitantes na Terra, e com uma esperança de vida que rondava, em média, os 35/40 anos. Em duzentos e vinte anos estes números explodiram: somos hoje mais de sete mil milhões de almas ( sete vezes mais em duzentos anos) e a esperança de

vida duplicou para números à roda dos oitenta anos. Basta o simples enunciado destes números para ilustrar a pressão que foi e é exercida sobre os recursos naturais, mesmo assim não dando resposta a uma parte grande de população que não tem acesso aos anseios mais básicos. Para agravar a situação, o avanço tecnológico e as descobertas científicas permitiram o aumento dos nossos padrões de consumo, à custa da exaustão da Terra.

As consequências começaram a revelar-se desastrosas e, apesar dos Trumps e quejandos que negam as evidências, os efeitos sobre a Terra são palpáveis e visíveis a olho nu. A maior evidência da incapacidade de regeneração do nosso planeta é, sem dúvida, o aumento gradual da temperatura média, na terra e no mar, provocada pela emissão de gazes com efeito de estufa – dióxido de carbono e metano- que resultam dos combustíveis sólidos. A agravar os efeitos duma maior produção destes gazes, junta-se a incapacidade crescente de a Terra os regenerar: os oceanos estão a acidificar e as grandes florestas, que absorvem o dióxido de carbono e o transformam em oxigénio, desaparecem a um ritmo crescente, vítimas da voracidade de madeireiros e agricultores. Já entraram no domínio banal da informação os degelos dos polos, a subida do nível das águas do mar, as perdas de habitats naturais ou de biodiversidade. A continuar a este ritmo, no fim do século corrente, várias zonas costeiras e insulares desaparecerão do mapa. Ao nosso nível, Azambuja será uma estância balnear banhada pelo Atlântico e a lezíria ribatejana ficará submersa. Será que ainda vamos a tempo de inverter este

Vacina contra a Covid-19? Devemos estar otimistas, mas sem dispensar uma boa dose de realismo m programa de imunização pode oferecer-nos alguma proteção, mas não garante o “regresso à normalidade”, referem os imunologistas. Nesta fase, a esperança está depositada n’A Vacina. Muito se tem falado sobre como o mundo regressará ao normal quando A Vacina estiver amplamente disponível. No entanto, de acordo com muitos virologistas, isso não corresponde inteiramente à verdade. É muito importante que estejamos todos esclarecidos acerca do que A Vacina nos permitirá alcançar. As vacinas protegem-nos contra doenças e, em alguns casos, também contra infeções, mas nenhuma vacina é 100% eficaz. Para antecipar a proporção de uma comunidade que alcançará a imunidade no seguimento de um programa de vacinação, é necessário fazer uso de alguma aritmética. De acordo com os especialistas, deve multiplicar-se a proporção vacinada de uma população pela efetividade da vacina. De acordo com dados do Observador.pt, Portugal tem atualmente uma das maiores coberturas nacionais de vacina contra gripe do

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mundo, tendo sido vacinados, na época gripal 2019/2020, cerca de 76% dos portugueses com 65 ou mais anos. Esta era, aliás, uma das metas estabelecidas pela Organização Mundial de Saúde. Quanto aos portadores de doenças crónicas, a percentagem de cobertura da vacina contra a gripe em Portugal foi de 72% na mesmo período (2019/2020). Assim, em Portugal, é expectável que esta ordem de grandeza no nível de cobertura, quer na classe etária dos 65 anos ou mais, quer no conjunto dos portadores de doenças crónicas, possa ser igualmente alcançada no âmbito de um eventual programa de vacinação contra a Covid-19. Ainda com muita relevância para esta análise, de acordo com dados do Instituto Nacional de Saúde Ricardo Jorge, referentes à época 2018/2019, a efetividade da vacina contra a gripe nos grupos-alvo da vacinação foi de 59%. Portanto: (1) Considerando a aritmética conhecida; (2) Constatando que, em Portugal, de acordo com dados da época gripal 2019/2020, a vacina contra

a Covid-19 poderá vir a ser ministrada a 76% da população considerada de maior risco; (3) e Conhecendo a taxa de efetividade da vacinação contra a gripe nos grupos de risco, que foi de 59% em 2018/2019; (4) Concluímos que há uma forte probabilidade de “somente” cerca de 45% dos grupos-alvo se tornarem imunes após uma campanha de vacinação contra a Covid-19 em Portugal. Na verdade, de acordo com os dados disponíveis, é expectável que um programa de vacinação contra a Covid-19 proteja, ou imunize, 59% dos 76% de vacinados, isto é, cerca de 45% da população-alvo. Podemos então admitir que este nível de eficácia não seria suficiente para impedir a circulação do vírus em Portugal. Mais de metade dos grupos populacionais de maior risco permaneceriam suscetíveis ao contágio, e sem que pudéssemos conhecer com rigor a identidade dos mais vulneráveis. Ao olharmos com atenção para estes números, parece óbvio que, mesmo com um plano de vacinação contra a Covid-19 ativo em Portugal, o relaxamento das regras

de distanciamento social seria um erro crasso. Para além de protegerem cada indivíduo, as vacinas podem proteger comunidades completas, pois permitem interromper o processo de transmissão. Mas para esse grande objetivo ser alcançado, são necessários elevados níveis de proteção (cobertura x efetividade da vacina) em todas as idades. Só deste modo será possível garantir o sucesso de um eventual Programa contra a Covid-19 em Portugal. Só assim se assegura que inclusivamente os que não são vacinados também não são contagiados pelos seus contactos mais próximos, pois a maioria destes contactos estará vacinada. E mesmo que Portugal adote uma estratégia de interrupção da transmissão em detrimento de uma política de proteção individual, os obstáculos não desaparecerão. A

Opinião 21 Joaquim António Ramos

estado de coisas, este caminho para o abismo? Creio bem que sim, pois caso contrário teremos a extinção da Humanidade. Já não era a primeira extinção em série. Já aconteceu para aí umas seis vezes. Uma delas foi a extinção repentina dos dinossauros, quando um astróide se despenhou na Terra ali para as zonas do Golfo do México. Nós nem precisamos de astróide. Extinguimo-nos a nós próprios. Por isso tem que haver saída para o caminho que temos trilhado até hoje, sob pena de causarmos a nossa própria extinção. Creio que sim, que há uma forma de inverter este suicídio coletivo. Mas para isso, é preciso que sejam observadas três condições. Primeiro, sendo parcos nos nossos anseios materiais, invertendo a crescente exigência de recursos naturais e energia que têm sido o lema dos últimos séculos. Não podemos ter seis pares de sapatos e oito fatos. Temos que ser espartanos e pouco exigentes, até porque há ainda os que não têm um par de sapatos ou um fato e todos têm direito à vida. Segundo, é urgente que a população mundial estabilize e diminua mesmo, para que a exigência de recursos seja menor. Aliás, esta parece-me a condição mais

fácil de conseguir. Nos Países desenvolvidos o número de filhos por casal já é menor que dois e à medida que os países se vão desenvolvendo o número de filhos cai. Por exemplo, nos anos quarenta, no Japão, era de 3 filhos por casal e hoje é 1,6. Terceira e ultima condição de sobrevivência ( no meu entender, claro), sermos completamente independentes de energias fósseis , revertendo o efeito de estufa. Isto quer dizer que a humanidade só deve usar energias renováveis e não poluentes: a energia hídrica, a energia solar, a energia do vento, das marés, dos vulcões e o potencial inesgotável de energia que há na água, na sua componente hidrogénio. Mas há que fazer as infraestruturas para isso : há que instalar painéis solares, moínhos de vento, moínhos de maré. Temos que nos habituar a uma nova paisagem. É esse o preço da nossa sobrevivência.

João Santos

eficácia deste processo dependerá muito do sucesso alcançado na vacinação (provavelmente com duas doses, referem os especialistas) de pessoas que não se consideram de “risco elevado”. A este propósito, um dos grandes desafios será convencer os jovens a serem vacinados, não para seu próprio benefício, mas para o benefício de outras pessoas. E, de acordo com dados do Instituto Nacional de Saúde Ricardo Jorge, acrescerá um outro problema relativamente a estes grupos populacionais: a efetividade da vacina contra a gripe é francamente menor nestes grupos. “A maior percentagem de falhas da vacina ocorreu no grupo etário dos 15 aos 44 anos”, refere aquele Instituto em relatório relativo à época gripal 2018/2019. Embora a esperança e o otimismo sejam indispensáveis nos tempos

que atravessamos, também é crucial fazer uso de transparência. Por todos os argumentos apresentados anteriormente, o pior inimigo de um Programa de vacinação contra a Covid-19 em Portugal seria o sentimento coletivo de falsa segurança. Portanto, mesmo com um Programa de vacinação em desenvolvimento no nosso país, as atuais regras de prevenção deverão, necessariamente, manter-se ativas durante bastante mais tempo. De outro modo, recuperar “a vida tal como a conhecíamos” continuará a ser uma miragem para todos nós.

Ficha técnica: Valor Local jornal de informação regional Propriedade e editor: Propriedade: Metáforas e Parábolas Lda – Comunicação Social e Publicidade • Gestão da empresa com 100 por cento de capital: Sílvia Alexandra Nunes Agostinho; NIPC 514 207 426 Sede, Sede do Editor, Redação e Administração: Rua Engenheiro Moniz da Maia, Centro Comercial Atrium , nº 68 Loja 17 2050-356 Azambuja Telefones: 263 048 895 - 263 106 981 - 96 197 13 23 - 93 561 23 38 Correio eletrónico: valorlocal@valorlocal.pt; comercial@valorlocal.pt Site: www.valorlocal.pt Diretor: Miguel António Rodrigues • CP 2273A • miguelrodrigues@valorlocal.pt Redação: Miguel António Rodrigues • CP 2273 A • miguelrodrigues@valorlocal.pt • 961 97 13 23; Sílvia Agostinho • CP 6524 A • silvia-agostinho@valorlocal.pt • 934 09 67 83 Multimédia e projetos especiais: Nuno Filipe Vicente multimédia@valorlocal.pt Colunistas: Rui Alves Veloso, Augusto Moita, Acácio Vasconcelos, José João Canavilhas, António Salema “El Salamanca”, Inês Lourenço, Jorge Laureano Jacinto e Silvia Carvalho Paginação, Grafismo e Montagem: Milton Almeida • paginacao@valorlocal.pt Cartoons: Bruno Libano Departamento comercial: Rui Ramos • comercial@valorlocal.pt Serviços Administrativos: Metaforas e Parabolas Lda - Comunicação Social e Publicidade N.º de Registo ERC: 126362 Depósito legal: 359672/13 Impressão: Gráfica do Minho, Rua Cidade do Porto –Complexo Industrial Grunding, bloco 5, fracção D, 4710-306 Braga Tiragem média: 8000 exemplares Estatuto Editorial encontra-se disponível na página da internet www.valorlocal.pt


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Outubro 2020 PUB


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Eventos 23

“Sabores do Campo à Mesa” em Vila Franca de Xira Campanha de Gastronomia de Vila Franca de Xira “Sabores do Campo à Mesa”, vai estar de novo nos restaurantes do concelho. Com o torricado com bacalhau assado como principal atração, a campanha volta aos restaurantes de forma mais condicionada, tendo em conta a pandemia pela Covid – 19. Ao todo são 14 restaurantes aderentes, que mais uma vez elevam a fasquia da gastronomia local, seja para os visitantes do município, seja para os residentes que não passam sem o prato típico das lezírias ribatejanas. António Oliveira, vice-presidente da Câmara Municipal de Vila Franca de Xira, destacou o envolvimento dos restaurantes em mais uma mostra gastronómica. O autarca que enalteceu também a qualidade dos vinhos municipais, considerou esta uma boa forma de ajudar economicamente os restaurantes, tendo em consideração o momento de pandemia. As iguarias que estarão disponíveis em restaurantes de Alhandra, Alverca, Calhandriz, São João dos Montes, Vialonga e Vila Franca de Xira, têm vindo a ser cada vez mais apreciadas, e por isso a autarquia decidiu nos últimos anos juntar os vinhos produzidos na Quinta Municipal da Subserra. Sobre este assunto, António Félix, vereador com a pasta do turismo e principal impulsionador dos vinhos “Encostas de Xira”, sublinhou a qualidade dos mesmos e o investimento feito pela Câmara

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O brinde com os vinhos da Câmara de Vila Franca

nos últimos anos, seja no marketing, seja na produção do próprio vinho. Aliás o município aproveitou o momento da apresentação da campanha gastronómica para dar a conhecer as novas colheitas do vinho Encostas de Xira. Este foi um evento integrado na campanha “Vinhos e Sabores no Palácio” realizado no Palácio do Sobralinho, onde os enólogos Aníbal Coutinho e Marco Crespo deram a provar o Encostas de Xira Arinto 2019 e Touriga Nacional 2018 que

em breve estarão no mercado. Com o torricado com bacalhau assado em pano de fundo, a Câmara de Vila Franca de Xira tem vindo a dar a conhecer outros pratos. São pratos típicos locais e que “bebem” da experiência da população no campo e das suas vivências. Para além do bacalhau, este ano a mostra conta com a canja à vilafranquense. Trata-se de uma canja de frango muito especial que junta também a carne de porco e o chouriço, um prato antigo e que aos poucos volta a

Vinho e gastronomia em destaque em Arruda dos Vinhos a edição de 2020, e tendo em conta a pandemia, a Festa da Vinha e do Vinho em Arruda dos Vinhos passa do Pavilhão Multiusos para as mesas de 21 restaurantes aderentes que apresentam, durante todo o mês, propostas de prato e sobremesa confecionados com produtos endógenos, nomeadamente, o vinho, a uva ou passas de uva. A Adega Cooperativa de Arruda dos Vinhos e a Quinta de S. Sebastião, embaixadores dos vinhos produzidos no concelho e premiados aos longo dos últimos anos promovem, nos seus espaços, diversas provas de vinhos, visitas guiadas às adegas e animação. Para marcações a Câmara de Arruda aconselha os interessados a contactar diretamente os promotores. A Festa da Vinha e do Vinho de

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2020 promove também o artesanato do concelho com quatro mostras de artesanato, uma em cada freguesia, durante os fins de semana, das 10h00 às 19h00: Dias 7 e 8 de novembro em Arranhó, no União Recreativo e Desportivo de Arranhó; e nos dias 14 e 15 de novembro na Coletividade de A-do-Mourão, freguesia de S. Tiago dos Velhos; mas também nos dias 21 e 22 de novembro no Clube Recreativo e Desportivo Arrudense e nos dias 28 e 29 de novembro no Clube Desportivo, Recreativo e Cultural de Cardosas. No dia 22 de novembro realiza-se a 4.ª edição do Pinga Trail, uma prova com Caminhada não competitiva de 12 quilómetros e Trail Running de 22 quilómetros com um limite de 400 inscrições disponíveis. Mais informações em

https://www.trilhoperdido.com/ev ento/Pinga-Trail-2020 O comércio local também está integrado na festa através de concurso de montras inspirado na Vinha e no Vinho, na atividade agrícola e na paisagem de Arruda dos Vinhos. Para permitir que mais pessoas possam conhecer e visitar Arruda dos Vinhos, foi criada uma rede de parcerias com operadores turísticos do concelho que oferecem, durante o mês de novembro, descontos e vantagens em alojamento e na realização de diversas atividades. Toda a informação e contactos disponíveis em https://fvinhoevinha.pt Todas as atividades serão realizadas em conformidade com as normas de segurança emanadas pela DGS no âmbito do combate à COVID-19.

ser dado a conhecer a novas gerações. Aliás António Félix sublinhou mesmo que em breve a autarquia pretende acrescentar a esta campanha o coelho. Este é um prato

que já vai sendo habitual em alguns restaurantes e que poderá em breve enriquecer a campanha gastronómica “Sabores do Campo à Mesa”. A autarquia vinca que tem vindo a

desenvolver vários workshps para a confeção desta carne e que será dada liberdade a cada restaurante para a forma como pretendam vir a cozinhar e a apresentar o coelho à mesa. PUB


24 Dossier: Águas

Valor Local

Outubro 2020

Pedro Folgado

Resgatar a concessão de Alenquer através do Fundo de Apoio Municipal exige cautelas o debate do Orçamento de Estado para 2021, está prevista a possibilidade de os municípios com privados a operar em setores como a gestão da água e saneamento poderem recorrer a um empréstimo junto do Fundo de Apoio Municipal (FAM) no sentido do resgate das respetivas concessões. Na região, o presidente da Câmara do Cartaxo, Pedro Ribeiro, já deu a conhecer que pediu uma reunião neste âmbito junto daquele organismo estatal. Já o presidente da Câmara de Alenquer, Pedro Folgado, encara esta possibilidade com algumas cautelas. Recorde-se que a concessionária Águas de Alenquer, gerida pelo consórcio AGS, Aquapor e Pragosa Ambiente, pediu recentemente uma atualização do tarifário que prevê aumentos a chegar aos 53 por cento, numa altura em que os munícipes daquele concelho já são dos que pagam uma fatura mais elevada no país. “Pelo que sei, já houve municípios

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Autarca expectante quanto às possibilidade do FAM para o setor das águas

que se insurgiram quanto a essa possibilidade permitida pelo FAM, e discordam de contribuir para outros com esse propósito de se verem livres das concessões”, até porque o Fundo de Apoio Municipal mais não é do que “um envelope financeiro suportado por todos os concelhos do país” que “não é a fundo perdido”. “Por outro lado se para beneficiar desse apoio tiver de aumentar à posteriori a tarifa aos munícipes para fazer face a esses valores a título de empréstimo não estarei interessado”, desabafa ao Valor Local. O autarca é taxativo: “Teoricamente pode existir interesse mas é questão de avaliarmos os prós e os contras, e se para isso tiver de aumentar a tarifa vai contra tudo o que disse no princípio”. Entretanto o braço de ferro com a concessionária que pediu uma atualização permanece. Desde 2017 que a Águas de Alenquer tem vindo a pedir um aumento das tarifas mas sem sucesso. “Estamos a aguardar a posição

deles sobre o processo no futuro”. Em cima da mesa quanto ao resgate tem sido ventilada a hipótese do pagamento de 60 milhões de euros. A Câmara pediu um estudo para avaliação da concessão e a possibilidade de uma indemnização à empresa que tem contrato para mais 13 anos de permanência no concelho de Alenquer. Segundo Pedro Folgado, “ainda não foi adiantado um valor em concreto mas não andará muito longe desses 60 milhões de que tanto se fala”. As problemáticas da concessão não se esgotam no pedido de aumento da tarifa, a empresa alega que já cumpriu com o investimento previsto no caderno de encargos no valor de 22.3 milhões de euros e quando a rede de abastecimento de água em algumas zonas do concelho está a rebentar pelas costuras com constantes faltas de água, nomeadamente, no Carregado. A Câmara de Alenquer tinha esperança de conseguir criar no seio da Comunidade

Intermunicipal do Oeste uma empresa para captar verbas dos fundos europeus ao abrigo do Programa Operacional Sustentabilidade e Eficiência no Uso dos Recursos (POSEUR). Contudo algumas câmaras de maior envergadura da região demonstraram não estar interessadas. No seio dos 12 concelhos daquela CIM apenas Alenquer possui um privado na gestão da água e saneamento. “O ideal seria que a legislação mudasse pois, atualmente, para se beneficiar dos fundos europeus para essas obras tem se apresentar uma candidatura que abranja pelo menos 150 mil munícipes, que neste contexto apenas se conseguiria alcançar através da agregação de concelhos para esse fim, caso contrário não conseguimos levar a cabo esse investimento sem o apoio do POSEUR.” “Alguma coisa tem de ser feita, entretanto, porque temos mesmo de substituir a tubagem que é obsoleta”, conclui o autarca.

Arranca requalificação do reservatório de Foros de Almada rrancaram este mês as obras no Reservatório Elevado de Foros de Almada, no concelho de Benavente. A intervenção tem um valor de 224 mil 492 euros. Deverão estar terminadas no final do verão do próximo ano, de acordo com nota de imprensa da Águas do Ribatejo (AR). Carlos Coutinho, Presidente da Câmara Municipal de Benavente, realça a necessidade de intervir no Reservatório de Foros de Almada que apresenta as debilidades próprias da sua utilização desde 1997, contando já com 23 anos. O autarca frisa a garantia de que durante a realização da obra será salvaguardado o abastecimento de água “com segurança e qualidade” aos cerca de 430 con-

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sumidores abastecidos pelo sistema. Francisco Oliveira, presidente da empresa intermunicipal, explica que investimentos como este “são fundamentais para reforçar a qualidade do abastecimento às populações”. O administrador que é também Presidente da Câmara Municipal de Coruche realça a solidariedade existente no seio da AR com os “sete municípios acionistas sintonizados num plano gradual de investimentos que contempla todos os concelhos. As intervenções contemplam cidades, vilas, aldeias, incluindo povoações de menor concentração populacional, onde os investimentos têm um valor per capita significativo”. As intervenções preconizadas

para a reabilitação do reservatório de Foros de Almada decorrem ao nível de construção civil, nomeadamente trabalhos de limpeza, pinturas e revestimentos, substituição de equipamentos e instalações elétricas. “Estas operações financiadas apenas com capitais próprios da AR inserem-se no plano de investimentos previsto na área do abastecimento de água com o objetivo de reduzir as fragilidades existentes nos sistemas mais antigos”, conclui o Presidente do Conselho de Administração da AR, Francisco Oliveira. Ainda em comunicado de imprensa, a AR dá conta do projeto para a construção de uma ETAR em Foros de Almada, também no concelho de Benavente, que aguarda

financiamento da União Europeia com o objetivo de servir 520 habitantes. Serão construídos 3000 metros de rede de drenagem de águas residuais. A estimativa de custo da operação ronda os 600 mil euros. Carlos Coutinho reforça a importância desta obra na continuidade do plano de investimentos da empresa, realizado e a concretizar pela AR na localidade da Freguesia de Santo Estêvão. O autarca lembra que Foros de Almada pelas suas condições naturais, pela localização perto de Lisboa com excelentes acessibilidades e pela qualidade de vida que proporciona, tem capacidade de atrair novas famílias com um crescimento populacional significativo.

Carlos Coutinho considera este investimento fundamental para aquela localidade

Consumidores da Águas do Ribatejo revoltados com valores nas faturas erminaram no passado dia 30 de setembro as proibições do corte de água por via do período de emergência da pandemia Covid-19. Nesta altura começam a chegar às casas dos munícipes das Águas do Ribatejo faturas com valores considera-

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dos exorbitantes, e muitos habitantes dos concelhos de Benavente e Salvaterra estão a queixar-se nas redes sociais. Na última reunião de Câmara de Benavente, o vereador do PS, Pedro Pereira, levantou a questão. Na resposta, o presidente da au-

tarquia, Carlos Coutinho referiu que durante o período de emergência os consumos foram calculados por estimativa em comparação com o período homólogo. Os acertos vieram em agosto, e a maioria não estava preparada para os valores apresenta-

dos. Coutinho lembrou que devido à pandemia, nos primeiros meses do período de emergência, a generalidade da população do concelho teve de ficar em casa o que acabou por fazer disparar os consumos, que apenas nesta altura estão a ser contabi-

lizados pela empresa intermunicipal. Segundo o autarca, a contagem foi feita em agosto, mas “as pessoas não saem prejudicadas naquilo que é o escalonamento da tarifa” com os consumos reais a serem divididos pelos meses an-

teriores, “e anulando os que foram por estimativa” o que na sua visão acaba por “homogeneizar os valores”. No futuro e para se “evitarem estas situações os consumidores deverão comunicar a leitura dos seus contadores”, deu conta.


Valor Local

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Economia 25

Grupo EGF lança campanha ambiental s concessionárias EGF, grupo líder no tratamento e valorização de resíduos em Portugal, lançaram, aquela que consideram ser “a maior campanha de sensibilização ambiental alguma vez desenvolvida em Portugal com fundos europeus”. De acordo com um comunicado do grupo foi aplicado um investimento de mais de um milhão de euros, no movimento “O Futuro do Planeta não é Reciclável”, que apela à prevenção, reutilização e reciclagem de resíduos urbanos. O filme publicitário conta com a realização de Rúben Alves, autor do aclamado filme “A Gaiola Dourada”. “O objetivo desta campanha é levar o cidadão à ação e a fazer parte de um movimento coletivo, através da adoção de comportamentos ambientais adequados na sua gestão diária e ao assumir o seu papel de gestor de recursos, numa cadeia de valor da qual fazem parte a EGF e as suas concessionárias.” “Esta é uma campanha muito importante para o grupo EGF. Contámos com o envolvimento de todas as concessionárias, colaboradores e parceiros, para

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O objetivo desta iniciativa avaliada em 1 milhão de euros é levar o cidadão à ação

criarmos, em conjunto, um movimento ambiental coletivo que vai fazer a diferença”, sublinhou Emídio Pinheiro, Presidente do Conselho de Administração da EGF. Esta campanha integra a candidatura Comunicação Ambiental Estratégica, apresentada pelas

concessionárias EGF e aprovada pelo POSEUR para o período 2016-2020 com um cofinanciamento de 85%. Para a sua concretização foi realizado um concurso público com publicidade internacional, tendo sido concretizada a adjudicação pelo valor de 1 milhão 61 mil 732 euros.

Uma Campanha que pretende provocar consciências A campanha conta com um filme publicitário, da autoria realizador Rúben Alves, que realizou o filme “Gaiola Dourada”, é muito cinematográfico e tem como objetivo pro-

vocar consciências e levar à mudança necessária de comportamentos. No spot é mostrado o que acontece aos resíduos depois de separados nos ecopontos e dá rosto e voz aos milhares de trabalhadores deste setor de atividade. Além disso, é ainda realçado o papel dos municípios e organizações,

que são convidados a promover esta campanha nas suas regiões. Também a atriz Ana Varela, o humorista, António Raminhos, o cantor Toy e o artista urbano Xico Gaivota vão ajudar a dar voz a este movimento, através de várias ações nas redes sociais e na criação de uma instalação para celebrar o movimento. Serão também promovidos eventos e participações regionais, bem como ações de educação ambiental no terreno, como o Programa Ecovalor e o Recycle Bingo. A campanha publicitária multimeios, cuja criatividade esteve a cargo da Tux & Gill, vai estar presente em vários suportes nacionais e regionais - imprensa, rádio, outdoors e televisão -, destacandose as ações integradas nos programas The Voice Portugal, Big Brother e Manhãs da Rádio Comercial. O filme promove a inclusão e diversidade aplicados nesta campanha, entre os quais, a legendagem dos filmes, a implementação das regras na ordenação dos contentores (azul, verde e amarelo) para invisuais e a criação de uma tatuagem com aplicação dos símbolos ColorADD.

AGEIRA apresenta o seu primeiro evento, o Inov 4.0 Sílvia Carvalho d'Almeida oi com o objectivo de aproximar as empresas e pessoas do mercado de trabalho, de capacitar os empresários da região e do país de ferramentas que lhes permitam fazer face à situação actual, para poderem inovar ao nível produtivo, processual ou ao nível do marketing e vendas, que a Associação de Gestão Empresarial e de Inovação da Região de Alenquer (AGEIRA) criou o seu pri-

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meiro evento, o Inov 4.0. Organizado com o apoio do Instituto de Emprego e Formação Profissional de Torres Vedras, e em sintonia com a Semana do Empregador, promovida pelo IEFP, terá lugar no dia 13 de novembro em ambiente virtual, na plataforma Microsoft Teams. No programa estão previstos fóruns, webinars, uma feira de emprego, e um jantar presencial que ocorrerá caso as condições impostas pela DGS sejam favo-

ráveis à sua realização. Destina-se sobretudo a empresários, estudantes e candidatos a emprego, no entanto, qualquer pessoa pode participar. O fórum destinado aos apoios a financiamentos contará com a presença de um representante do IEFP, com uma instituição bancária, e de uma empresa que promove candidaturas a fundos do programa Portugal 2020. Estes três especialistas em diferentes vertentes de

apoio às empresas farão as suas impressões sobre o panorama atual, darão conselhos aos empresários, e instruí-losão relativamente a apoios ao empreendedorismo atuais e futuros. No fórum Inovação, três empresários em diferentes áreas, partilharão a sua experiência relativamente a situações desafiantes para as suas empresas nas quais tiveram de promover métodos de inovação.

Os dois webinar para empresários incidirão em como preparar apresentações e reuniões comerciais em negócios B2B e como fazer networking profissional, sendo que para candidatos a emprego será sobre como preparar candidaturas. Haverá ainda a feira de emprego que permitirá a estudantes e desempregados estar em contacto com algumas das empresas associadas, que já são cerca de 40, dos ramos agroali-

mentar, automóvel e indústria transformadora, e outras que decidam participar. Raquel Ribeiro, presidente da AGEIRA, espera que este evento sirva “como uma base de contacto alargada entre os agentes económicos da região, por um lado, e a comunidade e que sirva de aproximação entre as empresas e as pessoas que são servidas por essas empresas ou que trabalham para elas.”

Câmara de Azambuja apresenta plataforma digital de negócios plataforma AZB+ é uma ferramenta digital criada e desenvolvida pelo município de Azambuja, no âmbito do projeto “HubsLisbon Azambuja”. Tem como assina-

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tura promocional o slogan “Uma Comunidade, Um Futuro” e assume-se como uma estrutura focada na dinamização empresarial, social e cultural deste concelho.

O projeto segue o objetivo de dinamizar atividades diversificadas capazes de dinamizar as comunidades”, diz o município em comunicado Foi com estas finalidades

que a autarquia criou o AZB+, uma plataforma comunitária de transformação digital “com espaços de reflexão, partilha e divulgação de atividades, que facilitem a busca de

soluções diferenciadas, colaborativas, criativas e inovadoras. “O AZB+ chegou para criar mais valor e novas oportunidades de negócio, apoiar os empreendedores do

Concelho de Azambuja, bem como dinamizar a sociedade civil e os seus agentes”. Pode ficar a conhecer o projeto em www.azbmais.pt

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Valor Local

Outubro 2020 PUB


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Outubro 2020

Negócios com Valor 27

Sem Ir continua na senda do sucesso nas energias renováveis om treze anos de atividade, a “Sem Ir” tem vindo a somar vitórias no mundo dos negócios. Com a sede em Vale do Paraíso, no concelho de Azambuja, a empresa, que labora na área das renováveis, tem vindo a apostar na inovação e na formação. José Eduardo Pereira, CEO da empresa, sustenta que por detrás destes treze anos, estão mais cinco de estudos, o que perfaz 18 anos de atividade. O responsável salienta que o projeto empresarial, “tem no seu ADN a inovação formada por quadros médios e superiores da antiga General Motors e PPG”. No entanto o seu crescimento, também muito se deve aos “vários jovens formados em energias renováveis na Escola Secundária de Azambuja”, através de um protocolo com esta unidade de ensino e também com uma universidade portuguesa. Para o responsável “o fator humano é uma prioridade” e sublinha que no “passado mês de setembro a Sem Ir contratou um profissional de engenharia e mais um jovem da Escola de Azambuja”. A empresa que tem vindo a cres-

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A aposta na juventude é uma das máximas da empresa gerida por José Eduardo Pereira cer em diversos setores e a isso alia uma resposta de âmbito nacional consegue “desenvolver atividade em todo o território nacional” com destaque para os distritos de “Braga, Porto, Aveiro, Coimbra, Leiria, Santarém, Lisboa, Setúbal, Portalegre, Évora, Beja e Faro”, locais onde já tem

uma forte presença. Com quase 90 por cento dos recursos humanos provenientes do município de Azambuja, a Sem Ir “prosseguiu a mudança de sede durante o corrente ano de Santarém para Vale do Paraíso, concelho de Azambuja”, uma ambição já com algum tempo, agora con-

seguida. Com o crescimento ativo, a Sem Ir aposta em novos projetos. Um deles passa pela construção de um novo espaço na freguesia de Aveiras de Cima “tendo em vista o aumento do número de postos de trabalho, sendo que a aquisição de terreno no momento ain-

da é uma dificuldade” mas que “em breve será ultrapassada” garante José Eduardo Pereira. Com muitas empresas como clientes, a Sem Ir também aposta no mercado residencial. Ainda assim o “grosso” dos clientes são empresas, que vão desde fábricas, até IPSS, e supermercados de grande dimensão entre outros. No mercado residencial a Sem Ir também já tem projetos autónomos. A empresa possui, nesta altura, uma quinta em Santarém com total autonomia. José Eduardo Pereira destaca que aquela propriedade pagava um ramal de eletricidade de 35 mil euros. “Agora com 40 por cento desse valor o cliente tem a sua própria energia há sete anos”, destaca. A Sem Ir é, no entanto, uma empresa inovadora. O CEO destaca que é “das primeiras empresas em Portugal a desenvolver projetos com baterias nas residências que têm sido um sucesso e de muito crescimento”. José Eduardo destaca, entretanto, que a Sem Ir, “importa diretamente mais de 70 por cento dos seus equipamentos, fruto de parcerias com fabricantes europeus,

japoneses, sul coreanos, e também americanos, em bombas de calor” refere. Para a empresa o “compromisso é no desenvolvimento de soluções inovadoras, sustentáveis, amigas do ambiente e de elevada poupança” uma máxima que se aplica ao mercado residencial e empresarial. Há cada vez mais, no entanto, portugueses a apostar em renováveis. José Eduardo explica que “Portugal é o país com a energia mais cara da Europa Central a par da Alemanha, e como tal qualquer Kw instalado numa residência ou empresa, seja solar ou de outra forma eficiente, torna- se logo numa rápida poupança”. No que toca a projetos, José Eduardo Pereira destacou ao Valor Local que a empresa vai apostar no futuro em baterias e carregadores de veículos elétricos. “Estamos a preparar a segunda Internacionalização da empresa em países do eixo do Golfo Pérsico”, ao mesmo tempo desenvolve outro projeto “muito Inovador num edifício em Lisboa de um reconhecido arquiteto português na linha da sustentabilidade”.

“28 Outlaw” um nova ideia virada para os amantes da Porsche riada em Arruda dos Vinhos, este ano, a empresa “28`s OutLaw” dedica-se aos clássicos automóveis, mas com uma especial predileção associada à Porsche. Este é um conceito muito próprio que Paula Cerqueira e Hugo Nazário, os dinamizadores da ideia, acreditam ir ao encontro das necessidades dos amantes da marca alemã em particular e dos clássicos em geral. Para já a empresa está a comercializar T-shirts personalizadas e a vender as mesmas online. São Tshirts específicas destinadas aos proprietários e admiradores da marca Porsche, com mensagens muito próprias que tentam entrar no espírito que se vive entre os que amam a marca quer no desporto automóvel, quer no dia a dia. À Rádio Valor Local, Hugo Nazário e Paula Cerqueira falam num “con-

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ceito muito próprio”, o conceito de “Less is more” ou “Menos é mais”. “Algo bem conhecido no mundo Porsche e que tem como foco não o que conduzimos, mas sim a forma como o fazemos”, referem. Apostando na personalização do “amado Porsche” a dupla de empresários diz ter em mente a criação de “uma linha de vestuário e de merchandising simples, exclusiva e personalizada”. O objetivo, referem, é algo que “nos permita distinguir com pequenos pormenores o referido conceito”, salientando que “a ideia é que a t-shirt não seja vestida, mas sim vivida”. No entanto, a empresa não vai ficar por aqui. Hugo Nazário refere que o mercado dos clássicos está longe de outros mercados como o do Reino Unido, mas salienta que existem proprietários em Portugal

com imensos carros em coleção. Hugo Nazário refere que o pior para um clássico “é ficar parado na garagem” e por isso salienta que embora exista alguma burocracia no que toca à documentação de muitos destes carros, a empresa “28’s Outlaw”, prepara-se para, numa segunda fase, apostar em consultadoria para estes proprietários, algo que para Paula Cerqueira” já se torna uma necessidade hoje em dia”. Aliás esta é uma empresa inovadora. Este é um conceito que já deu os seus frutos ao nível das vendas junto dos amantes da marca alemã Porsche. Para já as vendas são feitas nos eventos, como são os encontros da marca, tendo por base o Porsche que é de resto o derradeiro automóvel que inspira todo este conceito e paixão.

Os dois empresários estiveram na Rádio Valor Local a dar a conhecer o conceito


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