JOrnal Chafariz - Edição Dezembro 2019

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Bimestral • Director: Miguel A. Rodrigues • Nº 16 • 5 de Dezembro 2019 • Gratuito

Chafariz

de Arruda

População de Arruda mobiliza-se pelos bombeiros Conferência Vicentina dá apoio a 55 famílias no concelho

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Pág. 3 Arruda dos Vinhos na linha da frente do projeto “Cidade dos Afetos”

Págs 8, 9 e 10


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Oestecim apresenta plano de combate às alterações climáticas

Secretários da CIM deram a conhecer o projeto Comunidade Intermunicipal do Oeste (Oestecim) deu a conhecer aos jornalistas o seu Plano Intermunicipal de Adaptação às Alterações Climáticas. O custo total do projeto é de aproximadamente um milhão de euros. O objetivo passa, numa primeira fase, por traçar um projeto de atuação com a elaboração de cartografia de risco com o

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objetivo de identificar as principais vulnerabilidades do território dos 12 municípios que compõem esta estrutura. Paulo Simões, secretário da Oestecim, referiu que os municípios estão empenhados neste combate às alterações climáticas, e como as crianças são melhor veículo para passar esta mensagem, assim nasceu a Maria, “uma menina do Oeste que anda com uma prancha de surf”.

A Maria também vai passar pelo concelho de Arruda Para além deste aspeto simbólico da campanha, a Comunidade Intermunicipal prevê adaptar ainda o seu edifício, do modo a que se torne mais sustentável. Para isso vai ser submetida uma candidatura ao mecanismo financeiro EEA Grants, (que consiste num apoio por parte da Islândia, do Liechtenstein e da Noruega aos estados membros da União Europeia com maiores desvios da média europeia do PIB per capi-

ta, onde se inclui Portugal). Paulo Simões, secretário da Oestecim, particularizou que o objetivo passa por transformar a sede da comunidade num edifício verde, com base em materiais recicláveis, reutilização de águas, e energias limpas. Vão ser ainda adquiridos pelos municípios veículos elétricos, tendo já sido lançado o concurso para o efeito No que toca ao plano de ação, frisou que passará

pela sensibilização nas escolas da região em que a mascote Maria será uma personagem importante neste trabalho que a CIM se propõe efetuar. Através da distribuição de kits ambientais tentar-se-á elucidar os mais jovens para a problemática. Ainda na componente da sustentabilidade e da pegada de carbono zero, a CIM aderiu ao projeto de iluminação LED com apoio dos fun-

dos europeus para toda a região, sendo já uma das maiores do mundo neste aspeto. Estão a ser ainda concebidos programas para a sustentabilidade das praias, e um observatório agroalimentar para a região, de apoio às atividades agrícolas, e processos produtivos, e ilustrou que o paradigma das estufas com plásticos pode ser alterado para outros materiais mais sustentáveis. PUB


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Arruda dos Vinhos na linha da frente do projeto “Cidade dos Afetos” rruda dos Vinhos integra o projeto “Cidade dos Afetos” desde 12 de novembro. Trata-se de um movimento nacional que visa o desenvolvimento de atividades que impliquem

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ciativo local, “promovemos um encontro, ou seja uma ´Tarde com Saúde´”, procurando estimular, desta forma, “competências cognitivas e sociais” naquele tipo de temáticas. São parceiros nestas iniciativas o Agrupamento de Centros de Saúde

Vereadora dá a conhecer o projeto a componente afetiva, de modo a promover o bemestar e os estilos de vida saudáveis. Em traços gerais e aplicando este conceito, à partida generalista, ao município de Arruda dos Vinhos, Carla Munhoz, vereadora com o pelouro da Saúde, dá alguns exemplos daquilo que já está a ser posto em prática para no fundo tornar o concelho de Arruda mais “afetuoso”. Sendo assim e no âmbito da Unidade Móvel de Saúde, a Câmara tem levado a cabo o projeto “Tardes com Saúde – Cuidar com Afeto” em que numa ação descentralizada, em cada uma das freguesias, e aldeias, envolvendo o movimento asso-

do Estuário do Tejo e a Unidade de Saúde Pública. “É nossa intenção, desenvolver e trabalhar as competências de cada um de nós, para tomar decisões em saúde fundamentadas, no decurso da vida do diaa-dia, em casa, na comunidade, no local de trabalho, e acima de tudo na utilização do sistema de saúde e no contexto político”, refere Carla Munhoz. O objetivo passa ainda por realçar o valor dos afetos em que uma maior afetividade entre as pessoas reduz a violência, a agressividade gratuita, e os conflitos inúteis, promovendo “maior civilidade, coesão, inclusão social e tolerância.”

São ainda parceiros da Câmara neste desígnio, a presidente da Assembleia Municipal, como madrinha, o provedor do munícipe, e os presidentes das juntas de freguesia do concelho, como padrinhos. Em breve, o desafio será lançado às escolas do concelho para que sejam “embaixadoras dos afetos” com o objetivo de haver planos articulados e integrados neste âmbito de ação. O município, com o Agrupamentos de Centros de Saúde do Estuário do Tejo e a Unidade de Saúde Pública, e em colaboração com “padrinhos” e “embaixadores”, vão elaborar um plano de ação a desenvolver anualmente. Um dos aspetos mais visíveis da incorporação destas novas políticas no âmbito do projeto “Cidade dos Afetos”, passou pela denominação da Ponte do Parque das Rotas como “Ponte dos Afetos”. Inaugurou-se, ainda, um circuito pedonal no Parque das Rotas como “Circuito dos Afetos”, sendo este, no fundo, “um circuito que se pretende “intergeracional”. Já no plano de ação da saúde escolar – dirigido ao pessoal não docente – realizou-se o “Dia de Formação - Educar com Afeto.” No âmbito da colaboração com a Assembleia Municipal, comemorou-se o Dia Internacional da Mulher, com a exposição “Mãos de Afeto” e também, na Assembleia Municipal Jovem – criando um – “Abecedário dos Afetos.” Quanto ao provedor do munícipe, e aquando do I Encontro Nacional de Prove-

dores, “foi enaltecida e gerada uma – reflexão da importância dos afetos na relação de proximidade.” Foi ainda comemorado o dia 11 de fevereiro de 2019 com a “Hora do Abraço dos Afetos no Concelho de Arruda dos Vinhos”, e o “Abraço Arruda D`Afeto”. No âmbito das Freguesias, destaca a vereadora, “as ações poderão passar pela toponímia, eventos entre tantas outras”, que no fundo os “padrinhos” poderão dinamizar e incluir no plano de ação. Quanto ao futuro, “a descentralização de ações, será sem dúvida o nosso grande intento”. “Contaremos com escolas, movimento associativo, escuteiros, a comunidade imigrante, por exemplo.” “Mas não ficamos por aqui, outras ideias estão na ordem do dia, desde criar o Selo da Cidade dos Afetos para a Oficina do Artesão – Arte Manual D`Afeto; Criar um Doce Regional da Cida-

de dos Afetos – Bruxa D`Afeto; criar uma Bandeira da Cidade dos Afetos”, elenca. E como a política também pode ser de afetos, independentemente da cor política, Carla Munhoz, diz que um dos projetos passou pela execução de uma “Manta dos Afetos” que foi passada à Presidente da Assembleia Municipal no dia 8 de março, no Dia Internacional da Mulher, que por sua vez, acrescentou simbologia relacionada com a representatividade de todos os deputados municipais, elaborando-se para tal uma roseta, com a cor de cada partido político, eleito no órgão deliberativo, com o rosa, laranja e vermelho, PS, PSD e CDU, respetivamente. No dia 25 de abril, a presidente da assembleia passou esta manta dos afetos aos Bombeiros Voluntários de Arruda dos Vinhos, “e assim vai-se fazendo história”. A associação, acres-

centou a esta manta, “rosetas de cor vermelha, amarela, branca, preta, azul e rosa”, com o objetivo de representar as viaturas que prestam socorro, quer na área da saúde, assim como, na área dos incêndios, o INEM, os bombeiros, e os dirigentes, “quer os que connosco estão diariamente, assim como, todos os que já partiram e que nos deixaram um legado”. Desde então, a manta já passou pelo provedor do munícipe, e deste para a paróquia de Arruda, que também deixaram a sua marca neste projeto. Para Carla Munhoz, “o afeto e a proximidade são ingredientes indispensáveis no desenvolvimento de um concelho com sucesso” e fazer de Arruda um município de “excelência” para “viver; para estudar; para investir; para visitar/descobrir.” A autarca apela ainda a toda a comunidade dos diversos setores que se juntem a este projeto. PUB


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Oestecim quer passes mais baratos para a região Comunidade Intermunicipal do Oeste quer que os valores dos passes sociais possam baixar ainda mais no ano de 2020. Sendo uma região limítrofe à Área Metropolitana de Lisboa (AML), estima-se que cerca de 5000 pessoas se desloquem diariamente entre o Oeste e a capital. Em nome da competitividade da região, a comunidade intermunicipal defende o seguinte esquema de valores, no que diz respeito, ao passe inter-regional: 70 euros – Para os passes entre os concelhos limítrofes à AML (Alenquer, Arruda dos Vinhos, Sobral e Torres Vedras); 80 euros - para os passes dos restantes concelhos ou outras possíveis combinações, dependendo, da verba que seja consignada para as deslocações inter-regionais a atribuir pelo Estado Central no Programa de Apoio à Redução Tarifária nos Transportes (PART 2020).

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A região Oeste não logrou atingir em 2019, os passes a 40 euros, ao contrário da região de Lisboa, e Azambuja na Lezíria do Tejo, pelo que os valores acima descritos e propostos pelos autarcas da Oestecim podem “mitigar o sentimento de falta de equidade sentido hoje pelas nossas populações” em relação aos 40 euros aplicados aos passes sociais na AML. Facto que a Cim considera de vital importância. A Comunidade Intermunicipal, defende que o racional que tem por base a atribuição das verbas para as autoridades de transporte, os Censos 2011, não deve ser a principal variável da equação de suporte, mas sim os dados reais de 2019 atualmente monitorizados através de sistema integrado com a bilhética dos operadores e que retrata, “com clareza, a real dimensão desta política pública”. A Oestecim pede por isso uma “avaliação correta” com o objetivo de se ajustarem os montantes a atribuir a

Cinco mil pessoas deslocam-se todos os dias para Lisboa vindas da zona Oeste cada uma das autoridades de transportes. A Oestecim fez as contas, e de modo a poder contribuir para diminuir a diferença que PUB

atualmente é sentida pelos oestinos e responder aos impactos que a mobilidade tem hoje na competitividade e coesão do território, refere

que será necessário acrescer mais 1 milhão 500 mil euros no PART 2020, especificamente para as deslocações inter-regionais, uma vez

que há que acomodar a redução dos 30 por cento já aplicados e compensar o diferencial para os novos tarifários. PUB


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Conferência Vicentina dá apoio a 55 famílias no concelho Conferência Vicentina Nossa Senhora da Salvação tem a seu cargo, atualmente, o apoio a 55 famílias, via Banco Alimentar Contra a Fome, através da dádiva de alimentos e outros bens. É uma causa composta por um grupo de voluntários que dedicam algum do seu tempo a esta missão. O acompanhamento às famílias mais desfavorecidas reflete-se, ainda, em acompanhamento psicológico que vem sendo prestado por um dos membros da conferência. “Todos damos um pouco a esta causa, até porque se trata de trabalho voluntário”, refere José António, presidente da conferência vicentina de Arruda. Ao todo são 14 pessoas que se vão revezando neste tipo de acompanhamento. Para além de integrar o Banco Alimentar contra a Fome, a conferência faz parte ainda do Banco Solidário de Arruda dos Vinhos, em conjunto com a ação social do município, e a Santa Casa da Misericórdia. “Temos uma interligação no sentido de podermos ajudar o mais possível quem necessite, através de uma triagem das pessoas que procuram as entidades em causa”. Para além dos cabazes do banco alimentar, o grupo também apoia casualmente no pagamento “de uma bilha de gás, ou no apoio a uma renda de casa, se nos pedirem”. “Não fazemos distinção de raças nem de credos religiosos”, complementa José António. Sempre que alguém pede ajuda, a conferência tenta perceber quais as efetivas

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Membros da Conferência Vicentina e Paróquia ajudam mais de meia centena de famílias no concelho carências e de que forma pode contribuir para atenuar esse estado. Para além dos bens alimentares, são também distribuídos alguns bens de higiene e limpeza duas vezes por ano. Chegam a este grupo, vários tipos de casos: desde pessoas com carências económicas crónicas, mas também quem até há pouco tempo gozava de uma situação financeira considerada estável. “Nos anos da crise, tínhamos muitos casos de pessoas que ficaram em situação difícil de um momento para o outro, nesta altura temos muitas famílias monoparentais, e também pessoas com reformas muito baixas, ou pessoas de baixos rendimentos, que apesar

de trabalharem, o salário não consegue fazer face às exigências do dia-a-dia”. Para o ano, o salário mínimo chega aos 635 euros, uma verba que “mal chega” para as despesas de uma família, sobretudo se for monoparental, e com filhos a seu cargo, no entender de José António – “Imagine que paga 250 euros de renda de casa, e acrescente a isso, no mínimo, mais 50 euros para a luz, mais 20 para a água, mais 20 para o gás, mais 35 euros para a internet (pacote mais barato), porque quem tem filhos na escola, esta é uma ferramenta de trabalho, e não um luxo, restam-lhe 250 euros, e agora divida por quatro, dá cinquenta euros a cada um. Se o ordenado for

de 1200 euros, dá 150 euros per capita, mas tem também de somar a alimentação, o vestuário, o transporte para o emprego e para a escola, e muitos outros gastos”. A carga de despesas das famílias é de tal monta, que não é rara uma deslocação à conferência para a obtenção de alguns bens. “É sempre uma pequena ajuda”, consubstancia o Padre Daniel Almeida, responsável da paróquia de Arruda e Cardosas, que recorda os anos da crise como os mais gritantes. “Nesta altura não sentimos tanto essas dificuldades”. O problema da pobreza também se reflete a nível “da ausência de um sentido de orientação para a vida”, diz. “Aparecem pessoas com problemas de

depressão que encaminhamos para o apoio psicológico que já é prestado pela conferência”, diz José António. Neste sentido “tentamos motivar essas pessoas o mais possível”, acrescenta o padre Daniel Almeida. A realidade dos sem-abrigo não é visível no concelho, de acordo com os elementos da conferência, “quando isso acontece normalmente são recolhidos pela Santa Casa da Misericórdia”. “Muitos viviam sozinhos, já sem família, e ficaram sem sentido de orientação”, acrescenta Fernanda Fernandes da conferência. Nos anos da crise, a associação chegou a apoiar cerca de 90 famílias. O quadro melhorou no concelho, mas

GNR resgata mais de 100 animais em Casal do Lapão GNR, através do Núcleo de Investigação de Crimes e Contraordenações Ambientais, procedeu ao resgate de mais de uma centena de animais que estavam na posse de uma mulher de 56 anos de Casal do Lapão.

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A ação teve lugar no dia 27 de novembro e a mulher foi identificada pela prática do crime de maus tratos a animais de companhia.

A investigação por crime de maus tratos a animais de companhia decorria há cerca de dois meses, e os militares realizaram uma busca domiciliária, onde foram recolhidos na totalidade 109 animais de companhia, nomeadamente 98 cães e 11 gatos. No local, foi possível constatar que os animais viviam em más condições higienosanitárias, sem qualquer tipo de assistência médicoveterinária, encontrando-se a superfície do alojamento

coberta de dejetos. Os animais foram sujeitos a triagem veterinária, tendo sido entregues a várias associações para lhes serem prestados, não só cuidados médico-veterinários, como outras condições que proporcionem bem-estar animal. A suspeita foi constituída arguida e os factos remetidos para o Tribunal Judicial de Vila Franca de Xira. Esta ação contou com o apoio do Município de Arruda dos Vinhos e de associações de

apoio animal. Na sua página de facebook, a Uniao Zoófila confirmava a receção dos animais em causa e os próximos passos a tomar tendo em conta as necessidades de limpeza, desparasitação, vacinação, esterilização e o encaminhamento à posteriori para adoção. A União Zoófila deixa ainda os dados para ajuda a estes animais e aos encargos financeiros que passarão a acarretar: IBAN PT50 0033 0000 00580204223 56.

Animais recolhidos

também porque a Santa Casa da Misericórdia passou a integrar um programa da Segurança Social para apoio alimentar do qual a conferência não faz parte. São abrangidos neste programa indivíduos já referenciados pela Segurança Social, normalmente, beneficiários do Rendimento Social de Inserção. Todas as quintas-feiras a associação tem as suas portas abertas na Rua 5 de Outubro, nº 53, para os que precisam de ajuda. Quem quiser pode também levar bens diretamente à conferência, e nestes incluem-se os de cariz alimentar não perecíveis, mas também vestuário, ou de higiene e limpeza, ou contactar via email: ajudaparoquia.avinhos@gmail.com


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Variante à vila de Arruda: Expropriações vão custar mais de 600 mil euros scende a 668 mil 236 euros, o valor apurado para a ação de expropriação das 32 parcelas de terrenos necessárias para a execução da variante à vila de Arruda, cuja declaração de utilidade pública foi votada favoravelmente numa das últimas reuniões de Câmara. O valor foi apurado através de uma perita do Ministério da Justiça A partir do momento em que a Assembleia Municipal de Arruda dos Vinhos aprove a proposta, a declaração de utilidade pública segue para a tutela. Em reunião de Câmara, o vereador do PSD, Luís Rodrigues questionou acerca do valor que a autarquia vai despender nesta operação de expropriação. André Rijo, presidente da Câmara, referiu que continuam em cima da mesa os 400 mil euros, comprometendo-se o Estado com as restantes verbas necessárias ao projeto. O autarca já

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se reuniu com o novo secretário de Estado das Infraestruturas, Jorge Delgado, que firmou o seu compromisso para com este projeto e a necessidade de o colocar em prática. A Câmara apontou a necessidade de se reforçarem verbas para a execução das várias etapas. Recorde-se que a Câmara Municipal de Arruda dos Vinhos aprovou, na reunião de 28 de janeiro, uma suspensão parcial do PDM para a construção de uma variante à vila de Arruda dos Vinhos, procurando retirar do centro da localidade o elevado volume de trânsito e criar melhores condições de acesso às zonas industriais, com “inegáveis ganhos também ao nível ambiental”, referiu o município. A Infraestruturas de Portugal assume-se como dona da obra, responsável pela sua execução material e financeira, estimando-se um investimento de três milhões de euros. O lançamento do concurso para a empreitada da obra

Projeto faz parte do Plano Nacional de Investimentos 2030 deverá ocorrer durante o primeiro semestre de 2020. Segue-se uma contagem de prazo de dois anos com

possibilidade de prorrogação de mais um tendo em vista a obra. A Câmara Municipal de Arruda dos Vinhos

assume uma verba de 400 mil euros para dar início à obra tendo em conta os custos da expropriação e exe-

cução do projeto. A variante à vila de Arruda está inscrita no Plano Nacional de Investimentos 2030. PUB


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Movimento critica ação de limpeza da Câmara no Rio Grande da Pipa introdução de máquinas de arrasto nas operações de limpeza do Rio Grande da Pipa, levadas a cabo, nas últimas semanas, por parte do município de Arruda, motivou uma onda de contestação por parte do movimento de cidadãos que tem dado eco de várias questões ambientais no concelho. O objetivo da autarquia passava por dar sequência ao trabalho iniciado em agosto com a limpeza do Rio Grande da Pipa e Ribeira das Salemas junto ao Jardim Municipal, e com a aproximação da época de inverno, a limpeza das linhas de água urbanas e principais afluentes ao Rio da Pipa, nomeadamente a ribeira junto à rua do Porto de Ordem. Paulo Sirgado, do movimento, refere que as máquinas só devem ser usadas em casos de excecionalidade, como despistes de automóveis, ou quando cai uma árvore de grande porte, ou outras situações que careçam de uma intervenção mais musculada o que na sua opinião não é o caso. “A Câmara encara a excecionalidade como uma regra, e até hoje nunca vimos homens apeados com motorroçadoras no rio a fazer o trabalho”. A Câmara na sua opinião interpreta abusivamente o espírito das leis e não hesita em colocar máquinas no rio ao arrepio de tudo e de todos, nomeadamente, “da Agência Portuguesa do Ambiente”. Falta planeamento do entender de Paulo Sirgado para que de forma atempada se faça a limpeza do rio de “forma faseada”. “Não somos contra a limpeza do rio, mas não da maneira como a Câmara está a fazer, em que de um momento para o outro, à boa moda tuga, e numa lógica de deixa para amanhã o que podes fazer hoje, não procedeu a esse trabalho com planeamento, só quando se deu o aparecimento das primeiras chuvas é que se lembraram das

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questões de segurança”. Desde maio, que o movimento vinha alertando para esta questão. No entender de Paulo Sirgado, a limpeza das margens não deve implicar o desbaste de toda a vegetação para não perturbar os ecossistemas existentes. Quanto à autorização que a

Câmara recebeu para proceder à limpeza da forma como se efetivou por parte das entidades estatais, Sirgado tem a sua opinião – “Quando a Câmara diz que está em causa a segurança, a CCDR ou a APA não vai dizer que não”. De acordo com a Câmara de

Arruda este trabalho no rio tem sido promovido com regularidade, e em articulação com as prioridades identificadas pela proteção civil “revelando-se vital para minimizar eventuais situações na cheia ou inundações, promovendo-se assim a segurança de pessoas e bens.”

Mário Anágua, vereador com o pelouro do Ambiente, destaca que em causa estavam as habitações existentes ao longo do rio, e que para a própria segurança “houve necessidade desta regularização do leito do rio”. Recentemente, o movimento

levou a cabo uma ação de plantação de algumas espécies nas margens do Rio Grande da Pipa. Estiveram presentes vários ambientalistas desde a Quercus, Associação Portuguesa de Educação Ambiental. Foram plantados freixos, salgueiros, bolota.

fossa coletiva, a qual se encontrava desativada há vários anos, sendo os esgotos encaminhados, sem tratamento, para a linha de

água. Com esta intervenção, aprovada pela Agência Portuguesa de Ambiente, as águas residuais serão des-

carregadas na linha de água, mas só após o respetivo tratamento na ETAR, com o objetivo de melhorar o ambiente.

Limpeza das linhas de água em curso

Mata passa a ter ETAR compacta

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iveram início as obras de instalação de uma estação de tratamento de águas

residuais compacta, para servir o tratamento dos esgotos produzidos na localidade da Mata, prevendo-se a conclusão dos trabalhos

até final do presente ano de 2019. Até aqui as águas residuais da localidade da Mata eram encaminhadas para uma


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População de Arruda mobiliza-se pelos bombeiros população de Arruda dos Vinhos tem demonstrado junto dos bombeiros locais a sua solidariedade para com as dificuldades sentidas pela corporação. Os voluntários, à semelhança de outras corporações do país, não têm uma vida fácil e por isso todas as ações de solidariedade são bem-vindas, como explicou ao Chafariz, o presidente da direção, Armando Marques. Desde um supermercado local até um conjunto de lojas do bairro São Lázaro vários têm sido os esforços da comunidade em prol da causa dos soldados da paz. Para o responsável “qualquer iniciativa deste género

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é importante”, referindo que a situação “não está muito famosa e para nós podermos ajudar, também têm de nos ajudar”. Armando Marques refere, por outro lado, que a associação fundada em 1889 “não se pode queixar da Câmara Municipal”. Para o presidente, o atual executivo presidido por André Rijo “faz o que pode” com os instrumentos financeiros que tem à sua disposição. “Temos de erguer as mãos ao céu e agradecer pelo apoio”, refere, acrescentando que a situação que herdou do passado era conhecida por si e por alguns elementos da direção, já que também participaram nos órgãos sociais, mas salienta também que não tem sido

fácil reerguer aquela casa. Armando Marques salienta de resto que “há 45 anos” que anda “nisto” e por isso a situação dos bombeiros de Arruda não o apanhou de surpresa. O presidente que foi no passado bombeiro e passou por várias direções, reforça que os tempos atuais são cada vez mais complicados. A burocracia e as exigências das diversas entidades são cada vez mais pesadas e dá o exemplo com a aquisição recente de algum material necessário para que a casa funcione. “Hoje custa dez mas amanhã já custa vinte. Não existe uma tabela fixa”, diz acrescentando que há mais situações consideradas como incongruentes.

Armando Marques dá outro exemplo: “Um carro foi no

ano passado à inspeção do INEM (Instituto Nacional de

Emergência Médica) e passou. Este ano chegámos lá e PUB


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chumbaram dois carros”, e aponta para o que considera

ser a falta de comunicação entre entidades como a prin-

cipal causa destas situações.

No entanto, os bombeiros como necessitam das viatu-

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ras não têm outra opção a não ser “encomendar o ma-

terial que é caro”. Material esse, cujas especificações vão mudando e que não são comunicadas aos bombeiros. Armando Marques salienta, por outro lado, a sua preocupação com os assalariados da casa. Essa é uma preocupação latente pois são “empregados da casa” e desse vencimento dependem, “não só os bombeiros, como as suas famílias”. Em suma, encontrar forma de financiamento para esta casa não é uma tarefa fácil, no entanto, Armando Marques revela que “a parte humana é sempre a mais complicada”. Já no que toca ao material, a associação está servida de equipamento que permite o socorro das populações no dia-a-dia. O presidente da direção reforça, no entanto, que as viaturas ao serviço do corpo de bombeiros de Arruda dos Vinhos, “têm muitos quilómetros”. O responsável alega que “são carros que rodam muito e por isso já carecíamos de uma ou duas viaturas novas”, no entanto salienta que o dinheiro não chega para tudo, e por isso os bombeiros “têm de ir consertando e estimando o que temos, porque não temos alcance para mais”. PUB


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Campanha de angariação de sócios à vista rmando Marques, presidente da direção, considera residual o valor apurado pelas quotas dos sócios tendo em conta a necessidade de financiamento dos Bombeiros de Arruda. Embora considere importante esse apoio, lamenta o facto de o número de sócios ter vindo a diminuir. “São cada vez menos os sócios que pagam as quotas”, refere, acrescentando, que o valor das quotas pagas, só dá para sustentar a casa cerca de doze dias por mês. O responsável refere ao Chafariz que os sócios pagantes estão a escassear. Os que pagam quotas estão a deixar de o fazer e por isso “estamos a enviar uma carta a todos, no sentido de relembrar os sócios desta necessidade”, lamentando o facto de muitos se esquecerem de pagar a tempo e horas. Para minimizar o problema, Armando Marques adiantou que a direção está a ponderar fazer uma campanha de recolha de novos sócios para os bombeiros. O assunto foi abordado na última reunião da direção, e embora não exista para já nada de concreto quanto à campanha, certo é que segundo o presidente, esta vai avançar em breve. As quotas dos sócios, embora de pouco valor, são importantes para a sustentabilidade dos Bombeiros de Arruda dos Vinhos. Esse será o próximo passo, provavelmente para 2020, segundo adiantou o responsável.

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Bombeiros de Arruda contam com o apoio da comunidade

Ações de Solidariedade ajudam soldados da paz Intermaché de Arruda dos Vinhos ofereceu, no mês de novembro, alguns equipamentos de proteção individual aos bombeiros voluntários locais. A oferta constitui-se como uma “mais-valia” segundo o comandante da corporação Acácio Raimundo, já que estes são equipamentos que se desgastam, e por isso “a sua necessidade é mais premente”. De acordo com Luís Pestana, proprietário do supermercado, a oferta tem um custo aproximado de 2500 euros. Ao todo a superfície comercial entregou cinco fatos de protecção individual de combate a incêndios florestais, constituídos por bota florestal, luvas, cógula, fato de proteção florestal (calças e dólman), capacete e sweatshirt Um valor suportado pelo grupo francês de supermercados que tem ajudado as associações de bombeiros de norte a sul do país com a realização de várias campanhas de solidariedade. Luís Pestana salientou o esforço dos soldados da paz no socorro da população, ao mesmo tempo, que salientou que este apoio deverá ser repetido no próximo ano. Armando Marques, presidente da instituição, agradeceu à superfície comercial na pessoa de Luís Pestana, gerente da loja de Arruda, e frisou que sempre que os bombeiros necessitem de “alguma coisa”, o supermercado disponibiliza-se para ajudar.

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Vários equipamentos doados

Comerciantes do Bairro de São Lázaro unem-se para ajudar os bombeiros s comerciantes do Barro de São Lázaro em Arruda dos Vinhos juntaramse pela segunda vez para um evento solidário. O grupo do São Lázaro Market vai ajudar desta vez os bombeiros de Arruda dos Vinhos através de uma iniciativa no mínimo original. A iniciativa decorrerá no estacionamento do bairro no próximo dia 14, durante toda a tarde. O grupo decidiu mais uma vez disponibilizar à população um bolo-rei gigante, cujas vendas reverterão a favor dos soldados da paz. Cristina Alegre, proprietária da papelaria “Relíquia”, salientou ao Chafariz que esta iniciativa de caráter social junta a quase totalidade das lojas, cerca de 16, desde o Piquete da Fruta, passando pelo pronto-a-vestir Maria Arruda, Supermercado “os Vizinhos”, clínica veterinária Vip Pets, entre outras. Segundo Cristina Alegre, o bolo-rei foi oferecido pela pastelaria Doce Arruda e tem cerca de 36 metros. A responsável salienta que o mesmo será vendido à população em geral e as verbas entregues aos bombeiros. Aliás, Cristina Alegre salienta mesmo que serão os próprios bombeiros a administrar a venda do bolo-rei, cabendo então à corporação a parte que se refere à contabilidade da iniciativa. Para chamar mais pessoas para o evento, a responsável salienta a existência de um vasto programa de animação, de onde se destaca um presépio vivo, música e animação para crianças.

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Iniciativa vai realizar-se no Bairro São Lázaro

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Pesquisa 11

Irene Lisboa

Os contos para crianças e jovens ma das características, inovadoras na altura, dos textos para crianças e jovens de Irene Lisboa (e não só) era transportar para a escrita as características da oralidade, que os textos lidos parecessem falados. Tirando o primeiro livro publicado em 1926 (13 contarelos, nove destes treze textos foram depois reescritos e introduzidos nas obras seguintes) e, recentemente, os publicados pela Câmara Municipal de Arruda dos Vinhos, na Coleção Contarelos, Irene Lisboa publicou Uma mão cheia de nada outra de coisa nenhuma (1955) e Queres ouvir? Eu conto (1958). Uma mão cheia de nada outra de coisa nenhuma é uma obra cujos processos literários, originais ou herdados de um imaginário tradicional, encantam novos e menos novos, porque nos transportam para um mundo altamente figurativo só possível nesse outro mundo que é a imaginação. Na obra Queres ouvir? Eu conto, encontramos, segundo as palavras da própria autora, «histórias para maiores e mais pequenos se entreterem». São histórias curtas, cheias de humor e ação, para ler ou ouvir contar, que valorizam o diálogo ou a oralidade e que criam mundos maravilhosos e encantatórios que vão ao encontro da expectativa do público infantil, o seu destinatário preferencial. Assim, neste mês do seu nascimento, no dia 25 faria 127 anos, deixo-vos um desses texto desta escritora maior da cena literária portuguesa do séc. XX.

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Bons livros para crianças são os que lidos pareçam falados. Afora esta qualidade que tenham os conceitos francos (sem impostura moralista, para não enfadar),

graça, ingenuidade, movimentação de figuras. Irene Lisboa

Com essa imaginação, que ninguém me podia roubar, eu via fantásticas coisas e amava outras não menos

sultar. Assim, neste viver, eu compunha, ideava histórias, coisas... e uma delas foi a da

entre todas, amiga do meu coração... ó estrela azul! E sentei-me, com os olhos pregados nela. Cansada, en-

A estrela azul

fantásticas, inatingíveis: as estrelas, os rouxinóis, os heróis das lendas, a água... Amava-os, perseguia-os de sonhos e de pequenas efabulações. À noite, noites quentes e noites frias, tinha muitos delíquios sentimentais: considerava a lua uma maravilha mortal, maravilha inigualável, e deixava-me gelar de olhos fitos nela. De dia corria as bordas da ribeira a ver os pássaros, os saltinhos da água e a descobrir flores. Dessa idade me ficou a ideia da nobreza das violetas silvestres e da fragrância dos junquilhos. A gente do campo, mulheres e homens, que me sabiam desprezada, tinham certo respeito pela minha pessoa, espreitavam-me sem me in-

estrela azul Ninguém me vê. Que é delas? Não sei. Deste lado, as luzes apagadas. Estará tudo lá em baixo. Que noite! Que noite! Que linda noite! Tudo calado no pátio, também. Saio, encosto a porta da vidraça. Hoje não há luar. O jardim é pequeno e a mim só me apetece correr. O buxo já está orvalhado, é frio. Mas que cheiro! Da baunilha e da lúcia-lima... Nada se ouve. As estrelas brilham, relampejara. Mais, cada vez mais. Vou andar pelo meio do buxo de cabeça levantada. Só para as ver. Pequeninas, ó minhas lindezas... Tu, princesa do Sião; tu, princesa do mar; tu, flor da vida; tu, oiro a arder... tu, minha sem-nome, primeira

fim, arrastei-me para o chão, cruzei as mãos por baixo da cabeça e deixei-me ficar de olhos abertos. É admirável o céu. Sobretudo de noite. Quem poderia viver sem ele, sem o ver, sem jamais o gozar? A terra, cá em baixo, só me parece morta. Estrela azul, flor sem par desse jardim, desse jardim ideal! Nunca mais te largo. És a minha estrela. A estrela azul é a estrela dela... A estrela azul... A estrela azul... Quem fala? Ninguém está falando. São os pássaros. Mas porque haviam eles de acordar a semelhante hora? É a estrela dela, torna um. Mas já foi a de Florêncio. De Florêncio...

Eu só tinha pai, que pouco a pouco se ia desinteressando de mim. O resto da gente da casa eram umas mulheres más e vaidosas. Umas intrusas! O meu tempo corria como o tempo corre... ao acaso. Nada me pertencia já. Bastarda a casa, bastardos os ares respirados nela. Quantos anos teria eu então? Doze, treze, catorze. Até o gosto de vestir perdi porque tudo me retiravam; de vestir e de andar limpa e bem pregada. Só a imaginação me sustinha. A imaginação, digo: isto que aos jovens compensa de muitas faltas, da ternura, das satisfações, dos desejos realizáveis, de pequenas e de grandes coisas.

Bem me lembro. Florêncio, Florêncio, Florêncio. Tão belo! E tão engraçado. Florêncio, filho desta casa. Coitado! Já sem esperança pôs os olhos naquela estrela... Naquela estrela e pedia-lhe: dá-me o que me falta, ó estrela! E ela adormeceu-o. Mas ele ficou a dormir acordado. A estrela velava-o. Velava-o. Enquanto saíam figuras maravilhosas. Maravilhosas! Do laguinho do meio do jardim, onde nunca mais se viu água. Nunca mais, elas secaramno. Saía uma, e ele: lava-me! Era impossível. Ó minha amada, leva-me! E depois saía outra. No meio de névoas... De luz e de névoas... Como é que elas o haviam de levar? E todas tão formosas! Florêncio morreu nessa mesma noite. De dor e de paixão. Amou-as tanto! A todas, a todas... E os pássaros, que nunca mais se calavam, contaram uns aos outros a longa história de Florêncio, triste desde a sua nascença até à morte. Enquanto as flores, sobretudo a baunilha e a lúcia-lima, e também a madressilva, se derramavam em cheiros deliciosos. E uma nespereira velha, muito grande e velha, nascida sem propósito naquele campo de flores, talvez na era de Florêncio, se mantinha reservada. Irene Lisboa (1984). Uma mão cheia de nada outra de coisa nenhuma. Porto: Livraria Figueirinhas, pp. 35-39. Jorge da Cunha (Mestre em Ciências da Educação, Professor de Português, Antropólogo) PUB


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12 Opinião

Dezembro 2019

O cavalo do Inglês os últimos anos de governação socialista muitos apelidaram o ministro Mário Centeno de Ronaldo das Finanças. O controle rigoroso da despesa pública, com as célebres cativações que noutros tempos fariam corar de vergonha os parceiros de esquerda, do Bloco e do Partido Comunista, um estado de graça dentro e fora de Portugal que o viriam a catapultar para o presidência do Eurogrupo e a habitual habilidade política de António Costa transformaram muito rapidamente Mário Centeno na estrela do governo. Já percebemos que o estado de graça não dura para sempre e no atual momento o prestígio e a importância do ministro tende a dissipar-se muito rapidamente. Em linguagem futebolística a France Footbal já não o nomearia para o Bola de Ouro. A verdade é que apesar da propaganda oficial a situação do País está cada vez pior e em risco

N

de rápido agravamento. Os maus resultados da governação são indisfarçáveis e em acelerado agravamento: Assistimos a uma verdadeira calamidade e ao caos nos hospitais e centros de saúde, com o encerramento de urgências pediátricas, com as cirurgias urgentes com anos de espera, as consultas de especialidade com anos de atraso, a falta de médicos e enfermeiros, a falta de medicamentos para doenças crónicas nas farmácias. Na área da Educação, temos a par do ano escolar em curso, muitos milhares de alunos ainda sem professores, escolas degradadas, falta de auxiliares de ação educativa etc. Não há investimento público em áreas absolutamente decisivas nomeadamente na construção e manutenção das infraestruturas. O rol é interminável e a enorme degradação dos serviços públicos é uma evidência para a generalidade dos cidadãos desde há muito. La-

mentável é o facto dos parceiros de esquerda do governo só agora despertarem para o verdadeiro estado de calamidade dos serviços públicos de Saúde, Educação, Transportes etc. E as notícias que vão chegando, plantadas pelos spins do governo relativamente ao Orçamento de Estado para 2020 fazem temer o pior. Continua

a voragem fiscal no sentido de alimentar o monstro da despesa pública sempre crescente e cada vez com menos contrapartidas para os Portugueses. Nunca os Portugueses pagaram tantos impostos e nunca os serviços públicos estiveram tão degradados. Este é o resultado da governação da dupla António Costa/Mário Cente-

no com a esquerda parlamentar rendida aos lugares e ao poder que Costa lhes permitiu alcançar. O País e o seu futuro não interessa para esta governação apenas preocupada com a espuma dos dias. Sem reformas de fundo e a navegar à vista com o objetivo de manutenção do poder a todo o custo. E sempre mais e mais impostos. É aqui que me recordo da história que se conta na nossa terra do célebre cavalo do Inglês. No rescaldo da 3.ª invasão francesa em 1810/11 comandados pelo general Massena e que foram derrotados pelo exército anglo-luso e pela estratégia defensiva das Linhas de Torres, foram abandonados muitos cavalos pelas tropas britânicas que regressaram a Inglaterra de barco e esses animais rapidamente foram recolhidos pelos portugueses que precisavam deles para trabalhar os campos severamente afectados pelas políticas de terra queimada. Os tempos eram muito

Lélio Lourenço difíceis e de fracos recursos, até para os animais, pelo que o camponês que ficou com um dos cavalos cada vez o alimentava menos embora o animal fosse cumprindo as suas tarefas no campo com o arado e a charrua. De tal ordem que cada vez recebia menos alimentos o que parecia ser do agrado do novo dono. Até que um dia, muito naturalmente, o animal acabou por morrer de fome levando o camponês a lamentar-se “ agora que estava a habituar-se a viver e trabalhar sem comer, morreu “. E esta parece ser a situação do País onde se trabalha cada vez mais para o Estado e se recebe cada vez menos contrapartidas desse mesmo Estado. Parece que o cavalo do Inglês somos nós!!

Garantia: Algo de real ou mera utopia? omprado um veículo automóvel usado num estabelecimento de Barcelos, queimou, três dias

“C

volvidos, a junta da colaça. Regressei ao estabelecimento, reclamando pela garantia, ao que o gerente ripostou: “garantia só enquanto está cá dentro; ao sair a porta, acaba a garantia”!” PUB

“Num estabelecimento, na Covilhã, em tempos, o letreiro com estas pérolas. • Até 2 000€ - sem garantia • De 2 000 a 5 000€ - 3 meses • De 5 000€ em diante - 6 meses” Num estabelecimento em Albufeira: “USADO SEM GARANTIA” “Em anúncio patrocinado, no facebook, uma empresa de Lisboa oferece: COMPUTADOR RECONDICIONADO Garantia: 6 meses.” “Menção no portal digital de um estabelecimento com notoriedade conferida pela publicidade no pequeno ecrã: Garantia de novo: dois anos Garantia de usado: um ano Garantia da bateria: seis meses.” Ou é de crassa ignorância ou de uma dose de insuperável ganância que se trata… com o nítido propósito de defraudar o consumidor, avantajando-se. A lei é expressa: “Tratando-se de coisa móvel usada, o prazo pode ser reduzido a um ano por acordo das partes” (Lei das Garantias: artigo 5.º). E a norma é para valer, não podendo ser afastada pela vontade das partes ou por imposição do vendedor: “… é nulo o acordo ou cláu-

sula contratual pelo qual antes da denúncia da falta de conformidade ao vendedor se excluam ou limitem os direitos do consumidor previstos no presente diploma.” (Lei das Garantias: artigo 10.º). Os tribunais superiores já decidiram, aliás, em conformidade com a lei: “É nula, quer segundo o regime das cláusulas contratuais gerais (DL 448/85, de 25/10, alterado pelo DL 220/95, de 31/01) quer segundo o da Lei de Defesa do Consumidor, a cláusula fixada pela vendedora profissional de usados, estabelecendo que a venda é feita “sem garantia”.” Imensa piada tem o moço que se saiu com aquela ‘pitada’: “garantia só enquanto está cá dentro; ao sair a porta, acaba a garantia”!” Daí que todas estas exclusões violem substancialmente os direitos dos consumidores. Tratando-se de automóveis, o que se pretende evitar é que as estradas fiquem juncadas de “ataúdes rolantes” (caixões com rodas), exigindo-se que os vendedores não lancem no mercado sucata circulante, antes veículos em condições de adequada segurança. Com acordo entre partes, a

garantia de usados, como de recondicionados, aliás, não pode ser inferior a um ano. Há uma margem entre a garantia legal de produtos novos (2 anos) e a de usados: o acordo pode fazer baixar a garantia para 20, 18, 15, 13 meses… , mas não pode ser inferior a 1 ano (12 meses). Ao questionarmos, nas redes sociais, a garantia dos computadores recondicionados, citando a lei, a empresa pronto disparou: “essa é a nossa garantia, essa é a política da casa”. A política da casa, a garantia dada pela casa não pode ferir a garantia legal, que é, dentro dos limites estabelecidos, imperativa. A garantia não é supletiva, não pode ser afastada, não pode ser derrogada pelas partes, a seu bel prazer, face aos seus interesses e, menos ainda, unilateralmente imposta pelo fornecedor. Quando se exclui a garantia (usados sem garantia) ou se estabelece patamar abaixo do legal (de 3 ou de 6 meses…), a garantia legal de 2 anos como que se expande e retoma, nessas circunstâncias, toda a sua força. Deixa de poder reduzir-se até ao ano, mas amplia-se aos 2 anos. Porque não houve acordo. Logo, a garantia passa aos 2 anos, como é de lei.

Mário Frota* O operador económico é sancionado pela inobservância das prescrições legais aplicáveis. No que se prende com as baterias (partes integrantes da coisa móvel) não pode haver diferenciação de garantia: a garantia é da coisa toda e de toda a coisa. Daí que se a garantia de usado é, por acordo, de 14 meses, a da bateria sê-lo-á pelo mesmo tempo; se for de um ano, a garantia da bateria será de um ano (e não de 3 ou de 6 meses…). Que as empresas não continuem a ignorar uma lei (cujos termos foram impostos pela, ao tempo, Comunidade Europeia) que deveria estar em vigor desde 1 de Janeiro de 2002, mas que Portugal, por descaso reverberável, só publicou em 8 de Abril de 2003… Os equilíbrios no mercado de consumo exigem-no! apDC – DIREITO DO CONSUMO - Coimbra


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Dezembro 2019

Opinião 13

Olhai os “lítios” do campo história da criação e crescimento de Portugal é um percurso de descobridores. A inicial expansão territorial, que formou este retângulo à beira mar, foi um caminho de conquistas de sucessivos territórios, à descoberta de mais recursos. Mas, cedo se percebeu que nesse território tais eram escassos e, primeiro que todos, os portugueses romperam mares à descoberta de mais recursos que permitissem construir um País mais rico. Esses recursos obtidos com as descobertas encheram os cofres das monarquias e das Repúblicas durante alguns séculos, até que a descolonização acabou com essas fontes de riqueza, que muitos dizem terem sido roubados. Sem esses recursos, Portugal ficou, a partir da década de setenta, a ser um País de economia frágil, dependente das variações dos ciclos económicos ditados pelas fortes economias que tinham e têm recursos naturais valiosos, como ouro, pedras preciosas, petróleo, mas também áreas enormes para culturas intensivas e de regadio. A dependência económica do País face à situação das restantes economias mundiais foi evidente na crise vivida na década de 80 com a primeira intervenção do FMI e intensifica-se nessa altura a corrida à descoberta de petróleo em território português. Durante anos, andamos a furar terra e mar à procura do precioso ouro negro e não se encontrou nada que valesse a pena. Finalmente, em 2007 ter-se-á concluído que havia uma possibilidade de exploração

A

rentável ao largo da Costa Alentejana e que poderia ser uma fonte significativa de rendimento para o país e uma possibilidade de diminuir a dependência energética da nossa economia face ao custo das variações do petróleo nos mercados onde o mesmo é adquirido. Anunciada a descoberta e prontos para se iniciar a exploração, surge então uma

ções de escoamento de águas, construções em cima de falésias, e casas de férias ilegais em zonas de dunas. Ao que parece, os descobridores que ainda nos restam, encontraram nos últimos anos um recurso natural que no futuro próximo vai ser a fonte de rendimento das economias que o detenham, pois será a fonte alternativa que substituirá o petróleo permi-

economia e de poder com esse diminuir a sua dependência energética, reduzindo o preço dos bens (como das viaturas elétricas) e até de exportar (o lítio) para outras economias, eis que surgem aqueles que defendem, com unhas e dentes, a redução de gases tóxicos e aqueles que advogam as cidades e as vilas ecológicas, a combater ferozmente que Portugal

nhos de ovelhas nas ruas de empedrado, sem esgotos, sem as condições mínimas de higiene e com caminhos de terra batida que levam até alguma vivenda de estilo suíço construída por um emigrante. Ouvir autarcas e associações ambientalistas referirem-se a essas zonas do interior, como uma riqueza rural e que justifica a não exploração

forte contestação de associações ambientalistas de todo género, de Comunidades Intermunicipais, de Autarcas, de Hoteleiros, enfim de todos ou quase todos os que contribuíram, ou pelo menos pouco fizeram para evitar as atrocidades ambientais que durante décadas têm sido feitas na costa Algarvia e Alentejana numa completa desordem urbanística, aglomerados populacionais sem condi-

tindo um significativo contributo ecológico para o ambiente e diminuindo a emissão de gases dos poluidores (algo tão defendido por todos os ambientalistas), através da substituição de motores a combustível por baterias de lítio. Descobriu-se então, que ao existir em território português a possibilidade de encontrar neste recurso a galinha dos ovos de ouro para a nossa

seja um país descobrir/produtor desses recursos, preferindo que o País continue a ser comprador dos mesmos. Estranha contradição. O interior do País tem sido um território deixado ao abandono pelos Autarcas ao longo de décadas. Serras inóspitas de pedra e carrasco, aldeias de granito com 300 habitantes que vagueiam e partilham com meia dúzia de bovinos e pequenos reba-

de lítio nessa área territorial, em detrimento da riqueza que a mesma pode ter para o País, é uma ofensa à inteligência de todos nós e uma ofensa às próprias populações que ao longo de anos deixaram, sem lhes darem condições dignas de vida, empurrando-as para a emigração. O turismo rural de que falam é um turismo para ver um Portugal isolado, de pessoas

marcadas por uma vida de trabalho árduo de subsistência, um turismo de miséria que nos devia envergonhar. Mas, ao que parece, é tudo uma questão de preço. Ou seja, se as populações beneficiarem de uma percentagem dos lucros das empresas que façam a exploração das minas, então já está tudo bem e o “seu” mundo rural já fica compensado. Infelizmente já sabemos o que significa para muitos Autarcas receber compensações do Estado. Não nos queremos lembrar de como foram exemplo disso os malogrados incêndios de 2017. Subindo o monte refletindo sobre o que vemos, defrontamo-nos com uma sociedade fragmentada, egocêntrica, que fala e manifesta-se em nome do bem geral quando pensa no próprio umbigo. Defendem o ambiente, mas desde que os sacrifícios sejam feitos pelos outros, valores de justiça e equidade social, são substituídos por uma moda, por um parecer que fica bem ser “ambientalista” ou “pseudo-defensor” do mundo rural. Ver o mundo de outra maneira, não ser igual aos demais em seguidismos que parecem politicamente corretos é a mensagem que quero aqui deixar bem como a resposta à pergunta que me podem fazer: E se houvesse lítio no monte da Cova do Gigante? Haja coragem. Para bem do País, se houvesse era ótimo que fosse muita quantidade.

plementando formas de intervenção junto do idoso. Olhando neste sentido, somos todos intervenientes nesta acção de cuidado e bem-estar do idoso, tornando o mais ousado nas suas atividades da vida diária. A recompensa desta partilha traduz se, na riqueza dos afetos, uma recompensa

inestimável, mesmo tendo em conta todas as limitações e dificuldades de cada um. Cabe aos profissionais e líderes de grupo darem o melhor, com alma e coração, pois o resultado intermédio e final, são extraordinariamente gratificantes. * Educação Social *1 Ciências do Desporto

Carla Rodrigues* Carlos Bochicchio*1

Casimiro Ramos*

Cuidar para o bem-estar ivemos dias em que incessantemente procuramos uma melhor qualidade de vida, transformando a nossa existência de uma forma mais equilibrada, prazerosa e plena. A atividade física, neste contexto, mesmo que pareça senso comum, pode ser o agente principal e transformador desta mudança. São os novos paradigmas da vida. Contudo, todas as mudanças carecem de esforço, dedicação e muitas horas de traba-

V

lho árduo, organizado e principalmente, contínuo. Notório será, que não podemos fragmentar esta questão de induzir que a prática regular de atividade física será único e exclusivo fator que determinará o encontro de soluções definitivas, mas sim, reconhecermos a importância inquestionável desta prática. No idoso, não será diferente. Temos vindo a assistir uma crescente conscientização de que o sedentarismo, a má alimentação e questões associadas ao nosso modo de vida, muito comum em ou-

tros tempos, já não são aceites como “desculpa”, mas sim, como ponto de partida para uma nova etapa e de ganhos fundamentais para as rotinas do dia-a-dia. A autonomia física e mental é preponderante e essencial, e somente ganha se esta autonomia com planeamento de atividades muito específico e complemente dirigido para este grupo etário, com o rigor e cuidados próprios. Notamos num contexto real, podemos entender que a interdisciplinaridade, oferece um leque de soluções e resultados, trabalhando e com-

Ficha técnica: Jornal Chafariz de Arruda • Propriedade, administração e editor: Propriedade: Metáforas e Pará-

bolas Lda – Comunicação Social e Publicidade • Gestão da empresa com 100 por cento de capital: Sílvia Alexandra Nunes Agostinho • NIPC 514 207 426 • Morada: Rua Alexandre Vieira nº8 1º andar 2050-318 Azambuja • Sede de Redação: Rua Alexandre Vieira nº8 1º andar 2050-318 Azambuja • Telefones: 263 048 895 - 93 409 6783 - 96 197 13 23 • Correio Eletrónico: chafariz@chafariz.pt • Site: www.chafariz.pt • Director: Miguel António Rodrigues CP 3351- miguelrodrigues@valorlocal.pt • Redação: Miguel António Rodrigues CP 3351, Sílvia Agostinho CP-10171 (silvia.agostinho@valorlocal.pt 93 409 67 83) • Multimédia e Projetos especiais: Nuno Filipe Vicente (multimedia@valorlocal.pt) • Colunistas: Hélia Carvalho, Jorge da Cunha, Paulo Beja, António Salema, Casimiro Ramos, Lelio Lourenço • Paginação, Grafismo e Montagem: Milton Almeida: paginacao@valorlocal.pt • Contactos Comerciais: chafariz@chafariz.pt, 263 048 895, 96 19 71 323 • Serviços administrativos: geral@metaforaseparabolas.pt • N.º de Registo ERC: 126987, Depósito legal: 126987/17 • Periodicidade: Bimestral • Tiragem Média: 2000 exemplares • Impressão: Gráfica do Minho, Rua Cidade do Porto – Complexo Industrial Grunding, bloco 5, fração D, 4710-306 Braga • O Estatuto Editorial encontra-se disponível na Página da Internet em www.chafariz.pt


Chafariz de Arruda

14 Política

Dezembro 2019

Juntas de Freguesia dão a conhecer projetos para 2020 O Chafariz foi ouvir os presidentes de junta sobre as verbas ao seu dispor para 2020, e quais as principais concretizações previstas. Até ao fecho desta edição não nos foi possível chegar ao contacto, apesar da nossa insistência, com os autarcas de S. Tiago dos Velhos e Arranhó. o próximo ano, a Junta de Freguesia de Arruda dos Vinhos quer fazer uma forte aposta na modernização dos serviços e na requalificação dos equipamentos. A autarquia que tem em 2020 um orçamento de cerca de 207 mil euros, e viu este valor aumentado em cerca de quinze mil euros face ao corrente ano, fruto do “aumento de receitas, do aumento de verbas da Câmara Municipal para as juntas do concelho e ainda no âmbito da transferência de competências.” Fábio Morgado, presidente da junta, salientou ao Chafariz que depois de estabilizar as operações diárias ”vamos focar-nos na requalificação do nosso património, nomeadamente, das infraestruturas que albergam os serviços administrativos e operacionais”. A juntar a isto a freguesia de Arruda diz que quer fazer

N

uma igual aposta na “requalificação progressiva e faseada do mobiliário urbano da autarquia” já que esta é agora uma nova competência que recentemente foi descentralizada para a Junta e que segundo Fábio Morgado “constitui-se como um desafio, mas também poderá gerar mais-valias e sinergias na atuação autárquica”. A junta que tem levado a cabo uma série de projetos ao longo do ano, vai dar continuidade aos mesmos, nomeadamente, o «+ Economia, Melhor Arruda», de apoio ao comércio local, o “Cabaz Social da Freguesia”, e os apoios ao movimento associativo, entre outros. Há, no entanto, um outro e novel projeto que merece da junta uma atenção especial. Trata-se da Start-Up Cultural de Arruda. Esta é uma concretização recente e que tem sido “uma forte aposta da junta de freguesia com apoio da Câmara Munici-

A junta tem levado a cabo uma série de projetos ao longo do ano pal”, diz Morgado. O local “pretende configurarse como um espaço de excelência para a produção artística arrudense. Esta continuidade deverá ser alcançada com o reforço de meios para que os programas evoluam de forma satisfatória”. O autarca revela ainda a continuidade da gestão e manutenção dos caminhos rurais, fontanários e lavadouros. Embora tenha existido um

aumento das verbas, em parte por via da transferência de competências, o presidente da junta esclarece que “como qualquer entidade, pretendemos sempre maior financiamento, para melhor servirmos as nossas populações”. Fábio Morgado destaca, contudo, que as transferências para manutenção corrente “dão pouca margem às autarquias para saírem da caixa e fazerem melhor, e isso é algo que tem que

Cardosas aposta em 2020 na requalificação de vias e novos espaços verdes junta de freguesia de Cardosas tem para gastar no próximo ano cerca de 66 mil euros. São valores provenientes do orçamento próprio, mas também da Câmara Municipal de Arruda por via das transferências habituais e das novas competências. O mesmo valor será ainda sujeito a aprovação em assembleia de freguesia a 19 de dezembro. Fábio Amorim, presidente da junta de Cardosas, aponta como principal obra no próximo mandato a requalificação da estrada que liga a freguesia à Rondulha, já que esta é uma via muito movimentada e que possibili-

A

ta, por exemplo, uma ligação mais rápida e direta a Vila Franca de Xira. Há, no entanto, outros projetos importantes para a freguesia. Desde logo o presidente da junta enumera a “melhoria da resposta operacional mediante a aquisição de uma retroescavadora e outra maquinaria” algo importante para as obras que se avizinham em Cardosas. Por outro lado, os planos para 2020 incluem a implantação de novos espaços verdes. Desde logo Fábio Amorim revela a construção de um espaço na localidade de “Casal do Não Há” e outro na localidade de Rondulha. O autarca diz ainda que a sua junta está empenhada na

recuperação dos abrigos de passageiros de autocarros e que vai “iniciar a marcação dos caminhos pedestres da freguesia”. Sobre as transferências de competências e respetivos recursos, o presidente da Junta refere ao Chafariz que “foram negociados e acordados com a Câmara Municipal” e que após essas negociações a junta acabou por aceitar a transferência legal de competências para a conservação do mobiliário urbano. A estas juntam-se as “tradicionais competências municipais elencadas no acordo de delegação de competências”, refere. Nesse sentido e de acordo com o autarca a junta consi-

dera “os valores aceitáveis” e como tal “enaltecemos o compromisso do Presidente da Câmara Municipal de proceder ao progressivo aumento anual dos recursos financeiros alocados ao acordo”. Há, no entanto, projetos que não virão a luz do dia em 2020. Fábio Amorim lamenta, mas diz que fica em carteira a “requalificação do Largo Humberto Delgado em Cardosas” que se afigura como “um projeto com um significativo volume financeiro”, mas que no presente quadro “é atualmente insustentável para as nossas autarquias locais, pelo que estamos, em conjunto com o município, a estudar soluções alternativas credíveis e sustentáveis”.

ser melhorado a nível do Governo central”. Ainda assim, reconhece que a Câmara de Arruda dos Vinhos “tem feito um esforço, muitas vezes à custa de projetos próprios, para aumentar progressivamente as transferências para as quatro freguesias” o que considera “um bom compromisso e um esforço que saudamos tentando capitalizar ao máximo estes recursos, colocando-os, como sempre, ao serviço das pessoas”.

No que toca a projetos que não podem ser executados em 2020, Fábio Morgado refere não ser “particular adepto das utopias”, e como tal diz preferir ajustar a ação governativa à realidade. “E a realidade é que a vasta maioria das propostas eleitorais lançadas em 2017 estão cumpridas ou em avançado estado de planeamento”. O autarca revela que prefere “concentrar as energias em soluções realistas e responsáveis”.


Dezembro 2019 ACES Estuário do Tejo Unidade de Saúde Pública

Saúde Pública

António Mendes Serrano e Carlos Rodrigues Meneses, Médicos Internos de Formação Geral em Estágio na Unidade de Saúde Público do ACeS Estuário do Tejo;

Chafariz de Arruda

Rubricas 15

Desmistificar a gripe e sua vacina A gripe é uma doença aguda provocada por um vírus, que afeta as vias respiratórias e ocorre, geralmente, entre novembro e março. Em Portugal, ocorre principalmente entre os meses de dezembro e fevereiro e por esse motivo a vacinação deve ser feita, preferencialmente, até ao final do ano. O vírus é transmitido através de partículas de saliva de uma pessoa infetada, expelidas sobretudo através da tosse e dos espirros, mas também por contacto direto com partes do corpo ou superfícies contaminadas (por exemplo, através das mãos). O período de contágio começa 1 a 2 dias antes do início dos sintomas e vai até 7 dias depois; nas crianças este período pode ser maior. No adulto, a gripe manifesta-se por início súbito de mal¬estar, febre alta, dores musculares e articulares, dores de cabeça e tosse seca. Nas crianças, os sintomas dependem da idade. Nos bebés, a febre e a falta de energia são as manifestações mais comuns. Náuseas, vómitos, diarreia, tosse e falta de ar são também sintomas frequentes. Em crianças mais velhas os sintomas são semelhantes aos do adulto. A gripe é, habitualmente, uma doença de curta duração (3 a 4 dias), sem sintomas graves e os doentes recuperam completamente em 1 ou 2 semanas. Nas pessoas idosas e nos doentes crónicos a recuperação pode ser mais longa e o risco de complicações é maior. Sendo uma doença viral, os antibióticos não tratam as gripes, pelo que só devem ser utilizados se o médico receitar. A gripe pode ser evitada através da vacinação anual, pois esta reduz muito o risco de contrair a doença. Se ficar doente, a pessoa vacinada terá um menor risco de ter complicações. A vacina não pode provocar a gripe; no entanto, as pessoas vacinadas podem contrair outras infeções respiratórias parecidas que ocorrem durante a época de gripe e para as quais não há vacina. A vacina não dá proteção a longo prazo. Tem que ser criada PUB

uma vacina diferente todos os anos, porque o vírus muda constantemente, surgindo novos tipos de vírus para os quais as pessoas não estão protegidas. Por isso é necessário serem vacinadas todos os anos. Devem ser vacinadas as pessoas que têm maior risco de sofrer complicações por causa da gripe: pessoas com 65 ou mais anos de idade; pessoas que residem em lares ou outras instituições; pessoas com certas doenças crónicas ou outras doenças que diminuam a resistência às infeções e grávidas. Aconselha-se também a vacinação das pessoas com idade entre os 60 e os 64 anos. A vacina é gratuita nos centros de saúde para pessoas com mais de 65 anos, doentes diabéticos, sob diálise, transplantados ou portadores de trissomia 21, entre outros. Para os restantes a vacina pode ser adquirida com receita médica na farmácia, sendo comparticipada a 37%. Por forma a prevenir e reduzir a transmissão do vírus da gripe recomenda-se também: • Vacinar os profissionais de saúde, bombeiros e guardas prisionais; • Ter cuidados redobrados contra o frio; • Alimentação saudável: ingerir muitos líquidos e frutas; • Controlo das doenças crónicas mantendo a medicação habitual; • Evitar o contacto próximo com pessoas com gripe; • Medidas individuais de etiqueta respiratória, nomeadamente: o Lavar frequentemente as mãos com água e sabão; o Usar lenços de papel de utilização única; o Ao espirrar ou tossir, proteger a boca com um lenço de papel ou com o antebraço, evitando utilizar as mãos. Proteja-se e evite transmitir a gripe. Vacine-se até ao final do inverno. Se tiver dúvidas ou tiver sintomas de gripe, contacte o SNS24: 808 24 24 24. PUB


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