Valor Local - Edição setembro 2018

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Jornal Regional • Periodicidade Mensal • Director: Miguel António Rodrigues • Edição nº 65 • 20 Setembro 2018 • Preço 1 cêntimo

Valor Local Quem Quem são são os os Novos Novos Artesãos Artesãos Um hobbie que está apaixonar cada vez mais pessoas

Destaque na 12, 13 e 14

Afinal, a qualidade do ar em Aveiras de Cima é boa Sociedade na 9

Sonho do novo Centro Escolar de Foros de Salvaterra já é uma realidade

Educação na 4

Joaquim Ramos ainda tentou parar o aterro de Azambuja Ambiente na 11


2 Educação

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Arruda

Receção aos professores e o sonho do ensino superior

concelho de Arruda dos Vinhos deu as boas-vindas aos professores no passado dia 13. A cerimónia que juntou mais de uma centena de docentes e não docentes, decorreu no pavilhão multiusos local, perante uma plateia atenta e participativa. André Rijo, presidente da Câmara Municipal de Arruda dos Vinhos, que pela primeira vez assumiu neste mandato o pelouro da Educação, frisou a importância do mesmo e a colaboração de todos os envolvidos, para que tudo corra pelo melhor e sem sobressaltos. O autarca que falava depois das intervenções do responsável pelo agrupamento de escolas, do responsável pelo Externato João Alberto Faria, e do vicePresidente da Escola Gustave Eiffel, frisou que há ainda um longo caminho a percorrer em Arruda dos Vinhos no que toca à educação. Com os olhos postos num protocolo recentemente assinado com o Politécnico de Santarém, André

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Rijo, diz querer manter o sonho do ensino superior em Arruda dos vinhos. André Rijo salienta que este deve representar mais uma fonte de estratégia de capacitação dos “recursos humanos institucionais

e empresariais”, vincando a articulação entre as empresas e o ensino. Destacando igualmente o “Arruda Lab” - Centro de Inovação Agroindustrial. Para André Rijo, o início do ano letivo representa uma renovada

esperança de fazer “mais e melhor pelos nossos jovens”, e destacou que esse é o espírito desta missão. Para o autarca, há “um trabalho enorme pela frente” com o foco na melhoria do que existe “pois o

que temos entre mãos é demasiado e valioso para nos determos em pormenores ou em pequenas fricções pontuais”, porque o mais importante é “a educação e a felicidade dos nossos jovens”.

As boas vindas pelo presidente da Câmara

Para o autarca “só há um caminho possível”. “O da qualidade do entendimento e do respeito mútuo”, refere, vincando, o trabalho levado a cabo pelos serviços da autarquia, nomeadamente, numa altura em que não houve chefia de divisão do setor, “mas em que sempre senti compromisso, entusiasmo e vontade de fazer mais e melhor”. O autarca diz que o caminho é longo na educação e lembra o crescimento em termos populacionais do concelho de Arruda dos Vinhos. Nesse sentido diz ser necessário manter a qualidade do ensino, que é um dos cartões-de-visita do concelho. Para André Rijo, nas últimas Jornadas da Educação, ficou patente a necessidade de se dar mais um passo na educação “pois verificamos que há muita gente que não se contenta com o muito bom que já temos e quer ir mais além”, sendo que o ensino superior no concelho é “um sonho que ambicionamos”.

Câmara apresenta “Azambuja Empreende” na receção ao professor Município de Azambuja deu as boas vindas aos professores que vão lecionar este ano letivo no concelho. A iniciativa que, decorreu num dos salões da Quinta de Vale Fornos, contou com a presença da Secretária de Estado Adjunta e da Edu-

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cação, Alexandra Leitão e de dezenas de docentes e não docentes que estão colocados em Azambuja. Além da intervenção da Secretária de Estado, a sessão contou com as intervenções do presidente da autarquia, Luís de

Sousa que deu as boas-vindas a todos, reforçando o papel que os professores têm na comunidade azambujense, tendo usado da palavra também os diretores dos três agrupamentos de escolas do concelho de Azambuja. Este encontro serviu, para além de marcar a hospitalidade do município a todos os docentes e não docentes, pretendeu, ainda,

constituir uma oportunidade de contacto e convívio entre todos os profissionais dos três agrupamentos escolares do concelho de Azambuja. Nesta iniciativa que decorreu a 13 de setembro, houve ainda a assinatura de um protocolo com o município, que visa a transferência de uma verba, permitindo a estes, alguma autonomia para pequenas intervenções nas es-

colas. Por outro lado, o momento serviu também para um outro protocolo, entre o município de Azambuja e o ISCSP-Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa. Este documento, tem como objetivo a implementação do projeto “Azambuja Empreende!”, de resto já anunciada em edições

anteriores do Valor Local. Este é um projeto que, segundo o município “pretende ser uma iniciativa estratégica na área do empreendedorismo” tendo como meta “a instalação de uma incubadora de ideias de elevado valor acrescentado de onde possam nascer negócios que potenciem o tecido empresarial e projetem Azambuja como um bom concelho para empreender”.

Cerimónia decorreu na Quinta de Vale Fornos


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Sonho do novo Centro Escolar de Foros de Salvaterra já é uma realidade entenas de pessoas, muitas acompanhadas pelos filhos e até pelos netos, assistiram na manhã do dia 16 de setembro, à inauguração do Centro Escolar de Foros de Salvaterra e Várzea Fresca. A ocasião não era para menos, pois esta obra insere-se numa necessidade premente daquela freguesia que aguardava há largos anos por este desfecho. Uma obra e uma aspiração que atravessou mandatos e que só foi possível há perto de três anos, pois para além do financiamento, era necessário negociar com os proprietários do terreno, onde hoje está instalado o complexo inaugurado. A inauguração que foi abrilhantada pelo rancho infantil regional local, pelo acordeonista Fábio Bolieiro, e por dois artistas da Academia o Batuque, chamou também a atenção dos moradores, que não quiseram deixar de visitar as novas instalações e verificar a modernidade e a funcionalidades das mesmas, prontas a estrear pelas cerca de 300 crianças da freguesia, no dia seguinte, ou seja, na segundafeira dia 17. O novo equipamento recebe os alunos das escolas básicas das

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População compareceu em peso para presenciar nova obra

Cancelas, Estanqueiro e Santa Maria, e do jardim-de-infância do Estanqueiro, num investimento que ascende a 2 milhões 750 mil euros, financiado por fundos comunitários no âmbito do Portugal 2020, no montante de 1 milhão 500 mil euros, suportando o município de Salvaterra de Magos cerca de 1 milhão 250 mil euros com a aquisição do terreno, a obra e os arranjos no exterior envolvente ao Centro Escolar. O Centro Escolar de Foros de Salvaterra e Várzea Fresca contempla nove salas para o primeiro ciclo

do ensino básico e uma sala para a componente de apoio à família; e três salas para educação pré-escolar mais uma sala para atividades de animação e apoio à família; Para além destas salas, tem também diversos espaços tais como: sala polivalente, biblioteca, cozinha e refeitório, sala de professores, sala de educadores, sala de auxiliares, gabinetes de trabalho e atendimento, instalações sanitárias, arrecadações, vestiários e espaços exteriores, com espaços de recreio coberto e descoberto, áreas ajardinadas e parques infan-

tis. Já em janeiro do ano passado, as obras tinham sido visitadas e apadrinhadas pelo ministro da Educação Tiago Brandão Rodrigues, que desta vez não compareceu ao convite. Coube a Hélder Esménio, presidente da Câmara Municipal de Salvaterra, Francisco Madelino na qualidade de presidente da Assembleia Municipal, e Manuel Boleiro, presidente da União de Freguesias de Salvaterra e Foros de Salvaterra, fazerem as honras da casa, dando como prontas as

obras num equipamento muito desejado. Foi aliás no meio de muita emoção, que Manuel Bolieiro agradeceu à autarquia “a promessa eleitoral feita em 2013”. O autarca que se emocionou muitas vezes durante o seu curto discurso, salientou a importância do equipamento para a freguesia que durante muito tempo esteve “esquecida”. Para Manuel Boleiro, este foi o acordar para uma realidade nova para as crianças da sua freguesia, que até aqui estavam dispersas por várias escolas, sendo que neste Centro Escolar, passarão a dispor de maiores comodidades e conforto. Durante muitos anos tiveram aulas em contentores e em escolas muito antigas, significando este momento um novo mundo também para estas crianças. Manuel Boleiro que agradeceu à família por o apoiar nas várias horas que fica fora de casa, referiu também que com esta obra se sente realizado, não se esquecendo de uma palavra para os moradores que, ao longo de meses , viveram paredes meias com as obras, sendo que nem “sempre conseguiram entrar em casa quando queriam”.

Para Francisco Madelino, esta obra representa o facto de o município olhar para o concelho num todo. O presidente da Assembleia Municipal destacou o trabalho feito e ressalvou mais uma vez a importância deste espaço na educação no concelho de Salvaterra de Magos. Hélder Esménio era também um homem feliz, mostrando alguma emoção na concretização do projeto, e salientou a sua sensibilidade para este tema, já que a sua esposa é professora e esta é uma realidade bem conhecida. O autarca destacou as empresas que concluíram esta obra sem derrapagens de tempo e vincou a necessidade da concretização deste projeto, depois de no início de mandato ter inaugurado o Centro Escolar em Marinhais. O autarca lembrou também os passos que teve de dar para chegar à obra inaugurada, referindo, entre outras, a CCDR-Alentejo, ou a Águas do Ribatejo, fundamental para o alargamento da rede de águas e saneamento, e também a EDP, que neste último caso foi importante para a rede elétrica, destacando a igualmente a Comunidade Intermunicipal da Lezíria do Tejo.

Câmara de Vila Franca investe um milhão de euros nos edifícios do Pré-escolar e 1º ciclo autarquia investiu perto de um milhão de euros nos edifícios do pré-escolar e primeiro ciclo do concelho. O ano letivo começou no dia 17 de setembro, um pouco por toda a região, sendo que no concelho de Vila Franca de Xira há a destacar o investimento levado a cabo pela Câmara Municipal em vários edifícios. A data foi assinalada com visitas do executivo camarário a várias escolas, nomeadamente à Escola EB1 de Vialonga, com a presença da secretária de estado

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adjunta da Educação Alexandra Leitão. Só nesta escola, o município investiu perto de meio milhão de euros, metade com fundos da União Europeia. Segundo o município de Vila Franca de Xira, este investimento vai permitir o aumento da capacidade da escola. O estabelecimento de ensino passa assim a ter capacidade para 104 alunos, quando antes apenas poderia receber 78. A construção de um novo bloco, que substituiu um provisório, vem assim garantir “todas as

condições estruturais necessárias às atividades letivas e não letivas”. De acordo com a autarquia “este investimento vem dar continuidade à aposta estratégica na Educação que vem sendo desenvolvida pelo executivo municipal nos últimos 20 anos” tendo em conta a requalificação de “todo o parque escolar, dotando o concelho de infraestruturas modernas e adequadas ao bom desenvolvimento pedagógico e escolar”. Ao todo foram intervencionadas 28 escolas, onde foram investi-

dos outros 500 mil euros com destaque, para a EB1n.º 4 / JI n.º 3 de Alverca “onde foram instaladas casas-ninho destinadas à fixação de chapins (aves predadoras da lagarta-processionária, também designada por lagartado-pinheiro), uma medida natural e educativa que se insere no Plano Preventivo Municipal de combate à lagarta-processionária”, entre outros esvaecimentos de ensino como são os casos de estabelecimentos de ensino em Castanheira do Ribatejo, ou Alhandra.

Escola de Vialonga recebeu investimento de meio milhão de euros

Escola Básica de Canados inaugurou refeitório Escola Básica de Canados inaugurou, no dia 13 de setembro, um refeitório para que alunos, professores e funcionários possam tomar as suas refeições. Para receber este novo espaço teve de se proceder à ampliação do edifício escolar, uma obra a cargo da freguesia de Meca com financiamento do município de Alenquer, concluída em apenas mês e meio. No descerrar da placa de inauguração, Benjamim Ferreira, presidente da freguesia, recordou que esta obra era uma reivindicação antiga da população e da própria

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junta, perante a ausência de um espaço apropriado para tomar as refeições na escola. O autarca manifestou ainda a sua satisfação por se ter conseguido atingir o objetivo de construir o refeitório antes do arranque do novo ano escolar. “Fazer esta obra em mês e meio foi de facto um desafio, mas a obra aqui está, pronta para receber todos os que frequentam esta escola”. Também presente na cerimónia, o presidente do município de Alenquer, Pedro Folgado, reconheceu que esta era uma obra há muito solicitada.

“A construção de um refeitório na escola de Canados era um tema recorrente nas reuniões com a freguesia de Meca, mas foi sendo adiada pela falta de verbas. Felizmente, a situação financeira do município tem vindo a melhorar e apesar de termos muitas solicitações para outras obras, estabelecemos esta como prioritária, até porque reconhecemos a importância deste espaço”, disse. A placa de inauguração do refeitório foi descerrada pelo presidente do município, pelo presidente da freguesia e pela professora Célia Vinagre, diretora do Agrupa-

mento de Escolas de Abrigada. Em dois anos, esta é a segunda requalificação na EB1 de Canados, depois de em 2106 ter inaugurado um espaço coberto no pátio da escola para a prática de educação física, com financiamento do Orçamento Participativo de Alenquer. A Escola Básica de Canados dispõe de 3 salas de aula para o mesmo número de professores, estando inscritos neste ano letivo 2018/2019, 53 alunos. A manutenção do espaço é assegurada por 3 auxiliares de ação educativa.

Em dois anos esta foi a segunda requalificação nesta escola


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Câmaras e Partidos apertam o cerco à IP nas obras da Ponte Dona Amélia

Trabalhos devem arrancar nas próximas semanas a mesma semana, partidos e autarquias emitem comunicados relativamente ao estado de coisas na Ponte Dona Amélia que carece de uma intervenção urgente quer a nível do tabuleiro quer das fundações. A Infraestruturas de Portugal (IP) estará a ultimar o caderno de encargos para que a obra seja lançada o mais depressa possível. No dia 17 de setembro, o gestor regional da IP, Vítor Sequeira, que esteve presente numa reunião de trabalho que contou com a presença dos presidentes de Câmara de Salvaterra de Magos, Hélder Esménio, Pedro Ribeiro, do Cartaxo, os deputados eleitos pelo PS na Assembleia da República, António Gameiro e Hugo Costa, bem como presidentes de junta, forças de segurança e dos bombeiros e proteção civil, técnicos municipais, assegurou que até ao final do mês de setembro “estará concluído o projeto de execução das intervenções necessárias para dar resposta aos problemas aqui descritos”. Referindo-se quer aos relatórios execu-

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tados pelos dois municípios, quer à apresentação que os serviços municipais do Cartaxo fizeram no início da reunião. Vítor Sequeira assegurou que “a intervenção será iniciada e decorrerá em estreita coordenação com os dois municípios”. Os municípios assumem que são da sua responsabilidade os trabalhos de monitorização – com levantamentos batimétricos e subaquáticos a efetuar periodicamente pelo município do Cartaxo e topográficos, pelo município de Salvaterra de Magos, “que sempre foram efetuados e cujos relatórios sempre enviámos à IP, para conhecimento e ação em conformidade”, referiram os autarcas. O presidente da Câmara Municipal de Salvaterra de Magos alertou para “o uso indevido da ponte a par de um ligeiro desvio na sua diretriz”, que têm causado “graves problemas de conservação da ponte”, com custos financeiros muito superiores aos que os municípios têm capacidade de suportar. O autarca afirmou disponibilidade para os municípios assumirem a manu-

tenção do tabuleiro “caso estejam encontradas soluções técnicas para os problemas atuais”, lembrando que “as autarquias têm disponibilidade para intervenções de manutenção, mas não têm capacidade financeira para assumirem a substituição, por exemplo, de todo o pavimento da ponte ou de todo o seu gradeamento de proteção”. Lembrando que Salvaterra de Magos “já executou duas reparações aos mesmos aparelhos de apoio”, cuja necessidade o autarca atribui quer à carga excessiva a que a estrutura está sujeita, quer ao desvio detetado que “também cria carga excessiva nos aparelhos de apoio”. Para Hélder Esménio a importância da Ponte Rainha Dona Amélia “para o desenvolvimento económico local e regional”, impõe uma definição clara e urgente, por parte da IP em coordenação com os dois municípios de “que ponte queremos ter, para que sejam criadas as condições técnicas que permitam e garantam segurança aos veículos que nela circulam”. Pedro Ribeiro evidenciou ainda

a “estreita coordenação de esforços com o presidente Hélder Esménio na luta que temos partilhado por uma infraestrutura da máxima importância para os dois concelhos e para toda a região”, não só para a circulação de pessoas, “mas especialmente para o desenvolvimento económico”, pela relevância que “esta ligação assume no apoio às empresas e aos empresários que desenvolvem a sua atividade agrícola nos campos de Valada e de Salvaterra de Magos, criando riqueza e emprego na região”. Após a visita dos deputados socialistas à ponte, o PSD Cartaxo em conjunto com o PSD Salvaterra enviou às redações um comunicado manifestando o seu apreço por aquilo que se espera que seja o arranque em definitivo das desejadas obras na Ponte Dona Amélia, exigindo agora que a IP se comprometa com datas e com um caderno de encargos e respetivo concurso tão breve quanto possível. “Manteremos uma postura responsável e atenta junto das entidades competentes no sentido de que

estas garantam uma vigilância apertada do estado atual da ponte, nomeadamente, através da monitorização exigida, enquanto se aguardam as urgentes reparações.”, refere o comunicado que pede ainda uma intervenção na Ponte de Santana que de acordo com o recente relatório de inspeção, apresenta também um elevado nível de degradação que coloca em causa a sua segurança estrutural, bem como a de todos aqueles que nela circulam. O ministério das Obras Públicas informa que a generalidade das pontes no distrito de Santarém oscila entre o nível razoável e o bom, sendo que entre 2019 e 2022 está previsto um investimento de cerca de 50 milhões no distrito de Santarém por parte da IP, sendo que mais de metade se destina a intervenções na rodovia. Em três anos apenas 10 multas foram passadas a veículos com mais de 3,5 toneladas na Ponte D. Amélia O Valor Local contactou o gabi-

nete de relações públicas da Guarda Nacional Republicana no sentido de percebermos até que ponto é que há uma fiscalização e correspondente sanção aos que fazem uso - no atravessamento da ponte - de veículos com tonelagem superior à permitida por lei, causando por isso danos à estrutura. Ora no período compreendido entre 2015 e 2018, intervalo de tempo pedido pela nossa redação, o Comando Territorial de Santarém da GNR, de 1 de janeiro daquele ano a 16 de setembro do corrente ano, elaborou dez autos de contraordenação, por desrespeito ao sinal vertical de proibição de trânsito a veículos de peso total superior a 3,5 toneladas, nos termos do artigo 24º do Decreto Regulamentar n.º 22-A/98, de 1 de outubro. Esta é uma contraordenação que tem um valor compreendido entre os 24 euros 94 cêntimos e os 124 euros 70 cêntimos, nos termos do artigo 26º, do mesmo diploma. Todos os dias, a Ponte D. Amélia é atravessada por vários veículos que não respeitam a lei.

União Cartaxense nos distritais de futsal Trail em Vila Nova da Rainha Associação Desportiva União Cartaxense vai participar no campeonato distrital de Futsal de Seniores da Associação de Futebol de Santarém. O clube, fundado em 2015, participou durante três anos na liga amadora, decidiu dar agora um passo em frente Sendo atualmente o único clube do concelho do Cartaxo a participar em provas oficiais de futsal. Segundo a direção do clube, a pré-época foi “marcada por um calendário de treinos intensivos com dois estágios realizados, um na vila de Sesimbra e outro aqui no Cartaxo no último fim de semana”. A equipa está agora preparada para outros voos. O jogo de apresentação está já marcado para o dia 23 de setembro às 16h30 e decorrerá no Pavilhão INATEL no Cartaxo. Neste encontro a equipa da Associação Desportiva União Cartaxense, defronta a equipa sénior do SM 3 de agosto, que milita há 3 anos consecutivos a 1ª Divisão Distrital da A.F. de Lisboa.

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ila Nova da Rainha no concelho de Azambuja recebe no próximo dia 21 de outubro a primeira edição do Trilho dos Arneiros. Trata-se de uma prova de Trail Running, e que conta já com a inscrição de dezenas de atletas. Os trilhos onde decorre a prova, foram marcados ao longo dos últimos meses, na mata que circunda a localidade. Para além dos habituais apoios da junta de freguesia e Câmara Municipal, a prova conta com o apoio de peso da Força Aérea Portuguesa, cuja primeira escola de voo terá sido nesta localidade do concelho de Azambuja. A FAP vai ofertar o Troféu “Berço da Aviação Militar” que premeia a equipa com mais elementos inscritos na iniciativa no conjunto dos percursos de Trail Longo, Trail Curto e Caminhada.

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Azambuja estuda caminhos do Turismo Religioso uma organização conjunta do Valor Local e da Junta de Freguesia de Azambuja, falou-se pela primeira vez da dinâmica do turismo religioso na vila de Azambuja tendo em conta o fenómeno dos muitos peregrinos que anualmente passam pela localidade ribatejana em causa. O Cruzeiro Religioso e Cultural do Tejo que todos os anos se realiza e que tem despertado as atenções é outro dos acontecimentos do qual o concelho pode tirar mais partido do ponto de vista turístico. O vereador da Câmara de Azambuja, António José Matos, convidado do nosso debate, deu conta das ações da autarquia em concertação com a Entidade de Turismo do Alentejo e Ribatejo, nomeadamente, com a disponibilização de mais informação sobre os Caminhos de Santiago, com novas marcações e sinalética tendo em vista ajudar o peregrino nos seus trajetos. O responsável lembrou ainda as potencialidades do cruzeiro pois os próprios “avieiros reconhecem que ninguém os recebe tão bem como os azambujenses”. Pedro Beato, técnico da entidade de turismo que tem a seu cargo a coordenação dos Caminhos de Santiago, reforçou que Azambuja é uma das entradas da região no que se refere a este tipo de aposta. No território da entidade de turismo estão a ser alvo ainda do processo de marcação de terrenos e sinalética o percurso Almodôvar- Santiago do Cacém, e daqui até Azambuja- Cartaxo e Santarém. “Temos as quatro dioceses a trabalhar connosco, para além da União de Misericórdias e o Conselho Jacobeu”. “Estamos

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Azambuja tentou perceber como pode potenciar turisticamente o fenómeno religioso a apoiar-nos nestas estruturas no que concerne à dimensão histórica, técnica e patrimonial que suporta a opção de se fazer o itinerário de modo a que os caminhos fiquem certificados pelo Turismo de Portugal, Direção Geral do Património Cultural, e Conselho Jacobeu”, informou o responsável. No mês de outubro, serão iniciadas as marcações, e a par desta ação no terreno, será disponibilizada mais informação como “roteiros, flyers, e brochuras bem como um site”. A par disto, Azambuja vai conhecer duas rotas temáticas: a do barroco e a da Cultura Avieira. Outra das novidades, neste caso criada a nível local, prende-se com um lava

pés que a junta de freguesia pretende construir, anunciado pela presidente da autarquia, Inês Louro. De facto, o território de Azambuja vai conhecendo alguma efervescência quando o tema são as rotas religiosas. E o comércio, nomeadamente, a restauração vai sentindo os efeitos. Disso mesmo nos deram conta alguns empresários do setor no final do nosso debate. Mais descrente, o economista e antigo presidente de Câmara, Joaquim Ramos, convidado do nosso colóquio, acredita que o futuro desta aposta no concelho passará antes pela organização de eventos em torno do cruzeiro religioso e outros não

passando tanto pelo atravessamento do concelho pelos peregrinos que normalmente “apenas compram mais uns pensos na farmácia e mais umas queijadas na pastelaria”, continuando no dia a seguir a sua peregrinação. “Devemos concentrar, talvez, os nossos esforços na procissão dos avieiros, e nesse dia fazermos ali várias atividades como uma prova gastronómica do Tejo. São estes acontecimentos de índole religiosa que podem de facto gerar mais movimento”, concretizou. Pedro Beato tentou desmistificar um pouco a ideia do economista quanto ao turismo de rotas, alegando que não estamos perante

um fenómeno ao estilo papa quilómetros, e explicou alguma cientificidade inerente – “Falamos de um turismo com base nos dados do Conselho Jacobeu em que 75 por cento destes viajantes querem estar nos melhores sítios, comer nos melhores restaurantes e pernoitar nos melhores alojamentos, e querem visitar as localidades porque vão com tempo”. O pároco de Azambuja e Vila Nova da Rainha, Paulo Pires, também convidado do nosso debate, deu a achega – “ De facto reparo que muitos dos que chegaram a Azambuja regressam mais tarde porque querem visitar melhor e passam dias de férias aqui no nosso concelho”.

No terreno, contudo as dificuldades de se fazer os caminhos estão a ter alguma profundidade – “O nosso objetivo está nos 65 por cento”, adiantou Pedro Beato que se mostrou disponível face a uma sugestão de um elemento do público na plateia a estudar outras soluções nas marcações dos Caminhos de Santiago em curso, nomeadamente, com a possibilidade de se optar pela zona que passa junto às Virtudes. No fundo “o importante é juntar produto turístico e com a sinalética que promoverá as diferentes passagens informarmos também da existência no local de uma adega, de um restaurante, de alojamento”, exemplificou.

Vilafranquense quer segunda liga em dois anos uis Andrade é o novo presidente da SAD do União Desportiva Vilafranquense. Em conferência de imprensa no dia 12 de setembro, o novo responsável pela área do futebol, sublinhou que o facto de a SAD ribatejana “estar bem arrumada” e se situar perto de sua casa, foram fatores determinantes para que adquirisse a maioria do capital do organismo que gere o futebol do clube. Luís Andrade referiu a contratação de cinco novos jogadores, alguns locais, outros vindos do Brasil, para salientar a qualidade do plantel que mesmo sem estes reforços “é muito bom”. Luís Andrade transita da SAD do Desportivo das Aves, o detentor

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da Taça de Portugal da época passada, e espera que o futuro do Vilafranquense, que foi “repescado” para a taça deste ano, seja também de alguma sorte nos campeonatos, onde vai competir. Sem adiantar muitos pormenores quanto a objetivos futuros, o presidente da SAD referiu que para já pretende alcançar a segunda liga no espaço de dois anos, no entanto, prefere não adiantar mais objetivos a seguir a esse, sendo que se pode intuir que as aspirações desta administração podem passar por um salto para a principal liga nacional. O novo presidente elogia as camadas da formação do clube mas refere querer dotar o mesmo

de mais e melhores condições, salientando o pedido urgente de uma reunião à Câmara Municipal de Vila Franca de Xira, para tratar de assuntos relacionados com os campos de treino, situação que merece alguma atenção do novo presidente. Já quanto aos reforços adquiridos pelo novo presidente da SAD do União Desportiva Vilafranquense, o Valor Local sabe que estão em causa Lucas Morelatto, que vem do Mafra, é médio e tem 24 anos; Marco Ariosa que vem do AEL do Limassol, do Chipre. São também reforços Giovani Rosa que já jogou no Vitória de Setúbal, o médio Igor Villela (exOperário) e Maicon (Ex-imperatriz) vindos do Brasil.

Novo presidente da SAD define objetivos ambiciosos


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Pintura de ciclovias suspensa na Póvoa de Santa Iria Miguel A. Rodrigues erca de 500 moradores da As novas formas de mobilidade urbana irritaram os moradores Póvoa de Santa Iria, mais propriamente da Urbanização da Quinta da Piedade, já assinaram uma petição onde pedem a anulação da decisão da pintura de ciclovias naquela zona da cidade. O assunto foi novamente a reunião de Câmara, através do vereador da CDU, Nuno Libório, e tem por base a crescente contestação dos moradores face à pintura de ciclovias e à ausência de lugares de estacionamento naquela parte da cidade. O vereador da oposição disse ser urgente o diálogo com os subscritores do abaixo-assinado, bem como a promoção de um estudo levado a cabo pela autarquia para a criação de mais bolsas de estacionamento. Alberto Mesquita, presidente da Câmara, por seu lado, já informou que as pinturas de mais troço da ciclovia, no sentido de clovias. banizações, sendo que só na troços de ciclovia estão suspen- uma reflexão mais profunda so- O autarca destaca, por outro Quinta da Piedade, residem sas. O autarca referiu, na última bre o assunto. lado, que no início dos anos 90 mais de 20 mil pessoas. reunião do executivo, onde esti- Para Alberto Mesquita, as reivin- quando a Urbanização da Quin- Por outro lado, o autarca refere veram presentes alguns dos mo- dicações dos munícipes são im- ta da Piedade foi construída que no PDM, as questões do esradores, que já tentou a marca- portantes e legítimas, mas no “não teve em linha de conta a tacionamento estão devidamenção da reunião com a primeira seu entender as ciclovias não necessidade e uma visão de fu- te acauteladas, contudo fala da subscritora da petição, contudo subtraíram lugares de estacio- turo face ao estacionamento”. necessidade de um equilíbrio, por motivos de agenda deixou- namento porque eles não exis- O número de viaturas tem vindo porque pode colocar-se em cause para mais tarde esse encon- tiam. Os moradores por força de a aumentar por agregado fami- sa, por um lado, a circulação no tro. não existirem lugares de esta- liar, e esse aumento, segundo o bairro, por outro o fomento de Ainda assim, em conversa com cionamento acabavam por dei- presidente da Câmara Municipal algumas atividades económicas. os serviços deu instruções para xar os veículos de forma ilegal de Vila Franca de Xira, não foi Alberto Mesquita diz que a aususpender as pinturas daquele nos locais, onde nasceram as ci- tido em conta neste tipo de ur- tarquia tem vindo, a “aumentar

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as bolsas de estacionamento”, nomeadamente, na zona das muralhas da Quinta da Piedade, perto da área em causa, e na Avenida Ernesto Solvay, “para não falar noutras zonas mais afastadas”, reforçando que no mandato anterior “criámos mais de 600 lugares de estacionamento na Póvoa de Santa Iria”. O autarca destaca que, nesta altura, está a estudar com o vicepresidente da Câmara, António Oliveira, e com o presidente da

junta local, Jorge Ribeiro, “a criação de mais algumas bolsas de estacionamento”. “Mesmo que venham a ser poucas, podem minimizar o problema”. Contudo o autarca salienta a existência da falta de espaços para a criação destas bolsas. Para Alberto Mesquita “como esta é uma urbanização muito densa e com pouco espaço, este problema só se resolverá à custa dos espaços verdes”. “Não há milagres”, sentenciou.

Obra do posto da GNR de Alenquer com concurso deserto icou deserto o concurso para a construção da obra do novo quartel da GNR de Alenquer com localização junto à variante Álvaro Pedro, entre Alenquer e o Carregado. De acordo com o presidente da Câmara, Pedro Folgado, ao Valor Local, o valor da obra a concurso não era o mais convidativo – cerca de um milhão de euros. Sendo assim, o autarca em conversações com o ministério da Administração Interna propôs mais 500 mil euros, verba que, nesta altura, está dependente da autorização do ministério das Finanças e sem qualquer calendário previsto. “Tenho vindo a conversar e a elucidar para esta necessidade”, diz. Desde 2015, que a autarquia deu o pontapé de saída neste processo, depois de constatadas as condições sub-humanas em que os militares do posto de Alenquer vivem no seu dia-a-dia. A Câmara Municipal de Alenquer cedeu gratuitamente o terreno para onde está prevista a edificação do quartel, através de contrato de

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comodato com duração de 50 anos, renovável por períodos de 25 anos. A calendarização da obra previa que até ao final daquele ano se elaborasse o caderno de encargos e o projeto, de modo a permitir o início da construção em 2016 e terminar a obra antes do final do ano de 2017. O concurso na sua fase de arquitetura foi bastante atribulado com reclamações por parte das empresas que participaram. Depois do concurso para a construção da obra ter ficado deserto, a autarquia volta à estaca zero em todo o processo, não se sabendo para quando haverá boas notícias. A obra que teve o primeiro impulso por parte da antiga ministra da Administração Interna (PSD), Anabela Rodrigues, que veio a Alenquer assinar um protocolo com a Câmara, estipulava que a autarquia adiantaria as tranches depois a serem liquidadas pelo Governo. Contudo três anos passados, nada saiu para já do papel.

Protocolo assinado em 2015 pela anterior governante, GNR , e presidente da Câmara


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Secção dos bombeiros em Santo Estevão não vai reabrir Sem número suficiente de voluntários

oi decidido numa reunião que juntou a Câmara Municipal de Benavente, o corpo de Bombeiros de Benavente, junta de freguesia de Santo Estevão e um grupo de moradores desta localidade que não há condições para reativar a secção local dos soldados da paz que em tempos funcionou nesta que é a freguesia mais afastada

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da sede de concelho, cerca de 17 quilómetros Na última reunião do executivo, Carlos Coutinho, presidente da Câmara, elucidou que o concelho até dispõe de dois corpos de bombeiros, sendo que o tempo médio de espera sempre que o serviço de uma ambulância é requerido para Santo Estevão é de 12 minu-

tos, tal como para Fornos da Charneca, a localidade mais longínqua do concelho. Este é considerado “um tempo aceitável de espera”. Será produzida em breve uma informação pública com o resultado dessa reunião que teve lugar na freguesia de Santo Estevão, motivada por um abaixo-assinado de moradores que pediam a reativa-

ção da secção, e para a qual inclusivamente foram doados veículos e meios destinados à proteção civil e corpo de bombeiros, posteriormente enviados para a corporação de Benavente, o que a petição dos moradores repudia. Carlos Coutinho enumerou os gastos que teriam de rondar os 150 mil euros por ano com orde-

nados, dado que seriam necessários 14 homens para prestar um serviço de qualidade na possível secção, até porque ao longo do tempo não foram aparecendo voluntários que até podiam cumprir os mínimos desse serviço. O autarca lembrou que nos últimos anos em que esteve ativa “encontrava-se, apenas, e na maioria das

vezes, um homem a pernoitar sem condições de prestar socorro”. “É preferível uma intervenção de qualidade a uma dispersão de meios”. O vereador eleito pelo PSD, Ricardo Oliveira, falou antes em opção política por parte do executivo CDU em não querer reativar a secção.

Cartaxo arrebata prémio Rainha das Vindimas de Portugal oana Azenheira, de 24 anos, de Pontével, concelho do Cartaxo, foi a vencedora do concurso da Rainha das Vindimas de Portugal 2018. Com organização da Cidade Europeia do Vinho 2018 – Torres Vedras/Alenquer, a gala de eleição decorreu no Pavilhão Municipal de Alenquer, na noite de 8 de setembro. O concurso, que já vai na 11.ª edição, é promovido pela Associação de Municípios Portugueses do Vinho (AMPV) – com sede no Cartaxo – e contou este ano com quinze candidatas, representantes dos municípios de Alenquer, Arcos de Valdevez, Arruda dos Vinhos, Azambuja, Barcelos, Beja, Cadaval, Cartaxo, Lagoa, Montijo, Palmela, Ponte da Barca, Rio Maior, Torres Vedras e Viana do Castelo. A candidata de Ponte da Barca, Micaela Mota Oliveira, foi eleita 1.ª Dama de Honor e Natataliya Fedorchuk, do Montijo, recebeu o título de 2.ª Dama de Honor. A can-

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didata de Alenquer, Inês Vitorino, foi galardoada com o Prémio Fotogenia e o Prémio Simpatia foi entregue à candidata do Município de Arruda dos Vinhos, Diana Gomes. Realizada pela primeira vez em 2008, a eleição da Rainha das Vindimas de Portugal é uma iniciativa que a AMPV promove com o intuito de dar relevância nacional à tradição que muitos dos municípios de norte a sul do país mantêm viva, realizando localmente os seus concursos de Rainha das Vindimas, na defesa dos usos e costumes ligados à produção do vinho. Para Pedro Ribeiro, presidente da Câmara Municipal do Cartaxo, “a dedicação e empenho da Joana constituem um extraordinário exemplo para todos os jovens do concelho, mostrando que devemos acreditar sempre no valor do nosso trabalho como principal meio para realizar qualquer sonho. É um exemplo de paixão e amor à nossa terra.”

Jovem do Cartaxo conquistou título na Cidade Europeia do Vinho


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Afinal, a qualidade do ar em Aveiras de Cima é boa inalmente, a Câmara de Azambuja conseguiu efetuar uma análise à qualidade do ar que se respira na localidade de Aveiras de Cima que desde há vários anos tem como vizinha a empresa Companhia Logística de Combustíveis (CLC), que causava alguma preocupação junto da população neste domínio. Na reunião de Câmara de 18 de setembro, o vereador com o pelouro do Ambiente, Silvino Lúcio, apresentou o estudo independente levado a efeito por uma empresa no âmbito da Comunidade Intermunicipal da Lezíria do Tejo. As medições foram executadas na zona da escola de Aveiras, e sentenciaram que a qualidade do ar é boa. Numa entrevista ao Valor Local em fevereiro de 2016, o antigo administrador da CLC, José Sepodes, confrontado com a questão do propalado cheiro a gás proveniente da laboração da empresa, situação que deixava a população apreensiva, respondia que por questões de segurança, “esse odor se deve à injeção no GPL (Gases de Petró-

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leo Liquefeitos), (o vulgar gás de garrafa distribuído ao publico), de uma substância destinada precisamente a conferir “cheiro a gás”, para que qualquer fuga seja facilmente detetada”. “Essa substância, vulgarmente conhecida como odorizante, não existente no produto refinado é adicionada ao GPL nas instalações da CLC”, continuava a referir. Por isso, sempre que se efetua a mudança de reservatório de odorizante “há inevitavelmente libertações de pequenas quantidades para a atmosfera”. Olfativamente percetível na zona “onde esta operação é efetuada e obviamente que, dependendo da direção do vento nesse momento, pode ser percetível noutros locais circundantes”. “Mas as concentrações são extremamente baixas, nada tendo a população a temer”, referia o anterior responsável. O limiar olfativo da substância é de 0,4 ppb ou seja, a existência de 0,4 mg do produto num metro cúbico de ar é detetável. Este valor está muito abaixo do valor limite de exposição que é cerca de 50 vezes superior.

Nos últimos anos, a Câmara de Azambuja chegou a falar do pro-

Azambuja associa-se ao “Dia Europeu sem Carros”

município de Azambuja associa-se às comemorações da “Semana Europeia da Mobilidade 2018”. A autarquia vai assinalar “O Dia Europeu sem Carros”, sábado, 22 de setembro, com um conjunto de atividades lúdicas e desportivas dirigidas às famílias. A iniciativa decorrerá entre as 10h00 e as 18h00, no Jardim Urbano Dr. Joaquim A. Ramos e na Praça do Município, em Azambuja. Este evento tem como objetivo promover a mobilidade sustentável, reforçando a necessidade de adotar comportamentos mais amigos do Ambiente. O público aderente terá à sua disposição uma variedade de ações totalmente gratuitas: aulas de Zumba às 10h00 e 17h00, Afro Moves pelas 11h00 e Danças de Salão às 12h00. Ao longo do dia, estarão disponíveis bicicletas convencionais e bicicletas

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elétricas e, ainda, carrinhos a pedais. A pensar nos mais novos, haverá insufláveis, modelagem de balões, pinturas faciais. Durante este sábado, a vila de Azambuja vai interromper a circulação automóvel na Rua Engenheiro Moniz da Maia, Rua Teodoro José da Silva, Praça do Município e na Rua Vitor Córdon, entre as 10h00 e as 18h00. Toda a população do concelho que queira participar terá transporte gratuito cedido pelo município. A recolha, que passa por todas as freguesias, terá início às 08h45 em Vila Nova de S. Pedro, com regresso marcado às 12h15 em Azambuja. Segue-se outra recolha, com regresso aos seus destinos pelas 18h00. Nesta iniciativa, que decorre anualmente de 16 a 22 de setembro, pretende-se que os cidadãos europeus tenham a oportunidade

de contactar atividades dedicadas à mobilidade sustentável, com o objetivo de estimular um debate alargado sobre a necessidade da mudança de comportamentos, em particular no que toca à utilização do automóvel particular. Este ano, a 17ª edição dá especial ênfase à multimobilidade, com o slogan “Combina e Move-te”. De acordo com a organização, para além das ações de promoção e sensibilização que decorrem durante a realização desta campanha, cada município deverá assumir um compromisso manifestando intenção em investir em medidas que concretizem e permitam, desde já e num futuro, atingir o objetivo principal desta campanha, viver-se em cidades e vilas mais sustentáveis, assegurando-se uma mobilidade mais sustentável.

jeto de um laboratório de qualidade do ar que tem ficado em

banho-maria. Em breve o mesmo tipo de estudo que teve lugar

em Aveiras de Cima, acontecerá na sede de concelho.


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Joaquim Ramos ainda tentou parar o aterro de Azambuja um documento solitário do processo de licenciamento e construção do aterro da Suma/Triaza em Azambuja a que o Valor Local teve acesso e que se encontra para consulta na CCDR-LVT, o antigo presidente da Câmara Municipal de Azambuja, Joaquim Ramos, afirmavase com vontade de rever a declaração de interesse público municipal, aprovada favoravelmente, em setembro de 2008. A informação enviada à CCDR em setembro de 2012, a seis meses de um problema de saúde que acabou por levar à interrupção do seu mandato, Joaquim Ramos que sempre defendeu a estrutura em causa, e acabou por ser um dos principais anfitriões deste processo, terá pensado duas vezes e nessa carta pode ler-se – “Entretanto e passados quatro anos sobre a referida deliberação, e porque por razões externas, a estratégia de desenvolvimento do município de Azambuja teve que ser repensada, tivemos a necessidade de reequacionar os fundamentos técnicos, estratégicos e jurídicos que fundamentaram essa declaração”. O autarca adiantava ainda – “(…) solicito a Vossa Excelência (presidente da CCDR) que

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o referido processo seja suspenso até que o município de Azambuja disponha dos dados que lhe permitam avaliar a manutenção ou não da existência do interesse público para a referida instalação”. Em declarações ao programa

“Alguns dedos de conversa…. Com Joaquim Ramos” do Valor Local, o antigo autarca recorda que o findar da atividade do antigo areeiro da Zubareia despoletou o início de atividades clandestinas de deposição de resíduos, tendo-se tornado um “ver-

dadeiro atentado ao ambiente”. “Ia-se depositar ilegitimamente todo o tipo de resíduos”. Por isso quando surgiu a possibilidade de “se fazer ali um aterro para resíduos banais e não perigosos com a requalificação paisagística do espaço com coberto vegetal e

Antigo autarca desconfiou mas manteve algum secretismo

deixar de haver aquela chaga, pareceu-nos boa ideia, assim como o facto de a Câmara passar a deter uma quota na exploração e nos lucros (na ordem dos cinco por cento) do aterro possibilitando também o controle ao município do que ali entrasse”. À partida seriam só vantagens, mas “a partir de determinada altura comecei a ter dúvidas e a querer estudar melhor o processo porque aquele conceito de resíduos banais não perigosos não era bem o de restos de demolições que no início nos tinha sido apresentado”. A CCDR-LVT nunca respondeu a esta carta, e o resto do processo já é conhecido. Numa reunião de Câmara poucos dias depois dessa missiva, a Coligação Pelo Futuro da Nossa Terra, através do antigo vereador António Jorge Lopes, apresentava uma proposta de revogação da declaração de interesse público, dando conta dos factos sempre apontados por aquela força política quanto ao impacto negativo do aterro-, “aumento do tráfego de camiões, desqualificação paisagística da Quinta de Vale Fornos, punha em causa o bem-estar dos habitantes da Quinta da Marquesa, e não permitia a arrecadação de

verbas significativas para os cofres municipais”. A proposta acabaria por ser rejeitada com a maioria de votos do PS. Joaquim Ramos não terá transmitido os seus receios enunciados dias antes na dita carta. Depois das eleições autárquicas de 2013, o novo presidente eleito, Luís de Sousa, deu celeridade ao processo, apesar da revogação da declaração de interesse público em janeiro de 2014 pela nova assembleia municipal. Os eleitos de centro-direita (antiga Coligação pelo Futuro da Nossa Terra) que saíram dessas eleições de 2013 ainda se movimentaram no sentido de pedir explicações à CCDR-LVT quando as primeiras movimentações de terreno se iniciaram em junho de 2015, depois de obtida pela SUMA em maio de 2013 a licença ambiental por parte da Agência Portuguesa do Ambiente. Numa explicação à CCDR-LVT, os advogados do município explicavam que a revogação só podia ter efeitos com o acordo dos destinatários neste caso a SUMA que já tinha dado andamento ao processo nas várias instâncias, e sem que pudesse ter efeitos retroativos em relação a 2008.

Foram poucos mas bons no “Limpar Portugal” em Azambuja oram poucos os que quiseram estar na manhã de sábado, dia 15 de setembro, na Quinta da Texuga, em Azambuja, na campanha “Limpar Portugal 2018”. O objetivo era o de limpar alguns amontoados dispersos de todo o tipo de resíduos que a incúria e o desleixo deixaram em plena área florestal. De tudo um pouco se podia encontrar desde lixos domésticos, a industriais e até animais já em esqueleto. O projeto Limpar Portugal parte de um movimento cívico constituído por voluntários que pretende mobilizar o maior número de pessoas, por concelho, para a defesa do bem comum que é a natureza. O vereador com o pelouro do Ambiente, Silvino Lúcio, lamentou que a adesão estivesse aquém, referindo que “quando chega a hora de se meter a mão na massa poucos são os que verdadeiramente aderem, mas é normal, embora tivéssemos usado vários meios para divulgar a iniciativa”. “As pessoas chamam a atenção mas depois não aparecem, mas não é por causa disso que desistimos e estamos a pen-

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sar em replicar esta ação noutras alturas do ano e noutras zonas do concelho”. “Infelizmente as pessoas acham boa ideia largar os lixos nestes sítios”, lamentouse. A ação no concelho estava marcada não apenas na Quinta da Texuga mas também num eucaliptal em Alcoentre, na Espinheira, mas neste caso em concreto não apareceram voluntários. Margana, Casais do Alfaro são outros pontos críticos no município de Azambuja, onde jazem depósitos de lixo de todo o tipo mais ou menos visíveis. A Câmara deverá voltar a alugar contentores metálicos para a deposição dos resíduos por parte dos habitantes do concelho, como houve em tempos, impedindo-se assim a proliferação de cenários como aquele que os voluntários constataram. Em tempos a autarquia dispôs destes recetores dos lixos mas acabou por abandonar a ideia que, agora, pretenderá recuperar. Dificuldades financeiras levaram a tal. Rui Alves e a família, residentes no concelho do Cartaxo, decidiram aderir a esta causa, que mo-

vimentou apenas alguns trabalhadores da autarquia, e o vereador do Ambiente. Para este cidadão, este tipo de iniciativas é de aproveitar e já não é a primeira vez que participa. “Gostamos muito de estar presentes, e recentemente fizemos o mesmo na urbanização onde fica situada a nossa casa em Vale da Pedra, com separação e reciclagem também com a participação dos meus filhos para que desde cedo ganhem bons hábitos”. Rui Alves lamenta que os cidadãos não se encontrem devidamente consciencializados para quão nefasta é para a natureza a deposição de lixos nas matas e nas florestas. “Nos dias que correm as pessoas deviam estar mais atentas a este tema, pelo contrário vêm a estes sítios propositadamente deitar resíduos”. Gabriel Alves, filho de Rui Alves, foi uma das crianças que participou e que arregaçou mangas no sentido de corrigir o mal que alguns adultos fizeram na floresta. Em poucos minutos conta-nos que apanhou chapéusde-chuva, vidro e esferovite. Para Gabriel é feio sujar assim o meioambiente.

Todo o tipo de lixo foi detetado pelos voluntários nesta iniciativa


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Quem são os Novos Artesãos São cada vez mais as pessoas que se dedicam ao artesanato. Muitos são desempregados em busca de mais uma fonte de rendimento ou fazem-no apenas por prazer pessoal, outros encaram-no como um hobbie depois de mais um dia de trabalho. Fomos conhecer quatro casos de quem abraçou mais ou menos tarde esta paixão inesperada, e não faz dela a sua profissão. Longe vai o tempo do estereótipo de quem se dedicava desde tenra idade ao artesanato para ajudar ao sustento da família e depois dava continuidade à tradição familiar. Hoje os novos artesãos têm página no facebook e um mundo de potencialidades a descobrir. Miguel A. Rodrigues Sílvia Agostinho aúl Oliveira é um artesão de mão cheia. Já na reforma, o artífice conta que aos poucos vai trabalhando nas suas obras numa oficina no Forte da Casa, concelho de Vila Franca de Xira. A oficina é repartida com uma garagem no prédio onde habita e que aos poucos se foi tornando numa espécie de refúgio do dia-a-dia. Reformado da Marinha, depois de ter estado nos fuzileiros, Raúl Oliveira conta ao Valor Local que “o mar” lhe está no sangue e que isso faz toda a diferença, pois é essa paixão que coloca nos seus trabalhos e que o leva a fazer com minúcia todos os pormenores e artefactos que compõem um barco feito à escala. Raúl Oliveira exibe com orgulho um “Mississípi”. Um barco tipicamente americano feito em madeira e que ostenta todos os pormenores de um barco verdadeiro. A peça ocupa parcialmente uma mesa na entrada da pequena garagem onde Raúl Oliveira mostra os seus trabalhos, as suas ferramentas, e até um barco que não era da sua autoria, mas que foi encontrado no lixo e que quer agora recuperar. Noutra prateleira do espaço, o artesão mostra um barco que já vendeu há alguns anos mas que precisa de uma pequena reparação. Uma reparação que estará para breve, para depois mostrar no Salão do Artesanato de Vila Franca de Xira em que participa há vários anos. Ao Valor Local, o artesão lembra que desde miúdo já gostava de trabalhos manuais. Depois

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A embarcação vai ser o principal cartão de visita da sua presença este ano no salão do artesanato veio a escola e a marinha, onde aprimorou o seu interesse e claro a técnica, sempre muito importante nestes casos. Pese embora o facto de Raúl Oliveira ter preferência por em-

barcações com velas, também já fez outras peças. Os presépios são uma alternativa em madeira “com muita saída” mas o que gosta mesmo é dos barcos, lembrando que os primei-

ros que fez foram em casca de pinheiro. Depois com a continuação dos anos foi desenvolvendo a técnica cada vez mais “aperfeiçoada”. Raúl Oliveira faz os seus trabalhos à escala, como já referimos, mas a minúcia do projeto é tanta que o artesão tem mesmo plantas à escala e fotografias de vários pontos da embarcação que quer reproduzir. Com pouco tempo para outras feiras, considera que o salão do artesanato é a montra ideal para vender os seus produtos. Embora tenha também facebook, considera que as redes sociais são importantes para a publicidade, mas não tanto para vender. Em mãos, Raul Oliveira tem um pequeno “tesouro” de Vila Franca de Xira. Trata-se do barco varino “Liberdade” que não é mais nem menos do que a embarcação típica do Tejo pertença da Câmara Municipal, e feito

com todos os pormenores, muitos deles nem os vemos quando entramos no barco, mas que estão perfeitos na réplica do artesão. Raúl Oliveira destaca os pormenores da embarcação. Com esta réplica, já são três os “varinos” construídos por si. Ao lado da sua bancada de trabalho, o artesão aponta para uma pequena mesa onde estão os artefactos que faltam colocar no barco que até já está eletrificado com leds. As bóias, os mastros, e até o toldo do barco são feitos por si e prontos a encaixar neste “Varino” que está em execução desde janeiro. O barco está quase pronto. O casco já está montado e agora “falta pintar as decorações” que são feitas à mão. É todo um trabalho de “relojoeiro” e de pormenor. Raúl Oliveira conta, nesta altura, apenas com a ajuda da es-

posa. A filha que no passado deu um jeito nas pinturas está fora, assim como o filho. Por isso o artesão refere que as pinturas feitas por si não são tão perfeitas como as da filha, mas que tenta ir aperfeiçoando aos poucos. No entanto, o artesão tem a ajuda da esposa - “que faz os trabalhos de costura”. “Eu desenho e ela cose as velas, porque isso não consigo fazer”. Com preços a rondar os três mil euros, no caso do barco “Mississípi” e do “Varino”, o artesão diz não ter grandes problemas na hora da venda. Contudo tendo em conta o número de horas e a paixão que aplica no seu trabalho, refere que esse valor quase que não é justo. Ainda assim, Raul vai-se entretendo no dia-adia com as suas réplicas e com isso vai passando o gosto pelos barcos e pelo mar a todos quantos veem as suas peças.


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Lina Pedro e a arte dos chapéus ina Pedro, 47 anos, do Carregado, confessa que se iniciou nestas lides há apenas escassos meses. Tudo começou nas festas de Vila Nova da Rainha, concelho de Azambuja, onde esteve presente numa função de acompanhante de uma amiga que expôs produtos na feira de artesanato integrada nos festejos da localidade em causa. Desempregada há 20 meses, nunca lhe passou pela cabeça dedicar-se à arte de adornar chapéus e tem relutância em se definir como artesã. Certo é que encomendas não têm faltado e no último mês o seu trabalho está em exposição numa ala de um restaurante em Arruda dos Vinhos. Lina é da opinião de que muitas pessoas, nos últimos anos, descobriram este tipo de faceta porque as condições económicas não são as melhores. A crise por assim dizer trouxe o engenho e a arte a muitos destes novos artesãos, que desta forma vão arranjando mais uns trocos ou até mesmo uma forma de passarem os dias em tempos de desemprego. No seu caso assim é. Antes trabalhava em contabilidade como administrativa. Durante a feira de artesanato em Vila Nova da Rainha percebeu que a maioria dos artesãos “precisava de desenrascar uns tro-

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cos”. Muitos têm “uma página no facebook tal como eu que serve para apresentação dos produtos”. A amiga artesã desafiou-a para os chapéus e depois de umas compras, Lina deitou mãos à obra. Todos os chapéus são adquiridos em armazéns de revenda mas os adornos que são o fator diferencial são criados, cosidos e pintados à mão por Lina Pedro. Flores, fitas, rendas e tecidos dão vida aos chapéus. “Adoro expressar-me e dar vida com muitas cores a esta forma de artesanato”. E assim nasceu a Confraria do Chapéu com página no facebook. Embora Portugal não seja um país onde as mulheres, as principais clientes de Lina, tenham por hábito o uso de chapéu, há quem goste de usar esta peça em cerimónias específicas, e a Lina já foi lançado o desafio de combinar sapatos e vestidos com chapéus. “Já me apareceu o caso de uma pessoa que tinha um vestido laranja e cosi à mão num chapéu umas flores pintadas por mim dessa cor”. Ligada também à escrita e à poesia, Lina faz também muitos chapéus para colegas. Diz que é hábito em cerimónias de lançamento e apresentação de livros, os escritores surgirem de chapéu e não o tirarem, e portanto

acaba por ser mais um nicho de potenciais clientes para si que em muitos casos são também amigos. “Continuo a dizer que

isto é meramente uma ocupação, continuo à procura de um trabalho”. E nem todos sabem usar um

Os diversos trabalhos da Confraria do Chapéu

chapéu- “Fica melhor se houver um qualquer detalhe no cabelo como uma trança por exemplo, e não se deve colocar o chapéu

pela cabeça abaixo, mas suavemente e com elegância, fica logo diferente”, diz, exemplificando para a nossa reportagem.


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Nova vida aos materiais por Ana Amadeu na Amadeu, de Samora Correia, há muito que se dedica a ser artesã nas horas vagas. Na sua casa podemos encontrar os mais diversos objetos transformados em obras de arte através da recolha de materiais do dia-adia. Desde peças feitas com conchinhas, sementes de papoilas, caroços dos eucaliptos, entre muitos outros. Garrafas de plástico são reaproveitadas e nelas esculpidas flores como se do vidro se tratasse através da pirogravura. Frequenta feiras de artesanato mas só quando pode, e desde há sete anos para cá. Multifacetada trabalha desde bordados, tecidos, metal, madeira, entre outros. Para si “é uma necessidade” este tipo de ocupação já que lhe permite libertar-se um pouco das rotinas do dia-adia. Já expôs o seu trabalho um pouco por toda a parte, nomeadamente, num restaurante em Arruda dos Vinhos, mas refere que não se considera “uma produtora artesanal regular”. Atenta ao seu redor, vai sempre tendo ideias para uma peça qualquer que há-de surgir. A influência para estas artes veio da família com os pais. Com facili-

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Os mais exóticos materiais servem de inspiração

dade usa um berbequim ou um serrote.

À medida que vai falando do seu trabalho, mostra também mais

alguns exemplos de reaproveitamentos com arranjos de flores

por exemplo. “Começo a fazer coroas em que o vime ajuda a

dar corpo ao que pretendo, e assim vou aproveitando flores que iam deitar fora usando, por exemplo, também veludo”. Quando vai à praia também aproveita para recolher conchinhas ou até outros materiais. Cascas de nozes também fazem um quadro e neste caso fez sentido para a artista concretizar uma composição deste tipo. São trabalhos que levam alguns dias pela exigência das técnicas utilizadas. Ultimamente virou-se também para a execução de presépios e vemos alguns espalhados pela sua casa, e que também já marcaram presença em exposições, dotados dos vários elementos: o pastor, os anjinhos, o menino, os pais, etc. A peça é toda envernizada e nela podemos ver alguns apliques dos ditos materiais reaproveitados como as conchas. Quando se pergunta o que mais estranho aproveitou para as suas peças tem dificuldade em lembrar-se. Quando vende alguma peça admite ser difícil dizerlhe adeus e desfazer-se dela. Talvez por isso agora não se dedique tanto à vertente comercial, revela-nos.

O artesanato chegou depois dos 50 para casal do Carregado ugénia Ponte, 64 anos, e Fernando Ferreira, 62 anos, moradores no concelho de Alenquer, são um casal que apenas abraçou o artesanato há poucos anos. Se era uma vocação estava bem escondida. Eugénia conta-nos que foi neste tipo de atividade que os dois desempregados conseguiram alguns “trocos” para ajudar a pagar as despesas. Eugénia Ponte trabalha preferencialmente em biscuit e dá largas à imaginação criando figuras que encantam a sua “neta emprestada” e Fernando prefere as madeiras. Através da divulgação online em blogues e no facebook foram conhecendo outros entusiastas e clientes do artesanto. Com eles, diz Eugénia, travou uma relação “cordial e honesta” que diz ser o seu ponto de honra. O artesanato, conforme nos conta, foi o melhor que aconteceu a este casal. “Ficava feliz quando via o meu marido entusiasmado, sempre a imaginar novas coisas e todos os dias quando chegava a casa não era recebida com uma cara chateada porque tinha passado mais um dia a ver televisão. Mas assistia, antes, à evolução de uma nova peça ou constatava que já estava acabada e pronta a ser fotografada e

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colocada para venda.” Foi também já tarde que começou a escrever e a editar os seus primeiros livros. Com 52 anos, hoje tem 64. Tem já uma coleção de obras dedicadas ao universo infantojuvenil, romance e poesia. “Como era informática de profissão, e tinha um trabalho demasiadamente técnico, senti esta necessidade de abraçar algo mais criativo”. O casal dedicou-se em conjunto ao artesanato, e Fernando Ferreira mostra uma pequena arca que fez para a neta quando nasceu, cor-de-rosa, com desenhos infantis. Maria Eugénia ia escrevendo e fazendo as suas peças em biscuit. Incentivaram-se mutuamente. Fernando Ferreira tem orgulho de dois suportes que fez para cápsulas de café em madeira, ainda no tempo em que só era conhecido o suporte em acrílico de uma marca conhecida no mercado. “Fiz uma pesquisa e cheguei à conclusão que não existia nada, e comecei a fazer. Até cheguei a mostrar às marcas mas sem sucesso. Depois assisti a várias imitações. Hoje os suportes para cápsulas estão muito vulgarizados e existem os de todo o tipo”. Desde que se dedica a estes trabalhos que muitos clientes lhe pediram suportes para as cápsulas que foram sur-

gindo no mercado. Paralelamente, Eugénia Ponte também se dedicou aos presépios com uma parceira de negócio, em que à artesã cabia pintar as peças e à sócia a sua venda. Numa das ocasiões chegaram a presentear a antiga primeiradama, Maria Cavaco Silva, com um desses presépios. “Há muita gente que gosta de fazer cole-

ções de presépios”, diz. A artesã recorda que terá pintado mais de 300 presépios que depois foram vendidos. Foi, ainda, num workshop, após se reformar, que aprimorou a técnica do biscuit. As encomendas têm surgido a bom ritmo ao longo dos anos, e recorda que um dos desafios foi o de reproduzir numa peça, através de uma fotografia,

um cão de uma cliente. “Ainda estava a tirar o curso mas lanceime no desafio”. Neste momento, Eugénia Ponte está dedicada a mais um livro que será lançado em breve com base nas “tiradas” do neto, uma criança muito espevitada e a autora considera que “vai sair algo muito giro”. O livro terá também um acompanhamento dos textos

por parte de uma psicóloga. Na capa dos seus livros surgem muitas vezes imagens em biscuit que reproduzem o seu trabalho como artesã, o que acaba por ser uma junção dos dois hobbies. Financeiramente não se pode dizer que se “ganhe uma fortuna com estas ocupações mas sempre aparecem alguns trocos”.

É no artesanato que ambos passam parte do dia entretidos


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Valor Local

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Câmara de Alenquer e empresários chineses assinam protocolo de cooperação Câmara Municipal de Alenquer assinou um protocolo de cooperação internacional com o município de Qingtian na China, tendo como intermediário a Liga dos Chineses em Portugal. A assinatura do documento decorreu num restaurante chinês de Vila do Conde, e foi assinado pelo vereador Paulo Franco em representação do município de Alenquer, o presidente do município de Qingtian, Zhou Heping e o presidente da Liga dos Chineses em Portugal, Y Ping Chow. Este acordo formal surgiu depois de um primeiro encontro em julho entre o município de Alenquer, empresários do setor vitivinícola do concelho e a Liga dos Chineses em Portugal e vai permitir numa primeira fase a possibilidade dos produtores de vinho de Alenquer participarem na Feira Mundial de Vinhos em Qingtian. A Quinta da Visitação em Vila

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Verde dos Francos já confirmou a sua presença, estando outros produtores a analisar a proposta. Segundo o vereador Paulo Franco, este acordo vem ao encontro da estratégia do município de se assumir como agente facilitador e congregador, interna e externamente, sendo que esta parceria não se esgota na fileira do vinho. Para Paulo Franco “o município pretende com estas iniciativas, contribuir para o dinamismo da nossa economia local e de forma mais ou menos direta proporcionar o crescimento das nossas empresas” ao mesmo tempo que fomenta “a criação de mais postos de trabalho, e consequentemente a fixação dos munícipes no nosso território, contrariando o fenómeno de desertificação”. O vereador acrescenta que “apesar deste protocolo estar numa primeira fase muito centrado na nossa produção vitivinícola, existem outras áreas como a produ-

ção de azeite ou a agropecuária, que também poderão beneficiar

deste acordo”. A Feira Mundial de Vinhos de

Qingtian, que vai para já contar com a presença da Quinta da Vi-

sitação, decorre este ano de 17 a 19 de novembro.

Câmara de Alenquer estreita relações com os mercados orientais

OesteCim

Prejuízos na agricultura levam autarcas a pedir reunião urgente ao ministro da Agricultura Comunidade Intermunicipal do Oeste solicitou o agendamento de uma reunião urgente junto do Ministério da Agricultura, face ao que considera serem os avassaladores prejuízos verificados no setor agrícola da região Oeste, resultantes de um conjunto inusitado de eventos meteorológicos. Reunidos no dia seis de setembro, os municípios da Comunidade Intermunicipal do Oeste deliberaram enviar um ofício ao Ministro da Agricultura, Capou-

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las Santos, alertando para os nefastos efeitos verificados num setor tão decisivo e estratégico para a economia regional e nacional. A reunião tem por objetivo analisar os impactos do clima no território e definir estratégias de atuação para minimizar os mesmos, promovendo e generalizando instrumentos eficazes de prevenção e mitigação, especialmente no que à contratação de seguros de colheita diz respeito, face ao previsível aumen-

to das temperaturas atmosféricas nos próximos anos. Depois de um inverno atipicamente pluvioso, seguido de um verão inicialmente húmido que obrigou a tratamentos reiterados; mais recentemente (entre 2 e 5 de agosto) as temperaturas máximas bateram recordes em várias localidades e provocaram perdas “verdadeiramente inquietantes no sector agrícola, com as produções de pera rocha, maçã e uva a serem as mais afetadas”.

Vinha queimada na região Oeste


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Câmara de Salvaterra lança livro infantil “O Falcão e a Formiga” Câmara Municipal de Salvaterra de Magos lançou no dia 15 de setembro, na Falcoaria Real, o quinto livro infantil dedicado à história do concelho, numa sessão que contou com a presença dos autores e com grande adesão por parte do público. A fábula “O Falcão e a Formiga” da escritora Rita Ferro, ilustrado por Pedro Rocha e Mello, juntase à coleção de livros já publicados pela autarquia com o objetivo de promover e divulgar a Falcoaria Real, dando a conhecer aos mais novos a história do concelho de Salvaterra de Magos de uma forma divertida e didática, incentivando a hábitos de leitura. Na sessão de lançamento, inserida na quinta edição das Jornadas de Cultura, o Presidente da Câmara Municipal de Salvaterra de Magos, Hélder Esménio, recordou os livros já publicados pela autarquia e sublinhou: “O Falcão e a Formiga” é uma ótima sugestão de leitura”. “Ler é divertido e faz bem à saúde”, acrescentou. Pedro Rocha e Mello agradeceu o convite da Câmara Municipal e explicou que esta “é a primeira vez que se dá voz aos falcões, eles falam, têm personalidade e criam uma amizade improvável com formigas”. “Foi muito divertido descobrir, enquanto ilustrador, como poderia desenhar cada falcão em função da personalidade que a Rita foi dando a cada um”, adiantou. Para Rita Ferro “foi uma aventura

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Os autores estiveram presentes para dar a conhecer a obra enorme e um retorno às origens porque a minha família é de Salvaterra de Magos. Tenho 32 livros publicados, vários livros infantis, mas fábula é a primeira, por isso gostei muito”. A autora recorre a uma família de falcões para transmitir aos mais

novos que nunca devem desistir dos seus sonhos, mas sim lutar por eles, aproveitando também a oportunidade para relembrar aos pais que devem preparar os filhos para voar. À semelhança de anos anteriores, a iniciativa assumiu um cariz

solidário, já que as crianças e adultos presentes puderam trocar o livro autografado por uma embalagem de cereais para distribuir pelas crianças carenciadas do Concelho através do projeto municipal “Loja Social”. “O Falcão e a Formiga” junta-se a

Junta de Alhandra homenageia Afonso de Albuquerque União de Freguesias de Alhandra, São João dos Montes e Calhandriz, vai celebrar as Jornadas Europeias do Património. A iniciativa tem lugar na vila de Alhandra no próximo dia 29 de setembro e pretende homenagear Afonso de Albuquerque pelas suas ligações àquela vila à beira rio. Em conversa com o Valor Local, Mário Cantiga, presidente da União de Freguesias de Alhandra, São João dos Montes e Calhandriz, salienta a importância desta iniciativa, tendo em conta que é levada a efeito em parceria com uma Organização Não Governamental, neste caso a “Declaração de Malaca”, organizada em torno da conquista de Albuquerque àquele território. Mário Cantiga lembra que já se tinha cruzado com os responsáveis desta organização e que depois de lhes lançar o desafio, resolveram partir para estas comemorações. A junta de Freguesia vai levar as-

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sim a cabo duas iniciativas, integradas neste evento. A primeira por volta das 15h30, será a colocação de uma placa junto ao mural pintado pelo artista de arte urbana, Ville. O mural que tem o nome “Portugal no Mundo de Afonso de Albuquerque” fica na Rua Augusto Marcelino Chamusco. Cerca de meia hora depois, tem lugar o debate “Conversas com História” com Luís Farinha Franco na Comissão Unitárias de Reformado, Pensionistas e Idosos de Alhandra. Afonso de Albuquerque foi um general português que nasceu em 1453 em Alhandra, embora muitos digam que apenas cresceu nesta vila. Homem do mar, Afonso de Albuquerque, participou na construção do então Império Português, espalhando o cristianismo e promovendo o comércio do reino. Afonso de Albuquerque faleceu em 1515 em Goa, Índia.

outros livros infantis publicados pela Câmara Municipal de Salvaterra de Magos nos últimos quatro anos: “O Amigo Voador” (2014) de Ana Maria Magalhães e Isabel Alçada, com ilustrações de Pedro Rocha e Mello; o Diário do Guigas I e II (2015 e 2016) de

Maria João Lopo de Carvalho, ilustrado por Pedro Semeano & Susana Diniz; e “O Príncipe D. Luís e o Mistério do Mapa Roubado. Salvaterra de Magos ano de 1515” (2017) de Isabel Stilwell com ilustrações de Miguel Cardoso.


18 Opinião

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O Admirável Mundo Novo e os Velhos ivemos numa época de grande criatividade e efervescência em todos os campos da sociedade. Uma época verdadeiramente revolucionária em termos do conhecimento, das ciências e das artes, da organização social, das formas de que se revestem as relações entre as pessoas. Um admirável mundo novo, como é costume dizer, em tudo comparável às épocas mais notáveis pelas quais a Humanidade passou. Só para referir as mais recentes, a época dos Descobrimentos – a História do Homem fica-nos a dever essa a nós, portugueses-, mais ou menos coincidente com o início do Renascimento, o grande movimento cultural que revolucionou a Europa e o Mundo, a Revolução Industrial e toda a sequela de desenvolvimento e misérias que arrastou consigo. Mais recentemente, os anos sessenta onde, a par com galopantes descobertas científicas – cujo símbolo é a descida na Lua – se deu uma das maiores transformações sociais a que assistimos. Eu vivi em pleno os anos sessenta. Quando se deu o Maio de sessenta e oito tinha dezassete anos, por isso acertou-me mesmo na “mouche”! Eu acho que a década de sessenta foi, em termos sociais, o mais criativo e libertador conjunto de dez anos pelos quais a Humanidade passou. Assim uma espécie de Renascimento concentrado em meia dúzia de anos, que afectou tudo: homens, mulheres, estatutos políticos, religiosos e sociais. Na música passaram-se a aco-

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lher formas de música até então desconhecidas, resumidas à música clássica, apanágio dum determinado estrato social que tinha dinheiro para ir ao São Carlos ou às grandes óperas europeias e a umas cançonetas mais ou menos populararuchas, nacionais ou estrangeiras. Apareceu o Rock, disseminaram-se os Blues, os Beatles foram os percursores de bandas em que os fans, mais que ouvintes ou espectadores, eram parte integrante do espectáculoe que se multiplicaram em centenas e centenas de bandas até

tizou-se o acesso às mais diversas expressões de arte, desde a banda desenhada até ao mural, desde a arquitectura até manifestações etnográficas que foram ganhando estatuto de património mundial. Mas foi acima de tudo na igualdade entre sexos e na libertação sexual que as relações entre as pessoas deram uma maior reviravolta. A descoberta de meios anticoncepcionais libertou as mulheres, que passaram a poder escolher o quando, como e com quem. O acesso generalizado ao

aos nossos dias. Nas artes verificou-se um alargamento do conceito de manifestação artística – até então limitada à pintura e à escultura e a pouco mais- e, acima de tudo, democra-

mundo do trabalho por parte das mulheres também contribuiu, naturalmente, para esta complementaridade entre sexos que se instalou, onde dantes havia dependência e a consequente sub-

serviência. Passámos a ter o direito às nossas opções políticas, religiosas e sexuais sem que o conceito de desobediência, penitência ou pecado se instalasse entre nós e a realidade do dia a dia. As ditaduras foram caindo e deixaram de ser moda, como generalizadamente tinham sido até então como forma mais comum de Governo. As diversas religiões entraram em declínio ou tiveram rapidamente que se adaptar à vida moderna, sob pena de desaparecerem do mapa. É curioso o que se passa com as religiões e a sua evolução nas últimas décadas. Se observarmos bem, acompanharam as grandes mudanças sociais e as necessidades delas decorrentes – como foi o caso da Igreja Católica com os Concílios e a resposta social que deu nos anos sessenta e setenta – ou refugiaram-se em dogmas cada vez mais fundamentalistas, como forma de autodefesa – o fundamentalismo islâmico não é mais do que isso. As que seguem a primeira via expandem-se, cativam a juventude, estão na primeira linha das respostas sociais. As que seguem a segunda são lideradas por uma minoria de fanáticos e recebem o crescente desinteresse dos seus fiéis. Nesta nova ordem mundial que decorre dos anos sessenta, o Estado, a religião, a sociedade e a própria família deixaram de ser os sacrossantos e protectores invólucros a que obedecíamos sem questionar. Mas, como em todas os fenómenos sociais, essa vertigem de mudança que foram os anos ses-

A frente ribeirinha de Vila Franca de Xira requalificação dos 22 quilómetros de frente ribeirinha existentes no Concelho de Vila Franca de Xira constitui-se como uma prioridade para o executivo PS na Câmara Municipal. É visível a aposta que tem vindo a ser desenvolvida com o objetivo de aproximar as pessoas ao rio, através da criação de mais espaços de lazer, espaços verdes e equipamentos desportivos ao serviço das populações. A requalificação da zona ribeirinha permite conjugar a generalização da atividade física e do lazer com a preservação e valorização ambiental do território. Para o Partido Socialista, devolver o rio às populações e às comunidades é uma prioridade, com obra realizada e

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projetos para o futuro. A frente ribeirinha de Vila Franca de Xira conta já com um total de 12 quilómetros de extensão requalificada, onde se incluem estruturas como o Parque Urbano Ribeirinho de Alhandra, o Caminho Ribeirinho entre Alhandra e Vila Franca de Xira e o Parque Linear Ribeirinho do Estuário do Tejo. O rio confere vida, dinâmica e identidade ao Município. Neste contexto, e no passado mês de julho, a Câmara Municipal de Vila Franca de Xira inaugurou o “Parque Urbano Moinhos da Póvoa e Ciclovia do Tejo”. O novo espaço urbano de lazer e recreio com 23.000m2 conta com um inovador e diversificado conjunto de

valências, nomeadamente: um edifício sede para a Secção Náutica do União Atlético Povoense; hangar para embarcações com rampa de acesso ao plano de água; cais; dois tanques de água para a formação e aprendizagem de canoagem e vela; equipamentos fitness para pessoas com mobilidade reduzida; estacionamento para automóveis e bicicletas; entre outras. Este novo espaço - que veio proporcionar uma nova fruição a milhares de moradores do Concelho e, naturalmente, das áreas limítrofes - integra a rede de ciclovias municipal, e permitirá, futuramente, a ligação do caminho ribeirinho do Concelho de Vila Franca de Xira até ao Parque das Nações, em Lisboa.

Setembro 2018 Joaquim António Ramos

senta também tiveram o seu reverso. O papel dos velhos na família e na sociedade foi um deles. O acesso das mulheres ao trabalho, a igualdade entre sexos, uma certa tentação de generalizar a “contestação” ao passado, fizeram com que, pela primeira vez na história da Humanidade, os velhos passassem a ser olhados como um fardo e não uma fonte de estabilidade e sabedoria como o tinham sido até aí. Sinto-o talvez porque começo a ficar velho e estou mais atento e desperto para os problemas da terceira idade. Não que aconteça comigo, que mantenho intacta a minha autonomia e eduquei os meus filhos no respeito pelo próximo, seja novo ou velho, da família ou estranho. Mas sabem o que quero dizer. Lares, um mês em casa de cada um que nunca mais chega ao dia trinta e um, ora agora trato eu, ora agora tratas tu...nesta voracidade dos nossos dias, os velhos deixaram de ser vistos como uma fonte de riqueza. Talvez porque o conceito de riqueza que vivemos seja uma concepção de produção, de produtividade e eficácia a fazer coisas – e, nesse aspecto, os velhos estão em desvantagem. Mas há, felizmente, excepções e tenho esperança que a vida evolua no sentido de os velhos desempenharem na família e na sociedade o papel primordial que já tiveram. Das coisas mais gratificantes da minha vida foi ter convivido, por uns tempos, no seio duma família onde este fenómeno do afastamento dos velhos não teve entra-

da. Uma família de gente humilde onde todos trabalhavam. Pai, mãe, seis filhos e o avô viúvo. Que passava o dia à lareira e não andava e tinham que lhe fazer tudo. Na voragem dessa revolução social, já deveria há muito estar à espera da morte num lar mais próximo. Mas aqui passava os dias à lareira, se era Inverno, ou à fresca do patim, se era Verão e toda família- filho, nora e netos – o tratavam por “Paizinho”. O filho era o Pai, mas ele era, para todos, o Paizinho. Era sempre o primeiro a ser servido e era ele que decidia se comiam uvas ou maçãs à sobremesa. Contava histórias da sua vida, ou de outras vidas que com ele tinham partilhado longos anos, e que tinham sempre no fim uma lição sobre a arte de ser vivo. Era dele a última palavra sobre qualquer decisão que afectasse a família ou cada um dos seus membros. Apesar de paralisado e sempre sentado ao borralho da lareira ou no degrau de fora e de terem que lhe fazer tudo. Quero acreditar - e acredito com firmeza- que passados estes anos de turbulência social se chegará de novo a uma sociedade em que os velhos serão encarados como um membro de pleno direito da família e da sociedade, e não como uma excrescência incómoda, e uma fonte de prudência e sabedoria que de facto são, mesmo se analfabetos.

Luís Monteiro Carvalho

Paralelamente, o Município já possui, também, estudos sobre a utilização de bicicleta que é feita pela população e tem vido a desenvolver protocolos com a Federação Portuguesa de Ciclismo para estimular a sua utilização. A aposta na rede de ciclovias (que contará com 100 quilómetros em todo o Concelho) é fundamental para promover e potenciar a utilização de meios de transporte de mobilidade suave e criará ainda mais condições de circulação e de segurança para todos. A requalificação da margem ribeirinha da Vala do Carregado é, também, um objetivo a prosseguir. Importa igualmente referir que o caminho ribeirinho entre Alverca

e Sobralinho será, futuramente, uma realidade, há muito ambicionada pelo executivo PS. Este novo projeto será construído por fases, cujo troço deverá unir o parque ribeirinho já existente no Forte da Casa até à Praia das Maçãs, no Sobralinho, estando também prevista a recuperação do único moinho de maré existente no Concelho e que se encontra localizado na União das Freguesias de Alverca do Ribatejo e Sobralinho. Defender o Tejo – e preparar o futuro – é trabalhar nestas suas inúmeras dimensões, continuando a planear, com seriedade e em cooperação com cada vez mais entidades interessadas, a construção de um Conce-

lho melhor, com mais fruição e preservação ambiental. A gestão municipal do Partido Socialista, continuará, certamente, a projetar e a construir o futuro, com uma visão de desenvolvimento para o Concelho, centrada nas pessoas, no bemestar e na melhoria da qualidade de vida de todas e todos os cidadãos, promovendo e valorizando o ambiente, a economia local, a inclusão, o desporto, e o associativismo.


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As calças do senhor Costa or muito que queiramos encontrar notícias para dar, nem tudo é notícia. Ou pelo menos não deveria ser. Vem isto a propósito das mais re-

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centes notícias que dão conta que o senhor Costa foi de calças de ganga a uma cerimónia oficial em Angola. A notícia foi postada numa rede

social que comentava uma foto do nosso Primeiro que desfilava com as comitivas portuguesas e angolanas, usando um fato parcial, ou seja camisa e casaco formal e cal-

ças de ganga. Um traje muito normal no dia- a-dia de muitos portugueses até em cerimónias oficiais. O olhar “clinico” do facebokiano até tinha uma certa piada se as te-

A consciência ou a falta dela! psicologia científica não encontrou, até hoje, uma forma simples mas objetiva de conceituar a “consciência”. Procuramse, ainda hoje, respostas que sejam percetíveis para o comum das pessoas. Para o cronista, a questão de fundo é simples e na sua opinião consiste no seguinte: a «consciência» é um filtro ou uma barreira (o travão da insensatez) que a nossa cognição social utiliza e que nos conduz à tomada de decisões, atitudes e comportamentos face a determinadas situações/desafios que se nos colocam e para os quais temos de dar uma resposta, que se pretende, assertiva, coerente e eticamente responsável. A falta de «consciência» conduz-nos, indubitavelmente, ao cometimento de erros de avaliação e a tomar ações e ter atitudes irrefletidas, perniciosas para os outros mas igualmente para nós próprios. A «consciência» não é, naturalmente, necessária nas atividades rotineiras que cada um de nós desenvolve no seu dia-a-dia. Mas, a «consciência», torna-se particularmente importante quando temos de evitar ser vítimas

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dos maus hábitos, do costume ou da dependência de rotinas, mas também da soberba, da prepotência, da vaidade, da traição, da infidelidade e da tentação pela insídia e pelo mal. Então pode-se concluir que: “Uma pessoa que fere é uma pessoa ferida!” A introdução vem a propósito de uma “história” que tem a ver com atitudes e comportamentos de alguns autarcas que, infelizmente, pululam nas autarquias deste país e que está naturalmente alicerçada nos vários testemunhos recolhidos de gente idónea. Antes de mais, enfatizo o facto de não pretender, de todo, «arvorar-me em arauto da moral e dos bons costumes», de «tomar para mim as dores dos outros» e muito menos «ser carrasco de quem quer que seja», porque acima de tudo, respeito o meu semelhante e desejo preservar a minha estabilidade emocional. Contudo, não posso, enquanto cidadão e por formação académica, ficar indiferente, face aos testemunhos. Expresso assim, a minha indignação e o meu lamento, face a atitudes e ações perpetradas por alguns autarcas que, por défice de

competências (hard & soft) em determinadas áreas/pelouros; de experiência profissional, nomeadamente empresarial; de formação específica; de boa educação/formação cívica; de bom relacionamento interpessoal; de maturidade; de humildade e presumivelmente porque o zigoto (início da hereditariedade) concebeu um ser com uma péssima genética temperamental, ou que, por esta ou aquela “desculpa”, não fazem uso da sua «consciência» i.e., não utilizam os filtros ou as barreiras tão necessárias quão indispensáveis para se relacionarem/comunicarem interpessoalmente de forma assertiva, respeitosa e humana, com os seus colaboradores e munícipes. Assumam que os trabalhadores são o melhor ativo de qualquer organização! O poder inebria algumas pessoas menos preparadas para o “estrelato”!. Aliás, alguém escreveu a frase que define exemplarmente o sintagma anterior: «se queres saber a verdadeira personalidade de uma pessoa, dá-lhe poder». Consubstanciemos então, os testemunhos: 1) a persistente atitude de alguns autarcas em apou-

carem as competências/capacidades dos seus colaboradores (demonstrando arrogância, “pequenez de espírito”, e não reconhecimento); 2) o “julgamento” de que a maioria dos munícipes são disléxicos – não entendem nada – e que portanto, não vale a pena perder tempo com eles (revelando prepotência, falta de caráter, desrespeito e jactância); 3) o relacionarem-se de forma imprópria e inconveniente com os seus colaboradores (sintomático de falta de educação, valores e desumanidade); 4) as sobreposições atitudinais relativamente à hierarquia estabelecida (definemse por autoritarismo a par de uma permissividade intolerante dos seus superiores. Quem preside?); 5) o não incentivo ao envolvimento/participação dos colaboradores na introdução de melhorias organizacionais (falta de liderança e de capacidade motivacional); 6) a tomada de atitudes discriminatórias, revanchistas e persecutórias (incapacidade para gerir emoções); 7) outros testemunhos de somenos importância. Conclui-se portanto, que globalmente, apresentam atitudes e comportamentos absolutamente

Opinião 19 Miguel António Rodrigues levisões e os jornais não pegassem no assunto fazendose passar por um qualquer “polícia da moda” como se de um canal cor-de-rosa se tratasse. Com efeito, o Costa desfilou ao sair do avião ao lado do seu homólogo angolano, numa passadeira vermelha, ladeado pelas honras de Estado prestadas por aquele país. Mas a notícia não fica por aqui. Costa não só estava de blazer e calças de ganga, como calçava uns mocassins e não teria gravata, algo que pegou mal aos utilizadores das redes sociais e de alguns puristas dos assuntos da moda e do protocolo. Mal ou bem, o Costa desfilou representando o nosso país, vestido a rigor ou mais descontraído. O assunto principal não deveria ter sido a roupa do homem, mas como ainda há jornalistas que não levantam o rabo para nada e precisam de ganhar à peça, lá pegaram na conta oficial do Costa e fizeram grandes parangonas que ainda correm os noticiários dias

depois. Por acaso e no meio de tanta notícia, por que será que ninguém questionou o Costa sobre o fato? Poderia a roupa do homem estar na lavandaria? Poderia estar descosida ou faltava passar a ferro, ou simplesmente não lhe apeteceu vestir-se conforme o protocolo. Seja como for, com tantas coisas para perguntar e noticiar, o menos importante é mesmo a roupa do homem, que em Angola, está a tentar trazer bons negócios para as empresas portuguesas. Quanto ao assunto, não me vou alongar mais, porque posso cair no erro, de dar tanto tempo de antena a umas simples calças de ganga, como outros…

Augusto Moita

inqualificáveis e impróprios de autarcas, reveladores, sobretudo, de incompetências soft, ou seja: éticomorais, relacionais, emocionais, comunicacionais, atitudinais, comportamentais e de comprometimento, para o exercício de tão importante cargo público, independentemente das razões que lhes possam assistir. Não olvidem que, os vossos colaboradores poderão colocar em causa as vossas competências de liderança e as qualificações para o cargo (desprestigiandoos) e deitar por terra todas as vossas expetativas de carreira política; o contrário também é verdadeiro! Eximam-se de atitudes despóticas (amanhã, poderão estar numa posição de subalternidade), e nepóticas (privilegiem o mérito e não o compadrio). Pratiquem a assertividade, a justiça, a equidade. Sejam sensatos e privilegiem o diálogo/tratamento respeitoso e humanista e, não pratiquem atitudes revanchistas, discriminatórias e persecutórias, bem como, repudiem veementemente a corrupção (em política, não vale tudo!). Estas premissas deverão constituir a

prática regular de qualquer autarca honesto e competente. Tenham a humildade de procurar formação/aprendizagens nas áreas deficitárias, para melhores decisões e atitudes, como qualquer profissional. Prestigiem-se e credibilizem a política, não se servindo dos cargos, antes, servindo-se deles para melhorar a vida dos cidadãos! Sintam-se “mais autarcas”, ao contribuirem para a felicidade organizacional e a realização profissional dos seus colaboradores e assim alcançarem patamares de excelência! Finalizo, com chave de ouro: «O caminho para a excelência, pressupõe que as pessoas, organizações e sociedades, vivam de acordo com os mais elevados padrões de exigência ética, moral e profissional!»


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Os conteúdos são da exclusiva responsabilidade da ACISMA - Associação, Comércio, Indústria e Serviços do Município de Azambuja

Alentejo 2020 - Abertas candidaturas na área do Património Natural e Cultural O ALENTEJO 2020 abriu candidaturas no âmbito do Património Natural e Cultural (PDCT) - Domínio da Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos. O objetivo deste concurso consiste em promover a valorização dos ativos naturais e histórico-culturais para consolidar a Região como destino turístico associado a uma oferta qualificada e ajustada às características ambientais, naturais e patri-

moniais, reforçando a sua identidade de território de qualidade. A prioridade de investimento (6.3) é conservação, proteção, promoção e desenvolvimento do património cultural e natural. Os beneficiários são as Entidades referidas no ponto 3 do Aviso.

Certificação PME – IAPMEI

A Certificação PME é um serviço que, por via exclusivamente eletrónica, atesta o cumprimento dos critérios de micro, pequena e média empresa por parte das empresas nacionais. Destina-se a micro, pequenas e médias empresas que pretendam fazer prova de que possuem esse estatuto e a entidades da Administração Pública, ou com ela protocoladas, que estejam obrigadas a exigir a comprovação do estatuto de PME para efeito de procedimentos administrativos (atribuição de apoios ou outras formas de discriminação positiva de micro, pequenas ou

médias empresas). Para se certificarem, as empresas preenchem, no website do IAPMEI, formulários eletrónicos onde são recolhidas as informações necessárias à determinação do estatuto e submetemnos juntamente com uma declaração de responsabilidade da veracidade da informação prestada. Este estatuto é imediatamente passível de visualização online por parte da empresa que se certifica e também por parte de qualquer entidade obrigada a exigir a comprovação do estatuto de micro, de pequena ou de mé-

O prazo para apresentação de candidaturas decorre até às 18 horas de dia 15 de novembro de 2018. ALT20-14-2018-29 (CIMAC) ALT20-14-2018-30 (CIMBAL) ALT20-14-2018-31 (CIMAL) ALT20-14-2018-32 (CIMLT) Fonte: Alentejo 2020

dia empresa para efeitos de procedimentos administrativos, sendo esta visualização suficiente (e necessária) como prova. O serviço assegura a possibilidade de certificação permanente a qualquer empresa certificada, com recálculo obrigatório do estatuto sempre que eventos estruturantes da sua vida (alteração da estrutura societária, aquisições ou alineações de participações sociais, prestação de contas relativas a um novo exercício fiscal, etc.) o justifiquem. Fonte: IAPMEI

Concursos abertos no âmbito dos Sistemas de Incentivos O Programa Operacional COMPETE 2020 tem vários concursos abertos no âmbito dos Sistemas de Incentivos Portugal 2020. Assim, disponibiliza-se a informação atualizada sobre os concursos que se encontram a decorrer e, também, sobre os que já se encontram fechados para efeitos de apresentação de candidaturas, para que o promotor possa aceder facilmente a informação de que necessita. Neste momento, os Concursos/Avisos que se encontram abertos e em que o IAPMEI é Organismo Intermédio são: • Processo de Acreditação de entidades para prestação de serviços - Projetos Vale • Aviso nº 18/SI/2017 - Formação em Processos de Inovação (de

03/07/2017 a 28/12/2018) • Aviso nº 22/SI/2017 - Projetos Autónomos de Formação (de 10/11/2017 a 28/12/2018 (19h)) • Aviso nº 23/SI/2017 - Propriedade Intelectual e Industrial (de 15/11/2017 a 31/12/2018 (19h)) • Aviso nº 15/SI/2018 SI Qualificação - Projetos Conjuntos (de 24/7/2018 a 28/09/2018 (19h)) • Aviso nº 16/SI/2018 SI Inovação Produtiva - REGISTO • Aviso nº 17/SI/2018 SI Empreendedorismo Qualificado e Criativo - REGISTO • Aviso nº 20/SI/2018 SI Qualificação das PME - Vale Economia Circular

• Aviso nº 21/SI/2018 SI Qualificação das PME - Vale Comércio • Aviso nº 22/SI/2018 Processo de Acreditação de Entidades para Prestação de Serviços de Incubação • Aviso nº 23/SI/2018 SI Empreendedorismo Qualificado e Criativo - Vale Incubação • Aviso nº 24/SI/2018 SI ID&T - Vale Oportunidades de Investigação • Aviso nº 26/SI/2018 SI Qualificação das PME - Projetos Individuais No website do COMPETE 2020 pode consultar os restantes Concursos/Avisos abertos e encerrados. Fonte Alentejo 2020


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Tauromaquia Azambujense

António Salema “El Salamanca”

Ana Rita brilha em Tordesillas passado dia 12 não podia ter corrido melhor a Ana Rita, que na localidade onde há 524 anos, Portugueses e Espanhóis dividiram o mundo, alcançou um enorme triunfo. A cavaleira do Concelho de Azambuja que surgiu no cartel a substituir a Francesa Leá Vicens levou ao rubro a praça daquela povoação de Valladolid e saiu em ombros pela Porta Grande após cortar quatro orelhas e um rabo a dois belos exemplares

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instantâneos 21

Vila Franca de Xira, Feira de Outubro partir de 30 de setembro, a Praça de Toiros Palha Blaco receberá alguns espetáculos taurinos integrados na Feira de Outubro. Assim nesse dia pelas 17h00, teremos uma Corrida Mista comemorativa do 117º aniversário da Palha Blanco e onde se apresentarão os cavaleiros João Moura Jr e João Telles Jr e os matadores António João Ferreira e Nuno Casquinha. Os forcados serão os amadores Santarém e Vila Franca de Xira. Os toiros esses serão de David Ribeiro Teles para a lide a cavalo e Falé Filipe para a lide a pé. Na sexta feira 5 de outubro (Feriado Nacional) também pelas 17h00 teremos uma Novilhada Popular de Promoção com os cavaleiros praticantes Mara Pimenta e Ricardo Cravidão e os novilheiros praticantes - Jesus Rivero, João d'Alva, Álvaro Burdiel e Joan Marín. Os forcados serão os de Vila Franca. Os novilhos, esses serão de Mata o Demo. Pelas 17h00 de 7 de outubro teremos um Concurso de Ganadarias. Cavaleiros em praça, Manuel Telles Bastos, Francisco Palha e Luis Rouxinol Jr., Forcados Amadores do Ribatejo, Aposento Barrete Verde Alcochete e os Açorianos de Ramo Grande. As ganadarias a concurso são: Veiga Teixeira, Dr. António Silva, Passanha, São Torcato, Higino Soveral e Silva Herculano. A 9 de Outubro pelas 22h00, teremos a tradicional Noturna de Terça Feira, e este ano esta corrida tem como ponto alto a Sucessão de Cabo nos Forcados Amadores de Vila Franca de Xira que pegarão os seis toiros da noite. A lide a cavalo estará a cargo de António Telles e Diego Ventura e as ganadarias (com a particularidade de cada uma apresentar dois toiros) são: Palha, Prudêncio e Maria Guiomar Cortes Moura. A 13 de Outubro pelas 22h00 terá lugar o já habitual Espetáculo de Recortadores

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da ganadaria “El Madroñal”. Segundo a critica espanhola, o modo de estar em frente ao toiro da amazona portuguesa impressionou a afición presente na praça. A forma como recebia o toiro, cheia de critério e a beleza com que cravava a sua ferragem sempre em su sitio fez com que no final a ovação fosse magnífica. Olé Ana Rita.

Azambuja, Corrida de Toiros já no próximo dia 23, que a praça de toiros de Azambuja volta a acolher um espetáculo tauromáquico. Assim, pelas 17h00 terá lugar uma corrida de toiros em Honra de Nossa Senhora da Assunção. Três toiros das ganadarias Palha e outros três de Higino Soveral sairão a praça para serem lidados por Ana Batista, Filipe Gonçalves e Marcelo Mendes. Haverá ainda um concurso de pegas onde estarão em compita os grupos de forcados amadores do Aposento do Barrete Verde de Alcochete, Amadores de Azambuja e Amadores de Arruda dos Vinhos.

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Ficha técnica: Valor Local jornal de informação regional Propriedade e editor: Propriedade: Metáforas e Parábolas Lda – Comunicação Social e Publicidade • Gestão da empresa com 100 por cento de capital: Sílvia Alexandra Nunes Agostinho; NIPC 514 207 426 Sede, Redação e Administração: Rua Alexandre Vieira nº 8, 1º andar, 2050318 Azambuja Telefones: 263 048 895 - 96 197 13 23 Correio eletrónico: valorlocal@valorlocal.pt; comercial@valorlocal.pt Site: www.valorlocal.pt Diretor: Miguel António Rodrigues • CP 2273A • miguelrodrigues@valorlocal.pt Redação: Miguel António Rodrigues • CP 2273 A • miguelrodrigues@valorlocal.pt • 961 97 13 23; Sílvia Agostinho • CP 6524 A • silvia-agostinho@valorlocal.pt • 934 09 67 83 Multimédia e projetos especiais: Nuno Filipe Vicente multimédia@valorlocal.pt Colunistas: Rui Alves Veloso, Augusto Moita, Acácio Vasconcelos, José João Canavilhas, António Salema “El Salamanca” Paginação, Grafismo e Montagem: Milton Almeida • paginacao@valorlocal.pt Cartoons: Bruno Libano Departamento comercial: Rui Ramos • comercial@valorlocal.pt Serviços administrativos: Metaforas e Parabolas Lda - Comunicação Social e Publicidade N.º de Registo ERC: 126362 Depósito legal: 359672/13 Impressão: Gráfica do Minho, Rua Cidade do Porto –Complexo Industrial Grunding, bloco 5, fracção D, 4710-306 Braga Tiragem média: 8000 exemplares Estatuto Editorial encontra-se disponível na página da internet www.valorlocal.pt


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Setembro 2018

Eventos 23

Festival Bike Portugal: O mundo da bicicleta reuniu-se no CNEMA 15ª edição do Festival Bike Portugal – Festival Internacional da Bicicleta, Equipamentos e

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Acessórios e Salão de Ciclismo Profissional, decorreu de 7 a 9 de setembro, no Centro Nacional de

Exposições, em Santarém e foi o espaço privilegiado para conhecer as novidades do mercado e um

As mais recentes novidades em exposição

ponto de encontro para todos aqueles que de forma profissional, desportiva ou de lazer estão ligados a este ramo. O Festival Bike assumiu-se como um ponto de encontro para a realização de negócios e colocou em evidência expositores nacionais e internacionais, entre importadores, distribuidores e retalhistas, assim como diversas entidades direta ou indiretamente ligadas a este mercado. A derradeira jornada da 26ª Volta a Portugal do Futuro Liberty Seguros fez quartel-general no Centro Nacional de Exposições em Santarém. A última etapa, a 9 de setembro, coincidiu com o último dia de mais uma edição do Festival Bike. Iuri Leitão (Sicasal / Constantinos / Delta Cafés) venceu a última etapa da Volta a Portugal do Futuro Liberty Seguros, competição conquistada por Venceslau Fernandes (Liberty Seguros-Carglass). Paralelamente, o Festival Bike vol-

tou a contar com diversas atividades, proporcionando aos visitantes uma escolha ampla e variada de caráter lúdico e competitivo. Na 14ª Maratona BTT, realce para Roberto Ferreira (Clube BTT Seia) e Ana Antunes (Ser e Parecer Pro Bike Team) que conquistaram o 1º lugar do pódio da segunda prova nacional pontuável para a Taça de Portugal de XCM. Paulo Simões de Pontével venceu a 3ª edição do Granfondo Santarém Specialized Festival Bike. Em 2º lugar classificou-se Julian Espinoza (Clube de Ciclismo deAlcobaça) e a terceira posição foi alcançada por Valdemar Teixeira (Casa Benfica Almodôvar / Swick Drilling). O 7º Troféu da Juventude foi palco de diversas competições. Madalena Santos (Alcobaça CC / Crédito Agrícola) em Benjamins, Amílcar Madeira (Alcobaça CC / Crédito Agrícola) em Infantis, José Bancaleiro (BAT Escola Ciclista da Igreji-

nha) em Iniciados e Duarte Lopes (Anipura – GDM – Escola Alexandre Rua) em Juvenis foram os vencedores da prova. O Alcobaça CC / Crédito Agrícola arrebatou o 1º lugar na classificação por equipas. As provas de BMX proporcionaram momentos de emoção e pura adrenalina com manobras arriscadas que arrancaram os aplausos do público presente. Marco Fragoso – Whestwheels Crew conseguiu o 1º lugar nas “Finais Amador”. Jean Silva – Mutant Bikes – Icon Bike Store e Nuno Filipe Silvestre Baroso conquistaram o lugar mais alto do pódio nas categorias “Open” e “MTB MX”. Durante o Festival Bike decorreram ainda provas de carácter lúdico como “Demonstrações de Bike Trial”, o “11º Mega Passeio de Cicloturismo”, o “3º Passeio de Bicicletas Antigas” ou o “7º Passeio de Cicloturismo para famílias Duas Pontes.”

“Alma do Vinho” enche em Alenquer recinto do Fórum Romeira em Alenquer foi pequeno para acolher os milhares de visitantes que passaram de 14 a 16 de setembro pelo evento levado a cabo pela Câmara Municipal. A iniciativa que vai na segunda edição, é já um marco em termos de provas de vinhos, conferências e concertos na região de Lisboa, e que mais uma vez fez as delícias dos que passaram pelo recinto. Pedro Folgado, presidente da Câmara Municipal de Alenquer, salientou ao Valor Local que em termos de audiência nos concertos, o certame de 2018 “superou as expetativas”. O autarca considera positivo o facto de a adesão ter sido significativa: “É sempre bom quando trabalhamos muito e vemos depois as pessoas a aderir” e acres-

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centa que moldura humana que se envolveu no certame ao longo de quatro dias “foi muito importante para nós”. Contudo o autarca acrescenta que ainda há aspetos a melhorar “Apenas vamos na segunda edição, portanto aprendemos com a primeira, e na terceira vamos aprender com as outras”, referindo que esta é uma marca que começa a ficar enraizada nas pessoas, não só de Alenquer como também de fora.Neste leque estão também os apreciadores de vinho “que esperam pelas surpresas dos anos seguintes”.” O que vai mudar ou o que vai ser diferente de ano para ano”. Pedro Folgado salienta que agora é tempo de reunir com a equipa para uma avaliação mais porme-

norizada, destacando ao Valor Local os feedbacks positivos que recebeu, relativos à segurança e limpeza do recinto, bem como à organização. Para o autarca esses testemunhos são importantes, porque “podíamos ter grandes concertos musicais, mas se se estivesse tudo desorganizado e sujo e com pouca qualidade era desagradável”. O presidente da Câmara de Alenquer destaca também o comportamento dos cidadãos que participaram nas provas de vinhos, tanto mais que estas eram livres e existiu uma consciência de se beber com moderação. Pedro Folgado refere que tudo decorreu com dignidade, sobretudo pela existência de 40 produtores de vinhos diversos. “As pessoas

até comentavam que era um evento com vinhos que podia proporcionar excessos, mas que estes não existiram”. Com os olhos postos na próxima edição de 2019, Pedro Folgado sublinha a importância da realização do mesmo em setembro “altura do fim das vindimas”. O autarca diz que a “Alma do Vinho” deste ano foi reforçada até porque Alenquer e Torres partilham a “Cidade Europeia do Vinho”. Este é um certame com um público alvo específico, bem diferente do tipo de público da Feira da Ascensão. Neste caso, o autarca refere que para 2019, pondera dar um impulso à feira, que atualmente é organizada pela ACICA (Associação Comércio e Indústria do Concelho de Alenquer).

Foto: Carlos Silva

Final de festa apoteótico em Alenquer

Feira de Outubro e Salão do Artesanato regressam a Vila Franca de Xira cidade de Vila Franca de Xira prepara-se para receber mais uma edição da feira de outubro e do salão do artesanato. Ao todo são 38 anos com os artesãos do concelho e não só a mostrarem a sua arte, e a fazerem negócio também. Sendo esta uma montra importante para venda dos seus produtos. Só este ano, o salão do artesanato vai receber cerca de 84 artesãos vindos de fora do território do concelho. Quanto ao número de locais e segundo fonte da autarquia, serão 17 aqueles que vão estar a expor e a vender os seus traba-

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lhos, e onde trabalharão ao vivo. Vão demonstrar a sua arte através de trabalhos têxteis, cerâmica, metal, madeira, cortiça, doçaria. No entanto, e ainda sem programa definitivo fechado, a edição deste ano da feira de outubro e salão do artesanato, incluirá duas demonstrações de Showcooking. A 7 e 14 de outubro para promover o “Mês do Torricado” que decorrerá em novembro. Os chefs Luis Machado e José Maria Lino serão os responsáveis pelas demonstrações de cozinha nestes dois domingos de feira. Contudo a feira de outubro, tem

também outra componente, a das largadas de toiros, que “inundarão” as ruas da cidade de 5 a 9 de outubro. Numa altura em que a autarquia prepara a candidatura do “Colete Encarnado” a património imaterial cultural, as largadas de toiros recebem um destaque significativo, já que a afición vilafranquense, por elas aguarda todo o ano. A juntar à festa, somam-se as comemorações dos 117 anos da Praça de Toiros Palha Blanco, onde decorrerá uma corrida de toiros a 30 de setembro pelas 17 horas.

De cinco a nove, realiza-se a Feira de Outubro de Vila Franca


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