Isidro Ferrer

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ISIDRO FERRER


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TÍTULO Isidro Ferrer AUTORA Vanessa Marques ORIENTAÇÃO Professor Mário Moura IMPRESSÃO Laser TIRAGEM Dois

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FERRER errer (Zaragoza, 1963) actuava em várias companhias de teatro (entre 1983 e 1987), conforme a sua formação académica: Graduado na escola de Arte Dramática e Estenografia. Em 1989 forma-se como designer gráfico em Barcelona, no estúdio da Peret, onde estagiou. É membro fundador do Camaleão (1990) em Saragoza. Em 1992 recebe o cargo de construção do espaço dedicado a Goya, no Pavilhão Aragonês da Expo 92. Em 1996, estabeleceu o seu próprio estúdio em Huesca, onde desenvolveu o seu trabalho no meio gráfico: cartazes, ilustrações, design editorial, animação com fins publicitários, etc. Entre os seus clientes estão incluídos: Diário El País, Editorial Santillana, Alfaguara, Hyperion, Canal +, Volkswagen, BD (Questões de estrutura), Torras Papel, Huesca Film Festival, Ibermedia, a Conferência das potências de cinema latino-americano,

F LEGENDA Em baixo, fotografia de Ferrer a desenvolver o cartaz intitulado Toulousse Lautrec (homenagem ao pintor Lautrec), 2001.

Premio PROMAX Canadá “Golden Promax Award of TV Animation” (2000); 3º Prémio do Festival de “Afiches de Chaumont”, França (2001); Prémio Nacional de Ilustração 2006; Prémio Cálamo 2006. Prémios (destaque das artes gráficas na Europa): Prémio de Design Gráfico JOVENEWS, 1991, organizado pela revista Ardi; Prémio de Melhor Artigo publicado, Ministério da Cultura (1992); Prémio do Ministério da Cultura en 1993 pelo livro “El Vuelo de la Razón”; Premio Lazarillo de Ilustración 1995; Prémio Laus Prata (1995); Prémio OEPLI- Ministério da Cultura (1996); Prémio AEPD (1999);

Processo de Ferrer


o Governo de Aragão, Província e Município de Huesca. Leccionou desenho e ilustração no Instituto Europeu de Design, em Madrid, na escola” Eina “de Barcelona e na Faculdade de Belas Artes de Cuenca

e Pontevedra. Tem cerca de 26 livros publicados, entre a França, Portugal e Espanha e a sua obra tem sido objecto de exposições em Saragoça, Madrid, Barcelona, Huesca, Gijon, Lisboa, Paris, Bruxelas, Rouen, Rijeka, Tóquio, México, etc. Desde 2000, é um dos membros fundadores da AGI (Alliance Graphique International).

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ILUSTRAÇÃO

A maçã

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LEGENDA Ilustrações para o livro de Pablo Neruda, intitulado Libro de las perguntas, 2006

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A mulher

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ISIDRO LEGENDA Auto-retrato de Isidro, no qual ele se compara a um rato velho e sujo.

Isidro descreve-se como insaciável de conhecimento. Este conhecimento passa pela investigação e pela literatura, a qual ele considera essencial para obter um bom trabalho. O resultado dos seus trabalhos passa pelo contacto com os seus filhos, com as crianças, que lhe propõem uma construção visual diferente do mundo. É com a autenticidade, a emoção das crianças que aprende esta construção diferente e genuína de objectos. No seu estágio com Peret tomou como máxima algo que este lhe dizia: “Uma imagem vale mais que mil palavras”...”sempre e quando essa imagem conter essas mil palavras”. Ferrer considera que constrói os seus próprios objectos gráficos. Amante do desenho, os seus trabalhos traduzem-se em metáforas e ironias, onde o humor ingénuo mas construtivo está particularmente presente. A sua originalidade, criatividade e imaginação são a reflexão de uma insatisfação que Ferrer descreve como a necessidade de aprender e apreender o conhecimento. Uma curiosidade interessante para mim, é que é Ferrer anda de bicicleta e não possuí telemóvel, sendo difícil por vezes contacta-lo, (queixam-se as empresas:)). Os seus trabalhos reflectem bastante o seu “outro mundo da ilustração”, sendo a imagem

Auto-retrato de Isidro

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que, muitas vezes, para não dizer sempre, domina o cartaz. Objectos comuns, do quotidiano estão presentes em muitos cartazes o que tornam a interpretação destes muito metafórica mas real. Estes objectos do quotidiano são essencialmente de metal, ferro ou arame, objectos frios ao toque que nos transmitem sensações

da ou à direita, ao qual Ferrer atribui sempre duas cores em cada cartaz. Há uma hierarquia mantida em cada obra: a ilustração é centrada na página e depois o texto anda à volta da ilustração, mas os dois estão sempre em harmonia. A fotografia é outra arte presente em muitos cartazes ou publicações. É através dela que Isidro consegue criar cenários, profundidade, volume e envolvimento. Mesmo nas imagens a vector, Isidro atribuí-lhes sempre um grau de tridimensionalidade pelo uso da perspectiva ou pela escala entre dois elementos. Os fundos são estáveis, negros (profundidade), coloridos ou neutros. Na generalidade está presente em Ferrer a necessidade de simplificar a mensagem, mesmo recorrendo a muitos materiais distintos, bastante construtivos, mas que não entram em conflito uns com os outros.

PROCESSO tácteis e às vezes olfactivas. Há cartazes, capas de livros, que deixam no espectador uma reflexão, uma demora contemplativa e emotiva pela proximidade que estas imagens têm com o quotidiano. Ferrer também trabalha muito com o positivo e o negativo, mas as imagens sugerem sempre novos objectos, novas criações. Quanto ao texto, este é essencialmente alinhado à esquer-

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» Isidro no seu atelier, num cenário imaginário


ANÁLISE DO AUTOR

LEGENDA “Uma imagem vale mais que mil palavras”...”sempre e quando essa imagem conter essas mil palavras”, Peret

Nestes cartazes podemos verificar o recurso tanto a tipografias distintas (Courier, Univers, etc) como ao mínimo de texto, sendo utilizado apenas o indispensável, de maneira a que a imagem seja o principal elemento dos cartazes. A tipografia não interage fisicamente com a imagem, fazendo parte dela mas, ela própria, forma outra composição secundária que é construída da mesma forma que a imagem, com cores iguais à imagem que permitem uma harmonia entre os dois elementos. A escolha tipográfica é importante para que isto resulte. Podemos verificar que nos dois cartazes da esquerda existe um grande contraste com o fundo com recurso a cores garridas, fazendo-nos relembrar, o do canto superior, a época da POP Art. Os objectos presentes são utilizados regulamente no nosso quotidiano: pão, chaves, escova dos dentes e um cadeado. Estes estabelecem uma ligação íntima com o espectador e o cartaz, já que, nós matamos regularmente aranhas, lavamos os dentes (não com escovas iguais a esta), comemos pão todos os dias e temos de entrar e sair de casa todos os dias, sendo estas chaves nostálgicas, já que são muito antigas. Esta análise desvenda o que o autor pretende que o espectador sinta, tornando a men-

No a la guerra

Cine Franciat 10

12º festival de teatro em Aragon, 1998


sagem metafórica clara. O humor e a ironia estão presentes. Os sentimentos são muito distintos nos cartazes. Há frieza no segundo cartaz, pela falta de cor, apenas o vermelho (sofrimento, sangue) está presente na tipografia,

acentuando o carácter do cartaz. A luz nestes dois cartazes da direita é também muito importante. Ela esconde qualquer coisa, diz-nos que o cartaz não revela tudo. Por fim, julgo que estamos perante cartazes culturais.

Centenário de Luís Bunnel 1900-2000

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Sapo, Entre Alas, 2008

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Sombrilla, Entre Alas, 2008

LEGENDA Em baixo, retarto do primeiro casal gay, ao qual foram concedidos direitos legais de adoptar crianças. Falls Hollow, 1920

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Nestes cartazes encontramos novamente o contraste com os fundos garridos do lado esquerdo. Toulouse é representado pelos acessórios que usava: o chapéu e os óculos. Este cartaz até recusa o auxílio imediato do texto para desvendar a informação, já que a imagem é tão forte que quem conhecer a obra e o pintor será desnecessário o texto. No cartaz a baixo verificamos uma interacção muito delicada da tipografia com a imagem, com o objecto construído, a mão. O vermelho desvenda o sofrimento da santa e a pena branca e as letras brancas revelam a sua pureza. As letras desmembramse assim como a mão que esta a ser desconstruída metaforicamente com o calor das chamas. A mão esticada revela também

Toulousse Lautrec, 2001

Sgae (Sociedad General de Autores Y Editores), 2002

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um sofrimento, uma dor fatal, mas esta parece muito calma pela presença dos elementos brancos, o que traduz, no espectador, uma esperança, uma calma. Esteticamente tem um resultado muito bonito. Outra imagem construída. Um sapato em madeira para o autor e um barco para os editores... Aqui, tanto a tipografia como o objecto, têm grande peso.

Agora já não é a imagem que se sobrepõe. Ambas trabalham em conjunto. Os dois elementos conduzem à mesma ideia. A criatividade de Ferrer: as escadas de lápis em que Ferrer sobe todos os dias, desenhando, construindo a sua realidade. Mais uma vez a profundidade dos planos: a fotografia e a luz como essencial. Os cartazes intervêm na área cultural.

Festival Jeanne D’arc, Mai 2002

Acielo Aberto, 2005

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... CARTAZES ...

Exposição de Isidro Ferrer, No Es Esto, Invitarte

Manifestação feminista


PAM!, democracia real ya

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POSTER


“ A minha decisão foi gerar mais perguntas e trabalhar sobre elas também de forma a construir ainda outras indagações, e desvendá-las em momentos inesperados “ Entrevista por Livia Deorsola


» LEGENDA AIDS Coalition to Unleash Power (ACT UP) é uma organização internacional de acção directa. Este grupo defende o direito ao trabalho de pessoas com SIDA e lutam contra a pandemia da mesma e a favor de uma legislação, tratamento médico e pela perda de mitigação da saúde e das vidas.

Recurso a objectos tridimensionais que interagem com o bidimensional provocando uma dissociação muito particular de planos que dão uma ideia de profundidade muito diferente da que verificávamos nos cartazes anteriores. Ferrer usa materiais plásticos, como o carvão sintético e até a sua própria mão. Há agora o recurso por Ferrer do negativo e do positivo, criando ilustrações igualmente muito poderosas e criando novos objectos, apesar de bidimensionais, como alegoria a outros objectos ou paisagens. Há um contraste violento do cartaz da direita com o fundo negro. Mais uma vez a verticalidade é acentuada pelas “tiras” verticais dos textos secundários, estando o texto principal desalinhado, bem destacado e visível, o que permite uma leitura imediata tanto do texto como da imagem. Ferrer produz vários cartazes para o Centro Dramático Nacional, recorrendo apenas ao negativo e positivo da imagem. Criou este estilo para a companhia, não deixando de construir e recorrer a novos objectos tridimensionais, tornando-os bidimensionais, vectorizando-os, criando várias alegorias. A luz, mais uma vez, está presente no cartaz Do colóquio de Ferrer, mais uma encenação perfeita, com uma profundidade particular, que sugere um palco onde algo estará para acontecer. Tipografia não serifada, na horizontal. Cartazes culturais.

Sí, Pero No Lo Soy, 2

Centro Dramático Nacional, Presas, 2007

Walter Negro, El asesino casual


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2008

Dicho y Hecho, 2006 21


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Esquissos de ilustrações

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