TCC 1 Renato Amorim Niero - Requalificação do Patrimônio histórico URUSSANGA

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Requalificação do

Patrimônio Histórico

a partir de Roteiros Turísticos em

Urussanga

Acadêmico: Renato Amorim Niero Fevereiro/2016



Requalificação do Patrimônio Histórico a partir de Roteiros Turísticos em Urussanga

Trabalho de Conclusão de Curso Arquitetura e Urbanismo UFSC

Acadêmico: Renato Amorim Niero Orientadora: Vanessa Goulart Dorneles Florianópolis Fevereiro/2016


Fig. 1: Ferrovia Teresa Cristina


SUMÁRIO

HINO DA IMIGRAÇÃO

Imigrantes das plagas alpinas Do Piemonte, de Trento e Turim No Brasil os teus filhos são flores Replantadas em um novo jardim

Urussanga, és canteiro de um povo

Generoso, guerreiro e audaz,

Que escreveu no teu seio sorrindo

Um poema de glória e de paz

Ao mortífero vírus das setas Devolveste o perdão e a prece, Como quem ao nativo selvagem Um convite de paz oferece...

Foi da Itália que herdaste a beleza,

A cultura, a virtude e a fé,

Eis porque temos hoje esta terra,

Cujo hino cantamos de pé!

Se a magnólia é teu símbolo nato, Do teu berço a floresta é doce! Tu conservas da Itálica gente O seu nobre e doirado laurel.

Padre Antônio Bizarro P. R.

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Fig. 2: Piso da Igreja Matriz Nossa Senhora da Conceição


SUMÁRIO

08 12 32 44 Introdução

A cidade

O Turismo

O Patrimônio

Justificativa

Caracterização da Cidade

Definição

Definição

Turismo Cultural

Patrimônio Cultural

Turismo em Urussanga

Gastronomia, cultura e patrimônio

Objetivos Histórico Metodologia Aspectos Demográficos

Patrimônio em Urussanga Fichas

84 96 122 126 Os Roteiros

A casa

Referências

Lista de Figuras

Área de intervenção

Referências Arquitetônicas

Bibliografia

Análise do entorno e do terreno

Referências de Uso

A casa Diretrizes Programa

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INTRODUÇÃO 1.1 Apresentação Com o crescimento do reconhecimento da diversidade cultural no Brasil, nota-se que a paisagem cultural em sítios históricos ruraisde origem italiana possui um importante valor patrimonial e de identidade. As edificações, com características arquitetônicas e métodos construtivos singulares, são testemunhas de hábitos, costumes e usos característicos da imigração durante o século XIX e XX. Então busca-se a preservação e requalificação dos sítios históricos em Urussanga, uma cidade considerada um dos berços da colonização italiana em Santa Catarina. Esta preservação ocorre por meio do incentivo da produção de produtos de valor cultural e valorização o imigrante italiano enquanto construtor de uma identidade cultural, sendo parte fundamental da cultura e da economia da cidade. Os modos de vida apresentam elementos materiais e imateriais que se encontram presentes na vida das comunidades rurais. As transformações produzidas pelos imigrantes no ambiente natural produziram uma nova categoria patrimonial conhecida como paisagem cultural A paisagem cultural possui uma visão coletiva do patrimônio que abrange tanto os bens naturais, culturais, como os bens históricos (LUCA, 2007). O valor da paisagem cultural decorre da sua função e sua capacidade de reter marcas e registros antrópicos. O homem é um dos elementos de valor na paisagem, a leitura e compreensão da mesma não se limita ao espaço. “É um conjunto único e indissociável, em perpétua evolução”. O valor do patrimônio assim, Não é só [...] seu valor estético, arquitetônico ou histórico. Ele é preservado se tem significação para a comunidade em que está inserido e essa preservação possibilita a melhoria da qualidade de vida de seus moradores e contribui para a construção de sua identidade cultural e o exercício da cidadania. (ORIÁ, 1997, p. 138.)

Porém o patrimônio da região de Urussanga vem passando por transformações que o colocam em risco. Assim surge o planejamento turístico como uma forma de valorização dos espaços naturais e culturais como fonte de riqueza, desempenhando um papel importante para o desenvolvimento territorial (WALKOWSKI, 2014). Os espaços turísticos são compostos pela riqueza paisagística criada pela biodiversidade e pela ação antrópica existente em um território, que representa os valores natural e cultural, contribuindo com a conservação da identidade de um povo, cujas raízes ficam expressas em hábitos e costumes ainda preservados pela sociedade atual. A região de Urussanga destaca-se pela riqueza paisagística com o potencial para ser um destino turístico em crescimento. Então, a produção associada ao turismo, caracterizada pelo artesanato, produção vinícola e pelo patrimônio natural e cultural, poderá contribuir para a expansão de outras atividades econômicas internas, resultando em novos segmentos de mercado para o turismo no espaço rural. (WALKOWSKI, 2014). O estudo visa, então, compreender e analisar o potencial turístico da cidade de Urussanga, gerando roteiros turísticos como uma forma de requalificar o patrimônio histórico e intervir no patrimônio como uma forma de educar a população sobre a importância desses bens tombados para a cidade e gerar uma nova opção de lazer e cultura para Urussanga.

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INTRODUÇÃO 1. 2. Justificativa A escolha de Urussanga para o estudo deve-se ao fato da cidade ser moldada pela identidade cultural italiana e por possuir características singulares. A cidade, situada no meio rural, se destaca pela beleza paisagística e diversidade de potenciais, como a produção de vinho, a agricultura e o patrimônio natural, histórico e cultural. O patrimônio material deixado pelos imigrantes constitui-se por exemplares da arquitetura ítalo-brasileira totalizando 22 edificações tombadas pela Fundação Catarinense de Cultura - FCC e 3 edificações tombadas pelo IPHAN. “Urussanga caracteriza-se como o conjunto urbano de referência da migração italiana mais íntegro e mais representativo do Estado”. (FCC, 1994)

O turismo, assim, pode auxiliar na geração de renda complementar e na valorização dos produtos locais, como o vinho e a gastronomia, e do próprio patrimônio histórico e cultural. E como uma atividade que incentiva o deslocamento do consumidor, pode contribuir para tornar um ponto arquitetônico foco de visitação de uma determinada cidade, aumentando a notoriedade do lugar e de suas construções, já que o objeto arquitetônico, ou a composição destes, pode se tornar um dos principais elementos turísticos. Percebe-se em Urussanga a falta de uma organização e de um elemento centralizador, que consiga, além de conectar todas as potencialidades do munícipio, mostrar para a população a importância do patrimônio histórico e sua conservação para a cidade, dando-os uma nova opção de lazer e cultura e sendo o ponto inicial e final dos roteiros turísticos. .

Fig. 3: Relação das vinícolas e a cidade.

Fig. 4: Sobrado Nichele

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INTRODUÇÃO 1.3. Objetivos Objetivo Geral No primeiro momento, com o objetivo de fomentar o turismo local, há a implantação de novas opções de roteiros que integram as vinícolas, as construções históricas e também a própria cultura da população urussanguense. A partir desse levantamento e diagnóstico da cidade, desenvolve-se um projeto arquitetônico de uma elemento estruturador para intensificar o desenvolvimento da região e para integrar e valorizar as potencialidades de Urussanga, bem como ser uma nova opção de lazer e cultura para a cidade. Projeta-se um complexo turístico, cultural e enogastronômico - ponto inicial e final dos roteiros - em uma intervenção arquitetônica anexa ao sobrado Nichele e no terreno ao lado onde, atualmente, funciona um estacionamento. É um espaço destinado ao vinho, à gastronomia e à cultura. Não se trata apenas de um espaço interessante do ponto de vista arquitetônico e artístico, mas também um local de pesquisa histórica, reflexão, discurso, dissidência, e experiência na qual a sociedade é questionada e sua história redescoberta. Um local que mostre e ensine a importância que um elemento histórico, seja o patrimônio material ou imaterial, tem para o munícipio e preserve a tradição da imigração italiana através da enogastronomia. Objetivos Específicos • Avaliação dos atrativos e levantamento de aspectos históricos culturais; • Preservar o patrimônio material e imaterial que caracteriza a região de imigração italiana; • Criar conexões entre as potencialidades; • Definição de rotas turísticas; • Aproveitar os potenciais paisagístico das vias já existentes (relação das vias com rio, vegetação e trilho); • Analisar os impactos positivos e negativos do processo turístico; • Projetar um elemento estruturador para o turismo, sendo o ponto inicial e final dos roteiros • Projetar uma edificação para a cidade, gerando uma nova opção de lazer e cultura para a população; • Develvolver um novo uso ao Sobrado Nichele, uma intervenção arquitetônica contemporânea que respeite seu entorno e o patrimônio histórico, valorizando-o; • Uma arquitetura que auxilie a população de Urussanga a compreender o valor e a importância do patrimônio; • Agregar os aspectos da sustentabilidade à edificação; • Gerar atrativos para a participação dos usuários no funcionamento do espaço; • Gerar a integração da edificação com o bairro e a cidade; • Auxiliar a recuperação do Rio Urussanga; • Acomodar costumes e tradições locais, como a enogastronomia; • Uso de materiais locais, como cerâmicas, tijolos e esquadrias em alumínio, como uma forma de apoio ao comércio local.

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METODOLOGIA 2. Metodologia Primeiramente, houve a necessidade de compreender o histórico da cidade, assim como os conceitos de turismo, patrimônio e também como intervir em edificações com um importante valor histórico. Buscou-se referências bibliográficas e foram realizadas entrevistas informais com a população de Urussanga para entender melhor a identidade da cidade e a sua opinião sobre as necessidades da cidade. Utilizando o método CPD (Condicionantes, Potencialidades e Deficiências), criou-se um mapa com o diagnóstico do município para planejar e avaliar os problemas e potenciais identificados e, assim, saber como e onde atuar. Como estudo preliminar foram feitos os roteiros turísticos como uma forma de entender melhor a cidade e seus potenciais. Analisou-se também referências arquitetônicas para compreender como a arquitetura pode influenciar no olhar das pessoas para o patrimônio e como a mesma pode se tornar um novo ponto de interesse na cidade, Criou-se, assim, uma visão crítica sobre o assunto para, então, poder realizar uma proposta arquitetônica coesa que realmente impacte positivamente a cidade e sua população.

Leitura de bibliografias como livros e teses para melhor compreensão do tema.

Caracterização da cidade, análise e diagnóstico do município.

Entrevistas qualitativas sobre a identidade e qual a principal necessidade da cidade.

Criação de Percepção roteiros turísticos da falta de como uma forma um elemento de entender estruturador melhor a na cidade. E cidade e unir busca de suprir a todos as suas necessidade da potencialidades. cidade.

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A CIDADE Fig. 5: O desenvolvimento da cidade e o descaso com o patrimĂ´nio.


Análise a partir da caracterização da cidade, dos aspectos geográficos, econômicos e demográficos, do histórico do município, para assim entender melhor o seu desenvolvimento, suas potencialidades e deficiências. Análise do plano diretor e suas diretrizes para compreender como a legislação se preocupa com o patrimônio e com o desenvolvimento do turismo.


URUSSANGA Entre a Serra Geral e o litoral catarinense, o contato com a paisagem moldada pela cultura dos imigrantes italianos do século XIX, faz com que Urussanga seja considerada o principal núcleo da colonização italiana do sul do estado. “Urussanga se estende graciosa por um vale ameno, cercado de morros por todos os lados. De manhã, coberta de orvalho, parece um canteiro de flores. De noite, iluminada, se assemelha a um geodo coberto de cintilantes cristais. [...] a cidade se assemelha a um berço emoldurado pelas rendas brancas das nuvens caprichosamente onduladas sobre as graciosas curvas da Serra do Mar.” (MARQUES, 1990 p. 70)

Município do Estado de Santa Catarina, no Brasil, Urussanga localiza-se a uma latitude 28º31’04” sul e a uma longitude 49º19’15” oeste, estando a uma altitude de 49 metros, no fundo de vale entre dois rios: Rio Urussanga e Rio América. Sua população, conforme o IBGE, é de aproximadamente 20.233 habitantes distribuídos em uma área de 254 quilômetros quadrados (IBGE 2010). Localizada entre importantes cidades do sul catarinense, como Tubarão e Criciúma, tem como principais acessos as rodovias SC-446 e SC-445 via BR-101. O município limita-se ao Norte com Orleans e Lauro Müller, ao Sul com Cocal do Sul, a Leste com Pedras Grandes e a Oeste com Treviso, Siderópolis. Urussanga estabelece com os municípios vizinhos estreitas relações, de trabalho, comerciais e de serviços, favorecidas pela rede de transportes. Esta apresenta-se formada por rodovias estaduais, federais e ferrovias. (MACARI, 2006). Distante 185 quilômetros da capital estadual Florianópolis e 18 quilômetros de Criciúma, Urussanga está próxima também aos aeroportos de Jaguaruna e Forquilhinha, distantes aproximadamente 30 quilômetros.

Fig. 6: Localização da cidade.

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URUSSANGA Significando “água muito fria”, do tupi, Urussanga dá nome também ao principal rio que banha a cidade. O município teve sua economia inicialmente baseada na agropecuária, passando à extração do carvão mineral, uma vez que se localiza numa das principais regiões carboníferas do país. Atualmente a economia de Urussanga é diversificada, com destaque na indústria cerâmica, moveleira, derivados de plástico, esquadrias de alumínio, insumos agropecuários, agricultura, vitivinicultura, fruticultura, carvão mineral, comércio e prestação de serviços diversos. É um dos municípios membros da Associação dos Municípios da Região Carbonífera (AMREC). Destaca-se na produção de vinhos, sendo denominada como a “Capital Catarinense do Bom Vinho” conforme a Lei n. 12.398, de 22/10/2002. Realiza festas desde 1984, como a Festa do Vinho e a Ritorno alle Origini, que celebram a cultura herdada dos imigrantes, mostrando aos visitantes a italianidade por meio da gastronomia. Composta por um número significativo de casarios antigos construídos no início do século XX, a cidade busca reconstruir os usos e costumes dos imigrantes italianos. Nesta busca, em 1991, propôs-se uma parceria sócio cultural com Longarone, na Itália, cidade origem dos primeiros imigrantes italianos à região. Intitulado “Gemellaggio”, o projeto destaca a importância das origens italianas para o município no âmbito cultural, social e econômico e faz de Urussanga a cidade irmã de Longarone. Graças ao projeto, novos horizontes foram abertos e com a facilidade do intercâmbio socioeconômico, estima-se que aproximadamente 1500 urussanguenses vivem no exterior. (PANORAMA, 2000). Hoje, de acordo com a Austing Rating, dos mais de 2,4 mil municípios de pequeno porte do Brasil, Urussanga é o 14º melhor no quesito indicadores sociais, que abrange áreas como saúde, educação, qualidade de vida, responsabilidade social e desenvolvimento humano. Já entre os 265 municípios catarinenses com menos de 50 mil habitantes, Urussanga ocupa o terceiro lugar, além ser a melhor na categoria entre as cidades de pequeno porte do Sul de Santa Catarina.

Fig. 7: Foto área de Urussanga, destacando a Igreja Matriz e a Praça Anita Garibaldi em formato triangular.

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URUSSANGA Geografia e Hidrografia No relevo, predominam os terrenos de topografia acidental, havendo 30% de terrenos planos ondulados e 70% da área possuem declividade acima de 20%. As altitudes variam entre 35 e 550 metros acima do nível do mar. Conforme a EPAGRI, o território é distribuído em relação à altitude: 26% abaixo da cota 100; 27% entre as cotas 100 e 200 metros; 27,6% entre 200 e 300 metros; 12% entre 300 e 400 metros; 8% entre 400 e 500 metros; 1,4% entre 500 e 600 metros e 0,1% acima de 600 metros. Assim, o relevo de Urussanga se caracteriza por planícies planas, ondulas e montanhosas até o pé da Serra Geral. Os morros localizados ao Norte e a Leste, possuem, em proporções significativas de suas encostas, declividades que variam de 30 a 47%. Nas direção Oeste e Sul, têm-se declividades menores, variando de 5 a 30% (SANTA CATARINA, 1997). Possui uma paisagem bastante exuberante e diversificada formada por grandes ou pequenos núcleos urbanos, paisagens tipicamente rurais e naturais intocadas. Dentre os aspectos naturais de Urussanga, têm-se atrativos como montanhas, rochedos, rios, cachoeiras, fontes termais e hidrominerais e reservas de fauna (MACARI, 2006). O município apresenta uma vegetação formada principalmente pela floresta tropical e subtropical, com Mata Atlântica nas encostas de serras, com presença de árvores nativas e reflorestamentos de eucaliptos. Em seu subsolo, existem minérios importantes como o carvão mineral e algumas reservas de fluorita e argila. O município de Urussanga é banhado e tem seu desenho urbano conformado pelo Rio Urussanga, tendo, como principais afluentes: Rio Maior, Rio Carvão, Rio Deserto, Rio Caeté, Rio Barro Vermelho e Rio América. A qualidade de suas águas apresenta uma das piores situações do Estado. A concentração de empresas mineradoras contribuiu e continua contribuindo para a poluição do rio. Com isto, as águas de Urussanga, em sua grande maioria, caracterizam-se como impróprias para o consumo humano, apresentando também restrições para outras atividades, incluindo a irrigação, influenciando negativamente um dos mais importante fatores econômicos da cidade, Fig. 8: Mapa hipsométrico. a agricultura. 16


URUSSANGA

Fig. 9: Mapa dos rios e principais vias da Cidade.

Percebe-se a importância do rio para a cidade, que teve seu desenvolvimento iniciado na confluência dos Rios América e Urussanga. A presença da água foi importante para o crescimento ecônomico da cidade através da agricultura. A ferrovia também foi um fator relevante para esse desenvolvimento. Atualmente, Urussanga não valoriza esses elementos. 17


URUSSANGA Histórico Com a promessa de uma vida melhor no Brasil, e diante da crise europeia, muitos imigrantes chegaram ao novo país a fim de implementar a mão de obra para a produção de bens de consumo, uma vez que houvera a extinção do tráfico de escravos em 1850. (MARZANO, 1985). Assim, em abril de 1877, Azambuja se tornou a primeira sede do Sul de Santa Catarina habitada por colonos italianos. Azambuja viria a ser importante para Urussanga pois servira de referência tanto na chegada dos imigrantes quanto às condições para sua fixação na região (MACARI, 2006). O Engenheiro Vieira Ferreira, com o objetivo de preparar a infraestrutura para o estabelecimento dos imigrantes, volveu, em 1878, suas visitas para o vale de Urussanga, demarcando os seus lotes e localizando a sua sede, em forma triangular, na confluência dos Rios América e Urussanga, aproveitando a configuração natural do terreno (IBGE, 2010). Em 26 de maio de 1878 chegaram os primeiros imigrantes italianos à região, vindos de Longarone, Pronvíncia de Beluno, Região de Veneza. Assim, esta é a data oficial de fundação da cidade, após a sua localização pelo Engenheiro Vieira Ferreira e a exploração das áreas de terras destinadas aos imigrantes. Após 5 anos da chegada dos imigrantes italianos houve o início dos ataques dos índios botocudos. A invasão indígena, intensificada em 1889, provocou a saída de alguns habitantes do interior, levando-os a habitar lugares mais centrais e povoados. (MARZANO, 1985). A colônia de Urussanga teve sua emancipação em 31 de dezembro de 1881 e elevada a município em 6 de outubro de 1900, sendo seu primeiro Prefeito Jacinto de Brida e Presidente da Câmara, Lucas Bez Batti. A instalação do município teve lugar em 22 de janeiro de 1901 e a instalação da comarca em 20 de dezembro de 1925, sendo hoje uma comarca intermediária. (MARQUES, 1990). A fama atualmente pela produção de vinhos deve-se pelos imigrantes italianos que, nos navios, trouxeram, envoltos em musgos, para melhor conservação, os bacelos de suas vinhas. Estes bacelos foram o início de todas as culturas de uvas existentes na região. Porém, o cultivo da uva e a produção de vinho em Urussanga exigiram de seus colonos muita paciência nas primeiras décadas. As parreiras vindas do Vêneto não se adaptaram facilmente ao Brasil. (MAESTRELLI, 2011). Vencidas as dificuldades, principalmente contra os índios que muito hostilizaram os colonos, a colônia prosperou rapidamente. Em 1887, os colonos de Urussanga produziram 13.600 litros. Já entre 1892 a 1906 foram exportados de Urussanga mais de 10.580 litros. Durante a primeira metade do século XX, muitas vinícolas se estabeleceram na cidade, como a Caruso MacDonald, a Lourenço Cadorin e a Victório Bez Batti, sendo nelas realizado todo um processo que ia desde a chegada da uva, passando pela fabricação da bebida, até o momento da exportação. Caruso MacDonald, italiano, jornalista e advogado, foi o responsável por levar até Urussanga a variedade de uva Goethe de São Paulo, dando início à produção do vinho branco na cidade que mais tarde se tornara a Capital do Vinho. (MAESTRELLI, 2011). No fim do século XIX, houve um aumento da população com a chegada de novos imigrantes. E em 1895, cessou o fluxo migratório, encerrando a fase colonial. 18


URUSSANGA A partir da década de 1910, com a descoberta do carvão mineral e a abertura das minas, a cidade desenvolveu-se economicamente, sendo inaugurada, em 1918, a Companhia Carbonífera de Urussanga. E a partir da exploração do carvão, as vilas operárias foram formadas nas proximidades das minas, de forma que as tais acabaram atraindo novos moradores para a cidade. (MARQUES, 1990). O trabalho nas minas, apesar de bastante insalubre, acabou se tornando comum entre os urussanguenses, por ser, entre outros motivos, uma atividade de alta remuneração e curta carreira. Como isso, muitos agricultores abandonaram o trabalho rural e passaram a viver da extração do carvão mineral, de modo que essa transformação causou, na década de 1940, o declínio da atividade vitivinícola e a ascensão do carvão (MAESTRELLI, 2011). No começo do século XX, além da descoberta do carvão mineral e da abertura das minas, a estrada de ferro também gerou desenvolvimento a região. Assim, a construção da Estrada de Ferro Dona Teresa Cristina até Urussanga, na década de 1920, facilitou o escoamento de produtos para o sul do estado, fazendo a cidade crescer ainda mais economicamente (MARQUES, 1990). O surgimento da indústria cerâmica, juntamente com a extração do carvão, ofuscaram a indústria vinícola. Com o “esquecimento” do vinho Goethe, houve uma mudança cultural, modificando valores, costumes e usos, trazendo um prejuízo invisível para essa sociedade (MAESTRELLI, 2011). Em 1957, a área urbana central era relativamente pequena, ficando compreendidas nas partes mais baixas do vale. É entre os anos de 1957 e 1978 que se dá a maior expansão urbana e diversificação da indústria na região carbonífera e a implantação, em Urussanga, de diversos loteamentos. A cidade se expande em todas as direções, com mais intensidade para Norte e Sul, por causa da polaridade exercida por Criciúma sobre Urussanga e Cocal do Sul. (MACARI, 2006). Na década de 70, o carvão perdeu o destaque economicamente para a indústria de cerâmica, plástico e alumínio e a agricultura passou a ser, novamente, o meio de subsistência nas propriedades rurais. Surgiu, também, a vontade de retomar as ações culturais trazidas pelos imigrantes. (MAESTRELLI, 2011). Em 1974 aconteceu a grande enchente causando danos ao munícipio e a toda a região. Em 1984 ocorreu a explosão na mina no bairro Santana, causando 31 mortes. Nas décadas de 70 e 80, surge o sentimento de busca por referências identitárias, onde a região de Urussanga buscou reconstruir estas referências através da valorização do passado e da experiência dos ancestrais migrantes. Os primeiros movimentos foram as comemorações pelo centenário da imigração italiana e fundação do município de Urussanga, em 1978. Fig. 10: Foto antiga da Praça Anita Garibaldi

Em seguida, empresários do município, como o Sr. Hédi Damian, apoiados por instituições como o Rotary clube e a antiga Acaresc (Associação de Crédito e Assistência Rural de Santa Catarina), através do Genésio Mazon, iniciaram um trabalho de reorganização e incentivo à produção vitivinícola. (MAESTRELLI, 2011).

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URUSSANGA Aspectos demográficos Urussanga, com aproximadamente 20223 habitantes, tem sua população dividida equilibradamente entre homens e mulheres, sendo que 8.818 habitantes vivem em meio rural e 11.405 em meio urbano (IBGE, 2010). A pirâmide etária de Urussanga, do censo demográfico de 2010, mostra que a maioria da população está entre 20 e 30 anos, não diferindo muito do restante do país. Pode-se destacar também uma grande porcentagem da população na faixa etária entre 15 e 19 anos e entre 45 e 49 anos. Ao analisar o gráfico de crescimento populacional, observa-se que na década de 90 houve um significativo declínio do número da população urussanguense, diminuindo de 30000 habitantes para 18000. Essa queda de 40% foi causada principalmente pela emancipação de um distrito, que em 26 de setembro de 1991, através da lei 8.352, tornou-se o município de Cocal do Sul, além também de ser causada pelo forte êxodo rural. O número de habitantes só voltou a crescer de uma forma expressiva em 2007, chegando em 2010 a ter novamente mais de 20000 habitantes.

Fig. 12: Pirâmide Etária IBGE, 2010

Fig. 11: Evolução Populacional IBGE, 2010

Na década de 90 houve um significativo declínio da população urussanguense devido, principalmente, a emancipação de Cocal do Sul.

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Fig. 13: População IBGE, 2010


URUSSANGA Macrozoneamento Ao analisar o mapa do Macrozonemanto de Urussanga, feito em 2008, percebe-se que as principais condicionantes para o desenvolvimento urbano são os córregos e rio, o relevo e o sistema rodoviário. Assim, maioria da ocupação se dá na parte plana e tem o desenho urbano desenvolvido conforme o desenho do Rio Urussanga. A área central caracteriza-se pelo uso comercial, serviços e residencial. A área rural é bem distribuída em torno da área central e a região industrial localiza-se prevalentemente a sudeste da cidade, tirando proveito da rodovia e ferrovia. Percebe-se também a presença de uma Área de Especial Interesse Cultural, dentro da Zona Mista Urbana Central, onde há a preocupação com a preservação e requalificação do patrimônio cultural arquitetônico para que a sua valorização as tornem pontos e atrativos turísticos.

Percebe-se a preocupação com a distribuição dos usos nas áreas da cidade, bem como a importância das rodovias para o município. Fig. 14: Macrozoneamento, realizado em 2008.

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URUSSANGA Sistema viário Urussanga é cortada e definida por duas rodovias estaduais, SC-446 e SC-445, que dão acesso ao município. • Acesso A: SC-445, a leste da cidade, ligando com os munícipios de Morro da Fumaça, Sangão e Tubarão • Acesso B: SC-446, a sul da cidade, ligando-a aos munícipios de Cocal do Sul e Criciúma • Acesso C: SC-445, a oeste da cidade, ligação com Siderópolis, Nova Veneza e Criciúma • Acesso D: Rod. Anes Gualberto (SC-446): ao norte da cidade, ligando-a principalmente ao munícipio de Orleans. As rodovias SC446 e SC445 desempenham importantes papeis na estruturação do espaço urbano de Urussanga. Caracterizadas como interurbanas, ligam diversas localidades do município e estas com a cidade e cidades vizinhas. Urussanga apresenta problemas com relação ao sistema viário e circulação, o que acaba por afetar outros serviços como saúde e educação (MACARI, 2006). O município, devido sua localização, serve de ligação a muitos municípios vizinhos, como Orleans, Lauro Muller, Treviso e Cocal do Sul. Apresenta diversas ruas de chão batido, algumas em péssimas condições que servem de acesso aos bairros rurais. Muitas estradas, atualmente, estão em processo de requalificação, apresentando calçadas acessíveis, ciclovias e rodovias pavimentas. O transporte coletivo no município funciona através de empresas particulares, Auto Viação São Gerônimo Ltda e Auto Viação São José Ltda. As linhas ligam os bairros mais distantes e também os municípios vizinhos, com linhas intermunicipais. O Terminal Rodoviário situa-se às margens da SC-446. ACESSO D

Classificação Vias

ACESSO C

ACESSO A ACESSO B Fig. 15: Acessos e classificação das vias.

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Fig. 16: SC 445 (acesso A) e a estrada de ferro.


URUSSANGA Plano diretor A Lei Complementar número 08/2008, de 1° de julho de 2008, institui oficialmente Plano Diretor Participativo do Município de Urussanga. Percebe-se uma preocupação com o patrimônio, com o rio e suas margens e com o desenvolvimento do turismo. Dentre as diretrizes e objetivos, destacam-se: “Seção II, Art. 4. XII - proteção, preservação e recuperação do meio ambiente natural e construído, do patrimônio cultural, histórico, artístico, paisagístico e arqueológico; Título II, Art. 5. [...] III - promover o turismo como atividade econômica local, integrando-o regionalmente, com ênfase em seu patrimônio cultural, arquitetônico, gastronômico e na vitivinicultura; IV - promover a preservação, conservação e recuperação dos seus recursos naturais, em especial dos seus recursos hídricos. [...] Art. 284. Constituem objetivos específicos da estratégia de estruturação, ordenamento e qualificação territorial: [...] VIII - qualificar e valorizar o patrimônio cultural: a) de forma a garantir que o patrimônio arquitetônico tenha usos compatíveis com a edificação; b) de forma a torná-lo reconhecido pelos cidadãos; c) de forma a tornar o seu valor cultural apropriado pela cidade; d) desenvolvendo seu potencial turístico de forma sustentável; [...] Art. 285. [...] IV - Programa de Revitalização e qualificação do patrimônio cultural, que tem por objetivo preservar e recuperar edificações de valor cultural, inserindo-as na paisagem urbana, conferindo-lhes usos sustentáveis que proporcionem sua fruição pela população, contribuindo para fortalecer o reconhecimento e apropriação do seu valor pelo Município, ao mesmo tempo que suportem o desenvolvimento da atividade turística.”

“Promover o turismo” “Promover a preservação” “Qualificar e valorizar o patrimônio cultural” “Recuperar edificações de valor cultural, inserindo-as na paisagem urbana” “Fortalecer o reconhecimento e apropriação do seu valor pelo Município, ao mesmo tempo que suportem o desenvolvimento da atividade turística” Fig. 17: Mapa do Zoneamento.

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URUSSANGA

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ENTREVISTAS

EM UMA PALAVRA, QUAL A IDENTIDADE DA CIDADE?

O QUE FALTA NA CIDADE?


PITORESCA

ÓTIMA

ITALIANOS

DEVAGAR

CHARMOSA

VINÍCOLAS CULTURA HISTÓRIA TRANQUILIDADE COMÉRCIO

PATRIMÔNIO

POSSIBILIDADES

QUALIDADES

RIQUEZA

DISCIPLINAMENTO URBANO DESENVOLVIMENTO

RELIGIÃO

GALERIA DE ARTE

FACULDADE CONSCIENTIZAÇÃO CUIDADO COM A CIDADE PLANEJAMENTO TURÍSTICO OPÇÕES DE LAZER E CULTURA VALORIZAR A CULTURA CENTRO COMERCIAL EMPREGOS

HOTEL

EXPLORAR VINÍCOLAS


URUSSANGA CONDICIONANTES POTENCIALIDADES

DEFICIÊNCIAS

A

Paisagem Natural

Beleza cênica

Pouco aproveitada conservada

B

Relevo, morros, planícies

Potencial paisagístico

Fragilidade ambiental

Localização

Entre diversas grandes cidades, aeroportos. Entre a Serra e o mar

D

Ocupação em expansão

Sem planejamento. Nova tipologia de edificação em Desenvolvimento turístico e choque com o entorno com econômico características de bairro préexistentes

E

Rios

Atrativo linear

F

SCs como eixo interligação regional

G H

C

de

Natural,

e

Parque Poluição, casas fundos ao Rio. Apropriação da área de APP

Fácil acesso

Pontos de conflitos

Linha Ferroviária

Transporte de carvão

Abondono, não exploração turística

Origem Italiana

Cultura, identidade tradição, polo turístico

I

Economia

Potencial produtivo Pouco aproveitamento das (agorpecuária, mineração, atividades turisticas, da cultura turismo, vinícolas, cerâmica) italiana e artesanato

J

Vinícolas

Cidade do Bom Vinho, Vale Falta uma ligação entre ela e da uva e vinho Goethe explorá-las turisticamente

K

Qualidade de Vida

Tranquilidade

Patrimônio cultural

L

M

N

28

histórico

e

a

-

-

Falta de preservação e Existência de edificiações incentivos ao uso das e históricas que guardam edificações históricas, não a cultura italiana, há a consciêntização da tombamento população.

Plano Diretor

Falta uma política ou elemento Há a preocupação com a estruturator que realmente conservação do patrimônio valorize as edificações e com a atividade turística tombadas. Falta de fiscalização (áreas de interesse espacial) e respeito ao plano.

Áreas verdes/Lazer

Poucas opções de lazer. Praça central como ponto Parque: Diversidade de de encontro da população. usos que prejudicam o Primeira centralilade funcionamento da área


URUSSANGA CONDICIONANTES

POTENCIALIDADES

DEFICIÊNCIAS

Mobilidade

Vias com qualidade, mesmo Transporte coletivo precário. que de chão batido. Vias em Dificil acesso as zonas rurais reforma

Permeabilidade

Casas abrindo diretamente Falta de cuidados com as para rua, conexão público/ calçadas. Dificil conexão com privado. Calçadas e praças os dois lados do rio

Robutez

Carência de espaços Diversidade de comércio e voltados ao turismo e serviço exploração do vinho

R

Legibilidade

Poluição visual, dificuldade Edificações marcantes para a de entender o que é história da cidade. oferecido, a função

S

Variedade

Edificações marcantes para a Poucas opções de lazer e história da cidade. cultura

T

Apropriação Visual

Csarões remetem italiana

U

Riqueza

Paisagem e arquitetura

V

Personalização

Imigrantes italianos deixaram Adaptam as edificações a marca da colonização nas históricas de acordo com o edificações tombadas uso, destruindo-as

X

Infraestrutura

Hotéis, restaurantes, vinícolas

O

P

Q

históricos que Abandono, degradação a colonização confusão visual

e

-

Faltam lugares de cultura, lazer e valorização de vinhos

Método CPD (Condicionantes, Potencialidades e Deficiências) Para a sistematização das informações sobre o munícipio, adotou-se a metodologia CDP, sendo (C) Condicionantes, (D) Deficiências e (P) Potencialidades. As condicionantes são todas as características do município que são existentes e que devem ser mantidas. Deficiências são as características negativas que dificultam o desenvolvimento da cidade. Potencialidades são as qualidades, e que devem ser melhor aproveitados adequadamente. Assim, foram apresentadas em tabelas e posteriormente representadas em mapas para entendimento de onde a mesma se encontra no espaço territorial.

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URUSSANGA

Bairro Rio Maior

U

2 edificações tombadas pelo IPHAN e 3 pela FCC

L

J O

Falta de conexão entre os bairros e suas particularidades

Bairro Rio América Baixo Patrimônio e 1 edificação tombada pelo IPHAN

Centro Parques e praça 18 bens tombados Vinícola Del Nonno

L C Bairro Rio Caeté Vinícola Trevisol e patrimônio

O F G

Bairro São Pedro Vinícola Mazon e De Noni

J J L

Mapa CPD.

30

Escala 1/50000


URUSSANGA C

L

O

T Edificações não respeitando a faixa de APP do rio

N

J

L

P M

C C

Sem conexões entre as potencialidades

Diversos acessos

Edificações escondendo o rio

E Diversos acessos

F N

Novas áreas de lazer

C

F

N N

Parque sem conexões com a cidade

Diversos acessos

Mapa CPD.

Escala 1/5000

31


O TURISMO Fig. 18: Portal de entrada da cidade.


Após análise da cidade, buscou-se entender a definição de turismo, como ele se relaciona com o patrimônio, com a cidade, e como atua, de forma sustentável, no desenvolvimento do munícipio. Analisou-se como é atualmente o potencial turístico de Urussanga e como ele é explorado, através das vinícolas e das festas típicas, por exemplo.


TURISMO De acordo com a World Tourism Organization, o turismo “é um fenômeno social, cultural e econômico que implica a deslocação de pessoas para países ou lugares fora do seu ambiente habitual para fins pessoais ou empresariais/profissionais. Estas pessoas são chamadas visitantes (que pode ser turistas ou excursionistas; residentes ou não residentes) e o turismo tem a ver com as suas atividades, algumas das quais envolvem despesas turísticas.” Assim, o produto turístico é o “conjunto composto de bens e serviços produzidos em diversas unidades econômicas, que sofre uma agregação no mercado ao serem postos em destaque os atrativos turísticos” (BENI, 2006, p.172). Aparece, então, o conceito de origem espanhola do “turismo integral”, ou “turismo multifacetado”, que promove diversos pontos de interesse turístico em uma determinada área geográfica. Atualmente, o turismo é uma atividade fundamental para a economia global, representa 10% do PIB do planeta, gera empregos, movimenta diferentes setores produtivos e, enfim, gera troca de culturas e saberes entre todos os envolvidos. O turismo é composto de diferentes tipos de acordo com os fatores motivacionais, os atrativos que o destino oferece.

RURAL

Atividades desenvolvidas, em relação a produção agropecuária, agregando valor a produtos e serviços, resgatando e promovendo o patrimônio natural e cultural das populações rurais.

ECOTURISMO

Atividade que utiliza, de forma sustentável, o patrimônio natural e cultural, incentivando a conservação e a formação de uma consciência ambientalista, através da interpretação do ambiente promovendo o bem estar das populações envolvidas. 34

CULTURAL

ENOTURISMO

O principal atrativo não é a natureza, mas um aspecto da cultura humana, que pode ser a história, o cotidiano, o artesanato ou qualquer dos aspectos abrangidos pelo conceito de cultura.

Atividades turística motivada pela apreciação do sabor e aroma dos vinhos e das tradições e cultura das localidades que produzem esta bebida.

RELIGIOSO

Atividade decorrente da busca espiritual e da prática religiosa.

ÉTNICO

Atividade turística que envolve a vivência de experiências autênticas e o contato direto com os modos de vida e a identidade de grupos étnicos


TURISMO A atividade turística tem se desenvolvido também a partir de iniciativas regionais, baseadas em iniciativas comunitárias. Há, assim, a cooperação entre os atores locais e as instituições de gestão pública e/ou privada, a fim de promover um turismo de forma mais sustentável. “O turismo comunitário é aquele em que as comunidades de forma associativa organizam arranjos produtivos locais, possuindo o controle efetivo das terras e das atividades econômicas associadas à exploração do turismo”. (CORIOLANO, 2009, p. 70). Um exemplo é o projeto Acolhida da Colônia, que acontece no Vale Europeu em Santa Catarina, em que as famílias de agricultores trabalham de maneira cooperada na produção de alimentos orgânicos e abrem suas propriedades para mostrar aos visitantes sua maneira de viver integrada à natureza. O turismo comunitário surge como contraposição ao chamado turismo convencional ou de massa. Para Ruschmann (1999), um exemplo de turismo de massa são os grandes empreendimentos, como resorts, que geram a especulação imobiliária e a descaracterização da cultura local, gerando impactos ambientais, sociais e econômicos irreversíveis. Surge, então, junto com o turismo comunitário, o turismo sustentável, uma forma de fazer turismo que contempla cuidados e garante que as atividades gerem benefícios para todos os envolvidos. Integra as questões econômicas, ambientais e sociais - cultural e humano - na forma de pensar e fazer turismo. Protege, assim, o entorno e a biodiversidade, considerando oportunidades para seu aproveitamento responsável hoje e no futuro. Estimula uma parceria saudável entre o governo, iniciativa privada, terceiro setor e comunidade, promovendo a participação consciente de todos os públicos relevantes ao processo, acolhendo os saberes e cultura das comunidades tradicionais e garantindo os direitos humanos de todos. Segundo Walkowski (2014), Portugal é considerado um exemplo em que o turismo colaborou para o desenvolvimento do meio rural. O país possui cerca de 80% do território considerado rural, dos quis 70% é composto por floresta e agricultura. Dentre as principais prioridades do governo está em fixar a população no campo, gerar novas alternativas de atividades econômicas, estabelecer circuitos de comercialização curtos (produzir local e consumir local), dinamização do espaço rural e equilíbrio. O Turismo Rural teve início nos anos 80 e entre 2001 e 2011, registrou uma taxa de crescimento anual de 8,3%. O espaço rural de Portugal tem por base o patrimônio natural e cultural e se destaca pelos produtos locais, artesanato, restaurantes etc, gerando assim, oportunidades de emprego e viabilidade econômica da produção agrícola.

O fator mais importante de toda essa atividade é que a população aprende a exercer a cidadania e a ter orgulho de sua origem e seu modo de vida, e até mesmo da cidade onde mora. Potencializa o desenvolvimento local a partir de seus, valores ambientais,

sociais,

culturais

e patrimoniais, valorizando a autenticidade local.

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TURISMO Turismo em Urussanga No caso de Urussanga, a preservação da cultura é um elemento fundamental de um projeto turístico. Para isso, buscou-se entender como foi a relação da população com sua história e sua identidade. A cidade de imigrantes italianos, teve no período da Primeira Guerra Mundial, o início da diminuição do interesse pela cultura italiana. Alemães e Italianos, nessa época, foram proibidos de falar a língua de seus países de origem. O imigrante, porém, embora tenha enfrentado diversas dificuldades no novo país, jamais esqueceu a sua língua de origem e seus dialetos. As escolas ensinavam em língua italiana, os terços rezados em latim e italiano e a bandeira italiana hasteada em todas as casas. “Vivia-se a Itália em pleno berço esplêndido” (COSTA, 1999), mas a cada geração nascida em Urussanga, aumentava a distância entre os descendentes e a cultura de seus antecessores. Em certa época de vazio cultural, mostrar-se italiano era ser grosseiro ou sem instrução. Com a miscigenação e desenvolvimento da mineração, o urussanguense perdeu sua essência, sua raiz cultural. Foi preciso, então, uma forma de resgatar essa identidade cultural, esse conhecimento das origens. O primeiro passo foi visto na bandeira e brasão da cidade, em que as gotas de vinho lembram a forte atividade na colônia italiana e a cor verde a relação entre Brasil e Itália. Outro fator que contribuiu para essa recuperação cultural foi a realização de festas, a partir de 1978, que enfatizavam as tradições italianas, além da construção de monumentos e programas radiofônicos na cidade. Assim, começou um despertar de interesse pela cultura, pela história da cidade e também um interesse de lucrar com a cultura dos seus antepassados, surgindo festas ainda maiores como uma forma de desenvolvimento da economia e do potencial turístico da região (PANORAMA, 1999). Para Adiles Savoli (2001), essa relação entre a busca de identidade (da italianidade de Urussanga) e o turismo, resultou em uma tradição inventada na esteira das festas étnicas catarinenses. Trata-se de uma italianidade criada como produto de marketing, que como tal também estava em princípio esvaziada de conteúdo - uma cultura encenada em que até os trajes típicos para dançar eram uma invenção, dado que, no Vêneto, lugar de onde vieram os imigrantes para Urussanga, a igreja católica proibia as danças. Mas, pouco a pouco, permeados pela conscientização de que a etnicidade, as comidas italianas e a festa atraíram turista, os habitantes de Urussanga começaram a deixar de sentir-se envergonhados de falar português com sotaque italiano, a ter orgulho de suas raízes e a recuperar o sentido da história, da vida e do sofrimento dos antepassados, a preservar o que restou da cultura material e a recuperar o que eventualmente se perdeu. Na busca de elementos para contar uma história confiável, os moradores criaram fortes laços com a Itália, com resultados que extrapolam a esfera cultural para se situar na econômica e social. O turismo passa, nesse caso, a ser um dos fatores que desencadeiam o processo de aproximação entre passado e presente. Inicialmente visto como cultura encenada, como tradição inventada para consumo turístico, acaba penetrando os interstícios do tecido social e transformando-se em movimento cultural do presente com interesse genuíno na valorização e no conhecimento do próprio passado. (BARRETO, 2001). Segundo Sérgio Costa (1999), “a pedra fundamental foi lançada há muito tempo, mas parece ainda estar faltando um elo entre os diversos fatores que servem de matéria prima para a continuidade do desenvolvimento turístico”.

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TURISMO Atualmente, a cidade tem como os principais atrativos a produção de vinhos, com vinícolas especializadas no vinho da uva Goethe. Apresenta também as construções históricas tombadas em nível municipal, estadual e nacional, a Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição, a praça Anita Garibaldi e o Parque Municipal Ado Cassetari Vieira, complexo com 8 hectares que abriga entre diversos órgãos, o Museu Histórico Municipal e já abrigou a Biblioteca Pública. Outro encanto é a própria cultura dos seus habitantes descendentes de italianos, demonstrada, principalmente, na culinária, construções e festas locais. Hoje, a cidade, tendo uma natural vocação para o turismo, aposta no turismo rural e cultural como uma forma de diversificar as fontes de arrecadação. É sede do “Vales da Uva e do Vinho Goethe”, um roteiro enogastronômico que leva o visitante ao encontro das manifestações étnicas do imigrante italiano na região de Urussanga, integrado com municípios vizinhos de Pedras Grandes, Morro da Fumaça, Nova Veneza e Içara. Faz parte também da região turística “Encantos do Sul”, uma das 10 regiões definida pelo Ministério do Turismo no estado de Santa Catarina, cujos limites territoriais reproduzem afinidades geográficas, econômicas e histórico-culturais. A cidade também está presente no Guia do Patrimônio Cultural do Sul de Santa Catarina, um dos Roteiros Nacionais de Imigração desenvolvidos pelo IPHAN, Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. Este guia tem como objetivo melhorar a percepção das pessoas em relação ao patrimônio, destacando não só o patrimônio edificado na região como também o patrimônio cultural. É uma forma de mostrar que o patrimônio cultural não é só constituído de palácios e de feitos extraordinários, e sim dos bens produzidos, das atividades rotineiras do homem do campo, das casas e sistemas construtivos, da paisagem junto com os costumes e celebrações (IPHAN, 2010). Urussanga caracterizase, então, como o conjunto urbano de referência da imigração italiana mais íntegro e mais representativo do estado.

Fig. 19: Mapa Encantos do Sul.

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TURISMO “É preciso preservar o patrimônio dos imigrantes. Assim, a proposta para os roteiros nacionais de imigração é propiciar proteção e gestão compartilhada do patrimônio histórico e cultural. União, estados e municípios deverão trabalhar em conjunto, objetivando o desenvolvimento e a implementação de planos e programas de desenvolvimento regional que tenham como foco o patrimônio e a sustentabilidade local, através das propriedades rurais na economia e no planejamento regional.”(IPHAN, 2010).

Urussanga, para Patrícia Mazon, ex-diretora de Planejamento da Prefeitura Municipal de Urussanga, já é reconhecida como cidade referência em turismo. “O que falta é a população local acreditar na sua vocação e, em primeiro lugar, saber valorizar seu maior atrativo: o patrimônio histórico cultural refletido nos registros históricos e em suas manifestações culturais como dialeto, música, dança, artesanato, processos produtivos. Temos que torná-los ‘consumíveis’ pelos visitantes e, para isso, faltam empreendedores com esta visão. Além dos empreendedores, os urussanguenses também podem contribuir com o desenvolvimento do setor turístico. São importantes desde ações como a sensibilização nas escolas e nas associações até investimento em empreendimentos como hotéis de lazer, artesanato, café colonial e restaurantes, espaços destinados a cultura e a valorização da produção vinícola. Não podemos nos esquecer também das entidades com a função de capacitar profissionais para a área”. Urussanga é uma cidade com características expressivas e com uma riqueza histórica e cultural. São patrimônios arquitetônicos, culturais, na língua, nos gestos, na maneira de falar e de se vestir, que permanecem vivos até hoje, em cada morador da cidade. Com a conclusão das obras de duplicação do trajeto Sul da BR 101, com o novo aeroporto em Jaguaruna, Urussanga tem o potencial para se consolidar como roteiro turístico temático da cultura italiana com enfoque na produção de vinhos brancos e de manifestações culturais. “Como legado histórico, além do patrimônio imaterial e de alguns exemplares da arquitetura ítalo-brasileira, construídos no período de colonização e que atualmente são patrimônio histórico, o município apresenta diversos elementos que impulsionam ainda mais o potencial turístico, tais como os monumentos, gastronomia, vinhos, festas, pousadas, paisagens, entre outros.” (CANCILLIER, 2015).

Fig. 20: Identidade Visual do Vales da Uva Goethe

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TURISMO Parque Municipal e a identidade visual em 1987 Realizado pelo Arquiteto Manoel Coelho em 1987, trata-se de um projeto para desenvolver uma identidade visual para a prefeitura e o projeto de um grande equipamento público, o Parque Municipal, onde foram criados espaços para a tradicional Festa do Vinho, parque de diversões, pistas para caminhadas e áreas de lazer. Nas principais construções do parque – museu , pavilhão de exposições e restaurante – foram utilizados materiais de construção produzidos na própria cidade, como os tijolos aparentes e as telhas cerâmicas, que ao mesmo tempo conferem unidade ao conjunto e reforçam a integração dos edifícios com a natureza. Já a marca da cidade faz referência às vinícolas e a sua matéria prima – o cacho de uvas. Porém, hoje, o parque com mais de 80000 m² de terreno e 8.000,00 m² de área construída, não é valorizado pela população e serve apenas para as festas do munícipio e de espaço para sede de diversos órgãos, como Secretaria Municipal de Cultura, Rotary Club, Associação dos Descendentes e Imigrantes Friulanos, Museu da Imigração etc. Para Henry Goulart, do Departamento de turismo de Urussanga, o Parque foi projetado e ainda está muito a frente da mentalidade da população da cidade, que não o valoriza.

Fig. 21: Entrada Parque Municipal.

Fig. 22: Identidade Visual de 1987.

Fig. 23: Mapa do Parque.

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Fig. 24: Colheita da uva.


VINÍCOLAS “O vinho de Urussanga, por suas características organoléticas é típico. Bom de paladar, perfumado e lindo, satisfaz a qualquer bom degustador. Em período não muito remoto Urussanga, na vinicultura nacional, será uma expressão de qualidade, como Borgonha, na França, Minho, em Portugal, Reno, na Alemanha, e tantas outras regiões que se tornaram mundialmente famosas devido a excelência de seus vinhos”.

Já dizia o Monsenhor Agenor N. Marques, em 1953, sobre a vinicultura urussanguense. A uva Goethe se tornou a uva mais típica, tendo características específicas que a diferenciam das demais variedades cultivadas na região. Após sua introdução na região, algumas videiras apresentaram uma mutação, aparecendo pela primeira vez nas mãos do Sr. Ângelo Nichele, comerciante e agricultor local. O vinho feito a partir da mutação da uva Goethe era e é motivo de curiosidade entre os admiradores da bebida que desconheciam o verdadeiro motivo da sutil diferença. Esta mutação da Goethe existe ainda hoje, somente em Urussanga, tornando-a uma variedade ainda mais peculiar e característica destas colônias. A produção de vinhos de uva Goethe foi sendo ampliada desde sua introdução e várias vinícolas se estabeleceram, como as vinícolas Caruso MacDonald com o vinho Uru e Urussanga, Lorenzo Cadorin com o vinho Cadorin, Victorio Bez Batti com o vinho Samos chamado depois de Santé, Sílvio Ferraro com os vinhos Branco Salute, Domenico Fontanella com os vinhos Rosa, Pietro Trevisol com o Trevisol, Pietro Damian com o Lacrima Christi. Por causa da grande produção de vinho na região e aos diversos títulos conquistados, o Ministério da Agricultura do governo de Getúlio Vargas decidiu apoiar a vitivinicultura na região. Em 1942, foi fundado, então, o Instituto de Fermentação para realizar pesquisas com diferentes espécies de uvas viníferas. No auge das pesquisas havia experimentos com cerca de 450 variedades de videiras. De todas estas variedades testadas, destacou-se ainda mais a uva Goethe. Em 1950 o instituto passou a chamar-se Subestação de Enologia de Urussanga. Atualmente é a Estação Experimental de Urussanga, administrada pela EPAGRI. Com o passar dos anos, Urussanga passou a ser considerada a capital catarinense do vinho. Motivo de orgulho para os seus moradores, estes vinhos foram servidos durante o governo nacionalista de Getúlio Vargas, nas recepções no Palácio do Catete, no Rio de Janeiro. Em 2005, foi criada a Associação dos Produtores de Uva e Vinho Goethe – ProGoethe – para promover a união dos produtores de uva e vinho, estabelecendo a imagem de um produto nobre e conhecido nacional e internacionalmente. Em 2012, com o reconhecimento da qualidade, tipicidade e identidade nos vinhos de uva Goethe, a região “Vales da Uva Goethe” conquistou a Indicação Geográfica de Procedência. “Segundo o Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, o registro de Indicação Geográfica é conferido a produtos e serviços que são característicos do seu local de origem, o que lhes atribui reputação, valor intrínseco e identidade própria, além de distingui-los em relação aos seus similares disponíveis no mercado. São produtos que apresentam uma qualidade única em função de recursos naturais como solo, vegetação, clima e saber fazer (know-how).” (MAESTRELLI, 2011). Assim, é possível proteger e valorizar os produtos típicos da região. No setor vinícola as indicações geográficas estão consolidadas em vários países, como Bordeaux e Champagne na França, Porto em Portugal e Rioja na Espanha. No Brasil, mesmo que pouco valorizada, a indicação foi concedida em regiões como o Vale dos vinhedos, Altos Montes, Pinto Madeira, Monte Belo e Vales da Uva Goethe.

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VINÍCOLAS Atualmente Urussanga apresenta 4 vinícolas consolidadas que se destacam na região e na produção do vinho Goethe. A vinícola Vigna Mazon, Vinhos Trevisol, Vinícola Casa Del Nonno, Vinícola De Noni, onde é possível conhecer desde os parreirais até o processo de produção dos vinhos.

Fig. 25: Vinícola Mazon.

Fig. 26 Parreiras da Vinícola Mazon.

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FESTAS TÍPICAS Festas Típicas Festa do vinho A Festa do Vinho que está em sua XV edição, é realizada bienalmente em Urussanga no Parque Municipal Ado Cassetari Vieira, com notoriedade nacional, devido às atrações e ao grande número de visitantes que traz à cidade. Ritorno Alle Origini A festa, realizada no Parque Municipal Ado Fig. 27: Festa do Vinho. Cassetari Vieira nos anos impares, reúne gastronomia, olimpíadas coloniais e shows típicos e nacionais. Tem como objetivo resgatar e divulgar valores étnicos que moldaram a identidade dos moradores de Urussanga.. Vindima Goethe Festa voltada a viticultura, abrange a colheita da uva, visitação à vinícolas e degustação de vinhos. Nos restaurantes acontece um festival enogastronômico com pratos elaborados ou acompanhados pela uva ou vinho Goethe. Fig. 28: Princesas da Vindima Goethe.

Moto Vinho Festa tradicional, no Parque Municipal, onde ocorre encontro de motoqueiros de todas as regiões do país. A festa envolve também a enogastronomia e a musicalidade da região.

Fig. 29: Cartaz de divulgação da Vindima Goethe.

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O PATRIMÔNIO Fig. 30: Detalhe da Porta da Igreja São Gervásio e Protásio.


Análise dos conceitos de patrimônio, a sua importância para a cidade e para a identidade do lugar. Levantamento do patrimônio histórico em Urussanga com o uso de fichas, contendo a localização, características, possibilidade de visitação e distânticas, para assim obter informações suficientes para a execução dos roteiros turísticos.


PATRIMÔNIO “Patrimônio histórico. A expressão designa um bem destinado ao usufruto de uma comunidade.” (CHOAY, 2006, p.11). “Bem, ou conjunto de bens culturais ou naturais, de valor reconhecido para determinada localidade, região, país, ou para a humanidade, e que, ao se tornar(em) protegido(s), como, p. Ex., pelo tombamento deve(m) ser preservados(s) para o usufruto de todos os cidadãos.” (DIC. AURÉLIO, 1999). A preservação do patrimônio está apoiada no artigo 216 da Constituição Federal de 1988, em que define o patrimônio como: “os bens de natureza material ou imaterial, tombados individualmente ou em conjunto, portadores de referência à identidade, à ação, à memória dos diferentes grupos formadores da sociedade brasileira (…)”. No fim da Segunda Guerra Mundial, após os traumas ocasionados pela guerra, aconteceu um aumento no interesse em relação ao patrimônio, passando a englobar o conceito de patrimônio urbano e também a denominação de imaterial ou intangível do patrimônio. Surge, também, o conceito de patrimônio cultural, que por definição se resume a tudo o que representa a cultura de um povo, a formação de uma comunidade. Podendo ser classificado como patrimônio material e imaterial. O material seria representado pelas edificações, objetos de arte, bens arqueológicos, os bens “palpáveis”. Já o patrimônio imaterial são as festas, costumes, dialetos, lendas, culinária etc. (IPHAN, 2010). A preservação aparece, então, como uma forma de manter viva a história e a memória de todo uma população e região. “A arquitetura representa um dos testemunhos mais perenes da existência de novos elementos no contexto local, dá forma e confere identidade aos lugares. Torna-os especiais”. (IPHAN, 2010). No ato de preservar, o tombamento aplica uma legislação específica através do Poder Público. Podendo ser aplicado aos bens móveis e imóveis. No Brasil, a preservação é oriunda do tombamento instituído pelo Decreto-Lei n. 25, de 30 de novembro de 1937. “O tombamento de coisa pertencente à pessoa natural ou à pessoa jurídica de direito privado se será voluntária ou compulsoriamente”. Assim, a obrigatoriedade de preservação na maioria dos casos faz surgir um sentimento de revolta em muitos proprietários, que passaram a não se sentir mais donos do imóvel, e consequentemente, prejudicando o próprio processo de preservação (CANCILLIER, 2015). Atualmente, com o PAC Cidades Históricas (PACCH), espera-se que diversos municípios sejam contemplados com o Programa que, além de trazer investimentos para a recuperação, restauração de monumentos e conjuntos urbanos, permite a participação da sociedade ao longo do processo. “A proteção do patrimônio ambiental urbano está diretamente vinculada à melhoria da qualidade de vida da população, pois a preservação da memória é uma demanda social tão importante quanto qualquer outra atendida pelo serviço público.” (IPHAN, 2010).

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PATRIMÔNIO Paisagem Cultural O conceito de paisagem cultural foi adotado, em 1992, pela Unesco e incorporado como um novo tipo de reconhecimento dos bens culturais. Anteriormente, os sítios reconhecidos nessa categoria eram relacionados a áreas rurais, sistemas agrícolas tradicionais, jardins históricos e outros locais de cunho simbólico. (IPHAN, 2009). Em acordo com a Unesco, o Iphan regulamentou a paisagem cultural como instrumento de preservação do patrimônio cultural brasileiro em 2009, por meio da Portaria nº 127. A Paisagem Cultural Brasileira é uma parte peculiar do território nacional, que representa o processo de interação do homem com o meio natural, em que a vida e a ciência humana deixaram marcas ou conferiram valores. O valor da paisagem cultural decorre da sua função e sua capacidade de reter marcas e registros antrópicos. O homem é um dos elementos de valor na paisagem, a leitura e compreensão da mesma não se limita ao espaço. “É um conjunto único e indissociável, em perpétua evolução”. O Brasil apresenta uma grande diversidade de paisagens, costumes e lugares. Compõem a paisagem cultural o sertanejo e a caatinga, o candango e o cerrado, o pantanal e o boiadeiro, o gaúcho e os pampas, o pescador e os barcos tradicionais, as tradições da mata e as tribos indígenas. Outros tantos personagens e lugares formam o painel das riquezas culturais brasileiras, destacando-se a relação exemplar entre homem e natureza (IPHAN, 2009). Porém é complexa essa preservação já que provem dessa relação, não estática, do homem com a natureza. Assim, a população tem um papel fundamental na preservação desse patrimônio, por meio do reconhecimento dos valores e significados. O desenvolvimento da cidade de Urussanga tem sido moldado por uma fusão entre natureza e cultura. Além de ser um dos maiores núcleos urbanos deixado pela colonização italiana, Urussanga é também local onde as manifestações culturais ali produzidas expressam a síntese dos imigrantes italianos.

Fig. 31: Sobrado Bocardo e a paisagem.

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PATRIMÔNIO Cultura, gastronomia e patrimônio O ato de se alimentar não é apenas biológico, é também social e cultural. Possui um significado simbólico para cada sociedade, e para cada cultura. É fator de diferenciação cultural, uma vez que a identidade é comunicada pelas pessoas também através da comida. A alimentação é memória. A gastronomia, assim, adquire uma importância cada vez maior para a promoção de um destino turístico. A gastronomia como um produto, ou mesmo um atrativo de um determinado local, é muito importante do ponto de vista turístico, já que representa uma cultura, a identidade de uma região (FURTADO 2004). A gastronomia se apresenta como uma forma de turismo cultural já que é um importante meio para demonstrar como vivem os habitantes de cada região em determinada época. Neste sentido a cultura de um país está integrada a alma do povo, como a sua gastronomia, seu patrimônio, seus valores, costumes e história. Desta forma a cultura de um lugar e sua comida típica estão intimamente ligados. De acordo com Schluter (2003, p. 69), “a dimensão social e cultural da gastronomia determinou incorpora-la ao complexo emaranhado das políticas de patrimônio cultural”. O turismo e a gastronomia são inseparáveis, pois não se pode pensar em turismo, e não prever a alimentação para curta ou longa permanência, onde o visitante não pode abster-se dela e sempre tende a experimentar a cozinha local. Esse contato entre turistas e membros da comunidade de se realizar com respeito e interesse mútuo. Para a comunidade, além da troca de cultura com os visitantes, o espaço gastronômico torna-se um novo ponto de encontro, uma nova opção de lazer para os próprios cidadãos. A culinária no Brasil tem influências principalmente dos europeus, africanos, indígenas. Em Urussanga, é perceptível a influência dos colonizadores italianos nos pratos típicos como polenta, galinha ensopada, salames, vinho etc. A culinária tem seu papel importante como patrimônio que, em 2000, por exemplo, o acarajé, comida baiana comercializada pelas baianas, foi, instituído como bem cultural, pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – IPHAN. Ao redor do mundo é possível ver outros exemplos onde a gastronomia atinge o nível de patrimônio. A gastronomia portuguesa foi oficialmente declarada como Patrimônio Cultural em seu país em 2000. O México é considerado pela UNESCO como um dos países com maior patrimônio cultural e fez o pedido em 2006 para que a comida mexicana seja declarada como patrimônio da humanidade. Em Viena, na Áustria, desde 2011, a cultura de frequentar as tradicionais casas de café vienenses é listada como Patrimônio Cultural Imaterial pela UNESCO. O café vienense é descrito no inventário como um lugar “onde o tempo e o espaço são consumidos, mas apenas o café é encontrado na conta”. (UNESCO, 2011). De acordo com Furtado (2004), as pessoas buscam novos conhecimentos, querem experimentar novos sabores, vivenciar outras culturas e a gastronomia pode ser o motivo principal, ou o inicial, para se conhecer determinado local.

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Fig. 32: Polenta e sua festa

Fig. 33: Decoração “gastronômica” da cidade em épocas de festas.


PATRIMÔNIO Patrimônio em Urussanga

A partir do legado histórico e cultural deixado pelos imigrantes italianos, Urussanga apresenta um rico patrimônio, sendo o material, representado pela arquitetura ítalo-brasileira, que se destaca em todo o estado. O patrimônio material totaliza, desde 2001, 22 edificações tombadas pela FCC e 3 edificações tombadas pelo IPHAN. O núcleo urbano, a praça Anita Garibaldi, formado desde o início da colonização e que se mantém vivo até os dias atuais, concentra 18 edificações tombadas e é reconhecido pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional - IPHAN, como o centro urbano mais representativo da arquitetura ítalo-brasileira do estado de Santa Catarina. “Dentre as edificações históricas ítalos-brasileiras que compõem o cenário urbano, é possível observar características comuns, como o alinhamento da edificação, seguindo o passeio público; o uso de platibanda escondendo o telhado de madeira revestido com telhas de barro; e seu sistema construtivo de paredes autoportantes de tijolos maciços sobre alicerce de pedra.” (CANCILLIER, 2015).

Entretanto, sua riqueza, formada por paisagens naturais, suas manifestações culturais e sua arquitetura com 25 bens tombados e o forte apelo ao turismo ainda não gerou uma estrutura capaz de fornecer à Urussanga uma gestão adequada de seu patrimônio. Urussanga possui grande riqueza cultural, mas sofre os reflexos do não aproveitamento destes recursos. Grande parte do patrimônio tombado na região central funciona como comércio e prestação de serviços, mantendo uma relação próxima no cotidiano por ser o principal centro comercial da cidade, porém pouco valorizada no seu sentido histórico. Diversas edificações com importante valor histórico apresentam sérios problemas de conservação e adequada utilização. No município é comum a ideia de que o patrimônio tombado prejudica o processo de desenvolvimento urbano, pois, em geral, as pessoas associam a preservação com o engessamento. E isso reflete diretamente no estado de conservação dos bens. (CANCILLIER, 2015).

IPHAN

FCC

“É gritante a necessidade de educação patrimonial e manutenção técnica da cultura local, não apenas para valorização do centro histórico tombado e do sítio histórico, mas pela valorização dos bairros, da cultura imaterial local.” (MAZON, 2009).

Assim se percebe que a falta de diálogo e de informações sobre o patrimônio, é um dos fatores responsáveis pelo uso e intervenções inapropriadas, pelo abandono e deterioração das edificações tombadas, assim como a gestão inadequada do patrimônio. (CANCILLIER, 2015).

“A condição de cidades históricas, considerada como um privilégio, por representar uma forte identidade, que deve ser reconhecida, valorizada e responsável até por gerar economia, acaba estagnada” (CANCILLIER, 2015).

50


AS FICHAS Fig. 34: Sobrado Nichele


PATRIMÔNIO CASA FAMÍLIA BEZ FONTANA ENDEREÇO Estrada Geral do Rio América Baixo s/n localidade Rio América Baixo ANO DA CONSTRUÇÃO 1901 uso Residencial Tombamento Nacional - IPHAN estado de conservação Conservada Visitação Agendada Tempo de Visitação 30 min distância do centro de informações 1,5 km 20 min

6 min

3 min

características Imersa em uma paisagem quase bucólica, a residência, junto à marcenaria, serraria e atafona, é considerada um dos mais importantes exemplares de sobrado ítalo-brasileiro de madeira no país. Em estilo colonial, foi construida a partir de alicerces de pedra bruta com paredes de madeira natural e tijolo maciço. Com um entorno paisagístico notável este conjunto de edificações, apesar de estar inserido no perímetro urbano da cidade, possui características rurais. Ao adentrar na propriedade avista-se duas rodas d’água e a residência com sobrado de madeira, que abriga os quartos e sala, e cozinha separada do corpo principal da casa, de alvenaria de tijolo maciço rebocado. O sobrado possui cobertura duas águas de madeira cobertas com telha de barro e assoalho de madeira corrida. O interior da casa é um dos mais autênticos e conservados encontrados na região de imigrantes orieundos da Itália.

52


PATRIMÔNIO CASA Ivanir cancelier ENDEREÇO Estrada Geral Rio Maior (SC 446) localidade Rio Maior ANO DA CONSTRUÇÃO 1909 uso Residencial Tombamento Nacional - IPHAN estado de conservação Conservada Visitação Agendada Tempo de Visitação 30 min distância do centro de informações 6,9 km 1h32min

35 min

8 min

características Trata-se de uma das construções mais significativas da arquitetura ítalo-brasileira encontradas em Santa Catarina. Construída no estilo colonial, a residência da família está de pé há um século e chama atenção pela beleza às margens da SC 446. Ainda hoje, a família Cancelier reside no local. A edificação rural térrea com planta retangular tradicional simétrica e com sótão construida em alvenaria autoportante, com tijolos de barro maciço, rebocada com cal sobre alicerce de pedra aparente. Possui cobertura em duas águas, sendo estrutura de madeira e telhas de barro, com cumeeira paralela à fachada principal e beiral com cimalha em cantaria (pedra).

53


PATRIMÔNIO Igreja são Gervásio e São Protásio ENDEREÇO Estrada Geral Rio Maior (SC 446 KM 9) localidade Rio Maior ANO DA CONSTRUÇÃO 1912 uso Religioso Tombamento Nacional - IPHAN estado de conservação Conservada (interior com paredes não originais) Visitação Agendada Tempo de Visitação 30 min distância do centro de informações 6,6 km 1h28min

34 min

7 min

características Construída em pedra arenito pelos imigrantes italianos que colonizaram a região, é um exemplar único de arquitetura religiosa de cantaria de pedra (pedra grez) no Estado. Possui planta retangular simples com campanário separado do corpo principal da edificação. Sua fachada principal, com frontão triangular rebocado e pintado de branco com óculo central e pináculos também de pedra, possui porta central de verga reta com pequeno frontão curvo de tijolo maciço. As aberturas das fachadas laterais são em arco pleno com esquadrias de madeira de bandeira fixa e vidros coloridos. As portas possuem requadros de pedra e verga reta, com folhas almofadadas.

54


PATRIMÔNIO Casa de Pedra Cancellier ENDEREÇO Estrada Geral Rio Maior (SC 446) localidade Rio Maior ANO DA CONSTRUÇÃO 1902 uso Comercial - Artesanato Tombamento Estadual - FCC estado de conservação Restaurada Visitação Terça à Sábado - 09h às 17h Tempo de Visitação 30 min distância do centro de informações 7 km 1h34min

36 min

8 min

características Construída em alvenaria de pedra aparente no lado exterior, rebocada no interior. Possui cobertura em duas águas, apresentando o beiral e cimalha em cantaria. Edificação térrea com sótão, apresenta planta retangular dividida em duas metades por uma parede de pedra. Aberturas com requadros em madeira, vergas retas e fechamento em folhas de madeira. Atualmente abriga o ateliê e loja de artesanto Casa de Pedra.

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PATRIMÔNIO Sobrado Família Bocardo ENDEREÇO Estrada Geral Rio Maior (SC 446 KM 12) localidade Rio Maior ANO DA CONSTRUÇÃO 1921 uso Residencial - Hospedagem Alternativa Tombamento Estadual - FCC estado de conservação Restaurada Visitação Externa Tempo de Visitação 20 min distância do centro de informações 6,4 km 1h27min

34 min

7 min

características Exemplar da arquitetura Ítalo-brasileira, o sobrado rural de planta retangular com dois pavimentos encontra-se implantada em terreno com aclive, possuindo entorno de grande beleza. A cobertura de duas águas com cimalhas de tijolos em diagonal, apresentando cunhais na fachada principal e lambrequim nos beirais. Possui fachada com seqüência de aberturas de vergas retas e esquadrias de madeira maciça almofadada. Foi construído em base de pedra bruta, com paredes de tijolo maciço, com reboco de barro e cal, que variam de 20 a 50 centímetros de largura. Cobertura com estrutura de madeira em duas águas com telhas de barro.

56


PATRIMÔNIO Sobrado Família Mazzico ENDEREÇO Estrada Geral Rio Maior (SC 446) localidade Rio Maior ANO DA CONSTRUÇÃO 1912/1922 uso Sem Uso Tombamento Estadual - FCC estado de conservação Bom Visitação Externa Tempo de Visitação 10 min distância do centro de informações 7,7 km 1h43min

38 min

9 min

características Em estilo colonial, este sobrado foi construído em 02 etapas. Possui recuo considerável em relação à rodovia, localizando-se mais próximo da área verde do terreno. Consiste em um sobrado de dois pavimentos com cobertura em duas águas revestidas com telha Canae. Abriagava a atividade de comércio no pavimento térreo e residencial no superior. Trata-se de uma edificação austera, onde se destaca os trabalhos das cimalhas e os requadros das aberturas, que na parte mais nova são de argamassa e na mais antiga são de madeiras. Nas empenas laterais da edificação encontra-se lambrequim de madeira acompanhando o beiral. A parte inicial do sobrado foi construída de pedras brutas com argamassa de barro e cal. Já a segunda fase dele foi construída de tijolo maciço e argamassa de barro. A base do sobrado, em sua totalidade, foi feito de pedra bruta, com peças de até um metro de comprimento.

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PATRIMÔNIO Antiga Vinícola Caruso Macdonald ENDEREÇO Estrada Geral Rio Maior (SC 446 KM 12) localidade Rio Caeté ANO DA CONSTRUÇÃO 1935 uso Religioso Tombamento estado de conservação Restaurada Visitação Sim Tempo de Visitação 20 min distância do centro de informações 5,7 km 1h14min

28 min

11 min

características igreja em estilo bizantino, projetada por um arquiteto russo de passagem na época. Seu estilo é único no município. As pedras para o alicerce foram trazidas de Rio Salto e os tijolos, a areia e as telhas, transportados de trem da localidade de Esplanada.

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PATRIMÔNIO Sobrado Família Mazzico ENDEREÇO Rua César Mariot, 383 localidade Centro ANO DA CONSTRUÇÃO 1913 uso Sem Uso/Fábrica de Vermute Tombamento estado de conservação Precário Visitação Agendada Tempo de Visitação 30 min distância do centro de informações 0,50 km 6 min

2 min

2 min

características Edificação datada de 1913, fundada pelo jornalista Giuseppe Caruso Mac Donald, responsável pela introdução da uva Goethe na região. No seu auge, a empresa chegou a ter capacidade de estocagem de dois milhões de litros em seus tonéis de tijolo maçico aparente, Atualmente a antiga vinícola é dividida em uma parte desativada (sem cobertura) e outra onde ainda se produz vermute.

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PATRIMÔNIO Conjunto ed. Vinícola Cadorin (18) ENDEREÇO Rua Américo Cadorin 43, 61 e 83 localidade Centro ANO DA CONSTRUÇÃO 1927 uso Parte do conjunto em uso comercial Tombamento Estadual - FCC estado de conservação Precário Visitação Externa Tempo de Visitação 1 hora distância do centro de informações 0,35 km 4 min

2 min

1 min

características Com influências do estilo ítalo-brasileiro, adaptado às técnicas e às características da construção local, foram construídas com tijolos maciços sobre alicerce de pedra bruta. Conjunto de 3 construção em terreno irregular, possibilitando assim diversos níveis e acessos nas edificações. Esta edificação também possui alinhamento com o passeio público, sendo considerado este uma extensão da casa. A cor original do conjunto é a que se encontra até hoje: predominância branca com detalhes e aberturas em marrom. As construções já agrigaram um das mais importantes indústrias vinícolas do Estado.

60


PATRIMÔNIO Igreja Matriz N. S. da Conceição (17) ENDEREÇO Praça Anita Garibaldi 06 localidade Centro ANO DA CONSTRUÇÃO 1923/1945 uso Religioso Tombamento Estadual - FCC estado de conservação Bom Visitação 08:00 às 22:00, Quarta até 16:00 Tempo de Visitação 30 min distância do centro de informações 0,35 km 4 min

2 min

1 min

características Com arquitetura eclética e traços neoclássicos, está situada estrategicamente elevada em relação ao nível da praça, possuindo então uma imponente escadaria de acesso. A construção ocorreu entre 1923 (Campanário - torre com sinos) e 1945 (Igreja). O interior da edificação possui desenhos e pinturas feitas por Pedro Cechet, presbitério (altar central) em mármore com detalhes em madeira ladeado pela imagem da Padroeira Nossa Senhora da Conceição e do Padroeiro da Diocese São José juntamente com quatro anjos adoradores, cópia fiel em gesso da obra “La Pietà” doada pelo Papa Paulo VI no centenário da cidade em 1978. A edificação é um importante marco da colonização italiana, pelo estilo e decoração. O sino e o relógio foram trazidos da Itália. A Gruta Nossa Senhora de Fátima fica próxima à Igreja Matriz e é aberta para visitação.

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PATRIMÔNIO Casa Fornasa (16) ENDEREÇO Praça Anita Garibaldi esq. Rua Américo Cadorin 6 localidade Centro ANO DA CONSTRUÇÃO 1892 uso Sem uso Tombamento Estadual - FCC estado de conservação Precário Visitação Externa Tempo de Visitação 5 min distância do centro de informações 0,3 km 4 min

2 min

1 min

características Uma das edificaçöes mais antigas da Praça Anita Garibaldi, foi a primeira casa a receber instalação sanitária em 1927. Com facha assimétrica, possui numa das extremidades um pequeno volume superior em duas águas, na fachada voltada para a praça. Constru;ida com paredes autoportantes de tijolos maciços assentados sobre fundação de pedra.

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PATRIMÔNIO Primeira Prefeitura (15) ENDEREÇO Praça Anita Garibaldi 14 localidade Centro ANO DA CONSTRUÇÃO 1902 uso Institucional Tombamento Estadual - FCC estado de conservação Bom Visitação 8:00 às 12:00, 13:00 às 17:00 Tempo de Visitação 10 min distância do centro de informações 0,28 km 4 min

2 min

1 min

características Edificação térrea em estilo ítalo-brasileiro, já abrigou a Prefeitura Municipal e atualmente é local para a Biblioteca Municipal. Alé de sua importância histórica, é possuidora de elementos arquitetônicos que marcam a primeira fase da ocupação da praça. Sua fachada é simétrica, composta por aberturas com verga e arco pleno e platibanda balaustrada encimada por ânforas (vasos de origem grega).

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PATRIMÔNIO Casa Damiani (14) ENDEREÇO Praça Anita Garibaldi 17 localidade Centro ANO DA CONSTRUÇÃO 1929 uso Comercial - Bar Tombamento Estadual - FCC estado de conservação Precário Visitação Horário comercial Tempo de Visitação 20 min distância do centro de informações 0,28 km 4 min

2 min

1 min

características Sobrado de pequeno porte, com térreo mais sótão e pequenas aberturas superiores nas laterais. Teve sua fachada frontal alterada por causa do uso atual da edificação. Com simplicidade e sobriedade a fachada possui platibanda em desníveis coroada com arco abatido, dando destaque para a abertura que compõe o desenho da platibanda.

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PATRIMÔNIO Casa Iva Damian (13) ENDEREÇO Praça Anita Garibaldi 73 localidade Centro ANO DA CONSTRUÇÃO 1896 uso Comercial Tombamento Estadual - FCC estado de conservação Bom Visitação Horário comercial Tempo de Visitação 5 min distância do centro de informações 0,24 km 3 min

1 min

1 min

características Edificação térrea com linhas da arquitetura colonial luso-brasileira. Apresenta cobertura em duas águas, arrematada por platibanda frontal. A facha principal possui linhas tênues e alinhamento com o passeio público, liberando os fundos do terreno que tem acesso ao Rio Urussanga. A fachada lateral apresenta elementos da arquitetura ítalo-brasileira, com uma escada de acesso ao sótão coberta por um telhado independente com ornamentos (lambrequins).

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PATRIMÔNIO Casa Miotello (12) ENDEREÇO Praça Anita Garibaldi 87 localidade Centro ANO DA CONSTRUÇÃO 1943 uso Comercial Tombamento Estadual - FCC estado de conservação Bom Visitação Hora’rio Comercial Tempo de Visitação 5 min distância do centro de informações 0,22 km 3 min

1 min

1 min

características Em estilo eclético, foi construída com paredes autoportantes de tijolo maciço sobre pedras brutas. Com dois pavimentos, alinhase ao passeio. Possui porão alto e entrada principal lateral. O telhado é rodeado por platibanda que possui movimento curvo, acompanhando a verga do arco abatido da janela central.

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PATRIMÔNIO Casa Césaro (11) ENDEREÇO Praça Anita Garibaldi 100 localidade Centro ANO DA CONSTRUÇÃO 1937 uso Comercial Tombamento Estadual - FCC estado de conservação Precário Visitação Horário comercial Tempo de Visitação 10 min distância do centro de informações 0,17 km 2 min

1 min

1 min

características Com influência portuguesa, possui volumetria simples, com telhado em duas águas, janelas com venezianas e composição de fachada com cheios e vazios. Construída em parede autoportante de tijolo maçico inteiro assentando em argamassa de argila, tem como linguagem arquitetônica a luso-brasileira.

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PATRIMÔNIO Casa Bez Batti (10) ENDEREÇO Praça Anita Garibaldi, 110 localidade Centro ANO DA CONSTRUÇÃO 1936 uso Comercial Tombamento Estadual - FCC estado de conservação Bom Visitação Externa Tempo de Visitação 5 min distância do centro de informações 0,16 km 2 min

1 min

características Estilo eclético marcado pela presença das varandas laterais e porões altos. Possui fachada assimétrica

68

1 min


PATRIMÔNIO Palácio de Lucca (9) ENDEREÇO Avenida Presidente Vargas 128/132 localidade Centro ANO DA CONSTRUÇÃO 1896 uso Comercial Tombamento Estadual - FCC estado de conservação Bom Visitação Horário comercial Tempo de Visitação 5 min distância do centro de informações 0,14 km 2 min

1 min

1 min

características Exemplar da arquitetura ítalo-brasileira, esta edificação está alinhada ao passeio e possui fachada assimétrica, onde se destaca o ritmo da sucessão de aberturas frontais com requadros em pedra e balcão com guarda corpo de ferro trabalhado. A fachada encontra-se muito poluída por letreitos e marquises.

69


PATRIMÔNIO Casa Lucas Bez Batti (8) ENDEREÇO Praça Anita Garibaldi 146 localidade Centro ANO DA CONSTRUÇÃO 1925 uso Comercial Tombamento Estadual - FCC estado de conservação Bom Visitação Horário comercial Tempo de Visitação 5 min distância do centro de informações 0,12 km 2 min

1 min

1 min

características Edificação térrea, alinhada ao passeio, em estilo eclético com traços neoclássicos. A fachada frontal é simétrica e ricamente ornamentada. O telhado é limitado frotalmente por platibanda vazada com pináculos e pilastras balaustradas, rompida por frontão triangular.

70


PATRIMÔNIO Casa Caetano Bez Batti (7) ENDEREÇO Praça Anita Garibaldi 166 localidade Centro ANO DA CONSTRUÇÃO 1936 uso Comercial Tombamento Estadual - FCC estado de conservação Bom Visitação Hora’rio Comercial Tempo de Visitação 5 min distância do centro de informações 0,1 km 1 min

1 min

1 min

características Com características ecléticas, sofreu influência volumétrica dos sobrados ítalos-brasileiros. Com dois pavimentos apresenta volumetria assimétrica e sem ritmos de aberturas e formas. O telhado em duas águas é acabado por platibanda com diferentes formas geométricas, acentuando a assimetria da edificação.

71


PATRIMÔNIO Casa Mazzucco, Marlene Rosa (6) ENDEREÇO Praça Anita Garibaldi, 180 localidade Centro ANO DA CONSTRUÇÃO 1914 uso Comercial Tombamento Estadual - FCC estado de conservação Bom Visitação Externa Tempo de Visitação 5 min distância do centro de informações 80 m 1 min

1 min

1 min

características Com traços da arquitetura ítalo-brasileira, apresenta volumetria avantajada de dois pavimentos, alinhada ao passeio, possui fachada simétrica simples, com aberturas toscas. Possui telhado em duas águas com platibanda frontal destoando do resto da edificação por seu acabamento atípico, com paredes construídas de alvenaria autoportante com tijolos maciços de barro assentados sobre fundação de pedra.

72


PATRIMÔNIO Casa Búrigo (5) ENDEREÇO Praça Anita Garibaldi 209 localidade Centro ANO DA CONSTRUÇÃO 1944 uso Comercial Tombamento Estadual - FCC estado de conservação Bom (descaracterizada) Visitação Hora’rio Comercial Tempo de Visitação 5 min distância do centro de informações 0,1 km 1 min

1 min

1 min

características Com características do estilo Art Déco, este sobrado possui formas simples, aberturas de linhas retas e geometria de elementos verticais e círculos. A edificação expressa a fase posterior de consolidação da imagem arquitetônica da praça e hoje placas de propaganda acabam descaracterizando sua fachada.

73


PATRIMÔNIO Casa Carmela Bez Batti (4) ENDEREÇO Praça Anita Garibaldi esq. Trav, Domingos Rocha localidade Centro ANO DA CONSTRUÇÃO 1948 uso Misto Tombamento Estadual - FCC estado de conservação Bom Visitação Hora’rio Comercial Tempo de Visitação 5 min distância do centro de informações 70 m 1 min

1 min

1 min

características Com influências Art Déco, a fachada possui composições lineares, linhas que enfatizam as formas geométricas. As janelas são ornamentadas com bordas em auto-relevo e há a valorização da esquina. Atualmente está descaracterizada devido ao uso dado a edificação.

74


PATRIMÔNIO sobrado Nichele (1) ENDEREÇO Avenida Presidente Vargas 7 localidade Centro ANO DA CONSTRUÇÃO 1907 uso Sem Uso Tombamento Estadual - FCC estado de conservação Precário Visitação Externa Tempo de Visitação 30 min distância do centro de informações 0 km 0 min

0 min

0 min

características Sobrado eclético com influência neoclássica, de planta quadrangular de dois pavimentos alinhados ao passeio. Com uma diversidade de elementos construtivos e ornamentos no estilo eclético, este sobrado possui grande valor estético e histórico. Possui platibanda com elementos em forma de pináculos e é arrematado por um frontão de formas curvilíneas. A relação de cheios e vazios é desequilibrada pelo grande número de aberturas nas fachadas. A simetria da fachada principal é marcada por suas grandes portas e janelas guarnecidas por balcão corrido com gradil de ferro forjado.

75


PATRIMÔNIO Casa Nichele (2) ENDEREÇO Avenida Presidente Vargas 27 localidade Centro ANO DA CONSTRUÇÃO 1908 uso Residencial Tombamento Estadual - FCC estado de conservação Bom Visitação Externa Tempo de Visitação 5 min distância do centro de informações 20 m 1 min

1 min

1 min

características Edificação térrea, com fachada neoclássica. Com o sótão alterado se assemelha aos demais sobrados da Praça Anita Garibaldi. Apresenta cunhais que se ligam através de frisos e platibanda centralizada por pequeno frontão, onde encontram-se as iniciais do primeiro proprietário e a data da construção.

76


PATRIMÔNIO Casa Bettiol, Adélia e Olinda (3) ENDEREÇO Avenida Presidente Vargas 43 localidade Centro ANO DA CONSTRUÇÃO 1933 uso Residencial Tombamento Estadual - FCC estado de conservação Bom Visitação Externa Tempo de Visitação 5 min distância do centro de informações 35 m 1 min

1 min

1 min

características Em uma das principais vias do centro de Urussanga, a construção possui grande requinte de detalhes. A fachada principal tem como ponto alto a porta de acesso principal mais larga, envidraçada de quatro folhas. A platibanda ao centro possui um pequeno frontão contornado por volutas, onde está escrita a data de construção.

77


PATRIMÔNIO Estação de Trem ENDEREÇO Rua Lúcia Delfino da Rosa localidade Estação ANO DA CONSTRUÇÃO 1925 uso Institucional Tombamento Municipal estado de conservação Bom Visitação Hora’rio Comercial - Sábado 9:00 às 12:00 Tempo de Visitação 30 min distância do centro de informações 1,3 km 16 min

3 min

4 min

características Estação da Estrada de Ferro Dona Teresa Cristina, foi construída em alvenaria de tijolos e possui cobertura em quatro águas avançadas na plataforma de acesso e torreão na lateral. Atualmente é sede da Associação Pro-Goethe e do Centro de Informações turísticas. Faz parte dos “Bens declarados valor histórico, artístico e cultural” na “Lista do Patrimônio Cultural Ferroviário” do IPHAN.

78


PATRIMÔNIO Vinícola Mazon ENDEREÇO Rodovia Genésio Mazon (km 5) localidade São Pedro ANO DA CONSTRUÇÃO 1970 uso Vinícola, Restaurante e Pousada Tombamento estado de conservação Bom Visitação Seg. à Sex. das 8:00 às 17:00h. Sáb., Dom. das 10:00 às 15:00h. Tempo de Visitação 2 horas distância do centro de informações 5,9 km 1h12min

20 min

11 min

características Entre as variedades introduzidas na vinícola, merece destaque a Goethe que possui características próprias que diferenciam o seu vinho das demais cepas cultivadas. Os parreirais da Vigna Mazon abrangem as variedades GOETHE, NIAGARA e ISABEL, correspondendo a 50% da necessidade para produção dos vinhos. Além destas cepas, adquire-se das Serra Gaúcha e Serra Catarinense a uva Cabernet Sauvignon e Merlot. A propriedade, hoje, agregou mais um segmento produtivo, o de serviços através do turismo. Os consumidores podem desfrutar de momentos agradáveis complementados com degustação dos vinhos, alimentação e hospedagem.

79


PATRIMÔNIO Vinhos Trevisol ENDEREÇO Estrada Geral do Rio Caeté s/n localidade Rio Caeté ANO DA CONSTRUÇÃO uso Vinícola Tombamento estado de conservação Bom Visitação Seg. à Sáb. das 8:00 às 18:00h. Dom. das 09:00 às 16:30h. Tempo de Visitação 1 hora distância do centro de informações 6,2 km 1h21min

30 min

9 min

características Visita aos parreirais próprios, produção de vinhos, sucos e degustação. Faz parte da associação de produtores de vinho Progoethe.

80


PATRIMÔNIO Viniícola Casa del nonno ENDEREÇO Rua Olívio G. Mariot 79 localidade Centro ANO DA CONSTRUÇÃO 1975 uso Vinícola Tombamento estado de conservação Bom Visitação Seg. à Sex. das 8:00 às 18:00h. Sábado 08:00 às 12:00h. Tempo de Visitação 1 hora distância do centro de informações 0,4 km 5 min

2 min

1 min

características Com o objetivo de produzir uma variação de vinhos e espumantes de elevado padrão de qualidade, a Vitivinícola emprega os cuidados artesanais repassados pelas gerações, aliando-os aos modernos métodos de vinificação. Desta forma, a transformação da uva em vinho resulta em rótulos superiores, garantindo satisfação e bem-estar aos paladares mais exigentes. Os principais vinhedos da vinícola, são os vinhedos de Urussanga, situados na localidade de Rio Salto a 8 km do centro da cidade. Faz parte da associação Progoethe.

81


PATRIMÔNIO Dando um destaque ao entorno da praça Anita Garibaldi, que concentra o maior número de edificações tombadas - 18 no total - e é o principal centro urbano desde o início da colonização, o mapa a seguir mostra as construções tombadas no entorno da praça e seu atual estado de conservação. 17

3

18

1

15 16

14

2 Praça Anita Garibaldi

4

13 12

11 10 9 8 7 5

6 4

1 2 3 Escala 1/2000

82


PATRIMÔNIO 2

1

Fig. 35: Igreja Matriz Nossa Senhora da Conceição.

3

Fig. 36: Praça Anitta Garibaldi e o entorno com bens tombados.

4

Fig. 37: Antiga Vinícola Cadorin.

Fig. 38: Edificações tombadas no entorno da Praça.

LEGENDA Edificação tombada em nível estadual em bom estado de conservação Edificação tombada em nível estadual em precário estado de conservação

83


OS ROTEIROS Fig. 39: PatrimĂ´nio e a paisagem.


Após a execução das fichas com as principais edificações com valor histórico e potencial turísitco na cidade, podese ver quais construções poderiam fazer parte dos roteiros, valorizando-as, valorizando o patrimônio, a identidade do munícipio e criando novas opções de renda para os proprietários.


Fig. 40: Vias e a paisagem natural


ROTEIROS A partir do levantamento de todos os potenciais da cidade de Urussanga, criou-se roteiros que abrangem tanto as vinícolas, como os patrimônios materiais e imateriais. Assim, foi desenvolvida três rotas para que seja possível realiza-las de três diferentes meios, a pé, de bicicleta ou de carro. A seleção das vias que fazem parte dos roteiros é justificada pela sua beleza cênica das paisagens rurais bucólicas, pela presença dos trilhos da ferrovia criando uma ambiência única, pela sua estrutura com ciclovias e calçadas acessíveis ou pela diversidade de usos. A cartografia para o uso do turista, deve explicar com clareza e simplicidade as informações através dos mapas. É a partir do “conjunto de significados representados nesse mapa turístico, através dos signos (simbologia), orientação e escala, que o visitante irá se guiar para conseguir chegar ao lugar desejado com mais facilidade e entendimento” (ULLER, 2010, p. 49).

Fig. 41: Vias revitalizadas com calçadas acessíveis e ciclovias.

Fig. 42: Via pitoresca com características rurais.

Fig. 43: Ferrovia paralela às vias.

Fig. 44: Via central cercada de comércio e edificações.

87


ROTEIROS 4

3 2

5 1

6

7 Escala 1/7500

88


ROTEIROS ROTEIRO A 1 Sobrado Nichele 2

3 4 5 6

Roteiro no centro da cidade, sendo possível realizá-lo a pé. Engloba desde o patrimônio Praça Anita Garibaldi histórico da antiga estação ferroviária do Entorno formado por 18 casarios município até o conjunto de edificações históricos tombados pela FCC tombadas no entorno da Praça Anita Garibaldi. Subindo a escadaria, encontra-se a Igreja Matriz Igreja Nossa Senhora da Conceição N. S. da Conceição e uma visão panorâmica da cidade. Seguindo é possível ver a primeira Antiga Vinícola Caruso MacDonald vinícola de Urussanga, atualmente inativa, a Caruso MacDonald e posteriormente conhecer Vinícola del Nonno e degustar os vinhos da Vinícola Del Nonno. Já no Parque Municipal encontra-se uma área de Parque Municipal Ado Cassetari Vieira 8 hectares e o Museu da Imigração Italiana. Museu da Imigração

7 Estação Ferroviária

2,6 km

4h

3h40min 3h30min

Fig. 45: Entorno da Praça.

DE

PARA

DISTÂNCIA (km)

Casarão Nichele

Praça Anita Garibaldi

0,2

Praça Anita Garibaldi

Igreja N. S. da Conceição

0,1

Igreja N. S. da Conceição

Antiga Vinícola MacDonald

0,3

Antiga Vinícola MacDonald

Vinícola Del Nonno

0,35

Vinícola Del Nonno

Parque Municipal

0,6

Parque Municipal

Estação Ferroviária

1,1

Estação Ferroviária

Casarão Nichele

1,4

TOTAL

2,6 89


ROTEIROS

7 6

8 1

4

2 3 5

Escala 1/50000

90


ROTEIROS ROTEIRO B 1 Sobrado Nichele

Roteiro que abrange o centro e o sul da cidade, dando destaque para as vinícolas do município. A partir do Casarão Nichele segue até o bairro São Pedro, onde situamse as vinícola De Noni e Mazon. Então, há o conjunto de edificações tombadas no entorno da Praça Anita Garibaldi. Subindo a escadaria, encontra-se a Igreja Matriz N. S. da Conceição e uma visão panorâmica da cidade. Seguindo é possível conhecer e degustar os vinhos da Vinícola Del Nonno. Um pouco mais afastada do centro encontra-se a localidade do Rio Caeté, em que existem edificações históricas, como a Igreja Santo Antônio, e também a Vinícola Trevisol.

2 Vinícola De Noni 3 Vinícola Mazon 4 Estação Ferroviária 5 Vinícola Trevisol 6 Vinícola Del Nonno 7 Igreja N. S. da Conceição 8 Praça Anita Garibaldi

25 km

-

Fig. 46: Igreja Santo Antônio.

DE

7,0h

PARA

DISTÂNCIA (km)

Casarão Nichele

Vinícola Mazon

6,3

Vinícola Mazon

Vinícola De Noni

0,3

Vinícola De Noni

Estação Ferroviária

5,5

Estação Ferroviária

Vinícola Trevisol

6

Vinícola Trevisol

Vinícola Del Nonno

6,1

Vinícola Del Nonno

Igreja N. S. da Conceição

0,5

Igreja N. S. da Conceição

Praça Anita Garibaldi

0,1

Praça Anita Garibaldi

Casarão Nichele

1,4

TOTAL

6,0 h

25 91


ROTEIROS 6 5

4

7

2

8

3 2

2 11

9

Escala 1/50000

92


ROTEIROS ROTEIRO C 1 Sobrado Nichele

Roteiro dando um destaque para as edificações tombadas em nível federal e também ao 2 Praça Anita Garibaldi conjunto de edificações tombadas (FCC) no Entorno formado por 18 casarios entorno da Praça Anita Garibaldi. Subindo a históricos tombados pela FCC escadaria, encontra-se a Igreja Matriz N. S. da Conceição e uma visão panorâmica da Igreja Nossa Senhora da Conceição 3 cidade e de bens tombados. Seguindo para o Norte, na comunidade Rio Maior é possível ver duas edificações protegidas pela IPHAN, 4 Igreja são Gervásio e Protásio a Igreja São Gervásio e São Protásio e a Casa 5 Casa Ivanir Cancelier Ivanir Cancelier, além das casa de Pedra Cancelier, Sobrado da Família Soratto e o da 6 Casa de Pedra Cancelier Família Bocardo. Voltando para o Centro, na localidade Rio América Baixo, encontra-se 7 Casa Família Bez Fontana outra edificação tombada em nível nacional, a Casa da Família Bez Fontana. Posteriormente 8 Vinícola del Nonno conhecer e degustar os vinhos da Vinícola Del Nonno. Já no Parque Municipal encontra-se 9 Parque Municipal Ado Cassetari Vieira uma área de 8 hectares e o Museu. Museu da Imigração

18,4 km

DE

5,5h

PARA

DISTÂNCIA (km)

Casarão Nichele

Praça Anita Garibaldi

1,4

Praça Anita Garibaldi

Igreja N. S. da Conceição

0,1

Igreja N. S. da Conceição

I. São Gervásio e Protásio

6,3

I. São Gervásio e Protásio

Casa Ivanir Cancelier

0,2

Casa Ivanir Cancelier

Casa de Pedra Cancelier

0,6

Casa de Pedra Cancelier

Casa Bez Fontana

8,5

Casa Bez Fontana

Vinícola Del Nonno

1

Vinícola Del Nonno

Parque Municipal

0,55

Parque Municipal

Casarão Nichele

0,75

TOTAL

4,5 h

18,2 93


ROTEIROS Conclusão dos Roteiros Durante a elaboração dos roteiros turísticos percebeu-se a falta de um elemento estruturador que ajudaria, na prática, a realização dos roteiros e no desenvolvimento do turismo na região. A edificação seria, então, o ponto de partida e o ponto final dos percursos e daria toda a estrutura que os visitantes necessitariam para a realização dos mesmos, como acesso as informações turísticas e aos mapas, espaços destinados à alimentação e aluguel de equipamentos, como bicicleta. Então foi escolhida uma área de intervenção que fosse de fácil acesso e de grande valor para a cidade podendo se tornar, assim, um novo ponto turístico para o município. Após entrevistas realizadas na Praça Anita Garibaldi com aproximadamente 40 pessoas, notou-se, através das respostas da população urussanguense, que a cidade carece de opções de lazer e de cultura. Então, o projeto arquitetônico busca conciliar o desejo da população de Urussanga com a necessidade deste elemento estruturador e centralizador para o desenvolvimento turístico da cidade.

Ponto de Partida Na busca da área de intervenção, analisou-se os seguintes requisitos: • • • • • • •

Ser uma área de fácil acesso. Ser na área central da cidade, próximo à Praça Anita Garibaldi. Ser uma área de valor histórico, apresentar uma edificação tombada por exemplo. Ser um espaço sem uso e ter a necessidade de requalificação Ser um espaço suficiente para implantar uma intervenção arquitetônica. Ser uma área de importante valor para cidade, um marco. Ter uma conexão com o rio Urussanga.

94


ROTEIROS Ponto de Partida

Fig. 47: Praรงa Anita Garibaldi

95


A CASA Fig. 48: Sobrado Nichele.


Durante o processo de desenvolvimento dos roteiros, percebeu-se a falta de um elemento estruturador, a falta de um ponto de partida e final dos roteiros, um lugar que ajudasse no crescimento do turismo e da cidade, assim como abrigar um novo local de lazer e cultura para Urussanga. Buscou-se, entĂŁo, uma ĂĄrea que fosse central e de grande representatividade para intervir..


Fig. 49: Vista do Sobrado Nichele a partir da Rua BarĂŁo do Rio Branco.


ÁREA DE INTERVENÇÃO A partir do diagnóstico da região e da definição dos roteiros turísticos para Urussanga, percebeu-se a falta de um elemento centralizador dos roteiros, que realmente faça com que os mesmos gerem um novo olhar para o valor do patrimônio histórico. Portanto, foi escolhida a região da cidade com um importante valor histórico, a praça Anita Garibaldi, que desde o início da colonização em 1878 até hoje, é reconhecida como a área central da cidade e preserva ainda sua forma triangular original. É considerada a primeira e única centralidade urbana de relevância em Urussanga. Foi a partir dela que se deu a expansão urbana e sempre serviu e ainda serve como local para os principais acontecimentos da cidade. Assim, o entorno da Praça Anita Garibaldi possui um rico conjunto de edificações históricas de características ítalobrasileiras - 18 bens tombados individualmente pela Fundação Catarinense de Cultura, com destaque para o Sobrado Nichele. Além de que a região é de fácil acesso, concentra o maior número de habitantes e apresenta uma grande diversidade de usos e fluxos.

N

Igreja N. S. da Conceição

Praça Anita Garibaldi

Sobrado Nichele

Fig. 50: Mapa Área de Intervenção.

99


ÁREA DE INTERVENÇÃO Sistema viário • • •

Principais: vias importantes de acesso e ligação com outras regiões do município. Secundárias: vias que conectam as principais e as locais Locais: vias de tráfego lento para circulação de veículos de áreas próximas

Legenda Vias principais Vias secundárias Vias locais Escala 1/7500

100


ÁREA DE INTERVENÇÃO Usos Nota-se uma diversificação de usos, ressaltando a importância dessa região para a cidade. Ao longo das principais vias do sistema viário há a predominância de edificações de uso misto, onde o térreo possui uma atividade comercial e também há um número considerável de edificações de uso exclusivo comercial. A presença da atividade comercial no térreo e a Praça Anita Garibaldi fazem com que a região tenha um importante fluxo de pessoas, gerando uma vivência interessante no local. Na área de intervenção, há a presença de diversos órgãos públicos, como a prefeitura, câmera dos vereadores, biblioteca pública, além de escolas, centro comunitário e igrejas, com destaque para a Igreja Matriz Nossa Senhora da Conceição. Além do Parque Municipal e das duas principais praças da cidade, a Praça Anita Garibaldi e a Praça Longarone, Urussanga possui poucas opções de lazer. Destaque para edificações de uso misto, com o térreo comercial e para algumas edificações sem uso ao longo da Praça.

Legenda Residencial Comercial Misto Serviço Industrial Sem uso Escala 1/7500

101


ÁREA DE INTERVENÇÃO Gabaritos

O gabarito predominantemente na cidade é de um e dois pavimentos. Há o surgimento de uma verticalização na cidade, principalmente nas vias mais importantes e também no entorno da Praça Anita Garibaldi. Essa verticalização prejudica as características históricas do centro, criando um contraste muito grande com as edificações tombadas. Portanto se nota que não há esse cuidado e uma fiscalização apropriada para que plano diretor do Município seja obedecido.

Urussanga ainda é uma cidade com a predominância de gabaritos baixos, porém já é percepitível o surgimento de edificações com mais pavimentos, principalmente ao longo das principais vias e na área central, o que não está de acordo com o plano diretor atual.

Legenda 1 pavimento 2 pavimentos 3 pavimentos 4 pavimentos 5 ou mais pavimentos Escala 1/7500

102


ÁREA DE INTERVENÇÃO Cheios e Vazios No mapa, em preto são as edificações, em branco os vazios e em azul o Rio Urussanga. Nota-se na maioria do território quadras irregulares e no lado leste do rio, um desenho urbano mais regular. As edificações são de pequeno porte e não ocupam o terreno em sua totalidade. Mesmo estando na área central da cidade, percebe-se já ainda um número alto de terrenos vazios e uma densidade maior próxima à Praça Anita Garibaldi e vias com maior importância para a cidade. Percebe-se que ao longo dessas vias, as construções apresentam pouco ou nenhum afastamento lateral e frontal, criando uma relação interessante com a cidade. Os vazios concentram-se uma região mais próxima ao Rio, sendo então ele um condicionante importante para o desenvolvimento da cidade. Concentração de edificações ao longo da Praça Anita Garibaldi (vazio em forma triangular) e basicamente sem afastamentos laterais e frontal. Edificações não respeitando a área de preservação da faixa marginal do Rio.

Escala 1/7500

103


Fig. 51: Grande terreno. Abandono e poluição visual


ÁREA DE INTERVENÇÃO O terreno Após análise da área central, notou-se o abandono de algumas edificações tombadas, destacando o Sobrado Nichele, considerado o símbolo e um marco de Urussanga. “A maioria demonstra uma preferência pela Casa Nichele, pela riqueza de detalhes e pelo local em que se encontra. Ao mesmo tempo em que a Casa Nichele é considerada a mais representativa no centro histórico ela foi apontada como um atraso ao desenvolvimento da cidade.” (CANCELLIER, 2015)

O terreno situa-se na Zona Urbana Central e na Zona de Especial Interesse Cultural-I que: Art. 18. Constituem objetivos específicos da Zona Urbana Central I - preservar e revitalizar o Patrimônio Histórico Arquitetônico, visando explorá-lo como atrativo turístico, bem como qualificar o espaço central da cidade e consolidar os referenciais urbanos; II - monitorar e fiscalizar as edificações históricas tombadas quanto ao seu uso e estado de conservação; III - limitar a altura das edificações; [...] V - reestruturar o centro comercial, transformando ruas com potencial para concentrar atividades de comércio, serviços e institucionais em Corredores de Urbanidade; [...] VIII - implantar parque linear fazendo uso das margens do Rio Urussanga. Art. 105. Constituem objetivos específicos da Área de Especial Interesse Cultural - I: I - preservar e qualificar as edificações existentes, enquanto patrimônio cultural e arquitetônico, de forma a manter suas características construtivas, resguardando a sua integridade enquanto elemento integrante da paisagem urbana; II - promover a sua utilização como atrativo turístico; III - elaborar Plano Específico de Área que estabeleça regras de uso e ocupação bem como parâmetros edilícios para o restauro, a manutenção e a adaptação de edificações históricas a novos usos ou realidades.

Rio Estacionam e

nto

Sobrado

Fig. 52: Terreno para intervenção e o mapa de zoneamento.

105


ÁREA DE INTERVENÇÃO CPD CONDICIONANTES POTENCIALIDADES

DEFICIÊNCIAS

A

Patrimônio

Casa é um símbolo e marco Sem uso, falta de conservação de Urussanga

B

Vegetação

Beleza cênica, preservação

-

C

Rio Urussanga

Potencial Paisagístico

Poluição, sem conexão com a edificação e com a cidade

D

Espaço Público

Proximidade com a Praça Anita Garibaldi. Relação púbico privado, edificação sem afastamento frontal

E

Relação Visual

Aberturas diretamente na Poluição Visual calçada. Marco visual

F

Publicidade

-

G

Ocupação

Entorno com espaço para Entorno com usos e gabaritos intervenção em conflito com o patrimônio

Outdoors, poluição visual

A casa A edificação é tombada em nível estadual pela Lei N. 3.464 de 23 de Novembro de 2001. A lei de número 5.846 de 1980 e a lei n. 9.342 de 1993 já mostravam interesse no valor histórico que a edificação tem para a memória do Município. Conhecida como Casarão Nichele ou Sobrado da Família Nichele, foi, originalmente, a residência da família e hoje ainda encanta pela beleza e originalidade. Posteriormente a casa já abrigou comércios variados, o Museu Municipal, uma escola de dança, a casa do Papai Noel, um depósito e atualmente está sem uso. A prefeitura, desde 1999, demonstra interesse em adquirir o imóvel, porém não possui condições financeiras para essa compra. A casa construída em 1907, está localizada no centro da cidade de Urussanga, na Avenida Presidente Vargas. O sobrado eclético torna-se um marco ao fechar a perspectiva da Rua Barão do Rio Branco. A edificação construída no alinhamento da via apresenta uma diversidade de elementos construtivos e uma planta retangular de dois pavimentos. Possui aberturas em verga de arco pleno e esquadrias em madeira com caixilhos envidraçados. A fachada voltada para a rua é marcada por um par de portas guarnecidas por uma sacada com gradil em ferro ornamentado. O telhado é disfarçado com o uso de platibanda balaustrada encimada por elementos em forma de pináculos e por um frontão de formas curvilíneas.

106


ÁREA DE INTERVENÇÃO N

Praça Anita Garibaldi

Patrimônio

Edificações altas conflitando com o patrimônio

D

Rio e Parque Linear

Ruas sem saída

Proximidade com a Praça

G

F Visual

E

A

Falta de conexão com o Rio

C B Visual

Patrimônio

Fácil acesso

Ruas sem saída

Escala 1/1000

107


ÁREA DE INTERVENÇÃO Planta Baixa Pavimento Térreo

LEGENDA

Varanda

Esc 1/100

Piso Cimento Piso Assoalho de Madeira

Bwc

Bwc

Piso Ladrilho Hidráulico

Sala Bwc Anexo ao sobrado em completo estado de degradação, não apresenta esquadrias e alguns comodos não possuem mais pavimentação.

Copa

Sem Pavimentação

Cozinha

Sala de Vidro

Depósito

Circulação Sala Comercial

Sala Comercial Sala Comercial

Av. Presidente Vargas

108


ÁREA DE INTERVENÇÃO Planta Baixa Segundo Pavimento Esc 1/100

Dormitório Dormitório Dormitório

Sala Estar/Jantar Dormitório

Varanda

109


ÁREA DE INTERVENÇÃO

Fig. 53: Detalhe do estado de conservação da fachada.

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ÁREA DE INTERVENÇÃO Estado de Convervação - Diagnóstico A partir da inspeção técnica visual, a olho nu, identificou-se problemas, como perdas aparentes, fissuras e trincas, ação do efeito da poluição atmosférica, crostas negras, deterioração da argamassa, descascamento da fachada, incrustações e de crescimento biológico (liquens) e alveolização. A edificação, como está situada em meio urbano, fica submetida á poluição atmosférica e acaba recebendo depósitos de materiais de coloração acinzentada e negra. A localização destes depósitos limita-se principalmente às zonas mais expostas à incidência das chuvas ou escorrimento da água. Por serem de cor escura acabam absorvendo mais radiação solar do que o material constituinte da fachada tendo por consequência uma dilatação maior. As crostas negras não só são esteticamente prejudiciais como são igualmente perigosas para a boa conservação da fachada de edifícios históricos. Percebe-se também o descascamento da fachada, fazendo com que parte da estrutura e alvenaria fiquem expostas, prejudicando a estabilidade da edificação. Devido aos seus antigos usos, houve intervenções na fachada como furações na parede para fixação de estruturas como toldos e letreiros. O interior da casa, atualmente sem uso, apresenta um nível razoável de conservação, porém foram feitas reformas que danificaram a arquitetura original da casa. O piso no térreo, por exemplo, foi alterado de assoalho para concreto, as tintas usadas na parede possuem cores diferentes da original e não são o tipo adequado de tinta para essa intervenção. Em uma volumetria anexa à casa, construída posteriormente, funcionava a cozinha, copa e uma “sala de vidro”- sala de jantar e estar com uma mesa de 18 lugares. Atualmente está completamente abandonada, sem esquadrias, apresentando diversos problemas como infiltração, liquens etc.

Fig. 54: Sobrado Nichele em 1994.

Fig. 55: Interior sem uso do Sobrado Nichele.

111


ÁREA DE INTERVENÇÃO Diagnóstico

LEGENDA Crostas Negras Descascamento e umidade Escorrimento Furos e intervenções na fachada Alvenaria aparente

112

Fachada Oeste Escala 1/100


ÁREA DE INTERVENÇÃO

Fachada Norte Escala 1/100

Fachada Sul Escala 1/100 113


ÁREA DE INTERVENÇÃO Análise da incidência solar no terreno Buscou-se analisar a interferência das edificações mais altas no terreno e também a melhor incidência solar para a futura intervenção arquitetônica. Nota-se que no solstício as edificações com gabarito elevado acabam sombreando o terreno e o sobrado.

21/12 - 09:00

21/12 - 15:00

20/06 - 09:00

20/06 - 15:00

114


ÁREA DE INTERVENÇÃO

22/09 - 09:00

22/09 - 15:00

20/03 - 09:00

20/03 - 15:00

115


DIRETRIZES Gerar uma elemento estruturador e ponto inicial e final dos roteiros turísticos. Dar um novo uso à edificação, criando uma diversidade de usos e atividades. Criar uma nova opção de lazer e cultura para a cidade. “A arquitetura é a única, entre as artes maiores, cujo uso faz parte de sua essência e mantém uma relação complexa com suas finalidades estéticas e simbólicas”. (CHOAY, 2006, p. 230)

As edificações históricas são consideradas um símbolo e a marca da cidade, portanto é preciso dar um uso às edificações abandonadas, de modo a trazer beneficio à sociedade e assim preservando, revitalizando e valorizando as edificações, que no caso de Urussanga são o símbolo da presença dos imigrantes italianos. É necessário aumentar a conscientização e a autoestima da sociedade despertando a história de formação das comunidades, consolidando sua identidade cultural. Os locais históricos recebem novos significados, tornando-os espaços de revitalização cultural, com um importante caldo de cultura para a inovação e a criatividade. (DIAS, 2006). Assim, aparece o turismo como uma forma de aprendizagem entre os povos e suas culturas, além de ser uma nova fonte de renda para a população e município. O casario histórico pode ser um atrativo turístico, podendo abrigar diferentes funções como restaurantes, espaços destinado a valorização dos produtos locais, como o vinho etc. E o uso da edificação deve proporcionar um retorno financeiro capaz de mantê-la em funcionamento e bancar a sua manutenção, autossustendando-se. (CANCILLIER, 2015). Torna-se uma experiência na qual a sociedade é questionada e sua história e identidade redescoberta. Assim, a arquitetura histórica e a contemporânea conversam-se entre si e criam esse espaço multifuncional. Seu desenho, suas formas, suas estruturas recriam atmosferas e contam histórias, levando em consideração a contribuição intelectual, econômica e cultural dos imigrantes italianos.

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DIRETRIZES Edificação contemporânea que valorize o Sobrado Nichele

Uma intervenção arquitetônica contemporânea viria a valorizar a edificação histórica, em que o novo e o antigo se encaram, interagindo permanentemente, um valorizando o outro.

Educação patrimonial Enogastrômico.

e conscientização, através de um Complexo

O valor do patrimônio é realmente valorizado quando se pode viver o espaço, permanecer um longo período para que, assim, possa entender o seu real valor. Então, cria-se uma viagem a história através da gastronomia, onde os habitantes locais podem desfrutar da cozinha típica com harmonização de vinhos e se orgulhar de sua história. Gerar uma arquitetura que explora as sensações do usuário do edifício a favor de contar a história de forma simbólica, apostando na vivência do espaço arquitetônico como fator-chave do espaço. O visitante, assim, trafega dentro do espaço que conta a história a cada passo e o faz refletir. Além da culinária, a instalação tem como objetivo se tornar um espaço de convivência. Um lugar onde os moradores e turistas possam desfrutar de belas imagens do centro de Urussanga.

Parque linear, aumentar a permeabilidade, criando novas conexões (cidadepatrimônio-água) Urussanga não valoriza e respeita o Rio e nem as edificações tombadas. Assim, é necessário criar conexões entre a cidade, o patrimônio e o rio, valorizando-os e criando novas experiências para a população. Com a maioria das edificações dando as costas para o rio, criar-se-ia uma arquitetura voltada tanto para o rio quanto para a cidade. A fim de criar novas conexões, aproveitar-se-ia as ruas sem saída do munícipio criando acessos ao futuro Parque linear descrito no Plano diretor e também uma nova ponte de pedestres aumentando a permeabilidade e conexão com o rio. O parque linear ajudaria a recuperação da mata ciliar ao longo do rio, respeitando a faixa marginal de preservação de 30 metros ou 15 metros em regiões já consolidadas, descrita pela lei federal 12.651/2012, criando um novo espaço público para a populção.

Limpeza Visual Retirar outdoors e criar uma unidade, padronização de letreiros do comércio e serviço, cabeamento subterrâneo, revitalização de calçadas e mobilidade urbana.

Projeto Luminotécnico – “Mise-en-scène” “Apresentar o monumento como um espetáculo”. (CHOAY, 2006. P. 215). A luz é a chave, é mais que algo físico, revela outra dimensão do monumento. É a luz da orientação, da imaginação, da criatividade.

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PARQUE LINEAR O parque linear O rio como importante elemento estruturador e ponto de partida para o desenvolvimento da cidade, hoje é um dos mais poluídos do estado e tem a cidade como uma barreira visual e ambiental. O rio, o patrimônio, a cidade não se relacionam, um não se beneficia do potencial do outro. Muitas edificações invadem a área de faixa marginal de preservação permanente, de 30 metros, determinada pela lei federal 12.651/2012. De acordo com o artigo 65, há a possibilidade de regularização de edificações que ocupam Áreas de Preservação Permanente não identificadas como áreas de risco “Para fins da regularização ambiental prevista no caput, ao longo dos rios ou de qualquer curso d’água, será mantida faixa não edificável com largura mínima de 15 (quinze) metros de cada lado. Em áreas urbanas tombadas como patrimônio histórico e cultural, a faixa não edificável poderá ser redefinida de maneira a atender aos parâmetros do ato do tombamento.“ A proposta visa, então, respeitar essa faixa de preservação, regularizar edificações já existentes e viabilizar uma diretriz presente no plano diretor da cidade, lei complementar número 8 aprovada em 2008. O plano tem como objetivo futuro “implantar parque linear fazendo uso das margens do Rio Urussanga” nas áreas consideradas Zona Urbana Central. O parque tornase também uma nova opção de lazer verde para a cidade, assim como um espaço apropriado para praticas esportivas, bicicletas e caminhada. Aproveita-se o terreno que hoje já possui uma quadra poliesportiva para aumentar a área e a permeabilidade com a cidade.

Fig. 56: Rio Urussanga e a mata ciliar

118

Fig. 57: Rio Urussanga e a cidade


PARQUE LINEAR N

Edificações tomabadas Área Verde

Escala 1/5000

119


A INTERVENÇÃO

Extensão da Praça Anita Garibaldi e conexão com a cidade

Valorização do marco visual

Av. Pres ide

nte Varg a

s

Rua Barão do Rio Branco

Criação de conexões pa sem sáida

120


A INTERVENÇÃO N

Parque linear ao longo do Rio Urussanga.

Criação de novas conexões para as ruas sem sáida e uma ponte de pedestres Aumentar a permeabilidade entre o rio e a cidade

LEGENDA Edificações Tombadas Área Verde Nova intervenção

Criar novas conexões com o rio

e novas ara as ruas Escala 1/750

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PROGRAMA O tema proposto objetiva preservar o símbolo de Urussanga, mantendo as características da arquitetura eclética das fachadas originais. Anexa ao sobrado, é proposta uma edificação nova para servir de apoio e complemento ao programa existente. O objetivo é criar uma edificação que fosse discreta em relação à pré-existente, que não a prejudicasse visualmente e sim a valorizasse. Esses elementos juntos compõem um complexo que pretende revitalizar uma área muito importante para cidade e proporcionar um incentivo a cultura de seus cidadãos. Criaria, então, um complexo enogastronômico em Urussanga, um roteiro edificado que vai desde a uva até a degustação do vinho, um espaço para gastronomia típica que conta a história de uma cultura. Um espaço que tem como conceito reunir alimentos de alta qualidade no mesmo local, e um lugar que se pode comer, degustar vinhos e além de tudo aprender sobre uma cultura. Possui o objetivo de gerar harmonia entre clientes, chefs, trabalhadores e fornecedores. Assim, a reabilitação da edificação e a intervenção contemporânea a transformam em um Complexo Turístico e Enogastronômico, ponto inicial e final dos roteiros turísticos, composto por:

Central de informações turísticas.

Bicicletário e espaço para aluguel de bicicletas.

Vestiários.

Loja de souvenir e artesanatos locais.

• Padarias, confeitarias, bares e restaurantes típicos que contam a história da colonização italiana. O local funcionaria como um espaço gastronômico organizado por especialidades, um novo ponto de encontro e lazer para a cidade. Os clientes, dependendo do tipo de sabores e refeições que desejam, podem se direcionar a diferentes áreas, um espaço para a cozinha mais rápida, como café, ou ambientes dedicados a comida típica italiana. • Museu “dissipado”, espaço explicativo sobre a cultura italiana, a produção do vinho e degustação e harmonização desse produto símbolo de Urussanga. • Heuriger, taberna típica dos vinhos austríacos, onde os produtores de vinho locais se encontram para servir os “vinhos novos” do ano. São locais caracterizados pela atmosfera da “comodidade e aconchego”.

Ponte de pedestre conectando as margens do Rio Urussanga.

• Pequena praça, sendo um prolongamento da Praça Anita Garibaldi, aumentando a conectividade com a cidade e com o Parque Linear na margem do Rio..

122


INTENÇÕES FORMAIS

#1 TERRENO

#2 NOVO VOLUME

#3 ABRIR PRAÇA CENTRAL

#4 ABRIR ACESSO AO RIO

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REFERÊNCIAS

Fig. 58: Museo Arqueológico de Vitoria - Francisco Mangado, Vitoria, Álava, Espanha.

Fig. 59: Jewish Museum Berlin - Daniel Libeskind, Berlim, Alemanha

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REFERÊNCIAS

Fig. 60: Felix Nussbaum Museum - Daniel Libeskind Osnabrück, Alemanha

Fig. 61: Lee Kong Chian School Medicine - LOOK Architects Singapura, Singapura.

Fig. 62: Music School Louviers - Opus 5 Louviers, França

Fig. 63: Royal Ontario Museum by Daniel Libeskind Toronto, Canada

Fig. 64: 60 Atlantic Avenue / Quadrangle Architects Toronto, Canada

Fig. 65: The Forum - 804 Studio Lawrence, EUA

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REFERÊNCIAS DE USO O edifício do final do século 19 abriga um dos maiores espaços gastronômicos da Espanha. São 4 restaurantes e 4 bares formando um “lugarespetáculo” que se tornou o novo ponto de encontro e lazer da população de Barcelona e também dos turistas.

Fig. 66: El Nacional Restaurante - Barcelona, Espanha

Fig. 67: Mercado Central - Abu Dhabi, Emirados Árabes

O Mercado central de Abu Dhabi, projetado por Norman Foster, está localizado em um dos locais mais antigos da cidade e esse projeto tem como objetivo reinventar o mercado, conferindo à cidade um novo coração cívico. O espaço combina a experiência de compra em lojas de alimentos e produtos artesanais com a característica da cultura árabe. Dentro do típico bazar árabe, estas atividades estão reunidas em uma arquitetura bem iluminada através do jogo de cores e fontes luminosas, que são alteradas conforme a mudança de espaço, praças e pátios.

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REFERÊNCIAS DE USO Eataly, famosa rede de “supermercados” italiana, é um espaço cujo conceito é reunir alimentos de alta qualidade em um lugar que se pode comer, degustar vinhos e aprender sobre culinária. Possui o objetivo de gerar harmonia entre clientes, chefs, trabalhadores e fornecedores. Em Turim, houve a reforma de uma antiga fábrica para abrigar o local.. Fig. 68: Eataly - Turim, Itália

Fig. 69: Heuriger - Viena, Áustria

Heuriger, taberna típica dos vinhos austríacos, onde os produtores de vinho locais se encontram para servir os “vinhos novos” do ano. São locais caracterizados pela atmosfera da “aconchego”, Gemütlichkeit, em alemão, em que os produtores e os frequentadores compartilham o vinho, a comida típica e música tradicional. Típico da Áustria, o Heuriger surgiu em Agosto de 1784, quando o imperador austríaco Joseph II publicou um decreto que permitia a todos os moradores abrirem estabelecimentos para venderem e servirem seus vinhos e outros alimentos.

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LISTA DE FIGURAS Figura 1: Acervo Pessoal Figura 2: Acervo Pessoal Figura 3: Acervo Pessoal Figura 4: Acervo Pessoal Figura 5: Acervo Pessoal Figura 6: Adaptada a partir de https://pt.wikipedia.org/wiki/Urussanga Acesso em: 17/12/2015 Figura 7: http://www.citybrazil.com.br/sc/urussanga/index.php Acesso em: 19/12/2015 Figura 8: Adaptada a partir de MACARI, Anelise Christine. Urussanga - Tempo, Espaรงo e Gente. Figura 9: Adaptada a partir de MACARI, Anelise Christine. Urussanga - Tempo, Espaรงo e Gente. Figura 10: http://www.lamanaveia.com.br/lnv/wp-content/fotos/urussanga/uru_centro2.jpg Acesso em: 21/02/2016 Figura 11: http://www.cidades.ibge.gov.br/painel/populacao.php?lang=&codmun=421900&s earch=santa-catarina|urussanga|infogr%E1ficos:-evolu%E7%E3o-populacional-e-pir%E2mideet%E1ria Acesso em 12/12/2015 Figura 12: http://www.cidades.ibge.gov.br/painel/populacao.php?lang=&codmun=421900&s earch=santa-catarina|urussanga|infogr%E1ficos:-evolu%E7%E3o-populacional-e-pir%E2mideet%E1ria Acesso em 12/12/2015 Figura 13: http://www.cidades.ibge.gov.br/painel/populacao.php?lang=&codmun=421900&s earch=santa-catarina|urussanga|infogr%E1ficos:-evolu%E7%E3o-populacional-e-pir%E2mideet%E1ria Acesso em 12/12/2015 Figura 14: http://www.urussanga.sc.gov.br/cms/pagina/ver/codMapaItem/56950 Acesso em 10/10/2015 Figura 15: http://www.urussanga.sc.gov.br/cms/pagina/ver/codMapaItem/56950 Acesso em 10/10/2015 Figura 16: Acervo Pessoal Figura 17: http://www.urussanga.sc.gov.br/cms/pagina/ver/codMapaItem/56950 Acesso em 10/10/2015 Figura 18: Acervo Pessoal Figura 19: http://turismo.sc.gov.br/destinos/encantos-do-sul/ Acesso em 10/10/2015 Figura 20: Acervo Pessoal Figura 21: Acervo Pessoal Figura 22: http://www.mcacoelho.com.br/?portfolio=urussanga Acesso em 18/01/2016 Figura 23: Acervo Pessoal Figura 24: http://www.clicatribuna.com/noticia/geral/urussanga-lanca-15a-festa-dovinho-5810 Acesso em 09/12/2015 Figura 25: http://www.djibnet.com/photo/urussanga/vinicola-mazon-4-2129772768.html Acesso em 09/12/2015 Figura 26: Acervo Pessoal Figura 27: http://www.festadovinho.tur.br/2014/ Acesso em 20/01/2016 Figura 28: http://www.engeplus.com.br/noticia/variedades/2015/urussanga-se-preparapara-a-7-vindima-goethe/ Acesso em 20/01/2016 Figura 29: http://www.engeplus.com.br/noticia/variedades/2015/urussanga-se-preparapara-a-7-vindima-goethe/ Acesso em 20/01/2016 Figura 30: Acervo Pessoal Figura 31: Acervo Pessoal Figura 32: Acervo Pessoal 128


LISTA DE FIGURAS Figura 33: Acervo Pessoal Figura 34: Acervo Pessoal Figura 35: Acervo Pessoal Figura 36: http://www.karinamanarin.com.br/post.php?id=6199 Acesso em 10/10/2015 Figura 37: Acervo Pessoal Figura 38: Acervo Pessoal Figura 39: http://www.skyscrapercity.com/showthread.php?t=1489107 Acesso em 10/12/2015 Figura 40: Acervo Pessoal Figura 41: Acervo Pessoal Figura 42: Acervo Pessoal Figura 43: Acervo Pessoal Figura 44: Acervo Pessoal Figura 45: Acervo Pessoal Figura 46: Acervo Pessoal Figura 47: Acervo Pessoal Figura 48: Acervo Pessoal Figura 49: Acervo Pessoal Figura 50: Adaptada a partir do Google Earth. Figura 51: Acervo Pessoal Figura 52: Adaptada a partir do Google Earth e http://www.urussanga.sc.gov.br/uploads/300/ arquivos/457499_ANEXO_4B___MAPA_DE_ZONEAMENTO_URBANO_A0_s_shade.jpg Figura 53: Acervo Pessoal Figura 54: Processo de Tombamento pela Fundação Catarinense de Cultura. Figura 55: Acervo Pessoal Figura 56: Acervo Pessoal Figura 57: Acervo Pessoal Figura 58: http://www.ondiseno.com/proyecto.php?id=1573 Acesso em 10/02/2016. Figura 59: http://www.inexhibit.com/case-studies/daniel-libeskind-jewish-museum-berlin/ Acesso em 10/02/2016. Figura 60: http://openbuildings.com/buildings/extension-to-the-felix-nussbaum-museumprofile-39010 Acesso em 10/02/2016 Figura 61: http://www.archdaily.com/579069/lee-kong-chian-school-of-medicine-lookarchitects Acesso em 10/02/2016 Figura 62: http://www.dezeen.com/2012/07/16/music-school-louviers-extension-by-opus-5/ Acesso em 10/02/2016 Figura 63: http://libeskind.com/work/royal-ontario-museum/ Acesso em 10/02/2016 Figura 64: http://www.archdaily.com/633339/60-atlantic-avenue-quadrangle-architects Acesso em 10/02/2016 Figura 65: http://www.archdaily.com/780224/the-forum-studio804 Acesso em 10/02/2016 Figura 66: http://www.elnacionalbcn.com/en/the-restaurant/ Acesso em 10/02/2016 Figura 67: http://www.archdaily.com.br/br/756227/mercado-central-abu-dhabi-foster-pluspartners Acesso em 10/02/2016 Figura 68: http://www.eataly.net/it_en/shops/turin-lingotto Acesso em 10/02/2016 Figura 69: http://www.heuriger-muth.at Acesso em 10/02/2016 Obs: As fotos das fichas são todas de direito do autor.

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