Presidente do Sistema Ocergs-Sescoop/RS avalia o panorama do cooperativismo
3 Como as cooperativas podem auxiliar no desenvolvimento do Rio Grande do Sul
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INFORME COMERCIAL Porto Alegre sábado 4 de julho de 2015
APRESENTAÇÃO
Para construir um mundo melhor O
movimento cooperativista é uma realidade no mundo inteiro. Fruto da união das pessoas em torno de objetivos comuns, as cooperativas incentivam o empreendedorismo, criam oportunidades de negócio e promovem o crescimento dos cidadãos e das regiões onde estão presentes. Ao todo, o setor reúne mais de 1 bilhão de pessoas e é responsável pela produção de 100 milhões de empregos, 20% a mais que as empresas multinacionais. Tudo isso, levou a Organização das Nações Unidas a declarar que as cooperativas constroem um mundo melhor. Além disso, a ONU abraçou a causa e aumentou a consciência pública sobre os benefícios desse modelo de negócio mundo a fora. As estatísticas mostram que a estratégia está funcionando. No Canadá, por exemplo, uma em cada três pessoas faz parte de uma cooperativa. Enquanto que na França, 73% das agências bancárias pertencem aos grupos cooperativos. Além disso, o número total de clientes (pessoas singulares e coletivas) dos grupos
bancários é superior ao número de habitantes do país. No Brasil, o setor também mostra força. No total, são mais de 10 milhões de brasileiros associados a uma cooperativa. No cenário nacional, o Rio Grande do Sul tem lugar de destaque com 2,6 milhões de associados e 440 cooperativas que geram quase 60 mil empregos. Para ilustrar ainda mais o assunto, lançamos o Especial Cooperativismo. Neste dia 4 de julho, data em que se celebra o Dia Internacional do Cooperativismo, apresentamos entrevistas e matérias especiais que reforçam a importância do setor, que promove o desenvolvimento pensando primeiro nas pessoas. Gostou? Então, vire a página e leia mais. Ahhhh... quando terminar, coopere e passe a adiante. Boa leitura.
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CENÁRIO COOPERATIVISTA
Desafios e novos rumos Presidente do Sistema Ocergs-Sescoop, Vergilio Frederico Perius, destaca o panorama do setor no estado
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atual panorama do cooperativismo no Brasil e no Rio Grande do Sul é muito favorável. O número de associados cresce ano a ano e as receitas geradas pelas cooperativas são cada vez maiores. Contudo, o setor também enfrenta desafios que exigem adequações nas suas áreas por meio de estratégias customizadas, precisas e sustentáveis. Para abordar de uma maneira mais completa o atual cenário das cooperativas, entrevistamos Vergilio Frederico Perius, presidente do Sistema Ocergs – Sescoop/RS. Na conversa, Vergilio ressalta os benefícios do cooperativismo, as reivindicações do setor e as ações da entidade para o desenvolvimento das cooperativas. A ONU declarou 2012 como o Ano Internacional das Cooperativas. Na sua opinião, houve uma mudança no cenário do cooperativismo desde então? Nós crescemos muito de lá para cá, especialmente no número de sócios. A ONU deixou visível ao mundo que existe uma terceira via entre as economias capitalista e socialista, no caso, o cooperativismo. Assim, as pessoas refletiram e se organizaram para esta via. O cooperativismo não condena nenhum dos dois sistemas, pois ela fica exatamente no meio, buscando o que ambos tem de melhor. No caso do Rio Grande do Sul, a ascensão do número de associados foi muito forte. Hoje são 2,6 milhões. Em 2012, a ONU e a imprensa deixaram o tema visível para a população, principalmente a urbana. Isso fez com que as cooperativas pudessem desenvolver maiores projetos. Quais os benefícios do cooperativismo para as pessoas e para o estado? O cooperativismo exerce dois objetivos básicos: inclusão social e econômica. A inclusão social é muito importante, pois atinge os ramos menos expressivos. Uma cooperativa de habitação, por exemplo, faz com que os indivíduos que pagavam aluguéis ou não tinham uma boa moradia, consigam um imóvel bom e barato. A inclusão econômica é fundamental também. Por exemplo, a agropecuária gera R$ 20 bilhões do nosso faturamento e ainda é responsável pelo maior número de empregos, ICMS e impostos produzidos. No ramo de saúde, o cooperativismo construiu sete hospitais próprios e seis Hospitais Dia no estado, que totalizam 1.200 leitos. No
LUANA TREVISOL, DIVULGAÇÃO
Nós crescemos muito de 2012 para cá. No Rio Grande do Sul, a ascensão do número de associados foi muito forte. Hoje são 2,6 milhões.
segmento de infraestrutura, temos um projeto no qual construímos 30 PCHs (Pequenas Bacias Hidrelétricas), que fazem a ligação da luz trifásica para os produtores rurais que têm somente luz monofásica. Quais as reivindicações do setor cooperativista junto ao governo do estado? Os governos, seja qual for a instância, devem olhar as cooperativas como instrumento de desenvolvimento local e sustentável. Mas nós temos coisas pontuais que se acumularam nos últimos anos. Uma delas é no setor de crédito, onde as cooperativas estão organizadas de tal modo que também possam receber os depósitos do pagamento de ICMS dos seus sócios. Há uma resistência a esta questão. Não sei por qual motivo. No setor agropecuário, queremos que o estado nos ajude a custear a assistência técnica que as cooperativas desenvolvem. Para se ter uma ideia, temos 1.500 técnicos a nível de campo, que dão assistência técnica 24 horas por dia, e o nosso investimento é de R$ 80 milhões. Então, desejamos complementar esse serviço da Emater por meio de uma compensação de crédito fiscal. Na eletrificação, solicitamos maior agilidade da Fepam, pois ela demora demais nas decisões e isso gera prejuízos aos projetos cooperativos. Além disso, é preciso melhorar a infraestrutura de transporte de produtos. As linhas de navegação seriam uma boa saída, mas para isso é preciso limpar os rios e deixá-los navegáveis. Hoje, levar uma carga
De acordo com VERGILIO PERIUS, os governos devem olhar as cooperativas como instrumento de desenvolvimento local e sustentável
É preciso melhorar a infraestrutura de transporte de produtos. As linhas de navegação seriam uma boa saída, mas para isso é preciso limpar os rios e deixá-los navegáveis.
de soja de Cachoeira do Sul, que segue pelo Rio Jacuí, até o porto de Rio Grande, teria o custo de R$ 0,54 por saco. Mas quando vai por caminhão, esse custo é mais elevado. Como o sistema Ocergs-Sescoop/RS tem contribuído para o desenvolvimento do setor? Nós temos três focos. O primeiro é monitorar e ajudar as cooperativas a se desenvolverem por meio de um projeto de autogestão. Também estamos investindo na formação profissional com a criação da Faculdade de Cooperativismo, a Escoop, que vai preparar, a nível de graduação, os gestores em cooperativas. O Ministério da Educação deu nota máxima à nossa proposta pedagógica. O terceiro programa é o de promoção social, que visa desenvolver a questão da sustentabilidade, do respeito ao meio ambiente, da inclusão da mulher e dos jovens e de uma cultura geral da
cooperação. Para isso, realizamos ações como o “O Rio Grande Canta o Cooperativismo”, o “Aprendiz Cooperativo” e o “Dia C”, que vamos festejar neste sábado (04), com atividades voluntárias a favor da comunidade. O que o senhor prevê para o cenário cooperativismo nos próximos anos? O número de sócios tende a crescer, principalmente em alguns setores. O setor de crédito terá uma maior demanda de crescimento, na medida que a crise de juro alto faz com que as pessoas reflitam sobre o uso do dinheiro. Acredito que todos conversarão e pensarão mais a respeito das cooperativas. Portanto, temos muita esperança de crescimento em número de sócios e projetos agroindustriais. Isso desenvolverá mais matéria-prima para o estado e ajudará no seu crescimento.
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INFORME COMERCIAL Porto Alegre sábado 4 de julho de 2015 INFORME PUBLICITÁRIO
INSTITUIÇÃO FINANCEIRA COOPERATIVA
Contribuindo para a saúde financeira Há mais de 25 anos no mercado, o Sistema Unicred RS conta com aproximadamente 39 mil cooperados no estado
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JONATHAN HECKLER, DIVULGAÇÃO
nstituição financeira formada por profissionais graduados da área da saúde, a Unicred surgiu na cidade de Casca (RS) no ano de 1989. Organizada sob forma de sociedade cooperativa, a entidade não possui fins lucrativos e teve a sua gênese e desenvolvimento dentro da Unimed. Atualmente, é um dos principais sistemas cooperativos de crédito no país. Somente no Rio Grande do Sul, são 11 cooperativas e 56 unidades de negócios, que atendem aproximadamente 39 mil cooperados. A Unicred funcionalmente possui muitas semelhanças com as instituições financeiras tradicionais, contudo, o sistema apresenta diferenças que são fundamentais. – Por sermos uma cooperativa, o resultado que se apura ao final do exercício social retorna ao sócio nas proporções de suas operações. Além disso, a filosofia do cooperativismo nos permite trabalhar com preços mais justos. Nossas linhas de financiamento e empréstimo, por exemplo, possuem taxas mais
atrativas que as praticadas pelos bancos tradicionais – explica o médico Paulo Abreu Barcellos, diretor -presidente da Unicred Central RS. A Unicred também se diferencia de outras instituições financeiras cooperativas em virtude de seu núcleo ser formado por profissionais da saúde, seus familiares e pessoas jurídicas com atividades correlatas ao setor. Recentemente, algumas cooperativas ampliaram o seu quadro social para outras profissões habilitadas, como engenheiros, arquitetos, empresários entre outros. – O fato de termos um mercado de nicho, nos permite conhecer melhor o associado e realizar um atendimento personalizado. Assim, há uma boa relação de reciprocidade e fidelização – destaca o diretor -presidente. A carteira de crédito do Sistema Unicred RS cresceu 27% em 2014, ultrapassando a marca de R$ 1 bilhão e, até maio desse ano, já evoluiu 8%. As aplicações financeiras aumentaram 22% em 2014, e, até maio de 2015, cresceram aproxima-
Segundo PAULO BARCELLOS, o fato da Unicred ser uma cooperativa de nicho permite a realização de um atendimento mais personalizado ao cliente.
damente 10%. Mas apesar dos bons resultados alcançados, a Unicred RS mantém os pés no chão com relação ao futuro e se mostra preparada para enfrentar cenários adversos na economia nacional.
- Por fim, acreditamos no cooperativismo como uma das vias de solução para os tantos problemas socioeconômicos que o mundo enfrenta e somos otimistas com o futuro do Sistema Unicred – finaliza Barcellos.
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4 de julho. Dia Internacional do Cooperativismo. Sicoob Ecocredi: Três Coroas – Igrejinha – Novo Hamburgo – São Francisco de Paula – Gramado – Ivoti
Ecocredi
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EDUCAÇÃO
Cooperativismo em sala de aula A
necessidade de investir na gestão qualificada das cooperativas levou a criação da Escoop, a Faculdade de Tecnologia do Cooperativismo. Essa é a primeira instituição de ensino superior do Brasil voltada, exclusivamente, ao ensino, pesquisa e extensão no ramo cooperativo. O objetivo da escola é preparar e formar profissionais capazes de absorver, propor e aplicar tecnologias de gestão na identificação e resolução de problemas organizacionais das sociedades do setor. Atualmente, a ESCOOP oferece cursos de graduação, pós-graduação e extensão, em consonância com o Plano de Desenvolvimento Institucional (2010-2014), que foi o norteador de seu credenciamento perante o Ministério da Educação e da atuação da Instituição nesse período. Na graduação, há o Curso de Tecnologia em Gestão de Cooperativas, que possui carga horária de 1.620 horas, com matriz curricular dividida em cinco semestres. O processo seletivo de ingresso é anual, ocorrendo desde o ano de 2012. Contudo, ao longo dos anos, foi a pós-graduação ganhou uma atenção especial da instituição. – Hoje, o nosso grande foco é atuar na pós-graduação, pois o nosso aluno é aquele profissional que tem curso superior em outra área, mas viu pouco ou quase nada de cooperativa em sua graduação. Assim, quando vai trabalhar em uma cooperativa, ele precisa entender como o setor funciona – afirma Mário De Conto, Coordenador de Ensino, Pesquisa e Extensão da Escoop. O ideia dos cursos da Escoop é mesclar teoria e prática desde o primeiro semestre. Junto com a doutrina, os alunos participam de atividades que simulam o cotidiano de uma cooperativa. Além disso, realizam visitas a unidades e tem palestras com presidentes e executivos que
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4 de Julho. Dia Internacional do Cooperativismo. Uma data para você celebrar, construir e realizar todos os seus sonhos.
atuam no ramo. – Estamos muito ligados dentro do que uma instituição de ensino deve preconizar, que é essa ligação da teoria com a prática. Portanto, as atividades desenvolvidas na Escoop estão perfeitamente adequadas com o que o setor espera. Tanto que a maioria de nossos alunos já estão vinculados a uma cooperativa – destaca De Conto. Para o futuro, a instituição planeja ter um curso de mestrado profissional. Neste ano,
a Escoop teve aprovada pelo Fundecoop (Fundo Solidário de Desenvolvimento Cooperativo) um projeto para a criação de um núcleo de pesquisa na Faculdade. A expectativa é de que o plano seja criado ainda neste ano e suas atividades ocorram entre 2016 e 2018. – Isso vai melhorar muito a nossa questão da pesquisa e da visibilidade e colaborar para o desenvolvimento da instituição como um todo – finaliza De Conto.
As atividades desenvolvidas na Escoop estão perfeitamente adequadas com o que o setor espera.
A Escoop tem como objetivo preparar profissionais para as diversas áreas de atuação dentro das cooperativas
Hoje, o nosso grande foco é atuar na pós-graduação, pois o nosso aluno viu pouco ou quase nada desta área em sua graduação. Assim, quando vai trabalhar em uma cooperativa, ele precisa entender como o setor funciona
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MÓVEIS E DECORAÇÃO
Especialistas no bem-estar A Rede Casabem conta com 34 lojas padronizadas e 3 lojas afiliadas, somando ao todo 37 pontos de venda
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om quase oito anos de história, a Casabem é uma rede de lojas de móveis e decoração formada por empresários do varejo moveleiro, com pontos de venda localizados em várias cidades do Rio Grande do Sul. O grande objetivo de seus empreendedores é oferecer melhores produtos e condições de pagamento para seus clientes. No decorrer dos anos, os lojistas perceberam a força da rede e, junto a isso, novas necessidades e possibilidades de aprimorar outros pontos relacionados ao negócio, tais como a capacitação de gestores, equipes de venda e colaboradores. Para isso, a rede realiza o Fórum dos Gestores – com temáticas direcionadas a melhores técnicas de gestão e novas tendências do varejo –, as Convenções de Vendas, o Fóruns de Vendedores e Montadores, além de visitas técnicas a fornecedores e cursos de qualificação. A Casabem também percebeu que seus clientes haviam se tornado mais exigentes e informados em relação aos diferenciais dos produtos, de
FOTOS REDE CASABEM, DIVULGAÇÃO
modo que era preciso aprimorar a relação com o seu público-alvo. Por este motivo, a rede está em processo de introdução do novo posicionamento, que é ser “especialistas no seu bem -estar”. A instituição está investindo em um novo formato de apresentação dos produtos e atendimento nas lojas, transformando o ato de compra pelos clientes, em uma experiência gratificante. Junto com isso, há a vontade de ajudar a comunidade de alguma forma. Assim nasceu o Natal Solidário, uma ação onde a rede, com envolvimento de seus gestores e colaboradores, organiza e distribui brinquedos para as crianças das comunidades carentes próximas as lojas. Até hoje, foram distribuídos mais de 25 mil brinquedos em 17 cidades gaúchas. O espírito do cooperativismo, que no início era um tanto novo e desconhecido para estes empresários, hoje é sinônimo de crescimento, não só do faturamento, mas do conhecimento conquistado pela troca de experiências, que só é possível neste formato
A padronização das lojas é uma das características da REDE CASABEM
Rede promove a capacitação dos associados no FÓRUM DE GESTORES
de associação. Atualmente, a Rede Casabem conta com 34 lojas padronizadas e 3 lojas afiliadas, somando, ao todo, 37 pontos de venda. Todos estão alinhados a um mix de produtos selecionados entre os principais fornecedores de móveis do mercado.
RESULTADOS
Os números do cooperativismo no RS
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Cooperativismo gaúcho segue apresentando resultados expressivos ano após ano. Na última sexta-feira (03), o Sistema Ocergs – Sescoop divulgou os dados da Expressão do Cooperativismo Gaúcho 2014. Os números reforçam a força das cooperativas no estado e o engajamento, cada vez maior da população gaúcha com o setor. Confira algumas estatísticas: • A renda gerada ao estado foi de R$ 1,7 bilhão em 2014, um valor 17,4% superior ao arrecadado em 2013.
• 65% das 440 cooperativas do estado estão concentradas nos ramos da agropecuária, crédito e saúde.
• O Rio Grande do Sul conta com 2,6 milhões de associados.
• O faturamento do cooperativismo gaúcho subiu 82% em seis anos, de R$ 17,1 bilhões, em 2008, para R$ 31,2 bilhões, em 2014.
• 68, 2% da população gaúcha está envolvida com o cooperativismo. • O cooperativismo gera 58,4 mil empregos diretos.
• O salário médio dos profissionais do ramo, R$ 2.161, é 30, 3% maior do que é praticado no setor privado, R$ 1.658.
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CRESCIMENTO ECONÔMICO
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cooperativismo é um estilo de vida desvinculado de qualquer sistema político e religioso, organizado através da união das pessoas em torno de um objetivo comum. Esse modelo ajudou as cooperativas a enfrentarem a crise econômica mundial sem maiores problemas e fez a ONU levantar a bandeira do setor em todo o mundo. Segundo a organização, as cooperativas ajudam a construir a capacidade de resiliência em todas as regiões e setores econômicos. No caso do Rio Grande do Sul, por estar presente em importantes áreas, o cooperativismo surge como uma ferramenta positiva para movimentar e desenvolver a economia estadual. De acordo com Mário De Conto, coordenador de ensino, pesquisa e extensão da Escoop, o fato dos incentivos dados às cooperativas permanecerem na comunidade é uma característica que, por si só, auxilia no desenvolvimento do estado. – As empresas privadas, muitas vezes visando benefícios fiscais, acabam se mudando para outros estados. Já a cooperativa não tem essa mobilidade, pois os sócios delas estão aqui. Ou seja, o desenvolvimento e os excedentes que que as cooperativas geram ficam na comunidade – destaca De Conto. O presidente do Sistema Ocergs – Sescoop/RS, Vergilio Perius, chama a atenção para outra questão: a crise tributária do Rio Grande do Sul. Segundo ele, somente com a Lei Kandir (de 1996) o Rio Grande do Sul deixou de arrecadar mais de R$ 30 bilhões de ICMS. Para amenizar esse vácuo, ele defende o investimento nas cooperativas agroindustriais, pois elas são um braço importante na geração fiscal e de outros benefícios. – Quando deixamos de industrializar matérias-primas em nosso estado, diminuímos a absorção de mão de obra. Se investirmos na agroindústria, poderemos gerar uma fatia maior de fisco, além de mais empregos e va-
Uma alternativa para desenvolver o estado Setor cooperativista gaúcho se apresenta como uma solução para combater a crise e ajudar o Rio Grande do Sul a crescer lor agregado aos produtos rurais. Em consequência, isso resultaria no maior desenvolvimento em uma comunidade – afirma Perius. Paulo Pires, presidente da FECOAGRO/RS, também reforça que as cooperativas agropecuárias do estado têm cumprido um papel fundamental nas comunidades do interior. Para ele, esse papel não se limita ao fato delas serem, na maioria das vezes, as maiores empregadoras, mas sim pela assistência que elas prestam aos associados. – Além da questão econômica, as cooperativas levam diariamente assistência técnica para seus associados, na sua grande maioria pequenos produtores, que só têm viabilidade econômica na sua atividade, por causa desse apoio que recebem. Por isso, este tipo de or-
ganização societária tem crescido tanto no Rio Grande do Sul, apesar do cenário econômico adverso – enfatiza Pires. O ramo de infraestrutura também tem uma participação importante. Conforme Jânio Vital Stefanello, presidente da Coprel Cooperativa de Energia, o agricultor atendido por uma cooperativa conta com um serviço diferenciado e a oportunidade de participar do planejamento e dos investimentos. – As cooperativas estão mais próximas das comunidades, e buscam prioritariamente melhorar a vida e a renda dos seus cooperados, através de investimentos que proporcionem mais condições para o desenvolvimento do campo, da cidade e das indústrias. En-
fim, de todos que estão ligados a uma cooperativa de energia ¬– atesta Stefanello. Outro setor de destaque é o da saúde. Nilson Luiz May, presidente da Federação Unimed/RS, elogia o trabalho desenvolvido pelo ramo e ressalta que o sistema tem trabalhado no encaminhamento de reivindicações ao poder público. – O Sistema Unimed-RS tem sob sua responsabilidade cuidar da saúde de 2 milhões de gaúchos, atendidos por 15 mil médicos cooperados, que atuam de forma integrada em todos os municípios do estado. Temos, também, desenvolvido incessante ação política visando à moralização no mercado de órteses e próteses e, no plano estratégico, contribuindo no debate e no en-
caminhamento de sugestões concretas aos poderes públicos – destaca May. O crédito, por sua vez, pode contribuir de uma maneira indireta, porém bastante significativa. O presidente da Unicred RS, Paulo Abreu Barcellos, explica que o segmento ajuda no financiamento de projetos, além de trabalhar com taxas de empréstimos mais justas. – As pessoas precisam de insumos e as cooperativas de crédito podem providenciar isso. Financiamos projetos, equipamentos e, por que não dizer, sonhos. Além disso, por não visarmos o lucro, oferecemos linhas de financiamento e empréstimos mais atrativas do que as praticadas pelo mercado. De tal maneira, acabamos contribuindo, mesmo que indiretamente, para o estado – justifica Barcellos. Atualmente, o Rio Grande do Sul possui 440 cooperativas e 2,6 milhões de associados no setor. Em 2014, o faturamento foi de R$ 31,2 bilhões, o que representa um crescimento de 10,7% em relação a 2013. Além disso, as cooperativas geraram uma receita de R$ 1,7 bilhões ao estado.
Os investimentos em cooperativismo se mostram uma BOA SOLUÇÃO para movimentar e desenvolver a economia gaúcha
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