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CURTAS

CELESTIAL WIZARD «Winds Of The Cosmos» (Scarlet Records)

Os Celestial Wizard chegam a este segundo disco com a força sempre muito característica dos colectivos norte-americanos que bebem da influência dos grandes grupos clássicos originários do velho continente. No tema que abre o disco começam por iludir o ouvinte com um momento do que por aí se tem chamado de synth metal, mas que ao longo do disco é uma referência que praticamente não volta a surgir. Depois disso entramos numa esfera caldeirão de power, thrash, death com vocalizações que caberiam muito bem na forma de um qualquer disco de black metal. É um disco bastante coeso, coerente, repleto de ideias e de energia. O desfile de riffs e leads vai seguramente captar mais alguns fãs para a sua legião.

[7/10]

FUGITIVE “Maniac” (EP)

(20 Buck Spin)

Criada à imagem do mais clássico Thrash Metal com arrombos de Hardcore, os Fugitive erguem-se no Texas com as vozes de Seth Gilmore (Skourge) e a bateria de Lincoln Mullins (Creeping Death), ambos mestres do Thrash. Rodeiam-se de músicos de qualidade para despejarem nos nossos ouvidos 17 minutos de classicismo onde se aproveita tudo e mais alguma coisa, fazendo-nos acreditar que escutamos um álbum old school, ainda que com melhor produção. Experimentem.

[8/10] VICTOR HUGO

GRIEF CIRCLE «Weightless»

(Independente)

Uma das propostas (Independentes) mais interessantes que nos chegou da Polónia foram os Moanaa, com uma mescla de sonoridades Post/Stoner/Doom Metal. No entanto, os Moanaa entraram num indefinido hiato e os membros embarcaram em novos projectos.

Os Grief Circle são agora a banda de Kvass, o (ex?) vocalista dos já mencionados “defuntos”, percebendo-se isso mesmo, por algumas similaridades impregnadas na música dos Grief of Circle. Deixando por momentos as comparações com projectos anteriores, «Weightless», que de “Weightless” não tem nada, é uma viagem emocional e desesperante rumo ao vazio e com destino a lado nenhum. Seis temas que não dão descanso, “salpicados” com alguns interlúdios mais calmos e melódicos mas que terminam sempre no desespero vocal e instrumental – a viagem tem de continuar. Uma evolução muito natural dos Moanaa – projecto que bem conhecemos – e que face à qualidade de «Weightless» o mais certo é ficarem num hiato infinito. (Não se deve “julgar o livro pela capa” mas, para uma banda independente a edição e o artwork estão de categoria)

[8.5/10] EDUARDO RAMALHADEIRO

KETHA «Wendigo»

(Moans Music)

Se Kvass, (ex?) vocalista dos Moanna formou os Grief Circle, Lukasz Kursa (ex?) guitarrista da mesma banda, juntou-se aos Ketha. «Wendigo» é já o quarto registo da banda e, apesar de virem descritos como inseridos no género Death Metal, de Death Metal não têm nada… ou melhor, nada do que é típico neste género foi por mim descortinado em «Wendigo». Eu diria que seria (quase) uma versão mais negra de White Zombie, se estes virassem experimentalistas e atmosféricos. Às primeiras audições «Wendigo» pode não entrar imediatamente no ouvido mas é só dar mais algumas oportunidades e os Groove industrial causará movimentos involuntários dos respectivos pescocinhos. Apesar de seguir sempre a mesma cadência musical – qual Cruise Control - «Wendigo» é surpreendentemente bastante… versátil. Excelente produção, já agora e tal como os Grief Circle o artwork está de categoria [8/10] EDUARDO RAMALHADEIRO

Majesties

«Vast Reaches Unclaimed»

(20 Buck Spin)

Viajamos até Gotemburgo? Voltamos à década de 90? Sim! Esta é parte da experiência que os norte-americanos Majesties nos propõem, neste que é o seu disco de estreia. Aqui estão bem patentes as regras do som da referida cidade sueca. As referências são evidentes e durante a audição, caso sejam conhecedores, vão seguramente sentir o impulso de voltarem a pegar em «The Jester Race», «Whoracle» ou até «A Moonclad Reflection». Nem só de saudosismo vive este disco, pois há aqui também aquilo que parece ser a alma e o ambiente dos Majesties. Um possível segundo disco será um acontecimento a seguir de perto. Contudo, a nota máxima vai para o saudosismo que nos leva pela mão, até a este lugar fértil do passado do metal melódico, no norte da Europa.

[8/10] EMANUEL RORIZ

PÉ ROTO «Tormento»

(Doomed Records/Raging Planet)

Ao segundo disco, os Pé Roto voltam a não deixar dúvidas sobre a sua origem na cidade de Braga. O jogo de palavras continua a estar presente, depois de intitularem o primeiro disco de ‹‹Bracara Angvstia››, neste ‹‹Tormento››, é no último tema - “Teatro-Circo” - que experimentam de forma mais explícita esse vínculo. Estes temas são berrados 100% em português, o que torna tudo muito intenso, enquanto deixam cair mensagens de alarme, alerta e revolta. Intensidade esta que é lenta, grave, arrastada e inquieta, encontrando-se uma excepção na veia punk de “Máquina de morte”. Bem no meio do disco, merecedor de toda a atenção, encontra-se o tema “Sangue”, que estica até aos seus 8 minutos de duração a dureza do tormento que a música dos Pé Roto acarreta em 2023.

[7.5/10] EMANUEL RORIZ

VIBRANT «Trying To Survive»

(Independente)

Mais uma banda que nos chega diretamente da Polónia – interessante, já agora, referir que nos chegam mais promos físicos vindos directamente da Polónia que cá do nosso burgo – os Vibrant lançam o seu segundo álbum, mais uma vez de forma independente – interessante, já agora, referir a qualidade tanto a nível de produção como do artwork que nos chega da Polónia. «Trying To Survive» é um álbum de Rock, puro e duro, onde constam sete temas que perfazem menos de trinta minutos. Apesar de não nos apresentar nada de novo, é de audição fácil, energético, ritmo rápido, soltinho, sem ser desenfreado, muito bem tocado e solos rasgadinhos…. mas o fim chega rápido e fica-se com a sensação que poderíamos ter ali mais música… sabe a pouco.

[7/10] EDUARDO RAMALHADEIRO

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