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Deviser Ressurreição maléfica

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ALBUM VERSUS

ALBUM VERSUS

Para os gregos Deviser, 2023 promete ser AQUELE ano!!! Matt Hnaras fala-nos do longo purgatório da banda e do álbum que os trouxe de volta à ribalta da cena Black Metal: «Evil Summons Evil», a sair pela Hammerheart. Não há dúvida de que se trata de um álbum que vai dar a volta à cabeça dos fãs do género \m/

Entrevista: CSA

Saudações, Matt! Espero que esteja tudo bem contigo e os outros elementos da banda! E desejo a todos um maravilhoso 2023.

Matt – Muito obrigado. Desejovos o mesmo e aos vossos leitores. De facto, está tudo a correr bem. Estamos à espera do lançamento do nosso álbum que só tem tido comentários positivos até ao momento. O novo ano surge como muito interessante aos olhos da banda.

«Evil Summons Evil» é uma espécie de regresso para Deviser… e que regresso!!! O que aconteceu durante estes doze anos (para além da pandemia, é claro)? Basicamente, ficámos inativos. Eu tinha perdido por completo a vontade de compor música e vejo o nosso último álbum com desagrado. Estava rodeado por gente sem visão, nem vontade para trabalhar arduamente. Mesmo antes de 2017, o Nick tinha dito que nós os dois devíamos fazer um álbum, para verificarmos se a chama ainda estava viva. Logo à partida, frisei a ideia de que não queria mais ninguém a tomar parte na composição além de nós os dois. Com o EP que lançámos em 2017 – «Howling Flames»

– percebemos que tínhamos de continuar, para criar algo digno da nossa história, sem palpites vindos de outrem. Começámos logo a escrever «Evil Summons Evil», seguindo um plano que o levaria a soar como nós o sentíamos no nosso íntimo.

E regressaram cheios de inspiração. Este álbum é extraordinário. Como surgiu? E como decorreu o processo de criação? E como se organizaram para o gravar? É Black Metal, mas também é muito melódico e épico ao mesmo tempo. Como conseguiram dar-lhe esse toque especial?

Percebemos que nós os dois –como membros da formação original da banda – detínhamos o conhecimento e a visão necessários para determinarmos como o álbum deveria realmente soar. Portanto, limitámonos a deixar a inspiração fluir calmamente, seguindo o que sentíamos realmente. O nosso objetivo era fazer com que este álbum fosse algo de que gostássemos à partida e acima de tudo. O Nick teve ideias fantásticas, portanto eu deixei-o entregue à sua criatividade, exprimindo o que realmente lhe ia na alma. Juntando ao trabalho dele algumas das minhas sugestões e ideias adequadas, depressa se tornou claro para nós que tínhamos ali um álbum extraordinário. O Nick estava imparável, a ferver de inspiração e paixão. Devido à pandemia e à proibição de viajar, tivemos de adiar muito o processo até eu poder ir ter com ele. Portanto, para não perdermos tempo precioso, o Nick gravou todas as partes de guitarra, deixando apenas a voz para mim. Segui todo o processo através de videochamadas e foram raras as vezes em que tivemos de mudar algo. Tudo parecia perfeito e impressionante. Logo desde a fase de pré-produção, percebemos que estávamos a fazer algo de muito importante. Depois de termos concluído essa fase, fizemos alterações em algumas partes que não nos satisfaziam por completo. Procurámos criar uma atmosfera mágica e épica, o que afinal acabou por não ser tão necessário como nos parecia à partida porque as canções já continham muita magia. Acabámos por não mexer em muitas das canções. Depois de tantos anos, tínhamos conseguido atingir novamente o som que eu realmente desejava. E vamos certamente continuar a seguir esta linha.

Calculo que os vossos convidados também contribuíram para dar ao vosso quinto álbum um sabor especial.

- Estou a pensar n participação da Androniki Skoula em algumas faixas (por exemplo, “Of Magick” à qual ela dá um toque oriental). Como a conheceram?

Era amiga da minha ex-namorada, portanto foi fácil convidá-la para participar no álbum. Admirámo-la e ela tem um imenso carisma natural. Queríamos o melhor e ela era a escolha ideal, por isso ficámos encantados por ela ter aceitado cantar no nosso álbum.

- E imagino que conhecem o Efthimis Karadimas (de Nightfall) há muito tempo. Por que pensaram nele para este álbum? [Tenho a certeza de que ele acrescentou algo de especial ao vosso álbum, porque já o entrevistei e conheço a sua música.]

Foi o Nick que escolheu o Efthymis, para que a sua voz contrastasse com os meus gritos. O resultado é impressionante, as partes de coro em “When the Lights Went Out” realmente têm um som impiedoso. As partes que ele canta estão espantosas.

- E como asseguraram a colaboração do Heljarmadr, que eu conheço como o vocalista de Dark Funeral? [Sei que andaram muito ocupados em 2022 com o lançamento do seu novo álbum e com muitas digressões.]

Somos amigos de Dark Funeral desde 1996. Numa conversa que tive com o Lord Ahriman durante a pandemia, apresenteilhe espontaneamente a ideia e eles aceitaram imediatamente que o Heljarmadr participasse em “Where Angels Fear to Tread”. Ficamos muito honrados. Nesta canção que soa muito à anos 90, queríamos um efeito extra, que a tornaria ainda mais nostálgica na altura em que estávamos a iniciar a gravação.

Não posso deixar de referir a arte do Kris Verwimp, cujo trabalho conheço muito bem e admiro profundamente. Também o entrevistei para a Versus Magazine. Por o escolheram? Como foi trabalhar com ele? Como conseguiram obter dele esta capa fabulosa e bastante “clássica” para o vosso novo álbum?

Também admirámos o Kris e o seu trabalho e foi sobretudo por essa razão que lhe pedimos para fazer a capa do nosso novo álbum. Sabíamos que ele faria algo muito bom. O seu trabalho para o álbum «Transmission to Chaos» ficou incrivelmente bom. O Nick explicou-lhe o que nós queríamos e algum tempo depois ele apresentou-nos algo que nos deixou sem palavras. Nutre uma grande paixão pelo que faz, é admirável e extremamente inteligente. Percebeu logo o feeling de «Evil Summons Evil», criando algo verdadeiramente impressionante.

Segundo a Hammerheart, supostamente a vossa banda deve agradar a fãs de Rotting Christ, Septicflesh, Melechesh e Moonspell. Sou grande fã destas bandas e sei que são muito diferentes umas das outras. Identificam-se com essas bandas, sentem-se influenciados por elas? Têm algumas favoritas entre estas? Sem dúvida! Rotting Christ influenciou toda a cena Black Metal grega. Septicflesh também nos influenciou provavelmente no que toca ao lado orquestral. Não te esqueças de que o produtor de «Evil Summons Evil» é o guitarrista de Septicflesh. Penso que as outras bandas que mencionaste não têm nada a ver connosco. O nosso principal objetivo é alcançar aquele estilo demoníaco que caracterizava as primeiras bandas deste género, as que nós ouvíamos na altura e que verdadeiramente nos influenciaram e nos levaram ao estilo tenebroso e estranho que é a essência da nossa música. Queríamos algo espontâneo, que nós criássemos de forma natural. Tudo isto, combinado com o estilo puro da banda e a minha colaboração com o Nick, ajudounos a ressuscitar a magia dos nossos primeiros álbuns.

Já tocaram ao vivo algumas das canções deste álbum? Será feito, quando tiver de ser feito. Estamos a falar com outras bandas gregas para acompanharmos uma delas numa digressão pela Europa no próximo inverno. Entretanto, estamos a reorganizar a banda, para estarmos prontos para quando nos convidarem para concertos. Há pormenores que têm de ser tratados. Haverá certamente canções do novo álbum na nossa set list. Estou ansioso por poder partilhar “Cold Comes the Night” convosco, ao vivo.

Que planos fizeram para promover «Evil Summons Evil» durante 2023?

Queremos sobretudo apostar numa digressão europeia no próximo inverno. Também estamos a contar lançar vídeos no YouTube a intervalos regulares. Agora, estamos a responder a todas as entrevistas que nos propõem para espalhar a boa nova. Também nos convidaram para aparecer num programa da TV grega e temos muitas propostas para participar em festivais e para fazer concertos em várias cidades do nosso país depois de tantos anos de ausência. Muito obrigado pela vossa entrevista. Espero que continuem a apoiar a música de que gostam. As velas acenderam-se novamente. «Evil Summons Evil» impressionounos e soa extremamente insano, épico e mórbido. Apreciem!

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