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Sem subterfúgios

Tulus abre 2023 brindando os fãs com mais um álbum de Black Metal direto, despretensioso, tocado ao vivo no estúdio, como é apanágio desta banda norueguesa. Em poucas palavras, Sarke – o baterista – fala-nos do processo que deu origem ao excelente «Fandens Kall», o sétimo longa duração da banda.

Entrevista: CSA | Foto: Morten Syreng

Saudações, Sarke! Espero que esteja tudo bem com a banda. Sarke – Saudações! Tudo a correr bem por aqui.

Já entrevistei Tulus há uns anos atrás sobre «Old Old Death» (lançado em março de 2020 pela Soulseller Records) e gostei imenso do vosso som, que me pareceu muito original.

- O que aconteceu a esse álbum? Como foi recebido?

Correu tudo bem e teve boas críticas.

- A sua promoção foi afetada pela pandemia?

Claro! Como decidiram fechar tudo, não tivemos grandes oportunidades para dar concertos. Basicamente não aconteceu grande coisa. Mas fomos fazendo música.

E como correu o confinamento para a banda?

Correu tudo bem. Houve momentos em que estivemos bastante parados, mas no conjunto correu bem.

Agora já se passaram três anos e temos aí um novo álbum de Tulus pronto para ser lançado.

- Como correu a sua conceção? Fomos trabalhando como sempre fizemos. Criámos canções para um novo álbum. Mantivemos o nosso estilo musical.

- Como é que a banda se organizou para criar e gravar o novo álbum?

Vamos tendo ideias em casa e algumas também surgem durante os ensaios. Trabalhamos tudo juntos até que a canção esteja pronta. Gravamos a música ao vivo no estúdio.

Realmente eu acho muito interessante o facto de tocarem ao vivo para gravarem os vossos álbuns (como pude comprovar no documentário, cujo link vinha no promo kit que a editora nos enviou). Podes explicar-nos por que fizeram essa opção? [É muito clássica!]

É da maneira que as coisas funcionam melhor para Tulus. Queremos dar um toque autêntico à nossa música. Queremos que seja a coisa a sério. Sem artifícios.

Apenas gente a tocar.

Infelizmente não compreendo a língua norueguesa, portanto não sei o que significa o título.

- Podes traduzi-lo?

É qualquer coisa como o “apelo da morte”. Fala da morte, de ser convocado para morrer.

- Por que escolheram esse título para o vosso sétimo álbum? Tem alguma coisa a ver com a crise que estamos a viver atualmente?

Não tem nada a ver com isso. Tulus não se interessa minimamente pela política. Pareceu-nos que assentava bem ao álbum.

- Ficaram totalmente satisfeitos com a forma como a Hilde abordou o conceito de base do álbum nas letras que escreveu para a banda?

Sem dúvida nenhuma. Ela escreve sempre letras fantásticas para nós. São sempre muito inspiradoras!

Também constatei que contactaram um novo artista gráfico para fazer a capa para o álbum. Que ideias lhe deram para estimular o seu processo criativo?

[A pintura é muito bonita, mas causa arrepios!)

Sim. O Kjell Åge é excelente a criar arte plástica tenebrosa. Queríamos uma capa atmosférica de raízes norueguesas. Fez um trabalho fantástico.

Por falar de imagens, a parte do documentário em que aparece a vossa sessão de fotos está muito engraçada (especialmente quando o Bloodstrup diz “Já somos todos homens maduros!” ou algo desse género). Quem escolheram para fazer as vossas fotos promocionais? Morten Syreng. Já tinha trabalhado para nós antes. É um amigo de longa data, é fácil trabalhar com ele e é bom no que faz.

A vossa editora refere alguns convidados, mas não aparecem neste documentário. Vocês são uma banda de Black Metal sem complicações. Então, por que decidiram ter convidados neste álbum? Como os escolheram? E que contributo deu cada um para este «Fandens Kall»? Quisemos dar-lhe um sabor especial, como fazemos sempre. São só alguns vocais femininos e uns teclados. Não vemos esses participantes como convidados. São apenas uns amigos, que quiseram dar um contributo para o nosso álbum. Apenas alguns teclados aqui e acolá e voz feminina numa das faixas.

Já têm alguns concertos programados?

Ainda não, mas estamos em contacto com os organizadores de alguns festivais. Vamos ver o que acontece.

E como vai a vossa editora promover o sétimo álbum de Tulus e celebrar o trigésimo aniversário da banda?

Penso que não vão fazer nada de especial. Mas fizeram o documentário que já foi lançado.

Quem teve a ideia de filmar o documentário sobre a banda?

[A propósito, adorei esse documentário e em especial a parte em que a banda aparece a tocar no estúdio.]

Fui eu que pensei que seria simpático dar aos nossos fãs uma oportunidade de conhecer Tulus por dentro. E também foi agradável para nós fazermos e termos esse documentário.

Saudações, Boris. Espero que esteja tudo bem contigo. Descobri a tua música através do teu canal no YouTube, quando comecei a ver os teus vídeos sobre Mayhem. A certa altura, descobri que tinhas uma banda.

Portanto, em 2019, lançaste «Night of Whispering Souls». - Como te organizaste para criar, tocar, gravar, misturar e produzir este álbum?

Boris T – Saudações, Versus Magazine!

Tudo começou em 2018. Estava tão farto de tocar com gente que não levava a música a sério que decidi deixar a minha antiga banda e passar a fazer tudo sozinho. Comecei por compor as primeiras canções no início de 2018. Criei toda a música na minha cave, onde também tinha a minha bateria. Foi tudo gravado no meu PC. Pretendia fazer o mesmo para a bateria, mas infelizmente não era o sítio ideal para o fazer e os meus microfones eram demasiado fracos. Tendo em conta o orçamento de

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