4 minute read

Determinação promissora

Com presença assídua no YouTube graças aos seus vídeos sobre conteúdos ligados à música extrema, Boris Behara (aka Boris T) está agora a afirmar-se na cena Black Metal com a sua sonoridade cheia de melodia, mas acompanhada por vocais assaz violentos a deslizar para o Death Metal. Tryglav é – sem sombra de dúvida – uma banda a seguir.

Entrevista: CSA que dispunha, decidi escrever todas as partes de bateria usando o Ezdrummer, um plugin de bateria. Depois facilmente pude tocar a bateria e gravá-la no YouTube. Quando tinha a música pronta, tentei cantar, mas cheguei à conclusão de que não tinha o nível desejado, portanto escrevi as letras e as linhas de voz, enquanto tentava encontrar um vocalista adequado. No que diz respeito à mistura e à masterização, contactei o meu estúdio favorito, mas o preço que me pediam era demasiado caro para uma one man band. Entretanto, encontrei os Emissary Studios, na Austrália, que fizeram um bom trabalho por um preço que eu podia suportar.

Onde encontraste o vocalista para o primeiro álbum? [Gostei muito do seu estilo.]

Encontrar o vocalista adequado foi a parte mais difícil. Tentei com vários, mas nunca obtinha o resultado pretendido. Até perguntei ao atual vocalista de Necrophobic se estava interessado no trabalho, mas os seus compromissos com a banda tornaram impossível a colaboração. Passei um mês inteiro a tentar encontrar a pessoa adequada até que um dia essa pessoa apareceu no Facebook. Era o Cain Cressall, o vocalista de The Amenta, uma banda australiana de Death Metal, que propunha treino vocal e produção. Escrevi-lhe e o resto da história já é conhecido.

E agora estás a preparar-te para lançar o segundo álbum: «The Ritual». Desta vez não estás a fazer tantas coisas, não é?

Para criar este álbum, ainda trabalhei mais do que para o anterior. Foi preciso gravá-lo três vezes, porque tive problemas com o computador. Desta vez, o Cain não estava disponível e isso prejudicou muito o meu trabalho. Como sempre, gravei tudo sozinho e escrevi as linhas de voz. A única coisa que mudou foi que tive ajuda para escrever as letras, porque o álbum assenta num conceito e eu queria ter poemas com um significado mais profundo do que aquilo que é possível fazer quando não se tem o Inglês como língua materna.

E onde encontraste o baterista para este álbum? Voltei a escrever as partes de bateria no Ezdrummer, mas desta vez não pude tocá-las eu próprio, porque vendi a minha bateria depois do primeiro álbum.

E como encontraste o novo vocalista [Callum Wright]? [O homem é extraordinário. Arrasou em “The Vengeance” e ainda mais em “The Evocation”!]

Estou totalmente de acordo contigo! Penso que o Callum fez um trabalho verdadeiramente extraordinário neste álbum. Como já referi, depois de o Cain me ter dito que não estava disponível para cantar no álbum, comecei logo a procurar um novo vocalista. Passei meses e gastei imenso dinheiro a experimentar vários vocalistas. O álbum devia ter saído em 2022, mas eu não consegui encontrar um vocalista a tempo. Nenhum dos vocalistas que encontrava era AQUELE!

Até fiz um vídeo no YouTube a pedir aos meus subscritores que enviassem amostras das suas vozes, se estivessem interessados em participar, mas só alguns estavam mais ou menos no ponto que eu queria. Estava a pensar seriamente em pôr a banda em stand by, quando encontrei o canal do Callum no YouTube. Fiquei impressionado com sua amplitude vocal, contactei-o imediatamente e ele prontificou-se logo para trabalhar comigo. Não podia ter encontrado um melhor substituto.

A voz dele contrasta muito com as maravilhosas melodias em ambos os singles, não te parece? Sim, a voz dele é poderosa mesmo. Adequa-se maravilhosamente à música. Quando estava a ouvir o álbum sem vocais, tinha a perfeita noção do tipo de voz que queria e ele é exatamente o que eu procurava.

Aposto que estás a ter reações maravilhosas a ambos os singles. As reações a ambos os singles têm sido espantosas! O apoio que recebi dos fãs é indescritível.

Há alguma relação entre os dois álbuns no que diz respeito aos respetivos temas?

Para o primeiro álbum, inspirei-me nos filmes de terror dos anos 80. Queria ter uma espécie de mascote para a banda, um vilão do género do Freddy Krueger, do Michael Myers, etc. Acabei por chegar à conclusão que aqueles médicos da Peste Negra eram perfeitos. Quando comecei a pensar em «The Ritual», decidi criar uma história que pusesse em cena os tais médicos e a minha personagem, para os apresentar aos ouvintes. Penso que esses médicos vão sempre fazer parte das letras da banda de hoje em diante. Gostava de fazer um EP completamente dedicado aos cinco médicos. Vamos ver o que acontece.

Convidaste a Mordiggian Art para fazer as capas para os dois álbuns? [Penso que é o mesmo artista, porque o estilo gráfico me parece similar.]

Sim, ambas as capas foram feitas pela Mordiggian Art.

Como descobriste este artista húngaro? Participaste de algum modo na criação destas capas? A capa foi a parte mais fácil em ambos os álbuns. Um dia estava no Instagram e vi uma das imagens criadas pelo David (da Mordiggian Art). Uma dessas imagens foi logo escolhida para o primeiro álbum. Contactei-o logo e comprei a imagem. Na altura ainda nem tinha acabado o primeiro álbum, mas gostei muito da imagem e queria ter a certeza de que ninguém a ia comprar. Alguns meses depois do lançamento de «Night of Whispering Souls», ele carregou na plataforma uma nova imagem e eu vi logo que era a ideal para o novo álbum. Contactei-o imediatamente e pedi-lhe para não a vender a ninguém, porque eu queria comprar-lha. Foi a essa capa que eu fui buscar a inspiração para criar o conceito do álbum.

Também foi ele que fez os vídeos para os dois singles que já lançaste? [Há um aspeto que eu acho muito curioso no segundo álbum: as letras que aparecem vão criando padrões geométricos que parecem ser gerados pela voz do Callum.]

Não, o David não trabalhou nesses vídeos. Fui eu que fiz o vídeo para “The Vengeance” e o vídeo com letras para “The Evocation” foi feito por um gajo do Fiverr chamado Ayeyusif. Acho que ele fez um trabalho espetacular.

Que planos fizeste para fazer com que o teu segundo álbum chegue ao maior número possível de fãs? Como sempre estou a tentar promove-lo o mais que puder. A melhor forma de promover o álbum seria fazer concertos, portanto estou à espera de que apareça alguma coisa quando ele sair. Estou a fazer figas.

Então vão fazer concertos para promover «The Ritual»? E o Callum estará contigo?

Ainda não sei. Já tenho alguns músicos que poderão acompanharme em digressão, mas ainda não falei com o Callum. Estou à espera do lançamento do álbum, para ver o que vou fazer.

This article is from: