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C A R T A
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aros amigos, Durante o primeiro trimestre de 2007, pudemos observar o vigor do agronegócio e a notável capacidade empreendedora e resiliência dos nossos empresários. Impulsionado pela decisão americana, e de certa forma global, de buscar a bioenergia como substituto parcial dos combustíveis de origem fóssil, o agronegócio reemergiu. Os preços das “commodities” se recuperaram e isso trouxe uma renovada confiança para o campo. A maioria das empresas do agronegócio, em particular aquelas ligadas à exportação, está se reajustando ao penoso momento pelo qual o mercado está passando e, apesar dos problemas, o Brasil caminha para ser o maior produtor mundial de alimentos e bioenergia. Por isso, vejo 2007 com renovado otimismo. Especialmente porque 2006 foi um ano de dificuldades decorrentes de um “agribusiness” enfraquecido pelos custos, investimentos e taxa de câmbio desfavorável e, mesmo assim, conseguimos crescer quantitativa e qualitativamente. E, olhando para o futuro, tenho plena convicção de termos um plano de ação bem elaborado e com o usual compromisso e a determinação para buscar um crescimento que não seja apenas pontual, mas que se sustente por muitos anos, principiando uma longa Era de Prosperidade. Nesse crescimento vale ressaltar a nossa constante preocupação com a segurança, a qualidade e o respeito às pessoas e ao meio ambiente — valores absolutamente imperativos para o negócio —, que foi demonstrada de forma transparente no Balanço Social de 2006, que acabamos de divulgar. Convidamos você, nosso cliente, leitor e amigo, a se juntar a nós, da FMC, na crença por este futuro de desenvolvimento sustentável, econômico, social e ambiental. Mãos à obra!!! Sucesso e confiança, pois “o melhor está por vir”!! E se você pode sonhar, você pode realizar, afinal você é ótimo(a).
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ear friends,
In the first quarter of 2007, we experienced the vigor of agribusiness and the amazing entrepreneurial capacity and resilience of our entrepreneurs. Driven by the US, and also global, decision to use bio-energy as a partial Foto/Photo: Divulgação/Promotion
replacement to fossil fuels, agribusiness came back to life. Prices of commodities recovered significantly and agriculture regained trust and prosperity. Most agribusinesses, particularly those linked to exports, are having to make adjustment to face the difficulties the market is going through at the moment, but despite the hurdles, Brazil is soon to be the largest world producer of food and bioenergy. For all that, I am very optimistic about 2007, especially because 2006 was a difficult year for agribusiness which endured high costs, low investment levels and an unfavorable exchange rate. However, there has been some quantitative and qualitative growth. Looking towards the future, I am firmly convinced that we have a structured plan of action as well as commitment and determination to seek for sustainable growth which will send us on a journey to the Age of Prosperity. Together with growth, we will continue to focus on safety, quality and our respect for people and the environment — values that are absolutely crucial for the business — which was clearly demonstrated in the recently published Social Statement for 2006. We would like to invite you, our reader and friend, to join us at FMC in our pursuit for a future of sustainable economic, social and environmental growth. Let's get to work!!! Success and trust, because “the best is yet to come”!! And, if you can dream, you can make it happen. After all, you are great.
SQUARE
Antonio Carlos Zem
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Diretor Presidente América Latina Latin America Area Director FMC
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A beleza de um gesto Acreditamos ser oportuno lembrar nesta edição que também há beleza em tudo o que fazemos de maneira ética, seja pelo dever da consciência ou por um compronão ser indiferente. Pequenas atitudes podem gerar grandes conseqüências e da maneira como reagimos diante dos fatos. Existe uma
The beauty of a gesture there is beauty in everything that we do in an ethical way,
rumo é uma maneira de o homem criar e se fortalecer.
whether it is due to the duty we feel towards our conscious-
Basta um simples gesto para que nos tornemos pessoas
ness or because of a commitment we have taken on with
Que a leitura de FMC Square sobre o tema Responsabilidade Social e Ambiental possa levar o leitor a enxergar beleza onde sempre caberá um gesto a mais.
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Praça das Plantas Daninhas
05
Um belo problema A nice looking problem
Weeds Square
10 13 20 Praça das Pragas de Solo 24 Praça Social e Ambiental 27 Ponto de Partida 33 Trocando Idéias 37 Encontro Marcado 39 Entre Amigos 42 Banco de Craques 44 Gente Amiga 46 Praça dos Insetos
Insects Square
Start Point
We believe that it is timely to remind you in this edition that
Posicionar-se, tentar interferir nas coisas e mudar o seu
maiores e melhores.
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Social and Environmental Square
nos ajudar a ter uma conduta ética na vida. Tudo depende
meio da qual podemos moldar obras de arte grandiosas.
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Soil Pests Square
misso assumido com a sustentabilidade. O importante é
força criadora contida em tudo o que somos e fazemos, por
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O jeito é encarar The way is to face up to it
Batalha sem tréguas Battle without a truce
É só olhar... Just by looking...
A vitória da estratégia The victory of strategy
Sustentabilidade, um convite à ação Sustainability, an invitation to action
2005/2015 - Uma década de ouro 2005/2015 - A golden decade
Um passo à frente One step ahead
Open Forum
sustainability. What is important is not to be indifferent.
A Set Engagement
Small attitudes can generate huge consequences and help us have an ethical behavior in life. Everything depends on the way we react to facts. There is a creating force contained in everything that we are and do, by means of which we can
Among Friends
give way to grandiose works of art. To take a stance, attempting to interfere in things and change their direction is a way man has to create and to become
Expert Bench
strengthened. A simple gesture is enough to make us bigger and better people. May the reading of FMC Square on the issue of Social and
Friendly People
Environmental Responsibility allow the reader to see the
Um futuro promissor A future that looks bright
Golfe, jogo que encanta Golf, a captivating game
Lars doce Lars Lars sweet Lars
O gerador de riquezas The generator of wealth
beauty where there is always room for one more gesture.
e x p e d i e n t e e x p e d i e n t FMC Agricultural Products Diretor Presidente América Latina Latin America Area Director
Redação/Redaction Alfapress Comunicações Ltda. Jornalista Responsável
Antonio Carlos Zem
Responsible Journalist
Diretor de Marketing & Desenvolvimento
Inês Costa - MTb 28.685 ines@alfapress.com.br Fone/Phone: (19) 3232-0050
Market & Development Director
Direção de Arte e Projeto Gráfico
Vicente Gôngora
Direction of Art and Graphic Project
Ano/Year 3 - nº 5 maio/may 2007
Time de Marketing e P&D Market and R&D Team
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FMC Square is a bi-annual publication of Market area of FMC Agricultural Products Av. Dr. José Bonifácio Coutinho Nogueira, 150 st 1 floor - 13091-611 - Campinas - SP (19) 3735-4400 - www.fmcagricola.com.br
Os artigos assinados não refletem necessariamente a opinião da revista. Por falta Foto de capa /Picture photo de espaço não publicamos as referências Ilustração/Ilustration - VIA B Comunicação bibliográficas citadas pelos autores dos artigos que integram esta edição. Os interessados Revisão/Revision podem solicitá-las à redação por e-mail: Marília Cotomacci sac_apg@fmc.com Tradução/Version Amy Herszenhorn The signed articles do not necessarily reflect the Elizabeth Bastos magazine opinion. We did not publish the Fotolito e Impressão bibliographic references citedby the authors of
Coordenadora de Comunicação
Photolyt and Print
Communication Coordenation
Margraf Tiragem/Edition 2.500 exemplares/copies
Fernanda Teixeira
FMC Square é uma publicação semestral da área de Marketing da FMC Agricultural Products Av. Dr. José Bonifácio Coutinho Nogueira, 150 1º andar - 13091-611 - Campinas - SP (19) 3735-4400 - www.fmcagricola.com.br
the articles which integrate thisedition, due to the lack of space. If you have interest you can request them to the redaction by the e-mail: sac_apg@fmc.com
S Q U A R E D A N I N H A S / W E E D S P R A Ç A
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P L A N TA S
Um belo problema Por /By Mauro Antônio Rizzardi, Leandro Vargas e Mário Antônio Bianchi
em uma área provocam mudanças no tipo e proporções de espécies que compõem a população do local. Isso se explica pelo fato de os herbicidas não controlarem igualmente as diferentes espécies existentes na área. Com isso, algumas dessas acabam sendo beneficiadas e se multiplicam. Nessas situações, plantas de baixa ocorrência na área podem se multiplicar e se tornar grave problema para o produtor. Isso ocorre porque o herbicida é uma substância química capaz de selecionar populações de plantas. Como tal, o seu uso repetido na mesma área acarretará a seleção de espécies de plantas daninhas tanto tolerantes quanto resistentes ao herbicida. No caso da cultura da soja no Sul do Brasil, principalmente no Rio Grande do Sul, o uso de glifosato há pelo menos oito anos na cultura fez com que fossem selecionadas espécies que sempre foram tolerantes ou de difícil controle, como poaia (Richardia brasiliensis); corda-de-viola (Ipomoea sp.); guanxuma (Sida rhombifolia); trapoeraba (Commelina sp.) e capim de Rhodes (Chloris sp.). O aumento da dose do herbicida ou a aplicação em estádios iniciais de desenvolvimento da planta daninha melhoram o controle para algumas dessas espécies. Porém, na maioria dos casos é necessária a associação de herbicidas para se conseguir controle eficaz.
SQ U A R E
Ilustração/Ilustration: Rogério Pedro
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despeito de se tratarem, às vezes, de belíssimos exemplares, como é o caso da Ipomoea, as plantas daninhas são um verdadeiro tormento para a produção agrícola, representando um dos problemas econômicos mais importantes para os produtores de soja, uma vez que a presença de elevadas infestações pode acarretar perdas praticamente totais. Contra esse mal, muitos têm sido os métodos de controle utilizados. Os herbicidas constituem-se no mais comum, sendo possível, com o seu uso, a adoção mais rápida e eficiente das estratégias de controle, comparando-se ao uso de somente medidas mecânicas. Com a disponibilidade de cultivares de soja resistentes ao herbicida glifosato, o controle se tornou mais fácil. Além do custo mais baixo, essa nova opção permite maior flexibilidade e facilidade na eliminação das plantas daninhas, fazendo com que o seu estádio de desenvolvimento passe a ser menos importante do que o possível impacto que tem sobre o rendimento de grãos. Porém, essas vantagens devem ser utilizadas de maneira cuidadosa, para que não haja perdas de rendimento na cultura em função de controles realizados muito tardiamente após a emergência da soja ou da seleção de espécies de plantas daninhas tolerantes ou resistentes ao herbicida. No caso da adoção da soja transgênica, alguns aspectos sobre a dinâmica de populações das plantas daninhas e a possibilidade da seleção de espécies tolerantes e resistentes ao glifosato não foram adequadamente previstos. O tipo de manejo e os herbicidas utilizados
FMC
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Fotos/Photos: Divulgação/Promotion
A resistência de plantas daninhas a herbicidas é a capacidade natural e herdável de alguns biótipos, dentro de uma determinada população de plantas daninhas, de sobreviver e se reproduzir após a exposição à dose de um herbicida, que seria letal a uma população suscetível da mesma espécie. Isso é verdadeiro para todo e qualquer herbicida, embora a velocidade no aparecimento dos casos de resistência varie entre os mecanismos. Os casos de resistência de plantas daninhas na cultura da soja, até o ano de 2003, estavam restritos aos herbicidas inibidores da enzima ALS (acetolactato sintase) e da enzima ACCase (acetil CoA carboxilase). No ano de 2004, foram relatados casos de resistência a herbicidas inibidores de Protox, no estado do Paraná. Mais recentemente, em área com uso freqüente de glifosato foram identificados biótipos de azevém (Lolium multiflorum) (Foto 1); buva (Conyza bonariensis e Conyza canadensis) (Foto 2); e leiteira (Euphorbia heterophylla), resistentes ao herbicida. Em laboratório, aplicaram-se 2, 4, 6 e 8 l/ha-1 de glifosato sobre biótipos de buva sensível e resistente (Foto 3). O biótipo sensível morreu com a menor dose ou com a dose recomendada do herbicida; já o biótipo resistente não foi controlado mesmo com a dose maior de 8 l/ha-1. Ou seja, é bom frisar que a resistência é um fenômeno natural que vai se manifestar sempre que for utilizado o mesmo herbicida ou herbicidas com o mesmo mecanismo de ação, repetida e demasiadamente, aumentando assim a pressão de seleção. É importante salientar também que não há transferência de gene. A própria planta já tem esses genes, que simplesmente se manifestam devido à pressão de seleção causada pelo herbicida.
Foto 1/Photo 1
Diminuindo a resistência Perda de produtividade Productivity loss Referente ao controle Referente à dessecação após a semeadura da soja Related to control after soybean sowing
Related to fallow
-5
-4
-3
-2
-1
0
+1 +2
+3
+4
+5
Semanas em relação à semeadura weeks in relation to sowing
Efeitos das plantas daninhas As plantas daninhas reduzem o rendimento devido aos efeitos diretos e indiretos que exercem sobre o crescimento das culturas. Os efeitos diretos devem-se, especialmente, à competição que exercem por recursos limitados do meio, enquanto os efeitos indiretos incluem, principalmente, dificuldades de colheita e contaminação dos grãos por sementes e outros materiais provenientes das plantas daninhas. Indiscutivelmente, seus efeitos sobre a cultura da soja representam a maior causa de redução de produtividade.
Foto 2/Photo 2
Algumas medidas preventivas indicadas para minimizar o desenvolvimento de resistência de plantas daninhas aos herbicidas: ! Acompanhar com atenção quaisquer mudanças nas populações de plantas daninhas presentes na lavoura; ! Monitorar a população de plantas daninhas e o início do aparecimento da resistência; ! Arrancar e destruir plantas suspeitas de resistência; ! Praticar rotação de culturas, já que essa prática favorece a alternância de herbicidas a utilizar na área; ! Rotacionar os herbicidas, evitando utilizar, por mais de duas ocasiões consecutivas, produtos que apresentem o mesmo mecanismo de ação; ! Utilizar associação de herbicidas com diferentes mecanismos de ação ou fazer aplicações seqüenciais dos mesmos; ! Usar de forma intensiva o manejo integrado de plantas daninhas, principalmente quando houver constatação de escapes no controle químico de determinada espécie; ! Realizar aplicações seqüenciais de herbicidas com diferentes mecanismos de ação; ! Evitar que plantas resistentes ou suspeitas produzam sementes; ! Usar práticas para esgotar o banco de sementes.
Na adoção do controle químico para o manejo de espécies resistentes, é de fundamental importância o conhecimento do mecanismo de ação dos herbicidas. Nos casos de populações de buva resistente ao herbicida glifosato, a alternativa para o controle dessas populações deve contemplar o uso de culturas de cobertura no período de inverno e também o uso, em pré-semeadura da soja, da associação de herbicidas com glifosato, aplicados em uma só vez ou em aplicação seqüencial antes da semeadura da cultura. A adoção dessas práticas evita problemas como os observados nas Fotos 4 e 5. Em se optando pela associação, deve-se atentar para critérios como: diferentes sítios de ação, espectro de controle e persistência semelhantes. Caso contrário, a resistência pode eventualmente ser selecionada, independente dos diferentes mecanismos de ação dos herbicidas aplicados na área. No caso da soja transgênica, as indicações relacionadas à prevenção da resistência não foram consideradas de grande importância, já que o glifosato, devido às suas características, é considerado um produto com baixo risco para seleção de biótipos resistentes. Finalmente, em se detectando a resistência ao glifosato, mesmo em lavouras com soja transgênica, é necessário o acréscimo de mais um herbicida na lista de aplicações ou alterar o manejo da vegetação nessas áreas, utilizando métodos de manejo e controle, muitas vezes menos eficientes e com maior custo de aplicação. Esses fatos ilustram o custo da resistência para o produtor.
Foto 3/Photo 3
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Photo 4
Biótipo resistente/Resistant biotype
Foto 5/
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SQUARE
Foto 4/ Biótipo sensível/Sensitive biotype
Photo 5
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(Photo 1); horsewee (Conyza bonariensis and Conyza canadensis )
A nice looking problem
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espite the fact that sometimes they can be beautiful, like the case of Ipomoea, weeds are a true headache for agriculture
production and they can be one of the most serious
eventually be selected, regardless of the different action
(Photo 2); and fireplant (Euphorbia heterophylla), all resistant to the mechanisms of herbicides applied in the area. herbicide. In the laboratory, 2, 4, 6 and 8 l/ha-1 of glyfosate was
In the case of GMO soybean, the elements related to resistance
sprayed on the sensitive and resistant horseweed biotypes
prevention were not considered relevant, because glyfosate is a low
(Photo 3). The sensitive biotype died with the lower dose or with the risk product to the selection of resistant biotypesdue to its own recommended dose of the herbicide; whereas the resistant biotype
characteristics.
was not controlled even with a dose higher that 8 l/ha-1.
Last but not least, if glyfosate resistanceis found even in GMO
Therefore, it is known that resistance is a natural phenomenon that
soybean crops, one more herbicide must be added to the list of
will manifest itself whenever the same herbicide or herbicides with
applications or management of the vegetation in these areas must
the same modes of action are used repeatedly of in abundance,
be replaced by less efficient and more costly management and
putting more pressure on the selection. It is also important to
control methods. These facts illustrate the cost of resistance to
mention that there is no transference of genes. The plant itself
producers.
already has these genes which are manifested because of the selection pressure caused by the herbicide.
economic problems of soybean growers. Large weed infestations can cause severe losses to those crops. A lot has been done to control this evil weed and the use of herbicide is the most common method adopted by growers to promote a faster and more efficient control
See graphic
strategy, only compared to the use of mechanical practices.
Effects of weeds
Weed control became easier because some soybean cultivars are resistant to glyfosate. It is less costly and the new option is also more
Weeds reduce yield because of the direct and indirect effects
flexible and more efficient when it comes to eliminating weeds. By
they have over the growth of crops. Direct effects can be
the new method, the development stage of the weed comes second
associated to the competition for the limited environment
when compared to the possible impact caused to the yield of grains.
resources, whereas indirect effects include mainly problems
However, these methods must be carefully used in order to avoid
at harvest and contamination of the grains by seeds and
yield losses to the crop when the controls are applied too late after
other materials derived from the weeds. There is no doubt
the emergence of the beans or the selection of tolerant weed species
that the effects of weeds on soybean crops represent the
or herbicide resistant weeds.
major cause of yield reduction.
In the case of the GMO soybean, some aspects about the dynamics of the population of weeds and the possibility of selecting species
certain area can cause changes in the type and number of species that are part of the local population. This can be explained by the fact that herbicides are not capable of equally controlling all the different species in a given population. As a result, some of them grow even more. Under these circumstances, low occurrence weeds in an area can multiply and become a serious problem to growers. That occurs because the herbicide is chemical substance capable of selecting populations of plants. As such, its continuous use in the same area can cause the appearance of weeds that are both tolerant and resistant to the herbicide. In the case of soybeans from the South of Brazil, mainly from Rio Grande do Sul, the use of glyfosate for the past eight years provoked the selection of species that have always been tolerant or hard to control, such as tropical Mexican clover (Richardia brasiliensis); morning glory (Ipomoea sp.); prickly sida (Sida rhombifolia); day flower (Commelina sp.) and Rhodes
Reducing resistance Some preventive actions can be adopted to try to minimize the development of weed resistance to herbicides, such as:
!
Attentively follow any chances in the populations of weeds in the crop;
! Monitor the population of weeds and the early stages of resistance;
! Remove and destroy all weeds likely to resist; ! Rotation of cultures - this practice allows you to alternate herbicides to be used in a given area;
! Rotate herbicides to avoid using the same mode of action on two consecutive occasions;
! Use a mix of the herbicide with different modes of action or apply a sequential of the same;
! Make intensive use of weeds integrated management,
grass (Chloris sp.). An increased dose of the herbicide or its
particularly when there is evidence of gaps in the chemical control
application during the initial stages of weed develpment, improve the
of certain species;
control of some of these species. However, in most cases it may be necessary to have na association of herbicides to obtain a more efficient control.
SQUARE
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Doutor Professor da Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária da Universidade de Passo Fundo Doctor; Professor at the School of Agronomy and Veterinarian Medicine of Passo Fundo University
! Apply herbicides with different modes of action; ! Prevent resistant or suspicious weeds to produce seeds; ! Use practices to exhaust the seed bank.
Herbicide weed resistance is the natural and inherited capacity of some biotypes, within a certain population of weeds that can survive
Mauro Antônio Rizzardi
When adopting chemical control to manage resistant species, it is
and reproduce after exposure to a dose of herbicide which would be
crucial to have complete knowledge of the herbicides mechanisms of
lethal to another population of the species. This is true of any
action. In cases where populations of horseweed are resistant to
herbicide, although the appearance of resistant cases varies in terms
glyfosate herbicide, the alternative to control these populations
of frequency and mechanisms.
must contemplate the use of sidress in the winter time and also the
Until 2003, the cases of weed resistance in soybean crops, were
use, in soybean pre-sowing, of herbicides associated with glyfosate,
restricted to ALS enzime(acetolactate sintase) inhibiting herbicides
sprayed all at once or in sequence before the sowing of the crop.
and ACCase enzime (acetyl CoA carbozilase) inhibitors. In 2004,
The adoption of such practices prevents problems such as the ones
there were reported cases of resistance to Protox inhibiting
illustrated on Photos 4 and 5.
herbicides in the state of Paraná. More recently, in areas were
Some criteria must be taken into account when choosing the
glyfosate is commonly used, there have been cases where other
association of herbicides: different modes of action, similar
biotypes were identified: Italian ryegrass (Lolium multiflorum)
persistence and control spectrum. Otherwise, resistance might
Leandro Vargas Doutor Pesquisador da Embrapa Trigo Doctor; Researcher at Embrapa Trigo (wheat)
Mário Antônio Bianchi
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that are tolerant and resistant to glyfosate were not completely anticipated. The types of management and herbicides used in a
Doutor Pesquisador da Fundacep Doctor; Researcher at Fundacep FMC
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O jeito é encarar Fotos/Photos: FMC
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10 F M C
pesar de, nesta última década, as culturas geneticamente modificadas estarem registrando crescimento da área plantada nos mais de 20 países onde há esse tipo de cultivo, o Brasil, mesmo ocupando o terceiro lugar na produção de transgênicos, com 11,5% da produção mundial, ainda tem um grande desafio pela frente no que diz respeito à cotonicultura: controlar a ocorrência de pragas como bicudo, principalmente, além de percevejos, ácaros e também Spodopteras. Esses insetos deverão despender maior atenção no cultivo do algodão transgênico (BT1), liberado para plantio no Brasil, por não serem afetados por essa tecnologia e responderem apenas ao controle químico nesse tipo de algodão. Isso é fato, não tem como fugir. E a melhor maneira de tirar proveito da transgenia é encarar esse problema, começando por entender os meandros dessa questão. A tecnologia BT1, por meio da introdução de um gene na planta, torna-a tóxica às lagartas que dela se alimentam, como curuquerê (Alabama argillacea), lagarta-das-maçãs (Heliothis virescens) e lagarta-rosada (Pectinophora gossypiella), apresentando também algum efeito em controle de plusias. Porém, pragas com hábito de alimentação diferente das lagartas não são controladas por essa tecnologia e, livres do controle químico, têm a tendência a se propagarem,
para nos beneficiarmos das variedades resistentes a lagartas onde elas são um problema, pois em muitas regiões o custo de controle dessas lagartas não viabiliza a biotecnologia, ou seja, a tecnologia do BT é cara comparada ao custo de controle dessas lagartas. Em outras palavras, com o algodão BT1 ou outro tipo de transgenia, a mudança em relação à aplicação de produtos utilizados na cultura do algodão que, anteriormente, além de controlar lagartas, também controlavam o bicudo leva à tendência de aumento desta praga, se outras medidas de supressão não forem tomadas. Embora cedo para falarmos em descontrole, é importante adotarmos todas as medidas possíveis para não surgir resistência das lagartas ao algodão BT. A adoção de áreas de refúgio, por exemplo, é imprescindível, devendo ser respeitada de acordo com o posicionamento futuro da pesquisa e dos órgãos oficiais. Esse cuidado é necessário quando se trata de plantações próximas ao cerrado, alternativa do bicudo especialmente na época da entressafra, quando não há alimento e o inseto busca esse tipo de vegetação para sobreviver. Neste início de ano, por exemplo, os primeiros focos do bicudo do algodão já foram detectados em municípios da região sul de Mato Grosso, como Itiquira, Rondonópolis, Campo Verde, Primavera do Leste e Serra da Petrovina, entre outros. Precisamos estar atentos e fazer de tudo para reduzir a pressão inicial dessa praga, pois a falta de manejo do bicudo é um dos principais agravantes para a continuidade do plantio de algodão na região.
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S Q U A R E I N S E T O S / I N S E C T S D O S P R A Ç A
Por /By Rubem Staudt
especialmente considerando-se as características de países de clima tropical como o Brasil. Neste caso, a mudança tende a ser mais acentuada pelos seguintes motivos: altas temperaturas e umidade, velocidade e modo de reprodução das pragas, espectro de pragas diferente (presença do bicudo), continuidade da cultura (safrinha de algodão) e proximidade de outras culturas, como a soja, de onde os percevejos podem migrar. Atualmente, o espectro de pragas do algodoeiro abrange também pulgões (Aphis gossypii), tripes (Frankliniela williamsi), lagarta-elasmo ou broca-do-colo (Elasmopalpus lignosellus), broca-da-raiz (Eutinobrothus brasilienses), lagarta-rosca (Agrotis ipsilon), lagarta Spodoptera, ácaro-branco (Polyphagotarsonemus latus) e ácaro-rajado (Tetranychus urticae), percevejos (Horcias nobilellus; Dysdercus sp.; Nezara viridula; Piezodorus guildinii; Euschistus heros) e o bicudo-do-algodoeiro (Anthonomus grandis), principal praga do Brasil. Embora ainda não possamos falar em mudança do espectro de pragas com o advento do algodão transgênico (BT1) por ser a tecnologia muito recente no Brasil, muitos fatores, como o clima, fisiologia da planta, por exemplo, poderão influenciar no comportamento das pragas. Provavelmente, a partir desta safra 06/07 teremos algumas respostas sobre esse assunto e, com certeza, caberá à pesquisa um estudo mais aprofundado sobre o comportamento das pragas no algodão modificado geneticamente, entre elas, como já citado, o bicudo, percevejos e ácaros, às quais a planta não apresenta resistência. A experiência norte-americana nos mostra que, mesmo em pleno século XXI e com os avanços da biotecnologia nos 30 anos desde que foram realizadas as primeiras pesquisas biológicas naquele país, é preciso vencer este velho inimigo do algodoeiro, o bicudo. Inseto originário do México e coletado pela primeira vez por entomologistas franceses no Estado de Vera Cruz, no início dos anos 1830, o bicudo foi relacionado ao algodoeiro cultivado pela primeira vez em 1855, e, posteriormente, nos Estados Unidos, em 1892. Com o aumento de área cultivada com plantas transgênicas e a conseqüente redução do uso de inseticidas para controle de lagartas, pragas consideradas secundárias, como percevejos e moscabranca, têm uma tendência a se tornarem mais presentes, além do aumento com os problemas com bicudo e pulgões, elevando o seu potencial de danos. Por isso, nos EUA, primeiramente eles procuraram eliminar o seu maior problema, ou seja, o bicudo, e depois trabalharam a biotecnologia, introduzindo a resistência nas plantas às lagartas já citadas, para realmente usufruir o benefício da transgenia. Para a nossa realidade, seria imprescindível reduzirmos a pressão do bicudo nas regiões produtoras de algodão,
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The North American experience shows us that, even in the XXI Century and with the advances in biotechnology in the last 30 years in which the first biological research was carried out in that country, it is necessary to overcome this old cotton enemy, the boll weevil. An insect originating in Mexico and collected for the very first time by French entomologists in the State of Vera Cruz, at the beginning of the 1830's, the boll weevil was linked to the cotton planted for the very first time in
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cultures have registered a growth in planted area in the
With the increase of areas cultivated with transgenic plants and
more than 20 countries where this type of plantation
consequently a reduction in the use of insecticides to control
exists, Brazil, albeit occupying the third place in the production of
caterpillars, pests deemed to be secondary, such as bedbugs and the
GMOs with 11,5% of the world's production still faces a huge
white fly, now show a trend to become ever present, besides the
espite the fact that in the last decade genetically modified
1855, and subsequently in the United States in 1892.
challenge ahead when it comes to cotton crops: controlling the
increase in problems with the boll weevil and aphids, increasing their
occurrence of pests such as the boll weevil, mainly, besides the
potential for damage. Because of this, in the United States, initially the
bedbugs, mites and Spodopteras as well. These insects should
attempt is made to eliminate the greatest problem, that is to say, the
lead to greater attention to the plantation of transgenic cotton
boll weevil, and only then do they work on biotechnology, introducing
(BT1), released for plantation in Brazil, as they are not affected by
resistance in plants to caterpillars already mentioned, to truly be able
this technology and simply respond to chemical controls in this
to make full use of transgenic plants. In our reality, it would be
type of cotton. This is a fact, there is no avoiding it. It is the best
absolutely necessary to reduce the pressure of the boll weevil in the
way to make full use of transgenic production and face up to the
cotton producing regions, to be able to benefit from the varieties
problem, beginning with an understanding of the meanders of this
resistant to caterpillars where they pose a problem, as in many regions
issue.
the cost of controlling such caterpillars does not make biotechnology
The BT1 technology, by means of the introduction of gene in the
feasible, that is to say, the BT technology is too costly compared to the
plant, makes it toxic to caterpillars that feed on it, such as the
cost of controlling these worms.
cotton moth (Alabama argillacea), the apple worms (Heliothis
To put it differently, with the BT1 cotton or another type of genetically
virescens) and the pink caterpillar (Pectinophora gossypiella), also
modified organism, the change regarding the use of products used in
presenting an effect in the control of plusias. Nevertheless, pests
the cotton crops, which previously, besides controlling caterpillars also
with different eating habits compared to the caterpillars are not
controlled the boll weevil, leads to a tendency of an increase in this
controlled by this technology and, free from chemical control, will tend to propagate, especially if we consider the characteristics of countries with tropical climates such as Brazil. In this case, the change tends to be more accentuated for the following reasons: high temperatures and moisture, speed and means of reproducti
pest, if other measures are not adopted for their suppression. Although it is too early to speak about lack of control, it is important to adopt all possible measures not to allow a resistance to arise for BT cotton earthworms. The adoption of refuge areas, for example, is crucial, and should be respected according to the future stance
"... é preciso vencer este velho inimigo do algodoeiro, o bicudo." "... it is necessary to overcome this old cotton enemy, the boll weevil." on of the pests, different spectrum of pests (presence of the boll weevil), continuity of the crop (small cotton harvest) and the proximity of other crops, soybeans for example, from which the bedbugs can migrate.
adopted for research and official agencies. This care is necessary when
Presently, the spectrum of pests for the cotton crop also
dealing with plantations closeto the cerrado, an alternative for the boll
encompasses aphids (Aphis gossypii), thrips (Frankliniela
weevil, especially between harvests, when there is no food and the
williamsi), lesser cornstalk borer (Elasmopalpus lignosellus), root
insect seeks this type of vegetation to be able to survive.
borer (Eutinobrothus brasilienses), black cutworm(Agrotis
At the beginning of this year, for example, the first boll weevil foci in
ipsilon), Spodoptera worm, white mite(Polyphagotarsonemus
cotton have already been detected in municipalities in the Southern
latus) and the phytophagous mite(Tetranychus urticae), begbugs
region of Mato Grosso, such as Itiquira, Rondonópolis, Campo Verde,
(Horcias nobilellus; Dysdercussp.; Nezara viridula; Piezodorus
Primavera do Leste and Serra da Petrovina, among others. We need to
guildinii; Euschistus heros) and the cotton boll weevil (Anthono-
be alert and do everything within our reach to reduce the initial
mus grandis), the main pest in Brazil.
pressure of this pest, as the lack of management of the boll weevil is
Although we cannot as yet speak about a change in the pest
one of the main factors aggravating the continuity of cotton plantation
spectrum with the advent of transgenic cotton (BT1) as this is the
in the region.
most recent technology in Brazil, a diversity of factors, such as climate, plant physiology, for example, may influence the behavior of pests. It is very probable that beginning with the 06/07 harvest we will have some answers regarding this issue and, most certainly, there will have to be a more in-depth research on their
SQUARE
behavior of pests in genetically modified cotton, among which, as
12 F M C
has been mentioned previously, are the boll weevil, bedbugs and mites, to which the plant presents no resistance.
Rubem Staudt Engenheiro agrônomo e sócio-proprietário da Astecplan Assessoria Técnica e Planejamento Agronomist and owner-partner of Astecplan - Planning and Technical Assistance
S Q U A R E I N S E T O S / I N S E C T S
Batalha sem tréguas
P R A Ç A
D O S
Por /By Dionísio Link
A evolu ção do mane jod e pra gas em soja é uma históia r marcada pela lutaconst ante contr ae sses inimigos tinha como finalidades principais a produção de massa verde para forragem animal e a de grão para a formação de ração animal, especialmente suína. A comercialização dos grãos era secundária. A partir da década de 70 (1970-79), ocorreu uma enorme expansão da área cultivada com essa leguminosa, em grande parte, devido ao surgimento de cultivares de crescimento determinado e de ciclo mais curto; essas cultivares foram desenvolvidas por pesquisadores de instituições federais e estaduais localizadas no Rio Grande do Sul. O Instituto Agronômico do Sul (IAS) do Ministério da Agricultura e o Instituto de Pesquisas Agronômicas (IPAGRO) da Secretaria da Agricultura do Rio Grande do Sul lançaram várias cultivares, com possibilidade de colheita mecanizada, o que muito contribuiu para a expansão da área cultivada. A colheita mecanizada, favorecida por essas novas cultivares, e a comercialização dos grãos, que se tornou a primeira opção dos produtores, mudaram o modo de controle das pragas da soja até então utilizado. Na época, estava em uso um calendário fitossanitário, pelo qual, entre o Natal e o Ano-Novo, se fazia a primeira aplicação de agrotóxico, geralmente à base de metilparationa mais DDT ou à base de canfeno clorado, formulações estas de longo poder residual; a segunda aplicação geralmente era realizada em fins de janeiro e uma terceira, em fins de fevereiro. A partir de março, com a queda da temperatura e a presença do fungo muscardina, agente de controle biológico natural, raramente havia necessidade de mais uma aplicação de agrotóxico para controlar lagartas.
SQUARE
N
ão tem sido fácil o enfrentamento entre produtores e insetos que atacam a soja, em especial a lagarta. Nessa batalha, pesquisas e novas tecnologias oferecidas no mercado têm marcado forte presença na história que conta a evolução do manejo de lagartas. Mas inúmeros insetos se adaptaram a essa cultura, utilizando-se dela para a sua sobrevivência, seja na forma de alimento, seja na forma de substrato para reprodução. Alguns se adaptaram desde a sua introdução no país, há mais de 40 anos, caso da lagartada-soja (Anticarsia gemmatalis), destacada em pesquisas sobre os inimigos da soja devido à sua importância, por atacar lavouras em todo o Brasil, com os maiores prejuízos ocorrendo na região Sul do Brasil. Até 1960, as cultivares de soja utilizadas pelos agricultores possuíam ciclo extremamente longo, superando sete meses de cultivo, eram de crescimento indeterminado, possuíam folhas grandes e decumbentes e, em solos férteis, acamavam com facilidade. Esses fatores proporcionaram o “desenvolvimento de ferramentas” para o desponte da soja, com algum mercado no início da década de 70, quando vários modelos de “despontadores” estavam sendo comercializados. Os estudos da pesquisa, na época, determinaram a ocorrência de quatro a seis gerações da lagarta-da-soja, durante o ciclo da cultura, sendo que, a partir da segunda (no caso de quatro gerações) ou da terceira (no caso de seis gerações), o desfolhamento atingia níveis consideráveis e, quando essas infestações ocorriam na floração, o prejuízo era total. A partir da floração ocorria incidência, mas os danos tendiam a ser menores, devido à queda da temperatura e à ocorrência de infecção fúngica, a muscardina-verde, causada pelo fungo Nomuraea rileyi. A cultura ocupava pequenas áreas por propriedade e
FMC
13
de controle, conforme a Tabela 1. A assistência técnica particular, de imediato, passou a utilizar estes novos parâmetros, enquanto os serviços de extensão oficiais o ignoraram, pelo menos em parte. Tabela 1 - Densidade da lagarta-da-soja para decisão de controle, em lavouras de soja, em função da altura da planta e das espécies de invasoras. Table 1 - Density of the velvet bean caterpillar on soybean crops, to take the decision to control, as a function of plant height and invading species.
Altura da planta: Plant height
30cm
Densidade média 5 de lagartas:
50cm 15
80cm > 100cm 25
30
Average density of caterpillars:
Invasoras agressivas: milhã, papuã, capim-arroz e similares. Aggressive invaders: Digitarius sanguinalis, Brachiaria plantaginea, Echinochloa crusgalli and other similar ones.
SQUARE
Nova metodologia de
14 F M C
Table 2 - Efficacy of the two active ingredients applied with different dilutions for the control of the velvet bean caterpillar*.
Quantidade de calda: Quantity of syrup:
Permetrina (35g i.a./ha)
80 litros 120 litros 150 litros 200 litros /liters
74%
/liters
80%
/liters
88%
/liters
96%
Permetrine (35g a.i./ha)
Clorpirifós (120g i.a./ha)
75%
81%
87%
94%
Chlorpiriphos (120g a.i./ha)
caterpillars as of 35 large samples/ground cloth). Sixteen days after the
A ocorrência de outras espécies de lagartas-desfolhadoras, especialmente as falsas-medideiras (Plusiinae), com destaque para a lagarta-do-linho (Rachiplusia nu) e a falsa-medideira, (Pseudoplusia includens), com a redução do cultivo do linho e do cultivo de leguminosas forrageiras, de inverno/ primavera, como os trevos e a alfafa, se tornou problema menor no cultivo da soja convencional. Esporadicamente atingiam densidades populacionais, o que exigia tomada de decisão para o controle químico. Com o advento da soja geneticamente modificada (transgênica) e sua tecnologia de cultivo, praticamente isenta de invasoras, ocorreu a ressurgência de lagartas, tanto a da soja como as falsas-medideiras, especialmente a P. includens, que, a partir da floração, tem sido constatada nas lavouras de soja, com densidades de 10 a 40% do total de lagartas amostradas na lona de coleta. As lagartas falsas-medideiras, de uma maneira geral, exigem mais ingrediente ativo por unidade de área que a lagarta-da-soja, pois são menos suscetíveis aos agrotóxicos. A lagarta-da-soja ataca a parte superior da planta de soja e é facilmente constatada pelo agricultor, enquanto a falsamedideira ocorre no terço médio da planta e só é notada quando já causou seu dano. Como a cultura da soja transgênica ocorre com a quase ausência de invasoras, os inimigos naturais das lagartas falsas-medideiras tornaramse escassos e até ausentes nas lavouras, o que tem favorecido a ocorrência de surtos destas lagartas. A aplicação de caldas com médio e baixo volume tem trazido à situação pouca ou nenhuma eficácia do controle químico, o que leva o produtor a acusar o agrotóxico de ineficiente. Em soja com mais de um metro de altura e bastante densa, quase não há penetração da calda no interior do dossel e, por conseqüência, verifica-se a ausência de controle das pragas ali ocorrentes. Testes indicaram que somente a aplicação de caldas com 150 litros ou mais por hectare tem sido eficiente, independente do ingrediente químico indicado para o controle da praga em questão.
The evolution in pest management in soybeans is a history marked by a constant struggle against these enemies
T
he confrontation between producers and the insects that attack soybean, especially caterpillars, has not been an easy one. In this battle, research and new technologies offered in the market
evolution of the handling of caterpillars. However, innumerable insects have adapted to this culture, making use of it for their survival, be it in the form of food, be it in the form of a substrate for reproduction. Some have adapted since its introduction in the country more than 40 years
*Lavoura com soja densa e com 1,40m de altura (a densidade média de lagartas foi de 35 exemplares grandes/lona de coleta). Dezesseis dias depois nova aplicação, devido ao nível de desfolha (>40%) e densidade de 18 lagartas/amostra, nas áreas tratadas com 80 e 120 litros de calda.
new application, due to the level of defoliation (>40%) and density of 18
Lagartas de difícil controle
Battle without a truce
have marked a strong presence in the history that tells about the
*Crop with dense soybean and with 1,40m height (the average density of
am ostragem
A partir de 1975, com a instalação do Centro Nacional de Pesquisa de Soja, se estabeleceu a coordenação das atividades de pesquisa na cultura, e foi, então, desenvolvido um programa de manejo das pragas da soja, com destaque para a lagarta, sendo feita uma avaliação, por meio da lona de coleta (“ground-cloth”), dos níveis de infestação e indicando quando tomar a decisão de controle químico. Esses dados tornaram-se necessários, visto que as novas cultivares, de crescimento determinado e de ciclo mais curto, não suportavam o “calendário fitossanitário” até então utilizado. Foi estabelecido que, a partir de uma densidade média de 40 lagartas por dois metros de linha e 30% de desfolha na fase vegetativa, ou 15% na fase reprodutiva, o controle químico tornava-se viável e compensava economicamente. Esse programa é utilizado oficialmente até hoje. O melhoramento genético desenvolveu cultivares de soja com folhas menores e eretas e com igual atividade fotossintética, plantas mais precoces que se traduziram em espaços menores entre fileiras e de densidade de plantas por área. Esses avanços da pesquisa, por outro lado, entraram em choque com o programa de manejo de pragas da soja em uso, pois se a decisão fosse tomada quando se chegava ao nível de desfolha ou à densidade de lagartas, nada mais havia de soja na lavoura para ser protegido. A desfolha nos níveis preconizados pelo programa, por sua vez, permitia o ressurgimento das invasoras remanescentes, causando maiores prejuízos nas lavouras. Em 1987, foi apresentada pelo autor deste artigo uma modificação dos níveis de infestação, em que a densidade de lagartas, para tomada de decisão, levava em conta o tamanho da planta, a presença de invasoras agressivas (milhã, papuã, capim-arroz e outras similares) e as condições meteorológicas (em períodos chuvosos as invasoras eram o problema e nos períodos secos as lagartas se destacavam). Ficaram estabelecidas novas densidades de lagartas para a tomada de decisão
Tabela 2 - Eficácia de dois ingredientes ativos aplicados com diferentes diluições no controle da lagarta-da-soja*.
caterpillars/sample, in the areas treated with 80 to 120 liters of syrup.
ago, which is the case of the velvet bean caterpillar (Anticarsia gemmatalis) highlighted in research on the enemies of soybeans due to its importance, its attacks in the plantations throughout Brazil, with the greatest damage and losses taking place in the Southern region of Brazil. Up to 1960, the soybean cultivars used by the farmers had extremely long cycles, going beyond seven months of plantation, the growth was indeterminate, they had large and decumbent leaves and, on fertile soils, drooped easily. These factors allowed for the “development of tools” for the emergence of soybean, with some market at the beginning of the 1970's, when several “emerging” models were being
Outra situação de constatação mais recente é a ocorrência de surtos da lagarta-da-soja, atacando as vagens em formação, quase sem dano na folhagem; fato este só notado pelo produtor no momento da colheita, que se apavora pela pequena quantidade de vagens existentes nas plantas. Essa situação tem sido constatada em lavouras nas quais, há pelo menos duas safras, tem sido feito o controle químico das doenças de final de ciclo, a partir da floração. Os fungicidas utilizados com essa finalidade são eficientes controladores do fungo muscardina-verde (Nomuraea rileyi), agente de controle biológico natural da lagarta-da-soja. A utilização do Baculovirus anticarsia para o controle da lagarta-da-soja, em lavouras transgênicas, tem funcionado da mesma maneira que nos cultivos convencionais quanto à sua eficácia; o problema é que a permanência do vírus na lavoura é mais difícil, por serem as gerações da lagarta-da-soja estanques e a falta de gerações cruzadas impedir a permanência deste agente de controle biológico nas lavouras. Na safra 2006/2007 o ressurgimento da lagarta-da-soja, atacando vagens em formação, tornou-se problema em muitas lavouras, durante a segunda quinzena de fevereiro de 2007, devido, especialmente, à elevada altura das plantas, dossel fechado (grande massa verde) e fatores meteorológicos favoráveis à cultura. O controle químico tem funcionado de forma irregular especialmente naquelas áreas com baixo volume de calda (inferior a 120 litros/ha) e aplicação terrestre. A ocorrência da muscardina-verde (agente de controle biológico natural) também tem sido irregular, e enquanto alguns produtores não têm mais problemas com a lagarta-da-soja no final do ciclo, outros estão se queixando de que não conseguem controlá-la mesmo com doses elevadas de agrotóxicos. O desenvolvimento da planta de soja, com alturas superiores a 120 cm e dossel fechado, impede uma boa distribuição da calda inseticida, dificultando o controle e levando os produtores ao desespero.
marketed. At that time, the research models determined the occurrence of four to six generations of velvet bean caterpillars during the crop cycle, being that as of the second (in the case of four generations) or the third (in the case of six generations), the defoliation attained considerable levels and, when these infestations took place during floration the loss was total. As of the floration there would be an incidence, but the damages tended to be less, due to the drop in temperature and the occurrence of a fungal infection, the green muscardine, caused by the fungus Nomuraea rileyi. The culture occupied small areas per property and had as the main goal to produce green mass for animal forage and grains to formulate animal feed, especially for swine. Marketing of grains was secondary. Beginning in the 1970's (1970-79) there was an enormous expansion of cultivated area with that leguminous plant, largely due to the upsurge of cultivars with a specific growth and a shorter cycle; those cultivars were developed by researchers in federal and state institutions located in Rio Grande do Sul. The Agronomic Institute of the South (IAS) from the Ministry of Agriculture and the Institute of Agronomic Research (IPAGRO) from the Agriculture Secretariat from Rio Grande do Sul launched several cultivars, with the possibility of having a mechanical harvest, which contributed greatly to the expansion of cultivated areas. Mechanized harvests favored these new cultivars and the marketing of grains, which then became the first choice of producers, they changed the means of controlling the soybean pests that had been used up to that time. At that time, a phytosanitary calendar was being used, through which, between Christmas and New Year, the first application of defensives was carried out, generally with a base of methylparatione plus DDT, or based on chlorated camphene, formulations with a long residual power; the second application was generally carried out at the end of January, and the third at the end of February. Beginning in March, with the drop in temperature and the presence of the muscardine fungus, an agent of natural biological control, there was rarely the need to carry out one more application with pesticides to control caterpillars. The small plantations were kept free from invaders, by means of a mechanical control (weeding), making it difficult for the natural enemies of the velvet bean caterpillar and other pests of that culture to survive. Furthermore, this facilitated the resurgence of caterpillar attacks. FMC
SQUARE
As pequenas lavouras eram mantidas isentas de invasoras, através do controle mecânico (capina), o que dificultava a sobrevivência dos inimigos naturais da lagarta-da-soja e de outras pragas da cultura. Além disso, facilitava a ressurgência do ataque de lagartas. Com a expansão da área cultivada e a redução do espaçamento entre as fileiras de soja, o controle mecânico das invasoras tornou-se problemático. Conseqüentemente, a pesquisa determinou quanto de concorrência a cultura da soja podia suportar sem maiores reduções na produção e, entre os fatores estudados, a rapidez com que a soja cobria o terreno, impedindo o desenvolvimento das invasoras, foi importante para a seleção de herbicidas seletivos à cultura. Esses herbicidas se tornaram fundamentais, pois dependiam do estádio fenológico das invasoras e das condições meteorológicas para serem eficazes. E, também, a sobrevivência de algumas plantas invasoras, sob a copa das plantas de soja, permitiu a presença e sobrevivência dos inimigos naturais da lagarta-da-soja.
15
was a resurgence of caterpillars, not only for soybean and the Plusiinae as well, especially the P. includens, which, beginning with floration,
pests became problematic. Consequently , research began to see
have been detected on the soybean plantations, with densities of 10 to
just how much competition the soybean culture could withstand
40% of the total number of caterpillars sampled in the ground cloth.
without a significant reduction in production and, among the
The Plusiinae caterpillars, verygenerally, demand more active
factors surveyed, was the speed with which soybean covered the
ingredient per unit of area than the velvet bean caterpillars, as they are
land, hampering the development of invaders, and this was
less susceptible to pesticides.
Ocorrência no Cerr ado Várias são as espécies de pragas que atacam a cultura da soja, e dentre elas as lagartas-desfolhadoras têm aumentado substancialmente de importância e população nos últimos anos, causando sérios prejuízos aos sojicultores e onerando consideravelmente o sistema de produção da cultura. As espécies de maior ocorrência são a lagarta-da-soja (Anticarsia gemmatalis), as falsas-medideiras (Pseudoplusia includens e Trichoplusia nii), Spodoptera eridania e Spodoptera cosmioides, lagarta-enroladeira (Omiodes indicata) e, recentemente, a lagarta-da-maçã do algodão (Heliothis virescens), que vem migrando para a cultura da soja. Embora sejam desfolhadoras, cada espécie possui hábitos e comportamentos diferentes, e, conhecendo e acompanhando a biologia e seus comportamentos, podemos assim posicionar as melhores alternativas de controles, escolha de inseticidas, momento de aplicação e volume de calda. A infestação das lagartas nas lavouras inicia-se com a chegada das mariposas, que imediatamente após o acasalamento iniciam a oviposição. Três dias em média, os ovos eclodem, dando início à infestação das lagartas, que se não controladas podem causar prejuízos consideráveis, que vão desde a redução da área fotossintética ao ataque às vagens. Atualmente é imprescindível a identificação da fase adulta de cada espécie de lagarta, visando acompanhar o momento da chegada do inseto, e através do monitoramento acompanhar a evolução dessas lagartas ao longo do ciclo da cultura.
important for the selection of herbicides that were selective for the The velvet bean caterpillar attacks the upper part of the soybean plant crop. These herbicides became fundamental, as they depended on and this can easily be seen by the farmer, while the Plusiinae occurs in the phenological phase of invaders and the weather conditions to the middle third of the plant and is only noticed when it has already have any efficacy . The survival of some invading plants, under the
caused damage. As the transgenic soybean culture takes place
coverage of the soybean plants,allowed for the presence and
practically with the absence of invaders, the natural enemies of the
survival of natural enemies of the velvet bean caterpillar .
Plusiinae caterpillars become scarce and even absent on plantations,
New sampling methodology
which has facilitated the occurrence of outbreaks of these caterpillars.
As of 1975, with the setting up of the National Center for Soybean Research, research activities in the crops were coordinated, and at that point a management program was created for soybean pests, with an emphasis on the caterpillar. An assessment was carried out, through a ground cloth, in terms of the levels of infestation and indicating when the time had come to make the decision to use chemical controls. This data became evermore necessary, considering that new cultivars, with a specific growth and a shorter cycle, could not bear the “phytosanitary calendar” that had been used up to that time. It became established that, as of an average density of 40
The application of syrups with medium and low volumes have brought about the situation of little or no efficacy of the chemical control whatsoever, which leads producers to accusing pesticides of being inefficient. In soybean with more than one meter of height and quite a bit of density, there is almost no penetration of the syrup inside the canopy and, as a result, what is observed is the absence of pests that occur there. Tests have indicated that only the application with syrups with 150 liters or more per hectare have been efficient, regardless of the chemical ingredient indicated for the control of the pest in question.
See Table 2
caterpillars for two meter of line and 30% of defoliation in the Another situation verified more recently is the occurrence of outbreaks
control would become viable and be worthwhile economically. This
of the velvet bean caterpillar attacking the beans or pods under
program is being used officially up to present.
formation, with almost no harm to the leaves. This fact is only noticed
Genetic improvement developed soybean cultivars with smaller
by the producer at the moment of harvesting, when he will be
and erect leaves and with the same photosynthesis activity, more
astounded by the very small amount of pods existing in the plants. This
precocious plants that would translate into less space between the
situation has been verified in cultivations in which there are at least two
rows and plant density per area. These great strides in research,
harvests, where there has been chemical control for diseases at the end
on the other hand, came into clash with the pest management
of the cycle, as of floration. The fungicides used with this aim are
program being used for soybean, as if the decision were made
efficient controllers of the green muscardine fungus, Nomuraea rileyi ,a
when the defoliation level was reached or caterpillar density was
natural biological control agent for the velvet bean caterpillar.
attained, there would be no more soybeans in the plantation to
The use of Baculovirus anticarsia for the control of the velvet bean
protect. Defoliation at the levels preached by the program, on the
caterpillar in transgenic plantations has worked in the same way as in
other hand, allowed for the resurgence of the remaining invaders,
the conventional crops regarding efficacy; the problem is that the
causing greater damage to the crops.
permanence if the virus on the crop fields is more difficult, as the velvet
In 1987, the author of this article presented a modification of the
bean generations are stagnant and the lack of cross generations
infestation levels, in which the caterpillar density for the decision
impedes the permanence of this biological control agent in agriculture.
making took into account the size of the plant, the presence of
In the 2006/2007 harvest the resurgence of the velvet bean caterpillar
aggressive invaders (Digitarius sanguinalis, Brachiaria
attacking the forming pods became a problem in many plantations,
plantaginea, Echinochloa crusgalli and other similar ones) and the
during the second fortnight in February of 2007, especially due to the
weather conditions (during the rainy periods the invaders were the
height of the plants, the closed canopy (great green mass) and
problem, and in dry periods, caterpillars stood out). New
meteorological factors favorable to the crops. Chemical control has
caterpillar densities were established for the decision making
worked irregularly, especially in those areas with a low volume of syrup
process, in accordance to Table 1. Private technical assistance
(less than 120 liters/ha) and land application. The occurrence of green
immediately began to use these new parameters, while the official
muscardine (natural biological control agent) has also been irregular,
extension services ignored them, at least partially.
and while producers no longer have problems with the velvet been caterpillar at the end of the cycle, others are complaining that they
See Tabe l 1
cannot control them even with high doses of pesticides. The development of the soybean plant, with heights greater than 120 cm
Caterpillars difficult to control
and closed canopy prevent a good distribution of the insecticide syrup, making control difficult and leading producers to despair.
The occurrence of other species of defoliating caterpillars, especially the Plusiinae, with an emphasis on the Rachiplusia nu, and the Pseudoplusia includens, with a reduction in the cultivation of flax and the cultivation of forage legumes, from winter/spring, with clovers and alfalfa, became a minor problem in cultivations of conventional soybean. Sporadically they would attain population densities, which demanded that the decision be made to use chemical control.
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With the advent of genetically modified soybean (transgenic) and
16 F M C
the cultivation technique, practically exempt from invaders, there
Dr. Dionísio Link Engenheiro Agrônomo e Dr. Professor Titular - UFSM Agronomist engineer Dr. and Head Professor at UFSM
Danos observados pelo ataque das lagartas na região do Cerrado Fotos/Photos: FMC
vegetative phase, or 15% in the reproductive phase, the chemical
12345-
preferencialmente em uma região mais protegida (terço médio das plantas), onde ocorre menor penetração de calda na aplicação dos inseticidas pela própria arquitetura da soja, sendo consideradas de difícil controle.
Diferença de comportamento das lagartas
Lagartas-da-soja - Mais expostas - Alimentam-se de cima para baixo - Alimentam-se de nervuras - Maior facilidade de contaminação
Falsas-medideiras - Menos expostas - Localizam-se no terço médio - Alimentam-se de baixo para cima - Não se alimentam de nervuras - Apresentam resistência aos inseticidas tradicionais - Maior dificuldade de contaminação por inseticidas
Redução da área fotossintética; Queda prematura das folhas ( lagarta-enroladeira); Danos nas vagens atacadas; Redução do tamanho dos grãos; Queda da produção.
Outras espécies de lagartas que vêm causando elevados prejuízos aos sojicultores da região dos Cerrados são as Spodopteras (Spodoptera eridania e Spodoptera cosmioides). São insetos polífagos, que atacam várias espécies hospedeiras e, atualmente, têm se adaptado à cultura da soja. Além do hábito desfolhador, alimentam-se também de vagens, danificando os grãos e permitindo a entrada de microorAnteriormente a espécie de maior ocorrência na cultura era a lagarta-da-soja (Anticarsia gemmatalis), que atualmente ganismos às mesmas. Como as posturas dessas espécies é considerada de menor importância comparada a outras geralmente possuem entre 200 e 300 ovos, e por não espécies de maior dificuldade de controle, como as falsas- terem hábitos canibais, podem rapidamente se constituir em uma alta população, causando sérios prejuízos, visto medideiras. que geralmente sua ocorrência é verificada quando a soja A lagarta-da-soja é uma espécie muito voraz, que pelos já se encontra na fase reprodutiva. seus hábitos inicia sua alimentação da parte superior da planta para os terços inferiores; conseqüentemente ficam Outra situação preocupante é com a ocorrência das lagartas-enroladeiras (Omiodes indicata), que têm como mais expostas, facilitando seu controle. característica tecer uma teia para se proteger, unindo As falsas-medideiras são assim denominadas porque se partes da folha (justificando seu nome vulgar) ou unindo locomovem como se estivessem medindo palmo. Não se folhas. Nesta situação torna-se difícil o controle, pois elas alimentam de nervuras, órgão muito utilizado na translo- ficam cuidadosamente em um ambiente muito protegido, cação de vários grupos de inseticidas. Localizam-se dificultando o contato com os inseticidas, ocorrendo
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With the expansion of cultivated area and the reduction of spacing between the soybean rows, the mechanical control of the invading
FMC
17
preferencialmente na fase reprodutiva. Os danos ocasionados por essas espécies são redução da área fotossintética conseqüente da alimentação e queda prematura das folhas, antecipando o ciclo da cultura. Dentre todas as espécies que estão ocorrendo na cultura, a que tem apresentado maior mudança de comportamento é a lagarta-da-maçã do algodoeiro (Heliothis virescens), que atualmente tem se adaptado à soja em várias regiões do Brasil, alimentando-se preferencialmente de vagens. Os fatores que têm favorecido o aumento substancial da população dessas lagartas são o uso contínuo e necessário de diferentes fungicidas, visando especialmente o controle da ferrugem-asiática, que atuam também sobre um agente biológico de ocorrência natural (Nomuraea rileyi) muito eficaz no controle de lagartas, associado ao uso indiscriminado de inseticidas não-seletivos na fase inicial do desenvolvimento da cultura. Visando reduzir as populações dessas lagartas e conseqüentemente os danos ocasionados por elas, fazse necessário realizar o monitoramento desses insetos, acompanhando a chegada das mariposas, bem como a evolução das lagartas, através do método de pano-debatida. Essas medidas irão auxiliar no posicionamento dos inseticidas, como momento de aplicação, volume de calda e performance dos diferentes grupos químicos.
Occurrence in the Cerrado There are several species of pests that attack the soybean crops and among these are the defoliating caterpillars that have increased substantially in importance and population in the last few years, causing serious damage to soybean producers and considerably burdening the crop production system. The species which occur the most are the velvet bean caterpillar (Anticarsia gemmatalis), the soybean looper (Pseudoplusia includens and Trichoplusia nii), Spodoptera eridania and Spodoptera cosmioides, Pyralid moths (Omiodes indicata) and, recently, the cotton caterpillar (Heliothis virescens), that has migrated to the soybean crop. Although they are defoliating, each species has different habits and behaviors, and by getting to know and follow-up on their different behaviors, we can better position controls, our choice of insecticides, the moment of application and the volume of juice. The infestation of caterpillars in the crop begins with the arrival of the butterflies, that immediately after mating beginning laying their eggs. In three days on the average, there is the hatching of eggs, giving way to the caterpillar infestation, which if uncontrolled may give rise to considerable damage, ranging all the way from a reduction of the photosynthetic area to an attack to the pods. Presently it is of the utmost importance to identify the adult phase in each caterpillar species, with the aim of following-up on the moment of arrival of the insect, and through a monitoring to accompany the evolution of the caterpillars through the crops' cycle.
1 - Monitoramento da chegada das mariposas (visual); 2 - Identificação das espécies; 3 - Acompanhamento do desenvolvimento das lagartas (pano-de-batida); 4 - Conhecimento do comportamento do inseto; 5 - Hábito de alimentação (limbo, vagens, nervuras); 6 - Nível de dano econômico; 7 - Localização no dossel; 8 - Escolha dos inseticidas: - sítio de ação; - seletividade aos inimigos naturais; 9 - Volume de calda.
With the aim of reducing the population of these caterpillars and consequently the damages caused by them, it becomes necessary to
which presently have adapted to the soybean culture. Besides the
carefully monitor these insects, following-up on the arrival of butterflies,
habit of defoliation, they also feed from the pods, damaging the
as well as the evolution of the caterpillar , through the beat cloth method.
grains and facilitating the entrance of microorganisms the latter. As
These measures can help the positioning of insects, as the moment of
the egg laying in these species generally have between 200 and 300
application, the volume of juice and the performance the of different
eggs and as they do not have cannibal habits, they can speedily
chemical groups.
build up enormous populations, causing serious damage, considering that they generally occur when the soybean plant is in its reproductive phase. Another situation of great concern is the occurrence of Pyralid
1 - Monitoring the arrival of butterflies (visual); 2 - Identification of species;
web to protect themselves, by bringing together parts of the leaf
3 - Follow-up on the development of caterpillars (beat cloth method);
(justifying their common name) or by joining together leaves.
4 - Knowledge of the insect's behavior;
Under these conditions it becomes very difficult to control them, as
5 - Feeding habits (limbo, pods, nervures);
they cautiously remain in a highly protected environment,
6 - Level of economic damage or loss;
hampering contact with insecticides, and occurring preferentially in
7 - Location in the plant coverage;
the reproductive phase. Damages caused by these species are a
8 - Choice of insecticides:
reduction in the photosynthetic area, consequently that used for
- site of action;
feeding and a premature dropping of leaves, anticipating the crops'
- selectivity to natural enemies;
cycle. presented the greatest change in behavior is the tobacco budworm, or cotton worm (Heliothis virescens), which presently has adapted to the soybean crops in several regions of Brazil, feeding
1- Reduction of the photosynthesis area;
caterpillars are the continuous and necessary use of different
2- Premature dropping of leaves (soybean looper);
fungicides, with the goal of primarily controlling the Asian soybean
3- Damages to the pods attacked;
rust that also acts on a biological agent that occurs naturally
4- Reduction in grain size;
(Nomuraea rileyi) and is very efficient in the control of caterpillars,
Formerly, the species that most occurred in the crop was the velvet deemed to be of lesser importance compared to other species which are more difficult to control, such as the soybean looper . The soybean caterpillaris an extremely voracious species that because of its habits begins feeding from the top of the plant descending to the lower thirds; as a consequence they become more exposed, which facilitates their control. The soybean looperare so called because they move ahead as if they were measuring a hand breadth. They do not feed on nervures, an organ used greatly in the translocation of several groups of insecticides. The locate themselves preferentially in a more protected region (third half of plants), where there is less penetration of the juice in the application of insecticides due to the architecture itself of a soybean, and these are deemed to be difficult to control.
- More exposed - Feed from top to bottom - Feed from nervures - Greater ease of contamination Soybean looper - Less exposed - Locate themselves in the third half - Feed from the bottom to the top - Do not feed on the nervures - Present resistance to traditional insecticides - Greater difficulty in contamination by insecticides
9 - Volume of the juice.
Among all of the species that take place in a crop, the one that has
Cerrado region
bean caterpillar (Anticarsia gemmatalis ), that in present days is
Success in the control of defoliating caterpillars
moths (Omiodes indicata), that have the characteristic of weaving a
Factors favoring the substantial increase in the population of such
Soybean caterpillar
SQUARE
Spodopteras (Spodoptera eridania and Spodoptera cosmioides). These are polyfagous insects that attack several host species and
Damages observed due to the attack of caterpillars in the
Difference in behavior of caterpillars
18 F M C
associated to the non-discriminate use of non-selective insecticidesin the initial stages of the crop development.
preferentially from the pods.
5- Drop in production.
Sucesso no controle das lagartas-desfolhadoras
Another species of caterpillars that has been causing significant damages to soybean producers in the region of the Cerrado are the
Dra. Jurema Rattes Engenheira Agrícola, Profa. e Pesquisadora da Universidade de Rio Verde Enga. Agra. Profa. and Researcher at the Rio Verde University
S Q U A R E
traz fotos e descrições que ajudam a identificá-las nos vários estágios, antecipando seu potencial de danos Manual of cotton pests includes pictures and descriptions which help to identify them in their various life cycles, anticipating their potential for harm
P R A Ç A
D O S
I N S E T O S / I N S E C T S
A
Manual de pragas do algodoeiro
Entrevista/Interview: Paulo Saran
É só olhar...
pós o lançamento oficial do manual Pragas do Algodoeiro, em agosto de 2006, durante o Congresso Brasileiro de Algodão, em Uberlândia - MG, ficará mais simples para os profissionais envolvidos com a cultura algodoeira identificar quais as pragas que se relacionam com os danos encontrados ou quais danos essas pragas poderão causar, ajudando a entender o ciclo biológico, os períodos de ocorrência e as condições climáticas favoráveis a sua multiplicação. “Certamente será uma importante ferramenta dentro do processo”, avalia o criador do manual, o consultor técnico Paulo Edimar Saran, da BBC (Brazil Business Consultoria), que resolveu confeccionar esse guia baseado nas próprias dificuldades em reunir informações visuais associadas às descrições das pragas. O manual é resultado da união do material fotográfico colecionado pelo consultor, durante o seu trabalho, com um texto simples e de fácil compreensão. As informações foram extraídas de literaturas já conhecidas e revisadas pelo entomologista Dr. Walter Jorge dos Santos. Patrocinado pela FMC Agricultural Products, o manual de cerca de 300 páginas chegará às mãos dos interessados gratuitamente, trazendo mais de 250 fotos de adultos, posturas, ninfas, larvas, pupas, sintomas de ataque e descrevendo a biologia, o ciclo e os danos dos insetos.
O que o motivou a confeccionar um manual de pragas? A idéia surgiu há aproximadamente seis anos, quando tive dificuldades em reunir informações visuais que, associadas às descrições das pragas, me ajudassem a identificálas nos vários estágios, antecipando seu potencial de danos. Um exemplo dessa dificuldade de identificação são as mariposas e suas posturas.
Por que você resolveu criar um manual específico de pragas do algodoeiro? Porque o algodoeiro é uma cultura em que muitas dificuldades surgem a cada safra. Dentre essas dificuldades, o complexo das pragas que atacam a cultura merece destaque pela sua diversidade, tanto em quantidade quanto em variação dos sintomas de ataque. O objetivo foi dar suporte técnico aos profissionais novatos que pretendem iniciar suas atividades como “amostradores técnicos de campo” e reciclar os profissionais considerados veteranos nas atividades de amostragens. Certamente o manual será uma importante ferramenta para auxiliá-los.
Just by looking...
A
fter the official launch of the “Pragas do Algodoeiro” ("Pests of
professionals involved in the cotton cultures to identify which are the pests that relate to the damage found, or which is the damage these pests can cause, helping to understand the biological cycle, the periods
Cigarrinha/Sharp shooter
of occurrence and the climatic conditions that favor their multiplication. “This will doubtlessly be an important tool within the process”,
SQUARE
Percevejo-manchador/Cotton stainer bug
20 F M C
Percevejo-verde/ Southern green stink bug
What led you to drafting the manual on pests? The idea arose approximately six years ago, when I was having hard time recompiling visual information associated to the description of the pests, to help me identify them at the diverse stages, anticipating their potential to cause damage. An example of this difficulty in identification is butterflies and their laying.
assesses the creator of the manual, technical consultant Paulo Edimar
Why did you decide to create a specific manual for cotton
Saran, from BBC (Brazil Business Consultoria), who decided to
pests?
elaborate this guide based on his own difficulties in recompiling visual
Because, in the cotton crop, many things happen during the season.
information associated to the descriptions of such pests.
Among the difficulties are the pest complex which attack the culture
The manual is the result of joining together the photographic material
and merit being highlighted due to their diversity, not only in quantity,
collected by the consultant during his work, with a simple text which is
but also in variation of attack symptoms.
easy to understand. The information was extracted from well-known
The goal was to offer technical support to newly arrived professionals
literature and revised by entomologist Dr. Walter Jorge dos Santos.
who intend to begin their activities as “technical field samplers” and
Sponsored by FMC Agricultural Products, this 300-page manual will be
recycle professionals deemed to be veterans in sampling activities.
given out free of charge to those that are interested in it, and brings
There is no doubt that the manual will be an important tool for these
over 250 photos of adults, laying, nymphae, larvae, pupas, attack
professionals.
SQUARE
Cotton”) in August of 2006, during the Brazilian Congress on
Cotton, in Uberlândia - MG, it will be evermore simple for
symptoms and describes the biology, the cycle and the damages caused by these insects. FMC
21
Como você conseguiu registrar tantas imagens sobre o tema pragas do algodoeiro? Meus trabalhos sempre envolveram visitas às lavouras, em todas as fases, desde a implantação até a colheita e em todas as regiões algodoeiras do Brasil. E sempre fui um apaixonado por fotografias, especialmente pelas “macros”, como também sempre gostei de insetos, então resolvi juntar tudo. Minha coleção de fotos conta hoje com aproximadamente 22.000 poses.
Quais as dificuldades em se confeccionar um manual de pragas? Uma das dificuldades é fazer com que toda a coleção de fotos dos insetos e seus danos representem exatamente as situações encontradas no campo, refletindo-os com a maior naturalidade possível, nas cores e em todas as variações e estádios, sem maquiagem e da forma com que as pessoas que o irão consultar (e eu espero que sejam muitas) realmente os identifiquem. Muitas pragas ocorrem em períodos específicos ou em regiões distintas, mas, em alguns casos, uma praga de ocorrência generalizada causa danos diferentes em regiões diferentes, como é o caso da Spodoptera frugiperda. Isso fez com que todos os sintomas de ataques, comuns ou incomuns para algumas regiões, fossem incluídos. Reunir essas informações também foi uma das grandes dificuldades para a confecção do manual.
Houve incentivo por parte das pessoas interessadas? Sim, os incentivos vieram na forma de solicitações e sugestões e, na vontade de atender as solicitações e aceitando as sugestões, fui aprimorando as necessidades daqueles que realmente precisam destas informações.
Além deste manual, você pretende confeccionar outros? Sim. A cultura algodoeira é freqüentemente atacada por pragas secundárias, que considero tão importantes quanto as principais, não do ponto de vista econômico, mas do ponto de vista técnico. Existe também a necessidade de identificação dos insetos benéficos mais comuns no Brasil e em suas várias fases (múmias, ootecas, pupas, posturas), responsáveis muitas vezes pelo controle de algumas infestações de pragas, e que com o uso de variedades OGMs se tornarão cada vez mais importantes dentro do processo de manejo das lavouras de algodão.
Além dos insetos, existem as doenças, que necessitam ser conhecidas em todas as fases de evolução das infecções, principalmente em relação aos sintomas iniciais — existem sintomas provocados por injúrias químicas (inseticidas, fungicidas e herbicidas) ou mecânicas (coberturas, granizos, descargas elétricas, etc.) e existem sintomas provocados por deficiências nutricionais. Todas essas informações serão apresentadas nas próximas safras e nos formatos de manuais: Manual de insetos benéficos do algodoeiro; Manual de pragas secundárias do algodoeiro; Manual de doenças do algodoeiro e Manual de identificação de sinistros, injúrias e deficiências do algodoeiro.
O que este manual tem que o diferencia dos outros já publicados? Tão difícil quanto entender a diversidade e as ocorrências simultâneas das pragas, assim como associar danos encontrados nas plantas com as pragas ocorrentes, são as identificações, tanto das pragas, em seus mais variados estágios de crescimento, quanto dos danos causados em várias partes das plantas, e é aí que o manual se diferencia, pela diversidade com que as pragas podem ser encontradas e pelo detalhe dos sintomas causados por elas, em todas as suas fases de desenvolvimento e em todas as estruturas das plantas.
Como você avalia os amostradores para o processo da cotonicultura brasileira? Devido ao grande número de insetos que atacam as lavouras, devido ao grande número de patógenos que infectam a cultura e devido à enorme diversidade de operações realizadas durante todo o ciclo do algodão, se faz extremamente necessária a presença de um profissional técnico, capacitado, identificador de insetos e conhecedor dos sintomas de ataque das pragas e dos sintomas de infecções dos patógenos, sincronizado e sintonizado com as necessidades operacionais da cultura. Esse profissional, antes denominado apenas “pragueiro” e que hoje assume responsabilidades múltiplas e muito mais abrangentes, deve denominar-se “amostrador técnico de campo”.
Spodoptera cosmioides
Lagarta-das-maçãs/Boll worm Which are some of the difficulties in drafting a manual on
Bicudo/Boll weevil
pests?
Lagarta-rosca/Black cutworm
in the field, reflecting them as naturally as possible, in the true colors and in all of the stage variations, without touch ups and the way the people who will be consulting this manual (and I hope there will be many) truly identify them.
cotton pests? My work involves visits to plantations orcrops, in all of their phases, all the way from the implementation tothe harvest and in all of the cotton regions of Brazil. I have always been very
hail, electrical discharges, etc.) and there are symptoms provoked by nutritional deficiencies. All of this information will be presented in the coming harvests and in the
Many pests rake place in specific periods or in distinct regions, however,
passionate about photography, especially the “macro” ones, as I
format of manuals: Manual of beneficial insects for cotton crops; Manual
have always likes insects,therefore, I decided to put all of this
of secondary pests in cotton; Manual of diseases in cotton, and Manual to
damages in different regions, as is the case with Spodoptera frugiper-
together. My photo collection nowadays has approximately 22.000
identify the damages, injuries and deficiencies of the cotton crop.
da. Because of this all of the attack symptoms, whether common or
shots.
How do you evaluate the samplers for the process of cotton
Besides this manual, do you intend to draft others?
culture in Brazil?
uncommon for some regions, have been included. To recompile such manual. Was there any incentive from the stakeholders? Yes, the incentive came in the form of requests and suggestions and in
Yes. Cotton crops are frequently attacked by secondary pests,
Due to the large number of insects that attack crops, due to the large
which I consider to be as important as the main ones, not from the
number of pathogens infecting the culture and due to the enormous
economic viewpoint, but from the technical one. There exists the
diversity of operations carried out during the entire cotton cycle, it
need also to identify the more common beneficial insects in Brazil in
becomes extremely necessary to have the presence of a technical
the process of wishing to comply to the requests and heed the
their several phases (mummies, egg bags, pupas, laying),
professional, one that is trained, and identifies the insects and has deep
suggestions, I enhanced the needs of those who truly need this
oftentimes responsible for the control of some pest infestations,
knowledge of the attack symptoms of pests and the pathogens of
information.
SQUARE
the initial symptoms — there are symptoms caused by chemical injury (insecticides, fungicides and herbicides) or mechanical injury (coverage,
in some cases, pests with a generalized occurrence causes different
information was also one of the great difficulties in elaborating this
22 FMC
How were you able to record so many images on the topic of
and that with the use of varieties of GMO's are becoming evermore
infectious symptoms, synchronizing and attuned to the operational
important within the process of handling cotton crops.
needs of the culture. This professional, formerly called simply the “pest
Besides the insects, there are the diseases which need to be known in all of their phases of evolution of infections, mainly as regards
specialist” is the one who nowadays takes on multiple and more encompassing responsibilities and should be called “the technical field sampler”.
As difficult as understanding the diversity and the simultaneous occurrence of pests, and associating the damages found in plants to the pests that occur, are the identifications, not only of the pests in their most diverse stages of growth, but also the damages caused in several parts of the plant, and this is where the manual stands out, because of the diversity with which the pests can be found, and the detail of the symptoms they cause, in all of their phases of development and in all of the plant structures.
Paulo Edimar Saran Consultor Técnico BBC
SQUARE
One of the difficulties is to ensure that the entire collection of photos of the insects and their damages exactly represent the situations detected
What differentiates this manual from the others that have been published?
Technical Consultant from BBC (Brazil Business Consultoria) FMC
23
em cana-de-açúcar
População Mundial / World Population: 1950-2050
5 billion 4 billion
2050
2040
2030
2020
2010
2000
1990
3 billion
Ano/Year
Foto/Photo: Rogério Pedro
Segundo dados da U.S. Census Bureau, a população mundial deverá atingir 7,5 bilhões de pessoas em 2020, sendo que a área agriculturável não crescerá, ou seja, será mantida em 1,5 bilhão de ha, representando uma diminuição da área produtiva por pessoa.
SQUARE
Controle químico / Chemical control Consiste em tratamentos com produtos que poderão ser utilizados isoladamente ou associados, dependendo do alvo e da melhor época para a aplicação. Pode ser traduzido na seguinte função: Consists of treatment with products which may be used in isolation or in association, depending on the target, and the best season to apply such products. This may be translated into the following function:
{
{
] f produtos e dose(s)] ] f biologia pragas] X
f época X f tecnologia de aplicação
f products and dose(s) xf pest biology x f season x f application technology
According to data from the U.S. Census Bureau, the world population should reach 7,5 billion people in 2020, being that arable land will not increase, that is to say, it will remain 1,5 billion hectares, representing a decrease in productive area per person.
Para se evitarem tais perdas, a solução se inicia com a correta identificação da praga. Sendo assim, é muito importante que se realize um mapeamento destas pragas (nematóides, cupins, coleópteros e outras) por meio de levantamentos a campo identificando a espécie, níveis populacionais e de dano. Complementando, destaca-se a necessidade de monitoramento constante dos canaviais por equipe treinada, facilitando assim a tomada de decisão. A partir dessas informações, é possível decidir pelo método mais eficaz de controle. A adoção de diferentes práticas, por meio de Manejo Integrado de Pragas
O histórico de pragas de solo em cana-de-açúcar identificava como primárias nematóides, cupins e migdolus (infestações localizadas regionalmente). Atualmente, outras pragas — como alguns coleópteros — , que eram secundárias ou até sem importância econômica, passaram a causar danos consideráveis. Devido à complexidade dessas pragas, aos prejuízos por elas causados e às características físico-químicas dos produtos registrados para a cultura, torna-se fundamental a implementação das melhores práticas para o controle, que começam no domínio sobre o comportamento das pragas. Ou seja, reconhecer quando e como elas atacam a cultura de cana-deaçúcar durante todo o seu ciclo vegetativo (12 a 14 meses) é de fundamental importância. Outro fator não menos importante é a interação homem—máquina— ambiente. Além disso, a adoção de uma agricultura de precisão em sua plenitude, isto é, atingir o alvo de forma precisa, alcançando altos patamares de performance, é a tradução do que podemos definir como práticas excelentes para o controle de pragas. O correto dimensionamento do conjunto aplicador e os recursos disponíveis podem fazer a diferença em relação aos resultados esperados, pois, dependendo da praga-alvo, estabelece-se a melhor forma de posicionamento desses produtos no solo. Em outras palavras, o sucesso dessa modalidade de controle só é possível quando fatores como comprometimento de pessoas, segurança ao ser humano e do ambiente, conhecimento sobre a cultura econômica, praga-alvo, conhecimento sobre produtos e tecnologia de aplicação são amplamente dominados.
SQUARE
7 billion 6 billion
Fonte/Source: U.S. Census Bureau, International Data Base (versão agosto 2006/august 2006 version)
24 FMC
(MIP), tem demonstrado que os controles biológico, mecânico, cultural e químico possibilitam excelentes resultados. O método químico, quando necessário, deve ser adotado como complemento para o melhor controle.
Melhores práticas
9 billion 8 billion
1980
resultados
10 9 8 7 6 5 4 3 2 1 0
1970
garantem excelência de
1960
Melhores práticas para o
1950
D A S P R A Ç A
Por /By Weber Geraldo Valério
População (bilhões)/Population (billions)
controle de pragas de solo
A vitória da estrat égia
P R A G A S
D E
S O L O / S O I L
P E S T S
S Q U A R E
E
m qualquer batalha, vence quem tem a melhor estratégia e, para isso, é necessário estar bem informado. Em agricultura, equivale a dizer que é preciso ter o domínio sobre o comportamento do “inimigo” e das melhores práticas de controle. No caso da cana-de-açúcar, vale lembrar, ainda, que é necessário conhecer o contexto dessa cultura, em que a exploração de grandes áreas e abertura de novas fronteiras é fator de alerta em relação ao controle das pragas de solo, que atacam a cultura durante todo o ciclo vegetativo (do plantio de toletes à colheita), ocasionando consideráveis prejuízos em todas as regiões canavieiras do país. Os danos ocorrem principalmente nas raízes, toletes e rizomas, com maior incidência no período seco, prejudicando o sistema radicular e, conseqüentemente, diminuindo a capacidade da planta absorver água e nutrientes. Agravando essa situação, a perspectiva de redução da área produtiva de 0,5 para 0,2 ha por pessoa até 2020 (veja box abaixo) indica que o controle de pragas e fungos pós-colheita e a mato-competição podem ser as únicas saídas para administrar as perdas na agricultura, que poderão chegar a 15%.
FMC
25
The victory of strategy Best practices for soil pest control in sugar cane guarantee excellence in results
I
The correct sizing of the applying set and the resources available can make a difference when it comes to the expected results, as, depending on the target pest, the best way to position these products in the soil can be determined. In other words, success with this mode of control is only possible when factors such as the commitment of people, safety of human beings and the environment, knowledge of the economic plantation, the target pest, knowledge of the products and the application technology are broadly understood and under control.
n any battle, those who win have the best strategy and, for that, it is necessary to be well informed. In agriculture, this
means saying that it is necessary to have control over the
behavior of the “enemy” and the best control practices. In the case of sugar cane, it is worthwhile recalling that although it is necessary to know the exact context of this cultivation, in which the exploration of broad areas and the opening of new frontiers is a warning factor when it comes to the control of soil pests, that attack this culture during its entire vegetative cycle (from the planting of the seedpiece to harvesting), causing considerable damage in all of the sugar cane regions throughout the country. Damage occurs mainly in the roots, seedpiece and rootstocks, with a greater incidence during the dry period, harming the root system and, consequently decreasing the plant's capacity to absorb water and nutrients. To further aggravate this situation, the outlook of a reduction in productive area from 0,5 to 0,2 hectares per person up to 2020 (Box World Population) indicates
Conjunto aplicador de nematicida/inseticida
that pest and fungi control after the harvest and the thicket-
Set to apply the nematicide/insecticide
competition may turn out to be the only way out to manage losses in agriculture, that may attain 15%. In order to avoid such losses, the solution begins with a correct identification of the pest. This being the case, it is very important to carry out a mapping of such pests (nematoids, termites, coleoptera and others) through field surveys to identify the species, population levels and the damage. To complement this, emphasis should be given to the need for a trained team to constantly monitor the sugar plantations, thus facilitating the decision making process. Based on this information, it becomes possible to decide on the most efficient control system. The adoption of a variety of practices, by means of the Integrated Pest Control (IPC) has proven that a biological, mechanical, cultural and chemical control
Detalhe da penetração lateral do disco cortante
make it possible to attain excellent results. Whenever necessary,
Detail of the side penetration of the cutting disc
the chemical method should be adopted as a complement for the best control (Box Chemical control).
Best practices The history of soil pests in sugar cane is used to identify primary nematoids, termites and migdolus (regionally localized infestation). Presently, other pests — like some coleoptera —, which were formerly secondary or even unimportant economically, have now begun to cause considerable damage. Due to the complexity of such pests, the harm they cause and because of the physical-chemical characteristics of the products registered for plantation, it becomes crucial to implement the best control practices, which begin with control over the behavior of such pests. All this means to say it is fundamental to recognize when and how they attack the sugar cane plantation during its
Planta sadia x planta atacada por pão-de-galinha (Cyclocephala melanocephala) Healthy plant x plant attacked by Roundhead beetle (Cyclocephala melanocephala)
entire vegetative cycle (12 to 14 months). Another factor that is not less important is the man—machine—environment interaction. Besides all of these factors, it is necessary to adopt precision agriculture, in its fullest dimension. That is, to attain the target in a precise manner, reaching ever higher performance levels and this
SQUARE
is the translation of what we define as being excellent pest control
26 FMC
practices.
Weber Geraldo Valério Sócio-diretor da Consult Agro Partner-director of Consult Agro
S Q U A R E E N V I R O N M E N TA L SQUARE
P R A ร A
S O C I A L
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A M B I E N TA L / S O C I A L
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Exercendo a responsabilidade social, as empresas conduzem seus negรณcios comprometidas com o desenvolvimento sustentรกvel
Por /By Mรกrcia Beatriz Leal Osรณrio FMC
27
28 FMC
Sustainability,
an invitation to action By exercising social responsibility, companies manage their businesses committed to sustainable development
T
he anxiety created with environmental changes and their potential impacts on the life of the planet has never been so great. Equally of concern are the data on the human
development indices (income, education and health), which indicate there is still enormous social inequality and a lagging behind in several parts of the world. According to the French existentialist philosopher Jean-Paul Sartre, man builds himself based on his plans and on the responsibility he feels towards himself and others. This responsibility, in his opinion, makes man feel he is in contact with the world that surrounds him and he is touched by the problems of society, which generates such anxiety that it will lead him to action, “seeking to become useful for society”. Whether this is or not the motivation behind the exercise of social responsibility as a guiding principle for economic activity towards sustainable development which gains force day after day in society, the fact is that the anxiety grows daily, calling each of us more to action. And this calling is not a recent one. In truth, the issue of Social Responsibility in the business environment began to appear over twenty years ago, remitting us to a historic retrospective which explains and justifies just how urgent it is not to waste a single day more in this quest. In the 1980's, the world efforts toward development seemed to have failed. Large areas of the globe were made up of stagnated economies that were highly indebted. That decade became known as the “lost decade”. Simultaneously, the environment was being poorly managed and there was no proposal for a better management. Programs relating to issues such as development and the environment, from the viewpoint of the United Nations, did not seem to be very effective. As a result of the crisis, intense debates took place among the entrepreneurial, political and non-governmental arenas. In 1983, the General Assembly of the United Nations approved resolutions which set up a commission to define new trajectories, called the Worldwide Commission on the Environment and Development. Two of the
I H Ranking 2006 D
initiatives that arose from the work of the abovementioned commission had great repercussion and a long lasting impact. One was the report called Our Common Future, that launched the concept of Sustainable Development, and the other was the decision to hold UNCTAD 92 or ECO-92 — the International Conference on Social Sustainable Development (see box page 30). In their first manifestations, sustainable development was, in part, a “green agenda”. In the mid 90's, accusations against companies on the use of child labor, contamination of the space surrounding the companies, massacre of unions and lack of concern with the surrounding communities became evermore common. Opinion polls showed that a series of scandals were of concern to consumers. The most frequently mentioned aspects related to labor issues in companies, their relationship with the communities and their environmental treatment. Faced by this scenario, the perception came about that the social side of sustainable development became an issue that was as immediate and preeminent as the environmental side, generating initiatives to integrate issues referring to the social responsibility of companies in their business strategies and their dayto-day activities. A definition for a concept that would express corporate thought on this issue was discussed broadly and there is agreement that Social Responsibility is deemed to be a set of principles that guide the actions and relationships of companies with their employees, suppliers, consumers and community in which they live and work. It is a way of running business that makes the company a partner and coresponsible for social development. A socially responsible company is one that has the ability to listen to the interests of the different stakeholders (shareholders, employees, service renderers, vendors, consumers, community, government, union and environment) and is able to include them in the planning of activities, seeking to comply with the demands of all groups, not merely shareholders and owners. To sum up, the concept of social responsibility defines the way in which the company deals with business and how it runs it. A committed company will set forth strategies that are able to create economic value, by means of enhancements in social and environmental performance, not leaving aside ethical aspects and corporate governance.
Cal ssificação O índice varia deze ro (nenhum desenvolvimento humano) até 1 (desenvolvimento humano total, ) sendo os países classificados deste modo: Quando o IDH de um país está enter 0 e 0,499, é considerado baixo; Quando o IDH de um país se tá entre 0,500 e 0,799, éc onsiderado médio; Quandoo IDH de um país está entre 0,800e 1, é considerado alto. Fonte: UNDP (United Nations
elopment Program) vDe
Classification
pment) Thei ndex variesfrom zero (no human develo b gt hat countries to1 (total human development), ein are classified as follows: .499, it When the HDI of a country is between0and0 i ered low; is consd nd When the HDI ofac ountry is between 0.500 a 0.799, it is considered average; t een0 .800 and 1, ti When the HDI of ac ountry is bew isc onsideredh igh.
SQUARE
SQUARE
A
angústia diante das mudanças ambientais e seus prováveis impactos sobre a vida no planeta nunca foram tão grandes. Igualmente inquietantes são os dados sobre os índices de desenvolvimento humano (renda, educação e saúde), que indicam ainda grande desigualdade social e atraso em várias partes do mundo. Segundo o filósofo existencialista francês Jean-Paul Sartre, o homem constrói-se a partir de seus planos e da responsabilidade que tem por si e pelos demais. Essa responsabilidade, para ele, faz o homem sentir-se em contato com o mundo que o cerca e ser tocado pelos problemas da sociedade, gerando-lhe uma angústia tal que o leve à ação, “buscando tornar-se útil à sociedade”. Seja essa ou não a motivação por que o exercício da responsabilidade social como forma de nortear a atividade econômica rumo ao desenvolvimento sustentável ganha cada vez mais força na sociedade, o fato é que a angústia cresce a cada dia, chamando-nos cada vez mais à ação. E esse chamado não é recente. Na verdade, o tema Responsabilidade Social no âmbito dos negócios deu seus primeiros passos há mais de 20 anos, nos remetendo a uma retrospectiva histórica que explica e justifica o quanto é urgente não se perder mais um dia sequer nesta busca. Na década de 80, o esforço mundial pelo desenvolvimento parecia ter fracassado. Grandes áreas do globo eram compostas por economias estagnadas e altamente endividadas. Essa década ficou conhecida como a “década perdida”. Ao mesmo tempo o meio ambiente era mal gerenciado ou não havia nenhuma proposta para sua gestão. Os programas relativos às questões de desenvolvimento e ambiente, sob o ponto de vista das Nações Unidas, não pareciam muito eficazes. Em função da crise, debates intensos no meio empresarial, político e não-governamental se iniciaram. Em 1983, a Assembléia Geral das Nações Unidas aprova uma resolução que constitui uma comissão para definir novas trajetórias, denominada Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento. Duas iniciativas decorrentes dos trabalhos da referida comissão obtiveram destaque e impacto duradouro. Uma foi o relatório intitulado Nosso Futuro Comum, lançando o conceito de Desenvolvimento Sustentável, e a outra foi a decisão de realizar a ECO-92 — Conferência Internacional sobre Desenvolvimento Social Sustentável (ver box na pág. 30).
Em suas primeiras manifestações, o desenvolvimento sustentável era, em parte, uma “agenda verde”. Em meados de 90, tornaram-se comuns as acusações a empresas pelo uso de mão-de-obra infantil, contaminação de espaços no entorno, massacre a sindicatos e despreocupação com a comunidade circunvizinha. Pesquisas de opinião demonstravam que a série de escândalos preocupava os consumidores. Os aspectos mais mencionados estavam relacionados às questões trabalhistas das empresas, relacionamento com a comunidade e tratamento ambiental. Diante do cenário, foi percebido que o lado social do desenvolvimento sustentável convertia-se em tema tão imediato e premente quanto o lado ambiental, gerando iniciativas para integrar questões referentes à responsabilidade social das empresas às estratégias de negócios e às suas atividades do dia-a-dia. A definição de um conceito que expressasse o pensamento corporativo sobre o assunto foi amplamente discutida e há convergência de que Responsabilidade Social é considerado como um conjunto de princípios que direciona as ações e relações das empresas com seus funcionários, fornecedores, consumidores e comunidade em que estão inseridos. Uma forma de conduzir os negócios que torna a empresa parceira e co-responsável pelo desenvolvimento social. A empresa socialmente responsável é aquela que possui a capacidade de ouvir os interesses das diferentes partes (acionistas, funcionários, prestadores de serviço, fornecedores, consumidores, comunidade, governo, sindicato e meio ambiente) e consegue incorporá-los ao planejamento de suas atividades, buscando atender às demandas de todos, não apenas dos acionistas ou dos proprietários. Em síntese, o conceito de responsabilidade social define a forma como a empresa trata os negócios e como os conduz. Uma empresa comprometida irá estabelecer estratégias capazes de criar valor econômico por meio de melhorias do desempenho social e ambiental, não esquecendo os aspectos éticos e de governança corporativa.
rogram) Source: UNDP (United Nations Development P
FMC
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"Uma empresa comprometida irá estabelecer estratégias capazes de criar valor econômico por meio de melhorias do desempenho social e ambiental, não esquecendo os aspectos éticos e de governança corporativa." “A committed company will set forth strategies that are able to create economic value, by means of enhancements in social and environmental performance, not leaving aside ethical aspects and corporate governance.”
SQUARE
ECO-92 A decisão pela realização em 1992 da Conferência Internacional sobre Desenvolvimento Social Sustentável, no Rio de Janeiro, foi outra iniciativa decorrente do trabalho da Comissão Mundial sobre Meio Ambiente que obteve destaque e impacto duradouro. A ECO-92, ou Rio-92, como também ficou conhecida a Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento (CNUMAD), realizou-se em junho de 1992, no Rio de Janeiro, tendo como objetivo principal buscar meios de conciliar o desenvolvimento socioeconômico e industrial com a conservação e proteção dos ecossistemas da Terra. A conferência reuniu representantes de quase todos os países do mundo para decidir que medidas tomar para conseguir diminuir a degradação ambiental e preservar o legado das gerações vindouras. A Carta da Terra, documento oficial da Rio-92, elaborou, entre outras propostas, a Agenda 21 (base para que cada país crie seu plano de preservação do meio ambiente). Trata-se de um programa de ação que viabiliza o novo padrão de desenvolvimento ambientalmente racional, conciliando métodos de proteção ambiental, justiça social e eficiência econômica.
FMC
“Our Common Future” Report This is the document drafted in 1987, as an initiative arising from the work of the Worldwide Commission on the Environment. This document, which launched the concept and defended investments on behalf of Sustainable Development, was conceived as a commitment towards development, generating wealth for the Country, while at the same time respecting people, present day and future generations, based on social justice and the preservation of the environment.
UNCTAD-92 The decision to hold the International Conference on Social Sustainable Development in 1992, in Rio de Janeiro, was another initiative that resulted from the work of the Worldwide Commission on the Environment, that had a great repercussion and long lasting impact. UNCTAD 92, or Rio-92, as this United Nations Conference on the Environment and Development was known, was held in June of 1992, in Rio de Janeiro, with the main goal of seeking the means to conciliate social, economic and industrial development with the preservation and protection of all eco-systems of the Earth. The conference brought together representatives of almost all of the countries in the world to decide upon measures to be taken to decrease environmental degradation and preserve this legacy for future generations. Among other proposals, the Charter of the Earth, the official document of UNCTAD 92, drafted the Agenda 21 (the foundation enabling each country to set up a plan for environmental preservation). This is an action program that makes viable a new standard of rational environmental development, conciliating methods for environmental protection, social justice and economic efficiency.
Projetos sociais que criam valor econômico Como consultora na área de Responsabilidade Social venho acompanhando, desde 2004, os projetos da FMC no campo social e ambiental, como Mulheres de Fibra e a parceria com o IAS (Instituto Algodão Social). À época, fui convidada a fazer parte do primeiro projeto, voltado aos produtores de algodão. Reconhecida pelo perfil ousado e sempre em busca de inovações, a FMC resolvera, em comemoração dos 10 anos do Clube da Fibra, incluir na programação para as esposas dos clientes Prima Classe uma palestra sobre Responsabilidade Social. Esta era uma estratégia de mobilização para a apresentação de um projeto social a ser capitaneado, a partir de então, por mulheres, que também são responsáveis pela cadeia produtiva. Tão empreendedoras quanto seus companheiros, elas aceitaram prontamente o desafio e passaram a incorporar a equipe idealizadora da proposta que se denominou Projeto Mulheres de Fibra. A proposta consiste em que a FMC subsidie financeiramente projetos apresentados pelas representantes do Grupo Mulheres de Fibra, que desenvolvem trabalho voluntário em organizações não-governamentais (ONGs) localizadas no Cerrado brasileiro, região onde predomina o plantio do algodão. O incentivo ao trabalho voluntário e a lógica da utilização da riqueza no local onde é produzida são princípios fundamentais que contribuem para o desenvolvimento social. Este ano, o Projeto inicia sua quarta edição com resultados já constatados. Destacam-se o número crescente de projetos inscritos — 11 em seu primeiro ano para 33 na última edição —, a ampliação da participação das representantes do Grupo Mulheres de Fibra em trabalhos voluntários, bem como a evolução das entidades sociais em relação ao alinhamento à legislação que rege o Terceiro Setor, pré-requisito para concorrerem ao prêmio.
Sendo a FMC reconhecida pelos seus clientes por se engajar em iniciativas arrojadas, em 2005, dois empreendedores rurais manifestaram a intenção de estender à prática da produção do algodão os valores relativos ao respeito aos seus trabalhadores, comunidade em geral e meio ambiente. Convidaram, então, a empresa a participar da construção deste novo projeto, transformando uma idéia em realidade. A proposta foi lançada na 11ª edição do Clube da Fibra, dando início à criação do Instituto Algodão Social, IAS, inicialmente concentrado em Mato Grosso, para que, consolidados sua missão, valores, propósitos e estratégias de ação, seja disseminado para todas as Associações de Produtores de Algodão. Como resultado deste investimento, o IAS, por meio de técnicos especializados em RH e Saúde e Segurança, investiu em orientação aos empresários da cotonicultura sobre a legislação de RH, segurança, saúde e meio ambiente, tendo como próximo passo o lançamento do Selo Algodão Social, chancela impressa em cada fardo, certificando estar o processo produtivo em conformidade com a legislação brasileira e atestando a não-utilização de trabalho infantil ou escravo. A médio prazo, o Instituto gerará uma campanha para que os associados se engajem nas Metas do Milênio e no Pacto Global, iniciativas estas propostas pela Organização das Nações Unidas como práticas de Responsabilidade Social em busca de uma economia global mais sustentável e inclusiva. Assim vejo a FMC, uma empresa que investe em parcerias, comprometida com o desenvolvimento sustentável tanto na parte social quanto na ambiental.
SQUARE
Relatório “Nosso Futuro Comum” É o documento elaborado em 1987, como iniciativa decorrente do trabalho da Comissão Mundial sobre Meio Ambiente. Esse documento, que lançou o conceito e defesa de investimentos em prol do Desenvolvimento Sustentável, foi concebido como o compromisso com o desenvolvimento, gerando riqueza para o País ao mesmo tempo em que respeita as pessoas, gerações atuais e futuras, tendo como base a justiça social e a preservação do meio ambiente.
FMC
31
Social projects
that create economic value As a consultant in the field of Social Responsibility I have been following-up, since 2004, on the FMC projects in the social and
Given that FMC is recognized by its clients for engaging in bold
environmental sphere, such as Women of Fiber and the partnership
initiatives, in 2005, two rural entrepreneurs manifested their intention
with IAS (Instituto Algodão Social). At that time, I was invited to
to extend to the production practice for cotton the values which refer
become a part of the first project, geared to cotton producers.
to their workers, communityin general and the environment. They
Acknowledged for its daring profile and always in the quest for
therefore invited the company to take part in the constructionthis of
innovation, FMC decided, to commemorate the 10 years of the Fiber
new project, transforming an idea into reality. The proposal was
Club, to include a program for the wives of First Class customers with
launched in the 11th edition of the Fiber Club, giving birth to the
a lecture on Social Responsibility.
Instituto Algodão Social, IAS, championed by its President, José
This was the mobilization strategy to present a social project that
values, purposes and action strategies become consolidated, they can
Pupin, and initially concentrated in Mato Grosso, so that, once their would be championed, as of that moment, by women, who are also
be disseminated in the future to all of the Cotton Producer
responsible for the production chain. As enterprising as their
Associations.
companions, they speedily took on this challenge and began to create a team accountable for setting forth the proposal which ended
As a result of such an investment, the IAS, by means of technicians
up being called Women of Fiber Project.
specializing in HR and Health and Safety, invested in offering
The proposal consists of the following: FMC financially backs the
safety, health and the environment. Thenext step will be to launch
orientation to entrepreneurs incotton culture on the legislation ofHR, projects set forth by the representatives of the Group Women of
the Cotton Seal, a seal printed on each cotton bale, a certification that
Fiber, who carry out volunteer work in non-government organizations
the product comes from a production process that is in accordance to
(NGOs) located in the Brazilian Cerrado, a region with a
Brazilian legislation and certifying thenon-use of child or slave labor.
predominance of cotton production. In the medium term, the Institute willgenerate a campaign enabling The incentive towards volunteer work is the logic to make good use
its members to engage in the Millennium Goals and the Global Pact,
of the local wealth and this is where the fundamental principles that
initiatives proposedby the United Nations Organization aspractices in
contribute to social development are produced.
Social Responsibility seekinga more sustainable andall inclusive global economy.
This year, the Project begins its fourth edition with proven results. What should be mentioned is the growing number of projects
This is my viewpoint of FMC, a company that invests in partnerships,
enrolled — 11 in the first year up to 33 in the last edition —, a
that is committed with sustainable development, not only on the
broadening of the participation of representatives from the Group
social side, but on the environmental one as well.
Women of Fiber in volunteer work, as well as the evolution of social entities when it comes to becoming aligned with the legislation whichrules over the Third Sector activities, a pre-requisite to compete for the award.
SQUARE
Solenidade de entrega de equipamentos fisioterápicos e materiais pedagógicos à Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) de Luís Eduardo Magalhães (BA), primeiro dos sete projetos desenvolvidos em 2006 a receber benfeitorias por meio da iniciativa Mulheres de Fibra
32 FMC
Ceremony to deliver physical therapeutical equipment and educational materials to APAE (the association of parents and friends of children with disability) in Luís Eduardo Magalhães in Bahia. The first of seven projects developed in 2006 to receive benefits from an initiative 'called "Mulheres de Fibra" (Woman of Fiber).
Márcia Beatriz Leal Osório Diretora da Vetor C - Consultoria Social; professora de Graduação e MBA, disciplinas "Responsabilidade Social e Meio Ambiente", "Terceiro Setor" e "Desenvolvimento Social Sustentável" Director of Vetor C - Consultoria Social; Graduation and MBA professor, in the subjects “Social Responsibility and the Environment”, “Third Sector” and “Sustainable Social Development”
P O I N T PA R T I D A / S TA R T D E P O N T O
Por /By Luiz Carlos Corrêa Carvalho
Mercado em transformação: em dez anos, a produção de cana-de-açúcar no Brasil promete dar um salto monumental, com um crescimento de 95,5% A changing market: in 10 years, sugar cane production in Brazil will give an incredible leap with growth of 95.5% Mercado de Etanol Interno (bilhões de litros) Internal Ethanol Market (billion liters) ANIDRO
HIDRATADO
total
GAS.“A”
CICLO OTTO
DEHYDRATED HYDRATED
total
GAS.“A”
OTTO CYCLE
2005
5,7
7,4
13,1
18,3
31,4
2015
3,8
29,6
33,4 8,5
15,1
48,5
(+299,7%)
(+154,6%)
(-17,8%) (+ 54%)
Possibilidade de expansão (mercado externo) Possibility to expand to foreign
TOTAL /total (-33,9%) Fonte/Source: BIOAGÊNCIA
Porém, esse é um cenário frio, de uma tendência para o mercado carburante no qual uma expansão do mercado externo não aconteceu. Considerando a boa possibilidade de isso acontecer, significa que, aos 33,3 bilhões de litros do mercado interno, serão agregados, talvez, pelo menos mais 10 bilhões de litros de exportação, que podem ser um adicional em função principalmente do mercado norte-americano, além dos pedidos do Japão. Essa é uma primeira visão, digamos, de posição atual e posição futura, que dá uma dimensão desse crescimento. Se olharmos para o mercado de açúcar, em que tivemos, em 2006, 145 milhões de toneladas demandadas globalmente, estamos falando que em 2015 essa marca deverá estar em 175 milhões de toneladas. É um mercado que deverá crescer em 30 milhões de toneladas, isto é, um número que representa a safra do Brasil hoje. Com isso o Brasil sai de uma posição em 2006 com 45% do mercado internacional livre, saltando para algo próximo de 56%, já contando com as aberturas que devem acontecer, se o País se posicionar melhor nesse mercado.
SQUARE
A
o se confirmarem as tendências atuais, o decênio de 2005 a 2015 poderá ficar marcado como a década de ouro do setor sucroalcooleiro por conta de um salto de produção monumental. Saímos de 386,8 milhões de toneladas de cana, em 2005, para 756,4 milhões, previstos para o final deste ciclo, representando um aumento de 95,5% — expansão que deverá ocorrer pela abertura externa. Analisando esse cenário, observamos que o mercado de etanol teve, no ano de 2005, por tipo (anidro e hidratado), uma demanda de 5,7 bilhões de litros e de 7,4 bilhões de litros, respectivamente, totalizando 13,1 bilhões de litros. Nessa mesma época, 2005, a demanda da gasolina “A” era de 18,3 bilhões de litros, perfazendo um total do ciclo OTTO (motores que rodam com gasolina, álcool e até com gás) de 31,4. E para 2015, o que estamos esperando? As perspectivas com a fantástica evolução dos carros flexíveis (82,5% das vendas totais em jan/07) indicam que a demanda de anidro cairá para 3,8 bilhões de litros, porque a de gasolina, que era de 18,3 bilhões, cairá para 15,1. Ou seja, haverá uma substituição da gasolina pelo álcool hidratado. Com isso, o hidratado, cuja demanda era de 7,4 bilhões de litros, pula para 29,6 e, somado ao anidro, fica num total de 33,4 bilhões de litros e, portanto, o ciclo OTTO total pula para 48,5 bilhões de litros. Essa é a tendência muito clara do nosso mercado, uma visão que nos permite enxergar que o anidro apresentará uma queda de 33,9%, enquanto que o hidratado terá aumento de 299,7%, totalizando um aumento de 154,6%. A gasolina “A”, por sua vez, sofrerá uma redução de 17,8% e o ciclo OTTO, um aumento de 54%.
FMC
33
(milhões de toneladas)
Sugar Market (million tons)
2005/06 145 2015/16 175
45% mercado internacional livre / 45% free international market 56% mercado internacional livre/ 56% free international market
Voltando para o mercado global de álcool — mercado carburante interno, externo e de outros usos (mercado industrial) — , estamos esperando um total de 43,1 bilhões de litros. Para o mercado carburante interno, calculamos que de 13,1 bilhões de litros em 2005 ele salta para os 33,3 bilhões de litros mencionados e o mercado externo salta de 2,5 para, eventualmente, 8,5, podendo chegar a mais 10 bilhões. Etanol (bilhões) Ethanol (billion) Mercado carburante interno
2005 13,1
2006 33,4
Internal Fuel Alcohol Market
Mercado externo
2,5
Foreign Market
Mercado outros usos Market - other uses
8,5 (+ 10)
0,8
1,3
16,4
43,1
Açúcar - Mercado Global (milhões de toneladas) Sugar - Global Market (milion tons) 2005 9,8
Internal market
11,4 (+ 1,8 to 2% a year)
16,6
23,6
26,4
35,0
Mix de Produtos Brasil Product Mix - Brazil Açúcar /Sugar Álcool /Alcohol
SQUARE
dehydrated alcohol and 7.4 billion liters of hydrated alcohol, totaling 13.1 billion liters. In that same year (2005), the demand for gasoline “A” was 18.3 billion liters. If we add all the figures, the total for the OTTO cycle (engines that run on gasoline, ethanol and gas) is 31.4. And, what should we expect for 2015? With the evolution of the flex fuel cars (82.5% of total sales in Jan./07) the outlook shows that the demand for dehydrated alcohol will drop to 3.8 billion liters because gasoline's demand, which was 18.3 billion, will drop to 15.1 billion liters. This indicates that gasoline will be replaced by hydrated alcohol. At the same time, hydrated alcohol's demand will jump from 7.4 billion liters to 29.6 and if we add dehydrated to the calculation, the total will be 33.3 billion liters. As a result, total OTTO cycle grows to 48.4 billion liters. This is a very clear trend in our market, a vision that allows us to see that dehydrated alcohol will experience a 33.9% drop, whereas hydrated will grow 299.7%, representing an increase of 154.6%. On the other hand, gasoline “A” will suffer a reduction of 17.8% and the OTTO cycle, an increase of 54%. See table: Internal Ethanol Market However, this is a cold scenario that depicts a market trend for fuel
liters from the internal market will grow to include at least 10 billion liters more from exports to the US market, in addition to orders from Japan. This is the first vision of the current and future position of this growth. If we look at the sugar market in 2006, we had a global demand of 145 million tons therefore, by 2015 this figure should be close to 175 million
Em 2005 o mix de produtos do Brasil era açúcar — álcool, sendo 48,8% de álcool e 51,2% de açúcar. Em 2015 a mudança é bastante razoável, com o açúcar caindo para 32,4% e o álcool subindo para 67,6%, caracterizando, portanto, a evolução de redução da produção de açúcar e aumento bastante acentuado da produção de álcool.
34 FMC
When we analyze the current scenario, we notice that in 2005, the
happened. Considering the likelihood of that happening, the 33.3 billion
2015 11,4 (+ 1,8 a 2% a.a)
Fonte/Source: BIOAGÊNCIA
2005
48,8%
51,2%
2015
32,4%
67,6%
Fonte/Source: BIOAGÊNCIA
tons of cane in 2005 to 756.4 million forecasted for the end of this cycle. This figure represents a growth of 95.5% mostly motivated by
alcohol that considered an expansion to the foreign market that did not
Foreign market
TOTAL /TOTAL
will be known as the golden decade of the sugar and alcohol
industry due to an incredible production leap from 386.8 million
ethanol market experienced a demand for 5.7 billion liters of
Quanto ao mercado de outros usos, que em 2005 foi de 0,8 bilhão de litros, espera-se que em 2015 seja de 1,3, perfazendo o total de 43,1 bilhões de litros previstos. Tudo isso dependerá das conversas que o Brasil está tendo com Estados Unidos e Europa, em termos da abertura de mercado e retirada de barreiras. Contudo, acredito, o grande salto virá a partir de 2010, mais precisamente entre 2010 e 2015, quando deveremos ter uma tremenda transformação desse mercado. Em relação ao mercado de açúcar, tivemos, em 2005, 9,8 milhões de toneladas de mercado interno, devendo chegar em 2015 a 11,4 milhões, pois é um mercado que cresce normalmente entre 1,8% e 2% ao ano; não é um número tão forte, porque o Brasil já é grande consumidor. Quanto ao mercado externo, no entanto, é um número maior: tivemos 16,6 milhões de toneladas em 2005, e deveremos ter 23,6 milhões de toneladas em 2015. Isso totaliza 26,4 e 35 milhões de toneladas, no início e final desse ciclo, respectivamente.
Mercado externo
I
f current trends prove to be a reality, the decade initiated in 2005
sales the foreign markets.
TOTAL /TOTAL Fonte/Source: BIOAGÊNCIA; CANAPLAN
Mercado interno
2005/2015 A golden decade
tons. This market is expected to grow by 30 million tons, a figure equal to Brazil's crop season today. As a result, Brazil goes from having 45% of the free international market in 2006 to almost 56% already considering the new markets and the fact that the country may be better positioned in this market. See table: Sugar Market The global ethanol market — internal, external and industrial fuel alcohol markets — is expected to reach a total of 43.1 billion liters. The internal fuel alcohol market is expected to grow from 13.1 billion liters in 2005 to 33.3 billion liters and the external market will go from 2.5 to eventually 8.5 billion or even 10 billion liters. See table: Ethanol
Se imaginarmos o crescimento da frota de veículos flexíveis em que 100% dos veículos utilizem álcool como combustível, a demanda do álcool hidratado será de 43,1 bilhões de litros previstos. Caso 70% dos veículos utilizem o álcool como combustível e 30% ainda utilizem gasolina, a demanda será de 36 bilhões de litros. Em termos de produção, essa diferença pode ser álcool ou pode ser açúcar, conforme o modelo de flexível brasileiro. Pode-se fazer mais açúcar e atender o mercado crescente, ou fazer mais álcool. O importante é que, em decorrência desta discussão, saímos de 2005 com 386,8 milhões de toneladas de cana e poderemos chegar a 2015 com 756,4 milhões, representando um crescimento de 95,5%, ou seja, praticamente dobra o canavial no prazo de dez anos. Isso em condições normais. É claro que se tivermos um mercado muito mais demandante na área do álcool, principalmente externo, isso pode ser ainda maior. Em termos de investimento, o crescimento da oferta entre 2005 e 2015 levaria a um total de US$ 35 bilhões. Em termos de preços, está sujeito às variações no mercado. O importante a frisar é que são produtos vindos da mesma matéria-prima. Há, portanto, uma correlação direta entre açúcar e álcool. Os preços caminham muito próximos. Às vezes um muda um pouco porque os mercados interno e externo são um pouco diferentes, mas, assim como há uma correlação direta muito interessante entre álcool e gasolina, há uma correlação hoje entre açúcar e petróleo. Nos EUA há o repasse da questão energética imediatamente para o preço do álcool. Aqui o álcool flutua de tal modo que a relação de preços de álcool —gasolina no posto é muito importante — o preço do álcool no mercado interno está muito travado ao preço da gasolina, enquanto que o preço do álcool no mercado externo depende do preço do petróleo e de oferta e demanda. Por isso, pode haver momentos em que o preço do álcool no mercado externo seja muito melhor que o preço do mercado interno. A relação de preços futuros, nesta lógica, tem a ver com o crescimento da demanda, com o acompanhamento da oferta e com os preços do petróleo. No caso do açúcar, o preço do petróleo entre 20 e 30 dólares o barril gerava o preço do açúcar ao redor de 7 centavos de dólares por libra/peso. O petróleo ao redor de 60 dólares o barril gera preços do açúcar acima de 13 centavos de dólar por libra/peso, em condições normais. Se de repente tem uma sobra de açúcar no Brasil ou na Índia, por exemplo, aí o preço pode chegar até, digamos, 10 centavos, ou em caso contrário até mesmo a 19, como já chegou. Ele flutua porque o petróleo também chegou a 80. Por que existe essa correlação? Como os mercados de açúcar são protegidos, o Brasil não vende para os Estados Unidos, para a Europa, Japão. Vende essencialmente para a Rússia, Oriente Médio, África, que são produtores de petróleo e grandes compradores do Brasil — há uma correlação direta entre aumento da renda pelo efeito petróleo desses países e aumento de compra de açúcar.
In terms of the market for other uses (industrial), which was 0.8 billion liters in 2005, by 2015 this figure is expected to grow to 1.3, resulting in a total of 43.1 billion liters. All of that will depend on the conversations Brazil will have with the United States and Europe involving access to markets and the removal of trade barriers. However, the big leap will come after 2010, more precisely between 2010 and 2015 when we will experience an enormous change in this market. In relation to the sugar market, in 2005 the domestic market had 9.8 million tons and in 2015 this figure should grow to 11.4 million. This market usually grows approximately 1.8% to 2% a year which is not a very significant growth because Brazil is already a large consumer. However, the external market is more significant, with 16.6 million tons in 2005 and 23.6 million tons projected for 2015. In summary, we expect to have 26.4 and 35 million tons in the beginning and the end of this cycle, respectively. See table: Sugar - Global Market In 2005 the mix of products in Brazil included sugar—alcohol, being 51.2% alcohol and 48.8% sugar. In 2015, the change is very reasonable with sugar dropping to 32.4% and alcohol growing to 67.6%, stressing the reduction in sugar production and the significant growth in alcohol production. See table: Product Mix - Brazil Assuming that 100% of flex fuel vehicles will use alcohol as the main fuel for the fleet, the demand for hydrated alcohol will reach 43.1 billion liters, as forecasted. In case 70% of the fleet runs on alcohol and 30% on gasoline, the demand will be 36 billion liters. In terms of production, this difference can apply to ethanol or sugar, depending on the flexible Brazilian model. Production could focus on sugar to supply the growing market, or alcohol. The important thing is that because of that debate, in 2005 we produced 386.8 million, representing a growth of 95.5%. In other words, cane crops will double in ten years, considering normal conditions. However, if the market demands more ethanol, particularly the external market, this estimate may be even higher. As for investments, supply growth between 2005 and 2015 will require a total of US$ 35 billion. Prices will be subject to market variations. It is important to emphasize that both products derive from the same raw material. Therefore there is a direct correlation between sugar and alcohol. Prices move side-by-side. At times the situation will alternate because internal and external markets differ from each other but just as we find a direct correlation between ethanol and gasoline, the same can be said for sugar and oil. In the United States the energy issue reflects immediately on the price of ethanol. Here, ethanol prices fluctuate in such a way that the price ratio ethanol—gasoline at the pump is very important— the price of ethanol in the domestic market is pegged to gasoline prices whereas the price of ethanol in the foreign market depends on the price of oil and on supply and demand. Thus, there will be instances when alcohol prices in the foreign market will be much better than the price in the domestic market. By the same token, future prices will be dependent on demand growth,
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Mercado de Açúcar
supply follow-up and oil prices.
FMC
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Nos últimos anos estamos verificando uma mudança de perfil de produção, ou seja, uma parte da cana está indo mais para o álcool e não mais para o açúcar. Essa redução relativa da produção de açúcar aumenta o preço do produto na medida em que, se o produtor está animado com o preço do petróleo e com o preço do álcool, ele vai produzir álcool, reduzindo a produção de açúcar e, conseqüentemente, o preço sobe. Tudo isso faz parte da lógica de curva de preços desses produtos. Por isso, deduzimos que, em condições normais, deveremos ficar um certo período com o preço do álcool ao redor de 400 dólares por metro cúbico e do açúcar ao redor de 12 a 13 centavos de dólares por libra/peso. Para um futuro mais distante, eu acredito piamente — e tudo indica — que vai haver impactos tecnológicos, como rupturas muito importantes na área de celulose, produção de álcool, etc., de tal modo que esses produtos podem atender o mercado mesmo com uma demanda muito forte.
In the case of sugar, when oil price per barrel was around 20 to 30 dollars, sugar price was around 7 cents per pound/weigh. When the price of oil gets to 60 dollars a barrel, sugar prices reach 13 cents per pound/weigh, under normal conditions. If there is a sudden surplus of sugar in Brazil or in India, for instance, the price can be close to 10 cents, or in a reverse scenario, 19 cents, as experienced before. It fluctuates as the oil price did when it reached 80 dollars at one point. Why does this correlation exist? Since sugar markets are protected, Brazil does not sell to the United States, Europe or Japan. It sells to Russia, the Middle East and Africa, all oil producers and major buyers of Brazil. Therefore, there is a direct correlation between increases of income due to oil effect in these countries and increased purchases of sugar. In the past few years we have seen a change in the production profile, i.e., part of the cane acreage was geared towards ethanol and not sugar. This relative reduction of sugar production causes the price of the product to increase because producers are making more ethanol than sugar resulting on a drop in sugar production and as a consequence, the price of the product goes up. It is all part of the logic behind the price curve of these products. We concluded that, under normal circumstances, the price of alcohol must be kept around 400 dollars per cubic meter for some time and sugar prices will be around 12 to 13 cents per pound/weigh. In a more distant future, I firmly believe that there will be a technological breakthrough in pulp and alcohol production industries, among
Novo mapa da cana
SQUARE
Basicamente, a grande evolução que o Brasil vai mostrar na produção de cana-de-açúcar é que hoje nós temos cerca de 250 milhões de hectares voltados à pecuária e está havendo uma substituição de áreas extensivas de pastagem por lavouras de cana e soja, devido à sinergia existente entre essas duas culturas. Essa substituição está ocorrendo também no Cerrado, onde em cerca de 90 milhões de hectares há potencial de crescimento de produção da cana. Hoje, 40% dos canaviais ocupam áreas tradicionais de cana-de-açúcar e 60% representam novos players formados por grupos nacionais e multinacionais, que possuem dois enfoques, basicamente: comprar unidades existentes e formar greenfields, ou seja, novos campos voltados a esta cultura. Esse é o cenário da expansão da produção que se desenha no país, com a demanda puxando a oferta.
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others, that will allow these commodities to meet market needs even under very strong demand.
New cane map Fundamentally, the great evolution that Brazil will show in sugarcane production is that presently we have approximately 250,000 hectares geared to cattle raising and these extensive pasturelands are gradually being replaced by soybean and sugarcane crops, due to the great synergy that exists between these two cultures. This is also happening at the Cerrado region, where 90 million hectares will soon be used to accommodate the growth of cane production. Today, 40% of cane crops are located in traditional sugar cane areas and the remaining 60% are new players national and multinational groups that basically focus on two things: buying existing units and forming greenfields, i.e., new acreage dedicated to this crop. This is the expansion landscape of production for the country, where demand drives supply.
Luiz Carlos Corrêa Carvalho Diretor da Canaplan Director of Canaplan
F O R U M I D É I A S / O P E N T R O C A N D O
Entrevista: Lourival C. Mônaco Jr., 1º colocado no concurso 2ª Lua-de-Mel FMC para a cultura da cana-de-açúcar
T
endo como objeto de estudo a tiririca em canade-açúcar, responsável por grandes perdas nos canaviais, o engenheiro agrônomo Lourival C. Mônaco Jr., gerente regional da Usina Costa Pinto, de Piracicaba, SP, deu mais um passo na busca de soluções para esse problema. No ano passado, desenvolveu em um talhão da Fazenda 5130 - Santa Rosa um trabalho de pesquisa a partir de um novo manejo de áreas infestadas por essa planta daninha, com o uso de Boral®em préplantio, conseguindo resultados relevantes que o colocaram em destaque na premiação 2ª Lua-de-Mel, promovida pela FMC, da qual foi o vencedor. Os resultados foram apresentados durante a realização do Clube da Cana, no final do ano passado.
Interview: Lourival C. Mônaco Jr., winner of the 2nd FMC Honeymoon Contest for Sugar Cane Crops
W
ith the aim of studying the sedge in sugar cane, responsible for great losses in sugar cane plantations, agronomist
engineer Lourival C. Mônaco Jr., Regional Manager of the
Costa Pinto Sugar Mill from Piracicaba, São Paulo, took one additional step in his search for a solution to this problem. Last year he developed on a plot at Plantation 5130 - Santa Rosa some research work based on ® the new handling of areas infested by this weed, with the use of Boral
in pre-planting, obtaining significant results that put him up for an excellent position in the award 2nd Honeymoon fostered by FMC, of which he was the winner. The results were presented during the holding of the Cane Club (Clube da Cana) at the end of last year. Which were the objectives of this study? The sugar cane crop faces several problems of drop of productivity, due to the presence of sedge. As a result of that, this research aimed at
Quais foram os objetivos desse trabalho? A cultura da cana-de-açúcar tem diversos problemas de redução de produtividade devido à presença da tiririca, por isso, a pesquisa buscou determinar quais são as perdas dessa produtividade e se o uso do sistema de aplicação em pré-plantio da cana é viável economicamente. Também objetivou verificar a seletividade do Boral® em aplicações subseqüentes em um curto período de tempo e se a operação de “quebra de lombo” interfere na eficácia do produto.
determining which were these productivity losses and to see if the use of the application system in pre-plantation of sugar cane is economically feasible. Another goal was to verify the selectivity of Boral® in subsequent applications, in a short period of time, and if the “quebra de lombo” * operation interferes in the product efficacy. * (A small or medium sized tractor with an open cabin that displaces itself throughout the area with sugar cane pulling an implement that destroys the soil ridges left by the planting between the cane lines or furrows. Literal translation would be ridge breakers). Which were the results attained? What can be observed is that the presence of this weed can lead to losses in the sugar cane crop ranging in the order of 46,43 t/ha, if no
O que se pôde observar é que a presença dessa planta daninha no canavial pode levar a perdas na ordem de 46,43 t/ha, caso não seja adotado nenhum tratamento de controle. Este trabalho mostrou que, percentualmente, essas perdas chegaram a 40% onde não foi realizado o “quebra-lombo” e a 30% onde foi realizada essa opera® ção. Todos os tratamentos com a utilização de Boral obtiveram redução do banco de tubérculos variando de 41% até 99,73% para as maiores doses utilizadas no préplantio e no plantio. O custo—benefício da aplicação
wise, such losses reach 40% where there has been no “quebra-lombo” and to 30% where this operation has been carried out. All of the treatments with the use of Boral® achieved a reduction in the tuber bank varying from 41% up to 99,73% for the larger doses used in preplantation and in the crop itself. The cost-benefit ratio of the application was favorable for all of the treatments tested, varying from 1:3 up to 1:9 when 1,2 l/ha were used in the pre-planting and 1,5 l/ha in the post plantation.
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A que resultados chegaram?
treatment is adopted for control. This work showed that, percentage
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foi favorável para todos os tratamentos testados, variando de 1:3 até 1:9 quando se utilizou 1,2 l/ha no pré-plantio e 1,5 l/ha no pós-plantio.
E quanto à seletividade do produto em aplicações subseqüentes, o resultado também foi positivo?
Boral® proved to be quite selective for sugar cane, as even in the larger doses (1,5 + 1,8 l/ha) there was an increase of 22 to 29 t/ha compared to the witness, associated to greater reductions in the tuber bank (99,73%). And it was shown that the “quebra de lombo” operation positively interferes in the action of Boral® on the tuber bank.
RESULTADOS OBTIDOS / RESULTS OBTAINED 5
4
3
2
1
Teste/Test
20
19
18
17
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Boral 1,5L/HA
15
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Boral 1,2L/HA
10
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7
6
Boral 1,0L/HA
Sinerge 5,0L/HA
Sinerge + Boral 3,0L + 1,8L/HA
Boral 1,0L/HA
Boral 1,2L/HA
Boral 1,5L/HA
Pós-plantio / Post-planting
Aplicação em pós-plantio/ Application pre-planting
Dados da pesquisa:
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• Local: Fazenda 5130 - Santa Rosa, Talhão 12; • Data de aplicação pré-plantio: 28/12/2005; • Data do plantio: 03/03/2006; • Data de aplicação pós-plantio: 10/03/2006; • Data da colheita (biometria): 17/10/2006 (7,5 meses); • Variedade: SP89-1115; • Tipo de solo: Argiloso; • Ambiente de produção: B; • Espaçamento: 1,40 m; • Condições climáticas: 29,5°C e UR 80%; • Delineamento: Blocos ao acaso com parcelas subdivididas e seis repetições; • Aplicação tratorizada.
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Aplicação em pré-plantio / Application post-planting
Data on the research: · · · · · · · · · · ·
Site: Plantation 5130 - Santa Rosa, Plot 12; Date of application in pre-planting: 12/28/2005; Date of planting: 03/03/2006; Data de application post-planting: 03/10/2006; Date of harvest (biometry): 10/17/2006 (7,5 months); Variety: SP89-1115; Type of soil: Argillaceous or clayey; Production environment: B; Spacing: 1,40 m; Climate conditions: 29.5°C and RH 80%; Delineation: Random blocks with parcels subdivided and six repetitions; ·Application by tractor.
Pré-Plantio / Pre-planting
O Boral®mostrou-se bastante seletivo para a cana, pois mesmo nas maiores doses (1,5 + 1,8 l/ha) houve incremento de 22 a 29 t/ha em relação à testemunha, associada às maiores reduções no banco de tubérculos (99,73%). E ficou demonstrado que a operação de “quebra de lombo” interfere positivamente na ação do ® Boral sobre o banco de tubérculos.
And regarding the selectivity of the product in subsequent applications, was the result positive as well?
E N G A G E M E N T S E T
Um futuro
M A R C A D O / A
promissor
E N C O N T R O
Por /By Milton Steele
Estamos seguindo destemidamente pelo caminho que nos levar谩 ao crescimento exponencial e a neg贸cios promissores
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We are forging fearlessly down the road to a future marked by exponential growth and flourishing business
FMC
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N
ós, da Agricultural Products Group (APG) da FMC, vemos o Brasil como uma superpotência agrícola e estamos sempre nos questionando sobre o que podemos fazer para criar valor para os agricultores brasileiros. Durante minha recente visita ao Brasil, eu perguntei aos nossos clientes como poderíamos ajudá-los e fui recebido com manifestações de profundo apreço pelos produtos e serviços pioneiros da APG. Fiquei satisfeito em ouvir aquilo e deixei o Brasil pensando sobre o nossos próximos passos. O nosso compromisso com os clientes é o de antecipar as suas necessidades e ouvir a sua opinião para que possamos entregar soluções, suporte e serviços singulares que possam beneficiá-los. Na APG, acreditamos que a complacência é o mantra do medíocre, e estamos sempre em busca de novas maneiras de exceder as expectativas dos nossos clientes. Os clientes são uma parte importante do que fazemos na APG para alcançar uma posição única em nosso setor. Estamos seguindo destemidamente pelo caminho que nos levará a um futuro de crescimento exponencial e negócios promissores. E, sem dúvida alguma, se nós prosperamos, os nossos clientes prosperam também. Para atingir o nosso futuro, a nossa estratégia se baseia em cinco princípios: · Estabelecer parcerias com os nossos clientes, fornecedores, parceiros estratégicos e entre nós mesmos; · Agradar aos nossos clientes; · Expandir as nossas linhas de produtos com agilidade e foco; · Imprimir inovação em tudo o que fazemos; · Procurar sempre ter custos competitivos globalmente. É claro, as melhores estratégias no mundo só terão êxito se houver liderança e pessoas para implementá-las. Isso se aplica à maioria das coisas no mundo dos negócios e creditamos o nosso sucesso no Brasil à nossa forte equipe daqui. Sob a sua liderança e através das suas contribuições e compromisso com a nossa estratégia, estou confiante de que teremos êxito. Para encerrar, gostaria de convidar a todos no Brasil para que se unam a nós nesta jornada em direção a um futuro empolgante. É um grande prazer e um privilégio estar associado à comunidade agrícola brasileira e à equipe da APG do Brasil. Vocês são ótimos!
A future that looks bright We at FMC's Agricultural Products Group (APG) view Brasil as an agricultural superpower, and we are constantly asking ourselves what we can do to create value for Brasil's farmers. During my recent visit to Brasil, I asked our customers how we can help them, and I was received with expressions of deep appreciation for APG's pioneering products and services. I was glad to hear it, and I left Brasil considering our next move. Our commitment to our customers is to anticipate their needs and seek their input so that we can deliver unique solutions, services, and support that benefits them. At APG, we believe that complacency is the mantra of the mediocre, and we are constantly seeking new ways to exceed our customers’ expectations. Our customers are a key part of what we’re doing at APG to build a unique position in our industry. We are forging fearlessly down the road to a future marked by exponential growth and flourishing business. Undoubtedly, as we flourish, so shall our customers. To reach our future, our strategy has five principles:
Partnering with our customers, suppliers, strategic partners and amongst ourselves; Delighting our customers; Expanding our product lines with agility and focus; Innovation in everything we do; Constantly striving to be globally cost-competitive.
Of course, the best strategies in the world are only as good as the leadership and the people who implement these strategies. That's true about most things in business, and we credit our many successes in Brasil to our strong team there. Under their leadership and with their contributions and their commitment to our strategy, I am confident that we will succeed. In closing, I would like to invite all of our constituents in Brasil to join us as we journey to an exciting future. It is a great pleasure and a privilege to be associated with Brasil's Farming Community and our APG Brasil Team.
"Vocês são ótimos!"
Milton Steele Vice-Presidente e Gerente-Geral do Grupo de Produtos Agrícolas FMC Corporation
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Vice-President and GeneralManager of the Group for Agricultural Products- FMC Corporation
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F R I E N D S E N T R E
A M I G O S / A M O N G
Golfe,
jogo que encanta
O
golfe é um jogo elegante. Da postura às vestimentas, tem uma estética algo sofisticada. Isso, sem falar dos belos campos gramados em meio à natureza onde o esporte é praticado. No entanto, é o seu fundamento o que mais encanta: esporte que não exige embate entre adversários e depende exclusivamente do desempenho do próprio jogador, o golfe pode ser um bom motivo para exercer o autoconhecimento e o aprimoramento de qualidades pessoais. O esporte, em si, consiste em arremessar, com ajuda de um taco, uma pequena bolinha ao longo de um percurso que termina num buraco — onde a bolinha deve cair. Parece fácil, mas o golfe requer de seus jogadores um conjunto de qualidades, aliás, também importantes para o dia-a-dia. Os melhores sabem que para jogar bom golfe é fundamental contar com equilíbrio, persistência, concentração, estratégia, humildade, técnica e talento. Por essas características, se tornou muito comum a associação do esporte ao mundo dos negócios. Mas o psicólogo oficial da CBG — Confederação Brasileira de
Golfe — , Esmerino Rodrigues Júnior, aponta outra importante característica do jogo, muito interessante: o seu lado lúdico. “O golfe apresenta também um universo psicológico, em que oswing (balanço do corpo para dar a tacada) se aproxima de uma dança e o jogo se assemelha com o brincar.” O que pode ser melhor que isso? Bem, as coisas não são tão simples assim: o golfe ainda é um esporte caro e por isso bastante elitizado. Porém, vem se popularizando muito e cada vez mais ganhando adeptos, inclusive com tendência a expansão para praticantes na classe média, com o número de aficionados aumentando em proporção direta à redução do custo da prática do esporte. Outra mudança se refere à idade dos praticantes. O apelo maior do golfe ocorre nas faixas etárias mais elevadas, em que as pessoas ainda têm energia e vontade de se manter ativas e competir, mas preferem uma atividade de menor impacto. Contudo, hoje em dia é bastante comum ter adeptos de todas as idades e até vindos de outros esportes, como é o caso do jogador de futebol Ronaldo.
O esporte no Brasil Golfe é um desporto de origem escocesa, inspirado num jogo romano chamado Paganica. A palavra golfe provém do inglês golf, que, por sua vez, vem do alemão kolb, que significa taco. No Brasil o esporte nasceu, oficialmente, em 1958, quando Seymour G. Marvin, na época único brasileiro sócio do Royal & Ancient Golf Club of Saint Andrews — considerado o berço do golfe —, criou no Rio de Janeiro a ABG — Associação Brasileira de Golfe —, para garantir a participação do Brasil no primeiro campeonato mundial por equipes organizado pelo clube internacional. Em 1960, a ABG foi transferida para São Paulo, por ser o Estado com o maior número de campos. Hoje o país conta com cerca de 15 mil praticantes de golfe e 62 campos oficiais.
Golf, a captivating game G
olf is an elegant sport. From posture to garments, it has a sophisticated aesthetic. Not to mention the beautiful green fields surrounded by nature where the sport is practiced. However, the game's rules are really amazing: the sport does not require a dispute amongst players and it relies exclusively on the performance of each player. Golf can be a good way to get to know yourself better and to improve your personal skills. The sport itself consists on hitting a small ball with a long club to make it travel a long way and finally end up in a hole. It sounds easy but golfing requires certain skills from players that are important not only in the golf course but also in everyday life. The best golfers know that to play a good game, players must be persistent, humble, talented, have a strategy, technique and concentration. Because of these skills, it is common to draw a parallel between golf and the world of business. But, the official psychiatrist of CBG (the
Brazilian Golf Association), Esmerino Rodrigues Júnior, mentions yet another important characteristic of the game: its ludic side. “Golf involves a psychological side, whereas the swing is very close to being a dance and the game is very much like joyful kids play.” What can be better than that? Well, things are not that simple — golf is still an expensive sport and mostly played by the elite. However, it is recently becoming more popular and involving more middle class players as the sport becomes increasingly affordable. Another change has to do with the age of players. Golf appeals to older people, yet still full of energy and willing to keep active and compete, but they choose activities of lower impact. Today, however, there are golfers of all ages and even some who migrated from other sports, like the case of soccer player Ronaldo.
Source: www.cbg.com.br
Fonte: www.cbg.com.br
REGRAS
Ve nce quem erra menos
RULES
The one who makes the least mistakes wins
The game usually involves 18 holes and tournaments last between one to four days. The winner is the one who finishes all holes with the least number of strokes. The total circuit of 18 holes is six kilometers long on a straight line and it takes approximately four and a half hours to be played. That is why golf is an excellent sport to make new friends and socialize.
Golf is a Scottish game, inspired on a Roman game called Paganica. The word Golf comes from the German kolb, which means club. The sport was officially introduced in Brazil in 1958 by Seymour G. Marvin, at the time the only Brazilian member of the Royal & Ancient Golf Club of Saint Andrews. He founded ABG — Associação Brasileira de Golfe (the Brazilian Golf Association) — in Rio de Janeiro to guarantee Brazil's participation in the world's tournament organized by the international golf club. In 1960, ABG moved to São Paulo because it was the state with the higher number of courses. Today, there are close to 15 thousand golfers and 62 official golf courses.
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Golf can be played individually or in groups of two to four players. Its peculiarity is the absence of an “adversary”. The only adversary of the golfer is the course itself (there are lakes, curves, slopes, etc.). There is nothing a simple golfer can do to harm the performance of the other players. The outcome depends on individual effort and luck and each golfer struggles to lower his/her total score in the course.
The sport in Brazil
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Por /By Mauro Naves
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de setembro de 1998. Nessa data morreram milhares de pessoas no mundo todo, como infelizmente acontece todo dia. E as estatísticas só não tiveram um número a mais porque uma pessoa teve garra e fibra ao extremo para não se entregar à morte. Tamanho foi o problema enfrentado por ele, que o próprio se sentiu ressuscitado duas vezes pelos médicos depois das seguidas paradas cardíacas. Com a respiração abafada, o corpo se entregando impotente diante de tanta dor, sofrendo uma hemorragia intensa, ele se lembra de pensar em algo como “tomara que consiga”, “eu não vou morrer” quando ouvia um médico dizendo a outro “não vai dar”, durante as massagens cardíacas. Essa pessoa que viveu uma experiência de quase-morte acabava de ter a perna direita decepada na altura da metade da coxa. E falamos aqui da perna de um atleta. E dos melhores que o Brasil já produziu. A perna de alguém que ganhou duas medalhas olímpicas de bronze (classe Tornado), entre outras dezenas de títulos, inclusive o de campeão mundial da classe Snipe, em 1983. A vítima que passou por todo o sofrimento a que me referi acima é o velejador Lars Grael, que também pode ser chamado de Sr. Determinação.
S
eptember 6th,1998. On this date, thousands of people died throughout the entire world, as unfortunately happens every day. And statistics did not have an additional figure to add simply because a person who was bold and daring held on and refused to give in to death's calling. The problem he faced was so enormous that he himself felt twice resuscitated by the physicians after the consecutive heart attacks. With panting breath, his body impotent in the face of the excruciating pain, suffering an intense hemorrhage, he remembers thinking of something that sounded like "I hope I make it”, "I am not going to die”, when he heard the doctor saying to another one “this will not work”, during the heart massage. This person underwent a quasi-death experience and had just had his right leg amputated midway up the thigh. And here we are speaking of an athlete's leg. And one of the best Brazil has ever produced. The leg of someone who won two Bronze Olympic Medals (Tornado class), among a dozen other titles, including that of world champion in the Snipe class, in 1983. The victim that went through the intense suffering I have just made reference to above is sail man Lars Grael, who could also be called Mr. Determination.
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"Em vez de se sentir um coitado, Lars Grael passou a ser exemplo..."
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de encarar a vida. Ele conta que aprendeu a ser mais tolerante com os outros e consigo mesmo e que diante de qualquer circunstância procura agora o lado bom das coisas e das pessoas. Evidentemente que a fatalidade tirou dele a oportunidade de sonhar com ventos que o levem a outros pódios olímpicos. Mas, determinado, mesmo sem o uso de prótese, voltou a entrar em barcos e ter o prazer de sentir a brisa batendo forte em seu rosto e segurar o timão em novos desafios. E mais que isso, aproveitou para desenvolver sua latente veia política e, através dos convites que recebe para dirigir órgãos governamentais, pode contribuir de maneira ainda mais decisiva para o desenvolvimento não apenas da vela, mas de todo o Esporte nacional. Atualmente Lars Grael tem uma agenda cheia de convites para dar palestras e explicar como é possível transformar a tragédia em uma nova forma de ver, sentir e usufruir do dom da vida. Quem já teve a oportunidade de ouvi-lo se encanta com a simplicidade e a maneira corajosa com que ele deu a chamada volta por cima. 6 de setembro de 1998. Um dia que não terminou! Ao contrário, começou ali uma nova história de quem teve bravura pra mostrar ao mundo que, independentemente de qualquer tipo de dificuldade que a vida nos apresente, vale sempre a pena considerar uma bênção estar vivo. Que esse grande homem me permita e me desculpe pelo irresistível trocadilho: Lars doce Lars.
“Instead of feeling sorry for himself, Lars Grael became an example...”
The accident was sheer stupidity. Lars and Anders Schmidt, his cousin and his bowman, were participating in a Tornado class competition on the Camburi Beach in Vitória, in Espírito Santo. On the second day of the competition, minutes before setting off they went out for a recognizance tour of the competition line. Besides theirs, one hundred other boats were in the area delimited for the regatta. Suddenly, a motorboat appeared at great speed, invaded the area and hit the back of the Tornado piloted by Lars. The strength of this impact was such that the 136 kilo boat keeled over. Anders managed to jump unto the water before being run over and was not hurt. Lars was not as lucky. Sucked in below the speedboat, he had his leg amputated by the blades of the boat. After twenty six days of hospitalization and ten surgeries, nine of which with general anesthesia, the sailor had more than sufficient reason to become one more of those embittered, revolted and depressive people. But this is not what happened. Lars preferred to feel blessed for being alive still and to take advantage of that fact in the most intense way possible. Where bitterness should have arisen, gentleness came about. Depression was replaced by an energy that thrust him to carrying out projects never imagined before. Instead of feeling sorry for himself, Lars Grael became an example of how to overcome things for those who suffer selfprejudice in similar situations. In his book “A Saga de um Campeão” (The Saga of a Champion - Editora Gente), the sailor states he is happier now than before the accident, simply because he has changed his way of looking upon life. He recounts that he has learned to be more tolerant with others and towards himself, and that in any circumstance he looks for the better side of things and people as well.
Evidently this fatality withdrew from him the chance to dream with winds leading him to other Olympic podiums. Nevertheless, with great determination, even without the use of prosthesis, he has once again gotten on board ships and feels the pleasure of having the breeze hitting him strongly on the face and holding the helm to face new challenges. Moreover, he has taken advantage of this to develop his latent political vein and through the invitations he receives to head government agencies, he can contribute in an evermore decisive manner not only towards the development of sailing, but also to all national sports as a whole. Presently Lars Grael has his agenda crowded with invitations to impart lectures and explain how it is possible to transform a tragedy into a new way of looking upon, feeling and enjoying the gift of life. Those who have had the opportunity to hearing him are enchanted with his simplicity and the courageous way with which he has overcome his fate. September 6th, 1998. A day that never ended! Quite the contrary, a new history began there, the history of someone who had the courage to show the world that regardless of any type of difficulty that life sets before us, it is always worthwhile considering it a blessing to be alive. May this great man allow me and forgive me for this irresistible pun on words: Lars sweet Lars.
Mauro Naves Jornalista esportivo da Rede Globo de Televisão Sports journalist for the Globo Television Network SQUARE
B E N C H C R A Q U E S / E X P E R T D E B A N C O Foto/Photo: Divulgação/Promotion
Lars doce Lars Lars sweet Lars
O acidente foi uma estupidez. Lars e Anders Schmidt, seu primo e seu proeiro, estavam participando de uma competição da classe Tornado na praia de Camburi, em Vitória, no Espírito Santo. No segundo dia de prova, minutos antes da largada, eles foram fazer uma volta de reconhecimento da raia. Além do deles, outros mais de cem barcos estavam na área demarcada para a realização da regata. De repente, surge uma lancha em alta velocidade, invade a área e bate na parte de trás do Tornado comandado por Lars. A força do impacto foi tanta que o barco de 136 quilos capotou. Anders conseguiu pular na água antes do atropelamento e não se feriu. Lars não teve a mesma sorte. Sugado para debaixo da lancha, teve sua perna cortada pela hélice da embarcação. Após vinte e seis dias de internação e dez cirurgias, sendo nove com anestesia geral, o velejador havia somado motivos suficientes pra se tornar mais uma daquelas pessoas revoltadas, amarguradas, depressivas. Não foi o que ocorreu. Lars preferiu se sentir abençoado por ainda estar vivo e tirar proveito disso da forma mais intensa possível. Onde era pra ter nascido amargura, brotou doçura. A depressão foi substituída por uma energia que o impulsionou a realizar projetos nunca antes imaginados. Em vez de se sentir um coitado, Lars Grael passou a ser exemplo de superação para aqueles que sofrem com o autopreconceito diante de situação semelhante. Em seu livro “A Saga de um Campeão” (Editora Gente), o velejador reafirma que é mais feliz agora do que antes do acidente porque mudou a maneira
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de riquezas
Toninho Tonielo, o homem que move “um mundo” a sua volta Toninho Tonielo, the man who moves “a whole world” around him
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íder nato, Antonio Eduardo Tonielo, ou Toninho, como é mais conhecido, é o que se pode chamar de grande empreendedor. Nascido e criado em Sertãozinho, SP, aos 12 anos já trabalhava na lavoura com o pai. Com apenas 14, iniciou a administração de um pequeno engenho de pinga, sempre se dedicando ao trabalho de comercializar a bebida. Depois que seu pai fez a partilha das terras da fazenda para todos os filhos, juntamente com seus irmãos Waldemar, Renato e José Pedro, comprou a parte das irmãs, que não tinham interesse em continuar no ramo, iniciando um processo de crescimento dentro do setor. O pontapé inicial foi a criação, em 1966, da Destilaria Santa Inês, localizada na Fazenda Córrego das Pedras, em Sertãozinho. Daí, não pararam mais. Em 1984, nascia a Destilaria Virálcool na cidade de Pitangueiras, SP, e, cerca de dois anos depois, no dia 17 de julho de 1986, teve início a primeira safra desta destilaria, com uma produção de 30,9 milhões de litros de aguardente. Todavia, a realização de um dos seus maiores sonhos se deu em 1988, quando a Virálcool, já na condição de usina, começou a produzir álcool e, passados mais dez anos, também açúcar e levedura desidratada. Em 2002, dando um passo a mais, a usina também começou a co-gerar energia para a CPFL — Companhia Paulista de Força e Luz — e, no ano passado, em julho, entrou em operação na cidade de Castilho, divisa entre São Paulo e Mato Grosso do Sul, a Usina Virálcool 2, com estimativa de produção de 2,5 milhões de toneladas para 2010.
Face to face
Maiores desafios: Tudo na vida é um desafio que temos que enfrentar. Há altos e baixos, mas temos que confiar em Deus e seguir sempre com muita fé.
Major challenges: Everything in life is a challenge we have to face. There are ups and downs, but we have to trust God and move on with a lot of faith.
Maior feito profissional: Conseguir produzir álcool, um combustível limpo e renovável que vai ajudar o Brasil a se tornar um país desenvolvido. Uma lição: Sempre devemos trabalhar com seriedade e tratar nossos parceiros como gostaríamos de ser tratados. Pessoas em quem se inspira: Meus pais. Qualidades que admira: Admiro pessoas que possuem um conjunto de qualidades, entre elas a humildade e a honestidade. Um desejo: Depois de uma certa idade, acredito que devemos sempre trabalhar com a realidade, mas o meu maior desejo é ver meus filhos preparados para assumirem todos os negócios da família. Atividades de lazer: Gosto de jogar buraco e assistir futebol com meus amigos na fazenda, onde é o meu recanto. Prato predileto: Arroz, feijão e bife (sou amante de doce). Música: Sertaneja. Esporte: Nunca pratiquei, mas adoro futebol. Torço pelo Palmeiras, mas sem fanatismo.
Nesses anos todos, Toninho sempre esteve à frente do Grupo Tonielo — que ainda possui revendedoras de automóveis e caminhões em Sertãozinho e Ribeirão Preto — , sendo considerado um dos mais conceituados empresários do setor sucroalcooleiro na região de Sertãozinho e também um grande líder cooperativista. Em 1971 ele se tornou diretor administrativo da Copercana — Cooperativa dos Plantadores de Cana do Oeste do Estado de São Paulo —, cargo que ocupou até 1999, quando passou a ser presidente, exercendo esta posição até hoje na cooperativa. Foi também diretor-tesoureiro da Canaoeste — Associação dos Plantadores de Cana do Oeste do Estado de São Paulo(1972 a 2000) e diretor-administrativo, de 1973 a 1999, da Cocred — Cooperativa de Crédito dos Plantadores de Cana de Sertãozinho —, tendo assumido, posteriormente, a presidência, cargo que ocupa até hoje. É também presidente do Sindicato Rural de Sertãozinho. Hoje, aos 66 anos, o menino que cresceu em meio às plantações da propriedade de seus pais, junto a dez irmãos, se tornou, ele próprio, uma usina em plena operação, gerando riquezas a sua volta: só no setor sucroalcooleiro é responsável por quatro mil empregos diretos, ou cerca de sete mil pessoas diretamente empregadas, considerando-se todas as empresas e instituições de propriedade de sua família ou das quais ele é presidente. Qual é a receita dessa trajetória tão bem-sucedida? “Tudo o que fazemos nesta vida deve ser tratado com muito respeito e seriedade. Só assim conseguimos vencer”, ensina.
Major professional accomplishment: To be able to produce alcohol, a clean and renewable fuel that will help Brazil become a developed nation. A lesson: I must always work seriously and treat our partners as we would like to be treated. People from whom you draw inspiration: My parents. Admired qualities: I admire people that have a set of qualities, some of them being humbleness and honesty. A wish: After a certain age, I believe we have to deal with reality, but my biggest wish is to see my children ready to take over the family business. Leisure activities: I like to play cards, to watch soccer with my friends at the farm, my favorite place. Favorite dish: Rice, beans and beef (I love sweets). Music: Country music. Sport: I have never practiced it, but I love soccer. My team is Palmeiras but I am not a fanatic.
Uma grande parceira Com esse perfil, não é difícil imaginar que Toninho Tonielo tenha escolhido por esposa uma mulher igualmente forte e determinada. Ele é casado com Maria Neli Mussa Tonielo, 65 anos, com quem teve sete filhos, seis mulheres e um homem, que lhe deram dez netos. Neli, quando menina, para ajudar no sustento dos pais e irmãos, trabalhou na colheita de algodão, foi balconista e ajudou o pai numa oficina mecânica, experiência que a ensinou a respeitar e valorizar as pessoas, principalmente as mais necessitadas, tornando-se uma pessoa engajada. Sua liderança a conduziu para dirigir várias entidades sociais e a se envolver em movimentos comunitários. Por fim, ingressou na carreira política, tendo sido eleita, em 1996, a primeira mulher prefeita da cidade de Sertãozinho, depois de passar pela Câmara de Vereadores e de ter sido a vicepresidente da Federação Paulista de Hóquei e Patinação.
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P E O P L E A M I G A / F R I E N D LY G E N T E
O gerador
Face a face
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The generator of wealth A
born leader, Antonio Eduardo Tonielo, alias Toninho, is what you can call a great entrepreneur. Born and raised in Sertãozinho, São Paulo, at the age of 12 he was already working with his father in the crops. When he was 14, he started managing a small “pinga” (fire water) mill and also worked to sell the drink.
car and truck dealerships in Sertãozinho and Ribeirão Preto. He is considered one of the most respected businessmen of the sugar and alcohol industry in Sertãozinho in addition to being an important co-op leader. In 1971 he was made administrative director of Copercana — the Cooperative of Cane Growers for the West of the State of São Paulo — a position he held until 1999 when he became the president, his current position at the co-op. He was also the directortreasurer at Canaoeste — the Asociation of Cane Growers for the West of the state of São Paulo — (1972 2000) and administrative director of Cocred — the Credit Cooperative of Cane Growers from Sertãozinho. After 1999, he became president of the co-op a position he still holds today. He is also president of the Rural Union of Sertãozinho.
After his father divided the land of the farm amongst his children, Toninho, together with his brothers Waldemar, Renato and José Pedro, bought their sisters' land since they were interested in working the fields. This was the beginning of a growing process in the industry. The initial kick-off was Santa Inês Destillary, founded in 1966, at Fazenda Córrego das Pedras, in Sertãozinho. And they never stopped growing. In 1984 he founded Virálcool Destillary in the town of Pitangueiras, São Paulo and Today, at the age of 66, the boy two years later, on July 17, 1986 who was raised in the crops of his they celebrated the first crop with a father, together with his ten production of 30.9 million liters of brothers and sisters, has his own fire water. However, one of his mill and generates wealth all biggest dreams came through in around him: in the sugar/alcohol 1988 when Virálcool started to Toninho Tonielo, a esposa Neli (primeira à esquerda) industry, he is responsible for four produce alcohol and ten years later e os sete filhos, seis mulheres e um homem thousand direct jobs or seven Toninho Tonielo, his wife Neli (first on the left) and their sugar and dehydrated yeast. seven children: six women and one man thousand people who work for him In 2002, the mill started to coin all his companies and generate energy to CPFL — Companhia Paulista de Força e Luz — institutions owned by his family or the ones he presides. What and, last July, Virálcool 2 began to operate in Castilho, a town is the secret of such a successful career? “Everything we do in located between the states of São Paulo and Mato Grosso do Sul. life must be taken seriously and with respect. It is the only It is estimated that by 2010, the mill will produce 2.5 million tons. way we can succeed in life”, he says. Toninho has always been ahead of Grupo Tonielo, that also owns
A great partnership With all this background, it is easy to understand why Toninho Tonielo married a woman equally strong and determined. He is married to Maria Neli Mussa Toniel, 65 years old, with whom he had seven children,six women and one man. They have ten grandchildren.
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When she was a girl, Neli worked in the cotton crops to help the household budget; she was a shop clerk and helped her father in a mechanical shop. This experience taught her to respect and value people, particularly those in need and her strong leadership led her to manage several social institutions and community movements.
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More recently, she embraced a political career and in 1996 was elected the first woman mayor of Sertãozinho. Before that she was council woman at the local House of Representatives and vicepresident of the São Paulo Federation of Hokey and Skating.