Square 7

Page 1


Fazer M ais pela Conectividade Mudar é um verbo interessante, mas preferimos evoluir. Transformar o que já é bom em melhor ainda, fazendo mais e melhor. Pensando assim, realizamos pequenas mudanças, porém, mantendo a mesma proposta da revista – de ser sempre o mais fidedignamente possível um porta-voz da agricultura, refletindo as movimentações do mercado, os avanços da pesquisa, a evolução tecnológica e os anseios do setor. Mas nossa preocupação em Fazer Mais pela Conectividade dos leitores nos levou a identificar alguns assuntos interessantes para ingressarem na revista, e assim foram criadas mais três colunas, que apresentamos nesta edição: Grão Brasil, para contar um pouco a história das revendas; Praça das Viagens, voltada ao turismo agrícola; e Praça da Cultura, aberta a todos que também queiram compartilhar seus gostos e prazeres. Esperamos que apreciem nossas novidades e participem. Afinal, boas idéias são para ser compartilhadas!


á s

u

m

r

i

o Praça dos Insetos Praça das Plantas Daninhas

05

A equação perfeita

09

As aparências enganam

13 Ponto de Partida 18 Grão Brasil 26 Encontro Marcado 28 Entre Amigos 30 Praça das Viagens 32 Banco de Craques 35 Praça da Cultura 37

Jogada de mestre

A nova aquarela do Brasil

Tradição e modernidade na medida certa

Uma rede de eficiência

O melhor dos sons

Rio Verde - Cenário perfeito do desenvolvimento agrícola Com garra e fé

Seja bem-vindo!

e x p e d i e n t e FMC Agricultural Products Diretor Presidente América Latina Antonio Carlos Zem Diretor Comercial, Marketing & Desenvolvimento Vicente Gôngora

Ano 4 - nº 7 julho 2008

Time de Marketing e P&D Adner Pozzobon Maria Paula Luporini Bruno Frossard Paulo Queiroz Carlos Fabri Renato Nivoloni Gustavo Canato Ricardo Werlang Leandro Garcia Luiz Diego Silveira Santiago Bosch Cabral Luiz Felipe Thomaz Marcus Brites Coordenadora de Comunicação Fernanda Teixeira

Redação Alfapress Comunicações Ltda. Jornalista Responsável Inês Costa - MTb 28.685 ines@alfapress.com.br Fone (19) 3232-0050 Direção de Arte e Projeto Gráfico VIA B Comunicação Fone (19) 3295-5466 Foto de capa Photo.com Revisão Marília Cotomacci Fotolito e Impressão Margraf Tiragem 2.500 exemplares

FMC Square é uma publicação semestral da área de Marketing da FMC Agricultural Products Av. Dr. José Bonifácio Coutinho Nogueira, 150 1º andar - 13091-611 - Campinas - SP (19) 3735-4400 - www.fmcagricola.com.br Os artigos assinados não refletem necessariamente a opinião da revista. Por falta de espaço não publicamos as referências bibliográficas citadas pelos autores dos artigos que integram esta edição. Os interessados podem solicitá-las à redação por e-mail: sac_apg@fmc.com


L E I T O R

Zem em recente premiação feita pela ABMR&A (Associação Brasileira de Marketing Rural & Agronegócio), que destacou a FMC por sua atuação ética no mercado rural e do agronegócio e o elegeu

A O

como o Profissional do Período 2007/2008

C

aros amigos,

É com grande orgulho que apresentamos nesta edição a nova campanha publicitária institucional da FMC, veiculada em revistas e jornais de todo o país, como muitos já devem ter tido a

C A R T A

oportunidade de ver. Não por acaso lançamos a campanha neste momento que representa um marco para a companhia. Acabamos de romper a barreira dos US$ 350 milhões anuais, diga-se de passagem, num mercado cíclico – de altos e baixos – , no qual, todavia, vimos conseguindo nos manter em destaque, comprovando a forte vocação agrícola de uma empresa que fez história na agricultura brasileira nos 35 anos em que está presente no país. A campanha procura demonstrar exatamente isso. Nossa trajetória e nosso jeito de ser e de fazer as coisas, diferenciandonos por sermos ágeis e dinâmicos – uma empresa focada em ouvir e se antecipar às necessidades dos clientes e no resultado dos negócios, com especial atenção aos aspectos social e ambiental. Que busca se destacar por meio de investimentos em pesquisa, novas tecnologias e segurança, mas, principalmente, em pessoas motivadas e predispostas a inovar e se superar. Tudo isso foi traduzido em poucas palavras, ou melhor, em três letras: FMC, uma sigla que, ao longo dos anos, se tornou sinônimo de excelência. Por isso, de uma maneira muito feliz, pudemos fazer essa associação dos nossos princípios ao nome da companhia, buscando significado para aquilo que somos: uma empresa que está Fazendo Mais pelo Campo, pelo cliente, pelo controle, pelas culturas foco da nossa atuação, pelos colaboradores, pelo conhecimento...

Foto: Divulgação

Muito mais do que simples palavras, esse é o valor da nossa equipe e uma realidade dentro da FMC, que sabe que ainda há muito mais para se fazer. Estou certo de que um belo futuro nos espera, com a firme crença de que o mercado – que se encontra num momento eufórico – irá crescer. E nós, ainda mais! Certamente teremos riscos e oportunidades e o balanço será claramente favorável ao nosso negócio. Somos muito bons e podemos ser melhores.

Antonio Carlos Zem

SQUARE

Diretor Presidente América Latina

4

FMC


I N S E T O S P R A Ç A

D O S

Bicudo

Pulgão

Percevejo

Mosca-branca

A equação perfeita

Por Ricardo Werlang

N

os sistemas de produção agrícola, o manejo das “pragas” é um componente importante para o sucesso do negócio. A constante dinâmica das populações de insetos e ácaros nas lavouras propicia a presença das “pragas agrícolas” (insetos

e ácaros com potencial de ocasionar danos econômicos para a cultura) e dos

Ácaro

denominados “inimigos naturais” (insetos e aracnídeos com o potencial de redução populacional das “pragas”), sendo as populações destes influenciadas por diferentes fatores, como a geografia, topografia, condições climáticas (temperatura, umidade, luminosidade, precipitação e ventos) e manejos adotados na cultura (época de plantio, espaçamento, adubação, tratos culturais, defensivos utilizados). Os manejos mais viáveis envolvem a utilização de alguns conceitos que têm por objetivo a racionalização de recursos e energia e a menor agressão ao ambiente e aos “inimigos naturais”. Spodoptera

Considerando esta questão, foi encontrada a equação perfeita com o desenvolvimento do conceito de Manejo Integrado de Pragas (MIP), sistema que “no contexto associa o ambiente e a dinâmica populacional da espécie, utiliza todas as técnicas apropriadas e métodos de forma tão compatível quanto possível e mantém a população da praga em níveis abaixo daqueles capazes de causar dano econômico” (FAO). Os fundamentos, tanto do Controle Integrado como do Manejo Integrado de Pragas, baseiam-se em quatro conceitos: na exploração do controle pelos “inimigos naturais”, na observação dos níveis de tolerância das plantas aos danos causados pelas pragas, no

Lagarta-curuquerê

monitoramento das populações para tomadas de decisão e na biologia e ecologia da cultura e de suas pragas. Outro ponto importante quanto à população de “pragas” é sua elevada habilidade de se SQUARE

adaptar a diferentes agentes de controle. Uma das formas de adaptação é o surgimento da resistência dos insetos e ácaros aos inseticidas e acaricidas, respectivamente. O manejo da resistência envolve um esforço interdisciplinar com o objetivo de prevenir, retardar ou reverter a evolução da resistência a “pragas”. FMC

Lagarta-da-maçã

5


4%

7% 53%

36%

A sustentabilidade do sistema de produção depende da

Bemisia sp.

NT: 16

NT: 28

Aphis gossypii

13%

19%

37% 31%

adoção de manejos de resistência eficazes, assumindo grande importância nos sistemas de produção. A estratégia de manejo da resistência foi dividida em três grupos por Georghiou (1983), sendo estes: manejo por moderação, manejo por saturação e manejo por ataque múltiplo. O princípio básico no manejo por moderação está na redução da pressão de seleção para preservar os indivíduos susceptíveis em uma determinada população. O manejo por

Dysdercus spp., Euchistus heros, Nezara viridula 100%

NT: 15

NT: 11

saturação tem por objetivo reduzir o valor adaptativo dos

Anthonomus grandis

indivíduos resistentes através do uso de sinergistas juntamente com os inseticidas ou acaricidas, ou mesmo de altas dosagens do produto. Já o manejo por ataque múltiplo

27%

7%

66%

envolve a utilização de dois ou mais produtos, com modos de ação distintos, em rotação ou mistura. A resistência dos insetos à ação dos inseticidas pode ocorrer de diferentes formas. Entretanto, pode-se dividir em quatro grupos distintos de mecanismos de resistência. São eles: resistência metabólica – é o mecanismo de resistência mais comum e envolve o sistema enzimático; resistência no local

Tetranychus urticae 33%

45%

NT: 23

NT: 9

de ação – é o segundo mecanismo de resistência mais

Alabama argillacea

22%

22%

comum e envolve alterações no local de ação dos inseticidas; redução da penetração e absorção do inseticida;

4%

74%

e mecanismos comportamentais. A resistência aos inseticidas carbamatos está relacionada principalmente à modificação do local de ação, acetilcolinesterase modificada – MACE (Tabela 1), ocorrendo também relatos de resistência metabólica como ação de esterases. A resistência aos inseticidas moduladores de canais de sódio está relacionada principalmente à mutação na seqüência de aminoácidos que codificam as estruturas de regulação de

Pseudoplusia includens 63%

37%

NT: 16

NT: 19

cargas nos canais de sódio da membrana celular (kdr), que

Heliothis virescens

estão relacionados com a redução da sensibilidade desses canais à ação do inseticida, ocorrendo também relatos de

75%

25%

resistência metabólica como ação de esterases e monoxigenases.

Segurança e praticidade O Talisman é um inseticida que age ligando-se à enzima acetilcolinesterase, inibindo a sua atividade normal, que é a

Spodoptera frugiperda e S.eridanea

40%

NT: 6

NT: 20

de degradar as moléculas do neurotransmissor excitatório – acetilcolina – após a transmissão de um impulso nervoso.

Spodoptera frugiperda e S.eridanea 83%

10% 17%

50%

Quando o Talisman está ligado à enzima acetilcolinesterase, esta fica inativa, resultando em acúmulo de acetilcolina na fenda sináptica, causando hiperexcitabilidade do sistema nervoso central devido à transmissão contínua e descontrolada de impulsos nervosos. Ocasionando os sintomas de intoxicação que incluem tremores, convulsões, colapso do sistema nervoso central e morte do inseto. O produto também age como inseticida modulador de canais de sódio, interagindo com os canais de sódio

Figura 1:

Resumo de resultados de eficácia de manejos com

distribuídos ao longo do axônio, prolongando ou impedindo

Talisman no controle de pragas na cultura do

o fechamento normal dos mesmos após a transmissão do

algodão. Compilação de trabalhos realizados nas

impulso nervoso e, desta forma, permitindo um fluxo

safras 2005/2006; 2006/2007 e 2007/2008. NT:

excessivo de íons Na++ para o interior da célula nervosa.

SQUARE

número de trabalhos.

6

Controle >90% Controle 80% a 90% FMC

Ocasionando os sintomas de intoxicação como tremores,

Controle 70% a 80% Controle inadequado

hiperexcitabilidade, perda de postura locomotora, paralisia e morte. Talisman possui algumas características


Tabela 1:

Principais mecanismos de resistência para os inseticidas piretróides e carbamatos. *kdr: mutação na seqüência de aminoácidos que codificam as estruturas de regulamentação de cargas nos canais de sódio da membrana celular, que estão relacionados com a redução da sensibilidade dos canais à ação de

**MACE

piretróides.**MACE: Acetilcolinesterase modificada.

*kdr

P450 monoxigenase

Esterase

Metabo- Local lismo de ação

Espécie

Local

Referência Bibliográfica

Helicoverpa armigera Anopheles funestus Bemisia tabaci Myzus persicae Myzus persicae Culex pipiens quinquefasciatus Blattella germanica Spodoptera litura Bemisia tabaci Drosophila melanogaster Helicoverpa armigera Helicoverpa armigera

Paquistão Gana Turquia Itália Nova Zelândia EUA Alemanha China Grécia Inglaterra França África

Ahmad, M. 2008 Okoye, P.N., et al. 2008 Erdogan, C., et al. 2008 Van Toor, R.F., et al. 2007 Hardtone,M.C., et al. 2007 Limoee, M., et al. 2006 Huang, S., Han, Z., 2006 Roditakis, E., Tsagkarakou, A., Vontas, J., 2006 Usherwood, P.N.R., et al. 2005 Buès, R., Bouvierand, J.C., Boudinhon, L., 2005 Martin, T., et al. 2003

Anopheles funestus Myzus persicae Plutella xytella Spodoptera litura Spodoptera frugiperda Spodoptera frugiperda

Gana Nova Zelândia Coréia China EUA EUA

Okoye, P.N., et al. 2007 Van Toor, R.F., et al. 2007 Dae-Weon Lee et al. 2006 Huang, S., Han, Z., 2006 Yu, S.J., 2005 Yu, S.J. Nguyen, S.N., Abo-Elghar, G.E., 2003

Piretróides

específicas que conferem benefícios como: ausência do

O inseticida destaca-se na elevada eficácia no controle de

grupo ciano – proporcionando baixo grau de irritabilidade

percevejos, bicudo, lagarta-curuquerê,lagarta-falsa-

dérmica; presença do grupo bifenil – proporcionando maior

medideira, lagarta-da-maçã, lagarta-spodopter a e lagarta-

estabilidade da molécula; e presença do grupo trifluoro –

rosada. Apresentando excelente controlede pulgões na cultura

que, juntamente com a presença do grupo bifenil,

do algodoeiro, com eficácia superior a 80% em 60% dos

proporciona maior espectro de controle de ácaros, pulgões

campos estudados no período de 2005 a 2008(Figura 1).

e pragas de solo.

Talisman possui controle de adultos de mosca-branca,

A utilização do produto proporciona maior segurança no

demonstrando eficácia de controle superior a 80% em 68%

manejo da resistência de insetos aos inseticidas, por ser

dos campos estudados. Este inseticida possui excelente

constituído de dois grupos de inseticidas que possuem

controle de ácaro-rajado, proporcionando controle superior a

diferentes modos de ação e mecanismos de resistência nos

80% em 78% dos campos estudados. Outra praga importante

insetos distintos.

na cultura do algodoeiro é o ácaro-branco

Talisman possui eficácia no controle de amplo espectro de

(Polyphagotarsonemus latus); este pode ser eficientemente

pragas na cultura do algodão, como: Aphis gossypii

controlado na cultura com Talisman em manejo com

(pulgão), Bemisia sp. (mosca-branca), Dysdercus spp.

abamectina (6 g ha-1 de i.a.)(Figura 2). Este manejo

(percevejo-manchador), Euchistus herus (percevejo-

proporciona maior nível de eficácia e residual de controle,

marrom), Nezara viridula (percevejo-verde), Anthonomus

sendo semelhante ao diafentiuron, tanto para o ácaro-branco

grandis (bicudo), Tetranychus urticae (ácaro-rajado),

como para o ácaro-rajado (Figuras 2 e 3).

Alabama argillacea (lagarta-curuquerê), Pseudoplusia

A elevada eficácia de controle de amplo espectro de pragas na

includens (lagarta-falsa-medideira), Heliothis virescens

cultura do algodoeiro proporciona segurança e praticidade no

(lagarta-da-maçã), Spodoptera frugiperda e Spodoptera

manejo de pragas nesta cultura com o inseticida Talisman,

eridanea (lagarta-spodoptera), Pectinophora gossypiela

agregando um manejo adequado de resistência de insetos aos

(lagarta-rosada) (Figura 1).

inseticidas. SQUARE

Carbamatos

FMC

7


Abamectina (9 g i.a./ha) Talisman (200 g i.a./ha) Diafentiuron (250 g i.a./ha) Talisman (200 g i.a./ha)+Abamectina (6 g i.a./ha)

Controle (%)

100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0

a a a*

a

a a

a

a

a

a

a

a

b

b

b

1DAA

a

b

b

b b

b

b

3DAA

5DAA

7DAA

49

b

b

10DAA

15DAA

36

37

43

48

Dias após a aplicação 33 24 25 47

a

a a

**CV% 47 Presença na 42 Testemunha (%)*** Figura 2:

a

a

51

Resultados médios de controle de Polyphagotarsonemus latus (Ácaro-branco) avaliando-se a presença nas plantas de algodoeiro, Rio Verde-GO, 2008. *Médias seguidas pelas mesmas letras no mesmo intervalo de avaliação não diferem entre si pelo teste de Duncan ao nível de 5% de significância. **CV: coeficiente de variação (%). ***Presença na Testemunha (%) avaliando-se a presença ou ausência de ácaros em 25 plantas por parcela.

Controle (%)

100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0

a ab* ab*

a

a

a

a

a

a

a

a

a

a a a

a a

a a

b

c 1DAA

b 4DAA

b 7DAA

b 10DAA

b 15DAA

Dias após a aplicação **CV% 20 Presença na 62 Testemunha (%)***

19

16

17

16

60

64

58

65

Figura 3: Resultados médios de controle de Tetranychus urticae (Ácaro-rajado) avaliando-se a presença nas plantas de algodoeiro, São Desidério-BA, 2008. *Médias seguidas pelas mesmas letras no mesmo intervalo de avaliação não diferem entre si pelo teste de Duncan ao nível de 5% de significância. **CV: coeficiente de variação (%). ***Presença na Testemunha (%) avaliando-se a presença ou ausência de ácaros em 25 plantas por parcela.

Ricardo Werlang SQUARE

Coordenador de Desenvolvimento de Produtos e Mercados da FMC

8

FMC


D A N I N H A S P L A N TA S P R A Ç A

D A S

Ilusão de ótica - os círculos parecem se mover.

As A aparências enganam

ssim como nem tudo que reluz é ouro, às vezes podemos nos deixar enganar por outras falsas aparências. É o caso do

branqueamento nas folhas de cana-de-açúcar provocado pelo

uso de herbicidas. É importante lembrar que, na natureza, que é sábia,

tudo tem o seu tempo, e os bons resultados nem sempre são evidentes.

Saber esperar é uma virtude, principalmente nos dias atuais, em que

tudo passa a uma velocidade estonteante. Na cana-de-açúcar, cultura

que tem um ciclo de pelo menos 12 meses, é somente após esse período

que se pode medir o grau de produtividade da safra. Porém, o efeito de

branqueamento nas folhas em dias subseqüentes à aplicação de alguns

herbicidas, feita logo após o plantio ou no corte da cana, tem gerado

dúvidas nos produtores e alguns, precipitados, se perguntam se isso não

Por Lauricio Endres Renan Cantalice de Souza Vilma Marques Ferreira Geraldo Veríssimo de S. Barbosa

causa redução na produtividade agrícola da cana. A resposta para esse questionamento está no estudo apresentado neste artigo, que demonstra a reversão desse efeito em até 30 dias após a aplicação. O branqueamento decorre da ação fitotóxica do produto nessa cultura, que não é totalmente imune aos herbicidas. O grau de fitotoxicação depende de vários fatores, dentre os quais a dose do herbicida, o tipo de solo e o estágio de desenvolvimento da cultura. Outro fator de extrema importância em relação aos sintomas de fitotoxicação é a tolerância varietal, em que se observa diferença entre as cultivares comerciais. Entre os herbicidas recomendados para a cana-de-açúcar estão o GAMIT e o SINERGE EC. O primeiro atua bloqueando a biossíntese de todos os diterpenos, resultando na perda de carotenóides e outros compostos, e o segundo também atua bloqueando o fluxo de elétrons entre os fotossistemas. A aplicação desses herbicidas, portanto, causa uma paralisação do crescimento das plantas, pela destruição da clorofila e bloqueio da fotossíntese. SQUARE

Branqueamento nas folhas de cana-deaçúcar provocado pelo uso de herbicidas é totalmente revertido em poucos dias sem afetar a produtividade

Nesse contexto, foi testada a hipótese de o GAMIT e o SINERGE EC terem efeitos fitotóxicos em cana-de-açúcar a ponto de comprometer a sua produtividade. FMC

9


Material e Métodos Foram montados dois campos experimentais em locais com diferentes texturas e fertilidade de solo. Foram utilizadas três variedades de cana-de-açúcar, RB855113, RB92579 e SP791011, e duas doses dos herbicidas GAMIT (1 ou 2 l/ha-1) e SINERGE EC (3 ou 6 l/ha-1). Essas doses representam a recomendação e o dobro da recomendação do fabricante, respectivamente. As ervas daninhas do tratamento controle foram eliminadas por capina. Cada tratamento foi aplicado sobre quatro parcelas de 17 fileiras de 6 m de cana-de-açúcar (Figura 1).

1

Aplicação de herbicidas GAMIT e SINERGE EC entre linhas da canade-açúcar em 60 dias após o plantio.

Aos 3, 7, 14 e 30 dias após a aplicação dos herbicidas, foram avaliados o teor de clorofila (Figura 2) e o rendimento quântico potencial do fotossistema II (Fv/Fm) (Figura 3).

Estimativa do teor de clorofila da cana-deaçúcar após a aplicação dos herbicidas, por meio de um SPAD502 (Minolta, Japão).

2

SQUARE

Avaliação da capacidade fotossintética potencial da cana-de-açúcar após a aplicação dos herbicidas, por meio de um fluorômetro (ADC, UK).

10 FMC

3

Pesagem e amostragem das parcelas para avaliação de parâmetros de produtividade.

4 Aos 14 meses após o plantio (12 meses após a aplicação dos herbicidas) foram realizadas a pesagem dos colmos e a análise tecnológica - PC, brix, pureza, fibra, ATR e TPH (Figura 4).


Resultados Os herbicidas GAMIT e SINERGE EC diminuíram os teores dos pigmentos em relação às plantas não

Sintomas de branqueamento da cana-de-açúcar em 7 dias após a aplicação de SINERGE EC 6 l/ha-1.

tratadas, independentemente do local em que se realizou o ensaio e das variedades (Figuras 5 e 6). A aplicação dos herbicidas fez com que houvesse um branqueamento nas folhas, que foi totalmente revertido em 30 dias após a aplicação (Figura 7).

5 6

Teor de clorofila de cana-de-açúcar após aplicação dos herbicidas GAMIT e SINERGE EC.

7 Dias após a aplicação dos herbicidas

Do mesmo modo, os herbicidas causaram um decréscimo da eficiência quântica potencial,

Campo experimental em 30 dias após a aplicação dos herbicidas GAMIT ou SINERGE EC.

8

prejudicando, dessa forma, a atividade fotossintética da cana-de-açúcar nos primeiros 15 dias após a aplicação (Figura 8). No entanto, o fotossistema se recuperou totalmente após 15 DAA.

Dias após a aplicação dos herbicidas

SQUARE

Eficiência quântica potencial (Fv/Fm) de canade-açúcar após a aplicação de herbicidas.

FMC

11


A avaliação de produtividade da cana-de-açúcar em 12 meses após a aplicação dos herbicidas mostrou que esses não causaram quaisquer danos à produtividade agrícola e industrial nas três variedades estudadas.

Tabela 1. Rendimento agroindustrial de cana-de-açúcar em 14 meses após o plantio (12 meses após submetidas à aplicação de herbicidas). TCH, tonelada de cana por hectare; ATR, açúcar total recuperado; TAH, total de açúcar por hectare.

*não diferem entre si pelo Teste F (P<0,05).

Tratamento

A análise do conjunto dos resultados mostra que as três variedades estudadas sofrem um estresse pela aplicação dos herbicidas. Esse estresse pode ser visto pelo branqueamento das folhas e também pelo desarranjo do aparato fotossintético, que pode provocar uma redução transitória do crescimento da canade-açúcar. No entanto, em nenhuma das três variedades estudadas houve qualquer alteração nos parâmetros de produtividade. A produção agrícola dos cereais, como milho, arroz, trigo, etc., depende de um bom crescimento das plantas e de uma plena floração e frutificação, que é a fase mais sensível dessas culturas a fatores ambientais. Qualquer estresse durante essa fase pode ocasionar grandes perdas de produtividade, apesar de todo o ciclo de cultivo ter ocorrido normalmente até a floração. Na cana-deaçúcar, ao contrário, a produtividade depende do acúmulo de biomassa durante todo o ciclo vegetativo. Sendo assim, um curto período de estresse, como, por exemplo, a aplicação desses herbicidas, não leva a perdas significativas da produção. A aplicação de GAMIT e SINERGE EC fez com que a cana-deaçúcar sofresse um estresse por 15 a 30 dias em parte de suas folhas, que pôde ser visto pelo branqueamento e pela redução da

Vilma Marques Ferreira Professora doutora em Fisiologia Vegetal

Geraldo Veríssimo de Souza Barbosa Professor M.Sc., Estatística

atividade fotossintética. No entanto, como a cultura tem um ciclo

Renan Cantalice de Souza Engenheiro agrônomo, mestrando em Produção Vegetal

recomendação do fabricante.

SSQQUUAARREE

Engenheiro agrônomo, doutor em Fisiologia Vegetal, professor do Centro de Ciências Agrárias, Universidade Federal de Alagoas (lauricioendres@hotmail.com)

muito longo, de pelo menos 12 meses, esse estresse não afeta a produtividade da cultura, mesmo quando aplicado o dobro da

12 FMC 12 FMC

Lauricio Endres


D A N I N H A S P L A N TA S

Jogada de mestre

P R A Ç A

D A S

Com boas escolhas, produtor pode virar o jogo contra as plantas daninhas

Por Luís Henrique Penckowski leque de possibilidades de escolhas das estratégias no

estabelecimento de estratégias de manejo de

controle das plantas daninhas. Em se tratando de soja, cujo

plantas daninhas. É sabido que essa medida é

fundamental para qualquer sistema de produção vegetal,

controle de plantas daninhas é uma técnica indispensável – já que podem causar perdas significativas na produtividade

sendo o uso de herbicidas fundamentado principalmente no

da cultura –, há diversas vantagens na utilização dessa

grau de economia e na praticidade proporcionados no

tecnologia, sendo as principais: amplo espectro de controle

manejo. É notório também que os avanços da agricultura

de plantas daninhas anuais e perenes (o herbicida não

atual têm levado à criação de sistemas produtivos com

apresenta residual e não é volátil), flexibilidade de aplicação

níveis de sofisticação que, de modo geral, requerem o uso

e de dose (pode ser aplicada com herbicidas residuais),

de herbicidas seletivos e de pós-emergência (Ide, 1998).

facilidade de aplicação, manejo de plantas daninhas

Podemos citar o desenvolvimento da soja tolerante a

resistentes a outros mecanismos de ação e redução de

glyphosate, em que o herbicida utilizado fornece um amplo

custos (Jezovsek, 2000,Pengue, 2000).

controle das espécies quando comparado ao sistema

Porém, há conceitos básicos no manejo de plantas daninhas

tradicional (Nolte & Young, 2002).

que deverão ser considerados e não esquecidos face à

Fazendo-se um paralelo com o jogo, a tecnologia em

flexibilidade que a tecnologia oferece, a fim de que o

questão pode ser considerada um conjunto de excelentes

benefício da tecnologia e, acima de tudo, a rentabilidade do

cartas que o produtor tem nas mãos, oferecendo-lhe um

produtor sejam atingidos e garantidos. FMC

SQUARE

V

amos considerar alguns aspectos importantes no

13


Com a flexibilidade da tecnologia Roundup Ready,

100

conceitos como as épocas de dessecação das coberturas produtores e em algumas regiões do Brasil a dessecação deixou de ser realizada. A idéia – equivocada – é a de que se poderia economizar no herbicida e no custo de aplicação

60

99

44

y=-2,20x +31,17x-3,869 R2=0,69**

58

51 49

40

50

46

38

y=-0,30x 2+1,98x+47,25 R2=0,20**

22

0

obedecidos não somente para garantir a produtividade,

99 2

20

sem efeito sobre a produtividade da soja. Mas é preciso lembrar que existem períodos de dessecação a serem

85

76

80 % Controle

para o plantio da soja não estão sendo respeitados pelos

7

14 21 28 35 Época de Aplicação Glyphosate

como também para facilitar o manejo de plantas daninhas

42

na pós-emergência da soja. Pelo exposto acima, as

Figura 1

operações de dessecação em plantio direto, antes do

Efeito da época de aplicação de glyphosate na pós-emergência (Dias após a emergência da soja) no controle de plantas daninhas em função da complementação da dessecação de pré-plantio (-----sem complementação da dessecação, -----com complementação da dessecação). Penckowski & Podolan, Fundação ABC, 2007. Média de 3 experimentos.

plantio das culturas, seja de soja transgênica ou da convencional, devem ser feitas de modo eficiente para o sucesso no controle das plantas daninhas e a obtenção de elevadas produtividades. Vários autores, estudando a influência da época de dessecação sobre a produtividade da soja, concluíram que a época de dessecação depende

Trabalhos realizados na Fundação ABC, na região dos Campos

da cobertura a ser manejada. Trabalhos realizados no

Gerais do Paraná (Penckowski & Podolan, 2006), nos quais foi

Brasil demonstraram que dessecações sobre aveia-preta e

avaliada a influência do controle das plantas daninhas recém-

azevém devem ser realizadas preferencialmente entre 14 e

emergidas no momento do plantio (complementação da

21 dias antes do plantio; já sobre resteva de trigo esse

dessecação) sobre a época de controle das plantas daninhas

período pode ser menor: desde 7 dias antes do plantio,

em pós-emergência da soja, concluíram que:

como em algumas condições, até o dia do plantio.

I.) A época de controle em pós-emergência é

Dessecações realizadas muito próximas do plantio ou após

significativamente influenciada pela complementação ou

o plantio, quando na presença de muita massa vegetal,

não da dessecação no dia do plantio.

causam perda de produtividade e dificuldade no controle

II.) Quando a complementação da dessecação é realizada,

de plantas daninhas em pós-emergência.

uma única aplicação de glyphosate entre 28 e 42 dias após

É importante destacar que as dessecações realizadas

a emergência da soja (DAE) é suficiente para garantir as

antecipadamente necessitam, na maioria das situações, de

melhores produtividades(Figura 2).

uma complementação na véspera do plantio, para eliminar plantas daninhas emergidas antes da soja. Experimentos

III.) Quando a dessecação não é realizada, as perdas de

realizados na Fundação ABC (Penckowski & Podolan, 2006)

produtividade causadas pela matocompetição são lineares.

concluem que a complementação da dessecação na

As melhores produtividades sósão obtidas quanto mais

véspera do plantio facilita o controle em pós-emergência

precoce é realizado o controle na pós-emergência, o que

das plantas daninhas, pois uma única aplicação de

irá resultar em mais uma aplicação de glyphosate para

glyphosate entre 35 e 42 dias após a emergência da soja

complementar essa aplicação precoce(Figura 2). Na

(DAE) é suficiente para garantir controles superiores a

maioria das situações em que a aplicação de glyphosate

99% (Figura 1). Aplicações de glyphosate em estádios

ocorre na pós-emergência precoce da soja, esta necessita

muito precoces da soja apresentaram controles

de complementação, pois há emergência de um novo fluxo

insuficientes devido à reinfestação das plantas daninhas, o

de plantas daninhas.

que levaria à necessidade de uma segunda aplicação de glyphosate. Porém, a não-complementação da dessecação na véspera do plantio para o controle de plantas daninhas

5000

emergência da soja, sendo que na maioria dos casos os níveis de controle atingidos com a aplicação de glyphosate foram muito abaixo do aceitável, independente da época de aplicação em pós-emergência (Figura 1).

Produtividade (kg/ha)

emergidas antes da soja dificulta o controle em pós-

4176 4192

4000

3636 3326 3202

3000

4178 2875

2506

2000

2519

2134 874

Sem Dessecação

1000

2

Com Dessecação

0 7

Figura 2

y= -1,9375x -215,03 + 3673,8 2 R=0,97**

574

14 21 28 35 42 56 70 84 98 112 126 140 Época de controle (DAE)

Efeito da época de aplicação de glyphosate na pós-emergência (Dias após a emergência da soja) sobre a produtividade da soja em função da complementação da dessecação de pré-plantio. Penckowski & Podolan, Fundação ABC, 2007. Média de 3 experimentos.

SQUARE

14

4445

FMC


Estratégias de controle Figura 3 Estratégia de aplicação única de glyphosate no manejo de plantas daninhas em soja tolerante ao glyphosate. Penckowski & Podolan, Fundação ABC, 2007.

Aplicação 28-35 DAE

Dessecação

Complementação

Cobertura 14-21 DAP

Plantio

Figura 4 Estratégia de aplicação seqüencial de glyphosate no manejo de plantas daninhas em soja tolerante ao glyphosate. Penckowski & Podolan, Fundação ABC, 2007.

Intervalos 20-28 dias

Dessecação

Complementação

Cobertura 14-21 DAP

Plantio

Figura 5 Estratégia no manejo de plantas daninhas utilizando herbicidas residuais no momento do plantio e a complementação com glyphosate na pós-emergência da soja tolerante ao glyphosate. Penckowski & Podolan, Fundação ABC, 2007.

7-14 DAE

28-35 DAE

Aplicação 20-30 DAE

Dessecação

Dessecação+ (Residuais)

Cobertura 14-21 DAP

Plantio

Para Zagonel et al. (2002), deve-se ter conhecimento do

tipo de infestação (baixa, média ou alta), espécies e estádio

período de interferência das plantas daninhas sobre a cultura,

das plantas daninhas a serem controladas, e, não menos

proporcionando subsídios importantes para medida de

importante, também deve ser considerado o tamanho das

controle. Para Deen et al. (2002), o momento de aplicação do

propriedades, como o parque de máquinas do produtor.

herbicida é crítico para obter um ótimo controle de plantas

Utilizando uma única aplicação de

conduzidos pelo autor, foram identificadas duas estratégias de

glyphosate em pós-emergência

controle: uma com alta pressão de plantas daninhas, sendo

A estratégia de uma única aplicação de glyphosate na pós-

necessárias duas aplicações, e outra com baixa pressão, em

emergência será realizada normalmente em situações de

que é necessária uma única aplicação no terceiro trifólio.

média e baixa infestação e quando a maioria das plantas

A soja tolerante ao glyphosate oferece uma nova

daninhas não for de difícil controle, como as espécies de

alternativa de manejo de plantas daninhas, que consiste na

corda-de-viola, trapoerabas, erva-quente e poaia-branca.

aplicação do herbicida tanto na dessecação como na pós-

A dose a ser aplicada de glyphosate nessa situação será

emergência da cultura. Um dos grandes diferenciais no

baseada nas espécies a serem controladas, sendo que a

manejo de plantas daninhas é a flexibilidade que o produtor

época de aplicação mais adequada será entre 28 e 35 dias

tem em aplicar o herbicida sem, em algumas situações, se

após a emergência da soja (DAE), desde que a

preocupar com estádio de desenvolvimento das plantas

complementação da dessecação seja realizada na véspera

daninhas e da cultura.

ou no dia do plantio, quando da presença de plantas

Porém, é cada vez mais comum o questionamento de produtores e técnicos em relação ao controle de plantas

daninhas emergidas antes da soja (Figura 3). Caso a complementação da dessecação no dia do plantio

daninhas em soja RR, principalmente quanto ao número de

não seja realizada para o controle de plantas daninhas já

aplicações de glyphosate na pós-emergência (aplicação

emergidas, a época de controle em pós-emergência é

seqüencial ou única) e à melhor época de realizar o controle

antecipada para evitar perdas por matocompetição. A

ou até quanto a misturas de herbicidas. A definição da

aplicação de glyphosate em estádios muito precoces da soja

estratégia de controle das plantas daninhas em pós-

irá requerer uma segunda aplicação entre 20 e 30 dias após

emergência depende de alguns fatores importantes, como

a primeira aplicação.

SQUARE

daninhas e o máximo retorno econômico. Em experimentos

FMC

15


Aplicação seqüencial de glyphosate

impedir a seleção de plantas daninhas resistentes ao glyphosate, risco já constatado com o azevém Lolium (

em pós-emergência

multiflorum) e a buva (Conyza bonariensis e Conyza

A aplicação seqüencial de glyphosate na pós-emergência

canadensis) no Brasil (Carvalho, 2006).

será uma estratégia interessante em situações de alta

Pesquisas realizadas nos Estados Unidos, que já cultivam

infestação, para evitar perdas de produtividade causadas

soja tolerante há mais de dez anos, mostraram que uma

pela matocompetição e/ou para facilitar o controle de

única aplicação de glyphosate na soja tolerante não controla

plantas daninhas tolerantes ao glyphosate, como corda-de-

eficientemente algumas plantas daninhas durante a fase de

viola, trapoeraba (Commelina benghalensis), erva-quente e

desenvolvimento da cultura. A razão deve-se ao fato de o

poaia-branca. A dose a ser aplicada de glyphosate nessa

produto não apresentar ação residual, permitindo a

situação será baseada principalmente nas espécies a serem

emergência de novos fluxos, e também pela presença de

controladas, sendo que a época de aplicação mais adequada

plantas daninhas tolerantes e resistentes, o que demanda

será nos estádios mais precoces das plantas daninhas e da

outras estratégias de controle. Sendo assim, aplicações

soja, sendo a primeira aplicação realizada entre 7 e 14 DAE

adicionais de glyphosate, misturas de tanque com outros

e a segunda aplicação entre 28 e 35 DAE, desde que a

produtos ou utilização de herbicidas residuais são

complementação da dessecação seja realizada na véspera

necessárias (Johnson et al., 2002).

ou no dia do plantio (Figura 4).

Utilizando outros herbicidas

Pensando nessas condições, foram conduzidos, nos últimos quatro anos, experimentos na Fundação ABC (Penckowski & Podolan, 2006), avaliando misturas de herbicidas

Com a introdução da soja transgênica resistente ao glyphosate, o uso desse produto se tornou possível durante todo o ciclo da cultura, o que promoveu alterações em relação às tendências verificadas na comunidade infestante até então. Como conseqüência, já se observa uma mudança da flora infestante, com a seleção de plantas daninhas tolerantes a este herbicida, como as trapoerabas, corda-deviola, além de erva-quente, erva-de-touro, poaia-branca, erva-de-santa-luzia e outras. Além disso, o uso continuado de um único produto é sabidamente um erro que foi

SQUARE

cometido no passado e deve ser evitado ou minimizado para

16 FMC

latifolicidas pós-emergentes com glyphosate no intuito de verificar melhora de controle de algumas espécies tolerantes ao glyphosate. Porém, ao término dos trabalhos, verificou-se que a mistura de herbicidas latifolicidas, na maioria dos casos, não resultou em melhores controles e que, dependendo das misturas, o controle de algumas espécies susceptíveis ao glyphosate foi inferior com a aplicação somente de glyphosate. Outro ponto que merece destaque é que a seletividade dos herbicidas convencionais, quando em mistura com glyphosate, apresenta fitotoxicidade acentuada na soja RR, o que pode resultar em


perdas de produtividade e dificuldades no manejo de

para explorar a performance destes herbicidas pré-

plantas daninhas, pois com a fitotoxicidade dessas misturas

emergentes como uma estratégia eficaz e racional. A

o controle cultural promovido pela cultura através do

aplicação de glyphosate na pós-emergência em

fechamento mais rápido das entrelinhas é retardado.

complementação ao tratamento residual se dará em torno de 28 DAE (depende do herbicida residual utilizado). É

Porém, outra estratégia no manejo de plantas daninhas é a

também pertinente destacar que essa estratégia mantém a

utilização de herbicidas residuais, como, por exemplo,

seletividade sobre a soja, ao contrário das misturas com

Sulfentrazone no dia do plantio (plante e aplique). A adição

outros herbicidas na pós-emergência, que apresentam

de um herbicida residual no dia do plantio apresenta

fitotoxicidade sobrea cultura. Outra observação importante

algumas vantagens em relação às misturas de glyphosate

é que os herbicidas residuais, entre eles o Sulfentrazone,

com pós-emergentes.

não precisariam, na maioria dos casos, ser utilizados nas

A aplicação do herbicida residual no dia do plantio e a

doses cheias do rótulo, pois o usuário necessitará de

complementação com uma única aplicação de glyphosate é

residual curto (20 a 30 dias) devido à complementação do

uma estratégia interessante no manejo de plantas daninhas

glyphosate na pós-emergência.

em soja RR, principalmente em situações de altas

Dentre as vantagens desta estratégia, está o manejo na

infestações, para evitar perdas de produtividade causada

prevenção de biótipos de plantas daninhas resistentes ao

pela matocompetição inicial. Esta estratégia também

glyphosate. A adição de herbicidas com outros mecanismos

poderá ser utilizada em situações em que o produtor não

de ação será parte importante no manejo da resistência de

tenha condições de realizar a aplicação seqüencial de

biótipos, como no manejo para prevenir o aparecimento de

glyphosate, seja pelo parque de máquinas (pulverizadores)

novos casos de plantas daninhas resistentes. É importante

insuficiente ou pelo tamanho das propriedades(Figura 5).

lembrar que já existem casos de plantas daninhas

Pedersen (2006) também observou que o controle precoce

resistentes ao glyphosate no Brasil, como o azevém e a

é extremamente importante para a produção bem-sucedida

buva. Com a entrada de outras culturas resistentes ao

da soja, pois as plantas daninhas competem diretamente

mesmo herbicida, será de grande importância o

por nutrientes, umidade e luz, além de abrigar insetos e

estabelecimento de estratégias de controle para garantir a

doenças, interferindo na colheita.

sustentabilidade não só da tecnologia, como do glyphosate.

A escolha do herbicida residual está baseada no espectro de

Na Figura 6 é possível observar adiminuição no fluxo de

controle que este possui, alvo a ser controlado,

emergência de algumas plantas daninhas com a utilização

características como solubilidade e condições de aplicação

de herbicidas residuais. Essa redução não só diminuiu a

como quantidade de palha, física de solo e condições

pressão de seleção sobre as plantas daninhas, como

climáticas, fatores que devem ser levados em consideração

facilitou o controle do glyphosate na pós-emergência.

100

87

Figura6

83

80 60 40 20

31

30

41

35

27 19

9

9

6

0

IPOGR

GALPA

BIDPI

EPHHL NICPH

8 0

SIDRH

1

Contagem de plantas daninhas (plantas.m-2) 17 dias após a aplicação dos tratamentos utilizados no dia da semeadura (— Glyphosate — Glyphosate+Sulfentrazone) Penckowski & Podolan, Fundação ABC, Castro - PR, 2007. IPOGR (Ipomoea hederifolia) GALPA (Galinsoga parviflora) BIDPI (Bidens pilosa) EPHHL (Euphorbia heterophylla) NICPH (Nicandra physaloides) SIDRH (Sida rhombifolia) BRAPL (Brachiaria plantaginea)

BRAPL

Mas antes de fazer qualquer aposta, é sempre importante lembrar que a escolha das estratégias é fundamental para o sucesso. No controle das plantas daninhas, uma boa escolha deverá ser feita sempre considerando critérios econômicos, técnicos e ambientais. Fazendo uso das informações disponíveis, a estratégia possibilitará que essa tecnologia de controle de plantas daninhas seja utilizada de forma racional tecnologia estará sendo subutilizada e o seu futuro, bem como de novas que estão surgindo, estará ameaçado. Portanto, bom jogo e bons resultados!

Luís Henrique Penckowski SQUARE

e sustentável por um longo período; caso contrário, essa

Engenheiro agrônomo, mestre em agronomia e coordenador de Pesquisa do Setor de Herbologia da Fundação ABC FMC

17


PA R T I D A D E P O N T O

A nova aquarela do Brasil Por Luiz Carlos Corrêa Carvalho

* Fonte: Revista Veja, edição 2058, nº 17, 30/04/2008

O

Brasil lindo e trigueiro, terra do samba e do

etanol. A maior amostra de que estamos no centro da cena

pandeiro, como o mundo aprendeu a conhecer, já

política dessa mudança histórica são os recentes ataques

não é o mesmo. Hoje, temos produtos nacionais

recebidos pelo biocombustível brasileiro até – bem pouco

que despertam bem mais a atenção. Não é para menos. A

tempo visto como grande alternativa aos problemas já

aquarela “pintada” por Ary Barroso data de 1939.

citados anteriormente, agora, acusado de ser o causador do

Vão-se quase 70 anos. Naquela época, entre outras grandes

encarecimento mundial de alimentos.

inovações que marcaram o século XX, dava-se início à linha

Provas em contrário não faltam. Se falarmos em percentual

de montagem e à produção em massa de veículos

de área plantada, dos 20,2% ocupados por lavouras

motorizados e outros bens, o que tornou o automóvel o

diversas em terras aráveis do território brasileiro, o espaço

mais importante meio de transporte e mudou a face do

ocupado pela plantação de cana para o etanol representa

mundo.

1%, ou ínfimos 3,6 milhões de um total de 355 milhões de

Se durante os séculos XVI a XIX o verdadeiro motor das

hectares. Os outros quase 70 milhões de hectares de área

expansões marítimas e das atividades econômicas era a

plantada são ocupados por soja (21 milhões), milho (14,4),

busca do ouro, a partir de 1859, com a descoberta do

cana-de-açúcar (7,2),feijão, arroz e outras culturas.

petróleo, começa a grande corrida atrás do “ouro negro”,

Portanto, há ainda 80% de terras agricultáveisserem a

que se tornou o principal produto estratégico do mundo

exploradas, sem que se coloquem em risco as áreas de

moderno. Estamos, neste início do século XXI, diante de um

floresta. Tem mais. A produtividade do etanol brasileiro é

novo cenário, em que o aquecimento global, a perspectiva

altíssima: são produzidos 7.500 litros por hectare. Para

de escassez de combustíveis de origem fóssil e a

efeito de comparação, na mesma área plantada de milho

instabilidade política nos países produtores de petróleo se

nos Estados Unidos, são produzidos 3.000 litros de etanol.*

impõem como uma condição para o estabelecimento do

SQUARE

etanol como novo produto-alvo da cobiça humana.

18

FMC

Seja qualquer o motivo que esteja levando a tais ofensivas vindas da Europa e mais diretamente do relator especial da

E é nesse cenário que se pinta a nova aquarela do Brasil,

ONU para o Direito à Alimentação, o suíço Jean Ziegler, e

pioneiro e único país que conta com uma das tecnologias

reforçadas por Robert Zoellick, presidente do Banco

mais avançadas do mundo para a produção de biodiesel e

Mundial, é imperativo, neste momento e daqui para a frente,


É imperativo que o Brasil se posicione e realize um forte trabalho de esclarecimento e divulgação do produto nacional e busque parceiros, expandindo a iniciativa para o mercado latino-americano

Entre

Desfa

outros obstáculos

ze

nd

importantes, as tendências e as

ações dos países desenvolvidos são a de

om

preservar o tamanho de seu mercado interno

face a suas possibilidades internas de oferta. Para

isso se utilizam de tarifas de importação ou de ameaças

itos

de um modelo de certificação muito limitante; criam uma

onda de desinformação, com más notícias sobre o etanol e o biodiesel, não apenas na questão alimento versus combustível, mas responsabilizando-ospela derrubada da

Amazônia, problemas de corrosão em motores, ciclo de vida de energia negativo, subvalorizando o seqüestro de CO, 2 etc.; também contam negativamente a falta de referências internacionais ao etanol e a dificuldade de se ter liquidez nos mercados futuros. Porém, há fatos que derrubam tais argumentos, como observaremos nas páginas

SQUARE

seguintes:

FMC

19


... um dos grandes desafios a serem alcançados é a caracterização definitiva do etanol como commodity... que o Brasil se posicione e realize um forte trabalho de esclarecimento e divulgação do produto nacional e busque parceiros, expandindo a iniciativa para o mercado latinoamericano. Nesse sentido, um dos grandes desafios a serem alcançados

Curva do Aprendizado: Brasil 6 Produção Acumulada de Etanol (10 m)

para a conquista de novos mercados. A nova Lei de Energia dos EUA foi um divisor

10 800

20

40

80

160

320

3

640

1280

3

como commodity, passo fundamental

Fonte: Van den Wall Bake, Junginger, enviado para publicação em 2007

de águas extraordinário, determinando as metas obrigatórias de uso do etanol nos volumes de 15 bilhões de galões em 2015 (60 bilhões de litros) e

400 200

PR = 0.81 0.02 ~US$ 150

de 32 bilhões de galões em 2022 (132 bilhões de litros).

Etanol

Pelo lado brasileiro, além dos obrigatórios 25% de álcool

2020

anidro na gasolina, o crescimento excepcional dos carros flexíveis com o uso do etanol levará a aumentos de sua

~US$ 110

40

demanda interna em torno de 3 bilhões de litros ao ano, ou cerca de 1 bilhão de galões/ano; são esses dois países, talvez, os dois com fantásticos mercados internos e enorme capacidade de ofertar etanol.

20

Cana

PR = 0.68 0.03 10

US$ 10 US$ 8 2020

Enquanto vem se observando importante crescimento da demanda global de etanol, o mercado internacional cresce em taxas menores em face de limitações de produção (tipo Europa), de problemas internos (Ásia, África) ou de falta de atitude (América Central, Caribe e América do Sul), que reduzem o potencial desse mercado. É preciso estar consciente de que as Américas são, sem dúvida, o passo inicial a ser seguido por ações, já em força-tarefa Brasil–EUA, em outros continentes, principalmente Ásia e

SQUARE

Europa.

20

FMC

1000

2000

4000

8000

16000 6

Produção Acumulada de Cana (10tc) Cana-de-Açúcar Custo de Produção de Etanol (excluindo ração animal) Variação esperada dos custos de produção de cana em 2020 Variação esperada dos custos de produção de etanol em 2020

32000

Custo de produção - cana (US$/t) e etanol (US$/m)

é a caracterização definitiva do etanol


A grande ruptura tecnológica dos veículos no Brasil mudou a importância dos produtos derivados da cana-deaçúcar face às novas realidades econômicosocioambientais, como conseqüência de alguns fatores-chave:

A necessidade da redução das emissões dos gases do efeito estufa, salientadas pelo uso das energias fósseis; O grave problema da segurança energética dos países e sua dependência do petróleo e do gás natural; A poluição local e regional e seus impactos na qualidade de vida das populações.

Conhecer as barreiras e as oportunidades aos investimentos e ao produto brasileiro, assim como o desenvolvimento dos países das Américas, é, de fato, importante ao produtor brasileiro.

Somente com um esforço concentrado e em forçaAméricas em torno do etanol. Para tanto, será preciso coordenação dos governos federal e estadual e dos produtores, além dos agentes e todos os elos da cadeia produtiva do etanol, para viabilizar as questões que envolvem a produção de etanol. Estes foram alguns dos objetivos da Bionergy Alliance (BEA), iniciativa da FMC Agricultural Products, que reuniu empresários e especialistas do setor em um evento pela América Central e do qual participei. O encontro suscitou importantes reflexões sobre este mercado, dentre as quais destaco algumas que, no meu entendimento, se convertem em um conhecimento essencial sobre a questão: gerar informações, em formato de comunicação aos consumidores dos países, é trabalho prioritário. Essas informações irão desde a sustentabilidade da produção às externalidades positivas do etanol no uso, passando

os

zendo m a f s it De

tarefa, poderemos obter a sonhada integração das

Biocombustíveis X Alimentos

Um balanço das áreas de produção agrícola no Brasil,

assim como das áreas de conservação, cidades, lagos e rios, mostra o espetacular espaço para a expansão da agricultura brasileira, sem avançar em florestas.

A oposição à opção etanol vem atualmente principalmente do mercado europeu, buscando minar outras regiões e

utilizando-se de entidades globais como a ONU, a FAO, o FMI, o Banco Mundial e outros. Tudo indica que, de

forma aética, as grandes organizações de alimentos buscam criar um clima “food x fuel”, apoiadas por Companhias de Petróleo, OPEP e alguns países interessados.

pela quebra dos mitos que atrapalham essa evolução. Também de igual importância – vital e urgente – é realizar um trabalho no campo das relações internacionais, com atuação nos países e,

SQUARE

principalmente, nas grandes entidades internacionais.

FMC

21


Aprendizado sobre o etanol O Brasil tem, de fato, um histórico muito interessante no desenvolvimento de fontes renováveis de energia. Tanto no que diz respeito às hidroelétricas, como na biomassa cana-deaçúcar, houve resposta quando houve políticas públicas

Às perspectivas muito positivas do mercado global para açúcar, etanol e energia elétrica, chocam-se ou criam-se novas questões de origem da sustentabilidade do processo de produção e de uso, para as quais é preciso ter uma série de aspectos que levem à evolução setorial:

condizentes com o objetivo de oferta e de demanda. Do período militar, ficou a experiência bem-sucedida na questão energética, seja eletricidade ou etanol; a partir da redemocratização do país, com a dura transição para restabelecer as condições do reequilíbrio da economia brasileira,

A

bertura dos mercados internacionais aos biocombustíveis, classificando-oscomo produtos ambientais para os quais não haja tarifas de importação;

há que se olhar para questões atuais e futuras com a experiência do passado. Há estudos conduzidos tanto no Brasil como no exterior a respeito da curva de aprendizado do etanol no Brasil. Os ganhos de eficiência e a redução dos custos foram, de fato, impressionantes. Recente estudo conduzido na Holanda pelos grupos do Copernicus Institute e Utrech University aponta para

E P

fetivo trabalho privado na certificação dos biocombustíveis para efeitodo mercado;

esquisa & Desenvolvimento visando competitividade em ambiente de sustentabilidade comprovada, em todas as áreas da cadeia produtiva setorial;

perspectivas fabulosas ao etanol brasileiro. A história do desenvolvimento global do mercado de açúcar e de etanol está baseada em protecionismos via medidas como barreiras econômicas e elevados subsídios internos, nos países industrializados, grandes consumidores. Essa realidade de política agrícola fechada tem feito o açúcar mostrar uma das mais altas volatilidades como commodity agrícola, além de gerar impactos econômico-sociais relevantes

A O

tenção com o modelo de produção e os seus impactos econômico-sociais;

portunidades excelentesa toda a cadeia produtiva do etanol no Brasil, tanto para o mercado interno quanto para as exportações de bens de capital, máquinas e equipamentos agrícolas, insumos modernos, veículos, etanole serviços.

para os países em desenvolvimento no mundo tropical, exportadores do produto. Afinal, o mercado livre internacional representa 37% da oferta total. No caso do etanol, são 10%.

Desfa

ze n

s o t i m

Canadode-açúcar na Amazônia

A enorme distância entre a região canavieira e a Floresta Amazônica reforça a inviabilidade econômica de produção da cultura naquela região, além de haver áreas potencialmente produtivas para a expansão da cana-de-açúcar sobre pastagens e outras regiões, com e sem irrigação. Além disso, aos que em suas análises superficiais apontam a derrubada da Amazônia, fica uma constatação: as florestas na Europa, no ano 1650, eram 2,7% do global, enquanto no Brasil eram 12%; hoje a Europa tem 0,1% e o Brasil, 28,3%!!!

SQUARE

Outros mitos a serem desfeitos dizem respeito à corrosão de motores, produtividade e custos, monocultura da cana, colheita e queima e recursos humanos.

22

FMC

Luiz Carlos Corrêa Carvalho Diretor da Canaplan


Bioenergy Alliance A aliança do setor sucroalcooleiro A Bioenergy Alliance (BEA) foi uma iniciativa promovida pela FMC envolvendo os dois maiores produtores e líderes tecnológicos do mundo – Brasil e Estados Unidos –, que deverão responder em 2008 por cerca de 80% da produção mundial de etanol. Os eventos da BEA foram realizados em Miami, Cidade do México e Cidade da Guatemala, considerados mercados potenciais para a expansão de negócios do setor sucroalcooleiro na América Central. Em formato de palestras, os eventos se deram entre os dias 6 e 11 de abril e reuniram os principais empresários e autoridades em etanol das Américas, contando ainda com a presença dos Ministérios da Agricultura e das Relações Exteriores do Brasil e da Petrobras. O Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), autor de diversos estudos sobre as oportunidades em etanol, também marcou presença no evento.

Álcool colorido Igualmente de grande relevância foi a participação de Roberto Giannetti da Fonseca, fundador da Comissão Interamericana do Etanol, diretor do Departamento de Relações Internacionais e Comércio Exterior da FIESP e sócio da Ethanol Trading. Também ex-ministro da Agricultura, Giannetti falou sobre os impactos do E85 (carro flexível norte-americano) no consumo do etanol nos EUA e das chances para as exportações brasileiras. Giannetti apresentou uma estratégia de preservação da produção interna para atender blends e para que a expansão do E85 seja feita também com etanol importado do Brasil, que seria colorido especialmente para ser diferenciado. Encerrando o encontro, a BEA contou com a participação de Jeb Bush, ex-governador do estado norte-americano da Flórida e presidente da Comissão Interamericana do Etanol, que apresentou uma visão de clara liberalização comercial do etanol. Sendo o estado da Flórida considerado “porta de entrada” da América Latina para os EUA, sobretudo em virtude da logística, sua adesão é estratégica, pois a importação de etanol do Brasil, e ainda dos países da

Foi discutida não apenas a questão de oportunidades de

América Central, seria facilitada. Neste ponto, reafirma-se a

investimento e comércio entre os dois líderes em etanol,

importância do notável avanço do etanol também no México

mas também as possibilidades de negócios com os países da

e na América Central.

América Central.

Ao final, os assessores de Jeb Bush, juntamente com o ex-

O evento antecedeu um momento crucial para o etanol

ministro Roberto Rodrigues (FGV), da Comissão Hemisférica

brasileiro, meados de abril, exatamente quando sofria suas

do Etanol, fizeram as seguintes avaliações:

piores investidas, o que serviu de alerta para a urgência que se tem de uma ação conjunta, que possa desfazer os mitos criados em torno da produção do etanol e, ao mesmo tempo, aproveitar as oportunidades crescentes desse mercado.

O Brasil e seus produtores precisam parar de pensar como agricultores e sim pensarem como produtores de energia, de petróleo!;

Uma das presenças mais significativas do evento, o exministro da Agricultura Roberto Rodrigues curvou-se sobre a análise dos mitos criados sobre a cultura da cana-de-açúcar, desfazendo-os com base em dados e estudos. Lembrou

É preciso lutar, urgentemente, para criar demanda e não somente gerar oferta;

ainda que, do ponto de vista da tecnologia, os grandes esforços estarão concentrados no meio ambiente, na biotecnologia e na agroenergia, abrindo uma grande cortina

Educação: o consumidor não tem idéia do que é o etanol e isso é arma para os opositores;

de oportunidades para o mundo tropical, ou seja: as Américas Central e do Sul e a África, que se mostram como os naturalmente grandes potenciais exportadores de alimentos e de energia para o mundo.

Reputação: isso é de um valor infinito! Onde está a Marca Etanol? Onde está a Marca Brasileira do Etanol da Cana-de-Açúcar?;

Como conclusão de sua apresentação, frisou que, para se criar o mercado, algumas medidas serão fundamentais, tais como: mais países exportarem etanol; mistura compulsória

Não se deve falar de independência energética, e sim de segurança energética;

de etanol na gasolina; eliminação dos mitos; estratégias energias renováveis.

Nos salões dos Conselhos Deliberativos das Multinacionais de Petróleo, não pensam que o etanol vai substituir a gasolina... Será complemento ou aditivo, até 20%!! Afinal, E10 não precisa de infra-estrutura. SQUARE

locais e globais; ter o Brasil a liderança no campo das

FMC

23


B R A S I L G R Ã O

Tradição e modernidade na medida certa Por João Marcelo Dumoncel

Área Experimental

Fotos: Divulgação

Filial Santa Bárbara do Sul

Filial Pana mbi

SQUARE

Matriz

26

Matriz Filial Saldanha Marinho FMC


E

m 1954 meu pai, João Osório Dumoncel, iniciou, num trabalho pioneiro, o plantio de trigo no noroeste gaúcho, surgindo aí a semente do que seria, no futuro,

a Três Tentos. Criada em 1995, a empresa já nasceu com tradição agrícola, conquistada nesses quase quarenta anos de experiência no campo, e ao mesmo tempo moderna. Além da produção de grãos, passou a desenvolver negócios na produção de sementes, recebimento e comercialização de grãos, defensivos e fertilizantes. De lá para cá, já se passaram 13 anos e, mesmo com os olhos voltados para o futuro, gosto de fazer uma regressão no tempo para potencializar a evolução da nossa empresa e buscar a sustentabilidade e o crescimento do nosso negócio, por meio de uma performance excelente de mercado. O que entendo por excelência? A resposta a essa pergunta, basicamente, está embutida nas nossas missão e visão: “Trabalhar na produção, industrialização e comercialização de produtos agrícolas, prestando assessoria técnica e comercial

...mesmo com os olhos voltados para o futuro, gosto de fazer uma regressão no tempo para potencializar a evolução da nossa empresa...

numa permanente relação de confiança”, de maneira a “sermos uma empresa de soluções no agronegócio”. É com esta filosofia e com a nossa tradição agrícola que buscamos alcançar a excelência a que me referi anteriormente. Nessa busca, há um grande peso para o relacionamento com os produtores, com quem procuramos estabelecer uma parceria duradoura e de confiança mútua. De nossa parte, oferecemos produtos e serviços da mais alta qualidade, tanto dentro quanto fora da porteira. Ou seja: fornecemos todos os insumos para a lavoura e recebemos, estocamos, comercializamos e fazemos todo o trabalho de logística dos grãos de soja, milho e trigo. Oferecemos também a mais alta tecnologia em defensivos agrícolas e fertilizantes, com atendimento especializado, técnicos capacitados para a assistência a campo e linhas completas de herbicidas, fungicidas e inseticidas. Revendendo produtos de alta performance, priorizamos a assistência técnica e o pósvenda, com o conceito de produto ampliado.

Parcerias que fazem a diferença Estamos trabalhando com a FMC desde o início das atividades da Três Tentos. Na realidade foi a FMC a nossa primeira fornecedora de agroquímicos. Nessa caminhada enfrentamos inúmeras dificuldades, mas também obtivemos muitasvitórias juntos. Destaco os trabalhos com Pounce e Boral, nos anos 90, e, em especial, atualmente a consolidação do Talstar como o principal inseticida da nossa linha, entre outros. Tudo isso fez com que os nossos negócios tivessem

Com estruturas modernas, facilitamos e agilizamos a entrega

um crescimento sustentável aolongo desses anos.

da produção por parte dos agricultores, mantendo os

Sem dúvida alguma, se hoje a Três Tentos tem um

produtos armazenados dentro dos mais altos padrões de

bom posicionamento demercado em nossa região,

qualidade. Temos, atualmente, 11 pontos de recebimento,

devemos parte disso aos produtos da FMC e,

com estrutura ágil e de fácil acesso. Além disso, repassamos

principalmente, ao alinhamento que sempre tivemos

todas as informações do mercado para manter nossos

com as pessoas que fazem e representam a FMC aqui

clientes atualizados e preparados para fazer o melhor

no campo. Uma empresa com excelente portfólio,

negócio. Por meio desse canal de comunicação ainda é

com uma política séria e agressiva de negócios e

possível obter informações com foco em logística, desvio

conduzida por pessoas comprometidas com o

ferroviário, operações na bolsa de Chicago (CBOT),

sucesso da agricultura é uma receita infalível de

protegendo a empresa e os clientes da volatilidade do

sucesso, e essa é a FMC na nossa visão.

mercado. Estamos embasados no Rio Grande do Sul, mas atuamos também em Mato Grosso, por meio de nossa coligada Quatro Ventos Agroindustriais S.A., com unidades em Sorriso e Feliz Natal. Nossas unidades de beneficiamento de sementes,

a sede da empresa, e em Ibirubá, Saldanha Marinho,

João Marcelo Dumoncel Diretor da Três Tentos Agroindustrial Ltda.

SQUARE

recebimento de grãos e comercialização de insumos estão localizadas nos municípios de Santa Bárbara do Sul, onde fica Panambi, Ijuí, Chiapeta, Pejuçara e Coronel Barros, todas no estado gaúcho.

FMC

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M A R C A D O E N C O N T R O

Uma rede de eficiência

Por Marty Kisluk

SQUARE

Não há ‘tamanho único’, por isso as divisões de Global Innovation e Supply Chain estão trabalhando de forma customizada para atender a todas as necessidades específicas dos nossos clientes, lavouras e geografias

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FMC


A

liderança da Global Innovation, meu mais recente desafio, me empolga muito porque tenho grande

afinidade com a tecnologia, mas também porque

acredito na vital necessidade de oferecer soluções únicas

A GIO engloba as áreas de Desenvolvimento de Tecnologia de Produtos, Marketing Estratégico e Aquisição de Tecnologia e Licenciamento, GSC Inovação e Comercialização, Suporte Regulatório e Científico e

aos produtores, para que, por sua vez, eles possam fornecer

Estratégia de Inovação. Como desafios temos, primeira-

alimentos, fibras e energia para um mundo muito exigente e

mente, e mais importante, que criar um local de trabalho

carente. A razão de combinarmos a liderança das áreas de Global Innovation e Supply Chain está na ligação inerente que existe entre a criação de um produto novo e inovador e a produção e a entrega dele a custos altamente competitivos, de forma a maximizar valor para os nossos clientes. O nosso compromisso com os produtores brasileiros é o de

livre de incidentes e ferimentos e de assegurar o suprimento adequado à alta demanda por produtos químicos para a agricultura. Temos ainda pela frente o desafio de fazer os ajustes necessários às capacidades, organizações e recursos em Global Innovation (Inovação Global) para acelerar a aquisição e o desenvolvimento de tecnologias, para obter mais Inovação de Produtos, além de continuar fazendo a defesa agressiva e criativa dos seus produtos existentes e

fornecer produtos mais eficazes e uma carteira mais ampla

posições de mercado e de capturar oportunidades de

neste mercado cada vez mais sobrecarregado de escolhas.

crescimento no curto prazo.

Para atingir essa meta, criaremos, desenvolveremos e entregaremos as tecnologias para garantir que os nossos clientes tenham as ferramentas de manejo de pragas mais eficientes e seguras para a produção das suas lavouras. À medida que a agricultura brasileira se torna uma parte cada vez mais importante do suprimento global de alimentos, fibras e biocombustíveis, apresentaremos soluções que permitirão aos nossos clientes produzirem lavouras de maior qualidade pelo valor esperado. Dirigimos a nossa

É sempre um desafio aumentar a visibilidade sobre a demanda futura, para que possamos oferecer precisamente o que os clientes precisam, onde e quando precisam e ao menor custo possível. Issoexigirá uma conexão singular da nossa organização no Brasil com a rede global de suprimentos. O resultado esperado é a melhoria dos serviços prestados aos nossos clientes, além de conseguir vantagens competitivas e maiores lucros para a APG.

pesquisa para criar, enquanto que a nossa cadeia de

Temos que nos ajustar e nos adaptar às condições de

suprimentos é voltada para a entrega de soluções de

constantes mudanças e é por essa razão que acrescentamos

produtos para atender a todas as necessidades específicas

mais velocidade e agilidade nas operações das áreas de

dos nossos clientes, lavouras e geografias no Brasil. Não

Innovation e Supply Chain. O objetivo aqui é aumentar a

existe o chamado “tamanho único” quando se trata das

velocidade e a eficiência com as quais usamos as tecnologi-

necessidades dos clientes.

as existentes para implementar soluções inovadoras, além

Este departamento de suprimentos que lidero na FMC Agricultural Products atua em nível mundial. Intitulado

de gerar um fluxo regular de soluções proprietárias, diferenciadas e de alto valor para os nossos clientes.

Global Supply Chain (GSC), tem a responsabilidade de

O sucesso que a FMC traz aos nossos clientes, colaboradores

fornecer produtos de alta qualidade aos nossos clientes,

e acionistas será em grande parte determinado pela nossa

onde quer que eles sejam necessários, em qualquer parte

habilidade em atrair, reter e desenvolver gente talentosa.

do mundo e nas quantidades exigidas, e, ao mesmo tempo,

Essas metas e desafios das áreas de Innovation e Supply

temos o compromisso de proteger as pessoas, as

Chain proporcionam uma excelente oportunidade para todos

comunidades e o meio ambiente. Isso inclui matérias-

os colaboradores ao redor do mundo. Esse é o papel mais

primas e aquisição de produtos, ingredientes ativos e

importante e fundamental da minha função, e eu estou

fabricação de fórmulas, desenvolvimento de tecnologia,

absolutamente comprometido a realizar essa tarefa de

logística/transporte e distribuição de produtos, além do

forma ímpar.

processamento de pedidos e atendimento ao cliente. É uma rede global formada por pessoas altamente capacitadas, trabalhando nas áreas de Strategic Sourcing, FMC Agricultural Products International (FMCAPI), Operações da América do Norte, Estratégia GSC, Tecnologia Analítica e Processos, e Planejamento GSC. A Global Innovation Organization (GIO) é responsável principalmente pela geração de produtos proprietários e diferenciados de alto valor, para atingir um crescimento sustentável e lucrativo. Foca também no crescimento do nosso negócio básico, criando soluções únicas para os nossos clientes, usando tecnologias existentes, que chamamos de Inovação de Mercado. E ainda registramos

Marty Kisluk Diretor de Global Innovation da FMC, engenheiro e administrador de empresas que passou por diversos departamentos, continentes e culturas nos seus 30 anos na APG SQUARE

criativamente esses produtos e defendemos os produtos existentes no campo regulatório.

FMC

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A M I G O S E N T R E

Por Luiz Rossi

T

odo mundo tem um objeto de desejo, mas poucos

você gosta verdadeiramente de música e é a emoção que

têm a ousadia de levar uma paixão às últimas

você busca, aceite o meu conselho: arrume um bom

conseqüências. Eu tive. E, sinceramente, foi um dos

mais valiosos investimentos pessoais que já fiz. Não falo

engenheiro de áudio, como fiz, e corra atrás da sua paixão, conquiste o direito de ouvir um som puro, preciso,

em relação a valores, pois, hão de concordar comigo,

fiel. Seu ouvido agradecerá, mas certamente será a sua

paixão não tem preço! E a minha é pela tecnologia em

alma a maior beneficiária.

áudio, que pode me proporcionar o melhor som do mundo.

O sistema que implantei no meu estúdio reflete essa

Falando aos apaixonados – há quem seja aficionado por

maneira de pensar, desde o mais simples equipamento

motos, carros antigos, barcos, obras de arte, miniaturas,

até o cuidado com a “decoração”, que coloco entre aspas,

canetas, isqueiros, enfim... –, que certamente irão me

pois a escolha dos móveis, acessórios, cortinas, tapete,

entender, compartilho o orgulho de possuir em minha casa

teto, revestimento dasparedes, iluminação foi toda feita

um estúdio de áudio compatível a de um George Lucas.

pelo seu aspecto funcional, ou seja, visando tirar o

Exagero? Garanto que não. Minha reverência ao mundo

máximo do sistema e melhorar a acústica, e não apenas

mágico do som chegou ao limite da perfeição, podemos

obter um ambiente bonito e harmônico, que também não

dizer, ao estado de arte.

deixou de ser um critério.

Falando àqueles que gostam de música – que apreciam

O resultado é a perfeição. Leigos podem não se dar conta,

mesmo, e não apenas se contentam em distrair os ouvidos

mas conhecedores, como uma famosa dupla sertaneja

–, basta explicar que a simples experiência de ouvir um CD

que visitou minha casa, são unânimes em reconhecer

de jazz produz uma sensação de encantamento como se

que, muito além de um lugar para ouvir música, sou o

estivéssemos sendo transportados para dentro do

feliz proprietário de um paraíso de áudio particular, que se

espetáculo, podendo ouvir o som de cada instrumento, as

presta a uma finalidade: me proporcionar o prazer de

nuances da música, num realismo e fidelidade absolutos e,

usufruir as boas sensações que a música nos provoca.

por isso mesmo, emocionantes. É uma experiência lúdica

Para mim, que desde criança tenho alma musical – toco

única, que somente um sistema de alta performance

bateria, possuo uma coleção de instrumentos musicais e

poderá lhe permitir.

sou verdadeiramente apaixonado por esta arte –, essa é

Para muitos, isso pode não significar muita coisa, mas se

uma grande conquista, um sonho realizado. É bom chegar em casa e saber que posso ter, literalmente, (boa) música para os meus ouvidos.

Luiz Rossi

SQUARE

Diretor da AgRoss, distribuidora de produtos agropecuários com sede em Campinas e filiais em Barretos e Pompéia, no estado de São Paulo, Pouso Alegre e Conselheiro Lafaiete, em Minas Gerais, Apucarana, no Paraná, e Recife, em Pernambuco

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Luiz Rossi e a família ao lado da caixa de som BW (série única) FMC


Palavra de especialista Quando o Luiz chegou à nossa empresa, tudo o que ele tinha visto

Mas como se consegue o tal realismo do som? Pense

no mercado eram soluções que não geravam o encantamento

que um sistema é como se fosse uma corrente com

desejado por ele. O que ele queria era exatamente o realismo na

vários elos. Ela se rompe no mais fraco. Portanto,

reprodução do sistema de áudio e vídeo. Como um bom conhece-

todo cuidado é pouco na correta definição dos

dor de música, foi muito tranqüilo mostrar a ele que o investimen-

equipamentos dessa corrente imaginária, pois o

to deveria ser feito majoritariamente na cadeia do áudio, mas sem

resultado será dado pelo pior elo dessa corrente.

descuidar da imagem do sistema. Aqui vemos que a definição do

Nesses mais de 30 anos de mercado (como consumi-

escopo é fundamental para o processo.

dor e como profissional da área) aprendi que a atenção aos detalhes faz toda a diferença. Um

O que se nota hoje no mercado, de uma forma geral, é que o áudio

exemplo disso? O cabeamento do sistema, algo que

é muito maltratado no país. Costumo dizer que desde o pamonhei-

ninguém repara, mas que tem toda uma importância.

ro até a megacasa de shows oferecem uma qualidade de áudio bastante precária. Por conta disso, basta qualquer pessoa ter

Portanto, meu conselho a todos que querem entrar

contato com um bom sistema de áudio para notar a diferença. Isso

neste maravilhoso mundo das sensações é procurar

responde à pergunta de muitos que devem estar pensando: “Será

um especialista, assim como tínhamos antigamente

que tenho ouvido para tudo isso?”. Faça um teste você mesmo!

os médicos de família. Boa sorte!

Edsel Jorge Jr. Engenheiro de áudio, especialista em som e ex-colaborador da revista 4 Rodas e diretor da Universound, em Campinas-SP

Detalhe da lã de vidro que fica sob a tela de projeção

Equipamentos Para montar um estúdio similar ao de Luiz Rossi, você vai precisar dos seguintes equipamentos, todos importados dos Estados Unidos e da Europa:

- Projetor com tecnologia DLP para alta definição (HDTV) (projetor adaptado para os sinais de vídeo de melhor qualidade atualmente); - Tela de projeção elétrica tensionada (o tensionamento evita o enrugamento da tela); - DVD player com saída de alta definição (ele consegue converter DVDs comuns para imagens de alta definição); - Processador de áudio e vídeo (é o coração do sistema, onde acontece todo o processamento de sons e imagens); - Amplificadores (neles os sinais de baixa intensidade vindos do processador ganham potência que será aplicada em todas as caixas, sem perda de qualidade); - Cabos de interligação (com a utilização de materiais nobres como a prata e a colocação dos amplificadores próximo às caixas acústicas, consegue-se minimizar as perdas na passagem da corrente elétrica entre os equipamentos); - Caixas acústicas com alto-falantes de kevlar e tweeters de diamante; - Alto-falantes de kevlar (material rígido e leve usado em coletes à prova de bala, cascos de barco, na Fórmula 1, o kevlar oferece a um alto-falante a capacidade de distinguir as menores frações na reprodução do som); - Tweeter de diamante (o uso deste material confere ao tweeter a reprodução dos sons agudos além dos limites de audição, uma necessidade para as mídias de alta definição hoje no mercado); - Caixas BW (série única): 80% dos estúdios que gravam música erudita no mundo usam essas caixas.

SQUARE

Painel de madeira acústico: apesar da beleza plástica, pois produz grande efeito decorativo, sua função é difundir o som refletido pelo painel

FMC

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V I A G E N S D A S P R A Ç A

Cenário perfeito do desenvolvimento agrícola

O

Cerrado é um lugar de rara beleza, com destinos que impressionam pelas paisagens onduladas, os cânions e as altas cascadas, e, onde se sabe, tem

um dos maiores índices de produtividade agrícola do mundo. Encravada nesse pedaço de terra, onde há cerca de 30 anos não se enxergava a menor possibilidade para o desenvolvimento da agricultura, está a goiana Rio Verde, hoje o maior produtor de grãos do estado e um dos

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Foto: Ricardo Canêdo

SQUARE

destaques do país em exportação.

FMC

Foram imigrantes norte-americanos que, ao se instalarem em Rio Verde em 1969, encantados com a oportunidade dos valores das terras, deram início a esse boom agrícola no município, atraindo, ao longo do tempo, outros empreendedores de diversas partes do país e do mundo. Atualmente, a população de mais de 130 mil habitantes é composta


Cachoeira da Água Limpa

mais comuns estão arroz com pequi (árvore própria do cerrado), pamonha, peixe na telha, galinhada e guariroba (palmito com gosto amargo). Nesse quesito, Rio Verde oferece boas opções de restaurantes e bares para os turistas.

Foto: AI/Prefeitura Municipal de Rio Verde

Localização A cidade fica a 220 km de Goiânia, capital do Estado, e a 420 km de Brasília, DF. Sua topografia é plana levemente ondulada e o clima apresenta duas

Brasília

estações bem definidas: uma seca (de maio a outubro) e outra chuvosa (de novembro a abril). Goiânia

Montevidiu

Santo Antônio da Barra

também por colônias de holandeses e russos, além de Santa Helena de Goiás

paulistas e gaúchos, formando um grande mosaico cultural e de conhecimentos agrícolas, com os maquinários, tecnologias, recursos e experiências que trouxeram

Rio Verde

consigo. O resultado dessa mistura também se vê nas lavouras, com Castelândia

uma produção diversificada de milho, sorgo, algodão, arroz, feijão e outros vegetais, além da soja, que, efetivamente, fez com que Rio Verde se tornasse a cidade que mais cresce no Centro-Oeste brasileiro, atraindo agroindústrias e

Aparecida do Rio Doce

colocando-a na agenda do turismo de negócios. Lá também são realizadas a Tecnoshow Comigo e a Exposição Agropecuária (segunda maior feira nacional de Gado Nelore, que recebe cerca de 100 mil visitantes), entre

Na hora do lazer

outros eventos do agronegócio, mantendo sempre lotada a rede hoteleira, composta por mais de 30 hotéis, além de

Ao visitar Rio Verde a negócios, vale a pena dedicar um

pousadas e estâncias. Tamanha demanda atraiu para a

tempinho para conhecer as inúmeras cachoeiras da região.

cidade inclusive um grande grupo hoteleiro que atua no

Para os adeptos da prática de esportes radicais, como rapel

país, prestes a se instalar no município.

e canoagem, não faltam opções, mas há também progra-

chamada Arraial das Abóboras, que, com duração de cinco dias, recebe cerca de 50 mil pessoas de todo o país para conferirem o concurso de quadrilhas (estilizada e tradicional) e saborearem, nas barraquinhas, quitutes próprios das

mas mais lights, como os lagos, perfeitos para banho, ou simplesmente apreciar o visual das inúmeras cachoeiras, entre elas as da Pitanga, Água Limpa ou a de São Tomás, com suas águas volumosas, três quedas d’água e milhares de pedras coloridas, uma das mais visitadas pelos turistas.

festas juninas e as delícias da cozinha típica de Goiás. Por

O município possui ainda um rico patrimônio histórico,

sinal, a gastronomia é um capítulo à parte. A culinária

cultural e religioso na área urbana, construído em seus 157

goiana tem grande influência indígena e entre os pratos

anos de história.

SQUARE

Rio Verde conta ainda com uma tradicional festa junina,

FMC

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trativos turísti a s i a p i c n cos P ri

Tecnoshow Comigo

Rally dos Sertões: etapa em Rio Verde

Abril

Este ano ocorreu a passagem inédita do Rally dos Sertões

O evento, que integrava a Agrishow até o ano

pelo Sudoeste Goiano, em Rio Verde, em evento realizado

passado, teve sua primeira edição em abril deste

em junho.

ano, com grande sucesso de público e resultados de

Foto: Divulgação

Foto: Caetano Barreira

negócios.

Exposição Agropecuária/Rodeio em Arraial das Abóboras Junho O Arraial das Abóboras é um evento anual, que ocorre no mês de junho. Resgata a cultura, valoriza e difunde o folclore, destacando as danças típicas das quadrilhas juninas, além de estimular o intercâmbio cultural dos municípios e estados vizinhos, uma vez que se realiza o Concurso Nacional de Grupos de Quadrilhas

Touros Julho Outro grande evento que movimenta Rio Verde é o Rodeio em Touros, que acontece dentro da Exposição Agropecuária. A cidade é tetracampeã do troféu Arena de Ouro, como o Melhor Rodeio em Touro do País. O evento acontece todo mês de julho, dentro da Exposição Agropecuária.

Juninas.

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Foto: A.I. Prefeitura Municipal de Rio Verde

SQUARE

Exposição de Carros Antigos “Bons

FMC

Tempos” Agosto A exposição de carros antigos é promovida no mês de agosto pelo Hotel Bons Tempos e atrai expositores de várias partes do Brasil, apresentando em média 70 carros.

Fonte: Assessoria de Imprensa Prefeitura Municipal de Rio Verde Colaboraram com esta matéria o Supervisor de Vendas Ricardo Canêdo - Regional Grãos Super e o RTC Fabiano Alves - Regional Grãos Cerrado

Foto: Ricardo Canêdo

Serra Caiapônia (na região de Rio Verde)


C R A Q U E S D E B A N C O

Com garra 2 e fé

9 de junho de 1958. A data é histórica para o futebol brasileiro. Nesse dia, em Estocolmo, na

Suécia, o Brasil conquistou pela primeira vez uma

Copa do Mundo. Era o início da série que levaria o país,

44 anos depois, a se tornar o único pentacampeão do

mundo. Era o fim do nosso complexo de inferioridade

nesse esporte, ou, como escreveu o dramaturgo Nelson

A verdadeira história da Copa de 1958

Rodrigues, o fim do nosso complexo de vira-latas. A idéia de que nossa seleção andava com a auto-estima em baixa tinha fundamento. Afinal pesava ainda sobre ela a desastrosa derrota para o Uruguai, em pleno Maracanã, na final da Copa de 50, e uma participação pífia na de 54, na Suíça. Como então acreditar que em 58 planejamento sério, profissional. Pela primeira vez foi montada uma comissão técnica completa, incluindo-se nela novidades como, por exemplo, um dentista, um psicólogo e até um cozinheiro para fazer o feijão com SQUARE

Por Mauro Naves

seria diferente? Mas foi. E pra se conseguir isso houve um

arroz com "sabor brasileiro".

FMC

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À frente dessa comissão, um homem de visão e com autoridade: Paulo Machado de Carvalho, que seria conhecido depois como o “marechal da vitória” e que receberia como maior homenagem ceder o nome para o estádio do Pacaembu, em São Paulo. Ao receber de João Havellange, presidente da então CBD (Confederação Brasileira de Desportos), o convite para chefiar a delegação, coube ao Dr. Paulo – como ele era tratado – montar toda a programação e exigir dos jogadores um regime de dedicação e concentração até então não colocado em prática na seleção.

O azul daria sorte, porque era a cor do manto de Nossa Senhora Aparecida, a padroeira do Brasil

Há quem assegure que, durante os 27 dias em que a delegação permaneceu na Suécia, o Dr. Paulo não dormiu um minuto sequer, preocupado em evitar que as maravilhosas loiras escandinavas “tirassem” a

O mundo todo sabe que foi mesmo uma final abençoada:

concentração e a força física de nossos craques. Em

o Brasil ganhou por cinco a dois, com shows de Pelé e

entrevista recente, Pelé admitiu que não arrumou

Garrincha. Cinqüenta anos depois dessa primeira

nenhuma namoradinha por lá e que, assustado, até

conquista, estive na Suécia entrevistando jogadores da

virou o rosto e rezou dois “pai-nossos” quando deu de

seleção sueca e torcedores que estiveram no estádio

cara com uma loira fazendo topless à beira de um lago

Rassunda naquela gloriosa tarde de 29 de junho. E de

que havia próximo à concentração. Pra quem tinha 17

todos, sem exceção, ouvi rasgados elogios àquele grupo

anos e vinha de Bauru, aquilo era o fim do mundo. Mais

de craques brasileiros.

experiente, Garrincha talvez não tenha rezado. Mas vale

O encantamento com o futebol jogado pelo Brasil foi tanto

lembrar que só um ano depois, numa excursão com o

que pode ser definido na frase dita na época por George

Botafogo, e já não tão vigiado assim, o atacante

Raynor, técnico da seleção sueca: “O time brasileiro era

arrumou uma namorada por lá, com quem, por sinal,

tão bom que eu tinha medo de começar a torcer por ele”.

teve um filho.

29 de junho de 1958. Na Suécia ninguém se esquece

Mas as preocupações do chefe da delegação iam muito

dessa data. Os brasileiros deveriam fazer o mesmo.

além de apenas evitar as escapadelas noturnas da concentração. Um momento de atuação marcante dele ocorreu nas vésperas da final contra a Suécia. Até ali os dois países haviam disputado a Copa com a mesma cor de camisa: amarela. Houve, então, um sorteio. E o Brasil perdeu. Teria que usar o azul. E agora? Mudar a camisa que vinha dando sorte? A camisa que levou o time até a final? Preocupado com o que pensariam os mais supersticiosos, Dr. Paulo reuniu os jogadores e, omitindo

Mauro Naves

a estória do sorteio, disse a eles que a escolha havia sido

Jornalista esportivo da Rede Globo de Televisão

dele. E que daria sorte porque azul era a cor do manto de Nossa Senhora Aparecida, a padroeira do Brasil.

Pergunte ao seu ídolo SQUARE

Na próxima edição gostaríamos de aproveitar este espaço para matar a curiosidade de nossos leitores. O que você gostaria de saber sobre a vida pessoal ou a carreira de qualquer ídolo do esporte brasileiro? Mande a pergunta para banco.craques@fmc.com e confira a resposta aqui na próxima edição da FMC Square. Até lá!!

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FMC


C U LT U R A D A

Como um encontro de amigos, este é o espaço ideal para a troca de experiências e impressões sobre assuntos que todo mundo adora conversar. Viu um filme e gostou? Leu um livro imperdível? Conte pra gente! Com certeza sua opinião terá muito valor. A nova coluna Praça da Cultura é aberta a todos que apreciam artes como a música, o cinema, a literatura e também a arte de degustar um bom vinho. Portanto, fique à vontade, este espaço é seu. E, para nós, será um prazer tê-lo por aqui.

P R A Ç A

Seja bemvindo!

Este espaço é seu.

Leitura Sérgio Nogueira Gerente Grupo Uirapuru

Shogun, de James Clavell´s O principal motivo para eu indicar este livro foi a sua capacidade de me prender a atenção. Eu li as suas mais de mil páginas em 26 horas ininterruptas.

Música Ivan Moreno Gerente de Demanda & Customer Service

É um livro de ficção "histórico", que trata da exploração do Japão no final do século 16 pelos portugueses, holandeses, espanhóis e ingleses, tendo como principais personagens o major-piloto (anjin-san) inglês Blackthorne, do navio holandês Erasmus, naufragado nas costas do Japão durante a guerra civil, e o Shogun (título máximo do feudalismo

Dreamland - Madeleine Peyroux Mencionada a palavra jazz, você logo busca na memória enfadonhas horas de espera nas ante-salas odontológicas ou então um elevador cheio a caminho do 29º andar? Dispa-se deste preconceito e atentamente deixe o jazz lhe ser apresentado por Madeleine Peyroux. Abençoada pelas divas do gênero – comprova-se isso com a incrível semelhança do seu timbre vocal com o de Billy Holliday –, essa franco-americana é um exemplo das novas cantoras de jazz que conseguiram trazer inovações ao

japonês) Toronaga, de quem se aproxima e aos poucos recebe treinamento de samurai. Nesse meio tempo, se apaixona por uma linda mulher que se divide entre dois modos de vida, duas formas de amor... O romance mostra o choque cultural entre ocidentais e orientais, envolvendo paixão, conflito, ambição e disputa pelo poder. Trata-se de um livro magnífico cuja história é claramente a inspiração para o filme “O último Samurai”, estrelado por Tom Cruise, sendo, porém, muito superior a este. Enfim, é um clássico que merece estar na sua estante!

estilo preservando sua essência. No CD chamado "Dreamland" não há espaço para intermináveis solos de baixo acústico, mas sim para arranjos que primam pela simplicidade e permitem a Madeleine expor seu talento, cantando tanto em inglês como em francês. Recheado de generosidade, o jazz de Madeleine admite faixas com voz e violão, influências de blues e de música francesa da década de 60, que são combinados na medida exata para nos proporcionar um álbum irretocável, onde, faixa a faixa, nos sentimos surpreendidos. Cosmopolita como sua criadora, “Dreamland” preenche desde SQUARE

uma solitária viagem de carro a tema de novela, e sugiro aqui que preencha também um espaço na sua discoteca. Aproveitem Madeleine Peyroux! FMC

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Vinho Werner Tiede SLC Agrícola S.A.

Este eu degustei e recomendo Indicar um vinho é algo bastante comprometedor. A preferência por um determinado vinho é sempre uma escolha muito pessoal. Vale sempre repetir que o melhor vinho é aquele que a gente gosta. Todavia, considerando que o mundo dos vinhos nos permite sempre novas descobertas, gostaria de compartilhar esse conhecimento com os amigos, leitores desta revista, recomendando um vinho chileno que me chamou muito a atenção. Estou falando do tinto Anakena Cabernet Sauvignon Reserva Safra 2005. Um vinho expressivo, complexo, saboroso e persistente. Este varietal produzido 100% com uvas Cabernet Sauvignon cultivadas nos vinhedos próprios da Viña Anakena, estabelecida no Valle de Rapel, junto à Cordilheira dos Andes, no Chile, foi envelhecido em barril de carvalho francês por 12 meses, o que o tornou generoso ao paladar, com taninos redondos e uma estrutura equilibrada na boca. A Anakena é uma vinícola relativamente jovem, fundada em 1998, mas cujos vinhos estão se mostrando muito interessantes, com várias premiações internacionais e – o que sempre é bom para nós consumidores – com um bom custo-benefício. Embora as indicações e avaliações de vinhos nos auxiliem na escolha do vinho que queremos beber, estas são apenas meras referências para elegermos o vinho com o qual mais nos identificamos. O que vale mesmo

Filme

é descobrirmos em cada vinho algo novo, excitante e prazeroso, que nos motive sempre a aprendermos, a cada taça degustada, um pouco mais sobre essa maravilhosa e

Alexandre Barreto

histórica bebida.

Gerente Comercial Nordeste Atacado

Desafiando gigantes Gosto deste filme porque ele traz uma reflexão muito boa para as nossas vidas pessoal e profissional. Consegue despertar em nós o desejo de influenciar o próprio caminho através das nossas atitudes. O filme conta a história de um treinador de futebol americano de uma escola que nunca tinha conseguido levar o time a uma final do campeonato nacional. A pressão por resultados desencadeou problemas pessoais e profissionais quase insuperáveis, vindo a comprometer o seu trabalho, quando passa pela sua cabeça desistir de tudo. Nesse momento surge alguém que começa a instigá-lo a mudar os seus conceitos sobre fé e família. É por meio dessa mudança que ele descobre a força da perseverança para conseguir vencer. A mensagem que fica é: “nunca desista, nunca volte atrás em seus objetivos, nunca perca a fé”. SQUARE

Vejam, vale a pena!

38

FMC

Para participar, entre em contato pelo e-mail praca.cultura@fmc.com


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