Dose de Alegria R
ir é o melhor remédio é um projeto de extensão desenvolvido por alunos da Faculdade de Medicina (FAMED), da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS). A intenção do projeto é proporcionar conforto e bem-estar, por meio do humor, a pacientes e acompanhantes, crianças ou adultos em processo de hospitalização.
Textos & Fotos Victor Hugo Sanches
Victor Sanches
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m funcionamento desde 2009, o projeto atualmente é dividido em duas etapas ao longo do ano. No primeiro semestre, a ação prioriza a formação e a capacitação do palhaço. No segundo semestre, já como palhaços, os alunos realizam visitas aos pacientes do Hospital Universitário (HU) de Campo Grande. Nessas incursões, tentam levar o riso e a alegria para essas pessoas. O projeto é coordenado pelos acadêmicos de Medicina Ana Caroline dos Santos Ferreira, Isis Ortiz, João Monfardini Neto e Pedro Jannuzzi e pelo médico Danilo Vilela, professor do curso de Medicina e orientador do projeto. A iniciativa tem também a participação voluntária de alunos dos cursos de Enfermagem, Fisioterapia, Medicina e Psicologia da UFMS, totalizando 42 pessoas.
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divulgação é feita por veteranos do curso de Medicina que já participaram em anos anteriores. Não existe um perfil de seleção definido para novos integrantes. A prioridade são os calouros dos cursos da área da saúde e os convites acontecem pelo boca a boca. A proposta do trabalho é apresentada com a mostra de alguns videos e fotos de visitas que já foram realizadas. O projeto é totalmente voluntário e não recebe incentivo financeiro para suas atividades. Todos os equipamentos e acessórios para o desenvolvimento e prática da iniciativa, são providenciados e mantidos pelos alunos integrantes.
Fotos Victor Sanches
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primeira etapa é responsável pela preparação do futuro palhaço e formação do profissional médico. A coordenadora Ana Caroline, 21, explica a importância deste processo inicial. “Nós priorizamos os calouros do curso a participarem do projeto, como uma experiência que todos os médicos deveriam ter. É muito importante pois permite aperfeiçoar as aptidões através da interação e socialização no ambiente hospitalar “.
Fotos Victor Sanches
Qual a origem dessa alegria? A N
o primeiro momento, o projeto desenvolve também algo como um trabalho psicológico com os voluntários. Esse trabalho visa preparar os alunos para situações que possam acontecer resistência por parte dos pacientes ou familiares. A ideia da iniciativa é nunca forçar ninguém a nada. Antes de realizar as visitas é feito um pedido de licença para entrar no ambiente. A aproximação é feita aos poucos, sempre respeitando pacientes e familiares.
primeira etapa do projeto acontece por meio de reuniões semanais. Nesses encontros são realizadas dinâmicas em grupo que simulam possíveis situações de um hospital. Essas atividades acontecem através de jogos de improviso que incentivam a criatividade, desenvolvem a postura, o comportamento, o olhar e a preparação psicológica.
Da direta para a esquerda, Pedro Pozzobon, Renan Marques, Isabella Camilo e Paula Rodrigues (de costas). Grupo responsável pelas dinâmicas de um dos encontros
Fotos Victor Sanches
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cada reunião, um grupo de quatro integrantes é responsável por ministrar as dinâminas. As atividades envolvem brincadeiras de improviso que contam com a participação de todos. Antes de iniciar, os voluntários realizam exercícios de aquecimento físico e vocal. A temática das dinâmicas fica a critério do grupo responsável. A proposta é simular entre os alunos, possíveis situações no ambiente hospitalar. O grupo recebe orientação de palhaços que já atuam em hospitais e dicas de atores de teatro. Todas as brincadeiras são bem humoradas. O objetivo é preparar o futuro palhaço para levar alegria ao ambiente hospitalar. Assim, a atitude contribui para uma melhor recuperação do paciente. O grupo busca explorar sempre o lado positivo de todo tipo de situação. Nas interações são trabalhados todos os sentimentos humanos. Brincadeiras que envolvem expressões de tristeza, melancolia ou raiva. A intenção é transformar tudo em alegria.
“Eu comi papel” O
projeto busca estimular nos discentes, a percepção de outros fatores que envolvem o ambiente hospitalar. Além da saúde física, cuidados com o estado de espírito, stress, cansaço e desgaste emocional dos que vivenciam a hospitalização.
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u comi papel, é uma dinâmica onde cada integrante deve apresentar essa afirmação ao colega, de formas variadas. A ideia é explorar ao máximo as possibilidades de sentimentos em uma única frase. Cada apresentação deve combinar expressões faciais e corporais, além da entonação vocal que relaciona cada situação.
Fotos Victor Sanches
Na dinâmica cada voluntário se apresenta ao colega dizendo: eu comi papel. Existe liberdade para as atuações e encenações. A ideia é ser o mais criativo possível
O Cortejo “Meu amor essa é mais uma canção Pra ganhar seu coração Coração não é tão simples quanto pensa Nele cabe o que não cabe na despensa” “Cabe o meu amor! Cabem três vidas inteiras Cabe uma penteadeira Cabe nós dois”
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Leonardo Pompeo
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cortejo é uma forma de abordagem musical aos pacientes, que o grupo utiliza em suas visitas. Trata-se de uma adaptação sutil da canção “Oração”, de autoria do grupo A BANDA MAIS BONITA DA CIDADE. A apresentação acontece através da combinação de violão e voz. Os ensaios ocorrem como dinâmicas do grupo, no estilo do canto de coral.
O À esquerda, Leonardo Pompeo tocando a canção “O Cortejo”. Dinâmica que envolve a música como forma de abordagem aos pacientes
responsável pelo desenvolvimento musical do projeto neste ano é Leonardo Pompeo, acadêmico do terceiro ano do curso de Medicina, que participou do projeto como palhaço em anos anteriores. A afinadade com o instrumento musical e a identificação com o Rir formaram a combinação perfeita para que ele continuasse contribuindo com a iniciativa.
Fotos Victor Sanches
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Nome: Sara Borigato
Idade: 19 anos
Idade: 19 anos
Profissão: Acadêmico do curso de Medicina
Profissão: Acadêmica do curso de Medicina
Fotos Victor Sanches
Nome: Mattheus Marques
Nome: Mister M M’s
Nome: Mariguela
Idade: 19 anos
Idade: 19 anos
Profissão: Palhaço do grupo Rir é o melhor remédio
Profissão: Palhaça do grupo Rir é o melhor remédio
estudante do primeiro ano de medicina, Sara Borigato, 19, explica que o projeto ajudou a desenvolver seu lado descontraído e que os treinos preparatórios para as visitas são de extrema importância para a prática. “Por mais que a gente treine, sabemos que iremos nos emocionar. Entretanto, não podemos deixar transparecer nossos sentimentos”. De acordo com a estudante, a expectativa aumenta a cada reunião que acontece na primeira etapa do projeto. “ Através das dinâmicas, tentamos simular situações do ambiente hospitalar. Compartilhamos nossas dúvidas, medos, sentimentos e erros. A cada encontro nos sentimos mais seguros e a expectativa de entrar no hospital aumenta.”
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O voluntário acredita que o projeto tem uma importância fundamental para a formação do profissional. “No Rir, temos um lado mais humano do curso que não desenvolvemos nas disciplinas. O trabalho permite ter maior contato com o paciente, conversar mais com ele e entender mais sua situação e não só o nosso estudo”.
Mattheus imitando um macaco. Em uma das dinâmica, a proposta era adivinhações através de mímicas
Fotos Victor Sanches
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e acordo com o estudante voluntário Mattheus Marques, 19, o nome do projeto está de acordo com sua filosofia de vida. “Rir é o melhor remédio em vários momentos da vida, inclusive no campo profissional. É possível manter o bom humor e o sorriso, mesmo nas situações de maior seriedade”.
Fotos Victor Sanches “O Rir resulta na humanização de acadêmicos de medicina e dos demais campos da saúde” Ana Caroline dos Santos Ferreira
Amanda dos Santos Anna Carolina da Costa Beatriz Gonçalves Boniperti Pádua Bruna Franco Camila Chiquetti Camila Moraes Eberhart Carla Lays Machado Daniela Bianchi Everton Moraes Fillipe Martins Gabriela Rossini Gabriela Tomasi Horrany Estanislau Isabella Camilo Isabela Cabral Isabelli Squiapati Izabela Rodrigues Letícia Nakamura Jhenifer Amanda Criaco José Inacio Romã
Junior Gaspar Juliana Barbosa Leonardo dos Santos Lucas Ribeiro Mattheus Marques Mariana Goulart Marina Robalinho Mayara Souza Midiã Oliveira Nádia Amanda Milani Nicolas Bretol Pamela Renata Paula Rodrigues Pedro Machry Renan Gomes Ricardo de Oliveira Rodrigo Ribeiro Sara Borigato Stefani de Oliveira Tayna Ise Túlio Tadeu Voluntários 2014
Victor Sanches
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s encontros da primeira etapa do projeto aconteceram todas as segundasfeiras, das 18h Ă s 19h, no CondomĂnio Verdes Matas. O encerramento da primeira fase do projeto RIR ocorreu no dia 30 de junho. A segunda etapa inicia-se no dia 11 de agosto e a primeira visita estĂĄ prevista para o dia 16 do mesmo mĂŞs.