Santa Carnauba .
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Douglas Brandão de Melo
SANTA CARNAÚBA: Concepção e Produção de Exposição Coletiva
Créditos:
Este catálogo é parte dos resultados da pesquisa-ação sob o título “Santa carnaúba: Programação Coletiva de Exposições”, desenvolvida no âmbito do Programa de Pós-graduação em Artes, Patrimônio e Museologia, Mestrado Profissional da Universidade Federal do Piauí.
Universidade Federal do Piauí
Reitor
Prof. Dr. José Arimatéia Dantas Lopes
Vice-reitora
Prof. Drª. Nadir do Nascimento Nogueira
Pró-reitor de Ensino de Pós-graduação
Prof. Dr. Helder Nunes da Cunha
Diretor do Campus Ministro Reis Veloso
Prof. Dr. Alexandro Marinho Oliveira
Coordenadora do Programa de Pós-graduação em Artes, Patrimônio e Museologia
Prof. Drª. Áurea da Paz Pinheiro
Orientação
Profª. Rita de Cássia Moura Carvalho
Profª. Ana Rita Antunes
Capa, projeto gráfico e editoração eletrônica
Victor Veríssimo Guimarães
Fotos
Fabio Estefanio Lustosa de Brito Lopes
Desenho Expositivo
Anik de Assunção Oliveira Sousa | Ellaine Martins Oliveira da Rocha
Editora
VOX MUSEI arte e patrimônio
A carnaúba tem som, tem cheiro, tem cor, tem texturas, possui potencias e fragilidades. A carnaúba tem coroa, tem áurea e imaginário. A carnaúba tem curvas, traços e formas. Muitas visíveis, outras invisíveis. Como algo tão presente pode ser ausente a nossa visualização?
Um olhar que aproxima...
As formas de representação visual de identidade e cultura são (re) produzidas, em sua maior parte, pela percepção imediata dos elementos mais presentes no imaginário cotidiano. É comum o que é mais visível e perceptível ter maior destaque em uma sociedade que exige demandas cada vez mais fluidas. Isso se aplica tanto em contexto global como local e demarca limites entre as nossas diferenças e aproximações nos lugares comuns.
Contudo, dentro de um mesmo contexto existem diferentes formas de ver e enxergar as coisas. A experiência da exposição Santa Carnaúba buscou representar um dos patrimônio culturais mais emblemáticos do estado do Piauí e Nordeste brasileiro através da ótica de artistas. Tem como proposta permitir que suas acurada e legítima visão nos mostrem sentido além do que está claramente aparente, capaz de nos fazer questionar e acrescentar sentido as formas mais comuns e compartilhadas pela nossa identidade e cultura.
Embora a arte viva um constante trânsito, é interessante perceber que a produção artística não se dissocia da vida real e o contrário também é possível, pois nada mais é do que um sistema de troca de caráter físico e simbólico. Trabalhar e falar sobre carnaúba em uma exposição colaborativa e uma exposição de curta duração permitiu criar representações pontuais com os quais o público não estava habituado.
O caráter efêmero desse tipo de representação legitima e afirma o desejo de explorar o patrimônio e de sua importância na construção da identidade e reconhecimento cultural de um território. Falar sobre carnaúba, neste sentido, é um motivo para tratar de resistência, de não submeter-se aos imperativos da globalização, em processos de banalização da cultura e criação de falsas imagens e objetos.
O patrimônio fértil glorificado através do olhar artístico. Santa Carnaúba é um convite, por meio de um esforço coletivo e colaborativo, a uma forma de ler um mundo, ou pelo menos vestígios dele, é um leve passeio nas possibilidades de criar, inventar, utilizar e ressignificar... a constatação que existe diferentes formas de enxergar.
Douglas Brandão de Melo Curador