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MUSEU DE ARTE SACRA DE OEIRAS, PIAUÍ: Diagnóstico e exercício de documentação museológica

tas e janelas, dando espaços a salas amontoadas e quentes. O museu não possui um sistema de refrigeração e as peças encontram-se em estado de muita insalubridade (Figuras 26 e 27).

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O Museu não possui oficialmente instituída sua verdadeira missão, vocação e visão, por conseguinte, não alcança um dos objetivos mais importantes para um Museu exercer sua função principal de retorno social – comunicação do acervo. Restringe-se a abrigar peças importantes para a história do município de Oeiras e para o Estado do Piauí, no que concerne a fé de uma população explicitada em inúmeras manifestações.

Não há acessibilidade das informações contidas naquele inventário, realizado em 2009 pelo IPHAN, justificada pela Diocese por motivos de segurança do acervo do MAS, que não conta com sistema de segurança eletrônico, nem com vigilância armada profissional. Mantém dois vigias durante a noite e trancas e cadeados comuns nas portas (Figuras 28 e 29).

O Museu não possui uma política de acervo, mas tem qualidade patrimonial do bem reconhecido pela comunidade. As peças recentes, inseridas no contexto patrimonial secular, que em nada mantêm comprometimento mais denso com a história dos objetos sob a guarda do MAS, restringem-se às relações sociais da Instituição com o doador, geralmente cumprindo papel de valorizar o autor da obra ou família doadora da peça.

Quanto aos espaços da edificação, fizemos análise arquitetônica com foco na funcionalidade do prédio e de seus ambientes em relação ao tratamento que o acervo recebe em termos de exposição, acessibilidade e comunicação.

Em sua maioria, os espaços antes arejados tornaram-se, com a nova expografia, espaços fechados e sufocantes, mas possuem entre si uma comunicação por meio de corredores e portas largas. Não há elevadores ou plataformas móveis para a acessibilidade de pessoas com deficiência, como também não são oferecidos outros suportes acessíveis, como piso podotátil nem fichas técnicas em braile. Os expositores também não conseguem proporcionar a adequada observação dos objetos, tampouco possuem qualidades de acondicionamento e fixação apropriadas. Quanto às exposições, a maior parte encontra-se no pavimento superior da edificação; e, no pavimento térreo, há um ambiente destinado à exposição de curta duração, as Salas Dom Expedito e Dom Edilberto, bem como a área administrativa (Figura 30).

A edificação mantém aspecto limpo externa e internamente, apesar de situar-se no Centro Histórico da cidade, defronte ao ponto de terminal de ônibus intermunicipais. O edifício passou por obra de reforma em 2010, no qual havia problemas de infiltração, infestação de cupins, fissuras nas paredes e goteiras no telhado, mas foram provisoriamente ou aparentemente resolvidos. Atualmente ainda persiste o problema da presença de cupins e, nesse sentido, a direção do MAS realiza desinfestação com aplicação de produtos químicos a cada seis meses. Os procedimentos decorrentes dessa desinfestação restringem-se à colocação do produto em aspersão nos ambientes junto ao roda-teto e ao rodapé, sem que haja qualquer documentação relativa à ação e demais demandas de proteção ou deslocamento do acervo. Paredes, portas, janelas e telhado necessitam de reparos urgentes, pois estão colocando em risco a segurança das peças (Figura 31).

Devido a esse quadro dramático do Museu de Arte Sacra, a Diocese de Oeiras e os funcionários do Museu estão promovendo uma campanha publicitária intitulada “Todos pelo MAS”, com o objetivo de arrecadar fundos para a manutenção e intervenção no prédio que sofre muitos riscos, principalmente no período das chuvas (Figura 32).

6.3 A salvaguarda patrimonial, a comunicação e a política de acervo

O acervo do MAS, integralmente de natureza temática, que remete à religião católica, compõe-se por peças em ouro, prata, bronze e cobre, louças e porcelanas, têxteis, telas, madeira, gesso, papéis, fotografias, vidros e relíquias, datadas do século XVII, XVIII e XIX, apreciadas em mobiliário e expografia inapropriada.

Ações de preservação deste acervo limitam-se, em âmbito da higienização, não existindo quaisquer técnicas de conservação científica e/ou mais apuradas. São atividades realizadas por duas funcionárias do MAS que outrora receberam capacitação sobre conservação de peças. Contudo, não existem profissionais especializados no quadro funcional para acompanhamento e avaliação dessas atividades. Em especial, é premente a necessidade de rever o tratamento dado aos paramentos têxteis que são higienizados, utilizando-se lavagem com água e produtos branqueadores. Destacamos também o insuficiente e inapropriado conjunto de equipamentos para combate a incêndio, limitando-se a três extintores de pó químico e água, por toda a edificação.

Boa parte do acervo do MAS é utilizado durante as manifestações religiosas por todo o ano. Desta forma, verifica-se que o acervo musealizado torna-se patrimônio plenamente utilizável nas celebrações e procissões, como descrevemos ao longo deste documento, construindo, assim, um diálogo com a Nova Museologia. Convém assinalar que tentativas de produção de réplicas para se- rem usadas nas procissões e cerimônias externas fracassaram. A população e a própria Diocese insistem em utilizar-se nos mesmos objetos seculares, que, por vezes, não se encontram em estado de preservação garantido para que possam ser manuseados. a) Pontos Fortes b) Pontos Fracos c) Oportunidades d) Ameaças

Noutro âmbito, e em parceria com o Município, por meio da Secretaria de Cultura, são realizadas atividades socioeducativas de visitas guiadas, exposições de curta duração com alunos da rede pública, lançamento de livros e concertos. São realizadas também atividades oficineiras de produção de artesanato e uma série de outras atividades, como shows, seminários, colóquios, bate-papo, roda de conversa e palestras durante a Semana e Primavera de Museus desde 2013.

Em que pese a existência de um termo de acordo de cooperação técnica, celebrado em 2013, entre o Instituto Brasileiro de Museus e o Governo do Estado do Piauí, tendo como objeto os museus piauienses instituídos e cadastrados no Ibram, este documento não obteve eficiência e eficácia em seu cumprimento, pois os museus do Estado do Piauí não seguem minimamente as normativas estabelecidas por lei, tais como: decreto de criação, regimento e política de acervo.

Ressalte-se também que não há, em nenhum Museu piauiense, o acompanhamento de um profissional de museus, dentre eles, museólogos e curadores. O cargo de diretor do MAS, por exemplo, é feito por indicação política, deixando, na maioria das vezes, a desejar pela falta de compromisso do gestor e ou de preparo técnico e intelectual.

Com base na análise do acervo, utilizamos a matriz SWOT, onde comprovamos que o Museu de Arte Sacra possui muitos problemas com a salvaguarda, conservação, segurança, exposição e política de aquisição e descarte de acervo entre outras questões.

- Localização privilegiada, pois fica no Centro Histórico de Oeiras, próximo à Catedral de Nossa Senhora da Vitória.

- Museu sacro que dialoga com as tradições religiosas da cidade.

- Possui um acervo sacro dos séculos XVII, XVIII e XIX.

- Possui Facebook e Instagram que dar visibilidade comunicacional ao MAS.

- Atividades educacionais e culturais durante a Semana Nacional de Museus e Primavera de Museus.

- Parcerias (Poder Público Municipal e Estadual, Instituições Culturais e Educacionais).

- Visitas orientadas bem conduzidas pelos professores mediadores do museu.

- Falta acessibilidade (elevador e rampas).

- Expografia comprometida, provocando salas abarrotadas de objetos com pouco espaço para locomoção.

- Regimento Interno obsoleto.

- Não possui plano museológico.

- Direção do MAS (Indicação Política).

- Parceria com os colaboradores do museu.

- Apoio na realização dos projetos pelos poderes públicos e instituições locais.

- Proximidade das escolas e entidades de cultura.

- Envolvimento da comunidade nas atividades propostas pelo MAS.

- O MAS está centrado dentro do eixo cultural da cidade.

- Ausência de uma gestão planejada e eficaz.

- Fragilidade na salvaguarda do acervo.

- Conservação do acervo.

- Falta de segurança.

- Problemas que envolvem a parte estrutural do prédio.

6.4 Proposta de fichas de documentação museológica

A documentação museológica representa um dos aspectos da gestão de acervo destinado ao tratamento da informação em todos os âmbitos, desde a entrada do objeto no Museu até a exposição. É a documentação museológica que potencializa o valor do objeto e sua relação com o contexto do museu. Ela produz um conjunto de informações sobre cada um dos objetos que compõem os acervos museais.

No museu, os objetos podem ser adquiridos por coleta, doação, legado, empréstimo, compra, transferência, permuta ou depósito. No que diz respeito ao tratamento documental, os objetos museológicos devem ser registrados individualmente e identificados nas suas múltiplas possibilidades informacionais (PADILHA, 2014, p. 18).

Como exercício de documentação museológica, elaboramos dez fichas, considerando dez peças raras pelo valor histórico e cultural, datadas do século XVII, XVIII e XIX, que compõem o acervo do Museu de Arte Sacra. Os dez itens seguiram um padrão de escolha, por representarem as peças sacras mais antigas de Oeiras, e porque a maioria delas ainda eram utilizadas nas procissões e cerimônias da Semana Santa. A saber: Imagem Primitiva de Nossa Senhora da Vitória, Crucifixo de Prata, Crucifixo de Madeira, Vara do Pálio, Lanterna de Prata, Castiçal de Prata, Ostensório de Ouro, Cálice de Ouro, Estandarte do Divino (Resplendor) e o painel de Nossa Senhora do Rosário.

Todo esse trabalho de identificação das peças se deu a partir de nosso trabalho, realizado dentro do Museu, como funcionário, observando e pesquisando nas antigas fichas de registro da década de oitenta (século XX), bem como no registro feito em 2009, por uma empresa contratada pelo IPHAN, para realizar o trabalho de documentação museológica do MAS.

O registro do acervo feito em 1984 contou com uma Equipe formada por uma museóloga, contratada pela Secretaria de Cultura, Desporto e Turismo (Fundação Cultural) do Estado do Piauí, Ana Clélia B. Correia, que fez um trabalho de formação com as funcionárias do Museu, à época, Maria do Carmo Santana e Rita Maria Barbosa Lima, ambas assistentes técnicas do Museu e também responsáveis pela mediação cultural. Esse trabalho de registro durou cerca de três meses, computando um acervo inicial de duzentas e cinquenta e seis peças, conforme consta no livro de tombo e nas fichas (Figuras 33 e 34).

Em 2009, conforme nos referimos anteriormente, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – IPHAN, tendo como superintendente do Piauí, a arquiteta Claudiana Cruz dos Anjos, realizou uma atualização na documentação museológica do MAS, através da empresa mineira Aro Arquitetos Associados LTDA., sob a coordenação técnica de Andréia Zerbetto, contrato nº 13/2009, processo: 1402.000082/2008_98. A empresa usou o modelo de ficha de Inventário Nacional de Bens Móveis e Integrados do IPHAN, mas as fichas antigas foram digitalizadas e anexadas aos arquivos da nova documentação. Além do acervo do Museu, as três Igrejas seculares de Oeiras: Catedral de Nossa Senhora da Vitória, Igreja de Nossa Senhora do Rosário e Igreja de Nossa Senhora da Conceição também tiveram seu acervo registrado.

Ao analisar os dois registros, o primeiro em 1984 e o segundo em 2009, encontramos lacunas nas fichas, bem como notamos a ausência de alguns objetos sacros que não foram documentados; o estado de cada peça sacra necessitando de restauro em sua permanência enquanto acervo do Museu, pois existem alguns itens que foram cedidos ao MAS, de propriedade de colecionadores, e fazem parte das exposições de longa duração. Depois de constatar as informações, nós e a Equipe do Mas fizemos a escolha dos dez objetos, pois o museu não possui comissão de acervo, para o exercício de uma nova documentação museológica. Esse trabalho foi realizado com a ajuda dos funcionários do Museu: Zulene de Holanda Rocha (coordenadora do MAS), Maria do Socorro Barbosa Barros (Professora mediadora), Rita Maria Barbosa Lima (assistente técnica), Antônio Pereira de Sousa (vigia), Claudionor Pereira da Silva (vigia), Nancy Jordânia Barbosa de Carvalho (serviços gerais) e Pedro Dias de Freitas Júnior (professor mediador e pesquisador), quando pudemos trocar experiências e informações acerca dos objetos raros (Figura 36).

Na etapa seguinte, fizemos a contagem do acervo, desde as peças registradas anteriormente até as que ficaram de fora, computando um total de 261 itens. Além de verificarmos o livro de tombo, documento criado para registrar todos os objetos que compõem o acervo, permitindo o controle do objeto que entra e sai, perdido ou roubado. Desta feita, podemos ter um panorama do acervo do

Museu a fim de propor uma nova documentação museológica baseada em dez itens iniciais. Optamos pela marcação ALFANUMÉRICA, que é a codificação elaborada a partir de letras e números, na qual a divisão pode ser feita em duas partes (bipartido) ou em três partes (tripartido). Não fizemos nenhuma intervenção nas peças, no tocante a marcação nos próprios objetos. Utilizamos uma placa com o número do registro próximo a peça, como podemos constatar a seguir, com o objetivo de não a danificar. Analisamos também algumas sugestões de marcação e, a partir de então, escolhemos a numeração tripartida. Utilizamos a sigla MAS (sigla do Museu de Arte Sacra), as barras (símbolo divisor), o 19 (ano do registro) e a numeração sequencial (001 a 010) (Figuras 37 e 38).

Quanto à descrição das informações dos objetos museológicos, utilizamos um modelo de ficha como auxílio, contendo os seguintes metadados: número do registro, outros números, título, autor, data da aquisição, forma de aquisição, localização, procedência, material, técnica, dimensões, estado de conservação, data do registro, país, registrado, descrição intrínseca e descrição extrínseca.

Esta nova ficha, por nós elaborada, para os objetos sacros do MAS, tem como objetivo mostrar a importância desse instrumento como ferramenta de trabalho, por ser a partir da documentação que extraímos as informações necessárias para o processo de salvaguarda do patrimônio.

É a etapa que visa à documentação dos objetos incorporados ao acervo do museu: vai do levantamento e identificação geral do acervo até a análise individual de cada peça. Ressalta-se a importância do reconhecimento detalhado e legítimo do acervo museológico. A documentação cuidadosa do acervo é uma ação determinante para todas as atividades desenvolvidas no museu. Por intermédio dela é que se estabelecem os caminhos para a utilização do acervo, seja por meio de exposições, publicações, ações educativas, atividades administrativas, interoperabilidade institucional ou de apoio para pesquisas internas e externas ao museu. Nesse contexto, serão destacados os passos para o tratamento documental, que devem ser realizados desde o momento em que o museu adquire o objeto e/ou a coleção até o seu processo de interpretação e organização (PADILHA, 2014, p. 38).

A função da documentação é promover a segurança e o controle do acervo, além de criar condições para recuperar e preservar informações sobre o bem cultural. Na catalogação das peças devem constar a identificação, a descrição detalhada de cada objeto e do seu contexto de origem, a procedência, o estado de conservação, tratamento e localização atual. Interpretar, organizar, documentar, recuperar e disponibilizar informações são etapas fundamentais para a gestão do acervo museológico. Percebendo o objeto museológico, é preciso levar em conta a informação que ele carrega consigo antes e depois de ser adquirido pelo Museu.

A documentação museológica é a área da Museologia que, por meio de um conjunto de pressupostos teóricos e procedimentos técnicos, visa à identificação, organização e contextualização das informações relativas aos objetos museológicos de acordo com as suas especificidades (ACAM, 2010, p. 30).

Documentar o acervo museológico é a forma de legitimar a informação contida no objeto que reflete a prática da instituição. São muitas as perguntas no âmbito do sentido de escolher o que documentar, levando em consideração o valor do objeto e sua história; são questionamentos que permeiam o pensamento dos profissionais dos museus. Assim, a documentação museológica vem nortear a gestão e o trabalho com o acervo.

[...] é o conjunto de informações sobre cada um dos seus itens e, por conseguinte, a representação destes por meio da palavra e da imagem (fotografia). Ao mesmo tempo, é um sistema de recuperação de informação capaz de transformar, como anteriormente visto, as coleções dos museus de fontes de informações em fontes de pesquisa científica ou em instrumentos de transmissão do conhecimento (FERREZ, 1991, p. 1).

No entanto, para que essas informações contidas na documentação museológica não caiam no esquecimento ou se percam, se faz necessário inserir o acervo em uma proposta de repositório digital, ultrapassando barreiras físicas, permitindo o acesso à pesquisa dos objetos catalogados como forma de atender novas necessidades informacionais. Assim, alguns museus vêm realizando exposições virtuais e inserindo suas coleções em plataformas digitais, como é o caso da Plataforma Tainacan, garantindo o acesso ao material catalogado, bem como salvaguardando a documentação museológica, antes arquivadas sob a tutela do Museu. Além de garantir novos públicos presentes no ciberespaço, espaço existente no mundo da comunicação e que representa a capacidade de os indivíduos se relacionarem, criando redes cada vez mais conectadas, tornando-se as fontes de informação mais acessíveis.

[...] principal equipamento coletivo internacional da memória, pensamento e comunicação. Em resumo, em algumas dezenas de anos, o ciberespaço, suas comunidades virtuais, suas reservas de imagens, suas simulações interativas, sua irresistível proliferação de textos e de signos, será o mediador essencial da inteligência coletiva da humanidade. Com esse novo suporte de informação e de comunicação emergem gêneros de conhecimento inusitados, critérios de avaliação inéditos para orientar o saber, novos atores na produção e tratamento dos conhecimentos. Qualquer política de educação terá que levar isso em conta (LEVY, 1999, p. 167).

Vejamos um exercício (proposta) de documentação museológica para o Museu de Arte Sacra de Oeiras, onde escolhemos dez peças sacras, consideradas raras, que compõem o acervo e que estão em risco, por causa das condições estruturais já mencionadas e apontadas no diagnóstico. Assim temos: Imagem Primitiva de Nossa Senhora da Vitória, Crucifixo de Prata, Crucifixo de Madeira, Vara do Pálio, Lanterna de Prata, Castiçal de Prata, Ostensório de Ouro, Cálice de Ouro, Estandarte do Divino (Resplendor) e o painel de Nossa Senhora do Rosário. As mencionadas peças são oriundas das Igrejas seculares de Oeiras, e a maior parte delas ainda é utilizada nas procissões e cerimônias da Semana Santa, bem como na celebração do Divino Espírito Santo, solenidade de Corpus Christi e celebração da Padroeira, Nossa Senhora da Vitória. São peças em ouro, prata e madeira policromada dos séculos XVII, XVIII e XIX.

A seguir, pode-se ver a proposta de fichas com dez peças raras do acervo do Museu de Arte Sacra de Oeiras, Piauí, mostrando a importância de selecionar, pesquisar, interpretar, organizar, armazenar, disseminar e comunicar (Figura 40).

Nº do registro: MAS/19/001

Outros números: 84.0062

Título: Cálice de ouro

Autor: NI (Não identificado)

Data da aquisição: 13/09/1984

Forma de aquisição: (x) Doação ( ) Compra ( ) Permuta ( ) Coleta ( ) Empréstimo

Localização: Caixa Forte – Cofre (MAS)

Procedência: Igreja Catedral de Nossa Senhora da Vitória

Material: Ouro e Prata

Técnica: Cinzelada e repuxada

Dimensões: 27,5 cm altura; 13 cm largura; 12 cm profundidade

Estado de conservação: (x) Bom ( ) Regular ( ) Ruim

Data do registro: 19/06/2019

País: Brasil

Registrado por: Pedro Dias de Freitas Júnior

Fonte: Faulkner Sá (2019).

DESCRIÇÃO INTRÍNSECA: Copo de ouro com decoração trabalhada em prata, em motivos zoomorfos e fitomorfos (florais, animais, baús e folhas estilizados). A base tem ornamentos em alto relevo, com símbolos religiosos, ramos de trigo, cacho de uvas, flechas, círculos de pérolas e folhas de acantos.

DESCRIÇÃO EXTRÍNSECA: A peça sacra é do século XIX, utilizada nas cerimônias da Semana Santa, principalmente na Quinta-Feira Santa na missa da Ceia do Senhor, bem como na celebração de Corpus Christi na Igreja Catedral de Nossa Senhora da Vitória (Figuras 41 e 42).

Nº do registro: MAS/19/002

Outros números: 84.0084

Título: Ostensório (Custódia) de ouro

Autor: NI (Não identificado)

Data da aquisição: 13/09/1984

Forma de aquisição: (x) Doação ( ) Compra ( ) Permuta ( ) Coleta ( ) Empréstimo

Localização: Caixa forte (MAS)

Procedência: Igreja Catedral de Nossa Senhora da Vitória

Material: Ouro e Pedras Preciosas

Técnica: NI (Não identificado)

Dimensões: 80 cm altura; 30 cm largura; 29 cm profundidade

Estado de conservação: (x) Bom ( ) Regular ( ) Ruim

Data do registro: 19/06/2019

País: Brasil

Registrado por: Pedro Dias de Freitas Júnior

DESCRIÇÃO INTRÍNSECA: Ostensório trabalhado em alto relevo. Resplendor em forma de fata ladeado por doze cabeças de anjos alados; no alto treze pedras brancas sobre a pomba do Divino. No centro, círculo formado por trinta pedras brancas, e, por trás, pontilhada em cristal, por onde introduz a hóstia consagrada e dentro meio resplendor. Na base, trabalho em motivos florais e símbolo religioso, cobra alada, entrelaçada na cruz, trigos cruzados, espada atravessada num vácuo; possui ainda cachos de uvas e um santo com um anjo alado, segurando seu braço direito, e na mão uma espada, e sua mão esquerda passa sobre a cabeça de um rapaz que está sentado sobre seus pés, e por trás de sua perna esquerda um carneiro deitado. Na base falta um cacho de uva.

DESCRIÇÃO EXTRÍNSECA: O ostensório (Custódia) é uma peça sacra do século XVIII, fica na caixa forte do Museu de Arte Sacra; não é exposta por motivos de segurança. A peça sai uma vez por ano, durante a procissão de Corpus Christi, para a veneração dos fiéis (Figuras 43 e 44).

N° do registro: MAS/19/003

Outros números: 84.0012 | PI/09-0001-0040

Título: Crucifixo de madeira

Autor: NI (Não identificado)

Data da aquisição: 13/09/1984

Forma de aquisição: (x) Doação

( ) Compra ( ) Permuta ( ) Coleta ( ) Empréstimo

Localização: Sala Maria de Cota (Semana Santa)

Procedência: Igreja de Nossa Senhora do Rosário

Material: Madeira

Técnica: Escultura em madeira policromada

Dimensões: 88 cm altura; 30 cm largura; 26 cm profundidade

Estado de conservação: ( ) Bom (x) Regular ( ) Ruim

Data do registro: 19/06/2019

País: Brasil

Registrado por: Pedro Dias de Freitas Júnior

DESCRIÇÃO INTRÍNSECA: Peanha em forma de gruta, pintada de verde e marrom. No lado esquerdo, um lagarto. Na parte de trás, está inscrito em tinta vermelha “A.I.A. 13-3-67”. Cruz talhada em forma de tronco de árvore, pintada de verde, marrom e amarelo. No alto da placa branca com contorno em azul e inscrição “J.N.R.J.” da mesma cor. Cristo de cor clara, cabeça pendendo para a direita, olhos fechados, cabelos castanhos longos, ondulados, caído nas costas e sobre ombro direito. Barba castanha, curta, partida. Braços estendidos com mãos meio-fechadas e cravo nas palmas. Pernas levemente flexionadas, pés caídos – direito sobre esquerdo, caimento deixando à mostra parte do corpo. Apresenta manchas de sangue (tinta vermelha) em algumas partes do corpo. O Cristo está com os dois braços quebrados (junto ao tronco). Também recebeu uma camada de pintura sobre a original.

DESCRIÇÃO EXTRÍNSECA: Pertencia ao altar-mor da Igreja de Nossa Senhora do Rosário. Peça sacra do século XVIII. É usada na Sexta-Feira da Paixão, durante a cerimônia de adoração e beijo da Santa Cruz na Igreja Catedral, onde milhares de fiéis participam desse ritual (Figura 45 e 46).

Nº do registro: MAS/19/004

Outros números: 84.0018 | PI/09-0001-0044

Título: Resplendor | Pomba do Divino

Autor: NI (Não identificado)

Data da aquisição: 13/09/1984

Forma de aquisição: (x) Doação ( ) Compra ( ) Permuta ( ) Coleta ( ) Empréstimo

Localização: Sala Alzira Tapety (Divino)

Procedência: Igreja Catedral Nossa Senhora da Vitória

Material: Madeira Policromada

Técnica: Talha

Dimensões: 81 cm altura; 24 cm largura; 23 cm profundidade

Estado de conservação: ( ) Bom (x) Regular ( ) Ruim

Data do registro: 19/06/2019

País: Brasil

Registrado por: Pedro Dias de Freitas Júnior

DESCRIÇÃO INTRÍNSECA: No alto, cruz com base arredondada e extremidades em ponta. Resplendor dourado; no centro, pomba de asas abertas, branca com acabamento em dourado, bico, olhos e pernas vermelhos, apoiada sobre volutas esverdeadas. Haste iniciando com elevação trabalhada, abaixo gomo com incisões na vertical, mais estreito no alto, terminando outra elevação decorada com folhagens. Base redonda baixa, com incisões que terminam no início da haste. Apresenta grandes folhas na pintura. A base encontra-se danificada e faltam quatro raios do resplendor.

DESCRIÇÃO EXTRÍNSECA: Peça sacra do século XVIII. A peça sai ainda uma vez por ano do Museu; é utilizada para a missa solene da Celebração do Divino Espírito Santo, onde é entronizada no altar-mor da Igreja Catedral de Nossa Senhora da Vitória (Figura 47).

Nº do registro: MAS/19/005

Outros números: 84.0149 | PI/09-0001-0033

Título: Painel Nossa Senhora do Rosário

Autor: NI (Não identificado)

Data da aquisição: 13/09/1984

Forma de aquisição: (x) Doação ( ) Compra ( ) Permuta ( ) Coleta ( ) Empréstimo

Localização: Sala Dom Expedito Lopes (Bispos)

Procedência: Igreja de Nossa Senhora do Rosário

Material: Madeira

Técnica: Pintura sobre madeira

Dimensões: 1, 38 cm altura; 79 cm largura; 6 cm profundidade

Estado de conservação: (x ) Bom ( ) Regular ( ) Ruim

Data do registro: 19/06/2019

País: Brasil

Registrado por: Pedro Dias de Freitas Júnior

DESCRIÇÃO INTRÍNSECA: Painel retangular, com a parte superior ovalada. No centro, a figura de Nossa Senhora do Rosário com o Menino Jesus. A figura apresenta vestimenta longa e de mangas compridas na cor branca. Com manto longo na cor azul escuro com a parte interna em vermelho. Cabeça ligeiramente para a direita, cabelo castanho caindo pelos ombros, véu na cor branca. Acima da cabeça auréola feita com estrelas brancas. Braços flexionados, na mão direita segura um terço de contas brancas; no braço esquerdo sustenta o Menino Jesus. Este sem vestimenta, pernas flexionadas e abertas. Na mão direita sustenta uma esfera. Cabeça ligeiramente voltada para a esquerda, cabelos castanhos e curtos, acima da cabeça um resplendor de cor branca. A figura está em pé sobre meia lua branca e nuvem estilizada na cor azul (Figuras 48 e 49).

DESCRIÇÃO EXTRÍNSECA: Painel do século XVIII, possivelmente de origem jesuítica, que pertenceu ao acervo da Igreja de Nossa Senhora do Rosário.

Figura 49 - Painel Nossa Senhora do Rosário com o número do registro

Fonte: Faulkner Sá (2019).

Nº do registro: MAS/19/006

Outros números: 84.0029 | PI/09-0001-0084

Título: Crucifixo de prata

Autor: NI (Não identificado)

Data da aquisição: 14/09/1984

Forma de aquisição: (x) Doação ( ) Compra ( ) Permuta ( ) Coleta ( ) Empréstimo

Localização: Sala Capela da Imagem Primitiva de Nossa Senhora da Vitória

Procedência: Igreja Catedral de Nossa Senhora da Vitória

Material: Prata

Técnica: Repuxado e cinzelado

Dimensões: 101 cm altura; 35 cm largura; 31 cm profundidade

Estado de conservação: (x) Bom ( ) Regular ( ) Ruim

Data do registro: 19/06/2019 | País: Portugal

Registrado por: Pedro Dias de Freitas Júnior

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