AURORA A. C. TEIXEIRA
VÍTOR MANUEL CARVALHO Professor da Faculdade de Economia do Porto (Universidade do Porto) e investigador do CEF. UP. Obteve a licenciatura (1994) e o doutoramento (2009) em Economia na Faculdade de Economia do Porto (Universidade do Porto). Leciona (ao nível da licenciatura e mestrado) nas áreas da Macroeconomia, Economia Monetária Internacional e Políticas Macroeconómicas. A sua investigação atual debruça-se sobre temáticas relacionadas com efeitos macroeconómicos da política orçamental e com a sustentabilidade das finanças públicas. É membro do Conselho Pedagógico da Faculdade de Economia da Universidade do Porto e coordena um projeto de apoio aos estudantes provenientes dos países africanos lusófonos.
2ª EDIÇÃO
FUNDAMENTOS MICROECONÓMICOS DA MACROECONOMIA
A capacidade de compreensão e análise dos fenómenos macroeconómicos é essencial não apenas para estudantes das mais variadas áreas, em especial os de Economia, Gestão e áreas afins, mas também para todos aqueles que estão interessados em perceber o funcionamento das economias na atualidade. ‘FUNDAMENTOS MICROECONÓMICOS DA MACROECONOMIA. Exercícios resolvidos e propostos’ apresenta uma síntese dos principais conteúdos da Macroeconomia moderna, detalhados e ilustrados com a evolução recente da economia portuguesa. Procurando guiar os leitores na aplicação de modelos teóricos à interpretação e resolução de problemas práticos, é ainda apresentado um conjunto vasto de exercícios resolvidos e propostos, abrangendo temas tão diversos como: mercado de trabalho, consumo, investimento, contas públicas, contas e competitividade externas e moeda e mercados financeiros. Este manual, apresentando-se como um complemento aos diversos manuais teóricos de Macroeconomia que existem no mercado, distingue-se de outros de caráter mais aplicado pela sua ênfase nos princípios microeconómicos da Macroeconomia.
ISBN 978-972-788-501-5
www.vidaeconomica.pt ISBN: 978-972-788-501-5 Visite-nos em livraria.vidaeconomica.pt
9 789727 885015
FUNDAMENTOS MICROECONÓMICOS DA MACROECONOMIA (2ª EDIÇÃO)
Professora da Faculdade de Economia da Universidade do Porto e investigadora do CEF.UP. Obteve a licenciatura (1994), o mestrado (1999) e o doutoramento (2005) em Economia na Faculdade de Economia do Porto (Universidade do Porto). Leciona (ao nível da licenciatura e doutoramento) na área da Macroeconomia. Os seus interesses de investigação centram-se nas temáticas de Reformas do Mercado do Trabalho e Política Monetária, Interações entre Políticas Monetária e Orçamental e Consolidação Orçamental. Tem um artigo publicado no Journal of Macroeconomics e é coautora do estudo de Avaliação do Acordo de Cooperação Cambial Cabo Verde – Portugal, GPEARI - Ministério das Finanças de Portugal (ed.) e de vários estudos sobre os impactos macroeconómicos de investimentos privados. Exerceu, desde 2005 a 2010, as funções de coordenadora do Gabinete de Apoio ao Aluno enquanto membro do Conselho Diretivo da Faculdade de Economia do Porto.
AURORA A. C. TEIXEIRA SANDRA TAVARES SILVA ANA PAULA RIBEIRO VÍTOR MANUEL CARVALHO
ANA PAULA RIBEIRO
AURORA A. C. TEIXEIRA SANDRA TAVARES SILVA ANA PAULA RIBEIRO VÍTOR MANUEL CARVALHO
FUNDAMENTOS MICROECONÓMICOS DA MACROECONOMIA 2ª EDIÇÃO
Exercícios resolvidos e propostos
Professora da Faculdade de Economia do Porto (Universidade do Porto) e investigadora do CEF.UP, INESC Porto, OBEGEF e UTEN (IC2, Texas Austin University). É doutorada pelo SPRU - Science and Technology Policy Research (Universidade de Sussex, R.U.) e agregada em Economia pela Faculdade de Economia do Porto (Universidade do Porto). Leciona nas áreas da Macroeconomia, Inovação e Metodologias de Investigação. É membro do Conselho Científico e do Agrupamento de Economia da Faculdade de Economia da Universidade do Porto. É (co)autora de diversos livros e artigos publicados em revistas científicas internacionais (e.g, Research Policy; Industrial and Corporate Change; Journal of Economic Interaction and Coordination, Journal of Evolutionary Economics; Structural Change and Economic Dynamics; Regional Studies; Ecological Economics; Portuguese Economic Journal; Scientometrics; Social Indicators Research; Higher Education; Journal of Academic Ethics). No âmbito da sua carreira científica obteve duas bolsas concedidas pela Fundação para a Ciência e Tecnologia e dois prémios, o 1º Prémio Foreign Direct Investment API-Universidade de Coimbra (2006), e o Prémio Conselho Económico e Social (1999).
SANDRA TAVARES SILVA Professora da Faculdade de Economia da Universidade do Porto e investigadora do CEF.UP. Obteve a licenciatura (1995), o mestrado (2000) e o doutoramento (2006) em Economia na Faculdade de Economia do Porto (Universidade do Porto). Leciona (ao nível da licenciatura, mestrado e doutoramento) nas áreas da Macroeconomia e de Metodologias de Investigação. Os seus interesses de investigação centram-se nas temáticas do Crescimento Económico e Inovação, Mercado de Trabalho, e Evolucionismo. Tem artigos publicados no Journal of Evolutionary Economics, Journal of Economic Interaction and Coordination, Evolutionary and Institutional Economics Review e no Organisational Transformation and Social Change. É coautora de dois capítulos do livro Compêndio de Economia Regional, Volume I - teoria, temáticas e políticas (Princípia, 2009) e (co) organizadora do livro O que sabemos sobre a pobreza em Portugal? (Vida Económica, 2010). É membro do Conselho Pedagógico, da Comissão Científica do Programa de Doutoramento em Economia, da Comissão Científica do Mestrado em Economia e Gestão da Inovação e da Comissão Científica e da Comissão de Acompanhamento da Licenciatura em Economia da Faculdade de Economia da Universidade do Porto.
Prefácio dos autores O presente manual resulta de um esforço de compilação de materiais que têm vindo a ser utilizados numa das unidades curriculares de Macroeconomia lecionada na Faculdade de Economia da Universidade do Porto, cuja base teórica se apoia na bibliografia recomendada (Burda e Wyplosz, 2009; Gordon, 2009). Esta segunda versão do manual atualiza toda a informação estatística, aumenta o número de exercícios e corrije as gralhas detetadas na sua primeira versão. Este livro corresponde a um texto de apoio eminentemente prático, podendo assim constituir uma mais-valia pedagógica para os estudantes e as equipas docentes em disciplinas como a (Introdução à) Economia e a (Introdução à) Macroeconomia. Constitui um complemento aos manuais teóricos usualmente aconselhados na área da Macroeconomia, foca os factos empíricos da economia portuguesa e apresenta uma síntese dos principais conceitos, teorias e resultados associados às questões em análise. Procura fornecer uma perspetiva distinta de exposição de (alguns) grandes temas da Macroeconomia – Mercado de Trabalho, Restrições Orçamentais, Consumo e Investimento, Contas Públicas, Contas Externas e Moeda e Mercados Financeiros –, focando em cada capítulo a situação recente da economia Portuguesa e atribuindo especial ênfase à apresentação de exercícios (resolvidos e propostos). Esperamos que este manual constitua um instrumento efetivo de trabalho para os estudantes, ajudando-os a consolidar conhecimentos e desenvolver a sua capacidade de análise crítica em assuntos macroeconómicos, tendo como cenário a economia portuguesa. Porto, janeiro 2012
7
Índice geral Prefácio dos autores............................................................. 7 CAPÍTULO 1: Mercado de Trabalho
1.1. Factos sobre emprego/desemprego em Portugal....... 19
1.1.1. Conceitos-chave............................................... 19
1.1.2. Evolução recente do mercado de trabalho em Portugal...................................................... 20 1.2. Procura e oferta no mercado de trabalho................. 27 1.2.1. Oferta de trabalho e trade-off consumo lazer... 27 1.2.2. Procura de trabalho, produtividade e salário real...
34
1.2.3. Equilíbrio no mercado de trabalho................... 37
1.2.4. A interpretação do desemprego........................ 38
1.3. Interpretação estática do desemprego...................... 40
1.3.1. Desemprego involuntário e ajustamento do salário real.................................................. 40
1.3.2. Concertação coletiva e rigidez do salário real....... 42
1.3.3. Salário mínimo e a rigidez no salário real......... 44
1.3.4. Salários de eficiência e rigidez do salário real....... 45
1.4. Interpretação dinâmica do desemprego.................... 46
1.4.1. Estados e transições no mercado de trabalho.... 46
1.4.2. Stocks, fluxos e desemprego friccional............. 48
1.4.3. Saídas do emprego e incidência do desemprego.. 49
9
Fundamentos microeconómicos da macroeconomia
1.4.4. Ingresso no emprego e duração do desemprego.. 50
1.5. A taxa de desemprego de equilíbrio......................... 52
Exercícios Resolvidos...................................................... 55
Exercícios Propostos........................................................ 66
Escolha Múltipla.............................................................. 72
CAPÍTULO 2: Restrições Orçamentais, Consumo e Investimento
2.1. Factos sobre o consumo e o investimento em Portugal. 83
2.1.1. Evolução do Produto Interno Bruto (PIB)
e das suas componentes................................... 83
2.1.2. Consumo privado............................................. 86
2.1.3. Investimento ou Formação Bruta de Capital (FBC)
89
2.2. Restrições orçamentais intertemporais (ROI)............ 94
2.2.1. O papel do futuro............................................. 94
2.2.2. A formação das expetativas.............................. 94
2.2.3. A ROI das famílias e os determinantes do consumo 96
2.2.4. A ROI das empresas e do setor privado............ 103
2.3. Determinantes do investimento................................ 109
2.3.1. A teoria neoclássica do investimento................ 110
2.3.2. O princípio do acelerador................................ 112
2.3.3. O q de Tobin.................................................... 114
2.3.4. A função investimento...................................... 117
Exercícios Resolvidos...................................................... 119
Exercícios Propostos........................................................ 126
Escolha Múltipla.............................................................. 131
CAPÍTULO 3: Restrição Orçamental Intertemporal
do Governo e as Contas Públicas
3.1. Factos sobre as contas públicas em Portugal............ 143
10
Índice Geral
3.2. Estabilização macroeconómica................................ 148
3.3. A Restrição Orçamental Intertemporal (ROI)
do Governo............................................................ 154
3.3.1. A derivação da ROI do setor público................ 154
3.3.2. A ROI consolidada do setor público e privado. 157
3.4. Princípio da Equivalência Ricardiana (PER).............. 159
3.4.1. Argumentação subjacente ao PER.................... 159
3.4.2. As limitações do PER........................................ 161
3.4.3. A evidência empírica sobre o PER.................... 163
Exercícios Resolvidos...................................................... 164
Exercícios Propostos........................................................ 177
Escolha Múltipla.............................................................. 181
CAPÍTULO 4: Restrição Orçamental Intertemporal da Nação,
Balança Corrente e Taxa de Câmbio Real
4.1. Factos sobre as contas externas em Portugal............ 193
4.2. A Balança Corrente e a Restrição Orçamental
Intertemporal (ROI) da Nação................................ 197
4.2.1. A ROI da Nação............................................... 197
4.2.2. A garantia do cumprimento dos contratos
internacionais de crédito e a dívida soberana.. 198
4.3. A Taxa de Câmbio Real (TCR)....................................... 199
4.3.1. A TCR e a balança corrente primária................ 200
4.3.2. A medição da TCR............................................ 202
4.3.3. Como é que a TCR afecta a balança corrente
primária........................................................... 203
4.3.4. A TCR como o preço relativo dos bens
não transacionáveis......................................... 204
4.3.5. A ROI da Nação e a TCR de equilíbrio............. 213
11
Fundamentos microeconómicos da macroeconomia
4.3.6. A TCR de equilíbrio e a balança corrente
primária no longo prazo......................................... 214
4.3.7. Os determinantes fundamentais da TCR................ 215
Exercícios Resolvidos........................................................... 220 Exercícios Propostos............................................................. 232 Escolha Múltipla................................................................... 239 CAPÍTULO 5: Moeda e Mercados Financeiros 5.1. Mercados, instituições e instrumentos financeiros......... 253 5.2. Procura de moeda......................................................... 256 5.3. Oferta de moeda........................................................... 258 5.4. Moeda e inflação.......................................................... 262 5.5. Inflação e taxa de juro................................................... 263 5.6. Inflação, taxa de juro e taxa de câmbio......................... 267 Exercícios Resolvidos........................................................... 269 Exercícios Propostos............................................................ 276 Escolha Múltipla................................................................... 282 Referências bibliográficas..................................................... 289 Links úteis ........................................................................ 290 SOLUÇÕES DOS EXERCÍCIOS Capítulo 1: Mercado de Trabalho
Exercícios Propostos (práticos)......................................... 293
Escolha múltipla.............................................................. 295 Capítulo 2: Restrições Orçamentais, Consumo e Investimento
Exercícios Propostos (práticos)......................................... 296
Escolha múltipla.............................................................. 299
12
Índice Geral
Capítulo 3: Restrição Orçamental do Governo
e as Contas Públicas
Exercícios Propostos (práticos)......................................... 300
Escolha múltipla.............................................................. 302 Capítulo 4: Restrição Orçamental Intertemporal da
Nação, Balança Corrente e Taxa de Câmbio Real
Exercícios Propostos (práticos)......................................... 303
Escolha múltipla.............................................................. 304 Capítulo 5: Moeda e Mercados Financeiros
Exercícios Propostos (práticos)......................................... 305
Escolha múltipla.............................................................. 308
13
CapĂtulo 1 Mercado de Trabalho
Conteúdo Neste capítulo analisamos o mercado de trabalho como um mercado competitivo, utilizando as análises estática (tradicional) e dinâmica. A análise estática é alargada para permitir o estudo do impacto das instituições do mercado de trabalho (e.g., Governo, sindicatos) e respetivas peculiaridades. Na abordagem dinâmica explicitamos o significado do equilíbrio do mercado de trabalho, mercado este caracterizado por significativa rotatividade ou turnover (i.e., transições entre os diferentes estados do mercado de trabalho).
Enquadramento teórico 1.1. Factos sobre emprego/desemprego em Portugal 1.2. Procura e oferta no mercado de trabalho 1.3. Interpretação estática do desemprego 1.4. Interpretação dinâmica do desemprego
Exercícios Resolvidos Propostos Escolha múltipla
17
1.1. Factos sobre emprego/desemprego em Portugal 1.1.1. Conceitos-chave Para interpretarmos adequadamente a realidade (macro)económica de um país ou região, é importante, desde logo, ter presente os conceitos-chave subjacentes às estatísticas em que nos baseamos. Na interpretação dos dados do emprego/desemprego, o conhecimento e compreensão de tais conceitos revela-se fundamental. Lado a lado com a noção teórica de (des)emprego surge a noção estatística de (des) emprego. É comum observarmos discrepâncias nas taxas (e níveis) de desemprego consoante a fonte estatística utilizada (e.g., INE, IEFP, Eurostat)1. A fonte mais utilizada para analisar a evolução do mercado de trabalho em Portugal é o Inquérito ao Emprego, publicado (trimestralmente) pelo Instituto Nacional de Estatística (INE)2. Assim, para definirmos a sobejamente conhecida ‘taxa de desemprego’ – percentagem da população ativa que procura mas não consegue obter emprego, ou seja, o rácio entre a população desempregada e a população ativa – precisamos, desde logo, de saber o que consideramos como ‘população ativa’ (LS) e ‘população desempregada’ (U). Oficialmente (i.e., em termos estatísticos), a ‘população ativa’ inclui o 1 - Por exemplo, de acordo com os últimos valores disponíveis (de novembro 2011) divulgados pelo INE, a taxa de desemprego em Portugal atingiu os 12,4% no terceiro trimestre de 2011. A população desempregada estimada foi de 675 mil indivíduos. Já de acordo com os dados do IEFP (Instituto do Emprego e Formação Profissional), o número de desempregados inscritos nos centros de emprego em Portugal atingiu, em novembro de 2011, 583,4 mil desempregados. 2 - No site oficial do INE (http://www.ine.pt/) podemos encontrar quer os dados estatísticos referentes ao mercado de trabalho quer os conceitos subjacentes (na secção da Metainformação). O Inquérito ao Emprego tem por principal objetivo a caraterização da população face ao mercado de trabalho. É um inquérito trimestral por amostragem, dirigido a residentes em alojamentos familiares, no espaço nacional, que disponibiliza resultados trimestrais e anuais. A informação é obtida por recolha direta, mediante entrevista assistida por computador, segundo um modo misto: a primeira entrevista ao alojamento é feita presencialmente e as cinco inquirições seguintes, se forem cumpridos determinados requisitos, são feitas por telefone.
19
Fundamentos microeconómicos da macroeconomia
conjunto de indivíduos com idade mínima de 15 anos que, no período de referência, constituíam a mão de obra disponível para a produção de bens e serviços que entram no circuito económico. Assim, a população ativa inclui indivíduos que se encontram a trabalhar, isto é, empregados (L), e os que estão desempregados (U): LS = L + U. Em contraste, ‘população inativa’ inclui o conjunto de indivíduos que, no período de referência, não podem ser considerados economicamente ativos: não estão empregados nem desempregados. Entre estes encontram-se os reformados, estudantes e domésticas. A taxa de atividade é definida assim como a percentagem da população que tem ou procura emprego e corresponde ao rácio entre a população ativa e a população total com 15 anos ou mais, isto é, LS/Q. Dentro da população ativa temos então os empregados e os desempregados. Oficialmente, um indivíduo considera-se desempregado se, ao longo de um período de referência, se encontrar simultaneamente nas situações seguintes: – não possuir emprego; – procurar ativamente emprego; – estiver imediatamente apto/disponível a trabalhar. Neste contexto, a taxa de desemprego é definida como a percentagem da população ativa que procura mas não consegue obter emprego. Corresponde ao rácio entre a população desempregada e a população ativa (U/LS).
1.1.2. Evolução recente do mercado de trabalho em Portugal Com base nos dados mais recentes do 3º trimestre de 2011 relativos à atividade, emprego e desemprego em Portugal, disponibilizados pelo INE, a população portuguesa estava estimada em mais de 10 milhões de indivíduos, sendo que pouco mais de metade eram considerados ativos, isto é, encontravam-se, no período de referência, empregados (cerca de 4,8 milhões) ou desempregados (quase 700 mil).
20
1.1.2. Evolução recente do mercado trabalho em Portugal Com base nos dados mais recentes (3º trimestre de 2011) relativos à atividade, emprego e desemprego em Portugal, disponibilizados pelo INE, a população Portuguesa estava
Mercado de trabalho
estimada em mais de 10 milhões de indivíduos, sendo que pouco mais de metade eram
considerados ativos, isto é, encontravam-se, no período de referência, empregados (cerca de 4,8 milhões) ou desempregados (quase 700 mil).
Total da População 10,649 milhões
População Ativa
População Inativa
5,543 milhões
5,105 milhões
Desemp. Empregados
689,6 milhares
4,854 milhões
Em termos de atividade, Portugal tem observado, nos últimos dez anos, uma taxa a rondar
Em termos de atividade, Portugal tem observado, nos últimos dez os 62% (Figura 1.1), observando um ligeiro decréscimo no último ano. Os resultados do anos, uma taxa a rondar os 62% (Figura 1.1), observando um ligeiro decréscimo no último ano. Os resultados do Inquérito ao Emprego 3 relativos ao 3º trimestre de 2011 indicam que a taxa de atividade foi estimada em 61,3%, menos 0,4 pontos percentuais relativamente ao trimestre de 2010. Inquérito ao homólogo Emprego relativos ao 3º trimestre de 2011 indicam que a taxa de atividade foi estimada em 61,3%, menos 0,4 pontos percentuais relativamente ao trimestre homólogo de 2010.
Figura 1.1: Evolução da taxa de atividade em Portugal, por NUTSII, 2000-2011
70,0
Portugal Centro
Norte
65,0
Madeira Norte
60,0
Açores
Centro
Portugal Algarve Lisboa
Lisboa Alentejo
Alentejo 55,0
Algarve RA Açores 50,0
RA Madeira
45,0 2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
1.1: de Evolução da taxa de atividade em Portugal, por NUTSII, 2000-2011 Nota: comFigura exceção 2011 (3º trimestre), os valores são referentes ao último trimestre de cada ano. Nota: com exceção de 2011 (3º trimestre), os valores são referentes ao último trimestre de cada ano. Fonte: INE, Inquérito ao Emprego. Fonte: INE, Inquérito ao Emprego.
A taxa de atividade difere por género - no 3º trimestre de 2011, a taxa de atividade das mulheres foi de 55,0% e a dos homens foi de 68,2% - e por região (Figura 1.1). Os grupos mais numerosos da população21 inativa são os reformados, cujo peso no total (Figura 1.2) tem vindo a aumentar desde 2000, englobando cerca de 1854 mil indivíduos, e os estudantes que representam cerca de 35% do total da população inativa (1765 mil indivíduos) em 2010.
Fundamentos microeconómicos da macroeconomia
Cap. 1
- Em conteúdo, p. 17, 8ª linha: parece falta um espaço entre”turnover “ e “(i.e. transições)…” - Na p. 20, no 3º parágrafo, 10ª linha, falta um espaço entre “A” e “taxa”: “Ataxa de atividade é…”
A taxa de atividade difere por género – no 3º trimestre de 2011, a taxa foi de 68,2% – e da por regiãoativa (Figura 1.1).os empregados e os desempregados. Oficialmente, um indivíduo considera“Dentro população temos então - Nade p. 20, a partir da 16ª faltam os foi travessões a seguireaos atividade daslinha, mulheres de 55,0% a dois dospontos: homens
se desempregado se, ao longo de um período de referência, se encontrar simultaneamente nas situações seguintes:
Os grupos mais numerosos da população inativa são os reformados, no total (Figura 1.2) tem vindo a aumentar desde 2000, nãocujo possuirpeso emprego; englobando cerca de 1854 mil indivíduos, e os estudantes, que reprocurar ativamente emprego; presentam cerca de 35% do total da população inativa (1765 mil estiver imediatamente apto/disponível a trabalhar.” indivíduos) em 2010.
- p.22 , na legenda da “Figura 1.2: Inativos, por grupo situação profissional em proporção do total de inativos, 20002010”, aparece1.2: Inactivo quando deveria estar Inativo. Figura Inativos, por grupo situação profissional em proporção
do total de inativos, 2000-2010
100% 90% Outros inativos
80% 70% 30,8 60%
31,7
32,2
31,5
32,7
33,3
33,8
34,4
35,7
36,3
36,5 Reformados
50% 40%
13,6
13,3
13,0
13,6
12,4
12,2
11,5
11,2
10,7
9,9
9,8 Domésticos
30% 20%
34,3
33,1
33,6
34,1
33,8
34,1
34,5
33,9
34,5
35,1
34,8
10% Estudantes
0% 2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
Nota: os valores são referentes ao 4º trimestre de cada ano. Fonte: INE, Inquérito ao Emprego. - p. 24, último parágrafo, onde está “É nas faixas etárias mais jovens que a taxa de desemprego é maior, tendo atingido, 3º trimestre de 2011,…” deve estar “É nas faixas etárias mais jovens que a taxa de desemprego é maior, tendo atingido, no 3º trimestre de 2011,…”
No 3º trimestre de 2011, a população inativa com 15 e mais anos
- p. diminuiu 27, footnote 3, onde está “Burda e Wyplosz (2009; Cap.5), deve estar “Burdade e Wyplosz Cap.5)” 1,3% (45,6 mil) face ao trimestre homólogo 2010.(2009, A taxa
(15 ótima e mais fixou-se nos 38,7%, 3º - p. de 28, ainatividade Figura 1.11: Escolha estáanos) totalmente desconfigurada. Apareceno como:
trimestre de 2011, tendo sido de 32,8% a taxa de inatividade dos homens e de 45% a das mulheres. Cerca de dois terços dos inativos ou são muito jovens (menos de 15 anos) ou são idosos (reformados), com 65 ou mais anos de idade (ver Figura 1.3).
22 2
Figura 1.2: Inativos, por grupo situação profissional em proporção do total de inativos, 2000-2010 Nota: os valores são referentes ao 4º trimestre de cada ano. Fonte: INE, Inquérito ao Emprego.
No 3º trimestre de 2011, a população inativa com 15 e mais anos diminuiu 1,3% (45,6 mil) Mercado de trabalho face ao trimestre homólogo de 2010. A taxa de inatividade (15 e mais anos) fixou-se nos 38,7%, no 3º trimestre de 2011, tendo sido de 32,8% a taxa de inatividade dos homens e de 45% a das mulheres. Cerca de dois terços dos inativos ou são muito jovens (menos de 15
1.3: Inativos, com por 65 grupo etário, em proporção total anos) ouFigura são idosos (reformados), ou mais anos de idade (ver Figurado 1.3). de inativos, 2000-2011
100% 90% 27,5
28,0
28,4
28,8
29,3
29,6
30,3
30,3
30,6
65 e mais anos
30,8
31,6
32,6
80% 45 - 64 anos
70% 60%
35 - 44 anos
50% 40%
15,8
15,0
14,4
15,0
14,9
14,8
14,4
14,2
14,1
14,3
14,5
13,3
32,9
33,1
33,1
32,9
32,9
33,0
32,8
32,7
32,3
31,8
31,9
31,5
25 - 34 anos
30% 15 - 24 anos
20% 10%
Menos de 15 anos
0% 2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
Nota: os valores são referentes ao 4º trimestre de cada ano (3º trimestre para 2011). Figura 1.3: Inativos, por grupo etário, em proporção do total de inativos, 2000-2011 Fonte: INE, Inquérito ao Emprego. Nota: os valores são referentes ao 4º trimestre de cada ano (3º trimestre para 2011). Fonte: INE, Inquérito ao Emprego.
O desemprego tem sido, nos últimos tempos, uma grande preocupação para a generalidade dos países, em virtude do clima de recessão que 5 tem assolado mais mundiais. O desemprego temas sido, nos importantes últimos tempos,economias uma grande preocupação para a generalidade dos países em virtude do clima de recessão que tem assolado as mais importantes
Figura 1.4: Taxa de desemprego (%) para algumas das economias da UE mais EUA e Japão, 2008-2011
economias mundiais. 25
22,9
20
18,8
14,6
15
13,2
9,8
10 7,5
5
4,0
4,5
4,9
4,9
7,2
7,8
8,6
8,4
7,6
9,8
8,6
5,5
0
2008
2011
Nota: os 1.4: valores referentes ao dezembro no caso do de 2008 de novembro Figura Taxasão de desemprego (%)mês parade algumas das economias da ano UE mais EUA e e Japão, 2008Nota: os valores são referentes ao mês de dezembro no caso do ano de 2008 e de novembro caso de 2011 (exceto Grécia e Reino2011 no caso de 2011 (exceto Grécia e Reino Unido, cujos valoresnoreferem-se, respetivamente, Unido cujos valores referem-se, respetivamente a setembro e outubro). a setembro e outubro). Fonte: Eurostat. Fonte: Eurostat.
De facto, entre 2008 e 2011 o desemprego agravou-se significativamente, de acordo com os dados mais recentes do Eurostat (Figura 231.4), particularmente na Espanha (onde o desemprego em novembro de 2011 atingiu praticamente os 23% da população ativa), Grécia, Irlanda e Portugal. De acordo com os dados do INE, desde 2000 a taxa de desemprego em Portugal tem vindo
Fundamentos microeconómicos da macroeconomia
De facto, entre 2008 e 2011 o desemprego agravou-se significativamente, de acordo com os dados mais recentes do Eurostat (Figura 1.4), particularmente na Espanha (onde o desemprego em novembro de 2011 atingiu praticamente os 23% da população ativa), Grécia, Irlanda e Portugal. De acordo com os dados do INE, desde 2000 a taxa de desemprego em Portugal tem vindo a crescer acentuadamente, tendo atingido, no 3º trimestre de 2011, 12,4% (Figura 1.5). As regiões do Norte, Alentejo e Lisboa são as que apresentam, ao longo do período em análise, taxas de desemprego acima da média para Portugal. No último ano, as regiões de Lisboa e, sobretudo, a Madeira e os Açores registaram um forte agravamento desta grandeza macroeconómica – entre 2010 e 2011 a taxa de desemprego nas regiões autónomas quase duplicou. Figura 1.5: Taxa de desemprego (%), por regiões NUTS II, 2000-2011 16,0
Portugal 14,0
Norte 12,4
Taxa de desemprego (%)
12,0
Centro
10,9 10,0
9,8
Lisboa 8,0
8,0
8,2
7,8
8,2
7,8
Alentejo
7,1 6,5
6,0
6,1
Algarve 4,1
4,0
Região Autónoma dos Açores
2,0
Região Autónoma da Madeira
0,0 2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
Nota: o valores são referentes ao 4º trimestre de cada ano (3º trimestre para 2011). Figura 1.5: Taxa de desemprego (%), por regiões NUTS II, 2000-2011 Fonte: INE, Inquérito Emprego. Nota: o ao valores são referentes ao 4º trimestre de cada ano (3º trimestre para 2011). Fonte: INE, Inquérito ao Emprego.
É nas faixas etárias mais jovens que a taxa de desemprego é maior, tendo atingido, 3º
É nasdefaixas etárias jovens que acompreendidas taxa de desemprego trimestre 2011, 30% paramais os jovens com idades entre os 15 eéosmaior, 24 anos tendo atingido, no 3º trimestre de 2011, 30% para os jovens com idades compreendidas entre os 15 e os 24 anos (Figura 1.6).
(Figura 1.6). 35,00
e desemprego (%)
Total
24
30,00
30,0
25,00 23,4 20,00 15,8 15,00
15,8
17,9 16,4
16,8
18,0
19,2
15 - 24 anos 25 - 34 anos
dos Açores
2,0
Região Autónoma da Madeira
0,0 2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
Figura 1.5: Taxa de desemprego (%), por regiões NUTS II, 2000-2011
Nota: o valores são referentes ao 4º trimestre de cada ano (3º trimestre para 2011). Mercado Fonte: INE, Inquérito ao Emprego.
de trabalho
É nas faixas etárias mais jovens que a taxa de desemprego é maior, tendo atingido, 3º trimestre de 2011, 30% para os jovens com idades compreendidas entre os 15 e os 24 anos (Figura 1.6). Figura 1.6: Taxa de desemprego (%), por escalão etário,
2000-2011
35,00
Total
Taxa de desemprego (%)
30,00
30,0
15 - 24 anos
25,00 23,4 20,00 15,8
17,9
15,8
16,4
16,8
19,2
18,0
25 - 34 anos
15,00 13,4
35 - 44 anos
10,2
10,00 8,3
45 - 64 anos
5,00
0,00 2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
Nota: os valores são referentes ao 4º trimestre de cada ano (3º trimestre para 2011). Figura 1.6: Taxa de desemprego (%), por escalão etário, 2000-2011 Fonte: INE, Inquérito Emprego. Nota: osao valores são referentes ao 4º trimestre de cada ano (3º trimestre para 2011). Fonte: INE, Inquérito ao Emprego.
Não obstante a subida generalizada na taxa de desemprego observada entre 2000 e 2011, ser licenciado constitui (ainda) um ‘escudo’ contra ser licenciado constitui (ainda) um ‘escudo’ contra este fenómeno – é no grupo de este fenómeno – é no grupo de indivíduos com habilitações ao nível do ensino superior que a taxa de desemprego apresenta os valores mais baixos (Figura 1.7). Não obstante a subida generalizada na taxa de desemprego observada entre 2000 e 2011,
indivíduos com habilitações ao nível do 7ensino superior que a taxa de desemprego apresenta os valores mais baixos (Figura 1.7).
Figura 1.7: Taxa de desemprego (%), por escolaridade, 2000-2011
14,0 12,0 Total
10,0
9,4 8,1
8,0 7,2
6,6
6,0
7,7
Básico
7,8
6,7
5,8
5,6
4,0
7,2
Secundário e póssecundário
3,9 3,1 Superior
2,0 0,0 2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
Nota: os valores são referentes ao 4º trimestre de cada ano (3º trimestre para 2011); os Figura 1.7: Taxa de desemprego (%), por escolaridade, 2000-2011 valores para ensinoaobásico representam uma média simples das taxas debásico desemprego do Nota: os valores sãooreferentes 4º trimestre de cada ano (3º trimestre para 2011); os valores para o ensino representam uma média simples das taxas de desemprego do 1º, 2º e 3º ciclos. 1º, 2º e 3º ciclos. Fonte: INE, Inquérito ao Emprego. Fonte: INE, Inquérito ao Emprego.
Uma tendência relativamente preocupante em termos de desemprego no caso português é a
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de este se estar a tornar cada vez mais estrutural – o peso do desemprego de longa duração (duração igual ou superior a 12 meses) tem aumentado significativamente desde 2003, representando, em 2011, cerca de 52% do desemprego total.
8,1
8,0 7,2
6,6
6,0
6,7
5,8
5,6
4,0
Básico
7,8
7,7
7,2
Secundário e póssecundário
3,9
3,1 Fundamentos microeconómicos da macroeconomia Superior
2,0 0,0 2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
Uma tendência relativamente preocupante em termos de desemprego Figura 1.7: Taxa de desemprego (%), por escolaridade, 2000-2011 no caso português é a de este estar a tornar-se cada vez mais estrutural – o peso do desemprego de longa duração (duração igual ou superior Umaa tendência relativamente preocupante em termos de desemprego no caso represenportuguês é a 12 meses) tem aumentado significativamente desde 2003, de este se estar tornar cada vezde mais estrutural – o peso do desemprego de longa duração tando, ema 2011, cerca 52% do desemprego total. Nota: os valores são referentes ao 4º trimestre de cada ano (3º trimestre para 2011); os valores para o ensino básico representam uma média simples das taxas de desemprego do 1º, 2º e 3º ciclos. Fonte: INE, Inquérito ao Emprego.
(duração igual ou superior a 12 meses) tem aumentado significativamente desde 2003, representando, em 2011, cerca de 52% desemprego total. Figura 1.8: Distribuição dododesemprego por duração da procura
de emprego, 2000-2011
100% 90%
23,3
17,2
19,3
17,4
25 e mais meses
24,9
25,2
30,4
25,4
28,0
26,3
23,5
19,8
20,0
30,7
80% 19,1
70%
16,5
23,3
20,0
12 a 24 meses
21,9
60%
25,1
20,8
21,0
50%
7 a 11 meses
40% 30%
1 a 6 meses
20% 10% Menos de 1 mês
0% 2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2011
Nota: os valores são referentes ao 4º trimestre de cada ano (3º trimestre para 2011). Figura 1.8: Distribuição do desemprego por duração da procura de emprego, 2000-2011 Fonte: INE, Inquérito ao Emprego, vários anos. Nota: os valores são referentes ao 4º trimestre de cada ano (3º trimestre para 2011). Fonte: INE, Inquérito ao Emprego, vários anos.
Em termos de séries longas, poderemos referir que, após um período 8 (1953-1972) de taxas de desemprego de ‘pleno emprego’, isto é, abaixo dos 4%, no período seguinte, caraterizado por uma recessão mundial associada à crise do dólar, o fim do sistema de Bretton Woods e o primeiro choque do petróleo, registou-se um substancial aumento da taxa de desemprego. Este aumento foi, no caso português, exacerbado e sustentado ao longo da década de 70 e início da década de 80 pela Revolução de abril de 1974, pelo fim da guerra colonial e pelo regresso maciço de portugueses das ex-colónias, bem como pelo segundo choque de petróleo (1979-83). Mais recentemente, são vísiveis os efeitos do período de recessão que, no caso da economia portuguesa, se estendem a praticamente toda a década de 2000.
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Bretton Woods e o primeiro choque do petróleo, registou-se um substancial aumento da taxa de desemprego. Este aumento foi, no caso português, exacerbado e sustentado ao longo da década de 70 e início da década de 80 pela Revolução de abril de 1974, pelo fim da guerra colonial e pelo regresso massivo de portugueses das ex-colónias, bem como pelo Mercado de trabalho segundo choque de petróleo (1979-83). Mais recentemente, são vísiveis os efeitos do período de recessão que, no caso da economia Portuguesa, se estendem a praticamente toda a década de 2000.
Figura 1.9: Taxa de desemprego (%) 1953-2011 14,0%
12,0%
10,0%
8,0%
6,0%
4,0%
2,0%
1953 1954 1955 1956 1957 1958 1959 1960 1961 1962 1963 1964 1965 1966 1967 1968 1969 1970 1971 1972 1973 1974 1975 1976 1977 1978 1979 1980 1981 1982 1983 1984 1985 1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
0,0%
Nota: os valores são referentes médias entre 1953-1999 e ao 4º trimestre de cada ano Figuraa1.9: Taxaanuais de desemprego (%) 1953-2011 entre e 2010 (3º trimestre paraentre 2011). Nota:2000 os valores são referentes a médias anuais 1953-1999 e ao 4º trimestre de cada ano entre 2000 e 2010 (3º trimestre para 2011). Fonte: Séries Longas do Banco de Portugal (1953-1995); INE, Inquérito ao Emprego, 1999-2011. Fonte: Séries Longas do Banco de Portugal (1953-1995); INE, Inquérito ao Emprego, 1999-2011.
3 1.2. Procura e ofertaenooferta mercadono de trabalho 1.2. Procura mercado
de trabalho 3
1.2.1. Oferta de trabalho e trade-off consumo lazer
1.2.1. Oferta de trabalho e trade-off consumo lazer
Para estudar o mercado de trabalho é imperativo conhecer as decisões (microeconómicas)
Para estudar o mercado de trabalho é imperativo conhecer as decisões (microeconómicas) das famílias, que oferecem horas de trabalho no mercado, horas de trabalho. e das empresas, que procuram horas de trabalho.
das famílias, que oferecem horas de trabalho no mercado, e das empresas, que procuram
As famílias trabalham para que possam consumir (C); não obstante, parte do seu tempo disponível é destinado a atividades lúdicas, de lazer (l). AsNesta secção e subsequentes apresentamos uma súmula dos principais conceitos e mecanismos associados ao mercado de trabalho. Para análisesémais detalhadas do tema aconselhamosem a leitura de um sim, a oferta de trabalho vista comoe aprofundadas uma escolha (trade-off) termos dos seguintes manuais: Abel et al. (2008, Cap. 3), Blanchard (2005, Cap. 6) ou Burda e Wyplosz (2009; das preferências das famílias consumo lazer (Figura onde Cap.5). Aqui, seguimos de perto a estruturaentre e análise de conteúdose efetuada por Burda 1.10), e Wyplosz (2009),oo manual teórico recomendado na disciplina que lecionamos. custo de oportunidade do lazer é o salário real (w), medido em termos dos 9 bens de consumo. 3
3 - Nesta secção e subsequentes apresentamos uma súmula dos principais conceitos e mecanismos associados ao mercado de trabalho. Para análises mais detalhadas e aprofundadas do tema aconselhamos a leitura de um dos seguintes manuais: Abel et al. (2008, Cap. 3), Blanchard (2005, Cap. 6) ou Burda e Wyplosz (2009, Cap. 5). Aqui, seguimos de perto a estrutura e análise de conteúdos efetuada por Burda e Wyplosz (2009), o manual teórico recomendado na disciplina que lecionamos.
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As famílias trabalham para que possam consumir (C); não obstante, parte do seu tempo Fundamentos microeconómicos da macroeconomia
disponível é destinado a atividades lúdicas, de lazer (l). Assim, a oferta de trabalho é vista como uma escolha (trade-off) em termos das preferências das famílias entre consumo e lazer (Figura 1.10), onde o custo de oportunidade do lazer é o salário real (w), medido em Figura 1.10: Oferta de trabalho como uma escolha termos dos bens de consumo. entre consumo e lazer
A inclinação de cada curva de indiferença (CI) em cada ponto evidencia a Figura 1.10: Oferta de trabalho como uma escolha entre consumo e lazer prontidão com que o indivíduo substitui consumo por lazer, mantendo A inclinação de cada curva de de indiferença cada ponto a prontidão constante o seu nível utilidade(CI) ouem satisfação (ouevidencia seja, estando na com CI). Quanto mais consumo ele(a) estiver disposto(a) a sacrifique omesma indivíduo substitui consumo por lazer, mantendo constante o seu nível de utilidade car por uma unidade adicional de lazer, maior émais a taxa marginal ou satisfação (ou seja, estando na mesma CI). Quanto consumo ele(a)deestiver substituição (TMSCl) do consumo por lazer. disposto(a) a sacrificar por uma unidade adicional de lazer, maior é a taxa marginal de Quando devia ser:
substituição (TMSCl) do consumo por1.11: lazer. Escolha ótima Figura Consumo Consumo (C) (C) B B
Consumo Consumo ótimo ótimo(C*) (C*)
RR
(nível CICI (nível utilidade utilidade 1) 1) -w -w AA
00
l* l* Horas lazer lazer Horas ótimas (l*) (l*) ótimas
ll
Lazer (l) (l) Lazer
Horas Horastrabalho trabalho ótimas ótimas(L*) (L*)
A linha orçamental do tempo disponível para afetar a trabalho e lazer )” falta na parte final, a Figura 1.11: ótima - P. 29, 3º parágrafo, linha 17, naEscolha frase “(de tempo – total de horas disponíveis, é a linha negativamente inclinada AB (Figura 1.11). A distância hori-
- P. 29, 3º parágrafo, linha 19, na10frase “terem que igualar o tempo total disponível, ou seja, .” falta a p estar “terem que igualar o tempo 28total disponível, ou seja, l = l + L .”
-p. 29, a expressão matemática (1.1) deve ser wl = w + Cl e não
.
AURORA A. C. TEIXEIRA
VÍTOR MANUEL CARVALHO Professor da Faculdade de Economia do Porto (Universidade do Porto) e investigador do CEF. UP. Obteve a licenciatura (1994) e o doutoramento (2009) em Economia na Faculdade de Economia do Porto (Universidade do Porto). Leciona (ao nível da licenciatura e mestrado) nas áreas da Macroeconomia, Economia Monetária Internacional e Políticas Macroeconómicas. A sua investigação atual debruça-se sobre temáticas relacionadas com efeitos macroeconómicos da política orçamental e com a sustentabilidade das finanças públicas. É membro do Conselho Pedagógico da Faculdade de Economia da Universidade do Porto e coordena um projeto de apoio aos estudantes provenientes dos países africanos lusófonos.
2ª EDIÇÃO
FUNDAMENTOS MICROECONÓMICOS DA MACROECONOMIA
A capacidade de compreensão e análise dos fenómenos macroeconómicos é essencial não apenas para estudantes das mais variadas áreas, em especial os de Economia, Gestão e áreas afins, mas também para todos aqueles que estão interessados em perceber o funcionamento das economias na atualidade. ‘FUNDAMENTOS MICROECONÓMICOS DA MACROECONOMIA. Exercícios resolvidos e propostos’ apresenta uma síntese dos principais conteúdos da Macroeconomia moderna, detalhados e ilustrados com a evolução recente da economia portuguesa. Procurando guiar os leitores na aplicação de modelos teóricos à interpretação e resolução de problemas práticos, é ainda apresentado um conjunto vasto de exercícios resolvidos e propostos, abrangendo temas tão diversos como: mercado de trabalho, consumo, investimento, contas públicas, contas e competitividade externas e moeda e mercados financeiros. Este manual, apresentando-se como um complemento aos diversos manuais teóricos de Macroeconomia que existem no mercado, distingue-se de outros de caráter mais aplicado pela sua ênfase nos princípios microeconómicos da Macroeconomia.
ISBN 978-972-788-501-5
www.vidaeconomica.pt ISBN: 978-972-788-501-5 Visite-nos em livraria.vidaeconomica.pt
9 789727 885015
FUNDAMENTOS MICROECONÓMICOS DA MACROECONOMIA (2ª EDIÇÃO)
Professora da Faculdade de Economia da Universidade do Porto e investigadora do CEF.UP. Obteve a licenciatura (1994), o mestrado (1999) e o doutoramento (2005) em Economia na Faculdade de Economia do Porto (Universidade do Porto). Leciona (ao nível da licenciatura e doutoramento) na área da Macroeconomia. Os seus interesses de investigação centram-se nas temáticas de Reformas do Mercado do Trabalho e Política Monetária, Interações entre Políticas Monetária e Orçamental e Consolidação Orçamental. Tem um artigo publicado no Journal of Macroeconomics e é coautora do estudo de Avaliação do Acordo de Cooperação Cambial Cabo Verde – Portugal, GPEARI - Ministério das Finanças de Portugal (ed.) e de vários estudos sobre os impactos macroeconómicos de investimentos privados. Exerceu, desde 2005 a 2010, as funções de coordenadora do Gabinete de Apoio ao Aluno enquanto membro do Conselho Diretivo da Faculdade de Economia do Porto.
AURORA A. C. TEIXEIRA SANDRA TAVARES SILVA ANA PAULA RIBEIRO VÍTOR MANUEL CARVALHO
ANA PAULA RIBEIRO
AURORA A. C. TEIXEIRA SANDRA TAVARES SILVA ANA PAULA RIBEIRO VÍTOR MANUEL CARVALHO
FUNDAMENTOS MICROECONÓMICOS DA MACROECONOMIA 2ª EDIÇÃO
Exercícios resolvidos e propostos
Professora da Faculdade de Economia do Porto (Universidade do Porto) e investigadora do CEF.UP, INESC Porto, OBEGEF e UTEN (IC2, Texas Austin University). É doutorada pelo SPRU - Science and Technology Policy Research (Universidade de Sussex, R.U.) e agregada em Economia pela Faculdade de Economia do Porto (Universidade do Porto). Leciona nas áreas da Macroeconomia, Inovação e Metodologias de Investigação. É membro do Conselho Científico e do Agrupamento de Economia da Faculdade de Economia da Universidade do Porto. É (co)autora de diversos livros e artigos publicados em revistas científicas internacionais (e.g, Research Policy; Industrial and Corporate Change; Journal of Economic Interaction and Coordination, Journal of Evolutionary Economics; Structural Change and Economic Dynamics; Regional Studies; Ecological Economics; Portuguese Economic Journal; Scientometrics; Social Indicators Research; Higher Education; Journal of Academic Ethics). No âmbito da sua carreira científica obteve duas bolsas concedidas pela Fundação para a Ciência e Tecnologia e dois prémios, o 1º Prémio Foreign Direct Investment API-Universidade de Coimbra (2006), e o Prémio Conselho Económico e Social (1999).
SANDRA TAVARES SILVA Professora da Faculdade de Economia da Universidade do Porto e investigadora do CEF.UP. Obteve a licenciatura (1995), o mestrado (2000) e o doutoramento (2006) em Economia na Faculdade de Economia do Porto (Universidade do Porto). Leciona (ao nível da licenciatura, mestrado e doutoramento) nas áreas da Macroeconomia e de Metodologias de Investigação. Os seus interesses de investigação centram-se nas temáticas do Crescimento Económico e Inovação, Mercado de Trabalho, e Evolucionismo. Tem artigos publicados no Journal of Evolutionary Economics, Journal of Economic Interaction and Coordination, Evolutionary and Institutional Economics Review e no Organisational Transformation and Social Change. É coautora de dois capítulos do livro Compêndio de Economia Regional, Volume I - teoria, temáticas e políticas (Princípia, 2009) e (co) organizadora do livro O que sabemos sobre a pobreza em Portugal? (Vida Económica, 2010). É membro do Conselho Pedagógico, da Comissão Científica do Programa de Doutoramento em Economia, da Comissão Científica do Mestrado em Economia e Gestão da Inovação e da Comissão Científica e da Comissão de Acompanhamento da Licenciatura em Economia da Faculdade de Economia da Universidade do Porto.