Teresa em êxtase - Aymmar Rodriguéz

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Teresa em êxtase Teresa em êxtase

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Vida

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Teresa em êxtase | palavras ao tempo

Aymmar Rodriguéz

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© Raimundo de Moraes, 2016 Edição comemorativa: 30 anos; desde 1986 Aymmar se publica. Coleção | palavras ao tempo Edição, capa e projeto gráfico João Gomes Imagem de capa == Dados do e-book Teresa em êxtase, Aymmar Rodriguéz. 12 páginas. ISBN — Pendente. I. Poesia brasileira.

O texto pode ser reproduzido, desde que mencionada sua autoria. Contatos e mais edições issuu.com/vidasecreta vidasecreta.weebly.com vidasecretacontato@gmail.com


Esta divina prisión del amor con que yo vivo hecho a Dios mi cautivo y libre mi corazón. Teresa Sanches de Cepeda y Ahumada

O poema a seguir recebeu o Prêmio Off-Flip 2008, Paraty, RJ. Categoria Poesia Nacional-Internacional. Foi também publicado originalmente em Tríade, de Raimundo de Moraes.


I O meu Cristo grita palavrĂľes e quando me fode eclodem aleluias Lambo como hiena seu corpo de chagas Mostro a lĂ­ngua como naja Ardo

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II Já não penso em São Miguel e sua espada de ouro Adoro, quero espadas púrpuras latejantes Beijo seus caminhos de veias Espadas atravessando-me Espadas Atravessando-me por cima e por baixo Façam-me bainha e cloaca Retalhem-me como rês no abate

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III A boca abro também em súplicas: faça entrar em mim tudo o que desejo Marque a pele As pernas abro para qualquer motivo: suspendo-as no ar seguro pelos joelhos apoio nas paredes É meu sagrado templo que desvendo para meu Amado Esposo

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IV É a arena e seus covis? São mulheres com que cantam carregando seus potes de barro? Ou minha loucura aplaudindo o deus vivo? Quebrei unhas em seu dorso bebi suor Seu cheiro é igual ao dos mercadores e dos jardineiros do pátio Levito, caem os panos Na cruz, Ele se ergue nu Circuncidado de promessas — como é longa a fé que me consome agora!

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V Que natureza é essa? É de carne e de vontade Vou jejuar do sonho e arrotar a polidez Mãos procuram o úmido entre as pernas Estou de quatro, quero ganir : en la celda sofocada ofereço cu e alma para santos castos Salvarei a todos com sincero clamor Foda foda foda estremecem os cílios quando oro em êxtase

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VI Ganimedes não teve melhor sorte: em minha ceia apalpo colhões de arcanjos e apóstolos Brindo vinagre ao mundo Santa!, gemem os homens famintos Mostro os seios com orgulho delirando em fezes e pêssegos Está liberta!, grita enfim o Redentor Façam fila!, ordeno Grande banquete de picas para a matrona de Ávila Oremos

Aymmar Rodriguéz é um dos três heterônimos do jornalista e publicitário Raimundo de Moraes. Além de Atirem a pedra (em Tríade), publicou Baba de Moço e Pornópolis. Com Alma Hening, está em Coesia. Mora no Recife/PE.

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O meu Cristo grita palavrões e quando me fode eclodem aleluias Lambo como hiena seu corpo de chagas Mostro a língua como naja Ardo

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