TFG I - CONEXÃO ORLA E CIDADE

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CONEXÃO ORLA EE CIDADE CIDADE CONEXÃO ORLA



UNIVERSIDADE SÃO JUDAS ARQUITETURA E URBANISMO

VITOR MARTINS GARCIA CONEXÃO ORLA E CIDADE: “UM COMPLEXO MULTIFUNCIONAL COMO REQUALIFICAÇÃO DA REPRESA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ DO RIO PRETO.”

SÃO PAULO - SP MARÇO / 2021


UNIVERSIDADE SÃO JUDAS ARQUITETURA E URBANISMO

VITOR MARTINS GARCIA CONEXÃO ORLA E CIDADE: “UM COMPLEXO MULTIFUNCIONAL COMO REQUALIFICAÇÃO DA REPRESA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ DO RIO PRETO.” Trabalho Final de Graduação (TFG) apresentado como requisito parcial para a obtenção do título de bacharel em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade São Judas. Orientadora: Adriana Prado Belleza.

SÃO PAULO - SP MARÇO / 2021


Dedico e agradeço, Aos meus pais, Izabel e João. Não só por tornarem meu processo de graduação possível, mas pelo amor, pela vida e pelas oportunidades que me trouxeram até aqui. Aos meus avós, Domingos e Tereza, por se fazerem presentes ao longo de todo esse ciclo. A minha tia, Assunta, por me acolher em meio às transformações da vida. Por fim, agradeço à minha professora e orientadora Adriana Belleza, por ter aceito meu convite e ter me guiado nessa caminhada. A ela deixo um forte abraço e meu sincero obrigado!.


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RESUMO O presente trabalho final de graduação, tem por objetivo analisar as problemáticas existentes a cerca de um “vazio urbano” identificado na cidade de São José do Rio Preto, noroeste paulista. Em especial, as particularidades que correspondem às margens da Represa Municipal, onde a área de intervenção está localizada. O desenvolvimento de uma breve análise histórica, permitiu identificar os entraves referentes à condição de vazio urbano desse lote, assim como a sua importância histórica dentro do cenário da economia cafeeira e do desenvolvimento urbano da cidade. Elementos que servirão de base para o resgate da cultura e da história dessa região. A escolha da região de estudo, carrega em si um sentimento particular para o autor, de afeto e familiaridade com a cidade. Que ao identificar uma oportunidade em meio a uma malha urbana já consolidada, se sentiu estimulado a propor um novo equipamento para a cidade, que dentro das possibilidades do desenho arquitetônico, pudesse se adaptar às transformações urbanas atuais e futuras. Além de proporcionar qualidade espacial para cidade, o novo equipamento se apega a conceito de requalificação urbana em áreas subutilizadas, para a proposição de espaço de lazer, capaz de alavancar o desenvolvimento econômico da região e desencadear um processo de novas intervenções, que fomentem essa requalificação e estimulem a ocupação da orla da Represa Municipal. Ao fim desse processo, será apresentado a proposta de um complexo multifuncional, que tem como objetivo principal abranger as diversas camadas da população rio-pretense, integrando-as em um espaço totalmente novo e repleto de novas possibilidades e relações. Um equipamento público e dinâmico, que explora todo o potencial econômico e ativador da vida urbana ao redor da Represa Municipal de São José do Rio Preto. Por muitos anos adormecido, devido a manutenção do “vazio urbano”, tanto na sua forma, como em sua função. Palavras-chave: Vazio Urbano; Subutilizado; Requalificação; Economia Cafeeira; Multifuncional; Conexão.


SUMÁRIO7


SUMÁRIO

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1.1 - Tema

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INTRODUÇÃO

CONTEXTUAIZAÇÃO

LEVANTAMENTOS: A CIDADE E O PLANO DIRETOR

DIAGNÓSTICO

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pg. 15

pg. 29

pg. 36

2.1 - “ Vazios Urbanos” como objetos de estudo. 2.2 - O vazio ao longo dos anos. 2.3 - O entorno e as problemáticas. 2.4 - As possibilidades de Intervenção.

3.1 - A Represa Municipal 3.2 - O Plano Diretor e o uso do solo.


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REFERÊNCIAS DE PROJETO

A PROPOSTA: CONEXÃO ORLA E CIDADE

CONCLUSÃO

pg. 38

pg. 42

pg. 70

5.1 - Concurso Nacional - Centro Cultural de Eventos e Exposições em Cabo frio, Rio de Janeiro - Estudo 41. 5.2 - Concurso Nacional - Centro Cultural de Eventos e Exposições em Cabo frio, Rio de Janeiro - ArqBR. 5.3 - Estação das Docas, Belém-PA - Paulo Chaves Fernandes e Rosário Lima. 5.4 - Puerto Madero, Buenos Aires-Argentina

6.1 - A proposta. Volumetria O Partido Fluxos e Visuais Croquis 6.2 - Programa de Necessidades 6.3 - Projeto Arquitetônico.

7.1 - Referências bibliográficas


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Figura 01: Diagrama autoral. Localização do município de São José do Rio Preto em relação ao Brasil e ao estado de São Paulo, com a demarcação da mancha urbana do município.


INTRODUÇÃO11

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1 | INTRODUÇÃO

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O acelerado processo de urbanização experimentado pelas cidades brasileiras, aliado à falta de planejamento urbano, propiciou o surgimento de “vazios urbanos” em meio a estruturas fundiárias já consolidadas. Esses vazios, se concentram em grande maioria em áreas que por muitos anos foram produtoras significativas de capital para a cidade, como as antigas áreas industriais, as zonas ferroviárias, rodoviárias e portuárias, que atualmente se encontram subutilizadas, demolidas, desocupadas ou abandonadas.

pal de São José do Rio Preto e que se encontra nessa condição desde meados de 1983, quando ainda abrigava os antigos galpões de “Máquinas agrícolas Fortuna”, pertencentes a Cooperativa de Cafeicultores da Alta Araraquarense (Cafealta). Empresa que por muitos anos liderou o comércio agrícola na região de Rio Preto, mas que devido à má gestão administrativa, entrou em decadência no início de 1990, tendo seus bens hipotecados ou penhorados, após sua falência. (CAFEALTA DEVE R$ 40 MILHÕES, 2003).

Entretanto, a compreensão dos “vazios urbanos” não deve se restringir apenas a falta de diretrizes de desenvolvimento urbano, mas também, a existência de diversos atores dentro da produção do espaço urbano, avaliando para tal, questões econômicas, históricas e quais os interesses que os movem. Neste trabalho, serão classificados como “vazios duradouros” os espaços que se encontram nessa condição, devido a disputas judiciais, ambientais, históricas e de patrimônio e não diretamente associados a ineficácia ou inaplicabilidade das diretrizes de desenvolvimento urbano existentes. Nesse processo, extremamente contraditório, o vazio é naturalizado. E assim, a cidade se desenvolve e se consolida, sem qualquer relação com esses espaços, condicionando-os a uma situação de desuso permanente, que necessita ser questionada e tratada. Como uma ferida, que precisa ser curada. O “vazio duradouro” em questão, corresponde a um espaço identificado as margens da Represa Munici-

A análise de dados fornecidos pela Prefeitura Municipal, assim como coletas de fotos históricas e o levantamento de campo, possibilitou a elaboração de um diagnóstico mais sólido sobre as problemáticas existentes na região, assim como o entendimento das relações históricas do terreno e as potencialidades que poderiam ser exploradas através do projeto arquitetônico. Como referência, foram analisados diversos projetos e concursos de arquitetura nacionais e internacionais, como: O 1° e 2° premiado no Concurso Nacional de Arquitetura para o Centro Cultural, de Eventos e Exposições de Cabo Frio, no Rio de Janeiro. Além de se embasar em teses que tiveram como base de pesquisa a requalificação de áreas portuárias e orlas, como por exemplo: Puerto Madero, na Argentina e a Estação das Docas em Belém do Pará, que recuperam áreas degradadas e as integram novamente com a cidade.

Figura 02:

Figura 02: Ortofoto Google Earth. (Acesso: 20 març. 2021) Ortofoto destacando o município de São José do Rio Preto em relação aos demais municípios envoltórios. Reforça a sua posição como centralidade, como a maior cidade da região. Figura 03: Ortofoto Google Earth. (Acesso: 23 març. 2021) Ortofoto da malha urbana do Município de São José do Rio Preto e a demarcação da Represa Municipal, localizada próxima a área de intervenção.


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REPRESA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ DO RIO PRETO

Figura 03:


1.1 | TEMA

Figura 04:

Figura 05: Figura 04: Represa Municpal de São José do Rio Preto, com vista para a passarela de madeira. Foto: Evandro Rocha / IHGGSJRP. Figura 05: Ortofoto Google Earth. (Acesso: 23 març. 2021) Ortofoto do vazio urbano as margens da Represa Municipal de São José do Rio Preto. Área de intervenção. ¹Shopping Azul: Anteriormente ocupavam a praça matriz da cidade com inumeras barracas de camelôs em lona azul. Tendo recebido esse nome somente após a sua realocação, no 2° andar do Terinal Rodoviário. Local onde permanceram até o incêndio de 2020.

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A possibilidade de intervenção em um terreno vazio e em uma região tão importante e simbólica para a cidade, como as margens da Represa Municipal (cartão-postal), possibilita assim como um papel em branco, a criação e uma espaço totalmente novo e de uma nova dinâmica urbana para a cidade, que será estimulada através da implementação de um novo equipamento público, o Complexo Multifuncional. Dotado de atividades culturais, ambientais, econômicas e de lazer, que além de estimular a apropriação da orla da Represa Municipal, através de um píer, amplas calçadas, espaços de permanência e de contemplação, irá auxiliar na consolidação de uma relação mais íntima e integrada entre orla e cidade. O desenvolvimento do programa arquitetônico respaldou-se não só na necessidade de se criar espaços de arte, cultura e lazer identificados como carências na região e na cidade, mas também na análise de quais atividades de um programa arquitetônico se fazem fundamentais para o desencadeamento do processo de requalificação urbana, esperado para esta área da cidade. Assim, se configuraram como elementos fundamentais, a promoção de áreas comerciais no micro e macro escala, sendo desde pequenas lojas de roupas a empreendimentos maiores, como redes de cafés, restaurantes e coworkings, que são naturalmente atrativos de pessoas e que serão beneficiados economicamente pelo fácil acesso aos principais modais de transporte.

O complexo multifuncional terá ainda como premissa fundamental, integrar-se aos principais equipamentos do entorno, promovendo atividades econômicas, sociais, culturais e ambientais, não abrangidas por esses edifícios. Possibilitando que o novo equipamento se integre a cidade, de maneira harmônica e menos imponente. A fim de complementar as atividades, usos e relações, identificados motores desse processo de requalificação. Vislumbrando ainda, a possiblidade de integração de uma ampla praça de chegada a eventuais feiras do “shopping azul” ¹, feiras de artesanato, culinária, shows e eventos de fim de ano. O programa arquitetônico pensado para o edifício irá abranger além das mencionadas, um espaço dedicado a atividades institucionais e as boas práticas ambientais, em prol do desenvolvimento de uma sociedade mais sustentável e consciente da importância da Represa Municipal para a cidade ao seu redor. Desse modo, configura-se a pluralidade de funções pensada para esse equipamento, que tem como meta atingir públicos diversos com seu programa arquitetônico variado, seja através da promoção de cursos profissionalizantes, de práticas de educação ambiental, a eventos de médio e grande porte ao redor da orla da Represa Municipal, que juntos, deverão ser capazes de estimular a captação de novos consumidores e usuários para esse espaço, consolidando o conceito de multifuncionalidade proposto para o edifício.


CONTEXTUALIZAÇÃO15

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2 | CONTEXTUALIZAÇÃO O município de São José do Rio Preto, conta com cerca de 408.258 habitantes (IBGE, 2010) e está localizado a 440.0 km a noroeste do estado de São Paulo, na convergência de duas grandes rodovias, como a Rodovia Washington Luís (SP-310) e a Rodovia Transbrasiliana (BR-153), que além de serem importantes vias de locomoção e de transporte de carga dentro do município, permitem ligações importantes entre Araraquara, São Carlos, Campinas e a conexão com as rodovias Anhanguera e Bandeirantes, que viabilizam o transporte de mercadorias e o deslocamento de pessoas entre o interior e a capital do estado de São Paulo, como verificado pelo Sindicato dos Empregados em Turismo e Hospitalidade (SETH,2021). Além de contribuir para consolidar a sua posição como centralidade em relação aos demais municípios e um dos principais polos industriais, culturais, educacionais e de serviços do interior de São Paulo, segundo dados obtidos pelo site oficial da Prefeitura Municipal de São José do Rio Preto.

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as primeiras ocupações às margens dos rios Canela e Borá, afluentes do Rio Preto e que atualmente se encontram canalizados, respectivamente sob a Avenida Alberto Andaló e Avenida Bady Bassitt.

EIXOS DE ESTRUTURAÇÃO DO MUNICÍPIO

A origem do nome da cidade só foi consolidada após a sua emancipação do município de Jaboticabal, por volta de 1894. Sendo nomeado São José do Rio Preto, devido à união do nome do padroeiro da cidade, o santo São José e o do principal rio que a corta, o Rio preto, segundo dados da prefeitura Municipal. (“História de São José do Rio Preto,” 2021).

Até meados de 1840 o desenvolvimento urbano da cidade não havia sido significativo, sendo somente impulsionado após a chegada da Estrada de Ferro Araraquarense (EFA) por volta de 1912, período no qual a cidade se expandiu significativamente e experimentou o seu primeiro processo de crescimento econômico, urbanização e modernização de maneira bastante acelerada. Elementos que contribuSeu desenvolvimento teve início por volta de 1840, íram para a consolidação do café, como sua princidecorrente da chegada dos primeiros migrantes mi- pal atividade econômica, seguidos do algodão e da neiros, que deram início ao seu desbravamento, ocu- cana-de-açúcar. A ferrovia possibilitou, assim como pação e exploração agrícola. Processo que segundo a exploração agrícola que a cidade assumisse uma Brandi (2002, p. 28), se deu devido à queda da ex- importante posição de polo comercial em relação ploração aurífera em Minas Gerais e que foi o ponto aos municípios vizinhos, resultando em uma condide partida para migração de muitas famílias oriun- ção de centralidade que persiste até os dias de hoje. das daquele estado, rumo ao noroeste paulista. Po- (FRANCISCO, 2011). pulação que em busca de terras férteis e baratas se estabeleceram no território que hoje corresponde Porém, com a decadência da economia cafeeira, ao município de São José do Rio Preto e deram início houve o surgimento de novos empreendimentos,

Figura 06

LEGENDA: Área urbanizada

Rotatórias Rodoanel

área de Intervenção

Avenidas

Hidrografia

Rodovias

Rotatórias Rodoanel

Ferrovia

Vias do Rodoanel

Limite do Município


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novas vias e modernização dos meios de transportes, que condicionaram o transporte ferroviário a caráter obsoleto e não integrado à cidade. Constituindo uma barreira urbana para o desenvolvimento de novos empreendimentos próximos a esse eixo de estruturação, além de condicionar antigos lotes e edificações utilizados durante a economia cafeeira, a uma situação de abandono e sub uso. No entanto, embora haja uma distinção clara entre passado e futuro, é de responsabilidade do poder público elaborar medidas que ressignifiquem a maneira com que a cidade vê a sua história, não devendo querer mitigá-la, mas integrá-la ao convívio social e urbano.

MAPA DE EXPANSÃO URBANA

Figura 07

LEGENDA: A partir de 1850

A partir de 1960

A partir de 1890

A partir de 1970

A partir de 1900

A partir de 1980

A partir de 1920 a 1940

A partir de 1980

A partir de 1950

Até hoje

A ferrovia que ainda permanece ativa, corta o centro da cidade em diversos momentos do dia, sendo necessário a interrupção do trânsito até passagem completa de todos os vagões, devido a existência de cruzamentos em nível. Um plano do município desenvolvido durante a gestão do atual prefeito de São José do Rio Preto, Edinho Araújo (MDB), visa desenvolver um novo contorno ferroviário fora do perímetro urbano, reservando os antigos trilhos para a futura implementação do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) intermunicipal, que integraria as cidades de Rio Preto, Mirassol e Cedral, com base no traçado existente.

Atualmente, há uma proposta de projeto apresentada durante a gestão do Prefeito de São José do Rio Preto, Edinho Araújo (MDB), para o desenvolvimento de um novo traçado ferroviário, que permitiria a livre circulação do transporte de carga fora do perímetro urbano. Nesse projeto, ocorreria também a preservação do traçado original da ferrovia e a implementação de um novo modal de transporte, o Veículo Leve Sobre Trilho (VLT) intermunicipal, que integraria as cidades de Rio Preto, Mirassol e Cedral. Além de utilizar o antigo traçado ferroviário, como rota turística do “trem caipira”, entre as antigas estações ferroviárias de Rio Preto e do distrito de Schmitt. (DIÁRIO DA REGIÃO, 2017).

A possibilidade de conexão entre os vários modais de transporte, será abordada neste trabalho como elemento fundamental para a implementação do complexo multifuncional. Principalmente, pelo fato de que a ferrovia está localizada em uma área extremamente importante e próxima da área de intervenção. Que além de possuir um indiscutível caráter paisagístico, por estar localizada às margens do Parque da Represa Municipal, possibilita também, a criação de diversos pontos de conexões e o desenvolvimento de um circuito cultural ao longo das margens da Represa Municipal e do leito do Rio Preto. Devido especialmente, à existência de equi-

Figura 06: Diagrama autoral, desenvolvido sobre mapa da Prefeitural Municipal de São José do Rio Preto, obitido pelo SIG Rio Preto. Acesso<24 mar. 2021> O mapa demarca os principais eixos de estruturação do município, como rodovias, ferrovia, aeroportos e hidrografia presente na malha urbana da cidade.

Figura 07: Diagrama autoral, desenvolvido sobre mapa de Francisco José Vigeta Castilho, obtido através da dissertação de mestrado “ABORDAGEM GEOGRÁFICA DO CLIMA URBANO E DAS ENFERMIDADES EM SÃO JOSÉ DO RIO PRETO/SP”, da Universidade Estadual Paulista (2006).


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pamentos como o Teatro Municipal Paulo Moura, o Teatro Sesi, a Biblioteca Municipal, o Palestra Esporte Clube, o Hospital Dia, a pista de corrida da Av. Philadelpho Gouveia Neto e o Sesi Yolanda C. Bassitt. Atualmente, São José do Rio Preto conta com cerca de 96 municípios envoltórios, que juntos configuram a 8° Região Administrativa (RA) do estado de São Paulo, a qual a cidade pertence e se destaca por ser a mais populosa e também, sede da RA. Exerce grande influência econômica em relação aos municípios e estados vizinhos, como Minas Gerais e Mato Grosso do Sul, além de influenciar e ser influenciada por aproximadamente 2 milhões de pessoas, segundo uma estimativa desenvolvida pela Assembleia Legislativa de São José do Rio Preto. Sendo considerada uma das mais desenvolvidas do país, com um índice de desenvolvimento humano (IDH) de 0,797, medido pelas condições de saúde, educação, sustentabilidade e longevidade dentro município, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE,2010). Além de ter sido classificada como a 3° melhor cidade do país para se viver, de acordo com dados do Índice de Desafios da Gestão Municipal (IDGM, 2021), que medem questões de segurança, educação, saúde e saneamento. Sua economia, como dito anteriormente esteve por vários anos ligada ao café, especialmente após a chegada da Estação Ferroviária Araraquara (EFA), por volta de 1921, que possibilitou a irradiação dos produtos oriundos da capital para diversas cidades no interior, em especial, o café, a cana-de-açúcar e

o algodão. Mas atualmente a sua economia é cada vez mais diversificada e menos rural. Segundo dados apresentados na 34° Conjuntura Econômica de São José do Rio Preto, a economia do município é de: 24% prestação de serviços, 20% comércio de mercadorias, 16% indústria de transformação, e apenas 3% corresponde à agropecuária, pesca e outros. Já levando em conta os números de seu Produto Interno Bruto, a cidade conta com R$ 15.735.652,06 mil, o que a torna a 61° cidade no contexto brasileiro com maior PIB, segundo dados do Produto Interno Bruto dos Municípios (IBGE,2016). Devido ao fato de o município ser uma das principais cidades de médio/grande porte distantes da capital Paulista, fazendo com que Rio Preto se destaque cada vez mais na região noroeste Paulista, na divisa com Minas Gerais e Mato Grosso do Sul, por ser o maior município nesta região. Além da economia e da alta taxa de urbanização, a cidade se destaca pelo alto índice de PIB per Capita de R$35.230,47 e seu Índice de Desenvolvimento Humano, que se destaca dos padrões nacionais, ultrapassando países como; Uruguai, Bulgária e Romênia, segundo o ranking IDH global 2014, desenvolvido pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). Seus dados socioeconômicos demonstram também, que a maioria das famílias rio-pretenses, recebem de 2 a 5 salários mínimos por domicílio (52.390) e o segundo maior índice são as famílias que recebem de 5 a 10 salários

mínimos (31.193), que demonstram um progressivo equilíbrio na distribuição de rendas, se comparados com dados anteriores ao Censo Demográfico (IBGE,2010). Segundo o índice Índice Firjan de Desenvolvimento Municipal (IFDM) em 2018, Rio Preto teve o décimo quarto maior índice de desenvolvimento humano do Brasil (0.8753 Muito Alto). No campo da saúde, a cidade ficou com um índice ainda maior, de 0.9526. O mesmo Índice já classificou a cidade muitas vezes como uma das 5 cidades mais desenvolvidas do Brasil, como em 2014 quando a cidade figurou na liderança do índice. Seu sistema educacional também é um destaque em sua região administrativa e estadual. Com várias faculdades privadas e instituições de ensino públicas, como a Faculdade de Medicina de Rio Preto (FAMERP), o Instituto de Biociências, Letras e Ciências Exatas UNESP e a FATEC. Já no que diz respeito ao sistema educacional do ensino básico ao médio, a cidade possui atualmente um excelente índice de escolarização entre 6 e 14 anos, que corresponde a uma taxa de 98%. Além de uma significativa evolução na nota do IDEB, entre alunos da 4° série/5° ano, que em 2005 alcançaram 5,2 e em 2019 uma média de 6,9 pontos para alunos de escolas públicas. Podendo ser identificado também um aumento no índice de aprendizado entre alunos da 8°serie/9° ano no mesmo período, passando de 3,3 a 5,1 segundo dados do no Índice de Desenvolvimento da


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Educação Básica (IDEB). Tratando dos aspectos urbanos, ecologia e saneamento básico, São José do Rio Preto conta com 99% das pessoas abastecidas pelo sistema de água (SEMAE 2018), 99% abastecidas com sistema de esgoto e saneamento básico (SAMAE 2018), um sistema eficiente de coleta seletiva, limpeza e manutenção urbana. Nos aspectos relacionados ao tratamento de esgoto e água tratada, Rio Preto situa-se na sétima posição nacional, segundo Instituto Trata Brasil (2019). Além disso, o município recebeu o primeiro lugar no Programa Município Verde Azul (PMVA 2018), com a melhor gestão ambiental dos municípios do estado de São Paulo.

Figura 08: Figura 08: Ortofoto Google Earth. (Acesso: 23 març. 2021) Ortofoto daregião central do município de são josé do rio preto mostrando os principais elementos do entorno, como o viaduto Abreu Sodré, o Complexo esportivo do SESI, o Complexo Swift de Educação e Cultura, a área de intervenção e o Terminal Urbano.


2.1 | “Vazios Urbanos” como objeto de estudo. A utilização do termo “Vazios Urbanos” para a denominação de espaços que se encontram inutilizados, subutilizados ou em desuso em meio a uma malha urbana já consolidada é essencial para identificação e compreensão desses espaços como algo contraditório e nocivo para as relações sociais e o desenvolvimento urbano sustentável. Uma vez que, estando vazios e sem uso definido, se tornam propensos a utilização para o descarte de lixo irregular e ocupação por habitações informais. Resultando em um cenário de desigualdade social e na proliferação de animais e insetos geradores de doenças.

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determinado local, é comum nos depararmos com vários terrenos sem ocupação e até mesmo várias construções fechadas ou inutilizadas. Chegamos até a pensar que esses espaços inutilizados são características inerentes às cidades, sejam elas interioranas ou grandes capitais do país. Mas, não são! Com o passar dos anos os “vazios urbanos” se tornaram uma característica das cidades. Por quê? Basicamente, especulação imobiliária e ausência de um bom planejamento urbano.” (ARTIJA, 2020).

da expansão do plantio agrícola no noroeste paulista, que catalisou o processo de chegada de novos migrantes, impulsionando o crescimento populacional de São José do Rio Preto entre os anos de 1956 e 1976, segundo Francisco (2011). Após liderar o comércio agrícola por mais de 30 anos, a empresa entrou em declínio devido à má administração de seus recursos, fechando suas portas por volta de 1990, com uma dívida de aproximadamente 40 milhões de reais, segundo dados do Diário da Região (2003). Processo que aliado a penhora de seus bens, Nesse trabalho, a análise do vazio urbano identifi- a falência e ao abandono dos antigos galpões agrícado às margens da Represa Municipal, será pau- colas, resultou na demolição dos antigos edifícios e tada na compreensão do contexto histórico e dos na configuração do vazio urbano, visto aqui como condicionantes existentes para a configuração des- objeto de estudo. (ver figura 09) se espaço como um terreno sem uso na região central de São José do Rio Preto. Sendo aqui denominado, como “vazio duradouro”, devido a existência de questões históricas e judiciais, que colaboraram para a perpetuação da situação de vazio urbano e a sua permanência nessa condição até os dias de hoje. O terreno teve grande importância durante a economia cafeeira na região, principalmente por abrigar os antigos galpões de “Máquinas Agrícolas Fortuna”, pertencentes a Cooperativa de Cafeicultores da Alta Araraquarense (Cafealta).

Assim, a manutenção desses espaços vazios se torna evidentemente contraditória, tendo em vista que existe uma demanda social expressiva por áreas de lazer, cultura, serviços e habitação. Não deve, portanto, ser enxergada como um processo natural da paisagem e do desenvolvimento urbano, mas como uma consequência da ausência e da falta de aplicabilidade de diretrizes urbanísticas previstas no Plano Diretor, cujo o papel principal deveria ser a atribuição de uma função social à propriedade urbana, dentro de uma perspectiva social, econômica e ambiental, efetivando, de fato, esse mecanismo como ordenador do espaço urbano, para que assim, a cidade também seja capaz de exercer o seu papel social, como verifica como verifica Conti, Faria e Ti- A empresa foi fundada em 1956 e por muitos anos móteo (2014). liderou o comércio agrícola na região, segundo Cury (2021), estimulando o desenvolvimento urbano de “Todos os dias quando saímos pelos nossos bairros, São José do Rio Preto e dos municípios lindeiros. Foi seja para uma simples caminhada ou para ir até um importante na geração de novos empregos, através

Figura 09

Figura 09: Imagem do Viaduto Abreu Sodré, com destaque para a área ocupada pelos antigos galpões de “Máquinas Agrícolas Fortuna”, pertencentes a Cooperativa de Cafeicultores da Alta Araraquarense (Cafealta) e que atualmente corresponde ao “Vazio urbano” tido como objeto de estudo. Fonte: Prefeitura Municipal


2.2 | o vazio ao longo dos anos

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Figura 10

1971

Figura 11

1983

Figura 12

1998

Figura 13

2002

Figura 14

2006

Figura 15

2015

Figura 16

2018

Figura 17

2021

Figuras 10,11,12,13,14,15 e 16: Conjunto de ortofotos de 1971 a 2018 obitidas pelo “Mapa Digital da Evolução do Município de São José do Rio Preto”, disponível no sitema de geoprocessamento da Prefeitura Municipal de São José do Rio Preto. (Acesso: 03 març. 2021) < https://sig.riopreto.sp.gov.br/portal/apps/sites/#/sigriopreto>

Figuras 17: Ortofoto Google Earth (2021). (Acesso: 03 març. 2021) Ortofoto do vazio urbano as margens da Represa Municipal de São José do Rio Preto, mostrando a sua situação atual, após o término das obras do novo terminal de onibus da cidade, não sendo mis utilizado como canteiro de obras da Prefeitura Municipal.


2.3 | O entorno e as problemáticas. O terreno está localizado paralelamente entre a Av. Duque de Caxias e a Represa Municipal de São José do Rio Preto, além de fazer divisa com o Viaduto Abreu Sodré e o Clube do Lago em cada extremidade do lote. A área de estudo, como já apresentado, se caracteriza pela ausência de edificações e usos no interior do lote, tendo sido utilizado como canteiro de obras durante a execução do novo terminal de ônibus, como confirmado pela Prefeitura Municipal de São José do Rio Peto. Processo no qual, houve a deposição de lixos, terra e outros resíduos da obra diretamente sobre o terreno, conformando um talude com altura variável de 1 a 3 metros de altura. (ver figura 18).

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butilizada e alguns galpões que pertenceram a Cooperativa de Cafeicultores da Alta Araraquarense e que hoje se encontram ocupados por uma loja de produtos agrícolas (AgroMonte) e um supermercado (Proença), aos fundos da área de intervenção.

Por fim, embora a cidade possua uma importante tradição cultural ligada às feiras agropecuárias, feiras de artesanato, eventos de música, esporte e teatro, como por exemplo, o Festival Internacional de Teatro (FIT), o festival de MPB e a Expo Rio Preto, o município não explora todo o potencial econômico e ativador da vida urbana ao redor da Represa Municipal. Os eventos de pequeno e grande porte são realizados no Recinto de Exposições “Alberto Em seu entorno imediato existem equipamentos Bertelli Lucatto”, em shoppings e teatros existentes, significativos, como o Terminal Urbano, a Rodoviá- em detrimento da criação de novas áreas culturais ria, o Complexo Swift de Educação e Cultura, o Te- e capacitadas para a realização de inúmeros evenatro Paulo Moura, o Centro Comercial (calçadão), o tos às margens da represa, no intuito de propiciar Serviço Social da Indústria (SESI), a Biblioteca Muni- uma nova dinâmica urbana e não somente priorizácipal e o Rio Preto Automóvel Esporte Clube. Além -la para a realização de atividades cotidianas e Réestar próximo aos principais eixos de estruturação veillon. da cidade, como a Ferrovia, a Rodovia Washington Luís (SP-310), a Rodovia Transbrasiliana (BR-153) e Dentre as problemáticas identificadas, a subutilias Avenidas Alberto Andaló e Avenida Bady Bassitt, zação do lote e das vias lindeiras, se caracterizam que atualmente estão localizadas respectivamente como a principal dinâmica a ser enfrentada. Princisobre os córregos canalizados, Canela e Borá. A área palmente, pelas vias possuírem baixa intensidade de estudo apresenta ainda, alguns edifícios históri- de tráfego de veículos e pessoas e serem utilizadas cos em seu entorno imediato, como a antiga Estação como estacionamento por inúmeros ônibus circulaFerroviária de São José do Rio Preto, atualmente su- res durante os horários de menor pico, resultando Figura 18: Diagrama autoral - Situação do terreno entre 2017 e 2018. O diagrama mostra de maneira simplificada como o terreno era antes da deposição de terra e outros resíduos oriundos da obra do Terminal Urbano. O terreno era plano, no mesmo nível da rua, haviam poucos carros nas vias e a área não era utilziada como estacionamento de ônibus e automóveis.

Figura 19: Diagrama autoral - Situação do terreno entre 2018 e 2019 Após o início das obras para o novo terminal de Ônibus, o terreno foi utilizado como canteiro de obras pela prefeitura, havendo assim o acúmulo de terra e outros resíduos que se estenderam até o fim das obras do Terminal Urbano, entre 2019 e 2020. (Ver pág. 21)

Figura 18

Figura 19

Figura 20

Figura 20: Diagrama autoral - Situação do terreno entre 2020 e 2021. Com o término das obras, houve um grande acúmulo de resíduos, havendo a necessidade de assentá-los melhor no terreno, sendo feito pela Prefeitura um talude com altura variável entre 1 e 3 metros de altura, seguindo a inclinação da rua. É possível identificar que o talude se assemelha a altura de um ônibus.


2.3 | O entorno e as problemáticas.

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em áreas pouco ocupadas e perigosas ao redor da gleba. Além das calçadas e vias pouco movimentadas, não existem fachadas de edifícios comerciais voltados para o terreno, devido a existência da ferrovia que passa aos fundos do lote e impede o acesso direto de pedestres e veículos entre a Rua Pedro Amaral e a Av. Duque de Caxias. (Ver figura 21).

B A

1

G

Características que reforçam a condição de abandono ao longo de toda a extensão do terreno. Não só pela inexistência de atividades comerciais e de serviços significativas, mas também, devido a existência de barreiras físicas e sonoras, que podem ser um possível empecilho para o surgimento de novos investimentos nessa região, em especial, atividades institucionais e residenciais que seriam diretamente afetadas pela falta de segurança sob o viaduto e a poluição sonora com a passagem do trem de carga. A Represa Municipal, assim como a ferrovia, também representa uma barreira a ser enfrentada e integrada ao projeto arquitetônico. Sendo necessário levar em conta as suas questões ambientais e suscetibilidade do terreno a inundação em períodos chuvosos. Outra problemática, é a existência de barreiras físicas ao redor de toda a orla da represa, caracterizada pelas grades de contenção dos animais, como as capivaras, saguis, gambás, gansos e garças, que poderiam causar graves acidentes se circulassem livremente pela cidade. (Ver figura 23). LEGENDA: A - Biblioteca Municipal B - Terminal Urbano C - Antigo Terminal de Ônibus D - Agromonte

E - Supermercado Proença F - Clube do Lago G - Anfiteatro “Nelson Castro” H - Teatro Paulo Moura - Swiftt I - Viaduto Abreu Sodré

REPRESA MUNICIPAL

C 2 F H

D I E Figura 21

1

2

Figura 22

Figura 23

Figura 21: Ortofoto, Google Earth (2019). (Acesso: 03 abril. 2021) A imagem mostra a área de intervenção (o terreno vazio) e como o mesmo esta inserido na malha urbana de São José do Rio Preto. É possivel verificar a existencia de alguns onibus esttacionados, poucos veículos nas vias e a ferrovia. As figura 22 e 22 ilustram o conteúdo mencionado no texto.

Figuras 22 e 23: Fotografias autorais, tiradas durante a visita em campo no dia 05 de marc. 2021. As imagens destacam a utilização dessa região estacionamento para ônibus e automóveis. Além de destacar a existência de um gradil ao longo da represa,que portege dos animais, mas é um problema para o tráfego de pessoas e bicicletas.


2.3 | O entorno e as problemáticas.

24

Figura 24

Figura 25

Figura 26

Figura 27

Figura 24

Figura 25

Figura 26

Figura 27

BIBLIOTECA MUNICIPAL Figura 28

TERMINAL URBANO Figura 29

BIBLIOTECA MUNICIPAL

TREM DE CARGA Figura 30

ACESSO DOS ÔNIBUS

PASSAGEM SOBRE FERROVIA Figura 31

FERROVIA

PASSAGEM / FERROVIA

Figuras 24,25,26,27,28,29,30 e 31: Conjunto de imagens autorais, tiradas durante a visita em campo no dia 05 de marc. 2021. As imagens demonstram os elementos constituintes do entorno imediato do projeto. Tais como a ausência de conexões diretas entre a Biblioteca Municipal e o Terminal de Ônibus, devido a existência de alambrados metálicos que interrompem este percurso. É possível verificar também, a importância da ferrovia nessa área de estudo e como a mesma está inserida. O percurso da ferrovia cruza a cidade em diversos pontos, sendo necessário a interrupção momentânea do tráfego de veículos e ônibus circulares até a conclusão do percurso. A ferrovia é extremamente mal cuidada e desassociada da cidade.


2.3 | O entorno e as problemáticas. Figura 32

25

Figura 33

MURO E FERROVIA Figura 36

Figura 34

TALUDE E ÔNIBUS Figura 37

BARREIRAS FÍSICAS

ESTACIONAEMNTO DE ÔNIBUS

Figura 35

TALUDE Figura 38

ANFITEATRO Figura 39

ÁREA DE INTERVENÇÃO

PISTA DE CAMINHADA + GRADES

Figuras 32,33,34,35,36,37,38 e 39: Conjunto de imagens autorais, tiradas durante a visita em campo no dia 05 de marc. 2021. As imagens demonstram a subutilização deste trecho da cidade e também, a existência de um talude que da maneira em que se apresenta a cidade também pode ser configurado como uma barreira, tanto visual como física. A existência de grades ao longo de toda a orla e de passeios pouco qualificados demonstram que ainda não há um interesse público por esse espaço. Durante a visita em campo, somente uma bicicleta passou pela pista de caminhada e devido a pouca largura, houve a necessidade de se aproximar da grade de proteção até que o ciclista passasse. As imagens permitem compreender as relações existentes e as visuais pouco atrativas nessa região, que demandam um grande projeto de requalificação para se reinserir na malha urbana de maneira mais harmônica e interessante.


2.4 | As possibilidades de intervenção. As soluções arquitetônicas implementadas no projeto, terão como propósito principal, amenizar e encontrar soluções para as problemáticas identificadas, a fim de promover um espaço com maior acessibilidade e integrado à cidade. Pretende-se ainda, desenvolver uma via de acesso direto ao terreno, através de uma conexão subterrânea* sob a linha férrea, que irá possibilitar novas conexões nessa área da cidade, que atualmente é interrompida devido a passagem em nível da ferrovia. A manutenção da ferrovia, em seu traçado original, sem novas interferências tem como intuito, resguardar o seu valor histórico, propondo soluções para as barreiras identificadas, sem que haja a necessidade de grandes obras. Possibilitando a integração da ferrovia com a cidade, através da reinserção do Trem Turístico Caipira e da implementação do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), como pretendido pela Prefeitura Municipal. Será considerado ainda, a criação de pontos de apoio ao turismo na região e o desenvolvimento de uma fruição pública entre o equipamento cultural proposto para o “vazio urbano” e os lotes vizinhos, correspondentes ao Supermercado Proença e a loja de produtos agrícolas Agromonte. O projeto arquitetônico contemplará ainda, o redesenho das calçadas e vias ao redor da orla da Represa Municipal, possibilitando a ligação entre a paisagem natural e a paisagem urbana. A criação de um píer e um restaurante sobre a represa, além de arquibancadas, praças e áreas comerciais, terá como intuito principal, o desenvolvimento de novas atividades comerciais, culturais e de lazer. Atraindo assim, novos visitantes, atividades e comércios para o

26

entorno, que juntos irão possibilitar desenvolvimento de um ambiente urbano qualificado, e passível de ser ocupado durante todos os momentos do dia. A adequação do projeto ao talude existente será levada em conta devido a clara possibilidade de se elevar projeto em relação ao nível da rua, possibilitando a criação de “subsolos” com acesso direto a leito carroçável e o aumento do potencial construtivo do terreno, que é bastante reduzido, devido as diretrizes pré-estabelecidas pelo Plano Diretor da cidade. Ajustes pontuais na topografia para inserção de fachadas ativadas e a criação de alguns corredores de acesso serão adotados no projeto, para que não seja necessário caminhar por longos trechos ao redor do talude, que atualmente se assemelha a um muro de terra. Outro fator importante, é a preservação do talude como medida de proteção contra possíveis alagamentos e enchentes, devido a proximidade do terreno com a Represa Municipal. Atualmente a cidade já desenvolveu um plano de retenção de água pluvial, composto por galerias sobre as os principais afluentes do Rio Preto, localizados sob a Av. Alberto Andaló e Av. Bady Bassitt. Porém, como a Secretaria Municipal de Planejamento Estratégico, Ciência, Tecnologia e Inovação da Prefeitura Municipal de São José do Rio Preto não fornecer mapas e outros dados que comprovem a eficácia do Plano, a manutenção do talude será assimilada ao projeto arquitetônico como uma medida preventiva e também devido ao viés ecológico, não havendo a necessidade de transportar grandes volumes de terra para outras regiões da cidade. Afinal, o propósito do projeto arquitetônico em questão é enfrentar uma

Figura 40

Figura 41 Figuras 40: Diagrama autoral, executado sobre ortofoto Google Earth (2021). Figuras 41: Imagem do Trem Turístico Caipira de São José do Rio Preto, partindo da antiga estação ferroviária. Fonte: Flickr - Prefeitura de São José do Rio Preto. Figuras 42: Diagrama autoral, executado sobre ortofoto Google Earth (2021). O diagrama demosntra os principais equipamentos do entorno, a Represa Municipal, o Centro comercial e a área de intervenção.


LEGENDA:

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Centro Comercial Praça + Igreja Matriz Parque da Represa Represa Municipal

1

10

Equip. Institucionais Equip. de Transporte Condomínio residencial Edifícios Históricos

6 7

8 9 3 11

4

5

2

Figura 42

equipamentos do entorno

1 - Palestra Esporte Clube 2 - Rio Preto Automóvel Clube 3- Anfiteatro “Nelson Castro” 4 - Júpiter Olímpico

5 - SESI - São José do Rio Preto 6 - Eta-Palácio Das Águas 7 - AME - Ambulatório Médico de Especialidades 8 - Centro Comercial (Calçadão)

9 - Igreja matriz “Catedral de São José” + Praça Dom José Marcondes 10 - Terminal Urbano + Rodoviária 11 - Complexo Swift de Educação e Cultura


2.4 | As possibilidades de intervenção.

28

problemática identificada, sem que haja a criação outras novas. O projeto do complexo multifuncional, terá como premissa fundamental, integrar-se à Represa Municipal e ao entorno imediato, explorando todas as possíveis conexões entres os equipamentos de transporte público, equipamentos de cultura e as vias lindeiras, a fim de promover a continuidade do passeio e da vida urbana entre os diversos elementos da cidade, evitando que se perpetue a condição e barreira urbana experimentada por esse trecho da cidade. 1

2

*A proposição da via subterrânea sobre a ferrovia será estudada com mais afinco ao longo do próximo semestre, sendo somente proposta se entendida como uma solução viável e sem chances de ser afetada por eventuais alagamentos.

Figuras 42A: Imagens autoral, tiradas durante a visita em campo no dia 05 de marc. 2021. A imagem demonstra uma possível conexão entre vias, que poderia ser feita de maneira subter-rânea, caso não haja interferências do volume de água da represa durante os períodos chuvosos.


LEVANTAMENTOS: A CIDADE E O PLANO DIRETOR29

3


3.1 | A Represa Municipal

30

Figuras 43 a 50: Conjunto de figuras obtidas pela página da Prefeitura Municipal de São José do Rio Preto. Autoria das imagens Por Marcos Morelli e Prefeitura Municipal. As imagens demosntram as principais atividades e equipamentos ao redor da Represa Muniicpal, como a passarela em varios momentos do ano, sendo utilizada para passeio, e como palco de manifestações culturais, como uma intervenção do Festival Internacional de Teatro de São José do Rio Preto (FIT), denominado “cegos” e a decoração natalina. Além de mostrar o jardim japonês, brinquedos, anfiteatro e também, os principais animais que compõem o ecossistema da represa, as capivaras.


3.2 | O Plano Diretor e o Uso do Solo O desenvolvimento de uma pesquisa mais aprofundada quanto ao zoneamento e as diretrizes contidas no Plano Diretor do município, permitiram entender as possibilidades e limitações existentes na área de estudo e como essas diretrizes deverão ser assimiladas no projeto arquitetônico proposto. De acordo com os dados obtidos, o terreno se caracteriza por estar localizado na Zona 10 e possuir Nível 2 de Impacto Urbanístico, que correspondem respectivamente as “Avenidas, Fundos de Vale e Áreas Especiais” e o desenvolvimento de atividades com baixo nível de impacto, seja este ambiental ou de vizinhança. Além de pertencer a uma Área Especial de Interesse Ambiental (AEIA), devido a existência de diversos rios em sua proximidade, da Represa Municipal e uma ampla área verde envoltória, que classifica essa região, de acordo com o Plano Diretor do Município como uma AEIA.08 (Área Especial de Interesse Ambiental), que tem como meta propiciar a micro drenagem urbana, através de uma significativa taxa de permeabilidade do solo e a melhora do saneamento ambiental como um todo. Vislumbrando ainda, de acordo com o Plano Diretor, o desenvolvimento de um grande parque linear, que seria formado pelo Parque Setorial e o Parque da Represa Municipal, seguindo o traçado da ferrovia e da Av. Philadelpho Manoel Gouveia Neto. (Ver figura 51). Ainda sobre o Plano Diretor de São José do Rio Preto, embora o terreno esteja localizado as margens

31

MAPA DO PARQUE SETORIAL

da Represa Municipal e seja caracterizado como uma Área de Preservação Permanente (APP), não há obrigatoriedade quanto a criação de recuos superiores a 30 metros, como identificado nos demais córregos afluentes do Rio Preto. Isso se dá, devido a existência de intervenções de caráter público ao redor do terreno, como a Av. Duque de Caxias e também, a sua localização dentro do trecho considerado como “Macrozona Urbana de Consolidação” ², que descaracterizam a APP no trecho correspondente a via pública, tornando obrigatório existência de uma faixa de preservação permanente mínima de 30 metros em relação a margem estabelecida pelo nível máximo do corpo d’agua, de acordo com a minuta do Plano Diretor. “§ 3º As Áreas de Preservação Permanente - APP prevista em legislação federal, em área consolidada urbanizada, ou seja, que tenha sofrido intervenção de utilidade pública através da implantação de vias públicas que margeiam os cursos d’água terão a APP descaracterizada. A faixa descaracterizada será a porção de área acima da via pública, oposta à margem do curso d’água. Neste caso específico a faixa de preservação permanente mínima a ser mantida será de 30 (trinta) metros ou a distância determinada na época do licenciamento ambiental, caso não haja nenhuma consolidação.” (PLANO DIRETOR, 2021, p. 23) Outro fator importante, é a existência de uma limi-

LEGENDA:

Figura 51

Limite do Município

Centro comercial

Parque Setorial

Avenidas e Rodovias

Cidade das Crianças

Represa Munic.

² Macrozona Urbana de Consolidação: A Macrozona Urbana de Consolidação, é caracteriza de acordo com o Plano Diretor como “a porção central da área urbana”, sendo dotada de “boa qualidade do espaço edificado, do patrimônio e da paisagem urbana”. Além de possuir significativa concentração de comércios, bens culturais, socioambientais, transporte coletivo e potencial para o desenvolvimento de novas centralidades, além de possuir áreas com imóveis vazios.


32

tação quanto ao número de pavimentos permitidos nessa região, limitado a uma altura de até 10 metros, de acordo com as diretrizes do Plano Diretor do município, que estabelecem restrições tanto quanto ao gabarito máximo permitido, quanto a uma taxa de permeabilidade mínima entre 50 e 70% para os terrenos localizados dentro da Area de Especial de Interesse Ambiental 08 (AEIA). Diretrizes, que embora estabeleçam restrições quanto ao potencial construtivo do lote, tem como propósito reduzir as possiblidades de impacto ambiental, visual e de vizinhança de um novo empreendimento nessa região, caracterizada pelo Nível 2.((Ver figura 54). “[...]É permissível a construção de edificações com altura máxima de até 10 (dez) metros, sendo que o Conselho do Plano Diretor de Desenvolvimento Sustentável – CPDDS estabelecerá seu zoneamento, levando em consideração o impacto do adensamento para o local, definindo os usos, índices de aproveitamento, taxa de ocupação, recuos necessários para as futuras construções, após análise da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Urbanismo e do Serviço Municipal Autônomo de Água e Esgoto – SeMAE, respeitando a taxa de permeabilidade do solo igual ou superior a 70% (setenta por cento);” (PLANO DIRETOR, 2021, p. 15)

DIAGRAMA DE MACROZONEAMENTO

Segundo o Plano Diretor de São José do Rio Preto, o município tem como uma de suas metas, o de desenvolvimento de uma cidade sustentável e equilibrada, em relação as múltiplas dimensões de sustentabilidade ambiental, seja ela ecológica, social, ética, cultural, econômica, espacial ou política. Estimulando dentro desse processo, a participação da população desde a formulação até a implementação das políticas públicas de desenvolvimento sustentável. Mobilizando os diversos setores da sociedade para atuarem quanto a proteção e recuperação dos recursos naturais existentes na cidade. No entanto, embora existam medidas relevantes para a promoção de uma cidade mais verde, saudável e sustentável, estas ainda permanecem restritas ao papel. Não havendo, portanto, projetos significativos que deem indícios de que este seja uma meta primordial para o município, em especial ao que diz respeito a área de estudo em questão, caracterizada pelo “Vazio Urbano”. Uma vez que, após um questionamento direcionado a Secretaria Municipal de Obras/Geoprocessamento, houve a confirmação de que quase totalidade do terreno pertence ao município e que existe um plano de transforma-lo em um estacionamento destinado aos usuários do Teatro Municipal Paulo Moura, antiga Fábrica da Swift. LEGENDA:

Figura 52

Consolidada

Restrição

Proteção

Expansão

Ocupação Controlada

Figura 51: Mapa da proposta de projeto obtido pelo site da Prefeitura Municiapal de São José do Rio Preto. O plano para o Parque Setorial foi elaborado pelos arquitetos Jamil José Kfouri e Mithes I. Soares Baffi, em 1977. O projeto definiu dez setores os quais receberam diretrizes específicas quanto à forma de ocupação, proteção das áreas de preservação permanente e uso. O projeto é parte integrante de um plano paisagístico de áreas verdes ao longo do Rio Preto e do Córrego da Piedade, visando a proteção de suas Áreas de Preservação Permanente (APP) e a implantação de áreas de lazer para a cidade. Figura 52: Diagrama autoral, executado sobre o “PD01_MACROZONEAMENTO _E _PERÍMETRO _URBANO” obtido através do site da Prefeitura Municipal de São José do Rio Preto. O diagrama destaca as principais áreas da cidade, subdivididas em macrozonas. Além de destacar com contorno branco as regiões compreendidas dentro de cada macrozona, em especial, a área central, onde a área de intervenção está localizada.


MAPA: ZONEAMENTO

Figura 53

Figura 53: Mapa de Zoneamento desenvolvido pela Secretaria de Planejamento Estratégico, Ciência, Tecnologia e Inovação. Obtido através do site da Prefeitura Municipal de São José do Rio Preto, no dia 03 de mar A área de intervenção está localizada na ZONA 10, que corresponde a cor verde.

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MAPA: ÁREA ESPECIAL DE INTERESSE AMBIENTAL

Figura 54

Figura 53: Mapa de Áreas Especiais de Interesse Ambiental, desenvolvido Secretaria de Planejamento Estratégico, Ciência, Tecnologia e Inovação. Obtido através do site da Prefeitura Municipal de São José do Rio Preto, no dia 03 de mar A área de intervenção está localizada no trecho correspondente a AEIA.08, que corresponde ao traçado azul e hachuda na mesma cor.

34


MAPA: USO E OCUPAÇÃO DO SOLO

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LEGENDA DE USOS:

Figura 55

Residencial Comercial Mista Insitucional Industrial Lotes vazio Cemitérios Represa Municipal Áreas verdes ou vazias

Figura 55: Mapa autoral de Uso e Ocupação do Solo, desenvolvido sobre base do Google Earth, obtida no dia 20 de mar. 2021. O mapa destaca as principais rodovias e avenidas de acesso a cidade, assim como as áreas comerciais, residenciais, institucionais, de uso misto, industriais, vazias e os cemitérios. O tracejado corresponde a ferrovia que corta a cidade, seguindo o leito do Rio Preto. O mapa destaca a área de intervenção na cor preta, contida dentro de um retângulo na cor branco.


DIAGNÓSTICO36

4


4 | DIAGNÓSTICO Neste capitulo será apresentado um diagnóstico de todos os dados coletados ao longo do desenvolvimento desse trabalho, tomando como base a importância do município de São José do Rio Preto, desde a economia cafeeira até os dias de hoje. Além, de analisar as informações coletadas através do Plano Diretor de São José do Rio Peto e as informações obtidas por meio da Prefeitura Municipal e pela Secretaria Municipal de Obras/Geoprocessamento, que contribuiu com o desenvolvimento do diagnostico aqui apresentado, através de repostas a alguns questionamentos que lhes foram direcionados. Diante do exposto até agora, é possível compreender o processo de desenvolvimento urbano e as relações formadas decorrente do mesmo, assim como esse processo afetou e beneficiou o desenvolvimento urbano do município de São José do Rio preto, que hoje se encontra em processo de conurbação urbana com a cidade de Mirassol e poderá daqui alguns anos, conturbar-se com os municípios de Bady Bassitt, Guapiaçu e Ipiguá. Movimento que aliado à sua importante posição como polo centralizador de diversas atividades comerciais e de prestação de serviços, poderá direcionar São José do Rio Preto, a sua consolidação como Metrópole de direito. A cidade teve que se adaptar rápido as transformações urbanas experimentadas ao longo dos anos, passando de uma pequena vila entre os córregos Canela e Borá a uma cidade modernizada, repleta de prédios e avenidas, em pouquíssimos anos. Sendo necessário se adaptar ao intenso crescimento urbano, populacional e a influência econômica exercida pelas rodovias a Washington Luís (SP-310) e a Rodovia Transbrasiliana (BR-153). Importantes vias de transporte de mercadorias, que hoje se tornaram também, avenidas entre os municípios vizinhos, devido as migrações pendulares. No entanto, embora o município possua metas de desenvolvimento sustentável, as medias não se aplicam ao “Vazio Urbano” tido como objeto de estudo neste trabalho, que segundo a Prefeitura Municipal, pretende desenvolver no local um estacionamento de apoio ao Complexo Swift de Educação e Cultura, composto pelos antigos galpões de armazenamento de grão e que hoje configuram o Centro de Referência de Educação e Memória da Infância (CREMIN) e o Teatro Paulo Moura.

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REFERÊNCIAS DE PROJETO38

5


4.1 | Concurso: Centro Cultural de Eventos e Exposições - Estúdio 41 ( 1° Lugar do Concurso)

PLANTA TÉRREO

Figura 56

PLANTA 1° PAVIMENTO

CORTE LONGITUDINAL LEGENDA: CORREDORES / CIRCULAÇÃO AUDITÓRIO / REUNIÕES APOIO/SERVIÇOS

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Figura 57

Figura 58

SAGUÃO MULTIUSO BANHEIROS CIRCULAÇÃO VERTICAL

ÁREA VERDE / PERMEÁVEL PRAÇA DE ALIMENTAÇÃO ÁREA TÉCNICA

PÉ-DIREITO DUPLO

Figura 56,57 e 58: Diagrama autoral, executado sobre plantas e cortes disponibilizados no site do escritório de Curitiba, o Estudio 41. Acesso: 09 de mar. 2021. O diagrama foi desenvolvido para a disciplina de Tópicos Especiais de Arquitetura e Urbanismo a fim de compreender melhor o porte e o programa arquitetônico a ser desenvolvido. A colorização dos ambientes é mais abrangente, pois a coleta de dados referentes a cada ambiente foi desenvolvida através do autocad, através do escalonamento da planta e cálculo de áreas.


4.1 | Concurso: Centro Cultural de Eventos e Exposições - ARQBR Arquitetura e Urbanismo

40

13

PLANTA TÉRREO

Figura 59

PLANTA 1° PAVIMENTO

Figura 60

CORTE LONGITUDINAL

Figura 61

LEGENDA:

1 - Estacionamento superior 2 - Deck de madeira / Píer 3 - Auditório

4 - Palco 5 - Praça +Arquibancada 6 - Exposições / Eventos

7 - Circulação Vertical 8 - Apoio / Serviços 9 - Banheiros

10 - Diretoria 11 - Foyer 12 - Área Técnica / Depósitos

13 - Sala de Reuniões 14 - Copa / Café 15 - Refeitótio / Alimentação

Figura 56,57 e 58: Diagrama autoral, executado sobre plantas e cortes disponibilizados no site do escritório de Brasília, o ArqBR Arquitetura e Urbanismo. Acesso: 09 de mar. 2021. O diagrama foi desenvolvido para a disciplina de Tópicos Especiais de Arquitetura e Urbanismo a fim de compreender melhor o porte e o programa arquitetônico a ser desenvolvido. A colorização dos ambientes é mais abrangente, pois a coleta de dados referentes a cada ambiente foi desenvolvida através do autocad, através do escalonamento da planta e cálculo de áreas.


Estúdio 41 e ARQBR Arquitetura e Urbanismo A análise dos projetos arquitetônicos em questão foi essencial para a compreensão do porte e da organização programática exigida pelo Concurso de Arquitetura. E embora possuam o mesmo tema e tenham sido submetidos ao mesmo concurso, os dois escritórios apresentaram propostas completamente distintas para um mesmo espaço.

41

saem da topografia criada e ganham destaque visual, à medida que se abrem para uma ampla central com vista para o lago. A organização do programa arquitetônico proposto pelo escritório ARQBR, também foi analisada. No entanto, sobre uma perspectiva menos técnica, atendo-se as conexões propostas e a maneira como o fluxo de pessoas acontece pelo projeto. Ambas as propostas foram fundamentais para a formulação do conceito inicial do Complexo Multifuncional, que posteriormente seguiu seus próprios caminhos e se ateve as particularidades existente em São José do Rio Preto, as quais realmente serão levadas em conta neste trabalho, para que deste estudo nasça um projeto adequado a cidade, ao modo de vida dos cidadãos e especialmente, adequado a realidade de São José do Rio preto. Uma visionária cidade do interior.

Desse modo, a escola dos estudos de caso se pautou em duas premissas principais, a volumetria e a organização do programa de necessidades. O Estúdio 41, organizou sua implantação em um volume único e que comporta todas as áreas necessárias para o correto funcionamento de um centro cultural e de eventos, permeando desde os depósitos de lixo, a espaços destinados ao tratamento de utensílios de cozinha, alimentos congelados, resfriados, sala de nutricionista e enfim, os espaços destinados a cultura, exposições e eventos, como auditório e salas de reuniões e saguão de chegada. A organização detalhada possibilitou posteriormente a formulação do Posteriormente, serão desenvolvidas duas novas programa de necessidades pretendido para o Com- análises de projetos arquitetônicos, não mais atreplexo Multifuncional. lados a volumetria ou a organização programática dos mesmos, mas em relação as diretrizes e conceiA proposta arquitetônica desenvolvida pelo escritó- tos necessários para que se conclua um projeto de rio ARQBR foi essencial para o desenvolvimento do requalificação urbana, como pretendido para esta partido arquitetônico, especialmente por ser muito região. Os projetos analisados em questão serão, a similar ao que era pretendido para o Complexo Mul- proposta de requalificação portuária em Puerto Matifuncional, composto por áreas públicas, praças, dero, Buenos Aires - Argentina e o projeto brasileiro áreas comercias, áreas descobertas e abertas para de requalificação da Estação das Docas, Belém-PA, a orla e para a cidade. A volumetria do projeto está desenvolvido pelos arquitetos Paulo Chaves Fernanem grande parte organizada sobre um amplo talude des e Rosário Lima. e tetos jardins, consistindo em um estacionamento encoberto por terra, com acesso superior e também pelo nível térreo e outros dois volumes, que sobres-


A PROPOSTA: CONEXÃO ORLA E CIDADE42

TFG1

6


43

“O projeto ideal não existe, a cada projeto existe a oportunidade de realizar uma aproximação.”

em homenagem a Paulo Mendes da Rocha.


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VOLUMETRIA A volumetria proposta teve como premissas fundamentais a adequação a taxa de permeabilidade do solo exigida pelo Plano Diretor de São Jose do Rio Preto e a proposição de eixos de conexão identificados como potenciais para o projeto e para a cidade ao seu redor. Como resultado desse processo, obteve-se uma volumetria periférica, voltada para os fundos do térreo, que prioriza a maior parte da área drenante de solo em frente a Represa Municipal. Além de possibilitar com que boa parte das atividades contida no programa arquitetônico se concentrassem na fachada menos atrativa da região, a qual faz divisa com os fundos de lotes dos edifícios vizinho e com a ferrovia.

A proposição de dois volumes morfologicamente iguais, com cantos em diagonais e levemente arredondados teve como propósito, a redução do impacto visual e físico que ângulos retos podem causar, devido a sua rigidez. O que possibilitou a criação de duas fachadas iguais em orientação opostas, mas que possuem a mesma equivalência estética, para que assim, não fosse perpetuada a condição de fachada única ou principal existente nos demais lotes vizinhos. A extração de alguns trechos da volumetria possibilitou a criação de vazios internos e externos, além do surgimento de conexões diretas com a Represa

Municipal e o parque que será desenvolvido. Estimulando através dos vazios e áreas de permanência, a continuidade do passeio público pela cidade, com amplas áreas de caminhada, comércios, áreas sombreadas, verdes e muita vitalidade urbana. Por fim, foi proposto uma volumetria leve e circular, que contrasta com os volumes lineares e pesados e a qual deverá abrigar a principal área comercial do Complexo Multifuncional, um restaurante/bar com vista panorâmica par a cidade e que deverá refletir toda a vida cotidiana que circula ao redor de suas fachadas envidraçadas.


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PASSO 1

PASSO 2

PASSO 3


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O PARTIDO Dentre os condicionantes que guiaram o desenvol- E como pode um espaço vazio ser tudo isso? vimento do partido arquitetônico, têm se o talude e a praça principal como elementos fundamentais e A praça é a união entre as áreas comerciais, culturais estruturadores do programa de necessidades. e de serviços, é para onde todas as atividades e olhares se voltam. É onde os skatistas correm, as crianA praça principal é a plateia em dia de shows, a feira ças brincas e se molham. É também onde o ciclista de culinária, de artesanato, o festival de dança, mú- descansa, o cidadão em situação de rua trabalha e sica, o natal, o réveillon. A praça é o palco da vida dorme. Ela é onde o caminhão de carga estaciona, urbana que permeia a calçada e a orla. É o momento onde o sol nasce e se põe. Assim é o espaço público de descanso, o espaço de contemplação, de encon- que se abre para a cidade. É plural. tros e de dissipação. Aos fundos tem-se a ferrovia, que outrora impulsioA praça, é sobretudo, um espaço democrático, aber- nou a cidade, a economia, a cultura e um dia será to a cidade e repleto de vida. Mas também, é vazia. tão ativa quanto foi, com o Veículo Leve Sobre Tri-

lhos (VLT) e também merece destaque. Desse modo, boa parte do programa arquitetônico está localizado aos fundos do terreno, como o acesso ao estacionamento, coworking, comércios variados, academia, parque e exposições. Uma passagem obrigatória e fundamental para a ocupação de uma via tão desocupada e sem relações. O parque, é por fim, o complemento das multifunções possíveis, é um contraste entre a natureza e a cidade e um pouco daquilo que o vazio urbano foi. Uma área destinada ao lazer, a educação ambiental e também, uma crítica a cidade que almeja vê-lo seco e pavimentado, sob um estacionamento.


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DIAGRAMA ESQUEMÁTICO | PARTIDO


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FLUXO E VISUAIS O acesso de caminhões e outros veículos destinados a carga e descarga de mercadorias deverá ser feito pela via lateral direita, ou pelo parque. O acesso de caminhões deverá ser realizado somente em períodos com menor fluxo de pessoas na praça principal, a fim de evitar transtornos. A doca e o auditório deverão possuir funcionário responsável para realizar o controle de mercadorias e a recepção de obras de arte e equipamento destinados a eventos, podendo ser facilmente armazenados em depósitos no mesmo pavimento. Ambos os espaços possuíram altura de 126cm ou superior para carga e descarga em nível com o caminhão.

O estacionamento está voltado para a ferrovia, devido ao baixo fluxo de veículos e pessoas em quase todos os momentos do dia. O acesso de pedestre posposto será feito por escadarias com patamares intermediários e rampas com inclinação de 8,33%, garantindo assim, a acessibilidade de pessoas com necessidades especiais a praça principal e as demais áreas do projeto. As visuais do projeto, como já mencionadas anteriormente priorizam a Represa Municipal e a Ferrovia que, além de poderem ser contempladas pela praça principal no nível térreo, mezaninos intermediários poderão ser observadas também nos dois

pavimentos de exposições, os quais possuirão áreas externas, com arquibancada, bancos e obras de arte pertencentes ao acervo do da Prefeitura e que possam ser submetidas as intempéries naturais, como chuva e sol. O parque será destinado a atividades recreativas e de lazer e voltadas a educação ambiental, com ampla visão para a represa e o Complexo Multifuncional.


49

DIAGRAMA DE FLUXOS

DIAGRAMA DE VISUAIS


50

CROQUIS O desenvolvimento dos primeiros croquis tinha como características a criação de alguns taludes nas bordas do edifício, para que os volumes se apoiassem sobre os mesmos. Ainda nessa etapa, acreditava-se que o terreno fosse plano e que o acesso de pedestre pudesse ser feito diretamente pelo nível da calçada. Assim, a proposição de talude criaria um contraste, como uma topografia artificial.

de foi resultado da deposição de terra e outros resíduos da construção cível durante as obras do novo Terminal Urbano e de algumas melhorias no edifício do Palácio das Águas, como confirmado pela Secretaria Municipal de Planejamento Estratégico, Ciência, Tecnologia e Inovação da Prefeitura Municipal de São José do Rio Preto.

torno de 39 °C e mínima de 17 °C (IBGE, 2017).

Os espelhos d’água além de servirem como elementos de contrastes e possibilitarem a umidificação do ar em períodos mais quentes e abafados, vem com o propósito de trazer a orla da represa para dentro do projeto arquitetônico, como pequenas poças de água que se acumulam no interior do projeto. Além A proposição de áreas cobertas, arborizadas e de serem ótimos elementos estéticos, que podem No entanto, durante a visita de campo no dia 05 de sombreadas desde o início foi fundamental para o ser explorados e difundidos, uma vez que são pouco maio de 2021, foi possível identificar a existência de desenvolvimento do projeto e a consolidação do utilizados na arquitetura de São Jose do Rio Preto. um talude com aproximadamente 4 metros de al- partido arquitetônico. Pois a região de Rio preto é tura que segue a inclinação do leito carroçável, até caracterizada pelo clima subtropical úmido e possui alcançar uma altura de 1 metro. A formação do talu- média de temperatura de 19,5 °C, com máxima em


6.2 | O processo criativo

51

Figura 61,62,63,64,65 e 66: Diagramas autorais e volumetrias 3Ds desenvolvidas no Software Sketchup. Os diagramas demonstram as primeiras ideias de projeto, entre marco e abril de 2021. Demonstram algumas conexões pensadas, espaços com áreas verdes, espelhos d’água e a proposição de um píer sobre a Represa Municipal. Os diagramas consideravam que o terreno era plano, sendo somente identificado a existência de um talude no dia 05 de maio 2021, durante a visita de campo.


6.2 | Programa de necessidades N° 0.0

AMBIENTES

QNT.

52 ÁREA ( m² )

ÁREAS TÉCNICAS

AMBIENTES

QNT.

Á R E A ( m² )

OBSERVAÇÕES

A taxa de permeabilidade do projeto contempla toda a área do Parque a ser desenvolvido no próximo semestre, canteiros e pavimentação da Praça de Feiras / Principal, que deverá receber piso drenante em toda a extensão + a área de calçada envoltória.(VER ABAIXO)

4.0

COWORKING

4.1

Hall de acesso

1

245,59 17,52

0. 1

Casa de bombas

1

23,6

0. 2

Ar condicionado / Iluminação

2

82,47

4. 2

Gerência

1

0. 3

Casa de máquinas / Elevador

2

78,71

4.3

Administração

1

22,15

4.4

Espaço de lazer

1

194,78

4.5

Espaço de trabalho coletivo

1

701,2

4.6

Espaço de trabalho por empresas

4

226,8 35,01

1.0

ÁREAS EXTERNAS

1.1

Espelho d'água

3

1.209,33

1. 2

Área permeável / Parque

50%

8.479,64

4.7

Arquivo deslizante

1

1.3

Deck / Píer

2

280,47

4.8

Copa

1

24,6

1.4

Praça de Chegada

1

817,55

4.9

Recepção Coworking e Exposição

1

24,61

1.5

Praça de Feiras / Principal

1

2.892,13

1.6

Praça elevada - Nível 1

1

474,4

5.0

EXPOSIÇÃO

1.7

Praça elevada - Nível 2

1

549,4

5.1

Hall de acesso

1

535,06

1.8

Cobertura

1

4000

5. 2

Recepção / Bilheteria

1

38,24

5.3

Guarda-volumes

1

15

5.4

Exposição de curta duração

1

1085

2.0

ÁREAS COMERCIAIS

2.1

Comércios variados

17

887,71

5.5

Arquibancada externa / Observatório

1

222

2.2

Depósitos / Apoio aos comércios

9

255,91

5.6

Exposição de longa duração

1

910

2.3

Restaurante e Bar - Médio porte

1

201,06

5.7

Área expositiva externa / Lazer

1

228

2.4

Restaurante e Café - Médio porte

1

628,79

5.8

Depósito de obras / Quarentena

1

110

2.5

Academia - Grande porte

1

1.166,61

5.9

Administração/Curadoria exposições

1

153

3.0

ÁREAS DE APOIO

6.0

AUDITÓRIO

3. 1

Depósitos

6

121,87

6.1

Palco

1

289

3. 2

Vestiário Masculino

1

27,16

6.2

Platéia - 350 Lugares

1

314,43

3. 3

Vestiário Feminino

1

27,16

6.3

Apoio de palco

1

13

3. 4

Copa / Refeitório Funcionários

1

122,64

6.4

Foyer

1

210

3. 5

Banheiros

15

135,62

6.5

Bar

1

22,57

3. 6

Recepção de mercadorias

1

10,76

6.6

Espaço para eventos - Menor porte

1

243,95

3. 7

Estacionamento

1

2383,61

6.7

Apoio - Áudio, Vídeo e tradução

1

45

1

137

6.8

Camarins, banheiros e sala.

1

75

3. 8

Doca

ÁREA TOTAL:

30.995,11

Área de calçada: 4759,00 m²

O estacionamento possui 68 vagas para automóveis, dentre as quais 5 vagas foram destinadas as pessoas com algum tipo de necessidade especial.

5.9 - Espaço destinado ao setor administrativo das áreas de exposições. Contém salas de trabalho e salas de reuniões em uma "bolha" separada das demais áreas de coworking.

Foram consideradas 30 vagas para bicicletas e 28 vagas para motocicletas.

TAXA DE OCUPAÇÃO (TO): 33%


53

ISOMÉTRICA | PROGRAMA Figura 56,57 e 58: Diagrama autoral, executado sobre plantas e cortes disponibilizados no site do escritório de Curitiba, o Estudio 41. Acesso: 09 de mar. 2021. O diagrama foi desenvolvido para a disciplina de Tópicos Especiais de Arquitetura e Urbanismo a fim de compreender melhor o porte e o programa arquitetônico a ser desenvolvido. A colorização dos ambientes é mais abrangente, pois a coleta de dados referentes a cada ambiente foi desenvolvida através do autocad, através do escalonamento da planta e cálculo de áreas.


54


55


56

1 - Terminal Urbano 2 - Biblioteca Pública Municipal “Dr. Fernando Costa” 3 - Antiga Estação Ferroviária 4 - Represa Municipal 5 - Supermercado Proença 6 - Atapecas Distribuidora Auto Peças 7 - Clube do Lago


57


47 3

471

+471 1.1

2.1

2.1

2.1

2.1

2.1

2.1

2.1

2.1

+471 0.1

3.1 20 19 18 17 16 15 14 13 12 11 10

01 02 03 04 05 06 07 08 09

2.4

5.1

TERRA

3.1

+472,50

i= 20 %

i= 8,33 %

+471

1.1

+472 3.7

2.5

3.1 01 11 21 31 41 51 61 71 81

90 80 70 60 50 40 30 20 10

3.2

3.4

i= 8,33 %

4.1

3.3

i= 8,33 %

+472

474

473 1.2 1.2

472

475

470

472

N

+471

471

PLANTA - ESTACIONAMENTO | +471 ESC: 1/500

0

5

10

15

20

25

50


47 3

471

470

472

+471 1.1

3.85

A

4.11

B

C

1.3

7.04

+475,15

+473

D

7.50

+475

1.2

2.2

2.3 1.1

E

5.2

7.50

5.3 20 19 18 17 16 15 14 13 12 11 10

01 02 03 04 05 06 07 08 09

F

7.49

5.1 3.5

G

+475

7.51

1.5

3.5

5.8

3.4

PRAÇA

3.6

7.50

3.8

H

+472,50

i= 20 %

7.50

I

2.2

2.1

2.1

2.1

2.1

2.2

2.2

+476,26

J

7.50

i= 8,33 %

2.2

1.4

2.1

3.1

6.1

6.3

3.1

6.4

7.50

10 11 12 13 14 15 16 17 18

2.2

+475

2.1

2.2

+475

6.8

K

6.5

09 08 07 06 05 04 03 02 01

2.1

1.1

6.6

2.1

4.2

6.2 4.3

i= 8,33 %

7.10

L

M

2.2

2.1

4.1 3.1

8.41

i= 8,33 % ,33

i= 8,33 %

+472

%

N

474

473

i= 8

i= 8,33 %

+473 1.2

472

475

1.2

7.40 1

7.50 2

7.50 3

12.50 4

12.50 5

+471 6

7.50

7.50 7

7.50 8

7.50 9

22.50 10

3.89 11

7.50 12

471

PLANTA - TÉRREO | +475 ESC: 1/500

7.50 13

7.50 14

15

0

N

7.00

5

16

10

15

20

25

50


+478,60

+471

5.5

+478,60

+475

1.6

20 19 18 17 16 15 14 13 12 11 10

01 02 03 04 05 06 07 08 09

5.4

+475

+475

2.2

2.2

2.2

6.1

+476,26 5.4

+475

3.1

+478,60

2.2

01 11 21 31 41 51 61 71 81

4.4 2.2

90 80 70 60 50 40 30 20 10

6.2 0.2

+478,60 6.7

3.1

+472

+473

N

+471

PLANTA - 1° PAVIMENTO | +478,60 ESC: 1/500

0

5

10

15

20

25

50


+478,60 5.5

5.6 1.7

+482,20 20 19 18 17 16 15 14 13 12 11 10

01 02 03 04 05 06 07 08 09

+482,20

+475

5.7

4.7 0.2

6.1

1.8

+476,26 4.8

+482,20

4.5

+478,60

01 11 21 31 41 51 61 71 81

4.9 90 80 70 60 50 40 30 20 10

4.6

5.9

6.2 4.1

+482,20 3.1

5.8

N PLANTA - 2° PAVIMENTO | +482,20 ESC: 1/500

0

5

10

15

20

25

50


+489,40 +488,80

+475

1.8

1.8

+482,20

+485,80 +488,80

N PLANTA - COBERTURA | +485,50 ESC: 1/500

0

5

10

15

20

25

50



64

3

2

4

1 5

1 - Deck 2 - Espelho D’água 3 - Praça Elevada 01 4 - Restaurante / Bar 5 - Calçadão Comercial PRAÇA ELEVADA 01


COBERTURA DESCOBERTA

65

preserva a permeabilidade do solo

7

6

6 - Praça Elevada 02 7 - Cobertura de Madeira PRAÇA ELEVADA 02


66 +488,80 +485,80 1.8

+482,20

5.7 5.7

+478,60

5.4 3.7

+475 2.1

2.1

2.1

2.1

+471 3.7

CORTE AA - TRANSVERSAL

0

5

10

15

20

25

50

ESC: 1/500

+488,80 +485,80 +482,20

1.7

1.6

+478,60 +475

1.5

+471

CORTE BB - TRANSVERSAL ESC: 1/500

2.1

0

5

10

15

20

25

50


67

5.6

5.6 5.5

5.4

5.1

5.3

5.2 1.1

5.1

2.4

+485,80

1.8

6.1

2.5

6.2

6.7

+478,96

3.4

+470,08


68

1.8 5.6

4.5

4.6 2.2

5.4 1.4 2.2

2.1

2.1 3.7

CORTE CC - LONGITUDINAL ESC: 1/500

0

5

10

15

20

25

50


69

+485,80 +482,20

1.7 5.8

4.8

3.5

+478,60

4.4

6.1

6.4

2.2

6.6

+475

6.8

3.1

3.4

2.5

1.1

+471


70


71


72


73


74


CONCLUSÃO75

7


76

CONCLUSÃO Ao fim desse processo, pretende-se ter alcançado um projeto adaptado as necessidades e a realidade de São Jose do Rio Preto, com o qual a cidade, a orla e as pessoas possam se relacionar e dialogar. E, ainda que em nível de estudo acadêmico, pretende-se trazer imagens renderizadas que demonstrem a atmosfera do local, o sol, o show na praça principal e a apropriação da orla, como ao longo desse trabalho foi defendido como elementos fundamentais para a almejada requalificação do “vazio urbano”.

tinados a venda de comidas e bebidas para aqueles que caminham usufruem a orla da represa. O parque deverá ainda, receber um píer sobre a água, com o intuito de se criar um observatório para a cidade, uma área de pesca, de encontros e que em forma, possa ser tão atrativo quanto os outros espaços que já existem ao redor da represa.

O processo de Requalificação Urbana em uma área central e tão simbólica para a cidade, demandaria também um tratamento paisagístico sob o viaduPretende-se ainda, desenvolver uma proposta de to abreu Sodré, assim como um novo calçadão em parque, com áreas de descanso, caminhada, educa- frente a represa, a modificação da rota de veículos, ção ambiental, bicicletários e talvez, quiosques des- novos empreendimentos, novos acessos e diversos

outros elementos que são parte integrante desse processo. Porem, caberá ao desenho arquitetônico aqui proposto dos indícios dos caminhões que poderão ser seguidos para esta melhoria, através de diretrizes de planejamento urbano para a região.

O trabalho continua....


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS77


7.1 | Referências Bibliográficas CAFEALTA DEVE R$ 40 MILHÕES: Dívida. São José do Rio Preto, 07 maio 2003. Disponível em: https:// www.diariodaregiao.com.br/_conteudo/economia/ cafealta-deve-r-40-milh%C3%B5es-1.594711.html. Acesso em: 27 mar. 2021.

78

DIÁRIO DA REGIÃO: Plano inclui desviar trilhos, ativar trem velho e criar VLT. São José do Rio Preto, 05 fev. 2017. Disponível em: https://www.diariodaregiao.com.br/_conteudo/politica/plano-inclui-desviar-trilhos-ativar-trem-velho-e-criar-vlt-1.668571. html. Acesso em: 27 mar. 2021.

IBGE. IBGE: população. População. 2010. IBGE. Disponível em: https://cidades.ibge.gov.br/brasil/sp/ MIRELLA, Liza. São José do Rio Preto: a cidade que sao-jose-do-rio-preto/panorama. Acesso em: 27 virou metrópole. Diário da Região: São José do Rio Preto. São José do Rio Preto, p. 1-24. 19 mar. 2019. mar. 2021. DIÁRIO DA REGIÃO: A cidade que virou metópole. Sindicato Seth. Disponível em: <http://sindica- São José do Rio Preto, 19 mar. 2019. toseth.com.br/pagina/49/sao-jose-do-rio-preto>. PAULICEK, Mariza. REGIÃO DE SÃO JOSÉ DO RIO Acesso em: 27 mar. 2021. PRETO: desenvolvimento e turismo caminham História de São José do Rio Preto, Prefeitura de juntos na região de rio preto. Desenvolvimento e Rio Preto, disponível em: <https://www.riopreto. Turismo caminham juntos na Região de Rio Preto. sp.gov.br/19/#:~:text=do%20sert%C3%A3o%20 2002. Assembleia Legislativa do Estado de São Paubrasileiro.-,Assim%20come%C3%A7a%20a%20 lo. Disponível em: https://www.al.sp.gov.br/notih i s t % C 3 % B 3 r i a % 2 0 d e % 2 0 S % C 3 % A 3 o % 2 0 cia/?id=265193. Acesso em: 31 mar. 2021. Jos%C3%A9%20do%20Rio%20Preto,%C3%A0%20crARTIJA, Maria Vitória. Os Vazios Urbanos e o i a % C 3 % A 7 % C 3 %A3o%20de%20a ni m a i s% 20 dom%C3%A9sticos.&text=A%20origem%20do%20 Planejamento de Cidades Sustentáveis: cidades nome%20do,o%20munic%C3%ADpio%2C%20o%20 sustentáveis. CIDADES SUSTENTÁVEIS. 2020. Autos Sustentável. Disponível em: https://autossustenRio%20Preto.>, acesso em: 27 Mar. 2021. tavel.com/2020/09/os-vazios-urbanos-e-o-planeFRANCISCO, Arlete Maria. CONTRIBUIÇÃO À jamento-de-cidades-sustentaveis.html. Acesso em: HISTÓRIA DA URBANIZAÇÃO DE SÃO JOSÉ DO RIO 02 abr. 2021. PRETO-SP. 2011. 142 f. Tese (Doutorado) - Curso de Arquitetura, Faculdade de Ciências e Tecnologia - MUNICIPAL, Prefeitura. Complexo Swift de EduCampus Presidente Prudente, Presidente Prudente, cação e Cultura: companhia swift do brasil. Companhia Swift do Brasil. 2008. São José do Rio Pre2011. Cap. 1. to. Disponível em: https://www.riopreto.sp.gov.

br/7260/. Acesso em: 02 abr. 2021. FRANCISCO, Arlete Maria. CONTRIBUIÇÃO À HISTÓRIA DA URBANIZAÇÃO DE SÃO JOSÉ DO RIO PRETO-SP. 2011. 142 f. Tese (Doutorado) - Curso de Arquitetura, Faculdade de Ciências e Tecnologia, Universidade Estadual Paulista “Julio de Mesquita Filho”, Presidente Prudente, 2011. Cap. 1. CURY, Toninho. Agromonte e a história material da ferrovia em chamas: arquivo são josé do rio preto. ARQUIVO SÃO JOSÉ DO RIO PRETO. Toninho Cury. Disponível em: http://www.toninhocury.com.br/ documento/paginas?local=1&id=140. Acesso em: 02 abr. 2021. CONTI, Eliane França; FARIA, Teresa Peixoto; TIMÓTEO, Geraldo Márcio. OS VAZIOS URBANOS VERSUS A FUNÇÃO SOCIAL DA PROPRIEDADE: O PAPEL DO PLANO DIRETOR DA CIDADE DE CAMPOS DOS GOYTACAZES. 2014. 169 f. Tese (Doutorado) - Curso de Arquitetura, Laboratório de Estudos do Espaço Antrópico, Universidade Estadual do Norte Fluminense - Uenf, Maringá, 2014. Cap. 1. Disponível em: file:///C:/Users/vitor/Desktop/20379-Texto%20 do%20artigo-113564-1-10-20150213.pdf. Acesso em: 02 abr. 2021. DIÁRIO DA REGIÃO. Cafealta deve R$ 40 milhões: dívida. Dívida. 2003. Diário da Região. Disponível em: https://www.diariodaregiao.com. br/_conteudo/economia/cafealta-deve-r-40-milh%C3%B5es-1.594711.html. Acesso em: 02 abr.


7.1 | Referências Bibliográficas 2021. Produto Interno Bruto dos Municípios | IBGE. Disponível em: <https://www.ibge.gov.br/estatisticas/ economicas/contas-nacionais/9088-produto-interno-bruto-dos-municipios.html?=&t=o-que-e>. Acesso em: 2 maio. 2021. Produto Interno Bruto dos Municípios | IBGE. Disponível em: <https://www.ibge.gov.br/estatisticas/ economicas/contas-nacionais/9088produto-interno-bruto-dos-municipios.html?t=pib-por-municipio&c=3549805>. Acesso em: 2 maio. 2021. IDEB. Disponível em: <http://ideb.inep.gov.br/resultado/>. Acesso em: 8 maio. 2021.

79


80


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