Vilas Magazine | Ed 171 | Abril de 2013 | 30 mil exemplares

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DIREITOS DAS DOMÉSTICAS: CONSULTE O TIRA-DÚVIDA

ENTREVISTA

DR. MÁRCIO PAIVA E A LAURO DE FREITAS DO FUTURO

l COBRIR

O LEITO DO RIO IPITANGA l AUMENTO SELETIVO DO GABARITO l MAIS HOSPITAIS PARA ITINGA

EDUCAR ANTES DE MULTAR l EMPREGABILIDADE PARA TODOS l MUTIRÕES DE SAÚDE l


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Civilidade no trânsito: de mal a pior

ai longe já o dia em que o Congresso Nacional decidiu facilitar a fiscalização do uso de vagas em estacionamentos públicos para idosos e deficientes físicos. Foi em dezembro de 2008 que se anunciou a medida: a reserva de 5% das vagas para idosos e de 2% para deficientes físicos teria pintura padronizada das placas e da sinalização horizontal, no piso. Mesmo que inicialmente a nova pintura causasse algum constrangimento aos infratores que ocupam indevidamente as vagas, ao longo dos anos a novidade foi incorporada à paisagem. Hoje é comum observar pessoas jovens estacionando em vagas destinadas a idosos sem que tal atitude lhes cause sequer uma ruga de preocupação. Afinal, a fiscalização é inexistente. Para usar as vagas, os veículos deveriam ostentar no para-brisa as chamadas “credenciais”, adesivos que seriam fornecidos pelos Departamentos de Trânsito (Detran) dos estados. A ideia é indicar que o condutor é de fato idoso ou portador de deficiência física, nos termos da lei. As vagas especiais, inicialmente previstas no Estatuto do Idoso, foram depois estendidas aos portadores de necessidades especiais. Também têm o direito de estacionar o carro nas vagas especiais os motoristas que transportem esses usuários. E aqueles que ocuparem as vagas indevidamente estão sujeitos a multa, podendo ter o veículo guinchado para o pátio dos Detrans, de acordo com regulamentação do Conselho Nacional de Trânsito. Nunca, entretanto, se ouviu falar de tal coisa em Lauro de Freitas. Talvez por isso tanta gente perfeitamente capaz de caminhar umas dezenas de metros num estacionamento de supermercado insista em parar nas vagas mais próximas da loja, reservadas aos idosos e portadores de necessidades especiais. Contar com a velha e boa educação e civilidade das pessoas é que não dá mesmo resultado. Vivemos numa sociedade cada vez mais selvagem, em que cada um faz o que bem entende em seu próprio benefício – a menos que haja um policial em cada esquina. É esse tipo de comportamento que transforma o trânsito de Lauro de Freitas, já infernal devido ao adensamento urbano, em algo inviável. A bordo dos respectivos veículos, as pessoas perdem noção da civilidade a que estão obrigados quando desprotegidos pela couraça sobre rodas. Há um ramo da psiCarlos Accioli Ramos, cologia que estuda especificamente esse fenômeno. Procura-se compreender Diretor-editor da Vilas Magazine o que leva uma pessoa aparentemente sã, normal para os padrões da nossa sociedade, a perder o controle sobre si mesma quando atrás de um volante. Somente o policiamento ostensivo, permanente, repressivo, parece capaz de impedir a selvageria definitiva. É verdade que muita gente simplesmente não conhece as regras de trânsito – apesar de portarem uma Carteira Nacional de Habilitação. Muita gente acredita, por exemplo, que basta ligar o pisca para mudar de faixa, não importando quem venha trafegando mais atrás. A maioria das pessoas sinceramente acredita que o outro é que deve diminuir para dar espaço ao que sinalizou. Da mesma forma, só uma minoria sabe identificar o sinal de preferência de circulação – sim, aquele triângulo invertido tem uma função. Na prática, a regra é aplicada pelo tamanho do veículo, capaz de intimidar os outros, ou pela maior ou menor “ousadia” do motorista. As coisas assumiram tal proporção que uma senhora, assumidamente culpada de um acidente no final de fevereiro, chegou a agradecer ao outro motorista por ter mantido a calma durante o episódio. Que há algo de muito errado na nossa sociedade, todos nós já sabíamos. O problema é que continuamos a piorar.

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www.vilasmagazine.com.br Publicação mensal de propriedade da EDITAR - Editora Accioli Ramos Ltda. Rua Praia do Quebra Coco, 33. Vilas do Atlântico. Lauro de Freitas. Bahia. CEP 42700-000. Tels.: 0xx71/3379-2439 e 3379-2206. Diretor-Editor: Carlos Accioli Ramos accioliramos@vilasmagazine.com.br Dire­to­ra: Tânia Ga­zi­neo Accioli Ramos diretoria@vilasmagazine.com.br Gerente de Negócios: Álvaro Accioli Ramos alvaroaccioli@vilasmagazine.com.br Maiana Cunha de Souza (assistente). Gerente de Produção: Thiago Accioli Ramos thiagoaccioli@vilasmagazine.com.br Financeiro: Miriã Morais Gazineo (gerente) financeiro@vilasmagazine.com.br Miriam Martins (assistente). Distribuição: Álvaro Cézar Gazineo (responsável). Tratamento de imagens e finalização de arquivo para CTP: Diego Machado. Impressão: Plural Indústria Gráfica (Ipojuca-PE). Redação: Rogério Borges (coordenador) e Anthero Eloy Fer­reira Lins. Nayara Lobo (free-lance). Colaboradores: Gilka Bandeira, Lilian Silva, Márcia Tude, Alessandro Trindade Leite (charge). FALE COM A REDAÇÃO redacao@vilasmagazine.com.br Informativo mensal de serviços e facilidades, com tiragem de 30.000 exemplares por edição, distribuídos gra­ tuitamente em todos os domicílios de Vilas do Atlântico e condomínios residenciais da Es­trada do Coco e entornos (Lauro de Freitas, Ipi­tanga, Miragem, Buraquinho, Busca Vida, Abran­tes, Ja­uá, Ja­cuí­pe, Gua­ra­juba), Stella Maris, Pra­ia do Flamengo e parte de Itapuã. Disponível também em pontos de distribuição selecionados na região. As opiniões expressas nos artigos publicados são de responsabilidade de seus autores e não refletem, necessariamente, as da Edi­tora. É proibida a reprodução total ou parcial de matérias, gráficos e fotos publi­cadas nesta edição, por qualquer me­io, sem autorização expressa, por escrito da Editora, de acordo com o que dispõe a Lei Nº 9.610, de 19/2/1998, sobre Di­reitos Autorais. A revista Vilas Magazine não tem qualquer responsabilidade pelos serviços e produtos das empresas anunciados em suas edições, nem assegura que promessas divulgadas como publicidade serão cumpridas. Cabe ao leitor avaliar e buscar informações sobre os produtos e serviços anunciados, que estão sujeitos às normas do mercado, do Código de Defesa do Consumidor e do CO­NAR – Conselho Nacional de Auto-regulamentação Publicitária. A revista não se enquadra no conceito de fornecedor, nos termos do art. 3º do Código de Defesa do Consumidor e não pode ser responsabilizada pelos produtos e serviços oferecidos pelos anunciantes, pela impossibilidade de se deduzir qualquer ilegalidade no ato da leitura de um anúncio. No entanto, com o objetivo de zelar pela integridade e cre­di­bilidade das mensagens publicitárias publicadas em suas edições, a Editora se reserva o direito de recusar ou suspender a vei­culação de anúncios enganosos ou abusivos que causem constrangimentos ao consumidor ou a empresas. Vilas Magazine u­ti­liza conteúdo edi­to­ri­al fornecido pela Agência Folhapress (SP). Os títulos Vilas Ma­gazine e Boa Dica - Facilidades e Serviços, constantes desta edição, são marcas regis­tradas no INPI, de propriedade da EDITAR - Editora Accioli Ramos Ltda.

Cena da região CIDADANIA JOGADA NO LIXO – Restos de poda acumulados no final da rua Praia de Ondina, deixados por moradores do local, ameaçam entupir o bueiro e alagar toda a área, assim que cair a primeira chuva forte. Antes de culpar a prefeitura, os moradores precisam lembrar que o trecho, embora inabitado, não é próprio para depósito de lixo.

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Registros & Notas

Bradesco Vilas tem novo gerente geral

Joselita do Espírito Santo Almeida, tabeliã do Cartório de Registro Civil com Funções Notariais de Abrantes, Camaçari, visitou a Vilas Ma­­gazine para informar que o cartório passou a funcionar no km 13,5 da Estrada do Coco, (a 300 metros da antiga localização). Os telefones de contato são (71) 3623-4020 ou 9304-7540, e-mail cartoriodeabrantes@gmail.com

Barber Boss abre as portas em Vilas

Luiz Ferreira dos Santos (dir.) novo gerente geral da agência do Bradesco em Vilas do Atlântico visitou a revista Vilas Magazine acompanhado por José Paulo Mota (esq.), gerente Pessoa Jurídica. Baiano de Jacobina, com marcante vivência profissional em São Paulo, Luiz vem da agência da Praia do Forte trazendo como proposta fortalecer ainda mais o relacionamento entre clientes pessoa física e jurídica da região e o Bradesco, instituição onde acumula 21 anos de trabalhos profissionais. Mateus Pereira

q As advogadas Rayane Barreto e Radja Neryno comemoram a abertura de escritório de consultoria e assessoria jurídica em Vilas do Atlântico.

p As jornalistas Emanuele Pereira, Juliana Lopes e Camila Salles e a publicitária Itana Gomes estão em um novo desafio profissional. As comunicólogas abriram, em Salvador, a Brava Comunicação Inteligente.

tA equipe da Contours, Acade­

t Bruna

Silva Santiago recebeu dia 8 de março, em solenidade no Centro de Convenções de Salvador, o diploma pela conclusão do curso em Administração em Comércio Exterior, pela Unime.

mia para Mulheres de Vilas do Atlântico – franqueadas, professoras e consultoras – desfruta de um cruzeiro marítimo como prêmio pela avaliação positiva da franqueadora, em que ficaram entre as cinco unidades do Brasil com melhor desempenho.

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Com a proposta de oferecer um novo conceito em barbearia, foi inaugurada em 23 de fevereiro, em Vilas do Atlântico, a Barber Boss, fruto de um sonho antigo dos empresários Carlos Wilson Oliveira e Jaqueline Jamil de Oliveira, moradores do bairro desde 1984. A criação do espaço foi idealizada pelos investidores com o apoio do arquiteto Felipe Baptista e representa a realização de um sonho em montar uma barbearia exclusivamente masculina, com cadeiras antigas, datadas de 1948 a 1951, ricamente restauradas, trazendo ao ambiente climatizado um estilo retrô, com profissionais experientes.

q Acumulando a experiências de 20 anos de parceria, a arquiteta Fabiana Candini e a designer de interiores Kaká Bulhosa assinaram a ambientação da exposição fotográfica “Salvador. Viva, Ame, Cuide”, em homenagem ao Dia Internacional da Mulher, que aconteceu no Salvador Norte Shopping, dia 7 de março, produzida por Vitorio Jr.

yuji sogawa

Cartório de Abrantes em novo endereço


cidade

Prefeitura inicia ações de serviços nos bairros

SAMU de Lauro de Freitas ganha nova ambulância Marcelo Aragão

Praça de Vila Nova de Portão, on­de os mora­dores do bairro conhe­ce­ram a ação de serviços “Cui­dando de Portão”, deflagrada pela Prefeitura

O prefeito de Lauro de Freitas Marcio Paiva, entregou dia 6 de março, uma nova ambulância para o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU). A nova ambulância foi doação do Ministério da Saúde e vai funcionar como unidade avançada, substituindo o veículo antigo que era utilizado para este serviço. O veículo é equipado com monitor cardíaco com desfibrilador e marcapasso, instrumentos usados para reanimar pacientes que tiveram parada cardíaca ou infarto do miocárdio. Outro equipamento importante é o ventilador mecânico com material para entubação, utilizado pela equipe em casos de parada respiratória ou quando o paciente respira com dificuldade, pois possibilita que a vítima seja levada ao pronto atendimento com mais chances de sobreviver. A SAMU de Lauro de Freitas conta com 38 socorristas entre médicos, técnicos, técnicos motociclistas, condutores e enfermeiros. A população pode solicitar o serviço ligando para 192, a ligação é gratuita.

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prefeitura de Lauro de Freitas realizou no mês passado em Vila Nova de Portão uma ação de serviços com a participação de todas as secretarias do município. O intuito, segundo explicou o prefeito Márcio Paiva (PP) foi “levar a estrutura da prefeitura para mais perto das pessoas”, permitindo que a população acesse serviços e informações de forma facilitada. Batizada “Cuidando de Portão”, a atividade decorreu das 8h às 16h do dia 16 de março. No sábado seguinte foi organizado um “Mutirão para o Registro Civil” na Casa do Trabalhador, Centro, com atendimento da população pelo SAC do Governo do Estado para emissão de certidão de nascimento, carteiras de trabalho e o agendamento para a emissão sem custos de 200 carteiras de identidade. A prefeitura fez cadastramento para o Programa Bolsa-Família do Governo Federal e deu informações sobre a regularização do microempreendedor individual. Na área de saúde, havia serviços de aferição de pressão arterial, medição de glicemia, emissão de cartão do SUS, vacinas e exame de refração ocular. Como em Portão, diversas secretarias municipais estavam representadas, oferecendo informações e serviços nas respectivas áreas.

Vilas Magazine passa a publicar A partir desta edição, a revista Vilas Magazine passa a publicar coluna assinada por Rosely Sayão, psicóloga formada pela PUC de Campinas (SP), com 30 anos de atuação na especialidade. Rosely é consultora em Educação e ministra palestras em escolas e empresas sobre educação de crianças e adolescentes. Colunista da Folha de São Paulo e da Band News FM, é autora dos livros “Família: modos de usar” (2006, Editora Papirus), “Em defesa da escola” (2004, Editora Papirus), “Como educar Vilas Magazine

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Recapeamento de Vilas faz parte de projeto para toda a cidade

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recapeamento asfáltico de Vilas do Atlântico chegará no pacote de R$ 54 milhões que o prefeito Márcio Paiva (PP) quer viabilizar para o asfaltamento de ruas em todo o município. Antiga reivindicação da associação de moradores do bairro, a Salva, a revitalização do asfalto foi tema da reunião do prefeito com a comunidade em Vilas do Atlântico, no mês passado. Paiva destacou a relevância de pavimentar ruas em bairros que ainda convivem “com o barro nos pés” e garantiu que o projeto será “para a cidade toda, não só para Vilas”. Moradores da rua Cacilda da Silva Santos, em Ipitanga, lembraram no mês passado que continuam à espera do asfaltamento da via. Carlos Knittel, coordenador-geral da Salva, disse esperar que a recuperação de Vilas possa ocorrer “ao mesmo tempo” que o asfaltamento de outras áreas da cidade. Questionado pela comunidade, que lotou o auditório do Colégio Mendel, dia 18 de março, das 20h às 23h, o prefeito recebeu queixas e reivindicações, lembrando sempre que acabou de assumir a gestão do município. As festas que atravessam a noite em residências do bairro, em especial na orla, passarão a ser impedidas pela fiscalização da prefeitura, segundo prometeu Márcio Paiva. A pedido da Salva, os vendedores ambulantes que fixaram ponto no calçadão devem ser impedidos de continuar ali. O descarte clandestino de esgoto no rio Sapato foi um dos temas mais abordados pelos moradores, que pediram providências. Pessoas

Márcio Paiva fala aos moradores de Vilas do Atlântico, a convite da Salva: asfalto novo, só no pacote que atenderá toda a cidade que residem nas proximidades do rio reclamaram do cheiro de esgoto, que “agora é permanente”. Márcio Paiva instruiu o secretário de Meio Ambiente Márcio Crusoé, presente à reunião, a identificar e notificar todos os moradores que lançam esgoto no rio, comprometendo-se a tomar providências legais se for necessário. O problema foi abordado em reportagem de capa da revista Vilas Magazine em fevereiro. No princípio de março, uma equipe da Embasa visitou a cidade a convite da prefeitura e constatou o lançamento de esgoto doméstico não tratado no Sapato (leia à página 10). O prefeito adiantou ainda medidas que pretende tomar para desafogar o trânsito na Estrada do Coco: criar mais uma pista no sentido Salvador nos dois trechos mais congestionados por pontos de ônibus: na altura da passarela das Flores e junto ao acesso a Itinga pela avenida Fortaleza.

coluna assinada pela psicóloga Rosely Sayão meu filho?” (2003, Publifolha). Embora sendo um veículo regional, focado na cidade de Lauro de Freitas e suas cercanias, a revista Vilas Magazine procura oferecer aos seus leitores abordagens amplas sobre temas de seu interesse, nos diversos segmentos editoriais. A coluna de Rosely Sayão é uma das

mais prestigiadas da imprensa nacional, sendo reproduzida por dezenas de jornais. E a partir de agora também os leitores da Vilas Magazine passam a desfrutar mensalmente de um encontro com a profissional. Leia a coluna de Rosely Sayão na página 22. Boa leitura. Vilas Magazine

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meio ambiente

Obras do esgotamento sanitário podem ser retomadas no 2º semestre

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s obras do Sistema de Esgotamento Sanitário (SES) de Lauro de Freitas devem ser retomadas a partir do segundo semestre deste ano, segundo previsão de Júlio Mota, superintendente de Assuntos Regulatórios da Empresa Baiana de Águas e Saneamento (Embasa). Mota falou à reportagem da Vilas Magazine no dia 11 de março, durante visita à cidade para uma “inspeção no rio Sapato” a convite da prefeitura, da SALVA (associação de moradores de Vilas do Atlântico) e da ONG Rio Limpo. O consórcio encarregado das obras foi dispensado pela Embasa no ano passado porque, de acordo com Mota, o andamento da empreitada não atendia ao contratado. Uma nova licitação já está em andamento e “a partir de julho devemos retomar as obras”, disse o superintendente. Acompanhado pelo secretário de Serviços Públicos Giuseppe Pippolo, o secretário de Meio Ambiente Márcio Crusoé explicou que o objetivo da inspeção foi “demonstrar a urgência na retomada das obras” do SES, tendo em vista o lançamento de esgoto in natura nos cursos d’água da cidade. Júlio Mota, que estava acompanhado por outros técnicos da Embasa, identificou pontos de descarte ilegal de esgoto doméstico no rio, mas explicou que cabe à prefeitura coibir essa prática. Ao contrário do que muitos pensam, a ausência de uma rede de esgotamento sani-

Embasa identifica pontos de descarte ilegal de esgoto doméstico no rio Sapato e aconselha notificar todos os moradores suspeitos, além de exigir o recuo legal das construções em relação ao leito. Em Ipitanga, na rua Dr. Hélio Brito, foi identificado um condomínio ainda em construção que avançou sobre a própria rua

IRREGULARIDADE Construção na rua Dr. Hélio Brito avança sobre a própria via em Ipitanga. Imagem do Google Street View de 2011 (acima) mostra recuo original do terreno

tário não autoriza o lançamento de esgoto in natura diretamente nos rios ou através da rede pluvial. A solução passa pela manutenção de fossas sanitárias ou a instalação de pequenas estações de tratamento de efluentes (ETE), que o município deve exigir e fiscalizar. De acordo com a lei federal número 9.605, lançar esgoto não tratado em cursos d’água constitui crime ambiental punido com até cinco anos de prisão. Crusoé conta que vários moradores já foram notificados pela prefeitura para parar de lançar esgoto no rio, no trecho de Buraquinho e em Ipitanga. Em fevereiro, quando ocorreu a mais recente mortandade de peixes no Sapato, a Vilas Magazine publicou reportagem de capa mostrando que a secretaria de Meio

Ambiente começaria a notificar os poluidores. A recente limpeza do rio, com a retirada do mato e das baronesas que cobriam completamente o leito do Sapato em Ipitanga revelou mais tubulações clandestinas despejando esgoto doméstico. O fluxo da rede pluvial também indica, a olho nu e pelo odor, a presença de esgoto. Uma análise laboratorial encomendada pela Vilas Magazine ao Senai-Cetind em janeiro apontou a existência de 15 mil UFC (Unidades Formadoras de Colônias) de coliformes termotolerantes (ou coliformes fecais) por 100 ml de água – 15 vezes acima do aceitável para rios como o Joanes e o Ipitanga, pelos parâmetros do Instituto do Meio Ambiente e Recursos

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Forte odor a esgoto doméstico está presente nos efluentes na tu­bu­ lação da rede pluvial na altura da rua Elza Paranhos, em Ipitanga, onde é visível tubulação clandestina descartando efluentes no rio Sapato

Hídricos (Inema) para o Programa Monitora, que avalia a qualidade da água nos rios. No Sapato, alertou Márcio Crusoé na ocasião, o limite de tolerância é mais elevado por se tratar de outra categoria de curso hídrico, cuja água não é destinada ao abastecimento humano – mas ainda assim está muito acima do limite. A conclusão das obras do SES de Lauro de Freitas, por si só, não vai eliminar automaticamente o problema – alerta Júlio Mota. Depois disso, os moradores terão que fazer as interligações à rede, o que corre por conta de cada um. Apesar de obrigatória por lei, é comum haver resistências à realização da obra, até por questões financeiras. O simples tamponamento das tubulações clandestinas é uma solução sempre discutida, mas nunca colocada em prática porque causaria o refluxo dos dejetos sanitários para dentro das residências. Além disso, observa Márcio Crusoé, a própria rede pluvial é usada para carregar esgoto doméstico para os cursos d’água e essas tubulações a prefeitura não poderia tamponar. Durante a visita, Júlio Mota aconselhou a administração municipal a notificar todos os moradores suspeitos de lançar esgoto no rio, além de exigir o recuo legal das construções em relação ao leito. Em Ipitanga, na rua Dr. Hélio Brito, Júlio Mota identificou um condomínio ainda em construção que avançou sobre a própria rua. Imagem do Google Street View de dezembro de 2011 mostra que o terreno era originalmente recuado. A obra exibe em uma placa a “autorização ambiental simplificada” número 141/2012. Em Vilas do Atlântico, Mota verificou outros problemas e aconse-

lhou a reposição do leito original do rio Sapato, com a substituição das manilhas por pontes que permitam o fluxo normal do curso d´água. Jaime de Moura Ferreira, da coordenação de Meio Ambiente da SALVA, acompanhou a visita e opinou pela manutenção dos espelhos d´água criados pelo represamento que as manilhas criam. A obra do SES de Lauro de Freitas, que vai ampliar de 9% para 95% a cobertura do município, foi iniciada em 2010 e interrompida logo depois para uma correção do projeto. Em junho de 2011 a Embasa anunciou o reinício das obras, que tinham conclusão programada para este ano. Está prevista a implantação de 287 quilômetros de rede coletora de esgoto, 25 estações elevatórias (bombas), 33 quilômetros de linha de recalque (ligação da rede ao interceptor da Paralela) e 40 mil ligações domiciliares. Só o duto de Lauro de Freitas ao emissário de Jaguaribe vai custar R$ 102 milhões. A rede local, orçada em R$ 68 milhões, foi projetada para atender mais de 300 mil habitantes – cenário previsto para 2030. Inseridos no pacote do PAC Saneamento, os recursos são do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) e da Embasa.

Jaime Ferreira, da Salva e o secre­ tário de Serviços Públicos Giuseppe Pippolo (esq.) conversam com Júlio Mota sobre a regularização do rio Sapato. Grupo observa manilhas no Sapato (dir.), na altura da rua Praia de Tambaú, em Vilas do Atlântico

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segurança

Lauro de Freitas já é a terceira cidade mais violenta do Brasil Fabio Rodrigues Pozzebom / ABr

das vítimas tem menos de 29 anos. Em fevereiro, o Índice de Vulnerabilidade Juvenil à Violência (IVJ-Violência), apurado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), já havia apresentado Lauro de Freitas como o segundo pior do país no que se refere a homicídios de jovens de 12 a 29 anos. A taxa de mortes por arma de fogo na cidade mais que triplicou nos últimos seis anos. O “Mapa da Violência” divulgado em 2012 situava Lauro de Freitas na 14ª posição (taxa de 100,5) entre os mais violentos. Em 2011 a cidade estava em 16º lugar (94,8) e em 2010 em 32º O sociólogo Julio Jacobo (76,1). Em 2008 a taxa estava em 53,8 Waiselfisz, autor do Mapa mortes para cada 100 mil habitantes e no da Violência – Mortes ano anterior em 33. Matadas por Arma de Fogo

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novo “Mapa da Violência – Mortes Matadas por Arma de Fogo” no Brasil, apresentado em março, em São Paulo pelo sociólogo Julio Jacobo Waiselfisz, classifica Lauro de Freitas como o terceiro município mais violento do país, com uma taxa crescente desde a primeira edição do mesmo estudo. Antes editado pelo Instituto Sangari, o Mapa da Violência deste ano foi apresentado com a chancela do Centro Brasileiro de Estudos Latino-Americanos (Cebela) e da Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (Flacso). A taxa verificada em Lauro de Freitas atingiu 106,6 mortes por cada 100 mil habitantes, apenas quatro décimos abaixo do segundo pior índice. Significa dizer que, em média, de 2008 a 2010, foram mortos por arma de fogo na cidade 182 pessoas por ano, 15 por mês ou uma a cada dois dias. A maior parte Vilas Magazine

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Apesar da crescente taxa de homicídios representar um valor absoluto, o ranking anual não é comparável. Entre 2010 e 2012 o autor incluiu todos os municípios com mais de dez mil habitantes enquanto este ano foram levados em conta apenas os que têm mais de 20 mil. Já nos períodos anteriores o ranking considerava apenas os municípios mais violentos do país. Waiselfisz calcula a taxa pelo número médio de mortes por arma de fogo, proporcionalmente à população, nos últimos anos com dados disponíveis. Os índices de 2012 e 2013 foram calculados com base em dados de 2008 a 2010. Em 2011 a média é dos anos de 2006 a 2008. Já em 2010 foi calculada a média dos anos de 2003 a 2007. Mais violento que Lauro de Freitas, na Bahia, só o vizinho município de Simões Filho, com uma taxa de 141,5 mortes para cada 100 mil habitantes, destacadamente o mais elevado índice de todo o país. O segundo mais violento é Campina Grande do Sul, na Região Metropolitana de Curitiba (PR), com uma taxa de 107 – apenas quatro décimos acima dos 106,6 de Lauro de Freitas. No dia da divulgação do Mapa da Violência 2013, cerca de trinta pessoas, com panelas e cartazes, protestavam em frente ao Fórum de Simões Filho. Ali prestava depoimento o policial militar Leandro Almeida da Silva, acusado de matar o taxista Pedro Augusto de Araújo Santos, 23, com cinco tiros na saída de uma festa. Mas especialistas apontam que a maior parte dos homicídios registrados na cidade pode ter acontecido em outro município. Citado pela Agência A Tarde, o sociólogo Luiz Lourenço, da Universidade Federal da Bahia (Ufba), diz que Simões Filho tem

características de cidade usada para desova de cadáveres, não sendo “necessariamente o município mais violento” do Brasil. “Já os números de Lauro de Freitas ninguém explica”, comentou o vereador Antônio Rosalvo (PSDB). O vereador é autor de propostas de lei que pretendem implantar medidas do Plano Municipal de Segurança Pública, esquecido desde que foi encomendado a uma consultoria especializada há dois anos. Entre elas, já foi aprovada na Câmara a que fixa distância mínima de 200 metros dos pontos de venda de bebidas alcoólicas até as escolas e os pontos de transportes coletivos. O relatório afirma essa medida foi adotada com sucesso em várias cidades do Brasil e da Europa no combate à violência. Outra medida já proposta pelo vereador seguindo o Plano Municipal de Segurança Pública, mas ainda não votada, é limitar o fun-

Noiva do taxista Pedro Augusto de Araújo Santos, morto a tiros em Simões Filho, chora no protesto popular durante audiência do assassino do jovem realizada dia 6 de março

cionamento dos pontos de venda de bebidas alcoólicas até 22h durante a semana e até 1h nos finais de semana. O vereador reconhece que a medida é dura, mas “estamos diante de uma situação extrema”, argumenta. Bahia – Com uma taxa geral de 34,6 mortes por arma de fogo para cada 100 mil habitantes, a Bahia aparece em quarto lugar entre os estados mais violentos. Alagoas vem em primeiro com 55,3 mortes, em seguida o Espírito Santo com 39,4 e depois o Pará com 34,6. O estado de Pernambuco, que antes ocupava o segundo lugar, aparece agora na sexta posição com 30,3 mortes por arma de fogo a cada 100 mil habitantes. O Rio de Janeiro aparece em oitavo lugar no ranking, com 26,4 mortes por arma de fogo a cada 100 mil habitantes e São Paulo caiu 18 posições, saindo da sexta posição para 24ª, uma queda no índice de mortes por arma de fogo de 67,5%. Na opinião de Waiselfisz, os dados mostram o que ele denomina de “desconcentração da violência”, que “migrou para outros estados do país acompanhando novos polos de desenvolvimento local”, que além de mão de obra também atraem violência. Waiselfisz credita a diminuição da violência no Rio de Janeiro e em São Paulo aos investimentos em segurança pública. “Houve investimentos maciços nos aparelhos de segurança pública nesses estados”, explica. Em contrapartida, houve estados em que os aparelhos de segurança “não estavam preparados para dar conta dos novos padrões de violência”. Raul Spinassé/AG ATARDE

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entrevista / Márcio Paiva, prefeito de Lauro de Freitas

Márcio Paiva faz balanço de início de mandato, pedindo voto de confiança

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árcio Paiva (PP) completa no dia 21, 111 dias de mandato em Lauro de Freitas pedindo a compreensão dos que cobram resultados imediatos. “Não sou milagreiro, não posso em 90 dias mudar a concepção de 50 anos”, lembra o prefeito. “Preciso da ajuda das pessoas, imploro que as pessoas entendam que esta cidade pode ser a melhor cidade do mundo, desde quando tenhamos concepção de mudança”, completou. Apesar do curto espaço de tempo, Márcio Paiva apresentou também os primeiros resultados da sua gestão, por exemplo na área de regulação da saúde – o sistema que otimiza o acesso aos serviços públicos de assistência, distribuindo a demanda pelos recursos disponíveis. “Estamos mudando a Regulação. Estamos abrindo agora às 6h, vamos pegar a demanda reprimida e fazer os mutirões de saúde”, prometeu. Nessa área, avisa o prefeito, “a demanda sempre será maior que a oferta”. Para ele, a obrigação do gestor público é “saber disso, ter a informação e resolver o problema”. E acrescenta: “as pessoas vão entender que eu vou resolver [os problemas] passo a passo. Confiem em mim que eu vou resolver”. Outro resultado recente é a melhora da merenda escolar. “Temos relatórios diários” da situação, conta o prefeito. “Preciso saber o que as crianças estão comendo. Mando levar amostra lá no meu gabinete para eu comer, eu não como em restaurante chique não”, avisa. “Eu sou do povão, eu sou do gueto, eu sou da Itinga, eu sei onde ando, eu conheço o Chafariz, conheço a Lagoa dos Patos, conheço Portão, conheço a cidade”, completa. Na área de saúde como em outros setores, Márcio Paiva identificou problemas que todos os prefeitos, pelo menos desde Roberto Muniz, há mais de quinze anos, já apontavam. A sobrelotação das unidades de saúde de Lauro de Freitas é um deles. “Nós atendemos

entre janeiro e fevereiro 15,8 mil pessoas no [hospital municipal] Jorge Novis”, conta Márcio Paiva – “desses, 7,8 mil pessoas são de fora do município de Lauro de Freitas”. O problema é que a verba é destinada ao setor, pelo Governo Federal, em função da população residente no município, sem contabilizar a população de São Cristóvão, Itapuã ou Mussurunga, em Salvador, que faz uso das unidades de Lauro de Freitas. A solução passa por “uma gestão compartilhada com Salvador”, volta a propor Márcio Paiva. Outro antigo problema na área de saúde é garantir a segurança dos profissionais que atendem em Areia Branca, como a Vilas Magazine já noticiou algumas vezes. Por causa da violência, há anos tem sido difícil convencer médicos a trabalhar na região. De fato, o prefeito faz um “apelo ao governo do Estado para que a gente possa dar segurança no bairro de Areia Branca, onde estamos com dificuldade de ter médicos por causa da segurança pública”. Márcio Paiva explicou ainda que a Unidade de Pronto Atendimento 24h (UPA) de Itinga, cujo edifício foi inaugurado no final do ano passado, aguarda solução para uma questão relativa a contrapartidas sociais. “Ali há três contrapartidas de aproximadamente R$ 1 milhão de que ninguém sabe, ninguém presta contas”, disse o prefeito. “Já foi comprado todo o material [equipamento médico] e está tudo enferrujado, tudo acabado”, lamentou. “Nós precisamos dar uma resposta ao povo de Itinga, à sociedade de Lauro de Freitas, [dizer que] a UPA é um dos maiores absurdos que nós encontramos”, disse. Em dezembro último, ao inaugurar o edifício, o então secretário municipal de Saúde Luis Carlos Galvão disse que 80% dos equipamentos já haviam sido adquiridos. De acordo com a prefeitura, os equipamentos que faltavam seriam comprados “com a terceira parcela dos recursos” que seriam “liberados no início de janeiro”. Construído pelo município em Vilas Magazine

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Meio ambiente: Prefeito quer cobrir o leito do Rio Ipitanga ao longo da avenida Beira Rio para criar área de lazer e estacionamento Verticalização: Aumento do gabarito de prédios de nove para 15 pavimentos poderá ser permitida Poluição dos rios: Pre-

parceria com o Ministério da Saúde, a unidade vai atender urgências e emergências. Entretanto, Márcio Paiva adianta outros planos para Itinga: “a partir do dia 31 de julho nós vamos construir o hospital pediátrico para interagir com a UPA, aproveitar o [hospital] Jorge Novis e construir um hospital para procedimentos cirúrgicos de média complexidade”, contou. “E estamos encaminhando para aquele local mais uma unidade básica do SAMU, para Itinga, Parque São Paulo, Areia Branca”. Além disso, a prefeitura está “reformando e ampliando as UBS [Unidades Básicas de Saúde]”.


rios de servidores não concursados continuam na pauta do município. “Fui notificado pelo Ministério Público que não posso ter mais contratos temporários”, contou o prefeito. Márcio Paiva quer qualificar a mão de obra local para que eles “tenham um emprego que não seja da prefeitura“. Desde 2011 o município estava obrigado a dispensar os servidores temporários e a realizar concursos públicos, quando foi assinado um Termo de Acordo e Compromisso com o Ministério Público. Para o prefeito, a responsabilidade é da gestão de Moema Gramacho (PT), “que assinou esse TAC”.

feito prega conscientização dos moradores antes de aplicar multas Obras paradas: Problema reside na identificação de contrapartidas sociais que ainda não foram cumpridas Trânsito: Prefeitura flagrou motorista do transporte público “que dirigia embriagado.”

Na área de Cultura, Márcio Paiva adianta planos para retomar um projeto semelhante ao que houve nas gestões de Roberto Muniz e Marcelo Abreu, o “Valores da Terra”, gravando em CD produções de artistas locais. Além disso, planeja organizar o projeto “Concha Acústica aos Domingos”. O prefeito quer criar “uma companhia de dança afro, de balé, uma companhia de teatro, uma banda sinfônica, uma banda de sopro” e enfatiza que “precisamos dar dignidade às pessoas”. Uma parceria com a Base Aérea já garantiu que 100 estudantes da rede pública municipal passem lá um turno. Os problemas com os contratos temporá-

Normalmente se faz contas dos primeiros 100 dias de governo. O senhor escolheu marcar 111 dias por causa do 11 [número do Partido Popular nas urnas], obviamente. Qual é o balanço que o senhor faz desse período? Vou começar pelos problemas que encontrei. Primeiro, nós pegamos a cidade imunda, suja, sem respeitabilidade às pessoas que moram no município. A cidade estava toda acabada, sem dignidade, as pessoas ficavam tristes porque a cidade estava esquecida, as políticas públicas estavam esquecidas. Nós temos que resgatar a dignidade da cidade. As pessoas precisam começar a confiar na cidade. Isso é que dá trabalho. As pessoas precisam confiar que a cidade de Lauro de Freitas precisava de uma mudança. Qual é o nosso objetivo principal? Além da mudança do trabalho, é resgatar a confiança na cidade. E como é que o senhor tem feito isso nesses 111 dias? Com trabalho, só com trabalho. O mais importante de tudo é que no primeiro dia nós fomos para as ruas mostrar que a cidade tinha que ter uma mudança de atitude. Atitude é tudo na vida. Mostramos à cidade que nós estávamos mudando pelo menos a limpeza. Montamos uma “operação limpeza”. Hoje a cidade está limpa, bonita, as pessoas têm a dignidade de andar na cidade. Foi um trabalho de três meses. Isso custou caro à dignidade das pessoas, ninguém gosta de viver no lixo, com os ratos. Além da limpeza, a secretaria de Infraestrutura fez um levantamento das obras que estão paradas. O senhor já tem um ponto da situação em relação a essas obras? Primeiro, a Infraestrutura é que cuida da Vilas Magazine

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micro e macrodrenagem e da limpeza de córregos. Nós temos, infelizmente, que lamentar a morte de milhares de peixes no Rio Sapato, que presenciamos através da reportagem da Vilas Magazine. A gente lamenta a irresponsabilidade do governo anterior, mas nós partimos para essa mudança e hoje os peixes conseguem respirar. Quando se fala de infraestrutura fala-se de micro e macrodrenagem. É que os córregos estavam cheios de areia. A gente tinha uma cidade que não respondia ao efeito chuva. Eu não dormia porque tinha medo, porque chuva é uma coisa que aparece de uma hora para a outra. Pode chover num dia o que não choveu no ano todo. Então a mortandade de peixes tem a ver com a falta de limpeza do Rio Sapato? Não tenha dúvida disso. É falta de conservação. A limpeza dos rios, a parte da poluição, isso aí a gente vai fazer um trabalho. Eu estive há pouco tempo na Salva e as pessoas questionavam isso (leia à página 9). A gente tem que multar os condomínios ou a gente tem que educar? Acho que esse é um papel importante da gestão. O laudo que a Vilas Magazine encomendou ao Senai-Cetind atesta o lançamento de esgoto doméstico no Rio Sapato. O esgoto doméstico é mais um apetrecho do processo da mortandade dos peixes, mais um. Nós tínhamos os peixes sem respirar. O que é que nós temos que fazer? Além da responsabilidade, as pessoas podem mudar a cidade desde que elas queiram. A educação não é dada pelo individual, é dada coletivamente. Se as pessoas entenderem que nós vamos mudar o mundo, nós vamos mudar. Se as pessoas entenderem que nós não vamos mudar o mundo, nós não vamos mudar. Na Salva me disseram “é esgotamento” [doméstico, no rio]. Eu disse: se vocês quiserem que eu multe todos os condomínios que estão jogando esgotamento dentro do rio, a gente multa. E cada um vai poder criar a sua fossa. Mas isso é de um mês para o outro ou a gente tem que fazer um trabalho durante um período para que as pessoas tenham consciência? Existe um planejamento da sua gestão para trabalhar ao longo dos anos a conscientização do morador? É como eu disse: a conscientização é in- u


entrevista / Márcio Paiva, prefeito de Lauro de Freitas

É esse planejamento que nós precisamos.

dividual, de cada condomínio. Eu não posso chegar agora e entupir [tamponar] o canal em que sai o esgotamento sanitário. Ou a gente parte para o diálogo ou para a multa, para a austeridade. Eu tenho três meses de gestão e acho que temos que priorizar o diálogo. Eu tenho um planejamento para a cidade. A nova Lauro de Freitas tem planejamento para as obras de infraestrutura, para o meio ambiente. A cidade vai ser construída de forma planejada, a Lauro de Freitas do futuro. Quando você pega uma cidade, primeiro trata da limpeza urbana de modo geral, a que você vê a olhos nus, a segunda é aquela que está dentro da boca de lobo. Temos um problema crônico que são as chuvas. Nós estamos cercados pela barragem (quando enche abrem as comportas) independente da vontade da praia, que pode estar cheia e não sair a água e inundar a cidade. Nós temos que fazer a nossa parte. Nós invadimos todas as áreas públicas, nós não temos terrenos férteis, que a água deságue, desça. O que é que nós podemos fazer de opção? Nós temos aí vários projetos, como o do córrego dos Irmãos, a cobertura do Rio Ipitanga, com a limpeza que a gente possa aumentar a área pluvial do rio.

A população toda já sabe que é errado jogar esgoto [não tratado] nos rios. O senhor tem vontade de punir esses que jogam por água abaixo todo o trabalho de limpeza que venha a ser feito? Primeiro a gente tem que educar. As pessoas que serão punidas não têm condições nem de pagar uma multa. O que temos de fazer é um trabalho de conscientização. Tudo o que você fizer com a natureza ela vai fazer de volta com você. É um trabalho de conscientização. Eu acho que a gente terá sucesso. Não terá sucesso a 100%, mas em grande parte das pessoas que, no fundo querem ter amor a Lauro de Freitas. A gente só tem amor a alguém quando ela respeita. E as pessoas perderam a respeitabilidade da cidade. As pessoas perderam o encanto da cidade porque a cidade infelizmente ficou morta durante esse tempo. Esta cidade precisa de amor e carinho. As pessoas precisam entender que Lauro de Freitas pode ser a cidade dos olhos do mundo, basta a gente querer. Ao entrar em campanha, o senhor sabia dos problemas que a cidade tinha, sabia o que ia encontrar. Quais são os pontos que o senhor vai tratar? O maior problema hoje da cidade é resgatar a dignidade das pessoas. As pessoas têm que voltar a gostar da cidade, a sentir que a cidade está mudando. De que forma? Atitude. O que é mudar a atitude? É mudar a forma de pensamento. Nós tínhamos uma cidade que era meramente empregabilidade, onde as pessoas viviam do custeio da empregabilidade da prefeitura. Nós temos que mudar essa realidade. Lauro de Freitas é uma cidade emergente e crescente. Nós precisamos trazer empresas que tenham responsabilidade social, empregar o nosso povo. Esse é o maior desafio Vilas Magazine

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hoje. As pessoas precisam comer. Eu ando na cidade, conheço a cidade toda. Atendi durante 15 anos 60 mil pessoas. Olho nos olhos das pessoas e vejo que as pessoas passam fome. Esse é o meu maior sentimento de tristeza. A cidade não se preparou para o crescimento, não se deu uma postura humana, que é dar empregabilidade para as pessoas. As pessoas passam fome nesta cidade. Nós precisamos qualificar os nossos jovens, qualificar as pessoas, oportunizar à cidade. Temos 180 mil habitantes, 40% da cidade não precisa das políticas públicas da cidade, não precisa da Saúde e da Educação [públicas], uma cidade privilegiada. Nós temos um lado da cidade que sofre com a violência, somos a terceira cidade mais violenta do Estado da Bahia. Essa é a nossa realidade. E a sétima cidade em violência [contra] a mulher. Esse é o legado que eu peguei agora. Eu tenho que mudar essa realidade de que forma? Com trabalho, com dignidade, dando oportunidade às pessoas de trabalhar. A gente não pode ter mais os nossos jovens se perdendo nas ruas e largando as escolas porque não tem estímulo de estar nas escolas. Nós temos que estimular os jovens a estar nas escolas, a sentir prazer, orgulho de estar dentro da escola. Com muito trabalho a gente vai conseguir isso. O mais importante de tudo hoje é qualificar a nossa sociedade para o futuro. Não daqui a dez anos, mas daqui para 50 anos. Com estudo, com pesquisa, com dinâmica e acima de tudo com a ajuda dos empresários que têm esse comprometimento social. Pode contar comigo no que for, dentro do perfil da legalidade, da facilidade, de gerar o imposto e trabalhar para a cidade. Mas o empresariado hoje tem que ter responsabilidade social. Nós não podemos permitir hoje que a empregabilidade seja desqualificada, infelizmente por uma herança maldita que nós pegamos. Temos que responsabilizarmo-nos, a nós políticos, nós gestores. Eu vou mudar essa realidade, com vontade de fazer. Voltando às obras que estão paradas na cidade, o senhor já tem um ponto da situação sobre isso? Por exemplo, o desvio do Canal dos Irmãos, a mais urgente porque se avizinha a estação das chuvas, em que pé está? Nós pegamos uma cidade voltada para o ilusionismo. Eu vim para mostrar a realidade da cidade. A realidade é que se chover hoje, [a


cidade] para. Nós temos o [desvio do] córrego dos Irmãos, que é um projeto importantíssimo, que está parado infelizmente, que custa de R$ 11 milhões a R$ 15 milhões, não se sabe hoje [quanto] porque a cada dia que passa o custeio aumenta. Por que é que está parado [o projeto]? Nós entramos agora e estamos tentando reativar o projeto. Um dos projetos mais importantes hoje é dragar o Rio Ipitanga. Não adianta desmatar e fazer uma limpeza superficial. Está parado porque a cidade está parada em grandes obras. Quais foram as grandes obras que fizeram? Eu vou lhe dar essa resposta daqui a mais três meses porque eu vou lhe dizer as condições em que nós pegamos o córrego dos Irmãos, os terminais [de ônibus do Centro e de Portão] que não acabaram. Nós tivemos convênios que não tiveram fiscalização. O empresário vem para fazer uma obra de convênio, pega o filé. O que é o filé? A área melhor. E a prefeitura não tinha a capacidade de fiscalizar que nós temos agora. Não adianta você pegar o filé e deixar o osso para fazer depois. Você mede e recebe [pelo que já foi feito], depois pode dizer que está em concordata e não fazer mais a obra. Isso aconteceu com vários convênios que nós tentamos resgatar para acabar a obra. Vá ver a obra do loteamento Horto Florestal, uma vergonha, está parada. As pessoas construindo em cima dos córregos. Esta cidade não tinha fiscalização. Então ainda não está finalizado esse levantamento do ponto da situação das obras que estão paradas? Eu vou dizer quantas contrapartidas tem, quanto já se gastou. Você falou do córrego dos Irmãos. É um projeto que precisa de um financiamento de que nós estamos correndo atrás, através do PAC2. Aquela inundação da Luiz Tarquínio melhoraria sensivelmente, não acabaria. O que acontece hoje quando alaga é que não tem onde desaguar. Então o que está faltando é liberar a verba para fazer o desvio do córrego? Sim. Já existe o projeto e nós vamos agora dar entrada no PAC para que a gente possa trazer esse dinheiro para fazer a obra. Em relação aos terminais, temos o de Portão que está lá há quase dois anos vai-que-não-vai e

nós estamos fazendo um estudo. Essa obra também está parada, não é? Está parada. Vou lhe explicar bem claro: nós temos um projeto na cidade chamado contrapartida social [Lei das Contrapartidas sociais, que exige a construção de equipamentos públicos por empresas que recebem alvarás de construção]. As empresas ajudam nessas obras de grande porte. Se você vem com a verba carimbada, é para fazer a obra. Se você precisa mais, pede aditamento ou dá uma satisfação à sociedade. Nós temos hoje três contrapartidas dentro da obra de Portão. Essas contrapartidas não aparecem no orçamento. Cadê o dinheiro das contrapartidas? Nós estamos com a obra de Portão parada porque a contrapartida sumiu. Gastou como? Prestou contas a quem? Não prestou contas. O que falta é a verba das contrapartidas? O que falta é que as pessoas que fizeram o acerto, que eu não sei [qual foi] com a prefeitura anterior, cumpram com o acerto. E qual era o acerto? Eu não sei. Nós já solicitamos [a informação, mas] a gente não sabe o que foi feito. Eles dizem que foi para fazer o piso, mas a gente não tem como provar porque é a palavra deles contra a nossa. Então nós estamos esperando para ver o que é que vai acontecer para que a gente possa se posicionar. No [terminal rodoviário do] Centro, a contrapartida foi cumprida. Fizemos a obra e vamos melhorar, com sanitários para portadores de deficiência física, masculino e feminino, vamos asfaltar a rua. Não está na contrapartida, mas nós temos o dever de asfaltar aquele espaço para melhorar a viabilidade daquele local. Em Portão a gente está fazendo um estudo econômico para saber da contrapartida. Quanto se gastou ali, Vilas Magazine

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de que forma foi. É uma caixa preta. Quando o senhor chama os empreiteiros [da obra do terminal rodoviário de Portão] e pergunta por que é que a obra não anda, o que é que eles dizem? Eles dizem que já cumpriram a contrapartida social. Um passa para o outro, que passa para o outro. Eles estão esperando que a prefeitura ponha mais dinheiro [na obra]? Eles estão esperando que a [gestão anterior da] prefeitura tivesse a dignidade de mostrar onde é que se gastou dinheiro da contrapartida, de que forma se gastou, onde gastou e quais são as empresas que têm [devem] contrapartidas. Nós estamos esperando que as empresas que estavam lá trabalhando continuem fazendo o seu trabalho para que a gente possa, efetivamente, acabar a obra. A gente não sabe quanto foi gasto efetivamente naquela obra. Nós recebemos essas obras às cegas, não foi prestado contas dessas obras. O senhor mencionou uma “cobertura do Rio Ipitanga”. Está em perspectiva cobrir u o Rio Ipitanga?


entrevista / Márcio Paiva, prefeito de Lauro de Freitas

A perspectiva é que o metrô chegasse até a Insinuante [no Km 3,5 da Estrada do Coco]. Se chegar, vai ser uma obra importante. A ideia é que o metrô passe por cima do Rio Ipitanga? A ideia é que o metrô passe pelo lado, não por cima. Em cima nós teríamos mais um espaço numa cidade de 59 Km². O Centro está totalmente congestionado, cheio de carros. A proposta é fazer ali um estacionamento, para que as pessoas parem o carro e possam ir para o Centro de Lauro de Freitas e fazer as suas compras ou passear. A nossa proposta é que, além de fazer toda a estrutura da lateral do Rio Ipitanga, a gente possa fazer a cobertura. Já tem um recurso de R$ 180 milhões que nós estamos trabalhando. Ainda que o metrô passe pelo lado, o senhor acha que a parte central, do leito do rio, deve ser coberta para ampliar o espaço útil, é isso? Eu acho que tem que ser coberta, porque ali não existe mais um rio [despoluído].” Qual seria o trecho a cobrir? Desde a Estrada do Coco? Desde a Estrada do Coco [no Km 1, altura da via alternativa] até a Insinuante [no Km 3,5, ao longo da avenida Beira Rio]. Doar aquela área para lazer da comunidade. O senhor quer fazer como na avenida Centenário, em Salvador [onde um córrego foi canalizado]? Como na Centenário, Vasco da Gama, Bonocô, Imbuí. Um espaço de convivência, com quiosques, parques, academias ao ar livre. É um sonho que a gente está trabalhando e com a Copa do Mundo a gente tem que trazer obras relevantes. Por falar em trânsito, existe um plano para fazer fiscalização de trânsito em Lauro de Freitas? O gestor público tem que ter atitude e coragem, mas não pode ser impositivo, ditatorial. Nós fizemos um trabalho educacional durante um mês e meio [no Centro]. A placa está lá, “não estacione” e a pessoa estaciona. Isso é [questão de] educação ou exercício da cidadania. Isso a gente não muda de uma hora para a outra. A gente muda de duas formas:

com coragem, mostrando às pessoas que nós podemos mudar a cidade pelo exercício da cidadania, que nós temos que valorizar Lauro de Freitas, dizer que essa cidade é nossa, tomar conta dela, dizer que essa cidade pode, deve, tem tudo para mudar e a gente tem que resgatar a confiança das pessoas – ou através de multa. Eu primeiro faço um apelo educacional. Numa cidade em que você tem uma obra, da [Lojas] Marisa, construída sem alvará, não teve o “habite-se” e eles queriam inaugurar, parte-se do princípio que essa cidade é injusta. Por que a [Lojas] Marisa não teria que ter o “habite-se” e não teria que ter o alvará? A [concessionária de veículos] Indiana tem um terreno público envolvido ali, foi construída a obra e, pior, tinha um “habite-se” antes de acabar a obra. Qual a respeitabilidade dessa cidade, onde o governo era conivente com a coisa errada, onde o governo não se respeitava? Por que é que ninguém consegue resolver o problema das sinaleiras na entrada de Vilas do Atlântico? Nós temos sinaleiras que são falsificadas. Aquela sinaleira que tem a contagem de tempo [na esquina da Luiz Tarquínio com o Varandas Tropicais], a antiga gestora trouxe material falsificado, eu não consigo abrir a caixa para que a gente possa tomar conta. Se eu for trocar, custa R$ 250 mil. Se eu tiver dez, são R$ 2,5 milhões. Essa é a nossa realidade. Nós temos ônibus que param fora de lugar porque, infelizmente, levaram oito anos, vinte anos, parando fora do lugar. Eu estou [no cargo] há três meses. Tem motorista que dirigia bebendo, que nós já prendemos. Alguns motoristas nem carteira tinham. [A respeito do transporte público], as pessoas não respeitam o transporte alternativo porque acham que está obsoleto. Eu sou contra a licitação da permissão [para explorar o transporte alternativo] porque essas pessoas estão há muito tempo nesta cidade [desde] quando a cidade era de barro. Hoje o que a gente precisa é dar dignidade aos permissionários, procurar formas de trazermos o financiamento, dar um decreto garantindo a ele cinco anos para que ele possa pegar um empréstimo, colocar e arrumar os pontos de ônibus, para que as pessoas possam entender que este município pode ser diferente. Isso demanda um tempo, tenho três meses. Eu Vilas Magazine

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não sou milagreiro, não posso em 90 dias mudar a concepção de 50 anos. Eu preciso da ajuda das pessoas, imploro que as pessoas entendam que esta cidade pode ser a melhor cidade do mundo, desde quando a gente tenha concepção de mudança, desde quando a gente entenda esta cidade como uma cidade futurista e cada um faça a sua parte, não estacione onde não pode estacionar. Na última reunião com a comunidade de Vilas do Atlântico no auditório do Colégio Mendel o senhor disse que Cláudio Silva [exsuperintendente de Controle e Ordenamento do Uso do Solo (SUCOM) de Salvador] faria uma exposição sobre um plano de urbanização para o bairro. Não houve tempo naquele dia. O que seria esse plano? Está relacionado à via expressa de Vilas à Estrada do Coco? Não tem nada a ver uma coisa com a outra. A via expressa é um projeto do Estado em que você diminuiria o fluxo de carros na Estrada do Coco. Nós precisamos fazer um estudo do que é positivo e do que é negativo. Às vezes você pode fazer uma via expressa dessas e matar o maior shopping a céu aberto do mundo que se chama Estrada do Coco. Nós temos um estudo de que não mataria a Estrada do Coco. Em relação a Cláudio Silva, quando eu pedi que ele se pronunciasse, [é que] nós temos Vilas do Atlântico, que é um loteamento de 30 anos que ficou totalmente desorganizado porque perdeu a concepção. O município, através da gestão pública, foi irresponsável.


o problema da mobilidade e de assaltos não é só em Vilas, é em todo o município. Retirar o muro da rua Praia de Guadalupe [que divide Vilas e o Miragem, questão que está sendo discutida na Justiça] ajudaria a mobilidade no trânsito dentro de Vilas do Atlântico? Melhoraria, mas quando eu falei isso na reunião [no Colégio Mendel] as pessoas disseram que seria um problema, que seria mais uma abertura, mais uma comunicação entre a área externa e Vilas do Atlântico. Vamos discutir. Eu sou democrático, não sou impositivo. Agora, nós temos que ter coragem, que não me falta, nem vontade de trabalhar. O prefeito tem um compromisso com Vilas, mas mais do que Vilas, o prefeito tem também um compromisso com Itinga e Portão. Hoje, a prefeitura vai trabalhar com quem mais precisa. Primeiro, porque não respeitou o TAC [Termo de Acordo e Compromisso do loteamento]. Nós tínhamos todo um projeto para Vilas do Atlântico. Você tem empresas e restaurantes hoje que não têm uma vaga de estacionamento. Na minha gestão não vai acontecer isso. Você vai estacionar no meio da rua? O agente fiscalizador é o poder público, a gente tem que ter responsabilidade por isso. O que nós queríamos, quando conversamos com Cláudio [Silva], estamos pensando nisso há seis meses – eu sonho com esta cidade – é planejar Vilas do Atlântico. Não sou eu, eu sou médico, estou prefeito. Nós estamos trazendo um especialista para montar uma estratégia para o loteamento de Vilas do Atlântico para dar segurança e mobilidade. Cláudio Silva sonha comigo. Qualquer um pode sonhar comigo. Se você tiver boas ideias, pode trazer. Cláudio Silva é meu amigo, uma pessoa que eu estimo, tenho um carinho especial, mas ele não tem nenhum envolvimento com a prefeitura. Esta cidade precisa de pessoas que sonhem e transformem em realidade. Vilas do Atlântico precisa ser planejada. É um loteamento vovô que precisa de dignidade, segurança e mobilidade. Como é que se daria essa segurança e mobilidade para Vilas do Atlântico? Vamos convidar uma empresa ou uma pessoa que entenda de mobilidade e traga um estudo viável para que a gente possa mudar a realidade. Nós não podemos mais permitir que as pessoas sejam assaltadas em Vilas. Mas

Vilas do Atlântico, de todos os bairros de Lauro de Freitas, não seria o mais fácil de combater a violência, uma vez que só tem três saídas? Quem tem que fazer esse estudo é o governo do Estado. A viabilidade da segurança é do governo do Estado. A minha função aqui é trazer políticas públicas para mudar a realidade diária do município. Nós temos um competente secretário de Segurança Pública, um competente Comandante Geral [da Polícia Militar], Coronel Castro, que é meu amigo pessoal. Eles é que têm que fazer esse estudo. A viabilidade da segurança é um comprometimento do Estado. Eu estive lá com o Comandante Geral no primeiro mês, trouxe o policiamento da BCS [Base Comunitária de Segurança] Móvel para Portão, estivemos com o secretário de Segurança Pública colocando à disposição os nossos funcionários. Compromisso eu tenho com o Governo do Estado, mas estratégia de segurança não é [com] a prefeitura. Nós temos a Guarda Municipal, que cuida do patrimônio público, mas estratégia de segurança quem faz é o governo do Estado. O efetivo é pequeno, o Estado é um grande parceiro, nós somos amigos do governador e contamos com isso. Mas precisa aumentar o efetivo. Esse é o maior problema hoje no município. Nós temos três delegacias, duas Companhias [de Polícia Militar], uma BCS, a Polícia de Choque, a Aeronáutica aqui e nós não conseguimos resolver o problema da segurança. O que falta é políticas públicas e Vilas Magazine

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atitude do gestor. Isso nós vamos fazer. No que se refere à mobilidade urbana, o que causa maior impacto é o adensamento populacional, um processo que o senhor criticou muito nos últimos anos [como vereador]. O senhor inclusive é autor de uma lei que exige o estudo de impacto de vizinhança [para a liberação de alvarás de construção]. Há um projeto de lei, de iniciativa do Executivo anterior, para elevar o gabarito dos prédios de nove para quinze pavimentos em Lauro de Freitas. O que é que o senhor pensa a respeito desse assunto agora? A questão da mobilidade está diretamente ligada à densidade demográfica. O governo anterior foi irresponsável porque não fez um estudo de impacto de vizinhança, estudando a mobilidade. Construiu-se muito, trouxe gente e não fez nenhuma estrutura física para que melhorasse a mobilidade. Qual é o meu desafio hoje? É criar alternativas de mobilidade através de estudos técnicos para que o cidadão possa ter o direito de ir e vir. Nós temos uma BA que passa por dentro da cidade, a 099, que tem 7,5 Km, que deságua para Camaçari e para Salvador, que fica engarrafada, se possível, 24 horas no dia. Qual é o nosso desafio? Primeiro, melhorar o aspecto de desaguar. Todo mundo que sai de Vilas do Atlântico ou de Itinga deságua onde? O normal é desaguar na Estrada do Coco. Primeiro é fazer um estudo na Estrada do Coco para que a gente possa aumentar a quantidade de pistas, fazer [espaços] de reserva onde os ônibus possam parar, que não influencie no fluxo de carros (leia à página 9). O que nós pudermos fazer para melhorar, vamos fazer. E quanto ao gabarito dos prédios? O senhor retiraria o projeto de lei? [O projeto de lei] por mim não foi apresentado. Projeto de lei não pode passar de um ano para o outro. O senhor reapresentaria esse Projeto de Lei, alterando o gabarito de nove para quinze pavimentos? Aí nós vamos fazer um estudo. Se for numa área em que não comprometa a mobilidade, estudaremos. A gente não pode dizer que não pode fazer nada ou fazer tudo. Tem que ter bom senso. Não vou construir 15 andares onde você tem duas ruas para sair, mas eu posso construir onde houver mobilidade.


agenda

Exposição fotográfica homenageia Mestre King no Mês da Dança do TCA Conjunto de imagens retrata a história artística do precursor da dança afrobrasileira e celebra seus 70 anos de vida

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ompondo a programação do Teatro Castro Alves durante o Mês da Dança, em que se comemora no dia 29, o Dia Internacional da Dança, a Fundação Cultural do Estado da Bahia (FUNCEB), entidade vinculada à Secretaria de Fotos: acervo exposição

Cultura do Governo do Estado (SecultBA), realiza a Exposição Mestre King. Aberta a partir do dia 1º de abril, seguindo para visitação pública até o dia 30, das 12 às 18 horas, a mostra ocupa o foyer do TCA numa homenagem a este que foi o primeiro homem a se graduar em Dança pela Universidade Federal da Bahia (UFBA) e que é o precursor da dança afrobrasileira, elemento fundamental do repertório cultural baiano. Com curadoria de Álvaro Villela, a exposição reúne fotografias de autoria de nomes como Any Valette e Rafael Martins, além de fotos do acervo pessoal de Mestre King, retratando a sua trajetória profissional, desde aluno da Escola de Dança da UFBA até se tornar coreógrafo renomado com o grupo Gênesis, formado em 1976. Há ainda registros de sua mais recente criação, o espetáculo Opaxorô, que, sob uma perspectiva contemporânea, faz a narrativa coreográfica de uma das mais belas lendas dos orixás: a viagem de Oxalá para a terra de Oyó, ou terra de Xangô. A montagem, inclusive, que teve circulação pela Bahia apoiada pelo Edital Setorial de Dança 2012 da FUNCEB/SecultBA, estará em cartaz no Espaço Xisto Bahia, nos dias 9 e 10 deste mês, às 20 horas, com entrada franca. Considerado uma das maiores autoridades em tradições da música e dança afrobrasileiras, Raimundo Bispo dos Santos, baiano conhecido internacionalmente como Mestre King, professor e coreógrafo, desenvolveu um método que misturava elementos de danças folclóricas e populares brasileiras com as dos orixás do Candomblé, que resultou na dança afrobrasileira. Ele montou mais de 100 coreografias e dividiu seu conhecimento em diversos países do mundo. Este ano, o Mestre, ainda em plena atividade, inclusive em aulas regulares na Escola de Dança da FUNCEB, completa 70 anos de vida.


Exposição

saúde

Paz: origem e destino da alma humana Concebida com o intuito de alimentar a paz, os valores elevados e a postura positiva diante dos desafios do mundo, a exposição Paz: origem e destino da alma humana, através de imagens que conceituam pontos da filosofia da meditação Raja Yoga, são oferecidas experiências de bem-estar e paz, qualidades positivas do ser, a sua ligação com a espiritualidade e os resultados da prática de uma consciência mais positiva e elevada diante da vida. Através de uma atitude totalmente nãoviolenta, podemos transformar a realidade de caos e violência, cada vez mais crescente em nosso mundo. A realização é da Brahma Kumaris, organização internacional que tem por objetivo

Shopping Canoas promove encontro de saúde em Vilas

a revalorização do ser humano para a construção de um mundo melhor. Possui 8500 escolas em mais de 130 países e tem sua sede na Índia. Não possui fins lucrativos e seu trabalho é mantido por serviço voluntário e contribuições espontâneas daqueles que se beneficiam dele. Até o dia 20 a exposição pode ser visitada na área aberta do Shopping Estrada do Coco.

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Dia 13, a partir das 7h30 acontece o 1º Encontro de Saúde do Canoas, o Shopping do Bem-Estar, com aulas de Pilates com alongamento, treinamento funcional, dança, dicas de receitas saudáveis, massagem, sorteio de brindes, e café da manhã. O shopping está localizado na Av. Praia de Itapoan, 784, ao lado do Laboratório Labchecap.


artigo

U

Meus filhos, meus bens

ex-casal a disputar a posse m a l e i to ra m e dele. Crianças e adolescentes contou que tem o passam, então, a ocupar o hábito de assistir mesmo lugar que as coisas a novelas, mesmo rosely sayão materiais ocupam após a sem gostar muito, porque as dissolução conturbada de considera um passatempo um casamento. Longas batalhas judiciais são travadas para que bom para relaxar do estresse do trabalho. cada uma das partes sinta que não saiu perdendo muito após o Depois de jantar com o filho de seis anos e colocá-lo para rompimento, não é verdade? dormir, essa mãe tem o costume de sentar-se em frente à TV e Mas os filhos sofrem com isso porque, primeiramente, nada acompanhar o desenrolar das tramas da novela das nove. As cenas podem fazer para sair da situação criada por seus pais. E quando da ficção que a afetaram violentamente foram as relacionadas à tal situação ocorre, certamente eles é que saem perdendo. história de um casal recém-separado que briga pela guarda da filha. Eles perdem a confiança em um dos pais ou em ambos e perO que deixou nossa leitora muito perturbada foi ter se dado dem também a segurança e a proteção de que tanto precisam. Os conta de que ela mesma tem vivido essa história e ainda não havia filhos são levados a assumir a defesa de um dos lados e perdem, percebido: só percebeu depois de se envolver e de se identificar principalmente, um direito que ninguém deveria poder tirar deles: com os personagens. o de crescer em companhia de seus pais, mesmo que eles não Essa mulher separou-se recentemente do pai de seu filho e, desde estejam mais juntos. o rompimento do casamento, está enfrentando uma situação muito Quem tem filhos precisa saber que assumiu um compromisso semelhante à que viu na novela. Ela e o pai do menino têm brigado, para o resto da vida. Seu casamento pode terminar, mas o vínculo inclusive na Justiça, para obter a guarda do menino e, ao mesmo com a mãe ou o pai de seus filhos não deveria terminar nunca. tempo, impedir que o outro desfrute da companhia da criança. Além disso, é importante lembrar, também, que um filho não é O que ela não havia pensado até então, e foi ao assistir a um bem sobre o qual se pode obter a posse. algumas cenas da novela é que passou a refletir a respeito, é que Parece que as crianças que nascem no mundo da diversidade tudo o que tem feito pode estar prejudicando o seu filho. E é esse têm se adaptado muito bem às mudanças pelas quais a família o tema de nossa conversa deste mês. vem passando. Mas assistir aos pais brigando pela sua guarda não Casamentos, divórcios e recasamentos são acontecimentos pode fazer bem a elas. cada vez mais comuns no tempo em que vivemos. No século 21, Os mais novos precisam de nossos cuidados e, para honrar esse esses fatos não causam espanto. As novas famílias resultantes compromisso assumido, os pais precisam, de qualquer maneira, dessas uniões e desuniões fazem parte do nosso cotidiano. agir com maturidade. Mas há ainda um número muito grande de ex-casais que, à semelhança de nossa leitora e dos personagens da novela, ainda usam o filho como um instrumento para atingir o ex-parceiro. Por Rosely Sayão, psicóloga e consultora em educação, escreve que será que isso ocorre? sobre as principais dificuldades vividas pela família e pela escola no ato de educar e dialoga sobre o dia-a-dia dessa relação. Talvez o fato de o filho, hoje, ser considerado um bem leve o

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Vendas diretas registram crescimento de 16% e atraem gigantes do varejo Empresas, como a Marisa e O Boticário, que atuavam apenas com lojas físicas, passam a atender de porta em porta

O

mercado de vendas diretas no Brasil cresceu 16% ao ano, de 2001 a 2011, e somente em 2011 o volume de negócios chegou a R$ 50 bilhões, segundo a Associação Brasileira de Empresas de Vendas Diretas (Abevd) (os dados de 2012 ainda não foram divulgados).No mundo, o País ocupa a 5ª posição no ranking, atrás apenas dos EUA, Japão, China e Coreia. E esse aquecimento do setor tem atraído grandes empresas que tradicionalmente atuavam com lojas físicas a ingressarem no modelo de porta a porta. A Marisa, gigante do vestuário há mais de 60 anos, é o exemplo mais recente de empresas que apostam no aumento dos lucros abrindo um canal para esse mercado. Iniciou, em dezembro, a entrada no setor em oito estados, incluindo a Bahia. A expectativa é atingir, em cinco anos, faturamento de R$ 500 milhões, segundo o porta-voz Marcel Szajubok. “A compra assistida é considerada uma ferramenta muito importante para fortalecimento da marca, porque leva para dentro da casa da cliente a qualidade da empresa”, diz Szajubok, por meio da assessoria de imprensa. Além da possibilidade de atuar em um mercado em ascensão, a migração está relacionada às facilidades de penetração da venda direta junto ao consumidor, segundo a diretora-executiva da Abevd, Roberta Kuruzu. Como não há limitação territorial para esse tipo de atividade, empresas que não enxergam viabilidade financeira em instalar uma unidade fixa em determinado local podem recorrer aos revendedores para alcançar clientes nos lugares onde seria desaconselhável se instalar. “O custo de ter estabelecimento fixo exige investimento maior”, destaca a executiva. O relacionamento pessoal entre vendedor e cliente é mais uma característica do modelo que garante os bons resultados, segundo

Roberta. “Quando o e-commerce surgiu, falava-se que a venda direta ia morrer, mas o e-commerce nunca substituirá o relacionamento pessoal da venda direta. O brasileiro é um povo que gosta de se relacionar, encontrar pessoas. E o consultor bem capacitado dá orientações melhor do que e-commerce ou loja. Entende desejos e gostos do cliente”. Concorrência Outra grande marca do varejo que tem mirado no segmento é o Grupo O Boticário, cuja marca O Boticário possui o maior número de lojas franqueadas no Brasil voltadas para a comercialização de cosméticos. Em 2011, o grupo criou a Eudora, empresa que conta com 14 lojas em todo o Brasil, uma em Salvador, mas tem como foco principal a venda direta, o que mostra a tentativa do grupo de fazer frente aos concorrentes. Já a Natura, que há 40 anos, investe no

relacionamento entre revendedor e cliente como aposta do seu negócio, comprou 65% da australiana Emeis por R$ 149 milhões, em 2012, o que simboliza um investimento consistente na estratégia de longo prazo. A confirmação da aquisição será feita este mês, e, com isso, serão abertas chances para novos consultores. No Brasil, a atividade é desempenhada principalmente por quem já possui um emprego e atua como consultor para complementar a renda. A aposentada Suely Falcão faz parte desse contingente. Aos 61anos, 15 dedicados à venda de cosméticos da Natura, apostou no porta a porta para custear a faculdade do filho, porque a aposentadoria não cobria a despesa. “Ele se formou em biologia, fez mestrado e hoje trabalha na área. E tudo isso foi possível com esse trabalho, porque somente com meu u salário não conseguiria”. Kleyzer Seixas / Ag. A Tarde mila cordeiro / Ag. a tarde

Suely pagou a faculdade do filho com a renda de consultora

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negócios

Profissionais chegam a quadruplicar renda com venda de porta em porta Mais de 4 milhões de brasileiros atuam no setor; quase metade concilia venda direta com uma outra atividade

A

s vendas diretas geram mais de quatro milhões de ocupações no País, mas ainda há oportunidades para novos consultores. Quase 50% dos profissionais que atuam no segmento conciliam o trabalho com outra atividade, segundo a Associação Brasileira de Empresas de Vendas Diretas (Abevd). Na Bahia, 41,5% desenvolvem o trabalho aliado a outra fonte de renda. Deles, 56,1% têm carteira assinada ou participa como proprietário de negócio. Esses trabalhadores são formados por donas de casa, estudantes e aposentados em busca da complementação da renda. No entanto, nos últimos anos, devido à possibilidade de crescimento do lucro com o aumento do tempo dedicado à venda, profissionais liberais são cada vez mais comuns. O rendimento médio é de cerca de R$ 300, mas há chances de quadruplicar os ganhos com o aumento do tempo. Dione Lima, 35, é uma das autônomas que, cinco anos após se dividir entre a atividade de esteticista e venda direta, optou pela última. Dedicando-se somente ao porta a porta, passou de uma renda mensal de R$ 3 mil para R$ 12 mil. Agora, comanda uma equipe da Mary Kay. “Dou apoio a vendedoras, com treinamento e acompanhamento”, diz.

Administração do tempo A principal vantagem do trabalho é a administração do tempo, segundo a Abevd. Fica a critério do próprio profissional, que não possui vínculo empregatício com as empresas, definir seus horários. Dos vendedores, 33% trabalham de uma a quatro horas semanais, e apenas 4% atuam por mais de 40 horas. “É um negócio no qual o consultor é um empreendedor, lucrando de acordo com a dedicação”, afirma a gerente de marketing regional da Natura, Mariana Amazonas. Márcia Baqueiro, 44, aposta na administração do tempo para incrementar a renda. Dona de uma loja há 11 anos, garante R$ 2 mil por mês vendendo produtos Avon, marca mais antiga no setor no Brasil que conta com seis milhões de revendedores em 100 países. “Não perco tempo. Se fui tomar café em algum lugar, abordo uma pessoa, mas é preciso ser discreta e simpática. Eu crio oportunidade”.

Dione começou como vendedora e agora atua como diretora de vendas

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Hoje, concilia o trabalho da loja com as vendas na rua. Por mês, atende mais de 40 clientes fixos. Os profissionais também têm possibilidade de crescer. Na Mary Kay, há plano de desenvolvimento estruturado, que possibilita às consultoras serem donas do próprio negócio e responsáveis pelo seu desenvolvimento financeiro. “Há incentivos que incluem materiais educacionais, bonificações, prêmios em joias, viagens internacionais e o uso de um carro cor-de-rosa, ícone da marca”, realça Rosana Bonazzi, porta-voz da marca. A Avon também possui um programa voltado para executivas de vendas. As profissionais continuam sendo autônomas, mas têm a oportunidade de gerenciar outras vendedoras. Na Natura, as consultoras também podem passar a ser consultora-orientadora, com o papel de orientar um grupo de vendedoras. Para essa função, recebem comissão. dorivan marinho / Ag. a tarde


Marisa planeja cadastrar mais de 10 mil consultores em oito estados

C

om a entrada da Marisa no mercado de vendas diretas, aumentam as oportunidades de atuação no setor. A expectativa da empresa, que já trabalha com 700 pessoas no projeto piloto, iniciado em dezembro de 2012, é ter mais 10 mil consultores de moda e estilo até o final de 2013 na Bahia, Goiás, Mato Grosso, Minas Gerais, Pernambuco, Tocantins, São Paulo e Distrito Federal. Não há informações de quantas vagas serão oferecidas na Bahia. Para fazer parte do grupo, é preciso ter idade acima de 18 anos e não ter problemas de crédito. Interessados devem enviar e-mail para vd.atendimento@marisa.com.br. Outras empresas do segmento de cosméticos, responsável por 85% do volume de negócios da venda porta a porta no Brasil, como Avon, Natura, Mary Kay, Jequiti, Eudora e Contém 1G também, e outras da área de nutrição, como a Herbalife, continuam recebendo cadastro. Em todas as marcas, os vendedores trabalham como autônomos. Não existe processo seletivo e as regras para cadastro são as mesmas da Marisa – maior de 18 anos e sem restrição cadastral. Para se cadastrar, é preciso acessar os sites das redes e preencher um formulário online ou então procurar um consultor mais próximo.

NEGÓCIOS

27,2

Vendas diretas crescem em média 16% ao ano

26 21,8

Volume de negócios de 2001 a 2011

18,5 16,2 14,5

(R$ em bilhões)

12,4 5,9

6,9

2001

2002

10,4

8,1

2003

2004

2005

2006

Kleyzer Seixas / Ag. A Tarde

2008

2009

2010

2011

Motivos para se tornar um representante de venda direta (%) 46

Tornar-se independente

45

Obter uma fonte de renda adicional

42

Ter o próprio negócio

33

Comprar produtos para uso próprio

27

Aprender algo novo

27

Conhecer novas pessoas

22

Ter uma renda superior

13

Ter mais flexibilidade Obter renda para uma compra específica

9

Outros motivos

9

Tempo dedicado à venda direta (semanalmente)

10 a 14

5a9

horas

horas

22

15 a 19

21

horas

1a4 horas

20 a 29

9

33

Benefícios e motivos Além da possibilidade de aumentar a renda como aumento do tempo dedicado à atividade e das chances de crescer dentro de uma empresa que atua no segmento, os consultores destacam outros benefícios em trabalhar com a venda direta, segundo pesquisa da Associação Brasileira de Empresas de Vendas Diretas (Abved). Dentre os benefícios, o ganho de dinheiro para gastos diários como proveito da atividade foi mencionado por 73% dos profissionais. Já 45% deles indicaram o pagamento de contas com educação, 39% citaram o desenvolvimento pessoal e 35%, a melhoria da qualidade de vida. E entre os motivos que levam os profissionais a se tornarem representantes, 46% citaram independência, 45% mencionaram a renda adicional e 42%, ter o próprio negócio. Outros 27% indicaram o aprendizado de algo novo, e 13% destacaram a flexibilidade do trabalho.

2007

horas

7

%

30 a 40 5 4

horas

mais de 40 horas

FONTE ABEVD – Associação Brasileira de Empresas de Vendas Diretas

VEJA ONDE SE CADASTRAR PARA SER UM CONSULTOR AVON www.avon.com.br SAC: 0800 708 2866 MARY KAY www.marykay.pt SAC: 0800 163 113 EUDORA www.eudora.com.br SAC: 0800 727 4535 NATURA www.natura.net SAC: 0800 115 566 MARISA vd.atendimento@marisa.com.br ou www.marisa.com.br SAC: 0800 115 566 HERBALIFE www.herbalife.com.br SAC: 0800 7743722 HERMES www.hermes.com.br SAC: 0800-774 3258 JEQUITI www.jequiti.com.br SAC: 0800 776 7575 TUPPERWARE www.tupperware.com.br SAC: 0800 114 080 MONAVIE www.monavie.com.br SAC: 0800 891 5441 CONTÉM 1G www.contem1g.com.br SAC: 0800 775 1300 AMWAY www.amway.com.br SAC: 0800 940 6766 PIERRE ALEXANDER www.pierrealexander.com.br SAC: 0800 644 8800 BELCORP www.somosbelcorp.com.br SAC: 0800 778 8992 Vilas Magazine

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negócios

Artesãs baianas conquistam clientes das classes A e B Com a marca Full Chic, mulheres do distrito de Areias, em Camaçari, ampliam renda produzindo fuxico

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uem vê as 19 mulheres conversando e costurando na pequena casa em Areias, Camaçari, nem imagina que daquelas mãos já saíram peças, feitas com fuxico, usadas por crianças famosas, como o filho de Ivete Sangalo, e pela primeiradama do Estado, Fátima Mendonça. A Full Chic, marca criada por elas há oito anos, produz uma média de 300 itens ao mês, com preços que variam de R$ 0,20 a R$ 2 mil. Há mais de 50 opções de produtos, que são personalizados a cada encomenda. Muitas ideias surgem, aliás, dos clientes, como foi o caso do kit para viagem pedido pela ministra Eliana Calmon.

raul spinassé / Ag. a tarde

Autoestima Cada artesã ganha R$ 8 por hora de trabalho. É pouco, se comparado a outros negócios, mas significativo para a realidade dessas mulheres, que puderam custear serviços básicos aos quais não tinham acesso, como água e luz, e ter autonomia. “Ah, é joia não ter que depender do marido”, diz uma das artesãs pioneiras, Cleonice Pereira. Outro benefício do projeto é oferecer ocupação às mulheres. A maioria do grupo é formada por donas de casa de meia-idade, esposas de pescadores.

Maria do Carmo é uma das mulheres da localidade de Areias, que trabalham com a produção de fuxico Vilas Magazine

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Crescimento Nem sempre a marca vendeu bem. A mudança começou com um “fuxico” de Sandra, que disse a uma amiga e cliente, esposa de um executivo da OAS, sobre a possibilidade de fechar. O diretor de marketing da empresa foi conhecer o projeto, e desde então a OAS é cliente, assim como Coelba e Fieb. A produção costuma ser adquirida por clientes das classes A e B. “Além da qualidade e do bom gosto, são itens exclusivos”, observa Sandra, que admite nunca parar coma propaganda boca a boca. “Ninguém sai de minha casa sem levar um produto. E presente é sempre da Full Chic”, ressalta. Apesar das boas vendas, a marca sonha com um ponto comercial à vista de quem transita por Camaçari. Mas para elas, como para outros artesãos, o desafio é crescer de modo sustentável. A coordenadora da Unidade de Gestão Estratégica do Sebrae Bahia, Isabel Ribeiro, conta que é um problema comum, após as rodadas de negócios, é as artesãs voltarem cheias de encomendas para as quais não conseguem garantir escala. “A força está no associativismo”, sugere.

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raul spinassé / Ag. a tarde

Ocupar o próprio tempo foi, aliás, a motivação de um grupo de aposentadas de Interlagos para iniciar o projeto em 2001. “Fizemos entrevistas para saber do que elas gostavam. Algumas costuravam, outras não. Elas foram aprendendo e desenvolvendo a sensibilidade. Hoje o nosso diferencial é a qualidade”, diz uma das idealizadoras e atual coordenadora da marca, Sandra Maciel. O projeto foi atraindo mulheres como Maria José Freitas, que desejava conciliar as atividades no lar com o trabalho. “Fui costureira por 30 anos. Hoje sou livre, faço os meus horários, e tenho qualidade de vida”, afirma.

Organizadas, artesãs do distrito de Areias criaram a marca Full Chic há oito anos

Arte de produzir fuxico é uma tradição passada de mãe para filha

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uxico é um tipo de costura que não se chama assim por acaso. Tipicamente feminina, por exigir detalhamento, é uma tradição passada geralmente de mãe para filha. Isabel Ribeiro diz que é difícil sistematizar dados sobre o artesanato, mas acredita que seja importante dentro da economia criativa. “Se representa 20% do PIB, então o artesanato deve corresponder a 10% disso”. O Instituto Mauá, ligado ao governo do estado, compra e vende parte da produção de fuxico. O artesão interessado em vender tem a sua produção avaliada por uma comissão. De acordo com a gerente de promoção e comercialização, Rose Aguiar, paga-se até R$ 5 mil por compra. “Um artesão pode ganhar cerca de R$ 800 por mês com fuxico”, estima. O produto interessa do turista a grandes empresas.“Esses dias a Globo nos pediu oito cortinas de fuxico”, diz. Instituições como o Senac e o Sebrae são

um apoio fundamental para quem trabalha com fuxico. Claudia Figueiredo, artesã de Lauro de Freitas, prefere trabalhar sozinha para garantir a qualidade. Mas semanalmente reúne-se com um grupo produtivo do Sebrae para “trocar ideias”. As 48 mulheres da Associação de Artesãos do Raso de Nova Soure, a 230 km de Salvador, participam das rodadas de negócios do Sebrae. “É onde conhecemos os lojistas”, diz a presidente Maria Zenaide Batista. Dos R$ 10 mil mensais que a associação fatura, 70% vêm desses contatos. Juliana Brito / Ag. A Tarde

ONDE ENCONTRAR PRODUTOS DE FUXICO INSTITUTO MAUÁ Reúne a produção de vários artesãos do Estado. Porto da Barra, 2, Salvador. FULL CHIC Cooperativa formada por 19 mulheres de Areias. Rua Augusto Alcântara, 350. ASSOCIAÇÃO DE ARTESÃOS DO RASO Praça Monsenhor do Raso, s/nº. Nova Soure

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www.multicoisas.com.br


Empresas & Negócios divulgação

Bahia ganha mais uma fábrica do setor de energia eólica Com a inauguração da fábrica Acciona, em Simões Filho, Região Metropolitana de Salvador (RMS), dia 11 de março, a Bahia confirma a marca de maior polo brasileiro de investimentos em energia eólica. A unidade vai produzir 135 cubos eólicos (peças que concentram as hélices das torres geradoras de energia) anualmente e vai gerar 210 empregos, entre diretos e indiretos. Para o governador Jaques Wagner, a Accioma “é uma empresa estratégica que completa o ciclo de produção de equipamentos de energia eólica na Bahia, que é destaque no setor”. Já o diretor da Acciona Windpower Brasil, Cristiano Forman, declara que a Bahia foi escolhida porque é um grande polo de energia eólica, e também pela localização estratégica entre o Nordeste e o Sul do país, onde a empresa mantém projetos.

segmento eólico, com a atração de empresas, ampliação de fábricas e geração de empregos. Em março foi confirmada a parceria de R$ 2,7 bilhões entre a Renova Energia e a Alstom, que vai possibilitar a ampliação do parque eólico baiano, já considerado o maior das Américas. Até 2014, serão investidos R$ 6,5 bilhões neste setor, gerando cinco mil empregos na implantação e 500 na operação dos projetos.

Destaque internacional A Bahia tem alcançado posição de destaque internacional no

Sebrae Bahia abre inscrição para expositores na Feira do Empreendedor Considerada a melhor Feira do Empreendedor do Brasil, por três anos consecutivos, com base nos critérios da Fundação Nacional da Qualidade (FNQ) a Feira do Empreendedor da Bahia, que vai acontecer de 22 a 26 de outubro, no Centro de Convenções, em Salvador, está recebendo propostas para quem deseja ser expositor no evento.O evento deve reunir cerca de 150 expositores,

mais de 21 mil capacitações e espera receber mais de 40 mil visitantes. De acordo com a gestora da Feira, Ana Paula Almeida, a novidade este ano é o espaço Serviços para Empreendedores, “criado para atender demandas registradas em uma pesquisa de opinião feita em 2012 com visitantes da Feira de 2011. Neste espaço estarão, entre outras, empresas fornecedoras de produtos para salão de beleza, loja de vesfoto: agência olho de peixe

Novidade este ano é o espaço Serviços para Empreendedores

tuário e acessórios, lanchonete e mercearia (restrito a móveis e estruturas de apoio) para atender empreendedores individuais, micro e pequenas empresas. Na escolha vamos considerar aspectos como valor do investimento, inovação, proposta de promoção focada no público alvo e adequação ao objetivo da Feira”, explica Ana Paula. Os expositores de oportunidades de negócios da Feira do Empreendedor Bahia 2013 devem oferecer aos visitantes a possibilidade de abertura de um novo negócio ou incremento de negócios já existentes. Os estandes são distribuídos pelos setores de Máquinas e Equipamentos,

Franquias, Oportunidades de Representação Comercial, Serviços para o Empreendedor, Negócios Verdes e Sustentáveis e Soluções Digitais. Empresas interessadas em participar do evento devem apresentar proposta pelo site www. ba.sebrae.com.br/feira e procurar a opção (Quero Participar/ Expositor). A proposta passará pela análise do Sebrae Bahia, podendo ou não ser aceita, de acordo com o perfil da empresa, produtos e/ou serviços a serem oferecidos. Mais informações no site da Feira, ou pelo e-mail feiradoempreendedor@ba.sebrae. com.br ou telefones (71) 33204459 ou 3320-4308.

Laboratório Boiron fecha parceria com Farmácias Sant’Ana

podem ser encontrados na maior rede de drogarias da Bahia, considerada a 9ª maior rede do Brasil, segundo o ranking 2011 da Abrafarma. Com mais de 100 lojas no Estado, a rede Sant’Ana será estratégica para a Boiron consolidar ainda sua presença no Estado. “A Bahia possui algumas parti-

A Boiron, maior laboratório de medicamentos homeopáticos do mundo, fechou em março parceria com as Farmácias Sant’Ana: agora os produtos da empresa

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Senadores conferem conteúdo da Cartilha


cularidades em relação a outros mercados e acreditamos que o bom momento econômico vivido pela região Nordeste e a credibilidade da rede Sant’Ana no estado serão muito importantes para fortalecermos a importância dos produtos naturais como formas eficazes e seguras no combate a algumas doenças, como tosse, gripe e ansiedade”, afirma Ricardo Ferreira, diretor da Boiron. A Boiron já está presente nas principais redes de drogarias do Brasil, como Drogasil, Droga Raia,

Núcleo de Oncologia inaugura serviço de mastologia no município

Drogaria São Paulo, Rosário Distrital, Pacheco, Araújo, entre outras. Líder mundial na fabricação e vendas de medicamentos homeopáticos, a Boiron está presente em mais de 80 países. Com fortes investimentos em pesquisa nos últimos anos, a empresa possui um portfólio de mais de 250 especialidades e três mil substâncias unitárias registradas, produtos líderes em vendas na França e alguns dos medicamentos mais procurados no mundo. www. boiron.com.br

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A unidade do Núcleo de Oncologia da Bahia em Lauro de Freitas implanta, a partir deste mês, o serviço de mastologia atendido pelos médicos Marco Barbosa (dir.) e André Moraes, do Núcleo da Ma­ ma, focado em consultas para prevenção, diagnóstico, tratamento e cirurgia de patologias mamárias. Com a ampliação dos serviços, a unidade do NOB no município, que já conta com atendimento de especialistas em oncologia e hematologia, além de disponibilizar tratamento de quimioterapia, objetiva garantir suporte multidisciplinar para a melhor abordagem terapêutica ao paciente. “A prevenção é o caminho para o combate ao câncer de mama. Apesar ser o tipo de câncer que mais causa mortes entre as mulheres brasileiras, o tumor mamário pode ser descoberto precocemente através de técnicas de rastreio”, afirma o mastologista Marco Barbosa. “Quando o diagnóstico é precoce, as chances de cura ficam em torno de 95%”, acrescenta o especialista. Fundado em 25 de setembro de 1992, o NOB, conta com um corpo clínico formado por médicos de várias especialidades, nutricionista, psicólogos, equipe de enfermagem, além de uma rede de relacionamento com profissionais renomados de diversas especialidades.

Lauro de Freitas ganha escola de ginástica para o cérebro

Melhorar o desempenho de estudantes e prevenir o declínio das funções do cérebro na terceira idade são os maiores objetivos do Supera Ginástica para o Cérebro, que inaugurou unidade em Lauro de Freitas, sob administração de Takasy Hashimoto e Rosa Hashimoto, ele acumulando mais de 30 anos de experiência como gerente de desenvolvimento de novos negócios em empresas nacionais. Primeiro método de ginástica cerebral do Brasil, o Supera possui 93 escolas no Brasil e já capacitou mais de 20 mil alunos. O método tem como finalidade estimular o desenvolvimento e a manutenção das atividades mentais, melhorando habilidades como concentração, velocidade de raciocínio, raciocínio lógico, disciplina e autoestima, por meio de exercícios cerebrais. A ginástica para o cérebro é recomendada para pessoas de todas as idades, desde crianças que querem melhorar suas notas na escola, adultos que precisam de agilidade para resolver problemas em empresas e idosos que querem prevenir declínio das funções do cérebro, como a memória.

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Profissional baiana assume diretoria da nova regional da TIM, em Salvador

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A TIM está dividindo a sua estrutura no Nordeste para fazer dos estados da Bahia e de Sergipe uma nova regional. Quem assume a diretoria em Salvador é a baiana Juliana Teixeira (esq.). A executiva traz a expertise de comandar o canal de vendas de massa da operadora (vendas de chips e recargas) na holding e a vasta experiência em multinacionais líderes de mercado nas áreas de Telecomunicações e Bens de Consumo (Comercial, Canais de Vendas, Planejamento e Inteligência ). Tudo isso para alavancar o crescimento da companhia na região.

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empresas & negócios FOTOs: DiVULGAçãO

salvador já tem escola especializada na qualificação de pedreiros, encanadores e eletricistas Salvador passa por grande efervescência no mercado de construção civil, o que tem gerado escassez de mão de obra qualificada, faltando profissionais capacitados para preencherem as ofertas de trabalho. A partir de agora, interessados em aproveitar o bom momento do setor para investir em uma especialização terá chances de ter maiores salários. Isso é o que garante o empresário Vilson Martins, inaugurou na cidade uma unidade Concretta, primeira escola especializada em qualificar mão de obra para a construção civil. A Concretta Escola da Construção é uma rede de franquias já presente em nove cidades, e tem como proposta oferecer cursos que aliam teoria e prática para a formação de pedreiros, eletricistas, pintores, entre outras quatro ocupações. Ao realizar a matrícula em um dos cursos, que saem a partir de R$ 149, o aluno recebe um kit com as apostilas, camiseta, mochila e capacete. Módulos complementares, como de matemática, educação financeira e gramática também são oferecidos gratuitamente para ajudar na recolocação profissional dos alunos. Como diferencial, a Concretta conta também com a parceria de grandes empresas do setor, como a Tigre, Deca, Lorenzetti e Apex (Belzer e Sata), que além de patrocinar as salas práticas com seus equipamentos, dão aulas específicas qualificando e atualizando os profissionais com o que há de melhor e mais moderno no mercado. Outro destaque é que o aluno pratica tudo

O empresário Vilson Martins (esq.), é o franqueado da Concretta em salvador. Acima, os sócios Miguel Pierre e sidney Bezerra o que aprendeu na teoria, ou seja, coloca a mão na massa. Entre os benefícios, a Concretta disponibiliza ainda uma agência de recolocação profissional que dá a seus alunos a oportunidade de, ao final do curso, saírem empregados. A unidade Salvador – Centro está localizada próxima à estação da Lapa e tem a expectativa de receber até 1.100 alunos.

nova Cartilha tenta reduzir marca de 711.164 acidentes de trabalho no país Após a recente divulgação do Anuário Estatístico do Ministério da Previdência Social (MPS) e do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), que mostra que, em 2011, subiu para 711.164 o número de acidentes de trabalho no Brasil (1690 a mais que em 2010), a Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho (Anamatra) lançou em março, uma Cartilha para Prevenção de Acidentes de Trabalho. Ocupando a sétima posição do ranking com a marca de 23.597 casos registrados, a Bahia, estado que, segundo

o anuário, apresentou uma tímida queda do número de acidentes, será um dos estados mais beneficiados com a nova publicação. “Para nós, trabalhadores vítimas de acidentes, esta cartilha representa o começo de uma mudança extremamente necessária, que deve incluir, além de campanhas de esclarecimento, políticas de fiscalização às empresas empregadoras e uma ação mais eficaz da Justiça, relacionada aos danos das vítimas”, destaca Gilson Helio de Oliveira, ex-operário do Polo de Camaçari e autor da obra “Fratura Exposta do Direito”, livro em que

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conta as angústias por quais passou, após ser afastado do trabalho em 1992, com esteatose hepática (gordura no fígado). Segundo Renato Henry Sant’anna, presidente da Anamatra, a “Cartilha do Trabalho Seguro e Saudável”, que, entre outras coisas, traz orientações sobre uso de equipamentos de proteção e esclarecimentos sobre a responsabilidade do empregador, possui linguagem didática e bastante ilustrativa, para ser distribuída a diversos tipos de público, a exemplo de trabalhadores, empregadores e estudantes.


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turismo

Pernambuco Banhado por águas azuis e mornas, litoral do Estado alterna praias badaladas e outras quase desertas

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Fabio Guibu / Folhapress

Edmar Melo/Folhapress

s coqueirais, a areia branca e a água azul e morna do mar estão por toda parte. Mas nem tudo é assim, previsível, no litoral de Pernambuco. Pelo contrário. Com apenas 187 km de extensão, o trecho surpreende por possuir praias quase desertas perto de outras com bastante movimento. O agito de Porto de Galinhas é quase vizinho à paz da praia de Carneiros, o mais recente paraíso descoberto pelo turismo na região. A efervescência da praia de Boa Viagem, em Recife, fica só a 30 km dos coqueirais da reserva do Paiva, o caminho que leva aos melhores pontos do litoral sul. No trajeto, estão Calhetas, com seus mirantes, e Maracaípe, com seus mangues e cavalos-marinhos. Ao norte da capital, há uma ilha tranquila perto de outra agitada. A calma é Coroa do Avião, à qual se chega a partir da ilha de Itamaracá, para quem quer distância do sossego. No meio do caminho, entre Recife e Itamaracá, fica a praia de Maria Farinha. Mais visitado, o litoral sul tem a melhor infraestrutura. No entanto, também é possível encontrar boas opções de hospedagem e restaurantes indo em direção ao norte. Descubra a sua praia em Pernambuco. Vilas Magazine

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Belas paisagens, surfe e passeios no mangue são atrações ao sul Trecho que abriga as praias mais famosas do Estado combina badalação e sossego 32

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A igrejinha de São Benedito (do Século 18), fica no final da praia de Carneiros e dá um charme todo especial ao lugar. O templo ainda está em funcionamento e é muito procurado para a realização de cerimônias de casamento. Cercada de um extenso coqueiral e banhada por águas límpida e mornas, a bela praia de Carneiros fica ao norte de Tamandaré, no litoral sul de Pernambuco.

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bém merecem ser vistos: Pedra do Xaréu, Calhetas, Maracaípe e, claro, Porto de Galinhas.

om pouco tempo e alguma disposição, é possível conhecer boa parte do litoral sul de Pernambuco, onde estão as praias mais famosas do Estado. Há ainda outras pouco conhecidas, mas não menos belas. Saindo de Recife pelo posto de pedágio de acesso à reserva do Paiva, o percurso é de apenas 30 quilômetros até Itapuama, praia de ondas fortes, que serve como ponto de encontro de surfistas. Seguindo em frente, em direção à Enseada dos Corais, a dica é parar no mirante, de onde se vê o mar e as curvas das praias até à capital. Nos 45 km seguintes, há pelo menos mais quatro locais que tamVilas Magazine

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BANHO DE MAR E PESCA O acesso a Xaréu e Calhetas é feito em parte por estrada de terra, mas o visual compensa os transtornos. Pedras enormes formam pequenas baías, boas para a pesca e o banho de mar. Em Xaréu, a infraestrutura é simples, com barracas de pescadores transformadas em bares. Há guarda-sóis na areia e cadeiras de plástico. u 33

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turismo

Já em Calhetas, o Bar do Artur, com 33 anos de existência, é frequentado por famosos e turistas, e tem espaço para atender 600 pessoas. Porto de Galinhas é o lugar mais bem estruturado do litoral pernambucano. No vilarejo, há resorts, hotéis e pousadas de todos os tipos. Restaurantes, diversão e baladas também não faltam. CAVALOS-MARINHOS Quatro quilômetros à frente, Maracaípe é outro ponto de encontro de surfistas. Cheio de ondas fortes, o local não é indicado a banhistas. Para eles, o melhor lugar é o Pontal, no extremo sul da praia, onde jangadeiros promovem passeios no mangue, com visualização dos coloridos cavalos marinhos. Em Tamandaré, a praia de Boca da Barra é a opção para quem gosta de sossego. Não há bares por perto, apenas casas de veraneio. E muitos coqueiros e mangue.

Na maré baixa, o mar é calmo, praticamente sem ondas, bom para banhos. Via esburacada leva à praia do Sossego, na ilha de Itamaracá, mas turista é compensado pela beleza do local

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nome é meio estranho, mas o lugar tem o charme de uma ilha deserta no mar. A Coroa do Avião, em Igarassu (35 km de Recife), é uma espécie de banco de areia que deu certo. Uma ilhota junto à ilha de Itamaracá. A areia branca da praia contrasta com a vegetação que cresce na parte central. Na maré baixa, o mar é calmo, praticamente sem ondas. Pequenas jangadas a motor vão e voltam a todo momento, trazendo visitantes. A travessia é feita a partir de Itamaracá e custa R$ 10 por pessoa, ida e volta. O visitante é quem marca a hora do retorno. O serviço funciona das 7h às 17h.

Edmar Melo/Folhapress

Pequenas jangadas levam à ilhota Coroa do Avião

Turísta toma banho de sol ao lado de um coqueiro e um barquinho ancorado, numa das praias quase deser­tas que compõe a Ilha da Co­roa do Avião, no município de Igarassú, litoral norte de Pernambuco Quem quiser conhecer mais da região pode fazer um passeio de barco, que custa R$ 35 por pessoa. Em cerca de 40 minutos, a embarcação passa pela Coroa do Avião, pelas piscinas naturais e navega próximo ao forte Orange, construído pelos holandeses, em 1631. O mar calmo é propício para a prática de esportes náuticos e lazer. Caiaques e jet skis são comuns no local. Na Coroa do Avião, a praia limpa reúne oito palhoças, e os preços dos petiscos são semelhantes aos cobrados no continente. Sobre o nome estranho da ilhota, ninguém sabe dizer ao certo qual a sua origem. Alguns dizem que o banco de areia, visto de cima, se parece com um avião. Outros, Vilas Magazine

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que um avião caiu no local cerca de 60 anos atrás. Já o termo Coroa seria uma adaptação de “croa”, ou crosta. EU QUERO SOSSEGO Na Ilha de Itamaracá, há locais pouco visitados, como a praia do Sossego, a nove quilômetros do centro urbano, com acesso por uma estrada de terra esburacada e tortuosa, sem iluminação. A beleza da praia, no entanto, compensa os transtornos. O mar é calmo, com areia branca forrada de conchas. Há poucos bares no local, todos eles muito simples. A peixada para quatro pessoas no Bar do Severo custa R$ 60, para quatro pessoas. O caranguejo sai por R$ 3 cada um.


Pedro Carrilho/Folhapress

Na parte urbana da ilha, as praias não são tão limpas e o comércio é um tanto desorganizado, mas algumas delas merecem ser visitadas. É o caso da praia do Forte, que fica junto ao forte Orange e serve de plataforma de saída e chegada dos barcos para Coroa do Avião. O lugar é bem agitado e com muitos bares e restaurantes, mas o mar é calmo e a areia, branca e fina. Ainda no litoral norte, vale passar pela praia de Maria Farinha, onde o melhor pedaço de areia fica entre o parque aquático e o pontal. Lá, os bares, que são todos simples, com quiosques de palha, são mais bem estruturados, e a areia é mais limpa.

Muro da fortaleza de Santa Cruz, também chamada de Forte Orange, em Itamaracá, construído por holandeses, em 1631

Carneiros tem ar selvagem que Porto de Galinhas já perdeu Arrecifes formam piscinas naturais de águas claras nessa praia em Tamandaré. Há boas pousadas em Carneiros, mas a praia tem menos opções de hospedagem do que Porto de Galinhas

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orto de Galinhas é a praia mais badalada de Pernambuco, e ninguém duvida disso. Mas se o assunto é beleza, Carneiros é a bola da vez. Localizada em Tamandaré (110 km ao sul de Recife), a praia ainda conserva o ar selvagem que Porto de Galinhas perdeu com o crescimento do turismo e do comércio.

Com cerca de cinco quilômetros de extensão, Carneiros é cercada por mangues e coqueirais. O mar é calmo, quase sem ondas. Há bancos de areia branca, e os arrecifes formam piscinas naturais de águas claras e mornas. Esse clima de “Lagoa Azul” atrai famosos e endinheirados. Das mansões de veraneio, lanchas e jet skis saem para passeios no mar. u Edmar Melo/Folhapress

A praia dos Carneiros é uma praia de 5 Km de coqueiros que margeam toda a sua extensão, de águas límpida e mornas sua paisagem é moldada pelo estuário do Rio Formoso, fica ao norte de Tamandaré no litoral sul de Pernambuco Vilas Magazine

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turismo

O lugar é limpo. Os próprios funcionários dos seis bares e restaurantes que funcionam ali se encarregam de manter a sujeira longe. A infraestrutura dos estabelecimentos é boa, com grandes áreas abertas e visual sempre integrado à paisagem – piso gramado e quiosques com teto de palha. Peixes e frutos do mar são as especialidades das casas, mas os cardápios atendem a todos os gostos. Os preços são semelhantes aos cobrados em Porto de Galinhas. PRAIA COM CERCA Para chegar à praia, o visitante tem duas opções: pelo mar, com os catamarãs que saem da praia de Guadalupe, em Sirinhaém (R$ 25 por pessoa), ou por terra, por meio das rodovias PE-60 e PE-76. É estranho, mas Carneiros não é uma praia “aberta”. Quase todo o trecho de terra anterior à faixa de areia é cercado com arame porque são áreas particulares. Para entrar, é preciso passar por uma das porteiras de acesso aos bares e restaurantes. Há seguranças nas entradas, mas ninguém impede a passagem das pessoas. Ao cortar as propriedades, placas informam que é proibido levar alimentos e bebidas – uma tentativa de impedir a “concorrência” com o comércio local. Mas isso nem sempre é respeitado. Na areia, também é raro ver pessoas sob guarda-sóis. Quase todos usam as estruturas dos bares e restaurantes. Há boas pousadas no local, mas as opções de hospedagem ainda são poucas, o que faz de Carneiros, hoje, só um ponto de passagem para a maioria dos visitantes. Porto de Galinhas, com sua rede de resorts, hotéis e pousadas, continua sendo o destino preferido dos turistas no litoral pernambucano. BANHO DE LAMA Em Carneiros, o passeio preferido é um tour pela região com um dos 60 barcos motorizados disponíveis no local (R$ 30 por pessoa). Os passeios duram uma hora e meia. Além das piscinas naturais, os barqueiros passam pelos bancos de areia que se formam no mar, pelos manguezais próximos à foz do rio Formoso e também pela praia de argila, onde todos se lambuzam com a lama supostamente medicinal. Vilas Magazine

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Porção de camarão custa de R$ 5 a R$ 85 Valores de pratos e petiscos, que refletema gastronomia pernambucana, variam conforme estabelecimento e região. Peixes e frutos do mar são a base da culinária local, que reúne ainda ingredientes como o feijão-verde e o charque

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esultado de uma mistura de sabores originários da África, da Europa e de aldeias indígenas, a culinária pernambucana está presente em todas as praias do Estado, oferecida por ambulantes ou por grandes restaurantes da orla. Peixes e frutos do mar são os carros-chefes da cozinha local. Mas também há espaço para outros pratos típicos, como o arrumadinho, um petisco feito com feijão-verde, carne

de sol ou charque. Nas praias da Grande Recife, o camarão é vendido em bacias de plástico. Um copo descartável custa R$ 5. Em Porto de Galinhas, nas barracas de praia, o preço do crustáceo pode chegar a R$ 85 pela porção frita no alho. Caldinhos que custam R$ 3 na orla de Boa Viagem valem até R$ 6,90 nos locais de grande fluxo turístico. Nos restaurantes mais badalados, como Edmar Melo/Folhapress

o Bar do Artur, em Calhetas, lagostas no conhaque, com molho e gratinadas, custam R$ 104,90. Em Porto de Galinhas, o Beijupirá se destaca pela cozinha criativa. O peixe na castanha custa R$ 54 para uma pessoa e R$ 87 para duas. A água de coco tem preços que variam de R$ 3,50 nas barracas por R$ 10 pela jarra nas casas finas.

Mais sabores do litoral de Pernambuco PRAIA DE CALHETAS Bar do Artur Criado há 33 anos, recebe famosos e turistas. Tem vista para o mar e mesas na areia. Lagosta na manteiga com molho branco, creme de leite, castanha e mozarela, servida no coco: R$ 101,90. Camarão ao alho e óleo: R$ 45. Jarra com água de coco: R$ 10. Cerveja: de R$ 6 a R$ 8. PORTO DE GALINHAS Restaurante Peixe na Telha Bem estruturado e à beira-mar, serve petiscos e pratos. Peixe na telha grelhado com palmito, azeitona e camarão: R$ 79,90. Moquecas: de R$ 73 a R$ 130,90. Cerveja: de R$ 5,50 a R$ 7,90. Restaurante Beijupirá Turistas e celebridades vão em busca de sua cozinha regional criativa que leva frutos do mar. Filé de peixe grelhado com gergelim, arroz de coco com salsa e cebola, farofa de gengibre, banana caramelada e molho de manga à parte: R$ 54. PRAIA DE CARNEIROS Bora Bora Bar e restaurante à beira-mar aberto há dez anos, é frequentado por famosos e turistas. Risoto de polvo e camarão: de R$ 70 a R$ 120. Peixe cioba inteiro com vatapá de camarão: R$ 110. Mustako Novo, foi aberto há dois anos e tem mesas sob palhoças à beira-mar. Peixe recheado com camarão ao molho de coco: R$ 98. COROA DO AVIÃO Bar do Beto No centro da ilhota, é simples, com quiosques rodeados por coqueiros. Lagosta ao alho e óleo: R$ 40. Peixada: R$ 60. Caranguejo (porção com dez): R$ 30. Refrigerante de lata: R$ 3. Cerveja: R$ 5.

O Pernambucano Beto apresenta algumas das delícias do mar que serve em seu bar, localizado na orla da Ilha da Coroa do Avião Vilas Magazine

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viver bem

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utebol, natação, tênis, basquete, judô, balé, vôlei... As atividades físicas ao alcance de qualquer criança e adolescentes são tantas que deixam pais com a dúvida: qual delas é a mais benéfica para cada faixa etária e quando iniciá-las? Para os especialistas, a atividade física entre os pequenos é cada vez mais importante, já que o sedentarismo é um dos principais causadores da obesidade infantil, que cresce no Brasil e em boa parte do mundo, mas é preciso saber qual a mais indicada para cada idade. “A natação, de forma lúdica, pode ser apresentada ao bebê já nos primeiros meses de vida. Porém, pais devem ficar atentos, pois a água traz possibilidade de transmissão por vírus ou bactérias’, diz Ricardo Simões Morando, pediatra do Hospital e Maternidade São Luiz (SP). Segundo ele, diante disso é preciso bom-senso. “Se a criança adoecer com frequência, repense a natação nessa idade” diz ele. A partir dos três ou quatro anos, no entanto, a criança deve praticar a natação até como forma de defesa, para aprender como se portar na água e não se afogar. “Nessa fase, ela deve aprender um estilo. Se vai continuar ou não quando estiver mais velha, depende da satisfação que tenha pela atividade”, orienta Morando.

Criança deve fazer atividade adequada à sua faixa etária o futebol, agilidade. Já para meninas, ginástica ou balé oferecem flexibilidade. Modalidades coletivas ensinam o coleguismo. Antes de

Intensidade e competição Até os cinco anos, é melhor evitar que a criança faça atividades que incentivem a competitividade, por não terem maturidade para isso. “Numa competição, um ganha e os outros perdem. E é preciso certa idade para lidar com isso”, explica Timóteo Araújo, presidente do Centro de Estudos do Laboratório de Aptidão Física da cidade de São Caetano (SP). Aos seis ou sete anos, ampliam-se possibilidades. “Para meninos, o judô traz disciplina e Vilas Magazine

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tudo, porém, é preciso ter prazer na atividade”, diz Araújo. Fabio Saraiva / Folhapress


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os 50 anos, o cansaço é companhia frequente, a disposição sumiu, seu humor varia muito e o apetite sexual está mais tímido. Tais sintomas podem indicar o DAEM (Distúrbio Androgênico do Envelhecimento Masculino), nome dado à queda acentuada dos níveis de testosterona, algo somente verificado após exames e diagnosticado por urologistas, mas tratável por meio da reposição hormonal. O hormônio, porém, nunca deve ser utilizado por contra própria, já que há grupos em que o tratamento não é recomendado, como pacientes com câncer de próstata não diagnosticado. “A reposição não causa câncer de próstata, mas a testosterona funciona como combustível para um tumor não tratado”, explica Claudio Murta, coordenador do Centro de Referência da Saúde do Homem. Por isso, o tratamento só deve ser determinado por um médico, após exames que comprovem a queda na testosterona. “A partir dos 45 anos, seria importante incluir o monitoramento dos níveis de testosterona na lista de exames anuais”, afirma Archimedes Nardozza Junior, professor da Unifesp. Após o início do tratamento, o paciente deve ser supervisionado com frequência por seu médico.

Reposição hormonal pode trazer qualidade de vida aos homens hormônio sexual. Tem relação com aspectos ósseos, musculares e no humor”, diz Geraldo Eduardo Faria, chefe do Departamento de

Nome errado Popularmente – e de forma errônea – o DAEM é chamado de andropausa, numa comparação com a menopausa. “Se nas mulheres a menopausa marca a queda brusca da produção de hormônios, nos homens essa redução é lenta e gradual. Não há pausa”, diz Claudio Murta. Uma produção de testosterona menor é normal por volta dos 40 anos. Mas a redução acima do aceitável pode atingir 1 em cada 4 homens a partir dos 50. A queda do nível de testosterona influencia na qualidade de vida. “A testosterona não é só um Vilas Magazine

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Sexualidade Humana da Sociedade Brasileira de Urologia. Fabio Saraiva / Folhapress


cultura

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eu Araújo tem o andar, o ritmo da fala e a sabedoria de negro velho dos terreiros de candomblé. Somos amigos há mais de vinte anos, mas ainda fico em dúvida se o ar simplório lhe é natural ou se ele o cultiva com requinte profissional para esconder a sagacidade com que observa o ambiente (...).” “(...) Naquele estado de ânimo, todos falavam ao mesmo tempo. Rodeado pelas facas, algumas das quais perigosamente próximas, seu Araújo insistia que podiam confiar, ele e os colegas já tinham passado o cadeado no portão de acesso ao Nove, e ali montariam guarda permanente, decididos a barrar a entrada da PM”. Com esses trechos de perspicácia ancestral, o médico Dr uzio Varella abre o primeiro capítulo do livro “Carcereiros”, que relata a história verídica de seu Araújo, que pode ser considerado um herói anônimo, daqueles que nos fazem observar mais atentamente os conceitos griôs afro-brasileiros. O que quase ninguém sabe é que o massacre do Carandiru teria sido muito mais grave se ele não estivesse no presídio naquele dia. Carcereiro, ele e seus colegas impediram que a invasão do presídio pela Polícia Militar de São Paulo, que resultou em 111 mortes no Pavilhão 9 da cadeia, se disseminasse também pelo Pavilhão 8. E foi completamente desarmado que seu Araújo convenceu quase 2.000 presos a retornarem para suas celas e não aderirem à rebelião. Esse fato é uma das histórias que Drauzio Varella conta em Carcereiros (Companhia das Letras, 228 páginas). Mais de dez anos após o lançamento do livro Estação Carandiru, que vendeu mais de 500 mil exemplares, o médico retoma o universo das prisões para revelar as histórias do Carandiru sob o olhar dos funcionários, apontando para uma prisão desconhecida, repleta de nuances peculiares e de carga humana. E não é por acaso que Varella retrata, tal qual Nelson Rodrigues, a vida como ela é. O autor trabalhou como médico voluntário no Carandiru por muitos anos, época em que vivenciou as angústias dos presos e dos carcereiros, tornando-se íntimo de alguns deles. Drauzio afirma que, no princípio, eles olhavam para o médico com desconfiança. No entanto, pouco a pouco a confiança foi conquistada,

Carcereiros Márcia Tude Especial para a Vilas Magazine

tanto que o médico só saiu do Carandiru em 2002, ano em que o presídio foi demolido. E mesmo com o fim do voluntariado, a amizade entre ele e os carcereiros permaneceu, tanto que Drauzio nos conta que encontra-se até hoje religiosamente com eles em bares do centro da cidade para colocar a conversa em dia e ouvir os “causos” que têm para contar. Em Carcereiros, o escritor revela as histórias de uma época em que as prisões eram humanizadas, onde os carcereiros ficavam em contato constante com os presos, conversavam com eles, negociavam, ouviam delações, mesmo que houvesse abusos físicos e torturas, desvelando o lado perverso da intimidade. Nesse aspecto, a figura do carcereiro enquanto ator social estava além do mero para abrir e fechar celas, pois fazia-se necessário desenvolver uma sensibilidade especial para prever uma rebelião, desarticular uma fuga, atuar como justiceiro, psicólogo e algoz, Vilas Magazine

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punindo e poupando, revendo e reavaliando. Naquele grandioso presídio localizado na Zona Norte de São Paulo, que o massacre de 1992 e o primeiro livro de Drauzio ajudaram a tornar célebre, acontecia de tudo. Em um dos capítulos da obra, surge a história de Hulk, um carcereiro que interrompeu uma sessão de tortura para salvar um preso prestes a se suicidar. Minutos depois, resolvido o problema, voltou a torturar outro presidiário no pau de arara, a fim de obter uma delação. Muito poucos são os carcereiros que entraram na profissão por vocação, segundo o autor. A maioria, com filhos e mulher para sustentar, foi atraída pela segurança que o emprego como servidor público inspirava. Entraram para o que foi a maior prisão da América Latina sem preparo, sem treinamento e logo no primeiro dia já interagiam com os presos e aprendiam na prática a dinâmica das relações interpessoais na prisão. Drauzio informa que quase todos os carcereiros passaram por grande transformação da ordem humana e socioafetiva, já que era difícil voltar para casa após um dia de trabalho e simplesmente esquecer das cenas brutais com que se deparavam. Tornaram-se pessoas mais taciturnas, sozinhas. E muito pior: menos inocentes. O próprio Drauzio não ficou imune a essa mudança. Por vezes, voltava para casa com imagens assombrosas na cabeça. Após o massacre do Carandiru em 1992, as prisões paulistas mudaram drasticamente. Passaram a ser comandadas internamente pelo crime organizado e a função dos carcereiros passou a ser abrir e fechar celas. Os carcereiros de longa data lamentaram a mudança. Depois da demolição, Drauzio passou a ser voluntário em um presídio feminino da capital, localizada do lado do antigo Carandiru. O relato de sua experiência com as presas será publicado em “Prisioneiras”, outro livro, ainda em fase inicial de elaboração. Mais histórias da nossa realidade carcerária estão por vir. Márcia Tude é escritora, produtora cultural e empresária dos ramos livreiro e editorial. Fontes: Istoé, Veja, Bravo. Publishnews.com.br


Crítica Juan Gabriel Vásquez enfoca geração marcada pelo medo e pelo crime em Bogotá

OS MAIS VENDIDOS FICÇÃO 1 Cinquenta Tons de Cinza E. L. James / Intrínseca 2 O Lado Bom da Vida MatthewQuick / Intrínseca

adriano vizoni / folhapress

3 Cinquenta Tons de Liberdade E. L. James / Intrínseca 4 Cinquenta Tons Mais Escuros E. L. James / Intrínseca 5 Garota Exemplar Gillian Flynn / Intrínseca

Colombiano cria competente narrativa sobre o narcotráfico Joca Reiners Terron Especial para a Folhapress

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uase nada resiste à força da gravidade em “O Ruído das Coisas ao Cair”, e isso não inclui só objetos; dentre aquilo que cai certamente não está a crença do leitor, que permanece intacta até o final. Competente narrativa encenada nas circunstâncias do surgimento do narcotráfico no início dos anos 19 70, a leitura do romance do colombiano Juan Gabriel Vásquez soa sugestiva ao cidadão brasileiro dos dias atuais, pois explora efeitos de um assassinato ocorrido em frente a um bar do centro de Bogotá, no início de 1996. Antonio Yammara, o narrador, era então um jovem professor que passava momentos de folga num salão de bilhar perto da universidade. Ali, aproxima-se do ex-presidiário Ricardo Laverde, pelo qual desenvolve curiosidade antropológica: enigmático acerca de seu passado e presente, Laverde termina por se tornar um tipo de amigo. No entanto, numa tarde em que algumas barreiras impostas pela discrição costumeira de Laverde começavam a cair, disparos dados por um motoqueiro o matam. Anos depois, ainda traumatizado com o evento, imerso numa crise pessoal, o professor resolve investigar as causas da morte de Laverde. É aí que tem início a história: seguindo passos de Elaine, ex-mulher de Laverde, ela

também morta num acidente aéreo, Antonio chega a Maya Fritss, filha do casal. Ambos se encontram para juntos completarem um quebra-cabeça que é a história deles próprios, a dos nascidos na Colômbia nos anos 1970 e crescidos simultaneamente à lenda e à fortuna do traficante Pablo Escobar. A originalidade do livro se deve à perspectiva íntima de Elaine Fritss, adotada para desvelar um enredo conhecido do público através de tantos filmes. Norte-americana, voluntária dos Corpos da Paz, ela se casa com Laverde, cujo sonho é ser piloto comercial. Têm uma filha, e dentro dessa conformação pequeno-burguesa e ideológica de “auxílio a países em desenvolvimento” nasce a oportunidade, aos poucos compreendida por Elaine em sua ingenuidade, de traficar cocaína. Ameaçado pelo tom altissonante em certas passagens, “O Ruído das Coisas ao Cair” não vacila diante da emoção e obriga o leitor a permanecer de olhos bem postos na obra futura de Vásquez. Joca Reiners Terron é autor de “Do Fundo do Poço se Vê a Lua” (Companhia das Letras), entre outros.

O ruído das coisas ao cair AUTOR Juan Gabriel Vásquez EDITORA Alfaguara (248 págs.) TRADUÇÃO Ivone Benedetti AVALIAÇÃO Ótimo Vilas Magazine

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6 Uma Curva na Estrada Nicholas Sparks / Arqueiro 7 Toda Poesia Paulo Leminski / Companhia das Letras

NÃO FICÇÃO 1 Nada a Perder Edir Macedo / Planeta do Brasil 2 Não se Desespere! Mario Sergio Cortella / Editora Vozes 3 Subliminar Leonard Mlodinow / Zahar 4 O Livro da Psicologia Nigel Benson / Globo Livros 5 Lincoln Doris Kearins Goodwin / Record 6 Giane - Vida, Arte e Luta Guilherme Fiuza / Primeira Pessoa 7 O Homem que Não Queria se Papa Andreas Englisch / Universo dos Livros

AUTOAJUDA E ESOTERISMO 1 Casamento Blindado Renato e Cristiane Cardoso / Thomas Nelson Brasil 2 Mentes Brilhantes Alberto Dell´Isola / Universo dos Livros 3 Eu Não Consigo Emagrecer Pierre Dukan / BestSeller 4 Só o Amor Consegue Zibia Gasparetto / Vida e Consciência 5 O Poder do Hábito Charles Duhigg / Objetiva 6 O Método Dukan Ilustrado Pierre Dukan / BestSeller 7 Nietzsche Para Estressados Allan Percy / Sextante


emprego

Senado aprovou no mês passado, em segundo turno, a proposta de emenda à Constituição (PEC) que estende aos empregados domésticos todos os direitos dos demais trabalhadores regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Foram 66 votos favoráveis e nenhum contrário. A PEC das Domésticas, como ficou conhecida a proposta, garante a essa classe trabalhadora o direito, entre outras coisas, a ter recolhido o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e a receber indenização em caso de demissão sem justa causa. A indenização, no entanto, deverá ser regulamentada posteriormente por projeto de lei complementar. Os empregados que trabalham em domicílios, caso de faxineiras, jardineiros, cozinheiras e babás, por exemplo, também passam a ter a jornada máxima de trabalho estabelecida em oito horas diárias e 44 horas semanais. No caso de o serviço se prolongar para além desse período, eles também passam a ter direito ao recebimento de horas extras de 50% a mais que o valor da hora normal e adicional noturno de 20%, no caso de o trabalho ocorrer após as 22h. A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) aponta que existem atualmente cerca de 6,6 milhões de trabalhadores domésticos no Brasil, sendo 92,6% deles mulheres. Apesar de mostrar o receio de que as empregadas domésticas caiam ainda mais na informalidade com o aumento dos custos da contratação para os patrões, os senadores oposicionistas também apoiaram a aprovação da PEC. O senador Aécio Neves (PSDB-MG) disse que a nova fase de transição vai “demandar cuidado e atenção”, mas que o Brasil está fazendo um avanço. “Hoje, de fato e não apenas na retórica, nós damos um passo para nos aproximarmos dos países desenvolvidos”, disse Aécio. A presidenta da Federação Nacional das Trabalhadoras Domésticas, Creuza Maria Oliveira, acompanhou a votação e disse não acreditar em aumento do desemprego ou da informalidade. “Não acredito no desemprego, ele ocorre quando o salário aumenta. Vai haver uma acomodação do mercado”, disse. Para ela, isso compensa porque se trata de

“uma conquista de quase 80 anos”. A Secretaria Especial de Políticas para a Mulher (SPM) também acompanhou de perto a votação. A ministra Eleonora Menicucci compareceu ao Senado, mas deixou as declarações a cargo da secretária de Autonomia Econômica das Mulheres, Tatau Godinho. Para ela, a ampliação de direito não pode ser vista como um “problema” e a PEC não vai significar um aumento importante dos custos para quem já paga os direitos trabalhistas das domésticas. “O que aumenta efetivamente é a obrigatoriedade do FGTS. Aqueles empregadores que cumprem a legislação, esses já pagam décimo terceiro salário, férias, INSS, já cumprem com a jornada de 44 horas semanais.

josé cruz / ABr

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PEC das Domésticas passa no Congresso e amplia direitos das trabalhadoras

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São direitos que já existiam. Então para esses, o aumento é muito pouco”, disse. Muitos profissionais do setor desconhecem as mudanças práticas decorrentes das novas regras. Trabalhando há quatro anos como empregada doméstica, Edilene Moraes Brito, 32 anos, diz que o pouco que sabe sobre as novas regras é o que escuta de amigas que têm a mesma profissão. “Como eu fico muito tempo sozinha na casa onde trabalho, meu patrão ainda não comentou nada comigo. Vi um pouco na televisão, mas não sei bem como vai ser. Só ouvi as meninas dizendo que a gente vai poder cobrar se trabalhar fora do horário”, disse. Depois de trabalhar em diversas ativida-


des, sempre de maneira informal, Francisca das Chagas, 38 anos, teve a carteira assinada, pela primeira vez, há dois meses como empregada doméstica. Ela, que também diz não conhecer muito bem o que pode mudar na sua rotina de trabalho com a aprovação da PEC, teme ser demitida do emprego formal. O consultor em emprego doméstico Mario Avelino, por outro lado, estima que haverá algo em torno de 800 mil demissões de em-

No plenário do Senado, acompanharam a votação (a partir da esq.) a deputada Janete Pietá, a ministra do TST Delaíde Miranda, a ministra da Secretaria de Políticas para as Mulheres Eleonora Menicucci, a deputada Benedita da Silva, Creuza Maria Oliveira, as senadoras Vanessa Grazziotin e Lídice da Mata, a ministra da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial Luiza Bairros, a senadora Ana Rita e a secretária de Autonomia Econômica das Mulheres, Tatau Godinho

pregados domésticos com carteira assinada - aproximadamente 80% do total de cerca de 1 milhão de trabalhadores formais no setor. “Não conversei com a minha patroa ainda e, pelo menos por enquanto, acho que não vai mudar nada. Mas já ouvi muita gente dizer que as patroas vão preferir faxineira, que cobra por dia, para não ter que gastar mais dinheiro com a gente. Fico com medo, porque acabei de conseguir minha carteira assinada e não quero voltar a fazer bico”, disse. Para a trabalhadora doméstica Cícera Maria de Souza, 30 anos, que cuida de um idoso, o principal ganho será o “fim da exploração” dos trabalhadores domésticos. Atualmente, ela só trabalha durante o dia, mas contou que em seu emprego anterior, em que precisava

dormir na casa dos patrões, não tinha hora definida de descanso. “Quando a gente tem que dormir é muita exploração, ainda mais se for babá. Só temos hora para acordar, para começar a trabalhar. Mas para encerrar a atividade não tem. Tem que servir comida à noite, tem que acordar porque a criança está chorando. É muito cansativo”, disse. Ela acredita que, para não aumentar as despesas, muitos patrões podem acabar demitindo, mesmo assim considera que a medida vale a pena. “Tem que mudar mesmo, porque se não a gente fica nessa situação para sempre. Temos que trabalhar bem, cumprir nossas obrigações, mas não dá para ser escravo, explorado”, acrescentou. (Com informações da ABr)

Novos direitos trabalhistas ainda dependem de normatização pelo Executivo

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Proposta de Emenda à Constituição (PEC) das Domésticas garante direitos que passam a valer imediatamente a partir da promulgação, mas alguns pontos não têm vigência automática e precisam de normatização por parte do Executivo. Isso pode ser feito por ministérios, secretarias e pela Presidência da República. “A normatização é necessária porque determinados direitos geram encargos que devem ser geridos por outras pessoas, não necessariamente o patrão ou o empregado. Os parâmetros a serem aplicados nos órgãos de recolhimento ou de concessão de benefícios precisam ser estabelecidos”, explica o professor de direito constitucional Paulo Henrique Blair de Oliveira. Segundo o professor, se alguma normatização estabelecer diferenças em relação aos demais trabalhadores, será necessária a elaboração de um projeto de lei (PL) que deverá passar pelos trâmites legais no Congresso e por sanção presidencial. As exceções seriam medidas provisórias editadas pela presidenta Dilma Rousseff e posteriormente analisadas pelas duas Casas do Congresso. “Mesmo se um possível PL estabelecer diferenças em relação aos trabalhadores em geral, elas não poderão violar a igualdade que a PEC comanda. Acredito que haverá uma pressão para que haja redução da alíquota de contribuição do empregador para o Fundo de Garantia do Vilas Magazine

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Tempo de Serviço (FGTS) para evitar demissões. Do meu ponto de vista, isso é inconstitucional. A PEC estabelece, acima de tudo, a igualdade das relações trabalhistas”, informou Blair. De acordo com a Secretaria de Política para as Mulheres (SPM), há um grupo de trabalho em articulação com a Casa Civil, ainda em estágio inicial, que vai discutir alguns dos pontos que precisam ser normatizados – como o pagamento de seguro-desemprego, o FGTS, o adicional noturno e o seguro contra acidentes de trabalho. Ainda não há prazo para a publicação das normas. Mesmo sem a vigência da PEC, os empregados domésticos – entre os quais estão as empregadas, jardineiros, motoristas, cuidadores, babás, entre outros empregados que tenham vínculo empregatício dessa natureza – têm direito a remuneração não inferior a um salário mínimo, 13º salário, folga semanal remunerada, férias, licença-maternidade e paternidade e aposentadoria. Os novos direitos que não dependem de regulamentação passam a vigorar imediatamente. Entre eles estão a jornada de trabalho de 44 horas semanais e jornada diária máxima de 8 horas de trabalho, o pagamento de hora extra correspondente a 50% da hora trabalhada, a proibição de trabalho noturno, perigoso, insalubre e a admissão de menores de 18 anos. (Com informações da ABr)


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Doméstico com jornada de oito horas diárias só pode ter duas horas extras ao dia

empregado doméstico com jornada de oito horas diárias, limite previsto na nova lei que ampliou direitos da categoria, só pode fazer até duas horas extras por dia, afirma o advogado trabalhista Frank Santos. Carga horária extra maior, diz o especialista, só é aceita em “casos de exceção”. Por exemplo, uma festa. “Não pode ser rotina”, destaca Santos. “Além disso, o empregador precisará observar a exigência de ao menos 11 horas de descanso entre a saída do funcionário da residência e o retorno ao trabalho”, acrescenta. Ou seja, se houver uma festa e o doméstico trabalhar até a uma hora da madrugada, só poderá voltar ao emprego a partir do meiodia. A hora extra tem custo 50% maior que a normal.

E há outras particularidades, como, por exemplo, a duração da hora noturna – que, em vez de 60 minutos, é de 52 minutos e 30 segundos, de acordo com Santos. “Isso é feito para compensar o funcionário que faz jornada noturna, considerada mais penosa”, diz o advogado trabalhista. É considerada jornada noturna aquela das 22 horas às 5 horas do dia seguinte. Santos diz ainda que é possível contratar um doméstico com jornada mista – que começa durante o dia e entra pela noite –, desde que sejam obedecidas todas as exigências de duração e valores. Outros itens da nova lei dos domésticos também dependem de regulamentação para entrar em vigor, como o pagamento do FGTS (Fundo Garantidor do Tempo de Serviço) e o seguro-desemprego. De acordo com o ministro do Trabalho e Emprego, Manoel Dias, uma proposta de regulamentação deve ser apresentada em 90 dias. Os itens que não dependem de regras específicas, como jornada de trabalho de 44 horas semanais e oito horas diárias, passam a valer a partir da promulgação da lei.

ADICIONAL NOTURNO Outro direito adquirido pelos domésticos a partir da nova lei foi o adicional noturno, mas esse ainda depende de regulamentação para vigorar. Se as regras seguirem as válidas para trabalhadores outras categorias, a hora noturna deverá ser 20% mais cara que a diurna.

DIREITOS Os domésticos passam serão igualados aos demais trabalhadores com registro pela CLT? Sim. Que direitos a proposta cria? Salário mínimo, décimo terceiro salário, adicional noturno, hora extra, FGTS e indenização de 40% do saldo do fundo em caso de demissão sem justa causa, jornada de trabalho de 44 horas semanais e máxima de 8 horas diárias, seguro-desemprego (na demissão sem justa causa), auxílio-creche e pré-escolar para filhos e dependentes até 5 anos de idade e seguro contra acidentes de trabalho, licença-maternidade. A proposta também veda diferenças de salários entre domésticos do mesmo empregador e proíbe a discriminação salarial de deficientes. Ou seja, todos os direitos dos demais trabalhadores.

PRAZOS A nova proposta já vale? Não. Agora que foi aprovada no Senado, precisa ser promulgada. Por ser uma PEC (Proposta de Emenda Constitucional), a me-

Carolina Matos / Folhapress

dida não passa por sanção presidencial para entrar em vigor. Se for aprovada, o projeto já começa a valer a partir da publicação no “Diário Oficial” da União? Ainda há dúvidas. Especialistas divergem quanto à necessidade de regulamentação - ou seja, criação de regra específica para pagamento de FGTS, seguro-desemprego, salário-família e trabalho noturno, além do trabalho de caseiro. Outros afirmam que não há necessidade de regulamentação para a hora extra. Os direitos se aplicam a contratos de trabalho assinados antes da aprovação da PEC? Sim, mas só se ela entrar em vigor – e após a sua promulgação. A partir de quando será obrigatório recolher FGTS? Ainda há dúvidas. Alguns especialistas acham que seria necessário criar uma regulamentação para o recolhimento do Fundo de Garantia da doméstica. Há questões que só serão decididas depois Vilas Magazine

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em negociação entre os sindicatos das trabalhadoras e o patronal? Ou já vai vir tudo “decidido”? Os sindicatos deverão se organizar para pleitear direitos para os empregados. A partir daí, pode haver uma negociação para estipular, por exemplo, direitos como à estabilidade para a gestante --que tem 4 meses de recesso após o parto. A questão da hora extra também deve ser negociada.

BENEFICIADOS O que é exatamente um trabalho doméstico, quais são as obrigações e os limites? Há leis que definem isso? A lei nº 5.859, de 1972, define o trabalhador doméstico como aquele que a presta serviços de natureza contínua e de finalidade não lucrativa à pessoa ou à família no âmbito residencial. O empregado doméstico pode ser ativado para tudo que diz respeito à manutenção da casa. Em princípio, ele pode se negar a prestar serviços que vão contra essa finalidade, como, por exemplo, auxiliar seu empregador em sua atividade profissional.

Quais os profissionais beneficiados? Todos os funcionários que prestem serviços domésticos, incluindo jardineiros, motoristas e babás. Pedreiros autônomos contratados por uma semana também estão incluídos na nova lei? O trabalho dos pedreiros não é caracterizado como serviço doméstico e, assim, não se enquadra na nova lei. Como fica o trabalho da diarista? Quantos dias por semana ela pode trabalhar sem ser registrada? Não muda. Ela pode trabalhar, no máximo dois dias por semana sem ser registrada. Muda algo para as diaristas que vão até duas vezes por semana e não têm vínculo empregatício? Nada muda. As diaristas só poderiam pleitear direitos trabalhistas perante a Justiça do Trabalho em condições muito específicas que comprovem relação de subordinação e dependência. Por exemplo, quando o empregado trabalha há muito tempo nessa condição e recebe salários, ordens, cumpre regularmente a jornada e não pode ser substituído, a relação trabalhista pode ser caracterizada como vínculo empregatício. Como no caso das babás, por exemplo. Cuidadoras de idosos deverão seguir as mesmas regras? Sim. Ela vale para todo trabalhador atrelado ao serviço de uma residência, independente da nomenclatura. Como ficará o trabalho de caseiro que reside na chácara? O patrão pode exigir que o funcionário abra uma microempresa de prestação de serviços? A moradia pode ser cobrada? Não se poderá exigir a abertura de empresa, pois o funcionário exerce um trabalho pessoal. Nesse caso, a abertura de uma empresa seria uma fraude a legislação. A questão também dependerá de regulamentação, mas, via de regra, o caseiro terá que ter jornada estipulada --o restante será entendido como descanso, pois ele não fica, de fato, 24 horas trabalhando.

HORAS TRABALHADAS Qual é a jornada de trabalho? A jornada é de 44 horas semanais, sendo no máximo 8 por dia. Vilas Magazine

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As quatro horas que elas deveriam trabalhar no fim de semana podem ser descontadas das horas extras se não forem utilizadas? Elas não podem ser descontadas, ou acarretarão em prejuízo do salário. Além disso, a jornada é de no máximo 8 horas por dia. Nada impede que o empregador estipule uma jornada de 6 dias por semana e 7h20 horas por dia. Como comprovar a jornada do empregado? É possível solicitar que o condomínio registre a hora de entrada e saída da empregada doméstica? O empregador precisará ter um caderno para anotar o horário de entrada e saída, que a empregada deverá assinar. O condomínio pode ter um controle paralelo para fiscalizar as horas extras e se, de fato, as horas conferem com a jornada real. É possível dar ao funcionário duas horas de intervalo para refeição? Nesse período, ele pode permanecer dentro da residência ou tem que sair? É possível conceder duas horas de intervalo, a legislação autoriza. Esse intervalo independe se o funcionário fica dentro da casa ou sai dela. O que não pode acontecer é o empregador usar a força de trabalho na hora do intervalo. No período noturno, como fica o intervalo para refeição se o contratado começa a trabalhar a partir das 22h? Da mesma forma: jornada até 6 horas com intervalo de 15 minutos e superior a 6 horas, com intervalo de, no mínimo, 1 hora. As partes devem convencionar quando o descanso ocorrerá. Se a empregada está na sua casa, mas não está trabalhando, isso conta como hora extra? Se a funcionária não estiver a trabalho, não pode ser caracterizada como hora extra nem jornada efetiva. Mas o empregador não pode se beneficiar do trabalho quando o funcionário não estiver a serviço. Como fica o caso da doméstica que dorme no trabalho? O período em que ela está dormindo conta como adicional noturno? Não conta, o que contaria é o trabalho efetivo. Se ela está dormindo, cabe ao empregador manter o controle de jornada. Muda algo em relação a folgas semanais e u


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aos dias de férias previstos anteriormente? Como é o período de descanso? Pela CLT, o trabalhador tem direito a um período de descanso de, no mínimo, 11 horas entre cada jornada de trabalho. O descanso semanal é de 24 horas seguidas. Ainda segundo a CLT, o trabalhador tem direito a uma hora de descanso por dia se a jornada diária for maior que seis horas. Se a jornada diária for de até seis horas, o descanso deverá ser de 15 minutos após quatro horas de trabalho. Os intervalos não contam como hora trabalhada. Sou cozinheira – cuido da cozinha, compras, feira, etc – e durmo no trabalho (chego na segunda-feira e vou embora no sábado). Levanto às 6h e geralmente termino o serviço da cozinha às 23h. Fui contratada para café da manhã e jantar, mas faço almoço para mim e para a doméstica que faz o serviço da casa. Às vezes também cozinho para a filha do patrão. Fico à disposição dos patrões por cerca de 17 horas por dia. Tenho direito a hora extra? Como fica o meu caso? O empregador precisa fazer um registro que preveja uma jornada que não ultrapasse 8 horas diárias e 44 horas semanais. O que ultrapassar, é hora extra. O artigo 59 da CLT permite que o empregado trabalhe 2 horas a mais, mas o compensa através de acordo individual. O que deve ser uma exceção. Quem fica à disposição tem outra modalidade de hora extra. É possível fazer um contrato de meio período, trabalhando menos que as 44 horas semanais? Por exemplo, apenas quatro horas por dia? Sim, é possível. É legal, nesse caso, pagar meio salário mínimo recolhendo todos os encargos trabalhistas sobre esse valor? Sim. A lei dá o parâmetro máximo, de 8 horas diárias e 44 horas semanais, mas pode se fazer um contrato de menos horas, com salário proporcional. Mas o salário não pode ser inferior ao mínimo estipulado por região. Tenho uma empregada com registro em carteira para trabalhar 12 horas diárias, seis dias por semana, com salário de R$ 1.500. Pela nova legislação, poderia reduzir o trabalho para 44 horas semanais, reduzindo o salário proporcionalmente para R$ 917,40?

Nesse caso, qualquer trabalho a mais seria considerado hora extra. A redução do valor do salário é proibida pela Constituição e pela CLT (Consolidação das Leis do Trabalho). No caso citado, a jornada deverá ser adaptada para 44 horas, mas o salário não poderá ser diminuído. Ou seja, a empregada vai trabalhar menos horas, mas ganhando o mesmo valor. E se a empregada ultrapassar a jornada máxima de 44 horas semanais, o que exceder vai ser pago como hora extra além do salário atual. Pode haver compensação de horas de trabalho? Por exemplo, se o empregado trabalha menos em um dia, pode trabalhar mais no outro? Ou, ao contrário, se trabalhar mais em um dia, pode trabalhar menos no outro, evitando-se que o patrão pague hora extra? Pode haver compensação de horas dentro de uma mesma semana quando a jornada não ultrapassar 44 horas semanais nem 8 horas diárias, desde que haja concordância do empregado. Em alguns casos de convenção coletiva (acordo feito com o sindicato dos trabalhadores), existe a permissão de extensão da jornada diária para até 10 horas, mas isso não se aplica, ao menos por enquanto, à categoria dos domésticos. Uma babá que dorme no local do emprego e atende a criança durante a noite deverá receber hora extra? E se a mãe cuidar da criança à noite? Caso atenda durante a noite, a babá deve receber hora extra pelo trabalho noturno, que, inclusive, será mais cara que a hora extra diurna (pelo adicional noturno), a menos que tenha uma jornada que comece mais tarde (nesse caso, o adicional noturno continua valendo sobre o valor da hora regular). O mesmo não acontece se a mãe cuidar do bebê. Tenho duas cuidadoras de idosos trabalhando em minha casa, cuidando de minha mãe. Cada uma delas trabalha uma semana e folga na outra semana. Elas dormem na minha casa, no mesmo quarto que minha mãe e, muitas vezes, têm que acordar para atender minha mãe que é doente. Ou seja, podem passar a noite inteira dormindo ou acordadas, o que raramente acontece. Porém, apesar de estarem dormindo, se minha mãe acorda e necessita de cuidados, elas estarão à disposição dela. Como fica esta situação? Tenho que pagar hora extra e Vilas Magazine

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adicional noturno? Sim, pois, embora a necessidade de trabalho não seja contínua, o cuidador tem que estar disponível também à noite. Se uma empregada doméstica trabalha 3 dias semanais, ou seja 24 horas por semana, com a carteira assinada com o salário mínimo, ela terá direito ao FGTS e férias de 30 dias e outros direitos de um empregado com 44 horas semanais? Sim, pois passa a haver vínculo empregatício quando a jornada do trabalhador é superior a 2 dias por semana. Se o contrato já estiver assinado, não será possível redução do salário ainda que a jornada de trabalho seja inferior à de 44 horas semanais, pois a Constituição e a CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) proíbem redução salarial. Se for uma contratação nova, é possível fazer um contrato de menos horas, com salário proporcional – desde que não seja inferior ao salário mínimo estabelecido. Há um máximo de horas extras permitido por lei ao dia? Sim. Via de regra, o funcionário só pode fazer duas horas extras ao dia, no máximo, além da jornada de 8 horas diárias. Em casos de exceção (uma festa, por exemplo), o empregador pode solicitar mais que esse limite de horas extras, mas é preciso respeitar o descanso mínimo de 11 horas para que o funcionário retorno ao trabalho após a saída nesse dia. Quais são os detalhes para o cálculo da hora noturna? Além de custar 20% mais que a hora diurna normal, a hora noturna, válida para a jornada de 22h às 5h, é “mais curta”. Ou seja, em vez de 60 minutos, ela tem duração de 52 minutos e 30 segundos. Essa diferença foi estabelecida para dar ao trabalhador uma compensação pelo trabalho noturno, considerado mais penoso. É possível que o trabalhador cumpra uma jornada mista, parte diurna e parte noturna? Sim. Nesse caso, é preciso observar as especificidades de remuneração de horas diurnas e noturnas. A hora noturna vale para trabalho das 22h às 5h, tem valor 20% maior que o da hora diurna normal e vale 52 minutos e 30 segundos, em vez de 60 minutos. Essa diferenciação é feita para dar uma compensação ao funcionário com jornada noturna, considerada mais penosa.


VALOR DA REMUNERAÇÃO Há um piso para a categoria? O salário mínimo nacional é de R$ 678 para uma jornada de 44 horas semanais. Como fica a situação do empregado doméstico com relação ao piso regional? Quando o Estado tiver piso próprio, o valor regional deve ser adotado. Como se estabelecerá o salário de uma diarista? A nova lei se aplica apenas a trabalhadores com vínculo empregatício, que existe quando a frequência de trabalho é superior a dois dias por semana. Portanto, as diaristas não estão enquadradas. Quem já paga valor bem acima do salario mínimo registrado em carteira poderá fazer alguma espécie de ajuste desse valor para baixo e transformar parte do salário atual em hora extra? Não. Essa medida é vedada pela Constituição. Se o empregador fizer isso, poderá ser alvo de uma uma reclamação trabalhista. Como se calcula o valor da hora extra? Considerando que a jornada semanal é de 44 horas e a mensal de 220 horas, o valor do salário será dividido por 220, o que resultará no valor da hora normal. Esse valor deve ter acréscimo de, no mínimo, 50% no caso da hora extra. Como se calcula o valor do adicional noturno? Há diferença no cálculo de hora extra e adicional noturno nos finais de semana ou feriados? O adicional noturno é de 20% sobre o valor da hora normal e vale para o trabalho realizado das das 22h às 5h. A hora noturna também é computada com quantidade reduzida --ou seja, 52 minutos e 30 segundos são computados em vez de 60 minutos, o que caracteriza outro acréscimo. No domingo e em feriados, a legislação – tanto federal quanto CLT – estipula acréscimo de 100%, em vez dos 50%, da hora extra. Mas como o tema depende de regulamentação, vai depender do que o Ministério entender como trabalho sobrejornada. Algumas categorias, como a dos comerciários, podem trabalhar no domingo e folgar na semana, e isso não é entendido como hora extra.

O que vale para a base de todos os cálculos é o salário registrado em carteira? O que vale é a remuneração, composta inclusive pelas horas extras e demais adicionais. Um empregador que paga R$ 1.800 por mês, mas só registra na carteira R$ 1.200, pode considerar a diferença como pagamento de hora extra? Não. O que pode se fazer é pagar os R$ 1.200 e fazer o cálculo das horas que ultrapassam a jornada, que passam a ser pagas como hora extra. O empregador pode descontar do salário um valor referente à moradia e à alimentação quando o empregado mora no emprego? Não pode. Uniforme, vale-transporte, assistência médica e seguro de vida e de acidente pessoal contam como salário? Não. Pela proposta, vestuários, equipamentos e outros acessórios fornecidos aos empregados e usados no local de trabalho não podem ser considerados salários. O mesmo vale para os demais benefícios. Mas quanto ao valetransporte, até 6% do valor que é gasto com o salário pode ser descontado. A PEC diz algo sobre o custo da alimentação e de vale-transporte? O projeto não trata dos temas. Se uma empregada for demitida, ela pode ser recontratada depois por um salário menor? Há prazo de carência para a recontratação? Essas questões são entendidas como fraude à legislação. O que pode acontecer é o empregado demitido hoje voltar, no mínimo, seis meses após a demissão. Haverá necessidade, inclusive, de enquadrá-lo em outra função. Tenho um motorista e uma faxineira, ambos trabalham 44 horas semanais. O salário do motorista é mais alto, pois, como as funções são diferentes, uma requer habilitação e responsabilidade diferente da outra, que, por sua vez, tem outras qualificações para o cargo. É legal, neste caso, pagar salários diferentes? A equiparação salarial prevista na lei diz respeito a trabalhos idênticos, de igual valor e igual produtividade. A alteração da lei não quer dizer que os salários do motorista e da faxineira precisam ser igualados, mas prevê que ambos Vilas Magazine

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precisam ganhar pelo menos o salário mínimo. Como fica a situação da doméstica que dorme no serviço porque mora no interior e não tem onde ficar na cidade do trabalho? Não muda muito. É uma opção dela dormir no serviço. O que o empregador deve pagar é o vale-transporte, independente da distância até a casa da doméstica. Como fica o horário de almoço deste trabalhador doméstico, como também o tempo do café da manhã? Seriam, respectivamente 1 hora e 15 minutos? O período de almoço pode ser de 30 minutos? Todo empregado que trabalha mais de 6 horas tem direito a uma hora de descanso. Normalmente não se fala em café da manhã pois o empregado toma café em casa. Se a doméstica dormiu no serviço, pode começar às 8h, mas acordar às 6h e tomar café. Isso não é computado como jornada. Se a jornada é de 6 horas, há intervalo de 15 minutos. Qual o valor mínimo para desconto do vale transporte? Não há um valor mínimo, apenas o máximo, de 6% do valor do salário do doméstico.

FGTS E INSS De quanto é o recolhimento do FGTS? De 8% sobre a remuneração do trabalhador. Isso inclui salário férias, 13º salário, horas extras, aviso-prévio, trabalho noturno e outros adicionais. Ainda há dúvidas sobre quando o empregador teria que começar a pagar o FGTS. Alguns especialistas acham que seria necessário criar uma regulamentação para o recolhimento do Fundo de Garantia da doméstica Como é feita a conta para saber o valor do FGTS? Sou doméstica e ganho R$ 1.090 por mês. O FGTS equivale a 8% do salário. No seu caso, o patrão deverá depositar, no Fundo de Garantia, R$ 87,20 por mês. Como se paga o FGTS? Vai ser a mesma burocracia já exigida das empresas? Atualmente, o recolhimento é feito pela GFIP (Guia de Recolhimento do FGTS e Informações à Previdência Social). Não se sabe, porém, se a mesma guia será usada para o trabalho doméstico. Isso ainda pode ser regulamentado. u


pec das domésticas / Tirando Dúvidas

O funcionário pode consultar o saldo do FGTS em uma agência da Caixa Econômica Federal. Veja mais no site da Receita Federal. Como se recolhe o INSS? Qual é a alíquota? O tributo deve ser recolhido pela GPS (Guia da Previdência Social). A contribuição do empregador é de 12% sobre o salário da doméstica. O empregador pode tirar dúvidas no site da Previdência. O que é considerado justa causa para demissão? “Ineficiência” pode ser considerado para a justa causa? A regra da justa causa não muda muito com a aprovação da PEC – vale para abandono de emprego, insubordinação, lesão à honra, ofensas contra o empregador etc. No caso da empregada, o mau serviço pode sim gerar justa causa. Mas deve ser observada a gradação da pena. Se o empregado nunca foi advertido, tem um histórico bom, e no primeiro problema é demitido, ocorre um desequilíbrio. A justa causa deve ser a pena máxima. A que o trabalhador tem direito na demissão por justa causa? Segundo o Ministério do Trabalho, apenas ao saldo de salário e à indenização das férias não gozadas, acrescidas do terço constitucional. Ele perde o direito de sacar o dinheiro do FGTS e não recebe a multa de 40% sobre o saldo do Fundo de Garantia. Se optar por pedir demissão, o empregado tem o direito de receber o saldo de salário, a indenização das férias integrais não gozadas e proporcionais, acrescidas do terço constitucional e ao 13º salário proporcional. Se o empregador “falir”, ele pode rescindir o contrato sem pagar multa de FGTS? Essa situação não é prevista expressamente na PEC. Na regra geral, o empregador poderia, a partir do momento que comprova que perdeu o emprego, demitir o empregado por justa causa, provando que não pode mantê-lo. Hoje pago a parte do INSS da minha doméstica, por opção minha. Posso passar a descontar dela o valor, uma vez que pagarei obrigatoriamente os 8% do FGTS? Não há relação entre as duas coisas. O INSS sempre foi obrigatório. O empregador deve arcar com 12%, e a doméstica, 8%. O que muda é que o empregador também é obrigado

a recolher o pagamento do Fundo de Garantia.

DEVERES DAS DOMÉSTICAS Se a doméstica trabalhar menos que o contrato, posso descontar do salário? O desconto é linear? Independentemente de trabalhar menos, ela recebe o mesmo valor se for mensalista. No caso de uma falta injustificada, o empregador tem o direito de descontar o valor do salário. Se a doméstica já é registrada, mas a carteira de trabalho não diz qual é o horário de trabalho, será preciso fazer um outro contrato se a PEC for aprovada? Anotações de horários não são feitas na carteira de trabalho. A jornada vem fixada em contrato. A partir do momento em que a PEC for aprovada, é consolidado o direito à jornada de 44 horas semanais. É prudente que no contrato venha a jornada compactuada. Se a doméstica quebrar algo na casa, pode ter desconto no salário? Isso já pode ocorrer hoje, antes da PEC. É uma questão prevista na legislação. No caso de qualquer dano causado pelo empregado, independentemente do ambiente, o empregador tem o direito de descontar o valor do salário, limitado a cerca de 10%. Que atestado médico – do SUS, do médico particular ou, se for o caso, da perícia do INSS – pode ser aceito para justificar faltas? Qualquer um pode ser aceito. A recomendação é que o código da doença seja solicitado no atestado, embora essa informação não seja obrigatória. O código da doença ajuda a identificar se o problema de saúde de fato interfere no trabalho do empregado. É possível descontar o pernoite da doméstica que dorme no emprego? Não. Se ela dorme no serviço, é porque há uma concordância entre as partes. Descontos por conta do pernoite podem ser considerados ilegítimos.

FISCALIZAÇÃO Quem fiscalizará se as horas extras e outros estão sendo efetivamente pagos? A questão da fiscalização é inerente ao empregador. O artigo 3º da CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas) diz que o empregador admite, Vilas Magazine

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assalaria e assume riscos da atividade econômica. É o empregador que tem que fiscalizar. Qual a punição para quem não cumprir a PEC após a promulgação? A punição é a mesma relativa aos demais empregados. O empregador pode se sujeitar a ações trabalhistas e o juiz do trabalho pode determinar que o Ministério do Trabalho proceda fiscalização para autuá-lo. O valor da multa dependerá da infração dos direitos, o que também depende de regulamentação.

OUTRAS DÚVIDAS É possível fazer um contrato de experiência com a doméstica? Como ele funciona? Sim, assim como um contrato normal, desde que a PEC não faça ressalvas quanto a isso. A duração é de três meses e ele pode ser renovado uma vez só com um limite inferior a noventa dias. Pago a meu caseiro todos os direitos previstos em lei, mas ele dorme no meu sítio. Terei que pagar adicional noturno? Se ele não trabalhar nesse período, não é preciso. O adicional vale apenas se ele estiver trabalhando. Muda algo para o caseiro que tem residência, água e luz pagos pelo empregador? A nova lei não interfere nessa relação, acordada entre o empregado e o empregador. Temos duas acompanhantes para minha mãe de 89 anos que ganham R$ 1.200 líquidos por mês e fazem escala de 24 por 24 horas com carteira assinada, INSS, vale transporte, férias e todos os direitos garantidos. Mas vai ficar inviável aplicar a nova lei nesse caso, pois o trabalho vai encarecer demais. Qual a orientação para este caso? Terei que demitir? Elas já estão conosco há cinco anos. Os empregadores terão que se acomodar ao novo custo que o trabalho vai adquirir. Como devo detalhar a jornada em contrato? É recomendável que o empregador elabore o contrato especificando: Horário de entrada do trabalhador; Horário para início de refeição/ descanso; Horário para retorno da refeição/ descanso; Horário de saída; Horário de horas extras (no máximo de duas horas além das 8 horas diárias de trabalho).


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Prevenção do câncer: um dever de todos

após um único contato sexual. câncer é a seExistem quatro tipos de gunda causa de HPV mais comumente assoóbito no mundo e ciados ao aparecimento de muitos casos são neoplasias e, recentemente, preveníveis. Existem sete foi aprovada uma vacina, conregras para um vida saudável Clarissa Mathias tra estes tipos que deve ser visando diminuir o apareciaplicada a mulheres entre 9 e mento do câncer. São elas: 26 anos, conferindo proteção. não fumar, evitar ganho de Atenção especial às pré-adolescentes e adolescentes, muitas vezes não peso, praticar exercícios físicos, manter uma dieta saudável, limitar alcançadas por pediatras e ginecologistas, estimulando-se a vacinação a ingestão de álcool, proteger-se de doenças sexualmente transcontra o HPV, preferencialmente, antes ou no início da vida sexual. missíveis e proteger-se do sol. O vírus da hepatite B também pode ser transmitido sexualmente, O cigarro causa 30% dos casos de câncer e 50% dos casos de podendo causar câncer de fígado. Também existe uma vacina contra doenças cardiovasculares. Nos Estados Unidos, existem 48 milhões a hepatite B que confere proteção contra este vírus. A síndrome da de fumantes e 70% destes querem parar de fumar. A cada ano, 17 imunodeficiência do adulto (AIDS), também adquirida por via sexual milhões tentam parar de fumar mas menos de 3% conseguem. aumenta a incidência de linfomas e de sarcoma de Kaposi. Os tipos de câncer causados pelo cigarro são pulmão, cabeça e Proteja-se do sol. Evite queimaduras de sol e reconheça que pescoço, pâncreas, bexiga e colo de útero. Aos 75 anos de idade, uma pele bronzeada é uma pele “sofrida”. Queimaduras com o risco de câncer de pulmão em um indivíduo que nunca fumou é bolhas, particularmente durante a infância, causam melanoma de 0,4% enquanto que o risco para o fumante é de 15,9%. Recentemaligno, uma forma letal de câncer de pele. Faça com que chapéus, mente, genes envolvidos no aumento da dependência química pelo camisetas e filtros solares se tornem parte do seu dia a dia. Evite cigarro foram descritos. Os portadores destes genes apresentam estar em contato direto com o sol entre 10 e 15hs. uma maior dificuldade para abandonar o vício do cigarro apesar Detecção precoce é a outra chave do sucesso. Através do toda existência de medicamentos eficazes, capazes de ajudar na que, aprende-se a conhecer a estrutura normal das mamas, sendo interrupção do hábito de fumar. possível perceber qualquer alteração futura. Sociedades médicas O ganho de peso está associado ao câncer de cólon, endométrio nacionais e internacionais recomendam que as mamas devem ser e, em mulheres pós-menopausadas, ao câncer de mama, porque examinadas a partir dos 20 anos de idade. Noventa e cinco por tecidos gordurosos produzem o hormônio estrógeno que pode cento dos casos de câncer de mama podem ser curados, desde estimular o crescimento de células anormais nas mamas, útero e que detectados no início. ovários além de aumentarem os níveis de fator de crecimento da A pele também deve ser examinada rotineiramente, observaninsulina, envolvido na gênese de alguns tumores. do-se alterações nos sinais e manchas que apresentem assimetria Planeje exercitar-se durante 30 minutos por dia. A prática de na forma, bordas irregulares, alterações na cor e aumento das exercícios físicos evita câncer de intestino porque, após uma quantidimensões. O diagnóstico precoce do câncer de próstata é fundade moderada de exercícios, um número aumentado de células de damental para a cura do mesmo. A palpação digital da próstata defesa pode ser medido na circulação. Indivíduos fisicamente ativos (toque retal) e a dosagem no sangue do PSA (Antígeno Prostático possuem um risco 30 - 80% menor do que indivíduos sedentários Específico) devem ser realizadas anualmente a partir dos 40 anos. de desenvolverem câncer de intestino. Adolescentes que praticam Aumento do PSA, substância produzida pela próstata, não confirma exercícios físicos possuem um menor risco de desenvolver câncer o diagóstico de câncer, pois existem outras doenças que também de mama na idade adulta. levam a um aumento, entretanto é um importante orientador para Concentre-se na ingestão de vegetais, frutas e cereais e escolha outras investigações. carnes brancas ao invés de vermelhas, evitando gorduras saturadas. A detecção precoce do câncer realizada através do exame de Anime-se: 30% de todos os tipos de câncer são relacionados a dieta Papanicolau, capaz de detectar lesões pré-neoplásicas. A avaliação e, portanto, preveníveis. ginecológica deve ser feita anualmente a partir da adolescência. Limite a ingestão de álcool. Os tipos de câncer relacionados O câncer de intestino, se diagnosticado precocemente, é curáao álcool são: mama, cólon, reto, boca e esôfago. O álcool é um vel. Recomenda-se a realização do exame de colonoscopia a partir potente co-carcinogênio tornando os outros carcinogênios mais dos 50 anos, a cada 5 anos. eficientes. O álcool também depleta a vitamina A e o ácido fólico, A adoção destas medidas simples de prevenção e detecção substâncias protetoras. precoce serão capazes de modificar o cenário mundial em relação Proteja-se das doenças sexualmente transmissíveis. O vírus do aos números crescentes de casos de câncer. papiloma humano (HPV) é uma doença sexualmente transmissível que causa câncer de colo de útero, vagina, pênis e ânus. Sessenta porcento dos parceiros de pacientes infectadas adquirem a doença Clarissa Mathias é oncologista clínica (Cremeb 10770)

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especial - Dia da Sogra

Sim, ela também tem seu dia!

28 de abril é o Dia da Sogra. Você sabia? Nayara Lobo / Free-lance para a Vilas Magazine

“Sequestraram minha sogra, bem feito pro sequestrador, Ao invés de pagar o resgate, foi ele quem me pagou, Ele pagou o preço da mala que ele carregou, Ele pagou a paga da praga que ele sequestrou ...”

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uando o assunto é sogra, entre uma frase e outra surgem chacotas, piadas, desabafos, sempre com tom pejorativo de deboche. Apesar de a ‘rixa’ maior ser com as noras, os genros são os primeiros a ‘brincar’ com o termo: “Que tipo de roupa o genro lembra quando vê sua sogra em cima do muro? Tomara que caia!”, “Qual é o castigo da Bigamia? Ter duas Sogras”. Mas, será que elas se incomodam com isso, ou encaram na esportiva? “Por incrível que pareça, nunca fizeram esse tipo de brincadeira comigo. Meu genro me chama de “sogrete” ou tia, mas de uma forma carinhosa. Se caso acontecesse um dia, eu levaria na esportiva na frente dos outros, mas não ia gostar, e nem me considero má sogra”, afirma a empresária Neide Pimentel, de 58 anos. Pimentel é sogra de primeira viagem. Sua filha Vanessa e o genro Matheus estão casados há três meses. Em relação ao papel de sogra implicante, comenta: “No início do namoro fui resistente, mas com o tempo ele foi me conquistando”. Ela considera que os conflitos existem, mas, para manter uma relação saudável, é necessário respeitar os limites do casal. O presente ideal para uma sogra, de acordo com a empresária, seria unir ainda mais a família, manter a presença no dia a dia, em almoços e jantares, por exemplo. “A mãe dele puxa para um lado, e eu puxo minha filha para outro. É assim na prática, mas o certo é estarmos todos juntos, a família do casal unida”, enfatiza. A filha Vanessa, de 30 anos, explica que mantem uma ótima relação com a sogra, Maria Áurea Góes. “Minha sogra é ótima. Já cheguei lhe conquistando. Foi um amor mútuo a primeira vista”, declara. Vanessa acredita que a sogra deva ter um pouco de ciúmes, por ela ser bem presente, cuidadosa e protetora. “De vez em quando ela faz uns ‘draminhas’, mas eu sei que é porque faz questão da nossa presença”. E complementa: “Quando a gente namorava, ela falava: Não pensem que, quando casarem, vou parar de ligar. Vou não”. Vanessa salienta que Vilas Magazine

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gil ramos

Bezerra da Silva

Dona Lucília, de 96 anos, é o xodó da família, inclusive dos genros Carlos Accioli Ramos e Luís Antônio Rebouças. “Convivi pouco tempo com meus pais e me faltava essa referência. Mesmo antes de me casar com Tânia, encontrei em sua mãe a força, o equilíbrio e a serenidade tão necessárias para meu amadurecimento como ser humano”, diz Accioli.

brinca com a condição de sogra/nora: “Também a chamo de “sogrete”, “véia” e “vevéia”, faço piadas e ela leva numa boa”. Ela revela que tem mais liberdade de falar sobre algumas coisas com dona Maria do que o filho. “Matheus é reservado e acabo me abrindo mais com a mãe dele. Espero que a gente nunca brigue. Ela me pede para nunca decepcioná-la, e é tudo recíproco. Eu a considero como uma segunda mãe. Que ela continue assim que a gente vai longe! Agora é só manter essa relação de respeito e carinho”, declara Vanessa.

Sogras moderninhas Algumas pessoas são resistentes à adaptação, outras, encaram o novo como algo positivo e seguem as tendências. Com as sogras isso não é diferente. Todas as noites Betânia Carvalho pega o capacete e faz o trajeto até a faculdade, que recentemente optou por fazer, de moto. Claro, ela no comando. Neide Pimentel diz que não se considera uma sogra muito moderna, mas aceita as coisa com tranquilidade. Ela voltou à faculdade, se utiliza das redes sociais e do whatsapp (aplicativo de celular). “Quem tem a 50

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cabeça boa sabe respeitar o espaço do outro, mesmo que virtual. Olho, participo, mando recados, e nunca vi nada que não gostasse”, acrescenta. “É importante a adaptação. Se não seguimos as tendências do mundo, não evoluímos. Contudo, é preciso ver todos os lados, ter respeito em tudo. Chega-se, assim, a um denominador comum”, diz Neide. Dona Maria Áurea Góes, segundo a nora Vanessa, é “antenada” em tudo. “Ela procura se enquadrar, se envolver nos nossos grupos de amizade. Sai com a gente pra show, anda com nossa galera, interage. Os amigos de Matheus já a têm como integrante da turma. Se convidar, ela tá lá”.

temos uma convivência tranquila. Antes eu achava que era má”, comenta. Quando questionada sobre ser uma boa sogra, a podóloga responde: “Minha nora diz que me acha uma boa sogra. Mas de vez em quando aborreço ela, sem querer”. E acrescenta: “Acho que uma sogra sofre, principalmente quando mora muito próximo ao filho, porque a gente tem que fazer um esforço muito grande para não se envolver e não dar opinião na vida deles. Ser sogra é muito chato!” “Estou muito grata a Deus, porque sei que meu filho está feliz e isso é o que importa. O presente que eu gostaria de ganhar no Dia da Sogra é um neto, mesmo sabendo que é cedo”, diz Betânia.

Invertendo os papéis: uma sogra que também é nora

Curiosidades sobre a denominação ‘sogra’

A podóloga Betânia Carvalho, de 45, é casada há 26 anos com Aderval Maciel, de 46. Ela tem três filhos. Lucas, de 23, é casado há dois anos. A relação com a mãe do esposo era péssima no início. “Casei com 17 anos e ela não aprovou. Achava que eu não inspirava confiança pela questão da idade, do contexto social – minha família era pobre e ele também era muito novo”, explica.

l Dicionário Em inglês sogra é motherin-law, que no pé da letra significa “mãe em lei”. Em alemão é quase um palavrão: Schwiegermutter. Também é famosa a expressão “casa da sogra”, que na teoria, é um lugar onde tudo é permitido, onde se pode ficar à vontade.

Que presente você daria à sua sogra nessa data? “Daria para minha sogra um presente compatível a ela: uma joia preciosa”. Toni Oliveira.

Sendo a minha sogra uma pessoa alto astral e amante de festas, um bom presente para ela seria uma viagem às principais capitais, para que pudesse conhecer as manifestações culturais dos quatro cantos do Brasil. Ao seu retorno, certamente teríamos na sua bagagem uma maravilhosa mistura do Ilê Aiê com a festa do boi-bumbá, do Maracatu com a Oktoberfest e muito mais. Ana Amélia Cardoso

l Culinária Um dos doces mais famosos nas festas infantis é o “olho de sogra”, que leva uma ameixa preta no meio e é de origem portuguesa. Mas o tema inspirou outras doceiras, isso porque existe também o beijo da sogra e o pudim da sogra. l Brinquedo Quem nunca brincou com uma língua-de-sogra? O brinquedo é muito simples, você assopra um canudo e um balão de papel se desenrola e fica comprido. Aí dá para entender o porquê do nome. (Fonte: Revista da Tribuna)

Os direitos da sogra Betânia Carvalho, sogra e nora: “queria ganhar um neto de presente no meu dia de sogra” A convivência entre nora e sogra era conflituosa a maior parte do tempo. “Ela me tratava com desprezo e tinha ciúmes do filho. Já passei por tanta coisa, que fica até difícil lembrar um fato específico”, desabafa. A esposa de Maciel acredita que, depois de passar pela experiência da maternidade e do casamento de um dos filhos, ela entenda um pouco a reação da sogra. “Atualmente,

De acordo com o advogado André Machado, a sogra é parente em primeiro grau, pelo vínculo da afinidade. Como se trata de parente em linha reta, esse parentesco não será desfeito, nem com o divórcio. Assim, a sogra terá o mesmo grau de parentesco dos pais, e esse laço ficará para sempre. Efeitos n Tem direito aos alimentos (pensão) será devido quando a sogra não conseguir ter Vilas Magazine

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bens e nem capital proveniente do trabalho, suficiente para lhe manter e, somado a isso, quando o genro possa fornecer ‘ajuda’ sem desfalcar seu sustento. O valor da pensão deverá atender apenas as necessidades básicas; n A sogra é herdeira necessária (obrigatória); n Pode ter a guarda dos netos, quando os pais não puderem prover a assistência moral, material, e educacional à criança; ou quando os pais perdem o poder familiar; n Não poderá haver casamento entre genro e sogra, nem após o divórcio.


comportamento

Presos ao TOC

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o início, essas manias são até en­graçadas. Com o tempo, esse quadro muda. O que era engraçado e soava como extravagância passa a incomodar muita gente. Em casa, no trabalho e até no lazer, não existe descanso. É um objeto mal posicionado que te deixa irritado, uma sujeira que está no ar que pode ser maléfica, um vírus que está pronto para te atacar... Esse tipo de comportamento, que pode ser visto como de um indivíduo chato, possui nome: Transtorno Obsessivo Compulsivo, que também é chamado de TOC. E, se você se identificou com ele - ou verificou que alguém perto o tem – fique tranquilo, já que o controle desse quadro é possível. Primeiramente, é importante compreender o que significa obsessão: é um pensamento incômodo que surge de forma repetitiva na mente do indivíduo e que ele não consegue ficar livre, apesar de se esforçar bastante. E compulsão? É um padrão de comportamento de repetição, onde o indivíduo desenvolve e não consegue evitar, embora entendendo que se trata de um grande absurdo. Logo, o Transtorno Obsessivo Compulsivo tem como característica comportamentos e pensamentos de repetição e sem nenhum sentido. Tempos atrás, o TOC era visto como um problema psiquiátrico raro e sem solução. Nos dias de hoje, já foi descoberto que é um desequilíbrio bioquímico, que pode ser tratado através de remédios, e que atinge aproximadamente 2 a 3% da população do mundo inteiro. Mas será que uma mania ou cisma pode ser considerada TOC? Segundo os médicos, a resposta é não. A questão é quando esses comportamentos se transformam em obsessão, prejudicando a vida do indivíduo. E a palavra angústia é a palavra para mostrar que a pessoa tem esta patologia. Quer dizer, quando os comportamentos e pensamentos de repetição tornam o indivíduo prisioneiro de suas cismas. Porém, este tipo de conduta pode ser explicado: quem possui TOC tem pensamentos negativos e valoriza demais a probabilidade de eles ocorrerem. Os comportamentos de repetição são uma tentativa de não permitir que tais fatos aconteçam.

Vamos exemplificar: uma pessoa que acha que pode ficar contaminada encostando em objetos também utilizados por outros, como maçanetas e notas de dinheiro, termina desenvolvendo o comportamento de lavar as mãos diversas vezes. A estudante Claudia de Souza sabe bem esse drama. “Antes de buscar auxílio clínico, eu encontrava bactéria em tudo

que pegava. Tinha nojo de pegar notas de dinheiro, a conversar no orelhão e se alimentar em restaurantes. Lavava minhas mãos muitas vezes diariamente e não desejava apertar a mão de ninguém”, conta ela. Aliás, o receio de se contaminar é um dos assuntos mais comuns do Transtorno Obsessivo Compulsivo. Bem como as manias divulgação

No começo, esse tipo de comportamento pode provocar risos, mas com o passar do tempo, a situação vai se modificando e a perturbação entra no lugar da extravagância, e esse problema tem nome: Transtorno Obsessivo Compulsivo Vilas Magazine

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de checagem (observar diversas vezes se a porta trancada, gás fechado...), de arrumar os objetos, de destino (fazer sempre o mesmo trajeto, ir sempre no mesmo elevador..). Os sinais iniciais costumam surgir quando se é adolescente ou no começo da vida adulta. E você sabia que o público feminino é o mais afetado por esse distúrbio? A diferença é pequena, mas ocorre mais com as mulheres. Porém, o motivo disso não é bem explicado. O mecanismo exato do Transtorno Obsessivo Compulsivo ainda não foi descoberto, é sabido que é uma falta de equilíbrio neuroquímico em determinadas regiões do cérebro, envolvendo especialmente o neurotransmissor serotonina, associado aos transtornos de humor e afetivos. Porém um ponto é certo: o fator hereditário é bastante forte, pois não é raro ver indivíduos da mesma família afetados pelo TOC. Embora significar predisposição, a genética não é a única coisa que pode causar o desenvolvimento do TOC. Vários outros fatores associados, como ambiente externo, quadros de estresse, personalidade, também podem influenciar. Por essa complexidade, o tratamento é realizado com alguns remédios e terapia cognitiva de comportamento. Os remédios têm como objetivo fazer a correção do desequilíbrio neuroquímico, que seria uma falta de serotonina. E a terapia cognitiva (TCC) age de maneira estruturada e prática sobre o distúrbio, envolvendo alterações de comportamento e mudando idéias distorcidas, que o indivíduo com Transtorno Obsessivo Compulsivo tem no que se refere aos acontecimentos, ao ambiente e à vida como um todo. Em muitos dos casos, o correto é manter os medicamentos por cerca de 2 anos, para não permitir que surjam recaídas. Porém, em determinadas pessoas, o transtorno é tão forte que a medicação precisa ser ministrada em doses menores para a vida toda. Normalmente, o grande problema, é que a pessoa que tem TOC somente busca ajuda de uma especialista na hora em que o quadro está prejudicando mais. Enquanto consegue levar, não assume para si próprio o distúrbio, deixando que a situação chegue ao máximo, quando sofrimento é muito forte. E nesta situação os parentes sofrem. Compaixão, firmeza, conhecimento e paciência, de acordo com os especialistas, são instrumentos essenciais para lidar com o indivíduo que tem o TOC. E por fim, um grande conselho: jamais ajude em suas manias.

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Modas, modismos & inovações Lilian silva / Especial para a Vilas Magazine

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omo em qualquer área de trabalho, há modas e modismos também na Educação. Lembra da época montessoriana?? Todo mundo de tapetinho e fichinha individual ... E quem não se lembra da época em que o chique, chique mesmo era trabalhar com Projetos, mesmo com os educadores cometendo equívocos – a intenção era boa! - do tipo “o que vocês querem aprender?”, de modo que entrava ano, saía ano, e a criançada seguia estudando dinossauros? Trabalhar com Projetos é muito produtivo. Mas só se o educador souber instigar curiosidades, ampliar o leque de interesses, e ensinar, claro, a fazer pesquisa. Pesquisa de verdade, não “seleciona-copia-cola”. E a socializá-las!! Claro que há também os conteúdos que não são escolhidos pelos alunos. São determinados pelo MEC. E aí, como fazer? Há que se criar o interesse. Facinho? Não mesmo!! Mas temos que tentar. Vamos de Mesopotâmia? Falemos dos Jardins Suspensos cantando com Rita Lee. Vamos de Primeira Guerra? Iron Maden, Pachindal e vai bem... Perguntas que desafiem a curiosidade – mãe da aprendizagem – são um ótimo começo. E é imprescindível partir do que os estudantes sabem, porque sem ‘grudar’ na rede de conhecimentos que já têm, os novos conhecimentos, literalmente, caem no esquecimento. Agora, o mote é tecnologia na sala de aula: lousa inteligente, jogos interativos, muito recurso multimídia, tablet e o que mais vier de eletrônicos. Bom? Ruim? Nem um nem outro. Analisemos. Colocar o livro de papel numa versão digitalizada não me parece nada inovador. Não aumenta a possibilidade de interação entre aprendente e objeto de aprendizagem. Mas há quem ache isso lindo, e “vamos lá matricular naquela escola; é moderna!”. Moderno é aproximar o estudante do objeto de estudo, tornando-o mais e mais responsável e ativo no seu processo de aprendizagem. Moderno é usar novas tecnologias, quando trazem inéditas ou múltiplas formas de lidar com os termas abordados. É usar o que nos traz a eletrônica para desenvolver o pensamento. Não é para colocar na vitrine... É usar tais recursos para trabalhar múltiplas linguagens e enriquecer, cada vez mais, as redes neuronais. É também não jogar fora o passado. Às vezes, uma aula magna cai bem. Variar as formas de apreender conteúdos e de ensinar como trabalhar diferentes textos e contextos é ótimo. Nada contra usar também – note, ‘também’ e ‘não só’ – o que funcionou há dez ou vinte anos. Deixamos para trás uma série de coisas que fazíamos e, hoje, reconhecemos que elas são muito necessárias e importantes; vale resgatar.. Aprender a ficar atento e concentrado, sem ter à disposição “trocentos” estímulos, também é uma competência a ser desenvolvida! Aprender a ouvir, a dialogar com as pessoas, a debater ideias, assumindo posições diante delas e as defendendo, também! Há quem diga que professores são resistentes a inovações. Dou aula há mais de três décadas... e a resistência é a exceção que confirma a regra. Educador adora novidade! E já que falamos em Educador... Mora mesmo aí o diferencial, não tem jeito. É na criatividade do professor, na sua capacidade de mediação e na parceria da coordenação que está a gênese da tal “educação moderna” e, claro, mais eficiente. As mudanças na educação dependem, mais do que das novas tecnologias, de termos educadores e coordenadores maduros intelectual, emocional e eticamente; pessoas curiosas, entusiasmadas, abertas, que saibam motivar; pessoas com as quais valha a pena entrar em contato, porque dele saímos enriquecidos. O educador que gosta de educar saberá estimular seus alunos a aprender e usará a tecnologia para aumentar a eficácia de suas aulas e não para lhes dar uma maquiagem de modernidade que, sabemos, nem sempre vem para o bem. Lilian Silva é licenciada e bacharel em História pela USP, professora de Ensino Fundamental e Médio. Publicou coleções didáticas de Português (Interação & Transformação) e de História (História da Bahia). E-mail: lisantossilva@hotmail.com

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janelas abertas / Gilka Bandeira

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ra fim da manhã de sábado, quando chegara à fila do caixa do supermercado. O outono estava só prestes a começar, mas felizmente o incômodo calor dos últimos meses se arrefecera com a chuvinha que começara à noite e se prolongava, conforme podia constatar agora através das paredes de vidro. Ao levantar-se, gostou muito de ver as gotinhas, feito cristais ao sol, tremeluzindo nas folhas da jovem aroeira em primeira floração, e se pôs a cantar o hino à alegria de Jobim e Dolores Duran: É de manhã vem o sol / Mas os pingos da chuva / que ontem caiu / Ainda estão a brilhar / Ainda estão a dançar / Ao vento alegre / Que me traz esta canção [...] Talvez a enorme revoada de canários da terra, que vira enquanto caminhava na tarde anterior, fosse anunciação da providencial chuvinha. Coincidentemente, inda mais por pouco frequentar as redes sociais, entrara no Facebook no momento em que chuva começara e Angélica Menezes a recebera com uma feliz postagem do belíssimo poema “Chovem duas chuvas” de Cecília Meireles e reprodução da tela de Henri Martin. Alheia, não notou logo o que se passava. Vozes altas, exaltadas, caras transtornadas. Nada mais destoante do devaneio em que estava. Os vizinhos de fila se manifestavam, alguns até “botando lenha na fogueira,” e pôde saber que a briga se armara porque uma senhora tinha deixado um carrinho na fila e saíra para pegar mais produtos. Tanto demorou que os que estavam atrás dela empurraram o carrinho dela para o lado e passaram suas compras. Quando enfim ela voltou carregando muitas mercadorias, já dois haviam ido embora e o terceiro também se adiantava. Inconformada, ela queria que o cidadão tirasse o que já tinha colocado no balcão para dar lugar às suas compras, alegando que estava na frente dele. ‘Tira’. ‘Não tiro’. ‘Seu maleducado’. ‘Mal educada é a senhora que se acha dona da fila’. Daí chegando à xingação. A esta altura, quem estava juntos deles, também entrou na briga e a coisa foi num crescendo. Não faltaram as galhofas, bem conforme o feitio dos brasileiros, e

Numa certa manhã de pré-outono alguém gritando “Sai pra lá, Satanás!’. Logo, quase todos das duas filas preferenciais — pois é, eram idosos que assim se digladiavam — se pronunciavam a respeito. Condenavam a atitude da mulher por guardar lugar na fila apesar de não ser permitido ou por chegar exigindo que o homem “devolvesse” o lugar. Recriminavam o homem por ter exagerado. Teciam comentários sobre o estresse, a falta de delicadeza e de educação, embora, como se sabe, quem se queixa, nem sempre é tão bem educado.

Exemplos vieram à baila, sobretudo concernentes ao trânsito. Motoristas que invadem sinais, dão perigosas fechadas e roubadinhas; saem costurando; ultrapassam em local proibido; colam no fundo do carro da frente para forçar a passagem; estacionam de qualquer jeito, ocupando mais de uma vaga, parando em frente a garagens, trancando outros carros, fechando ruas e, o pior, tomando vagas de cadeirantes ou de quem já estava na espera. Ainda foi lembrada a costumeira exibição da potência do som, geralmente com músicas de quinta categoria, se é que assim se podia chamar, os repetitivos ruídos irritantes, de música, além dos pedestres que trocam as passarelas pelo risco de atravessar em meio aos veículos. Pensou em se meter na conversa e perguntar se a falta de educação, a que se

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referiam, era realmente falta de educação, considerando que muitos dos que se comportam de modo deseducado são pessoas instruídas, que receberam “educação”. Ademais, não faltavam esclarecedoras campanhas educativas. Não, o caso não seria de ignorância, mas de cegueira mental da que trata /Saramago e “... que consiste em estar no mundo e não ver o mundo ou só ver dele o que, em cada momento, for susceptível de servir os nossos interesses.” Fruto do exacerbado individualismo cultivado pela incrementada competição, excesso de concessões dos pais, arranjo urbanístico e o estilo de vida que não permitem a convivência e a prática da solidariedade. Na busca de atender o ‘eu’ não se vê os demais (isto quando não os têm como empecilhos), e em última instância, a si mesmo. Assim não notam que no universo de interdependências, o que se faz aos outros (ou se deixa de fazer), repercute em cada um. Onde as normas de boa convivência não são respeitadas, ninguém, incluso os que as desrespeitam, está livre da infração de alguém, ou da simples consequência dos seus atos. O cara que ligou o esgoto direto no rio que passava no fundo da sua casa, na inundação ficou literalmente na própria merda. O que, mutatis mutandis, se faz em escala planetária: polui-se as águas que se bebe, os mares onde se pesca, o solo que se cultiva, o ar que se respira, num processo de suicídio coletivo. Mas, como ainda estava sob efeito do enleio de brilhos, canto, poesia, arte e passarinhos amarelos, ficou calada. E continuou a devanear, mesmo porque precisava de paciência, estando em fila grande, e não podia deixar que a manhã iniciada em luminâncias findasse sombria por causa de uma briga sem sentido, como, aliás, todas as brigas são. Imaginou o mundo sem furadores de filas, arrastadores de cadeira em local de meditação, atiradores de garrafas pet das janelas dos veículos; desrespeitadores de horários e prazos; causadores de problema no trânsito. E todos sentindo prazer em saudar uns aos outros, em sorrir, cantando em paz.


l sAÚDE & BEM-ESTAR . .........................................56 a 81

l AUTO & CIA..................................................... 1271 a 128

l GASTRONOMIA.....................................................82 a 87

Tribuna do Leitor.............................................129 a 130

l FESTAS....................................................................88 a 91

Tábua das Marés / fases da lua...............................131

l facilidades & serviços...................................92 a 126

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AVISOS & EDITAIS

PEDIDO DE LICENÇA AMBIENTAL - FASE 3 FUNCIONAMENTO

POLÍTICA AMBIENTAL frança rei do bloco indústria e comércio ltda CNPJ nº 11.601.761.0001-15

A frança rei do bloco indústria e comércio ltda, CNPJ nº 11.601.761.0001-15 torna público que está requerendo

l Promover de forma continua programa de educação am-

a Secretária de Meio Ambiente, Saneamento e Recursos Hídricos

biental junto ao público interno e externo visando à melhoria nos

– semarh a Licença Ambiental Fase 3 (Funcionamento), para

aspectos ambientais da região.

fabricação e comercialização de materiais de construção, localiza-

l Aplicar a utilização de tecnologia limpa em todo processo

da na Rua Nilzete Oliveira Souza, s/nº, lote 14, Quadra 01, Jardim

da empresa, contribuindo com a diminuição de resíduos gerados

Castelhão, Caji, Lauro de Freitas/BA.

na atividade. l Estabelecer objetivos e metas ambientais juntamente com

Antonio Carlos Ferreira de França

todos os colaboradores internos e externos.

Representante Legal

l Estabelecer o uso consciente de energia através do gerenciamento e práticas de rotina.

SMARH

Antonio Carlos Ferreira de França

Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Saneamento e Recursos Hídricos

Representante Legal Vilas Magazine

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ACADEMIA

ACADEMIA

ACADEMIA

ACADEMIA

ACADEMIA

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ACADEMIA

ACADEMIA

ACADEMIA

ACADEMIA INFANTIL

ACUPUNTURA

Vilas Magazine

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ACUPUNTURA

ANGIOLOGIA

ANGIOLOGIA

ANGIOLOGIA

CARDIOLOGIA

CARDIOLOGIA

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CARDIOLOGIA

CIRURGIA PLÁSTICA

CLÍNICA

CLÍNICA

CLÍNICA

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CLÍNICA

CLÍNICA GERAL

CLÍNICA GERAL

CLÍNICA MÉDICA

CLÍNICA MÉDICA

Vilas Magazine

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DERMATOLOGIA

DIAGNÓSTICO POR IMAGEM

ENDOCRINOLOGIA

ENDOCRINOLOGIA

ESPAÇO TERAPÊUTICO

ESTÉTICA

ESTÉTICA

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ESTÉTICA

ESTÉTICA

ESTÉTICA

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ESTÉTICA

ESTÉTICA

ESTÉTICA

Vilas Magazine

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ESTÉTICA

FARMÁCIA

FARMÁCIA

FISIOTERAPIA

E-mail: gisellifisio@yahoo.com.br

FISIOTERAPIA

Vilas Magazine

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FISIOTERAPIA

FISIOTERAPIA

FISIOTERAPIA

FISIOTERAPIA

Vilas Magazine

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Mais

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Reabilitação Ortopédica e Pós Traumatológica adulto e pediátrica Reabilitação Respiratória adulto e pediátrica Reabilitação Desportiva • Estimulação Precoce • RPG • Pilates Acupuntura • Dermato Funcional Kinesio Tapping

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FISIOTERAPIA

FISIOTERAPIA

Vilas Magazine

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FISIOTERAPIA

FISIOTERAPIA

FISIOTERAPIA ESTÉTICA

FISIOTERAPIA ESTÉTICA

FONOAUDIOLOGIA

GASTROENTEROLOGIA

Vilas Magazine

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GASTROENTEROLOGIA

GERIATRIA

GERIATRIA

HOMEOPATIA

LABORATÓRIO

Vilas Magazine

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LABORATÓRIO

MEDICINA NATURAL

MEDITAÇÃO

NUTRIÇÃO

ODONTOLOGIA

ODONTOLOGIA

Vilas Magazine

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ODONTOLOGIA

ODONTOLOGIA

ODONTOLOGIA

ODONTOLOGIA

Vilas Magazine

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ODONTOLOGIA

ODONTOLOGIA

ODONTOLOGIA

ODONTOLOGIA

Vilas Magazine

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ODONTOLOGIA

ODONTOLOGIA

ODONTOLOGIA

ODONTOLOGIA

Vilas Magazine

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ODONTOLOGIA

ODONTOLOGIA

ODONTOLOGIA

OFTALMOLOGIA

OFTALMOLOGIA

Vilas Magazine

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Sabe quando você tem aquela lembrança boa? Os olhos chegam a brilhar. Oftalmoclin. Pela 5ª vez, a mais lembrada pelos baianos.

OFTALMOLOGIA

OFTALMOLOGIA

Vilas Magazine

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OFTALMOLOGIA

OFTALMOLOGIA

OTORRINO

Vilas Magazine

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ONCOLOGIA

OTORRINO

OTORRINO

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OTORRINO

OTORRINO

PEDIATRIA

PILATES

PEDIATRIA

PLANOS DE SAÚDE

Vilas Magazine

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PODOLOGIA

PRODUTOS NATURAIS

PSICOLOGIA

PSICOLOGIA

Vilas Magazine

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PSICOLOGIA

PSICOLOGIA

PSICOLOGIA

PSICOLOGIA

PSICOLOGIA

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PSICOLOGIA

PSICOPEDAGOGIA

PSICOTERAPIA

PSIQUIATRIA

TERAPIA

TERAPIA

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PSICOTERAPIA


TERAPIA

TERAPIA

nas pernas é grave. Pode causar gangrena e até amputação do membro, além de estar associada a doenças cardíacas”, adverte Santo. Ele explica que a diferença entre os dois tipos é pequena, por isso existe a necessidade da avaliação de um especialista. “As venosas doem quando a pessoa fica em pé mesmo parada e melhoram quando ela coloca pé para cima. Já as arteriais doem quando se caminha ou coloca o pé para o alto. Se a dor não melhorar com analgésico ou persistir por cinco dias, é bom marcar consulta com o especialista.” Para Wolosker, o aumento dos problemas arteriais nas mulheres se dá também por conta do uso do cigarro. “Quando a pessoa fuma, inala monóxido de carbono e nicotina, que são grandes fatores nocivos para as artérias porque dificultam o retorno venoso. É essencial cortar o cigarro”, conclui.

De olho na circulação

P

roblemas de circulação nas pernas podem causar as varizes, que desestimulam o uso de shorts e saias no verão. Apesar de não causarem sérios riscos à saúde, a questão estética incomoda as mulheres, que têm predisposição maior à doença por conta do estrógeno – hormônio feminino que causa fragilidade da parede dos vasos sanguíneos. O incômodo é provocado por fatores genéticos e é difícil de ser evitado. Porém, é possível amenizar os sintomas com algumas precauções, como instrui Fábio do Espírito Santo, cirurgião vascular do Hospital São Camilo (SP). “Uma alimentação balanceada e caminhadas três vezes por semana são suficientes para fazer bem à circulação. Exercícios como ‘leg press’ [aparelho de musculação para as coxas] forçam a perna e podem dilatar as varizes”, explica.

Segundo ele, o uso contínuo de sapatos de salto também pode danificar a região, no caso das mulheres com tendência ao problema. “Estudos mostram que mesmo saltos pequenos causam prejuízo ao retorno venoso”, diz. Quem está com a perna lesada e quer melhorar o aspecto pode optar por cirurgias para a retirada das varizes e aplicações para queimar os vasinhos. É recomendado também o uso de meias elásticas. “Elas comprimem e esvaziam as veias, melhorando o inchaço”, instrui Nelson Wolosker, cirurgião vascular do Hospital Israelita Albert Einstein (SP). No entanto, para usar as meias é preciso consultar um profissional, pois elas são indicadas apenas aos casos relacionados a problemas venosos e proibidas a pacientes com má circulação arterial, que são as veias que levam o sangue aos pés. “Insuficiência de circulação arterial Vilas Magazine

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Camila Gomes / Folhapress.

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image source / jillian lochner / folhapress

UROLOGIA


AÇOUGUE

CAFÉ DA MANHÃ

CESTAS DE CAFÉ

CULINÁRIA ORIENTAL

CULINÁRIA ORIENTAL

CULINÁRIA PORTUGUESA

DELICATESSEN

Vilas Magazine

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DOCES & SALGADOS

DOCES & SALGADOS

DOCES & SALGADOS

LANCHONETE

DELIVERY 071 3379 - 4477 Av. Praia de Itapoan - Vilas do Atl창ntico

EMPADAS

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LANCHONETE

PIZZARIA

PIZZARIA

PIZZARIA

PIZZARIA

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PIZZARIA

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PIZZARIA

PIZZARIA

PIZZARIA

RESTAURANTE

RESTAURANTE

RESTAURANTE

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RESTAURANTE

RESTAURANTE

RESTAURANTE

Alimentação saudável começa com prato colorido e salada Você costuma comer rápido, logo, mal mastiga os alimentos? No seu prato há arroz em excesso, carne salgada e gordurosa, mas nada de salada? Para acompanhar, um copo de refrigerante? Segundo especialistas, tudo na descrição acima está errado. E, importante, montar um prato equilibrado e respeitar os horários das refeições ajudam a reduzir os riscos de desenvolver doenças graves como a hipertensão e o diabetes. “Verduras e legumes devem ocupar metade do prato. A outra metade deve estar dividida entre carboidratos e proteínas vegetais e animais”, explica a nutricionista Lara Natacci. Segundo ela, quanto maior a variedade de verduras e legumes no prato, melhor, pois cada um deles possui um tipo de nutriente necessário ao nosso organismo. Uma boa dica é colocar no prato as cores mais variadas de vegetais. Embora não faça diferença começar a refeição pelo arroz, pelo feijão, pela carne ou misturá-los a cada garfada, especialistas afirmam que comer a salada primeiro traz benefícios. “As fibras presentes nos vegetais aumentam a sensação de saciedade, por isso, começar por eles é uma opção”, afirma a profissional. Vilas Magazine

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Além dos cuidados com o que põe no prato, há um coadjuvante que também pode atrapalhar a digestão: a bebida que você escolhe para acompanhar as refeições. “Na medida do possível, é melhor evitar líquidos durante a refeição, pois eles funcionam como uma barreira para a absorção dos nutrientes”, afirma a endocrinologista e especialista em metabologia Josie Felício. Segundo ela, a bebida também provoca a distensão do estômago. Caso você não consiga comer sem esse acompanhamento, prefira água ou sucos simples. Evite refrigerantes. Fabio Saraiva / Folhapress.

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ALUGUEL DE BRINQUEDOS

ALUGUEL DE BRINQUEDOS

ALUGUEL DE BRINQUEDOS

ALUGUEL DE MÓVEIS

ALUGUEL DE BRINQUEDOS

ANIMAÇÃO

ANIMAÇÃO / DJ

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BUFFET

BUFFET

BUFFET

BUFFET

BUFFET

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DJ

CHOPP

DJ

DJ

DJ

ESPAÇO PARA EVENTOS

GARÇOM

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ESPAÇO PARA EVENTOS


MESAS & CADEIRAS

ILUMINAÇÃO PARA EVENTOS

MESAS & CADEIRAS

MESAS & CADEIRAS

MESAS & CADEIRAS

PERSONALIZAÇÃO

PERSONALIZAÇÃO

Vilas Magazine

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MÚSICA AO VIVO


ADM. DE CONDOMÍNIO

ADM. DE CONDOMÍNIO

ADVOGADOS

ADVOGADOS

ADVOGADOS

ADVOGADOS

ÁGUA / PURIFICAÇÃO

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ALUGUEL DE MÁQUINAS


ANDAIMES

ANDAIMES

ANDAIMES

ANTENAS

ANTENAS

ANTENAS

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ANTENAS

AR CONDICIONADO

AR CONDICIONADO

AR CONDICIONADO

AR CONDICIONADO

ARQUITETURA

AR CONDICIONADO

ARQUITETURA

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ARQUITETURA

ARTESANATOS

ARTESANATOS

ASSISTÊNCIA TÉCNICA

ASSISTÊNCIA TÉCNICA

ASSISTÊNCIA TÉCNICA

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ASSISTÊNCIA TÉCNICA

ASSISTÊNCIA TÉCNICA

ASSISTÊNCIA TÉCNICA

ATELIÊ

AULAS / CURSOS

AULAS / CURSOS

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AULAS / CURSOS

AULAS / CURSOS

AULAS / CURSOS

AULAS / CURSOS

Bernardinho doou seu cachê para os projetos sociais do Instituto Compartilhar.

A cada dia O TEMPO passa mais depressa. Hoje, o Brasil avança e as oportunidades estão aí. O momento chegou e você precisa se preparar. E rápido! Não dá pra voltar no tempo, mas você pode fazer a diferença agora!

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Vilas Magazine

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AULAS / CURSOS

AULAS / CURSOS

AULAS / CURSOS

AULAS / CURSOS

BARBEARIA

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BELEZA

BRINDES

CARRETOS

CARTUCHOS

CARRETOS

CELULARES

CHAVEIROS

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COMUNICAÇÃO VISUAL

CONSTRUÇÃO CIVIL

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CONSTRUÇÃO CIVIL

CONSTRUÇÃO CIVIL

CONSTRUÇÃO CIVIL

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CONSTRUÇÃO CIVIL

CONSTRUÇÃO CIVIL

CONSTRUÇÃO & REFORMA

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CONSTRUÇÃO & REFORMA

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CONTABILIDADE

CONTABILIDADE

COPIADORA

CORTINAS

CORTINAS

CORTINAS

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CORTINAS

CORTINAS

CORTINAS

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CORTINAS

CORTINAS & PERSIANAS

CORTINAS

CORTINAS & PERSIANAS

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DECORAÇÃO

DECORAÇÃO

DECORAÇÃO

DESIGN CORPORATIVO

DESINSETIZAÇÃO

DESINSETIZAÇÃO

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DESINSETIZAÇÃO

DIVISÓRIAS

DIVISÓRIAS

ELETRICISTA

ELETRICISTA

EMBALAGENS

ELETRICISTA

ENTULHOS & PODAS

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ENTULHOS & PODAS

ESCOLA

ESCOLA

ESCOLA

ESCOLA

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ESCOLA

ESCOLA DE FUTEBOL

ESCOLA DE MÚSICA

ESCRITÓRIO VIRTUAL

ESTOFADOS

ESTOFADOS

ESTOFADOS

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FLORICULTURA

FOGÕES

FOGÕES

FORROS

FORROS

FORROS

FOTO & FILMAGENS

FOTOGRAFIA

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FOTOGRAFIA


FOTOGRAFIA

GÁS

GÁS

GÁS

GÁS

GRÁFICA

GRÁFICA

GRÁFICA

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GRÁFICA


HORTO

IMÓVEIS

INFORMÁTICA

INFORMÁTICA

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INFORMÁTICA

INSTRUMENTOS MUSICAIS

JÓIAS

LAVAGEM DE TANQUE

LAVAGEM DE TANQUE

LAVANDERIA

LIMPA FOSSA

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LIMPA FOSSA

LIMPA FOSSA

MADEIREIRA

MADEIREIRA

MADEIREIRA

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MÁRMORES & GRANITOS

MATERIAL DE CONSTRUÇÃO

MATERIAL ELÉTRICO

MATERIAL ESPORTIVO

MODA

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MOLDURAS

MÓVEIS

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MÓVEIS PARA ESCRITÓRIO

MÓVEIS PARA ESCRITÓRIO

Vilas Magazine

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MÓVEIS PLANEJADOS

MÓVEIS PLANEJADOS

MÓVEIS PLANEJADOS

MÓVEIS PLANEJADOS

MÓVEIS PLANEJADOS

Vilas Magazine

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NEGÓCIOS


PAPEL DE PAREDE

PÁTINA

PELÍCULA

PERSIANAS

PERSIANAS

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PERSIANAS

PERSIANAS

PERSIANAS

PET SHOP

POÇO

PORTÕES

PET SHOP

PET SHOP

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REDES

REDES DE PROTEÇÃO

REDES DE PROTEÇÃO

SALÃO DE BELEZA

SALÃO DE BELEZA

SEGURANÇA ELETRÔNICA

SEGURANÇA ELETRÔNICA

SEGURANÇA ELETRÔNICA

Vilas Magazine

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SEGURANÇA ELETRÔNICA

SEGURANÇA ELETRÔNICA

SEGURANÇA ELETRÔNICA

SERVIÇOS

SERVIÇOS

SERVIÇOS GERAIS

TÁXI

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TARÔ

TÁXI

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Tテ々I

Tテ々I

TELAS

TELAS MOSQUETEIRAS

TELAS MOSQUETEIRAS

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TINTURARIA

TOLDOS

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TOLDOS

TOLDOS

TOLDOS

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TOLDOS

TRANSPORTE ESCOLAR

VETERINÁRIO

VETERINÁRIO

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VETERINÁRIO

VETERINÁRIO

VETERINÁRIO

VIDRAÇARIA

Setor elabora novo estatuto para animais de estimação

Setorial, José Edson Galvão de França. Ele cita o exemplo de uma lei municipal que proíbe a cidade de Curitiba de ter criatórios de qualquer animal de estimação. Durante o encontro, também foram deliberadas algumas ações para uma política de fomento à exportação de pets, “Nós já temos os mecanismos de como atuar, agora queremos ampliar o comércio desses animais de estimação”, disse o presidente da Câmara. Na próxima reunião marcada para o dia 5 de junho, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) apresentará a lista das espécies que poderão ser criadas em ambiente doméstico como animais de estimação. O assunto também será discutido entre os membros da Câmara. Atualmente o setor trabalha com as seguintes espécies: cães, gatos, aves ornamentais e canoras (pássaros que cantam), peixes ornamentais, pequenos mamíferos (iguanas) e roedores.

Legislação visa harmonizar normas existentes e conflitantes

R

epresentantes do governo e da iniciativa privada que compõe a Câmara Setorial da Cadeia Produtiva de Animais de Estimação deram início aos trabalhos do marco regulatório para a produção (criadoros), indústria (produtos veterinários, alimentos e pet care) e comércio de animais domésticos. Na reunião que ocorreu no Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (Mapa), no dia 1º de março, foi apresentada proposta de estatuto pet que possa harmonizar a legislação existente no País. “Há diversas normas, mas elas são diversificadas e conflitantes”, aponta o presidente da Câmara Vilas Magazine

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VIDRAÇARIA

V

Selva de pedra

eículos com suspensão elevada e estilo fora-de-estrada já são facilmente vistos nas ruas brasileiras. Os utilitários compactos são a maioria entre eles. Os jipinhos urbanos fizeram despencar a venda de peruas e acabam de ultrapassar as minivans. O segmento emplacou cerca de 170 mil unidades em 2012. De acordo com fabricantes, esse número deve dobrar até 2016, chegando a 7,5% do mercado. O crescimento da categoria será impulsionado por novos modelos. Pelo menos seis fabricantes devem lançar utilitários compactos até 2015. Os primeiros a chegar serão o Chevrolet Trax e o Peugeot 2008, cujas estreias acontecem do segundo semestre deste ano ao início de 2014. Depois será a vez de Fiat, VW, Nissan e Honda apresentarem novidades em busca de clientes que desejam um modelo de estilo “off-road”, mesmo que não tenha tração 4x4. As novidades do segmento de utilitários compactos seguirão receitas similares. Todos terão ao menos duas opções de motor, versões com câmbio automático e preço inicial entre R$ 50 mil e R$ 60 mil. O Chevrolet Trax virá do México, mas, futuramente, deverá ser produzido no Brasil. A plataforma é a mesma dos modelos Sonic, Cobalt, Spin e Onix. Esse será o grande concorrente do Ford EcoSport em 2014, u

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divulgação

O Chevrolet Trax chegará ao Brasil em breve, com preço estimado em R$60 mil; será o grande rival do Ecosport

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que começou o ano como líder do segmento. Muitos clientes de hatches e sedãs compactos tiveram um aumento de poder aquisitivo e estão preferindo utilitários compactos a modelos médios. Essa migração motivou a Peugeot a apressar os planos de produção local do jipinho 2008. O carro será feito em Porto Real (RJ), dividindo a linha com o hatch 208. A Honda fará um modelo

divulgação

baseado no conceito Urban, que foi apresentado em janeiro, no Salão de Detroit. O utilitário usará a nova plataforma do Fit e deverá chegar ao mercado brasileiro em 2015. A Volkswagen lançará o SUV compacto derivado do Taigun, protótipo mostrado no Salão de São Paulo 2012. O carro usará a mesma base do hatch Up!, cujo lançamento está previsto para

Conceito Urban antecipa as linhas do futuro utilitário da Honda, que utilizará a mesma base do Fit o fim deste ano. A versão jipinho chega na linha 2015. Os planos da Nissan se baseiam no protótipo Extrem, também exibido no evento paulistano. O modelo será produzido na futura fábrica da marca, que está sendo construída em Resende (RJ). A Fiat entrará na disputa com um modelo derivado do Fiat 500L, que é a versão tamanho família do compacto feito no México. A versão com estilo “off-road” deverá ser fabricada em Goiana (PE). Ricardo Ribeiro / Folhapress.

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TRIBUNA DO LEITOR Rios poluídos Sr. Accioli, Parabéns pela matéria de capa da edição de fevereiro da revista Vilas Magazine, “O rio sapato agoniza”. Os rios Sapato, Ipitanga e Joanes não chegaram ao atual estado de “esgoto a céu aberto” da noite para o dia. O descaso e a irresponsabilidade criminosa de sucessivos gestores públicos e a nossa passividade, enquanto moradores, levaram a esse crime ambiental. Crime que é perpetrado cotidianamente pela ausência de fiscalização e de um sistema de captação e tratamento adequado do esgoto doméstico em Lauro de Freitas. Perdem os turistas, perdem os moradores e perde o erário: os médicos sabem que cada real aplicado em saneamento representa cinco reais poupados em saúde. A revista Vilas Magazine, com sua matéria de capa, mais uma vez conclama a uma ampla campanha ambiental e devemos torná-la permanente, conscientes de que não será uma “canetada” do prefeito que irá resolver o problema e, mesmo adotando o conjunto de medidas necessárias, não consegue-se reverter o quadro atual em pouco tempo: os processos ambientais tem seu tempo e ritmo. No entanto, “antes tarde do que nunca”, nos ensina a sabedoria popular, eis a boa hora de tomarmos medidas enérgicas e começarmos o processo de despoluição dos referidos rios. O turismo, a qualidade de vida dos moradores, o bom senso, enfim, a própria vida, o exigem. Gregório Benfica. Loteamento Portão do Sol. Esgoto doméstico no Rio Sapato, não deve ser somente este o problema, mas se foi constatado, o que falta para tomar providências? Na edição de fevereiro da revista Vilas Magazine haviam falado nisto e até agora nada. Tampem as saídas e deixem o esgoto voltar aos condomínios e residências. Antonio Borges. Aproveitando este meio de comunicação tão participativo gostaria de mostrar minha indignação com a nossa atual administração pública na questão de limpeza dos rios, em especial o Rio Sapato que passa pela minha rua (Luis

Carlos Duarte, Ipitanga) e segue até Buraquinho. Espero em Deus que eles não sigam a cartilha de velhos administradores públicos que todo ano monitoram a chuva esperando que desgraças aconteçam e aí sim, eles possam angariar verbas federais para nada fazer. Paulo Tanure.

triste que vemos em nosso país. Vamos nos unir e trabalhar para que estas mudanças aconteçam. Célia Vianna de Aquino.

Despejo irregular

Sr. Prefeito Esperamos por esse dia: ver uma pessoa no comando da prefeitura que tivesse uma visão ampla das necessidades do município. Sei que é pouco tempo para cobranças, mas o silêncio também prejudica quem sofre no dia a dia da cidade. Passo a relatar algumas coisas que nos incomodam na cidade de Lauro de Freitas: 1) Transporte: totalmente desorganizado, ônibus param onde querem, os micros ônibus que fazem ponto final em Buraquinho, vários estão trafegando sem catalizadores, a poluição é grande. 2) Trânsito: total falta de respeito, quem obedece é que paga o pato, estacionamentos indevidos, descargas de produtos em locais e horários impróprios. Pontos críticos (alguns deles): ponto sob a passarela do MIX, semáforo em frente Restaurante Torre de Pizza, final de linha de Lauro de Freitas (em frente ao Estádio Municipal), Largo da Arcanja , centro de Lauro de Freitas, etc. 3) Bairro Miragem, principalmente na Rua Ana C. B. Dias , sendo esssa rua importante via de acesso para várias outras, principalmente nos horários de pico. Pois bem, essa rua encontra-se em estado de calamidade, ela não tem buracos, ela é um buraco. 4) Nas cercanias dos condomínios Giliarde e InterVilas a situação é vergonhosa , trata-se de uma área linda, mas permite-se jogar entulhos e lixo de uma forma geral. A prefeitura deve tomar providências enérgicas e rápidas. Luiz Chagas.

Venho através deste veículo de comunicação da nossa cidade, registrar novamente, após inúmeras queixas sem sucesso, junto a Embasa, contra o estabelecimento comercial Depósito Ferreira, em que o proprietário, sr. Nilson é recorrente em colocar os dejetos/esgoto em via pública, mais especificamente na Av. Professor Theócrito Batista, em frente ao nº 20 e próximo da garagem da BTU / REFRAN, privando todos os pedestres e usuários de bicicletas ou motos de transitarem nesta via sem sofrerem com os respingos fedidos. Marco Oliveira. Recreio de Ipitanga / Caji.

Pão e circo Será que é somente isto que o nosso povo quer? Tenho observado que o governo só se preocupa em dizer que vai acabar com a pobreza e preparar o país para a Copa do Mundo, afinal já acabou o Carnaval. O governo arrecada os tributos paga as folhas dos salários, verbas de gabinetes, cartões e outras mordomias e o que sobra para o povo? Pão e circo? Diante desses excelentes estádios de futebol e toda a viabilidade que o governo está preocupado em arrumar para a Copa sobraria atenção às reais necessidades do povo? Na verdade o cidadão está precisando de respeito, pois é fácil observar que faltam leitos, remédios e médicos nos hospitais e postos públicos, escolas não preparadas para suas funções, a segurança pública um verdadeiro caos em virtude da onda de delinquentes. Mas os estádios estão excelentes. Educação, saúde e trabalho digno em lugar de esmola oferecem ao individuo maior esclarecimento, consciência dos seus direitos e deveres: cidadão independente que sabe escolher. Será que é disto que o governo tem medo? Sinceramente acredito que assim como eu, muitos brasileiros pensam que podem mudar este quadro tão

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Fim aos abusos em Lauro de Freitas

Transporte público em Vilas do Atlântico Sr. Redator, Em relação à reunião da Salva em conjunto com a PM e o prefeito, Dr. Márcio, ocorrida em 18 de março, no Colégio Mendel, gostaria de externar a minha indignação à não inclusão na pauta, da mudança de intinerário dos ônibus em Vilas do Atlântico, cujo final de linha passou a ser na Av. Praia de Tramandaí ocasionando engarrafamentos naquela via que faz

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ligação a um dos principais acessos ao bairro, além de aumentar o trajeto dos coletivos para quem sai do loteamento, ocasionando atrasos e transtornos. Esta situação que vem desagradando aos moradores, não parece estar sendo tratada com a devida importância pelas autoridades competentes, salientando que Vilas do Atlântico hoje se constitui em um bairro que abrange uma população heterogênia e possui grande comércio e prestadores de serviço, ou seja, um público substancial de usuários do transporte coletivo. Rosely Borba. Vilas do Atlântico.

Travessias perigosas Gostaria de sugerir que a revista Vilas Magazine fizesse uma reportagem sobre a falta de sinaleiras, passarelas ou mesmo redutor de velocidades em vários locais em Lauro de Freitas. Por exemplo, em frente ao Shopping Estrada do Coco o trânsito é muito veloz, é difícil atravessar e o fluxo de pedestres é intenso, o que torna perigoso para a segurança das pessoas. Também não tem sinaleira ou mesmo redutor de velocidade, em frente ao Hospital Aeroporto, onde obviamente deveria existir, pela propria necessidade do local. Para atravessar a rua leva-se muito tempo, são duas pistas, onde temos que esperar que a sinaleira que fica perto do Shopping Litoral Norte feche para os carros. Só que ela demora muito para abrir para os pedestres e fecha rápido, não dando tempo de se atravessar com um mínimo de segurança. O mesmo ocorre na sinaleira que fica em frente ao lojão Insinuante, na Estrada do Coco, que fecha rápido para os pedestres não dando tempo de atravessar a outra pista com segurança. Temos que denunciar para tentarmos mudar isso antes que ocorram tragédias. Iraildes Rodrigues da Silva, cidadã de Lauro de Freitas.

Motoqueiros no calçadão de Vilas As famílias vão à praia de Vilas do Atlântico desfrutar de toda sua beleza e conforto proporcionado pe­la infraestrutura no local, mas lamentavelmente nos últimos meses o calçadão passou a ser pista de

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TRIBUNA DO LEITOR corrida de jovens “motoqueiros” e adultos irresponsáveis que passam tirando ‘fino’ das pessoas. Reclamo sempre que possível e escuto palavrões e ofensas. Comuniquei o fato aos policiais militares que trabalham em ponto próximo da barraca Buraco da Velha e não sei se abordaram os irresponsáveis, contudo, gostaria de solicitar aos senhores redatores que promovam mais uma campanha educativa e coercitiva com a Polícia Militar para restaurar a paz no local. Arlindo Menezes de Cerqueira.

Escolas de má educação Hoje, dia 19 de março, presenciei uma cena que deixou-me com uma ponta de esperança de dias melhores em nossa anárquica cidade. Uma blitz da PM apreendia motocicletas de pequeno porte pilotadas por menores na entrada de Vilas do Atlântico. Havia dezenas delas. Chamou-me a atenção a grande quantidade de pais de infratores presentes no local, todos com semblantes preocupados, talvez pensando em como livrar-se da situação. Preocupação ridícula, se comparada com o risco de morte que seus filhos correm ao circularem sem preparo e sem habilitação no meio do trânsito louco da ci­ da­de. Parabéns à Polícia Militar. Espero que não esmoreçam. Aproveitando o assunto, gostaria de abordar duas situações que transformam grandes estabelecimentos de ensino do município em escolas de mau exemplo. O primeiro é, talvez por omissão, o Colégio Perfil. Nos horário de entrada e saída dos alunos, o trânsito da rua da escola (Rua Praia de Ondina) transforma-se em mão única, uma inteligente alternativa para evitar engarrafamentos. Todos os motoristas obedecem a placa de sinalização instalada bem no início da rua, exceto, pasmem, os próprios alunos ‘motoqueiros’ do Perfil.Menores, sem habilitação e cometendo infrações. O curioso é que o colégio coloca cones no local, evitando o trânsito de carros, mas ignora solenemente a infração dos seus alunos. Entendo que a direção da escola deveria coibir tal infração, inclusive para prevenir acidentes. Não é obrigação, tudo

bem, mas é responsabilidade. O outro exemplo de escola de má educação vem, mais uma vez, do Colégio Mendel. A cada ano que passa aumenta a invasão do colégio sobre uma área verde pública, sob o olhar impassível da Prefeitura e do Ministério Público. A direção da escola, que já foi manchete em jornais, sendo chamada de grileira e cara-de-pau, ignora o respeito às leis e aproveita-se criminosamente da incompetência dos órgãos municipais, acumulando mais e mais alunos em prédios construídos em uma invasão descarada. No site do colégio existe uma página dedicada à “Mensagem do Diretor”, onde consta que o Mendel considera um dever contribuir para que seus alunos sejam pessoas “éticas, conscientes dos seus deveres e cumpridores dos seus deveres”. Só rindo... Sandoval da Luz Santana. Vilas do Atlântico.

Viver em condomínio A região de Lauro de Freitas, nos últimos anos, vem se modificando, com a implantação de vários condomínios residenciais, o que comprova a preferência de muitos por essa condição de moradia, especialmente numa localização estrategicamente agradável que essa simpática cidade oferece, com opções de acessos a outras tantas localidades, aprazíveis. Viver em condomínio, porém, requer muita dedicação, zelo, espírito de solidariedade, união e interesse coletivo. Não deveria existir dentro de um condomínio, procedimentos individualistas prejudiciais a uma boa convivência. A vida em condomínio, deveria ser partilhada, com solidariedade, união, respeito, e responsabilidade coletiva, pois esse é um ambiente onde todos deveriam, por questão de consciência, entender que seus vizinhos são especialmente parceiros e solidários na manutenção de um patrimônio, o qual não representa unicamente o espaço de sua unidade residencial, a casa ou sua área. As decisões administrativas de um condomínio deveriam contemplar sempre, e tão somente, o interesse e a participação coletiva, para que assim, se tenha resultados bem satisfatórios e positivos, inclusive, dentro do que determina a legislação específica. Resido no Condomínio Campus Verdes, em Caji, Lauro de Freitas, e sinto quanto seria importante, para todos aqueles que residem em condomínios, não apenas neste onde moro, buscarmos no dia a dia, saindo do individualismo, vaidades ou soberbas, que em nada edificam uma boa convivência, buscarmos sempre: o entendimento, o respeito, a solidariedade, enfim, a valorização do vizinho que está ao nosso lado e que também deve participar de uma convivência harmoniosa, e não sómente por ser um morador contribuinte. Aliás,contribuir com as obrigações condominiais, não é exatamente apenas uma obrigação, mas sobretudo, um grande acesso ao direito de participar, fiscalizar, sugerir, ajudando a melhorar o ambiente onde vivemos. Importante afirmar que a indiferença e a omissão, como também a arrogância e a prepotência de alguns poucos que se achem únicos a conhecerem a verdade das coisas, anulam qualquer possibilidade de se criar situações de bom entendimento dentro de um condomínio, criando para alguns o desagrado em participar das assembléias, que são o momento mais importante para a vida de um condomínio. Valdique Alves. Condomínio Campus Verdes. Caji.

Praia de Ipitanga Complementando cartas dos senhores Lúcio Saback, da Praia de Iptianga, sob título “Donos da Praia de Ipitanga ameaçam dar porrada em quem lhes incomoda”, e a sugestão do sr. Antonio Marins, do Caji “Ao novo prefeito”, publicadas neste espaço, na edição de novembro passado, venho pedir ao nosso novo prefeito que solicite da sua secretaria municipal de Trânsito maior vigilância na orla da Praia de Ipitanga, pois os frequentadores do citado Beach Stop citado pelo senhor Lúcio, estacionam nos dois lados das vias, atrapalhando sensívelmente o tráfego, assim como como a sua secretaria de Controle de Uso e Ordenamento do solo do município, se o bar que funciona no antigo Hotel Mamelucus tem licença para funcionar, pois faz as vezes também de barraca de praia. Outro caso a ser visto pela Sucom é a forma como agem os flanelinhas nos finais de semana na orla de Ipitanga, orientando frequentadores da praia a estacionar sobre as calçadas e áreas gramadas, que já estão bastante danificadas. Luiz Antônio Neves de Lima.

cada olhar e a cada música tocada nos remetia aos velhos carnavais, onde se brincava descontraidamente sem preocupação com a violência. Estaremos presentes com certeza no próximo ano.

A revista Vilas Magazine acolhe reclamações e opiniões sobre temas relacionados ao cotidiano da comunidade. Reserva-se, no entanto, o direito de rejeitar acusações insultuosas ou desacompanhadas de documentação. Também não acolhe elogios ou agradecimentos pessoais. Devido à limitações de espaço, cartas são selecionadas e quando não forem suficientemente concisas, serão publicados trechos mais relevantes. Originais não serão devolvidos. Cartas devem ser enviadas para o endereço redacao@vilasmagazine.com.br Outros documentos devem ser enviados para a redação da revista: Rua Praia do Quebra Coco, 33. Vilas do Atlântico. CEP 42700-000. Lauro de Freitas. BA. Só serão consideradas cartas e/ou e-mails com identificação completa do remetente (nome, endereço, telefone e e-mail para contato).

Carnavilas Sou morador de Lauro de Freitas e participei pela primeira vez, com minha família, do Carnavilas. Ficamos apaixonados pelo evento, meus filhos, minha esposa e minha cunhada nunca vimos tanta alegria, o espírito de brincadeira estava estampado em

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Gostaria de colocar uma observação: que seja mais divulgado o folião na revista, com muitas fotos, pois sem ele o evento não pode se realizar. Júlio Cesar Vieira Leal.

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