Vilas Magazine | Ed 175 | Agosto de 2013 | 32 mil exemplares

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NOVA TIRAGEM AUDITADA: 32 MIL EXEMPLARES


Chegou o Oi Conectado. Tudo ilimitado pra você

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Aniversário

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uando esta edição da Vilas Magazine ganhar as ruas já terá transcorrido o 51º aniversário da emancipação política do município de Lauro de Freitas. O 31 de julho, nos anos mais recentes marcado por “desfiles cívicos”, celebra mais a violência cometida contra o passado histórico de Santo Amaro de Ipitanga do que outra coisa qualquer. Como município, esta cidade ainda não disse a que veio. Segue perdendo a identidade, transforma-se em subúrbio de Salvador, refúgio da classe média em fuga ao inferno urbano da soterópolis inviabilizada. No processo, inviabilizamos nós mesmos o nosso espaço urbano, vital, como se a lógica do Homem fosse destruir e avançar para campo virgem.

Enriquecemos Os números do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) de Lauro de Freitas divulgado no final de julho mostram que enriquecemos. Na distribuição per capita, a renda de Lauro de Freitas ultrapassou, pela primeira vez, a capital da Bahia. Enriquecemos também porque subiu a renda média em todo o país, mas enriquecemos, basicamente, porque atraímos a população bem paga, profissionalmente qualificada, de Salvador – e não só. Estamos suficientemente próximos das facilidades de uma capital e suficientemente longe das misérias que lhe são inerentes.

Animalidades Carlos Accioli Ramos, É inadmissível o episódio relatado por leitores sobre os maus Diretor-editor da Vilas Magazine tratos – tortura mesmo – infligidos a um cavalo atropelado na Estrada do Coco no mês passado (leia à página 146 e na Tribuna do Leitor, pág. 144 ). Não se trata apenas de mais um infeliz acidente envolvendo animais soltos na pista, desta vez, felizmente, sem vítimas humanas. Trata-se, sim, de um eventual crime a ser apurado, na forma da Lei Federal 9.605 de 1998, que condena, no seu artigo 32º, o “ato de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais silvestres, domésticos ou domesticados, nativos ou exóticos” a uma pena de detenção de três meses a um ano, e multa. Mais grave se torna o fato se tiver sido levado a cabo, como afirmam os leitores, por funcionários públicos. Vale recordar a letra da lei, que responsabiliza também “quem, de qualquer forma, concorre para a prática dos crimes previstos”, incluindo “o diretor, o administrador, o membro de conselho e de órgão técnico, o auditor, o gerente, o preposto ou mandatário de pessoa jurídica, que, sabendo da conduta criminosa de outrem, deixar de impedir a sua prática, quando podia agir para evitá-la”.

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Pai, Neste Dia dos Pais, Os melhores presentes são momentos felizes ao seu lado.

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O melhor presente é estar presente.

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Cena da cidade

O verde exuberante podia ser sinal de um meio ambiente saudável, mas o que se vê na foto é apenas mato e baronesas mais uma vez cobrindo todo o leito do Rio Sapato, em plena Vilas do Atlântico, até o último dia 26 de julho. Não escapa à cena nem mesmo a espuma que denuncia o contínuo lançamento de efluentes não tratados naquele curso d’água.

Informativo mensal de serviços e facilidades, distribuído gra­tuitamente em todos os domicílios de Vilas do Atlântico e condomínios residenciais da Es­trada do Coco e entornos (Lauro de Freitas, Ipi­tanga, Miragem, Buraquinho, Busca Vida, Abran­ tes, Ja­uá, Ja­cuí­pe, Gua­ra­juba), Stella Maris, Pra­ia do Flamengo e parte de Itapuã. Disponível também em pontos de distribuição selecionados na região. As opiniões expressas nos artigos publicados são de responsabilidade de seus autores e não refletem, necessariamente, as da Edi­tora. É proibida a reprodução total ou parcial de matérias, gráficos e fotos publi­cadas nesta edição, por qualquer me­ io, sem autorização expressa, por escrito da Editora, de acordo com o que dispõe a Lei Nº 9.610, de 19/2/1998, sobre Di­ reitos Autorais. A revista Vilas Magazine não tem qualquer responsabilidade pelos serviços e produtos das empresas anunciados em suas edições, nem assegura que promessas divulgadas como publicidade serão cumpridas. Cabe ao leitor avaliar e buscar informações sobre os produtos e serviços anunciados, que estão sujeitos às normas

www.vilasmagazine.com.br Publicação mensal de propriedade da EDITAR - Editora Accioli Ramos Ltda. Rua Praia do Quebra Coco, 33. Vilas do Atlântico. Lauro de Freitas. Bahia. CEP 42700-000. Tels.: 0xx71/3379-2439 e 3379-2206. Diretor-Editor: Carlos Accioli Ramos accioliramos@vilasmagazine.com.br Dire­to­ra: Tânia Ga­zi­neo Accioli Ramos diretoria@vilasmagazine.com.br Gerente de Negócios: Álvaro Accioli Ramos alvaroaccioli@vilasmagazine.com.br Maiana Cunha de Souza e Leandra da Cruz Almeida (assistentes). Gerente de Produção: Thiago Accioli Ramos thiagoaccioli@vilasmagazine.com.br Financeiro: Miriã Morais Gazineo (gerente) financeiro@vilasmagazine.com.br Miriam Martins (assistente). Distribuição: Álvaro Cézar Gazineo (responsável) Tratamento de imagens e finalização de arquivo para CTP: Diego Machado. Impressão: Plural Indústria Gráfica (Ipojuca-PE). Redação: Rogério Borges (coordenador) e Anthero Eloy Fer­reira Lins. Nayara Lobo, Nilma Gonçalves e Bruno Carvalho (free-lance). Colaboradores: Gilka Bandeira, Lilian Silva, Márcia Tude, Alessandro Trindade Leite (charge).

FALE COM A REDAÇÃO redacao@vilasmagazine.com.br

Tiragem desta edição: 32 MIL EXEMPLARES, auditada pela

PwC - PricewaterhouseCoopers Vilas Magazine

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do mercado, do Código de Defesa do Consumidor e do CO­NAR – Conselho Nacional de Auto-regulamentação Publicitária. A revista não se enquadra no conceito de fornecedor, nos termos do art. 3º do Código de Defesa do Consumidor e não pode ser responsabilizada pelos produtos e serviços oferecidos pelos anunciantes, pela impossibilidade de se deduzir qualquer ilegalidade no ato da leitura de um anúncio. No entanto, com o objetivo de zelar pela integridade e cre­di­bilidade das mensagens publicitárias publicadas em suas edições, a Editora se reserva o direito de recusar ou suspender a vei­culação de anúncios enganosos ou abusivos que causem constrangimentos ao consumidor ou a empresas. Vilas Magazine u­ti­liza conteúdo edi­t o­r i­a l fornecido pela Agência Folhapress (SP). Os títulos Vilas Ma­­gazine e Boa Dica – Facilidades e Serviços, constantes desta edição, são marcas regis­tradas no INPI, de propriedade da EDITAR – Editora Accioli Ramos Ltda.

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“Condomínio Legal” ajuda cidadãos

Empresas de ônibus descumprem novo roteiro pela Praia de Tambaú

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ção da prefeitura de Lauro de Freitas ofereceu atendimento aos proprietários de imóveis no Condomínio Vilas do Bosque, no final de julho, com esclarecimentos relativos a projetos de tratamentos de esgoto e IPTU, além de abrir processos de “habite-se” quando necessário. Foi a segunda edição do “Condomínio Legal”. Todos os moradores foram notificados a comparecer para apresentar o habite-se dos seus imóveis. A contadora Nadja Argolo, que mora no Vilas do Bosque há seis meses, aproveitou a ação para regularizar a situação do seu imóvel. “A preocupação da prefeitura é válida, pois com ela o poder público dá a chance aos cidadãos de procurar a regularização”. Mas “é importante que as pessoas estejam receptivas a esta ação”, lembra. Morador desde a fundação do condomínio, Normando Carvalho de Oliveira disse que ação é indispensável para corrigir situações antigas. “Estou aqui desde a implantação do condomínio e percebi muitos problemas, principalmente nos aspectos ambientais e essas questões precisam ser corrigidas”, disse. “Ações como essa vão regularizar muitas situações antigas”, disse Normando, que estava fazendo uma solicitação de “habite-se”. Segundo a coordenadora da ação Naiana Muniz, os moradores foram receptivos. “Existia uma demanda por informações desde a implantação do condomínio”, afirmou. A expectativa é aumentar o índice de regularidade dos imóveis.

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onforme prometido pela prefeitura em maio, o roteiro das linhas de ônibus que servem Vilas do Atlântico (das empresas 2 de Julho e Costa Verde, para a Praça da Sé e Terminal da França, em Salvador) voltou a incluir a rua Praia de Tambaú, junto ao antigo final de linha, península e acesso ao Miragem, como ocorria até setembro de 2012. Mas nem todos os motoristas cumprem o novo trajeto, principalmente à noite, desrespeitando a determinação da prefeitura e os usuários, que continuam expostos ao risco de caminhar 600 metros a pé numa rua sempre deserta depois das 19h. A reposição do roteiro original havia sido decidida em maio por Moysés Mustar, secretário de Trânsito, Transporte e Ordem Pública de Lauro de Freitas junto às concessionárias que exploram o serviço público de transporte coletivo no bairro. A pedido da Sociedade de Amigos do Loteamento de Vilas do Atlântico (Salva), a associação de moradores do bairro, as empresas haviam concordado em voltar a passar pela avenida Praia de Copacabana, mas apenas até o Vilas Tênis Clube. Agora, ao contrário, os ônibus devem percorrer a avenida Praia de Copacabana a partir do clube e seguir pela Praia de Tambaú. Passageiros reclamam de ficar à espera de ônibus que não passam e de ter que “pedir ao motorista para cumprir o roteiro” até o antigo final de linha quando retornam para casa.

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Registros & Notas

Rotary Club Lauro de Freitas empossa novo Conselho Diretor

Atletas ganham apoio e seguem para treinamento no México

FOTOS: SUELEN VASQUEZ / FOTOGRAFO.ART.BR

NAZARÉ ARAUJO / DECOM PMLF

As atletas de natação Moyra e Michelle Wanderley, irmãs gêmeas de 21 anos, ganharam apoio da Prefeitura de Lauro de Freitas, através da Secretaria de Trabalho, Esporte e Lazer (Setrel), para participarem do treinamento de altitude, no México, que aconteceu entre os dias 9 de junho e 1º de julho. As atletas, além de praticarem o esporte, cursam respectivamente os cursos de Administração e Nutrição, suporte importante para a carreira esportiva de ambas, pois possibilitou a ida ao Centro Esportivo La Loma, em San Luis Potosi, no México, para que pudessem treinar com o objetivo de melhorar e aperfeiçoar o desempenho para os próximos campeonatos, mirando a Olimpíada de 2016, no Rio de Janeiro. As irmãs treinam pela manhã e pela tarde na Associação Cultural e Esportiva Braskem (Aceb), em Salvador, mas residem em Lauro de Freitas e colecionam, cada uma, mais de 300 medalhas e aproximadamente 50 vitórias em campeonatos.

O presidente 2012-13, Otávio Luiz Gaino, empossa o empresário Valdemar Pereira (esq.), na presidência do Rotary Club Lauro de Freitas, para o ano rotário 2013-14. Abaixo, os novos sócios, Marcel Janot (esq.) e Gustavo Candotta, afilhados do novo presidente O Rotary Club Lauro de Freitas empossou, dia 5 de julho, em solenidade no espaço do Metha´s Cerimonial, o Conselho Diretor para o ano rotário 2013-14, que está assim constituído: presidente, Valdemar Leal Pereira; vice-presidente, Roberto Margalho Mascarenhas; secretário, Joaquim Ramos; tesoureiro, Antonio Carlos Souza Santos; diretor de protocolo, Haroldo Lima Neto; diretor de desenvolvimento do quadro social, Ademilson Mendonça Oliveira; diretor de administração, Marivaldo Paixão; diretor da comissão de projetos humanitários, José Bonifácio Gomes; imagem pública, Carlos Accioli Ramos; diretor de Fundação Rotária, Otávio Luiz Gaino; conselheiro do Rotaract, Gustavo de Andrade Candotta; conselheiro do Interact, Antonio Carlos Farias de Andrade.

Ouvidoria Geral do Município atende em novo endereço A Ouvidoria Geral de Lauro de Freitas encontra-se em novo endereço, na Praça da Matriz, 11. O cidadão que necessitar do atendimento do órgão pode entrar em contado pelo e-mail ouvidoria@ laurodefreitas.ba.gov.br O atendimento presencial, na sede da instituição, funciona de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h.

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Expansão

As irmãs empresárias, Andresa e Ariana ampliam o raio de atuação da Rede Maison – Centro de Beleza e Estética, abrindo dois novos endereços (mais um em Vilas do Atlântico – o antigo espaço Beleza de Filó – e outro em Guarajuba).


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Centro Pan-Americano de Judô custará R$ 29 milhões

Estrada do Coco com meia pista até o dia 15

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Construtora Daminani, por R$ 29,2 milhões, foi a vencedora da licitação para construção do Centro Pan-Americano de Judô na praia de Ipitanga, onde hoje existe o kartódromo Ayrton Senna. O CPJ, que deve ficar pronto em abril de 2014, será utilizado para treinamento das seleções baiana e brasileira, ações de iniciação e formação no esporte, além da preparação e aclimatação dos atletas de judô dos países pan-americanos que participarão dos Jogos Olímpicos de 2016, no Rio de Janeiro.

Projeto do CPJ, na praia de Ipitanga: R$ 29 milhões O projeto é uma realização do Governo da Bahia, do Ministério do Esporte e da Confederação Pan-Americana de Judô (CPJ). Erguido numa área de 20 mil metros quadrados, o equipamento terá, entre outros espaços, um ginásio climatizado com oito áreas oficiais, centro de preparação e recuperação física de atletas, auditório para 300 pessoas, sala vip e centro de treinamento, 20 suítes duplas e sete triplas para atletas, com salão de estar e sala de jogos, além de 18 suítes e 10 apartamentos para alojamento de dirigentes.

ica ainda mais complicado transitar pela Estrada do Coco, em Lauro de Freitas, por conta da interdição parcial da via em frente ao Hospital Menandro de Faria, na altura do Km 4,5. A Companhia de Desenvolvimento Urbano do Estado da Bahia (Conder), autarquia do governo estadual, pretende manter interditada a faixa da esquerda, nos dois sentidos, pelo menos até o dia 15 – prazo previsto para a conclusão dos pilares de sustentação de uma passarela para pedestres. O trecho interditado fica exatamente em frente a dois pontos de ônibus de grande movimento, o que contribui para piorar a situação. A passarela é uma das três reivindicadas pelos moradores de Lauro de Freitas e prometidas pelo Governo da Bahia para a Estrada do Coco, há mais de cinco anos. As outras duas seriam para o Km 0, na altura do Jardim Jaraguá, tradicional ponto de acidentes com pedestres e para o cruzamento com a avenida Fortaleza, acesso a Itinga. A passarela do Km 4,5, em estrutura metálica, terá quase 170 metros de extensão, 2,2 metros de largura e dois elevadores para atender portadores de necessidades especiais.

Governo fará replantio de mata ciliar nas margens do rio Sapato Como “compensação ambiental” pela construção do Centro Pan-Americano de Judô (CPJ), que tem limite com o rio Sapato, em Ipitanga, o governo do estado vai replantar vegetação de restingas em uma área de mais de cinco mil metros, próximo ao empreendimento, além de áreas internas do CPJ. Às margens do Sapato haverá replantio da mata ciliar. A ação foi definida pelo secretário de Meio Ambiente Márcio Crusoé com representantes da secretaria da Casa Civil da Bahia. “Com esse replantio, tanto no entorno quanto nas áreas internas do empreendimento, vamos devolver ao meio ambiente os recursos naturais necessários para sua manutenção em todo perímetro onde funcionará o CPJ”, disse Crusoé.

Engarrafamento no trecho interditado não tem mais hora crítica Vilas Magazine

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Secretária Eliana Marback ouve críticas de moradores de Vilas do Atlântico

ão há “projeto de verticalização para Vilas do Atlântico, nem na Seplan [secretaria de Planejamento], nem no gabinete do prefeito” – disse a secretária Eliana Marback a uma preocupada plateia em reunião promovida pela Sociedade de Amigos do Loteamento de Vilas do Atlântico (Salva), a associação de moradores do bairro. “Nada pensado ainda em relação a isso”, acrescentou, sem detalhar planos para o entorno do bairro. Em relação a Vilas do Atlântico, Marback contou que está pronto um “mapa legal” em que se visualiza “o que pode e não pode e onde” em termos de construção e ocupação urbana. Agora será feito um “mapa das distorções” – as construções e ocupações irregulares ou clandestinas. Essas serão “discutidas com a comunidade para ver se permanecem ou não”, disse a secretária. O Executivo pretende propor uma lei para regularizar construções irregulares. Marback prometeu que “nenhuma ativi-

dade econômica, nenhum [novo] estabelecimento, será liberado para Vilas do Atlântico que não atenda a legislação” vigente. E acrescentou que a prefeitura deixou de “mandar para a Salva, que antes decidia em última instância” a liberação de alvarás de construção e funcionamento no bairro. A intervenção da Salva garantiu, ao longo dos anos, que vários empreendimentos corretos do ponto de vista legal, mas na prática prejudiciais à comunidade tivessem o alvará negado pela prefeitura. Magno Reis, morador de Vilas do Atlântico há 30 anos, questionou Eliana Marback sobre os critérios para liberação de empreendimentos residenciais e comerciais no bairro e no seu entorno. Reis mencionou o caso da rua Nadja Rita Rodrigues, no Jardim Aeroporto, estreita e com estacionamento nos dois lados da via, que continua a receber prédios. O uso comercial da avenida Praia de Pajussara, onde ele mora atualmente em Vilas do Atlântico, também foi questionado. Para a secretária, a via “está caracterizada como comercial, mas

Moradores de Vilas do Atlântico criticam liberação de novos empreendimentos comerciais no bairro Vilas Magazine

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não é comercial de acordo com a lei”. A permissiva e acintosa ocupação da praça do Parque Ecológico, hoje tomada por um estabelecimento de legumes e verduras, também foi cobrada de Marback. Rafael Lopes, que reside ao lado da praça, lembrou que a ideia original era ter ali uma modesta banca e não o verdadeiro mercado que hoje existe tomando conta da entrada do Parque Ecológico. A revista Vilas Magazine, em outras ocasiões, já chamou atenção para o problema de saúde pública que aquela ocupação irregular representa. Já Eliana Marback acredita que “famílias dependem” daquela feira e não avançou qualquer medida para corrigir a situação. A expansão do comércio no bairro tomou boa parte das discussões, sendo apontada como fonte de problemas para os moradores – do tráfego de veículos à segurança pública. Para Carlos Knittel, coordenador geral da Salva, “o Poder Público tem que tomar providências para coibir a expansão do comércio em Vilas do Atlântico”.


NOSSA OPINIÃO

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Eliana Marback (esq.): associação de moradores não decide mais em última instância. Rafael Lopes (dir.): o que era para ser uma feirinha, virou um mercado e tomou a entrada do Parque Ecológico em Vilas do Atlântico Roberto Abbehusen, ex-dirigente da entidade, lembrou que os empreendimentos liberados geram demanda de tráfego e que as vagas oferecidas “não são suficientes para a demanda que geram”. O caso de um “restaurante muito grande num acesso à Estrada do Coco”, liberado com apenas três vagas de estacionamento, foi apontado como emblemático do problema, que permanece sem solução à vista.

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tolerância do Poder Público municipal em relação à abusiva ocupação da praça do Parque Ecológico aproxima-se da negligência. Não para em pé o argumento de que “famílias dependem” do negócio que se instalou e expandiu em plena área pública. Famílias também dependem de todo tipo de comércio ilegal que há por aí – e nem por isso as autoridades deixam de combatê-lo. Torna-se necessário verificar se a opinião da secretária Eliana Marback reflete o posicionamento oficial da prefeitura de Lauro de Freitas sobre o assunto. Há anos a comunidade se queixa do verdadeiro “cacete armado” plantado em plena área nobre de Vilas do Atlântico para benefício econômico – não subsistência – de quem ocupa área pública em proveito particular. O Poder Público tem a obrigação de devolver à comunidade o que é da comunidade por direito. A praça do Parque Ecológico não pode ser usurpada e a prefeitura não tem o direito de continuar se omitindo.

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Lei das Calçadas completa um ano sem nem ter sido regulamentada

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ez aniversário no mês passado a lei municipal que obriga a prefeitura de Lauro de Freitas a construir, reparar ou manter calçadas de acordo com determinados padrões – o chamado “Programa Calçadas para Todos”. Um deles é a exigência de uma largura mínima de 1,20 m, sem obstáculos, para passagem de pedestres e rampas de acesso para pessoas com mobilidade reduzida. Mais de um ano depois de entrar em vigor, a lei não foi sequer regulamentada pelo Executivo. O prazo para isso era de quatro meses e esgotou-se em novembro do ano passado. Publicada no Diário Oficial do Município de 20 de julho de 2012, a Lei 1.478 foi inspirada pela reportagem de capa da revista Vilas Magazine da edição de maio de 2012, sob o

título “Calçadas anti-pedestre”. A reportagem denunciava que a “falta de fiscalização transforma calçadas em obstáculo à circulação de pedestres” e abordava trabalho acadêmico do arquiteto e urbanista Alessandro Trindade sobre essa questão em Lauro de Freitas. “Foi aquela reportagem que me levou a propor o projeto de lei, logo depois”, diz o vereador Antônio Rosalvo (PSDB), autor da lei. “Continuamos esperando a regulamentação e efetiva aplicação das normas”, acrescentou. O estado de conservação das calçadas, onde elas existem, foi um dos temas abordados por moradores de Vilas do Atlântico na reunião do dia 8 de julho com a secretária municipal de Planejamento Eliana Marback, a convite da associação de moradores. Angélica Rebouças, por exemplo, reclamou da falta de

acessibilidade dos passeios. Confrontada com a necessidade de cumprir a lei, Marback argumentou que a prefeitura não tem como reparar e construir calçadas na cidade inteira. “Não é possível deixar a prefeitura responsável por todas as calçadas da cidade toda”, disse. A secretária prometeu inteirar-se do diploma. Se é lei “é para ser cumprida”, disse. Antônio Rosalvo lamenta que o seu projeto de lei tenha sofrido vetos da então prefeita Moema Gramacho (PT), inclusive no que se refere à responsabilização de todos – e não só da prefeitura – pela construção e manutenção das calçadas. Mas contrapõe que há “casos mais graves em que a prefeitura pode e deve assumir as responsabilidades, afinal impostas pela lei”, ainda que não seja possível reparar tudo de uma vez. Entre outros dispositivos, a proposta de Antônio Rosalvo previa a responsabilização de particulares pela construção, reparação ou manutenção de calçadas na extensão correspondente à testada dos respectivos imóveis.

Mesmo onde a calçada foi corretamente construída persiste a descontinuidade (mais ao fundo, carro ‘estacionado’ na calçada).

O passeio em frente à secretaria Municipal de Políticas para as Mulheres, mostrado em reportagem há mais de um ano, continua sem calçamento adequado para pedestres.

Espaço para pedestres tomado por entulho de obras é constante na cidade. Vilas Magazine

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Lauro de Freitas enriquece e reduz a pobreza mas não a desigualdade social

pesar do acelerado crescimento populacional dos últimos dez anos, Lauro de Freitas exibe hoje maior renda per capita do que Salvador, fato inédito até 2010. O dado consta do Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil 2013, apresentado no final de julho em Brasília pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). Com R$ 1.031,78 de renda média, Lauro de Freitas é o município baiano com maior capacidade de compra e consumo, seguido pela capital (R$ 973,00), Luis Eduardo Magalhães (R$ 871,12) e Feira de Santana (R$ 662,24). O mais pobre do estado é Sítio do Mato, a 812 Km de Lauro de Freitas, com renda per capita de R$ 135,49. O trabalho, resultado de uma parceria da ONU com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e com a Fundação João Pinheiro (FJP), avalia os dados do Censo Demográfico do IBGE, categorizando-os sob a ótica do desenvolvimento humano, resultan-

do no Índice de Desenvolvimento Humano Municipal, o IDHM. Como o PNUD alterou a metodologia de cálculo do IDHM em relação às edições do Atlas de 1998 e 2003, os índices não são comparáveis. Mesmo assim, observa-se uma evolução positiva no hiato de desenvolvimento humano – ou seja, a distância entre o IDHM do município e o limite máximo do índice, que é 1. Entre 2000 e 2010 o IDHM de Lauro de Freitas passou de 0,616 para 0,754 em 2010 - uma taxa de crescimento de 22,4%. O hiato foi reduzido em 35,94% entre 2000 e 2010. Entre 1991 e 2000 o IDHM passou de 0,474 para 0,616 – uma taxa de crescimento de 29,9% e o hiato de desenvolvimento humano foi reduzido em 27%. Nas duas décadas, de 1991 a 2010, Lauro de Freitas aumentou o seu IDHM em 59%, acima da média de crescimento nacional (47,4%), mas abaixo da média estadual, de quase 71% – fator que se deve ao histórico

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atraso no desenvolvimento do interior. O hiato foi reduzido em mais 53% em todo o período. O retrato atual posiciona Lauro de Freitas entre os municípios do país com “Desenvolvimento Humano Alto” (IDHM entre 0,700 e 0,799). O número ficou em 0,754, na Bahia abaixo apenas de Salvador, que cravou 0,759. O campeão nacional é São Caetano do Sul (SP), com 0,862. O último colocado é Melgaço (PA), com 0,418. Barreiras (0,721) e Luís Eduardo Magalhães (0,716) ficaram em terceiro e quarto lugar na Bahia. O menor IDHM da Bahia (0,486) pertence a Itapicuru, cidade com 32 mil habitantes, a 220 Km de Lauro de Freitas. Entre 1991 e 2000 e depois entre 2000 e 2010, a dimensão do IDHM que mais cresceu em termos absolutos foi a Educação, com crescimento de 0,183 no primeiro período e de 0,208 no segundo, seguida pela Longevidade e pela Renda. Todos os índices melhoraram ao longo dos anos, mas alguns continuam preocupantes. Menos de metade dos adolescentes de 15 a 17 anos, por exemplo, têm o ensino fundamental completo. Renda maior que a de Salvador O destaque positivo vai mesmo para a evolução renda per capita, a renda média mensal dos indivíduos residentes no município, que era de R$ 437,59 em 1991, R$ 651,63 em 2000 e R$ 1.031,78. A renda local cresceu mais de 135% nas últimas duas décadas, com uma taxa média anual de crescimento de 48,9% entre 1991 e 2000 e de 58,34% entre 2000 e 2010. A extrema pobreza – pessoas com renda domiciliar per capita inferior a R$ 70 – passou de 16,8% em 1991 para 10,7% em 2000 e para 3,4% em 2010. Em comparação, a renda per capita de Salvador, que também cresceu, era superior à de Lauro de Freitas em 1991 (R$ 570,63) e 2000 (R$ 685,87), mas perdeu fôlego em 2010, ficando em R$ 973,00. Isso, apesar do maior crescimento populacional de Lauro de Freitas. Entre 2000 e 2010, a população de Lauro de Freitas teve uma taxa média de crescimento anual de 3,84%, contra 0,91% de Salvador. Na década anterior, de 1991 a 2000, a taxa


média de crescimento anual foi de 5,70%, contra 1,82% de Salvador. Na Bahia e no Brasil, a taxa foi de cerca de 1% nos dois períodos. O número oficial para 2010 é de 163.449 habitantes. Em 1991 eram 68.094. Uma possível explicação para o crescimento da renda per capita nas últimas duas décadas está na taxa de urbanização de Lauro de Freitas, que cresceu impressionantes 55%. Em Salvador, o mesmo índice ficou em 0,12%. Camaçari, que registra uma renda per capita de R$ 553,18, também experimentou crescimento populacional elevado, de cerca de 4% ao ano em duas décadas, mas a taxa de urbanização aumentou apenas 0,24%. Desigualdade permanece O PNUD alerta, contudo, para a grande limitação do indicador de renda: o número não considera a desigualdade de renda entre os habitantes do município. Lauro de Freitas pode apresentar uma elevada renda per capita e, ao mesmo tempo, ter uma grande parcela de sua população vivendo na pobreza. De fato, apesar do aumento na renda

per capita e da grande redução da pobreza, a cidade não progrediu da mesma forma quanto à distribuição de renda. Os “extremamente pobres” eram quase 17% em 1991, mais de 10% em 2000, mas apenas 3,48% em 2010. Já a concentração de renda quase não sofreu alterações. Os 20% mais pobres detêm 2,43% da renda em 2010, pouco mais que os 1,95% de 2000 e que os 2,2% de 1991. Na ponta oposta da pirâmide de renda, os 20% mais ricos concentram mais de 68% da renda do município. Em 2010 e 1991 eram cerca de 72%. O índice de Gini, que mede o grau de concentração de renda, variando de 0 a 1 – que representaria completa desigualdade – progrediu na última década, mas quase não se moveu: 0,68 em 1991, 0,67 em 2000 e 0,63 em 2010. Os números relativos à taxa de ocupação da população economicamente ativa (PEA) ajudam a explicar a desigualdade. Apenas 55% dos ocupados têm o ensino médio completo. Quase 30% não têm sequer o fundamental. Também em consequência disso, cerca de Vilas Magazine

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dois terços da população ganham menos de dois salários mínimos. Quase 14% não ganham nem um salário mínimo. O setor de serviços firma-se como grande gerador de empregos em Lauro de Freitas, com mais de 53% da mão de obra empregada em 2010. Em seguida vem o comércio, com 16,45%, a construção (11,7%) e a indústria de transformação (9,51%). Utilidade pública (0,88%), indústria extrativa (0,63%) e agropecuária (0,71%) são atividades inexpressivas no município. Redução da pobreza Ainda em relação a trabalho e renda, o município registra considerável queda no percentual de pessoas “vulneráveis à pobreza”. Em 68% em 1991, 52% em 2000 e 30% em 2010. O percentual de “crianças extremamente pobres” também caiu consideravelmente, de 22% em 1991 para 17% em 2000 e para 6% em 2010. Outro indicador social que merece destaque é a condição de moradia no município. O percentual de habitantes em domicílios com abastecimento de água e u


cidade

Lauro de Freitas: de vila de pescadores à maior renda per capita da Bahia: 135% de crescimento em duas décadas

João Raimundo

esgotamento sanitário inadequados caiu de 7,9% em 1991 para 6,4% em 2000, mas para 1,7% em 2010. O componente de longevidade, que também apresenta melhoria expressiva, inclui dados de mortalidade infantil – crianças com menos de um ano – que em Lauro de Freitas reduziu 51%, passando de 31,2 por mil nascidos vivos em 2000 para 15,1 por mil nascidos vivos em 2010. O número cumpre a meta dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM) das Nações Unidas para a mortalidade infantil no Brasil com cinco anos de antecedência. Pelos ODM, a taxa deve estar abaixo de 17,9 óbitos por mil em 2015. Em 2010, a taxa de mortalidade infantil da Bahia ainda era de 21,7 por mil nascidos vivos.

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Av. Luiz Tarquínio terá 3ª faixa e semáforos inteligentes

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avenida Luiz Tarquínio vai contar com “semáforos inteligentes” na entrada de Vilas do Atlântico e da rua Priscila Dutra. Os equipamentos monitoram o fluxo de veículos e mudam a programação dos sinais de acordo com a necessidade, visando aumentar a fluidez do trânsito. A novidade foi anunciada em julho por Moysés Mustar, secretário de Trânsito, Transporte e Ordem Pública de Lauro de Freitas, mas não foi divulgada uma data para a entrada em operação dos novos semáforos. Além disso, de acordo com o secretário municipal de Infraestrutura André Carvalho, será criada uma terceira faixa tanto na Luiz Tarquínio como na Priscila Dutra. A medida exigirá a relocação de postes e poda de árvores.

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cidade

Reforma do Centro Social Urbano de Portão é prioridade

Centro Social Urbano de Portão: reforma e ampliação de serviços

Região Metropolitana registra redução de crimes violentos no primeiro semestre

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s crimes violentos letais intencionais (CVLI), que compreendem homicídios, latrocínios e lesões corporais seguidas de morte, caíram 20,5% na Região Metropolitana de Salvador (RMS) nos primeiros seis meses deste ano em relação ao mesmo período de 2012. Os dados foram apresentados pela Secretaria de Segurança Pública (SSP) da Bahia no final de julho sem detalhar, por exemplo, os quadros de Lauro de Freitas e Simões Filho, destaques nacionais nos índices de mortes por armas de fogo. Em Salvador a queda foi de 10,3%, contabilizados 864 crimes em 2012 contra 775 este ano. A maior redução na capital baiana aconteceu nas regiões da Boca do Rio, Centro Industrial de Aratu (CIA) e Pau da Lima. Em toda a Bahia, a redução de CVLI foi de 10,8%

no mesmo período, sempre segundo o secretário da Segurança Pública Maurício Barbosa. Segundo o balanço da SSP, a RMS registrou 469 casos em 2012 contra 373 este ano. No interior, os CVLI tiveram queda de 8,6%. Foram 1.891 no primeiro semestre de 2012 contra 1.728 no mesmo período deste ano. Cidades como Bom Jesus da Lapa, com redução de 58%, Juazeiro, com 45%, e Itabuna, com 20%, foram os destaques. Barbosa apresentou também os números de outros tipos de crime. Houve redução de 40% nos assaltos a ônibus, 12,1% nos roubos de veículos e 6,5% nos roubos a bancos. Para ele, esses resultados são fruto de um esforço conjunto que vem sendo feito desde a criação do programa Pacto pela Vida. “A Secretaria da Segurança Pública e outras secretarias estaVilas Magazine

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Centro Social Urbano (CSU) de Portão está entre os cinco que serão reformados pelo governo da Bahia em todo o estado nos próximos meses. Além da reforma do espaço físico, o CSU de Portão vai oferecer novos serviços na área social à comunidade. De acordo com Moema Gramacho, secretária estadual de Desenvolvimento Social e Combate à Pobreza, a verba já existe e o processo de licitação está encaminhado. A reforma é parte do processo de revitalização e de recuperação das estruturas de todas as unidades do estado. Nesta etapa foram priorizados cinco CSU, incluindo o de Portão. A intenção é transformar os espaços em Centros de Desenvolvimento Social (CDS), passando a oferecer, também, ações nas áreas de defesa civil, segurança alimentar e atendimento socioeducativo. A secretaria administra 31 CSU, sendo nove em Salvador e 21 no interior, além de Lauro de Freitas. Nesses espaços, as comunidades participam de ações socioeducativas e projetos de fortalecimento da cidadania e desenvolvimento social. São 37 mil pessoas beneficiadas com ações contínuas na área de esporte, cultura, inclusão digital, capacitação e geração de renda, entre outras.

duais, Justiça, Legislativo, Ministério Público, Defensoria Pública e Prefeitura de Salvador, além de uma série de entidades, vêm trabalhando e contribuindo para a obtenção desses resultados, e vamos continuar dessa forma”, disse ao apresentar o balanço em audiência na Assembleia Legislativa da Bahia. De acordo com o comandante-geral da PM, coronel Alfredo Castro, o desempenho é resultado do trabalho de especialização da polícia. “O serviço policial combate um leque grande de crimes, mas em alguns casos buscamos focar as ações na repressão a determinado tipo, com a criação de grupos especiais e forças-tarefa, e isso tem trazido bons resultados”, avalia. Já o delegado-geral da Polícia Civil Hélio Jorge ressaltou o empenho no trabalho de investigação, que desbaratou quadrilhas e prendeu financiadores do crime, como receptadores de veículos roubados. Ele destacou ainda a filosofia de trabalho conjunto implantada pelo Pacto pela Vida.


saúde & bem-estar

Hospital Geral Menandro de Faria já faz tratamento de varizes

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secretaria de Saúde da Bahia implantou no Hospital Geral Menandro de Faria o segundo serviço do estado para tratamento de refluxo da veia safena e perfurante associada a varizes – uma alternativa cirúrgica menos invasiva, conhecida como ablação térmica por rádio frequência. As cirurgias, que inicialmente eram realizadas somente no Hospital Geral de Vitória da Conquista, estão sendo feitas no HGMF desde fevereiro e já beneficiaram mais de 250 pacientes, a maioria com úlceras venosas. As cirurgias no HGMF ocorrem quinzenalmente, em regime de mutirão, atendendo em torno de 50 pacientes por mês. A triagem dos pacientes é feita às sextas-feiras e as cirurgias acontecem aos fins de semana, sábados e domingos. Para a realização do procedimento, é necessário que os pacientes passem por avaliação médica e sejam encaminhados para o serviço de cirurgia. O ambulatório do Hospital Roberto Santos é uma das unidades que fazem o atendimento inicial. O serviço é coordenado pelo cirurgião vascular Leonardo Maklouf, membro da Socie-

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dade Internacional de Cirurgia Endovascular e coordenador de Cirurgia Endovascular do Hospital Guilherme Álvaro, em Santos (SP). Segundo o especialista, o procedimento dura cerca de uma hora e a recuperação do paciente ocorre num período entre sete e 15 dias. Uma das pacientes que já realizaram o procedimento, a dona de casa Maria Aparecida Santos, 41 anos, conta que já havia passado pela cirurgia em uma das pernas. “Não conseguia nem mesmo dobrar a perna. Eu sentia muita dor, mas depois que fiz a cirurgia, as dores passaram”, disse. Maria Aparecida falou ainda que depois da recuperação ela pretende voltar a trabalhar. “Farei as atividades cotidianas sozinha”, comemorou. O cirurgião vascular Leonardo Maklouf aponta que os problemas vasculares estão entre uma das maiores causas de afastamento do trabalho. “Com a cirurgia, conseguimos que os pacientes tenham uma rápida recuperação e possam voltar as suas atividades, recuperando sua autoestima”, afirmou. O tratamento para o refluxo da veia safena associada a varizes por radiofrequência é um

procedimento menos invasivo que a cirurgia convencional, por não retirar a veia safena, estando associado ao uso de tecnologia moderna, como cateteres e/ou estiletes de radiofrequência e realização de ultra-sonografia intra-operatória. Basicamente, um cateter chamado ClosureFast é inserido na veia safena comprometida, e com acompanhamento por ultra-sonografia vascular com Doppler é avançado até o ponto desejado, onde a veia está doente. O cateter é então acionado pela energia de radiofrequência (RF), gerando calor e consequentemente realizando a ablação (oclusão) do vaso. Em seguida, é feita a retirada das varizes com pequenas incisões ou com a esclerose com injeção de espuma hiperdensa, a critério do médico cirurgião. Normalmente este procedimento está relacionado à menor permanência no hospital e ao retorno precoce do pacientes às suas atividades habituais. Procedimento similar ocorre no tratamento das veias perfurantes, onde ao invés de ser tratada com um cateter, a mesma é tratada com um estilete, que é inserido na veia doente, e adotado procedimento similar ao do cateter ClosureFast. O Hospital Geral de Vitória da Conquista foi pioneiro na implantação deste serviço, e em um ano de funcionamento, já beneficiou grande número de pacientes.

Nova diretora do HGMF traz experiência do Hospital do Subúrbio

ro de Freitas e de cidades próximas como Camaçari e Salvador. “Queremos aumentar ainda mais a capacidade de atendimento do hospital”, disse. O secretário anunciou uma parceria com a Unime para que o HGMF seja utilizado como espaço de práticas dos alunos da instituição. Localizado na Estrada do Coco, o HGMF possui leitos de internação distribuídos pelas especialidades de obstetrícia, pediatria, clínicas médica e cirúrgica, emergência e berçário. Além do atendimento de urgência e emergência, a unidade presta assistência ambulatorial nas especialidades de gastroenterologia, cardiologia, proctologia e pré-natal. De acordo com o governo, a unidade presta entre 300 e 350 atendimentos diários e cerca de 300 partos por mês. Embora seja referência para o município de Lauro de Freitas, o HGMF atende também bairros de Salvador como São Cristóvão e Itapoan e os municípios vizinhos de Simões Filho, Mata de São João e Camaçari.

argarida Miranda é a nova diretora geral do Hospital Geral Menandro de Faria (HGMF) desde 13 de julho. Médica ginecologista, Margarida Miranda (dir.) é funcionária pública estadual e tem pós-graduação em Gestão em Saúde pela Fundação Getúlio Vargas. Já foi gerente médica do SUS do Hospital Santa Isabel, coordenadora Médica do Planserv e coordenadora Médica do Hospital do Subúrbio, entre outros cargos que ocupou. Miranda apontou a experiência no Hospital do Subúrbio, unidade da Secretaria da Saúde do Estado premiada internacionalmente, como um dos norteadores para o novo desafio, como ela classifica. “Agreguei muito conhecimento com o trabalho no Hospital do Subúrbio”, disse. “A diretora geral Lícia Cavalcanti, juntamente com a equipe, fez a unidade ter reconhecimento e é o que buscaremos para o Menandro de Faria”, afirmou a nova diretora. O secretário da Saúde do Estado Jorge Solla (esq.) destacou a importância do HGMF para a população de Lau-

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Centro de Parto Natural de Lauro de Freitas comemora centésimo nascimento Bruno Carvalho Free-lance para a Vilas Magazine

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o p r i m e i ro semestre do ano passado, a administradora hospitalar Natália Cattuzo procurou uma maternidade que realizasse parto natural em Lauro de Freitas. Sem sucesso, se viu obrigada a enfrentar diversos inconvenientes e se deslocar para Salvador, onde, num hospital particular, deu à luz a Antônio, seu primeiro filho. Se estivesse grávida hoje, Natália, provavelmente, teria sido assistida pelo Centro de Parto Natural (CPN), que funciona desde outubro de 2012 em Lauro de Freitas. A unidade realiza um atendimento humanizado e de qualidade, em um ambiente acolhedor e confortável. À frente do CPN está a enfermeira obstetra Kátia Colavolpe, mãe de dois filhos nascidos de parto natural. “Nosso objetivo principal é devolver à mulher o parto que sempre foi dela”, conta. “Ela é a protagonista desta experiência maravilhosa”. Kátia fala com entusiasmo da iniciativa, que em abril atingiu o número de cem partos naturais, totalizando uma impressionante média de quase 15 nascimentos por mês.

Mãe emocionada e seu filho, juntos, após parto humanizado no Centro de Parto Natural de Lauro de Freitas. Abaixo, Leilane Santana e a família, com o pequeno Caio, centésimo bebê nascido no Centro

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O feito foi comemorado no dia 8 de julho, em uma celebração que contou com a presença de mães e filhos atendidos pelo CPN, além de funcionários da unidade. “Esse é um momento não só de comemoração, mas também de reflexão e crescimento. Quando reconhecemos a naturalidade e individualidade do processo de parir, estamos humanizando o atendimento”, ressalta a coordenadora. Ela explica, ainda, que com o parto humanizado o processo de nascimento é mais orgânico, favorecendo ao bebê, além de evitar infecções e fortalecer o vinculo da mãe com o filho. “Essa ligação é reforçada quando a criança, ao nascer, vai direto para o colo da mãe. Além disso, o aleitamento materno acontece na primeira hora de vida”. Outro diferencial é a presença do pai ou de um acompanhante durante o procedimento. A segurança de ter o companheiro junto nesse momento tão esperado foi o que levou a dona de casa Ana Maria Queiroz a procurar o CPN para realizar o parto do filho Jader. A criança, hoje com oito meses, foi a primeira nascida na Unidade de Saúde. “Ter o meu marido comigo durante o parto me tranquilizou e me deixou mais à vontade”, relembra. Outro motivo da escolha foi a qualida-


criado com o objetivo de redução da mortalidade materna no Brasil, buscando garantir a qualidade e a assistência da mulher no SUS e o direito à escolha do parto humanizado.

de dos leitos. “É tudo limpo e organizado, nem parece hospital”. Já a estudante Leilane Santana, mãe de Caio, o centésimo bebê nascido no Centro, decidiu fazer o parto natural na unidade por conta da praticidade. “O parto normal é melhor, sem corte. Pouco mais de 24 horas depois do procedimento eu já estava em casa”, comemora. Atendimento gratuito Todo atendimento realizado no Centro de Parto Natural é gratuito, feito através do Sistema Único de Saúde (SUS). “Não atendemos através de convênios nem consulta particular”, explica Kátia. A futura mãe deve apenas atender alguns critérios para ser acolhida no Centro, como ter feito um pré-natal com, no mínimo, quatro consultas, não ter patologias e/ou complicações durante o pré-natal e estar com 37 a 41 semanas gestacionais. A instituição atende, principalmente, moradoras de Lauro de Freitas e também do bairro de Itapuã, além da região de Abrantes e Camaçari. “Porém, é importante destacar que acolhemos sempre toda e qualquer gestante que chegar à nossa unidade, oriunda de Salvador e até de outras cidades do interior, como já ocorreu”, ressalta Kátia Colavolpe. O Centro de Parto Natural conta com seis leitos PPP (pré e pós-parto), com suítes individualizadas e devidamente preparadas para receber a gestante e acompanhante, e dois leitos PPP com banheira de hidromassagem para as mulheres que desejarem o parto na água. “A ambiência foi desenvolvida para que a gestante sinta-se acolhida confortavelmente e tenha sua privacidade garantida”, destaca Manoel Henrique Pereira, sanitarista da Se-

Kátia Colavolpe, coordenadora do CPN e um dos bebê nascidos no CPN. Abaixo, festa de comemoração do 100º parto humanizado

cretaria Estadual de Saúde (Sesab) e um dos principais entusiastas da iniciativa. O Centro de Parto Natural possui também uma equipe multiprofissional, composta por enfermeiros, médicos, técnicos de enfermagem, colaboradores de serviços gerais, recepcionistas, motoristas, e vigilantes. Uma ambulância permanece 24 horas na instituição de saúde, caso haja necessidade de transferência para o Hospital Geral Menandro de Farias, nos casos de emergência. “Há projetos semelhantes em cidades baianas como Jequié, Irecê, Paulo Afonso e Salvador”, afirma Manoel, que também faz parte da Rede Cegonha, programa federal

Epidemia de Cesárias Para Manoel Henrique, o resgate do parto normal vem sendo cada vez mais discutido pela Organização Mundial de Saúde (OMS). “Existe, atualmente, um grande movimento internacional pelas boas práticas e humanização do parto natural, visando a aplicação de boas práticas que respeitem o desejo e a fisiologia das mulheres, devolvendo às mesmas a autonomia sobre seus próprios corpos”, conta. O sanitarista explica que, atualmente, o parto cesário tem sido realizado sem critério. “Virou uma epidemia, como alternativa de programar o parto de acordo com o tempo do médico e com sua agenda de trabalho”, diz. “Nesses casos a criança é expelida, e às vezes ainda sem maturidade pulmonar”. Entretanto, Manoel destaca que o parto cesário pode salvar a vida da mãe e da criança, quando feito da maneira correta e, principalmente, quando necessário. Apesar da indicação, algumas gestantes enfrentam dificuldades para conseguir ter filhos de parto natural. “Passei por cinco médicos durante minha gestação e todos quiseram me convencer que o parto cesariana seria a melhor opção”, lembra Natália Catuzzo. “Cheguei a escutar coisas como ‘parto cesariana é natural da mulher moderna’”. A administradora hospitalar diz, ainda, que encontrou médicos que realizariam o procedimento, porém cobrando uma taxa em torno de três mil reais. “Infelizmente não é financeiramente vantajoso nem para o profissional de saúde, nem para o hospital a realização do parto humanizado, por isso há essa indução para se fazer a cesária”, acredita. Natália não se arrepende de ter tentado. “Como mulher digo que foi uma experiência única e maravilhosa. Com certeza, se eu tiver outro filho será mais um parto normal para as estatísticas”, garante. Centro de Parto Natural Rua Coronel Messias s/n , Caji (rua do Batalhão de Polícia Militar, próximo ao Supermercado Maxxi ). Tel.: 3288-6164.

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Atividade física protege homens do câncer Chegar aos 50 anos com bom condicionamento cardiovascular é mais importante do que estar magro, diz estudo

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ma pesquisa com mais de 17 mil homens nos EUA aponta que um alto nível de condicionamento cardiovascular reduz o risco de desenvolver câncer e morrer da doença. O benefício independe do IMC (Índice de Massa Corporal), isto é, um homem magro que não se exercite tem um risco maior de ter câncer do que uma pessoa acima do peso que faça atividades físicas, de acordo com o trabalho apresentado no encontro anual da Asco (Sociedade Americana de Oncologia Clínica), em Chicago. Os resultados também levaram em conta fatores que poderiam distorcer os dados, como tabagismo e idade. Os participantes da pesquisa fizeram um teste de esforço na esteira por volta dos 50 anos. Os pesquisadores, liderados por Susan Lakoski, da Universidade de Vermont (EUA), seguiram os voluntários por cerca de 20 anos para ver quem desenvolveria câncer colorretal, de pulmão e próstata. Nesse período, 2.885 homens receberam o diagnóstico desses tumores e 347 morreram da doença. Os participantes “em forma” apresentaram risco 68% menor de ter câncer de pulmão e 38% menor de tumor colorretal em relação aos mais sedentários. Não houve diferença para a doença na próstata. Entre os que tiveram tumores, o bom condicionamento físico foi ligado a um risco menor de morte.

Fábio Kater, oncologista do Hospital 9 de Julho, afirma que já se tinha uma ideia de que o exercício poderia ter esse efeito protetor, como no caso do câncer de mama. “A nova pesquisa tem um peso grande pelo tamanho da amostra e tempo de seguimento. Mudanças no estilo de vida podem ter

um grande impacto a longo prazo.” Ainda é preciso investigar as razões por trás dessa ligação. A oncologista Veridiana Pires de Camargo, do Hospital Sírio-Libanês, diz que algumas explicações possíveis são a redução da inflamação, a melhora da imunidade e a liberação de endorfinas por causa dos exercícios.

‘Coquetel’ de imunoterapia é testado contra melanoma

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studos apresentados na reunião da Sociedade Americana de Oncologia Clínica apontam novos caminhos no tratamento de casos avançados de melanoma (tipo mais perigoso de câncer de pele). Os resultados, apesar de iniciais, mostram a eficácia da imunoterapia – tratamento que estimula o sistema imune a atacar o tumor – contra o melanoma. A estratégia adotada é a combinação de um imunoterápico (ipilimumabe) com outras drogas. Esse medicamento, aprovado no Brasil no ano passado, foi o primeiro a aumentar a sobrevida de pacientes com melanoma avançado. Ele ataca uma proteína que mantém os linfócitos T inativos, o que faz o sistema imune reagir contra o câncer. “Estamos partindo para um coquetel contra o melanoma avançado, como ocorre no tratamento contra a Aids”, diz Veridiana Pires de Camargo, oncologista do Hospital Sírio-Libanês. Um dos estudos usou o ipilimumabe com outra droga (nivolumabe, ainda não aprovada no Brasil) em 53 pessoas. Entre as que receberam as doses máximas, 53% responderam à terapia, com redução de 80% do tumor. Efeitos colaterais graves foram observados em 49% dos pacientes, incluindo problemas hepáticos, renais e gastrointestinais. Segundo os autores do estudo, publicado no “New England Journal of Medicine”, efeitos similares ocorrem quando as drogas são usadas separadamente. Outro estudo mostrou que a soma de um remédio usado para elevar a produção de glóbulos brancos após outros tratamentos contra o câncer ao ipilimumabe aumentou a sobrevida dos pacientes e reduziu os efeitos colaterais do imunoterápico. A pesquisa, do Instituto de Câncer Dana-Farber, em Boston, envolveu 245 pacientes. Mariana Versolato / Folhapress (Enviada especial a Chicago - EUA, a convite da Novartis)

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Entregar 249 ruas pavimentadas, melhorando a qualidade de vida dos cidadãos Lauro-freitenses, é mais um dos compromissos da nova gestão. A Prefeitura que cuida da gente está arregaçando as mangas para construir uma nova Lauro de Freitas e um proporcionar um futuro melhor para o seu povo.

Confira a relação de ruas que serão pavimentadas e recapiadas

•Rua Prisco José de Santana •Rua Barbosa •Rua Luiz C. da Silva •Rua Wilson A. Santana •Rua Aldo Belardino •Rua Josefa R. A. da Silva •Rua Florisberto Dias Farias •Rua Eduardo P. dos Santos •Rua Manoel Souza Nascimento •Rua Jardim Meu Ideal •Rua José R. de Santana •Rua Direta do Quingoma (Marta Aguiar) •Rua Maria Lucia da Silva

•Rua Antonio Sebastião da Silva •Valter Gonzaga Estrela •Rua Riacho da Guia •Rua Nilzete O. Souza •Rua Maria de Lourdes S. Silva •Rua Quingoma de Dentro II •Rua Maria de Lourdes B. da Silva •Trav. Santo Antonio •Caminho 20 •Vilardino O. Pinto Trecho 001 •Vilardino O. Pinto Trecho 002 •Rua Santo Antonio •1ª e 2ª Travessa Santo Antonio •Rua Campo Alegre

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* CONVÊNIO E RECURSOS PRÓPRIOS

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PARQUE SÃO PAULO •Rua B •Rua C •Cont. Rua Nossa Senhora das Dores •Rua K •Rua R •Rua São Francisco de Assis •Rua Geovana dos Santos Ligação com a Ba 535 •Rua Direita da Cachoeira Maria

PORTÃO •Rua Clarindo S. Silva •Rua da Paz •Rua do Sossego •Rua Felix Araujo •José R. de Santana •Edson Cunha / Neuza Alves Noronha •Maria Bonifácio Santos •Gracy Araújo •Rua Paraíso •3ª Trav. Queira Deus

AREIA BRANCA •São Luiz •1ª TV. Jardim Paraíso •2ª TV. Jardim Paraíso •3ª TV. Jardim Paraíso •Rua A Jardim Paraíso •Rua B Jardim Paraíso •Rua Dois de Julho •Rua Jardim Paraíso •Rua Camilo Feliciano Oliveira •Rua Eline Barbosa •Rua Geovane dos Santos/Rua dos Soldados •Rua Mauricio de Melo •Rua dos Limoeiros Maria dos Reis Silva

NOVO HORIZONTE •Rua Hugo Ramos Bastos •Rua Vereador Ednaldo dos Santos

ITINGA •Rua Carlos Alberto Oliveira •Rua Zelia Moreira •Travessa Antonio das Neves •Rua Luis Carlos Coutinho •Rua Baiana •Rua Perpendiculares a Dr. Mauricio •Rua André P. de Oliveira •Rua Carlos Alberto dos Santos •Rua Manuel Vicente •Rua José Pereira/ José G. Leite •Rua Jorge B. dos Santos •Rua Prof. Theocrito •1ª Travessa Arlene da Cruz Sales •2ª Travessa Arlene da Cruz Sales •3ª Travessa Arlene da Cruz Sales •Rua Ana Joceli Cirilo •Travessa Petronilha F. da Silva •Rua Jaciara Ferreira Freitas •Rua N •Rua Nossa Semhora das Graças •Rua O •Rua P •Rua Paulo R. dos Santos •Rua Petronilha F. da Silva •Rua Prof. Belmira A.S. Cruz •Rua Q •Travessa Santa Cecilia •4ª Travessa Arlene da Cruz Sales •Rua U •Quinta Travessa do Caic •Sexta Travessa do Caic •Travessa Silva •Rua Gildete de Jesus •Floriano Peixoto •Maria José Pereira •Lindoia •Tv. Lindoia •Tv. Diamantino •1 Tv. do Caic •2 Tv. do Caic •3 Tv. do Caic •4 Tv. do Caic •Paulo R. Santos •Theotonio Vilela •João Paulo II •Bosques das Mangueiras •Tv. Nossa Senhora das Dores •Rua Bahianopolis •Rua G •Tv. Bahianopolis •Padre João Abel •Dom João XI •Irmã Elizabeth

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CENTRO CENTRO – 19 RUAS •José Bonifácio •Antonio Paranhos •Eraldo Barbosa •Travessa das Pedrinhas •Rua Joselito Bomfim •Rua Osman Lordelo Guimarães •Rua da Irmandade •Rua Edna Conceição •Rua Maura Bezerra Dias •Rua João Custódio •Rua José de Ogum •Rua Fernando de Noronha •Travessa São JudasTadeu •Rua José de Anchieta •Miguel Valfredo •Rua Martins de Oliveira •Rua Jorge de Oliveira

IPITANGA •Rua Joaquim Cruz Rios Filho •Rua Andreia V. Pedreira •Rua Ver. Valdenir E. Bastos •Rua Jorge Farias •Rua Prof. Edvaldo Brito •Rua João Roberto G. da Silva •Rua Cacilda da Silva Santos •Rua Dr. Helio •Rua dos Veranistas •Rua Maria Teixeira de Carvalho •Rua Carlos José Sá •Rua Tomé de Souza •Rua do Jockey •Vereador Oswaldo Barreto •Ana Maria de Oliveira Maia - Trecho 01 •Prof. Newton •Ana Maria de Oliveira Maia - Trecho 02 •Maria do Carmo Paranhos •Martiniano de Santana •Iraci Rosas •Joaquim Cruz Rios Filho •Rua Tude Celestino •Travessa Chile •Travessa Gerino •Rua Atalaia •Rua Maria Amorim •Rua Maria Eunice •Rua Pedro Ribeiro •Rua Valdenira Bastos


JARDIM TROPICAL •Rua São João de Cima •Rua São João de Baixo •Nossa Senhora do Socorro de Baixo •Nossa Senhora do Socorro de Cima

SANTA BÁRBARA •Rua Elvira S. do Nascimento •Rua Florisvaldo Figueiredo •Rua Graciliano Ramos •Rua Valdemar P. Guimarães •Zulmira S. Fraga •Carlos Alberto de Oliveira •Rua Jaciara Freitas

JAMBEIRO •Rua Boa Vista •Rua da Pedreira •Rua Pomar do Jambeiro •TV 02 de Julho •TV Progresso Parque

JARDIM IPITANGA •Rua Atalaia •Rua Maria Amorim •Rua Maria Eunice •Rua Pedro Ribeiro •Rua Valdenira Bastos

JARDIM TAUBATÉ JARDIM TALISMÃ •Rua Baiana •Rua Joana Darc II •Rua Joana Darc III •Rua Jorge B. dos Santos •Rua José Pereira •Rua Walter de Oliveira •Rua São João de Cima •Rua São João de Baixo •Nossa Senhora do Socorro de Baixo •Nossa Senhora do Socorro de Baixo de Cima

•Rua Andrelina de Oliveira •Rua Eduardo Silva •Rua José Cardoso dos Santos

QUINTAS DO PICUAIA •Rua José Leite •2ª Trav. Theocrito Batista •2ª Trav. José Leite •3ª Trav. José Leite •Rua Cidade de Deus •Rua Theocrito Batista •Rua Antenor Tourinho •Rua B Fábrica de Limpeza •Rua C •Rua D •Rua Prof. Edgar Rios •Trav. E •Trav. F •Trav. da Rua B •Trav. da Rua A •Dr. Maurício •Rua Dinah Rodrigues

ANTONIETA

CAPIARARA •Rua Direita do Capiarara •Rua José Firmino •Rua Tânia Regina Jaíba – 2 ruas •Rua dos Frades •Rua Romualdo Bispo dos Santos

•Rua Florisvaldo Teixeira •Rua Heraldo •Rua Manuel Vicente •Rua Milton Coelho de Cima •Rua Milton Coelho de Baixo

Reforma geral do Estádio de Itinga e nova arquibancada do Estádio do Centro A reforma do Estádio Municipal Edvaldo Costa Santos, em Itinga, é resultado de mais uma ação que vai contribuir para o desenvolvimento e valorização do esporte no município. A construção da 2ª arquibancada e das barracas está entre as benfeitorias do projeto no Estádio do Centro.

Projeto do Estádio do Centro

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NOVA CÂMARA MUNICIPAL

O primeiro prédio público com selo de sustentabilidade Leed - Green Building da Bahia.

Aliar modernidade à sustentabilidade, garantindo ao Legislativo melhores condições de trabalho e atendimento à população, contemplam o projeto da nova sede da casa do povo.

REQUALIFICAÇÃO DE VILAS DO ATLÂNTICO Em Villas do Atlântico não vai ser diferente. A requalificação de vias, praças e a melhoria da mobilidade urbana são algumas das ações que compõem um ambiente favorável para a conquista de uma cidade mais desenvolvida e melhor para se viver.

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NOVA ORLA DE IPITANGA E BURAQUINHO

A revitalização e valorização da orla de Ipitanga e Buraquinho é mais um investimento da Prefeitura na melhoria da cidade e na vida do seu povo. O projeto de requalificação inclui estacionamento e rampa de acesso para cadeirantes, além da recuperação de calçadas, meio-fio e implantação de mirantes de contemplação à praia.

Projeto AGÔ

UBS - Lagoa dos Patos

Preservar na memória do povo as raízes culturais, define o Projeto que vai investir no resgate e na valorização do patrimônio cultural afrodescendente do município. Tirar os jovens da violência, possibilitando um novo futuro, é um dos objetivos do projeto e faz parte da construção da cidade do futuro.

É meta da Prefeitura investir cada vez mais em saúde, como forma de promover à população, por meio de ações básicas, mais qualidade de vida.

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Praça dos Esportes e da Cultura

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Espaço Mais Cultura


MERCADO MUNICIPAL Pela primeira vez, a população de Lauro de Freitas vai contar com um Mercado Municipal que ofereça uma estrutura moderna e digna do seu povo. O projeto reafirma o compromisso da nova gestão em construir um novo futuro para o município.

VIA EXPRESSA

Passarela de pedestres

A ligação direta entre a Estrada do Coco e Ipitanga, através da via expressa, é o início da grande transformação em nossa cidade. O projeto que contempla, ainda, um corredor exclusivo para ônibus, passarela de acesso, ciclovia e passeio, faz parte das ações para a Lauro de Freitas do futuro.

Seção transversal

Acesso Estrada do Coco

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CRAS

CENTRO DE REFERÊNCIA ASSISTÊNCIA SOCIAL O novo CRAS é um pacto da nova gestão com Lauro de Freitas, por mais qualidade e eficácia no atendimento às famílias. A implantação do Centro vai garantir à população mais acesso à informação sobre projetos, benefícios e serviços socioassistenciais.

E TEM MUITO MAIS! Criação da Praça das mangueiras (Vida Nova) Construção de uma maternidade em parceria como Governo do Estado Administração Regional (AR) em Vida Nova, Portão e itinga Espaço Mais Cultura

Conclusão do terminal de onibus de Portão e do Centro

Nova Ouvidoria Núcleo de Justiça Comunitária Nova Sede da Guarda Municipal com nucleo de video monitoramento e centro de operações da Prefeitura Reaparelhamento da Guarda Municipal (14 motos e 09 veículos)

Centro de Educação Ambiental Transformar o Hospital Jorge Novis em Day Hospital para cirurgias eletivas Banco de serviços empresariais Praça de esporte em Areia Branca

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Novo Cemitério

Replantio do manguezal Lançamento do Catalogo Municipal de Serviços Públicos

Passarela do Menandro de Faria e Torre de Pizza Revitalização do km 1,8 e 2,8 da Estrada do Coco Drenagem e pavimentação da rua Silvandir Chaves Construção de novas creches: Dona Lindu, Itinga (próximo ao Dois de Julho), Areia Branca e Vila Praiana

Guia Turistico do municipio

laurodefreitas.ba.gov.br

PrefeituradeLaurodeFreitas

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@LaurodeFreitas_


ARTIGO

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a reforma brasileira

eleições, quando esse número o Brasil existem trinta exorbitante de partidos não teria partidos políticos recondição de negociar cargos públigistrados. A maioria cos e receber benesses do poder dos brasileiros, mesmo JaiMe De Moura Ferreira executivo. Porém outras ações aqueles que acompanham o sisteEspecial para a Vilas Magazine teriam que ser levadas a sério: ma, não sabe o nome de 70% desl Nenhum político de ficha ses partidos, nem a sua origem. suja poderia ocupar qualquer cargo Sem dúvidas, tal situação muito público, nem participar de eleições; contribui para a desmoralização da democracia, bem como para l Haveria um acompanhamento rigoroso, anualmente, do o crescimento da corrupção. crescimento do patrimônio dos políticos, desproporcional aos seus A presidenta Dilma Rousseff, em razão dos rumores das ruas, vencimentos mensais; apresentou cinco propostas, entre as quais a da reforma política. l Identificado e comprovado o beneficiamento do gestor púNo meu entender essa reforma não passa de um factóide para blico ou político, o mesmo, além de enfrentar as grades carcerárias, enganar a massa populacional, que pouco sabe ou se interessa teria que devolver seus bens patrimoniais ao Estado; pelo sistema político brasileiro. l O partido, ao qual pertencesse esse gestor público ou poNo nosso querido Brasil apenas três reformas sérias seriam nelítico militante, também pagaria uma pesada multa ao Estado. cessárias para colocar o nosso país entre os oito do mundo: reforma No que se refere à política, reforma da gesreforma da gestão pútão pública e eliminação blica, alguns pontos a da corrupção. Isso porserem analisados; que essas três reformas l Redução imeestão intrinsecamente diata da dívida pública ligadas, ou seja, não interna e externa; podem ser tratadas de l Critérios estabeforma isolada. lecidos e aplicados para Na reforma política, a composição dos gestoalguns itens da maior res públicos (ministros e importância seriam obsecretários), de acordo servados: com o orçamento de l A população decada estado, município finiria os partidos poe governo federal; líticos, que passariam l Fiscalização pera constituir o sistema manente desses goverpolítico brasileiro; nos (federal, estadual e l Os partidos polímunicipal) por órgãos ticos ficariam entre três independentes (Ministério Público, CGU, Banco Central, etc.); (no mínimo) e sete (no máximo); l Transparência total dos orçamentos e gastos públicos, para l Os partidos para serem legitimados deveriam receber votos o acompanhamento da população. de, no mínimo, 5% dos votantes; Não sou analista nem cientista político, porém faço parte dessa l Todos os partidos, obrigatoriamente, teriam que apresentar imensa população que trabalha cinco meses no ano para pagar candidatos às eleições majoritárias e proporcionais; impostos, sem enxergar o retorno em investimentos e atividades l Todos os políticos, antes das eleições, teriam que se filiar a públicas, principalmente na educação, saúde, segurança, mobilidaesses partidos definidos pela população; de urbana e melhoria nas estradas e transportes diversos. l As eleições (majoritárias e proporcionais) seriam em uma Acontece que essa reforma proposta seria feita pelos atuais única data; políticos. lSeriam eliminadas as coligações políticas, após o resultado Será possível? das eleições; l Os políticos só poderiam mudar de partido na eleição seguinte. JaiMe De Moura Ferreira é administrador, consultor organi­ zacional, professor universitário e escritor, sócio fundador do rotary Quanto eliminar a corrupção, a reforma política já contribuiria Club Lauro de Freitas e coordenador do Meio ambiente e relações bastante, principalmente no que se refere às coligações, após as Empresariais da SALVA – Sociedade dos Amigos de Vilas do Atlântico.

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Turistas caminham pelo Parque dos Lençóis Maranhenses Vanessa Corrêa da Silva / Folhapress

No mundo paralelo das

Dunas

Parque nacional dos Lençóis Maranhenses reúne paisagens que não são vistas em nenhum outro lugar; melhor época para ir é até este mês, enquanto lagoas ainda estão cheias

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o longo de 70 quilômetros de litoral, o parque nacional dos Lençóis Maranhenses ocupa uma área pouco maior do que a capital paulista. Boa parte desse território é dominada por uma paisagem que não pode ser encontrada em nenhum outro lugar do planeta: uma sucessão de dunas de areia branca, cujas curvas, quando vistas do alto, lembram grandes lençóis estendidos ao vento. A paisagem é toda entremeada por milhares de lagoas de água cristalina. O melhor período para visitar o local vai até o fim de agosto (começou em maio). Antes disso, as chuvas tornam alguns caminhos praticamente intransitáveis, dificultando o acesso a regiões mais afastadas, como o povoado de Atins. Mas, se por um lado as tempestades podem dificultar as trilhas, sem elas metade da beleza dos Lençóis não existiria. É a água das chuvas que forma as lagoas nas cavidades entre as dunas – são cerca de 5.000 piscinas naturais em todo o parque. Em maio, as lagoas já costumam estar bastante cheias. Com o passar dos meses, suas águas vão evaporando e, na época da seca (a partir de setembro), muitas delas chegam a desaparecer. O fundo de areia branca dá às águas uma coloração profundamente azul. Parece miragem. Vilas Magazine

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Cenário dos Lençóis compensa esforço para chegar

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no a ano, cerca de 5.000 lagoas se enchem para depois serem engolidas pela areia nos Lençóis Maranhenses. Entre elas, algumas se destacam. Caso da Azul, da Preguiça e da dos Peixes, que formam um dos principais circuitos turísticos do parque. Para chegar a elas, é preciso atravessar o rio Preguiças em uma balsa e seguir em jipes, por cerca de 40 minutos. Os carros chegam até o início das dunas. A partir daí, o passeio é feito a pé – o visitante vai descalço, já que a areia dificulta as caminhadas com chinelo. Mas, atenção, para percursos mais longos, não esqueça de levá-los, pois a areia quente pode queimar a

sola dos pés. Em poucos minutos, é possível avistar a lagoa da Preguiça e, mais à frente, a Azul. É nesta última que os turistas costumam fazer uma pausa para um mergulho. Mais afastada e cercada por vegetação, a lagoa dos Peixes abriga a maioria das espécies que vivem nos Lençóis -por isso o nome. Parte dela fica em uma área de restinga, o que faz com que seja uma das poucas cuja água não seca completamente durante o verão. PAISAGEM ÚNICA Já para chegar à lagoa Bonita, a maior da região, com cerca de 15 metros de comprimento, é preciso mais tempo e esforço. São

pouco mais de 50 minutos sacolejando nos jipes para, em seguida, encarar uma duna de 30 metros de altura. Para tornar menos difícil a subida – íngreme –, há uma corda esticada ao longo do morro de areia, na qual os turistas podem se apoiar. Na chegada ao topo, porém, o visual apaga qualquer lembrança das dificuldades. Enormes dunas, intercaladas por lagoas a perder de vista, formam a paisagem mais característica dali. Nunca é a mesma: de um dia para o outro, as dunas podem mudar de tamanho com a ação do vento. Mas procure visitar a lagoa Bonita à tarde, quando é possível observar a mudança nas cores das dunas e lagoas à u medida que o sol se põe. Vanessa Corrêa da Silva / Folhapress

Visitantes na região da Lagoa dos Peixes Vilas Magazine

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José Emílio Perillo / folhapress

turismo

Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses, a cerca de 260 km da capital, São Luís.

Lagoa dos Peixes tem apenas 30% de seu tamanho original

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s dunas que formam os Lençóis Maranhenses são resultado da migração das areias do litoral, levadas pelo vento em direção ao continente. “A origem dos Lençóis ainda está sendo estudada, mas calcula-se que os campos de dunas do parque tenham se formado há cerca de 2.000 anos. Essa idade é medida por meio de uma técnica que indica a última vez em que a areia recebeu luminosidade”, explica o professor Jorge Hamilton dos Santos, do Departamento de Geociências da Universidade Federal do Maranhão. De acordo com Santos, a ação dos ventos faz com que essas formações de areia estejam em constante movimento, deslocando-se por distâncias que variam entre quatro e 25

metros ao longo do ano. Esse movimento é responsável pela mudança no formato e na localização das lagoas que surgem com as chuvas -algumas, por exemplo, são cortadas ao meio pela areia, outras podem desaparecer por completo. Segundo um estudo realizado pelo professor, a lagoa dos Peixes é uma das que estão desaparecendo por conta da migração das dunas. Com 360 metros quadrados em 1966, hoje a lagoa tem apenas 30% de seu tamanho original (cerca de cem metros quadrados) e há projeções segundo as quais ela pode deixar de existir por volta de 2017. Tome cuidado Em época de chuva, agências não oferecem alguns roteiros Como algumas áreas ficam alagadas, empresas temem que veículos 4x4 atolem Passeio que custa R$ 130 por pessoa em grupo pode sair por até R$ 700 se turista quiser ir sozinho Vilas Magazine

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Nos Lençóis Maranhenses, não há garantia de que a excursão escolhida será feita. Com medo de que os carros fiquem atolados na lama, as agências nem oferecem alguns passeios na época de chuva (de fevereiro a maio, em geral). “Essas trilhas estão entre as mais difíceis do Brasil”, diz Yuri Amaral, analista ambiental do ICMBio, órgão responsável pelo parque. Outro problema é o número mínimo de participantes. Para ir de barco de Barreirinhas a Atins pelo rio Preguiças, por exemplo, o turista paga, em média, R$ 60, se estiver em um grupo. Se for sozinho, o preço pode subir para até R$ 350. De Atins à lagoa Verde, é preciso pegar um jipe, que custa cerca de R$ 350 para até cinco pessoas -sem companhia, paga-se o preço cheio. No fim, o mesmo passeio, em grupo, sai R$ 130 e, sozinho, R$ 700. Desde 2010, por orientação do ICMBio, veículos não circulam mais dentro do parque. A medida visa prevenir danos ambientais ao local.


Povoado de Atins é opção para quem quer ficar longe de qualquer agitação

cipal programa gastronômico da região dos Lençóis Maranhenses. O restaurante da Luzía (restaurantedaluzia.blogspot.com.br) fica a uma hora e meia de caminhada do povoado de Atins, mas não é preciso se esforçar tanto para almoçar ali: o lugar faz parte do roteiro de diversas agências de turismo que promovem excursões à lagoa Verde. Antes de visitar o parque, os turistas fazem uma parada no restaurante, onde escolhem os pratos que serão servidos após o passeio. O destaque da casa são os camarões feitos na grelha, servidos com u arroz, feijão e salada de tomate (R$ 25).

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ais tranquila ainda que Barreirinhas, o povoado de Atins atrai quem procura sossego à beira do mar. A praia, aliás, não impressiona tanto pela beleza, já que nesse ponto o mar tem coloração escura devido ao encontro com o rio Preguiças. Mas é próximo a Atins que fica a lagoa Verde, uma das mais bonitas de todo o parque nacional dos Lençóis Maranhenses. O nome da lagoa vem de sua cor intensa, fruto das pequenas algas que crescem no fundo de areia. Para chegar até ela, é preciso ir até Canto do Atins, percorrendo 30 minutos pela praia em jipes, já que carros comuns têm dificuldade para se deslocar na areia muito úmida e fofa da região. Os veículos só podem chegar até o início do parque. O trecho restante é feito a pé, em uma caminhada que dura cerca de 40 minutos em meio às dunas, na companhia de cabras e ovelhas.

O que você precisa saber sobre os Lençóis Maranhenses QUANDO IR O ideal é ir entre maio (período de chuvas) e agosto; nestes meses, as lagoas estão mais cheias TEMPERATURA Média anual de 26’C VACINAÇÃO não é obrigatória SITE OFICIAL turismo.ma.gov.br

CAMARÃO NA GRELHA Canto do Atins abriga ainda o que pode ser considerado o prinVilas Magazine

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turismo

Passeio em voadeira inclui mergulho nos Pequenos Lençóis

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uem fica hospedado no município de Barreirinhas, opção mais comum entre os turistas, chega ao litoral maranhense pelo rio Preguiças. No percurso, é possível observar a vegetação típica da região, com áreas de mangue, igarapés e palmeiras de buriti e de açaí. O mais interessante do passeio de barco, porém, são os paredões de areia que formam os Pequenos Lençóis, uma área de dunas e lagoas menores que as encontradas no parque nacional dos Lençóis Maranhenses. Além disso, as lagoas são mais rasas e a areia tem coloração mais escura. Partindo de Barreirinhas – em lanchas

Formação, a 40 minutos de barco de Barreirinhas, tem dunas e lagoas menores que as do parque nacional Outra parada do percurso é no bar Tenda dos Macacos, onde animais circulam à vontade entre turistas conhecidas como voadeiras, que transportam de dez a 12 pessoas –, leva-se 40 minutos até o povoado de Vassouras, onde os turistas param para conhecer os Pequenos Lençóis. SEMPRE ALERTA É ali em Vassouras que está o bar Tenda dos Macacos. Como o nome diz, os animais são os “donos” do local. Ficam circulando tranquilamente entre os visitantes, que podem fotografá-los à vontade. Se quiser tomar água de coco, fique atento: os macacos são rápidos e podem “atacar” cocos deixados desprotegidos em cima da mesa. Voltando à voadeira, a próxima parada é

no povoado de Mandacaru, onde está o farol Preguiças, inaugurado em 1909. Do alto da construção de 35 metros tem-se uma bela vista do rio e do vilarejo, com o mar ao fundo. O passeio termina em Caburé, uma pequena vila de pescadores banhada de um lado pelo rio e do outro pelo oceano Atlântico. A praia é tranquila, com mar calmo, e há boas opções de restaurantes, mas antes de dar um mergulho ou provar peixes e frutos do mar vale a pena passear de quadriciclo pelo lugar. O aluguel de 30 minutos custa R$ 50. Vanessa Corrêa da Silva / Folhapress. Enviada especial a Barreirinhas (MA) Vanessa Corrêa da Silva / Folhapress

Lagoa Verde, uma das mais bonitas de todo o parque nacional dos Lençóis Maranhenses. O nome vem de sua cor intensa, fruto das pequenas algas que crescem no fundo de areia

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nutrição

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hora da refeição pode se tornar um momento divertido e educativo se pais que querem alimentar bem os filhos também aprenderem a comer direito. Se na sua família a hora da refeição é um verdadeiro tormento porque seu filho não quer comer arroz, feijão, carne e salada, saiba que mudar o seu comportamento é fundamental. O pediatra Marcelo Reibscheid, é daqueles que ‘dão bronca’ em quem insiste em ter refrigerante em casa se não quer que o filho tome esse tipo de bebida. “Se os pais querem que a criança coma corretamente, eles têm que comer também. É importante que a criança entenda que ela vai comer exatamente o mesmo que os pais”, afirma o pediatra. O médico ressalta a importância da refeição equilibrada desde os primeiros pratos da vida do bebê. “A boa alimentação está ligada à inteligência. Se você tem alimentação rica, vai ter saúde melhor, menos risco de diabete e de hipertensão”, ressalta Reibscheid. Se a família segue a regra, vai acabar tendo uma alimentação saudável também. Isso quer dizer, segundo a nutricionista Eliana de Pádua, da Universidade Federal de São Paulo, que os pratos devem ter alimentos ricos em vitaminas e proteínas, indispensáveis para o desenvolvimento da criança e para a saúde dos adultos.

Hábitos dos pais ajudam filhos a ter uma alimentação saudável hortifrútis do supermercado, conversando sobre os alimentos. De tanto passar essas dicas para os pais, Eliana escreveu o livro ‘O que tem no Prato do

Carinhas Usar da criatividade também é importante. Está difícil fazer a criança comer beterraba? Que tal criar um prato em que o vegetal vira a boca de um palhaço, cuja carinha é feita de arroz, os olhos de ervilha e o nariz de cenoura? Pode também levá-la à cozinha e preparar a refeição junto com ela ou, ainda, fazer um ‘passeio’ agradável pela área de Vilas Magazine

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seu Filho? Um Guia Prático de Nutrição para os pais’, com receitas coloridas e truques para driblar o paladar das crianças. Bárbara Souza / Folhapress


nutrição

Para emagrecer é preciso disciplina e muita atenção

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desejo de emagrecer rapidamente, associada à preguiça de realizar um exercício físico e sem a força de vontade para seguir uma reeducação alimentar com saúde, faz com que muitas pessoas recorram a medicamentos para perder peso. Essa solução pode até ser bem rápida, mas não tem tanta eficiência. Muitos dos medicamentos para perder peso têm o foco de inibir o apetite. A pessoa perde, pois não come praticamente nada.

Eles são os que mais prejudicam, já que, sem alimentos, o organismo vai perdendo todos os nutrientes e vitaminas. Alegando que esses medicamentos ocasionam mais prejuízos do que benefícios à saúde, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) proibiu a fabricação e comercialização de determinados medicamentos derivados de anfetaminas (femproporex, anfepramona e mazindol). Essa decisão causou controvérsias. O

Conselho Federal de Medicina se posicionou contra esta medida, já que acha que cada profissional precisa ter autonomia no momento de decidir quais métodos são mais recomendados a cada pessoa. Segundos os médicos, esses medicamentos são realmente indicados em quadros de obesidade. Qualquer medicamento, incluindo para perda de peso, precisa ser receitado por um profissional. Alguns exames precisam ser realizados antes da receita de um medicamento para perder peso. Existem médicos que prescrevem medicamentos mesmo sem necessidade, bastando o paciente pedir. É fundamental fugir desses ‘especialistas’, buscando os médicos qualificados e especialistas, já que o consumo desses medicamentos pode ocasionar diversos riscos. O consumo por tempo maior, além de gerar dependência, faz com que o medicamento deixe de fazer efeito e, quando a pessoa deixa de tomar, pode voltar a engordar, já que a fome, que estava inibida, volta ao normal e a falta de vitaminas faz com que o organismo nunca se sinta saciado, quer dizer, se alimenta bem mais do que antes. Com orientação de um bom especialista podem até funcionar por um tempo, mas o mais recomendado para perder peso é a reeducação alimentar!

Cuidado com os suplementos alimentares Quem gosta de malhar e ficar com a musculatura definida, frequentemente acaba optando também por utilizar suplementos alimentares, que complementam o regime e fornecem nutrientes fundamentais ao organismo. Segundo nutricionistas, eles também dão energia e resistência, além de agirem na recuperação dos músculos e definição do corpo. Os suplementos também são recomendados para portadores de certas enfermidades, já que várias vezes complementam a alimentação segundo necessidades específicas. Mas somente podem ser usados após a análise de um especialista e acompanhado de um nutricionista. É necessário ter atenção já que a utilização incorreta pode causar sobrecarga do metabolismo e gerar vários problemas à saúde, atinVilas Magazine

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gindo órgãos como o rim, pois os suplementos podem aumentar a formação de substâncias tóxicas como uréia e amônia e o fígado pode inflamar com este contato. Os nutricionistas orientam que existe o risco de sobrecarga do metabolismo principalmente no que se refere aos suplementos polivitamínicos e de proteína. Um quadro de perigo que ocorre constantemente é a pessoa tomar um suplemento superproteico por conta própria com o objetivo de ganhar mais músculos e, caso ela já tenha na alimentação a quantidade correta de proteínas, o suplemento pode causar sobrecarga. E vários suplementos podem ter na sua fórmula anabolizantes, que ocasionam sintomas como aumento dos batimentos cardíacos e estimulam o sistema nervoso central. E o suplemento não substitui nenhum elemento na alimentação: ele precisa ser utilizado associado à dieta. Bebidas alcoólicas x Dieta Seguir as dietas à risca não é fácil. E quando se precisa cortar as bebidas alcoólicas fica ainda mais difícil, já que, como os alimentos

que possuem gordura, elas são sabotadores e responsáveis pelo aumento de peso. Segundo os nutricionistas o etanol vai para o estômago e para o intestino delgado pela boca e esôfago. Existe uma enzima no estômago, o álcool desidrogenase, que faz degradar uma quantidade do álcool. Quanto mais álcool for degradado, menos quantidade segue para a corrente sanguínea. A maior parte do álcool é absorvida pelo intestino delgado e vai para o sangue. Apenas uma proporção menor da quantidade de álcool absorvida é retirada do corpo por meio da urina, suor e respiração. Grande porção do álcool segue a circulando na corrente sanguínea até que seja processado aos poucos pelo fígado. O etanol não tem nutrientes para o corpo, e isso colabora para o aumento de peso, além de atingir o organismo e atrapalhar na absorção dos nutrientes vindo de outros alimentos. O corpo compreende o álcool como substância tóxica e elimina outros nutrientes da dieta. Isso atinge o metabolismo e o crescimento dos músculos, além de causar desidratação e prejuízo no desempenho. Para o público feminino o álcool é ainda Vilas Magazine

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mais prejudicial. As mulheres têm menos enzimas para degradar o etanol e menos massa para processá-lo, auxiliando no aumento de peso pela ingestão de caloria vazia. Não existe uma quantidade máxima de álcool aconselhada ou que possa ser bebida. Isso depende do biótipo de cada pessoa, mas uma taça de vinho diariamente é vista ainda como saudável. Os que bebem mais do que isso devem se precaver para compensar o mal que o álcool faz ao corpo. Nutricionistas recomendam que as pessoas se hidratem bastante com água, antes, durante e após o consumo do álcool, se alimentar para evitar excessos e também tomar chás depuradores, como por exemplo, boldo e carqueja, depois de consumir álcool. Os profissionais também alertam sobre outros erros cometidos na dieta: ficar várias horas sem se alimentar, consumir alimentos industrializados com alto teor de sódio e aditivos químicos, fazer uma dieta sem frutas, legumes, hortaliças e com alto teor em calorias ruins com gordura saturada ou semelhante.


decoração

Móveis planejados surgem como alternativa aos móveis de linha. Bruno Carvalho Free-lance para a Vilas Magazine

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escolha dos móveis é uma das tarefas mais prazerosas para quem deseja decorar o seu lar. Aspectos como preço, conforto e estilo são sempre levados em consideração durante a escolha de cada peça, porém cada vez mais há quem não abra mão da personalização do seu espaço, apostando em itens exclusivos. São os móveis planejados, que surgem como alternativa aos móveis de linha. Os móveis planejados são cada vez mais procurados por serem feitos sob medida e de acordo com o tamanho do imóvel. “O brasileiro gosta de personalizar espaços”, conta o arquiteto Wagner Paiva. “Normalmente quando os móveis prontos não atendem a demandas funcionais e estéticas, deve-se projetar uma peça para atender a situação e se adequar ao ambiente”. Além da vantagem funcional, em um móvel projetado podem-se escolher os acabamentos que mais se adequam ao ambiente e aos gostos do próprio cliente. “Nesse caso, o projeto é exaustivamente discutido entre o

arquiteto e o cliente. A execução também é fundamental, já que os anseios do comprador devem ser atendidos”, conta Allan Quintella Mendes, também arquiteto. Segundo o marceneiro Valdir Dourado, que há mais de 20 anos trabalha construindo móveis planejados, o mercado está cada vez mais diversificado e voltado para atender as necessidades do consumidor. “Quem compra um móvel de linha perde no poder de escolha, já que o cliente normalmente não decide tamanho, acabamento, e muitas vezes, nem a cor da peça”. Um móvel construído pelo marceneiro demora entre uma e duas semanas para ficar pronto. “Ultimamente peças como guarda roupas e móveis de cozinha tem sido muito solicitados”, conta, destacando que suas peças são desenvolvidas sempre em MDF (Médim Density Fiberbord), material feito a partir de fibras homogêneas de madeiras reflorestadas. “Alguns itens podem ser confeccionados em aglomerado, material que evoluiu muito e apresenta hoje excelentes vantagens. Também se faz uso do vidro e do acrílico”. Tendência para a casa toda Inicialmente essa preferência por móveis planejados se concentrou na cozinha. Hoje,

porém, é possível montar uma casa inteira. Desde o quarto, passando pela sala e chegando à lavanderia e banheiro. As tendências em cozinha seguem padrões culturais. Em função da vida moderna, a palavra é funcionalidade. Os projetos buscam otimizar a utilização do espaço. As cozinhas são projetadas com linhas mais retas, de formas mais limpas, sem muita interferência visual. “Esse é um dos ambientes que mais desenvolvo projetos”, afirma a arquiteta Verena Verde, destacando que o local, a disposição e as condições de armazenamento dos alimentos e utensílios merecem atenção e são cuidadosamente analisados na hora de planejar uma cozinha. “Quanto mais à mão estiverem, menor o tempo que a pessoa gastará percorrendo o local. O objetivo é ter acesso rápido e fácil aos materiais necessários para a realização, por exemplo, de uma refeição”. Numa lavanderia, caso o móvel seja projetado de maneira inteligente, a rotina é facilitada e as tarefas também. Tábua de passar embutida, cabideiro para aparar roupas e prateleiras de fácil acesso ajudam a tornar as tarefas bem mais eficientes. Quartos e sala também são ambientes que comumente recebem móveis planejados. “Devemos lembrar é que um móvel pode ter mais de uma função. Nesses espaços um armário pode ao mesmo tempo armazenar objetos e também separar ambientes”, explica Alan Quintella. “Um painel pode servir para esconder a fiação de uma TV, mas pode servir também como um elemento artístico”, completa. CUIDADOS Está pensando em comprar móveis planejados? Então é bom tomar cuidado, pois são comuns queixas de consumidores referentes a má prestação do serviço, principalmente por erro do projeto e material diferente do ofertado. Portanto antes de contratar o serviço, é importante: l Pesquisar e comparar preços e prazos para a finalização do serviço; l Pegar referências com quem já tenha feito o serviço com a empresa ou o profissional que você pretende contratar; l Consultar o cadastro de reclamações de órgãos de defesa do consumidor; l Solicitar que conste por escrito, na nota

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Wagner Paiva: “Quando os móveis prontos não atendem a demandas funcionais e estéticas, deve-se projetar uma peça para atender a situação e se adequar ao ambiente” fiscal e no contrato, os termos da contratação, com detalhes do projeto e do serviço que será prestado; l Condicionar o pagamento à finalização do serviço; Assim que o móvel estiver pronto é importante fixar data para a entrega e montagem do produto em um dia que tenha alguém na

VERENA VERDE: Nos projetos de co­zinhas, a dis­po­si­ção e as con­dições de arma­ze­namento dos alimentos e uten­sílios merecem atenção. “Quanto mais à mão estive­rem, menor o tempo que se gasta percorrendo o local.

Allan Quintella Mendes: O pro­j e­ to deve ser exaus­t i­v amente discutido entre o arquiteto e o cliente. A exe­cução também é fundamental, já que os anseios do comprador devem ser atendidos.

residência para acompanhar o profissional de montagem. Isso é importante para registrar, ou mesmo prevenir, possíveis prejuízos com quebra de peças da casa, por exemplo. Lembre-se: Para a entrega ou montagem de móveis, o fornecedor deve obedecer às determinações da Lei da Entrega (Lei Estadual 13.747/09). De acordo com ela, as empresas

devem fixar data e turno para a entrega de produtos e realização de serviços. Os turnos podem ser das 7h às 12h; das 12h às 18h; e das 18h às 23h. Ainda de acordo com a norma, o fornecedor deve informar previamente as datas e turnos disponíveis e fica a critério do consumidor a escolha dentre as opções apresentadas.

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Empresas & Negócios

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Pequenos empreendedores recebem equipamentos para geração de renda

ostureiras, vendedores ambulantes e manicures, formalizados como pequenos empreendedores individuais ou organizados em associações e cooperativas de Lauro de Freitas receberam no mês passado equipamentos para geração de trabalho e renda. Salvador, Camaçari e Dias d’Ávila também estão no pacote que distribuiu 1.392 cozinhas industriais, kits manicure e de costura e carrinhos de churrasco e de cachorro-quente, entre outros. Os equipamentos foram cedidos pelo governo estadual por meio do programa Vida Melhor, dirigido pela secretaria de Desenvolvimento Social e Combate à Pobreza. Responsável pela pasta, a secretária Moema Gramacho explicou que o Vida Melhor está fortalecendo o pequeno empreendedor informal, para que ele possa ser formalizado. “A ideia é que as pessoas que exercem um trabalho de maneira precária possam ter condições de se

manu dias / govba

transformar em empreendedores individuais, formando uma rede”, disse. Segundo Moema, há hoje na Bahia cinco unidades de inclusão socioprodutiva, todas na

Entrega de equipamentos do programa Vida Melhor para microempreendedores

Planejamento representa seriedade e profissionalismo

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envolve o novo negócio. Além de ter uma boa ideia, é preciso estudar o mercado, conhecer a concorrência, os clientes em potencial e os fornecedores. Também é importante avaliar o local aonde vai se estabelecer, com quem vai contar e quanto investir em marketing. É recomendável ter experiência anterior no ramo, conhecer ou contar com a assessoria de quem tem conhecimentos sobre a legislação referente ao negócio, principalmente nas áreas trabalhista, fiscal, tributária e sanitária. Mesmo a aquisição de uma franquia poderá acabar em fracasso se não for realizado um planejamento, um estudo da concorrência e do mercado. Buscar saber se o negócio atende as necessidades e desejos dos clientes é fundamental, para não correr o risco de fechar as portas nos primeiros meses de vida por insuficiência de clientes. Aberto o negócio, é preciso estar atento para as mudanças e tendências do mercado. Bem como à legislação, à tecnologia e aos fornecedores. Além das estratégias dos concorrentes, de marketing e merchandising. No setor de serviços, a área que mais oferece oportunidades para

Marcos Luthero

odemos entender como empreendedor o indivíduo que inicia algo novo, que vê oportunidades que outros não veem, aquele que realiza antes, que sai da área do sonho, do desejo e parte para a ação. O plano de negócio é uma valiosa ferramenta de planejamento, o mapa do percurso, que deve ser consultado constantemente. Mas, o que é um plano de negócio? O plano de negócio é um documento que descreve, por escrito, quais os objetivos de um negócio e quais passos devem ser dados para que esses objetivos sejam alcançados, diminuindo os riscos e as incertezas. Permite identificar e restringir os erros no papel, ao invés de se cometer no mercado, onde poderiam custar muito caro ou até inviabilizar o empreendimento. Após decidir abrir uma empresa, o primeiro passo é planejar e organizar as ações, colocando no papel tudo que

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Região Metropolitana de Salvador, que serão expandidas para o interior. “Nessas unidades, temos os agentes de desenvolvimento, e cada um deles cuida de 60 empreendedores, fazendo a orientação para que se qualifiquem pelo Sebrae e, se precisar de recursos para o desenvolvimento do negócio, eles terão microcrédito ou serão orientados a criar fundos rotativos”, explicou. Atuando com cinco unidades-piloto de inclusão – uma em Lauro de Freitas e Camaçari, três em Salvador e outra em Feira de

Santana – o Vida Melhor Urbano atende 7.600 empreendimentos por ano. Em 2012, assistiu 9.634 empreendedores cadastrados, selecionando 3.508 para receber equipamentos individuais. Além disso, promoveu 24 cursos de conteúdos diversos, movimentou cerca de R$ 300 mil em microcrédito com o Banco do Nordeste, a Caixa Econômica Federal, a Desenbahia e cooperativas de crédito, e dirigiu ações específicas para os povos e comunidades tradicionais na capital baiana e RMS.

novos negócios, o grande desafio é a qualificação da mão-de-obra. O empreendedor que deseja abrir algo nessa área deve se preocupar com a qualidade dos serviços. É importante as empresas entenderem muito bem as suas necessidades para atrair as pessoas com o perfil adequado. A chance de o empreendedor reter o profissional é maior se fizer a contratação certa. Para atrair talentos, as micro e pequenas empresas têm necessidade de competir com as grandes – que podem oferecer um conjunto de compensações e benefícios muito maior. As principais armas para atração de talentos que as pequenas empresas e os empreendedores iniciantes contam são: l Vender a causa da empresa; l A oportunidade de ascensão na carreira profissional mais rapidamente; l Relações mais personalizadas. Os funcionários têm acesso aos proprietários ou tomadores das decisões. Algumas dicas para se manter uma boa relação com os colaboradores são: l Permitir que os funcionários sintam que o seu trabalho é importante no dia a dia da empresa;

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Faculdade Apoio / Unifass inaugura Balcão de Justiça e Cidadania A Faculdade Apoio/Unifass inaugurou, dia 17 de julho, um Balcão de Justiça e Cidadania na sede do Centro Educacional Santo Antônio nas Obras Sociais Irmã Dulce, em Simões Filho. Resultado da parceria entre a instituilção de ensino de Lauro de Freitas com o Tribunal de Justiça da Bahia e as Obras Sociais Irmã Dulce, o Balcão conta com a atuação dos estagiários do Núcleo de Prática Jurídica da Faculdade para viabilizar o atendimento das famílias carentes daquele município. O projeto, além do seu papel social e da viabilização do acesso à justiça, valoriza o núcleo de prática jurídica e o próprio curso de Direito da instituição, pois com a parceria com o Tribunal de Justiça, os alunos/estagiários atendem a comunidade, mediam os conflitos, peticionam com o termo de acordo que são levados à 1ª Vara Cível ou de família da comarca, ou para a secretaria do balcão de justiça para que receba o parecer do Ministério Público e posteriormente um magistrado responsável possa homologar o acordo.

l Criar vínculos de confiança; l Estar aberto para ouvir e dialogar; l Reconhecer o bom desempenho; l Promover atividades de integração; ­­ lCriar um ambiente de crescimento conjunto; l Possibilitar carreira interna; l Implementar a comunicação. Na busca por racionalização, não importa as desculpas que se dê para o fracasso, quase todas elas têm como mãe a falta de conhecimento. O mundo dos negócios está cada vez mais complexo e as margens de lucro estão cada vez mais estreitas. É por isso que a preparação e a busca de informações são tão importantes para que as iniciativas dos empreendedores não se tornem um pesadelo. O ato de planejar representa seriedade e profissionalismo. O plano de negócio pode ser o grande diferencial para um negócio dar certo. Marcos Luthero é consultor, coaching e palestrante do Insti­ tuto Tecnológico de Negócios, nas áreas financeiras, mercadológica, planejamento estratégico e plano de negócio. E-mail: itn@sinos.net

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viver bem

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lém de ser apontada como uma das responsáveis por problemas de saúde, como hipertensão, colesterol alto e doenças das articulações, a famosa barriga de chope pode causar também osteoporose masculina. Segundo estudo com 35 homens obesos, com 34 anos e IMC (Índice de Massa Corporal) de 36,5, os que têm excesso de gordura abdominal correm mais riscos de sofrer osteoporose. A pesquisa foi conduzida pela radiologista Miriam Bredella, do Hospital Geral de Massachusetts (EUA), e dividiu o grupo em dois: um em que a gordura era principalmente subcutânea (espalhada por todo o corpo) e outro com predomínio da gordura visceral ou intra-abdominal (localizada mais profundamente no tecido muscular da cavidade abdominal). Essa, que faz até os magros terem ‘barriga de cerveja’, é mais ameaçadora que a subcutânea, por estar entranhada nos órgãos internos e fortemente vinculada a doenças cardíacas. Nesse grupo, a fraqueza óssea apareceu em quase o dobro do outros que têm gordura subcutânea ou espalhada pelo corpo. Segundo a pesquisa, a relação é que pessoas com gordura visceral secretam menos hormônio do crescimento humano, que desempenha um papel importante na saúde óssea. Além disso, ela elimina moléculas que fortalecem os ossos.

Barriga de chope contribui para osteoporose masculina como fumo e álcool, pode ser bastante útil. “Já o tratamento faz parte de uma mudança corporal que visa desde uma dieta para diminuição do peso um trabalho muscular

Prevenção Não é preciso ter algum problema de saúde para começar a perder a barriguinha, alerta o ortopedista Miguel Akkari, da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo. E a prevenção, com mudança de estilo de vida, com alimentação balanceada, atividades físicas e eliminação de hábitos ruins, Vilas Magazine

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para fortalecimento da musculatura abdominal e lombar, além da correção da postura”, afirma Akkari. Bárbara Souza / Folhapress.


Passar a escova de dentes pela boca não garante limpeza ideal

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em gente que escova os dentes ‘religiosamente’ após as refeições, mas não sabe que, da forma como está passando a escova pela boca, só

está mudando de lugar os germes que causam placa bacteriana e cáries. “É evidente que, se você escovar os dentes após as refeições, removerá restos alimenta-

res e terá a sensação de uma boca limpa; mas não podemos nos deixar iludir que aquela passada de escova sobre os dentes, que, na maioria das vezes, é realizada muito rapidamente, seja capaz de remover adequadamente a placa bacteriana”, diz o dentista Giuseppe Alexandre Romito, professor de periodontia da Faculdade de Odontologia da USP. A escovação ideal é aquela que ‘varre’ os dentes no sentido de cima para baixo e de baixo para cima. Nunca de ‘trás para frente’. Além disso, segundo os dentistas, para o ritual de limpeza ser completo, é obrigatório o uso do fio dental. “É obrigatório simplesmente porque a natureza fez os nossos dentes ‘juntos’ e nenhuma escova é capaz de remover a placa bacteriana entre eles”, acrescenta Romito. Ritual E esse ritual, segundo a dentista Renata Martins, precisa ser feito no mínimo três vezes ao dia. “Para uma correta manutenção da higiene bucal é necessário que se escove os dentes sempre após o café da manhã, almoço e jantar”, afirma. O ideal, acrescenta, é escovar os dentes sempre após a ingestão de qualquer alimento, principalmente os açucarados e pegajosos. Enxaguantes bucais ajudam e podem ser usados algumas vezes, mas só depois de todo o processo de escovação com o uso do fio dental. “Eles não são eficientes em tratar as doenças bucais”, diz Romito. Além disso, jamais podem ser usados para substituir a higienização. “Existem enxaguantes bucais que têm flúor, nesse caso, o flúor é benéfico para os dentes, mas não substituem de forma alguma a escovação e o uso do fio dental”, ressalta Renata. Bárbara Souza / Folhapress.

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comportamento

Foi mal Na vida pública e na vida privada, o ato de pedir desculpas virou sinônimo de mentira e caiu em descrédito, mas há quem tente reabilitar o bom sentido do gesto

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e você está cansado de ouvir desculpas, prepare-se. Gente que estudou o problema diz que há um ‘boom’ desses pedidos circulando no mundo – tanto no público quanto no privado. Sim, há especialistas em desculpas, e não são gurus de autoajuda oferecendo o manual definitivo do perdão. “Há toda uma linha de estudos na sociologia e na ciência política sobre o assunto, por causa dos pedidos formais dos governos e das instituições”, diz o sociólogo carioca Alexandre Werneck, autor de “A Desculpa” (Editora Record, 378 págs., R$ 39,90).

Seja a Fifa se desculpando, por problemas na retirada de ingressos da Copa das Confederações, seja o que você costuma dizer ao chegar atrasado a um compromisso, o fato é que a vida cotidiana se move numa rede de desculpas. E isso não precisa ser ruim, segundo Werneck. Ele diz ter escrito o livro para reabilitar a desculpa, que acabou virando sinônimo de mentira. “Um dos motivos pelos quais conseguimos viver socialmente é porque podemos pedir e aceitar desculpas. É um mecanismo para manter relações e permitir acordos.” Vilas Magazine

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Em tempos de relações virtuais, o mecanismo se torna ainda mais importante, segundo a escritora americana Susan McCarthy, criadora do site SorryWatch (vigilante das desculpas). “Nas redes sociais, as pessoas dizem as coisas muito rapidamente e não há muito espaço para sutilezas. E todos querem se mostrar. Isso aumenta as chances de falarem coisas estúpidas ou malvadas. Então, têm que se desculpar mais e mais”, diz McCarthy. O site (www.sorrywatch.com) analisa pedidos de desculpas na mídia, na história, na cultura e na vida privada. E aponta quais


frente, segundo o publicitário carioca Daniel Bovolento, 22, que considera a traição um dos pedidos de reparação mais difíceis de se aceitar. Ele foi traído pela namorada quando estava em uma viagem de trabalho. Soube por telefone e rompeu. Voltou ao Rio no dia seguinte, quando se encontraram para uma conversa. “Ela disse que sabia que eu não iria desculpá-la, mas que não queria ser a grande decepção de minha vida. A promessa embutida era ‘eu não vou mais fazer isso’. Eu repensei, engoli meu orgulho e resolvi reatar o namoro”, conta. O caso ilustra o que o sociólogo Alexandre Werneck considera o ritual da desculpa. “Envolve demonstração de arrependimento, ato de contrição e aposta no futuro.” Nesse ritual, quem pede reduz a importância do passado e aumenta a do futuro. Já a pessoa que aceita o pedido faz uma revisão do passado para seguir em frente.

suspeita. A associação com “mentira” pega. No melhor dos casos, seria uma forma de não ser indelicado; no pior, um jeito de esconder algo importante. A psicoterapeuta Lúcia Rosenberg pensa de outra forma: “Pedir desculpas é se revelar ao outro”. A pessoa que pede mostra ao parceiro como ela funciona e propõe que ele encare o que ela fez (ou deixou de fazer) com um outro olhar. Mas nem sempre as pessoas querem se mostrar e fica difícil pedir desculpas. “Existe essa coisa egoica ocidental de achar que você precisa estar sempre por cima. As pessoas não percebem quanta honra e quanta coragem é preciso ter para pedir perdão. Não percebem quanta nobreza há nesse gesto que parece humilhante”, afirma a psicoterapeuta. Retratar-se é um pedido e um sinal de respeito, que vem da palavra latina “re-espectrum’, olhar novamente. “O novo paradigma amoroso não é dizer eu te amo, mas sim eu te enxergo”, acredita Rosenberg. O pedido de desculpas é um jeito de dizer “não te vi na hora em que pisei na bola contigo, mas agora estou te vendo”. Aceitar as desculpas é jogar essa bola para

força terapêutica Pedir desculpas também tem força terapêutica. Nos “12 passos”, programa de tratamento de dependência química, faz parte do u tratamento: é o nono passo.

O BÁSICO É A MELHOR ESTRATÉGIA USE A PALAVRA Diga com todas as letras: desculpas. Se soar natural para você, pode usar o termo perdão. Mas “foi mal” não serve

SEJA ESPECÍFICO Diga o que você fez concretamente. Não seja vago (“sinto muito pelo o que aconteceu”) nem dê o truque do condicional (desculpe-me se o que fiz foi errado) são os mais esfarrapados, destrinchando seus argumentos. O observatório virtual de desculpas está há quase um ano no ar. Embora a maioria dos posts sirva para criticar os piores pedidos, McCarthy defende a prática: “Pedir desculpas tem o poder de aproximar os seres humanos, resgatá-los de seu isolamento, de suas tristezas e de seus ódios”, afirma. REVELAÇÃO Para pessoas que já estão próximas, falar de desculpas desperta uma ponta de

FALE DE CONSEQUÊNCIAS Reconheça que a situação criada por você teve efeitos em outra(s) pessoa(s). É por isso que você está se desculpando com ela(s)

EXPLIQUE-SE Conte as causas e as circunstâncias envolvidas na situação, sem se colocar na defensiva nem se desresponsabilizar (“foi fulano, é a sociedade, é genético”)

NÃO TERCEIRIZE O pedido tem que ser feito pessoalmente. Recursos como mandar recado ou comunicar por porta-voz podem até manter as aparências, mas nenhuma das partes envolvidas terá certeza de que a desculpa foi efetivamente dada e aceita

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comportamento

“O pedido é um exercício para treinar um novo jeito de viver. Quando peço desculpas, reforço meu propósito de mudança”, diz Alexandre Araújo, presidente da ONG Intervir para dependentes químicos. O passo ajuda o dependente em recuperação a reconstruir suas relações sociais em outras bases. “Para chegar a pedir desculpas, a pessoa tem que ter elaborado muito a situação. A reparação é um aprofundamento e uma releitura de sua história”, explica Araújo, que

trabalha com membros de entidades como a AA (Alcoólicos Anônimos). O programa dos passos, seguido pelo AA, reforça que as desculpas devem ser dadas diretamente às pessoas afetadas, sempre que possível. É um ponto básico da boa desculpa, mas está cada vez mais difícil de se encontrar, segundo a “vigilante de desculpas” Susan McCarthy. Um bom pedido, para ela, é quando a pessoa entende o que deu errado, explicita o

que aconteceu e assume a responsabilidade por isso. A regra é a mesma para desculpas íntimas e públicas. “Muitas pessoas não foram ensinadas a se retratar. Se não sabem fazer isso por falta de prática ou porque nunca pensaram no assunto, vão pedir desculpas como se fossem crianças autocentradas e orgulhosas, praticamente acusando a pessoa para a qual deveriam se desculpar”, diz McCarthy. Iara Biderman / Folhapress.

Desculpas famosas

CAIXA ECONÔMICA FEDERAL BILL CLINTON Em 1998, surgem evidências do envolvimento sexual do presidente dos EUA Bill Clinton com a estagiária da Casa Branca Mônica Lewinski. Clinton teve que enfrentar um processo de impeachment e pediu perdão em rede nacional à esposa e ao povo americano.

ADÃO E EVA Ao ser acusado por Deus de desobediência por ter comido a maçã da árvore proibida, Adão jogou a batata quente para Eva: “Foi a mulher que pusestes ao meu lado que me deu de comer da árvore”. Já Eva acusou a serpente, que a provocou com a maçã.

PRÍNCIPE CHARLES

BEATLES

Em 1994, quando vieram a público as aventuras extraconjugais do herdeiro do trono britânico com Camila Parker Bowles, Sua Alteza disse: “Vocês realmente esperavam que eu fosse o primeiro príncipe de Gales que não tivesse amante?”

Eles proclamaram que eram mais populares do que Jesus Cristo. Mas não foram tão onipotentes a ponto de ignorar as reações da população crente e organizaram uma entrevista coletiva na qual John Lennon pede desculpas pela frase de efeito.

MADONNA

LUANA PIOVANI

Ao receber um buquê de flores de um fã, durante entrevista coletiva em 2011, a cantora não se conteve: “Odeio hortênsias!”. Depois, Madonna compartilhou um vídeo na internet em que lamenta ter magoado o admirador. Mas, no fim, reafirma que detesta a flor.

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A atriz quis fazer graça com os corintianos no Twitter após uma derrota do time. A torcida reagiu e ela voltou atrás. “Eu me arrependi da grosseria”, tuitou. Em seguida, anunciou sua saída da rede social: “Dou um passo a frente assumindo minha fraqueza”.

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Em maio, boatos sobre o fim da bolsa-família causaram tumultos em 13 Estados. Um dia antes, a Caixa alterou, sem avisar, o calendário de pagamentos do programa. Uma semana depois veio a desculpa: “Tivemos uma informação equivocada em relação à data”, disse Jorge Hereda, presidente do banco.

NEYMAR Em uma partida em 2010, o jogador confrontou o então treinador do Santos, Dorival Jr., e o capitão da equipe, Edu Dracena. Gritos e palavrões fizeram parte do show. No dia seguinte, deu uma coletiva de duas horas, na qual repetiu a palavra ‘desculpas’ oito vezes.


Greve de fome

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oma o que quiser a maior parte do tempo e, ainda assim, perca peso e seja saudável. A promessa está no livro “The Fast Diet” – em inglês, quer dizer dieta do jejum e dieta rápida. O regime está sendo alardeado pela imprensa britânica como o mais revolucionário desde Atkins (a dieta da proteína), e o livro, lançado em janeiro, lidera o ranking de bestsellers da versão local do site Amazon. Em setembro, chegará ao Brasil com o nome “A Dieta dos 2 Dias”, pela editora Sextante. A proposta é simples: coma quase nada por dois dias na semana – homens devem ingerir 600 calorias, mulheres, 500 – e, nos outros cinco dias, coma livremente. Os autores, o médico e produtor Michael Mosley e a jornalista Mimi Spencer, contam que, nos “dias de folga”, consomem de batata recheada a peixe empanado. Ele emagreceu 8,5 kg em três meses; ela, 6 kg em seis meses. Mosley trabalha na rede de TV britânica BBC. Em 2012, foi cobaia em um documentário sobre jejum intermitente. Depois de testar jeitos de jejuar, Mosley criou seu método, chamado de 5 por 2. “As evidências mostram que a dieta intermitente é segura e dá mais benefícios para a saúde que uma dieta-padrão”, disse Mosley. Segundo o médico, o jejum faz o organismo queimar mais gordura e ter uma melhor resposta à insulina. “O corpo vai precisar liberar menos hormônio para controlar os níveis de açúcar no sangue, o que é bom. Altos níveis de insulina estão associados a diabetes, doenças cardíacas e câncer.” A lista de ganhos é defendida com citações de pesquisas científicas feitas em humanos e animais. Mas nenhuma a longo prazo. Segundo o cardiologista Bruno Caramelli, do InCor (Instituto do Coração de São Paulo), a ciência está longe de um consenso sobre

o jejum. “Pode ser perigoso adotar essa dieta fora de um rigoroso protocolo de pesquisa. É preciso investigar se, com o tempo, não há desnutrição.” Mosley nega esse risco porque a restrição é por um período curto.”Algumas pessoas reclamam que ficam fracas depois de horas sem comer. Na verdade, o açúcar no sangue cai rapidamente depois da refeição, mas permanece estável durante as 60 horas seguintes. A verdade é que não estamos acostumados a ter um pouco de fome.” Segundo ele, algumas pessoas realmente têm dificuldades em fazer a dieta, mas a maioria se adapta. “No começo eu sentia mais fome, mas passava quando eu me distraía”, disse a escritora britânica Kate Harrison, 45, que segue o jejum intermitente há quase um ano e perdeu 12 kg. Harrison é autora de outro livro sobre o método, “The 5:2 Diet”, lançado em fevereiro no Reino Unido. “Comecei a ver a fome como algo bom.” A dona de casa Kleidy Thessari, 28, não teve a mesma sorte. Depois de ver uma reportagem sobre a dieta na TV, decidiu tentar. Conseguiu por um mês e perdeu quase 3 kg. “Era difícil. Tentava pensar que no dia seguinte poderia comer mais, mas não compensava.” compulsão Embora a recomendação de Mosley seja não contar calorias nos dias de folga da dieta, ele diz que exagerar pode colocar tudo a perder. Mas, para o médico Amélio Godoy Matos, da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, a compensação acontece. “A Vilas Magazine

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pessoa vai comer mais nos outros dias.” A variação entre quase jejum e fartura pode desencadear episódios de compulsão alimentar, de acordo com a nutricionista Adriana Kachani, do Instituto de Psiquiatria do HC de São Paulo. “É um comportamento de risco. A pessoa pode não saber que tem transtorno alimentar até fazer essa dieta.” A longo prazo, outro efeito visto em ratos de laboratório é o aumento da produção de radicais livres e o desenvolvimento de diabetes por insensibilidade à insulina. “É uma dieta que perturba o controle do metabolismo”, diz Bruno Chausse, biólogo e pesquisador do Instituto de Química da USP. Para Matos, os benefícios não compensam o risco. “O melhor é comer menos sempre e de três em três horas.” Juliana Vines / Folhapress


cultura

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Lauro de Freitas recebe espetáculos do Quarta que Dança pela primeira vez

Cine Teatro de Lauro de Freitas recebe nove espetáculos da melhor produção de dança na Bahia a partir do dia 7 e até 13 de novembro. As apresentações, todas gratuitas, são parte do “Quarta que Dança”, programa de difusão cultural da Fundação Cultural do Estado da Bahia (Funceb) que chega à sua 15ª edição. É a primeira vez que Lauro de Freitas está incluída na programação. A estreia local, no dia 7, às 20h, traz Umbigo, do coreógrafo e bailarino Dejalmir Melo, com Douglas Gibran. A iluminação é de Pedro Benevides e a produção de Juliana Freire Dejalmir Melo. Umbigo é um espetáculo com coreografia baseada nas características do homem contemporâneo: egoísta, usurpador e estudioso

do seu próprio comportamento. Coloca em cena dois personagens que se encontram no caos absoluto. Roupas jogadas pelo chão e a presença de tijolos no cenário ajudam os personagens a compor uma história que fala de tolerância e sobre um dos principais conflitos humanos: a necessidade e dificuldade de conviver e se relacionar entre si. Na esfera social contemporânea, onde cada vez mais refletimos e agimos de acordo com “nosso próprio umbigo”, o espetáculo vai abordando minuciosamente e através do corpo a ideia de que o que entendemos de determinada situação nem sempre é compartilhada pelo outro. Essa dicotomia entre o ser ativo demais e o ser passivo é dramatizada pelos dois personagens, de forma que a interpretação alcança o patamar de intersecção

desses dois extremos de expressividade. Ainda este mês, no dia 14, às 20h, o público local pode ver “70porcento (ou Studying Water)”, de Neemias Santana, que também assina a direção e divide o palco com Ramon Moura. O espetáculo propõe-se criar uma curta série em cânones de traduções inspiradas na obra “Water Study”, coreografada em 1928 por Doris Humphrey. Trata-se de uma de suas obras mais importantes, levando ao palco uma série de cânones minimalistas executados no silêncio, fazendo referência direta à plasticidade da água e do mar. No espetáculo de dança, a coreografia original vira vídeo e o vídeo vira nova coreografia, que seguem alternando posições. A obra inicial vai se desdobrando em outras, tendo como elementos de base a própria Patrícia Carmo

Cena de “Dança das Palavras”, de Jean Souza. Na outra página (no sentido horário), cenas de “A Coisa ou a Pessoa”, “Umbigo” e “70porcento”.

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a obra foi revisitada e contou, nesta segunda versão, com a participação de jovens bailarinos, alunos da Escola de Dança da Funceb, escolhidos através de uma audição, para o encerramento do projeto de manutenção da companhia. O elenco traz Marcley Oliveira, Marcio Fidelis, Ramon Moura e Neemias Santana. O projeto de luz é de Gerard Laffuste e a música de Armand Amar e Einstürzende Neubauten. Em setembro chega “Mistura Brasileira”, de Gerard Laffuste e Cia. Rodas no Salão. Em outubro é a vez de “Anfíbios”, de Ricardo Alvarenga e “Raimundos”, de Bruno de Jesus. Em novembro, fechando a edição, vêm “Pontes Visíveis” de Clara Trigo e “Still”, de Sandra Corradini. Os espetáculos serão apresentados nas próximas edições da revista Vilas Magazine, na cadência da programação. Outras onze cidades baianas, incluindo Salvador, vão ver apresentações do “Quarta que Dança”. Ao todo são dez espetáculos, quatro intervenções urbanas, três danças de rua e quatro trabalhos em processo de criação em. No total, serão 84 sessões de uma mostra do panorama contemporâneo da diversidade da produção em dança na Bahia. As 21 propostas participantes foram

river dillon

Thais Figueiredo

estrutura canônica, a linha curva, os níveis de fluência e as possibilidades plásticas e sensoriais da água. A direção de vídeo e design de luz é de João Rafael Neto. Jk Santos faz o design de mídia e interatividade. A produção é de Inah Irenam. “A Coisa ou a Pessoa” é o espetáculo programado para o dia 21, no Cine Teatro de Lauro de Freitas. De Melissa Figueiredo, diretora e intérprete, tem no palco o mesmo Neemias Santana de 70porcento, acompanhado por Leonardo Muniz. O título vem de uma passagem de “Pela Noite”, novela publicada em “Triângulo das Águas” (1983), um dos mais cultuados livros de Caio Fernando Abreu – premiado com o Jabuti. No livro, Pérsio e Santiago mergulham nas questões da identidade sexual relacionada à vivência afetiva – e não. A iluminação é de João Rafael. Continuando em agosto, no dia 28, às 20h João Perene (figurino, coreografia e direção) traz “Soco no Vento”, obra que aponta para uma questão bem simples: a fácil maneira de se defender com uma dureza apenas aparente. A omissão, a não-verbalização, o que está implícito, existindo submerso aparentemente invisível, mas norteando todos os deslizamentos e acomodação do território emocional. Como estética, busca-se uma dança de riscos, sensações e imagens, descartando-se técnicas prontas. Os intérpretes provocam-se constantemente, fazendo surgir a cumplicidade, não se revelando enquanto gênero. O espetáculo foi concebido para o lançamento do saudoso Ateliê de Coreógrafos Brasileiros em 2002, um projeto baiano que reunia em Salvador criadores de várias partes do país e que acabou sendo responsável pelo agrupamento de artistas que logo veio dar origem à criação da Cia. João Perene Núcleo de Investigação Coreográfica (2004). Em 2012,

selecionadas dentre 120 inscritas em edital público promovido pela Funceb, entidade vinculada à Secretaria de Cultura do Estado da Bahia. A programação completa pode ser consultada no site www.fundacaocultural. ba.gov.br/quartaquedanca. Os dados deste ano revelam o aumento do número total de projetos e de apresentações – até 2012 eram 15 trabalhos com três apresentações cada, numa programação de 45 sessões. Agora, são 21 propostas com quatro apresentações cada, ampliando a programação para 84 oportunidades de assistir à Dança da Bahia – e todas elas passaram a ser gratuitas. Outro ganho importante se dá no aporte financeiro para os prêmios do edital, que chega a R$ 194 mil, uma ampliação de 83% em relação aos R$ 106 mil aplicados até 2012. Assim, os cachês dos participantes também tiveram aumentos. filipe ratz

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cultura

Márcio Paiva anuncia edital de financiamento na abertura da Conferência Municipal de Cultura

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prefeito Márcio Paiva (PP) anunciou no mês passado que o município vai promover o primeiro edital de cultura para atribuir apoio financeiro a projetos artístico-culturais em Lauro de Freitas. A notícia foi dada na abertura da 5ª Conferência Municipal de Cultura, no Terminal Turístico Mãe Mirinha de Portão. Paiva disse ainda que a prefeitura está “viabilizando o projeto de revitalização” do Terminal. “Queremos colocar também uma estátua de Mãe Mirinha”, acrescentou. As conferências municipais de cultura, que acontecem em todo o Brasil, são uma etapa preparatória para as conferências estaduais – a quinta na Bahia – que por sua vez culminarão na terceira Conferência Nacional de Cultura. A conferência é uma das instâncias de consulta, participação e controle social da política cultural do estado, como prevê a Lei Orgânica da Cultura (12.365/2011), que institui o Sistema Estadual de Cultura da Bahia. É por intermédio dela que os municípios aprimoram sua atua-

nazaré araújo

Márcio Paiva discursa na abertura da Con­fe­rên­ cia Municipal de Cultura: “ queremos colocar uma estátua de Mãe Mirinha de Portão”.

ção na política pública para a cultura e busca garantir esses direitos aos seus cidadãos. A quinta Conferência de Cultura da Bahia acontecerá em Alagoinhas, entre 26 e 29 de setembro e terá como tema “Uma política de Estado para a cultura”. É ali que se dá o encontro final das propostas criadas a partir dos debates ocorridos nas conferências municipais, territoriais e setoriais. Em 2013, a conferência estadual terá um caráter devolutivo, em que serão apresentadas as ações, programas, projetos e políticas já realizadas a partir de propostas da sociedade civil apresentadas nas conferências anteriores. Esse roteiro de debates, construção de propostas e consolidação de planos buscam possibilitar que as ações do estado sejam fundamentadas nas demandas do cidadão, promovendo os meios para a democratização da produção e do acesso aos bens culturais. Na conferência estadual, serão eleitas três propostas de projetos estaduais por grupo temático, que irão compor o Plano Estadual de Cultura.

Orkestra Rumpilezz traz encontros musicais a Salvador divulgação

O projeto Ensaios da Orkestra Rumpilezz traz ao público soteropolitano novos diálogos musicais que reverenciam a ancestral música da Bahia. O evento apresenta o grupo Letieres Leite & Orkestra Rumpilezz (dir.), sempre acompanhado de um convidado musical e acontece nos dias 16 de agosto e 27 de setembro, às 20h, no Largo Teresa Batista, no Pelourinho. Na primeira edição, a Orkestra recebe a cantora Paula Lima (esq.) para um encontro inédito. Os ingressos estão à venda na TicketMix e custam R$40/ R$20 (meia entrada). Vilas Magazine

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fernando eduardo / crewactive


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Crítica

Livro de Frei Betto faz ode ao silêncio com narrador tagarela

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Erro de estratégia tira coerência de romance sobre homem internado em hospital

palavras por temerem o silêncio”, “Prefiro escrever a falar”, “Economizar a fala não é avareza, é sabedoria” – ele não se cansa de esbravejar. Mas esse elogio do silêncio sai da boca de um tagarela, porque o romance é narrado em primeira pessoa. Zanone Fraissat / Folhapres

estatística é um ramo da matemática generoso com os escritores. É imparcial com os talentosos e também com os medíocres. Um escritor talentoso, garante a estatística, jamais conseguirá produzir apenas obras-primas. Do mesmo modo que um escritor medíocre jamais conseguirá escrever apenas banalidades. Frei Betto é autor de uma obra numerosíssima, traduzida para 24 idiomas. Segundo uma nota biográfica, são 56 títulos publicados, sem contar as participações em coletâneas. De seu importante currículo constam, por exemplo, as memórias de “Batismo de Sangue”, publicadas em 1982. Esse relato sobre a ditadura militar, os frades dominicanos e as circunstâncias da morte de Carlos Marighella mostra do que a fera é capaz, quando está com as garras afiadas. Mas o romance “Aldeia do Silêncio”, recém-lançado pela editora Rocco, foi vítima da severidade da estatística. Pertence a um fraco momento criativo. Um único erro de estratégia --a má escolha do foco narrativo-- pôs todo o romance a perder. SILÊNCIO Internado num hospital, um homem sem nome relembra a infância e a juventude “no oco do mundo”. O antigo conflito naturezacidade é a matriz de sua melancolia. Ele não aceita a perda do paraíso natural abençoado pela ignorância. Esse homem tem saudade de sua préhistória, da época mítica em que não sabia ler nem escrever e no mundo só existiam a natureza, seu avô, sua mãe, uma cadela e um urubu. Alfabetizado por uma voluntária, seu único confessor é um caderno no qual ele escreve

sua história. É também nesse caderno que ele filosofa insistentemente. Mas não contem com pensamentos agrestes. Esperem sacadas poéticas: “Sem desejo somos simples dejetos; nos demitimos da existência, ainda que prossigamos vivos”. Ou zen-budistas: “Descobri que o tudo é o nada, o escuro é o claro, o eu é o outro, o vazio é o pleno, e a dor é o amor”. O tópico mais abordado é o do silêncio. Seu ódio à logorreia do hospital, do rádio, da tevê, é infinito. COERÊNCIA “Malditos todos os tagarelas!”, “Vomitam Vilas Magazine

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Mesmo quando o protagonista arredio se recusa a falar com os outros personagens, ele não para de papaguear na cabeça do leitor. Melhor teria sido um narrador em terceira pessoa. Só assim a devoção desse homem ao silêncio seria amparada pelo tipo de coerência que a ficção pede. LUIZ BRAS é autor de “Sozinho no Deserto Extremo” (Prumo). Especial para a Folhapress

ALDEIA DO SILÊNCIO AUTOR Frei Betto EDITORA Rocco AVALIAÇÃO regular


livros

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stamos em Sevilha, em 1915. Num piscar de olhos somos transportados para o Vale do Paraíba, em 1945: trinta longos anos da história do século XX vibram ao longo das páginas do romance “Rio das Flores”, com cenário no Alentejo, Espanha e Brasil. Através da saga dos Ribera Flores, proprietários rurais alentejanos, somos transportados para os anos tumultuosos da primeira metade de um século marcado por ditaduras e confrontos sangrentos, onde o caminho que conduz à liberdade parece demasiado estreito e impossível de ser trilhado e o preço a pagar pelo decisão de seguir o caminho demasiado alto. Entre o amor comum à terra que os viu nascer e o apelo pelo novo e desconhecido, entre os amores e desamores de uma vida e o confronto de ideias que os separam, dois irmãos seguem percursos diferentes, cada um deles buscando à sua maneira o lugar da coerência e da felicidade. “Rio das Flores”é resultado de um minucioso e exaustivo trabalho de pesquisa histórica, que serve de pano de fundo a um enredo de amores, paixões, apego à terra e às suas tradições culturais e, ao mesmo tempo, à vontade de mudar a ordem estabelecida vigente durante as três décadas relatadas. Três gerações sucedem-se na mesma casa de família, tentando manter imutável o que a terra uniu, no meio da turbulência causada por décadas de paixões e ódios como o mundo nunca havia visto. Trata-se, assumidamente, de um romance histórico, numa prosa narrativa ficcional cuja ação decorre no passado. O autor, Miguel Sousa Tavares, jornalista português, nascidono Porto - Portugal, filho da poetisa Sophia de Mello Breyner, faz uso dos pormenores históricos com um esmero que imediatamente nos transporta à ambiência própria da época, que vai desde os tumultos da 1ª República (1915), em Portugal, até 1945 quando o Estado Novo já se encontra consolidado neste país. Mas não foi só Portugal que passou pela experiência da implementação de regimes autoritários e ditatoriais, também a vizinha Espanha e o nosso Brasil guardam da primeira metade do século 20, essa experiência de privação de liberdades essenciais, como o romance tão bem nos demonstra. Segundo o autor, “Rio das Flores” resulta de um minucioso e exaustivo trabalho de pesquisa histórica, durante três anos, que serve de pano de fundo a um enredo de amo-

Rio das Flores Márcia Tude Especial para a Vilas Magazine

“Com uma intenção narrativa atomizada pelas imperfeições das pessoas e os seus percursos, esta é, sobretudo, uma reflexão sobre a vida (inteira), a alternância política e as suas diferentes ideologias.” Ruben P. Ferreira

res, paixões, apego à terra e às suas tradições e, simultaneamente, à vontade de mudar. Assim, a busca da liberdade tanto a nível individual como a liberdade do próprio povo está na génese da obra. No centro do enredo está a Herdade de Valmonte, lar da família Ribera Flores, comandados por Maria da Glória desde a morte do marido. Os filhos Pedro e Diogo têm uma paixão comum pela terra, fator que os une grandemente; separa-os, no entanto, uma perspectiva oposta da vida e do mundo. Pedro é um adepto da União Nacional que por amor aos seus ideais, combate na Espanha a causa franquista definida pela unidade nacional espanhola, enquanto o seu irmão critica fortemente a opressão salazarista, apesar de ser um amante dos prazeres caros da vida e dos luxos que o dinheiro proporciona. Contradições frequentes no mundo político. É uma história que prende o leitor desde a primeira página pelas descrições apuradas e Vilas Magazine

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minuciosas e pela investigação histórica dedicada. Privilegiam-se questões como a sociedade e a liberdade fundamental do ser humano, seu livre arbítrio, num estilo jornalístico que contribui largamente para a facilidade de leitura que a obra apresenta. A partir da reconstituição deste período histórico é construída uma narrativa excepcional, que faz a ligação entre a existência de uma família cujas regras são a realidade que se vive na época. Desde a conspiração republicana de 1927 para derrubar o Estado Novo, à descrição do perfil de António de Oliveira Salazar, passando pela Guerra Civil de Espanha, os detalhes da revolta comunista Luís Carlos Prestes no Brasil governado por Getúlio Vargas, toda a obra é uma homenagem de exceção à categoria de romance histórico. É perceptível que o fundamental na obra é o enredo e a história da família, mas a reconstrução de ambientes e acontecimentos históricos, a celebração de detalhes como a descrição das tarefas agrícolas da época, alcança surpreendente naturalidade, classificando a obra como um trabalho de formação intelectual e política. “Rio da Flores” distancia-se do romance histórico tradicional, justamente porque embora se sirva da História, dá-nos dela uma outra visão, integrando outros heróis e privilegiando alguns aspectos que a História minimizou ou que viu de maneira diferente. Integra na verdade histórica elementos fictícios que podem alterar essa verdade, mas que não são postos em causa, porque na ficção, mesmo que se coloque o problema da verdade ou da mentira, há um outro que o possa julgar e/ou enveredar pelas respostas, o leitor. Outro aspecto que, sem dúvida se destaca, é a atemporalidade do tema, porque os mecanismos de controle social utilizados pelo poder em Portugal durante a vigência do Estado Novo, continuam noutros tempos e noutros espaços e situações. Também o esforço de uma família que tenta manter-se unida pelo amor que se cultiva aos valores que vem de trás e voltar-se para novos valores e perspectivas é uma temática de qualquer época; as paixões, os confrontos, a busca da felicidade são temas de sempre, de todos os tempos, e que nos tocam a partir de fundamentos tangíveis: fatos históricos. Márcia Tude é escritora, produtora cultural e empresária dos ramos livreiro e editorial. Fontes: leya.com.br

Revistas Veja, Bravo e Piauí


artigo OS MAIS VENDIDOS

A aula não é divertida. E agora?

FICÇÃO 1 Inferno Dan Brown / Arqueiro 2 A Culpa é das Estrelas John Green / Intrínseca 3 O Silêncio das Montanhas Khaled Hosseini / Globo Livros 4 Para Sempre Sua Sylvia Day / Paralela 5 O Julgamento de Gabriel Sylvain Reynard / Arqueiro 6 O Lado Bom da Vida MatthewQuick / Intrínseca 7 Cinquenta Tons de Cinza E. L. James / Intrínseca

NÃO FICÇÃO 1 Dirceu Otavio Cabral / Record 2 Um Gato de Rua Chamado Bob James Bowen / Novo Conceito 3 Casagrande e seus Demônios Casagrande e Gilvan Ribeiro / Globo Livros 4 Pensadores que Inventaram o Brasil Fernando Henrique Cardoso / Cia. Letras 5 O Diário de Anne Frank Mirjan Pressler, Otto H. Frank / Record 6 Uma Prova do Céu Dr. Eben Alexander III / Sextante 7 Holocausto Brasileiro Daniela Arbex / Geração Editorial

AUTOAJUDA E ESOTERISMO 1 Kairós Padre Marcelo / Principium 2 Ciência e Fé Bispo Rodovalho / Lua de Papel 3 Eu Não Consigo Emagrecer Pierre Dukan / BestSeller 4 Casamento Blindado Renato e Cristiane Cardoso / Thomas Nelson Brasil 5 Só o Amor Consegue Zibia Gasparetto / Vida e Consciência 6 O Método Dukan Ilustrado Pierre Dukan / BestSeller 7 Louco por Viver Roberto Shinyashiki / Gente

Lilian silva Especial para a Vilas Magazine

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studantes aprendem mais quando a atividade é lúdica”. Será? Não foi nem uma nem duas vezes que ouvi, de alunos e alunas: “sua aula não está divertida”. Isso dá o que pensar... Minha função em sala de aula, como educadora, seria qual mesmo? Divertir alunos e alunas? Ah, não, de jeito nenhum! Professora é uma coisa, artista é outra! Aprender pressupõe esforço cognitivo; requer força de vontade, disciplina, concentração e dedicação e é uma atividade paradoxal: agradável e dolorosa a um só tempo. Explico: para aprender algo, é necessário que eu esteja consciente de que não sei. E é chato – não é divertido - admitir a própria ignorância... Para piorar, cada um tem sua verdade – pode até ser provisória, mas tem! – e para aprender, deve abrir mão dela, do conforto do que “eu já sabia” ou do “eu nem sabia que não sabia” para o desequilíbrio do “eu não sei e vou ter que aprender”. Assim, aprender é dolorido, sim! Porém, tem algo mais delicioso do que adquirir ou construir um novo conhecimento? Do que ter a sensação de se ampliar, de dar mais conta de entender a si, ao mundo, aos outros e às dinâmicas? De poder superar desafios? De poder alterar, mudar e me sentir, conscientemente, integrante daquilo que eu entendo. Portanto, aprender significa ter a agradável certeza de que eu existo e atuo!

Retomemos a questão da diversão. Aula precisa ser divertida para que seja eficiente e atingir os objetivos? Não!!! O conhecimento deve fazer as pessoas desenvolverem a inteligência, torná-las mais capazes, fortes e autônomas. O grande desafio da escola é demonstrar a importância do saber na sociedade moderna e o quanto aprender pode – e deve! - ser desafiante e interessante. É dessa sensação que deve vir a satisfação pelo estudo. Isso quer dizer que atividades lúdicas estão vedadas? De forma alguma!!! A brincadeira, certamente, deixa os alunos e alunas mais animados, mas não passa de estratégia. Uma entre muitas, aliás. Se o educador tem como objetivo levar a turma a aprender os conteúdos previstos em cada disciplina – que é a essência da aula -, o melhor caminho é propor situações desafiadoras, conectadas às curiosidades inerentes ao ser humano, que façam sentido para o estudante e valorizem o seu esforço em superar limites. E isso é, em si, muito divertido!

Lilian Silva é licenciada e bacharel em História pela USP, professora de Ensino Fundamental e Médio. Publicou coleções didáticas de Português (Interação & Transformação) e de História (História da Bahia). E-mail: lisantossilva@hotmail.com

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odo dia é a mesma coisa: seu filho, que já não é mais um neném, quer dormir na cama de vocês. Ou, na hora de ir para o colégio, começa a resmungar e não quer ficar longe de você de forma alguma. É nessa hora que a famosa frase “as mães precisam criar os filhos para o mundo” tem que valer para que as crianças comecem o processo de descobrimento delas próprias...e do que existe em sua volta. Esse comportamento está associado à forma que os pais se relacionam com os filhos. Se você acha que está inserida no grupo dos que mimam demais seus filhos, pode não estar ajudando tanto a ele dar os primeiros passos para se tornar no futuro, um indivíduo independente. Os psicólogos informam que um exemplo tradicional é quando a mãe fica com seu neném no colo para fazer dormir. Para eles, é um engano imaginar que ele somente vai dormir se ficar no aconchego junto a mãe: essa é uma necessidade dos pais. Ocorre a mesma coisa quando a criança fica chorando no decorrer da noite. Os pais arranjam um motivo e levam o filho para o quarto deles. O ideal seria se dirigir ao quarto da criança, observar o que está ocorrendo e ficar ao lado dela até que se tranquilizar e voltar a dormir. Acostumar os filhos a dormirem na cama junto com os pais também não é interessante. É essencial criar o espaço entre a mãe e o filho. No momento de dormir, é aconselhado levá-lo até a porta do quarto. Apenas entre se ele chamar: este é o sinal inicial de que a mãe respeita o território do filho. Logo após, colocar na cama e se despedir. É a mesma situação no que se refere ao quarto dos pais: deixar a porta encostada faz com que a criança entenda que ali é outro cômodo. Acostume o seu filho a bater na porta do seu quarto sempre e, se durante a madrugada ele surgir, pergunte o que está acontecendo. Se for algum tipo de manha, leve para o quarto de novo e faça-o dormir. Atividades básicas também precisam ser trabalhadas. Para exemplificar, a criança quer comer uma maçã e pede para a mãe ir buscar. Mas ela já consegue alcançar a fruteira sem problemas. É importante que ela seja orientada a pegar o que deseja. Uma falha constante dos pais é essa dependência demasiada de pensar que a criança necessita aprender primeiro para depois pôr em prática.

Gente, deixa eu crescer? Mimar demais seu filho pode atrapalhar o crescimento da criança Não é bem assim! Errar também faz parte do processo e os pais precisam estar ali, ao lado da criança, para dar orientações. Pais protetores demais fabricam filhos que não tem segurança no que fazem. Se os pais sempre agirem como super-herói para o filho, ele não vai se sentir capaz de agir sozinho. Os sinais iniciais do apego em excesso pelos

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pais surgem numa situação comum do cotidiano. Um exemplo interessante é o primeiro dia das crianças no colégio: o sentimento de se sentir abandonado se dá exatamente pela ausência dos pais na escola. Especialistas orientam que é natural que a criança tenha receio ao chegar a porta do colégio, e devemos compreender esse comportamento. O essencial é não gerar traumas nas crianças. Se o filho ficar muito resistente, é aconselhado solicitar a mãe que entre e fique com ele em um local lúdico, ao ar livre e com brinquedos. Aos pouquinhos, os professores entrarão na brincadeira e irão conquistar a confiança dos pequenos. Outra forma de motivá-los é exatamente nas atividades mais simples, como na hora do lanche ou quando for ao banheiro: se a criança tiver dificuldades para mexer com os alimentos, é primordial ajudá-la, mas sempre motivando que façam a atividade sozinha. E muito gratificante notar os sinais de independência no trabalho da educação. É maravilhoso quando as crianças transmitem que a presença do pai ou da mãe, embora seja necessária, não seja indispensável em determinadas situações. Esse sinal é identificado com facilidade quando não pedem a presença da mãe a toda hora.


E até as crianças que possuem mais independência podem desenvolver um certo tipo de comportamento mais apegado a mãe ou ao pai. Isso ocorreu com Carla, filha da dona de casa Maria de Lourdes, que só queria ficar na cama da mãe. “Esse comportamento me surpreendeu já que a minha filha sempre foi independente. Com essa situação, tivemos a idéia de reformar o quarto dela e decidimos que, logo que tudo ficasse pronto, ela retornaria a dormir lá. Minha filha gostou da ideia, já que tem facilidade em aceitar algumas imposições exatamente por ser dona de si própria”, afirma orgulhosa sua mãe. Para os especialistas, não há uma fórmula específica que funcione. O segredo está na maneira como os pais estimulam os filhos no dia-a-dia. Eles vão necessitar dos pais pela vida inteira, mas de formas diferentes. Os pais não devem ter receio de deixar o filho se tornar um ser independente. Paixão da mamãe Muitos falam que as mães não têm nenhum tipo de distinção entre seus filhos, o amor é igual para todos e um jamais substituirá o outro. Por mais que alguns filhos achem o contrário, realmente deve ser verdade. Mas, de vez em quando, a responsabilidade por esse mito da existência do preferido da mamãe é do chamado identificação. Só que um bom carinho pode tirar esse pensamento da cabeça do filhote. Pensar que o irmãzinho tem mais prestígio com a mãe é natural. Afinal, não é fácil ter de vê-lo recebendo elogios, sendo mimado quando está acamado e tendo até as coisas erradas que faz ‘esquecidas’ para não se tornar escândalo e seguir com a sua fama de bom menino. “Lá em casa se eu fizer uma besteira todo mundo fica sabendo e cada um dá sua opinião. Agora, quando isso acontece com meu irmão, ninguém fica sabendo. Percebo apenas minha mãe sussurrando com ele, logo após fico sabendo pelo meu pai. Sempre foi deste jeito, já estou até acostumada”, conta a estudante Valéria Correa. Aquela visão de que o filho menor é o eterno neném também pode causar algum tipo de

desconforto entre a família. O advogado Carlos Barcelos diz que sua mãe preferia mais seu irmão pequeno, o que o fez se sentir preterido por um bom tempo. “Ela sempre tinha mais afeto pelo Sérgio, falando que era porque ele era pequeno. Mas, conforme fomos ficando mais velhos, quando ele dava suas opiniões, eu observava os olhinhos dela brilhando. Comigo acontecia o inverso: tudo o que dizia era razão de atrito. Eu era o difícil, e ela não facilitava as coisas entre nós, nem meus amigos escapavam”, lembra Carlos, reconhecendo que era mais rebelde do que seu irmão Sérgio, mas sem compreender se isso era devido a difícil convivência com a mãe. “Quando me tornei mais experiente, relaxei e minha mãe se modificou e, tenho que reconhecer que todas as vezes que necessitei, ela estava ao meu lado. Acho que ela não sabia a maneira correta de transmitir a forte ligação que tinha com meu irmão. Sofri muito nesta fase”, diz Carlos. E esses tipos de mães, em determinadas casas, fazem com que os parentes fiquem polarizados. Quer dizer, enquanto a mãe prefere um filho, o pai já prefere o outro. “Minha mãe adorava minha irmã e meu pai, observando isso desde que nós éramos menores, tentava me dar um respaldo. Era até engraçado, já que eu e meu pai possuíamos opiniões iguais, tínhamos preferências pelas mesmas coisas, Vilas Magazine

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nos ajudávamos mutuamente e com elas acontecia a mesma coisa. Acho que isso era identificação. Hoje, já estamos casados, e ainda é assim quando acontece alguma discussão na família: nós de um lado e elas de outro, mas quando o clima ‘esquenta’ superamos tudo, somos bastante unidos”, diz a assessora Fernanda Freitas. É comum que algumas mães ‘aliviem’ com os filhos primogênitos, com a desculpa de que determinadas acusações são intrigas dos ‘pequenos’. “Meu filho mais velho gosta de ficar achando que seu irmão é o meu preferido. Ele se julga preterido quando recebe alguma bronca, mesmo que merecida. Tenho grande amor pelos dois filhos, sem distinção, mas preciso ser mãe atuante e ainda educá-los e brigar com eles. As vezes o mais velho não aceita e reclama”, explica a professora Maria de Lourdes. A advogada Luiza Pereira diz que a afinidade influencia no relacionamento com os filhos, mas entende que o comportamento deles é importante. “Um filho é sempre diferente do outro, logo, a maneira que devemos tratá-los também deve ser diferente. Mas isso não é nada ligada a falta de amor. Se um é mais peralta, você precisa repreendê-lo, se está indo mal na escola porque não estudou, precisa ficar de castigo e se o outro cumpriu bem suas obrigações, merece ser elogiado sim, é natural. Tenho três filhos e quando eles começam com essa conversa de “é sempre ele”, na mesma hora argumento para fazer por merecer o mesmo”, comenta ela. Para os psicólogos, o ponto não é qual o filho que a mãe prefere mais, mas sim identificação, muito comum de ocorrer entre pessoas, não importando os laços. Várias vezes observamos no outro filho características suas ou do pai que não gostamos e terminam fazendo com que a identificação com o outro se torne maior. Mas uma mãe ou pai que está ligado com seus sentimentos e sabem que os filhos necessitam deles da mesma maneira não vão permitir que isso atrapalhe o relacionamento. E se os pais deixarem que a identificação se torne realmente uma preferência, quem sabe seja até melhor para o filho não ser o escolhido.


artigo

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mãe de um garoto de nove anos vive uma crise que ela não percebe como tal e pode ser interessante pensar a esse respeito, principalmente para quem tem filhos com idade acima dos seis anos. Essa mãe diz que o filho sempre solicitou a presença dela para tudo, mas que agora está bem mudado. Até dias atrás, o menino ligava para ela perguntando o que deveria comer, se poderia ver tal filme e deixar a lição de casa para fazer à noite em companhia dela. Também pedia que a mãe escolhesse a roupa dele etc. Em casa, no fim de semana, o garoto vivia atrás da mãe para decidir do que brincar, o que fazer e quem convidar para jogar bola. Muitas mães vivem situações semelhantes e reclamam, porque gostariam de poder ler o jornal sem interrupções, de ir ao banheiro em paz e de passar ao menos uns dez minutos em casa ocupadas com as tarefas domésticas sem precisar se responsabilizar por cada uma das atividades dos filhos. Pois a mãe do garoto citado acha que ele está entrando na adolescência precocemente porque a tem procurado menos. Ela, que confessou ter desejado ardentemente alguns momentos de sossego, agora sente falta das demandas incessantes do filho. A mãe de uma adolescente se debate com situação parecida: diz que ela e a filha sempre foram muito próximas, mas já não sente mais essa proximidade. Antes, trocavam confidências, a filha lhe confiava segredos típicos de adolescentes e sempre pedia a opinião da mãe a respeito das amigas. Mas, de repente, segundo a mãe, tudo mudou. Quando ela se aproxima da filha durante uma conversa da garota ao telefone com amigas, percebe que ela muda de assunto rapidamente.

Sim, eles crescem rosely sayão

Os pais reclamam das demandas incessantes dos filhos, mas sofrem quando essa situação começa a mudar

Segredos, então, que anteriormente eram confidenciados por ambas, agora nem pensar: parece que, repentinamente, as duas ficaram sem assunto. Será que esse menino de nove anos e essa adolescente estão em crise? É provável que não, porque os filhos não precisam da constante proximidade dos pais. Quem consegue prestar atenção aos filhos

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se dá conta de que eles alternam com regularidade fases em que buscam a proximidade dos pais (da mãe, em especial) e o distanciamento deles. Os filhos têm o direito de identificar quando precisam dos pais e os querem muito próximos e quando já não querem isso. E quando mães, como as duas citadas, percebem pela primeira vez que seus filhos se afastam, o que está em jogo pode ser a angústia delas e não a mudança de comportamento dos filhos. E que angústia seria essa? A de se separar dos filhos. Pelo menos em teoria, criamos os filhos para que eles cresçam, não é? Não criamos nossas crianças para que permaneçam crianças para sempre. O crescimento resulta em assumir a própria vida e, portanto, separar-se dos pais. Talvez uma questão importante para reflexão de muitas mães da atualidade seja a dificuldade de suportar essa separação que, lembremos, ocorre desde o nascimento. Como atualmente os laços afetivos entre adultos estão frágeis e se rompem por qualquer motivo, por mais fútil que seja, a busca de um relacionamento próximo perene com os filhos parece oferecer alguma segurança aos pais. Mas com um custo demasiadamente alto para os filhos, que ficam, dessa maneira, impedidos de crescer e atingir a maturidade. Não é aos nove anos ou na adolescência que os filhos se afastam dos pais pela primeira vez. Mas pode ser a primeira vez que as mães reconheçam essa dor. A separação pode ser uma experiência dolorosa, mas suportável. E deve ser. Mães não são feitas de cristal e filhos precisam crescer. Rosely Sayão, psicóloga e consultora em educação, escreve sobre as principais dificuldades vividas pela família e pela escola no ato de educar e dialoga sobre o dia-a-dia dessa relação.


mídia

Tiragem auditada da revista Vilas Magazine sobe para 32 mil exemplares a partir desta edição

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uditores da PwC – PriceWaterhouseCoopers estiveram no parque industrial da Plural Indústria Gráfica, em Ipojuca, Pernambuco, onde a Vilas Magazine é impressa, para acompanhar pela primeira vez a tiragem da revista. O procedimento começa com a contagem dos exemplares que saem das rotativas, incluindo os usados no acerto de cores, que são descartados. A quantidade do papel destinada ao trabalho também é conferida. A certificação abrange apenas o volume embalado para transporte e distribuição em Lauro de Freitas e região. Na etapa seguinte, os auditores conferem os documentos fiscais da gráfica e da transportadora, que devem refletir com exatidão a contagem física dos exemplares impressos e embalados.

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A auditagem é a ferramenta confiável, pela qual o mercado anunciante se certifica da veracidade das informações fornecidas pelos veículos de comunicação. A iniciativa traz mais visibilidade e transparência ao relacionamento da revista com o mercado. Esta edição da Vilas Magazine já vem com 32 mil exemplares de tiragem – um acréscimo de quase 7% em relação a julho, destinado a cobrir o aumento na demanda por exemplares dos novos condomínios de Lauro de Freitas. A nova tiragem representa uma cobertura de um exemplar para cada cinco habitantes, de acordo com a estimativa populacional do IBGE para 2012. Também desde o mês passado a EDITAR, empresa que edita a Vilas Magazine, passou a fazer parte da Associação Nacional de Editores de Revistas (Aner), entidade nacional sem fins lucrativos que representa editoras de revistas periódicas de consumo. A Aner foi fundada em 1986 com o objetivo de promover e defender os interesses comuns do mercado de revistas, editorial e comercial, nos seus mais diversos segmentos.

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beleza & estética

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Cuidado noturno

em tempo nem paciência para hidratar os cabelos durante o dia, a estilista Olivia Rambelli, 27 anos, virou adepta dos cremes para tratamento noturno, que agem nos fios enquanto ela descansa de sua agitada rotina. “Sou um pouco preguiçosa para fazer hidratação. Esses cremes são práticos. Deixo-os na penteadeira e, quando vou dormir, sempre lembro de passar”, diz. Segundo ela, o tratamento funciona. “Acordo com o cabelo mais macio, e, diferentemente do que pensam, o produto não passa para o travesseiro.” O cabeleireiro Junior Carvalho aconselha o tratamento a pessoas que tenham cabelo oleoso na raiz e seco nas pontas, o que dificulta a hidratação. “Quando é assim, ou a raiz fica oleosa por hidratar demais, ou as pontas continuam secas por não serem tratadas o suficiente. rivaldo gomes / Folhapress

Tratamentos à noite para os cabelos são indicados a mulheres ocupadas, que não têm tanto tempo para o salão de beleza

Esses produtos devem ser usados apenas no comprimento do cabelo, que não precisa estar lavado. E, com eles, não é necessário dar aquele tempo de pausa comum, o que é prático”, descreve. O importante também, segundo o profissional, é não usar o creme em grande quantidade. “É para colocar pouco, o equivalente ao tamanho de uma moeda”, completa. Outra questão para prestar atenção é a forma de uso, como explica a farmacêutica e professora de cosmetologia da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) Vânia Rodrigues Leite. “Leia os rótulos, a fim de aplicar corretamente. Alguns produtos que não são para o uso noturno podem ficar aplicados, no máximo, por 20 minutos. Caso contrário, chegam a gerar queda de cabelo. Use só os específicos e depois de se informar”, destaca. A diferença entre os itens feitos para o dia e os desenvolvidos para a noite é a substância na fórmula de cada um. “Existem algumas que são fotossensíveis e agem na falta de luz. Por isso, devem ser aplicadas à noite”, fala Vânia. Ela afirma que, além da hidratação, outros tratamentos são eficazes durante o sono.”Temos as ampolas para queda de cabelo, que funcionam em caso de falta de nutrientes – mas não por problemas genéticos. Há ainda um produto em pó que absorve a oleosidade dos fios à noite.” Camila Gomes / Folhapress.

Tá na cara que errou

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comum que celebridades apareçam impecáveis nos tapetes vermelhos. Mas, apesar de contarem com a ajuda de profissionais, elas também erram e acabam passando vexames – que se intensificam diante dos flashes dos fotógrafos. No caso de Miley Cyrus, o erro foi o excesso de iluminador no arco do cupido, região entre a boca e o queixo. “O produto deve ser usado para dar um toque a mais, não é para ser exagerado. E a maquiagem HD, usada por ela, é ideal para disfarçar as linhas de expressão e uniformizar o tom da pele. Mas, se for usada em demasia, destaca ainda mais o erro, principalmente com flash”, instrui O cabeleireiro e maquiador Rafael Paiva. Já a atriz Fernanda Vasconcellos errou ao abusar do iluminador na região dos olhos. “Deu um contraste muito grande com o tom da pele dela, surtindo um efeito de máscara. Ela poderia ter passado menos produto e somente na ‘zona C’, que fica do lado externo dos olhos” continua Paiva. Mais erros Outros problemas comuns são o uso de corretivo claro demais para a pele e o da base em tom errado – seja mais escuro ou mais claro. “O ideal é testar o produto na região em que for usar, na hora da compra. A base deve ser testada no maxilar, para comparar com o tom Vilas Magazine

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Cílios em destaque

Leticia Moreira / Folhapress

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Nem as famosas escapam dos graves erros de maquiagem, como a atriz Fernanda Vasconcellos, que usa demasiadamente iluminador em evento social. Aprenda a não cometer essas gafes para sair bem nas fotos.

do pescoço e saber se ficará muito diferente. Já o corretivo precisa ser passado na olheira, porque a pele do local é diferente”, explica a maquiadora da Contém1g Giovana Morrel. O pó bronzeador também pode estragar a maquiagem. É importante que ele seja aplicado apenas em lugares em que o sol tocaria, como o nariz, o centro da testa, o centro do queixo e logo acima das maçãs do rosto. Existe uma dica preciosa também para não exagerar no pó e no blush. “No caso do pó, sempre tire o excesso no dorso da mão e passe o que sobrar no pincel. Com o blush, é a mesma coisa, tire o excesso e aplique aos poucos, para não dar o efeito de tapa na cara”, continua Giovana. Olhos e boca Segundo a especialista, o segredo para maquiar os olhos é esfumá-los com um marrom um pouco acima do tom da pele, para fazer uma transição suave e deixar a maquiagem o mais profissional e natural possível. Por incrível que pareça, também é possível errar ao passar batom. Desenhar o contorno dos lábios é necessário para que o traço não fique torto. Pode-se usar lápis da cor do batom ou da cor dos lábios ou ainda pintar a boca com pincel, para ter mais precisão.

eixar os cílios em evidência é um dos passos mais importantes para arrasar na maquiagem dos olhos. Por isso, diferentes marcas têm lançado produtos variados para que as mulheres possam criar um visual mais caprichado. Mas, se você só puder investir no básico, não se preocupe: o rímel e o curvex criam um ‘look’ lindo. “A maioria das mulheres quer ter cílios compridos. O grande segredo para isso é deixá-los bem curvados. Então, só o curvex e a máscara já resolvem”, afirma o maquiador Marcelo Marques. O apetrecho deve ser usado sempre antes da aplicação de qualquer produto. Se aplicálo depois do rímel, por exemplo, corre o risco de quebrar os pelos. A maquiadora Cibele Dias dá uma dica para deixar os cílios ainda mais bonitos. “Com o secador, eu esquento o curvex por uns quatro segundos, deixando-o morno. Então, aperto-o nos pelos de cinco a sete segundos”, conta. Na hora de escolher a máscara, lembre-se de que o que faz mais diferença é o aplicador, e não tanto o rímel em si. Quem tem os cílios mais finos e curtos deve evitar o pincel mais cheinho. Para esse caso, os indicados são aqueles mais finos ou os em formato cônico. Se quiser dar volume, opte por produtos que funcionam como uma base e devem ser aplicados antes da máscara preta. Um deles é o chamado ‘primer’, usado para engrossar os fios. “Ele também ajuda a segurar o rímel por mais tempo, caso não seja à prova d´água”, explica Cibele. Mesmo sendo item fundamental na maquiagem, a máscara tem alguns segredos para ficar mais bonita e com um acabamento melhor. “Para aplicá-la, encaixe a escova nos cílios e faça um zigue-zague para fora”, explica Marques. Uma indicação básica é repetir a aplicação pelo menos uma vez. “A segunda camada, além de dar mais volume, conserta os pelos que estão grudados”, ressalta Cibele. Entre as duas passadas, espere cerca de um minuto. Aplique também nos cílios inferiores – isso dará um ‘efeito boneca’. A tática da administradora Adriana de Oliveira Goldoni, 36 anos, é aplicar sempre mais de uma vez quando vai sair à noite. “Assim, os cílios ficam destacados na maquiagem, aparecem mais”, comenta Adriana. Para ter um bom efeito, depois da primeira passada, Cibele indica deixar menos produto no aplicador, tirando o excesso com um papel ou um guardanapo. “Quando fizer isso, nunca limpe o pincel nas bordas do tubo. Senão, quando colocar o aplicador para dentro, ele levará junto esse excesso, que já estará seco, e o produto todo vai acabar secando mais rápido”, diz. Mas e se depois disso os pelos grudarem? “Nada de colocar o dedo. Espero um pouco e passe um pincel limpo, sem nenhum produto, só para separar”, diz Marcelo. Entre as opções do mercado estão o pincel em forma de ouriço (mais fácil de manusear do que os tradicionais, alonga e dá volume) e de pente (deixa os fios separados). Camila Gomes / Folhapress.

robson ventura / Folhapress

Segredos de maquiagem ensinam a deixar os cílios mais bonitos; veja algumas dicas e confira os produtos disponíveis no mercado

Camila Gomes / Folhapress. Vilas Magazine

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janelas abertas / Gilka Bandeira

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ejo dois bem-te-vis, nas alturas, perseguindo um gavião. Há quem diga que fazem isto à cata de piolhos nas penas do rapineiro, havendo também a versão, mais plausível, de que se trata da defesa de território. Bom saber sobre o ser e o proceder dos irmãozinhos alados, porém o mais impressionante, e que deixa os implumes bípedes humanos mortos de inveja, é o voo. Quantos literalmente morreram, a começar por Ícaro, tentando imitá-los! De tanto insistir, acabaram criando as máquinas de voar, mas não é mesma coisa, a não ser, talvez, a asa delta, que não cabe para todas as coragens. Na parte que me toca, nunca terei esta sensação, ao menos nesta existência ou nesta dimensão, se bem que pelas vias da projeção mental, muito tenho voado por estes céus de meu Deus. Ainda criancinha, me punha a olhar as nuvens e apreciar os urubus voando, indo com eles aos altos espaços, plainando, sem esforço, simplesmente sendo levados pelas correntes de ar, através do calmo azul sem fim. Que melhor sensação de liberdade e plenitude? Glória das glórias esta, de estar no universo sem peso, amarras, nem filosofias, indo, indo, não importa aonde, somente indo e sendo neste ir, num viver sem pensar nisto, como queria Alberto Caeiro, voltando à primitiva inconsciência ou atingindo o estágio da supraconsciência. Não à toa,tantas loucuras foram cometidas pelos percursores da aviação. Para vivenciar tão perfeita sensação bem valia os perigos todos. Nisto, lembrei da historinha de Tico. Meu irmão Eduardo chegou lá em casa trazendo uma gaiola com Tico dentro, para eu tomar conta – naquela época ele ainda criava passarinho preso, hoje, não mais. Havia vendido a casa onde morava e enquanto construía outra, não tinha onde botar o passarinho. Olhei o mimoso

A condição de ser ave canarinho belga, e disse: – Ah, não! Você sabe que sou contra passarinho na gaiola? Se ele ficar aqui, vou soltá-lo. Explicou que Tico tinha nascido em cativeiro e que se eu o soltasse, morreria. Preferível assim, pensei, do que viver sem cumprir-se existencialmente. A liberdade do voo é a condição de ser das aves mesmo com todos os riscos. Meu irmão falou que pra onde ia temporariamente, Tico ficaria muito mal

instalado, acrescentou algo mais tentando me convencer e pediu que lhe fizesse o favor. Fiz, a contragosto, mas logo caí de amores por Tico. Sem dúvida era uma delicadeza cativante e me embevecia ouvindo seu canto, vendo-o chacoalhar-se esparramando água da banheirinha durante o banho. Dei pra falar com ele, que ouvia atentamente e às vezes parecia querer dizer alguma coisa, dando pios. Entretanto, como diz Vinicius de Moraes, “que todo grande amor só é bem grande se for triste”, este também era. Era triste, muito triste vê-lo trancafiado, dando pulinhos, vez em quando abrindo as asinhas em ânsia de voo, tendo diante de si um mundão verde das plantas e o infinito azul do céu sem medidas. Pior quando via e ouvia outros pássaros por perto. Mudava sua gaiola de lugar frequentemente, para que tomasse sol ou para que conhecesse outros pontos da chácara, pondo-a também nas árvores, a fim de que gozasse da proximidade delas ou na esperança

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de que lhe aparecesse uma companheira. Mas nada disto resolvia, talvez até agravasse a situação. Os dias passavam, Eduardo não vinha buscar Tico e eu cuidando dele com carinho e tristeza. Ali ele estava protegido dos predadores, tinha comida garantida, água limpa todo dia. Mas seria o bastante? A existência poderia se limitar em manter-se vivo? Constantemente me indagava se ele não preferiria arriscar a vida pela experiência de um único voo, mesmo porque já não era muito jovem. Também pensei na possibilidade dele aprender a sair e voltar da gaiola, a voar e voltar para casa. Já que piava quando eu o chamava pelo nome era possível que atendesse meus chamados quando longe. Não tinha certeza. Em tumulto de dúvidas, e, talvez, querendo deixar as coisas se resolverem por si mesmas, passei a deixar a porta da gaiola aberta durante o asseio e a mudança do alpiste e da água. Continuava conversando com ele, que também continuava respondendo com pios. Mas tornava fechar a prisão, sem coragem de soltá-lo de verdade. Mais um tempo se passou, eu com a mesma prática e conflito de incerteza. Certo dia, enquanto fazia a limpeza, precisei ir ver qualquer coisa dentro de casa e deixei porta da gaiola aberta, sem vigilância... Ainda deu tempo de ver o grande voo, alto, ágil, surpreendente. Não esperava que ele fosse capaz de tanto, até chegara achar que não soubesse voar. Fiquei feliz, inda mais quando o vi voltar na direção da varanda. Passou perto voando baixo e depois alçou aos ares sumindo das vistas. Teria vindo se despedir? Agradecer? Depois, o encontrei morto no chão no lado de fora do muro. Seguiram-se dias de angústia e muita culpa, que de certa forma, persegue-me até hoje, passado anos. Consolo é crer que, ao menos uma vez, ele pôde ser integralmente o ser alado que era, ter experimentado a glória da liberdade total e da plenitude existencial.


l sAÚDE & BEM-ESTAR . .........................................68 a 93

l AUTO & CIA........................................................141 a 142

l GASTRONOMIA.....................................................94 a 99

Tribuna do Leitor.............................................143 a 145

l FESTAS................................................................100 a 103

Tábua das Marés / fases da lua...............................147

l facilidades & serviços.................................104 a 141

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ACADEMIA

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ACADEMIA

ACADEMIA

ACADEMIA

ACADEMIA

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ACADEMIA INFANTIL

ACUPUNTURA

ACUPUNTURA

ANGIOLOGIA

ANGIOLOGIA

DIRETOR TÉCNICO: SERGIO POSSIDIO / CRM 14103

ANGIOLOGIA

ANGIOLOGIA

Tratamento de varizes: Crioescleroterapia que reduz a dor

CARDIOLOGIA

Check up cardiológico em um só dia

Centro de diagnóstico e tratamento de doenças circulatórias

Doppler vascular Colorido (DUPLEX SCAN) Fleboscopia

Eletrocardiograma Digital Ecocardiograma com doppler colorido MAPA (Monitorização da Pressão arterial) HOLTER

MARQUE SUA CONSULTA (71) 3369-2323 | (71) 30882-3260 | (71) 9622-3260 ALLIANZ, A SFEB, BR ADESCO, CORREIOS, C AMED, C A SSI, SAÚDE C AIX A, GE AP, MEDISERVICE, SUL AMERIC A, PE TROBR A S, PL ANSERV, TEMPO SAÚDE , UNIMED (CENTR AL NACIONAL) E OUTROS.

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ANGIOLOGIA E CIRURGIA VASCULAR SERGIO POSSIDIO / CRM 14103 FERNANDA MARCHEZINI / CRM 19943 VINICIUS MAJDALANI/ CRM 17865 DIOGO LEITÃO GAMA/ CRM 25366. CARDIOLOGIA

EXAMES EXAMES

EQUIPE MÉDICA

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COM AGORA NTO IME ATEND

NO NOTUR

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BELMIRO ARAÚJO JR. / CRM 11930 LORENA VILLAS BOAS FERREIRA / CRM 17877 JILANA MAIA / CRM 17069

ENDOCRINOLOGISTA SANDRA JAQUEIRA / CRM 17157 ACOMPANHAMENTO NUTRICIONAL SARA VIANNA / CRM 5027 FISIOTERAPEUTA (atenção pós cirúrgica) ANELIZE GIMENEZ / CRF 11136

Empresarial Villas Trade Center, Torre 4, sala 203/204 angioclamvillas.com.br


CARDIOLOGIA

CARDIOLOGIA

CARDIOLOGIA

CLÍNICA

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CLÍNICA

CLÍNICA

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CLÍNICA GERAL

CLÍNICA MÉDICA

CLÍNICA MÉDICA

CLÍNICA MÉDICA

ENDOCRINOLOGIA

DIAGNÓSTICO POR IMAGEM

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ENDOCRINOLOGIA

ESPAÇO TERAPÊUTICO

ESTÉTICA

ESTÉTICA

ESTÉTICA

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ESTÉTICA

ESTÉTICA

ESTÉTICA

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ESTÉTICA

ESTÉTICA

ESTÉTICA

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ESTÉTICA

ESTÉTICA

FARMÁCIA

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FARMテ,IA

FARMテ,IA

FISIOTERAPIA

FISIOTERAPIA

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FISIOTERAPIA

FISIOTERAPIA

FISIOTERAPIA

E-mail: gisellifisio@yahoo.com.br

FISIOTERAPIA

FISIOTERAPIA

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FISIOTERAPIA

FISIOTERAPIA

FISIOTERAPIA

FISIOTERAPIA

FONOAUDIOLOGIA

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GASTROENTEROLOGIA

GERIATRIA

GASTROENTEROLOGIA

GERIATRIA

INFECTOLOGIA

LABORATÓRIO

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LABORATÓRIO

MASSOTERAPIA

MEDITAÇÃO

NUTRIÇÃO

NUTRIÇÃO

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ODONTOLOGIA

ODONTOLOGIA

ODONTOLOGIA

ODONTOLOGIA

ODONTOLOGIA

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ODONTOLOGIA

ODONTOLOGIA

ODONTOLOGIA

ODONTOLOGIA

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ODONTOLOGIA

ODONTOLOGIA

ODONTOLOGIA

Contemporânea Odontologia Especializada

Dra. Karina F. Costa Clínica Geral - Endodontia Especialista em Endodontia pela Associação Paulista dos Cirurgiões Dentistas de SP Villas Trade Center - Bloco 04 - Sala 212

contemporaneaodonto@yahoo.com.br | (71)3026-3034

ODONTOLOGIA

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ODONTOLOGIA

ODONTOLOGIA

OFTALMOLOGIA

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OFTALMOLOGIA

OFTALMOLOGIA

OFTALMOLOGIA

OFTALMOLOGIA

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OFTALMOLOGIA

ONCOLOGIA

OTORRINO

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OTORRINO

PRINCIPAS EXAMES Video Endoscopia Nasal | Video Faringolaringoscopia | Video Endoscopia Naso-faríngea Para Avaliação Da Deglutição | Audiometria Tonal, Audiometria Vocal | Srt | Imitância Acústica Ou Impedanciometria | Otoemissões Acústicas Ou "Teste Da Orelhinha" Tipo Produtos De Distorção | Vectoeletronistagmografia | Fonoterapia

CORPO CLÍNICO QUALIFICADO Drª Karina Rebello Brandão Villas-Bôas, CRM 12804-BA - Diretora Médica Drª Lislane Dias, CRM 17063-BA Drª Luciana dos Reis Mascarenhas, CRM 13227-BA Dr. Carlos Roberto Ribeiro Navarro, CRM 14563-BA OBS: Todos os médicos fazem parte da unidade de otorrino do Hospital Santa Izabel

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Avenida Luís Tarquinio 2580 Villas Trade Center, bloco 04 , sala 207 LAURO DE FREITAS


PEDIATRIA

PILATES

PLANOS DE SAÚDE

PLANOS DE SAÚDE

PODOLOGIA

PRODUTOS NATURAIS

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PRODUTOS NATURAIS

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PRODUTOS NATURAIS

PSICOLOGIA

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PSICOLOGIA

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PSICOLOGIA

PSICOLOGIA

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PSICOLOGIA

PSICOLOGIA

PSICOLOGIA

PSICOTERAPIA

PSIQUIATRIA

PSICOTERAPIA

TERAPIA

TERAPIA

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LEONARDO SOARES / UOL / Folhapress

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Lombo de Bacalhau

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Ingredientes 1 xícara (chá) de azeite; 2 dentes de alho cortado em lâminas; 1/2 cebola picada; 2 tomates picados; 800 g de lombo de bacalhau dessalgado em postas altas; 140 g de paio português cortado em fatias finas; 1/2 xícara (chá) de pimentões assados sem pele nem semente; 280 g de batata bolinha cozida; 1/2 xícara (chá) de salsinha picada;

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1/2 xícara (chá) de ‘ciboulette’ (tipo de cebolinha); 90 g de azeitonas pretas picadas sem caroço. Modo de preparo 1 Aqueça o azeite em uma frigideira e junte o alho e a cebola. Na sequência, coloque o tomate. Deixe ferver até que o vire um molho


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ao meio nos espaços entre os lombos 4 Leve ao forno médio (160ºC) por 30 minutos 5 Finalize com a salsinha, a ‘ciboulette’ e as azeitonas antes de servir

2 Coloque o molho em uma assadeira ou em outro recipiente que possa ir ao forno. Adicione os lombos de bacalhau e, sobre eles, o paio em fatias 3 Junte o pimentão assado e acomode as batatas cozidas partidas

Crédito da receita: restaurante Tasca da Esquina

AÇOUGUE

ALIMENTOS CONGELADOS

ALIMENTOS CONGELADOS

BOUTIQUE DE CARNE

CAFETERIA

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CESTAS DE CAFÉ

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DELICATESSEN

CULINÁRIA ORIENTAL

DOCES & SALGADOS

DOCES & SALGADOS

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DELIVERY 071 3379 - 4477 Av. Praia de Itapoan - Vilas do Atlântico

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DOCES & SALGADOS

EMPADAS

FEIRA

LANCHES

LANCHONETE

PIZZARIA

PIZZARIA

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PIZZARIA

PIZZARIA

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PIZZARIA

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PIZZARIA

RESTAURANTE

RESTAURANTE

RESTAURANTE

RESTAURANTE

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ALUGUEL DE BRINQUEDOS

ALUGUEL DE BRINQUEDOS

ALUGUEL DE BRINQUEDOS

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ALUGUEL DE MATERIAL

ALUGUEL DE BRINQUEDOS LAURO DE FREITAS E LITORAL NORTE

Arembepe Aquaville, Camaçari -BA (71)3628-1680/9909-5344 fratellifestas@hotmail.com

ALUGUEL DE MATERIAL

ALUGUEL DE MÓVEIS

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ANIMAÇÃO / DJ


BUFFET

BUFFET

BUFFET

BUFFET

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DJ

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DJ

DJ

ESPAÇO PARA EVENTOS

ESPAÇO PARA EVENTOS

ESPAÇO PARA EVENTOS

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ESPAÇO PARA EVENTOS


GARÇOM

GARÇOM

MESAS & CADEIRAS

MESAS & CADEIRAS

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LAURO DE FREITAS E LITORAL NORTE

Arembepe Aquaville, Camaçari -BA (71)3628-1680/9909-5344 fratellifestas@hotmail.com

MESAS & CADEIRAS

PERSONALIZAÇÃO

MÚSICA AO VIVO

ROSKAS

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ADM. DE CONDOMÍNIO

ADM. DE CONDOMÍNIO

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ADVOGADOS

ADVOGADOS

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ADVOGADOS


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ÁGUA

ÁGUA / PURIFICAÇÃO

ALUGUEL DE MÁQUINAS

ANDAIMES

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ANTENAS

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ANTENAS

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ARTES & ARTESANATOS

ARTESANATOS

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ARTIGOS ESPORTIVOS

ASSISTÊNCIA TÉCNICA

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ASSISTÊNCIA TÉCNICA

ATELIÊ

AULAS / CURSOS

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AULAS / CURSOS

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AULAS / CURSOS

AUTO ESCOLA

CARRETO

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CARRETO


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CONSTRUÇÃO CIVIL


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CONTABILIDADE

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CONSULTORIA IMOBILIÁRIA

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CORTINAS

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CORTINAS

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CORTINAS & PERSIANAS

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DESIGN CORPORATIVO

DESINSETIZAÇÃO

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DESINSETIZAÇÃO

DIVISÓRIAS

DIVISÓRIAS

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ELETRICISTA

EMBALAGENS

ENTULHOS & PODAS

ENTULHOS & PODAS

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ENTULHOS & PODAS

ESCOLA

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ESCOLA

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ESCOLA DE DANÇA

ESCOLA DE FUTEBOL

ESCOLA DE MÚSICA

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ESCOLA DE MÚSICA

ESCRITÓRIO VIRTUAL

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LAVANDERIA


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LIMPA FOSSA

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MADEIREIRA

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MADEIRA TRATADA

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MADEIREIRA

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MÁRMORES & GRANITOS

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MAT. DE CONSTRUÇÃO

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Mテ天EIS PLANEJADOS

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SERVIÇOS GERAIS

SOMBREIROS

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VIDRAÇARIA

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TRIBUNA DO LEITOR

A eloquência de uma mensagem na capa da revista A capa da edição de julho da revista Vilas Magazine prestou um grande serviço à nossa sociedade, ao colocar uma lupa nos olhos do prefeito Márcio Araponga para a questão da mobilidade urbana. Aquele jovem que na sua faixa clama por ciclovias sabe do que está falando, e o prefeito deveria ouví-lo com atenção , tomando como exemplo o urbanista Enrique Penalosa, que entre 1998 e 2011 foi prefeito de Bogotá, capital da nossa vizinha Colômbia, e ao tirar o carro do topo da hierarquia das ruas, construindo 300 kms de ciclovias, encerrou seu mandato com o maior índice de aprovação da história da cidade. Qual político não almejaria tal feito! Como não podia deixar de ser, no início também foi taxado de louco, mas tinha a convicção dos que pensam a política com base na técnica. Hoje certamente não será tão difícil convencer a população de que retirar os carros das ruas é o caminho para implantar a qualidade de vida nesta cidade, haja vista que até mesmo sua simbologia como status vem decaindo a passos largos: quem da classe média de hoje não pode comprar um carro com tanta oferta de crédito no mercado? E será mesmo que faz diferença perder 1 hora num congestionamento a bordo de um veículo de luxo ou em um modelo basicamente confortável, cuja diferença de preço entre os dois é algo em torno de 150 mil reais? É fato que o carro tem se tornado um fardo, com seus custos de manutenção, impostos, seguros caríssimos, taxas de estacionamento, sem contar claro, com o consumo. Mas se opções não existem, como é o caso de Salvador e Região Metropolitana, nos tornamos refém deste veículo. A discussão aqui não é sobre ter ou não carros, mas sobre direitos iguais para quem os têm ou não. Quando Penalosa implantou as ciclovias em Bogotá, apenas 0,5% da população utilizava bicicleta para se locomover. Quando ele deixou o governo 6% já utilizavam a bicicleta como seu principal meio de transporte. Isso demonstra que primeiro devem surgir as ciclovias para depois os ciclistas, pois as pessoas passam a usar a bicicleta quando encontram infra-estrutura. E Ciclovia não é apenas importante para proteger o ciclista, mas também para elevar o status social de quem pedala, aqueles que possuem carros e se sentem seguros neles. Apenas as

sociedades atrasadas veem bicicletas como veículo inferior, para os pobres. Lauro de Freitas é uma cidade plana, de perfil turístico e em construção. A maneira que se constrói uma cidade reflete nos valores da sociedade. Uma cidade com calçadas largas e ciclovias reflete respeito à dignidade humana, igualdade social e legitimidade. Diversos bairros populares estão surgindo impulsionados pelo advento do projeto “Minha Casa, Minha Vida”, mas ainda ouço a população reclamar da escassez de transporte regular a estes locais, que por isso passam a fazer uso de transporte irregular em veículos cuja segurança deixa a desejar.

Esta carência aliada ao elevado custo (em geral esta população precisa pegar dois transportes até o seu destino final) e a falta de oferta de horários diversificados para o transporte público exige do governo prioridade na implantação das ciclovias para acesso a estas áreas, integrando-as às grandes bases de transporte público urbano, que deverá implantar ainda uma estrutura de bicicletário para que o cidadão possa deixar sua bicicleta, além de ciclovias nas grandes vias de escoamento da cidade, a exemplo da Avenida dos Trabalhadores, Avenida do Canal e Avenida Luiz Tarquínio. Estamos aqui falando do favorecimento às classes de menor poder aquisitivo. Existe ainda o incremento à vocação turística

Cidade sem cuidados Infelizmente não temos muitos meios onde recorrer buscando melhorias para nosso municipio. Como adoro a revista Vilas Magazine e sei que ela é muito lida e respeitada, faço nela o meu desabafo!

Vocês já publicaram várias reportagens sobre melhorias e benfeitorias em Lauro de Freitas toda. Este ano publicaram uma reportagem falando que o asfaltamento e esgotamento do Jardim do Picuaia seria feito a partir de abril. Nada foi feito até agora. As placas

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local, com ciclovias nas avenidas Praia de Copacabana, Praia de Itapuã, Praia de Pajuçara e Praia de Itamaracá, formando praticamente um circuito, além do acesso à belíssima praia de Buraquinho a partir da Rua Ministro Antonio Carlos Magalhães. Atualmente, Copenhague, na Dinamarca , e Amsterdã, na Holanda, disputam o posto de melhor cidade para pedalar no mundo. Não por acaso, as duas aparecem entre as vencedoras de melhores cidades para se viver no mundo. Isto porque? Claro que há uma relação entre cidades seguras e convidativas para pedalar e a qualidade de vida de quem mora nelas. A cidade fica mais silenciosa, menos poluída, os tempos de deslocamentos diminuem e os gastos com saúde idem. Mas se com todas estas vantagens, o poder público ainda não estiver disposto a facilitar para o lado dos ciclistas, o cicloativismo pode ser uma maneira de se fazer ouvir. Foi assim em São Francisco, na Califórnia, quando em 1992 surgiu o Critical Mass – movimento de ciclistas que tomava as ruas toda última sexta-feira do mês, em horário de rush. O movimento influenciou cidades em todo mundo, e aqui no Brasil este movimento é representado pelo bicicletada.org Chris Carlsson, um dos criadores do Critical Mass, apresenta um cálculo desenvolvido pela prefeitura de Copenhague muito interessante sobre as vantagens de se investir em ciclovias, onde mediu o tempo de deslocamento, a necessidade de investimento em infraestrutura e saúde pública e os ganhos com turismo. Neste estudo, concluiu-se que a cada quilômetro pedalado por uma bicicleta, a cidade ganha o equivalente a R$ 0,70. Enquanto isso, a cada quilômetro percorrido por um carro, a cidade gasta o equivalente a R$ 0,30. Por todas estas questões, senhor prefeito, a capa da revista Vilas Magazine deveria vir para a sua agenda política. Afinal, uma cidade desenvolvida mais se assemelha àquela onde os ricos andam de bicicleta do que aquela onde os pobres andam de carro. E o senhor, que como médico sabe as vantagens que o exercício diário proporciona para a qualidade de vida do cidadão, está com a faca e o queijo na mão. Adriana Tavares, estudante no Mestrado de Engenharia dos Transportes – UFBA, com cursos em Educação para o Transito e Cidadania, e moradora de Lauro de Freitas.

não tem data de início e final de obra. Lutamos para conseguir ter um apartamento próprio, um carro para a família, pagamos impostos caros, IPTU, e estamos completamente entregues ao descaso da prefeitura, que demora em fazer sua parte, o que nos deve, esgoto, luz, asfalto. Por favor redatores, façam uma

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visita a Av. Jose Leite e adjacências e vejam a quantidade de moradores, fotografem e ratifiquem sua reportagem, dando a verdadeira nota de como estamos vivendo no Jardim do Picuaia, Caji, Itinga. Precisamos de atenção. Edna Ricci Artero.


TRIBUNA DO LEITOR

Animais soltos em via pública continuam provocando acidentes Essa semana presenciei um episódio por demais marcante envolvendo um cavalo. Algumas pessoas já souberam através do facebook, pois postei pedido de ajuda. Somente agora tenho condições de relatar as cenas impressionantes que presenciei. Entendo que algumas pessoas não gostem de ver a foto abaixo e compartilhar, mas esse é o único modo que temos, de divulgar um acidente como este. Se vocês vissem quanto sofrimento calado vi nas últimas horas de vida nos olhos desse animal tão grande e tão sensível ao mesmo tempo, entenderiam o que quero buscar daqui para frente. Passei pela Estrada do Coco por volta de 7h15 da manha do dia 24/7, em frente ao supermercado Hiper Bompreço de Portão, e ali havia um cavalo marrom caído na pista, com uma viatura da PM com dois policiais. O animal sangrava muito e estava vivo. Estava levando meu filho para a escola, não pude parar de imediato, porém, corri o mais que pude e dentro de 15 minutos consegui voltar. O cavalo tinha sido atropelado por volta de 6 horas da manhã, por um carro modelo sprinter prata, que fugiu. Pessoas que depois se aproximaram relataram que o animal ficou se batendo, tentando levantar, entre as duas pistas e acostamento, as duas patas do lado esquerdo (dianteira e traseira) estavam estraçalhadas, fraturas exposta, muito sangue. Ele tentava levantar e não conseguia apoio, caía. Eu como louca, tentando fazê-lo ficar deitado. Os policiais nada faziam, queriam apenas desobstruir a estrada que pelo horário já formara congestionamento. Dois rapazes me ajudaram, pedi bastante ajuda por telefone e facebook, mas ninguém podia ir lá. Telefonei para veterinários, mas nada puderam fazer. Os policiais disseram que haviam chamado a prefeitura. Chega daí a pouco um trator da prefeitura com alguns homens dizendo que haviam sido chamados para buscar o cavalo e queriam levá-lo vivo e se debatendo na concha do trator, ate a zoonoses. Imaginem vocês a situação do animal, com muita dor, no alto daquela concha, por quilômetros, ate chegar ao destino. Protestei e não deixei, eles discutiam, os policiais mandavam levar, eu nao deixava, ninguém para me ajudar. Resumindo: os homens colocaram o cavalo amarrado nas duas patas boas na concha do trator e colocaram-no no acostamento na pista contrária. Legal para a policia, que conseguiu desobstruir a pista, ligou sua viatura e se mandou. Me vi só, com dois rapazes que trabalham ali em frente e estavam compadecidos pelo animal. Longo tempo depois e várias tentativas do animal levantar, chegaram duas pessoas da zoonoses, que finalmente puderam eutanasiá-lo ali no chão, com injeção de medicamentos apropriados. Me disse um dos rapazes que são vários atropelamentos por semana na região, que no sábado anterior uma moça atropelou outro cavalo que teve o mesmo fim, e que a moça também se machucou. Soube também que já foram identificados e multados os donos de vários cavalos que transitam livremente na região, mas a situação não muda, pois pagam as multas, que são de baixo valor, e os animais continuam soltos. Pelas fotos vocês podem avaliar a situação: o cavalo sofreu muito até sua vida se acabar, sofrimento calado, imenso, tinha além da dor, muito medo. Dia seguinte, no bairro Miragem, precisei parar o carro pois dois cavalos brancos, sendo um deles provavelmente filho do maior, atravessavam a pista

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lentamente. Bloqueei o trânsito até que eles chegassem do outro lado e fiz algumas fotos. Por vezes as pessoas conseguem frear, mas a depender da situação e velocidade, não conseguem. Quantos animais mais precisaremos ver mortos para que algo seja feito? Após minha postagem no face, vi alguns comentários tipo: “Ah, eu vi mesmo, passei por ali e vi o bicho sangrando”. Pergunto: como é que a pessoa conseguiu ver isso e seguir seu caminho? Medo de se envolver? Ou por que é mais fácil seguir em frente? Onde está a compaixão? Quantos animais sofrem acidentes tendo morte cruel? Com esse cavalo não deixei fazerem o que eles queriam (a polícia e a prefeitura) de levá-lo de qualquer jeito, numa concha de trator, para morrer sabe-se lá de que maneira longe das pessoas? Mas e os outros ? Gente, com um cão que vemos acidentado, podemos colocar no carro, buscar ajuda de uma maneira mais simples, mas vocês não tem ideia do que é ver um animal com muitos quilos, enorme, agonizando e você não poder ajudar! Já é meu terc e i ro p ro b l e m a grave com cavalo na Bahia, e espero sinceramente que seja o último. Já conversei com Ana Rita Tavares e quero começar um trabalho com animais de grande porte em Lauro de Freitas e Camaçari. Conscientização, posse responsável, melhores condições de vida, punição para proprietários que não cuidem, fiscalização em geral, acabar com carroças puxadas por cavalos. Algumas pessoas já se prontificaram a ajudar nesse trabalho, mas precisamos de muito mais. Divulguem para meios de comunicação a falta de respeito que a polícia e prefeitura lidam com essa situação e a falta de responsabilidade deles em não promoverem ações para impedir os acidentes. Tenho um amigo que trabalha na CLN e me contou que vários animais são resgatados por semana e que a prefeitura não tem para onde levar. Vários estão apenas soltos nas pistas. Quem pode me ajudar? A quem devo recorrer? Preciso também do contato com as prefeituras para acionar os departamentos de zoonoses com maior rapidez e os telefones e nomes de pessoas que tenham acesso a essas pessoas com maior eficiência. Conto com a ajuda de vocês!! Paula Castanha Proprietários de cavalos, em Lauro de Freitas e Camaçari, permitem que tratadores passeiem com seus animais por vias de alta rotação de tráfego, inclusive atravessando estas vias na Estrada do Coco, causando vários acidentes, inclusive com vítimas, tanto por parte dos animais como de pessoas. É comum se ver cavalos e bois transitando sem condutor e atravessando as pistas perigosamente. E o que mais me surpreende, é que a polícia não faz nada, e nesses municípios não existe lei proibindo a circulação de animais em vias próximas ao asfalto, e se existe não é aplicada. Quando acontece um acidente as pessoas envolvidas na solução dos problemas, não têm preparo suficiente para decidir como agir corretamente. Nesta quarta-feira (24/7), por volta das 6 horas da manhã, um cavalo foi

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atropelado na Estrada do Coco, em frente ao Hiper Bompreço. Na oportunidade várias pessoas opinavam e quase todas contra o animal que foi atropelado. O policial queria desobstruir a pista, queria tirar o cavalo andando, embora o animal estivesse com as duas patas traseiras quebradas. A prefeitura mandou um preposto com um trator para retirar o animal agonizando na pá do trator, com total falta de sensibilidade para o sofrimento do animal, que se contorcia de dor. O cavalo acabou por receber uma injeção e veio falecer. Benedicto Veras Sobrinho

Solicito mais uma vez a ajuda da conceituada revista Vilas Magazine para a solução de um grave problema. Por diversas vezes, desde a gestão anterior, de Moema Gramacho, vimos solicitando a retirada de animais de grande porte soltos pelas ruas do nosso bairro e até agora nada foi feito. Reinteramos por diversas vezes o mesmo pedido para a mesma solução ao atual prefeito de Lauro de Freitas, digníssimo dr. Márcio Paiva, através dos órgãos competentes da prefeitura e nada até agora. Esses animais, cavalos e éguas, soltos feceirosamente nas ruas do nosso bairro, são, além da incoveniência com a sujeira que fazem, são um grande perigo ao tráfego de veículos, podendo ocasionar um acidente grave. Esses belos e bem tratados animais, soltos nas ruas do nosso bairro, apelidados pelos moradores de ‘cortadores de grama’, vivem bem alimentados com a grama dos nossos passeios (calçadas) e com a água límpida de um pequeno riacho, no fim da rua. A foto acima é bastante esclarecedora sobre o assunto, mostrando como vivem e descansam esses animais nas ruas do nosso bairro e em nossos passeios, parecendo que são nossos animais de estimação. A quem devemos apelar? José Augusto Benevides Silveira.

Exemplo de solidariedade Dia 26 de junho, uma quarta feira, por volta das 21h50, estava trabalhando e como proprietário do Restaurante Varanda Gastronomia, acompanhava a saída de um cliente quando ouvi, do outro lado da rua, um barulho de pessoa caindo, próximo ao estacionamento da Zezito Imóveis. Ao meu lado meu sócio e chef, Luciano. Viramos e vimos uma pessoa no chão. Bate a adrenalina e rapidamente juntos fomos ver o que havia acontecido. A pessoa estava desmaiada. O que fazer? Ligar para o SAMU foi a primeira ideia que me veio a mente. Enquanto eu ligava, Luciano seguiu para a farmácia Drogasil, na esquina, nosso vizinho, pedindo ajuda. Esta providência foi a mais acertada e em menos de dois minutos ele volta com o farmacêutico, sr. Wilson. Nisso o cidadão desmaiado começa a ter uma convulsão, tremendo muito. De imediato o farmacêutico o coloca de lado, segura sua cabeça, e consegue controlar a crise, ao tempo que o cidadão volta a ter leve consciência. Cadê a SAMU? O cidadão volta a desmaiar e tem mais duas convulsões. Quando recobra novamente a consciência, consegue sussurrar o número do seu telefone, começa a chorar, dizendo não querer morrer e que teve um AVC a um mês. O farmacêutico Wilson continua prestando seu atendimento, ali mesmo no chão, enquanto eu telefono para o número. Atende sua mãe, e sem perder tempo informei que seu filho estava desmaiado na rua. Ela chama o marido, explico o ocorrido e peço sua urgente presença no local. Passam mais seis minutos aproximadamente e o pai chega. Colocamos o rapaz no carro e orientamos que o levasse de imediato para o hospital. Podíamos levar o relato sobre a demora e ausência da SAMU, falarmos que o país não tem estrutura, mas o importante é enaltecer a cidadania de todos que ali pararam para ajudar o rapaz e o profissionalismo e estrutura psicológica do farmacêutico Wilson. Não sei se teríamos um final feliz se não fosse o conhecimento deste profissional, que de imediato saiu de seu trabalho, ultrapassou seu horário para fechar o estabelecimento e não se ausentou até ver a transferência do rapaz para o hospital. Foram muitos os agradecimentos a esta pessoa dos que ali juntos passaram esta situação. Com solidariedade podemos sim ter esperança nos que ao nosso lado estão, mesmo, que momentaneamente sejam desconhecidos. Somos brasileiros! E Gustavo (este o nome do rapaz) está passando bem! Paulo Moretzsohn de Moura.

‘Cacete armado’, impune, amplia seus domínios Desde o dia 11 de junho foi feita uma denúncia de invasão de terreno pela favela, bares e lava-jato que se instalaram entre a portaria 2 de Vilas do Atlântico e o loteamento Miragem, na esquina das ruas Praia de Itamaracá com Priscila Dutra, em três departamentos da prefeitura de Lauro de Freitas, sob os protocolos 26/2013 (Vigilância Sanitária), 19954 (SESP) e 300 (Meio Ambiente), mas até agora, tendo passados mais de 40 dias, nada se apurou. Na Vigilância Sanitária, a informação é de que eles não tem carro para sair e fazer a vistoria! É muita falta de respeito ao cidadão que paga seus impostos. Isso sem falar nos problemas sociais que a favela traz para a região, como falta de segurança e fechamento de estabelecimentos legalizados, como se vê do outro lado da rua, em frente a favela. O mais incrivel é que a favela conta com toda infra-estrutura de que eles necessitam, como água, que tem até o cavalete da Embasa, mas sem hidrômetro, luz, telefone público nos bares, que com certeza não tem alvará de funcionamento. Até quando a prefeitura vai fechar os olhos para toda essa cena? Milton Quintino da Silva.

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Animais soltos nas ruas continuam provocando acidentes

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avalos e jegues soltos pelas ruas em Lauro de Freitas. Quem nunca viu? Muitos motoristas já tiveram grandes sustos. Em outros casos, acidentes mesmo, sempre graves devido ao peso dos animais, muitas vezes com vítimas fatais, incluindo os animais. O problema não é novo, mas continua sem solução à vista. No trecho da BA-099, a Estrada do Coco, que é administrado pela Concessionária Litoral Norte (CLN) é raro ocorrerem acidentes porque a empresa se encarrega de retirar os animais soltos nas margens da pista. De acordo com o Sd. PM Amâncio, do Batalhão de Polícia Rodoviária (BPRv), apesar de apreendidos no município de Camaçari e Mata de São João, os animais costumam ser entregues pela CLN aos cuidados da área de zoonoses da prefeitura de Lauro de Freitas. Já em Lauro de Freitas é comum ver animais passeando tranquilamente pelo Miragem, Buraquinho, Vilas do Atlântico ou Ipitanga. Manoel Vieira Filho, 65 anos, morador do Miragem, acredita que os animais são propositalmente soltos pelos donos – em geral carroceiros – para se alimentarem por conta própria. Via de regra, “são cavalos e jegues de aparência pouco saudável que se vê pelas ruas”, diz. À noite o perigo aumenta porque os motoristas só vêm o animal quando já estão muito próximos. Quem transita de carro por esses bairros já sabe que deve contar com o risco na esquina seguinte. “O susto é muito grande”, diz Maria Amélia Gondim, moradora de Vilas do Atlântico, que já quase colidiu com um jegue na avenida Praia de Copacabana. “A primeira reação é desviar do animal, mas nem sempre é possível”, diz. “A prefeitura devia se responsabilizar e recolher sistematicamente os animais”, opina. Maus tratos Os próprios cavalos e jegues estão expostos a riscos ao vagar soltos

Carro destruído, após colidir com cavalo, na Estrada do Co­co, em julho. Quem paga esse prejuízo? Quem deve ser responsabilizado? pelas ruas. A Vilas Magazine publica na Tribuna do Leitor, nesta edição uma aterrorizante carta de quem testemunhou um desses acidentes com um cavalo, desta vez sem vítimas humanas, por volta do Km 7 da Estrada do Coco. De acordo com a leitora, o animal foi removido da pista, ainda vivo, agonizando com duas patas quebradas – na concha de uma pá carregadeira da prefeitura de Lauro de Freitas. Os funcionários públicos “haviam sido chamados para buscar o cavalo e queriam levá-lo vivo e se debatendo na concha do trator até a Zoonoses”, no Caji, escreve Paula Castanha. “Imaginem vocês a situação do animal, com muita dor no alto daquela concha, por quilômetros até chegar ao destino”, completa – “eu não deixei, eles discutiam, a polícia mandava levar, eu não deixava, ninguém para me ajudar”. Por fim, segundo Castanha, “os homens colocaram o cavalo amarrado nas duas patas boas na concha do trator e colocaram-no no acostamento na pista contrária”. O objetivo era pura e simplesmente desobstruir a pista. Vilas Magazine

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