Relatório comparativo 2016

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Departamento Socioambiental

RELATÓRIO Análise Comparativa de Espécies Vegetais e o Estado de Conservação da Flora Remanescente de Cerrado em Área de Preservação da Sede da Empresa VINA – Gestão

de

Resíduos

Sólidos

e

Locação

de

Equipamentos, Município de Belo Horizonte, MG.

Sabrina Sores Cardoso de Araújo Bióloga, CRBio 93160/04-D 4ª região E-mail: scda.bio@gmail.com Tel.: (31) 98726-9272

Belo Horizonte, 2017


Índice

1 Introdução ............................................................................................................ 03 2 Objetivo

........................................................................................................... 04

3 Metodologia ........................................................................................................... 04 3.1 Área de estudo ....................................................................................... 04 3.2 Métodos utilizados no levantamento ...................................................... 07 4 Resultados ........................................................................................................... 08 5 Conclusão ............................................................................................................17 6 Aspectos Gerais ...................................................................................................18 7 Referências ............................................................................................................20

2


1 Introdução A conservação do Cerrado, considerada uma das mais ricas savanas do mundo, é de extrema importância para a estabilidade da biodiversidade mundial (Mittermeier et al., 2005) e desde 1990, de acordo com

Mittermeier et al., é

reconhecido internacionalmente como área prioritária para a conservação da biodiversidade do planeta. Estudos indicam que quase 50% da cobertura original do Cerrado já tenham sido devastadas (MMA, 2011), sendo que a maior parte da vegetação remanescente encontra-se modificada por atividades antrópicas como agropecuária, extrativismo vegetal e expansão urbana (Durigan et al., 2004; Felfili et al.,2002). Assim, os remanescentes florestais possuem importância na conservação desse bioma, já que são áreas verdes protegidas, por entidades públicas ou privados, que detêm parte da biodiversidade de uma comunidade (Viana; Pinheiro, 1998) e, quando inseridos em paisagens alteradas, consistem em núcleos potenciais de funcionalidade e estocasticidade que aumentam a possibilidade de recolonização de ambientes degradados por promoverem o restabelecimento do fluxo gênico (Reis; Tres, 2007). Haja vista que grande parte das áreas protegidas são formados por remanescentes florestais, isolados, de pequeno porte e que se encontram em estádios iniciais de sucessão (Metzger et al., 2009), além de sofrerem ameaças mais graves e constantes por estarem localizados próximos aos centros urbanos (Fiszon et al., 2003), a criação de áreas protegidas, enquanto instrumento de proteção e conservação

da

biodiversidade,

se

consolida

como

estratégia

para

o

desenvolvimento sustentável. Em 2008, a empresa VINA - Gestão de Resíduos Sólidos e Locação de Equipamentos, através do seu Departamento Socioambiental, realizou uma caracterização e uma avalição sobre o estado de conservação do terreno, junto ao levantamento florístico, que norteou o projeto arquitetônico de instalação da empresa, considerando os manejos de conservação propostos no relatório em questão.

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2 Objetivo O presente trabalho consiste na continuação do monitoramento da área de cerrado sensu stricto da empresa VINA, bem como avaliar as variações florísticas e estruturais, comparando o levantamento florístico realizado há nove anos. 3 Metodologia 3.1 A área de estudo O presente trabalho foi realizado na área de preservação da Empresa VINA – Vina Gestão de Resíduos Sólidos e Locação de Equipamentos , situada na Avenida Perimetral, número 2521, no Bairro Vale do Jatobá, município de Belo Horizonte, MG. Um dos principais focos do projeto arquitetônico para a instalação da empresa Vina no terreno, foi à execução de um projeto sustentável que conservou grande parte da vegetação nativa. A figura 1 mostra as áreas verdes idealizada no projeto, representando quase 40% em relação à sua área total. Área total do terreno: 12.296,03m² Taxa de permeabilidade exigida: 20% Taxa de permeabilidade atingida: 39,56% (4.864,6247m² de área conservada)

Figura 1: Representação da área descoberta e permeável da empresa Vina, dotada de vegetação.

4


A figura 2 apresenta a área total, em 2008, em comparação à área atual após a instalação da empresa, ilustrando a redução de 60% das áreas verdes totais.

Figura 2: À esquerda, localização do empreendimento no ano de 2008 e a direita, localização do empreendimento em 2016. Fonte: Google Earth

Durante a instalação da empresa VINA, as áreas verdes sofreram com aterramento, supressão de espécies, poda indevida, fogo e outras ações antrópicas. Em grande parte dessas áreas, o processo de sucessão ecológica acontece de forma natural e gradativa onde a estruturação e a formação da comunidade desenvolvem-se lentamente. Já em outras áreas, onde foi observado um grave estado de degradação ambiental, houve uma intervenção, com o plantio de 40 espécies nativas, induzindo a dinâmica de sucessão secundária. Após a instalação da empresa VIA, foi possível identificar algumas fisionomias do cerrado consolidadas na área de preservação. Assim como já descrito por Coutinho (1976), o Cerrado é “um complexo de formações oreádicas; suas formas savanícolas ou intermediárias representam verdadeiros ecótonos de vegetação, entre as formas florestais (cerradão) e campestres (campo limpo)”. A figura 3 ilustra e identifica as áreas com essa estratificação, e corrobora com as análises comparativas que serão feitas posteriormente sob o trabalho anterior.

5


Figura 3: Panorama aéreo da empresa VINA com destaque de pontos relevantes da área de preservação. Fonte: Google Earth.

Nas áreas marcadas de amarelo há a presenças de capim braquiária (Brachiaria adspersa), colonião (Panicum maximum) e outras espécies invasoras como a Leucena sp. Essas áreas já foram identificadas em relatório anterior como áreas com ocorrência de sinais de presença humana, bem como de espécies invasoras e ruderais, além de lixo doméstico. Atualmente apresenta baixa diversidade de espécies e ainda é povoada por espécies ruderais, terófitas e invasoras; caracterizando estágio primário de sucessão ecológica. Vale ressaltar que na área em questão, à presença de cerca de dez espécies arbóreas adultas, entre elas a Guapira noxia, Stryphnodendron obovatum

e

Hyptidendron asperrimum, com porte arbóreo variando entre 2,0 a 3,0 metros de altura favorece o processo de sucessão ecológica, contribuindo com o banco de sementes e servindo como poleiros para possíveis dispersores. Outra área em destaque, pontuada com a cor azul, apresenta um extrato arbóreo com presença de várias árvores senescentes, com tamanhos que ultrapassam 8 metros de altura. Espécies clímax como a Bowdichia virgilioides, Handroanthus albus e o Pseudobombax longiflorum, reforçam a inclusão dessa área em fases finais da sucessão ecológica. Outros parâmetros observados foram à 6


abundância relativa encontrada, que é a menor comparada com outras fisionomias da área, e uma maior riqueza de espécies, apresentando alta diversidade na área amostrada. A área apontada de verde apresenta uma vegetação de camadas herbáceas e arbustivas, com a presença de árvores com dossel abaixo dos 4 metros. Essas características configuram uma fisionomia de campo limpo e apresenta espécies consideradas prioritárias para a conservação. Essa classificação é justificada por se estabelecer ali, espécies raras como a Habenaria curvilabra, espécies endêmicas como o Anacardium humile ou ameaçadas de extinção, como por exemplo, a Anemopaegma arvense. Além disso, apresenta alta diversidade com baixa abundância absoluta e relativa desses indivíduos.

3.2 Métodos utilizados no levantamento O levantamento dos dados ocorreu no período de setembro de 2015 a dezembro de 2016 onde a área estudada foi dividida em quatro parcelas com diâmetros diferenciados, totalizando, aproximadamente, 4.900 m². Todos os indivíduos arbóreos presentes, com PAP (Perímetro à Altura do Peito) igual ou superior a 15 centímetros foram amostrados. Em caminhada pelas parcelas, foram coletadas informações botânicas e ecológicas das espécies e, quando necessário, partes botânicas foram colhidas e/ou fotografadas para auxiliar na identificação ex sito. Os indivíduos amostrados foram identificados em campo, quando possível, e aqueles que não puderam ser identificados in loco foram coletados, herborizados e identificados com auxílio de literatura especializada, sendo os nomes científicos determinados através de guias de identificação (Lorenzi, diversas obras). As espécies foram classificadas de acordo o sistema Angiosperm Phylogeny Group (APG III, 2009) e os autores e sinonímias conferidos nos sites: Lista da Flora do Brasil (2014) e The Plant List. As espécies também foram classificadas quanto ao seu grau de ameaça de acordo com a Lista de Espécies da Flora Ameaçadas de Extinção do Brasil (Fundação Biodiversitas, 2008). 7


Foto 1: Coleta de partes botânicas da flora.

4 Resultados A flora registrada totalizou 132 espécies, pertencentes a 47 famílias taxonômicas, sendo que Asteraceae, Fabaceae e Malpighiaceae apresentaram a maior contribuição à composição de espécies (22, 15 e 10 táxons, respectivamente). Essas famílias foram acompanhadas de Mirtaceae com sete espécies e Poaceae com seis espécies levantadas. As demais famílias contribuíram com reduzido número de táxons para a composição total da comunidade e a listagem completa das espécies é apresentada na Tabela 1.

Tabela 1: Plantas vasculares registradas nas áreas remanescentes de cerrado da VINA – Equipamentos e construções LTDA. Hábito: S, subarbusto; A ,árvore; Ab, arbusto; E, erva; L, liana. Ameaça: - , não avaliado; PP, pouco preocupante; EP, em perigo; QA, quase ameaçado.

Família/Espécie

Nome Popular

Hábito/Ameaça

ACANTHACEAE 1. Ruellia geminiflora Kunth

S/ -

ANACARDIÁCEAS 2. Anacardium humile A.St.-Hil.

Caju do Cerrado

A/PP

ANEMIACEAE 3. Anemia tomentosa (Sav.) Sw.

E/ -

ANONACEAE 4. Annona crassiflora Mart.

Araticum da Mata

A/PP

Gravatá

A/ -

APIACEAE 5. Eryngium horridum Malme

8


APOCYNACEAE 6. Himatanthus obovatus (Müll. Arg.) Woodson

Pau de Leite

E/ -

Mandiocão

A/ -

Macela

E/ -

ARALIACEAE 7. Schefflera macrocarpa (Cham. & Schltdl.) Frodin ASTERACEAE 8. Achyrocline satureioides (Lam.) DC. 9. Aspilia foliacea (Spreng.) Baker

E/-

10. Ayapana amygdalina (Lam.) R.M.King & H.Rob.

S/ -

11. Baccharis aphylla (Vell.) DC.

S/ -

12. Baccharis dracunculifolia DC.

Alecrim do campo

Ar/-

13. Baccharis genistelloides (Lam). Pers.

S/ -

14. Baccharis rufescens Spreng

S/ -

15. Baccharis subdentata DC.

E/ -

16. Chromolaena cylindrocephala (Sch.Bip. ex Baker) R.M.King & H.Rob

Ar/-

17. Chromolaena horminioides DC.

S/ -

18. Chromolaena laevigata (Lam.) R.M.King & H.Rob.

Camará Falso

Ar/-

19. Lepidaploa chamissonis (Less.) H.Rob

Cambarazinho

Ar/-

20. Lepidaploa rufogrisea (A.St.-Hil.) H.Rob.

Ar/

21. Lessingianthus coriaceus (Less.) H.Rob

Ar/ -

22. Lessingianthus linearifolius (Less.) H.Rob.

S/ -

23. Piptocarpha rotundifolia (Less.) Baker

A/ -

24. Pterocaulon rugosum (Vahl) Malme

E/ -

25. Stenocephalum apiculatum (Mart. ex DC.) Sch.Bip.

S/ -

26. Sonchus oleraceus L.

E/-

27. Trichogonia salviifolia Gardner

S/ -

28. Vernonanthura polyanthes (Sprengel) Vega & Demattei

Assa Peixe

Ar/ -

29. Vernonanthura tweediana (Baker) H.Rob

Ar/ -

30. Viguiera robusta Gardner

S/ -

BIGNONIACEAE 31. Anemopaegma arvense (Vell.) Stellfeld ex de Souza

Catuaba

32. Cuspidaria pulchra (Cham.) L.G.Lohmann

Ar/EP L/ -

33. Handroanthus albus (Cham.) Mattos

Ipê Amarelo

A/PP

34. Zeyheria montana Mart.

Bolsa de Pastor

A/PP

Bromélia

E/ -

Pequi

A/PP

Pau Santo

A/PP

BROMELIACEAE 35. Aechmea sp Ruiz & Pav. CARYOCARACE 36. Caryocar brasiliense Cambess CALOPHYLLACEAE 37. Kielmeyera coriacea Mart. & Zucc. CELASTRACEAE

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38. Tontelea micrantha (Mart. ex Schult.) A.C.Sm

Bacupari

Ar/ -

Capitão do Mato

A/PP

COMBRETACEAE 39.Terminalia argentea Mart. CONVOLVULACEAE 40. Evolvulus linoides Moric 41. Ipomoea cairica (L.) Sweet

E/ Campainha

42. Merremia tomentosa (Choisy) Hallier f

L/ S/ -

CYPERACEAE 43. Rhynchospora nervosa (Vahl) Boeckeler

Capim Estrela

E/ -

Lixeirinha

Ar/ -

45. Erythroxylum deciduum A.St.-Hil.

Arco de Barril

Ar/ -

46. Erythroxylum gonocladum (Mart.) O.E.Schulz

Fruta de Pomba

Ar/ -

47. Erythroxylum suberosum A.St.-Hil.

Cabelo de Negro

Ar/ -

DILLENIACEAE 44. Davilla elliptica A.St.-Hil. ERYTHROXYLACEAE

48. Erythroxylum tortuosum Mart.

Ar/ -

EUPHORBIACEAE 49. Manihot violacea Pohl 50. Maprounea guianensis Aubl.

S/ Marmelo do Campo

51. Sebastiania bidentata (Mart.) Pax

Ar/ Sub/ -

FABACEAE 52. Bowdichia virgilioides Kunth

Sucupira

A/QA

53. Chamaecrista cathartica (Mart.) H.S.Irwin & Barneby

E/ -

54. Clitoria guianensis (Aubl.) Benth.

E/ -

55. Dalbergia miscolobium Benth

A/ -

58. Mimosa dolens Vell

Caviúna do Cerrado Timburi do Cerrado Jacarandá do Campo Mimosa

59. Mimosa pudica L.

Fecha Maria

E/ -

56. Enterolobium gummiferum (Mart.) J.F.Macbr. 57. Machaerium villosum Vogel

A/ A/ Ar/ -

60. Mimosa somnians Humb. & Bonpl. ex Willd.

Ar/ -

61. Senna rugosa (G.Don) H.S.Irwin & Barneby

Ar/ -

62. Stryphnodendron adstringens (Mart.) Coville

Barbatimão

A/ -

63. Stryphnodendron obovatum Benth

Barbatimão do Cerrado Mineirão

A/ -

64. Stylosanthes guianensis (Aubl.) Sw.

E/ -

65. Zornia diphylla (L.) Pers.

S/ -

66. Zornia sp.

S

GETIANACEAE 67. Deianira pallescens Cham. & Schltdl. 68. Irlbachia speciosa (Cham. & Schltdl.) Maas

Fel da Terra

E/ E/ -

10


HYPOXIDACEAE 69. Hypoxis sp.

E/-

IRIDACEAE 70. Trimezia juncifolia (Klatt) Benth. & Hook

Íris do Cerrado

E/ -

71. Aegiphila verticillata Vell.

Milho de Grilo

A/ -

72. Hyptidendron asperrimum (Spreng.) Harley

Roxinho

A/ -

LAMIACEAE

73. Hyptis nudicaulis Benth

E/ -

LYTHRACEAE 74. Cuphea linarioides Cham. & Schltdl

Pacari

A/PP

75. Lafoensia pacari A.St.-Hil.

Quaresmeirinha

S/PP

MALPIGHIACEAE 76. Banisteriopsis campestris (A.Juss.) Little

S/ -

77. Banisteriopsis gardneriana (A.Juss.) W.R.Anderson & B.Gates

L/ -

78. Banisteriopsis malifolia (Nees & Mart.) B.Gates

L/ -

79. Byrsonima coccolobifolia Kunth

Murici Rosa

Ar/ PP

80. Byrsonima intermedia A.Juss.

Murici Amarelo

Ar/ -

81. Byrsonima verbascifolia (L.) DC.

Murici

Ar/ -

82. Camarea ericoides A.St.-Hil.

S/ -

83. Heteropterys campestris A.Juss

L/ -

84. Pterandra pyroidea A.Juss.

Ar/PP

85. Tetrapterys ambigua (A.Juss.) Nied

S/ -

MALVACEAE 86. Pavonia hastata Cav.

Ar/PP

87. Pavonia sp.

E

88. Sida rhombifolia L.

Quanxuma

E/ -

Cambará

E/ -

MELASTOMATACEAE 89. Cambessedesia espora (A.St.-Hil. ex Bonpl.) 90. Miconia albicans (Sw.) Triana

A/ -

91. Tibouchina (Aubl). Sp

A/ -

MENISPERMACEAE 92. Cissampelos ovalifolia DC.

Orelha de Onça

E/ -

MIRTACEAE 93. Campomanesia pubescens (Mart. ex DC.) O.Berg

Ar/PP

94. Campomanesia adamantium (Cambess.) O.Berg

Ar/ -

95. Eugenia bimarginata DC

Jambolão do Campo

Ar/ -

96. Myrcia guianensis (Aubl.) DC.

A/PP

97. Myrcia variabilis DC

A/PP

98. Psidium firmum O.Berg

Araçá

Ar/PP

99. Psidium grandifolium Mart. ex DC

Araçá Felpudo

Ar/PP

NYCTAGINÁCEAS

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100. Guapira noxia (Netto) Lundell

João Mole

A/ -

OCHNACEAE 101. Ouratea floribunda (A.St.-Hil.) Engl

S/ -

ORCHIDACEAE 102. Habenaria obtusa Lindl.

E/ -

103. Habenaria curvilabra Barb.Rodr.

E/ -

104. Oeceoclades maculata (Lindl.) Lindl

E/ -

OXALIDACEAE 105. Oxalis hirsutissima Mart. & Zucc.

S/ -

106. Oxalis nigrescens A.St.-Hil.

E/ -

PASSIFLORACEAE 107. Passiflora pohlii Mast.

L/ -

POACEAE 108. Axonopus siccus (Nees) Kuhlm

E/ -

109. Echinolaena inflexa (Poir.) Chase

E/ -

110. Paspalum eucomum Nees ex Trin

E/ -

111. Paspalum plicatulum Michx.

E/ -

112. Schizachyrium microstachyum (Desv. ex Ham.) Roseng., B.R. Arrill. & Izag

E/ -

POLYGALACEAE 113. Polygala paniculata L.

Gelol

E/ -

PRIMULACEAE 114. Myrsine guianensis (Aubl.) Kuntze

A/ -

PROTEACEAE 115. Roupala brasiliensis Klotzsch

Carne de Vaca

A/ -

RUBIACEAE 116. Borreria sp.

E

117. Diodella teres (Walter) Small

E/ -

118. Palicourea rigida Kunth

Bate Caixa

119. Sabicea brasiliensis Wernham

Ar/ S/ -

RUTACEAE 120. Zanthoxylum rhoifolium Lam.

Mamica de Porca

A/ -

Guaçatonga

Ar/ -

122. Solanum lycocarpum A.St.-Hil.

Lobeira

A/ -

123. Solanum palinacanthum Dunal

Joá

Ar/ -

124. Solanum paniculatum L.

Jurubeba

Ar/ -

125. Cecropia glaziovii Snethl

Embaúba

A/ -

126. Pseudobombax longiflorum (Mart.) A.Robyns

Embiruçu

A/ -

Lantana

Ar/ -

SALICACEAE 121. Casearia sylvestris Sw. SOLANACEAE

URTICACEAE

VERBENACEAE 127. Lantana camara L.

12


128. Lantana fucata Lindl.

Ar/ -

VITACEAE 129. Cissus erosa Rich

Cipó de Fogo

L/ -

130. Qualea grandiflora Mart.

Pau Terra

A/ -

131. Qualea parviflora Mart.

Pau Terrinha

A/ -

132.Vochysia elliptica Mart.

Pau Doce

A/ -

VOCHYSIACEAE

Os principais gêneros e espécies amostrados neste estudo evidenciaram os mesmos representantes e o padrão florístico típico de cerado sensu stricto observado no estudo passado, com a presença de um estrato heterogêneo. Durante o levantamento foi registrado um aumento de quase 60% da riqueza de espécies e um aumento 72% no número de famílias.

Houve um aumento

significativo na catalogação de espécies da família das Asteraceae, representando 40%. Outro aumento significativo foi registrado na família das Fabaceae com um aumento de 66% do número de espécies, comparando-se os dados do estudo anterior. Mendonça et al. (1998) consideram Fabaceae, Asteraceae e Poaceae como as mais ricas em espécies para o bioma Cerrado, mas Fabaceae é também destacada em outras formações. Segundo Cordeiro (2000), as espécies de Fabaceae são importantes em ambientes degradados, pois apresentam nodulação de raízes e adaptam-se melhor a solos com baixos teores de nitrogênio. Dentre os principais hábitos encontrados no levantamento florístico (Tabela 2), as ervas são as mais representativas, com 36 espécies, seguidas dos Arbustos com 34. As árvores e os subarbustos, também estão muito bem representados, com 33 e 22 espécies respectivamente. As lianas somam 7 espécies e também possuem grande importância nas áreas remanescentes por constituir como um parâmetro importante no processo de sucessão ecológica.

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Hábito

Árvore

33

Arbusto

34

Subarbusto

22

Erva

36

Liana

7

Tabela 2: Predominância de hábitos

A presença com maior frequência desse estrato herbáceo sugere uma maior susceptibilidade, dessa vegetação às ações antrópicas. Espécies como o Evolvulus linoides e Deianira pallescens são encontradas em baixa abundância (2 e 1 indivíduos respectivamente.) nas áreas amostradas e apresentaram floração e frutificação durante o período do levantamento. Algumas espécies nativas como Anacardium humile conhecido popularmente como cajuí, apresentam baixa capacidade de produção de frutos e sementes. A planta é heliófila (Hoehne, 1979) e melífera (Almeida et al., 1998), apresentando potencial medicinal e alimentar, podendo ser enquadrada no grupo das frutas tropicais. Todas essas características contribuem com a titulação de espécie ameaçada de extinção (Cemig, 2001). Outras espécies amostradas, como Anemopaegma arvense e Bowdichia virgilioides, encontram-se na li Lista Vermelha da flora brasileira (CNCFlora), sendo a primeira classificada como em perigo e a segunda como ameaçada de extinção. Dentre os estratos arbóreos e arbustivos, o índice de diversidade foi considerado relativamente alto (H’ = 3,678) podendo-se destacar a espécie Hyptidendron asperrimum (foto 2), da família das Lamiaceaes, como o representante mais abundante com, 127 indivíduos amostrados. Em seguida, outra espécie muito comum nas áreas de preservação da empresa VINA foi o Baccharis dracunculifolia, (foto 3) espécies medicinal, muito utilizada na cultura popular do cerrado.

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Foto 2: Espécie de Roxinho (Hyptidendron asperrimum), espécies mais abundante registrada.

Foto 3: Espécie de Alecrim d Campo em destaque (Baccharis dracunculifolia)

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A abundância absoluta das espécies arbóreas e arbustivas encontradas com maior frequência na análise, estão disponibilizadas no Gráfico 1.

Guamirin Gabiroba Murici Rosa Pau Terrinha Pau Terra Jurubeba Joá Lobeira Guaçatonga Mamica de Porca Bate Caixa Capiúba Roxinho Milho de Grilo Barbatimão do Cerrado Lixeirinha Jacarandá do Campo Caviúna do Cerrado Marmelo do Campo Pau Santo Pequi Ipê Amarelo Assa Peixe Alecrim do campo 0

20

40

60

80

100

120

140

Gráfico 1: Amostragem da abundância absolta das espécies arbóreas e arbustivas

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5 Conclusão O estudo realizado demostra a importância da conservação dos ambientes destinados a área de preservação, em função da ampla diversidade de espécies na área. Ainda se justifica pelo reconhecimento das espécies e famílias, e da estrutura da vegetação remanescente do cerrado na sede da empresa VINA, confirmando que os manejos realizados na área vêm favorecendo o processo de sucessão ecológica natural e consequentemente a recuperação do habitat. Os ecossistemas perturbados apresentam capacidade de recuperação distinta, relacionada a características físicas e biológicas do ambiente (Engel e Parrotta, 2008). Assim, o processo de regeneração natural depende da resiliência do ecossistema ao distúrbio, sendo afetado pelo banco de sementes ou propágulos vindos de outras áreas; pelo recrutamento e estabelecimento de novos indivíduos, dependentes da disponibilidade de recursos (Aubert e Oliveira Filho, 1994); por fatores de estresse, como o fogo (Melo et al., 2007); e pelo restabelecimento das relações ecológicas entre as espécies, dando continuidade ao processo de sucessão (Gandolfi et al., 2009). Nesse sentindo, a área de preservação da VINA abriga um banco de sementes e um fluxo gênico de espécies chave no processo de recuperação de áreas degradadas do bioma Cerrado. Espécies como Bowdichia virgilioides, espécie que sofre pressão antrópica pela utilização da sua madeira, são encontradas em estágio clímax, liberando propágulos anualmente. Assim, a manutenção dessa área remanescente do Cerrado na sede da empresa

VINA

mostra-se

extremamente

necessária

à

conservação

da

biodiversidade da fauna e da flora, constituindo-se como instrumento biológico natural do processo de recuperação de áreas urbanas degradadas, e ainda possibilitando melhores condições de conforto ambiental, saúde e lazer para as pessoas que utilizam do ambiente, assim como objeto para ações de conscientização e de educação ambiental.

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6 Aspectos Gerais  Duas espécies identificadas (apenas até gênero) no levantamento anterior Aechmea sp (Familia Bromeliaceae) e Hypoxis sp (família Hypoxidaceae) e destacadas por serem espécies de relevância ambiental, não apresentaram floração durante o levantamento realizado. Vale ainda destacar que as duas referidas espécies foram identificadas em pontos distintos dos apresentados em relatório passado.  Durante o trabalho realizado em campo, foi possível registrar espécies da fauna, interagindo com as espécies da flora, de diversas maneiras, caracterizando-se uma relação interessante para a renovação do fluxo gênico na área. Essas espécies foram fotografadas e as fotos podem ser visualizadas no link aqui apresentado. Fauna Vina  Para se elencar as relações ecológicas ente a fauna e a flora, existentes na área de preservação da Vina, torna-se necessário um estudo mais aprofundado da comunidade, com o objetivo de se obter outros aspectos de interações mais consistentes.  As fotos registradas da flora analisada nesse estudo encontram-se disponibilizada no Link a seguir. Flora Vina

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7 Referências APG III. 2009. An update of the Angiosperm Phylogeny Group classification for the orders and families of flowering plants. Botanical Journal of the Linnean Society, v.161, p. 105-121.

Aubert, E.; Oliveira Filho, A.T. 1994. Análise multivariada da estrutura fitossociológica do sub-bosque de plantios experimentais de Eucalyptus spp. e Pinus spp. em Lavras, MG. Revista Árvore, Viçosa, v. 3, n. 18, p. 194-214.

CEMIG. 2001. Companhia Energética de Minas Gerais. Assessoria de coordenação ambiental. Guia ilustrativo de plantas do cerrado de Minas Gerais. Nobel, São Paulo.

CNCFlora. Bowdichia virgilioides in Lista Vermelha da flora brasileira versão 2012.2

Centro

Nacional

de

Conservação

da

Flora.

Disponível

em

<http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/pt-br/profile/Bowdichia virgilioides>. Acesso em 15 março 2017.

CNCFlora. Anemopaegma arvense in Lista Vermelha da flora brasileira versão 2012.2

Centro

Nacional

de

Conservação

da

Flora.

Disponível

em

<http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/pt-br/profile/Anemopaegma arvense>. Acesso em 15 março 2017.

Cordeiro, L. 2000. Fixação de nitrogênio em leguminosas ocorrentes no cerrado. In: KLEIN, A. L. (Org.). Eugen Warming e o Cerrado brasilleiro: um século depois. São Paulo: Universidade Estadual de São Paulo, p.131-145.

Coutinho, L. M.1976. Contribuição ao conhecimento do papel ecológico das queimadas na floração de espécies do cerrado. 123 f. Tese (Livre Docência) – Universidade de São Paulo, São Paulo.

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