Inclusão Produtiva via mercado formal de trabalho
Ações: Março de 2007 a dezembro de 2017
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Sumário (este documento segue uma linha cronológica)
Projeto Aracê
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Objetivo geral Parceiros
Metodologia Inclusão Produtiva Aracê Gerência de Inclusão produtiva Processo de seleção para contratação Processo de acompanhamento Oficinas de trabalho Metodologia de Sensibilização Elos: Aracê & Vina
Implantação
11 13 17 21 22 24 27 43 48 49 80 82 84 89 93
2007 a 2009 2010 2011 2012 e 2013 2014 2015
Contratações
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Festas Vina
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Projeto Aracê 2016
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Projeto Aracê 2017
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Visão da Vina sobre o Projeto
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Erratas
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Ficha Técnica
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Contatos
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Anexos
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Durante todo o processo de implantação do Projeto-piloto Aracê, a VINA percebeu a importância de registrar e documentar todo o processo dessa experiência e insistiu com os parceiros formais sobre esta necessidade. Porém, eles não tiveram disponibilidade para a construção, em equipe, desses registros. Ao perceber que as informações estavam se acumulando, a VINA assumiu a coordenação das mesmas e tomou a iniciativa de divulgar o Projeto-piloto Aracê – de acordo com a visão da empresa – para demonstrar que a essência do Projeto é viável: inclusão social via mercado formal de trabalho.
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Projeto-piloto Aracê Aracê: do Tupi-guarani: aurora, o nascer do dia. A ideia Em 2005, durante o Festival Lixo e Cidadania, ficou evidente a grande dificuldade em inserir no mercado formal de trabalho pessoas com trajetória de exclusão. As políticas públicas e as Organizações não governamentais (ONGs), na tentativa de resgate dessas pessoas, conseguiam atuar só até certo ponto nesse processo. Mas ainda era necessária a participação do setor privado para que se completasse o ciclo de inclusão: a carteira assinada como garantia de trabalho e símbolo de cidadania.
A Diretoria da VINA Gestão de Resíduos Sólidos e Locação de Equipamentos se sensibilizou com a questão e agiu: entrou em contato com os atuais parceiros e colocou para o grupo a sua disposição em desenvolver um projeto-piloto de Inclusão Social que demonstrasse, na prática, a viabilidade do resgate da cidadania via mercado formal de trabalho. A empresa se propunha a ser o “laboratório” do Projeto para que, num futuro próximo, essa experiência pudesse sensibilizar outras empresas e, assim, tivesse início um ciclo capaz de promover a quebra de um paradigma social.
O projeto O Projeto Aracê1 foi todo concebido em parceria. A VINA não tinha um modelo pronto e não fez nenhum tipo de imposição, por acreditar que esse projeto-piloto deveria ser construído a partir das experiências e demandas apresentadas pelos parceiros para que, juntos, pudessem buscar mecanismos de inclusão social via mercado formal de trabalho. Em março de 2007, o Projeto Aracê começou a ser colocado em prática e, em dezembro do mesmo ano, um Termo de Cooperação2 foi assinado.
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Informações sobre o Projeto Aracê encontram-se disponíveis para consulta no Departamento Socioambiental. 2 O Termo de Cooperação encontra-se disponível para consulta no Departamento Socioambiental.
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A partir da proposta da VINA para a inclusão de pessoas em situação de vulnerabilidade social no seu quadro efetivo, a Secretaria Municipal de Saúde, por meio do seu Projeto de Saúde Mental, a Secretaria Municipal Adjunta de Assistência Social, por meio da sua Gerência de Inclusão Produtiva, e a Pastoral de Rua da Arquidiocese de Belo Horizonte constituíram, junto com a VINA, uma equipe de referência para criar e desenvolver esse projeto-piloto de inserção produtiva, no qual todas as etapas do processo deveriam ser cuidadosamente acompanhadas. O objetivo do Projeto Aracê é buscar soluções práticas que provoquem a reinserção desse público na sociedade, com respeito e dignidade, assim como servir de parâmetro para que outras empresas, a partir desta experiência prática, possam abrir suas portas para ampliar as possibilidades do exercício da responsabilidade social.
Objetivo geral Possibilitar a inserção produtiva no mercado formal de pessoas em situação de vulnerabilidade social. Essa inserção possibilitará a melhoria da qualidade de vida para o indivíduo e para sua família, o resgate da cidadania e a promoção social.
Objetivos específicos • Ampliar as possibilidades de inserção de pessoas em estado de vulnerabilidade social no mercado de trabalho; • Possibilitar a geração de renda e a inclusão produtiva de pessoas com trajetória de rua, como, também, da saúde mental; • Criar elementos que subsidiem a discussão sobre implementação de políticas públicas de inclusão produtiva que contemplem esse público; • Colocar em prática a responsabilidade social; • Disseminar a experiência em diferentes frentes, com apresentação dos resultados alcançados; • Despertar o interesse em outras empresas de criar programas similares.
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Os parceiros Para os parceiros do Projeto Aracê, a responsabilidade social é o compromisso que uma organização deve ter com a sociedade, expresso por meio de ações e atitudes que a afetem positivamente, de modo amplo, ou a uma comunidade, de modo específico.
Assim, numa visão expandida, responsabilidade social é toda e qualquer ação que possa contribuir para a melhoria da qualidade de vida da sociedade. (ASHLEY, 2002, p. 06).
VINA Gestão de Resíduos Sólidos e Locação de Equipamentos Empresa de Belo Horizonte que atua nas áreas de gestão de resíduos sólidos e de locação de equipamentos. Os esforços empreendidos na busca de formas mais compatíveis e inteligentes de relacionamento com a sociedade, o meio ambiente e a economia, levaram a VINA a promover parcerias com diferentes setores do poder público, instituições acadêmicas e do terceiro setor, sob a coordenação do seu Departamento Socioambiental.
PBH: Secretaria Municipal Adjunta de Assistência Social – SMAAS A SMAAS investe em ações que promovem a socialização, a convivência familiar e comunitária do indivíduo, visando também à prevenção de situações de risco e exclusão social. Nessa ótica, a Gerência de Inclusão Produtiva é a responsável pela qualificação e geração de trabalho e renda. Assim, acolhe as pessoas excluídas do mercado de trabalho na perspectiva do resgate da cidadania de forma articulada e integrada, buscando a capacidade produtiva e a autonomia dos usuários da Política de Assistência Social da PBH.
PBH: Secretaria Municipal de Saúde – SMSA Essa rede tem como diretriz norteadora e como política o projeto antimanicomial, que vem ancorado na insígnia “por uma sociedade sem manicômios”. O atual projeto de saúde mental busca a reinserção social do portador de sofrimento mental.
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Com o Projeto Aracê, abriu-se uma possibilidade de acesso ao mercado formal de trabalho como mais uma forma de resgate da cidadania. Além do projeto Aracê, a SMSA vem acompanhando, através da Incubadora de Empreendimentos Econômicos e Solidários, alguns de seus usuários que se organizaram numa Associação de Trabalho e Produção Solidária, autogestionária, chamada Suricato 3, que é o resultado da combinação entre o desejo de sustentar uma nova identidade e o empoderamento de seus associados, historicamente submetidos a um processo de exclusão.
Pastoral de Rua da Arquidiocese de Belo Horizonte A Pastoral de Rua atua, em Belo Horizonte, desde 1987. Uma das linhas de ação da Pastoral de Rua é a construção de alternativas de geração de trabalho e renda para pessoas com trajetória de exclusão, além de buscar alternativas que se constituam em políticas públicas. Em parceria com a SMAAS e com a ASMARE, a Pastoral encaminha e acompanha ex-moradores de rua para grupos organizados de geração de trabalho e renda.
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O Suricate (Suricata suicatta) é um mangusto que, ao contrário de seus parentes de hábitos noturnos ou crepusculares, adora o sol e sai da toca ao amanhecer para só voltar no fim da tarde. Frágil diante dos grandes predadores, sua principal estratégia de sobreviver é a solidariedade.
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Metodologia
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Inclusão Produtiva Aracê Mercado Formal de Trabalho Proposta Conceitual A ação primordial do Projeto Aracê consiste na implementação de processos metodológicos que assegurem aos indivíduos possibilidades de criar e/ou resgatar vínculos com o trabalho formal. A construção de um modelo de geração de trabalho e renda condizente com as necessidades de formação do usuário da política de Assistência Social tem como premissa garantir a prática democrática da garantia de direito ao trabalho, difusora de uma cultura geral e de valores éticos e políticos de emancipação social. Tendo como direção esse princípio, a proposta conceitual e metodológica do Projeto Aracê se apoia nas seguintes diretrizes:
1. Ampla reflexão em torno das noções de exclusão e inclusão social e da própria concepção de trabalho; 2. Análise sistemática e acompanhamento da experiência-piloto do Projeto Aracê; 3. Trabalhar as múltiplas dimensões (intelectual, afetiva, ética e estética) buscando uma relação dialética entre a profissionalização e o trabalho como experiência de formação e realização humana.
Caracterização do público-alvo População de Rua Secretaria Municipal Adjunta de Assistência Social /PBH Pastoral de Rua da Arquidiocese de Belo Horizonte A população adulta com trajetória de vida nas ruas de Belo Horizonte é, em sua maioria, do sexo masculino e tem menos de 40 anos de idade. Portanto, são pessoas que se enquadram na faixa produtiva. Nesse segmento, predomina a baixa 13
escolaridade com percentuais ainda significativos de analfabetos, dos que cursaram até a 4ª série do Ensino Fundamental e dos que concluíram o Ensino Médio. Mais da metade dessa população é oriunda do interior de Minas Gerais e de outros Estados. São pessoas que possuem em comum: a garantia de sobrevivência por meio de atividades nas ruas; vínculos familiares interrompidos ou fragilizados; e a não referência de moradia. Enfim, são expressões da exclusão socioeconômica, do desemprego, do déficit habitacional, dos processos de migração e do crescimento urbano acelerado.
SMSA - Secretaria Municipal de Saúde/PBH: Centros de Convivência A clientela dos Centros de Convivência é composta por portadores de sofrimento mental que se encontram em tratamento. Suas oficinas e atividades coletivas compõem o eixo do trabalho dos Centros, nos quais encontramos uma articulação permanente com os espaços do seu território e da cidade. É típico da dinâmica da Reforma Psiquiátrica o surgimento de experiências inovadoras e de novas tecnologias em resposta aos desafios do cuidado e da inclusão social.
Pastoral de Rua - eixos norteadores: Abordagem, acolhida e mobilização A abordagem é o momento da aproximação, da criação de vínculos com o povo da rua, e tem por objetivo ser uma presença nesse meio e mobilizar o morador de rua para novas alternativas de vida. A acolhida se propõe a oferecer um espaço afetivo e acolhedor para criação de vínculos e de laços comunitários. A mobilização é o processo de promoção de ações coletivas e de realização de oficinas e momentos de lazer, de confraternização, de vivência mística e de apoio ao Movimento Nacional da População de Rua.
Apoio à luta por moradia Apoiar e incentivar a efetivação de políticas públicas de habitação, colaborar para a criação de novas alternativas de moradia. Apoio social e jurídico junto a moradores de ocupações. Acompanhamento social e jurídico junto à Associação Moradia Para Todos e a ex-moradores dos viadutos. 14
Trabalho e geração de renda Favorecer o processo para inclusão no trabalho, acolhendo as demandas. Apoiar as capacitações e os encaminhamentos a novas frentes de geração de trabalho e de renda e fortalecer parceiras. Participação efetiva em projetos de inclusão produtiva: Reciclos, ASMARE, Ecobloco, Fábrica Social, oficina de mosaico e outros. Participação na Colegiada da ASMARE e apoio aos Catadores na luta pela inclusão no trabalho. Parcerias com empresas privadas – como a VINA – para inclusão no trabalho formal.
Articulação Visa à construção de parcerias com universidades, com o poder público e com entidades diversas para dar visibilidade às questões do povo da rua e da Ação Pastoral. Formulação e proposição de políticas. Elaboração de projetos, subsídios e material de formação e capacitação.
Destaca-se a articulação e participação no Fórum da
População de Rua.
Direitos Humanos Apoio e defesa do direito à vida e a dignidade da pessoa. Contemplar a formulação de denúncias junto a órgãos de defesa e entidades diversas. Estabelecimento de grupos de discussão para encaminhamentos. Produção de material informativo.
Secretaria Municipal de Saúde Centros de Convivência Os Centros de Convivência são serviços que integram a rede substitutiva ao hospital psiquiátrico na atenção à saúde mental e que oferecem aos portadores de sofrimento mental oficinas de arte, artesanato e atividades externas, com o objetivo da sua (re) inclusão na cultura, na rede social. As oficinas são o eixo organizador do cotidiano desses serviços, orientados por atividades de criação e expressão (artes plásticas, música, teatro, bordado, reciclagem, letras, etc.), e se constituem num espaço em que a convivência estimula o encontro, a (re)construção de relações e oferece a cada sujeito uma ampliação de seu repertório expressivo. 15
Por atuarem prioritariamente no campo da cultura e não no da saúde, têm valor estratégico para efetivar a inclusão social. Não são equipamentos assistenciais e não realizam atendimento médico ou terapêutico. A dinâmica da Reforma Psiquiátrica promove o surgimento de experiências inovadoras e de novas tecnologias em resposta aos desafios do cuidado e da inclusão social. Os Centros de Convivência são uma dessas experiências.
- Associação Suricato – MG É um Empreendimento Econômico Solidário que visa à conquista da autonomia financeira e da cidadania pelos portadores de sofrimento mental por meio da geração de trabalho e de renda. Desenvolve trabalhos em marcenaria, costura, culinária e mosaico. Vale esclarecer que a Suricato, assim como qualquer proposta de geração de trabalho e de renda, não se realiza no espaço do Centro de Convivência, não constitui ação desse equipamento, mas recebe o apoio de seus trabalhadores e usuários.
- GAINP – Grupo de Apoio a Inclusão Produtiva Esse grupo foi criado em 2007 com o objetivo de viabilizar as ações de inserção do público junto ao mercado de trabalho. Com reuniões participativas e periódicas e sob a coordenação de equipe técnica, o grupo trata de questões sobre mercado de trabalho, análise de conjuntura, qualificação profissional, preenchimento de currículo, etc.
Entrevista Os diversos programas, projetos e serviços farão uma pré-seleção dos candidatos com interesse de inserção no mercado de trabalho e, em seguida, farão o encaminhamento para a oficina de orientação para o trabalho.
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Gerência de Inclusão Produtiva: Oficina de Preparação para o Trabalho Essa Oficina tem como meta garantir a capacitação de pessoas em situação de vulnerabilidade social - atendidas pelos diversos programas, serviços e projetos – e contribuir para que detenham a capacidade de produção e autonomia de suas condições gerais de sobrevivência, por meio de ações de geração de trabalho e renda.
Objetivos: • conhecer as potencialidades e demandas dos usuários; • realizar oficinas para despertar o interesse e estabelecer vínculos com o mundo do trabalho e retorno escolar; • desenvolver ações educativas que visem ao aprimoramento de valores e de concepções dos usuários, respeitando seu universo cultural, histórico e social; • estabelecer uma via de escuta do usuário para que suas demandas sejam registradas, dimensionadas e encaminhadas ao programa de origem; • garantir a Promoção Social por meio de atividades socioeducativas com foco na identificação do valor e da significação do trabalho.
Durante a oficina, as pessoas são observadas e aquelas que a equipe organizadora considerar aptas para a entrada no mercado de trabalho formal, terão os seus currículos encaminhados.
As Oficinas de Trabalho são praxe na Metodologia de Inclusão Produtiva da GEINP. No caso do projeto-piloto, foi feita uma Oficina de Trabalho específica para a formação do Banco de Dados Aracê, com a participação de todo o público que é foco do Projeto. A participação dos Usuários da Saúde Mental nessa oficina foi muito positiva, tanto para eles como para o restante do grupo participante. Um primeiro passo rumo à quebra de paradigmas dos duplamente excluídos, dentro do próprio público Aracê.
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A partir dessa experiência, que foi considerada muito rica pelos organizadores da oficina, ideias para outras atividades conjuntas foram pensadas entre os parceiros.
Em agosto de 2007, a VINA chegou a propor aos parceiros a ação mensal “Cidadania, Diversão & Arte” – que seria realizada com excursões, visitas e atividades culturais e de lazer, nas quais os participantes teriam a oportunidade de ‘redescobrir e conhecer’ a cidade com olhar de cidadãos. A VINA patrocinaria o transporte e o lanche dessas ações. Além disso, a ideia era que os grupos produtivos parceiros produzissem os lanches e gerassem renda.
Os parceiros se entusiasmaram com a ideia, mas nunca tomaram providências para que a ação se concretizasse. Nenhum tipo de retorno foi dado à empresa, apesar de a VINA ter cobrado do Grupo, em vários encontros, uma posição a respeito.
Aliás, outras propostas feitas pela empresa de ações que poderiam enriquecer o projeto-piloto Aracê também não foram realizadas. Isso talvez tenha ocorrido por falta de autonomia, pela grande rotatividade dos técnicos (vários em cargos temporários), pelo excesso de burocracia das instituições parceiras, entre outras dificuldades que os setores públicos e ONGs apresentam. Essas ações não realizadas poderiam ter dado ao desenvolvimento do Aracê uma dinâmica mais interessante e completa.
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Ações destinadas a esse público anteriores ao Projeto Aracê PBH: SMAAS - Secretaria Municipal Adjunta de Assistência: 1) Abordagem Uma equipe de educadores sociais faz a abordagem das pessoas e famílias que estão nas ruas com o objetivo de sensibilizá-las a sair de onde estão e, também, de encaminhá-las para os serviços socioassistenciais da PBH/SMAAS.
A abordagem é o momento da aproximação, da criação de vínculos com o morador de rua. A acolhida se propõe a oferecer um espaço afetivo e acolhedor para criação de vínculos e laços comunitários.
2) Centro de Referência da População de Rua PBH – SMAAS em parceria com a Pastoral de Rua É um espaço diurno de convivência, aberto à população de rua, onde se pode lavar roupas, tomar banho, guardar pertences pessoais e utilizar a biblioteca. No local, são realizadas oficinas socioeducativas de futebol, teatro, cultura popular, ambientação, artes plásticas e cineclube.
Os frequentadores do Centro de Referência podem participar dos grupos de debates temáticos e das palestras que buscam resgatar a autoestima e a identidade, além de incorporar valores e comportamentos para a superação do processo de ruptura e exclusão social do morador de rua.
Os próprios usuários são responsáveis pelo funcionamento, limpeza, decoração do espaço e organização da biblioteca.
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3) Abrigos e Albergues Acolhem os moradores de rua e oferecem pernoite, alimentação e higiene. •
Abrigo São Paulo
•
Albergue Municipal
•
República Reviver Parceria: PBH - SMAAS com a Pastoral de Rua Moradia masculina para 40 homens, que podem residir por um período de até um ano. Os moradores participam da organização e gestão da moradia, com regras de convivência e atividades que estimulam a autonomia, o retorno ao mundo do trabalho e ao convívio social.
•
República Maria Maria Parceria: PBH - SMAAS com a Associação Grupo Espírita ‘O Consolador’. Moradia temporária para 50 mulheres (e filhos pequenos), por um período de um ano, com acompanhamento social.
4) SASF - Bolsa Moradia – PBH - SMAAS Serviço
de
atendimento
sociofamiliar
para
moradores
de
rua.
Realiza
acompanhamento para famílias de ex-moradoras de rua que foram inseridas no programa Bolsa-Moradia da URBEL - Companhia Urbanizadora de Belo Horizonte, um dos órgãos responsáveis pela implementação da Política Municipal de Habitação Popular, criada em 1993.
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Metodologia Um dos desafios do Projeto Aracê era a criação de uma metodologia de inclusão via mercado formal de trabalho que se adequasse à realidade das pessoas com a trajetória de exclusão e à realidade do mercado, ou seja, com as exigências formais que um processo de contratação exige. Atender com inteligência e sensibilidade a realidade desse processo com o objetivo de tornar viável as contratações do Aracê: inclusão via mercado formal de trabalho de pessoas com trajetória de vulnerabilidade social.
Cabia a nós criar uma metodologia que viabilizasse as contratações, considerando, ao mesmo tempo, a adaptação à rotina do trabalho formal e um acompanhamento próximo e sensível de cada contratado. Diante dessa necessidade, criamos a Metodologia de Referências.
Processo de Seleção para Contratação A VINA precisou apenas fazer algumas adequações no seu procedimento usual de admissão, pequenos ajustes, embora fundamentais, para tornar viável o processo de inclusão Aracê.
No processo de praxe de contratação da VINA é pré-requisito a apresentação de todos os documentos pessoais, inclusive o Atestado de Bons Antecedentes. Os candidatos encaminhados pelos parceiros do Aracê passam pelo processo normal de seleção da empresa, mas podem apresentar a documentação completa após a contratação.
Percebendo que a exigência do Atestado de Bons Antecedentes poderia inviabilizar o Projeto Aracê, já que a condição de vulnerabilidade social daqueles candidatos poderia apresentar algum tipo de conflito com a Lei, a VINA decidiu abrir mão dessa exigência. A solução encontrada foi criar a Metodologia de Referências: o técnico, conhecedor da história do candidato, se responsabiliza por sua indicação e, a partir daí, o candidato passa pela via normal de contratação da VINA e a condição do seu passado recente torna-se irrelevante no processo. 21
Depois dos processos acima citados, o candidato que passar nos testes de seleção será contratado dentro das normas da CLT – Consolidação das Leis do Trabalho - com os mesmos direitos e deveres de qualquer contratado da empresa.
No decorrer do processo, os parceiros vão criando mecanismos para que os candidatos possam apresentar a documentação completa. Vale registrar que, do início do Projeto até o fim de 2007, grande parte dos candidatos já apresentava toda a documentação solicitada.
Processo de acompanhamento Metodologia de Referências A Metodologia de Referências foi criada para facilitar a adaptação dessas pessoas, cuja trajetória de exclusão geralmente provoca uma grande dificuldade em relação à rotina do trabalho, reflexo das condições desumanas a que elas ficaram expostas.
Foram criadas duas modalidades de referências: • Referência Externa (RE): técnico responsável pelo novo contratado, conhecedor da sua história, ligado a uma das instituições parceiras. O acompanhamento é feito dentro e fora do trabalho. •
Referência Interna (RI): a Referência VINA/Aracê não é ligada diretamente ao departamento para o qual o candidato foi contratado. Ela acompanha o seu processo de adaptação à nova rotina e auxilia a coordenação do Projeto em caso de alguma dúvida ou problema que possa surgir.
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Como funciona Após a contratação, as Referências acompanham o candidato na rotina de trabalho e fora dela. Em caso de algum tipo de dificuldade, as Referências tentam buscar soluções viáveis para uma melhor adaptação do candidato à sua nova realidade, procurando evitar possíveis desgastes na relação de trabalho. As duas Referências deverão estar sempre em contato. Qualquer decisão em relação ao futuro do contratado Aracê deverá ser sempre tomada de comum acordo entre as partes envolvidas.
O objetivo é que, entre 60 e 90 dias, o contratado Aracê esteja adaptado à sua nova condição de vida profissional e pessoal, conquistando dia a dia a sua autonomia e não necessitando mais do suporte dado pelas Referências. Aos poucos, espera-se que o trabalhador vá conquistando e resgatando a sua autoestima e a sua cidadania.
Para que esse acompanhamento seja realizado de forma natural e efetiva, é necessário que a Referência Interna tenha um bom relacionamento com os colegas e apresente um perfil proativo e dinâmico. A atenção prestada aos contratados se dá de maneira cuidadosa, para não trazer nenhum tipo de constrangimento ou regalias.
O envolvimento de cada um e o espírito de corresponsabilidade são os eixos fundamentais para alcançar o principal objetivo do projeto: inclusão no mercado de trabalho com respeito e dignidade.
A escolha da Referência Interna é feita através de um convite realizado pela coordenadora do Departamento Socioambiental a uma pessoa da equipe VINA que se encaixe nesse perfil.
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Oficinas de Trabalho A função principal dessa oficina é a possibilidade de criar e/ou resgatar vínculos com o trabalho. As Oficinas de Preparação para o Trabalho em 2007 ocorreram nos meses de junho e outubro. Para possibilitar uma maior flexibilidade no processo de inclusão, alguns contratados VINA/Aracê participaram das oficinas após as suas contratações.4
Sobre o processo de realização das oficinas As oficinas foram realizada com um grupo de 40 pessoas, todas elas inseridas nos programas de políticas sociais ligados aos parceiros VINA/Aracê. Por um “ruído” de comunicação interna da empresa, houve um mal entendido entre os responsáveis pelos Departamentos e os novos colaboradores VINA/Aracê em relação ao abono do dia de trabalho durante as oficinas. Esse “ruído” só foi percebido pelos parceiros Aracê nas entrelinhas das cartas-depoimento sobre as oficinas.
Diante do ocorrido, a Referência Interna da empresa convocou uma reunião com os colaboradores para esclarecer o motivo da resistência e da insatisfação, já que a oficina foi tão bem aceita por todos os outros participantes. Depois de esclarecidos os fatos, a VINA convocou os responsáveis por seus Departamentos para uma reunião e a situação foi resolvida. Os contratados VINA/Aracê foram ressarcidos pelos dias cortados.
Outro fator percebido é que, por já estarem empregados, os contratados VINA/Aracê tiveram uma forte resistência em participar das oficinas: “Não tinham o quê aprender... nada a acrescentar”. A empresa teve que convocar o grupo de contratados VINA/Aracê para explicar a importância das oficinas no processo do projeto-piloto.
A conclusão a que os parceiros chegaram é que realmente é preciso evitar a contratação na empresa de pessoas que não passaram pelas Oficinas de Trabalho. Com o tempo, o banco de dados será alimentado sem precisar descumprir nenhuma etapa da metodologia adotada para a realização do Projeto Aracê.
4
Durante as oficinas, a empresa ofereceu vale-transporte aos participantes.
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Depoimentos Oficina de trabalho – Junho/2007 Abaixo seguem os depoimentos dos primeiros contratados Aracê sobre a vivência nas Oficinas de Trabalho. Eles foram transcritos na íntegra.
LIBÉRIO JOSÉ DA SILVA: Gostei mais ao mesmo tempo foi estressante, pois não tive perspectiva do curso porque já conhecia o ritmo do local onde o curso foi dado. Para mim, na pastoral os cursos são todos do mesmo jeito monótonos. Achei que se eu nunca tivesse trabalhado fosse o meu primeiro emprego o curso se encaixaria perfeitamente mais não era o meu caso me senti isolado neste curso. Aprendi a ter paciência e noções de direito trabalhista exemplo horas extras. Senti-me obrigado a fazer o curso, não gostei da decoração, e se caso foi convidado para outro curso da prefeitura infelizmente não aceitarei, pois ouve falta de comunicação se tratando de horas que ficamos fora do trabalho. JOSÉ AILTON M. MEIRELES: Gostei mais me senti traído em relação a propostas de horas, fiquei bastante chateado com a falta de comunicação e respeito, aprendeu em relação há horas extra e férias dentro do trabalho formal e noções do emprego direito e deveres mais não lucrei muito, pois a maioria das coisas eu já sabia. O final do curso foi a melhor parte, pois era o final já não aguentava mais aquele curso não era o meu perfil eu não gostei. HILDEBRANDA DE PAULA DOS SANTOS Achei o curso um pouco monótono em alguns dias já sabia a maioria das coisas que foi falada lá mais achei interessante para me aprofundar mais e mais nos meus conhecimentos no dia da apresentação sobre o tema cidadania gostei bastante foi descontraído foi bastante interessante observar como existiam lá opiniões variadas a certos assuntos. O final achei legal na hora de pegar o certificado foram varias palmas e o orgulho de varias pessoas de mais uma etapa concluída na vida pois esta oficina pode não ter agradado a todos mais com certeza teve pessoas como foi o meu caso que souberam aproveitar isto é o mais importante e a experiência que trouxe desta oficina e a bagagem que vou enchendo de conhecimentos a cada lugar que passo a cada experiência nova que adquiro. Tivemos visita de uma agencia de empregos que fez cadastro para uma possível oportunidade de emprego foi muito legal gostei bastante.
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Metodologia de Sensibilização Durante o processo de criação do Projeto, ficou claro para os parceiros que o Aracê, para ter sucesso, não poderia ser imposto à equipe da VINA. Ele deveria ser apresentado com a intenção de despertar o interesse e o envolvimento de todos que, direta ou indiretamente, participariam dessa proposta de inclusão. Afinal, o envolvimento de cada um e o espírito de corresponsabilidade são os eixos fundamentais para alcançar o principal objetivo do Projeto: inclusão social via mercado de trabalho com respeito e dignidade. Dentro dessa proposta, desenvolveu-se uma Metodologia de Sensibilização, visando a aproximar e envolver toda a equipe da VINA com o Projeto Aracê.
Como o foco principal do Projeto Aracê são as pessoas, a metodologia que foi empregada no processo de sua implantação vem sendo sempre avaliada e cuidadosamente transformada para que possa, a cada ano, se adequar às necessidades percebidas na prática e no cotidiano do projeto.
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Sensibilização Primeira Etapa Como o objetivo dessa metodologia era, além de envolver a equipe da VINA, romper as ideias pré-concebidas em relação ao público do projeto, a estratégia utilizada foi a de surpreendê-los com experiências sensoriais por meio do contato com produtos e serviços oferecidos pelos diferentes grupos produtivos, ligados aos parceiros do Projeto Aracê. Data: 16/03/2007 Local: Trem Mineiro - Aterro Sanitário de Belo Horizonte. Nº de Participantes: 30 pessoas
A decoração, que foi toda elaborada pelos grupos produtivos, era feita de material reutilizado e/ou reciclado e despertou a curiosidade já na sua montagem. No evento, os participantes puderam admirar e adquirir os objetos expostos5.
Decoração do local: criatividade e arte para sensibilizar
5
Os custos citados nessa documentação estão disponíveis para consulta no Departamento Socioambiental.
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Além da ambientação, foi distribuído um kit informativo produzido a partir do reaproveitamento de materiais como faixas de rua e papel reciclado. O kit continha material sobre o Projeto Aracê e sobre o Departamento Socioambiental da VINA, além de folhetos complementares sobre as ações dos Grupos Produtivos e das Associações ligadas aos parceiros.
Os kits continham, também, brindes variados, oferecidos pelos Grupos Produtivos e Associações: blocos de anotação, feitos com aparas de gráficas e sobras de tecido, da ASMARE; porta-chaves, descansos de panela e pequenos quadros (tipo totem) confeccionados com resíduos de construção pela Suricato.
Total de Kits: 30 unidades.
Programação: • Acolhida: distribuição dos kits; • Apresentação: parceiros Aracê e suas ações.
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VINA: Departamento Socioambiental Foi feita uma breve explanação das ações que o Departamento Socioambiental vem desenvolvendo.
Esse
departamento
funciona num espaço todo projetado com móveis
e
objetos
reciclados
e
reutilizados, produzidos por associações e institutos que promovem inclusão social. A montagem do escritório foi uma oportunidade prática de colocar, com coerência, a filosofia de trabalho a que o Departamento se propõe.
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PBH: SMAAS - Secretaria Municipal Adjunta de Assistência Social: Gerência de Inclusão Produtiva, Pastoral de Rua da Arquidiocese de Belo Horizonte e SMSA - Secretaria Municipal de Saúde
A SMAAS, a Pastoral de Rua e a ASMARE têm uma parceria, de longa data, no trabalho de inclusão produtiva de pessoas em situação de vulnerabilidade social. Durante a sensibilização, os representantes da Secretaria e da Pastoral fizeram uma apresentação sobre as ações que vêm desenvolvendo na cidade. Ressaltaram, também, para a equipe da VINA, a importância do Projeto Aracê como uma proposta inovadora no resgate da cidadania.
A equipe da SMSA comentou sobre o Movimento Antimanicomial, além de destacar o perfil inovador do Aracê e sua importância para esse público. Para a equipe da SMSA, o projeto-piloto representa uma oportunidade prática de se quebrar paradigmas no mercado formal de trabalho.
Sensibilização no Espaço Trem Mineiro: reunião de parceiros
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• Lanche: O lanche foi produzido pelo Caminho do Sabor, um dos grupos produtivos ligados à SMAAS. A qualidade dos quitutes servidos foi apreciada por todos.
Cardápio: água mineral, suco natural de frutas (dois sabores), café, duas variedades de bolo e pão de queijo. • Depoimento: Dona Geralda é associada da ASMARE e ex-moradora de rua. Convidada a dar seu depoimento, ela fez um relato comovente. Ela é um exemplo real de como é possível o resgate da cidadania com ações práticas e coletivas da sociedade. Um momento que realmente sensibilizou as pessoas presentes.
Dona Geralda: um breve histórico Maria da Graças Marçal, mais conhecida como Dona Geralda, junto com um grupo de catadores de papel de Belo Horizonte e contando com o apoio da Pastoral de Rua, criou a ASMARE, no ano de 1990. Uma associação que começou com vinte integrantes e hoje possui em torno de 250 associados. Catadora desde os oito anos de idade, Dona Geralda e demais associados, juntamente com entidades parceiras, buscaram,
com
a
criação
da
Associação,
o
reconhecimento e a valorização do trabalho dos catadores.
O papel da ASMARE é assegurar a importância dessa atividade no processo de coleta seletiva do lixo na cidade de Belo Horizonte, buscando a projeção desse trabalho no Brasil e no exterior. O resultado esperado é contribuir para melhorar a qualidade de vida dos seus associados e contribuir, de maneira significativa, para as questões socioambientais ligadas ao lixo urbano.
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A ASMARE, durante seus 18 anos, cresceu muito, mas ainda tem muito a evoluir na busca por inclusão social e pelo resgate da cidadania dos seus associados. Hoje, é reconhecida mundialmente com várias premiações, tendo sido sua experiência legitimada pela Organização das Nações Unidas - ONU. Para Dona Geralda, que antes vivia nas ruas, o processo de criação da ASMARE também representou o rompimento com o alcoolismo e a conquista da moradia. Hoje, ela é uma nova mulher, respeitada e reconhecida pela sociedade. Dona Geralda é, de fato e por direito, uma Cidadã Brasileira. • Encerramento: A VINA ofereceu à Dona Geralda, como presente, um prato de mosaico da Suricato. Foi sorteado, também, entre os participantes, um lustre produzido com sucata criado pelo artista Libério José da Silva (ex-morador de rua).
Parecer dos coordenadores A sensibilização, como já era previsto, teve um papel fundamental na implementação da proposta de trabalho do Projeto Aracê na VINA. Com ela, criou-se uma relação que possibilitou o envolvimento dos colaboradores da empresa, que começaram a se sentir parte dessa ação de inclusão social. A sensibilização foi fundamental para a compreensão de que a responsabilidade social empresarial transcende projetos comunitários pontuais, geralmente de caráter filantrópico e assistencialista. O projeto Aracê é resultado do compromisso e da responsabilidade para com as questões sociais de diferentes setores, inerentes à nossa sociedade. Obs.: a partir da primeira sensibilização, avaliou-se a necessidade de um segundo encontro, com o objetivo de estreitar o conhecimento das equipes envolvidas, direta e indiretamente, no Projeto, e também de podermos perceber o momento ideal para dar início ao processo de inclusão do Aracê dentro da VINA.
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Sensibilização Segunda Etapa Data: 30/03/2007 Local: Trem Mineiro - Aterro Sanitário de Belo Horizonte Participantes: 30 pessoas
Ambientação: todo o ambiente foi, novamente, decorado com produtos dos Grupos Produtivos e das Associações ligadas aos parceiros. A equipe coordenadora teve o cuidado de criar um novo ambiente, apresentando outras possibilidades. Foram utilizadas nessa nova decoração as peças criadas com sucata pelo convidado especial do evento, o artista Libério José da Silva.
Na segunda etapa, o objetivo principal foi ouvir para perceber a equipe da VINA e, ao mesmo tempo, proporcionar um momento de reflexão sobre as diferenças e a corresponsabilidade de cada um.
O ambiente foi decorado com objetos criados pelos Grupos Produtivos.
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Vale registrar que a programação inicial teve que ser readequada, devido a um imprevisto de última hora. A ideia era que Libério - personagem principal do curta metragem O Trecho, do cineasta Helvécio Marins, exibido durante o evento – não fosse reconhecido pela equipe da VINA, permitindo que as pessoas fossem descobrindo naturalmente que o personagem do filme estava entre elas, e que os objetos de arte expostos no local - que causaram tanta admiração - eram criações dele.
Porém, logo na apresentação inicial, um dos participantes, que já conhecia o Libério, pediu a palavra e o apresentou ao grupo, alterando a ideia original. Com isso, o evento seguiu uma dinâmica própria, o que acabou sendo muito positivo.
Material de Sensibilização
Livros de Poesia criados pelos usuários de Saúde Mental
Livro de poesia: poemas criados, durante as Oficinas de Letras, pelos usuários do Programa da Saúde Mental dos Centros de Convivência São Paulo e Arthur Bispo do Rosário. A capa dos livros, elaborada com papel artesanal e reciclado, foi criada pelos usuários do CERSAM Noroeste - Centro de Referência em Saúde Mental.
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Ficha Técnica dos Grupos Produtivos •
Centro de Convivência São Paulo
Oficina coordenada por Ingrimar Leal de Azevedo Sérvio Sad, Guilherme de Oliveira, Evaristo, Itamar Martins da Silva e Maria da Luz. • Centro de Convivência Arthur Bispo do Rosário Oficina coordenada por Carla Paulino de Castro Amilton Braga (Pensador), Ana Maria (Gruta), Daílton (Relógio), Elon Rabin (Benjamin), Frederico Eymard, Geraldo (Lua), Jaime Carlos, Ludmila (Luz), Lund (Águia), Mauro Sickert (Discípulo), Rafael dos Santos (Brilho), Rogério.
Programação • Acolhida: distribuição dos Livros de Poesia •
Dinâmica do Barbante
Objetivo: formação de rede, teia, grupo. Essa dinâmica contou com a participação de todos os presentes, de maneira bastante descontraída e envolvente, alcançando o seu objetivo: perceber, conhecer um pouco de cada um e despertar o espírito de corresponsabilidade, além de esclarecer e tirar as dúvidas sobre o Projeto Aracê.
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• Apresentação do filme O Trecho Conta a trajetória de Libério José da Silva, andarilho, ex-policial, ex-morador de rua e artista da sucata, que veio a pé de Recife, sua cidade natal, até Belo Horizonte. Libério estava presente e, após a apresentação do filme, deu seu depoimento. Assim como D. Geralda (na primeira etapa), esse depoimento sensível foi fundamental para a compreensão da responsabilidade que cada um tem no processo de criação de mecanismos de inclusão na sociedade, assim como para perceber as diferenças com um novo olhar. • Lanche O lanche foi, novamente, produzido pelo grupo Caminho do Sabor, sendo oferecido um cardápio diferente do que foi servido na primeira etapa. A qualidade do lanche foi, mais uma vez, apreciada por todos.
Cardápio: água mineral, dois sabores de suco natural de frutas, café, duas variedades de salgados e bolo.
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• Encerramento: Libério presenteou a VINA com uma peça criada por ele: um lustre produzido com sucata. Ele também ofereceu, para algumas mulheres presentes, flores de material reaproveitado também criadas por ele. Em seguida, houve o sorteio de brindes produzidos pela Suricato e pela Oficina de Mosaico da SMAAS/PBH - Centro de Referência da População de Rua. Os contemplados puderam escolher os brindes que estavam expostos, decorando o ambiente.
Peças da Oficina de Mosaico: sorteadas durante o evento.
Ao final, Libério pediu, com muita simplicidade, a chance de participar do Projeto Aracê. O grupo, então, decidiu começar o processo de implantação do Aracê na empresa com Libério. Foi um momento espontâneo e comovente.
Alguns dias depois, Libério passou pelo processo normal de admissão da VINA e foi o primeiro contratado VINA/Aracê.
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Libério José da Silva: um breve histórico Natural da cidade de Recife (PE), Libério nasceu em 4 de Julho de 1964. Ele tem dois filhos, que residem com parentes na cidade de Salvador (BA). Libério cursou até a 7ª série do Ensino Fundamental. Antes de se tornar andarilho, em 1994, Libério foi Policial Militar em Recife, mas o alcoolismo o levou a abandonar a carreira e a família. Em 2003, ele chegou a Belo Horizonte (MG), onde participou das pequenas comunidades da Pastoral de Rua.
Fez
um
curso
para
pequenos
empreendedores e também frequentou a Escola de Artes Casa Aristídes, em Nova Lima (MG).
Libério foi convidado pelo cineasta Helvécio Marins para protagonizar o curta metragem O Trecho, que conta a sua trajetória de andarilho. Em Belo Horizonte trabalhou com artes plásticas, na ASMARE, como servente, no Abrigo São Vicente de Paula, e em uma fábrica de tijolos, em Ribeirão das Neves (MG). Residiu na República Reviver e também frequentou o Albergue Municipal, em Belo Horizonte.
Em agosto de 2004, Libério ingressou no Programa Bolsa Moradia. Em outubro de 2006, ele solicitou a suspensão do benefício, alegando já ter superado a situação de vulnerabilidade. Nas suas andanças pelo mundo, Libério acabou tornando-se um artista da sucata.
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Depoimentos da equipe VINA sobre a metodologia de Sensibilização Após as sensibilizações, alguns integrantes da equipe da VINA sentiram a necessidade de
se
expressar.
Abaixo,
seguem
os
depoimentos
que
foram
escritos
espontaneamente e incluídos, aqui, na íntegra, sem qualquer modificação ou revisão por parte dos organizadores deste documento.
1º DEPOIMENTO Carta escrita em conjunto por: Patrícia Martins - Assistente do Setor Financeiro Karla Cibele - Auxiliar do Setor de Pessoal.
A maior necessidade do homem no mundo para que as coisas sejam melhores é o amor ao próximo! Hoje com o conhecimento desse projeto nós nos alegramos em saber que a empresa na qual trabalhamos tem essa consciência e toma frente perante um projeto de inclusão daqueles que são por algum motivo, excluídos da vida social. É importante que os funcionários da empresa VINA entendam e abracem o projeto dando o rumo esperado, que particularmente nos queremos que dê certo, pois temos a consciência de humanitarismo que é de verdadeiro amor e compressão ao próximo! Visando o projeto como algo que nos enriquece como seres humanos, vimos também a maravilhosa oportunidade que varias pessoas terão de poder praticar o seu direito como cidadão independentemente de cor, situação financeira, deficiência ou qualquer que seja a denominação que fazem algumas pessoas pobres de espírito e de idéias os queiram diferencia-los, que é o direito de trabalhar honestamente e ser visto como igual a todos. Hoje a VINA tomou frente do Projeto Aracê e com certeza e fé será muito bem sucedido, será exemplo para que outras empresas adotem não só esse projeto, mas que sejam criados mais como ele e muito mais outras pessoas possam ser ajudadas.
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2º DEPOIMENTO André Malta - Estagiário do Setor Financeiro Em minha opinião, o Projeto Aracê trará enormes benefícios para a sociedade, criando oportunidades e buscando reintegrar o individuo de volta a um ciclo social. Um ato que no mundo de hoje é raro de se ver, pois o que mais se encontra são pessoas e organizações pensando somente em si próprio. Esta iniciativa da VINA é exemplo para todos nós, pois cada um fazendo a sua parte estará contribuindo para um mundo mais justo e melhor. 3º DEPOIMENTO Jane S. Ramos - Estagiária do Departamento Comercial O
projeto
denominado
Aracê
(despontar,
Aurora)
idealizado
pelo
departamento de responsabilidade social da empresa com objetivo de incluir socialmente pessoas discriminadas por não ter onde morar ou por sofrer de algum tipo de incapacidade mental, surge como uma esperança de melhoria na vida dessas pessoas provocando também um impacto no mercado de trabalho que hoje as define como mão de obra imprópria. Posso dizer que o principal objetivo do projeto Aracê é causar impacto e quebrar paradigmas: na vida daqueles que o recebem como oportunidade, na vida daqueles que proporcionam essa oportunidade, no mercado de trabalho e na sociedade em geral. Para alcançar esse objetivo com êxito é necessário que todos os envolvidos dentro da organização tenham plena consciência que é fundamental e para isso os encontros promovidos pelo depto. de responsabilidade social da VINA foram de suma importância. Acredito que todos os departamentos da empresa podem contribuir diretamente com o projeto absorvendo essa mão de obra, sendo talvez necessária uma pesquisa em cada setor para que seja identificado esse aproveitamento. Reitero minhas palavras do último encontro e acredito ser o mesmo sentimento dos demais colaboradores da VINA de que é gratificante poder contribuir para o sucesso de um projeto que parece ser simples, mas de grande poder transformador.
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4º DEPOIMENTO Alba Linhares - Técnica de Segurança Setor: Segurança do Trabalho
O projeto vem a ser uma ideia brilhante, pois não é para qualquer um olhar para pessoa que são desprezadas pela sociedade e pelo mundo, que nem o governo quer saber de ajudar, pessoas que para muitos são considerados bichos, doidos, monstros, mas que não passam de pessoas humanas assim como nós. Sabemos que cada um vive de maneira que são permitidas, por isso achamos que pessoas que moram na rua, pessoas com problemas mentais, e outros não estão incluídos em nosso mundo com isso vemos tudo maneira critica sem darmos chances dessas pessoas nos mostrarmos o que realmente são. O projeto está abrindo nossas mentes para pensarmos e refletirmos melhor em tudo isso que vivemos meio a esta sociedade que podemos chamar de hipócritas onde políticos que roubam não vão para a cadeia e pessoas sem oportunidades de mostrar o que sabem fazer por falta de incentivo e apoio tem como mérito o desprezo da sociedade, ou seja, são consideradas o lixo humano. Sempre queremos mais, chances para mostrarmos o que realmente sabemos fazer e o que valemos, sempre queremos espaço para chegar lá pois queremos sempre mais chegar mesmo que para isso temos que pisar na cabeça de pessoas. Hoje temos tudo, mas e amanhã o que será de nós? Já pensou em amanhã você ser o lixo da sociedade sem ter oportunidades para mostrar o que sabe fazer ou que quer conquistar? Parar e pensar é muito importante para que o projeto consiga vencer barreiras do preconceito e da hipocrisia humana para caminhar rumo ao crescimento e ao sucesso com as benção de Deus.
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Elos: Aracê & VINA Os parceiros do Projeto Aracê sentiram a necessidade de criar, na VINA, intervenções criativas – que foram denominadas Elos – utilizando objetos, textos e produtos confeccionados pelos grupos de inclusão, além de disponibilizar informações sobre o Projeto e os Grupos Parceiros. Esses Elos tiveram como objetivo principal despertar o interesse e a curiosidade sobre o Projeto Aracê na rotina da empresa.
Primeiro Elo Exposição: após a primeira sensibilização, foi realizada uma exposição na empresa VINA com objetos criados pelas Associações e pelos Grupos Produtivos envolvidos. Essa exposição divulgou o trabalho dos grupos e gerou renda (ver tabela em Anexos). Duração: 2 semanas
Painel informativo Aracê e exposição dos objetos dos Grupos de Produção.
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Segundo Elo Painéis de fotos do CRPR – Centro de Referência da População de Rua – que ficaram expostos, em pontos diferentes da empresa, despertando muita curiosidade. Duração: 2 semanas
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Terceiro Elo Painel produzido na VINA com a utilização de material reciclado e fotos das duas primeiras etapas da Sensibilização e do Elo/Exposição. Também foram colocadas nos departamentos da empresa cópias do Projeto Aracê, para quem se interessasse por mais informações e detalhes. O material foi impresso em material reciclado. Duração: 1 mês
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Quarto Elo Em agosto de 2007 foi realizada uma exposição com diferentes objetos confeccionados pelos usuários da Saúde Mental nas oficinas dos Centros de Convivência. Foram, também, disponibilizados na empresa folhetos e informações sobre as políticas públicas da Saúde Mental. Esse Elo ficou conhecido como “Sofá Rosa”. Ele despertou o interesse e sensibilizou, de maneira especial, a Equipe da VINA. Duração: 1 mês
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Projeto Aracê e os Grupos de Inclusão Produtiva A conquista do trabalho e a garantia de renda representam uma transformação muito significativa na vida dos grupos de produção e de cada membro integrante. A importância da vivência durante a implantação do Aracê muito acrescentou aos grupos produtivos participantes, ajudando no fortalecimento e no crescimento da valorização do trabalho e, ainda, na geração de renda.
Impressões e efeitos positivos sobre a experiência do Aracê:
Caminho do Sabor: valorização da produção, geração de renda, controle de qualidade dos produtos, aumento da autoestima e incentivo à realização de novos eventos;
Madeirarte: fortalecimento da equipe e da autoestima dos seus integrantes;
Mosaico: crescimento do grupo, divulgação dos produtos, valorização da arte e geração de renda;
Pitangaporã: divulgação dos produtos, geração de renda e controle de qualidade;
Suricato: divulgação dos produtos, melhoria da autoestima, geração de renda, contribuindo para a possibilidade de inclusão com menos preconceito social em relação à loucura.
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Implantação do projeto Para facilitar o entendimento das ações desenvolvidas no decorrer do projeto e narrar com clareza o processo de implantação do Aracê na empresa, os fatos foram divididos anualmente e serão apresentados em ordem cronológica.
Seguindo a mesma lógica, os históricos de cada contratado e de cada contratação realizada durante todo esse período, bem como a evolução e o progresso de cada um no mercado formal de trabalho, serão apresentados separadamente ao longo deste dossiê.
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2007 - 2009 Ações Aracê Usuários da Saúde Mental e Mulheres: público duplamente excluído Justificativa Diante da percepção de que havia uma dificuldade da equipe VINA, responsável pelo processo de seleção, em aceitar candidatos procedentes do segmento da Saúde Mental, pelo fato de fazerem uso de medicação controlada, além de outros preconceitos, o Grupo do Projeto Aracê resolveu promover uma nova sensibilização com foco específico nos portadores de sofrimento mental. O principal objetivo dessa ação seria esclarecer e quebrar paradigmas: o uso de medicação controlada, nesse caso, tem justamente a função de estabilizar o quadro do transtorno mental e viabilizar a inclusão no trabalho. Dessa forma, foi preparada pelos parceiros da Saúde Mental, junto com a VINA, uma nova sensibilização, que foi dividida em duas etapas:
Primeira Etapa: visita à Suricato Data: 21/09/2007 Local: Centro de Apoio Comunitário – CAC São Paulo Número de participantes: em torno de 30 pessoas entre colaboradores da Vina, coordenadores e usuários dos programas da Saúde Mental. Como já existe uma Associação de trabalho solidário formada por usuários da Saúde Mental – a Suricato – avaliamos que seria interessante uma maior aproximação da equipe da VINA com essa realidade. O objetivo era diminuir o preconceito em relação aos portadores de sofrimento mental – como a incapacidade, a periculosidade, dentre outras ideias – introduzindo os temas da diferença e da tolerância. Dessa forma, foi organizada uma visita da equipe da VINA aos grupos de marcenaria e mosaico.
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Num primeiro momento, a equipe conheceu a marcenaria, onde os membros da associação trabalham diariamente. Alguns usuários deram depoimentos de sua história de vida e da importância do trabalho como gerador de renda, cidadania e resgate da autoestima. A Equipe da VINA, então, teve contato com o ambiente de trabalho da marcenaria, apreciou os objetos produzidos e até adquiriu produtos confeccionados pelos grupos produtivos da Saúde 6. Em seguida, a equipe da VINA foi convidada a participar de uma oficina de mosaico. Rita e Mariângela, associadas da Suricato, coordenaram a oficina com competência. Elas ensinaram a arte de juntar caquinhos para transformá-los em objetos. O clima da oficina foi agradável.
Oficina de Mosaico: peças confeccionadas pela Equipe da VINA.
Ficou evidente o envolvimento de todos na tarefa. Algumas pessoas, inclusive, quiseram levar as suas peças para terminar em casa. As coordenadoras sugeriram que era melhor deixar os objetos no ateliê para que fosse dado o acabamento final. Em breve, eles seriam devolvidos aos seus criadores.
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Por um engano da VINA, talvez os valores da renda gerada nessa visita tenham sido computados em outro centro de custos do Departamento Socioambiental da VINA e não foram identificados. A empresa solicitou aos parceiros essas informações, mas não obteve retorno.
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No final da tarde foi servido um lanche, que foi apreciado por todos, produzido pelo Grupo de Culinária da Suricato. Esse serviço gerou uma renda de R$ 134,00 para o Grupo.
Cardápio: bolo de laranja, torta de frango e suco de abacaxi.
Segunda Etapa – Dinâmica na VINA Data: 28/09/2007 Local: Trem Mineiro − Aterro Sanitário de Belo Horizonte Participantes: 24 pessoas − colaboradores da VINA, coordenadores e usuários do Programa de Saúde Mental.
Para tratar de forma mais específica o tema da Saúde Mental, optou-se por contextualizar o modelo atual de tratamento da loucura, tendo como base a reforma psiquiátrica em curso no País e o projeto de Saúde Mental da PBH. A segunda etapa foi organizada da seguinte maneira: foi iniciada com uma dinâmica de entrosamento e continuidade da oficina de mosaico, na qual cada um deveria pegar uma peça produzida e descobrir o seu autor. Foi um momento descontraído, em que algumas pessoas da Equipe VINA acertaram imediatamente o autor da peça; já para outras, foi necessário que o autor se identificasse. Quando todos já estavam de posse dos seus objetos, foi feito o acabamento final das peças. Essa tarefa foi ensinada por Rita, a mesma associada que orientou o trabalho no CAC São Paulo. Depois de finalizadas, cada um levou a sua peça para casa. Foi mais um bom momento de aproximação. Após a realização da dinâmica, foi exibido o filme Loucura e Cidadania, da coleção Fronteiras da Mente, da Saúde e da Expressão, produzido pelo SENAC. Ao término da sessão, foi aberto um debate no qual procuramos esclarecer as dúvidas e responder as perguntas dos participantes.
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Em seguida, houve o depoimento de uma usuária do Programa de Saúde Mental, Maria Iredes, que trabalha na marcenaria da Suricato. O objetivo foi mostrar a perda de laços que acontece como consequência do sofrimento mental e da grande dificuldade para retornar ao mercado de trabalho. Mais uma vez, tivemos um lanche preparado pelas associadas da Suricato. Este serviço gerou uma renda de R$132,00 para o grupo. Cardápio: quibe assado, pão de queijo e dois sabores de suco de frutas. Todo o ambiente foi decorado com produtos confeccionados por usuários dos Centros de Convivência, que integram o Programa de Saúde Mental da PBH. A VINA sorteou alguns desses produtos entre os participantes da dinâmica, que também adquiriram objetos criados pela Suricato, gerando uma renda no valor total de R$ 258,00. Alguns objetos da decoração e alguns produtos permaneceram na empresa como forma de Elo VINA/Aracê. As sensibilizações tiveram um efeito positivo, tanto do ponto de vista das relações entre a equipe da VINA quanto destes com o Projeto Aracê.
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Reunião de Avaliação do Projeto-piloto Aracê - 2007 Data: 30/11/07 Local: Reciclo 27 Horário: das 9h às 17h Número de participantes: 12 pessoas Pauta: avaliação geral do andamento do Projeto entre março e novembro de 2007.
Foi consenso entre os parceiros que o andamento do projeto-piloto Aracê, de maneira geral, se desenvolveu positivamente, apesar de alguns aspectos negativos como a diferença de ritmo entre os setores envolvidos, o atendimento às demandas apresentadas no desenvolver do Projeto e o problema de comunicação entre os parceiros.
Os Contratados Aracê apresentaram limitações abaixo das expectativas e o processo de inclusão proposto se deu de maneira tranquila. Foi discutido, também, o fato de que ainda não havia sido feita nenhuma contratação oriunda da Saúde Mental e, a partir daí, ficou decidido que os focos principais de 2008 seriam os usuários da Saúde Mental e as mulheres, por formarem públicos duplamente excluídos.
Geração de renda: Por um engano da empresa, talvez os valores gerados nesse encontro tenham sido computados em outro centro de custos do Departamento Socioambiental e não foram identificados. A VINA solicitou ao Reciclo 2 essas informações, mas não obteve retorno.
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Reciclo 2: espaço de entretenimento com responsabilidade social. A decoração é composta por reaproveitamento de materiais descartados. Além do espaço de shows, o Reciclo 2 oferece loja de produtos reciclados, criados e produzidos nas oficinas da ASMARE. O local conta, também, com uma horta orgânica de ervas para temperos. Localizado à Rua da Bahia, nº 2164, Lourdes, em Belo Horizonte (MG).
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Definições para 2008 Foco principal: a contratação de usuários da Saúde Mental e mulheres: públicos duplamente excluídos
Desafios: • Aperfeiçoar e agilizar a comunicação entre os parceiros; • Buscar maior equilíbrio entre as demandas dos setores parceiros: público, privado e terceiro setor (ONGs).
Desafio entre teoria e prática: um exemplo concreto Dezembro 2007 / Janeiro 2008 Vaga: telefonista Período previsto: quatro meses Possibilidade: a contratação temporária tornar-se efetiva.
O processo de contratação: Durante o período de férias de grande parte da equipe interna e externa do Projeto Aracê, alguns problemas surgiram e vieram confirmar o preconceito contra os usuários da Saúde Mental dentro da equipe da VINA, além de reforçar a dificuldade de comunicação e agilidade nas solicitações entre os parceiros. Com a ausência da coordenadora do Projeto Aracê na VINA e de alguns parceiros, a Referência Interna VINA/Aracê não cumpriu o acordo de dar prioridade e oportunidade aos focos do Projeto em 2008, definidos na reunião de balanço do Projeto, na qual ela estava presente. Ela justificou sua atitude alegando que, na sua avaliação, não havia currículos no Banco de Dados Aracê com o perfil adequado para a vaga e, também, por não ter conseguido em tempo um retorno para as informações solicitadas à equipe da Saúde Mental.
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Como os processos de contratação exigem agilidade, a Referência Interna acabou optando por contratar uma pessoa fora dos currículos do Aracê. O fato de a Saúde Mental não ter enviado para o Banco de Dados os currículos ou contatos das pessoas com o perfil para o preenchimento da vaga, como já havia sido combinado na reunião de balanço (na época, foi solicitado, junto aos parceiros, o breve envio dessas indicações), acabou colaborando para que o processo da primeira inclusão da Saúde Mental não acontecesse e, de certa maneira, ajudou a justificar a atitude da Referência Interna VINA/Aracê, como, também, a reforçar mais uma vez a dificuldade de comunicação e de ritmo entre os setores parceiros. O processo de contratação da vaga foi iniciado depois do Natal e finalizado nos primeiros dias de janeiro de 2008, quase um mês depois da reunião de balanço do Aracê. Conclusão Internamente, a VINA questionou a insegurança de sua equipe. Depois de algumas reflexões e ponderações, ficou claro para a empresa que as questões não passavam apenas pelo fator ‘insegurança’, mas por outros: o preconceito, fortemente estabelecido na nossa sociedade, contra as pessoas com problemas de sofrimento mental; ausência da Referência Interna VINA/Aracê nas sensibilizações com foco na Saúde Mental; desgaste de comunicação e diferença de ritmos entre os parceiros. Em setembro de 2007, a Referência Interna VINA/Aracê estava de férias quando aconteceram as duas sensibilizações Aracê com foco na Saúde Mental. Uma das razões que motivaram os parceiros a realizar esse tipo de ação foi justamente por perceber que, além do preconceito já pré-estabelecido socialmente, no desenrolar do projeto, a Referência Interna VINA/Aracê havia demonstrado insegurança e uma resistência pessoal a respeito da contratação dos usuários da Saúde Mental. Por um problema de comunicação interno na empresa, só depois que as sensibilizações estavam acertadas é que a Referência Interna percebeu e comunicou que, neste período, estaria de férias. O Grupo achou melhor não adiar as sensibilizações, pois existia uma urgência no processo para a primeira contratação Aracê da Saúde Mental, e grande parte das pessoas que também eram foco dessa ação estaria presente. 55
Na visão da VINA e de parte do grupo parceiro ficou claro que o conjunto de fatores acima citados contribuiu para o insucesso da primeira tentativa de inclusão dos usuários da Saúde Mental, e que, em breve, teriam que repensar algumas questões nesse sentido. Já a equipe técnica da Saúde Mental, além de se mostrar desanimada com o projeto-piloto Aracê, discordou e sugeriu que o preconceito contra os seus usuários também passava por uma resistência da empresa em querer, de fato, incluílos no seu quadro efetivo. A equipe técnica da Saúde Mental colocou a questão como se a VINA estivesse criando dificuldades para essas contratações, que iam além da insegurança da Referência Interna VINA/Aracê. Ficou evidente, também, a insatisfação da equipe da Saúde Mental com os outros parceiros, pelo fato de que, até aquela data, nenhum dos seus usuários fazia parte das Contratações Aracê e que, na visão deles, o público oriundo das outras parcerias estava sendo privilegiado no Projeto.
Tanto a VINA como as outras instituições parceiras não compreenderam, num primeiro momento, o posicionamento da equipe da Saúde, já que todas as decisões do Projeto Aracê sempre foram discutidas e decididas entre o grupo. Durante todo o processo, a VINA levou com muita abertura ao Grupo as limitações internas que impediram a primeira inclusão dos usuários da Saúde Mental, sempre na tentativa de que buscassem, juntos, soluções para os já previstos obstáculos que um Projeto como este costuma enfrentar. O posicionamento da equipe da Saúde Mental trouxe indignação à equipe da VINA e levou a algumas reflexões: depois de uma análise interna, feita inclusive por respeito à equipe da Saúde, a equipe da VINA concluiu que as questões levantadas realmente não procediam. Na visão da empresa, a posição da equipe da Saúde Mental passava por outros aspectos: primeiro, pela pressão política interna que esta vinha sofrendo por parte da sua instituição (que parecia estar mais preocupada com a ‘quantidade’ de inserções e não com a ‘qualidade’ das inclusões); segundo, e principalmente, por não levarem em conta as dificuldades surgidas − e já previstas − na implantação do projeto-piloto Aracê, especialmente no caso dos seus usuários, que eram um dos focos do Projeto em 2008.
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Para a VINA, esses foram os pontos que de fato colaboraram para gerar um ruído de comunicação entre os parceiros da Saúde Mental e o restante do grupo. Afinal, os problemas surgidos no andamento do Projeto, na visão da equipe da empresa, já eram previsíveis, considerando que se trata da tentativa de quebra de paradigmas fortemente estabelecidos na sociedade. Daí, inclusive, a necessidade da criação de um projeto-piloto com o objetivo de vivenciar experiências e criar metodologias capazes de vencer desafios que tornem efetiva a ação da inclusão social via mercado formal de trabalho. E mais: no caso dos usuários da Saúde Mental e das mulheres, por sofrerem um preconceito ainda maior, é que a posição tomada pela equipe da Saúde não procedia.
Com essa posição, a Saúde Mental mostrou ter uma visão limitada do Projeto, estando apenas preocupada com os seus interesses e não com o sucesso do Aracê como um todo. Após esses acontecimentos, a equipe da VINA se mostrou frustrada com o grau de envolvimento dos parceiros num projeto-piloto tão inovador e desafiador como esse. Já os parceiros sentiram-se pressionados pelo ritmo que o setor privado impõe e alegaram, por sua vez, que o excesso de tarefas que suas instituições demandam impossibilitava uma dedicação maior ao Aracê.
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Desenho: Desemir Teixeira de Araújo (participa das oficinas do Centro de Convivência Cézar Campos – Projeto Saúde Mental). Texto: extraído do filme Loucura e Cidadania, da coleção Fronteiras da Mente, da Saúde e da Expressão, produzida pelo SENAC. Autora: Gisele Torres (que também participou do filme).
Apresentamos, abaixo, um breve relato do Desemir sobre sua obra e sua história:
"Tem dias que eu fico sem ter nada na cabeça para desenhar, até que faço um traço. Mas antes eu penso em gente ou num animalzinho, ou numa residência. Aí eu faço o resumo e vou colocando aos poucos no papel onde vão surgindo outras e outras coisas: plantas, flores, animais, um cavalo, um burro, um boi, uma família, os conhecidos, a flora e a fauna. Também gosto de bordar. Vim para Belo Horizonte com seis meses. Estudei na Escola Afonso Pena onde adorava assistir às matinês, ao cinema que passavam nas tardes. Desenho animado, Carlitos, O gordo e o magro, me inspiravam com sua alegria. Ah! Também adorava ler gibis. Às vezes eu acho que um desenho não ficou muito bom, que não consegui por graça, nem animosidade nele; ou alguma coisa ficou torta. Eu sinto que não ficou bom e que se alguém for apreciar não vai ter bom gosto pelo desenho. Animosidade? É a coisa que a gente faz que a pessoa reconhece a gente".
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Aracê e a Saúde Mental SOBRE O TRABALHO, A VISIBILIDADE, A REINVENÇÃO E A CIDADE (reflexões acerca do lugar para o louco fora do manicômio) Autor: Dr. Musso Greco
O trabalho O modelo de atenção à saúde mental adotado no Brasil estrutura-se sob a forma de uma rede de serviços regionalizados que contemplam a urgência psiquiátrica, o acompanhamento ambulatorial e a reabilitação psicossocial. Nesse modelo, consonante com os princípios do Sistema Único de Saúde (SUS) e as diretrizes da Reforma Psiquiátrica em curso no País, os portadores de sofrimento psíquico, que anteriormente tinham como único recurso de tratamento a internação em hospitais psiquiátricos, passam a ser acolhidos em programas que levam em conta a necessidade de montar estratégias de inserção social para pessoas historicamente marcadas pela segregação. Além das estratégias clínicas e políticas de estabilização psíquica, expressão de singularidades e socialização, não há como adiar a criação de projetos que revertam a desvantagem social desse grupo de pessoas em relação ao mundo do trabalho. O trabalho, sendo fonte primeira e de maior valor social, deve ser considerado nas ações de promoção do resgate do direito à cidadania dos portadores de sofrimento psíquico. Os passos para a construção do direito ao trabalho incluem o cadastro das oportunidades de emprego formal, o acompanhamento do usuário do serviço de Saúde Mental empregado, a promoção da sua capacitação profissional, a busca de equiparação de oportunidades de geração de renda e o desenvolvimento de estratégias eficazes de rompimento das barreiras socioculturais que isolam os portadores de sofrimento psíquico de uma efetiva participação social. É preciso, entretanto, além de experimentar fórmulas de trabalho e de ampliar as parcerias, dar visibilidade ao projeto. Mostrar, mudar a visão, desmistificar, disseminar uma nova imagem, obter reconhecimento de direitos, poder se expressar, desestigmatizar, desmarginalizar, combater o rechaço social: todas essas ações presentes na clínica dos serviços substitutivos ao manicômio e na militância antimanicomial inscrevem-se no âmbito da visibilidade e apelam a um olhar mais empático da sociedade sobre os ditos loucos, reivindicando entendimento, solidariedade e aceitação das diferenças. 60
A visibilidade Historicamente, o louco tem uma tradição no circuito do olhar. A exibição pública da loucura em carne e osso era quase uma instituição no século XVIII, configurada em espetáculos nos quais os loucos eram monstros − não no sentido de algo temível, mas no de "seres ou coisas que mereciam ser mostradas". Ausente total de razão, o louco, outro do humano, estava ali para entreter a visão razoada. Com o advento do asilo, no século seguinte, a exibição pública deu lugar ao olhar médico − perscrutador de fenômenos −, e o louco ganhou o estatuto de documento vivo: através dele, de sua nudez moral, podia-se chegar a um conhecimento do homem.
Com as exposições de arte e artesanato promovidas pelos serviços de saúde mental nas últimas décadas, bem como os desfiles carnavalescos do Dia Nacional da Luta Antimanicomial − que já se tornaram uma tradição em Belo Horizonte − e a inserção de pacientes psiquiátricos no mundo do trabalho, temos uma nova contextualização do louco como objeto de um olhar: trata-se agora de mostrá-lo como igual. Nem monstro alienígena nem pedra de Roseta. No lugar de um outro externo-estranho, um outro semelhante que pode encontrar no olhar do espectador um assentimento, um encontro de imagens que, como no espelho, produz uma identificação.
A reinvenção Reinventar a instituição psiquiátrica é permitir aos técnicos e pacientes envolvidos uma travessia, um passe, um encontro de múltiplos talentos, recursos e sujeitos. É reconstruir as relações entre esferas que tendem a autonomizar-se. É representar a sua conexão com cem outras coisas insuspeitadas, inclusive aquelas mórbidas ou obscenas, pessoais ou universais, necessárias ou inúteis, criativas ou apodrecidas. Cem outras coisas, que se revelam na descoberta das relações institucionalizadas e que devem atuar como motores de sociabilidade e produção de sentido nas trocas plurais cotidianas desencadeadas pela desinstitucionalização.
Para tanto, é preciso construir e desconstruir discursos, papéis simbólicos e identificações. Mas também derrubar e erguer muros, abrir e fechar portas e, principalmente, inventar novas formas de comunicação. Esse real da transformação institucional pode gerar mal-entendido e desestabilização, colocando em risco os 61
projetos de mudança, em razão das dificuldades operacionais com tudo o que é novo, acrescidas da peculiaridade daquele que é tão radicalmente singular: o dito louco.
Será preciso, então, criar tanto uma pacata distância entre o serviço de Saúde Mental e o campo do trabalho para o usuário desse serviço, quanto um olhar atento e não invasivo sobre cada fase do processo de entrada nesse campo: criar a lógica do umbral, imagem que sintetiza as chegadas e partidas; a hesitação; a segurança; a livre acolhida; o respeito ao ritmo próprio, mas, também, o limite do dentro e do fora, do sim e do não, do paciente e do trabalhador, do eu e do outro.
A cidade democrática O manicômio não é uma casa nem um lugar de intercâmbio: se está ali por falta de alternativas de casa, de dinheiro, de relações de apoio, de recursos para viver e para se reconhecer no tecido das trocas sociais. A institucionalização de suas rotinas, sua hierarquia e seu esquema impessoal de plantões e de desresponsabilização denunciam sua acomodação ao que se apresenta como impossível, no caso, a loucura. Assim, podemos chamar de “manicomial” qualquer sistema institucionalizado que ofereça superproteção, subestimação, restrição de escolhas individuais, rígida adesão a uma escala rotineira de atividades e perda de um papel social doméstico e público.
Ao sustentar um acolhimento dos ditos loucos na cidade verdadeira, ao mundo perturbador e aberto da casa, com suas contradições, estímulos e surpresas, e ao universo do trabalho, com sua necessidade de ordem e produtividade, precisaremos de uma sólida determinação de responsabilidades e de um sistema eficaz de controle de contratos capazes de agregar um projeto de desconstrução de uma lógica manicomial. Assim, sem reproduzir a lógica excludente do manicômio, caminharemos para uma progressiva reconstrução do direito ao uso mais livre da palavra e do corpo próprio, do direito ao uso de objetos pessoais e do espaço doméstico, do direito de ir e vir, do direito de se relacionar com as outras pessoas sem a barreira dos muros e do funcionamento murado do cotidiano do hospital, do direito de ter deveres no ambiente do trabalho.
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Para tanto é necessário organizar uma rede coesa de intercomunicação entre os níveis residencial, ocupacional, clínico e de reabilitação social, que não pode, sob pena de reproduzir a lógica asilar, ser regida de forma autoritária ou meramente burocrática, mas sustentada por uma ética clínica que possa fazer par aos ideais revolucionários de libertação geralmente implicados em processos dessa natureza, pautada por um pragmatismo que leve em conta a dimensão da alteridade radical das psicoses e a possibilidade de uma "cidadania assistida".
Trata-se aqui de reinventar o acolhimento no mundo vivo da casa e da cidade, onde cada novo gesto pode ter um novo nome, onde cada velho nome pode ter renovados sentidos, onde cada fala e cada escuta podem abrir ou fechar o mundo comum e os mundos individuais.
Aracê e as Mulheres Na sociedade patriarcal em que ainda vivemos, as mulheres, apesar dos avanços sociais, comportamentais e até mesmo culturais, continuam ainda a sofrer discriminação no mercado formal de trabalho, como, também, de uma maneira geral na sociedade, sob diferentes aspectos, que passam pela violência, pela sexualidade, entre outros. Apesar das muitas conquistas já firmadas, a mulher ainda tem batalhas e desafios a cumprir na busca de um novo papel social.
Por essas questões, a situação das mulheres com trajetória de exclusão se torna, particularmente, assim como os usuários da Saúde Mental, um desafio maior dentro do Projeto Aracê, rumo à inserção social via mercado formal de trabalho. Dentro do público alvo do Aracê, as mulheres e os usuários da Saúde Mental, independentemente de sexo, formam um grupo que, pela realidade social, são duplamente excluídos.
A partir de 2008, o Aracê passa a focar esses grupos, de maneira mais pontual, na tentativa de quebrar paradigmas fortemente estabelecidos na sociedade.
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Ações Aracê 2008 - 2009 Começamos e terminamos o ano de 2008 assim como o de 2007, sem problemas significativos com o processo de inclusão Aracê. Já entre as instituições parceiras, o desgaste gerado, principalmente pela diferença de envolvimento e de ritmos entre os setores parceiros, mais uma vez se fez presente.
O ano de 2008 foi atípico, visto que a VINA passou por um período de perda de contratos e de reformulações, o que acabou gerando a perda de um importante contrato que atendia, de maneira específica, ao perfil do público Aracê. Essa perda, além de prejudicar as contratações de um modo geral na empresa, também prejudicou de maneira pontual as contratações do projeto-piloto.
Os outros contratos da empresa não podem atender ao público do Projeto Aracê por se encontrarem em regiões fora da Grande Belo Horizonte. Entre os parceiros, é consenso a ideia de não arriscar contratações fora deste município, pois, além das limitações naturais que o público Aracê já apresenta, a distância impõe limites para um acompanhamento mais próximo dos contratados durante o processo de adaptação ao mercado formal de trabalho8.
No decorrer de 2008, os contratados Aracê não apresentaram nenhum tipo de problema extraordinário. Os problemas foram os de rotina dentro desse nível profissional. O processo de inclusão produtiva ocorreu melhor do que as nossas expectativas, levando-se em conta os problemas que o Projeto enfrentou: a execução de parte da metodologia proposta, a perda do contrato acima citado e a trajetória de exclusão dessas pessoas.
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Com a vivência do Projeto, a VINA acredita que as contratações Aracê fora de Belo Horizonte sejam viáveis, já que os contratados Aracê não mostraram nenhum tipo de problema que desabonasse esta ideia. Os problemas surgidos na rotina de trabalho são considerados normais. Além do que, a Metodologia de Referência Interna VINA/Aracê, na empresa, vem sendo desenvolvida com eficácia.
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Em 2008, duas contratações de usuários da Saúde Mental foram realizadas. Em novembro desse mesmo ano, a Secretaria Municipal de Saúde solicitou o encerramento da parceria alegando que o Projeto não havia atingido o seu objetivo.
A VINA discordou do motivo alegado e, internamente, decidiu dar prosseguimento ao projeto-piloto via Banco de Dados Aracê, além de manter a metodologia de Referência Interna VINA/Aracê e os contatos informais com parte da equipe técnica das instituições parceiras para complementar o acompanhamento necessário que este tipo de proposta exige.
O foco do Projeto mostrou-se viável no seu decorrer, apresentando apenas limitações que já eram previstas dentro de uma proposta desafiadora como esta. Foram realizadas duas contratações Aracê atendendo a um dos focos de 2008/2009: as mulheres.
Metodologia de Referências - 2008 Na prática, a Metodologia de Referências apresentou limitações, tanto na empresa, internamente, quanto por parte dos parceiros, externamente. Durante o processo de implantação do projeto-piloto, alguns problemas surgiram e geraram desgastes. Na VINA, apesar dos problemas, o processo foi desenvolvido de modo bem próximo dos contratados, com o cuidado de não tornar esta ação paternalista ou negligente, mas, sim, eficiente e coerente com a metodologia proposta e, principalmente, com respeito à trajetória de vida daquelas pessoas.
Durante o processo da primeira tentativa para a inserção dos usuários da Saúde Mental, a pessoa que ocupava a função de Referência Interna VINA/Aracê demonstrou resistência. A empresa tentou algumas intervenções para adaptar essa pessoa ao perfil que a função exigia. Depois de algumas tentativas, sem sucesso, a empresa concluiu que seria melhor substituí-la, tomando o cuidado de colocar em seu lugar uma pessoa com perfil mais adequado para esse tipo de função. 65
A Metodologia de Referências, internamente, vem se desenvolvendo de maneira positiva após a referida substituição, apesar de algumas limitações ainda existentes.
Quanto à Referência Externa Aracê, de responsabilidade dos parceiros, na visão da VINA, poderia ter sido mais cuidadosa e eficiente: algumas demissões no andar do Projeto poderiam ter sido evitadas se as Referências Externas estivessem mais presentes, acompanhando de perto os contratados Aracê, como previsto na metodologia do Projeto, especialmente nos três primeiros meses de contratação.
A ausência das Referências Externas no acompanhamento da rotina de trabalho dos Contratados Aracê, chegou a gerar problemas operacionais na empresa que poderiam ter sido evitados: a morosidade na comunicação e na busca de soluções para resolver os problemas surgidos, causou, entre a equipe regular da VINA, um sentimento de ‘privilégio’ em relação aos contratados Aracê.
Esse fato foi negativo e, ao mesmo tempo, contraditório dentro da proposta do projeto-piloto Aracê, que é a inserção das pessoas com quadro de vulnerabilidade social na rotina de trabalho, com os ajustes e as adaptações necessárias para que essa inclusão não comprometa a rotina da empresa. Internamente, a demora por parte dos encarregados diretos dos contratados Aracê em comunicar os problemas surgidos também foi um fator relevante que contribuiu para reforçar as dificuldades surgidas, tanto na prática da Metodologia de Referências Aracê como nos problemas que foram consequências desses entraves.
A VINA tomou medidas internas e algumas ações foram efetivadas na busca de suprimir a ideia de privilégios dos contratados Aracê perante o restante da sua equipe. A empresa buscou melhorar, por exemplo, a sua comunicação interna e externa, no geral e junto aos Parceiros Aracê, no sentido de evitar reforçar esse sentimento e estabelecer a normalidade dentro da rotina de trabalho.
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É importante destacar que a VINA sempre se mostrou aberta à presença das Referências Externas na empresa, não colocando nenhum tipo de limitação, ao contrário, diversas vezes cobrou dos parceiros uma posição mais efetiva nesse sentido. A cobrança por um posicionamento mais atuante e preventivo das Referências Externas chegou a abalar as relações entre a VINA e os parceiros. Afinal, um projetopiloto que busca a quebra de paradigmas com a inclusão social via mercado formal de trabalho demanda maiores cuidados.
Os parceiros não se envolveram muito com o apelo da empresa, alegando sobrecarga de tarefas. A VINA percebeu que, pelo fato de os contratados Aracê estarem superando, com tranquilidade, as expectativas de adaptação à rotina de trabalho e também com a atenção que a VINA disponibiliza ao Projeto, os parceiros se acomodaram.
Observação: É interessante registrar que na prática do Aracê na empresa, muitas falhas internas da VINA foram percebidas, outras reforçadas, algumas solucionadas e outras repensadas. O projeto-piloto, de maneira geral, foi positivo para a rotina da empresa.
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Perda do contrato SLU 9/ VINA: principal via de inserção Período: fevereiro/março de 2008 Em março de 2008, foi comunicada aos parceiros a possibilidade da perda do contrato com a SLU que atendia os contratados Aracê e grande parte da demanda futura do Banco de Dados Aracê. A VINA colocou sua preocupação e adiantou que, caso isso acontecesse, de fato, o projeto sofreria uma perda, pois, pela trajetória de vida dos candidatos Aracê e pela dificuldade de acompanhamento dos mesmos em contratos fora de Belo Horizonte, as inclusões ficariam limitadas e o projeto iria passar por um ano mais difícil.
Quando o contrato acima citado foi encerrado oficialmente, os parceiros foram informados pela VINA que a empresa estava sondando, junto à SLU, a possibilidade de aproveitamento dos contratados Aracê na nova empresa que assumiria o contrato dali em diante. A SLU se mostrou aberta a essa proposta, mas adiantou que apenas uma parte dos contratados poderia ser aproveitada, já que o novo contrato iria demandar muito menos mão de obra.
A VINA apresentou aos parceiros um plano de remanejamento e de promoções e, no caso das demissões, essas aconteceriam como última opção para os contratados Aracê. Ficou acertado, entre os parceiros, que essas ações iriam ser realizadas sempre em conjunto com as Referências Externas de cada um. Foi, também, colocado para os parceiros Aracê que as perdas de contratos, assim como os ganhos, fazem parte da rotina da empresa. O importante a destacar era que o projeto Aracê iria seguir, normalmente, dentro da nova realidade.
Comunicado oficial da perda do contrato SLU/VINA Plano da VINA de remanejamento para os contratados Aracê dentro da nova realidade: • Quatro transferências para a RNV - empresa ganhadora do contrato;
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Duas possíveis promoções;
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Uma possível demissão.
SLU: Superintendência de Limpeza Urbana da Prefeitura de Belo Horizonte.
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As mudanças trouxeram uma insegurança muito grande para alguns dos contratados Aracê. Acreditamos que se o contrato da VINA com a SLU seguisse seu curso, muitos deles continuariam a sua rotina de trabalho, sem maiores problemas.
No que a VINA pôde perceber, além da ansiedade natural que toda mudança gera, a ausência das Referências Externas junto aos contratados Aracê, durante esse processo (e até antes), contribuiu para que algumas demissões acontecessem. A presença mais atuante e próxima das Referências traria, com certeza, maior segurança (os técnicos acompanham a trajetória dessas pessoas desde a abordagem nas ruas) e, talvez, pudesse amenizar um pouco o grau de insegurança gerado.
Internamente, a VINA acompanhou de perto o processo de mudança e tentou buscar a melhor solução para cada caso.
As readaptações e a posição da Equipe Técnica da Saúde Mental Na primeira proposta de remanejamento dos contratados Aracê, alguns seriam transferidos para a empresa RNV, o que acabou não acontecendo. Então, a VINA decidiu transferi-los para outro setor da empresa, que na ocasião apresentava duas vagas, e, no lugar de demiti-los, optou por oferecer uma nova oportunidade.
A decisão foi comunicada aos parceiros Aracê que, de modo geral, concordaram com a nova proposta, com exceção da equipe da Saúde Mental, que protestou, solicitando as duas novas vagas para seus usuários, pois até aquela data (maio de 2008) nenhum dos usuários havia sido inserido no projeto-piloto. Apesar de, por um lado, ser justo o apelo que faziam, os outros parceiros e a VINA não viram sentido em demitir dois contratados Aracê para contratar novos candidatos.
A equipe da Saúde Mental protestou sobre a decisão dos parceiros, deixando a entender que eles sentiam que o real motivo da não inclusão era o preconceito contra os seus usuários.
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Todo o restante da equipe Aracê estranhou o posicionamento da equipe da Saúde Mental, pois desde a construção do Projeto todas as questões surgidas foram sempre discutidas em equipe, com o objetivo de privilegiar o foco do Projeto e não os interesses particulares das instituições parceiras.
A VINA colocou de maneira clara e objetiva para todos os parceiros o processo de remanejamento dos contratados Aracê à nova realidade da empresa. Todas as decisões finais foram elaboradas em comum acordo.
É interessante ressaltar que, se os fatos tivessem ocorrido de acordo com os planos anteriormente apresentados, as duas vagas surgidas teriam sido naturalmente disponibilizadas para a Saúde Mental: foco do Projeto Aracê em 2008. Mas por uma questão de bom senso, por respeito ao foco do Aracê e dentro de uma visão global do projeto-piloto, a maioria dos parceiros optou pela manutenção dos antigos contratados no emprego.
Encerramento da parceria a pedido da Secretaria Municipal de Saúde Data: novembro de 2008 A VINA recebeu uma carta10 da Coordenação da SMSA solicitando o fim do Termo de Cooperação Técnica, alegando que o projeto-piloto não havia cumprido seus objetivos. A VINA discordou dos motivos alegados e respondeu à Saúde Mental e aos outros parceiros, por carta, sua posição a respeito. Talvez, o ritmo de implantação do Projeto não tenha correspondido aos interesses e às expectativas individuais e institucionais, mas correspondeu ao que foi possível dentro dos limites da realidade. Dificuldades são esperadas em qualquer projeto, ainda mais em um projeto-piloto que propõe a quebra de paradigmas fortemente estabelecidos na sociedade, além das especificidades que este apresenta.
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A carta encontra-se disponível para consulta no Departamento Socioambiental da VINA.
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Por exemplo, o preconceito dentro do preconceito com os duplamente excluídos: usuários da Saúde Mental e mulheres; a busca do equilíbrio entre as diferenças de demandas e ritmos entre público, privado e organizações não governamentais; além de outros aspectos que deixaram claro, para a VINA, que o encerramento nesse ponto do projeto-piloto representava uma perda lamentável.
O ideal seria que o Aracê cumprisse, pelo menos, dois anos de prazo, pois um projetopiloto necessita de tempo para consolidar seus objetivos e vencer as dificuldades e demandas que este tipo de projeto normalmente apresenta.
O Projeto Aracê, na visão da VINA, merecia uma reflexão mais cuidadosa de todos os parceiros envolvidos em respeito ao seu foco principal - que são as pessoas com trajetória de exclusão - e a todo o trabalho, esforço e dedicação despendidos até o momento.
Independentemente do encerramento formal da parceria, a VINA decidiu que daria continuidade ao Projeto Aracê dentro da empresa, como também deixar firmado o seu compromisso com a sua proposta: o resgate da cidadania via mercado formal de trabalho. Na ocasião, a VINA continuou com o Banco de Dados Aracê aberto para o recebimento de currículos de pessoas socialmente vulneráveis e deu andamento à Metodologia de Referências, fazendo o acompanhamento dos atuais contratados Aracê através da Referência Interna VINA/Aracê e, informalmente, com alguns profissionais e exparceiros.
No caso dos demitidos ou transferidos, a empresa procura checar, quando possível, informações sobre o paradeiro dessas pessoas, já que para o projeto-piloto, a vida deles após a experiência de inclusão social via mercado formal de trabalho é fundamental para a análise geral da viabilidade do Projeto.
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Balanço do Projeto-piloto: de 2007 a 2009 Com a experiência prática que a VINA adquiriu com o Projeto Aracê, alguns aspectos se tornaram claros para a empresa: • O trabalho de base desenvolvido pelos parceiros através de políticas públicas e ações de ONGs direcionadas ao resgate da cidadania vem sendo feito de maneira competente: da abordagem até a fase de seleção para a entrada no Banco de Dados Aracê. A inclusão de pessoas com vulnerabilidade social via mercado formal de trabalho se fez viável graças às ações de base acima citadas, à parceria estabelecida e às ações propostas pela metodologia do Projeto, realizando as contratações da maneira mais natural possível, tendo em vista a trajetória de exclusão do público-alvo do Projeto Aracê e a realidade que esse mercado apresenta.
Os contratados Aracê não apresentaram problemas além dos já previstos. Até mesmo surpreenderam pela ‘normalidade’ com que enfrentaram o processo. Com as experiências práticas adquiridas no processo de inclusão Aracê, a VINA percebeu que é preciso desenvolver parâmetros mais criteriosos na seleção de currículos para a entrada no Banco de Dados Aracê, além de determinar o perfil da empresa contratante como um dos pontos de partida para essa seleção. Na visão da VINA, se esse critério tivesse sido rigoroso desde o começo, provavelmente teriam sido evitadas contratações de pessoas que não estavam em condições de enfrentar as exigências que o mercado formal de trabalho impõe. • O perfil que as instituições parceiras (públicas e ONGs) apresentam e pelos objetivos aos quais elas se propõem, muitas vezes, colidem com o ritmo e os objetivos do setor privado, o que acaba gerando conflitos nas relações de parceria, quando os parceiros envolvidos não são capazes de encontrar soluções que busquem equilibrar essas diferenças.
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Para a VINA, a busca do equilíbrio entre os setores parceiros, apesar das diferenças de papéis e objetivos dentro da sociedade, é essencial para se desenvolver uma experiência mais rica e menos limitada, principalmente, quando se trata de parcerias 11 cujo foco é o bem-estar social.
Os setores parceiros precisam estar no mesmo grau de envolvimento com a proposta estabelecida, como também precisam incorporar uma visão mais global e menos institucional do Projeto Aracê. As dificuldades não só comprometeram o desenvolvimento do Projeto como, também, contribuíram para o encerramento oficial do projeto-piloto no meio do seu percurso.
A VINA sempre dedicou ao Aracê, como ainda dedica, a atenção necessária que um Projeto dessa importância requer, tomando medidas cabíveis para esse fim e se esforçando na busca do equilíbrio acima proposto. A empresa também buscou manter a parceria Aracê, já que na sua visão, o trabalho em equipe, especialmente entre setores diferentes da sociedade, é muito positivo, apesar das limitações e dificuldades existentes. Cada um com suas habilidades e competências, buscando tornar possíveis as ações propostas em conjunto, como também provocar mudanças dentro das próprias empresas, nas instituições parceiras e na sociedade.
Por acreditar no projeto proposto, a VINA prosseguiu internamente com o processo de inclusão Aracê, utilizando o Banco de Dados, mantendo em ação a Referência Interna VINA/Aracê e solicitando a alguns técnicos (ex-parceiros), informalmente, um suporte para que este processo continue em andamento.
Para que essa experiência possa ser divulgada, ela precisa estar embasada na sua vivência prática, oferecendo parâmetros reais que demonstrem a viabilidade, ou não, da inclusão Aracê via mercado formal de trabalho. Além de provocar reflexões para a busca da quebra desse paradigma social.
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O Departamento Socioambiental da VINA já vivenciou, de certa maneira, as mesmas dificuldades em outras parcerias público-privadas. Informações disponíveis no Departamento Socioambiental da empresa.
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A inclusão de pessoas com trajetória de vulnerabilidade social via mercado formal de trabalho, até o momento, se mostra viável na visão da VINA, apesar de algumas limitações, que passam mais pelos aspectos institucionais das parcerias do que pelo foco do Projeto em si.
Além do quê, um dos aspectos mais positivos da inclusão social é o fato de que até os contratados Aracê, que, por enquanto, não se adaptaram às exigências da rotina que o mercado de trabalho impõe, conseguiram perder o estigma da ‘exclusão’, pois com a carteira assinada, eles passaram a ter o status de trabalhadores. A carteira de trabalho significa o primeiro passo para o resgate da cidadania e simboliza o retorno das pessoas com trajetória de exclusão à sociedade.
Dentro da realidade da VINA e de sua capacidade de contratações e levando-se em consideração o ano atípico que foi 2008 – assim como foi 2009 – os objetivos do projeto-piloto Aracê, que são a ação conjunta para inclusão de pessoas socialmente vulneráveis e o resgate de cidadania via mercado formal de trabalho, vêm sendo executados dentro de um ritmo e de um cuidado coerentes com as dificuldades que um Projeto como este exige e que a realidade da empresa impõe.
Para a VINA, a quantidade de inserções não é o mais importante, mas, sim a qualidade do processo, da construção de uma metodologia que possa demonstrar, num futuro próximo, que é viável a inserção de pessoas com trajetória de exclusão social no mercado formal de trabalho, ou não.
Os problemas surgidos na rotina de trabalho, até o momento, são considerados normais e dentro do esperado pela coordenação do Projeto. Além do mais, a Metodologia de Referência Interna VINA/Aracê vem sendo realizada, na empresa, de forma eficaz e satisfatória.
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Projeto de consultoria Em novembro, após o pedido de encerramento da parceria pela Secretaria de Saúde, a equipe da Pastoral de Rua propôs aos parceiros Aracê a solicitação de uma consultoria para análise do projeto-piloto, como um fechamento da etapa realizada até o término da parceria formal. A proposta foi aceita pelo Grupo e uma primeira análise do Projeto foi realizada pelo Professor e Economista Múcio Tosta (FEAD). Na visão dele, apesar das dificuldades apresentadas, havia mais aspectos positivos do que negativos na realização do trabalho até aquele momento, pois a inclusão via mercado formal de trabalho elevava o status social dos excluídos. A partir dessa análise foi proposto ao Prof. Múcio Tosta a realização de um levantamento socioeconômico do Projeto Aracê.
Na visão da VINA, a análise já realizada e o futuro levantamento socioeconômico do Projeto são essenciais para uma visão mais ampla desse processo de inclusão.
Balanço das contratações Período: março de 2007 a dezembro de 2009 Total de contratações: 15 Em exercício na VINA: 5 Demissões: 10
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Ações Indiretas VINA/Aracê Período: março de 2007 a dezembro de 2009 O Projeto Aracê, apesar de não ter sido divulgado formalmente, tem tido o apoio de pessoas ligadas à VINA que, informalmente, tomaram conhecimento das suas ações.
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Loja Coisa de Louco: Dezembro 2007
Depois de tomar conhecimento do Projeto Aracê por uma conversa informal com a coordenadora do Departamento Socioambiental da VINA, a Diretora Administrativa do Centro Comercial Barroca decidiu disponibilizar a uma das instituições parceiras do Aracê, a Secretaria Municipal de Saúde, um de seus imóveis para um bazar de fim de ano, em dezembro de 2007.
O bazar foi um sucesso e acabou gerando uma nova negociação, que culminou na criação da loja Coisa de Louco12 – com produtos confeccionados pelos usuários da Saúde Mental, estabelecida em ponto nobre da cidade.
Num primeiro momento, o imóvel foi emprestado em regime de comodato, para que os Centros de Convivência, a SURICATO e o Projeto Arte da Saúde, vinculados à Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte, pudessem expor e comercializar seus produtos. Depois, a loja começou a funcionar, no mesmo local, com nova negociação: o pagamento de aluguel com um valor simbólico. Esse aluguel seria corrigido gradualmente, até chegar ao valor real de mercado.
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A VINA não conseguiu autorização da Secretaria de Saúde para publicar uma foto da loja neste relatório.
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Curso de Especialização da Polícia Militar
Data: Fevereiro de 2008 Tema: Ética, transparência e controle público. Local: Fundação João Pinheiro Coordenação: Sônia Maria Dias – Socióloga Objetivo: Discutir as noções de ética e de democracia e sensibilizar os policiais a respeito das atitudes preconceituosas para com as pessoas moradoras de rua e catadores de materiais recicláveis. Participação especial Libério José da Silva, ex-policial, andarilho, ex-morador de rua, artista da sucata, primeiro contratado Aracê e que, na ocasião, estava trabalhando na RNV. Libério foi convidado por Sônia Dias, coordenadora do evento, para falar ao público da palestra sobre sua trajetória de vida. Sua história sensibilizou os participantes, todos policiais militares, especialmente pelo fato de ele ser um ex-policial. A atividade cumpriu o objetivo proposto.
Geração de renda para os grupos produtivos parceiros As ações do Projeto Aracê, junto com as ações de outros projetos e eventos da empresa VINA, ligadas ao Departamento Socioambiental, geraram renda para os grupos de inclusão ligados à parceria Aracê: •
Evento de Oficialização da Parceria entre a VINA e a Escola de Engenharia da
UFMG. Aconteceu no Bar Reciclo 213 em 10 de agosto de 2007. A equipe do Reciclo 2 foi responsável pelo Buffet Completo para 30 pessoas. Renda gerada: R$ 417,00 (quatrocentos e dezessete reais).
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Para mais informações sobre o Reciclo 2, ver rodapé da página 53.
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Café servido pelo buffet do Reciclo 2
• Primeiro Encontro Aberto do Grupo de Estudo Multidisciplinar Parceria entre VINA e Escola de Engenharia da UFMG: O Encontro foi realizado no dia 6 de outubro de 2007, na residência da professora Maria Teresa Paulino Aguilar, uma das coordenadoras do evento. Nesse evento, foi oferecido para as pessoas presentes, em torno de 30, um lanche, produzido pelo grupo de inclusão produtiva Caminho do Sabor. O lanche foi apreciado pelos presentes, pela qualidade dos quitutes servidos. Renda gerada: R$150,00 (cento e cinquenta reais). • Reunião de Balanço Aracê: novembro 2007 Local: Reciclo 2 Durante o evento foi servido buffet variado preparado pelo Reciclo 2. Renda gerada: por um engano na empresa, talvez o valores gerados tenham sido computados em outro centro de custo do Departamento Socioambiental da VINA. A empresa solicitou ao Reciclo 2 essas informações, mas até a data de fechamento deste documento não obteve retorno. • Loja Coisa de Louco Data: dezembro de 2007 Durante a semana de 18 a 24 de dezembro, no Bazar de Natal, a loja teve um faturamento de R$ 852,00 (oitocentos e cinquenta e dois reais). 78
• Palestra Construindo um Mundo Sustentável: parceria entre VINA e Escola de Engenharia da UFMG / CIPMOI14 Data: setembro de 2008 Durante esse evento foi servido, para as 80 pessoas presentes, um café produzido pelo grupo de inclusão produtiva Caminho do Sabor. Renda gerada: R$ 598,00 (quinhentos e noventa e oito reais). Nesse evento, não foram usados materiais descartáveis. Parte do vasilhame utilizado foi alugada e o restante foi adquirido do Grupo Pitangaporã. Renda gerada: R$ 175,00 (cento e setenta e cinco reais). Total de renda gerada: R$ 773,00 (setecentos e setenta e três reais). • Produção das capas do documento Uma das ações de 2008 foi a produção das capas usadas em outras versões deste documento, confeccionadas pelos usuários da Saúde Mental durante a Oficina de arte nos Centros de Convivência/PBH. Produção: 50 capas. Renda gerada: R$ 150,00 (cento e cinquenta reais). • Brindes de fim de ano/2009 Bolsas elaboradas com banners descartados que foram distribuídas junto com as agendas 2010 pelo Departamento Socioambiental da empresa. A criação e confecção das bolsas são do artista da sucata Libério José da Silva, ex-contratado Aracê. Produção: 120 bolsas. Renda gerada: R$ 480,00 (quatrocentos e oitenta reais).
Resumo Renda Gerada pelo Projeto Aracê: •
Ações diretas: R$ 1.346,00 (hum mil trezentos e quarenta e seis reais);
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Ações indiretas: R$ 2.822,00 (dois mil oitocentos e vinte e dois reais);
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Total: R$ 4.168,00 (quatro mil cento e sessenta e oito reais).
A renda gerada com essas ações, sob o ponto de vista empresarial, tiveram um baixo custo. Mas para os artistas e os grupos produtivos envolvidos, o retorno obtido foi significativo, tanto pelo aspecto financeiro como, também, pelo aspecto de valorização do trabalho e da autoestima. 14
CIPMOI: Curso Intensivo de Preparação de Mão-de-Obra Industrial/UFMG
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2010 Ações Aracê No ano de 2010 o Projeto Aracê decorreu de forma tranquila, sem problemas significativos no seu processo de inclusão social. Na realidade, aconteceram mais fatos positivos do que negativos, como, por exemplo, uma das contratadas Aracê ter se tornado a primeira operadora de máquinas pesadas da VINA, com um dos melhores testes realizados na empresa. - O Projeto Aracê foi, com o passar do tempo, inserido e adaptado à rotina de trabalho da VINA; desse modo, a Metodologia de Sensibilização se tornou desnecessária. - Com o encerramento das parcerias formais, o projeto foi assumindo seu próprio ritmo, se adequando às necessidades da empresa, como, também, às necessidades dos contratados. Visando somente à qualidade das contratações, e não a quantidade, o processo de inclusão ocorreu de maneira mais natural e eficiente. - As visitas dos técnicos, que antes eram sempre requisitadas pela empresa e demoravam a acontecer, começaram a acontecer de forma ágil, trazendo mais segurança e estabilidade ao projeto como um todo. Isso nos fez perceber também como a Metodologia de Referências é importante para a evolução profissional dos contratados na empresa, já que eles precisam de uma referência para orientá-los nessa nova fase. - Como a parceria é informal, os técnicos que nos apoiam são aqueles que se envolveram com o Projeto Aracê. O desgaste que antes foi gerado pela diferença de ritmos entre os setores parceiros, como já foi citado anteriormente, foi cessado. A partir do momento que os técnicos não estavam mais “presos” aos mecanismos e burocracias que o setor público impõe, a Metodologia de Referências passou a funcionar de maneira eficiente. Assim, o processo de inclusão Aracê passou a fluir naturalmente e em tempo hábil. - Em 2010, o Projeto Aracê ampliou as possibilidades para novas inclusões de pessoas com trajetória de exclusão. Em maio, foi feita a primeira inclusão formal de trabalho de um ex-detento.
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Balanço do Projeto Aracê - 2010 A equipe da VINA vem percebendo que, a cada ano, o Projeto Aracê tem evoluído e, aos poucos, o seu objetivo principal vem se mostrando cada vez mais viável. Apesar de a empresa não oferecer um grande número de vagas, essas oportunidades oferecidas já transformaram, de alguma maneira, a vida dessas pessoas com a sua reinserção social. Na visão da VINA, a quantidade de inserções pode não ser muito significativa, mas a qualidade do processo como um todo prova a viabilidade e a importância social do Projeto. A Metodologia de Referências vem se consolidando como fator importante no processo de inclusão social dos contratados Aracê. No caso dos demitidos ou transferidos, a empresa procura checar, quando possível, informações sobre o paradeiro dessas pessoas, já que para o Projeto é importante saber sobre os efeitos da experiência de inclusão do Aracê na vida delas. São dados fundamentais para a avaliação permanente da viabilidade do Projeto. Nossa expectativa é de que, num futuro próximo, possamos alcançar outro importante objetivo do Projeto Aracê: sensibilizar outras empresas a colocarem em prática ações de inclusão de pessoas com trajetória de vulnerabilidade social no mercado formal de trabalho, tendo como referência a proposta do nosso projeto-piloto.
Balanço das contratações Período: março de 2007 a dezembro de 2010 Total de contratações: 17 Em exercício na VINA: 5 Demissões: 12
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2011 Ações Aracê No ano de 2011, o Projeto Aracê aconteceu de forma tranquila, sem problemas significativos no seu processo de inclusão social. Com o encerramento das parcerias formais, em 2010 o projeto foi assumindo seu próprio ritmo, se adequando às necessidades da empresa, como, também, às necessidades dos contratados. Em 2011, esse processo continuou caminhando de maneira tranquila. As visitas dos técnicos acontecem de forma natural, trazendo mais segurança e estabilidade ao projeto. Isso nos fez perceber como a Metodologia de Referências é importante para a evolução profissional dos contratados na empresa. Em 2011, o Projeto Aracê teve uma nova contratação e uma promoção de cargo. Além de disponibilizar cursos técnicos e profissionalizantes para alguns de seus contratados.
Balanço do Projeto Aracê Em 2011, não foi possível desenvolver o projeto de consultoria para transformar as contratações Aracê em dados socioeconômicos. A VINA chegou a fazer contatos com profissionais da área para dar início às análises, porém, algumas questões internas e externas impediram que a equipe contatada pudesse desenvolver esta ação, que acabou sendo adiada para 2012. A partir da realização do projeto de consultoria, a VINA terá mais respaldo para sensibilizar outras empresas a colocarem em prática ações de inclusão, ampliando a proposta do Aracê e multiplicando as oportunidades de transformar positivamente a vida de muitas pessoas com trajetórias de vulnerabilidade social.
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Balanço das contratações Período: março de 2007 a dezembro de 2011 Total de contratações: 18 Em exercício na VINA: 6 Demissões: 12
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2012-2013 Ações Aracê O Projeto Aracê vem tendo continuidade, sem apresentar problemas significativos. Desde 2010, após o encerramento das parcerias formais, o Projeto começou a assumir seu próprio ritmo, se adequando de forma natural às necessidades da empresa e dos contratados. O trabalho das referências interna e externa entrou em sintonia, o que trouxe mais segurança e estabilidade à rotina de trabalho dos contratados. Em 2012 e 2013, a Referência Interna escolhida pela VINA não conseguiu desempenhar de maneira adequada a sua função, trazendo algumas consequências negativas, como, por exemplo, negligência no preenchimento de vagas que poderiam ter sido direcionadas para o Projeto Aracê, falta de acompanhamento adequado dos contratados, entre outras falhas percebidas pela empresa. Diante dos problemas citados, o Departamento Socioambiental da VINA decidiu assumir esse papel.
Situação do Banco de Dados Até dezembro de 2013, o banco de dados estava desatualizado e desativado. As contratações Aracê geralmente acontecem por meio de contato direto com os técnicos parceiros, informais. Nesse período, aconteceram três novas contratações.
Balanço das contratações Período: março de 2007 a dezembro de 2013 Total de contratações: 21 Em exercício na VINA: 5 Demissões: 16
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Ações Indiretas Foram realizadas palestras e eventos na UFMG com a participação direta de contratados ativos e, também, de ex-integrantes do Aracê. A convite da Profª. Sonia Dias, da Faculdade de Ciências Humanas (FAFICH) da Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG, o Departamento Socioambiental realizou três palestras para os alunos do curso de Gestão Pública da UFMG: duas em 2012 e uma em 2013.
O objetivo era apresentar brevemente o Projeto Aracê e discutir, com os alunos, a parceria entre os setores público e privado. Nesses encontros, alguns contratados Aracê estiveram presentes para dar os seus depoimentos sobre o projeto.
Primeira palestra – Junho/2012
Material de divulgação entregue aos alunos.
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Material de divulgação: todos os participantes, inclusive os contratados Aracê, receberam um material produzido pelo Departamento Socioambiental, em parceria informal com o ex-contratado Libério. Foram produzidas 60 porta-canetas 15 em formato de florzinhas de PET, que foram entregues com o caderninho Ações VINA e um marcador de páginas.
Exposição do Libério: na época da produção dos materiais de divulgação, em conversas informais, Libério vinha se queixando da dificuldade de trabalhar com arte e sucata por falta de divulgação e pela baixa remuneração. Para ajudar na divulgação do trabalho de Libério, Cláudia Lessa, coordenadora do Departamento Socioambiental da VINA, teve a ideia de montar uma exposição dele durante a palestra na UFMG. Foram compradas duas peças para sorteio (valor: R$ 80,00). Além disso, foram produzidos 500 cartões de visita (valor: R$ 45,80) e foi oferecido todo o suporte necessário para a divulgação do trabalho de Libério na Internet.
Café: nesse evento, o Reciclo 2, grupo de inclusão produtiva da ASMARE foi contratado para produzir o lanche, que foi muito apreciado por todos. Algumas peças de arte, criadas a partir de sucata, foram sorteadas para os alunos.
(Valor do lanche e das peças sorteadas: R$ 810,00)
Eric Dias, um dos contratados Aracê, ficou responsável pelo transporte dos colegas até a UFMG e, na volta, até a residência de cada um. Ele utilizou um carro emprestado pela VINA, que também forneceu o combustível. Além disso, a empresa ofereceu um lanche, que gerou renda extra para uma funcionária da VINA (valor: R$ 60,00).
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Por uma falha interna do Departamento Socioambiental da VINA, os custos dessa produção foram perdidos.
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Segunda palestra – Novembro / 2012 Nessa palestra também foram entregues kits de material de divulgação do Departamento Socioambiental da VINA. Dessa vez, Eric Dias utilizou o seu carro particular para realizar o transporte. A VINA calculou o valor gasto em gasolina (R$ 57,00) e pagou ao Eric o valor de R$ 80,00, como forma de gratificação pela gentileza. A RI VINA/Aracê também estava presente nesse evento.
Terceira palestra – Maio/2013 O foco dessa palestra era apresentar o projeto Aracê para os alunos, explicando as etapas de construção e implementação do projeto na empresa. Os contratados Aracê foram convidados a participar e deram o seu depoimento pessoal sobre a vivência no projeto.
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Cassimara Ribeiro sensibilizou os alunos com a sua fala e Diego Rocha Batista, por uma falha de logística, acabou se perdendo dentro da universidade e não conseguiu chegar a tempo de participar. Nenhum dos dois teve necessidade de utilizar o transporte oferecido pela VINA. Novamente foi oferecido um lanche, que gerou renda extra para uma funcionária da VINA (valor: R$ 20,00).
Durante essa palestra, o Departamento Socioambiental, em parceria informal com a Prof. Sônia Dias, deu início a uma nova ação: o registro audiovisual do evento. O objetivo inicial era gravar a palestra, transformá-la em um vídeo e usá-lo como material de divulgação do Aracê no meio acadêmico. Porém, após esse primeiro registro, chegou-se à conclusão de que esses vídeos deveriam ser gravados em outro formato, para serem melhor trabalhados e, assim, cumprirem seu objetivo.
A primeira ideia é a realização de filmagens e entrevistas que explorem a história de cada contratado do Projeto Aracê, narrando, a partir do olhar deles, essa experiência. Em novembro de 2013 foi iniciada a primeira fase das filmagens.
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2014 Ações Aracê Referência Interna – Departamento Socioambiental Como citado anteriormente, no ano de 2013 a função de Referência Interna (RI) do Projeto Aracê passou a ser vinculada ao Departamento Socioambiental. Essa renovação buscou o resgate do que havia sido perdido no ano anterior, por meio de encontros promovidos pela nova RI e que foram essenciais para a criação de elos de confiança e respeito entre os envolvidos. Em 2014 houve uma contratação Aracê por meio da parceria informal com o Instituto Minas Pela Paz – Projeto Regresso.
Instituto Minas Pela Paz – Projeto Regresso Em 2013, o Departamento Socioambiental convidou o Projeto Regresso para fazer parte dos parceiros informais do Projeto Aracê. A VINA teve uma experiência, no período de 2012 a 2013, de uma parceria formal com o Projeto Regresso, resultando em mais de 20 contratações de egressos do sistema prisional de Belo Horizonte e Ribeirão das Neves.
Essa parceria formal foi finalizada em novembro de 2013, devido ao excesso de burocracia por parte da Secretaria de Desenvolvimento Social (SEDES) e por falta de estrutura administrativa interna da VINA. No entanto, nesse período, foi possível perceber que o desenvolvimento do trabalho entre a VINA e o Programa de Inclusão Social de Egressos do Sistema Prisional (PRESP) foi produtivo, o que motivou o desejo de continuar o trabalho por via informal: pelo comprometimento entre as partes.
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Em novembro de 2014, o Instituto Minas Pela Paz 16, por meio do Projeto Regresso17, firmou parceria informal com o Projeto Aracê, seguindo a mesma metodologia da parceria formal, porém sem o pagamento de subvenção e com a adequação à metodologia do projeto-piloto, o que aconteceu sem maiores problemas pois as metodologias tinham pontos em comum.
A metodologia aplicada na parceria obedece às seguintes etapas: • Os egressos são indicados pelo PRESP para as vagas em aberto na VINA; • A VINA faz a entrevista e, sendo aprovado, o egresso é encaminhado para o exame médico admissional. É importante ressaltar que, ao ser encaminhado para a contratação, o PRESP orienta e auxilia os egressos quanto à recuperação de documentos, e, de sua parte, a VINA não solicita o atestado de antecedentes criminais. • Após a contratação, o egresso é acompanhado, internamente, pela RI da VINA e, externamente, pelo PRESP, por meio da RE.
Documentário: Projeto Aracê O ano de 2014 foi muito produtivo para o Projeto Aracê. Além do acompanhamento habitual dos contratados Aracê, foram iniciadas as filmagens, citadas na página 89, que formarão um documentário sobre o Aracê, mostrando a visão dos próprios contratados, dos parceiros e da empresa sobre o Projeto.
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O Instituto Minas pela Paz é uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP) criada a partir da iniciativa do Conselho Estratégico da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais FIEMG). Ele é composto pelos presidentes das maiores empresas do Estado. www.minaspelapaz.org.br 17 O Programa Regresso é o direcionamento estratégico do Instituto Minas Pela Paz na execução dos projetos Regresso e Recuperando que, desde 2009, se orienta pela inserção profissional do egresso do Sistema Prisional, além da formação educacional e profissional de apenados nas unidades prisionais comuns no Complexo Penitenciário Estevão Pinto, no Centro de Referência à Gestante Prisional, e na Associação de Proteção e Assistência aos Condenados (APAC’s). www.minaspelapaz.org.br/wp-content/uploads/2013/11/Relatorio_Projeto_Regresso.pdf
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O objetivo de registrar esses depoimentos, que são representativos das partes envolvidas neste projeto, é poder mostrar que a contratação profissional de pessoas que viveram alguma situação de exclusão é uma contribuição significativa para o resgate da cidadania, e que, em sua maioria, essas contratações são satisfatórias para a empresa que as contrata.
No mês de dezembro de 2013 foram iniciados os primeiros contatos com os contratados e ex-contratados Aracê. Esse contato inicial teve por objetivo explicar a proposta do documentário e fazer o convite para participação.
Inicialmente, a finalização do documentário estava prevista para dezembro de 2014. No entanto, ele ainda se estende, de maneira muito rica, até a data da última atualização deste documento (31/12/15).
Consultoria Socioeconômica para o Projeto Aracê Em dezembro de 2014, finalmente foi iniciada a parceria entre a VINA e a Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ) para a realização da consultoria socioeconômica do Projeto Aracê. O Professor Múcio Tosta, do curso de Economia da UFSJ, coordenará essa consultoria dentro de uma visão socioambiental do Projeto Aracê.
A VINA – a partir da sua experiência prática, da consultoria da UFSJ e da realização do documentário - irá se empenhar na divulgação do projeto-piloto para promover a sensibilização de outras empresas para colocarem em prática ações de inclusão social, estabelecendo, gradativamente, um ciclo positivo que promova a quebra de paradigma e mobilize muitas empresas a assumirem de fato a sua corresponsabilidade social.
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Balanço 2014 O ano de 2014 foi marcado pela reestruturação da Metodologia de Referências, que ajudou a fortalecer o Projeto; pela continuidade do projeto do documentário; e pela proposta de parceria entre a UFSJ e VINA para a construção de um levantamento socioeconômico do Aracê, com uma visão socioambiental.
A parceria informal estabelecida entre o Instituto Minas pela Paz e o Projeto Aracê também foi uma ação que acrescentou ao Projeto mais possibilidades de inclusão, ampliada para os egressos do Sistema Prisional.
Balanço das contratações Período: março de 2007 a dezembro de 2014 Total de contratações: 22 Em exercício na Vina: 4 Demissões: 18
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2015 Ações Aracê No ano de 2015 tivemos quatro novas contratações, três demissões e a perda de um contratado, por motivo de falecimento, além de uma reaproximação e retomada da pesquisa sobre o paradeiro dos ex-contratados. Foi um ano muito produtivo, no qual a metodologia de Referência foi retomada com um cuidado ainda maior. O acompanhamento dos contratados Aracê foi mais próximo, como, também, o entrosamento entre as Referências Interna e Externa, o que trouxe maior experiência à equipe, em diferentes aspectos deste projeto-piloto, inclusive promovendo ações indiretas, como o suporte da VINA, em outubro, à Pastoral de Rua para o IV Seminário do Fórum de População de Rua de BH.
As novas contratações tiveram um processo diferenciado das anteriores. A Referência Interna agregou ao processo de contratação do Aracê uma metodologia na qual, antes da contratação, houve um contato mais próximo com o candidato à vaga, a sua história e suas expectativas. A RI explicou para cada candidato, mais detalhadamente, sobre o projeto-piloto Aracê, sobre a empresa VINA (inclusive promovendo visitas aos futuros locais de trabalho), além de conscientizá-los sobre os direitos e deveres que envolvem a entrada no mercado formal de trabalho.
Em 2015, foi dada continuidade à construção da parceria com a Universidade Federal de São João del-Rei, junto à Escola de Economia, com o objetivo de se fazer, dentro de uma visão socioambiental, o levantamento socioeconômico do Projeto Aracê. No primeiro semestre, aconteceram dois encontros18, com a presença de contratados e excontratados Aracê.
18
informações detalhadas dessas ações encontram-se disponíveis para consulta no Depto Socioambiental da VINA.
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O primeiro encontro aconteceu, em março, na Sede da VINA, em Belo Horizonte, e o segundo encontro foi em maio, em São João del-Rei, no campus da Universidade. Além de apresentar o Projeto Aracê aos alunos e professores envolvidos nessa parceria, o objetivo desses encontros foi o de sensibilizá-los sobre o Projeto por meio dos depoimentos dos contratos e ex-contratados do Aracê. A presença da equipe Aracê é sempre um diferencial nesse tipo de encontro, pois reforça a importância desse processo de inclusão, tanto para os contratados quanto para a sociedade.
A experiência para os que participaram do encontro, em São João del-Rei, foi muito rica. Muitos deles nunca haviam saído de Belo Horizonte e outros nunca tinham estado em uma Universidade. Após o evento, foi oferecido um almoço e um tour pela cidade, que eles desfrutaram com muito prazer. No segundo semestre, deu-se início à estruturação e construção da metodologia dessa parceria. Em novembro, foi realizado o terceiro encontro, na sede da VINA, em Belo Horizonte, que contou com a presença da equipe da UFSJ, de representantes da VINA e de uma representante da Pastoral de Rua de Belo Horizonte.
As Referências Externas e os parceiros indiretos deste Projeto também foram convidados para discutir e aprovar a primeira proposta de concepção dessa ação, mas, por diferentes motivos, não puderam estar presentes.
Documentário: Projeto Aracê Nos encontros da parceria VINA-UFSJ, realizados no primeiro semestre, foi dada continuidade ao documentário sobre o Projeto Aracê, iniciado em 2014. Nesses encontros foram captados imagens e áudios dos eventos, depoimentos de contratados e ex-contratados e realizados registros fotográficos. Em 23 de novembro, foi apresentado o primeiro estudo de edição do documentário Aracê que, na opinião de todos, alcançou o objetivo de transmitir de maneira sensível a essência do Projeto.
Em dezembro de 2015 foram captados novos depoimentos e imagens, dando continuidade ao processo do documentário. 94
Balanço das contratações até 31/12/2015 O ano de 2015 foi marcado pela construção da parceria entre a UFSJ e a VINA para a realização de um levantamento socioeconômico do Aracê, com uma visão socioambiental. Esse processo trouxe aspectos bastante positivos ao Projeto, como a reaproximação com os parceiros, a retomada da pesquisa sobre o paradeiro dos excontratados e novas contratações.
Balanço das contratações Período: março de 2007 a dezembro de 2015 Total de contratações: 26 Em exercício na Vina: 4 Demissões: 21 Falecimento: 1
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Contratações 2007 a 2015
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2007 1) Libério José da Silva Admissão: 03/05/2007 Demissão: 05/05/2008 Permanência: 1 ano e dois dias. Origem: Bolsa Moradia Função: Servente19 Setor: Produção Escolaridade: Segundo grau Salário inicial direto: R$ 380,00 + Insalubridade R$ 152,00 Transporte: R$ 94,60 Alimentação: R$ 132,00 Total dos salários indiretos: R$ 378,60 Total: R$ 758,60
Novo emprego: Construtora RNV LTDA Admissão: Maio/2008 Demissão: Setembro 2009 Permanência: 1 ano e 04 meses Função: Servente Salário inicial direto: R$ 559,00 + Transporte: não fornecido. Usava bicicleta, morava perto do trabalho. Alimentação: 159,00 Cesta básica em dinheiro: R$ 70,00 Soma dos salários indiretos: R$ 229,00 Total: R$ 788,00
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Empregado pertence à categoria do sindicato Sindiasseio – Data base de reajuste salarial: janeiro. http://www.sindiasseio.com/
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Histórico Libério é um artista plástico que trabalha com sucata, desenha e possui outras habilidades artísticas. Depois de um período de trabalho, em que se revelou um bom profissional, ele solicitou à empresa uma mudança de horário para que pudesse exercer a sua arte, que, além de lhe dar prazer, também lhe garantia uma renda extra. Apesar de a sua contratação ser recente, a VINA atendeu ao pedido de Libério. Ele se mostrou capaz, cumprindo com responsabilidade e competência suas obrigações.
Em maio de 2008, com o término do contrato da empresa com a SLU, Libério se desligou da VINA. A diretoria da VINA entrou em contato com a SLU e a RNV, a nova empresa que assumiu o contrato, e conseguiu que ele fosse admitido por ela nas mesmas condições anteriores. Libério ficou feliz com a oportunidade, pois, para ele, ter duas empresas diferentes em sua carteira de trabalho era muito significativo. Em setembro de 2009, ele foi demitido da empresa RNV.
Paradeiro: No dia 31/12/2009, ele foi contratado para trabalhar como fiscal em uma panificadora, com o salário de R$ 600,00 – sem benefícios.
Em junho de 2012, Libério participou de uma palestra sobre o Aracê na UFMG (ver detalhes à página 85). Em fevereiro de 2014, o Departamento Socioambiental entrou em contato com Libério para convidá-lo a participar do documentário Aracê. O seu depoimento foi gravado com sucesso. Ele aparentava estar bem e satisfeito com o cargo de fiscal de loja em uma rede de supermercados. Depois da experiência como fiscal de loja, ele trabalhou como vigia numa empresa de carretas, como fiscal de uma padaria, como frentista e, também, vendeu seu artesanato criado a partir de sucata.
Até 31 de dezembro de 2015, Libério estava trabalhando em uma obra do Itaú Power Shopping como Ajudante de Servente, com carteira assinada.
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Depoimento Segue o depoimento20 escrito por Libério sobre a sua experiência pessoal e familiar pósinclusão no mercado formal de trabalho. O depoimento foi transcrito na íntegra e consta nos nossos arquivos sob a responsabilidade da Referência Interna VINA/Aracê.
“Primeiro de tudo eu quero agradecer a Deus por ter tocado no coração de seu Renato e a Dona Claudia21, obrigado Por deixar-me mostrar que eu Seria Capaz. 1º Veja bem A minha Vida antes do projeto, antes da pastoral de rua era um pouco compricada pos eu não tinha direção, rumo, PesPequitiva de vida. Foi Ai que Deus me levou a conhecer dona Cristina da Pastoral de Rua, que logo me levou p/ Asmare que logo me fez descobrir o Don da ate plástica. Só que éu Libério Com muita umildade queria muito mais. A umildade a qual eu tanto seguir é muito difício seguir neste mundo Com Pricado onde cada um só quer p/se, na Sociedade, imagine fora dela, ou seja morar na Rua. O que nós Queremos é só uma coisa, mostrar que Somos Capazes. ai eu vou mais longe,longe e eu vou expricar.muitas pessoas que nuncar morou na Rua, que tem Casa, familhas Referencias, mesmo Com Tudo isso O sistema ainda sim pede uma referencia, uma Carteira c/ profição, glau de escola, agora imagine p/ quem mora na rua. Este Projeto Foi Bom Pois assim que sair da VINA eu logo entrei na rnv.eu estou vencendo. O Projeto é bom Bom p/ nós.ele serve Com uma Ponte entre a pessoa e o trabalho. Eu Hoje Posso dizer Com Toda Certesa que tenho os meus direito de vouta. Hoje As Pessoas não me ver Com mais Piedade, ou seja diguinó de pena. Foi assim na VINA, é RNV e a te o fim eu irei lutar. Pra finalizar Eu agradeço muito de Coração. Obrigado.”
Libério José da Silva 21/11/2008
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Todos os depoimentos apresentados aqui foram escritos por livre vontade dos seus autores, que também concordaram com a publicação dos mesmos neste documento. 21 Renato Malta é diretor da VINA. Cláudia Lessa é coordenadora do Departamento Socioambiental da empresa.
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2) Hildebranda de Paula dos Santos Admissão: 03/05/2007 Demissão: 21/01/2013 Permanência: 5 anos 8 meses e 18 dias. Origem: Associação Querubins 22 Função: Auxiliar de escritório Setor: Administrativo Escolaridade: 2º grau incompleto Salário inicial direto: R$ 403,28+ Transporte: R$ 123,75 Alimentação: R$ 125,00 Total dos salários indiretos: R$ 248,75
Total: R$ 652,03
Em 2008: assumiu a nova função de Auxiliar de Escritório (B) Setor: Departamento Pessoal Salário inicial direto: R$ 753,00 + Transporte: R$ 270,00 Alimentação: R$ 187,50 Total dos salários indiretos: R$ 457,50
Total: R$ 1.210,50
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Hidelbranda foi contratada pela categoria de Portador de Necessidades Especiais por apresentar problemas físicos em uma de suas pernas. http://querubins.org.br/
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Em 2012: foi transferida para o contrato da VINA , em Ribeirão das Neves (MG). Função: Auxiliar de Escritório (B)23 Setor: Ribeirão da Neves Salário inicial direto: R$ 1.041,00 + Insalubridade R$ 248,80
Transporte: R$ 130,00 Alimentação: R$ 300,00 Total dos salários indiretos: R$ 678,80
Total: R$ 1.719,80
Obs.: A VINA tem um programa de empréstimo para sua equipe, no valor máximo de 5 mil reais, sem juros, que pode ser parcelado em até doze vezes e descontado diretamente na folha de pagamento. Esse programa oferece oportunidades e dá um suporte a mais, não só aos contratados Aracê, mas a toda equipe da VINA, e, por isso, vem funcionando de maneira bastante positiva na empresa. Hildebranda foi beneficiada por esse programa.
Histórico Hildebranda (‘Branda’), apesar de não ter origem nos programas de políticas públicas dos parceiros Aracê, por sua trajetória de exclusão foi considerada, na empresa, como integrante do Projeto. Branda desenvolveu suas funções com profissionalismo, apesar de algumas limitações que passavam por aspectos de ordem pessoal. Branda esteve de licença maternidade de março a junho de 2008. Em outubro de 2009, Branda entrou novamente em licença maternidade. Na ocasião, ela estava muito abalada devido à perda do seu companheiro. Dias antes da sua licença, os colegas de trabalho resolveram organizar um “chá de bebê” para animá-la. Depois do nascimento da filha, mais uma vez seus colegas de trabalho tiveram a iniciativa de ajudá-la: recolheram doações na empresa que foram convertidas em uma cesta básica, com itens que também completavam o 23
Empregado pertence a categoria do sindicato Sindiasseio – Data base de reajuste salarial Janeiro: http://www.sindiasseio.com/
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enxoval do bebê. Em 2011, Branda foi transferida para o Setor de Segurança do Trabalho e, apesar de não ter mudado de cargo, estava satisfeita no seu novo ofício. No mês de outubro, ela teve a oportunidade de fazer um curso da área do Departamento Pessoal: Utilizando o Sistema Master Folha / Mastermaq 24. O curso teve duração de seis dias, 4h/dia, totalizando a carga horária de 24h, de acordo com a Referência Interna VINA/Aracê.
No início de 2012, após a conclusão do seu curso Mastermaq, surgiu uma oportunidade de transferência de Hildebranda para o contrato da VINA em Ribeirão das Neves (MG). Apesar de continuar no mesmo cargo, ela passou a receber um adicional por insalubridade, pois, em Ribeirão das Neves, o escritório ficava localizado dentro do aterro e a equipe trabalhava próxima aos resíduos tóxicos do lixo. Com essa transferência, Branda passou a cumprir seus horários com mais pontualidade, por morar mais próximo ao local de trabalho. Em 2012, Branda recebeu uma proposta de emprego em outra cidade e pediu seu desligamento da VINA, após 5 anos e 7 meses de trabalho. Com a mudança de emprego, Branda foi morar no Morro do Pilar, interior de Minas Gerais. Ela se mostrou muito entusiasmada com a nova oportunidade e satisfeita por morar em “um lugar calmo, afastado da cidade, onde poderei criar meus filhos com mais tranquilidade”.
Paradeiro: Em fevereiro de 2014 a RI do Projeto Aracê esteve na casa de Branda, em Morro do Pilar, juntamente com o produtor Guido Dias para gravar o depoimento dela para o documentário do Aracê. Durante a filmagem, foi possível perceber que Branda estava bem e que sua decisão de mudança para o interior tinha sido muito boa. Seus filhos estavam na escola e felizes com a nova casa e os novos amigos. Ela contou que havia conseguido um emprego na Prefeitura de Morro do Pilar, pois era a única moradora da cidade que conhecia o programa Mastermaq. Ela trabalhou na prefeitura até o final de 2013, quando o prazo do contrato de trabalho terminou.
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Curso: Utilizando o Sistema Master Folha / Mastermaq - http://www.mastermaq.com.br/
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Em fevereiro de 2014, ela pediu à VINA nova oportunidade de trabalho. Em agosto de 2014, o Departamento Socioambiental teve notícia de que Branda havia retornado para Ribeirão das Neves com os filhos, pois não estava conseguindo emprego em Morro do Pilar. Ela trabalhou no setor administrativo da empresa que substituiu a VINA no contrato de Ribeirão das Neves. Em novembro de 2014, Branda pediu demissão do seu último serviço e foi trabalhar em casa de família. Em 2015, Branda engravidou e teve que pedir demissão por problemas pessoais e de saúde.
Em novembro de 2015, Branda estava desempregada e com 7 meses de gravidez. Ela comentou que seus dois filhos estão bem. O seu filho de 7 anos estava estudando na Escola Municipal Benjamin Jacob, em Belo Horizonte, e participando do Projeto Querubins. Já sua filha de 5 anos estava em horário integral na Creche Comunitária Terra Nova, na Vila Acaba Mundo, onde atualmente Branda está morando.
Até 31 de dezembro de 2015, foram feitas várias tentativas de comunicação com Branda, mas sem sucesso.
Depoimentos Seguem os depoimentos escritos por Hildebranda sobre a sua experiência pessoal e familiar pós-inclusão no mercado formal de trabalho. Os depoimentos foram transcritos na íntegra e constam nos nossos arquivos sob a responsabilidade da Referência Interna VINA/Aracê.
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1º depoimento
“Bom, tudo começou quando morava no sion, na vila do Acaba Mundo, vidinha dura mais levamos assim mesmo, até que apareceu Magda uma mulher guerreira e decidida a cuidar da praça onde era o local de diversão para nós, então começamos a salvar a praça e tudo foi crescendo na minha vida e se transformando criamos um projeto começou somente com a dança afro e capoeiras, era tudo muito bom mais ainda faltava algo até que conseguimos um espaço na mineradora lagoa seca lá perto mesmo,então figemos um multirão lavamos,pintamos ficou lindo lá era o nosso espaço o projeto so foi crescendo as aulas aumentando os professores novos chegando tudo muito bom depois de tudo renovado começou lá mesmo um projeto de encaminhamento para o mercado de trabalho fui contemplada por uma vaga para trabalhar lá me especializar para conseguir um emprego de carteira assinada. Até que um belo dia tive o prazer de saber que o Renato estava com uma vaga de telefonista na empresa dele até então não sabia quem era ele, depois o conheci conversei com ele e vim até a VINA fiz a entrevista,fiz um processo de aprendizagem passei e estou na empresa até hoje,estou muito feliz satisfeita querendo aprender sempre mais e mais.Neste meio tempo engravidei hoje tenho uma benção de Jesus na minha vida que é o meu filho Kaiky estou bem,mais pretendo ficar melhor,sempre quero ficar melhor.”
Hildebranda Santos 18/11/2008
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2º depoimento
“Meu nome e Hildebranda estou na empresa a mais ou menos 3 anos e estou adorando, gosto muito da profissão, do cargo que exerço e as pessoas com quem eu trabalho também são muito legais, as vezes rola algum desentendimento mais logo é resolvido, confesso que tenho o gênero forte mais não gosto de ser dependente de alguém para completar a minha tarefa. Procuro fazer tudo que me foi designado. A Empresa para mim e um amigo, sempre disposta a cobrar e a cobrar também (rsrsrs). Atualmente trabalho no Setor de Depto. De Pessoal estou aprendendo bastante e pretendo aprender mais por este motivo o meu alvo é mudar de Cargo já que enfim já faz 03 ano que estou no mesmo, já passei por telefonista, agora Auxiliar de Escritório e meu alvo é assistente de Depto. Pessoal. Tudo que tenho e o que sou agradeço primeiramente a Jeová Deus, que me dá o fôlego da vida, A VINA e aos meus filhos que me dá força para continuar esta jornada, pois são tantos acontecimentos na minha vida que se for parar para refletir sobre, não suportaria eles são a minha força de vontade e Deus e meu sustento Sem eles não sou nada Agradeço a todos”
Hildebranda Santos 02/03/2011
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3º depoimento
“Ribeirão das Neves, 09 de janeiro de 2012
Bom Gosto muito de trabalhar na VINA é uma empresa que lhe da oportunidades de crescimento e aposta em que o funcionário o mais leigo que seja pode chegar a ter um grande potencial , no ano de 2011 tive muitas oportunidades , muitas tristezas e felicidades dentro da empresa e neste ano de 2012 espero que seja melhor do que o ano anterior . Agradeço a todos que tiveram paciencia comigo Att Branda”
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4º depoimento “Eu Hildebranda gostei muito de trabalhar na VINA foi uma experiência Maravilhosa. Agradeço 1º a Jeová por ter me guiado meus caminhos e depois a Claudia e o Renato pela oportunidade. A empresa me fez crescer como pessoa e profissionalmente. Tudo que aprendi na VINA vou levar para a minha vida profissional, as oportunidades os amigos e os desafios que fizeram parte do meu crescimento profissional. A minha saída da VINA, é para alcançar novos alvos e poder dedicar a minha vida mais a Jeová e aos meu filhos. Agora posso dizer que posso andar com as minhas próprias peras, pois a VINA me ensinou a andar. Agradeço por todos os momentos bons e todo apoio e conselho profissional dos meus colegas de trabalho. Fiquem com Jeová e que tudo possa dar certo na vida de todos da Empresa VINA Equipamentos. Tel contato 8890-6685 14/01/2012”
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3) José Ailton M. de Meireles Admissão: 21/05/2007 Demissão: 17/07/2008 Permanência: 1 ano 1 mês e 26 dias. Origem: República Reviver/SMAAS Função: Servente25 Setor: Produção Escolaridade: 1º grau Salário inicial direto: R$ 380,00 + Insalubridade: R$ 152,00 Transporte: R$ 94,60 Alimentação: R$ 132,00 Soma dos Salários indiretos: R$ 378,60
Total: R$ 758,60
Histórico José Ailton foi admitido em maio de 2007. Até março de 2008, ele não havia apresentado nenhum tipo de problema no trabalho. Nessa época, durante o expediente, ele saiu e voltou alterado e chorando muito. A RI VINA/Aracê conversou com ele e José Ailton relatou a sua insatisfação, devido à perseguição do seu Encarregado*. Ela tentou acalmálo, pediu para que ele fosse para casa e que, no dia seguinte, conversariam novamente, antes de tomar qualquer tipo de decisão. No dia seguinte, bem mais tranquilo e envergonhado, José Ailton conversou com a RI VINA/Aracê e eles decidiram por sua permanência na empresa. José Ailton era um dos contratados Aracê que seriam absorvidos pela RNV, fato que acabou não acontecendo. A VINA resolveu dar mais uma chance a ele, transferindo-o para o Setor de Manutenção.
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Empregado pertence a categoria do sindicato Sindiasseio – Data base de reajuste salarial: janeiro. http://www.sindiasseio.com/
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Depois disso, ele se mostrou mais tranquilo e adquiriu confiança, trabalhando normalmente até julho de 2008, quando pediu demissão. Apesar de estar gostando do trabalho, ele queria voltar para sua terra natal, no município de Araçuaí, norte de Minas Gerais. Lá ele tem família e um pedaço de terra.
José Ailton percebeu que a cidade grande é uma ilusão, a saudade apertou e os seus padrinhos estavam insistindo na sua volta, para ele cuidar da “roça”. A família nunca soube da realidade do José Ailton em Belo Horizonte.
Nos pedidos de demissão por parte dos contratados Aracê, pela trajetória de vulnerabilidade social que apresentam, a VINA sempre optou por demiti-los para que eles pudessem ter algum respaldo além do seguro-desemprego.
Paradeiro: até 31 de dezembro de 2015 não tivemos notícias do seu paradeiro.
Depoimento: Segue o depoimento escrito por José Ailton sobre a sua experiência pessoal e familiar pós-inclusão no mercado formal de trabalho. A carta foi transcrita na íntegra, porém a versão original foi perdida e não consta nos arquivos da VINA.
“Desde o primeiro momento que entrei na empresa fui tratado muito bem, me receberam com muito carinho e atenção por todos, tive o apoio que eu não esperava, superou minhas expectativas, não tenho reclamações da VINA e agradeço por tudo que fizeram por mim, pois estou saindo por livre e espontânea vontade, pois acredito que já estou preparado para crescer e com intuito de subir na vida como qualquer pessoa. Só tenho á agradecer.”
José Ailton Meireles 11/07/2008
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4) José Reinaldo Ramos Admissão: 24/07/2007 Demissão: 12/11/2007 Permanência: 3 meses e 18 dias. Origem: República Reviver/SMAAS Função: Ajudante de paisagismo Setor: Paisagismo26 Escolaridade: 1º grau incompleto Salário inicial direto: R$ 380,00 + Insalubridade: R$ 152,00 Transporte: R$ 189,00 Alimentação: R$ 132,00 Soma dos salários indiretos: R$ 473,00
Total: R$ 853,00
Obs.: na visão da VINA, José Reinaldo não estava preparado para a entrada no Banco de Dados e para a inclusão via mercado formal de trabalho
Histórico José Reinaldo não estava preparado para trabalhar em equipe. Demonstrou ter um perfil antissocial. Sua demissão foi um processo tomado em conjunto com as equipes de Referência Aracê (Interna e Externa) e com o próprio José Reinaldo, que pediu para ir embora pela sua dificuldade em se relacionar. Durante sua permanência na VINA, ele se mostrou agressivo. Houve até uma situação em que alguns colegas de trabalho fizeram uma brincadeira com ele (as brincadeiras são habituais nesse nível profissional). José Reinaldo não gostou e atirou várias pedras nos companheiros. Por sorte, ninguém se feriu.
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Na época, a Referência Interna VINA/Aracê apurou os fatos e constatou que a brincadeira não tinha sido ofensiva, apenas uma brincadeira entre colegas de trabalho. Nos pedidos de demissão por parte dos contratados Aracê, pela trajetória de vulnerabilidade social que apresentam, a VINA sempre optou por demiti-los para que eles pudessem ter algum respaldo além do seguro-desemprego.
Paradeiro: até 31 de dezembro de 2015 não tivemos notícias de seu paradeiro.
Depoimento Devido à sua curta permanência na empresa, José Reinaldo não escreveu sua carta/depoimento.
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5) Luiz Carlos Ferreira dos Santos Admissão: 24/07/2007 Licença Médica: 06/02/2008 a 14/06/2008 Demissão: 28/08/2008 Permanência: 1 ano, 1 mês e 4 dias Origem: Abordagem Centro Sul - República Reviver/SMAAS Função: Servente27 Setor: Administração Escolaridade: 1º grau Salário inicial direto: R$ 380,00+ Insalubridade: R$ 152,00 Transporte: R$ 94,60 Alimentação: R$ 132,00 Soma dos salários indiretos: R$ 378,60 Total: R$ 758,60 Histórico Logo que Luiz Carlos começou a trabalhar ele teve inúmeras faltas. Ele não se mostrou uma pessoa responsável, não comunicando à empresa suas ausências e apenas entrando em contato com a VINA na véspera do pagamento do seu salário. Em fevereiro, ele estava para ser demitido quando a empresa recebeu um comunicado de licença médica. Luiz Carlos estava com tuberculose. A licença médica do Luiz venceu no dia 14 de junho de 2008. No dia 15 ele não se apresentou e não deu qualquer tipo de satisfação à empresa. A direção da VINA decidiu aguardar os 30 dias necessários para caracterização de abandono de emprego quando, em 8 de julho (24 dias após o vencimento da licença) ele apareceu. Luiz Carlos estava bastante deprimido e disse à RI VINA/Aracê que ela poderia demiti-lo, pois não queria criar mais problemas. Ele relatou que estava nas ruas bebendo, mas que não estava mais usando drogas há uns quatro meses. Ele contou que tinha se submetido a um tratamento, mas não entrou em detalhes. Bastante emotivo, comentou que não tinha ninguém, que sua vida não tinha sentido e que o salário que ele recebia da VINA estava todo sendo consumido em álcool. Ele também não queria voltar para o Albergue, pois lá convivia com viciados, como ele. 27
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Na ocasião, ele estava trabalhando com um ‘carrinho’, catando papelão, e estava pensando em voltar para as ruas. A RI VINA/Aracê conversou com Luiz Carlos e resolveu dar a ele uma chance. Garantiu a sua permanência no trabalho e liberou um alojamento da VINA para ele morar. Lá, Luiz Carlos iria dividir o espaço com mais quatro pessoas, desde que respeitasse as regras de convivência estabelecidas pelo grupo e pela empresa. Ele ficou bastante animado com a oportunidade e se comprometeu a cumprir o combinado. A RI VINA/Aracê também ofereceu a ele suporte para desintoxicação química, pois sabia que, sozinho, Luiz não daria conta de superar a dependência. Na hora, ele gostou da ideia, mas na realidade nunca tomou qualquer iniciativa nesse sentido, apesar de a RI VINA/Aracê, em diferentes oportunidades, abordar o assunto com ele direta e indiretamente. Luiz Carlos estava com uma aparência e higiene bastante desagradáveis e, como ele não tinha condições para adquirir produtos de higiene, roupas de cama e de banho, a VINA disponibilizou os produtos necessários. Até o dia 5 de agosto de 2008 a rotina de trabalho do Luiz transcorreu com normalidade, sem problemas. Ele trabalhou direito, teve boa convivência com os colegas de trabalho e do alojamento, cumpriu com responsabilidade as suas tarefas. Porém, ao ser liberado para fazer uns exames pendentes, Luiz Carlos saiu e só retornou três dias depois, bastante alterado e muito abatido. A RI VINA/Aracê teve com ele uma conversa firme e objetiva. Luiz Carlos pediu desculpas e prometeu retornar ao trabalho. No dia 18 de agosto, ele tornou a desaparecer e só reapareceu em 28 de agosto, para pedir demissão. Luiz Carlos estava com péssima aparência e bastante constrangido. O nível de dependência química em que Luiz Carlos se encontrava fez com que ele não suportasse a responsabilidade. Ele precisava de um suporte maior para tentar se recuperar. A Referência Externa do Luiz Carlos nunca esteve presente na empresa e não participou do processo. A RI VINA/Aracê entrou em contato com a equipe da Secretaria de Inclusão Social/GEINP apenas por telefone, na busca de orientações para a melhor solução do caso. Nos pedidos de demissão por parte dos contratados Aracê, pela trajetória de vulnerabilidade social que apresentam, a VINA sempre optou por demiti-los para que pudessem ter algum respaldo, além o seguro-desemprego Paradeiro: Até 31 de dezembro de 2015 não tivemos notícias do seu paradeiro. Depoimento Devido à sua tumultuada permanência na empresa, Luiz Carlos não escreveu seu depoimento. 120
6) João Eduardo dos Santos Silva Admissão: 26/ 07/2007 Licença Médica: 10/01/2008 a 31/03/2008 Demissão: 16/05/2008 Permanência: 9 meses e 20 dias. Origem: República Reviver Função: Servente28 Setor: Administração Escolaridade: 2º grau incompleto Salário inicial direto: R$ 380,00 + Insalubridade R$ 152,00 Transporte: R$ 94,60 Alimentação: R$ 132,00 Soma dos salários indiretos: R$ 378,60
Total: R$ 758,60
Histórico Até outubro, João Eduardo não apresentou nenhum tipo de problema, desenvolvendo sua atividade normalmente até entrar de licença médica, com o diagnóstico de Síndrome do pânico. Ele ficou afastado pelo INSS no período de 10 de janeiro a 31 de março de 2008, quando voltou a trabalhar normalmente. Durante o seu afastamento, se mostrou uma pessoa muito responsável e preocupada com o trabalho, ligando várias vezes para a RI VINA/Aracê para dar satisfação do seu quadro, apesar de não ser necessário.
Em maio, ele pediu para ser demitido, pois desejava fazer um curso profissionalizante no SENAC e não seria possível conciliar com o horário de trabalho na empresa. A RI VINA/Aracê perguntou ao João Eduardo sobre a possibilidade de ele ficar desempregado e ele relatou que já tinha um emprego em vista e que só faltava se desligar da empresa.
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Empregado pertence a categoria do sindicato Sindiasseio – Data base de reajuste salarial: janeiro. http://www.sindiasseio.com/
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Logo depois do pedido de demissão, ele entrou em crise. Ele procurou a RI VINA/Aracê para conversar, estava muito magro, abatido e com sintomas de depressão. A RI ficou preocupada e entrou em contato com a GEINP. Na ocasião, uma das técnicas chamou João Eduardo para uma conversa, mas, infelizmente, ele não apareceu e a técnica também não foi à VINA procurá-lo.
João Eduardo é uma pessoa que, fora do quadro da sua doença, se mostra educado, responsável e que deseja muito superar suas dificuldades, trabalhar, evoluir e ter uma vida digna. Na visão da VINA, ele é uma pessoa que, se tivesse recebido o acompanhamento adequado da sua Referência Externa, provavelmente teria uma trajetória mais positiva.
Nos pedidos de demissão por parte dos contratados Aracê, pela trajetória de vulnerabilidade social que apresentam, a VINA sempre optou por demiti-los para que eles pudessem ter um respaldo maior, além do seguro-desemprego.
Paradeiro: na reunião do dia 29 de outubro de 2008, um dos parceiros comentou que ele estava para ser contratado pela SUDECAP/PBH. Como João Eduardo saiu da República Reviver, não foi possível ter notícias sobre seu paradeiro.
Até 31 de dezembro de 2015, continuávamos sem saber do seu paradeiro.
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Depoimento Segue o depoimento do João Eduardo sobre a sua experiência pessoal e familiar pósinclusão no mercado formal de trabalho. O depoimento foi transcrito na íntegra e consta nos nossos arquivos sob a responsabilidade da Referência Interna VINA/Aracê.
“Acho louvável a iniciativa da empresa VINA Equipamentos à atitude de colocar em prática a responsabilidade social. O ponto alto do projeto que é a inclusão produtiva do individuo, fazendo assim à verdadeira promoção humana. O verdadeiro resgate da cidadania é a oportunidade de trabalho digno. Que esta atitude, possa ser copiado por outras empresas.”
João Eduardo dos Santos Silva 11/12/07
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7) Allan Carlos de Alcântara Mesquita Admissão: 13/08/2007 Função: Servente29 Origem: Bolsa Moradia Setor: Sudecap –Superintendência de Desenvolvimento da Capital Escolaridade: 1º grau incompleto Salário inicial direto: R$ 380,00 + Insalubridade: R$ 152,00 Transporte: R$ 100,00 Alimentação: na época da contratação, a refeição era oferecida pela empresa. Soma dos salário indiretos: R$ 252,00
Total: R$ 632,00
Outubro de 2008: Allan foi promovido.
Função: Borracheiro de Equipamento Pesado Setor: Oficina Salário direto: R$ 431,20 + (Somente salário direto, pois houve promoção) Insalubridade: R$ 166,00 Transporte: R$ 100,00 Alimentação: na época, a refeição era oferecida pela empresa. Soma dos salários indiretos: R$ 266,00
Total: R$ 697,20
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Empregado pertence à categoria do sindicato Siticop – Data base de reajuste salarial: novembro. https://www.siticopmg.com.br/
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Dezembro de 2012: Allan foi promovido.
Função: Operador de Retroescavadeira I Setor: Sudecap Salário direto: R$ 959,00 + Insalubridade: R$ 248,80 Transporte: R$ 265,00 Alimentação: R$ 300,0030 Plano de Saúde opcional: R$ 31,4031 Seguro de vida: R$ 14,52 Soma dos salários indiretos: : R$ 859,72
Total: R$ 1.818,72
Junho de 2013: Allan foi promovido. Função: Operador de Retroescavadeira III. Setor: Sudecap Salário direto: R$ 1.265,00,00 + Insalubridade: R$ 271,20 Transporte: R$ 265,00 Alimentação: R$ 300,00 Plano de Saúde opcional: R$ 31,40 Seguro de vida: R$ 14,52 Soma dos salários indiretos: R$ 882,12
Total: R$ 2.147,12
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Empregado passou receber cartão alimentação a partir de dezembro /2012. Outras informações sobre o assunto estão disponíveis no RH da empresa. 31 Empregado passou utilizar plano de Saúde oferecido pela empresa a partir de dezembro /2012. Outras informações sobre o assunto estão disponíveis no RH da empresa.
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Novembro de 2013: reajuste salarial - data base Sindicato Siticop.
Setor: Sudecap Salário direto: R$ 1.367,00 + Insalubridade: R$ 271,20 Transporte: R$ 250,00 Alimentação: R$ 330,00 Plano de Saúde opcional: R$ 31,40 Seguro de Vida: R$ 14,52 Soma dos Salários indiretos: R$897,12
Total: R$ 2.264,12
Em dezembro de 2014: reajuste salarial - data base Sindicato Siticop.
Setor: Sudecap Salário direto: R$ 1.477,00+ Insalubridade: R$ 315,20 Transporte: R$ 250,00 Alimentação: R$ 330,00 Plano de Saúde opcional: R$ 31,40 Seguro de Vida: R$ 14,52 Soma dos Salários indiretos: R$941,12
Total: R$ 2.418,12
Histórico Allan trabalha bem em equipe e desenvolve sua função de maneira satisfatória, mas apresenta alguns problemas de ordem pessoal que afetam o seu desempenho. Durante o carnaval de 2008, ele faltou ao serviço por alguns dias sem dar explicação. Ele recebeu uma advertência, depois de ter sido feita uma avaliação com os encarregados do seu setor. Allan era um dos contratados Aracê que deveria ser remanejado para a empresa 126
RNV, após o término do contrato com a SLU, mas, como voltou a se ausentar sem motivo justo, isso pesou contra ele no processo de seleção. A VINA resolveu dar a ele mais uma chance, transferindo-o para o setor de manutenção. Com essa oportunidade, Allan mudou seu comportamento e se mostrou um profissional responsável.
Em setembro de 2008 foi oferecida a ele a oportunidade de uma promoção: ocupar a vaga de borracheiro de equipamento pesado no setor de Oficina da empresa. Em seguida, em outubro de 2008, ele fez o curso específico para assumir sua nova função.
Curso de Borracheiro para Equipamento Pesado Período: de 2/10/2008 a 10/10/2008 Carga horária final: 72 horas Empresa: JP Pneus (Radial) - www.jpradialpneus.com.br Endereço: Rodovia BR-040 - km 514, s/nº - Bairro Napoli - Ribeirão das Neves – MG Custo: curso oferecido pela empresa JP Pneus (Radial) como cortesia, devido a uma parceria de serviços com a VINA.
No primeiro semestre de 2010, Allan começou a treinar no equipamento retroescavadeira e demonstrou grande potencial para a nova tarefa. Nessa época, Allan também iniciou o curso de mecânica de moto, mas acabou não concluindo. Em 2011, ele continuou na função de borracheiro, mas com possibilidades de uma promoção para a função de Operador de Retroescavadeira. Allan já tinha sido aprovado nos testes e, para assumir essa nova função, dependia da CNH na categoria D e do surgimento de vaga.
De acordo com o seu encarregado, é notória a evolução profissional e pessoal de Allan. Em 2012, ele cumpriu sua função sem maiores problemas e conquistou sua CNH na categoria D, necessária para a promoção de cargo. Após essa aquisição, ele foi transferido, em dezembro, para a função de Operador de Retroescavadeira.
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Um fato interessante para o projeto: em 2012, foi Allan quem treinou e acompanhou o processo de experiência do contratado Aracê Wellington Alves na borracharia. Allan se mostrou empenhado e satisfeito na nova função. Porém, em janeiro de 2013, começou a queixar com relação ao seu salário. Ele solicitou um aumento ao seu encarregado algumas vezes e, por esse motivo, chegou até a se desentender com ele. De acordo com a Referência Interna, essa era a única queixa de Allan com relação ao trabalho. Em julho de 2013, Allan recebeu o aumento e vem trabalhando bem, sem problemas. Ele deseja realizar futuramente um curso de informática.
Em março de 2014 foi feita uma visita ao Allan no seu local de trabalho para realização da filmagem para o Documentário Aracê. Nessa ocasião tivemos a oportunidade de conversar com ele, que demonstrou estar satisfeito com o trabalho, sem problemas com adaptação ou com horários. Ele afirmou que deseja permanecer na VINA por muitos anos, pois gosta de trabalhar na empresa, onde conquistou muitos amigos e a confiança de seus encarregados.
Em setembro de 2014 o Departamento Socioambiental recebeu uma reclamação do encarregado do Allan sobre atrasos e faltas. O encarregado disse que, caso Allan não mudasse sua postura, iria trocá-lo de setor. O Departamento Socioambiental entrou em contato com Allan para saber o que estava acontecendo. Ele esclareceu que tem bebido muito aos domingos e que, na segunda-feira, acorda passando mal. Afirmou que não foram muitas vezes que isso aconteceu e que não continuará agindo assim. Ele não desejava mudar de setor e afirmou estar satisfeito com o trabalho. Em novembro de 2014 o encarregado de Allan informou ao Departamento Socioambiental que não teve mais problemas com ele e que estava trabalhando bem.
Até 31 de dezembro de 2015, Allan continuava desenvolvendo suas funções com profissionalismo, segundo seu encarregado direto.
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Depoimentos Seguem os depoimentos de Allan sobre a sua experiência pessoal e familiar pós-inclusão no mercado formal de trabalho. Os depoimentos foram transcritos na íntegra e constam nos nossos arquivos sob a responsabilidade da Referência Interna VINA/Aracê.
1º depoimento
“Eu sou o Allan e antes de ter a oportunidade de conhecer o projeto eu andava fazendo alguns bicos uma semana tinha outra não e era difícil porque meus filhos come todos os dias .Mas graças a Deus eu tive uma oportunidade muito boa na minha vida. No período do treinamento para trabalho Foi meio istranho, porque ninguém conhecia ninguem assim pessoa com istorias diferentes trajetória diferentes.Mas no ocorre do tempo eu fui percebendo que todos com eu estava querendo um impurrãozinho para tentar mudar de vida.Eu consegui graças A Deus me incaminharão para VINA me oferecendo uma vaga na função de servente e entrei numa turma que tinha apelido de mata cobra.Aonde eu fiz varias amizades mas infelis mente A turma teve que se disfazer por causa do tempo do contrato da VINA co A SLU.então eu e mai alguns companheiros do projeto fomos convidados para continuar na VINA. e graças A Deus min deram A oportunidade de fazer um treinamento para que eu aprendese A Função de Borracheiro e e o que estou fazendo Hoje na empresa e estou gostando muito Obrigado.”
Allan Carlos de Alcântara Mesquita 18/11/2008
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2º depoimento
17/11/2010 - Belo Horizonte Meu nome é Allan Tenho 25 anos de idade trabalho na VINA equipamentos a pouco mais de 3 anos comecei numa turma de ajuante conhecida como mata cobra no decorre do tempo a turma acabou a licitação passou para outra empresa e o mais importante com redução de funcionarios. Mas cara minha sorte e de alguns outros colegas tivemos a oportunidade de continuar na VINA me passaram para a borracharia, tirei habilitação confiaram eu deixar eu ir executar o serviço de Rua com carro da empresa sozinho tenho varios amigos de verdade aqui inclusive estamos tendo uma grande perda que é o Felix que esta indo embora pessoa que sempre me ajudou aqui na empresa. Sempre com boa vontade e paciencia. Graças a Deus meu apartamento que aguardava pela prefeitura agora minha esposa esta trabalhando meus filhos na creche. Ano que vem meu mais velho vai para a escola e eu estou muito felis. E agraceço ao Doutor Renato e a sua esposa Claudia pela oportunidade e pela confiança e desejo toda felicidade do mundo obrigado!
Allan Carlos A. Mesquita
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3º depoimento
“09/01/2012 – Belo Horizonte
Gostaria de fala um pouco o que melhorou na minha vida depois que eu tive a oportunidade de trabalha na VINA primeiramente foi minha casa própria daí
senti
necesidade de ter uma habilitação e a tirei da habilitação me veio a vontade de ter um altomovel e então eu conçegui nao posso deixar de dizer uma das coisas que eu mais valorizo na vida e a oportunidade e fazer novas amizades . No entanto tenho novos objetivos na vida objetivos esses que so surgiram através do que eu passei e vivi durante esses quatro anos e pouco de vida no entanto eu so tenho a agradecer a oportunidade e espero que a vida continue acim , para que mais pessoas possam ter oportunidade de crecer na vida
Obrigado .”
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4º depoimento
“Ola Sou Alllan e gostaria mais uma vez de agradecer a VINA Pelas oportunidades que me oferece estou muito satisfeito pela confiança que depositam em mim. Isso para mim e muito importante pois aumenta minha auto estima e mim deixa mais confiante Por isto gostaria de dizer obrigado Por mim ajuda contudo graças a deus neste ano aconteceu muitas coisas boas na minha vida por exemplo troca minha carteira troca de função e espero que as oportunidades continue surgindo.” Allan Carlos
Depoimento Alan não deixou seu depoimento final.
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8) Jefferson de Magalhães Fonseca Admissão: 10/09/2007 Demissão: 10/03/2008 Permanência: 06 meses Origem: Bolsa Moradia Pastoral Função: Servente32 Setor: Administração Escolaridade: 1º grau incompleto Salário inicial direto: R$ 380,00+ Insalubridade: R$ 152,00 Transporte: R$ 189,00 Alimentação: R$ 132,00 Soma dos salários indiretos: R$ 473,00
Total: R$ 853,00
Histórico Jefferson é uma pessoa pouco comunicativa, com desempenho médio no trabalho. Nas tentativas de aproximação que a Referência Interna VINA/Aracê fez com ele, as respostas dele se resumiam a ‘sim ou não’. Esse traço de personalidade gerou dificuldades de relacionamento e de trabalho em equipe. Com o término do contrato da VINA com a SLU, em maio de 2008, toda a equipe da empresa que estava trabalhando neste contrato foi remanejada, demitida ou então contratada pela RNV. Como a RNV não aceitou Jefferson, a VINA resolveu dar uma chance a ele, transferindo-o para o Setor de Manutenção. Jefferson não aceitou a transferência e pediu para sair.
Fica a pergunta: por que ele não aceitou continuar na VINA? É provável que as mudanças de contrato tenham gerado um alto grau de insegurança para Jefferson. Se o contrato continuasse, acreditamos que ele ainda estaria na sua função, sem problemas.
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Ele não tinha nenhuma perspectiva de novo trabalho. De modo geral, a perspectiva de mudança “mexeu” com os contratados Aracê, perturbou a tranquilidade e trouxe uma desestabilização emocional significativa.
Nos pedidos de demissão por parte dos contratados Aracê, pela trajetória de vulnerabilidade social que apresentam, a VINA sempre optou por demiti-los para que eles pudessem ter algum respaldo, além do seguro-desemprego Paradeiro: no dia 29 de outubro de 2008, recebemos a informação de que Jefferson viveu por um período do seguro-desemprego e que estava fazendo ‘bicos’ na rua, mas estava bem. Uma informação mais recente diz que agora ele está em tratamento de saúde devido a um problema pulmonar, mas não se sabe há quanto tempo. Desde dezembro de 2009 não tivemos notícias dele.
Em dezembro de 2015, a RI/Aracê teve notícias de Jefferson através da Pastoral de Rua. A ex-Referência Externa Aracê encontrou com Jefferson e o pai dele, por acaso, no centro da cidade, voltando do trabalho. Ele está fazendo trabalho informal, como pintor, com o
seu pai. Atualmente mora sozinho, num apartamento do Programa Bolsa
Moradia.
Depoimento Segue o depoimento escrito por Jefferson sobre a sua experiência pessoal e familiar pósinclusão no mercado formal de trabalho. O depoimento foi transcrito na íntegra e consta nos nossos arquivos sob a responsabilidade da Referência Interna VINA/Aracê. Jefferson contou com o apoio da RI VINA/Aracê para redigir o seu depoimento.
“Estou muito satisfeito com a experiência que estou tendo na VINA e agradeço de coração a oportunidade que me foi concedida, e busco cada vez mais me aprimorar para subir, crescer como profissional, a VINA está me ajudando muito e estou feliz dentro da mesma. Agradeço aos companheiros de trabalho e aos amigos que me dão força para que eu possa crescer como profissional. Obrigado.” Jefferson de Magalhães Fonseca
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9) José Geraldo Santos Admissão: 05/11/2007 Demissão: 11/11/2008 Permanência: 1 ano e 6 dias Origem: República Reviver/SMAAS Função: Servente33 Setor: Administração Escolaridade: primeiro grau incompleto Salário inicial direto: R$ 380,00 + Insalubridade: R$ 152,00 Transporte: R$ 94,60 Alimentação: R$ 132,00 Soma dos salários indiretos: R$378,60
Total: R$ 758,60
Histórico Até a perda do contrato com a SLU, José Geraldo se mostrou uma pessoa equilibrada e um profissional competente. A VINA tinha planos para lhe dar uma promoção para o cargo de Auxiliar de Oficina. Mas, depois que José Geraldo foi comunicado sobre as mudanças, ele se tornou uma pessoa bastante ansiosa. Na primeira quinzena de abril, período de encerramento do contrato com a SLU, ele começou a reclamar do horário e da função, pois estava se sentindo muito à toa. Era uma fase de transição e pedimos a ele para ter paciência que, aos poucos, as coisas iriam retomar ao ritmo normal. Mesmo assim, José Geraldo pediu para mudar de função, dizendo: “Eu não posso ficar à toa, penso muitas bobagens!”.
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O caso foi analisado pela empresa e, uma semana depois, José foi atendido e transferido, provisoriamente, de horário e função. Ficou como ajudante de pedreiro. Ao mesmo tempo, ele foi comunicado que, em breve, seria promovido para o cargo de soldador. A princípio, ele ficou muito satisfeito, porém, uma semana depois (início do mês de maio de 2008), ele pediu demissão repentinamente.
A Referência Interna VINA/Aracê questionou sua decisão, mas José se mostrou inflexível. Ele solicitou sua saída e não teve condições emocionais nem para cumprir o aviso prévio. Ele relatou que não estava satisfeito e não queria mais fazer parte do Projeto Aracê. Disse que ia procurar outro emprego que não tivesse ligação com o Projeto, pois ele queria apagar todo o seu passado, que foi muito triste e sofrido. José disse que não tinha nada contra a empresa ou seus colegas de trabalho, que era agradecido, mas que desejava ir embora.
Obs.: José era bastante ansioso e ficava abalado quando tinha que esperar ou cumprir etapas. As mudanças na empresa acarretaram uma forte mudança no seu comportamento. Quando ele foi questionado sobre não querer fazer mais parte do Aracê, José não soube se colocar ou dizer o que realmente o incomodava. Na percepção da VINA, o incômodo não passava pelo Aracê, mas pela questão da mudança em si, o que, no caso dele, provocou grande insegurança. Talvez se José Geraldo tivesse o acompanhamento mais próximo e cuidadoso da sua Referência Externa, provavelmente teria uma trajetória mais positiva.
Nos pedidos de demissão por parte dos contratados Aracê, pela trajetória de vulnerabilidade social que apresentam, a VINA sempre optou por demiti-los para que eles pudessem ter algum respaldo, além do seguro-desemprego.
Paradeiro: no dia 29 de outubro de 2008, segundo informação dada por uma das técnicas da Pastoral de Rua, ele estava trabalhando em Ribeirão das Neves. Desde dezembro de 2009 não tivemos mais notícias do seu paradeiro.
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Depoimento Segue o depoimento escrito por José Geraldo sobre sua experiência pessoal e familiar pós-inclusão no mercado formal de trabalho. O depoimento foi transcrito na íntegra e consta nos nossos arquivos sob a responsabilidade da Referência Interna VINA/Aracê. José Geraldo contou com o apoio da Referência Interna VINA/Aracê para redigir o seu depoimento.
“Estou achando está oportunidade especial, agradeço a oportunidade, e acho que em especial que a empresa tem um grande objetivo de fazer crescer os seus funcionários e é isto que acredito, tenho um objetivo de crescer e realizar sonho em uma empresa onde não há preconceito pelo seu passado que apóia e acolhe o funcionário e mostra a lê que ele realmente é importante para o crescimento da empresa.”
José Geraldo Santos
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10) Manoel Lúcio Lucas Admissão: 19/11/2007 Demissão: 07/07/2010 Permanência: 2 anos, 7 meses e 18 dias Origem: Bolsa Moradia Função: Servente34 Setor: Administração Escolaridade: 1º grau incompleto Salário inicial direto: R$380,00+ Insalubridade: R$ 152,00 Transporte: R$ 94,60 Alimentação: R$ 132,00 Soma dos salários indiretos: R$378,60 Total: R$ 758,60
Em abril de 2008, Manoel Lúcio foi promovido. Função: Motorista de Caminhão Toco Salário direto: R$ 693,00 + Transporte: R$ 100,80 Alimentação: R$ 136,80 Soma dos salários indiretos: R$ 237,60
Total: R$ 930,60
Obs.: Ao assumir o cargo de motorista, seu Manoel perdeu o direito à remuneração por insalubridade.
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Obs.: A VINA tem um programa de empréstimo para sua equipe, no valor máximo de 5 mil reais, sem juros, que pode ser parcelado em até 12 vezes e descontado diretamente na folha de pagamento. Esse programa oferece oportunidades e dá um suporte a mais, não só aos contratados Aracê, mas a toda a equipe da VINA, e por isso vem funcionando de maneira bastante positiva na empresa. Seu Manoel foi beneficiado pelo programa por mais de uma vez.
Histórico O “Seu Manoel”, como era carinhosamente chamado na VINA, era uma pessoa muito querida na empresa. Um empregado competente, comunicativo e prestativo. Em março de 2008, foi comunicado a ele que havia a possibilidade de uma promoção para Servente para Motorista. Ele ficou muito feliz com a oportunidade e passou com louvor nos testes e, em abril de 2008, ele passou a exercer sua nova função. Com algumas limitações no começo, mas com muito esforço e apresentando evolução profissional a cada dia, Seu Manoel realizou seu ofício com responsabilidade e desenvoltura.
Até o primeiro semestre de 2010 ele estava satisfeito com o trabalho. Porém, no início de junho, a RI VINA/Aracê foi informada de que Seu Manoel estava passando por sérios problemas pessoais, que estavam afetando seu bom desempenho no trabalho. Ela o procurou para saber o que estava acontecendo. Ele contou seus problemas e pediu que, naquele momento da sua vida, o melhor seria a empresa dispensá-lo para que ele pudesse quitar algumas dívidas e que isso iria lhe trazer mais tranquilidade. Assim, a empresa optou por atendê-lo. Em julho, data em que ele recebeu o acerto, agradeceu a todos pela oportunidade e se despediu, muito desanimado, pois estava muito triste com a sua situação.
Paradeiro: em novembro de 2011, a Referência Interna entrou em contato com Seu Manoel, que lhe disse que estava trabalhando há um mês como motorista em uma empresa de asfalto, na cidade de Joatuba (MG). Ele parecia estar bem, estava morando no alojamento da empresa e havia conseguido quitar as dívidas.
Até 31 de dezembro de 2015 não tivemos mais notícias do seu paradeiro. 143
Depoimento Segue o depoimento escrito por Seu Manoel sobre a sua experiência pessoal e familiar pós-inclusão no mercado formal de trabalho. O depoimento foi transcrito na íntegra e consta nos nossos arquivos sob a responsabilidade da Referência Interna VINA/Aracê.
“Progeto Aracê A Minha vida antes do Progeto Aracê era muito ruim. Eu sofrir muito não tinha trabalho. Como foi a minha entrada no Projeto Aracê Foi muito bom porque Eu lá eu aprendi muitas coisas. boas. e eu estou muito feliz de ter entrado no projeto. Como foi minha entrada na VINA.Foi pela assistência Social que mim encaminhou. A minha família antes estava passando uma vida ruim.agora eu estou muito feliz pela o portunidade e a minha família esta muito alegre pela a portunidade que eu ganhei no trabalho. Aminha família hoje estar muito feliz porque eu estou trabalhando. Quando eu era servente Eu estava satisfeito porque eu estava ganhando o meu pão de cada dia.E esta muito feliz porque estava trabalhando. Eu estou muito feliz pela promoção de motorista e minha família tambem.Aminha vida antes do projeto era muito ruim. Eu sofrir muito.depois que eu entrei no projeto arace e aprendi muitas coisas boas. O Projeto Aracê e muito bom porque la eu aprendir muita coisa. Eu estou muito satisfeito de ter conseguido um emprego na VINA. A VINA para min e uma grande empresa. Eu adoro a VINA. porque não e todas empresa que ficha o trabalhador da minha idade. Eu já trabalhei em muitas empresas mais como a VINA nunca trabalhei. A VINA e uma empresa que dar oportunida aos seus funcionarios. Eu estou muito feliz na VINA. Eu gosto da VINA de coracao. Eu amo meus colegas de trabalho.”
Manoel Lucio Lucas 20 de Novembro de 2008
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11) Ricardo Vieira Souto Admissão: 5/11/2007 Demissão: 19/12/ 2007 Permanência: 1 mês e 14 dias Origem: Bolsa Moradia Função: Servente de produção35 Setor: Administração Escolaridade: 1º Grau incompleto Salário inicial direto: R$ 380,00 + Insalubridade: R$ 152,00 Transporte: R$ 100,80 Alimentação: R$ 144,00 Soma dos salários indiretos: R$ 396,80
Total: R$ 776,80
Histórico Ricardo, depois de 10 dias de trabalho, se ausentou por 10 dias sem avisar. Retornou ao trabalho e depois continuou faltando sem dar nenhum tipo de satisfação. Foram feitas pela empresa, através da Referência Interna VINA/Aracê, várias tentativas para ajudá-lo no processo de adaptação à rotina de trabalho, mas ele não foi capaz de corresponder às expectativas. Ele relatou que o lugar dele era na rua, onde não precisava dar satisfação a ninguém e era onde ele se sentia livre. Ele necessitava de suporte psicológico para se desintoxicar e se readaptar à sociedade.
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Paradeiro: No final de 2008, ele estava internado em uma Clínica de Desintoxicação. Em 2010, Ricardo fez um tratamento de recuperação na Igreja Batista da Lagoinha. Na ocasião, ele trabalhava nessa igreja e vivia bem, não apresentando sintomas de dependência química e havia reatado sua relação com a família. Em janeiro de 2011, a VINA tentou um contato com a Igreja Batista da Lagoinha, nosso único elo com Ricardo, para saber sobre seu paradeiro.
Até 31 de dezembro de 2015 continuávamos sem notícias do seu paradeiro.
Depoimento Devido à sua curta permanência na empresa, Ricardo não escreveu seu depoimento.
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2008 12) Paulo Eustáquio de Souza Admissão: 20/10/2008 Demissão: 21/10/2008 Permanência: 24 horas Origem: Saúde Mental Função: Servente36 Setor: Produção Escolaridade: 1º Grau Completo Salário inicial direto: R$ 415,00 + Transporte: não precisava, pois morava próximo da empresa Alimentação: R$ 136,80. Soma dos salários indiretos: R$ 136,80
Total: R$ 551,80
Histórico O Paulo se saiu bem nos testes de seleção. No seu primeiro dia de trabalho, se mostrou muito tranquilo e eficiente. A Referência Interna VINA/Aracê conversou com ele no final do expediente e ele relatou que tinha gostado muito do serviço. No dia seguinte, Paulo procurou a RI VINA/Aracê dizendo que gostaria de sair porque o serviço era muito pesado, ele tinha problemas de coluna e que seus pais acharam melhor ele não trabalhar.
Ele pediu demissão e, como permaneceu no trabalho por apenas 24 horas, recebeu o valor referente às horas trabalhadas. A vaga do Paulo foi, imediatamente, disponibilizada para a Saúde Mental. 36
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Obs.: Durante o processo de seleção, seus exames médicos não acusaram nenhum problema de coluna.
Paradeiro: Em 2011, Paulo não estava trabalhando, frequentava as oficinas do CERSAM – Centro de Referência em Saúde Mental e estava fazendo seu tratamento regularmente. Sua experiência de trabalho na VINA foi significativa, apesar de só permanecer lá por um dia. A chance de alguma empresa aceitá-lo para trabalhar foi muito importante para ele e o deixou muito feliz. No futuro, quando se sentir mais seguro, pretende arrumar algum serviço na área de limpeza ou de cozinha. As informações acima foram passadas por telefone à Referência Interna VINA/Aracê, por uma técnica da Saúde Mental do CERSAM, que o Paulo frequentava.
Até 31 de dezembro de 2015 não tivemos mais notícias do seu paradeiro.
Depoimento: Devido à sua curta permanência na empresa, Paulo Eustáquio não deixou seu depoimento.
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13) Éderson André de Oliveira França Admissão: 13/11/2008 Demissão: 06/02/2009 Permanência: 2 meses e 23 dias Origem: Saúde Mental Função: Servente37 Setor: Produção Escolaridade: 2º Grau Completo Salário inicial direto: R$ 415,00 + Transporte: R$ 88,20 Alimentação: R$ 136,80 Soma dos Salários indiretos: R$ 225,00
Total: R$ 640,00
Obs.: Éderson foi incluído na empresa na categoria de Portador de Necessidades Especiais. Nos testes, ele apresentou algumas limitações.
Histórico Éderson mostrou-se bastante ansioso durante os testes e, por essa ansiedade excessiva, teve dificuldades para aceitar o processo de seleção e cumprir as etapas. Seu processo foi mais moroso que o normal, por ele demorar a apresentar a documentação médica exigida. Durante a sua seleção, percebeu-se que ele não estava tomando os seus medicamentos de maneira correta. A VINA entrou em contato com a técnica da Saúde Mental, que chamou o Éderson para uma conversa.
Foi feito um acordo para que ele assinasse uma carta ‘simbólica’, na qual ele se comprometia a tomar os seus medicamentos corretamente e levar seu tratamento a
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sério, visitando seu médico periodicamente, pois só assim ele poderia começar a trabalhar (o acordo se encontra na página seguinte). O encarregado-chefe do Éderson foi avisado das suas limitações e foi pedida a ele uma atenção especial. Os colegas de trabalho perceberam suas limitações e, enquanto ele esteve na VINA, foi tratado com respeito por todos, que ficaram sensibilizados com seu problema.
Durante o seu tempo de permanência na empresa, sempre que a RI VINA/Aracê percebia qualquer problema ou alteração com o Éderson, ela entrava em contato com a técnica da Saúde Mental, RE Aracê para pedir orientação e, juntas, tomarem as decisões cabíveis. A intenção era sempre a de evitar a demissão do Éderson e encontrar soluções, dentro das suas limitações, para sua inclusão efetiva. Depois de um período, ele começou a apresentar problemas de saúde e precisou se ausentar por uns dias do trabalho. Depois desses fatos, Éderson exerceu suas funções sem maiores problemas, apesar da dificuldade em aceitar comando. Porém, com o passar do tempo, a resistência em aceitar ordens e regras cresceu e ele passou a não respeitar o horário, a demonstrar falta de comprometimento com o trabalho, dentre outros pequenos problemas que surgiram e que acabaram levando à sua demissão. No fim de quase três meses de trabalho na empresa, as Referências Interna e Externa Aracê chegaram à conclusão de que Éderson ainda não estava preparado para o mercado formal de trabalho.
A VINA ponderou com a técnica da Saúde Mental que, apesar dos problemas surgidos, talvez valesse à pena dar ao Éderson mais uma oportunidade, um prazo maior para sua adaptação, já que estávamos desenvolvendo um projeto-piloto e ele era um usuário da Saúde Mental. Mas a técnica achou que não convinha. A VINA acatou sua decisão e no dia 6 de fevereiro de 2009 comunicou oficialmente ao Éderson sua demissão.
A técnica da Saúde Mental esteve presente na VINA para dar apoio durante o comunicado. Ele agiu com naturalidade, não fazendo nenhum questionamento sobre os motivos que levaram à sua demissão. O processo correu normalmente. De modo geral, Éderson desenvolveu seu ofício sem problemas significativos, mas não teve condições de cumprir as exigências que a rotina de trabalho impõe.
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Obs.: quando a RE era solicitada pela VINA, Éderson é que se deslocava até o Centro de Convivência. Durante o tempo de permanência dele na empresa, não aconteceram visitas espontâneas dos parceiros da Saúde Mental à VINA. Por várias vezes, Éderson procurou espontaneamente a RI VINA/Aracê para colocar suas angústias, reclamações e solicitações. Ele criou um forte elo de confiança com ela.
É importante registrar que a mãe do Éderson, que antes era contra o filho enfrentar a rotina do mercado formal de trabalho, mudou de opinião depois da experiência dele na VINA. Ela gostaria que ele tentasse, novamente, arrumar um emprego de carteira assinada. Além do aumento da renda familiar, ela sentiu que seu filho, durante o período da experiência na VINA, estava mais feliz e seguro. Essas informações foram passadas por telefone à Referência Interna VINA/Aracê por uma técnica da Saúde Mental do CERSAM, frequentado por Éderson.
Paradeiro: na época da sua demissão, em fevereiro de 2009, Éderson parou de frequentar o Centro de Convivência. Ele achava que tinha sido sua Referência Externa Aracê, uma profissional da Saúde Mental, quem o tinha demitido do trabalho. Porém, tivemos informações de que ele, apesar de estar desempregado, voltou a frequentar o Centro de Convivência normalmente e continuava fazendo seu tratamento psicológico.
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Depoimento Segue o depoimento de Éderson sobre a sua experiência pessoal e familiar pós-inclusão no mercado formal de trabalho. O depoimento foi transcrito na íntegra e consta nos nossos arquivos sob a responsabilidade da Referência Interna VINA/Aracê.
“Na Vida eu sempre sonhei em trabalhar. Minha vida eu vejo Com os olhos do coração a esperança e a ultima que morre e a força mais poderosa que existe. A empresa VINA me deu uma boa oportunidade, Você Karina38 me acolheu numa boa hora. Karina, eu estou super bem Com esse serviço e vou me esforça bastante para me sair bem nesse serviço eu quero lutar Com toda minha força. Karina eu sempre vou me esforça aõ Maximo Cumprindo sempre meu dever. Karina vou ser Cinsero Com Você, o que eu espero da empresa e poder Conquistar o que eu sempre sonhei que e Comprar uma casa sempre vou lutar até o fim pois se acreditarmos em nossos sonhos eles se tornam realidade. Karina Sei que posso crescer Com esforço e dedicação e quero mostra isso a você não Com palavras mas sim Com ação. Karina Sei que um dia vou realizar meus sonhos não vou desistir ate conquistar meus objetivos. Karina eu quero que saiba que eu sempre estarei de pe nunca vou fraqueja sempre lutando pelos meus objetivos. Karina você o pessoal todo são gente boa,é e por isso que eu quero crescer na empresa também para que você um dia possa se orgulha de min minha amiga. Karina eu sempre estarei firme dando tudo de mim. Karina esse serviço me incentivou e agora eu quero ir até o fim pois eu gostei muito desse serviço o pessoal me trata bem Karina se eu falar que isso foi coisa do destino você não vai acreditar minha amiga E já era pra eu estar ai a bastante tempo,mas o destino preferiu que eu fosse agora e como um poeta falou:A verdadeira batalha e aquela não realizada mas sim conquistada Con o coração.”
Éderson André de Oliveira França 20/11/2008
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Karina era a RI Aracê.
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2009 14) Luceni Secundina de Oliveira Admissão: 13/04/2009 Demissão: 13/01/2010 Permanência: 9 meses Origem: Bolsa Moradia GEINP Função: Auxiliar de Serviços Gerais 39 Setor: Administrativo Escolaridade: 1º grau completo Salário inicial direto: R$ 506,00 + Transporte: R$ 184,00 Alimentação: R$ 150,00 Soma dos salários indiretos: R$334,00
Total: R$ 840,00
Histórico Luceni foi contratada, inicialmente, para ocupar o lugar de uma profissional que estava de licença. Como o seu desenvolvimento foi satisfatório, a empresa resolveu efetivá-la e ela foi contratada para a vaga de serviços gerais. Apesar de desenvolver sua função com responsabilidade, Luceni começou a apresentar problemas de saúde e psicológicos. Ela passava mal com frequência e, nesses dias, seu desempenho no trabalho ficava comprometido. Foi, então, orientada a procurar um posto de saúde e, dias depois, começou a tomar a medicação necessária e voltou a trabalhar normalmente.
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Empregado pertence a categoria do sindicato Sindiasseio – Data base de reajuste salarial: janeiro. http://www.sindiasseio.com/
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Por um período, Luceni ficou bem, porém sua saúde voltou a piorar e, após uma consulta com um psiquiatra no CERSAM, ficou decidido que ela seria afastada por 15 dias. No seu retorno, ela teve uma conversa com a Referência Interna Aracê e disse que gostaria muito de continuar trabalhando. A empresa decidiu oferecer essa oportunidade a Luceni, mas seu estado emocional não permitiu que ela realizasse suas atividades de maneira profissional, mostrando-se bastante desanimada e desmotivada. Nesse mesmo período, Luceni mudou-se para uma casa perto da empresa com a intenção, segundo ela, de facilitar a sua vida e estar mais próxima do trabalho. Um dos Diretores da VINA viabilizou o carreto da mudança.
Na data do seu aniversário, Luceni foi surpreendida com uma festa surpresa organizada pela RI Aracê, que tomou esta iniciativa com a intenção de entrosá-la com os colegas e motivá-la para o trabalho. Mesmo recebendo atenção especial da RI VINA/Aracê e morando ao lado da empresa, ela, ainda assim, apresentava problemas para se adaptar e demonstrava um comportamento instável em relação às suas responsabilidades no trabalho. Chegou-se à conclusão de que, talvez, Luceni não tivesse equilíbrio emocional para assumir uma rotina de trabalho, bem como condições psicológicas para adaptar-se ao mercado formal. Sendo assim, ficou decidido que ela seria dispensada, pois seu comportamento já estava começando a afetar a rotina da empresa. No dia 13/01/2010, a Referência Interna chamou-a para uma reunião e comunicou a sua demissão, explicando o porquê de sua dispensa.
Paradeiro: Em novembro de 2010 a RI Aracê entrou em contato com Luceni. Ela disse que, depois de sua saída da VINA, estava em busca de um novo emprego. Em dezembro de 2015, o Depto Socioambiental da VINA teve notícias de Luceni por Henriqueta, que foi sua RE/Aracê. Ela morava em um apartamento do Programa Bolsa Moradia, mas acabou vendendo o imóvel. A partir daí, Henriqueta não soube do seu paradeiro.
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Depoimento Seguem os depoimentos de Luceni sobre sua experiência pessoal e familiar pós-inclusão no mercado formal de trabalho. Os depoimentos foram transcritos na íntegra e constam nos nossos arquivos sob a responsabilidade da Referência Interna VINA/Aracê.
1º depoimento
“Olá meu nome é Luceni Estou trabalhando na empresa VINA, pois gosto muito de esta trabalhando porque antes a minha vida era um fracaço, eu mexia com droga, Hoje não mexo mais, Nem tenho vontade, andava com mal influença. Hoje eu agradeço muito a Deus, depois as pessoas que estão me ajudando muito pois antes eu achava que a minha vida não tinha mais solução, mas agora eu sei que Deus existe porque a minha vida mudou completamente. Pois gosto muito aqui na VINA trabalhando pois eu sei que aqui as pessoas gostão de mim Antes eu nem ligava para a vida, hoje eu sei que eu tenho um trabalho, ai eu mim preocupo mais com o trabalho, as vezes eu mim cinto muito sozinha, mas um dia vou ser mais feliz.
Tomo meus remédios mas não gosto de tomar, mais eu tenho que tomar Mas eu prefiro tomar remedio do que mexer com droga pois tenho meus filhos que eu amo muito, e que são muito importante para mim as vezes fico pensando que eu não sou ninguém por hisso agradeço todos vocês.”
Luceni Secundina de Oliveira
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2º depoimento
“Olá Claudia40 como vai você, espero que esteje bem. Meu nome é Luceni, já trabalhei na empresa VINA e gostei muito de ter trabalhado com as pessoas da VINA, pois foi muito bom. Adorei mas infelizmente fui mandada embora, sei que já passei por várias coisas na minha vida pois estou desempregada. espero conseguir outro emprego, a minha vida é muito difícil pois espero melhorar de vida pois gostei muito das pessoas, são pessoas educadas emfim paro por aqui.”
27/1/2010 Luceni Secundina de Oliveira
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Coordenadora do Departamento Socioambiental da VINA.
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15) Grazielle Regina de Castro Admissão: 22/10/2009 Demissão: 22/09/2012 Permanência: 2 anos e 11 meses Origem: Bolsa Moradia Função: Ajudante de Paisagismo41 Setor: SLU – Superintendência de Limpeza Urbana 42 Escolaridade: 1º grau incompleto Salário inicial direto: R$ 506,00 + Transporte: R$ 172,50 Alimentação: R$ 187,50 Soma dos salários indiretos: R$ 360,00
Total: R$ 866,00
Em 2010 assumiu nova função: Operadora de Trator de Esteira II (B)
Setor: SLU –Superintendência de Limpeza Urbana Salário direto: R$ 698,00 + Insalubridade: R$ 282,80 Transporte: Grazielle não dependia de transporte, pois era vizinha da empresa Alimentação: R$ 187,50. Soma dos Salários indiretos: R$ 470,30
Total: R$ 1.168,30
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Empregado pertence a categoria do sindicato Siticop – Data base de reajuste salarial: novembro. https://www.siticopmg.com.br/ 42 Empregados que trabalham na SLU – Superintendência de Limpeza Urbana são ligados ao sindicato Siticop. Outras informações sobre o assunto estão disponíveis no Setor de RH da empresa.
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Em 2012 assumiu nova função: Operadora de Trator Esteira II (D)
Setor: SLU – Superintendência de Limpeza Urbana Salário direto: R$ 879,00 + Insalubridade: R$ 248,80 Transporte: Grazielle não dependia de transporte, pois era vizinha da empresa Alimentação: R$ 300,00. Seguro de Vida: R$14,52 Soma dos Salários indiretos : R$ 563,32
Total: R$ 1.442,32
Histórico Grazielle conquistou a admiração de todos na empresa por sua determinação e coragem. Seu processo de admissão ocorreu normalmente. Por ser mulher, no início enfrentou algumas dificuldades com seu Encarregado, pois ele não se mostrava confortável com o fato de ela realizar a função de ajudante de paisagismo, que até sua entrada era somente desenvolvida por homens e incluía capina, plantio de mudas, limpeza das máquinas e outros serviços pesados. Após uma conversa com a RI Aracê, o Encarregado “aceitou” que Grazielle realizasse as tarefas. Com o tempo, ela mostrou ser capaz de desenvolver o seu trabalho com competência. Em 23/11/2009, Grazielle começou seu treinamento para exercer a função de operadora de máquina pesada. O Sr. Pedro Julião, experiente operador de máquinas na VINA, foi o seu instrutor. Grazielle recebeu treinamento teórico com carga horária de duas horas, habilitando-se para o treinamento prático, com duas horas/dia de treinamento.
Em março de 2010, após passar por um teste com o Sr. Arlindo Filho Baeça, Grazielle já estava operando as máquinas em tempo integral, porém ainda não tinha sido oficialmente transferida para a nova função.
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Em maio, ela realizou os testes necessários para a mudança de cargo e, oficialmente, se tornou a 1ª Operadora de Máquinas da VINA, com um dos melhores testes já realizados na empresa para essa função. A satisfação de Grazielle era visível e ela desenvolveu sua nova função com competência. Em junho ela começou a treinar no equipamento retroescavadeira.
Durante o ano de 2010, Grazielle atendeu ao contrato do Serviço de Limpeza Urbana – SLU de forma tranquila, profissional e tendo boa relação com os colegas de trabalho. No final de 2010, ela deu início ao processo para tirar sua CNH e, em 2011, passou na prova de legislação e começou as aulas de direção. Nessa ocasião, a VINA flexibilizou seu horário de trabalho, para que ela pudesse frequentar a autoescola com mais tranquilidade. Grazielle foi reprovada nos exames e acabou perdendo a sua pauta.
Em julho de 2012, após informar à VINA sobre sua gravidez, Grazielle começou a questionar algumas de suas condições na operação do equipamento: cabina aberta, sujeita a contaminação e vibração. A partir desses questionamentos, ela foi encaminhada ao SESMT – Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho para apresentação de um laudo médico que informasse sobre suas restrições como gestante. Diante desse laudo, Grazielle foi transferida para um novo local, fora do Aterro Sanitário: para a frente de trabalho, em Capitão Eduardo, bairro de Belo Horizonte, no qual ela poderia operar uma máquina cabinada, mais apropriada ao seu estado.
Mesmo com a mudança, os problemas continuaram. Grazielle levou suas questões para sua Referência Externa, que solicitou uma reunião para discutir as questões levantadas por Grazielle. Nessa reunião, a VINA reconheceu que as condições de trabalho nesse setor ainda não eram as ideais, mas assegurou que trabalha dentro das normas técnicas exigidas (Grazielle recebe insalubridade em grau máximo). Por essa e outras razões, a empresa vem tentando melhorar as condições de trabalho, inclusive com a aquisição de equipamentos cabinados.
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A VINA sempre esteve aberta ao diálogo e acredita que não houve negligência por parte de sua RI que, por diversas vezes, tentou conversar com Grazielle no intuito de achar soluções para as questões levantadas. Além disso, a VINA, sempre que possível, ofereceu suporte às demandas profissionais e particulares solicitadas por ela, como: empréstimos financeiros, flexibilização na jornada de trabalho para retirada de carteira de motorista, empréstimo de veículo da empresa para mudança de residência, entre outros. Na visão da empresa, o que havia mudado era a postura da contratada em relação ao trabalho.
Infelizmente, em agosto do mesmo ano, Grazielle perdeu o bebê. Após essa perda, ela continuou mantendo uma postura distante e de insatisfação com a VINA. Ao perceberem sua insatisfação, o Gerente e o Encarregado, responsáveis pelo contrato onde ela atuava, a chamaram para uma conversa, na qual foi discutido o futuro de Grazielle na empresa. Eles queriam entender o porquê de sua mudança radical de atitude, o que estava se passando na sua vida pessoal e os seus objetivos profissionais. A conversa não foi positiva, pois ela mostrou-se desinteressada, deixando claro que não possuía nenhum objetivo profissional na empresa.
A partir daí, a VINA decidiu colocá-la de aviso prévio, sem a intenção real de demiti-la, mas para provocar uma reflexão com a possibilidade da perda do emprego. Essa tática acabou não dando certo, pois o que Grazielle realmente queria era ser demitida. Em setembro de 2012, assim que o aviso prévio terminou, a VINA recebeu uma intimação a respeito de uma ação trabalhista, movida por Grazielle, que alegava falhas no contrato de trabalho, dando a entender que não gozava de horário de almoço e folga semanal, e, também, por falha no pagamento de valores corretos por horas extras trabalhadas e insalubridade em grau máximo.
Na audiência, que aconteceu em 31 de outubro de 2012, na 24ª Vara do Trabalho de Belo Horizonte, a VINA esteve presente com toda a documentação necessária que comprovava que as alegações não procediam. Grazielle não compareceu a essa audiência e o processo foi arquivado. No dia 9 de novembro do mesmo ano, a VINA recebeu nova intimação, que confirmava a reabertura do processo, com outra audiência marcada para o dia 22 de novembro, a ser realizada no mesmo local e com as mesmas alegações. 165
Nessa data, Grazielle chegou atrasada e sua entrada não foi permitida. O processo foi arquivado novamente. Em janeiro de 2013, Grazielle abriu um novo processo43 e a audiência foi realizada no dia 14 de fevereiro do mesmo ano. Na ocasião, o representante da VINA optou por fazer um acordo trabalhista, no valor de R$ 1.500,00, evitando prolongar aquela ação, que gerou desgastes e custos para a empresa. Desde a implantação do Projeto Aracê, foi a primeira vez que um dos contratados entrou na Justiça do Trabalho contra a empresa.
Obs.: A VINA tem um programa de empréstimo para sua equipe, no valor máximo de cinco mil reais, sem juros, que pode ser parcelado em até doze vezes e descontado diretamente na folha de pagamento. Esse programa oferece oportunidades e dá um suporte a mais não só aos contratados Aracê, mas a toda a equipe da VINA, e por isso vem funcionando de maneira bastante positiva na empresa. Grazielle fez uso desse programa.
Paradeiro: Em 5 de novembro de 2015, foi realizado um contato telefônico com o exmarido de Grazielle, que nos comunicou que ela está trabalhando e teve mais um filho. Ele não nos forneceu mais detalhes.
Até 31 de dezembro de 2015 não tínhamos mais notícias de Grazielle.
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Documentos disponíveis para consulta no Departamento Socioambiental da VINA.
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Depoimento Seguem os depoimentos de Grazielle sobre a sua experiência pessoal e familiar pósinclusão no mercado formal de trabalho. Os depoimentos foram transcritos na íntegra e constam nos nossos arquivos sob a responsabilidade da Referência Interna VINA/Aracê.
1º depoimento “Vou contar um pouquinho da minha vida, minha vida era muito difícil antes de eu conhecer a VINA e ter oportunidade de trabalhar foi através de uma moça que minha vida mudou pra mim foi quando esta moça do projeto vei fazer uma reunião na minha casa e ela mim perguntou Graziele você esta trabalhando e eu falei com ela que eu não estava trabalhando e ela falou eu vou ver se eu arrumo um serviço pra você ta Grazi, você já trabalhou de carteira assinada e eu falei não o meu sonho era ter um dia uma carteira assinada e ai ela falou eu vou se eu arrumo um serviço pra você de carteira assinada e ai eu fiquei contando as horas e os minutos e ai recebi um telefonema desta moça Grazielle eu consegui um serviço pra você e ai ela falou primeiro você vai ter que fazer uma entrevista e so tem uma vaga e eu pedi a Deus sim for pra ser eu ser a escolhida que seja da sua vontade se não for porque não era a hora ainda e ai eu fui a entrevista e logo Perse bi que a minha hora de alegria esta chegando e chegou mesmo eu pasei na esntrevista nossa foi uma alegria tão grande que eu não estava nem acreditando que eu ia sair do inferno onde eu estava e ia trabalhar fixada era tudo o que eu queria e ai comeceia a trabalhar na VINA comecei fazendo faxina e capinando aprendi uma coisa que eu não sabia e tive uma oportunidade de dirigir um trator uma coisa que eu não sabia tive vários professores que mim ensinou a bilotar um trator e eu descobri uma coisa que eu não sabia que um dia eu estaria dirigindo um trator de que quando eu era pequena eu tinha medo mas eu ficava imaginando eu dirigindo um trator se ia ser legal e hoje eu tive a oportunidade e tive a oportunidade de conhecer pessoas novas e eu estou muito feliz e estou adorando pilotar um trator obrigado VINA você mudou minha vida para mim hoje eu posso dizer eu sou feliz e tenho que agradecer muito a Deus e esta pessoa maravilhosa que é a Laura i Renato e a esposa dele por esta oportunidade você mim fez a mulher mais feliz do mundo.” Grazielle Regina de Castro 19/04/2010 167
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2º depoimento “Belo Horizonte 06/01/2012 Estou muito feliz pela oportunidade que Eu recebi hoje tenho condição de cria minha filha com carinho Não deicho falta nada para minha filha sou muito feliz porque antes eu não tinha esta felicidade que tenho hoje porque eu não tinha condição nem de comprar um roupa para minha filha nem para mim Nem no dia das crianças nem um brinquedo hoje não depois que eu recebi esta oportunidade de trabanha aqui minha vida. Melhorou, muito , hoje o que eu poderia ter , hoje eu tenho e minha finha também , graças a vocês sou muito feliz . adoro a minha profissão e guero tira minha cartera, mais rapido , possivem por que eu sei que e esta carteira que vai mim ajuda nesta profissão que eu adoro e eu também tenho, um sonho de compra um carro para mim passear com minha filha Fim”
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2010 16) Cassimara da Silva Ribeiro Admissão: 14/01/2010 Origem: Bolsa Moradia Função: Faxineira44 Setor: GERAF Escolaridade: 2º grau completo Salário inicial direto: R$ 548,00 + Transporte: R$ 172,50 Alimentação: R$ 187,50 Soma dos salários indiretos: R$ 360,00 Total: R$ 908,00 Novembro de 2010: Cassimara foi promovida. Função: Auxiliar de Serviços Gerais Salário direto: R$ 698,00 + Transporte: Não fornecido pelo fato de Cassimara ser vizinha da empresa Alimentação: R$ 300,00. Soma dos Salários indiretos: R$ 300,00 Total: R$ 998,00 Setembro de 2011: Cassimara foi novamente promovida. Função: Auxiliar Administrativo Salário direto: R$ 769,00 + Transporte: não fornecido, pelo fato de Cassimara ser vizinha da empresa Alimentação: R$ 300,00 Plano de Saúde opcional45: R$ 31,40 Seguro de Vida: R$ 14,52 Soma dos Salários indiretos: R$345,92 Total: R$ 1.114,92
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Empregada pertence à categoria do sindicato Siticop – Data base de reajuste salarial: novembro. https://www.siticopmg.com.br/ 45 Empregada passou a utilizar Plano de Saúde oferecido pela empresa e passou receber cartão alimentação. Outras informações sobre o assunto estão disponíveis no setor de RH da empresa.
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Em dezembro de 2014: Reajuste data base do Sindicato. Função: Auxiliar Administrativa 46 Salário direto: R$ 841,00 + Transporte: R$ 365,20 Alimentação: R$ 330,00 Plano de Saúde opcional: R$ 31,40 Seguro de vida: R$ 14,52 Soma dos salários indiretos: R$741,12 Total: R$ 1.582,12 Em dezembro de 2015: Reajuste data base do Sindicato. Função: Auxiliar Administrativa Salário direto: R$ 1215,00 + Transporte: R$ 365,20 Alimentação: R$ 330,00 Plano de Saúde opcional: R$ 31,40 Seguro de vida: R$ 14,52 Soma dos salários indiretos: R$741,12 Total: R$ 1.956,12 Obs.: A VINA possui um programa de empréstimos para sua equipe, no valor máximo de 5 mil reais, sem juros, que pode ser parcelado em até doze vezes e descontado diretamente na folha de pagamento. Esse programa oferece oportunidades e dá um suporte a mais, não só aos contratados Aracê, mas a toda equipe da VINA, e, por isso, vem funcionando de maneira bastante positiva na empresa. Cassimara já foi beneficiada duas vezes por esse programa: a primeira vez foi em dezembro de 2013 e, a segunda vez, em abril de 2015.
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Apesar da mudança de função, a empregada não teve alteração de Sindicato. Mais informações sobre o assunto estão disponíveis no setor de RH da empresa.
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Cursos profissionalizantes 2010 – Curso de Informática (Windows XP) pelo SENAC Minas 47 Período: julho a setembro (3 meses) Carga horária: semanalmente, aos sábados, das 8h às 13h, totalizando 30h de curso.
2011 – Técnicas em Serviços de Recepção e Telefonia, pelo SENAC Minas. Período: no mês de setembro, com duração de 10 dias Carga horária: 20h
Em dezembro de 2013, Cassimara iniciou o Curso de Administração e Informática em Excel Avançado, na Escola de Informática S.O.S Educação Profissional48. Esse curso foi concluído em janeiro de 2016. Seguem, abaixo, os módulos cursados:
2013 – Introdução à informática Período: 04/12/2013 a 27/12/2013 Carga horária: 08h
2014 – Windows 7 Período: 27/12/2013 a 16/04/2014 Carga horária: 12h
2014 – Word Período: 27/08/2014 a 25/02/2015 Carga horária: 12h
2014 – Excel Período: 27/08/2014 a 10/12/2014 Carga horária: 12h
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SENAC (Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial) - http://www.senac.br/ SOS cursos profissionalizantes - http://www.sos.com.br/
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2014 – Assistente de Recursos Humanos Período: 27/08/2014 a 25/02/2015 Carga horária: 16h
2015 – Assistente Contábil Período: 24/06/2015 a 14/08/2015 Carga horária: 22h
2015 – Crédito e Cobrança Período: 14/08/2015 a 19/09/2015 Carga horária: 14h
2015 – Rotinas Administrativas Período: 14/08/2015 a 19/09/2015 Carga horária: 12h
2015 – Power Point Período: 14/08/2015 a 19/09/2015 Carga horária: 12h
2015 – Excel Avançado Período: 14/08/2015 a 19/09/2015 Carga horária: 24h
Obs.: A VINA oferece à Cassimara suporte para alimentação e para o transporte durante a realização dos cursos.
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Abaixo, segue o relatório elaborado por Cassimara e enviado por e-mail sobre o curso do qual ela estava fazendo:
---------- Mensagem encaminhada ---------De: Cassimara VINA <cassimara@VINAec.com.br> Data: 3 de dezembro de 2014 16:56 Assunto: Relatório Para: Lilian Bernardes <lilian.VINAsocial@gmail.com>
Boa tarde Lilian, Segue anexo o relatório que fiz conforme sua solicitação. RELATÓRIO Curso Informática e Assistente Administrativo O curso de informática é composto por: -Introdução de Informática -Windows 7 -Word -Excel -Windows Multimídia .Power Point .Assistente Contábil .Assistente de RECURSO HUMANO .Crédito e Cobrança O curso de informática são 08 módulos e no momento estou caminhando para o quinto módulo. É necessário fazer o de informática primeiro porque com esses recursos, estarei preparada para o curso de Assistente Administrativo (Rotinas Administrativas). Está sendo muito útil para a conclusão das minhas atribuições, principalmente de Excel, eu era totalmente leiga não sabia nem fazer uma planilha usava apenas “copiar e colar”. Aprendi a diferença entre copiar e recortar, inserir figuras e logomarcas em planilhas, usar formas, gráficos, inserir planilha no Word, no Excel. Também aprendi no Excel a fazer a planilha, formatar a planilha,soma,subtrair,multiplicar cédula, enfim estou gostando de fazer o curso é sem duvidas aprimoramentos. O lado ruim é que faço esse curso após o trabalho, já venho cansada ainda passo na minha casa faço janta para meus filhos e vou para o curso sem tempo de ouvir deles como foi o dia a dia. Já pensei em desistir sinceramente, mas meu desejo de vencer todos os obstáculos é maior, o sonho da conclusão desse curso e a realização profissional que vai refletir no meu lado pessoal. O valor que eu pago pelo curso è de (Noventa reais e noventa centavos),o lanche que faço antes do curso porque não tenho tempo de jantar é entre 5,00 e 8,00 R$. A passagem de ida e volta , no total é de 32,50 e atualmente estou pagando a babá que fica com meus filhos nesse período 10,00 Reais de cada. GASTO MENSAL Passagem: R$ 3,25 - Ida e volta: R$ 6,50 Total por mês: R$ 32,50 Lanche: R$ 5,00 Total: R$ 30,00 Babá: R$ 20,00 por dia. Total: R$ 100,00 VALOR CUSTO TOTAL: R$162,50 Atenciosamente, Cassimara Ribeiro. ---------- Mensagem encaminhada ----------
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Histórico Cassimara teve uma trajetória de vida muito difícil e já enfrentou muitas dificuldades. Seu processo de admissão ocorreu normalmente e, desde então, ela realiza seu ofício sem maiores problemas. No começo, os colegas de Cassimara comentaram que ela era muito calada, que se comunicava pouco. Com o passar do tempo, ela foi se soltando e agora tem um bom relacionamento na empresa. De acordo com a RI VINA/Aracê, seu serviço de faxina era “impecável”.
No início de julho de 2010, por causa ainda desconhecida, a cozinha de sua casa pegou fogo e foi parcialmente destruída. Ela ficou muito angustiada e, sensibilizados, seus colegas de trabalho se mobilizaram para ajudá-la, comprando e doando utensílios, eletrodomésticos, móveis, e também ajuda financeira. A VINA forneceu à Cassimara refeições pelo período de uma semana, até que ela se reestruturasse. Em novembro de 2010, Cassimara foi promovida a Auxiliar de Serviços Gerais. Em setembro de 2011 ela foi novamente promovida para o cargo de Auxiliar Administrativo.
Em dezembro de 2013, Cassimara iniciou um curso de Excel, com duração de 6 meses. Ela recebeu um desconto de 50% no valor do curso e está pagando com recurso próprio. A VINA está financiando o transporte, o lanche e uma babá para os dias em que Cassimara precisa se ausentar para fazer o curso. Em Janeiro de 2014, ela solicitou um empréstimo à VINA para tirar sua CNH e este lhe foi concedido. Em julho de 2014 a Sede da VINA mudou de endereço, alterando a rotina da equipe VINA, devido à distância da Nova Sede. Cassimara encontrou dificuldade em chegar a tempo no curso de Excel, passando a perder aulas. Para solucionar o problema, ela solicitou a alteração do seu horário de trabalho e, assim, foi possível continuar o curso. Além disso, a coordenação do curso permitiu que ela estendesse o prazo para poder concluí-lo.
Em outubro de 2014, Cassimara indicou seu irmão, Carlos Pedro da Silva Ribeiro, para uma vaga na VINA pelo Projeto Aracê. Carlos havia saído recentemente da prisão e estava procurando uma oportunidade de emprego. A VINA aceitou a indicação de Carlos, que passou no processo seletivo.
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Em dezembro de 2014, Cassimara solicitou ao Departamento Socioambiental a renovação do contrato de ajuda de custo, para que ela pudesse dar continuidade ao curso de informática, iniciado em dezembro de 2013. A renovação do benefício foi concedida.
Em fevereiro de 2014 o Departamento Socioambiental entrou em contato com Cassimara para convidá-la a participar do documentário Aracê. Seu depoimento foi gravado com sucesso. Em abril de 2014, ela foi transferida para o Departamento Socioambiental, onde ela está em treinamento para sua nova função. Ao término desse treinamento, previsto para fevereiro de 2016, Cassimara será promovida. Ela vem evoluindo bem no seu treinamento. Em dezembro de 2015, ela estava no processo de aquisição da sua Carteira Nacional de Habilitação- CNH. Cassimara evoluiu muito como profissional e continua realizando bem suas tarefas.
Depoimento Seguem os depoimentos de Cassimara sobre a sua experiência pessoal e familiar pósinclusão no mercado formal de trabalho. Os depoimentos foram transcritos na íntegra e constam nos nossos arquivos sob a responsabilidade da Referência Interna VINA/Aracê.
1º depoimento “Meu nome é Cassimara, tenho 25 anos, particularmente me acho uma criança grande e claro meus amigos aquelas pessoas que a tenho mais próximos também acham, muitas das vezes viajo no mundo de ilusionismo e vou a fundo procurar a infância que não tive, a vida me obrigou a amadurecer muito cedo pois Deus Levou meu pai, eu ainda tinha apenas oito anos de idade, então ai começou todo o desespero da minha mãe que alem de mim, ainda tinha meus 2 irmãos mais novos do que eu, e ela estava desempregada, tentou por alguns dias, continuar trabalhando como o meu pai autônomo, como vendedor ambulante mas não deu, pois eu e meus irmãos ficamos sozinhos eram uma barra, mas eu tinha noção de tudo que eu tinha que fazer e embora eu fosse uma criança ainda, eu fazia tudo que um adulto faz mas do jeito de uma criança, mas não deu, eu lembro como se fosse hoje minha mãe me chamou era 12 de outubro de 1992 e ela me 177
falou: Cassimara, hoje é o dia das crianças não tenho nada para dar para você e seus irmãos, então eu tenho uma ideia; nos vamos descer para o centro ai vocês pedem dinheiro no sinal, porque ai amanha eu compro algum brinquedinho para vocês e alguns mantimentos para fazer comida, porque aqui em casa não tem nada para comer, foi triste um filme si passou em minha mente rápido, lembrei que meu pai nunca gostou de que nem minha mãe, nem eu e meus irmãos pedissem nada para ninguém e que íamos pedir no meio da rua! Somente em mente perguntei a Deus porque ele havia feito isso com nos. Mas então eu levantei a cabaça e vi minha mãe chorando entrei em desespero, e hoje eu consigo entender a minha cumpulsividade, meu desejo era de puxar minha mãe pelo braço e os meus irmãos do jeito que estávamos; sujos, descalças, eu queria dar um jeito, mostra que nos iríamos conseguir continuar a vida, sem meu pai. Mas minha conseguiu perceber minha vontade nos arrimou de forma humilde e simples, mas limpos nos estávamos. Neste dia, há este dia foi o dia que mais ganhamos brinquedos, roupas, sapatos ate comida, comida que nunca tínhamos provado, ate o dinheiro foi mais que o suficiente, lembro do meu irmão, ainda era pequenininho demais falava tudo errado, o real estava bem recente então quando ele ganhava uma nota de um real, ele começava a gritar: A notra, a notra verde eu vou levar pra mamãe compra carne, querendo atravessar o transito sozinho. Neste dia em diante era dessa forma que fazia o sustento da casa, mas ao longo do tempo as coisas estavam mudando, meu corpo estava mudando eu já estava com meus onze anos corpo começava a ganhar forma de moça, foram varias vezes que motoristas de taxi tentava passar a mão em mim, ou chamava para fazer programa ate si dispia quando eu me aproximava do carro. Um dia um taxista me puxou me segurou pelos braços forte, já estava tarde da noite e tinha me jogado dentro do carro, o sinal abriu e minhas pernas saiu arrastando no asfalto, ate que um casal, parou o carro deles na frente do taxi e pediu que ele me largasse ou ia chamar a policia, esse demônio me largou e eu cai no chão aos prantos, daquele dia em diante eu decidi que não dava mais, cheguei para minha mãe e disse que não queria ir mais para o sinal, embora eu vivia mais a pedi por um trocado e sim estava trabalhando vendendo balas e chicletes, muitos homens parecia não entender que eu não queria nem nunca quis ganhar a vida como uma garota de programa, foi uma barra 178
minha mãe aceitou, mas ele impôs para mim que todas as obrigações da casa eram todas minha se ainda que quando ela fosse para o centro com meus irmãos, aminha irmã mais nova filha de outro homem que minha mãe namorou depois do falecimento do meu pai, eu que iria olhar também, casada dos atrevimentos daqueles homens aceitei. Mas tempo si passaram, mas certo dois anos minha mãe reencontrou uma namorado do passado e eles se reconciliaram consequentimente minha mãe engravidou e eu passei a descer com meus dois irmãos por parte de mãe e pai para eles venderem balas, foi neste período que conheci meu primeiro namorado. Os acontecimentos foram todos rápidos, comecei a namorá-lo, engravidei da minha primeira filha passamos por fortes rejeições do meu padrasto mas aos 15 anos tive minha filha, vivemos 3 anos e meio e separamos pois tenho certeza que do lado dele eu já não estava vivendo. Aos 19 anos conheci o pai dos meus filhos, foi também uma relação muito conturbada, mas embora eu saiba que minha necessidade e de sofrer para me fazer reagir hoje graças a Deus já se tem quese três anos que eu renasci, hoje eu sua mulher amaziada, vivo por minha mãe e meus filhos e aquela criança grande que eu contei que sou no começo, se tranca aqui dentro toda vez que eu lembro dos meus filhos, as obrigações que tenho que cumprir por eles que não pediram para vim ao mundo para mim que sou mãe e pai das minhas grandes e única riqueza Charles Daniel, Anny Gabryelly e Lorayne.”
Belo Horizonte, 23 de Abril de 2010.
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2º depoimento
“Belo Horizonte , 06 de Janeiro de 2012. Bem , me sinto muito bem , hoje próximo da data em que se completa 2 anos que faço parte do quadro de funcionários permanente na VINA , posso afirma que minha vida mudo e para melhor , muita aprendi convive com situações boas e ruins . Hoje diante de meu comportamento , minha forma de agi , sinto que melhorei , antes eu era muito tímida, não conversava com ninguém , mais minha mudança de comportamento veio após Kelly conversar com migo e ai fui mudando gradativamente , hoje me sinto espontânea , converso e até descontraio um pouco o dia a dia , tenho meus deslizes sou humana também erro , mas sempre com a certeza que posso corrigi-los porque e errando que se acerta e a vida é uma escola continua , porque e o melhor que eu quero para mim , para meus filhos . Quando entrei na VINA aceitei o cargo de Auxiliar de Serviços gerais , tive algumas dificuldades , me cansei diante de algumas tarefas desgastante, cheguei a pensar em desistir , mais inúmeros foram os conselhos do Kelly para que eu não desistisse , hoje eu entendo que são das minhas dificuldades que encontro tanta força e perseverança , hoje sou recepcionista e tenho reconhecimento no carteira como auxiliar administrativo II , fiz curso de técnicas de recepção para aperfeeiçoar-me e estou colocando em prática o que aprendi , e crescer e minha meta . Na minha vida pessoal estou muito feliz , meus filhos estão morando com migo , passaram de ano com boas notas , são eles que me dão força para lutar , são minha base e eu não me importo de trabalhar meses inteiro para suprir as suas necessidades e lazer , para mim nada tem maior valor do que o sorriso no rostinho deles m vou ficando por aqui até a proxima . Tchau !”
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3º depoimento Belo Horizonte, 21 de Janeiro 2014. Na vida é preciso ter foco para realizar sonhos, e isso é algo que nunca me faltou.Sempre sonhei em ser recepcionista, em uma empresa. A rotina de uma recepção pra mim sempre foi fascinante. Hoje a quase três anos sinto que meu sonho foi realizado, claro com muitas coisas a aprender. E se tratando de aprender, que orgulhosamente falo do curso que estou fazendo, Informática e Assistente Administrativo. O que me orgulha é a forma que a oportunidade de fazer esses cursos surgiu na minha vida, eu estava saindo de férias, e a funcionária da Instituição SOS, me convidou para participar de um sorteio de bolsas com 10, 20, 30,40 e 50% de desconto. Tempo passou e me ligaram da SOS, informando que eu havia ganhado a bolsa de 50 % de desconto, na hora fiquei frustrada, em duvida ,mas em pensamento conversei comigo mesma e senti a necessidade de ir até lá ,pois precisava ao menos saber o que estava abrindo mão. A proposta foi irresistível, pago mensalmente em torno de cem reais por mês, fixo dentro de 2 anos, fora o valor da passagem (6,10R$ Ida e Volta ,totalizando 42,70 por mês). Fico desconfortada financeiramente, pois afinal tenho minhas obrigações e gastos com a casa, meus filhos, água, luz e outros, mas sinceramente não podia deixar passar essa oportunidade de aprimoramento para expandir minha vida profissional. Quero muito continuar aqui na VINA, pois afinal foi a empresa que mim deu oportunidades de realizar sonhos, mas quero crescer ,respirar novos ares, aprender novas rotinas e enfim receber mais. Algo de novo também na minha vida é o empréstimo que fiz na empresa, para conseguir realizar um grande sonho meu que é ter minha CNH. Sempre me limitei a realizar esse sonho, pois carregava comigo o medo de não conseguir passar nem no primeiro teste, mas depois que voltei de férias, me sinto encorajada, sei que estou sujeita ao bom e o mal, mas no lugar do medo coloquei coragem porque é caindo que se aprende ,minha persistência será infinita porque o foco eu não posso perder. Hoje eu e Lilian saímos para almoçar, conversamos ,trocamos ideias e novidades. Achei ótima a novidade do Departamento Sócio Ambiental está próximo da VINA, diante disso pode ver a minha oportunidade de aprender, mudar de rotina e enfim fazer parte dessa equipe. Certamente se essa oportunidade chegar será muito bem vinda. Mas tudo tem seu tempo, e se tem algo que aprendi é que devo está sempre preparada para o bem e o mal. Meus sonhos não terminam jamais rsrs...Não vejo a hora de conseguir minha carteira ,compra meu carrinho e enfim vencer obstáculos. 186
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17) Eric Dias de Souza Admissão: 10/5/2010 Demissão: 26/2/2014 Permanência: 3 anos 8 meses e 16 dias Origem: Indicação de pessoa amiga, ligada à VINA, que tinha conhecimento do Projeto Aracê. Função: Ajudante de paisagismo49 Setor: SLU - Superintendência de Limpeza Urbana50 Escolaridade: 1º grau incompleto Salário inicial direto: R$ 548,00 + Insalubridade: R$ 204,00 Transporte: R$ 172,50 Alimentação: R$ 300,00 Soma dos salários indiretos: R$ 676,50 Total: R$ 1.224,50
Novembro de 2010: Eric foi promovido.
Função: Operador de Pá Carregadeira Salário direto: R$ 601,00 Insalubridade: R$ 204,00 Transporte: R$ 172,50 Alimentação: R$ 300,00 Soma dos salários indiretos: R$ 676,50
Total: R$ 1.277,50
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Empregado pertence à categoria do sindicato Siticop – Data base de reajuste salarial: novembro. https://www.siticopmg.com.br/ 50 Empregados que trabalham na SLU – Superintendência de Limpeza Urbana são ligados ao sindicato Siticop. Outras informações sobre esse assunto estão disponíveis no Setor de RH da empresa.
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Agosto de 2011: Eric foi promovido. Função: Operador de Pá Carregadeira II Salário inicial direto: R$ 798,00 + Insalubridade: R$ 218,00 Transporte: R$ 215,60 Alimentação: R$ 264,00 Soma dos salários indiretos: R$ 697,60 Total: R$ 1.495,60 Outubro de 2012: Eric foi novamente promovido. Função: Operador de Retroescavadeira III Salário inicial direto: R$ 1.052,00 + Insalubridade: R$ 248,80 Transporte: R$ 402,50 Alimentação51: R$ 300,00 Plano de Saúde opcional52: R$ 31,40 Seguro de vida: R$ 14,52 Soma dos salários indiretos: R$997,22 Total: R$ 2.049,20 Em dezembro de 2014: Função: Operador de Retroescavadeira III Salário direto: R$ 1.302,00 + Insalubridade: R$ 289,60 Transporte: R$ 116,60 Alimentação: R$ 330,00 Plano de Saúde opcional: R$ 31,40 Seguro de vida: R$ 14,52 Soma dos salários indiretos: R$782,12 Total: R$ 2.084,12
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Empregado passou a receber cartão alimentação. Mais informações estão disponíveis no setor de RH da empresa. 52 Empregado passou a utilizar Plano de Saúde oferecido pela empresa.
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Obs.: A VINA possui um programa de empréstimos para sua equipe, no valor máximo de 5 mil reais, sem juros, que pode ser parcelado em até doze vezes e descontado diretamente na folha de pagamento. Esse programa oferece oportunidades e dá um suporte a mais, não só aos contratados Aracê, mas a toda equipe da VINA, e, por isso, vem funcionando de maneira bastante positiva na empresa. Eric foi beneficiado por esse programa.
Histórico Eric foi o primeiro contratado Aracê na condição de egresso do sistema prisional 53. Ele passou pelo processo habitual de admissão e iniciou suas atividades normalmente no dia 10/5/2010. A intenção da empresa era que Eric se tornasse um operador de máquinas, objetivo que foi alcançado com sucesso. Ele passou por uma série de treinamentos, teóricos e práticos. A duração dos treinamentos foi de 6 meses, com carga horária de 2h/dia.
De acordo com a RI VINA/Aracê, Eric era muito pontual e demonstrava um desempenho satisfatório. Além disso, não teve problemas de adaptação e mantinha um bom relacionamento com seus colegas. Em novembro, ele iniciou o processo para tirar sua CNH. Em 1° de novembro de 2010, Eric foi promovido a Operador de Pá Carregadeira. Em 2011, foi promovido para Operador de Pá Carregadeira II.
Em março de 2012, Eric realizou um grande sonho: comprar o próprio carro. Em junho, ele foi surpreendido com a notícia de que sua namorada estava grávida. Após descobrir que seria pai, Eric apresentou um considerável amadurecimento como profissional e como pessoa. Em conversa com a RI, ele demonstrou sua preocupação com os gastos de um recém-nascido. Em outubro de 2012, Eric foi promovido a Operador de Retroescavadeira. Eric se mostrou satisfeito com a promoção e novo salário, fazendo planos para 2013: pretendia tirar sua Carteira Nacional de Habilitação - CNH categoria D e concluir seus estudos.
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https://www.dicio.com.br/egresso/
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Eric também se mostrou interessado em realizar um curso de Operador de Motoniveladora (Patrol), que tem como objetivo a capacitação para operar máquinas de forma segura e eficiente, com procedimentos operacionais, manutenção e conservação do equipamento. Em dezembro de 2013, Eric solicitou um empréstimo. O valor era elevado e fugia ao padrão estabelecido pela empresa. Não foi concedido o empréstimo. Em 22 de março Eric pediu demissão. Ele disse que estava com novos projetos e que precisava do acerto. O encarregado de Eric havia feito algumas reclamações sobre o comportamento dele no local de trabalho e informou que ele havia sido proibido de entrar na SLU. No dia em que Eric foi até a Sede da VINA para pedir demissão, ele bateu o seu carro dentro da empresa, em uma árvore. Desconfia-se que ele apresentava sinais de embriaguez, mas isto não foi confirmado. O diretor da VINA decidiu demiti-lo. Em fevereiro de 2014, Eric participou do Documentário Aracê e, na ocasião, ele havia dito que estava satisfeito em trabalhar na VINA. Após a demissão de Eric, o Departamento Pessoal obteve notícias sobre ele apenas por seu amigo e ex-colega de trabalho na VINA, Diego (contratado Aracê indicado também por Eric). A informação era de que ele estava bem e desejava voltar a trabalhar na empresa. Em 2015, Eric manteve contato com a VINA. No mês de março, ele esteve presente no primeiro encontro realizado entre a VINA e a Universidade Federal de São João del-Rei UFSJ. Na ocasião, ele estava desempregado e realizava trabalhos informais. Paradeiro: Em maio de 2015, o próprio Eric informou à VINA que estava trabalhando na exposição Sentidos do Nascer, na qual desenvolvia diferentes atividades. Em novembro de 2015, tivemos notícias dele por um dos responsáveis pela exposição Sentidos do Nascer. Segundo ele, Eric continuava trabalhando na exposição e agora era o responsável técnico pela exposição itinerante. Em dezembro, a RI VINA conversou com Eric. Ele informou que, de dezembro de 2015 a fevereiro de 2016, vai procurar serviços informais, pois o projeto da exposição só recomeça no final de fevereiro.
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Depoimento Seguem os depoimentos de Eric sobre a sua experiência pessoal e familiar pós-inclusão no mercado formal de trabalho. Os depoimentos foram transcritos na íntegra e constam nos nossos arquivos sob a responsabilidade da Referência Interna VINA/Aracê.
1º depoimento
“Eu Eric Dias de Souza, tenho 20 anos, natural de Belo Horizonte, solteiro. Vou iniciar contando um pouco da minha história: Eu moro com a minha mãe e um tio, que ajudaram na minha criação; pois infelizmente não conheci meu pai. Na minha infância sempre fui uma criança agitada e feliz, independente as dificuldades; não podendo esquecer também, que em meia tantas dificuldades; sempre estavam ali presentes a minha madrinha e meu padrinho que me ajudaram bastante. Mudando um pouco o assunto, vou contar agora como foi a convivência na escola. Eu estudei ate a 7º série, tendo repetido por 2 vezes; sendo assim parei com meus estudos sem completar o ensino fundamental .Depois que parei de estudar vieram as falsas amizades, que me deixaram levar e quando assustei já estava envolvido no trafico de drogas; e com os meus 18 anos vieram a acontecer que eu fui preso e condenado a 1 ano e 8 meses de detenção por ter praticado venda de drogas. Tendo cumprido 1 ano e 7 meses de pena , eu fui liberado , e ai surgiu a oportunidade de vim conhecer a Empresa VINA , que me deu a chance e confiança e uma grande assistência de ensino para que no futuro, eu possa ser uma pessoa bem sucedida e capaz de conquistar os meus objetivos. Hoje pretendo voltar com os estudos, estou tirando a minha habilitação e desejo aprender que me esta sendo ensinado no serviço e agradecer a Deus e a VINA a oportunidade que eles estão me dando. Este foi um pequeno resumo contando um pouco da minha vida.”
Belo Horizonte, 05/08/10
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2º depoimento
“Eu Eric Dias de Souza presto serviço pra VINA Equipamentos e Construções, fui promovido de Op. De Pá Carregadeira para Op. De Retroescavadeira e estou satisfeito. Estou concluindo os meus estudos e logo mais pretendo estar tirando minha habilitação categoria D. e fazer uns cursos. Tambem estou muito feliz pois vou ser pai e é menino. Agradeço a oportunidade que a VINA vem me dando e penso evoluir mais e mais na Empresa. Meu filho ira nascer no mês de Fevereiro. Fim Eric Dias Grato” Dezembro de 2010
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3º depoimento
“Desde quando comecei a trabalhar na Empresa VINA, tenho recebido vários benefícios; um deles é ter uma profição que jamais pensei que teria, trabalhar com máquinas pesadas. Também aprendi a ter compromisso com a área proficional da empresa e cumprir com os meus deveres e ter um bom relacionamento em equipe. Aprendi com os meus erros a me aperfeiçoar e proficionalizar em meus objetivos , para me torna um bom proficional no mercado de trabalho. Com isso aproveito ao máximo tudo que a Empresa tem me oferecido. Sou muito grato pela oportunidade que a VINA tem me dado , e por acreditar na minha capacidade de ser um bom proficional .” Janeiro de 2011
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2011 18) Rosemary Menezes de Jesus Admissão: 24/3/2011 Demissão: 9/1/2012 Permanência: 9 meses e 15 dias Origem: Bolsa Moradia Função: Faxineira54 Setor: Produção Escolaridade: Fundamental incompleto Salário inicial direto: R$ 579,00+ Transporte: R$ 198,72 Alimentação: R$ 252,00 Seguro de vida: R$ 14,52 Soma dos salários indiretos: R$ 465,24 Total: R$ 1.044,24
Histórico Rosemary iniciou suas atividades no dia 24 de março de 2011. No começo, ela foi acompanhada por Cassimara, que ocupava o cargo assumido por ela. Cassimara forneceu todo o apoio necessário à Rose nas atividades de limpeza, na compra de materiais e nos procedimentos internos ligados à função. Ela se mostrou animada para começar o trabalho, mas estava insegura, pois temia perder o emprego pelo fato de não executar as tarefas com muita agilidade. Após três meses trabalhando normalmente, Rosemary começou a apresentar algumas limitações: abandonava o trabalho no meio do expediente, não se relacionava com os colegas, se ausentava sem avisar e chegou até a pedir demissão, mas executava sua função muito bem.
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Empregada pertence à categoria do sindicato Sindiasseio – Data base de reajuste salarial: janeiro. http://www.sindiasseio.com/
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Diante disso, as Referências Interna e Externa VINA/Aracê dispensaram uma atenção especial a Rose, com a intenção de mantê-la na função e evitar a sua demissão. Com o apoio das Referências e melhor orientação médica, Rose se mostrou mais estável, começou a conviver melhor com os colegas, além de realizar suas tarefas com eficiência. Porém, com o passar do tempo, ela voltou a se ausentar, sem aviso prévio. A Referência Interna VINA/Aracê solicitou à Lucinéia, sua Referência Externa, um acompanhamento mais próximo, para que ela conseguisse, de forma gradativa, se adaptar à rotina de trabalho. Rose, quando não apresentava os problemas acima citados, era considerada umas das melhores faxineiras que haviam passado pela empresa. Por isso, as Referências Interna e Externa decidiram levar ao conhecimento da diretoria da VINA a dificuldade que Rose alegava para as faltas que vinha cometendo. Segundo ela, por problemas relacionados à dificuldade de ter alguém para cuidar da sua filha, não conseguia cumprir o horário estabelecido. Foi sugerida, então, a possibilidade de Rose mudar seu horário de trabalho, para que pudesse desenvolver suas funções com mais tranquilidade. A empresa acatou a sugestão das Referências e, no final do mês de novembro de 2011, ela começou a trabalhar na sua nova rotina. Pelas dificuldades que Rose apresentou no processo de adaptação ao trabalho, a VINA cogitou substituí-la, chegando a entrevistar outros candidatos para a sua vaga. No entanto, após a adaptação de seu horário e a mudança de comportamento de Rose, a VINA suspendeu esse processo, pois acreditava que ela, aos poucos, iria se adaptar ao trabalho, além de respeitar e reconhecer o excelente serviço que ela desenvolvia dentro da sua função na empresa. Porém, mesmo após as mudanças no horário, Rose continuou a se ausentar. No final do mês de dezembro, ela faltou por mais de uma semana, o que causou grande preocupação por parte das suas Referências. A VINA ficou em uma posição delicada, na qual as limitações de Rosemary estavam afetando, de forma pontual, a rotina da empresa. Ela teve que ser substituída e reapareceu na empresa no dia 9 de janeiro de 2012 para assinar sua demissão, duas semanas após o seu sumiço. Paradeiro: até 31 de dezembro de 2015 não tivemos notícias do seu paradeiro. Depoimento Rose não escreveu o seu depoimento.
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2012 19) Welington Alves Rio Branco Admissão: 23/04/2012 Demissão: 12/12/2012 Permanência: 7 meses e 19 dias Origem: Bolsa Moradia Função: Borracheiro I (A)55 Setor: Oficina Central Escolaridade: Primeiro grau incompleto Salário inicial direto: R$ 713,00 + Insalubridade: R$ 248,80 Transporte: R$ 265,00 Alimentação: R$ 300,00 Seguro de vida: R$ 14,52 Soma de salários indiretos: R$ 828,32
Total: R$ 1.541,32
Histórico Wellington Alves já trabalhou como pintor autônomo e sua última função na carteira de trabalho era de Auxiliar de Serviços Gerais. Ele não tinha filhos, morava com a mãe e dois irmãos no Bairro Céu Azul. Quem o indiciou para a vaga foi a técnica Lucinéia, RE do Aracê/Bolsa Moradia. De acordo com ela, Wellington tinha uma história de vida complicada, mas, apesar das dificuldades, estava interessado em mudar o seu futuro, terminar os estudos e tirar a CNH. Para realizar os serviços de borracharia, ele foi treinado pelo Allan, que também é contratado pelo Aracê.
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Empregado pertence a categoria do sindicato Sindiasseio – Data base de reajuste salarial: janeiro. http://www.sindiasseio.com/
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Welington ficou 8 meses na empresa e se mostrou um empregado responsável, comunicativo e eficiente. Porém, aos poucos, foi perdendo a motivação com os serviços de borracharia. De acordo com a RI, ele passou por um período de muita indecisão a respeito do seu futuro na empresa. Em dezembro, em uma conversa com seu encarregado, Welington oficializou sua demissão. Ele alegou que tinha outras propostas de trabalho em uma empresa de ônibus (TRANSIMÃO).
Paradeiro: em abril de 2014, a RI da VINA fez contato com Welington para convidá-lo a participar do documentário sobre o Aracê. Ele aceitou e pode contar como está depois que saiu da VINA. Ele conseguiu outro emprego, mas não ficou nele por muito tempo. Em março de 2014, Welington passou em uma seleção para trabalhar no Instituto Nenuca de Desenvolvimento Sustentável (INSEA). Ele ficou muito feliz, pois, além do trabalho, conseguiu também se matricular em um curso de espanhol e em um curso de Políticas Públicas, pelo INSEA. Welington estava estudando novamente através do EJA (Escola para Jovens e Adultos).
Em agosto de 2014, Welington entrou em contato com o Departamento Socioambiental para fazer um convite para o 3º Dia de Luta do Movimento Nacional de Moradores de Rua, que ocorreu em 19 de agosto, na Praça Rio Branco. Ficamos muito felizes pelo convite e por constatar, no evento, como Welington estava envolvido com o movimento das pessoas em situação de rua e continuava trabalhando no INSEA.
Em dezembro de 2014 tivemos notícias de Welington por sua RE, da Pastoral de Rua. Ela nos disse que ele continuava no INSEA e estava firme nos seus propósitos renovadores. Em 2015, devido a problemas pessoais, Welington pediu demissão do seu último emprego. Por um período esteve em São Paulo e, depois, retornou a Belo Horizonte. Em outubro fomos informados pela Pastoral de Rua que ele estava desempregado e em depressão. Em novembro, a RI Aracê recebeu um e-mail de Wellington, solicitando a oportunidade de retornar à equipe da VINA. Na ocasião, não foi possível atender o seu pedido. Em dezembro de 2015, a RI Aracê teve notícias de Wellington pela Pastoral de Rua. Ele está bem, voltou a viver com a companheira e está fazendo serviços informais.
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Depoimento Segue o depoimento escrito por Welington sobre a sua experiência pessoal e familiar pós-inclusão no mercado formal de trabalho. O depoimento foi transcrito na íntegra e consta nos nossos arquivos sob a responsabilidade da Referência Interna VINA/Aracê.
“08/05/2012 aos 15 anos eu e o meu irmão sairmos de casa porque o meu pai era aucolatra e espancava a minha mãe e nós . ai eu sen destino fui morar na favela ai eu parei de estudar, e comesei a usar drogas aí o meu irmão foi assasinado aí as coisas ficaram piores porque ele era tudo que eu tinha ele morreu com 18 anos ate hoje sinto fauta dele vocês não imagina a dor quê eu sentir pra mim o mundo tinha acabado ai tristre e sen ninguém e fui morar nas ruas de BH aí só foi tristesa e solidão fui preso varías veses aí já com 29 anos eu resouví para e mudar de vida. Aí parei com as droga e com tudo que min prejudicava agora espero reconquistar tudo o que o passado levou. E isto aí joguei 24 anos da minha vida fora. Agora e só arrependimento felicidades . obrigado pela a oportunidade e prometo não decpisionar vocês .”
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20) Diego Luiz Pereira Rocha Batista (in memorian) Admissão: 04/06/2012 Permanência: 2 anos, 11 meses e 12 dias Origem: indicação de Eric Dias, ex-contratado Aracê. Função: Capinador 56 Setor: SLU – Superintendência de Limpeza Urbana Escolaridade: 1º grau completo Salário inicial direto: R$ 713,00 + Insalubridade R$ 248,00 Transporte: R$ 265,00 Alimentação: R$ 300,00 Plano de Saúde opcional: R$ 31,40 Seguro de vida: R$ 14,52 Soma dos salários indiretos: R$ 858,92
Total: R$ 1.571,92
Junho de 2013: Diego foi promovido. Função: Operador de Retroescavadeira I Setor: SLU – Superintendência de Limpeza Urbana Salário direto: R$ 1.041,00 + Insalubridade: R$ 271,20 Transporte: R$ 265,00 Alimentação: R$ 330,00 Plano de Saúde opcional: R$ 31,40 Seguro de vida: R$ 14,52 Soma dos salários indiretos: R$ 912,12
Total: R$ 1.953,12
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Empregado pertence a categoria do sindicato Siticop – Data base de reajuste salarial: novembro. https://www.siticopmg.com.br/
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Em novembro de 2013, Diego teve uma equiparação salarial. A função continuou a mesma. Setor: SLU – Superintendência de Limpeza Urbana 57 Salário direto: R$ 1.302,00 + Insalubridade: R$ 315,20 Transporte: R$ 250,80 Alimentação: R$ 330,00 Plano de Saúde opcional: R$ 31,40 Seguro de vida: R$ 14,52 Soma dos salários indiretos: R$ 941,92 Total: R$ 2.243,92 Falecimento Infelizmente, em 16 de maio de 2015, Diego faleceu. A sua perda foi muito sentida por toda a equipe VINA. Durante todo o tempo que Diego esteve na VINA ele foi um ótimo profissional. Sinistro: Em 2 de outubro de 2015, a família de Diego recebeu o valor de R$ 33.000,00 (Trinta e três mil reais) pago pela Seguradora Metropolitan Life Seguros e Previdência Privada S.A . Obs.: A VINA possui um programa de empréstimos para sua equipe, no valor máximo de 5 mil reais, sem juros, que pode ser parcelado em até doze vezes e descontado diretamente na folha de pagamento. Esse programa oferece oportunidades e dá um suporte a mais, não só aos contratados Aracê, mas a toda equipe da VINA, e, por isso, vem funcionando de maneira bastante positiva na empresa. Diego foi beneficiado por este programa em maio de 2015. A diretoria da VINA havia decidido, após o falecimento de Diego, não cobrar da sua família o valor emprestado. Durante o processo interno do sinistro a VINA soube que o seguro iria cobrir este valor. A VINA recebeu da Seguradora o valor do empréstimo disponibilizado para Diego.
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Empregados que trabalham na SLU – Superintendência de Limpeza Urbana são ligados ao sindicato https://www.siticopmg.com.br/. Outras informações sobre esse assunto estão disponíveis no Setor de RH da empresa.
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Histórico Diego é egresso do sistema prisional e foi contratado em junho de 2012 na função de Capinador, na qual ele realizava capinas e podas internamente e nas redondezas da empresa. O contratado demonstrou grande interesse por seu crescimento profissional e, após o primeiro mês de trabalho, foi transferido para a função Operador de Retroescavadeira I, na área de entulho. Após a sua entrada na VINA, Diego evoluiu como profissional e, aparentemente, estava satisfeito. Ele conseguiu tirar a Carteira Nacional de Habilitação – CNH na categoria B. Em conversa com a RI, ele disse que estava construindo a casa própria e que, após terminar a casa, pretendia realizar um grande sonho: comprar um carro.
Em 2013, Diego foi julgado pelo crime que estava sendo acusado (Art. 121 do Código Penal - Decreto Lei 2848/40). Ele foi absolvido e ficou muito contente por ter recuperado a liberdade por completo. Em março de 2014, participou do documentário sobre o Aracê e disse o quanto estava feliz por sua inocência ter sido reconhecida pela Justiça. Na ocasião, ele comentou estar satisfeito com o seu trabalho e que desejava fazer um curso de funilaria.
Em setembro de 2014, Diego solicitou uma conversa com o diretor da VINA para ver a possibilidade de ser promovido do seu cargo de Operador de Retroescavadeira 1 para a modalidade 2. Segundo ele, desde junho, vinha solicitando ao encarregado a promoção, mas não obteve sucesso. Ele desejava a oportunidade de crescimento, pois já tinha um ano e três meses de experiência na modalidade 1. O gerente de Diego entrou em contato com o Departamento Socioambiental e explicou que não era possível subir o nível do cargo dele, pois ele não possuía a Carteira Nacional de Habilitação – CNH na categoria D, exigida para a referida função. Diego possuía a CNH de categoria B. O gerente afirmou que Diego era um excelente empregado, muito dedicado e assíduo, e que era uma pena não poder dar a ele aquela promoção.
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Depoimento Seguem os depoimentos de Diego sobre a sua experiência pessoal e familiar pós-inclusão no mercado formal de trabalho. Os depoimentos foram transcritos na íntegra e constam nos nossos arquivos sob a responsabilidade da Referência Interna VINA/Aracê.
1º depoimento “04/06/2012 Minha vida mudou depois que um fato ocorreu comigo há alguns anos atrás. Quando um rapaz foi morto por alguns jovens, fato que até hoje eu não entendo. Muitos falam que foi por ele ter envolvimento com o trafico de drogas, outros dizem que ele foi morto por engano, que ele tinha problemas mentais e mesmo assim era honesto e trabalhador Um policial foi testemunha ocular dos fatos e disse que eu era o assassino do rapaz quando eu passava pelo local do ocorrido. Fui preso mais com os testes de balística da policia civil foi comprovado que não era eu o assassino. O policial rebateu os fatos dizendo que não era mesmo , mais que eu era o mandante do crime e que eu era o chefe do trafico da comunidade como uma palavra de uma pessoa comum contra um policia não vale muito na verdade não vale nada, eu fiquei presso por esse crime quase oito meses e respondo até hoje . Tudo isso para encobrir que dois jovens que eram presentes no crime são parentes dele . Desde então minha vida ficou difícil pois sempre trabalhei e muitos lugares não aceitam pessoas na minha condição , mesmo assim eu tenho batalhado muito para mostrar que sou um cidadão de bem. Minhas metas não são muito pretenciosas, a minha prioridade era conseguir um bom emprego de carteira assinada onde eu poderia ter oportunidade de crescimento e aqui na VINA paresce que encontrei, a minha outra prioridade é ajudar minha mãe que jamais esqueceu de mim em momento algum e terminar com a minha casa que está com a obra parada. As outras metas ficam para a próxima !!!” 206
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2º depoimento “Belo Horizonte, 12 de novembro de 2012 Minha vida está cada dia melhor, graças a Deus. Estou trabalhando, apreendendo uma profissão boa, que até algum tempo jamais imaginaria ter. sou grato a VINA por está oportunidade não só pelo emprego mais também por me ajudar a mostrar que sou um cidadão de bem e que posso conviver com a sociedade independente de ter um processo na justiça. O pouco tempo que estou na empresa já consegui resolver algumas pendencias, adiantei bastante a obra da minha casa, estou ajudando a minha família que pra mim é uma melhora significativa. Ainda mais com o meu julgamento chegando, porque não vejo a hora de ficar liberto desse processo e conquistar minha liberdade por completo. O resto agente conquista devagar sem stress!! Um abraço, Diego”
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2013 21) Thiago Souza Rodrigues Admissão: 08/05/2013 Demissão: 03/05/2014 Permanência: 11 meses e 27 dias. Origem: Indicação de um empregado da VINA Função: Gari Coletor58 Setor: Aterro Ribeirão das Neves Escolaridade: Ensino Médio Completo Salário inicial direto: R$ 736,00 + Insalubridade: R$ 271,20 Transporte: R$ 130,00 Alimentação: R$ 225,00 Plano de Saúde opcional: R$ 31,40 Seguro de vida: R$ 14,52 Soma dos salários indiretos: R$672,12 Total: R$ 1.408,12
Histórico Thiago chegou à VINA por indicação de um colega. Por ser egresso do sistema prisional, ele foi contratado pelo Projeto Aracê. O seu contrato atendia o município de Ribeirão das Neves e ele se mostrou um bom profissional. De acordo com sua Referência Interna, ele era pontual com os horários e cumpria suas obrigações com empenho. Além disso, ele também se mostrou atencioso e educado com os colegas de trabalho.
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Empregado pertence a categoria do sindicato Sindiasseio – Data base de reajuste salarial: janeiro. http://www.sindiasseio.com/
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Paradeiro: em abril de 2014, Thiago participou das filmagens para o documentário sobre o Aracê. Foi somente na entrevista que descobrimos que Thiago perdeu um filho de 3 anos, com leucemia, antes de ser contratado pela VINA. Em maio, o contrato com o local onde Thiago estava alocado foi encerrado e, embora o encarregado o tenha convidado para continuar na VINA, Thiago achou mais apropriado ficar em Ribeirão das Neves e trabalhar para a nova empresa. O local de trabalho é próximo de sua casa e, se ele aceitasse o convite do encarregado, teria que levantar 2 horas mais cedo para trabalhar. Sendo assim, desde maio Thiago está trabalhando em uma nova empresa, na mesma função que exercia na VINA. Em setembro de 2015, a RI da VINA esteve com Thiago e ele estava trabalhando ainda na empresa acima citada e na mesma função. Em dezembro de 2015, a RI da VINA fez novo contato com Thiago, que comentou que continua no mesmo emprego embora não esteja satisfeito. Depoimento Segue o depoimento de Thiago sobre a sua experiência pessoal e familiar pós-inclusão no mercado formal de trabalho. O depoimento foi transcrito na íntegra e consta nos nossos arquivos sob a responsabilidade da Referência Interna VINA/Aracê. “Eu Thiago Souza Rodrigues venho contar como foi que eu fui preso. sem esta trabalhando fui chamado para poder guarda em minha casa cocaina em grande quantidade, para ser entregue a outras pessoas cujo nome e endereço eu não sabia so o motoqueiro que me entregava e pegava a droga sabia, e como achei o dinheiro que iriam me pagar era bom acabei aceitando, mas como nada dura pra sempre, vizinhos vendo que sempre eu comprava roupas, celulares e saia sempre com meus amigos sem está trabalhando acabaram fazendo uma denúncia anônima dizendo que eu estaria vendendo drogas em minha casa e no ano de 2010 policiais atendendo a essa denúncia entraram em minha casa e encontram as drogas, um caderno de anotações e uma balança, então nesse ano fui enquadrado no artigo penal 33 que é o tráfico de drogas onde ganhei a pena de 2 anos e 6 meses, fiquei preso 1 ano e uns 9 meses e ganhei o beneficio de semiaberto e depois o aberto que tive de ficar assinando uns 9 meses, e depois disso trabalhei em três firmas e hoje estou aqui na VINA trabalhando de gari coletor a uma semana e meia e estou gostando muito pois todos la me tratam bem e com muita simpatia, meus companheiros de trabalho são alegres e cheios de humor por isso me senti bem lá i é só isso que tenho a dizer.” 210
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2014 22) Carlos Pedro da Silva Ribeiro Admissão: 20/10/2014 Origem: Programa de Inclusão Social de Egressos do Sistema Prisional (PrEsp)59 Função: Lavador 60 Setor: Oficina Central Escolaridade: até a 5ª série (incompleta) Salário inicial direto: R$ 949,00 + Insalubridade: R$ 289,60 Transporte: R$ 407,00 Alimentação: R$ 330,00 Plano de Saúde opcional: R$ 31,40 Seguro de vida: R$ 14,52 Soma dos salários indiretos: R$1.072,52
Total: R$ 2.021,52
Histórico Em outubro de 2014, Carlos se integrou à equipe VINA, após passar pela seleção para o cargo de Lavador de Equipamentos. Carlos é irmão da Cassimara (contratada Aracê 2010) e foi indicado por ela. Carlos estava cumprindo o regime aberto - por ter sido condenado pelo Artigo155 – Furto - com controle de monitoramento eletrônico (tornozeleira eletrônica). Carlos foi contratado pelo Projeto Aracê em parceria com o Projeto Regresso. Ele é acompanhado pela RI/VINA Aracê e, também, pela assistente social do Projeto Regresso. Inicialmente, Carlos apresentou alguns problemas de adaptação à rotina de trabalho, mas, depois de algumas orientações da sua RI VINA Aracê, Carlos apresentou uma melhora significantiva e passou a desenvolver melhor suas funções.
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http://www.seguranca.mg.gov.br/2013-07-09-19-17-59/presp Empregado pertence à categoria ligada ao sindicato Siticop – Data base de reajuste salarial: janeiro. https://www.siticopmg.com.br/ 60
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Em 29 de maio de 2015, Carlos foi detido, na região do Barreiro, por estar em trânsito fora do horário permitido para sua condição. Ele permaneceu na delegacia até o dia 4 de junho e, depois, foi transferido para a Casa de Detenção Antônio Dutra Ladeira. Durante esse período de detenção, a VINA acompanhou de perto a situação de Carlos, por meio de informações e visitas realizadas por Cassimara, sua irmã, pela RI Aracê e por seu Encarregado direto.
Em 10 de junho, foi realizada a Audiência de Justificação. Nessa audiência, Carlos respondeu pelo rompimento da tornozeleira 61, ocorrido em dezembro de 2014, e por sua detenção, em 29 de maio de 2015. Ele foi liberado em 12 de junho e retornou à empresa em 16 de junho de 2015. O depoimento do seu Encarregado direto foi fundamental para a liberação do Carlos, pois ele comprovou que Carlos estava empregado e desenvolvendo suas funções normalmente e com responsabilidade, e que os fatos ocorridos, que levaram Carlos àquela audiência não tinham sido realizados por má fé, mas por um momento de desestrutura emocional e desatenção de Carlos aos horários estabelecidos por sua condição. A partir da audiência, Carlos deverá, mensalmente, comparecer ao Fórum de Belo Horizonte, na Vara de Execução Criminal, para protocolar a caderneta de Liberação, como, também, será acompanhado mais de perto pelas assistentes sociais do Projeto Regresso e pela RI Aracê. Depois da audiência Carlos ficou sob o regime de condicional. Em 2014, Carlos não pode comparecer à festa de fim de ano da VINA, pois a justiça não permitiu sua presença, por ser num sábado. Em 2015, mesmo a festa sendo realizada no sábado, Carlos obteve autorização da sua RE no PresP para participar do evento. Mas que ele deveria estar em casa até as 22horas. A VINA disponibilizou verba para Carlos voltar de táxi para casa, dentro do horário estabelecido pela Justiça. Em novembro de 2015, o Departamento Socioambiental convidou Carlos para participar do documentário Aracê. Carlos aceitou o convite e as filmagens foram realizadas em dezembro.
61
Tornozeleira eletrônica: é um Sistema Eletrônico de Monitoramento. Informações sobre o ocorrido estão disponíveis no Departamento Socioambiental da VINA.
214
Até o fechamento deste dossiê, em 31 de dezembro de 2015, Carlos estava bem no trabalho, mas ainda apresentando pequenas dificuldades de adaptação a certas rotinas e normas que sua função exige. Em dezembro a sua RI VINA Aracê, o seu Encarregado e a coordenação da empresa, tiveram uma reunião com Carlos para alertá-lo sobre as limitações apresentadas pela Condicional e a importância de ele se posicionar diante dos problemas surgidos.
Depoimento 21/8/2015 Minha Vida antes de fazer parte deste projeto era bom assim eu pensava. Mais na verdade o que era bom pra mim não era bom para as pessoas que convivião comigo logicamente, era bom so pros que estava por interesse. Bem não tinha expectativa de nada, pois não dava valor para nada, hoje penso diferente quero conquista minhas coisas, e dar uma vida diguina pra minha mãe. Pois tenho fé que ainda vo chega la. Tenho planos de aperfeisoar meus talentos e dons, que Deus me deu e fazer diferenssa por que eu posso e sou capaz.
215
216
2015 23) José Edmilson da Silva Admissão: 8/1/2015 Origem: Pastoral de rua Função: Gari varredor62 Setor: Ceasa/BH- Central de Abastecimento de Minas Gerais Escolaridade: até a 5ª série (incompleta) Salário inicial direto: R$ 823,00 + Insalubridade: R$ 315,20 Transporte: R$ 431,20 Alimentação: R$ 308,00 Seguro de Vida: R$ 14,52 Cesta básica: R$ 130,00 Soma dos salários indiretos: R$1.198,92 Total: R$ 2.021,92 Em 14 de dezembro de 2015: transferência para Sede VINA. Função: Gari Varredor63 Setor: GERAF- Gerência Administrativa e Financeira Salário direto: R$ 823,00 + Transporte: R$ 431,20 Alimentação: R$ 330,00 Seguro de vida: R$ 14,52 Soma dos salários indiretos: R$ 775,72 Total: R$ 1.598,72 Obs.: O salário de Edmilson foi reduzido porque ele perdeu benefícios do salário indireto: a insalubridade e a cesta básica, que eram direitos do contrato VINA / CEASA. 62
Empregado pertence à categoria do sindicato Sindiasseio – Benefício de cesta-básica por determinação do Sindicato - Data base de reajuste salarial: janeiro. http://www.sindiasseio.com/ 63 Após a transferência, o contratado passou a pertencer à categoria do sindicato Siticop - Data base de reajuste salarial: novembro. https://www.siticopmg.com.br/ Por motivo de processos internos da empresa, a mudança de função e alteração salarial serão aplicadas em Jan/2016. Saiba mais no Setor de RH da VINA.
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Histórico: A partir do segundo semestre de 2015, Edmilson começou a apresentar problemas de saúde, com suspeita de depressão. Antes disso, Edmilson desenvolveu seu trabalho com reponsabilidade e sem apresentar problemas, segundo seu Encarregado direto. A VINA vem dando um suporte especial ao Edmilson para que ele possa vencer esta fase. As Referências interna e externa estão acompanhando a situação de Edmilson mais de perto. Em novembro, Edmilson continuava apresentando problemas de saúde, faltando muito ao serviço, o que veio afetar a rotina de trabalho do contrato onde ele atuava. Foi realizada uma reunião com o seu Encarregado, Referências Interna e Externa Aracê para decidir sobre a continuidade ou não de Edmilson no projeto ou mesmo na empresa. Em novembro, outra reunião foi realizada com o encarregado do Edmilson e com as Referências Interna e Externa Aracê, na qual ficou definido que ele seria demitido no mês de novembro e cumpriria o aviso prévio em dezembro 2015. Se, nesse período de cumprimento do aviso, surgisse alguma oportunidade, em outra unidade da VINA, ele seria transferido, pois mostrava estar disposto a trabalhar. Porém, o seu estado de saúde não permitia a Edmilson executar um serviço que exigia muito esforço físico. Em dezembro, a Diretoria da VINA e o Departamento Socioambiental, junto com o Gerente da Unidade Ceasa, resolveram transferir Edmilson para a nova Sede da empresa, dando a ele uma nova oportunidade. Atualmente, Edmilson está trabalhando na área externa da nova Sede e, também, dá suporte à bióloga responsável pela área de preservação. Por orientação médica, Edmilson está tomando um antidepressivo. A medicação vem sendo fornecida pela
empresa. Até 31 de dezembro de 2015, Edimilson estava
desenvolvendo bem a nova função e apresentando melhoras na sua saúde. Segue o depoimento escrito por Edmilson sobre a sua experiência pessoal pós-inclusão no mercado formal de trabalho A carta foi transcrita na íntegra e consta nos arquivos da empresa sob a responsabilidade da Referência Interna VINA/Aracê.
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Depoimento Eu Edmilson, venho através desta falar um pouco, sobre minha cituação que miencontro no dia de hoje, eu miencontro um pouco melhor do que miencontrava a um tempo atrás, vou falar um pouco do ano de 2015 foi um ano de varias cituação que ocorreu em minha vida, no começo do ano eu fui abençoado por Deus por ter arrumado uma oportunidade de emprego na VINA as coisas forão mudando a minha vida além algum tempo, depois veio varias tribulaçõesdas quais estou tentando mi recuperar, onde passei por vários problemas fiquei doenteestou tomando remédio para depressão ainda miencontro com varias dificuldades para miencontrar bem, eu nunca tive um quadro de depressão antes, fiquei 13 anos no presidio e sai bem sem este problema, depois de ganhar minha liberdade trabalhando acha de vin esta cituação ainda eu não acredito que estan acontecendo comigo, este problema veio para acabar comigo, sempre para mim foi muito difícil eu sempre procurei fazer as coisas certas, sempre fui uma pessoa que sempre corri atrás dos meus objetivos mas eu ainda não consegui nada do que eu procurei sempre quis ter uma família uma casa um lugar meu pelo menos um barraco de madeira mas luto luto e nada nada da certo na minha vida alen um serviço que eu arumei parece que estão tentando tirar de mim, eu não entendo porque acontece isso comigo que sempre so quis ter uma vida simples comum diguina honesta so Deus nunca foi fácil pra mim viver acho que vou morrer e não vou realizar meu sonho neste mundo sou sozinho vivo vegetando sem rumo sem destino sem uma oportunidade de vida melhortantas pessoas que podem ajudar outras mas mas não ajuda nem com um pouco pelo menos que den uma esperança so Deus sabe a minha luta so Deus, como tinha dito, este ano eu agradeço a Deus por tudo que aconteceu comigo de bom e de ruim, so tenho agradecer eu ainda acredito e tenho fé eu vou vencer essa tribulação da qual já pensei varias vezes em dar um fim na minha vida para ver si tenho paz. Mais ainda tenho esperança, agradeço a VINA pela oportunidade agradeço a Sonia Claudia Renato ---------(não entendi) todos que acredita na minha vitória si não fosse por eles não estaria escrevendo estas linhas agora minha vida mudou um pouco, logo depois da oportunidade da VINA espero em melhorar mais, Que Deus abençoes a todos depois da luta da guerra vem a vitória eu sou um guerreiro eu vou vencer José Edmilson da Silva 09/12/2015
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24) Marcelo Antônio Rodrigues Admissão: 14/1/2015 Demissão: 3/1/2016 Permanência: 11 meses e 20 dias Origem: Pastoral de Rua Função: Gari Varredor64 Setor: Ceasa/BH- Central de Abastecimento de Minas Gerais Escolaridade: até a 5ª série (incompleta) Salário inicial direto: R$ 823,00 + Insalubridade: R$ 315,20 Transporte: R$ 250,80 Alimentação: R$ 308,00 Seguro de vida: R$ 14,52 Cesta básica: R$ 130,00 Soma dos salários indiretos: R$1.018,52
Total: R$ 1.841,52
64
Empregado pertence a categoria do sindicato Sindiasseio – Benefício cesta-básica por determinação do Sindicato - Data base de reajuste salarial: janeiro. http://www.sindiasseio.com/
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Histórico: Marcelo, desde o início de suas atividades, apresentou dificuldades na adaptação à rotina de trabalho, segundo seu encarregado direto. Com o tempo ele melhorou, mas continuou apresentando algumas limitações de adaptação. As Referências Interna e Externa estão acompanhando a situação de Marcelo desde a sua contratação com uma atenção mais especial. Por um período, Marcelo desenvolveu suas atividades sem problemas, inclusive sendo considerado um dos melhores na função de Gari Varredor deste contrato, segundo Douglas, seu encarregado direto.
No segundo semestre de 2015, Marcelo começou a apresentar dificuldades na realização das suas funções, motivadas por recaída e abstinência da sua dependência química. Em novembro, foi realizada uma reunião entre o seu Encarregado e as suas Referências Interna e Externa para decidir sobre a continuidade ou não de Marcelo na empresa.
Em dezembro de 2015 ficou definido que Marcelo seria demitido, pois ele estava faltando muito e comprometendo a rotina de trabalho da empresa. Como Marcelo voltou a morar na rua, os procedimentos para o acerto de sua demissão foram realizados com o suporte da Referência externa Aracê, da Pastoral de Rua , com a qual ele ainda possui algum vínculo.
Até o fechamento deste dossiê , a Pastoral estava à procura de internação para Marcelo.
Depoimento: Devido ao quadro de dependência química em que Marcelo se encontrava, ele não teve condições de escrever o seu depoimento.
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25) Francisco Alexandre da Silva Marques Admissão: 10/3/2015 Demissão: 1/6/2015 Permanência: 2 meses e 22 dias Origem: Pastoral de rua Função: Gari Varredor65 Setor: Ceasa/BH- Central de Abastecimento de Minas Gerais Escolaridade: até a 5ª série (incompleta) Salário inicial direto: R$ 823,00 + Insalubridade: R$ 315,20 Transporte: R$ 235,20 Alimentação: R$ 308,00 Seguro de vida: R$ 14,52 Cesta básica: R$ 130,00 Soma dos salários indiretos: R$1.002,92 Total: R$ 1.825,92 Histórico Francisco não se adaptou à rotina do mercado formal de trabalho e pediu demissão. Até 21 de outubro de 2015, a Pastoral de Rua havia informado à RI da VINA que Francisco estava trabalhando como vendedor ambulante, comercializando bandeiras de times de futebol pelas ruas de BH. Antes de experimentar a inclusão via mercado formal de trabalho, ele já trabalhava com o comércio informal. Paradeiro: até 31 de dezembro de 2015, não tivemos notícias do seu paradeiro. Depoimento: devido à sua curta permanência na empresa, Francisco não escreveu seu depoimento.
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Empregado pertence a categoria do sindicato Sindiasseio – Benefício cesta-básica por determinação do Sindicato - Data base de reajuste salarial: janeiro. http://www.sindiasseio.com/
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26) Clênio George de Oliveira Sampaio Permanência: 24 horas Origem: Pastoral de Rua Função: Gari varredor Setor: Ceasa/BH - Central de Abastecimento de Minas Gerais
Em janeiro de 2015, foi oferecida uma oportunidade de trabalho ao Clênio, no contrato VINA / Ceasa. Ele cumpriu, apenas, um dia de serviço e solicitou seu afastamento, alegando que o serviço era muito pesado. Clênio recebeu o pagamento referente a uma diária de serviço, além de transporte e alimentação.
Paradeiro: Até 31 de dezembro de 2015 não soubemos do seu paradeiro.
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Balanço das Contratações até 31/12/2015 Período: março de 2007 a dezembro de 2015 Total de contratações: 2766 Em exercício na VINA: 4 Demissões: 22 Falecimento: 1
66
Erratas ver detalhes na pág. 293.
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Festas VINA A tradicional festa da VINA, que acontece sempre no final do ano, reúne toda a equipe para uma confraternização. Nas festas de final de ano da VINA já virou tradição a realização de sorteios de brindes. A verba para a realização das festas vem da venda da sucata nobre gerada pela VINA no decorrer do ano. Em 2007, foram sorteados também alguns kits com objetos confeccionados pelos usuários do Programa de Saúde Mental. Alguns desses objetos foram, também, produzidos a partir de material reutilizado.
Contratados Aracê que já foram contemplados: • 2008 Allan, ganhador de um cheque, e Éderson, que ganhou uma bicicleta67. • 2009 Allan, mais uma vez ganhador de um cheque. • 2010 Hildebranda e Allan ganharam cheques. • 2011 Eric Dias ganhou uma máquina fotográfica. • 2012 Cassimara ganhou um cheque. • 2013 e 2014 Em 2013, devido a dificuldades internas, a festa de fim de ano da VINA não foi realizada. Em 2014, a festa aconteceu já na Nova Sede da empresa. Nenhum contratado do Projeto Aracê foi sorteado. •
2015 Allan, mais uma vez, foi contemplado com um cheque.
67
Éderson, contratado Aracê da Saúde Mental, acabou trocando a sua bicicleta por um celular. A Referência Interna VINA/Aracê, atendendo a um pedido da mãe de Éderson, convenceu-o a trocar a bicicleta pelo celular por uma questão de segurança. Com bastante resistência, ele acabou aceitando a ideia.
227
Construção da árvore de Natal com sucata A árvore de Natal, que enfeita a festa da VINA desde 2007, foi criada por Libério (artista da sucata e primeiro contratado Aracê). Ele criou a estrutura da árvore a partir da sucata metálica gerada pela VINA e, para os detalhes, utilizou garrafas PET doadas pela equipe durante uma campanha interna. Na ocasião, a construção da árvore mexeu com a empresa, quebrou a rotina, despertou curiosidade e o espírito de colaboração. O resultado foi uma árvore de Natal bela, criativa e ecologicamente correta. Durante os anos seguintes, a árvore de Natal sempre enfeitou a festa, simbolizando o Projeto Aracê, a reutilização de materiais, a renovação e o trabalho em equipe.
228
Em 2012, a árvore criada por Libério ganhou uma nova decoração. Ela recebeu borboletas coloridas, criadas com embalagens de produtos de limpeza em oficinas realizadas na UMEI (Unidade Municipal de Educação Infantil) Águas Claras, parceira do Departamento Socioambiental da VINA no Projeto Multidisciplinar Nova Sede68. As oficinas foram coordenadas pela artista plástica Cristina Araújo e contaram com o trabalho criativo de um grupo de mulheres da comunidade. Em 2014 e 2015, a artista Cristina Araújo, redecorou novamente a árvore de sucata com a reutilização de materiais diversos.
68
Informações sobre essa parceria encontram-se disponíveis para consulta no Departamento Socioambiental.
229
230
Projeto AracĂŞ 2016
231
232
SĂł engrandecemos o nosso direito Ă vida cumprindo o nosso dever de cidadĂŁos do mundo. Mahatma Gandhi
233
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Ações Aracê Introdução O foco principal do ano de 2016 foi a concretização de um antigo desejo dos idealizadores do Projeto Aracê: a realização do Estudo Socioeconômico69 deste Projeto, proposto, em 2009, pela Pastoral de Rua70 e aprovado pelo Grupo71. O estudo socioeconômico está sendo coordenado pelo professor Mucio Tosta 72 (UFSJ), que, em 2009, já havia realizado um primeiro estudo73 sobre o Projeto Aracê e avaliado que: ”...a inclusão via mercado formal de trabalho elevava o status social dos excluídos”, sendo, portanto,
interessante
fazer
um
levantamento
socioeconômico,
com
foco
socioambiental, dos contratados e ex-contratados.
Um segundo projeto para este ano foi repensar a metodologia de Referências 74, que nos anos de 2014 e 2015 foi retomada com um cuidado maior e um acompanhamento mais próximo, e, também, com mais entrosamento entre as Referências Interna e Externa (Pastoral de Rua, Bolsa Moradia 75). Um dos questionamentos levantados pelas RI e RE foi o desafio de como possibilitar, ao contratado Aracê, o acompanhamento necessário à sua adaptação e inclusão social, sem que essa ação seja entendida, por ele (a), como um processo assistencialista. Esse questionamento já havia sido percebido desde o início do projeto-piloto, em 2007, mas com a necessidade de revisão da metodologia, citada acima, e diante das particularidades dos últimos acontecimentos, essa questão tornouse mais notória. Alguns contratados trazem demandas, e até mesmo exigências, que consideramos não compatíveis com o objetivo do Projeto, nem com a relação no trabalho formal.
69
Para mais informações ver página 91 do Projeto Aracê 2007 – 2017. Para mais informações sobre a Pastoral de Rua, ver página 10 do Projeto Aracê 2007 – 2017. 71 Secretaria Municipal de Saúde, Secretaria Municipal Adjunta de Assistência Social, por meio da sua Gerência de Inclusão Produtiva, Pastoral de Rua da Arquidiocese de Belo Horizonte e a VINA, constituíram a equipe de referência para criar o Projeto Aracê. Para mais informações ver página 9 do Projeto Aracê 2007 – 2017. 72 Para mais informações ver página 91 do Projeto Aracê 2007 – 2017. 73 Para mais informações ver página 91 do Projeto Aracê 2007 – 2017. 74 Para mais informações sobre a Metodologia ver página 22 do Projeto Aracê 2007 – 2017. 75 Para mais informações sobre a Bolsa Moradia, ver página 20 do Projeto Aracê 2007 – 2017. 70
235
Em maio de 2016, a RI e a RE - Pastoral de Rua se reuniram para conversar sobre esse desafio e buscar um aperfeiçoamento da metodologia. O objetivo é diagnosticar as falhas, para melhorar o acompanhamento das referências, de forma a empoderar o novo contratado com suas reais potencialidades, na busca, cada vez maior, da própria autonomia e do resgate de sua cidadania via mercado formal de trabalho.
Essa discussão está se estendendo ainda, informalmente, sempre que surgem oportunidades de conversas entre a Equipe do Departamento Socioambiental, responsável pelo Projeto, a Pastoral de Rua e a UFSJ. Para 2017, está previsto um empenho maior de toda a Equipe para diagnosticar e ajustar as falhas da metodologia Aracê, de uma maneira mais formal.
A terceira ação prevista para o segundo semestre de 2016 era a continuidade do Documentário Aracê76, iniciado em 2014, e que já teve a sua primeira fase 77 concluída. A segunda fase tinha como foco registrar o depoimento dos ex-contratados e a visão da equipe VINA e da diretoria da empresa. No entanto, essa ação ficou em stand by por limitação de recursos e dificuldade em se obter as imagens dos ex-contratados. Essa ação foi adiada para 2017.
Veja aqui o Documentário Aracê
76
Para mais informações sobre o Documentário Aracê, ver página 94 do Projeto Aracê 2007 – 2017. A primeira fase do documentário encontra-se disponível no Departamento Socioambiental, para consulta. 77
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Balanço 2016 O primeiro semestre de 2016 foi marcado pela percepção da necessidade de rever a metodologia de referências, buscando evitar o olhar assistencialista sobre o Projeto. Já o segundo semestre teve como foco principal o avanço do estudo socioeconômico, com uma visão socioambiental, realizado pelo Grupo de Pesquisa da UFSJ.
Balanço das contratações No primeiro semestre de 2016 tivemos uma nova contratação e quatro demissões.
Período: março de 2007 a dezembro de 2016 Total de contratações: 28 Em exercício na VINA: 2 Demissões: 25 Falecimento: 1
237
238
Metodologia
239
240
A metodologia de contratação78 pelo Projeto Aracê continuou a mesma: com a dispensa do atestado de bons antecedentes e do comprovante de endereço (nos casos de exmoradores de rua e egressos do sistema prisional). Na falta de algum documento exigido em uma contratação padrão, este fato não impede a sua contratação pela VINA, que durante o processo de regularização também dá o suporte necessário para que a documentação exigida seja providenciada.
A Metodologia de Referências 79 (Referência Externa - RE80 e Referência Interna - RI81) continua sendo de extrema importância, uma vez que é através deste acompanhamento que, no caso de algum tipo de dificuldade com os contratados Aracê, as Referências tentam buscar soluções viáveis para a melhor adaptação do contratado à sua nova realidade, procurando evitar possíveis desgastes na relação de trabalho.
No primeiro semestre de 2016, as Referências Interna e Externa (Pastoral de Rua) trabalharam juntas nas diversas demandas que surgiram e puderam perceber que alguns contratados e ex-contratados Aracê estavam apresentando um comportamento comum: a mesma dificuldade para desvincular a visão assistencialista do Projeto Aracê.
A RI e a RE (Pastoral de Rua) reuniram-se para conversar sobre esse desafio e buscar um aperfeiçoamento da metodologia, com o objetivo de diagnosticar os aspectos negativos desta, para, então, melhorar o acompanhamento proposto, de forma a empoderar o novo contratado em relação a suas reais potencialidades, autonomia, crescimento pessoal
e
profissional,
com
dignidade
e
respeito.
Alguns
comportamentos
reivindicatórios e de exigências por parte dos contratados, muitas vezes incompatíveis com a proposta deste Projeto, são elementos que nos fazem pensar se o objetivo do Aracê está sendo entendido por seus principais protagonistas.
78
Para mais informações sobre a metodologia de contratação, ver página 21 do Projeto Aracê 2007 – 2017. Para mais informações sobre a metodologia de Referências, ver página 22 do Projeto Aracê 2007 – 2017. 80 Referência Externa (RE): técnico responsável pelo novo contratado, conhecedor da sua história, ligado a uma das instituições parceiras. O acompanhamento é feito dentro e fora do trabalho. Ver página 22 do Projeto Aracê 2007 – 2017. 81 Referência Interna (RI): a Referência VINA/Aracê não é ligada diretamente ao departamento para o qual o candidato é contratado. Ela acompanha o seu processo de adaptação à nova rotina e auxilia a coordenação do Projeto em caso de alguma dúvida ou problema que possa surgir. Ver página 22 do Projeto Aracê 2007 – 2017. 79
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Embora tenham ocorrido conversas informais entre a Equipe do Departamento Socioambiental, responsável pelo Projeto, a Pastoral de Rua e a UFSJ, não foi possível, em 2016, realizar um encontro para tratar desse assunto com maior profundidade.
Para 2017, estão previstos encontros entre os parceiros para a discussão e reflexão sobre os problemas acima citados, considerando os diversos aspectos teóricos e práticos. Espera-se que, com esses encontros e discussões, possamos encontrar uma condução mais pedagógica para a nossa metodologia, com uma abordagem mais eficaz dos contratados Aracê, que possa fazer com que estes compreendam melhor o real objetivo do Projeto: a inclusão via mercado formal de trabalho, com os “cuidados” necessários para que a mesma seja eficaz, respeitando a trajetória de exclusão dos participantes, sem passar pelo caminho do assistencialismo.
242
Consultoria Socioeconômica para o Projeto Aracê Em 2016, foi dada continuidade à construção da parceria com a Universidade Federal de São João del-Rei, junto à Faculdade de Economia, com o objetivo de se fazer o levantamento socioeconômico, dentro de uma visão socioambiental, deste Projeto. Essa parceria teve como foco principal a preparação, tanto dos pesquisadores, que estão realizando o estudo socioeconômico, por meio de leituras 82, encontros 83 entre os alunos e os professores – coordenadores desta pesquisa – quanto da Equipe interna VINA, que tomou conhecimento dos objetivos dessa parceria e, também, participou de uma entrevista voluntária, realizada pela Equipe UFSJ – primeira fase da preparação dos alunos, antes deles irem a campo .
O Termo de Compromisso ainda não foi assinado entre as partes, por questões internas da UFSJ. Em um acordo, informal, de confiança, entre o Departamento Socioambiental e o coordenador desta pesquisa, foi firmado o compromisso do pagamento das bolsas previstas no Termo, apesar da não formalização dessa parceria (quatro bolsas pela VINA/ uma bolsa pela UFSJ). Essas bolsas são um incentivo, já que os alunos estão comprometidos e desenvolvendo ações para este estudo.
Em agosto, cinco bolsas foram pagas retroativamente, totalizando o valor de R$6.000,00, referentes aos meses de maio, junho e julho, de 2016. Desde o segundo semestre, as bolsas estão sendo pagas mensalmente, como previsto, independente da assinatura do Termo. Até a formalização desse Termo, prevista para 2017, a VINA assumirá, também, o pagamento da 5ª bolsa, de responsabilidade de UFSJ.
Durante o ano de 2016, a UFSJ realizou doze reuniões 84 com sua equipe de estudo, nas quais foram discutidas questões referentes ao método de pesquisa qualitativa e conceituação85 sobre trabalho, pobreza e inclusão, além de encaminhamentos diversos relacionados com a organização do trabalho.
82
A bibliografia estudada encontra-se disponível no Departamento Socioambiental. As atas desses encontros estão disponíveis no Departamento Socioambiental. 84 As atas dessas reuniões encontram-se disponíveis no Departamento Socioambiental. 85 Os textos estudados encontram-se disponíveis no Departamento Socioambiental. 83
243
Em 23 de setembro aconteceu mais um encontro 86 entre a VINA e os parceiros, no campus da UFSJ. O objetivo principal foi o de, simbolicamente, formalizar essa parceria e dar continuidade aos objetivos propostos para 2016, apesar de o Termo de Compromisso entre as partes não estar ainda assinado. O Departamento Socioambiental da VINA entregou à Equipe UFSJ a versão impressa do Dossiê Aracê 2007 – 2015, disponibilizou o material bruto e editado do documentário Aracê e emprestou um notebook, para dar suporte aos trabalhos propostos.
Em 16 de novembro aconteceu o quinto encontro entre a VINA e a UFSJ, desta vez, em Belo Horizonte. Nesse encontro os pesquisadores ouviram a Equipe VINA, para perceber a visão dela sobre o Projeto-piloto Aracê. Em seguida, deu-se início ao trabalho de coleta de informações, junto à Equipe VINA, com a realização de entrevistas individuais e voluntárias, elaboradas pelo alunos da UFSJ.
IV Encontro VINA / UFSJ – São João del-Rei – 23.9.2016
86
A ata deste encontro está disponível no Departamento Socioambiental, para consulta.
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Documentário: Projeto Aracê Em 2016, o documentário sobre o projeto-piloto Aracê tinha como foco registrar o depoimento dos ex-contratados, a visão da equipe VINA e a da diretoria da empresa, no entanto, essa ação ficou em stand by, por limitação de recursos e dificuldade em se obter as imagens dos ex-contratados. As últimas filmagens foram as realizadas em dezembro de 2015. O material bruto e editado dessa produção já foi disponibilizado para a Equipe UFSJ, em reunião realizada em 23 de setembro deste ano, no campus da UFSJ, entre os parceiros.
Está prevista a continuidade dessa ação em 2017.
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Contratações 2016
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Contratação Welington Alves Rio Branco 87 Admissão: 23/03/2016 Origem: Pastoral de Rua Função: Lavador Setor: Oficina Central Escolaridade: 2º grau completo Salário inicial direto: R$ 1.026,00 + Insalubridade: R$ 352,00 Transporte: R$ 315,00 Alimentação: R$ 330,00 Plano de Saúde opcional: R$ 31,40 Seguro de Vida: R$ 14,52 Soma dos salários indiretos: R$1.134,92 Total: R$ 2.160,92
Histórico Em fevereiro de 2016, Welington entrou em contato com o Departamento Socioambiental pedindo uma nova oportunidade de trabalho. Na ocasião, o Departamento Socioambiental entrou em contato com os outros setores da VINA, mas não havia vagas. Em março de 2016, surgiu a vaga para lavador, que também era preenchida por um contratado Aracê, Carlos, que pediu para ser demitido. Entramos em contato com Welington e o convidamos para participar do processo seletivo. Ele foi aprovado e admitido. Em maio, a RI observou que Welington começou a se interessar pela função de manutenção das máquinas. Ele disse que aproveitava as horas que não tinha demanda no lava a jato para aprender essa função.
87
Para mais informações sobre Welington Alves Rio Branco, ver pág. 199 do Projeto Aracê 2007 – 2017.
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O gerente do setor, responsável direto por Welington, acha importante o interesse dele por uma evolução profissional, mas considera importante não “atropelar” as etapas. A capacitação de Welington acontecerá a partir do seu interesse e da demanda na empresa. Além do trabalho operacional, ele também tem habilidades artesanais. Ele faz lindos mosaicos decorativos. Em maio ele doou uma peça para o espaço de convivência 88 da VINA. Em outubro de 2016, Welington conversou com a RI e disse que estava feliz por estar empregado, pois se encontra com os antigos colegas e percebe o quanto está difícil para eles conseguirem um emprego. Ele disse que vem desenvolvendo o seu trabalho com dedicação e carinho. Conversamos também com o gerente de Welington e ele nos disse que ele tem realizado muito bem as suas funções. Em novembro de 2016, Welington apresentou alguns problemas de saúde. Ele passou por uma pequena cirurgia, mas se recuperou e encontra-se bem, até a data de fechamento deste documento – 31 de dezembro de 2016. Depoimento Segue o depoimento escrito por Welington sobre a sua experiência pessoal e familiar pós-inclusão no mercado formal de trabalho. O depoimento foi transcrito na íntegra e consta nos nossos arquivos sob a responsabilidade da Referência Interna VINA/Aracê. Eu estou muito feliz eu não tenho como espresar a minha felicidade eu morava na rua eu não tinha nem uma expectativa de vida muitos dos meus amigos morreram foram muintos amigos de infância irmãos nem todos tiveram essa oportunidade muintos nem chegarão oas 18 anos mas eu tive essa oportunidade e agarrei com todas as minhas forças e graças a Deus já são cuase des anos que eu venho lutando e não e facio mas estou vencendo. Um dia de cada vez e nossa como mudou a minha vida e totalmente diferente e prazeroso eu acordar na minha cama eu deitar com a cabeça no travesseiro e pensar e meditar na minha vida e quero agradecer a VINA pela oportunidade e por ter abrido as portas para mim de novo quero agradecer a lilia e a todos que tem mim apoiado e mindado forças para eu continuar obrigado a todos... Ass Welington
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Para mais informações sobre o espaço de convivência ver Dossiê Nova Sede, disponível no Departamento Socioambiental.
250
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Promoção Cassimara Ribeiro da Silva 89 Função: Assistente Administrativo Setor: Departamento Socioambiental Salário direto: R$ 1.600,00 + Transporte: R$ 365,20 Alimentação: R$ 330,00 Plano de Saúde opcional: R$ 31,40 Seguro de Vida: R$ 14,52 Soma dos Salários indiretos: R$ 741,12 Total: R$ 2.341,12 Cassimara entrou na VINA como faxineira e em pouco tempo foi promovida à auxiliar de serviços gerais. Antes de completar um ano na nova função, ela teve a oportunidade de assumir o cargo de auxiliar administrativo. Ela fez vários cursos nessa área e foi promovida a recepcionista. Em 2015, Cassimara teve a oportunidade de trabalhar no Departamento Socioambiental, em caráter de experiência. Ela esteve em treinamento no período de abril de 2015 a janeiro de 2016. Cassimara foi aprovada para a nova função, assistente administrativa, e a partir de fevereiro de 2016 passou a realizar, com maior autonomia, as novas demandas que essa função exige O Departamento Socioambiental tem uma característica de quebra de paradigmas, buscando levar à equipe um novo olhar sobre o comprometimento com o trabalho. Nesse aspecto, Cassimara tem tido algumas dificuldades, pois essa nova rotina foge do padrão ao qual ela estava acostumada, mas que são rotinas exigidas no mercado formal de trabalho. Em junho deste ano Cassimara conquistou sua CNH – Carteira Nacional de Habilitação. Cassimara está cada dia mais segura e confiante no que se refere ao seu trabalho, além de ter melhorado a forma de se relacionar com as pessoas e de solucionar problemas que surgem no ambiente de trabalho e de compreender melhor a visão diferenciada da rotina que o Departamento Socioambiental propõe.
89
Para mais informações sobre Cassimara da Silva Ribeiro, ver pág. 171 do Projeto Aracê 2007 – 2017.
252
Demitidos Marcelo Antônio Rodrigues 90 Admissão: 14/01/2015 Demissão: 03/01/2016 Permanência: 11 meses Origem: Pastoral de Rua Função: Gari varredor Setor: Ceasa/BH - Central de Abastecimento de Minas Gerais Escolaridade: até a 5ª série incompleta Salário inicial direto: R$ 823,00 + Insalubridade: R$ 315,20 Transporte: R$ 250,80 Alimentação: R$ 308,00 Seguro de Vida: R$ 14,52 Cesta básica: R$ 130,00 Soma dos Salários indiretos: R$1.018,52 Total: R$ 1.841,52
Marcelo foi demitido em 3 de janeiro, após continuar apresentando problemas de dependência química e abandono de trabalho. Em março de 2016, Marcelo entrou na justiça91 contra a VINA. A audiência foi em 8 de março e a sentença deu ganho de causa para a empresa.
90 91
Para mais informações sobre Marcelo Antônio, ver pág. 222 do Projeto Aracê 2007 – 2017. Detalhes dessa ação estão disponíveis no Departamento Socioambiental.
253
Paradeiro: Em maio, tivemos notícias do paradeiro de Marcelo pela Pastoral de Rua. Ele encontravase desempregado e estava trabalhando, voluntariamente, na ocupação Tina Martins 92, do movimento de mulheres Olga Benário 93, na defesa dessas mulheres, na limpeza dos banheiros e da cozinha. Desde maio, Marcelo vem frequentando as reuniões de tratamento no Centro Mineiro de Toxicomania (CMT).
Em agosto, tivemos duas boas notícias sobre Marcelo: a primeira é que ele estava aguardando o resultado de um processo seletivo para trabalhar de carteira assinada e, a segunda, é que ele estava como vice-presidente do Conselho da Assistência Social em Belo Horizonte.
Em outubro, conseguimos fazer contato com Marcelo. Ficamos felizes em saber que ele estava trabalhando formalmente (CLT), desde agosto, no Programa “BH de mãos dadas contra a Aids”94, junto à comunidade de rua, como Redutor de Danos, tendo como função a de orientar esta comunidade sobre a importância da prevenção contra as Doenças Sexualmente Transmissíveis (DSTs) e a vacinação contra diversas doenças.
Em dezembro, a RI encontrou-se com Marcelo na Pastoral de Rua e ele estava muito bem, continuava trabalhando de carteira assinada e continuava como vice-presidente do Conselho da Assistência Social em BH. Ele deixou a República Reviver e alugou uma casa para viver com sua família.
92
Para informações atualizadas sobre a Ocupação Tina Martins veja: http://www.otempo.com.br/cidades/ocupa%C3%A7%C3%A3o-se-muda-e-vira-casa-de-refer%C3%AAncia%C3%A0-v%C3%ADtima-1.1313675 ou Casa Tina Martins 93 Ocupação Tina Martins, iniciativa organizada pelo Movimento de Mulheres Olga Benário, ocupou o edifício público localizado na Rua Guaicurus nº 343, no centro da cidade, onde funcionava o antigo “bandejão” da Escola de Engenharia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e que estava desativado. Segundo as organizadoras, o objetivo é chamar a atenção do Estado para a necessidade de melhorar a efetividade de políticas públicas preventivas e de proteção às mulheres vítimas de violência. Fonte http://www.santaterezatem.com.br/index.php/2016/03/08/ocupacao-de-mulheres-e-criada-neste8-de-marco/ 94 Para mais informações sobre o Programa: http://www.odmbrasil.gov.br/sobre/vencedores/2a-edicao2007/bh-de-maos-dadas-contra-a-aids
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Carlos Pedro da Silva 95 Admissão: 20/10/2014 Demissão: 08/03/2016 Origem: Programa de Inclusão Social de Egressos do Sistema Prisional (PrEsp) Função: Lavador Setor: Oficina Central Escolaridade: até a 5ª série (incompleta) Salário inicial direto: R$ 1.026,00 + Insalubridade: R$ 352,00 Transporte: R$ 407,00 Alimentação: R$ 330,00 Plano de Saúde opcional: R$ 31,40 Seguro de Vida: R$ 14,52 Soma dos Salários indiretos: R$1.134,92 Total: R$ 2.160,92
Carlos, desde sua contratação, apresentou dificuldades na adaptação à rotina de trabalho, como já citado anteriormente. De janeiro para cá, Carlos continuou apresentando os mesmos problemas e, em março, acabou pedindo para ser demitido.
Paradeiro: Em agosto, Carlos estava trabalhando eventualmente como vendedor ambulante e, infelizmente, em outubro, ao buscarmos notícias do seu paradeiro, soubemos por Cassimara, sua irmã, que ele optou por retornar à criminalidade, pois ele tinha outras escolhas. Em dezembro tivemos notícias, até a data de fechamento deste documento, em 31 de dezembro, de que Carlos estava preso.
95
Para mais informações sobre o ex-contratado Carlos Pedro, ver pág. 213 do Projeto Aracê 2007 – 2017.
255
Allan Carlos de Alcântara Mesquita 96 Admissão: 13/08/2007 Demissão: 14/03/2016 Função: Operador de Retroescavadeira 2 Salário: R$ 1.367,00+ Alimentação: R$ 330,00 Transporte: R$ 250,80 Insalubridade: R$ 315,20 Seguro Saúde: R$31,40 Seguro de Vida: R$ 14,52 Soma dos salários indiretos: 941,92 Total: R$ 2.308,92
No início de janeiro, o Encarregado do Allan procurou a Referência Interna (RI) Aracê e comunicou que ele vinha apresentando, desde o ano passado, problemas graves que poderiam culminar na sua dispensa. A RI questionou o Encarregado sobre a irresponsabilidade de ele omitir esse tipo de informação à coordenação do Aracê, já que, até dezembro de 2015, ele relatava que Allan ia muito bem e não apresentava nenhum tipo de problema na sua rotina de trabalho. O Encarregado não soube se colocar perante o questionamento, não dando respostas convincentes. A partir disso, a RI convocou uma reunião com Allan e seu Encarregado direto para esclarecer a situação. Allan se posicionou dizendo que estava tendo problemas pessoais (dependência química), e que iria se esforçar para superá-los e não prejudicar sua rotina de trabalho. No entanto, os problemas continuaram e até se agravaram, com Allan se ausentando constantemente e prejudicando a rotina dos contratos em que ele estava alocado. Allan chegou a ser transferido de contrato por três vezes, a pedido dos responsáveis. Em 14 de março Allan acabou sendo demitido, após nove anos de trabalho na empresa.
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Para mais informações sobre o ex-contratado Allan Carlos, ver pág. 124 do Projeto Aracê 2007 – 2017.
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Paradeiro: Alan esteve presente na festa junina da VINA, que aconteceu em julho, e até aquela data, ele estava à procura de emprego. Em setembro, Allan conseguiu um emprego formal (CLT) no aterro sanitário da SLU, como operador de Pá Carregadeira, pela empresa Loca Gerais. No novo emprego, Allan continuou apresentando problemas de assiduidade, ainda relacionados à sua dependência química. Em dezembro, tivemos notícia, pelo ex-encarregado de Allan na VINA, de que ele foi demitido pelos mesmos motivos que causaram sua demissão aqui na empresa.
257
José Edmilson da Silva 97 Admissão: 08/01/2015 Demissão: 06/04/2016 Origem: Pastoral de rua Função: Gari varredor Setor: Ceasa/BH- Central de Abastecimento de Minas Gerais Escolaridade: até a 5ª série (incompleta) Salário inicial direto: R$ 823,00 + Insalubridade: R$ 315,20 Transporte: R$ 431,20 Alimentação: R$ 308,00 Seguro de Vida: R$ 14,52 Cesta básica: R$ 130,00 Soma dos Salários indiretos: R$1.198,92 Total: R$ 2.021,92
Em 14 de Dezembro/2015: transferência para a Sede da VINA. Função: Gari Varredor Setor: GERAF - Gerência Administrativa e Financeira Salário direto: R$ 1.026,00 + Transporte: R$ 431,20 Alimentação: R$330,00 Seguro de Vida: R$ 14,52 Soma dos Salário indiretos: R$ 775,72 Total: R$ 1.801,72 (O salário geral reduziu, pois, Edmilson perdeu benefícios do salário indireto: a insalubridade e a cesta básica, direitos do contrato VINA CEASA).
97
Para mais informações sobre José Edmilson, ver pág. 217 do Projeto Aracê 2007 – 2017.
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Como já citado na atualização de dezembro de 2015, Edmilson foi transferido em dezembro para a nova sede da VINA, onde trabalhou com a bióloga Sabrina Soares no acompanhamento das áreas de preservação e serviços gerais. Edmilson desenvolveu bem suas funções, mas continuou apresentando problemas de saúde, uma consequência dos anos em que esteve cumprindo pena. Ele foi acompanhado, mais de perto, pela RI Aracê, devido a esses problemas. Em março, Edmilson apresentou uma grande melhora na saúde, resultado do tratamento médico que ele fez nos meses de janeiro e fevereiro. Desde a sua transferência para a sede da empresa, Edmilson não apresentou mais problemas com sua rotina de trabalho. No entanto, ele não conseguiu compreender que a sua nova função não dava direito à insalubridade (como já citado acima). Esse fato gerou uma diminuição no valor total da sua renda salarial. Edmilson, inconformado, solicitou um aumento à empresa e, como o seu pedido não foi atendido, ele pediu para ser demitido.
Paradeiro: até agosto, Edmilson estava à procura de emprego após ter realizado o curso de serralheiro. Ele estava realizando alguns trabalhos informais na sua nova função. Desde a sua saída ele vem procurando insistentemente a RI, em busca de nova oportunidade. E se diz arrependido de ter saído da empresa. A RI precisou ter uma conversa mais dura com Edmilson para que ele parasse de ligar, constantemente, com o objetivo de que ela pudesse encontrar soluções para os seus problemas pessoais e profissionais. A RI mostrou para Edmilson que ele estava confundindo as coisas. A partir do seu desligamento da empresa, tanto a RI como a VINA não teriam condições de atendê-lo, pois o objetivo do Projeto Aracê não é o assistencialismo. Em outubro, soubemos pelo Edmilson que ele ainda estava desempregado, realizando alguns trabalhos informais. Ele também relatou que estava morando “de favor”, pois se separou da companheira. Em dezembro, conversamos novamente com Edmilson e, até a data de fechamento deste documento, em 31 de dezembro, ele continuava desempregado, realizando alguns trabalhos informais. Ele continuou ligando, insistentemente, para a equipe do Departamento Socioambiental solicitando mais uma oportunidade de trabalho na VINA.
259
Ex-contratados: 2007 a 2016 Libério José da Silva Em agosto de 2016, Libério ligou para a RI Aracê para pedir uma nova oportunidade na VINA, embora estivesse trabalhando de carteira assinada na Direcional Engenharia, como servente. Em outubro, conversamos com Libério que nos informou que continuava trabalhando na Direcional Engenharia, mas que a obra estava acabando e que ele já estava de aviso prévio. Ele disse que estava criando muitos objetos de decoração com materiais reciclados e que, na ocasião, essa era sua renda principal. Em dezembro, falamos novamente com Libério. Ele nos informou que estava trabalhando somente com a transformação de materiais reciclados em objetos de decoração.
Hidelbranda de Paula dos Santos Em julho de 2016, a RI teve notícias da Hidelbranda pela Magda Coutinho, Coordenadora do Projeto Querubins, de que ela e a família estavam bem e que, na ocasião, Branda estava trabalhando, informalmente, vendendo bombons. Em outubro, Magda nos informou que Branda voltou a morar em Ribeirão das Neves, tendo retirado as crianças da escola e do Projeto Querubins de maneira inesperada. Ela estava muito preocupada com Branda, e ficou de nos retornar assim que soubesse do seu paradeiro. Até a data de fechamento deste documento, em 31 de dezembro, a informação que tivemos era de que Branda continuava morando em Ribeirão das Neves, seus filhos estavam estudando na região e ela estava trabalhando como empregada doméstica.
Thiago Souza Rodrigues Em outubro de 2016, entramos em contato com o Thiago. Ele continuava trabalhando na empresa Império Coleta, como já citado anteriormente. Thiago continuava insatisfeito com o seu trabalho, mas, pelo fato de ser perto de sua casa, havia optado por continuar na empresa. Até a data de fechamento deste documento, em 31 de dezembro, entramos em contato com Thiago e não havia novidades.
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Eric Dias de Souza Em maio de 2016, entramos em contato com o Eric. Ele estava à procura de um trabalho temporário, pois a exposição itinerante Sentidos do Nascer, da qual integrava a equipe, estava de recesso. Eric solicitou à RI uma nova oportunidade na VINA. Em agosto de 2016, a coordenadora do Departamento Socioambiental esteve com ele, em um encontro na casa de amigos comuns e, na ocasião, Eric estava desenvolvendo um trabalho temporário na criação de faixas de rua. Ele, mais uma vez, solicitou uma nova oportunidade na VINA. Em outubro, a RI fez contato com Eric e ele disse que estava trabalhando com o Uber e que estava gostando muito, porque o seu horário de trabalho era livre e ele mesmo é quem determinava sua rotina. Até a data de fechamento deste documento, em 31 de dezembro, a RI fez contato com Eric e ele continuava trabalhando com o Uber.
Grazielle Regina de Castro Em 2016, não foi possível saber do paradeiro de Grazielle.
Jefferson Magalhães Em outubro de 2016, tivemos notícias do Jefferson através da Claudenice Gomes, da Pastoral de Rua. Ela nos informou que ele esteve na Pastoral e que estava bem. Infelizmente, apesar de a VINA ter comunicado à Pastoral sobre a importância da busca pelo paradeiro dos ex-contratados Aracê para os levantamentos socioeconômicos na parceria UFSJ, Claudenice não entrou em detalhes com Jefferson sobre sua vida e nem anotou o contato dele. Quando questionada pela RI VINA, ela se desculpou e ficou de buscar informações sobre o paradeiro do Jefferson. Até a data de fechamento deste documento, em 31 de dezembro, não tivemos notícias dele.
Luceni Secudina Em 2016, não foi possível saber sobre o paradeiro de Luceni.
261
Francisco Alexandre da Silva Marques98 Em agosto de 2016, tivemos notícias do paradeiro do Francisco pela Pastoral de Rua. Francisco continua trabalhando como vendedor ambulante, está casado e tem uma filha. Em outubro, a RI VINA teve acesso à história de Francisco por meio da Pastoral de Rua. Abaixo, segue o relato de Roseni Schmidt, educadora social da Pastoral, em 27/10/2016:
Francisco era menino de rua no Rio de Janeiro e é um dos sobreviventes da Chacina da Candelária, que ocorreu na noite de 23 de julho de 1993, próximo à Igreja da Candelária, localizada no centro do Rio. Nesse crime, oito jovens (seis menores e dois maiores de idade) semteto foram assassinados por policiais militares. Após esse episódio, Francisco ainda permaneceu por um tempo no Rio de Janeiro e depois veio para Belo Horizonte, onde conheceu o trabalho da Pastoral de Rua e iniciou o processo de construção da sua cidadania. Ele se tornou vendedor ambulante de balas e doces, e foi na rua que conheceu sua atual esposa, Silvana, também moradora de rua, naquela ocasião. O casal havia conquistado o Bolsa Moradia, quando Silvana deu à luz à pequena Isabela. Mas, como os dois possuíam um histórico de alcoolismo e não possuíam renda fixa, Isabela ficou por 40 dias internada no hospital, pois o Conselho Tutelar não autorizava sua liberação. Francisco e Silvana estavam desesperados e encontraram apoio na Pastoral de Rua. Ele recebeu suporte e orientações das técnicas, Roseni Schmidt e Claudenice Gomes, para emitir os documentos que comprovassem sua residência. Além disso, precisava comprovar renda, mas como ele era vendedor ambulante, o Conselho Tutelar entendeu que o trabalho informal não garantiria segurança ao bebê e não autorizou que o casal ficasse com a criança naquelas condições. Naquela mesma época, estava aberto o processo seletivo na VINA. Então Francisco foi indicado pela Pastoral e foi aprovado. Imediatamente ele iniciou o trabalho na empresa e teve condições de apresentar o comprovante de renda, conquistando, assim, o direito de ficar com a pequena Isabela. Roseni nos contou, emocionada, que o primeiro lugar que Isabela visitou, após sair do hospital, antes mesmo de ir para casa, foi a Pastoral. Isabela chegou com um lindo laço de fita no cabelo, nos braços de Silvana e Francisco.
Em dezembro, até o fechamento deste documento, não tivemos outras notícias sobre Francisco e sua família.
98
Para mais informações sobre Francisco Alexandre, ver pág. 224 do Projeto Aracê 2007 – 2017.
262
Clênio George de Oliveira Sampaio99 Em agosto de 2016, tivemos notícias do paradeiro de Clênio pela Pastoral de Rua. Ele estava trabalhando como cuidador de idosos e morava no local de trabalho. Em outubro, tivemos notícia dele pelo seu colega, ex-contratado Aracê, Marcelo Antônio, que nos disse que Clênio tinha retornado para a casa de seus familiares em São Paulo e que estava bem. Até a data de fechamento deste documento – 31 de dezembro, não tivemos notícias de Clênio. Ricardo Vieira Souto100 Em agosto de 2016, tivemos notícias do paradeiro de Ricardo pela Pastoral de Rua. Ele estava internado na Cidade Refúgio e pediu auxílio à Pastoral na busca de emprego. A Pastoral encaminhou o currículo de Ricardo para a VINA. Numa análise mais formal da situação de Ricardo constatou-se que, pelo seu estado clínico, ele não tinha condições de retornar ao mercado formal de trabalho. Em outubro, a RI teve notícias, pela Pastoral de Rua, de que, em setembro, Ricardo havia saído da Cidade Refúgio, e que, infelizmente, havia tido uma recaída na sua dependência química e que não se sabia do seu paradeiro. Até a data de fechamento deste documento, em 31 de dezembro, tivemos notícia de que Ricardo estava novamente internado na Cidade Refúgio, depois de mais uma recaída. Rosemary Jesus Em junho de 2016, tivemos notícias do paradeiro de Rosemary pela Pastoral de Rua. Ela ainda era atendida pelo Bolsa Moradia e a Pastoral não sabia informar se Rosemary estava trabalhando. Até a data de fechamento deste documento – 31 de dezembro, não conseguimos informações sobre o paradeiro de Rosemary.
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Para mais informações sobre Clênio George Sampaio, ver pág. 225 do Projeto Aracê 2007 – 2017. Para mais informações sobre Ricardo Vieira Souto, ver pág. 146 do Projeto Aracê 2007 – 2017.
100
263
Falecimento Diego Luiz Pereira Rocha Batista101 (1988 - 2015). Foi uma perda muito sentida para a equipe da VINA.
Em busca do paradeiro Saber notícias dos ex-contratados Aracê é importante, pois, por se tratar de um projetopiloto, é fundamental ter conhecimento da trajetória seguida pelo indivíduo pós-Aracê. A inclusão do indivíduo nesse Projeto, que proporciona a inclusão social via mercado formal de trabalho, muda decisivamente seu status social. Essa busca é de grande importância, também, para que o estudo socioeconômico, que vem sendo desenvolvido pela UFSJ possa ser realizado com eficiência. Abaixo segue a lista de pessoas das quais ainda não obtivemos o paradeiro: - José Ailton102: 2008 - República Reviver - José Reinaldo103: 2007 - República Reviver - Luis Carlos104: 2008 - República Reviver - João Eduardo dos Santos105: 2008 - República Reviver - José Geraldo Santos106: 2008 - República Reviver - Manoel Lúcio107: 2010 - Bolsa Moradia: - Paulo Eustáquio108: 2008 - Saúde Mental - Ederson André:109 2009 - Saúde Mental De 2015 a 2016, essa ação foi positiva e conseguimos saber o paradeiro de alguns excontratados Aracê. Apesar da ajuda das técnicas Claudenice Gomes e Roseni Schmidt, da Pastoral de Rua, nessa busca pelos ex-contratados Aracê entre os usuários da Pastoral, das Repúblicas e da Saúde Mental, ainda estamos buscando informações sobre o paradeiro das pessoas citadas acima. Essa busca continuará em 2017.
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Para mais informações sobre Diego Luiz, ver pág. 203 do Projeto Aracê 2007 – 2017. Para mais informações sobre José Ailton, ver pág. 115 do Projeto Aracê 2007 – 2017. 103 Para mais informações sobre José Reinaldo, ver pág. 117 do Projeto Aracê 2007 – 2017. 104 Para mais informações sobre Luiz Carlos, ver pág. 119 do Projeto Aracê 2007 – 2017. 105 Para mais informações sobre João Eduardo, ver pág. 121 do Projeto Aracê 2007 – 2017. 106 Para mais informações sobre José Geraldo, ver pág. 139 do Projeto Aracê 2007 – 2017. 107 Para mais informações sobre Manoel Lucio, ver pág. 142 do Projeto Aracê 2007 – 2017. 108 Para mais informações sobre Paulo Eustáquio, ver pág. 149 do Projeto Aracê 2007 – 2017. 109 Para mais informações sobre Ederson André, ver pág. 151 do Projeto Aracê 2007 – 2017. 102
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Avaliação sobre o Projeto Aracê: 2016 No ano de 2016, o Projeto Aracê atingiu parte dos objetivos propostos: avançar no estudo socioeconômico, dentro de uma visão socioambiental, e descobrir o paradeiro dos ex-contratados Aracê. Por outro lado, a revisão do processo metodológico avançou, mas ele ainda precisa ser repensado em 2017. Algumas ações ficaram em stand by, como foi o caso das novas filmagens para o documentário sobre o Aracê, que não ocorreram como previsto, e que já foram citadas neste relatório. Já a busca pelo paradeiro dos excontratados, apesar da evolução e do esforço empregado desde 2015, ainda precisará de mais empenho de todos os envolvidos para a localização dessas pessoas, pois a própria trajetória delas dificulta esta ação.
Num balanço geral do andamento do Projeto Aracê, consideramos que o ano de 2016 foi de extrema importância, uma vez que conseguimos avançar no estudo socioeconômico, que foi idealizado em 2009, e os objetivos propostos evoluíram de maneira positiva, apesar de termos atualmente apenas dois contratados efetivos e do aumento do número de demissões.
Para 2017, nossos objetivos continuarão direcionados para: o avanço no estudo socioeconômico; o paradeiro dos ex-contratados – que impacta diretamente neste estudo; a continuidade do documentário, que tem como foco sensibilizar e provocar uma reflexão sobre a invisibilidade social e a condição de vida das pessoas participantes; e a revisão da metodologia utilizada no Projeto. Essas ações irão contribuir para uma análise mais efetiva deste projeto-piloto, como, também, para um maior emprenho do Departamento Socioambiental junto à empresa para novas contratações Aracê.
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Projeto AracĂŞ 2017
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Ações Aracê Introdução O Projeto Aracê em 2017, continua com o foco no Estudo Socioeconômico, com uma visão socioambiental, que está sendo realizado pela Escola de Economia da Universidade Federal de São João del-Rei - UFSJ, sob a coordenação do Professor Múcio Tosta110 e da Professora
Aline
Cruz111.
Para
que
esse
estudo socioeconômico se
realize
satisfatoriamente, uma das prioridades é a busca pelos ex-contratados Aracê, pois é muito importante para esta ação e para o Projeto-piloto Aracê que seja feita uma análise da trajetória de cada contratado e ex-contratado após a experiência no mercado formal de trabalho, assim como da atuação das equipes envolvidas no processo de realização deste projeto .
A VINA, assim como grande parte das empresas e Instituições brasileiras, está sofrendo os reflexos da crise econômica, social, política e ética, o que obrigou a empresa a reduzir sua equipe. A prioridade de contratação na VINA, continua sendo o banco de currículos Aracê, mas 2017, infelizmente foi um ano de demissões, e até 31 de dezembro de 2017, não existiu nenhuma contratação na empresa para o público alvo Aracê.
Até 31 de dezembro, data de fechamento deste documento, o Projeto Aracê, contava com uma contratada Aracê: a Assistente Administrativa Cassimara da Silva, contratada em 2010. Em março de 2017, Wellington Alves, Lavador, havia sido demitido.
Pelo atual quadro citado acima, o Departamento Socioambiental está se concentrando na localização dos ex-contratados Aracê e das equipes anteriormente envolvidas, como, também, na reorganização interna de todo o material Aracê - físico e virtual - para disponibilizar e facilitar as futuras consultas da Equipe da UFSJ e de outros parceiros envolvidos com o projeto.
110
Professor do curso de Ciências Econômicas da UFSJ. Para acessar o currículo: http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4718427D2 111 Professora do curso de Ciências Econômicas da UFSJ. Para acessar o currículo: http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4777318P4
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Balanço das contratações No primeiro semestre de 2017 tivemos uma demissão. Foi um ano sem contratações.
Período: março de 2007 a 31 de dezembro de 2017
Total de contratações: 28112 Em exercício na VINA: 1 Demissões: 26 Falecimento: 1113
112
Ver errata 2015 na página 293 deste documento. Em abril de 2018, o ex-contratado Aracê Carlos Pedro da Silva Ribeiro havia falecido (pág. 213). Detalhes sobre o seu falecimento estão disponíveis no Dep. Socioambiental. 113
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Consultoria Socioeconômica para o Projeto Aracê A consultoria socioeconômica para o Projeto-piloto Aracê foi uma das principais atividades do último ano e continuou sendo prioridade em 2017. O estudo, que está sendo realizado pela Equipe do Curso de Economia da Universidade Federal de São João del-Rei, já está em fase prática e é imprescindível, para a sua conclusão, dar continuidade à localização dos ex-contratados Aracê e de ex-integrantes das equipes envolvidas neste projeto-piloto.
Em março de 2017, a coordenadora do Departamento Socioambiental, Cláudia Lessa, se reuniu com o coordenador do Estudo Socioeconômico, Prof. Múcio Tosta, e decidiram pelo cancelamento da formalização da parceria da VINA com UFSJ devido à realidade da empresa na ocasião da empresa e pelas burocracias e responsabilidades que envolvem esse processo.
A parceria continua, mas de maneira informal, não impactando em nada nos compromissos assumidos. Foram realizadas ações, como a visita à Belo Horizonte de bolsistas para aplicação prática da metodologia do trabalho e o Seminário Estratégias para a Inclusão Social pelo emprego em Minas Gerais.
A busca pelos ex-contratados Aracê tem se dado, principalmente, por meio das informações passadas por Parceiros/Referências Externas (RE) 114 dos ex-contratados. Outro meio utilizado para essa busca é o contato com pessoas que se tornaram colegas dos ex-contratados fora do ambiente de trabalho, e que ainda podem ter algum contato com eles. Em 2017, iniciamos a busca pelas redes sociais e pela Internet. O Departamento Socioambiental tem encontrado dificuldade para localizar o paradeiro de alguns ex-integrantes do Aracê, principalmente, daqueles contratados nos primeiros anos do projeto (em 2017 este projeto completou 10 anos).
114
Referência Externa (RE): técnico responsável pelo novo contratado, conhecedor da sua história, ligado a uma das instituições parceiras. O acompanhamento é feito dentro e fora do trabalho. Ver página 22 do Projeto-piloto Aracê 2007 – 2017.
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O que se percebe, também, é que há uma rotatividade muito grande dos locais de moradias e dos números dos telefones. Alguns ex-contratados Aracê, quando localizados, pelo fato de terem retornado às ruas dificultam o estabelecimento de um novo um laço/contato.
O Departamento Socioambiental, em parceria com a Pastoral de Rua e com o Programa Bolsa Moradia, fez um trabalho de busca durante todo o ano de 2016 e conseguiu localizar o paradeiro de algumas pessoas. Em 2017 conseguimos notícias de mais pessoas, mas, em contrapartida, perdemos o contato telefônico de outras.
Para 2018, essas ações de busca terão continuidade. No fim do primeiro semestre será entregue ao Departamento Socioambiental um relatório de conclusão da 1ª etapa da parceria com a UFSJ: análise do Projeto-piloto Aracê.
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Documentário: Projeto Aracê Em 2016, o documentário do Projeto-piloto Aracê tinha como foco o depoimento dos ex-contratados, a visão da equipe da VINA e da diretoria da empresa. No entanto, essa ação ficou em stand by, por limitação de recursos e pela dificuldade em obter as imagens dos ex-contratados.
As filmagens dessa primeira etapa foram as realizadas em dezembro de 2015. O material bruto e editado dessa produção já foi disponibilizado para a equipe da UFSJ, em reunião realizada em 23 de setembro de 2015, no campus da UFSJ, entre os parceiros. Essa primeira etapa do documentário foi oficialmente divulgada para o público, durante o Seminário Estratégias para a Inclusão Social pelo emprego em Minas Gerais, realizado pela UFSJ, em novembro de 2017.
Em dezembro de 2017, depois de muita procura e desencontros, a equipe de filmagem conseguiu realizar um take com o ex-contratado Francisco Alexandre da Silva Marques, sobrevivente da chacina da Candelária, no Rio de Janeiro nos anos 1990. Francisco estava doente e muito “fechado” e o resultado da filmagem não foi muito bom, mas valeu o registro.
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Contratações 2017
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Cassimara da Silva Ribeiro Função: Assistente Administrativo Setor: Departamento Socioambiental Salário direto: R$ 1.680,00 + Transporte: R$ 538,00 Alimentação: R$ 400,00 Plano de Saúde opcional: R$ 31,40 Seguro de Vida: R$ 27,25 Soma dos Salários indiretos: R$ 996,65
Total: R$ 2.676,65 Cassimara entrou na VINA como faxineira e em pouco tempo foi promovida a Auxiliar de Serviços Gerais. Antes de completar um ano na nova função, ela teve a oportunidade de assumir o cargo de Auxiliar Administrativo. Ela fez vários cursos nessa área e foi promovida para Recepcionista. Em 2015, Cassimara teve a oportunidade de trabalhar no Departamento Socioambiental, em caráter de experiência. Ela esteve em treinamento, no período de abril de 2015 a janeiro de 2016. Cassimara foi aprovada para a nova função, Assistente Administrativo e, a partir de fevereiro de 2016, passou a realizar, com maior autonomia, as novas demandas que essa função exige. O Departamento Socioambiental tem uma característica de quebra de paradigmas, que busca levar à equipe um novo olhar sobre o comprometimento com o trabalho. Nesse aspecto, Cassimara teve algumas dificuldades, pois a nova rotina fugia do padrão ao qual ela estava acostumada: rotinas exigidas dentro do mercado formal de trabalho. Em junho de 2016, ela conquistou sua CNH – Carteira Nacional de Habilitação. Nessa ocasião, Cassimara estava cada dia mais segura e confiante no que se referia ao seu trabalho, além de ter melhorado a forma de se relacionar com as pessoas e de solucionar problemas que surgiam no ambiente de trabalho, compreendendo melhor a visão diferenciada da rotina de trabalho que o Departamento Socioambiental propõe.
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Em 2017, foi notável o aperfeiçoamento de Cassimara nas habilidades necessárias para a sua atuação profissional, como, por exemplo, o desenvolvimento da sua escrita e do seu vocabulário. Até dezembro de 2017, Cassimara continua no Departamento Socioambiental, mas,
de 2016 para cá, ela apresentou um retrocesso nos
relacionamentos e algumas dificuldade em
exercer sua função dentro da rotina
diferenciada do Departamento Socioambiental. Cassimara
continua esforçada e
evoluindo, mas o que mais a atrapalha é deixar os seus problemas pessoais interferirem, de maneira muito intensa, na vida profissional. Mesmo com toda a abertura que a equipe do Departamento Socioambiental compartilha, esse comportamento atrapalha o seu rendimento e interfere no ambiente da equipe. Sua insegurança e preocupação com que o outro pensa são também fatores limitadores para sua evolução profissional. Em novembro de 2017, Cassimara ao saber que o documentário Aracê seria exibido na empresa, se sentiu constrangida e solicitou ao Departamento, via e-mail, a não apresentação deste na VINA. A sua principal preocupação era o que “colegas iam pensar”. Posição contrária a da ocasião em que as filmagens do documentário tiveram início. Como já citado, foi uma fala dela na UFMG, tão segura e com autoestima elevada, que
nos fizeram pensar na produção de um documentário, a partir da fala dos
contratados Aracê, como uma ferramenta de sensibilização para divulgação externa deste Projeto-piloto. Como, em 2017, Cassimara é a única contratada Aracê e a equipe do Departamento Socioambiental vem percebendo nela um retrocesso nas questões emocionais (problemas não faltam!), decidiu-se por respeitar o seu limite e não exibir o documentário na empresa naquele momento. Mas, depois de um tempo, a equipe do Departamento Socioambiental analisou com Cassimara a importância, e a sua responsabilidade como Aracê, na divulgação do Projeto, tanto para a equipe interna da VINA como para uma futura divulgação externa. Foi pontuado também que, em 2017, a partir do Seminário realizado pela UFSJ (em novembro) e do lançamento (em dezembro) do e-book Práticas Socioambientais de Corresponsabilidade, sobre os 14 anos de trabalho do Departamento Socioambiental, o Projeto-piloto Aracê passou a ser divulgado publicamente, sempre buscando sensibilizar outras empresas na aplicação deste Projeto de inclusão social via mercado formal de trabalho. Cassimara, já mais tranquila, ficou de pensar sobre a argumentação do Departamento e de rever suas posturas.
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Demitidos Wellington Alves Rio Branco Admissão: 23/3/2016 Demissão: 21/3/2017 Permanência: 1 ano Origem: Pastoral de Rua Função: Lavador Setor: Oficina Central Escolaridade: 2º grau completo Salário inicial direto: R$ 1.078,00 + Insalubridade: R$ 374,80 Transporte: R$ 324,00 Alimentação: R$ 400,00 Plano de Saúde opcional: R$ 31,46 Seguro de Vida: R$ 27,24 Soma dos Salários indiretos: R$1.157,50 Total: R$ 2.235,50
Em fevereiro de 2016, Wellington entrou em contato com o Departamento Socioambiental, pedindo uma nova oportunidade de trabalho. Na ocasião, o Departamento Socioambiental entrou em contato com os outros setores da VINA, mas não havia vagas. Em março de 2016, surgiu a vaga para Lavador, que também era preenchida por um contratado Aracê, Carlos, que pediu para ser demitido. Entramos em contato com Welington e o convidamos para participar do processo seletivo. Ele foi aprovado e foi admitido. Em maio, a RI observou que Wellington começou a se interessar pela função de Manutenção de Máquinas. Ele disse que aproveitava as horas que não tinha demanda no lava-jato para aprender essa função.
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O gerente do setor, responsável direto por Wellington, achou importante o interesse dele por uma evolução profissional, mas que era importante não “atropelar” as etapas. A capacitação de Wellington deve acontecer a partir do seu interesse e da demanda da empresa. Além do trabalho operacional, Wellington também tem habilidades artesanais, ele faz lindos mosaicos decorativos. Em maio, ele doou uma peça para o Espaço de Convivência115 da VINA.
Em outubro de 2016, Wellington conversou com a RI e disse que estava feliz por estar empregado, pois encontrava com os antigos colegas e percebia o quanto está difícil para conseguir um emprego. Wellington disse que estava desenvolvendo o seu trabalho com dedicação e carinho. Conversamos também com o gerente de Wellington e ele nos disse que, na ocasião, Wellington estava realizando muito bem as suas funções.
Em dezembro de 2016, Wellington manifestou interesse em sair da empresa. O gerente de Wellington o chamou para conversar e teve uma postura profissional – considerando a necessidade de aperfeiçoamento da metodologia de referência, em que o cuidado e o acompanhamento não passam pelo assistencialismo – buscando entender o que se passava. Segundo Wellington informou ao gerente, os motivos para a saída seriam o desentendimento com um colega de trabalho, a distância entre sua residência e o local de trabalho e o cansaço em relação à função que exercia. O gerente levou Wellington a uma reflexão sobre os motivos pelos quais ele estava solicitando sua demissão. Ao fim da conversa, Wellington decidiu continuar na empresa.
Em janeiro e fevereiro de 2017, Wellington começou a faltar ao serviço com mais frequência, e sem aviso prévio. Algumas faltas foram justificadas posteriormente, e estavam relacionadas aos problemas de saúde, e outras faltas não tiveram justificativas. O gerente de Wellington o procurou novamente para conversar e ele manifestou novamente o interesse de se desligar da empresa, o que foi atendido. Em 21 de março, Wellington foi demitido. Em conversa com o Departamento Socioambiental, Wellington disse que já tinha outro serviço em vista, mas não entrou em detalhes.
115
Para mais informações sobre o espaço de convivência ver Dossiê Nova Sede, disponível no Departamento Socioambiental.
282
Segue o depoimento escrito por Wellington, em 2016, sobre a sua experiência pessoal e familiar pós-inclusão no mercado formal de trabalho. O depoimento foi transcrito na íntegra e consta nos nossos arquivos sob a responsabilidade da Referência Interna VINA/Aracê:
“Eu estou muito feliz eu não tenho como espresar a minha felicidade eu morava na rua eu não tinha nem uma expectativa de vida muitos dos meus amigos morreram foram muintos amigos de infância irmãos nem todos tiveram essa oportunidade muitos nem chegarão aos 18 anos mas eu tive essa oportunidade e agarrei com todas as minhas forças e graças a Deus já são cuase des anos que eu venho lutando e não é facio mas estou vencendo. Um dia de cada vez e nossa como mudou a minha vida e totalmente diferente e prazeroso eu acordar na minha cama eu deitar com a cabeça no travesseiro e pensar e meditar na minha vida e quero agradecer a VINA pela oportunidade e por ter abrido as portas para mim de novo quero agradecer a lilia e a todos que tem mim apoiado e min dado forças para eu continuar obrigado a todos... Ass. Welington” Até dezembro de 2017 não conseguimos contato com Wellington.
Ex-contratados: 2007 a 2016 Libério José da Silva Em março de 2017, Libério nos informou que continua trabalhando com a transformação de materiais reciclados em objetos de decoração. Em dezembro de 2017, Libério continuava trabalhando com seu artesanato. Hidelbranda de Paula dos Santos Em 31 de dezembro 2016, a informação que tivemos era de que Branda continuava morando em Ribeirão das Neves, seus filhos estavam estudando na região e ela estava trabalhando como empregada doméstica. Tivemos notícias de Hidelbranda em agosto de 2017: ela continua morando em Ribeirão da Neves, está separada do ex-companheiro, desempregada, fazendo bicos e as crianças estavam estudando. Em novembro de 2017, Hidelbranda ligou para o Departamento Socioambiental perguntando se não havia alguma oportunidade de emprego. Em dezembro de 2017 não conseguimos contato com Branda. 283
Grazielle Regina de Castro Em 2017, ainda não foi possível saber o paradeiro de Grazielle. Foi realizada uma busca on-line por Grazielle e descobrimos que, em outubro de 2016, ela participou de uma audiência, na qual ela requeria direitos trabalhistas na justiça 116. Em dezembro de 2017 ainda não havíamos conseguido contato com Grazielle. Ricardo Vieira Souto Em março de 2017, fomos informadas pela Pastoral de Rua que Ricardo estava internado na Cidade Refúgio, mas, no fim do ano, decidiu sair e, infelizmente, está na rua novamente. Foi realizada uma busca on-line por Ricardo e descobrimos através das redes sociais que ele está na luta contra o crack 117, embora seja muito difícil, segundo ele, não ter recaídas. Em agosto de 2017, Ricardo esteve na Pastoral de Rua, e nos foi informado que ele teve nova recaída e havia saído da Comunidade Terapêutica. Em dezembro, o Departamento Socioambiental tentou obter notícias de Ricardo com a Pastoral de Rua, mas não tinham informações sobre ele.
Rosemary Jesus Até dezembro de 2017, ainda não tínhamos notícia sobre o paradeiro de Rosemary. Jefferson Magalhães Em março de 2017, Claudenice Gomes, da Pastoral de Rua, nos informou que Jefferson retornou para as ruas. Ela disse ainda que, às vezes, o vê na rua, mas que nem sempre é possível estabelecer um contato. Em agosto de 2017, Claudenice Gomes encontrou Jefferson nas mediações da rua Espírito Santo, e ele lhe falou que estava fazendo alguns bicos com o seu pai, como pintor. Em dezembro, o Departamento Socioambiental tentou obter notícias de Jefferson com a Pastoral de Rua, mas não tinham informações sobre ele.
116
Disponível em: https://www.jusbrasil.com.br/diarios/documentos/391086465/andamento-doprocesso-n-0011464-2720165030139-rtsum-04-10-2016-do-trt-3?ref=topic_feed 117 Em 2018, na atualização deste documento, não foi possível localizar nas redes sociais a confirmação da informação acima citada.
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Luceni Secundina Em 2017, através de uma busca on-line descobrimos uma reportagem feita com ela, em 2008118. Em 2016 Luceni estava morando no município de São Joaquim de Bicas, e tivemos acesso a esta informação através do cadastro de recebimento do programa Bolsa Família, disponível para consulta pública119. Em dezembro, o Departamento Socioambiental tentou obter notícias de Luceni com a Pastoral de Rua, mas não tinham informações sobre ela. Thiago Souza Rodrigues Em março de 2017, Thiago nos informou que continuava trabalhando na empresa Império Coleta. Thiago estava insatisfeito com o seu trabalho, mas pelo fato de o trabalho ser próximo de sua casa, ele optou por continuar na empresa. Até agosto de 2017, Thiago continuava trabalhando na empresa Império. Em dezembro de 2017 não conseguimos contato com ele.
Clênio George de Oliveira Sampaio Em 2017, ainda não foi possível saber o paradeiro de Clênio. Foi realizada uma busca on-line e descobrimos que ele esteve em Governador Valadares, em março de 2016120.
Francisco Alexandre da Silva Marques Em março de 2017 tivemos notícias do paradeiro de Francisco pela Pastoral de Rua. Francisco continua trabalhando como vendedor ambulante. Ele está casado e tem uma filha. Em setembro de 2017 Claudenice encontrou Francisco na rua, ele contou-lhe que foi sorteado pela PBH com uma banca no Shopping UAI e disse ainda que, no futuro, irá abrir uma loja. Em dezembro de 2017 encontramos Francisco. Ele estava trabalhando como vendedor ambulante nas ruas de BH, vendendo água mineral, e ainda não havia aberto a loja no Shopping UAI, por falta de recursos para adquirir mercadorias.
118
Disponível em: http://www.valedoivinhemagora.com.br/leitura.php?id=41406 Disponível em: http://bolsafamilia.info/pagamentos/luceni-secundina-de-oliveira/12963550113 120 Pesquisa sobre Clênio confirma que ele esteve em Governador Valadares em março de 2016 – Nº 66 na tabela do link: http://transparencia.ipatinga.mg.gov.br/abrir_arquivo.aspx/Auxilio_Financeiro_a_Pessoas_Fisicas__SMASAtencao_ao_Migrante._27607_1_Bimestre_2016?cdLocal=6&arquivo=%7BEBECDC81-A2B6-EB6A5BED-5CBDC0C6DC13%7D.pdf 119
285
Francisco comentou que o que ele tem retirado nas vendas de água mineral nas ruas mal dá para sustentar a casa. Em dezembro de 2017, Francisco deu um depoimento para o documentário do Projeto-piloto Aracê, contando um pouco da sua trajetória. Eric Dias de Souza Em março de 2017, a coordenadora do Departamento Socioambiental encontrou-se com Eric em uma festa de amigos em comum. Ele disse a ela que ainda estava trabalhando como motorista do Uber. Em dezembro de 2017, Eric continuava trabalhando com Uber e ele estava muito satisfeito com o trabalho. Marcelo Antônio Rodrigues A RI VINA esteve com Marcelo em 24 de março de 2017, na Pastoral de Rua, e ele estava bem. Ele continuava trabalhando formalmente (CLT), como Redutor de Danos, no Programa BH de Mãos Dadas Contra a Aids 121. Ele estava muito feliz porque estava colocando prótese dentária. Em agosto de 2017, Marcelo continuava trabalhando como Redutor de Danos. Ele estava muito satisfeito com sua função que lhe permite dar suporte a pessoas em situação de exclusão social. Ele comentou, na ocasião que estava morando em um apartamento na rua Caetés, através do Grupo Moradia, e que, em breve, o apartamento seria de propriedade dele. Em dezembro de 2017 não conseguimos contato com Marcelo. Carlos Pedro da Silva Até dezembro de 2017, Carlos continua no Presídio Maria Alckmin (essa informação é sigilosa). Allan Carlos de Alcântara Mesquita A última notícia que tivemos de Allan foi em dezembro, através do seu ex-encarregado, que comentou que ele havia sido demitido da empresa em que trabalhou por 5 meses, após sua saída da VINA, e pelos mesmos motivos que causaram sua demissão na empresa. Em agosto de 2017, Allan continuava desempregado. Em dezembro 2017 não conseguimos contato com Allan.
121
Para mais informações sobre o Programa: http://www.odmbrasil.gov.br/sobre/vencedores/2a-edicao-2007/bh-de-maos-dadas-contra-a-aids
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José Edmilson da Silva Em março de 2017, Edmilson ligou para o Departamento Socioambiental e informou que continuava desempregado, realizando alguns trabalhos informais. Edmilson liga constantemente para a equipe do Departamento Socioambiental, solicitando mais uma oportunidade de trabalho na VINA. Em outubro de 2017, Edmilson ligou para VINA perguntando se não havia alguma vaga para ele em qualquer setor. Ele ainda está desempregado e morando em Nova Lima. Em dezembro 2017 não conseguimos contato com Edmilson.
Falecimento Diego Luiz Pereira Rocha Batista (1988 - 2015).
Em busca do paradeiro Abaixo segue a lista de pessoas das quais ainda não obtivemos o paradeiro: - José Ailton122: 2008 - República Reviver - José Reinaldo123: 2007 - República Reviver - Luis Carlos124: 2008 - República Reviver - João Eduardo dos Santos125: 2008 - República Reviver - José Geraldo Santos126: 2008 - República Reviver - Manoel Lúcio127: 2010 - Bolsa Moradia - Paulo Eustáquio128: 2008 - Saúde Mental - Ederson André:129 2009 - Saúde Mental
122
Para mais informações sobre José Ailton, ver pág. 115 do Projeto Aracê 2007 – 2017. Para mais informações sobre José Reinaldo, ver pág. 117 do Projeto Aracê 2007 – 2017. 124 Para mais informações sobre Luiz Carlos, ver pág. 119 do Projeto Aracê 2007 – 2017. 125 Para mais informações sobre João Eduardo, ver pág. 121 do Projeto Aracê 2007 – 2017. 126 Para mais informações sobre José Geraldo, ver pág. 139 do Projeto Aracê 2007 – 2017. 127 Para mais informações sobre Manoel Lucio, ver pág. 142 do Projeto Aracê 2007 – 2017. 128 Para mais informações sobre Paulo Eustáquio, ver pág. 149 do Projeto Aracê 2007 – 2017. 129 Para mais informações sobre Ederson André, ver pág. 151 do Projeto Aracê 2007 – 2017. 123
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Visão da VINA sobre o Projeto-piloto Aracê Com a experiência vivenciada durante a implantação do Projeto-piloto Aracê, ao final de 2017 alguns aspectos se tornaram claros para a empresa: • De acordo com a realidade da VINA e de sua capacidade de contratações, os objetivos do Projeto-piloto Aracê – a ação conjunta para inclusão de pessoas socialmente vulneráveis e o resgate de cidadania via mercado formal de trabalho – vêm sendo executados com um ritmo e um cuidado coerentes com as
dificuldades que um projeto como este exige. • Para a VINA, a quantidade de inserções não é o mais importante, mas, sim, a qualidade do processo e a construção de uma metodologia que possam demonstrar, para outras empresas e para a sociedade, que é viável a reinserção de pessoas com trajetória de exclusão social no mercado formal de trabalho. • Desde sua implantação, os contratados pelo Aracê não apresentaram nenhuma dificuldade significativa. Aliás, os problemas que surgiram foram abaixo das expectativas, se considerarmos a trajetória de vida dessas pessoas. Na verdade, as dificuldades que surgiram não fogem ao padrão comum desse nível profissional, e que são rotineiras na empresa. Salvo os contratados da Saúde Mental. • Na visão da VINA, a inclusão de pessoas com trajetória de vulnerabilidade social, até o momento, se mostrou viável. Um dos aspectos mais positivos dessa experiência é o fato de que mesmo os contratados do Aracê, que não se adaptaram às exigências da rotina do trabalho formal, conseguiram perder o estigma da ‘exclusão’. Com a carteira assinada, eles passaram a ter o status de trabalhadores. A carteira de trabalho significa um dos passos para o resgate da cidadania e simboliza a reinserção, com dignidade, dos excluídos do mercado de trabalho e da dinâmica social. A empresa acredita que ela tem um papel social de corresponsabilidade.
288
A partir de 2018 o Projeto Aracê deixa de ser um piloto, mas continua incorporado à rotina de contratações da empresa. Além disso, voltaremos nossos esforços para divulgar o Projeto Aracê e a nossa experiência positiva no mercado formal de trabalho, buscando promover uma reflexão sobre o sistema político e econômico capitalista, marcadamente excludente do ponto vista social, e sensibilizar outras empresas para o desafio da corresponsabilidade social no sentido de promover transformações positivas dentro da nossa realidade socioeconômica. O Projeto Aracê não é uma mera abertura de vagas de emprego, ele visa a desencadear uma prática de corresponsabilidade coletiva, que signifique uma abertura para a inclusão social de fato, com uma postura humana que cria oportunidades baseadas no envolvimento real com a condição da exclusão e o cuidado com o indivíduo e a realidade que o cerca, sem deixar de considerar a complexidade e a diversidade dessas realidades. Buscando fundamentar a experiência desse projeto-piloto de inclusão produtiva, a VINA buscou o respaldo da academia por meio de uma parceria com o Departamento de Ciências Econômicas da Universidade Federal de São João del-Rei - UFSJ para o desenvolvimento de um estudo socioeconômico, com uma visão socioambiental, do Projeto Aracê130. Em 31 de dezembro de 2017 encerramos, oficialmente, na VINA, a experiência piloto do Projeto Aracê. Ele segue na empresa como um canal de diálogo e de compromisso de corresponsabilidade com a sociedade e vai continuar como nosso argumento positivo de sensibilização dirigido a provocar e a promover outras iniciativas empresariais semelhantes. É nossa intenção permanecermos abertos a todas as parcerias públicas e privadas que venham somar ao movimento de reduzir a exclusão social e diminuir significativamente todas as desigualdades de oportunidades sociais e culturais.
130
A análise do primeiro ciclo desta parceria, está sendo realizada pela equipe da UFSJ e será, em breve,
disponibilizada pelo Departamento Socioambiental para consulta.
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290
Erratas - Ficha tĂŠcnica Contatos - Anexos
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Errata (2015) Em 2015, não foi registrada no documento a contratação abaixo. Segue o registro:
Joaquim Olímpio dos Santos Admissão: 8/1/2015 Demissão: 21/2/2015 Permanência: 1 mês e 13 dias Origem: Pastoral de Rua Função: Gari Varredor Setor: Ceasa/BH – Central de Abastecimento de Minas Gerais Escolaridade: Ensino fundamental incompleto Salário inicial Direto: R$ 788,00 + Insalubridade: R$ 315,20 Transporte: R$ 196,00 Alimentação: R$ 308,00 Seguro de vida: R$ 14,52 Cesta básica: R$ 130,00 Soma dos salários indiretos: R$ 963,45 Total: R$ 1.751,45 Histórico Joaquim foi indicado pela Pastoral de Rua para trabalhar como Gari varredor, no Ceasa (Centrais Estaduais de Abastecimento). Sua experiência nesse trabalho foi curta, pois ele não conseguiu se adaptar ao trabalho, que exige força e disposição física. Na ocasião, o encarregado de Joaquim disse que ele era esforçado, mas que realmente o serviço era pesado e que ele não estava dando conta e sobrecarregava os companheiros de trabalho, que estavam reclamando disto. As experiências profissionais anteriores de Joaquim foram nas áreas de decoração de festas e eventos. Joaquim não passou no período de experiência e, na ocasião, cogitou-se a possibilidade de transferência de Joaquim para a Nova Sede, porém não havia vaga disponível.
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Paradeiro: Em 24 de março de 2017 tivemos notícias de Joaquim pela Pastoral de Rua. Ele está trabalhando informalmente com decorações, vendas ambulantes e prestando serviços em geral. Segundo a RE (Referência Externa), Claudenice Gomes (Pastoral de Rua), Joaquim possui muitas habilidades com as mãos. Joaquim estava bem e frequentava, até aquela data, as reuniões da Pastoral. Segundo Claudenice Gomes , em agosto de 2017 ela teve notícias de que Joaquim está fazendo um curso de Mestre de Obras na UFMG. Em Dezembro 2017 não conseguimos contato com Joaquim.
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Ficha técnica VINA - Gestão de Resíduos Sólidos e Locação de Equipamentos Ltda. Referências Internas: Viviane Barreto, Karina dos Santos, Kelly Rodrigues, Patrícia Hellen e Lilian Bernardes.
Departamento Socioambiental VINA Coordenação: Cláudia Pires Lessa Equipe de Apoio: Igor Rabelo, Izabel Dobbin, Keyty Andrade, Lilian Bernardes, Sonia Rocha. Departamento Pessoal VINA: Kátia Santos
Colaboração PBH: SMAAS - Secretaria Municipal Adjunta de Assistência Social: Flávia Aparecida Gonzaga Silva, Rosa Maria Porto de Sena PBH: SMASA - Secretaria Municipal de Saúde Karen Zacchê, Elisa Maria de Vasconcelos, Patrícia Moreira Gomide Pastoral de Rua da Arquidiocese de Belo Horizonte Claudenice Rodrigues Lopes, Roseni Schmidt Ferraz Oliveira Musso Greco: Psiquiatra, psicanalista membro da Escola Brasileira de Psicanálise, excoordenador de Saúde Mental da Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte. Autor do texto: Sobre o trabalho, a visibilidade, a reinvenção e a cidade – reflexões acerca do lugar para o louco fora do manicômio. Criador e coordenador do CAPUT. Desenvolvimento e Programação Visual: Juliana Foini / Ricardo Prates Edição e revisão (realizada de acordo com a nova ortografia): Élida Murta
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Contatos Buno Greco – Videomaker brunolgreco@gmail.com Centro Comercial Barroca Diretora Administrativa: Vânia Mintz vaniamintz@gmail.com Cristina Araújo – Artista e designer cristinaaraujo.gotz@gmail.com Élida Murta – Jornalista e revisora elidamurta@trematextos.com Frente&Verso fv.frenteversobh@gmail.com Guido Mintz – Videomaker guido.dias@gmail.com Múcio Tosta – Consultoria socioeconômica mucio@ufsj.edu.br Musso Greco mussogreco@gmail.com Ricardo Prates: Designer gráfico rgprates2@gmail.com
Palestra na Polícia Militar: Sensibilização para abordagem de moradores de rua Coordenação: Sonia Maria Dias – Socióloga soniamdias2010@gmail.com
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Projeto Aracê VINA Gestão de Resíduos Sólidos e Locação de Equipamentos Departamento Socioambiental Av.: Perimetral, Av. Perimetral, 2521 - Dist. Ind. Jatobá - BH/MG. Tel.: 31 3479-8181 E-mail: VINAsocial@gmail.com Cláudia Pires Lessa: Coordenadora do Departamento Socioambiental E-mail: pireslessa@gmail.com
PBH: SMAAS - Secretaria Municipal Adjunta de Assistência Social: PBH: SMSA - Secretaria Municipal de Saúde: Acompanhamento Técnico: Incubadora de Empreendimentos Econômicos e Solidários da Secretaria Municipal de Saúde Centro de Convivência Carlos Prates: Rua Manhumirim, n° 415 – Carlos Prates - BH/MG. Tel.: 31 3277-7228 E-mail: geinp@hotmail.com
Pastoral de Rua da Arquidiocese de Belo Horizonte Rua Além Paraíba, 208 - Lagoinha – BH/MG. Tel.: 31 3428-8366 E-mail: pastoralrua@yahoo.com.br
Minas Pela Paz Av. Contorno, 4520, 7º andar – Funcionários – BH/MG. Tel.: 31 3214-0417 31 98577-1400 E-mail: eneasmelo@minaspelapaz.org.br
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Anexos 2007 Expositores presentes nas sensibilizações • Grupo de Produção Madeirarte131 Todos os brinquedos são produzidos com tintas atóxicas e cantos arredondados. A matéria-prima utilizada é basicamente composta de MDF e Pinus. Em sua embalagem, como previsto por lei, o brinquedo traz a indicação da faixa etária para a qual seu uso é recomendável. Acompanhamento Técnico: GEINP - Gerência de Preparação para Inclusão Produtiva Apoio: SMAAS/PBH - Secretaria Municipal Adjunta de Assistência Social /Prefeitura de Belo Horizonte. Local de Execução: Qualificarte OPP - Oficina Pública Profissionalizante - PBH. Programa de Origem: População de Rua - PBH. Contatos: Tel: (31) 421-2718 e 9687-9553 / E-mail: oficinatrabalho@hotmail.com Antigo endereço: Rua José Clemente Pereira, 460/ Bairro: Ipiranga – BH/MG - CEP 31.160.130 • Grupo de Produção Pitangaporã132 O Grupo produz e comercializa peças decorativas em papel marché. A matéria-prima utilizada é composta por revistas usadas, pente de ovos e jornais. O grupo produz gamelas, potes, petisqueiras, etc. Toda a morfologia e grafismo das peças têm inspiração em temas africanos. Acompanhamento Técnico: GEINP - Gerência de Preparação para Inclusão Produtiva SMAAS/PBH - Secretaria Municipal Adjunta de Assistência Social /Prefeitura de Belo Horizonte. Local de Execução: Qualificarte Ipiranga/ PBH Entidade Financiadora: Prefeitura Municipal de Belo Horizonte - PBH Parceria: Programa de Origem: Muriki /PBH 131 132
Em 2009, o grupo Madeirarte foi desativado. Em 2009 o grupo de Produção Pitangaporã foi desativado.
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Parcerias: Centro de Educação Especial INALPLIC - Clínica de atendimento à criança com deficiência e MDS - Ministério de Desenvolvimento Social e Combate a Fome. Contatos: Tel: (31) 3458-3907 / E-mail: oficinatrabalho@hotmail.com Antigo endereço: Rua José Clemente Pereira, nº460 - Bairro Ipiranga – BH/MG - CEP 31.160.130 •
Grupo de Produção Ecobloco
O bloco reciclado é feito com o entulho da construção civil, fornecido pela Superintendência de Limpeza Urbana de Belo Horizonte. A produção obedece às normas da ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas e tem o Certificado de Qualidade emitido pelo DIEFRA – Empresa de Engenharia e Consultoria, parceira do Ecobloco. Atualmente, os blocos são comercializados em depósitos de materiais de construção.
Acompanhamento Técnico: GEINP - Gerência de Preparação para Inclusão Produtiva Apoio: SMAAS/PBH - Secretaria Municipal Adjunta de Assistência Social /Prefeitura de Belo Horizonte Local de Execução: Usina de Reciclagem Estória Entidade Financiadora: Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome Entidade executora: ASMARE - Associação dos Catadores de Papel, Papelão e Material Reaproveitável Programa de Origem: População de Rua. Contatos: Tel: (31) 3378-1432 / E-mail: oficinatrabalho@hotmail.com Rua Nilo Antônio Gazire, 147 - Bairro: Estoril – BH/MG - CEP 30.455.570 • ASMARE - Associação dos Catadores de Papel, Papelão e Material Reaproveitável. A ASMARE é o resultado de uma parceria entre a PBH/SMAAS, Pastoral de Rua e os catadores, com o objetivo de gerar trabalho, renda e novas condições de vida a partir da experiência construída pelos moradores de rua. Ela é organizada administrativamente na forma de cogestão, em comissões de trabalho formadas pelos catadores, e desenvolve diversas atividades além da coleta de material reciclável: cursos profissionalizantes para os catadores; oficinas de marcenaria (para filhos dos associados); oficinas de arte, de alimentação, de papel artesanal e de corte e costura. 299
A associação possui um espaço cultural – o Reciclo – que, além de garantir espaço para comercialização e exposição dos produtos das oficinas, possui também um bar e uma oficina de teatro. Contatos: Tel: (31) 3295-5615 / E-mail: fabricasocial@yahoo.com.br Avenida do Contorno, nº. 10.564 – Bairro: Barro Preto – BH/MG - CEP 30.110.140 • Grupo de Produção Suricato Associação de Trabalho e Produção Solidária, que agrega quatro grupos de produção: MOSAICO: as peças de mosaico são produzidas artesanalmente, com exclusividade e esmero, a partir de propostas dos empreendedores - cuja experimentação é referenciada em pesquisas - ou atendendo às demandas de clientes.
A articulação com o grupo da Marcenaria também dá origem à
realização de trabalhos bastante originais. Contatos: Central de Abastecimento Municipal Rua Souza Bastos, 175 - Floresta, BH/ MG, 31015-410 Tel: (31)2526-5367 MARCENARIA: boa parte da produção é realizada a partir do reaproveitamento de matéria-prima. Os projetos são desenvolvidos a partir da criação original dos empreendedores, a partir de pesquisas na área da decoração e, também, atende pedidos de clientes. Contatos: CAC - Centro de Apoio Comunitário Rua Aiuruoca, 501 – Bairro São Paulo – BH/MG - CEP 31.910-130 Tel: (31)3277-6684 COSTURA: este grupo produz acessórios, objetos de decoração, roupas de cama e de mesa. A pesquisa e a experimentação estimulam a criatividade, cujo resultado é uma produção que demonstra liberdade e espontaneidade. Contatos: Centro Público de Economia Popular Solidária Avenida dos Andradas, 367 – Praça da Estação - BH/MG - CEP 30.120-010 Tel: (31|) 3277-9830
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CULINÁRIA: atendendo a encomendas ou produzindo para as feiras, este grupo de produção da Suricato, como os demais, constrói uma prática cujo fazer passa pela liberdade de opinar, escolher, decidir e desenvolver novas formas de relação com o trabalho e seus resultados, o que contribui para o enlaçamento social. Contatos: CAC - Centro de Apoio Comunitário Rua Aiuruoca, 501 – Bairro São Paulo – BH/MG - CEP 31.910-130 Tel: (31) 3277-6684
Acompanhamento Técnico: Incubadora de Empreendimentos Econômico e Solidário da Secretaria Municipal de Saúde. Apoio: Secretaria Municipal de Saúde Parcerias: Fórum Mineiro de Saúde Mental, Instituto Marista de Solidariedade, Conselho Regional de Psicologia de Minas Gerais, Secretaria Municipal Adjunta de Assistência Social, Secretaria Municipal Adjunta de Abastecimento e diversas outras articulações : ASMARE, Fórum Metropolitano de Economia Solidária, Centro Público de Economia Popular Solidária, Programa Pólos da Faculdade de Direito da UFMG etc. Programa de Origem: Política Pública de Saúde Mental do Município de Belo Horizonte, proposta pelo Movimento de Reforma Psiquiátrica. • Oficina de Mosaico GEPROS - Gerencia de Promoção Social Apoio: SMAAS/PBH - Secretaria Municipal Adjunta de Assistência Social /Prefeitura de Belo Horizonte Breve Histórico - Centro de Referência da População de Rua. A partir de um encontro de usuários do Centro de Referência da População de Rua (com assembleias realizadas periodicamente), surgiu a proposta de desenvolver uma oficina com o perfil de geração de renda. Diante da constatação de uma grande familiaridade de muitos dos usuários com os materiais e ferramentas utilizadas nesta atividade, por já terem trabalhado na de construção civil e no ramo de reciclagem, foi sugerida a oficina de mosaico.
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Outro ponto importante na escolha dessa oficina foi a relativa facilidade de obtenção de materiais pelos participantes, que se empenharam em conseguir cacos de cerâmica, de azulejos e as bases para aplicação. A ideia central era trabalhar a transformação desses resíduos em arte e utilitários. Contato: Avenida do Contorno, 10852 – BH – MG - CEP 30.110.150 E-mail: gecapo@pbh.gov.br
2008 PBH: Políticas Públicas da Saúde Mental O Projeto de Saúde Mental da Prefeitura Municipal de Belo Horizonte tem como objetivo básico a substituição do modelo hospitalocêntrico por uma rede de serviços abertos, articulados e mutuamente dependentes (CERSAM, Centro de Convivência, Equipes de Saúde Mental nos Centros de Saúde, Serviços Residenciais Terapêuticos). Essa rede presta a assistência adequada ao portador de sofrimento mental e deve ser capaz de possibilitar o pagamento da dívida histórica e social que o poder público e a sociedade têm com aqueles que são excluídos do meio social por serem vítimas da indústria da loucura.
O principal objetivo desta proposta é tentar substituir os hospitais psiquiátricos, os famosos manicômios, por um atendimento completo e direto, no qual cada paciente tem sua história e cujo foco está na quebra de paradigmas, baseado num tratamento personalizado, humano, voltado para o convívio, o resgate da autoestima, da aceitação familiar e da inclusão social.
Nos CERSAMs o atendimento é, principalmente, para as situações de urgência, tais como os surtos psicóticos, os ataques de esquizofrenia, etc. Os pacientes atendidos pelos CERSAMs precisam ter mais de 18 anos e não pagam nada pelo atendimento.
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Depois da chegada, os profissionais avaliam o caso e mantêm um contato direto com o paciente e sua família. O atendimento é feito, geralmente, uma vez por semana, em consultas com o psicólogo e a distribuição gratuita do medicamento necessário. Paralelamente, são oferecidas oficinas de arte, esporte e outras atividades lúdicas que são importantes ferramentas no processo do tratamento. A equipe é composta por psicólogos, enfermeiros, psiquiatras, assistentes sociais e terapeutas ocupacionais que atuam dentro dos CERSAMs e até mesmo nas ruas, o que é chamado de “psicologia clínica ampliada”.
Os Serviços Residenciais Terapêuticos (SRT’s) fazem parte do Programa de Desospitalização Psiquiátrica. São pequenas residências, “moradias”, que abrigam portadores de sofrimento mental que permaneceram abandonados em hospitais psiquiátricos e que romperam seus laços sociofamiliares. As casas são localizadas em diversos bairros da cidade e, além das moradias mantidas pela Secretaria Municipal de Saúde, que abrigam os usuários, os que puderam voltar para as próprias casas e famílias recebem uma bolsa mensal.
As Equipes de Saúde Mental nos Centros de Saúde são constituídas por profissionais de saúde mental que acompanham, nos Centros de Saúde, os casos que podem ser tratados em ambulatório. Atualmente, Belo Horizonte conta com nove Centros de Convivência, que oferecem oficinas de música, teatro, pintura, marcenaria, costura e várias outras, assim como passeios, idas ao cinema e festas.
Fonte: http://portalpbh.pbh.gov.br/pbh/ecp/comunidade
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PBH: Políticas Públicas para as Mulheres Belo Horizonte foi uma das primeiras cidades brasileiras a implantar ações específicas para as mulheres. A criação de centros de apoio às mulheres vítimas de violência tem como destaque o Benvinda - Centro de Apoio à Mulher e a Casa Abrigo Sempre Viva. Em 1998, foi implantada a Coordenadoria Municipal dos Direitos da Mulher (COMDIM), com a função de formular, articular e monitorar as políticas públicas municipais de apoio à mulher vítima ou não de violência. O serviço Disque Cidadã atende pelo telefone uma média mensal de 60 ligações. Oferece às mulheres orientação jurídica e ajuda psicológica. Quando necessário, elas também são encaminhadas ao Benvinda ou à Casa Abrigo. Para facilitar ainda mais o atendimento, os serviços vêm sendo centralizados no Disque Cidadã e no Benvida, que podem ser procurados diretamente pelas usuárias. Além dos atendimentos jurídico e psicológico, os procedimentos envolvem iniciativas de prevenção, com agentes multiplicadores treinados pela Coordenadoria Municipal de Direitos da Mulher.
A Coordenadoria Municipal dos Direitos da Mulher é responsável por elaborar e coordenar as políticas municipais que assegurem a defesa dos direitos das mulheres para a superação das desigualdades e o combate às diferentes formas de discriminação de gênero em Belo Horizonte.
A COMDIM conta, também, com os serviços de atendimento e orientação às mulheres vítimas de violência: o Benvinda – Centro de Apoio à Mulher, que atende, orienta e encaminha mulheres e possui uma equipe que presta atendimento psicossocial e orientação jurídica a elas. Desde a sua criação até hoje já prestou mais de 10.000 atendimentos. A Casa Abrigo Sempre Viva acolhe as mulheres que, ao denunciarem sua situação, ficam em risco iminente de morte, juntamente com seus filhos.
Fonte: http://portalpbh.pbh.gov.br/pbh/ecp/comunidade
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