DADAÍSMO
Índice
Como surgiu...........................................pág 4 Cabaret Voltaire......................................pág 7 O termo.................................................pág 7 Características......................................pág 10 Ready-Mades.......................................pág 11 Poemas...............................................pág 12 Fotomontagens....................................pág 13 Pinturas...............................................pág 15 Fotografia e Cinema...............................pág 16 Artistas...............................................pág 17 O movimento no Brasil............................pág 18
O presente trabalho tem o intuito de apresentar a história do Dadaísmo e sua influência sobre o mundo.
C
omo surgiu
O INÍCIO
O movimento artístico surgiu em 1916, em plena 1ª Guerra Mundial, na Suíça. Se estendeu em Nova York, Berlim, Colônia, Paris e Hannover. Foi um movimento internacional que rompeu com todas as artes tradicionais e
incentivou o surgimento de outros movimentos como o Surrealismo e Pop Art, como descrito a seguir: “O dadaísmo é a base da arte abstrata, um ponto de partida para a arte performática, um prelúdio para o pósmodernismo, influência para a pop art, celebração da antiarte, para depois ser
abraçado por usos políticoanárquicos na década de 60 e é também o movimento que constroi os alicerces para o surrealismo.” (Marc Lowenthal, introdução traduzida de Fracis Picabia, Iam a Beautiful Monster: Poetry, Prose and Provocation) O principal problema de todas as manifestações artísticas estava, segundo os dadaístas, em almejar algo que era impossível: explicar o ser humano. Na esteira de todas as outras afirmações retumbantes, Tzara decreta: “A obra de arte não deve ser a beleza em si mesma, porque a beleza está morta”. Trecho do Primeiro Manifesto Dadaísta de Richard Huelsenbeck, impresso em abril de 1918, em Berlim:
Francis Picabia “A palavra dadá simboliza a relação mais primitiva com a realidade que nos envolve. Com o dadaísmo, uma nova realidade toma posse dos seus direitos. Avida aparece numa simultânea confusão de barulhos, de cores, de ritmos espirituais que sao imediatamente retratados na arte
dadaísta pelos gritos e pelas febres sensacionais da sua audaz psique quotidiana e em toda a sua brutal realidade. Eis a encruzilhada bem defi-
nida que distingue o dadaísmo de todas as outras tendências da arte, sobretudo do futurismo, que algum imbecil interpretou recentemente como uma nova edição do impressionismo. Pela primeira vez, o dadaísmo não se coloca de maneira estética diante da vida... Ser dadaísta pode significar dizer algumas vezes ser comerciante, mais políticos do que artista, não ser artista por acaso... Vivam os acontecimentos dadaístas deste mundo! Ser contra este manifesta quer dizer ser dadaísta.” CABARET VOLTAIRE O Dadaísmo surgiu por meio da fundação do Cabaret Voltaire em Zurique, na Suiça, em fevereiro de 1916. Fundado por Hugo Ball, o Cabaret era uma espécie de ‘night club’ e sociedade artística, projetado como um espaço de entretenimento artístico. A modesta sala no n º 1 Spiegelgasse, chamada ‘Meierei’, tinha um pequeno palco com uma área para uns cinquenta convi-
dados. O intuito dessa fundação era levar os artistas e não-artistas para exporem suas pinturas, esculturas, poemas, músicas, números de danças, peças ou até mesmos ideias. Ball descreveu esse projeto da seguinte forma: “A nossa tentativa para entreter o público com coisas artísticas impele-nos, de maneira instrutiva assim como estimulante, para o ininterruptamente vivo, novo e ingénuo. É uma corrida com as expectativas do público, que exige todos os nossos poderes de invenção e argumento.” Durante um tempo o Cabaret foi cenário de um enorme borbulho artístico. Foi através dele que surgiram os grandes dadaístas como, por exemplo, Hans Arp, Tristan Tzara, Hans Richter, Marcel Janco e Richard Huelsenbeck. O TERMO Em alguns livros são contestados o criador da palavra ‘Dadaísmo’. Em 1920, Tristan Tzara afirmava ter encontrado o termo no Dicionário Larousse. Cristian Schad, em 1921, que traba-
hou durante um tempo com os dadaístas, sentiu necessidade em corrigir o que haviam declarado. Em uma carta para François Picabia, Schad escreveu o seguinte: “Aqui está o que descobri e o que qualquer escritor alemão ou suíço confirmará a quem lhes perguntar. A palavra Dada foi descoberta pelo Mr. Huslenbeck e pelo Mr. Ball. Há várias testemunhas que confirmaram que o Mr. Tzara se encontrava num local totalmente diferente nessa altura”. Sendo essa a versão mais aceitável, que Ball e Huslenbeck desco-
briram a palavra Dada. O próprio Huslenbeck escreveu em seu livro de memórias, ‘En avant Dada’: “A palavra Dada foi descoberta por acaso por Hugo Ball e eu num dicionário de francêsalemão quando procurávamos um nome para a Madame le Roy, a cantora do nosso cabaret. Dada significa cavalo de pau em francês. Ficámos impressionados pela sua brevidade e sugestibilidade, e rapidamente o termo dada tornou-se o rótulo de todas as atividades artísticas que eram realizadas no Cabaret Voltarie.” Com o significado interessante e totalmente instigante, a palavra Dada não procura ser entendida, nem explicada, é, apenas, um símbolo de revolta e negação, que se refere a tudo que estava acontecendo na época.
Jimmy McCullough
Carac terís ticas • As obras não se prendiam a estética. • Ênfase no absurdo • Caráter irônico • Objetivo de escandalizar • Irreverência artística
• Uso de vários formatos de expressão ( poemas, objetos- readymades, fotomontagem, fotografia, pintura etc) • Anticubista, antifuturista e antiexpressionista.
Marcel Duchamp introduziu objetos da vida cotidiana na arte, criando o ready-made, ou seja, objetos encontrados já prontos, às vezes acrescentando detalhes, outras vezes atribuindo-lhes títulos arbitrários. Todas os readymades possuiem nomes bastante irônicos, tendo o intuito de criticar a noção comum de obra de arte. Um grande exemplo é a famosa obra ‘Fonte’, um urinol de louça. “O grande vidro” ( 1915 -1923) foi outra grande obra de Duchamp, feita com tinta oléo em uma placa de vidro, possuindo duas partes.
Os Ready-Mades
Poemas No Manifesto sobre o amor fraco e o amor amargo, de 1920, Tzara sintetiza como se deve fazer uma poesia dadaísta: “Pegue um jornal. Pegue uma tesoura. Escolha no jornal um artigo que tenha o comprimento que você deseja dar a sua poesia. Recorte o artigo. Corte de novo, com cuidado, cada palavra que forma esse artigo e coloque todas as palavras num saquinho, Agite delicadamente. Tire uma palavra depois da outra colocando-as na ordem em que você as tirou. Copie-as conscientemente. A poesia se parecerá com você. Ei-lo transformado em escritor infinitamente original e dotado de encantador e sensibilidade...”
Os poemas dadaístas não possuíam uma estrutura fixa, muito menos estética. Em um poema de Tzara conseguimos visualizar o esquema aleatório das palavras. Traduzido, ele começa com: “Quando os cães atravessam o ar num diamante como as ideias e o processo dos significados apresenta a hora do acordar de um programa...”. Já Hugo Ball inventou os poemas sonoros. Em tais poemas as palavras são dissecadas em sílabas fonéticas individuais, esvaziando a linguagem de qualquer sentido. A interação do som e o significado passam a ser totalmente abolidos. No primeiro verso do poema “Gadji beri bimba”, de Ball, conseguimos visualizar essa sonoridade. “gadji beri bimba glandridi laula lonni cadori
da bimbalha glandri galassassa laulitalomini gadji beri bin blassa glassala laula lonni cadorsu sassala bim gadjama tuffm i zimballa binban gligla wowolimai bin beri ban o katalominai rhinozerossola gadjama gramma berihopsamen laulitalomini hoooo gadjama rhinozerossala hopsamen bluku terullala blaulala loooo”
Foto montagens Em Berlim, os dadaistas, Grosz, John Hartfield, Baader, Hoech e Hausmann inventaram a fotomontagem. Hausmann definiu a novidade: “...a idéia da fotomontagem é revolucionária quanto ao seu conteúdo; sua forma é subversiva quanto à aplicação da fotografia e dos textos impressos que, juntos, se transformam em filme estático.Os dadaístas foram os primeiros a se servir da fotografia como material para criar, com a ajuda de estruturas bastante diversas, uma nova entidade que arrancava do caos da guerra e da revolução um
reflexo óptico intencionalmente novo...” (colocação de Hausmann no Museu das Artes e Ofícios, em 1931, durante a exposição histórica da fotomontagem). Tratava-se da reunião de materiais aparentemente escolhidos ao acaso, nos quais sempre se podiam ler textos elaborados com
recortes de jornais de diferente feição gráfica. A mistura de todo tipo de imagens extraídas da imprensa da época faz desse tipo de trabalho uma antecipação precoce da idealização dos meios de comunicação de massa, que mais tarde viria a ser a artepop.
Pinturas A pintura dadaísta foi um dos grandes mistérios da história da arte do século XX. Os pintores deste movimento, guiados por uma anarquia instintiva e um forte nihilismo, não hesitaram em anular as formas, técnicas e temas da pintura, tal como tinham sido entendidos até aquele momento. Representavam artefatos de
aparência mais poética do que mecânica, cuja função era totalmente desconhecida. Para dificultar ainda mais sua análise, os títulos escolhidos jamais tinham qualquer relação com o objeto central do quadro. Não é difícil deduzir que, exatamente através desses antitemas, os pintores expressavam sua repulsa em relação à sociedade, que com a mecanização estava causando a destruição do mundo.
Artistas de seu tempo, os dadaístas foram sem dúvida os primeiros a incorporar o cinema e a fotografia à sua expressão plástica. E fizeram isso de uma maneira totalmente experimental e guiados por uma espontaneidade inata.
O resultado desse novo materialismo foi um cinema completamente abstrato e absurdo, por exemplo, o de diretores como Hans Richter e a fotografia experimental de Man Ray e seus seguidores.
&
Fotografia Cinema
Artistas - Tristan Tzara - Marcel Duchamp - Hans Arp - Julius Evola - Francis Picabia - Max Ernst - Man Ray - Raoul Hausmann - Guillaume Apollinaire
- Hugo Ball - Johannes Baader - Arthur Cravan - Jean Crotti - George Grosz - Richard Huelsenbeck - Marcel Janco - Clement Pansaers - Hans Richter - Sophie T채uber
O MOVIMENTO no Brasil O dadá repercute na produção de alguns artistas nos primeiros anos do modernismo. Certas obras do arquiteto, pintor e escritor Flávio de Carvalho (1899-1973) e do pintor e poeta Ismael Nery podem ser associadas ao dadá. Ambos têm uma visão dessacralizada da arte e não estabelecem muitos limites entre ela e a vida.
O escritor Mario de Andrade tem forte referência na publicação do livro Paulicéia Desvairada que possui um poema intitulado “Ode ao burguês” e que já no prefácio o autor faz a recomendação de que só deveriam ler o poema quem soubesse urrar. Ode ao burguês “Eu insulto o burgês! O burguês-níquel, o burguês-burguês! A digestão bem feita de São Paulo! O homem-curva! o homem-nádegas! O homem que sendo francês, brasileiro, italiano, é sempre um cauteloso pouco-a-pouco! (...)” A década de 60 foi de grande efervescência para as artes plásticas no país. Os artistas brasileiros também assimilaram os expedientes da pop art como o uso das impressões em silkscreen e as referências aos gibis. Dentre os principais artistas estão Duke Lee, Baravelli, Fajardo, Nasser, Resende, De Tozzi, Aguilar e Antonio Henrique Amaral. A obra de Andy Warhol expunha uma visão irônica da cultura de massa. No Brasil, seu espírito foi subvertido, pois, nosso pop usou da mesma linguagem, mas transformou-a em instrumento de denúncia política e social.
Ana Clara Fernandes Beatriz Gabriel Caroline Pisciotti Vit贸ria Bernardes VB4
Para visualizar o trabalho online, acesse: http://www.youblisher.com/p/175082-Dadaismo/
ELGER, Dietmar.2004. Dada铆smo MICHELI, Mario de. As vanguardas artisticas. Martins fontes http://www.portaldarte.com.br/dadaismo.htm http://www.historiadaarte.com.br/popart.html